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Marcelo Tavella de Souza 0305162 Transmissão de Dados via Rede Sem Fio utilizando WiMAX Jaguariúna 2006 Marcelo Tavella de Souza 0305162 Transmissão de Dados via Rede Sem Fio utilizando WiMAX Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Ciência da Computação da Faculdade de Jaguariúna, sob a orientação do Prof. Ms. Fernando Augusto Zancheta, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação. Jaguariúna 2006 Souza, Marcelo Tavella. Transmissão de Dados via Rede Sem Fio utilizando WiMAX. Monografia defendida e aprovada na FAJ em 12 de dezembro de 2006 pela banca examinadora constituída pelos professores: ___________________________________ Prof. Ms. Fernando Augusto Zancheta FAJ – Orientador __________________________________ Prof. ____________________________________ Prof. Dedico este trabalho a três pessoas, as quais são as mais importantes de minha vida: meu pai, Seu Toninho Polidoro, que infelizmente Deus não permitiu que ele estivesse junto de nós para que eu pudesse compartilhar com ele este momento; Minha mãe, Dona Thereza, que me concebeu, e que sempre que pode esteve presente para que este sonho fosse realizado; Minha esposa, mulher, companheira, amiga.... Andressa, que soube apoiar, ajudar, incentivar e muitas vezes me ensinar, para que mais esta etapa de nossas vidas fosse superada com sucesso! AGRADECIMENTOS A Deus, por iluminar meu caminho e me guiar na direção correta, permitindo que eu ultrapasse todos os obstáculos que se puseram diante de mim. A minha esposa Andressa que sempre esteve ao meu lado, me incentivando, colaborando, muitas vezes ensinando a desenvolver os trabalhos e sempre me amando... meu agradecimento especial a você! A minha família, que sempre acreditou em mim e me incentivando para que não me deixasse abater. Ao meu Orientador, Prof. Ms. Fernando Augusto Zancheta, por ter depositado sua confiança em meu trabalho. Aos mestres e a Faculdade de Jaguariúna pelos longos anos de ensinamento. A todos os meus amigos que, de alguma forma, estiveram ao meu lado, me ajudando e dando força para a conclusão deste curso. Aos colegas de sala, pela oportunidade e confiança em poder trabalhar ao lado de vocês nos trabalhos e projetos desenvolvidos. A todos os colegas, com quem trabalhei muitos sábados e domingos pelo projeto Escola da Família, o qual me permitiu custear meus estudos. A todos que me ajudaram direta ou indiretamente, para a realização deste trabalho. "Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso. O sucesso é conseqüência". (Albert Einstein). Souza, Marcelo Tavella de. Transmissão de Dados via Rede Sem Fio utilizando WiMAX. 2006. Monografia (Bacharelado em Ciência da Computação) – Curso de Ciência da Computação da Faculdade de Jaguariúna, Jaguariúna. RESUMO A necessidade de mobilidade com o uso de equipamentos de comunicação de dados, utilizando uma rede de computadores sem fio, sempre foi um desejo dos usuários. As redes WI-Fi surgiram e conseguiram iniciar a libertação do uso de fios na comunicação, mas com um raio de alcance limitado e uma largura de banda pequena. Esse tipo de rede é de grande utilização em empresas para uma conexão local. Visando uma rede de maior dimensão, surgiram as redes metropolitanas, conhecidas como WiMAX, a sua maior virtude é a conexão de pontos a longa distância e com taxas superiores de largura de banda. Estes dois tipos de redes não são concorrentes, ao contrário, elas se completam. O objetivo deste trabalho é fazer uma comparação dos diferentes tipos de comunicação de redes sem fio, utilizando o Wi-Fi (IEEE 802.11) e o WiMAX (IEEE 802.16), mostrando que sua utilização destina-se para públicos distintos. Palavras-chave: WIMAX, WI-FI, IEEE 802.16, IEEE 802.11, REDES SEM FIO, REDES METROPOLITANAS, BANDA LARGA. ABSTRACT The necessity of mobility with data communication equipments, by wireless computer network, always was a desire of the users. The Wi-Fi nets came out starting the use of wireless machines to communicate, but within a limited band range. These two types of net are widely used in companies for local connection. Aiming a wide dimension net, the metropolitan nets raised, known as WiMAX, which the best virtue is the connection of long distance points, with higher taxes of band ranges. These two types of nets are not competitors, but complete each other. The aim of this assignment is to compare the different types of wireless communication net that uses Wi-Fi (IEEE 802.11) and WiMAX (IEEE 802.16), showing the their use is designed for distinct users. Key Words: WIMAX, WI-FI, IEEE 802.16, IEEE 802.11, WIRELESS NETWORKS, METROPOLITAN NETWORKS, BROADBAND SUMÁRIO LISTAS DE SIGLAS _______________________________________________________10 LISTAS DE FIGURAS ______________________________________________________12 LISTA DE TABELAS _______________________________________________________14 1- INTRODUÇÃO _________________________________________________________15 1.2 – Perspectiva de contribuição __________________________________________17 1.3 - Metodologia _______________________________________________________17 1.4 - Estrutura do trabalho ________________________________________________17 2 - O ESPECTRO DE FREQÜÊNCIA ELETROMAGNÉTICO _______________________18 2.1 - Ondas de luz_______________________________________________________20 2.2 - Infravermelho ______________________________________________________21 2.3 - Microondas ________________________________________________________22 2.4 - Ondas de rádio _____________________________________________________23 3 - REDES SEM FIO WI – FI - PADRÃO IEEE 802.11X ___________________________26 3.1 - Métodos de modulação utilizados no padrão IEEE 802.11x __________________27 3.1.1 - FHSS (Frequency Hopping Spread Spectrum – Espectro de Dispersão de Saltos de Freqüência) ______________________________________________________28 3.1.2 - DSSS (Direct Sequence Spread Spectrum – Espectro de Dispersão de Seqüência Direta) _________________________________________________________29 3.1.3 - IR - infravermelho _______________________________________________30 3.1.4 - OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing – Multiplexação Orthogonal por Divisão de Freqüência) __________________________________________________31 3.1.5 - HR-DSSS (High Rate Direct Sequence Spread Spectrum – Espectro de Dispersão de Seqüência de Alta Velocidade) ____________________________________32 3.2 - Tipos de redes utilizando wireless padrão IEEE 802.11 a/b/g _________________32 3.2.1 - Rede local sem fio ad-hoc ________________________________________32 3.2.2 - Rede local sem fio cliente/servidor com ponto de acesso (ap) ____________33 3.2.3 - Rede local sem fio com múltiplos pontos de acesso e pontos de extensão __34 3.2.4 - Roaming ______________________________________________________35 3.2.5 - Rede local sem fio conectando redes locais fixas ______________________36 3.2.6 - Rede local sem fio com acesso à internet ____________________________37 3.2.7 - Rede local sem fio e fixa compartilhando o acesso à internet _____________38 3.3 - Exemplos de equipamentos Wi-Fi disponíveis no mercado ___________________39 4 - REDES SEM FIO WIMAX PADRÃO IEEE 802.16X ____________________________43 4.1 - Padrões IEEE 802.16x _______________________________________________45 4.1.1 - Padrão IEEE 802.16 _____________________________________________45 4.1.2 - Padrão IEEE 802.16a ____________________________________________45 4.1.3 - Padrão IEEE 802.16b e IEEE 802.16c _______________________________46 4.1.4 - Padrão IEEE 802.16 REVd ________________________________________46 4.1.5 - Padrão IEEE 802.16e ____________________________________________46 4.2 - Modulações________________________________________________________48 4.2.1 - BPSK (Binary Phase-Shift Keying) __________________________________49 4.2.2 - QPSK (Quadrature Phase Shift Keying - Chaveamento por Deslocamento de Fase de Quadratura) _______________________________________________________50 4.2.3 - QAM-16 (Quadrature Amplitude Modulation - Modulação por Amplitude de Quadratura) _____________________________________________________________51 4.2.4 - QAM-64 (Quadrature Amplitude Modulation - Modulação por amplitude de quadratura) ______________________________________________________________51 4.2.5 - OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing - Multiplexação Ortogonal da Divisão de Freqüências) _________________________________________________52 4.2.6 - OFDMA (Access Orthogonal Frequency Division Multiplexing - Acesso Múltiplo por Divisão Ortogonal da Freqüência) _________________________________________53 4.2.7 - FDD e TDD ___________________________________________________54 4.3 - Acesso a uma rede WiMAX ___________________________________________55 4.3.1 - Equipamento para uma rede WiMAX ________________________________56 5 - COMPARANDO OS PADRÕES IEEE 802.11X(WIFI) VS. IEEE 802.16X(WIMAX) ____59 6 - CONCLUSÃO__________________________________________________________61 7 - TRABALHOS FUTUROS _________________________________________________63 BIBLIOGRAFIA ___________________________________________________________64 LISTAS DE SIGLAS BPSK - Binary Phase-Shift Keying BWA - Broadband Wireless Access CSMA/CA - Carrier Sense Multiple Access with Collision Avoidance DFIR - Diffused Infra-Red DSL - Digital Subscriber Line DSSS - Direct Sequence Spread Spectrum ETSI - European Telecommunications Standards Institute FDD - Frequency Division Duplexing FCC - Federal Communications Commission FHSS - Frequency Hopping Spread Spectrum HR-DSSS - High Rate Direct Sequence Spread Spectrum HZ - Hertz IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers IrDA - Infrared Developers Association ISM - Industrial, Scientific, Medical ISO - International Standards Organization ITU-R - International Telecommunications Union – Radio Communications Sector LAN - Local Area Network LMDS - Local Multipoint Distribution System LOS - Line-of-sight NLOS - Non-line-of-sight MAC - Medium Access Control MAN - Metropolitan Area Network MBWA - Mobile Broadband Wireless Access MIMO - Multiple-Input Multiple-Output OFDM - Orthogonal Frequency Division Multiplexing PAN - Personal Area Network PMP - Point-to-Multipoint PPM - Pulse Position Modulation QAM - Quadrature and Amplitude Modulation QoS - Quality of Service QPSK - Quadrature Phase Shift Keying TDD - Time Division Duplexing WAN - Wide Area Network Wi-Fi - Wireless Fidelity WiMAX - Wireless Interoperability for Microwave Access WMAN - Wireless Metropolitan Access Network LISTAS DE FIGURAS FIGURA 1: Representação gráfica dos padrões IEEE e seu similar no padrão ETSI. [INTEL (2006)]. FIGURA 2: O espectro eletromagnético e suas divisões, [TANNENBAUM (2003)]. FIGURA 3: Transmissão infravermelha direta. [TORRES (2001)] FIGURA 4: Transmissão infravermelha difusa. [TORRES (2001)] FIGURA 5: Transmissão não-direcional. [TORRES (2001)] FIGURA 6: Transmissão direcional. [TORRES (2001)] FIGURA 7: Exemplo de funcionamento do método de transmissão CSMA/CA. [TORRES (2001)] FIGURA 8: Parte da pilha de protocolos do IEEE 802.11x. [TANNENBAUM (2003).] FIGURA 9: Rede sem fio Ad-Hoc. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 10: Rede sem Fio Cliente/Servidor, utilizando ponto de acesso. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 11: Rede sem Fio Cliente/Servidor, utilizando software para haver a comunicação. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 12: Rede Local sem Fio com Múltiplos Pontos de Acesso [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 13: Rede Local sem Fio com Pontos de Extensão. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 14: Utilização do Roaming. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 15: Redes sem Fio conectando Redes Fixas. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 16: Utilização de antenas direcionais. apud [ZANETTI (2006)] FIGURA 17: Rede sem Fio com Acesso à Internet, utilizando ponto de acesso. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 18: Rede sem Fio com Acesso à Internet, utilizando computador para haver a comunicação. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 19: Redes sem Fio e Fixa Compartilhando o Acesso a Internet. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 20: Redes sem Fio e Fixa Compartilhando o Acesso a Internet. [VICOMSOFT (2006)] FIGURA 21: Exemplo do uso do Wi-Fi Outdoor. [INTEL (2006)] FIGURA 22: Exemplo do uso do WiMAX. [INTEL (2006)] FIGURA 23: Cenário do IEEE 802.16. [INTEL(2006)] FIGURA 24: Cenários possíveis da utilização do WiMAX. [WiMAX Fórum (2006)] FIGURA 25: Cenário do uso do WiMAX. [HOW STUFF WORKS (2006)] FIGURA 26: Exemplos de modulação e tipos de portadoras. [CARLETI (2006)] FIGURA 27: Exemplo do sinal da modulação BPSK e sua constelação. [CARLETI (2006)] FIGURA 28: Exemplo do sinal da modulação QPSK e sua constelação. [CARLETI (2006)] FIGURA 29: Exemplo de constelação da modulação QAM-16. [CARLETI (2006)] FIGURA 30: Exemplo da constelação do QAM-64. [CS-CCSU (2006)] FIGURA 31: Exemplo do OFDM utilizando 3 sub-portadoras [PINHEIRO (2005)] FIGURA 32: Libra 5800 [MALIMA Tecnologia] FIGURA 33: Exemplo da instalação do Libra 5800. [MALIMA Tecnologia (2004)] FIGURA 34: Exemplo da utilização do Libra 5800. [INTEL (2006)] LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Métodos de modulação no padrão 802.11 TABELA 2 - Mapeamento da Modulação PPM, utilizando 16-PPM. [CS-CCSU (2006)] TABELA 3 - Mapeamento da Modulação PPM, utilizando 4PPM. [CS-CCSU (2006)] TABELA 4 – Tabela comparativa da família de padrões IEEE 802.16x [Adaptado WiMAX Fórum (2006)] TABELA 5 - Tabela de comparação entre TDD e FDD. [INTEL (2006)] TABELA 6 - Comparação resumida entre os padrões IEEE 802.11x e 802.16x. [Adaptado WIMAX Fórum (2006)] 15 1 - INTRODUÇÃO O mundo moderno exige cada vez mais que a comunicação melhore e diversifique os métodos de transmissão da informação. Um fator fundamental é a necessidade de comunicação entre empresas, usuários residenciais, instituições de ensino e departamentos públicos. Essas comunicações muitas vezes são feitas através de computadores, os quais podem estar interligados a uma rede local. Informações são transmitidas entre computadores por todo o globo terrestre basicamente de três maneiras, pode ser através de cabos de cobre, por fibra ótica (nesse caso utilizando a luz), ou ainda através de ondas eletromagnéticas, que são as transmissões popularmente conhecidas como via rádio. A transmissão de dados utilizando ondas eletromagnéticas usa como veículo o ar. A necessidade de comunicação aliada a crescente necessidade de mobilidade faz com que este tipo de transmissão seja considerado uma revolução nos conceitos de transmissão de dados. As redes locais sem fio permitem a intercomunicação entre usuários, rompendo o paradigma da comunicação através de redes cabeadas. As redes sem fio têm muito a se desenvolver ainda, pois a limitação da área de cobertura e sua baixa largura de banda é uma questão a ser muito melhorada. Estudos apontam que as WMAN (Wireless Metropolitan Access Network - Redes Metropolitanas Sem Fio) podem ser uma solução alternativa para suprir problemas na limitação da área de cobertura e sua baixa largura de banda. As WMAN são também conhecidas por WiMAX (Wireless Interoperability for Microwave Access) e o seu padrão 802.16 é regulado pelo IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), o qual é uma marca de certificação para os produtos obedecerem as regras de conformidade e interoperabilidade, da mesma forma que o Wi-Fi (Wireless Fidelity) é a marca de certificação para o padrão IEEE 802.11. O alcance do Wi-Fi é inferior ao WiMAX. Sendo que a área de cobertura do Wi-Fi é medida em metros quadrados, já WiMAX sua área de cobertura é bem maior podendo ser mensurado em quilômetros quadrados. Com isso, seu alcance, tem o potencial de permitir que o sinal de banda larga chegue a lugares antes inacessíveis e que milhares de pessoas podem ser atendidas em grandes centros urbanos. Dependendo do tamanho da cidade, exemplo Campinas, um único ponto com uma antena pode cobrir toda a área urbana de uma cidade, já que o Wimax pode oferecer conexão de alta velocidade a uma distância de até 50 quilômetros de raio. O mesmo não 16 acontece na utilização de Wi-Fi, pois seu alcance em área aberta é de no máximo 300 metros de raio, nesse caso há a necessidade de vários pontos com antenas espalhadas pela cidade. O WiMAX tem características que podem revolucionar as formas de telecomunicações existentes, partindo desse conceito despertou a motivação para o estudo dessa nova tecnologia. Esse novo modo de comunicação sem fio poderá ser muito usado em todo o mundo, para transmissão de diversos tipos de informações, dados, voz e vídeo. O instituto IEEE projetou o padrão 802.16 visando a cobertura de áreas antes inatingíveis de acesso a banda larga. Por isso o WiMAX tem a capacidade de se sobre-sair quando há limitações físicas impostas em redes cabeadas. FIGURA 1: Representação gráfica dos padrões IEEE e seu similar no padrão ETSI. [INTEL (2006)] Existe uma hierarquia dentro dos padrões IEEE 802.1x de transmissão sem fio, onde diferencial pode ser medido pelo alcance máximo do sinal e quantidades de usuários conectados. As redes pessoais (PAN) têm como norma o padrão IEEE 802.15, conhecido como BlueTooth, seu raio de alcance limita-se ao interior de uma sala. As redes locais (LAN) têm como norma o padrão IEEE 802.11x, popularmente chamado de Wi-Fi, seu alcance é um pouco maior, podendo alcançar centenas de metros quadrados. Já o padrão IEEE 802.16 baliza as redes metropolitanas (MAN), podendo alcançar um raio de até 50 quilômetros quadrados. Cada padrão atende a diferentes públicos e exigências. 17 1.2 - Perspectiva de contribuição Neste trabalho foi feita uma comparação dos dois padrões aprovados pelo IEEE, que são utilizados para comunicação de redes sem fio, Wi-Fi (IEEE 802.11) e o WiMAX (IEEE 802.16), mostrando que sua utilização destina-se para aplicações diferentes, e que eles não são concorrentes, mas se completam. Para comparar os padrões, foi feita uma explanação sobre seus métodos de modulação, a faixa de espectro de freqüência utilizada e seu possível raio de alcance do sinal. Para ilustrar, são apresentados alguns cenários de utilização dos padrões, e também alguns equipamentos que estão disponíveis para aquisição no mercado. Este trabalho auxilia as pessoas que desejam instalar uma rede sem fio ou um provedor de internet, na escolha entre os dois padrões apresentados. 1.3 – Metodologia Este trabalho é um estudo dos diferentes tipos de comunicação sem fio existente no mercado, comparando-os entre as redes locais sem fio, WLAN, Wi-Fi e as redes metropolitanas sem fio, WMAN, WiMAX. 