pesquisadores - Marista Online
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pesquisadores - Marista Online
Jovens 1º Semestre • 2014 | 13ª edição pesquisadores incentivo a novos conhecimentos reflete em filhos mais críticos e com uma visão mais ampla DIA A DIA Saiba como uma viagem missionária pode contribuir nesse processo de amadurecimento da família. COMO FAZER Quando a questão é o uso da internet, os filhos precisam de acompanhamento. Entenda o papel dos pais e como lidar melhor com a situação. Um amplo conceito de Educação, para alunos, famílias, professores e escolas crescerem juntos. AMPLIANDO FUTUROS O FTD Sistema de Ensino trabalha para ampliar as perspectivas de futuro para todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, oferecendo soluções educacionais inovadoras e diferenciadas: Plano de ação em gestão escolar. Avaliação e diagnóstico educacional e institucional. Consultoria educacional e formação continuada – PUCPR. Conteúdo impresso e digital integrado e disponível em multiplataforma (PC, notebook, tablet etc.). 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Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 Superior Provincial Ir. Joaquim Sperandio Presidente do Grupo Marista Ir. Delcio Afonso Balestrin Superintendente Executivo do Grupo Marista Paulo Serino Diretor da Rede de Colégios Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Diretor de Marketing E COMUNICAÇÃO Stephan Younes Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500 www.colegiosmaristas.com.br Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-750 | (61) 3445-6900 Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 SÃO PAULO Colégio Marista de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400 Colégio Marista Arquidiocesano Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP CEP 01518-000 | (11) 3207-5866 PARANÁ Colégio Marista Paranaense Rua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR (41) 3016-2552 Colégio Marista Santa Maria Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - São Lourenço Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500 13ª Edição | 1º Semestre 2014 Periodicidade Semestral EDIÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa e Vivian Lemos REDAÇÃO Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Edição de arte: Julyana Werneck PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê | semduble.com com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor. Colégio Marista de Cascavel Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR CEP 85812-011 | (45) 3036-6000 Colégio Marista de Londrina Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR CEP 86060-000 | (43) 3374-3600 Colégio Marista de Maringá Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224 Colégio Marista Pio XII Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374 SANTA CATARINA Colégio Marista São Francisco Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó- SC CEP 89801-500 | (49) 3322-3332 Colégio Marista de Criciúma Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma-SC CEP 88811-503 | (48) 3437-9122 Colégio Marista São Luís Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 - Centro Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313 Colégio Marista Frei Rogério Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba-SC - CEP 89600-000 (49) 3522-1144 GOIÂNIA Colégio Marista de Goiânia Avenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875 Revisão Lumos | Bureau de Traduções Envie comentários, críticas e sugestões sobre a revista para o email [email protected] Capa Arthur Gabriel Fauth, PUBLICIDADE R. Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000 Para anunciar, ligue: (41) 3271-4700 www.grupolumen.com.br FOTO DE CAPA Gilberto do Rosário estudante do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), e seu pai Marco Túlio Fauth. © Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores. 3 índice capa 8 Saiba de que forma o incentivo dos pais à curiosidade do jovem contribui na formação do conhecimento, estimulando o desenvolvimento de um olhar crítico sobre o mundo. 1ª impressão dia a dia entrevista 5 6 14 Ir. Vanderlei Siqueira, diretorexecutivo da rede Marista de Colégios, traz uma reflexão sobre a curiosidade, fator que contribui para a evolução do mundo, e como ela é despertada em sala de aula. Uma hora, os filhos criam asas e voam para longe do ninho. Uma viagem missionária pode contribuir para esse processo de amadurecimento dos jovens e dos pais. essência solidariedade 38 Irmãos Maristas comentam sobre os desafios da educação na contemporaneidade. 40 Conheça as histórias da Dona Salete, do menino Geverson, do Seu Benjamin. Cidadãos de uma das localidades que recebeu, no começo deste ano, a Missão Solidária Marista. índice como fazer compartilhar 42 44 17 diversão olhar curiosidade 46 48 50 Saiba de que forma auxiliar os filhos a encontrar o equilíbrio quando a questão é o uso da internet. Já sabe o que fazer nas férias? Veja alguns programas para serem feitos em família. 4 Democratização de conteúdo educacional em plataforma digital é o assunto da entrevista com Caroline Serqueira, analista educacional do Grupo Marista. Confira dicas de sites, livros e programas de TV indicadas pelos professores dos Colégios Maristas. O escritor e psicólogo Marcos Meier lembra que pais também já foram adolescentes e que é preciso relembrar alguns caminhos já percorridos para entender os filhos. seu colégio Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio. Você sabe como lidar com os medos dos seus filhos? Entenda mais sobre essa forma de reação e como ajudar crianças e adolescentes. 1ª impressão A curiosidade nos move os porquês do universo, não teríamos alcançado o desenvolvimento das ciências e suas tecnologias; tampouco gozaríamos das facilidades e do conforto do estágio atual. Se a curiosidade e o encantamento constituírem as condições primordiais do desvelamento e do conhecimento da natureza pelo homem, também vão possibilitar e potenciar a educação do futuro; eis porque devem fazer parte da estratégia educacional. O entendimento de como é factível estimular crianças e jovens para o desenvolvimento da curiosidade constitui resiliente preocupação das famílias Maristas, que escolheram, por meio de votação, o tema pesquisa para ser destaque na nossa revista Em Família deste semestre. Para melhor entender esse tema em um contexto de complexidade, é necessário problematizar o seu significado, pois ultrapassa o senso comum, que o identifica com o simples uso do laboratório ou a realização de determinada experiência investigativa. Seu significado está em como as experiências e as práticas pedagógicas são exploradas pelos sujeitos-mores da educação: alunos e professores. A aprendizagem entendida na perspectiva da pesquisa rompe com uma organização do ambiente de aprendizagem centrada na transmissão de conhecimentos pela figura do professor ou por meio de exercícios repetitivos. Redefinir esse ambiente em comunidade permite às crianças uma participação legítima em práticas de superior aprendizagem, com crescente grau de liberdade para tentar, errar, corrigir e escolher onde, quando, como e em quem investir sua curiosidade, inteligência e emoção. A pesquisa é facilmente relacionada ao Ensino Superior; no entanto, é prática que pode e deve ser estimulada desde os primeiros anos da vida escolar. As teorias científicas evidenciam que as crianças são cognitivamente competentes, intelectualmente ativas e socialmente comprometidas. O planejamento espaço-temporal com vistas à pesquisa propicia momentos para o fascínio e o despertar da curiosidade, além de corroborar e potenciar o empenho da criança no uso de sua habilidade de investigação. O trabalho realizado em sala de aula também pode ser complementado em casa. Estimular nossas crianças para o desenvolvimento da curiosidade sobre coisas simples, que estão à sua volta, e questões do dia a dia, eis uma boa e proficiente prática. O envolvimento das crianças, desde tenra idade, na discussão bem dosada de problemáticas sociais, políticas e ecológicas, por exemplo, é preciosa oportunidade de educação para um futuro mais sustentável; prepara-as para lidar com situações rotineiras, pensando global e criticamente e agindo local e pessoalmente. ir. vanderlei Siqueira dos Santos diretor-executivo da Rede Marista de Colégios © Foto: João Borges Você já se viu diante de situações em que o excesso de informações ou a ausência delas o deixaram confuso sobre o que fazer? Ao contar sua experiência, a professora Isabel Alarcão argumenta sobre a razão de tal conflito: “Cheguei ao hotel, vinda do aeroporto. Eram duas e meia da tarde. Situado no característico nordeste brasileiro, o hotel era o exemplo bem acabado da globalização. Pela ausência, quase total, de marcas da civilização local, podia situar-se em qualquer parte do mundo”. Servimo-nos do relato para pensar e problematizar a necessária função da escola de educar para a vida, alicerçada no despertar da curiosidade e do encantamento, como estratégias para a leitura de mundo e o desenvolver da Ciência. Não é novidade que a escola moderna, transmissora dos conhecimentos acumulados, também se tornou distante da vida, porque pouco contribui para a interação crítica do ser humano com o mundo. Há inadequação cada vez mais ampla entre os saberes fragmentados e os desafios cada vez mais planetários. De fato, a estreiteza do olhar nos impede de ver o global, bem como o essencial. Além disso, todos os problemas particulares só podem ser enquadrados e pensados corretamente em seus contextos e circunstâncias; o próprio contexto desses problemas, por sua vez, deve enquadrar-se, cada vez mais, no universo planetário, como defende, entre outros, o sociólogo francês dos “problemas da cultura”, Edgar Morin. Por natureza, o ser humano é curioso. Sem essa vontade de querer entender 5 © Foto: Michele Bravos dia a dia Com as próprias asas Uma viagem missionária pode ser o ponto de partida para cortar o cordão umbilical com o filho e ainda incentivar o jovem a ter um amadurecimento mais profundo Por Michele Bravos 6 Enquanto o filho adolescente Jackson Bortolotti, 17 anos, aluno do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), fazia as malas para embarcar em uma experiência longe de casa por uma semana, a mãe, Neiva Bortolotti, 45 anos, assistia à cena ansiosa e com o coração apertado, mas com a consciência de que é preciso deixar ir. Em janeiro deste ano, Jackson subiu em uma Kombi e foi para Ponte Serrada, no oeste catarinense, para participar, junto com outros 100 jovens, da Missão Solidária Marista 2014. Ouve-se por aí que filho se cria para o mundo. Quando esse clichê bate à porta, os pais são desafiados a balancear seus sentimentos e pensamentos. De um lado, o instinto protetor, envolto por muitas preocupações decorrentes do mundo atual; de outro, um lado mais racional que en- tende que a saída do filho contribuirá para seu amadurecimento. Ter como ponto de partida uma viagem missionária é um desafio positivo, afinal, além de o filho estar fora do ninho, em uma missão, ele se deparará com situações e pessoas muito diferentes do convívio habitual. Jackson conta que teve a oportunidade de conhecer pessoas com costumes e realidades diferentes. “Conhecemos alguns católicos, outros evangélicos, outros ateus. Ouvimos críticas, reclamações, agradecimentos. Escutamos sobre a falta de médicos treinados, de infraestrutura, de emprego, e a ida dos candidatos políticos aos bairros pobres somente para a compra de votos”. Para Neiva, são justamente essas diferenças que tornam uma saída como essa tão enriquecedora e necessária para os filhos. “O maior desafio dos pais é o entendimento do quanto uma missão vem a agregar positivamente na formação de um jovem. No momento em que o Jackson saiu, temporariamente, de casa para uma viagem missionária, eu, particularmente, fiquei feliz, pois sabia que ele estava na companhia de pessoas especiais, por uma missão”, diz. Na opinião da mãe, é na adolescência, quando o filho está gritando por independência, que esse cenário se faz mais presente. “Não podemos negar que na adolescência há um afastamento natural dos filhos. Eles estão buscando autonomia. Os pais, principalmente as mães, sofrem com essa fase. Para nós, eles ainda precisam e sempre precisarão de proteção e amparo”. Apesar desse sentimento protetor, Neiva acredita que para a construção da identidade, anseio que é muito forte nessa faixa etária, deixar com que o filho voe com suas próprias asas é fundamental. Emocionalmente, a pessoa só cresce quando assume a própria caminhada. “Minha vida mudou drasticamente. Passei a olhá-la de forma diferente. Estou mais crítico e atento às outras realidades, e não só à minha ou de meus amigos”, conta Jackson. Neiva percebe que a convivência na semana das missões com famílias “estranhas” proporcionou ao filho um amadurecimento imensurável. “A realidade do Jackson, e que acre- dito ser de outros tantos jovens, é de conforto e vida cômoda, ou seja, roupa lavada, comida pronta e, mesmo assim, às vezes até reclamam de tudo. O desafio de se organizar para ficar responsável pelos seus atos durante esse período o tornou uma pessoa melhor, com certeza”. Na opinião deles Proporcional à ansiedade dos pais é a expectativa dos filhos. Saiba o que os jovens pensam e sentem diante do desafio de sair de casa para uma viagem missionária. Jackson Bortolotti, 17 anos Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC) Nos dias que antecederam a Missão Solidária Marista, estive muito ansioso. Até pensei se poderia ser assaltado enquanto andasse pelas ruas de Ponte Serrada. Pensava também na minha mãe. Como ela ficaria sem mim? Finalmente, de malas prontas, pensei: “É agora!”