Efetividade e Segurança do Corticosteróide Sistêmico em Crianças
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Efetividade e Segurança do Corticosteróide Sistêmico em Crianças
1 Efetividade e Segurança do Corticosteróide Sistêmico em Crianças Hospitalizadas com Asma Aguda Brasília – DF 2010 2 MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Ciência e Tecnologia Revisão Sistemática: Efetividade e segurança do corticosteróide sistêmico em crianças hospitalizadas com asma aguda. Brasília – DF 2010 3 2012 - Ministério da Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. Este estudo foi financiado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT/MS) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e não expressa decisão formal do Ministério da Saúde para fins de incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS). Informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Ciência e Tecnologia Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício Sede, 8° andar, sala 852 CEP: 70058-900, Brasília – DF Tel.: (61) 3315-3633 E-mail: [email protected] [email protected] Home Page: http://www.saude.gov.br/rebrats Elaboração: Centro Cochrane do Brasil 4 CENTRO COCHRANE DO BRASIL Efetividade e segurança do corticosteróide sistêmico em crianças hospitalizadas com asma aguda REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA São Paulo 2010 5 Efetividade e segurança do corticosteróide sistêmico em crianças hospitalizadas com asma aguda Esse trabalho consiste em Revisão Sistemática realizada por solicitação do Ministério da Saúde para seu uso exclusivo. PERGUNTA O uso de corticosteróides sistêmicos é eficaz e seguro no tratamento de crianças hospitalizadas com asma aguda? 6 REVISÃO I 1 INTRODUÇÃO A busca na literatura identificou uma revisão sistemática realizada na Colaboração Cochrane: M Smith, S Iqbal, TM Elliott, BH Rowe. Corticosteroids for hospitalised children with acute asthma. Cochrane Database of Systematic Reviews 2003, Issue 1. Art. No.: CD002886. DOI: 10.1002/14651858.CD002886. No entanto essa revisão realizou busca de literatura 2002 e não foi mais atualizada. A seguir apresentaremos essa revisão traduzida, em itálico, e posteriormente a atualizaremos com os dados da presente revisão. Corticosteróides para crianças hospitalizadas com asma aguda M Smith, S Iqbal, TM Elliott, BH Rowe Cochrane Database of Systematic Reviews 2008, Issue 3 (Status: Unchanged) Copyright © 2008 The Cochrane Collaboration. Published by John Wiley & Sons, Ltd. DOI: 10.1002/14651858.CD002886 This version first published online: 20 January 2003 in Issue 1, 2003. Date of Most Recent Substantive Amendment: 30 October 2002. Resumo Introdução Corticosteróides sistêmicos são utilizados rotineiramente para o tratamento de crianças com asma aguda grave. Há uma falta de consenso sobre a droga, dose e via de administração. Objetivos Determinar os benefícios dos corticosteróides sistêmicos (oral, intravenoso ou intramuscular) comparado a placebo e esteróides inalatórios em asma aguda pediátrica. 7 Estratégia de busca Todos ensaios clínicos controlados foram identificados do Registro do Grupo de Revisão de Vias Aéreas da Cochrane, busca manual em jornais da área, lista de referencias e contatos com especialistas e indústrias farmacêuticas. Critérios de seleção Os estudos foram incluídos se descrevessem um ensaio clínico controlado randomizado envolvendo crianças com idade de 1 a 18 anos com asma aguda grave que receberam corticosteróide oral, intravenoso ou intramuscular. Apenas estudos com pacientes admitidos em hospitais foram incluídos. Coleta de dados e análise Dois revisores utilizando um formulário padrão extraíram todos os dados. Todos dados, cálculos numéricos extrapolações gráficas foram confirmados independentemente. Principais resultados Sete ensaios clínicos foram incluídos com um total de 426 crianças estudadas (274 com prednisona oral vs. Placebo, 106 com esteróides intravenosos vs. placebo e 46com budesonida nebulizada vs. prednisolona). Um numero significante de crianças tratadas com esteróides apresentaram alta hospitalar mais cedo (>4 horas) com um OR de 7,00 (IC 95%: 2,98 a 16,45) e NNT de 3 (IC 95% de 2 a 8). O tempo de permanência hospitalar foi mais curto no grupo esteróide com Diferença de Média Ponderada (DMP) de -8,75 horas (IC 95%:-19,23 a 1,75). O único pequeno estudo que comparou budesonida nebulizada e prednisona oral falhou em demonstrar equivalência ou diferença entre as terapias. Conclusão dos autores Corticosteróides sistêmicos produzem alguma melhora em crianças admitidas em hospital com asma aguda. Os benefícios podem incluir altas mais cedo e menos recaídas. Até o momento corticosteróide inalatório não pode ser recomendado como equivalente ao sistêmico. Mais estudos examinando a diferença de doses e vias de administração de corticosteróides irão clarificar a melhor terapia. 8 Resumo em linguagem simples A medicação esteróide auxilia crianças a se recuperarem de ataques de asma grave o suficiente para necessitar de internação. Um ataque de asma aguda em uma criança muitas vezes resulta em ida ao hospital. No departamento de emergência, esteróides são dados, e estes podem melhorar a condição da criança e permitir que sejam liberadas para casa depois de uma observação de algumas horas. No entanto, algumas crianças necessitam de continuar o tratamento no hospital. Esta revisão fez a pergunta "esteróides podem ajudar as crianças internadas por asma?" Descobrimos que os esteróides administrados por via oral ou intravenosa ajudam as crianças a se recuperarem da crise aguda de asma. Os benefícios podem incluir alta mais rápida ou menor tempo de permanência no hospital. As crianças apresentaram ainda menor probabilidade de voltar ao hospital em 1-3 meses após a internação. Entretanto, a evidência não foi indiscutível, devido ao número limitado de estudos disponíveis e aos diferentes medicamentos utilizados. Mais pesquisa necessitam concentrar-se nas melhores medicações a serem utilizadas e a melhor via de administração. Introdução Apesar das melhorias significativas no tratamento da asma durante as últimas décadas, as crianças freqüentemente são hospitalizadas com crises agudas da doença crônica (Homer 1996; To 1996). Os corticosteróides são um dos pilares do tratamento da asma aguda, no entanto, as doses de corticosteróides, o modo de administração e as drogas utilizadas no tratamento da asma aguda pediátrica variam consideravelmente. Por muitos anos, corticosteróides na asma aguda na infância foram considerados controversos (Weinburger 1988). Grande parte da investigação nesta área sofreu com problemas metodológicos, tais como desenho de estudo inadequado e populações de estudo diferentes. No entanto, os recentes ensaios clínicos em crianças têm demonstrado um efeito benéfico dos corticóides quando eles são usados precocemente na asma aguda. Grande parte da pesquisa na asma aguda foi realizada no contexto de atendimento de emergência. O principal benefício relatado nesses estudos é uma redução de até 27% em internações hospitalares (Storr, 1987). Neste estudo de 140 pacientes, a prednisona foi comparada com placebo e resultou em uma taxa de alta de 9 30% do departamento de emergência em comparação com 3% no grupo placebo. A metilprednisolona intramuscular também demonstrou ser útil em crianças pequenas com asma aguda (Tal, 1990). Os benefícios deste esteróide foram observados dentro de 3 horas da administração. Benefícios semelhantes também foram observados em um estudo realizado por Scarfone 1993, com uma variedade de grupos etários pediátricos recebendo prednisolona oral ou placebo. Neste estudo, houve uma redução de 18% na taxa de internação no grupo tratado. Quando combinados, estes estudos sugerem que o tratamento com esteróides nos serviços de emergência resultam em menor taxa de internação hospitalar, bem como melhoras nos escores de sintomas (Rowe, 2000a). Além disso, outra revisão Cochrane que incluiu crianças e adultos que receberam um tratamento curto de corticóide sistêmico após uma visita ao serviço de emergência por asma aguda verificou redução nas recidivas e diminuição