AFIRSE 2016_Livro do Colóquio_Livre du
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AFIRSE 2016_Livro do Colóquio_Livre du
Índice | Table des matières Introdução | Introduction 3 Programa | Programme 6 Conferências | Conférences Conferência I | Conférence I 10 Conferência II | Conférence II 11 Conferência III | Conférence III 12 Conferência IV | Conférence IV 13 Mesas-redondas | Tables rondes Mesa-redonda I | Table ronde I 15 Mesa-redonda II | Table ronde II 17 Mesa-redonda III | Table ronde III 18 Ateliês | Ateliers LIVRO DE RESUMOS Ateliês 1 | Ateliers 1 – 28/01, 16:30 – 18:00 21 Ateliês 2 I Ateliers 2 – 29/01, 08:30 – 10:30 85 Ateliês 3 I Ateliers 3 – 29/01, 16:15 – 17:45 151 Ateliês 4 I Ateliers 4 – 30/01, 8:30 – 10:00 205 Apoios | Supports 271 2 Introdução | Introduction Que sentidos atribuímos ao falar hoje de pedagogia? A pedagogia entendida como a “ciência de ensinar” remete-nos para uma antiga discussão, muito premente no presente, permeada por dimensões epistemológicas e filosóficas, sobre as finalidades, os métodos, a organização e os conteúdos das práticas educativas. O pensamento pedagógico edificado por filósofos e educadores, desde os tempos mais remotos da história da Humanidade até aos nossos dias, tem vindo a alicerçar-se em discussões, reflexões e problematizações sobre as práticas educativas, mas também sobre o estatuto dos aprendentes e dos educadores, o papel da experiência de vida na aprendizagem, a relação com o saber e a atribuição de sentido. Com a emergência da escola, no século XVII, os debates sobre a pedagogia ganharam fôlego. Numa tentativa de crítica à pedagogia tradicional surgiram entretanto pedagogias alternativas, que procuraram situar o aprendente e a aprendizagem no centro do processo educativo. A pedagogia ao centrar-se nas práticas educativas e nos processos de ensino-aprendizagem é inseparável do social, por isso novos olhares se foram impondo, por força das transformações na sociedade, nas organizações educativas e nos recursos de ensino e de aprendizagem. A sociedade contemporânea, caracterizada pela diversidade e complexidade das suas dinâmicas, coloca um amplo conjunto de desafios pedagógicos às escolas, assim como às restantes organizações educativas e aos educadores. O XXIII colóquio da AFIRSE Portugal debruça-se sobre a temática da pedagogia por se considerar a sua centralidade e importância para os profissionais e estudiosos da educação. A teoria e a prática pedagógica estabelecem entre si uma relação dialéctica que procuramos revisitar, com a análise crítica e fundamentada da investigação produzida no campo científico das Ciências da Educação. Eixos temáticos: Eixo 1. Teoria e pensamento pedagógico contemporâneo Eixo 2. Práticas pedagógicas e o (in)sucesso educativo Eixo 3. Organização pedagógica da escola Eixo 4. Multiculturalidade e práticas pedagógicas Eixo 5. Tecnologias educativas e práticas pedagógicas Eixo 6. Formação pedagógica dos educadores 3 Quels sens attribuons-nous à la pédagogie aujourd'hui ? Art de l'enseignement? Science et art de l'enseignement ? Science de l'enseignement ? Quelle qu’en soit la réponse, le mot nous renvoie à une vieille discussion, très urgente à l'heure actuelle, fondée sur les dimensions épistémologiques et philosophiques, sur les finalités, les méthodes, l’organisation et les contenus des pratiques éducatives. La pensée pédagogique construite par les philosophes et les éducateurs, dès les premiers temps de l'histoire de l’Humanité à nos jours, se fonde sur des discussions, des réflexions et des problématisations sur théories et les pratiques éducatives, mais aussi sur le statut des apprenants et des éducateurs, sur le rôle de l'expérience de vie dans l'apprentissage, sur la relation au savoir et sur le sens que les acteurs concernés accordent au savoir. La pédagogie, en se centrant sur les théories et en mettant l’accent sur les pratiques éducatives et sur les processus d'enseignement-apprentissage, est inséparable des aspects sociaux et a imposé de nouveaux regards face aux changements de la société, des organisations éducatives et des ressources de l'enseignement et de l'apprentissage. La société contemporaine, caractérisée par la diversité et par la complexité de ses dynamiques, pose un vaste ensemble de défis pédagogiques aux écoles de tous les niveaux d’enseignement ainsi qu’aux autres organisations, aux éducateurs et aux formateurs. C’est pourquoi nous visons à susciter la réflexion, à partir de la recherche existante, sur le lieu, les défis et les limites de la pédagogie dans nos jours. Le XXIIIe Colloque de l’AFIRSE Portugal porte donc sur la thématique de la pédagogie, en considérant sa centralité et son importance à l’égard des professionnels de l’éducation et de tous ceux qui étudient ces questions. La théorie et la pratique pédagogique reposent sur une relation dialectique que nous cherchons à revisiter, par l'analyse critique fondée sur la recherche produite dans le domaine scientifique des sciences de l'éducation. Axes thématiques : Axe 1. Théorie et pensée pédagogique contemporaine Axe 2. Pratiques pédagogiques dans les divers niveaux d’enseignement, réussite et échec éducatif Axe 3. Organisation pédagogique de l’école Axe 4. Multiculturalisme et pratiques pédagogiques Axe 5. Technologies éducatives et pratiques pédagogiques Axe 6. Formation pédagogiques des éducateurs et des formateurs 4 Conselho Científico | Conseil Scientifique Ana Margarida Veiga Simão | ULisboa Ana Paula Caetano | ULisboa Ana Rita Faria | ULisboa António Sampaio da Nóvoa | ULisboa Belmiro Cabrito | ULisboa Carlinda Leite | UPorto Carmen Cavaco | ULisboa Cecília Galvão | ULisboa Domingos Fernandes | ULisboa Feliciano Veiga | ULisboa Fernanda Veiga Gomes | ULisboa Fernando Albuquerque Costa | U Lisboa Fernando Sabirón Sierra | Universidad de Zaragoza Florentin Azia | Dép. d’Orientation Scolaire et Professionnelle Helena Peralta | ULisboa Isabel Freire | ULisboa Ivana Ibiapina | Universidade Federal do Piauí Jean-Claude Sallaberry | Université Montesquieu-Bordeaux IV Jesus Maria Sousa | UMadeira Joaquim Pintassilgo | ULisboa Joana Marques | ULisboa João Pedro da Ponte | ULisboa João Pinhal | ULisboa Jorge Ramos do Ó | ULisboa José Brites Ferreira | Instituto Politécnico de Leiria Justino de Magalhães | ULisboa Lise Bessette | Université du Québec à Montréal Louis Marmoz | Université de Versailles – St Quentin en Yvelines Luís Tinoca | ULisboa Manuela Esteves | ULisboa Maria Ângela Rodrigues | ULisboa Maria Carmo Vieira da Silva | UNLisboa Maria da Assunção Folque | UÉvora Maria João Cardona | Instituto Politécnico de Santarém Maria João Mogarro | Lisboa Maria Moumoulidou | Universidade da Trácia, Grécia Maria Teresa Estrela | ULisboa Mariana Dias | Instituto Politécnico de Lisboa Marilene Corrêa Freitas | Universidade Federal do Amazonas Patricia Ducoing | Universidad Nacional Autónoma de México Patrícia Rosado Pinto | UNova Lisboa Pedro Reis | ULisboa Pedro Rodrigues | ULisboa Teresa Leite | Instituto Politécnico de Lisboa 5 Programa | Programme Quinta-Feira, 28 de janeiro / jeudi 28 janvier 08:30 – 09:30 | Abertura do secretariado / Ouverture du secrétariat 09:30 – 10:30 | Sessão de abertura / Séance d’ouverture 10:30 – 11:30 | CONFERÊNCIA I / CONFÉRENCE I Revisitar a pedagogia contemporânea: no cinquentenário do Movimento da Escola Moderna Revisiter la pédagogie contemporaine: le cinquantième anniversaire du Mouvement de l’École Moderne Sérgio Niza – Movimento da Escola Moderna Apresentação/Présentation: Maria Teresa Estrela – Universidade de Lisboa 11:30 – 12:00 | Pausa / Pause 12:00 – 13:00 | CONFERÊNCIA II / CONFÉRENCE II A escola : seleção de uma elite ou lugar de formação de formação de cidadãos democráticos L école : sélection d’une élite ou lieu de formation de citoyens démocrates Gabriel Cohn-Bendit – Réseau Éducation pour Tous en Afrique (REPTA), Responsável pela criação do Lycée Expérimental de Saint-Nazaire, França Apresentação/Présentation: Louis Marmoz, Universidade de Versailles Saint Quentin-en-Yvelines 13:00 – 14:30 | Almoço / Déjeuner 14:30 – 16:00 | MESA-REDONDA I / TABLE RONDE I Para uma prática promotora do sucesso educativo Pour une pratique promotrice de la réussite éducative Jorge Pinto – Instituto Politécnico de Setúbal Júlia Oliveira-Formosinho – Universidade do Minho Maria Moumoulidou – Universidade Demócrita da Trácia (Alexandropoulos, Grécia) Moderação/Modération: Enrique Ruiz-Velasco Sánchez, Universidad Nacional Autonoma de Mexico (UNAM) 16:00 – 16:30 | Pausa / Pause 16:30 – 18:00 | ATELIÊS 1 / ATELIERS 1 18:15 – 19:30 | Apresentação de livros / Présentation de livres 6 Sexta-Feira, 29 de janeiro / jeudi 29 janvier 08:30 – 10:30 | ATELIÊS 2 / ATELIERS 2 10:30 – 10:45 | Pausa | Pause 11:00 – 12:00 | CONFERÊNCIA III / CONFÉRENCE III A pedagogia entre técnica, estilo e ética La pédagogie entre technique, style et éthique Lise Demailly – Universidade de Lille 2, France Apresentação/Présentation: Patrick Boumard – Universidade da Bretanha Ocidental (Brest, França) 12:00 – 13:00 | Tempo institucional da AFIRSE Internacional / Temps institutionnel de l’AFIRSE internationale 13:00 – 14:30 | Almoço / Déjeuner 14:30 – 16:00 | MESA-REDONDA II / TABLE RONDE II Pedagogias centradas na autonomia e na criatividade Pédagogies centrées sur l’autonomie et sur la créativité Emmanuelle Betton – Centre CNAM Paris Lucília Valente – Universidade de Évora Eugénia Tavares e Ana Moreira – Escola da Ponte Moderação/Modération: Naura Ferreira, Universidade Tuiuti do Paraná, Brasil 16:00 – 16:15 | Pausa / Pause 16:15 – 17:45 | ATELIÊS 3 / ATELIERS 3 18:00 – 19:30 | Assembleia Geral da AFIRSE / Assemblée générale de l’AFIRSE Portugal 20:00 | Jantar do Colóquio / Dîner convivial 7 Sábado, 30 de janeiro / samedi 31 janvier 08:30 – 10:00 | ATELIÊS 4 / ATELIERS 4 10:00 – 11:00 | CONFERÊNCIA IV / CONFÉRERENCE IV A pedagogia universitária como pedagogia para adultos e projeto de socialização crítica La pédagogie universitaire comme pédagogie pour adultes et projet de socialisation critique Guy Berger – Universidade de Paris VIII Apresentação/Présentation: Marilene Corrêa, Universidade Federal do Amazonas 11:00 – 11:30 | Pausa / Pause 11:30 – 13:00 | MESA-REDONDA III / TABLE RONDE III A pedagogia no ensino superior La pédagogie dans l’enseignement supérieur Manuela Esteves – Universidade de Lisboa Assunção Flores – Universidade do Minho Patrícia Rosado Pinto – Universidade Nova de Lisboa Moderação/Modération: Fernando Sabirón Sierra – Universidade de Zaragoza (Espanha) 13:00 – 14:00 | Sessão de encerramento / Séance de clôture 8 CONFERÊNCIAS CONFÉRENCES 9 Conferências | Conférences Conferência I | Conférence I Revisitar a pedagogia contemporânea: no cinquentenário do Movimento da Escola Moderna | Revisiter la pédagogie contemporaine: le cinquantième anniversaire du Mouvement de l’École Moderne Sérgio Niza | Movimento da Escola Moderna 10 Conferência II | Conférence II A escola: seleção de uma elite ou lugar de formação de formação de cidadãos democráticos | L école : sélection d’une élite ou lieu de formation de citoyens démocrates Gabriel Cohn-Bendit | Réseau Éducation pour Tous en Afrique (REPTA), Responsável pela criação do Lycée Expérimental de Saint-Nazaire, França 11 Conferência III | Conférence III A pedagogia entre técnica, estilo e ética | La pédagogie entre technique, style et éthique Lise Demailly | Universidade de Lille 2, France La conférence explorera, d’un point de vue sociologique, la nature de la pédagogie et les grandes ligne s de ses évolutions actuelles. On considèrera que la pédagogie appartient au grand ensemble des technologies sociales, avec un régime d’action spécifique : éduquer et/ou instruire. Comme les autres technologies du social, elle est soumise à un certain nombre de tensions : entre formalisation et empirie, standardisation et style, objectivation technique et souci éthique, tout ceci avec une consistance et une histoire propres, très dépendantes de facteurs sociétaux. Ceux ci la soumettent aujourd’hui à un certain nombre d’exigences venues des Etats (technologisation, formalisation accrue, efficience, inclusion élargie de nouveaux publics) ou venue des publics : symétrisation des relations, singularisation. Et par ailleurs la société civile s’avère moins apte qu’avant à préparer les enfants et les adolescents à la socialisation scolaire (à la valoriser, la légitimer et lui donner du sens). Enseigner deviendrait-il alors, vraiment, un métier impossible ? La pédagogie scolaire se doit de résister aux tendances délétères, par l’importance accordée à la recherche empirique, collective, venue du bas, par le souci éthique et enfin par le rappel politique du rôle spécifique de l’école dans la socialisation des enfants à la vie de groupe et à la citoyenneté, ce qui lui confère une place irremplaçable à coté d’autres formes de socialisation. 12 Conferência IV | Conférence IV A pedagogia universitária como pedagogia para adultos e projeto de socialização crítica | La pédagogie universitaire comme pédagogie pour adultes et projet de socialisation critique Guy Berger | Universidade de Paris VIII Ma conférence se déroulera en quatre temps. Dans un premier temps je voudrais expliquer pourquoi les travaux de pédagogie de l’enseignement supérieur sont si rares et, si l’on excepte certaines démarches didactiques dans les enseignements scientifiques ou dans les « enseignements à distance » , pratiquement réservés à des modalités de lutte contre l’échec. Dans un deuxième temps je caractériserai cet enseignement supérieur comme enseignement « post-obligatoire » et par conséquent comme laissant place à une multiplicité de stratégies, des individus apprenant mais aussi des enseignants et des institutions de formation. Ce qui permettra de comprendre, en utilisant en particulier l’exemple de l’université de Paris 8 / Vincennes, en quoi une pédagogie universitaire est et doit être une « pédagogie d’Adultes » et qu’est-ce que cela implique tant en termes de curriculum qu’en termes de conception de l’apprentissage. L’enseignement universitaire est par ailleurs un enseignement « terminal ». Celui qui a achevé une formation la quitte pour jouer un rôle social, de professionnel, de citoyen, de « sujet supposé savoir » responsable du développement de ses compétences comme de son propre développement, capable d’habiter de manière autonome et critique les différents rôles sociaux et politiques qui seront les siens. D’où la proposition de caractériser l’université comme lieu d’une socialisation critique. 13 MESAS-REDONDAS TABLES RONDES 14 Mesas-redondas | Tables rondes Mesa-redonda I | Table ronde I Para uma prática promotora do sucesso educativo | Pour une pratique promotrice de la réussite éducative Jorge Pinto | Instituto Politécnico de Setúbal O acesso de todos à educação é um desafio central nos nossos dias. Ignorá-lo poderá levar a processos de exclusão social e pessoal. Esta aposta é visível no investimento que muitos países fazem na despesa pública com a educação. Contudo, parece não haver uma relação direta entre os objetivos desta democratização e a melhoria esperada do sucesso educativo. Pelo contrário, o insucesso, a quebra de laços com a escola e o abandono escolar marcam hoje o quotidiano das preocupações educativas de muitos países. Se no início dos anos 80 parecia fácil ligar o insucesso a problemas de acesso ou a aspetos relacionados com a “privação” socio cultural, hoje tudo isto se torna muito mais sustentável e complexo. Estes fenómenos relativos ao insucesso e abandono infiltraram-se no interior das escolas, diluíram-se no quotidiano do trabalho, tornaram-se quase naturais. Desta forma, a deteção, isolamento ou identificação de uma causa próxima torna muito mais difícil uma ação para a prevenção. As escolas são hoje territórios habitados por docentes, alunos e outros agentes educativos culturalmente muito diversificados. Estas estão ainda confrontadas com um modelo organizacional e pedagógico controlado do topo para a base, em nome de uma hipotética igualdade de oportunidades, e muitas vezes sujeitas a políticas educativas meritocráticas. A questão que se coloca é até que ponto neste contexto as políticas educativas, mesmo com as medidas educativas prioritárias de intervenção como os TEIP, conseguem criar condições para reverter esta situação? As escolas TEIP têm ao longo do tempo feito o seu melhor para construírem uma ação pedagógica integrada procurando melhorar o sucesso educativo dos alunos, diminuir o abandono e fortalecer as relações com a comunidade melhorando os níveis de gestão das escolas. Mas até que ponto este trabalho é capaz de romper com um modelo pedagógico, ligeiramente melhorado, mas já existente? O que falta para criar uma escola socialmente coesa, com contextos potencialmente ricos em termos de ensino e aprendizagem e capazes de apoiar os alunos nas suas aprendizagens? No fundo, será possível criar uma escola como lugar de aprendizagem ancorada numa pedagogia para o século XXI? 15 Reconstruindo a pedagogia: a voz das crianças Júlia Oliveira-Formosinho | Universidade do Minho A minha comunicação apresenta brevemente os critérios de construção das pedagogias participativas, especificando com o caso da Pedagogia-em-Participação, a perspetiva educativa da Associação Criança (Oliveira-Formosinho, J. Formosinho, J. 2012) para se deter num critério central – a documentação pedagógica – como forma de monitorizar e avaliar o ensino e a aprendizagem. A comunicação finaliza apresentando uma investigação sobre as perspectivas das crianças sobre a pedagogia em sala de jardim de infância e a documentação pedagógica. Pratiques enseignantes pour la promotion des stratégies d’apprentissage coopératif dans des activités de lecture-écriture et de mathématiques à l’école maternelle Maria Moumoulidou | Universidade Demócrita da Trácia (Alexandropoulos, Grécia) Partant d'un cadre théorique pour l'apprentissage et le développement de l'enfant qui s'appuie sur les interactions sociales (Vygotsky, Bruner), cette intervention va surtout se focaliser sur les pratiques d'enseignement-apprentissage dans des activités de langage et des mathématiques à l’école maternelle. Plus précisément, elle propose la création des conditions favorisant l'interaction cognitive entre enfants (apprentissage coopératif, tutorat, discussion) et insiste sur le rôle de l'enseignant en tant que médiateur et chercheur (environnement enrichi, étayage, observation et enregistrement des comportements, questions d'ordre métacognitive). Enfin, sur le plan méthodologique, la méthode clinique/expérimentale a permis de mettre en évidence quelques pratiques d’enseignement-apprentissage typiques de la logique interactive en classe et le rôle de l’enseignant dans deux écoles maternelles grecques. 16 Mesa-redonda II | Table ronde II Pedagogias centradas na autonomia e na criatividade | Pédagogies centrées sur l’autonomie et sur la créativité La formation des adultes : entre volonté de contrôle et injonction à la créativité Emmanuelle Betton – Centre CNAM Paris Le monde de la formation professionnelle pour adultes est traversé par des allants de soi qui ne sont pas toujours interrogés du point de vue de leurs conséquences pédagogiques. Il en va ainsi du développement de la créativité et de l’autonomie des apprenants. Il est aujourd’hui communément entendu que la formation professionnelle doit non seulement viser l’apprentissage des gestes professionnels requis et le développement de compétences spécifiques, mais aussi la capacité des futurs professionnels à faire preuve d’imagination et d’autonomie dans le travail. Pour autant, l’activité du formateur est de plus en plus contrainte par des cahiers des charges largement prescriptifs, à l’endroit même de l’acte pédagogique, tandis que la formation est considérée comme un acte qu’il convient de rationaliser à des fins d’efficacité et de rentabilité. N’est-ce pas là une situation paradoxale ? Comment concilier la volonté, assumée par les commanditaires et les financeurs de la formation, voire par les formateurs, de contrôler les effets de la formation par une ingénierie censée rationaliser l’acte formatif et le souhait de favoriser, par cet acte formatif, la créativité des apprenants ? Le développement de la créativité en formation relève-t-il de techniques pédagogiques spécifiques ou interroge-t-il plus largement la conception de la formation et de ses finalités ? Est-ce même une question de pédagogie, et si oui à quelles conditions ? Partant de cette réflexion sur les conditions de la créativité en formation, nous revenons sur les causes possibles d’un effacement des questions pédagogiques en formation des adultes et sur l’importance qu’il y a à repenser aujourd’hui ces questions. Cette réflexion est conduite à partir d’une pratique d’enseignant-chercheur formant des formateurs, pratique qui constitue pour nous un terrain de recherche et d’analyse. 17 Mesa-redonda III | Table ronde III A pedagogia no ensino superior | La pédagogie dans l’enseignement supérieur Mudar de rumo Manuela Esteves | Universidade de Lisboa Uma preocupação sistemática (o que não significa uma preocupação geral) com a pedagogia do ensino superior está ainda dando os primeiros passos. Comparativamente com o ensino e a aprendizagem em outros graus de ensino, a investigação científica é aqui manifestamente escassa e fragmentária. Tem resistido bem, ao longo do tempo, e ainda é partilhada por muitos, uma conceção da pedagogia como arte daqueles professores que dominam desejavelmente a um alto nível de conhecimento, a matéria científica de que se ocupam. O que poderá explicar as tentativas recentes (e crescentes) de contrapor a essa perspetiva, a de uma pedagogia do ensino superior fundada em conhecimento científico? Que benefícios esperar, que riscos evitar, que cuidados a ter na promoção de uma tal perspetiva? O que há ou pode haver de específico na pedagogia quando os aprendentes são jovens adultos e adultos inseridos num contexto de ensino superior? Que desafios as atuais tecnologias de informação e comunicação comportam para a ação pedagógica? Até que ponto tudo isto representa uma necessidade de reconfigurar a profissionalidade dos docentes do ensino superior? Nesta intervenção, tentar-se-á contribuir de forma necessariamente sintética e limitada, para o debate científico que estas questões (entre muitas outras) exigem quando abordamos a problemática da pedagogia do ensino superior. O lugar da pedagogia na universidade: tensões, dilemas e possibilidades Maria Assunção Flores | Universidade do Minho Nesta intervenção discutimos o lugar da pedagogia na universidade tendo em conta os desafios atuais que se colocam aos docentes universitários no contexto pós-Bolonha. Discutimos as tensões e os dilemas inerentes à pedagogia na universidade, particularmente em relação às questões da burocracia, da tecnologia e da ênfase na qualidade, cujo sentido se pretende igualmente problematizar. Defendemos a necessidade de uma maior valorização da pedagogia na universidade e de mais investigação sobre a qualidade da pedagogia 18 universitária considerando o desenvolvimento profissional docente como uma questão central para a inovação pedagógica e curricular. Formação pedagógica de professores do ensino superior Patrícia Rosado Pinto | Universidade Nova de Lisboa No contexto europeu, onde se têm vindo a avolumar profundas mudanças sociais, muitas incertezas e algumas indefinições, continua a caber ao ensino superior, para além de outras funções, a responsabilidade da preparação de jovens adultos, não só com um conjunto sólido de conhecimentos científicos e tecnológicos, mas também com novas competências intelectuais, pessoais e sociais que lhes possibilitem a adaptação a novas realidades. Procuraremos reflectir sobre esta situação, onde se destaca uma população estudantil cada vez menos homogénea e a exigir formatos e programas de formação mais diversificados e flexíveis. Propomo-nos, também, problematizar a formação pedagógica de professores do ensino superior, como uma das respostas possíveis para o desempenho de papéis cada vez mais variados, que mudam constante e rapidamente, exigindo, ao corpo docente, o desenvolvimento e melhoramento permanentes de competências pedagógicas específicas. Será analisada uma oferta formativa que, neste domínio, é disponibilizada pela Universidade Nova de Lisboa. 19 ATELIÊS ATELIERS 20 ATELIÊS 1 I ATELIERS 1 – 28/01, 16:30 – 18:00 SALA | SALLE 1 – 69, 136, 197, 59, 238 [ID 69] Docência no Ensino Médio: um levantamento sobre a temática identidade profissional docente Maria Da Conceição Santos | Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco | [email protected] Kátia Ramos | Universidade Federal de Pernambuco | |[email protected] Resumo O campo educacional vem sendo marcado por rupturas paradigmáticas que, entre outros, apontam para a necessidade de superar a visão de docência restrita ao domínio disciplinar. Neste quadro, o ideário da Pedagogia Histórico-Crítica vem possibilitando, entre outros, reconhecer, por um lado, a especificidade da profissão docente e, por outro, a singularidade desta atuação profissional em cada etapa e nível educacional. É no âmbito dessa compreensão que esta comunicação, integrante de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pósgraduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), trata do lugar que vem ocupando a temática da identidade profissional docente em estudos sobre a docência no Ensino Médio. Para tanto, utilizou como base de dados o acervo do PPGE/UFPE, da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e Anais de Reuniões da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação (ANPEd), tendo como corte temporal o período de 2002 a 2012 – cujos dados, tratados recorrendo-se à análise de conteúdo, apontam para uma escassez de estudos sobre a docência no Ensino Médio. Palavras-chave: Ensino Médio, Identidade Profissional Docente, Pedagogia Histórico-Crítica [ID 136] O que é ser professor? Uma análise linguístico-discursiva das representações de professores de língua materna em formação inicial sobre a profissão docente Manoelito Gurgel Universidade Federal Do Ceará | [email protected] Eulália Leurquin | Universidade Federal Do Ceará | [email protected] 21 Resumo Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior, na qual identificamos as representações de professores de língua materna em formação inicial sobre o estágio e problematizamos os seus efeitos formativos (GURGEL, 2013). Nessa pesquisa maior, em uma abordagem linguísticodiscursiva das representações, baseada no quadro teórico-metodológico do Interacionismo Sócio-discursivo (BRONCKART, 2006a, 2006b, 2008, 2009), analisamos as ocorrências das modalizações lógicas, deônticas, apreciativas e pragmáticas no discurso de oito estagiárias da disciplina de Estágio em Ensino de Língua Portuguesa da Universidade Federal do Ceará-Brasil sobre as atividades do estágio de regência, durante a interação com os seus pares em dois Grupos Fociais (GFs): um realizado no início da disciplina e outro, no final. Na análise, percebemos que, do discurso do grupo, emergiram não só representações sobre o estágio, mas também representações sobre o agir do professor e sobre a profissão docente. No presente estudo, então, procuramos analisar, mais detidamente, as representações sobre o que é ser professor, (re)veladas, linguístico-enunciativamente, pelas modalizações mobilizadas pelas estagiárias para avaliarem, discursivamente, o conteúdo temático “profissão e carreira docentes”. Com a análise, percebemos que o grupo representa, negativamente, a própria profissão, como sendo frustrante e desestimulante. Essas representações influenciam as escolhas das estagiárias, que, segundo elas, se sentem desestimuladas a seguirem a carreira após a conclusão do curso de licenciatura. Palavras-chave: Representações, Profissão docente, Estágio, Modalizações [ID 197] Interdisciplinaridade na formação de professores: as contribuições da pesquisa e do eixo integrador Sandra Santos | Centro Universitário Metodista Ipa | [email protected] Resumo Para ressignificar o Curso de Pedagogia do Centro Universitário Metodista IPA, aproximou-se os licenciandos do campo educacional, para que as teorias abordadas passem a ser sustentadoras de um conhecimento e de uma formação construída a partir da realidade pesquisada. Iniciado em 2014/2, o projeto prevê utilizar os espaços escolares e não-escolares como campo de pesquisa, para provocar interações dos acadêmicos com a diversidade de relações que lá acontecem, propiciando mudanças de concepção, acentuando 22 questionamentos e problematizações, incentivando a autonomia na construção de soluções e alternativas para o fazer docente. Os dados coletados atendem as especificidades de cada disciplina, mas principalmente relacionam-se com o eixo temático que integra um determinado grupo de disciplinas, alocadas nas etapas do curso. O projeto piloto assume um caráter integrador, consequentemente interdisciplinar, buscando ultrapassar um currículo fragmentado e uma formação docente insuficiente para as demandas da atualidade, onde conforme Audy (2007, p.71) "o esforço interdisciplinar, hoje, é uma crítica à organização escolar. A estrutura e o funcionamento da universidade surgiram da divisão e da classificação das ciências e das disciplinas. [...] torna-se necessário reformar a estrutura da universidade". As produções acadêmicas originadas das pesquisas, e da análise interdisciplinar dos dados coletados, são socializadas ao final do semestre, garantindo para o curso como um todo a oportunidade de compartilhar o apreendido, fazendo desse momento um significativo espaço ampliado de ensinagens e aprendizagens. O Seminário Integrado, responsável pela socialização dos trabalhos desenvolvidos ao longo do semestre, ganha o status de espaço formador, onde as aprendizagens compartilhadas informam e formam para o que Perrenoud (2001, p. 59) enfatiza como potencial para "desenvolver a capacidade de auto-análise, de auto-avaliação e de auto-regulação, de repensar suas estratégias, de se inspirar em pesquisas de outros e de comunicar para evitar estar sempre reinventando a pólvora". O que se quer para o futuro da humanidade só poderá acontecer mediante transformações profundas na sociedade. Sem negligenciar que a educação tem um papel importante nesse desafio, o Curso de Pedagogia do IPA chama para si a responsabilidade que lhe cabe e transforma metodológicamente o curso, transformando a maneira de fazer educação na licenciatura, em três semestres reúne resultados significativos. Palavras-chave: Docência, Inovações, Pesquisa, Interdisciplinaridade [ID 59] A integração das Tecnologias no currículo: perspetivas dos alunos do 3º ciclo Teresa De Jesus Correia Paulino Dos Santos | Agrupamento Gil Vicente | [email protected] Resumo As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) nas últimas décadas têm vindo a assumir um papel dominante e determinante no quotidiano dos indivíduos, contribuindo, 23 simultaneamente, para a construção de um novo paradigma em praticamente todas as áreas do conhecimento, facto que não esteve alheia a educação. A integração das tecnologias da Informação e comunicação no currículo são uma realidade em todas as áreas desde o pré-escolar ao ensino superior, os alunos são desde cedo iniciados na linguagem das novas tecnologias, contribuindo assim para o desenvolvimento das suas aprendizagens. Nesta perspetiva, as tecnologias facilitam as atividades práticas de carácter interdisciplinar e transdisciplinar, permitem aos professores transformar radicalmente os seus modelos didáticos, permitem diversas disciplinas agruparem-se na realização, na organização, na planificação das atividades e são integradas no currículo escolar como uma forma de renovação das oportunidades de aprendizagem. Para isso contribuiu a generalização da utilização dos computadores, o acesso às redes eletrónicas de informação e os recursos disponíveis na Web por alunos e professores. O estudo, de natureza quantitativa (Moreira, 2006) constitui um processo sistemático de recolha de dados observáveis e quantificáveis, tem como objetivo de compreender as relações entre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), aprendizagem, e avaliação. Realizado num agrupamento de escolas, localizado na região Norte de Portugal, foi elaborado um questionário para os alunos (n=68), dos 12 aos 18 anos. Para o tratamento dos dados recorremos ao programa estatístico SPSS à estatística descritiva para a sua análise. Os resultados deste estudo apontam o uso do computador como um dos recursos utilizados para o desenvolvimento de competências, ao longo da escolaridade, a maioria dos alunos acede, organiza e sistematiza a informação em formato digital (pesquisa, seleciona ), comunica com os outros, individualmente ou em grupo, de forma síncrona e/ou assíncrona. A utilização das tecnologias no processo ensino aprendizagem é, hoje, inquestionável por parte dos professores e alunos é uma resposta necessária aos permanentes desafios de inovação e da mudança. Palavras-chave: Tecnologias da Informação e da Comunicação, Aprendizagem, Recurso Didático, Avaliação [ID 238] Estudos de caso na formação inicial de professores: desafios e aprendizagens Filomena Rodrigues | Instituto de Educação, Universidade de Lisboa | [email protected] 24 Maria João Mogarro | Instituto de Educação, Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo Considerando o processo de Bolonha e a consequente criação do espaço europeu de ensino superior, e sabendo que os (futuros) professores necessitam de desenvolver competências para a implementação de pedagogias variadas e diferenciadas, que lhes permitam lidar com os alunos de uma sociedade em permanente mudança, torna-se importante estudar os cursos de formação inicial de professores. Este trabalho centra-se num olhar sobre o estudo de caso múltiplo como uma metodologia de investigação que permite estudar práticas educativas, focando-se nos principais desafios inerentes à utilização desta estratégia de investigação para o estudo de cursos de formação inicial de professores em duas instituições europeias de ensino superior – a Universidade de Lisboa, em Portugal, e a Universidade de Malmo, na Suécia. A partir de uma análise reflexiva do estudo empírico realizado, particularmente no que se refere aos processos envolvidos na elaboração de instrumentos e implementação de técnicas de recolha e análise de dados (entrevistas, observação de aulas, análise documental e de conteúdo), e nos dados recolhidos, apresentaremos questões que consideramos importantes para uma compreensão mais aprofundada desta metodologia de investigação. Abordaremos a necessidade e relevância de assegurar uma estreita relação entre o desenho da investigação, as questões de investigação, e a recolha e análise dos dados. Procuraremos ainda enfatizar a importância da relação dialética entre teoria e prática, isto é, entre conceitos teóricos e resultados de investigação. A utilização de diferentes técnicas de recolha de dados e a diversidade de participantes possibilitou a triangulação de dados e fontes, o que, por sua vez, nos permitiu desenvolver uma compreensão mais aprofundada de cada um dos cursos de formação inicial. A sua comparação proporcionou a compreensão de diferenças pedagógicas e curriculares ao nível da formação de professores. O objetivo deste exercício de reflexão e análise é o levantamento de questões metodológicas importantes que decorrem da utilização de uma metodologia de estudo de caso múltiplo. Destaca-se a dificuldade no acesso ao campo, constrangimentos linguísticos, a impossibilidade de triangulação de todos dados, a inexperiência da investigadora, entre outros. Pretendemos, assim, apresentar os principais desafios e aprendizagens que decorreram da utilização desta metodologia de investigação. Palavras-chave: Metodologias de investigação, Estudo de caso múltiplo, Formação inicial de professores 25 SALA | SALLE 2 – 4, 125, 127, 202 [ID 4] Contribuições sobre a formação do professor de contabilidade no Brasil Marcos Laffin | Universidade Federal de Santa Catarina | [email protected] Sónia Maria Da Silva Gomes | Universidade Federal da Bahia | [email protected] Resumo O objetivo deste texto é apresentar o resultado de uma pesquisa que analisou artigos publicados em periódicos, que têm como objeto de estudo a formação pedagógica dos professores de contabilidade no âmbito da pós-graduação stricto sensu em Ciências Contábeis no Brasil. Assim, o problema de pesquisa consistiu em reconhecer e discutir quais as contribuições dos artigos sobre essa formação pedagógica. A metodologia utilizada quanto aos objetivos é exploratória e quanto aos procedimentos é uma pesquisa de levantamento bibliográfico com abordagem qualitativa na análise de conteúdo. Com base em Sacristán (1995); Brandão (2002); Santos Neto (2004); Laffin (2005), realizou-se uma discussão sobre a docência e a partir destes autores apresentam-se argumentos da necessidade de princípios para formação pedagógica do professor de contabilidade nos programas stricto sensu. Concluiu-se que no âmbito da pós-graduação stricto sensu em Ciências Contábeis no Brasil a formação para a docência ainda não assume uma expressão de apropriação do trabalho para o ensinar. Se por um lado, enfatiza-se a produção intelectual, como forma de responder à avalição externa, por outro, o trabalho de base, sob a égide da epistemologia da docência, fica subsumida à produção ao realizar seu trabalho. Palavras-chave: Ciências Contábeis, Programas stricto sensu, Formação pedagógica [ID 125] Formação inicial de professores de Geografia: estudo comparativo do modelo da Universidade de Lisboa, Portugal e da Universidade Estadual do Ceará, campus FAFIDAM Maria Helena Esteves | Universidade de Lisboa | [email protected] Maria Anezilany Nascimento | Universidade Estadual do Ceará | [email protected] Resumo 26 A investigação que se apresenta tem como objetivo analisar numa perspetiva comparativa os modelos de formação inicial de professores de Geografia em duas universidades (Lisboa e Ceará) que estão envolvidas na formação pedagógica de educadores. Num momento em que a formação inicial de professores se reformula nos dois países, importa compreender melhor os objetivos e contextos da formação, analisar as diferenças entre os modelos e aprender com os seus contributos. Considerando que a Geografia escolar se rege pelas mesmas orientações emanadas de organismos internacionais como a Organização da Nações Unidas, a UNICEF e a União Geográfica Internacional, importa não só compreender como as universidades definem os conteúdos a desenvolver na formação inicial de docentes mas também o modelo de professor que pretendem formar. A partir de 1996, ocorreram no Brasil significativas reformulações curriculares mais gerais como a Nova Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional e mais específicas em 2001/2002, como as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) pelo Conselho de Ensino Superior. Mudanças significativas foram instituídas nos cursos de formação docentes, as quais, no campo curricular, implicaram em uma nova concepção de formação inicial, expressa inclusive em ampliação de carga horária de atividades essenciamente práticas. Em Portugal, o Processo de Bolonha, pautado na uniformização do ensino superior europeu foi decisivo para a legislação portuguesa em 2006 (Decreto-Lei nº 74/2006). Ao ser regulamentada a formação inicial de professores (Decreto Nº 43/2007), instituiu-se o grau de mestre em Ensino de história e geografia, como habilitação profissional para a docência nessas áreas. Este modelo, entretanto extinto, foi substituído por uma formação monodisciplinar em vigor a partir de 2015/2016. Numa abordagem de tipo qualitativo, serão analisados os documentos orientadores dos dois modelos, procurando contextualizar a sua concretização em realidades distintas com é o caso da formação inicial de professores no Brasil e em Portugal. A análise será descritiva procurando encontrar aspetos de encontro/desencontro em termos de modelos de formação. Uma análise SWAT permitirá compreender aspetos fortes e a melhorar dos dois modelos procurando contribuir para um entendimento mais aprofundado dos modelos de formação de educadores. Palavras-chave: Geografia, Formação Inicial de Professores, Portugal, Brasil, ensino de Geografia 27 [ID 127] Didáticas e/do ensino: percursos da formação do professor de filosofia na Itália Celso João Carminati | Universidade do Estado de Santa Catarina | [email protected] Resumo Neste texto, apresentarei parte de uma pesquisa realizada na Itália sobre a estrutura e modelos de formação de professores/as de filosofia em nível universitário, as prescrições legais, os desafios do ensino que levam em conta as atividades enquanto formação didáticopedagógica e perspectiva em torno da inserção deste profissional docente no mundo do trabalho. Desde aos anos de 1990 a formação universitária Italiana tem se pautado pelo acordo de Bolonha, que impôs regras comuns aos países membros em âmbito de créditos, tempo dos cursos, titulação e mobilidade acadêmica. Dessa forma os cursos universitários foram reestruturados para atender uma imposição da União Europeia, submetendo-se a lógica de mercado, com formações aligeiradas, de três anos de curso para a graduação, que passou valer para diversas áreas do conhecimento. Contrários a isto, e em defesa da formação integral dos/as futuros/as professores/as, com expectativas em torno da introdução de aspectos mais voltados às questões teóricas e metodológicas do ensino, um grupo importante de professores/as, mais especificamente, àqueles/as vinculados/as a “Società Filosofica Italiana”, defendeu que os cursos de graduação de filosofia, fossem também espaços curriculares para discussão dos problemas relacionados ao ensino da disciplina nas escolas secundárias, a fim de auxiliar na formação pedagógica dos/as futuros/as professores/as, ampliando dessa forma os conteúdos clássicos já consagrados da área. Porém, estas temáticas ainda hoje não fazem parte dos currículos de formação, que via de regra continua sendo àquela disciplinar do pretenso filósofo puro ou pesquisador em filosofia. Contudo, como forma de ampliar esta perspectiva, na formação do/a professor/a se deveria discutir os sentidos de “o que ensinar”, de “como ensinar” e “por que ensinar”. Assim, os desafios da formação aos poucos parecem impor uma nova maneira de ensino, sobretudo com o advento das tecnologias, uma vez que o modelo professoral ao longo dos últimos 20 anos se alterou profundamente. Como afirma Girotti (2012, p. 50): “acabou a era em que o docente se movia solitário ao longo dos meandros do próprio saber; agora ele deve aceitar o desafio da revisão crítica dos seus saberes, que deverão engajar-se com aqueles dos seus colegas em um movimento de encaixes tal que incida também na sua didática”. A partir desta compreensão de formação e/do ensino, discutiremos neste texto os desafios e sentidos desta experiência. Palavras-chave: Formação, Ensino, Didática, Metodologias, Filosofia 28 [ID 202] O seminário integrador dos subprobjetos Pedagogia e Música como estratégia de interdisciplinaridade no PIBID/CAPES/IPA Cláudia Maria Freitas Leal | Centro Universitário Metodista IPA | [email protected] Maria Cecilia Rodrigues Torres | Centro Universitário Metodista IPA | [email protected] Sandra Jaqueline Salvador Dos Santos | Centro Universitário Metodista IPA | [email protected] Resumo O seminário integrador dos subprobjetos Pedagogia e Música do PIBID/CAPES/IPA foi estruturado como uma estratégia de interdisciplinaridade do, buscando formar egressos do Centro Universitário Metodista IPA, na perspectiva interdisciplinar para os desafios da Escola Básica. A partir do edital PIBID de 2014, organizaram-se grupos de licenciandos divididos em quatro subprojetos: Educação Física, Música, Pedagogia e Interdisciplinar, orientados e supervisionados por professores do Centro Universitário e das Escolas de Educação Básica Parceiras. No Subprojeto Pedagogia o fio condutor das ações foi o desafio de um currículo interdisciplinar, com objetivo principal propiciar o desenvolvimento integral dos alunos dessas escolas. As oficinas desenvolvidas pelos bolsistas foram organizadas com atividades lúdicas e sistematizadas, envolvendo temáticas selecionadas em parceria com os diferentes segmentos das escolas. No Subprojeto Música o objetivo foi o de inserir os estudantes da Educação Básica em um fazer musical sistematizado, por meio de práticas musicais e culturais interdisciplinares. O êxito das ações realizadas em cada subprojeto despertou nas Coordenadoras de Área da Música e da Pedagogia o desejo de propiciar que os bolsistas dos dois subprojetos pudessem socializar entre eles suas experiências docentes, acreditando que isso poderia potencializar o desafio que é formar docentes para a atualidade, onde segundo Nóvoa (2009, p. 22) “[...] a única saída possível é o investimento na construção de redes de trabalho colegiado que sejam o suporte de práticas de formação baseadas na partilha e no diálogo profissional”. Inicialmente buscou-se oportunizar espaço-tempo institucionais, onde os grupos de bolsistas, pudessem socializar as ações desenvolvidas, as dificuldades encontradas, as alternativas vivenciadas e os resultados alcançados. Investiu-se também no desafio de desenvolver e ampliar nesses futuros educadores o perfil e o envolvimento com ações interdisciplinares, reconhecidas hoje como uma alternativa para potencializar a docência na atualidade. O trabalho relata algumas atividades e apresenta considerações dos licenciandos bolsistas e das coordenadoras de área, 29 com ações coletivas e interdisciplinares, que possam ampliar e qualificar a formação docente para melhor atenderem as demandas atuais em educação. Palavras-chave: Formação Docente, Interdisciplinaridade, Reflexões Coletivas 30 SALA | SALLE 3 - 58, 72, 198, 201 [ID 58] Formação contínua de professores/as em cenários da complexidade: novos paradigmas, outros desafios Walkíria Martins | Universidade Federal do Maranhão | [email protected] Nilza Costa | Universidade de Aveiro | [email protected] Iran Nunes | Universidade Federal do Maranhão | [email protected] Resumo O estudo parte de uma perspectiva teórica assente na emergência de integrar o pensamento sistémico a forma como os sujeitos relacionam-se com os saberes pedagógicos. Pensamento que é o resultado dos movimentos históricos promovidos a partir do século XVII quando da emergência de uma educação voltada à prática. As modificações paradigmáticas que sobre a educação incidem revelam sua importância à compreensão das práticas, saberes e formação dos/as professores/as na contemporaneidade. Nesse sentido, o presente artigo apresenta categorias de investigação de doutormento, em curso, que aqui, incidem com o objetivo discutir as implicações dos paradigmas ao pensamento pedagógico na contemporaneidade a partir da compreensão do seu lugar, desafios e limites à formação contínua dos/as professores/as, ou seja, nossos registros se voltam para os contributos apresentados e como podem ser estruturados a práxis docente nesse novo milênio. Desse modo, o estudo configura-se como de natureza qualitativa e recorrerá à pesquisa bibliográfica e as investigações empíricas com a finalidade de: evidenciar conceituações e concepções sobre paradigma e suas projeções na educação a partir de autores como - Thomas Kuhn e Edgar Morin; e, posteriormente, discorrer sobre as contribuições do pensamento complexo a formação docente. A ideia de reforma do pensamento abriga em si a reunião de espíritos diversos, solidários e volvidos com o conhecimento sistêmico complexo. Nessa direção, coloca-se em cena o processo de formação contínua assente na colaboração e no autodesenvolvimento que se faz integrada em redes ecológicas, desprovida de barreiras geográficas e concebida de forma extradisciplinar, para além do pensamento atomizado. Palavras-chave: Formação contínua de professores/as, Paradigmas, Pensamento Complexo 31 [ID 72] A formação pedagógica de professores em contexto de formação continua Maria Prazeres Casanova | CFAECA – Almadaforma | [email protected] Maria Adelaide Silva | CFAECA – Almadaforma | [email protected] Resumo Atualmente o trabalho, desenvolvido nas escolas, exige por parte dos professores uma enorme dispersão de tarefas, de papéis e de funções que mudam sistematicamente, o que obriga à melhoria e ao desenvolvimento permanentes de saberes e de práticas conducentes com as necessidades formativas dos alunos e com funções organizacionais requeridas pelo sistema educativo. A formação pedagógica dos professores constituirá uma das formas de promover o desenvolvimento pessoal, profissional e organizacional do professor profissional de modo a que os alunos melhorem as suas aprendizagens. Os Centros de Formação assumem um importante papel no desenvolvimento profissional (Decreto-Lei 22/2014, de 11 de fevereiro). Definimos como objetivos desta investigação: • Identificar as áreas mais significativas da formação pedagógica continua requerida pelos professores; • Identificar mais-valias encontradas pelos professores formandos na formação ministrada. A metodologia utilizada nesta investigação é de caráter qualitativo, utilizando as observações elaboradas pelos formandos professores no final da formação no ano letivo 2013/2014. No presente estudo analisaremos os dados recolhidos relativamente a todas as ações realizadas neste Centro de Formação, considerando as diferentes áreas/domínios, modalidades, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores em vigor, uma vez que podemos encontrar nas observações elaboradas, sugestões de futuras ações de formação a realizar. Temos consciência da existência de dois tipos ações de ações de formação pedagógica: a que foi efetivamente realizada pelos professores e a que desejam realizar futuramente, constituindo esta última uma mais-valia para o Centro de Formação. Parece-nos importante a identificação dos aspetos considerados relevantes pelos professores uma vez que poderão dar indicação do modo como pensam e desejam implementar a formação pedagógica recebida. Palavras-chave: Formação de Professores, Avaliação da Formação, Qualidade da Formação Continua 32 [ID 198] A formação continuada de professores de educação infantil no Brasil Kayane Celise Antoniacomi | Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUCPR | [email protected] Ana Paula De Moraes De Siqueira | Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUCPR | [email protected] Romilda Teodora Ens | Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUCPR | [email protected] Jose Luis De Oliveira | Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUCPR | [email protected] Simone Weinhardt Withers | Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUCPR | [email protected] Resumo Na década de 1990 o Brasil passou por uma Reforma de Estado, assumindo um cenário neoliberal. Neste contexto surgiram diversas políticas educacionais que trouxeram mudanças na educação e impactaram na formação de professores. Dentre as políticas ressaltamos a instituição da Lei de Diretrizes e Bases Nacionais Lei nº 9394/1996 e seus desdobramentos que reconhecem a educação infantil como a primeira etapa da educação básica exigindo-se a formação adequada aos profissionais atuantes nesta etapa e oferta em regime de colaboração entre União, Estados e Municípios. Partindo desse contexto levantou-se o seguinte problema de pesquisa: O que dizem as dissertações e teses do banco de dados da Capes sobre formação continuada na educação infantil no Brasil? Com o objetivo de analisar os resumos dessa produção acadêmicas nos anos de 2011 e 2012verificamos a distribuição das teses e dissertações pelas regiões do Brasil, os aspectos abordados, os tipos de estudos, as técnicas mais utilizadas, inferindo alguns silenciamentos a partir dos estudos de autores como: Libâneo, Oliveira e Toshi (2012), Shiroma, Moraes e Evangelista (2007), Shiroma (2011), Gatti e Barreto (2009), Kramer (2006), Rosermberg (2002), Ens e Gisi (2011), Feldfeber (2009), Ball (2004), Mainardes (2006), Romanowski e Ens (2006) dentre outros. O levantamento seguiu o aporte metodológico da pesquisa do tipo “Estado da Arte” caráter exploratório-descritivo. Localizamos 103 trabalhos com descritor “Formação Continuada na Educação infantil”, destes, selecionamos os presentes na área de conhecimento Educação, programa Educação, nos anos 2011 e 2012, período disponível para estudo. A leitura e análise dos resumos indicou 21 trabalhos que tratavam da temática em questão, sendo 17 dissertações de mestrado acadêmico e 4 teses de doutorado. A maior concentração de trabalhos encontra-se em 33 universidades do Sudeste e Sul do Brasil com 9 e 8 trabalhos respectivamente. Os dados foram organizados em quatro categorias: Políticas de Formação Docente (5), Prática pedagógica (7); Trajetória da formação continuada dentro de Centros Municipais de Educação Infantil (1) e Cursos e momentos de formação continuada (8). Prevaleceu estudos de abordagem qualitativa, com o uso de instrumentos como: entrevistas, questionários e análise documental. Destacando-se a preocupação com políticas e o silenciamento em relação às práticas nas escolas, bem como das demais regiões brasileiras sobre a infância. Palavras-chave: Formação continuada, Educação Infantil, Políticas Educacionais [ID 201] Habilidades e competências docentes para a formação continuada de professores Sandra Santos | EMEF DOLORES ALCARAZ CALDAS | [email protected] Ângela Tricot | EMEF DOLORES ALCARAZ CALDAS | [email protected] Creusa Marques | EMEF DOLORES ALCARAZ CALDAS | [email protected] Resumo A formação continuada dos professores requer que se conheceça as demandas educacionais e socio-culturais do momento, e a repercussão dessas demandas para os docentes, priorizando segundo Macedo (2010, p.36-37), "a valorização dos processos de aprendizagem dos próprios professores, [...] segundo a criação ou produção de diferentes contextos de aprendizagem também para o professor e não só para o aluno". O projeto de Formação continuada para a EMEF Dolores Alcaraz Caldas parte de um entendimento histórico e processual da docência, que há décadas passadas carregava uma valorização social, reconhecida como "vocação quase sacerdotal", uma missão privilegiada no contexto cultural (FRANCO 2008). Ao longo dos tempos perdeu esse status, quanto mudou a função social da escola e o sentido do ensinar e do aprender. O que encontra eco em Arroyo (2008, p. 10) quando diz que "[...] continuamos às voltas com as mesmas indagações: os significados de nosso ofício estão mudando [...]. Vemos nossas imagens refletidas no espelho da infância, da adolescência e da juventude com que lidamos. São as imagens desses tempos da vida que estão se quebrando?". Dar continuidade e sequência para a formação continuada, que geralmente acontece em etapas estanques distribuídas ao longo do calendário anual, foi o primeiro compromisso assumido em 2013 pela coordenação pedagógica da escola. Priorizou-se abordar uma sequência de temas que mobilizassem os professores. Foram propostos momentos de dinâmicas de grupo, de estudo, 34 de reflexão e de teorização das práticas que desenvolvem no cotidiano. O trabalho respaldouse no desenvolvimento de habilidades e competências docentes onde segundo Rodrigues (2008, p. 436), a valorização das competências e habilidades justifica-se no entendimento de que "[...] o papel do docente foi dividido em três competências, [...] ao domínio dos conhecimentos básicos da área e à experiência profissional, ter domínio na área pedagógica, do conceito do processo ensino-aprendizado", segundo o mesmo autor, entendemos que é necessário investir na formação desse professor "integrando o cognitivo, o afetivo-emocional e as habilidades, e exercer os aspectos políticos e éticos da profissão perante a sociedade (p. 436). Ao longo desses dois anos, percebe-se mudanças nas mediações dos professores com os alunos e com o conhecimento, mas principalmente na sua auto-avaliação, nos questionamentos que fazem ao seu próprio trabalho e na predisposição ao trabalho coletivo. Palavras-chave: Docência, Habilidades, Competências, Formação Continuada 35 SALA | SALLE 4 – 34, 67, 180, 186 [ID 34] O trabalho com o projeto curricular integrado na perspectiva Brasil-Portugal: contribuições ao processo de formação de professor do 1.º ciclo do ensino fundamental Helena Felício | Universidade Federal de Alfenas | [email protected] Carlos Silva | Universidade do Minho | [email protected] Resumo Este trabalho analisa as contribuições do Projeto Curricular Integrado (PCI) na formação de professores para o 1º ciclo do Ensino Fundamental, a partir de uma experiência desenvolvidas no Brasil e outra em Portugal. Considerando que a docência, nesta etapa é orientada para um trabalho integrado das diferentes áreas do conhecimento, torna-se necessário que os futuros professores tenham experiências formativas que contribuam para o exercício profissional nesta perspectiva. Fundamentados nos pressupostos do currículo como projeto integrado, e no PCI enquanto opção metodológica que fundamenta, articula e orienta as decisões sobre a intervenção pedagógica a partir da integração do conhecimento escolar (ALONSO, 2002), construímos este estudo a partir de uma abordagem qualitativa de pesquisa, utilizando-se da análise documental e de grupos focais, enquanto procedimentos para recolha de informações. Ponderando as especificidades do trabalho com o PCI no Brasil e em Portugal, os primeiros resultados evidenciam que, enquanto processo formativo, em Portugal o trabalho com o PCI está incorporado em uma unidade curricular, atingindo a totalidade dos acadêmicos do curso. Ao passo que, no Brasil está alocado em iniciativas desenvolvidas por um programa de iniciação à docência, restrito à um grupo específico de acadêmicos. Enquanto contribuição para a formação profissional, os acadêmicos, tanto do Brasil quanto de Portugal, indicam que o trabalho com o PCI: permite um avanço na compreensão do currículo enquanto construção no cotidiano escolar; ratifica a categoria “professor pesquisador” como imprescindível no exercício da docência; provoca a consideração das necessidades de aprendizagem dos educandos; suscita a experiência do trabalho colaborativo com seus pares; redimensiona as ações pedagógicas na perspectiva de “atividades integradoras”, que organizam o conhecimento de forma globalizada e contextualizada na experiência dos estudantes. Assim, podemos indicar, como considerações finais, que possibilitar ao futuro professor a experiência com o PCI, é investir na melhoria do processo formativo, uma vez que o mesmo favorece uma concepção mais alargada e flexível do currículo; a construção de competências profissionais necessárias às exigências do atual contexto escolar; o entendimento da relevância e 36 significatividade dos processos de aprendizagens; articula a formação com os contextos de trabalho; conferindo, por fim, sentido ao processo de formação profissional. Palavras-chave: Projeto Curricular Integrado, Desenvolvimento Curricular, Formação de Professores [ID 67] O aluno como elemento de satisfação no trabalho de docentes da educação secundaria geral Manuel Camacho Higareda | Universidad Autónoma de Tlaxcala | [email protected] Mariela Sonia Jiménez Vásquez | Universidad Autónoma de Tlaxcala | [email protected] Resumo Em esta conferencia apresentamos os resultados de uma investigação financiada pelo Conselho Nacional de Ciência y Tecnologia (CONACYT) sobre satisfação no trabalho de docentes de educação secundaria geral. O estudo realizou – se com 300 professores, através de um enfoque misto. A satisfação/insatisfação com o trabalho como objeto de estudo pode ser analisada sob duas dimensões de acordo a seus alcances: global e especifico (Anaya e Suarez,2006;2007). Na satisfação global avalia – se o trabalho desde uma visão geral englobando todos os aspectos ou fatores referentes aos mesmos. A satisfação especifica toma em conta aspectos particulares ao contexto: as condições de trabalho, o salário, as relações com os colegas entre outros, neste caso, de acordo a Caballero (2002), a satisfação no trabalho é o resultado de uma série de satisfações especificas que constituem as facetas da satisfação. Em este documento apresentamos os resultados de dois núcleos temáticos da parte qualitativa a partir da análise de conteúdo. O primeiro, a satisfação com o sucesso no trabalho docente e o segundo núcleo orientou – se ao reconhecimento e natureza do trabalho docente. Identificamos que um dos fatores mais relevantes no estado de satisfação/insatisfação do docente é o aluno, assim como a realização de suas funções profissionais, em termos de “desempenho”, “qualidade” e “ domínio”. Existe um prazer com a qualidade dos vínculos estabelecidos com eles. Mas, também seu “aproveitamento” é motivo de satisfação, especialmente no que concerne a “aprendizagem”, “ desempenho” e “interesse”. Não obstante, quando tis aspectos encontram – se abaixo das expectativas, os docentes declaram – se em estado de insatisfação. 37 Palavras-chave: Docentes, Satisfação, Trabalho, Ensino básico [ID 180] Trajetórias e desenvolvimento profissional de professores iniciantes do primeiro ciclo do ensino fundamental Marcela S. Santana | Universidade Federal de Mato Grosso | [email protected] Filomena M. A. Monteiro | Universidade Federal de Mato Grosso | [email protected] Resumo Esta pesquisa tem como objetivo compreender as trajetórias de professores iniciantes que atuam no primeiro ciclo do ensino fundamental da rede municipal em Cuiabá-MT/Brasil, buscando identificar quais são os desafios/dilemas que encontram no processo de socialização profissional ? Trata-se de uma pesquisa que está sendo desenvolvida no curso de mestrado em Educação na Universidade Federal de Mato Grosso – Brasil e que está sendo pautada na pesquisa narrativa que busca o entendimento e à composição de sentidos da experiência. Nessa perspectiva, a pesquisa narrativa visa compreender os sentidos e significados das experiências por meio de relatos orais narrados no exercício docente. Estudos recentes apontam para a importância da iniciação da carreira profissional docente, especialmente, pela transição de estudantes para professores. Arroyo (2007, p.194) argumenta ser necessário dedicarmos mais tempo a indagarmos sobre como são vividas as experiências na docência, as tensões e os impasses na educação, pois saber mais sobre a docência seria um dos saberes mais formativos, seria o norteador para a conformação do currículo de formação. No levantamento inicial da pesquisa realizamos a caracterização do perfil profissional através da coleta de dados por meio de ficha preenchida pelos professores. Foram encontrados um total de 298 professores que atuam no primeiro ciclo do ensino fundamental na rede municipal de Cuiabá – MT/Brasil. Desse número total, 22% dos professores se encontram na fase de iniciação docente que engloba o período de inserção (até os 5 anos de atuação). Dessa forma, as características apresentadas nesta primeira etapa da pesquisa são importantes para a compreensão do desenvolvimento profissional dos professores, entretanto, é necessário maior aprofundamento sobre tais práticas e experiências o que está previsto para a segunda fase 38 desta investigação em que utilizaremos das narrativas para compor os sentidos e significados da experiência vivida. Palavras-chave: desenvolvimento profissional docente, professores iniciantes, primeiro ciclo [ID 186] Autoridade docente e autonomia no desenvolvimento profissional dos professores Telma Lima Cortizo | Universidade do Estado da Bahia/UNEB/FPCEUP | [email protected] Elisabete Ferreira | Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do PortoFPCEUP | [email protected] Resumo Pensar o desenvolvimento profissional dos professores tendo como pano de fundo a autoridade e a autonomia, não é possível sem considerar o cenário em que se inscreve o agir docente. O panorama social descortinado pela globalização, sustentado por um processo de modernização que expandiu de forma mais acelerada desde meados do século XX, repercute em profundas transformações no estar social contemporâneo, em seu cerne o excesso do consumo transformou cidadãos comuns em potenciais consumidores. Do mesmo modo, o culto a imagem, a intensificado pelas novas redes de informação e a busca incessante do hedonismo constituiu mudanças significativas nas formas de se relacionar. A modernidade líquida (Bauman, 2011); o processo de desencaixe (Giddens, 1991); o fim das metanarrativas (Lyotard, 2002) e o processo de dessimbolização do mundo (Dufour, 2005) anunciam a inscrição de um novo panorama, nos quais os pilares em que a sociedade se sustentava acederam para outras formas de organizações mais flexíveis, híbridas e autónomas. No rastro da indiferença afirmada por Lipovetsky (2014), em que professor e aluno são tomados cada vez mais como iguais e o desejo de saber se inscreve num cenário esvaziado de sentidos, como tem sido constituído o desenvolvimento profissional dos professores? Quais são os referentes da autoridade e da autonomia que atravessam o agir docente? São estas questões que pretendemos aprofundar nesta comunicação, dando conta da pesquisa em curso, no âmbito do doutoramento e em torno do desafio de problematizar a autoridade docente na contemporaneidade. As questões são balizadas pelo contexto neoliberal, em resposta a esse novo estatuto globalizante que tende a todo custo reduzir ao mínimo possível as singularidades em prol da universalização e padronização. Diante do exposto, o presente texto 39 interroga e compreende os referentes da autonomia e da autoridade no desenvolvimento profissional dos professores. Propõe inserir o debate a partir das narrativas docentes recolhidas acerca do agir docente, numa ambiência escolar dialógica, constituída de sujeitos que compartilham afetos, ideais, desejos e conhecimentos. Palavras-chave: Desenvolvimeto Profissional, Autonomia, Autoridade Docente 40 SALA | SALLE 5 – 20, 40, 114, 166 [ID 20] Práticas de produção textual propostas pelo corpo docente aos estudantes na Licenciatura em Pedagogia da UFRJ Marcelo Castro | Universidade Federal do Rio de Janeiro | [email protected] Resumo Este trabalho apresenta resultados de investigação integrante do projeto A escrita e o seu ensino no curso de Pedagogia da UFRJ: experiências e proposições, desenvolvido em nível de pós-doutoramento realizado no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Um dos principais objetivos do projeto consiste em identificar as formas pelas quais a produção textual dos estudantes do referido curso é recepcionada pelos seus professores. Neste sentido, foi realizado um estudo exploratório com três desses professores, cujos resultados foram apresentados no XXII Colóquio da AFIRSE (CASTRO, 2015). Após a realização dessa etapa preliminar, com base em estudo detalhado dos dados de formação e distribuição por disciplinas de todo o quadro de professores, foi constituída uma amostra de 25% dos que efetivamente atuavam no curso há pelo menos três anos. Os professores selecionados responderam a um questionário direcionado para o desenvolvimento de sete itens: (1) que práticas de escrita propõem em suas disciplinas; (2) como avaliam a produção escrita dos estudantes; (3) como avaliam sua própria condição docente para lidar com o ensinoaprendizagem da escrita; (4) que medidas adotam para enfrentar as dificuldades de produção textual demonstradas por seus estudantes; (5) como avaliam os efeitos dessas medidas; (6) que ações sugerem para que o curso adote sistematicamente para lidar com as questões de escrita dos licenciandos; (7) que perfil de professor de escrita na educação básica projetam como desejável para os estudantes de cuja formação participam. Nesta comunicação apresentamos o estudo referente ao primeiro item. Os dados foram analisados com base em Marcuschi (2008), Marinho (2010) e Bardin (2009). Os resultados revelam a predominância do trabalho, com várias qualificações, e da prova como as produções textuais mais solicitadas aos estudantes. A seguir, vêm o resumo e o relatório. Palavras-chave: Escrita acadêmica, Ensino da escrita, Formação de professores 41 [ID 40] A formação pedagógica de docentes para a educação básica de qualidade social: os traços da profissionalidade no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) Adriane Penteado | UTFPR | [email protected] Resumo A profissionalidade docente para a educação básica de qualidade social é o objeto desta investigação, que apresenta os resultados de uma tese de doutorado em educação. O objetivo da pesquisa é o de analisar os traços constitutivos da profissionalidade docente para a efetivação da qualidade social da educação básica, segundo políticas públicas, estudos teóricos sobre o assunto e percepção de bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). A análise apoia-se no estudo das políticas educacionais, em diálogo com argumentos dos campos: da política educacional, nos estudos de Ball (1992), (2007); Bourdieu (2004); (2012); Mainardes (2006); da qualidade social da educação básica, nos estudos de Belloni (2003); Camini (2001); Silva (2009); da profissionalidade docente, nos estudos de Gimeno Sacristan (1999), (2012); Imbernón (2011); Morgado (2005); Nóvoa (1999), (2009). O enquadramento teórico da pesquisa situa-se na abordagem qualitativa, com referencial teórico dialético, utilizando como metodologia de análise de dados empíricos a Abordagem do Ciclo de Políticas, de Stephen Ball, apoiada pelo referencial teórico crítico de Bourdieu, nas noções de habitus e campo. A pesquisa empírica foi realizada via participação, por meio de questionários, de 242 bolsistas do PIBID. Na percepção dos bolsistas do programa a profissionalidade docente deve ser constituída por traços que incluem: compreensão da relação entre teoria e prática; necessidade de ter conhecimento crítico e contextualizado do cotidiano da escolar; ampla visão das condições sociais e políticas que incidem na profissão; valorização da profissão; fortalecimento do papel social e político da docência; conhecimentos e aplicação de estratégias didático-pedagógicas emancipatórias. A tese concluiu que profissionalidade docente para a qualidade social da educação básica requer exercício cotidiano do diálogo entre teoria e prática, no qual conhecimentos científicos, pedagógicos e tecnológicos sejam intencionalmente promovidos como via do exercício docente, convivência e apoio profissional entre professores mais experientes e iniciantes. Os pressupostos das políticas de formação de professores devem assegurar valorização profissional, promoção e garantia do direito à educação de qualidade social, concretização de uma escola justa para todos(as), sem ceder lugar à concepção de educação mercantil, na qual preponderam os resultados qualitativos, parametrizados por índices de desempenho. 