OBJETO DE PESQUISA E ESCRITA DE SI: SABERES
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OBJETO DE PESQUISA E ESCRITA DE SI: SABERES
________________________________________________________________________________ OBJETO DE PESQUISA E ESCRITA DE SI: SABERES, VALORES E ESCOLHAS EPISTEMOLÓGICAS E METODOLÓGICAS Clúvio Buenno Soares Terceiro – UFRGS / IFRS - [email protected] Carla Melissa Barbosa – UFRGS - [email protected] Introdução A realização de um mestrado acadêmico pressupõe, entre outras questões, a defesa de uma dissertação como resultado de um processo de investigação. Os cursos oferecem disciplinas e ampla bibliografia sobre metodologia de pesquisa. Pesquisar envolve a análise e a apresentação de “empreendida por um sujeito cujo olhar vasculha lugares muitas vezes já visitados (DUARTE, 2002, p.140). Porém, nenhum método de pesquisa é autoaplicável e nenhuma pesquisa ocorre sem o olhar do pesquisador e “pensar determinada realidade a partir de uma experiência e de uma apropriação do conhecimento que são, aí sim, bastante pessoais” (DUARTE, 2002, p.140). Neste trabalho serão apresentadas algumas reflexões sobre o processo de escrita de si e de narrativa (auto)biográfica associado ao nosso processo de escrita acadêmica. Para Josso (2010), a (auto)biografia é um processo em que o sujeito passa a ser protagonista da sua história, tecendo os fios da produção de si mesmo, propiciando o autoconhecimento e a autoformação. Tomamos por base as nossas dissertações e os pressupostos teóricometodológicos que se fizeram presentes na construção dos objetos de pesquisa norteando as investigações. Destacamos a escrita de si e sua importância no processo de pesquisaformação. Tecendo saberes e sabores com costureiras, padeiros e confeiteiros Ao tomarmos como base de reflexão a caminhada empreendida em nossas pesquisas de mestrado, vimos que ao escrever sobre o objeto de pesquisa, também se escreve sobre si mesmo; enquanto pesquisa-se sobre um determinado objeto, o pesquisador reflete e VII Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica UFMT – Cuiabá – 17 a 20/07/2016 Anais VII CIPA – ISSN 2178-0676 conhece a si. Isso porque ao longo do processo de construção do objeto de pesquisa o pesquisador toma decisões, faz escolhas e arbitra entre um conjunto de saberes e de valores. Isto ocorre antes mesmo do início da escrita da dissertação e nos diz tanto sobre o objeto de pesquisa quanto sobre o próprio pesquisador. As dissertações abordaram a formação de trabalhadores: costureiras e técnicos em panificação e confeitaria; e a formação dos próprios pesquisadores através da escrita de si a fim de aproximar o percurso metodológico dos pressupostos epistemológicos destas pesquisas que se vinculam ao Grupo de Pesquisa (CNPq) Trabalho, Educação e Conhecimento. Os referenciais teóricos partem do pressuposto de que o ser humano se constrói no diálogo cotidiano com o mundo através de sua intervenção neste (Freire, 1987). Assim, tomar as relações entre trabalho e educação como objeto de nossas pesquisas significou “assumirmos o trabalho como princípio educativo e a centralidade do trabalho humano como constituinte da condição humana [...]” (ARROYO, 1998, p.139), considerando o que se produz e reproduz em termos de saberes e de valores, mas também em termos de desafios, seja no cotidiano de trabalho ou de estudo. A pesquisa intitulada “Histórias de vida e de costura: os saberes e sabores da mulher artífice” 1, investigou histórias de vida e de trabalho de costureiras autônomas das classes populares. O objetivo foi conhecer e analisar suas histórias de vida e trajetórias profissionais, seus saberes do trabalho, na perspectiva de saber como se tornaram costureiras. O estudo mostrou trajetórias profissionais marcadas por questões de classe e de gênero, pelo distanciamento da educação formal e do espaço industrial de produção e suas formas. O processo de se tornar uma profissional da costura se deu através do aprendizado com outras mulheres e diretamente na atividade de trabalho. As entrevistas demonstraram uma invisibilidade dos saberes do trabalho para as próprias trabalhadoras que, ao longo da sua vida de trabalho, convocaram e renormalizaram seus conhecimentos de forma inconsciente. Além de uma relação muito íntima e indissociável entre a execução e a concepção na atividade de trabalho e muitas aproximações com o trabalho artesanal e com a ideia de artífice: “fazer é pensar” (BARBOSA, 2014). 