do uso de beta-agonistas (Rowe, 2000b). Finalmente, corticóide inalatório no atendimento de emergência também tem demonstrado fornecer alguma redução nas internações por asma grave (Edmonds, 2000). No contexto ambulatorial, corticosteróides orais têm sido utilizados para evitar a progressão para asma grave (Horowitz 1994; Shapiro 1983). Além disso, tem ocorrido pesquisa considerável sobre o uso de corticóides inalatórios para prevenir ataques de asma induzida por infecção viral (Connett 1994; Doull 1997; Svedmyr 1999). Estes estudos demonstram que, em asma leve, episódica, doses elevadas de corticosteróides inalados minimizam os episódios de chiado e, possivelmente, reduzem a necessidade de esteróides orais. Não está claro se estes medicamentos reduzem a taxa de hospitalização por asma aguda (McKean 2000). A investigação sobre a fisiopatologia da asma aguda esclareceu o importante papel do processo inflamatório (Taylor 1993). Os corticosteróides reduzem a produção de vários mediadores liberados durante o processo inflamatório e inibe muitas células que são ativadas, incluindo macrófagos, monócitos, linfócitos T, eosinófilos, basófilos e células epiteliais das vias aéreas (Taylor 1993; Djukanovic 1992). Os corticosteróides podem também diminuir efusão microvascular e secreção de muco nas vias aéreas irritadas (Boschetto 1991). Além disso, os corticosteróides melhoram a eficácia dos beta-2 agonistas (Svedmyr 1990). 10 Embora geralmente se aceite e recomende que os corticosteróides sejam administrados quando a criança é hospitalizada com asma aguda, ainda existem dúvidas sobre a extensão do benefício clínico obtidos com essa terapia. Há uma falta de consenso quanto à dose ideal, freqüência e via de administração do esteróide para as crianças que são mais afetadas por esta doença. Por conseguinte, seria útil analisar os estudos que avaliaram o tratamento com esteróides em crianças além da avaliação inicial no pronto-socorro ou ambulatório. Apenas uma revisão anterior foi concluída nesta área, que dirigiu uma pergunta semelhante em adultos (Manser 2000). Objetivos O objetivo geral é determinar o desfecho clinico de crianças tratadas com cortiocsteroides quando intenadas com quadro grave de asma aguda. Os dois objetivos específicos são: 1. Comparar corticosteróides sistêmicos ( oral, intravenoso ou intramuscular) com placebo. 2. Comparar corticosteróides sistêmicos com esteróides inalatorios. Critérios para inclusão de estudos para esta revisão Tipos de estudos Estudos descritos como ensaios clínicos randomizados (ECR) serão incluídos nessa revisão. Tipos de participantes Estudos envolvendo crianças de 1 a 18 anos de idade com asma aguda grave definida pela historia, diagnostico médico, resposta ao tratamento inicial, espirometria ou peak flow. Apenas estudos onde os pacientes foram tratados em serviços de emergência ou ambulatório e necessitaram de internação hospitalar foram incluídos. Estudos que incluíram pacientes com tratamento prévio com corticosteróides não foram incluídos. Tipos de intervenção 11 Estudos que relataram resultados de pacientes que foram randomizados para receber corticosteróides sistêmico foram divididos nas seguintes comparações: 1. Corticosteróides sistêmicos versus placebo ( com tratamento padrão com broncodilatador) 2. Corticosteróides sistêmicos versus esteróides inalatórios Dados de co-intervenções foram coletados incluindo informação sobre terapia adicional com beta-agonistas, anticolinérgicos, teofilina, antibióticos e oxigênio. Tipos de desfechos Devido a limitações de estudos pediátricos, qualquer um desses desfechos clinicamente relevantes foi incluído: 1. Tempo de permanência hospitalar 2. Escore de sintomas 3. Função pulmonar 4. Duração de oxigenioterapia 5. Recaídas após a alta 6. Uso de broncodilatador (numero de tratamento por período de 24 horas 7. Efeitos adversos Para serem incluídos, todos estudos devem ter pelo menos 24 horas de seguimento. Métodos de busca para identificação de estudos Primeiramente todos os estudos controlados fora identificados do Registro de Asma e Chiado do Grupo de Revisão Cochrane de Vias Aéreas, que é uma compilação de buscas sistemáticas do CINAHL, EMBASE, MEDLINE e CENTRAL e de buscas manuais de 20 jornais da área. A busca computadorizada foi completada utilizando os seguintes termos: [Acute OR status OR exacerbation* OR hospitalization] AND [Infusion OR multi-dose OR bolus OR intravenous OR administration OR dosage OR oral OR PO OR inhaled OR nebulized] AND [Prednisolone OR Prednisone OR methyl-prednisolone OR MP OR methylprednisolone OR corticosteroid OR hydrocortisone OR glucocorticoids OR solucortef OR solu-cortef OR solumedrol OR dexamethasone OR triamcinolone OR 12 betamethasone OR budesonide OR fluticasone OR flunisolide OR flovent OR pulmicort OR beclofort OR flixotide OR decadron OR becotide OR solucortef OR precortisyl forte OR prednesol OR solu-medrone OR depo-medrone] Secundariamente, os autores e especialistas da área foram contatados para identificação de estudos apropriados. Terceiramente, a lista de referencias de todos os estudos e revisões, além de livros textos foram também pesquisados para estudos relevantes. Finalmente, industria farmacêuticas, pesquisadores e autores conhecidos na área também foram contatados para a busca de outros estudos relevantes para a revisão. Métodos da Revisão Seleção de estudos: Fase 1: Dois revisores (MS, SI) independentemente avaliaram a busca inicial de todos os bancos de dados e referencias para identificar citações de relevância potencial. Fase2: O texto completo dos artigos selecionados (traduzidos para o inglês se necessário) foi obtido utilizando-se os critérios de elegibilidade, e dois revisores independentes (MS, SI) decidiram pela inclusão dos artigos. Os revisores não eram cegos para os autores, jornais, resultados, etc. Consenso e uma terceira opinião foram utilizados para resolução de discrepâncias se necessário. Dois revisores independentes (TE, SI) utilizando duas abordagens independentes submeteram os artigos incluídos para avaliação de qualidade. 1. Cegamento de alocação. Utilizando a abordagem Cochrane para avaliação de cegamento de alocação, todos os ensaios foram classificados, utilizando os seguintes princípios: a. Grau A – cegamento adequado b. Grau B – incerto c. Grau C – claramente inadequado 13 2. Avaliação de qualidade. A qualidade foi avaliada utilizando-se do escore de 5 partes (Jadad 1996) e resumidos como: a. O estudo é descrito como randomizado (1=sim; 0=não) b. O estudo foi descrito como duplo cego (1=sim; 0=não) c. Existe descrição das perdas (1=sim; 0=não) d. O método de randomização está bem descrito e foi apropriado (1=sim; 0=não) e. O método de cegamento duplo foi bem descrito e foi apropriado (1=sim; 0=não) Pontos eram retirados se a randomização ou cegamento forem inadequados. Extração de dados Dois revisores (TE, SI) independentemente extraíram os dados utilizando formulário padronizado. Todos dados, cálculos numéricos e extrapolações gráficas foram independentemente confirmados. Os revisores tentaram contato com os autores para obtenção de dados insuficientes. Conversão de dados Para utilização de alguns dados de alguns trabalhos, a conversão de dados foi necessária: Ho relatou media = 95%IC para todos os desfechos e os IC 95% foram convertidos para Erro Padrão: IC 95% para dados contínuos = Xbar – 1,96*EP(Xbar) para Xbar + 1,96*EP (Xbar) se IC 95% for (LS a LI). Então EO (Xbar) pode ser calculado EP (Xbar) = (Xbar-LI)/1,96 ou EP (Xbar)= (LS-Xbar) / 1,96 Onde LI e LS = limite inferior e superior do IC Quando o desvio padrão (DP) do tempo de internação estava faltando no estudo, uma estimativa foi imputada (Gleeson 1990). A estimativa foi baseada na média ponderada (pelo tamanho da amostra) dos desvios padrões de outros estudos incluídos para a categoria. Dados de um estudo (Younger 1987) não foram relatados em tabelas, mas demonstrados em gráficos. Para extração desses dados uma escala de cores foi produzida em acetato e os pontos traçados; os resultados foram verificados para confiabilidade duas vezes. Gráficos demonstraram a % predita das medidas com