PICUM Boletim Junho 2008
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PICUM Boletim Junho 2008 Terminado no dia 5 Junho de 2008 Este boletim debruça-se sobre as notícias e os desenvolvimentos políticos relativos aos direitos sociais fundamentais de imigrantes em situação irregular na Europa. Actualmente está disponível no formato Word e no sítio Internet da PICUM (www.picum.org) nos seguintes idiomas: inglês, alemão, holandês, espanhol, francês, italiano e português. Convidamo-lo a divulgar este boletim a quem possa interessar. Quer contribuir para uma política humana de respeito pelos direitos humanos dos imigrantes em situação irregular? DOE À PICUM! A sua contribuição significa que podemos continuar a lutar contra a marginalização e a exploração dos imigrantes em situação irregular. Convidamo-lo a fazer doações à PICUM por transferência bancária para a conta número 0013666785-67 (Fortisbank, Schepdaal (B), IBAN: BE93 001366678567). Por favor, mencione o seu nome, endereço e referência: “donation”. OBRIGADO! Índice 1. Morte na fronteira 2. Notícias dos Estados Membros da UE + Suíça + E.U.A. 3. Desenvolvimentos na política Europeia 4. Crianças sem papéis 5. Próximos Eventos 6. Publicações 7. Notícias PICUM 8. Vários 1. Morte na fronteira 13 jovens argelinos, com idades entre os 17 e os 25 anos, afogaram-se quando tentavam chegar à costa espanhola. A sua embarcação afundou logo após ter saído da costa da PICUM Boletim Junho 2008 Argélia, no passado dia 3 de Abril. Foram resgatados do mar treze corpos, mas outros três estão ainda desaparecidos. (Migration News Sheet, Maio de 2008, pág. 5) Um naufrágio deu-se no dia 28 de Abril perto de Al Hoceima, entre Marrocos e Espanha, resultando na morte de 36 pessoas, entre elas duas mulheres e quatro bebés. Os sobreviventes acusaram a Marinha Costeira de Marrocos de ter furado o bote insuflável onde as vítimas viajam. A Marinha nega a acusação. http://www.newropeansmagazine.org/content/view/7965/84/ Depois do naufrágio de imigrantes indocumentados perto da cidade de Al Hoceima na costa de Marrocos, na noite de 28 para 29 de Abril deste ano, a associação AFVIC (Amigos e Familiares das Vítimas da Imigração Irregular) estabeleceu uma comissão de inquérito. O relatório reconta os eventos e publica uma lista de vítimas ocasionais, seguida de recomendações. http://www.migcom.org/index.php?page=Rapports%2C+Publications+et+Presse&toc=759 Estima-se que 101 imigrantes e refugiados tenham morrido no mês de Abril deste ano às portas da União Europeia. Cinco homens morreram escondidos num contentor de uma embarcação nas Ilhas Canárias; quatro pessoas morreram afogadas na fronteira entre a Turquia e Iraque depois de serem atirados ao rio pela polícia turca durante uma expulsão forçada e um refugiado da Eritreia foi baleado pela polícia do Egipto, perto da fronteira israelita. No mar, além das 43 vítimas de Al Hoceima (veja notícia acima), 24 pessoas afogaram-se entre a Argélia e a Espanha e 24 entre a Tunísia e a Itália, perto da costa da Sicília, onde se percebeu nas últimas semanas um aumento de desembarques, devido ao tempo favorável e um atraso no início do patrulhamento Frontex. http://fortresseurope.blogspot.com/2006/01/april-2008.html Três imigrantes perderam a vida no dia 25 de Maio quando tentavam alcançar a costa das Canárias. Eles seguiam a bordo de um pequeno barco onde se encontravam outros 64 imigrantes. Dois deles já estavam mortos quando chegaram à costa, enquanto que o terceiro morreu depois de ser transferido para um hospital das Canárias. http://es.noticias.yahoo.com/ep/20080525/tso-tres-inmigrantes-mueren-al-intentard5ab91d.html 2. Notícias dos Estados Membros da UE + Suíça + E.U.A. ONU Durante o mês de Maio, ocorreram no interior da África do Sul actos extremos de violência contra imigrantes indocumentados dos países vizinhos de Moçambique e Zimbabué. O ACNUR expressou uma grande preocupação pelos ataques xenófobos contra estrangeiros da África do Sul, entre eles refugiados e requerentes de asilo que fugiram da África do Sul para se protegerem das perseguições nos seus países. Estimativas do dia 23 de Maio mostram que 17.000 pessoas foram evacuadas e dezenas foram mortas nas duas semanas anteriores a esta data. Relatórios das equipas do ACNUR que monitorizam o local mostram que uma grande percentagem das pessoas que foram evacuados por causa da violência xenófoba é do Zimbabué e foram para a África do Sul pedir asilo. Enquanto milhares de moçambicanos retornam ao seu país, os zimbabueanos não podem PICUM Boletim Junho 2008 fazer o mesmo por causa da situação http://www.unhcr.org/news/NEWS/4836a3c82.html política no seu país. França A ordem de expulsão de uma mulher marroquina de 35 anos, com cancro da tiróide, foi cancelada pelo Ministro francês de Imigração, Brice Hortefeux, que ordenou que ela seja tirada da prisão e que obtenha uma autorização de estadia. A Sra. Bouchra Ahrram, cujos pais e três irmãos residem legalmente na França, tinha uma autorização de residência por motivos de saúde. No entanto, no processo de renovação da autorização, as autoridades concluíram que o tratamento médico necessário também poderia ser feito em Marrocos e recusaram a renovação. Como não contestou a medida, a Sra. Ahrram ficou em situação irregular e foi presa quando tentou renovar a sua autorização em Abril de 2008. (Migration News Sheet, Maio de 2008, págs. 5/6) A organização francesa GISTI pediu a regularização dos trabalhadores indocumentados. Em resposta aos pedidos dos Sindicatos de trabalhadores (a CGT, CFDT, SUD-Rail e SUD Nettoyage) e associações (Human Rights League, Cimade and Droits devant!) para uma estadia justa e apropriada para trabalhadores indocumentados, o primeiro-ministro reafirmou que utilizaria apenas instrumentos existentes na legislação actual. Confrontada com esta rejeição a GISTI apelou a todos os trabalhadores indocumentados para se filiarem nos sindicatos e para se organizarem para pressionar o governo. Muitas pequenas empresas, principalmente nos sectores de limpeza e restaurantes, começaram uma segunda onda de greve para exigir a regularização. http://www.gisti.org/spip.php?article1137 A organização MOM (Migrants of Overseas French Territories) [Imigrantes nos Territórios Franceses do Além-Mar], fez um pedido de encerramento do centro de detenção de Pamndazi no território de Mayotte. A comissão de segurança visitou o centro em Dezembro de 2007 e concluiu que este centro não condiz com as normas da República Francesa, dizendo que a capacidade real do local (60 lugares) tem que ser respeitada e as condições de estadia é inferior à dignidade dos menores ali detidos. A comissão exigiu que os menores não sejam mais colocados neste centro de detenção. O relatório da comissão foi divulgado às autoridades mas nenhuma acção foi tomada. Tendo em consideração estes factos MOM, RESF, Cimade e Médecins du Monde pedem o encerramento deste centro de detenção. http://www.gisti.org/spip.php?article1139 Espanha O conselheiro da Presidência, Justiça e Segurança, José Miguel Ruano, criticou no dia 12 de Maio a directiva da U.E. e apontou a recusa do Governo das Ilhas Canárias em aumentar o período de detenção dos imigrantes irregulares para 18 meses. Ele explicou que para atravessar a fronteira