. Já no primeiro dia lá, veio o choque. Não estávamos lá para mudar Ponte Serrada, mas para sermos mudados pela cidade e pelo povo dali. Com a MSM, acordei. Voltei de lá pensando em cuidar mais no resto do mundo, do meu prédio, da Pastoral da Juventude Marista, de alguém que está nas ruas. Letícia Pereira Zancanaro, 16 anos Colégio Marista Frei Rogério, de Joaçaba (SC) Durante as visitas aos bairros vulneráveis, fiquei pensando como aquelas famílias conseguiam viver daquela forma. Vendo as crianças brincarem na sujeira, fiquei inconformada com a prefeitura, que não dava importância. Em compensação, eu via nos olhos delas como estavam felizes com a nossa presença. Por mais que todos falassem da violência nessas comunidades, em momento nenhum eu senti medo. Sair do nosso conforto acende a chama da missão em nós. Sempre que eu me deparar com alguma situação precária, meu instinto missionário irá falar mais alto e eu irei ajudar a melhorá-la. Hercules Vinicius de Moraes, 17 anos Ex-aluno do Centro Social Marista Itapejara, em Itapejara D’Oeste (PR) Eu comecei a trabalhar uma semana antes da Missão Solidária Marista (MSM). Então, fiquei meio sem jeito de perguntar para meu chefe se ele me dispensaria, mas daí eu pensei que trabalho eu terei por muito tempo e a MSM, não. E ela ficará marcada para sempre. Eu participo da PJM há sete anos. Minha família admira o trabalho. Mas a primeira vez que fui para uma viagem missionária, eles ficaram meio indecisos sobre a minha ida. No entanto, quando voltei para casa e mostrei vídeos e fotos, eles ficaram impressionados. Este ano, eles me deixaram ir sem nenhuma preocupação. Uma das experiências que mais me marcou em Ponte Serrada foi ter conhecido uma senhora de 116 anos que estava sendo cuidada por sua filha. Foi marcante para mim ter ouvido que o genro dessa senhora havia pedido para que a filha escolhesse entre ele ou a mãe. A filha optou pela mãe. Vi ali cuidado e amor. Ana Cássia Ribeiro, 16 anos Colégio Marista de Cascavel (PR) Durante essa Missão, foi muito marcante para mim uma visita que fizemos ao bairro Cohab, um lugar bastante vulnerável em Ponte Serrada. Lá, a gente pôde observar a realidade das famílias. Eram pessoas muito simples e com pouquíssimas condições financeiras. Precisamos ter mais empatia pelos outros. Temos que nos colocar no lugar do próximo para perceber do que as pessoas necessitam. Saí de lá com sensação de que desperdiçamos demais. Temos tudo em nossa casa e, ainda assim, muitas vezes não damos a devida importância. Estando perto de realidades como essas, acho que a gente também consegue dar mais valor à vida que temos. 7 capa Curiosidade © Fotos: Gilberto do Rosário que transforma O incentivo dos pais à curiosidade e à pesquisa contribui na formação de filhos ativos na construção do próprio conhecimento. Benefício que reflete durante toda a caminhada deles como estudantes e estimula o desenvolvimento de um olhar crítico sobre o mundo Por Julio Glodzienski 8 Ser curioso é um processo comum da descoberta e construção da própria identidade. É importante incentivar crianças e jovens a essa curiosidade, pois com ela surge um potencial de construção do conhecimento que pode, e deve, ser explorado. Falar em incentivo à pesquisa é, a princípio, apoiar o desenvolvimento do instinto curioso dos filhos. Na família Fauth,, a curiosidade faz parte do dia a dia. Arthur Gabriel Fauth, estudante do 2º ano do Ensino Médio no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), é interessado em novas tecnologias, hábitos e culturas. “Já participei de campeonatos de robótica e do Projeto Grupo de Pesquisa Avançada (GPA), uma oportunidade em que você se confronta com realidades diversas e, depois de um tempo, você enxerga as coisas de uma maneira diferente”, completa. Conta o pai, o bancário Marco Túlio Fauth, que ele próprio também gosta de robótica e, juntos, procuram peças, informações sobre protótipos, para colocar em prática as ideias de Arthur. “Em uma viagem ao exterior, toda a família se engajou na busca e depois na negociação de um artigo para o protótipo”. desenvolve-se a habilidade de trabalhar em grupo, e os estudantes percebem que suas teorias são temporárias, porque estão em constante processo de negociação e de reflexão. Claudia Kochhann de Lima, Coordenadora psicopedagógica do Colégio Marista Criciúma (SC) Na opinião de Arthur, a pesquisa é também um meio pelo qual se estreitam laços de relacionamento. A potencialização do instinto curioso dos filhos está muito atrelada ao estímulo à pesquisa, o que também contribui e reflete em toda a caminhada deles como estudantes. Arthur confirma: “Ter curiosidade em pesquisar faz com que eu tenha mais facilidade nos meus estudos”. A pesquisa deve ser levada como um princípio do trajeto educativo, em que ocorre a produção dos saberes por meio de participação ativa e reflexiva. A assessora de área de Ciências da Natureza da Província Marista Rio Grande do Sul (PMRS), Porto Alegre (RS), Lisandra Catalan do Amaral, aponta que pesquisar – de assuntos mais corriqueiros a temáticas complexas – estimula a curiosidade, a autonomia e o desenvolvimento de atividades relacionadas com os objetos que estão sendo estudados. É também o que defende a coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, Claudia Kochhann de Lima, do Colégio Marista de Criciúma (SC). “Pesquisar demanda capacidade de análise crítica dos problemas do mundo, formulação de perguntas e proposição de respostas, em um processo problematizador sempre passível de confirmação, revisão, modificação e reconstrução”, reforça. Arthur, além de se interessar por assuntos relacionados à tecnologia, também gosta de pesquisar sobre a árvore genealógica da família. O pai se orgulha do fato: “Foi graças a esse espírito curioso do Arthur que a gente descobriu o registro de um antepassado nosso em um cartório lá na Itália”. Lisandra reforça que o gosto pela pesquisa pode começar pelas percepções intuitivas de cada um até chegar a níveis mais complexos de questionamentos. A exemplo da família Fauth, uma busca pela história dos antepassados pode ser uma boa forma de estimular a curiosidade e a pesquisa, além de integrar pais e filhos. Lisandra ainda complementa que é dessa intuição que decorrem inúmeras vantagens, como a possibilidade de resolução de problemas; o desenvolvimento de habilidades, potencialidades, pensamento lógico e raciocínio. Os filhos, ao serem incentivados a realizar pesquisas a partir de suas curiosidades, ganham um diferencial para toda a vida. O diretor geral do Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF), José Leão da Cunha Filho, observa que estimular é fundamental para a construção da cidadania em tempos de globalização, gerando “um olhar crítico sobre o mundo, uma autonomia intelectual, criticidade e espírito de inovação”. Ao se tornarem protagonistas do próprio conhecimento, “desenvolve-se a habilidade de trabalhar em grupo, e os estudantes percebem que suas teorias são temporárias, porque estão em constante processo de 9 capa negociação e de reflexão”, completa Claudia. viSando o FUTUro O bancário Fauth vê nesse incentivo à pesquisa agora uma boa forma de inserção no mercado de trabalho amanhã. Por isso, ele defende a importância do apoio familiar. “O acompanhamento dos pais é fundamental, pois contribui na solidificação do conhecimento. Então, buscamos incentivar a curiosidade do Arthur e que ele corra atrás das respostas”. O diretor Cunha define que, “os pais devem estar presentes de duas maneiras: sendo exemplo de olhar científico sobre as coisas e escolhendo escolas que favoreçam a formação do espírito científico”. Para o pai de Arthur, na prática, o incentivo acontece com o estímulo a novas leituras, no interesse dos pais em saber o que os filhos estão aprendendo, de modo a incentivá-los a aprimorar seus conhecimentos. A coordenadora Cláudia completa, ao descrever o ambiente ideal de incentivo. "Deve-se criar um espaço de diálogo, de escuta na família, deve haver a busca em valorizar os questionamentos e reflexões dos filhos”, define. “Por meio das pesquisas, o jovem se sente valorizado, pois é um agente indutor dos estudos, e que contribui de forma expressiva para seu crescimento e amadurecimento”, explica Fauth. © Foto: Acervo pessoal LiÇÃo de CaSa Sabendo que é na prática que o jovem vai descobrir que aprender é prazeroso, a estudante Isadora Arlaque Flores,, do 4º ano do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), é orientada pelos pais para que descubra respostas lendo e pesquisando em diferentes materiais. É a proposta da professora Simone Arlaque Flores, mãe da Isadora: “Aqui em casa, o que a Escola solicita é prioridade, sempre acompanhamos e participamos das 10 tarefas de casa e dos eventos no Colégio. O processo da pesquisa é muito interessante. Mesmo que tenha sido uma solicitação do professor, a busca das respostas gera descobertas importantes”, aponta. Isadora é apaixonada pelo desconhecido e por isso virou pesquisadora, a partir do incentivo dos pais e da Escola. “É muito importante, a criança aprende muito e vai levar o conhecimento para a vida toda. Tudo o que pesquisamos e aprendemos com as nossas descobertas é inesquecível”, aponta a pequena curiosa, que vê a pesquisa como uma forma de desenvolvimento escolar. E foi a partir de uma dinâmica em grupo que surgiu o projeto de pesquisa de Isadora. “Eu, Felipe Moscon Salvo, Lucca Do Conto Almada, Octávio Kliar Araújo da Silva e Sérgio Eduardo dos Santos Becker éramos a equipe, e foi daí que saiu a pergunta: 'Professora, como o coração bate?'”, diz a estudante. Foi então que deram início às pesquisas para entender o funcionamento do órgão. A equipe de pequenos pesquisadores conquistou o destaque no Salão de Iniciação Científica da UFRGS, em 2013. “Após essa conquista, vi o quanto é bom ser pesquisador, com o trabalho e as descobertas que fizemos. Ver o reconhecimento das pessoas que apren- deram conosco é um grande incentivo”, completa Isadora. FaMÍLia da CiÊnCia É sendo valorizado e incentivado que Gabriel Philippini Ferreira Borges da Silva, de 14 anos, estudante do 9º ano do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), sabe a importância de ser pesquisador desde cedo. O apoio dos pais é fundamental, por isso Jeremias Borges da Silva, professor de Física na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), pai do Gabriel, dá todo o suporte. “Não é só observar a qualidade do ensino que a escola proporciona, mas também incentivar, apoiar e educar para que ele tenha compromisso e responsabilidade para com sua formação”, explica o professor. No caso da família Silva, o exemplo extrapola a teoria e Gabriel coloca a mão na massa atuando, por exemplo, como organizador de duas feiras de ciências regionais, tendo contribuição na avaliação do uso do método científico pelos estudantes no evento. Além disso, já participou da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, organizada pela Sociedade Astronômica Brasileira, o que lhe rendeu uma medalha de ouro pelo bom desempenho na avaliação de inscrição do evento, em 2013. Saber pesquisar é explorar novos campos e obter conhecimentos diferenciados: “Por meio das pesquisas, independentemente da facilidade que eu tenha em determinada área, sempre vou aprender algo a mais”, explica Gabriel. Por isso, Silva faz com que o filho se sinta à vontade em pesquisar, incentivando, mas sem pressão: “Procuro sempre destacar a importância da ciência para a evolução do ser humano. Acredito que conhecer a ciência e seus modos de evoluir dará a ele uma probabilidade maior de realização profissional”, completa o pesquisador. Para que a criança ou o adolescente pegue gosto pelo pesquisar e aprender, é preciso que o benefício seja significativo, com orientação de professores com escutas apuradas e atentas. "Ao assumir a pesquisa na escola, assume-se um perfil de estudante diferenciado que observa, pensa, elabora conceitos e estabelece comparações", explica Lisandra. A escola é o local no qual a pesquisa se consolida como oportunidade para a produção dos saberes. “Ela é fundamental para incentivar, promover e assumir uma proposta pedagógica que contemple a pesquisa. Muitas vezes, é o único espaço onde o estudante tem a oportunidade de experimentar”, conta Lisandra. Ela também defende que é missão do professor ser incentivador. “Cabe ao professor desencadear ações problematizadoras, incentivando o conflito cognitivo para, assim, ocorrer a argumentação, a interpretação, até a resolução do problema". No fazer pedagógico Marista, os estudantes são estimulados a realizar pesquisas, como aponta a coordenadora psicopedagógica Cláudia. “São criados ambientes de aprendizagem nos quais o aluno possa se expressar em diversas linguagens e, para estimular a pesquisa, é preciso construir O especialista em Metodologia, Jorge Santos Martins, em seu livro o Trabalho com projetos de pesquisa: do ensino fundamental ao ensino médio, define pesquisa como “um instrumento pedagógico destinado a melhorar a qualidade da aprendizagem [...], a romper a monotonia do enfadonho blábláblá diário e a tornar a sala de aula um espaço dinâmico, no qual os alunos sejam