42 Palavras-chave: PIBID, Profissionalidade Docente, Qualidade Social [ID 114] Ciência e arte na formação de professores Maria Geralda Oliver Rosa | Instituto Federal do Espírito Santo | [email protected] Adriana Salete Loss | Universidade Federal da Fronteira Sul | [email protected] Resumo O artigo discute formas alternativas de trabalhar a formação de professores articulando “Ciência e Arte” de forma interdisciplinar e formativa por meio da dança, a poesia, o teatro e do cinema. O trabalho apresenta duas experiências exitosas desenvolvidas em contextos distintos, um na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Erechim e o outro, na Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), Campus Vila Velha. As experiências foram desenvolvidas à partir de um projeto articulado e de cunho interinstitucional das pesquisadoras desses centros educativos, tendo como público alvo os estudantes do Curso de Pedagogia e professores da rede pública de ensino de Erechim/RS; e no IFES os estudantes do Curso de Licenciatura em Química (formação inicial de professores. Assim, buscamos verificar nos referenciais teóricos de Fazenda (2012), Nóvoa (2009,1995,1992), Libâneio (1994), Morin;Motta;Ciurana (2003), Estrela (2015), Silva (2008), Goleman (2014), Filho;Bossa; Borges (2007), Caetano e Afonso(2014), Santos (2010) e Rosa (2007), reflexões sobre o uso desses recursos alternativos na formação de professores, para compreender a efetividades desses recursos alternativos na articulação teoria-prática nos cursos de formação de professores. Em vista disto, esse estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa, com estudo documental, tendo como base relatórios das atividades desenvolvidas e narrativas registradas em portifólio. O trabalho com a arte ou com a criatividade nos processos educativos representou importante estratégia para o desenvolvimento da comunicação e da expressão por meio das diferentes linguagens. Assim, por meio de estratégias ou recursos alternativos foi possível o estudar, o pesquisar, o vivenciar, o refletir e o agir, de modo interdisciplinar, com temas como a emoção, as relações intra e interpessoais, a vida profissional, a ética, as questões socioambientais, entre outros. Observamos, nesse estudo que é necessário um novo paradigma para a formação de professores, que não faça separação entre razão e emoção e interior e exterior, mas sendo “dialético dialógico” nos processos de conhecimentos disciplinares, inter e transdisciplinares; 43 assim, não exclui e nem a confunde, mas religa e a interação dos diferentes conhecimentos, entre esses, a sensibilidade, a estética, a ética, o saber experiencial, científico e técnico. Palavras-chave: Formação de Professores, Recursos Pedagógicos, Ciência e Arte [ID 166] Formação Inicial de Professores: a visão dos mestrandos em ensino sobre o próprio processo de aprendizagem e avaliação Paulo Nobre | Universidade de Coimbra - Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física | [email protected] Elsa Maria Ribeiro Silva | Universidade de Coimbra - Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física | [email protected] Resumo Na formação pedagógica de professores, o desenvolvimento curricular supõe-se estruturado de forma a potenciar a construção de saberes pelos futuros professores no domínio dos conhecimentos a ensinar, do modo de os ensinar e no domínio das formas de os avaliar, além de outras vertentes como a formação ético-profissional. Mas o desenvolvimento de um currículo exige formas de regulação que permitam monitorizar a sua eficácia e a coerência entre o projetado e o efetivamente ensinado. A compreensão do grau de assimilação do próprio sistema de avaliação por parte dos futuros professores serve o propósito, ao fornecer, por um lado, dados sobre a literacia em avaliação dos alunos e, por outro, orientações essenciais para uma avaliação curricular. É neste sentido que surge este estudo, no âmbito do Estágio Pedagógico do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, o qual se organiza a partir de três objetivos: i) identificar a percepção do estagiário em relação ao seu processo avaliativo; ii) determinar as competências percebidas como adquiridas nas diferentes tarefas de estágio e; iii) perspetivar a orientação do modelo futuro de estágio. A recolha de dados efetuou-se a partir da aplicação de um questionário composto por três partes: uma primeira de caraterização sociodemográfica; a segunda com perguntas relativas ao mestrado, com questões semiabertas e fechadas; e a terceira parte contendo questões relativas ao Estágio, onde utilizamos uma escala de avaliação de oito pontos, com justificação. O questionário foi aplicado aos mestrandos no final do Estágio Pedagógico de 2013-2014 (n=19) e 2014-2015 (n= 50), tendo sido utilizada uma amostra intencional. Os dados das 44 questões abertas foram sujeitos a uma análise de conteúdo mista (Bardin, 1979; Esteves, 2006) e as questões fechadas foram tratadas com recurso a procedimentos de estatística descritiva. Os resultados apontam para uma percepção pouco esclarecida dos estagiários relativamente ao próprio desempenho e à avaliação final, verificando-se um afastamento do estagiário ao seu próprio processo avaliativo e do entendimento das competências adquiridas, o que nos conduz à necessidade de exploração aprofundada dos referenciais de avaliação, como matéria de aprendizagem. Palavras-chave: Formação de Professores, Estágio Pedagógico, Aprendizagens, Avaliação Curricular 45 SALA | SALLE 6 – 101, 133, 144, 223, 240 [ID 101] O bom professor-formador do ensino superior Simone De Mirea | PUCPR | [email protected] Jociane Geronasso | PUCPR | [email protected] Sueli Pereira Donato | PUCPR | [email protected] Resumo Este estudo tematiza o desenvolvimento dos professores universitários, procuramos analisar e interpretar como os professores se desenvolvem profissionalmente em pensamentos e ações no contexto de formação e prática docente. O desenvolvimento profissional é um processo dinâmico, contínuo e reflexivo, no qual o professor é o elemento principal, quer através de sua mobilização e envolvimento pessoal, quer na reflexão sobre sua prática e na escolha de suas ações. A profissão docente se configura com os componentes que envolvem a vida e o contexto do professor, não são indissociáveis e nem excludentes, se articulam no processo de desenvolvimento ao longo da vida desse profissional. Os aportes teóricos, os quais sustentam a argumentação central deste trabalho, têm relação com as teorias e modelos de formação, profissão e desenvolvimento do professor e a questão dos ciclos de vida profissional. A proposta metodológica adotada assentou na abordagem qualitativa, se caracteriza como interpretativa e se materializou em três estudos de caso. Utilizamos a expressão biográficonarrativa para apontar o tipo de pesquisa, e a história de vida como o caminho da nossa investigação, com o propósito de compreender a percepção que os professores formadores de Educação Física têm do seu desenvolvimento profissional. A amostra foi constituída por 3 professores do ensino superior que atuam na formação inicial e continuada dos professores de Educação Física da cidade de Curitiba-Brasil. A recolha do material empírico aconteceu através da: entrevista semiestruturada, a observação não participante e análise documental. Para análise de dados, utilizamos as referências sobre desenvolvimento profissional do professor, os ciclos de vida profissional e a formação docente. Escolhemos a Análise de Conteúdo como a técnica de organização e tratamento dos dados. O tratamento dos dados seguiu os princípios da técnica da triangulação. Com os resultados, foi possível conhecer a pessoa do professor; o significado da atividade; conhecer a pessoa – na lógica da socialização – do professor como um adulto em desenvolvimento; as perspectivas construídas ao longo dos ciclos de vida profissional; compreender e revelar como os professores constroem o significado de suas 46 ações; compreender e revelar como se caracteriza a identidade do professor na trajetória profissional. Palavras-chave: educação, professor, desenvolvimento [ID 133] Processos formativos e docência no ensino superior: programas e práticas educativas na contemporaneidade Adriana Rocha Bruno | UFJF/FAPEMIG | [email protected] Lúcia Helena Schuchter | UFJF | [email protected] Judilma Aline Silva | UFJF | [email protected] Resumo Na sociedade atual, percebemos mudanças aceleradas na produção e no consumo da informação. Este cenário intensifica a necessidade da formação híbrida de professores, que rompa com processos fragmentários e articule múltiplas possibilidades de aprendizagem. Este artigo objetiva discutir e tensionar os processos formativos e a docência no Ensino Superior. Para tanto, apresenta duas pesquisas que explicitam a importância de uma formação pedagógica do professor para além da instrumentalização. Conforme Saviani (2007), ao longo da História ocidental, a pedagogia foi compreendida como modo de instituir o processo educativo e construir uma tradição teórica sobre a prática educativa. A primeira investigação debate sobre programas implementados nos últimos anos pelo governo federal brasileiro, que implicaram no cenário educacional em geral e na formação docente em particular. Porém, a proporção de horas dedicadas às disciplinas referentes à formação profissional específica nos cursos de Pedagogia é de 30% e pouco exploram desdobramentos em termos das práticas educacionais, havendo dispersão nas disciplinas que respondem às demandas contemporâneas (GATTI; BARRETO; ANDRÉ, 2011). No que tange à docência na educação superior - 2ª investigação-, o Brasil se dedica fortemente à formação de pesquisadores em detrimento de processos formativos didáticos voltados para a aprendizagem do adulto. Porém, em 2012, foi sancionada a Lei 12772/12 que impõe às Instituições de Ensino Superior federais a realização de programas de formação para os docentes em estágio probatório. Vislumbra-se uma "luz no fim do túnel" para tal formação. Conclui-se que, ainda, nos Cursos de formação de professores há que se promover espaço para estudos, pesquisas e práticas educacionais aos futuros educadores e aos formadores, de modo a integrar a constituição prática e teórica da 47 docência e os movimentos construtivos da professoralidade (BOLZAN e POWACZUK, 2009) no mundo hodierno, em meio às tecnologias digitais e em rede. Palavras-chave: Programas de formação docente, Praticas educativas, docência no ensino superior [ID 144] A prática pedagógica do professor universitário como discente/docente em participação de um seminário avançado de doutorado dentro de um paradigma inovador Deise Choti | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Marilda Aparecida Behrens | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Patricia Torres | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Resumo O Artigo em questão baseia-se em contribuições originadas de um processo de leituras sugeridas, no Seminário de Aprofundamento: Teoria e Prática Pedagógica na Formação de Professores, para doutorandos, ofertado no segundo semestre de 2013 no Programa de PósGraduação em Educação Strictu Sensu da PUCPR. O referido Seminário faz parte da linha de pesquisa Teoria e Prática Pedagógica na Formação de Professores que, “tem como finalidade aprofundar o estado do conhecimento das concepções e teoria da educação e da formação de professores articulada à prática docente, em especial, com foco na problematização levantada nos projetos de pesquisa dos doutorandos”. Busca provocar a reflexão e a análise crítica para a produção do conhecimento na área, de modo a expressar os fundamentos epistemológicos e paradigmáticos das pesquisas que envolvem Teoria e Prática na Educação. Propõe a discussão crítica sobre a temática da formação continuada de professores envolvendo as possibilidades de uso das mídias educacionais nas metodologias de aprendizagem utilizadas nos ambientes educacionais formais e não formais e, neste contexto, aponta para uma investigação ação e analisa as tecnologias educacionais abordando a pesquisa e o desenvolvimento de mídias e audiovisuais, para serem utilizadas na formação de professores com vista à construção de prática pedagógica inovadora. E propõe a seguinte Problematização: “Como propor a formação de professores que subsidie uma docência que contemple uma metodologia que atenda ao paradigma da complexidade?” As leituras críticas e reflexivas propostas, bem como as produções individuais e coletivas elaboradas pelo grupo de professores/alunos, permitem 48 discussões pertinentes no sentido de verificar a importância de optar-se por paradigmas inovadores na ação docente, bem como, as diferentes opiniões e práxis trocadas durante esse processo, enriquecem a prática vivenciada por todos os envolvidos nessa rica troca de ensino/aprendizagem. Inúmeras referências bibliográficas foram utilizadas, no decorrer deste Seminário; para este artigo em especial, destacar-se-ão algumas no decorrer deste e ao final , encontrar-se-á as referências bibliográficas completas, ou seja, as referências não obrigatórias, mas que contribuíram profundamente, para a construção do conhecimento individual e em grupo. Palavras-chave: Prática Pedagógica, Professor Universitário, Paradigma da Complexidade [ID 223] L’enseignant-chercheur et la tutelle académico-professionnel des étudiants: du discours critique à la pratique pédagogique complexe Fernando Sabirón-Sierra | Universidad de Zaragoza | [email protected] Ana Arraiz Pérez | Universidad de Zaragoza | [email protected] Résumé La composante critique caractérise le discours pédagogique dominant. La prolifération du critique en tant que position intellectuelle, épistémologique, théorique et méthodologique parvient à éclipser son propre sens pédagogique alternatif. Sous un même étiquetage critique coexistent des pratiques pédagogiques dites alternatives, mais nettement conservatrice du statu quo; ou, simplement réduites à une expérience d’innovation sans aucune utilité émancipatrice de la personne. À partir des résultats d’une recherche-action collaborative mené sur les processus de tutelle des enseignants-chercheurs face aux étudiants des Universités de Zaragoza, La Rioja y del Pais Vasco, on présente une alternative à la figure de l’enseignant traditionnel. La recherche se réalise en deux phases: une première descriptive et une deuxième interprétative. Les résultats de la phase descriptive, obtenus sur une enquête de 402 étudiants et 202 enseignants présentent un panorama pédagogique ciblé sur la matière et l’enseignant. La phase interprétative, où l’on interpelé plus de 50 étudiants et 20 enseignants-chercheurs à travers l’analyse de leurs pratiques d’accompagnement des étudiants, puis un récit de vie sur l’expérience de tutelle. Les résultats nous présentent les expectatives des étudiants au-delà de la formation académique, plus inclinés sur leur futur développement professionnel et les 49 contextes du monde du travail. Les conclusions de la recherche nous interrogent sur le sens de l’accompagnement des étudiants au cours de leurs trajets de formation tout au long de la vie; et, en particulier, sur la nécessaire articulation entre la formation et l’exercice professionnel. Sur les résultats de la recherche, la communication conclut en précisant les référents pédagogiques qui articulent l’expérience –complexité, projet professionnel, évaluation authentique, orientation tout au long de la vie–, et nous interrogent sur le décalage entre le discours des référents théoriques et les pratiques pédagogiques universitaires. Mots-clés : Tutoría, Orientación, Formación profesorado, Investigación cualitativa [ID 240] O desenvolvimento profissional de professores do ensino superior pela Universidade Nova de Lisboa Joana Marques | Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo Num tempo de redefinição das linhas de atuação do ensino superior urge repensar os diferentes papéis e competências que os docentes do ensino superior são chamados a desempenhar. Esta redefinição passa necessariamente pela mudança de um paradigma centrado no ensino para uma preocupação com a efetiva aprendizagem dos estudantes, isto é, que abranja também outros domínios, nomeadamente o desenvolvimento de competências culturais e profissionais (Legault, 2008). É de salientar também que o ensino superior deve assentar no conhecimento efetivo dos estudantes e da sua diversidade, tal implicando a mobilização dos esforços das instituições para melhorarem a variedade e a qualidade dos seus programas de formação e a orientação dos estudantes no sentido de desenvolverem competências-chave fundamentais num mercado de trabalho incerto, competitivo e em constante transformação (Comunicado de Lovaina, 2009; Comunicado de Budapeste-Viena, 2010). Ora, a mudança de paradigma referida representa um conjunto de dificuldades acrescidas para os professores que, por vezes, não se sentem preparados para responder a tais solicitações. Em nossa opinião, o desenvolvimento profissional dos professores do ES poderá constituir uma das formas de ajudar os docentes a dar resposta a estas mudanças. Com base nestes pressupostos, encontramo-nos a desenvolver um estudo de caso que tem como objetivos: 50 - Identificar necessidades de formação emergentes dos docentes da UNL; - Compreender como os docentes e as unidades orgânicas percecionam o papel da formação pedagógica na superação dessas necessidades; - Identificar mudanças nas conceções dos docentes no que respeita ao ensino e à aprendizagem, ao docente e ao estudante e auscultar os docentes quanto à origem das mesmas; - Caracterizar o papel de uma infraestrutura de assessoria educacional no acompanhamento dos docentes durante e após a formação. Nesta comunicação iremos apresentar alguns dos resultados já obtidos. Palavras-chave: Formação pedagógica, Desenvolvimento Profissional de Professores, Ensino Superior, Inovação 51 SALA | SALLE 7 – 46, 111, 119, 130, 146 [ID 46] Pesquisa-ação nas práticas pedagógicas de sala de aula do professor da Educação Básica: a tessitura de um olhar interdisciplinar Iolanda Santana | Universidade de Pernambuco | [email protected] Maria Silva | Universidade de Pernambuco | [email protected] Resumo O presente trabalho constitui um recorte de uma investigação-ação em andamento que está a ser desenvolvida no Mestrado em Educação da Universidade de Pernambuco-Brasil, e que tem por objetivo investigar perspectivas interdisciplinares, no âmbito das práticas pedagógicas de sala de aula, de professores dos anos iniciais de três escolas do Ensino Fundamental de um municipio da Zona da Mata Norte do Estado de Pernambuco-Brasil. Busca ainda intervir, com base no depoimento de professores e supervisores escolares, para que as práticas pedagógicas dos professores do Municipio objeto desta investigação, priorizem ações voltadas para novas formas de ensinar e de aprender, consubstanciadas pelo pensamento interdisciplinar. Para fundamentação teórica, recorreu-se a CRUSOÉ (2014); FAZENDA (1999); FREIRE (1996); MORIN (2014); SHON (2000); SILVA (2009); TARDIF (2012); THIOLLENT (2011); ZABALA (1998). No que toca às opções metodológicas deste estudo, fez-se opção pela abordagem qualitativa de pesquisa, com ênfase na pesquisa-ação. Para a coleta de dados, o estudo tem se utilizado da técnica de grupo focal e da observação participante. Como resultados preliminares, é possível identificar que os docentes, sujeitos desta investigação, tendem a estruturar as suas práticas pedagógicas pelo viés da interdisciplinaridade, uma vez que se identificou, de forma manifesta, a presença da parceria nos meandros de suas práticas pedagógicas de sala de aula, a qual constitui uma das categorias epistemológicas da interdisciplinaridade (SILVA, 2009). Assim sendo, até o presente momento foi possível concluir que as práticas pedagógicas dos professores sujeitos desta investigação, apontam para a vivência da interdisciplinaridade no cotidiano da sala de aula, quer seja por meio da utilização de temas geradores para a construção do processo de ensino-aprendizagem, quer seja por meio de estratégias didáticopedagógicas que têm por objetivo integrar o conhecimento e promover a investigação, a redescoberta e construção coletiva do conhecimento, sempre na direção da ação-reflexãoação. Palavras-chave: Interdisciplinaridade, Prática Pedagógica, Parceria 52 [ID 111] O que dizem estudantes e educadores/as cooperantes sobre a Prática Pedagógica”. Uma reflexão a partir do Mestrado em Educação Pré-Escolar na Escola Superior de Educação de Lisboa Catarina Tomás | Instituto Politécnico de Lisboa e CICS.NOVA | [email protected] Manuela Rosa | Instituto Politécnico de Lisboa | [email protected] Resumo A formação de educadores/as de infância constitui um campo importante na análise e confronto das representações dos/as (i) ‘estudantes-futuros/as profissionais’ sobre os seus percursos, as suas aprendizagens e sobre as experiências no âmbito da Prática Profissional Supervisionada [estágios realizados em creche e jardim de infância] e dos/as (ii) educadores/as cooperantes que acompanham estes estudantes. O quadro legislativo que operacionaliza os mestrados profissionalizantes em Portugal, decorrente do processo de Bolonha, dá uma forte relevância a uma formação ‘prática’ dos/as futuros profissionais em educação de infância, sendo atribuída a esta componente de formação o maior número de créditos. Espera-se que as escolas de formação recorram a um paradigma baseado no desenvolvimento de competências, sendo necessário identificá-las, adequando metodologias para que estas se concretizem no processo do exercício da prática profissional. Este paradigma passa em grande parte pela forma como os/as estudantes estagiários/as aprendem e vivenciam a prática profissional, nos diversos contextos em que estão imersos/as, supervisionados/as por educadores/as de infância [orientadores/as cooperantes]. A partir de uma matriz teórico que assume um de diálogo interdisciplinar entre a Pedagogia e a Sociologia da Infância, este texto pretende discutir criticamente os conceitos de competência(s), prática docente, construção do conhecimento praxiológico, saber(es), representações de criança(s) e infância(s). Esta clarificação faz-se a partir de uma discussão mais ampla das políticas educativas globais, com especial enfoque para a formação de educadores de infância em Portugal. Finalmente, serão caracterizadas, a partir da análise das narrativas, recolhidas a partir de questionários, as experiências, as lógicas e os saberes que são reconhecidos pelos dois grupos no quadro da prática pedagógica realizada em contexto de creche e jardim-de-infância do Mestrado em Educação Pré-Escolar na escola Superior de Educação de Lisboa. 53 Palavras-chave: Prática Pedagógica, Educação de Infância, Estudantes, Educadores/as cooperantes [ID 119] O PIBID como ferramenta para a formação docente Alaides Costa | Brasil | [email protected] Resumo Este trabalho tem por objetivo trazer à tona reflexões acerca da relevância do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência- PIBID, para a formação de professores. Pretendemos aqui problematizar o papel do PIBID como elo de ligação entre teoria e prática docente, pensando que o programa tem como um de seus objetivos mais imediatos a complementação da formação de professores para trabalhar com a rede de ensino básico de uma maneira mais dinâmica. O PIBID vem tornando-se uma política pública muito importante de valorização do magistério, possibilitando, aos bolsistas, atuação no seu campo de trabalho desde o início de sua formação. Ao ser inserido no PIBID, o estudante passa a conviver de perto com o ambiente escolar, contribuindo para a sua formação crítica, motivações e resolução de desafios no ambiente escolar. Maria Estela Dal Pai Franco, Luciane Spanhol Bordignon e Egeslaine de Nez em artigo intitulado “Qualidade na formação de professores: bolsa de iniciação à docência (PIBID) como estratégia institucional”, fazem uma aprofundada reflexão acerca da relevância do PIBID para a formação prática dos discentes dos cursos de licenciatura. Pode-se dizer que é fundamental que o discente vivencie a realidade escolar através de projetos de iniciação à docência, pois, a partir dele é possível fazer a aproximação entre teoria e prática. Nesse contexto, fica evidente que o projeto propicia uma formação diferenciada por meio da prática compensando as lacunas ainda existentes na grade curricular do curso de licenciatura. Portanto, a formação acadêmica através do projeto PIBID dá-se de maneira desafiadora e instigante, exigindo do aluno empenho, dedicação e colaboração para a efetuação das atividades propostas. Diante do exposto, a vivência no projeto proporciona incentivos com relação à pesquisa e a formação docente crítica-reflexiva à medida que torna a aprendizagem significativa, baseando-se nos diversos contextos e conflitos, que permeiam o campo educativo. Assim sendo, ressalta-se que é relevante vivenciar, refletir e reconstruir as práticas por intermédio do projeto, compartilhando as ideias e discussões desenvolvidas no 54 período, atendendo a demanda existente em prol da educação emancipadora, significativa e democrática. Palavras-chave: Ensino de História, Educação, Formação de Professores, Iniciação à Docência [ID 130] O Simulador do Ambiente Empresarial de base tecnológica: Metodologia inovadora no processo de ensino-aprendizagem, avaliação e relação professor-estudante vrs estudanteprofessor Susana Bastos | Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto – ISCAP | [email protected] Liliana Azevedo | Invent - Associação para a Competitividade e Inovação na Gestão | [email protected] Resumo A preocupação existente em suprir as lacunas identificadas no ensino tradicional da Contabilidade e Administração levou à criação de uma nova forma de estar no Ensino Superior, nestas áreas do conhecimento, na sala de aula. Esta nova forma de estar, denominada por Ambiente Empresarial, traduziu-se na implementação de duas unidades curriculares designadas de Projeto de Simulação Empresarial (PSEI e PSEII), do terceiro ano, do Curso Superior de Contabilidade e Administração do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. A particularidade deste processo de formação centrado no desenvolvimento de competências e modelador de metodologias de ensino-aprendizagem e de avaliação faz com que este seja o objeto desta investigação. De destacar que o Simulador do Ambiente Empresarial é de base unicamente tecnológica. O presente artigo tem como objetivo estudar as potencialidades e constrangimentos da metodologia inovadora de ensino-aprendizagem e avaliação, utilizada nas unidades curriculares acima referidas. Pretendemos, em particular, analisar em que medida o Simulador de Ambiente Empresarial beneficia o sucesso escolar, em resultado de uma melhoria no processo de ensino-aprendizagem e, consequentemente, no desenvolvimento das competências dos estudantes. 55 Nos anos letivos de 2008 a 2010, foram recolhidos os dados qualitativos e quantitativos através de inquérito por questionário aos estudantes e entrevistas aos docentes e coordenador das unidades curriculares. Em Fevereiro de 2015, foram enviados cerca de 6.000 questionários aos estudantes que já frequentaram a Simulação Empresarial. Como metodologia de investigação foram utilizadas a análise estatística/fatorial, com recurso a um software estatístico, à análise de conteúdo e à técnica de triangulação dos dados. Os resultados do estudo levantaram uma série de questões relacionadas com a metodologia de ensino-aprendizagem utilizada tradicionalmente e a metodologia do Simulador do Ambiente Empresarial, assim como, a avaliação e a forma como esta desenvolve nos estudantes uma diferente postura no que concerne ao processo de ensino-aprendizagem. A centralidade no estudante como foco deste Modelo possibilita a autorregulação da aprendizagem através da retroação. O trabalho individual e de grupo apresentam-se como principais fatores no desenvolvimento das competências genéricas (relacionais) e comportamentais, além das competências técnicas inerentes à profissão. Palavras-chave: Simulador, Aprendizagem, Avaliação, Pedagogias, Competências [ID 146] Dimensão pedagógica na formação inicial de professores do 1º CEB: perceções de estagiários/futuros professores e de supervisores Pedro Ferreira | Colégio Novo da Maia | [email protected] Preciosa Fernandes | Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Resumo Na sequência do processo de Bolonha, as políticas de formação de professores introduziram alterações curriculares de fundo que visaram, entre outros aspetos, uma maior abrangência de níveis e de ciclos de ensino e uma maior mobilidade dos docentes entre os mesmos (DecretoLei n.º 43/2007). As mudanças fizeram-se também sentir nos processos formativos, designadamente nos tempos de contacto com a prática pedagógica e nos processos de supervisão pedagógica. É neste âmbito que se insere esta comunicação. Com ela pretende-se problematizar o modelo de formação inicial de professores, decorrente de Bolonha. De modo mais concreto o estudo visa conhecer sentidos atribuídos por um grupo de estagiários/futuros 56 professores do 1º CEB, e respetivos supervisores aos processos de formação pedagógica em contexto de estágio final. Para tal, recorreu-se a um Focus Group a 8 estagiários do Mestrado em Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico e entrevistas a 4 supervisores de uma Escola Superior de Educação, do ensino particular cooperativo. Da análise dos discursos, conclui-se que estagiários e supervisores reconhecem vantagens na conceção do modelo de formação preconizado por Bolonha, enfatizando a sua dimensão reflexiva e a componente investigativa. Os discursos dos estagiários apontam também para um reconhecimento da importância da prática pedagógica, da articulação teoria-prática e da avaliação. Os supervisores, expressam um sentimento mais crítico sobre o processo de supervisão pedagógica, reconhecendo a necessidade de aperfeiçoamento do modelo de formação. Palavras-chave: Formação pedagógica, Formação inicial de professores, Supervisão pedagógica. 57 SALA | SALLE 9 – 10, 84, 169, 211 [ID 10] A implementação da educação em tempo integral no Brasil: tendências pedagógicas emergentes e implicações para o ensino Jane Bittencourt | Universidade Federal de Santa Catarina | [email protected] Resumo Este trabalho pretende analisar tendências emergentes no pensamento pedagógico contemporâneo no Brasil, assim como suas implicações para o ensino, especificamente no que se refere às propostas de implementação gradual da educação em tempo integral nas escolas públicas. Situamos estas tendências em dois conjuntos de fatores. Primeiramente, no conjunto das políticas educacionais que buscam a melhoria da qualidade do ensino tendo por base indicadores avaliativos em vigor, que têm por objetivo acompanhar o desempenho escolar dos estudantes, assim como o aprimoramento do sucesso escolar, com o intuito de evitar a evasão, a repetência e a defasagem idade-série. Em segundo lugar, identificamos as demandas de inovação curricular e didática para o ensino diante dos desafios dos atuais processos de socialização de crianças e de jovens. Entre estes desafios, destacamos: a diversidade de saberes em jogo nas várias esferas do convívio social; a vasta produção midiática de artefatos culturais; a multiplicidade de fontes de informação e pesquisa difundidas em aparatos digitais, assim como os efeitos da globalização do ponto de vista identitário e cultural. Tendo em vista estes dois conjuntos de fatores contextuais, examinamos, neste trabalho, por meio de uma análise bibliográfica e documental, os princípios educativos indicados em documentos curriculares em vigor a respeito da implementação da educação integral na educação básica, principalmente a partir da década de 2000. Estes princípios indicam alguns elementos que, se não são novos no pensamento pedagógico, foram reformulados na busca por referenciais teóricos e curriculares de modo a fundamentar as práticas pedagógicas em educação integral nos dias atuais. Esta análise possibilitou colocar em evidência principalmente três princípios: a interculturalidade; o estreitamento das relações entre escola e comunidade e a ampliação e diversificação do conhecimento escolar. Consideramos que estes constituem aspectos importantes de inovação nas formas de conceber as práticas pedagógicas, acarretando mudanças nos currículos escolares, assim como nos espaços, tempos e nas formas de organizar o trabalho pedagógico na escola. Finalizamos este trabalho discutindo até que ponto estes princípios pedagógicos e, de modo geral, a educação em tempo integral, teriam a 58 capacidade, no Brasil, de introduzir inovações capazes de garantir bons resultados de aprendizagem diante dos desafios no desempenho da função social da escola hoje. Palavras-chave: Educação Integral, Inovação curricular, Políticas públicas [ID 84] O ensino médio integrado no Pará: um estudo das práticas pedagógicas dos professores da EEEtepa magalhães barata – ETEMB João Batista Do Carmo Silva | UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA | [email protected] Bárbara Lorena Campos Valois | UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ – UFPA | [email protected] Resumo Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada na Escola Estadual Magalhães Barata – ETEMB (Belém – PA). Objetivou-se analisar os fundamentos da Prática Pedagogia e da Didática, baseados no Materialismo Histórico-Dialético. Além disso, analisar o desenvolvimento da Prática Pedagógica dos docentes do curso de Mecânica da ETEMB. Para realização dessa Pesquisa Qualitativa do tipo Estudo de Caso, utilizou-se como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica e por uma pesquisa empírica afim de coletarmos os dados necessários para análise e compreensão do objeto. Vale ressaltar que a coleta de dados utilizou-se a observação direta e entrevista semiestruturada direcionada aos docentes do curso mencionado. Para análise dos dados coletados utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. Tivemos como embasamento teórico para análise dos dados, os fundamentos da Filosofia da Práxis e da Pedagogia Histórico Crítica. Importa destacar que a pesquisa foi efetivada nos anos de 2011 a 2014, inicialmente por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, no período de março de 2011 a julho de 2013. E por fim, pelo Observatório de Educação no período de agosto de 2013 a Dezembro de 2014. Observou-se que a prática Pedagógica dos professores do Curso de Mecânica está desarticulada da realidade vivenciada pelos alunos e, muito mais desarticulada entre eles, não havendo um planejamento participativo, conceito utilizado na perspectiva de Lopes (2012), o qual evita a divisão do trabalho. Os professores enfatizam seus objetivos para aprendizagem de técnicas que auxiliarão os alunos no “mercado de trabalho”, alimentados pela ideia da “empregabilidade”, ou seja, articulando diretamente a ação pedagógica aos interesses mercadológicos. Conclui-se que é necessário um planejamento participativo entre eles, fazendo com que eles articulem os 59 objetivos, os processos metodológicos e avaliação a realidade do aluno para que este alcance a transformação da sua realidade, não apenas em busca do adestramento do aluno para realização de uma atividade profissional. Palavras-chave: Ensino Médio, Didática, Prática Pedagógica [ID 169] Formando professores na Contemporaneidade: um estudo sobre revistas educacionais atuando como pedagogia cultural Mônica Knöpker | Universidade Federal do Rio Grande do Sul | [email protected] Resumo Em um contexto no qual as pedagogias se multiplicam objetivando a condução das condutas dos sujeitos, proponho problematizar as revistas educacionais como um dos lócus potentes de “formação/formatação” docente na Contemporaneidade. Para isso, parto da hipótese de que esses artefatos colocam um tipo de pedagogia cultural em ação. Isso porque, ao destacarem certas práticas como “as melhores”, as revistas vão ensinando sobre as formas mais corretas de ser e agir desses profissionais. Com o objetivo de demonstrar a produtividade desses artefatos operando como uma pedagogia cultural, neste artigo, apresento as regularidades discursivas sobre práticas pedagógicas expostas nas edições de 2015 das revistas Nova Escola, Pátio e Carta Fundamental – revistas enviadas gratuitamente às escolas públicas do Brasil pelo Programa Biblioteca da Escola do Ministério da Educação do país. Para analisar essa gama de materiais, extraí contribuições metodológicas da produção foucaultiana sobre discurso. O referencial teórico da pesquisa inclui autores como Michel Foucault, Marisa Vorraber Costa, Alfredo Veiga-Neto, Viviane Camozzato, Douglas Kellner, entre outros. Os resultados evidenciam que tornar as aulas divertidas, interessantes e motivadoras; utilizar espaços e recursos diferenciados (preferencialmente tecnológicos); valorizar a diversidade e promover a inclusão; bem como formar para a vida são discursos recorrentes nos materiais analisados. O que permitiu, de certo modo, confirmar a hipótese de que as revistas educacionais colocam uma pedagogia cultural em ação por meio desses “ensinamentos”. E, ao mesmo tempo, visibilizar traços de articulação entre essa pedagogia cultural e a racionalidade neoliberal que governa o presente, visto que as práticas pedagógicas exaltadas como de sucesso tornam-se indispensáveis na formação dos sujeitos necessários para que tal racionalidade seja levada adiante. 60 Palavras-chave: Pedagogias culturais, Formação de professores, Práticas pedagógicas, Racionalidade neoliberal [ID 211] Exames, provas e dissertações: práticas de avaliação das aprendizagens no curso de Pedagogia da USP (1938 – 2011) Katiene Nogueira Da Silva | Faculdade de Educação da USP | [email protected] Resumo O presente trabalho é decorrente de estudo no qual investigamos as práticas de avaliação empregadas pelos professores universitários para verificar as aprendizagens de seus alunos no Curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo (USP) desde 1938 – ano de sua criação – até 2011, contribuindo para a recuperação de elementos que fazem parte da história, da cultura e da memória desta instituição. Buscamos compreender como os docentes constroem os seus critérios de excelência e de que forma estes são mobilizados na docência, na avaliação das aprendizagens e na formação realizadas no ensino superior. O estudo toma como fontes privilegiadas a documentação da USP e entrevistas com professores e alunos que frequentaram e frequentam o curso no período investigado. Desta forma, realizamos um estudo que possui um caráter histórico e incide também sobre o tempo presente. Nesta investigação partimos do pressuposto segundo o qual as representações de êxito que os professores têm, na universidade, os levam a moldarem a formação dos seus alunos. Acreditamos que os professores constroem maneiras de agir, práticas estas que são fruto de suas representações referentes à profissão. Contudo, não são apenas práticas acerca da conduta desejável a si próprios que os docentes incorporam, mas também representações acerca do que seria o aluno ideal e do desempenho que seria desejável que o aluno apresentasse. Neste trabalho buscamos compreender como os professores, desde o início da criação desta Universidade, “inventaram o seu cotidiano” – tomando por empréstimo o termo utilizado por Michel de Certeau (2009) -, apropriaram-se deste espaço e construíram as suas práticas, na perspectiva dos procedimentos de avaliação das aprendizagens. No caso da investigação das práticas de avaliação, por exemplo, há diversas maneiras de avaliar, no entanto, as pessoas fazem escolhas e acabam por construir a sua ação de uma forma particular. Compreender como avaliavam e como eram avaliados professores e alunos, examinando a “morfologia” dessas práticas do período de criação da USP até os dias atuais 61 constitui-se numa perspectiva fértil para a compreensão da formação de professores praticada nestes mais de 70 anos de história. Palavras-chave: avaliação das aprendizagens, docência universitária, trabalho docente, práticas pedagógicas 62 SALA | SALLE 10 – 57, 184, 207, 226 [ID 57] Representações afro-identitárias nas obras literárias infantis Tatiana Rachel Andrade De Paiva | SEMEC-Parnamirim RN / Universidade de Coimbra | [email protected] Jaíse Do Nascimento Souza | SEMEC-Parnamirim RN / Universidade de Coimbra | [email protected] Resumo O presente estudo surge de nossas experiências como professoras da Educação Infantil, objetivando incentivar o respeito às diferenças e a construção positiva de identidades étnicorraciais entre as crianças, buscando relacionar as práticas leitoras presentes na rotina escolar à vivência e promoção da diversidade étnicorracial. Apresentaremos como sugestões para o trabalho pedagógico as obras literárias Menina Bonita do Laço de Fita (Ana Maria Machado); As Tranças de Bintou (Sylviane Anna Diouf Cosac Naify) e O Menino Marrom (Ziraldo), que se bem utilizadas oferecem às crianças conhecimentos acerca da diversidade étnicorracial e cultural do nosso país. Quanto à metodologia, consiste em um trabalho de caráter qualitativo, por meio de pesquisa-ação para atender a finalidade do estudo. A investigação tem objetivo exploratório, articula o levantamento de fontes bibliográficas e análise descritiva das referidas obras literárias infantis com o intuito de instigar o questionamento sobre as representações afro-identitárias na literatura infantil. A análise das questões propostas se apoia nos argumentos de Zilberman (2003) e Rosemberg (1985) que discorrem sobre a importância da literatura infantil na escola, se configurando como um gênero que também atua na construção ideológica, e em Munanga (2009) discutindo sobre o entendimento da chamada identidade negra no Brasil. Corroborando com a implementação das leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, o educador ao trabalhar com obras literárias que abordem a diversidade étnico-racial e cultural, promove um diálogo com o educando, proporcionando uma reorganização de suas percepções de si e do mundo, atuando no processo de construção e (re)afirmação identitária. Palavras-chave: Literatura infantil, Diversidade étnicorracial, Identidade 63 [ID 184] O debate acadêmico sobre educação escolar indígena no Brasil Antónia Rodrigues Da Silva | Universidade Federal do Amazonas | [email protected] Marilene Corrêa Da Silva Freitas | Universidade Federal do Amazonas | [email protected] Resumo Nas últimas décadas a educação escolar indígena, sob o enfoque da diferença, ganha notoriedade no cenário brasileiro e nos coloca algumas questões: o que caracteriza a educação escolar indígena como uma escola diferenciada? A educação diferenciada está amenizando ou acirrando as desigualdades entre índios e não índios? A educação diferenciada se dar pela base linguística, pela base cultural ou pelas duas? O texto versa sobre o “Estado da Arte” nos estudos científicos sobre educação escolar indígena no Brasil com o objetivo de analisar a produção acadêmica da temática em questão, identificando os enfoques temáticos, a concepção de educação escolar indígena, o perfil dos pesquisadores e os aportes teóricos metodológicos. Adotou-se como recorte temporal o período de 1971 – data da primeira dissertação à 2014 – momento de realização deste estudo. Foi feito um inventário das produções científicas disponíveis no Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior – Capes e nas bibliotecas digitais das universidades brasileiras. Orientando-se pelo aporte teórico da Sociologia Compreensiva de Weber foram analisados 166 trabalhos científicos que em seus diversos olhares anunciam o crescente interesse da academia por este tema mas evidenciam uma lacuna no tocante a análise crítica deste modelo de escola indígena, em curso no Brasil. Palavras-chave: Educação Escolar Indígena, Diferença, Debate Acadêmico [ID 207] O trabalho docente e o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena Vanessa Fernandes | UESB | [email protected] Cláudio Pinto Nunes | UESB | [email protected] Humberto Santos De Andrade | UESB | [email protected] Resumo 64 O presente trabalho aborda umas das discuções presentes numa pesquisa que teve como um dos objetivos discutir de que maneira a inserção da Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008, que regulamenta o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena impactaram na educação oferecida na rede municipal pública de ensino de Vitória da Conquista, Bahia. Para isto, são discutidas questões referentes à formação de professores, a intensificação do trabalho docente e sua relação com a inserção da disciplina de História e Cutura Afro-Brasileira e Indígena. Com isto são dicutidos os conceitos de relações étnico-raciais. O trabalho caracteriza-se por uma metodologia de caráter qualitativo, através da análise de documentos e entrevistas com docentes que atuam na rede municipal com o ensino da referida disciplina. Até o momento de avanço da pesquisa, foi possível constatar que a conjuntura atual em que a educação se encontra, tende a sobrecarregar o docente com um aumento de demandas e exigências sem, contudo, oferecer alguma contrapartida, com isto, o trabalho desenvolvido pelos mesmos tende a ser sobrecarregado de atividades, o que dificulta a reflexão, a formação teórica, bem como a elaboração metodológica a ser desenvolvida em sala de aula. Palavras-chave: ensino de história, cultura afro-brasileira, intensificação do trabalho, formação de professores [ID 226] LEITURA E LITERATURA: a influência das crenças religiosas nos textos literários na Educação Básica Elisângela Maura Catarino | Unifimes Brasil e SEDUCE-Goiás – Brasil | [email protected] Eduardo Gusmão Quadros | PUC-Goiás – Brasil | [email protected] Filomena Teixeira | ESEC- Coimbra Portugal | [email protected] Resumo Esta pesquisa buscou articular leitura, literatura e crenças religiosas partindo da hipótese levantada de que as crenças podem participar e contribuir para a formação do leitor. É sabido que a falta do hábito da leitura tem prejudicado os alunos em diferentes aspectos, desde seu desempenho escolar até a sua qualificação para a vida profissional. Partindo desse pressuposto nasceu a necessidade de pesquisa sob este tema. Levando em consideração que esse aluno traz consigo diferentes experiências de suas crenças, elas podem contribuir para formação plena desse sujeito. O método da pesquisa valorizou o estudo de campo com os alunos do terceiro ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Professora Lourdes de Oliveira 65 Sampaio, em Luziânia, Goiás - Brasil. Para a análise, esta obra está dividida em três partes, além da Introdução e Considerações Finais. A primeira versa sobre o papel da escola, da escrita no âmbito social, construção do leitor e de seu senso crítico, buscando uma relação com o viés da crença religiosa na formação do leitor para a cidadania. A segunda apresenta a análise dos resultados encontrados na pesquisa, partindo da identificação do perfil social dos sujeitos, da tabulação dos dados em relação à religiosidade, crenças religiosas, tipos de leituras enquanto fator motivador dos leitores. Na terceira parte, faz-se uma análise dos aspectos da crença religiosa a partir da análise do texto de alguns autores da literatura brasileira, apontando possibilidades de elementos motivadores para formação de leitores críticos e, consequentemente, para a formação da cidadania. Palavras-chave: Leitura, Literatura, Crenças Religiosas 66 SALA | SALLE 11 – 18, 35, 149, 216 [ID 18] Paradigmas Educacionais na Prática Pedagógica Alexandre Marinho Teixeira | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Marilda Aparecida Behrens | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Sirlene Donaiski Motin | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Resumo Esse trabalho trata de uma pesquisa-ação realizada com base nos conceitos apresentados nos textos e nas reflexões propostas ao longo da investigação sobre Paradigmas Educacionais na Prática Pedagógica. A pesquisa-ação contou com 25 participantes professores, mestrandos e doutorandos de diferentes áreas do conhecimento. O objetivo foi relatar as experiências vivenciadas ao longo do processo, contextualizando e discutindo conceitos de autores: Behrens (2013), Capra (2004), Cunha (1996), Libâneo (1986), Moraes (1998), e Morin (2000; 2015). Nos encontros de discussões foram abordados temas a respeito da evolução paradigmática e suas influências na sociedade, na educação e na prática pedagógica. No decorrer dos 15 encontros buscou-se refletir e analisar o problema: Como é possível desenvolver práticas pedagógicas que superem o paradigma newtoniano-cartesiano da reprodução e fragmentação do conhecimento na docência universitária e que possam oportunizar um ensino criativo, crítico, ativo e transformador condizente a proposição de provocar uma mudança social? Os resultados obtidos com a pesquisa foram a ampliação da visão newtoniano-cartesiana e complexa, bem como reflexões a respeito da prática desenvolvida em sala em uma visão inovadora voltada para as necessidades da sociedade. Palavras-chave: Paradigmas, Docência universitária, Prática pedagógica, Complexidade [ID 35] Recherche comparative en éducation. Théories et méthodes Ileana Rojas-Moreno | UNAM | [email protected] Zaira Navarrete-Cazales | UNAM | [email protected] 67 Résumé Il est à noter que, dans les dernières décennies, la recherche comparée s’est profilée comme un champ théorique et méthodologique de plus en plus important, ceci se devant au vertigineux processus d’internationalisation et de mondialisation. Comme perspective d’étude, la recherche comparative propose des approches analytiques des divers systèmes (économiques, politiques, éducatifs, technologiques, et autres), ce qui permet de trouver les similitudes et différences entre régions ou pays, pour ainsi identifier les problèmes communs et offrir des solutions établies. Nous partageons l’opinion des experts en la matière (cf. Altbach, Schriewer) qu’il est possible d’identifier des tendances et des processus de convergence et de divergence grâce à des approches comparatives dans un domaine d’étude spécifique. Enfin, la recherche comparative a permis la propagation et la rétroalimentation des accords dérivés des rencontres et des conférences internationales portant sur différents aspects des processus sociaux. Dans ce travail, que s'inscrit dans le cadre de la recherche en cours intitulé «Perspective comparative sur l’utilisation des technologies de l'information et de la communication (TIC) dans l'enseignement dans le Système de l'Université Ouvert et de l’Éducation à Distance (SUAyED) de la Faculté de Philosophie et Lettres UNAM "(PAPIIT clé du Projet IN403813), nous proposons quelques réflexions sur la recherche comparative la situant comme un cadre ou une perspective d’approches aux questions et problèmes dans un champ d’études spécifique. À cet égard, et conformément à Schriewer, la recherche comparative comprend un cadre conceptuel et méthodologique et un travail d’analyse sociohistorique. En conséquence, suivant l’argument de cet auteur, il se trouve que tous les domaines d’étude dans le cadre d’une appellation commune (ici, le domaine de l’éducation) incluent divers types de théories – certaines scientifiques, d’autres de réflexion- qui sont en rapport avec des orientations fonctionnelles et la définition concomitante des problèmes des divers sous-systèmes de la société. Dans l’ensemble des réflexions sur la stratégie comparative en éducation, nous voulons la situer comme un espace théorico-méthodologique pour la recherche afin de répondre aux problèmes qui appartiennent à un domaine d’étude aussi vaste et multiréférentiel comme l’éducation. Mots-clés : recherche, éducation, théorie, méthodes comparatives 68 [ID 149] Projeto educativo do empresariado: Brasil e Portugal no século XXI Camila Souza | Universidade Federal Fluminense | [email protected] Resumo Este trabalho apresenta os resultados da pesquisa de Mestrado “Responsabilidade social na educação: Brasil e Portugal na divisão internacional do trabalho”, cujo estudo comparado vem sendo aprofundado no Doutorado. Alicerçado no materialismo histórico e, mais especificamente, nas formulações de Antonio Gramsci, busca-se apreender o processo de hegemonia que legitima a cultura empresarial nas políticas educacionais, reafirmando os interesses da classe dominante no conjunto das relações sociais. O estudo analisa os projetos educativos da entidade brasileira Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) e da entidade portuguesa Epis (Empresários pela Inclusão Social), por meio de uma investigação em fontes documentais. O objetivo é identificar os modos de pensar, agir e sentir disseminados pelo empresariado, assim como as repercussões para as políticas de educação básica, considerando o processo de mundialização da educação relacionado à ideologia da responsabilidade social. Tendo em vista os fenômenos de mundialização do capital e da educação, verifica-se que a responsabilidade social é difundida como orientação estratégica para a educação escolar brasileira e portuguesa por meio de um projeto educativo fundamentado nos princípios da teoria do capital humano e da sociedade do conhecimento, consubstanciando uma pedagogia de resultados atravessada pela cultura de avaliação. O Gife se caracteriza, especificamente, por uma atuação em rede que protagoniza o movimento de difusão das práticas de investimento social privado em educação, considerando o caráter estratégico de formar capital humano e o interesse de legitimar a política de parcerias nas escolas públicas. A Epis, por sua vez, chancelada pelo aparelho de Estado, revela uma atuação voltada para a inclusão social através da educação, que direciona o projeto educativo das escolas públicas portuguesas sob a lógica da formação de competências e do lema “aprender a aprender”. Nesse contexto, o empresariado sedimenta o gerencialismo como referência hegemônica que se materializa na realidade concreta das instituições escolares, evidenciando a força política do processo de mercantilização da educação. Palavras-chave: políticas educacionais, empresários, Brasil, Portugal 69 [ID 216] O projeto TEMPUS: ALLMEET – contributos para novas práticas pedagógicas Maria Do Carmo Vieira Da Silva | Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas | [email protected] Resumo A multiculturalidade no mundo atual continua a assumir uma relevância que se julgava como que ultrapassada face aos discursos, estudos e investimento, a vários níveis, realizados quer nas duas últimas décadas do séc. XX quer, ainda, na primeira década do séc. XXI. Desde as abordagens teóricas às políticas legislativas e educativas, das investigações empíricas à mudança de práticas de sala de aula e à formação de professores, educadores e formadores, muitíssimas foram as iniciativas tomadas. Nesta comunicação propomo-nos apresentar e divulgar o projecto TEMPUS: ALLMEET “Actions of lifelong learning addressing multicultural education and tolerance in Russia» - uma realização conjunta entre seis pólos regionais de universidades, centros de investigação e ONG's da Federação Russa (Institute of Pedagogy and Psychology of Professional Education RAE; Mari State University; Kazan - Volga region - Federal University; Siberian Federal University; Moscow City Pedagogical University; Northern - Arctic - Federal University), três universidades europeias (Alma Mater Studiorum Universita di Bologna, Itália; Universidade Nova de Lisboa, Portugal; University of Glasgow, UK), e o European Center-Valuation of Prior Learning (Holanda), sob a coordenação da Universidade de Bolonha e com o apoio financeiro da Comissão Europeia - projecto TEMPUS. Iniciado em Dezembro de 2013 e com finalização em Novembro de 2016, o diálogo intercultural desenvolvido entre parceiros possibilita já a apresentação de uma série de conclusões e de recomendações no que às práticas educativas multiculturais se refere. Estas não se restringem ao contexto de sala de aula mas antes englobam a comunidade, as associações civis e os poderes de decisão abrindo, igualmente, caminho para novas parcerias e desafios no que ao diálogo intercultural e à aprendizagem da tolerância se refere. É, pois, neste contexto de Pedagogias na sociedade contemporânea – desafios às escolas e aos educadores que faz todo o sentido a apresentação de novas propostas de práticas multiculturais, refletidas por um conjunto de investigadores pertencentes à União Europeia e à Federação Russa. Palavras-chave: Projeto ALLMEET, Diálogo intercultural, Práticas pedagógicas 70 SALA | SALLE 13 – 31, 50, 164, 230 [ID 31] Pedagogia de Valores Humanos: Importância da Alteridade como Valor Pedagógico Dulce Adélia Adorno Silva | PUC-Campinas | [email protected] Resumo Parte do princípio de que a Pedagogia, na Grécia Antiga, significava levar os estudantes ao lugar onde houvesse aprendizagem. Depois dessa época, os aprendizes podem ser crianças, jovens ou adultos, a Pedagogia ficou no lugar onde se aprende. Logo, considera o conteúdo: o que aprender-, o método de ensinar (como fazê-lo) e como atingir o objetivo proposto pelo educador. Analisa a pedagogia que conduz os estudantes aos valores humanos, muito mais m importantes para a Educação no mundo globalizado, do que os do mercado trabalho. Comprova a necessidade de redirecionamento pedagógico, a partir da pesquisa realizada para o Doutorado, na qual as redações dos estudantes, que fizeram o Exame Vestibular para ingressar na Universidade, comprovam que eles não agem como seres críticos, mas reproduzem, como massa (Canetti), sem identidade e originalidade próprias, as informações veiculadas pela televisão caracterizadas pela padronização. Portanto, os estudantes não se expressam como cidadãos do mundo (conforme Morin), porque perdem a própria identidade, submetendo-se ao controle da mídia irradiada, que atende ao exercício do Poder. Por isso, propõe-se a pedagogia dos valores humanos, que devem prevalecer, no mundo globalizado, ao mercado de trabalho, em função do respeito ao outro e da aceitação das diversidades individuais e sócio-culturais, a partir da formação da consciência crítica. Para tanto, conceitua valor (Hessen e Resweber), no qual a alteridade (Lévinas) se situa como um dos principais valores educativos, pois ela é responsável pela construção da identidade de cada indivíduo (Peirce, Freud), assim como da convivência pacífica entre diferentes culturas, no mundo onde a violência aumenta dia-a-dia. Comprova também a importância da alteridade no processo educativo, baseando-se em Piaget, Freitag e Vygotsky. Além da pesquisa citada, lança mão de dados estatísticos de pesquisas documentais e fatos veiculados nos meios de comunicação. Utilizam-se os métodos: complexo e o dialético. Palavras-chave: Pedagogia, Valores, Mídia, Mundo, globalizado, Alteridade 71 [ID 50] La mémoire et l’esthétique: des approches à la pratique enseignante María-Del-Rosario Castañeda-Reyes | Instituto Superior de Ciencias de la Educación del Estado de México | [email protected] Résumé Les recherches sur la pratique enseignante, inscrites dans le domaine de la pédagogie et la didactique ont travaillé depuis deux possibilités. La première de caractère prescriptif, cela veut dire, ce que l'enseignant devrait faire. La deuxième à partir d'une forme de présent: l'observation de la pratique, cela veut dire, ce que l'enseignant fait. Dans cette recherche est analysé et interprète la pratique enseignant à partir du souvenir. On a construit la thèse selon laquelle la pratique pédagogique a une dimension esthétique qui on signifie dans le souvenir et dans le plan des affectations. La référence empirique a considéré cinq oeuvres artistiques, trois pièces de théâtre et deux cinématographiques. On a aussi réalisé entrevues à huit enseignants qui travaillent dans un des niveaux scolaires qui vont de préscolaire à doctorant. Le centre de l'étude est le souvenir des enseignants sur ses professeurs dans le cadre social de la pratique enseignante et dans toute sa scolarisation. On a trouvé que le mot a une double fonction. Avec le mot le souvenir est élaboré et en même temps le mot est matière de souvenir. L'ordre dans lequel le plan de l'affectation est apparu pour l'élaboration des souvenirs, entre d'autres résultats, a été: le mot, le corps sexué, les pratiques mêmes, les objets et les espaces. Les outils pour l'interprétation et l'établissement de la thèse, à partir des résultats, ont eu un plan de base. On a été considéré la perspective que sur esthétique a Jacques Rancière. Les notions de dialogue, l’altérité, l’horizon et la tradition de Hans-Georg Gadamer. La relation de langage et la mémoire d'Emilio Lledó. Ainsi que la notion de cadre social de la mémoire de Maurice Halbwachs. Les recherches sur pratique enseignant de Gimeno étaient, Bertha Fortoul, Cecilia Fierro, Lesvia Rosas, Isabelle Vinatier et Laurent Talbot, également été d'utilité. La spécificité pour interpréter le souvenir on a étudié avec quelques concepts de la psychanalyse tant de Freud comme de Lacan, principalement. Mots-clés : Pratique enseignante, mémoire, esthétique 72 [ID 164] A pluralização de pedagogias: situando o conceito de pedagogias culturais na teoria pedagógica contemporânea Paula Andrade | IFSUL/UFRGS | [email protected] Resumo O tempo presente tem sido marcado por profundas transformações que atravessam o campo da Educação e da Pedagogia. Uma destas transformações, que produz efeitos ao pensamento pedagógico contemporâneo e à própria pedagogia, refere-se a importância da cultura na constituição dos sujeitos. Compreendendo a centralidade da cultura nos dias de hoje, percebemos que a pedagogia extrapola os muros da escola e, com isso, artefatos culturais como cinema, rádio, novelas, são percebidos também como artefatos pedagógicos. Isso permite que a ideia de espaços pedagógicos se amplie, o que possibilita que o conceito de pedagogia se flexibilize e pluralize. Inscrita neste cenário, em minha tese de doutorado desenvolvida no Brasil, busco problematizar o conceito de pedagogias culturais, acionado especialmente no referencial dos Estudos Culturais para destacar tanto os efeitos pedagógicos da cultura quanto para evidenciar que há pedagogia para além dos muros da escola. Estando o meu trabalho de investigação em fase de conclusão, apresento neste artigo um recorte da tese. Neste recorte busco discutir a produtividade do conceito de pedagogias culturais para a atualização do pensamento pedagógico contemporâneo. Para isso, inspirada nos autores que me dão sustentação (CAMOZZATO, 2012; PARAÍSO, 2004) realizei minha investigação em duas etapas: No primeiro momento fiz entrevistas com quatro professores que vivenciaram a difusão das discussões sobre Estudos Culturais no Propragama de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, há 20 anos atrás. A partir das entrevistas pude rastrear algumas condições de possibilidade que permitiram a emergência do conceito de pedagogias culturais nas pesquisas desenvolvidas nesta instituição. Além disso, por meio de dissertações e teses indicadas por meus interlocutores, em um segundo momento, pude destacar a produtividade do conceito de pedagogias culturais em pesquisas que o acionam como ferramenta teórica. Ou seja, pude perceber como o conceito opera, que campos de saber coloca em relação e como isso amplia e flexiona o conceito de pedagogia. Ao proceder com tal análise penso que seja possível constatar que o conceito de pedagogias culturais emerge e sustenta-se como um conceito que vem ajudando a compreender as transformações da pedagogia no tempo contemporâneo, o que parece ser vital em um tempo efêmero e instável, onde a arte de ensinar e de conduzir condutas se reinventa a cada instante. 73 Palavras-chave: pedagogia, pedagogias culturais, Estudos Culturais [ID 230] A experiência com os complexos de estudo da pedagogia socialista russa nas escolas do MST Sandra Luciana Dalmagro | Universidade Federal de Santa Catarina | [email protected] Resumo O presente artigo tem o propósito de debater a experiência educacional que se desenvolve no interior do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST/Brasil, em particular refletir acerca de um experimento pedagógico que se desenvolve desde 2013 junto às Escolas Itinerantes, dos acampamentos sem terra. Este experimento teve por referencia a experiência educacional soviética entre 1917 e 1931, tendo por objetivos transformar a forma escolar, alargar as materizes formativas, aproximar a escola da vida e das lutas dos trabalhadores, promover a auto-organização dos estudantes e desenvolver os conteúdos escolares em conexão com a realidade. A pesquisa realizada teve por base estudos bibliográficos pautados em Pistrak (2000 e 2009), Shulgin (2013), Freitas (2005 e 2009), Saviani (1999), Enguita (1989), Manacorda (2007), Vincent, Lahire e Thin (2001), dentre outros. Em termos de pesquisa de campo participamos de uma dezena de encontros para elaboração e planejamento do mencionado experimento, de atividades e cursos destinados à formação de professores, nos quais utilizamos o recurso da observação e diário de campo, além de realizar entrevistas e análises de documentos das escolas e do Setor de Educação do MST. Transcorridos três anos do experimento estudado, as análises indicam que a transformação da forma escolar burguesa é um desafio colossal dentro da sociedade vigente, porém iniciativas importantes, ainda que pontuais, emergem no interior destas escolas com destaque para a articulação entre trabalho e auto-organização e o vínculo entre conteúdos e realidade, oferecendo indicações de uma escola voltada para o futuro (Suchodolski, 1976). Particularmente, a socialização do conhecimento escolar requer atenção para não incorrer em imediatismos ou ausência de aprofundamento. Identificamos ainda que a proposta educacional do MST tem ganho maior consistência a partir do experimento, porém, transformações mais profundas e abrangentes nas escolas demandam políticas públicas nesta direção, o que, juntamente com a precariedade da estrutura física e rotatividade de professores, consistem nos maiores limites identificados. Palavras-chave: Escola, Movimento Sem Terra, Pedagogia Socialista, Forma escolar, Trabalho 74 SALA | SALLE 20 – 25, 83, 90, 93, 241 [ID 25] Escrevendo dentro e fora da escola: iniciativas de escrita não escolar de estudantes da educação básica e suas relações com o ensino da escrita Juliana Ferreira | Universidade Federal do Rio de Janeiro | [email protected] Marcelo Castro | Universidade Federal do Rio de Janeiro | [email protected] Resumo Os estudos que têm como objeto de análise as práticas do ensino da escrita na educação básica destacam, dentre outras limitações, o fato de que na escola o processo de escrita se vê reduzido à confecção de um produto construído por meio de fórmulas. Trata-se da redação escolar, gênero de aproximadamente trinta linhas, em que o aluno demonstra sua capacidade dissertativa a partir de um dado tema e que geralmente tem como único leitor o professor, cuja leitura limita-se à correção. Há, porém, estudantes que buscam outros espaços para desenvolver os aspectos da escrita não contemplados pela escola. Com base em Britto (2003), Castro (2008), Soares (1998), este estudo, realizado como trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, investigou como as visões e experiências desses estudantes podem contribuir para as discussões acerca do ensino de língua portuguesa, objetivando: (1) identificar os processos de escrita e compartilhamento da escrita pelos quais declaram passar estudantes que desenvolvem uma escrita autônoma quanto à demanda escolar; (2) identificar assuntos e tipos de texto escolhidos pelos estudantes ao escrever voluntariamente; (3) estabelecer relações entre a escola e os processos de escrita independente relatados pelos estudantes; (4) confrontar os relatos dos estudantes escritores com os debates contemporâneos a respeito do ensino da escrita. Para tal, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, com base no Método de Explicitação do Discurso Subjacente - MEDS (NICOLACI-DA-COSTA, 2007), a partir de dez entrevistas de modelo semiestruturado, com estudantes do Colégio Pedro II (localizado no Rio de Janeiro, Brasil) que cursassem um dos dois anos finais do ensino médio ou houvessem concluído esta etapa nos últimos cinco anos e mantivessem iniciativa de escrita independente da escola. Com foco em cinco temas de interesse, foram feitas perguntas abertas, e das respostas emergiram categorias, por meio das quais desenvolveu-se a análise. Os resultados indicaram que a maioria dos entrevistados apresenta como motivação para a escrita a expressão de algo de ordem pessoal, dimensão pouco explorada pela escola. Além disso, embora metade dos participantes da pesquisa 75 considere satisfatória sua relação com a escrita escolar, todos expressam críticas ao ensino da escrita, em uma confirmação dos limites que apontam os autores adotados como referência para o estudo. Palavas-chave: Escrita, Escrita dos estudantes, Ensino da escrita, Escrita escolar [ID 83] Interpelações pedagógicas a partir de práticas educativas em contexto não-formal: o caso da Comunidade de Leitores da Biblioteca Municipal da Maia Joaquim Silva | FLUP | [email protected] Resumo A presente reflexão pretende cruzar duas grandes questões que hoje interpelam a reflexão pedagógica, saber: que sentidos atribuímos hoje à pedagogia? Existe uma pedagogia direccionada para um ensino não-formal ou informal, ministrado em ambientes/locais não formais? Isto equivale a saber que tipo de reflexão pedagógica é produzida tendo por objecto um tipo de ensino que, não sendo formal, imbrica no conceito de ‘aprendizagem ao longo da vida’. Face à complexidade da sociedade contemporânea e dos seus modelos de organização, em que a educação no sentido lato do termo – nela incluindo-se práticas pedagógicas que pela sua natureza tendem escapar à reflexão mais formal –, desafia a qualidade da reflexão pedagógica produzida, em especial ao nível epistemológico e filosófico, urge convocar novos instrumentos de análise. Não se trata unicamente de interpelar e reflectir sobre os conteúdos, métodos, como também pensar os fins associados a este tipo de prática pedagógica, e a partir dela questionar os próprios modelos institucionais de ensino, bem como as competências e estatuto exigidos aos educadores/formadores responsáveis por este tipo de processos educativos. No caso em apreço, pretende-se dar aqui conta de um exemplo de prática pedagógica nãoformal realizada em ambiente de biblioteca pública (não-formal), centrada na leitura e na aquisição de competências susceptíveis de criar leitores competentes, tendo a literatura como suporte instrumental. A investigação em concreto tem por base uma Comunidade de Leitores afecta à Biblioteca Municipal da Maia, e cobre um período temporal de dez anos. 76 Palavras-chave: Educação não forma, Educação ao longo da vida, Comunidade de leitores, Pedagogia, Sociedade contemporânea [ID 90] “Inclusão digital” nas práticas pedagógicas da colônia z-16 na formação dos filhos dos pescadores do município de Cametá – PA Benilda Miranda Veloso Silva | SEDUC-PARÁ | [email protected] Resumo Essa pesquisa tem como objetivo geral identificar os impactos relacionados ao “Projeto Pescando o Saber” na formação dos filhos dos pescadores. Como objetivos específicos apresentamos: Compreender o processo de valorização da cultura ribeirinha a partir do “Projeto Pescando Saber”; Compreender a função social do curso de informática no momento histórico atual da vida dos filhos dos pescadores no contexto da colônia Z-16 de Cametá. A metodologia utilizada foi o “Grupo Focal”, que se constitui como uma técnica de coleta de dados muito utilizada em pesquisas de cunho qualitativo. Suas principais características, a realização de entrevistas com grupos de indivíduos selecionados para aprofundar o processo de coleta de dados à sistematização e análise dos dados, realizamos um estudo, tendo como referência as discussões teóricas que no decorrer desta pesquisa embasaram-se na Análise de Conteúdo. Essa relação realizou-se por meio da articulação de conceitos e aspectos singulares discutidos pelos autores Canclini (2003), Freire (1986), Hall (2003), Martín-Barbero (2004), Levy (2008). O resultado da pesquisa revelam que houveram mudanças nos aspectos culturais e formativos dos jovens filhos de pescadores após a participação no processo de inclusão digital, realizado pelo Projeto Pescando o Saber. Essas mudanças se referem à elevação da capacidade de uso da informática, de um acesso maior aos bens culturais, à ampliação da sua inserção na educação, assim como, à uma maior participação no mundo do trabalho. Os resultados dessa pesquisa trazem uma contribuição significativa para a reflexão sobre a função social da pedagogia em ambientes não-escolares. Além de colocar em evidência a importância do processo de inclusão digital para a formação profissional e humana de jovens filhos de pescadores. Conclui-se que essa pesquisa aborda uma realidade “invisível” aos olhos do grande público urbano e, principalmente, aos olhos de nossos governantes. Explicita-se as contribuições da informática educativa, da tecnologia na educação e do processo de inclusão 77 digital como uma estratégia para a construção de uma educação mais inclusiva e humanizadora. Palavras-chave: Inclusão digital, Projeto pescando saber, Colônia dos Pescadores [ID 93] O envolvimento da comunidade na construção do Projeto Educativo Municipal de Óbidos Miguel Oliveira | Instituto Politécnico de Leiria | [email protected] Ana Sofia Godinho | Município de Óbidos | [email protected] Cláudio Rodrigues | Município de Óbidos | [email protected] Resumo Pretendemos presentar nesta comunicação o processo de construção do Projeto Educativo Municipal (PEM) para o concelho de Óbidos e a importância que a comunidade neste processo. A construção deste PEM inclui a participação de inúmeros intervenientes, nomeadamente a escola, a autarquia, as famílias e a comunidade. A conceção do espaço educativo, na contemporaneidade, merece ser alargada e tornar-se num conceito de expansão, inclusão e reflexão intencional de participação e ativação de comunidade(s). É na construção de uma escola de qualidade, assente na criatividade e nas potencialidades do aluno e do território, que o Município deve ter um papel essencial. Torna-se portanto fundamental estabelecer um padrão de proximidade e complementaridade aos processos educativos definidos por um Ministério que estabelece linhas de ação nem sempre exequíveis tendo em conta as características territoriais, demográficas e sociais específicas. O Projeto Educativo Municipal de Óbidos surge assim, do desejo de desenvolver um conceito de educação próprio, assente num projeto que emana da comunidade, com uma identidade própria, e se dissemina em conjunto com algumas das melhores práticas internacionais. Apresentamos para além do processo também as linhas orientadoras do Projeto Educativo Municipal resultantes da análise SWOT e dos contributos da comunidade obidenses: Investimento na inovação e criatividade; Promoção do sucesso educativo no concelho; Prevenção do abandono precoce da educação e formação; Adequação dos serviços educativos prestados pelo município às necessidades das famílias; Investimento na formação contínua de funcionários docentes e não docentes; Favorecimento do diálogo de coesão social através da cooperação entre as áreas sociais económicas e territoriais. 