catalogo-2004

Transcrição

catalogo-2004
23a Edição
A Consagração Moderna: Construção da
Forma (Anos 50/60)
Museu do Estado do Pará
Galeria da Residência
Fundação Romulo Maiorana
Belém-PA
Outubro 2004
Há anos o trabalho da Fundação Romulo Maiorana deixou de ser somente montar
exposições de arte. Mais do que isso, vem se constituindo em um processo contínuo e no
pensamento constante na nossa função de educar a partir da arte. Não estamos sozinhos
nessa empreitada. Ao longo da nossa história, temos encontrado parceiros importantes
que ajudam a construir os caminhos para que possamos fazer da arte uma forma de compreensão da nossa realidade. São pesquisadores, críticos, artistas, instituições e empresas
que acreditam nesse trabalho.
É com alegria que apresentamos a exposição deste ano, que completa um ciclo de
três anos de pesquisa em torno de um dos períodos mais ricos da produção brasileira, o
modernismo, e traz ao público paraense trinta obras de artistas fundamentais da nossa
história, dentro da curadoria “A Consagração Moderna: Construção da Forma (Anos
50/60)”, mais uma vez assinada por Marcus Lontra.
Agradecemos ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói, responsável pela
Coleção João Sattamini, que nos cedeu as obras para esta exposição. Sabemos que a
Coleção Sattamini é um dos acervos mais significativos que temos hoje no Brasil quanto
se trata da arte brasileira produzida entre os anos 50 e 90 e do trabalho que significa
fazer com que essas peças viajem pelo Brasil. Também agradecemos àqueles que, mais
do que parceiros, já se tornaram amigos, e que vêm contribuindo para a realização dos
nossos projetos: Companhia Vale do Rio Doce, Supermercados e Supercenter Nazaré,
Rede Celpa e Unimed Belém.
Este salão é dedicado ao nosso querido amigo Benedicto Mello, que ajudou a fazer
a história das artes plásticas neste Estado e cujo amor pela pintura o levou ao extremo.
Ficam as saudades.
Lucidéa Maiorana.
Presidente
4
A Fundação Romulo Maiorana chega ao seu 23º Salão Arte Pará atendendo ao
seu público com o desenvolvimento de um serviço cultural e educacional importante ao
nosso Estado. Sua função e seu objetivo foram esses desde o início, mas sentimos que
tomamos força e consciência para finalmente chamar o salão de “Projeto Arte Pará”. Não
pelos seus anos ininterruptos de realização, mas sim pelas respostas que recebemos e
conquistas que tivemos ao longo desses anos.
Pensamento e a intenção de avançar são o que traduz o trabalho que temos para
que o salão aconteça. Hoje temos mais um projeto de arte e educação do que um salão.
O Arte Pará olha, pesquisa e vai atrás do passado para poder contar histórias e ensinar
através da plástica. Assim é que viajamos com Marcus Lontra na curadoria que continua o olhar sobre o modernismo nas décadas de 50 e 60. Também olha para dentro e
investiga o interior do Pará com a curadoria de Emanuel Franco, descobrindo artistas até
então desconhecidos, num projeto consciente e responsável.
A fundação trabalha com idéias, projetos que podem ou não dar certo. Essa é a
realidade de uma instituição que lida com arte, que inspira e provoca sentimentos reais
ou imaginários. Ao ter a idéia de pesquisar o interior do Estado, o desconhecido autor
e o seu sentimento, confiou esse trabalho ao incansável Emanuel Franco que, a cada
cidade onde ia, com seu jeito entusiasmado, leve e investigativo de alma, conseguiu
realizar um trabalho maravilhoso de curador e antropólogo. Este Arte Pará é dedicado a
você, Emanuel, que aceitou mais um desafio de uma fundação que planeja, acredita e
transforma um sonho em realidade.
Obrigada.
Roberta Maiorana
Diretora
Fundação Romulo Maiorana
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Todos os anos transformo este texto, quem sabe exatamente o mesmo, em outras
palavras, imagens, metáforas para dizer o que todos devem dizer, ou deveriam.
O Arte Pará é a vitória da sensibilidade contra o descaso, do bem fazer contra a
inércia, da inteligência contra o obscurantismo. Sem nenhum favor.
Herança do pai, Romulo, estimulada pela mãe, Déa, a Roberta vem dirigindo a
fundação com toda competência e além: paixão sem limite. O Arte Pará é fruto, talvez o
mais doce, da permanente missão de fecundar a Terra com a semente da própria Terra,
sem descurar o necessário choque “genético” de outros tempos e lugares, mas tendo
sempre o Pará e os seus artistas como objetivo cultural maior, agora e sempre.
Abre-se o salão, outra vez com engenho e arte, avalizado pelo ofício dos seus
abnegados guardiões, as bênçãos de Nazaré e aprovação dos homens de boa vontade.
Assim seja louvado, para sempre seja louvado.
Paulo Chaves Fernandes
Secretário executivo de Cultura
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Sumário
Comissão de Seleção
8
Comissão de Premiação
8
Museu do Estado do Pará
Artes Plásticas
9
A Consagração Moderna: Construção da Forma
(Anos 50/60)
9
Um olhar sobre a história
10
Amilcar de Castro
12
Athos Bulcão
14
Celso Renato de Lima
16
Dionísio Del Santo
18
Eduardo Sued
20
Arcangelo Ianelli
22
Ione Saldanha
24
Joaquim Tenreiro
26
Lygia Clark
28
Lothar Charoux
30
Milton Dacosta
32
Abraham Palatnik
34
Farnese de Andrade
36
Flavio-Shiró
38
Samson Flexor
40
Tomie Ohtake
42
Iberê Camargo
44
Ivan Serpa
46
Frans Krajcberg
48
Wega Nery
50
Rubem Ludolf
52
Rubem Valentim
54
Construção do Imaginário Ribeirinho
Rio afora, leito adentro
57
Edgar Santana Garça
58
Dídimo Ferreira
58
Lúcio Alves Chagas
59
56
Edgar Santana Garça Jr.
59
Ismael Ferreira dos Santos (In memorian)
60
Anastácio dos Santos Dias
62
Amadeu Gonçalves de Sá
62
Rui Valente
63
Francisco de Paulo Maués Paes
63
Raimundo Rodrigues dos Santos
64
Elias Corrêa do Mar
65
Ronaldo Guedes
65
Jackson Rodrigues Gibson
66
Manuel Raimundo Sozinho Miranda
66
Osvaldo Leonel da Silva
67
Edson Nonato Amora de Melo
67
Mostra Competitiva
Artes Plásticas
Grande Prêmio
70
Segundo Prêmio
71
Prêmios Aquisição
72
Selecionados
74
Galeria da Residência
68
Mostra Competitiva
Fotografia
A fotografia no gerúndio
da contemporaneidade
85
Grande Prêmio
87
Segundo Prêmio
88
Prêmios Aquisição
89
Selecionados
92
84
Endereços
108
Fichas técnicas
110
Agradecimentos
111
Patrocinadores
112
Apoios
112
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Comissão de Seleção
O curador Tadeu Chiarelli, o artista plástico Miguel Rio Branco, a pesquisadora em
arte Mariza Mokarzel, o arquiteto e pesquisador Cristovão Duarte e o curador Marcus
Lontra.
Comissão de Premiação
Cristovão Duarte, Mariza Mokarzel e Marcus Lontra
8
Detalhe da Obra de Celso Renato de Lima
Museu do Estado do Pará
Artes Plásticas
A Consagração Moderna: Construção da Forma (Anos 50/60)
Curadoria de Marcus de Lontra Costa
9
Um olhar sobre a história
A mostra “A Consagração Moderna: Construção da Forma - Anos 50/60” reúne
uma seleção de obras-primas de uma das mais importantes coleções de arte brasileira, a
coleção João Sattamini, que se encontra sob a guarda e a responsabilidade do Museu de
Arte Contemporânea de Niterói. Segundo os princípios estabelecidos pela curadoria de
se fazer, em Belém, um levantamento expressivo de vários momentos do modernismo,
desta vez o público terá acesso a pinturas e esculturas que dialogam com a produção e
o pensamento estético de um dos mais ricos períodos da história da arte no mundo e,
em especial, no Brasil.
O modernismo que se inicia no princípio do século, com o advento do cubismo,
e se desenvolve nos anos seguintes como estratégia de ação de um mundo em processo
crescente de industrialização, cria novos desafios para o objeto de arte. O modernismo
responde a essa nova e crescente realidade com a valorização dos elementos fundadores
da obra, em busca da Verdade como estratégia de valorização da Forma e apostando
na Utopia como justificativa teórica para se preparar a Arte para um futuro mais justo e
mais democrático.
Ao mesmo tempo, artistas inquietos estabeleciam uma espécie de articulação
inteligente sobre a função e o papel da arte nos tempos modernos, criando desafios e
provocando a inteligência e a sensibilidade ainda comprometidas com certos princípios
que caracterizam a arte do século XIX. Os movimentos estéticos de caráter abstrato que se
afirmaram na década de 20 cedem lugar a algumas manifestações passadistas em função
do advento dos movimentos totalitários de direita que acabaram por provocar a eclosão
da 2ª Guerra Mundial. Os anos 50 marcam, portanto, a retomada da inteligência, dos
caminhos originais que o modernismo se propõe a perseguir: é nesse momento em que
a ação modernista se organiza e os movimentos estéticos buscam a sua consagração.
