íntegra. - Sinditêxtil-SP
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em notícia ed. 32 - maio 2015 Leia também em seu Tablet e Smartphone Crise hídrica e energética afeta o setor Pesquisa revela aumento de até 80% nas contas jornal32c.indd 1 06/05/2015 11:50:45 Palavra do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo Presidente Presidente (licenciado) Alfredo Emílio Bonduki Presidentes Eméritos Paulo Antonio Skaf Rafael Cervone Netto 1º Vice-Presidente (em exercício da presidência) Francisco José Ferraroli dos Santos 2º Vice-Presidente Alessandro Pascolato 3º Vice-Presidente Romeu Antonio Covolan Vice-Presidentes Julio Maximiano Scudeler Neto Lourival Santos Flor Oswaldo de Oliveira Filho Pedro Carlos Saltorelli Reinaldo José Kroger Rogério da Conceição de Melo Diretor Secretário Daniel Eduardo Mehler Diretor Tesoureiro Luiz Arthur Pacheco de Castro 1º Tesoureiro Fernando Tanus Nazar 2º Tesoureiro Paulo Vieira Diretores Adilson Sarkis Benedito Antonio Yoshimassa Kubagawa Fabiana Gabriel Fernando José Kairalla Laerte Guião Maroni Laerte Serrano Amadeo Luiz Gustavo de Mattos Abreu Marcos Alexandre Dini Ramiro Sanchez Palma Rogério Kadayan São Paulo tem porte e riqueza de país desenvolvido. Seu PIB é maior do que o sueco e sua infraestrutura e capacidade profissional superam a média brasileira. O que falta, então, para resgatar sua competitividade? Sua indústria paga mais caro pela energia elétrica. Segundo a FIRJAN: R$ 260,94 por megawatt/hora, contra R$ 245,46, no Paraná; R$ 231,87, no Mato Grosso do Sul; e R$ 222,48, no Ceará. Em 2014, há, ainda, os custos da crise hídrica, que afetou mais o Estado, onde paralisou várias unidades fabris. Além disso, se a indústria brasileira reduz sua participação na renda nacional, o Estado responsável por 29,8% do PIB industrial do Brasil sofre mais. Dados do IBGE, relativos à produção física industrial até novembro/2014, apontam que no País ela recuou 4,2% e, em São Paulo, 6%, diante da mesma base. Estudo da CNI (Perfil da Indústria nos Estados – 2014) aponta que o PIB industrial paulista é de R$ 288,6 bilhões, com 137,6 mil indústrias (2013). No entanto, entre 2002 e 2012, São Paulo perdeu 7,9 pontos percentuais de participação no PIB industrial nacional. Com seus 41,9 milhões de habitantes (2012), dos quais 3,7 milhões empregados na indústria, o Estado paga, em salários, 20,9% a mais do que a média da indústria nacional. O setor industrial paulista recolheu R$ 41,2 bilhões de ICMS em 2013. A indústria mineira, segunda do ranking, pagou, no mesmo período, R$ 12,16 bilhões. Porém, ao analisar a arrecadação nominal do ICMS paulista, chegamos à triste constatação de que o setor têxtil vem reduzindo sua participação, caindo de 3,5%, em 2000, para 1,42%, em 2014. Conselheiros Fiscais Adriano Chohfi Nacif Fabio Cotait Mario Roberto Galardo Suplentes de Conselheiros Fiscais Jair Antonio Covolan Luca Pascolato Ordiwal Wiezel Junior Delegados Representantes da FIESP Paulo Antonio Skaf Alfredo Emílio Bonduki Rafael Cervone Netto Alessandro Pascolato 2 jornal32c.indd 2 Quanto ao comércio de tecidos, vestuário e calçados, medido pelo IBGE, no Brasil, até novembro de 2014, frente a igual período de 2013, as vendas encolheram 0,7%, mas em São Paulo, caíram 5,3%. Em linha, os dados do MTE/Caged, que cobrem os empregos com carteira assinada, revelam que, no Estado, foram demitidos 41% do total de trabalhadores dispensados pelo setor no País no período de 12 meses encerrado em novembro/2014. No Brasil, 20.359 vagas foram fechadas (8.250 em São Paulo). Uma das dificuldades diz respeito à alíquota do ICMS setorial, de 12%, similar apenas à do Rio Grande do Sul e muito acima de todos os demais estados. O Sinditêxtil e outros sindicatos, inclusive com a participação das representações laborais, já apresentaram propostas ao Governo de São Paulo. Medida importante é fazer com que as empresas do varejo do setor possam ser creditadas de ICMS de maneira simétrica, como ocorre quando compram de outras unidades federativas. São Paulo precisa inovar. Suas universidades, centros tecnológicos, agências de estímulo à pesquisa e de fomento têm condições de levar essa missão a cabo. Contudo, não basta pedir inovação ao empresário e aos pesquisadores e, ao mesmo tempo, manter-se no papel conservador de arrecadador de tributos e mero ordenador de despesas. À União cabe reequilibrar a economia. Afinal, para o resgate da competitividade da indústria, é essencial que a estagnação seja revertida. Precisamos das reformas tributária, previdenciária e trabalhista, juros menores, menos burocracia e um governo eficiente e que respeite a lei da responsabilidade fiscal. São Paulo pode liderar a mudança, mas Brasília precisa deixar a locomotiva andar. Francisco Ferraroli Presidente em exercício do Sinditêxtil-SP * Artigo publicado no jornal Brasil Econômico e em diversos outros EXPEDIENTE Sinditêxtil em Notícia é uma publicação do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo Supervisão: Ligia Santos • Jornalista Responsável: Roberto Lima (MTb 25.712) Colaboração Sirlene Farias • Design e Diagramação: Leandro Mira Tiragem: 4.000 exemplares Rua Marquês de Itu.968 - 01223-000 - São Paulo/SP • Tel: (11) 3823-6100 [email protected] • www.sinditextilsp.org.br 06/05/2015 11:50:47 Notícia Sinditêxtil-SP publica estudo do setor têxtil paulista O número de empresas em atividade, pessoal ocupado, produção, principais polos produtores e uma radiografia específica da região de Americana (que também inclui os municípios de