Jornal de Setembro 2009
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Jornal de Setembro 2009
Quarta-feira, 30 de Setembro de 2009 Ano I Nº 5 Periocidade Bimestral Director A. Soares Carneiro www.rotary.pt NA PRÓXIMA HORA PESSOAS VÃO MORRER DE FOME 2 EDITORIAL SETEMBRO > OUTUBRO 2009 ROTARY EM ACÇÃO Angariação de fundos no Casino da Póvoa Editorial Dia Mundial da Pólio A. Soares Carneiro Director “O controlo sobre os meios de subsistência de um homem equivale a um controlo sobre a sua vontade”. Alexander Hamilton, in “O Federalista, 79” Num discurso proferido há mais de quinze anos na Universidade de Harvard, o ex-Presidente da República Checa, Václav Havel, afirmou que “a principal tarefa dos políticos é assumir a parte da responsabilidade que lhes cabe relativamente ao futuro a longo prazo do mundo. A sua responsabilidade é pensar de forma audaz, não temer o desfavor da multidão, inbuir os seus actos de uma dimensão espiritual; explicar as vezes que forem necessárias – tanto ao público como aos colegas – que a política não se pode limitar a reflectir os interesses de grupos particulares ou de lobbies. A política existe para servir a sociedade, o que significa que é moral aplicada”. Extrapolando estas palavras para os dias de hoje podemos constatar que os políticos de todo o Mundo não têm cumprido bem a sua tarefa! De facto vivemos num tempo em que: • O rendimento de 5% dos habitantes mais ricos é cerca de 100 vezes superior ao rendimento de 5% dos indivíduos mais pobres; • 1% das pessoas mais ricas do Planeta detém 40% da riqueza global enquanto ½ da população mais pobre só é dona de 1% dessa riqueza; • O Continente Africano tem 10% da população do Globo e apenas 1% da riqueza Mundial; • A Europa tem 14% da população Mundial e 30% da riqueza do Globo; • 20 a 25 mil pessoas morrem todos os dias de fome: 1000 Pessoas por hora, 17 Pessoas a cada minuto que passa. Neste mundo gritantemente desigual, em que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, já não é bastante uma política de subsídios sistemáticos pois estes, por definição, apenas minoram as situações de privação mas não resolvem a pobreza. Servem de alívio ao sofrimento mas não chegam para erradicar a pobreza. Ora se todos nascemos iguais e temos “direito à vida, à liberdade e à felicidade”, este estado de coisas não pode continuar por muito mais tempo mas, por isso, além dos Políticos, todos nós temos de estar dispostos a prescindir um pouco do muito que temos. Será que todos e cada um de nós está disposto a isso ou preferimos continuar a olhar para o lado, fazendo de conta que o nosso bairro representa todo o mundo. Porto, Setembro de 2009 No dia 24 de Outubro assinala-se o Dia Mundial da Pólio. O Rotary pretende assinalar o dia, começando por incentivar os seus clubes a realizarem iniciativas e acções concretas que contribuam para a erradicação da Poliomielite e que permitam dar a conhecer este que é o maior projecto de Rotary. Na sequência deste incentivo, o Casino da Póvoa do Varzim vai receber um jantar com variedades no dia 31 de Outubro de 2009, sábado, pelas 20h00, cuja receita reverterá totalmente a favor da Pólio. A organi- zação está a cargo de Álvaro Gomes, Presidente da Comissão Distrital da Rotary Foundation, em articulação com o Governador Manuel Cordeiro e com o apoio e organização do Rotary Club de Santo Tirso. Aos três clubes com mais participantes serão atribuídos Títulos Paul Harris. Desde 1985 o Rotary ajuda a reduzir a incidência da pólio em todo o mundo. Após anos de árduo trabalho, a erradicação está cada vez mais próxima. Falta um último esforço para acabar com ela de uma vez por todas. Só assim Rotary con- seguirá arrecadar US$ 200 milhões para equiparar parte dos US$ 355 milhões da doação da Fundação Bill e Melinda Gates. O total de US$ 555 milhões, será totalmente aplicado em campanhas de imunização nos países onde a pólio ainda se faz sentir e que são: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Enquanto a pólio continuar a ser uma ameaça para uma única criança, todas estarão em risco. O custo total das doses de vacina necessárias à imunização de uma criança é apenas de sessenta centavos de dólar. Nota Para que o Rotary em Acção passe a ser a voz de todos os rotários de Portugal, passam a ter à disposição o endereço electrónico [email protected], para onde podem enviar notícias dos clubes, eventos programados e todas as outras informações que desejarem. Este endereço passa a servir também para envio de conteúdos para a página oficial do Rotary em Portugal. Ficha Técnica Propriedade: Fundação Rotária Portuguesa NIF: 501129081 Morada: Rua João Machado, 100 - 3º, Salas 303/304, 3001-903 Coimbra; Governadoria Clubes Rotários Distrito 1960 NIF: 507476271 Morada: Rua Gil Vicente 26B 2970-305 Sesimbra; Associação das Governadorias do Distrito Rotário 1970 NIF: 508573947 Morada: Avenida Visconde Barreiros, 160, 3º Edição: Gabinete de Comunicação e Imagem do Rotary em Portugal. Director: A. Soares Carneiro Design: Padrão Certo Paginação: O Progresso Redacção: Ana Lima e Valdemar Jorge Colaboradores: Daniel Serrão Impressão: Diário do Minho Tiragem: 5000 exemplares Periodicidade: Bimestral Contactos: [email protected], Tels.: 239 823 145 / 239 834 348, Fax: 239 837 180. Depósito Legal: 290346/09 Publicação Periódica nº 125744. SETEMBRO > OUTUBRO 2009 DESTAQUE ROTARY EM ACÇÃO 3 Setembro, Mês das Novas Gerações Os mais jovens e o futuro Setembro é o mês dedicado às Novas Gerações. Numa altura em que o Rotary define o seu futuro, os mais jovens parecem ter um papel cada vez mais preponderante. Ao mesmo tempo, o futuro dos mais jovens está cada vez mais na ordem do dia. O Rotary em Acção falou com as representantes distritais de Rotaract e Interact para saber o que pensam do papel das Novas Gerações no Rotary, qual a relação com as restantes gerações e de que forma vêm o futuro, dentro e fora de Rotary. “O que nos faz permanecer é exactamente a vontade de fazer cada vez mais” Iolanda Lima, Interact do Distrito 1970 Ângela Barros, Rotaract do Distrito 1970 “Penso que somos ainda muito interventivos e nada acomodados” Qual acredita ser o papel do Rotaract no movimento rotário? Definir o papel do Rotaract no movimento rotário é, a meu ver, Qual acredita ser o papel do Rotaract no movimento rotário? Eu penso que o Interact tem um papel muito importante no movimento rotário, na medida em que, em primeiro lugar mostra o seu espírito jovial e a sua vontade de fazer cada vez mais “dando de si antes e uma tarefa algo complexa. Embora sejamos “apenas” mais um dos inúmeros programas de Rotary International, é inegável, e penso que consensual, de que é também um dos programas com maior relevo e impacto a nível mundial. Não acredito, como é por muitos defendido, de que seja uma “antecâmara” para um Rotary Club, embora considere fundamental que exista esta possibilidade, caso seja do desejo dos Rotaractistas, e mais do que ser uma “possibilidade”, seja algo normal e natural. O Rotaract é um dos melhores meios para Rotary International passar os seus ideais, através da pensar em si”, permitindo dar a conhecer este lado do movimento. O lado em que Rotary funciona como uma pequena “escola”, ensina os jovens a serem melhores cidadãos e a serem melhores líderes no futuro. Qual é a relação com as gerações mais velhas? A relação com as gerações mais velhas é muito boa, aliás só pode ser saudavél porque o movimento formação de jovens, que é um dos objectivos do programa. Mas eu, pessoalmente, gosto de considerar o Rotaract como umas das facetas mais dinâmicas e dinamizadoras do movimento. Qual é a relação com as gerações mais velhas? A relação com as gerações mais velhas é em minha opinião cada vez mais salutar. Assistimos a um reconhecimento do trabalho que é desempenhado diariamente por todos os Rotaractistas, e o acolhimento que nos é feito, sinto-o eu, tem sido excelente. Penso que o rejuvenesci- rotário tem como seu pilar o companheirismo, e só funciona como uma família rotária, ou seja, com o apoio de todos, os clubes de Interact conseguem ganhar a sua base sólida. Como vê os jovens de hoje? De que forma vêm o futuro? Os jovens de hoje em dia são solicitados de diversas formas, o que leva a que por vezes as boas causas sejam postas de parte, mento a que gradualmente se assiste em muitos dos clubes rotários também contribui para um melhor relacionamento entre gerações, esbatendo-se as clivagens a que noutros tempos se assistia. E existe também cada vez mais da parte dos jovens a consciência de que deve também partir deles algum esforço no sentido de promover um relacionamento o mais próximo possível, pois daí só resultarão vantagens para todos. Como vê os jovens de hoje? De que forma vêm o futuro? Confesso que a minha visão dos transmitem-nos através da acção nas suas comunidades, pois os jovens são por norma activos, criativos e interventivos e esta força é o motor que faz a roda girar. Sara Fernandez, Interact do Distrito 1960 “Os jovens são incentivados pelo tipo de actividades que realizamos” Qual acredita ser o papel do Interact no movimento rotário? Na minha opinião, o Interact divulga o movimento rotário no meio dos mais jovens, tentando conseguir algum interesse por parte dos mesmos em ingressar no movimento. Qual é a relação com as gerações mais velhas? Em geral, os clubes mais jovens têm uma relação de confiança e respeito para com as gerações mais velhas, sendo considerados como alguém a quem podemos recorrer quando necessitamos de ajuda, e não só. Como vê os jovens de hoje? De que forma vêm o futuro? Sendo eu um deles, é-me um pouco difícil avaliar esta geração. No entanto, sinto que é necessário por vezes encaminhar, divulgar e informar sobre diferentes assuntos e situações. Eu como jovem, tenho um objectivo de vida, que pretendo seguir, independentemente de o atingir ou não. Porém, outros jovens haverá que ainda procuram esse mesmo objectivo, sendo por isso o seu futuro ainda mais incerto. Rita Pedro, Rotaract do Distrito 1960 “Os jovens de hoje não se preocupam muito com o Futuro” Qual acredita ser o papel do Rotaract no movimento rotário? O Rotaract tem um papel crucial no Movimento Rotário, pois é nas Novas Gerações que está o Futuro de Rotary. Os Rotários nunca se devem esquecer que ao investir nas Novas Gerações estão a investir no Futuro do Movimento Rotário. Os jovens que constituem o Rotaract aprendem os ideais de Rotary e Qual é a relação com as gerações mais velhas? As dificuldades de relacionamento, que por vezes existem, com as gerações mais velhas partem sobretudo da resistência que os mais velhos têm em aceitar a mudança e a irreverência, tão características da juventude. Mudar é positivo, é sinal que há evolução. É importante que as gerações mais velhas aceitem os jovens e lhes transmitam a sua experiência e os seus ensinamentos, pois só assim haverá uma continuidade do trabalho efectuado ao longo de gerações. Há alturas em que é necessário deixar andar no terreno quem tem melhores pernas para correr, mas é fundamental apostar na coordenação das iniciativas dos jovens. contudo ainda existem jovens como os interactistas e rotaractistas que mostram a todos que se conseguem intervir localmente para o melhor da nossa comunidade. Cabe agora ao Interact, levar o seu lema mais além e mostrá - lo para que no futuro se formem jovens melhores. E também para fazer justiça ao lema de Rotary: “O Futuro de Rotary está nas nossas mãos”. jovens de hoje em dia não é uniforme. Mas contrariamente ao que por vezes se diz, penso que somos ainda muito interventivos e nada acomodados! Não posso nunca assumir que a nossas gerações sejam amorfas e desmotivadas quando vejo tantos jovens a agirem, não só no movimento rotário como em diferentes áreas da sociedade civil. Penso até que o nosso futuro está neste momento mais comprometido sobretudo por acções de gerações mais velhas, mas penso também que existe vontade de mudança e de compromisso com um ideal para tornar o futuro…um futuro melhor para todos! Como vê os jovens de hoje? De que forma vêm o futuro? Os jovens de hoje não se preocupam muito com o Futuro, procuram viver os seus dias de forma intensa e despreocupada. A informação está à distância de um click e as relações de hoje são globais e internacionais. É cada vez mais difícil motivar os jovens para realizarem actividades de rua, pois através da Internet podem ir a qualquer lado sem sair do conforto das suas casas. O Rotaract, como Movimento Internacional que é, tem hoje o seu trabalho facilitado, pois a informação, o conhecimento e a acção beneficiam em muito das novas tecnologias. É no entanto fundamental que o Rotaract sensibilize as comunidades onde está inserido para a intervenção que é, e continuará a ser, necessária, pois a miséria, a exclusão social e a guerra continuam a ocupar as agendas políticas e o Movimento Rotário. 