de um estado ou não ter autorização para ficar no país é uma infracção administrativa e um prolongamento do tempo de detenção seria impor uma punição que não corresponde ao acto cometido http://www.eldia.es/2008-05-13/canarias/canarias9.htm O grupo municipal da Esquerda Unida (Izquierda Unida) anunciou a sua intenção de apresentar uma moção para a assembleia da cidade de Málaga para exigir o encerramento PICUM Boletim Junho 2008 imediato do centro de detenção para imigrantes (Centro de Internamiento de Extranjeros). Eles sublinharam a situação de deterioração completa do prédio e as condições em que as pessoas estão detidas. http://www.ecodiario.es/espana/noticias/558220/05/08/Malaga-IUpresentara-una-mocion-para-exigir-el-cierre-del-CIE-de-Capuchinos-y-que-se-destine-aequipamiento-publico.html Itália Em Nápoles, gangues locais atacaram acampamentos de ciganos depois de uma jovem cigana de 16 anos ter sido acusada de tentar sequestrar um bebé. Os acampamentos tiveram que ser evacuados. Recentemente, a municipalidade de Milão introduziu um comissário especial para assuntos de ciganos e as cidades de Roma e Nápoles querem seguir essa política. Estes desenvolvimentos alarmantes activaram o Conselho da Europa e Thomas Hammarberg, Comissário pelos Direitos Humanos, chegou à conclusão de que a decisão de institucionalizar um órgão como o comissário nacional para controlar ciganos foi baseada em preconceito e encorajaria o mesmo. http://debat.modkraft.dk/read.php?7,118660,118660 Numa carta do 19 de Maio de 2008 à UE e ao Parlamento Europeu, o Fórum dos ciganos Europeus e Viajantes expressou a sua preocupação acerca do ataque violento contra as comunidades informais na Itália de onde centenas de ciganos foram obrigados a fugir por temerem pelas suas vidas. http://www.dzeno.cz/?c_id=16450 O governo italiano apresentou no dia 21 de Maio planos que tornam mais rígida a política de imigração incluindo a conversão da residência não autorizada na Itália num delito criminoso punível com detenção. As medidas também incluem a facilitação da expulsão de imigrantes e a redução do tempo que os imigrantes indocumentados podem ficar nos centros de detenção de 18 meses a 60 dias – com a pergunta de como os requerentes de asilo serão tratados. Ultimamente, a imigração irregular foi um tema principal na Itália, especialmente durante as eleições parlamentares, realizadas no mês de Abril e que resultaram no regresso do líder conservador Sílvio Berlusconi como primeiro-ministro do país. http://www.businessweek.com/globalbiz/content/may2008/gb20080522_247572.htm?chan=glo balbiz_europe+index+page_top+stories. UNHCR está a controlar esses desenvolvimentos de perto e anunciou a sua preocupação sobre a legislação proposta porque requerentes de asilo recusados poderiam ter que sair do país sem que seus pedidos foram ouvidos e requerentes de asilo que normalmente não têm outra opção que chegar irregularmente no país, poderiam ser acusados de cometer um crime. http://www.unhcr.org/cgi-bin/texis/vtx/news/opendoc.htm?tbl=NEWS&id=4836a3c96 A Amnistia Internacional disse estar muito alarmada pelo "clima de discriminação" na Itália. A responsável pela Amnistia Internacional na Itália, Daniela Carboni, disse num relatório publicado no dia 28 de Maio, que os movimentos representam restrições pesadas e novos crimes serão dirigidos, sobretudo, contra imigrantes. Ela disse que a organização está especialmente preocupada com a medida que significaria que os imigrantes em situação irregular poderiam ser detidos até 18 meses em centros de detenção. No relatório, Carboni disse também que a AI está muito alarmada pelo conteúdo e a precipitação dessas medidas PICUM Boletim Junho 2008 como pelo clima de discriminação http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7423165.stm que as precederam. Detidos num centro de detenção de imigrantes iniciaram uma greve de fome em protesto contra a morte súbita dum homem tunisino no fim-de-semana de 24-25 de Maio, disse um MEP italiano no dia 26 de Maio. Vittorio Agnoletto, um membro do pequeno partido comunista refundador, disse que os imigrantes estavam furiosos com a morte do Hassan Nejl, que segundo eles não recebeu atenção médica apesar dos vários pedidos de ajuda. Agnoletto disse que havia muita tensão e raiva entre os detidos. A Amnistia Internacional, os Médicos sem Fronteiras, caridades católicas e a Agência dos Refugiados das NU criticaram todas as condições nos centros, citando condições sanitárias pobres, a superpopulação e a falta de acesso aos peritos médicos e jurídicos. http://www.agenziami.it/ultime/3599/Cpt+si+indaga+sulla+morte+di+Hassan+Nejl/ Reino Unido Um requerente de asilo palestino do West Bank cujo pedido foi recusado, recorreu ao Supremo Tribunal para questionar as regras de cuidados de saúde que efectivamente lhe negaram o acesso a tratamento médico. O homem, que sofre duma doença crónica do fígado, chegou no Reino Unido há três anos e depois do seu pedido de asilo ter sido recusado, concordou regressar a West Bank. Contudo, as restrições de viagem do governo israelita e a falta de documentos impedem-no de voltar. O Ministério da Administração Interna proporciona-lhe alojamento pago e um subsídio de 35 libras por semana. No que diz respeito aos cuidados de saúde, as regras actuais só permitem cuidados de saúde gratuitos em caso de emergência, situações de perigo de vida ou em casos específicos em que doenças infecciosas sejam um perigo para a saúde pública. (Migration News Sheet, Maio 2008, pág. 19) A Agência Fronteiriça do RU anunciou no dia 20 de Maio que o governo vai aumentar a capacidade dos centros de detenção para imigrantes em 60%, criando um total de 1.300 a 1.500 lugares novos. Esta acção tem como objectivo aumentar o número e ritmo das mudanças e permitir processos de asilo mais rápidos. O Conselho dos Refugiados disse que é uma notícia decepcionante especialmente o anúncio que alguns dos extra lugares serão utilizados para processar rapidamente pessoas através do sistema de asilo. http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/7408121.stm A Ministra da Saúde galesa, Edwina Hart, anunciou na rádio BBC que os requerentes de asilo recusados no País de Gales ganhariam acesso ao Serviço Nacional de Saúde de Gales. Até então, os cuidados de saúde gratuitos foram cortados para todos os requerentes de asilo recusados tanto em Gales como na Inglaterra. Anna Nicholl, directora da política pelo Conselho dos Refugiados de Gales deu os parabéns ao movimento e disse que é uma mensagem clara dizendo que todas as pessoas em Gales devem ser tratadas com um nível básico de humanidade. O arcebispo de Gales, Dr Barry Morgan, também apoia a visão da ministra que Gales tem uma obrigação moral de cuidar das pessoas vulneráveis, independente do estatuto de asilo. http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/wales/7409265.stm PICUM Boletim Junho 2008 O MRN (Migrants Rights Network – Rede dos Direitos dos Imigrantes) começou um novo projecto de pesquisa em controlo de identidade nos lugares de trabalho, chamado 'Papers Please' ('Papéis Por favor'). Milhares de pessoas precisam de comprovar o seu estatuto de imigrante pelos empregadores, já que o regime de "penalizacção civil" entrou em vigor no final de Fevereiro