Hortolândia, Nova Odessa, Sumaré e Santa Bárbara d’Oeste) são os destaques do “Relatório Setorial da Indústria Têxtil e de Confecção que reúne dados do Estado de São Paulo e Grande São Paulo. Esta 3ª edição do Estudo realizado pelo Sinditêxtil-SP em parceria com o Sindivestuário foi desenvolvido pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) e apresentado durante coletiva de imprensa no Senai de Americana, no final do ano passado. Os dados apontados no levantamento são referentes ao período de 2009 a 2013, quando houve um aumento de 8,9% das indústrias têxteis e de confecções no Brasil. Enquanto isso, São Paulo registrou alta de apenas 1,8%. No estado de SP estão localizadas 27,8% das empresas da cadeia têxtil brasileira, ou seja, 9.191 empresas dentro do universo de 33 mil espalhadas pelo território nacional. São 893 indústrias de fios, tecidos e beneficiamento (30% do total) e 8.298 fabricantes de artigos confeccionados (28% do total). A maior participação de São Paulo, em quantidade de empresas, está nas tecelagens, com 48,1% do total nacional. “Somos o principal estado produtor e empregador do setor têxtil no País”, ressalta o presidente em exercício do Sinditêxtil-SP, Francisco Ferraroli. Confira, nas páginas a seguir, um resumo das principais informações do relatório com destaque para o polo têxtil de Americana. São Paulo Têxtil Cadeia produtiva: Fios / Linhas de Costura Manufaturas Têxteis (604 fábricas) Beneficiamento (289 fábricas) 295,4 mil tons¹ 149 fábricas Malhas Tecidos 487,5 mil tons 268 fábricas e um recuo de 2,9% no . Entre 2009 e 2013, houv strias têxteis no Brasil, indu das ado ocup pessoal e alta de 5,1%; houv SP em que anto enqu do universo Brasil. . São Paulo detém 32,3% 1.639,9 1.669,4 1.645,1 Em 1.000 funcionários 1.636,1 1.591,9 -0,7% aa Beneficiamento 289 fábricas Vestuário Confeccionados (8.298 fábricas) 99,6 mil tons 187 fábricas is e Confecções Pessoal Ocupado nos Têxte 1.804 mil peças² 7.276 fábricas Outros 986 mil peças³ 1.022 fábricas entos contínuos; (1) – não inclui fios de filam ; s (plástico, couro, nãotecido) (2) – inclui outros substrato s técnicos e industriais. (3) – inclui Cameba e artigo 488,6 2009 Brasil 503,2 2010 505,8 2011 516,9 2012 513,8 +1,3% aa 2013 São Paulo Fonte: IEMI nto e confecções. gens, malharias, beneficiame Nota: (1) – inclui fiações, tecela 3 jornal32c.indd 3 06/05/2015 11:50:50 Têxteis¹ Evolução da Produção de 2.249,2 2.089,1 2.010,8 702,2 648,4 608,6 622,9 Segundo dados do Estudo, o polo têxtil e de confecção da região de Americana conta com 606 empresas em atividade. Em termos de pessoal ocupado (diretos e indiretos) foram 45 mil em 2013. -1,3% aa 2014² 2013 2012 2011 1.890,6 -2,0% aa 619,0 647,8 2010 2009 Em mil toneladas 1.947,0 1.923,4 Polo de na America Produção de Têxteis ; ução nacional recuou 6,8% . Entre 2009 e 2013 a prod nacional. detendo 32% da produção . São Paulo recuou 3,9%, em SP. 3% a de (-)2,9% no BR e (-)2, . Para 2014 estima-se qued São Paulo Brasil Fonte: IEMI tecelagens e malharias; Notas: (1) – inclui fiações, (2) – Estimativas Comércio de Têxteis e Co nfeccionados – SP ¹ , já es avançaram apenas 6,9% . Em São Paulo as exportaçõ s; veze 2,5 de ento aum am as importações tiver têxtil. 24,8% do déficit da cadeia . São Paulo responde por a de 9,1% nas qued de são s ativa estim . Para 2014 as 10,2% nas importações exportações, porém alta de Em US$ milhões Na área têxtil, atualmente as tecelagens ainda são maioria no Polo (163), seguidas por linha lar (81), beneficiamento (70), fiação (33) e malharia (21). As empresas de vestuário somam 248 unidades. 1.940 1.761 1.602 Entre essas empresas, os tecidos planos são destaque da produção local, com um volume de 253 mil toneladas, ou seja, 18,8% da produção nacional e 52% da produção do estado de São Paulo. “Os demais segmentos, apesar de participarem com parcelas menores, também contribuem para formar um dos mais importantes polos têxteis regionais do Brasil”, pontua o presidente Ferraroli. +22,6% a.a. 1.268 923 696 +32,5% a.a. -568 Exportação -0,6% a.a. 2014² 2013 2012 2011 2010 2009 -406 282 310 328 378 355 290 -890 Importação -1.275 -1.451 Saldo -1.659 e os filamentos. Fonte: SECEX Não estão incluídas as fibras s têxteis e confeccionados. Notas: (1) Incluem manufatura ativas Estim (2) Importação de Máquinas Tê xteis e de Confecção m 23,4% no Bras rtações de máquinas crescera . Entre 2009 e 2013 as impo importação nacional. da 45% ndo dete %, 48,1 . São Paulo cresceu il; Em U$ Milhões Produção têxtil 969 831 736 780 +5,4% aa 596 318 366 279 330 +10,3% aa 223 2009 Brasil 2010 2011 2012 2013 São Paulo Fonte: SECEX 4 jornal32c.indd 4 Vista aérea de Americana 06/05/2015 11:50:52 A publicação ressalta, por exemplo, que entre 2009 e 2013 o polo têxtil e de confecção da região de Americana reduziu 403 postos de trabalho, de 45.501 para 45.098 (-5,3%) e o número de empresas passou de 663 para 606 (queda de 8,6%). Ainda na região, das empresas que fecharam no setor têxtil, as tecelagens foram maioria (19,9%), seguidas pelas indústrias de beneficiamento (10,3%), fiação e linhas de costura (8,3%) e malharias (4,5%). A mão de obra teve queda de 0,9% no Polo Têxtil da região e a produção de têxteis caiu 2,1%. Contudo, apesar da queda geral, os números apontam alta de 0,9% na produção de têxteis básicos e 1,9% nos confeccionados. Para o presidente do Sinditêxtil-SP, Francisco José Ferraroli, o aumento da produtividade apesar do fechamento de empresas demonstra que as que permaneceram no mercado estão mais