4 DESTAQUE SETEMBRO > OUTUBRO 2009 ROTARY EM ACÇÃO Dia Internacional da Erradicação da Pobreza Mais de 25 mil pessoas morrem de fome todos os dias Um dos últimos dias do mês de Setembro de 2009. A tarde vai a meio. Hoje já morreram mais de vinte mil pessoas de fome. E o dia ainda tem muitas horas. Diariamente morrem milhares de pessoas por não terem com que se alimentar. Homens, mulheres e acima de tudo crianças morrem no meio de uma pobreza extrema, numa realidade que diariamente ignoramos e que muitas vezes está mesmo ao nosso lado. Dia 17 de Outubro comemorase o Dia Internacional de Erradicação da Pobreza e o Rotary faz questão de assinalar esta data. É importante conhecermos os números, enfrentarmos a realidade, mas mais importante é saber o que fazer para contribuir para a erradicação da pobreza. O Rotary tem vários planos em acção, ao qual todos se podem aliar e contribuir das mais diferentes formas. A alfabetização está também no centro das acções do Rotary, por se tratar de uma das questões que mais contribui para a erradicação da pobreza, e por isso é também importante analisar as acções neste campo. Segundo dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, bastaria 1 por cento do rendimento mundial para cobrir todo o custo da erradicação da pobreza material do mundo. O Fórum da Aliança Mundial das Cidades Contra a Pobreza - AMCCP -, criada no início da Década das Nações Unidas para a Erradicação da Pobreza (1997 a 2006), lembra que “desde 1960, a taxa de mortalidade infantil nos países em vias de desenvolvimento foi reduzida em mais da metade. Nos últimos 50 anos, a pobreza diminuiu mais rapidamente do que nos 500 anos precedentes. Alcançaram-se mais ganhos nos países em vias de desenvolvimento nos últimos 30 anos do que no mundo industrializado”. No entanto, muito trabalho há ainda pela frente. Nos países em vias de desenvolvimento, mais de um bilhão de pessoas carecem de habitação adequada e estima-se que 100 milhões estejam sem abrigo; mais de 840 milhões de adultos são analfabetos e destes, 538 milhões são mulheres, praticamente dois terços dos analfabetos adultos; um quinto da população destes países não têm expectativa de vida além dos 40 anos de idade e meio milhão de mulheres morrem, anualmente, durante o parto, um índice 10 a 100 vezes mais elevado do que nos países industrializados. As mulheres e os seus dependentes constituem 80 por cento dos 18 milhões de refugiados em todo o mundo. Nos países industrializados, mais de 100 milhões de pessoas vivem abaixo do nível de rendimento da pobreza; mais de cinco milhões não têm abrigo e 37 milhões são desempregados. Quanto às crianças, 160 milhões são moderada ou severamente subnutridas e 110 milhões delas não recebem educação primária. Cerca de 1 bilhão e 200 milhões não têm acesso a água potável e, a cada ano, sete milhões morrem de doenças contagiosas curáveis e parasitárias. Medidas possíveis Não é fácil calcular o valor necessário para colmatar todas estas dificuldades. No entanto, algumas comparações são possíveis: O efectivo alívio da dívida dos 20 países mais pobres do mundo custaria 5,5 bilhões de dólares, o equivalente ao custo da construção da Euro Disney; o fornecimento de educação básica para todos custa menos do que se gasta com o consumo de gelados na Europa. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento aponta algumas causas que “dificultam a recuperação dos pobres: A ausência de ordenamento do território, a existência de aglomerados populacionais informais, a má qualidade da habitação, a falta de estradas, as ligações ilegais às redes de abastecimento de electricidade, a inexistência de seguros, a falta de educação e informação”. O PNUD apontou, também, algumas medidas que deveriam ser implantadas: 1ª - Combate ao analfabetismo; 2ª - Aumento da capacidade de emprego; 3ª - Prestação de assistência sanitária; 4ª - Criação de grupos de mediação cons- tituídos de cidadãos; 5ª - Financiamento do investimento social através da emissão de obrigações municipais e mecanismos de reembolso previamente estabelecidos; 6ª - Recuperação das zonas degradadas das cidades; 7ª - Definição de uma abordagem participativa; 8ª - Introdução de impostos simbólicos de reduzido valor, destinados ao financiamento da solidariedade internacional. SETEMBRO > OUTUBRO 2009 DESTAQUE ROTARY EM ACÇÃO 5 Definições e Consequências da Pobreza O que é, onde está, e porque subsiste a pobreza Carência material, falta de recursos económicos, carência Social. Muitas são as explicações sobre o que é pobreza. A palavra “pobre” veio do latim “pauper”, que vem de pau (pequeno) e pario (dou à luz) e originalmente referir-se-ia a terrenos agrícolas ou gado que não produziam o desejado. Apesar da pobreza mais severa se encontrar nos países subdesenvolvidos esta existe em todas as regiões. Nos países desenvolvidos manifestase na existência de sem-abrigo e de subúrbios pobres. A pobreza pode ser absoluta ou relativa. A pobreza absoluta refere-se a um nível que é consistente ao longo do tempo e entre países. O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1 dólar por dia e pobreza moderada como viver com entre 1 e 2 dólares por dia. Estima-se que 1 bilhão e 100 milhões de pessoas a nível mundial tenham níveis de consumo inferiores a 1 dólar por dia e que 2 bilhões e 700 milhões tenham um nível inferior a 2 dólares. A percentagem da população dos países em desenvolvimento a viver na pobreza extrema diminuiu de 28 para 21 por cento entre 1990 e 2001. Essa redução deu-se fundamentalmente na Ásia Oriental e do Sul. Na África sub-saariana o PIB per capita diminuiu 14 por cento e o número de pessoas a viver em pobreza extrema aumentou de 41 para 44 por cento entre 1981 e 2001. Outras regiões conheceram poucas ou nenhumas melhorias. Outros indicadores relativos à pobreza estão também a melhorar. A esperança de vida aumentou subs- tancialmente nos países em desenvolvimento após a segunda guerra mundial e diminuíram a diferença face aos países desenvolvidos onde o progresso foi menor. Entre 1950 e 1999 a literacia mundial aumentou de 52 para 81 por cento, tendo o crescimento da literacia feminina sido responsável pela maior parte da melhoria. Causas e consequências da Pobreza A pobreza não resulta de uma única causa mas de um conjunto de factores: político-legais, económicos, sócio-culturais, naturais, problemas de Saúde, factores históricos ou de insegurança. Muitas das consequências da pobreza são também causas da mesma, criando o ciclo da pobreza: Fome, Baixa esperança de vida, Doenças, Falta de oportunidades de emprego, Carência de água potável e de saneamento, Maiores riscos de instabilidade política e violência, Emigração, Existência de discriminação social contra grupos vulneráveis, Existência de pessoas sem-abrigo, Depressão. Programas de Rotary para a Alfabetização Pobreza e analfabetismo de mãos dadas Há dois biliões de pessoas no mundo que não sabem ler, escrever ou fazer operações aritméticas simples. O analfabetismo é a raiz da pobreza, um dos maiores obstáculos para a auto-suficiência económica, e calcula-se que cerca de um terço da população mundial não sabe ler nem possui os conhecimentos aritméticos necessários para manter um emprego ou conseguir outro melhor. É por isso que a alfabetização é um passo essencial na luta contra a pobreza. No topo das prioridades da alfabetização estão as mulheres, que representam dois terços dos analfabetos do mundo, sendo que nos países subdesenvolvidos, a população feminina não tem ainda acesso à educação. E, de acordo com o pensamento rotário, uma mãe que sabe ler ensina os seus filhos, ajudando assim a romper com o ciclo de pobreza que aprisiona a família. No entanto, se 90 por cento dos analfabetos de todo o mundo se situam em países em desenvolvimento, também não deixa de ser uma realidade que um terço dos adultos de sociedades desenvolvidas não sabe ler o suficiente para entender receitas médicas ou preencher formulários de pedido de emprego. O que faz o Rotary Rotary Clubs de todo o mundo estão empenhados na luta contra o analfabetismo. Já em 1985, o Rotary International havia declarado que a alfabetização básica é uma condição fundamental para alcançar a paz, promovendo por isso vários projectos relacionados com o assunto. E que já deram muitos frutos, sendo que mais de metade dos rotários do mundo estão a apoiar actividades relacionadas com o combate ao analfabetismo, promovendo a educação primária, o ensino profissional, a formação de professores e o ensino a adultos. Educação Primária: - Na Tailândia, o Rotary lançou um projecto que reduziu consideravelmente o nível de reprovação escolar. O programa foi de tal forma bem sucedido que acabou por ser adoptado pelo Governo daquele país. - O Rotary Club de Dhaka, no Bangladesh e o Rotary Club de Footscray, na Austrália, lançaram um projecto que utiliza o comprovado método de alfabetização conhecido como Concentrated Language Encounter nas escolas do ensino básico de Dhaka. - O Rotary Club de HonoluluSunrise, no Havai lançou a campanha “Leia para mim”, utilizando a comunicação social no sentido de incentivar os adultos a ler para os seus filhos. - Na França, os rotários criaram o Programa de Alfabetização para Crianças Socialmente Deficientes. - Rotários do Canadá e da Índia estabeleceram o Bombay Pavement College, que alfabetiza e oferece formação profissional a crianças de rua. Alfabetização de Adultos: - Nos Estados Unidos, os Rotary Clubs do estado da Geórgia apoiam o Centro de Alfabetização de Adultos Gainsville, pagando o salário dos professores, oferecendo bolsas de estudos e obtendo 6 DESTAQUE contribuições das empresas locais. - Oito Rotary Clubs de El Salvador colaboram com o Ministério Nacional da