Dilma deve receber pesos-pesados da política internacional na Copa

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Dilma deve receber pesos-pesados da política internacional na Copa
Jornal Valor --- Página 2 da edição "27/05/2014 2a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 26/05/2014@22:23:47
Jornal Valor Econômico - CAD A - BRASIL - 27/5/2014 (22:23) - Página 2- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW
Enxerto
A2
|
Valor
|
Terça-feira, 27 de maio de 2014
Brasil
Distribuição da
renda no Brasil
Antonio Delfim
Netto
O
novo livro de
Thomas Piketty, “O
Capital no Século
XXI”, é uma
extraordinária
pesquisa histórica organizada
em torno de sólidos
conhecimentos econômicos.
Sua tese, entretanto, pode
terminar numa simplificação
empobrecedora: a
desigualdade entre a taxa real
de crescimento do PIB (o
famoso “g”) e a taxa de retorno
do capital (o famoso “r”), que
obviamente não são constantes
(e cuja extrapolação é
duvidosa), controla ao longo do
tempo a distribuição da renda
entre o trabalho e o capital e a
acumulação dos patrimônios.
Piketty recolocou, com grande
vigor, o velho problema da
desigualdade com uma solução
que está longe de atrair
unanimidade, mas o livro só teve
a merecida repercussão quando
traduzido para o inglês. Numa
entrevista à “Folha de São Paulo”,
o ilustre autor desculpou-se por
não ter incluído o Brasil na sua
pesquisa: não conseguiu as
informações necessárias. De fato
não são conhecidos estudos
sobre a distribuição do
patrimônio no Brasil (o mesmo
ocorre na maioria dos países),
mas os dados de distribuição de
renda, cuja cobertura tem
crescido de forma exponencial,
estão disponíveis desde sempre.
Piketty recolocou,
com vigor, o problema
da desigualdade
Nos últimos 60 anos, o
problema da desigualdade tem
sido intensamente discutido no
Brasil. Na disputa partidária dos
anos 70 do século passado,
criticava-se a política econômica
porque ela proporia “primeiro
crescer para depois distribuir”,
uma tolice só viável numa
sociedade centralizada como na
URSS ou na China que, aliás,
eram os “modelos” de alguns dos
críticos. No Brasil, a produção
crescia a 10% ao ano. Então, quem
consumia o que era produzido?
O que se afirmava, como agora, é
uma verdade física elementar:
não se pode distribuir o que
ainda não foi produzido, a não
ser ganhando de presente ou
tomando emprestado no exterior
como acontece em Cuba e há 20
anos no Brasil!
Ainda hoje há entre nós uma
grande dificuldade de entender
que o índice de desigualdade de
Gini não mede “bem-estar”.
Mede “a distância média entre a
renda dos agentes”. Podemos ter
uma ideia concreta dessa
medida, supondo uma
sociedade, com dois agentes, que
recebem salários cuja soma é
igual a 300. O quadro n o 1
mostra que como a soma dos
salários é 300, a maior
desigualdade possível consiste
em um agente receber 300 e o
outro nada. Como essa é a maior
diferença possível, ela é tomada
como base para as demais
comparações. Por exemplo, na
situação (2) da tabela, a diferença
entre os salários é de 200 e o
índice de Gini é: 200/300 = 0,67.
Uma propriedade interessante
da tabela é que a maior diferença
entre os salários (300) é, por
construção, o dobro do salário
médio, que é mantida para
qualquer número de agentes. Foi
isso que deu a Corrado Gini
(1884-1965) a ideia de construir
um índice de desigualdade
dividindo a diferença média das
rendas pelo dobro do salário
médio. O quadro n o 2 mostra
isso quando há três agentes.
Vemos que a soma das diferenças
de salários é 400 (100 + 200 +
100) e, portanto, a média das
diferenças é igual a 400/3 = 133 e
o índice de Gini é 0,33. Qualquer
que seja o número de agentes, o
índice de desigualdade de Gini é
calculado pela fórmula: G =
diferença média de salários/ 2
vezes o salário médio.
É importante observar que no
quadro n o1 comparamos os
índices de Gini para uma
situação estática: a soma dos
salários é constante (300). O que
se estuda é o efeito de sua
redistribuição. Neste caso talvez
seja razoável aceitar que um
índice menor sugere uma
situação mais “justa”. Sem
precisar aceitar uma filosofia
igualitária, parece que a situação
(4), onde um agente ganha 100 e
o outro 200 é “socialmente mais
justa” do que a situação (2) onde
um ganha 50 e o outro 250. É
claro que o “mais justo” aqui –
como em todas as circunstâncias
– ignora restrições importantes e
implica uma valoração ética.