erro 14 padrão de média (EPM). EPMs desses estudos e de dois outros (Gleeson 1990, Connet 1994) foram convertidos para DP: DP(xbar)=EPM(Xbar)*raiz quadrada de (n). Outras considerações estatísticas Dados de estudos foram adicionados no Review Manager (Versão 4.1). Apenas um desfecho (prednisona oral vs placebo) e comparação (alta no primeiro exame (4h)) foi adequado para metanalise. Dois estudos (Connet 1994 e Storr 1987) utilizaram esse desfecho clínico. Foi considerada a possibilidade de heterogeneidade entre os estudos utilizando o teste qui-quadrado para heterogeneidade. Um estudo (Connet 1994) posteriormente randomizou sua amostra em dois grupso que receberam salbutamos a cada 30 minutos ou salbutamol a cada 1-4 horas. Esses subgrupos foram analisados individualmente e combinados no efeito geral utilizando-se o modelo de efeito fixo. Descrição dos estudos Veja tabela de estudos incluídos para maiores detalhes. População estudada Alguns estudos analisaram crianças com idade média de cinco anos (Ho 1994; Connett 1994; Storr 1987; Gleeson, 1990) e os demais (Yonger 1987, Matthews 1999; Kattan 1980) crianças predominantemente na idade escolar. Esta é uma distinção importante pois as idades mais jovens não são susceptíveis de fornecer dados de função pulmonar e os resultados são mais freqüentemente determinados pela avaliação clínica. Todos os estudos abordaram asma aguda, no entanto, muitos não incluíram as crianças gravemente doentes com asma que foram provavelmente necessitaram de cuidados intensivos. Alguns estudos foram explícitos nesta exclusão (Ho 1994, Matthews 1999) e para outros, esta foi inferida a partir da informação clínica. O uso de corticosteróide anterior foi relatado na maioria dos estudos em graus variados. Todos os estudos excluíram pacientes atualmente em uso de corticosteróides orais. Os esteróides inalados foram um critério de exclusão de alguns estudos (Younger 1987; Gleeson 1990; Ho 1994; Kattan 1980). Os estudos restantes possibilitaram o uso profilático de corticosteróides inalados em seu estudo e esta variou 15 de 3% (Ho 1994) para 33% (Connett 1994) dos indivíduos. Isso possivelmente reflete a variabilidade na aceitação do uso profilático de corticóides inalatórios nesta época. Todos os estudos incluíram crianças que foram inicialmente avaliadas em um serviço de emergência e internados com asma aguda grave. Todos tinham sido tratados com um protocolo inicial (que variou de acordo com cada instituição) e admitidos por causa de falha na melhora. Alguns destes protocolos foram muito específicos e a internação foi baseada em uma má resposta à terapia (Connett 1994; Gleeson 1990; Younger 1987; Kattan 1980) e outros indicaram que a admissão foi baseada em grande parte por razões clínicas. Em nenhum dos estudos o peak flow foi usado como um critério para a internação. Intervenções Três estudos utilizaram prednisolona oral em três doses diferentes (Ho 1994; Connett 1994; Storr, 1987). Em cada um destes estudos, apenas uma dose foi dada na admissão. Em quatro estudos esteróides intravenosos foram administrados. O estudo Kattan 1980 utilizou hidrocortisona 7 mg / kg / dia. No estudo de Gleeson 1990 hidrocortisona intravenosa foi dada, inicialmente com uma dose (6 mg / kg), seguido de 2 mg / kg durante pelo menos 24 horas antes de ser convertida em prednisolona oral 2 mg / kg / dia. Em Younger 1987metilprednisolona intravenosa de 2 mg / kg foi dado inicialmente seguido por 1 mg / kg a cada 6 horas durante o período da terapia intravenosa. Apenas um estudo foi identificado (Matthews 1999), que investigou o uso da budesonida nebulizada (2 mg a cada 8 horas), e comparada com dois dias de prednisona oral (2 mg / kg / dia). Co-intervenções Todos os estudos utilizaram broncodilatadores nebulizados como parte do tratamento da asma aguda. A medicação habitual foi salbutamol, quer como 0,15 mg / kg ou uma dose de 5 mg. Terbutalina foi utilizada em um estudo (Matthews 1999). O intervalo de dose variou de acordo com a resposta clínica, variando entre cada duas horas até 3 vezes por dia. Em Connett 1994 salbutamol foi dada com frequência (a cada 30 minutos com prednisolona ou placebo) ou raramente (a cada 1-4 horas com prednisolona ou placebo). Alguns estudos utilizaram aminofilina intravenosa (Ho 1994; 16 Gleeson 1990; Younger 1987; Kattan 1980) e outros broncodilatadores (Younger 1987; Kattan 1980). Desfechos Medidas precisas do resultado da asma aguda em crianças são difíceis. Portanto, não é surpreendente que os resultados fossem relatados de maneira variável nestes ensaios, não existem resultados consistentes para uma análise em conjunto. Em dois estudos, a percentagem de crianças dispensadas na primeira avaliação (4 a 5 horas) foi utilizada como uma medida do efeito de esteróides (Connett 1994; Storr, 1987). O tempo de permanência no hospital foi usado no restante dos estudos. A maioria dos estudos (Ho, 1994; Connett 1994; Storr 1987; Younger 1987, Matthews 1999; Kattan 1980) utilizaram escores de sintomas ou índices pulmonares como medida para determinar o resultado. Infelizmente, muitos escores diferiam em conteúdo ou foram avaliados em diferentes momentos. Teste de função pulmonar foi limitado pela idade dos pacientes estudados e, portanto, só concluída em uma parcela dos participantes em todos os estudos. Outras medidas de aproximação de angústia respiratória (por exemplo, saturação de oxigênio, freqüência cardíaca e gasometria arterial) foram relatadas esporadicamente. Desenho do estudo Todos os estudos eram ensaios controlados randomizados com informação de perdas de pacientes, exceto em um estudo (Matthews 1999), onde essa informação não era disponível. Qualidade metodológica A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi em geral boa. Os resultados relativos às avaliações da qualidade inicial estão listados abaixo. Os índices de qualidade Jadad foram os seguintes: 5 pontos: (Connett 1994; Storr, 1987) 4 pontos: (Ho 1994) 3 pontos: (Matthews 1999) 2 pontos: (Gleeson, 1990) 17 0 pontos: (Kattan 1980) A ocultação da alocação foi adequada em três estudos (Connett 1994; Storr 1987; Ho, 1994). Em todos os outros estudos, a alocação não era clara (Gleeson 1990, Matthews 1999; Younger 1987; Kattan 1980). Todos os estudos foram randomizados e duplo-cego, mas em alguns a descrição de randomização (Matthews 1999) e o método de cegamento duplo (Gleeson 1990; Ho 1994) não foram descritas. Um estudo (Kattan 1980) foi um estudo simples cego. Resultados A busca inicial resultou em127 referências. Na seqüência da revisão de texto completo, 18 estudos foram considerados relevantes e submetidos a fase da avaliação. Neste momento, 11 estudos (Barnett 1997, Becker 1999; Chavez 1992; Daugbjerg 1993; Devidayal 1999; Gonzalez 1994; Langton-Hewer 1998, Lin 1991; Loren 1980; Pierson, 1974; Sano 2000) foram removidos para um ou mais dos seguintes razões: Não era um ensaio clínico randomizado (n = 4); Comparação não adequada com placebo ou d drogas (n = 3); Não realizado em hospital (n = 1); Incluía crianças com menos de 12 meses (n = 4); Estudo só de serviço de emergência, crianças não internadas (n = 2). Ver tabela da seção de estudos excluídos para obter mais detalhes. Os sete estudos restantes foram submetidos à avaliação da qualidade e extração de dados. Os estudos incluídos eram ensaio clinico randomizado de um único centro do Reino Unido (Connett 1994; Gleeson 1990; Storr, 1987), Estados Unidos (Younger, 1987), Canadá (Kattan 1980) e Austrália (Ho 1994) e um ensaio clinico (Matthews 1999) foi um estudo multicêntrico englobando nove centros do Reino Unido. Três comparações foram realizadas pelos sete estudos. 