apostila - segmento farma editores
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Monografia monografia.indd 1 16.02.06 20:03:35 monografia.indd 2 16.02.06 20:03:35 índice Introdução 2 3 Depressão na clínica geral Sintomas físicos e psíquicos da depressão 3 4 Comorbidades entre as síndromes físicas e a depressão 5 Por que a depressão dói? Como diagnosticar a depressão em pacientes com queixas físicas e dolorosas? 6 Qual é o melhor tratamento para os transtornos depressivos e ansiosos com apresentação somática? 7 A escolha de um antidepressivo 7 Quais são os critérios gerais para a escolha do antidepressivo? 7 7 Eficácia 8 Perfil de tolerabilidade e interações medicamentosas 9 Perfil de segurança Facilidade de utilização 9 Custo 9 VENLAXIN 10 Mecanismo de ação dual 10 VENLAXIN apresenta eficácia superior 10 na remissão dos sintomas depressivos Evidências científicas do tratamento de sintomas dolorosos com VENLAFAXINA 12 12 Propriedades farmacocinéticas Interações medicamentosas 12 MANEJO CLÍNICO 13 13 Introdução da medicação Efeitos adversos 13 Duração do tratamento, retirada da medicação e sintomas de descontinuação 14 Conclusão 15 Referências bibliográficas 16 Bula VENLAXIN 18 1 monografia.indd 1 16.02.06 20:03:35 Introdução A depressão é uma das principais causas de incapacitação social; com prevalência ao longo da vida maior que 17% na população 1. Acomete de duas a três vezes mais mulheres que homens e exerce considerável impacto econômico devido ao prejuízo funcional associado, aos custos com o tratamento e à mortalidade precoce (notadamente por suicídio). Afeta cerca de 18 milhões de pessoas nos Estados Unidos e 340 milhões no mundo. Em 2020, estima-se que a depressão seja a segunda causa de incapacitação por doença no mundo2. Apesar da contínua melhora em seu reconhecimento, em especial por profissionais não-psiquiatras, a depressão permanece subdiagnosticada e insuficientemente tratada em grande número de casos. Observamos aqui um aparente paradoxo no tratamento da depressão: enquanto estudos controlados (que usualmente abordam a fase aguda do tratamento) demonstram excelentes resultados, o acompanhamento dos pacientes em longo prazo apresenta um quadro desapontador3. Entre outros, um dos principais fatores relacionados ao prejuízo no tratamento em longo prazo é a falta de reconhecimento da depressão como uma doença crônica e recorrente: médicos e pacientes podem compartilhar a visão errônea de que a depressão é apenas um “simples” episódio ou uma fase passageira, que precisa de um medicamento para “aliviar os sintomas” e que desaparece sem deixar vestígios4 e 5. Esse paradigma incorreto acaba muitas vezes levando ao tratamento farmacológico insuficiente (em dose e duração), com permanência de resíduos sintomáticos e de disfunção psicossocial. Associado ao não-reconhecimento de comorbidades (notadamente transtornos ansiosos), a presença de resíduo depressivo facilita a recorrência e a cronificação 6. Assim, somente 35% dos pacientes são diagnosticados e tratados adequadamente7. Mesmo entre os pacientes submetidos a alguma forma de terapêutica, apenas 50% apresentam resposta satisfatória ao tratamento. Os outros 50% continuam sintomáticos, sofrendo as conseqüências dos seus sintomas disfuncionais e a cronificação de seus quadros 8 (Tabela 1). Tabela 1. Fatores relacionados a um prognóstico ruim no tratamento da depressão A longo prazo, o resultado do tratamento da depressão pode ser desapontador devido a: • subdiagnóstico • paradigmas errôneos de tratamento • subtratamento • não-reconhecimento de comorbidades associadas (especialmente ansiedade) • falha em se atingir a remissão completa da depressão, deixando resíduos sintomáticos (notadamente os sintomas físicos e ansiosos) Diante dessa realidade, uma melhor identificação dos quadros depressivos e a instituição de terapêuticas eficazes e adequadas se fazem muito necessárias, em especial por médicos não-psiquiatras que, na prática, são aqueles que primeiramente recebem esses pacientes. 2 monografia.indd 2 16.02.06 20:03:36 Sintomas físicos e psíquicos da depressão Arbitrariamente, os sintomas depressivos podem ser classificados em psíquicos (humor depressivo, sentimentos de culpa, ansiedade) e físicos. As perturbações psíquicas em geral são aquelas mais associadas à depressão, tanto pelos profissionais da saúde como pela população. Os indivíduos que apresentam “falta de ânimo exagerada”, diminuição da sua capacidade de funcionamento normal e/ou sentimentos de tristeza dificilmente não são classificados como deprimidos9. Porém, a depressão nem sempre é tão típica, e as alterações mais relacionadas às percepções corporais e às queixas físicas podem se apresentar como manifestações bastante comuns desses quadros. Os sintomas físicos da depressão compreendem as suas manifestações corporais, como lombalgia, cefaléia, alterações intestinais, tonturas, palpitações, fadiga, além de inúmeras outras perturbações que o indivíduo percebe como desconfortáveis e assustadoras. Ainda que tais sintomas sejam chamados de físicos pelos clínicos gerais e de somáticos pelos profissionais de saúde mental, ambos os termos são sinônimos e se referem aos mesmos fenômenos. Porém, comete-se um erro quando se acha que os sintomas físicos sempre se referem a morbidades clínicas, pois muitos pacientes com condições clínicas estáveis podem permanecer assintomáticos, enquanto outros, sem qualquer patologia identificável, podem apresentar vários sintomas clínicos. São as queixas físicas, de uma maneira geral, que levam os pacientes aos médicos (de 50% a 100% dos casos). Aproximadamente metade destes pacientes apresenta sintomas dolorosos (lombalgias, dores articulares, cefaléias, dores nas costas e abdominais). Tais sintomas são apenas o topo do iceberg, uma vez que alguns deles possuem uma explicação médica evidente, enquanto outros, não9 (Gráficos 1 e 2). Pelo menos um terço dos pacientes com sintomas somáticos que procuram atendimentos primários de saúde possuem uma “base clínica” não identificada. Esses sintomas existem em um grupo de pacientes cuja prevalência de depressão e ansiedade pode chegar a 50%. KROENKE K, 2003 Gráfico 1. Sintomas físicos dolorosos 70 60 Transtornos depressivos Maiores Outros Não classificados 50 Pacientes (%) Depressão na clínica geral 40 30 20 10 0 Costas Membros Cabeça Estômago Peito Sintomas dolorosos 3 monografia.indd 3 16.02.06 20:03:37 KROENKE K, 2003 Gráfico 2. Sintomas físicos não-dolorosos Transtornos depressivos Maiores Outros Não classificados 70 60 Pacientes (%) 50 40 30 20 10 0 Fadiga Insônia Dispepsia Intestino Dispnéia Sintomas não dolorosos Os sintomas físicos, dolorosos e não-dolorosos, apresentados pelos pacientes deprimidos no atendimento primário podem ser semelhantes aos de doenças físicas e de síndromes somáticas funcionais (SSF), como, por exemplo, intestino irritável, fibromialgia, fadiga crônica e disfunção temporomandibular. É freqüente a comorbidade entre SSF e transtornos depressivo-ansiosos e entre duas ou mais SSF, confundindo ainda mais a avaliação do paciente9,10. Quanto maiores o número e a intensidade dos sintomas físicos apresentados pelos pacientes, maior a chance de existir um transtorno depressivo ou ansioso11, e a presença de sintomas físicos está diretamente relacionada à gravidade do transtorno depressivo12. Esse dado é muito importante, porque os sintomas físicos podem, com freqüência, se tornar residuais em depressões não-remitidas, prejudicando o prognóstico funcional dos pacientes. A presença de sintomas físicos na depressão prediz uma futura resistên- cia aos tratamentos, e 95% dos pacientes deprimidos resistentes apresentavam no início do quadro pelo menos um sintoma físico13. Há várias décadas sabe-se que a apresentação clínica da depressão apenas com sintomas físicos remete a erros diagnósticos. Dos pacientes efetivamente portadores de depressão, 56% apresentaram-se apenas com sintomas físicos, embora apenas 50% deles tenham sido corretamente diagnosticados como deprimidos; dos 17% de pacientes efetivamente deprimidos que se apresentaram com queixas psíquicas, 90% foram diagnosticados de forma correta14. Comorbidades entre as síndromes físicas e a depressão A associação entre depressão e doenças clínicas é muito freqüente, levando a uma pior evolução tanto do quadro psiquiátrico como da doença clínica, com menor aderência às orientações terapêuticas, além de uma maior morbidade e mortalidade. A depressão muitas vezes é subdiagnosticada e subtratada, principalmente pela presença de sintomas depressivos, que também podem ocorrer em doenças crônicas, como fadiga e anorexia. Diversas doenças estão associadas de forma clara à depressão, com maior destaque para as afecções cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, renais, oncológicas e outras síndromes dolorosas crônicas15. Além de a depressão aparecer como um estado “secundário” à disfunção orgânica, ao sofrimento e ao estresse provocados pela patologia orgânica, nas SSF, a depressão e a ansiedade parecem fazer parte do quadro clínico no qual os pacientes apresentam um comportamento anormal 4 monografia.indd 4 16.02.06 20:03:37 em relação aos sintomas: um modo mal-adaptativo de perceber, avaliar e atuar, apesar da orientação e do reasseguramento adequados16. SSF são síndromes relacionadas e caracterizadas por um conjunto de sintomas físicos, sofrimento e prejuízo sem uma anormalidade biológica identificável; em cada especialidade médica é encontrada pelo menos uma SSF17 (Tabela 2). Tabela 2. Especialidades e suas respectivas síndromes somáticas funcionais (SSF) Especialidade Gastroenterologia Reumatologia Neurologia Cardiologia Ginecologia, Urologia Moléstias infecciosas Pneumologia Odontologia Alergologia SSF Dispepsia, intestino irritável Fibromialgia Cefaléia tensional Dor no peito atípica ou nãocardíaca Tensão pré-menstrual, dor pélvica crônica Síndrome da fadiga crônica Síndrome de hiperventilação Disfunção temporomandibular, dor facial atípica Sensibilidade química múltipla As SSF são altamente prevalentes, apresentam um mecanismo fisiopatológico indefinido e altíssima comorbidade psiquiátrica, com depressão, ansiedade, hipocondria e transtornos somatoformes18. Alguns investigadores propõem que essas síndromes se situem entre o espectro das doenças de humor e das doenças médicas, e que transtornos depressivos e ansiosos e SSF possam compartilhar uma diátese genética em comum10. O tratamento da depressão associada a uma síndrome física (dolorosa ou não) envolve a escolha de um medicamento que apresente evidência de eficácia, com base em seu mecanismo de ação, tanto na remissão dos sintomas depressivos quanto no alívio dos sintomas físicos 19. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSNa) – como o VENLAXIN – possuem eficácia superior quando comparados aos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) na remissão da depressão e, por meio de seu mecanismo dual, promovem a melhora de sintomas físicos e psíquicos da depressão20. A venlafaxina vem sendo estudada no manejo de síndromes físicas desde seu lançamento. Descrições iniciais da eficácia no combate à dor crônica21 e em diversos tipos de síndromes dolorosas, associadas ou não à depressão, como dor neuropática, polineuropatia dolorosa e dor pélvica crônica, comprovam a eficácia superior da venlafaxina22-23. Devido ao seu baixo potencial de interações medicamentosas (qualidade particularmente útil para a administração de um antidepressivo em pacientes clínicos polimedicados) e à sua segurança e tolerabilidade, a venlafaxina é uma opção com demonstrada eficácia – superior aos ISRS – na remissão da depressão e dos sintomas físicos dolorosos em pacientes clínicos e portadores de SSF15-24. Por que a depressão dói? Projeções dos neurônios serotoninérgicos e noradrenérgicos partem do tronco cerebral e ascendem para o córtex pré-frontal (onde regulam o humor), 5 monografia.indd 5 16.02.06 20:03:38 para as áreas límbicas (emoções e ansiedade) e para o hipotálamo (peso, apetite, desejo sexual, prazer). Existem também projeções serotoninérgicas e noradrenérgicas descendentes pela medula espinhal que regulam e ajudam a suprimir a entrada de estímulos dolorosos e de outras sensações desconfortáveis20 (Figura 1). Assim, se admitirmos que na depressão existe uma disfunção global dos sistemas serotoninérgico e noradrenérgico, a falta de supressão de aferências dolorosas mínimas, ou mesmo de sensações do funcionamento normal do or- Figura 1. Vias serotoninérgicas (5-HT) e noradrenérgicas (NA) no sistema nervoso central (SNC) Locus ceruleus Humor depressivo Distúrbios do sono Ideação suicida Núcleo rafe dorsal Núcleo rafe caudal Núcleo lateral tegmental (NA) Alteração do apetite/ perda do prazer Sintomas vagos de dor pelo corpo Cefaléias Queixas gastrointestinais 5-HT NA Efeitos moduladores da nocicepção • As vias de 5-HT e NA influenciam várias funções no cérebro. • Projeções medulares descendentes modulam a nocicepção. • Distúrbios dessas vias poderiam estar associados aos sintomas físicos e emocionais da depressão. 