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A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” MCCLEAN, GEORGIE (2011) International Journal of Communication 5, 1649–1668 GONÇALO BRITO, nº59748 Mestrado Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação 2012/2013 1º SEMESTRE Unidade Curricular Participação Política e Poder na Era Digital Docente Prof. Dr. Rita Espanha 1 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” ENQUADRAMENTO Este artigo tem como objectivo analisar e discutir o estudo sobre o impacto na sociedade australiana dos serviços de fórum e chat online da emissora pública de televisão e rádio australiana, SBS, elaborado por Georgie Mcclean, da University of Western Sydney. Neste estudo, Mcclean procura compreender se esses facilitadores sociais online constituem verdadeiros contributos para melhorar os relacionamentos entre as diferentes culturas que habitam na Austrália. No fundo, pretende concluir-se se tais culturas, quando colocadas a conversar entre si, não só abrem espaço para uma maior compreensão, tolerância e amizade intercultura, como permitem a expansão do processo democrático de comunicação. A ESFERA PÚBLICA E A DEMOCRACIA DIGITAL O tema especificado por Mcclean tem subjacente um contexto mais amplo, cuja origem moderna mais popular pode ser, discutivelmente, remetida para Habermas, e para o conceito de esfera pública por ele proposto, maioritariamente, ao longo de três obras, A Mudança Estrutural da Esfera Pública (1962), A Teoria da Acção Comunicativa (1981) e Entre Factos e Normas (1992). Na sua essência, a esfera pública pode ser definida como um espaço criado para que os individuos se juntem num processo de identificação e discussão de problemas sociais, exercendo assim pressão e influência sobre a acção política. Ou, como explica Benkler, trata-se de um “conjunto das práticas que os membros de uma sociedade utilizam para comunicar questões que entendem ser de interesse público e que potencialmente requer uma acção ou reconhecimento colectivos” (Espanha, 2012). Ironicamente, “reconhecimento colectivo” é uma expressão que está longe de poder ser aplicada à definição de esfera pública e à sua relação com o exercício de democracia – é um conceito que sempre causou acalorado debate. Essa impossibilidade de chegar a uma definição consensual para o que foi, é ou deveria ser a esfera pública, não surge apenas por existirem diferentes pontos de vista fundamentados empiricamente ao longo do tempo (como o de Habermas), mas também porque a própria esfera pública está em constante mutação, e portanto, redefinição. 2 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” Importa compreender a evolução da busca por potenciais facilitadores da esfera pública ao longo do tempo, para enquadrar a pesquisa efetuada por Mcclean e o porquê de ser na internet que se tem procurado nos últimos anos uma materialização mais realista do verdadeiro debate público democrático. Wilson Gomes faz um excelente resumo, ao explicar que “O eixo que vincula comunicação de massas e cidadania já foi objecto de consideração, sob diversos aspectos, na pesquisa nas áreas de comunicação e ciências sociais. O modo mais típico de consideração desta matéria tem consistido em apresentar um ou vários dos argumentos liberais tradicionais sobre o papel da comunicação de massa para a subsistência da democracia. (...) Num primeiro momento, pareciam repousar na imprensa todas as esperanças de garantias do espaço da participação civil na esfera da decisão política. Todos conhecem o princípio jeffersoniano que expressa de maneira apropriada a fase heróica do jornalismo como campeão da esfera civil, segundo o qual se fosse o caso de se ter que escolher entre um governo sem jornais e jornais sem governo não se deveria hesitar um só momento em preferir este último modelo. Isso tudo, apoiando-se na premissa de que a base do governo democrático seria a opinião do povo. A substituição do modelo de jornalismo civil pelo jornalismo de partido, primeiro, e a substituição posterior deste pelo padrão do jornalismo industrial contemporâneo, situado na convergência entre as indústrias da cultura, do entretenimento de massa e da