78 O processo de construção do PEM foi marcado pela participação da comunidade, no entanto muito há a fazer para que esta participação seja efetiva, contínua e com impacto direto na educação do concelho. Palavras-chave: Autarquia, Comunidade, Escola, Projeto Educativo Municipal [ID 241] A disciplina como emanação do trabalho organizado na sala de aula José Bernardino Duarte | Universidade Lusófona | [email protected] Resumo Todos nos queixamos da vaga atual de indisciplina nas nossas escolas. A mudança só será possível se os alunos participarem em tarefas bem organizadas e não se limitarem a ouvir o discurso do professor ou dos melhores alunos, pois que “uma disciplina racional emana naturalmente do trabalho organizado”, como propõe Freinet. E as tarefas terão de ser desafiadoras da curiosidade, partindo mais de situações problemáticas em que os alunos conhecem algumas variáveis mas desconhecem outras que se torna imperioso descobrir, com ajuda discreta do professor ou mais direta para alunos menos favorecidos culturalmente. A participação de todos os alunos nas atividades da aula virá de uma orientação estratégica que privilegie os objetivos fundamentais dos programas e os faça dominar por todos os alunos, mesmo que alguns tenham de ser assistidos mais diretamente em segundos momentos de trabalho, pelo professor ou por colegas. A condição é não prejudicar os melhores alunos, que, capazes de alguma autonomia em atividades de descoberta (em objetivos desenvolvimento ou até em objetivos menos fundamentais), deixarão ao docente algum tempo para acompanhamento mais direto aos alunos menos avançados. Darei exemplos da minha investigação. 79 ANFITEATRO | AMPHITHÉÂTRE – 9, 87, 153, 222 [ID 9] Das competências à diversidade: um estudo comparativo das diretrizes curriculares para cursos de licenciaturas no Brasil de 1996 a 2016 Márcia Oliveira | Universidade Estácio da Sá | [email protected] Lúcia Eletério | Universidade Estácio da Sá | [email protected] Resumo O trabalho discute as transformações no paradigma dos cursos de formação de professores em nível superior no Brasil nas últimas duas décadas, no período que se estende da entrada em vigor da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) à publicação das novas diretrizes para os cursos de Licenciaturas (Resolução CNE/CP no. 2/2015). Daremos continuidade à pesquisa sobre o cenário das licenciaturas no Brasil, desenvolvida desde 2010, (OLIVEIRA, 2010; ELETÉRIO & OLIVEIRA, 2014a, 2014b; 2015a e 2015b), a qual fundamentou-se na concepção de prática como elemento transversal na formação de docentes (PERRENOUD, 1993) articulando a discussão acerca do papel do habitus na constituição da identidade e das rotinas de trabalho dos professores (BORDIEU, 2009) à configuração da escola básica como lócus de sua formação (NÒVOA, 2007). No atual estágio da pesquisa, referendamo-nos também nas ideias de Arroyo (2013) sobre o direito do docente a saber-se, que envolve as dimensões do sujeito social e do sujeito profissional. Nos processos de análise, adotamos a metodologia de análise documental (CELLARD, 2008), gerando pistas e informações que contróem um quadro analítico-comparativo das mudanças no desenho curricular e na definição da diversidade como paradigma para a organização pedagógica das licenciaturas, em lugar da ênfase em competências que caracterizava os documentos anteriores. Dessa forma, enfocamos o sentido da pluralidade cultural na definição de uma política de profissionalização que incorpore uma vivência da prática na docência, frente a um aluno concreto e não idealizado (ARROYO, 2013). Nosso objetivo é identificar os princípios norteadores da formação docente, reconhecendo os traços inovadores que passam a dar consistência à profissionalização do professor no âmbito do paradigma proposto. As conclusões a que chegamos nos permitem afirmar que, na medida em que a Resoluçâo CNE/CP n.1/2006, referente ao curso de Pedagogia, foi tomada como modelo para as novas 80 diretrizes das licenciaturas em geral, estabeleceu-se mais claramente o arcabouço da formação para a docência nesses cursos. Destacamos que um aspecto fundamental nessa resolução é a consolidação da concepção de educação numa perspectiva inclusiva, atravessada pela valorização da diversidade, que durante a última década, já vinha sendo estruturada em alguns documentos dispersos. Palavras-chave: Currículo, formação de professores, inclusão, diversidade, profissionalização [ID 87] Gestão pedagógica do ensino médio integrado na EEEtepa professor Anísio Teixeira em Belém do Pará João Batista Do Carmo Silva | UFPA | [email protected] Eloar Teixeira De Brito | UFPA | [email protected] Resumo Esse trabalho tem como objetivo analisar a gestão pedagógica do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional na Escola Estadual de Educação Tecnológica do Pará Prof. Anísio Teixeira. Conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, Lei Nº 9.394/96) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (Resolução CNE/CEB Nº 02/2012), o Ensino Médio Integrado no Brasil, tem como princípio garantir formação profissional e aprendizagem para a vida, bem como, formar jovens capazes de pensar sobre a sua realidade e serem cidadãos atuantes e esclarecidos de modo a inserir-se crítica e criativamente no mundo do trabalho. Defende-se a formação humana integral, por meio de práticas educativas que tenham o trabalho como princípio educativo e a pesquisa como princípio pedagógico, permeado por elementos do trabalho, da ciência, da tecnologia e do mundo da cultura das juventudes brasileiras. A metodologia estruturou-se por meio de uma abordagem qualitativa de pesquisa do tipo estudo de caso. A coleta de dados ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica e documental e foi complementada com entrevista semiestruturada com os coordenadores pedagógicos da escola. A análise dos dados pautou-se na análise do conteúdo e fundamentou-se em: Araujo (2013), Ramos (2003), Saviani (2007), Arroyo (2002), Nosella (2007), e Canali (2009). Os resultados explicitam que a instituição aponta em seu PPP e nos seus planos de ação para uma perspectiva de formação humana integral, apesar de suas práticas pedagógicas revelarem algumas fragilidades, tais como: a ideia de integração entendida como sobreposição de conteúdo e a falta de formação 81 continuada aos coordenadores pedagógicos, no que se refere ao conceito de Ensino Médio Integrado. Conclui-se que as práticas pedagógicas desenvolvidas ainda não conseguiram efetivar o Ensino Médio Integrado, mas destaca-se que houveram melhorias significativa na escola, considerando a presença do conceito de integração na construção democrática do Projeto Político Pedagógico (PPP), o que configura-se como um passo importante nessa direção. Palavras-chave: Ensino Médio Integrado, Organização do Trabalho Pedagógico, Coordenação Pedagógica [ID 153] O DESAFIO FORMATIVO PROFISSIONAL: Escola Secundária de Avelar Brotero – Coimbra – Portugal José Jassuipe Da S. Morais | Universidade Federal da Paraíba / Universidade de Coimbra | [email protected] António Gomes Ferreira | Universidade de Coimbra | [email protected] Resumo A forma e a organização pedagógica do ensino ofertado nas escolas ao longo dos anos referenciam a situação contemporânea da educação. O contexto socioeconômico de cada tempo induzia a escola na produção de indivíduos preparados para aquela demanda de momento. A educação por não se conectar fora do seu meio e de seu tempo, promoveu a formação de pessoas para os mais diversos ramos e níveis. Portanto, o Ensino Técnico Profissional foi um caminho que muitas Instituições Escolares ofereceram, uma vez que se pretendia tornar parte da população habilitada para o exercício das profissões que não requeriam uma formação superior. A humanidade em sua trajetória, em algumas vezes, promove caminhos alternativos para os diversos estratos sociais desenvolverem seus conhecimentos. Historicamente os recursos nunca foram abundantes e não estavam nas mãos de uma maioria, com isso, a busca em prover o mínimo necessário para a sobrevivência direcionava as pessoas para uma formação mais imediata, prática e de urgente ingresso ao mundo do trabalho. Sendo assim, com esse olhar, propomos como objetivo, analisar a formação profissionalizante promovida pela hoje denominada Escola Secundária de Avelar Brotero (ESAB) e sua proposta de uma pedagogia para o trabalho, particularmente direcionando nosso estudo para o Ensino Comercial. A presente abordagem utiliza como 82 suporte teórico a Cultura Escolar, o Ensino Técnico-Profissional e o Ensino Comercial. O período estudado está compreendido entre 1945 e 1974, culminando em esclarecimentos que podem explicar melhor a realidade atual da formação profissionalizante e seu estigma discriminatório. Com a intenção de atingir ao objetivo proposto, realizamos pesquisa documental com análise qualitativa junto a biblioteca da Instituição ora em análise e também em material bibliográfico. Enfim, por se referir a uma investigação em andamento, as conclusões iniciais trazem indicações que a orientação pedagógica voltada para os quadros de nível médio, precisamente no âmbito do ensino profissional, apesar da opção predominante pelo elitizado ensino liceal, o ensino comercial se destaca entre os ensinos técnicos, apresentando maior frequência e consequente maior crescimento na fase final do período ora estudado, entre 1969 e 1974. Palavras-chave: Ensino Técnico, Educação Profissionalizante, Ensino Comercial [ID 222] Justiça Restaurativa e a relação trabalho e educação para jovens em conflito com a lei Riane Freitas | Universidade Federal do Pará | [email protected] Gilmar Silva | Universidade Federal do Pará | [email protected] Erbio Silva | Universidade Federal do Pará | [email protected] Ronaldo Araújo | Universidade Federal do Pará | [email protected] Resumo Este artigo é parte de nossa pesquisa doutoral e objetiva apresentar as análises sobre a relação trabalho e educação de jovens em conflito com a lei no Pará, resultantes de acordos firmados por meio de uma metodologia denominada de Justiça Restaurativa (JR) implantada na Vara dos Juizados da Infância e Juventude. No Brasil, a JR vem sendo utilizada desde 2005 nos tribunais de justiça estaduais, que propõe esse modelo de resolução de conflitos no atendimento à execução das medidas socioeducativas destinadas aos adolescentes a quem se atribui a prática do ato infracional. A proposta de aplicação da JR no âmbito do sistema de justiça seria uma contrapartida ao sistema de justiça tradicional que centra nos ofensores e na aplicação do castigo a resolução de conflitos, para isso há um compêndio de legislações que determinam a pena a se aplicar. A JR propõe uma inversão de valores e estaria centrada nas necessidades da vítima e do ofensor, tendo a comunidade (escola, vizinhança, empresários, igreja) como parceira para os acordos, de modo a oportunizar a esse jovem a reestruturação 83 de uma nova prática social e educacional, comprometidos com a reinserção daquele que infligiu a lei no seu meio social, sendo as atividades escolares e a formação profissional uma das principais ações estabelecidas nos acordos. A fundamentação teórico-metodológica é apoiada na perspectiva materialista histórico-dialética. Realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental ancorada em autores como Marx (1996; 2010; 2011); Kosik (2010); Lefebvre, (1995), Mészáros (2008) para a discursão sobre Estado, nas obras sobre JR utilizamos Slakmon (2005) e Brancher (2008). As considerações não conclusivas apontam para o pressuposto que a instituição de práticas restaurativas nos tribunais de justiça como um todo constitui-se em um discurso esperançoso, que objetiva uma mudança do paradigma de uma cultura da punição para uma cultura de paz e uma transformação educativa na postura dos envolvidos em conflitos judiciais. Contudo, ao introduzir a comunidade como uma variável significativa do “fazer justiça”, alude a um tipo de sociabilidade que pode caracterizar-se em um mecanismo de reconfiguração e de desresponsabilização do Estado pelas políticas para a juventude, pois transfere para a comunidade a responsabilidade “de fazer justiça” sem uma real transformação social e material., tendo por consequência mais uma vez a negação da oportunização da escolarização e profissionalização a esses jovens. Palavras-chave: Justiça Restaurativa, Jovens em Conflito com a Lei, Políticas para Juventude 84 ATELIÊS 2 I ATELIERS 2 – 30/01, 08:30 – 10:00 SALA | SALLE 1 – 3, 27, 41, 160 [ID 3] Formação de professores para a educação de jovens e adultos nas universidades federais brasileiras Maria Hermínia Lage Fernandes Laffin | Universidade Federal de Santa catarina | [email protected] Resumo Este texto objetiva debater a formação docente inicial para atuar na Educação de Jovens, Adultos e Idosos no contexto brasileiro a partir de três ideias chaves: o reconhecimento e reafirmação da EJA como política pública de Estado; o conceito de direito subjetivo à Educação de Jovens e Adultos no contexto das políticas públicas, e, por último, a definição e a compreensão da EJA como área de conhecimento, de pesquisa e de formação docente no contexto das universidades. Para o desenvolvimento deste artigo, foram realizados estudos bibliográficos sobre política pública e pesquisa documental para a análise da presença ou não de estudos de EJA em cursos de Pedagogia e de Licenciaturas nas Universidades Federais Brasileiras. Como principais contribuições teóricas sobre políticas públicas são fundamentais os estudos de Azevedo (2004) e Hofling (2001) e no âmbito dos direitos à educação de Jovens e Adultos, Sartori (2011). Fundamentam o estudo na questão da formação Soares (2012), Laffin (2012) Laffin e Gaya (2012) e Ventura (2012). Debatem-se o "compromisso, a competência e a responsabilidade" do Ministério da Educação e das universidades, para com a formação de Educação de Jovens e Adultos nos Cursos de Pedagogia e demais licenciaturas. Tais cursos formam docentes para a Educação Básica, portanto, evidencia-se a necessidade de que os currículos dos cursos cumpram a legislação nacional para com a EJA. Nesse contexto de projetos políticos conflitantes é necessário exigir do Ministério da Educação a definição e a implementação de políticas públicas, para a formação dos educadores. Historicamente, essas demandas vêm sendo exigidas, tanto no âmbito da realidade objetiva de estudantes e docentes de EJA, dos resultados das pesquisas acadêmicas, como dos movimentos e representações sociais, particularmente no âmbito dos fóruns de Educação de Jovens e Adultos. 85 Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Formação docente, Direitos à educação, Políticas públicas [ID 27] Formação de professores, satisfação e qualidade dos programas educacionais Ana Luna | Universidad Autónoma de Tlaxcala | [email protected] Resumo O objetivo desta investigação é apresentar a percepção e a satisfação dos estudantes, futuros professores, com relação a qualidade dos programas educacionais acreditados, oferecidos para sua formação professional em uma universidade pública no México. Recentes investigações, Corona e Luna(2013), apontarão que as universidades publicas mexicanas desde mais de quinze anos incorporarão a avaliação e acreditação de seus programas educacionais nos seus sistemas de gestão de qualidade como estratégia para ter acesso aos recursos de financiamento que as fortaleça. O atual Programa Setorial de Educação 2013 – 2018 no México, trata da qualidade dos programas de educação superior, respondendo a problemáticas nacionais propostas em que uma das prioridades é impulsionar a melhoria da qualidade da educação superior. No qual os fundos extraordinários adicionais aos seus orçamentos demonstrao estar ligados a qualidade da educação por ser um valioso mecanismo para formar e melhorar os professores, corrigir problemas estruturais, fortalecer o trabalho acadêmico e apoiar o desenvolvimento institucional. A boa qualidade das instituições é condição para a preparação de profissionais com alto sentido de responsabilidade e compromisso, empreendedores, capazes de fazer frente as problemáticas sociais e educativas do pais e regulada por organismos pertencentes a Associação Nacional de Universidades e Instituições de Educação Superior(ANUIES) e a Secretaria de Educação Publica(SEP), para orientar as melhorias e segurança aos usuários, com relação aos serviços e sobre a qualidade das instituições e programas educacionais oferecidos. De acordo a este antecedente justifica – se a necessidade de conhecer o nível de satisfação de quem recebe diretamente o serviço de um programa educacional, os estudantes e de sua formação como futuros professores em programas acreditados de qualidade, em uma universidade pública estadual em México, avaliada e acreditada por organismos expertos. Os principais resultados obtidos sob uma estratégia metodológica mista, apontam acertos e benefícios da instituição na gestão de qualidade de seus processos educacionais e de serviços, 86 oferecidos no currículo de seus programas acreditados para a formação de professores, assim como, os desafios a serem superados para a total satisfação de seus estudantes. Palavras-chave: Programa educativo, acreditação, formação de professores [ID 41] Coaching educacional na formação de professores para melhorar o processo de aprendizagem dos alunos do Instituto Federal de São Paulo Carlos Henriques Barroqueiro | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Ulisses Galvão Romão | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Márcia Elisabeth Souza | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Resumo A educação necessita de novas práticas inovadoras para melhorar o processo de aprendizagem dos alunos, pois, na educação básica, os discentes são da geração Z – adeptos da realidade virtual. Essa geração nasceu na cibercultura e precisa de estímulos motivacionais para uma educação na era planetária, englobando questões políticas, econômicas, tecnológicas, culturais, ambientais e sociais, sob contexto dinâmico e de complexidade da contemporaneidade. Para isso, os professores devem aperfeiçoar sua prática pedagógica para os alunos aprenderem a aprender. O “coaching educacional” é um conjunto de ferramentas que tem por fim o autoconhecimento, aumentar o desempenho dos alunos, usar os conhecimentos adquiridos por estes para criar novos, transformar os limites de cada discente em recursos promissores, pensar e discutir metas e ações observando o passado visando o futuro focando na aceleração de resultados e felicidade. O objetivo dessa pesquisa é o uso da cultura “coaching educacional” na formação de professores com o propósito de melhorar o processo de aprendizagem dos alunos. A hipótese da mitigação é verificar se os professores capacitados na cultura “coaching educacional” aperfeiçoaram suas atividades no processo ensino-aprendizagem dos discentes. A metodologia da pesquisa fundamenta-se em duas fases: inicialmente, uma revisão das referências para o Estado da Arte, e, em seguida, pesquisas qualitativa e quantitativa para avaliar o uso da cultura “coaching” no processo ensinoaprendizagem. Os resultados, iniciais obtidos, foram bem-sucedidos, isto é, houve uma maior eficácia dos alunos na aprendizagem orientados por professores formados na cultura “coaching educacional” do que aqueles docentes que não realizaram a capacitação. O curso de capacitação em “coaching educacional” será ampliado para novas ferramentas, pensando em aperfeiçoar ainda mais os resultados da aprendizagem e felicidade dos alunos. 87 Palavras-chave: Coaching Educacional, Formação de Professores, Aprendizagem [ID 160] Interfaces entre o Sistema de Ensino Superior brasileiro e o português: desafios na formação de professores Marcelo Purificação | Universidade Estadual de Goiás | [email protected] Teresa Pessoa | Universidade Estadual de Goiás | [email protected] Resumo Este trabalho resulta de uma investigação realizada no estágio pós-doutoral desenvolvido no período de 01/2015 a 01/2016 na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra – FPCE/UC, denominado “Interfaces entre o Sistema de Ensino Superior brasileiro e o português: desafios na formação de professores”. O objetivo foi analisar as diretrizes para a formação inicial e continuada de professores para a educação básica nos dois países, partindo, do Decerto-Lei nº 79/2014 em Portugal e o Parecer CNE/CP 02/2015 no Brasil. Metodologicamente foi realizada uma análise documental, através da qual se buscou conhecer as interfaces, diferenças e convergências existentes no sitema educacional português e brasileiro. Como aparato teórico complementar utilizou-se: Veiga & Amaral (2011), Bradin (2007), Flores (2015), Cury (1997), Brzezinsri (2014), Damies (2012) e Freitas (2014). Concluiuse que a implementação dessas novas políticas de formação de professores podem ser amplamente positivas ao sistema educacional dos dois países, desde que haja maior discussão e reflexão sobre elas nos espaços de formação, evitando-se, assim, conflitos e dilemas. Palavras-chave: Políticas curriculares, Diretrizes, Formação de Professores, Documentos oficiais 88 SALA | SALLE 2 – 71, 63, 8, 209, 236 [ID 71] Contributos do componente curricular avaliação da aprendizagem para o desenvolvimento da Quarta Geração da avaliação Ana Maria Rego | Universidade Federal de Pernambuco | [email protected] Rayanna Araújo | Universidade Federal de Pernambuco | [email protected] Kátia Ramos | Universidade Federal de Pernambuco | [email protected] Kilma Viana | Universidade Federal de Pernambuco | [email protected] Resumo Referenciado na Perspectiva das Gerações da Avaliação, no âmbito do ideário da Pedagogia Histórico-Crítica, e objetivando caracterizar contributos do componente Avaliação da Aprendizagem para o desenvolvimento da 4ª Geração da Avaliação, este artigo congrega dados de um estudo realizado junto a estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que se encontravam atuando como docente nos anos iniciais da Educação Básica, antes, durante e depois de cursar o referido componente curricular. Para tanto, respaldado nos princípios da pesquisa de caráter qualitativo, os dados foram levantados através da aplicação de um questionário e tratados recorrendo-se à análise temática. Os achados indicam uma proximidade com o debate acerca de concepções inseridas na Quarta e Terceira Geração de Avaliação, com foco em aspectos qualitativos – apesar da ainda forte influência de concepções centradas no caráter instrumental. Os dados também ratificam a relevância e pertinência de atentar para práticas avaliativas durante o curso, notadamente através de indícios de implicações formativas dessas práticas em termos de uma influência marcante na (re)configuração do saber-fazer docente. Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem, Gerações da Avaliação, Pedagogia HistóricoCrítica [ID 63] A autonomia do professor na (re)construção do currículo escolar Daniela Schiabel | Universidade Federal de Alfenas | [email protected] Helena Felício | Universidade Federal de Alfenas | [email protected] 89 Resumo Este trabalho tem por objetivo apresentar análises preliminares desenvolvidas em uma pesquisa de Mestrado em Educação que investiga o papel do professor do Ensino Fundamental 1 na (re)construção do currículo escolar, sobretudo no aspecto relacionado à autonomia deste profissional em tal processo. Para tanto torna-se necessario identificar como os documentos legais apontam a responsabilidade e a autonomia do professor no que diz respeito ao desenvolvimento curricular; bem como, compreender de que forma esta autonomia se configura nas orientações da/na instituição educacional; e em que medida os professores se apresentam enquanto sujeitos autônomos neste processo curricular, fundamentamos este estudo na concepção de currículo enquanto projeto (PACHECO, 2001), e na compreensão do papel ativo do professor que se configura na possibilidade e/ou autonomia, que ele tem de, em sua sala de aula, transformar o currículo prescrito em momentos de construção de conhecimentos e aprendizagens para si mesmo e para seus alunos (SACRISTÁN, 2000). Para tanto, a partir de uma abordagem qualitativa de pesquisa, procedemos a análise documental dos dispositivos legais que legitimam a ação docente; a observação participante de reuniões pedagógicas de uma instituição educacional pelo período de seis meses e entrevistas semiestruturadas com vinte e um professores do Ensino Fundamental 1. A partir da Categoriazação dos Dados e da Análise de Conteúdo, é possível constatar que os primeiros resultados evidenciam que a legislação brasileira assegura a participação e autonomia do professor no processo de (re)construção do currículo no cotidiano escolar, tanto no aspecto global da instituição como na ação pedagógica desenvolvida em sala de aula. Entretanto, é possível constatar tentativas de cerceamento desta autonomia do professor, principalmente quando o currículo oficial é assumido sem a devida contextualização, da mesma forma verificase que os professores, em suas salas de aula, exercem a autonomia quando flexibilizam o currículo, tendo em vista o processo de aprendizagem de seus alunos. Assim, conclui-se que o exercício da autonomia na (re)construção do currículo no cotidiano escolar constitui-se em um jogo de força e de poder entre as esferas legais, administrativas e pedagógicas, no qual os professores projetam suas possibilidades de autonomia profissional e modelam o projeto originário através do planejamento e execução das atividades. Palavras-chave: Currículo, Autonomia Docente, Currículo em Ação [ID 8] Elaboração e formação de currículo 90 Marilene Ricciardi | Vivere Curriculum | [email protected] Martha Staub | Vivere Curriculum | [email protected] Resumo O presente projeto foi desenvolvido ao percebermos a falta de coerência na elaboração de currículo. Consideramos a forma diferenciada de trabalhá-lo, como resultado do pioneirismo da nossa abordagem. O objetivo geral é a elaboração e formação de currículo que visa apresentá-lo (levantar dados, elaborar, capacitar e implantar) voltado para a prática de uma educação que ocorre ao longo da vida, tendo, como princípio, os quatro pilares da educação (Jacques Dellors) apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação e incorporando, como diretrizes gerais e orientadoras da proposta curricular, os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, de Cesar Coll . Os objetivos específicos propõem uma prática educacional voltada para a construção do ser humano integralmente, abrangendo todas as áreas do conhecimento, em que se possa obter a educação chamada formal, a compreensão da realidade social dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. Na prática, este projeto traz para o Ensino Fundamental, as áreas de conhecimento (RECNEI) , ou seja, aquelas necessárias para seu projeto de vida e que possuam significado e sentido a elas. Da mesma forma, a formatação dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais para Educação Infantil. Esta estrutura possui uma formatação técnica que utiliza verbos apropriados para cada saber. Como por exemplo, saber conhecer (conteúdo conceitual), necessita usar verbos como: desenvolver, reconhecer, conhecer,etc - Saber fazer (conteúdo procedimental): recortar, colar, montar, escrever, ler,etc. Saber ser e viver (conteúdo atitudinal): valorizar, apreciar, respeitar,etc, ou seja, a construção dos conteúdos para elaboração do currículo estão atrelados a determinadas ações verbais. As áreas de conhecimento estarão inseridas nos conteúdos elaborados de acordo com o conceitual a ser desenvolvido. Pressupõe um olhar avaliativo que valorize a curiosidade, a autonomia, a atenção, construindo e reconstruindo o conhecimento, para que não seja passageiro, que se mantenha através do tempo de forma profunda e rica, para adaptar-se a um mundo de mudanças. Buscam, também, a proficiência das áreas de conhecimento, desenvolvendo as habilidades e competências básicas (que se distribuem nos planos cognitivo, afetivo, emocional, interpessoal e psicomotor). 91 Palavras-chave: Educação, currículo, formação [ID 209] O currículo pensado praticado em cursos vocacionais: o reconhecimento e construção de outros saberes Paulo Marinho | CIIE – FPCEUP | [email protected] Fátima Delgado | CIIE – FPCEUP | [email protected] Resumo A presente comunicação tem como problemática a construção do currículo no/do/com o quotidiano que tem por base um estudo mais amplo que se desenvolve em uma escola pública portuguesa, no distrito do Porto, sobre quotidianos de jovens em ‘repetência’ escolar em relação com a permanência e acesso ao sucesso. O quotidiano é aqui entendido como espaçotempo indissociável dos espaços de produção do conhecimento, considerando-se os alunos e professores como praticantes e, essencialmente, como produtores de conhecimentos – atores e autores do currículo: “praticantespensantes” (Oliveira, 2003). Neste sentido, os praticantespensantes (re)criam currículos “únicos, inéditos, ‘irrepetívies’”, construindo alternativas aos problemas e dificuldades que vivenciam (ibidem), neste caso específico, as dificuldades de aprendizagem e o insucesso escolar, ultrapassando a reprodução dos currículos escolares prescritos. Neste quadro de ideias vários estudos (Bergamaschi, 2007; Smith, 2005; Stemn 2010, Leite et al, 2011) têm vindo também a apontar a contextualização curricular como possibilidade para alcançar níveis de aprendizagens mais elevados para todos os alunos. Nesta comunicação constitui-se como objetivo caraterizar as práticas e o currículo pensadopraticado no quotidiano de uma sala de aula de dois cursos vocacionais no espaçotempo de construção de sucesso escolar. O estudo assenta num paradigma de investigação qualitativa (Bogdan & Biklen, 1994) e tem por base principal as práticas de uma professora em dois cursos vocacionais (i) Desporto/Artes/Apoio à Infância; ii) Comércio/Artes/Apoio à Infância) de uma das áreas curriculares comum aos dois cursos – Apoio à Infância. As técnicas e instrumentos de recolha dos dados contemplam: a observação/diários de confidências e diários de aula de uma professora; entrevistas semiestruradas e diários de jovens alunos que frequentaram esses cursos vocacionais. Os dados apresentados referem-se à análise de conteúdo (Bardin, 2008) realizada aos diários de aula da professora à observação/diários de confidências. Entre outras conclusões, apontamos 92 a construção de um currículo pensadopraticado pelos praticantespensantes em sala de aula a partir da (re)construção e (re)conexão de redes de conhecimento tecidas quotidianamente assente em (re)contextualizações curriculares que possibilitam o reconhecimento de saberes contra-hegemônicos e, concomitantemente, a construção de outros, no sentido de um maior sucesso escolar. Palavras-chave: Currículo, Quotidiano, Contextualização curricular, Sucesso escolar [ID 236] Escola do Bairro. Questionando a hierarquia dos saberes nos processos educativos Mônica Mesquita | Instituto de Educação – Universidade de Lisboa | [email protected] Ana Paula Caetano | Instituto de Educação – Universidade de Lisboa | [email protected] Isabel Freire | Instituto de Educação – Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo Esta comunicação partilha momentos vividos numa escola voluntária desenvolvida no âmbito do projeto “Fronteiras Urbanas: a dinâmica dos encontros culturais na Educação Comunitária” (FU). Este projeto foi concebido e desenvolvido como um movimento etnográfico crítico, focado numa prática educativa emancipatória por meio da observação participante das dinâmicas e dos saberes em ação de duas comunidades multiculturais da Costa de Caparica. Esta construção bottom-up delineou três tarefas: Alfabetização Crítica, Cartografia Múltipla e Histórias de Vida imersas nos espaços (1) social, via a abordagem dialógica que Paulo Freire elaborou sobre participação crítica, (2) intelectual, via o constante trabalho de valorização e reconhecimento do conhecimento local e tradicionalmente desenvolvido, e (3) político, via a participação ativa dos seus membros em todas as fases do processo. Da constante coconstrução coletiva das tarefas, no trabalho de campo, nasce o desejo, por parte de alguns membros de uma das comunidades envolvidas, da constituição de uma escola local – Escola do Bairro (EB). A EB surge como uma dinâmica onde num mesmo espaço se cruzam diferentes culturas, gerações e conhecimentos focando o desenvolvimento humano local. O processo para a sua constituição integra múltiplas valências, extravasando as tarefas e as produções do FU e desenvolve-se de acordo com o pensamento-ação de Paulo Freire e Bunker Roy, no qual todo educador é educando e todo educando é educador. Seus participantes não são só os membros 93 do FU, abrindo-se à sua vizinhança de afetividade e reconhecimento, transformando-a num espaço de encontro. Suas atividades foram delineadas numa agenda coletiva, obedecendo a uma lógica local, e maioritariamente desenvolvidas ao ar livre, numa das comunidades envolvidas. Debaixo de um toldo amarelo decorriam atividades específicas como: ecologia, poesia e kriolo. Atividades globais (passeios guiados, parlamento urbano, etc.) e projetos (permacultura, batuko, etc.) ocorreriam em diferentes locais dos territórios das comunidades envolvidas ou próximo delas. Pretendemos, assim, contribuir para a sustentabilidade de uma visão crítica e emancipatória dos processos educativos vividos em pequenas comunidades, em busca não só do reconhecimento e validação dos saberes locais e tradicionais, como do desvanecimento da hierarquia dos saberes dominante nos processos educativos vigentes. Palavras-chave: Educação Comunitária, Escola do Bairro, Etnografia Crítica 94 SALA | SALLE 3 – 110, 113, 138, 196 [ID 110] Um continuum de formas escolares como elemento de uma gramática comparada da escolarização Pascal Paulus | AKF | [email protected] Resumo No âmbito da teoria da forma escolar de Vincent, Lahire e Thin (1994), Lahire sugere formas relativamente invariantes, que designa por “formas escolares de relações sociais”, integradas nas práticas sociais com formas escriturais-escolares que sucedem às práticas de formas sociais orais. A hipótese de organizar formas escolares de relações sociais coexistentes variando entre si na relação com o poder (Foucault) e na relação ao saber (Charlot) num continuum, torna possível inscrever esta forma singular no mesmo. A forma escolar analisada num estudo de caso apresentado em tese de doutoramento, carateriza-se por estar em permanente renegociação devido à reflexão dos envolvidos, assegurando a aprendizagem máxima de cada um, no espaço-tempo interativo que sujeitosatores, autores da sua aprendizagem, instituem, para produzir obras intelectuais autênticas. O enquadramento anterior e posterior e o próprio período analisado (1986-1995) a partir das devoluções dos autores da época, mostram uma forma escolar de relações sociais em evolução, dialogante com outras práticas sociais. Faz antever que a sustentabilidade de uma forma escolar de relações sociais deste tipo, caraterizada por uma relação não hierarquizada com o poder, propondo a participação de todos, e por uma relação ao saber a partir de uma visão cultural e sociohistórica, depende da sua evolução decorrendo da reflexão em relação a esta. De um modo geral, o continuum, concebido em três famílias de formas, provoca uma imagem multifacetada de relações sociais na escola, sugerindo uma “gramática” comparada da aprendizagem na escola, enriquecendo a “gramática” da educação escolar de Tyack e Tobin (1994). Assim, possibilita-nos discutir uma forma de escola futura, hospitaleira, que facilita a aprendizagem de uma leitura do mundo tornado inteligível. Palavras-chave: Paradigmas educacionais, Teoria e pensamento pedagógico, Forma escolar de relações sociais 95 [ID 113] Choque de Gestão e Políticas Educacionais em Minas Gerais, Brasil: As políticas de avaliação como instrumento de regulação Tiago Jorge | Universidade Federal de Minas Gerais | [email protected] Resumo No presente artigo pretende-se discutir a centralidade das políticas de avaliação presentes nas políticas de Choque de Gestão implantadas no estado de Minas Gerais, Brasil, a partir de 2003. Busca-se analisar os impactos das reformas da década de 1990 sobre a política educacional no estado, uma vez que este se apresentou como precursor de tais reformas nos Brasil. O referencial teórico aborda os limites e contradições da escola republicana que considerava que o fim das desigualdades sociais se daria por meio da garantia na igualdade de acesso ao sistema escolar. As diferenças se dariam, segundo tal pensamento, somente pelos méritos individuais. Nesta corrente de pensamento, acreditava-se que através da escola pública e gratuita o problema do acesso à educação seria resolvido, garantindo-se a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos; e a escola como reprodutora das desigualdades presentes na sociedade, tendo como destaque as análises de Pierre Bourdieu. Seus estudos demonstraram uma forte relação entre desempenho escolar e origem social. As análises desenvolvidas por Bourdieu apontam a existência de um sistema de reprodução sociocultural que atribui uma função social importante para a escola por meio de relações que existem entre a seleção escolar e a estrutura de classes presente na sociedade. Para uma melhor compreensão do desenvolvimento das reformas educacionais que ocorreram em Minas Gerais volta-se ao início dos anos 1980, quando um grupo de intelectuais progressistas assumiu a Secretaria de Educação de Minas Gerais. Um fato que merece destaque é a realização do Congresso Mineiro de Educação, que teve grande importância para as reformas educacionais que se iniciaram nos anos 1990. As bases da discussão presentes no pensamento do Congresso estão relacionadas a obras do campo da educação que questionam as teorias reprodutivistas. A metodologia proposta é de pesquisa documental e bibliográfica tendo como base leis, resoluções e pareceres tanto do governo do Estado de Minas Gerais, quanto do Governo Federal buscando uma descrição da trajetória histórica da formulação de políticas públicas educacionais no estado de Minas Gerais, a fim de analisar como o discurso progressista apresentado no início dos anos 1980 foi apropriado de forma distorcida nas reformas educacionais dos anos 1990 levando à formulação de políticas com foco em metas e resultados onde as avaliações externas aparecem como elemento principal de regulação das políticas educacionais. 96 Palavras-chave: Reformas educacionais, choque de gestão, políticas gerencialistas [ID 138] Centro de Formação de Associação de Escolas: Avaliação de Formação Continua de Professores Maria Prazeres Casanova | CFAECA | [email protected] Maria Adelaide Silva | CFAECA | [email protected] Resumo Os Centros de Formação no âmbito das suas competências regem-se, entre outros, pelos seguintes princípios, de acordo com o artigo 6º, do Decreto-Lei nº 127/2015: “a) melhoria do ensino em geral e da lecionação em particular, […] e j) adoção de uma cultura de avaliação e melhoria do impacte da formação”. Neste âmbito, garantir a execução dos planos de formação considerando a melhoria da organização-escola através das aprendizagens desenvolvidas pelos seus recursos humanos e garantir também garantir a qualidade da formação, promovendo processos de acompanhamento recolhendo sistematicamente informações sobre os processos realizados considerando os objetivos previamente definidos, de avaliação da formação ministrada e ainda do seu impacte para reorganizar os planos de formação de acordo com os dados recolhidos e a reflexão produzida (cf. artigo 7º, do Decreto-Lei nº 127/2015). Estabelecemos como objetivos desta comunicação: 1. Analisar a avaliação dos formandos respeitante às ações frequentadas no ano letivo 2014/2015; 2. Comparar entre os dados recolhidos com os dados obtidos no ano letivo 2013/2014. A metodologia utilizada de caráter quantitativo e qualitativo, utiliza o inquérito como instrumento de resposta fechada em escala de Likert aplicado aos formandos-docentes em formação no ano letivo 2014/2015. Será ainda estabelecida a comparação entre os dados recolhidos com os dados obtidos no ano letivo 2013/2014. No presente estudo analisaremos os dados recolhidos relativamente às ações realizadas num Centro de Formação, considerando as diferentes áreas/domínios, modalidades, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (cf. Decreto-Lei 22/2014). O processo avaliativo da formação recebida apresenta uma tripla vertente necessária ao desenvolvimento do Centro de Formação: o conhecimento da forma como decorreu a formação para colmatar possíveis falhas e melhorar o processo formativo; informação sobre os 97 possíveis impactos que possam vir a ocorrer no desenvolvimento da profissionalidade dos diferentes professores e ainda como forma de diagnóstico de necessidades formativas dos professores. A avaliação dos formandos, o seu relatório de avaliação e o relatório apresentado pelo formador são instrumentos importantes para a melhoria da qualidade da formação ministrada nos centros de formação contínua de professores. verificamos que a avaliação realizada se mantém num nível muito bom se comparamos os dados recolhidos nos dois anos letivos. Palavras-chave: Formação de Professores, Avaliação da Formação, Monitorização da Formação, Qualidade da Formação, Centro de Formação de Associação de Escolas [ID 196] Concepções de responsabilidade e responsabilização: interface com a política educacional brasileira Allan Solano Souza | UFRN/UMinho/CAPES | [email protected] Resumo O debate sobre os conceitos de responsabilidade e responsabilização ao longo da história é marcado por controvérsias e pelos seus alargamentos que foram ganhando novos sentidos. Estes conceitos são construídos historicamente, e ao longo dos seus percursos nas sociedades ocorrem de maneira variável, em diferentes contextos políticos, econômicos e culturais. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho consiste em desvendar as concepções de responsabilidade e responsabilização e as suas interfaces na política educacional brasileira. Do ponto de vista metodológico, inicialmente, o texto recorre aos referenciais teóricos para o entendimento dos conceitos problematizados, em autores como: Domingues (2002), Coutinho (2013), Cury (2012) Ximenes (2012), entre outras referências. Um segundo momento, caracteriza-se pela busca no quadro jurídico da educação brasileira, tais como: Constituição Federal de 1988, Lei 9.394/1996, Plano Nacional de Educação (2014-2024), os documentos resultantes das duas últimas Conferências Nacionais de Educação (CONAE, 2010; 2014) e no levantamento dos projetos de leis apensados ao projeto principal de nº 7.420/2006 (Lei de Responsabilidade Educacional). No plano teórico, verificou-se que responsabilidade e responsabilização são conceitos distintos e plurais, que adquirem várias tipologias. Ainda, estes conceitos não têm desfrutado de centralidade nos debates acadêmicos na área de educação. Há confusão de ordem semântica nos discursos oficiais em que existe uma forte tendência para converter um 98 ao outro, demandando a necessidade de superação dessa contradição. Diante disso, são conceitos polissêmicos capazes de sofrer recontextualizações e transformações de acordo com a realidade em movimento. Portanto, conclui-se que o entendimento crítico desses conceitos são fundamentais para perceber as principais nuances e contradições presentes no quadro jurídico da política educacional brasileira. Palavras-chave: Responsabilidade, Responsabilização, Política Educacional 99 SALA | SALLE 4 – 43, 68, 70, 116 [ID 43] Uso do coaching educacional e das tecnologias da informação e comunicação na formação de professores de ciências e matemática Carlos Henriques Barroqueiro | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Ulisses Galvão Romão | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Ataliba Capasso Moraes | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Márcia Elisabeth Souza | Prefeitura Municipal de São Paulo | [email protected] Resumo Atualmente, os professores de Ciências e Matemática da educação básica têm uma incumbência árdua para ensinar os alunos das novas gerações, pois esses discentes já convivem com as tecnologias da informação e comunicação, desde a infância. Mas, falta-lhes foco e motivação para aprender Ciências e Matemática. O “coaching” é uma ferramenta muito utilizada nas empresas pelos gestores para motivar e focar à comunicação empresarial. A internet foi a tecnologia de maior impacto no século XX e, no início do século XXI, é a impressora 3D. A impressora 3D vem mostrar uma nova perspectiva ao ensino, principalmente, em Ciências e Matemática. A impressora 3D, ao construir objetos em 3D e de precisão micrométrico, contribui de maneira eficaz à melhora da aprendizagem, como por exemplo, geometria espacial. O objetivo da pesquisa é mostrar a importância das ferramentas “coaching educacional” e tecnologias da informação e comunicação na formação docente com o intuito de aperfeiçoar a qualidade do processo ensino-aprendizagem, fazendo com que o discente participe ativamente deste processo. A hipótese da mitigação é averiguar se o uso das ferramentas “coaching educacional” e tecnologias da informação e comunicação na formação de professores de Ciências e Matemática tornam o processo ensino-aprendizagem eficaz. A metodologia empregada divide-se em quatro fases: revisão de referências (estado da arte), certificação do docente nas ferramentas “coaching” e novas tecnologias da informação e comunicação, utilização destes conhecimentos pelos professores de Ciências e Matemática aos estudantes e aplicação dos questionários de pesquisas quantitativa para traçar o perfil do entrevistado, e qualitativa para análise de conteúdo, a fim de verificar a hipótese no Ensino Médio Integrado em Informática do Campus Cubatão do Instituto Federal de São Paulo. O resultado alcançado foi que os alunos tiveram seus estudos mais focados, comprometidos, participativos, colaborativos e motivados com visão de futuro. Na análise e discussão do uso dessas ferramentas no processo ensino-aprendizagem, concluiu-se que os alunos aprendem a 100 aprender e a serem autodidatas e, essas ferramentas podem ser utilizadas na educação formal e não-formal. Palavras-chave: Coaching Educacional, Tecnologias da Informação e Comunicação, Formação de Professores de Ciências e Matemática, Impressora 3D [ID 68] Narrativa transmídia digitais como uma prática docente no ensino superior Enrique Ruiz Velasco Sánchez | UNAM | [email protected] Resumo A presente comunicação tem como objetivo mostrar a narrativa transmídia digitais acaba por ser uma pesquisa educacional eficaz de educação prática no nível superior educativa. Na verdade, transcender a mídia digitais transmedia (storytelling) através da formação de comunidades de aprendizagem é um bom método para abrir pesquisa educacional. A ênfase será colocada na consulta e trabalho dos diversos atores e não sobre a integração das diversas tecnologias utilizadas na narrativa. Esta pesquisa será exploratória e tem o objetivo de integrar as TIC de forma inteligente e racional no processo investigativo. Palavras-chave: Narrativa transmídia digital, prática de ensino, comunidade de aprendizagem [ID 70] Tecnologias digitais da informação e da comunicação: reforma curricular da Licenciatura em Expressão Gráfica da UFPE em questão Elizabeth Silva | Universidade Federal de Pernambuco | [email protected] Kátia Ramos | Universidade Federal de Pernambuco | [email protected] Resumo As tecnologias digitais da informação e da comunicação (TDIC’s) cada vez mais são incorporadas como necessárias no cotidiano social e a área educacional vem se adaptando fazendo uso das TDIC’s como uma importante ferramenta no trabalho docente, principalmente na aula universitária. O debate sobre tal temática tem apontado que a rapidez de acesso a informação e de estabelecimento da comunicação, proporcionada pelas TDIC’s, 101 vem exigindo ressignificações de propostas curriculares bem como de práticas pedagógicas. Neste sentido, tendo por base o ideário da Pedagogia Histórico-Crítica, o presente estudo tem como propósito apontar configurações do uso das TDIC’s na esfera da reforma curricular do curso de Licenciatura em Expressão Gráfica (LEG) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nomeadamente no que se refere a desafios enfrentados diante do seu duplo papel de constituir-se ferramenta formativa e recurso didático. Para tanto, tendo como corte temporal os semestres de 2013.1 a 2015.1, congrega dados advindos de entrevistas a docentes e discentes, tratados recorrendo-se à análise temática, cujos resultados indicam desafios que requerem atenção, entre outros, de ordem de infraestrutura bem como de superação de resistências relativas ao uso dessas tecnologias em sala de aula. Palavras-chave: Tecnologias digitais da informação e da comunicação, Aula universitária, Pedagogia Histórico-Crítica, Licenciatura em Expressão Gráfica [ID 116] O impacto das tecnologias na formação pedagógica de docentes para as necessidades do século XXI Adilson Souza | IFSP - INSTITUTO FEDERAL SÃO PAULO | [email protected] Resumo Este projeto de pesquisa tem o objetivo de levantar as diferentes formas de uso das tecnologias no processo de formação pedagógica dos Docentes voltados a pratica de ensino na salas de aula, analisando a utilização de conteúdos diversos (video, blog, redes sociais, etc..) como ferramenta no processo de facilitação na educação, baseando em práticas pedagógicas existentes como forma de direcionar a utilização e criação de novos conteúdos no ciberespaço buscando gerar curiosidade sobre o assunto abordado e com isso conteúdo para um aprendizado efetivo, possibilitando a entrada da escola no mundo virtual que é um mundo novo que instituí uma nova forma de comunicação onde o conhecimento gerado pode ser transformado, agregado, compartilhado de forma aberta, democrática e livre onde surgem novas possibilidades para os Docentes na pratica da Educação, na escola, identificando a importância da participação efetiva neste processo, buscando conceituar de forma efetiva as informações passadas com o conhecimento dos alunos concluindo com os seus próprios conhecimentos. 102 Palavras-chave: Tecnologia, Didática de Ensino, Geração de Conhecimento 103 SALA | SALLE 6 – 82, 100, 115, 121 [ID 82] FORMAÇÃO DOCENTE E EMOÇÕES: desvendando os processos de aprendizagem de professores Francisca Lima | Universidade Federal da Paraíba | [email protected] Resumo O objetivo deste estudo teve como foco compreender o que pensam os professores de Educação de Jovens e Adultos sobre os conteúdos e metodologias trabalhados por professores formadores em espaços de formação. O percurso investigativo permitiu-nos concluir que as emoções são essenciais nos processos de formação de professores. Para essa compreensão, dividimos esse texto em duas partes: na primeira, nos reportamos a estudos já realizados por outros autores que apontam sobre como se configurou a construção de uma escola antiemocional, além de discutirmos como tem se desenvolvido a formação docente nesse contexto. Aprofundamos as ideias de Humberto Maturana e Francisco Varela sobre aprendizagem humana, dentro da biologia do conhecer, e os estudos de António Damásio sobre a neurociência da aprendizagem, apontando inovação teórica no que tange às emoções na aprendizagem de professores. Na segunda parte, passamos a escutar a fala de professores de Educação de Jovens e Adultos - EJA que atuam em escolas públicas, no município de Bananeiras/PB, Brasil, sobre suas aprendizagens. Para essa escuta, ao realizar entrevistas, gravadas em vídeo e áudio, buscamos nos espelhar na fenomenologia de Merleau Ponty, caracterizada pela ciência que se constrói sobre o mundo vivido. Os professores aqui entrevistados estão atuando em sala de aula há, pelo menos, cinco anos e a docência, nesse contexto, se constrói concretamente mediante o seu próprio exercício. As perguntas foram pautadas a partir de questões que levassem a compreensão do que pensam esses professores sobre conteúdos e metodologias da formação. Para nossa surpresa o quesito emocionalidade, na formação e aprendizagem de professores, foi compondo nosso percurso investigativo. Às suas respostas foram incluídos significados culturais, biológicos e psicológicos. Nesse contexto, os professores afirmaram que a formação docente tem gerado estados desapdatativos entre eles, provocando desânimo, desistência e falta de interesse pela profissão. Os achados dessa pesquisa remetem também a reflexões sobre as metodologias e conteúdos desenvolvidos em espaços de formações, apontando alguns desafios no campo educativo. Palavras-chave: Formação de professores, Emoções, Educação, Emocionalidade 104 [ID 100] A Formação de Professores e a importância dos estágios: na prática a teoria é outra? Fabiane Lopes De Oliveira | PUCPR | [email protected] Daniele Saheb Zaidan De Sousa | PUCPR | [email protected] Resumo O curso de formação de professores apresenta viéses teóricos, que focalizam o olhar docente, bem como práticos, configurado nos estágios obrigatórios, que transpõem a teoria para a prática educativa. Tais questões corroboram para que o estudante possa desevolver-se como profissional. Contudo, a construção do modelo de professor não é uma tarefa fácil. Há que se ter alguns aspectos presentes na formação, que traduzam a forma de se configurar em um ser professor. Nesta perscpectiva, o objetivo desse trabalho está em compor o profissional da educação, por meio da prática educativa e da base teórica a que se apresenta. Tais questões dizem respeito à percepção de que o estágio obrigatório é um momento de aprendizagem e de pesquisa, ampliando estes momentos de experiências, baseadas em aprendizagens experimentais. A aprendizagem proporcionada no campo de estágio está na hipótese da ação e no enfrentamento de situações de forma direta e incisiva. Na visão de autores como Zabalza (2014); e Pimenta & Lima (2008), infere-se a importância da formação do profissional, quando se trata de um profissional da educação. Para que o desenvolvimento de um estágio contribua na formação dos profissionais da educação, deve- se levar em consideração alguns aspectos: a reflexão das ações observadas e planejadas; a observação da realidade e do espaço educativo; a importância do planejamento e realização de aula(s); o conhecimento e amadurecimento da profissionalização, a partir da realidade vivenciada. Nessa perspectiva, o estágio proposto, de forma embrionária no ano de 2015 na PUCPR, curso de Pedagogia, permea tais questões, sobre a atuação dos discentes, incentivando atitudes que extrapolem os muros da universidade e que possam estar à serviço da comunidade educativa, à formação humana e profissional dos estudantes. Metodologicamente, os estudantes realizam escritas reflexivas em diários de bordo, que que terão a análise de conteúdo realizada, bem como a construção de um artigo científico, fazendo a junção da teoria com a prática vivenciadas no campo de estágio. Desta forma, a pesquisa que perpassa a formação dos estudantes tem sido o grande diferencial deste estágio, para que haja profissionais comprometidos com a realidade educacional urgente sociedade atual. O engajamento dos estudantes é um diferencial neste 105 projeto. Esta proposta está em andamento e espera produzir resultados significativos na realidade educativa. Será um diferencial na formação de futuros professores. Palavras-chave: Formação de professores, Estágio, Teoria e prática, Profissionalização docente [ID 115] Concepções de formação docente em Portugal: processos de multirregulação Maria Geralda Oliver Rosa | Instituto de Educação/Universidade de Lisboa (Programa Intercalar de Doutoramento em Outra Universidade) | [email protected] Marta Mateus De Almeida | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo O trabalho tem como objetivo identificar as concepções pedagógicas ao nível da formação inicial e contínua de professores presentes nos normativos legais, publicados no período de concretização da política europeia de criação do Espaço Europeu de Ensino Superior, o denominado processo de Bolonha. Procura também, compreender as formas de interpenetração de influências de diversos organismos internacionais, por meio de regras disseminadas e incorporadas nas políticas nacionais de formação de professores. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica e a análise documental, que engloba a leitura de diversos trabalhos e documentos produzidos no âmbito do Processo de Bolonha, a análise dos normativos legais nacionais, entre outros documentos produzidos por organismos internacionais como a OCDE e a Comissão Europeia. Autores diversos também compõem o quadro teórico que sustenta a análise realizada. Espera-se, assim, contribuir com reflexões atuais sobre as concepções pedagógicas subjacentes à formação docente em Portugal, à luz da atual regulamentação legal e, simultaneamente, perceber de que forma diferentes instâncias nacionais e internacionais influem na forma como a formação de professores é regulamentada e regulada. O estudo permitiu identificar desde logo características de multirregulação nas políticas de formação de professores, remetendo para a necessidade de outros estudos que permitam compreender mecanismos de regulação autônoma das instituições e dos formadores na apropriação e concretização das orientações legais. Palavras-chave: Concepção Pedagógica, Formação de Professores, Regulação, Multirregulação 106 [ID 121] O estágio supervisionado na formação do professor: o espaço para a construção da práxis Leocilea Aparecida Vieira | UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - CAMPUS PARANAGUÁ | [email protected] Resumo O artigo relata a experiência vivenciada enquanto docente supervisora de estágio em cursos de Licenciatura em Pedagogia e busca responder ao questionamento que comumente se ouve por parte dos discentes quando vão a campo do porquê “na prática a teoria é outra”. Enfatiza de que o estágio supervisionado juntamente com a disciplina pesquisa e prática pedagógica se transformam na espinha dorsal de um curso de licenciatura de pedagogia, entretanto ressalta, que é parte de um problema urgente no processo formativo no que diz respeito à necessidade de articular a prática a um processo teórico-prático. Frente ao exposto, este estudo tem como objetivo refletir sobre o estágio supervisionado enquanto atividade preparadora da práxis, bem como, analisá-lo como o espaço/tempo no currículo de formação destinado às atividades que devem ser realizadas pelos discentes nos futuros campos de atuação profissional. Assim, afirma que o estágio deve ser vislumbrado como um momento de aprendizagem e de integração da teoria com a prática, haja vista, serem elas indissociáveis e, também, por entender de que é na ação e na vivência do cotidiano que o conhecimento da experiência do fazer pedagógico assume significado. Como metodologia este estudo se caracteriza pela pesquisa bibliográfica e documental. Por fim, conclui que a oportunidade do estágio possibilita ao acadêmico deparar-se com elementos da realidade, transformando-os em objeto de análise e reflexão e reafirma que não se visualiza o estágio supervisionado como a panaceia que vai resolver todos os males acarretados aos alunos durante a formação no curso de pedagogia, mas precisa ser uma prática orientada por procedimentos que visem o melhor aproveitamento na reflexão teórico-prática, pois ele é essencial na formação da identidade docente. Palavras-chave: Estágio Supervisionado, Prática profissional, Formação de professor, Identidade docente 107 SALA | SALLE 7 – 76, 97, 220, 235 [ID 76] O Magistério da Terra, no Ceará: uma experiência de formação de professores para escolas do campo Célia Maria Brito | Universidade Estadual do Ceará | [email protected] Resumo Este trabalho tem como foco de análise uma experiência de formação para o Magistério, em nível médio - Magistério da Terra, desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Educação em Áreas de Reforma Agrária – Pronera, no estado do Ceará, Incorporando o debate da relação campo-cidade e orientada pelo compromisso com a Reforma Agrária, com o desenvolvimento sustentável dos assentamentos e com um projeto educativo voltado para a democratização da educação e do ensino, essa prática educativa compreende a formação como uma relação entre sujeitos e fundamenta-se na noção de que o educando, enquanto portador de direitos e sujeito da história é também sujeito de sua própria formação. Nesse sentido, pressupõe uma identidade de classe e uma intencionalidade política a favor dos interesses e necessidades dos povos do campo, expressando a visão e compromisso do educador/educando com a educação do campo e não apenas no campo. A investigação busca compreender as bases teórico-práticas em que se dá essa formação, refletindo suas especificidades no intuito de identificar avanços, desafios, aprendizados e contribuições possíveis para um repensar das práticas formativas predominantes nos cursos de pedagogia tradicionais. Estruturada como uma pesquisa qualitativa, no formato estudo de caso, recorremos a diferentes procedimentos metodológicos: observação, entrevistas, grupos focais. Num primeiro momento, discorremos sobre os elementos constitutivos da educação do campo, privilegiando o contexto e os pressupostos teórico-metodológicos que norteiam essa prática educativa e, dentro dela, sua concepção de formação. Num segundo momento, analisa-se a experiência vivenciada em todas as suas dimensões, buscando movimentar as teorias pedagógicas com a prática vivenciada e com a realidade particular dos assentados. Ao final, são feitas considerações com o intuito de contribuir com o debate das políticas de formação docente, reafirmando as especificidades, identidade e o caráter inovador da experiência. Palavras-chave: Educação do Campo, Formação Docente, Magistério da Terra 108 [ID 97] O Papel do Pedagogo e a Formação Continuada dos Professores da EJA Sónia Maria Haracemiv | UFPR | [email protected] Liamara Aparecida Toniolo Janz | CEEBJA | [email protected] Marília Andrade Torales Campos | UFPR | [email protected] Resumo Esta pesquisa apresenta uma problematização da responsabilidade e legitimidade dos pedagogos na formação continuada de professores que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA). O objetivo foi analisar o papel de mediação dos pedagogos que atuam nos CEEBJAs de Curitiba quanto à organização do processo de formação continuada de professores. Para tal, tomou-se como ponto de partida a formação do pedagogo escolar como o profissional que organiza e dá sustentação ao processo de ensino e de aprendizagem ao articular os espaços de reflexão sobre a prática pedagógica do professor. O campo de pesquisa se delimita aos sete CEEBJAs da cidade de Curitiba, sendo a população composta de treze pedagogos do universo de trinta e nove deles que atuam no Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, nos períodos da manhã, tarde e noite. Emprega uma abordagem qualitativa e utiliza como instrumento de coleta de dados o questionário, visando identificar as práticas pedagógicas de formação continuada de professores desenvolvida pela equipe pedagógica dos CEEBJAs de Curitiba. As análises dos dados indicam que a identidade do pedagogo dos CEEBJAs de Curitiba é construída por meio dos conhecimentos adquiridos nas suas trajetórias profissionais, nas experiências dos seus trabalhos no cotidiano escolar, nos enfrentamentos, nas expectativas e na superação das dificuldades conforme suas possibilidades e limites diante do contexto histórico e social da EJA no Brasil. Assim sendo, compreende-se que o pedagogo é o profissional que contribui com a formação continuada dos professores dos CEEBJAs, levandoos a reflexibilidade crítica sobre as práticas pedagógicas possibilitando ao educador entender o contexto social mais amplo e suas influências sobre o ato de ensinar na EJA. Palavras-chave: Legitimidade do papel do Pedagogo, Processo de Formação Continuada, Professores da EJA [ID 220] EDUCAÇÃO ESCOLAR & FORMAÇAO CONTINUADA NO BRASIL: desafios de uma prática pedagógica para além da sala de aula 109 Maria De Lourdes Pinto De Almeida | UNICAMP-SP | [email protected] Edite Maria Sudbrack | PPGE URI | [email protected] Resumo Este texto tem como objetivo discutir a importancia da Formação Continuada na prática pedagógica do educador que está no ´chão´ da Escola. Esta discussão faz parte de uma pesquisa que está sendo realizada na Rede Iberoamericana de Políticas e Processos de Educação Superior na linha de Formação de Professores e Educação Escolar, nos diferentes paises da América Latina com pesquisadores de Universidades desta extensão territorial abrangendo tambem Portugal e Espanha. A metodologia utilizada é a históico-crítica e o eixo principal traz este problema de pesquisa nos diferentes lugares do mundo discutindo o papel essencial que a educação escolar desempenha como fio condutor de mudanças sociais efetivamente transformadoras. A fundamentação teórica tem como base a teoria Gramsciana. Neste novo milênio, os dividendos das importantes descobertas e dos progressos científicos da humanidade convivem com desencantamento e desesperança, alimentados por problemas que vão do aumento do desemprego ao fenômeno da exclusão, vivenciado através da manutenção dos níveis de desigualdade de desenvolvimento nos diferentes países. Como resultados parciais da investigação pudemos constatar que até o presente momento fenômeno da globalização e da sociedade da informação, estimulado pelos avanços tecnológicos, ao transformar o cenário mundial provocou alterações em todos os segmentos da sociedade civil e política, desafiando-a com realidades adversas e com modelos de Estado similares no territorio estudado que é o iberoamericano. Na maioria dos casos, e trazendo a abordagem metodologica historico-crítica, percebemos que a escola tem contribuído, para a reprodução das desigualdades sociais, porém, e de forma contraditória, ela é também o espaço construtivo de uma visão de mundo articulada, crítica e mobilizadora, capaz de empreender transformações sociais e efetivar a superação das desigualdades vigentes no contexto das sociedades. Diante deste contexto antagonico, as práticas educacionais possuem um caráter histórico e dinâmico, que não podem sofrer reducionismos e explicações meramente voltadas ao cientificismo. A pesquisa constitui assim, um eixo essencial na formação de professores emergindo como possibilidade de ultrapassar a dicotomia teoriaprática, de superar distanciamentos, fragmentações e remeter à abertura de um campo fértil de trabalho, no qual o professor-aluno se reconheçam como agentes de sua formação, construindo espaços e exercendo conscientemente o seu papel. 