10
No Brasil, os anos 50 marcam a presença dos dois maiores líderes políticos que o
Brasil produziu. Na primeira metade da década, o totalitário ditador Vargas retorna ao
poder e se afirma como o homem de seu tempo, comprometido com o presente, adotando
políticas nacionalistas de forte impacto na economia e na sociedade brasileira. Na última
metade da década, surge Juscelino Kubitschek, que lança as bases de um país “condenado
ao moderno”. O seu governo, marcado pela audácia, arrojo e dinamismo, se define pela
filosofia moderna e Brasília se transforma na jóia maior do movimento modernista em
sua escala monumental e apoteótica.
É a época dos movimentos concretistas e neoconcretistas, da bossa nova, do cinema
novo e de tantas manifestações artísticas que ainda hoje marcam a cena brasileira. Os
movimentos abstratos de caráter geométrico ou informal marcaram esse momento de
consagração da forma. De um lado, a identificação da geometria como projeto, como
construção, como metáfora de um país a ser formado; de outro, a vocação expressionista,
a diferença, a tensão do homem diante do mundo, diante da desigualdade social e da
luxúria da paisagem.
Aqui, na nossa terra, nesse país enorme e assustador que nos amedronta e fascina,
a arte há de ser assim, projeto e desafio, construção e conservação. A arte dos anos 50 e
dos primeiros anos da década de 60 dedicou-se a estabelecer uma síntese entre o espírito
internacional e a realidade nacional: as obras que surgem nesse período são, antes de
tudo, agentes de uma batalha, ícones de uma luta ainda a ser vencida. Trazê-las a Belém,
portal da Amazônia, assume a metáfora sensível de trazer a criatura ao seu berço. Muito
mais do que pinturas e esculturas de grande valor, elas são ícones de nossa nacionalidade,
objetos regidos pelam coragem e pela ousadia, retratos do que temos de melhor, fluidos
perfumados e eternos de nossa presença nessa terra, nesse canto, ou recanto, onde nos
irmanamos e identificamos as mesmas experiências, os mesmos valores.
Marcus de Lontra Costa
Rio de Janeiro, setembro de 2004.
11
Amilcar de Castro
Paraisópolis - MG, 1920 / Belo Horizonte - MG, 2002
Escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo e professor. Foi aluno de
Guignard e Franz Weissmann. Começou a carreira trabalhando com o desenho, mas logo
partiu para o tridimensional. Foi um dos artistas que assinaram o Manifesto Neoconcreto
em 1959. Foi professor de composição e escultura da Escola Guignard e lecionou na Faculdade de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais até o início da década de
90, quando passou a se dedicar somente à produção artística. Em suas últimas esculturas,
deixa as figuras geométricas regulares que caracterizaram um período de sua produção.
Suas obras dialogam com a paisagem, num exemplo de geometria mais humana.
S/título, s/data, ferro, 81,5 x 80 x 41 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
12
Athos Bulcão
Rio de Janeiro - RJ, 1918
Deixou a medicina para se dedicar à pintura. Fez parte do Grupo Dissidente, formado por jovens artistas que se recusavam a fazer parte da Escola de Belas Artes. Fez sua
primeira individual a convite de Oscar Niemeyer e estagiou no ateliê de Cândido Portinari.
Trabalhou com artes gráficas e, durante toda a carreira, trabalhou em parceria com vários
arquitetos, deixando suas obras em alguns dos principais edifícios modernos brasileiros.
Em seus azulejos, destacam-se a modulação e o grafismo criados com habilidade a partir
das formas geométricas. Sua obra se notabiliza pelo equilíbrio na relação entre arte e
arquitetura, trabalhando com as peculiaridades oferecidas pelo espaço projetado, assim
como com as relações desse espaço com a paisagem e com a natureza.
Máscara , 1981
acrílica, durepox, aglomerado e caixa de madeira
41,5 x 39,7 x 7,5 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
14
Celso Renato de Lima
Rio de Janeiro - RJ, 1919 / Belo Horizonte - MG, 1992
Celso aprendeu a pintar com o pai, Renato Augusto de Lima. Trabalhou por vinte
anos como advogado, mantendo as artes plásticas como atividade paralela. Tem importante papel na arte mineira de meados dos anos 70 até sua morte. É considerado, junto
a Amilcar de Castro, um dos mais singulares artistas em diálogo com a tradição construtiva em Minas Gerais. O início da sua produção, nos primeiros anos da década de
60, é marcado pela influência da abstração informal. Mas são especialmente as pinturas
abstrato-geométricas realizadas em pranchas de concretagem, tapumes e tábuas velhas de
construção que inscreveram o nome de Celso Renato no panorama da arte brasileira.
Sem título, déc.80
óleo sobre tela
71,5 x 91,5 x 4cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
16
Dionísio Del Santo
Colatina - ES, 1925 / Vitória - ES, 1999
Pintor, desenhista, gravador e serigrafista autodidata, foi premiado pela Associação
Paulista de Críticos de Arte como o autor da melhor exposição de gravura de 1975. Entre
as exposições que participou, destacam-se a 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967),
onde ganhou prêmio aquisição, o Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro
(1968), com prêmio Isenção do Júri, Projeto Construtivo na Arte, no MAM/RJ (1977),
e Tradição e Ruptura: Síntese de Arte e Cultura Brasileiras, na Fundação Bienal de São
Paulo (1984/1985). Sobre as obras de Del Santo, o crítico Walter Zanini diz: “Quase à
maneira de um puzzle, ele arma mundos fantasiosos valendo-se de formas geométricas
distribuídas com precisão no espaço. Fundem-se a elas equilibradas dosagens de cor
contrastante”.
Linear cubo (vibrações em P&B), 1976
óleo sobre cordão e tela calada em madeira
78 x 78 x 4 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
18
Eduardo Sued
Rio de Janeiro - RJ, 1925
Pintor, desenhista, ilustrador e gravador. Formou-se em engenharia em 1948. Estudou desenho e pintura com Henrique Boese e trabalhou como desenhista no escritório do
arquiteto Oscar Niemeyer. No início dos anos 50, viaja a Paris, onde entra em contato com
as obras de Picasso, Miró, Matisse e Braque. De volta ao Rio de Janeiro, estuda gravura
com Iberê Camargo. Desvinculado de movimentos, permanece alheio aos debates entre
concretos e neoconcretos nos anos 50 e às discussões sobre a nova figuração na década
seguinte, atuando isoladamente. Sua carreira artística tem uma breve etapa figurativa,
mas logo se encaminha para a abstração geométrica. Nos anos 70, conquista um domínio
da linguagem construtivista, desenvolvendo sua obra a partir da reflexão acerca de Piet
Mondrian e da Escola Bauhaus.
Sem título, 1986
óleo sobre tela
200 x 105 x 4 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
20
Arcangelo Ianelli
São Paulo - SP, 1922
Ianelli iniciou no desenho como autodidata. Depois estudou perspectiva na Associação Paulista de Belas Artes e pintura com Colette Pujol. Ainda na década de 40,
freqüentou o ateliê de Waldemar da Costa ao lado de Charoux, Fiaminghi e Maria Leontina. Na década de 50, fez parte do Grupo Guanabara, com Manabu Mabe. Participou de
importantes exposições no Brasil e no exterior, como o Salão Nacional de Arte Moderna
(1951) e o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea. Realizou individuais no Peru, Itália,
Alemanha, França, Estados Unidos e Equador. Nos anos 60, voltou-se para a pintura
abstrata. Na opinião do crítico Frederico Morais, “a pintura de Ianelli não se entrega,
nunca, num primeiro contato. Exige contemplação demorada, quase amorosa, a fim de
que aquilo que está no fundo (da tela, do ser) venha ao primeiro plano, deixando no
espectador uma sensação de calma e de bem-estar espiritual.”
Grafismo em branco nº 2, 1969
óleo sobre tela
242,5 x 172 x 4,5 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
22
Ione Saldanha
Alegrete - RS, 1919 / Rio de Janeiro - RJ, 2001
Pintora e escultora. Começa seus estudos no ateliê de Pedro Luís Corrêa de Araújo,
no Rio de Janeiro, em 1948, e continua seu aprendizado em Paris e Florença. De volta
ao Brasil, participa, com destaque de exposições importantes, como a divisão moderna
do Salão Nacional de Belas Artes e a Bienal Internacional de São Paulo. A partir de 1968,
adota suportes diversos, como ripas, bambus e bobinas de madeira para cabos elétricos.
Mesmo se mantendo à margem do movimento neoconcretista, Ione se aproxima dessa
experiência criativa. Ao longo dos anos 60, sua pintura se desloca da tela para os objetos. Suas fachadas se transformam em ripas soltas no espaço. Considerada pelos críticos
como uma das grandes coloristas da arte brasileira, Ione integra a liberdade de suas cores
à paisagem do dia-a-dia.
Sem título, sem data
acrílica sobre bambu
165 x 17 Æ cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
Sem título, sem data
acrílica sobre bambu
120 x 14,5 Æcm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
24
Joaquim Tenreiro
Melo - Portugal, 1906 / Itapira - SP, 1992
Pintor, escultor e designer. Chega ao Brasil aos dois anos de idade, quando sua
família fixa residência em Niterói, Rio de Janeiro. Retorna várias vezes a Portugal, onde
tem as primeiras aulas de pintura, e volta definitivamente ao Brasil em 1928. Filho e neto
de marceneiros, aprende a trabalhar com a madeira ainda na infância e se torna projetista
de móveis. Trabalha para lojas importantes e ganha destaque como designer especialmente a partir de uma parceria com o arquiteto Oscar Niemeyer. Em meados dos anos
40, inaugura sua própria loja, que se transforma numa das galerias de arte pioneiras do
país: a primeira a expor Volpi e promover Oswaldo Goeldi, Portinari, Bonadei, Bruno
Giorgi, Ivan Serpa e Lívio Abramo, entre outros. Participou, na década de 30, do Núcleo
Bernadelli, ao lado de pintores como José Pancetti e Milton Dacosta. No final da década
de 60, passou a se dedicar principalmente à escultura, com uma produção que alia as características modernas do despojamento e simplicidade ao uso de materiais brasileiros.