fortes. “As empresas fecham por muitas razões, como competitividade por ficarem defasadas ou sucessão. O fato de a produção na região não ter caído na mesma proporção mostra que está havendo um movimento de consolidação”, disse. em notícia Grandes números do Polo – 2013 Têxtil nacional Polo Americana 33,0 mil indústrias 606 indústrias 1,6 milhões empregos¹ 45 mil de empregos¹ Americana 1,9 milhões tons / ano² R$ 47,1 bilhões (têxteis) 278 mil tons / ano² Santa Bárbara D’Oeste Nova Odessa 9,5 bilhões peças / ano² R$ 4,6 bilhões (têxteis) 87,4 milhões peças / ano² Sumaré R$ 115,4 bilhões (confecciona.) Hortolândia R$ 1,7 bilhões (confecciona.) (1) – pessoal ocupado (diretos + indiretos) (2) – volume de produção Evolução do número de empresas . O setor é composto por 606 empresas, sendo 277 têxteis e 329 confecções. . Tanto as empresas têxteis como as de confecções estão diminuindo . 663 676 656 657 606 -2,2% a.a. 327 336 320 336 320 356 307 350 277 329 -4,1% a.a. -0,5% a.a. 2009 Total 2010 Têxteis 2011 2012 2013 Confeccionados Pessoal ocupado por segmento – 2013 . A tecelagem emprega 40% da mão de obra empregada pelo setor na região; . O segmento do vestuário emprega 23%. % sobre nº de funcionários Total: 45.098 empregados Fiação 11,8% Tecelagem Malharia Beneficiamento Linha lar Vestuário 39,9% 1,4% 13,8% 10,0% 23,1% 5 jornal32c.indd 5 06/05/2015 11:50:54 Capa Imagens USP Aumento na conta de energia elétrica e gastos com a falta de água atingem empresas do setor Pesquisa mostra os impactos nas indústrias paulistas As empresas do setor têxtil e de confecção paulista já sentem os reflexos da conta de energia elétrica mais cara, assim como a escassez de água. É o que mostra uma pesquisa inédita realizada pelo Sinditêxtil-SP em parceria com a Abit. O questionário, com 25 questões, aborda de que maneira as empresas são atendidas e o quanto esses aumentos nas tarifas podem impactar nos custos e na produtividade das indústrias. O “Sinditêxtil-SP em Notícia” teve acesso aos resultados da pesquisa e, por razões de confidencialidade, manterá o sigilo dos empresários pesquisados. Dentre o universo pesquisado, cerca de 40% das empresas estão no segmento de Vestuário e os 60% restantes estão distribuídos em Fiação, Tecelagem, Malharia, Beneficiamento, Lavanderia/Tinturaria, Nãotecidos, Meias e Acessórios e Linha Lar. As empresas que participaram do estudo têm planta industrial em São Paulo (45,31%), Paraná (21,88%), Santa Catarina (12,50%), Minas Gerais (7,81%), Ceará (4,69%), Rio Grande do Sul (4,69%), Rio de Janeiro (1,56%)e Rio Grande do Norte (1,56%). De acordo com a sondagem, que foi enviada para a base de associados das duas entidades, 97,06% dos participantes afirmaram que já sofreram aumento na tarifa de energia elétrica nos últimos meses. Para cerca de 40% dos entrevistados, o aumento variou entre 20% e 40%. Mas, para 7,58% deles, a alta foi superior a 80%. Os impactos são percebidos no bolso dos empresários: para 47,62% dos entrevistados, a energia elétrica representa até 20% no custo total de produção e até 10% para outros 30,95% pesquisados. A possibilidade de um racionamento de energia também foi abordada no levantamento do Sindicato. Caso esse cenário se confirme, 57,41% dos empresários dizem que optariam por diminuir os turnos, outros 37,04% buscariam por substituição de tecnologia e os 12,96% restantes tentariam utilizar fontes renováveis. jornal32c.indd 6 06/05/2015 11:50:55 Segmento: Malharia Local: Sorocaba (SP) Fonte de energia utilizada: Gás natural e energia elétrica Regime de abastecimento: Concessionária local e gerador próprio Concessionária: CPFL Piratininga A energia elétrica é uma das fontes de energia mais demandadas pela indústria. É o que mostra o Balanço Energético do Estado de São Paulo -2014, conforme tabela abaixo. O material também traz a posição do setor têxtil no consumo industrial por segmento. * “Estamos muitos preocupados com o futuro com relação a energia elétrica, quanto a falta, racionamento e aos custos elevados”. Segmento: Malharia Local: Santa Isabel (SP) Fonte de energia: Gás natural e energia elétrica Regime de abastecimento: Concessionária local e gerador próprio Concessionária: Elektro Aumento da tarifa de energia nos últimos meses: 60% Energia elétrica no custo de transformação: 40% “No mundo inteiro o custo de energia diminuiu Aqui, onde a energia já é caríssima, aumenta. Fora a falta. Compramos um gerador há 15 dias, apesar do mercado muito deprimido, por medo do racionamento”. * *toe = Ton Oil Equivalent (Tonelada Equivalente de Petróleo) Segundo apurou o Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), o custo da energia elétrica no Brasil é 316,6 % superior à média do que é praticado nos Estados Unidos. Dentre os BRICs, é maior que os custos na China e Rússia e inferior ao custo na Índia. Como mostra o gráfico a seguir, o Brasil ocupa a 3ª posição mais cara dentre os 27 países selecionados. Segmento: Fiação Local: Americana (SP) Fonte de energia: Biomassa e energia elétrica Regime de abastecimento: Concessionária local Concessionária: CPFL Paulista Aumento da tarifa de energia nos últimos meses: 60% 7 jornal32c.indd 7 06/05/2015 11:50:56 O fornecimento de água também é uma questão que preocupa as indústrias têxteis e de confecção paulistas. Segundo informações da pesquisa realizada pelo Sindicato, 52,94% delas são abastecidas por concessionárias, 26,47% por captação própria (rios e lagos), 22,06% por poço artesiano e apenas 16,18% por semiartesiano. A água chega a representar até 8% no