1. prednisolona oral versus placebo (Ho 1994; Connett 1994; Storr, 1987); 18 2. prednisolona oral vs budesonida nebulizado (Matthews 1999); 3. esteróides intravenosos versus placebo (Younger 1987; 1980 Kattan; Gleeson, 1990). Para maximizar a utilidade desta revisão todas as comparações de corticosteróides foram consideradas em duas partes: 1. Esteróides sistêmicos versus placebo (placebo versus corticosteróides orais ou IV); 2. Corticóide inalatório vs corticosteróides sistêmicos. Nem todos os dados puderam ser extraídos dos estudos devido a parâmetros não relatados e, embora tenha sido possível extrapolar alguns dos resultados, como descrito anteriormente, continuou a ser impossível avaliar algumas informações. Os autores foram contatados com solicitação dos dados em falta (ver características dos estudos incluídos para detalhes). Uma série de desfechos clínicos diferentes foram relatados nos estudos, mas apenas dois resultados foram adequados para a meta-análise: a alta após o primeiro re-exame e de recorrência após a alta. Usando os resultados de dois ensaios (Storr 1987; Connett 1994), envolvendo um total de 210 pacientes, a alta após o primeiro re-exame foi avaliado. Ambos Storr 1987 e Connett 1994 relataram os resultados de re-exame após quatro horas e não foi detectada heterogeneidade entre as populações desses estudos (p = 0,14). O segundo resultado adequado para a meta-análise foi a taxa de recorrência, com os resultados dos estudos de Younger 1987 e Gleeson 1990, envolvendo um total de 84 pacientes. Embora o teste de heterogeneidade deste resultado não fosse significativo (p = 0,98), os estudos de utilizam medidas diferentes, recorrência após quatro semanas da alta (Younger, 1987) enquanto a outra medida foi três meses após a alta (Gleeson, 1990). Outros resultados relevantes foram relatados individualmente. Corticosteróides sistêmicos vs placebo 1. Tempo de Internação: Alta após o primeiro re-exame (> 4 horas) 19 Este resultado foi relatado em dois estudos (Connett 1994; Storr, 1987) como uma medida de eficácia. Ambos Storr 1987 (OR = 3,83 IC 95%: 1,28-11,44) e Connett 1994 (OR = 15,11, IC95%: 3,37-67,67) relataram uma diferença significativa entre os grupos tratamento e controle, indicando que os grupos de tratamento apresentaram maior probabilidade de alta após o primeiro re-exame do que o grupo controle. Os resultados agrupados dos estudos também foi significativo (OR = 7,00 IC 95%: 2,98-16,45), em favor do tratamento. O NNT para este resultado indica que 3 crianças (IC 95%: 2 a 8) e precisam ser tratadas com corticosteróides sistêmicos para permitir que um seja liberado após a avaliação de quatro horas. O teste de heterogeneidade entre esses estudos não foi significativo (p = 0,14). Tempo de internação Não houve diferença significativa na duração da internação Ho de 1994 (2,18 vs 2,50 dias). O tempo médio de internação em Gleeson 1990 para o grupo de esteróide (54 horas; faixa de 41 a 100 horas) vs (64 horas, faixa de 39-176 horas) no grupo placebo. não foi estatisticamente significativa. O tempo de permanência em horas no estudo de Younger 1987 também foi menor no grupo de tratamento com corticosteróide (diferença média de -9,00 horas, IC 95%: -27,07 a 9,07), porém este não foi estatisticamente significante. O resultado agrupado dos estudos acima foi (DMP= -8,75 horas; IC 95%: 19,23 a 1,74) em favor do tratamento com corticosteróides. 2. Testes de Função Pulmonar % Peak Flow predito Não houve diferenças significantes entre os grupos tratamento e controle na % predita de Peal Flow em 24 horas segundo os dados de Younger 1987 e Kattan 1980 (DMP=7,21; IC 95% -7,01 a 21,25) 3. Recorrência após alta Tanto Connett 1994 e Storr 1987 verificaram que não havia recorrência de asma aguda nas duas semanas seguintes ao tratamento do estudo. Ho 1994 não verificou exacerbações em ambos os grupos na semana seguinte ao tratamento. Younger (Younger, 1987) investigou a taxa de recidiva (número de pacientes) no prazo de quatro semanas e Gleeson (Gleeson1990 ), verificou recaídas dos pacientes dentro de três meses. Younger (Younger, 1987) verificou que o grupo tratamento tinha menos 20 probabilidade de recaída dentro deste tempo e, embora este resultado não fossem significativos, é extremamente próximo da significância (OR = 0,19, 95% CI: 0,03-1,01). Os resultados de Gleeson 1990 também mostram que os pacientes no grupo de tratamento apresentaram significativamente menos probabilidade de recaída dentro de três meses de alta (OR = 0,19 IC 95%: 0,05 a 0,76). O efeito combinado destes dois estudos mostra taxa de recaída significativamente menor no grupo de tratamento (OR = 0,19 IC 95%: 0,07 a 0,55). O NNT para este resultado indica que 3 crianças (IC 95%: 2-7) precisam ser tratadas com esteróides sistêmicos para evitar uma recaída em 1-3 meses. Corticosteróide nebulizado vs Corticosteróide sistêmico Matthews 1999 relatou que a gravidade da falta de ar diminuiu mais nos pacientes que receberam a budesonida que naqueles que receberam prednisolona (DMP =- 0,77; IC 95% : -1,34 para -0,20). No entanto, não houve diferença significativa na tosse ou chiado, nas medidas de função pulmonar ou na saturação de oxigênio entre os grupos budesonida nebulizado e prednisolona. Discussão Esta revisão sistemática examinou as melhores evidências disponíveis para o uso de corticosteróides sistêmicos ou nebulizado no manejo da asma aguda em crianças hospitalizadas. Vários pontos importantes surgem a partir desta meta-análise. Primeiro, para uma questão tão importante clínicamente, fomos surpreendidos com o número limitado e o pequeno tamanho das amostras dos ensaios disponíveis sobre a qual as recomendações são baseadas. Em segundo lugar, os dados dos ensaios incluídos foram escassos e agrupamento de resultados não foi possível para muitos desfechos importantes. Terceiro, o uso de corticosteróides sistêmicos parece favorecer a alta precoce nos primeiros 4-6 horas, mas não parece reduzir significativamente o tempo de permanência hospitalar. Em quarto lugar, melhor escore de gravidade clínica foi observado em pacientes tratados com esses agentes, no entanto, a corticoterapia não melhorou as medidas de função pulmonar e saturação de oxigênio. Quinto, as recidivas 21 foram menos freqüentes nos 1-3 meses após a alta nos grupos tratados com corticosteróides sistêmicos. Finalmente, embora os efeitos adversos fossem relatados raramente, esses agentes parecem ser bem tolerados. Embora os corticosteróides sistêmicos aparentemente melhorem alguns desfechos, não houve estudos suficientes sobre os agentes nebulizados e conclusões firmes sobre o seu uso não pode ser oferecido no momento. Os estudos incluídos na revisão excluíram pacientes que necessitam de cuidados intensivos ou com estado de mal asmático, por isso os resultados não podem ser generalizados para tais pacientes. Nenhum dos estudos incluiu pacientes em uso regular corticosteróides orais, assim os resultados não podem ser generalizadas para estes pacientes. Na asma crônica, têm sido relatados que alguns pacientes necessitam de doses relativamente elevadas de corticosteróides orais de manutenção e outros são classificados como esteróides resistentes (Barnes 1995, Payne 1998). Por conseguinte, estes resultados podem não se aplicar a estes grupos de pacientes. Tipo de corticosteróide Os estudos comparativos de corticóides sistêmicos com placebo podem ser amplamente divididos em dois grupos: via oral e venosa. Na comparação com corticosteróides orais, três estudos avaliaram o efeito de uma dose única de prednisolona (Ho 1994; Connett 1994; Storr, 1987). Estes pacientes estavam, obviamente, bem o suficiente para tolerar a medicação e assumiu-se que uma dose foi suficiente para o tratamento de sua exacerbação. A prednisolona é conhecida por ter efeito no prazo de 1 a 4 horas e tem uma meia vida fisiológica de 12 a 30 horas (Ziment 1986). Por isso, é provável que qualquer benefícios deste regime seja verificado inicialmente para depois se dissipar ao longo do primeiro dia. No grupo via intravenosa, todos os estudos utilizaram doses múltiplas durante a internação, sustentando assim um efeito contínuo de esteróides (Younger 1987; Gleeson 1990; Kattan 1980). Os medicamentos por via intravenosa não dependem de adesão do paciente ou da gravidade do quadro. Há maiores custos, riscos e desconforto desse tipo de terapia, no entanto, dada as comparações entre o estudo e o pequeno número de pacientes envolvidos, não há conclusões específicas que possam ser tiradas sobre a eficácia comparativa das duas vias de administração de corticosteróides sistêmicos. 