1.4 - Estrutura do trabalho O Capitulo 1 é uma abordagem geral sobre o tema a ser tratado, rede de transmissão sem fio, em especial, WiMAX. No Capitulo 2 o Espectro de Freqüência Eletromagnético é descrito. No Capitulo 3 destinado a explicar o Padrão IEEE 802.11x. Já o Capítulo 4 está sendo descritos a família do padrão 802.16. O Capitulo 5 é mostrada uma comparação entre as redes WI-FI e WiMAX. No Capítulo 6, uma rápida conclusão sobre o estudo de Wireless. Por fim no Capítulo 7 apresento uma sugestão para estudos futuros da tecnologia de transmissão de dados sem fio. 18 2 – O ESPECTRO DE FREQÜÊNCIA ELETROMAGNÉTICO Quando se movem, os elétrons criam ondas eletromagnéticas que podem se propagar pelo espaço livre (até mesmo no vácuo). Essas ondas foram previstas pelo físico inglês James Clerk Maxwell em 1865 e foram observadas pela primeira vez pelo físico alemão Heinrich Hertz em 1887. O número de oscilações por segundo de uma onda eletromagnética é chamado freqüência, f, e é medido em Hz (homenagem a Heinrich Hertz). ”A distância entre dois pontos máximos (ou mínimos) consecutivos é chamado de comprimento de onda, designado pela letra grega (lambda)” (TANEMBAUM, 2003). Ondas eletromagnéticas podem ser transmitidas e recebidas com eficiência por antenas conectadas em um circuito elétrico. Toda comunicação é baseada neste princípio. TANEMBAUM (2003) diz que todas as ondas eletromagnéticas trafegam em uma mesma velocidade, quando o meio for o vácuo, independente de qual freqüência esteja utilizando, geralmente chamada de velocidade da luz (c), que é de aproximadamente 300.000.000 metros por segundo. Essa velocidade cai quando utilizado outro tipo de mídia, no caso o cobre ou fibra, para cerca de 2/3 do valor apresentado, e a freqüência utilizada neste caso é um fator a ser considerado. Tem como limite máximo de velocidade a velocidade da luz. Nenhum objeto ou sinal pode se mover mais rápido. A relação fundamental entre f, e c(no vácuo) é: f=c. Onde: c = 300.000.000 ou 3 x 108; f = freqüência; = comprimento de onda. A figura 2 abaixo, mostra o espectro eletromagnético. As partes onde a freqüência é mais baixa que a faixa de ondas de luz visível é freqüências que podem ser utilizadas para transmitir informações, entre elas, ondas longas de rádio, AM, FM, TV, Microondas e Infravermelho. Segundo TANEMBAUM (2003), as ondas cujas freqüências são acima da luz visível, Ultravioleta, Raios-X e Raios Gama, poderiam ser até melhor para a transmissão de dados, porém são difíceis de serem produzidas e moduladas, não se propagam bem através de objetos, além de serem ondas perigosas para seres vivos. 19 FIGURA 2: O espectro eletromagnético e suas divisões, TANNENBAUM (2003). Conforme TANEMBAUM (2003), as bandas ou faixas mostradas na figura (LF, MF, HF, VHF, UHF, SHF, EHF e THF) são abreviaturas de palavras em inglês utilizadas para classificar sua faixa de freqüência, são baseados no tamanho das ondas. A letra F significa freqüência, L low (baixa), M médium (média), H high (alta). Na época que estes nomes foram escolhidos, os físicos não imaginavam alcançar freqüências acima de 10 MHz. Quando isto aconteceu, outros nomes foram criados para poder classificar as novas faixas de freqüências, são elas: • V very (muito); • U ultra (ultra); • S super (super); • E extremely (extremamente); • T tremendously (tremendamente). Estes nomes atribuídos a essas diversas regiões do espectro são relacionados apenas com o modo como as ondas são produzidas ou observadas, eles não têm nenhuma relação com qualquer propriedade fundamental das ondas. Não há espaços vazios no espectro, ou seja, lugares onde não haja ondas. Também não há limites específicos nítidos entre as várias faixas. Segundo TANEMBAUM (2003), o volume de informações que uma onda eletromagnética é capaz de transportar está diretamente relacionado à sua largura de banda. Com a tecnologia atual, é possível codificar alguns bits por Hertz em freqüências baixas; no entanto comumente esse número pode chegar a 8 em altas freqüências; assim 20 um cabo coaxial com uma largura de 750 MHz pode transportar diversos gigabits por segundo. TANEMBAUM (2003) descreve que a capacidade de transmissão de dados está diretamente relacionada ao tamanho da freqüência utilizada. Baseado nesta afirmação é normal se esperar que todos desejem utilizar faixas de altas freqüências para realizar suas transmissões. Existem órgãos e acordos nacionais e internacionais que controlam a alocação dessas faixas a fim de evitar colisões de sinais. Nos Estados Unidos a FCC (Federal Communications Commission) aloca os espectros para rádios AM e FM, televisão, telefones celulares, etc. No Brasil este controle é feito pela ANATEL. Por fim, regulamentando todas estas organizações, existe a ITU-R (Intenational Telecommunication Union – Radiocommunication Sector). Neste trabalho de pesquisa estão sendo abordadas as freqüências de ondas de valores inferiores da luz visível. 2.1 – Ondas de luz Os seres humanos são dotados de receptores, nossos olhos, sensível à radiação eletromagnética. HALLIDAY (1996) descreve que a região visível do espectro é uma pequena faixa aonde os limites de comprimento de onda vão de cerca de 400 nm, violeta, até 700 nm, o vermelho. Conectar duas LANs em prédio diferentes é possível utilizando ondas de luz. Quando se utiliza o laser para essa finalidade, o seu transmissor e seu receptor foto-sensor devem estar perfeitamente alinhados e sem obstáculos entre si. Descrito por TANEMBAUM (2003), esse tipo de transmissão oferece uma largura de banda muito alta a um custo muito baixo. Ao contrário das microondas, não precisa de uma licença para a sua operação. Segundo TANEMBAUM (2003), pelo motivo que seu feixe de raios laser serem muito estreito, quanto mais longe aumenta a distância entre o transmissor e receptor, mais difícil é o alinhamento de ambos, geralmente são instaladas lentes para desfocar ligeiramente o feixe. Para TORRES (2001), a grande desvantagem desse tipo de onda é não transpor objetos sólidos, inclusive não consegue atravessar a chuva e nuvens largas. O seu funcionamento é perfeito em dias ensolarados. 21 2.2 – Infravermelho A radiação infravermelha, segundo HALLIDAY (1996), possui comprimentos de onda maiores do que os da luz visível, na faixa de 0.7 m cerca de 1 mm. Descrito por TANEMBAUM (2003) que, esta faixa de freqüência é muito utilizada para comunicação de curto alcance. Os dispositivos de controle remoto dos televisores, videocassetes, aparelho de som, aparelhos de DVDs, entre outros, são exemplos do uso da faixa de freqüência do Infravermelho. O infravermelho é relativamente direcional, barato e fácil de obter este sinal, ele tem a propriedade que não consegue transpor obstáculos que estiverem entre o transmissor e receptor. Segundo TANEMBAUM (2003), para esse tipo de comunicação o fato de não transpor objetos sólidos pode ser considerado como uma vantagem e não desvantagem. O fato de que seu alcance é curto não o impede de ser utilizado em redes de computadores, Podendo haver duas redes distintas em salas separadas dentro de uma mesma empresa utilizando o infravermelho para se conectarem. Conforme TANEMBAUM (2003), a segurança é um ponto forte, pois como o sinal não transpõe o ambiente que estiver sendo feita a transmissão não há a possibilidade de que algum tipo de espionagem seja feita, acarretando no vazamento de informações. Neste quesito as transmissões que utilizam infravermelho são mais seguras que as transmissões de rádio. TANEMBAUM (2003), diz que a interferência entre sistemas que utilizam infravermelhos é bastante baixa, não sendo necessário nenhuma licença do governo para operar nessa faixa de transmissão. Ao contrário das transmissões via rádio, que devem ser licenciados fora das bandas ISM. Conforme TORRES (2001), existem dois métodos que são utilizados na transmissão por infravermelho, transmissão direta e a transmissão difusa. Estes dois métodos podem ser analogamente comparados com a transmissão direcional e a transmissão não-direcional de ondas de rádio. Para TORRES (2001), a transmissão direta os dispositivos transmissores e receptores possuem um ângulo de abertura muito pequeno, então a necessidade de que estejam alinhados para conseguirem a comunicação. 22 FIGURA 3: Transmissão infravermelha direta. [TORRES (2001)] Segundo TORRES (2001), no caso da transmissão difusa os sinais são enviados em todas as direções. Utilizando a transmissão difusa a taxa de transmissão alcançada será menor que a transmissão direta. FIGURA 4: Transmissão infravermelha difusa. [TORRES (2001)] 2.3 – Microondas Conforme HALLIDAY (1996), iniciando em 100 MHz e finalizando em não mais que 100 GHz, temos a faixa das microondas. Podem ser consideradas como ondas curtas de rádio. Seu comprimento típico está entre 1 mm e 1m. 23 O sinal gerado por uma antena de microondas trafega em linha reta, isto é, em uma única direção, para haver a comunicação os transmissores e receptores necessitam estar alinhados fisicamente. Segundo TANEMBAUM (2003), dependendo da distância entre o transmissor e receptor, haverá a necessidade de utilizar repetidores de sinal entre eles. As microondas operam em baixas freqüências, isto quer dizer que não conseguem ultrapassar obstáculos facilmente, pois uma microonda de baixa freqüência possui uma freqüência maior que uma onda de rádio de alta freqüência. Conforme TANEMBAUM (2003) é sabido que quanto mais alta a freqüência que está sendo utilizada mais ela se comporta como luz que como ondas de rádio. Por isso a dificuldade de transpor obstáculos. Segundo TANEMBAUM (2003), com as novas tecnologias a demanda pelo espectro aumentou, permitindo que transmissões utilizem freqüências cada vez mais altas. Como que nessa faixa de freqüência as ondas têm apenas alguns centímetros, elas são facilmente absorvidas pela água. O uso das faixas acima de 4 GHz teve ter o cuidado de tratar as informações, prevendo uma eventual chuva, ou neblina muito densa. São amplamente utilizadas para comunicação na telefonia de longa distância, telefones celulares, sinais de TV entre outros. Para TANEMBAUM (2003) a sua grande vantagem em relação à fibra ótica é que as microondas não necessitam do direito sobre o local onde o sinal esteja trafegando, pois se propagam pelo ar. Uma torre para repetir o sinal de microondas pode ser instalada entre espaços de até 50 quilômetros dependendo das oscilações do relevo do terreno. 