custo total da produção de 7,35% das empresas. No que se refere ao custo de transformação, a água representa até 12% para 4,41% dos entrevistados. No entanto, grande parte das empresas afirmaram que ainda não têm redução de vazão de água e nem interrupção no abastecimento da empresa. Em contrapartida, boa parte daquelas que são atingidas por esses problemas informam que o fato é registrado diariamente. Cerca de 40% dos participantes da sondagem alegaram que sofreram aumento no custo de água nos últimos seis meses. Em caso de crise de abastecimento hídrico, implementar tecnologia para reuso da água seria a alternativa para 48,44% das empresas que responderam o questionário. Já 42,19% apostariam em novas tecnologias para redução de consumo e 50% investiriam na captação de água da chuva. O levantamento apurou que 88,24% dos entrevistados já tomaram alguma medida para reduzir o consumo de água. É o caso da Tintex que, antecipando-se à crise hídrica, a unidade de tinturaria do grupo Nicoletti pôs em prática um projeto que permite uma economia de 2,8 milhões de litros de água por mês. A cidade de Nova Odessa, no interior de São Paulo, onde a empresa está localizada, ainda não sentiu os efeitos da escassez, mas a iniciativa, segundo o gerente industrial da Tintex, Laércio Boin, faz parte do projeto sustentável que busca economia de recursos. “Há cinco anos promovemos processos de tingimento e fixação com redução de banhos de lavagem”, diz Boin. Em uma primeira fase, a empresa passou do uso de 11 litros de água por fio tingido para 8,5 litros de água por fio tingido. 8 jornal32c.indd 8 O projeto mais recente, de acordo com Boin, é a redução de 9 litros de água usados por quilo de fio índigo tingido, para apenas 3,5 litros. O processo sulfuroso de catio fixação no índigo, como é chamado, começou com uma cor de fio e está em testes em outras linhas. “Com isso, prevemos economia mensal de 2,6 milhões de litros de água por mês”, destaca Boin. No final do ano passado, devido à menor vazão do córrego que abastece a empresa, foi necessária uma mudança na tubulação para que o bombeamento da água se desse de forma mais fácil. A Canatiba também está empenhada em reduzir o uso de água e há anos investe em projetos sustentáveis em seu parque fabril, em Santa Bárbara d’Oeste (SP). Atualmente, mais de 20% da água recebida por ela é reutilizada e, até o final desse ano, um acordo com a prefeitura do município permitirá que a empresa utilize a água resultante do tratamento dos esgotos da cidade. A fábrica ficará responsável por uma parte do processo de tratamento da água descartada em forma de esgoto para sua posterior utilização na produção de denim. Além dessas preocupações ambientais em suas unidades fabris, a Canatiba criou um produto premium, com alta solidez e intensidade de cor, fixação superior aos outros denins, baixo residual de goma e aplicação de resinas, para utilização no processo de lavagem a seco. Graças às novas tecnologias, um novo conceito em lavagem de denim, chamado Air Washed Jeans, consegue reduzir de 80% a 100% o consumo de água nesse processo - uma economia de até 100 litros de água por peça lavada no processo tradicional. A linha de denins especiais Preservation ganhou o apoio de lavandeiras parceiras da empresa. A Canatiba incentiva clientes de todo o país a se engajarem nesse processo e contribuir com a redução de consumo de água na finalização do jeans. Para isso, ministra workshops em várias cidades e capitais brasileiras com o objetivo de explicar o método e ensinar a técnica. Canatiba reduz uso de água no processo de lavanderia 06/05/2015 11:50:56 Saiba mais sobre o aumento das tarifas de água e energia elétrica As tarifas de energia elétrica no Brasil ficaram em média 23,4% mais caras a partir de março, segundo a Agência Nacional de energia Elétrica (Aneel). Os estados de São Paulo e Paraná, por exemplo, tiveram ajustes superiores à média, de 32% e 36,8%, respectivamente, de acordo com as distribuidoras estaduais. O reajuste foi determinado pela Aneel para todas as distribuidoras. Isoladamente, o reajuste extraordinário teve impacto de 23,4% sobre o preço da energia. Junto com ele, a Aneel também elevou o preço das bandeiras tarifárias, elevando o aumento para 32% em meses mais críticos, de bandeira vermelha. Por meio do sistema de bandeiras, o governo pode elevar mensalmente as já aumentadas tarifas de energia. Os maiores reajustes serão para as distribuidoras AES Sul (39,5%), Bragantina (38,5%), Uhenpal (36,8%) e Copel (36,4%). Os mais baixos serão aplicados para Celpe (2,2%) e Cosern (2,8%). A ideia é repassar de imediato os gastos maiores com compra de energia em tempos de crise, como os atuais, em que a seca prejudica a geração hidrelétrica. Segundo a Aneel, a revisão leva em consideração diversos fatores, como o orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) deste ano, o aumento dos custos com a compra de energia da Usina de Itaipu (causado pela falta de chuvas), o resultado do último leilão de ajuste (que levou as distribuidoras a buscar energia no mercado livre e de curto prazo). Os impactos da revisão tarifária extraordinária são diferentes conforme a região onde a distribuidora atua. Para as concessionárias que atuam nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o impacto médio, ponderado pela receita das distribuidoras, será de 28,7% e, para as distribuidoras que atuam nas regiões Norte e Nordeste, o impacto médio será de 5,5%. A AES Eletropaulo informa que a correção em São Paulo inclui