10 Factos Que Você Deveria Saber Sobre as Aflatoxinas 1 2 4 5 3
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10 Factos Que Você Deveria Saber Sobre as Aflatoxinas 1 As aflatoxinas são compostos altamente tóxicos produzidas por um fungo As aflatoxinas são toxinas produzidas por certos fungos, o mais importante ainda são os Aspergillus flavus e A. parasiticus que ocorrem naturalmente. Essas toxinas se acumulam principalmente nas culturas e grãos nas regiões tropicais. As aflatoxinas ocorrem mais frequentemente no tempo seco, quando as culturas estão perto de amadurecimento, quando a alta humidade está presente durante a colheita, e quando a secagem e o armazenamento de culturas é inadequado. Os países em latitudes entre 40° N e 40° S, que inclui toda a África, são afectados por aflatoxinas. 2 As aflatoxinas têm impacto nas culturas básicas em muitas partes da África No geral, a informação sobre a prevalência de aflatoxinas em África é limitada. Mas dados disponíveis indicam que muitas vezes os níveis de aflatoxina excedem os limites de tolerância estabelecidos nos produtos básicos de milho, amendoim e sorgo. As aflatoxinas podem igualmente entrar na dieta humana através de produtos de origem animal, quando o gado é alimentado por alimentos contaminados. Estima-se que um adulto Africano consome cerca de 400g/pessoa/ dia de alimentos à base de milho, em comparação com menos de 10g/pessoa/dia, em países desenvolvidos, o que aumenta a sua exposição à aflatoxinas. A contaminação por aflatoxinas afecta directamente os alimentos no domicílio e na segurança nutricional e afecta desproporcionalmente os segmentos menos privilegiados da sociedade. Quando o alimento contaminado é retirado da cadeia de suprimentos, por exemplo, isso afecta directamente a quantidade de alimentos disponíveis. Além disso, muitos pequenos agricultores vendem as suas melhores colheitas e consumem quaisquer restos que sejam descoloridos ou mofados, aumentando assim o risco de consumir altos níveis de aflatoxinas. 3 Consumir alimentos contaminados com aflatoxinas tem impactos negativos na saúde dos seres humanos Se as culturas contaminadas com aflatoxinas forem consumidas pelos seres humanos, a intoxicação por aflatoxinas (por exemplo, aflatoxicose) pode ocorrer. A ingestão destas toxinas em níveis muito elevados pode resultar em aflatoxicoses aguda, que é uma falha do fígado que pode conduzir à morte dentro de uma à duas semanas de exposiçãoi. Além disso, as aflatoxinas foram classificadas como cancerígenas humanas pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Cancro. A exposição crónica aos níveis mesmo baixos de contaminação em culturas consumidas regularmente pode causar cancro de fígado e podem suprimir o sistema imunológico. As crianças são afectadas através do leite materno e consumo directo de alimentos de desmame. Alguns especialistas suspeitam uma associação entre a exposição de aflatoxinas e o atraso de crescimentoii infantil. As evidências sugerem igualmente que a exposição crónica às aflatoxinas por pessoas recém-infectadas pelo HIV+ podem suprimir o seu sistema imunológico. 4 As aflatoxinas podem ter impactos económicos negativos e afectar o comércio Muitos países estabeleceram regulamentos para limitar a exposição de aflatoxinas, geralmente variando de 0 detectável a 30 partes por bilião. Quando as culturas não satisfazem a esses padrões, elas podem ser rejeitadas, vendidas por um preço reduzido, ou nem serem vendidas se quer. Muitos países africanos não têm políticas, normas ou regulamentos para controlar as aflatoxinas, e aqueles que os têm não as aplicam devidamente. Actualmente estima-se que a África perde quase 450 milhões de dólares Americanos por ano em comércio perdido devido à contaminação por aflatoxinasiii. Existem igualmente custos associados com a satisfação de padrões – por exemplo, para testes e eliminação ou armazenagem de remessas rejeitadas. As perdas económicas semelhantes podem ocorrer em mercados domésticos se a consciencialização do consumidor sobre o problema levantar-se e/ou se os regulamentos forem tão apertados ou mais rigorosamente cumpridos. Padrões fortes, consistentes e aplicados resultam em melhores benefícios económicos a longo prazo, porque eles suportam mercados maiores e mais estáveis para os produtos livres de aflatoxinas, que incentivem as tecnologias de controlo de aflatoxina e podem resultar numa carga reduzida de doença. 