Informe Faeb - Setembro 2013
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Informe Faeb - Setembro 2013
INFORME Impresso Especial DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS 9912260735/2010 - DR/BA SENAR CORREIOS S E T. 2 0 1 3 | N º 7 9 | A N O X I PRO-SENAR Novo modelo operacional busca maior eficiência Faeb garante auxílio jurídico para produtores vítimas de invasão 07 04 Programa do Senar melhora condições dos jovens no interior 15 FAEB – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia PRESIDENTE: João Martins da Silva Júnior VICE-PRESIDENTE: José Mendes Filho 1º VICE-PRESIDENTE ADM. FINANCEIRO: Edson Diogo Moniz Pinto 2º VICE-PRESIDENTE ADM. FINANCEIRO: Eliane Menêses de Oliveira 1º VICE-PRESIDENTE DE DES. AGROPECUÁRIO: Guilherme de Castro Moura 2º VICE-PRESIDENTE DE DES. AGROPECUÁRIO: Humberto Miranda Oliveira DIRETORIA EFETIVOS SUPLENTES José Caetano Ricci de Araújo José Carlos Oliveira de Carvalho Antonio Balbino de Carvalho Neto Vanir Antonio Kolln Henrique Brugni Saraiva de Araújo Francisco Ângelo Nogueira de Souza Urbano Pereira Correia Rogério de Moraes Guilherme Galvão de Oliveira Pinto Isidoro Lavigne Gesteira João Carlos Gomes Alfredo Bezerra de Oliveira Lima Neto Nelson Gomes da Silva Ruy Ribeiro da Silva Edson José Soares de Matos Sérgio Augusto Teixeira Paulo Luiz Ruwer José Domingos dos Santos Mário César de Magalhães Dias Itatelino de Oliveira Leite Junior Manobras ameaçam POR CESÁRIO RAMALHO DA D SILVA CONSELHO FISCAL cenário SUPLENTES Demétrio Souza D´Eça José Raimundo de Souza Pereira Fernando de Figueiredo Pimenta Antonio Alberto Ribeiro de Almeida Israel Tavares Viana Wamilsom Palma Fahing DELEGADOS REPRESENTANTES NA CNA EFETIVOS SUPLENTES João Martins da Silva Júnior Guilherme de Castro Moura José Mendes Filho Edson Diogo Moniz Pinto - eleições de 2014. Essa fragilidade toma o ministé- iferentemente EFETIVOS de mandato contado, em razão das que, percalços, do rio um alvo fácil para os mais varia- econômico dos estratagemas. A pasta vem sen- apesar de do objeto de um perigoso processo até o de aparelhamento, marcado pela momento permanece substituição de profissionais de lon- no campo positivo -, o ambiente ga data, com respeitável trajetória e político da agricultura não anda bem. reconhecidos nacional e internacio- A situação põe em risco o produtor nalmente, por indivíduos ligados a rural e, consequentemente, os bons interesses políticos específicos. resultados que o setor agrícola Essa manobra, que atinge prin- vem fornecendo continuamente ao cipalmente o segundo escalão e CONSELHO ADMINISTRATIVO Brasil em termos de abastecimento, começa a chegar ao terceiro, fere a Presidente: João Martins da Silva Júnior emprego, renda e divisas, entre autoridade do ministério e retira da outros ganhos socioeconômicos. pasta a autonomia para selecionar SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Administração Regional da Bahia) Superintendente: Geraldo Machado Nos últimos tempos, o Ministério o seu próprio grupo de técnicos. O Titulares Suplentes Daniel Klüppel Carrara Humberto Miranda Oliveira da Agricultura, Pecuária e Abasteci- desmantelamento da pasta da Agri- José Mendes Filho Edson Diogo Moniz Pinto Guilherme de Castro Moura Hélio Antônio Matias da Silva mento (Mapa) se enfraqueceu. Per- cultura ao longo dos anos é latente e José Antonio da Silva Cláudio Silva Bastos deu autonomia, função estratégica, as recentes trocas acentuaram ainda poder político e recursos, deixando mais esse delicado quadro. o setor produtivo órfão e sem aces- Profissionais que têm sido subs- Titulares Suplentes so ao centro nervoso do governo. tituídos foram, por exemplo, res- Carlos Humberto Sampaio de Araújo Itatelino de Oliveira Leite Júnior Manoel Fonseca Neto Adelson Mota de Oliveira De imediato, é uma absoluta incon- ponsáveis por conquistas de mer- gruência, já que a agricultura é a cados internacionais para produtos atividade de maior força econômica agrícolas brasileiros. A saída desses do País, Mas, paradoxalmente, é a profissionais compromete acordos mais fraca politicamente. Além dis- já existentes e ameaça futuros. Isso so, temos um ministro com período porque o aparelhamento político co- CONSELHO FISCAL Josefa Rita da Silva Ailton Queiroz Lisboa Expediente Informe Sistema FAEB/SENAR Responsáveis técnicos Guilherme de Castro Moura | Bárbara Letícia S. Cordeiro Edição Geral Antonio Moreno (MTB 844) Redação Marilda Negreiros Nascimento 2 | Vanderson Nascimento | Maiara Rocha Projeto Gráfico e Diagramação: CDLJ Publicidade Tiragem: 12.000 exemplares W W W. FA E B . O R G . B R • W W W. S E N A R B A H I A .O R G . B R ARTIGO s políticas m a agricultura loca nesses cargos pessoas sem ba- dilapida sua competitividade. A busca gagem técnica, tirando legitimidade pela inovação - pilar das nações de- e credibilidade de suas decisões com senvolvidas - exige impreterivelmente parceiros comerciais, por exemplo. capital, planejamento e velocidade. Mais grave ainda é o uso do Mapa Órgãos da pesquisa pública - e para fins partidários, num claríssimo não falo só da Embrapa precisam ur- exemplo de esbulho do dinheiro públi- gentemente de novos mecanismos co, somado ao contingenciamento de administrativos que criem um ambien- recursos no seguro rural e também da te regulatório propício a uma gestão Empresa Brasileira de Pesquisa Agro- financeira mais autônoma, com vistas pecuária (Embrapa), bem como o a ganhos de eficiência operacional e desvio de verbas destinadas original- consequente produtividade. mente à agricultura para o pagamento Por sua importância e complexi- de emendas parlamentares, numa