participantes ativos da sua própria formação” (2005, p. 75). um espaço de diversidade favorável aos modos de pensar, de ser, de conhecer e de se relacionar”. Dar condições ao professor para trabalhar é imprescindível, como explica o diretor Cunha. “Sabemos que é fundamental investir na formação para a pesquisa no ensino, por isso oferecemos a eles condições de trabalho adequadas a essa prática”. A estudante Isadora defende o papel da escola. “É importante que a escola tenha todos os materiais para que as crianças aprendam e façam cada vez mais pesquisas, como salas de informática equipadas, laboratórios de ciências e uma biblioteca com livros atualizados”. é importante que a escola tenha todos os materiais para que as crianças aprendam e façam cada vez mais pesquisas, como salas de informática equipadas, laboratórios de ciências e uma biblioteca com livros atualizados. Isadora Arlaque Flores, 4º ano, no Colégio Marista Assunção – Porto Alegre (RS) veJa aLGUnS ProJeToS de inCenTivo À PeSQUiSa ProMovidoS PeLoS CoLéGioS MariSTaS: © Foto: Tamíris Domingos SaLa de aULa: aMBienTe de inveSTiGaÇÃo Alunos do Colégio Marista de Criciúma (SC) presenciando resultados de pesquisa. O desenvolvimento de ações didáticas possibilita o contato e a vivência das crianças com situações que ampliam seus conhecimentos sobre determinados temas que as rodeiam no dia a dia. Faz parte de projetos com esse objetivo, por exemplo, o projeto Como nasce o pinto?, desenvolvido com os alunos da Educação Infantil do Colégio Marista de Criciúma (SC). O objetivo era responder ao questionamento que surgiu em sala de aula, em um momento de contação de histórias. Foi quando as professoras identificaram a curiosidade, levantaram com as crianças as hipóteses de resposta ao questionamento e, então, acompanharam o processo do ovo em laboratório, trabalhando com histórias, viagens de estudos e várias outras ações. Depois de concluída a pesquisa, além de os alunos descobrirem como se desenvolve e nasce um pintinho, ainda organizaram uma exposição para toda a comunidade escolar. 11 capa acredito que conhecer a ciência e seus modos de evoluir dará a ele uma probabilidade maior de realização profissional. © Foto: João Borges Jeremias Borges da Silva, professor de Física na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), pai de Gabriel Philippini Ferreira Borges da Silva, estudante do 9º ano do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR) Com o objetivo de estimular o interesse pela pesquisa, incentivando os jovens a desenvolver projetos com o uso de métodos científicos e oferecer a possibilidade de integração com colegas de outras instituições de ensino, de modo a ampliar suas relações e sua visão, o Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo (RS), criou a PioTeC – Mostra de Projetos de Tecnologia e Ciências. A partir do projeto, os estudantes têm a oportunidade de se familiarizar com os processos investigativos por meio de categorias de pesquisa como Ciência da Computação, Matemática, Física, Ciências Especiais e Terrestres, Engenharia, Mecânica, Medicina, Meio Ambiente e reciclagem. E é sabendo da importância para a formação das crianças e dos jovens que o projeto é voltado para a difusão e a promoção da investigação e da pesquisa científica em todos os níveis de ensino. Alunos do Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF) em debate promovido pelo Programa Maristão Faz Ciência. 12 Participação dos estudantes do Colégio Marista Pio XII (RS) na PioTeC – Mostra de Projetos de Tecnologia e Ciências. © Foto: Acervo Colégio Marista Pio XII (RS) Fazer iniciação científica ainda na escola é preparar os estudantes para o Ensino Superior e para o aproveitamento de programas governamentais de estímulo à pesquisa e inovação. Por isso, o Programa Maristão Faz Ciência, do Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF), tem como objetivos fortalecer o ideal de formação de pesquisadores, estimular e produzir trabalhos científicos compatíveis com as possibilidades de estudantes do Ensino Médio, por exemplo. O incentivo acontece no âmbito de uma linha de pesquisa ou de um observatório, como também nas variadas interfaces, dependendo do objeto da curiosidade dos alunos. Entre os 143 estudantes envolvidos, desde quando o projeto foi criado em 2011, surgiram 28 produções acadêmicas e dez publicações, mostrando o resultado do projeto de incentivo que pretende ampliar o interesse pela pesquisa em consonância com o Projeto Educativo Marista, que enfatiza a pesquisa como um dos pilares de sua proposta pedagógica. Quando um aluno levou uma bola para a sala de aula, começaram a surgir vários questionamentos sobre sua cor, sua forma, de que material era feita, entre outros. Durante as pesquisas, os alunos mostraram o interesse pela Copa do Mundo. Foi quando deram início ao projeto A Copa do Mundo é Nossa, e uma investigação, com a interação dos pais, começou no Colégio Marista Pio XII, em Ponta Grossa (PR). Para enriquecer a pesquisa, os alunos trouxeram bandeiras, reportagens, fotos, chuteiras, uniformes da seleção, mapas e objetos de torcida. A sala de aula já não conseguia conter tanta informação e vontade de descobrir mais. Os alunos realizaram uma experiência na qual visitaram o estádio da cidade, Germano Kruger, e pôde-se perceber o quanto o projeto foi significativo, pois os pequenos demonstraram muita curiosidade durante o processo. A pesquisa proporcionou aos alunos a oportunidade de serem protagonistas da construção de novos conhecimentos. © Foto: Acervo Colégio Marista Assunção (RS) Alunos do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), são estimulados a desenvolver pesquisas científicas. © Foto: Gilberto do Rosário Com o objetivo de trabalhar com a construção do conhecimento a partir do questionamento, da argumentação, do aprofundamento de informações e da coleta de dados, os alunos do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), participaram de um projeto de iniciação científica. Os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio foram divididos em grupos e escolheram as linhas de pesquisa para realizarem o trabalho. Ética, consumo, diversidade, qualidade de vida e movimentos sociais foram algumas das temáticas propostas. Além de três encontros de orientação e dos plantões de dúvidas ao longo do 1º e do 2º trimestres, os grupos participaram da banca de defesa do projeto e da Mostra de Iniciação Científica. Encerrando o projeto, no 3º trimestre, os jovens elaborarão o relatório final. Os estudantes ainda terão a possibilidade de apresentar suas pesquisas em universidades como PUCRS e UFRGS. Um dos diferenciais da iniciativa é que cada grupo tem um professor orientador que acompanha o trabalho ao longo do ano. A iniciativa não se restringe à área das ciências da natureza, mas se destaca provocando reflexões atuais e ampliando os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Alunos do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), recebem visita dos jogadores do time da cidade. Por meio das pesquisas, o jovem se sente valorizado, pois é um agente indutor dos estudos, e que contribui de forma expressiva para seu crescimento e amadurecimento. Marco Túlio Fauth, bancário, pai de Arthur Gabriel Fauth, estudante do 2º ano do Ensino Médio no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR). 13 © Fotos: Gilberto do Rosário entrevista Revolução do ensino Com nova plataforma, alunos, pais e professores da Rede de Colégios Maristas ganham uma nova possibilidade de democratizar os mais variados conteúdos e levar os debates para fora da sala de aula com a ajuda da internet Por Mahani Siqueira 14 Não é segredo para ninguém que os livros digitais – que podem ser lidos em smartphones, tablets e computadores – são uma tendência irreversível do mercado editorial e ganham cada vez mais adeptos. As páginas em papel continuam insubstituíveis para muitos leitores, mas a tecnologia é uma aliada da leitura que não pode ser ignorada e que, se bem aproveitada, pode ser fundamental para incen- O que é exatamente o iTunes U? Para quem a plataforma está disponível? tivar o hábito de ler e (por que não?) auxiliar estudantes de todo o mundo. Ciente da revolução digital dos livros, a Rede de Colégios do Grupo Marista colocou em prática um projeto que já é usado em algumas das maiores universidades do mundo. O iTunes U, plataforma virtual criada pela Apple, disponibiliza na internet uma variedade imensa de conteúdos didáticos e oferece uma experiência Trata-se de uma plataforma criada pela Apple que disponibiliza recursos de aprendizagem e é utilizada pelas maiores instituições de ensino do mundo, como as universidades de Harvard, Yale e Stanford, nos Estados Unidos, e Oxford, na Inglaterra. As instituições distribuem conteúdo digital em seus canais gratuitamente. São palestras, vídeos, cursos, artigos, entre outros. A Apple apoiou o processo de implementação em todos os momentos, esclarecendo dúvidas sobre a plataforma. O iTunes é um aplicativo que pode ser baixado gratuitamente, em equipamentos com sistema operacional iOS ou Windows. Qualquer pessoa que acesse o iTunes pode ir até o canal “Colégios Maristas” e baixar todos os materiais disponíveis. O canal exclusivo dos Colégios do Grupo Marista oferece conteúdo de qualidade para uso não só dos nossos alunos, mas de todos. Estão disponíveis cursos completos com e-books, vídeo-aulas, podcasts, artigos inéditos e aplicativos desenvolvidos para auxiliar a aprendizagem. sem precedentes na democratização de informação para alunos, pais e educadores. Em entrevista para a revista Em Família Marista, a analista educacional do Grupo Marista, Caroline Costa Serqueira, uma das responsáveis pela implantação do projeto, falou sobre o funcionamento do iTunes U e todos os benefícios que a iniciativa vai garantir aos envolvidos. Quais os principais benefícios que alunos terão com o acesso ao iTunes U? Qualquer canal que disponibilize conteúdo aberto é uma vantagem para todos nós. O iTunes reúne instituições de ensino do mundo todo que validam os materiais publicados, isso é, o canal passa a ser uma fonte segura de acesso à informação. Como é o processo de elaboração dos materiais? A partir da experiência com os livros de história, em que uma equipe trabalhou para construir os primeiros materiais, passamos a ter diversas experiências com livros digitais na rede de Colégios, sendo que cada unidade conduz o trabalho do seu jeito: o que melhor se adequa à sua realidade e principalmente às suas necessidades. Os livros estão partindo das necessidades de cada Colégio, que acabam encontrando uma nova forma de produzir seu próprio material. O canal exclusivo dos Colégios do Grupo Marista oferece conteúdo de qualidade para uso não só dos nossos alunos, mas de todos. 15 entrevista Os professores tiveram formação para a aplicação desses livros em sala de aula? Estamos em um momento de descobertas e não vemos nos livros digitais uma solução ou sobreposição de práticas. Isso tem que acontecer naturalmente e precisa fazer sentido nos contextos, contribuindo para que os alunos aprendam cada vez mais e com mais significados. Não existe fórmula para que isso aconteça. Os professores procuram por formações e informações e essa escuta é a mais valiosa, pois a partir dela nasceram as experiências que estamos vivenciando. As formações acontecem de acordo com as necessidades. Os professores procuram por formações e informações e essa escuta é a mais valiosa, pois a partir dela nasceram as experiências que estamos vivenciando. 16 Quais foram os conteúdos mais acessados e bemsucedidos desde o início da utilização da plataforma? Os primeiros livros, de História, idealizados por professores do Colégio Marista Arquidiocesano, certamente são os que tiveram mais visibilidade. Esse material teve mais de 22 mil downloads em menos de um ano, sendo 80% de usuários do Brasil e os outros 20% em outros países, como EUA, Espanha, Portugal, França e Alemanha Temos também releituras criadas pelos próprios alunos, histórias criadas por professores, reunião de materiais sobre algum tema específico, que não consta em materiais didáticos. As experiências estão acontecendo em todas as esferas. Qual a importância desse tipo de projeto para o aprendizado dos alunos? Em tempos em que as tecnologias nos trazem dúvidas e desafios impostos diariamente devido à sua rápida e constante evolução, sua apropriação nas escolas e por seus sujeitos passa a ter importância quando forem compreendidas como meios para um fazer pedagógico que problematiza, intervém, acompanha e contribui para mudanças, qualificando a formação integral. índice POR THaSSia PireS e FLÁvia BriTo 30 destaque Mais do que medalhas, prêmios e diplomas de participação, as olimpíadas científicas brasileiras proporcionam a estudantes e professores novas descobertas e conhecimentos com a palavra ed. infantil ens. fundamental 18 20 Prestar atenção na curiosidade de cada criança é a garantia de boas propostas para os projetos de investigação. 22 Projeto de literatura trabalhado ao longo de 2013 com os alunos vira pintura nos muros do Colégio. ens. médio diz aí caleidoscópio 24 O que pensa a Diretoria-Geral. Sarau Literário, projeto ganhou fama no Colégio e se tornou encontro garantido de alunos e professores. 