a revisão extraordinária e bandeiras tarifárias decorrentes da utilização de energia originada por usinas termoelétricas, que geram custos adicionais no preço da energia para suprir a demanda do país. “Esse cenário é resultado da escassez de chuvas que comprometeu a recomposição dos reservatórios das usinas hidrelétricas, principal fonte de geração de energia do Brasil. Houve impacto no custo, também, devido ao reajuste da tarifa de Itaipu, em 46%, em dólar. Dos 31,9% de índice médio do reajuste extraordinário, 8,17% referem-se ao custo de geração”, informa a AES Eletropaulo. Neste ano, excepcionalmente, o governo Dilma Rousseff permitiu que fossem feitas duas correções das tarifas de energia. Além do reajuste ordinário, também foi feito um extraordinário. O aumento atípico repassou para a tarifa dos consumidores o gasto integral do setor em 2015, que inclui os pagamentos dos programas sociais (como Luz para Todos e as tarifas especiais para baixa renda), além dos gastos com indenização de concessões e compra de combustíveis para as usinas térmicas. Como esses gastos são muito elevados --R$ 25,2 bilhões, sendo R$ 18,9 bilhões pagos pelos consumidores--, as distribuidoras solicitaram repasse imediato para as tarifas. A bandeira vermelha, que está em vigor, subiu de R$ 3 a cada 100 kWh consumidos para R$ 5,50 (alta de 83%). Para algumas empresas, como a AES Sul (que atende parte do interior gaúcho), a tarifa chega a 48% antes da aprovação do reajuste ordinário. Para a Eletropaulo -que serve a cidade de São Paulo-, o aumento está em 40,4%, incluindo a bandeira vermelha. Em meio à crise hídrica em São Paulo, com reservatórios operando abaixo de suas capacidades, a água também ficou mais cara: a Sabesp reajustou o valor dos serviços em 6,49%, em dezembro de 2014. Bem antes disso, em fevereiro, foi implantado uma espécie de bônus para quem economiza em relação à média mensal de consumo de 2013. A redução do valor da conta varia entre 10% e 30%. Em contrapartida, quem gastar mais será punido. Foi autorizada em janeiro de 2015 pela Justiça, a sobretaxa que prevê acréscimo de 40% na conta caso o consumo tenha aumentado em pelo menos 20%. Se aumentou mais que isso, o acréscimo é de 100%. A Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento), empresa responsável pelo abastecimento de água em Campinas, anunciou em janeiro deste ano, um reajuste de 11,98% nas contas a partir do mês seguinte. Em 2014, a cidade enfrentou a pior seca em mais de 80 anos. Na época, a água do rio Atibaia, que abastece 95% do município, estava com vazão muito baixa e chegava à captação em péssima qualidade, o que levou a empresa a interromper alternadamente o abastecimento em alguns bairros. 9 jornal32c.indd 9 06/05/2015 11:50:58 Setor têxtil reduz em 90% o uso da água na produção Segundo levantamento da Abit, desde os anos 2000 o setor têxtil reduziu em 90% o uso da água na produção, ou seja, dos 100 litros que eram usados para produzir 1 kg de tecido beneficiado, agora são necessários apenas 10 litros de água. Além dessa redução, a água é reutilizada pela fábrica em outras áreas e, após modernos tratamentos de efluentes, devolvida ao meio ambiente até mais limpa. “Na indústria têxtil e de confecção, os custos com água e energia elétrica são muito relevantes. Logo, tivemos que nos adaptar a uma realidade mundial, com aterações no processo produtivo, questões econômicas e ambientais”, comenta o presidente do Sinditêxtil-SP em exercício, Francisco Ferraroli. Confira algumas das tecnologias disponíveis: Dye Clean: Referência no mercado mundial de química têxtil, o processo consiste no tingimento de fibras celulósicas com corantes reativos, que reaproveita a água dos banhos e diminui a quantidade de sal e insumos químicos nesse processo, sem interferir na qualidade final do produto têxtil. jornal32c.indd 10 Tratamento de efluentes: Pesquisas constataram que era possível aproveitar o CO2 proveniente da combustão nas caldeiras, além de se reduzir o material particulado proveniente da queima de óleo no processo. Outro processo usado é o de membranas de ultra filtração, com objetivo de possibilitar aumento na capacidade de reuso de água e eficiência no tratamento dos efluentes líquidos, com redução significativa da turbidez. Tratamentos de afluentes: Um sistema de tratamento de afluentes pioneiro no setor é o da osmose reversa. O processo consiste na captação de água dos rios e seu tratamento preliminar, realizado na Estação de Tratamento de Afluentes (ETA) das empresas. Após o tratamento, água é encaminhada para a planta de osmose, que tem capacidade de purificar 30 m3 por hora, resultando em uma água desmineralizada, totalmente pura, utilizada, principalmente, na cozinha industrial, no ar condicionado da tecelagem e na geração de vapor. em notícia 06/05/2015 11:51:00 A crise hídrica e energética no Estado de SP Em tempos de crise, não faltam profissionais falando que avisaram o que aconteceria. As previsões não devem ser vistas com descrédito, mas é necessário esquecer o passado e pensar no que é possível fazer agora para enfrentar a crise. O estado de São Paulo enfrenta uma das piores crises hídricas e energéticas da história e a solução óbvia a ser adotada é parar de desperdiçar energia e água. A previsão para 2015 é que a energia elétrica tenha um aumento de mais de 100% no preço para o consumidor final. O segmento industrial é o que mais está sendo afetado pois vem, sistematicamente, subsidiando o segmento residencial. Isto ocorre por vários motivos, entre