ta- dade, num Brasil cujo agronegócio cada que já visa ao apoio nas eleições é o carro-chefe da economia, o mi- do ano que vem. Neste ano, a verba nistério responsável por esse setor contingenciada do ministério “se apro- não pode ficar à mercê de interesses xima de RS 500 milhões. políticos particulares. O Mapa tem No seguro rural, cerca de R$ 4 mi- de continuar sendo dos produtores, lhões da subvenção governamental permanecendo como uma trincheira que cabe às seguradoras - valores re- do setor. lativos, ainda, ao Plano Safra do ciclo Como vimos e continuamos ob- passado não foram liberados. Nes- servando nas ruas, a sociedade bra- te ano, o volume represado chega a sileira não suporta mais o conluio aproximadamente R$ 138 milhões. particular subjugando o interesse A Embrapa também sofre com coletivo na administração pública, e cortes e com as amarras institucio- o Mapa é apenas um exemplo, entre nais que cerceiam seu poder de de- tantos outros. cisão e atuação. A falta de liberdade orçamentária que aplaca a instituição CESÁRIO RAMALHO DA SILVA É PRESIDENTE DA SRB - SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA. ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO I N F O R M E FA E B S E N A R • S E T E M B R O/ 2 0 1 3 | N º 7 9 JORNAL O ESTADO DE S. PAULO, NO DIA 11/09. 3 Um novo modelo operacional em busca da eficiência Com o Pro-Senar, nasce uma nova estratégia de atuação baseada na visão sistêmica e na integração dos diversos programas da instituição 4 A s mais ferramentas inovadoras e a um consistente competitivas e modernas organizações conjunto de iniciativas pioneiras e exitosas. da atualidade aprendem Destas experiências é que nasceu o Pro- com próprias Senar, uma nova estratégia de atuação que suas experiências, metabolizam vai integrar, unificar e dar maior coerência seus aprendizados e deles retiram valiosas e visibilidade a essas diversas linhas de lições, que lhes permitem evoluir e galgar trabalho. novos patamares de eficiência e efetividade. “Trata-se da criação do conceito de uma É o caso do SENAR Bahia que, ao longo nova estratégia que, a partir de agora, irá dos últimos anos, vem se reinventando nortear os caminhos da instituição, pautan- e adaptando-se às lógicas da moderna do nossas ações dentro de uma ampla visão agricultura brasileira, graças à criação de de programas, que representam o novo pa- W W W. FA E B . O R G . B R • W W W. S E N A R B A H I A .O R G . B R E S T R AT É G I A drão operacional, e sinaliza a nova via Promoção Social (PS), também con- da Bahia. “Esse trabalho de assistência de parceria e colaboração com a rede tinuarão dando assistência às famílias técnica já acontecia em alguns pro- de Sindicatos Rurais”, explica o Supe- dos trabalhadores e produtores rurais. gramas do Senar, como Geraleite e rintendente do Senar Bahia, Geraldo O que mudará, portanto é a expansão Moderpec, por exemplo. Mas agora, Machado. destes programas para além dos seus isso ganha mais corpo e se torna mais limites técnicos. presente no campo”, explica Francisco O Superintendente ressalta que o Pro-Senar não representa um aban- Sendo assim, para o exercício das dono dos outros modelos de trabalho novas estratégias, o Pro-Senar conta As ações do Pro-Senar beneficiam adotados pela instituição ao longo do com quatro eixos de ação: Profissiona- conjuntamente todos os que atuam no tempo, mas “significa um amadureci- lização tecnológica, gestão rural, pro- processo rural: o produtor, o trabalha- mento e um grande avanço em rela- dução assistida e promoção social. dor rural, as famílias, o rebanho e a pro- Benjamin, gerente técnico do Senar. ção à forma anterior de operar, sem Outro grande diferencial do Pro- priedade em si. A ideia central é traba- abrir mão, no entanto, das conquis- -Senar é a forte presença da Assistên- lhar de forma personalizada para cada tas recentes, testadas e validadas do cia Técnica para acompanhamento e cadeia produtiva, associado a um foco SENAR Bahia”. Os programas já exis- validação das ações do novo progra- permanente na formação e qualifica- tentes no Senar foram readaptados e ma, levando ainda novos conhecimen- ção do produtor rural, o trabalhador e colocados debaixo de uma nova co- tos tecnológicos aos produtores rurais sua família, conforme ilustração abaixo. bertura conceitual que os orientará de forma ordenada para melhor desempenho e efetividade. Pro-SENAR E FPR Dos mais de 170 cursos de Formação Profissional Rural (FPR), por PROGRAMAS SENAR EIXO DE AÇÃO EIXO DE AÇÃO PROFISSIONALIZAÇÃO TECNOLÓGICA GESTÃO RURAL exemplo, continuará sendo usada a FPR expertise alcançada, nas vertentes trabalhador rural e produtor, con- NCR tando com instrutores capacitados, metodologia e cartilhas. Das ações do AGETEC (Assistência Gerencial e FPR FEM INFORMÁTICA Tecnológica) serão aproveitados os resultados práticos, o aprendizado em mobilizar a cadeia produtiva, a experiência da assistência técnica regular, PRODUTOR FAMÍLIA TRABALHADOR MEIO AMBIENTE MONITORAMENTO DA PRODUÇÃO o monitoramento online dos índices zootécnicos e agronômicos, bem como a medição dos resultados econômicos da propriedade. SAÚDE ALIMENTAÇÃO Ainda no Pro-Senar, do FEM-Formação de Empreendedores, se manterá a noção de formação contínua e PROMOÇÃO SOCIAL ASSISTÊNCIA TÉCNICA PRODUÇÃO ASSISTIDA modular para levar profissionalização ao produtor rural. Os programas de I N F O R M E FA E B S E N A R • S E T E M B R O/ 2 0 1 3 | N º 7 9 EIXO DE AÇÃO EIXO DE AÇÃO 5 Hoje, o Pro-Senar já abrange as cadeias de apicultura, de rural e oferece itinerário formativo profissional para o café, banana, graviola, cacau, leite, caprinocultura, mandio- produtor