Edição 200 - Omnibus do Brasil

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Edição 200 - Omnibus do Brasil
Edição 200 - 29 de outubro 2015
“O ônibus deve ser inovador, inteligente e ter prioridade”
www.revistaautobus.com.br
Informativo n° 200
Semanalmente, o segmento de ônibus,
seja ele brasileiro ou internacional, tem
espaço garantido no Informativo AutoBus. Seu perfil vem salientar e confirmar o debate em torno do transporte
público e os benefícios que os serviços
de ônibus podem promover em âmbitos
urbano ou nas ligações entre cidades. A
tendência do amanhã é reforçar modelos de deslocamentos com reduzido impacto negativo ao ambiente.
E, estar em conformidade com a divulgação de um segmento de extrema importância em nosso desenvolvimento,
com ampla presença no transporte coletivo, é essencial neste momento em que
se busca a transformação dos atuais
conceitos por uma imagem qualificada e
moderna do modal, sempre reforçando o
lema de que o ônibus, acima de tudo, é
o veículo do futuro e da mobilidade. E o
futuro é hoje.
Ser mais atraente para um público jovem
Essa percepção é uma iniciativa para que mais e mais pessoas possam utilizar
os serviços de ônibus. Mas, a proposta não nos diz respeito. Enquanto no Brasil,
o setor de transporte, mais especificamente o segmento de ônibus, vive constantes lutas para sobreviver, tanto em lucratividade, como em produtividade, lá
fora o pensamento é como conquistar mais usuários por meio de uma forma atraente e moderna. Iniciativas inovadoras é que não faltam e nem faltarão.
Para melhor entender o que se passa, no mercado europeu, a Busworld Academia e a União Internacional de Transporte Rodoviário (IRU), mostraram tendências relacionadas a imagem dos ônibus objetivando uma qualificação superior
em sua operação.
De acordo com especialistas das entidades voltadas ao interesse do modal, por
muito tempo pairou uma visão de que os ônibus são um tipo de transporte para
pessoas mais velhas, que não ofereciam qualquer estímulo em suas viagens. Porém, nos últimos anos, ações da indústria, dos operadores e de alguns poderes
públicos, promoveram uma transformação de conceitos ao dispor de seduções
internas e externas, com o maior uso da tecnologia de informação e comunicação, além de veículos mais modernos com a combinação de serviços especiais.
Na atualidade, o que se busca é como aumentar essa atração e de que jeito pode atingir o público mais jovem. Fala-se até em proporcionar ambientes internos
dos ônibus com cores alegres para que as crianças possam ser clientes cativos
dos serviços, e ainda no emprego de funções diferenciadas em linhas rodoviárias
de médias e longas distâncias, como a oferta de refeições a bordo. Campanhas e
marketing exclusivos também são levados em consideração para que as pessoas
possam entender o ônibus como um veículo moderno e ideal para suas viagens.
Como se vê, o segmento europeu de ônibus trabalha continuamente para que
as operações conquistem maior espaço dentre os modais de transporte coletivo.
Lá, o ônibus não é considerado um mal necessário. Ele faz parte de uma rede,
interagindo com os diversos modais, exibindo uma imagem muito positiva quanta aos anseios por uma mobilidade urbana eficaz.
Nessa oportunidade, toda a movimentação para se modernizar o modal pode
servir de lição para a pátria do ônibus, que tem nos pilares de seu sistema de
transporte público o emblema do veículo, transportando milhões e milhões de
pessoas diariamente. Há muita coisa a fazer para transformar a imagem desgastada do modal aqui. Para isso, é preciso a ignição por parte dos setores envolvidos. O futuro dos serviços de ônibus no Brasil depende do agora.
Foto - Busworld
Pagando o pato novamente
E por falar em serviços de ônibus, uma nova pesquisa feita pelo Ibope, sob encomenda da CNI (Confederação Nacional da Indústria), mostrou que o transporte público urbano continua com nota baixa na avaliação da sociedade brasileira.
Se em 2011 os índices de bom ou ótimo ficaram na casa dos 39%, em 2014 caiu, ficando apenas com 24% de resultado positivo. Já os que o consideravam
ruim ou péssimo passaram no mesmo período de 28% para 36%. Isso é a resposta pelo descaso do poder público que não olha o transporte coletivo como
deveria.
No contexto, o modal ônibus foi mais uma vez o agente crítico dessa situação
de descrédito, afinal, é o principal meio de transporte de massa no Brasil. O último levantamento mostra que o tempo perdido dentro dos veículos é um verdadeiro retrocesso em termos de modernização. O ônibus é o que mais gasta tempo nos deslocamentos. Dentre seus usuários, 22% ficam neles mais de duas horas no deslocamento; 28%, entre uma e duas horas; e 51%, até uma hora. É
justificável todo esse processo contrário à sua evolução, pois o sistema, em sua
grande maioria dos casos não recebe qualquer menção de melhora ou qualificação, mantendo-se sempre no arcaico modelo de operação. A batalha entre ônibus e automóvel pode ser vista diariamente nas médias e grandes cidades brasileiras.