de 2008. Isso foi conjugado com um aumento significante em incursões aos locais de trabalho por agentes de coacção da Agência Fronteiriça do Reino Unido (UK Border Agency -UKBA). Para melhorar o traçado dos controles referentes ao lugar de trabalho, o MRN iniciou o novo projecto de pesquisa "Papéis Por Favor". Durante os meses de Maio e Junho querem ouvir as experiências com o novo controlo de pessoas que são trabalhadores, oficiais de sindicatos ou empregadores. "Papéis Por Favor" utilizará a informacção sobre quem vai ser o objecto e como, para ressaltar o impacto potencialmente negativo em trabalhadores imigrantes e BME. A pesquisa está a ser dirigida pela Dra. Yara Evans do Queen Mary's College, Londres. http://www.migrantsrights.org.uk/enews/2008/may.htm Malta A Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) publicou seu terceiro relatório sobre Malta esta semana. O relatório ressalta que os progressos foram realizados em várias áreas sublinhadas no segundo relatório do ECRI sobre Malta no dia 23 de Julho de 2002. O relatório encoraja as autoridades maltesas a intensificarem os esforços para outorgar de maneira legal direitos relacionados à protecção humanitária e a acelerar a investigacção de candidaturas e a dar assistência jurídica e explicações aos requerentes. http://www.coe.int/t/e/human_rights/ecri/1-ecri/2-country-bycountry_approach/malta/Malta_CBC_3_.asp#TopOfPage Bélgica Um imigrante indocumentado oriundo dos Camarões cometeu suicídio no centro de detenção de Merkplas a 1 de Maio de 2008. Ebenizer Folefack Sontsa sofrera uma tentativa de expulsão no sábado anterior, durante o qual havia sido agredido repetidamente por um oficial de polícia, de acordo com seu advogado. O seu advogado explicou que o Sr. Folefack não suportou bem a perspectiva de uma segunda tentativa de expulsão e decidiu pôr fim à sua vida. Durante a tentativa de expulsão por avião, um passageiro, Serge Ngajui Fosso, explicou a uma assistente de voo que ele não poderia viajar nessas condições. Depois de vários outros passageiros terem também protestado, Ebenizer Folefack Sontsa foi removido do avião junto com Serge Ngajui Fosso e outros dois passageiros. O Sr. Fosso foi detido durante 10 horas e foi proibido de voar com Brussels Airlines durante seis meses. http://www.lesoir.be/actualite/belgique/suicide-au-centre-ferme-de-2008-05-01-595575.shtml Até mesmo migrantes em situacção irregular sem visto de trabalho são obrigados a preencher seus formulários de declaracção de impostos e, se tiverem recebido o suficiente, a pagar impostos. Isto foi decidido no caso de um nacional bósnio de 32 anos cujo pedido de asilo fora recusado, e que actualmente aguarda a decisão de seu apelo à Supremo Tribuna Administrativo (Conseil d’ Etat). Uma vez que o seu apelo não tem efeito suspensivo, a sua permanência é considerada como não autorizada enquanto a decisão estiver pendente. (Migration News Sheet, Maio de 2008, página 5) PICUM Boletim Junho 2008 A Ministra da Imigracção e do Asilo, Annemie Turtelboom, declarou no dia 24 de Abril de 2008 que a libertação de um estrangeiro impedido de entrar na Bélgica não seria mais seguida de transferência para a zona de trânsito do Aeroporto Internacional de Bruxelas. Esta decisão é o resultado de uma decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos de 24 de Janeiro de 2008. Este caso dizia respeito à prática do governo belga de deixar requerentes de asilo rejeitados que, por ordem do tribunal, deveriam ser libertados de centros de detenção, na zona de trânsito do Aeroporto Internacional de Bruxelas. Não lhes foram disponibilizadas instalações para sua estadia (nenhuma área privada de descanso, camas, refeições ou instalações sanitárias à excepção de toalhetes públicos, etc). Eles foram avisados de que não lhes era permitido entrar na Bélgica, mas que eram livres para deixar o país. O governo concluiu ainda que não já não os estava a deter. O Tribunal no entanto achou que a prática equivalia à detenção, uma vez que efectivamente impedia os requerentes de asilo de deixar a área. (Migration News Sheet, Maio de 2008, pág. 12). O Centro de Coordenacção e de Iniciativas para e com Refugiados e Estrangeiros (Centre for Coordination and Initiatives for and with Refugees and Foreigners (CIRE)) recebeu com satisfacção o relatório sobre os centros de detenção belgas da Comissão para ‘Liberdades Civis, Justiça, e Assuntos Domésticos’ do Parlamento Europeu. O relatório seguiu a visita de membros do parlamento Europeu a centros de detenção da Bélgica em Outubro de 2007. Acrescentando a condenações da Comissão Europeia e do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, as conclusões desta comissão ressaltaram as violações de direitos humanos nesses centros de detenção. Assim, o CIRE, juntamente com nove outras organizações que prestam serviços em centros de detenção fechados, pedem que medidas concretas sejam tomadas a fim de tratar a questão. http://www.cire.irisnet.be/ressources/presse/2008-0529.html Medimmigrant elaborou um relatório acerca da nova legislacção que diz respeito ao acesso a cuidados com a saúde para migrantes indocumentados com diferentes estatutos de residência, e para menores desacompanhados. De acordo com o novo artigo nono, as regras envolvendo a acesso a direitos sociais para migrantes indocumentados mudaram. Uma circular publicada em Março de 2008 destacou as novas legislacção e práticas. http://www.medimmigrant.be/mm.actualiteit.nl.htm Países Baixos Sob os termos de uma proposta legislativa adoptada nos Países Baixos, recusar-se-á residência àqueles que tenham permanecido além do visto ou que estejam a residir no país ilegalmente. Texto da lei e a opinião do Conselho de Estado tornar-se-ão públicos depois de serem submetidos à Câmara Baixa do Parlamento. (Migration News Sheet, Maio de 2008, página 3). Suécia O parlamento sueco votou a favor de uma nova e controversa lei, confirmando uma prática corrente, que dá a autênticos requerentes de asilo o direito à assistência em caso de emergência, mas não àqueles que tiveram seus pedidos recusados e que estão na irregularidade. A ONU havia previamente criticado a política sueca, dizendo que esta quebra o direito internacional, e médicos também protestaram contra essa legislacção, afirmando ser PICUM Boletim Junho 2008 desumano mandar embora pacientes seriamente doentes apenas porque não possuem a papelada adequada. No entanto, o ministro da imigracção Tobias Billström afirmou que migrantes indocumentados não deveriam estar na Suécia e deveriam voltar a seus países para receber cuidados médicos. http://www.thelocal.se/11924/20080522/ Dinamarca A delegacção do Comité de Liberdades Civis do Parlamento Europeu visitou dois centros de acolhimento em 11 de Abril de 2008. A delegacção considerou as condições satisfatórias de um modo geral, mas criticou o facto de crianças estarem detidas ali por anos sem saber quando lhes seria permitido sair. Os requerentes de asilo detidos nesses centros são pessoas cujos pedidos foram definitivamente rejeitados e a quem foi negado o direito de permanecer na Dinamarca. No entanto, uma vez que as condições nos seus países de origem ainda não permitem seu retorno, são detidos nesses centros a fim de evitar sua integracção na sociedade