Educação num programa de cinco anos de duração, que estabelece uma rede de centros de alfabetização onde leccionam alunos de segundo grau de escolas locais Universidades Seniores Há mais de mil idosos apoiados SETEMBRO > OUTUBRO 2009 pelas Universidades Seniores, patrocinadas por Clubes Rotários Portugueses. São mais de 150 professores que disponibilizam, todos os anos gratuitamente, mais de 20 mil horas do seu trabalho em prol dos mais idosos nas suas comunidades. Esta é uma das melhores terapias para combater o isolamento e a solidão que hoje afligem milhões de pessoas. ROTARY EM ACÇÃO A educação para o futuro Alguns Programas Educacionais do Rotary: IGE (Intercâmbio de Grupos de Estudo) – Programa que financia a viagem de equipas integradas por não rotários, com as mais variadas profissões. Desde 1965, cerca de 46 mil pessoas de mais de 100 países participaram no programa, com um custo superior a 64 milhões de euros. Bolsas educacionais da Rotary Foundation – É um dos maiores programas de bolsas internacionais no mundo, ao conceder aos beneficiários oportunidades para empreender estudos no exterior e actuar como “embaixadores da boa vontade”. Desde o seu lançamento em 1947, mais de 36 mil estudantes de cerca de 110 países receberam estas bolsas, o que repre- senta um investimento aproximado de 340 milhões de euros. Subsídios Rotary para Professores Universitários – São concedidos a professores de nível superior para que leccionem em países em desenvolvimento por períodos de 3 a 10 meses. Desde 1985, quase 400 professores universitários já emprestaram os seus talentos a estabelecimentos de ensino de nações em desenvolvimento. O que o Rotary pode fazer: Com 800 euros de doação à Rotary Foundation proporciona: - A construção de um poço artesiano na Índia e distribuição de água potável a mais de 300 pessoas. - Próteses para 25 deficientes físicos na Índia, no Camboja, Vietname ou em África. - Visão a 120 pessoas após operações a cataratas - Equipamentos para uma cozinha para um orfanato no Peru - Material para tratamento de pa- rasitoses e anemia a crianças carentes no Brasil - 2000 doses de vacinas contra a Poliomielite - A 10 famílias tornarem-se autosuficientes com recurso ao micro-crédito para programas de treino profissional e pequenos negócios - Mensalidades e livros para 20 crianças no Quénia estudarem durante um ano - Alimentos para duas crianças na Guatemala durante 10 meses. Pobreza em Portugal De acordo com os dados disponíveis, cerca de 20 por cento da população portuguesa encontrava-se em 2001 em risco de pobreza (15% na UE). Os valores apresentados são calculados após ter em conta o efeito da actividade redistributiva do Estado, que se estima atenue o risco de pobreza em Portugal em 4 pontos percentuais. De facto, com base no rendimento sem ter em consideração as transferências sociais, estima-se que 24% da população se situaria abaixo da linha de pobreza. Portugal regista a maior assime- tria na distribuição dos rendimentos da EU. Portugal observou em 2001 a mais acentuada desigualdade da distribuição do rendimento (37%), medida pelo coeficiente de Gini, quando comparado com os parceiros comunitários. Portugal é seguido pela Espanha e Grécia (33% em ambos) e ainda pelo Reino Unido (31%). A maior equidade, traduzida por este indicador, observa-se na Dinamarca (22%), Áustria, Finlândia e Suécia (24%), estimando-se para a globalidade da UE15 um coeficiente de 28%. (www.ine.pt) Hoje - 4 biliões de pessoas vivem com menos de dois dólares por dia - 600 milhões a um bilião sofrem de desnutrição - 20 mil morrem por dia de fome - 1 bilião não tem água potável - 1 bilião de pessoas vivem em favelas (1/6 da população mundial) - 2 biliões (1 em 3) não sabem ler nem escrever - 42 milhões de pessoas são seropositivas e milhões têm tuberculose, malária e doenças infecciosas A Fome no Mundo - 840 milhões de pessoas sofrem de subnutrição crónica. - Entre elas, 200 milhões de crianças menores de cinco anos padecem de deficiência aguda e crónica de proteínas e energia. - Nas últimas 3 décadas, a nível mundial, a produção de alimentos aumentou a um ritmo mais rápido do que a população. No entanto, no mundo em desenvolvimento, só uma em cada cinco pessoas tem acesso ao mínimo necessário para satisfazer as suas necessidades alimentícias básicas. - 20 mil morrem por dia de fome Programas do Rotary: Ensinar a produzir O conselho director do Rotary International resolveu dar alta prioridade ao combate à fome no mundo, insistindo nos projectos de assistência aos idosos e às mães com crianças pequenas. Uma das primeiras iniciativas do Rotary foi a “Semana dos Meninos e Meninas” patrocinada pelo Rotary Club de Nova York, nos EUA, em 1919. A iniciativa pioneira de oferecer merenda escolar foi a precursora dos programas de pe- queno-almoço e almoço nas escolas da rede pública. Projectos 3-H (Health, Hunger and Humanity) Subsídios “Saúde, Fome e Humanidade” 3-H – Financiam projectos de grande porte, de um a três anos de duração, que combatem a fome, melhoram as condições de saúde ou promovem o desenvolvimento humano. Subsídios de planeamento de projectos 3-H – subvencionam actividades de planeamento conduzidas por Rotary Clubs e Distritos com a finalidade de implementar projectos 3-H de grande porte e impacto significativo. Prioridade à Fome O conselho director do Rotary International resolveu dar alta prioridade ao combate à fome no nosso planeta. O programa “Saúde, Fome e Humanidade” (3-H) da Rotary Foundation outorga subsídios de grande vulto para projectos internacionais que visem melhorar as condições de saúde, aliviar a fome e promover o desenvolvimento como melhoria da qualidade de vida através do aumento da capacidade de auto-suficiência. Saúde Pública Muitos clubes e distritos travam lutas contra a malária, tuberculose, cegueira, sarampo, raiva ou sida. No entanto, o Rotary tem consciência de que a saúde passa também pelo bem-estar psicológico. A intervenção do Rotary na saúde pública passa por: Mais facilidade de acesso a vacinas e tratamentos, Mais correcção de lábios leporinos e membros defeituosos, Mais assistência pré-natal, Mais cataratas operadas, mais visão para quem pode voltar a ver. Programas Pró-Paz Programas Pró-Paz – subsidiam parcialmente conferências internacionais sobre resolução de conflitos e maneiras de fomentar o estabelecimento da paz. Bolsistas Rotary pela paz mundial – todos os anos, cerca de 70 novos bolsistas são seleccionados para frequentarem Mestrados num dos sete Centros Rotary de Estudos Internacionais, na área da paz e resolução de conflitos. Em 2002-03, 69 bolsistas de 30 países estudaram em sete Centros Rotary, com um investimento de mais de dois milhões de euros. SETEMBRO > OUTUBRO 2009 ROTARY EM ACÇÃO Exemplos de acção e empenho Os Clubes em Acção A partir desta edição, o Rotary em Acção passa a destacar dois Clubes, um de cada Distrito, pelo trabalho que desempenham dentro e fora da sua comunidade. A história, o trabalho desenvolvido e o que destaca estes clubes é o que pretendemos mostrar a todos. Servem de exemplo e o trabalho desenvolvido pode ser um incentivo. Neste espaço o seu trabalho é reconhecido. Rotary Club de Bragança Clube equipou escola em Moçambique O Rotary Clube de Bragança cumpre no próximo dia 30 de Maio o VIº aniversário. Com um corpo social representativo da actividade económica e social da cidade, vem registando um lento mas efectivo crescimento. Neste momento conta com 20 membros, tendo entrado um novo companheiro recentemente, no aniversário do Clube, momento em que também inauguraram o Marco Rotário da cidade. O Rotary Clube de Bragança tem desenvolvido uma acção significativa em várias áreas, destacando-se uma intervenção social e cultural, de que são exemplo a atribuição de bolsas de estudo a estudantes de vários níveis de ensino; a ac- ção a vários níveis reconhecida da Universidade Sénior do Rotary de Bragança; ou a actividade Pintar o Castelo que recentemente decorreu, com a participação de escolas básicas e secundárias da cidade. Prezando o mérito, o empenho e a competência, tanto da sociedade no seu todo como do indivíduo que a compõe, o Rotary Clube de Bragança continua tão empenhado agora como nestes seis anos na dinamização e valorização da cidade e do concelho de Bragança. A acção deste clube tem ultrapassado as fronteiras nacionais, identificando situações emergentes de carência e respondendo à altura dos desafios, como o com- prova a angariação de uma verba para equipamento de uma escola na região de Maputo em Moçambique, recentemente realizada. O Congresso Nacional de Rotaract e Interact que recentemente decorreu em Bragança foi da responsabilidade do Rotaract de Águeda. O objectivo é descentralizar eventos para as periferias através de uma iniciativa inteiramente conseguida, tanto a nível de participação, como das actividades programadas. O Clube de Bragança aderiu desde o primeiro momento ao evento e cooperou com a organização para que resultasse num momento profícuo no trabalho e no companheirismo. Rotary Club de Azeitão Aposta no trabalho para colmatar dificuldades Pequeno, recente, mas já com provas dadas, o Rotary Club de Azeitão apresenta algumas ambiciosas metas para este novo ano rotário. Aida Couto, actual presidente do Clube, apresentou alguns dos projectos ao Rotary em Acção: “Implementei um momento de informação Rotária em todas as nossas reuniões, que nos tem sempre trazido algo de novo acerca do Movimento Rotário. Efectuámos reuniões conjuntas com outros Clubes Rotários durante o mês de Agosto, tendo como objectivo o Companheirismo e troca de experiências. Realizámos uma visita à Fragata D. Fernando II e Glória, precedida de uma pequena palestra e de um almoço de convívio e companheirismo, onde estiveram presentes cerca de 50 pessoas de outros Clubes, bem como dos Movimentos Elos e Skâl. Recebemos como convidado um Past Presidente do Rotary Club do Rio de Janeiro – o nº 1 do Brasil, que nos levou a estreitar laços com esse País. Iremos receber no próximo dia 14, representantes do Rotary Club de Kogarah em Sidney, na Austrália, o que comprova que em Rotary não há distâncias nem fronteiras. Estamos tam- bém a delinear estratégias com vista à eleição do Profissional do Ano”. Em curso, e em fase bastante adiantada, está um projecto de Subsídio Equivalente, com base na aquisição de instrumentos musicais para as duas Sociedades Filarmónicas de Azeitão, a Perpétua Azeitonense e a Previdência, sendo objectivo do Clube estabelecer uma parceria com estas instituições para futuros eventos de divulgação de Rotary. Foi criado o Blogue do Rotary Club de Azeitão numa fase de reconhecimento e companheirismo e da criação de estratégias para aumentar o Quadro Social. O Clube vai ainda iniciar brevemente uma série de rastreios de saúde junto da população. Tenciona divulgar Rotary nas Escolas, através da estruturação de concursos escolares junto dos alunos, onde dão a conhecer os ideais do Movimento junto da comunidade escolar. “Estamos numa fase dinâmica e entusiasmante. Estamos a envidar esforços para aumentar o Quadro Social (com qualidade). Estamos a ficar conhecidos junto da comunidade de Azeitão. Estamos reconhecidos em Clubes estrangeiros”, realça Aida Couto. CLUBES 7 8 FRP SETEMBRO > OUTUBRO 2009 ROTARY EM ACÇÃO Plano