2.4 – Ondas de rádio “As ondas de rádio tem comprimento de onda maior que 1 metro. Elas são produzidas por fontes terrestres através de oscilações de elétrons nos fios de circuitos elétricos” (HALLIDAY, 1996). TANEMBAUM (2003) relata que a facilidade de se gerar as ondas de rádio, o poder de viajar longas distâncias e transpor obstáculos com facilidade, devido a sua baixa freqüência, fazem delas serem amplamente utilizadas para comunicação em ambientes fechados ou abertos. Uma outra característica importante é que as ondas de rádios são omnidirecionais, ou seja, elas podem se propagar pelo ar por todas as direções, não sendo necessário que o transmissor e receptor estejam cuidadosamente e fisicamente alinhados. Conforme TORRES (2001) nesse tipo de transmissão, percebe-se que abre uma brecha para que ataques de pessoas mal intencionadas possa ser executado, interceptando 24 os dados, uma vez que o sinal está sendo espalhado por uma área muito grande. Diante dessa evidência há a necessidade de se fazer o uso de métodos criptográficos. TORRES (2001) descreve que este tipo de transmissão é muito usado onde às informações a serem transmitidas é de conhecimento público, não havendo sigilo. É um sistema eficiente e muito mais barato do que a conexão através de cabos. Esta é uma transmissão NLOS (Non-line-of-sight), sem linha de visada. FIGURA 5: Transmissão não-direcional. [TORRES (2001)] Conforme TANEMBAUM (2003) a propriedade de transpor obstáculos e penetrar em prédios está ligada à freqüência que é utilizada. Em baixas freqüências ela ultrapassa obstáculos facilmente, contudo a potência cai abruptamente à medida que a distância da fonte de transmissão aumenta, já em altas freqüências ela tem maior dificuldade de ultrapassar obstáculos, viajando apenas em linha reta e ricocheteando nos obstáculos, sendo inclusive absorvida pela chuva. Conforme TORRES (2001) este tipo de transmissão é muito utilizado para ligar duas redes como mostra a figura 3 abaixo. Apresentando como grande vantagem transmitir os dados somente para ao receptor, não dispersando os sinais para outras antenas. Para que isto ocorra as duas antenas devem estar alinhadas e não podendo tem obstáculos entre elas. Esta é uma transmissão LOS (Line-of-sight), com linha de visada. 25 FIGURA 6: Transmissão direcional. [TORRES (2001)] Segundo TANEMBAUM (2003), Os campos eletromagnéticos produzidos por motores, fornos de microondas, entre outros equipamentos elétricos, causam interferências em todas as freqüências de ondas de rádio. As ondas eletromagnéticas utilizadas para transferência de dados são redigidas pelas normas: IEEE 802.11 e IEEE 802.16 como explicadas, respectivamente, nos tópicos 3 e 4. 26 3 - REDES SEM FIO WI–FI - PADRÃO IEEE 802.11X No inicio da comunicação de redes de computadores sem fio o grande problema enfrentado era a falta de padronização entre os diversos fabricantes, o que tornava essa tecnologia inviável economicamente, pois seu custo para a implantação era muito alto. O determinado equipamento de transmissão de dados através de ondas de rádio da empresa x não conseguia fazer a comunicação como equipamento da empresa y, mesmo que as duas empresas construíssem equipamentos para utilizar a mesma faixa de freqüência. Pois o problema não estava na faixa de freqüência utilizada, mas em como os dados eram enviados. O órgão internacional IEEE adotou como padrão de comunicação sem fio a numeração 802.11, definindo regras para que essa comunicação fosse generalizada a todas as empresas. Em virtude disso qualquer equipamento homologado para o padrão IEEE 802.11, de qualquer empresa, consegue efetuar a comunicação entre si sem qualquer problema. Segundo TORRES (2001), o método de transmissão adotado foi o CSMA/CA (Carrier Sense Multiple Access with Collision Avoidance). Para efetuar a primeira transmissão o emissor escuta o canal, se estiver desocupado, é iniciado a transmissão. Após o inicio é determinado um período de tempo para cada máquina. Como cada equipamento que estiver na rede tem um período de tempo estabelecido para utilizar o canal não há colisões nesse método de transmissão. FIGURA 7: Exemplo de funcionamento do método de transmissão CSMA/CA. [TORRES (2001)] Conforme TORRES (2001), se todos os equipamentos que estiverem conectados na rede pararem de utilizá-la, então o canal pára de ser utilizado, para poder iniciar uma nova comunicação o emissor novamente deverá escutar o canal para ver se realmente não há transmissão, então novamente é estabelecida a comunicação e a definição do período de 27 tempo para os outros equipamentos conectados, ou seja, como se fosse uma transmissão inicial. TORRES (2001) descreve que, com este esquema somente em um momento poderá haver algum tipo de colisão de dados, na primeira transmissão, caso duas ou mais máquinas ao verificar o canal percebem que não há transmissão, então elas iniciam as suas transmissão simultaneamente. Quando isso acontecer as transmissões são interrompidas, e novamente o canal deverá estar liberado para uso depois que apenas uma máquina iniciar a escuta e transmissão. Esse esquema de transmissão por ondas de rádio utiliza duas técnicas, a FHSS e DSSS. Segundo TORRES (2001), esse padrão IEEE 802.11 utiliza a faixa de freqüência de transmissão de 2,4 GHz, o qual pertence a uma faixa de uso público, não havendo a necessidade de qualquer autorização pelos órgãos governamentais. Conforme TORRES (2001), na transmissão de dados utilizando o padrão IEEE 802.11 é utilizado um esquema de criptografia chamado WEP (Wireless Encryption Protocol). A criptografia é utilizada para que intrusos ao interceptarem os dados não consiga ter acessos as informações que eles trazem. O padrão IEEE 802.11x utiliza 5 técnicas de transmissão de dados, o que torna possível enviar um pacote de dados de uma estação para outra, diferenciando entre si na tecnologia usada e nas velocidades que podem alcançar. A tabela abaixo ilustra os métodos de modulação possíveis no padrão 802.11, com a freqüência e taxa de comunicação utilizada por cada um deles. TABELA 1 – Métodos de modulação no padrão 802.11 Nome Método 802.11 Infra red 802.11 Infra red 802.11 FHSS 802.11 DSSS 802.11a OFDM 802.11b HR DSSS 802.11g OFDM Freqüência 0.85 micron 0.95 micron 2.4 GHz ISM band 2.4 GHz ISM band 5 GHz ISM band 2.4 GHz ISM band 2.4 GHz ISM band Taxa 1 Mbps 2 Mbps 1-2 Mbps até 11 Mbps até 54 Mbps até 11Mbps até 54 Mbps 3.1 – Métodos de modulação utilizados no padrão IEEE 802.11x Existem as seguintes formas de modulação para conexão via rádio as quais irão ser discutidas nos próximo subtópicos: • FHSS: Definida pela IEEE 802.11; • DSSS: Definida pela IEEE 802.11; 28 • IR: Definida pela IEEE 802.11; • OFDM: Definidas pelas normas IEEE 802.11a/g; • HR-DSSS: Definida pela IEEE 802.11b. FIGURA 8: Parte da pilha de protocolos do IEEE 802.11x. [TANNENBAUM (2003).] 3.1.1 – FHSS (Frequency Hopping Spread Spectrum – Espectro de Dispersão de Saltos de Freqüência) Segundo TORRES (2001), esse método de transmissão não utiliza uma freqüência fixa de transmissão, mas sim um faixa de freqüência, ou seja, várias freqüências, Essa faixa é divida em 79 canais de transmissão, cada um com 1 MHz de largura. Cada canal é usado pela transmissão de tempos em tempos e é alterado automaticamente por todos os dispositivos da rede, de modo aleatório, exemplo (canal 12, canal, 6, canal 18, canal 50, canal 1,....). Conforme TANEMBAUM (2003), para que isso ocorra sem problemas de falta de conexão e que possam transmitir e receber dados, os dispositivos necessitam que estejam sincronizados na alteração entre os 79 canais utilizados. Só por essa troca de canais esse método de modulação já oferece uma segurança superior à utilização de uma faixa única fixa de freqüência. Conforme TANEMBAUM (2003), a troca entre os 79 canais utilizados deve ter um tempo menor que 400 ms, que é chamado de tempo de permanência, é o tempo gasto em cada freqüência. TORRES (2001) descreve que, por causa dessa constante mudança de freqüência, uma pessoa mal intencionada não conseguiria muito facilmente interceptar os sinais para ter 29 acesso aos dados. Este método de transmissão de dados pode ser utilizado com o sistema de criptografia WEP. Para TORRES (2001), outra vantagem que esse sistema dispõe, pelo motivo de utilizar vários canais, é a possibilidade de poder existir mais que uma rede operando na mesma faixa de freqüência, dentro de uma mesma região de alcance. Normalmente com outros sistemas isso não funcionaria corretamente. Segundo TORRES (2001), a possibilidade se dá porque como aleatoriamente o sistema muda de canal, a chance de haver colisão de dados, em um determinado canal, entre duas redes distintas é de 1 para 79, ou seja, 1.26% de haver conflito, já que existem 79 canais, o tempo de permanência é muito curto, e cada rede tem uma seqüência aleatória diferente da outra, é muito provavelmente que no próximo pulo o canal não esteja ocupado, podendo haver a transmissão de dados sem problemas. Outra vantagem na utilização de canais é que o torna relativamente insensível à interferência de rádio, emitido pelos diversos equipamentos eletro-eletrônicos. A grande desvantagem da utilização do FHSS é a pequena largura de banda TANNENBAUM (2003), pelo motivo de alternância constante de freqüência faz com que a transmissão seja mais lenta. A tecnologia FHSS utiliza taxas de transmissão de 1 ou 2 Mbps, TORRES (2001). Segundo TORRES (2001), tendo como área de cobertura, um espaço um espaço que depende de vários fatores, tais como: local aberto ou fechado, o tipo e a quantidade de obstáculos, e principalmente a qualidade e a potência da antena instalada. Em geral em ambientes externos podem atingir um raio de cobertura de 300 metros, e em ambientes fechados em torno de 100 metros. 