26 Pais e filhos dividem o mesmo espaço nas redes sociais. Saiba o que seu filho pensa sobre isso. 28 você sabia? gente nossa ser melhor 32 34 36 Nosso técnico completa uma história de grandes descobertas, por onde passaram jogadores que hoje atuam em times importantes. Bruno Manoel Socher, ex-aluno do Colégio e colaborador do Setor Provincial de Pastoral, define seu envolvimento com a Instituição desde 1995. Relembre os principais acontecimentos do Colégio. Conheça algumas ações da Pastoral. com a palavra Inovar sem perder a identidade O processo criativo não é apenas ter a ideia; o mais importante é o modo como essas ideias tomam forma através do processo de inovação 18 com a formação humana em um ambiente diferenciado. Este ano, tivemos recorde de rematrícula, 90% só no Ensino Médio, o que demonstra uma fidelização acima da média. As famílias estão apostando na Escola e, agora, o nosso compromisso é continuar investindo, inovar a Instituição, atualizar, mas sem perder essa característica pela qual ela é reconhecida pelos pais e pela sociedade. Nessa perspectiva, reafirmamos que família e escola são incumbidas de desenvolver a criança e o adolescente, promovendo o fortalecimento de seus princípios éticos para uma convivência social mais justa, participativa, crítica e saudável. Compartilhando dos mesmos objetivos, família e escola devem falar a mesma língua, estar em sintonia total nas atitudes tomadas. Assim, teremos filhos e alunos saudáveis, de princípios sólidos, bem relacionados e competentes nas suas responsabilidades acadêmicas, sociais e familiares. Esta edição da revista Em família traz ações e projetos que potencializam os ideais da Educação Marista. É uma enorme satisfação partilhar com vocês a educação das crianças e jovens. Afinal, são eles, ao aprender e conviver diariamente, que vão trilhar os seus caminhos para um futuro promissor, construindo hoje um amanhã melhor. Colégio Marista Paranaense As famílias estão apostando na Escola e, agora, o nosso compromisso é continuar investindo, inovar a Instituição, atualizar, mas sem perder essa característica pela qual ela é reconhecida pelos pais e pela sociedade. elemar Menegati Diretor-Geral © Foto: Tatiane Pereira É com essa linha de pensamento do consultor e pesquisador Mark Johnson que iniciamos o ano letivo, buscando responder aos novos desafios e às exigências atuais, sem perder de vista características educacionais que, ao longo de mais de um século, conferiram a este Colégio Marista eficiência naquilo que se propõe. Sabemos que a inovação permite conceber novas maneiras de crescer. Ela se transformou no impulsionador do desenvolvimento humano. E é por isso que estamos focados em fazer investimentos que repercutam diretamente na qualidade do ensino, no bem-estar dos nossos alunos e colaboradores, na melhoria do atendimento às famílias Maristas, bem como na viabilidade, sustentabilidade e durabilidade da Instituição. Acreditamos que a estrutura, como salas e campos esportivos, constitui apenas o cenário, ao passo que a essência da Escola está nas pessoas que a compõem: estudantes, professores, funcionários e famílias. Todos são importantes e operosos; todos ensinam e aprendem, em recíproco serviço e dedicação. É muito gratificante perceber que, mais que a reconhecida qualidade do ensino oferecido pelo Colégio Marista Paranaense, atestada nas avaliações Institucionais e nos processos seletivos oficiais, cada dia se torna mais clara a preocupação de cada família e desta Instituição para NESTE INVERNO, TEM UM LUGAR R A PR M O C Ê C O V RA PA HO IN T EN U Q M BE O UNIFORME DO SEU FILHO. NA SUA CASA. Veja como comprar: Frete Grátis 1) Acesse www.educastore.com.br 2) Selecione sua cidade, instituição e série do seu filho. filho e siga os 3) Escolha os itens do uniforme do seu passos para finalizar a compra. Pronto. Em poucos dias, você receberá seus produtos no conforto da sua casa. nas compras acima de R$ 150,00, para qualquer lugar do país. © Fotos: Dayana Brukoski ed. infantil Pequenos investigadores: fazendo e aprendendo Prestar atenção na curiosidade de cada criança e respeitar o interesse de todas é garantia de boas propostas para a realização dos projetos de investigação 20 Colégio Marista Paranaense É no processo de construção do conhecimento que as crianças utilizam as mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de ter ideias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Elas constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças é o fator fundamental para a sua educação. É nessa perspectiva que os professores da Educação Infantil do Colégio Marista Paranaense realizam os projetos de investigação que serão trabalhados ao longo do ano. “Esta é uma fase em que a criança está se desenvolvendo nos aspectos cognitivos, emocionais, sociais e biológicos. Por isso, a escolha do tema que vamos trabalhar é importantíssima, ele deve estimular a interação, a curiosidade e o interesse dos alunos”, afirma a assistente psicopedagógica da Educação Infantil Dayana Caroline Brukoski. O projeto de investigação realizado pelo Colégio Marista Paranaense possibilita efetivamente a construção do conhecimento da criança. A partir dele, os alunos aprendem fazendo, errando, acertando, refletindo, discutindo e pesquisando. o ProJeTo na PrÁTiCa O trabalho seguiu a partir da questão a ser investigada. “Fizemos um levantamento dos conhecimentos prévios de cada criança. Depois, definimos os possíveis percursos que o projeto poderia tomar e escolhemos as ferramentas que nos ajudariam – entre elas, fazer uma pesquisa com adultos, assistir a vídeos na internet, conversar com professor do Laboratório de Ciências e pesquisar na biblioteca do Colégio”, conta Dayana. Segundo ela, é importante que o professor verifique constantemente o interesse da turma, analisando e planejando os passos do projeto, revendo-o constantemente para manter o foco e o interesse. “O trabalho em sala de aula foi bastante significativo, o envolvimento das crianças foi muito intenso. No projeto de investigação, são fundamentais a inovação e a criatividade, fazendo com que seu desenvolvimento seja repleto de novidades. A ideia é proporcionar às crianças momentos de desafios, descobertas e de novas experiências”, acrescenta. A assistente psicopedagógica conta que, por meio do projeto, foi possível perceber um grande entendimento das crianças sobre do que é feita a neve. “Elas aprenderam de onde ela vem e como se formam os flocos. Através da vivência, descobrimos que eles são de muitos tipos, um é diferente do outro. Foram feitas muitas conversas sobre o que os alunos estavam aprendendo, foi possível perceber a compreensão deles através da fala e dos registros realizados em sala”, conclui Dayana. ConvidaMoS aLGUnS aLUnoS Para ConTar o QUe eLeS aPrenderaM do ProJeTo “A neve é um gelo que derrete e vira água.” [Angelina Pisani Almeida] “A neve não é feita de pedra e nem de nuvem.” [Luca Santos Prescinotto] “Descobrimos que a neve é feita de água congelada.” [Giovana Talevi Danski] “A neve é macia, branca e gelada.” [Henrique Vasilakis Favorito] No desenvolvimento do projeto, as crianças produzem e selecionam conhecimentos do campo de experiências, os quais aplicam em suas práticas, gerando, assim, outras experiências e tantos outros saberes. dayana Caroline Brukoski Assistente psicopedagógica da Educação Infantil © Foto: Dayana Brukoski Assim, o diálogo permanente, o levantamento de hipóteses e a busca de suas confirmações é que tornam a aprendizagem mais significativa. Em outubro e novembro de 2013, o tema trabalhado com as crianças foi “Do que é Feita a Neve?”. A assistente psicopedagógica conta que o projeto surgiu a partir de uma curiosidade dos próprios alunos. “Quando encerramos o projeto anterior, sobre os ursos, as crianças questionaram do que era feita a neve – neve do Polo Norte, lugar onde o urso polar mora. Nesse sentido, prestar atenção na curiosidade de cada criança é a garantia de boas propostas para a realização dos projetos de investigação”, revela Dayana. O projeto tinha como objetivo maior a interação das crianças com o conhecimento, mediada pela ação do professor que, ao propor atividades diversificadas, auxiliava as crianças em sua busca pelas respostas. “No desenvolvimento do projeto, as crianças produzem e selecionam conhecimentos do campo de experiências, os quais aplicam em suas práticas, gerando, assim, outras experiências e tantos outros saberes”, diz a assistente. Colégio Marista Paranaense 21 Do papel para o muro © Fotos: Arquivo do Colégio Projeto de literatura trabalhado ao longo de 2013 com os alunos do Ensino Fundamental vira pintura nos muros do Marista Paranaense Trabalhar o olhar e o pensar, e fazer uma releitura do mundo, associando o real ao imaginário. Foi a proposta que as professoras de Literatura, Artes e Ciências apresentaram aos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental. “A literatura é um caminho em que os jovens desenvolvem imaginação, emoção e sentimentos de forma prazerosa e significativa”, afirma a professora Rosane Decolin. Ao analisá-la como instrumento de desenvolvimento integral do indivíduo, percebe-se a necessidade da aplicação coerente de atividades que despertem o prazer de ler, e estas precisam estar presentes, diariamente, na vida das pessoas. Na primeira etapa do projeto, foi realizado um trabalho de ambientação por meio do filme “A Corrente do Bem”, no qual um professor faz um desafio aos alunos para que eles desenvolvam um trabalho com o objetivo de mudar o mundo, instigando uma participação mais ativa das pessoas na sociedade onde vivem para deixá-la melhor. Esse filme explora diversos temas como preconceito, fé, esperança e voluntariado, atitudes diferentes e que contribuem para mudanças. Foi a partir dessa obra que teve início o projeto no Colégio Marista Paranaense. Cada etapa, novas descobertas A etapa seguinte consistiu na leitura do livro “Antes que o Mundo Acabe”, do escritor Marcelo Carneiro da Cunha, que utiliza a fotografia para apresentar situações cotidianas vividas por pessoas de outras culturas. Depois, foi a vez da obra de Gilberto Dimenstein, “Cidadão de Papel”, considerado o melhor livro de não-ficção pelo Prêmio Jabuti de 1993. Nesse livro são abordados temas como cidadania, ética, direitos da criança e do adolescente, meio ambiente, entre outros. Para concluir as etapas de leitura, foi trabalhado o livro “A Metamorfose”, uma das importantes obras de Franz Kafka. O texto apresenta ao leitor o caixeiro-viajante Gregor Samsa, que, ao acordar, se vê transformado em uma barata e, a partir daí, mostra todo o conflito social, uma vez que o personagem não tolera as regras e as imposições conferidas a ele no trabalho e pela família. “Nas discussões sobre o conteúdo da obra foram 22 Colégio Marista Paranaense retomados os assuntos abordados nas demais obras lidas”, explica Rosane. Como parte do projeto, a professora de Ciências trabalhou a questão científica, explicando todo o processo da metamorfose. Na disciplina de Artes, os alunos realizaram a leitura da obra de Salvador Dali, conhecido pelo seu trabalho surrealista. Os quadros de Dalí chamam a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, como nos sonhos. O surrealismo é um movimento artístico e literário característico nas obras de Kafka. Nesse trabalho, foi apresentado aos alunos a função social da literatura, que vai além da questão cultural e do aprimoramento pessoal. “A Escola busca conhecer e desenvolver todas as competências de seus alunos, influenciando-os de maneira positiva no processo de formação do cidadão”, revela a professora Rosane. A literatura é um caminho em que os jovens desenvolvem imaginação, emoção e sentimentos de forma prazerosa e significativa. Rosane Decolin Professora do Ensino Fundamental Assim nascem novos artistas Ao chegar à etapa final do projeto, os alunos contextualizaram tudo o que aprenderam e fizeram sua própria releitura. Assim, criaram os desenhos que chamaram a atenção de todos pela irreverência, originalidade e criatividade. Com o apoio da direção, alguns desenhos foram escolhidos para serem retratados nos muros do Colégio. Para isso, contou-se com a técnica do grafiteiro João Paulo Rotava, conhecido como “Bolacha”, que, junto com os alunos, concretizou essa arte. Colégio Marista Paranaense 23 Projeto ganhou fama no Marista Paranaense e se tornou encontro garantido de alunos e professores Um encontro entre amigos, onde se ouve música, assiste-se a filmes, lê-se poesia, trocam-se experiências, soma-se conhecimento e come-se pizza. Isso mesmo. É esse o clima do Sarau Literário, que reúne os alunos do terceirão do Marista Paranaense. A professora de Literatura e responsável pelo projeto, Mariah Ceschini, conta que a ideia surgiu informalmente, com a proposta de fazer um encontro para revisão, mas com outro formato. “Foi algo muito espontâneo. A intenção era retomar o conteúdo através de uma abordagem diferenciada, um momento de fazer descobertas juntos e de vivenciar novas experiências. Sempre com o objetivo de descontrair, proporcionando uma aproximação e partilha de conhecimento”. Deu tão certo que o encontro, que acontece durante a noite no Colégio, ganhou o nome de Sarau Literário. A palavra “sarau” significa reunião festiva, que se passa à noite, formado para aqueles que querem expor seus textos ao público, discutir literatura e conhecer um pouco mais da história de pessoas e dessa arte que nos traz tanta emoção e vivacidade. Antigamente, os saraus eram manifestações artísticas de teatro, dança, música e poesia apresentadas aos nobres e reis. Hoje, ganharam versões mais modernas, mas sem perder o