Por ser um modal flexível, tem todas as condições de ser ampliado e aperfeiçoado, por meio de uma rede integradora à outros modais e da disponibilidade de
serviços avançados, com custos e tempo reduzidos de implantação e condições
operacionais muito próximas aos sistemas férreos.
Uma chance às suas qualidades
Diferente do que acontece na Europa, a indústria brasileira de ônibus não sabe
valorizar o seu produto. Marketing é algo muito distante quando o assunto é
mostrar toda a qualidade de chassis e carroçarias aqui fabricados. Sem querer
fazer comparativos entre a realidade brasileira e europeia, o fato é que os fabricantes do velho continente, sendo que algumas marcas também estão instaladas por aqui, ressaltam melhor todas as qualidades que um ônibus pode imprimir, tanto em serviços rodoviários, como nas operações urbanas, estas mais
contundentes. Seja por campanhas eventuais ou publicidade contínua, é comum
no mercado europeu ver peças muito bem elaboradas e vídeos que revelam como o modal é importante no desenvolvimento econômico, nas vidas das pessoas
e na mobilidade urbana.
Cá para os trópicos, o ônibus só aparece em vídeo quando é para receber críticas por uma atuação nada merecedora de prêmio, geralmente por uma imprensa que, em geral, também não compreende os benefícios do transporte público,
preferindo o lugar comum do sensacionalismo imediato. Tirando anúncios feitos
em veículos editoriais segmentados (revistas), a importância do modal não encontra em outro canal algum respaldo de valorização. Um automóvel tem todo
um apelo de status e modernidade quando é para ser divulgado. Já um ônibus,
se perde em meio a um sistema de deslocamento confuso e cheio de percalços
na motorização urbana. Dizem que a propaganda é a alma do negócio. Muitas
marcas sabem explorar com sabedoria esse lema. Mas, em solo brasileiro, ainda
não amadurecemos para trilhar este caminho.
Se é preciso inovar na configuração dos ônibus, também é necessário revelar
tais novidades, não só para um público segmentado, mas sim para aquelas pessoas não envolvidas com o setor, muitas das quais usuárias do transporte, para
que possam conhecer o que existe de mais moderno no conceito veicular.
Se o veículo não é merecedor de um lugar ao sol no ramo publicitário, o que
dirá de sua operação, de seus serviços e da forma como poderia ser utilizado de
modo eficaz em vários cenários? Não há ênfase em suas características e vantagens em função do mesmo não sofrer modificações em sua imagem, em seu uso. Só lhe resta o papel para servir de painel itinerante de anúncios de variados
produtos. É uma mídia sobre rodas que não proporciona a oportunidade de se
auto valorizar. Quem sabe um dia, o ônibus possa ser o espelho de sua propaganda e a sociedade o enxergue de uma maneira bem mais convidativa.
No jogo da produção de ônibus o Brasil mostra grande expertise, mas deixa a
desejar em sua transmissão, não exibindo seus principais lances de maneira
fascinante.
Foto - Reprodução
AMD lança nova carroçaria
Com sede em Caxias do Sul, a AMD Encarroçadora e Implementadora apresentou recentemente seu mais novo produto idealizado para o transporte urbano.
Com o nome de Alamo, o projeto é identificado para chassis com motorização
dianteira. Suas linhas externas seguem
a tendência de um visual mais limpo,
com materiais utilizados mais leves e
com itens que aumentam a segurança e
conforto dos passageiros, motoristas e
cobradores.
Um destaque está na aplicação de uma
estrutura diferenciada de peças externas. Os para-choques dianteiro e traseiro foram divididos cada um em três partes. Assim, dependendo da colisão, não
é necessário trocar toda a peça. A AMD
ainda ressalta o sistema multiplex, que
foi incorporado para o gerenciamento
das funções da carroçaria, mostrando
preventivamente eventuais problemas
que poderão surgir durante a operação.
O painel de instrumentos conta com uma tela LCD de 7 polegadas interligado
com a câmara de ré.
A nova carroçaria tem comprimento
que varia entre 9,6 a 12,2 metros, largura de 2,50 metros e altura de 3,22 m
sem ar-condicionado ou a 3,43 m com ar
-condicionado.
Fotos - Divulgação
O futuro no lixo
Literalmente, o futuro parece estar destinado ao lixo. Explico melhor. A ficção científica
relatada no cinema comprova isso, como por
exemplo, a trilogia De Volta para o Futuro,
onde um personagem, que já tinha ido para o
futuro, abastece a máquina do tempo com
restos de alimentos de uma lixeira, e o carro
saiu do presente para o futuro voando.