5-HT: serotonina; NA: noradrenalina. Fonte: Adaptado de Stahl SM. J Clin Psychiatry 2002; 63: 382-383. ganismo (como o funcionamento dos intestinos ou do sistema musculoesquelético), pode ser incorretamente interpretada como bastante desconfortável ou dolorosa, levando à suspeita de uma doença somática orgânica20. Muitas vezes, as sensações físicas são mais intensas ou significativas para o paciente que a tristeza ou a anedonia. Temos, assim, a depressão com apresentação clínica predominantemente física e dolorosa (antigamente chamada de “depressão mascarada”). Antidepressivos de ação dual, que atuem no aumento da disponibilidade de serotonina e de noradrenalina (como o VENLAXIN), apresentam maior probabilidade de remissão dos sintomas depressivos, tanto psíquicos como físicos, pois atuam em múltiplas vias moduladoras do funcionamento do cérebro e das aferências da medula espinhal8,10. Além disso, o VENLAXIN atua na remissão dos sintomas físicos e dolorosos da depressão por meio do aumento da disponibilidade de serotonina e noradrenalina, e não por mecanismos de melhora do sistema opióide endógeno, como ocorre com os tricíclicos25. Como diagnosticar a depressão em pacientes com queixas físicas e dolorosas? A grande maioria dos pacientes, mesmo com apresentação clínica inicial de queixas físicas e dolorosas, admite a presença de sintomas ansiosos e depressivos quando questionada sobre isso. Portanto, embora os sintomas físicos sejam a queixa inicial da maioria dos pacientes deprimidos e ansiosos, estas representam a “porta de entrada” 6 monografia.indd 6 16.02.06 20:03:43 para que o clínico geral detecte a existência de sintomas psíquicos e, por fim, defina um diagnóstico de depressão e/ou ansiedade. Esse é o caminho para uma melhor atenção a esses pacientes, evitando a cronificação de quadros que representam um grande impacto sob os pontos de vista individual (incapacitação permanente e desajustes sociais pelos quais esses indivíduos passam) e social (gastos e idas desnecessárias a serviços de saúde). É de grande importância o aumento do diagnóstico da depressão e de transtornos de ansiedade em pacientes com sintomas físicos persistentes, inexplicáveis e de acometimento em múltiplos sistemas sem uma causa física determinada. A presença de sintomas de somatização prediz uma maior utilização dos serviços de saúde, com o conseqüente aumento dos custos para os pacientes deprimidos/ansiosos26. Qual é o melhor tratamento para os transtornos depressivos e ansiosos com apresentação somática? Estudos demonstram que antidepressivos tricíclicos que inibem a recaptação de serotonina e noradrenalina (clomipramina e amitriptilina) são mais eficazes que ISRS e tricíclicos inibidores apenas da recaptação de noradrenalina (desipramina) no alívio sintomático da dor8. Os IRSNa, como o VENLAXIN, possuem vantagens em relação aos tricíclicos quanto à tolerabilidade e à segurança, além de demonstrar maior eficácia na remissão da depressão quando comparados aos ISRS. A venlafaxina mostrou-se eficaz no tratamento em longo prazo da depressão acompanhada de sintomas físicos dolorosos, mesmo em pacientes anteriormente resistentes a ISRS ou a tricíclicos27. A venlafaxina é comprovadamente eficaz na remoção de sintomas somáticos e dolorosos em pacientes deprimidos portadores de transtornos somatoformes múltiplos28. A escolha de um antidepressivo Quais são os critérios gerais para a escolha do antidepressivo? Eficácia O item mais importante que norteia a escolha do antidepressivo é sua comprovada eficácia, não apenas na melhora dos sintomas depressivos, mas também na remissão completa e sustentada da depressão. O parâmetro mais confiável para a determinação do potencial antidepressivo de um medicamento é a consistência da base de dados que comprova sua eficácia. Isso significa que o medicamento foi testado em trabalhos duplo-cegos, randomizados, controlados com placebo, não apenas uma, mas diversas vezes, com grandes amostras de pacientes. Esses trabalhos originais, já replicados, foram submetidos a revisões sistemáticas e metanálises, reafirmando a eficácia da medicação na remissão completa dos sintomas psíquicos e físicos da depressão. Além da remissão na fase aguda do tratamento (usualmente de 6 a 8 semanas), o medicamento antidepressivo deve manter sua eficácia durante o período de continuação e manutenção, ou seja, deve ter sido testado quanto à sua capacidade de prevenir recaídas por um período de 6 a 12 meses. 7 monografia.indd 7 16.02.06 20:03:44 VENLAXIN – cápsula de liberação controlada – apresenta eficácia comprovada no tratamento agudo e em longo prazo da depressão, o que foi demonstrado em diversos ensaios duplo-cegos, randomizados29. A forma de liberação controlada do VENLAXIN apresenta vantagens sobre a forma de liberação imediata30. VENLAXIN apresenta-se também como medicação de primeira linha para o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG)31. VENLAXIN é eficaz na remissão completa e mantida dos sintomas psíquicos e físicos da depressão devido ao seu mecanismo dual de ação (serotoninérgico e noradrenérgico)8. Graças ao seu mecanismo dual, VENLAXIN apresenta um rápido início de ação antidepressiva, superior aos ISRS4. VENLAFAXINA possui uma grande base de dados em compara- apresentam alguns efeitos colaterais, em geral mais bem tolerados pelos pacientes, e que podem melhorar com o tempo de uso, como alterações gastrointestinais (náuseas, diarréia), insônia, sonhos vívidos, perda inicial de apetite e disfunção sexual. Além da menor eficácia na remissão completa da depressão, os ISRS – dependendo da substância – apresentam forte ligação com as proteínas plasmáticas e inibem algumas frações (isoenzimas) essenciais do CYP (a fração 3A3/4 é a mais importante na biotransformação de medicamentos em geral, e a 2D6 é a mais determinante na degradação de medicações psiquiátricas). Os IRSNa mantêm um perfil de tolerabilidade semelhante ao dos ISRS, com vantagens na eficácia, na menor ligação às proteínas plasmáticas e na menor inibição de isoenzimas do CYP. ção aos ISRS em termos de remissão completa da depressão, demonstrando robusta superioridade VENLAXIN – cápsula de liberação controlada em dezenas de estudos, revisões sistemáticas e – apresenta perfil de tolerabilidade semelhante metanálises4,32-34. ao dos ISRS e muito superior ao dos tricíclicos. Náuseas, insônia, tontura, sonolência, obstipa- Perfil de tolerabilidade e interações medicamentosas ção e transpiração excessiva ocorrem com uma O perfil de tolerabilidade é um item importante, pois o tratamento da depressão depende da adesão do paciente à prescrição do médico, ou seja, mesmo um medicamento que demonstre eficácia em ensaios clínicos controlados precisa realmente funcionar na prática diária. Pacientes com quadro clínico de depressão leve a moderada dificilmente vão aderir a um tratamento com tricíclicos em razão dos efeitos colaterais anticolinérgicos (boca seca, obstipação intestinal), anti-histaminérgicos (sonolência, ganho de peso) e antialfa-1-adrenérgicos (hipotensão postural). Os ISRS também bo, mas os efeitos anticolinérgicos são menos freqüência maior que no tratamento com placefreqüentes que no uso de tricíclicos29. Os efeitos colaterais de curto prazo podem melhorar com a continuidade de uso; elevação de pressão arterial pode ocorrer principalmente em doses mais elevadas (maiores que 250 mg/dia), numa freqüência de 2% a 6% dos pacientes tratados. Uma síndrome de descontinuação pode acontecer na suspensão abrupta do tratamento com venlafaxina, acarretando sintomas como tontura, sensação de cabeça vazia, irritabilidade, disforia, transpiração excessiva e insônia24. VENLAXIN possui baixa 8 monografia.indd 8 16.02.06 20:03:45 ligação com as proteínas plasmáticas (27% para VENLAXIN – cápsula de liberação controlada a venlafaxina e 30% para o seu metabólito ativo – é segura nas doses usuais recomendadas; O-desmetil-venlafaxina), sendo pouco propensa apenas a elevação sustentada da pressão ar- a aumentar a fração livre de outras medicações; é terial (que ocorre nas doses mais elevadas e biotransformada pelo CYP2D6 e por metabólitos numa percentagem pequena dos casos) pode inativos pelo CYP3A4 e 2C19. Não possui ativi- trazer alguma preocupação em termos de se- dade inibitória significativa sobre CYP2D6 e 3A4, gurança 29. Fatalidades em casos de overdose não aumentando os níveis séricos de drogas bio- são incomuns e, em geral, ocorrem com a in- transformadas por essas isoenzimas. Pode, po- gestão de múltiplas substâncias e em doses rém, ter seus próprios níveis séricos elevados extremamente elevadas 36. Não se recomenda o por inibidores potentes do CYP2D6, como a fluo- uso de venlafaxina durante a gestação, embora xetina e a paroxetina35. o índice de malformações associadas seja semelhante ao observado na população geral 24. Perfil de segurança Os antidepressivos de primeira geração (inibidores da monoamina oxidase, IMAO, tricíclicos) apresentam sérios problemas de segurança, principalmente em overdose, que pode ocorrer de forma acidental ou mesmo intencional – tentativa de suicídio – na depressão. Os tricíclicos podem provocar arritmias cardíacas de difícil tratamento e até mesmo fatais (efeito direto no músculo cardíaco). Há ainda a possibilidade de os IMAO provocarem uma crise hipertensiva (possivelmente resultando em infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral) na interação com medicamentos de uso rotineiro (descongestionantes nasais) ou mesmo com alimentos frugais (queijos amarelos, envelhecidos). Os ISRS e IRSNa são seguros em casos de overdose, mas alguns ISRS podem elevar perigosamente o nível sangüíneo de algumas substâncias, seja pelo deslocamento dessas medicações das proteínas plasmáticas, seja pela inibição de sua biotransformação (inibição de isoenzimas do CYP). Facilidade de utilização Doses únicas diárias favorecem a adesão ao tratamento. Já as restrições dietéticas (IMAO) são de manutenção complicada. VENLAXIN – cápsula de liberação controlada – é eficaz desde as doses inicialmente prescritas (75 mg/dia). Em razão de sua formulação de liberação controlada, pode ser administrada em apenas uma tomada diária, mesmo se houver necessidade de doses mais elevadas. Custo Fundamental num país como o Brasil, o custo deve ser considerado não só diretamente na aquisição do produto farmacêutico, mas também aquele indiretamente provocado pela remissão incompleta e pela cronificação da depressão. Medicações que promovam a sua remissão completa e sustentada podem ter um custo global inferior a uma medicação que deixe resíduos depressivos. 