dinamarquesa, o que criaria dificuldades para o governo dinamarquês repatriá-las futuramente. (Migration News Sheet, Maio de 2008, página 12) Alemanha Migrantes indocumentados na Alemanha têm agora pela primeira vez um ponto de contacto sindicalizado. O sindicato ver.di tem informado a migrantes indocumentados desde o começo de Maio de 2008 em Hamburgo acerca de questões de legislacção laboral e social. Peter Bremme, secretário de ver.di, ressaltou as condições precárias que sofrem muitos migrantes em situacção irregular, referindo-se às estimativas de que existem até 1 milhão de migrantes indocumentados na Alemanha, e até 100.000 na cidade de Hamburgo. www.lnonline.de/artikel/2353289 Polónia Num relatório anual publicado recentemente sobre a situacção dos direitos humanos no mundo, a Amnistia Internacional lista diversas infracções aos direitos humanos na Polónia. Além das alegações sobre centros de detenção secretos dos EUA, intolerância contra pessoas lésbicas, gays e transexuais e discriminacção contra mulheres, Amnistia Internacional inclui o tratamento de refugiados e requerentes de asilo na Polónia entre as suas maiores preocupações. De acordo com o relatório, pessoas com ‘permanência tolerada’ a maior parte chechenos da Federacção Russa, foram excluídos dos programas de integração, os quais foram disponibilizados somente para refugiados reconhecidos. O relatório também chama atenção para inadequada assistência médica oferecida a requerentes de asilo em centros de detenção tais como Lesznowola perto de Varsóvia, onde um refugiado checheno, Isa Abubkarow, morreu em Outubro de 2006, comprovadamente devido à falta de tratamento médico adequado. O relatório também cita provas do Comité da ONU contra a Tortura (CAT), que levantou preocupacção em relacção às condições nos centros de detenção polacos. Fontes: Amnesty International atakuje nasz kraj” (“Amnistia Internacional visando o nosso Dziennik, 28-05-2008, país”), http://www.dziennik.pl/wydarzenia/article182014/Polska_dyskryminuje_homoseksualistow.html ; para cobertura completa da situacção dos direitos humanos na Polónia e em outros países, ver Amnesty International Report 2008: The State of the World’s Human Rights, PICUM Boletim Junho 2008 http://report2008.amnesty.org/press-area/en/air08-en-low-res.pdf; para informações sobre Lesznowola, ver o artigo “Centros fechados polacos abertos aos MPs” (“Poland's closed centres open to MEPs”, 03-04-2008, http://www.europarl.europa.eu/news/public/story_page/018-25228-168-06-25-90220080331STO25215-2008-16-06-2008/default_en.htm Rússia Elizabeth, uma mulher nigeriana de 31 anos que fugiu do seu país por causa de uma seita, deveria ter voado de Moscovo para a Síria em Setembro de 2006. Ela foi vítima de tráfico de humano e viajava sem documentos, tendo ficado presa durante 20 meses na zona de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, em Moscovo. Após ter sobrevivido da caridade dos passageiros e vivido quase dois anos sem contacto com o exterior e sem a luz do sol, Elizabeth regressou à Nigéria, no dia 28 de Maio de 2008, graças à intervenção de um executivo polaco, Marcin Ostachowski, que chamou a atenção da comunicacção social na Polónia. Após a publicacção de um artigo na Gazeta Wyborcza, a Organizacção Internacional para a Migracção (OIM) em Moscovo ofereceu ajuda a Elizabeth e funcionários das NU em Moscovo deram-lhe novos documentos, compraramlhe um bilhete de avião e localizaram a sua família na Nigéria. Anteriormente à cobertura da comunicacção social e à intervenção da OIM e das NU, Elizabeth tentou por diversas vezes requerer asilo na Rússia, mas as suas candidaturas e os seus pedidos de auxílio foram sempre recusados. Fonte: “Uwolniliśmy Elizabeth” (“Elizabeth: Finalmente libertada”), Gazeta Wyborcza, 28-05-2008, http://wyborcza.pl/1,76842,5251665,Uwolnilismy_Elizabeth.html. Artigo em Inglês: “Trapped at Airport Terminal” [Presa no terminal de aeroporto], Gazeta Wyborcza, 26-052008, http://wyborcza.pl/1,86871,5244160,Trapped_at_Airport_Terminal.html. Suíça O centro de detenção Tattes, em Genebra, está em franca mudança. Desde a nova lei do asilo, todos os requerentes rejeitados são direccionados para este centro. A Maioria das pessoas que estão no centro preferem estar em situacção irregular do que regressar ao seu país de origem e muitos ainda dormem no centro, escondendo-se durante as intervenções da polícia. Apesar da infra-estrutura estar em mau estado, não há orçamento para a sua restauracção antes de 2009. Desde a altura em que o corte na contribuição para os habitantes do centro passou para 40 euros por mês, os quartos e as cozinhas estão a ficar em condições lastimáveis. http://www.tdg.ch/pages/home/tribune_de_geneve/l_actu/geneve_et_region/detail_genev e/(contenu)/231060 O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos decretou que a Suíça violou o direito à privacidade de um jovem turco quando decidiu expulsá-lo após a sua terceira condenacção no tribunal penal. Devido à relativa gravidade dos julgamentos contra o jovem, a sua ténue ligacção com a Turquia e a natureza final do processo de expulsão, o Tribunal alegou que a Suíça desrespeitou a Convenção Europeia. http://www.swissinfo.org/fre/infos/nouvelles_agence/suisse/Expulsion_d_un_jeune_Turc_l PICUM Boletim Junho 2008 a_Suisse_doit_payer_3000_euros.html?siteSect=113&sid=9121706&cKey=12114540750 00&ty=ti&positionT=4 EUA A Rede Nacional para os direitos dos imigrantes e dos refugiados [National Network for Immigrant and Refugee Rights] (NNIRR) condenou o mais recente raid do Departamento da Segurança Interna à imigracção levada a cabo no dia 12 de Maio de 2008 pelo Bureau of Immigration and Customs Enforcement (ICE) contra trabalhadores imigrantes numa fábrica de embalamento de carne em Postville, Iowa. As acções do ICE's deixaram as pessoas de Postville em estado de choque, dado que o seu bem-estar social e económico foram postos em causa, ameaçando o futuro dos seus habitantes. Após o ICE raid, scores de trabalhadores imigrantes e as suas famílias fugiram para uma igreja local. A NNIRR exige que todos os trabalhadores sejam libertados e que o ICE tome acções verdadeiramente humanitárias. www.nnirr.org 3. Desenvolvimentos da política europeia Geral O Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e o Conselho chegaram a um acordo acerca do período de detenção para quem aguarda deportacção, que deverá ser definida na "directiva de retorno". O acordo foi duramente criticado pelos partidos de esquerda. Permite aos Estados-membros deterem estrangeiros por um período máximo de 6 meses antes da sua expulsão, aumentado assim a duracção do período de detenção autorizada em muitos dos Estados-membros (título de exemplo, as práticas correntes são as seguintes: França: 32 dias, Espanha: 40 dias, Luxemburgo: 3 meses), ao mesmo tempo que restringe em alguns Estados-membros que não tinham um período máximo (como é o caso da Dinamarca, dos Países Baixos e do Reino Unido). As propostas anteriores estipulavam um período máximo de 18 meses. Apesar dos partidos de esquerda não estarem dispostos a aceitar um período superior a 3 meses, a duracção é agora mais aceitável para a Maioria do Parlamento Europeu e a sua directiva deverá ser aprovada em Junho de 2008. (Migration