3.1.2 – DSSS (Direct Sequence Spread Spectrum – Espectro de Dispersão de Seqüência Direta) Também definida pelo IEEE 802.11, TORRES (2001) descreve que a tecnologia DSSS é similar a FHSS, porém que em vez de trocas sucessivas e aleatórias na faixa de freqüência, o pulo se dá de uma forma sucessiva seqüencial. Segundo TORRES (2001), é importante salientar que por motivo do método de transmissão ser diferentes as duas tecnologias não são compatíveis entre si. Uma transmissão utilizando o padrão IEEE 802.11 com FHSS não consegue transmitir informações para um receptor utilizando o padrão IEEE 802.11 com DSSS, e vice-versa. Então apesar de serem especificadas pelo mesmo padrão não podem trabalhar na mesma rede. 30 Conforme TORRES (2001), a largura de banda do DSSS é um pouco maior que o FHSS, podendo ser utilizado as taxas de transmissão de 1 Mbps, 2 Mbps, 5.5 Mbps e 11 Mbps. Para TORRES (2001), por não trabalhar com mudança aleatória de canais, basta ter uma antena DSSS para que um usuário mal intencionado consiga captar o sinal, e ter acesso aos dados. A utilização de criptografia WEP é de extrema necessidade com o uso do DSSS. Como descrito no FHSS a área de cobertura depende dos mesmos fatores acima destacado. Podendo chegar a 300 metros em ambientes abertos, e 100 metros em ambientes fechados. 3.1.3 – IR - infravermelho Utilizando sinais com comprimento de onda muito próximo a luz visível, na faixa de 850 nm ou 950 nm HALLIDAY (1996). É a mesma faixa utilizada por outros equipamentos eletrônicos, como controles remotos de televisores, portões automáticos, etc... Sendo que a sua transmissão se dá diferente dos equipamentos eletrônicos mencionados, onde geralmente os transmissores e receptores necessitam estar alinhados. Conforme TANNENBAUM (2003), no caso da utilização de IR no padrão 802.11 o sistema é baseado não só em uma onda direta, podendo receber ondas refletidas, ele é chamado de infravermelho por difusão. Segundo TORRES (2001), o uso do IR para rede local funciona somente em ambiente fechados. A radiação emitida por infravermelho não ultrapassa objetos, paredes, portas, etc. Pode ser uma escolha onde houver diversas redes sem fio operando em diversas salas diferentes, como não ultrapassa parede não haverá problemas com interferências. Segundo TANNENBAUM (2003), as grandes desvantagens são: a baixa largura de banda, e a interferência que a luz solar causam nos sinais infravermelhos. A modulação utilizada é a PPM (Pulse Position Modulation - Modulação por posição de impulsos), o qual mapeia bits em símbolos. Para utilizar a velocidade 1Mbps é utilizado o 16-PPM, que mapeia 4 bits em um símbolo de 16 posições. 31 TABELA 2 - Mapeamento da Modulação PPM, utilizando 16-PPM. [CS-CCSU] Dados 0000 0001 0011 0010 0110 0111 0101 0100 1100 1101 1111 1110 1010 1011 1001 1000 16-PPM 0000000000000001 0000000000000010 0000000000000100 0000000000001000 0000000000010000 0000000000100000 0000000001000000 0000000010000000 0000000100000000 0000001000000000 0000010000000000 0000100000000000 0001000000000000 0010000000000000 0100000000000000 1000000000000000 A 2 Mbps, é utilizado 4-PPM, mapeando 2 bits em uma palavra de código de 4 posições. TABELA 3 - Mapeamento da Modulação PPM, utilizando 4PPM. [CS-CCSU] Dados 00 01 11 10 4-PPM 0001 0010 0100 1000 3.1.4 – OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing – Multiplexação Orthogonal por Divisão de Freqüência) Utiliza a faixa de freqüência ISM mais larga, 5 GHz, não sendo susceptível a obstáculos, como paredes. A primeira LAN sem fio de alta velocidade, chamada de LAN 802.11a, usa o OFDM. Segundo TANNENBAUM (2003), são usadas diferentes freqüências, no total 52, sendo que 48 são utilizadas para dados e 4 para a sincronização, correção de erros e manter a coerência do sinal. Conforme TANNENBAUM (2003), a transmissão é realizada em diferentes freqüências ao mesmo tempo. A divisão do sinal permite haver vantagens em relação ao uso de uma única banda larga de freqüência, melhor imunidade a interferência e a possibilidade de usar bandas não-contígua. 32 TANNENBAUM (2003) descreve que, utiliza um sistema de codificação complexo, baseado na modulação por deslocamento de fase, podendo alcançar velocidades de até 54 Mbps. O OFDM é chamado do coded OFDM (COFDM), codificação de canal (técnica de correção de erro). Quebrando uma portadora de dados de alta velocidade em várias portadoras de menor velocidade, e transmitindo todas ao mesmo tempo. O padrão IEEE 802.11g também utiliza OFDM, porém em uma freqüência diferente, opera na banda ISM estreita de 2,4 GHz, juntamente com o IEEE 802.11b. 3.1.5 – HR-DSSS (High Rate Direct Sequence Spread Spectrum – Espectro de Dispersão de Seqüência de Alta Velocidade) Segundo TANNENBAUM (2003), utiliza a faixa de freqüência ISM mais larga, 2.4 GHz, para alcançar até 11 Mbps, não sendo susceptível a obstáculos, como paredes. A LAN 802.11b utiliza HR-DSSS. Seu padrão foi o que chegou primeiro no mercado. Ela é compatível com a modulação DSSS, mas não é compatível com o 802.11a. Descrito por TANNENBAUM (2003) que, as taxas de dados que o HR-DSSS suporta são 1, 2, 5 e 11 Mbps. Elas são adaptadas dinamicamente durante a operação para alcançar a melhor velocidade no momento da transmissão. O 802.11b é mais lento que o 802.11a, porém o seu alcance é cerca de sete vezes maior. 3.2 - Tipos de redes utilizando wireless padrão IEEE 802.11 a/b/g A empresa VICOMSOFT (2006) propõe alguns cenários de utilização da tecnologia wireless, que podem ser aplicados para WI-FI. As características de cada tipo de rede foram extraídas do próprio fabricante (VICOMSOFT, 2006) e estão descritas nas próximas seções. 3.2.1 - Rede local sem fio ad-hoc São vários computadores isolados, cada qual deve ser equipado com placa de transmissão de dados sem fio. Cada computador pode comunicar diretamente com todos os outros também equipados com placas de transmissão de dados sem fio, que estiverem em 33 seu raio de alcance. Dessa maneira eles compartilham arquivos, impressoras. Um exemplo prático, duas ou mais pessoas em uma sala, sem comunicação wireless, fazerem seus notebooks se comunicarem diretamente, não havendo a necessidade de um Ponto de Acesso. FIGURA 9: Rede sem fio Ad-Hoc. [VICOMSOFT (2006)] 3.2.2 - Rede local sem fio cliente/servidor com ponto de acesso (ap) Quando a intenção é conectar uma rede local fixa, já existente, a uma rede local sem fio, ou a micros com placas wireless, pode-se utilizar de um equipamento denominado de HAP (Hardware Access Point), ou simplesmente, AP. Neste caso o ponto de acesso irá prover a interligação das duas redes distintas, para isso ele deve ser dotado de entradas ethernet, padrão IEEE 802.3, conector RJ 45. Esse ponto de acesso fará a funcionará como os hubs das redes cabeadas, sendo a ponte para as duas redes. FIGURA 10: Rede sem Fio Cliente/Servidor, utilizando ponto de acesso. [VICOMSOFT (2006)] Ao invés de utilizar um AP, é possível a interligação de duas redes, sem fio e fixa, sendo que, a partir de um dos computadores dotado de duas placas de rede uma ethernet e 34 outra wireless. Rodando junto com o sistema operacional deve haver softwares específicos para o controle de rotas das redes. FIGURA 11: Rede sem Fio Cliente/Servidor, utilizando software para haver a comunicação. [VICOMSOFT (2006)] 3.2.3 - Rede local sem fio com múltiplos pontos de acesso e pontos de extensão Como descrito nas secções anteriores o alcance de cobertura do padrão IEEE 802.11 é limitado. Se a área em que estão localizadas as redes ultrapassar os limites especificados pelos equipamentos utilizados para uma comunicação, uma alternativa pode ser a instalação de outros pontos de acesso. Podendo ser APs ou computadores dotados equipados com placas wireless e softwares específicos. FIGURA 12: Rede Local sem Fio com Múltiplos Pontos de Acesso [VICOMSOFT(2006)] 35 Uma alternativa apresentada é a instalação de equipamentos chamados de pontos de extensão. Estes pontos de extensão devem ser instalados de maneira que a área de cobertura seja sobreposta a área do ponto de acesso. Com isso a mobilidade entre o ponto de acesso e o ponto de extensão está garantida. Este conceito e chamado de roaming. A principal diferença entre pontos de acesso e pontos de extensão, está no fato que os pontos de extensão não necessitam de uma rede fixa para que haja a comunicação entre duas redes. FIGURA 13: Rede Local sem Fio com Pontos de Extensão. [VICOMSOFT (2006)] 3.2.4 - Roaming Roaming, conforme VICONSOFT (2006), é a mobilidade que o usuário tem em trocar de área de cobertura pelo ponto de acesso sem a perda da comunicação. O próprio equipamento instalado na rede sem fio quando depara com essa situação, escolhe automaticamente qual equipamento passará a efetuar a comunicação, fazendo com que o usuário sempre tenha o melhor sinal possível nessa transição. FIGURA 14: Utilização do Roaming. [VICOMSOFT (2006)] 36 3.2.5 - Rede local sem fio conectando redes locais fixas Neste caso três redes distintas estão se comunicando a partir de um ponto de acesso e um micro equipado de placa wireless e software específico. O ponto de acesso faz a interligação da rede wireless com a rede fixa 1. O micro equipado com a placa wireless está localizado na rede fixa 2, como ele está ao alcance do ponto de acesso a rede fixa 1, fixa 2 e os micros wireless podem comunicar-se. FIGURA 15: Redes sem Fio conectando Redes Fixas. [VICOMSOFT (2006)] Muitas vezes a distância entre os micros da rede wireless pode ultrapassar os limites impostos pelos fabricantes de pontos de acesso. Como saída pode-se utilizar de duas antenas direcionais, com maior potência, para conseguir efetuar a comunicação entre duas redes. FIGURA 16: Utilização de antenas direcionais. [ZANETTI (2006)] 37 3.2.6 - Rede local