9 monografia.indd 9 16.02.06 20:03:45 VENLAXIN – cápsula de liberação controlada tentada, minora o risco de resíduos depressivos – possui um custo de aquisição compatível com e de cronificação do transtorno, proporcionando os benefícios que proporciona; sua efetividade um rápido retorno ao funcionamento normal do na resolução dos sintomas físicos e psíquicos da paciente e reduzindo os custos indiretos acarre- depressão, levando à remissão completa e sus- tados pela depressão5. VENLAXIN Mecanismo de ação dual VENLAXIN é um potente inibidor da recaptação da noradrenalina (NA) e da serotonina (5-HT), possuindo também alguma ação sobre a dopamina, sem afinidade com os receptores muscarínicos, colinérgicos, histaminérgicos e alfa-adrenérgicos. Além disso, inibe a recaptação da serotonina humana, da noradrenalina e da dopamina com afinidade 30 vezes maior nos transportadores 5-HT do que NA. Essa diferença sugere que um aumento da dose provoca uma maior inibição da recaptação noradrenérgica do que em doses baixas. Em função do seu mecanismo duplo de ação, a venlafaxina apresenta altos índices de remissão na depressão maior e um início de ação mais rápido do que o observado com outros antidepressivos2. VENLAXIN apresenta eficácia superior na remissão dos sintomas depressivos A VENLAXIN possui uma grande base de dados em comparação aos ISRS em termos de remissão completa da depressão. É importante a comparação com os ISRS, pois estes se tornaram padrão no tratamento da depressão em detrimento dos tricíclicos, graças à sua tolerabilidade e segurança. Thase et al. publicaram em 20014 os resultados conjuntos de um “pool” de oito estudos comparando a venlafaxina com diversos ISRS (fluoxetina, sertralina, paroxetina e fluvoxamina) quanto à remissão da depressão. As taxas de remissão completa em 8 semanas foram de 45% para a venlafaxina, 35% para os ISRS e 25% para o placebo. Em todas as comparações, houve diferenças estatisticamente significativas (p < 0,001). A diferença entre a venlafaxina e os ISRS atingiu significância na semana 2, enquanto a diferença entre ISRS e placebo, somente na semana 4. Portanto, se comparada aos ISRS, a venlafaxina apresenta altas taxas de remissão completa e maior rapidez no início da ação antidepressiva24,37. Doses agressivas de VENLAXIN (300 mg/ dia) produzem resposta terapêutica significativamente mais rápida que doses agressivas de fluoxetina (60 mg/dia). Essa estratégia, no entanto, pode reduzir a tolerabilidade e a adesão ao tratamento (Gráfico 3). Outra metanálise publicada com os mesmos oito estudos originais analisados anteriormente32 também demonstrou a superioridade da venlafaxina, com taxas de remissão entre 40% e 55% em 8 semanas, contra 31% a 37% dos ISRS, mas com significância menor (p < 0,05). 10 monografia.indd 10 16.02.06 20:03:46 SHELTON C, 2005 Gráfico 3. Porcentagem de remissão segundo a escala de Hamilton para depressão 45 40 35 Remissão (%) 30 Venlafaxina Fluoxetina/paroxetina Placebo 25 20 15 10 5 0 1 2 3 4 6 8 Período de tratamento (semanas) Mesmo quando o sucesso terapêutico é medido pela resposta (redução de 50% HAM-D17), a venlafaxina demonstra superioridade. Numa metanálise de 44 estudos envolvendo venlafaxina, ISRS e tricíclicos, as taxas de resposta para venlafaxina foram de 73,7%, contra 61,1% dos ISRS e 57,9% dos tricíclicos (p < 0,001)38. Numa pooled analysis incluindo 33 estudos comparativos entre ISRS e venlafaxina (com mais de 7 mil pacientes), entre eles os não publicados, Nemeroff et al.34 encontraram taxas de remissão (em 8 semanas de tratamento) de 41% para venlafaxina, 35% para ISRS e 24% para o placebo, significativamente superiores (p < 0,05) para a venlafaxina. A comparação de venlafaxina com outros antidepressivos de ação dupla, como os tricíclicos, não demonstra superioridade em termos de remissão para nenhum grupo33. Não existe uma comparação direta entre venlafaxina e duloxetina, um novo IRSNa lançado para o tratamento da depressão. Numa comparação indireta, feita com um pool de estudos de ambas as medicações comparativamente ao placebo, a venlafaxina apresentou uma tendência de superioridade na remissão dos sintomas, sem diferença estatística significativa. As taxas de descontinuação foram semelhantes para os dois compostos39. Contudo, esses resultados devem ser encarados de forma cautelosa, pois não se trata de uma comparação direta entre as medicações. Além da eficácia na remissão completa da depressão, a venlafaxina apresenta-se como medicação de primeira linha no tratamento de TAG (transtorno de ansiedade generalizado). Apesar da existência de trabalhos demonstrando a eficácia no tratamento do transtorno do pânico e da dor crônica (com ou sem depressão), essas indicações ainda não se encontram formalmente aprovadas. Outros transtornos de ansiedade, como fobia social e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), também poderiam se beneficiar da terapêutica com venlafaxina, mas não há dados consistentes a esse respeito24. Em resumo, o VENLAXIN, um IRSNa, apresenta robusta evidência de eficácia na remissão completa da depressão, mostrando-se superior aos ISRS, sendo também um tratamento de primeira linha para o TAG. Ainda assim, a indicação da venlafaxina para o tratamento de outras síndromes como ansiedade, transtorno do pânico, TOC, bulimia, anorexia e dor persistente continua um campo a ser explorado40. 11 monografia.indd 11 16.02.06 20:03:47 Evidências científicas do tratamento de sintomas dolorosos com VENLAFAXINA Em revisão recente, foram descritos vários estudos clínicos nos quais a venlafaxina se mostrou eficaz no tratamento de pacientes deprimidos com síndromes dolorosas associadas10. venlafaxina pode proporcionar um aumento significativo no limiar de tolerância a dor, segundo estudo realizado em voluntários normais. Em outro ensaio clínico, foram evoluídos 197 pacientes com diagnóstico de depressão maior, com ou sem dores associadas (notalgias, dores articulares, fibromialgia, síndrome do túnel do carpo, enxaquecas etc.). A venlafaxina mostrou-se eficaz no tratamento da depressão dos pacientes com queixas dolorosas associadas. A evolução de sintomas físicos dolorosos foi estudada em pacientes com ansiedade generalizada tratados com venlafaxina, que se revelou eficaz no tratamento em cinco ensaios clínicos. Também há estudos em neuropatia diabética, polineuropatia, neuralgia pós-herpes e dores neuropáticas secundárias a doenças oncológicas. O venlafaxina em cápsula de liberação prolongada nas doses de 150 mg/dia a 225 mg/dia mostrouse uma alternativa valiosa no tratamento dessas condições. Cefaléias crônicas e quadros de enxaquecas, em especial aquelas associadas à depressão maior, também foram estudados, sempre com resultados favoráveis. Os resultados dos estudos citados suportam a teoria de que o efeito analgésico dos antidepressivos está relacionado a propriedades analgési- cas intrínsecas dessas drogas, em oposição à noção de efeito indireto sobre a dor. Conclui-se, assim, que o VENLAXIN, nas doses de 75 mg/dia a 225 mg/dia, demonstrou ação analgésica em vários modelos animais de dor, em voluntários humanos e em pacientes com dores crônicas, incluindo síndromes dolorosas crônicas, neuropatias, cefaléias, fibromialgia etc. Propriedades farmacocinéticas Após a administração de VENLAXIN em cápsula de liberação controlada, as concentrações plasmáticas máximas são alcançadas entre 5,5 e 9 horas, e o “steady-state” é atingido, em média, após 3 dias de tratamento. O VENLAXIN exibe uma cinética linear na faixa de doses entre 75 mg/dia e 450 mg/dia, e a sua meia-vida média de eliminação é de 5 a 11 horas. As taxas de ligação protéica do VENLAXIN atingem, no máximo, 30%, o que indica extensa distribuição tecidual. Como essa ligação independe das respectivas concentrações do fármaco, tanto a venlafaxina como seu metabólito (O-desmetil-venlafaxina) apresentam baixo potencial de interações medicamentosas quanto ao deslocamento do fármaco das proteínas séricas. A administração de VENLAXIN em cápsula de liberação controlada com alimentos não altera o seu Cmáx ou a sua curva de absorção (AUC). Interações medicamentosas A maioria das drogas utilizadas, incluindo os antidepressivos tricíclicos, os inibidores de recap- 12 monografia.indd 12 16.02.06 20:03:47 tação serotonérgica e os antipsicóticos, é primariamente metabolizada pela isoenzima CYP2D6. A venlafaxina é metabolizada por essa enzima e provoca uma inibição do seu efeito. Porém, tal interação ocorre de maneira fraca e com menor potência do que a observada com paroxetina, fluoxetina, sertralina e fluvoxamina. Essa carac- terística aponta para um menor potencial de interação medicamentosa da venlafaxina quando comparada com inibidores da recaptação de serotonina40. A sua fraca ligação às proteínas plasmáticas (ver Farmacocinética) também é um fator que contribui para os baixos níveis de interação medicamentosa. Manejo clínico Introdução da medicação O VENLAXIN deve ser introduzido já na dose eficaz de 75 mg/dia. Mesmo nessa dose plena, os efeitos adversos costumam ser toleráveis, não muito diferentes dos ISRS. Como possui um rápido início de ação, alguma resposta clínica pode ser esperada já na primeira semana de tratamento. A dose de VENLAXIN pode ser elevada gradualmente, de acordo com a resposta clínica, em intervalos de 1 a 2 semanas, até a dose máxima recomendada de 225 mg/dia. Contudo, quantidades superiores a esta já foram utilizadas, e o maior cuidado deve ser com a elevação da pressão arterial, que ocorre em 2% a 6% dos pacientes que utilizam doses acima de 300 mg/dia. Efeitos adversos Os efeitos colaterais mais relatados, e com uma incidência superior ao placebo, foram náuseas, insônia, tontura, sonolência, obstipação e transpiração excessiva. Piora inicial da ansiedade e inquietação também podem ser reportadas. Na maior parte dos pacientes, não é necessário um manejo adicional à orientação sobre o desconforto inicial, pois costumam melhorar com a continuidade do tratamento. Ocasionalmente, o uso de algum antiemético durante a primeira semana de tratamento pode ser necessário. Benzodiazepínicos para o controle da ansiedade inicial podem ser indicados desde que em dose baixas e fixas (sendo desaconselhável o uso “se necessário”, que pode levar à dependência) e por um curto período de tempo (1 ou 2 semanas). O uso de doses acima de 250 mg/dia pode acarretar elevação da pressão arterial. O uso em pacientes hipertensos pode requerer monitorização adicional da pressão arterial e eventual ajuste “a maior” da dose do anti-hipertensivo. Mesmo pacientes normotensos podem apresentar eventualmente elevação sustentada da pressão arterial, e a continuidade do uso de VENLAXIN deve ser avaliada com critério. Podem ocorrer queixas de disfunção sexual em longo prazo, notadamente retardo orgásmico ou ejaculatório. A redução de dose, ou a substituição do antidepressivo deve ser avaliada caso a caso, 13 monografia.indd 13 16.02.06 20:03:48 levando-se em consideração o custo–benefício de cada estratégia. Em longo prazo, a venlafaxina parece ser neutra sobre o peso corporal, embora em curto prazo alguns pacientes apresentem diminuição do apetite e perda de peso42. Mesmo possuindo pouca afinidade por receptores muscarínicos, alguns efeitos anticolinérgicos podem ser notados em determinados pacientes, mas sempre numa freqüência menor do que a observada quando a venlafaxina é comparada a um tricíclico29. Há raros relatos de casos de aumento da pressão intra-ocular em pacientes portadores de glaucoma de ângulo estreito em tratamento com venlafaxina43. Duração do tratamento, retirada da medicação e sintomas de descontinuação Não existe uma duração-padrão para o tratamento da depressão. Como regra geral, a fase aguda do tratamento dura de 6 a 8 semanas. Nesse período, são feitos os ajustes de dose do antidepressivo e o manejo dos efeitos adversos. O objetivo primário da fase aguda do tratamento é a remissão completa dos sintomas depressivos, tanto aqueles psíquicos quanto os físicos da depressão. Após a remissão completa, é necessária a fase de continuação do tratamento, usualmente feita com a mesma dose da medicação necessária para se atingir a remissão. A fase de continuação do tratamento é obrigatória para promover a estabilização e preservar a remissão, numa tentativa de garantir a recuperação funcional do paciente (retorno progressivo ao desempenho social, pro- fissional e acadêmico anterior à depressão). Essa fase dura, no mínimo, 6 meses. Após esse período de continuação, pode ser indicada a manutenção com antidepressivo. A fase de manutenção (preservação da remissão em longo prazo) usualmente é longa e pode ser permanente, dependendo de fatores do episódio depressivo tratado (gravidade, presença de sintomas psicóticos, tentativa de suicídio) e também do histórico do paciente (número de recorrências prévias, gravidade dos episódios anteriores, tentativas de suicídio, histórico familiar). A decisão sobre a necessidade de manutenção – e o período de sua duração – deve ser feita caso a caso. Se em algum momento houver a