1 Esta pesquisa, sob orientação de Maria Clara Bueno Fischer, contou com a participação de quatro costureiras com mais de 40 anos de experiência neste ofício. (BARBOSA, 2014). VII Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica UFMT – Cuiabá – 17 a 20/07/2016 Anais VII CIPA – ISSN 2178-0676 A investigação desenvolvida com trabalhadores-estudantes de um Curso Técnico em Panificação e Confeitaria2 teve por objetivo compreender como os trabalhadoresestudantes reconstroem as relações que estabelecem entre Trabalho e Educação durante o processo de Formação Profissional. Para tanto, se propôs analisar: as sínteses das múltiplas relações entre o patrimônio científico e os saberes da experiência de trabalho; o Itinerário Acadêmico a partir das relações entre a produção de pães e de confeitados com as questões relacionadas ao duo valorização/desvalorização dos saberes dos trabalhadores; e, as dimensões socio-históricas e culturais dos produtos de Panificação e de Confeitaria. Dentre as conclusões encontram-se debates sobre a Educação como Direito e a Formação para o Mercado e/ou Mundos do Trabalho. A Abordagem Ergológica do Trabalho, em especial os conceitos relacionados à atividade de trabalho, saberes e valores (Schwartz, 2011), assumiu papel de destaque como possibilidade de compreensão específica e análise das relações entre trabalho e educação. Enfatiza-se que os saberes produzidos e mobilizados em situação de trabalho são indispensáveis para a formação humana, reconhecendo que os saberes dos trabalhadores são processos em permanente construção. As trajetórias profissionais foram analisadas a partir de Franzoi (2006) que as considera como o produto de um conjunto de relações que envolve escolaridade, inserção profissional e profissionalidade. Do ponto de vista metodológico, a busca pelo entrelaçamento entre a escrita do objeto e a escrita de si ocorreu por caminhos distintos, mas possibilitaram aos pesquisadores refletir “com” e não “sobre” o grupo social. O percurso metodológico da pesquisa com as costureiras inspirou-se nas histórias de vida e biografias formadoras (Josso, 2004), entrevista narrativa e entrevista reflexiva. Já a pesquisa com os padeiros e confeiteiros orientou-se pela observação participante (Becker, 1997), de inspiração etnográfica, com etapas de validação nas análises do diário de campo, em entrevistas individuais e coletivas. 2 A dissertação “Humm! Tem pão quentinho e confeitos divinos: desvelando relações entre Trabalho e Educação na formação profissional do técnico em panificação e confeitaria”, sob orientação de Maria Clara Bueno Fischer, contou com a participação de 16 trabalhadoresestudantes desta área, sendo que 9 destes tinham experiência prévia ou concomitante com o curso (SOARES TERCEIRO, 2012). VII Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica UFMT – Cuiabá – 17 a 20/07/2016 Anais VII CIPA – ISSN 2178-0676 Figura 01 – Construção do Objeto de Pesquisa Relações Trabalho e Educação Fonte: autores, 2016. Este refletir “com” possibilitou aos pesquisadores e aos pesquisados um encontro de histórias de vida, de trajetórias, de saberes e de valores, provocando confrontações de percepções mútuas. A aproximação entre os percursos metodológicos e os pressupostos epistemológicos, refletiu em pesquisas que abordaram tanto os processos de formação destes trabalhadores