sem fio com acesso à internet O acesso a Internet pode ser compartilhado as redes locais sem fio sem dificuldades. Esse compartilhamento pode ser feito através de um ponto de acesso que estiver conectado à Internet. FIGURA 17: Rede sem Fio com Acesso à Internet, utilizando ponto de acesso. [VICOMSOFT (2006)] Ou o acesso de redes locais sem fio à Internet também pode ser feito por um computador, equipado com placas wireless e software específico. FIGURA 18: Rede sem Fio com Acesso à Internet, utilizando computador para haver a comunicação. [VICOMSOFT (2006)] 38 3.2.7 - Rede Local sem fio e fixa compartilhando o acesso à internet Como descrito na secção 3.2.3 uma rede fixa e sem fio podem estar conectadas. Se um dos computadores localizados na rede local fixa tiver conexão à Internet, então todos os outros computadores que estiverem sendo conectados aos pontos de acesso poderão utilizar a conexão à Internet já existente na rede fixa. FIGURA 19: Redes sem Fio e Fixa Compartilhando o Acesso a Internet. [VICOMSOFT (2006)] Da mesma forma, se a conexão a Internet estiver em qualquer computador ou ponto de acesso da rede wireless, os computadores da rede local fixa também terão acesso a Intenet já existente. FIGURA 20: Redes sem Fio e Fixa Compartilhando o Acesso a Internet. [VICOMSOFT(2006)] 39 3.3 – Exemplos de equipamentos Wi-Fi disponíveis no mercado O objetivo desse tópico é mostrar quais os dispositivos periféricos Wi-Fi existem no mercado bem como o seu custo, fabricante e padronização. • Adaptador Wireless USB 802.11g [D-LINK (2006)]. o Fabricante: DWL-G122 D-Link, o Custo: aproximadamente de R$ 160,00, compatível com padrões IEEE 802.11 b/g. • Placa Wi-Fi 802.11a/b/g PCI [3COM (2006)] o Fabricante: 3COM 3CRDAG675B. o Custo: aproximadamente R$ 450,00, compatível com padrões IEEE 802.11 a/b/g. 40 • Adaptador Wireless Linksys WPC54G-LA PCMCIA 802.11g 54Mbps LinkSys. [LINKSYS (2006)]. o Fabricante: Linksys WPC54G-LA o Custo: custo aproximado de aproximadamente R$ 300,00, compatível com padrões IEEE 802.11 b/g. • Access Point 802.11a/b/g [3COM (2006)] o Fabricante: 3COM 3CRWE454A72. o Custo: aproximadamente R$ 950,00, compatível com padrões IEEE 802.11 a/b/g • Roteador Wireless 802.11g [LINKSYS (2006)] o Fabricante: Linksys WRT54G-LA 54Mbps. o Custo: aproximadamente R$ 370,00, compatível com padrões IEEE 802.11 b/g 41 • Modem ADSL Router Wireless [D-LINK (2006)] o Fabricante: D-LINK, DSL-G604T 54mbps - 4 Portas Ethernet. o Custo: aproximadamente R$ 500,00, compatível com padrões IEEE 802.11 b/g • Antena Direcional Indoor Dual-band 802.11a/g. [TRENDNET (2006)]. o Fabricante: Trendnet. o Custo: aproximadamente R$ 140,00, compatível com padrões IEEE 802.11 a/b/g. 42 Abaixo, figura 21, temos uma figura mostrando o uso de alguns aparelhos comentados e a forma que são interligados. FIGURA 21: Exemplo do uso do Wi-Fi Outdoor. [INTEL (2006)]. 43 4 – REDES SEM FIO WIMAX PADRÃO IEEE 802.16X Erguer uma antena em uma colina fora da cidade e instalar antenas orientadas nos telhados dos clientes é a idéia para a rede metropolitana. O IEEE vem desenvolvendo uma norma para que se torne padrão nas redes metropolitanas sem fio (WMAN), esse padrão é o IEEE 802.16x. TANNENBAUM (2003) descreve que em julho de 1999 iniciou-se o trabalho de pesquisa para regulamentar o padrão 802.16 pelo IEEE, sendo este aprovado em abril de 2002. Oficialmente o padrão é chamado “Air Interface for Fixed Broadband Wireless Access Systems” (interface aérea para sistemas fixos de acesso sem fio de banda larga). Porém muitas pessoas chamam de WMAN (Wireless Metropolitan Área Network – rede metropolitana sem fio) e ainda sendo mais divulgado por WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access - Interoperabilidade Mundial para Acesso de Micro-ondas), nome dado por um grupo de indústrias conhecido como “WiMAX Forum”. O WiMAX Forum é uma organização sem fins lucrativos, formada por diversas empresas fabricantes de equipamentos e de componentes, com o objetivo de promover e certificar a compatibilidade e a interoperabilidade de produtos para BWA. O Padrão IEEE 802.16x é proposto a ser destinado para conectar tanto clientes, residências bem como as corporações à Internet. O Padrão IEEE 802.16x oferece uma alternativa para conexão de banda larga ao uso de redes cabeadas e DSL. Para isso esse sistema WiMAX tem a capacidade de conectar grandes áreas geográficas sem a necessidade de investimento em infra-estrutura de alto custo, oferecendo a conveniência da mobilidade e da banda larga para um grande número de usuários, cobrindo áreas de difícil acesso e áreas rurais. As redes metropolitanas têm uma cobertura com alcance aproximado de 100 km e são geralmente instaladas em ambientes urbanos. Por causa da geografia, algumas dificuldades são encontradas para o funcionamento de uma rede sem fio, que tipicamente necessita de visada direta, sendo este o primeiro problema a ser resolvido. Outros fatores, aspectos como freqüência de operação, número de usuários atendidos, desempenho, QoS e segurança são os desafios para o WiMAX. As redes metropolitanas atuais enfrentam o grande problema que a maioria dos clientes não tem visada direta e aberta a ponto de acesso da rede sem fio devido a grande quantidade de edifícios, pontes, árvores, relevo, etc. Uma parte do sinal de rádio é sempre refletida pelos obstáculos, podendo ser utilizada para se alcançar pontos onde não se consegue chegar diretamente. O problema é que essas reflexões podem causar atenuações 44 no sinal, pra isso o protocolo a ser utilizado deverá se capaz de lidar com a perda causada por essas atenuações. A escalabilidade e conseqüentemente a redução de custos dos equipamentos dependem de que os fabricantes sejam capazes de utilizar a mesma tecnologia em todos os mercados, regiões e países. Esse é o motivo que o IEEE procurou criar um protocolo que seja capaz de operar em diversas freqüências que vão de 2,4 GHz até 66 GHz. Isso não significa que o mesmo equipamento opere em todas as freqüências citadas, mas que os fabricantes utilizem o mesmo protocolo de modulação, podendo modificar apenas as antenas, o sistema de potência e outros subsistemas menores que sejam dependentes da freqüência. A capacidade de uma MAN é medida em quilômetros quadrados, nesse caso muitos usuários poderão ter acesso. Assim sendo, o WiMAX permitirá o controle de milhares de endereços MAC (Medium Access Control – Controle de Acesso ao Meio) por setor. Dependendo da quantidade de usuários, os problemas de desempenho, qualidade de serviço e segurança, devem ser levados em consideração. Limitação na faixa de freqüência utilizada é um parâmetro para mostrar quantos bps (bits por segundo) será a largura de banda. A relação entre a quantidade de banda obtida por Hz utilizado no WiMAX tem um desempenho superior ao WI-FI. Os estudos para criação do WiMAX é que ofereçam garantias para o tráfego de voz com qualidade de operadora, ou seja, recursos de priorização, controle de banda e QoS em todos os equipamentos: desde o nó central até o usuário final. FIGURA 22: Exemplo do uso do WiMAX. [INTEL (2006)] 45 4.1 Padrões IEEE 802.16x A seguir são mostrados os padrões que compõem a o WIMAX. 4.1.1 Padrão IEEE 802.16 Conforme descreve TANNEMBAUM (2003), a primeira versão do padrão IEEE 802.16, homologada em dezembro de 2001, opera na faixa de freqüência de 10 a 66 GHz e requer visada direta, LOS, tem um alcance de 50 km e opera com taxas de transmissão entre 32 Mbps e 134Mbps, com canal de 28 MHz, atendendo centenas de usuários. Utiliza as modulações: QPSK, 16 QAM e 64 QAM. Projetado para padronizar implementações LMDS ( Local Multipoint Distribution System – Serviço de Distribuição Multiponto Local). FIGURA 23: Cenário do IEEE 802.16. [INTEL(2006)] 4.1.2 Padrão IEEE 802.16a Conforme PRADO (2006), finalizado em janeiro de 2003, foi projetado para atender as freqüências mais baixas entre 2 GHz e 11 GHz, algumas das quais não licenciadas, com suporte para tecnologias PMP (Point-to-Multipoint – Ponto-Multiponto) e Mesh. Oferecem acesso à última milha, tendo o objetivo da especificação à competição com tecnologias já existentes no mercado como xDSL e cable modems. Com taxas de transmissão de até 75 Mbps e um alcance máximo de 50 km. Não requer linha de visada para suas antenas, NLOS. Utiliza as modulações: OFDM 256 sub-portadora, QPSK, BPSK, 16 QAM e 64 QAM. 46 4.1.3 Padrão IEEE 802.16b e IEEE 802.16c Conforme Prado (2006), para operação na faixa de freqüência ISM de 5 GHz o IEEE 802.16b cuida de aspectos relativos à qualidade de serviço. Já o IEEE 802.16c teve sua aprovação pelo comitê em dezembro de 2002. Traz em sua especificação a interoperabilidade através dos perfis de sistemas na range de 10 GHz a 66 GHZ, protocolo e especificação de testes de conformação. 4.1.4 Padrão IEEE 802.16 REVd Segundo PRADO (2006), tem as mesmas características do IEEE 802.16a, pois é uma atualização que consolida os padrões 802.16a e 802.16c em um único padrão. Passa a suportar antenas MIMO (Multiple Input, Multiple Output), permitindo a utilização de múltiplas antenas, aumentando a confiabilidade do alcance de sinais. 