Jacarandá - óleo vermelho, 1975
madeira, 73,5 x 77 x 10,5 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
26
Lygia Clark
Belo Horizonte - MG, 1920 / Rio de Janeiro - RJ, 1988
Pintora e escultora. No final na década de 40, chega ao Rio de Janeiro, onde estuda
com Burle Marx. Entre 1950 e 1952, vive em Paris, onde estuda com Fernand Léger,
Arpad Szenes e Isaac Dobrinsky. De volta ao Brasil, integra o Grupo Frente, liderado
por Ivan Serpa e formado ainda por Hélio Oiticica, Lygia Pape, Aluísio Carvão, Décio
Vieira e Franz Weissmann, entre outros. É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto.
Passa, gradativamente, da pintura aos objetos tridimensionais, com trabalhos como a
série Bichos, de 1968, à exploração sensorial e para a chamada body art, em trabalhos
como A Casa é o Corpo, do mesmo ano. Para a pesquisadora de arte Maria Alice Milliet,
Lygia Clark é, entre os artistas vinculados ao concretismo, a que melhor compreende as
relações espaciais do plano. Sua poética caminha no sentido da não-representação e da
superação do suporte.
Superfície modulada nº 5, sem data
duco sobre madeira
116 x 72 x 1 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
28
Lothar Charoux
Viena - Áustria, 1912 / São Paulo - SP, 1987
Pintor, desenhista e professor. Chega ao Brasil em 1928, fixando-se em São Paulo,
depois de ter iniciado seus estudos artísticos com o tio escultor Siegfried Charoux, ainda
na Áustria. Na década de 30, passa pelo Liceu de Artes e Ofícios e torna-se aluno de
Waldemar da Costa na década seguinte. Posteriormente, torna-se professor de desenho no
mesmo liceu e no Senai. É um dos fundadores do Grupo Ruptura, ao lado de Waldemar
Cordeiro, Geraldo de Barros e Anatol Wladyslaw, entre outros. Em 1963, participa da
criação de outro grupo, a Associação de Artes Visuais NT - Novas Tendências, ao lado de
Fiaminghi e Luiz Sacilotto. Eleito melhor desenhista em 1972 pela Associação Paulista de
Críticos de Arte, Charoux é considerado um artista absolutamente fiel às questões formais
lançadas pelo movimento concretista nos anos 50.
Sem título, s/data
acrílica sobre tela
102 x 37 x 3,5 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
30
Milton Dacosta
Niterói - RJ, 1915 / Rio de Janeiro - RJ, 1988
Pintor, desenhista, gravador e ilustrador. Inicia estudos de desenho e pintura em
1929 com o alemão August Hantv. Depois do fechamento da Escola Nacional de Belas
Artes por conta da Revolução de 30, Dacosta, Edson Motta, Bustamante Sá e Ado Malagoli, entre outros, criam o Núcleo Bernardelli. Com o prêmio de viagem ao exterior
ganho no Salão Nacional de Belas Artes de 1944, viaja a Nova Iorque, onde estuda na
Artist’s League of America. Depois segue para Lisboa e, após passar por vários países,
fixa-se em Paris para estudar na Académie de La Grande Chaumière. É onde conhece
Picasso e freqüenta os ateliês de Georges Braque e Georges Rouault. Volta ao Brasil em
1947 e nos anos seguintes desenvolve uma obra de cunho construtivista, até voltar ao
figurativo com a série de gravuras coloridas em metal “Vênus”, nos anos 60, que trouxeram notoriedade à sua obra.
Encontro I, 1961
óleo sobre tela
87 x 107 x 5 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
32
Abraham Palatnik
Natal - RN, 1928
Pintor, desenhista e também considerado como um dos pioneiros da arte cinética
no mundo. Filho de judeus russos, passou a infância e a juventude em Tel Aviv, Israel,
onde estudou mecânica na Escola Técnica Montefiori e também freqüentou os ateliês
do pintor Haaron Avni e do escultor Sternshus e foi aluno de estética de Shor. Também
estudou no Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv antes de voltar ao Brasil, em 1948.
Nesse período, conhece o trabalho de arte desenvolvido pela doutora Nise da Silveira
no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, contato que, junto às
discussões conceituais com o crítico Mário Pedrosa, fundamentam a ruptura que viria a
imprimir em sua obra. Em 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento e, dois
anos depois, expõe seu primeiro aparelho cinecromático na 1ª Bienal Internacional de São
Paulo. É recusado pelo júri nacional por não se enquadrar em nenhuma categoria, mas
recebe menção honrosa do júri internacional. Integrou o Grupo Frente, aproximando-se
da poética visual dos concretos e neoconcretos. O rigor matemático é uma constante em
sua produção, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. Suas obras
integram coleções particulares e de importantes museus europeus e norte-americanos.
Sem título, 1965
construção em madeira laminada
132 x 121 x 2 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
34
Farnese de Andrade
Araguari - MG, 1926 / Rio de Janeiro - RJ, 1996
Estuda desenho com Guignard na Escola do Parque antes de mudar-se para o Rio de
Janeiro em 1848 para tratar uma tuberculose pulmonar. Até 1960, trabalha como ilustrador
para diversas revistas e jornais, como o Suplemento Literário do Diário de Notícias, Correio
da Manhã, O Cruzeiro e Manchete. Em 1959, passa a freqüentar o Ateliê de Gravura do
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde estuda as técnicas da gravura em metal
com Johnny Friedlaender. Em 1964, começa a criar obras com materiais descartados,
coletados nas praias e nos aterros. Daí saem as matrizes para suas gravuras abstratas,
com formas regulares e cores fortes. Aos poucos, também incorpora peças adquiridas
em antiquários e depósitos de materiais usados, assim como fotografias antigas e resina
de poliéster. Seus temas mais constantes são relacionados à noção de vida, fecundação,
germinação, nascimento e morte, indicada pela fragmentação dos corpos.
Barriga, coração, memórias, 1976/82
madeira (gamela), foto resinada, ex-voto
85 x 58 x 35 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
36
Flavio-Shiró
Sapporo - Japão, 1928
Pintor, gravador, desenhista e cenógrafo. Chega ao Brasil em 1932 e fixa-se com
a família na colônia japonesa de Tomé-Açu (PA). Já em São Paulo, na década de 40,
estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas, onde torna-se amigo de Octávio Araújo,
Marcelo Grassmann e Luiz Sacilotto. Nessa época, freqüenta o Grupo Santa Helena,
onde conhece Volpi, Francisco Rebolo, Mario Zanini e Manoel Martins. Depois, integra
o Grupo Seibi e o Grupo 15. Com bolsa de estudos, viaja a Paris, onde permanece de
1953 a 1983. Na volta ao Brasil, participa do Grupo Austral (Movimento Phases) de São
Paulo. Para o crítico Georges Boudaille, Flavio-Shiró “atinge por um estilo que se poderia
qualificar de realismo lírico não figurativo. Não é a paisagem que se encontra nas raízes
de cada uma das suas composições, mas a lembrança global da natureza brasileira, com
sua vegetação, sua fauna e sempre uma presença humana consciente de sua impotência
diante dos fenômenos da vida, mas espectadora vigilante, pronta a lhe interpretar o valor
sugestivo, simbólico e poético.”
Hiver, 1965
óleo sobre tela
192 x 112 x 5 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
38
Samson Flexor
Romênia, 1907 / São Paulo - SP, 1971
Pintor, desenhista, muralista e professor, Flexor estudou pintura na Académie Royale des Beaux-Arts, na Bélgica, para onde mudou-se em 1922. Dois anos depois, segue
para Paris, onde estudou, entre outros, com Lucien Simon. Foi lá onde fez sua primeira
individual na Galeria Campagne Première, aos 20 anos.
Judeu convertido ao catolicismo em 1933, Flexor passa a executar, depois disso,
pinturas murais de temática religiosa. A participação na resistência à ocupação nazista o
obrigou a deixar Paris em 1940, período em que suas pinturas tornam-se sombrias e em
que inicia estudos expressionistas e cubistas sobre a Paixão de Cristo.
Em 1948, muda-se definitivamente para o Brasil, fixando-se em São Paulo. O artista
foi um dos introdutores do abstracionismo no Brasil. Sua obra é variada e independente,
indo da figuração cubista à abstração geométrica, sem deixar de lado a pintura de temática religiosa e os retratos.
Geométrico, 1957
óleo sobre tela
133 x 100 x 3 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
40
Tomie Ohtake
Kyoto - Japão, 1913
Chegou ao Brasil em 1936 e naturalizou-se brasileira em 1967. Iniciou-se nas artes
plásticas na década de 50 e, nos anos seguintes, participou de diversas bienais e salões,
sendo premiada na maioria deles. Participou das bienais de Veneza, Tóquio e Kyoto, Havana e Cuenca. Suas obras integram acervos de importantes museus no Brasil e exterior,
como o Museu de Arte de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes, e as coleções The
National Museum of the Women in the Arts e Art Museum of the Americas, ambas em
Washington DC. A pintura tem sido sua expressão mais constante, mas a artista também
vem trabalhando com gravura, painéis murais, cenografias e escultura. Com uma obra
de caráter abstrato calcada no interesse pela geometria, mas com a suavidade da mão
livre, Tomie fez da cor um veículo essencial para seu discurso poético.