como dos próprios pesquisadores, concomitantemente com as análises e reflexões sobre o próprio objeto de pesquisa e frente ao memorial previamente produzido. O Memorial como dispositivo de formação e de reflexão A escrita do Memorial é parte do processo de seleção do Programa de PósGraduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O Memorial é uma forma de apresentação das experiências profissionais e acadêmicas de maneira reflexiva. É uma carta de apresentação dos fatos marcantes de uma trajetória, a possibilidade de VII Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica UFMT – Cuiabá – 17 a 20/07/2016 Anais VII CIPA – ISSN 2178-0676 exposição das razões presentes nas escolhas, portanto dos valores, significados e sentidos que podem ser vislumbrados na experiência singular do indivíduo. De certa forma, permite uma análise acerca da coerência entre a trajetória profissional e acadêmica e o tema de pesquisa. Arenhaldt e Marques (2005, p.20), pesquisadores sobre o tema “Memorial na formação docente” nos dizem que constitui “um movimento que produz um conhecimento alicerçado na vida, na experiência, que é em si singular, mas produzido na relação com o outro, com o mundo, neste caso com a educação, a escola e a constituição da docência na pessoa”. A escrita de memoriais em percursos formativos permite para aquele que escreve sobre si, ou para aquele que lê a história de outro, compreender os sentidos de estar na docência, de ser professor. A escrita de memoriais se constitui em um dispositivo valioso no sentido de entender como aprendemos a ser professor e a viver a escola. É plausível dizer que nos reconhecemos nas histórias dos outros, nos formamos e nos constituímos ao ler o outro. (ARENHALDT & MARQUES, 2005, p. 17). Ao longo do processo de análise e de escrita acadêmica ao retomar nossos memoriais pudemos e refletir sobre nossos objetos de pesquisa e sobre nossas próprias escolhas. “Escrever um memorial é mostrar-se, publicizar-se, é assumir-se autor de si” (ARENHALDT e MARQUES, 2005, p. 20). Valores?!! Pressupostos epistemológicos que se desdobram em opções teóricometodológicas Arroyo (1998), ao falar sobre a necessidade da existência de diálogo com as diversas áreas do conhecimento, com relação à formação, coloca que “a melhor maneira de dialogar é reconhecer o recorte social e teórico que nos identifica” (p.142). Neste caso, retomamos um pressuposto de Paulo Freire (1997, p.55) “o do inacabamento do ser humano”, e de sua inconclusão como próprio da experiência vital. Um ser que é pensante, que é curioso, ingênua ou epistemologicamente, e que é criativo. Neste sentido, a produção de saberes no trabalho e para o trabalho “implica o exercício da curiosidade” (ibidem, p.95). VII Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica UFMT – Cuiabá – 17 a 20/07/2016 Anais VII CIPA – ISSN 2178-0676 Os pressupostos epistemológicos norteadores e as opções teórico-metodológicas estão diretamente ligadas ao lugar de onde falamos, das nossas experiências e de tudo que nos inspira. Neste sentido, discorrer sobre este lugar, ajudou a clarear alguns interesses e escolhas feitas ao longo do processo de pesquisa, possibilitando uma reflexão sobre o papel do conhecimento em nossas vidas. O tempo todo fazemos escolhas na pesquisa: o tema de estudo, a linha de pesquisa, o objeto, os referenciais, etc. Estas, por sua vez, não estão isentas dos nossos valores e é importante ter claro que as diferentes escolhas na pesquisa estão atravessadas por interesses relacionados a questões identitárias, étnicas, de pertencimentos de classe ou de gênero. Paulo Freire (1987), sobre a relação entre teoria e práxis, contribui para uma reflexão sobre a nossa forma de ser/estar no mundo. Se esse é o mundo que temos, com relações carregadas de contradições, de desigualdades, que nos formam ideologicamente, que possibilidades temos para uma educação que