O índice de Gini tem um
significado razoavelmente claro
quando comparamos a
distribuição num mesmo
instante no tempo. Mas o que
acontece quando tentamos
comparar duas situações
diferentes no tempo, com um
aumento desigual na
remuneração dos agentes
produzido por um diferencial de
produtividade, por exemplo?
Tomemos a situação (4) do
quadro n o1, onde um agente
ganha 100 e o outro 200 e
suponhamos que depois de
alguns anos o primeiro tivesse
seu salário multiplicado por 2,
passando a 200 e o segundo
(porque se qualificou mais),
tivesse o seu multiplicado por 3,
passando a 600. Obviamente,
trata-se de aumento físico e não
de efeito inflacionário.
Aplicando a fórmula de Gini
verificamos que o índice de
concentração teria aumentado
de 0,33 para 0,50, o que parece
indicar uma deterioração
lamentável do “bem-estar”. O
problema é que os dois
melhoraram sua possibilidade
de consumo, de forma que é
absurdo afirmar que a situação
de “bem-estar” piorou!
É evidente, por outro lado, que
quando a renda global cresce e
diminui o índice de Gini, como
também aconteceu no Brasil na
última década, reforça-se a
sensação de melhoria do
“bem-estar” da sociedade, o que
tem efeito nas urnas como as
pesquisas eleitorais estão
mostrando.
Antonio Delfim Netto é professor
emérito da FEA-USP, ex-ministro da
Fazenda, Agricultura e Planejamento.
Escreve às terças-feiras
E-mail
[email protected]
Índices de desigualdade
Distância média entre as rendas dos agentes
Quadro 1 – Salários hipotéticos
Situação
1
2
3
4
5
Um
Agente
Dois
Diferença
de salário
0
50
75
100
150
300
250
225
200
150
300
200
150
100
0
Quadro 2 – Sociedade com três agentes
Situação
Um
Diferenças de salários Um
Diferenças de salários Dois
100
-
Coeficiente de
concentração de Gini
1,00
0,67
0,50
0,33
0
Salário dos agentes
Dois
200
100
-
Três
300
200
100
Dilma deve receber pesos-pesados
da política internacional na Copa
MICHAEL SOHN/AP
Valor
na Copa
Daniel Rittner e Bruno Peres
De Brasília
Pelo menos dez chefes de Estado e de governo já pediram reuniões bilaterais com a presidente
Dilma Rousseff, entre junho e julho, à margem da Copa do Mundo. Esse número ainda deve crescer, dependendo do avanço no
torneio de seleções de países com
forte tradição no futebol, como
França e Espanha. Um dos encontros que mais chamam a atenção
deve ser com o presidente do Irã,
Hassan Rouhani, empenhado em
normalizar as relações do país na
arena internacional. Ele pediu
agenda com Dilma para o dia 16.
No mesmo dia, a presidente
embarcará para Salvador, onde
tem encontros marcados com a
chanceler alemã, Angela Merkel,
e o primeiro-ministro português,
Pedro Passos. Foi Merkel, fã de futebol, quem escolheu a capital
baiana como destino de sua visita
ao Brasil. Ela manifestou interesse em acompanhar a partida entre Alemanha e Portugal, na Arena Fonte Nova, onde as duas equipes estreiam na Copa. Dilma encontrará os dois chefes de governo em local ainda não divulgado.
Algumas presenças no mundial esportivo dependem, curiosamente, da performance das seleções nacionais. O presidente da
França, François Hollande, e o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, consideram fortemente a possibilidade de vir ao
Brasil. Mas já descartaram cruzar
o Atlântico na fase de grupos e só
devem fazer a viagem caso suas
equipes se classifiquem para as
quartas de final, na primeira se-
Angela Merkel pretende ver a partida entre Alemanha e Portugal e escolheu Salvador para o encontro com Dilma
mana de julho. Mesmo assim, precisam calcular o risco de não serem tachados de “pé frios”, em caso de derrota justamente nos jogos que resolverem acompanhar.
Dois pesos-pesados já indicaram ao Palácio do Planalto que
realmente vêm para a final da Copa, no Maracanã, no dia 13 de julho: Xi Jinping (China) e Vladimir
Putin (Rússia). De lá, eles devem
seguir para Fortaleza, onde ocorrerá a cúpula dos Brics — Jacob
Zuma (África do Sul) e o novo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também são aguardados para o encontro. A cúpula terá anúncios relevantes: a criação
de um banco dos Brics e a estruturação de um fundo de reservas
compartilhadas entre os países
do bloco, com US$ 100 bilhões.