News Sheet, Maio de 2008, pág. 5) A operacção conjunta Nautilus 2008 recebeu autorizacção para avançar. A missão estava suspensa devido às diferenças de opinião em relacção à responsabilidade dos migrantes salvos no mar. Após as negociações, as regras de desembarque das pessoas salvas no mar durante a operacção permanecem as mesmas da operacção do ano passado. Os migrantes que sejam salvos na Área de Socorro e Busca Líbia [Libyan Search and Rescue Área] (SAR) serão levados para a Líbia, quando não seja possível o transporte para um local mais seguro. O principal objectivo da Nautilus 2008 é fortalecer o controlo da fronteira marítima do Mediterrâneo Central utilizando meios de vários Estadosmembros e o apoio das autoridades maltesas nas entrevistas aos imigrantes. Agora que os detalhes operacionais foram definidos, a operacção deverá ter início brevemente. Fonte:http://www.frontex.europa.eu/newsroom/news_releases/art36.html Segundo noticiou o Le Figaro , a França avançou com propostas para um pacto panEuropeu de combate à imigracção ilegal como uma das suas principais áreas políticas PICUM Boletim Junho 2008 durante a presidência europeia. O jornal explica que a França quer uma política de imigracção adaptada à capacidade de instalacção de migrantes indocumentados da Europa, mantendo-se simultaneamente aberta à migracção legal. Entre as sugestões estão o fim da blanket ‘regularisations’ de imigrantes em situacção irregular – como as levadas a cabo em Espanha, Itália entre outros países – que Paris considera enviarem a mensagem errada aos migrantes irregulares. O jornal explica, no entanto, que enquanto algumas das propostas do país serão apoiadas pelos parceiros da UE, não há entre os 27 muito boa vontade de uma política europeia de imigracção. Fonte: http://www.lefigaro.fr/international/2008/05/30/01003-20080530ARTFIG00019-la-francemobilise-l-europe-pour-limiter-l-immigration.php e http://www.theparliament.com/pressreview/newsarticle/-df87a4e3f2//1212102000/#267280 O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos rejeitou o pedido de uma mulher HIV positiva, oriunda do Uganda, para permanecer no Reino Unido. Os seus advogados alegaram que a falta de cuidados médicos no Uganda a levariam a uma morte prematura, o que levará à falta de assistência e um tratamento desumano e degradante. O governo negou e afirmou que todos os medicamentos de tratamento do HIV estão disponíveis no Uganda. O tribunal decretou que a sua expulsão per se não é uma violacção do artigo 3º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos. O custo e a dificuldade de acesso ao tratamento não foram considerados elementos suficientes para considerar a expulsão desumana e degradante. http://cmiskp.echr.coe.int/tkp197/view.asp?item=4&portal=hbkm&action=html&highlight=& sessionid=8629654&skin=hudoc-en Comissão Europeia Franco Frattini pediu formalmente a demissão do posto de Comissário Europeu de Justiça, Liberdade e Segurança no dia 8 de Maio para aceitar o posto de Ministro das Relações Exteriores no novo governo italiano. Como já havia sido anunciado pelo presidente da Comissão, José Manuel Barroso, Frattini será substituído por Jacques Barrot, que serviu previamente como Comissário Europeu para o Transporte. A pasta de transporte deve ser assumida por Antonio Tajani, actualmente membro do parlamento europeu (EPP-ED). Fonte: ECRAN Weekly Update de 12 de Maio 2008 http://www.ecre. org/ Parlamento Europeu Aproximadamente 20,000 imigrantes são detidos por um período mais longo e em piores condições do que se estivessem em prisões comuns apenas porque não possuem os documentos apropriados. Um estudo do Parlamento Europeu qualificou essa situacção como patogénica, especialmente no caso das pessoas mais vulneráveis como idosos, crianças e grávidas. Os autores afirmaram que em 132 dos 174 centros visitados na União Europeia em 2007 as condições são péssimas. O relatório recomenda especialmente reduzir o tempo máximo de detenção em quase todos os países. http://www.elpais.com/articulo/internacional/20000/papeles/centros/UE/elpepiint/20080518elpe piint_2/Tes PICUM Boletim Junho 2008 Membros do Comité para Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu (LIBE), que visitaram centros de detenção em Chipre de 25 a 27 de Maio, descreveram as condições destes centros como melhores do que em outros países membros da UE. Eles também expressaram satisfacção ao saber que os refugiados que estão à espera de uma resposta sobre pedidos de asilo não ficam detidos. A visita a Chipre foi a última de uma série de visitas a centros para imigrantes sem documentos e asilados. O objectivo foi avaliar as condições em que esses imigrantes estão alojados. Após a visita, a chefe da delegacção, Martine Roure (PSE, FR), comentou que embora os centros de imigrantes sejam lugares de encarceramento, as condições eram adequadas. Entretanto, ela salientou a necessidade de apressar os processos de solicitacção de asilo. Fontes: ECRAN Weekly de 30 de Maio de 2008 www.ecre.org No dia 28 de Maio, os membros do Comité para Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu (LIBE), adoptaram o relatório da visita feita pela delegacção do LIBE aos centros de detenção na Bélgica. A delegacção realizou estas visitas em Outubro de 2007. O relatório, preparado por Giusto Catania (GUE/NGL, IT), critica a detenção sistemática de refugiados pedindo asilo sob a Regulamentacção de Dublin e a detenção de menores de idade. O relatório aponta ainda para as péssimas condições dos centros e a falta de assistência de tradução. O relatório também recomenda que as autoridades do país não mais detenham cidadãos de outros países em zonas de trânsito, que permitam a UNHCR e as ONGs acesso aos centros e que garantam educacção aos menores de idade, em especial aos que estiverem presos nos centros de detenção. Fonte: ECRAN Weekly Update de 30 de Maio de 2008 www.ecre.org O Comité do Emprego do Parlamento Europeu (PE) discutiu o primeiro esboço do relatório "Promovendo inclusão social e combatendo a pobreza, inclusive a infantil, na União Europeia", preparado pelo deputado Gabi Zimmer. O relatório enfatiza que o objectivo principal das políticas de inclusão é permitir que as pessoas vivam com dignidade e participar na sociedade e no mercado de trabalho. O relatório pede que a Comissão considere incluir a pobreza infantil e a exclusão social no contexto das políticas públicas da EU, incluindo temas como imigração, discriminação, igualdade de género e inclusão activa. Fonte: SOLIDAR Weekly Round up 0905-2008 www.solidar.org e http://cms.horus.be/files/99931/Newsletter/draft-report-socialinclusion-Zimmer.pdf Conselho da União Europeia O Comité de Representantes Permanentes (COREPER) chegou a um acordo na quinta-feira 22 de Maio sobre o esboço da directiva de retorno. O documento precisa de ser confirmado pelo Conselho de Justiça e Assuntos Internos, que se reúne em 5/6 de Junho. O documento do COREPER segue as diretrizes acordadas previamente entre o relator e a presidência, mas algumas provisões em relação a ajuda legal foram alteradas em virtude da oposição feita pela Alemanha. Sob esse novo acordo, os Países-membros não são mais obrigados a prestar ajuda legal aos imigrantes. O parlamento deve votar a directiva em plenária