liberta? Sendo os saberes do trabalho o tema de interesse, e “o trabalho como princípio educativo” (CIAVATTA, 2009, p. 408), é importante ressalvar que este é um fazer interessado, um ato político, em pesquisas que tem como objetivo se deslocar de uma perspectiva etnocêntrica em direção à alteridade num exercício de dialogicidade. Assim, se torna fundamental respeitar e valorizar os saberes e fazeres dos trabalhadores, os quais não são esvaziados de saberes. (FREIRE, 1987, p. 67). A partir dessa visão, pensamos em educação como prática libertadora, no sentido de que o homem aprende em comunhão, mas também no conflito. Isso implica em um exercício de escuta atenta e interessada, na perspectiva do diálogo sendo que “a autossuficiência é incompatível com o diálogo” (p.81). Sobrevivemos na relação com o outro, através do nosso trabalho, forma como nos humanizamos e garantimos nossas condições objetivas de existência na relação com a natureza e com os outros. Como pesquisadores também somos educados nessa relação com o/a outro/a, buscando pensar em processos mais libertadores, menos autoritários e menos reprodutores de uma lógica desigual e excludente. Em um contexto em que prevalecem as formas capitalistas de organização econômica e cultural, visibilizar, dar voz, legitimar os saberes da experiência de adultos trabalhadores, é buscar romper com uma lógica meritocrática, VII Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica UFMT – Cuiabá – 17 a 20/07/2016 Anais VII CIPA – ISSN 2178-0676 para a qual os saberes legítimos são somente aqueles certificados pelas instituições escolares e pela ciência formal. Falamos, portanto, de um lugar que valoriza os saberes da experiência; a produção de conhecimento na atividade de trabalho; conscientes que a pesquisa foi um processo de construção para pesquisadores e pesquisados. Escrita de Si e o processo (auto)formador A escrita de si, no processo de escrita acadêmica, tem como base o fato de que este é um processo formador e que a produção de saberes ocorre através da relação que se estabelece. Trata-se de pensar o objeto de estudo e os sujeitos da pesquisa na relação, reconhecendo os trabalhadores como seres humanos com quem estabelecemos um diálogo que, aberto e disposto a ouvir, tem muito a aprender. No sentido de chegar o mais próximo possível do desafio de visibilizar e valorizar os saberes do mundo do trabalho; saberes que, porque tácitos, não são reconhecidos como "saberes", é que buscamos inspiração em Josso (2004) um "caminhar para si" para propiciar um caminhar com os trabalhadores. A proposta foi de nos percebermos como parte deste processo de formação, carregando a auto narrativa de sentido, reconhecendo escolhas e a experiência, de forma a estabelecer projetos futuros com relação a nossa trajetória acadêmica, profissional e pessoal. Conforme Josso (1999) as histórias de vida podem ser postas a serviço de projetos. Segundo a autora [...] as relações entre histórias de vida e projeto podem ser apresentadas em torno de dois eixos que nutrem mutuamente: a busca do projeto teórico de uma compreensão biográfica da formação e, a fortiori, da autoformação mediante os procedimentos de pesquisa-formação, de um lado, e, de outro, o uso de abordagens biográficas postas a serviço de projetos [...] (JOSSO, 1999, p. 14). Sendo assim, a nossa escrita de si, como parte do processo de escrita acadêmica, serviu para recuperar a trajetória profissional e acadêmica dos pesquisadores como forma de autoconhecimento e reconhecimento, produzindo biografias com foco na relação trabalho e educação. Segundo Silva (2012), na proposta metodológica de caminhar para si, pesquisador e pesquisados estão no mesmo patamar, ambos estão envolvidos, por inteiro nesse processo, VII Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica UFMT – Cuiabá – 17 a 20/07/2016 Anais VII CIPA – ISSN 2178-0676 o qual “[...] denota o processo