22 Finalmente, apenas um estudo comparou medicamentos nebulizados com medicação oral em um hospital (Matthews 1999). Local Esses resultados são aplicáveis para crianças hospitalizadas com asma aguda moderada a grave e pode ser generalizado para países desenvolvidos. Efeitos colaterais Nenhum destes estudos formalmente avaliou a questão da segurança, embora todos sugerissem que tratamentos curtos de esteróides foram seguros quando usados para o tratamento de exacerbações agudas de asma. No entanto, as medidas formais de segurança geralmente não eram parte das avaliações. Storr 1987 relatou que a maioria das crianças não gostou do sabor do medicamento oral. Força da Evidência As evidências desta revisão sugerem que o tratamento de crianças com asma grave aguda com corticóides sistêmicos pode resultar em alta mais cedo e permanência hospitalar ligeiramente mais curta quando comparado com o tratamento broncodilatador isolado. Estes benefícios não eram refletidos pela medição da melhora da saturação de oxigênio. Além disso, não houve provas substanciais de que os testes de função pulmonar melhorem com a terapia esteróide durante a internação. O resultado do Peak Flow melhorou no início de dois estudos, mas isso não foi corroborada por outras medidas de obstrução pulmonar. Houve uma tendência de diminuição das taxas de recaída dentro de 1-3 meses em pacientes que receberam terapia com esteróides durante a sua hospitalização. Apenas um estudo comparou a budesonida nebulizada com prednisona por via oral e mostrou duas pequenas melhorias no grupo nebulizado, mas a maioria da medida clínica e funcional pulmonares favoreceu a prednisona. Este estudo concluiu que os dois esteróides foram equivalentes, mas desde que o poder de detectar diferenças significativas não era adequado, existe a possibilidade de um erro beta. Limitações Metodológicas 23 Desenho dos estudos A maioria dos estudos incluídos foi estruturada para avaliar se os corticosteróides apresentam benefício quando usado no tratamento de exacerbações de asma que requerem hospitalização. Os estudos utilizaram uma variedade de medidas de desfechos tornando-se difícil dados agregados para qualquer outro resultado que a duração da internação e algumas medidas de função pulmonar. Não houve estudos que compararam o efeito de diferentes doses de esteróides sobre os desfechos. Esta situação foi abordada em outro estudo em adultos (Manser 2000). Existe a possibilidade de viés de publicação desta meta-análise. Por exemplo, pela falta de ensaios negativos nos podemos ter superestimado o efeito do tratamento com corticosteróides. No entanto, uma pesquisa abrangente da literatura de estudos potencialmente relevantes foi realizada, utilizando uma estratégia sistemática para evitar esse viés. Este foi seguido pelas tentativas de contatar os primeiros autores ou os correspondentes. Embora não se tenha se identificado estudos negativos publicados, reconhecemos que esse tipo de ensaios pode existir. Há também a possibilidade de viés de seleção do estudo. No entanto foram utilizados dois revisores independentes, que se sentiram confiantes de que os estudos excluídos o foram por razões consistentes e adequadas. Nossa pesquisa foi completa e, portanto, é improvável que houvessem ensaios publicados que foram perdidos. GRÁFICOS Figura 1 – Todos esteróides vs Placebo: Alta após o primeiro re-exame (4 horas) 24 Figura 2 – Todos esteróides vs Placebo: Tempo de internação (horas) Figura 3 – Todos esteróides vs Placebo: % Peak Flow previsto Figura 4 – Todos esteróides vs Placebo: Volume expiratório forçado (24horas) 25 Figura 5 – Todos esteróides vs Placebo: Fluxo expiratório forçado 25-75 (24horas) Figura 6 – Todos esteróides vs Placebo: % Capacidade vital forçada (24horas) Figura 7 – Todos esteróides vs Placebo: Mudança na saturação O2 (24horas) 26 Figura 8 – Todos esteróides vs Placebo – Escore clínico (12 horas) Figura 9 – Todos esteróides vs Placebo – Escore clínico (24 horas) Figura 10 – Todos esteróides vs Placebo – Escore clínico (48 horas) Figura 11 – Todos esteróides vs Placebo – Mudanças no índice pulmonar horas) (12 27 Figura 12 – Todos esteróides vs Placebo – Mudanças no índice pulmonar (24 horas) Figura 13 – Todos esteróides vs Placebo – Mudanças no índice pulmonar (48 horas) Figura 14 – Todos esteróides vs Placebo- Escore total de gravidade Figura 15 – Todos esteróides vs Placebo- Freqüência respiratória (4 horas) 28 Figura 16 – Todos esteróides vs Placebo- Necessidade de terapia adicional Figura 17 – Todos esteróides vs Placebo- Sem chiado na alta Figura 17 – Corticosteróide nebulizado (budesonida) vs prednisolona oral - % mudança no Volume expiratório forçado (24 horas) Figura 18 – Corticosteróide nebulizado (budesonida) vs prednisolona oral– Aumento na tosse 29 Figura 19 – Corticosteróide nebulizado (budesonida) vs prednisolona oral – Aumento no chiado Figura 20 – Corticosteróide nebulizado (budesonida) vs prednisolona oral – Aumento da dificuldade respiratória Figura 21 – Corticosteróide nebulizado (budesonida) vs prednisolona oral – Aumento do PEFR 30 Figura 22 – Corticosteróide nebulizado (budesonida) vs prednisolona oral– Aumento da capacidade vital forçada. Figura 23 – Corticosteróide nebulizado (budesonida) vs prednisolona oral – Aumento da Pulsação Figura 24 – Corticosteróide nebulizado (budesonida) vs prednisolona oral – Aumento da Saturação de oxigênio. 31 Figura 25 – Corticosteróide nebulizado (budesonida) vs prednisolona oral – Aumento da Freqüência respiratoria. 32 Conclusão dos autores Implicações para a prática Em crianças internadas com asma aguda grave, o tratamento no serviço de emergência de uma exacerbação da asma com corticosteróides sistêmicos irá resultar em uma recuperação mais cedo da doença. Os ensaios sugerem que uma variedade de esteróides pode ser utilizada, incluindo prednisolona oral, metilprednisolona e hidrocortisona intravenosa. Todos os benefícios foram semelhantes, incluindo alta mais rápida e melhora de escores de sintomas. Esta revisão não suporta o uso de corticóide nebulizado como um substituto para a terapia sistêmica até o momento. Implicações para a pesquisa Apesar dos resultados desta revisão, há muitas questões decorrentes da análise. Dado a diferentes tratamentos e desfechos foi difícil tirar conclusões significativas sobre o tamanho do efeito do tratamento com corticosteróides. Os vários tipos, doses e vias de administração da droga tornou impossível formular recomendações claras de um ou outro esteróide. Conseqüentemente, os resultados indicam que as seguintes pesquisas são necessárias: Um ensaio clínico multicêntrico de alta qualidade é necessário, examinando vias diferentes, as doses e a duração do tratamento com corticosteróides sistêmicos. Todos os futuros estudos envolvendo crianças com asma requerem desfechos claramente definidos e validados que sejam adequados para a idade e relatado em uma forma padronizada. O papel de co-intervenções, como a freqüência e a dose de beta-agonistas deve ser considerado quando se tratar de medidas como a de resultados da função pulmonar. A falta de metodologia para avaliar o potencial efeito em longo prazo de única e repetidas doses de corticóides sistêmicos é uma limitação importante para a avaliação completa deste tipo de intervenção, e os efeitos colaterais devem ser formalmente relatados em estudos futuros. É necessária uma pesquisa que inclua pacientes que requerem cuidados intensivos para esclarecer o risco-benefício de diferentes doses e freqüência de corticosteróides sistêmicos neste subgrupo. 