na semana de 16 de Junho. O relator parlamentar para a directiva de retorno, Manfred Weber (EPP-ED, Ger), afirmou que não apoiará o acordo a que chegou o COREPER em vistas das provisões de ajuda legal que foram alteradas. Segundo Weber, o texto não conseguirá apoio maioritário no parlamento com essa alteracção. Fonte: ECRAN Weekly Update de 23 de Maio de 2008 PICUM Boletim Junho 2008 www.ecre.org e ECRAN Weekly Update de 30 de Maio de 2008 http://www.consiliu m.europa. eu/uedocs/ cms_Data/ docs/pressdata/ en/misc/100562. pdf Conselho Europeu No dia 20 de Maio, o Comitê de Imigração, Refugiados e Populacção, da Assembleia Parlamentar do Conselho Europeu (PACE), adoptou um relatório que enfatiza a necessidade de promoção de standards mínimos de recepção de imigrantes que chegam em pequenas embarcações. O relatório alertou que em 2007, 51,000 pessoas chegaram a costa da Itália, Espanha, Grécia e Malta, muitos deles refugiados que não estão em condições de legalizar a entrada na Europa. O relatório expressou ainda a preocupacção do comitê com a detenção dos imigrantes depois da chegada. O documento será debatido em sessão da Assembleia de Outubro e também apela aos países europeus que prestem mais assistência aos países do mediterrâneo. Fontes: ECRAN Weekly Update de 23 de Maio de 2008 http://www.ecre. org/ e https://wcd. coe.int/ViewDoc. jsp?Ref=PR363( 2008)&Language=lanEnglish&Ver=original&Site=DC&BackColorInternet=F5CA75&BackColorI ntranet=F5CA75&BackColorLogged=A9BACE> 4. Crianças Sem Documentos No dia 4 de Abril o Provedor de Justiça Espanhol (Defensor del Pueblo) enviou uma proposta ao Departamento de Igualdade e Bem-Estar da Câmara Municipal de Andaluzia (Consejería para la Igualdad y el Bienestar Social de la Junta de Andalucía) para clarificar instruções no sentido das crianças desacompanhadas serem consideradas vulneráveis e por isso serem de responsabilidade do estado. Também propôs que esta instrução fosse mantida até que a responsabilidade sobre a criança fosse transferida para outras autoridades e a reunião da família fosse assegurada, ou até que a criança em questão completasse 18 anos. http://jbcs.blogspot.com/2008/04/los-menores-extranjeros-no-acompaados.html A organizacção Pelo Direito à Infância (Pro Derecho de la Infancia) acusa a Cidade Autónoma de Melilla de retirar os documentos as crianças sob protecção quando elas atingem a Maioridade. Consequentemente, de acordo com o presidente da associacção, Jose Palazon, elas não podem provar nem a sua identidade nem o facto de terem estado abrigadas em centros do governo local. Palazom disse que a cidade de Melilla retira, após essas crianças completarem 18 anos, os seus documentos de identicacção e outros documentos, até mesmo os cartões de sócio de lojas de vídeo ou clubes de futebol. Para além disso, as autoridades nem lhes dá a sua certidão de tutela nem o seus diplomas de escola. http://www.aulaintercultural.org/breve.php3?id_breve=1438 O Observatório das Desigualdades (Obsevatoire des inegalities) publicou os resultados da investigacção “Estudantes de Origem Estrangeira: o peso das dificuldades sociais”. A conclusão geral parece ser o de que os estudantes de origem estrangeira obtêm piores resultados, principalmente devido à sua origem social. Na sua entrada em escolas secundárias, os resultados obtidos por esses estudantes rondam quase entre os dez pontos abaixo da média europeia. http://www.inegalites.fr/spip.php?article309&id_mot=84 PICUM Boletim Junho 2008 A organizacção Anafe (Associacção Nacional pela Assistência aos Estrangeiros nas Fronteiras) desafiou o procurador Francês da República exigindo que os menores de idade devem dar o seu consentimento para fazer testes aos ossos. Em 2005 e 2006, respectivamente, 124 e 89 pessoas que declararam-se crianças na zona de espera foram consideradas Maiores de 18 anos depois dos exames médicos que lhes foram feitos. Na primeira parte do ano de 2007, 71 menores foram declarados Maiores de idade. A Anafe confrontou o Procurador da República de Bobigny, instigando que o consentimento das crianças fosse estabelecido e que lhes fosse dada representacção legal antes dos exames médicos. Para além disso, a organizacção convida todas as pessoas responsáveis por representarem os interesses das crianças na zona de espera (advogados, administradores, etc) a protestarem contra os resultados desses exames caso tenham sido feitos sem respeitar esta obrigacção. http://www.anafe.org/doc/communiques/com-95.html A organizacção Britânica “Salvem as Crianças” publicou recentemente um relatório sobre a situacção das crianças não acompanhadas na África do Sul, “Crianças a deslocarem-se. Protegendo crianças migrantes desacompanhadas em África do Sul e a região.” O relatório, Crianças a deslocarem-se, baseia-se num números de estudos cruciais levados a cabo pela “Salvem as Crianças” na região sul-africana. O relatório insurge contra o entendimento comum de que as crianças migrantes provocam tráfico e movimentos de refugiados, e mostra que as crianças frequentemente atravessam as fronteiras desacompanhadas, como uma estratégia de sobrevivência. http://www.savethechildren.org.uk/en/54_3866.htm Detidas: crianças estrangeiras na Europa de Liz Fekete, Race Class 2007. As políticas de deportação e de base no alvo da UE relativamente aos procuradores de asilo e trabalhadores migrantes sem documentos tem um impacto menos importante nos menores de idade, quer sejam crianças das famílias requerentes de asilo, menores desacompanhados que procuram refúgio ou filhos de migrantes sem documentos. A detenção das crianças cujo único crime é a sua origem é agora comum em toda a Europa e frequentemente infringe a lei internacional. O sofrimento causado nas crianças, como documentado, é incalculável. http://rac.sagepub.com/cgi/content/abstract/49/1/93 Num artigo publicado em 23 de Abril de 2008 no The Guardian chamou a atenção para o número crescente de crianças sem documentos a serem traficadas no Reino Unido. Mais de 400 crianças estrangeiras de África, Ásia e da Europa Oriental desapareceram de casas de abrigo e casas de acolhimento situadas em volta dos maiores portos e aeroportos do país. Suspeita-se que elas tenham sido traficadas para o comércio de sexo ou drogas na GrãBretanha. Christine Beddoe, a Directora Geral Executiva da organizacção ECPAT do Reino Unido, protestando a favor de maior protecção para crianças traficadas, disse que a situacção é alarmante e que a organizacção está chocada pelo facto dos números continuarem a crescer. Acrescentou ainda que estas estimativas não têm em conta o plano de acção do governo para o tráfico e mostram a necessidade de uma investigacção urgente nas crianças separadas que desaparecem. É necessário atribuir, disse ela, guardiões independentes a estas crianças vulneráveis o mais rápidamente possível para assegurar a sua protecção contra os traficantes que sabemos que as têm com alvo enquanto elas ainda estão sob cuidados. Fonte: “Lost 400 children may have been trafficked into sex or drugs trade”, The Guardian, 23-042008, http://www.guardian.co.uk/society/2008/apr/23/childprotection.immigrationandpublicservices. PICUM Boletim Junho 2008 A “Réseau éducation sans frontiers” (RESF)) realizará um debate sobre “Que Europa queremos