Pintura , 1963
óleo sobre tela
137,2 x 87,2 x 4 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
42
Iberê Camargo
Restinga Seca - RS, 1914 / Porto Alegre - RS, 1994
Pintor, gravador e desenhista, começou a estudar pintura ainda no Sul, onde freqüentou o Instituto de Belas Artes de Porto Alegre. Em 1942, muda-se para o Rio de Janeiro,
onde freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes e, decepcionado, acaba abandonando
o curso para estudar com Guignard, fundando em seguida o Grupo Guignard. Sempre
combativo, organizou, com Djanira e Milton Dacosta, o Salão Preto e Branco e o Salão
Miniatura, os dois em protesto às altas taxas de importação de material artístico.
Para Pierre Courthion, Iberê Camargo sabe que em arte as melhores realizações
ultrapassam o raciocínio dedutivo e diz: “Camargo sempre virou as costas para a arte
oficial e toda tentativa nesse sentido morreu em embrião (...) sua pintura é virulenta, às
vezes mesmo vulcânica, como uma lava cuja torrente chega até nós.”
Estrutura de Carretéis I, 1963
óleo sobre tela
64,3 x 102,5 x 3 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
44
Ivan Serpa
Rio de Janeiro - RJ, 1923 / Rio de Janeiro - RJ, 1973
Pintor, gravador e desenhista, Ivan Serpa foi o líder do Grupo Frente, que reuniu
Franz Weissmann, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Décio Vieira e Lygia Pape
entre 1954 e 1956. Desde o final dos anos 40, dedicou-se não só ao fazer, mas ao ensino
da arte. Fez parte da equipe de educação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro,
onde tornou-se, segundo o crítico Reynaldo Roels, “a alma dos cursos da instituição”.
Também foi um dos fundadores do Centro de Pesquisa de Arte no Rio de Janeiro. A obra
de Ivan Serpa, desde o início de sua carreira, oscila entre o figurativismo e a arte concreta. Sobre ele, Walter Zanini disse que nenhum pintor brasileiro conheceu, neste século,
variações e rupturas de conteúdo e forma tão radicais.
Sem título (Fase Negra), 1964
óleo sobre tela
3.128,5 x 103 x 4 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
46
Frans Krajcberg
Kozienice - Polônia, 1921
Escultor, pintor, gravador e fotógrafo, Krajcberg chegou ao Brasil em 1948, depois
de perder toda a família no Holocausto, e naturalizou-se brasileiro em 1957. Tinha estudado artes em Leningrado e, após a guerra, freqüentou a Academia de Belas Artes de
Stuttgart, onde foi aluno de Willy Baumeister. Depois de passar por São Paulo, fixou-se
no Paraná, onde se isolou no meio da floresta para pintar. Mas suas primeiras esculturas
com troncos de árvores mortas só surgiriam por volta de 1964, quando ele se instalou em
Cata Branca, Minas Gerais, depois de anos entre Paris, Ibiza e Rio de Janeiro. Vencedor
do Prêmio Multicultural Estadão em 1998, o artista fez várias viagens para a Amazônia
e para o Pantanal, documentando os desmatamentos e recolhendo materiais para suas
obras, como raízes e troncos calcinados. Na opinião do crítico Roberto Pontual, Frans
Krajcberg encontra no meio natural sua única raiz: “um estrangeiro em todo canto, salvo
onde faz da matéria da paisagem a matéria da sua linguagem.”
Sem título, déc.80
pigmento natural sobre caules de palmeira
322 x 40 x 47 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
Sem título, déc.80
pigmento natural sobre caules de palmeira
303 x 44 x 48 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
48
Wega Nery
Corumbá - MT, 1912
Wega Nery sempre teve paixão pela escrita e pela pintura. Começou publicando
suas poesias na revista carioca O Malho e, incentivada pelo marido, estudou desenho e
pintura na Escola de Belas Artes em São Paulo. Mas escolheu definitivamente a pintura
quando o crítico e tradutor Sérgio Milliet lhe disse que seus desenhos diziam mais. Nos
anos 50, aperfeiçoa seus estudos com Joaquim da Rocha Ferreira, Yoshiya Takaoka e Samson Flexor. Integra-se ao Grupo Guanabara e ao Atelier-Abstração liderado por Flexor,
participando de exposições dos dois grupos, além de salões, como a Bienal Internacional
de São Paulo, onde foi eleita a melhor desenhista nacional em 1957. No comentário de
Léo Gilson Ribeiro, “a pintura de Wega está curiosamente isolada da pintura brasileira
do seu tempo. Recusando-se todos os rótulos e inovações técnicas, ela é fiel a uma visão
interior. Porque os quadros de Wega são comparáveis a abalos sísmicos, a explosões no
espaço, à formação de novas galáxias.”
Escalada azul, 1976
óleo sobre tela
122 x 132 x 3 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
50
Rubem Ludolf
Maceió - AL, 1932
Pintor, arquiteto e paisagista, Ludolf formou-se pela Escola Nacional de Arquitetura
da Universidade Brasil em 1955, mesmo período em que teve aulas com Ivan Serpa e
tomou parte no Grupo Frente. Entre as exposições de que participou, destacam-se a Bienal
Internacional de São Paulo (de 1955 a 1973), a Exposição Nacional de Arte Concreta do
MAM/SP e o Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do qual participou em
várias edições entre 1956 e 1972.
Sobra a obra de Ludolf, o crítico de arte Mário Pedrosa diz que: “apesar de os
artistas concretos do Rio de Janeiro logo terem se desvinculado da ortodoxia do Grupo
Ruptura de São Paulo, criando o movimento neoconcreto, Ludolf manteve-se fiel aos
princípios teóricos que nortearam o manifesto paulista. Sua obra seguiu regularmente as
questões das estruturas seriadas, dos efeitos ópticos orientados pela visão gestáltica do
espaço, da cor programada. Para Rubem Ludolf, a superfície do quadro funciona como
um campo de forças onde os elementos, dispostos dinamicamente, se atraem em jogos
de ambivalências visuais.”
Azul, 1963
óleo sobre tela
101 x 74 x 3 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
52
Rubem Valentim
Salvador - BA, 1922 / São Paulo - SP, 1991
Escultor, pintor, gravador e professor, começa como pintor autodidata e, entre 1946
e 1947, participa do movimento de renovação das artes plásticas na Bahia, junto a Mário
Cravo Júnior, Carlos Bastos e outros. Suas obras evocam os signos de uma simbologia
mágica retirados dos cultos negros e tradições populares da Bahia. O próprio Valentim
definiu seu trabalho e seus anseios: “Minha arte tem um sentido monumental intrínseco.
Vem do rito, da festa. Busca as raízes e poderia reencontrá-las no espaço, como uma
espécie de ressocialização da arte, pertencendo ao povo. É a mesma monumentalidade
dos totens, ponto de referência de toda a tribo. Meus relevos e objetos pedem fundalmentalmente o espaço. Gostaria de integrá-los em espaços urbanísticos, arquitetônicos,
paisagísticos.”
Pintura 28, 1965/66
têmpera sobre tela
102 x 75 x 3 cm
Coleção Sattamini/MAC-Niterói
54
Museu do Estado do Pará
Artes Plásticas
Construção do Imaginário Ribeirinho
Curadoria de Emanuel Franco
56
Rio afora, leito adentro
O rio percorre a imagem das ocorrências e transborda, leito adentro, carregando
em seu bojo um turbilhão de signos imaginários.
Cobras-grandes, matintas, iaras, curupiras e mães-do-rio, vindos dos brasis dos
vieiras e das amazonas alexandrinas, tomam fôlego na argila, na cortiça do mangue, na
casca do muricizeiro, no sabugo dos miritis, na tala do guarumã. Modelados, tecidos,
talhados, cravados ou, simplesmente, marcados pelo tempo - trópico e úmido -, tomam
formas de gente e de assombração.
Os dançarinos de carimbó do Báda, as máscaras de papier mâcher do Lúcio, do
Dídimo, do Edgar; as boiúnas do Elias do Mar; os cascos do Jota; os miritis do Amadeu,
do Manuel; os pássaros de madeira do Piauí do Abel; os índios do Chico Paes; os paneiros
incomuns do Anastácio; os animais de balata do Osvaldo Leonel; os bichos-troncos do
falecido Ismael, do R.Rodrigues; os anjos taperebazeiros do Ronaldo; os bastões pintados
do Rui; e os recortes da infância da bola de seringa, das panelas de barro e das tartarugas
de gurijuba.
Esse percurso, rio afora, compõe-se de um conjunto de recortes ingênuos e autênticos, estruturados em parceria com o organismo sedimentado pela região. A cada núcleo
de intenções percorrido, vinha a expectativa de encontrar uma intimidade por trás do
peculiar, escondida entre os lençóis de barro, os mantos de serragens, os chãos de assoalhos, os jiraus de águas cristalinas. Alfarrábios escondidos em trouxas de redes.
Encontramos raridades. Deslocamentos “eirónianos”. Doses de fermentos que
dilatam os olhos de qualquer investigador de surpresas e de um iniciante connaisseur.
Nesse transcurso, parecia nascer novo rumo de expedições pelas veias transbordantes
desse verdevagomundo do meu caro Benedicto.
De abril a setembro, percorremos dezoito municípios paraenses, banhados por rios
ou entrecortados por eles, do Marajó ao Baixo Amazonas, ora em companhia das lentes
inquietas do Raimundo Paccó, ora ao lado do olhar sutil do Fernando Araújo, ou na boa
companhia do Aureliano.
Entramos, sem constrangimento, no universo criativo de cada nosso artista, procurando obter sua representatividade no espaço projetado, não esquecendo da unidade
expositiva, poética e valorização do objeto transportado.
