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SOCIEDADE PORTUGUESA DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR Funchal 18-20 Junho 2009 www.spacv.org Livro de Resumos Índice 4 CORPOS DIRIGENTES | PARCERIAS | SECRETARIADO 5 PARTICIPANTES 6-7 PROGRAMA 10-15 PRÉMIO INOVAÇÃO SPACV/COOK 18-23 PRÉMIO INVESTIGAÇÃO SPACV/SERVIER 26-30 PRÉMIO POSTER SPACV/MEDI 34-41 COMUNICAÇÕES LIVRES 19.06 44-51 COMUNICAÇÕES LIVRES 20.06 54-75 POSTERS Direcção Assembleia Geral Conselho Fiscal Presidente Presidente Presidente Joaquim Barbosa João Albuquerque e Castro José Pereira Albino Vice-Presidente Secretário Vogais Rui Almeida Maria José Ferreira Secretário-Geral Vogal Paulo Correia Ivone Silva Armando Mansilha Ruy Fernandes e Fernandes Tesoureiro Amílcar Mesquita Editor da Revista Vogais Luís Mendes Pedro Gabriel Anacleto Sérgio Sampaio Alexandra Canedo Comissão Organizadora Local José França Parceiros Parceiros Platinium Servier Silverinfor Medtronic COOK/Biosonda Medi Bayereuth Biosaude Actelion Parceiros Gold Parceiros Silver Bayer Portugal Bristol-Mayer Squibb C R Bard Cordis (J&J) Farmalux /Tecnifar Grunenthal Esteve Farma Juzo Medicinália-Cormedica Protor Decomed Sanofi Apoios LEO Farmacêutica B BRaun Myrrha Medical Secretariado PORTO LISBOA Rua de Gondarém, 956 – r/c 4150-375 Porto Tlf: +351 226 199 687 Fax: + 351 226 199 689 Tlm: + 351 968 900 301 Tlm: + 351 913 267 645 Avenida João Crisóstomo, 30, 5º 1050-127 Lisboa Tlm: + 351 913 267 649 4 Participantes Albuquerque de Matos Alexandra Canedo Alfredo Cerqueira Amílcar Mesquita Ana Craveiro Ana Evangelista Ana Terezina Guillaumon Angélica Damião António Assunção António Simões Arkadiusz Jawien Arlindo Matos Armando Mansilha Carla Joana Rodrigues Carlos Pereira Daniel Brandão Duarte Medeiros Erik Stroes Fernando Oliveira Gabriel Anacleto Gernold Wozniak Gil Marques Gonçalo Sobrinho Guedes Vaz Isabel Cássio Ivone Silva J. Albuquerque e Castro J. Daniel Menezes J. Fernandes e Fernandes J. Pedro Almeida Pinto J. Silva e Castro Jean-Jérôme Guex JL Pereira Gens João Correia Simões Joaquim Barbosa José Aragão Morais José Carlos Vidoedo José França José Luís Nascimento Silva José Luís Nascimento Silva Luís Mendes Pedro Luís Mota Capitão Manuel Brito Manuel Fonseca Maria do Sameiro Caetano Pereira Maria Elizabeth Rennó de Castro Santos Gomes Maria Emília Ferreira Maria José Barbas Mário Macedo Norton de Matos Nuno Meireles Óscar Gonçalves Paul Hayes Paulo Barreto Paulo Correia Paulo Dias Pedro Brandão Pereira Albino Pier Luigi Antignani Rocha e Silva Roncon de Albuquerque Rui Almeida Rui Machado Ruy Fernandes e Fernandes Sérgio Sampaio Silva Nunes Vitor Martins 5 18 Junho | quinta 20 Junho | sábado June | thursday 15h00 Reunião da Direcção da SPACV 17h00 Reunião com Coordenadores dos Grupos de Trabalho 16h00 Reuniões de Grupos de Trabalho 19h30 Jantar do Presidente SPACV Council Meeting Meetings Co-ordinators Meeting 8h00 Presidential Dinner Núcleos Temáticos Registo Nacional AAA Maria Emília Ferreira, Carla Joana Rodrigues Escleroterapia com espuma e varizes – indicações actuais Critical Limb Ischemia Audit Estudo DVC Comentadores Commentators Tratamento farmacológico na doença venosa crónica e úlcera varicosa Oral Presentations Experience of one CIR from HUC 14h30 Prémio Poster SPACV/MEDI SPACV / MEDI Poster Prize Secretário Secretary Ana Evangelista Secretário Secretary Paulo Barreto Júri Jury Prémio Inovação SPACV/COOK 15h15 SPACV/SERVIER Investigation Prize Moderadores Moderators Secretário Secretary J. Pedro Almeida Pinto Júri Jury Moderadores Moderators Pereira Gens, Gonçalo Sobrinho Angélica Damião, Gabriel Anacleto, Gil Marques Júri Jury Café 16h45 Cerimónia de Abertura 17h15 Simpósio SPACV/COOK-Doença Arterial Periférica SPACV/COOK Symposium - Peripheral Arterial Disease Secretário Secretary Alfredo Cerqueira Moderadores Moderators Maria José Barbas, Maria do Sameiro 10h45 11h15 Presidente President Presidente President Secretário Secretary Joaquim Barbosa Relação Custo-Eficácia do EVAR – recomendações do NICE Erik Stroes Paul Hayes EVAR e rAAA EVAR and rAAA Coffee Break Gernold Wozniak Simpósio SPACV/SERVIER Doença Venosa Crónica Doença Carotídea Moderadores Moderators Daniel Brandão TEVAR – indicações actuais TEVAR – Current indications Duarte Medeiros SPACV/SERVIER Symposium Chronic Venous Disease Ruy Fernandes e Fernandes Secretário Secretary Cost –benefict of EVAR – NICE guidelines Café Coffee Break Pereira Albino Paulo Dias Fernando Oliveira, Pedro Brandão, José Carlos Vidoedo O Glycocalyx: um novo alvo para tratar e prevenir a doença vascular? Secretário Secretary Presidente President J. Albuquerque e Castro Moderadores Moderators Armando Mansilha, Luís Mendes Pedro Albuquerque de Matos Carotid Disease SPACV/MEDTRONIC Symposium Aneurismatic Disease SPACV/BIOSAÚDE Symposium - The importance of the Endothelium Presidente President Café Simpósio SPACV/MEDTRONIC Doença Aneurismática Importância do RNAAA – presente e futuro The role of RNAAA – present and future J. Daniel Menezes Tratamento do aneurisma da aorta – estado da arte em 2009 Mário Macedo, José Aragão Morais Aortic Aneurism Treatment – the state of the art in 2009 J. Fernandes e Fernandes 14h00 Encerramento e Almoço de Confraternização Closure and lunch Arlindo Matos, António Simões CAS por via transcervical CAS by cervical access Rui Machado Angioplastia carotídea em 2009 - qual o seu papel? Endovascular treatment of the SFA – Current Indications The role of CAS in 2009 Rocha e Silva Maria Elizabeth Rennó de Castro Santos Utilidade da TASC na decisão terapêutica Endarterectomia carotídea em 2009 - ainda a melhor opção? The utility of TASC on management decision Luís Mendes Pedro Carotid Endarterectomy in 2009 – still the best option ? Importância da auditoria sobre isquemia crítica Ana Terezina Guillaumon The importance of audit on critical limb ischemia 18h00 Assembleia Geral da SPACV 20h30 Jantar do Congresso Almoço Lunch Silva Nunes, Carlos Pereira Nuno Meireles, José França, Amílcar Mesquita Moderadores Moderators Tratamento endovascular da femoral superficial – indicações actuais Ivone Silva 12h30 The Glycocalyx: novel target to treat and prevent vascular disease? Prémio Investigação SPACV/SERVIER Joaquim Barbosa António Assunção Luís Mota Capitão How to evaluate the CVD impact ? Simpósio SPACV/BIOSAÚDE Importância do Endotélio Comentadores Commentators Paulo Correia, J. Silva e Castro Manuel Fonseca, Sérgio Sampaio, Alexandra Canedo Presidente President Presidente President 10h15 Moderadores Moderators Norton de Matos, João Simões Opening Ceremony Como avaliar o impacto da DVC? Óscar Gonçalves José Luís Nascimento Silva Coffee Break Arkadiusz Jawien Armando Mansilha Experiência de um CRI nos HUC Presidente President Secretário Secretary Drug treatment of chronic venous disease and venous ulceration Ana Craveiro Guedes Vaz Roncon de Albuquerque Manuel Brito, José Luís Nascimento Silva Centres of Integrated Responsability (CIR) Presidente President SPACV/COOK Innovation Prize Rui Almeida Centros de Responsabilidade Integrada (CRI) June | friday Sessão de Comunicações Livres Presidente President 6 Pier Luigi Antignani Jean-Jérôme Guex Moderadores Moderators 13h00 Vítor Martins Presidente President 19 Junho | sexta 12h00 Secretário Secretary Endovenous treatment of varicose veins: are there specific indications? Auditoria da Isquemia Crítica Angiology and Vascular Surgery Journal 11h30 Isabel Cássio Foam sclerotherapy and varicose veins: current indications Revista Angiologia e Cirurgia Vascular 11h00 Presidente President Health and Management CVD Study 9h30 Tratamento endovascular de varizes – há indicações específicas? Oral Presentations Gestão e Saúde 9h30 Portuguese AAA Registry 8h00 Sessão de Comunicações Livres Moderadores Moderators Tematic Groups June | saturday SPACV General Assembly Congress Dinner 7 Prémio Inovação SPACV/Cook Prémio Inovação SPACV/Cook Prémio Inovação SPACV/Cook OITO ANOS DE TRATAMENTO DE ANEURISMAS DA AORTA ABDOMINAL: CIRURGIA ABERTA VS ENDOVASCULAR TRANSPLANTE PANCREÁTICO (TP): NOVO FACTOR DE RISCO CARDIOVASCULAR? – ESTUDO RETROSPECTIVO DO IMPACTO DO TRANSPLANTE PANCREÁTICO NA QUALIDADE DE VIDA E NO ATINGIMENTO DE ORGÃOS ALVO. Paulo Gonçalves Dias, Rocha e Silva, Sérgio Sampaio, Joana de Carvalho, Roncon de Albuquerque João Oliveira Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital S. João Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular - Centro Hospitalar do Porto - Hospital de Santo António Objectivo Avaliar e comparar os resultados da cirurgia aberta e endovascular no tratamento electivo de aneurismas da aorta abdominal. Objectivos Partindo do caso clínico de um doente com progressão acelerada de doença arterial periférica após transplante Reno-Pancreático, efectua-se uma análise retrospectiva dos doentes submetidos a TP com o objectivo de confirmar o seu efeito imediato na Diabetes Mellitus (DM) com estabilização e mesmo recuperação das suas complicações microvasculares e neurológicas, e na qualidade de vida, questionando, no entanto, o seu impacto na progressão da doença macrovascular, nomeadamente a doença arterial periférica (DAP). Métodos Análise retrospectiva dos processos de todos os internamentos que corresponderam a correcção electiva de aneurisma da aorta abdominal infra-renal durante o período compreendido entre Janeiro de 2001 e Abril de 2009. Foram comparadas as características demográficas dos doentes, as variáveis do procedimento e as complicações perioperatórias; as diferenças entre os dois grupos foram testadas pelo teste de t para amostras independentes (variáveis contínuas) e pelo teste de *2 (variáveis categóricas). As taxas de mortalidade, permeabilidade e de ausência de reintervenção foram estimadas pelo método de KaplanMeier; as diferenças entre os grupos foram avaliadas pelo teste de log-rank. Resultados Incluíram-se 184 doentes consecutivos: 107 (58,1%) operados por via aberta e 77 (41,9%) por técnica endovascular. Apenas 11 (6%) eram mulheres. A idade média dos doentes submetidos a cirurgia endovascular foi significativamente superior (75 vs 70 anos, p<0,001). Não se registou mortalidade neste grupo. Pelo contrário, em cirurgia convencional ocorreram 4 (3,7%) mortes intra-operatórias (p=0,14) e 9 (8,4%) óbitos hospitalares, p=0,011. As complicações médicas (renais, respiratórias ou cardíacas) foram mais frequentes após cirurgia aberta (n=25, 23,8% vs n=7, 10,3%) p=0,025. Os doentes submetidos a correcção endovascular permaneceram em média menos dias internados na unidade de cuidados intensivos (1,6 vs 4,6; p<0,001) e no hospital (7,1 vs 11,4; p=0,003). Discussão Desde o advento da cirurgia endovascular que esta tem sido amplamente comparada com a cirurgia aberta convencional, nomeadamente em estudos aleatorizados e controlados. É importante conhecer não só a eficácia das técnicas de reparação aórtica, mas a sua efectividade adaptada à realidade local das instituições. Neste centro, a cirurgia endovascular foi um procedimento associado a menos complicações, mortalidade mais baixa e tempo de internamento mais curto. Observações Material e Métodos A necessidade de revascularização infrainguinal de um doente transplantado pancreático, levou-nos a uma revisão sistemática de 88 doentes com DM tipo 1 submetidos a 92 TP, realizados entre 2 de Maio de 2000 e 30 de Dezembro de 2008. Foram avaliados e analisados os dados colhidos antes do TP e comparados com a evolução pós-operatória nas consultas de acompanhamento. Foram ainda questionados todos os doentes sobre o impacto na sua qualidade de vida e sobre eventuais sintomas/sinais de progressão de DAP. Resultados Analisados 92 TP em doentes com idades compreendidas entre 20 e 47 anos (34 +/- 6,2) e com evolução longa da DM (22,9 +/- 5,4 anos), sendo 89 simultâneos de Rim e Pâncreas e 3 de Pâncreas após Rim. Internamento hospitalar entre 10 e 148 dias (29 +/- 21) sendo 4,4 +/- 11,7 em Cuidados Intensivos. Houve 154 reinternamentos, maioritariamente por complicações infecciosas (77) mas também por complicações inerentes ao procedimento e episódios de rejeição. A necessidade de reintervenção foi de 0,7 +/- 1,6 e apenas se verificaram 18 falências de enxerto. A mortalidade global é de 6 doentes (2 com enxerto funcionante). Os níveis de glicemia voltaram ao normal sem necessidade de insulina (de 213,7 +/- 131,5 antes do TP para 79,9 +/- 11,3 após procedimento) bem como a HbA1c (8,5 +/- 1,6 para 4,5 +/- 0,4). Como complicações técnicas constataram-se 9 tromboses do enxerto, 7 infecções cirúrgicas e 13 hemorragias. Os doentes referem acentuada melhoria na qualidade de vida e nos órgãos-alvo atingidos, com estabilização ou melhoria da retinopatia, da neuropatia e nefropatia. No entanto, o mesmo não se verifica na DAP cuja evolução parece negativamente influenciada pelo TP. Conclusões O TP causa, confirmando toda a literatura, melhoria significativa da qualidade de vida e das complicações microvasculares e neurológicas da DM. No entanto, apesar do estado normoglicémico e do melhor perfil lipídico destes doentes, não se verifica a esperada evolução positiva das complicações macrovasculares, nomeadamente a DAP, discutindo-se, actualmente, o efeito do possível estado de hiperinsulinémia decorrente da drenagem venosa sistémica do enxerto e o seu eventual risco aterogénico, questionando-se a necessidade de alterar a técnica cirúrgica. Observações 10 11 Prémio Inovação SPACV/Cook Prémio Inovação SPACV/Cook PREVALÊNCIA E PADRÃO DO REFLUXO DA PEQUENA VEIA SAFENA TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA ESTENOSE CAROTÍDEA: RESULTADOS E FOLLOW UP A MÉDIO PRAZO Miguel Maia; Daniel Brandão; Joana Ferreira; Sandrina Braga; João Vasconcelos; Pedro Brandão; Alexandra Canedo; Guedes Vaz Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho EPE; Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Carolina Vaz, Rui Machado, Luís Vilaça, Clara Nogueira, Tiago Loureiro, Luís Loureiro, Arlindo Matos, Rui de Almeida Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular - Hospital de Santo António Objectivos Apresentar a prevalência e o padrão do refluxo da pequena veia safena em doentes referenciados para estudo ultrassonográfico do sistema venoso dos membros inferiores. O Stenting da artéria carótida interna representa uma alternativa no tratamento da doença estenosante carotídea, mas mantém-se nos dias de hoje ainda como uma técnica fundamentada para indicações específicas. Material e métodos Registou-se a existência de refluxo do sistema venoso, caracterizando-se o padrão e a origem do refluxo da pequena veia safena, em 395 doentes, correspondendo a 790 membros, referenciados pela consulta externa de angiologia e cirurgia vascular para realização de ultrassonografia venosa dos membros inferiores. O padrão do refluxo foi classificado em total (incluindo a junção safeno-poplitea), proximal, médio e distal. Todos os exames foram realizados pelo mesmo médico. A nomenclatura e os critérios ultrassonográficos utilizados foram os actualmente recomendados pela International Union of Phlebology. Objectivos Análise descritiva de um grupo específico de doentes com doença estenosante carotídea, submetidos a tratamento endovascular, considerados de alto risco clínico ou anatómico para cirurgia convencional. Resultados Nos 790 membros identificaram-se 41,3% refluxos da grande veia safena, 15,9% refluxos da pequena veia safena, 47% refluxos de perfurantes para-tibiais ou tibiais posteriores e 22% refluxos de perfurantes posteriores. Dos 126 membros com refluxo da pequena veia safena: 54,7% apresentaram refluxo total; 6,3% apenas refluxo proximal; 0,8% refluxo proximal e médio; 5,6% refluxo proximal, médio e distal; 5,6% apenas refluxo médio; 23% refluxo médio e distal e 4% apenas refluxo distal. A origem do refluxo foi em 61,1% a junção safeno-poplítea, em 18,3% uma perfurante, em 16,7% uma tributária superficial originária da grande veia safena e em 4% um tributária superficial não dependente da grande veia safena. Conclusões Verificou-se uma prevalência significativa de refluxo da pequena veia safena. No decurso da ultrassonografia vascular, avaliando apenas a junção safeno-poplítea e a porção proximal