33 Mais pesquisas sobre os possíveis efeitos benéficos aditivos dos corticosteróides inalados devem ser conduzidas. Características dos Estudos Incluídos Estudo Connett 1994 Methods setting: Childrens hospital, Brighton, England design: randomised double-blind controlled trial, parallel design length of intervention: duration of hospital stay masking: double blind excluded: not stated withdrawls: stated baseline characteristics: similar in all treatment groups Participants 70 children median age: 4.9y: M 49, F 21 prednisone arm: n=37 control arm: n=33 inclusion criteria: children aged > 18m requiring admission to hospital with acute asthma. Each child seen within 30 min of admission and given 5mg of salbutamol and assessed 10 min before and after. exclusion criteria: Not mentioned but 12 who got "steroids" were excluded, as were those with croup Interventions Salbutamol 0.15mg/kg in 2 mls saline q30 + placebo OR Salbutamol 0.15mg/kg in 2 mls saline q30 + prednisolone 2 mg/kg po OR Salbutamol 5mg in 2 mls saline q1-4 prn + prednisolone 2mg/kg po all children got standard therapy of salbutamol 5mg in 2 mls saline q1-4h prn Outcomes Discharge at first re-examination (4h) % best PEFR SaO2 (4h) Total severity score Respiratory rate Notes Jadad score 5 Allocation concealment A – Adequate Estudo Gleeson 1990 Methods setting: Children's hospital, London, England design: randomised double-blind controlled trial, parallel design length of intervention: duration of hospital stay masking: double blind excluded: stated withdrawls: not stated baseline characteristics: similar in both treatment groups Participants 39 children median age: 5 y: M 29, F 9 hydrocortisone/prednisone arm: n=19 control arm: n=20 inclusion criteria: children age 2 - 11 admitted to hospital with acute asthma who were unresponsive to two doses of nebulised salbutamol exclusion criteria: Previous regular inhaled/oral steroid use in previous year or in previous month a short course of oral steroid. Liver disease, hypothyroidism, drug interaction potential. 34 Interventions IV Hydrocortisone 6mg/kg initially then 2mg/kg q 4h for at least 24h then po prednisone 1mg/kg bd OR placebo all children got standard therapy of Nebulised salbutamol 0.15mg/kg/dose made up to 4mls saline q2-4h IV aminophylline 5mg/kg load then 1mg/kg/hr then switched to oral theophylline Ipratropium was also used if above did not work Outcomes SaO2 <95% at discharge Wheeze free on ausculation at discharge Relapse rate < 3 months Notes Jadad score 2 One patient treated twice Allocation concealment B – Unclear Estudo Ho 1994 Methods setting: Paediatric emergency department, Perth, Australia design: randomised, double-blind controlled trial, parallel design length of intervention: length of hospitalisation up to 5 days masking: double blind excluded: stated withdrawls: stated baseline characteristics: similar in both treatment groups Participants 58 children mean age: 4 y: M 24, F 34 prednisolone arm: n=31 control arm: n=27 inclusion criteria: children age 2 - 14 attending hospital emergency department with acute asthma with saturation <= 93% and requiring admission exclusion criteria: Seriously ill with asthma, previous steroids used (any oral or inhaled steroids >400 mcg/d) Child < 2yrs excluded Interventions 1mg/kg oral prednisolone given at admission OR placebo all children got standard therapy of regular beta 2 agonists. Some received theophylline and ipratropium bromide Outcomes Length of stay Change in SaO2 (12, 24 hrs) Change in predicted FEV1 (12, 24, 36hrs) Change in predicted PEFR (12, 24, 36 hrs) Notes Jadad score 4 Allocation concealment B – Unclear Estudo Kattan 1980 Methods setting: Children's hospital, Toronto, Canada design: Randomised, controlled trial, parallel design length of intervention: 48 hours masking: none excluded: stated withdrawls: stated baseline characteristics: certain blood values were stated and were similar Participants 19 children 35 mean age 11.5 y : gender unknown hydrocortisone arm: n=10 control arm: n=9 inclusion criteria: children (age 1-15y) admitted to hospital with acute asthma having received emergency room treatment of 2 salbutamol inhalations and one IV bolus of aminophylline exclusion criteria: long term steroid therapy either inhaled or oral. PCO2 level > 45 mm Hg. Interventions 7mg/kg intravenous hydrocortisone every 6h all children got standard therapy of IV fluids, IV aminophylline 5mg/kg q 6h and oxygen Outcomes clinical score PEFR Notes Jadad score 0 Allocation concealment B – Unclear Estudo Matthews 1999 Methods setting: 9 UK centres of child health design: randomised double-blind controlled trial, parallel design length of intervention: length of hospitalisation masking: double-blind excluded: stated withdrawls: not stated baseline characteristics: similar characteristics in both treatment and control groups Participants 46 children median age: unknown (range 5-16 y) gender unknown budesonide arm: n=23 control arm: n=23 inclusion criteria: children age 5 - 16 admitted to hospital with severe asthma exacerbations and who demonstrated evidence of tachypnoea and tachycardia exclusion criteria: Oral steroids in the last 7 days. Life threatening disease as defined in BTS guidelines (bradycardia, hypotension, O2sat<90, requiring IV aminophylline or salbutamol), pregnancy or severe allergy Interventions Inhaled budesonide 2mg every 8 hours and placebo prednisolone tablets OR Prednisolone 2mg/kg (up to 40mg) at entry and at 24h and placebo inhalation all children got Inhaled terbutaline 2.5 mg as needed. Following the 24 hr phase, all received budesonide 800mcg/day and terbutaline as needed for 24 days Outcomes FEV1 clinical symptoms Notes Jadad score 3 Allocation concealment B – Unclear Estudo Storr 1987 Methods setting: children's hospital, Brighton, England design: randomised double-blind controlled trial, parallel design length of intervention: 36 hours masking: double-blind excluded: stated withdrawls: stated baseline characteristics: similar in both treatment groups Participants 140 children mean age: 5.3 y: M 97, F 43 prednisone arm: n=67 control arm: n=73 inclusion criteria: children hospitalised with moderate or severe asthma exclusion criteria: Other lung illnesses such as croup, pneumonia, pertussis. 36 Vomited drink or previous "steroids" in the most recent 48h Interventions Oral prednisolone3mg/kg prednisolone in water (one dose) (children<5y got 30mg and others got 60mg) OR grapefruit juice all children got standard therapy of nebulised salbutamol 5mg in 2 ml saline on admission and >3 times daily as needed Outcomes Discharge at first re-examination (4h) % expected PEFR (6h) Requirement for suplimentary therapy Notes Jadad score 5 Allocation concealment A – Adequate Estudo Younger 1987 Methods setting: children's hospital, Memphis, Tennesee, USA design: randomised, double-blind controlled trial, parallel design length of intervention: 48 hours masking: double-blind excluded: stated withdrawls: stated baseline characteristics:similar in both treatment groups Participants 45 children mean age: 9.5 y: gender unknown methylprednisolone arm: n=22 control arm: n=23 inclusion criteria: All children (6-16y) hospitalised with status asthmaticus after failure to improve with epinephrine injection and isoetharine inhalations exclusion criteria: No inhaled steroids in the previous 4 weeks or systemic steroids in previous 8 weeks Interventions IV methyl-prednisolone 2mg/kg followed by 1mg/kg q 6h for duration of IV therapy1mg/kg/6h IV prednisolone OR placebo all children got standard therapy of IV fluids, IV aminophylline, Isoetharine inhalations q4h and oxygen as needed Outcomes Pulmonary index (12, 24, 36 hrs) % predicted FEV25-75 (12, 24, 36) % predicted FEV1 (12, 24, 36) % predicted FVC (12, 24, 36) % predicted PEFR (12, 24, 36) Length of stay Relapse < one month Notes Jadad score 3 Allocation concealment B – Unclear 37 Características dos Estudos Excluídos Estudo Razão para exclusão Barnett 1997 Emergency department study Comparing 2 different types of steroids (no placebo) Becker 1999 Comparing 2 different types of steroids (no placebo) Chavez 1992 Not RCT Included patients < 12 months Daugbjerg 1993 Included patients <12 months Devidayal 1999 Emergency department study Gonzalez 1994 Included patients < 12 months Langton-Hewer 1998 Comparing 3 different types of steroids (no placebo) Lin 1991 Not RCT Included patients < 12 months Loren 1980 not located in hospital (residential school) Pierson 1974 At the onset of this trial randomisation and blinding were carried out adequately. However, at 3 hours into the trial 7 of the control group (almost half) were reassigned to the steroid group because of changes in arterial gasses. These were not reported as