Outros chefes de Estado já confirmaram suas vindas ao Brasil:
Didier Burkhalter (Suíça), Zoran
Milanovic (Croácia) e John Mahama (Gana). A lista inclui ainda
presidentes de países que sequer
se classificaram para o torneio,
como José Eduardo dos Santos
(Angola) e Macky Sall (Senegal).
Outra reunião bilateral incluída na agenda de Dilma é com o
vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que assistirá ao jogo da seleção americana contra
Gana, em Natal, no dia 16 de junho. Como a presidente estará
em Salvador, ela receberá Biden
no dia seguinte, em Brasília.
Uma série de outros presidentes, incluindo os latino-americanos, também deve ver partidas
de seus times na Copa. Michele
Bachelet (Chile) e Rafael Correa
(Equador) são presenças quase
certas. Há expectativa da diplomacia com eventual visita do mexicano Enrique Peña Nieto, com
quem o governo brasileiro tem
interesse de se aproximar, incrementando acordos comerciais.
Além do convite formal de Dilma a todos os mandatários de
países que terão times disputando a taça, a Fifa garante espaço a
chefes de Estado e altas delegações na tribuna de honra dos estádios em que as respectivas seleções entram em campo.
500 mil estrangeiros compraram ingressos para jogos
Guilherme Serodio
Do Rio
O ministro do Turismo, Vinicius Lages, afirmou ontem que
já foram vendidos mais de 2,7
milhões de ingressos para os jogos da Copa do Mundo, um número considerado por ele como
“espetacular”. De acordo com
Lages, a estimativa inicial da
Embratur, que previa a chegada
de 600 mil turistas estrangeiros
para a Copa, será ultrapassada.
Lages disse que mais de 500
mil turistas estrangeiros já compraram ingressos para a competição. Nos cálculos da entidade,
em média, o total de visitantes estrangeiros que chegam a um país
que sedia a Copa do Mundo ultrapassa em 30% o número de estrangeiros que compram ingressos para os jogos da competição.
Segundo essa estimativa, a Copa deve trazer para o Brasil 150
mil turistas estrangeiros que não
possuem ingressos para os jogos,
o que resultaria em um total superior a 650 mil visitantes de fora
do país. “O número [a estimativa
feita pela Embratur] está praticamente batido”, afirmou Lages
durante um seminário no Rio de
Janeiro acerca das perspectivas
para o setor de turismo após a
Copa. Além dos visitantes, a Copa
deve trazer uma visibilidade inédita para o Brasil no exterior, na
visão da entidade.
De acordo com a ex-presidente da Embratur Jeanine Pires, o
torneio trará para o país 73 mil
horas de exposição em canais de
TV no exterior. “Cerca de 43% da
população mundial vai assistir
ao torneio. Serão quase 20 mil
jornalistas cobrindo o evento”,
frisou. Pesquisa encomendada
pela consultoria da ex-presidente da Embratur, a Jeanine, Pires
& Associados, em parceria com a
espanhola ForwardKeys aponta
que há 370 mil reservas internacionais de passagens durante a
Copa, a maior parte delas para
grupos. A mesma pesquisa estima uma queda de 34% nas viagens de brasileiros para o exterior durante a Copa. A pesquisa
contempla reservas feitas até 40
dias antes da competição.
Durante o seminário, o ministro Lages afirmou ainda não estar preocupado com a inflação
que pesa sobre o setor do turismo durante o evento. “Sempre
tem aproveitadores em um momento desses. Até em um joguinho de futebol na várzea alguém está querendo vender o
picolé mais caro”, disse o ministro. “Cabe ao consumidor ter
uma capacidade de discernir
que aquele preço está fora de lógica. Se for o caso de prática
abusiva ou cartelização, hoje temos mecanismos já estabelecidos no país para controlar esse
tipo de abuso”, complementa.