opção pela descontinuação da medicação, esta deve ser feita de forma gradual. Assim, um paciente que completou uma fase de continuação e esteja tomando 225 mg/dia de venlafaxina deve ter sua dose reduzida de forma progressiva (retirada de 75 mg/dia a cada 2 a 4 semanas), até a retirada completa. Mesmo em formulação de liberação controlada, a venlafaxina possui meia-vida curta, e uma síndrome de descontinuação pode ocorrer na retirada dos últimos 75 mg/dia, caracterizada por sonhos vívidos, pesadelos, tremores, tontura, náuseas ou até mesmo pelo retorno da sintomatologia depressiva e ansiosa. Nos casos mais leves, o uso de sintomáticos pode ser suficiente (antieméticos, benzodiazepínicos). A reemergência de sintomatologia depressivo-ansiosa pode ser mais problemática, podendo se tentar a reintrodução de 75 mg/dia de venlafaxina em dias alternados, ou o uso de um ISRS de meiavida longa durante alguns dias, para abortar a síndrome de descontinuação (fluoxetina 20 mg/dia 14 monografia.indd 14 16.02.06 20:03:49 durante 4 dias, pois, como a meia-vida do metabólito ativo da fluoxetina é de 16 dias, não haverá sintomas de descontinuação desta). Conclusão O VENLAXIN – cápsula de liberação controlada – é comprovadamente eficaz na remissão completa, em curto e longo prazos, de todos os sintomas depressivos, sejam eles psíquicos ou físicos. Está indicado em ampla gama de subtipos depressivos, apresentando resultados positivos desde casos ambulatoriais até depressões graves e em pacientes hospitalizados, bem como depressões resistentes e refra- tárias a tratamentos anteriores. Possui eficácia superior à dos ISRS na remissão completa dos sintomas depressivos, estando aprovado também para o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada e do transtorno de ansiedade social. O VENLAXIN pode ser introduzido já em uma dose eficaz de 75 mg/dia, em dose única diária, facilitando a adesão ao tratamento. É bem tolerado e possui segurança em eventos de superdosagem, possuindo também baixo potencial de interações medicamentosas. O VENLAXIN é uma opção eficaz, segura e bem tolerada no tratamento de um amplo espectro de síndromes depressivas. 15 monografia.indd 15 16.02.06 20:03:49 Referências bibliográficas 1. Kessler RC, McGonagle KA, Zhao S, Nelson CB, Hughes M, Eshleman S et al. Lifetime and 12-month prevalence of DSM-III-R psychiatric disorders in the United States. Results from the National Comorbidity Survey. Arch Gen Psychiatry 1994; 51 (1): 8-19. 14. Bridges KW, Goldberg DP. Somatic presentation of DSM III psychiatric disorders in primary care. 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Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Gerente de negócios: Orlando Lara Diretor editorial: Maurício Domingues Coordenadora editorial: Caline Devèze Assistente editorial: Gisele Quirino Projeto gráfico: Eduardo Magno Ilustração: Rodrigo Tonan Revisão: Jandira Queiroz e Michel Kahan Apt Produção gráfica: Fabio Rangel Cód. da publicação: 2666.02.06 17 monografia.indd 17 16.02.06 20:03:51 Venlaxin - cloridrato de venlafaxina Cápsula de liberação controlada FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÕES Cápsula de liberação controlada, 75 mg. Embalagem contendo 14 cápsulas. Cápsula de liberação controlada, 150 mg. Embalagem contendo 14 cápsulas. USO ADULTO - VIA ORAL Composição: Cada cápsula de VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) 75 mg contém: 84,75 mg de cloridrato de venlafaxina, que equivalem a 75 mg de venlafaxina base Excipiente q.s.p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 cápsula Excipientes: Esferas de açúcar, amido de milho, talco purificado, hipromelose, etilcelulose e triacetina. Cada cápsula de VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) 150 mg contém: 169,50 mg de cloridrato de venlafaxina, que equivalem a 150 mg de venlafaxina base Excipiente q.s.p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 cápsula Excipientes: Esferas de açúcar, amido de milho, talco purificado, hipromelose, etilcelulose e triacetina. INFORMAÇÕES AO PACIENTE Ação esperada do medicamento VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) está indicado para o tratamento da depressão, incluindo depressão com ansiedade associada, para prevenção de recaída e recorrência da depressão. Também está indicado para o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG), incluindo tratamento a longo prazo, e tratamento do transtorno de ansiedade social (TAS), também conhecido como fobia social. Cuidados de armazenamento Conservar o medicamento em temperatura ambiente (temperatura entre 15 e 30 ºC). Proteger da umidade. Prazo de validade O prazo de validade é de 24 meses contados a partir da data de fabricação indicada na embalagem externa. Após esse período o medicamento não deve ser utilizado. Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Gravidez e lactação Informe seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após o seu término. Informar ao médico se está amamentando. Não se recomenda o uso de antidepressivos, incluindo VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina), em mulheres grávidas ou em fase de amamentação, a menos que o médico considere que os benefícios superem os riscos. O uso de medicamento próximo ao parto obriga a observar o recém-nascido para eventuais efeitos da retirada de venlafaxina. Cuidados de administração Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Interrupção do tratamento Não interromper o tratamento sem o conhecimento do seu médico. Recomenda-se que VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) não seja interrompido bruscamente. A dose deve ser reduzida progressivamente de acordo com as instruções do seu médico. Reações adversas As cápsulas de VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) contém pequenos grânulos que liberam o medicamento lentamente no intestino. A parte destes grânulos que não é absorvida pelo organismo é eliminada e pode ser vista nas fezes. Informe seu médico o aparecimento de reações desagradáveis durante o tratamento com VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina), tais como: sonolência, insônia, tontura, nervosismo, tremor, boca seca, náuseas, vômitos, perda de apetite, prisão de ventre, hipertensão, ondas de calor, perda de peso, sonhos alterados, fraqueza, bocejos, sudorese, distúrbios visuais, distúrbios sexuais, tensão muscular, elevação do colesterol no sangue, dificuldade de urinar, bem como quaisquer outros sintomas. TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS Ingestão comcomitante com outras substâncias Recomenda-se que VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) seja ingerido com alimentos pela manhâ ou à noite, em dose única, aproximadamente na mesma hora todos os dias. Não mastigue, divida, esmague nem coloque a cápsula em água. Contra-indicações e precauções Informe seu médico sobre qualquer medicamento que esteja usando, antes do início, ou durante o tratamento. VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) não deve ser utilizado simultaneamente com inibidores da monoaminoxidase (IMAO). É necessário um intervalo não inferior a 14 dias entre a interrupção de qualquer IMAO e o início do tratamento com VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina). É necessário um período mínimo de 7 dias antes de iniciar tratamento com um IMAO após a interrupção do uso de VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina). VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) é contra-indicado em pacientes alérgicos a qualquer componente da formulação e a pacientes recebendo inibidores da monoaminoxidase (IMAO). Como acontece com outras drogas psicoativas, os pacientes tomando VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) devem ser advertidos para não operar maquinaria perigosa ou dirigir veículos motorizados, até constatar que não apresentam sonolência, tontura ou incoordenação motora. VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) deve ser usado com cuidado em pacientes portadores de insuficiência renal ou hepática. Siga rigorosamente a orientação do seu médico. Foi observado elevação da pressão arterial em alguns pacientes usando altas doses de VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina); por este motivo, deve-se fazer monitoramento regular da pressão arterial e acompanhamento médico. Até que novos estudos sejam realizados, o uso de VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) está indicado exclusivamente para adultos. NÃO TOME REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DO SEU MÉDICO. PODE SER PERIGOSO PARA SUA SAÚDE. INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS Descrição VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) é uma cápsula de liberação prolongada para administração oral que contém cloridrato de venlafaxina, um antidepressivo estruturalmente novo. O cloridrato de venlafaxina não está quimicamente relacionado aos antidepressivos tricíclicos, tetracíclicos ou outros antidepressivos disponíveis e outros fármacos usados no tratamento do Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG). Seu nome químico é cloridrato de (R/S) –1- [(2-dimetilamino) – 1 –(4-metoxifenil)etil] ciclohexanol ou cloridrato de (±) – [α-[(dimetilamino) metil]-p-metoxibenzil] ciclohexanol. O cloridrato de venlafaxina é um sólido cristalino branco a esbranquiçado, com uma solubilidade de 572 mg/ml em água (ajustado a um teor iônico de 0,2 M com cloreto de sódio). Seu coeficiente de separação octanol: água (cloreto de sódio 0,2 M) é de 0,43. VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) é formulado como cápsula de liberação prolongada para administração oral uma vez ao dia. A liberação do fármaco é controlada por difusão através da membrana de cobertura nas esferóides e não é pH dependente. As cápsulas contém cloridrato de venlafaxina em quantidade equivalente a 75 mg ou 150 mg de venlafaxina. Mecanismo de ação e farmacodinâmica A venlafaxina e a O-desmetilvenlafaxina, seu metabólito ativo, são inibidores potentes da recaptação neuronal de serotonina e norepinefrina e inibidores fracos da recaptação da dopamina. Acredita-se que a atividade antidepressiva da venlafaxina esteja relacionada a potencialização de sua atividade neurotransmissora no Sistema Nervoso Central (SNC). A venlafaxina e a O-desmetilvenlafaxina não tem afinidade significante in vitro por receptores muscarínicos, histaminérgicos ou α1-adrenérgicos. A atividade nesses receptores pode estar relacionada com vários efeitos anticolinérgicos, sedativos e cardiovasculares observados com outros medicamentos psicotrópicos. Farmacocinética • Absorção No mínimo 92% da dose de venlafaxina é absorvida após doses únicas orais de venlafaxina de liberação imediata. A biodisponibilidade absoluta é de 40% a 45% devido ao metabolismo pré-sistêmico. Em estudos de dose única com 25 a 150 mg de venlafaxina de liberação imediata, as concentrações plasmáticas máximas (Cmax) médias variam de 37 a 163 ng/ml, respectivamente, e são alcançadas em 2,1 a 2,4 horas (Tmax). Após a administração de venlafaxina cápsula de liberação controlada, as concentrações plasmáticas máximas de venlafaxina e O-desmetilvenlafaxina são alcançadas em 5,5 horas e 9 horas respectivamente. Após a administração de venlafaxina de liberação imediata, as concentrações plasmáticas máximas de venlafaxina e O-desmetilvenlafaxina são alcançadas em 2 e 3 horas, respectivamente. Venlafaxina cápsulas de liberação controlada e comprimido de liberação imediata apresentam a mesma extensão de absorção. • Distribuição As concentrações plasmáticas no estado de equilíbrio da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina são atingidas em 3 dias de tratamento em dose múltipla com venlafaxina de liberação imediata. Ambas apresentam cinética linear no intervalo de dose de 75 a 450 mg/dia após a administração a cada 8 horas. As respectiva taxas de ligação às proteínas plasmáticas humanas da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina são de aproximadamente 27% e 30%. Como essa ligação não depende das respectivas concentrações do fármaco até 2.215 e 500 ng/ml, tanto a venlafaxina como a O-desmetilvenlafaxina apresentam baixo potencial de interações