withdrawals and were treated as randomised units Sano 2000 Included patients < 12 months Not RCT Referências Estudos incluídos nessa revisão Connett 1994 {published data only} Connett GJ, Warde C, Wooler E, Lenney W. Prednisolone and salbutamol in the hospital treatment of acute asthma. Archives of Disease in Childhood 1994;70:170-3. Gleeson 1990 {published data only} Gleeson JGA, Loftus BG, Price JF. Placebo controlled trial of systemic corticosteroids in acute childhood asthma. Acta paediatrica Scandinavica 1990;79:1052-8. Ho 1994 {published data only} 38 Ho L, Landau LI, Souef PNL. Lack of efficacy of single-dose prednisolone in moderately severe asthma. Medical Journal of Australia 1994;160:170-3. Kattan 1980 {published data only} Kattan M, Gurwitz D, Levison H. . The Journal of Pediatrics 1980;96:596-9. Matthews 1999 {published data only} Matthews E, Curtis P, McLain B, Morris L, Turbitt M. Nebulized budesonide versus oral steroid in severe exacerbations of childhood asthma. Acta Paediatrica 1999;88:841-3. Storr 1987 {published data only} Storr J, Barry W, Barrell E, Lenney W. Effect of a single oral dose of prednisolone in acute childhood asthma. Lancet 1987;8538:879-82. Younger 1987 {published data only} Younger RE, Gerber PS, Herrod HG, Cohen RM, Crawford LV. Intravenous methylprednisolone efficacy in status asthmaticus of childhood. Pediatrics 1987;80:22530. * indicates the major publication for the study Estudos excluídos nesta revisão Barnett 1997 {published data only} Barnett P, Caputo G, Baskin M, Kuppermann . Intravenous versus oral corticosteroids in the management of acute asthma in children. Annals of Emergency Medicine 1997;29:212-7. Becker 1999 {published data only} Becker J, Arora A, Scarfone R, Spector N, Fontana-Penn M, Gracely E. Oral versus intravenous corticosteroids in children hospitalized with asthma. Journal of Allergy and Clinical Immunology 1999;103:586-90. Chavez 1992 {published data only} Chavez EE, Muniz LOG, Chagoyan OT, Corte GF. . Current Therapeutic Research 1992;52:7-12. Daugbjerg 1993 {published data only} Daugbjerg P, Brenoe E, Forchhammer H, Frederiksen B, Glazowski MJ, Ibsen KK. A comparison between nebulized terbutaline, nebulized corticosteroid and systemic 39 corticosteroid for acute wheezing in children up to 18 months of age. Acta Paediatrica 1993;82:547-51. Devidayal 1999 {published data only} Devidayal , Singhi S, Kumar L, Jayshree M. . Acta Paediatrica 1999;88:835-40. Gonzalez 1994 {published data only} Gonzalez-Perez-Yarza E, Benito AR, Aranzadi JG, Ibarra CR, Calvo JB, Arana LA. . Anales espanoles de pediatria 1994;41:315-9. Langton-Hewer 1998 {published data only} Langton-Hewer S, Hobbs J, Reid F, Lenney W. Prednisolone in acute childhood asthma: responses to three dosages. 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Na segunda metade do século XX, no ocidente, a asma foi a única doença crônica tratável que aumentou em prevalência e em número de internações. Este aumento ocorreu em todas as classes sociais. Embora nos últimos dez anos a prevalência da asma tenha alcançado um plateau ou mesmo sofrido uma leve redução em algumas áreas, a prevalência ainda se eleva em algumas populações e permanece alta em países em desenvolvimento. A prevalência no mundo varia de 0,7 a 18,4% da população geral, havendo variação deste índice de região para região e de país para país1. O Brasil é o 8º país em prevalência de asma. Segundo o DATASUS do Ministério da Saúde do Brasil, em média, anualmente ocorrem 350.000 internações por asma, constituindo-se na terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (2,3% do total), conforme o grupo etário considerado. No Brasil ocorrem 44 anualmente, em média, 2.050 óbitos por asma A doença é a terceira causa de morte em crianças e adultos jovens no Brasil2. As crises agudas de asma são uma das principais causa de procura de serviço de emergência na infância e uma das principais causas de internação de crianças. Apesar dos avanços no diagnostico e tratamento da doença, o observado aumento de morbidade leva a significantes variações no tratamento médico preconizado para crises agudas de asma na infância3. De acordo com as diretrizes, uma exacerbação da asma pode ser definida como um aumento dos sintomas com uma diminuição da função pulmonar, medida pela espirometria e/ou aumento da utilização de broncodilatadores. Para as crianças definise como uma exacerbação da asma como o quadro de brusca e/ou agravamento progressivo de sintomas de falta de ar e chiado, com desconforto respiratório associado e documentados. A rápida identificação e classificação da dificuldade respiratória podem melhorar significantemente o desfecho da terapia e reduzir complicações. Assim, a crise aguda deve ser tratada prontamente e agressivamente. A primeira linha de medicamentos são os broncodilatadores de ação curta, preferivelmente administrada por via inalatória. A maioria dos protocolos indica para o tratamento de crise de asma moderada a grave a introdução de corticosteróides sistêmicos. 45 2. OBJETIVOS Determinar a eficácia e segurança do uso de corticosteróides sistêmicos no tratamento da crise aguda de em crianças hospitalizadas. 3 MÉTODOS 3.1 Desenho do estudo Revisão Sistemática de ensaios clínicos randomizados. 3.2 Local Centro Cochrane do Brasil / UNIFESP 3.3 Critérios da seleção dos estudos para a revisão Apenas ensaios clínicos controlados e randomizados serão incluídos nessa revisão. 3.4 Tipos de participantes Crianças com idade de 1 a 18 anos com diagnóstico clínico de crise aguda de asma que necessitaram de hospitalização. Estudos que avaliaram crianças em ventilação mecânica e em unidades de cuidados intensivos foram excluídos. 3.5 Tipos de Intervenção Corticosteróide administrados via oral, endovenosa ou intramuscular comparados com não medicação, outras medicações ou placebo. 46 3.6 Tipos de Desfechos Desfecho Primário: o Tempo de permanência hospitalar (TPH) o Escore de sintomas o Função pulmonar o Recorrência pós-alta Desfechos Secundários o Necessidade de oxigênio o Terapia associada o Efeitos adversos 3.7 Estratégia de Busca para identificação dos Estudos A estratégia de busca incluiu as seguintes bases de dados: MEDLINE (2002 - 2010), Base de Dados da Cochrane de Revisões Sistemáticas, LILACS (1980-2010), Embase (2002-2010). Os termos usados no banco de dados foram: ("Asthma"[Mesh]) OR (Asthmas) OR (Asthma, Bronchial) OR (Bronchial Asthma) ("Acute-Phase Reaction"[Mesh]) OR (Acute Phase Reaction) OR (Reaction, AcutePhase) OR (Reaction, Acute Phase) OR (Response, Acute-Phase) OR (Acute-Phase Response) OR (Response, Acute Phase) OR (Acute-Phase State) OR (Acute Phase State) OR (State, Acute-Phase) ("Adrenal Cortex Hormones"[Mesh]) OR (Hormones, Adrenal Cortex) OR (Corticosteroids) OR (Corticoids) OR ("Glucocorticoids"[Mesh]) OR (Glucocorticoids) OR (GLUCOCORTICOIDS SYNTHETIC) OR (Anti-Inflammatory Agents, Steroidal) OR ("Steroids"[Mesh]) 47 Estratégia de busca – LILACS ((Pt randomized controlled trial OR Pt controlled clinical trial OR Mh randomized controlledtrials OR Mh random allocation OR Mh double-blind method OR Mh single blind method) AND NOT (Ct animal AND NOT (Ct human and Ct animal)) OR (Pt clinical trial OR Ex E05.318.760.535$ OR (Tw clin$ AND (Tw trial$ OR Tw ensa$ OR Tw estud$ OR Tw experim$ OR Tw investiga$)) OR ((Tw singl$ OR Tw simple$ OR Tw doubl$ OR Tw doble$ OR Tw duplo$ OR Tw trebl$ OR Tw trip$) AND (Tw blind$ OR Tw cego$ OR Tw ciego$ OR Tw mask$ OR Tw mascar$)) OR Mh placebos OR Tw placebo$ OR (Tw random$ OR Tw randon$ OR Tw casual$ OR Tw acaso$ OR Tw azar OR Tw aleator$) OR Mh research design) AND NOT (Ct animal AND NOT (Ct human and Ct animal)) OR (Ct comparative study OR Ex E05.337$ OR Mh follow-up studies OR Mh prospective studies OR Tw control$ OR Tw prospectiv$ OR Tw volunt$ OR Tw Volunter$) AND NOT (Ct animal AND NOT (Ct human and Ct animal))) Estratégia de busca – MEDLINE ((randomized controlled trial [pt]) or (controlled clinical trial [pt]) or (randomized [tiab]) or (placebo [tiab]) or (drug therapy [sh]) or (randomly [tiab]) or (trial [tiab]) or (groups [tiab])) not (animals [mh] not (humans [mh] and animals [mh])) Estratégia de busca – EMBASE (randomized controlled trial ) OR (controlled clinical trial ) OR (placebo) OR (drug therapy ) OR (randomly ) OR (trial ) (randomized ) OR 48 3.8 Extração de dados e avaliação da qualidade metodológica A estratégia de busca identificou os artigos relevantes. Cada um dos artigos foi revisado por dois revisores independentes. Todos os dados foram extraídos pelos dois revisores. Detalhes relacionados à população, períodos de tratamento, base demográficos, foram extraídos independentemente. Um terceiro revisor foi consultado para ajudar a resolver diferenças quanto a classificação da qualidade dos artigos. A qualidade de cada ensaio foi realizada independentemente pelo dois revisores usando The Cochrane Collaboration’s tool for assessing risk of bias (Higgins, 2008). 