110 Palavras-chave: Educação Escolar, Formação Continuada, Formação e Escola, Formação Docente, Escola e Prática Pedagógica [ID 235] Educação Sexual sem Eixo Pedagógico: Necessidades de formação dos professores Zélia Anastácio | Universidade do Minho | [email protected] Resumo Com as novas metas curriculares para as Ciências Naturais a temática da sexualidade voltou à discussão pública, em virtude da omissão dos tópicos relativos a métodos contracetivos e infeções sexualmente transmissíveis. A área curricular de ciências naturais tem sido o espaço pedagógico mais propenso às abordagens sobre estes temas, na ausência de projetos estruturados e dada a representação social de que os professores desta área são os mais aptos pela apropriação de conhecimentos científicos relacionados com a sexualidade humana. Contudo, com a formação adequada e extensiva a professores de todas as áreas curriculares, sobretudo aos que desempenhavam a função de diretores de turma, com foi proposto pela última legislação, tem-se constatado ser possível proceder a mudanças conceptuais. Neste trabalho averiguam-se os obstáculos pedagógicos a este tema e fatores que os influenciam, bem como formas de os ultrapassar. Optou-se por uma metodologia mista, com triangulação de dados obtidos por meio de questionários e através de focus groups realizados com professores dos três ciclos do ensino básico, em dois momentos distintos. No primeiro estudo o questionário foi preenchido por uma amostra de 486 indivíduos e fizeram-se quatro focus groups totalizando 19 professores. No segundo, 135 docentes preencheram o questionário e 7 participaram num focus group antes da formação e intervenção e noutro após as mesmas. Através dos questionários identificaram-se conceções dos professores relacionadas com a sexualidade e com a educação sexual na escola, caraterizou-se a percentagem de professores com formação contínua específica para a educação sexual e para a educação para a saúde, verificando-se ser uma minoria. Identificaram-se os tópicos em que tinham mais dificuldades, assim como as suas necessidades de formação. No respeitante a fatores influentes verificou-se que os professores que já tinham feito formação específica sobre o tema e os que estavam em fase inicial de carreira se revelavam os mais aptos a lidar com o tema. Com a realização dos focus groups foi possível aprofundar o conhecimento dos obstáculos com que os professores se deparam, os argumentos que apresentam para a concretização ou não da educação sexual na escola e 111 ainda os efeitos da formação na mudança das suas conceções e superação dos obstáculos e dificuldades. Conclui-se que enquanto não se intensificar a formação de professores a implementação da educação para a sexualidade continuará mal sucedida. Palavras-chave: Educação Sexual, Obstáculos Pedagógicos, Professores 112 SALA | SALLE 9 – 6, 42, 54, 182 [ID 6] Quais as competências desenvolvidas em Ensino Clinico? Cristina Lavareda Baixinho | Escola Superior de Enfermagem de Lisboa | [email protected] Óscar Ferreira | Escola Superior de Enfermagem de Lisboa | [email protected] Resumo Objetivos: Caracterizar a percepção do estudante finalista do curso de licenciatura sobre o contributo do ensino clinico para o desenvolvimento de competências; analisar as competências adquiridas até ao último ensino clinico; identificar áreas de competência que necessitem de ser trabalhadas no último ensino clinico do curso de licenciatura em enfermagem. Enquadramento teórico: O trabalho nos diferentes contextos de saúde é marcado pelas relações interpessoais entre os prestadores e os receptores de cuidados. Pela complexidade e exigências cientificas, tecnológicas e relacionais caracteriza-se por ser um trabalho reflexivo e dependente de diferentes saberes (Mota& Aguiar, 2007): empirico, estético, ético, moral, intuitivo, somático, entre outros. A própria heterogeneidade resultante da diversidade de metodologias de trabalho, da fragmentação conceitual, do pensar e do fazer, da técnica e da divisão hierárquica do trabalho (Mota&Assis, 2007) implica a necessidade dos profissionais desenvolverem diferetntes competências. Metodologia: Este estudo inserido num paradigma qualitativo, de natureza exploratória, descritiva e transversal, teve como participantes 12 estudantes finalistas do curso de licenciatura em enfermagem, na transição do primeiro para o segundo semestre. Conclusões: Os participantes estavam no inicio do último ensino clinico do curso de licenciatura em enfermagem. Na análise dos seus discursos sobressai a percepção do desenvolvimento de competências éticas que permitem garantir a privacidade, o respeito, o sigilo, o consentimento informado e a segurança do cliente, emerge como lacunares a habilidade instrumental em enfermagem, o conhecimento das políticas de saúde e sociais, a capacidade de trabalhar em colaboração com os outros profissionais da equipa, para além dos enfermeiros, o ser capaz de responder eficazmente em situações de urgência ou em situações que se alteram rapidamente e o reconhecer a forma como as crenças e os valores podem influenciar a prestação de cuidados. Os resultados permitem avaliar a percepção dos estudantes sobre as competências desenvolvidas e as a desenvolver, contribuindo para melhorar a efetividade da orientação do docente em contexto de prática clinica. 113 Palavras-chave: Estudantes, Enfermagem, Ensino Clinico, Competências [ID 42] As contribuições do Programa Ciência sem Fronteiras no ensino de engenharia brasileiro: uma revisão da prática pedagógica a partir das percepções dos estudantes bolsistas nas universidades de destino Adriane Penteado | UTFPR | [email protected] Fábio Mainginski | UTFPR | [email protected] Luís Maurício Resende | UTFPR | [email protected] Maria Marilei Christo | UTFPR | [email protected] Resumo Este trabalho tem como tema de investigação o ensino de engenharia, com ênfase à contribuição do Programa Ciência sem Fronteiras na prática pedagógica, com vistas à promoção do sucesso acadêmico. O problema que orienta a reflexão procura elucidar a seguinte questão: Que fatores impactam no ensino de engenharia ministrado pelas instituições de ensino de destino dos estudantes do Programa Ciência sem Fronteiras? O objetivo do trabalho é: Identificar, nas percepções dos estudantes bolsistas que retornaram do Programa Ciência sem Fronteiras quais fatores impactam no ensino de engenharia das suas instituições de destino. A análise da questão proposta se apoia nos argumentos teóricos da avaliação da Educação Superior, com base nos estudos de Lima, Azevedo e Cattani (2008), Afonso (2009); das Políticas e Metodologias de Formação de Professores do Ensino Superior, com base nos estudos de Day (2001), Gauthier (2013), Shulman (2010), Zeichner (1993). A pesquisa enquadra-se na abordagem qualitativa e utiliza o método grupo focais, via participação de 26 estudantes que participaram do Programa Ciência sem Fronteiras em onze países. Os resultados da pesquisa foram dispostos nas categorias: a- Organização Didático Pedagógica; b- Corpo Docente; c- Infraestrutura. Em relação à Organização DidáticoPedagógica dos cursos de engenharia nas universidades de destino, considera-se que se diferenciam das universidades brasileiras pela menor quantidade de aulas semanais e menor número de matérias por semestre, porém com maior aprofundamento e ênfase à prática de laboratório, focadas nas áreas profissionalizantes. Quanto ao corpo docente admite-se que a prática pedagógica se diferencia por maior experiência profissional na indústria concomitante à atuação do magistério. Em relação à infraestrutura das universidades de destino foram 114 percebidos aspectos considerados diferenciais em relação às bibliotecas, laboratórios e espaços individuais de estudos, fora do horário das aulas. Acredita-se ainda, pelas percepções dos estudantes participantes da pesquisa que na revisão da prática pedagógica dos cursos de engenharia possam ser incluídos metodologias ativas de aprendizagem, como o ensino por meio de resolução de problemas. Palavras-chave: Ciência sem Fronteiras, Ensino de Engenharia, Profissionalidade Docente, Prática Pedagógica [ID 54] As Práticas Pedagógicas do Ensino Médio no contexto da Amazônia Crisolita Costa | Universidade Federal do Pará | [email protected] Gilmar Silva | Universidade Federal do Pará | [email protected] Erbio Santos | Universidade Federal do Pará | [email protected] Resumo O objetivo deste texto é analisar a partir das percepções dos jovens estudantes do Ensino Médio, as práticas pedagógicas docentes elucidando o que pensam os jovens alunos sobre essas práticas pedagógicas e as relações estabelecidas em sala de aula. O texto se configura como elemento estrutural de reflexão da tese doutoral que estamos construindo no Instituto de Ciências e Educação da Universidade Federal do Pará ICED/UFPA, denominado “Ensino Médio no Estado do Pará sob o olhar de seus sujeitos” que objetiva analisar as contribuições e limitações do Ensino Médio para o estudante do município de Igarapé-Miri no que se relaciona ao prosseguimento de estudos, ao ingresso no mundo do trabalho e a formação cidadã. A coleta de dados foi realizada através de questionários, aplicados em três turmas de Ensino Médio em uma escola no Estado do Pará/Brasil, inserida no contexto e desafios vivenciados pelas características da região amazônica, marcado por sua diversidade geográfica, cultural, étnica e econômica. De posse dos dados realizamos uma análise tendo como referencial teórico e metodológico o materialismo histórico dialético fundamentado em Marx (2008, 2009,) e Gramsci (1978, 1982, 2005), compreendendo que as avaliações dos jovens estudantes se efetivam na materialidade objetiva e subjetiva vivenciada por eles, no terreno das contradições e que estão determinadas pela totalidade das relações que os circundam. Nesta investigação, adentramos nas discussões propostas sobre prática pedagógica embasado nas reflexões de Nóvoa (2009), Tardf (2000), Pimenta (1999) e nas discussões sobre Juventude e 115 Ensino Médio propostas por Frigotto (2009), Sposito (2005), Pais (1990, 2009) e Alves (2006). Nossas conclusões apontam que os alunos indicam a necessidade de mudanças nas práticas pedagógicas no que se relaciona a organização curricular, isto pressupõe redefinir os processos metodológicos e os avaliativos. Tais posicionamentos são identificados quando os alunos indicam que as aulas são cansativas, que desejam aulas mais dinâmicas e que querem participar das definições da proposta de avaliação de cada disciplina, assim observamos a necessidade de reorganização da prática pedagógica e das relações escolares, sem perder de vista que estas relações não se configuram como imutáveis e se estabelecem nas contradições aí vivenciadas e mediatizadas pelos sujeitos que a compõem. Palavras-chave: Prática Pedagógica, Jovens, Amazônia [ID 182] A concepção do professor fisioterapeuta sobre a problematização Josefa Lusitânia De J. Borges | UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE | [email protected] Fabíola Hermes Chesani | UNIVERSIDADE VALE DO IATAJAÍ | [email protected] Simone Gavenda | UNIVERSIDADE VALE DO IATAJAÍ | [email protected] Resumo Em 1983, por meio da Resolução Número 4 do Conselho Federal de Educação, o currículo mínimo do curso de fisioterapia foi dividido em quatro ciclos e estes, eram baseados em uma perspectiva de ensino tradicional caracterizada por uma relação antidialógica, verticalizada, sem comunicação. Todavia, em 2005 foi lançado pelo Governo Federal brasileiro o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde). Este programa tem a expectativa de que os processos de reorientação profissional ocorram simultaneamente em três diferentes eixos, a saber: orientação teórica, cenários de prática e orientação pedagógica, os quais envolvem vetores específicos. Portanto, a presente pesquisa teve como objetivo geral conhecer a concepção dos professores fisioterapeutas sobre a problematização. Para realizar este estudo optamos pela pesquisa com abordagem qualitativa, por meio do método exploratório-descritivo A coleta de dados aconteceu numa Universidade de Santa Catarina, os participantes deste estudo foram 10 professores fisioterapeutas do curso de graduação em Fisioterapia. O estudo foi de caráter qualitativo, o método de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados de acordo com a proposta da análise do conteúdo 116 de Bardin. Informa-se que o estudo elegeu como categoria central da pesquisa o sentido e significado que a categoria problematização adquire no contexto da formação do fisioterapeuta e qual a concepção que os professores têm em torno dela. Todavia, no intuito de entender de modo mais aprofundado a concepção dos professores sobre a referida categoria, foram elencadas algumas subcategorias a exemplo de: ‘o que consideram diferente e específico no processo de construção da problematização’; ‘diferença entre o que é posto como o ideal e o real na aplicação do método’; ‘motivos e motivações para sua aplicabilidade’. Os resultados indicam que os professores fisioterapeutas gostariam de saber mais sobre a problematização, que há uma necessidade de aproximação entre essa direção pedagógica e sua prática cotidiana e que a aplicação em sala de aula depende do tempo disponível em sala de aula. Palavras-chave: fisioterapia, metodologias ativas, problematização 117 SALA | SALLE 10 – 1, 44, 86, 131 [ID 1] Uma análise das políticas propostas para o ensino médio brasileiro a partir dos programas de reestruturação curricular dos estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais: reinventando o ensino médio e ensino médio politécnico Sandra R. O. Garcia | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA | [email protected] Aline C. A. Moraes | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA | [email protected] Resumo Este trabalho é resultado de um estudo realizado inicialmente na disciplina de Trabalho Educação no curso de Pedagogia da UEL/2014 e que se transformou em projeto de pesquisa com o objetivo compreender as políticas para o Ensino Médio brasileiro a partir de dois modelos que estavam em vigor, nos estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Buscou-se identificar se há aproximações ou divergências em relação as propostas. O foco na análise, partiu da compreensão de que todas as políticas/programas deveriam ser estruturadas a partir das mesmas orientações, ou seja, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº 9394/96 e das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Foram analisados os documentos intitulados como: Reinventando o Ensino Médio (Minas Gerais) e Ensino Médio Politécnico (Rio Grande do Sul). O que identificamos inicialmente é que enquanto uma proposta tem foco na formação voltada para mundo do trabalho, temos a outra voltada para mercado de trabalho, posições expressas claramente nos documentos analisados. Realizamos uma reflexão acerca das implicações destes dois modelos de formação dos jovens, explicitando as divergências entre uma formação compreendida como politécnica e uma com características de uma formação polivalente. A metodologia utilizada foi levantamento bibliográfico nos referencias teóricos de Gramsci, Kuenzer, Frigotto e Saviani, os quais elucidam que a formação para mundo do trabalho é aquela que propõe apropriação de conhecimentos, desenvolvimento de hábitos intelectuais, prática laboral e habilidade em articular conhecimentos e atitudes, evidenciando que uma formação unilateral e polivalente é uma formação excludente, que não atende aos anseios da classe-que-vive-do trabalho. Palavras-chave: Política Educacional, Ensino Médio, Polivalência e Politecnia, Mundo do trabalho 118 [ID 44] POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL: Análise e discussão sobre a capilaridade do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - PRONATEC no âmbito da Bolsa-Formação Carlos Henriques Barroqueiro | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Ulisses Galvão Romão | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Marcelo Pereira Bergamaschi | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Charles Artur Santos Oliveira | Instituto Federal de São Paulo | [email protected] Márcia Elisabeth Souza | Prefeitura Municipal de São Paulo | [email protected] Resumo A educação brasileira trata da educação formal e não formal. Dentre as modalidades disponibilizadas pelo sistema educacional brasileiro, pode-se citar a Educação Profissional a qual se trata este artigo. Com a justificativa de democratizar e interiorizar a oferta de cursos formais e não formais da Educação Profissional e Tecnológica, elevar a qualidade do ensino no país, qualificar profissionais para os diversos setores da economia brasileira, realizar pesquisas para desenvolver novos processos, produtos e serviços (inovação) com o setor produtivo, o Governo Federal criou em 2011 o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). O PRONATEC é um programa que objetiva ofertar cursos de ensino técnico nível médio e de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, através das seguintes inciativas: “Programa Brasil Profissionalizado”, “Rede E-tec Brasil”, “Acordo de Gratuidade com o Sistema S”, “Mulheres MIL” e “Bolsa-formação”. A Bolsa-formação tem como princípio norteador oferecer ao aluno um curso gratuito e mais uma bolsa alimentação/transporte. O PRONATEC tem alcançado pessoas em lugares longínquos que se encontravam fora da escola há muitos anos e que acreditavam não ter mais nenhuma oportunidade de aprender e alcançar uma qualificação profissional. O objetivo deste trabalho é analisar e discutir a interiorização do PRONATEC no território brasileiro. A hipótese de mitigação é verificar se o PRONATEC está alcançando os lugares mais remotos do país continental Brasil e se essa política pública irá ter êxito, formar profissionais qualificados. A metodologia empregada está baseada em dois aspectos centrais: primeiramente, realizou-se uma revisão das referências no Estado da Arte e, em seguida, teve-se acesso aos documentos da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) informando os cursos ofertados no âmbito da bolsaformação. O resultado da pesquisa mostrou que a interiorização na oferta de cursos no âmbito 119 da bolsa-formação está atingindo seus objetivos estratégicos, principalmente, nas ofertas nos Institutos Federais (Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica) e do Sistema S. Essa pesquisa mostra que a Educação Brasileira, através de políticas públicas estratégicas de qualidade e de gestão eficaz, como o PRONATEC, tem a possibilidade de formar profissionais qualificados de qualidade em vários setores do conhecimento, principalmente, em tecnologias voltadas às Ciências, por exemplo, nanotecnologia. Palavras-chave: PRONATEC, Bolsa-formação, Educação Profissional e Tecnológica [ID 86] Pedagogia da expansão: o ensino superior no Plano Estadual de Educação do Rio de Janeiro Maria Celi Chaves Vasconcelos | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Resumo O presente trabalho trata da análise da expansão da educação superior no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, estimulada pelo que se denomina de "pedagogia da expansão", para a qual são estabelecidas diferentes diretrizes, tanto para o setor público como para o setor privado, ambas sob a concepção da necessidade de ampliação da formação em nível superior neste país. O objetivo geral refere-se, portanto, à análise da legislação vigente, do planejamento e das concepções pedagógicas que subsidiaram os processos de aumento da oferta desse nível de ensino. Em um plano mais específico demonstra-se, a partir dos dados apurados, como esse fenômeno ocorre no Estado do Rio de Janeiro, por meio das determinações contidas no Plano Estadual de Educação (PEE/RJ) e seus efeitos na rede pública de educação superior do Estado. Os procedimentos metodológicos remetem a uma pesquisa de caráter qualitativo, que faz uso de dados estatísticos para elucidar as análises realizadas, com base em um corpus documental que engloba as determinações do Plano Estadual de Educação, instituído pela Lei n° 5.597 de 18 de dezembro de 2009. O referencial teórico-bibliográfico aborda, especialmente, os escritos de Saviani (2012), Severino (2009), Rodrigues (2011) e Dias Sobrinho (2002). O PEE/RJ, em seu texto, já tratava da necessidade de atender a distribuição orçamentária e de responsabilidade administrativa do Estado para com as suas instituições de ensino superior, fazendo-se necessária a otimização dos recursos, por meio do elenco e da organização das prioridades de áreas de atuação e das regiões a serem atendidas. Conclui-se, como já estava previsto no 120 PEE/RJ, que as perspectivas para a educação superior no Estado estão direcionadas para o necessário crescimento e diversificação desse nível de ensino, adequando-se às expectativas sociais, culturais, científicas, humanísticas e tecnológicas que se impõem, numa sociedade com rápidos e constantes avanços. Palavras-chave: Educação Superior, Pedagogia da expansão, Plano Estadual de Educação, Rio de Janeiro/Brasil [ID 131] A seleção de dirigentes escolares no Brasil: oscilações entre estratégias heterônomas? Nádia Drabach | UNICAMP | [email protected] Theresa Adrião | UNICAMP | [email protected] Resumo Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a relação entre a vigência da Lei Complementar no 101/ 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal-LRF) e as alterações nos procedimentos para a seleção e o exercício da função de dirigente escolar nas escolas públicas do Brasil. Tal dispositivo legal introduziu na gestão pública, mecanismos associados ao “gerencialismo” e limitou o gasto com pessoal, produzindo uma série de implicações para a gestão no campo educacional e consequentemente para a gestão escolar. A hipótese que embasa esta análise é de que estas políticas incidiram sobre a forma como os dirigentes escolares são escolhidos e sobre os mecanismos que os mantém no exercício da função, no sentido de substituir tanto procedimentos pautados na impessoalidade de concursos públicos, quanto em procedimentos democráticos de eleição do dirigente escolar pelos usuários da escola. Como fontes de pesquisa serão utilizados os microdados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) referentes aos questionários do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) aplicados aos diretores escolares nos anos de 1997,2003, 2011 e 2013, com o objetivo de comparar a situação das escolas públicas antes da vigência completa da LRF (1997, 2003) e o período subsequente para o qual os dados são compatíveis e estão disponíveis. A pesquisa relaciona-se ao projeto MAPEAMENTO DAS ESTRATÉGIAS DE PRIVATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL (2005-2015), financiada pelo CNPq, e desenvolvida pelo GREPPE-UNICAMP. Palavras-chave: Diretor escolar, Gestão escolar, Gerencialismo, Nova Gestão Pública 121 122 SALA | SALLE 11 – 15, 36, 66, 145 [ID 15] Educação na perspectiva scheleriana - valores como fundamentos Almiro Schulz | Universidade Federal de Goiás | [email protected] Resumo O texto é resultado de uma pesquisa que busca compreender a visão de educação em Max Scheler, o qual considera os valores como fundamentos de todo agir humano. Tem como base: análise de fontes bibliográficas, textos primários do referido filósofo, bem como textos de comentadores, artigos e dissertações realizadas no Brasil sobre o seu pensamento. No Brasil o autor não é muito conhecido e até agora poucos de seus textos foram traduzidos. Constata-se que é mais objeto de estudo nas academias confessionais católicas. Quer-se, no entanto por meio desse projeto de pesquisa introduzi-lo mais para o contexto da universidade pública, como um conteúdo a ser estudado, uma vez que se trata de um dos principais pensadores do início do século XX na Europa, principalmente na Alemanha, como bem lembrou Heidegger. Autor de dezenas de publicações, conhecido como filósofo da axiologia, dos valores e da antropologia filosófica, mas também não deixou de ter a educação como uma de suas preocupações e contribuições, principalmente em relação ao ensino superior no seu tempo, como o texto “Universitöt und Volkshochschule” de 1921. Para compreender e apreender a visão de educação de Scheler é preciso tomar como ponto central sua concepção sobre valores, pois os considera como condicionantes das decisões e das ações dos homens. Por sua vez, é importante também entender o problema subjacente à questão dos valores e o que o levou a elaborar sua teoria sobre os valores e sua preocupação com a reconstrução da Europa pós-guerra de 1917, por meio da formação de uma cultura humanista. Manifesta uma preocupação especial com os jovens de seu tempo, onde então a questão da educação está presente. Sua crítica se dirige a uma formação tecnológica, utilitarista, em desproporção com a educação voltada para uma cultura do espírito. Todo processo cultural e ações estão vinculadas aos valores que estão constituídos em forma hierárquica, e o sistema, o projeto educativo precisa, com base nessa hierarquia se configurar e ascender de uma escala vital para a espiritual, que corresponde à posição do homem, como escreve em um de seus textos: “Posição do homem no cosmos”. Palavras-chave: Max Scheler, Educação, Valores, Cultura espiritual 123 [ID 36] Francisco Larroyo et la construction de la connaissance éducative au Mexique Ileana Rojas-Moreno | UNAM | [email protected] Résumé Ce travail propose une réflexion sur le développement des connaissances éducatives au Mexique au cours de la seconde moitié du XXe siècle, sur la base de l’œuvre du philosophe Francisco Larroyo (1908-1981). De 1937 à 1978, cet auteur a produit plus de trente-cinq textes de philosophie, histoire, éducation et psychologie, ainsi que la traduction des œuvres de Windelband et Natorp. Sa production éditoriale, aussi bien que sa remarquable participation institutionnelle, a considérablement enrichi le domaine disciplinaire de l’époque. Se basant sur l’idéologie éducative de Justo Sierra et d’Ezequiel A. Chávez, et sur le développement cohérent de leur travail pédagogique et éducatif, Larroyo reprend les approches à l’étude systématique de la pédagogie en tant qu’alternative pour répondre d’une manière adéquate aux problèmes éducatifs les plus importants du pays. En ce sens, et compte tenu du retour à la tradition académique-disciplinaire allemande basée sur des principes dérivés de Kant et Natorp, cette recherche, qui analyse brièvement les travaux de Larroyo, propose quelques réflexions sur sa fervente adhésion au néo-humanisme pédagogique comme soutien au développement de la tâche éducative, et situe ses arguments autour de la pédagogie en tant que science de l’éducation. De même, cette étude se penche sur l’œuvre éditoriale de Larroyo considérée, pendant plus de cinq décennies, comme lecture de base pour la formation des enseignants et chercheurs. Finalement, la réflexion proposée vise à situer l’auteur comme un personnage rénovateur de la tradition pédagogique mexicaine en lui attribuant la mise en place d’un nouveau style de faire et pratiquer la pédagogie, la transformant en une profession à vocation scientifique et philosophique, et aussi de faire de la pédagogie un travail universitaire grâce à l’élaboration de programmes de recherche qui consolident cette science au Mexique. Mots-clés : pédagogie, tradition académique, éducation, théorie, épistémologie [ID 66] O efeito da contaminação pedagógica: Froëbel em Portugal – L’effet de la contamination pédagogique: Froëbel au Portugal José Brás | Universidade Lusófona | [email protected] 124 Maria Gonçalves | Universidade Lusófona | [email protected] André Robert | Université de Lyon- 2 | [email protected] Résumé O desenvolvimento da pedagogia teve o contributo de diferentes personalidades que emergiram um pouco por todos os países. Porém, uns acabaram por ser mais determinantes do que outros. A influência destes actores extravasou fronteiras e foi contaminando os trabalhos de outros países. Esta comunicação centrar-se-á no âmbito da Teoria do Sistema Mundial, que comprova que o fenómeno educativo está preso numa complexa teia de relações. A obra de Froëbel insere-se neste processo de criação e de contaminação e teve em Portugal uma notável repercussão. O objectivo axial deste trabalho é analisar o impacto que as ideias pedagógicas de Froëbel tiveram em Portugal a partir de meados do século XIX. Neste sentido tem particular interesse interpretar o valor histórico que as concepções educativas de Froëbel tiveram na realidade educativa portuguesa. Para atingir estes objectivos, consultámos um corpus diversificado de fontes: a revista Froëbel (1882-1885), a biografia de Froëbel da autoria de Rodrigues de Freitas; textos ensaísticos biobliográficos de Adolfo Coelho, comunicações – então designada de teses - apresentadas por docentes portugueses no Congresso Pedagógico em Madrid de 1882 sobre a necessidade e importância dos Jardins-deinfância. A metodologia que vamos utilizar centra-se na análise do discurso pedagógico. A exploração das fontes é feita no sentido de indagarmos a inovação discursiva que Froëbel introduziu no campo da pedagogia. Pela análise do corpus textual seleccionado, podemos concluir que Froëbel contribuiu para a construção do discurso histórico da infância. Por outro lado podemos também dizer que muito do que hoje é feito no domínio da prática pedagógica na Educação Infantil deve-se à influência marcante do pedagogo alemão. O discurso lúdico foi na realidade uma inovação de grande alcance pedagógico. Para ele, o que era marginalizado e sem sentido - as brincadeiras e as actividades lúdicas, eram assuntos muito sérios e a serem considerados no domínio da aprendizagem e do desenvolvimento. Froëbel destacou-se também por ter sido um precursor do movimento da escola nova que recuperou conceito da auto-educação e da importância educativa do jogo. Palavras-chave: Froëbel, actividade lúdica, auto-educação, Escola Nova 125 [ID 145] A atualidade das contribuições de Paschoal Lemme e de Álvaro Vieira Pinto à educação de adultos Sónia Rummert | UFF | [email protected] Résumé O trabalho possui como objetivo principal a análise do pensamento de Paschoal Lemme (19041997) e de Álvaro Vieira Pinto (1909-1987), evidenciando a relevância e a atualidade de suas contribuições teóricas à educação de adultos. Tais contribuições abarcam tanto o escopo teórico-metodológico referente aos processos de ensino-aprendizagem, quanto, particularmente, as questões relativas à formação docente. O pensamento desses intelectuais será analisado, a partir de fontes primárias, à luz do materialismo histórico-dialético, visandose, também, a evidenciar a influência dessa opção teórica no pensamento de ambos. Finalmente, à guisa de conclusão, será ressaltada a relevância do pensamento dos dois teóricos para a educação integral da classe trabalhadora e abordados os fatores de caráter político-ideológico que concorrem para o silêncio a que foram relegadas suas relevantes contribuições ao pensamento educacional brasileiro até a atualidade. Palavras-chave: educação de adultos, pensamento educacional brasileiro, formação de professores 126 SALA | SALLE 13 – 47, 128, 189, 234 [ID 47] ¿Éclectisme théorique ou Syncrétismes en sciences humaines? Zaira Navarrete-Cazales | UNAM | [email protected] Résumé Les discussions sur l’éclectisme dans la recherche en sciences sociales, en sciences humaines et en sciences de l’éducation ne datent pas d’hier. Il est cependant important de les reprendre dans la mesure où de nombreuses recherches actuelles –théoriques ou empiriques- se fondent sur une vaste gamme de disciplines, perspectives, approches et concepts. Ces recherches s’adonnent à la tache de mesurer les possibilités et les limites des outils théoriques et des méthodologies sur lesquelles elles se servent afin de réordonner leur champ empirique et de créer de nouvelles recherches. Le concept d’éclectisme est utilisé normalement pour rendre intelligible l’expérience, assez commune dans beaucoup de communautés académiques, d’associer divers patrimoines de connaissances, de traditions, de perspectives; sans que cette pratique soit considérée comme épistémologiquement déficitaire. Nous y adhérons, à condition qu’il existe chez le chercheur une surveillance épistémologique qui l’empêche de tomber dans des syncrétismes théoriques. Notre réflexion est construite d’une perspective postmoderne de l’éducation. Dès ce regard, nous proposons l’éclectisme théorique comme une épistémologie analytique de la réalité sociale et éducative; nous abordons le cas des potentialités de la méthodologie éclectique (nommée aussi inter discipline, hybridation, pluralisme, inter alia). Notre exposé est, en plus d’un sens, une défense du pluralisme théorique et de la diversité des stratégies de recherche, ainsi qu’une reconnaissance de l’absence d’un centre ou d’une perspective unique. Mots-clés : Éclectisme théorique, Syncrétisme, Épistémologie, Recherche, Éducation [ID 128] Uma pedagoga negra no Brasil: tensões sociais, processos formativos e práticas profissionais Arilda Arboleya | Universidade Federal do Paraná/Brasil; Universidade Nova de Lisboa | [email protected] Fernando Ciello | Universidade Federal de Santa Catarina/Brasil | [email protected] 127 Resumo Tendo em tela a histórica engenharia social brasileira, este trabalho propõe analisar a trajetória de formação e de atuação profissional de uma pedagoga negra no Brasil. Partindo do uso de estratégias metodológicas pertinentes ao campo da história oral, busca-se problematizar pela análise deste caso particular, as imbricações ativas entre as subjetividades do agente no cotidiano social, as oportunidades potenciais mobilizadas no processo formativo e as barreiras estruturais e simbólicas que se interpõem na prática docente. Nesse sentido, tomando a educação como um expoente das tensões raciais e de seus desdobramentos em termos de escalonamento social, sobressai daí que a esfera pedagógica impõe-se como um espaço heurístico para a compreensão das tensões socioculturais que regem os processos sociais em contextos de economias periféricas e que impactam sobre a atividade educativa. Palavras-chave: Docência, Trajetória, Formação, Negros [ID 189] Pedagogas da noite: experiências cotidianas e saberes mundanos na metrópole Eloenes Silva | Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS | [email protected] Resumo Esta comunicação apresenta as investigações iniciais de pesquisa de doutorado em educação que vislumbra determinados paisagens noturnas da cidade de Porto Alegre, RS – Brasil. O estudo busca analisar como os espaços, os tempos, os sujeitos e os modos de vida nos contextos noturnos urbanos estão implicados com pedagogias contemporâneas. Encontrandose na fase da coleta de dados como poesias, músicas, vídeo-clipes e demais produções que contemplem o tema da “noite urbana”, a pesquisa também prioriza as saídas de campo para a construção de um corpus de pesquisa composto de evidências de tais pedagogias nas ambientações noturnas da vida na metrópole. Para tanto, a metodologia de pesquisa utiliza procedimentos etnográficos como caminhadas noturnas pela cidade, abordagens e diálogos com os múltiplos sujeitos que habitam a noite da metrópole, observações das distintas práticas culturais notívagas urbanas e registros audiovisuais (produzidos tanto pelo pesquisador quanto pelos pesquisados). Vinculada aos Estudos Culturais em Educação, a pesquisa se posiciona teóricamente afinada àquelas discussões pós-estruturalistas que ampliam o entendimento de educação, de cultura e de pedagogia. Dessa maneira, parte-se do pressuposto de que no momento contemporâneo assistimos uma constante pluralização das 128 pedagogias que, mesmo não possuindo intencionalidades educativas, produzem e executam a modelagem e a condução dos sujeitos e das suas práticas culturais num ambiente urbano multicultural. Sendo assim, na busca de identificar as pedagogias que estão implicadas na produção dos modos de vida urbana noturna, o estudo enfoca aquelas práticas que suscitam experiências cotidianas, ocasionam vivências coletivas e saberes mundanos adquiridos na noite. Palavras-chave: Estudos Culturais e educação, pedagogias, pedagogias da noite urbana, práticas culturais urbanas noturnas [ID 234] Contributos para uma hermenêutica complexa das ciências da educação Maria Formosinho Sanches | Universidade de Coimbra/ Universidade Portucalense | [email protected] Carlos Francisco De Sousa Reis | Universidade de Coimbra - CEIS20 e FPCE | [email protected] Résumé Pour certains auteurs, le rapport théorie / pratique c´est une des difficultés majeures des Sciences de l ´Education, parce qu´en effet toute la pédagogie scientifique prétend être un éclaircissement théorique-expérimental des pratiques éducatives avec le but de les améliorer. Il n´y a pas de formation ou d´ éducation sans des préssuposés implicites, souvent pas éclaircis par un discours rationel. À vrai dire, dans le plan d´ordre praxéologique, même sans des références scientifiques, l´ éducateur s´interroge toujours sur ce qu´ il doit faire, peut faire et quelle sera la transformation induite par son action. Dans ce sens, on peut dire que l´action éducative mène à une forme de refléxion, même si elle peut ne pas être dûment fondée sur des données scientifiques. Beaucoup de professeurs invoquent d´ ailleurs ce savoir pratique pour se défendre de “l´ intrusion” du savoir pédagogique / scientifique dont ils évaluent mal l´utilité. Ce sont des mécanismes défensifs grâce auxquels on perçoit mieux le divorce science/pratique en pédagogie. Et c´est vrai que si beaucoup de professeurs évaluent mal l´apport des sciences de l´éducation, c´est surtout parce qu´ils croient que les recherches expérimentales n´auront pas une application directe dans la solution des problèmes de la classe. D´après notre avis, il faut que les Sciences de l´ Éducation fournissent des outils pour rendre operationelle la pratique des professeurs/formateurs et au même temps il faut que les 129 connaissances pédagogiques aident les praticiens à refléchir sur leurs pratiques. Mais évidemment que si on veut “éclaicir” l´action éducative, les propos de la pédagogie dite scientifique ne peuvent pas se détourner tout à fait des reférences normatives comme l´ a démontré le mouvement de l´ École Nouvelle qui, d´un point de vue historique, a permis l´essor des Sciences de l´Éducation. Éduquer c´est construire l´humain, qui sans cette éducation ne pourra jamais l´être. Or toute (re)construction de l´humain ne peut pas se faire avec une neutralité axiologique, parce que la défense de l´humain est déjà une position axiologique. Alors, si on veut placer les Sciences de l´ éducation dans une vision strictement scientifique et par là les séparer de la Pédagogie (de racines plus anciennes et de nature plutôt prescritive), il faut comprendre que tous les discours sur l´education doivent intégrer des reférences axiologiques. Mots-clés : Sciences de l` éducation, Pédagogie, Humanisme 130 SALA | SALLE 18 – 16, 30, 37, 45, 78 [ID 16] L’évaluation des équipes à plusieurs niveaux de hiérarchisation : Un lien entre les domaines de l’administration et de l’éducation Martin Lesage | UQAM | [email protected] Résumé Un système d’information peut contenir des informations sur la fonction, le département et la position hiérarchique des membres de l’organisation qui sont entreposés dans des bases de données hiérarchiques (Burch et Grudnitski, 1989, p. 398; Davis et Olson. 1985, p. 522-523; Davis, Olson, Ajenstat et Peaucelle, 1986, p. 64-78; Laudon et Laudon, 2000, p. 234; Laudon, Laudon et Brabston, 2011, p. 177). Certains auteurs tels que Kanter (1984, p. 98) indiquent que le fichier des employés peut être trié en ordre de position ou d’affectation afin d’identifier les employés qui ont la même position hiérarchique. Selon les connaissances ou le paradigme actuel, il y a une différence majeure entre les applications informatique d’évaluation à distance et les systèmes de gestion. En effet, une application informatique d’évaluation à distance possède une base de données qui contient un ensemble de questions ou de tâches d’évaluation généralement normalisées en langage XML. Cette application présente généralement les mêmes questions ou les mêmes tâches d’évaluation à tous les étudiants qui font l’examen pour évaluer les mêmes habiletés, connaissances ou compétences. L’application ne tient pas compte des niveaux ou des positions hiérarchiques entre les étudiants. Un système d’information organisationnel (SIO) ou un système de gestion est une application logicielle qui entrepose et traite des données de gestion ou des informations concernant les employés afin de produire des informations servant à la prise de décision. Les données d’évaluation calculées et produites par un système de gestion sont généralement de données concernent les ventes, les inventaires ainsi que la production. Les systèmes de gestion sont également capables d’enregistrer les niveaux, relations ou positions hiérarchiques des employés) alors que les applications d’évaluation à distance actuelles ne le peuvent pas. Il y a donc seulement une petite différence entre les applications informatisées d’évaluation hiérarchique des apprentissages et les systèmes de gestion car ces deux applications sont capables de gérer des niveaux, positions ou relations hiérarchiques entre les individus. La seule différence est que les systèmes d’information traitent des données de gestion tandis que les applications informatisées d’évaluation hiérarchique des apprentissages traitent des données 131 d’évaluation. Donc tout système de gestion pourrait être modifié pour présenter des tâches d’évaluation complexes. Mots-clés : Administration, Éducation, Évaluation des équipes, Évaluation hiérarchique des apprentissages Évaluation agrégée [ID 30] La réforme de l’éducation de base au Mexique : une approche aux représentations sociales des acteurs Patricia Ducoing | UNAM | [email protected] Concepción Barrón | UNAM | [email protected] Yazmín Cuevas | UNAM | [email protected] Résumé En 2013, le Ministère de l’Éducation publique au Mexique a mis en place une réforme qui visait l’amélioration de la qualité de l’éducation de base. Cette réforme s’est matérialisée dans la création d’un Service professionnel d’enseignants afin de réglementer les processus d’admission, de permanence et de promotion à des postes d’enseignants, de direction et d’assessorat pédagogique moyennant l’évaluation de leur performance. Cette situation a convulsé l’ensemble des travailleurs de l’enseignement à niveau national, étant donné que, par tradition, c’était le Syndicat nationale des travailleurs de l’éducation (ou une de ses factions dissidentes) et non le Ministère de l’Éducation, qui avait la mainmise sur l’éducation en terme de répartition des postes magistraux. Cette réforme a placé les acteurs devant un scénario totalement inconnu de sorte qu’ils ont mis en place des interprétations qui orientent leurs actions. L’objectif de cette communication est d’analyser les représentations sociales qu’ont produites les professeurs de l’enseignement secondaire en ce qui concerne la réforme 2013. Le cadre référentiel est la théorie des représentations sociales, dans l’entendu que l’être humain n’accepte pas automatiquement les changements qu’on lui propose ; au contraire, afin de comprendre, gérer et faire face aux nouveautés, les individus partagent leur monde avec d’autres et s’appuient sur eux. C’est dans ce processus de compréhension que se construisent les représentations sociales. Cette étude est basée sur une épistémologie de nature interprétative. Afin de connaitre le contenu des représentations sociales, huit entrevues ont été réalisées aux professeurs de l’enseignement secondaire général dans la ville de Mexico. 132 Leur analyse a révélé que les représentations des enseignants sur la réforme 2013 ont comme éléments principaux l’évaluation et l’examen pour le maintien de leur poste d’enseignant, parmi d’autres sujets. Mots clés : réforme éducative, représentations sociales, enseignants, cycle secondaire obligatoire [ID 37] Un programme de formation en gestion de l’éducation au Québec : une pratique réflexive au DESS Bessette Lise | UQAM | [email protected] Toussaint Pierre | UQAM | [email protected] Resumo Na sequência da publicação da Portaria ministerial 17-02-200 no Diário oficial du Québec em 1 de setembro de 2000, os gestores de escolas primárias e secundárias são obrigados a participar de uma pós-graduação em gestão da educação. A decisão do governo de exigir habilidades mínimas de gestores surgiu como parte de um movimento de descentralização administrativa e maior responsabilização das instituições de ensino que tornou complexa a função de liderança escolar. As faculdades e departamentos de educação ligados às universidades constituintes da Universidade du Québec desenvolveram programas de formação e de pesquisa em gestão da educação, aderindo assim à convenção e organizando formações neste campo desde a criação de faculdades de educação no início da década de 1970. A presente comunicação tem como objetivo apresentar um modelo de gestão educacional desenvolvido na Universidade do Québec em Montréal, tendo como base a evolução histórica dos conhecimentos teóricos no campo da administração, alinhando-se assim aos países ocidentais avançados (Barnabé e Toussaint, 2002). Este modelo de gestão considera a inteligência da complexidade (Ardoineau e Mialaret, 1995) e a realidade de novos desafios aos quais os gestores enfrentam. Desta forma, ele se inscreve em uma prática reflexiva e em uma perspectiva de desenvolvimento profissional contínuo dos gestores da educação. Palavras-chave: programa de formação, desenvolvimento profissional, abordagem reflexiva 133 [ID 45] Dispositifs de formation des gestionnaires d'établissement scolaire à l'université:enjeux et défis pour l'institution universitaire Madeleine Tchimou | UQAM | [email protected] Résumé Si le mot pédagogie renvoie à des réflexions entourant les théories et les pratiques éducatives, elle interpelle également les différents acteurs en présence notamment les apprenants, les enseignants, les institutions éducatives. Contrairement au paradigme traditionnel où, dans la relation enseignement/apprentissage, il y a transmission de savoir, nombre de modèles ou stratégies pédagogiques place aujourd’hui l’apprenant au centre de son propre apprentissage privilégiant ainsi le paradigme socioconstructiviste (Berthiaume & Rege-Colet, 2013). Dans les niveaux primaire et secondaire d’enseignement, l’enseignant a la liberté de choisir les dispositifs appropriés pour permettre à l’élève d’apprendre. De plus en plus, les universités prennent une part active dans la formation professionnelle initiale ou continue (Eneau, 2013). Contrairement aux enseignants des niveaux inférieurs, l’autonomie apparaît plus ou moins encadrée chez les enseignants formateurs de l’université comme c’est le cas de ceux qui interviennent dans les programmes de formation des professionnels en gestion scolaire au Québec. Un référentiel de métier est prescrit par l’autorité ministérielle pour orienter la formation de ces gestionnaires. D’après Lopez (2014), prescrire ce que devraient être ‘’les bonnes pratiques pédagogiques’’ dans un monde en perpétuel changement, peut paraître réducteur du processus d’enseignement et d’apprentissage. Dans le cas de figure plus que les enseignants, c’est aussi l’institution universitaire qui se trouve ainsi cadrée dans son autonomie institutionnelle au regard du choix du plan de formation! Le projet de recherche (en élaboration), objet de cette proposition, vise à interroger les enjeux et les défis induits par la prescription et la structuration des plans de formation tant pour les enseignants formateurs de l’université que pour l’institution universitaire elle-même. Sur le plan méthodologique, nous interrogerons des enseignants universitaires qui interviennent dans le programme de formation des professionnels en gestion scolaire ainsi que les responsables chargés de la mise en œuvre de ces programmes. Mots-clés : Dispositifs, Formation, Enjeux, Défis, Université 134 [ID 78] Mise en place d’un dispositif de formation chez les gestionnaires en services de garde éducatifs: étude de cas portant sur les pratiques pédagogiques des formateurs, les gestionnaires, pour instaurer la pédagogie Reggio Emilia chez leurs éducateurs Manon Boily | UQAM | [email protected] Nathalie Michaud | UQAM | [email protected] Résumé Les gestionnaires des services de garde éducatifs à l’enfance ont pour mandat d’assurer la qualité des services de garde offerts et ainsi de voir à l’application et à l’évaluation du programme éducatif. À cet effet, plusieurs gestionnaires spécialisés dans des pédagogies particulières décident d’offrir eux-mêmes une formation pédagogique «spécialisée» à leurs éducateurs. La formation pédagogique qu’ils offrent peut avoir un effet important sur la qualité du service de garde éducatif. À ce sujet, Tremblay (2003) précise que les directions peuvent avoir une portée considérable sur la qualité des services de garde éducatifs, entre autres, par la mise en œuvre d’un environnement favorable à l’application du programme éducatif. Cette communication expose les dispositifs pédagogiques mis en place par les formateurs qui sont les gestionnaires d’un service de garde éducatif à l’enfance pour instaurer la pédagogie Reggio Emilia chez leurs éducateurs. La recherche développement associée à l’étude de cas, proposée par Loiselle (2001) est choisie comme méthodologie pour étudier la mise en place des dispositifs pédagogiques en considérant l’ensemble des comportements, des contextes et des situations mis en œuvre. Les liens entre les dispositifs de formation et le développement professionnel des éducateurs sont présentés par l’évaluation des dispositifs de formation mis en place selon trois des quatre étapes proposées par Ardouin (2013) : l’évaluation de la satisfaction des éducateurs quant aux formations reçues; l’évaluation pédagogique (les acquis et les apprentissages réalisés en rapport aux objectifs de la formation et les moyens mis en oeuvre) ; l’évaluation du transfert en situation professionnelle (l’application des acquis en situation professionnelle). Mots-clés : pédagogie, gestionnaires de services de garde éducatifs, éducateurs, dispositifs de formation 135 SALA | SALLE 19 – 64, 129, 132, 163 [ID 64] As pedagogias e o direito à educação de qualidade social: diversidade, currículo e gestão escolar Ana Maria Eyng | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Marina Ignês De Oliveira | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Marizete Santana Dos Santos | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Paulinho Vogel | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] José Luís De Oliveira | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Resumo As políticas educacionais nas últimas décadas evidenciam uma acentuada preocupação em relação à qualidade da educação, que associam a melhoria da qualidade à elevação dos índices de desempenho aferidos em avaliações em larga escala. Por outro lado, as mesmas políticas acentuam a importância do direito à educação, da inclusão dos múltiplos traços da diversidade no currículo escolar. Nesse contexto, a reflexão sobre a qualidade da educação é uma tarefa extremamente desafiadora dada a relevância e a complexidade envolvidas. Percebe-se que tem ocorrido um deslocamento do conceito de qualidade aplicado no campo econômico para o campo dos direitos sociais, aí incluída a educação regulada pelos índices. Mas, afinal, quais seriam os fatores que interferem na garantia do direito à qualidade na educação? A pesquisa orientada na abordagem qualitativa tem como objetivo analisar percepções de estudantes sobre os direitos humanos na escola em relação às percepções de diretores de escolas públicas de educação básica sobre a qualidade da educação. O estudo estabelece como categorias de análise: o direito à educação, a diversidade e a qualidade social, fundamentado em: Afonso (2000), Arroyo (2012), Esteban (2008), Freitas (2009), Sousa, (1997), Sander (1982, 1985), Santos (2008), Silva(2007) e Silva (2009). Os dados apontam que na percepção dos estudantes o direito à educação de qualidade se concretiza por meio da garantia dos direitos humanos na escola. Os gestores, por sua vez assinalam um conjunto de aspectos internos e externos que viabilizam a qualidade da educação. Os resultados indicam que a garantia do direito à educação de qualidade está relacionada à formação dos profissionais da educação, com ênfase para a temática dos direitos humanos. Assim, destaca-se à garantia do direito à educação de 136 qualidade social como princípio das pedagogias emancipatórias, no currículo, na formação e na gestão escolar. Palavras-chave: Direito à Educação, Diversidade, Qualidade Social, Currículo, Gestão escolar [ID 129] Formação de professores e mudanças nas práticas escolares: em foco os conselhos de classe Márcia Bressan Carminati | Universidade Federal de Santa Catarina | [email protected] Eliane Santana Dias Debus | Universidade Federal de Santa Catarina | [email protected] Resumo Nos últimos anos, o conceito de desenvolvimento profissional docente tem sido utilizado por vários pesquisadores da área da formação de professores. Para Garcia (1999) isto se justifica porque, por um lado, esse conceito agrega mais claramente a concepção de professor como profissional do ensino e, por outro, o termo “desenvolvimento” possui uma conotação de evolução e continuidade que parece romper com a tradicional justaposição entre formação inicial e continuada. Além disso, destaca o autor, esse conceito, pressupõe que a formação de professores tenha uma abordagem que valorize o seu caráter contextual, organizacional e orientado para a mudança, buscando superar o individualismo que tradicionalmente marca as atividades de aperfeiçoamento dos professores. A partir deste entendimento e tendo como referência os estudos realizados por Nóvoa (2002, 2008), Imbernón (2009, 2010), Garcia (1999, 2009), analisamos uma experiência de formação de professores, desenvolvida nos anos de 2004 a 2013, em uma escola de ensino fundamental (1º ao 9º ano), da rede pública municipal de Florianópolis (SC, Brasil), que teve como pressuposto o compromisso de todas as áreas do conhecimento com o ensino da leitura e da escrita. Os primeiros resultados desta pesquisa qualitativa, caracterizada como um estudo de caso e feita a partir de fontes documentais, indicam que esse processo de formação possibilitou importantes mudanças nas práticas escolares. Dentre elas, destacamos a que ocorreu na metodologia dos conselhos de classe, que deixou de ser um espaço exclusivo para “queixas” por parte dos professores sobre a indisciplina e as dificuldades de aprendizagem dos alunos, para constituir-se em mais um espaço de socialização, reflexão e discussão coletiva das práticas pedagógicas. 137 Palavras-chave: desenvolvimento profissional, mudança nas práticas escolares, metodologia do conselho de classe [ID 132] Educação, empreendedorismo e políticas de juventude: Brasil e Portugal caminham na mesma direção? Maria Tarcisa Silva Bega | Portugal | [email protected] Resumo A questão do empreendedorusmo juvenil, associada às práticas de educação formal e não formal tem dominado as propostas de intervenção nos processos educacionais, com muita força, desde a década de 1990, tanto no Brasil como em Portugal, como alternativa para profissionalização individual e tem sido acoplado como atitudes tipicamente juvenis. Mais do que isso, o empreendedorismo, enquanto fenómeno relevante no desenvolvimento social e económico de um país, tornou-se uma competência-chave nas estratégias de educação definidas pela Comissão Europeia. No Brasil, a presença deste debate, apesar de um certo refluxo no início deste século, ainda está bastante consolidada, o que permite trazer, para o centro da reflexão, dimensões teóricas como a que Giddens nos aponta ao trabalhar com a noção de sujeito reflexivoo autor mostra que esta reflexividade individual reserva uma parcela de liberdade para o sujeito que alcança a possibilidade de alterações institucionais que não devem ser desprezadas perante a imponência e domínio das grandes agências. Minha proposta é uma leitura crítica desta autonomia do sujeito. O objetivo é entender como o discurso do empreendedorismo juvenisl, como estratégia de educação formal e não formal, é tecida dentro das conferências de juventude no Brasil em Portugal. Como recorte analítico, apresento os resultados da Segunda Conferência Nacional da Juventude (2011), que desenha a agenda de atuação do atual governo brasileiro para as políticas de juventude, em comparação com os relatórios de gestão do Instituto Nacional do Desporto e da Juventude, de Portugal, no quesito educação não formal para o empreendedorismo juvenil, nos anos de 2010 e 2011. Apoiamo-nos na metodologia de análise documental e qualitativa, para apreender duas ordens de discursos: a) sobre educação não formal, empreendedorismo, economia criativa, constituição de atividades autônomas juvenis; b) as indicações e orientações para o sistema formal de ensino para formação em empreendedorismo. Algumas considerações já são possíveis: a) um certo deslizamento do discurso neoliberal “em bruto”, para argumentos assentados na crise do emprego e da empregabilidade; b) a missão salvadora, apoiada nas 138 capacidades individuais; c) posturas a-críticas, e a-históricas, de exaltação do lugar do sujeito, desqualificadoras das análises macro-estruturais. Palavras-chave: educação não-formal, empreendedorismo, políticas de juventude, sujeito reflexivo [ID 163] A divisão do trabalho na escola Cátia C. Michalovicz | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Resumo O presente estudo é parte integrante de pesquisa de doutorado, ainda em andamento, e tem por tema a divisão do trabalho na escola, entre os profissionais que estão inseridos neste ambiente específico de trabalho. A análise empreendida está pautada em pesquisa bibliográfica e documental, além de se utilizar da observação do cotidiano escolar, com foco na atuação docente e dos demais profissionais que atuam diretamente no trabalho educativo. O objetivo, aqui, é discorrer sobre a divisão/organização do trabalho propriamente educativo nas séries iniciais do Ensino Fundamental de escolas da rede pública de ensino brasileira e a inserção de novas categorias de agentes que atualmente contribuem para a escolarização dos alunos. O foco é a divisão do trabalho entre os docentes e os profissionais não docentes na escola; profissionais estes que tem adentrado o ambiente escolar nos últimos anos sobretudo a partir da implementação de políticas de inclusão e superação de dificuldades na aprendizagem. A hipótese adotada é que o florescimento dos diferentes agentes não docentes e as funções que os mesmos exercem podem traduzir mudanças importantes quanto à divisão do trabalho na escola (principalmente em relação ao trabalho específico do docente), sua organização e os modos diferenciados de tratamento que se oferece aos alunos no espaço escolar. Partimos do pressuposto de que mudanças na configuração da divisão do trabalho educativo exprimem também uma reconfiguração do trabalho docente, uma luta por defesa de território próprio de atuação. Como se configura a atual divisão do trabalho na escola, ante o surgimento de novas funções educativas no espaço escolar? Esta é a questão principal que norteia o trabalho. Outros questinamentos são levantados: Que novos agentes educativos adentram a escola após a implementação de políticas de inclusão e superação de dificuldades de aprendizagem? Como se dá a divisão do trabalho propriamente educativo entre os profissionais docentes e não docentes na escola? Qual o trabalho do professor neste contexto? 139 Abordar a organização da escola contemporânea, de seus agentes e do trabalho educativo pressupõe entender o quadro educativo como sendo a base da escola, seu trabalho sendo constituído pelas missões de instrução, socialização e qualificação discente. O referencial teórico adotado neste trabalho é composto, principalmente, por: Bourdieu, Passeron (2014); Boneti (2000); Dubet (2002, 2014); Tardif, Levasseur (2011); Xavier (2013). Palavras-chave: Divisão do trabalho, Escola, Docência 140 SALA | SALLE 20 – 73, 80, 126, 139, 175 [ID 73] Educação Especial: A teoria do campo conceitual aditivo num estudo de caso Ana Carolina Inácio De Abreu | Instituto Federal Goiano | [email protected] Brunna Caroliny Do Vale Doutor| Instituto Federal Goiano | [email protected] Eliane Fonseca Campos Mota | Instituto Federal Goiano | [email protected] Resumo Este resumo relata o estudo ocorrido no desenvolvimento das atividades do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) do Curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal Goiano Campus Urutaí (IF Goiano/Urutaí) pelas duas primeiras autoras. O estudo foi realizado,em 2013,com um aluno do Colégio Estadual Professor Ivan Ferreira que no momento cursava o segundo ano do ensino médio.Para o colégio, tal aluno, apresentava DA (défict de aprendizagem) e discalculia,caracterizando-o, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), como alunocom necessidades educativas especiais (N.E.E). A Educação Especial brasileira é uma modalidadede ensino, oferecida preferencialmente na rede regular e direcionada a um público de alunos que apresentam necessidades educativas especiais no campo da aprendizagem. Portanto, este estudo teve como objetivo analisar as contribuições da teoria dos campos conceituais de Gérard Vergnaud, um dos pesquisadores franceses de referência na Didática da Matemática,na aprendizagem das operações de adição e subtração de um aluno com necessidades educativas especiais, mais especificamente, com déficit de aprendizagem e discalculia. Para tanto, houve-se a necessidade de aproximar teoricamente da Teoria dos Campos Conceituais, compreender o DA e a discalculiae buscar o suporte metodológico na tendência atual da Educação Matemática que são os materiais manuseáveis para o desenvolvimento das atividades. A pesquisa realizada é do tipo descritivo, assume a abordagem qualitativa e o método do estudo de caso. Para a coleta dos dados foi realizado um pré-teste, posteriormente, aplicado asatividades eo pós-teste. Com o pré-teste verificou se que o aluno não dominava as operações de adição e subtração.No decorrer do desenvolvimento das atividades,utilizou-se o diário de campo para o registro das observações. As atividades foram compostas de situações-problema do campo aditivo, que foram apresentadas, por meio, de listas de atividades e por meio do manuseio de materiais concretos. As intervenções surgiram a partir do desenvolvimento dessas atividades e aconteceu em seis momentos no colégio, uma vez por semana, com duração de 90 (noventa) minutos.Constata-se desse estudo que a Teoria dos Campos Conceituais,potencializada, com o 141 manuseio de materiais concretos possibilitou ao aluno o conhecimento integrado das operações de adição e subtração. Palavras-chave: Necessidades Educacionais Especiais, Teoria dos Campos Conceituais, Campo Aditivo [ID 80] A recreação e o lúdico como ferramenta de desenvolvimento cognitivo e intelectual na escola pública brasileira, para pessoas com deficiência Jonathan Oliveira | IFSP | [email protected] Carlos Barroqueiro | IFSP | [email protected] Resumo Pessoas com deficiência intelectual ou cognitiva costumam apresentar dificuldades para resolver problemas, compreender ideias abstratas (como as metáforas, a noção de tempo e os valores monetários), estabelecer relações sociais, compreender e obedecer a regras, e realizar atividades cotidianas, por exemplo, as ações de autocuidado. O Instituto Inclusão Brasil estima que 87% das crianças brasileiras com algum tipo de deficiência intelectual têm mais dificuldades na aprendizagem escolar e na aquisição de novas competências, se comparadas às crianças sem deficiência. Mesmo assim, é possível que a grande maioria alcance certa independência ao longo do seu desenvolvimento. Apenas os 13% restantes, com comprometimentos mais severos, vão depender de atendimento especial por toda a vida. O objetivo desta pesquisa é verificar o êxito escolar no uso da recreação e do lúdico para o desenvolvimento cognitivo de pessoas com deficiência - Síndrome de Down. O problema da pesquisa é avaliar a inclusão de pessoas com deficiência – Síndrome de Down na Escola Pública Brasileira com o uso da recreação e do lúdico para o desenvolvimento cognitivo. A metodologia empregada divide-se em duas fases, a saber: inicialmente, realizou-se uma revisão de referências para se obter o Estado da Arte e, em seguida, organizou-se um evento lúdico e de recreação com pessoas Síndrome de Down para o desenvolvimento cognitivo e de competências numa Escola Pública e avaliou-se o seu processo de aprendizagem. Os resultados obtidos nesse evento foram muito animadores e, já está se organizando um evento maior com outras escolas públicas para expansão do projeto da pesquisa. Palavras-chave: Síndrome de Down, Inclusão, Recreação e Lúdico, Escola Pública Brasileira 142 [ID 126] Diálogos para a formação de professores da juventude com doença falciforme Daniela Reis | Faculdade Adventista da Bahia | [email protected] Augusto Leiro | UNEB | [email protected] Cândida Andrade De Moraes | Faculdade Adventista da Bahia | [email protected] Resumo A docência, bem como a formação para seu exercício, têm protagonizado discussões em fóruns diversos e, por conseguinte, impulsionado mudanças que impactam substancialmente no espaço escolar, caracterizado pela diversidade inerente a sociedade contemporânea. No diverso estão os/as estudantes com doença falciforme, que em virtude da patologia apresentam sinais e sintomas que interferem no processo de escolarização. Nesse sentido, este estudo buscou alcançar os seguintes objetivos: a. identificar os conhecimentos dos professores/as sobre as especificidades da juventude com doença falciforme; b. descrever as práticas pedagógicas de professores/as da juventude com doença falciforme. A investigação delineou-se a partir da abordagem qualitativa e desenvolve-se nos moldes das pesquisas descritivas. Para a colheita de informações foram aplicados formulários, a oitenta e um professores/as, vinculados/as através de concurso público em quatorze escolas públicas estaduais, de cinco municípios da mesorregião vinte e um, territorialmente contida no Estado da Bahia - Brasil. Quando a caracterização populacional do grupo pesquisado, 87% declararam ser do sexo feminino, 85% já lecionam há pelo cinco anos e 100% já possuem formação em nível superior, apesar de não necessariamente estarem atuando em sua área de formação. Dos/as oitenta e um participantes da pesquisa, vinte e sete atestaram já terem lecionado para alguém com a doença falciforme, mas apesar do índice, nunca receberam qualquer tipo de formação que os/as levasse ao entendimento do que seria a doença, de como poderiam lidar com o/a estudante que a apresenta ou as implicações da doença no processo de escolarização. Os resultados da pesquisa foram analisados a partir dos escritos de Pitaluga (2006); Kalckmann (2007); Kikuchi (2007), dentre outros e apontam para o conhecimento superficial a respeito da patologia, assim como dos procedimentos pedagógicos que podem contribuir para a continuidade do processo de escolarização da juventude com doença falciforme. Logo, as informações analisadas e a prevalência da doença no locus da pesquisa, obsecram uma formação para docência que contemple as especificidades da juventude com doença falciforme. Palavras-chave: Formação docente, Juventude, Doença falciforme 143 [ID 139] Atendimento Educacional ao Aluno com Autismo na Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Estudo de caso múltiplo Leni Siqueira | Universidade Lusofona | [email protected] Isabel Sanches | Universidade Lusofona | [email protected] Resumo A presente comunicação, decorrente de uma dissertação de mestrado, elenca como temática de pesquisa o atendimento educacional ao aluno com autismo na Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro. É uma investigação que utiliza a abordagem qualitativa, utilizando a entrevista e observação de aulas, como técnicas de investigação. Por se constatar que os alunos com autismo estão sendo matriculados nas escolas regulares (Gomes & Mendes, 2010; Gonçalves, 2011; Melo & Sanches, 2014), procurou-se por meio desta pesquisa refletir, para compreender, sobre as ações implementadas pelos professores que estão atendendo as necessidades educacionais desses alunos. Optámos pelo estudo de caso múltiplo, tendo como sujeitos de investigação quatro alunos com autismo, dois frequentando a classe regular e dois, a classe especial. Através da observação da trajetória e atuação desses alunos, em classe, investigaram-se os diversos aspectos envolvidos no atendimento educacional dos mesmos nas duas classes distintas. Mediante os resultados das observações e entrevistas realizadas aos professores e mediadores, destacamos algumas barreiras ao atendimento oferecido aos alunos inseridos tanto na classe regular como na classe especial. Na classe regular a falta de um planejamento colaborativo, incluindo a participação de todos os envolvidos na educação, professores e equipe técnico-pedagógica, e a ausência de adaptações curriculares, desconsiderando a singularidade de cada aluno; na classe especial a falta de um espaço de interlocução entre esses alunos e a escola como um todo, constituindo num isolamento dos mesmos no espaço escolar. E, nas duas classes, a falta de uma metodologia de ensino que atenda as características desses alunos, evidenciando a urgência de se ressignificar uma prática pedagógica centrada nas dificuldades e potencialidades dos alunos com autismo. Ressaltamos, também, a importância da parceria entre a Educação e a Saúde Mental Infantojuvenil, baseada no princípio da intersetorialidade, como forma de contribuir para a inclusão social, via escola, dos alunos com autismo. Palavras-chave: Autismo, Atendimento educacional, Classe Regular, Classe Especial, Estudo de caso múltiplo 144 [ID 175] O Processo de Inclusão de Crianças com Autismo. Estudo de Caso Isabel Sanches | Universidade Lusofona | [email protected] Renata Lemos | Universidade Lusofona | [email protected] Resumo A educação inclusiva tem procurado encontrar estratégias de ensino e de aprendizagem que deem uma resposta a todos os alunos, independentemente da sua condição física, intelectual, emocional, cultural ou outra (Mantoan, 2006; Sanches, 2011). As crianças com transtorno do espetro autista (TEA) estão, hoje, nas salas de aula de ensino regular e aí se processa ou deva processar o seu desenvolvimento e aprendizagens (Gonçalves, 2011; Melo & Sanches, 2014). Como o processo de inclusão destas crianças no ensino regular não é pacífico nem consensual (Antunes, 2012), o presente estudo objetiva compreender como se processa a inclusão da criança com autismo na escola regular, tendo por base um estudo de um Centro Escolar em Campina Grande-PB – Brasil. Começámos por analisar o seu Projeto Político Pedagógico, para perceber se contemplava ou não (e se sim, como) estratégias de inclusão, dentro e fora da sala de aula, para estas crianças. Para compreender concepções e atitudes, entrevistámos 10 docentes, no turno da manhã, sendo que 4 lecionam na modalidade educação infantil (maternal, infantil IV e V) e cinco lecionam no 3º ano do ensino fundamental I. Para perceber a atuação destes docentes, em sala de aula, foram objeto de observação quatro alunos com autismo sendo 1 menina com 2 anos, 2 meninos com 5 anos e 1 menino com 8 anos. Da análise dos resultados ressalta que os professores inquiridos não estão preparados para a inclusão, ao que se alia a falta de estrutura física e a ausência de alternativas e práticas pedagógicas que favoreçam os alunos com TEA. No entanto constatámos que os inquiridos possuiam algum conhecimento acerca da intervenção com estas crianças, conhecimento este, aprendido por conta própia e com os terapeutas das crianças que davam apoio aos professores; as medidas interventivas ficavam a cargo de uma “mediação” direcionada pelos professores, no intuito de conter ou amenizar os comportamentos arredios e esteriotipados das crianças, auxiliar na atividade, através do uso de recursos visuais e concretos, e propiciar momentos de interação entre os sujeitos com autismo e os colegas de sala. Os planos de aula eram um só para todos.Tanto os professores quanto a coordenadora da escola explicaram que não havia necessidade de um planejamento diferenciado para as crianças com autismo. Nas atividades extra classe, os professores iam tentando descobrir os melhores meios para lidar com os alunos com autismo, procurando aproximá-los dos colegas de sala. Palavras-chave: Autismo, Inclusão Escolar, Estudo de caso 145 ANFITEATRO | AMPITHÉÂTRE – 26, 28, 105, 152 [ID 26] A formação dos futuros pedagogos brasileiros para as competências em tecnologia de informação e comunicação (TIC) Mariana Parmigiani | Universidade Federal do Paraná | [email protected] Resumo Na sociedade contemporânea, o uso das tecnologias está presente em grande parte das ações cotidianas. No entanto, ao observar o uso das tecnologias como ferramentas educacionais surge uma série de restrições. Segundo Alencar (2012), a educação fundamental deve possibilitar ao indivíduo compreender a sociedade, a fim de romper as barreiras de meros receptores para membros atuantes capazes de transformar sua realidade e nela atuar. Desse modo, a proibição do uso de equipamentos eletrônicos em sala de aula não proporciona aos estudantes momentos de reflexão sobre a relação e o uso efetivo e eficiente destes recursos. Castells (2000) e Teruya (2006) afirmam que as tecnologias não se constituem de forma neutra. Elas são carregadas de pesos ideológicos, culturais e capazes de propagar diferentes interesses. Portanto, é preciso traçar um novo perfil de professor, que rompa a barreira do mero transmissor de informações para um sujeito capaz de dialogar com seus alunos e com a realidade, a fim de construir conhecimento. Perante tal cenário, a formação dos futuros professores é essencial para o desenvolvimento de habilidades fundamentais para o uso destas tecnologias não apenas em caráter instrumental, mas como objeto de estudo de forma crítica em sala de aula. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, buscou realizar um estudo bibliográfico, analisando publicações sobre a formação dos futuros pedagogos para as competências no uso das TIC, a partir das grades curriculares do curso de pedagogia de cinco universidades federais brasileiras, compreendendo o histórico do curso no País. A partir da revisão de literatura, foram elaboradas reflexões acerca desta área de formação, com base na identificação de uma série de contradições no discurso apresentado. Apesar das tecnologias estarem presentes no cotidiano das pessoas, das cinco grades curriculares analisadas, apenas duas possuem disciplinas relacionadas ao uso das TIC, em caráter obrigatório. Tal realidade foi registrada mesmo após a reformulação curricular que visava atender as novas demandas das Diretrizes Curriculares Nacionais. Após esta pesquisa, surgem novas indagações que estimulam mais estudos na área para compreender os diferentes sujeitos neste processo. Palavras-chave: Formação de professores, Pedagogia, TIC 146 [ID 28] Excelência na profissão e trabalho colaborativo nos corpos acadêmicos Ana Luna | Universidad Autónoma de Tlaxcala | [email protected] Manuel Camacho | Universidad Autónoma de Tlaxcala | [email protected] Sónia Jiménez | Universidad Autónoma de Tlaxcala | [email protected] Resumo O objetivo desta conferencia é descrever e explicar a influência do trabalho colaborativo na trajetória de um grupo de investigadores que buscam sua consolidação como corpo acadêmico e o desenvolvimento dos estudantes. A formação dos professores e dos investigadores na pós-graduação das universidades públicas do México, estão submetidas a várias ações que marcam as políticas publicas, duas delas de maior importância, são as que emitem o Sistema Nacional de investigadores (SNI) através do Conselho Nacional de Investigação Cientifica (CONACYT), que dá privilégios as atividades individuais e das políticas emitidas pelo PROMED (programa de melhoria dos professores) que dá privilegio ao trabalho colegiado nos Corpos Acadêmicos. Frente a este dilema surgiu uma mudança na integração de atividades dos investigadores que fazem parte dos corpos acadêmicos ou grupos colegiados da pós-graduação em Educação, considerando as ações que dirigem seu funcionamento diante da produtividade colegiada e também pelas importantes ações dirigem a produtividade individual. Entretanto o trabalho colaborativo dos investigadores vem representando uma oportunidade de formação paro o desenvolvimento profissional. Os indicadores de ambas políticas impactam o desenvolvimento institucional das pósgraduações e sua posição a nível nacional e internacional. A experiência cotidiana permite saber que para os investigadores pertencerem ao SNI representa maior prestigio e maior conveniência. Por tanto, cabe perguntar como ocorre neste marco o desenvolvimento profissional dos investigadores e como respondem ao compromisso de pertencer a um corpo acadêmico; como enfrentam o desafio de promover o desenvolvimento de competências emocionais e sociais nos estudantes com relação ao trabalho colaborativo, atitude exigida na formação a nível de pós-graduação? Segundo diversos autores, a qualidade nao surge de maneira espontânea nem se obtém de maneira simples, senão que constitui – se através de um processo complexo e dinâmico nas trajetórias profissionais, a partir da experiência individual e da experiência de trabalho em conjunto. 147 Os principais resultados apontam a experiência como grupo colegiado dos investigadores e sua percepção sobre a qualidade dos produtos resultantes do trabalho colaborativo, acertos e contradições no exercício de um curriculum na formação de seus estudantes de pós-graduação e na graduação. Palavras-chave: Qualidade profissional, Trabalho colaborativo, formação de investigadores [ID 105] Tecnologias Educativas ao Serviço da Aprendizagem – Uma Plataforma Virtual para Alunos do Ensino Superior Daniela Martins | CASPAE | [email protected] Eliana Silveira | CASPAE | [email protected] Maria Emília Bigotte De Almeida | ISEC| [email protected] Resumo No contexto educativo atual, as tecnologias assumem um papel incontornavelmente importante. A par da revolução tecnológica, a internet surge como um instrumento fundamental no desenvolvimento da sociedade. Sabe-se que a Matemática é uma das áreas disciplinares em que os alunos revelam mais dificuldades principalmente ao nível dos conhecimentos base dos ensinos básico e secundário, o que dificulta a permanência no ensino superior nos cursos em que a matemática é um elemento fundamental como são, por exemplo, os cursos de Engenharia. As Tecnologias Educativas são um recurso muito utilizado pelos Professores ao nível do Ensino Superior como estratégia complementar às aulas tendo o objetivo de aumentar a motivação dos alunos e de facilitar as suas aprendizagens permitindo o esclarecimento de dúvidas e a partilha de dificuldades sentidas de forma mais célere. A utilização das tecnologias como recurso complementar, torna as aulas mais dinâmicas, motivadoras e atrativas, e estimula a busca de informação e o auto questionamento ajudando ao desenvolvimento cognitivo a par dos desafios propostos pelos professores no período de aulas. A utilização de software de matemático como o Geogebra, por exemplo, ou de uma plataforma e-learning como o LVM Laboratório Virtual de Matemática no Instituto superior de Engenharia de Coimbra têm sido importantes aliados às metodologias de ensino dos Professores desta Instituição. No sentido de melhorar o desempenho destas estruturas online e de as aproximar das necessidades reais dos alunos, foi realizado um questionário a um grupo de alunos que frequenta a Unidade Curricular de Análise Matemática I (N=58) em que foram 148 colocadas questões sobre a estrutura, utilidade e apresentação do ambiente virtual que utilizam nesta disciplina. Pretendemos compreender até que ponto a plataforma online LVM está adaptada aos alunos e de que modo poderemos estruturar o seu conteúdo para que sejam facilitadas as aprendizagens no que respeita ao Cálculo Diferencial e Integral e incrementadas as relações professor-aluno nesta Unidade Curricular. O método utilizado foi o preenchimento de um questionário de avaliação da plataforma. Os resultados apontam para a necessidade de reestruturação de alguns conteúdos da plataforma mas verificámos que a frequência com que os alunos visitam a mesma não é elevada a menos que sejam orientados no sentido de realizar uma tarefa obrigatória ou consultar uma informação que só esteja disponível online neste espaço. Palavras-chave: Tecnologia, E-learning, Ensino, Matemática, Engenharia [ID 152] Parceria Universidade-Escola: Experiências formativas narradas por educadores Bianca F. Affonso | Universidade Estadual de Campinas | [email protected] Ana Maria Aragão | Universidade Estadual de Campinas | [email protected] Resumo A perspectiva Histórico-Cultural propõe que se enxergue o aluno, o professor e todos os que participam do processo educativo como sujeitos inseridos em um momento histórico, provenientes de um grupo social, de uma classe e de uma cultura, dentro dos quais transformam e são transformados, em uma interação extremamente dinâmica. Desse modo, entendendo a Escola como um espaço de formação também para os profissionais que nela atuam, em Setembro de 2014, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Formação Continuada, da Faculdade de Educação da UNICAMP (Campinas – SP), do qual fazemos parte, deu início a um projeto de parceria com uma escola da rede municipal. Com uma proposta de formação continuada por meio de reuniões colaborativas, com a participação de todos os educadores envolvidos, buscamos soluções para os dilemas relacionados a conflitos interpessoais que permeiam o cotidiano escolar. A reflexividade foi processo fundamental à concretização desses momentos como formativos, uma vez que considerando as práticas da Escola, relatada pelos professores, discutimos a partir de referenciais teóricos apresentados pela Universidade. Tendo acompanhado, desde o início, a implementação e realização do projeto, fomos nos interessando gradativamente pela parceria instituída entre Universidade e Escola e pelas 149 experiências formativas que foram potencializadas a partir dela. Esse interesse foi o que nos moveu para a realização da pesquisa, apresentada nesse trabalho, com o objetivo de conhecer as experiências formativas que os professores vivenciaram e apontaram nas reuniões ocorridas. Por meio de entrevistas com os educadores, confirmou-se a parceria instituída entre Universidade e Escola como momento formativo potencializador de experiências formativas que trans-formam concepções e práticas docentes. O olhar da Universidade possibilitou a mudança do olhar da Escola, e em mesma medida, os modos de olhar da Universidade foram transformados pela Escola e pela parceria construída com ela. Teoria e Prática são, nessa relação, encaradas de modo indissociável, onde as práticas docentes encontram-se sustentadas por sistemas teóricos, sem dicotomia entre eles. Tendo conhecido as experiências formativas que os professores afirmam ter vivenciado durante essa parceria, foi possível perceber que mais do que dialogar e discutir aspectos práticos utilizando-nos de referenciais teóricos, a reflexividade foi além desses momentos, sendo potencializada no dia a dia dos professores. Palavras-chave: Parceria Universidade-Escola, Formação Docente, Experiência Formativa 150 ATELIÊS 3 I ATELIERS 3 – 29/01, 16:15 – 17:45 SALA | SALLE 1 – 96, 193, 221, 227 [ID 96] LE DOSSIER D'APPRENTISSAGE comme stratégie DDE Évaluation des savoirs pédagogiques des enseignants Rosa Aurora Padilla Magana | UNAM | [email protected] Belén Cruz Maya | UNAM | [email protected] Résumé Le dossier d'apprentissage comme stratégie didactique d'évaluation éducative, mais comme génératrice d'apprentissages, à travers les preuves qui s'intègrent les connaissances et les savoirs réalisés. Concerne une activité cognitive complexe et significative car elle va lui donnant sens à son activité en classe et à ce que l'enseignant intègre expériences significatives, facilitant une auto-évaluation enseignant à l'amélioration de ses travaux didactique. Mots-clés : Dossier, Stratégie de’évaluation, Pratique pédagogique, Pédagogiques des enseignant [ID 193] Conditions constitutives et conceptions épistémologiques de la carrière de pédagogie au Mexique Zaira Navarrete-Cazales | UNAM | [email protected] Résumé L’objectif de ce texte est de présenter les conditions épistémologiques et sociohistoriques qui ont prévalu lors du moment constitutif de la carrière de pédagogie au Mexique. Grâce à un examen historique-documentaire et moyennant les outils de la perspective d’analyse politique du discours seront analysées les conditions épistémologiques et sociohistoriques qui ont rendu possible la création de la carrière de pédagogie au Mexique. La première découverte est que la pédagogie universitaire au Mexique surgit dans les années cinquante dans l’Université Nationale Autonome du Mexique et dans l’Université de Veracruz, 151 avec une conception équivalente à une pédagogie universitaire différente de la pédagogie des écoles normales. La première section du document aborde, brièvement, les problèmes et les débats épistémologiques qui ont surgi autour de la pédagogie ; la deuxième section développe la partie historique des conditions institutionnelles à l’origine de la pédagogie universitaire au Mexique et répond aux préoccupations suivantes : quelles sont les motivations qui ont donné lieu à la création de la pédagogie universitaire ? Qui furent les fondateurs de la pédagogie universitaire au Mexique ? Sur quels fondements théoriques, épistémologiques, politiques et éthiques s’est basée la conception de la pédagogie universitaire lors de son moment constitutif? Enfin seront présentées quelques réflexions finales. Mots-clés : Pédagogie, Épistémologie, Discipline, Formation, Institutionnalisation [ID 221] Programme de changement pour les écoles normales mexicaines 2008-2015: un regard depuis la politique publique et la pédagogie sociale Patricia Ducoing Watty |UNAM | [email protected] Francisco Javier Paredes Ochoa | UNAM | [email protected] Resumé Au Mexique, le projet de développement s’est appuyé sur la construction d’un système éducatif avec la capacité à distribuer socialement la connaissance, notamment le droit humain et actif pour la vie. La création du système a reçu un certain élan avec la création de la Secrétaire de l’Education Publique en 1921. Pour étendre les biens de l’éducation, depuis le XIXème siècle, on a compté sur les écoles normales. Depuis, l’éducation basique et normale forment une dyade inséparable. Cependant, les efforts d’expansion et de couverture n’ont pas été aussi satisfaisants quant aux réussites d’apprentissage – selon les résultats aux examens standardisés au niveau national et international. Ainsi, le défi de réformer le système prend forme pour offrir aux mexicains des services de bonne qualité de manière équitable. Pour répondre à cette demande sociale, le gouvernement a lancé, depuis les années 80, des réformes pour l’éducation basique et normale. Quant à l’éducation basique, elle envisage une réforme depuis 2013, qui a impliqué des ajustements légaux qui amènent l’Etat à garantir la qualité éducative et à établir un service professionnel pour les professeurs. 152 Concernant particulièrement l’éducation normale : en 1984, elle s’est élevée au grade de licence ; et en 2008, les autorités éducatives nationales ont proposé un programme de changement qui cherche à : améliorer la planification et l’évaluation du sous-système. Les résultats de ce programme commencent à être évalués, au moment où l’on analyse l’intérêt de nouveaux ajustements dans des forums publics. Pour s’intégrer au débat, il semble nécessaire de réfléchir sur le type de professeur dont le pays a besoin. A ce sujet, nous proposons de maintenir un regard multidisciplinaire soutenu par : la perspective d’analyse des politiques publiques qui se nourrit de la pédagogie sociale. Nous réclamons une pédagogie qui implique la réflexion sur l’aspect éducatif au sens large, utile pour élucider des problèmes sociaux et pour orienter l’action collective vers le changement, l’amélioration et l’innovation. La pédagogie sociale peut contribuer à enrichir le dialogue dans une communauté – autorité, organismes de la société civile et l’académie – engagé sur le développement et le bien être partagé. Mots-clés : L'éducation normale, Pedagogie sociale, Réformes [ID 227] Interfaces entre o Sistema de Ensino Superior brasileiro e o português: desafios na formação de professores. Marcelo Máximo Purificação | Unifimes Brasil e Universidade de Coimbra | [email protected] Teresa Pessoa | Universidade de Coimbra | [email protected] Resumo Este trabalho resulta de uma investigação realizada no estágio pós-doutoral desenvolvido no período de 01/2015 a 01/2016 na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra – FPCE/UC, denominado “Interfaces entre o Sistema de Ensino Superior brasileiro e o português: desafios na formação de professores”. O objetivo foi analisar as diretrizes para a formação inicial e continuada de professores para a educação básica nos dois países, partindo, do Decerto-Lei nº 79/2014 em Portugal e o Parecer CNE/CP 02/2015 no Brasil. Metodologicamente foi realizada uma análise documental, através da qual se buscou conhecer as interfaces, diferenças e convergências existentes no sitema educacional português e brasileiro. Como aparato teórico complementar utilizou-se: Veiga & Amaral (2011), Bradin (2007), Flores (2015), Cury (1997), Brzezinsri (2014), Damies (2012) e Freitas (2014). Concluiu- 153 se que a implementação dessas novas políticas de formação de professores podem ser amplamente positivas ao sistema educacional dos dois países, desde que haja maior discussão e reflexão sobre elas nos espaços de formação, evitando-se, assim, conflitos e dilemas. Palavras-chave: Políticas curriculares, Diretrizes, Formação de Professores, Documentos oficiais SALA | SALLE 2 – 22, 32, 49, 161 [ID 22] Mobilização e desenvolvimento de habilidades sócio emocionais na melhoria do ambiente escolar dos estabelecimentos de Ensino Médio Superior. Caso do México Jorge Antonio Gómez Santamaría | Secretaría de Educación Pública | [email protected] Resumo Derivado dos princípios de Jaques Delors em seu informe da UNESCO, no qual propôs quatro aprendizagens, relativas a aprender a aprender e aprender a fazer, forão considerados em vários estudos pela sua relevância no esquema de educação centrada na aprendizagem. Entretanto, ao aprender a conviver e aprender a ser, não representar âmbitos de analises específicos que permitam coadjuvar e aprender na formação integral dos estudantes, talvez pela inferência tácita de que a consecução das primeiras aprendizagens traria paralelamente o êxito de aprender a conviver e aprender a ser. Em consequência do anterior este trabalho está enfocado a melhoria do ambiente escolar dos estabelecimentos de ensino médio superior a partir da mobiliza e desenvolvimento das habilidades sócio emocionais dos estudantes, docentes e diretores integrados ao Programa Construí T para estabelecer as condições adequadas na execução de aprendizagens significativas que se convertem no domínio de competências genéricas, disciplinares e profissionais dos estudantes e lhes permita a continuação dos estudos a nível superior ou entrar ao setor produtivo, conformando por cidadãos capazes de enfrentar os requerimentos de nossas novas sociedades. O programa Construí T é instrumentado pelo Ministério da Educação, através da Subsecretaria do Ensino Médio Superior em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD), para o ano letivo 2015 2016 e ser avaliado no final do mesmo. 154 Palavras-chave: Habilidades sócio emocionais, Aprender a conviver, Aprender a ser, Ambiente escolar, Gestão participativa [ID 32] Práticas pedagógicas da Educação Básica na perspectiva da interdisciplinaridade: o que dizem os professores? Maria Silva | Universidade de Pernambuco | [email protected] Resumo A problemática em estudo nesta investigação está centrada na Educação Básica e teve por objetivo, investigar formas de vivências da interdisciplinaridade nas práticas pedagógicas dos professores de três escolas públicas do Município de Nazaré da Mata, Zona da Mata Norte do Estado de Pernambuco-Brasil. Portanto, teve-se como objeto teórico de estudo, a interdisciplinaridade e como objeto empírico, as práticas pedagógicas de professores do Município atrás referido. O enquadramento teórico desta investigação está assente nos estudos de Etges (1995); Fazenda (1999); Fraga (1992); Freire (2015); Gadotti (1999); Morin (2002); Pimenta (2003); Pombo (2005); Silva (2009); Siqueira (1995); Tardif (2007), entre outros. No que se refere à metodologia, ressalta-se que esta é uma investigação de caráter qualitativo, com ênfase na pesquisa-ação, em que se fez uso de questionários, por inquéritos, para a recolha de dados. Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo numa perspectiva analítico-descritiva. Os resultados desta pesquisa sugerem que a interdisciplinaridade nas escolas campos desta investigação, por um lado, é vivenciada para atingir as metas propostas pelos referenciais curriculares nacionais, sendo também motivada pela formação continuada de professores, e por outro lado, identificou-se a vivência da interdisciplinaridade nas práticas pedagógicas, através da integração de disciplinas, da vivência de projetos educativos e ainda na perspectiva científica, como processo de investigação, redescoberta e construção coletiva do conhecimento. Relativamente às principais conclusões, é de referir que nas três escolas que serviram de lócus a esta investigação, há vivência da interdisciplinaridade por meio de diferentes ações. Ou seja, ora a interdisciplinaridade é vivenciada sob a perspectiva da multidisciplinaridade, ora é vivenciada sob a perspectiva de uma interdisciplinaridade científica. Conclui-se, portanto, que é preciso que o Município que serviu de campo a esta investigação, continue a investir na formação de seus professores, para que estes sigam orientando as suas práticas por esse viés, o interdisciplinar, na direção da investigação, da redescoberta e da construção coletiva do conhecimento, tendo em vista a 155 vivência da interdisciplinaridade nas práticas pedagógicas para a melhoria da qualidade da Educação Básica no Brasil. Palavras-chave: Interdisciplinaridade, Educação Básica, Práticas Pedagógicas [ID 49] Implicações e Desafios que permeiam a construção do Projeto Curricular Integrado no cotidiano escolar Ana Brito | Unifal | [email protected] Helena Felício | Unifal | [email protected] Resumo Este estudo objetiva analisar as implicações e desafios que permearam a construção de um Projeto Curricular Integrado (PCI), enquanto proposta metodológica para as atividades de intervenção pedagógica realizadas pelas acadêmicas do curso de Pedagogia, participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), no Ensino Fundamental 1 de uma escola pública brasileira. Considerando que nesta etapa de escolarização o trabalho pedagógico deve ser realizado na perspectiva de articular os diferentes componentes do currículo, faz-se necessário possibilitar aos futuros professores experiências pedagógicas baseadas na perspectiva da integração curricular. Fundamentado na concepção de currículo enquanto processo de decisão a ser tomado pela escola e professores (Roldão, 1999), assumimos o PCI enquanto proposta de organização curricular, que flexibiliza e adequa o currículo aos contextos específicos e às necessidades de aprendizagens dos educandos, favorecendo que estas sejam relevantes e significativas (Alonso, 2004; 2001). Configurado enquanto uma proposta de organização curricular, o PCI coloca professores e educandos em uma postura de investigação sobre o currículo e na procura de propostas mais adequadas para o processo de ensino e de aprendizagem. Neste sentido, analisar as implicações e desafios deste processo, foi um estudo desenvolvido a partir de uma perspectiva qualitativa de pesquisa, centrado na metodologia da pesquisa-ação que teve por base um ciclo de planejamento, ação, observação e reflexão a respeito do PCI desenvolvido por cinco acadêmicas do curso de Pedagogia, durante o primeiro semestre de 2015, em turmas do 2° ano do Ensino Fundamental 1. Mediante a observação participante, notas de campo e reuniões, enquanto procedimentos de recolha de dados, foi possível indicar, em termos de resultados, a dificuldade de assumir os educandos como sujeitos centrais do projeto, bem 156 como compreender o currículo na sua dimensão globalizadora. Quanto às implicações, apontar elementos essenciais que foram considerados no processo, como: o trabalho colaborativo, o exercício da reflexão e da pesquisa. Desta forma concluímos que desenvolver um PCI é significativo e enriquecedor do ponto de vista da aprendizagem dos alunos e também dos professores, bem como se apresenta como alternativa para a organização do currículo que, por esta abordagem metodológica, se efetiva de forma mais relevante e significativa. Palavras-chave: Currículo, Projeto Curricular Integrado, Organização Curricular [ID 161] A formação em alternância: uma estratégia pedagógica promotora do sucesso escolar? | L’alternance: une stratégie pédagogique promoteur de la réussite scolaire? Maria Sidalina Almeida | Instituto Superior de Serviço Social do Porto | [email protected] Idalina Machado | Instituto Superior de Serviço Social do Porto | [email protected] Resumo Orientados pelo desafio de perceber como jovens de meios populares excluídos da escola regular podem ao longo do percurso de formação reconstruir a sua relação com o saber, elegemos os que retomaram estudos em centros de formação profissional no sistema de aprendizagem-formação em alternância. Esta medida dirige-se a jovens em ruptura com a escolaridade e visa intervir em situações de insucesso e de abandono escolar precoce, sendo apresentada como “um esforço de democratização do ensino”. Organizada em componentes de formação sociocultural, científica, tecnológica e prática visa as várias dimensões do saber e reconhece o potencial formativo da situação de trabalho em empresas, assumidas como espaços de formação, geradores de progressão das aprendizagens. A alternância centro de formação–empresa tem subjacente uma estratégia que recobre um conjunto diversificado de práticas pedagógicas, ainda que todas tenham em comum articular a teoria e a prática, potenciando a mobilização de diferentes saberes. Importa perceber se promove um modelo de ensino voltado para a resolução de problemas e aquisição de competências ou se reproduz um modelo expositivo desligado da realidade concreta; se o ensino profissional é uma aprendizagem alternativa porque é mais motivadora e coerente. Pretendemos discutir o(s) modelo(s) de ensino nestes cursos e se eles multiplicam oportunidades e atenuam as consequências negativas do veredicto da escola regular. Pelo seu carácter híbrido de escola- 157 oficina, com um curriculum e uma pedagogia em que os diferentes saberes e “figuras do aprender” estão presentes, apresenta-se então como um dispositivo adequado para a captação do processo de remobilização para a escola e para a transformação da relação com o saber. Para responder aos objetivos recorremos à análise secundária de dados estatísticos disponibilizados pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional, resultantes da realização de questionários aos ex-formandos do Sistema de Aprendizagem. Destacaremos a análise das percepções dos jovens sobre a experiência de formação, nas suas várias componentes e, em particular, à experiência de estágio. A informação empírica resulta ainda de inquéritos realizados a jovens utilizadores de uma instituição particular de solidariedade que realizaram cursos em centros de formação na área metropolitana do Porto, e que apontam para a importância da “prática simulada” e da “prática” na reconstrução da sua relação com o saber. Palavras-chave: Formação em alternância, Relação com o saber, Jovens, (In)sucesso escolar SALA | SALLE 3 – 98, 117, 122, 157 [ID 98] Conselho de Classe Participativo: Uma Proposta a ser Discutida Sónia Maria Haracemiv | UFPR | [email protected] Glaci Dos Santos | SEED-PR | [email protected] Resumo Partindo de que todo o trabalho educativo é participação ativa e coletiva e considerando situações vividas no lócus da escola repensam-se na necessidade de um novo olhar ao Conselho de Classe, em novas práticas pedagógicas, novas posturas, mudanças, metodologias e desenvolver uma ação democrática, propondo a participação da Comunidade Escolar, inserindo-os como agentes interventores no processo educacional. A Gestão Democrática prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN Lei nº 9394 1996) em seu Artigo12, Inciso VI, estabelece uma nova perspectiva de Planejamento Participativo, abrindo espaços para que aconteça o diálogo com a Comunidade Escolar em relação às práticas docentes, processo de aprendizagem e todas as ações que a escola desenvolve (BRASIL, 1996). A proposta de um novo fazer pedagógico denominado Conselho de Classe Participativo, rompe com o individualismo e o isolamento, facilitando a comunicação e contribuindo para o 158 fortalecimento do grupo, visando o envolvimento e comprometimento dos pais, alunos, professores, equipe pedagógica, gestores e funcionários. A participação da Comunidade Escolar atuando junto com a escola no processo de ensino e aprendizagem do aluno, auxilia nas relações cotidianas, rompe com o individualismo, abre possibilidades de aprendizagem democrática, facilita a comunicação, contribui para o fortalecimento do grupo possibilitando autonomia em definir regras democráticas e tornando-os integrantes do Conselho de Classe Participativo. Para se efetivar esta responsabilidade, todos da Comunidade Escolar devem ter consciência dos problemas e refletir sobre possíveis soluções com a finalidade de contribuir para a formação de alunos críticos, autônomos e sujeitos de suas ações. Palavras-chave: Gestão Participativa, Avaliação Coletiva, Prática Democrática [ID 117] A abordagem pluralista da aprendizagem escolar baseada numa pedagogia participativa Pascal Paulus | AKF | [email protected] Resume A equipa de educação do programa K’CIDADE - Fundação Aga Khan - desenvolveu, na qualidade de consultor, nos últimos 6 anos, um conjunto de propostas de trabalho inseridas nos projetos educativos dos agrupamentos de escolas com os quais interagiu. Foram propostas em interação com os professores e os líderes de escola envolvidos, que levaram à criação de instrumentos de monitorização adequados. As atenções focaram-se nas relações sociais em contextos de aprendizagem e, no caso específico de espaços-tempo escolares, na forma escolar destas relações. Para o fazer, facilitaram-se novos olhares sobre a realidade do outro, pelo que o paradigma educacional da comunicação se tornou muito importante: na sua raiz, este valoriza a aprendizagem dialógica, diferente da aprendizagem objeto do ensino instrucional. Introduziu-se um isomorfismo processual entre a condução da aprendizagem dos adultos - professores e técnicos - e o pretendido na sala de aula e na escola, no que se refere a aprendentes crianças, jovens e adultos. O que se valorizou foi, sobretudo, a explicitação da pluralidade inerente a qualquer grupo de trabalho em contextos de educação formal, assumindo estes contextos como espaços-tempo de interação provisórios: o diálogo devia ter por fim perceber melhor cada contexto de aprendizagem e incentivar o registo de olhares diversificados sobre a realidade; proporcionou- 159 se assim a fixação dos pontos de partida levando à conceptualização necessária para o raciocínio científico, seja recorrendo à língua de ensino utilizada, seja recorrendo às línguas faladas pelos aprendentes, sempre que foi necessário ou poderia ser significativo e facilitador. produtivo. O último ano revisitou-se o material produzido a par com uma revisão da literatura, dando origem a uma caixa de ferramentas que se pretende testar agora com outros consultores.Esta caixa tem como elemento central um conjunto de matrizes de caracterização, observação e interação facilitando a reflexão em torno do processo reflexivo que se pretende desenvolver com a comunidade escolar com a qual o consultor interage. Apresentamos para discussão este instrumento que encontrará entre os utilizadores finais: consultores internos ou externos de (agrupamentos de) escolas onde existem refugiados ou migrantes; líderes de (agrupamentos de) escolas com taxa elevada de abandono precoce do sistema educativo; mediadores ou facilitadores na comunidade; técnicos de serviços educacionais nacionais e regionais. Palavras-chave: Pedagogia participativa, Formação em contexto, Consultoria pedagógica [ID 122] Discutindo com professores e gestores algumas dimensões do clima escolar de uma instituição pública brasileira: implicações educacionais Ana Maria Aragão |Universidade Estadual de Campinas | [email protected] Telma Pileggi Vinha | Universidade Estadual de Campinas | [email protected] Flávia Maria Campos Vivaldi | Universidade Estadual de Campinas | [email protected] Bianca Fiod Affonso | Universidade Estadual de Campinas | [email protected] Jade Berzin Capozzoli | Universidade Estadual de Campinas | [email protected] Maiara Ariele Pedersen | Universidade Estadual de Campinas | [email protected] Resumo O clima escolar é compreendido como o conjunto de percepções dos integrantes da escola em relação à instituição que descortina os fatores relacionados à organização, às estruturas pedagógica e administrativa, além das relações humanas. Ele influencia as aprendizagens escolares e a qualidade das interações sociais. Essa pesquisa faz parte de um estudo maior que teve como objetivo conhecer a percepção dos alunos, professores e equipes gestoras sobre o clima escolar de 4 escolas públicas municipais da cidade de Campinas – (SP – Brasil), tendo sido construído e aplicado um questionário acerca de oito dimensões em 566 alunos do 7º ao 9º 160 ano dessas escolas. Focalizamos, aqui, quatro dimensões desse instrumento aplicado em uma instituição e as implicações educacionais dos resultados para a qualidade do clima e do processo de ensino e de aprendizagem: 1. As relações com o ensino e com a aprendizagem; 2. as relações sociais e os conflitos na escola; 3. as regras e a segurança na escola; 4. as relações com o trabalho. Foram respondentes, no estudo em tela, 162 alunos, 23 professores e 4 gestores. Os resultados encontrados corroboram a defesa de que a avaliação do clima traz, sem dúvida, informações muito importantes para a escola com relação à percepção dos integrantes sobre aquilo que está indo bem e não tão bem assim, permitindo a identificação de aspectos a serem aperfeiçoados. Contudo, também mostraram que o diagnóstico dos problemas e dificuldades, assim como o planejamento das intervenções e propostas a serem desenvolvidas, não podem se restringir apenas aos resultados obtidos a partir da avaliação do clima escolar. Apesar de fornecer informações bastante importantes para a instituição, pautarse apenas na avaliação do clima pode, portanto, dificultar a identificação de áreas que precisam ser aprimoradas. Encontramos, ainda, que o clima dessa escola, embora percebido como predominantemente positivo, apresenta questões significativas que podem reorientar o trabalho nas instituições. Evidencia-se a necessidade de a escola investir na construção de relações de confiança, cooperação e respeito mútuo (senso de comunidade); de se propiciar possibilidades de participação ativa no conhecimento (aprendizagem cooperativa) e de serem oferecidos espaços de participação efetivos (construção coletiva da organização da convivência). Palavras-chave: Clima escolar, Convivência escolar, Processo de ensino e de Aprendizagem [ID 157] Implementação de EDH nas escolas paulistas: participação e direitos dos estudantes Ana Maria Klein | Unesp | [email protected] João Theodoro De Alvarenga Júnior | Unesp | [email protected] Resumo Ante a necessidade social de promoção dos Direitos Humanos, assumida internacionalmente pelo Brasil com a ONU e os tratados subsequentes, a educação se caracteriza como um meio imprescindível à construção de uma nova cultura pautada por valores éticos humanistas que privilegiam a dignidade humana e relações mais justas e equitativas, trabalhado pela Educação em Direitos Humanos. A EDH fundamenta-se em reconhecer os estudantes, docentes e demais 161 membros da comunidade escolar como sujeitos de direitos. Para tanto, realizamos uma pesquisa quali-quanti com gestores escolares por meio de questionário online com questões abertas e fechadas formulado a partir das ações recomendadas pelos documentos: PMEDH, PNEDH, PNDH e ECA. No que tange a participação dos estudantes na tomada de decisões, procuramos atender aos objetivos perseguidos pela investigação: Identificar como a escola, por meio da sua direção e/ou coordenação, concebe a EDH; Levantar ações/projetos que as escolas (direção/coordenação) associam à Educação em Direitos Humanos; 4. Identificar ações e ou projetos relacionados à EDH desenvolvidos pelas escolas. De modo geral, observa-seque o espaço de participação é limitado a participação passiva, com isso pode-se inferir que ouvem pouco as ideias e sugestões dos estudantes nas escolas. Palavras-chave: Direitos Humanos, Participação estudantil, Educação em Direitos Humanos SALA | SALLE 4 – 159, 183, 194, 208 [ID 159] Dos direitos e deveres dos professores na legislação portuguesa à prática reflexiva Sónia Rodrigues | Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra | [email protected] Maria Pessoa | Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra | [email protected] Resumo A compreensão de que estamos situados em momentos cruzados onde a escola é do século XIX, os professores do século XX e os alunos do século XXI, reforça a necessidade de repensar os processos educativos atuais, motor e motivo desta investigação. Pretende-se desenhar novo(s) olhar(es) sobre quem ensina e quem aprende através do reconhecimento do valor dos desafios que hoje se acredita poderem concorrer para a (re)construção do perfil ético dos professores na sociedade do conhecimento. De entre os vários desafios que se nos colocam enquanto educadores, como a revisibilidade da aprendizagem, a preparação ética, a inovação, a escuta e colaboração entre professores e alunos, entre tantos outros, quisemos dar destaque, neste trabalho, ao enquadramento legal destas problemáticas através de uma análise crítica e reflexiva da legislação. Pretende-se, com esta reflexão, promover a passagem da consciencialização à conscientização, dois conceitos utilizados por Paulo Freire para 162 designar a importância do professor se implicar na resolução de problemas, deixando assim de lado atitudes passivas, incapazes de ir além da mera tomada de consciência do que vai mal. Do ponto de vista metodológico, trata-se de um trabalho que integra uma investigação que se inscreve num paradigma de natureza qualitativa, de matriz fenomenológica e interpretativa e sócio-crítica, com caraterísticas de estudo de caso, de tipo instrumental, que se distribui por duas fases estruturais, a da análise de “dados de estrutura” (literatura sobre o tema, currículos e legislação), e a de recolha e análise de dados da dinâmica. O estudo, que aqui apresentamos, é dedicado, em exclusivo, à análise dos “dados de estrutura”, mais concretamente à observação de um conjunto de legislação sobre direitos e deveres dos professores portugueses, de modo a sensibilizar educadores e formadores para a importância de uma prática reflexiva e flexível, capaz de arquitetar o desenvolvimento dos jovens da sociedade do conhecimento. Palavras-chave: Legislação docente, Professor reflexivo, Formação de professores, Sociedade do conhecimento [ID 183] Formação de professores pelas teses e dissertações da PUCPR/Brasil, em 2013 Romilda Teodora Ens | Pontifícia Universidade do Paraná – PUCPR | [email protected] Hannah Karla Guebur Ferreira | Pontifícia Universidade do Paraná – PUCPR | [email protected] Resumo A presente pesquisa busca compreender a formação de professores e suas repercussões no espaço escolar, bem como desvendar a formação desses professores e como eles lidam com os problemas na escola, tendo como tema de estudo: Formação de professores. A pesquisa tem como objetivo geral desenvolver um estudo do tipo Estado da Arte, por meio de um levantamento e análise das Teses e Dissertações produzidas em 2013 pelos mestrandos e doutorandos do PPGE/PUCPR e como objetivos específicos: Apresentar e analisar a produção, em 2013 pelos mestrandos e doutorandos do PPGE/PUCPR, apontando os aspectos emergentes e os silenciados e analisar as contribuições para a formação de professores. A metodologia fez uso da pesquisa de abordagem qualitativa, por meio de um estudo do tipo “Estado da Arte” de caráter exploratório-descritivo, que sistematizou os trabalhos, utilizando REDUCs, a partir do qual se identificou: tipo de documento, título, palavras-chave, 163 metodologia, conteúdo, conclusão, referências bibliográficas nacionais e estrangeiras. Os REDUCs formaram o corpus das cinco teses e 27 dissertações, sendo submetido ao software IRAMUTEQ. Este organizou os dados, possibilitando a análise de similitude, viabilizando a análise da força das associações entre as palavras mais utilizadas nas teses e nas dissertações. A análise dos dados teve como aporte teórico estudos relacionados à formação e trabalho docente, com o apoio em autores como: Nóvoa (1995, 2009), Veiga e Araújo (1998), Shiroma, Moraes e Evangelista (2000), Vieira (2002), Sheibe (2002), Oliveira (2004), Sampaio e Marin (2004), Tenti Fanfani (2006), Ens, Eyng e Gisi (2009, 2010), Gatti e Barreto (2009), Gatti, Barreto e André (2011), Ferreira e Oliveira (2009) e outros. Com os resultados, foi possível perceber que o Programa de Pós-Graduação atua por meio de duas linhas de pesquisa: a) História e políticas da educação, b) Teoria e prática pedagógica na formação de professores. Além de que as análises dos REDUCs confirmam a conectividade entre as duas linhas de pesquisa pela árvore de similitude, em que: “professor”, “formação”, “educação” e “pesquisa” aparecem como as principais palavras abordadas. Essas reflexões apontam que as análises realizadas, pelos autores dos trabalhos produzidos em 2013, indicam aspectos dos quais emergem uma nova epistemologia da prática e uma reconsideração da função do professor e da sua formação como do processo do seu desenvolvimento profissional. Palavras-chave: Formação de Professores, Epistemologia da Prática, Desenvolvimento Profissional [ID 194] O Financiamento da Educação Pública e a Carreira Docente nos casos de Brasil e Portugal Fádyla Alves | Universidade de Lisboa | [email protected] Belmiro Cabrito | Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo Este trabalho é resultado de um estudo desenvolvido através do Programa Institucional de Doutorado Sanduíche em Portugal, na Universidade de Lisboa e integra o projeto de uma tese de doutorado em educação, desenvolvido junto à Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Brasil. Apresenta-se uma análise da estrutura da educação pública e da carreira dos docentes da educação básica no Brasil e em Portugal. O objetivo é fazer a apresentação comparativa de alguns elementos da carreira docente e da educação básica entre os dois países, considerando o financiamento destinado a esses sistemas educativos e perceber em 164 que medida esses processos são fatores de motivação ou desmotivação para o trabalho dos professores. Para o desenvolvimento deste trabalho recorre-se a análise de documentos e legislações, bem como de entrevistas realizadas a dois docentes do ensino básico em cada país analisado. O aporte teórico e metodológico dessa pesquisa está subsidiado nos estudos e pesquisas de autores como Gatti (2009; 2013), Pinto (2007); Cabrito (2002); Cabrito (2011); Cabrito et al. (2014); (Cerdeira et al., 2014); entre outros. Os dados analisados apontam que a estrutura da educação básica pública nesses dois países está permeada por avanços e recuos os quais estão, algumas vezes, condicionados a interesses políticos dos seus respectivos gestores. No financiamento da educação passa-se a perceber uma articulação entre o setor público e o setor privado na provisão de bens e serviços em ambos os casos, destacando-se a existência de um Fundo público para investimento da educação básica brasileira, resultado do processo de descentralização financeira, tornando-se o principal instrumento de financiamento da Educação Básica. Já no caso de Portugal o sistema educativo desenvolve-se segundo um conjunto organizado de estruturas e de ações diversificadas, por iniciativa e sob a responsabilidade de diferentes instituições e entidades públicas, particulares e cooperativas, sendo a coordenação da política educativa da responsabilidade do Ministério da Educação. Nesse ínterim, a carreira docente, nos países analisados, aponta semelhanças e diferenças que denotam a necessidade de uma reorganização em sua atual configuração possibilitando, de fato, o processo de valorização docente, de maneira que esta se torne uma carreira atrativa e motivadora, especialmente, para aqueles que já estão inseridos. Palavras-chave: Educação Pública, Financiamento, Carreira docente [ID 208] Educação de jovens e adultos: a formação de educadores e gestores Denise Amorim Ramos | Universidade Federal do Tocantins | [email protected] Resumo O objetivo desse estudo realizado como prática de extensão e pesquisa na Universidade Federal do Tocantins é promover a formação continuada para educadores e gestores da Educação de Jovens e Adultos, da rede municipal de ensino de Porto Nacional/TO, na busca de novos saberes da docência e da gestão educacional feito pelas trocas de experiências e vivencias dos sujeitos envolvidos. O enquadramento teórico desse estudo se fundamentam nos saberes e na prática da reflexão-ação-reflexão, dos educadores e gestores que atuam em 165 salas de aulas e na organização do trabalho pedagógico. A metodologia do trabalho de Extensão e Pesquisa se fez em duas etapas. E, essas etapas são subsídios para a realização do Projeto de Pesquisa, com a temática: A valorização dos conhecimentos /saberes construídos na diversidade sócio cultural dos sujeitos envolvidos na Educação de Jovens e Adultos. A primeira etapa ocorre com a discussão da política da Educação de Jovens e Adultos no âmbito do Estado do Tocantins e do município de Porto Nacional. A segunda etapa acontece com encontros presenciais que propõe aos educadores e gestores da rede municipal de ensino a realização teórica e diálogos de cada problemática, a saber, Os sujeitos da educação de jovens e adultos: Identidade, construção histórica e perspectivas ao longo da vida; A educação de Jovens e Adultos e o mundo do trabalho: O trabalho como eixo gerador do conhecimento e Organização do Trabalho Pedagógico: os tempos e espaços na Educação de Jovens Adultos. Por ultimo Concepções/metodologias de ensino e estratégias didáticos- pedagógicas na Educação Jovens e Adultos. Os resultados alcançados neste trabalho demonstram que, as articulações do ensino e da pesquisa são fundamentais para a possibilidade dos conhecimentos multidisciplinares na construção de outra realidade educacional e saberes da comunidade local. Para a organização do trabalho pedagógico, na modalidade da Educação de Jovens e Adultos a realização da multidisciplinariedade como eixo para o alcance dos saberes que é percorrido na sua totalidade, ou seja, nos múltiplos saberes implicados no universo dos sujeitos da Educação de Jovens e Adultos para a construção da sua emancipação enquanto sujeito histórico-cultural. Palavras-chave: Formação, Saberes, Gestão educacional, Emancipação humana SALA | SALLE 6 – 162, 200, 206 [ID 162] Projeto Piloto de Ensino Bilingue Precoce no 1º CEB em Portugal: desafios para a formação de professores Marta Almeida | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Ana Sofia Pinho | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Estela Costa | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] 166 Resumo O estudo de avaliação externa do projeto piloto “Ensino Bilingue Precoce no 1º CEB ” em Portugal teve como principais objetivos avaliar a eficácia da sua implementação e emitir recomendações passíveis de vir a ter reflexo nas políticas públicas sobre a aprendizagem do inglês e de formação de professores bilingues. Centrando-se na condução de estudos de caso em seis Agrupamentos de Escolas, uma das etapas implicou a realização de um conjunto de entrevistas semiestruturadas a informantes chave, através das quais se procurou obter as representações e perceções dos atores relativamente ao ensino bilingue, ao contributo da formação recebida ao longo do projeto e às necessidades de formação sentidas. Da análise de conteúdo das entrevistas a 15 professores titulares, sete professores assistentes, seis professores coordenadores e seis diretores, foi possível apurar um conjunto de necessidades de formação (no domínio da língua inglesa, da didática específica para o ensino de uma língua estrangeira no 1º ciclo, da metodologia CLIL, da gestão de sala de aula e de relação pedagógica no primeiro ciclo, das metodologias ativas de aprendizagem, entre outras) e modalidades de formação desejadas. Foi também possível identificar contributos da formação recebida, bem como áreas lacunares e dificuldades sentidas, nomeadamente na aplicabilidade da formação recebida na sala de aula, e constrangimentos sentidos quer a nível pessoal, quer de cariz organizacional, aspetos a considerar na conceção de planos de formação que permitam atender simultaneamente ao transversal (visão do projeto) e ao local (idiossincrasias dos AE e dos seus atores). Palavras-chave: Necessidades de formação, Planos de formação, Modalidades de formação, Ensino bilingue precoce [ID 200] O feedback oral: um estudo sobre a própria prática, em matemática, no 1º ciclo Mónica Bastos | Escola Superior de Educação – IPSetúbal | [email protected] Jorge Pinto | Escola Superior de Educação – IPSetúbal | [email protected] Resumo Esta investigação teve como principal objetivo conhecer, de forma aprofundada, as características dos meus feedbacks orais aquando da discussão de tarefas matemáticas em grande grupo no quadro. Desta forma, apresenta-se como uma reflexão sobre a prática, que 167 mostra e reforça a importância da utilização do feedback oral na sala de aula. Este define-se como sendo o tipo de informação dispensada aos diferentes alunos que lhes permite confrontarem-se com as suas dificuldades, pensarem sobre elas para as conseguirem superar, diminuindo assim a distância entre aquilo que sabem e aquilo que deveriam saber, isto é passarem do sentido individual a um significado partilhado. Todavia para que isto aconteça é necessário que o professor tenha esta intencionalidade e que seja capaz de colocar ou fornecer as informações adequadas. Como vários autores referem, não é a quantidade de feedbacks mas a sua qualidade que pode contribuir para a consecução dessas aprendizagens. Deste modo, o presente estudo teve como ponto de partida: "Quais as características do meu feedback oral em tarefas matemáticas discutidas em grande grupo?", para tal foram analisados alguns episódios segundo três dimensões - dinâmica; foco e significado -. É uma investigação que se insere numa perspetiva de investigação sobre a prática, seguindo um design de estudo o estudo de caso. Da análise dos dados foi possível concluir que existirem algumas tendências em cada dimensão: na dinâmica a interação Professor/Turma foi a mais frequente, indicando que os feedbacks foram dirigidos essencialmente a toda a turma; no foco as tendências incidiram sobre a concetualização e o processos; e no significado foram as subcategorias questionar para obter um resultado e para orientar os alunos, que se evidenciaram como as mais utilizadas. De um modo geral ainda foi possível reconhecer algumas das vantagens patentes na prática de feedbacks orais, das quais se destaca a eficácia do uso do feedback enquanto um instrumento promotor de aprendizagem em matemática e como uma prática de diferenciação pedagógica. Palavras-chave: Feedback oral, Aprendizagem, Diferenciação pedagógica, Avaliação formativa [ID 206] Investigar conceções e práticas do professor de Matemática: Uma oportunidade de desenvolvimento profissional Cristina Martins | Escola Superior de Educação – IPB | [email protected] Manuel Vara Pires | Escola Superior de Educação – IPB | [email protected] Resumo O desenvolvimento profissional é um processo indispensável na vida do professor. O professor precisa de atualizar, ampliar e aprofundar conhecimentos e competências que o ajudem a enfrentar as necessidades da sua vida profissional, quer em relação à Matemática, quer em 168 relação ao currículo, à didática, aos alunos, ao contexto e a si mesmo. Existem diferentes oportunidades de desenvolvimento profissional e vários contextos de realização. Há um aspeto que é de relevar, a importância do papel ativo do professor no seu próprio desenvolvimento profissional. Nesta comunicação pretendemos mostrar a investigação realizada por alguns professores da República Democrática de São Tomé e Príncipe, indicador precioso da vontade do professor ir mais além no seu desenvolvimento profissional e contribuir para a melhoria do ensino. Assim, esta comunicação visa analisar o trabalho desenvolvido em quatro dissertações no âmbito de um curso de Mestrado em Ensino das Ciências, especificamente na área da Matemática, tendo sobretudo como intuito dar conta dos interesses de alguns professores e, consequentemente, mostrar uma panorâmica da formação e desenvolvimento profissional dos professores de Matemática de São Tomé e Príncipe. As dissertações analisadas incidem nas conceções e práticas do professor de Matemática, sendo uma delas ligada especificamente ao ensino da Estatística e outras a aspetos ligados à gestão da sala de aula e à avaliação dos alunos. Destaque-se que sobre a temática “aprendizagem cooperativa” são abordadas quer a visão do professor quer a visão do aluno. Nas abordagens metodológicas, é notória a opção pela investigação qualitativa e, mais especificamente, pela realização de estudos de caso. Refira-se que, apesar da novidade da realização deste tipo de trabalhos em São Tomé e Príncipe, a recolha e a análise de dados recorreu ao discurso dos professores participantes mas também envolveu a observação de aulas em contexto. A partir das principais conclusões das investigações emerge, sobretudo, a necessidade de melhorar as conceções e as práticas de sala de aula dos professores de Matemática, muitas vezes condicionadas e resultantes das (poucas) condições físicas e de trabalho existentes. Há, de facto, ainda um longo caminho a percorrer, mas os trabalhos desenvolvidos trouxeram uma grande contributo para a investigação e novas ideias e práticas futuras para a melhoria do ensino em São Tomé e Príncipe. Palavras-chave: Desenvolvimento profissional do professor, Conceções de professores, Práticas de ensino [ID 171] Violência Sexual contra crianças e adolescentes no ambiente virtual. Um desafio pedagógico a ser superado 169 Vera Márcia Marques Santos | Universidade do Estado de Santa Catarina | [email protected] Alfredo Balduini Santos | Universidade do Estado de Santa Catarina | [email protected] Fábio Manoel Caliari | Universidade do Estado de Santa Catarina | [email protected] Resumo A violência sexual contra crianças e adolescentes no ambiente escolar, na sociedade contemporânea têm tomado novos contornos, dentre o qual destacamos o avanço tecnológico, principalmente por aplicativos sugestivos a encontros com fins eróticos. Entre eles citam-se o Hot Meeting, o Tinder, entre outros. Vale ressaltar que no Brasil (BRASIL,2013), este assunto ainda não possui legislação própria, que venha combater tal violência, existindo tão somente políticas de uso, “código moral” que podem ser facilmente rompidos. Neste caso, crianças e adolescentes que, pelas suas características, tornam-se presas fáceis aos indivíduos com interesses sexuais, ou seja, pedófilos. Deste modo, temos acompanhado que os pedófilos encontram no espaço virtual, ambiente apropriado à crimes que como: online grooming, sexting, sextortion e revenge porn. Diante disso, propõe-se como objetivo, por meio de diferentes espaços de formação continuada para professores e outros profissionais da educação, bem como diferentes atores sociais envolvidos nestas comunidades, estabelecer um campo de debates, reflexões e (re)elaborações do que vem se constituindo no campo da violência sexual em tempos de realidades virtuais, ou seja, as orientações e campanhas que visam prevenir a violência sexual contra crianças e adolescentes no ambiente virtual. Diante disso, percebemos que outras intervenções pedagógicas devem ser realizadas, a abordagem pedagógica assume outras configurações, torna-se mais complexa. De acordo com (MORAN, 2013), a violência sexual é vista como algo que traumatiza e deixa cicatrizes tanto físicas como principalmente profundas marcas psicológicas naqueles que a sofrem e é fundamental que exista uma maneira de profissionais da educação estejam preparados para combater este tipo de violência. Enfim, como vimos, tecnologia vem alterando significativamente as relações comunicativas, em todos os espaços sociais, e no ambiente escolar isso não é diferente. Se, por um lado, notebooks, smartphones e tablets favorecem o aprendizado por meio de recursos como games educativos e aplicativos, por outro lado também são vistos como vilões da desatenção e, da falta de interesse. No entanto, concordando com (SANTOS E ALEXANDRE, 2015), temos 170 observado que esse contexto, tem revelado outro problema cada vez mais comum, que é a vulnerabilidade para a violência sexual a partir da utilização não segura destes equipamentos. Palavras-chave: Violência Sexual, Exploração Sexual, Tecnologia de Informação e Comunicação SALA | SALLE 7 – 150, 106, 154, 176 [ID 150] Supervisão pedagógica: a perceção dos educadores de infância cooperantes Angelina Sanches | Escola Superior de Educação – IPB | [email protected] Rosa Novo | Escola Superior de Educação – IPB | [email protected] Elza Mesquita | Escola Superior de Educação – IPB | [email protected] Resumo O presente estudo incide na perceção dos educadores cooperantes sobre o processo de supervisão pedagógica, em contexto de educação de infância e tem como objetivos contribuir para a produção de um olhar crítico construtivo e, se possível, compreender que sinergias se podem construir rumo a uma lógica de transformação e emancipação. Sublinha-se que, na última década, a qualidade na formação de professores se acentuou exigindo a centração na aprendizagem reflexiva e crítica do quotidiano da profissão e como processo colaborativo. Partindo de uma abordagem socioconstrutivista e ecológica optámos por uma metodologia qualitativa, elegendo o inquérito por questionário, com questões abertas, como instrumento central na recolha de dados. Participaram neste estudo 34 educadores de infância. Para tratamento e interpretação dos dados, recorremos à análise de conteúdo, atendendo a quatro categorias: os papéis dos diferentes intervenientes do processo formativo; as interações; o processo de reflexão; e o processo de avaliação. A análise dos dados evidencia um clima aberto e cooperativo entre os diferentes intervenientes, embora incidindo primordialmente em torno da capacitação dos alunos-estagiários para a profissão de educador, com implicações nos papéis que cada desempenha. Também emerge a necessidade de abertura da escola formadora para evoluir no sentido de uma maior presença do supervisor institucional nos contextos supervisivos e de repensar o processo de reflexão com o objetivo de se desenvolver uma pedagogia de supervisão, capaz de promover o desenvolvimento de uma comunidade que aprende e constrói conhecimento sobre si própria, rumo à mudança e à inovação. 171 Palavras-chave: Supervisão pedagógica, Interacções, Reflexão, Avaliação [ID 106] Do espaço interior para o espaço exterior: algumas implicações de uma oferta educativa alternativa para a infância Isabel Duque | CASPAE-Centro de Apoio Social de Pais e Amigos da Escola | [email protected] Luana Pinho | CASPAE-Centro de Apoio Social de Pais e Amigos da Escola | [email protected] Ana Coelho | IPC/ESEC- Instituto Politécnico de Coimbra/Escola Superior de Educação | [email protected] Vera Vale | IPC/ESEC- Instituto Politécnico de Coimbra/Escola Superior de Educação | [email protected] Aida Figueiredo | Universidade de Aveiro, DE/ Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) | [email protected] Marlene Miguéis | Universidade de Aveiro, DE/ Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) | [email protected] Emília Bigotte | CASPAE/IPC/ISEC- Centro de Apoio Social de Pais e Amigos/Instituto Politécnico de Coimbra/Instituto Superior de Engenharia | [email protected] Resumo De acordo com investigações internacionais (Erickson & Ernst, 2011; Faber & Kuo, 2009; Fjørtoft, 2001; Wells, 2000; White & Stoecklin, 2008), oportunidades sistemáticas de contacto e de exploração livre da natureza produzem benefícios nas crianças, em diferentes domínios: social, emocional, cognitivo e saúde. No domínio da saúde, diversos estudos (Júliusson et al., 2010; Neto, 1994, 1997, 2007) referem estilos de vida atuais - padrões de comportamento alimentar, decréscimo dos níveis de atividade física, elevado número de atividades estruturadas indoor, natureza sedentária de algumas formas de lazer das crianças - e destacam o seu impacto na saúde das crianças - excesso de peso, obesidade infantil e doenças associadas, designadamente diabetes e colesterol, e inatividade física -, sendo Portugal um dos países da União Europeia com maior prevalência (Breda, n.d.). Estes dados podem ser contrariados através de iniciativas integradas, articuladas e transdisciplinares – saúde e educação –, nomeadamente programas educativos em ambiente outdoor, muito utilizados em países escandinavos e que complementam a oferta educativa para crianças dos 0 aos 5 anos, 172 privilegiando o contacto regular e sistemático com a natureza (Bird, 2004; Figueiredo, 2015; Godbay, 2009; Fjørtoft e Gundersen, 2007). Com base no exposto, considera-se pertinente a implementação deste tipo de oferta em Portugal, não esquecendo as características culturais, sociais e económicas do nosso contexto educativo. Esta comunicação visa a apresentação de um projeto-piloto, com início em março de 2016, com duração de três anos, e que propõe complementar a atual oferta educativa de dois jardins de infância, na região centro, para crianças entre os 3 e os 5 anos. Como forma de monitorizar o projeto, será efetuada uma avaliação do IMC, do desenvolvimento psicomotor e do desenvolvimento socioemocional em três momentos – antes da implementação, sensivelmente a meio e no fim do projeto. Esta avaliação será feita recorrendo a escalas específicas e ao Questionário de avaliação das capacidades e dificuldades (SDQ), que permite conhecer a perceção que pais e educadores têm do desenvolvimento socio emocional das crianças. Dada a escassez de estudos neste domínio em Portugal, pretende-se com este projeto/estudo sensibilizar pais, comunidade educativa e política para a importância da permanência, de forma sistemática, das crianças em espaços exteriores, designadamente natureza. Palavras-chave: Educação pré-escolar, Oferta educativa outdoor, Natureza, Exploração livre [ID 154] Problematizando a formação pedagógica de novos professores: Uma reflexão a partir de uma prática desenvolvida Josí Aparecida | IFSUL | [email protected] Paula Andrade | IFSUL | [email protected] Fábio Silva | IFSUL | [email protected] Resumo Com a promulgação da Lei 11.892, em dezembro de 2008, o Governo brasileiro criou a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Focando na qualificação profissional, os Institutos Federais constituem-se como a aposta contemporânea do governo brasileiro para a oferta de ensino público, gratuito e de qualidade, atrelando sua função social com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Tal proposta, considerada inovadora pelos discursos que circulam na instituição, apresenta inúmeros desafios que se colocam no cotidiano dessas instituições. Dentre esses desafios 173 destacamos a formação pedagógica do professor que ingressa como servidor neste espaço. Isso ocorre tanto pela diversidade de sujeitos que compõem o corpo docente quanto pelo fato de muitos deles não serem licenciados como professores, mas sim profissionais habilitados nas áreas técnicas, sem experiência na docência. Cientes disso, executamos uma proposta de formação pedagógica aos professores iniciantes. A formação ocorreu no câmpus em que trabalhamos como docentes/equipe pedagógica, no interior do Estado do Rio Grande do Sul, ao longo de 36 horas, em 9 turnos de trabalho desenvolvidos entre os meses de julho a outubro deste ano. Assim, com o objetivo de problematizar esta prática é que propomos este artigo. Relacionando a formação desenvolvida com o princípio de que nos constituímos professores na experiência real da docência, buscamos discutir a produtividade e as limitações de propostas como esta. Para isso nos fundamentamos nas discussões que tratam da formação de professores desde uma perspectiva pós-estruturalista de Educação, que evidencia o caráter ambíguo e contingente da experiência de tornar-se docente ao longo da trajetória profissional. Com a formação já concluída e com as leituras realizadas sobre a temática (TRAVERSINI, 2013; BEHRENS e CARPIM, 2013) podemos perceber que esta formação é apenas um primeiro momento de um processo que se inicia, o que reforça a necessidade de ressignificarmos os investimentos em formação continuada de professores, tendo em vista que cada docente apresenta uma trajetória que possibilitou a sua inserção nos Institutos Federais, instituição que agora, em suas práticas discursivas, inventa-os como professores da educação profissional e tecnológica. Palavras-chave: Formação pedagógica, Professores iniciantes, Qualificação profissional, experiência docente [ID 176] O PARFOR pedagogia-UFPA: desafios na formação de professores/alunos e no ressignificar a prática pedagógica em sala de aula Maria Ludetana Arújo | Universidade Federal do Pará | [email protected] Vanessa Costa | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo | [email protected] Ney Cristina Oliveira | Universidade Federal do Pará | [email protected] Resumo Este trabalho apresenta considerações sobre o Plano Nacional de Formação de Professores (PARFOR), bem como, as experiências de professores/alunos do Curso de Pedagogia da 174 Universidade Federal do Pará (UFPA), no estado do Pará na Amazônia, que tem por objetivo de analisar a trajetória da formação em processo dos professores que retornam à condição de alunos, com o intuito de avaliar a aprendizagem de professores/alunos em formação e o processo de ressignificação da prática docente dentro de sala aula. Esta pesquisa adotou como referencial teórico Freire, Nóvoa, Fieldamn e Oliveira entre outros. Para isso, foi adotada como opção metodológica a abordagem da pesquisa qualitativa, por entender que esse tipo de pesquisa nos dá suporte para interpretar a realidade e obter respostas para os problemas. Trata-se de um estudo de caso, que contou com trabalho de campo, análise de documentos, levantamento de dados por meio da observação e o uso de questionários com docentes/alunos concluintes do referido curso. É válido destacar que o PARFOR Pedagogia da UFPA, apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas, desde 2008 conseguiu formar mais de 300 professores licenciados em Pedagogia ao longo de sua implementação. Diante desses resultados acreditamos que Política Nacional de Formação de Professores da Educação Básica em curso, comprova a contribuição da Formação Inicial, em relação às transformações no que diz respeito ao desenvolvimento concepções sobre educação, o sentido de ser professor na Amazônia, à ressignificação das práticas pedagógicas e à vida pessoal destes professores/alunos. Pela pesquisa fica clara a importância dessa formação e da relação teórico-prática que precisa ser estabelecida nos cursos de formação. Palavras-chave: Formação de Professores, PARFOR, Prática pedagógica SALA | SALLE 9 – 7, 24, 85, 124 [ID 7] Formação pelos pares na liderança para a mudança nos contextos de prática clinica Cristina Lavareda Baixinho | Escola Superior de Enfermagem de Lisboa | [email protected] Benedita Santos | ACES Estuário do Tejo | [email protected] Maria José Lourenço | Hospital Vila Franca de Xira | [email protected] Óscar Ferreira | Escola Superior de Enfermagem de Lisboa | [email protected] Resumo Objetivos: Identificar paradigmas na gestão da transição segura do hospital para a comunidade; Refletir sobre o papel dos pares na mudança da prática clinica na gestão da 175 transição segura do hospital para a comunidade; Descrever a metodologia de formação utilizada para a mudança de paradigma na gestão desta transição. Enquadramento teórico: O envelhecimento populacional, o aumento das doenças crónicas, do número de pessoas com incapacidades, declínio funcional e com demências está a alterar o perfil de morbilidade da população portuguesa. Esta alteração implica uma “transferência” de conhecimento e competências para empoderar os familiares a dar continuidade aos cuidados de saúde de que a pessoa necessita após a alta hospitalar. Todavia e como em todos os processos de mudança a alteração de práticas clinicas é demorada, com a agravante que as equipas multidisciplinares e a complexidade dos contextos, bem como o envolvimento de profissionais de saúde tanto do hospital como da comunidade dificultam o processo, esta mudança de paradigma exige tem inerente um árduo trabalho de articulação, sensibilização e preparação para a ação das equipas, num contexto de multidisciplinaridade parceria efetivas. Metodologia: A educação pelos pares (Peer Education) tem sido bastante usada e divulgada em programas de promoção da saúde. Da análise da literatura sobre esta metodologia, da análise das práticas dos contextos e da experiência que esta equipa teve na formação de pares para a liderança de mudança nas práticas clinicas reflete-se sobre a teoria e a sua implicação na ação, concretamente no impacto da formação por pares para a liderança de processos clínicos. Conclusões: A necessidade de agilizar os processos de mudança para a introdução da evidência científica na prestação de cuidados de saúde em equipas multiprofissionais e em diferentes níveis de cuidados (hospitalares e de saúde primários) é difícil. Assim acreditamos que formar pares que dinamizem as equipas e as motivem, promovendo a crítica e a reflexão sobre a ação, torna o processo mais célere e menos complexo possibilitando um encontro entre as necessidades de formação e de investigação, o que se repercute na melhoria da qualidade dos cuidados na formação de redes de trabalho promotoras da continuidade da mudança e na satisfação de todos os envolvidos: profissionais de saúde, doentes e seus familiares. Palavras-chave: Formação pelos pares, Enfermagem, Gestão da Transição Hospital – Comunidade, Mudança [ID 24] O programa brasileiro institucional de bolsa de iniciação a docência e as licenciaturas no IF campo: interfaces formativas Rosenilde Paniago | Instituto Federal Goiano | [email protected] 176 Teresa Sarmento | Universidade do Minho | [email protected] Resumo Esta discussão focaliza o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) no processo formativo de professores de um Instituto Federal de Ciências, Educação e Tecnologia, aqui denominado como IF Campo, e faz parte de um estudo que objetiva investigar os contributos do PIBID para a aprendizagem da docência. O PIBID é um programa brasileiro vinculado à coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior (CAPES), criado em 2007. Neste texto apresentar-se-á um recorte da pesquisa com vista a verificar se as ações do PIBID no IF Campo contribuem para o aprofundamento da relação teoria e prática na formação e quais as interfaces do programa com as práticas dos cursos de licenciatura em Química, Biologia e Matemática. Para tanto, utilizou-se como fonte de dados a análise de documentos (relatório e projetos encaminhados a CAPES) e a análise de narrativas de formandos e professores coordenadores de projetos da IES. Os resultados iniciais sinalizam que o PIBID tem contribuído de forma significativa para o processo formativo nas licenciaturas da IES, de forma a suscitar a mobilização de ações de incentivo às licenciaturas, como eventos, oficinas, seminários, realização de projetos de investigação. Para além disso, a aproximação dos formandos com as escolas de educação básica, futuro espaço de trabalho, evidencia o potencial do PIBID como espaço de reflexão, em que o aluno é incitado a desenvolver posturas investigativas, elaborar e executar projetos de ensino e de investigação ação. Entretanto, foram constatadas também fragilidades, traduzidas pela ausência de relação das práticas que ocorrem no programa com as práticas efetivas de ensino dos professores que atuam nos cursos de licenciatura, bem como das atividades de pesquisa desses professores. De modo geral, são poucos os professores do IF Campo que conseguem estabelecer relação entre as práticas de ensino da educação básica, o PIBID e suas atividades de ensino e pesquisa na IES, fato que reduz as possibilidades do programa como espaço de aprendizagem significativa da profissão docente e de aproximação da realidade da educação básica por meio da investigação e reflexão. Palavras-chave: Formação de professores, Programa de Iniciação à Docência, Prática de ensino nas Licenciaturas [ID 85] 177 UNIVERSIDADE E TRABALHO: uma análise da contribuição dos diferentes modelos institucionais de universidade na formação do trabalhador na Amazônia João Batista Do Carmo Silva | Universidade Federal do Pará – UFPA | [email protected] Ronaldo Marcos De Lima Araújo | Universidade Federal do Pará – UFPA | [email protected] Resumo Essa pesquisa tem como objetivo investigar as contribuições dos modelos institucionais de universidade na formação do trabalhador, considerando as diferentes e antitéticas perspectivas colocadas para a relação entre universidade e mundo do trabalho na Amazônia. Trata-se de uma análise no interior da complexidade histórica, social e política do capitalismo, conforme estabelece a perspectiva do método Materialista Histórico e Dialético. A pesquisa orienta-se na abordagem da Pesquisa Qualitativa. A coleta dos dados ocorreu por meio de um levantamento bibliográfico e de uma pesquisa documental, que investigou Estatutos, Regimentos, PDI’s e Planos de Gestão das instituições. O referencial teórico das pesquisa fundamenta-se em Marx (1982; 2005), Gramsci (2006), Frigotto (2005), Lima Filho e Tavares (2006), Cunha (2007), Ramos (2006) e Teixeira e Lobo (2013). A análise dos dados realizou-se por meio da Análise do conteúdo. Os resultados apontam que as crises do capital, impulsionaram os Estados Nacionais a realizarem reformas nas universidades no sentido de aparelhá-las as suas estratégias para construção de um saída conservadora dessas crises. A materialidade dessas ações explicitam-se na flexibilidade da legislação educacional brasileira, que aponta para uma perspectiva de criação de modelos institucionais, alguns alinhados à lógica do capital e outros poucos estruturados na perspectiva contra hegemônica. No estado do Pará, podemos encontrar a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), a Universidade do Estado do Pará (UEPA), como Modelos Clássicos de universidades. Por outro lado, existe a Universidade da Amazônia (UNAMA), instituição privada que atua em uma perspectiva próximo ao projeto das universidades coorporativas. Assim como, encontramos, o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), atuando em uma perspectiva próxima à concepção das universidades tecnológicas. Conclui-se que os modelos institucionais das universidades clássicas e coorporativas refletem um distanciamento existente entre as ações formativas da universidade e as necessidades urgente dos trabalhadores diante dos interesse do capital presente na Região Amazônica. Palavras-chave: Trabalho e educação, Universidade, Formação do trabalhador 178 [ID 124] Metodologias problematizadoras: possibilidades e impossibilidades na formação dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Brasil Cristiane Lemos | Universidade Federal de Goiás | [email protected] Resumo O estudo teve como objetivo a análise da concepção da Educação Permanente em Saúde (EPS) constante da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) do Brasil, implantada pela Portaria do Ministério da Saúde(MS) nº. 198/GM/MS, de 13/02/2004. A metodologia utilizada foi o estudo e análise de documentos ministeriais do período de 2003 a 2009, artigos de autores envolvidos com a temática . Pelo estudo foi possível constatar que a EPS tem uma centralidade nas metodologias problematizadores e critica o modelo de educação tradicional que predomina na formação dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) que na vissão do MS aconteceu historicamente de forma tradicional, verticalizada, com base no conteudismo e repasse de ideias sem conexão com a realidade. A PNEPS inova ao basear-se em uma educação permanente no serviço do SUS com referenciais pedagógicos problematizadores e dialógicos, típicos do pensamento de Paulo Freire, da perspectiva cognitivista de David Ausubel com a teoria da aprendizagem significativa e dos ideários pragmatistas de Dewey. Assim concebe-se uma proposta de de educação/gestão do trabalho compreendida como forma mais ativa e mais eficaz na resolutibilidade dos serviços do SUS. Estes referenciais pedagógicos da EPS são atrativos, pois trazem um discurso pedagógico encantador e com ares de verdade pautados pela: integração, conexão teoria/prática, resolutividade, problematização e transformação, relacionados à educação e trabalho no SUS. Pela análise considera-se que há avanços ao denunciar o caráter mecânico, artificial e desatualizados dos conteúdos da escola tradicional muito difundidos na formação dos trabalhadores do SUS. No entanto é justamente no momento em que a ofensiva neoliberal avança, e que o trabalho se encontra cada vez mais instável e precarizado, é que o Ministério da Saúde aposta na gestão/educação inovadora com centralidade nas metodologias problematizadoras, como possibilidade de transformação do SUS. Percebe-se limites principalmente pela ausência da perspectiva histórica da educação, pela falta de visão dos sujeitos sociais e suas complexidades no mundo do trabalho, e pela grande ênfase conferida à educação como mola propulsora das mudanças sociais. 