medicamentosas significantes que envolvem deslocamento do fármaco das proteínas séricas. O volume de distribuição da venlafaxina no estado de equilíbrio é de 4,4 (±) 1,9 l/kg após a administração intravenosa. • Metabolismo A venlafaxina sofre extenso metabolismo hepático. Estudos in vitro e in vivo indicam que a venlafaxina é biotransformada no seu metabólito ativo, a O-desmetilvenlafaxina, pela isoenzima CYP2D6 do P450. Embora a atividade relativa da CYP2D6 monografia.indd 18 possa ser diferente entre os pacientes, não há necessidade de modificação do esquema posológico da venlafaxina. A exposição do fármaco (AUC) e a variação nos níveis plasmáticos da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina foram equivalentes após a administração de doses diárias iguais em esquema 2x/dia ou 3x/dia de venlafaxina de liberação imediata. • Eliminação A venlafaxina e seus metabólitos são excretados principalmente pelos rins. Aproximadamente 87% da dose de venlafaxina é recuperada na urina em até 48 horas como venlafaxina inalterada (5%), O-desmetilvenlafaxina não-conjugada (29%), O-desmetilvenlafaxina conjugada (26%) ou outros metabólitos secundários inativos (27%). • Efeito dos alimentos Os alimentos não exercem efeito significante sobre a absorção da venlafaxina ou a formação da O-desmetilvenlafaxina. • Pacientes com insuficiência hepática Ocorre alteração significante da disposição farmacocinética da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina em alguns pacientes com cirrose hepática compensada após dose única oral de venlafaxina. Em pacientes com insuficiência hepática, os valores da depuração plasmática média da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina diminuem em aproximadamente 30% a 33%, e de meia-vida média de eliminação aumentam, no mínimo, 2 vezes em comparação aos indivíduos normais. • Pacientes com insuficiência renal As meias-vidas de eliminação da venlafaxina e da O-desmetivenlafaxina aumentam com o aumento do grau de comprometimento da função renal. A meia-vida de eliminação aumentou aproximadamente 1,5 vezes em pacientes com insuficiência renal moderada e aproximadamente 2,5 e 3 vezes em pacientes com doença renal em estágio terminal. • Efeitos de idade e sexo sobre a farmacocinética Uma análise de farmacocinética populacional com 404 pacientes tratados com venlafaxina de liberação imediata em dois estudos com esquemas 2x/dia e 3x/dia demonstrou que os níveis plasmáticos mínimos de venlafaxina ou Odesmetilvenlafaxina, normalizados pela dose, não foram alterados por diferenças de idade ou sexo. • Dados pré-clínicos de segurança Observou-se redução da fertilidade em um estudo em que ratos machos e fêmeas foram expostos ao principal metabólito, O-desmetilvenlafaxina (ODV). Esta exposição foi aproximadamente 2 a 3 vezes à dose humana de 225 mg/dia. A relevância humana desta descoberta é desconhecida. INDICAÇÕES Tratamento da depressão, incluindo depressão com ansiedade associada. Para prevenção de recaída e recorrência da depressão. Tratamento de ansiedade ou Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), incluindo tratamento a longo prazo. Tratamento do Transtorno de Ansiedade Social (TAS), também conhecido como Fobia Social. CONTRA-INDICAÇÕES Hipersensibilidade à venlafaxina ou a qualquer componente da fórmula. Uso concomitante da venlafaxina ou de qualquer inibidor da monoaminoxidase (IMAO). O tratamento com a venlafaxina não deve ser iniciado no período de, no mínimo, 14 dias após a descontinuação do tratamento com um IMAO; um intervalo menor pode ser justificado se o IMAO for do tipo reversível. A venlafaxina deve ser descontinuada por, no mínimo, 7 dias antes do início do tratamento com qualquer IMAO (ver Interações Medicamentosas). PRECAUÇÕES A venlafaxina ainda não foi avaliada em pacientes com história recente de infarto do miocárdio ou doença cardíaca instável. Portanto, deve ser utilizada com cautela nesses pacientes. Há relatos de aumento da pressão arterial relacionado à dose em alguns pacientes tratados com a venlafaxina. Recomendase a aferição da pressão arterial nos pacientes tratados com a venlafaxina. Pode ocorrer aumento da freqüência cardíaca, particularmente nas doses mais altas. Deve-se ter cautela em pacientes com doenças subjacentes que podem ser comprometidas pelo aumento da freqüência cardíaca. Podem ocorrer convulsões com o tratamento com a venlafaxina. Assim como ocorre com todos os antidepressivos, o tratamento com a venlafaxina deve ser introduzido com cautela em pacientes com história de convulsões. Pode ocorrer midríase associada ao tratamento com a venlafaxina. Recomenda-se monitorização rigorosa dos pacientes com pressão intra-ocular elevada ou com risco de glaucoma agudo de ângulo estreito. Pode ocorrer mania/hipomania em uma pequena parcela de pacientes com distúrbios de humor que receberam antidepressivos, incluindo a venlafaxina. Assim como ocorre com outros antidepressivos, a venlafaxina deve ser usada com cautela em pacientes com história de mania. Casos de hiponatremia e/ou Síndrome da Secreção Inapropriada do Hormônio Antidiurético (SIADH) podem ocorrer com a venlafaxina, em pacientes com depleção de volume ou desidratados, incluindo idosos e os em uso de diuréticos. O risco de tentativa de suicídio deve ser considerado em todos os pacientes deprimidos e deve-se fornecer a menor quantidade possível de medicamento no início do tratamento para diminuir o risco de superdosagem (ver também Uso Pediátrico e Reações Adversas). O risco de sangramento cutâneo e das mucosas pode estar aumentado em pacientes tratados com a venlafaxina. Como ocorre com outros inibidores da recaptação da serotonina, deve-se ter cuidado ao administrar a venlafaxina em pacientes predispostos a sangramentos nesses locais. A segurança e a eficácia da terapia com a venlafaxina em associação a agentes redutores de peso, incluindo a fentermina, ainda não foram estabelecidas. Não se recomenda a administração concomitante do cloridrato de venlafaxina com agentes redutores de peso. O cloridrato de venlafaxina não é indicado para redução de peso, nem em monoterapia nem em associação com outros produtos. Observou-se aumento clinicamente relevante do colesterol sérico em 5,3% dos pacientes tratados com a venlafaxina e 0,0% dos que receberam placebo por no mínimo 3 meses em estudos clínicos controlados por placebo. A determinação dos níveis de colesterol sérico deve ser considerada durante o tratamento a longo prazo. A formulação de liberação controlada da venlafaxina contém esferóides que liberam o medicamento lentamente no trato digestivo. A porção insolúvel desses esferóides é eliminada e pode ser vista nas fezes. Gravidez: a segurança da venlafaxina durante a gravidez em humanos ainda não foi estabelecida. A venlafaxina deve ser administrada a mulheres grávidas apenas se os benefícios previstos superarem qualquer risco possível. Se a venlafaxina for usada até o nascimento ou um pouco antes do nascimento, os efeitos da descontinuação no recém-nascido devem ser considerados. Lactação: a venlafaxina e a O-desmetilvenlafaxina são excretadas no leite materno; portanto, deve-se decidir entre não amamentar ou descontinuar o uso de venlafaxina Uso Pediátrico: ainda não foi estabelecida a eficácia em pacientes com menos de 18 anos de idade. Em estudos clínicos pediátricos, houve aumento de relatos de hostilidade e, principalmente em transtorno depressivo maior, eventos adversos relacionados a suicídio, como ideação suicida e autodestruição. Assim como em adultos, diminuição do apetite, perda de peso, aumento da pressão arterial e aumento do colesterol sérico foram observados em crianças e adolescentes (entre 6 e 17 anos de idade; ver Reações Adversas). Recomenda-se a determinação regular do peso e da pressão arterial quando a venlafaxina é administrada a crianças e adolescentes. A descontinuação do tratamento com a venlafaxina deve ser considerada em crianças e adolescentes que apresentam aumento persistente da pressão arterial. A determinação dos níveis de colesterol sérico deve ser considerada durante o tratamento a longo prazo de crianças e adolescentes (ver Posologia e Reações Adversas). A segurança em crianças com menos de 6 anos de idade ainda não foi avaliada. Uso Geriátrico: não há recomendação específica para ajuste de dose da venlafaxina de acordo com a idade do paciente. Efeitos Sobre as Atividades que Requerem Concentração: em voluntários saudáveis, a venlafaxina não alterou o desempenho psicomotor, cognitivo ou comportamental complexo. No entanto, qualquer psicofármaco pode comprometer o julgamento, o raciocínio e a capacidade motora. Portanto, os pacientes devem ser alertados quanto aos efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas perigosas. ABUSO E DEPENDÊNCIA Estudos clínicos não evidenciaram comportamento de busca por droga, desenvolvimento de tolerância, ou elevação indevida de dose durante o período de uso. INTERAÇOES MEDICAMENTOSAS Como ocorre com todos os medicamentos, o potencial de interação por meio de diversos mecanismos é uma possibilidade. Álcool A dose única de etanol (0,5 g/kg) não teve efeito sobre a farmacocinética da venlafaxina ou da O-desmetilvenlafaxina (ODV) quando a venlafaxina foi administrada na dose de 150 mg/dia a 15 homens saudáveis. Além disso, a administração da venlafaxina em um esquema estável não intensificou os efeitos psicomotores e psicométricos induzidos pelo etanol nesses mesmos indivíduos quando não estavam recebendo a venlafaxina. Cimetidina A administração concomitante de cimetidina e venlafaxina em um estudo no estado de equilíbrio para os dois medicamentos resultou na inibição do metabolismo de primeira passagem da venlafaxina em 18 indivíduos saudáveis. A depuração oral da venlafaxina foi reduzida em cerca de 43% e a exposição (AUC) e a concentração máxima (Cmáx) do medicamento aumentaram cerca de 60%. No entanto, a administração concomitante da cimetidina não teve nenhum efeito aparente sobre a farmacocinética da ODV, que está presente em quantidade muito maior na circulação do que a venlafaxina. Está previsto que a atividade farmacológica global da venlafaxina mais ODV aumente apenas discretamente e que não seja necessário ajustar a dose para a maioria dos adultos normais. Entretanto, em pacientes com hipertensão preexistente e pacientes idosos ou com disfunção hepática, ainda não se conhece a interação associada ao uso concomitante de venlafaxina e cimetidina, que pode ser mais acentuada. Assim, deve-se ter cautela ao tratar esses pacientes. Diazepam Nas condições de estado de equilíbrio da venlafaxina administrada na dose de 150 mg/dia, uma dose única de diazepam 10 mg não pareceu alterar a farmacocinética da venlafaxina ou da ODV em 18 homens saudáveis. A venlafaxina também não apresentou nenhum efeito sobre a farmacocinética do diazepam ou de seu metabólito ativo (desmetildiazepam), nem alterou os efeitos psicomotores e psicométricos induzidos pelo diazepam. 