À Roberta, Daniela e Marcus Lontra, vai um assovio, rio adentro, porque foram
eles que abriram caminhos para essa ilharga da imaginação.
Emanuel Franco
Bolas de látex produzidas na comunidade de Surucuá, Santarém-PA.
57
Dídimo Ferreira
Máscaras carnavalescas em papier
mâcher, com formas de gente e
animais, são produzidas pelo artista
em Óbidos.
Edgar Santana Garça
Os cabeções dos bois de máscaras
de São Caetano de Odivelas são o
universo da produção do artista.
58
Lúcio Alves Chagas
A tradição dos mascarados e cabeçudos do Boi Tinga e Boi Faceiro estão
presentes na obra do Lúcio Chagas
em São Caetano de Odivelas.
Edgar Santana Garça Jr.
Acompanha o pai no ofício de construir máscaras para os cordões juninos de São Caetano de Odivelas.
59
Ismael Ferreira dos Santos (In memorian)
O “Preá” fazia suas esculturas em toras de madeira, aproveitando os recortes naturais
para criar formas de gente e animais, em São Caetano de Odivelas. Faleceu em setembro de 2004.
60
As tartarugas de gurijuba são os ossos da cabeça da gurijuba, peixe da costa do Pará
que, na interpretação dos pescadores da Zona do Salgado paraense, têm forma de
quelônio.
Panelas de cerâmica produzidas pela comunidade de Lago Grande, em Santarém-PA
61
Anastácio dos Santos Dias
O “Nenê” tece paneiros com formas e dimensões variadas, com talas das palmeiras do
Rio Mojuim, em São Caetano de Odivelas.
Amadeu Gonçalves de Sá
Os brinquedos de miriti, vendidos
no período do Círio de Nazaré, são
construídos na região de Abaetetuba. Amadeu de Sá faz parte da comunidade de artesãos que produz
esses brinquedos.
62
Rui Valente
Produz no ateliê Pinta Cuia, em
Monte Alegre, fabricando peças variadas. Entre elas, bastões coloridos
de madeira.
Francisco de Paulo Maués Paes
Chico Paes é escultor e trabalha com entalhes em madeira. Seu universo de produção
é o imaginário da região de Abaetetuba.
63
Raimundo Rodrigues dos Santos
Mora na Praia do Pesqueiro, no Marajó. Trabalha com esculturas, aproveitando as
raízes da região.
Manuel Abel Sacramento
Constrói em madeira suas miniaturas coloridas de pássaros. Filho
de Cametá, reside e trabalha em
Belém.
64
Ronaldo Guedes
Usa a casca do taperebazeiro para
criar seus anjos, mitos e animais de
Soure (Marajó).
Elias Corrêa do Mar
Os animais, cobras e pássaros do Elias são feitos de raízes, troncos e cipós das matas
da vila de Cajú (Curuçá) e representam as espécies da região.
65
Jackson Rodrigues Gibson
O “Jota” trabalha com cerâmica
e madeira. Seu ateliê fica no
Paracuri, distrito de Icoaraci,
área tradicional de produção
de réplicas de cerâmicas marajoaras e tapajônicas.
Manuel Raimundo Sozinho Miranda
Faz parte do grupo de artesãos que produz brinquedos de miriti em Abaetetuba.
66
Osvaldo Leonel da Silva
Usa a balata para produzir suas
miniaturas de animais, retratando
espécies variadas da fauna amazônica em Monte Alegre.
Edson Nonato Amora de Melo
“Báda” produz esculturas em cerâmica que retratam os dançarinos,
músicos e instrumentos do carimbó
de Marapanim.
67
Mostra Competitiva
Artes Plásticas
68
O Salão Arte Pará 2004 insere-se em um tempo em que estão presentes a heterogeneidade e um acelerado processo de informação que encurta distâncias e eletronicamente simula uma aparente aproximação entre cidades e países que não compartilham
de uma mesma situação econômica, nem dos privilégios decorrentes dessa diferença.
Nesse campo de tensões e incertezas, inscreve-se um salão que se amplia, trazendo uma
presença cada vez maior de outros Estados e uma competição que passa a exigir um
enfrentamento com proposições que não são restritivas a territórios geográficos, mas se
deparam com concepções mais específicas à arte.
No momento, convive-se com um hibridismo que aponta em direção a uma necessidade de se rever o próprio formato do salão, em que as divisões em categorias restringem
a pluralidade contemporânea, a inter-relação de linguagens. Vídeos, pinturas, gravuras,
desenhos, fotografias, instalações, ao mesmo tempo em que podem se apresentar com
suas especificidades, também podem se deixar contaminar por um processo no qual os
signos se intercomunicam formando uma trama híbrida de enunciados diversos.
O papel desempenhado por aqueles que julgam os trabalhos em salões é de legitimar
aquilo que em um determinado momento histórico está se conceituando como arte. Assim,
articulam seus pensamentos e, a partir deles, estabelecem escolhas, realizam seleções.
Na verdade, são visões pontuais que provêm de um grupo que nem sempre apresenta
consenso, mas que no caso do Arte Pará, mesmo em suas diferenças, se manteve unido
no propósito de mostrar o que de melhor foi enviado ao salão.
Concordo com Michael Archer quando afirma que ao se examinar a arte atual
haverá o confronto com uma desconcertante diversidade de propostas que conduz a um
espaço de incertezas. Para Archer, “não parece haver mais nenhum material particular
que desfrute do privilégio de ser imediatamente reconhecível como material da arte: a arte
recente tem utilizado não apenas tinta, metal, pedra, mas também ar, luz, som, palavras,
pessoas, comida e muitas outras coisas”.
A flexibilidade de materiais, no entanto, por mais incertezas que possa provocar,
não significa um descuido com a produção. O precário pode estar no material utilizado,
não na obra em si, que necessita de um conceito convincente, de um tratamento que
demonstre uma trajetória, uma reflexão fundamentada, uma habilidade especial para
revelar subjetividades ou uma percepção crítica do mundo.
Mariza Mokarzel
Belém, setembro de 2004.
69
Detalhe da Obra de Acácio Sobral
Grande Prêmio de Artes Plásticas
Acácio Sobral - PA
Vídeo-instalação; Correspondências (do espinho/ da vida/ da arte)
70
2º Prêmio
Jucira Araújo - BA
Parafina; Série Temparasiedade I, II e III
150 x 300 cm; 50 x 200 cm; 90 x 90 cm
71
PRÊMIO AQUISIÇÃO
Cláudia Sperb - RS
Xilogravura; Jardim da serpente
180 x 90 cm; 160 x 30 cm
Jean Carlos Ribeiro - PA
Gravura em metal; S/título I e II
45 x 55; 46,5 x 46x5 cm
72
PRÊMIO AQUISIÇÃO
Elieni Tenório - PA
Mista s/duratex; S/título I e III
110 x 84; 110 x 84 cm
73
ARTISTAS SELECIONADOS
Andréa Feijó - PA
Instalação; Jogo dos sete erros
110 x 110 cm
Carla Beltrão - PA
Desenho/gravura; Vista área “B”
94 x 73 cm
74
ARTISTAS SELECIONADOS
César Brandão - MG
Instalação; Um desenho de giz na tempestade (detalhe)
Danielle Fonseca - PA
Pintura; Silêncio - presença
60 x 60 cm
75
ARTISTAS SELECIONADOS
Francisco José Maringelli - SP
Gravura em relevo (xilogravura) ; A dádiva da consolação
24 x 23,8 cm
Izer Campos - PA
Escultura em madeira; Caminhos em construção, Quando confesso é mutante,
Quando penso é circular
58 x 46 cm; 140 x 80 cm; 100 x 80 cm
76
ARTISTAS SELECIONADOS
João Carlos Torres da Silva (Jocatos) - PA
Gravura /instalação; Made in gravura
250 x 300 x 200 cm
Lúcia Gomes - PA
Instalação; Feminino
600 x 600 cm
77
ARTISTAS SELECIONADOS
Márcio Monteiro - RJ
Ponta seca e pigmentos s/papel; S/título
77 x 113 cm
Maria Barreto Lynch - RJ
Óleo s/tela; Sonda
140 x 110 cm
78
ARTISTAS SELECIONADOS
Maria José Vieira Beltrão da Silva - PA
Objeto/desenho; Linhas e pontos das ruas dos Pariquis
43 x 36 cm
Marinaldo Santos - PA
Mista s/alumínio; S/título
25 x 50 cm
79
ARTISTAS SELECIONADOS
Newman Schutze - SP
Nanquim s/papel; S/titulo
70 x 55 cm
Osvaldo Carvalho - RJ
Vinil s/papel vegetal; Sala, 2 quartos (1 suíte) com varanda I
66 x 96 cm
80
ARTISTAS SELECIONADOS
Paula Trope - RJ
Vídeo instalação; Murmúrio
Renato Jorge Valle - PE
Gravura digital; Cristos anônimos IV
42,6 x 28,3 cm
81
ARTISTAS SELECIONADOS
Roberto Mercury - SP
Mista, Fractal I
115,4 x 118,8 cm
San Chris Santos - PA
Mista s/papel vegetal; A 4a forma do estado... inventário do tempo (detalhe)
298 x 110 x 300 cm
82
ARTISTAS SELECIONADOS
Vânia Sommermeyer - RS
Instalação; S/título
1000 x 1000 cm
83
Galeria da Residência
Mostra Competitiva
Fotografia
84
A fotografia no gerúndio da contemporaneidade
Contam-nos que, diante da invenção da fotografia, século e meio atrás, o pintor
francês Paul Delaroche teria declarado: “a partir de hoje, a pintura está morta!”. E não
nos parece difícil imaginar o seu espanto, bem como o de seus contemporâneos, ao
testemunhar os resultados obtidos através da câmara obscura, reproduzindo o existente
com uma fidelidade capaz de fazer corar qualquer pintor acadêmico, por mais virtuoso
que fosse no domínio de sua técnica.