da pequena veia safena ficariam por identificar 32,5% dos refluxos. Examinando-se apenas o segmento médio ou apenas o segmento distal ficariam por identificar respectivamente 65,1% e 67,5% dos refluxos. Assim, torna-se necessário um estudo detalhado de todo o trajecto da pequena veia safena para permitir uma correcta caracterização do refluxo existente. Material e Métodos Estudo retrospectivo que contempla um total de 36 procedimentos realizados desde Janeiro de 2005 até Dezembro de 2008. Todos os procedimentos foram realizados pela mesma equipa cirúrgica, com técnica cirúrgica padronizada e com anestesia local. A indicação para a realização do procedimento foi o alto risco clínico ou anatómico para a realização de endarterectomia carotídea. Resultados: A idade média dos doentes foi de 72,3 anos (±8,2 anos), o tempo de follow up médio foi de 21, 2 meses (±18,1 meses). A taxa de sucesso técnico foi de 100%. Foram registados dois casos de AVC (5,6%) no per-operatório, um dos quais faleceu. O tempo médio de internamento foi de 3 dias (±2 dias). Durante o período de follow-up, três doentes (8,3%) faleceram de causa cardíaca e um apresentou novo episódio de AVC contra-lateral. Conclusões O stenting carotídeo assume-se como uma abordagem terapêutica eficaz com baixa agressividade quando efectuado segundo critérios específicos. Observações Observações 12 13 Prémio Inovação SPACV/Cook Prémio Inovação SPACV/Cook TRAUMATISMOS FECHADOS DA AORTA TORÁCICA – ACERCA DE UM CASO CLÍNICO RASTREIO DE DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA NUMA POPULAÇÃO DE DOENTES INTEGRADOS NUMA UNIDADE DE REABILITAÇÃO CARDIACA Gonçalves, F; Alves, G; Rodrigues, H; Valentim, H; Monteiro Castro, J; Almeida d´Eça, F; Albuquerque e Castro, J; Mota Capitão, L Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta Resumo Objectivos O traumatismo torácico fechado com lesão aórtica é uma importante causa de morte associada a impactos laterais ou forças de desaceleração. Consoante a extensão da lesão, estas podem apresentar-se de forma exuberante ou passar despercebidas, manifestando-se tardiamente como pseudo-aneurisma ou dissecção. Os autores fazem uma revisão teórica ilustrada por um caso clínico. Material e métodos: Os autores descrevem um caso clínico de um homem de 45 anos, assintomático, vítima de acidente de viação 8 anos antes, apresentando-se com pseudo-aneurisma em topografia istmica e dimensões 55x45mm. Foi proposto para tratamento endoluminal com prótese Zenith TX1 (Cook©). Resultados: O tratamento decorreu sem complicações e o doente teve alta ao 4º dia pós-operatório. O estudo pós-operatório aos 3 meses demonstrou a exclusão da lesão e ausência de endoleaks ou falência do material. Conclusões A opção endovascular no doente instável já demonstrou importante benefício em relação à cirurgia aberta na maioria dos casos. Quando a lesão evoluí para a cronicidade a escolha de procedimento deve relacionarse com as características anatómicas da lesão, com os resultados institucionais com ambas as técnicas e com o consentimento informado. Referências: Nzewi O., Slight R.D., Zamvar V. Management of blunt thoracic aortic injury (2006) European Journal of Vascular and Endovascular Surgery, 31 (1), pp. 18-27 / Riesenman P.J., Farber M.A., Rich P.B., Sheridan B.C., Mendes R.R., Marston W.A., Keagy B.A. Outcomes of surgical and endovascular treatment of acute traumatic thoracic aortic injury (2007) Journal of Vascular Surgery, 46 (5), pp. 934-940. / Rousseau H., Dambrin C., Marcheix B., Richeux L., Mazerolles M., Cron C., Watkinson A., Mugniot A., Soula P., Chabbert V., Canevet G., Roux D., Massabuau P., Meites G., Tran Van T., Otal P. Acute traumatic aortic rupture: A comparison of surgical and stent-graft repair (2005) Journal of Thoracic and Cardiovascular Surgery, 129 (5), pp. 1050-1055 Palavras-chave: Rotura traumatica da aorta; pseudo-aneurisma aórtico; endovascular Joana Martins, Dagmara Paiva, Tiago Loureiro, Sofia Viamonte, Preza Fernandes, Filomena Oliveira, Nuno Louro, La Fuente Carvalho, Palmira Coya, Jorge Pereira, Daniela Cunha, Ângela Neves, Zacarias Valente, Ana Cavalheiro, João Lopes Gomes, Rui Almeida Hospital Santo António, Centro Hospitalar do Porto, Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular e Unidade de Reabilitação Cardíaca Objectivos Rastreio da doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) numa população de doentes integrados numa Unidade de Reabilitação Cardíaca e relação com os factores de risco cardiovasculares. Material e Métodos Foram avaliados prospectivamente os sintomas clínicos e o ITB de doentes em primeira consulta numa Unidade de Reabilitação Cardíaca, para despiste e tratamento de doença arterial obstrutiva periférica existente nessa população, entre o período de Julho de 2008 e Abril de 2009. Resultados Foram avaliados 141 doentes. Destes 35 apresentavam claudicação intermitente, 16 com índice tornozelo-braço (ITB) inferior a 0,9, tendo sido aos restantes pedido exame Treadmill. Dois doentes assintomáticos apresentavam ITB inferior a 0,9. Nos 20 doentes com ITB em repouso ou após Treadmill inferior a 0.9 foram identificados 6 com Diabetes mellitus (DM), 15 com HTA, 9 com dislipidemia e 17 com antecedentes de tabagismo. Dos doentes sintomáticos apenas três apresentavam claudicação intermitente incapacitante tendo sido submetidos a estudo arterial invasivo. Conclusões De acordo com o TASC II (Inter-Society Consensus for the Management of Peripheral Arterial Disease) a prevalência da DAOP na população em geral é de 10 a 30%. Nos estudos REACH, CAPRIE e AGATHA a prevalência da DAOP nos doentes com doença cardíaca isquémica é de 6,3, 7,1 e 13,3% respectivamente. No nosso estudo encontramos uma prevalência de 14,2% com o predomínio de antecedentes de tabagismo e de HTA, contrariamente ao esperado (antecedentes de tabagismo e DM). Dado o ITB ser um exame não invasivo e de baixo custo, parece-nos lícito a sua aplicação regular em populações de risco, como é a de uma Unidade de Reabilitação Cardíaca. Referências Eur J Vasc Endovasc Surg 33, S1-S70 (2007) Observações Observações 14 15 Prémio Investigação SPACV/Servier Prémio Investigação SPACV/Servier ANEURISMAS DA ARTÉRIA POPLÍTEA - DEZ ANOS DE CORRECÇÃO CIRÚRGICA Carvalho JP, Sampaio S, Dias PG, Ramos JF, Albuquerque RR Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de S. João Introdução A correcção de aneurismas da artéria poplítea (AAP) continua a ser predominantemente realizada com recurso a técnicas cirúrgicas clássicas. Pretende-se avaliar os resultados clínicos e ultrassonográficos tardios destes procedimentos. Métodos Foram revistos os processos clínicos dos doentes com indicação para revascularização por AAP, entre Outubro/1999 e Março/2009. Avaliaram-se permeabilidade do bypass, complicações cirúrgicas tardias, presença de fluxo intra-saco e diâmetro. Utilizou-se o SPSS 16.0 para análise estatística. Resultados O follow-up mediano foi 653,5 dias. Incluíram-se 52 AAP (41 doentes). 41 dos AAP (79%) foram corrigidos com bypass e laqueação proximal e distal do aneurisma, 7 (14%) com enxerto de interposição por via posterior e os 4 restantes não tiveram indicação para revascularização após exploração cirúrgica. Em 32 foi utilizada veia grande safena e em 15 prótese de PTFE; 18 (35%) das cirurgias foram urgentes e em 3 (6%) efectuouse fibrinólise pré-operatória. 40 (77%) dos AAP eram sintomáticos. Verificou-se oclusão pós-operatória em 12 casos (25%), mais frequente entre os sintomáticos (p=0,023). Aos 5 anos, a patência primária foi 76 % (desvio padrão DP=6,7), sendo tendencialmente inferior nos sintomáticos: 100% de permeabilidade nos assintomáticos vs 69% nos sintomáticos aos 4,5 anos (p=0,051). A taxa de limb salvage foi 77,7% aos 7 anos e 8 meses (DP=6,4), notando-se tendência para taxas inferiores entre os sintomáticos: 72 % (DP=7,8%) aos 5,5 anos vs 100% entre os assintomáticos (p=0,077). Dos 28 AAP avaliados ecograficamente, detectou-se fluxo pulsátil intra-saco em 32% (n=9). Conclusão A cirurgia mais frequentemente realizada para correcção de AAP é o bypass femoro-popliteo com exclusão do saco aneurismático, com bons resultados tardios. O fluxo intra-saco foi um achado comum muitos meses após a cirurgia, cujo significado não está esclarecido mas que não produziu efeitos adversos, nesta série. Prémio Investigação SPACV/Servier EVOLUÇÃO DA PATOLOGIA ANEURISMÁTICA PERIFÉRICA APÓS CORRECÇÃO DE ANEURISMA ISOLADO DA AORTA ABDOMINAL COM ENXERTO TUBULAR AÓRTICO Miguel Maia; Daniel Brandão; Joana Ferreira; Sandrina Braga; João Vasconcelos; Pedro Brandão; Guedes Vaz Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho EPE - Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Objectivo Caracterizar a evolução da patologia aneurismática arterial dos sectores aorto-ilíaco e femoro-poplíteo, após interposição de enxerto tubular aórtico por aneurisma isolado da aorta abdominal. Material e Métodos Convocaram-se 46 doentes, submetidos a interposição de enxerto tubular aórtico por aneurisma da aorta abdominal de 1997 a 2008, para avaliação clínica e ultrassonografia vascular arterial dos sectores aortoilíaco e femoro-poplíteo. Analisaram-se os exames imagiológicos pré-operatórios. A avaliação clínica, ultrassonografia vascular e revisão dos exames imagiológicos pré-operatórios foi realizada pelo mesmo médico. Na ultrassonografia vascular foram registados os diâmetros transversais máximos da artéria ilíaca comum, origem da artéria ilíaca interna, artéria femoral comum e da artéria poplítea. Utilizaram-se os critérios recomendados pela Society for Vascular Surgery para a classificação dos aneurismas arteriais. Resultados Dos doentes convocados compareceram 35. Dos 46 procedimentos cirúrgicos realizados, 10 foram emergentes e 36 programados. O tempo médio entre cirurgia – observação foi de 52,3 meses. Registou-se uma elevada prevalência de factores de risco cardiovasculares: 80% hábitos tabágicos; 65,7% hipertensão arterial; 57,1% dislipidemia e 25,7% diabetes mellitus. Cerca de 11% dos doentes apresentaram antecedentes de eventos cerebro-vasculares, 28,6% de cardiopatia isquémica, 20% de doença pulmonar obstrutiva crónica e 25,7% de doença arterial obstrutiva periférica. A média do diâmetro transversal máximo do aneurisma da aorta abdominal foi de 6,29 cm. A ultrassonografia vascular revelou a presença de 2 aneurismas e 31 ectasias da artéria ilíaca comum, 11 aneurismas e 42 ectasias da origem da artéria ilíaca interna, 5 ectasias da artéria femoral comum, 10 ectasias e 1 aneurisma da artéria poplítea. Posteriormente, um doente foi submetido a correcção cirúrgica de aneurisma da artéria poplítea. Conclusões Devido ao elevado número de ectasias e aneurismas arteriais identificado, recomenda-se uma vigilância adequada dos doentes submetidos a correcção cirúrgica de aneurisma isolado da aorta abdominal. A ultrassonografia vascular constitui um método imagiológico eficaz. Observações Observações 18 19 Prémio Investigação SPACV/Servier Prémio Investigação SPACV/Servier CIRURGIA HÍBRIDA NA DOENÇA ANEURISMÁTICA AÓRTICA: EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR DO HOSPITAL DE SANTO ANTÓNIO - PORTO FENOMENO DE RAYNAUD: FACTORES DE RISCO DE APARECIMENTO DE ÚLCERAS DIGITAIS Rui Machado, Luís Vilaça, Carlos Pereira, Paulo Ponce, Luís Loureiro, Clara Nogueira, Carolina Vaz, Tiago Loureiro, Rui Almeida Ivone Silva; Isabel Almeida; Carlos Vasconcelos; Rui Almeida Hospital Geral de Santo António-CHP; Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular - Hospital de Santo António Objectivos Apresentação da experiência obtida com a cirurgia híbrida no tratamento da doença aneurismática da aorta. Objectivos O Fenómeno de Raynaud (FR) pode ser a primeira manifestação de uma doença microvascular resultando de alterações estruturais da parede vascular com subsequente diminuição do fluxo arterial digital. Este trabalho tem como objectivo a tentativa de identificar doentes com FR em risco de desenvolver úlceras digitais UD) de modo a poder minimizar o sofrimento e incapacidade resultante, iniciando terapêutica profilática precocemente. Analisamos os doentes da nossa Consulta de Raynaud; avaliamos e classificamos as lesões digitais, descrevemos a metodologia de investigação e despiste das mesmas, e tentamos definir factores de risco para o aparecimento das UD´s. Material, Métodos e Resultados Análise retrospectiva de 3 casos clínicos com recurso a processo clínico, revisão iconográfica e avaliação em consulta. Caso clínico 1: Homem de 68 anos apresentando aneurisma inflamatório da placa visceral da aorta pós pancreatite necro-hemorrágica. Em primeiro tempo é submetido a pontagem da artéria ilíaca comum à artéria hepática, artéria mesentérica superior e artéria renal direita, associada a laqueação do tronco celíaco, mesentérica superior e renal direita nas suas origens. Quinze dias após, é submetido a pontagem ílio-renal esquerda e laqueação desta na sua origem por oclusão da pontagem ílio-renal direita e colocada endoprótese aórtica Talent™. O pós-operatório decorreu sem intercorrências. Caso clínico 2: Mulher de 71anos apresentando aneurisma infeccioso da placa visceral da aorta, tratado com 6 semanas de antibioterapia endovenosa. É submetido a pontagem da aorta terminal para a artéria hepática e artéria mesentérica superior associada a laqueação desta e do tronco celíaco nas suas origens, em simultâneo é colocada endoprotese aórtica TAG®. No pós-operatório tem AVC isquémico com hemiplegia esquerda, mantendo-se a realizar fisioterapia em regime ambulatório. Caso clínico 3: Homem de 58 anos com aneurisma dissecante de toda a aorta torácica descendente. Em primeiro tempo é realizada pontagem da aorta ascendente para o tronco arterial braquiocefalico direito, carótida comum esquerda e subclávia esquerda, associada a laqueação proximal nas suas origens. Trinta dias após é colocada endoprotese TAG® com cobertura da crossa e aorta torácica descendente. O pós-operatório decorreu sem intercorrências. Conclusão A evolução natural da cirurgia endovascular levará ao desenvolvimento de endopróteses fenestradas ou com ramos, contudo enquanto o aguardamos, a cirurgia híbrida poderá assumir-se como uma forma menos agressiva e igualmente eficaz no tratamento de formas complexas desta doença. Material e Métodos 290 doentes frequentam a nossa Consulta de Raynaud, com idades entre os 4 e os 81 anos. Sessenta e dois doentes tem doença secundária associada (21%) e 18 doentes tem UD´s activas. Todos os doentes são submetidos a uma avaliação clínica criteriosa, despiste serológico auto-imune, medição de marcadores inflamatórios, despiste de factores de risco cardiovasculares associados, capillaroscopia e angiografia em doentes seleccionados Na tentativa de definir um Perfil de doente de Risco cruzamos os dados clínicos, analíticos e capillaroscopicos no sentido de definir quais são os doentes sem úlcera activa com risco de desenvolver úlcera ou dos doentes com úlcera minor com risco de agravamento. Resultados Na analises dos dados podemos concluir que os doentes com FR e ANA> 1/1280 anti-centromero padrão mosqueado, Sscl 70 positivo, VS aumentada , PCR > 30, pitting digital nas polpas dos dedos, lesões de calcinose digital e alteração do estadio na capillaroscopia (precoce/activo ou activo/tardio) tem um elevado risco de desenvolver úlceras digitais. Conclusões O rastreio de doentes com FR em risco de desenvolver lesões digitais poderá permitir o inicio de um tratamento médico mais agressivo de uma forma precoce melhorando a qualidade de vida destes doentes. Observações Observações 20 21 Prémio Investigação SPACV/Servier Prémio Investigação SPACV/Servier TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA DOENÇA OCLUSIVA ATEROSCLERÓTICA INFRA-GENICULAR ANEURISMAS CAROTÍDEOS: A EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO Ruy Fernandes e Fernandes, José Fernandes e Fernandes, Luís Mendes Pedro, Ana Envagelista, José Paulo Freire, José Luís Gimenez, Augusto Ministro Joana Moreira, Luís Antunes, Ana Baptista, Nivaldo Nunes, Ricardo Pereira, Anabela Gonçalves, Gabriel Anacleto, João Alegrio, Manuel Fonseca, Óscar Gonçalves, Albuquerque Matos Instituto