16.02.06 20:03:51 Haloperidol A venlafaxina administrada nas condições de estado de equilíbrio na dose de 150 mg/dia a 24 indivíduos saudáveis diminuiu a depuração da dose oral total (Cl/F) de uma dose única de 2 mg de haloperidol em 42%, o que resultou em aumento de 70% da AUC do haloperidol. Além disso, a Cmáx do haloperidol aumentou 88% quando administrado concomitantemente à venlafaxina, porém a meia-vida (t1/2) de eliminação do haloperidol permaneceu inalterada. O mecanismo que explica esse achado é desconhecido. Lítio Não houve alteração da farmacocinética do estado de equilíbrio da venlafaxina administrada na dose de 150 mg/dia quando uma dose única oral de 600 mg de lítio foi administrada a 12 homens saudáveis. A ODV também permaneceu inalterada. A venlafaxina não teve efeito sobre a farmacocinética do lítio. Medicamentos com Alta Taxa de Ligação a Proteínas Plasmáticas A venlafaxina não apresenta alta taxa de ligação a proteínas plasmáticas; assim, a administração do VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) a um paciente que toma outro medicamento com alta taxa de ligação a proteínas não deve provocar aumento das concentrações livres do outro medicamento. Medicamentos que Inibem as Isoenzimas do Citocromo P450 Inibidores da CYP2D6: Os estudos in vitro e in vivo demonstram que a venlafaxina é metabolizada em ODV (seu metabólito ativo) pela CYP2D6, a isoenzima responsável pelo polimorfismo genético observado no metabolismo de muitos antidepressivos. Portanto, existe potencial para uma interação medicamentosa entre os medicamentos que inibem o metabolismo da venlafaxina mediado pela CYP2D6, reduzindo o metabolismo da venlafaxina em ODV, levando ao aumento das concentrações plasmáticas da venlafaxina e à diminuição das concentrações do metabólito ativo. Seria de se esperar que os inibidores da CYP2D6, como a quinidina, agissem dessa forma, mas o efeito seria semelhante ao observado nos pacientes considerados metabolizadores geneticamente ruins para essa isoenzima. Assim, não é necessário ajuste de dose quando a venlafaxina é administrada concomitantemente a um inibidor da CYP2D6. Ainda não se estudou o uso concomitante da venlafaxina com medicamento(s) que potencialmente inibe(m) a CYP2D6 e a CYP3A4, enzimas metabolizadoras primárias da venlafaxina. Portanto, recomenda-se cautela caso a terapia do paciente inclua a venlafaxina e qualquer(is) agente(s) que provoque(m) a inibição simultânea desses dois sistemas enzimáticos. Medicamentos Metabolizados pelas Isoenzimas do Citocromo P450 CYP2D6: Os estudos in vitro indicam que a venlafaxina é um inibidor relativamente fraco da CYP2D6. Esses achados foram confirmados em um estudo clínico de Interação medicamentosa clínica que comparou o efeito da venlafaxina com o da fluoxetina sobre a metabolização mediada pela CYP2D6 de dextrometorfano em dextrorfano. Imipramina - A venlafaxina não alterou a farmacocinética da imipramina e da 2-OH-imipramina. No entanto, a AUC, a Cmáx e a Cmín da desipramina aumentaram cerca de 35% na presença da venlafaxina. A AUC da 2-OH-desipramina aumentou, no mínimo, 2,5 vezes (com venlafaxina 37,5 mg a cada 12 h) e 4,5 vezes (com venlafaxina 75 mg a cada 12 h). A imipramina não alterou a farmacocinética da venlafaxina e da ODV. Ainda não se sabe ao certo a importância clínica dos níveis elevados da 2-OH-desipramina. Risperidona - A venlafaxina administrada nas condições de estado de equilíbrio na dose de I50 mg/dia inibiu levemente a metabolização mediada pela CYP2D6 da risperidona (administrada em dose única oral de 1 mg) em seu metabólito ativo (9-hidroxirisperidona), resultando em um aumento aproximado de 32% da AUC da risperidona. Entretanto, a administração concomitante da venlafaxina não alterou significantemente o perfil farmacocinético da porção ativa total (risperidona mais 9-hidroxirisperidona). CYP3A4: A venlafaxina não inibiu a CYP3A4 in vitro. Esse achado foi confirmado in vivo por estudos clínicos de interação medicamentosa nos quais a venlafaxina não inibiu o metabolismo de vários substratos da CYP3A4, incluindo o alprazolam, o diazepam e a terfenadina. Indinavir - Em um estudo com 9 voluntários saudáveis, a venlafaxina administrada nas condições de estado de equilíbrio na dose de 150 mg/dia resultou em diminuição de 28% da AUC de uma dose única oral de 800 mg de indinavir e diminuição de 36% da Cmáx do indinavir. O indinavir não alterou a farmacocinética da venlafaxina e da ODV. Ainda não se sabe ao certo a importância clínica desse achado. CYP1A2: A venlafaxina não inibiu a CYP1A2 in vitro. Esse achado foi confirmado in vivo por um estudo de interação medicamentosa clínica no qual a venlafaxina não inibiu o metabolismo da cafeína, um substrato da CYP1A2. CYP2C9: A venlafaxina não inibiu a CYP2C9 in vitro. Ainda não se sabe ao certo a importância clínica desse achado. CYP2C19: A venlafaxina não inibiu o metabolismo do diazepam, que é parcialmente metabolizado pela CYP2C19 (ver “Diazepam”acima). Inibidores da Monoaminoxidase Foram relatadas reações adversas, algumas sérias, em pacientes que interromperam recentemente o tratamento com um inibidor da monoaminoxidase (IMAO) e iniciaram o tratamento com a venlafaxina, ou que recentemente interromperam a terapia com a venlafaxina antes do início do tratamento com um IMAO. Essas reações incluíram: tremores, mioclonia, diaforese, náuseas, vômitos, rubor, tontura, hipertermia com quadro semelhante à síndrome neuroléptica maligna, convulsões e óbito. No caso de pacientes tratados com antidepressivos com propriedades farmacológicas semelhantes às da venlafaxina em associação com IMAO, existem também relatos de reações sérias, às vezes fatais. Para um inibidor seletivo da recaptação da serotonina, essas reações foram hipertermia, rigidez, mioclonia, instabilidade autônoma com possíveis alterações rápidas dos sinais vitais e alterações do estado mental que incluem agitação extrema, evoluindo para delírio e coma. Alguns casos apresentaram quadros semelhantes à síndrome neuroléptica maligna. Foram relatados casos de convulsões e hipertermia grave, algumas vezes fatais, relacionados com o uso combinado de antidepressivos tricíclicos e IMAOs. Essas reações também foram relatadas em pacientes que interromperam recentemente o tratamento com esses medicamentos e iniciaram o tratamento com um IMAO. Os efeitos do uso combinado de venlafaxina e IMAOs não foram avaliados em seres humanos ou animais. Portanto, como a venlafaxina é um inibidor da recaptação tanto da norepinefrina como da serotonina, recomenda-se que VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) cápsulas de liberação prolongada não seja usado em associação com um IMAO, ou que seja observado um intervalo de, pelo menos, 14 dias após a interrupção do tratamento com um IMAO. Com base na meia-vida da venlafaxina, recomenda-se intervalo de, pelo menos, 7 dias após a interrupção do uso da venlafaxina antes de iniciar o tratamento com um IMAO. Medicamentos Ativos no SNC O risco do uso da venlafaxina em associação a outros medicamentos ativos no SNC ainda não foi sistematicamente avaliado (exceto no caso dos medicamentos ativos no SNC mencionados acima). Consequentemente, recomenda-se cautela caso seja necessária a administração concomitante da venlafaxina e desses medicamentos. Terapia Eletroconvulsiva Não há dados clínicos que estabeleçam o benefício da terapia eletroconvulsiva combinada ao tratamento com cápsulas de liberação prolongada de VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina). Relatos Espontâneos Pós-comercialização de Interação Medicamentosa Ver “Reações Adversas”, “Relatos Pós-comercializacão”. REAÇÕES ADVERSAS As informações incluídas no subitem “Achados Adversos Observados em Estudos Controlados por Placebo e de Curto Prazo com cloridrato de venlafaxina” baseiam-se nos dados de um pool de três estudos clínicos controlados de 8 e 12 semanas de duração em transtorno depressivo maior (inclui dois estudos nos EUA e um na Europa), nos dados de até 8 semanas do pool de cinco estudos clínicos controlados em Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) com cloridrato de venlafaxina e nos dados de até 12 semanas de um pool de dois estudos clínicos controlados em Fobia Social. As informações sobre outros eventos adversos associados ao cloridrato de venlafaxina no programa de desenvolvimento completo da formulação e ao cloridrato de venlafaxina comprimidos (formulação de liberação imediata da venlafaxina) estão incluídas no subitem “Outros Eventos Adversos Observados Durante a Avaliação Pré-comercialização de cloridrato de venlafaxina”. Achados Adversos Observados nos Estudos Controlados por Placebo e de Curto Prazo com cloridrato de venlafaxina. EVENTOS ADVERSOS ASSOCIADOS À DESCONTINUAÇÃO DO TRATAMENTO Aproximadamente 11 % dos 357 pacientes que receberam as cápsulas de liberação prolongada de VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina) nos estudos clínicos controlados por placebo em transtorno depressivo maior descontinuaram o tratamento devido a uma experiência adversa em comparação a 6% dos 285 pacientes tratados com placebo nesses estudos. Aproximadamente 18% dos 1.381 pacientes que receberam cloridrato de venlafaxina cápsulas nos estudos clínicos controlados por placebo em Transtorno de Ansiedade Generalizada descontinuaram o tratamento devido a uma experiência adversa em comparação a 12% dos 555 pacientes tratados com placebo nesses estudos. Aproximadamente 17% dos 277 pacientes que receberam cloridrato de venlafaxina nos estudos clínicos controlados por placebo em Fobia Social descontinuaram o tratamento devido a uma experiência adversa em comparação a 5% dos 274 pacientes tratados com placebo nesses estudos. Os eventos mais comuns que resultaram na descontinuação do tratamento e que foram considerados relacionados ao medicamento (ou seja, que resultaram na descontinuação do tratamento em no mínimo 1% dos pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina numa taxa no mínimo duas vezes maior que a do placebo em qualquer das indicações) são apresentados na Tabela 1. TABELA 1 - Eventos Adversos Comuns que Resultaram na Descontinuação do Tratamento nos Estudos Controlados por Placebo (1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (1) Dois estudos em transtorno depressivo maior foram de dose flexível e um foi de dose fixa. Quatro estudos em Transtorno de Ansiedade Generalizada foram de dose fixa e um foi de dose flexível. Os dois estudos em Fobia Social foram de dose flexível. (2) Nos estudos controlados por placebo de transtorno depressivo maior nos EUA, os seguintes eventos também foram eventos comuns que resultaram na descontinuação do tratamento e foram considerados relacionados ao medicamento nos pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina [n = 192], % Placebo [n = 202]: hipertensão (1%, <1%): diarréia (1%, 0%); parestesia (1%, 0%); tremor (1%, 0%); visão anormal, principalmente visão turva (1%, 0%) e ejaculação anormal, principalmente retardada (1%, 0%). (3) Em dois estudos controlados por placebo e a curto prazo de Transtorno de Ansiedade Generalizada nos EUA, os seguintes eventos também foram eventos comuns que resultaram na descontinuação do tratamento e foram considerados relacionados ao medicamento nos pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina) [n = 476], % Placebo [n = 201]): cefaléia (4%, <1%); vasodilatação (1%, 0%); anorexia (2%, <1%); tontura (4%, 1 %); pensamento anormal (1%, 0%) e visão anormal (1%,0%). monografia.indd 19 (4) Nos estudos controlados por placebo e a longo prazo de Transtorno de Ansiedade Generalizada, o seguinte evento também foi um evento comum que resultou na descontinuação do tratamento e foi considerado relacionado ao medicamento nos pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina [n = 535], % Placebo [n = 257]): diminuição da libido (1%, 0%). (5) A incidência baseia-se no número de homens (= 158, placebo = 153). Eventos Adversos Ocorridos com Incidência de no Mínimo 2% Entre os Pacientes Tratados com cloridrato de venlafaxina. As Tabelas 2, 3 e 4 enumeram a incidência, arredondada para a porcentagem mais próxima, de eventos adversos decorrentes do tratamento ocorridos durante a terapia aguda de transtorno depressivo maior (até 12 semanas; intervalo de dose de 75 a 225 mg/dia), Transtorno de Ansiedade Generalizada (até 8 semanas; intervalo de dose de 37,5 a 225 mg/dia) e Fobia Social (até 12 semanas; intervalo de dose de 75 a 225 mg/dia), respectivamente, em no mínimo 2% dos pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina, em que a incidência em pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina foi maior que a incidência nos respectivos pacientes tratados com placebo. A Tabela mostra a porcentagem de pacientes em cada grupo que apresentou, pelo menos, um episódio de evento em algum momento durante o tratamento. Os eventos adversos relatados foram classificados utilizando a terminologia padrão com base no Dicionário COSTART. O médico prescritor deve estar ciente de que esses números não podem ser usados para prever a incidência de efeitos colaterais na prática clínica usual, em que as características do paciente e os outros fatores diferem dos que prevaleceram nos estudos clínicos. Da mesma forma, as freqüências mencionadas não podem ser comparadas aos números obtidos em outras investigações clínicas envolvendo tratamentos, usos e investigadores diferentes. Os números citados, contudo, realmente fornecem ao médico prescritor algum