eles, o funcionamento ininterrupto das termoelétricas. Só que com os reservatórios das hidrelétricas com baixa armazenagem, o cenário não é de melhoria de preços, mas sim de maior pressão sobre eles. A solução para reduzir o impacto destes aumentos é consumir menos energia e a implantação de projetos de eficiência energética é fundamental para esse fim. Rodrigo Aguiar é presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO) É notório que o parque industrial brasileiro possui muitas máquinas, equipamentos e sistemas consumidores de energia obsoletos e que já ultrapassaram e muito sua vida útil. A troca destes equipamentos por modelos modernos garante uma economia de 30% a 50% no consumo de energia e reduz drasticamente os custos com manutenção. Além disso, garantem um produto final melhor, com maior qualidade, e maior produtividade. A vantagem da eficiência energética é que a própria economia de energia pode pagar todos estes investimentos. Existem ESCOS (Empresas de Serviços de Energia) que além de realizar toda implantação, também podem fazer todo o investimento e parcelar o pagamento com base na economia de energia. A indústria moderniza seu parque fabril e é a economia que paga a conta. Já no caso da água, se cada consumidor mudar os hábitos, realizar pequenos investimentos e trocar os sistemas/terminais consumidores é possível reduzir de 30% a 60% do consumo de água sem alterar ou mudar a qualidade do trabalho. E tudo isto pode ser feito também por uma ESCO. Os custos estão altos, a pressão no orçamento é grande, a competição é forte (tanto no mercado interno quanto no externo) e o empresário tem uma solução nas mãos. Basta apenas colocar em prática. Eficiência energética é fazer mais e melhor gastando menos! em notícia jornal32c.indd 11 06/05/2015 11:51:01 Sinditêxtil-SP colabora com Norma que limita uso de químicos danosos no setor O Brasil é um dos poucos países que ainda não possui uma Norma que regulamente o uso de produtos químicos danosos nos produtos têxteis. Com o objetivo de mudar esta situação, o Sinditêxtil-SP tem participado de um Grupo de Estudo de Produtos Danosos coordenado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com o apoio da Abit e da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O objetivo é constituir uma Norma sobre o uso de produtos químicos tóxicos em artigos têxteis e confeccionados. Ela é voluntária e não pretende banir nenhuma substância, apenas estipular limites para o seu uso na indústria têxtil e de confecção. Já existem dois comitês (CB–10/química e CB-17/têxteis) que trabalham com este assunto. provement Act (CPSIA) – 2008, que fiscaliza dentre outros aspectos a aparência após a lavagem, solidez à fricção, flamabilidade, PH, pontas afiadas e partes pequenas das roupas que podem se soltar. Já na Europa, existe o REACH – 2008 (Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemical substances), que tem como objetivo garantir uma elevação do nível de proteção da saúde humana e do ambiente. Para isso, introduz a obrigação de realizar um registro de todas as substâncias químicas comercializadas dentro do território da União Europeia. Dentre a lista de 10 substâncias danosas ao meio ambiente e à saúde, que serão monitoradas estão: Polifluorcarbonos 8C(PFC’S) PFOS e PFOAS, Aminas aromáticas/corantes azo Listados, Alquil Fenóis e Nonil Fenol, Corantes disperses alergênicos, Metais Pesados (chumbo, cádmio, mercúrio, cromo e níquel), Ftalatos, Formaldeído, Pesticidas, Compostos organo estanosos e Fenóis (Pentaclorofenol e Tetraclorofenol). Caso a Norma seja implantada nos próximos anos por órgãos reguladores, a produção interna e os produtos importados terão um prazo para se adequar aos limites das substâncias químicas citadas. Muitas empresas - principalmente os grandes varejistas - já estão adaptadas às especificações internacionais, em especial, ao ZDHC (Zero Discharge of Hazardous Chemicals), que é um programa internacional que visa banir algumas substâncias consideradas nocivas ao meio ambiente. Segundo Lourival Flor, diretor de Sustentabilidade do Sinditêxtil-SP, muitos países já têm regras e leis em relação à toxicidade em produtos têxteis. “As importações na União Européia, por exemplo, são muito controladas e certificados são exigidos dos exportadores. Quando a Norma for aprovada e colocada em prática no Brasil, o principal beneficiado será o consumidor brasileiro”, explica. Estados Unidos, Japão e Europa já controlam a utilização de substâncias nocivas em têxteis. Nos EUA, por exemplo, é adotada a CPSIA (The Consumer Product Safety Im- jornal32c.indd 12 Da esq. para a dir.: Humberto Sabin (Coordenador do Grupo), Maria Adelina Pereira (ABNT) e Raphael Berganini (Senai-Cetiqt) A indústria química brasileira está bem avançada no desenvolvimento de substitutos para essas substâncias, lembrando que elas não serão banidas, apenas sua utilização será restrita. O Grupo de Estudo de Produtos Danosos também pesquisa quais seriam esses substitutos e a viabilidade econômica da substituição de algumas substâncias. A intenção é estar de acordo com as legislações praticadas na Europa, EUA e outros países. As reuniões de discussão da Norma são realizadas mensalmente na sede do Sindicato e abertas ao público. Os interessados em participar devem entrar em contato com Mariana Correa: 11 3823 6127 ou [email protected]. em notícia 06/05/2015 11:51:04 Curtas Parceria I O Sinditêxtil-SP acaba de assinar um termo de cooperação técnica com a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil). O