de Actividades e Orçamento para 2010 FRP pretende reforçar relação com movimento rotário português O Conselho de Administração (CA) da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) delineou e aprovou, na última reunião, realizada em Setembro, o Plano de Actividades e Orçamento para o ano rotário de 2010. O documento que, entretanto, foi enviado aos clubes rotários dos dois distritos nacionais, 1960 e 1970, está disponível, para consulta, no site de Rotary em Portugal [http://www.rotary. pt/2009-2010/index/index.html] –, e será debatido e votado na Assembleia de Representantes agendada para o próximo dia 17 de Outubro, em Fátima. O Plano de Actividades para 2010 dá destaque à ênfase da FRP em estar cada vez mais perto dos clubes rotários nacionais, nomeadamente, através da manutenção de um maior apoio às iniciativas do movimento adocumento propõe “apoio aos clubes, às Governadorias e ao movimento rotário na execução de projectos educativos, culturais, humanitários e sociais e de programas dirigidos à juventude”. Outro ponto em que a FRP se propõe apoiar o movimento rotário português encorpora o “reforço da parceria com as Novas Gerações de Rotary” designadamente os jovens que integram os movimentos Interact e Rotaract. A par da promoção e divulgação da imagem do movimento rotário português o Plano de Actividades que será submetido à apreciação da Assembleia de Representantes, consagra ainda a realização de Concurso Nacional de Canto Lírico; atribuição de Prémios Fundadores e Prémios Melhores Bolseiros; Prémio Internacional de Prosa ou Poesia para jovens dos Países de Língua Oficial Portuguesa e a continuação da atribuição de Bolsas de Estudo. O documento coloca ainda ênfase no “Complexo Social e Edu- cativo da FRP” propondo a “realização de estudos e projectos que permitam a construção de um complexo educativo e social, do qual todos os rotários se orgulhem”. A consolidação do património da Fundação Rotária Portuguesa, através da realização de campanha do reforço do capital social; a maximização de recursos e contenção dos gastos e criação de um Conselho de Patrocinadores de Referência (Beneméritos) constituem assuntos que o documento aborda em profundidade. O Plano de Actividades e Orçamento de 2010 é acompanhado por nota introdutória onde o órgão gestor da FRP traça completo historial da instituição desde a sua fundação até ao presente. Passa em revista a acção da instituição, mas lembra também o profícuo trabalho realizado em parceria com os clubes rotários. Presidente do Instituto da Segurança Social fala sobre combate à pobreza Na Assembleia de Representantes agendada para o próximo dia 17 de Outubro, em Fátima, pelas 14 horas, Edmundo Martinho, presidente do Instituto da Segurança Social IP, foi convidado para falar sobre “Novas Abordagens no Combate à Pobreza”. Edmundo Martinho é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa e tem uma Pós-graduação em Gestão de Projectos. Foi Presidente do Instituto para o Desenvolvimento Social (1998-2003), Presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco (2001-2003), Representante de Portugal e vice-presidente do Comité de Protecção Social da União Europeia. É, desde Maio de 2005, Presidente do Conselho Directivo do Instituto da Segurança Social, I.P., e Presidente do Conselho Nacional da Segurança Social, desde Junho de 2007. Foi ainda designado Coordenador Nacional do Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão (2010). Os Clubes e a Fundação - Rotary Club de Vila Real de Santo António e de Vizela Fundação quer estreitar contactos com os clubes rotários Na sua acção diária a Fundação Rotária Portuguesa (FRP) visa melhorar o seu relacionamento com os clubes, quer a nível instituicional, quer no que se refere a apoios de projectos e bolsas de estudo. Um dos canais preferenciais de comunicação é através do Representante do Clube à Fundação, mas muitas são as vezes que, durante o ano rotário, a FRP, através dos elementos do Conselho de Administração visita os clubes, não só para reforçar os laços de amizade, mas também para explicar o seu funcionamento e ouvir opiniões e sugestões. Neste âmbito, ouvimos os presidentes dos clubes – RC Vila Real de Santo António, Distrito 1960 e RC Vizela, Distrito 1970. As matérias abordadas na conversa centraramse nos projectos, parcerias e apoios que os clubes têm apresentado à FRP; na opinião que o clube tem em relação ao trabalho desenvolvido pela FRP e o que deve a fundação fazer para melhorar a sua relação com os clubes. João Santos: melhorar a divulgação das acções da FRP José Abreu: opinião muito favorável sobre a FRP O presidente do RC Vila Real de Santo António, João Maria Oliveira dos Santos, sustenta que desde a sua fundação o clube tem «mantido sempre uma boa relação, mas não temos concretizado grandes parcerias porque umas vezes não damos informação suficiente outras por não termos projectos». No entanto, João Santos, considera «o trabalho da FRP muito meritório com especial destaque para as Bolsas de Estudo». Já no que diz respeito à relação da FRP com os clubes, e como esta se pode transformar num instrumento de acção dos clubes rotários portugueses, o presidente do RC Vila Real de Santo António avança que «consideramos necessário melhorar a divulgação das acções da FRP pelos Clubes de modo a que estes possam programar a implementar as suas actividades em conformidade». O RC Vizela que no ano rotário 2009/2010 tem como presidente José Joaquim Pereira Costa Abreu, afirma que «as acções mais próximas ao longo do tempo têm-se pautado, essencialmente, pelos campos de férias e pela atribuição de bolsas de estudo (participadas pelo clube e/ou com- participadas pela FRP) a estudantes que reúnam as condições necessárias para o efeito» e acrescenta que «este ano, face às dificuldades conjunturais registadas no país o nosso plano integra pedido para 7 bolseiros». A opinião que o clube tem do trabalho desenvolvido pela FRP é «muito favorável. Talvez se devesse apostar mais nas bolsas de estudo nacionais. Todavia compreendemos as dificul- dades do presente», sublinha José Abreu. A finalizar a conversa o presidente do RC Vizela – e sobre a relação da FRP com os clubes – , sublinha «sugerimos um contacto mais estreito com cada club por meio de correspondência postal ou informática. Claro que cabe a cada representante fazer a interligação, mas também estas falham». SETEMBRO > OUTUBRO 2009 FRP ROTARY EM ACÇÃO 9 Fundação Rotária Portuguesa e as Novas Gerações Jovens têm papel fundamental na divulgação de Rotary Observando o calendário rotário, Setembro é dedicado às Novas Gerações. Ao escolher este tema para integrar um dos meses da actividade rotária o movimento prestigia e enaltece a actividade dos mais jovens. A proximidade da Fundação Rotária Portuguesa (FRP) aos jovens bolseiros que anualmente apoia com bolsas de estudo faz com que intensifique também a relação com os clubes de jovens: Interact e Rotaract. Neste âmbito ouvimos as representantes distritais de Interact – Sara Fernandez, Distrito 1960 e Iolanda Lima, Distrito 1970 –, bem como do Rotaract – Rita Pedro, Distrito 1960 e Ângela Barros, Distrito 1970 – empossadas recentemente. Focamos a conversa em três temas centrais: o papel que as estruturas que lideram têm na divulgação do ideal rotário; os projectos que têm previsto realizar e parcerias com a FRP e, por último o que pensam sobre o papel que a FRP tem na sociedade, nomeadamente na atribuição de bolsas de estudo a jovens carenciados. Interact aposta nas acções de companheirismo e solidariedade Sobre o papel do Interact na divulgação do ideal rotário Sara Fernandez sublinha que este está focado “principalmente em transmitir aos jovens determinadas noções que hoje em dia estão um pouco perdidas no meio da nossa sociedade. Noções como entre-ajuda, companheirismo, solidariedade”. De momento não têm nenhum projecto em parceria com a FRP, mas a Representante do Interact D1960 disse que “teríamos todo o gosto em ter”. No Distrito 1970 a Representan- te do Interact, Iolanda Machado Lima, afirma que o “Interact tem um papel importante na divulgação do movimento rotário, na medida em que, permite aos jovens conhecer este movimento e desta maneira incutir-lhes valores, para que no futuro também haja a renovação das outras “camadas” como o Rotaract e o Rotary”. Sobre os projectos que têm previsto realizar no ano rotário 2010, Iolanda Machado Lima refere que ambiciona “realizar o projecto dos sem-abrigo, pretendemos também que os Interact’s realizem alguns objectos que de certa forma caracterizem as actividades que executam junto das comunidades para mais tarde virem a ser leiloados. Para já estes são os dois grandes projectos. Claro que mais virão e, quem sabe, poderá surgir algum em que se faça uma parceria com a Fundação Rotária Portuguesa”. Rotaract canal privilegiado de divulgação do movimento rotário Rita Pedro afirma que o “Rotaract é parte integrante de Rotary, juntos formamos a grande Família Rotária. Se o Rotary não formar as Novas Gerações com base nos ideais de Rotary, não estará a dedicar a atenção necessária ao Futuro de Rotary. As camadas mais jovens do Movimento Rotário são por norma dinâmicas, criativas e interventivas. O Rotaract é um canal priveligiado de divulgação do Movimento Rotário, mas cabe aos Rotários entenderem isso e formar os Rotaractistas nos ideais de Rotary. Dê o exemplo, seja o exemplo!” Sobre os projectos em curso a representante Rotaract D1960 lembrou que no último ano rotário foi celebra- do um Protocolo de Parceria com a FRP. No seguimento desta acção a “Representadoria de Rotaract lançou este ano um Projecto que visa dotar os jovens, da comunidade em geral, de uma experiência profissional por um dia, acompanhados por Rotários que trabalhem ou colaborem nas Empresas ou Instituições que os irão acolher”. Para a concretização desta iniciativa será feita na comunidade “uma cuidada avaliação sobre as capacidades académicas e as carências sócio-económicas. O Rotaract D1960 irá apresentar dois nomes à FRP, bem como entregar a verba correspondente a duas Bolsas de Estudo do Ensino Técnico-Profissional, para que usufruam dessas mesmas Bolsas de Estudo, dando assim cumprimento ao estipulado no Protocolo de Pareceria sobre as Bolsas das Novas Gerações”. Quanto ao papel que a FRP desempenha na sociedade Rita Pedro sustenta que o “Rotaract D1960 tem muito orgulho na FRP e no papel que esta desempenha na sociedade”, acrescentando que “a atribuição de Bolsas de Estudo a jovens carenciados é uma iniciativa nobre e exemplar do que é estar em Rotary e fazer cumprir o lema “Humanidade em acção”. O Rotaract D1960 apoia as actividades da FRP e, este ano, é um exemplo disso, pois mais do que as palavras e do que os papéis assinados conta a efectiva colaboração, pela acção efectuada através desta parceria”. A representante do Rotaract do Distrito 1970 lembra que a maior parte dos projectos passará pelos clubes a quem cabe o grosso das intervenções, deixando a “estrutura distrital mais liberta para apoiar os clubes nas suas actividades e também na consolidação dos quadros sociais e formas de actuação”. No entanto, avança que “o grande projecto para este ano seremos nós próprios, os clubes rotaractistas – inspirados também pelo lema escolhido pelo presidente