intuito de descontração. “No nosso Sarau, peço para que os alunos levem instrumentos musicais, poesias, e eu também levo as minhas. A integração deles é deliciosa. Ao terminarmos a revisão, claro 24 – música, poesia e pizza. É algo bem informal, para descontrair mesmo. Difícil é determinar a hora de ir embora. Fica visível o quanto eles curtem. O Sarau é uma forma de tornar mais leve um ano em que eles têm pouco tempo para a vida social, além de ser um período de muito estresse. Eles enxergam esse momento como uma oportunidade para descontrair e não como uma obrigação”, afirma a professora. O Sarau do Marista Paranaense já acontece há três anos. A adesão é de quase 100% dos alunos e são duas sextas-feiras por ano para cada turma, para que haja uma aproximação maior. “A literatura é um canal para mostrar ao aluno o quanto é importante fazer contato com outras artes. Nesses 20 anos de Marista, já inventei muita moda, programando viagens culturais, levando os alunos ao teatro e a museus – para ampliar o olhar deles para a arte. Sempre tive muito apoio do Colégio para isso. As atividades não se limitam à sala de aula. Arranjo pretexto para mostrar que um livro trabalhado em sala também pode ser levado para o teatro, por exemplo”, diz Mariah. Não são apenas os alunos que se tornaram fãs, os pais também elogiam muito a iniciativa e adoram contar que os filhos ficam esperando ansiosos pelo Sarau. “Meu trabalho é muito gratificante. Sinto-me à vontade nesta Instituição, que nos dá toda a abertura para que possamos executar da melhor maneira possível o nosso trabalho com os alunos”, conclui a professora. Colégio Marista Paranaense O Sarau na visão deles “Sempre gostei muito de ler e também faço teatro. Quando fiquei sabendo do Sarau, adorei a ideia, seria uma experiência nova, uma oportunidade de compartilhar um pouco do que sei e gosto, e também de adquirir novos conhecimentos. É um ambiente diferente. Todos estão sempre muito animados e a professora Mariah tem um dom incrível. Ela sabe como manter uma relação muito próxima com os alunos, você pode ficar horas e horas conversando com ela que o assunto nunca acaba. O Sarau é para a gente relaxar, trocar experiências, conhecer melhor as pessoas, ver filmes, cantar, ler poesias, aprender novas artes e também revisar o estudo de um jeito mais descontraído e prazeroso. Nestes 11 anos que estudei no Marista fiz muitas amizades, lá todos são muito unidos. Até hoje tenho contato com meus professores da 3ª série. É uma relação familiar, que só o Marista tem. Cresci como pessoa e conquistei uma bagagem de conhecimento muito melhor. ‘Super-recomendo’ o Sarau para os alunos que estão no terceirão este ano, não tem como ficar de fora, é muito bom.” Anne Caroline Luby Hintz, 17 anos, ex-aluna Marista e aprovada no curso de Engenharia Elétrica na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) “A própria professora já é um incentivo para querer participar do Sarau. É um momento muito legal, de descontração, de trocas, de amizade e de ampliar nosso conhecimento. Na minha turma, não tinha um aluno que ficava de fora. Era o momento em que contávamos piadas, comíamos pizza, dávamos boas risadas e aprendíamos muito. Essa abertura que o Marista oferece, de dar a liberdade para que possamos ficar lá até de noite, para que a gente tenha uma proximidade maior com os professores e colegas é incrível. Todas as escolas deveriam ver isso como exemplo. Afinal, o colégio é a nossa base fundamental, tanto para o caminho profissional quanto pessoal. O Sarau é uma oportunidade de o aluno gostar de estudar, aprender a equilibrar, dosando as horas de estudos com as horas de diversão. A minha dica para os estudantes que estão agora no terceirão é que aproveitem tudo o que o Colégio oferece. Assim, terão uma excelente base.” Diego Gonzalez Tensen, 17 anos, ex-aluno Marista e aprovado em Medicina na Faculdade Evangélica do Paraná © Foto: Fernanda Rodrigues Alunos do terceirão não perdem o Sarau Literário DESCONTO DE 20% PARA ALUNOS PARANAENSE FAÇA O CURSO TEENAGER DA CULTURA INGLESA. O INGLÊS QUE CONECTA VOCÊ COM O MUNDO. ÁGUA VERDE: 3244.8791 / CABRAL: 3254.7239 / CENTRO: 3264.5733 CHAMPAGNAT: 3335.7332 / SÃO JOSÉ DOS PINHAIS: 3556.4765 www.culturainglesacuritiba.com.br O INGLÊS QUE ACOMPANHA VOCÊ. diz aí o que você pensa dos seus pais {ou parentes mais próximos} ? © Fotos: Bernardo Furtado estarem nas redes sociais GaBrieLa nakano 1ª série do EM JULia venTUra 1ª série do EM rHavY SanToS CoSTa 1ª série do EM “A presença dos meus pais nas redes sociais não me incomoda, pois não tenho nada para esconder deles. Mas há um limite. Eu não costumo interagir com eles, porque os assuntos discutidos por nós são extremamente diferentes.” “Eu acho interessante o fato dos meus pais estarem nas redes sociais, isso mostra que eles sabem e acompanham o que está acontecendo no mundo virtual. Porém, não interajo muito com eles. Acho que cada um deve ter seu espaço e sua privacidade.” “É importante os meus pais estarem conectados, pois, assim, eles se relacionam com seus amigos. Só que eles gostam de uma coisa e eu de outra. Também acho que fica meio estranho nós conversarmos por uma tela.” 26 Colégio Marista Paranaense Gabriel Salau Marodin 2ª série do EM Fernanda Warde 2ª série do EM Murilo Araújo Marcondes 3ª série do EM “É interessante ver os meus pais e outros familiares nas redes sociais, eu mesmo apresentei e os ajudei a ingressar no Facebook. Não costumo manter muito contato via redes sociais, mas é bom vê-los interagindo com seus amigos e ligados no que está rolando.” “Apesar de não interagir muito com meus pais nas redes sociais, acho muito interessante, pois facilita minha comunicação com eles.” “Eu acho muito importante, pois meus pais usam para trabalho e lazer, eles se comunicam com os familiares, eu também me comunico muito com eles, tanto em coisas pessoais, como quando estou em viagem.” Opinião da Educadora Convidamos a assistente psicopedagógica Claudia Martins de Souza para trazer orientações que estimulem a harmonia e a qualidade do diálogo entre pais e filhos nas mídias sociais – afinal, os jovens criam expectativas quanto ao uso das redes sociais e à participação de seus pais e responsáveis. Segundo ela, os pais devem participar da vida tecnológica de seus filhos, criando e respeitando algumas regras. “Estabeleça uma linguagem apropriada para que ele não se intimide diante de seus comentários e ‘curtidas’, seja presente com olhos, coração e também com o ‘enter’. Procure compreender a linguagem dele, seus interesses e meios para utilizar a rede como forma de lazer e aprendizado. Ser bom participante dessa sociedade é ‘clicar’, interconectar-se com o pensamento da juventude, respeitando seus limites e interesses, mas interagindo e lhes permitindo um acesso adequado e responsável. A tecnologia traz caminhos muito interessantes e sedutores, cabe a todos nós criar condições dos melhores usos para ela”, conclui a psicopedagoga. Claudia Martins de Souza Assistente psicopedagógica Colégio Marista Paranaense 27 caleidoscópio O evento aconteceu no dia 9 de novembro, no Colégio Marista Paranaense, e reuniu escolas particulares, municipais e projetos de atletismo da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer da Juventude. ESPORTE Voltado para crianças que nasceram entre 1999 e 2008, o evento já está inserido no calendário escolar. A competição animou os alunos, revelando o lado atleta de cada um. Os familiares formaram uma torcida animada, que não parou nem um minuto de incentivar os competidores. 28 Colégio Marista Paranaense © Fotos: Marina Tissot 2014 Uma competição saudável, com foco no bem-estar e na amizade através do esporte. Foi nesse clima que cerca de 350 crianças participaram da 5ª edição do Festival Marista de Atletismo. Os alunos puderam escolher entre as provas de pista e saltos, de curta e média distância. O Festival conta com seis categorias masculinas e femininas. Todos receberam medalhas de participação. As meninas também foram grandes destaques da competição, organizada pelo Núcleo de Atividades Complementares. Colégio Marista Paranaense 29 destaque O gosto pelo desafio © Foto: Tatiane Pereira Mais do que medalhas, prêmios e diplomas de participação, as olimpíadas científicas brasileiras proporcionam a estudantes e professores novas descobertas e conhecimentos 30 Colégio Marista Paranaense Um novo desafio instiga, atrai e desperta a vontade de vencer. É como aquele jogo de videogame que você jogou inúmeras vezes tentando passar de uma determinada fase. Se ele fosse fácil e nem um pouco desafiador, você não teria gostado tanto e provavelmente sequer se lembraria dele. Na vida, são os desafios que nos levam além. Cada vez que conseguimos enfrentar um deles, mesmo quando perdemos, sempre saímos vencedores. É assim também quando os alunos do Colégio Marista Paranaense participam das olimpíadas científicas. As medalhas ficam em segundo plano nas competições. O aprendizado adquirido com os desafios vale o empenho dos estudantes. As olimpíadas, de forma geral, têm estimulado muitos jovens a descobrir mais sobre as ciências e as tecnologias. Além disso, alguns torneios procuram estabelecer um intercâmbio entre escolas e instituições de ensino superior, que também pode ser um estímulo para a escolha profissional do estudante. Leonardo Chiquita, 18 anos, ex-aluno do terceirão do Colégio Marista Paranaense, participou de sete olimpíadas durante o Ensino Médio: duas de Matemática, duas de Química e três de Física. O estudante afirma que sempre foi um enorme prazer disputar essas competições e que vê nisso um preparo e tanto para garantir uma vaga no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde pretende estudar Engenharia Aeronáutica. "Acaba sendo um treinamento intensivo para o vestibular, pois as provas possuem nível semelhante, quando não superiores, às dos principais vestibulares brasileiros. Sempre gostei dessas disciplinas e, ao participar dessas atividades, aprofundo ainda mais o meu conhecimento", afirma Leonardo. Muitas dessas iniciativas são seletivas para eventos semelhantes internacionais e têm dado ao país a oportunidade de brilhar com seus estudantes ao lado de representantes de países desenvolvidos. Bons resultados podem estimular alunos e professores a contribuir para melhorar o desempenho escolar do país. As olimpíadas podem ser promovidas pelas sociedades brasileiras de cada área, por universidades e também com apoio e patrocínio de empresas. Cada uma tem sua particularidade, mas a maioria tem mais de uma fase. Parte delas é feita na própria escola e outra parte em grandes eventos com provas teóricas e práticas. As competições brasileiras servem como seletivas para olimpíadas internacionais. O coordenador do Ensino Médio do Colégio Marista Paranaense, Marco Antônio Boin, conta que a Instituição busca estimular constantemente a participação dos alunos. Só em 2013, cerca de 600 estudantes participaram das olimpíadas de Matemática, Física e Química. "O movimento deve partir da gente. Por isso, levamos a informação até o aluno, estimulando a inscrição. O nosso forte sempre foi na área de exatas, entretanto, com as novas possibilidades de olimpíadas nas áreas de História e Biologia, queremos também os mesmos resultados nesses componentes", destaca o coordenador. Trilhar esse caminho vai ajudar o jovem não apenas a ganhar conhecimento, mas vai despertar nele o interesse e orientá-lo melhor na escolha de sua profissão. Segundo Boin, participar de um desafio como esse traz muitos benefícios ao aluno, tanto na sua vida acadêmica quanto pessoal. De forma geral, estimula os jovens a descobrir mais sobre as ciências e as tecnologias, favorecendo o rendimento escolar, a quebra de barreiras, as amizades e, claro, o currículo. “É um autodesafio que o participante vai levar para a vida toda. O objetivo não é competir com o outro e, sim, consigo mesmo, se superando a cada competição”, reforça. Mais do que isso, as olimpíadas são uma oportunidade de mapear o ensino das disciplinas no país, podendo, inclusive, gerar material que pode ser utilizado em pesquisas acadêmicas, tanto nas áreas específicas, em educação, ou mesmo por entidades governamentais. Você pode encontrar mais informações sobre as olimpíadas científicas realizadas no Brasil no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) – http://www.cnpq.br/web/ guest/saiba-mais. É um autodesafio que o participante vai levar para a vida toda. O objetivo não é competir com o outro e, sim, consigo mesmo, se superando a cada competição. Por QUe ParTiCiPar de UMa oLiMPÍada CienTÍFiCa? 1. São desafiadoras; 2. Oportunidade para se aprofundar em uma disciplina específica; 3. Abrem portas. Nessas competições, os participantes podem conhecer professores das principais universidades do país, destaques em competições internacionais, etc.; 4. Já pensou em estudar em Harvard? As chances de ser aceito aumentam muito se o aluno for premiado em uma olimpíada internacional; 5. Essas competições melhoram consideravelmente o currículo escolar do participante; 6. Treinamento para o vestibular; 7. Melhora do rendimento escolar. Marco antônio Boin Coordenador do Ensino Médio Colégio Marista Paranaense 31 você sabia? 