convênio tem a finalidade de promover e apoiar a utilização dos padrões GS1 de identificação/codificação e troca eletrônica de dados (EDI) na cadeia têxtil e de confecção brasileira, promover palestras de identificação com código de barras, comercio eletrônico e NFe, EPC ( Eletronic Product Code) e a, ainda, identificação por radiofrequência e rastreabilidade. Para saber mais sobre a parceria entre em contato com [email protected]. Parceria II Recentemente, o Sindicato também realizou parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) por meio do BNDES. A ideia é oferecer aos associados uma linha de financiamento de projetos para combater o desperdício de água e energia. Informações adicionais: [email protected] ou 11 3549 4525. Atividades O Sinditêxtil-SP lançou o Relatório de Atividades 2014. Em 62 páginas, o documento aborda, de maneira sucinta, as principais ações desenvolvidas pelo Sindicato no ano passado. Entre elas, os pleitos do setor que a entidade defendeu junto ao governo estadual – muitas delas em parceria com a Frente Parlamentar Têxtil Paulista -, o lançamento, juntamente com o IEMI, do novo Estudo Setorial da Cadeia Têxtil e de Confecção de São Paulo (leia mais na pág.03) e os desdobramentos do projeto de reciclagem Retalho Fashion, entre outros assuntos. O material completo já está disponível para download no site do Sindicato. Resíduos O Sinditêxtil-SP e a Prefeitura de São Paulo decidiram que o bairro do Bom Retiro, em São Paulo, sediará o projeto Retalho Fashion. As empresas paulistas Ober e JF Fibras serão financiadoras do trabalho. O projeto tem como objetivo promover a retirada de resíduos têxteis (retalhos) da região central de São Paulo. Lançado em 2012, O Retalho Fashion pretende organizar o descarte e a coleta deste tipo de resíduo para que o material possa ser vendidos a indústrias recicladoras. RTCC O Sinditêxtil-SP apoia a iniciativa da Abit de propor ao governo a redução da carga tributária federal das confecções a 5% sobre a receita bruta, deduzindo exportações, devoluções, vendas canceladas e descontos incondicionais com um regime de recolhimento único a ser pago mensalmente. Esse tratamento tributário, cuja adesão será voluntária, deve ser estendido a empresas cujo código nacional de atividade econômica (CNAE) se enquadre na categoria 14. Esta definição de atividade econômica libertará o setor da “síndrome de Peter Pan” (as empresas não podem ultrapassar certos níveis de faturamento, pois a incidência de maior carga tributária, somada à uma série de obrigações acessórias que a acompanha, inviabiliza sua capacidade de competir no mercado). Assim, a empresa poderá atender pedidos de maior porte do grande varejo, com ganhos de escala e de produtividade que possibilitarão também o retorno às vendas externas. jornal32c.indd 13 13 06/05/2015 11:51:06 Desembolsos para o setor têxtil chega a quase R$ 40 milhões em cinco anos A Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista financiou R$ 39 milhões para a expansão e modernização do setor têxtil, nos últimos cinco anos. Em 2014 o valor financiado foi R$ 1,3 milhão e de R$ 5,2 milhões no ano anterior. No acumulado do período, os desembolsos por região administrativa foram assim distribuídos: São Paulo (R$ 16,1 milhões), Campinas (R$ 14 milhões), São José do Rio Preto (R$ 4,4 milhões), Sorocaba (R$ 4,3 milhões), Santos (R$ 94 mil) e São José dos Campos (33 mil). De acordo com o levantamento da instituição, os negócios de médio porte foram responsáveis por demandar 97% dos recursos ao longo do período, seguidos das empresas de pequeno porte, com 3%. Entre os principais segmentos atendidos estão as empresas de tecelagem de fibras artificiais e sintéticas, de preparação e fiação de fibras de algodão, estamparia e texturização e de confecção de peças de vestuário e de roupas íntimas. As linhas de crédito mais buscadas foram Financiamento ao Investimento Paulista (FIP) para expansão e modernização; Máquinas e equipamentos, para compra isolada de maquinário, e Capital de Giro, para necessidades do dia a dia. Em termos gerais, a Desenvolve SP bateu recorde de desembolsos em 2014 e financiou R$ 500 milhões para pequenas e médias empresas do Estado. Ainda de acordo com o balanço, o valor mais alto registrado até então foi em 2012, quando o acumulado de 12 meses atingiu R$ 403,1 milhões. De acordo com o levantamento, o aumento das liberações de crédito se deve ao setor de serviços, principal tomador de recursos no período. em notícia 14 jornal32c.indd 14 06/05/2015 11:51:08 indicadores Economia Os dados do primeiro trimestre mostram que houve desaceleração no desempenho da indústria têxtil, da confecção e, até mesmo, do varejo. Primeiro trimestre de 2015 Brasil Ind. Transf. São Paulo Têxtil Confecção Ind. Transf. Têxtil Confecção Varejo* -9,30% -1,20% -8,20% -17,10% -3,80% -7,00% -0,50% -7,80% -18,80% -1,60% Emprego (saldo = adm- dem) 15.119 4.012 -2.182 -1.196 Inflação - IPCA - Vestuário - Produção* Fonte: IBGE e CAGED - -0,75% - - -1,51% Nota: * dados até fevereiro Pesquisa de Conjuntura realizada pela Abit/Sinditêxtil-SP/Texbrasil revela as impressões de empresários do setor têxtil e de confecção sobre a conjuntura atual. Dos pesquisados, 69% têm como atividade principal a área de tecelagem. Confira, abaixo, alguns destaques do levantamento: • 62% indicam que a produção de fevereiro/15 ficou abaixo; • 54% têm expectativa de vendas mais baixas em março e abril de 2015; • 69% afirmam que as vendas de fevereiro/15 foram menores; • 48% projetam