Será que das telas a tecnologia de transformação do lixo em combustível pode ser um
conceito viável para a atualidade? Para a
Scania a resposta é sim. A produção de combustível a partir de matéria orgânica para a
utilização em veículos do transporte público
com um nível baixíssimo de emissões já se
encontra disponível.
Um chassi da montadora, tem propulsor que
pode ser abastecido com um combustível
com base orgânica, que pode ser gerado por
meio de dejetos de aves, lixo urbano, restos
de alimentos entre outras fontes.
De acordo com a Scania, a arte ultrapassa
os limites da ficção para estar presente na
vida real. A inspiração da engenharia da fabricante pensa na tecnologia do futuro. Ou
melhor, do presente.
Foto - Scania
Busworld 2015
A 41ª edição do maior salão internacional de ônibus foi novamente sucesso
em termos de novidades do mercado, novas tecnologias, novos fabricantes e,
principalmente, tudo o que o ônibus pode representar para o desenvolvimento
e melhoria da mobilidade urbana. Cerca de 410 expositores, sendo 67 diferentes fabricantes de ônibus, de 36 países, estiveram presentes em 10 pavilhões
do centro de convenções Xpo da cidade belga de Kortrijk, em uma área de quase 50 mil m².
Uma extensa gama de veículos foi exposta, com versões elétrica, híbrida, a
gás natural, diesel ou etanol. Carroçarias com piso baixo, Low Entry ou piso
convencional, com degraus, portando de cinco a 28 metros de comprimento. Os
mais variados tipos, convencional, articulado, biarticulado, midi e minibus para
sistemas urbanos ou rodoviários, atendendo as necessidades e desejos dos
passageiros como forma de atraí-los, com preço e serviço para garantir o retorno sobre o investimento dos operadores.
Nada melhor do que passear pelos estandes das principais montadoras para
conhecer de perto um pouco do que, deseja-se, um dia chegue ao mercado brasileiro. Para quem trabalha no setor ou tem interesse pelo assunto ônibus, o
evento é, sem dúvida, um pedacinho do paraíso aqui na Terra.
Colaborou
José Carlos Secco
Foto - Divulgação/Busworld
Volvo preparada para a produção em série de
seu modelo elétrico
A Volvo apresentou recentemente na Busworld o seu modelo elétrico 7900 com a
configuração comercial, o que significa dizer que ele já pode ser produzido em série
para aqueles mercados urbanos que têm o
compromisso da sustentabilidade ambiental. “Estamos alcançando mais um marco
em nossa busca por um transporte sustentável e um ambiente urbano mais limpo e
mais silencioso no futuro. Já podemos oferecer uma linha de produtos completa, que
permite o estabelecimento de um sistema
de transporte urbano com ônibus eletrificado. Soluções que possibilitam que qualquer
cidade avance em direção ao futuro”, disse
Håkan Agnevall, presidente da Volvo Buses.
O veículo, segundo a Volvo, opera silenciosamente e sem emissões, sendo cerca de
80% mais eficiente em energia do que o
correspondente convencional a diesel. Suas
baterias de íon de Lítio são carregadas tanto pelo sistema de frenagem regenerativa,
como pela rede de energia elétrica no ponto
final de cada linha. O carregamento usando
a rede elétrica leva entre três e seis minutos, isto é, dependendo da topografia, carga
e condições climáticas.
A configuração dessa nova versão traz uma imagem especial. Cada minuto de recarga das baterias permite de 5 a 10 minutos
de deslocamento. Para a fabricante sueca, a
oportunidade de recarregar no ponto final
cria uma infraestrutura de ônibus elétrico
cujo tamanho e peso deixam de ser afetados pelo tamanho da bateria. O modelo
7900 tem 12 metros de comprimento e dois
eixos, com carroçaria de alumínio, três portas, piso baixo e um interior claro e arejado.
Foto - Divulgação
BYD vence licitação nos EUA
Fotos - Divulgação
A fabricante chinesa de ônibus elétricos
BYD venceu há poucos meses uma licitação do Departamento de Transportes do Estado Washington (WSDOT), EUA, para o fornecimento de até 800 ônibus em várias categorias,
de 9 a 18,5 metros de comprimento, tanto no
segmento rodoviário, como urbano. Uma das
exigências do contrato era que determinados
modelos tivessem sistemas de recarga elétrica
sem contato, do tipo wireless, compatíveis aos
que serão implantados nas rotas dos veículos.
Tal tecnologia foi desenvolvida em parceria
entre a BYD e a empresa WAVE. Sua capacidade é de 50 kW.
De acordo com a montadora, o estado norteamericano de Washington continua a mostrar
liderança no movimento de eletrificação do
transporte, se destacando a nível nacional por
tomar uma posição tão firme na melhoria da
qualidade do ar de suas cidades. Para essa
completa reformulação no modelo de tração a
ser aplicado, levou-se em consideração avaliações rigorosas de cada fabricante e
seus produtos alternativos.
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Editor - Antonio Ferro
Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP
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Revista AutoBus
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