Cardiovascular de Lisboa- Complexo Hospitalar das Torres de Lisboa Hospitais da Universidade de Coimbra - Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Introdução A doença oclusiva aterosclerótica infra-genicular(IG) é causa frequente de isquemia crítica dos membros inferiores, particularmente em diabéticos, e pode associar-se a amputações minor e major. A revascularização cirúrgica apresenta taxa de sucesso inferior à observada no território supra-genicular e é condicionada pela disponibilidade de enxerto venoso e pela presença de infecção e de lesões tróficas. O tratamento endovascular deste território parece constituir uma alternativa válida e menos invasiva. Objectivos Apresentação sob a forma de comunicação oral de um caso clínico de aneurisma da carótida interna, fazendo-se uma revisão dos casos de aneurismas carotídeos tratados no serviço. Objectivo Avaliar a exequibilidade do tratamento endovascular na doença infra-genicular e a sua eficácia na preservação dos membros inferiores e alívio sintomático. Material e métodos Trinta e nove doentes, 32 homens e 7 mulheres, com idade média de 71,3 (54-85), foram submetidos a 46 procedimentos endovasculares entre 1992 e 2009. A prevalência de Diabetes Mellitus foi de 69%(27/32) e 2 doentes apresentavam insuficiência renal terminal. Cinco doentes foram submetidos a intervenções bilaterais . A apresentação clínica foi: isquémia IV-29 membros, isquémia III-13, isquémia IIB-4. Em 18 procedimentos efectuou-se tratamento endovascular simultâneo de doença oclusiva supra-genicular e procedimentos cirúrgicos convencionais em 6. Houve necessidade de associar amputação minor ou desbridamento cirúrgico a 20 procedimentos. Considerou-se sucesso técnico a obtenção de fluxo directo em, pelo menos, uma artéria crural. Material e Métodos Faz-se referência ao caso de uma doente do sexo feminino de 65 anos que recorre ao serviço de urgência por massa pulsátil cervical notada cerca de três semanas antes, sem outra sintomatologia acompanhante. O Ecodoppler mostrou um aneurisma carotídeo, confirmando a angiografia e o Angio-TAC tratar-se de aneurisma da carótida interna com 3 cm. A doente foi submetida a aneurismectomia com anastomose término-terminal da carótida interna, sem intercorrências. Entre 1989 e 2009, sete doentes (4 homens e 3 mulheres) com idade média de 64.1 anos foram operados por aneurismas carotídeos. Resultados Destes doentes, 6 eram sintomáticos; em 5 casos a forma de apresentação foi a existência de massa pulsátil cervical, 1 doente surgiu com sintomatologia compatível com AVC após traumatismo cervical. 3 aneurismas localizavam-se na carótida interna, 1 na externa, e 3 na primitiva (sendo 2 destes falsos aneurismas). 5 eram de etiologia aterosclerótica, estando 2 casos relacionados com traumatismos/iatrogenia. 1 doente foi tratado por via endovascular, sendo os restantes submetidos a cervicotomia. 1 doente faleceu no 1ºdia pósoperatório, na sequência de enfarte cerebral extenso. Morbilidade pós-operatória transitória num doente com hemorragia pela punção femoral (terapêutica endovascular), encontrando-se 6 assintomáticos na primeira consulta pós-operatória. Resultados Foram tratadas 67 artérias (1.5/procedimento): popliteia IG(18), tronco tibio-peroneal(16), tibial anterior(14), peroneal(13) e tibial posterior(6). Quarenta e seis artérias apresentavam estenose(s) e 21 oclusão. Em 61artérias foi efectuada angioplastia com balão e utilizaram-se stents em 6. O sucesso técnico foi de 95.6%(44/46). Dois doentes(4.4%) necessitaram de amputação major por progressão de lesões tróficas. Um doente(2.2%) manteve dor em repouso, realizou angiografia que mostrou a patência das artérias tratadas. Nos restantes membros(93.5%) observou-se melhoria/cicatrização de lesões tróficas e/ou alívio sintomático. Conclusões Os aneurismas da carótida extracraniana são entidades raras cuja história natural se associa a uma alta incidência de eventos neurológicos desfavoráveis. O seu tratamento deve ser a correcção cirúrgica, e a estratégia terapêutica deverá ter em conta o tamanho, localização e etiologia. Os resultados são bons com uma baixa taxa de acidentes vasculares cerebrais pós-operatórios e um risco limitado de lesão dos nervos cranianos. Conclusão O tratamento endovascular da doença infra-genicular foi exequível e apresentou excelentes resultados angiográficos e clínicos precoces constituindo uma alternativa à cirurgia convencional. Observações Observações 22 23 Prémio Poster SPACV/Medi Prémio Poster SPACV/Medi Prémio Poster SPACV/Medi POSTER Nº 1 DEGENERESCÊNCIA SARCOMATOSA DE ENXERTO VENOSO ARTERIALIZADO TROMBOSADO POSTER Nº 2 TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA AORTA TORÁCICA EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR DE SANTA MARTA Pedro Sá Pinto, Ivone Silva, Luís Loureiro, Rui de Almeida Gonçalves, F; Alves, G; Rodrigues, H; Vasconcelos, L; Garcia, A; Valentim, H; Monteiro Castro, J; Almeida d´Eça F; Albuquerque e Castro, J; Mota Capitão, L Centro Hospitalar do Porto – Hospital Santo António Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta Os autores apresentam um caso clínico de degenerescência sarcomatosa de enxerto venoso arterializado femoro-popliteo trombosado. Trata-se de um doente do sexo masculino de 58 anos, cujos factores de risco cardiovasculares são: exfumador (60 cigarros/dia), hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidémia. Seguido na nossa consulta por arteriopatia periférica. Foi submetido a múltiplas intervenções cirúrgicas que descrevemos: - 2000: pontagem femoro-poplitea infragenicular, com veia safena interna invertida homolateral, por arteriopatia grau IV MIE. - 2005: oclusão de pontagem: tratamento médico - 28/11/2008: falso aneurisma anastomótico femoral: aneurismectomia e angioplastia da artéria femoral comum com Patch de Dacron (Estudo pré-operatório em 2008 com Rx pulmonar normal . - 11/01/2009: Hematoma da raiz da coxa: drenagem do mesmo (TAC da coxa sem imagens de neoplasia) - 8/03/2009: Dor incapacitante do MIE e volumosa tumefacção do terço médio da face antero-interna da coxa: exérese do enxerto venoso e de volumosa tumefaçação multilocular envolvendo ao enxerto (enviado para antomia patológica) , seguido de pontagem femoro-peroneal com prótese de PTFE, ATL e stenting da peroneal. No pós-operatório inicia quadro de hemiparesia direita e hemoptises abundantes. Na TAC pulmonar observa-se imagem típica de largada de balões sugestiva de doença metastática difusa e na TAC cerebral observam-se múltiplas formações nodulares hiperdensas em ambos os hemisférios sugestiva de doença metastática. O resultado anatomo-patológico da peça operatória revela angiossarcoma e hemangioendotelioma da veia safena interna. Em resumo trata-se de um caso clínico muito raro de um tumor primário vascular com origem num enxerto venoso trombosado com evolução fulminante em 2 meses. Resumo Objectivos O tratamento endovascular da aorta torácica é uma alternativa à intervenção cirúrgica aberta, aplicável em várias patologias aórticas tanto no contexto electivo como de urgência. Em casos anatomicamente favoráveis parece existir uma vantagem significativa a curto e médio prazo, pese embora uma maior taxa de re-intervenções. Observações Material e métodos Foi realizada uma pesquisa nos registos de procedimentos endovasculares torácicos desde o ano de 2005. Analizaram-se um total de 21 doentes, dos quais 14 correspondem a aneurismas da aorta torácica (4 em rotura), 3 a dissecções tipo B, 2 a falsos aneurismas e 1 a úlcera penetrante da aorta. O tempo médio de follow-up é 15,2 meses (1 a 48 meses). Resultados Verificou-se sucesso técnico em 95% dos casos (20/21). Registou-se uma mortalidade global aos 30 dias de 14% (3/21) e uma taxa de paraplegia de 9% (2/21). O seguimento destes doentes revelou 3 endoleaks tipo I (corrigidos por via endovascular e sem complicações) e 2 endoleaks tipo II (em vigilância). A análise por subgrupos de patologia revelou diferenças significativas, sendo os piores resultados relacionados com aneurismas em rotura. Conclusões Os autores concluem que a experiência institucional com o tratamento endoluminal da aorta torácica é favorável, comparando-se aos resultados publicados em grandes séries. A menor mortalidade e morbilidade associada ao procedimento permite tratar um maior espectro de doentes. O seguimento é fundamental para uma atempada detecção e correcção de complicações. São ainda desconhecidos os resultados a longo prazo deste tipo de intervenção, o que obriga a uma utilização criteriosa. Referências: Walsh, S.R. Endovascular stenting versus open surgery for thoracic aortic disease: Systematic review and meta-analysis of perioperative results. 2008 Journal of Vascular Surgery 47 (5), pp. 1094-1098. e3 Brandt, M. Early and long-term results of replacement of the descending aorta. (2005) European Journal of Vascular and Endovascular Surgery, 30 (4), pp. 365-369. Palavras-chave Aorta torácica; endovascular; aneurisma da aorta torácica; dissecção tipo B; pseudo-aneurisma aortico; úlcera aórtica penetrante Observações 26 27 Prémio Poster SPACV/Medi Prémio Poster SPACV/Medi POSTER Nº 3 UMA CAUSA RARA DE ISQUÉMIA AGUDA: DISSECÇÃO ESPONTÂNEA DA ARTÉRIA ILÍACA PRIMITIVA COMO FORMA DE APRESENTAÇÃO DA SÍNDROME DE EHLERS-DANLOS. POSTER Nº 4 EROSÃO PARA O ESTÔMAGO DE ANEURISMA DA ARTÉRIA HEPÁTICA: CASO RARO DE HEMORRAGIA DIGESTIVA. Luís Silvestre, Luís M. Pedro, Ruy Fernandes e Fernandes, José L. Giménez, Mário S. Pereira Emanuel Dias, Fernando Oliveira, Nelson Oliveira, Isabel Cássio Serviço de Cirurgia Vascular I (Hospital de Santa Maria), Centro Hospitalar Lisboa Norte Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular no Hospital do Divino Espírito Santo, EPE Introdução A síndrome de Ehlers-Danlos(SED) é uma doença hereditária do tecido conjuntivo que engloba quadros com diferentes padrões de hereditariedade, défices bioquímicos e implicações prognósticas. O tipo IV (vascular ou arterial-equimótico), caracteriza-se por fragilidade vascular que predispõe a dissecção e rotura arterial espontânea cuja reparação cirúrgica se associa a elevado risco hemorrágico e disrupção anastomótica. O diagnóstico consiste na presença de dois dos seguintes critérios major: pele fina e translúcida, fácies característico, formação de hematomas e equimoses e história de fragilidade vascular, uterina ou intestinal. A confirmação é bioquímica ou genética. Resumo Objectivos Os aneurismas da artéria hepática (AAH) correspondem a 20% de toda a doença aneurismática dos vasos viscerais, apresentando na sua maioria uma causa aterosclerótica. Apesar de uma recente melhor compreensão da sua história natural por intermédio do diagnóstico imagiológico abdominal, muito raramente se apresentam clinicamente como uma hemorragia digestiva. Caracterizar esta sua potencialmente devastadora complicação é o propósito deste trabalho. Caso clínico Doente de 28 anos, admitido no SU de um hospital distrital com um quadro de isquémia aguda(IA) do membro inferior direito(MID). Da exploração cirúrgica femoral resultou a suspeita de “dissecção” do eixo ílio-femoral sendo transferido para o nosso hospital. À observação destacava-se pele fina com visualização da circulação subcutânea e nódulos purpuriformes. O MID encontrava-se pálido, arrefecido e sem pulsos palpáveis. Foi efectuada angio-TC que revelou dissecção da artéria ilíaca primitiva direita com acentuada compressão luminal e restrição do fluxo. O doente foi submetido a bypass femoro-femoral (crossover) utilizando enxerto de PTFE com resolução do quadro isquémico e recuperação dos pulsos distais. Durante o procedimento foi evidente a fragilidade da parede arterial, com rotura durante a passagem de alguns pontos e necessidade de utilização de vários pledgets. O pós-operatório decorreu sem complicações. Para além do seguimento vascular, o doente foi referenciado à consulta de genética. Conclusão O caso apresentado traduz uma causa muito rara de IA dos membros inferiores. O diagnóstico de SED é inicialmente clínico e poderá ser confirmado por estudos genéticos. A suspeição permite antecipar a necessidade de cuidados acrescidos na manipulação das estruturas vasculares e a confirmação laboratorial é importante para aconselhamento genético e de estilos de vida menos expostos a potenciais traumatismos. Observações Material e Métodos Apresentação em formato poster de caso clínico de um caucasiano de 81 anos transferido para este Hospital por melenas, tumefacção abdominal e anemia grave. A endoscopia digestiva alta revelou uma lesão pilórica com coágulo escuro e gastropatia erosiva do antro e a avaliação imagiológica do abdómen mostrou um volumoso aneurisma de 17 x 13cm com calcificações e parcialmente trombosado. A arteriografia da aorta abdominal localizou-o na origem da artéria hepática comum. Resultados O paciente foi sujeito a endoneurismorrafia obstrutiva, com encerramento de fístula arterio-digestiva para o piloro (Piloroplastia de Weinberg com epiploplastia) e a colecistectomia. No pós-operatório apresentou fístula biliar de baixo débito com evolução favorável. O resultado histológico orientou para um aneurisma degenerativo/aterosclerótico e a cultura de material revelou-se amicrobiana. Conclusões Apesar de uma apresentação clínica rara e potencialmente fatal da doença aneurismática da artéria hepática, uma avaliação clínica cuidada, alicerçada em exames imagiológicos adequados e complementada por uma decisão e execução cirúrgicas eficazes (sem necessidade de revascularização do eixo), conseguiram que este caso clínico tivesse uma evolução favorável. Referências 1- S. Canbaz, A. Kocailik & E. Duran : Hepatic Artery Aneurysms . The Internet Journal of Thoracic and Cardiovascular Surgery. 2005 Volume 7 Number 2. 2- Abbas MA, Fowl RJ, Stone WM, Panneton JM, Oldenburg WA, Bower TC, Cherry KJ, Gloviczki P. Hepatic artery aneurysm: Factors that predict complications. J Vasc Surg 2003;38:41-5. 3- Papafragkou S, Haimovici L, Gonzalez E, et all: Hepatic artery aneurysm erosion into the stomach: an unusual cause of gastrointestinal bleeding. The Journal of Emergency Medicine, 2007.11.112. Observações 28 29 Prémio Poster SPACV/Medi POSTER Nº 5 EXCLUSÃO ENDOVASCULAR DE ANEURISMA SACULAR DA AORTA TORÁCICA DESCENDENTE COM ANATOMIA E ETIOLOGIA INVULGARES Hugo Valentim, Frederico Gonçalves, Gonçalo Alves, João Silva Castro, João A. Castro, Luís M. Capitão Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, Centro Hospitalar Lisboa Central Resumo Objectivos As lesões aneurismáticas da aorta descendente são raras e podem ter na sua origem patologia aterosclerótica, vasculites, trauma, entre outras. O seu tratamento pode acarretar elevadas taxas de morbi-mortalidade. Material e métodos Os autores apresentam o caso de uma doente de 74 anos, com diagnóstico de aneurisma sacular (versus pseudoaneurisma) da aorta torácica descendente, com 6,8cm de diâmetro, feito por TC no contexto de investigação de derrame pleural. A doente apresentava antecedentes de HTA, IRC, claudicação dos membros inferiores, documentando-se ainda uma ectasia da aorta ascendente e da artéria pulmonar, uma estenose da subclávia esquerda e doença estenosante da aorta torácica e abdominal infra-renal. Optou-se pelo tratamento da lesão com uma endoprótese abdominal aorto-monoilíaca (Zenith™, Cook®), por abordagem retroperitoneal da ilíaca externa. Resultados e Discussão A etiologia e caracterização da lesão aneurismática não foram conclusivas. Clinicamente são preenchidos suficientes critérios de Sharma para o diagnóstico de Doença de Takayasu, apesar da avançada idade da doente e da aparente ausência de sintomas ou sinais prévios. No entanto não se excluem outras possibilidades, como um pseudoaneurisma secundário a uma úlcera aórtica penetrante. Sendo proposta para terapêutica endovascular e face à urgência do caso, optou-se pela colocação de uma endoprótese abdominal. Constataram-se dificuldades anatómicas quer pela curta dimensão da bainha da endoprótese (enveredandose por abordagem retroperitoneal da ilíaca) quer pelas lesões estenosantes da aorta torácica e abdominal. Obteve-se a exclusão completa da lesão, mantida a um follow-up de 3 meses, sem complicações major no pós-operatório, imediato ou tardio. Conclusão Apresenta-se uma rara lesão aneurismática da aorta torácica descendente, de tipo e etiologia não esclarecidos, tratada de forma elegante e eficaz através da adaptação de uma endoprótese abdominal. Apesar das dificuldades inerentes, a solução foi extremamente eficaz e segura. Observações 30 Comunicações livres 19.06 Comunicações livres 19.06 Comunicações livres 19.06 ESTENOSE VENOSA NO DOENTE EM HEMODIÁLISE RESULTADOS DO TRATAMENTO ENDOVASCULAR ANEURISMAS INFECTADOS DA ARTÉRIA POPLÍTEA EM ROTURA – UMA RARA OCORRÊNCIA Clara Nogueira, Rui Machado, Carolina Vaz, Tiago Loureiro, Luís Loureiro, José Tavares, Norton de Matos, Rui Almeida Luís Loureiro, Rui Machado, Clara Nogueira, Carolina Vaz, Tiago Loureiro, Pedro Sá Pinto, Rui Almeida Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Sto António Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular - Hospital de Santo António Objectivo Avaliação da experiência obtida no tratamento endovascular de estenoses venosas dos doentes em hemodiálise. Objectivos Descrever a experiência no tratamento do aneurisma infectado em rotura da artéria poplítea. Material, Métodos e Resultados Avaliação retrospectiva de 121 doentes, que durante os últimos 41 meses foram propostos para venografia, baseado em achados clínicos e dados das sessões de hemodiálise. Efectuou-se avaliação estatística da amostra (análise de Kaplan-Meyer, teste log rank). Foram efectuadas 181 venografias em 121 doentes, dos quais 88 apresentavam fístulas (72,7%), 21 possuíam próteses (18,2%) e 11 (9,1%) exames para avaliação pré-acesso. A amostra continha 41 mulheres e 70 homens (1/1,7), com idade média de 62,2 ± 14,7 anos. A maioria das lesões concentrava-se na veia cefálica (92). Colocaram-se 36 stents (maioria: tronco venoso braquiocefálico, veia subclávia, anastomose venosa de pontagens), que necessitaram de 22 reintervenções. Comparando fistulas e próteses não existe diferença no intervalo de tempo entre a sua realização e a necessidade de intervenção (p> 0,05). Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os acessos vasculares submetidos a angioplastia (ATL) e os submetidos a ATL + stent, no que diz respeito a patência primária e a patência primária assistida (p> 0.05). A taxa de sucesso dos procedimentos realizados foi de 98,5%. A taxa de complicações agudas e mortalidade associada ao procedimento foi de 0%, no entanto, a taxa de mortalidade por outras causas no período de follow-up (22,5 ± 12,3 meses) foi de 13,2%. Conclusões O tratamento endovacular das estenoses venosas é exequível, eficaz e menos agressivo que a cirurgia, com reduzida taxa de complicações e razoáveis resultados a curto e médio prazo, pelo que é considerado de 1ª linha. A prevenção da re-estenose deve motivar futuras investigações. Material, Métodos e Resultados Análise retrospectiva de 2 casos clínicos. 1ºcaso – homem de 53 anos internado num hospital periférico por abcesso retrogenicular do membro inferior esquerdo. Nesse hospital, por apresentar flutuação na tumefacção, foi feita drenagem constatandose hemorragia violenta. Após TAC, que mostrou aneurisma da artéria poplítea, é transferido para a nossa instituição. À entrada apresentava tensão marcada da perna, paralisia do pé e ausência de pulsos distais. Realiza TAC que confirma rotura do aneurisma. É submetido a cirurgia de urgência constatando-se intraoperatoriamente necrose dos compartimentos musculares da perna, tendo sido efectuada amputação transfemural. Isolou-se no pús Streptoccus spp. 2ºcaso – homem de 60 anos transferido para a nossa instituição com diagnóstico de aneurisma poplíteo roto. À entrada apresentava tumefacção volumosa no cavado poplíteo, não pulsátil. Realiza TAC que confirma o diagnóstico de aneurisma em rotura e coloca hipótese de infecção associada. É submetido a cirurgia de urgência realizando-se pontagem entre a artéria femoral superficial e a artéria tibial anterior com veia safena interna invertida, pela face externa do membro inferior, associada a abordagem interna para laqueação do aneurisma e drenagem. É isolado no pús Salmonella do grupo D não typhi. Um ano após, apresenta sinais inflamatórios no cavado poplíteo, realizando TAC que mostra pequena colecção com sinais infecciosos. Efectua-se drenagem por abordagem posterior em S, isolando-se o mesmo agente. Follow-up de 5 anos com o doente bem e assintomático. Conclusões Os aneurismas infectados da artéria poplítea rotos são muito raros (entre 0,05 – 0,12% dos aneurismas poplíteos), estando descritos na literatura inglesa 9 casos. Apesar de raros, podem ter uma apresentação clínica atípica e apresentam um prognóstico reservado. Na nossa experiência, o atraso no diagnóstico de um dos casos, poderá ter sido responsável pela amputação major efectuada. Observações Observações 34 35 Comunicações livres 19.06 Comunicações livres 19.06 EMBOLIZAÇÃO RENAL TROMBOSES DE REPETIÇÃO EM CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO E O GENE PAI-1 A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Ferreira, J.; Canedo, A.; Xambre, L.; Brandão, D.; Maia, M.; Braga, S.; Vasconcelos, J.; Martins, V.; Lobo, M.; Vaz, A. Müller Pinheiro, Inês; Marques, Gil; Ferreira, Maria José; Gonçalves, Ana; Barroso, Pedro; Gonzalez, António; Duarte, Nádia; Menezes, José Daniel Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho - Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Garcia de Orta Objectivos Análise retrospectiva das indicações terapêuticas, técnicas e resultados das embolizações renais realizadas na instituição. Introdução Os autores apresentam um caso clínico de um doente com múltiplas tromboses de repetição após diversos actos de revascularização cirúrgica, cuja pesquisa de trombofilias foi apenas positiva para uma variante em heterozigotia do gene PAI-1 5G/4G. Esta comunicação pretende sugerir uma associação entre as tromboses ocorridas e esta trombofilia, que tem sido até agora apenas associada à trombose venosa. Material e métodos Foi efectuada uma revisão retrospectiva dos casos de embolizações renais realizados de Janeiro de 2007 a Abril de 2009. As indicações terapêuticas, as técnicas realizadas, e as complicações foram analisadas após revisão dos registos clínicos. Resultados Procedeu-se a 8 embolizações em 7 doentes, 4 do sexo masculino, com idade média de 67.1 anos (3387). A patologia mais frequentemente tratada foi a neoplasia renal: dois doentes apresentavam elevado risco cirúrgico; num caso o doente recusou cirurgia; e num outro como tratamento paliativo de tumor renal irressecável. Foram ainda submetidos a intervenção endovascular dois doentes com angiomiolipoma. Uma doente foi submetida a embolização por apresentar hematuria macroscópica consequente a uma fístula renal congénita arterio-venosa. Nesta série a indicação mais frequente foi a hematúria macroscópica de diferentes etiologias. O tempo médio de follow-up foi de 6.8 meses, tendo sido registado um caso de embolização incompleta, com posterior nefrectomia. Conclusões O número de embolizações renais realizadas pelo nosso serviço tem vindo a aumentar. Para tal contribui uma maior experiência da equipa, e uma evolução na técnica e nos materiais. Este procedimento tem-se demonstrado seguro, eficaz e minimamente invasiva. Contudo a sua validade deverá ser demonstrada pelos resultados a longo prazo. Material e Métodos Doente de sexo masculino, 57 anos, sem factores de risco conhecidos de doença aterosclerótica, que foi desde os 51 anos submetido sucessivamente a construção de bypasses ABF, femoro-femoral, axilo-femoral superficial esquerdo e popliteu SG-TAE. Por diversas vezes, desenvolveu quadros de isquemia aguda dos MIs por trombose dos mesmos. A pesquisa de trombofilias revelou uma variante do gene PAI-1 5G/4G. Discussão A contribuição da variante alélica 4G para o risco de trombose, quer arterial quer venosa, ainda não está totalmente esclarecida. Foi reportada uma aparente associação entre a presença desta e o aumento da ocorrência de trombose venosa, especialmente na veia porta. Estudos prospectivos têm confirmado a associação entre trombofilia e a trombose precoce de cirurgias de revascularização, sendo o risco cerca de 3 vezes superior ao normal. Dentro das trombofilias, a pesquisa do PAI-1 justifica-se nas ocasiões de tromboses inexplicadas pelos mecanismos habituais, visto poder justificar terapêutica complementar ou alterações da estratégia cirúrgica. Conclusão O doente, que não tem os factores de risco clássicos de aterosclerose, apresenta um quadro de tromboses de repetição dos bypasses efectuados, que não se devem a progressão da aterosclerose ou desenvolvimento de hiperplasia da íntima, mas provavelmente à presença da variante alélica 4G e ao maior risco consequente de trombose intravascular, justificando assim uma anticoagulação crónica. Observações Observações 36 37 Comunicações livres 19.06 Comunicações livres 19.06 FÍSTULA CAROTIDO–JUGULAR DE ORIGEM CONGÉNITA O TRATAMENTO DAS PERFURANTES INSUFICIENTES POR VIA ENDOSCÓPICA Pedro Amorim; Lourenço C. e Sousa; Karla Ribeiro; Gonçalo Sobrinho; Daniela Gonçalves; Teresa Vieira; Nuno Meireles; Pereira Albino; Fátima Pinto C. M. Costa Almeida, Luís Carvalho, Luís Reis, C. E. Costa Almeida Centro Hospitalar Lisboa Norte - Serviço de Cirurgia Vascular & Centro Hospitalar Lisboa Central - Serviço de Cardiologia Pediátrica Resumo As fístulas arterio-venosas dos vasos do pescoço são situações clínicas extremamente raras. Numa breve revisão da literatura encontram-se cerca de 30 casos. O envolvimento do eixo carotídeo é menos frequente e fístulas envolvendo a carótida interna apenas se encontram descritas duas . Dividem-se em congénitas e adquiridas (a maioria) – e dentro destas em espontâneas, iatrogénicas ou postraumáticas. Poucas teorias surgem na tentativa de explicação da etiologia destas malformações arterio-venosas congénitas, sendo o defeito de desenvolvimento embrionário aquando da formação e diferenciação dos vasos do pescoço que ocorre entre o 29º e o 44º dias de gestação a hipótese mais veiculada. O seu diagnóstico baseia-se essencialmente na anamenese, exame objectivo e angiografia complementar. Assim, a clínica cursa invariavelmente com massa pulsátil normalmente peri-auricular podendo nalguns casos haver outros sintomas associados como edema, assimetria do pescoço, acufenos, insónia, sendo raros os casos em que há alterações neurológicas importantes, mormente devidas a aumentos de pressão da drenagem venosa intra-craniana. A atitude cirúrgica parece consensual embora o refinamento das técnicas endo-vasculares têm permitido o tratamento destes casos com menor morbilidade. A tendência para a laqueação proximal do vaso que nutre a fistula termina inevitavelmente em recidiva, pelo que o objectivo será tanto mais alcançado quanto mais próximo da fístula se conseguir interromper a comunicação. Os autores apresentam um caso clínico de um doente de 7 A com massa pulsátil pré-auricular, sem outros sintomas associados, correspondente a malformação arterio-venosa carótida externa-jugular interna. Na angiografia pré-operatória permanecia a dúvida sobre o envolvimento da carótida interna, pelo que se decidiu pelo tratamento convencional com cirurgia aberta em que se procedeu à laqueação alta da carótida externa. O resultado imediato de resolução da fístula não confere segurança quanto ao potencial curativo da cirurgia, porém aos 2 meses de follow-up o doente mantém-se assintomático e imagiologicamente sem sinais de recidiva precoce. Centro Hospitalar de Coimbra - Cadeira de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Coimbra Do tratamento cirúrgico da insuficiência venosa crónica dos membros inferiores faz parte a laqueação e secção de perfurantes insuficientes na perna, quando a sua insuficiência é demonstrada no estudo que é obrigatório realizar nestes doentes antes da sua intervenção cirúrgica e para a planear adequadamente. Dada a dificuldade de que se reveste a localização exacta das perfurantes na perna, em termos de incisão cutânea para a elas ter acesso directo, mesmo com o uso do ecodoppler, a melhor maneira de as abordar é por via endoscópica, levando-se a cabo a sua laqueação subfascial (SEPS – subfascial endoscopic perforators surgery). Além de, por esta via, se poder aceder a perfurantes directamente sob pele doente, e mesmo ulcerada. É uma cirurgia minimamente invasiva que permite, através duma única e pequena incisão (cerca de 1,5 cm), a abordagem de todas as perfurantes insuficientes na perna, sua laqueação e secção. Depois de se aprender a técnica, é de execução muito rápida e é muito eficaz. Não se pode compreender que hoje em dia nos doentes com necessidade de laqueação de veias perfurantes na perna ela não seja feita por esta abordagem, a não ser que o cirurgião não tenha experiência endoscópica. Neste vídeo é apresentada em pormenor a técnica usada por nós, só com um trocar, especial, e um único canal de trabalho, de 5 mm, com muito bons resultados. Por vezes as perfurantes estão tão dilatadas que não podem ser abarcadas por clips de 5mm, o que obriga a usar aplicadores de clips maiores mas que se podem introduzir num canal de 5. E, de qualquer maneira, por transiluminação localizam-se exactamente essas perfurantes na pele da perna, intra-operatoriamente. Observações Observações 38 39 Comunicações livres 19.06 Comunicações livres 19.06 UNIDADE DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR DO HOSPITAL DE S.TEOTONIO VISEU: BALANÇO DO 1º ANO DE ACTIVIDADE TRATAMENTO ENDOVASCULAR DA DOENÇA ARTERIAL OCLUSIVA DO SECTOR ILÍACO: ESTUDO RETROSPECTIVO DE 5 ANOS DE ACTIVIDADE António Santos Simões, C. Joana Rodrigues, Sandrina Figueiredo Braga, Pedro Brandão, Daniel Brandão, Miguel Maia, Joana Ferreira, João Vasconcelos, Miguel Lobo, A. Guedes Vaz Hospital de S. Teotónio, Unidade de Angiologia e Cirurgia Vascular Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular - Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho EPE Objectivos Apresentar a actividade de uma unidade de Angiologia a Cirurgia Vascular recém-criada, a interacção com as restantes especialidades hospitalares, com as unidades de Saúde Familiar e a população. Objectivo Avaliar a taxa de sucesso dos procedimentos de revascularização endovascular no Sector Ilíaco, definida pela permeabilidade, melhoria clínica e hemodinâmica e morbi-mortalidade da técnica. Materiais e Métodos Foi realizada uma análise retrospectiva aos primeiros 12 meses das várias vertentes assistenciais da especialidade: consulta externa, serviço de urgência, bloco operatório, realização de exames complementares de diagnóstico. Material e Métodos De Janeiro de 2004 a Dezembro de 2008 foram tratadas 73 lesões ilíacas em 56 doentes (51 homens e 5 mulheres), com média de idades de 64 anos, com Isquemia Crónica de Grau IIb, III e IV de LericheFontaine. Foram estudadas as características demográficas da população, a presença de factores de risco vascular, as indicações, as características angiográficas das lesões, a variação do Índice Tornozelo-Braço, as complicações e a mortalidade. A análise estatística foi realizada mediante a aplicação do programa SPSS. Resultados: A taxa de sucesso técnico imediato foi de 94.5%. A permeabilidade primária a longo prazo foi de 81,2% para um tempo médio de seguimento de 15,7 meses. A taxa de complicações foi de 2,7%. Não se registaram óbitos. Resultados A população assistida pela unidade ronda os 500 000 habitantes. Foram realizadas cerca de 1500 consulta externas, cerca de 400 exames complementares de diagnóstico (ecodoppler, estudo velocimétrico doppler e angiografia) e acima de 350 intervenções cirúrgicas e 200 internamentos. Conclusões A abertura de Unidades de Angiologia e Cirurgia Vascular, fora dos chamados grandes centros, constitui um desafio aliciante e desejado pela procura de uma melhor actividade assistencial à população. Conclusões Os procedimentos endovasculares realizados na nossa série constituíram uma opção terapêutica segura, eficaz e durável no tratamento da Doença Oclusiva Arterial do Sector Ílíaco, com taxas de permeabilidade e melhoria clínica elevadas e baixas taxas de