e para o trabalhador rural, de acordo com suas ca e corte. A meta, no entanto, é abranger a maior quanti- necessidades, além de atividades de promoção social vol- dade possível das cadeias produtivas existentes na Bahia. tadas para suas famílias”, acrescenta Humberto Miranda, “Vale ressaltar que o Pro-Senar tem foco na proprieda- Superintendente Adjunto do Senar Bahia. Entenda o Pro-SENAR: PREMISSAS • Ações continuadas e com efeito multiplicador. • Fortalecimento do produtor decorrente de sua atividade produtiva. • • Incentivar a cultura da formação de parcerias, como for- em produção e produtividade; • Realização de cursos do FEM, FPR e assistência técnica nas propriedades rurais. LINHA BÁSICA ma de fortalecer o programa. • Trabalhar com grupos de 20 propriedades; Reconhecimento da necessidade de mudanças culturais • Aplicar as ferramentas de qualificação e profissio- e estruturais nos sistemas de produção. nalização do SENAR e parceiros para os principais atores do Programa. ESTRATÉGIA • • • Seleção e sensibilização de produtores/propriedades a gestão das atividades praticadas nas pro- dentro de uma mesma região para criação de um grupo; priedades rurais, promovendo mudança de A distância dessas propriedades deverá ser de, no máxi- comportamento e de atitude dos produtores) mo, 50 km a partir de uma cidade referência; • Realização de diagnóstico de cada propriedade selecio- • 6 FEM (Formação de Empreendedores Rurais) nada; • NCR (Negócio Certo Rural – Busca melhorar Implantação de um Plano de Ação para cada proprieda- • FPR (Cursos de Formação Profissional) de, focando ações de interesses convergentes, com foco • P.S (Programas Sociais) W W W. FA E B . O R G . B R • W W W. S E N A R B A H I A .O R G . B R ESPECIAL Faeb apoiará produtores rurais vítimas de invasão Os produtores rurais do Sul e Extremo Sul da Bahia que tiveram suas terras invadidas por grupos de “indígenas” receberão auxílio jurídico da Faeb nas ações visando a reintegração de suas posses. A A Federação da posse das propriedades invadidas. e O intuito é, por meio da assessoria Pecuária da Bahia jurídica da Federação, subsidiar o (Faeb), da pequeno produtor rural que não tem situação enfrentada condições de arcar com as despesas Agricultura diante pelos produtores rurais do Sul e Extremo Sul do Estado, com a invasão propriedades O presidente da Faeb, João Mar- rurais, tins da Silva Júnior, salienta a preo- por pessoas que se auto intitulam cupação da instituição com a difícil “índios”, etnia situação de sobrevivência destes indígena Tupinambá de Olivença, produtores rurais, que sofreram com decidiu produtores a ação ilegal do grupo indígena. “Es- rurais nas ações de reintegração de tamos disponibilizando este auxílio I N F O R M E FA E B S E N A R • S E T E M B R O/ 2 0 1 3 | N º 7 9 de processuais. pertencentes auxiliar os à 7 jurídico aos agricultores que estão e que não dispõem de meios próprios Projeto de Lei propõe suspensão de demarcação de terras de defesa, porque não compactuamos Para reagir ao avanço das invasões de propriedades produtivas regu- com tal prática, tipificada como crime larmente ocupadas e proteger o setor agropecuário, a presidente da na Legislação Penal Brasileira”. Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia com suas terras ocupadas ilegalmente Segundo o presidente do sindica- Abreu, apresentou, neste mês, um projeto de lei propondo a suspenção to de Ilhéus, Milton Andrade Júnior, de processos demarcatórios de terras indígenas sobre propriedades in- cerca de 50 pequenos produtores vadidas por dois anos seguintes à sua desocupação. sofreram com as invasões e necessi- O projeto propõe ainda que, em caso de reincidência, seja dobrado o pra- tam de apoio para a permanência nas zo de dois anos de suspensão dos processos, tanto para simples estudos suas propriedades. como nos processos em curso para criação, homologação, regularização A ação de reintegração aconte- ou ampliação de terras indígenas. O projeto prevê também a apuração da cerá por etapas, assinala a assessora responsabilidade civil e administrativa daquele que propicie o descumpri- jurídica da FAEB, Vanessa Mello. Cada mento dessas vedações, por ação ou omissão. produtor rural que teve sua proprie- Kátia Abreu destaca que restabelecer o Estado de Direito e garantir segu- dade invadida deve procurar o Sin- rança jurídica aos produtores rurais é fundamental ao bom desempenho da dicato Rural e levar a documentação agropecuária brasileira. “Queremos que áreas de produção sejam um patri- necessária. A entidade irá reunir to- mônio do Brasil, porque estão sustentando a economia frágil deste país”. dos os dados para que a assessoria jurídica possa avaliar e propor, para junto conosco”, explica Vanessa. demarcatório na região de Ilhéus e cada propriedade, uma ação. “Vamos A Fundação Nacional do Índio Buerarema já existe há cinco anos e, fazer toda a estratégia, elaborar todas (Funai) é responsável por fazer o es- como forma de pressionar a declara- as minutas, e encaminhar as ações tudo demarcatório das terras indíge- ção da terra indígena, os “índios tu- para um advogado correspondente nas, e esse é um processo que pode pinambás”, começaram a invadir as na região, que iremos contratar, e este demorar até 30 anos, como aconte- propriedades dos produtores rurais profissional fará o acompanhamento ceu em Itaju do Colônia. O processo da região. 