John Kenny –, foi minha opção este ano procurar, assegurar o futuro dos clubes e da prossecução dos ideais defendidos pelo Movimento, porque só deste modo reforçaremos as bases para continuarmos o nosso serviço no futuro”. Ângela Barros colocou ainda uma ênfase especial na forma como a estrutura roctariana é divulgada. A jovem sublinha que foi criada uma página na Internet [www. rotaract1970.org] “que se tem revelado um excelente meio de divulgação” e criado ainda um “boletim, que se pretende fazer chegar regularmente aos clubes e também instituições parceiras, porque é nossa percepção que quanto mais divulgação for feita, maiores serão também os nossos recursos para servir”. A representante do Rotaract D1970 mostrou orgulho quando abordamos o tema das parcerias com a FRP e sublinha que “com a assinatura do novo protocolo entre a FRP e as estruturas de jovens de ambos os Distritos, feita no passado ano rotário, estamos agora mais próximos e conscientes do papel de cada um. Será objectivo durante o ano continuar a incentivar os clubes a realizarem projectos com a FRP, nomeadamente através da atribuição de bolsas de estudo, que é uma bandeira muito acarinhada, talvez por nos identificarmos bastante com esta causa. Numa iniciativa das Representadorias de Interact e Rotaract do Distrito 1970, começamos o ano com uma angariação de fundos realizada na nossa Transmissão de Tarefas Distrital”. Sobre o papel da FRP na sociedade Ângela Maria Barros considera-o muito positivo e que tem melhorado substancialmente devido ao trabalho desenvolvido nos últimos anos. “Para nós, Rotaractistas, é muito visível o impacto que as Bolsas de Estudo atribuídas têm na vida dos jovens, nomeadamente porque muitas vezes contactamos directamente com os bolseiros e constatamos a diferença real que tem a atribuição das Bolsas”. Timor: 10 anos de independência Rotários portugueses deram ambulância e apoiam escolas primárias Timor Leste celebrou a 30 de Agosto, com orgulho e algum optimismo, o 10.º aniversário do referendo que conduziu o país à independência após 25 anos de resistência à ocupação indonésia. Para chegar até onde já chegou muitas foram as ajudas que o povo de Timor teve. Muitas chegaram de Portugal, nomeadamente por iniciativa do movimento rotário que por acção do Interact/Rotaract, criou em 2001, o Projecto Timor, cujo objectivo foi a angariação de fundos para a compra de uma ambulância totalmente equipada com serviço de estomatologia, no valor de cerca de 60 mil euros, iniciativa que também envolveu a Fundação Rotária Portuguesa. A campanha lançada pelo movimento Interact/Rotaract rapidamente se estendeu a nível nacional contagiando rotários e não rotários que participaram activamente nesta acção que culminou em 2005, ano do Centenário do Rotary. O objectivo foi cumprido e a ambulância – hoje em actividade – foi entregue, em Fevereiro de 2005, durante cerimónia que teve lugar junto ao monumento dos Jerónimos, em Lisboa, e que contou com diversos rotários e representantes de Timor. A par deste outros projectos têm merecido a solidariedade do movimento rotário. É o caso do Projecto Escolas de Timor acarinhado pela FRP e pelos clubes dos distritos 1960 e 1970. Com forte componente social e educacional surgiu no ano do Centenário de Rotary Internacional (Fevereiro de 2005) e até hoje tem ajudado a Fundação S. José, Diocese de Baucau, Timor Lorosae, a manter em actividade mais de setenta escolas primárias, nos distritos de Baucau, Lautem, Manatuto e Viqueque. O apoio tem sido efectivo e o balanço é muito positivo. Em 2007 o do- nativo enviado através dos clubes do D.1960, à Fundação S. José, foi no valor de 6000 euros e, em 2008 foram recepcionados mais 960 euros para serem entregues. No âmbito deste Projecto e através do D.1970, no ano de 2008 foram entregues 5.000 euros. Estes montantes têm ajudado, ao longo dos anos, a Diocese de Baucau a suportar os gastos com mais de 77 escolas que envolvem um universo superior a 15 mil alunos. 10 DISTRITO 1960 SETEMBRO > OUTUBRO 2009 “Rotary no Século XXI – Pensar, Partilhar e Agir” Palmela acolheu Seminário Distrital do Quadro Social A cidade de Palmela foi o palco escolhido para, no dia 26 de Setembro, receber o Seminário Distrital do Quadro Social. Organizado pela Comissão Distrital do Quadro Social do Distrito, e com a colaboração e organização local do Rotary Club de Palmela, o Seminário realizou-se na Sociedade Filarmónica Palmelense. Sob o lema “Rotary no Século XXI – Pensar, Partilhar e Agir”, o Governador Mário Rebelo procedeu à abertura do Seminário, seguindo-se a intervenção do presidente do Rotary Club de Palmela, o companheiro José Ferreira. O Coordenador Regional do Quadro Social da zona 13, Waldemar Sá, destacou a importância de manter e criar novos clubes rotários, bem como dos critérios de admissão de novos membros. José Cordeiro realizou uma palestra sobre o desenvolvimento e a evolução global do Quadro Social, seguindo-se uma intervenção de Carmona e Silva, Conselheiro da Comissão Distrital do Quadro Social. No ar ficou um convite à reflexão sobre a expressão “você é a peça que falta em rotary”. Vítor Cordeiro apresentou os objectivos do Distrito 1960 para o Quadro Social (nomeadamente, a formação de dois novos clubes), reforçou a importância de potenciar a atractividade dos clubes já existentes e da dicotomia quantidade vs qualidade na admissão de novos sócios. Rui Correia apresentou um painel sobre o desenvolvimento e retenção do Quadro Social e João Jesus desenvolveu o tema da formação de novos clubes. A estatística do Quadro Social foi apresentada pelo companheiro Luís Rodrigues. Actualmente, o movimento conta com 1495 sócios e, como factor preocupante, foi referida a existência de dois clubes no Distrito com número inferior a 10 sócios. Vítor Cordeiro terminou o painel da manhã com uma reflexão sobre assertividade. No período da tarde foram apresentados dois novos painéis: “Desenvolvimento e Retenção do Quadro Social” e “Formação de Novos Clubes”. Num ambiente de partilha de experiências dos vários clubes, foram analisados os processos de formação do Rotary Club de Porto de Mós e do Rotary Club de Ponte de Sôr. O Governador Mário Rebelo encerrou o Seminário reforçando a importância, no contexto actual, do pensar, partilhar e agir para a expansão do movimento rotário e criação de condições para retenção dos membros. A sessão terminou com um momento cultural e actuação dos jovens músicos da Sociedade Filarmónica Palmelense. Distrito 1960 Clube da Praia da Rocha no 15º Festival da Sardinha de Portimão Durante 10 dias a sardinha foi a rainha da festa em toda a zona ribeirinha de Portimão. De 7 a 16 de Agosto, o sabor a mar, o artesanato, os doces regionais e os momentos musicais conquistaram os visitantes. O Rotary Club da Praia da Rocha decidiu marcar presença nesta edição do Festival da Sardinha de Portimão, com um stand de vendas exclusivamente dedicado à angariação de fundos para o combate à poliomielite. A venda de rifas de objectos oferecidos, de bolos confecionados pelas esposas dos companheiros e de refrigerantes, águas e cafés (gentilmente oferecidos pela Delta Cafés), teve um enorme êxito, o que deixou o presidente do clube, Eduardo Catarino, extremamente feliz. O Festival da Sardinha é já considerado um dos eventos de referência da região e um dos maiores certames gastronómicos de todo o Algarve. ROTARY EM ACÇÃO Ponta Delgada apresenta o livro “50 Histórias de Quem Foi Criança” A 18 de Setembro, o Rotary Club de Ponta Delgada apresentou, nos jardins do Hotel Royal Garden, o livro “50 Histórias de Quem Foi Criança”. A publicação, escrita por 50 figuras públicas portuguesas, reúne histórias para crianças concebidas por adultos, nomeadamente Amélia Muge, Dalila Carmo, Cristina Branco, Nilton, Marco Horácio, Rita Guerra, Edite Estrela, Julie Sergeant, Rui Zinc, António Sala, Filipe La Féria, Sílvia Alberto e Rogério Samora. E até de dois açorianos: Nuno Costa Santos e Luís Filipe Borges. A totalidade da receita gerada será destinada a apoiar bolsas de estudo. Os beneficiários desta iniciativa serão sobretudo jovens estudantes carenciados no acesso ao ensino superior, que vão receber bolsas de estudo atribuídas pela Fundação Rotária Portuguesa. A promoção da venda deste livro é mais uma iniciativa social da Fundação Rotária Portuguesa, que contou com a oferta dos textos publicados no livro e despesas com a produção gráfica e edição do livro. Durante a cerimónia, que contou com a presença do presidente do clube, José Manuel Oliveira Melo, e da companheira Leonor Anahory, foram disponibilizados 100 livros. Na eventualidade de sobrarem unidades, os responsáveis do clube vão sensibilizar as livrarias do concelho para procederem à venda do livro, de modo a aumentarem a receita para este projecto solidário. Em caso de ruptura de stock será possível proceder a uma nova encomenda deste livro para os Açores. Visita à Fragata D. Fernando II e Glória em Azeitão O Rotary Club de Azeitão inicou os seus eventos para o ano rotário 2009/2010 com uma visita à Fragata D.Fernando II e Glória, no passado dia 18 de Julho. A visita foi precedida de uma palestra, da responsabilidade de Artur Vaz, e teve como cicerone o seu comandante, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Rocha Abreu que, ao longo da visita, concedeu aos companheiros a oportunidade de saberem mais sobre a Fragata. O veleiro, lançado à água em 22 de Outubro de 1843, foi baptizado com o nome de D. Fernando II e Glória em homenagem a D. Fernando II, marido da rainha D. Maria II, e sob protecção de N.ª S.ª da Glória, santa muito venerada em Goa, local onde foi construída. A fragata desempenhou inúmeras missões ao serviço da Marinha Portuguesa e, em 1940, passou a ser sede da “Obra Social da Fragata D.Fernando”, instituição de acolhimento de jovens com fracos recursos, que aprenderam instrução escolar e treino de marinhagem. A 3 de Abril de 1963, um incêndio pôs fim àquele que era um dos maiores veleiros do mundo. O que restou do seu casco esteve encalhado durante 30 anos no mar da Palha. A 28 de Fevereiro de 1992, viria por fim a ser removido do Tejo, para o Arsenal do Alfeite e, depois de preparado, foi rebocado para os estaleiros da Gafanha da Nazaré onde, em Outubro de 1992, se iniciou o seu processo de restauro. Depois de pronto, o naviomuseu foi apresentado ao público na Expo98, nas águas do rio Tejo, cumprindo desde aí a sua nova missão como museu vivo. Marcaram também presença no evento membros do Rotary Club de Almada, Amadora, Évora, Lisboa Belém, Lisboa Norte, Setúbal Sado, convidados dos Movimentos Elos e Skâl, bem como o Governador Eleito Joaquim Esperança e, da Equipa Distrital, a companheira Fátima Guerreiro. Rotary Club de Setúbal-Sado Podologia em debate em Setúbal A 25 de Agosto, o Rotary Club de Setúbal-Sado organizou, no âmbito das reuniões conjuntas com os clubes rotários de Azeitão, Palmela e Seixal uma palestra cujo orador foi Horácio Sampaio. O palestrante presenteou cerca de quatro dezenas de companheiros com uma intervenção sobre Podologia, dedicada ao tema “Os pés, a postura e o calçado”. Sendo uma ciência na área da saúde, a Podologia estuda e analisa o pé, tendo como objectivo o diagnóstico, a terapêutica e a prevenção das patologias que o afectam e as suas repercussões