fundamento para estimar a contribuição relativa dos fatores medicamentosos e não-medicamentosos para a taxa de incidência de efeitos colaterais na população estudada. Eventos Adversos Freqüentemente Observados das Tabelas 2, 3 e 4: Transtorno Depressivo Maior Observar em particular os seguintes eventos adversos ocorridos em, no mínimo, 5% dos pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina e numa taxa no mínimo duas vezes maior que a do grupo placebo em todos os estudos controlados por placebo na indicação de transtorno depressivo maior (Tabela 2): ejaculação anormal, queixas gastrintestinais (náusea, boca seca e anorexia), queixas do SNC (tontura, sonolência e sonhos anormais) e sudorese. Nos dois estudos controlados por placebo nos EUA, os seguintes eventos adicionais ocorreram em, no mínimo, 5% dos pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina (n = 192) e numa taxa no mínimo duas vezes maior que a do grupo placebo: anormalidades da função sexual (impotência em homens, anorgasmia em mulheres e diminuição da libido), queixas gastrintestinais (constipação e flatulência), queixas do SNC (insônia, nervosismo e tremor), problemas nos sentidos (visão anormal), efeitos cardiovasculares (hipertensão e vasodilatação) e bocejos. Transtorno de Ansiedade Generalizada Observar em particular os seguintes e ventos adversos ocorridos em, no mínimo, 5% dos pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina e numa taxa no mínimo duas vezes maior que a do grupo placebo em todos os estudos controlados por placebo na indicação de Transtorno de Ansiedade Generalizada (Tabela 3): anormalidades da função sexual (ejaculação anormal e impotência), queixas gastrintestinais (náusea, boca seca, anorexia e constipação), problemas dos sentidos (visão anormal) e sudorese. Fobia Social Observar em particular os seguintes eventos adversos ocorridos em, no mínimo, 5% dos pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina e numa taxa no mínimo duas vezes maior que a do grupo placebo nos 2 estudos controlados por placebo na indicação de Fobia Social (Tabela 4): astenia, queixas gastrintestinais (anorexia, boca seca, náusea), queixas do SNC (ansiedade, insônia, diminuição da libido, nervosismo, sonolência, tontura), anormalidades da função sexual (ejaculação anormal, disfunção orgásmica, impotência), bocejos, sudorese e visão anormal. TABELA 2 - Incidência de Eventos Adversos Decorrentes do Tratamento nos Estudos Clínicos Controlados por Placebo e a Curto Prazo de cloridrato de venlafaxina em Pacientes com Transtorno Depressivo Maior (1, 2) (1) Incidência, arredondada para a % mais próxima, de eventos relatados por, no mínimo, 2% dos pacientes tratados com VENLAXIN (cloridrato de venlafaxina), com exceção dos seguintes eventos que apresentaram uma incidência menor ou igual que a do placebo: dor abdominal, dano acidental, ansiedade, dor nas costas, bronquite, diarréia, dismenorréia, dispepsia, síndrome da gripe, cefaléia, infecção, dor, palpitação, rinite e sinusite. (2) <1% indica incidência maior que zero, mas menor que 1%. (3) Principalmente “fogachos”. (4) Principalmente “sonhos vívidos”, “pesadelos” e “aumento de sonhos”. (5) Principalmente “visão turva” e “dificuldade de focalização”. (6) Principalmente “ejaculação retardada”. (7) A incidência baseia-se no número de homens. (8) Principalmente “orgasmo retardado” ou “anorgasmia”. (9) A incidência baseia-se no número de mulheres. TABELA 3 – Incidência de Eventos Adversos Decorrentes do Tratamento em Estudos Clínicos Controlados por Placebo e a Curto Prazo de cloridrato de venlafaxina em Pacientes com Transtorno de Ansiedade Generalizada (1, 2) (1) Os eventos adversos cuja taxa de relato para cloridrato de venlafaxina foi menor ou igual à do placebo não foram incluídos. Esses eventos são: dor abdominal, dano acidental, ansiedade, dor nas costas, diarréia, dismenorréia, dispepsia, síndrome da gripe, cefaléia, infecção, mialgia, dor, palpitação, faringite, rinite, tinido e freqüência urinária. (2) <1 % significa maior que zero, mas menor que 1 %. (3) Principalmente “fogachos”. (4) Principalmente “sonhos vívidos”, “pesadelos” e “aumento de sonhos”. (5) Principalmente “visão turva” e “dificuldade de focalização”. (6) Inclui “ejaculação retardada” e “anorgasmia”. (7) A porcentagem baseia-se no número de homens cloridrato de venlafaxina (= 525, placebo = 220). (8) Inclui “orgasmo retardado”, “orgasmo anormal” e “anorgasmia”. (9) A porcentagem baseia-se no número de mulheres cloridrato de venlafaxina (= 856, placebo = 335). TABELA 4 - Incidência de Eventos Adversos Decorrentes do Tratamento nos Estudos Clínicos Controlados por um Placebo e a Curto Prazo de cloridrato de venlafaxina em Pacientes com Fobia Social (1, 2) (1) Os eventos adversos cuja taxa de relato para cloridrato de venlafaxina foi menor ou igual à do placebo não foram incluídos. Esses eventos são: dor nas costas, depressão, dismenorréia, dispepsia, infecção, mialgia, dor, faringite, erupção cutânea, rinite e infecção no trato respiratório superior. (2) <1 % significa maior que zero, mas menor que 1 %. (3) Principalmente “fogachos”. (4) Principalmente “diminuição do apetite” e “perda do apetite”. (5) Principalmente “sonhos vividos”, “pesadelos” e “aumento de sonhos” (6) Principalmente “visão turva”. (7) Inclui “ejaculação retardada” e “anorgasmia”. (8) A porcentagem baseia-se no número de homens cloridrato de venlafaxina (= 158, placebo = 153). (9) Inclui”orgasmo anormal”e “anorgasmia” (10) A porcentagem baseia-se no número de mulheres cloridrato de venlafaxina (= 119, placebo = 121). Alterações dos Sinais Vitais O tratamento com cloridrato de venlafaxina cápsulas de liberação prolongada por até 12 semanas nos estudos précomercialização e controlados por placebo em transtorno depressivo maior foi associado a aumento final médio durante o tratamento da freqüência de pulso de aproximadamente 2 batimentos por minuto em comparação a 1 batimento por minuto com o placebo. O tratamento com cloridrato de venlafaxina por até 8 semanas nos estudos pré-comercialização e controlados por placebo em Transtorno de Ansiedade Generalizada foi associado a aumento final médio durante o tratamento da freqüência de pulso de aproximadamente 2 batimentos por minuto em comparação a menos de 1 batimento por minuto com o placebo. O tratamento com cloridrato de venlafaxina por até 12 semanas nos estudos précomercialização e controlados por placebo em Fobia Social foi associado a aumento final médio durante o tratamento da freqüência de pulso de aproximadamente 4 batimentos por minuto em comparação à ausência total de alteração com o placebo. (Ver o item “Hipertensão Persistente” em “Advertências” para efeitos sobre a pressão arterial). Em um estudo de dose flexível, com doses de cloridrato de venlafaxina comprimidos no intervalo de 200-375 mg/dia e dose média maior que 300 mg/dia, a pulsação média aumentou cerca de 2 batimentos por minuto em comparação à diminuição de cerca de 1 batimento por minuto com o placebo. Alterações Laboratoriais O tratamento com cloridrato de venlafaxina cápsulas de liberação prolongada por até 12 semanas nos estudos précomercialização e controlados por placebo em transtorno depressivo maior foi associado a aumento final médio durante o tratamento da concentração sérica de colesterol de aproximadamente 1,5 mg/dl em comparação à diminuição final média de 7,4 mg/dl com o placebo. O tratamento com cloridrato de venlafaxina por até 8 semanas e até 6 meses nos estudos pré-comercialização e controlados por placebo em Transtorno de Ansiedade Generalizada foi associado a aumentos finais médios durante o tratamento da concentração sérica de colesterol de aproximadamente 1,0 mg/dl e 2,3 mg/dl, respectivamente, enquanto os indivíduos do grupo placebo apresentaram diminuições finais médias de 4,9 mg/dl e de 7,7 mg/dl, respectivamente. O tratamento com cloridrato de venlafaxina por até 12 semanas nos estudos pré-comercialização e controlados por placebo em Fobia Social foi associado a aumentos finais médios durante o tratamento da concentração sérica de colesterol de aproximadamente 11,4 mg/dl em comparação à diminuição final média de 2,2 mg/dl com o placebo. Os pacientes tratados com cloridrato de venlafaxina comprimidos por, no mínimo, 3 meses nos estudos de extensão controlados por placebo e de 12 meses de duração apresentaram um aumento final médio durante o tratamento do colesterol total de 9,1 mg/dl em comparação à diminuição de 7,1 mg/dl entre os pacientes tratados com placebo. Esse aumento foi dependente da duração no período do estudo e tendeu a ser maior com as doses mais elevadas. Foram relatados aumentos clinicamente relevantes do colesterol sérico, definidos como: 1) aumento final durante o tratamento de colesterol sérico ≥ 50 mg/dl em relação à Fase Basal e para um valor ≥ 261 mg/dl ou 2) aumento médio durante o tratamento de colesterol sérico ≥ 50 mg/dl em relação à Fase Basal e para um valor ≥ 261 mg/dl em 5,3% dos pacientes tratados com a venlafaxina e em 0,0% dos que receberam o placebo. 16.02.06 20:03:52 monografia.indd 20 lançamento comercial e que podem não ter relação causal com o uso da venlafaxina são: agranulocitose, anafilaxia, anemia aplásica, catatonia, anomalias congênitas, creatinina fosfoquinase aumentada, tromboflebite venosa profunda, delírio; anormalidades no ECG como prolongamento do intervalo QT; arritmias cardíacas incluindo fibrilação atrial, taquicardia supraventricular, extra-sístole ventricular e relatos raros de fibrilação ventricular e taquicardia ventricular, incluindo torsades de pointes; necrose epidérmica/Síndrome de Stevens-Johnson, eritema multiforme, sintomas extrapiramidais (incluindo discinesia tardia), hemorragia (incluindo sangramento ocular e gastrintestinal), eventos hepáticos (incluindo elevação de gama glutamil transpeptidase; anormalidade das provas de função hepática não-específicas; dano hepático, necrose ou insuficiência e fígado gorduroso), movimentos involuntários, DHL aumentado, eventos semelhantes à síndrome neuroléptica maligna (incluindo um caso de uma criança de 10 anos que poderia estar tomando metilfenidato, foi tratada e recuperouse), suores noturnos, pancreatite, pânico, prolactina aumentada, insuficiência renal, síndrome da serotonina, sensações elétricas semelhantes a choque (em alguns casos, posteriores à descontinuação da venlafaxina ou à diminuição gradativa da dose) e síndrome da secreção inapropriada de hormônio antidiurético (normalmente em idosos). Houve relatos de níveis elevados de clozapina temporariamente associados a eventos adversos, incluindo convulsões, após a adição da venlafaxina. Houve relatos de aumento do tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ou INR (International Normalized Ratio) quando a venlafaxina foi administrada a pacientes que estavam recebendo tratamento com varfarina. POSOLOGIA A dose inicial recomendada para venlafaxina em cápsulas de liberação controlada é de 75 mg, administrada uma vez por dia (1 x/dia) para o tratamento da depressão, TAG e ansiedade social. Os pacientes que não respondem à dose inicial de 75 mg/dia, em qualquer das três indicações, podem beneficiar-se com o aumento da dose até, no máximo, 225 mg/dia. Embora a dose máxima recomendada seja de até 225 mg/dia para venlafaxina de liberação imediata (cloridrato de venlafaxina - comprimidos), os pacientes de um estudo que sofriam de depressão mais grave responderam a uma dose média de 350 mg/dia (intervalo de 150 a 375 mg/dia). A dose de venlafaxina de liberação controlada pode ser aumentada em intervalos aproximados de 2 semanas ou mais, mas esses intervalos não devem ser menores que 4 dias e a experiência com doses superiores a 225 mg/dia é limitada. Nos estudos de eficácia, elevações de dose eram permitidas a intervalos de 2 semanas ou mais, e as doses médias ficaram no intervalo entre 140 e 180 mg/dia. Os pacientes tratados com venlafaxina comprimidos de liberação imediata podem passar a receber cápsulas de liberação controlada na dose diária equivalente mais próxima. Por exemplo, a dose de 37,5 mg 2x/dia de venlafaxina comprimidos de liberação imediata pode ser trocada pela de 75 mg 1x/dia de venlafaxina cápsulas de liberação controlada. Pode ser