3.9 Análise e apresentação dos resultados A análise quantitativa foi feita pelo princípio de ―intenção de tratar‖. Quando possível, os dados foram sumarizados em metanálises, utilizando-se o software Review Manager 5, desenvolvido pela Colaboração Cochrane. Para dados dicotômicos, calculou-se o Risco Relativo (proporção de eventos no grupo tratamento em relação a proporção de eventos no grupo controle) e seu respectivo Intervalo de Confiança de 95%. Para resultados estatisticamente significativos calculou-se também o NNT (número necessário para tratar). NNT é o número de pacientes que necessita ser tratado com o objetivo de prevenir um evento em relação ao grupo controle, sendo calculado como o inverso da diferença de risco. Para análise de variáveis contínuas foi calculada a diferença de médias com intervalo de confiança de 95%. A heterogeneidade entre os resultados dos estudos é avaliada pelo cálculo do teste de Qui-quadrado (p<0,1 indica heterogeneidade) e o teste I2 (>50% representa heterogeneidade). Possíveis causas de heterogeneidade são diferenças na população, intervenções e avaliações dos desfechos. 3.10 Potenciais conflitos de interesses: Não existiram conflitos de interesses conhecidos na realização dessa revisão 49 RESULTADO DA ESTRATÉGIA DE BUSCA 91 RESUMOS SELEÇÃO 0 ARTIGOS COMPLETOS INCLUÍDOS 0 ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS 50 4 RESULTADOS A busca da literatura para essa atualização de revisão sistemática localizou 91 resumos. Após seleção nenhum estudo com potencial para inclusão foi localizado 4.1 Estudos Incluídos Nenhum estudo preencheu os critérios de inclusão dessa atualização de revisão sistemática. Desde 2002 nenhum outro ensaio clínico randomizado com essa pergunta foi publicado. Não localizamos também qualquer estudo em andamento. 5 DISCUSSÃO A não localização de qualquer outro ensaio clinico controlado sobre o tema leva a crer que a comunidade científica considera a pergunta – os corticosteróides sistêmicos são efetivos para a crise aguda de asma em crianças hospitalizadas – já suficientemente investigada e respondida. Tanto é assim que os principais protocolos clínicos de sociedades de especialidades, serviços e meios acadêmicos preconizam a administração sistêmica de corticosteróides nessa situação clínica 4-12. O IV Consenso Brasileiro para o Manejo da asma13 elaborado em conjunto pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia recomenda a seguinte conduta na crise de asma aguda em crianças: 51 Doses de corticosteróides Prednisona ou Prednisolona – 1 a 2 mg/kg/dia em 1 ou 2 tomadas (Máx 40-60 mg/dose) Hidrocortisona EV – 4 a 6 mg/kg/dia de 4/4 ou 6/6 horas. (Máx 200-300 mg/dose) Metilprednisolona – 1 mg/kg/dose até de 6/6 horas (Máx 40-60 mg/dose) Os pacientes com alta da emergência que necessitaram de corticoterapia devem ser dispensados com prescrição de corticosteróides oral por cinco a dez dias. 6 CONCLUSÃO Implicações para a prática A atualização das evidências sobre o uso de corticosteróides sistêmicos em crise aguda de asma em crianças permanece inalterada por falta de novos estudos. Em crianças internadas com asma aguda grave, o tratamento no serviço de emergência de uma exacerbação da asma com corticosteróides sistêmicos irá resultar em uma recuperação mais cedo da doença. Os ensaios sugerem que uma variedade de esteróides pode ser utilizada, incluindo prednisolona oral, metilprednisolona e hidrocortisona intravenosa. Todos os benefícios foram semelhantes, incluindo alta mais rápida e melhora de escores de sintomas. Esta revisão não suporta o uso de corticóide nebulizado como um substituto para a terapia sistêmica até o momento. Implicações para a pesquisa Apesar dos resultados desta revisão, há muitas questões decorrentes da análise. Dado a diferentes tratamentos e desfechos foi difícil tirar conclusões significativas sobre o tamanho do efeito do tratamento com corticosteróides. Os vários tipos, doses e vias de 52 administração da droga tornou impossível formular recomendações claras de um ou outro esteróide. Conseqüentemente, os resultados indicam que as seguintes pesquisas são necessárias: Um ensaio clínico multicêntrico de alta qualidade é necessário, examinando vias diferentes, as doses e a duração do tratamento com corticosteróides sistêmicos. Todos os futuros estudos envolvendo crianças com asma requerem desfechos claramente definidos e validados que sejam adequados para a idade e relatado em uma forma padronizada. O papel de co-intervenções, como a freqüência e a dose de beta-agonistas deve ser considerado quando se tratar de medidas como a de resultados da função pulmonar. A falta de metodologia para avaliar o potencial efeito em longo prazo de única e repetidas doses de corticóides sistêmicos é uma limitação importante para a avaliação completa deste tipo de intervenção, e os efeitos colaterais devem ser formalmente relatados em estudos futuros. É necessária uma pesquisa que inclua pacientes que requerem cuidados intensivos para esclarecer o risco-benefício de diferentes doses e freqüência de corticosteróides sistêmicos neste subgrupo. Mais pesquisas sobre os possíveis efeitos corticosteróides inalados devem ser conduzidas. benéficos aditivos dos 53 7 REFERENCIAS 1. World Health Organization. Chronic respiratory diseases. 2008.URL: http://www.who.int/respiratory/asthma/en/ 2. Mortalidade por Causa, Brasil, 2005 (Datasus). Fonte: Departamento de Informática do SUS - DATASUS, órgão da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde. Disponível em:http://www.scrib.com/doc/2350604/Mortalidade-por- Causa-Brasil-2005-Datasus. 3. Rachelefsky G. Treating Exacerbations of Asthma in Children: The Role of Systemic Corticosteroids.Pediatrics 2003 112: 382-397 4. British Thoracic Society guidelines for managing asthma in adults and children. Thorax. 1997;52(suppl);S1–S20. 5. Canadian Asthma Guidelines. Management of patients with asthma in the emergency department and in hospital. CMAJ. 1999;161:S53–S59 6. Boulet LP, Bai TR, Becker A, et al. What is new since the last (1999) Canadian Asthma Consensus Guidelines? Can Respir J. 2001;8:5A–27A 7. National Asthma Education and Prevention Program. Expert Panel Report: Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma. Bethesda, MD: National Institutes of Health; 1991 (NIH Publ. No. 91-3042) 8. National Asthma Education and Prevention Program. Expert Panel Report 2: Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma. Bethesda, MD: National Institutes of Health; 1997 (NIH Publ. No. 97-4051) 9. National Asthma Education and Prevention Program. Expert Panel Report 2: Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma. Update on selected topics—2002. J Allergy Clin Immunol. 2002;110:S141–S219 10. NHLBI WHO Workshop Report. Global Strategy for Asthma Management and Prevention. 2002 (NIH Publ. No. 02-3659) 11. American Academy of Pediatrics, Provisional Committee on Quality Improvement. Practice parameter: the office management of acute exacerbations of asthma in children. Pediatrics. 1994;93:119–126 54 12. Warner JO, Naspitz CK, Cropp GJA, eds. Third international pediatric consensus statement on the management of childhood asthma. Pediatr Pulmonol. 1998;25:1–17 13. IV Diretizes Brasileiras para o Manejo da Asma J Bras Pneumol v. 32; suplemento 7, p. S 447-S 474 Novembro, 2006.