5 A detecção precisa de aflatoxinas a baixo custo é difícil, mas possível As aflatoxinas são difíceis de detectar, sem a utilização de uma tecnologia complexa e de métodos de análise apropriados. A fim de compreender a extensão da contaminação de aflatoxinas e efectivamente incentivar o controlo de aflatoxina, é importante uma distribuição rápida de informação e de alta qualidade sobre a ocorrência de aflatoxinas, mas que infelizmente é insuficiente em África. As ferramentas de diagnóstico precisam de estar disponíveis para medir aflatoxinas em vários pontos ao longo da cadeia de valores, desde a machamba até a mesa. Actualmente, as tecnologias de diagnóstico disponíveis – incluindo as faixas de diagnóstico rápido e de avaliações de absorção ultravioleta - são normalmente caras e não são suficientemente portáteis para serem utilizados no campo. Algumas novas tecnologias promissoras estão a ser desenvolvidas. Estas incluem a espectroscopia infravermelha próxima, um “nariz electrónico” que pode prever e semi-quantificar os níveis de aflatoxina e podem estar disponíveis num telefone celular, e de papel microfluídica que utiliza papel barato e com capacidade de impressão para desenvolver um “laboratório em papel.” No entanto, as novas ferramentas de diagnóstico adequados são necessárias para que os pesquisadores, os reguladores, os decisores do governo e do sector privado possam endereçar eficazmente o controlo das aflatoxinas. 6 As boas práticas agrícolas no plantio, colheita, pós-colheita e processamento podem reduzir contaminação por aflatoxinas Uma série de práticas agrícolas existentes pode reduzir a contaminação por aflatoxinas ou de prevenir que níveis baixos se tornem problemáticos. Durante o plantio, os agricultores podem utilizar materiais de plantio resistentes à aflatoxinas, inclusive os desenvolvidos, tanto através do melhoramento convencional e transgénicos. Os produtos de controlo biológico, como aflasafe™, foram comprovados de reduzir os fungos produtores de aflatoxinas no solo através da utilização de cepas nativas, não produtoras de aflatoxinas de A.flavus que concorrem com as cepas tóxicas. A irrigação, as fungicidas, herbicidas, e insecticidas podem resultar em melhorias globais na saúde da planta (por reduzir o stress da planta), consequentemente na resistência ao fungo produtor de aflatoxina. Após a colheita, a contaminação pode ocorrer se a cultura não for imediatamente seca ou se ela for armazenada ainda muito húmida. Uma vez que as culturas forem colhidas, as medidas para controlar o teor de humidade, tais como as técnicas de secagem solar e de colocação de culturas em lonas, pode prevenir o aumento de contaminação. Antes do armazenamento, é importante a triagem e descarte de culturas com falhas e com deformidades físicas, tais como mofo visível ou conchas danificadas. A separação de grãos infestados por insectos na colheita pode igualmente reduzir a contaminação, como poderá melhorar o armazenamento. Cuidados adicionais durante o transporte, processamento e distribuição para manter as culturas secas é importante e podem concorrer em prol do desenvolvimento de produtos agrícolas seguros. 7 Os indivíduos podem tomar várias medidas para reduzir a exposição e minimizar o impacto Um passo muito simples que as pessoas podem tomar para reduzirem o risco de se expor às aflatoxinas é de diversificar a sua dieta, sempre que possível. O arroz, sorgo e milheto tem contaminação por aflatoxinas significativamente menor. Uma família que consome uma dieta variada reduz a sua ingestão diária e de longo prazo de aflatoxinas, bem como diminui a sua dependência em produtos que podem estar contaminados por aflatoxinas. Suspeita-se que a hepatite B e aflatoxina têm um efeito sinérgico, resultando em maior risco de impactos negativos de ambas as aflições. Portanto, os indivíduos que estão em risco de estarem expostos a aflatoxinas deveriam receber a vacina contra a hepatite B para se prevenir da hepatite B, o que irá reduzir qualquer efeito combinado de aflatoxina. 