4.1.5 Padrão IEEE 802.16e Conforme INTEL (2006), especifica a mobilidade, criando as WMANs móveis, operam na freqüência de 2 a 6 GHz, a sua taxa de transmissão para atender a mobilidade é mais reduzida, até 15 Mbps, porém atendem a mobilidade de até 150 Km/h. Não requer linha de visada para suas antenas, NLOS. Utiliza as modulações: OFDMA, OFDM 256 subportadora, 64 QPSK, 16 QAM e QAM. FIGURA 24: Cenários possíveis da utilização do WiMAX. [WiMAX Fórum (2006)] 47 TABELA 4 – Tabela comparativa da família de padrões IEEE 802.16x [Adaptado de WiMAX Fórum (2006)] IEEE 802.16 IEEE 802.16 a/REVd IEEE 802.16e 802.16a: Janeiro de 2003 Homologação Dezembro de 2001 802.16 REVd: Junho de Dezembro 2005 2004 2 - 11 GHz, licenciado, 2 - 6 GHz, licenciado, não licenciado. não licenciado. LOS NLOS NLOS Taxa de Entre 32 e 134 Mbps Até 75 Mbps Até 15 Mbps Transmissão (canal de 28 MHz) (canal de 20 MHz) (Canal de 5 MHz) Freqüência Condições do Canal Modulação Mobilidade Largura de Banda 10 - 66 GHz, licenciado QPSK, QAM-16, QAM64 Fixa 20,25 e 28 MHz OFDM 256 subportadoras, QPSK, QAM16, QAM-64, BPSK Fixa e Portátil (nômade) Entre 1,5 e 20 MHz, com até 16 sub-canais lógicos OFDM 256 subportadoras, OFDMA, QPSK, QAM-16, QAM-64, BPSK Mobilidade, roaming regional Entre 1,5 e 20 MHz, com até 16 subcanais lógicos 5-10 km Alcance máximo de 50 km Raio da Célula 2-5 km dependendo do Tamanho da antena, seu ganho e potência de transmissão (entre outros parâmetros). 2 – 5 km 48 Na figura abaixo está ilustrado que o WiMAX alcança áreas remotas dos grandes centros, antes inatingíveis. FIGURA 25: Cenário do uso do WiMAX. [HOW STUFF WORKS (2006)] 4.2 Modulações Em todo sistema de transmissão de dados, seja digital ou analógico, com ou sem fio, inserem informações úteis em um sinal de Rádio Freqüência, denominado portadora. Este será o veículo para o transporte da informação de um ponto a outro. Existem diversas formas, e são chamadas de modulação. Diversas técnicas utilizando os parâmetros de amplitude, freqüência ou fase da portadora são utilizadas para que o transporte da informação seja embutido na portadora. Considerando as modulações digitais, os bits do sinal de informação são codificados através de símbolos. O trabalho da modulação consiste em mapear cada possível seqüência de bits de um comprimento preestabelecido em um símbolo determinado. 49 Segundo TANEMBAUM (2003), durante cada baund é enviado um símbolo. No caso, se uma linha tem n baunds, pode se afirmar que transmite n símbolos por segundos. Cada símbolo pode representar vários bits. FIGURA 26: Exemplos de modulação e tipos de portadoras. [CARLETI (2006)] 4.2.1 BPSK (Binary Phase-Shift Keying) Descrito por MALBURG (2004), em seu trabalho, que é uma forma de modulação em que a informação do sinal digital é embutida nos parâmetros de fase da portadora. Neste sistema de modulação, quando há uma transição de um bit 0 para um bit 1 ou vice-versa, a onda portadora sofre uma alteração de fase de 180 graus. Quando não há nenhuma destas transições, ou seja, quando bits subseqüentes são iguais, a portadora continua a ser transmitida com a mesma fase. 50 FIGURA 27: Exemplo do sinal da modulação BPSK e sua constelação. [CARLETI (2006)] 4.2.2 QPSK (Quadrature Phase Shift Keying – Chaveamento por Deslocamento de Fase de Quadratura) Para TANEMBAUM (2003), a técnica de modulação QPSK, determina o número de bits/símbolo. A taxa de bits é a quantidade de informações enviadas pelo canal e é igual ao número de símbolos multiplicado pelo número de bits/símbolo. No caso da modulação QPSK a relação é de 2 bits/baund. FIGURA 28: Exemplo do sinal da modulação QPSK e sua constelação. [CARLETI (2006)] 51 4.2.3 QAM-16 (Quadrature Amplitude Modulation – Modulação por Amplitude de Quadratura) Segundo TANEMBAUM (2003), seguindo o conceito do QPSK, no QAM são usados quatro amplitudes e quatro fases, dando um total de 16 combinações possíveis. Com este esquema de modulação pode ser utilizado para transmissão de 4 bits por símbolo. FIGURA 29: Exemplo de constelação da modulação QAM-16. [CARLETI (2006)] 4.2.4 QAM-64 (Quadrature Amplitude Modulation – Modulação por Amplitude de Quadratura) Conforme TANEMBAUM (2003), muito semelhante ao QAM-16, também envolve amplitude e fase em seu esquema de modulação. Permite 64 combinações diferentes, de forma que podem ser transmitidos 6 bits por símbolo. Sua constelação está representada na figura 30. 52 FIGURA 30: Exemplo da constelação do QAM-64. [CS-CCSU (2006)] 4.2.5 OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing Multiplexação Ortogonal da Divisão de Freqüências) O conceito é o mesmo já apresentado para o Padrão IEEE 802.11 a/g. Segundo INTEL (2006), OFDM é a otimização da sub-portadora, dividindo um fluxo digital de alta taxa de bits em um esquema de baixa taxa e a transmissão paralela. A INTEL (2006) mostra que o significado de ortogonal vem da maneira com que a portadora é dividida e dessa divisão as freqüências são selecionadas para que o pico de cada freqüência coincida com o ponto nulo da freqüência adjacente, como está sendo mostrado na figura 31. Organizadas as portadoras para que suas bandas laterais se sobreponham sem que haja interferência entre elas. Esta maior otimização do espaço espectral traz um grande benefício à modulação OFDM, podendo ser utilizada em conexões de dados de alta velocidade, sendo ela fixa ou móvel. No caso do uso do método para WiMAX, o sinal do OFDM é dividido em 256 canais. 53 FIGURA 31: Exemplo do OFDM utilizando 3 sub-portadoras [PINHEIRO (2005)] Conforme informações extraídas do site da INTEL (2006), estas portadoras individuais são enviadas a partir da estação base à estação do assinante ou cliente, e então são reconstituídas no lado do cliente. Em situações sem linha de visada (NLOS), estas portadoras atingem paredes, edifícios, árvores e outros objetos, que por sua vez refletem o sinal, criando interferências multi-caminhos. Segundo FAGUNDES (2006), o padrão IEEE 802.11 a/g foi projetado para 100 metros, ele pode tolerar apenas cerca de 900 nano-segundos de ampliação do atraso. O padrão IEEE 802.16 REVd tolera até 10 micro-segundos de ampliação do atraso, mais de 1000 vezes o padrão IEEE 802.11 a/g. 4.2.6 OFDMA (Access Orthogonal Frequency Division Multiplexing Acesso Múltiplo por Divisão Ortogonal da Freqüência) “O OFDMA que é similar ao OFDM na divisão da portadora em várias subportadoras. A diferença que, o OFDMA agrupa diversas sub-portadoras em sub-canais. Um único cliente ou estação de assinante poderá transmitir utilizando todas as sub-portadoras no espaço da portadora, ou múltiplos clientes poderão transmitir sendo que cada um utiliza uma parcela do número total de sub-canais simultaneamente” INTEL (2006). Segundo NAVES (2005), a portadora da modulação OFDMA é dividindo em 2048 sub-portadoras, e foi projetado para ser utilizado com freqüências abaixo de 11 GHz, podendo ser transmissões sem linha de visada do tipo ponto-multiponto. 54 4.2.7 FDD e TDD Para TANNENBAUM (2003), desde o projeto inicial do WiMAX, a intenção de usar de forma eficiente e melhor aproveitar o espectro disponível. O WiMAX foi projetado para telefonia digital, acesso à Internet, conexão de duas LANs remotas, som, vídeo, etc. Segundo TANNENBAUM (2003), quando do uso de transmissão de voz o tráfego provavelmente é simétrico em sua maior parte. Mas em outros casos, exemplo Internet, geralmente existe um maior tráfego de downstream do que upstream. Conforme TANNENBAUM (2003), para que seja possível alocar banda de modo flexível, são usados dois tipos de duplexação: a FDD e a TDD. Na primeira, o uplink e o downlink estão em canais separados, podendo operar simultaneamente, enquanto que, no segundo, o canal é dividido, não permitindo a transmissão simultânea. “Os equipamentos WiMAX futuramente fabricados pela INTEL que operam em faixas de freqüência sem licença utilizarão a duplexação por divisão de tempo (TDD). Os equipamentos operando em faixas de freqüência licenciadas utilizarão o TDD ou a duplexação por divisão da freqüência (FDD). Os produtos WiMAX da INTEL suportarão tanto a operação TDD quanto FDD half-duplex.” INTEL (2006). Conforme INTEL (2006), a preocupação em minimizar possíveis interferências é a razão para que o FDD utilize dois pares de canais separados, a transmissão usará um canal e a recepção usará o outro. A voz quando transmitida, muito provavelmente é de forma simétrica, como já mencionado, isso faz com que a maioria das faixas de FDD seja alocada para voz, pois como a arquitetura bidirecional do FDD, utiliza dois canais independentes, permite que a voz seja tratada com atrasos mínimos. Esses canais são concedidos no espectro de freqüência mediante licenciamento, sendo as faixas de mesmo tamanho e permitindo implementação full duplex. TANNENBAUM (2003) descreve que quando do uso, onde o tráfego não ocorre de forma simétrica, ou seja, quando o canal é utilizado com maior intensidade por um dos lados, a duplexação por divisão de tempo TDD, é a alternativa de melhor escolha, porque todos os dados trafegam em apenas um canal, ora transmitindo, ora recebendo. Conforme INTEL (2006), o uso de dois conjuntos distintos de blocos de tempo na mesma freqüência para o uplink e o downlink, faz com que o TDD não seja interoperável com o FDD, que utiliza duas freqüências distintas para o uplink e o downlink. Segundo a INTEL (2006), para manipular o tráfego em dois canais independentes o hardware deve ser mais sofisticado, seu custo maior pode ser justificado com uma largura de banda eficiente e a qualidade do serviço na transmissão de voz equiparada com operadoras. 55 TABELA 5 - Tabela de comparação entre TDD e FDD. [INTEL (2006)] Descrição TDD FDD Uma técnica de duplexação utilizada Uma técnica de duplexação utilizada em soluções isentas de licença que em soluções licenciadas que utilizam utiliza um único canal tanto para um par de canais no espectro, um uplink quanto para downlink. para uplink e outro para downlink. * Maior flexibilidade pois não é Vantagens necessário um par de espectros. * Tecnologia comprovada para voz. * Maior facilidade de equiparação * Projetado para tráfego simétrico. com tecnologias de antenas * Não requer tempo de guarda. inteligentes. * Assimétrico. * Não pode ser implementado onde *Não pode transmitir e receber ao Desvantagens mesmo tempo. o espectro não for par. * O espectro é geralmente licenciado. * Custos mais elevados associados à compra de espectro. * Aplicações de dados que apresentam picos e são assimétricas. Utilização * Ambientes com padrões variados de tráfego. * Onde a eficiência de RF for mais * Ambientes com padrões de tráfego previsíveis. * Onde os custos do equipamento forem mais importantes do que a eficiência de RF. importante que o custo. 