no organismo humano. Ao longo da palestra, Horácio Sampaio explicou que, tendo em conta que os pés sofrem diariamente múltiplas agressões (que podem advir do exterior ou do próprio corpo), existem várias doenças que se podem manifestar neste membro. Dada a cumplicidade existente entre o pé e o corpo, o pé funciona como uma importante peça no diagnóstico de doenças sistémicas. O orador realçou também que, apesar de caminhar ser um acto natural, é uma das funções mais complexas do corpo humano pois envolve 650 músculos do corpo e 80% dos ossos que compõem o esqueleto humano. Desta forma, é sobre o pé – uma estrutura sustentada por 26 ossos e 27 articulações – que repousa a grande responsabilidade de fazer com que o caminhar seja saudável e harmonioso. A podologia é assim uma importante área da saúde que se ocupa do cuidado completo dos pés e da sua relação com o resto do corpo. SETEMBRO > OUTUBRO 2009 DISTRITO 1960 11 ROTARY EM ACÇÃO Rotary Club Lisboa Olivais As Novas Gerações, por Guta Moura Guedes No passado dia 24 de Setembro, pelas 20 horas, o Rotary Club Lisboa Olivais realizou uma reunião festiva no Hotel Radisson SAS (localizado no Campo Grande), com a presença de Guta Moura Guedes, que proporcionou uma intervenção sobre a sua actividade profissional, numa perspectiva de estímulo e incentivo às novas gerações. A convidada é directora da Experimenta Design, uma unidade de produção de conteúdos nas áreas do design, arquitectura e cultura de projecto. O campo de acção da Experimenta Design passa pela produção cultural contemporânea, numa perspectiva integradora, multidisciplinar e transversal. A sua actividade conjuga reflexão crítica, desenvolvimento concep- tual e actualização criativa, materializando-se numa intervenção incisiva e concreta nos contextos sociais, culturais e económicos onde actua. Sediada em Lisboa, a Experi- menta Design projecta-se internacionalmente nos projectos que desenvolve e nas parcerias e colaborações que estabelece com uma rede de instituições, agentes e criadores de todo o mundo. Já com actividades Interact Club de Setúbal-Sado em formação Bolsas de Estudo Projecto Preparar os Jovens para o Futuro A Representadoria de Rotaract do Distrito 1960 está a preparar um novo projecto. Intitulado Preparar os Jovens para o Futuro, o projecto tem como principal objectivo preparar as novas gerações de rotary para os desafios do futuro e apoiar jovens líderes com as sólidas bases rotárias que o movimento proporciona. O projecto, ao proporcionar o real contacto com a vida profissional numa empresa, concede aos jovens uma experiência baseada no conhecimento. No final, os jovens participantes terão de elaborar um relatório da experiência profissional adquirida, o qual será alvo de uma avaliação e posterior entrega de duas Bolsas de Estudo das Novas Gerações de Rotary, em parceria com a Fundação Rotária Portuguesa. As empresas participantes nesta iniciativa serão escolhidas de acordo com a disponibilidade dos rotários que nelas trabalham ou participam. Os jovens serão seleccionados de acordo com as disponibilidades das empresas e as áreas ocupacionais. Na ficha de inscrição deverá constar o nome, o club de Rotary que representa, e-mail, contacto telefónico, empresa, área ocupacional e dia disponível para o estágio (no período de Novembro de 2009 a Abril de 2010). As inscrições deverão ser entregues até ao próximo dia 30 de Setembro de 2009. 18ª Edição dos Prémios Escolares de Loulé Como já vem sendo habitual, o Rotary Club de Loulé promoveu, no dia 21 de Setembro, uma cerimónia para distinguir os melhores alunos do 9º e 12º anos das escolas públicas do concelho. A iniciativa decorreu no Centro Paroquial das Paróquias de S.Clemente e S.Sebastião, em Loulé, e tem como objectivo premiar os estudantes que se distinguiram na sua actividade académica, reconhecendo o valor dos bons alunos e incentivando o bom desempenho escolar. Para além da presença dos alunos que receberam os prémios e dos representantes das escolas do concelho de Loulé, este ano, a cerimónia teve um significado especial ao contar também com a presença do Governador 20092010 do Distrito 1960, Mário Rebelo. Rotary Club de Setúbal –Sado Curso de Liderança e gestão de equipas em outdoor No passado dia 12 de Setembro o Rotary Club de Setúbal-Sado viu o seu clube de Interact entrar em acção na terceira formação aos membros dada por Mara Duarte, presidente da Comissão Distrital Juventude/Novas Gerações. Ao longo da formação, as palavras de ordem foram: Liderança, Motivação e Ética. Foi com muito entusiasmo que os jovens reagiram e elegeram também o seu Conselho Director: a presidente Ana Francisca Reis, o secretário João Barata de Carvalho e a tesoureira Rafaela Tavares Santos. A reunião foi vivida num ambiente de companheirismo onde logo se passou à acção através da divisão de roupas cedidas pela PGD 2008- 2009 Teresa Mayer, para posterior distribuição a instituições carenciadas. No dia 15 de Setembro, a Presidente do Rotary Club Setúbal-Sado, Carla Tavares, entregou ao Governador Mário Rebelo os dados para a Certificação de Organização de Interact que, após assinados, foram remetidos ao Rotary International. Num ambiente cada vez mais global, competitivo e adverso, os líderes têm de adoptar comportamentos de liderança próactivos no sentido de dinamizar a organização através do seu envolvimento com os restantes membros. Neste contexto, em vez de exercerem as suas funções a partir do gabinete e da autoridade formal, os líderes têm de adquirir novas competência para desempenhar um papel activo e fundamental na determinação do sucesso da equipa, procurando assegurar que os restantes assumam a missão, visão, objectivos, planeamento, clima e políticas organizacionais. O desempenho colectivo deixa de ser um somatório de esforços individuais e passa a ser um produto de equipa. É neste âmbito que o Rotary Club de Setúbal-Sado organiza um Curso de Liderança Outdoor, nos dias 16, 17 e 18 de Outubro, destinado a profissionais de qualquer sector. As inscrições são limitadas a 25 pessoas e as inscrições podem ser efectuadas até ao próximo dia 30 de Setembro. O evento terá lugar no Monumento Natural das Pegadas dos Dinossáurios da Serra D’Aire. 12 DISTRITO 1970 SETEMBRO > OUTUBRO 2009 ROTARY EM ACÇÃO DISTRITO 1970 Juventude liderou Seminário de Desenvolvimento do Quadro Social O concelho da Maia recebeu no passado dia 19 de Setembro o Seminário de Desenvolvimento do Quadro Social do Distrito 1970. A tarde foi dividida em três grandes debates, com destaque para o que diz respeito ao quadro social de Rotary e à Juventude. O Governador Manuel Cordeiro foi aplaudido por ter introduzido este novo painel, que levou ao palco do auditório da Junta de Freguesia de Gemunde as representantes distritais de Rotaract e Interact. Em conjunto com Isabel Machado, presidente do Rotary Club de Santo Tirso, e moderadas por António Lereno, as jovens deram o exemplo do trabalho dos mais jovens e de como estes podem incentivar os rotários “seniores” a desenvolverem mais actividades. Da mesma forma, tentaram demonstrar que a aposta nas novas gerações é a melhor forma de renovação do quadro social de Rotary. No Seminário houve ainda espaço para debater o próprio modelo do colóquio, que actualmente se rege por directrizes de Rotary Internacional. A sessão de abertura contou com o discurso de Joaquim Guedes, presidente do Rotary Club da Maia e do Governador Manuel Cordeiro que lembrou a importância de que, antes de convidar alguém para ser rotário, se deve dar a conhecer as actividades de um Clube. No painel dedicado ao desenvolvimento do Quadro Social de Rotary, Valdemar Sá, Santos Bento e Fernando Ferreira Pinto, moderados por seguiriam contribuir para a meta de Rotary Internacional, que Santos Bento lembrou ser de dois milhões de rotários daqui a dez anos. José Augusto Macedo foi à génese do Rotary para tentar encontrar soluções, num discurso muito apreciado pelos presentes. Os dois distritos portugueses estavam representados Vila do Conde “Seminário Distrital da Rotary Foundation” No dia 14 de Novembro Vila do Conde recebe o “Seminário Distrital da Rotary Foundation” organizado pelo Rotary Club de Vila do Conde. Mais informações estão prometidas para breve pela organização, mas Álvaro Gomes, presidente da Comissão Distrital da Bernardino Pereira, apresentaram as suas perspectivas e alguns dados no que diz respeito ao Quadro Social. Este painel proporcionou um amplo debate. Diamantino Gomes, na sua intervenção sobre plano de liderança, lembrou que o segredo está no relacionamento e no tipo de relacionamentos que se criam em Rotary e apresentou uma solução para o aumento do Quadro Social: a criação de cinco comissões de serviço em cada Clube, sendo que cada uma delas ficaria responsável por propor um novo companheiro por ano e apadrinhá-lo dentro desse mesma comissão, o que representaria um acréscimo de cinco novos membros por clube por ano. Desta forma os Distritos portugueses con- XXXII Instituto Rotário do Brasil Rotary Foundation, faz questão de lembrar que, “face aos novos desafios da Rotary Foundation é imprescindível que todos os Clubes participem no Seminário, condição única para usufruirem do seu apoio ao nível dos seus Programas Humanitários e Educacionais”. Águeda Festa Rotária do Leitão Por iniciativa do Rotary Club de Águeda, realizou-se no dia 12 de Setembro a VII Festa Rotária do Leitão e do Espumante à Bairrada. Trata-se de um evento com fortes raízes no Movimento Rotário que tradicionalmente leva a Águeda várias dezenas de Rotários, motivados pelo convívio e, naturalmente, pelo excelente leitão e espumante que são servidos. Para além de Águeda, estiveram representados os Clubes de Aveiro, Estarreja, Vizela, Ovar, Paredes, Peniche, Fafe, Oliveira do Bairro, São João da Madeira, Curia/Bairrada e Pombal e ainda o Rotaract e o Interact de Águeda, num convívio que envolveu perto de uma centena de pessoas. A Câmara Municipal de Águeda fez-se representar pelo seu Presidente, Gil Nadais e pelo Vereador João Clemente. O programa do evento teve início com a recepção na Santa Casa da Misericórdia de Águeda onde foi proferida uma palestra pelo seu Provedor, Amorim Figueiredo. Durante o almoço, servido no Parque da Alta Vila, o Companheiro Rotário Celestino de Almeida, deu a conhecer aos presentes a origem do leitão à Bairrada e a influência que a região de Águeda teve e tem na divulgação desta iguaria pelos quatro cantos do Mundo. Foi uma intervenção muito apreciada pelos presentes que, naturalmente, serviu um importante objectivo deste evento, que se consubstancia na divulgação da história, das gentes e dos costumes da região de Águeda. Representantes dos dois distritos portugueses estiveram presentes no Instituto Rotário do Brasil, que se realizou entre os dias 3 e 6 de Setembro em Gramado, cidade do Estado do Rio Grande do Sul. Estiveram presentes mais de 1000 rotários e cônjuges. Em simultâneo teve lugar o VI Encontro de Rotários de Língua Oficial Portuguesa, sob a égide da Fundação de Rotarianos de São Paulo e da CIP – PLOP – Países de Língua Oficial Portuguesa, representada pelos companheiros Eduardo Barros Pimentel e Gunter Pollack. Foram apresentados vários projectos que estão em implementação no Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-bissau