informação, põem fim a esta perspectiva. Outros meios representaram outras expectativas (...) como a rádio, por exemplo, que esteve no centro da retórica liberal-democrática entre os anos 20 e 40 do século passado (Spinelli, 2000), ou a experiência de televisão a cabo, entendida nos Estados Unidos, nos anos 1970, como a restituição à comunidade e à sociedade civil do controle pela emissão de informação política (Dahlberg, 2001).” (Gomes, 2005). Tal como resume Wilson Gomes, e como defende Habermas, a imprensa, a televisão e a rádio, nos seus formatos tradicionais, revelam-se incapazes de proporcionar um espaço imparcial para o debate público, pois têm hoje uma relação simbiótica com elementos de poder que não defendem necessariamente o interesse público. Mas a chegada da internet comercial “doméstica”, como a conhecemos hoje, traz consigo novas oportunidades democráticas e uma esperança renovada, não só porque um novo tipo de “imprensa”, televisão e rádio acontecem dentro dela, mas também, e acima de tudo, porque dota os individuos de um poder de produção de conteúdos e de 3 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” comunicação sem precedentes, criando uma “networked public sphere” (Benkler, 2006). Portanto, as peguntas que urgem resposta são: serão as novas tecnologias da comunicação maiores facilitadores de participação social pública e será que alteram para melhor a cidadania e a possibilidade de um maior número de cidadãos participar na esfera pública? Ou “existe ou não uma infra-estrutura comum que será governada como um bem público e, portanto, disponível para todos os que desejam participar no ambiente em rede?” (Espanha, 2012). Contudo, este artigo não tem a pretensão de responder a tais questões – são respostas que apenas se materializarão com o passar do tempo e com estudo continuado. Pretende-se, sim, criar uma reflexão contextualizada sobre a pesquisa levada a cabo por Mcclean. O CASO DOS FÓRUNS ONLINE DA SBS Mcclean tenta contribuir para as respostas às questões supra colocadas, analisando os serviços de fórum e chat online da emissora pública de televisão e rádio australiana, SBS. A Special Broadcasting Service (SBS) diz ter como missão “providenciar serviços multilíngues e multiculturais de rádio e televisão que informem, eduquem e entretenham todos os australianos, refletindo assim a sociedade multicultural australiana.” Embora o estudo de Mcclean se foque muito na questão multicultural, a relação com a esfera pública é óbvia: um espaço onde diferentes culturas, muitas delas minorias étnicas, podem potencialmente interagir e fazer-se ouvir de forma saudável e democrática é um bom ponto de partida para uma esfera pública ideal. A SBS produz um programa televisivo transmitido em direto, chamado Insight, que aborda temas sociais de atualidade, recorrendo a um painel de convidados e a um pequeno auditório, que pode debater o assunto com os convidados ou simplesmente partilhar um ponto de vista. No final de cada programa, o painel de convidados passa a estar disponível para conversar via web chat com os espetadores e utilizadores, na plataforma Live Chat. A discussão pode continuar posteriormente através do fórum Your Say sendo também possível participar em paralelo através das páginas de Facebook e de Twitter do programa televisivo. 4 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” O estudo de Mcclean, nas palavras do próprio, “explora um espaço intermédio que não é liderado nem pelos utilizadores nem pela equipa editorial: o chat moderado Live Chat e a secção de comentários Your Say, na página do Insight, no site da SBS.” Um espaço, portanto, teoricamente público e otimizado para uma discussão “livre” e democrática. Para ajudar a compreender de forma mais sintética as formas como os utilizadores se exprimiram nos fóruns online do programa Insight, Mclean identificou e agrupou essas intervenções nas seguintes categorias: . Expressão de pontos de vista . Diálogo e debate . Troca de informação . Concordância mútua . Comentários sobre o próprio fórum/platafroma . Representatividade dos convidados CASE STUDYS O primeiro case study apresentado por Mcclean refere-se ao episódio do programa