Os impactos produzidos pela fotografia sobre a pintura foram consideráveis, não
apenas induzindo, como também legitimando, a busca de novos caminhos. A técnica
da fotografia, no entanto, não se apresentava como fato isolado, mas como parte de um
amplo processo de transformação que, impulsionado pela industrialização, já anunciava
o advento da arte moderna.
O impressionismo, contemporâneo mesmo do surgimento da fotografia, foi o primeiro
sinal evidente desta mudança de rumos na pintura. Rompendo com a pintura acadêmica, os
impressionistas trataram de representar um mundo sensível, contaminado pelo movimento
(que dissolvia os contornos) e pela variação da luz (com nuances inusitadas), só ao alcance
do gesto pictórico e dos recursos cromáticos da palheta dos pintores. Enquanto a fotografia
parecia imobilizar a cena focalizada, a pintura liberava o continuum do movimento da ação,
revelando um mundo em perpétua transformação. Assim, a pintura refutava o vaticínio
apressado de Delaroche, ajustando-se aos novos tempos.
Muitos outros tempos se seguiram, não cabendo aqui detalhá-los. O certo é que
pintura e fotografia, reconciliadas pela arte moderna, desenvolveram caminhos próprios.
Nessa trajetória, a fotografia afirmou sua individualidade e autonomia como obra de arte.
A “imobilidade viva” do registro fotográfico que, no dizer de Roland Barthes, reproduz
mecanicamente até o infinito aquilo que nunca mais poderá repetir-se existencialmente,
foi sempre uma de suas marcas distintivas mais profundas. Uma existência habitada pela
ausência, como um lembrete da mortalidade do homem.
Detalhe da foto de Paulo Schmidt
85
Por sua natureza específica, a fotografia retém a temporalidade da ação eternamente
suspensa entre um antes e um depois. O instante congelado, contendo simultaneamente
“o que já foi” e “o que será”, nos remete ontologicamente para o “ato de ser”: registro
poético do ser da imagem. Aqui, o tempo da ação aparece conjugado sempre no modo
infinitivo que é o tempo, por excelência, da fotografia.
Não obstante a moderna e, portanto, recente instituição de um corpus teórico
próprio da fotografia, percebe-se na produção fotográfica atual uma tendência ao rompimento daqueles compromissos conceituais. Num movimento inverso ao da pintura do
final do século XIX, que se afirmou por contraste ao (ilusório) “realismo analógico” do
registro fotográfico, a fotografia contemporânea parece disposta a se deixar “contaminar”
pela pintura (processos de mútua hibridação), até o ponto de não se poder mais falar na
fotografia como um meio de características específicas.
Entre os fatores que contribuíram para essa mudança de orientação encontra-se,
certamente, o surgimento dos processos digitais na criação imagética, permitindo, através
da manipulação da imagem, que o trabalho do fotógrafo se estenda para além do instante
irrepetível da foto. A fotografia perde, assim, a sua condição de atrelamento ao referente
e ao contigente da cena fotografada, através da qual, ainda segundo Barthes, afirmava-se
o seu compromisso (antes inexorável) de fidelidade com a presença, mais do que com
a representação.
A constatação de que as fronteiras estabelecidas entre a fotografia e a pintura, assim
como aquelas antes existentes entre a pintura e as artes plásticas em geral, parecem estar
se atenuando encontra-se, em larga medida, confirmada pelos trabalhos de fotografia
apresentados no Arte Pará 2004.
Ao que tudo indica, a fotografia contemporânea aprendeu com a pintura a conjugar
o tempo da ação no gerúndio...
Cristovão Fernandes Duarte
Arquiteto e urbanista, superintendente regional do Iphan/MinC no Pará e no Amapá e
professor de Estética e História da Arte (Unama)
86
Grande Prêmio
Paulo Schmidt - MG
Instalação; Ars amatoria
90 x 150 cm
87
2º Prêmio
Heleno Bernardi - RJ
Fotografia; Scapulate II
120 x 154 cm
88
PRÊMIO AQUISIÇÃO
Alberto Bitar - PA
Fotografia; Série Ausência
30 x 20 cm; 30 x 45 cm
Ding Musa - SP
Foto Digital; Narrativa 3
56 x 128 cm
89
PRÊMIO AQUISIÇÃO
Dirceu Maués - PA
Fotografia pinhole; S/título
65 x 150 cm
Francisco Moreira da Costa - RJ
Daguerreotipia; Balaios
24 x 27 cm
90
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Adriana Ferla - SP
Fotografia; Atemporal
23 x 280 cm
Alexandre Monteiro - RJ
Fotografia; Série Suprematistas
110 x 80 cm
91
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Amanda Melo - PE
Mista; Notícias de Isolamento (detalhe)
dimensões variadas
André Burian - MG
Fotografia; Pessoa
100 x 75 cm
92
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Cláudia Barbisan - RS
Vídeo; Jardim do Éden
Cláudia Tavares - RJ
Fotografia; Um depois do outro
120 x 100 cm
93
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Christina Meirelles - SP
Fotografia s/ PVC; Serra Azul
60 x 100 cm
Eduardo Srur e Fernando Huck - SP
Vídeo; Atentado, 2004
94
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Fábio Okamoto - SP
Fotografia; S/título
70 x 100 cm
Fernanda Assumpção - SP
Foto digital; Quando a visão não basta
45 x 450 cm
95
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Frederico Dalton - RJ
Fotografia; Passe (capoeirista e banho)
75 x 50 cm
Guy Veloso - PA
Fotografia; S/título
96
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Júlio César Martins - MG
Foto plotada; Equação (detalhe)
dimensões variáveis
Julieta Roitman - RJ
Fotografia; Território
21 x 150 cm
97
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Hirosuke Kitamura - BA
Fotografia; Tao daqui III
80 x 80 cm
Lauren Marinho - MG
Fotografia; Objeto pulsante II
57 x 48 cm
98
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Lizângela Torres - RS
Fotografia; Silêncio! Silêncio! Não há banda. Não há orquestra.... é ilusão
20 x 120 cm
Léo Tafuri - MG
Vídeo; Tempo enganador
99
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Mariano Klautau Filho - PA
Fotografia; Hope I
20 x 60 cm
Manoel Neto - PA
Fotografia; Vitória e sombra
42 x 47 x 1,2 cm
100
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
André Vaz, Paulo Almeida e PP Condurú
Vídeo; Gênese (yanomami - andujar)
Renan Cepeda - RJ
Instalação; Pichações (detalhe)
20 x 20 x 9 cm
101
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Renato Chalu - PA
Fotografia; Traslado
45 x 30 cm
Regina Stella - SP
Polaroid ampliada em papel fotográfico; Sussurros
21 x 29,8 cm
102
FOTÓGRAFOS SELECIONADOS
Rita Meireles - SP
Vídeo; Paisagem em agosto
Rodrigo Athie Ribeiro - RJ
Cromo ampliado em papel; Informação caótica II
75 x 50 cm
103
ARTISTAS SELECIONADOS
Andréa Feijó
Instalação; Jogo dos 7 erros
Rua dos Pariquis, 3180, apto 601
Cremação, Belém - PA
Tel: (91) 9146-0054
Carla Beltrão
Desenho/gravura; Vista área “A”, Vista
área “B”, Vista área “C”
Travessa Enéas Pinheiro, 32
Sacramenta, Belém - PA
Tel: (91) 8823-1019
César Brandão
Instalação; Um desenho de giz na tempestade
R. Capitão Arnaldo de Carvalho
Jardim Glória, Juiz de Fora - MG
Tel: (32) 3213-3278
Cláudia Sperb
Xilogravura; Jardim da serpente, S/título
Heller, 555/201
Centro, Novo Hamburgo - RS
Tel: (51) 5952853 / 9959-6622
Danielle Fonseca
Francisco José Maringelli
Gravura em relevo (xilogravura); Fiéis escudeiros, A dádiva da consolação, Privado de música, camuflado de hieróglifos
Rua Dr. Ernani da Gama Corrêa, 420
Jd. Butantã, São Paulo - SP
Tel: (11) 3721-8286 / 8124-0360
Izer Campos
Escultura em madeira; Quando penso
é circular; Quando confesso é mutante,
Caminhos em construção.
CxP: 58, CEP: 68740-970, Castanhal - PA
Tel: 091-37251114 / 9631-6005
Jean Carlos Ribeiro
Gravura em metal; S/título I, II e III
Conj. Cidade Nova 8, WE-40A, 271
Coqueiro, Ananindeua - PA
Tel: (91) 263-1074 / 8801-7585
João Carlos Torres da Silva - Jocatos.
Gravura /instalação; Made in gravura
Trav. Dr. Liberato de Castro, 405
Guamá, Belém - PA
Tel: (91) 229-9078 / 9986-6820
Pintura; Silêncio – presença, O tao piano,
O intervalo entre ...