nós?” no dia 7 de Junho de 2008. Está a tornar-se cada vez mais difícil para um jovem adulto ou família obter uma autorizacção de residência, e a política de “migração gerida” não se encaminha em direcção à regularizacção dos trabalhadores migrantes. Neste sentido, a RESF pretende reafirmar a sua intenção de proteger as crianças, seus pais, vizinhos e os estudantes que vivem com eles, assim como recusar o conceito da “migração gerida” e promover a Europa como uma sociedade de acolhimento e liberdade em vez de um lugar de repressão xenófoba. http://resf-93.blogspot.com/ 5. Próximos Eventos A Fundacção Cícero irá realizar um Seminário Internacional para Especialistas, no contexto da série “Grandes Debates”, acerca do tema “Integrando Migrantes e Requerentes de Asilo na União Europeia – adquirindo conhecimento através das Boas Práticas”, em Paris, a 12 e 13 de Junho de 2008. O seminário dirige-se a todos os profissionais envolvidos ou interessados em políticas migratórias ou de refugiados: políticos, funcionários públicos ligados aos ministérios da Segurança Social, Integração (quando existentes) e do Trabalho, Ministérios da Economia e de Assuntos Sociais, ONGs, autoridades locais ou regionais, organizações de migrantes, serviços de emprego e recursos humanos, representantes do sector empresarial e dos sindicatos, investigadores, juristas e jornalistas. O programa detalhado está disponível em www.cicerofoundation.org. A associacção France Terre d’Asile e o ECRE (Conselho Europeu para os refugiados e exilados) organizarão uma conferência internacional acerca do tema “As questões relevantes no Pacto Europeu para o Asilo e Imigracção”, em Paris, a 12 e 13 de Junho de 2008, como precursora da Presidência Francesa da UE. http://www.france-terreasile.org/index.php?option=com_content&task=view&id=562&Itemid=9 O grupo de trabalho sobre Migrações e Desenvolvimento e o CNCD-11.11.11 (plataforma de ONGs belgas) farão um seminário acerca da “Coerência das políticas de migração e desenvolvimento”, a 12 de Junho de 2008, em Bruxelas. O objectivo é a definição da posição das associações-membros da rede CNCD-11.11.11 no que diz respeito às políticas de migração e desenvolvimento, além da definição de uma posição relativamente aos decisores políticos e ao público. Para mais informações ou para inscrição, enviar e-mail para: [email protected] ou [email protected]. A Migrants’ Rights Network (Rede Direitos dos Migrantes), ou MRN, estará presente na conferência Compass “Born Free and Equal” (“Nascidos Livres e Iguais”), que terá lugar em Londres, no sábado de 14 de Junho. A MRN fará um seminário denominado “Secod Class citizens: Are Progressives failing Migrants?” (“Cidadãos de segunda classe: Os Progressivos estão a defrauder os Migrantes?”). Para inscrição na conferência e assistência ao seminário da MRN, visitar http://www.compassonline.org.uk/conference/ O Centro Europeu para as Migrações e Cuidados Sociais, da Universidade de Kent, fará um workshop internacional denominado “Promovendo a Mudança através da Inovacção: Novas Aproximações aos Serviços para Migrantes e Refugiados” (“Promoting Change through Innovation: New Approaches in Services for Migrants and Refugees”), que terá lugar na Universidade de Kent, na Cantuária, de 13 a 15 de Junho. O workshop será aberto a todos os PICUM Boletim Junho 2008 investigadores, profissionais na área dos cuidados sociais e da saúde mental, planificadores e decisores políticos que estejam interessados em promover boas práticas no fornecimento de serviços aos grupos migrantes e refugiados. http://www.mighealth.net/uk/index.php/Promoting_Change_trough_innovation O Ministério francês dos Negócios Estrangeiros e Assuntos europeus, em conjunto com o “Courrier de la Planète” organizam a sua segunda conferência conjunta em Paris, a 17 de Junho, subordinada ao tema da “governança global das migrações. Contacte:[email protected]. A Associacção Primo Levi, em parceria com a Mana (Bordéus), Osiris (Marselha), e Ulysse (Bruxelas), organizam um encontro com o tema “Políticas de Asilo e Imigracção: tornando as vozes das vítimas de tortura audíveis”, a 23 de Junho de 2008 na Assembleia Nacional, em Paris. O dia marca, igualmente, o lançamento da rede RESEDA – rede francófona para o cuidado e acompanhamento de vítimas exiladas de tortura e violência política. http://www.primolevi.asso.fr/fr/nouveau/23juin.html O Instituto de Demografia da Universidade Católica de Lovaína, Bélgica, está a fazer uma chamada para comunicações no seminário “ Migrações Sul-Norte. Uma comparação de Políticas, Pesquisa e perspectivas das ONGs”. O objectivo do seminário Quetelet de 2008 será o encorajamento da troca de conhecimento e experiências, a confrontacção de pontos de vista e o diálogo entre actores acerca da questão das migrações internacionais Sul-Norte. Investigadores, membros de ONGs e decisores políticos reunir-se-ão à volta dos quatro temas focados durante a conferência. As apresentações incidirão sobre questões teóricas e análises empíricas das migrações Sul-Norte, além das políticas e programas de ONGs em áreas de origem e destino. Será dada uma atenção particular às fontes de informacção utilizadas nas comunicações. Aproximações comparativas e diacrónicas serão encorajadas. Para mais informações, contactar [email protected] ou ver: http://www.uclouvain.be/en-206009.html 6. Publicações O EPC WORKING PAPER No.30 “Fazendo as migrações trabalhar: o papel dos empregadores na integração dos migrantes” (“Making migration work: the role of employers in migrant integration”), por Elizabeth Collett e Karolina Sitek, Maio de 2008. Esta publicacção é o culminar de mais de um ano de trabalho por uma equipa de trabalho do European Policy Centre, composta por representantes empresariais, sindicais, da sociedade civil, especialistas e decisores políticos da UE e formada com o objectivo de identificar que papel poderá ser desempenhado pelos empregadores no processo de integração dos trabalhadores migrantes nos locais de trabalho da Europa. O artigo define as razões pelas quais os empregadores se tornaram, não apenas centrais no processo de migracção económica, mas, também, fulcrais para o sucesso do processo de integracção dos trabalhadores migrantes. Além disso, identifica as necessidades destes trabalhadores e chama a atenção para áreas críticas em que os empregadores podem contribuir para colmatar essas necessidades. http://www.epc.eu/TEWN/pdf/608394341_EPC%20Working%20Paper%2030%20Making%20migr ation%20work.pdf PICUM Boletim Junho 2008 A secção turca da Assembleia de Cidadãos de Helsínquia publicou, recentemente, um relatório acerca da detenção de refugiados na Turquia, intitulado “Convidados Indesejados: A Detenção dos Refugiados nos “Centros de Acolhimento a Estrangeiros” da Turquia”(“Unwelcome Guests: The Detention of Refugees in Turkey's 'Foreigners Guesthouses”). O relatório baseia-se em entrevistas conduzidas entre Outubro de 2006 e Setembro de 2007, a 40 refugiados, de 17 países diferentes, que haviam sido detidos em sete “centros de acolhimento a estrangeiros” na Turquia. Como é discutido pelo relatório, os refugiados detidos nestas instalações tem, regularmente, restrições ao acesso a direitos procedimentais fundamentais e suportam condições insustentáveis. Está