morbimortalidade, semelhantes às descritas noutras séries publicadas. Observações Observações 40 41 Comunicações livres 20.06 Comunicações livres 20.06 Comunicações livres 20.06 TRATAMENTO ENDOVASCULAR DO SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO SÍNDROME DO DESFILADEIRO TÓRACO-BRAQUIAL Lourenço Castro e Sousa; Pedro Amorim; Karla Ribeiro; Gonçalo Sobrinho; Daniela Gonçalves; Cátia Fernandes; Teresa Vieira; Nuno Meireles; Pereira Albino Nivaldo Nunes, Joana Moreira, Ana Baptista, Luís Antunes, Ricardo Pereira, Anabela Gonçalves, Gabriel Anacleto, João Alegrio, Manuel Fonseca, Óscar Gonçalves, Albuquerque Matos Centro Hospitalar Lisboa Norte; Serviço de Cirurgia Vascular II Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular - Hospitais da Universidade de Coimbra Introdução O síndrome da veia cava superior tem, actualmente, como principal causa, a neoplasia do pulmão, primária ou secundária. A clínica é tanto mais exuberante quanto maior o grau de obstrução. Os sintomas evoluem normalmente de forma gradativa e vão desde tosse, dispneia, ortopneia, e não raras vezes terminam em síndroma confusional e coma. Ao exame objectivo é frequente verificar-se fácies pletórico e o edema venoso da face, pescoço e tórax. As formas de tratamento têm-se diversificado e as técnicas endovasculares têm vindo a ganhar relevo. Objectivo Apresentação de um caso clínico de síndrome do desfiladeiro tóraco-braquial (SDTB) e análise da experiência do Serviço nos últimos 10 anos. Objectivos Avaliação da experiência de um serviço no tratamento endovascular deste síndrome, no que concerne aos resultados imediatos e tardios. Material e Métodos Análise retrospectiva da experiência de um serviço no período compreendido entre Outubro de 2005 e Março 2009. Caracterização demográfica dos doentes tratados, da etiologia, estádios clínicos, procedimentos realizados, sucesso técnico, complicações, recorrência e mortalidade. Resultados No período analisado foram tratados 19 doentes. Verificou-se sucesso técnico de 79%, uma morte imediata e sucesso clínico em 93% dos casos. Conclusões A análise retrospectiva mostra exequibilidade e reprodutibilidade da técnica, com impacto clínico imediato. É um procedimento seguro, que em muitas situações permite a estabilidade clínica necessária para prossecução do plano terapêutico da situação de base. Garante, ainda, o acesso venoso central, que permite a realização de quimioterapia. Os autores defendem a utilização do tratamento endovascular como primeira linha para tratamento deste síndroma. Material e Métodos Consulta do processo clínico individual dos doentes operados entre Janeiro de 1999 e Dezembro de 2008, inclusive. Amostra de 30 cirurgias em 26 doentes. Apresenta-se o caso de doente de 67 anos, hipertensa e com história de traumatismo do ombro direito 8 anos antes, observada por dor, arrefecimento e cianose da extremidade distal dos quatro últimos dedos da mão homolateral, com três semanas de evolução. Estudo imagiológico denotou estenose da artéria subclávia direita. Submetida a ressecção da 1.ª costela e ressecção-anastomose topo-a-topo da referida artéria por via supraclavicular sem intercorrências, com obtenção de boa revascularização do membro. Resultados Da análise efectuada, foi possível constatar um predomínio do sexo feminino (2:1) e uma idade média de 36,5 anos. A via supraclavicular foi utilizada em 4 casos (13,3%), sempre que se impôs reparação arterial, tendo sido a via trans-axilar a preferencial nos restantes. A sintomatologia neurológica foi a mais prevalente (73,3%), por vezes em associação com a arterial (23,3%). Estudo radiológico da coluna cervical, electromiograma, doppler e angiografia dos membros superiores com manobras posicionais fizeram parte do estudo na maioria das situações. A duração média do internamento foi de 6,5 dias, verificando-se uma morbilidade pós-operatória de 6,7% (2 casos); 92,3% dos doentes foram observados ao 1.º mês e 53,8% ao 1.º ano, sem recidiva. Conclusões O SDTB é uma entidade pouco frequente e que obriga a uma elevada suspeição diagnostica, dado o polimorfismo da apresentação clínica e a multiplicidade de diagnósticos diferenciais. Na sua forma arterial, a maioria dos doentes apresenta costela cervical implicando a sua ressecção, optando-se pela via supraclavicular sempre que se lhe associe gesto arterial. Os resultados terapêuticos são bons, com baixa morbilidade. Observações Observações 44 45 Comunicações livres 20.06 Comunicações livres 20.06 ISQUEMIA MEDULAR COMO COMPLICAÇÃO DE CIRURGIA ENDOVASCULAR DA AORTA TORÁCICA ANEURISMAS POPLÍTEOS – ESTUDO RETROSPECTIVO DOS ÚLTIMOS 5 ANOS Paulo Gonçalves Dias, Rocha e Silva, Sérgio Sampaio, Alfredo Cerqueira, Joana de Carvalho, Sérgio Eufrásio, José Lopes, Pedro Almeida, Dalila Marques, Roncon de Albuquerque Baptista A., Antunes L., Moreira J., Nunes N., Pereira R., Gonçalves A., Anacleto G., Alegrio J., Fonseca M., Gonçalves O., Matos A. Albuquerque Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital S. João Hospitais da Universidade de Coimbra – Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Objectivo Apresenta-se caso clínico de acidente vascular medular isquémico complicando cirurgia endovascular de dissecção aórtica aguda tipo IIIb de deBakey. Objectivos Elaborar um estudo retrospectivo dos casos clínicos admitidos na nossa Instituição com o diagnóstico de aneurisma poplíteo ao longo dos últimos 5 anos. Métodos Doente de 43 anos, género masculino, fumador, hipertenso. Admitido no SU por síncope e dor pré-cordial. Apresentava-se pálido, hipersudorético, taquicárdico e hipertenso. Na auscultação os sons respiratórios estavam diminuídos à esquerda. O abdómen era indolor à palpação. Não tinha défices de pulsos e o exame neurológico era normal. A TAC toraco-abdominal identificou uma dissecção aórtica distal à artéria subclávia esquerda, envolvendo o tronco celíaco e artéria mesentérica superior, complicada com volumoso hemotórax esquerdo. Foi submetido a tratamento endovascular com endoprótese recta e selagem da porta de entrada, após criação de fenestração distal pelo verdadeiro lúmen. Material e Métodos Para a elaboração do presente estudo procedeu-se à consulta dos processos hospitalares de todos os doentes admitidos na nossa Instituição com o diagnóstico de aneurisma poplíteo entre 01 de Janeiro de 2004 e 31 de Dezembro de 2008 e analisaram-se variáveis epidemiológicas, co-morbilidades associadas, relação com aneurismas noutras localizações, forma de apresentação e diagnóstico, etiopatogenia, tratamento efectuado, patências e morbi-mortalidade. Resultado No pós-operatório permaneceu sem dor torácica ou dorsal, sem alterações dos biomarcadores cardíacos e da função renal, com pulsos distais amplos e com resolução gradual do hemotórax. Ao 4º dia desenvolveu paraplegia súbita com nível de sensibilidade por T10 que manteve durante todo o internamento. Ao 10º mês de seguimento tinha uma vida de relação normalizada, encontrava-se em programa de reabilitação, mantendo paraparésia espástica, sensibilidades táctil e proprioceptiva preservadas e controlo adequado de esfíncteres. Discussão Os défices neurológicos após o tratamento endovascular da aorta torácica são uma complicação pouco previsível e podem estar associados a mortalidade e morbilidade grave. A sua incidência pode chegar aos 12%, comparativamente com 2% a 21% na cirurgia aberta. O mecanismo subjacente à ocorrência de isquemia medular parece ser multifactorial e permanece pouco compreendido. A drenagem cefalorraquidiana para manter uma pressão de liquor de 10mmHg pode estar indicada, especialmente quando a endoprótese cobre um segmento aórtico longo ou inclui T9 a T12 (origem da artéria radicular magna – Adamkiewicz) ou existe história de cirurgia prévia de correcção de aneurisma da aorta abdominal. Resultados De um total de 61 doentes, 37 apresentavam aneurismas bilaterais, o que perfaz um total de 98 aneurismas. Desses 61 doentes, 58 eram do sexo masculino e 3 do sexo feminino, e a média de idades foi de 66,9 anos. 22 doentes apresentavam aneurismas noutras localizações. Os aneurismas assintomáticos constituíram a forma de apresentação mais frequente seguida da isquémia aguda por trombose do aneurisma. Dentro da totalidade dos aneurismas poplíteos (n=98), 37 foram operados electivamente, 29 de urgência e 32 não foram operados. As intervenções cirúrgicas de eleição foram a exclusão do aneurisma através de “bypass” fémoro-poplíteo distal com veia safena interna homolateral invertida (n=48) ou com prótese de PTFE8 anelada (n=16), sendo as taxas de patência primária de 98% com o uso de veia e de 69% com o uso de prótese (que motivaram 3 amputações supracondilianas) até à data da alta. Não se verificou mortalidade. Conclusões Os aneurismas poplíteos são mais prevalentes no sexo masculino, frequentemente bilaterais, e existe uma forte relação entre estes e aneurismas noutras localizações/megadistrofia arterial generalizada. O tratamento cirúrgico ideal é o realizado electivamente com material autólogo, sendo as taxas de patência com o recurso a material protésico bastante inferiores. Observações Observações 46 47 Comunicações livres 20.06 Comunicações livres 20.06 ISQUEMIA MESENTÉRICA – UM CASO CLÍNICO INVULGAR ISQUEMIA AGUDA DE MEMBRO SUPERIOR: UMA CLÍNICA FREQUENTE, DUAS CAUSAS RARAS João Correia Simões, Amílcar Mesquita, Celso Carrilho Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar do Alto Ave, Unidade de Guimarães Objectivo Os autores apresentam um caso clínico de isquemia intestinal crónica associada a doença arterial periférica. Dada a sua raridade e evolução invulgar surge o interesse desta comunicação oral. Caso clínico Homem de 60 anos, fumador e hipertenso que recorre ao Serviço de Urgência por dor abdominal intensa. História de dor abdominal crónica pós-prandial, astenia e perda ponderal involuntária com meses de evolução. Úlcera gástrica diagnosticada 10 meses antes. Claudicação intermitente dos membros inferiores com ausência de pulsos femorais. Realizou angio-RMN que mostrou oclusão da aorta abdominal infra-renal e das artérias ilíacas, estenose da artéria renal direita, oclusão do tronco celíaco, da artéria mesentérica superior e inferior. Foi programada realização de bypass aortobifemoral e revascularização da artéria mesentérica superior. Na laparotomia verificou-se a presença de colecistite aguda gangrenosa. As ansas do intestino delgado apresentavam áreas de cianose reversível, sem necrose intestinal. Efectuada colecistectomia, optou-se por executar concomitantemente um bypass axilobifemoral. Às 48h foi efectuado second-look com ressecção segmentar de ansas de intestino delgado necrosadas. Foi posteriormente submetido a bypass aortobifemoral com revascularização da artéria mesentérica superior e remoção do bypass axilobifemoral. Na TAC de controlo verificou-se permeabilidade do enxerto aortobifemoral mas trombose do enxerto de revascularização visceral. Contudo, estava menos sintomático e tolerava a alimentação. Teve recorrência da sintomatologia de angina intestinal. Realizou angiografia visceral que não mostrou nenhum eixo visceral com possibilidade de nova revascularização. Visualização de circulação colateral. Posteriormente foi conseguida reintrodução progressiva da alimentação oral. Está assintomático há 7 meses e recuperou o seu peso habitual. Discussão A isquemia mesentérica crónica é relativamente rara mas extremamente grave, podendo levar à morte por inanição ou enfarte intestinal. No caso clínico apresentado, a dor abdominal do doente era sistematicamente atribuída à úlcera gástrica o que contribuiu para um atraso diagnóstico de 10 meses. Contudo, úlcera gástrica e gastroduodenite são tão frequentes que são quase patognomónicas de isquemia mesentérica crónica. A estratégia cirúrgica inicial teve de ser modificada pela presença de colecistite aguda gangrenosa. Após o bypass axilobifemoral, como a sintomatologia se mantinha, apesar de menos intensa, foi efectuado bypass aortobifemoral com revascularização simultânea da artéria mesentérica superior. Foi usada uma prótese de Dacron revestida a prata para minimizar a probabilidade de infecção. Apesar da falência da revascularização intestinal, o doente está assintomático. Esse facto deve ser devido ao desenvolvimento de circulação colateral. Carvalho JP, Ramos JF, Pinto JP, Vidoedo JC,Dias PG, Tenreiro J, Albuquerque RR Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de S. João, Porto Introdução A incapacidade para identificar uma causa embolígena ou factores de risco cardiovasculares é surpreendentemente comum em casos de isquemia aguda. São apresentados dois casos de embolização periférica, cuja investigação evidenciou etiologias pouco frequentes. Caso1: É apresentado o caso de uma jovem admitida no Serviço de Urgência (SU) com clínica de tromboembolismo pulmonar e isquemia aguda do membro superior esquerdo. Na ausência de origem cardíaca embolígena, foi considerada a possibilidade de embolização arterial paradoxal, tendo-se realizado ecocardiograma transesofagico, que confirmou a presença de buraco oval patente com gradiente de pressão direita-esquerda. A arteriografia evidenciou oclusão da artéria subclávia esquerda e trombo não oclusivo no tronco braquiocefálico com extensão à carótida comum direita (ACCD). Procedeu-se a tromboembolectomia braquial bilateral, com protecção cerebral por clampagem da ACCD, e tromboembolectomia distal desta. A cirurgia e o pós-operatório decorreram sem intercorrências. Caso2: Trata-se de um doente de 57 anos, fumador, sem outros antecedentes patológicos relevantes, que foi referenciado ao SU por arrefecimento, parestesias e palidez da mão esquerda de início súbito. Confirmado o diagnóstico de isquemia aguda, foi submetido a embolectomia úmero-distal e proximal, com recuperação de pulsos distais. Exclui-se fonte cardíaca de embolização por ecocardiograma. Por ter pulso axilar aumentado, procedeu-se a ecodoppler desta região que evidenciou imagem compatível com aneurisma sacular axilar com cerca de 5 cm de diâmetro transversal. Foi submetido a ressecção do aneurisma e anastomose topo-atopo da artéra axilar, que decorreu sem complicações. Aos 2 meses de follow-up encontra-se assintomático com pulsos radial e cubital palpáveis. Conclusão Estes casos alertam para a existência de causas raras de isquemia aguda e a necessidade de uma investigação etiológica adicional quando a origem embolígena não é evidente. São situações raras mas tratáveis, cujo sub-diagnóstico pode acarretar eventos de repetição e morbilidade acrescida. Observações Referências 1. Huber TS, Lee WA, Seeger JM. Chronic mesenteric ischemia. In Rutherford RB (ed): Vascular Surgery, 6th ed., Elsevier Saunders; 124:1732-47, 2005. 2. Schneider DB, Schneider PA, Reilly LM, Ehrenfeld WK, Messina LM, Stoney RJ. Reoperation for recurrent chronic visceral ischemia. J Vasc Surg 27:276-84, 1998. 3. Van Damme H, Jaquet N, Belaiche J, et al: Chronic ischemic gastritis: An unusual form of splanchnic vascular insufficiency. J Cardiovasc Surg (Torino) 33:351, 1992. 