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
Acciona B2
Aceco TI C14
Advanced Logistic
Group F6
Aeroméxico B6
Air Bus G7
Alcoa A13
Ale B4
AlixPartners B4
ALL B4, F6
Amil B6
Anaford C13
Apple B6
Ardian B9
Aruba Airlines B6
Astrazeneca B9
Atlas Transportes e
Logística G7
Atos B6
Aventura
Entretenimento B6
Avianca B6
Avon B9
Bain & Company C14
Banco da Amazônia A3
Banco de Desenvolvimento
da América Latina G2
Banco Mundial G2
Basf B12
BB C1, C2, C14
BHP Billiton B3
BNDES A5, B3, G2
Booz Company G2
Bosch G7
Bradesco C1, C2, C14
Brasil Supply B2
Brasil Terminal
Portuário G6
Bretas B1
BSG Resources B3
BTG Pactual B3, D2
Bull B6
Bunge F1
Caixa C1
Cargill F2
Carlyle C14
Cartica C14
CCE D4
CCR D1
Cemig B2
Cencosud B1
Centerview Partners B9
Chinalco B3
Chrysler B4, B9
Cigás A3
Cisco B1
Citi B3
Clean Energy
Latin América G5
Club Méditerranée B9
Cnooc B2, G5
CNPC B2, B4, G5
Codesp F6
Corpbanca C14
Correios F3
Cosan B4
Cotia Trading B2
Credicard D1
Credit Suisse B3, B9, C13
CSN C2
DAF F8
Dana F8
Datagro G1, G5
Datatec B7
Daum B9
Dell B1
Diversa Corretora B10
Econométrica B9
Ecovix B3
Edenred F7
Eletrobras G5
Eletronuclear G4
Eli Lilly B9
Empresa de Planejamento
e Logística G2
Energix Strategy G4
Energizer B9
Enfil B4
ESPN D4
Estácio D2
Estaleiros do Brasil B3
Estée Lauder B9
Exxon B9
Facebook D4
Fiat B4
Fidelity D2
Flextronics B1
Fogo de Chão C14
Ford B4, B9, F8
Fortecue Metals B3
ForwardKeys A2
Fosun International B9
Fuel Systems B9
G.Barbosa B1
G8 A7
Galileo D2
Galp Energia G5
General Atlantic C14
General Motors B4, B9
Gerhardt Santos B2
Globo D4
Gol B6
Goldman Sachs B3
Goodyear B9, F8
Google B6
GP Investimentos C14
Grupo Abril F3
Grupo Edenred F7
Hapvida B6
Heartman House C14
Hering B8
HP B1
HSBC C13, D2
Hypermarcas B8
IBM B1
IBMEC-MG F6
Ibmec-RJ F7
Icap C2
IDC B1
Iesa B3
Imetame Logística G6
Indústrias Nucleares
do Brasil G4
Infraero F6
Inframerica G7
Insel Air B6
Intermédica B6
International
Caminhões F8
Ipiranga B4
Itaú C2, C14, D1
Iveco F8
J.P. Morgan B3, C2
Japan Display B9
Jeanine, Pires &
Associados A2
JS Mendonça
Corretora de Café B10
JSL F3
Julius Baer C13
Kakao B9
KKR C14
Klabin B4
Kobe Steel B4
L21 B6
Lacsa-Taca B6
LAN B6
Latam B6
Lenovo B1
Leumi Le-Israel C13
LG D4
Light B2
Log-In F1
Logicalis B7
Logística e
Supply Chain G7
MAN F7, F8
McKinsey C14
MercadoLibre B9
Mercantil Rodrigues B1
Mercedes-Benz F8
Meritor F8
Metalsa F8
Metrô G8
Mizrahi Tefahot Bank C13
Modal Asset C2
Mondial D4
Morningstar B9
Motorola D4
MTO Logística G7
Natura D1
Navistar F8
Nokia D4
Novartis B9
NTC&Logística F2
Odebrecht G2
OGpar B2, B3
Opportunity B6
Oracle B1
Paccar F8
Panasonic B9, D4
Panini B9
Perini B1
Petrobras B2, B3, B4,
B11, C2, G1, G5, G6
Pfizer B9
Prezunic B1
PricewaterhouseCoopers
PwC Brasil G2
Promon B7
PSA Peugeot Citroën B4
PSR Consultoria G1, G4
Qualicorp C14
Queiroz Galvão B3
Raízen B4
Redecard D1
Renault B4
Renova Energia B2
Repom F1, F7
Repsol G5
Rio Branco
Investimentos G2
Rio Tinto B3
Rosneft A12
Rotam B12
Rothschild C13
Royal Bank
of Scotland C13
Russell Investments D2
Safras & Mercado B10
Samsung B6, D4
Santander C14, D2
Scania F8
Scot Consultoria B11
Serpro F6
Sete Brasil B3, G6
Shanghai Oriental
Pearl B8
Shell B2, B4
Sinochem B4, G5
Somar Meteorologia B12
Sony B8, B9, D4
State Grid G5
Statoil G5
Suzano B2
TAM B6, F6
Tame Ecuador B6
Tendências Consultoria B3
Thomas H. Lee
Partners C14
Three Georges G5
Ticket Car F1
TNT Mercúrio F3
Total B2, B4, F3
Toyota Tsusho B4
Transpetro G6
Twitter D4
Uber B7
UBS C2, C13
Ultra B4
Uniseb D2
UOL D4
Vale B3, B4, C2, G8
Valec F2
VLI B4
Volvo F7
Vulcasul A7
Wells Fargo D2
Zuercher
Kantonalbank C13