produção abaixo no bimestre março e abril de 2015; • 57% responderam que o emprego em fevereiro/15 foi inferior; • 55% estima recuo no nível de emprego nos meses de março e abril de 2015; • 62% registraram investimentos abaixo em fevereiro/15; • 59% esperam recuo também nos investimentos, bem como na inadimplência, em março e abril de 2015; • 40% disseram que a produtividade caiu em fevereiro/15; • Em relação aos estoques, 35% apontaram que eles estão abaixo e outros 36% que eles estão acima, o que denota um equilíbrio entre os respondentes; • 50% alagaram que a inadimplência está acima, em fevereiro/15; Como se vê, há certo pessimismo, em relação ao momento atual, bem como diante do curto prazo. Excetuada a perspectiva de exportação – certamente influenciada pela taxa de câmbio que está por volta de R$ 3,15 por dólar (R$ 2,35 foi a média de 2014) – todas as outras variáveis pesquisadas indicam que o empresário está receoso com o momento pelo qual o Brasil e sua economia passam. • De outro lado, a expectativa sobre a importação é de melhora para 45% dos entrevistados; • Para as empresas que ainda não exportam, 67% delas pretendem exportar, /entre curto, médio e longo prazo. Em linha com essa análise estão alguns comentários feitos na própria pesquisa. Existem também outros elementos que minam perspectivas mais otimistas. Foram sinalizadas questões como o exagerado aumento do custo de energia elétrica; a redução do poder aquisitivo da população (e seus reflexos imediatos nas vendas do varejo); o crescimento contínuo dos salários, muito acima da produtividade; e, tão ou mais importante, a ampliação do grau de incerteza. 15 jornal32c.indd 15 06/05/2015 11:51:09 indicadores Comércio Exterior Setor Têxtil e de Confecção Estado de São Paulo (exceto fibra de algodão) • São Paulo manteve-se como o principal estado exportador brasileiro, responsável por 29% das exportações (em valor); • No período de janeiro a março de 2015, o Estado de São Paulo apresentou um déficit de US$ 501 milhões em sua balança comercial de produtos têxteis e confeccionados (exceto fibra de algodão); • As importações, que atingiram US$ 574,8 milhões nos três primeiros meses de 2015, apresentaram queda de 3% quando comparado com o mesmo período de 2014; • Nesse mesmo período, as exportações somaram US$ 73,6 milhões o que representou uma queda de 21% no valor exportado em relação à janeiro-março de 2014. Essa diminuição no valor das exportações também ocorreu em grande parte dos demais principais estados brasileiros exportadores, devido, principalmente, à queda das vendas para a Argentina, principal destino externo nossos produtos. No caso de São Paulo, a queda para este mercado foi de 35% sendo que no período de janeiro a março de 2014 ele representava 37% das exportações paulistas e passou para 31% em 2015; • Em relação aos principais estados importadores, São Paulo foi o 2º maior importador com 29% do total do País (em valor); • Seguem abaixo as exportações e importações de São Paulo por segmento de produto: jan-fev 2015 Descrição US$ 1000 FOB Ton US$ 1000 FOB Ton Total geral 73.652 8.525 574.862 62.763 1. Fibras Têxteis (exceto fibra de algodão) 7.764 1.265 19.098 8.334 157 11 7.185 1.762 3. Filamentos 11.495 1.763 40.013 10.398 4. Tecidos 2. Fios 17.359 1.640 38.648 6.490 5. Linhas de Costura 2.375 184 664 78 6. Confecções 11.219 479 375.599 18.394 8.605 178 352.843 15.311 6.2. Roupas de cama, mesa e banho 579 83 12.577 1.552 6.3. Cortinas 93 4 2.441 300 1.941 214 7.739 1.231 23.284 3.184 93.655 17.305 6.1. Vestuário 6.4. Outros Artigos Confeccionados 7. Outras Manufaturas Câmbio • A desvalorização do real deverá provocar efeitos sobre o comércio exterior de produtos têxteis e confeccionados ao longo do ano, caso se estabilize nesse patamar atual; • No caso das importações, os efeitos devem ser sentidos nos próximos meses, pois as encomendas que foram realizadas neste início de ano já levaram em conta o novo patamar de câmbio, além da perspectiva de mercado não demandante afetada pelo fraco desempenho econômico brasileiro; • No caso das exportações, os efeitos tendem a ser mais lentos, já que os produtores terão que (re)construir relacionamento com cliente, disputar mercado, reposicionar produto, entre outros; • A taxa de câmbio também impacta a diretamente os custos de produção das empresas, tendo em vista que jornal32c.indd 16 Importações Fonte: MDIC - Sistema ALICEWEB Elaboração: Área Internacional / ABIT Exportações muitas matérias primas usadas no setor são dolarizadas como é o caso do poliéster e do algodão; • O cenário ainda não permite uma estimativa de exportações e importações com elevado grau de confiança, mas as circunstâncias atuais de demanda (interna e externa), a situação econômica e política do nosso principal destino de vendas (Argentina), a taxa de câmbio e os preços das matérias primas apontam para o fechamento de 2015 com ligeira queda, tanto das exportações quanto das importações, mantendo, portanto, um déficit comercial tão elevado quanto o de 2014 (-US$ 5,9 bilhões no Brasil e US$ - 1,7 bilhão em São Paulo); • De qualquer forma a desvalorização do real tem repercutido em um maior interesse dos empresários do setor têxtil e de confecção em relação à exportação – a pesquisa de conjuntura da Abit aponta que em janeiro de 2015, 57,5% pretendiam exportar e em abril essa fatia já subiu para 73,3%. Esse fator também é influenciado pelo fraco desempenho do mercado interno. 06/05/2015 11:51:10
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