Insight, intitulado “Somali Australians”, no qual “um fórum de representantes da comunidade somali discute a ameaça da radicalização motivada pelo emprisionamento em Melbourne de três homens, acusados de planear um ataque a uma base militar” australiana. Mcclean apurou que cerca de um quarto dos comentários na plataforma Your Say surgiram para referenciar ou responder a outros comentários. Os participantes corrigiram-se, desafiaram-se e apoiaram-se mutuamente e, apesar das muitas intervenções polémicas – comuns em fóruns online – assistiu-se a perguntas sérias e a contribuições discursivas. Em alguns casos, a partilha de casos pessoais serviu para responder com sucesso a alguns comentários críticos. Muitos utilizadores aproveitaram para estabelecer laços ou apenas saber mais sobre a cultura Somali e em especial sobre o Islão. Essa informação foi facilitada de bom grado por muitos utilizadores auto-identificados como sendo Somali, numa tentativa de demonstrar que eles são cidadãos australianos tão legítimos como quaisquer outros. No final, Mariam Issa, convidada oficial do programa televisivo e do Live Chat, era da opinião de que esta plataforma tinha de facto contribuído para uma 5 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” sociedade melhor, por permitir que as diferentes culturas expressassem os seus pontos de vista, referindo que “quando nos juntamos todos com boas intenções e sinceridade, e dialogamos, conseguimos visualizar com maior clareza como viver em conjunto.” O segundo case study apresentado por Mcclean refere-se ao episódio do programa Insight intitulado, “At Risk”, a propósito de “um então recente e violento tiroteio em Melbourne, contra estudantes indianos, e de comentários por parte de um agente policial sobre as vítimas terem sido alvos fáceis.” O rol de convidados do programa consistiu em estudantes indianos – incluindo as vítimas dos ataques –, agentes da polícia, representantes de estudantes, líderes comunitários e orientadores escolares universitários. O debate pretendia apurar se a violência para com os indianos havia sido de natureza racista ou oportunista e abordou também preocupações sobre as condições a que os estudantes internacionais são sujeitos na Austrália. O resultado foi caótico – pontuado pelo desacordo entre os utilizadores sobre se o racismo é ou não um problema grave na Austrália – mas ainda assim produtivo. O fórum Your Say permitiu que cada utilizador articulasse a sua posição, agilizando um debate que desmistificou o lugar-comum de que todos os anglo-australianos são racistas e todos os emigrantes indianos, agitadores. Mcclean explica também que muitos utilizadores manifestaram ter esperança que os seus comentários chegassem de alguma forma ao governo e incentivaram outros utilizadores a tomarem medidas como procurarem aconselhamento legal ou apresentarem queixas às autoridades competentes, e exigiram acção por parte dos governos Australiano e/ou Indiano. Nas palavras de Mcclean, “Este tipo de comentários sugere que muitos dos participantes viu este debate como um envolvimento activo na vida política e no processo político, ou de certa forma, um envolvimento cívico clássico.” O terceiro e último case study apresentado por Mcclean refere-se ao episódio do programa Insight intitulado “Family”, onde foi debatido o conceito e valores de família, utilizando como mote as então recentes alterações às leis sobre o acordo de maternidade de substituição (em inglês, surrogacy, e popularmente conhecido em Portugal como barriga de aluguer). Mcclean explica que “os convidados deste programa eram todos jovens criados em circunstâncias familiares pouco convencionais: filhos de pais gays; crianças concebidas através de maternidade de substituição ou de doadores de esperma; adoptados 6 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” internacionais; jovens criados em comunas ou em comunidades onde os cuidados paternais eram partilhados pelo colectivo.” Como seria de esperar pela especificidade do tema, a afluência à participação nos fóruns foi inferior ao case studys apresentados anteriormente. Aliás, terá sido para combater essa especificidade em demasia que foram adicionadas ao programa