8 W W W. FA E B . O R G . B R • W W W. S E N A R B A H I A .O R G . B R ESPECIAL Pequenos produtores apelam aos tribunais e ao governo Depois que o relatório de delimitação da pretensa terra indígena, de 47,3 mil hectares, foi despachado pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e publicado no Diário Oficial da União, em abril de 2009, as invasões de terras e os atos de violência têm se intensificado, principalmente nos últimos meses, no Sul da Bahia. O clima é de instabilidade, insatisfação e os produtores agrícolas apelam às autoridades dos Tribunais Federais a se sensibilizarem e conhecerem de perto as condições do trabalhador, em loco, indo além da frieza dos autos nos processos, antes de decidirem. As violações do direito à propriedade privada através do esbulho possessório, praticadas por grupos de Auto Declarantes Indígenas (ADI) - chamadas por eles de “retomada” - contra Pequenos Produtores Rurais, titulares de terra, se intensificaram no mês de agosto e cerca de 100 invasões aconteceram, estimando-se uma média de 8 a 10 propriedades violadas por semana, segundo dados do Sindicato dos Produtores Rurais de Ilhéus (SRI). A população rural dos municípios atingidos pela pretensa demarcação, Ilhéus, Una e Buerarema, compreende, de acordo com dados do SRI, 3 mil famílias, mais de 40 associações, 1 quilombo, 5 assentamentos, e abrange uma população de 22 mil pessoas, sendo 90% delas de pequenos produ- Assaltos e invasões de propriedades no Sul da Bahia atingem produtores e geram queda na produção. População local se mobiliza contra os crimes e pede o fim da demarcação. tores, ligadas à propriedades familiares e da agricultura familiar. Dados da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) demonstram que essa região produzia, por ano, em torno de 36 milhões de reais no setor agropecuário. O presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema, Luiz Henrique Uaquim, acredita que, diante da situação atual, a região perderá em torno de 70% dessa produção. Declínio A forte queda produtiva já começou a afetar o comércio regional também. É o que revela um servidor público de Buerarema, controlador geral do município, e também comerciante no ramo de confecções, Samuel Chaves. “Foram várias pessoas que tiveram suas propriedades invadidas e a Praça da Cidade está preenchida de agricultores acampados. Alguns comércios já I N F O R M E FA E B S E N A R • S E T E M B R O/ 2 0 1 3 | N º 7 9 fecharam suas portas e os outros resistem com muita dificuldade. Durante seis dias, meu comércio vendeu apenas cem reais. Houve uma queda total e os funcionários estão perdendo seus empregos”, explicou. Chaves disse que a gestão pública também está sendo afetada, “porque os agricultores sem teto estão batendo na Prefeitura pedindo ajuda como alimentos e remédios”. Ele afirmou que a Prefeitura, na medida do possível, tem tentado atender esta demanda, mas que a situação é de muita preocupação. O município hoje recebe produtos de cidades como Pimenteira, porque a produção rural de Buerarema e da região está impedida devido às invasões e insegurança no campo, destacou Uaquim. Segundo Peu Magalhães, agricultor da região, “não é nem baixa produtividade, é mesmo usurpado o direito de produzir e de alcançar o sustento 9 da família. Praticamente todos os pequenos produtores estão desabrigados, porque são agricultores familiares, só vivem daqui e foram roubados e expulsos das suas terras. Estão sem teto, sem emprego e passando fome, acampados na Praça Central ou de favor em casas de famílias. As famílias estão desesperadas”, lamentou. Algumas pessoas que cederam entrevista, prejudicadas pelas invasões, não quiseram se identificar na reportagem por receio de represálias. Suas declarações são identificadas apenas com as iniciais dos nomes dos depoentes. O produtor agrícola, E.M., de Buerarema, é um dos “residentes” da Praça da Cidade. Ele conta que está “vivendo de esmola, coisa que eu nunca pedi na minha vida. Buerarema está vivendo um momento de terror com esses falsos índios”, relatou com indignação. O agricultor disse que antes de perder sua moradia, a propriedade vizinha foi violada, e a venda do proprietário, depois de ser toda saqueada, foi incendiada. “Roubaram uma quantia de 3 mil reais. Quinze pessoas invadiram e estavam armadas de revólver, pistola, escopeta...”e que “não bastou incendiar a propriedade vizinha, eles (os ADI) compraram gasolina, foram até a minha propriedade e incendiaram tudo o que tinha lá, quatro casas, uma barcaça, quatro motos, roçadeira, motosserra, diversos instrumentos de trabalho”. De acordo com o Presidente da Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar e Presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Vila Santa Aninha, de Sapucaeira, em Ilhéus, onde abriga 22 famílias, Erivaldo Souza, “estas pessoas que foram assentadas estão sendo expulsas da propriedade e indo sem preparo para as periferias. Eles não têm mais o 10 estímulo de dizer ‘eu vou plantar para colher’, porque já perdeu”. E questiona os programas do Governo, “do que valeu tanto esforço? Para depois perder?”