48 49 Comunicações livres 20.06 Comunicações livres 20.06 A SIMPATICECTOMIA LOMBAR POR VIA ENDOSCÓPICA ANEURISMAS AORTO-ILÍACOS: A EXPERIÊNCIA DA UNIDADE DE CIRURGIA VASCULAR DO HOSPITAL CENTRAL DO FUNCHAL C. M. Costa Almeida, Luís Carvalho, Luís Reis, C. E. Costa Almeida Lucília Nóbrega, Nivaldo Nunes, José França Centro Hospitalar de Coimbra - Cadeira de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Coimbra Unidade de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Central do Funchal A simpaticectomia lombar mantém indicações para a sua realização, umas indiscutíveis, outras sujeitas a alguma controvérsia, como a isquémia crónica aterosclerótica dos membros inferiores, muitas vezes associada a diabetes mellitus. A via endoscópica veio tornar a simpaticectomia lombar numa operação muito pouco traumática, que se pode praticar em cirurgia de ambulatório ou de 24 horas, não prolongando por mais do que esse tempo a permanência no hospital dos doentes eventualmente internados. Complicações são poucas e pouco frequentes, ao contrário da via aberta na qual se referia uma taxa de complicações próxima da da cirurgia de revascularização arterial, quando praticadas ambas em casos de isquémia crónica. Continua a não ser possível prever adequadamente o resultado que se vai obter em cada caso individual, mas sendo agora uma intervenção tão pouco traumática é aceitável que se execute nessas condições. A doença aterosclerótica é progressiva e de tratamento sempre paliativo, e em situações críticas de revascularização impossível pouco mais há a fazer que aguardar a evolução, com posterior amputação do membro. É aí que esta técnica minimamente invasiva, pouco traumática e que permite a alta precoce, é uma opção que pode ser altamente benéfica para um doente cronicamente sofredor: pode aliviar significativamente a dor em repouso, ajudar na cicatrização das úlceras e necrose superficial e prolongar a viabilidade do membro em risco iminente de amputação. Resultados positivos e reais têm sido conseguidos por nós em cerca de 60% dos casos. É apresentada neste vídeo a abordagem que fazemos aos doentes, a sua posição na mesa de operações, o acesso ao espaço retroperitoneal, a colocação dos trocares e a execução técnica da simpaticectomia. Os aneurismas da aorta abdominal são os mais frequentes dos aneurismas arteriais, com envolvimento concomitante das artérias ilíacas em 25% dos casos. São a 15ª causa de morte no mundo e a 10ª em homens com mais de 55anos. Desde a primeira descrição do aneurisma da aorta abdominal pelo anatomista Versalius no séc. XVI a história desta doença tem reflectido o notável progresso da cirurgia ao longo das gerações. Os autores propõem-se a analisar retrospectivamente os 47 doentes (45 do sexo masculino e 2 do sexo feminino) internados na Unidade de Cirurgia Vascular entre Janeiro de 2000 e Fevereiro de 2009 com o diagnóstico de aneurisma da aorta abdominal e/ou ilíaco. Os autores analisaram factores de risco, tipo de aneurisma, apresentação clínica, dimensão do aneurisma e exames complementares de diagnóstico, duração de internamento. Realçam-se aspectos da estratégia pré-operatória, critérios de técnica cirúrgica, resultados da morbimortalidade precose e tardia. Observações Observações 50 51 Posters Posters Posters POSTER Nº 6 FALSO ANEURISMA TRAUMÁTICO DA AORTA ABDOMINAL INFRA-RENAL: CASO CLÍNICO POSTER Nº 7 TRATAMENTO ENDOVASCULAR DE ESTENOSE SEGMENTAR AÓRTICA INFRA-RENAL CASO CLÍNICO Joana Moreira, Luís Antunes, Ana Baptista, Nivaldo Nunes, Ricardo Pereira, Anabela Gonçalves, Gabriel Anacleto, João Alegrio, Manuel Fonseca, Óscar Gonçalves, Vítor Carvalheiro, Albuquerque Matos Luís Antunes, Ana Baptista, Joana Moreira, Nivaldo Nunes, Ricardo Pereira, Anabela Gonçalves, Gabriel Anacleto, João Alegrio, Manuel Fonseca, Óscar Gonçalves, Vítor Carvalheiro, Albuquerque Matos Hospitais da Universidade de Coimbra - Serviço Angiologia e Cirurgia Vascular / Serviço de Imagiologia – Hospitais da Universidade de Coimbra - Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Sector da Angiografia e Intervenção Objectivos Apresentação sob a forma de poster de um caso clínico de falso aneurisma pós-traumático da aorta abdominal infra-renal. Objectivos apresentação de caso clínico observado e tratado no serviço em Abril de 2009. Importância da abordagem endovascular no tratamento de uma estenose segmentar aórtica. Material e Métodos Caso clínico – Doente do sexo feminino de 52 anos, com história de traumatismo da região lombar duas semanas antes. Medicada com anti-inflamatório e não havendo melhoria do quadro de lombalgia, recorreu novamente ao hospital da área de residência onde fez estudo analítico (hemograma e bioquímica) e imagiológico (ecografia e TAC abdominal). Detectados anemia e hematoma peri-aórtico por provável rotura da aorta abdominal. Estes achados motivaram transferência para centro de referência onde foi admitida consciente e orientada, hemodinamicamente estável, e sem outras alterações dignas de registo. Realizou novo estudo Angio-TAC (helicoidal) que revelou um falso aneurisma da aorta abdominal, abaixo da emergência das artérias renais. Dada a estabilidade clínica e topografia lesional optou-se por tratamento cirúrgico endovascular com colocação de endoprótese (stent revestido - Jostent stentgraft 6-12mm x 58mm). Sem complicações peri-operatórias. Material e Métodos Os autores apresentam o caso clínico de doente sexo masculino, 73 anos, com história de claudicação nadegueira bilateral e ausência de pulsos femorais. TAC, ecoDoppler e arteriografia revelam lesão segmentar pré-oclusiva da aorta infra-renal, tratada por implantação de stent. Efectuam uma revisão da literatura sobre o papel da terapia endovascular neste tipo de lesões. Resultados Exclusão do falso aneurisma confirmada por aortografia pós-procedimento. Período pós-operatório sem complicações, locais ou sistémicas. Ao 3º dia, após normalização dos níveis de hemoglobina, teve alta medicada com anti-agregante plaquetário. Conclusões Um falso aneurisma da aorta na sequência de traumatismo fechado abdominal ou lombar é uma situação rara, ocorrendo menos frequentemente do que a rotura traumática da aorta. A sua localização infra-renal é a menos habitual, podendo a lesão ser causada por traumatismo directo da aorta ou ser secundária a fracturas ou hiper extensão da coluna. A terapêutica cirúrgica do falso aneurisma pós-traumático da aorta por via clássica ou endovascular é mandatória logo que este diagnóstico é estabelecido, de forma a evitar uma alta taxa de mortalidade associada a estas situações. Resultados Ecodoppler – aorta abdominal com estenose significativa a condicionar fluxo monofásico nas artérias ilíacas; ABI – 0,42 bilateralmente; Angiografia – estenose pré-oclusiva da aorta infra-renal (> 95%) com 8cm de extensão. Efectuou-se terapêutica endovascular com colocação de stent de Nitinol auto-expansível 14x80mm seguida de dilatação com balão 14x60mm; No primeiro dia pós-angioplastia o doente tem alta sob terapêutica médica com dupla anti-agregação, apresentando-se assintomático, e com pulsos pedioso e tibial posterior palpáveis bilateralmente. Conclusões A angioplastia com colocação de stent é o tratamento de escolha nas lesões focais aórticas, pois apresenta excelentes resultados técnicos e clínicos, e uma menor taxa de morbilidade e mortalidade relativamente a cirurgia convencional. Observações Observações 54 55 Posters Posters POSTER Nº 8 ANEURISMA DA ARTÉRIA ESPLÉNICA POSTER Nº 9 ISQUEMIA AGUDA POR EMBOLISMO AÓRTICO - A PROPÓSITO DE UM CASO RARO Ricardo Pereira, Nivaldo Nunes, Joana Moreira, Ana Baptista, Luís Antunes, Anabela Gonçalves, Gabriel Anacleto, João Alegrio, Manuel Fonseca, Óscar Gonçalves, Albuquerque Matos Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular - Hospitais da Universidade de Coimbra Pedro Amorim; Lourenço C. e Sousa; Karla Ribeiro; Gonçalo Sobrinho; Daniela Gonçalves; Teresa Vieira; Nuno Meireles; Pereira Albino; Ana Rita Matos; Cristina Rodrigues; Francisco Félix Objectivo Apresentação, sobre a forma de poster, de um caso clínico de aneurisma da artéria esplénica e análise da experiência do Serviço. Resumo A embolia aguda da aorta abdominal é uma entidade clínica pouco frequente, porém com implicações clínicas graves se não resolvida rapidamente. O tempo que medeia o início do quadro clínico e a embolectomia tem relevância directa na mortalidade que pode chegar aos 25%. Ainda que na maioria dos casos a embolização seja de origem cardíaca (90-95%) estão descritas outras etiologias, nomeadamente embolização tumoral ou de corpos estranhos. Os autores descrevem um caso clínico de oclusão aguda da bifurcação aórtica por embolização tumoral em contexto de pós operatório imediato de cirurgia de ressecção pulmonar por metástases de leimiossarcoma do rim com invasão vascular. O pronto diagnóstico e embolectomia foram decisivos na reversão do quadro clínico e recuperação da doente sem sequelas ou intercorrências relevantes no pós operatório, nomeadamente decorrentes de síndroma de revascularização. Aos 3 meses de follow-up em consulta externa não se verifica indícios de nova recidiva tumoral. Apenas 11 casos de embolização arterial com origem em tumores/metástases pulmonares estão descritos na literatura, nenhum devido a leiomiossarcoma renal, nenhum com oclusão tão proximal. Material e Métodos Consulta do processo clínico individual de 10 doentes tratados no Serviço desde 1989, 5 homens e 5 mulheres, com idade média de 53,5 anos. Resultados Apresenta-se o caso de doente de 50 anos, hipertensa e com antecedentes de sindroma depressivo, em cujo estudo de queixas torácicas inespecíficas foi detectado, por tomografia computorizada, imagem sugestiva de “aneurisma sacular com origem na artéria ou veia esplénica com cerca de 3 cm de maior eixo”. O estudo angiográfico selectivo do tronco celíaco confirmou a origem arterial, tendo-se optado pela embolização com “coils”. O procedimento decorreu sem intercorrências, mantendo-se a doente assintomática e apresentando sucesso técnico em exame imagiológico de controlo. Da totalidade dos casos tratados no Serviço, apenas um foi sintomático (rotura), a artéria esplénica foi a mais frequentemente envolvida (60%) e o tratamento consistiu em exérese (6 casos) ou embolização por via percutânea (2 casos), sem morbilidade assinalável e com sucesso terapêutico pleno. Centro Hospitalar Lisboa Norte | Serviço de Cirurgia Vascular & Serviço de Cirurgia Torácica Observações Conclusões Os aneurismas das artérias viscerais são uma forma incomum mas importante de doença vascular, dado muitas vezes se apresentarem como emergências médicas, acarretando uma taxa de mortalidade considerável. A dificuldade diagnóstica que os caracteriza tem vindo a ser ultrapassada pelo incremento dos exames imagiológicos, sendo a arteriografia selectiva ainda fundamental para o planeamento terapêutico. Neste aspecto, a cirurgia convencional continua a ser a base do tratamento, pese embora os procedimentos endovasculares electivos assumam cada vez maior relevância, com taxas de sucesso semelhantes e menor morbilidade. Observações 56 57 Posters Posters POSTER Nº 10 ANEURISMA ESPLÉNICO – CORRECÇÃO ENDOVASCULAR POSTER Nº 11 ANEURISMA DA VEIA AXILAR PÓS-PTA – UM CASO CLÍNICO Daniel Brandão, Miguel Maia, Joana Ferreira, Sandrina Braga, João Vasconcelos, Alexandra Canedo, Victor Martins, Miguel Lobo, Guedes Vaz Müller Pinheiro, Inês; Marques, Gil; Ferreira, Maria José; Duarte, Nádia; Gonçalves, Ana; Barroso, Pedro; Gonzalez, António; Menezes, José Daniel Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Garcia de Orta Resumo Objectivo Apresentar um caso de aneurisma esplénico tratado por via endovascular. Introdução Os autores apresentam um caso clínico, que ilustra uma complicação pouco frequente da angioplastia transluminal percutânea (PTA) no tratamento das estenoses dos enxertos para hemodiálise, que consistiu num falso aneurisma tardio da veia axilar. Este poster revela a solução que se encontrou para o seu tratamento e as restantes alternativas terapêuticas. Materiais e métodos Doente de 51 anos, sexo feminino, referenciada após lhe ter sido diagnosticado um aneurisma esplénico durante a realização de uma ecografia abdominal de rotina. Na sequência, foi realizada uma Tomografia Computorizada (TC) que, para além de confirmar o diagnóstico, demonstrou tratar-se de um aneurisma do terço médio da artéria esplénica com 2 cm de maior diâmetro. Foi decidida a abordagem endovascular. Desta forma foi colocado um stent coberto Bard Fluency 6 x 40 mm após acesso femoral, sem complicações. Resultados Seis meses após o procedimento, foi efectuada nova TC que demonstrou a exclusão do aneurisma com redução das suas dimensões, bem como a permeabilidade do stent. Conclusões Os aneurismas da artéria esplénica muito embora invulgares, não deixam de assumir relevância dada a elevada mortalidade associada à sua rotura. Quando diagnosticados, podem ser abordados de diferentes formas, mediante o tamanho, localização e existência ou não de gravidez concomitante. Deste modo, embora a cirurgia clássica constitua a abordagem mais habitual, a terapêutica endovascular tem vindo a assumirse como uma alternativa clara. A raridade da entidade em questão poderá limitar a realização de estudos randomizados que confirmem a não-inferioridade da terapêutica endovascular face à cirurgia clássica. No entanto, a eficácia e limitada morbilidade associada a esta técnica têm levado a que um número crescente de autores a assuma como a abordagem de primeira escolha para os aneurismas esplénicos. Observações Material e Métodos Doente de sexo masculino, 83 anos, que foi submetido a PTA por estenose fibroplásica da anastomose venosa de enxerto úmero-umeral, de PTFE, no braço esquerdo. Este doente desenvolveu tumefacção pulsátil na região axilar 7 dias depois do procedimento. Os exames efectuados (ecodopler e angiografia) revelaram um falso aneurisma da veia axilar pós-estenose residual da anastomose venosa. O doente foi submetido a aneurismectomia parcial com interposição protésico-veia axilar com prótese de PTFE de 6 mm. Discussão As intervenções endovasculares para o tratamento das complicações dos acessos vasculares, nomeadamente a estenose das veias de drenagem dos enxertos, constituem uma alternativa válida à cirurgia, permitindo manter a função do acesso e preservar segmentos venosos distais para futuros acessos. No entanto, acompanham-se de uma taxa de complicações que varia entre 1,7 e 6,6%, que incluem roturas venosas mais ou menos extensas e estenoses residuais, das quais podem resultar tardiamente falsos aneurismas. Estes últimos podem ser tratados por métodos endovasculares ou cirúrgicos. Neste caso optámos pela correcção cirúrgica pois permitia tratar a estenose resistente à PTA e o falso aneurisma, com diminuição do volume na região axilar e da consequente compressão local. Neste poster serão discutidas as alternativas terapêuticas para este tipo de situação e as suas vantagens. Conclusão Os cirurgiões vasculares devem ter um bom conhecimento das modalidades, limites técnicos e indicações dos procedimentos endovasculares intervencionais e correcções cirúrgicas nos enxertos de hemodiálise, de forma a poder tomar a atitude mais adequada para cada caso. Observações 58 59 Posters Posters POSTER Nº 12 REPARO ENDOVASCULAR DE TRAUMATISMO DA ARTÉRIA ILÍACA - RELATO DE TRÊS CASOS. POSTER Nº 13 TRATAMENTO ENDOVASCULAR FÍSTULA ARTERIO-VENOSA RENAL IATROGÉNICA PÓS-TUMORECTOMIA LAPAROSCÓPICA. Alexandre Aranha, Orlanda Castelbranco, Sérgio Silva, Vítor Bettencourt, Duarte Medeiros Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. E.P.E- Hospital de Egas Moniz Introdução Lesões da artéria ilíaca são lesões graves, potencialmente fatais, e representam cerca de 10% de todas as lesões vasculares abdominais e cerca de 2% de todas as lesões vasculares. A abordagem cirúrgica por via clássica é o tratamento gold standard para maioria dessas lesões. Contudo, a terapia endovascular torna-se uma opção cada vez mais frequente atualmente. Objectivo Relatar três casos de reparo endovascular de traumatismo da artéria ilíaca ocorrido no serviço de cirurgia vascular no período de Abril de 2007 a Abril de 2009. Casos Clínicos Caso 1: Doente 56 anos, com antecedente de cirurgia ortopédica por prótese de anca em 1991, submetido a cirurgia de retirada da prótese por infecção. Evolui no pós-operatório com choque hipovolémico e sangramento activo pela incisão cirúrgica. No angio-TAC observou-se erosão da parede posterior da artéria ilíaca externa pelo extravasamento do cimento da prótese de anca através do acetábulo. Caso 2: Doente 50 anos, submetida a cirurgia da coluna lombar, evoluindo com hematoma retroperitoneal. No angioTAC identificou-se lesão em veia ilíaca interna esquerda e fístula arteriovenosa. Caso 3: Doente 45 anos, vítima de ferimento por arma branca em fossa ilíaca esquerda. A abordagem inicial de todos os casos foi por dissecção da artéria femoral comum ipsilateral, com colocação de introdutor 10 Fr, por onde foi realizada arteriografia retrógrada para confirmação e localização da lesão. Nos três casos utilizou-se stent revestido auto-expansivo Wallgraft® (Boston Scientific). Houve sucesso técnico imediato em 100% dos casos. Ruy Fernandes e Fernandes, José Fernandes