e Moçambique. O Governador do Distrito 1970, Manuel Cordeiro esteve em representação de Portugal na mesa que presidiu aos trabalhos. Vá a www.rotary.pt e subscreva a newsletter do Rotary para ficar a par de todas as novidades. SETEMBRO > OUTUBRO 2009 DISTRITO 1970 13 ROTARY EM ACÇÃO Santo Tirso 1º Encontro Rotary Kids do Distrito 1970 decorreu com sucesso Palestras em Coimbra O Rotary Club de Coimbra organizou duas palestras durante o mês de Setembro. A primeira, no dia 17, tinha como tema “Coimbra uma Cidade Criativa UNESCO – Para Quando?” e foi proferida por Isabel Garcia. No dia 24 de Setembro foi a vez do Director do Instituto de Justiça e Paz falar sobre “O Instituto de Justiça e Paz no contexto universitário”. No mesmo dia foi ainda lançado um desafio a três jovens, o de responderem sobre as seguintes questões: O que procura o jovem hoje na Universidade?, Qual o Curso que frequenta e que razão o levou a escolhê-lo? Que importância e papel atribui à cultura na sociedade e na sua transformação?. Debate autárquico em Penafiel No dia 12 de Setembro o Rotary Clube de Santo Tirso organizou o 1º Encontro Rotary Kids do Distrito 1970. O acolhimento aos participantes foi feito pelo Rotary Clube de S. Tirso conjuntamente com os seus clubes de jovens Interact, Rotaract e Rotary Kids no Hotel Cidnay pelas 9h30. Os “Valores de Rotary” foram o tema do encontro, personalizados por três Mimos (A Liderança, O Serviço e O Companheirismo) que orientaram todas as actividades. Em fila ordenada comandada pela “Liderança”, todos marcharam rumo ao Pavilhão Municipal onde decorreram as actividades. Foram dadas as boas vindas a todos os presentes pela Presidente do Rotary Clube de S. Tirso - Isabel Machado e pela presidente do Rotary Kids Clube de S. Tirso - Maria João Vilela. Seguiu-se o Governador do Distrito 1970, Manuel Cordeiro, que deixou uma palavra de incentivo aos mais novos pelos ideais rotários, afirmando que os jovens são o Futuro de Rotary. Os Clubes Rotários de Viana do Castelo, Estarreja, Coimbra, Viseu, Vila Real, Felgueiras, Porto Antas e Trofa estiveram presentes. A equipa Distrital da Novas Gerações esteve representada pelo seu presidente Lereno Machado, o Coordenador Distrital Rotary Kids Serafim Baganha e as Representantes Distritais de Rotaract e Interact junto do Governador Ângela Barros e Iolanda Lima. Também fizeram questão de estar presentes o PGD Gonçalves Afonso e PGD Henrique Maria Alves. O Rotary Kids Clube de Viana do Castelo foi o clube visitante mais representado depois do Clube anfitrião Santo Tirso. O dia foi recheado de actividades com os mais pequenos, todas com base nos princípios e valores de Rotary. Projecto dos Cônjuges 08/09 16 jovens com mais seis anos de estudo em Angola O Rotary Club de Penafiel, a exemplo de anos anteriores, organizou um ciclo de palestras subordinado ao tema “Os Penafidelenses e o Poder Local“. O Clube convidou todos os candidatos à Presidência da Câmara Municipal de Penafiel a participarem nas palestras, que decorreram durante o mês de Setembro na sede do Rotary Club de Penafiel. Vila do Conde debate Gripe A O Rotary Club de Vila do Conde organizou no dia 21 de Setembro uma conversa sobre a Gripe A. O médico Manuel Santos Silva foi o orador convidado de uma iniciativa que decorreu na Estalagem do Brasão e teve entrada livre. Novas Tecnologias debatidas em Ermesinde “As Novas Tecnologias Ligadas à Saúde” foi o tema de um debate organizado pelo Rotary Club de Ermesinde durante o mês de Setembro. A reunião decorreu no dia 28 e teve como convidado Thomas Sherzberg. Esposende lembra Invasões Francesas No dia 11 de Setembro, o Rotary Club de Esposende organizou uma palestra subordinada ao tema “Esposende e a Segunda Invasão Francesa”. Francisco Brás Marques foi o orador convidado para uma palestra que decorreu no Auditório da Biblioteca Municipal. Dois debates em Barcelos O Rotary Club de Barcelos organizou dois debates durante o mês de Setembro. A primeira, no dia 15 foi proferida por Gino Marello na Bagoeira e tinha como tema “Papa João XXI – O Papa Português”. A segunda, também na Bagoeira, era dedicada ao “Turismo Sustentável” e teve como convidado Jack Soifer. Melhores alunos premiados em Vizela 14 dos 16 jovens contemplados O projecto de Alzira Alves, cônjuge do Governador 2008/09, Henrique Maria Alves, conseguiu, através da venda de rifas, um total de 33500 euros destinados à distribuição por crianças angolanas, para que pudessem prosseguir os seus estudos. A Casa do Gaiato de Benguela recebeu o donativo, que encaminhou para 16 jovens permitindolhes a continuação nos estudos por seis anos, no ensino secundário e técnico-profissional. O prémio das rifas vendidas consistia num quadro, sorteado na transmissão de tarefas pelos clubes que apoiaram o projecto. O Rotary Clube de Fafe foi o sorteado e a pintua foi entregue a Maria Castro. No dia 25 de Setembro, a Praça do Município do Fórum Vizela recebeu a homenagem que o Rotary Club de Vizela prestou aos melhores alunos, intitulada “prémios com música”. 14 OPINIÃO SETEMBRO > OUTUBRO 2009 ROTARY EM ACÇÃO Opinião João Paulo Simões de Almeida Jurista Diplomado em Altos Estudos Europeus pelo Colégio da Europa, Bruges, Bélgica Funcionário da Comissão Europeia Secretário da Rede Judiciária Europeia em matéria civil e comercial Espaço europeu de justiça, liberdade e segurança: Rumo ao Programa de “Estocolmo”? A Europa está efectivamente mais perto de nós. Mais perto dos nossos direitos, mas também dos nossos deveres. Prova disso é a construção progressiva, e inacabada, de um espaço europeu de justiça, liberdade e segurança. Em 1993, o tratado de Maastricht introduziu na lógica dos pilares da União Europeia as questões da justiça e assuntos internos, cujo desenvolvimento até então não passava do quadro puramente intergovernamental. O tratado de Amesterdão de 1997 reforçou esta lógica integracionista. Desde aí, o grau de integração e a consequente perda de competência dos Estados membros nestas matérias, assim como o papel do Parlamento Europeu e do Tribunal de Justiça Europeu não cessaram de crescer. O tratado de Lisboa, actualmente pendente do resultado do referendo irlandês para entrar em vigor, acentua esta “comunitarização”, fazendo incorporar a título exclusivo na Comunidade Europeia a cooperação judicial em matéria penal e a cooperação policial. Se o tratado de Lisboa entrar em vigor em 1 de Janeiro de 2010, como se espera, ficará então completo, e mais tangível, o espaço europeu de justiça, liberdade e segurança. Sem Lisboa, mas com Maastricht e Amesterdão, o espaço europeu de justiça, liberdade e segurança, não deixou de registar progressos e inegáveis vantagens para os cidadãos europeus. Tais progressos foram impulsionados pelos programas de Tampere (1999) e de Haia (2005), cujas acções e objectivos entretanto definidos, foram a um tempo, bússola e alavanca do desenvolvimento paulatino do espaço europeu de justiça, liberdade e segurança. Listar os êxitos desta política europeia é relativamente fácil porquanto, entre 1999 e 2009, os exemplos são nu- merosos e diversificados. A título de exemplo, lembre-se o levantamento dos controlos fronteiriços internos no espaço Schengen, permitindo agora a mais de 400 milhões de cidadãos de 25 Estados membros viajar livremente de Portugal aos Estados bálticos e da Grécia à Finlândia. Mas também, as existentes políticas comuns de emigração e de asilo, ou de visas, ofertando uma resposta coerente e comum a problemas de natureza horizontal, aumentando a segurança jurídica e a transparência. Por outro lado, a confiança mútua entre as autoridades nacionais foi promovida nos últimos anos. Na área criminal, as trocas de informações foram aper- reforçada protecção das crianças em caso de separação ou divórcio dos pais e dispositivos legais mais aptos à dissuasão do rapto de crianças por parte dos seus progenitores. No mesmo sentido, concorrem as regras comuns aprovadas sobre a lei aplicável à responsabilidade contratual e não contratual, sobre o uso dos meios de prova civil, sobre a notificação e a citação, sobre o título executivo europeu ou sobre os processos civis simplificados relativos à injunção de pagar e aos litígios de pequena instância. Apesar dos progressos, também se registam decepções, falhanços e len- Se o balanço parece apontar para um sucesso mitigado, a verdade é que se a Europa se vem fazendo desde os anos 50 de pequenos passos, a política comum de justiça, liberdade e segurança não foge à regra. feiçoadas. As polícias cooperam mais e melhor com benefício para a segurança interna dos cidadãos europeus. A aprovação do mandato de detenção europeu e a sua consequente facilitação da extradição de criminosos entre Estados membros, reduzindo os prazos de um ano para onze dias a seis semanas, assim como os esforços desenvolvidos na luta contra o terrorismo e o crime organizado, nomeadamente a cibercriminalidade, foram acções chave na garantia reforçada dos direitos fundamentais. Por fim, a matéria civil e comercial, foi e é, de longe, a área onde o cidadão mais benefício actualmente retira do espaço europeu de justiça, porquanto desde 2000 usufrui de legislação europeia que lhe faculta meios mais simples e expeditos de recuperar créditos em processos transfronteiriços. Da mesma maneira, existe uma tidão. Exemplos paradigmáticos são o direito penal e o direito da família onde os progressos são nulos, muito por culpa da regra da unanimidade requerida para aprovação dos actos legislativos, o que faz supor um difícil acordo a 27 ao nível do Conselho. Acresce ainda, em matéria penal, a dificuldade de aplicar legislação existente, visto que a competência do Tribunal de Justiça europeu é limitada e a Comissão Europeia não pode lançar mão da acção de incumprimento prevista no tratado da Comunidade Europeia por manifesta falta de competência. Aqui, a vigilância da Comissão relativamente às normas da União Europeia, adoptadas e não transportas ao nível nacional, é manifestamente virtual. As diferenças entre Estados membros persistem em termos de protecção das pessoas ao longo do respectivo processo, o mesmo acontecendo no que tange às mínimas garantias processuais. A troca de informações entre as autoridades nacionais está longe de ser fiável no que toca às pessoas condenadas, apesar dos progressos em curso. O mesmo se verifica ao nível da intervenção policial para além das fronteiras nacionais, fragilizando o combate ao crime, cada vez mais internacional, e comprometendo a segurança de pessoas e bens. Se o balanço parece apontar para um sucesso mitigado, a verdade é que se a Europa se vem fazendo desde os anos 50 de pequenos passos, a política comum de justiça, liberdade e segurança não foge à regra. O que não constituindo em si um inconveniente, deve ser todavia encarada como uma premissa a ter conta nos desafios futuros. Em rigor, a Europa a 27 é uma diversidade desafiante, mas potencialmente paralisante. A liberdade de circular e de se instalar noutro Estado membro está hoje acessível a 500 milhões de pessoas. As pressões migratórias sobre o território da União Europeia são crescentes e exigem respostas prementes. Os desafios próximos são múltiplos e exigem coragem, determinação e compromisso político bastante nas respostas das instituições