34 anos de Em pleno ano de Copa do Mundo, nosso técnico completa uma história de grandes descobertas, por onde passaram jogadores que hoje atuam em times importantes vivência Marista C M Y CM MY 32 Colégio jogar futebol com o grupo de amigos. A mais recente revelação é o Luiz Felipe Dorneles, que estudou no Paranaense há dois anos e hoje já é profissional no Coritiba. Eles foram para o caminho do futebol, mas sem esquecer os estudos”, revela Screminn. Foram muitas histórias, grandes momentos e importantes transformações vivenciadas pelo professor ao longo destes 34 anos no Marista Paranaense. “Acompanhei, em cada ano, o crescimento constante de alunos. Na primeira década eram 800 e, nos últimos dez anos, o Colégio cresceu muito graças à reformulação na sua estrutura. Hoje, temos salas espetaculares, laboratórios e um espaço que permite acomodar cerca de 2.400 alunos. O Colégio não estacionou, ele foi crescendo por inteiro”, conta. Ao perguntar qual foi o seu maior aprendizado, Screminn tem a resposta na ponta da língua. “Aqui aprendi muito a ter uma disciplina com horários, respeito ao próximo, amizades duradouras e a me envolver por inteiro naquilo que faço. Ser um professor Marista é ser modelo, é preciso ter o domínio do conteúdo, mas também dar bons exemplos, ser amigo dos alunos. A relação entre aluno e professor é para sempre”, garante. Aos 67 anos, ele resolveu diminuir um pouco o ritmo. No ano passado, se afastou apenas da sala de aula. “Hoje, estou só como técnico e com a escolinha. Enquanto eu conseguir passar meu conhecimento para os alunos e eles compreenderem e respeitarem, eu vou continuar traba- Colégio Marista Paranaense lhando”, conclui Screminn, que confessa que sua neta já está na lista de espera para estudar no Colégio. Ser um professor Marista é ser modelo, é preciso ter o domínio do conteúdo, mas também dar bons exemplos, ser amigo dos alunos. A relação entre aluno e professor é para sempre. © Foto: Bernardo Furtado Provavelmente você já deve tê-lo encontrado nas quadras do Colégio, ou pelo menos ter ouvido falar do seu nome. Ele não é o técnico da Seleção Brasileira, isso porque não quis, pois temos certeza que chegaria lá, mas ele é o responsável pela nossa seleção de alunos Maristas, um cargo tão importante para nós quanto o do Felipão. A história do professor de Educação Física e técnico de futebol de campo do Marista Paranaense, Alfredo Screminn, está intimamente ligada ao futebol. Ele entrou pela primeira vez no Marista aos 14 anos. “Tinha dois amigos que eram internos no Colégio e eles me levavam lá para jogar futebol. Como, na época, eu não tinha oportunidade de estudar ali, ficou no meu subconsciente que eu gostaria de fazer parte daquela família Marista de algum jeito”, conta Screminn. Foi em março de 1980 que ele ingressou no Marista. “Lembro-me até hoje do frio na barriga quando entrei pela primeira vez no Colégio”. Não demorou muito para o professor conquistar a admiração e o respeito de todos. Alguns anos mais tarde, surgiu a oportunidade de abrir uma escolinha de futebol no Colégio, pois o espaço e os alunos estavam lá, mas faltava alguém para organizar. “Tivemos grandes estudantes que se destacaram: o Gustavo Araújo, que jogou no Chelsea, da Inglaterra, e agora está na Ponte Preta; depois veio o Pedro Ken, que hoje está no Vasco da Gama e, até hoje, quando vem a Curitiba, vai ao CY CMY K © Foto: João Borges gente nossa Fazendo a diferença “Colaborar com a Pastoral faz parte do meu projeto de vida“. É assim que Bruno Manoel Socher, ex-aluno do Marista Paranaense e colaborador do Setor Provincial de Pastoral, define seu envolvimento com a Instituição desde 1995 No Grupo Marista, Pastoral é o termo que designa o conjunto de estratégias e ações de evangelização, desenvolvidas segundo a especificidade de cada uma das áreas de atuação: educação, solidariedade, saúde e comunicação. Hoje, com 25 anos, Bruno Socher conta que o início da sua atuação pastoral se deu quando ele participou do Movimento EDA/Remar (Embarcações da Amizade/Renovação Marista), que, a partir de 2005, foi reestruturado, passando a se constituir como PJM (Pastoral Juvenil Marista). “Vejo a Pastoral como uma formação complementar na vida do ser humano, além de ser um grande espa- 34 ço de vivência, partilha e crescimento conjunto com outros jovens”, destaca. Entre os trabalhos realizados, Socher destaca dois. O primeiro foi em 2011, quando foi nomeado para integrar a Comissão Organizadora do Encontro Internacional de Jovens Maristas de 2013, no Rio de Janeiro. O encontro tinha como tema CHANGE – Faça a diferença. Depois de quase dois anos de preparação junto às outras províncias do Brasil Marista, o encontro reuniu aproximadamente 350 jovens Maristas provenientes de 40 países, dos cinco continentes. O segundo, mais recente, foi sua participação na Missão Solidária Marista de 2014. “A experiência deste ano foi realizada em quatro cidades simultaneamente (Fazenda Rio Grande, Ponte Serrada, Criciúma e São Paulo). Tive a responsabilidade, junto com os colaboradores do Centro Social Marista Irmão Lourenço e alguns jovens da PJM, de coordenar a experiência na Vila Progresso, na zona leste de São Paulo. A presença de mais de 80 jovens na comunidade, dormindo em casas de famílias e desenvolvendo atividades no Centro Social foi muito significativa. Uma experiência de doação mútua – jovens e comunidade acolhedora visando a educação para a solidariedade”, revela. Colégio Marista Paranaense São exemplos como o de Socher que nos mostram que cada um pode fazer a sua parte na construção de um mundo mais justo. “Como trabalhamos com jovens, acredito que somos multiplicadores. A formação baseada nos valores Maristas, que cultivo no meu dia a dia, é a maneira que utilizo para colaborar, mesmo que de maneira simples, para um mundo melhor”, completa. A formação baseada nos valores Maristas, que cultivo no meu dia a dia, é a maneira que utilizo para colaborar, mesmo que de maneira simples, para um mundo melhor. Bruno Manoel Socher Ex-aluno do Marista Paranaense e colaborador do Setor Provincial de Pastoral ser melhor Participar é o verbo Neste ano, a Pastoral do Marista Paranaense pretende ampliar ainda mais a participação dos alunos nas ações de solidariedade, fazendo com que eles possam vivenciar experiências de inserção em realidades e instituições parceiras 36 a de disponibilidade – somos responsáveis uns pelos outros na medida em que compartilhamos a mesma dignidade e isso nos leva a assumir como pessoal a tarefa de trabalhar em prol do bem do próximo e da sociedade. “Ser solidário amplia os meus horizontes de compreensão do mundo e das coisas e me faz participante ativo da comunidade em que estou inserido”, completa o coordenador. Tal incentivo tem ocorrido, especialmente, junto aos alunos do Ensino Médio por meio do projeto Gera- ção de Valores, que será ampliado neste ano de 2014 e cujo objetivo é fomentar o protagonismo juvenil e a prática solidária mediante ações compartilhadas com instituições parceiras. “A reflexão e o pensamento críticos são a base para uma ação solidária efetiva na sociedade, que busca não apenas saciar a fome do corpo, mas promover a garantia dos direitos e o bem comum”, finaliza Pessotto. O Colégio Marista Paranaense buscará desenvolver iniciativas como essa durante todo o ano. C M Y CM MY CY CMY K © Fotos: Nivaldo Lis Junior Durante todo o ano letivo, são três as principais campanhas solidárias realizadas pela Instituição: Campanha de Páscoa, Projeto Champagnat e Campanha de Natal. Os estudantes participam ativa e efetivamente na realização desses projetos: os jovens atuam na motivação dos demais alunos, em parceria com a Pastoral e os professores, e na organização das doações junto aos seus colegas de turma. O retorno obtido pelo Colégio em razão do engajamento dos jovens e suas famílias tem contribuído enormemente para o auxílio às pessoas que mais necessitam. O objetivo, a partir de agora, segundo o coordenador do Núcleo de Pastoral do Marista Paranaense, Diogo Marangon Pessotto, é aproximar ainda mais os alunos da realidade das instituições beneficiadas pelas campanhas. “Entendemos que a solidariedade vai além da assistência material. Deve ser uma atitude de troca de experiências e de vivência comunitária, onde todos ‘oferecem’ e ‘recebem’, pautados no respeito à dignidade humana e na certeza de que o encontro com o outro possibilita um crescimento pessoal para ambos”, ressalta Pessotto. Como Instituição Marista, embasamos nossa concepção de solidariedade na Doutrina Social da Igreja, que nos afirma que a solidariedade é “uma determinação firme e perseverante de empenho pelo bem comum” (João Paulo II). Tal concepção implica outras duas: a de corresponsabilidade e Colégio Marista Paranaense O FTD Digital Arena é a primeira plataforma tecnológica de imersão multicultural do Brasil, que reúne características de um planetário digital e uma sala de projeção com tecnologia 3D de alta definição. Um espaço tecnológico e multidisciplinar inédito que oferece propostas educacionais, culturais e entretenimento às escolas, universidades e público em geral. Confira a programação completa no site. Galileo Seleção Natural As Fronteiras do Sistema Solar O Recife Encantado WWW. FTDDIGITALARENA. COM.BR / E S P A C O D I G I TA L A R E N A @ D I G I TA R E N A Câmpus da PUCPR, rua imaculada conceição, 1155. acesso pelo portão 1 – (41) 3271-6322. essência © Fotos: Acervo pessoal ir. virgílio Balestro Irmão Marista Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR) O desafio e a provocação no ensino atual “A tua convicção é que te impele, porque escolha prepara escolha”, reitera o filósofo Epicteto (50-130). Se a falha está na vontade, cabe à inteligência apontar o caminho; quando é a inteligência que desconhece o caminho, cumpre haver alguma força externa que aponte a via e a solução. Zeferino Vaz ceifou o canavial, em Campinas, e implantou a Unicamp, a mais austera e competente das nossas universidades. Perguntado sobre a sua prioridade, respondeu que era o professor, e o repetiu três vezes. A sua prioridade constitui o trio do pódio: primeiro, segundo e terceiro lugares. Antes, porém, preveniu-se e preveniu as autoridades: se a política entra pela porta, a ciência foge pela janela. Há, acima do mestre, o comando, o diretor, o reitor, o dirigente, o coach. O comando precisa de liderança, cultura, responsabilidade e proficiência. Precisa de QI, mas nunca QI de “quem indica”. Mudando o que cumpre mudar, as ideias de Zeferino Vaz e Epicteto valem tanto para a escola pública quanto para a escola particular. Por quê? Justamente porque a corrida e o jogo substancialmente dependem 38 de criteriosas escolhas sempre, com o seguinte dramático adendo: os alunos fazem o principal e o decisivo em sumo grau, e eles não pertencem propriamente ao exterior do comando e da escolha. Alunos são pessoas; são moral e intelectivamente atletas profissionais. Precisam mais de disciplina que os demais atletas pelo peso imenso da transformação que devem produzir em si próprios; na conta do bom resultado, só aprende quem quer; todos a todos educam; todo o bom ensino educa e toda a boa educação ensina. Se na escola Y nenhum mestre, nenhum funcionário e nenhum aluno atira papelucho no chão sagrado da escola e do pátio por um ano inteiro, o visitante sabe que aquela escola é excelente. Há países cujas escolas fazem literalmente isso: aí as escolas são excelentes e as poucas nações que lograram a proeza estão na primeira fila. Cumpre responder bem ao desafio revolucionário: “A quem vamos entregar a inteligência, a mente e o coração dos 50 milhões de crianças e jovens se não for aos 2% do melhor alunado em liderança, notas e habilidades escolares, tudo criteriosamente comprovado?”, que Gustavo Ioschpe, que sabe tudo da educação do Brasil e do mundo, colocou na capa do livro “Que Quer o Brasil Quando Crescer?”. O leitor sabido percebe que não faltam peritos que conhecem a realidade profunda e apontam a solução. Nenhum deles prioriza o mero aumento do salário, sempre importante, mas nunca decisivo. Mais que profissão, o magistério é missão e apostolado. As mudanças na educação © Foto: Sxc.hu Vivemos a pós-modernidade e, com ela, seus desafios. O fundador do Instituto Marista, São Marcelino Champagnat, tinha como um dos seus lemas que, para bem educarmos uma criança, é preciso, antes de tudo, amá-la! Esta máxima faz muito sentido nos dias de hoje. Somente amamos verdadeiramente aquilo que conhecemos, portanto, o papel de educar é conhecer o seu interlocutor, seu estudante! Essa frase nunca me fez tanto sentido como agora que trabalhamos e convivemos com essas novas gerações. Para bem educarmos, é preciso conhecer a subjetividade do nosso estudante, sua historicidade e seus anseios e sonhos, para que, assim, em um processo diário de ambiente escolar, consigamos, apoiados por ferramentas pedagógicas, estimular o conhecimento das ciências peculiares à educação. Poderíamos parafrasear esse conceito com o universo tecnológico em que vivemos, onde nossas crianças e nossos jovens são nativos digitais e têm pouco presentes os conceitos nos quais seus atuais educadores foram educados e ensinados. Todo esse histórico no universo escolar faz com que nos adaptemos diariamente ao novo que chega. Contudo, nós, adultos e educadores, não nos esqueçamos de que nossos estudantes estão vivenciando um processo educativo, no qual a escola é um “laboratório”, permitindo acertos e erros, fazendo com que os ajudemos a serem melhores quando estiverem no mundo do trabalho e na vida adulta. Para reforçar o que temos trabalhado, vou me valer de um dos grandes pensadores brasileiros da área educacional, Paulo Freire, que afirmou: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Portanto, meus caros, para cativar é preciso conhecer, ir a fundo e ser apaixonado por aquilo que se faz, caso contrário, se tornaria rotina e uma mera necessidade. O educador tem o papel de mediador e estimulador, contudo, o artífice e o protagonista é o estudante! Içami Tiba, nos seus vários escritos, nos fala da parceria que devemos ter entre família e escola, usando a metáfora das seis mãos: as da família, as do estudante e as da escola. Assim sendo, faremos um processo de construção no qual todos compreenderão o que é educativo e que temos um papel a cumprir. Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Paulo Freire ir. Gérson dresch Diretor do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS) 39 Legado de uma missão Durante uma Missão Solidária Marista, os papéis de doador e receptor se intercalam o tempo todo. Para a população que recebe a missão, fica uma semente de transformação para ser cuidada e poder continuar agindo na vida de cada um Por Michele Bravos 40 © Fotos: Michele Bravos solidariedade No começo deste ano, cinco cidades brasileiras em situação de vulnerabilidade social receberam a Missão Solidária Marista. O evento é anual e tem como objetivo promover a vivência de valores e a transformação pessoal de jovens Maristas e dos cidadãos. Segundo o Ir. Joaquim Sperandio, superior provincial do Grupo Marista, o Grupo investe nisso porque acredita que os jovens – Maristas e não – precisam mudar individualmente. “É claro que vamos contribuir para melhorias físicas na cidade, mas, ao final de tudo, a transformação deve ser pessoal e interior”. Durante a MSM, missionários e comunidade local trabalham juntos o tempo todo. De um lado, os jovens propondo se doar à cidade, em visitas missionárias, fazendo melhorias concretas, como pintura de muros, restauração de praças, colônia de férias para as crianças, entre outras atividades. Do outro, a população aceitando receber essas ações, acolhendo os jovens missionários em suas casas, participando de uma procissão pela cidade. Os jovens Maristas não apenas saem de lá transformados (confira os depoimentos na pág. 7 desta edição), mas também deixam um legado para a população. Conheça alguns moradores de Ponte Serrada, uma das cidades que recebeu a MSM neste ano, e o que a passagem dos jovens por lá significou para eles. Eduardo Coppini é prefeito de Ponte Serrada e ex-integrante do grupo de jovens Eu me identifico muito com esse evento. Quando mais novo, eu fiz parte do grupo de jovens de Ponte Serrada, na época, comandado pela D. Maria de Almeida, a Mariazinha. Fazíamos trabalhos próximos a esses que estão sendo realizados aqui no município. Para a nossa cidade, esse é um evento que só tem a somar. Ele proporciona que os jovens da nossa cidade despertem cada vez mais para a importância que é de fazer o bem para o próxi- A escolha das cidades mo e se envolver com causas sociais. Um evento como esse provoca até um despertar para a política. Essa é uma área que precisa de ideias novas, de pessoas que tragam consigo, nos seus corações, valores atrelados à solidariedade, para que se tenham resultados favoráveis para a população. Ilma Vicensi, 61 anos, é moradora da região de São Lourenço e vive da aposentadoria e da fabricação de vassouras Desde que nos mudamos para cá, já nos envolvemos com a igreja local. No começo, eu tinha vergonha, insegurança até mesmo de fazer uma leitura para todos durante a missa. Não achava que tinha instrução suficiente. Aos poucos, isso foi mudando. Fui me sentindo mais confiante. Quando o padre disse que nossa comunidade iria receber missionários, eu fiquei feliz, mas fiquei pensando se saberia receber alguém na minha casa. Então, tomei coragem e aceitei esse desafio. Para mim, receber um missionário foi um ato de coragem, que me ajudou a trabalhar questões pessoais. Salete Costa, 51 anos, abriu as portas de sua casa para acolher um missionário Eu sempre vi a minha mãe recebendo missionários em nossa casa. Era uma forma que tínhamos de contribuir para a missão. Para mim, é uma honra poder receber um jovem na minha casa. A gente cria um carinho por eles. É uma companhia diferente naquela semana. É como um filho. Eu não queria que ele fosse embora. João de Almeida, 46 anos, é pai de Isabela de Almeida, 5 anos, participante da colônia de férias da MSM no bairro COHAB Muitas crianças aqui não têm com o que brincar. Quando tem essas atividades, elas podem participar e todo mundo se diverte. Os pais também ficam contentes. É uma alegria ver os missionários de fora da cidade trazerem felicidade para os nossos filhos. Ações assim são muito bonitas. É disso que nossa cidade precisa. Geverson Dave, 16 anos, é um jovem de Ponte Serrada e participa da Pastoral da Juventude Mesmo eu sendo morador de Ponte Serrada, vi situações na MSM que nunca tinha visto antes. Em um dos dias, fizemos uma caminhada pelo bairro Cohab, onde eu moro. Fiquei muito chocado quando passamos por uma rua em que as casas eram apenas uma barraca de lona. Eu mesmo nunca tinha andando por essa região do bairro, nem visto essa realidade. Ao me deparar com essa situação, eu repensei a forma como tenho valorizado o que tenho. Às vezes, reclamamos muito e deixamos de buscar o melhor. Normalmente, as cidades que recebem uma Missão Marista possuem algum vínculo Marista, o que facilita a organização do evento. Em geral, há um diálogo entre o Setor de Pastoral e a Diretoria Executiva de Ação Social (DEAS). São eles que apontam sugestões de cidades e decidem os locais, levando em consideração diversos contextos sociais (metrópole, médio porte e cidades de interior) e de diferentes localizações geográficas. Esse foi o caso de Ponte Serrada neste ano. Em 2013, os jovens da Pastoral da Juventude contaram com um grande apoio da população para irem à Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Como forma de retribuição a tudo o que a população fez por eles, surgiu a ideia de trazer uma Missão Solidária Marista para a região. Em contato com o Ir. Alison Hufu, natural da cidade, mas que atualmente mora em Dourados (MS), a missão começou a ser construída. Susineia Bassani é presidente da Pastoral da Juventude de Ponte Serrada No começo, achávamos que não seríamos capazes de ter uma obra tão grande, um momento de missão tão intenso, mas fomos assumindo e dizendo os nossos sins. A intenção de tudo isso era agradecer a nossa comunidade e tornar o rosto de Deus mais conhecido ainda. Agradecemos a todos pelo o que vivemos nessa semana. Momentos de intensa vivência com os jovens, com as famílias que os receberam – tanto nas visitas missionárias, quanto nas hospedagens. Nessa semana, uma semente foi plantada em nossa comunidade. Tanto pelos jovens daqui como de outras regiões. O desejo que fica é para que sejamos transformadores da nossa história, protagonistas em nossa essência. Que sejamos participativos. 41 © Foto: Renata Salles como fazer acompanhamento é diferente de intromissão As redes sociais já fazem parte da rotina dos adolescentes, mas todo esse universo de postagens, fotos e muito bate-papo deve ser acompanhado pelos pais. A tarefa não é fácil, mas a revista Em Família traz algumas dicas para que os pais consigam monitorar as interações dos filhos sem que pareça intromissão Por Elizangela Jubanski As redes sociais tomaram conta da rotina dos adolescentes. Em casa, no celular ou na escola, acessar perfis on-line tornou-se “febre” entre esses internautas, que muitas vezes precisam de certo direcionamento no mundo virtual. E cabe aos pais executar essa empreitada com muita conversa e acompanhamento. O que deve acontecer – sem medo de parecer intruso – é um monitoramento mesmo. Ficar atento a postagens do filho, fotos, amizades recentes e até mesmo à superexposição na rede. Afinal, ninguém conhece tão bem a rotina desses internautas quanto os próprios pais. A advogada e pedagoga Cristina Sleiman é especialista em Direito Digital e alerta que os pais devem conversar com os filhos sobre a maneira de se comportar nas redes sociais. “Essa verificação nos perfis não deve 42 ser negligenciada de forma alguma. É preciso explicar aos filhos que qualquer rede social deve ser entendida como a extensão da vida presencial, ou seja, nada de outro mundo ou coisa parecida. Tudo que se faz em uma rede social deve ser pensado e analisado exatamente como acontece em uma relação interpessoal na escola, por exemplo”. É exatamente assim que a família Magalhães media as publicações nas redes sociais. A escritora Cláudia Magalhães, mãe dos adolescentes João Pedro, 14 anos, 9º ano, e Alice, 12, 7º ano, ambos do Colégio Marista Paranaense, acredita que confiança e supervisão são elementos indispensáveis nessa relação. “Nada deve acontecer de maneira que sufoque a confiança que a gente deposita neles, mas, mesmo assim, pode ter certa inocência nas postagens e nossa outra visão é que deve auxiliar nisso”, garante. Os irmãos adoram redes sociais. Embora, para eles, o Facebook já não seja tão acessado assim, outras redes como Instagram, Twitter e WhatsApp continuam fazendo parte das atividades do dia a dia. “Eles levam o celular para a escola, mas fica desligado: isso é regra. Em casa, Alice acessa mais pelo celular, já o João Pedro gosta mais do computador para jogos online”. Para as postagens, algumas recomendações da mãe. "A roupa tem que estar legal, nada muito chamativo, fotos de viagens só algumas, nada de ficar postando tudo que faz no dia”, esclarece. Cláudia não tem perfil em rede social e mesmo assim acompanha as postagens. Outra regra – na verdade chamada de “combinado” na família Magalhães – é quanto ao horário dedicado na O pais precisam ficar atentos com o excesso de exposição e manter os perfis dos filhos de um modo restrito, para que apenas os conhecidos tenham acesso a fotos ou informações. Quem responde? rede. “Eles já têm horários com aulas em diversos dias da semana, acaba sobrando pouco tempo para fazer nada, mas, mesmo assim, hora de rede social é quando eles já fizeram tudo que tinham para fazer, ou pelo menos parte”, destaca. Na visão dos adolescentes, a preocupação é válida. João Pedro conta que esporadicamente aparecem pessoas de fora para interagir nas redes sociais. “A gente conversa bastante sobre isso e até mostro os vídeos que recebo para minha mãe, mas às vezes aparecem umas pessoas que eu nunca vi na vida”, reclama. Já Alice diz que também não se incomodar com as “investidas” da mãe. “Como eu já sei que ela gosta de ver e dar uns palpites, já mostro a foto que quero compartilhar e pronto”, brinca. Esses “combinados” que acontecem na família Magalhães são atitudes com as quais a especialista Cristina concor- da. “O pais precisam ficar atentos com o excesso de exposição e manter os perfis dos filhos de um modo restrito, para que apenas os conhecidos tenham acesso a fotos ou informações”, alerta. O mesmo olhar atento, segundo ela, deve ser transferido quanto a postagens de viagens e tudo que possa chamar a atenção de pessoas que estão fora do contexto da família ou dos amigos. “A gente nunca sabe quem está por trás de um computador vendo fotos da nossa família”, diz a advogada. O pai dos adolescentes, o engenheiro José Magalhães, concorda com a especialista e acredita que a internet, assim como as rede sociais, tem muito a agregar, mas com regras. “A tecnologia tem que vir a nosso favor. Como tudo em excesso faz mal, assim é com as redes sociais. Não adianta proibir, principalmente porque, hoje, elas também são uma boa ferramenta para se informar”, defende. O que os pais não podem esquecer é que qualquer postagem que tenha cunho ofensivo ou que fira a integridade de alguém pode ser levada à justiça. “É primordial entender que as leis regulamentam nossa conduta independentemente do meio, portanto, crimes contra a honra, por exemplo, independem do meio utilizado para sua configuração”, explica a advogada e pedagoga Cristina. Nesses casos, os adolescentes (menores de 18 anos) podem até mesmo cumprir medidas socioeducativas, enquanto os pais respondem processo civil. “Cada caso é analisado de maneira diferente, mas uma simples brincadeira, se mal interpretada, pode causar muita dor de cabeça e prejuízo financeiro”. Na prática Poucas e boas atitudes já fazem a diferença: l Monitorar as postagens (textos, imagens e outros compartilhamentos). l Ver de que grupo de conversas o filho participa. l Ficar atentos aos horários que ele está online. l Estipular períodos de acesso às redes sociais. 43 compartilhar SeM FronTeiraS A minha sugestão de programa para alunos do Ensino Médio, especialmente para o terceirão, é o Sem Fronteiras, da Globonews. Esse programa traz discussões de temas polêmicos atuais, nacionais ou internacionais, no qual alguns especialistas são consultados acerca da temática. Favorece quem quer ter óticas de análise sobre a conjuntura atual. Maria dôres Makowski, professora do Ensino Médio no Colégio Marista Frei Rogério, em Joaçaba (SC). PorTaL UniCaMP Gosto e indico o site http://m3.ime.unicamp.br/portal/ porque nele há a possibilidade de encontrar vídeos, simuladores e atividades ligadas à matemática. Os vídeos têm duração média de 10 minutos e abordam assuntos ligados ao cotidiano sem perder o foco na parte acadêmica. Vale a pena conferir. eder Miotto, professor do Ensino Médio no Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba. QUaL é a TUa oBra? O livro Qual é a Tua obra? inquietações Propositivas Sobre Gestão, Liderança e ética, de Mario Sergio Cortella, apresenta uma convocação a refletirmos a respeito de nossa verdadeira existência, uma motivação a compreendermos que nossa obra é muito maior que qualquer atividade por nós já realizada. Esse livro é um presente a todos que sentem as inquietações no processo de formação de liderança e que acreditam que o seu maior compromisso é a solidariedade e a alteridade. Carla klein, professora do Ensino Fundamental no Colégio Marista Cascavel (PR). 