Travessa 14 de Março, 663
Umarizal, Belém - PA
Tel: (91) 9177-3641
Jucira Araújo
Elieni Tenório
Lúcia Gomes
Mista s/duratex; S/título I, II e III
Conj. Ipuan, rua A, casa 38
Marambaia, Belém - PA
Tel: (91) 231-5515 / 8142-8502
Parafina; Série Temparasiedade I, II e III
R. Jogo do Carneiro, s/n
Saúde, Salvador - Bahia
Tel: (21) 2274-1670 / 9977-1049
Instalação; Feminino
Passarela Principal, s/n
Três Irmãos, Laranjal do Jari - PA
ARTISTAS SELECIONADOS
Márcio Monteiro
Ponta seca e pigmentos s/papel; S/título I,
II e III
Rua Belisário Augusto, 100/402
Icaraí, Niterói - RJ
Tel: (21) 2610-4719
Maria Barreto Lynch
Paula Trope
Vídeo instalação; Murmúrio
R. Pacheco Leão, 1556, ap. 301
Jardim Botânico, Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2259-8273/ 9453-4008
Renato Jorge Valle.
Óleo s/tela; Indo para, Muito além, Sonda
Rua Inglês de Sousa, 274
Jardim Botânico, Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2274-1670 / 9977-1049
Gravura digital; Cristos anônimos IV, V e
VI
Rua Amaro Bezerra, 568, ap. 402
Derby, Recife - PE
Tel: (91) 3222-7017 / 9987-8820
Maria José Vieira Beltrão da Silva
Roberto Mercury
Objeto/desenho; Linhas e pontos das ruas
dos Mundurucus, Linhas e pontos das
ruas dos Pariquis
Travessa Enéas Pinheiro, 32
Sacramenta, Belém - PA
Marinaldo Santos
Mista s/alumínio; S/título I, II e III
Belém - PA
Tel: (91) 8112-4228
Newman Schutze
Nanquim s/papel; S/título I, II e III
Av. Dr. Altino Arantes, 1000, apto 34
V. Clementino, São Paulo - SP
Tel: (11) 5589-8102 / 9794-8582
Osvaldo Carvalho
Vinil s/papel vegetal; Sala, 2 quartos (1
suíte) com varanda I, II e III
R. Clotilde de Oliveira Rodrigues, 45/402
Fonseca, Niterói - RJ
Tel: (21) 2625-5956 / 9143-6039
Mista; Fractal I, II e III
Rua Araras, 53
Taquaral, Campinas – SP
Tel: (19) 91570509
San Chris Santos
Mista s/papel vegetal; A 4a forma do estado... inventário do tempo I, II e III
Tv. Vileta, 688, ed. Parati, apto 107
Pedreira, Belém - PA
Tel: (91) 233-1875 / 9114-6293
Vânia Sommermeyer
Instalação; S/título
Rua 25 de julho, 246/901
Rio Branco, Novo Hamburgo - RS
Tel: (51) 5938438 / 9989-1088
ARTISTAS SELECIONADOS
Adriana Ferla
Fotografia; Atemporal 1,2,3,4,5,6,7,8 e 9,
Atemporal (composição)
Rua Dr. Carlos Norberto Souza Aranha, 145
Alto de Pinheiros, São Paulo - SP
Tel:(11) 3023-0105/ 3023-6528/
96222281
Alberto Bitar
Fotografia; Série Ausência I, II e III
Av. Serzedelo Corrêa, 322, ap. 301
Nazaré, Belém - PA
Tel: (91) 242-0726/ 9603-9540
Alexandre Monteiro
Fotografia; Série Suprematistas I, II e III
R. Corrêa Dutra, 47, ap. 801
Flamengo, Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2512-2098/ 9124-4998
Amanda Melo
Mista; Notícias de Isolamento
R. Dr. Josá Mariano, 361
Jardim Atlântico, Olinda - PE
Tel: (81) 3431-0302
André Burian
Fotografia; Cruz, Pessoa e Coca-cola
R. Manoel Teixeira Sales, 271
Mangabeiras, Belo Horizonte - MG
Tel: (31) 3221-7169/ 9198-6797
André Vaz, Paulo Almeida e PP
Condurú
Vídeo; Gênese (yanomami - andujar)
R. Veiga Cabral, 1182
Batista Campos, Belém - PA
Tel: (91) 9114-4295
Christina Meirelles
Fotografia s/ PVC; Vista alegre, Santa Rita
e Serra Azul
R. Padre João Manoel, 1178, ap. 1º A
Cerqueira César, São Paulo - SP
Tel: (11) 3081-4992/ 8339-9590
Cláudia Barbisan
Vídeo; Jardim do Éden
Rua da República, 503, ap. 701
Cidade baixa, Porto Alegre - RS
Tel: (51) 32867156/ 98446659
Cláudia Tavares
Fotografia;Procurando Baldessari I e II,
Um depois do outro
R. Alice, 1658, ap. 301
Laranjeiras, Rio Janeiro - RJ
Tel: (21) 2557-1341/ 9301-5958
Ding Musa
Foto Digital; Narrativa I, II e III
R. Húngara, 462
São Paulo - SP
Tel: (11) 3868-1668/ 9297-0200
Dirceu Maués
Fotografia pinhole; S/título I, II e III
TV. Mariz e Barros, 3066, ap. 302-A
Marco, Belém - PA
Tel: (91) 246-8162 / 8112-7731
Eduardo Srur e Fernando Huck
Vídeo; Atentado, 2004
R. Honória, 696, 8º andar
Pinheiros, São Paulo - SP
Tel: (11) 3032-8493/ 8224-0551
Fábio Okamoto
Fotografia; S/título I, II e III
R. Ferreira de Araújo, 936, ap. 22
Pinheiros, São Paulo - SP
Tel: (11) 3814-1219/ 9515-4796
Fernanda Assumpção
Foto digital; Quando a visão não basta,
Intervalo e Delta T1
R. Umburanas, 729
Alto de Pinheiros, São Paulo - SP
Tel: (11) 3022-3388/ 8122-8883
Francisco Moreira da Costa
Daguerreotipia; Bananas, Candeeiros e
Balaios
R. Miguel Gustavo, 90, ap. 204
Vila Isabel, Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2234-7387/ 9706-3595
Frederico Dalton
Fotografia; Passe (bombeiros e choro),
Passe (policiais e meditação), Passe (capoeirista e banho)
Rua Cândido Mendes, 98/1203
Glória, Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 9601-7018
ARTISTAS SELECIONADOS
Guy Veloso
Mariano Klautau Filho
Júlio César Martins
Manoel Neto
Julieta Roitman
Paulo Schmidt
Heleno Bernardi
Renan Cepeda
Fotografia; S/título I, II e III
Av. Nazaré, 620, ap. 201
Nazaré, Belém - PA
Tel: (91) 222-4565 / 9112-4306
Fotografia; Genealogia, Equação, Arquealogia acaso
R. Boa Esperança, 436, ap. 201
Sion, Belo Horizonte - MG
Tel: (31) 3225-5253/ 8899-5253
Fotografia; Território
R. Senador Euzébio, 14, ap. 603
Flamengo, Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2552-3527/ 9335-0111
Fotografia; Scapulate II, V e VI
R. Marquês de Olinda, 61, bloco B, ap.
104
Botafogo, Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2543-8138/ 9925-9483
Hirosuke Kitamura
Fotografia; Tao daqui I, II e III
R. Aracaju, 101, ed. Maria Amélia, ap. 01
Barra Avenida, Salvador - BA
Tel: (21) 235-6815
Lauren Marinho
Fotografia P/B; Objeto pulsante I, II e III
R. Eng. Caldas, 518
Boa Vista, Belo Horizonte - MG
Tel: (31) 3485-6082/ 99491338/ (65) 5494200
Lizângela Torres
Fotografia; Um olhar lutando para emergir das trevas, uma espécie de nascimento, Silêncio! Silêncio! Não há banda. Não
há orquestra.... é ilusão, Série Operação I
Av. Guaíba, 268
Ipanema, Porto Alegre - RS
Tel: (51) 3263-3800/ 9903-3545
Léo Tafuri
Vídeo; Tempo enganador
R. Prof. Antônio Aleixo, 330, ap. 301
Lourdes, Belo Horizonte - MG
Tel: (31) 3337-0015/ 9209-6335
Fotografia; Hope I, II e III
Tv. Padre Prudêncio, 334
Campina, Belém - PA
Tel: (91) 242-5124/ 9989-9521
Fotografia; Vitória e luz, Vitória e sombra,
Régia e luz
Av. Duque de Caxias, 160, apto 104
Fátima, Belém - PA
Tel: (91) 228-0606 / 8116-2871
Instalação; Ars amatoria
R. Gururi, 70, ap. 02
Santa Luzia, Belo Horizonte - MG
Tel: (31) 3581-8391/ 9967-1492
Instalação; Pichações
R. Monte Alegre, 470
Santa Teresa, Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2508-8900
Renato Chalu
Fotografia; Traslado, Intermundio, Espectro
Av. Marquês de Herval, 881, ap. 103
Pedreira, Belém - PA
Tel: (91) 266-3822/ 8115-9052
Regina Stella
Polaroid ampliada em papel fotográfico;
Sussurros I, II e III
R. Mateus Grou, 398, ap. 114
Pinheiros, São Paulo - SP
Tel: (11) 3083-0414/ 9231-1346
Rita Meireles
Vídeo; Paisagem em agosto
R. Bárbara Heliodora, 353, ap. 62
Pompéia, São Paulo - SP
Tel: (11) 3875-5191/ 9655-9634
Rodrigo Athie Ribeiro
Cromo ampliado em papel; Informação
caótica I, II e III
Rua Aires Saldanha, 114, ap. 202
Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 9417-2740
SALA “CONSTRUÇÕES DO IMAGINÁRIO RIBEIRINHO”
ENDEREÇOS DOS ARTISTAS
Amadeu Gonçalves de Sá
Rua Jairlândia, 212, Aldodoal, Abaetetuba –PA
CEP: 68.440-000
Tel: (091) 375515840 / 91680346
Anastácio dos Santos Dias (Nenê)
Manoel Abel Sacramento
Trav. Humaitá, 140, Pedreira, Belém - PA
CEP: 66.083 - 000
Jackson Rodrigues Gibson (Jota)
Rua Magalhães Barata ,41, Pepeuá, São
Caetano de Odivelas – PA
CEP: 68.775-000
Trav.Soledade , Passagem Espírito Santo, 21,
Paracuri, distrito de Icoaraci, Belém – PA
CEP: 68.810 - 070
Tel: (091) 247 66 07 / 9635 27 07
Dídimo Augusto Ferreira.