outros tipos de famílias pouco convencionais, em detrimento de se abordar apenas o tema da maternidade de substituição. De um modo geral, após a emissão deste programa, viveu-se no chat um sentimento global de compreensão mutua, identificação colectiva e apoio e admiração pelos convidados do programa televisivo. Esta admiração terá porventura sido levada longe demais, com os utilizadores do fórum a conferir aos convidados um estatuto de autoridades no assunto, apesar da resistência desses mesmos convidados. Não obstante, a discussão foi pautada por um sentimento de pertença a uma comunidade. Mcclean explica que “estes utilizadores manifestam acreditar no consenso deliberado, descrito por Ackerly (2006), onde os participantes conseguem aprender a partir dos comentários dos outros e chegar ao ponto de vista predominante.” Uma vez firmada essa “comunidade” os utilizadores passaram a funcionar como uma espécie de grupo de apoio online, fornecendo informação, links e conforto emocional. LIMITAÇÕES DOS FÓRUNS ONLINE Enquanto é inegável que a internet e os fóruns online proporcionam toda uma nova forma e facilidade de comunicação, como defende amplamente Mcclean, Dahlber ou Benkler, existem limitações para o que se pretende que seja um debate público saudável com consequências reais. Na génese de qualquer definição de esfera pública está exactamente a questão da acessibilidade. Nem toda a gente tem acesso às mesmas coisas o que cria um problema de participação. Ao “ter que se escolher entre um governo sem jornais e jornais sem governo não se deveria hesitar um só momento em preferir este último modelo. Isso tudo, apoiando-se na premissa de que a base do governo democrático seria a opinião do povo. O princípio deveria, contudo, fazer-se acompanhar pela restrição, frequentemente esquecida, de que preferir 7 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” jornais a governos pressuporia assegurar que todo homem recebesse esses jornais e fosse capaz de lê-los.” (Gomes, 2005). Outra questão limitadora prende-se com o facto de os temas que são laçados para discussão partirem de um emissor editorial (neste caso, da SBS) que pode não saber reflectir os interesses do público. Esse framework limitado foi particularmente problemático no case study “At Risk”, onde uma boa parte dos utilizadores simplesmente decidiu criar o seu próprio framework de discussão, o que gerou algum caos discursivo e organizativo. Também no case study “Somali Australians” foi criado um tópico de discussão que não estava de acordo com o pretendido pela comunidade e, embora noutro registo, o case study “Family” acaba também por ser vítima desta questão já que aborda um tema que para muitos é demasiado pessoal para ser discutido publicamente. Em ambos os casos é curioso ver a solução – ainda que não ideal – encontrada pelos utilizadores para poderem tocar no cerne das questões que queriam discutir: o anonimato. Como explica Mcclean, “as plataformas online, por permitirem o anonimato, podem libertar o debate de pontos de vista mais policiados ou autocensurados que normalmente acontecem nos espaços dos média tradicionais.” O case study “Family” foi também palco de uma ocorrência que “corrompeu” a objectividade da discussão: aquilo a que alguns autores se referem como identificação contextual. “A forma como cada um se identifica a si mesmo ou como é identificado por outros pode variar muito mediante o contexto; a auto identificação e a de outrem são fundamentalmente situacionais e contextuais” (Brubaker, 2000). Eu defendo que este fenómeno terá influenciado a imparcialidade do debate e acabou por limitar a sua evolução, como ficou demonstrado pelo caso de uma das poucas intervenções dissidentes, onde um utilizador foi prontamente “atacado” pela “comunidade” através do argumento de que ele não estaria devidamente informado. 