44 HiSTÓria diGiTaL O História Digital foi criado pelo professor Michel Goulart com a intenção de divulgar o uso das mídias digitais na educação, assim como experiências criativas em sala de aula. Em pouco tempo, seu conteúdo se tornou referência no aprendizado de história, do Ensino Fundamental ao pré-vestibular. Considerado o melhor blog de história no país em 2012, o Guia do Estudante indicou os perfis da página no Twitter e no Facebook entre os melhores para estudar nas redes sociais. http://www.historiadigital.org Michel Goulart, professor do Ensino Fundamental e Médio no Colégio Marista Criciúma. SoBrevivi Para ConTar © Fotos: Divulgação O livro trata de um depoimento de Immaculée Ilibagiza durante o genocídio que destruiu Ruanda em 1994. Ao longo da obra, ela conta como conseguiu sobreviver emocionalmente ao massacre de sua família e aos momentos aterrorizantes por que passou. É uma história comovente e que deixa aos leitores uma mensagem de amor e muita fé à vida. rute kuhn knaut, professora do Ensino Fundamental no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa 45 diversão E aí, o que fazer? Por Elizangela Jubanski Com a chegada das férias escolares é preciso progra- desse cronograma tão apertado que os filhos possuem mação e, acima de tudo, manter os filhos envolvidos e nas horas vagas. Que tal propor alguns passeios além de ativos. Eles querem ir a todos os lugares possíveis, ex- shoppings e compras? perimentar um pouco de tudo, e cabe aos pais cuidar GoiÂnia Quem passa na Rodovia dos Romeiros fica impressionado com a grandiosidade dos Painéis da Via Sacra, que possuem 16 quilômetros de extensão, a maior galeria a céu aberto do mundo. O artista plástico Omar Souto buscou retratar os principais momentos da Paixão de Cristo. Dando continuidade ao passeio, o Museu de Arte Contemporânea possui um acervo de 500 obras, com desenhos, gravuras, esculturas, pinturas e reproduções. E para os mais curiosos, o Museu Estadual Professor Zoroastro é uma boa pedida. Fundado em 1946, ele guarda documentos históricos, artefatos indígenas, arte sacra e popular, objetos da Revolução Industrial, folclore e muitas outras atrações. Vale a pena tornar as férias um programa cultural! Que tal conhecer um pouco mais do lado cultural de Brasília? A Catedral Metropolitana, na Esplanada dos Ministérios, foi projetada em 1967 por Oscar Niemeyer e possui obras de Di Cavalcanti. Além de serem ligados por pontos claros, os vitrais coloridos mudam conforme a luz do sol, nos arcos de 18 metros de altura, no Santuário de Dom Bosco. Outra dica é conhecer o Memorial JK, local em que está enterrado o corpo do presidente Juscelino Kubitscheck e onde há uma exposição permanente de documentos e fotos que contam a história da construção da capital, além da biblioteca com mais de 3 mil exemplares. Conhecer o Museu de Valores do Banco Central é roteiro obrigatório, lá está a maior pepita de ouro encontrada no Brasil, em Serra Pelada, de 62 Kg, além de um total de 125 mil peças de moedas e cédulas nacionais e estrangeiras. Aliada a isso, o local abriga a maior coleção do mundo das obras de Portinari. Fica a dica! 46 © Fotos: Divulgação BraSÍLia SÃO PAULO São Paulo reserva ótimas atrações para quem quer conhecer um pouco mais de história e cultura. O Museu de Arte Moderna, um presente de Oscar Niemeyer para os paulistanos, marcou e agitou a cultura brasileira e guarda ótimas exposições para quem é apaixonado ou curioso por arte nacional e internacional, contando no seu acervo com obras de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Portinari, por exemplo. Que tal conhecer a arquitetura europeia do Museu do Ipiranga? O local possui um valioso acervo com peças da república e do império, uma boa aula de história que pode ser completa com uma visita à biblioteca que tem mais de 100 mil volumes. Para encerrar esse breve roteiro, a Estação da Luz é perfeita! Construída em 1901, projetada em estilo vitoriano e com material para sua construção trazido da Inglaterra, o local encanta até mesmo que mora em Sampa. Que tal essa aula de história e cultura com os pequenos? SANTA CATARINA Santa Catarina também reserva ótimas visitas culturais. O Museu de Arte de Santa Catarina, fundado em 1949, instalado no Centro Integrado de Cultura e reserva um acervo que conta, além de outras coisas, a história do Estado, possui em seu acervo artistas como Di Cavalcanti, Portinari, Djanira, Emeric Marcier, Volpi, Tarsila do Amaral e outros, contabilizando aproximadamente 1775 obras. A Casa da Alfândega é um local que visa resgatar e dar continuidade ao artesanato do Estado, um recorte de história é guardado no local. Outra boa pedida é o Museu Nacional do Mar – Embarcações Brasileiras, onde estão disponíveis para visitação mais de 91 barcos em tamanho natural, cerca de 150 peças de modelismo e artesanato naval e a Coleção Alves Câmara, do século XXI. O local reserva, ainda, muitas outras atrações. Vale a pena a visita durante as férias ou em um fim de semana em família. PARANÁ No estado do Paraná, conhecer o Museu Oscar Niemeyer é uma boa aula de arte, arquitetura, urbanismo e design. São 17 mil metros de área expositiva, considerada a maior da América Latina, que, além de expositora, realiza cursos e oficinas abertos ao público. Para quem gosta de saber como era o passado, o Museu Histórico Padre Carlos Weiss, que ocupa o belo prédio da antiga Estação Ferroviária de Londrina é ideal. Lá estão preservadas as memórias dos bons tempos da cafeicultura da região. Outra dica é a visita à Catedral de Nossa Senhora da Glória, em Maringá, que tem 114 metros de altura e tem um mirante com vista panorâmica. Para os aventureiros que queiram a experiência, é preciso subir 482 degraus pra chegar lá em cima. Com toda certeza, as férias deles estão garantidas com essas aulas de cultura e história! 47 © Foto: Estúdio Cafeína olhar Você já teve a minha idade “Calma, isso vai passar! Já tive sua idade”. Quem nunca ouviu isso? Não era fácil ouvir, dava uma sensação de que a gente era incompetente, ingênuo, uma verdadeira “anta”. Mas o que ninguém dizia era que, exatamente por passar pela situação, nos tornaríamos mais maduros e experientes. Faz parte do crescimento. Como diria o Rei Leão, é “o interminável ciclo da vida”. Na opinião dos nossos filhos adolescentes, nós somos muito chatos e exigimos demais. Não compreendemos que é difícil desligar o celular na hora do jantar, que é quase impossível ir dormir na hora certa e deixar de lado aquelas conversas superimportantes, que é uma experiência de quase-morte não poder ir àquela festa sei lá onde com sei lá quem. Somos realmente insuportáveis. Talvez queiram nos dizer: “Se você já teve minha idade, por que não me compreende?”. É verdade. Já fomos adolescentes e já esquecemos as dores de cabeça que demos aos nossos pais. Só que, aos olhos maternos e paternos, nenhum dos nossos pecados era tão grande e nossas chatices eram “normais”, pois a “corujice” só consegue ver a “maravilha” na qual nos tornamos. Entretanto, não podemos deixar de lado nossa “pegação no pé”, pois as intermináveis orientações e correções de rumo são necessárias. Certa vez, uma adolescente me disse: “Minha mãe devia me proibir de ir àquela fes- 48 ta, pois vou perder aula no dia seguinte e depois vou me ferrar estudando sozinha”. Admirado com a reação, perguntei por que ela iria à festa mesmo sabendo das consequências. A resposta me fez lembrar das aulas de psicologia do adolescente: “É que eu não posso dizer aos meus amigos que eu não vou pra ficar estudando. Você não entende. Eu sei que era isso que eu deveria fazer, mas eu ia ficar mal com a galera”. Os amigos são mais importantes que a escola. Além disso, o futuro profissional está longe demais para ser alvo de preocupação agora. O tempo corre diferente para eles. O que fazer? Vamos parar de sofrer com as inconstâncias e ser totalmente compreensivos? Não. Esse não é o caminho. Temos que sempre apontar as contradições e tudo aquilo que pode trazer perigo a eles, pois o sentimento de onipotência é próprio da fase. Afastar as figuras de autoridade, incluindo pai e mãe, com discussões, teimosia e outras posturas imaturas é próprio de quem está descobrindo um jeito particular de ser. Cópias são desnecessárias, cada um tem que assumir seu jeito especial de existir no mundo. E isso só ocorre com os confrontos entre pais e filhos. Resumindo tudo na linguagem adolescente: “É melhor ser chato agora e realizado depois, do que ser ‘legalzão’ agora e arrependido depois”. Marcos Meier é psicólogo, escritor e palestrante. Seu próximo lançamento, “Desligue Isso e Vá Estudar – Orientações Práticas para Pais” traz orientações preciosas sobre educação de crianças e adolescentes. Temos que sempre apontar as contradições e tudo aquilo que pode trazer perigo a eles, pois o sentimento de onipotência é próprio da fase. Com crianças e jovens na promoção de um mundo com direitos. A Rede Marista de Solidariedade atua na promoção e defesa dos direitos da infância e juventude nas quatro áreas de atuação do Grupo Marista. Com esse objetivo, realiza o atendimento contínuo a crianças, jovens e famílias por meio de projetos socioeducativos; desenvolve estratégias de incidência política e fomenta ações de educação para a solidariedade em todo o Grupo Marista. Conheça mais sobre a solidariedade no Grupo Marista. Acesse solmarista.org.br ou facebook.com/solmarista antes de tudo, é preciso entender: o que é medo? Medo significa uma espécie de perturbação diante da ideia de que se está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não. Pode-se entender, ainda, o medo enquanto um estado de apreensão, de atenção, esperando que algo ruim vá acontecer. Ele interfere no modo de viver, pois causa reações quando estamos em estado de alerta. e será que ele é de todo ruim? O medo é uma reação de alerta muito importante para a sobrevivência dos seres humanos, por isso pode ser considerado bom. Em muitos casos, faz com que as pessoas tenham cautela, pensem antes de agir. Uma pessoa que não tem medo de nada muitas vezes passa por situações que colocam sua vida em risco. Portanto, sentir medo pode ser algo positivo, quando gera reflexão, planejamento antes da tomada de qualquer atitude, protege vidas e evita consequências trágicas. Já nascemos com medo? Não necessariamente, mas toda e qualquer emoção ou sentimento são construídos desde o instante da concepção, então, tudo aquilo que é vivenciado pela mãe durante a gestação afeta o bebê de algum modo, mesmo que inconscientemente. Por que o medo do desconhecido? Todos os medos e traumas da mãe devem ser levados em consideração, mas lugares, sons e pessoas diferentes podem causar medo à criança, justamente como uma reação do organismo de alerta a possíveis situações de ameaça. Por isso, é comum a criança pequena ter medo de pessoas fantasiadas e de lugares barulhentos. até que momento o medo é saudável? O medo só pode ser considerado tolerável quando ele não modifica a rotina do indivíduo. Há situações em que a pessoa, diante daquilo que a ameaça, paralisa, perde as condições de reagir, por exemplo. Pode-se chamar isso de fobia ou trauma. Nesses casos, a solução é procurar ajuda psicoterapêutica para tratamento, para que a pessoa possa falar e pensar sobre o assunto, além de, em alguns casos, vivenciar simulações com o objetivo de aumentar o enfrentamento diante da dificuldade. o que fazer ao identificar que a criança ou o jovem tem determinado medo? Na família, sempre que a criança sente medo ou está assustada por alguma razão, é necessário acolher a criança e o seu medo, fazendo com que ela se sinta segura. Na escola, os professores devem tomar conhecimento de casos em que a criança tenha medo de algo e tentar amenizar, pois ele pode gerar insegurança e desestabilizar a criança, que deixará de ter foco na aprendizagem. Mas o acompanhamento de um profissional, quando o medo se torna excessivo, é fundamental, para que, desse modo, se evite que ele se intensifique e evolua para outros quadros. Encontre a MPB na internet. Acesse o novo site: www.lumenfm.com.br Algumas coisas não têm preço. A LIBERDADE é uma delas. O tema da Campanha da Fraternidade de 2014 é Fraternidade e Tráfico Humano. E a FTD entende que é fundamental ler, conversar e conscientizar os alunos sobre este tema tão importante, que infelizmente faz parte da nossa sociedade. Confira as opções de leitura que oferecemos para você discutir este assunto na escola: Sumiço no Estádio Quando jogava bola, Dedê não prestava atenção em mais nada. Em uma tarde, enquanto acompanhava o pai, vendedor de pipocas na porta de um estádio, o garoto recebe um convite e... desaparece... O desfecho você fica sabendo em Estádio. Sumiço no Estádio Recomendado para o Ensino Fundamental I 0800 772 2300 De Olho no Tráfico Humano Ao ler este livro desafiador, o leitor conhece mais sobre o que é tráfico humano e por que muitos jovens, especialmente mulheres, caem nessa terrível cilada. Recomendado para o Ensino Fundamental II www.ftd.com.br