Manuel Raimundo Sozinho Miranda
Edgar Santana Garça e Edgar Santana Garça Júnior.
Raimundo Rodrigues dos Santos
Trav. Mendonça Furtado,185, Centro,
Óbidos - PA CEP: 68.250 -000
Tel: (093) 547 18 30
Tv. Benjamin Constant, 60, São Caetano
de Odivelas –PA
CEP: 68.775 - 000
Tel: (091) 9992 27 70
Edson Nonato Amoras de Melo (Báda)
Av. Rio Branco, 48, Centro, Marapanim – PA
CEP: 68.760 - 000
Tel: (091) 3723 12 06
Elias Corrêa do Mar
Rod. Castanhal/ Marapanim, distrito de
Cajú, Curuçá - PA
CEP: 68.125 - 000
Francisco de Paula Maués Paes
(Chico Paes)
Rua Siqueira Mendes,2124, Casa B, Abaetetuba- PA
CEP: 68.440 - 000
Tel: ( 091) 3751 50 53
Ismael Ferreira dos Santos
(contato da família)
Rua Aluízio Chaves, 74, Pepeuá, São
Caetano de Odivelas – PA
CEP: 68.775- 000
Tel: (091) 3767 1117
Rua Siqueira Mendes, 776, Aldodoal,
Abaetetuba- PA
CEP: 68.440 - 000
Praia do Pesqueiro, Soure – PA
CEP: 68.870-000
Lúcio Alves Chagas
Rua São Benedito,16, São Caetano de
Odivelas- PA
CEP: 68.775 - 000
Tel: (091) 3767 1541
Osvaldo Leonel da Silva
Rua Pinto Martins, 432, Serra Ocidental,
Monte Alegre – PA
CEP: 68.220-000
Tel: ( 093) 5331408
Rui Valente
Rua Siqueira Lins,199, Ateliê Pinta Cuia,
Turú, Monte Alegre - PA
CEP: 68.220 - 000
Ronaldo Guedes.
Trav. 23, entre 12a Rua e 13a Rua – Soure –Pará
CEP: 68 870 - 000
Tel: (091) 96113893
Lucidéa Maiorana
Presidente
Roberta Maiorana
Diretora
Daniela Oliveira
Assessora Geral
Ana Cristina Prata
Assessora da Diretoria
Jorge Martins
Gerente de Exposições
Renaldo Paiva da Silva
Supervisor de Galeria
Fundação Romulo Maiorana
Av. 25 de Setembro, 2473 - Marco - CEP: 66093-000
Fones: (91) 216-1142 / 216-1125 - Fax: 216-1125
E-mail: [email protected]
Telegramas: Jornal O LIBERAL, Cx. Postal 487
Belém-Pará-Brasil
Website: www.frmaiorana.org.br
Salão Arte Pará 2004
Catálogo
Coordenação Geral
Projeto Gráfico
Roberta Maiorana
Daniela Oliveira
Assistente de Coordenação
Ana Cristina Prata
Curadoria Geral “A Consagração Moderna:
Construção da forma - Anos 50/60”
Marcus de Lontra Costa
Seleção de Poemas
Luciano e Daniela Oliveira
Digitação
Ezequiel Noronha Jr.
Coordenação Editorial
Aline Monteiro
Biografias dos Convidados
Fabrício de Paula Gomes
(fonte: Instituto Itaú Cultural)
João Carlos Pereira
Projeto de Montagem
Marcus de Lontra Costa
Roberta Maiorana
Coordenação de Montagem
Antônio Sérgio de Oliveira Rodrigues
Juba Mello
Jorge Martins
Renaldo Silva
Valéria Cabral
Curadoria Sala “Construções do Imaginário Ribeirinho”
Emanuel Franco
Coordenação de Montagem
Edição e Execução das Fotos
Fotos das Comissões
Seleção - Fernando Araújo
Premiação - Cristino Martins
Sala “A Consagração Moderna:
Construção da forma - Anos 50/60”
Renato Chalu Pacheco
Fernando Araújo
Vicente Mello
Paulinho Muniz
Mário Grisolli
Montagem
Sala “Construções do Imaginário Ribeirinho”
Raimundo Paccó
Fernando Araújo
Walda Marques
Estagiários de Arquitetura
Reprodução obras selecionadas
Renato Chalu
Fernando Araújo
Emanuel Franco
Roberta Maiorana
Marta Freitas de Oliveira
Manoel Pacheco de Lima
Camila Furtado e Silva
Ísis Kerber
Laércio Silva Coelho
Priscila Costa Farias
Roberta Nazaré Lima dos Santos
Thaís Carvalho Paulo.
Design de plotagens
Ezequiel Noronha Jr.
Fernando Sette Câmara
Mário Pontes (estagiário)
Museologia
Márcia Muller
Museu de Arte Contemporânea de Niterói
Assessoria de Comunicação e Pesquisa
Fabrício de Paula Gomes
Apoio
Aureliano Ferreira Lins
Sheila Paixão
Plotagens
I.Studio Print
Logomarca
Mendes Publicidade
Editoração Eletrônica
Nonato Moreira
Tratamento de Imagens
Nonato Moreira
Gidalti Jr.
Fotolitos
Nikkei Design
Impressão
Gráfica
A Fundação Romulo Maiorana agradece
Luciano Oliveira - Oswaldo e Rose Mendes - Ronaldo Salame
MAC - Museu de Arte Contemporânea de Niterói
João Sattamini • Dôra Silveira • Márcia Muller • Angélica Pimenta
• Luiz Guilherme Vergara
Secretaria Executiva de Cultura
Paulo Chaves Fernandes • Rosângela Britto • Tadeu Lobato • Eva Pereira
• Lúcio Maués • Equipe técnica do MEP
Secretaria Executiva de Obras Públicas
Dr. Olímpio Yugo Ohnishi • Sylvia Regina Reis
Setrans-Bel
Mário Martins • Serafim Corrêa • Luiz e Carmem Peixoto
Gilberto Massoud • Emanuel Franco • Affonso Galindo • Ana e Jorge Silva
• João Carlos Pereira • Lucy Teixeira • Walda Marques • Juliana Oliveira
Miguel Rio Branco • Tadeu Chiarelli • Mariza Mokarzel • Marcus Lontra
• Cristovão Duarte
Artistas participantes da exposição “Construções do Imaginário Ribeirinho”, comunidades
ribeirinhas envolvidas na curadoria, equipe de montagem e estagiários de arquitetura.
A todos os colegas das ORM que contribuiram para a realização deste salão.
Patrocinadores
Supermercados Nazaré
Como uma empresa genuinamente paraense, gerida por paraenses, o grupo Nazaré
se sente impulsionado a incentivar o desenvolvimento da arte em nosso Estado. Este é
o oitavo ano consecutivo que a rede de supermercados e Supercenter Nazaré se une
à Fundação Romulo Maiorana neste evento que tem revelado grandes artistas locais.
Profissionais talentosos que trazem um olhar paraense sobre o mundo à nossa volta e
precisam de um incentivo para continuar se desenvolvendo.
Unimed Belém
Poder apoiar o Arte Pará 2004 representa, para a Unimed Belém, uma forma natural de
valorizar todo evento cultural que possa trazer benefício para o homem e para a sociedade. A Unimed Belém mantém uma longa tradição de envolvimento com a cultura,
com o esporte, com o ser humano. Como investimento, acreditamos que a arte gera
bem-estar e conduz ao aprimoramento de valores e instituições.
CVRD
Para a Companhia Vale do Rio Doce, arte é matéria-prima para a construção do ser
humano. Por pensar assim e por acreditar profundamente no talento dos paraenses, é
que a Vale está patrocinando o Arte Pará, um dos mais importantes eventos culturais do
Estado. O Arte Pará revela talentos, sim. Mas faz muito mais que isso. Ele democratiza o
acesso à cultura, deixando o mundo da arte próximo das pessoas. Esse é o maior legado
do Arte Pará. Uma obra que a Vale se orgulha de assinar.
Rede Celpa
Solidificar a base cultural e artística do Estado do Pará para projeção nacional, elaborar
projetos sócio-culturais voltados para a comunidade e fomentar a produção de cultura
e da arte são tópicos prioritários da Celpa. Prova de que a excelência da qualidade de
nossos serviços vai muito além do que a distribuição de energia elétrica. Considerando
a magnitude do Salão Arte Pará, mormente no que se refere à sua importância para as
artes plásticas do nosso Estado, a Celpa sente-se honrada em patrocinar um evento probo,
de importância histórica para nossa arte e para a vanguarda de nosso desenvolvimento
cultural. Ganham os produtores do evento pela seriedade e responsabilidade aplicadas;
ganham os artistas pela vitrine e valorização de seus trabalhos; ganha a sociedade por
mais uma opção de qualidade, no que tange à informação, cultura e principalmente ao
orgulho de ser paraense.
Apoio
Secretaria Executiva de Cultura • Secretaria Executiva de Obras Públicas
•
Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém • Mendes Publicidade • Imagem Produções