8 É necessário uma acção política Os regulamentos podem providenciar incentivos para as tecnologias de controlo de aflatoxinas através da demanda de alimentos livres de aflatoxina. Portanto, são imprescindíveis políticas, normas e padrões efectivos para estabelecer uma base regulamentar robusta para lidar com questões de aflatoxinas. Constitui um imperativo as normas específicas de cada país, que representam os padrões de consumo e que edifiquem sobre os quadros regulatórios existentes, tais como as apresentadas pelo Acordo Sanitário e Fitossanitário da Organização Mundial do Comércio e da Comissão do Codex Alimentarius. É igualmente necessário um apoio adequado para o cumprimento e execução com os códigos regulatórios nacionais. As abordagens abrangentes, multissectoriais são necessárias para controlar o problema complexo de aflatoxina e melhorar a saúde, a renda e subsistência dos agricultores, das famílias de agricultores e de consumidores africanos. As acções são necessárias em todos os níveis (nacionais, regionais e continentais) no sentido de reduzir a prevalência de aflatoxinas e a exposição em África. 9 Precisa-se de mais pesquisa Enquanto se sabe muito sobre as aflatoxinas, uma pesquisa adicional é necessária sobre a prevalência, impacto e tecnologias de controlo. As informações sobre a prevalência de aflatoxinas em toda a África pode ajudar os decisores, reguladores e autoridades de saúde pública à intervenções direccionadas. A Parceria para o Controlo de Aflatoxina em África (PACA) está a trabalhar para atender a essa necessidade através da criação de um sistema de gestão electrónica de dados, incluindo um mapa de prevalência de aflatoxinas online para a África, por meio do Sistema de Gestão de Informação de Aflatoxina para África (AfricaAIMs). A AfricaAIMs irá trabalhar com parceiros e formar equipas dos países para colher e inserir dados directamente relevantes para os decisores políticos e outros intervenientes em escalas múltiplas. É igualmente necessária uma pesquisa adicional sobre as novas tecnologias para controlar aflatoxinas ao longo das principais cadeias de valores. Isso poderia incluir a pesquisa adicional sobre materiais de plantio resistentes à aflatoxinas, técnicas de armazenamento e secagem, e outras técnicas de processamento comerciais. Os esforços de desenvolvimento e comercialização de produtos de controlo biológico locais e regionais deveriam igualmente serem aprofundados. A pesquisa é igualmente necessária sobre a eliminação e utilização alternativa segura de produtos perigosos, como por exemplo os biocombustíveis ou em rações misturadas. As rações misturadas podem estar de acordo com as normas de segurança de rações acabadas, que podem ter níveis ligeiramente mais elevados de aflatoxina sem prejudicar os animais. Finalmente, uma série de questões políticas e regulatórias poderiam se beneficiar da recolha adicional de informação. A informação sobre os impactos da regulamentação e como incentivar de forma mais eficaz a produção de culturas seguras é importante. Por exemplo, as normas nacionais de segurança alimentar ajustadas poderiam ser baseadas em faixas de consumo de diferentes produtos, que considera o nível de tolerância do consumidor. 10 O trabalho já está sendo feito em prol de uma África livre dos efeitos nocivos de aflatoxinas Muitas organizações estão a trabalhar para melhorar o nosso conhecimento sobre as aflatoxinas, identificar as tecnologias inovadoras que impeçam a contaminação, ampliar e partilhar as tecnologias existentes, e coordenar as acções políticas. A PACA é uma colaboração que visa proteger as culturas, gado e pessoas dos efeitos de aflatoxinas, proporcionando liderança e coordenação de esforços de controlo de aflatoxina de África, agindo principalmente como catalisador, facilitador, corrector de parceria e de conhecimentos, promotor do projecto, e centro de processamento de informação. A PACA irá igualmente defender a criação de políticas públicas e instituições capazes, defender o aumento do investimento, bem como a mobilização de recursos e, em última análise, deve agir como formador de subvenção para apoiar as actividades prioritários de controlo de aflatoxina. Numerosos financiadores públicos e privados estão a apoiar projectos de pesquisa, prevenção, e de controlo de contaminação por aflatoxinas. Uma gama variada de actividades estão catalogadas num mapa interactivo de actividades de controlo de aflatoxinas em toda a África, disponível no site: www.aflatoxinpartnership.org/?q=activities-in-africa Juntos podemos trabalhar em prol de uma visão de África livre dos efeitos nocivos de aflatoxinas.