8 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo de Mcclean é importante porque ao analisar exaustivamente casos práticos acaba por levantar um pouco o véu sobre o papel dos fóruns online no debate público democrático e na networked public sphere de Benkler. Demonstra que os fóruns oferecem diversas ferramentas saudáveis para o debate público, como o facto de os utilizadores não terem um limite de tempo para participar nem a obrigatoriedade de defender múltiplos pontos de vista por questões de equilíbrio (ao contrário de um debate televisivo, por exemplo). Mcclean defende também o anonimato como uma vantagem, ainda que caótica, porque permite “uma maior variedade de perspectivas, formas de expressão e de interacção (…)”. No entanto, e não retirando valor ao facto de o anonimato ajudar a trazer à superfície participações que de outra forma poderiam não surgir, eu defendo que essa não é uma forma saudável de debate público pois a pressão à acção política só é realmente legitimável se os intervenientes forem vistos pelo poder político (e pela sociedade em geral) como “pessoas reais” e não como meros espasmos opinativos resultantes do estado de espirito do momento e do usufruto desse mesmo anonimato. Um outro estudo, realizado por Lincoln Dahlberg sobre o site de EDemocracy.org, indica também que “os fóruns online podem, sob determinadas circunstâncias, aproximar-se do ideal de esfera pública.” (Poell, 2009). O site EDemocracy.org é um projecto de voluntariado que, segundo os próprios, tenta “usar a internet para melhorar as condições de participação dos cidadãos e a governação do mundo real através de debates realizados online e troca de informação e conhecimento. Os esforços deste site têm “estimulado a reflexão, ensinado a ouvir com respeito, motivado um compromisso para com o continuo diálogo, alcançado trocas de ideias honestas e providenciado iguais oportunidades para que todas as vozes possam ser ouvidas” (Dahlberg 2001). Não obstante as limitações apontadas, os fóruns online como os que são referidos neste artigo, demonstram, pelo menos, um enorme potencial enquanto ferramentas facilitadoras de debate público. Com cada vez mais indivíduos a aceder à internet diariamente – e portanto a tornarem-se utilizadores – e com a experiência adquirida de estudos e da própria moderação de fóruns, é de prever que os fóruns online se tornem cada vez mais em espaços que “permitem que os participantes partilhem pontos de vista intricados e que dêem conta dos diferentes sentimentos que existem dentro de determinada 9 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” comunidade. Ao criarem uma oportunidade de expressão para diferentes perspectivas, os fóruns online podem ajudar a ultrapassar os problemas do uso dos média por parte de indivíduos enquanto representantes que falam por uma comunidade heterogénica”. (Mcclean, 2011). 10 | Gonçalo Brito A propósito de “Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation” BIBLIOGRAFIA Mcclean, Georgie (2011), Multicultural Sociability, Imperfect Forums and Online Participation, International Journal of Communication 5, 1649–1668. Habermas, Jürgen (1962), The Structural Transformation of the Public Sphere: An Inquiry into a category of Bourgeois Society, Polity, Cambridge. Gomes, Wilson (2005), A Democracia Digital e o Problema da Participação Civil na Decisão Política, revista Fronteiras – estudos midiáticos VII(3): 214-222. Benkler, Yochai (2006), The Wealth of Networks: How Social Production Transforms Markets and Freedom, Yale University Press. Brubaker, Rogers (2000), Beyond 'Identity', From the SelectedWorks of Rogers Brubaker, University of California, Los Angeles. Poell, Thomas (2009), Conceptualizing Forums and Blogs as Public Sphere, Digital Material – Tracing New Media in Everyday Life and Technology, Amsterdam University Press. Dahlberg, Lincoln (2001), The Internet and Democratic Discourse: Exploring the Prospects of Online Deliberative Dorums Extending the Public Sphere, Massey University, New Zealand. Dahlgren, Peter (2000), The Internet and the Democratization of Civic Culture, Political Communication 17:335–340 , Lund University, Copyright Taylor & Francis. Hauser, Gerard (1998), Vernacular Dialogue and the Rhetoricality of Public Opinion, Communication Monographs, v65 n2 p83-107. Silva, Filipe Carreira da (2001), Habermas e a Esfera Pública: Reconstruindo a História de uma Ideia, Sociologia, problemas e práticas, n.º 35, pp. 117-138. Informação dada em aula pela docente. 11 | Gonçalo Brito