necessário ajustar a dose em casos individuais. Recomenda-se a redução gradativa da dose ao descontinuar o tratamento com a venlafaxina. Essa redução deve se estender por, no mínimo, 2 semanas se a venlafaxina tiver sido usada por mais de 6 semanas (ver Reações Adversas). Em estudos clínicos com venlafaxina cápsulas de liberação controlada, o medicamento foi descontinuado gradativamente, reduzindo-se a dose diária até 75 mg a cada semana. O período necessário para a descontinuação gradativa pode depender da dose, da duração do tratamento e de cada paciente individualmente. Recomenda-se a administração de venlafaxina cápsulas de liberação controlada junto com alimentos, aproximadamente no mesmo horário todos os dias. As cápsulas devem ser tomadas inteiras com algum líquido e não devem ser divididas, trituradas, mastigadas ou colocadas em água. • Uso em Pacientes com Insuficiência Renal A dose diária total da venlafaxina deve ser reduzida em 25% a 50% nos pacientes com insuficiência renal com taxa de filtração glomerular (TFG) de 10 a 70 ml/min. A dose diária total da venlafaxina deve ser reduzida em até 50% nos pacientes em hemodiálise. A administração deve ser suspensa até o final da sessão de diálise. • Uso em Pacientes com Insuficiência Hepática A dose diária total da venlafaxina deve ser reduzida em até 50% em pacientes com insuficiência hepática moderada. Em alguns pacientes, reduções maiores que 50% podem ser adequadas. • Uso em Crianças Não há experiência suficiente com o uso de venlafaxina em pacientes com menos de 18 anos (ver Uso Pediátrico e Reações Adversas). • Uso em Idosos Não há recomendação específica para ajuste da dose da venlafaxina de acordo com a idade do paciente. SUPERDOSAGEM Na experiência pós-comercialização, a superdosagem com venlafaxina ocorreu predominantemente em associação a álcool e/ou outros medicamentos. Há relatos de alterações no eletrocardiograma (por exemplo, prolongamento do intervalo QT. bloqueio de ramo, prolongamento do complexo QRS), taquicardia sinusal e ventricular, bradicardia, hipotensão, vertigem, distúrbios de consciência (variando de sonolência a coma), convulsões e morte. • Tratamento Recomendado Recomendam-se medidas gerais de suporte e tratamento sintomático, além de monitorização do ritmo cardíaco e dos sinais vitais. Não se recomenda a indução de vômitos quando houver risco de aspiração. Pode haver indicação para lavagem gástrica caso essa lavagem seja realizada logo após a ingestão ou em pacientes sintomáticos. A administração de carvão ativado também pode limitar a absorção do fármaco. E provável que diurese forçada, diálise, hemopertusão e transfusão de exsangüinação não apresentem benefícios. Não são conhecidos antídotos específicos da venlafaxina. PACIENTES IDOSOS Não se recomenda nenhum ajuste da posologia para pacientes idosos unicamente com base na idade. Entretanto, como com qualquer outro medicamento para o tratamento da depressão ou transtorno de ansiedade generalizada, deve-se tomar cuidado no tratamento de idosos. Ao individualizar a posologia, precauções adicionais devem ser tomadas para aumentar a dose. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA MS - 1.0043.0940 Farm. Resp.: Dr. Jairo de Almeida Utimi - CRF-SP 20 500 EUROFARMA LABORATÓRIOS LTDA Av. Ver. José Diniz, 3.465 São Paulo - SP CNPJ 61.190.096/0001-92 Indústia Brasileira DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA PARA A CLASSE MÉDICA. Outros Eventos Adversos Observados Durante a Avaliação Pré-comercialização de cloridrato de venlafaxina Durante a avaliação pré-comercialização, foram administradas doses múltiplas de cloridrato de venlafaxina a 705 pacientes nos estudos Fase 3 em transtorno depressivo maior e cloridrato de venlafaxina comprimidos foi administrado a 96 pacientes. Durante a sua avaliação pré-comercialização, doses múltiplas de cloridrato de venlafaxina também foram administradas a 1.381 pacientes nos estudos Fase 3 de Transtorno de Ansiedade Generalizada e 277 nos estudos Fase 3 de Fobia Social. Além disso, na avaliação pré-comercialização de cloridrato de venlafaxina comprimidos, doses múltiplas foram administradas a 2.897 pacientes de estudos Fase 2-3 de transtorno depressivo maior. As condições e a duração da exposição à venlafaxina nos dois programas de desenvolvimento variaram muito e incluíram (em categorias sobrepostas) estudos abertos e duplo-cegos, não-controlados e controlados, estudos com pacientes internados (apenas cloridrato de venlafaxina - comprimidos) e ambulatoriais e estudos com dose fixa e titulação de dose. Os eventos indesejáveis associados à essa exposição foram registrados pelos investigadores clínicos utilizando a terminologia de sua escolha. Conseqüentemente, não é possível fornecer uma estimativa significativa da proporção de indivíduos que apresentaram eventos adversos sem primeiro agrupar os tipos semelhantes de eventos indesejáveis em um número menor de categorias padronizadas de eventos. Nas listas a seguir, os eventos adversos relatados foram classificados utilizando a terminologia padrão do Dicionário COSTART. As freqüências apresentadas, portanto, representam a parcela dos 5.356 pacientes expostos a doses múltiplas de quaisquer formulações da venlafaxina que apresentaram um evento do tipo mencionado em, no mínimo, uma ocasião enquanto recebiam a venlafaxina. Todos os eventos relatados estão incluídos, exceto os já relacionados nas Tabelas 2, 3 e 4 e os eventos para os quais a relação com o medicamento era remota. Se o termo COSTART para um evento fosse muito geral e não informativo, era substituído por um termo mais informativo. É importante enfatizar que, embora tenham ocorrido durante o tratamento com a venlafaxina, os eventos relatados não foram necessariamente causados por ela. Os eventos são classificados ainda por sistema corpóreo e relacionados em ordem decrescente de freqüência, utilizando as definições a seguir: eventos adversos freqüentes são definidos como os ocorridos em uma ou mais ocasiões em, no mínimo, 1/100 pacientes; eventos adversos infreqüentes são os ocorridos em 1/100 a 1/1.000 pacientes; eventos raros são os ocorridos em menos de 1/1.000 pacientes. Corpo como um todo - Freqüentes: dor torácica subesternal, calafrios, febre e dor no pescoço; Infreqüentes: edema facial, dano intencional, indisposição, monilíase, rigidez no pescoço, dor pélvica, reação de fotossensibilidade, tentativa de suicídio e síndrome da abstinência; Raros: apendicite, bacteremia, carcinoma e celulite. Sistema cardiovascular - Freqüentes: enxaqueca, hipotensão postural e taquicardia; Infreqüentes: angina pectoris, arritmia, extra-sístole, hipotensão, distúrbio vascular periférico (principalmente pés frios e/ou mãos frias), síncope e tromboflebite; Raros: aneurisma da aorta, arterite, bloqueio atrioventricular de primeiro grau, bigeminismo, bradicardia, bloqueio de ramo, fragilidade capilar, isquemia cerebral, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, parada cardíaca, distúrbio cardiovascular (distúrbio circulatório e da válvula mitral), hemorragia mucocutânea, infarto do miocárdio e palidez. Sistema digestivo - Freqüente: aumento do apetite; Infreqüentes: bruxismo, colite, disfagia, edema da língua, esofagite, gastrite, gastroenterite, úlcera grastrintestinal, gengivite glossite, hemorragia retal, hemorróidas, melena, monilíase oral, estomatite e ulceração na boca; Raros: queilite, colecistite, colelitíase, espasmos esofágicos, duodenite, hematêmese, hemorragia gastrintestinal, hemorragia gengival, hepatite, ileíte, icterícia, obstrução intestinal, parotite, periodontite, proctite, salivação aumentada, fezes amolecidas e descoloração da língua. Sistema endócrino - Raros: bócio, hipertireoidismo, hipotireoidismo, nódulo tireoideano e tireoidite. Sistema linfático e sangue - Freqüente: equimose; Infreqüentes: anemia, leucocitose, leucopenia, linfadenopatia, trombocitenia e trombocitopenia; Raros: basofilia, tempo de sangramento aumentado, cianose, eosinofilia, linfocitose, mieloma múltiplo e púrpura. Metabólico e nutricional - Freqüentes: edema e ganho de peso; Infreqüentes: fosfatase alcalina aumentada, desidratação, hipercolesterolemia, hiperglicemia, hiperlipemia, hipocalemia, TGO aumentada, TGP aumentada e sede; Raros: intolerância ao álcool, bilirrubinemia, uréia sangüínea aumentada, creatinina aumentada, diabetes mellitus, glicosúria, gota, cicatrização anormal, hemocromatose, hipercalcinúria, hipercalemia, hipertosfatemia, hiperuricemia, hipocolesterolemia, hipoglicemia, hiponatremia, hipofosfatemia, hipoproteinemia e uremia. Sistema musculoesquelético - Freqüente: artralgia; Infreqüentes: artrite, artrose, dor óssea, esporões ósseos, bursite, cãibras nas pernas, miastenia e tenossinovite; Raros: fratura patológica, miopatia, osteoporose, osteosclerose, fasciíte plantar, artrite reumatóide e ruptura de tendão. Sistema nervoso - Freqüentes: amnésia, confusão, despersonalização, hipestesia, pensamento anormal, trismo e vertigem; Infreqüentes: acatisia, apatia, ataxia, parestesia perioral, estimulação do SNC, labilidade emocional, euforia, alucinações, hostilidade, hiperestesia, hipercinesia, hipotonia, incoordenação, aumento da libido, reação maníaca, mioclonia, neuralgia, neuropatia, psicose, convulsão, fala anormal e estupor; Raros: acinesia, abuso de álcool, afasia, bradicinesia, síndrome bucolingual, acidente vascular cerebral, sensação de embriaguez, perda da consciência, delírios, demência, distonia, paralisia facial, marcha anormal, Síndrome de GuillainBarre, hipercloridria, hipocinesia, dificuldades para controlar impulso, neurite, nistagmo, reação paranóica, paresia, depressão psicótica, reflexos diminuídos, reflexos aumentados, ideação suicida e torcicolo. Sistema respiratório - Freqüentes: tosse aumentada e dispnéia; Infreqüentes: asma, congestão torácica, epistaxe, hiperventilação, laringismo, laringite, pneumonia e alteração da voz; Raros: atelectasia, hemoptise, hipoventilação, hipoxia, edema da laringe, pleurisia, embolia pulmonar e apnéia do sono. Pele e apêndices - Freqüente: prurido; Infreqüentes: acne, alopecia, unhas frágeis, dermatite de contato, pele ressecada, eczema, hipertrofia cutânea, erupção cutânea maculopapular, psoríase e urticária; Raros: eritema nodoso, dermatite esfoliativa, dermatite liquenóide, descoloração do cabelo, descoloração da pele, furunculose, hirsutismo, leucoderma, erupção cutânea petequial, erupção cutânea pustular, erupção cutânea vesiculobolhosa, seborréia, atrofia cutânea e estrias cutâneas. Sentidos - Freqüentes: anormalidade de acomodação, midríase e alteração do paladar; Infreqüentes: catarata, conjuntivite, lesão corneana, diplopia, olhos ressecados, dor nos olhos, hiperacusia, otite média, parosmia, fotofobia, perda do paladar e defeito do campo visual; Raros: blefarite, cromatopsia, edema conjuntival, surdez, exoftalmia, glaucoma, hemorragia retineana, hemorragia subconjuntival, ceratite, labirintite, miose, papiledema, reflexo pupilar reduzido, otite externa, esclerite e uveíte. Sistema urogenital - Freqüentes: metrorragia*, distúrbio prostático (prostatite e próstata aumentada)*, micção prejudicada e vaginite*; Infreqüentes: albuminúria, amenorréia*, cistite, disúria, hematúria, leucorréia*, menorragia*, noctúria, dor na bexiga, dor nas mamas, poliúria, piúria, incontinência urinária, retenção urinária, urgência urinária e hemorragia vaginal*; Raros: aborto*, anúria, secreção das mamas, inchaço das mamas, balanite*, aumento das mamas, endometriose*, lactação feminina*, mama fibrocística, cristalúria cálcica, cervicite*, orquite*, cisto de ovário*, ereção prolongada*, ginecomastia (homens)*, hipomenorréia*, cálculo renal, dor nos rins, função renal anormal, mastite, menopausa*, pielonefrite, oligúria, salpingite*, urolitíase, hemorragia uterina*, espasmo uterino* e secura vaginal*. *Com base no número de homens e mulheres, conforme o caso. Relatórios Pós-comercialização Os relatos voluntários de outros eventos adversos temporariamente associados ao uso da venlafaxina recebidos desde o 16.02.06 20:03:52 monografia.indd 21 16.02.06 20:03:53 monografia.indd 22 16.02.06 20:03:53 Cód. 505893 - Farma Monografia Venlaxin.2006
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