inconcluso da investigação, ao mesmo tempo em que nos remete a nossa própria trajetória de vida neste mundo, envolvendo vários aspectos que foram historicamente apartados do processo investigativo [...] (p.28)”. Sendo assim, este exercício de contar e refletir sobre a nossa história de vida e trabalho, envolveu questões de classe, gênero e etnia, sentimentos e emoções, na perspectiva de que “nessa caminhada todos(as) refazem suas próprias trajetórias.” (Ibidem, p.28). Neste sentido caminha a possibilidade de se projetar no futuro fazendo escolhas mais conscientes e mais próximas de se desdobrarem em pesquisa-ação e transformação social. Considerações Finais A nossa história de vida desde a adolescência mescla trabalho e educação e neste sentido se assemelha muito à existência dos trabalhadores que fizeram parte das nossas pesquisas. A formação e a trajetória profissional são temas centrais e marcam os diferentes tempos e espaços das nossas vidas. Percebemos que ao buscar na memória alguma lembrança, fazemos referência à qual série escolar estávamos ou em qual empresa trabalhávamos e a partir dessa relação, reconhecemos o tempo. Fazer este exercício tem nos possibilitado perceber que algumas escolhas não foram realizadas de forma consciente diante de tantos condicionantes que se impõem pela realidade objetiva. “Ser autor é dizer a sua própria palavra, compreender o seu mundo, fazer e escrever sua própria história” (ARENHALDT e MARQUES, 2005, p. 20). Por outro lado, foi possível perceber uma indissociável relação entre nossos valores e a busca de uma práxis contra hegemônica, que norteia nossas opções teórico metodológicas de nossas pesquisas que, por sua vez, assumem um caráter político, crítico e uma busca de transformação social. As escolhas epistemológicas e metodológicas presentes nas nossas dissertações exigiram-nos uma postura de apresentador e de intérprete dos saberes aos quais estávamos pesquisando. Becker (1997, p. 48) afirma que é preciso “observar as pessoas e as situações a que se está estudando e entabular conversas a fim de ter acesso às interpretações que elas têm dos acontecimentos que se observa”. Interpretar vincula-se à comunicação do conteúdo latente das narrativas, exigindo capacidade de percepção e audição atenta, mas também humildade para captar aquilo que o informante está comunicando. VII Congresso Internacional de Pesquisa (Auto)Biográfica UFMT – Cuiabá – 17 a 20/07/2016 Anais VII CIPA – ISSN 2178-0676 Ao recuperar nossa caminhada houve, também, um deslocamento do olhar e da sensação de ter a dissertação como um “objeto inatingível” (ROESLER, 2014), muito presente na fase anterior à escrita. Através da escrita, dissemos a nossa palavra e os nossos sentimentos, nos existenciando, ao mesmo tempo em que dialogamos e refletimos “com” os trabalhadores da pesquisa sobre sua atividade de trabalho e atuação profissional. Além de ser um processo de formação como pesquisadores, carrega uma transformação e uma formação pessoal. A escrita de si abre a possibilidade do pesquisador se perceber como sujeito capaz de se projetar no futuro, reconhecendo os limites e vislumbrando muitas possibilidades e isto, por si só, já consideramos um processo emancipatório aos moldes dos pressupostos da pesquisa-formação. Referências ARENHALDT, R; MARQUES, T. B. I. Escritas de Memoriais: Um Dispositivo para a Formação de Professores. In: ARENHALDT, R. (Org.); MARQUES, T. B. I. (Org.). (Org.). Memórias e Afetos na Formação de Professores. 1 ed. Pelotas, 2010, v. 1, p. 15-22. ARROYO, M. Trabalho, educação e teoria pedagógica. In: FRIGOTTO, Gaudêncio (org.). Educação e crise do trabalho: perspectivas de final de século. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998, p. 138-165. BECKER, H. S. Métodos de Pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo: HUCITEC. 1997. BARBOSA, C. 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