179 Palavras-chave: Metodologias problematizadoras, Educação permanente em saúde, Formação em trabalho SALA | SALLE 10 – 60, 81, 137, 147 [ID 60] O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência do IF Goiano com o recurso do Laboratório de Educação Matemática: Um estudo de caso com os alunos da Licenciatura em Matemática Eliane Fonseca Campos Mota | Instituto Federal Goiano Campus Urutaí | [email protected] Maria Helena Martinho | Cied – Universidade do Minho | [email protected] Resumo O presente estudo surge da prática pedagógica vivenciada pela primeira autora em um programa denominado PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) desenvolvido no Curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal Goiano Campus Urutaí (IF Goiano). O PIBID é um programa de Políticas Públicas do governo brasileiro vinculado a CAPES (Coordenação de Pessoal de Nível Superior) que elabora as normas do programa, aprova e fomenta os projetos e as pessoas que o executam. Exclusivo para as licenciaturas, as atividades do PIBID são planejadas nas Instituições de Ensino Superior e executadas nas escolas públicas de ensino básico, conveniadas ao programa. No caso do curso de Licenciatura em Matemática do IF Goiano, as atividades do PIBID são planejadas no Laboratório de Educação Matemática, portanto, o objetivo deste estudo é refletir sobre as potencialidades, uso e a influência do trabalho realizado no laboratório do Instituto Federal Goiano Campus Urutaí na formação dos bolsistas de iniciação à docência, bem como a concepção dos mesmos sobre o laboratório e o efeito de seu uso na escola conveniada ao PIBID. Para dar suporte teórico ao estudo buscou-se, principalmente, contextualizar as licenciaturas nos Institutos Federais, a formação de professores de matemática implicando no PIBID e o papel do laboratório de Educação Matemática. A investigação caracteriza-se como qualitativa e interpretativa recorrendo ao estudo de caso. Está em andamento tendo sido 180 realizadas as observações no laboratório durante as reuniões semanais dos membros do PIBID e as entrevistas com os sujeitos da pesquisa, num total de 15 acadêmicos, faltando ainda à entrevista coletiva e a pesquisa documental. Como resultado preliminar a uma das questões de investigação, a saber: Quais as potencialidades do laboratório de Educação Matemática para os bolsistas de iniciação à docência? Pode-se afirmar que este é um espaço que potencializa a melhoria da qualidade da formação inicial por disponibilizar diversos recursos pedagógicos, estimular a criatividade, a prática inovadora baseada nas tendências atuais da Educação Matemática especificamente no trabalho com jogos e materiais manuseáveis e ainda a articulação entre teoria e prática pedagógica. O contato dos acadêmicos calouros com os veteranos tem estimulado o trabalho em equipe, que instiga a reflexão, a discussão, a elaboração de materiais e todas as decisões muito bem discutidas e consensuais. Palavras-chave: PIBID, Laboratório, Educação Matemática, IF Goiano [ID 81] O Ensino da Estatística e sua motivação na EJA do ensino médio: percepções de um grupo de professores Lucianne Andrade | Instituto Federal Goiano | [email protected] José António Fernandes | Universidade do Minho | [email protected] Resumo O estudo a que nos referimos faz parte da tese de doutoramento em Educação Matemática, em desenvolvimento. O mesmo está sendo realizado após observarmos que mesmo a Estatística fazendo parte do cotidiano, os temas relacionados à Estatística geralmente não são ensinados aos alunos do ensino fundamental e médio da EJA – Educação de Jovens e Adultos – ou, ao serem ensinados não recebem a mesma importância que os demais conteúdos matemáticos. Objetivamos, após observação e entrevistas, estudar os elementos que levariam professores e alunos a não valorizarem o conhecimento estatístico como algo relevante e quais possibilidades poderiam ser propostas para que sua abordagem passasse a ser mais interessante tanto para os professores quanto para os alunos. O estudo vem sendo conduzido com a participação de alunos do curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal Goiano, futuros professores, visando o desenvolvimento de uma prática pedagógica voltada para propostas de situações em que os estudantes da EJA possam realizar atividades, que considerem suas vivências, o contexto político e social em que estão inseridos. Dessa forma, 181 passariam a observar e construir eventos possíveis, por meio da experimentação concreta, de coleta e de organização de dados. Foi possível constatar que o material didático disponível para os professores e alunos não dão conta da necessidade desse público. Diante disso, surge a necessidade e importância da produção de material didático de Estatística direcionado para o público da EJA, que considere seus conhecimentos prévios e suas experiências de vida e de trabalho. A proposta de material didático, elaborado de forma colaborativa por professores e alunos da Licenciatura, que priorize a formação cidadã desses alunos, relacionando a teoria e a prática, utilizando abordagens diversificadas, surge como um desafio para tornar o processo de ensino e aprendizagem mais relevante, mais significativo, tanto para os alunos da EJA, seus professores quanto para a formação dos alunos da Licenciatura em Matemática. Palavras-chaves: Estatística na EJA, Formação de Professores, Produção de Material Didático [ID 137] A docência nos anos iniciais: “a matemática está em toda a parte? Cláudio José De Oliveira | Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC | [email protected] Marta Cristina César Pozzobon | Universidade Fedarl do Pampa – UNIPAMPA | [email protected] Resumo “A Matemática está em toda parte”, “A Matemática é difícil”, “É necessário ensinar Matemática com material concreto”, “Eu sempre tive dificuldade em Matemática.” As falas acima são ditas por licenciandas que frequentaram no primeiro semestre de 2015 um componente curricular que discute a formação de professores que ensinam matemática em um curso de Pedagogia de uma universidade do interior do Rio Grande do Sul/Brasil. Os ditos nos levam a discutir que muitas dessas alunas consideram a existência de uma Matemática, a Matemática Escolar, como a única a ser ensinada em sala de aula. Estas e outras discussões têm nos desafiado a pesquisar sobre a docência para ensinar matemática nos anos iniciais, em um estudo que desenvolvemos em rede, contando com a participação de pesquisadores, que atuam em universidades comunitárias e uma universidade federal, todas localizadas no interior do Rio Grande do Sul/Brasil, de graduandos, de mestrandos e de bolsistas de iniciação científica. Também, o estudo integra as ações do Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Docências, Pedagogias e Diferenças – GIPEDI/UNISINOS e do Grupo de Estudos em Educação Matemática – GEEM/UNIJUI e Identidade e Diferença na Educação – IDE/UNISC. Com esse 182 interesse, problematizamos uma situação curricular intitulada “Jantar Matemático: observando as matemáticas no restaurante” proposta no transcorrer do componente Linguagem Matemática na Educação I – LME I, realizadas por um de nós, na perspectiva de entender quais as contribuições desta situação curricular à constituição de uma docência para ensinar matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (AIEF). Para esta produção, consideramos as contribuições de Popkewitz, Olsson e Petersson (2009) ao nos alertar que vivemos em uma Sociedade da Aprendizagem, ou como diz Bauman (2001), passamos de uma sociedade sólida, em que os acontecimentos eram previsíveis, controlados por um longo tempo, para uma sociedade líquida, da imprevisibilidade, da incerteza, da flexibilidade, dos espaços sem fronteiras limitadas. E, ainda, consideramos os estudos de Etnomatemática desenvolvidos por Knijnik (2006), Knijnik, Wanderer e Oliveira (2010) e Knijnik et. al. (2013). As conclusões da pesquisa até aqui realizada, apontam para a necessidade de se tensionar a produção de outras matemáticas fora da escola, problematizando suas implicações na constituição da docência. Palavras-chave: Educação Matemática, Docência Contemporânea, Formação de Professores, Anos Iniciais [ID 147] Políticas curriculares de Matemática na sua relação com as práticas de professores Fátima Delgado | Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto | [email protected] Carlinda Leite | Centro de Investigação e Intervenção Educativa da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto | [email protected] Preciosa Fernandes | Centro de Investigação e Intervenção Educativa da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto | [email protected] Resumo Ao longo do século XX, a visão sobre a Matemática, enquanto área disciplinar, foi sofrendo alterações, quer pela própria evolução dos saberes científicos e a relevância que foi sendo atribuída a determinados conteúdos específicos (Howson, Keitel & Kilpatrick, 1981), quer pelo desenvolvimento das teorias curriculares e das perspetivas sobre aprendizagem (Ponte et al., 1997). Estudos realizados têm, contudo apontado para um distanciamento entre as orientações 183 curriculares propostas nos documentos oficiais e as práticas dos professores (Ponte & Serrazina, 2004; Mosquito, 2008; Delgado, 2011, entre outros). É neste enquadramento que se situa esta comunicação. Nela são apresentados alguns resultados de um estudo que tem como objetivos identificar e analisar criticamente influências das políticas do currículo da Matemática nas práticas dos professores. O estudo seguiu uma metodologia de natureza qualitativa (Bogdan & Biklen, 1994) com recurso a uma entrevista semiestruturada realizada, em dois momentos, a quatro professoras de Matemática do ensino básico. Esses dois momentos correspondem à fase anterior à implementação do Programa e Metas Curriculares de Matemática do Ensino Básico de 2013 e à de implementação desse Programa. Genericamente, os resultados indicam que, relativamente ao Programa e Metas Curriculares de Matemática do Ensino Básico de 2013, em si, os professores reconhecem que ele não está a ter influências significativas no modo como desenvolvem as suas práticas. Todavia, há algumas referências que indicam que os professores consideram que o Programa de Matemática do Ensino Básico de 2007 os impulsionou para práticas de ensino promotoras de maior envolvimento dos alunos nas situações de aprendizagem. Os professores reconhecem ainda que o facto de a implementação deste programa de 2007 ser simultânea com o desenvolvimento do projeto Plano da Matemática (de 2006 a 2012), potenciou o trabalho colaborativo entre os professores. Palavras-chave: Políticas do currículo da Matemática, Práticas de professores, Ensino da Matemática SALA | SALLE 11 – 135, 158, 172, 177 [ID 135] Atividades de leitura, escrita, oralidade e análise linguística em sala de aula: o que propõem os livros didáticos? Manoelito Gurgel | Universidade Federal do Ceará | [email protected] Resumo Nesta comunicação, pretendemos apresentar os resultados da nossa análise de seis livros didáticos adotados nas séries do Ensino Médio de duas escolas da rede pública de Fortaleza, Ceará/Brasil. Na análise, procuramos responder, por exemplo, às seguintes questões gerais: 184 Qual o material didático adotado? A que visa o material? Que concepção de lingua(gem) é adotada pelo material didático em análise? O livro didático é relevante para o trabalho com a escrita, com a leitura, com a oralidade e com a análise linguística? As atividades propostas na unidade estão relacionadas? Quanto à escolha dos gêneros textuais, o que se percebe? Há diversidade nos gêneros textuais apresentados?Em que circunstâncias esses gêneros trabalhados em sala de aula são retomados pelos alunos na escola? Há um trabalho voltado para as questões interdisciplinares? Há orientação para o professor sobre os pressupostos teórico-epistemológicos que embasam o trabalho proposto? Além dessas questões mais geraiss, pretendemos responder a questões específicas relacionadas a cada eixo (leitura, escrita, oralidade e análise linguística). No que se refere, por exemplo, ao trabalho com a leitura, pretendemos analisar se há um trabalho direcionado à motivação para a leitura, se as questões propostas envolvem os três níveis de leitura (literal, interpretativo e crítico), se há um trabalho voltado para o desenvolvimento das habilidades de leitura (por exemplo, treinar o aluno para o reconhecimento de informações implícitas, do significado de palavras desconhecidas) e se há atividades de predição. Para a análise, ainda em andamento, recorremos às orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1999), bem como às sugestões de autores como Antunes (2003; 2009) e Rojo (2009), com o objetivo de analisarmos se os livros didáticos adotados propiciam situações em que os alunos possam exercitar as práticas sociais de compreensão e produção de textos (oral e escrito) e de análise/reflexão da língua (oral e escrita) em situações linguisticamente significativas, em situações reais de uso. Palavras-chave: Leitura, Escrita, Oralidade, Análise linguística, Ensino, Livro didático [ID 158] A poesia na escola: (des)encontros Rosilene De Fátima Koscianski Da Silveira | Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e Universidade do Minho – UM | [email protected] Eliane Santana Dias Debus | Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC | [email protected] Resumo A presente proposta de comunicação inscreve-se no Eixo 2: Práticas pedagógicas nos diferentes níveis de ensino e o (in)sucesso educativo e se constitui a partir da pesquisa em andamento, intitulada (provisoriamente) Infância e poesia: encontros possíveis no espaço- 185 tempo da escola. A pesquisa pauta-se no objectivo de investigar a relação infância e poesia, indagando os modos de interacção, os significados atribuídos e a relevância da leitura, da criação e da fruição poética na constituição do sujeito contemporâneo, leitor e narrador de sua história. O caminho de investigação trilhado converge nosso olhar para um dos espaçostempos (moderno) mais habitado pela criança contemporânea, a escola e, busca perceber a presença do texto poético em sala de aula, problematizar os modos de inserção e estudar as possibilidades desencadeadas pelo encontro poesia e criança. O diálogo teórico com Averbuck (1985); Souza (2006), Cunha (2013) entre outros pesquisadores do tema, nos permite afirmar que a poesia, na materialidade do texto poético, tem transitado na sala de aula numa proporção menor que a desejada. Além disso, mais relevante do que essa presença limitada observada no contexto escolar, nossa indagação se volta para os modos da poesia se fazer presente, ora pautada num conceito romântico acerca do género, que por sua vez, pouco potencializa seu aspecto formador, ora em outro extremo, utilizado como (pre)texto didáctico que desconsidera, em grande parte, seu aspecto literário. Entendemos a poesia como um texto complexo, plural e detentor de atributos linguísticos, literários e estéticos que se configura como um género privilegiado no letramento literário de crianças (e adultos) e nos indagamos sobre as formas de intensificar sua presença em sala de aula e potencializar o aprendizado da criança. Palavras-chave: Poesia, Interacção, Criança [ID 172] As Atividades Lúdicas e sua importância no Processo de Ensino-aprendizagem de Crianças dos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico Luís Castanheira | Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Carla Guerreiro | Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Maria Sousa | Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Resumo 186 Partilharemos uma experiência planificada e implementada em dois contextos: o 1.º e o 2.º Ciclos do Ensino Básico, com dois grupos: um constituído por crianças de 8 e 9 anos de idade e outro com crianças de 10 e 12 anos de idade, ambos pertencentes ao Ensino Público. Durante a concretização do Projeto tivemos sempre presente a individualidade de cada criança, tentando responder às suas especificidades. Tínhamos como intencionalidade educativa a construção de saberes e atitudes, na criança, atendendo aos seus gostos, interesses e opiniões. Assim, delineámos a seguinte questão-problema: quais as implicações das atividades lúdicas como estratégia de ensino-aprendizagem? Para a mesma questão delineamos os seguintes objetivos: Perceber qual a importância que os professores de 1.º e 2.º Ciclo atribuem ao Lúdico no processo de ensino-aprendizagem; Averiguar se os professores promovem e como implementam as atividades lúdicas na sala de aula; Avaliar o envolvimento dos alunos nas atividades lúdicas; Compreender as diferenças do interesse dos alunos pelas atividades de caráter lúdico e não lúdico e aferir se existem vantagens na prática do lúdico em contexto escolar. Antes de partirmos para a implementação do Projeto que iria dar resposta ao nosso problema inicial, passámos pela revisão da literatura respeitante ao nosso tema: o Lúdico. Assim, tentámos esclarecer conceitos e dúvidas que nos pareceram mais relevantes, nomeadamente a história deste conceito; as suas variantes, tais como atividade lúdica e educação lúdica; o lúdico como estratégia de ensino-aprendizagem; o lúdico com um papel de extrema importância enquanto agente de motivação de aprendizagens, entre outros. Quanto à metodologia do estudo, recorremos a uma abordagem qualitativa/quantitativa e, para tal, fizemos uso de técnicas e instrumentos que contribuíram para a recolha de dados e sua posterior análise. Depois de analisados e estabelecendo comparações com outros estudos já realizados, comprovaremos que o lúdico (recursos e atividades) é uma potencial ferramenta de trabalho em contexto educativo, desde que bem implementado. Palavras-chave: 1.º e 2.º Ciclos de Ensino, Lúdico, Estratégia, Ensino-aprendizagem [ID 177] Práticas intergeracionais e interdisciplinares no Ensino Básico - Projeto InterAgir Pedro Mendes | Escola Superior de Educação de Coimbra | [email protected] Cristina Leandor | Escola Superior de Educação de Coimbra | [email protected] Carla Pereira | Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho | [email protected] 187 Resumo A integração e a contextualização do conhecimento que a escola de hoje reivindica, não só reflete um desiderato que deveria nortear o ensino das crianças e jovens, como igualmente a intervenção educativa com outras faixas etárias. Por outro lado, o trabalho intergeracional, entre crianças e idosos, pode funcionar como um facilitador das práticas integradas e criativas. Este trabalho descreve uma experiência educativa de âmbito intergeracional e interdisciplinar, realizada no Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho e na Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Velho. Pretende-se verificar se as práticas interdisciplinares e intergeracionais tiveram um efeito positivo no desempenho escolar dos alunos participantes no projeto. Promoveu-se a intergeracionalidade de práticas integradas com a dança, a música e a plástica (EV e ET), em contexto artístico, entre os alunos e idosos, partindo da obra literária “A Viúva e o Papagaio”. Participaram igualmente as áreas disciplinares do Português, Ciências Naturais, Educação Moral, Religiosa e Católica e Cidadania. Esta fase estendeu-se ao longo do 2.º período, de janeiro a março, e contemplou 12 sessões de 100 minutos de dança criativa numa lógica interdisciplinar e intergeracional, tendo como objetivo o desenvolvimento de uma composição coreográfica e musical, abarcando, ainda, uma criação gráfica, com os alunos e os idosos. O recurso ao teste inferencial, aferido através do teste estatístico: Anova com medidas repetidas, permitiu observar uma melhoria significativa do 1.º para o 2.º períodos, nas disciplinas de Educação Tecnológica (p-value = 0,000) e Cidadania (p-value = 0,001). Refira-se que estas disciplinas tiveram uma participação relevante no projeto. A natureza intergeracional e interdisciplinar que este tipo de projeto desenvolve, poderá ser uma premissa de intervenção articulada dos saberes – aprender a conhecer, a fazer, a viver juntos e a ser, assente nos quatro pilares do conhecimento da Educação para o século XXI, numa perspetiva de educação ao longo da vida. Face ao descrito, seria de todo relevante que as práticas intergeracionais e interdisciplinares fossem dinamizadas com mais frequência nas escolas e instituições de solidariedade social de apoio ao idoso. Este tipo de práticas, quando têm um caráter regular, beneficiam o aluno e o idoso. Palavras-chave: Interdisciplinar, Intergeracional, Ensino Básico, Idoso SALA | SALLE 13 – 61, 103, 118, 225 188 [ID 61] Educação em direitos humanos: pedagogias de justiça na convivência escolar Ana Maria Eyng | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Cloves António Amissis Amorim | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Maria Lourdes Do P. K. D’Almeida | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Thais Pacievitch | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Marciele Stiegler Ribas | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Resumo O artigo tem como tema a educação em direitos humanos, com ênfase nas interfaces com a justiça e convivência nas escolas em diferentes níveis e modalidades da educação. O estudo destaca a relevância social e a potencialidade da vivência dos direitos humanos nas práticas pedagógicas, considerando as atuais políticas educacionais brasileiras que tornam obrigatória a Educação em Direitos Humanos em toda a Educação Básica e na formação de professores. Nesse sentido, o problema que orienta a reflexão procura elucidar a seguinte questão: em que aspectos a Educação em Direitos Humanos pode viabilizar a justiça na convivência escolar? Para tanto, tem-se como objetivo analisar as contribuições da Educação em Direitos Humanos na promoção da justiça na convivência escolar, em diferentes níveis e modalidades da educação. A pesquisa, de abordagem qualitativa, tem como categorias de analise: direitos humanos, justiça e convivência, em diálogo com argumentos teóricos de Santos (2008, 2010); Candau (2008); Arroyo (2012); Fraser (2008); Bobbio (2004) e dados empíricos, abrangendo 443 estudantes do Ensino Médio, 413 do Ensino Superior e 198 da Educação de Jovens e Adultos. A análise de dados evidencia um alinhamento nas percepções dos estudantes de diferentes níveis e modalidades que enfatizam: o direito a igualdade, à liberdade de expressão e a educação de qualidade como meio para viabilização dos direitos humanos na escola. A complexidade da convivência na escola, ampliada na contemporaneidade pela democratização do acesso, pela qual grupos antes excluídos e silenciados passam a ser reconhecidos como sujeitos de direitos, se constitui como um dos grandes desafios para as pedagogias em diferentes níveis. Nesse contexto, a ênfase ao direito à igualdade e à expressão referenda a adoção da Educação em Direitos Humanos em uma perspectiva intercultural. Essa perspectiva pressupõe o reconhecimento recíproco e a disponibilidade para enriquecimento mútuo entre várias culturas, garantindo assim a articulação entre políticas de igualdade e políticas de 189 identidade. A Educação em Direitos Humanos, a partir dessa perspectiva, pode viabilizar pedagogias que se pautem nos princípios da justiça emancipatória na promoção da convivência democrática. Palavras-chave: Direitos humanos, Justiça, Convivência, Diversidade [ID 103] Vida e cidadania nas práticas docentes Jaime Antônio Tasca Filho | Universidade Federal do Rio Grande – FURG | [email protected] Deize Maria Domingues Amaro | Universidade Federal do Rio Grande – FURG | [email protected] Resumo O CAIC é uma instituição de caráter sociocultural e educativa vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Rio Grande – FURG que atende crianças, jovens e adultos, dos bairros do entorno do Campus Carreiros desta Universidade. Como o foco de trabalho do CAIC – Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente é o educativo, se dá importância à qualificação dos processos de aprendizagem, bem como a capacitação dos professores e estagiários. ENQUADRAMENTO TEÓRICO As discussões sobre o campo escolar perpassam, também, sobre intensos debates no que se refere à constituição destes escolares como agentes sociais atuantes. Se, por um lado, tais debates são embalados pela tomada de consciência desta necessidade, por outro, inúmeros são os questionamentos sobre qual a melhor forma de se trabalhar junto a estes sujeitos visando alcançar esta perspectiva de um mundo para além dos muros da escola. Freire nos diz que "ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo" (FREIRE, 1981, p. 79). METODOLOGIA E OBJETIVOS 190 Vivenciar a rotina escolar tem sido um grande desafio, “Ninguém nasce feito, ninguém nasce marcado para ser isso ou aquilo. Pelo contrário, nos tornamos isso ou aquilo” (FREIRE, 1993, p. 104), e por esse viés substituir o professor, tem nos feito direcionar outro olhar sobre a prática da docência. Nossa proposta de trabalho, a priori era de construirmos oficina para reforço da gramática e matemática, mas já nas primeiras aulas percebemos que a turma nos via como algo novo de verdade, não éramos somente figuras novas, eles esperavam por algo totalmente diferente. CONCLUSÕES Freire acreditava na possibilidade de mudança, do ser humano, enquanto sujeitos inacabados e na conscientização destes sobre sua situação de exploração e dominação diante dos seguimentos mais altos da sociedade. A realidade da escola CAIC tem muito a ver com a questão cultural, pouca influência para os estudos e negligência educacional tornando o trabalho do professor muito mais difícil, pois, somente na escola sem o apoio da família os alunos têm mais dificuldades de evoluírem. Palavras-chave: Ensino, Observação, Aprendizagem [ID 118] SABER COOPERAR PARA SABER APRENDER: Contributos da Aprendizagem Cooperativa na promoção de Competências Sociais e no Sucesso Educativo através do desenvolvimento de um Projeto Curricular Integrado Diana Silva | Universidade do Minho | [email protected] Carlos Silva | Universidade do Minho | [email protected] Resumo Com base numa metodologia de investigação-ação e numa abordagem ao trabalho cooperativo, o estudo apresenta o projeto de investigação e intervenção pedagógica desenvolvido num grupo de crianças do 1.º ano de escolaridade, do 1.º Ciclo, ao longo da Prática de Ensino Supervisionado II, como um processo de practicum da formação de professores, inserida no plano de estudos de um Mestrado de Ensino. Ostenta como principal objetivo averiguar o impacto da Aprendizagem Cooperativa na promoção de Competências Sociais e no Sucesso Educativo. 191 As razões que levaram à formulação desta investigação foram selecionadas e justificadas a partir de elementos pertinentes observados no contexto educativo. Deveram-se à carência de hábitos de trabalho de grupo e à reduzida manifestação e sustentabilidade de competências sociais relacionadas com a cooperação, colaboração, compreensão, entreajuda e respeito, que na sua ausência ou falta de sistematização geravam situações de desordem e conflito interpessoal entre as crianças. Assim, foram aplicados alguns métodos de Aprendizagem Cooperativa sugeridos por Lopes e Silva (2009), já que os autores defendem que a sua aplicação em educação formal, permite uma evolução do processo de ensino-aprendizagem e do desenvolvimento pessoal e social da criança. Refira-se que a base das intervenções realizadas tiveram o enquadramento na construção, desenvolvimento e avaliação de um Projeto Curricular Integrado, caracterizado por ser uma ferramenta curricular que pressupõe um papel ativo, por parte dos alunos, na construção do conhecimento escolar. De acordo com a investigação-ação, foram sobretudo utilizadas técnicas qualitativas para a recolha de dados que possibilitaram um diagnóstico e conhecimento aprofundado acerca da turma. A principal foi a observação participante, complementada com base em notas de campo, produções das crianças, fotografias e gravações áudio. O tratamento dos dados obtidos foi também complementado de forma quantitativa, recorrendo-se a tabelas de observação e autoavaliação dos alunos sobre o seu desempenho no seio dos grupos de trabalho. O trabalho desenvolvido apresentou um impacto positivo, uma vez que os resultados obtidos demonstram-nos uma gradual evolução na aquisição de competências sociais nas crianças. À medida que progrediam ao nível dessas competências sociais, também se tornavam mais eficientes nos processos e nos resultados dos trabalhos propostos, levando, ao sucesso educativo. Palavras-chave: Aprendizagem Cooperativa, Competências Sociais, Projeto Curricular Integrado, Sucesso Educativo [ID 225] EDUCAÇÃO ESCOLAR & TEORIA PEDAGOGICA NA ESCOLA DO BRASIL DO SÉCULO XXI: uma análise a partir dos Temas Transversais Maria De Lourdes Pinto De Almeida | PPGE URI-RS | [email protected] Edite Maria Sudbrack | PPGE URI | [email protected] 192 Resumo Este texto é fruto de uma pesquisa que estudou os Temas Transversais para além do discurso do Estado Neoliberal de Educação. O objetivo foi analisar a implementação dos temas transversais pelo Ministério de Educação e Cultura do Brasil, cuja proposta básica está colocada nos Parâmetros Curriculares Nacionais de 1998 visando dar um caráter crítico à Pedagogia. Este documento na teoria privilegia a formação da cidadania calcada nas preocupações “éticas” e no “construtivismo” pedagógico, contudo, essa proposta só revela seu alcance e limite frente à análise da relação da educação com mercado capitalista. É perante este que tal proposta encontra seu principal desafio na formação de um cidadão crítico e atuante. A discussão temo como norte uma fundamentação teórica consistente que debate esta temática para além da conformidade com as exigências do sistema econômico liberal, indicando ora as conexões entre ambas, ora as desconexões que limitam o alcance dos objetivos propostos pelo Estado. A interação da educação com o mercado é complexa e sua compreensão exige uma reflexão com vários vieses. Perante a noção de que o mercado é o único soberano, como acreditam os liberais e, conforme se tem proposto as diretrizes políticas nacionais recentes, a educação tem sido vista como um elemento da engrenagem do mercado ao preparar indivíduos para agirem conforme a racionalidade deste, fazendo dela uma mercadoria de uso, valor e barganha. Com isso, a tendência das políticas liberais é a de suprimir a educação enquanto um bem público, transformar o discente em um cliente e não em um cidadão. Tivemos como resultados diante da investigação desenvolvida a conclusão que a proposta dos temas transversais na teoria nada mais poderá promover do que a formação de recursos humanos, de trabalhadores polivalentes e de pessoas rotuladas como solidárias, visando incluir os excluídos do modo de produção capitalista, mas isto infelizmente não acontece na pratica pedagógica, pois todo esse discurso vem sem propostas e esperanças de transformar as estruturas produtoras da exclusão social. Palavras-chave: Educação Escolar, Práticas Pedagógicas, Temas Transversais, Escola e Aprendizagem, Escola e Temas Transversais SALA | SALLE 18 – 173, 205, 212, 95 [ID 173] Mapas conceituais como recurso facilitador da aprendizagem significativa nas séries iniciais do Ensino Fundamental 193 Cátia C. Michalovicz | Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR | [email protected] Resumo O trabalho tem por tema a utilização dos mapas conceituais como recurso facilitador da aprendizagem significativa entre estudantes das séries iniciais do Ensino Fundamental. O objetivo é expor a utilização dos mapas conceituais como uma ferramenta capaz de auxiliar os alunos na construção da aprendizagem, possibilitando, neste caso, àqueles com TDAH e/ou múltiplas reprovações a superação de dificuldades na leitura e escrita, explorando outros aspectos cognitivos dos mesmos. Apesar de ter sua origem no ensino de Ciências, os mapas conceituais constituem-se como ferramentas da aprendizagem significativa e mostram-se aplicáveis a diferentes disciplinas. A pesquisa-ação foi desenvolvida numa escola pública do município de Joinville, SC, Brasil e estiveram envolvidos cerca de 95 alunos do 5º ano das séries iniciais do Ensino Fundamental. A análise foi empreendida a partir dos resultados alcançados pelos alunos em avaliações formais da escola, assim como a partir de depoimentos discentes e docentes, além do recurso da observação. Os mapas conceituais foram apresentados aos alunos como uma estratégia que ajuda a representar visualmente uma ideia, uma informação, um conteúdo escolar. Esse recurso está atrelado à comunicação de um conhecimento e, apesar de parecer um arranjo simples de conceitos, requer um processo conciso de compreensão para posterior constução do mapa enquanto um organizador gráfico. O uso do recurso dos mapas conceituais durante o projeto de pesquisa, atrelado à tecnologia do software Cmap Tools, permitiu a construção de uma lógica de compreensão e estruturação do conhecimento aos alunos. Notamos maior interesse e desenvoltura no desenvolvimento dos trabalhos, fato que se deve talvez ao desafio, à atração pelo novo e ao uso de tecnologia, apesar de uma estranheza inicial à metodologia. Uma das vantagens identificada no uso dos mapas foi o poder de articular conhecimentos em rede, aproximando conceitos que organizados num texto estariam distantes. Tal característica dos mapas conceituais foi inicialmente um grande desafio aos alunos com dificuldades de aprendizagem, sobretudo aqueles com TDAH. Entretanto, depois de familizarizados com a ferramenta, estes alunos foram os que mais apresentaram melhora na leitura, compreensão textual e organização de ideias-chave do texto. O referencial teórico é composto, principalmente, por: Ausubel (1980); Faria (1995); Moreira (1999, 2006); Novak (2010); Peña et al (2006). Palavras-chave: Aprendizagem significativa, Mapas Conceituais, Dificuldades de aprendizagem, Ensino Fundamental 194 [ID 205] Um passo em frente para a melhoria do ensino da Estatística: Averiguação de concepções e práticas de ensino Maria Do Céu Espirito Santo | Universidade Pública de São Tomé e Príncipe | [email protected] Cristina Martins | Escola Superior de Eucação – Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Resumo Nesta comunicação pretendemos apresentar um estudo que apresentou como principais objectivos: compreender as conceções dos professores sobre o ensino da Estatística, conhecer as dificuldades sentidas no ensino/aprendizagem deste tema e identificar as práticas de ensino utilizadas nas aulas. O estudo seguiu uma metodologia qualitativa com a realização de dois estudos de caso. Os participantes foram dois professores que lecionam a disciplina de Estatística no Ensino Superior em São Tomé e Príncipe. Para a recolha de dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e observação de aulas. Para a análise dos dados foram criadas categorias com base nos objetivos do estudo e no enquadramento teórico do mesmo. Foi possível verificar que os professores estavam cientes que para a concretização dos objetivos do ensino da Estatística necessitam tanto do conhecimento de conteúdo a lecionar como do conhecimento didáctico, incluindo o conhecimento sobre as dificuldades de aprendizagem dos alunos e a capacidade de levar os alunos a conhecer a importância da Estatística. Os professores revelaram consciência das dificuldades dos alunos na aprendizagem do tema de Estatística e apontaram como estratégia para as minorar a diminuição do ritmo das aulas e a realização de aulas práticas, embora a aplicação destas estratégias fique condicionada pelo tempo disponível. Em relação às suas próprias dificuldades/constrangimentos no processo de ensino-aprendizagem, prendem-se, sobretudo, com o reduzido contacto com os conteúdos a leccionar durante a sua formação e, sobretudo, com a sua didáctica são aspectos assinalados. Relativamente à prática de sala de aula, os professores participantes adoptaram uma metodologia centrada na apresentação teórica dos conceitos seguida de apresentação de um exemplo simples de aplicação visando o desenvolvimento de competências ligadas à memorização, domínio de procedimentos e cálculos. Privilegiaram tarefas do tipo exercícios 195 embora reconheçam a importância de tarefas que envolvem formulação de questões, planeamento do estudo, tomada de decisão sobre dados a recolher, tratamento, análise e interpretação dos resultados por parte dos alunos e no despertar do seu interesse na Estatística enquanto instrumento de resolução de problemas de vida real. Palavras-chave: Ensino da Estatística, Conceções de professores, Práticas de ensino [ID 212] O Trabalho de Campo e sua eficácia no Ensino de Geografia Uma experiência na Bacia Sedimentar do Araripe Ceará Brasil Wesley De Sousa Lima | Universidade Regional do Cariri | [email protected] Resumo A Bacia Sedimentar do Araripe se constitui um campo de interesse para pesquisa em geografia. Sendo assim, o objetivo desse artigo é realizar uma análise a respeito de como se processa o trabalho de campo no ensino de Geografia na segunda fase do Ensino Fundamental, discutindo a eficácia deste instrumento de ensino para dinamizar as aulas de Geografia e programar a relação teoria e prática. No atual momento histórico em que vivemos não basta apenas “saber”, é preciso também dar significado aos fatos, e nesse caso, aos conteúdos, para que eles sejam inseridos no debate por meio de uma abordagem que os aproximem da realidade. Com este projeto, pretendemos debater sobre questões teórico-metodológicas do ensino de Geociências com ênfase no trabalho de campo, e com a nossa realidade geológica que é a Bacia Sedimentar do Araripe, de modo a ressaltar a riqueza pedagógica dessa prática para que os alunos possam estabelecer conexões entre a teoria e suas práticas cotidianas. Diante da sua importância científica e cultural na região em que habitamos o projeto, tem grande relevância, pois o mesmo apoia a reflexão dos alunos com base em uma visão científica para o entendimento da geologia local e regional, para uma maior compreensão dos conteúdos geológicos vistos em sala de aula. Assim, a proposta deste trabalho é contribuir para a superação das dificuldades no ensino de uma Geografia em constante movimento e que contribua para o entendimento mais crítico do espaço, das sociedades e do ambiente, reconhecendo e compreendendo o papel da dinâmica da natureza, através de conceitos e categorias geográficas que possibilitem uma aproximação dos alunos à realidade vivida, sua 196 compreensão e diferentes formas de intervenção no espaço em que atuam. Assim, esperamos contribuir para a formação docente com foco na ação interdisciplinar, levando os docentes a reverem suas práticas, tendo em vista que a compreensão da complexidade real exige uma abordagem interdisciplinar dos processos que regulamentam a relação sociedade-natureza. Palavras-chave: Aula de Campo, Práticas Educativas, Ensino de Geografia [ID 95] As Concepções dos Estudantes de Pedagogia sobre o Ensino de Ciências da Natureza Sónia Maria Haracemiv | UFPR | [email protected] Jussara Turin | UFPR | [email protected] Liane Maria Vargas Barboza | UFPR | [email protected] Resumo O presente trabalho apresenta resultados de uma investigação realizada com o Curso de Pedagogia na disciplina de Conteúdo e Metodologia do Ensino de Ciências, da Universidade Federal do Paraná. O instrumento de coleta de dados foi um questionário aberto adaptado de uma pesquisa realizada por El-Hani, Tavares e Rocha (2004), intitulada Investigações em Ensino de Ciências. Os dados foram obtidos a partir das respostas de 21 alunos do referido curso no primeiro semestre de 2014. No primeiro dia de aula foi entregue o questionário acima especificado com objetivo de investigar a concepção dos alunos a respeito das concepções de Ciência, solicitando aos mesmos apontassem as diferenças entre as investigações no campo das Ciências da Natureza e da Filosofia, de Conhecimento, Lei Científica e Teoria Científica, bem como, identificação da criatividade utilizada nas investigações científicas, além de aspectos relacionados à Ciência e valores sociais, políticos e filosóficos. A disciplina teve como fundamentos de estudo a História e Filosofia da Ciência, sendo assim, o objetivo desta pesquisa foram verificar a as mudanças conceituais sobre o Ensino de Ciências da Natureza pelos estudantes do curso de Pedagogia. As respostas foram categorizadas análisadas comparativamente entre as concepções obtidas antes e depois das leituras e discussões. Os resultados apontaram que os licenciandos, após da fundamentação trabalhada na disciplina, apresentaram um avanço significativo em relação ao entendimento das Concepções de Ensino de Ciências da Natureza, principalmente no que tange a questões de senso comum e conhecimento científico, bem como de diferenças entre leis e teorias e a ciência como construção humana. 197 Palavras-chave: Concepções de Ciências, Ensino de Ciências, Professores SALA | SALLE 20 – 99, 102, 108, 109 [ID 99] O uso da tecnologia da Informação e da Comunicação na Educação dos alunos surdos Elifas Silva | IFSP | [email protected] Elayne Tavares | IFSP | [email protected] Resumo Entende-se que a audição é, por excelência, o canal da aprendizagem escolar. Esse sensorial privilegia as relações interpessoais e os meios de comunicação em massa. Por conta do valor educativo da audição, a pessoa surda recebe menos informações que a ouvinte, apresentando grande defasagem de conhecimento de mundo, específicos e gerais. Para expressar e compreender o mundo que a cerca, as comunidades surdas usam as línguas de sinais. No Brasil, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), sistema linguístico com estrutura gramatical própria de modalidade gestual-visual-quirêmica. Minoria linguística que reduz as possibilidades de aprendizado dos surdos. No processo de escolarização, sentem a pressão da língua majoritária, a portuguesa, que tem pouco significado para eles. O problema é que a escola não está preparada para receber e adaptar essa parcela da Educação Especial. Atualmente, as leis 10.436 (BRASIL, 2002) e 10.048 (BRASIL, 2000) garantem a acessibilidade do surdo ao ensino, um ganho para todos. Mas a escola continua organizada com uma metodologia para a maioria ouvinte. Há escolas que disponibilizam intérpretes de Libras para acompanhar os alunos, um apoio importante, mas que não garante o processo de escolarização do surdo. O aluno não conquista autonomia e torna-se dependente do intérprete, um canal humano mediador bilíngue. Como não tem um bom desempenho na leitura da língua portuguesa, não consegue estudar fora da escola, por exemplo, em casa. Uma situação que gera comportamentos desmotivados e, consequentemente, resultados acadêmicos desfavoráveis. Buscando intervir nessa situação, inicia-se em 2014 uma pesquisa de longo prazo, baseada na pesquisa-ação e etnografia, quando introduziu-se as TIC Tecnologia de Informação e Comunicação - na rotina de aula e de avaliação. A Plataforma de Avaliação Visual permite que o aluno compreenda a questão, no modelo de múltipla escolha, e expresse seu entendimento. Também tem acesso ao material de apoio das aulas presenciais, 198 construindo conceitos com o conteúdo programático das disciplinas do ensino médio modalidade EJA – Educação de Jovens e Adultos - traduzido e interpretado em Libras. Os alunos acessam esses recursos em três canais: plataforma Moodle, que organiza o curso e as atividades, no YouTube e Facebook. Os bons resultados se refletem em aspectos motivacionais, exigindo do GEPEFOP ampliação do programa, antes restrito às aulas de Física, agora difundindo-se às outras disciplinas. Palavras-chave: Surdez, TIC, Libras [ID 102] Multiculturalidade e letramentos na educação superior de surdos Danielle Cristina Mendes Pereira | UFRJ | [email protected] Valéria Campos Muniz | INES | [email protected] Resumo O objetivo do trabalho é problematizar e avaliar práticas pedagógicas referentes à educação superior de surdos no Brasil, em cursos de Pedagogia e de Letras-Libras. Discute a imersão dos surdos em ambientes de multiculturalidade e como vivenciam a universidade, em meio a tensões e jogos de poder, a partir dos quais tecem estratégias de resistência e consolidação de saberes diversos dos tradicionalmente associados ao ensino superior de ouvintes. Em torno de uma perspectiva teórica fundamentada nos Novos Estudos de Letramentos (GEE, 2012; STREET, 2014), questiona-se o modelo autônomo de Letramento e assume-se a relevância de seu modelo ideológico e do conceito de Comunidades de Práticas (ECKERT e MC CONNELGINET, 1992; STREET, 2014; GEE, 2012), pelos quais pensamos como os surdos universitários produzem saberes e negociam identidades. A metodologia parte de um projeto de investigação-ação (BARBIER, 1977) constituído como estudo de caso intrínseco (STAKE, 1995). O foco da pesquisa são dez graduandos surdos de duas universidades públicas brasileiras, estudantes de Letras-Libras (cinco) e de Pedagogia (cinco). Os instrumentos de coleta de dados foram: observação, registrada em fotografias e no diário de bordo das pesquisadoras; entrevista semi-estruturada; e coleta documental. Muitos surdos têm Libras como língua materna. Por ser língua sinalizada, o falante de Libras depara-se com práticas e sentidos específicos que se tensionam diante do predomínio da cultura oral e escrita. O reconhecimento do surdo nesse quadro de diversidade revela a resistência e negociação de estratégias em contextos políticos e culturais excludentes. A reflexão sobre os surdos 199 graduandos como membros de uma comunidade de práticas, em processos plurais de letramento, ampara-se nas conexões entre os NEL e a multimodalidade, que sustentam o predomínio desta em um mundo globalizado e conectado à internet, no qual o tempo e o espaço comprimidos estabelecem novos paradigmas (BAUMAN, 1998; CANTON, 2010). Percebe-se que a educação multimodal atende aos padrões específicos da cognição de surdos, a qual ocorre pela visualidade, sendo a hipervisualidade, traço potente da surdez (SACKS, 2010), um instrumento relevante na produção de saberes dos surdos. Palavras-chave: Surdez, Multiculturalidade, Novos Estudos de Letramentos [ID 108] Desafios da inclusão de surdos Denise Maria Vaz Romano França | Universidade Estadual Do Paranaguá – Unespar – Campus Paranaguá | [email protected] Resumo Alunos surdos incluídos no sistema regular de ensino representam, na atualidade, um desafio a ser refletido pelo conjunto de profissionais da educação e profissionais especialistas em surdez. As questões linguísticas envolvidas no processo de escolarização do surdo, as demandas por práticas pedagógicas diferenciadas, a exigência que se impõem de tratamento igual, porém adaptado, culminam em dificuldades, dúvidas e incertezas com relação à inclusão. Sendo assim, o debate amplo e aberto, as novas pesquisas, o conhecimento da realidade cotidiana são muito necessários na atualidade. OBJETIVO: Conhecer como se dá o processo de inclusão de crianças surdas no ensino regular em alguns municípios do litoral do Paraná. METODOLOGIA: O estudo foi bibliográfico e de campo, entre anos de 2012 e 2015, com professores voluntários da rede de ensino público. Foram realizadas entrevistas do tipo semiestruturado. As respostas transcritas foram reunidas em categorias de análise. RESULTADOS: Os resultados apontam para uma prática pedagógica sem adaptações às condições linguísticas dos alunos surdos. Insegurança dos professores com relação ao seu papel frente ao aluno incluído, dependência do intérprete para mediar a comunicação, desconforto frente à necessidade alterar sua prática pedagógica e até, em alguns casos, a negação de que o aluno possui necessidades educativas especiais. CONCLUSÃO: As políticas inclusivas abriram espaço para a transformação do paradigma educacional, no entanto, não 200 colocaram a disposição das escolas o apoio técnico, científico, financeiro e humano necessário. É necessário e urgente que esse assunto seja debatido em todas as esferas educacionais. Palavras-chave: Surdez, Políticas Inclusivas, Inclusão, Prática Pedagógica [ID 109] O desafio da avaliação diferenciada para alunos surdos incluídos: a realidade no litoral do Paraná-Brasil Camila Naomi Da Costa Nascimento | Universidade Estadual do Paraná – Unespar – campus Paranaguá | Nádia Iara Do Amaral Santos | Universidade Estadual do Paraná – Unespar – campus Paranaguá | Denise Maria Vaz Romano França | Universidade Estadual do Paraná – Unespar – campus Paranaguá | [email protected] Resumo A inclusão de alunos surdos no ensino regular tem sido debatida por várias áreas do conhecimento e algumas questões ainda permanecem sem a devida discussão especialmente as que tangenciam a prática pedagógica, entre elas, a questão da avaliação diferenciada ofertada ao aluno surdo nas escolas públicas, que é garantida por Lei. A inclusão sugere a necessidade de uma prática pedagógica adaptada e de uma avaliação adequada às questões linguísticas próprias da surdez. OBJETIVO: Conhecer como se realizada a avaliação do aluno surdo na instituição selecionada. METODOLOGIA: A pesquisa foi bibliográfica e de campo, realizada em uma escola pública em Paranaguá-PR, nos anos de 2013 e 2014. Utilizou-se entrevista semiestruturada, com docentes que trabalham diretamente com alunos surdos e observação sistemática da prática pedagógica. A entrevista foi gravada e os dados gravados foram agrupados em categorias de análise. RESULTADOS: Mostram a não realização de avaliação diferenciada para o aluno surdo, dificuldade em trabalhar com a Língua Brasileira de Sinais, embora se estabeleçam vínculos positivos e de aceitação com a intérprete de LIBRAS. CONCLUSÃO: A inclusão do surdo não é um modismo, ele é sujeito de Direitos, previstos em Lei, como o da avaliação diferenciada. Mesmo que a instituição pesquisada já tenha galgado muitos degraus, ainda há muito trabalho a ser feito no sentido de se realizar a inclusão plena do surdo no ensino regular. 201 Palavras-chave: Inclusão, Surdez, Prática Pedagógica, Avaliação, Avaliação Diferenciada ANFITEATRO | AMPHITHÉÂTRE – 21, 52, 218, 233 [ID 21] Desescolarização E Trabalho Poiético Na Construção Local Do Currículo: Os Modos De Trabalho Pedagógico Dos Formadores Na Educação Básica De Adultos Em Portugal João Eduardo Martins | Universidade do Algarve | [email protected] Resumo Com esta comunicação procura-se fazer uma discussão sociológica dos resultados de uma investigação de doutoramento em Sociologia sobre as políticas e as práticas de educação de adultos em Portugal, nomeadamente naquilo que toca à dimensão do trabalho pedagógico dos formadores da educação básica de adultos. Enquadrada teoricamente por uma sociologia da individuação, pelo conceito central de agir poiético e produzida numa lógica de investigação qualitativa e por um modo de tratamento analítico dos dados a partir de uma análise estrutural de conteúdos, os resultados desta investigação permitem-nos concluir que o modo de trabalho pedagógico predominante nas práticas dos formadores de adultos se orientam por uma lógica de desescolarização do modo escolar de educar e por uma construção social do currículo localmente negociada com enfase naquilo que designámos por trabalho poiético. O modo de fabricação do trabalho pedagógico permite a constatação nos terrenos empíricos em análise de uma apropriação distintiva e singularizada por parte dos formadores em diferentes contextos de formação uma vez que sendo as suas práticas educativas exercidas sob o modo da acção poiética, o resultado desse trabalho desemboca em produtos finais da acção pedagógica claramente diferenciados entre si. Um trabalho pedagógico assente no que MarcHenry Soulet designa por acção poiética implica a fabricação contínua do currículo ao nível local e a mobilização e o investimento constante dos actores na produção de um agir criativo que conduza a um produto educativo final determinado em resultado dessa acção conjunta. Baseado numa lógica de reconhecimento e validação de competências, nas metodologias de balanço de competências e na centralidade dos adquiridos experienciais que os adultos formandos produzem ao longo das suas vidas o modo predominante do trabalho pedagógico dos formadores de adultos permite perceber que o modelo cultural valorizado é construído em oposição ao modelo socializador escolarizante tradicional herdado da instituição escolar. 202 Palavras-chave: Formação de Adultos, Modos de Trabalho Pedagógico, Desescolarização, Agir Poiético [ID 52] Reflexões sobre PROEJA: limites e desafios da oferta presencial e à distância Jessika Barros | Instituto Educação Universidade de Lisboa | [email protected] Ceuli Mariano Jorge Jorge | IFPR | [email protected] Mara Franco De Sá| UFG | [email protected] Rosangela Oliveira | IFPR | [email protected] Resumo O presente artigo tem por objetivo apresentar reflexões acerca de incursões teóricas e empíricas de quatro pesquisas de doutorado em curso na área de educação, cujos temas convergem para análise da Política Pública do Brasil sobre o PROEJA- programa do governo brasileiro orientado para jovens e adultos. Este programa foi criado em 2005 e se consolidou a partir do Decreto n.º 5.480/06, cujo objetivo é atingir o segmento dos jovens e adultos com respeito ao aumento da escolarização e preparação para o mundo do trabalho. Os dados que ora se apresenta, resultam de análise comparativa dos dados do PROEJA na esfera Federal na modalidade à distância para todo Brasil através do IFPR- Instituto Federal do Paraná. Na modalidade presencial, da Rede do Estado do Paraná e de Mato Grosso, e da Rede do Municipal de Goiânia. A problemática centra-se em questionar em que se assemelham e se diferenciam os resultados quanto aos motivos de interrupção e reprovação, dos limites, desafios de acesso e permanência dos alunos nos cursos nas modalidades presencial e à distância. Realizou-se uma abordagem qualitativa cujos dados resultam de levantamento bibliográfico, questionário e entrevistas biográficas. A fundamentação teórica apoia-se em obras de Freire (2011, 1999, 1996), Frigotto (1996), Kunzer (2011) entre outros. Os dados revelam que, mesmo em se tratando da oferta realizada a partir de esferas administrativas diferentes (Federal, Estadual e Municipal) e nas modalidades diferentes (presencial e à distância), os motivos de permanência e interrupção ao curso se assemelham. Quanto às motivações os atores destacam a obtenção do diploma, profissão definida e a mobilidade social. Dentre os pontos positivos, os atores apontam para a promoção da autoestima. Com relação aos motivos de interrupção, apontam para a necessidade premente do trabalho em detrimento à escola, bem como a dificil conciliação entre estudo, trabalho e família. Com 203 relação ao ensino à distância, as dificuldades com as tecnologias digitais não foram fatores preponderantes de abandono dos cursos. Palavras-chave: EJA, Proeja, Ensino Presencial e à distância [ID 218] Para onde caminham as práticas pedagógicas de avaliação na Educação mediada por Tecnologias Digitais? Eloiza Da Silva Gomes Oliveira | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Márcia Souto Maior Mourão Sá | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Caio Abitbol Carvalho | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Fabiana Triani Barbosa Carvalho | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Gabriel Moura Souza Miranda Rodrigues | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Resumo Na Educação mediada por tecnologias a avaliação tem especificidades, embora os seus objetivos sejam os mesmos da Educação presencial. Tal modalidade educacional nos convida a praticar a avaliação formativa e continuada, contextualizada, flexível e interativa, estimulando o diálogo entre professores e alunos. O processo avaliativo ficaria simplificado se buscássemos mais o suporte das tecnologias, pouco utilizadas nas práticas de avaliação. Apresentamos resultados de uma pesquisa realizada com 55 professores / tutores de um Curso de Pedagogia a Distância da Universidade do Estado do Rio de Janeiro através da aplicação de questionário. Em relação à categoria “procedimentos de avaliação utilizados” uma variedade de estratégias avaliativas importantes para a avaliação formativa, como solução de problemas, jogos e mapas conceituais receberam poucas menções, mas consideramos positiva a referência significativa a portfolios, projetos e fóruns. Na segunda categoria escolhida, “experiências com a avaliação”, foi agradável perceber que as referências a experiências positivas com a avaliação superaram as negativas. Em ambos os casos os resultados obtidos apareceram como fator preponderante. Nos aspectos positivos foram frequentes as menções à satisfação com o trabalho realizado e à 204 observação do progresso dos alunos. Nos negativos receberam numerosas citações o fato do processo de avaliação ser árduo e repetitivo, assim como a complexidade que a mediação de tecnologias digitais na Educação traz para a avaliação. Palavras-chave: Tecnologias digitais, Avaliação, Práticas pedagógicas [ID 233] O processo de desenvolvimento de dinâmicas de educação digital de adultos Fernando Albuquerque Costa | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Elisabete Cruz | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Joana Viana | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Carolina Pereira | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo O presente trabalho enquadra-se no âmbito do projeto LIDIA - Literacia Digital de Adultos (http://lidia.ie.ulisboa.pt) e visa dar conta do processo de desenvolvimento seguido visando a elaboração de propostas de atividades de educação digital de adultos. Assente nos princípios de uma metodologia de desenvolvimento (“development research”), de entre os quais se destaca a integração de conhecimentos de natureza diversificada na procura de soluções viáveis (teóricos, práticos, técnicos, etc.), o envolvimento de potenciais utilizadores dos recursos ao longo de todo o processo, e a iteração em direção à produção dos recursos adequados para os fins em vista (“evolutionary prototyping”), nesta comunicação pretende dar-se conta das diferentes fases do processo, apresentando resultados de cada uma das etapas vivenciadas. Para além da apresentação de exemplos concretos das propostas de atividades desenvolvidas, dar-se-á particular atenção a exemplos de algumas das iterações e da melhorias introduzidas em cada um dos casos considerados. Palavras-chave: Educação digital de adultos, Inclusão digital, Literária digital, Cidadania digital 205 ATELIÊS 4 I ATELIERS 4 – 30/01, 08:30 – 10:00 SALA | SALLE 1 – 91, 120, 156, 219 [ID 91] Entre os jardim de infância e a escola do 1.º CEB – o olhar das crianças face à transição para a escolaridade obrigatória Miguel Oliveira | Instituto Politécnico de Leiria | [email protected] Isabel Lopes Da Silva | [email protected] Resumo A presente comunicação refere-se a uma investigação que procura compreender alguns fenómenos complexos e dinâmicos como são a transição, articulação e continuidade educativa entre a Educação Pré-Escolar (EPE) e o 1.º Ciclo do Ensino Básico (1.º CEB), assim como as aprendizagens e competências a realizar pelas crianças, na passagem entre estas etapas educativas. Assim, e recorrendo a um estudo de caso, com uma componente de investigação longitudinal, analisámos discursos, práticas e documentos de um agrupamento do centro litoral de Portugal com o intuito de compreender como se realiza a transição do JI para o 1.º CEB, nomeadamente no que respeita ao desenvolvimento de competências e de processos de articulação entre etapas educativas; conhecer as expectativas das crianças dos educadores de infância e dos professores do 1.º CEB em relação à transição; perceber como os educadores de infância, os professores do 1.º CEB e os especialistas ligados à EI e ao EB entendem o conceito de competência e quais consideram ser as competências a desenvolver pelas crianças que terminam a EPE e vão iniciar o 1.º CEB; compreender como as crianças experienciam a transição entre etapas educativas e percecionam o seu percurso escolar; e comparar a opiniões dos educadores de infância, professores do 1.º CEB e especialistas em ciências da educação sobre as competências que as crianças deverão ter desenvolvido no final da EPE. Nesta investigação apenas nos iremos centrar nas perspetivas das crianças, no entanto encontrámos práticas muito distintas entre educadores e professores. As estratégias de articulação nem sempre são orientadas para uma transição eficaz e para uma continuidade educativa de qualidade. As crianças vivem esta passagem com menos ansiedade do que pais, educadores e professores, no entanto as diferentes abordagens dos docentes podem influenciar significativamente esta passagem entre etapas educativas. 206 Palavras-chave: Articulação, Continuidade Educativa, 1.º Ciclo Ensino Básico, Educação PréEscolar, Transição [ID 120] O JOGO COMO POTENCIALIZADOR DA MOTIVAÇÃO PARA A APRENDIZAGEM: (des)envolvimento(s) através de um Projeto Curricular Integrado Andreia Rocha | Universidade do Minho | [email protected] Carlos Silva | Universidade do Minho | [email protected] Resumo Este estudo apresenta o projeto de investigação e intervenção pedagógica desenvolvido com um grupo de crianças do 1.º ano 1.º Ciclo do Ensino Básico, ao longo da Prática de Ensino Supervisionada, como um processo de practicum da formação de professores, inserida no plano de estudos de um Mestrado de Ensino. O objetivo principal do trabalho desenvolvido é aferir a influência que o jogo tem como ferramenta pedagógica no processo de ensino e aprendizagem, enquanto promotor da motivação. Com este propósito, procuramos perceber o impacto causado pelo jogo como recurso pedagógico naquele grupo de alunos, qual o efeito provocado na motivação e na aprendizagem das crianças. Queremos, de forma geral, averiguar da importância que pode ser atribuída ao jogo na prática pedagógica para a melhoria e o sucesso dos resultados escolares. Assim, optou-se por uma abordagem metodológica orientada pela investigação-ação colaborativa, inscrita num paradigma de investigação da natureza qualitativa, tendo como principal instrumento de recolha de dados a observação participante, complementada com os registos do professor (notas de campo), as produções/documentações das crianças e, também, com os registos fotográficos e áudio, resultantes da intervenção pedagógica. Encontrou ainda no constructo de Projeto Curricular Integrado o envolvimento necessário para dar sentido às práticas pedagógicas, consideradas como a simbiose, por um lado, do processo de desenvolvimento e adequação do currículo (conhecimento profissional) e, por outro lado, da mediação de oportunidades criadas para a aprendizagem (conhecimento escolar). Diversos autores reconhecem que o jogo constrói e aperfeiçoa gradualmente as estruturas mentais das crianças e desenvolve as suas competências para a aprendizagem, ou seja, desempenha um papel e um lugar especial no processo de ensino e na construção da aprendizagem, promovendo a motivação nas crianças que se traduz na melhoria e no sucesso dos resultados escolares. 207 Em termos globais, este trabalho permitiu nos constatar que o recurso ao jogo como ferramenta pedagógica originou nas crianças um desenvolvimento de uma aprendizagem mais significativa, ficando patente a sua importância como potencializador da motivação, com resultados evidentes na qualidade da aprendizagem. Valoriza-se também o processo de envolvimento na comunidade educativa e de desenvolvimento profissional, com repercussões significativas na construção do conhecimento profissional docente. Palavras-chave: Jogo, Motivação, Ensino-aprendizagem, Prática pedagógica, Projeto Curricular Integrado, Desenvolvimento profissional [ID 156] A implementação do Projeto Piloto de Ensino Bilingue precoce no 1º CEB em Portugal: desafios organizacionais Estela Costa | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Marta Almeida | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Ana Sofia Pinho | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo A implementação do projeto-piloto “Ensino Bilingue Precoce no 1º CEB” (EBP), em Portugal, decorre desde 2011/2012, tendo sido objeto de um estudo de avaliação externa no seu quarto ano de funcionamento. O estudo, que teve como principais objetivos (i) avaliar a eficácia da implementação do projeto; (ii) emitir, a partir dos resultados obtidos, recomendações passíveis de vir a ter reflexo nas políticas públicas sobre a aprendizagem do inglês e na formação de professores bilingues, e (iii) definir critérios de alargamento do projeto, permitiu detetar um conjunto de desafios ao nível da organização pedagógica dos Agrupamentos de Escola envolvidos no estudo. Assente num design de estudos de caso múltiplos, e com recurso a metodologias qualitativas (entrevistas semiestruturadas e respetiva análise de conteúdo), foi possível analisar as representações e perceções das lideranças de topo e estruturas intermédias dos seis Agrupamentos de Escola, relativamente aos desafios organizacionais, processos de tomada de decisão e mecanismos de liderança instrucional ou pedagógica envolvidos na implementação e gestão do Projeto-piloto EBP. A análise efetuada revela traços transversais na forma como as 208 estruturas de gestão e coordenação da Escola percebem e justificam os processos, bem como permitem identificar idiossincrasias inerentes a cada um dos contextos escolares. Palavras-chave: Liderança, Liderança pedagógica, Lideranças intermédias, Gestão de projetos [ID 219] OLHARES SOBRE O PAPEL DO JOGO NAS APRENDIZAGENS ESCOLARES – Relatos de Estagiários a Educadores de Infância e Professores do 1.