. Quarenta por cento desses assentamentos, de 1 ha a 3 ha, foram invadidos, mais de 300 pessoas expulsas e as outras estão sob ameaça, se protegendo com o recurso de uma vigilância familiar, segundo Souza. A população, insatisfeita, tem reivindicado principalmente a imediata suspensão da demarcação, ressarcimento dos danos materiais, desarmamento imediato dos ADI e apuração dos crimes praticados. A redação entrou em contato com as sedes da FUNAI e da Polícia Federal (PF), em Ilhéus, para melhores esclarecimentos, mas os representantes das instituições autorizados a falar com a imprensa não estavam disponíveis. Os habitantes têm se queixado quanto à ausência das Polícias na área rural, ao Governo e aos Tribunais, que, de acordo com o Primeiro Vice-Presidente de Desenvolvimento Agropecuário da Faeb, Guilherme Moura, deveriam conter as invasões e proteger o produtor, que é titular de terras. Segundo Moura, “se forem levados em conta os interesses da nação, os produtores rurais, sairão vitoriosos nesse processo”. Para a FAEB, o tamanho da demarcação é também uma incoerência, já que é para um número reduzido de famílias sob a ótica de que os índios precisam viver da caça e pesca, e estes já estão inseridos na civilização e completamente aculturados. “O Governo do Estado da Bahia deve preservar o Estado de Direito e a ordem, garantir que as posses das propriedades sejam mantidas sob a guarda de quem de fato lhe pertencem, enquanto o mérito não for julgado pela Justiça”, afirmou Moura. Informações do G1 comunicam que segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o governo quer que o relatório da FUNAI sirva de base para demarcação, mas que outros órgãos também sejam consultados. Assim, poderão ser ouvidos também o Ibama, os ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, do Desenvolvimento Social e da Justiça, além do Incra e Embrapa. O Presidente do SRI, Milton Andrade, concorda. “Se tivéssemos uma posição de Governo, nós reestabeleceríamos a paz no campo com toda a desocupação desses pseudos índios nas áreas invadidas, com consequências políticas muito positivas para esse Governo que a gente está hoje”. Porém, “a presidente Dilma (PT) tem sido ausente, e, especificamente na Bahia, nosso Governador Jacques Wagner (PT) não tem dado a W W W. FA E B . O R G . B R • W W W. S E N A R B A H I A .O R G . B R ÍNDIOS devida importância”, lamentou Andrade. Demarcação A Associação dos Pequenos Produtores da região frisou a importância do marco temporal da Constituição de 5 de outubro de 1988, ressaltando que “a demarcação de terras indígenas após esse marco não é legal, a não ser que a área seja do Governo Federal ou ocupada tradicionalmente por índios, como foi o caso de Pau Brasil. Mas no nosso caso não. Isso foi inventado em 2000, foi criada uma etnia, eles não sabem falar uma palavra, as terras foram vendidas e registradas em Cartórios, quem criou isso foi a FUNAI. Há um crime de improbidade administrativa de criar terras indígenas em terras privadas após o marco temporal, se a portaria para a homologação da demarcação for aberta. Alguém tem que se responsabilizar por isso”, disse Uaquim. De acordo com Vinícius Briglia, o advogado que tem defendido judicialmente alguns produtores agrícolas, o que existe são aldeamentos indígenas extintos há mais de 200 anos. Segundo ele, a Constituição Federal, dispõe que “havendo o aldeamento indígena extinto, a área não pode ser terra indígena”. Além disso, Briglia afirma que estudos apresentados pela Associação dos Pequenos Agricultores são conclusivos de que existem várias falhas, vícios e lacunas no estudo da FUNAI, que não fez o levantamento fundiário completo e não foram identificadas todas as propriedades e titulares. “O que está havendo é demarcação de terras indígenas em área reconhecidamente privada, com títulos de propriedade legalmente concedidos pelo Estado da Bahia, que a União reconhece que ali se trata de terra privada, por que continua cobrando impostos, como o ITR, por exemplo. Já a terra indígena é da União, não são dos índios, eles são usufrutuários. E para quem tem título de propriedade, o Estado sequer se manifesta se vai indenizar ou não”, explicou o Advogado Briglia. Contradições “Após a chegada da Força Nacional (FN), nós pensávamos que as invasões seriam inibidas, mas elas aumentaram. A polícia, quando vai aos locais invadidos, é porque o proprietário está sendo feito refém, o que é que a polícia faz? Vai para retirar o proprietário e dar posse ao invasor”, destacou um produtor vítima de invasão de terra, justificando que o efetivo enviado não tem ido ao campo, não é su- I N F O R M E FA E B S E N A R • S E T E M B R O/ 2 0 1 3 | N º 7 9 ficiente e não tem atendido a população, “o que eles (os policiais) alegam, é que a ordem é não enfrentar”, explicou. Filha de um titular de terra em Una, E.O., relata que teve a propriedade invadida por um grupo de 20 ADI (Auto Declarante Indígenas) armados, ameaçando o trabalhador, que se encontra alojado numa garagem. “Não houve atuação nenhuma da polícia, porque ela não poderia sair de Buerarema sem a permissão de alguém de lá de cima”, disse. A mesma afirmou que teve que retirar o funcionário da propriedade lidando diretamente com o grupo invasor. “Roubaram as coisas do trabalhador, dinheiro e pertences na noite que eles entraram lá., afirmou. “A gente não tem e não encontra apoio da Justiça. No dia da invasão, eu procurei a Polícia Federal, buscando os meios legais, mas não consegui. No dia seguinte, o delegado me disse: ‘infelizmente aqui eu não posso fazer nada sem uma medida judicial, não saio daqui, não posso lhe escoltar, fazer nada. Eu aconselho que você não vá lá’, explica R.D., titular de uma área no Acuípe do Meio, de Olivença, em Ilhéus, que teve sua propriedade invadida por mais de 20 homens com armas de grosso calibre em punho, ameaçando o funcionário de morte. Para R.D., “não existe índio aqui”. A atuação dos ADI tem atingindo inclusive propriedades que estão fora da pretensa demarcação da FUNAI. É o caso de dona E.B., titular de uma propriedade que está a 80 m fora da linha demarcada, em Ilhéus, e que teve sua casa assaltada e invadida em abril por 40 homens que afirmam ser índios. “Um dos que entraram na minha propriedade foi um funcionário da Prefeitura. Arrombaram a porta da minha casa, levaram tudo. Só têm os pés de árvores em