e Fernandes, José Reis Santos, Luís Mendes Pedro, José Paulo Freire, Ana Envagelista, Paulo Sousa Instituto Cardiovascular de Lisboa - Serviço de Cirurgia Vascular I (Hospital de Santa Maria) - Centro Hospitalar Lisboa Norte O diagnóstico de carcinoma das células renais é frequentemente precoce, o que permite a adopção de tratamentos cirúrgicos conservadores, como a tumorectomia laparoscópica. A hemorragia intraparenquimatosa renal é uma complicação grave deste procedimento, manifesta-se por hematúria severa e é causada por fístula arterio-venosa, fístula arterio-calicial ou falso aneurisma intra-parenquimatoso. Os autores apresentam um caso de um homem de 57 anos, diabético, submetido a tumorectomia laparoscópica de carcinoma de células renais (tumor de células claras) do rim esquerdo assintomático, que uma semana após a cirurgia desenvolve quadro de hematúria franca e dor intensa no flanco esquerdo com necessidade de suporte transfusional. O estudo por TC mostrou a presença de fístula arterio-venosa(FAV) e falso aneurisma com 2.3 cm do rim esquerdo. A 10/7/2008 foi submetido a embolização selectiva da FAV e do falso aneurisma com colocação de coils com sucesso, tendo-se obtido encerramento da FAV e exclusão quase completa do falso aneurisma, com pequeno leak residual. No pós-operatório imediato observou-se o desaparecimento da hematúria e da dor abdominal. Duas semanas após o procedimento endovascular, verifica-se reaparecimento da hematúria, e o estudo por TC mostra a exclusão incompleta do falso aneurisma, com persistência da FAV. A 26/7/2008 é submetido a nova embolização com coils, com obtenção da exclusão completa do falso aneurisma. Dez meses depois, o doente encontra-se bem, sem novos episódios de hematúria e sem evidência de recidiva tumoral. Observações Considerações finais A abordagem endovascular no reparo de lesão traumática da artéria ilíaca mostra ser um método eficiente e seguro para pacientes seleccionados. Observações 60 61 Posters Posters POSTER Nº 14 TRATAMENTO ENDOVASCULAR DE ANEURISMA SACULAR DA ARTÉRIA RENAL POSTER Nº 15 EROSÃO VERTEBRAL EXTENSA PROVOCADA POR ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL Ruy Fernandes e Fernandes, José Fernandes e Fernandes, José Reis Santos, Luís Mendes Pedro, José Paulo Freire, Ana Envagelista, Paulo Sousa Paulo Gonçalves Dias, José Meira, Costa Lima, José Vidoedo, Joana de Carvalho, Rocha e Silva, Roncon de Albuquerque Instituto Cardiovascular de Lisboa - Serviço de Cirurgia Vascular I (Hospital de Santa Maria) - Centro Hospitalar Lisboa Norte Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital S. João Resumo Os aneurismas das artérias renais são entidades clínicas raras, frequentemente assintomáticos, mas que se podem manifestar por ruptura, hipertensão arterial grave ou enfarte renal . Vários factores foram implicados na sua patogénese, nomeadamente alterações congénitas da túnica média, aterosclerose e fibrodisplasia. Em 75% dos casos apresentam morfologia sacular e o envolvimento de ramos da artéria renal é comum. O risco de ruptura parece estar aumentado quando o diâmetro do aneurisma é superior a 2cm pelo que a sua reparação está indicada, mesmo em casos assintomáticos. A correcção cirúrgica convencional é a terapêutica de escolha, mas o tratamento endovascular com colocação de endoprótese ou embolização parcial pode ser uma alternativa. Os autores apresentam um caso de uma mulher de 61 anos, com hipertensão bem controlada, com aneurisma da artéria renal direita com 4 cm, detectado em exame de rotina. Realizou angioTC para caracterização morfológica que mostrou aneurisma do terço distal da artéria rena direita, sacular, com 4 cm de maior diâmetro, de colo estreito que dava origem a ramo polar inferior. A 22/4/2009 a doente foi submetida a exclusão do aneurisma com endoprótese Fluency® (Bard) com sucesso, com necessidade de exclusão de ramo descrito, não se observando hipoperfusão significativa do pólo inferior do rim. Após o procedimento, verificou-se estabilidade da função renal e não houve agravamento da hipertensão arterial. Observações Objectivo Apresenta-se caso clínico de destruição invulgarmente extensa de corpos vertebrais secundária a aneurisma da aorta abdominal Métodos Doente de 64 anos, género masculino, com história de hipertensão e paraplegia desde os 20 anos de idade por traumatismo, referenciado por achado ecográfico incidental de aneurisma da aorta abdominal. Ao exame físico apresentava abdómen globoso, indolor à palpação, com massa pulsátil periumbilical. A caracterização por TAC abdomino-pélvico demonstrou aneurisma fusiforme da aorta infra-renal, com 10 cm de maior diâmetro, que condicionava acentuada erosão do corpo vertebral de L3 e dos discos intervertebrais adjacentes. O corpo vertebral era ocupado por parte do aneurisma e exibia apenas integridade do muro posterior. O doente não tinha dor lombar ou radicalgia. Resultado Foi submetido a correcção cirúrgica com interposição de enxerto tubular aórtico com prótese de Dacron. Dada a paraplegia e a imobilidade do doente não se procedeu a posterior cirurgia de reconstrução da coluna lombar. Discussão A erosão das vértebras lombares é uma condição rara devido a aneurismas da aorta abdominal primários. Na literatura estão descritos casos esporádicos associados a doenças inflamatórias (doença de Behçet e aortite sifilítica) ou a pseudoaneurismas. No presente caso a destruição óssea desenvolveu-se provavelmente como resultado de um processo mecânico passivo. Dor lombar e ciatalgia são os sintomas mais frequentes. Por risco de instabilidade devido a ausência de suporte anterior da coluna, o tratamento ortopédico cirúrgico (estabilização e fusão) deve ser considerado após correcção do aneurisma. Observações 62 63 Posters Posters POSTER Nº 16 ANEURISMA DA ARTÉRIA UMERAL: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO POSTER Nº 17 ANEURISMA SACULAR DA ARTÉRIA RADIAL – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Carolina Vaz, Luís Vilaça, Rui Machado, Clara Nogueira, Tiago Loureiro, Luís Loureiro, Arlindo Matos, Rui de Almeida Nádia Duarte, Maria José Ferreira, Ana Gonçalves Marcolino, António González, Inês Pinheiro, Pedro Barroso, Gil Marques, José Daniel Menezes Serviço de Angiologia e Cirurgia vascular; Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular – Hospital Garcia de Orta Introdução A doença aneurismática da artéria umeral é uma entidade clínica rara cujo pico da prevalência está descrito na quarta década de vida e em 90% dos casos em indivíduos do sexo masculino. Estão documentados na literatura dois grandes grupos etiológicos: o traumatismo e a infecção sendo os restantes casos idiopáticos. Resumo Introdução Apresentamos um caso sobre aneurisma da artéria radial, entidade rara e de causa raramente identificada. Objectivos Os autores descrevem um caso clínico de isquemia aguda do membro superior esquerdo (MSESq) consequente a trombose de aneurisma da artéria umeral. Material e Métodos Doente do sexo masculino com 65 anos de idade admitido no serviço de urgência por quadro clínico compatível com isquemia aguda do MSEsq. Foi registado episódio prévio (8 meses antes) de isquemia aguda localizada ao mesmo membro por provável fonte cardioembólica, com resolução em 24 horas sob tratamento hipocoagulante. Ao exame objectivo verificou-se presença de pulso axilar e ausência de pulsos umeral, radial e cubital esquerdos. Resultados O estudo por ecodoppler e confirmado por TAC helicoidal com contraste revelou a presença de aneurisma sacular trombosado na origem da artéria umeral esquerda e sinais de trombose parcial nos segmentos distais ao aneurisma. Procedeu-se a abordagem cirúrgica da artéria umeral na fossa antecubital com trombectomia distal cubital e radial. Abordagem na totalidade da artéria umeral desde a sua origem com aneurismectomia e pontagem axilo-umeral com Veia Safena Invertida Termino-terminal. O doente teve alta clínica ao 5º dia pós-operatório. No follow-up clínico e imagiológico está assintomático com pontagem permeável. O estudo histológico do saco aneurismático confirmou a presença de estruturas fibrosas, focalmente calcificadas compatíveis com parede de aneurisma arterial de etiologia aterosclerótica. Conclusões O diagnóstico de doença aneurismática da artéria umeral impõe tratamento cirúrgico mandatório, dado o risco de embolização ser de 33%, valor não desprezável quando comparado com a baixa morbilidade associada ao procedimento cirúrgico. Caso clínico Doente de 63 anos de idade, do sexo feminino, referenciada à consulta de Cirurgia Vascular por crescimento de massa pulsátil, logo após a tabaqueira anatómica da mão esquerda. Sem evidência de traumatismo local prévio e sem parestesias, cianose ou sinais de infecção local na mão. A arcada palmar encontrava-se permeável, com teste de Allen negativo. Os exames pré-operatórios, eco-doppler e angiografia, confirmaram o diagnóstico de aneurisma sacular da artéria radial, com 20 mm de maior eixo, arcada palmar permeável e sem sinais de embolização distal. Submetida a aneurismectomia parcial com laqueação dupla proximal e distal e endoaneurismorrafia. A cirurgia e pós-operatório decorreram sem complicações, nomeadamente complicações isquémicas. A avaliação anatomo-patológica confirmou o diagnóstico de aneurisma verdadeiro e o exame microbiológico foi negativo. Discussão Contrariamente ao caso clínico apresentado, os aneurismas da radial são normalmente pseudoaneurismas, maioritariamente de morfologia sacular e resultantes de lesões traumáticas iatrogénicas, como por exemplo na cateterização arterial, pelo que se assumiu esse diagnóstico até dispormos do resultado da anatomia patológica. A artéria radial é preferencialmente afectada na porção distal, onde se torna superficial. Conclusão Dos casos publicados sobre aneurismas verdadeiros da artéria radial, apenas um está descrito como sendo secundário a lesão ocupacional repetitiva, sendo a maioria de causa idiopática, que vem a favor do caso clínico apresentado. A configuração do aneurisma não deve servir para estabelecimento do diagnóstico definitivo, devendo ser pedido o exame anatomo-patológico. Não está definido ainda quais os aneurismas distais à artéria axilar que podem ser acompanhados sem conduta cirúrgica. Observações Observações 64 65 Posters Posters POSTER Nº 18 PHLEGMASIA CERULEA DOLENS: UM CASO CLÍNICO POSTER Nº 19 SINDROMA DO DESFILADEIRO TORÁCICO ARTERIAL (CASO CLÍNICO) Ferreira, J.; Canedo, A..; Brandão, D.; Maia, M.; Braga, S.; Vasconcelos, J.; Monteiro, P.; Brandão, P.; Vaz, A Alves, Gonçalo; Gonçalves, Frederico; Valentim, Hugo; Castro, João Silva; Castro, João A.; Capitão, Luis M Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Marta, Centro Hospitalar de Lisboa Central Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho - Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Objectivo Apresentação de um caso clínico de Phlegmásia Cerúlea Dolens, como primeira manifestação de adenocarcinoma do colon Caso clínico Indivíduo de 22 anos, sexo masculino, com antecedentes de doença de Crohn e trombose venosa profunda ílio-femoral esquerda, foi admitido no Serviço de Urgência por trombose venosa profunda íliofemoral direita, apesar de devidamente hipocoagulado (INR=2.5). Foi internado e medicado com heparina endovenosa e reforçadas medidas de drenagem postural. Cerca de 24 horas depois, verificou-se cianose do membro inferior direito, bem como ausência de pulsos tibial posterior e pedioso. Eram inaudíveis os fluxos doppler arteriais e constatou-se diminuição da sensibilidade e da mobilidade desse membro - quadro cínico compatível com phlegmasia cerulea dolens. Em consequência procedeu-se à colocação de filtro na veia cava inferior e o doente foi submetido a trombectomia venosa com realização de fístula arterio-venosa com veia safena interna. Cerca de 7 dias depois e devido à persistência de isquemia arterial irreversível o doente foi amputado bilateralmente. Na história clínica era evidente a perda de 12Kg em 3 meses e hematoquezias frequentes. Deste modo realizou uma TAC abdomino-pévica que evidenciou neoplasia do cólon transverso, posteriormente confirmada por histologia. Foi submetido a colectomia segmentar do transverso. Morreu em consequência de um quadro de falencia multi-orgânica um mês depois. Discussão A Phlegmasia caracteriza-se por trombose venosa das veias do membro inferior, da veia ilíaca e colaterais pélvicas, com consequente congestão venosa, edema e compromisso arterial. A taxa de mortalidade é elevada (20-40%) e com frequência é necessário proceder a amputação (24-60%). Este caso enfatiza o mau prognóstico da doença, mesmo em doentes muito jovens, bem como a associação entre carcinoma e trombose venosa profunda. Conclusão A phlegmasia é uma doença rara e potencialmente catastrófica em que é fundamental excluir malignidade. Objectivos As manifestações clínicas do Sindroma do Desfiladeiro Torácico (SDT) são predominantemente neurológicas, sendo as complicações arteriais raras, mas pontencialmente graves. Entre elas devemos citar aneurismas da artéria subclávia com complicações embólicas e trombose. Propomo-nos a apresentar um caso clínico ilustrativo deste sindrome. Material e Métodos Os autores reportam um caso de uma doente, de 39 anos de idade, com costela cervical bilateral, que se manifestou como isquémia do membro superior direito, por provável embolização com origem num aneurisma pós-estenótico da artéria subclávia ipsilateral. Procedeu-se à ressecção da costela cervical direita, trombectomia da artéria umeral seguida de interposição protésica subclávio-axilar e exclusão de aneurisma, com remissão completa do quadro clínico. Resultados e discussão As costelas cervicais e a primeira costela anômala são condições raras, presentes em aproximadamente 1% da população e em 4,5% dos SDT. Normalmente são achados em exames de imagem. A maioria é assintomática, poucas vezes necessitando de tratamento cirúrgico. As lesões arteriais são geralmente devidas a anormalidades ósseas e o inicio dos sintomas é precedido por trauma em 80% dos casos. A doente em questão possuia costela cervical bilateral completa (tipoIII), e relata história de trauma cervical, poucas semanas antes do agravamento dos sintomas, na prática de desportos de neve. Em complicações arteriais deste sindrome, o tratamento passa normalmente pela cirurgia. No caso clínico em questão, por se tratar de um SDT arterial por compressão de uma costela cervical, foi realizada uma via de acesso supraclavicular com ressecção da mesma, com exclusão do aneurisma e interposição protésica subclávio-axilar. Conclusão Os autores reportam um caso de sucesso, no tratamento de uma rara forma de apresentação de um sindrome, por si só pouco frequente, numa jovem activa e com necessidade de um diagnóstico célere e de um tratamento eficaz. Observações Observações 66 67 Posters Posters POSTER Nº 20 SINDROME DE ROUBO DA MÃO - O DESAFIO: MANTER O ANGIOACESSO E REVASCULARIZAR A MÃO POSTER Nº 21 ENDOTENSÃO? E O SACO ANEURISMÁTICO CONTINUA A CRESCER!!! E AGORA??? C. Joana Rodrigues, António Santos Simões Ferreira, J.; Canedo, A..; Brandão, D.; Maia, M.; Braga, S.; Vasconcelos, J.; Simões, J.; Barreto, P.; Martins, V.; Brandão, P.; Vaz, A Hospital de S. Teotónio, Unidade de Angiologia e Cirurgia Vascular Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho - Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Objectivos Apresentar uma solução para revascularizar a mão sem comprometer o funcionamento do acesso para hemodiálise. Objectivo Apresentação de um caso clínico de expansão do saco aneurismático após correcção endovascular de aneurisma da aorta abdominal. Materiais e Métodos Foi analisado o caso clínico de doente, sexo feminino, 71 anos, hipertensa, com uma fístula úmero-cefálica direita com 2 anos e queixas de arrefecimento, parestesias, dores e cianose da mão direita, progressivamente incapacitantes. É apresentado o acompanhamento da situação desde o diagnóstico, incluindo realização do mapeamento do padrão circulatório distal do membro superior direito através de exames de imagem – ecodoppler e angiografia, intervenção cirúrgica até ao follow-up. Caso clínico Indivíduo