europeias. Os mesmos resultam de alguns dados actuais que não podemos ignorar: 8 milhões de europeus exerceram o seu direito de viver num Estado diferente do da sua nacionalidade; em 2006, 18.5 milhões de pessoas oriundas de fora da EU estavam registadas no espaço da União (3,8% da população total); a cibercriminalidade não conhece fronteiras; os ataques terroristas cresceram de volume (em 2007, 600 ataques terroristas aconteceram em 11 Estados membros) e 900 milhões pessoas passam anualmente as fronteiras externas da União. O conteúdo deste artigo não reflecte a posição oficial da Comissão Europeia, as opiniões nele expressas apenas vinculam e responsabilizam o seu autor. A estes desafios procura responder a discussão em curso ao nível do Conselho tendo por base uma proposta da Comissão Europeia datada de Junho último (Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho – um espaço de liberdade, de segurança e de justiça ao serviço dos cidadãos – COM (2009) 262 final). Este documento visa constituir um novo programa de acção para o período 2010-2015. Se bem que acusada de falta de ambição, a proposta da Comissão traz para o debate, novas medidas e novas acções para fazer o que falta em matéria de construção do espaço europeu de justiça, liberdade e segurança, e sobretudo responder aos desafios de hoje. As metas são fazer da Europa uma Europa dos direitos, uma Europa do Direito e da Justiça, uma Europa que protege e uma Europa mais responsável e solidária em matéria de imigração e asilo. Em sede de propostas, emergem a título de exemplo, em matéria civil, a supressão do “exequatur” das decisões civis e comerciais. Em matéria penal, o reforço da protecção jurídica das vítimas de crimes, a criação de um sistema de comunicação dos registos criminais nacionais ou a criação de um quadro jurídico comum das garantias processuais mínimas. Visando uma Europa mais responsável e solidária em matéria de imigração e asilo, propõe-se um código para a imigração e um processo de asilo. A presidência sueca da EU tem agora em mãos a condução do debate e a conclusão do documento. Dezembro é a data prevista para a sua adopção. A cidade de Estocolmo corre sérios e desejados riscos de ficar associada a este novo e importante passo para uma “Justiça” ao serviço dos cidadãos. Aguardemos com interesse, pois a cidadania europeia também passa por aqui. SETEMBRO > OUTUBRO 2009 AGENDA 15 ROTARY EM ACÇÃO Rotary Foundation Distrito 1970 foi escolhido para Plano Visão de Futuro Outubro Mês dos Serviços Profissionais O Distrito 1970 apresentou uma candidatura à Rotary Foundation com vista a poder ser um dos 100 escolhidos para participar na Fase Experimental do Plano Visão de Futuro, o que efectivamente aconteceu. Esta escolha representa o reconhecimento pelo trabalho que o Distrito tem vindo a desenvolver e uma oportunidade para mais cedo conhecer o que vai mudar na estrutura da Rotary Foundation quando o Plano de Visão for generalizado a todo o mundo rotário a partir de 2013-14. O Distrito está, por isso, na Fase Experimental que irá durar três anos (2010-2013), e que terá o seu início no dia 1 de Julho de 2010. O Plano Visão de Futuro oferece a oportunidade de alcançar resultados que possibilitarão ao trabalho da Rotary Foundation ser mais reconhecido e causar impacto global mais profundo. A missão da Rotary Foundation define claramente o âmbito das actividades do Rotary nas áreas da paz e compreensão mundial, saúde, educação e combate à pobreza. O Plano Visão de Futuro apoia directamente a missão da entidade ao promover esforços nas referidas áreas. O Plano Visão de Futuro visa optimizar as contribuições à Rotary Foundation para que os Clubes e os Distritos possam, por sua vez, maximizar o uso de fundos com vista a gerar maior impacto e obter sustentabilidade. Os Distritos vão passar a ter mais autonomia e maior poder de decisão relativamente aos apoios a conceder aos Clubes, mas estes, também vão passar a ter maiores responsabilidades. Dia 1 VOG D1970 – RC Águeda VOG D1960 – RC Benedita Dia Internacional das Pessoas Idosas Dia Nacional da Água Caminhada solidária em Gaia Dia 29 VOG D1970 – RC Coimbra Dia 3 Aniversário RC Braga Dia 31 VOG D1960 – RC Porto Santo Dia 5 Dia Mundial dos Professores Dia 6 VOG D1970 – RC Caldas das Taipas VOG D1960 – RC Abrantes Dia 8 VOG D1970 – RC Ponte da Barca VOG D1960 – RC Carnaxide Dia 9 VOG D1970 – RC Vila Verde Dia 12 VOG D1970 – RC Porto VOG D1960 – RC Sintra Dia 13 VOG D1970 – RC Guarda VOG D1960 – RC Torres Verdas Dia 14 VOG D1970 – RC Cúria-Bairrada VOG D1960 – RC Lisboa-Norte Dia 15 VOG D1960 – RC Parede-Carcavelos Dia 17 Dia Internacional da Erradicação da Pobreza Assembleia de Representantes – Fátima A Casa da Amizade do Rotary Club de Vila Nova de Gaia, em parceria com a Gaianima, está a organizar uma caminhada rotária para o dia 4 de Outubro, domingo. As inscrições na caminhada têm um custo de cinco euros, que revertem a favor de uma instituição de solidariedade social local. A iniciativa tem início às 9h00 de Domingo e o ponto de encontro é na Casa Branca, Praia de Lavadores. O trajecto consiste num passeio de três quilómetros até à Afurada e regresso. Ou seja, seis quilómetros de orla marítima. Cada participante terá direito a um kit entregue pela organização. Dia 28 Aniversário RC Praia da Vitória Dia 2 VOG D1970 – RC Chaves Dia 10 Aniversário do RC Torres Vedras 4 de Outubro Dia 26 VOG D1970 – RC Leça da Palmeira VOG D1960 – RC Fátima Dia 27 VOG D1970 – RC Oliveira do Bairro VOG D1960 – RC Lisboa-Centenário Dia 16 Aniversário RC Faro VOG D1970 – RC Coimbra-Olivais VOG D1960 – RC Tomar Dia 17 VOG D1970 – RC Penafiel Dia 18 VOG D1960 – RC Montijo Dia 19 VOG D1960 – RC Lisboa-Oeste Novembro Mês Rotary Foundation Dia 2 Semana Mundial de Rotary VOG D1970 – RC Santa Maria da Feira VOG D1960 – RC Machico-Santa Cruz Dia 3 Semana Mundial de Rotary VOG D1970 – RC Resende VOG D1960 – RC Funchal Dia 20 Dia Universal da Criança (UNESCO) Dia 21 Seminário da Rotary Foundation – RC Costa da Caparica Dia 23 VOG D1970 – RC S. Mamede Infesta VOG D1960 – RC Caldas da Rainha Dia 4 Semana Mundial de Rotary Dia 24 VOG D1970 – RC Gondomar VOG D1960 – RC Lisboa Dia 5 Semana Mundial de Rotary VOG D1970 – RC Castelo de Paiva VOG D1960 – RC Rio Maior Dia 25 VOG D1970 – RC Oliveira do Hospital Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher Dia 6 Semana Mundial de Rotary Dia 26 VOG D1970 – RC Guimarães VOG D1960 – RC Portalegre Dia 7 Semana Mundial de Rotary Aniversário RC Rio Maior Dia 8 Semana Mundial de Rotary Dia 19 VOG D1970 – RC Aveiro VOG D1960 – RC Alcobaça Dia 9 Aniversário RC Oliveira do Hospital VOG D1970 – RC Viseu VOG D1960 – RC Portimão Dia 20 Aniversário RC Almada VOG D1970 – RC Fafe VOG D1960 – RC Odivelas Dia 10 Aniversário RC Torres Vedras VOG D1970 – RC Bragança VOG D1960 – RC Praia da Rocha Dia 22 VOG D1970 – RC Figueira da Foz VOG D1960 – RC Lisboa-Olivais Dia 11 VOG D1960 – RC Estoi Dia 23 VOG D1970 – RC Esposende Dia 15 Seminário Distrital de Rotary Foundation – Vila do Conde Dia 12 VOG D1970 – RC Famalicão VOG D1960 – RC Tavira Dia 27 Congresso Nacional de Interact e Rotaract – Funchal Dia 28 Congresso Nacional de Interact e Rotaract – Funchal Aniversário RC Leça da Palmeira Dia 29 Congresso Nacional de Interact e Rotaract – Funchal Dia 30 Congresso Nacional de Interact e Rotaract – Funchal Aniversário RC Vila Real VOG D1970 – RC Ermesinde VOG D1960 – RC Azeitão Dezembro Mês da Família Dia 25 Assembleia Plenária das CIP’s – Leiria e Marinha Grande Aniversário RC Coimbra Dia 14 Reunião do CA da FRP – Coimbra Dia 1 Congresso Nacional de Interact e Rotaract – Funchal 16 ÚLTIMA SETEMBRO > OUTUBRO 2009 ROTARY EM ACÇÃO TRINTA E TRÊS MIL ROTARY CLUBS. UM EXÉRCITO DE VOLUNTÁRIOS. DOIS BILHÕES DE DOSES DE VACINA. PRECISAMOS APENAS DE MAIS UM COMPONENTE PARA ERRADICAR A PÓLIO. VOCÊ. Após vinte anos e mais de dois bilhões de crianças vacinadas, o Rotary e seus parceiros estão a um passo de erradicar a pólio. Graças à doação feita pela Fundação Gates, cada centavo angariado pelo Rotary será multiplicado e usado para proteger crianças no mundo inteiro. Não podemos concluir o trabalho sem você. Rotary. Humanidade em Ação. ELIMINE A PÓLIO AGORA Leia sobre como ajudar em rotary.org Estatuto Editorial O jornal Rotary em Acção é um órgão de informação independente que se pauta por preceitos de rigor, isenção, honestidade e respeito pela pessoa humana. Em consonância com os objectivos fundadores do Rotary, esta publicação pretende estimular e fomentar o Ideal de Servir, difundindo as actividades dos seus Clubes, Distritos e da Fundação Rotária Portuguesa, incentivando-os, assim, ao desenvolvimento da sua organização e impulsionando-os na promoção e divulgação de acções que melhorem a qualidade de vida, mantenham a dignidade humana e promovam a compreensão e a paz entre as nações. O jornal Rotary em Acção disponibiliza informação nacional e internacional, promovendo a partilha de conhecimento com interesse para o desenvolvimento da sociedade em geral e de acordo com padrões desenvolvidos pela Prova Quádrupla, adoptada pelo Rotary Internacional. Pretendendo ser um espaço privilegiado de união de toda a “família” Rotária a nível nacional, este órgão de comunicação impresso orienta-se pelas disposições contidas na Declaração Universal dos Direitos do Homem, na Declaração dos Direitos da Criança, na Constituição da República Portuguesa e pelos princípios de ética profissional produzida e assumida no seio da comunidade da informação, seja no âmbito nacional, seja internacional. O jornal Rotary em Acção é apenas responsável perante os seus leitores, com os quais mantém uma relação rigorosa e transparente, autónoma de qualquer poder político e independentemente de todos os poderes particulares. Considera a liberdade de expressão, a diversidade de ideias, de projectos, de opiniões e de práticas, como elementos estruturantes de uma sociedade democrática. Empenha-se na eliminação de todas as formas de violência e de exclusão económica, social ou cultural, bem como a todas as formas de racismo e de xenofobia. Defende a igualdade de direitos e deveres de género. Opõem-se a todas as formas de violência sexista. Rejeita a competição entre indivíduos e povos como um valor. Considera o desenvolvimento da cooperação e da solidariedade entre indivíduos, povos e Estados como um bem a desenvolver. O jornal Rotary em Acção respeita, na sua orientação editorial, os princípios e as práticas da democracia e da cidadania participadas. Não publica informação ou opinião que possam ofender ou desrespeitar a dignidade e o bom nome das pessoas e instituições, rejeitando o sensacionalismo, o alarme social ou qualquer tipo de manipulação da opinião pública. O jornal Rotary em Acção é um espaço aberto à opinião dos seus colaboradores, aceitando todas as propostas de divulgação de informação, mas concedendo-se o direito de seleccionar notícias, tendo em conta o seu Estatuto Editorial e o respeito devido aos seus leitores. Finalmente, o jornal Rotary em Acção considera o seu dever de contribuir para o desenvolvimento e manutenção dos altos padrões de ética nas relações humanas. Rotary em Acção é um jornal bimestral, editado pela Fundação Rotária Portuguesa e pelas Governadorias dos Distritos Rotários 1960 e 1970.