pé”. Dona E.B. se dirigiu à Funai e afirma que foi convidada a se cadastrar como índia para não ter a propriedade invadida, mas não o fez porque não aceita esta situação. “Eu paguei, eu sou trabalhadora, eu comprei minha área e tenho escritura”, afirmou Dona E.B., que diz estar endividada com os bancos e sem poder colher o seu sustento, “estou desesperada”. Dados do SRI apontam que seis produtores agrícolas, entre eles, idosos, foram espancados por ADI e, dois produtores rurais, feridos com tiros de borracha disparados pela Força Nacional durante manifestação, conforme relatou uma das vítimas. Há registros antigos de quatro produtores rurais baleados por ADI, e os autores dos crimes não têm sido punidos, como destacou o Advogado Briglia. Por outro lado, existem documentos que comprovam o descadastramento de mais de 400 “ex-índios”, segundo o Sindicato de Produtores Rurais de Ilhéus. 11 I M P O STO Faeb realiza treinamento de ITR Treinamento oferecido pela Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia facilita a vida do produtor no momento de fazer a Declaração do Imposto sobre Propriedade Rural – DITR. S etembro em é que produtores precisam o mês todos os rurais fazer a Declaração do Imposto sobre Propriedade Rural (DITR). Pensando em levar facilidade para o produtor, a Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB) oferece, todos os anos, o treinamento de ITR para presidentes de sindicatos e mobilizadores, para que eles realizem a declaração de mento e as atividades práticas, eles já forma correta em cada região. Neste isso, é muito importante participar e es- puderam se sentir preparados para fa- ano, o curso aconteceu no dia 8 de tar atento às informações que se reno- zer a DITR”, conta Teixeira. A declaração agosto e foi ministrado pelo assessor vam no meio rural”, ressalta. do ITR é obrigatória para pessoas físi- técnico da Faeb, Jerenaldo Teixeira. A mobilizadora do sindicato de Nova cas e jurídicas que sejam proprietárias Canaã, Núria Oliveira acrescenta ainda de imóveis rurais. que “algumas vezes, recebemos alguns O treinamento de ITR é mais um serviço que a Faeb presta de forma A contadora e presidente do sindi- gratuita para o produtor rural. “Todos os ITRs que foram declarados de forma er- cato rural de Caatiba, Márcia Viana, res- anos são feitas algumas modificações rada e a gente consegue retificar, graças salta que “conseguimos crescer muito na forma de fazer a declaração, por isso, ao treinamento recebido na Faeb. Este com a troca de informações e apren- a gente atualiza as informações para ano, o conteúdo foi mais aperfeiçoado der com a dúvida de cada um e com que os produtores possam fazer uma e, com certeza, voltaremos afiados para a explicação do palestrante. É mais um declaração bem feita, que traga satisfa- ajudar o produtor na declaração do ITR”. ano que estamos aprimorando nosso ção e não problemas para eles”, explica o Neste ano, o treinamento aconteceu conhecimento através do treinamento vice-presidente administrativo e financei- apenas para pessoas com formação em oferecido pela Faeb”. contabilidade. Edson Diogo explica que ro da Faeb, Edson Diogo. Algumas pessoas participaram do Cerca de vinte mobilizadores dos a ideia é treinar esses profissionais, já que evento pela primeira vez, como o mobi- sindicatos rurais participaram do curso eles são muito procurados pelos produ- lizador do sindicato de Ibicuí, Lucas Oli- neste ano. “Alguns deles chegaram com tores rurais no momento de fazer a decla- veira. Para ele, “o treinamento nos ajuda dúvidas, mas, com o decorrer do treina- ração. O prazo de vencimento do ITR ter- a trazer o produtor para o sindicato, por minou no dia 30 de setembro de 2013. 12 W W W. FA E B . O R G . B R • W W W. S E N A R B A H I A .O R G . B R E S T I AG E M Seca prejudica o PIB agropecuário da Bahia A prolongada estiagem no semiárido baiano é responsável por uma retração de 3,9% do setor agropecuário do estado. Só o feijão obteve um resultado positivo na comparação com os índices da safra de 2012. N este terceiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia registrou um crescimento acima da média nacional, na comparação entre o trimestre passado e o primeiro de 2013, com alta de 2,2%. No Brasil, a alta foi de 1,5% no mesmo período. O setor agropecuário, apesar de ter sido o fator mais importante para o avanço no PIB nacional, teve retração de 3,9% na Bahia, principalmente pelos prejuízos causados pela seca. Os dados foram divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), com base no resultado do IBGE. Das safras de verão no estado, apenas o feijão obteve resultado positivo em relação a 2012, com 79 mil toneladas. Já as culturas de soja, milho e algodão foram as que mais influenciaram a queda nos grãos. Isso ocorreu por conta da falta de chuva na região do semiárido. O presidente do sindicato de produtores rurais de Irecê, José Carlos Carvalho, medidas a serem tomadas, porque o que foi feito até agora ainda não foi suficiente”. diz que o cenário do setor agropecu- O coordenador de Acompanha- ário da Bahia passa por dificuldades, mento Conjuntural da SEI, Rafael Car- uma delas é a falta de políticas pú- doso, explica que a seca na Bahia é blicas para ajudar os produtores do um fator que tem prejudicado as sa- semiárido a conviver com a seca. “O fras, pois boa parte da área de plantio produtor encontra-se descapitalizado, encontra-se nas regiões onde não tem pois com a seca, perdeu tudo o que chovido nos últimos tempos. Apesar investiu na plantação. Vai levar um disso, a expectativa é otimista para o tempo para a gente se reestabelecer”, próximo