de 82 anos, sexo masculino, submetido a correcção endovascular de aneurisma da aorta abdominal de 8cm de diâmetro em 2003. O TAC de controlo realizado uma semana após o procedimento revelou que a prótese se encontrava bem posicionada, sem evidência endoleaks. Um ano depois (2004), realizou novo TAC que evidenciou diminuição do saco aneurismático para 5.8 cm e a presença de endoleak posterior. Em 2005 efectuou novamente TAC que mostrou saco anuerismático de 7 cm e angiografia que não confirmou a presença de endoleak. De seguida é submetido a angio-RM que mostrou saco aneurismático de 8 cm e confirmou a presença de endoleak tipo II. Em 2006, procede-se à laqueação da artéria mesentérica inferior e lombar esquerda e encerramento do saco aneurismático por via laparotómica. Em 2007 e 2008 realizou eco-doppler de rotina e constatou-se crescimento do saco aneurismático de 5.2 cm em 2007 para 6.5 cm em 2008, não tendo sido evidente a presença de endoleaks. O aumento do saco aneurismático para cerca de 6.7 cm foi confirmado por Angiotac, que não mostrou endoleak, dilatação do colo aneurismático ou migração da endoprotese. O doente mantém-se até à data assintomático, com controlo rigoroso dos factores de risco. Qual a conduta a seguir: Manter o doente em vigilância? Efectuar tratamento cirúrgico com remoção da endoprótese? Proceder a tratamento endovascular, reforçando a endoprótese? Resultados A doente com submetida a um bypass úmero-radial com recuperação de pulso radial palpável na tabaqueira anatómica, aquecimemento da mão e desaparecimento das queixas dolorosas e de parestesias. O angioacessso manteve-se funcionante com bom débito para a realização de hemodiálise Conclusões Embora seja uma situação rara, com incidências inferiores a 5%, o síndrome do roubo continua a pertencer à classe mais desafiante de complicações dos acessos para hemodiálise. O cirurgião vascular tem que recorrer a soluções engenhosas e por vezes únicas, para manter o angioacesso funcionante e simultaneamente resolver o quadro de insuficiência arterial distal. Observações Discussão e conclusão O significado da endotensão em doentes assintomáticos é controverso. Discutível é também a conduta terapêutica. Alguns centros optam por uma atitude pragmática removendo a endoprotese. Contudo os defensores de um tratamento conservador argumentam que a incidência de rotura é baixa, e as suas consequências desprezáveis. Observações 68 69 Posters Posters POSTER Nº 22 FENÓMENO DE RAYNAUD SUSPEITO DE SECUNDÁRIO POSTER Nº 23 ANGIOPLASTIA/STENTING COMO TRATAMENTO PRIMÁRIO DE FAILING-GRAFTS A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO Carlos M. Costa Almeida, Luís F. Carvalho, Luís S. Reis, Carlos E. Costa Almeida Augusto Ministro, Ana Evangelista, João Perdigão, Ruy Fernandes e Fernandes, Luís Mendes Pedro, A. Dinis da Gama Centro Hospitalar de Coimbra - Cadeira de Cirurgia Vascular da Faculdade de Medicina de Coimbra Alguma confusão existe na literatura sobre as denominações atribuídas à patologia descrita pela primeira vez por Maurice Raynaud, em 1862. Para nós, deve apelidar-se duma maneira geral de fenómeno de Raynaud a situação vasospástica que cursa por episódios, classicamente atribuídos à exposição ao frio, com variação da cor da pele das extremidades, em evolução habitualmente tricolor, branco, azul e vermelho. Se idiopática e de percurso benigno e discreto, com início na juventude, é a doença de Raynaud (ou fenómeno primário). Quando secundária a outras doenças, em especial doenças do colagénio, à cabeça das quais a esclerodermia, de aparecimento tardio (depois dos 40 anos) e evolução grave, por manutenção do vasospasmo no tempo, chama-se síndroma de Raynaud (fenómeno secundário). Esta é, assim, mais um sinal doutra doença, que pode inclusivamente anteceder de vários anos a sua eclosão clínica manifesta. Tem uma história natural de agravamento, e é muitas vezes esse agravamento, e a gravidade das lesões apresentadas, que torna o que era chamado de doença em síndroma de Raynaud, finalmente confirmada pelo diagnóstico da doença primária. Apresentamos o caso duma doente de 61 anos com fenómeno de Raynaud de longa evolução (20 anos), desde sempre com queixas marcadas e que inclusivamente levaram ao seu tratamento cirúrgico por simpaticectomia torácica e lombar, com bom resultado mas temporário. Face à gravidade das lesões e ao seu agravamento paulatino – períodos de isquémia mais marcada, com início de gangrena das pontas dos dedos das mãos e dos pés, só cedem ao iloprost e.v. - foi estudada em diversas ocasiões para despiste de doença do colagénio, sempre negativo. Por iniciativa própria e com o nosso conhecimento, foi a outro hospital doutra cidade durante um episódio mais agudo, e lá ficou internada para pesquisa de colagenose e tratamento do vasospasmo mantido. Mais uma vez o estudo foi negativo, e o tratamento aplicado, com prostaglandina E1 i.v., mostrou-se ineficaz: teve alta com quase gangrena dos pés e isquémia muito severa das mãos. Reingressou no nosso Serviço, foi medicada como habitualmente com iloprost, melhorou significativamente ao fim de uma semana e tudo reverteu ao fim de cinco. Trata-se de um caso de fenómeno de Raynaud que, clinicamente e pela sua evolução, parece ser secundário, mas para o qual, apesar de passados tantos anos, não se identifica causa primária. Será portanto primário, apesar de a clínica o contradizer? Deverá é ser englobado num grupo denominado suspeito de secundário. Serviço de Cirurgia Vascular 1 - Hospital de Santa Maria O reconhecimento precoce e o tratamento de enxertos em falência é por demais importante, e permite manter a permeabilidade dos mesmos, contribuindo assim para uma taxa maior de preservação de membros. Os autores apresentam o caso clínico de um doente de 57 anos de idade, sexo masculino, com antecedentes de tabagismo crónico, cardiopatia isquémica, hipertensão arterial, diabetes não insulino-dependente, e insuficiência renal crónica terminal em hemodiálise. Internado no Serviço de Cirurgia Vascular I do Hospital de Santa Maria, apresentando um quadro de isquémia crítica de membro único, por estenose pré-oclusiva segmentar da artéria ilíaca externa esquerda da qual dependiam um cross-over femoro-femoral (3 anos de follow-up) e um bypass protésico-popliteu infra-genicular esquerdo, com veia safena interna autóloga invertida (2 anos de follow-up). O doente foi tratado por via endoluminal, sendo que o acesso utilizado foi a artéria umeral esquerda, efectuando-se angioplastia com colocação de stent (Zilver Vascular Stent, Cook Incorporated) na artéria ilíaca externa esquerda, com excelente resultado angiográfico final e recuperação da pulsatilidade dos enxertos previamente implantados. Este caso clínico corrobora a importância do tratamento endovascular na manutenção da permeabilidade primária assistida dos enxertos infra-inguinais. Observações Observações 70 71 Posters Posters POSTER Nº 24 O ESTRANHO CASO DO EDEMA DO MEMBRO INFERIOR: APRESENTAÇÃO RARA DE UM FALSO ANEURISMA ROTO DA FEMORAL COMUM POSTER Nº 25 LESÃO AÓRTICA POR IATROGENIA LAPAROSCÓPICA C. Joana Rodrigues, António Santos Simões Paulo Gonçalves Dias, Paz Dias, Joana de Carvalho, Henrique Durães, Rocha e Silva, Roncon de Albuquerque Hospital de S. Teotónio, Unidade de Angiologia e Cirurgia Vascular Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular, Hospital S. João Objectivos Apresentar o caso clínico de um falso aneurisma infeccioso femoral roto que se manifestou por um edema persistente do membro inferior, associado a uma anemia, sem outro rebate sistémico. Objectivo Lesões vasculares major durante procedimentos laparoscópicos são extremamente raras mas potencialmente fatais. Apresenta-se caso clínico de laceração aorto-ilíaca durante salpingectomia laparoscópica. Materiais e Métodos Foi analisado o caso clínico de doente, sexo feminino, 86 anos, acamada há 9 anos após acidente vascular cerebral, diabética tipo 2, hipertensa e com fibrilhação auricular que recorre ao serviço de urgência por um quadro de edema do membro inferior esquerdo com cerca de 1 semana de evolução. É acompanhado o processo de diagnóstico da situação em meio de urgência, o seu tratamento cirúrgico imediato, o processo posterior de esclarecimento etiológico que conduz à descoberta do seu ponto de partida numa pneumonia cerca de 8 meses antes e as terapêuticas adjuvantes realizadas, encabeçadas pelos esquemas de antibioterapia prolongados. Métodos Doente de 26 anos, sem antecedentes relevantes, com amenorreia prévia de 8 semanas, admitida por dor abdominal no quadrante inferior esquerdo e metrorragias desde há 4 dias. Por suspeita de gravidez ectópica foi submetida a laparoscopia que confirmou gravidez tubar esquerda não rota, pelo que foi efectuada salpingectomia total. No pós-operatório apresentava-se pálida e hipersudorética, com hipotensão e taquicardia mantidas apesar de fluidoterapia adequada. O abdómen era tenso e doloroso à palpação. Três horas após a cirurgia a hemoglobina era de 5,0 g/dL. A TAC abdomino-pélvica identificou um hematoma retroperitoneal com 5x17 cm de diâmetros. Resultados A doente é submetida a uma drenagem do falso aneurisma, inguinal esquerdo extenso à cavidade pélvica, e revascularização por enxerto de interposição femoral. A cultura da parede do falso aneurisma é positiva para Staphylococcus aureus, isolado também em hemoculturas meses antes, durante o internamento prévio por pneumonia. Após antibioterapia dirigida as hemoculturas são negativas bem como a cultura do hematoma residual aspirado por punção guiada por tomografia axial computorizada. A doente mantém-se assintomática ao fim de 8 meses. Resultado Procedeu-se a laparotomia mediana e abordagem da bifurcação aórtica tendo-se verificado a presença de duas lacerações (na aorta distal e na artéria ilíaca comum direita) que foram prontamente rafiadas. O extenso hematoma retroperitoneal foi devidamente drenado. A doente recuperou sem complicações e teve alta ao 10º dia. Conclusões A artéria femoral é a sede principal de aneurismas infecciosos periféricos. A taxa de mortalidade associada aos aneurismas infecciosos, nesta localização, ronda os 10-15% mas à custa de elevadas taxas de amputação primária. Perante a ruptura, a taxa de mortalidade sobe exponencialmente, devido ao mau estado geral do doente e ao choque hemorrágico e séptico acompanhantes. O tratamento médico destas situações assenta na antibioterapia prolongada e dirigida e o tratamento cirúrgico deve privilegiar o desbridamento de todo o tecido infectado e a revascularizações com material autólogo. Discussão A laparoscopia tem provado ser uma técnica segura e efectiva, com múltiplas aplicações diagnósticas e terapêuticas e taxas de morbilidade e mortalidade inferiores à cirurgia convencional. A lesão dos grandes vasos retroperitoneais é a complicação específica mais grave, tendo uma incidência relatada de 0,05% e mortalidade que varia entre 9 e 17%. O acesso à cavidade peritoneal é a fase mais crucial: três quartos das lesões vasculares ocorrem durante a introdução da agulha de Veress e dos trocares. As causas mais frequentemente responsabilizadas são: a inexperiência e um conhecimento insuficiente da anatomia e da distância entre a pele e o retroperitoneu; a posição e as características físicas do doente; a direcção da agulha e dos trocares bem como a força aplicada na sua inserção. Observações Observações 72 73 Posters Posters POSTER Nº 26 ROTURA DE ANEURISMA POPLÍTEO EXCLUÍDO SETE ANOS ANTES. UM CASO CLÍNICO POSTER Nº 27 A IMPORTÂNCIA DOS REGISTOS MULTICÊNTRICOS NA AVALIAÇÃO DA EFECTIVIDADE E DA EFICIÊNCIA EM SAÚDE. Paulo Sousa; António Sousa Uva; Fausto Pinto Luís Cruz Vilaça, Rui Machado, Rui Almeida Hospital Geral de Santo António-CHP - Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular Objectivo Demonstrar a necessidade de avaliação a longo prazo, dos doentes submetidos a tratamento de aneurisma poplíteo, pela possibilidade de ocorrência de pressorização do saco aneurismático por colaterais (endoleak tipo 2), que podem levar ao crescimento e rotura do mesmo. Material, Método e Resultados Análise retrospectiva de doente submetido a tratamento cirúrgico por aneurisma poplíteo em rotura laqueado sete anos antes: Caso clínico: Homem de 78 anos, submetido a tratamento cirúrgico de aneurisma da artéria polítea esquerda em 2001 (pontagem femoro-poplítea com VSI invertida e laqueação aneurismática). Em 2006 em consulta de follow-up é detectado aumento do volume da tumefacção não pulsátil no cavado poplíteo com pontagem funcionante. É considerada a hipótese de pressorização do saco aneurismático por colaterais (endo-leak tipo 2) tendo efectuado Eco-Doppler, TC e Angiografia que não conseguem demonstrar a existência da mesma. Em 2008 recorre ao Serviço de Urgência com aumento do volume global do membro inferior esquerdo com 15 dias de evolução, e marcada incapacidade funcional. Realiza TC que evidencia volumosa tumefacção da coxa compatível com hematoma. Realiza cirurgia de urgência tendo sido efectuado laqueação de colaterais proximais, drenagem do saco aneurismático e laqueação osteal de colaterais. Pós-operatório sem complicações observando-se normalização do volume do membro. Conclusões O risco de rotura de um aneurisma poplíteo não tratado é baixo (2-3%). Em 1983 Flynn e col. refere o crescimento de aneurisma poplíteo laqueado com desenvolvimento de sintomatologia compressiva. O primeiro caso de rotura de aneurisma previamente laqueado foi descrito por Battey P. e col. 1987, e raros casos são descritos na literatura. O nosso caso clínico enfatiza a necessidade de um seguimento destes doentes. A possibilidade de crescimento e rotura do aneurisma poplíteo previamente laqueado, bem como a hipótese da falibilidade dos exames imagiológicos, levam-nos a preconizar uma terapêutica agressiva baseada na clínica apresentada. Observações 74 Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa & Faculdade de Medicina de Lisboa, Universidade de Lisboa Reconhece-se hoje, de uma forma global, a importância que a informação recolhida acerca das características dos doentes e dos procedimentos tem na gestão dos doentes, na avaliação dos resultados e na melhoria da qualidade dos cuidados prestados, quer na dimensão da efectividade, quer da eficiência. O registo contínuo e prospectivo de dados demográficos, clínicos e decorrentes dos procedimentos possibilita, simultaneamente, ter conhecimento das actividades realizadas, das características da população tratada e dos procedimentos realizados, bem como do impacto, quer em termos de ganhos em saúde, quer do “peso” social e económico da patologia em causa. Paralelamente, tal tipo de registos permite conhecer o grau de aderência às recomendações e normas de orientação clínica, funcionando também como um instrumento de planeamento em saúde, de incentivo à investigação e, mais recentemente, de apoio à realização de avaliações custo/efectividade e custo/utilidade de novas tecnologias da saúde. Dessa forma, esses registos constituem um repositório de informação extremamente importante, quer para a prática clínica, quer para a investigação em saúde. É objectivo deste trabalho dar a conhecer, sucintamente, algumas das realidades, nacionais e internacionais, de registos contínuos multicêntricos na área da Cardiologia de Intervenção, da Cirurgia Cardiotorácica e da Cirurgia Endovascular. Serão igualmente discutidas algumas das principais particularidade, desafios e oportunidades que se colocam ao desenvolvimento de registos desta natureza para a área da Cirurgia Endovascular em Portugal, tendo em conta o perfil epidemiológico da doença vascular periférica, o crescente número de casos, de cirurgiões e de centros que realizam este tipo de intervenções, bem como dos custos associados. Consideramos que as sociedades científicas e as entidades com responsabilidades na governação da saúde, devem ter um papel crucial na criação (ou promoção) das condições necessárias para que a adesão e manutenção deste tipo de registo clínicos multicêntricos seja efectiva e sustentável, com benefícios evidentes para os doentes, para os serviços de saúde e para a sociedade em geral. Observações 75 www.spacv.org