º CEB Isabel Cabrita Condessa | Universidade do Minho | [email protected] Resumo Ao ponderarmos o brincar e a atividade lúdica de especial relevância no desenvolvimento da criança, o jogo pode ser considerado uma ferramenta pedagógica ao serviço do ensinoaprendizagem na educação infantil. A escolha da área do brincar e do jogo como temática a investigar nos relatórios de fim de curso de vários estudantes, estagiários em Educação de Infância e 1.º Ciclo do Ensino Básico, despertou o nosso interesse em querer saber o verdadeiro motivo que os levou a escolher esta área, assim como, as potencialidades e limitações encontradas no contexto de prática pedagógica realizada nas suas escolas. Para esta pesquisa efetuámos uma análise de conteúdo aos trabalhos escritos de um grupo de formandos que estagiaram, entre 2010 e 2015, em variadas escolas, isto é, um exame dos relatos e reflexões sobre as atividades planeadas e desenvolvidas em prática pedagógica, assim como, dos testemunhos recolhidos a educadores, profissionais em exercício. Da observação efetuada sobre as perspetivas e práticas, quer de estagiários, quer de educadores, sobre o papel do jogo no domínio das aprendizagens escolares puderam-se retirar algumas ilações que nos parecem diversas e controversas. Dos resultados alcançados podemos verificar que estes estagiários recorreram frequentemente, nas suas práticas pedagógicas, às atividades de jogo e da área das expressões em interdisciplinaridade, pelo carácter dinâmico e prazeroso. Este tipo de atividades, em que se aplicou a funcionalidade pedagógica do jogo, isto é, ajudar as crianças a aprender com alegria e em pleno envolvimento. As propostas do recurso ao jogo, que serviram muitas vezes para iniciar e consolidar as aprendizagens (psicomotoras, cognitivas e sócio motoras), não tiveram o mesmo êxito ou a mesma aceitação em práticas do jardim de infância e do 1.ºciclo. As perspetivas recolhidas, quer de estagiários e profissionais, confirmam a grande plasticidade do jogo para garantir um ensino apelativo, promover aprendizagens, criar uma maior adesão e 209 motivação das crianças. Contudo, regista-se alguma resistência da atual comunidade escolar. Os educadores que abrem as portas à formação inicial, embora teoricamente privilegiem o lúdico, as áreas das expressões e a interdisciplinaridade, por questões formais e de eficiência das escolas, remetem para o esquecimento este tipo de Palavras-chave: O brincar e o jogo, Ferramenta pedagógica-didática, Estagiários, Educadores de Infância e Professores do 1.º Ciclo, Práticas pedagógicas SALA | SALLE 2 – 89, 187, 188, 190 [ID 89] Formação de professores: (des)caminhos na educação de jovens e adultos na Transamazônica-Pacajá/PA – Brasil Erbio Silva | Universidade de Lisboa | [email protected] Terezinha Santos | UFOA | [email protected] Riane Freitas | Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo O presente texto é resultado de uma pesquisa empírica realizada no contexto educacional do Brasil, mais especificamente na Região da Transamazônica, no município de Pacajá/PA, o qual tem por objetivo debater sobre os (des)caminhos que produzem o fracasso escolar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) naquela localidade. A pesquisa é resultado da realização da atividade de Estágio no Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), realizada em quatro escolas da Rede Municipal dessa localidade e ouviu 50% dos professores lotados na EJA, bem como 30% dos alunos da referida modalidade de ensino. Para orientar a análise, valemos-nos de autores como Ludke e André (1986), Luckesi (1992), Freire (1996), Pimenta (2002; 2004) e Vasconcellos (2002), dentre outros. As duas primeiras ajudam a estabelecer o marco metodológico desse debate perpassando pela orientação metodológica da pesquisa qualitativa, para tanto se utilizou questionários (aplicado a professores e alunos) e observação realizada em quatro das oito turmas de 3ª a 4ª etapas da rede municipal em questão. O segundo nos permite avaliar as interfaces acerca dos processos e instrumentos adotados por professores na verificação da aprendizagem, já o terceiro e a quarta autoras nos remetem à formação docente, princípios e métodos, e por fim, o último nos orienta a refletir sobre a 210 contribuição do planejamento na prática docente e no exercício do sistema educativo. O trabalho apresenta quatro seções, com tópicos refletindo os aspectos ora enfocados. Entre os resultados, podemos registrar que 75% dos professores só têm o Ensino Médio; para mais de 81% dos informantes não há articulação do projeto pedagógico com o fazer docente e mais de 68% destes afirmam que o planejamento é o grande culpado desse processo de insucesso na EJA. Palavras-chave: Formação Docente, Planejamento, Prática Pedagógica, Evasão, Fracasso Escolar [ID 187] Projetos integradores: articulando teoria/prática na formação inicial de professores Iraílde Souza | Universidade Federal de Alagoas | [email protected] Marinaide Freitas | Universidade Federal de Alagoas | [email protected] Paulo Marinho | Universidade Federal de Alagoas e Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Universidade do Porto | [email protected] Resumo Esta comunicação tem como foco a formação de professores e sua articulação teoria/prática nos cursos de licenciatura da Universidade Federal de Alagoas – UFAL - Brasil. Objetiva analisar a formação de professores, com a implantação de um novo projeto pedagógico de curso (2006), que propõe inserir o estudante em contato com o campo profissional desde o início de sua formação, via o componente curricular “Projetos Integradores”. Como base teórica apoiase em estudos desenvolvidos por Brzezinski (2010), Freitas (2007), Gatti (2012), André (2009), Nóvoa (2014), Tardif (2003), Kincheloe (1997), entre outros. Utiliza como percurso metodológico o estudo de caso múltiplo (STAKE, 2006), tomando como sujeitos da pesquisa coordenadores, professores e estudantes de três cursos. Compreende-se que o estudo, ora em andamento, vem apontando para uma inovação pedagógica no âmbito da formação docente. Os primeiros resultados nos dizem que há uma compreensão dos sujeitos sobre a necessidade da articulação teoria/prática na formação, mas evidencia-se que há um distanciamento entre o planejado e sua aplicação. Palavras-chave: Formação de professores, Ensino superior, Currículo, Teoria/prática 211 [ID 188] Programa de Desenvolvimento Educacional no Paraná/Brasil e a formação de professores Romilda Teodora Ens | Pontifícia Universidade do Paraná – PUCPR | [email protected] Ana Paula De Moraes De Siqueira | Pontifícia Universidade do Paraná – PUCPR | [email protected] Kayane Celise Antoniacomi | Pontifícia Universidade do Paraná – PUCPR | [email protected] Resumo As políticas docentes a partir dos anos 1990 redirecionaram o cenário da formação de professores no Brasil, com enfoque neoliberal de valorização da profissão. Nesse cenário educacional, o Paraná, institui o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), fornecendo aos professores da rede pública estadual paranaense formação continuada. O PDE/PR criado pela lei Complementar 103/2004 1ª turma, em 2007, consolidou-se como política pública, pela Lei 130/2010, propondo o diálogo entre os professores do ensino superior e os da educação básica, a partir de atividades teórico-práticas orientadas, tendo como resultado a produção de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar da escola pública paranaense. Tem duração de dois anos, em que no primeiro ano o professor tem dedicação exclusiva à formação e no segundo ano o afastamento é parcial. Com o objetivo de analisar as representações sociais de professores egressos do PDE/PR sobre o processo de formação e suas relações com o trabalho docente. A pesquisa de abordagem qualitativa foi realizada em dois momentos. Inicialmente um levantamento do tipo “estado da arte”, sobre os artigos finais das turmas 2007 e 2008, linha de estudo pedagogia, num total de 444 artigos, sendo sistematizados em REDUCs. Os artigos apresentam uma análise da ação realizada pelo professor na escola, no último semestre do curso e indicam temas definidos com base nas dificuldades enfrentadas no cotidiano escolar. A partir desses resultados, buscaram-se 10 professores egressos do PDE/PR para uma entrevista semiestruturada. Diante da dificuldade, em encontrar professores formados das turmas 2007 e 2008, no município de Curitiba, entrevistamos professores das turmas de 2009, 2010 e 2012. Após processadas no software IRAMUTEQ, levando em conta duas variáveis: ano de ingresso e tempo na rede estadual de educação foram discutidas tendo como apoio Novoa (2013), Shiroma e Schneider (2013), Evangelista e Triches (2012), Gatti, Barreto e André (2012), Gatti e Barreto (2009), Ball (2002), Moscovici (2003, 2012), Jodelet (2001), indicam que os resultados retratam reflexões sobre o processo de formação, com base nas dificuldades enfrentadas no cotidiano escolar e que 212 apesar de ser uma proposta promissora ainda há muito que avançar no sentido de fazer com que as práticas desenvolvidas, sejam objeto de continuidade nas escolas, o que gera dilemas mesmo sendo uma proposta que se aproxima da realidade escolar e do trabalho docente do professor. Palavras-chave: Formação continuada, PDE/PR, Escola básica [ID 190] Formação de professores: as contribuições de Paulo Freire Luci Kira | PUCPR | [email protected] Resumo O presente trabalho de pesquisa tem como principal objetivo analisar alguns conceitos freirianos sobre a formação de professores, e que têm como pressuposto a real emancipação do homem. Ao longo dos seus livros, procura conscientizar o docente do seu papel problematizador da realidade do educando. Para Freire, ensinar a pensar e problematizar sobre a sua realidade são as formas corretas de se reproduzir conhecimento, pois é, a partir daí, que o educando terá a capacidade de compreender-se como um ser social. Freire traz algumas análises sobre as contribuições para o processo de formação de educadores principalmente para camadas populares da população em especial de jovens e adultos com pouca ou nenhuma escolarização. A metodologia utilizada foi por meio de revisão da própria literatura elaborada por Freire por mais de quatro décadas e de autores que também estudaram e estudam o seu pensamento em defesa da emancipação e humanização do educador e do educando. Todavia, a preocupação dele sempre esteve voltada para aspectos democráticos e autônomos do homem e acima de tudo do cidadão. Ao buscarmos as bases do pensamento freiriano nos seus pressupostos e também em suas obras, percebemos a primazia da experiência existencial do ser humano e que esta segue a linha mestra do seu projeto éticolibertador. Muitas ideias são encontradas nas obras de Freire, principalmente aquelas ligadas aos temas da consciência, da experiência e da relação dialética entre consciência para si e consciência para o outro. Esse autor faz uma definição do verdadeiro papel de educar; transmissão de todo conteúdo sem restrições, assim o professor deve saber todos os conteúdos sem nenhuma fragmentação para que os estudantes não saiam deficientes do saber para viver e fazer uma verdadeira leitura dos homens e do mundo. Enfim, as nossas considerações finais sobre a pesquisa, nos depara com a seguinte afirmação do pensamento 213 freiriano: que é somente por meio da ação pedagógica verdadeiramente crítica e libertadora que o sujeito terá uma consciência e postura de se reconhecer como homem livre. Assim, podemos afirmar que a formação de educadores surge como desafio proposto, e requer mais atenção do Estado, e das instituições formadoras e criadoras de teorias educacionais. Palavras-chave: Educação, Docente, Emancipação SALA | SALLE 3 – 151, 165, 204, 214, 239 [ID 151] O(s) modelo(s) de supervisão na perspetiva dos professores em formação Elza Mesquita | Escola Superior de Educação de Bragança – IPB | [email protected] Maria Do céu Roldão | Universidade Católica Portuguesa | [email protected] Resumo A pesquisa que se apresenta visa, por um lado, contribuir para a reflexão sobre os modelos de supervisão pedagógica adotados pelos professores supervisores no âmbito dos cursos de formação inicial de professores e, por outro, perceber em que medida esses modelos exercem alguma influência sobre os futuros professores ao nível das práticas de ensino em contexto de estágio. A ideia de supervisão que se tem vindo a afirmar entre os profissionais de ensino é que esta se constitui como um mecanismo de conformidade e reprodução e não como uma estratégia de transgressão e transformação. Neste sentido, a nossa preocupação sustenta-se na seguinte questão de partida: Em que medida os modelos de supervisão adotados pelos supervisores influenciam as práticas reais de ensino, em estágio, dos professores em formação inicial? Pretende-se assim concetualizar os modelos de supervisão adotados pelos professores supervisores na Unidade Curricular de Prática de Ensino Supervisionada (estágio). Empiricamente é nossa intenção conduzir a investigação seguindo uma abordagem mista (qualitativa e quantitativa) ancorada no método de estudo de caso que possa assumir diferentes tipologias, consoante o produto final da investigação – descritivo, interpretativo e avaliativo. Pretende-se integrar todos os estudantes que se encontrem a realizar a Prática de Ensino Supervisionada no âmbito dos cursos de mestrado profissionalizantes para o ensino, cujo plano de estudos esteja conforme o Decreto-Lei 79/2014 de 14 de maio e aprovado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). O campo do estudo restringe-se aos estabelecimentos públicos do Ensino Superior Politécnico localizados em Portugal e que 214 habilitem profissionalmente para a docência na educação pré-escolar e no ensino básico. As análises de conteúdo e inferencial sustentarão a interpretação dos dados empíricos, recolhidos numa primeira fase através de inquérito por questionário e, posteriormente, através de entrevistas semi-estruturadas a alguns dos colaboradores. Na avaliação do estudo ambicionase revelar as diversas formas de conceber o papel do supervisor e compreender como é que o trabalho de supervisão é (ou não) mobilizado como dispositivo de construção de conhecimento profissional. Palavras-chave: Modelos de supervisão, Formação inicial de professores, Prática de ensino supervisionada [ID 165] Reflexão sobre a ação: Um Instrumento Facilitador do Processo Ensino-Aprendizagem na Prática Pedagógica Elsa Maria Ribeiro Silva | Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física – Universidade de Coimbra | [email protected] Resumo A docência é uma profissão que se aprende pela vivência da discência, sendo aquela aprendizagem influenciada por três fases distintas no percurso académico dos indivíduos, a aprendizagem do ofício de aluno, a prática docente dos seus professores da formação inicial e a Prática Pedagógica, que no caso específico surge no Estágio Pedagógico (Formosinho, 2009). Neste pretendem-se desenvolver competências correspondentes a um agir profissional que envolve um conhecimento de base especializado, um compromisso com a aprendizagem dos alunos e uma promoção do desenvolvimento profissional individual e coletivo do futuro professor no seio da organização-escola. Para tal é fundamental que os estagiários sejam parte ativa e esclarecida no próprio processo de aprendizagem, sendo valiosa a conceção de instrumentos facilitadores e orientadores daquele processo que forneçam informações relevantes dos progressos e fragilidades, a quem aprende. É neste contexto que se insere este estudo, que consiste na aplicação sistemática de um instrumento de registo dos comportamentos do estagiário, a preencher, em separado, pelo estagiário e pelo seu orientador, de modo a que as diferenças de interpretação dos episódios pedagógicos entre quem planeou e deu a aula e quem a observou sejam geradoras de discussão e reflexão, potencializando a qualidade da intervenção pedagógica do aprendente. 215 O instrumento consiste numa grelha de observação de aulas em direto, por nós construída, e aplicada aos estagiários do Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário. A sua estrutura tem por base a divisão tripartida da sessão de Educação Física (parte inicial, fundamental e final) e as quatro grandes dimensões de intervenção pedagógica, (Instrução, Gestão, Clima e Disciplina). Cada uma destas foi categorizada de acordo com as respetivas técnicas de intervenção pedagógica e cada categoria operacionalizada em descritores, correspondentes a quatro níveis qualitativos crescentes, de 1 a 4, de acordo com uma lógica de evolução comportamental, à qual chegámos cruzando os conhecimentos adquiridos na experiência de supervisão pedagógica com dados de bibliografia específica. Os resultados apontam para um processo de aprendizagem dos estagiários mais esclarecido e reflexivo em consequência do uso do próprio instrumento. Palavras-chave: Instrumento pedagógico, Facilitação, Aprendizagem, Estágio Pedagógico [ID 204] É necessário todos estarmos envolvidos na formação de professores: Percepções de orientadores cooperantes do 2.º ciclo acerca do processo de supervisão Cristina Martins | Escola Superior de Eucação - Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Adorinda Gonçalves | Escola Superior de Eucação - Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Carla Guerreiro | Escola Superior de Eucação - Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Resumo Na formação de professores e educadores é necessário estar atento á multiplicidade de papéis e funções que são atribuídos à escola e a todos os que nela intervêm. Na Escola Superior de Educação de Bragança (ESEB), de acordo com a legislação em vigor, a formação está organizada em torno de diversas componentes, destacando-se a iniciação à prática profissional (IPP). Neste âmbito, é fundamental falar no processo de supervisão, inscrito numa perspetiva de cariz sócio-construtivista. Esta comunicação faz parte integrante de um estudo mais abrangente com educadores e professores cooperantes da ESEB (quer da Licenciatura em Educação Básica quer dos Mestrados profissionalizantes para a Educação Pré-escolar, Ensino do 1.º Ciclo e ensino 2.º 216 Ciclo do E.B.) e refere-se às perceções/vivências dos orientadores do 2.º Ciclo acerca do processo de supervisão. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e interpretativa, baseando-se a recolha de dados num questionário com perguntas abertas, incluindo as seguintes categorias: i) papéis desempenhados no processo de supervisão; ii) interações/relações estabelecidas entre a instituição de formação e contexto escolar; iii) reflexão e iv) avaliação no âmbito da supervisão. Relativamente aos papéis desempenhados, há orientadores que consideram que os papéis são adequados, outros deveria existir mais supervisão e alguns apontam para a necessidade de uma definição diferenciada de papéis. Os orientadores foram unânimes ao definir o seu papel no processo formativo apontando, por exemplo: apoiar nas práticas; partilhar conhecimentos; estimular os estagiários e mediar a relação entre estagiário e instituição de acolhimento. Referente ao estagiário é relevado o seu papel no processo de formação, sendo o contacto com o contexto o motor do desenvolvimento da sua ação e reflexão. As interações/relações estabelecidas entre instituição de formação e contexto escolar são percebidas como positivas. É, contudo, apontada a necessidade de ainda mais momentos de interação entre o estagiário, o professor cooperante e o professor supervisor. Ao nível da reflexão, os orientadores apontam a adequação da reflexão realizada, propondo o aumento da periodicidade dos momentos de reflexão com os supervisores. Sobre a avaliação do processo, é visível a centralização das respostas na avaliação dos alunos parecendo ter sido esquecido o papel dos demais intervenientes no processo supervisivo. Palavras-chave: Formação de professores, Iniciação à prática profissional, Processo de supervisão [ID 214] Formação teórico-prática do docente Wesley De Sousa Lima | Universidade Regional do Cariri | [email protected] Willian Mendes Sousa | Universidade Regional do Cariri | [email protected] Resumo Over the past few years, we have struggled vehemently on teacher training, in particular about the design as it is made such training. It is an issue that still divides opinions when it is brought to the debate, which would be most important theoretical training (first hypothesis) or 217 practical training (second chance) for teaching? Worth remembering that these are not the only existing opinions as they also have those who put the conceptual training and practical training at the same level of importance (third hypothesis) for a training undergraduate. In the present article will be crafted third hypothesis as the most concrete. Thus, the formation of a teacher is not just inside the classroom during their graduation, because while is just in the classroom (theoretical laboratory) the trainee in the area of undergraduate acquires a conceptual and theoretical knowledge than is teaching and learning, but for the formation is complete only the theoretical domain is not enough, a good teacher must also have a command on the practice of teaching, taking into account aspects of the classroom routine in which is (Hands-On Lab) acting not in a standardized way, but in a way with the experiences of the class is contained in its methodological process. With the above, it is clear that the formation of a teacher is in dialectical marriage between the theoretical laboratory and practical laboratory, namely the inter-relationship that happens between the conceptual training and experienced training in the classroom . As the conceptual training built with readings and discussions of it in the classroom, through lectures he saw during graduation, among other constructions of concepts, while training the experiences are in conversation and interactions with their classroom, in everyday life of their students in the way we interact with it, among other ways of seeing the day-to-day. Making a union of these two ways, theoretical laboratory and hands-on lab, to see learning can be built a third view, theoretical and practical laboratory with less dualities and more solid arguments in the way of seeing teaching and learning. Palavras-chave: Graduation, Professor, Theory/practice, Cotidiano [ID 239] Relatórios de avaliação externa das escolas: práticas de supervisão e de colaboração Paula Santos | Agrupamento de Escolas da Cidadela – Cascais | [email protected] Maria João Mogarro | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo A avaliação externa das escolas (AEE), regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 31/2002, de 21 de dezembro, surge em consonância com as políticas educativas adotadas no sentido de se promover a avaliação institucional como um instrumento de melhoria e regulação da 218 organização escolar. A crescente necessidade de prestação de contas irá obrigar a fomentar nas escolas uma interpelação sistemática sobre a qualidade das suas práticas. O presente estudo está alicerçado em três grandes temáticas que se articulam de forma sistemática e sistémica na instituição escolar: supervisão, liderança e colaboração, centrando-se na análise das dinâmicas que são exercidas em meio escolar nos domínios da Prestação do Serviço Educativo e Liderança para as relacionar com as classificações atribuídas pela Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC), entidade responsável pela avaliação externa das escolas. Pretende-se também lançar um olhar ao impacto que o modelo avaliativo em estudo teve na melhoria dos processos, através da análise comparativa das classificações atribuídas no 1.º e no 2.º ciclo avaliativos. Partindo de um paradigma qualitativo de investigação com recurso a métodos qualitativos e quantitativos na análise da informação recolhida, a investigação consubstanciou-se na análise dos produtos de atividade da AEE – os relatórios de escolas da responsabilidade da IGEC tendo sido, para o efeito, selecionados quarenta e quatro relatórios correspondentes a vinte e duas escolas da área da Grande Lisboa, nos domínios da Prestação do Serviço Educativo e Liderança. Do estudo, emergiram várias conclusões das quais se destacam as seguintes: as dinâmicas supervisivas e colaborativas em contexto escolar caraterizam-se pelo seu caráter normativo, burocrático e formal, centrado no desempenho de funções que lhes são prescritas, quer a nível externo, quer a nível interno; o modelo de liderança prevê uma partilha dos processos de tomada de decisão e de responsabilidades, que originam lideranças múltiplas que deverão assumir uma visão prospetiva do desenvolvimento escolar. As dinâmicas valorizadas nas escolas são as que assumem um questionamento contínuo e sistemático sobre as suas práticas e resultados; os aspetos avaliados com melhor desempenho situam-se na gestão dos recursos humanos e os mais frágeis são o trabalho realizado ao nível da articulação e sequencialidade. Palavras-chave: Supervisão, Trabalho Colaborativo, Liderança, Avaliação Externa de Escolas SALA | SALLE 4 – 148, 181, 210, 231, 237 [ID 148] Formação de formadores: um percurso no campo dos paradigmas da educação superior Luís António Verona | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] 219 Silvana Barbosa De Oliveira | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Resumo A questão da formação docente tem desafiado inúmeros pesquisadores da área das Ciências da Educação ao longo dos anos. O atual paradigma tem privilegiado a disjunção em detrimento do todo contextualizado e a formação de formadores na educação superior não é excessão a essa regra. Este trabalho buscou compreender o impacto que um novo paradigma, baseado na Teoria da Complexidade pode oferecer para esse processo. Assim, os objetivos deste trabalho foram: a) caracterizar o paradigma conservador; b) caracterizar o paradigma inovador, baseado na Teoria da Complexidade; c) analisar as diferenças entre os dois paradigmas no processo de formação; d) analisar os documentos de referência do Ministério da Educação (MEC) e da Autoridade Aeronáutica brasileira; e) verificar como o paradigma inovador pode impactar na formação dos formadores, em nível superior. Para tanto, buscamos o enquadramento teórico e analítico no campo dos paradigmas da educação, permitindo a construção de um quadro teórico de referência para a investigação, por meio de um estudo de caso múltiplo, em quatro IES da Região Sul do Brasil que oferecem Cursos Superiores de Formação de Pilotos para a Aviação Civil. A escolha pela formação de aviadores se deveu ao fato de ser uma profissão que emprega alto grau de sofisticação tecnológica. Dessa forma, entendemos que a Teoria da Complexidade pode oferecer um importante suporte no processo de formação de formadores que formam aviadores. A análise de conteúdo dos materiais coletados produziu evidências sobre as limitações do atual modelo de formação de formadores, impactando diretamente na capacidade do aviador julgar e decidir. A metodologia de pesquisa adotada foi a qualitativa. Foram aplicados questionários abertos aos professores e realizadas entrevistas episódicas com os coordenadores dos Cursos, além de análise documental. Assim, conclui-se que o atual modelo de formação de formadores é pouco significativo para que o aviador julgue assertivamente, quando comparado aos ganhos e vantagens do uso de uma abordagem lastreada pela Teoria da Complexidade. Palavras-chave: Formação de Formadores, Teoria da Complexidade, Paradigmas da Educação [ID 181] Metodologia do Ensino Superior: Desafios para a Formação Pedagógica de Professores Universitários 220 Cleoni Maria Barboza Fernandes | Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul | [email protected] Miria Pires Corrêa De Lacerda | Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul | [email protected] Resumo Este texto enfoca uma experiência com a disciplina Metodologia do Ensino Superior, estruturante histórico no cenário da pedagogia universitária brasileira e da formação pedagógica de professores universitários. Experiência vivenciada com o uso de princípios da pesquisa ação (Brandão, 1998). A visão mais tradicional de formação do professor universitário reconhece a docência exigindo apenas o domínio de um campo específico, sem uma inserção sistematizada nas concepções de mundo, ciência e conhecimento. É uma lógica marcada pela racionalidade técnica, fortalecida pela ausência de um corpo de saberes constituintes do conhecimento profissional docente e da própria compreensão de relações epistemológicas e pedagógicas da produção do conhecimento específico. Essa compreensão se traduz nas expectativas dos professores e de estudantes em relação à disciplina de Metodologia de Ensino Superior, a qual, segundo eles, trabalharia com prescrições e normas que possam garantir uma docência bem-sucedida. Nessa direção, a disciplina Metodologia do Ensino Superior fez um corte epistemológico e pedagógico, buscando gerar desequilíbrios para desinstalar concepções prévias de professores e estudantes no sentido de provocar mudanças conceituais e incorporação de novos valores e ações. Para o alcance de mudanças conceituais, foram trabalhados procedimentos como: desenvolvimento da pesquisa como princípio educativo no ensino de graduação em que a dúvida fosse trabalhada como condição de compreender a complexidade das relações sociais e dos modos de produção do conhecimento; necessidade de vincular docência e investigação favorecendo a compreensão da docência como ação complexa e exigente de novas proposições pedagógico-metodológicas; incentivo à atividades que favoreçam e necessitam de compreensão e de ações inter-trans disciplinares (Fernandes, 2010). Palavras-chave: Pedagogia Universitária, Metodologia do Ensino Superior, Formação Pedagógica [ID 210] Formação Pedagógica e a Docência Universitária: desafios e dilemas 221 Edite Maria Sudbrack | Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões | [email protected] Maria De Lourdes Pinto De Almeida | Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões | [email protected] Janaíne Souza Gazzola | Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões | [email protected] Resumo O desafio da universidade inserida neste espaço acadêmico é o de desenvolver habilidades e competências para assim dinamizar sua capacidade de transformação e, posteriormente, evidenciar-se nos movimentos da história que a convoca a posicionar-se frente às transformações. O estudo tem como objetivo analisar as políticas e as práticas de formação pedagógica oferecidas por uma Instituição de Ensino Superior do Sul do Brasil, antevendo os espaços/tempos em que tal formação acontece. Entende-se que, além do domínio do saber da ciência específica, o docente precisa assimilar conceitos de aprender-ensinar, gestão e currículo, planejamento, metodologia, avaliação, além de compreender a relação professoraluno, aluno-aluno. Argumenta-se que, diante da pluralidade de saberes que se apresentam na Educação Superior, o saber da ciência pedagógica está na mesma importância do saber da ciência específica. A pesquisa deu-se numa abordagem qualitativa e descritiva, valendo-se de estudo bibliográfico e análise documental. O estudo bibliográfico compreendeu a revisão da literatura em autores como Behrens(2011), Bolzan (2001, 2002a; 2002b, 2003; 2004), Garcia (1999; 1997), Fernandes (2000), Nóvoa (1992; 2013), Zabalza (2004). Este ensaio possibilitou compreender que a superação da cultura de omissão da necessidade de formação pedagógica para a atuação docente no ensino superior passa, necessariamente, por mudanças na concepção dos professores já atuantes em nossas universidades, bem como pela reflexão constante sobre a própria prática. Urge compreender, portanto, que os planos e as ações concretizam-se na medida em que são oportunizadas diferentes alternativas para a busca e a construção do conhecimento pedagógico, bem como pela construção de políticas para a dimensão pedagógica mais consistentes. Afinal, é através do corpo docente atualmente em exercício que as novas gerações de professores são formadas e as políticas institucionais são implementadas. Palavras-chave: Ensino Superior, Conhecimento Pedagógico, Políticas Institucionais de Formação Pedagógica 222 [ID 231] Seminários pedagógicos no ensino superior: experiências nas licenciaturas em Educação e Formação Isabel Freire | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Ana Paula Caetano | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo Esta comunicação visa contribuir para a disseminação e discussão de novas práticas pedagógicas no ensino superior. Numa sociedade dominada pelas tecnologias de informação e de comunicação e pela mudança permanente, a formação dos estudantes do ensino superior coloca grandes desafios ao ensino superior, nomeadamente no âmbito pedagógico, para os quais grande parte dos professores deste nível de ensino não estão preparados. Não iremos discutir as razões que explicam esta realidade. Pretende-se, sim, refletir sobre o conceito de seminário como uma alternativa pedagógica, a partir dos seus fundamentos teóricoepistemológicos e da nossa longa experiência de coordenação das licenciaturas em Ciências da Educação e em Educação e Formação da Universidade de Lisboa, designadamente na coordenação de seminários e docência dos mesmos. A partir de análise documental, proceder-se-á à apresentação dos espaços curriculares que o conceito de seminário tem ocupado nestas licenciaturas, para depois nos concentrarmos na descrição e análise da prática de um deles (Seminário I – atores e contextos em educação e formação). Neste sentido, pretende-se cruzar a reflexão sobre os princípios orientadores em que a conceção deste seminário se apoia (princípios da formação pela investigação, da transdisciplinaridade, da aproximação à prática profissional, da autonomia, da participação, da autoformação, do autoconhecimento, da cooperação, entre outros), com as práticas de planificação, organização, desenvolvimento e avaliação, apoiando-nos na análise de portefólios e outras produções dos estudantes. Palavras-chave: Seminário pedagógico, Ensino superior, Formação pela investigação, Prática profissional, Autonomia [ID 237] Incidentes Críticos: Modalidade de Formação Pedagógica de Docentes do Ensino Superior 223 Ana Margarida Veiga Simão | FP-UL | [email protected] Susana Isabel Caetano Domingos | Instituto Politécnico de Tomar | [email protected] Resumo O estudo apresentado inscreve-se na problemática da necessidade de formação pedagógica dos docentes do Ensino Superior, e a relação desta com a identidade e desenvolvimento profissional. A investigação refere-se à viabilidade de recorrer à técnica de análise dos Incidentes Críticos como metodologia de formação pedagógica, contribuindo assim para o desenvolvimento profissional e consequentemente para a construção da identidade profissional do docente do ensino superior. Tivemos como principal objetivo contribuir para a criação de programas de formação e desenvolvimento profissional, com enfoque na atividade pedagógica neste nível de ensino. Foi também nosso intuito incentivar o aprofundamento da reflexão docente, assim como promover a mudança de práticas pedagógicas no ensino superior. Tendo em conta os objetivos propostos nesta investigação, optámos por um paradigma qualitativo, no qual estiveram envolvidos dois docentes e duas turmas de alunos de 1º ciclo (licenciatura) e no qual triangulámos vários instrumentos em diferentes momentos da investigação. Através do estudo intitulado Reflexões sobre Incidentes Críticos: Análise de dois casos, docentes e discentes manifestaram-se sobre as temáticas mais passíveis de provocar este tipo de Incidente. Duma perspetiva mais analítica e interpretativa, os resultados indiciam que a troca de perceções de alunos e professores potencia a mudança na prática pedagógica docente, através dum processo reflexivo, analítico e crítico dos envolvidos. Deste modo, os resultados globais obtidos apontam para a potencialidade que o recurso à técnica dos Incidentes Críticos demonstra para futura aplicação enquanto ferramenta metodológica de formação pedagógica dos docentes do ensino superior, contribuindo assim para a (re)construção da sua identidade profissional. Palavras-chave: Formação pedagógica, Docente do Ensino Superior, Incidente Crítico, Identidade, Desenvolvimento Profissional SALA | SALLE 5 – 74, 88, 143, 191, 203 224 [ID 74] Licenciatura em Pedagogia: impasses e perspectivas na profissionalização docente Rosa Mendonça De Brito | Universidade Federal do Amazonas | [email protected] Maria Marly De Oliveira Coelho | Universidade Federal do Amazonas | [email protected] Maria Do Perpétuo Socorro Duarte Marques | Universidade Federal do Amazonas | [email protected] Resumo O texto aborda o curso de licenciatura em Pedagogia no que concerne a profissionalização do professor na contemporaneidade. Este aborda alguns aspectos pertinentes à legislação, o perfil desse futuro professor, os principais impasses no decorrer do desenvolvimento curricular e as perspectivas em torno da profissionalização docentes. Tem como objetivo conhecer o perfil dos alunos, os impasses e as perspectivas do curso de Pedagogia a partir da avaliação externa dos referido curso. O estudo adotou a forma qualitativa, utilizando como fonte de informação a pesquisa documental e teórica. Os dados foram obtidos a partir do Relatório do Resultado do Exame Nacional de Cursos – ENADE, especificamente dos alunos da Licenciatura em Pedagogia, da Universidade Federal do Amazonas – UFAM em Manaus, referente ao perfil dos ingressantes (2008) e dos concluintes (2011). A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n. 9394/96 regulamenta, no caput do artigo 62, as exigências para a formação dos professores, desdobrando-se posteriormente em diretrizes curriculares específicas para a Licenciatura em Pedagogia. Para analise do perfil dos futuros professores utilizou-se questões explicitadas no questionário socioeconômico do relatório do ENADE, demonstrando que a grande maioria cursou a escola pública; que nunca exerceu atividade remunerada e a renda familiar está em até três salários mínimos. Com relação aos impasses no decorrer da formação destaca-se: as condições dos recursos físicos e pedagógicos da instituição e a qualidade do ensino oferecido, constatando-se diferença na avaliação entre os ingressantes e os concluintes. As informações analisadas indicam a necessidade urgente de alteração curricular em que haja articulação da teoria com a prática tendo em vista que a formação inicial do professor para a educação básica precisa fortalecer o profissional em seus múltiplos aspectos. Palavras-chave: Formação Inicial, Licenciatura em Pedagogia, Profissionalização Docente 225 [ID 88] Formação profissionalizante de Educadores/as de Infância: uma reflexão sobre as práticas pedagógicas dos/as alunos/as numa ESE portuguesa Ana Simões | Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa | [email protected] Resumo O presente estudo tem como objetivo refletir sobre as práticas pedagógicas dos/as alunos/as do Mestrado em Educação Pré-Escolar de uma ESE portuguesa. Nesta análise, são privilegiados os seguintes eixos: i) a formação profissionalizante dos/as Educadores/as de Infância numa ESE portuguesa; ii) as práticas pedagógicas (Prática Profissional Supervisionada) dos/das alunos/as; iii) a reflexão dos/das mesmos/as sobre as suas práticas pedagógicas e a ética profissional. O enquadramento teórico incide sobre: a formação profissionalizante dos/as Educadores/as de Infância e o perfil destes futuros profissionais, os processos de aprendizagem e o desenvolvimento de competências dos jovens/adultos, a prática pedagógica e a ética profissional em Educação de Infância. No que respeita à metodologia utilizada, trata-se de um estudo preliminar, de natureza qualitativa, com o recurso às seguintes técnicas de recolha de dados: análise documental (documentos normativos e orientadores do Mestrado em Educação Pré-Escolar de uma ESE portuguesa) e análise de conteúdo dos trabalhos realizados por um grupo de alunos/as (10), num universo de 60 alunos/as do referido curso: Portefólio da Prática Profissonal Supervisionada (0-3 e 3-6 anos); Projeto de Intervenção e Relatório final do Curso. As conclusões principais do estudo apontam para o seguinte: a formação profissionalizante ministrada na ESE em estudo privilegia a articulação entre a teoria e a prática, bem como a Metodologia de Trabalho de Projeto, assente nos principios pedagógicos da Pedagogia de Projeto (Dewey); todos/as os/as 10 alunos/as envolvidos/as no estudo afirmam que a formação ministrada na ESE em estudo, nomeadamente a prática pedagógica do último ano do Curso – a Prática Profissional Supervisionada, permitiu-lhes aprender e desenvolver competências profissionais, através da assunção de uma atitude reflexiva e de uma postura profissional adequada e eticamente situada na Educação de Infância. Palavras-chave: Formação profissionalizante, Educadores/as de Infância, Prática pedagógica, Ética profissional 226 [ID 143] Os significados da profissionalidade docente em educação infantil e os contributos do estágio supervisionado na interface teoria e prática: com a palavra as estagiárias Claudete Bonfati | Universidade Federal de Santa Catarina | [email protected] Luciane Maria Schlindwein | Universidade Federal de Santa Catarina | [email protected] Resumo A temática da profissionalidade docente, atualmente, tem tomado uma dimensão significativa sobre a formação de professores. O debate gira em torno do complexo itinerário de tornar-se professor que não se conclui, todavia, com a formação inicial, mas assim como outros processos da nossa sociedade, se constitui em um modo contínuo ao longo da carreira profissional. No entanto, a formação inicial parece ser essencial para a reflexão de alguns aspectos constitutivos de uma peculiar profissão que comporta o confronto e o crescimento com o outro num contínuo intercâmbio (Bondioli; Ferrari, 2008). As autoras também reforçam que alguns aspectos desse debate assumem uma relevância particular, antes de mais nada, frente ao tema da relação existente entre teoria e prática. Ao levar em conta essas reflexões e os estudos efetivados por Tardif e Lessard (2005); Sacristán (1991); Ramalho, Nuñes, Gauthier (2004), Mignosi (2008); Catarsi e Fortunati (2012); Pimenta (2008) e Calderano (2012/ 2013), Vigotski (2001), o presente estudo busca compreender os significados atríbuidos pelas estagiárias de um curso de Pedagogia ao estágio supervisionado em educação infantil na interface teoria, prática e profissionalidade docente para a faixa etária 0-5 anos. A pesquisa qualitativa configura um estudo de caso e as participantes são licenciandas de um curso de Pedagogia de uma universidade comunitária situada no estado de Santa Catarina/Brasil. A coleta de dados foi realizada em 2014 e 2015, tendo como instrumentos: memoriais/narrativas das licenciandas, diários de aula, entrevistas. Os resultados apontam que o percurso vivido pelas estagiárias no estágio supervisionado pode ser balizador das fragilidades e das potencialidades da formação inicial, mas que se traduz em seára fértil para tornar-se professora. Palavras-chave: Profissionalidade docente, Educação Infantil, Estágio Supervisionado [ID 191] Professores em formação, formação pedagógica e campo profissional 227 Cleoni Maria Barboza Fernandes | Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul | [email protected] Denise Nascimento Silveira | Universidade Federal de Pelotas | [email protected] Resumo Este texto traz um recorte de pesquisa com reflexões e inferências apoiados em dados de um grupo de pesquisa interinstitucional que discute a reconfiguração curricular das licenciaturas a partir da Resolução 02 de 19 de fevereiro de 2002. Recorte este focado especialmente no estágio curricular supervisionado e na prática como componente curricular como uma necessidade de ampliar o campo de compreensão do estágio para outros lugares nos cursos de formação inicial de professores e que se aproxima de uma inserção mais qualificada do campo pedagógico nessas relações e de mediações como um diálogo epistêmico entre os vários campos epistemológicos nos Cursos de Licenciatura do Ensino de – das disciplina/ matérias das séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Esta compreensão tem encaminhado o currículo para além da matriz curricular, percebendo-o como um conceito, uma construção cultural que leve em conta a dimensão histórica, ética e política das condições/ações humanas e sociais e do conhecimento em seus modos de produção e disseminação. A problematização da inserção no campo profissional desde o início do curso vem revelando a necessidade de diálogo epistemológico com a formação pedagógica, com a Escola Pública em outras bases. A abordagem da pesquisa é qualitativa e a metodologia de multicasos (STAKE, 1998). Constatamos que a categoria trabalho como mediadora nas relações de produção do conhecimento elaborado em cada campo específico com o conhecimento elaborado do campo pedagógico pode fortalecer um sentimento de pertença e um comprometimento maior dos professores em formação com a Escola Pública. A problematização da inserção no campo profissional desde o início do curso vem revelando a necessidade deste diálogo epistemológico com a formação pedagógica e a Escola Pública em outras bases e nos mobilizando para um estudo da epistemologia histórica de Bachelard (1985) e a relação da pedagogia científica com a prática pedagógica cotidiana. Palavras-chave: Formação pedagógica, Estágio curricular supervisionado, Prática pedagógica [ID 203] A Formação Ativa de Professores na Didática das Ciências Económicas e Sociais Ana Luísa Rodrigues | Instituto de Educação – UL | [email protected] 228 Resumo O presente estudo tem como objetivo avaliar a aplicação dos princípios do modelo de Formação Ativa de Professores nas aulas de Didática das Ciências Económicas e Sociais do Mestrado em Ensino da Economia e Contabilidade. Esta proposta de modelo de formação de professores caracteriza-se pela transversalidade curricular, por uma gestão flexível do processo formativo com utilização de metodologias e estratégias ativas de aprendizagem, que potenciem a construção de competências dos professores para o seu desenvolvimento humano integral e sustentável e, em simultâneo, através de um processo de isomorfismo, a transferência de competências para os seus futuros alunos. Defende ainda que os estudantes são os construtores em interação social do seu próprio conhecimento. Com base numa abordagem predominantemente qualitativa, trata-se de um estudo de caso, com observação participante, suportado na investigação da própria prática como estratégia de produção de conhecimento e desenvolvimento profissional, procurando caminhos para a inovação dos processos educativos face ao novo paradigma tecnológico em que vivemos, que exige modelos e metodologias de ensino renovadas que incluem a integração das tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem. Após definição, adaptação e implementação dos princípios estruturantes da Formação Ativa numa turma de formação inicial de professores, no ano letivo de 2014-15, foi possível concluir que a maioria dos alunos tem demonstrado, sustentada no trabalho colaborativo e cooperativo, uma boa interação na utilização das ferramentas online, nomeadamente do Learning Management System (LMS), com a partilha de informações e materiais e elevada participação, não mostrando qualquer dificuldade ou constrangimento na sua utilização, verificando-se a construção e desenvolvimento de competências tanto ao nível pedagógico como de inovação das práticas docentes. A falta de tempo dos mestrandos mantem-se como o aspeto e argumento mais forte na sua menor disponibilidade para a integração das tecnologias digitais. Desta forma, procurou-se avaliar a aplicabilidade de um novo modelo de formação – a Formação Ativa de professores – no contexto da sociedade do conhecimento, numa disciplina de Didática do Mestrado em Ensino da Economia e Contabilidade. Palavras-chave: Formação Ativa de Professores, Tecnologias Digitais, Mestrado em Ensino, Didática das Ciências Económicas e Sociais 229 SALA | SALLE 6 – 19, 48, 56, 75 [ID 19] A Formação em Serviço na perspectiva dos docentes Vinicius Tavano | Faculdade Paschoal Dantas | [email protected] Resumo A formação em serviço cujo lócus é o ambiente de trabalho é um tema muito estudado por teóricos da educação e uma realidade em muitos sistemas de ensino. Na rede pública da cidade de São Paulo-Brasil é uma prática há mais de 20 anos, cuja possibilidade da participação acontece por meio dos Projetos Especiais de Ação, conhecidos pela sigla PEA. Os PEAs objetivam oferecer formação docente, buscando aprofundamento teóricometodológico na perspectiva de análise e avaliação do trabalho pedagógico desenvolvido nas escolas. Como estímulo à participação dos professores no Programa, os mesmos contam com a possibilidade de atestado para fins de progressão na carreira, caso mantenham frequência superior a 85% durante o período de formação. Nossa pesquisa objetivou apresentar a visão dos educadores sobre a modalidade e tratou-se de uma análise sobre o processo a partir do acompanhamento dos momentos formativos em uma unidade de Ensino Fundamental, localizada na zona periférica da cidade de São Paulo durante o ano de 2014. Observamos os horários coletivos formativos dos docentes da Unidade, durante nove meses completos, que contou com 34 profissionais em formação, de um universo de 60 professores em regência na unidade de ensino. Fundamentando-se em referências de pesquisadores como Paulo Freire, Antônio Novoa e Maria Teresa Estrela, entre outros, a pesquisa apontou a necessidade de um projeto de formação contínua como um dos pilares na busca de uma educação de qualidade, porém, evidenciou a dificuldade em compreendermos se a modalidade atinge seus objetivos, pois não existem sistemas de avaliação que consigam trazer diagnósticos confiáveis sobre a qualidade da formação oferecida. Baseando em nossas referências, consideramos que a associação entre formação e progressão na carreira apresenta um aspecto negativo, uma vez que a pressão decorrente da possibilidade de progressão na carreira não serve apenas como estimulo, mas também como um obstáculo para elaboração de planos coerentes de formação relacionados com as necessidades das escolas. 230 Consideramos que os projetos referentes à formação em serviço, deve contemplar a formação docente a partir das problemáticas existentes na escola, e demonstrar uma preocupação em capacitar seus servidores com a finalidade de atender às demandas, de forma criteriosa, por meio de avaliações constantes para se perceber a pertinência das propostas e se elas apresentam condições de transposição para a prática pedagógica. Palavras-chave: Formação, Professores, Educação, Avaliação [ID 48] O papel da aprendizagem experiencial na formação pedagógica de educadores de adultos Catarina Paulos | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo Este trabalho tem como objetivo refletir sobre os contributos da aprendizagem experiencial para os processos de formação pedagógica de educadores de adultos. Considerando que nem todas as experiências têm valor educativo (Dewey, 1960), a experiência tem recebido uma valorização crescente no campo da educação e formação de adultos, nomeadamente no que concerne à vertente profissional, sendo encarada como uma fonte de aprendizagem (Zeitler, Guérin & Barbier, 2012). A aprendizagem experiencial é um processo de “aquisição de competências, através do contacto directo com uma situação, registando-se a possibilidade de intervenção/acção, a que se segue uma análise e reflexão sobre o sucedido, ainda que esta análise e reflexão sobre o processo nem sempre seja consciente” (Cavaco, 2002, p. 26), estando associada a modalidades de educação informal. Os saberes adquiridos por via experiencial detêm um papel de âncora na produção de novos saberes (Canário, 2008), assegurando uma lógica de continuidade, uma vez que sem referência à experiência anterior não há aprendizagem, isto porque a experiência só tem valor formativo se for alvo de um processo de reflexão crítica. Considerando que aprender é uma atividade de apropriação de um saber que não se possui (Charlot, 2000), mas cuja existência se encontra em objetos, locais e pessoas, pretende-se compreender como é que os educadores de adultos adquirem os saberes que tornam possível a transmissão de informação, orientações, e responder aos desafios constantes da prática profissional. Este trabalho insere-se numa investigação mais vasta no âmbito de um doutoramento em formação de adultos. Os dados empíricos são provenientes de entrevistas 231 biográficas realizadas a educadores de adultos, no âmbito de processos de reconhecimento de adquiridos experienciais. Da análise dos dados ressalta que a aprendizagem dos educadores de adultos é também construída tendo como base a prática profissional, isto é, a realização das tarefas e atividades, a experimentação de procedimentos e metodologias, e a posterior análise e reflexão, individual ou em grupo, que poderá conduzir à alteração de formas e métodos de trabalho. Atendendo aos resultados, parece-nos pertinente para a formação pedagógica dos educadores de adultos, a criação e implementação sistematizada de espaços de reflexão sobre os procedimentos e metodologias de trabalho, dificuldades e constrangimentos inerentes à prática profissional, e mecanismos de resolução de problemas. Palavras-chaves: Aprendizagem experiencial, Formação, Educadores de adultos [ID 56] Projeto Semear: formação continuada Dayana Anjos | Universidade Federal do Rio Grande | [email protected] Cleusa Saraiva | Universidade Federal do Rio Grande | [email protected] Resumo O presente trabalho apresenta o Projeto Semear, elaborado pelo grupo PIBID Interdisciplinar, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). O Projeto está sendo realizado na Escola Municipal Frederico Ernesto Buchoolz, envolve a professora supervisora e licenciandos de diferentes áreas do conhecimento e tem como objetivo associar a formação e o trabalho docente aos estudos e práticas interdisciplinares. Nesse sentido, o desenvolvimento do Projeto que utiliza a horta escolar como objeto de pesquisa interdisciplinar com uma tentativa inovadora de metodologia de ensino, vem se mostrando como uma potente ferramenta para articular formação docente com o tema interdisciplinaridade na escola. A partir das idéias de Fazenda (1979, p. 108) que afirma que “interdisciplinaridade não se ensina, nem se aprende, apenas vive-se, exerce-se, percebe-se que trabalhar com essa temática exige um engajamento pessoal de cada um” e dentro desse espírito elaboramos o Projeto Semear. Segundo Werneck (1998, p. 12), a “Escola” é hoje uma instituição que não evolui e impede ao máximo os avanços. Impede até mesmo os atos do Pensar”, podemos dizer que os alunos aprendem menos porque os assuntos abordados na Escola muitas vezes são desinteressantes a eles não traz a realidade vivenciada por eles. 232 O Projeto foi elaborado em forma de oficinas visando à formação continuada dos professores da Escola Frederico Ernesto Buchoolz. As oficinas foram oferecidas aos professores do 4º e 5º anos, estes docentes trabalham com diferentes disciplinas do currículo escolar (Português, Matemática, Ciências, Estudos Sociais, Educação Religiosa, Educação Física, Educação Artística e Inglês). Considerando que o professor é capaz de promover aprendizagens e vivências significativas, então é preciso envolvê-los em todas as atividades possíveis de serem desenvolvidas na escola, com a aquisição de novos conhecimentos, onde todos os envolvidos no projeto, por meio da pesquisa e prática podem exercer uma atividade de ordem dinâmica, que favorece o ensino de várias áreas do conhecimento interligando-as e também possibilitando o incentivo à pesquisa e discussão de temas transversais como meio ambiente, alimentação, desperdício, trabalho cooperativo, comportamento. E tornar possível o desenvolvimento do método de ensino-aprendizagem, através da prática aliada sempre à teoria. Palavras-chave: Interdisciplinar, Formação de professores, Horta Escolar [ID 75] O “métier” do professor alfabetizador: análise dos instrumentos técnico-semióticos e meios de trabalho | Le métier de professeur de l'alphabétisation: analyse des instruments technosémiotiques et moyens de travail Ana Lúcia Horta Nogueira | Universidade Estadual de Campinas | [email protected] Resumo A abordagem do “ensino como trabalho” propõe analisar a atividade do professor em suas múltiplas dimensões e condicionantes. A compreensão dos meandros da atividade profissional demanda a análise desta atividade como processo intermediado pelo conjunto de instrumentos e recursos historicamente constituídos e compartilhados (Amigues, 2004; Bronckart e Machado, 2004; Machado, 2007, entre outros). Considerando este enfoque, o presente estudo objetiva compreender as condições de constituição e de atuação do professor alfabetizador, como um “métier” instrumentado e direcionado por um conjunto de procedimentos e materiais que desempenham a função de instrumentos técnico-semióticos, que medeiam sua inserção no mundo do trabalho e das relações histórico-culturais (Vigotski, 1995; Bakhtin, 1986). As marcas do processo de 233 formação do professor (condensadas nos fundamentos e concepções por ele apreendidas) e as propostas didático-curriculares de alfabetização integram os meios e recursos de trabalho. Esta pesquisa foi desenvolvida através do acompanhamento de professores alfabetizadores – observações em sala de aula, entrevistas e análise documental. As análises dos dados consideram as reflexões da ergonomia francesa para a análise do trabalho (Bronckart, 2006; Clot, 2006), com destaque aos meios e instrumentos técnico-semióticos que intermedeiam a atividade. A análise das práticas e procedimentos de ensino relacionados à alfabetização problematiza como os meios e recursos didáticos são selecionados e organizados pelo professor em sua rotina de trabalho com os alunos. Para efeitos desta apresentação, a discussão tem como foco as demandas e especificidades das atividades do professor para ensinar, as escolhas, os ajustes e recriações dos meios e recursos disponíveis. A explicitação das dimensões que constituem o trabalho docente permite compreender a complexidade do ofício do professor alfabetizador como atividade que se constrói cotidianamente, na dinâmica das interações com os alunos em sala de aula, intermediadas pelos recursos e instrumentos de trabalho. Fruto da autoria do professor, o trabalho de ensinar resulta da combinação, sempre peculiar e única, dos elementos que o compõem. A discussão acerca da formação e valorização do trabalho do professor depende do maior conhecimento do que é, e do que pode ser, a atividade de ensino, daí a necessidade de um olhar atento para melhor conhecer as especificidades do “métier” do professor alfabetizador. Palavras-chave: Professor alfabetizador, Instrumentos técnico-semióticos, Atividade de ensinar, Meios e recursos de trabalho SALA | SALLE 7 – 12, 167, 107 [ID 12] A dinâmica relacional criança-espaço exterior expressa através do jogo livre Aida Figueiredo | Universidade de Aveiro | [email protected] Resumo Na sociedade atual as oportunidades de exploração ativa e livre do espaço exterior, por parte das crianças, têm diminuído significativamente nas últimas décadas, sendo apontadas diversas causas, nomeadamente questões de segurança, conceção de tempo livre – educadores, 234 professores e pais -, prevalência dos resultados académicos em detrimento do brincar livre, do movimento e da exploração. Esta situação tem inevitavelmente efeitos na saúde e bem estar das crianças, sendo os contextos de infância – creches, jardins de infância e escolas – espaços de eleição para a observação e reflexão das práticas educativas aí desenvolvidas, especificamente das oportunidades de ação das crianças em espaços exteriores. Neste sentido, desenvolveu-se um estudo, tendo como foco a observação do ato de brincar da criança, recorrendo-se à teoria da perceção ecológica de Gibson (teoria das affordances), que tem como enfoque principal o estudo das relações criança-espaço e o modo como ela o avalia e o perceciona (Moser, 1998). Esta relação é dinâmica, interativa, indissociável e bidirecional (Gibson & Pick, 2000), fazendo parte de um sistema ativo (Gibson, 1986), que constitui um ciclo de informação/perceção/ação, que leva a criança a procurar mais informação disponível no espaço através do movimento e da exploração, de acordo com a sua atribuição de significado funcional. Assim, espaços que oferecem mais oportunidades de ação proporcionam um maior número de atualização de affordances, isto é, uma interação criança-espaço mais rica, muitas vezes expressa através do jogo livre. Com este estudo pretendeu-se compreender a organização dos espaços de 4 jardins de infância da zona centro (affordances potenciais) e o modo como as crianças os percecionavam e os utilizavam (affordances atualizadas). Para este efeito, selecionámos 16 crianças (4 anos e os 4 anos e 12 meses), 4 em cada contexto, tendo-se realizado observações das suas interações registadas em vídeo e em mapas de comportamento. Os resultados evidenciam que os espaços observados são pobres em affordances potenciais, sendo a interação estabelecida, ao nível da categoria “tipo de jogo”, essencialmente funcional. Contudo, o nível de atividade física das crianças é preocupante, sendo as ações motoras mais observadas “estar de pé” e “andar”. Estes resultados têm permitido refletir sobre as práticas desenvolvidas nos espaços exteriores, bem como sobre possíveis necessidades dos educadores nesta temática. Palavras-chave: Brincar livre, Espaço exterior, Jardim de infância, Affordances [ID 167] Simbolismo presente nos registos das crianças: uma análise a partir do teste AT.9 Ana Pereira | CIEC - Centro de Investigação em Educação da Criança | [email protected] Fernando Azevedo | Universidade do Minho | [email protected] 235 Resumo Nesta comunicação pretendemos refletir sobre a hermenêutica simbólica numa perspetiva durandiniana e apresentamos “vozes” de crianças que nos desvendaram o seu modo de pensar sobre os mundos que conhecem. Esse conhecimento é analisado através de práticas implementadas em contexto sala de aula. Envolvemos, neste estudo um total de 152 crianças. Para a recolha dos dados recorremos à análise do teste AT.9, aplicado em momentos distintos (um no início e outro no final do processo), registos escritos das crianças e notas de campo. O teste AT.9 foi complementado com um questionário que se destinou à recolha de outras informações sobre a tarefa realizada e que pretendia dar conta do processo linguístico de simbolização, sendo passado às crianças no término de um desenho e de uma narrativa que o próprio teste exige. A elaboração do registo icónico obedeceu a um conjunto de nove elementos-chave. Os nove elementos demarcam-se em três grupos que acabam por representar problemas inscritos em três categorias distintas: arquétipos que nos remetem para a angústia e para a morte (queda e monstro devorador); arquétipos que ajudam na criação de um micro-universo mítico (espada, refúgio e algo cíclico); arquétipos responsáveis por reforçar outros elementos (água, fogo e animal), também designados por adjuvantes. Nesta categorização o autor acrescenta ainda a personagem como elemento da dramatização. No transcorrer das análises fez-se uma abordagem suportada pela interpretação. Após a análise realizada pudemos perceber os valores morais e os princípios éticos subjacentes às interpretações das crianças, com a necessária desocultação dos estereótipos sociais. Para responder ao teste AT.9 e nas práticas desenvolvidas em contexto educativo, a criança imaginou mundos irreais, colocou a funcionar o seu córtex cerebral em função do seu próprio mundo. Os discursos das crianças foram, sem dúvida, mágicos, nascendo estes da forma atenta como compreenderam e sentiram o mundo, como o transfiguraram e o evocaram. A narrativa ao constituir-se como instrumento pedagógico privilegiado e necessário para o desenvolvimento e equilíbrio da criança, contribuiu para a aquisição de valores, normas de conduta e ajudou, de certa forma, a construir a sua personalidade. Palavras-chave: Hermenêutica, Teste AT.9, Simbolismo [ID 107] Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA): espaços para o educar (aprender e ensinar) pela pesquisa 236 Leocilea Aparecida Vieira | Universidade Estadual do Paraná - Unespar - campus Paranaguá | [email protected] Resumo O presente artigo ressalta que apesar de se viver em uma sociedade impregnada pela informação, na qual palavras como “livro”, “jornal”, “tecnologia”, “computador” e “internet” fazem parte do vocabulário da maioria das pessoas e, apesar de toda essa explosão documentária, o acesso ao mundo letrado, tanto impresso, quanto on line, ainda é restrito no Brasil. No primeiro caso é limitado, por vários fatores, entre eles, a falta de incentivo na formação do leitor, desde a mais tenra idade, o que impossibilita o desenvolvimento do hábito e gosto pela leitura, bem como, o custo elevado dos livros. No segundo, as barreiras ao acesso on-line vão desde ao número restrito de equipamentos ao desconhecimento de mecanismos que possibilitam a apropriação da informação. É nesse contexto de “carências”, que a pesquisa se torna imprescindível. O estudo tem como objetivo identificar as facilidades e as dificuldades encontradas pelos alunos na realização de suas pesquisas nos ambientes virtuais de aprendizagem. É um estudo de cunho exploratório-descritivo no qual se utilizou como técnica de coleta de dados o questionário aplicado a vinte e um professores-alunos de um curso de pós-graduação em Tecnologias Educacionais. A fim de apresentar o caminho pelo qual se enveredou durante o desenvolvimento organizou-se quatro etapas, conforme segue: a fundamentação sobre o significado da pesquisa como construção do conhecimento (suporte teórico ao estudo); o universo/ambiente em que se realiza o estudo; o procedimento de coleta de informações e a análise e interpretação dos dados. Conclui-se que no educar e aprender pela pesquisa, o espaço da sala de aula é um local coletivo de trabalho, em que professor e aluno são parceiros na construção do conhecimento. Ao docente, cabe a função de mediador, articulador crítico e criativo do processo de aprendizagem. Como produtor de conhecimento próprio, agrega à pesquisa realizada no seu cotidiano, àquela feita em sala de aula e instiga o aluno a "aprender a aprender". O aluno, enquanto sujeito ativo do processo de ensinoaprendizagem, busca respostas aos seus questionamentos e, por meio da argumentação, aprende a duvidar, a perguntar, a redigir e a socializar seus conhecimentos. O educar pela pesquisa, possibilita a professores e alunos transmutarem do paradigma da reprodução da informação para o paradigma da reconstrução de conhecimentos, entretanto, essa proposta pedagógica só se concretiza, de fato, mediante o diálogo entre os sujeitos. Palavras-chave: Ambientes Virtuais de Aprendizagem, Educar pela pesquisa , Tecnologias Educacionais 237 SALA | SALLE 9 – 13, 39, 195, 229 [ID 13] Lugares de guardar: pensando o conceito e o sentido da transmissão cultural na escola e no museu Rita Márcia Magalhães Furtado | Universidade Federal de Goiás | [email protected] Resumo O propósito desse trabalho, fruto de uma pesquisa teórica, é o de analisar o conceito de transmissão cultural, a partir dos seguintes questionamentos: Qual a função da escola e do museu na formação cultural que ocorre no contexto contemporâneo? Há uma influência recíproca dos dispositivos pedagógicos utilizados em ambos os espaços no sentido de favorecer o processo de transmissão? Apesar de serem espaços bastante distintos, escolas e museus são, ambos, dedicados à transmissão de saberes e têm, sob o ponto de vista social, a função de guardar saberes e fazeres historicamente produzidos. No entanto, a maneira como os saberes são valorizados e transmitidos se diferem substancialmente, as escolas transformam as práticas pedagógicas e culturais e com estas os processos de transmissão que ocorrem também nos museus. O ato da transmissão faz com que os saberes que circulam na escola e no museu se conservem e se expandam. Como campo dialético de permanência e mudança, a transmissão não supõe a reprodução de um conteúdo em seu valor idêntico, e nem traz sempre consigo a nostalgia dos tempos passados. Pelo contrário, institui a identidade e o pertencimento, a herança deixada por aqueles que construíram anteriormente o conhecimento e oferecem aos outros, os saberes instituídos para que estes o reelaborem, constituindo novos caminhos para a humanidade. Assim, ao analisar a produção de teóricos de áreas como a filosofia, a antropologia, e a sociologia, percebemos que as escolas e os museus transmitem porque garantem o acesso à palavra, ao gesto e ao objeto e os vinculam a ideias e teorias, vivificando saberes que a cada geração reelaboram seu sentido e instituem novos significados a esses lugares de guardar saberes. Palavras-chave: Escola, Museu, Memória, Transmissão 238 [ID 39] Duas faces da Educação de Jovens e Adultos no Brasil: ações do estado e da sociedade civil em Fortaleza - Ceará Sônia Pereira | Universidade federal do Ceará | [email protected] Elábia Barbosa | Universidade federal do Ceará | [email protected] Raquel Beserra | Universidade federal do Ceará | [email protected] Resumo A Educação de Jovens e Adultos no Brasil é uma modalidade de ensino cuja proposta metodológica dos programas condiz com os princípios da Educação Popular (EP), que no Brasil estão muito próximos às ideias de Paulo Freire. No entanto, as escolas não vivenciam tal proposta. Por outro lado, esses princípios orientam a prática de iniciativas educativas populares fora do âmbito escolar, como a que é desenvolvida pela ONG Convida, no Projeto Meninos de Deus, com jovens da periferia de Fortaleza. Como se caracterizam as práticas educativas nas salas de aula de EJA, em Fortaleza, Brasil? E as do Projeto Meninos de Deus, que são desenvolvidas principalmente em encontros semanais do educador com os jovens, na sede da referida ONG? Tais espaços educativos sensibilizam os jovens para uma preocupação com a dimensão coletiva e política de suas vidas? O objetivo do artigo é analisar como se efetiva a EJA, com vistas a identificar a possibilidade de um diálogo, mediado pela EP, entre esses espaços educacionais, que parecem ser tratados como territórios excludentes, mas que podem ser complementares. O artigo é resultado de duas pesquisas, realizadas em 2012 e 2012-2015, respectivamente; uma examina a EJA em sala de aula em Fortaleza, e outra, as dinâmicas entre as ações da ONG Convida, o Estado e os movimentos sociais. A abordagem qualitativa de ambos os estudos utilizou de entrevistas, observações, grupos focais, oficinas. O artigo descreve e analisa as práticas desenvolvidas em ambos os espaços educativos. Caracteriza a EJA como política educacional secundarizada pelo estado, seja na estrutura proporcionada ao funcionamento das turmas da modalidade, seja quanto à pouca formação dos educadores para a modalidade, o que propicia uma ação educativa precarizada. Já com relação à ONG, ainda que precariedades sejam identificadas para o funcionamento do projeto, inclusive no que tange à formação do educador, os princípios da Educação Popular propiciam uma dinâmica educacional que sensibiliza os jovens para as questões da coletividade, o que indica estar em processo a formação de cidadãos. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Educação Popular, Organização não governamental 239 [ID 195] A Fábrica de histórias: produzindo significados com crianças num hospital em Porto Alegre Alexandra Dalpiaz | Centro Universitário Metodista IPA | [email protected] Andressa Camargo | Centro Universitário Metodista IPA | [email protected] Daiane Modelski | Centro Universitário Metodista IPA | [email protected] Giulia Moroco | Centro Universitário Metodista IPA | [email protected] Resumo O presente trabalho intitulado A Fábrica de Histórias surgiu a partir dos momentos de observações, na ala de oncologia de um hospital de Porto Alegre. Teve como objetivo principal desenvolver, por meio da literatura infantil, o prazer pela leitura alimentando a imaginação e oportunizando diferentes vivências na formação de bons leitores. Sendo uma pesquisa de cunho qualitativo, empreendemos um estudo de caso com pacientes da ala de oncologia do hospital referido. Conversamos com as famílias, com as crianças e realizamos diversas visitas de observação e imersão no espaço a ser pesquisado. No local estudado, conseguimos perceber que as crianças estão cada vez mais envolvidas com o meio tecnológico, como tablets, smartphones entre outros. Esses eletrônicos, muitas vezes os deixam sem ter acesso a outras vivências do mundo infantil. Nessa perspectiva, percebe-se que estes aparelhos têm uma influência significativa no mundo atual, tirando uma atenção considerável deles de situações ou momentos importantes de sua vida, como por exemplo, simplesmente estar com a família, estar com seus amigos ou na escola. Observou-se que para o contexto dos pacientes deste hospital seria significativo, pensando no desenvolvimento cognitivo das crianças, envolver histórias abordando o lado lúdico do universo infantil. Sendo assim, nasceu a proposta de um projeto com a temática dos contos infantis. Com o desenvolvimento do nosso projeto, constatamos que através das histórias conseguimos despertar nas crianças um mundo em que elas foram capazes de viajar pelo imaginário de seus sonhos, desejos e fantasias além de usar a criatividade na produção de outras histórias. Nesta perspectiva, foi possível desenvolver nelas conteúdos que facilitassem o aprendizado ao longo de sua vida, como por exemplo, a leitura de livros, a melhora da escrita por ampliar o conhecimento destas crianças, que antes parecia oculto por falta de incentivo ou por excesso de uso dos recursos tecnológicos. Palavras-chave: Histórias infantis, Criança, Estudo de Caso 240 [ID 229] Os museus como Parceiros na Educação e Formação de Adultos José António De Freitas Campos | [email protected] Resumo Segundo os resultados dos Censos de 2011 (INE, 2011), cerca de 19% da população total tem 65 ou mais anos, colocando-nos como o 7º país mais envelhecido do mundo (Cabral, 2009). O crescimento do número de seniores é um desafio e um enorme potencial para os museus portugueses. A longevidade abre novas perspetivas e coloca problemas. Segundo Ferreira (2012) há que saber o lugar da velhice na sociedade e recusar a exclusão dos idosos da vida social. Cientes destes problemas e desafios as organizações internacionais como a ONU através da OMS, a CE (2000) ou a OCDE, têm vindo a elaborar orientações e a conceber um quadro de princípios conhecido por envelhecimento ativo entendido pela OCDE (1998) como “a capacidade de as pessoas que avançam em idade levarem uma vida produtiva na sociedade e na economia”. Com este conceito os seniores podem determinar a forma como repartem o tempo de vida aumentando o protagonismo dos Museus e das US surgidas nos anos 70. As US são um bom exemplo da combinação entre escolaridade e consumos culturais, mas só nos anos 90 é que ocorreu a explosão nas US no nosso país (Jacob, 2012). Segundo dados da RUTIS, em meados de 2015, existiam 260 US nela inscritos. O paradigma do museu, de instituição ao serviço da sociedade e aberta ao público, como definido pelo ICOM (1988) passou para o de “museu para as pessoas” à luz da definição da MAI (1997), corroborado por Nabais (1993) para quem “a mudança e renovação dos museus é uma prioridade”. Também Gil e Lourenço (1999) reconhecem que os museus “mudaram nos últimos anos estando diferentes e para melhor”. De facto, museus sem pessoas não são museus. São instituições distantes, frias, incompreensíveis e, consequentemente, irrelevantes. O estudo de Kelly et al (2002), no atual contexto demográfico, reconhece que os museus junto dos seniores contribuem para reduzir o isolamento social, para além de promover o envelhecimento e o envolvimento ativo, nomeadamente através do voluntariado. A relação Museus/Universidades Seniores será reforçada com a celebração de parcerias entre elas, baseadas na colaboração estruturada, na participação e na democraticidade, no respeito pela matriz apontada por Zay (1994), traduzindo uma mudança de paradigma. 241 Palavras-chave: Museus, Formação de adultos, Parcerias em educação SALA | SALLE 10 – 5, 55, 104, 215 [ID 5] L’évaluation des grandes équipes à plusieurs niveaux de hiérarchisation lors de tâches d’évaluation complexes d’équipe : Un défi majeur pour la pédagogie actuelle Martin Lesage | UQAM | [email protected] Gilles Raîche | UQAM | [email protected] Martin Riopel | UQAM | [email protected] Fréderick Fortin | UQAM | [email protected] Dalila Sebkhi | UQAM | [email protected] Résumé En général, l’évaluation de grandes organisations qui comportent des équipes à plusieurs niveaux de hiérarchisation relève du domaine de l’administration et plus particulièrement de la gestion par l’utilisation de systèmes de gestion informatisés. Cependant, en éducation et en particulier dans les domaines de l’évaluation ainsi que de la formation professionnelle, les enseignants, les pédagogues et les formateurs peuvent parfois avoir à implanter des tâches d’évaluation complexes en mode collaboratif devant être réalisées par des équipes qui comportent plusieurs niveaux de hiérarchisation. Des exemples de niveaux de hiérarchisation pourraient être membre d’équipe, chef d’équipes ainsi que des administrateurs ou des superviseurs qui dirigent les chefs d’équipe. Des exemples de ces tâches seraient la rédaction d’un journal étudiant dans lesquels les membres de l’équipe pourraient occuper des positions hiérarchique telles que rédacteur en chef, chef de rubrique ou de chronique ainsi que journaliste. D’autres exemples de tâches d’évaluation complexes en mode collaboratif peuvent être (1) l’évaluation de la réalisation de projets d’équipe en ingénierie, (2) l’évaluation d’équipes de médecins et d’infirmières œuvrant dans les équipes de réanimation, (3) l’évaluation d’équipes travaillant dans le domaine de l’enseignement counseling de groupe ; et (4) l’évaluation des stages en enseignement des futurs professeurs. L’évaluation des équipes à plusieurs niveaux de hiérarchisation s’effectue au moyen des systèmes d’information de gestion dans les entreprises ainsi que manuellement à l’aide de grilles d’évaluation dans le domaine de l’éducation. Les applications d’évaluation des équipes 242 du domaine de l’éducation telle MLE, OTAS, SPARK ainsi que l’application d’évaluation des projets en ingénierie de Nance n’ont généralement qu’un seul niveau de hiérarchisation et n’évaluent que les membres d’équipe ou les chefs d’équipe. Une application Internet d’évaluation des équipes qui peut évaluer des tâches d’évaluation complexes en mode collaboratif effectuées par des équipes à plusieurs niveaux de hiérarchisation dénommée Cluster a été développée dans le cadre d’un projet doctoral selon une méthodologie de recherche développement. La présentation servira à énoncer le cadre théorique de la recherche ainsi qu’à décrire son utilisation par des pédagogues dans l’enseignement secondaire, en formation professionnelle et pour l’instruction de cadets de l’armée. Mots-clés : Évaluation des équipes, Évaluation agrégée, Évaluation hiérarchique des apprentissages, E-Learning, Apprentissage en ligne, Évaluation en ligne, Hierarchical aggregate assessment [ID 55] Conjuguer sciences cognitives et phénoménologie pour enrichir la pensée pédagogique et les pratiques en éducation morale. / Combinar ciências cognitivas e fenomenologia para enriquecer o pensamento pedagógico e as práticas de educação moral. Diane Laflamme | UQAM | [email protected] Résumé La théorie et la pensée pédagogique contemporaine s’appuient encore pour une large part sur ce que nous enseigne la tradition philosophique quant à la prépondérance des processus conscients et du raisonnement pour orienter le comportement humain. Pourtant, les recherches empiriques récentes en sciences cognitives remettent en question cette prépondérance et indiquent que les processus qui ont une influence directe et instantanée sur le comportement humain échappent largement à la conscience. Un tel revirement place les éducateurs devant un défi pédagogique, notamment pour l’éducation morale. Comment tenir compte des résultats des recherches empiriques en sciences cognitives et en psychologie morale pour enrichir la pensée pédagogique et les pratiques en éducation morale, sans renier pour autant le riche héritage de la réflexion philosophique qui fonde la morale sur l’exercice de la raison ? 243 Cette communication présentera une recherche théorique qui comportait deux volets. La méthodologie adoptée est une analyse critique et comparative de textes. Le premier volet de la démarche visait à montrer qu’il est possible de prendre appui sur deux modèles issus des sciences cognitives et de la psychologie morale – le Modèle de la cognition humaine comme double processus (Dual process model of cognition) et le Modèle intuitionniste social du jugement moral (Social intuitionist model) – pour repenser les pratiques d’éducation morale, grâce à l’éclairage complémentaire que fournit la phénoménologie de la volonté et la phénoménologie de l’homme capable de Paul Ricoeur. Le deuxième volet de la recherche consistait à utiliser le double éclairage de la phénoménologie et de la recherche empirique pour identifier une vingtaine de stratégies susceptibles d’enrichir les pratiques pédagogiques. Dans la foulée de cette recherche théorique, l’étape suivante consistera à élaborer un second projet de recherche, cette fois-ci avec des éducateurs en milieu scolaire pré-universitaire, afin d’établir le degré de pertinence des stratégies pédagogiques qui ont été identifiées lors de la recherche théorique et d’en retravailler la formulation. Como levar em consideração os resultados das pesquisas empíricas ligadas às ciências cognitivas e à psicologia moral para enriquecer o pensamento educacional e as práticas de educação moral sem negar a rica herança do pensamento filosófico que baseia a moralidade no exercício da razão? Mots-clés: éÉducation morale, Phénoménologie, Ricoeur, Intuitionnisme moral, Pratiques pédagogiques / Educação moral, Fenomenologia, Intuicionismo moral, Práticas pedagógicas [ID 104] Perspectives écologiques dans les processus d'éducation Claude Falgas | yotta-g | [email protected] Résumé Un éducateur, formateur... souhaitant réfléchir à sa pratique éducative, la sienne ou à celles des autres, ne peut éviter la question de la complexité des dynamiques intérieures organisant plus ou moins à notre insu idées implicites comme comportements en situation. De fait, cet éducateur, formateur..., engagé dans des activités professionnelles, « pilote » toujours partiellement à l'aveugle puisqu'il agit sur et avec de l'humain vivant. Pour ce colloque, je voudrais donc m'appuyer sur ce qui s'est passé dans différentes micro-situations de deux 244 expérimentations menées dans un contexte européens. L'une, a regroupé des jeunes dans des échanges et de l'acclimatation interculturelle. L'autre a fait intervenir des conseillers agricoles/formateurs sur leur manière d'aider les agriculteurs à diminuer leur utilisation de pesticides. Ayant participé aux deux, j'ai pu remarquer à quel point, en situation, la conscience immédiate prend le pas sur la pensée consciente et organisée. Quand les processus d'évolution s'observent à l'état naissant, pouvant donc encore être partiellement régulés, ce qui nous permettrait d'agir et qui forment la base à partir de laquelle nous organisons en situation l'essentiel de nos comportements échappe très souvent à notre esprit conscient. Cela m'a amenée à m'interroger sur la manière dont se jouent les perspectives écologiques des processus d'éducation à l’œuvre. Un défi actuel me semble alors la prise en compte (sous l'angle de la théorisation comme celui de la mise en pratique) de telles perspectives écologiques dans la formation initiale et continue des éducateurs et des formateurs, avec, en fond, les résonances toujours actuelles de l'expérimentation sociale menée par Stanley Milgram dans les années soixante dix : « Soumission à l'autorité » (1974). De tels enjeux me semble toucher le « vivant » de l'activité professionnelle, aussi bien en terme individuels qu'en termes collectifs de « métiers ». J'ai pu observer à quel point les aptitudes naturelles à agir/comprendre en situation peuvent s’entraîner, pour peu qu'en existe des conditions suffisamment bonnes. Les jeunes générations se construisent dans et avec les dispositifs que nous avons, nous, la responsabilité d'organiser et il serait dommage, à mon sens, de négliger les perspectives écologiques des processus que nous induisons sans en avoir vraiment conscience. Mots-clés : Écologie de processus, Formation pédagogique, Contexte interculturel, Soumission à l'autorité, Éducation des adultes [ID 215] Implementation des TICE dans les pratiques pedagogiques au cameroun Marie Constance Kee | Ministère des Enseignements Secondaires du CAMEROUN | [email protected] Résumé La présence des technologies de l’information et de la communication en éducation est de plus en plus marquée dans le domaine de l’acte de formation. L’intégration des Tic à l’école est 245 possible pour envisager le développement professionnel, améliorer l’acte de formation, structurer, afin d’envisager une multiplicité de styles d’enseignements qui favorise une multitude de sources des apprentissages, dans la nécessité de l’utilisation d’interfaces riches qui autorisent des manipulations directes d’objets. Ces différents atouts expliquent les besoins qui émergent pour améliorer les pratiques pédagogiques. Corcoran, (1995) a écrit: l’usage efficace des technologies détermine une approche spécifique avec le développement de compétences différentes de celles requises dans un environnement de formation traditionnel. L’intégration des Tice n’est pas seulement le fait de les introduire, cependant il ne s’agit pas d’équiper les salles multimédia, des ordinateurs dans les écoles pour transformer les pratiques pédagogiques. Les défis et les enjeux résident surtout dans la formation continue. De plus en plus d’écrits soutiennent l’importance de donner la possibilité aux enseignants de prendre en compte les pratiques et les théories pour faire le lien avec des innovations qui ont cours dans la société. Changer de paradigme, c’est permettre les mutations au sein de la chaine pédagogique pour co-construire en adaptant les méthodes, les procédures avec l’implication réelle de tous les acteurs, pour faire asseoir un socle des connaissances pratiques dans la mise en œuvre de la formation continue. Celle-ci doit être en relation avec la supervision pédagogique perçue comme une relation de soutien, dynamisant, valorisant et stimulant l’observation et l’analyse des pratiques pédagogiques. Ainsi, ces dernières sont orientées vers la réalisation des missions assignées aux différents acteurs, en vue de déceler des difficultés à faire asseoir les innovations qui découlent des incompréhensions établies: entre d’une part les superviseurs et les animateurs pédagogiques. C’est dans ce sens que MOUSUND et BIELEFELDT 1999 ont écrit: les pédagogues auraient des difficultés à intégrer les technologies dans la pratique des enseignements des disciplines. Notamment parce qu’ils ne reçoivent pas suffisamment de soutien pédagogique. Et aussi le manque d’organisation dans l’utilisation efficace des nouveaux outils dans l’acte de formation. La présence des technologies de l’information et de la communication en éducation est de plus en plus marquée dans le domaine de l’acte de formation. L’intégration des Tic à l’école est possible pour envisager le développement professionnel, améliorer l’acte de formation, structurer, afin d’envisager une multiplicité de styles d’enseignements qui favorise une multitude de sources des apprentissages, dans la nécessité de l’utilisation d’interfaces riches qui autorisent des manipulations directes d’objets. Ces différents atouts expliquent les besoins qui émergent pour améliorer les pratiques pédagogiques. Corcoran, (1995) a écrit: l’usage efficace des technologies détermine une approche spécifique avec le développement de compétences différentes de celles requises dans un environnement de formation traditionnel. L’intégration des Tice n’est pas seulement le fait de les introduire, 246 cependant il ne s’agit pas d’équiper les salles multimédia, des ordinateurs dans les écoles pour transformer les pratiques pédagogiques. Les défis et les enjeux résident surtout dans la formation continue. De plus en plus d’écrits soutiennent l’importance de donner la possibilité aux enseignants de prendre en compte les pratiques et les théories pour faire le lien avec des innovations qui ont cours dans la société. Changer de paradigme, c’est permettre les mutations au sein de la chaine pédagogique pour co-construire en adaptant les méthodes, les procédures avec l’implication réelle de tous les acteurs, pour faire asseoir un socle des connaissances pratiques dans la mise en œuvre de la formation continue. Celle-ci doit être en relation avec la supervision pédagogique perçue comme une relation de soutien, dynamisant, valorisant et stimulant l’observation et l’analyse des pratiques pédagogiques. Ainsi, ces dernières sont orientées vers la réalisation des missions assignées aux différents acteurs, en vue de déceler des difficultés à faire asseoir les innovations qui découlent des incompréhensions établies: entre d’une part les superviseurs et les animateurs pédagogiques. C’est dans ce sens que MOUSUND et BIELEFELDT 1999 ont écrit: les pédagogues auraient des difficultés à intégrer les technologies dans la pratique des enseignements des disciplines. Notamment parce qu’ils ne reçoivent pas suffisamment de soutien pédagogique. Et aussi le manque d’organisation dans l’utilisation efficace des nouveaux outils dans l’acte de formation. Mots-clés : TICE, Pratiques pédagogiques, Enseignement secondaire SALA | SALLE 11 – 14, 29, 65, 178 [ID 14] L’évaluation des apprentissages intégrée à la pratique pédagogique et son lien avec le rapport enseignant-élève et le sentiment de compétence à enseigner Carla Barroso Da Costa | Université du Québec à Montréal | [email protected] Résumé L’évaluation des apprentissages représente un aspect incontournable de la profession enseignante et un sujet très effervescent (Scallon, 2004). Depuis quelques années, les réformes du système d’éducation et les modifications des programmes scolaires qui en ont découlé ont mené à d’importants changements quant aux modalités d’évaluation des apprentissages afin de les rendre cohérentes avec les orientations conceptuelles des programmes. Dans l’optique de l’approche par compétence, l’intégration de l’évaluation des 247 apprentissages à la pratique pédagogique est essentielle, la régulation des apprentissages étant la clé de la réussite (Durand et Chouinard, 2012; Leduc, Blais et Raîche, 2012). Dans ce contexte, certaines modalités d’évaluation dites alternatives ou nouvelles sont de plus en plus utilisées en classe, comme le portfolio, les travaux en équipe ou les situations d’évaluation des tâches complexes (Lakhal, Frenette et Sévigny, 2012). De plus, les élèves sont invités à participer à leur évaluation au moyen d’autoévaluations et de coévaluations. Le but de la présente recherche est d’étudier la fréquence d’utilisation de nouvelles modalités d’évaluation et leur lien avec les expériences émotionnelles en classe et le sentiment de compétence à enseigner. La recherche de type quantitatif a été menée auprès de 1 205 enseignants québécois du primaire et du secondaire, des écoles anglophones et francophones, en utilisant d’abord les analyses factorielles exploratoires et confirmatoires, puis la modélisation aux équations structurelles. Les résultats montrent une association positive entre la fréquence d’utilisation des nouvelles modalités d’évaluation et les expériences émotionnelles positives en classe et le sentiment de compétence des enseignants. Ainsi, les enseignants qui affirment utiliser souvent les nouvelles modalités d’évaluation sont ceux qui apprécient le plus le rapport qu’ils ont établi avec leurs élèves. De même, l’utilisation de ces nouvelles modalités d’évaluation est liée à une amélioration de la perception des enseignants sur leur propre capacité à organiser et à exécuter les tâches spécifiques du métier. En conclusion, les modalités d’évaluation qui permettent la régulation de l’apprentissage suggèrent une connexion importante avec un vécu professionnel plutôt plaisant pour les enseignants. Mots-clés : Pratique pédagogique, Évaluation des apprentissages, Contexte multiculturel, Rapport enseignant-élèves, Sentiment de compétence, Modélisation par équations structurelles [ID 29] Para quê a pedagogia quando temos a tecnologia? Simão Elias-Lomba | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | [email protected] Resumo Ensinar o quê, como, quando e porquê, são hoje como sempre, questões que preocupam professores e investigadores. A mudança acelerada da sociedade dá um novo sentido aos desafios tradicionais da educação. Para que a escola continue a preparar os alunos para para o 248 mundo do trabalho e para a sociedade, ambos em mudança, é possível que ela própria tenha de mudar. Nos últimos anos, as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) têm tido um enorme desenvolvimento com um grande impacto social. As TIC estão presentes na maior parte das atividades do dia a dia dos alunos. A Internet e a expansão progressiva das tecnologias móveis parecem ser um prenuncio de um acesso facilitado a recursos média e de informação virtualmente inesgotável e universal. A expressão ‘redes sociais’ deixa antever o impacto destas tecnologias que parecem querer substituir as relações presenciais por interações no mundo virtual. Onde fica a escola no meio de tudo isto? qual é o sentido da pedagogia na escola atual? será que a tecnologia deve passar a ditar as novas regras, ou pelo contrário, esta deverá estar ao serviço da pedagogia? Neste trabalho apresentamos alguns resultados de uma investigação em curso em torno das tecnologias digitais e da literacia da informação e dos média. A investigação baseia-se em métodos mistos (Creswell e Clark, 2011; Teddlie & Tashakkori, 2009), partindo de uma formação de professores para a criação colaborativa de um programa de literacia informacional e mediática (PELIM) tendo como referência o modelo Information Seek Process (ISP) (Kuhlthau, 2004) e o Guided Inquiry (Kuhlthau, Maniotes & Caspari, 2007, 2012). Este programa será aplicado nas aulas com os alunos. Durante o processo e no final os professores irão refletir individualmente e em grupo sobre a intervenção em curso e sobre as implicações na qualidade das aprendizagens dos alunos. Este trabalho irá usar estas reflexões, bem como entrevistas com professores e alunos, para avaliar as potencialidades pedagógicas deste tipo de intervenção. Os resultados preliminares destes estudo apontam para um grande envolvimento dos professores na construção de materiais e métodos de ensino e aprendizagem que parecem ir ao encontro das suas expectativas. Palavras-chave: Tecnologias digitais, Literacia da informação e dos média, Formação de professores, Pedagogia [ID 65] A educação em direitos humanos no currículo escolar: efeitos sobre as pedagogias Ana Maria Eyng | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Adriane Vanzo | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Juliana Battistus Mateus Ferreira | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] 249 Ricardo Lemes Da Rosa | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Jéssica A. Pianezzola Da Silva | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Sâmela Daiane De queiroz | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Resumo As políticas educacionais brasileiras tornam obrigatória a inclusão da educação em direitos humanos nos currículos dos cursos de licenciaturas e nos projetos pedagógicos da educação básica. Portanto, os processos pedagógicos desenvolvidos nos cursos de licenciatura e nas escolas de educação básica no Brasil, tem entre seus propósitos a formação e a vivência dos Direitos Humanos. Mas, de que forma esta temática vem sendo incluida nos currículos da educação superior e básica e como se manifesta nas percepções de estudantes de licenciatura? Assim, o estudo objetiva analisar os efeitos da inclusão da educação em direitos humanos no currículo. A investigação, orientada na abordagem qualitativa, estabelece como categorias centrais de análise: a educação em direitos humanos, diversidade, currículo e formação de professores, tendo como principais referências os estudos de Candau (2013), Bobbio (2004), Bourdieu (2008), Foucault (1999), Santos (2008), em diálogo com dados empíricos advindos das percepções de estudantes e das concepções sobre direitos humanos veiculadas em currículos da educação básica e superior. Os dados analisados a luz do conceito de violência simbólica e seu papel na legitimação de habitus, indicam o enfraquecimento do reconhecimento dos estudantes como sujeitos de direitos, e ainda a existência da reprodução de comportamentos que reforçam esteriótipos e a violação de Direitos Humanos no âmbito escolar. Destaca-se, portanto, o papel da escola como instituição social para ressignificar as pedagogias, lhe atribuindo práticas mais coerentes com a diversidade de sujeitos em contextos caracterizados pela desigualdade e pela exclusão. Portanto, a efetivação da educação em direitos humanos no currículo escolar se constitui como estratégia pedagógica cujos efeitos transformam a pedagogia. Palavras-chave: Educação em Direitos Humanos, Diversidade, Currículo, Formação de professores 250 [ID 178] Saberes docentes no munícipio de Vila Bela da Santíssima Trindade – MT, Brasil Lineuza L. Moreira | Universidade Federal de Mato Grosso | [email protected] Filomena M. A. Monteiro | Universidade Federal de Mato Grosso | [email protected] Resumo Trata de uma pesquisa de doutoramento em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso – Brasil, tem como objetivo identificar os saberes e as relações multiculturais narradas pelos professores que atuam nos anos iniciais na disciplina de ciências no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso – Brasil. Este município se constitui como cidade histórica de Mato Grosso, fundada em 1752 e tendo até meados do Século XX maior parte de sua população negra. A pesquisa está pautada em autores que abordam formação de professores, multiculturalismo, saberes, narrativa e cotidiano. A opção metodológica se aproxima da Pesquisa Narrativa (Clandinin e Connely, 2011) em que se considera as experiências profissionais e as histórias pessoais dos professores pesquisadas obtidos por meio de narrativas orais e escritas, entrelaçando contextos, tempos, aprendizagens, experiências e aprendizagens, que permitem a compreensão das práticas desses professores no contexto educacional ao qual pertencem, dessa forma a experiência desses professores é a própria pesquisa narrativa. Experiências estas que são resultantes do próprio exercício da sua atividade profissional incorporando as situações do seu local de trabalho e relações entre os pares e os alunos. Na perspectiva de Tardif (2000) os saberes implicados na docência se caracterizam como temporais, plurais, heterogêneos, personalizados, situados, com a marca da singularidade. Desta forma as narrativas dos professores são a principal fonte de investigação para os saberes docentes, sua construção e reconstrução, e suas implicações na prática docente cotidiana, tendo em vista seu sentido plural, que carrega o estilo do ser professor no desenvolvimento profissional da docência. Assim partimos do entendimento que o desenvolvimento profissional está intimamente relacionado a esse movimento dinâmico de significações e ressignificações, construído pelo professor nesse processo. Palavras-chave: Narrativas, Experiência de professores, Anos iniciais 251 SALA | SALLE 13 – 94, 142, 168, 170 [ID 94] Tecnologia e informática na educação: possibilidades e limites das redes sociais na Escola Jerônimo Milhomem Tavares no município de Limoeiro do Ajuru/PA Benilda Miranda Veloso Silva | SEDUC-PARÁ | [email protected] Eucione Baleiro Paixão | SEMED- LIMOEIRO DO AJURÚ | [email protected] Resumo Esse estudo objetivou analisar as possibilidades e limites das redes sociais no processo ensino aprendizagem dos alunos da Escola Jerônimo Milhomem Tavares. Trata-se de unidade escolar atendida pelo “Projeto UCA” (Um Computador por Aluno) que incluiu laptops na metodologia em sala de aula e proporcionou formação continuada aos professores para melhorar a metodologia em sala de aula. Analisou-se o planejamento das atividades da Escola para entender como foram incluído o uso das redes sociais nas práticas pedagógicas da escola. A pesquisa é de cunho qualitativo do tipo estudo de caso, utilizando os seguintes instrumentos de coletas de dados: observação, entrevistas semiestruturadas, aplicação de questionários com professores, alunos diretor e vice diretor. Os autores utilizados na pesquisa foram: Cysneiro (1999), Kenski (2007), Lorenzo(2013) Pretto (2008) Moran(2013). Os resultados revelam que que ainda existem professores que se fecham a utilização das redes sociais demostrando medo de inserir a tecnologia as suas práticas, porém, existem professores que as utilizam em suas vida pessoal, porém não vê como inseri-la em suas práticas profissionais, já que a escola não possui um suporte necessário. Ratifica-se que o aluno torna-se participante ativo nas aulas, pois as redes sociais fazem parte de sua cultura, ciberespaço, ou seja, esse aluno associa aquilo que gosta com o ensino. Entretanto, os desafios de sincronizar as redes sociais na construção de um Projeto Político Pedagógico apresenta-se como realidade ainda distante. Conclui-se que a escola possui alguns recursos disponíveis para a inclusão da tecnologia em especial as redes sociais, porém ainda precisa de projetos que conduza a prática pedagógica, envolvendo todos os professores para inclusão das redes sociais, pois só um professor inseriu as redes sociais em suas práticas pedagógicas. Palavras-chave: Tecnologia, Redes sociais, Ensino Aprendizagem 252 [ID 142] Saberes e fazeres da prática educativa dentro de paradigma inovador: o ensino de adultos na educação a distância em um polo de apoio presencial de Curitiba Deise Choti | Pontifícia Universidade Católica | [email protected] Karina Gomes Rodrigues | UNINTER | [email protected] Resumo O presente estudo tem por objetivo investigar as possibilidades metodológicas para a educação de adultos(andragogia), em cursos de graduação na modalidade a distância e seus impactos na efetivação da aprendizagem dentro de um paradigma inovador. As observações foram percebidas a partir de práticas em aulas presenciais, divididas em duas etapas. A primeira fez uso de leitura e discussão e a segunda participação ativa nas interações e aulas práticas realizadas com os cursos objeto de estudo, e das análises dos resultados preliminares que serão aqui demonstrados, por meio de um estudo de caso, numa Universidade de Grande Porte no Estado do Paraná, na Cidade de Curitiba/Brasil. Palavras-chave: Andragogia, Aprendizagem, Educação à Distância, Paradigmas Inovadores [ID 168] Educação e multiculturalidade nas políticas públicas: narrativas de jovens afro-brasileiros e luso-africanos Cândida Andrade De Moraes | Universidade Federal da Bahia | [email protected] Augusto César Rios Leiro | Universidade Federal da Bahia | [email protected] Resumo Este trabalho é parte da tese de doutoramento em curso realizada na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia e no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. O estudo objetiva identificar as contribuições socioeducativas através das narrativas de jovens afro-brasileiros e luso-africanos que vivenciam experiências em políticas públicas no Brasil e em Portugal. O Plano Juventude Viva no Brasil busca evidenciar e combater os índices de mortalidade da população jovem e negra no país, focalizando o jovem negro, morador de aglomerados urbanos e vivendo sob condições de vulnerabilidade social. Em Portugal, o Programa Escolhas apoia ações de organizações locais, formação e capacitação nas comunidades numa 253 perspectiva de empreendedorismo e associativismo juvenil através da Educação Social. Elegemos estas duas políticas que desenvolvem suas ações através de participação da sociedade civil organizada, por entendermos que as relações nas comunidades refletem experiências multiculurais. No Brasil, o estudo de campo foi realizado em um dos projetos do Juventude Viva: o Núcleo de Formação de Juventude Negra, realizado na cidade de Salvador. Em Portugal, a pesquisa está em curso no âmbito do Programa Escolhas através do Projeto Percursos Acompanhados no Bairro do Zambujal, periferia de Lisboa, com população predominantemente oriunda de Cabo Verde. A base teórica é sustentada pelas categorias: Multiculturalismo e a Educação (Gusmão 2004; Santos 1995; Petronilha 1998), Culturas Juvenis (Dayrell 1996; Pais 1998; Ferreira 2004), Políticas Públicas de Juventude (Novaes 2011; Papa 2011; Spósito 2005) e Educação Social (Machado 1998; Moraes 2011; Silva 2013). Numa perspectiva qualitativa este estudo de caso etnográfico utiliza os procedimentos: observações sistemáticas, entrevistas com gestores das políticas públicas, coordenadores e educadores e grupo focal e entrevista compreensiva com jovens em Brasil e Portugal. A interpretação dos dados visa a análise dos conteúdos a fim de indentificar as singularidades e diferenças através das subjetividades dos sujeitos pesquisados. Palavras-chave: Educação, Multiculturalismo, Política Pública de Juventude, Jovens [ID 170] Uma pedagogia multi/intercultural para a fronteira: as vozes infantis e demais agentes escolares do trapézio amazônico Brasil, Colômbia e Peru Marinete Lourenço Mota | Universidade Federal do Amazonas | [email protected] Iraildes Caldas Torees | Universidade Federal do Amazonas | [email protected] Resumo A realidade de vida na região amazônica e principalmente de fronteira é travejada por inúmeros desafios. O maior deles é a cultura hegemônica construída a partir de conceitos estereotipados e preconceituosos sobre o nativo, seus costumes e tradições. A tríplice fronteira amazônica Brasil, Colômbia e Peru nesse contexto é marcada ainda pelo desafio da percepção da região como lugar perigoso pelas questões do narcotráfico o que repercute negativamente na vida dos sujeitos fronteiriços amazônicos. A escola na fronteira como uma 254 instituição social destinada a tarefa de educar e cuidar as crianças acaba também tendo que enfrentar dificuldades envolvendo dimensões históricas, socioculturais, políticos e pedagógicos, podendo então contribuir com a reprodução cultural hegemônica ou para a transformação social no tocante ao respeito às diferenças. Este trabalho de campo realizado em uma das escolas municipais de Tabatinga-AM localizada em um dos bairros que liga as cidades gêmeas Tabatinga/Brasil e Letícia/Colômbia, com uma significativa presença de moradores peruanos teve como objetivo compreender a partir da voz dos próprios agentes escolares professores, crianças/alunos, pais, gestor e demais funcionários sobre suas expectativas e desejos de como almejam a qualidade educacional escolar visando o pleno desenvolvimento da cidadania infantil numa realidade de grande sociodiversidade, bem como os desafios de uma escola na fronteira que valorize a pluralidade cultural. Para isto contamos com um suporte ancorado na teoria da complexidade destacando-se prioritariamente o trabalho de Morin (2003), Santos (2008), Deleuze (1976;1997), Freire (1996), Candau (2000; 2008), Santomé (1995), McLaren (2000), Gadotti (2003), Sarmento (2009; 2003), Corsaro (2011). A metodologia na abordagem qualitativa deu-se por intermédio das técnicas de entrevistas semiestruturadas com os adultos e com as crianças por meio da produção de desenhos permitindo suas participações e expressões. Este trabalho permitiu traçar os desafios e a possibilidade de uma pedagogia multi/intercultural na fronteira de Tabatinga na visão dos próprios agentes escolares, configurando-se como uma experiência democrática de educação escolar. Exercitou-se o respeito às diferentes culturas que convergem tanto na sociedade fronteiriça quanto no âmbito escolar. Oportunizou-se a reflexão de um olhar para a criança/aluno como um sujeito social de direitos e produtor de culturas no mundo adultucêntrico. Palavras-chave: Pedagogia multi/intercultural, Criança/aluno, Escola, Fronteira, Amazônia SALA | SALLE 18 – 53, 62, 77, 134 [ID 53] As trajectórias escolares de jovens e adultos trabalhadores: entre expectativas e realizações Jessika Barros | Instituto de Educação da Universidade de Lisboa | Ouro Preto | [email protected] Regina Bonifácio De Araújo | Universidade Federal de [email protected] 255 Resumo Este trabalho é parte da pesquisa de doutorado intitulada “Retratos da uma realidade social: trajetórias escolares e profissionais de jovens adultos trabalhadores” da Universidade de Lisboa, que tem por objetivo conhecer as trajetórias escolares e profissionais dos diplomados em PROEJA, que é um programa criado pelo governo brasileiro (decreto 5840/06), de forma a perceber que valores estes atores sociais atribuem à experiência da formação integrada enquanto desafios, realizações e perspectivas de futuro. Como apoio teórico, este estudo valeu-se das contribuições de Rui Canário (2008), Licínio Lima (2007), Paula Guimarães (2012), Gaudêncio Frigotto (2003), Jane Paiva (2006, 2012), Leôncio Soares (2002) e Sônia Rummert (2007). A investigação foi realizada numa abordagem qualitativa através do método de estudos biográficos, com o uso de entrevista narrativa, por considerar que esta forma de recolha dos dados empíricos permite o acesso às trajetórias e, com isto, captarem quais processos os indivíduos participantes da pesquisa vivenciaram ao longo do curso e após sua conclusão e como se acomodam e adaptam-se às situações e desafios. No caminho metodológico nos apoiamos nos autores Minayo (2001), Flick (2004), Pujadas Muñoz (1992), Pineau & Le Grand (1996), Ferrarotti (1993, 1988), Pineau (1984) e Bertaux (2005). Os dados evidenciam que os alunos que frequentaram o PROEJA, na sua maioria, apresentam em comum um histórico inicial de escolarização tardia, no meio rural e com várias interrupções ao longo da trajetória decorrentes da condição social e financeira e que provavelmente são os elementos responsáveis de que parte ou totalidade dos estudos tenham se realizados na modalidade EJA – Educação de Jovens e Adultos, e que provavelmente também conduziu a realizar o PROEJA. A busca pelo ensino médio profissionalizante é marcada pela necessidade de melhor colocação no mundo do trabalho e a mobilidade social, bem como reconhecimento social de sucesso escolar. Expectativas que não se concretizaram após dois anos da diplomação. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional, Trajectória Escolar [ID 62] Reconhecimento e certificação de saberes do trabalho: uma análise do caso brasileiro Natália Lima | UFMG | [email protected] Daisy Cunha | UFMG | [email protected] 256 Resumo O rastreamento das iniciativas de reconhecimento de saberes para certificação profissional no Brasil demonstra que os saberes construídos pelos sujeitos em suas trajetórias de vida, inclusive na experiência de trabalho, têm sido alvo de programas que buscam contribuir para a diminuição do desemprego e para a inclusão social dos trabalhadores. No país, a partir do ano de 2010, a responsabilidade por avaliar e certificar saberes dessa natureza foi atribuída à Rede Nacional de Certificação Profissional e Formação Inicial e Continuada – Rede CERTIFIC, que estabelece quais são os saberes passíveis de reconhecimento e os parâmetros de avaliação a serem adotados, e constitui-se como uma política pública de Educação Profissional voltada para a formação inicial e continuada de adultos. Neste trabalho apresentamos e analisamos os pressupostos que orientam o processo de reconhecimento de saberes na legislação brasileira e na Rede CERTIFIC, com o objetivo de fornecer elementos para pensarmos a forma como está se configurando o debate sobre aprendizagem ao longo da vida no Brasil. Para tal, realizamos uma revisão da legislação brasileira que versa sobre o reconhecimento de saberes para fins de certificação profissional; apresentamos o histórico de iniciativas governamentais voltadas para a criação de um Sistema Nacional de Certificação Profissional; e abordamos as orientações sobre a implementação da Rede CERTIFIC. Como resultado, evidenciamos a existência de uma polêmica acerca dos programas de reconhecimento de saberes e certificação profissional, uma vez que para uns o que se busca com a implantação deste novo tipo de programa é atender as exigências do mercado de trabalho, enquanto para outros o objetivo é contemplar demandas históricas dos movimentos sociais pelo reconhecimento de saberes adquiridos pela experiência. Ademais, o acompanhamento da implantação da Rede CERTIFIC indica que esses programas objetivam, além da certificação, a reinserção do trabalhador na escola para aumento de sua escolaridade. Já a análise dos métodos de avaliação demonstra que os saberes requeridos para certificação profissional são aqueles que podem encontrar equivalências aos conteúdos escolares e/ou às normas para a organização do trabalho, o que restringe o reconhecimento de saberes construídos durante a experiência de trabalho. Palavras-chave: Reconhecimento de Saberes, Certificação Profissional, Rede CERTFIC [ID 77] A Alternância na Formação de Jovens e Adultos do Campo no Brasil 257 Lourdes Helena Silva | Universidade Federal de Viçosa | [email protected] Elida Lopes Miranda | Universidade Federal de Viçosa | [email protected] Resumo O reconhecimento da realidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA no meio rural brasileiro como um campo ainda a ser mapeado, aliado a identificação de um capital de práticas e experiências dispersas de EJA no cotidiano das experiências educativas do campo estiveram na origem da construção do Programa de Estudos intitulado Práticas de Educação de Jovens e Adultos, Letramento e Alternâncias Educativas, cujo proposito geral foi realizar um estudo articulado em rede que possibilitasse o levantamento sistemático e a produção de dados e análises sobre as experiências de EJA presentes na realidade rural da sociedade brasileira, dando ênfase às dimensões das práticas educativas, dos processos e dinâmicas pedagógicas construídas no interior dessas experiências. Integrante desse Programa de Estudos, a pesquisa Novas Faces da Pedagogia da Alternância na Educação do Campo teve como objetivo identificar e analisar as práticas pedagógicas e as representações sociais construídas no interior de duas experiências brasileiras de EJA do campo: o Programa Saberes da Terra, vinculado ao Ministério da Educação; e o Programa Residência Agrária, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. O percurso metodológico dessa investigação conjugou, como procedimentos técnicos de coleta de dados, a utilização de questionários, entrevistas, pesquisa bibliográfica e documental. Na análise dos dados foram utilizados os procedimentos técnicos do Método de Análise de Conteúdo. Em seu enquadramento, a pesquisa contou com aportes teóricos da Educação do Campo (CALDART, 2015; MOLINA, 2010; ARROYO, 2008; entre outros), Alternância (SILVA, 2010, 2013; RIBEIRO, 2010), e Representações Sociais (MOSCOVICI, 1963; JODELET, 2010). No presente trabalho, organizado para submissão ao XXIII Colóquio da AFIRSE, objetivamos apresentar especificamente o Programa Residência Agrária, analisando-o em seus aspectos históricos, princípios e práticas pedagógicas, com destaque para a dinâmica de formação alternada construída no seu interior e as representações sociais dos seus educadores sobre a alternância. Nossas análises revelam, entre outros aspectos, que o Programa tem se constituído em espaço propulsor de transformações diversas no processo de formação de jovens e adultos do campo, principalmente pela dinâmica pedagógica da alternância que, entre outros, tem contribuído para construção de práticas emancipatórias e de novas relações entre universidades e movimentos sociais. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos do Campo, Alternância, Programa Residência Agrária 258 [ID 134] Alfabetizar letrando?: o que nos revela a análise das atividades de alfabetização realizadas na escola? Manoelito Gurgel | Universidade Federal do Ceará | [email protected] Resumo Embora ainda esteja aquém do desejo de universalização, o acesso ao Ensino Infantil e Fundamental no Brasil, na última década, ampliou-se significativamente, sendo necessário, portanto, repensarmos algumas questões referentes às práticas de ensino e aprendizagem nesses níveis, como as práticas de alfabetização e de letramento. Nesse contexto, para observarmos como estão sendo realizadas as atividades de alfabetização, realizamos uma visita a uma turma do 1º ano do Ensino Fundamental I de uma escola da rede particular de Fortaleza, Ceará/Brasil. Durante a visita, realizamos uma entrevista oral com a professora, observamos e descrevemos o seu agir em sala de aula e, com base nas contribuições de Rojo (2009), Soares (2003) e Cagliari (2001), analisamos o livro didático adotado e as atividades realizadas pelos alunos. Além disso, observamos oito alunos que estavam em diferentes pontos da sala de aula e cujas ações foram registradas em um bloco de notas. Cada criança foi observada individualmente durante três minutos, durante os quais observamos tudo o que ela fazia (se divagava, se prestava atenção à aula, se atendia aos pedidos e às ordens da professora, entre outros comportamentos). Na análise, descrevemos e comentamos as atitudes, os procedimentos e as formas de interação da alfabetizadora. Quanto à análise do livro didático, procuramos responder, por exemplo, às seguintes perguntas: Qual o material didático adotado? A que visa o material? Há atratividade para os alunos? Ele é relevante para o trabalho de produção textual? Quanto à escolha dos gêneros textuais, o que se percebe? Em que circunstâncias esses gêneros trabalhados em sala de aula são retomados pelos alunos na escola? Como são conduzidas as atividades de leitura e de produção escrita? Também analisamos, por fim, uma atividade escrita realizada em classe pelos oitos alunos escolhidos para a observação, totalizando um corpus de oito atividades. Com a análise, esperamos contribuir com elementos teórico-práticos que possibilitem a ressignificação das práticas de alfabetização nas escolas, com base na perspectiva dos letramentos (ROJO, 2009). Palavras-chave: Alfabetização, Letramento, Escola 259 SALA | SALLE 19 – 17, 92, 174, 228 [ID 17] A importância dos recursos tecnológicos como fator de atratividade para os discentes: desafios para a prática pedagógica Alexandre Marinho Teixeira | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Patrícia Lupion Torres | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Sirlene Donaiski Motin | Pontifícia Universidade Católica do Paraná | [email protected] Resumo O estudo apresenta uma pesquisa realizada com o objetivo de investigar o impacto da utilização das tecnologias (mídias), se interfere de maneira positiva ou negativa na construção de conhecimentos no ensino superior, visto que existe grande quantidade de informações acessíveis por meio de pesquisas na internet. A criatividade e a preparação do professor fazem-se necessárias para acompanhar a evolução do uso dos materiais para atrair a atenção do aluno e ampliar a compreensão do conteúdo abordado em sala. Utilizou-se o software Atlas.ti para a análise dos dados quantitativos da pesquisa no intuito de apresentar ao leitor uma forma mais prática dos resultados obtidos, assim como a parte quantitativa dos dados para embasar o referencial teórico proposto no material. Foram utilizados como base teórica os autores: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2015), Morin (2015), Pimenta (2002), Corrêa (2006), Moran (2000). Os resultados particulares demonstraram que os alunos estão conscientes sobre a união entre tecnologias e estudos, e que por meio dos acessos às pesquisas, pode dificultar o nível de atenção dos alunos junto a redes sociais. Palavras-chave: Recursos tecnológicos, Mídias, Formação docente, Atratividade [ID 92] As tecnologias de informação e comunicação na prática pedagógica dos docentes do ensino fundamental no Pará-Brasil Benilda Miranda Veloso Silva | SEDUC-PARÁ | [email protected] 260 Josivane Gomes Da Cruz | SEMED- CASTANHAL | [email protected] Resumo Essa pesquisa investiga como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) estão sendo incorporadas nas práticas pedagógicas dos professores da E.M.E.F Santa Maria no Município de Cametá/PA. Os objetivos específicos são os seguintes: analisar como as tecnologias são incorporadas no Projeto Político Pedagógico da Escola e nos planos de aula dos professores; compreender a relação que os professores apresentam com as novas tecnologias; investigar como os professores integram as tecnologias em suas aulas e atividades extraclasse; e, identificar e analisar os fatores que contribuem ou dificultam a utilização da TIC’s nas práticas pedagógicas dos professores das turmas do 2º e do 9º da E.M.E.F Santa Maria. A metodologia utilizada fundamenta-se na pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso. Os instrumentos de coleta de dados foram observações nas turmas, o registros das informações foram feitos através de fotografias, escritos. Assim como, aplicação de questionários com alunos e entrevistas com os professores e com a coordenação da escola. Análise dos dados foi orientada pela Análise de Conteúdo. A fundamentação teórica foi construída com base nos seguintes autores: Castells(2005), Kenski(2007), Moran(2000), Rezende (2000), Os resultados apontam uma ausência de políticas de formação continuada para os professores utilizarem as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) nas suas práticas pedagógicas. Além disso, no caso específico da escola pesquisada, foram encontrados algum entraves que dificultam o avanço do uso das tecnologias dentro da escola que foi pesquisada esses entraves são falta de estrutura física, poucos equipamentos disponíveis, falta de planejamento da coordenação com os professores, falta de formações continuadas e a superação da prática instrumentalista. Conclui-se que ainda existem muitas dificuldades para os professores das turmas do 2º e do 9º ano da Escola Santa Maria incorporarem as tics nas práticas pedagógicas em uma perspectiva interdisciplinar. Condição que se revela no caráter excludente e de má qualidade do ensino público no Município de Cametá. Palavras-chave: Tecnologias de Informação e Comunicação, Prática Pedagógica, Ensino Público [ID 174] Ambientes de Leitura promotores de desenvolvimento da consciência fonológica e da descoberta e apreensão da funcionalidade da linguagem escrita no Ensino Pré-Escolar Português 261 Luís Castanheira | Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Carla Guerreiro | Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Lídia Santos | Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Resumo Os livros de potencial receção infantil desempenham, um papel determinante no ensino e na aprendizagem da leitura e da escrita e, assim sendo, a prática pedagógica com base na promoção da leitura, bem como o cultivo de hábitos de leitura, serão basilares no sucesso educativo das crianças. O projeto desta investigação envolve 5 salas de crianças da Educação Pré-escolar de instituições particulares e públicas da cidade de Bragança, assim como, os alunos da Unidade Curricular: Introdução à Prática Profissional-II (IPP-II) da Licenciatura em Educação Básica da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança. Sustentados teoricamente autores de referência, em Silva e Mata (2008) e Sim-Sim (2006), entre outros, pretendemos, com a implementação deste projeto, aplicar uma metodologia que privilegie o contacto com o livro, a imagem e a exploração/reflexão sobre ambos e permita criar ambientes promotores de uma apreensão da funcionalidade da linguagem escrita, bem como treinar a consciência silábica, intrassilábica e fonémica das crianças, antes do seu processo formal de iniciação ao código alfabético. A nossa ação desenvolver-se-á das seguintes formas: 1. Através da criação de situações significativas e contextualizadas do uso da leitura, da escrita e, sobretudo, da imagem; 2. Criando situações de jogo e brincadeira; 3. Recorrendo a situações de exploração do livro e da imagem, individual e em interação interpares e entre educador/criança. Pretendemos que as crianças das instituições do ensino Pré-escolar onde os alunos de IPP-II implementarão o projeto atinjam, entre outros, os seguintes objetivos: 1. Diferenciar o desenho da escrita (código icónico Vs. escrito); 2. Identificar diferentes caraterísticas das convenções gráficas; 3. Reconhecer a correspondência entre fonema/grafema da sua língua materna – o Português; 4. Identificar e manipular as unidades do oral (fonemas e sílabas); 5. Despertar para novas realidades através do mundo da Leitura; 262 Quanto aos momentos de avaliação do projeto, eles decorrerão antes, durante e após o estudo, tendo sido delineados instrumentos de registo, tais como grelhas, que permitirão aos alunos dinamizadores do mesmo e aos supervisores do estudo aferir se os objetivos definidos são alcançados e em que grau. Palavras-chave: Educação Pré-escolar, Imagem, Lecto-escrita, Consciência fonológica [ID 228] A superação dos desafios que a nova escola exige à formação de professores Luís Castanheira | Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança | [email protected] Resumo No processo de formação de professores durante a sua formação teórica e prática, os alunos contactam com diversos modelos educativos e diversas formas de ver e pensar a educação. Um mesmo aluno vê-se perante diferentes realidades. Numa primeira fase nas aulas teóricas da estrutura curricular do curso onde encontra diversos agentes educativos com diferentes interpretações do processo curricular de formação de alunos. Numa segunda fase, nas instituições educativas onde os alunos contactam com outras perspetivas pedagógicas, com ou sem fundamentação teórica. O aluno movimenta-se nesta amálgama de diferentes perspetivas onde tem que fazer as suas opções. É aqui que vai ser decisiva a fundamentação teórica do aluno e o acompanhamento adequado do processo de supervisão. Não é possível formar professores sem fazer escolhas ideológicas. Neste âmbito, é minha intenção, apresentar aqui aulgumas ideias basilares fundamentais para se ajudar a repensar e refletir sobre a formação de professores, sobre as suas formas tradicionais e inovadoras e as suas insuficiências atuais, numa perspetiva de inovação em favor da superação. É crucial preparar caminhos para formar professores em novas perspetivas. Não podemos querer uma formação de professores do século XXI, com professores do século XX mas com pedagogias do século XIX. Devemos preocupar-nos com a formação de professores para os alunos de agora, de hoje e não para os alunos de amanhã! Palavras-chave: Formação de professores, Alunos, Pedagogia, Instituições 263 SALA | SALLE 20 – 79, 140, 217 [ID 79] Mídia e currículo: quem é o bom professor na série televisiva Glee? Nilson Dinis | Universidade Federal de São Carlos | [email protected] Resumo Esta é uma pesquisa teórica e como principal referencial para análise apóia-se na perspectiva dos Estudos Culturais. Os Estudos Culturais têm sua origem a partir da fundação do Centro de Estudos Culturais Contemporâneos na Universidade de Birmingham, Inglaterra, nos anos sessenta, sendo que uma parte bastante significativa desses estudos tem se ancorado no que se convencionou chamar de perspectiva pós-estruturalista francesa. Na perspectiva deste trabalho, pensamos a mídia como um dispositivo pedagógico, conceito criado pela pesquisadora brasileira Rosa Fischer, a partir das contribuições teóricas do filósofo francês Michel Foucault. A partir também da provocação da pesquisadora americana Mary Dalton, em “O currículo de Hollywood: Quem é o ‘bom’ professor, quem é a ‘boa’ professora?”, analisamos o estereótipo do papel do “bom professor”, produzido em episódios da série televisiva Glee, série americana criada por Ryan Murphy e exibida entre os anos de 2009 a 2015. A figura do “bom professor”, típica de certas narrativas hollywoodianas, é incorporada e também ironizada na série televisiva com o propósito de que ações diferenciais por parte de educadores sejam capazes de dar voz às diferentes minorias que habitam o espaço escolar, ajudando-as a revelar dons que não imaginam possuir e fornecendo-lhes ferramentas para que possam interpretar de forma significativa suas vidas e o mundo. Palavras-chave: Formação docente, Mídia e educação, Estudos culturais [ID 140] Um currículo inovador com a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem na formação continuada de professores com o foco na aprendizagem colaborativa Deise Choti | Pontifícia Universidade Católica | [email protected] Solange Toldo Soares | Universidade Estadual de Ponta Grossa | [email protected] 264 Resumo Vive-se a realidade de um mundo globalizado em que a internet é uma das ferramentas mais utilizadas pelas gerações atuais; percebe-se, portanto, que o computador é um recurso mediador de grande importância para a formação de alunos e também na formação continuada de professores. Diante dessa realidade, este artigo tem como objetivo analisar a utilização de Ambiente Virtual de Aprendizagem, num curso de Formação continuada de professores na modalidade online a partir da ótica da aprendizagem colaborativa. O universo da pesquisa envolveu três grupos de participantes (docentes em formação continuada da Educação Profissional de uma instituição privada de grande porte da cidade de Curitiba/Paraná/Brasil), utilizando-se como apoio o ambiente virtual de aprendizagem disponibilizado pela instituição (MOODLE). O seguinte problema mobilizou essa pesquisa: O ambiente virtual de aprendizagem, oferecido na modalidade online aos professores em formação continuada pela instituição em que trabalham, está contribuindo para a construção de uma aprendizagem colaborativa entre os participantes do curso? No intuito de responder a essa problematização, foi utilizada uma pesquisa qualitativa com a apresentação de um questionário aberto que foi respondido pelos professores/alunos envolvidos no curso de formação. Palavras-chave: Ambiente Virtual de Aprendizagem, Formação Continuada de Professores, Aprendizagem Colaborativa, Recursos Tecnológicos [ID 217] Tecnologias educativas e formação docente: impacto sobre as práticas pedagógicas vigentes Eloiza Da Silva Gomes Oliveira | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Caio Abitbol Carvalho | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Fabiana Triani Barbosa Silva | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Gabriel Moura Souza Miranda Rodrigues | Universidade do Estado do Rio de Janeiro | [email protected] Resumo 265 A formação de professores é um espaço de mobilização da experiência à luz de aspectos teóricos, transformando-a em um novo conhecimento profissional. Nos dias atuais percebemos que esta formação necessita de uma abordagem inovadora em função do impacto das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no universo da educação. Elas requerem “novos professores”, capazes de ensinar os “novos alunos”, nativos digitais. Realizamos uma pesquisa cujo objetivo foi verificar a inserção das tecnologias de informação e comunicação na prática dos professores e as possibilidades das mesmas na formação docente. Após buscar vasto referencial teórico que caracteriza os jovens alunos e os professores em relação aos usos das tecnologias educativas (Prensky, Tapscott, Palfrey e Gasser), aplicamos um questionário a 40 docentes do Estado do Rio de Janeiro, de faixa etária, formação e tempo de atuação variados. Verificamos a existência de representações positivas sobre a utilização das TIC e que os entrevistados as recomendariam como instrumento para a aprendizagem significativa dos alunos e facilitadoras da prática docente. O necessário é que se invista na formação docente e que vá acontecendo uma incorporação progressiva das tecnologias digitais às práticas pedagógicas, no ritmo possível ao professor, em que ele se familiarize com elas e abandone aos poucos práticas excessivamente tradicionais e que conduzem o aluno de hoje ao desinteresse e à rejeição à escola. Palavras-chave: Tecnologias educativas, Formação docente, Práticas pedagógicas ANFITEATRO | AMPHITHÉÂTRE – 112, 141, 179, 213 [ID 112] As histórias digitais enquanto prática pedagógica na educação especial Magda Sofia Roberto | Universidade da Beira Interior | [email protected] António Fidalgo | Universidade da Beira Interior | [email protected] David Buckingham | Loughborough University | [email protected] Resumo Com o desenvolvimento das novas tecnologias, a tradicional arte de contar histórias ganhou novos contornos na didática educacional, criando mais oportunidades de inclusão e participação social. Apesar do seu crescente valor para o processo de ensino-aprendizagem, permanece um longo caminho para descobrir de que forma as histórias digitais impactam não só a aprendizagem e a expressão identitária dos alunos, mas também como podem definir os 266 currículos e as atividades de formação dos docentes. Este estudo qualitativo etnográfico analisa a implementação de uma oficina de histórias digitais, de Setembro de 2014 a Janeiro de 2015, entre 32 alunos com necessidades educativas especiais. As atividades semanais foram agrupadas em cinco momentos de intervenção: (1) construção do guião, (2) ilustrações e imagens, (3) registo fotográfico, (4) edição de materiais, (5) apresentação e análise da história. Os resultados indicam que as histórias digitais são uma ferramenta facilitadora e empoderadora da aprendizagem, potenciando a criatividade, a auto-expressão, a reflexividade e o espírito colaborativo dos alunos; para além disso, a construção destes materiais dá visibilidade às suas ideias e identidades. A construção destas histórias pode ser utilizada para reforçar o desenvolvimento de múltiplas literacias e competências essenciais à sociedade do século XXI, como forma de reforçar a cidadania ativa e a participação social dos alunos, em particular dos jovens com necessidades educativas especiais para ampliar o seu espaço e voz social. Palavras-chave: Educação Especial, Histórias Digitais, Inclusão Digital, Literacia Digital, Tecnologias Educativas [ID 141] Docência Interdisciplinar no contexto das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação Luciana De Lima | Universidade Federal do Ceará | [email protected] Robson Loureiro | Universidade Federal do Ceará | [email protected] Resumo O objetivo da pesquisa é analisar como licenciandos compreendem a docência interdisciplinar no contexto de uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC). Compreende-se a docência como um trabalho heterogêneo, submetido a regras e normas institucionais, diante das relações de ensino, aprendizagem e avaliação na dimensão dos sujeitos, da práxis e dos saberes. A interdisciplinaridade proporciona à docência experiências intencionais de interação entre disciplinas, com produção coletiva de conhecimentos. As TDIC podem contribuir para a mudança da compreensão que licenciandos apresentam sobre o conceito de docência pautado na transmissão do conhecimento pelo professor. A pesquisa de caráter qualitativo caracteriza-se pelo Estudo de Caso. A unidade de análise é composta por um grupo de quatro licenciandos da disciplina Tecnodocência ofertada em 2015.1 pela Universidade Federal do Ceará, que interrelacionam os seguintes saberes: Matemática, 267 Química, Teatro e Inglês. Subdivide-se em três etapas: planejamento, coleta e análise de dados. Na etapa 1, os instrumentos e protocolos são desenvolvidos. Na etapa 2, a coleta de dados é realizada mediante a utilização de dois instrumentos: plano de aula desenvolvido pelo grupo e relatórios de observação das aulas que o grupo aplicou com alunos de escola pública. Na etapa 3, a análise de dados é realizada por meio de triangulação metodológica com interpretação e comparação dos dados obtidos. Observa-se que muitos dos elementos previstos no plano foram executados durante a aula. Ações como pesquisa na internet e discussão em grupo, não foram executados na prática pedagógica. Considerando-se a obrigatoriedade de uso das TDIC pelos licenciandos, a ação docente esteve centrada principalmente no professor com apresentação de conteúdos. As ações centradas nos alunos foram pontuais e trabalharam a elaboração de textos e o desenvolvimento de gráficos. Dentre os recursos tecnológicos mais utilizados, destacaram-se os slides e os vídeos principalmente para a exposição de conteúdos. Apesar da obrigatoriedade do desenvolvimento de um trabalho docente interdisciplinar, em apenas uma situação os licenciandos conseguiram desenvolver atividades que envolvessem as quatro áreas do saber de forma integrada; nos demais momentos, ou o trabalho docente se caracterizava individualmente, ou interdisciplinar em duplas. Pretende-se dar continuidade à pesquisa com estudo de novos casos em 2015. Palavras-chave: Docência, Interdisciplinaridade, Tecnologias Digitais, Licenciatura [ID 179] Educação de Infância e TIC: uma análise ao envolvimento das crianças e às práticas pedagógicas em sala de atividades Sónia Pacheco | Unidade de Investigação Educação e Desenvolvimento | [email protected] Resumo Pretende-se com o presente artigo refletir sobre como as competências e conhecimentos tecnológicos dos educadores de infância se refletem nas suas práticas pedagógicas e nas ações das crianças para com as TIC. No plano teórico, partimos do pressuposto de que as competências ao nível das novas tecnologias devem ser apreendidas desde os primeiros anos escolares e nesse sentido, recorremos a autores como Kenneth Goodman e Yetta Goodman (2003) que refletem sobre o 268 papel do docente na organização do ambiente educativo ou Mark Prensky (2001) que define os emigrantes digitais relacionando-os com as necessidades dos estudantes na atualidade. A metodologia utilizada recorre a entrevistas semidiretivas aos docentes titulares de grupo e a observação não participante das ações de 25 crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos de idade. As ações observadas foram classificadas de acordo com uma escala de Likert (em que 1 corresponde a um envolvimento nulo e 5 a um envolvimento máximo) tendo em conta os seguintes indicadores: Complexidade, Concentração, Persistência, Satisfação na atividade e Energia despendida na atividade. A análise dos dados permite-nos verificar que as docentes, apesar de não terem um percurso formativo com incidência nas TIC, revelam-se profissionais interessadas e proactivas que recorrem a ações de formação contínua para se atualizarem como emigrantes digitais o que se reflete na organização do ambiente educativo e numa postura aberta e natural perante as ações das crianças com as TIC. No que diz respeito à análise dos grupos de crianças observados, conclui-se que estes se caracterizam pela sua eficiência no manuseamento do hardware e aptidão para agir no software disponível. Este envolvimento com as TIC por parte das crianças reflete a postura das educadoras de infância perante a utilização e implementação das TIC nas suas práticas pedagógicas. Concluímos que o processo de ensino e aprendizagem pode ser potenciado e aperfeiçoado como recurso diário e natural às novas tecnologias num jardim de infância, enriquecendo as práticas pedagógicas e a construção do conhecimento coletivo e individual dos elementos do grupo de crianças. Palavra-chave: TIC, Práticas pedagógicas, Envolvimento, Jardim de infância [ID 213] Museu Virtual na Educação um Recurso ao Ensino de Artes nas Escolas Publicas Cleane Nascimento | UFRR – UTAD | [email protected] Adriane Menezes | UFRR | [email protected] Resumo 269 Por se tratar de um tema desafiador, o presente trabalho propõe pesquisar a potencialidade da inserção dos museus virtuais no processo de aprendizagem das escolas públicas, em busca de interagir e motivar o aprendizado dos estudantes para a disciplina de Artes Visuais de modo a contribuir para inovação e propagação artística. Para tanto, se propõe o uso do ambiente virtual do Google Art Project, tratando este de uma ferramenta simples de ser trabalhada e que não requer amplo conhecimento do usuário final, além de ser uma ferramenta disponibilizada gratuitamente. Esta tecnologia reúne características que proporcionam diversas situações e contextos em um ambiente de aprendizagem divertido e eficaz, observando que cada indivíduo possui uma sensibilidade para o aprendizado, “uns visuais, outros verbais, uns gostam de explorar e outros preferem deduzir” (BRAGA, 2011, p. s/n). Assim, um dos enfoques principais é que esta tecnologia promova a aprendizagem por etapas em ambientes interativos, rompendo as dificuldades de aprendizado na medida em que o conhecimento aconteça. A pesquisa se encontra em andamento, realizada por meio da pesquisa-ação, mais já apresenta alguns resultados concretos, em prol do envolvimento de uma interação dialética entre o saber científico e popular, uma vez que a convergência digital dos meios de comunicação e expressão ocupa posição central no entendimento da sociedade contemporânea. Os sujeitos participantes são estudantes da disciplina de artes do ensino fundamental. Assim, as reflexões para este trabalho abordam três assuntos distintos: Educação, Arte e Tecnologia, assuntos estes que apesar de diferentes, possuem ligações entre si. As discussões abordadas visam corroborar no conhecimento destas áreas, a partir de reflexões elaboradas para o ensino de Artes com o uso da tecnologia nas escolas públicas. Portanto, a escolha dos museus virtuais se apresentam além de um lugar com objectos raros para serem contemplados, um local de preservação do patrimônio imaterial, o que se mostra um ambiente propício para a educação formal, onde aponta possibilidades para o ensino, de modo a desenvolver o senso crítico dos estudantes na construção do conhecimento. Palavras-chave: Arte e Tecnologia, Educação, Museu Virtual 270 APOIOS SUPPORTS 271 272