trimestre. afirma. “A seca foi muito impactante, mas o Para o produtor rural e presidente importante é que já se pode ver a recu- do sindicato de produtores de Ipirá, peração na safra de inverno. A expecta- José Caetano Ricci, os números não tiva é que, no ano vem, essa questão da conseguem traduzir exatamente a seca seja amenizada, para facilitar a vida realidade vivida pelos produtores ru- dos produtores rurais, principalmente rais, pois não dão a magnitude que os da agricultura familiar, que depen- o problema tem. “As autoridades dem diretamente desta condição para devem analisar a situação e ver as sobreviver”, destaca Cardoso. I N F O R M E FA E B S E N A R • S E T E M B R O/ 2 0 1 3 | N º 7 9 13 FOCO RURAL Senar Bahia firma parceria com Caixa Econômica O presidente do conselho administrativo do Senar Bahia, João Martins, juntamente Geraldo Machado e Humberto Miranda, Superintendente e Superintendente Adjunto da instituição, respectivamente, e o membro do conselho José Mendes, se reuniram, no mês de agosto, na sede do Sistema Faeb/Senar, com o Gerente de Filial do FGTS em Salvador, Antônio José Cavalcanti para a assinatura de Termo de Cooperação Técnica com a Caixa Econômica Federal. A ideia é firmar parcerias, a exemplo das que já foram firmadas com a Receita Federal e o Conselho Regional de Contabilidade, para oferecer palestras que irão abordar assuntos de interesse da área contábil, como Preenchimento da GFIP/SEFIP, Certificação Eletrônica, Conectividade Social, entre outras solicitadas pelos contadores. Para o superintendente do Senar, Geraldo Machado, “esta parceria com a Caixa Econômica é fundamental para a aproximação do Senar com os contadores do setor rural, Curso de gestão I O Curso do Negócio Certo Rural (NCR), que é uma capacitação para que os Produtores aperfeiçoem o gerenciamento de suas propriedades, aconteceu nos municípios de Ibicuí e Nazaré, no período de 29 de julho a 01 de agosto. O NCR é mais uma ferramenta do Programa Viver Bem no Semiárido – VBSA, que vai ajudar o produtor rural a conviver de forma produtiva e rentável na sua propriedade, mesmo em períodos de longas estiagens. No primeiro semestre de 2013, o curso foi instalado nos municípios de Iraquara, Seabra, Riachão do Jacuípe, Pé de Serra e Conceição do Coité. Outros cursos do NCR foram instalados nos municípios de Nova Canaã, Coaraci e Iguaí para implantação dos programas lançados este ano pelo Senar Bahia e que vai envolver todas as cadeias produtivas. O objetivo do NCR é contribuir para a melhoria da gestão da propriedade rural através da capacitação dos seus proprietários ou gerentes, tendo como foco principal o empreendedorismo, visando o fortalecimento do agronegócio baiano. Para o coordenador do NCR, Ary da Silva Carvalho “o curso abre a visão empresarial do produtor rural, promovendo o aprendizado da construção de um plano de negócio”. 14 que cumprem o papel de facilitadores da relação entre o setor de arrecadação do Senar e os produtores rurais”. Além dos produtores rurais, pessoas físicas e jurídicas, outros interessados também irão se beneficiar da parceria como os sindicatos, associações de produtores, agroindústrias e cooperativas agropecuárias. “A CAIXA, como Agente Operador do FGTS, tem todo interesse em fomentar parcerias como esta, porque elas nos abrem canais de comunicação com públicos específicos que, às vezes, não temos o mesmo poder de penetração agindo isoladamente”, destaca o Gerente de Filial do FGTS em Salvador, Antônio José Cavalcanti. O gerente ressalta ainda a importância em levar profissionalização ao produtor rural. “Não consigo vislumbrar nenhuma atividade que busque gerar meios de sustentação econômica que prescinda da gestão eficiente, profissional, e os conhecimentos necessários para tal o SENAR leva ao produtor rural”. Curso de Gestão II Depois do lançamento do Programa Viver Bem no Semiárido nos municípios de Senhor do Bonfim, Uibaí e Mairi no mês de julho, o Senar Bahia sinalizou que novas turmas serão organizadas para o Curso do NCR com a participação de produtores do semiárido. A previsão é que sejam realizados até o final de setembro. “A expectativa é que até o final deste ano, 60 turmas do NCR sejam formadas em diversas regiões do estado”, declarou Ary Carvalho. O produtor rural que tiver interesse em participar dos cursos do NCR, precisa comparecer ao Sindicato Rural do seu município, assistir a apresentação do VBSA e preencher uma ficha cadastral de adesão ao programa. Entre no site do SENAR BAHIA e conheça os programas e cursos oferecidos gratuitamente pela instituição: www.senarbahia.org.br W W W. FA E B . O R G . B R • W W W. S E N A R B A H I A .O R G . B R F O R M AÇ ÃO Programa de Aprendizagem do Senar transforma vida de jovens no interior do Estado A iniciativa já ajudou a melhorar a vida de mais de 800 jovens. Além de serem preparados para o exercício de uma profissão, os aprendizes passam, a partir da experiência do curso, a lidar melhor com diversas situações do cotidiano. F elipe Costa tem 20 anos e foi contratado como auxiliar administrativo em uma empresa em Itabatã, graças à experiência adquirida no Programa Jovem Aprendiz, do Senar em Teixeira de Freitas. O programa tem como principal característica capacitar, através de parceria com empresas privadas, jovens da zona rural em ambientes reais de trabalho, e preparar estas pessoas para a inserção no mercado de trabalho. Assim, após o período do curso, Felipe conseguiu ser contratado por uma empresa de silvicultura na sua cidade. “O programa dá uma noção muito boa de mercado de trabalho I N F O R M E FA E B S E N A R • S E T E M B R O/ 2 0 