4.3 Acesso a uma rede WiMAX Utilizar a tecnologia Wi-FI para montar uma rede em ambiente outdoor, muitas vezes a limitação geográfica é o maior obstáculo encontrado. Posicionar as antenas estrategicamente para cobrir uma área com raio superior a 3 km é muito difícil. A empresa Wi-LAN fabricante da linha de equipamentos nomeada Libra 5800, o qual já implementa todas as funcionalidades que estarão presentes dentro do padrão IEEE 802.16. Isso significa que os equipamentos Wi-LAN estão prontos para a tecnologia do 56 futuro em rede sem fio, embora ainda não esteja homologada, denominada então de PréWiMAX. 4.3.1 – Equipamentos para uma rede WiMAX Família Libra 5800 FIGURA 32: Libra 5800 [MALIMA Tecnologia (2004)] Compõe o Libra 5800: * Unidade externa, a prova de interpéries; * Unidade interna, injetor de alimentação; * Utiliza cabo Ethernet. Alcance: * Com linha de visada direta, até 60 km; * Sem linha de visada direta, até 3 km; Outras Características: * Freqüência de Operação, 5,8 GHz, banda ISM; * Possuem porta Ethernet 10/100 BaseT * Largura de banda 32 Mbps (24 Mbps efetivos); * Protocolo de criptografia proprietário; * Vários modelos, diferentes de antenas e aplicação. Modelos Conforme site do fabricante temos as seguintes descrições dos modelos. • Libra 5800 RD (Rapid Deployment) * Ponto-a-ponto; * Possui antena integrada; * LOS 23 km; * NLOS 3 km 57 • Libra 5800 ER (Extended Range) * Semelhante ao Libra 5800 RD; * Não possui antena integrada; * Com antena externa de 37 dBi, alcança 60 km. • Libra 5800 MP AP * Ponto-multiponto; * Estação base central; * Não possui antena integrada; * Alcance depende da antena empregada. • Libra 5800 MP CPE e LCPE * Ponto-multiponto; * Estações base clientes; * Antena integrada de 23 dBi (CPE); * Conector para antena externa (LCPE). FIGURA 33: Exemplo da instalação do Libra 5800. [MALIMA Tecnologia (2004)] 58 FIGURA 34: Exemplo da utilização do Libra 5800. [INTEL (2006)] 59 5 - COMPARANDO OS PADRÕES IEEE 802.11X (WI-FI) VS. IEEE 802.16X (WIMAX). Diferenciando principalmente na concepção de projeto, as redes WiFi e WiMAX não são oponentes, muito embora se assemelhe em alguns aspectos. Inicialmente as redes WiFi permitem conexão sem fio entre dispositivos em uma LAN, já as redes WiMAX foram projetadas para conexão sem fio em uma MAN, ou seja, essas tecnologias não devem concorrer pelo mesmo serviço, mas sim, uma rede irá complementar a outra. O objetivo principal do padrão IEEE 802.11 é criar mobilidade às redes cabeadas privadas. Já o IEEE 802.16 é um padrão desenhado para prover acesso de banda larga sem fio (BWA). Uma interligação de rede local utilizando Wi-Fi para fins comerciais (ex. Internet) é possível, como vimos a taxa de conexão utilizada é de até 54 Mbps, mas quando utilizada outdoor, essa tecnologia é submetida a aplicações que demandam muito tráfego, pois a quantidade de clientes e as possíveis correções de dados enviados são maiores, o que torna a largura de banda já não ser suficiente. Nas redes WiMAX as taxas de transferência podem chegar até 70 Mbps, podendo vários usuários vir a utilizar ao mesmo tempo. Tendo uma importante característica que é NLOS. As redes Wi-Fi, designadas para redes locais, tem alcance de poucos metros, as redes WiMAX podem chegar a um alcance de até 50 km, podendo ser utilizadas para interligação de pontos distantes. Muitos equipamentos disponíveis no mercado para redes Wi-Fi não suportam mais que uma dezena de conexões simultâneas, é uma tecnologia para LAN desenvolvida com o objetivo de adicionar mobilidade às redes cabeadas privadas. As redes WiMAX projetam equipamentos para suportar em torno de 250 conexões simultâneas, sendo que sua aplicação principal é prover um serviço de acesso banda larga sem fio. A função de qualidade de serviço está embutida nos projetos WiMAX, suportando diversas aplicações sem que a qualidade seja comprometida, adequando de acordo com as requisições dos usuários. 60 TABELA 6 - Comparação resumida entre os padrões IEEE 802.11x e 802.16x. [Adaptado WIMAX Fórum (2006)] Aplicação Inicial Taxa de Transmissão Alcance QoS IEEE 802.11 LAN sem fio Cobertura 54 Mbps (canal de 20 MHz) Projetado para 100 m Nenhum (Em estudo 802.11e) Projetado para NLOS indoor Usuários Centenas IEEE 802.16 Acesso à banda larga sem fio (BWA) 75 Mbps (Canal de 20 MHz) Até 50 km QoS para voz e vídeo, diferenciação dos serviços LOS e NLOS, projetado para NLOS outdoor Milhares 61 6 - CONCLUSÃO Neste trabalho de conclusão de curso foram apresentadas as transmissões de dados utilizando redes sem fio, denominadas wireless, os padrões descritos são o IEEE 802.11x, Wi-Fi e o IEEE 802.16x, WiMAX. A intenção desta pesquisa é mostrar que esses dois padrões não são concorrentes. Como descrito no Capitulo 5, o Wi-Fi foi projetado para ser uma rede local com mobilidade, já o WiMAX atende a uma área de cobertura maior, porém sem mobilidade. A questão de mobilidade do WiMAX ainda está em fase de aperfeiçoamento, pelo Comitê IEEE, as empresas do Fórum WiMAX têm a perspectiva de que somente em 2007 poderão produzir tais equipamentos, onde uma mobilidade de até 150 Km/h será aceita. As vantagens do WiMAX em relação ao Wi-Fi são: a largura de banda maior e a área de cobertura. A qualidade de serviço oferecido pelo WiMAX atende perfeitamente as necessidades do mercado em transmissão de voz e vídeo, pois desde o início do estudo desse novo padrão houve o cuidado em moldá-lo para tais funções. Outra característica importante é o número de usuários simultâneos em uma rede WiMAX serem superior quando comparado ao Wi-Fi. Os diferentes métodos de modulação utilizados pelo Wi-Fi, sendo eles: IR, FHSS, DSSS, HR-DSSS e OFDM, faz com que seu alcance e sua taxa de transmissão sejam limitados. Os métodos adotados pelo WiMAX, BPSK, QPSK, QAM-16, QAM-64, OFDM, OFDMA, utilizando TDD ou FDD, faz que o desempenho obtido seja superior ao Wi-Fi. Porem o uso mais indicado para o Wi-Fi é uma rede local sem fio, como exemplo podemos ter um escritório, uma sede de empresa, uma residência. Com equipamentos WiFi até pode-se montar um provedor de acesso a Internet, a maior dificuldade será com a linha de visada que é exigida pelo padrão. Já o WiMAX, pode-se dizer que seja ao contrário das recomendações de utilização do Wi-Fi, ele destina-se primeiramente a prover acesso de banda larga, por isso é mais indicado para prover a Internet, já que o problema de falta de linha de visada é corrigido pelos métodos de modulação onde é escalonável de acordo com a distância entre a base e o receptor. O Wi-Fi por utilizar freqüências de bandas não licenciadas a burocracia é praticamente nula. Para o WiMAX as freqüências utilizadas podem ser licenciadas ou não. Os equipamentos atuais são conhecidos como uma era Pré-WiMAX e operam em freqüência não licenciada, pois ainda não são homologados. No Brasil muitas discussões estão sendo levantadas pelas empresas de telecomunicações contra a agência reguladora, 62 ANATEL, porque os futuros equipamentos produzidos deverão estar localizados na faixa de freqüência de 3,5 GHz, a qual deve ser obtida mediante leilão pela ANATEL, o que pode ser um problema burocrático. O uso de freqüências licenciadas faz com que possíveis problemas de interferência enfrentados pelos atuais equipamentos sejam eliminados. O avanço da tecnologia de transmissão de dados sem fio utilizando WiMAX, destaca-se em três principais itens: banda larga, longo alcance e a não necessidade de visada. O que faz esse padrão ser muito aguardado para complementar as atuais LANs que utilizam o Wi-Fi. Pelo motivo de grandes empresas, associadas pelo WiMAX Fórum, estarem apoiando e auxiliando no desenvolvimento da tecnologia do padrão IEEE 802.16, o WiMAX tem tudo para que muito em breve comece a ser incorporado aos notebooks e aos PDAs (Personal Digital Assistant – Assistente Pessoal Digital). 63 7 - TRABALHOS FUTUROS Como sugestões para trabalhos futuros, das próximas turmas de Ciência da Computação da Faculdade de Jaguariúna, relacionados com a tecnologia wireless, destaco um estudo comparativo dos padrões IEEE 802.16e, WiMAX móvel, juntamente com IEEE 802.20, conhecido como Móbile-Fi ou MBWA (Mobile Broadband Wireless Access). Estes novos padrões definem especificações de modo à garantirem interoperabilidade dos sistemas BWA em um ambiente móvel, operando em bandas licenciadas abaixo de 3,5 GHz. O nome completo do padrão IEEE 802.20 é Standard Air Interface for Móbile Bradband Wireless Access Systems Supporting Vehicular Mobility – Physical and Media Access control Layer Specification. 64 BIBLIOGRAFIA 3COM.2006. Disponível via URL em: http://www.3com.com.br/. Acesso em: 10/11/06. CARLETI, Edison. Linear Equipamentos Eletrônicos. Processos De Modulação Técnicas De Modulação Digital. 2006. Disponível via URL em: http://www.linear.com.br/pdf/portugues/artigos/pdf/proc_mod_digitall.pdf. Acesso em: 30/10/2006. CS-CCSU Computer Science Department. Central Connecticut State University. How Wireless Technology Is Used. 2006. Disponível via URL em: http://www.cs.ccsu.edu/~varma/Spring2003/cs407/notes/chapter1.htm. Acesso em: 15/06/06. D-LINK. 2006. Disponível via URL em: http://www.dlinkla.com/home/. Acesso em: 10/11/06. FAGUNDES, Eduardo Mayer. Wimax. 2006. Disponível via URL em: http://www.efagundes.com/artigos/WiMAX.htm. Acesso em: 26/12/05. FIGUEIREDO, Fabrício Lira. 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