disponível em http://www.hyd.org.tr/?pid=609. O Instituto Mediterrânico de Estudos de Género (MIGS) disponibilizou um manual de referência intitulado “Integração de Trabalhadoras Domésticas Migrantes: Estratégias de Emprego e Participação Cívica” ( “Integration of Female Migrant Domestic Workers: Strategies for Employment and Civic Participation”). O objectivo principal do projecto foi o de estimular a cooperacção transnacional, envolvendo um vasto número de actores, a nível local, regional e da UE, e consistiu na transferência de informação, conclusões tiradas e boas práticas, de modo a desenvolver recomendações para um modelo de integracção que dê resposta às necessidades específicas das trabalhadoras domésticas migrantes. http://www.medinstgenderstudies.org/wp/?p=17 O TIGRA (Instituto Transnacional para a Investigação e Acção Grassroots) desvelou um esforço de investigação que expõe a incapacidade da corporacção Western Union em efectuar reinvestimentos comunitários com base em remessas. A investigação analisa as doações da Fundacção Western Union, de 2001 a 2006, de modo a compreender melhor como a filantropia contribui para as parcerias comunitárias. http://www.transnationalaction.org/research/WUBlackBrown.pdf. O TIGRA e a Virtual Money Inc. anunciaram um acordo para estabelecer novos padrões de negócio. Ambas as instituições acordaram 1) preços justos, que se mantenham cerca de 20% abaixo da norma estabelecida pelos líderes do sector, como a Western Union e a MoneyGram; 2) a adopção de protocolos de verificação dos investimentos, de modo a garantir que os recursos não potenciam a deslocalização de comunidades; 3) um enquadramento de apoio ao consumidor que valorize a transparência, o respeito e a não-discriminação; e 4) um compromisso com o genuíno reinvestimento comunitário, que aloque até 10% dos seus lucros brutos para projectos de desenvolvimento sustentável identificados por comunidades locais. http://www.transnationalaction.org/pressconf.html A Fundação Joseph Rowntree publicou um ponto de vista acerca do tópico “Será a pobreza no Reino Unido uma negação dos direitos humanos das pessoas?” O relatório cobre assuntos relacionados com a discriminação, a legislação e os direitos humanos no Reino Unido. O autor defende uma aproximação baseada nos direitos humanos para a erradicação da pobreza e uma integração mais profunda entre a legislação sobre direitos humanos e a prática. http://www.jrf.org.uk/knowledge/findings/socialpolicy/2183.asp Denis Duez publicou o seu livro “A União Europeia e a Imigração Clandestina: Da Segurança Interna à Construção de uma Comunidade Política”. O combate à imigração irregular é uma das prioridades da União Europeia. Mas este “combate” parece, por vezes, imaginário, dado que os objectivos planeados excedem os recursos técnicos, humanos e financeiros disponibilizados até à PICUM Boletim Junho 2008 data. Além disso, ao tornar a viagem para a Europa mais difícil, esta política é indirectamente responsável pela morte de centenas de migrantes, a cada ano, e favorece, também, a criação de redes criminosas e tráfico de seres humanos. Por que razão não é um projecto prossecutado em nome da liberdade, segurança e justiça questionado mais frequentemente, já que leva à deterioração da segurança dos migrantes? É com esta questão em mente que este trabalho procura dar algumas respostas, com base na ideia de que a política de combate à imigração irregular não pode ser reduzida a objectivos estabelecidos; deve, ao invés disso, ser colocada em perspectiva, dentro do enquadramento mais geral do processo de integração europeia. http://www.editions-universitebruxelles.be/ABWebBuilder.php?page=/catalogue/detail/,action=abcataloguedetail;displayouvrage; 1975 O Centro Brennan para a Justiça publicou o seu ultimo relatório acerca do “Trabalho não-regulado na Cidade Global”. O relatório descreve um mundo laboral em que as remunerações são menores que o salário mínimo obrigatório, ou inexistentes, em que os empregadores não pagam horas extraordinárias em semanas de trabalho de 60 horas, em que são recusadas pausas para refeição, obrigatórias por lei, e em que regulamento de saúde e segurança são rotineiramente ignoradas, mesmo quando ocorrem acidentes e lesões no local de trabalho; e onde os trabalhadores são sujeitos a discriminação flagrante e sofrem retaliações por vocalizar as suas reivindicações ou por tentarem organizar-se. Recorrendo a investigação intensiva, conduzida entre 2003 e 2006, este relatório documenta, pela primeira vez, a paisagem do trabalho nãoregulamentado em Nova Iorque. http://brennan.3cdn.net/d6a52a30063ab2d639_9tm6bgaq4.pdf 7. Notícias PICUM 8. Vários O processo de candidatura à participação nos Dias da Sociedade Civil do Fórum Global para as Migrações e Desenvolvimento foi aberto. A data limite para a candidatura é 30 de Junho de 2008. A selecção será anunciada a 15 de Agosto. Os 230 participantes ligados à sociedade civil serão seleccionados para participar nos Dias da Sociedade Civil. A língua oficial da conferência será o inglês, mas o impresso de candidatura poderá ser obtido em francês e espanhol. Para mais informações acerca do processo de candidatura, os critérios de selecção e o impresso de candidatura, ver http://www.gfmd2008.org/delegate_info.html O Grupo de Trabalho das Filipinas, uma coligação de organizações da sociedade civil filipina, em conjunto com o Migrants Rights International (MPI) e outros parceiros, organizará um evento da sociedade civil paralelo ao Fórum Global para as Migrações e Desenvolvimento, em Manila, capital das Filipinas, alguns dias antes e em paralelo com o Fórum. Este será um evento independente dos Dias da Sociedade Civil, que decorrerão a 27 e 28 de Outubro. Incluirá workshops, discussões com painel, mobilizações, reuniões organizacionais internas, espaço para workshop organizadas autonomamente, performances culturais e outras actividades. O SOLIDAR lançou, recentemente, postais electrónicos em seis línguas, pedindo às pessoas que assinassem a Mobilização para Acções pelo Trabalho Digno (“Call to Action for Decent Work”), uma petição internacional requerendo à UE e outros doadores de ajuda para o desenvolvimento PICUM Boletim Junho 2008 que demonstrassem resultados em 7 pontos. Os postais electrónicos têm tentado focar algumas preocupações ligadas à falta de trabalho digno na Europa e em países em vias de desenvolvimento, como a discriminação com base na origem e informalidade. As assinaturas da petição serão entregues à UE a 7 de Outubro (o Dia Mundial para o Trabalho Digno), e, nesta data, o SOLIDAR espera juntar um grande número de apoiantes. Estão a recolher mensagens de apoio à petição em http://www.decentwork.org//index.php?option=com_content&task=view&id=49&Itemid=27 Agradecimento especial a Ana Van Meegen, Isabel Allain, Carine Nieuweling, Tatiana Coutto, Silvia Pinheiro, Alessandra Fontana, Sandra Tavares, Luis Bernardo e Fernanda Martins pela tradução do boletim em português. Para assinar o boletim da PICUM, envie um e-mail à [email protected] com “SubscribePortuguese” no título. Para cancelar a assinatura coloque, por favor, “Unsubscribe-Portuguese” no título do e-mail. PICUM Boletim Junho 2008
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