1 3 | N º 7 9 para que a pessoa possa crescer profissionalmente. Sem o curso, com certeza, eu e outros jovens perderíamos muitas oportunidades”. Felipe ressalta ainda que, mesmo tendo tido outras experiências de trabalho, o Jovem Aprendiz foi essencial. “É um amadurecimento mais amplo”, afirma. O mesmo aconteceu com Sarah Greicy, que também participou do Jovem Aprendiz e se sente realizada com o aprendizado que adquiriu nas aulas. “Foi uma experiência muito importante para mim, porque pude aprender conteúdos que não tive acesso nem no ensino médio. Os instrutores passaram os assuntos de uma forma que facilitou muito nosso aprendizado”, conta Sarah orgulhosa 15 que, logo após o término do curso, foi contratada pela empresa. “Terminei o curso na Plantar Reflorestamentos no dia 14 de agosto, e no dia seguinte fui chamada para continuar na empresa”. Profissionalização no meio rural - O Programa de Aprendizagem do Senar já ajudou a melhorar a vida de mais de 800 jovens no interior do Estado, que participaram dos cursos. Além de serem preparados para o exercício de uma profissão, os aprendizes passam, a partir da experiência do curso, a lidar melhor com diversas situações do cotidiano. “No que tange à melhoria da qualidade de vida, podemos perceber que eles adquirem novos hábitos e atitudes que favorecem o melhor desempenho nas relações interpessoais e o aumento da autoconfiança e da capacidade argumentativa e comunicativa”, avalia a coordenadora de programas do Senar, Daniela Lago. O Senar realiza, há cerca de três anos, a profissionalização para jovens da área rural, por meio do Programa Jovem Aprendiz. Nas turmas encerradas em agosto, oito dos participantes tiveram contratação efetiva. O programa já formou 27 turmas nos municípios de Juazeiro, Alagoinhas, Eunápolis, Teixeira de Freitas, Casa Nova, Itabuna, Curaçá e Luiz Eduardo Magalhães. Até o fim deste ano, serão formadas mais 20 turmas. Modelo de aprendizagem Apesar de não existir uma obrigatoriedade de efetivação por parte das empresas parceiras, isso acontece devido ao bom desempenho dos estudantes durante a experiência. Para a supervisora do Senar Bahia, Daniella Santos, essa questão reforça a importância social e o compromisso da instituição com a capacitação rural. “Os cursos do Jovem Aprendiz são uma oportunidade de ouro para os jovens iniciarem, com todo o suporte necessário, sua carreira profissional. Os jovens são preparados na parte técnica, comportamental e de postura profissional para se tornarem fortes competidores no mercado de trabalho”. A contratação dos jovens que participam do Jovem Aprendiz é importante, não só para eles, mas também para as próprias empresas, que podem descobrir novos talentos e enriquecer seu quadro de pessoal. O encarregado de pessoal da Plantar Reflorestamentos, Juliano Fagundes Passos, afirma que a parceria com o Senar é de suma www.faeb.org.br www.senarbahia.org.br [email protected] [email protected] 71 3415.7100 71 3415-3100 PARA USO DOS CORREIOS ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sistema FAEB/SENAR Rua Pedro Rodrigues Bandeira, 143, Edifício das Seguradoras, 8º andar – Comércio. Salvador – Bahia CEP: 40.015-080 MUDOU-SE FALECIDO END. INSUFICIENTE DESCONHECIDO AUSENTE CEP NÃO PROCURADO NÃO EXISTE Nº INDICADO RECUSADO INFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO OU SINDICO REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___ ___/___/___ _______________ RESPONSÁVEL importância para o desenvolvimento do projeto e para o aproveitamento dos jovens na empresa. “O Senar forneceu toda a estrutura pedagógica, fundamental para o aprendizado dos alunos, por isso, pudemos perceber que realmente eles estavam preparados para começar a trabalhar”. Segundo Fagundes, dois critérios são utilizados na hora de selecionar um estudante para fazer a contratação. “O primeiro deles é o comprometimento do aluno com o curso durante as aulas teóricas, e o segundo é analisar o desempenho do jovem na experiência dentro da Plantar e como ele conseguiu aplicar o conhecimento da sala de aula na prática, o que para nós é muito importante”. Durante os cursos, os alunos passam pela Formação Profissional Rural (FPR), com uma metodologia de ensino específica, voltada para a área rural. Podem participar do Programa de Aprendizagem do Senar jovens com idade entre 18 anos completos e 24 anos incompletos, que tenham concluído ou estejam cursando o ensino fundamental ou o ensino médio e que sejam de famílias do trabalhador ou produtor rural. A duração total dos cursos é de 800 horas/aula, sendo 400 horas voltadas para conteúdos teóricos e mais 400 horas de atividades práticas, realizadas nas empresas. As turmas são compostas de, no mínimo 20 e no máximo 30 jovens, que irão desenvolver as habilidades e competências que estiverem relacionadas com as atividades das empresas contratantes, visando o desenvolvimento profissional. As empresas interessadas em formar parceria com o programa de aprendizagem do Senar devem fazer o requerimento no site: www.senarbahia.org.br/programas. Aprendizagem O Programa Jovem Aprendiz obedece ao que diz o artigo 428 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a redação dada pela Lei 10.097/00, segundo a qual, “aprendizagem é a formação técnico-profissional metódica, caracterizada por atividades teóricas e práticas, organizadas em tarefas de complexidade progressiva, realizadas no ambiente de trabalho, compatíveis com o desenvolvimento físico, moral e psicológico do adolescente, que deverá executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação”.
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