Dia do Escritor: Itaboraí realizará bate

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Dia do Escritor: Itaboraí realizará bate
Dia do Escritor: Itaboraí realizará
bate-papo literário
Com autores na Bienal do Livro, cidade
tem biblioteca municipal mais antiga do
país
No último sábado, dia 25, foi celebrado o Dia do Escritor, e Itaboraí teve muito o
que comemorar. Além de já ter revelado expoentes da literatura brasileira como
Joaquim Manoel de Macedo – que dá nome a biblioteca do município – João
Caetano e Alberto Torres, a cidade é celeiro de novos autores. Entre eles, Karina
Tavares e Sérgio Santal divulgarão seus livros na 17ª Bienal do Livro, que
acontece no Rio nos dias 9 e 10 de setembro. Nesta segunda-feira (27), Santal é o
convidado da Fundação Cultural de Itaboraí para participar de um bate-papo
literário na biblioteca municipal, a partir das 18 horas.
“Sempre fui à Bienal como leitor. Este ano, vou como escritor, e expor meu livro
nesse evento terá um sabor muito especial”, relata Santal, autor do livro Três
Pratos de Trigo Para Três Tigres Tristes, direcionado ao público jovem e
adolescente.
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rária em Itaboraí, ele avalia que, com a democratização do conhecimento por
meio da internet, a divulgação de novos autores ficou muito mais fácil.
“Há muitos autores de Itaboraí publicando textos em plataformas digitais”,
comenta Santal, que também é ator e professor de interpretação na Casa do
Artista de Itaboraí.
Já a escritora Karina Tavares é subsecretaria administrativa da Secretaria
Municipal de Educação e Cultura (Semec) de Itaboraí. Na Bienal, ela vai expor
seu livro Feita para Iletrados, que reúne 25 poesias.
“Este é meu primeiro livro, e a ideia de lançá-lo surgiu quando percebi que
minhas poesias tinham boa repercussão em meu blog, que tem o mesmo nome do
livro”, afirma a escritora, que fará o lançamento oficial no dia 13 de agosto, na
Casa Heloísa Alberto Torres (Chat), em Itaboraí.
Concurso de Redação
Como educadora, Karina Tavares lembra que a Semec investe bastante em
projetos de incentivo à leitura. Ela cita como exemplo o concurso de redação
Jovens Escritores, selecionado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) como um
dos dez projetos aptos a receber o Prêmio Melhores Práticas, realizado pelo órgão
entre todos os municípios fluminenses. Já com duas edições realizadas, a ação
resultou na publicação de dois livros com textos e alunos das escolas municipais,
e premiou dois estudantes com viagens internacionais para conhecer as feiras do
livro de Gotemburgo, na Alemanha, e Londres, no Reino Unido, em parceria com
a iniciativa privada.
“O objetivo do Jovens Escritores é incentivar o trabalho de leitura e a produção
textual entre os alunos das escolas públicas”, diz Karina.
A autora do trabalho premiado na 2ª edição do Jovens Escritores, Yohana Oliveira
de Souza, 15 anos, aluna do 8º ano da Escola Municipal Mariana da Glória, em
Grangas Cabuçu, representou Itaboraí na The London Fair (Feira do Livro de
Londres), como resultado da parceria entre a editora ZL e a Semec.
“Escrevi sobre uma mulher que realizou seu sonho ao se tornar professora. Tive
como inspiração a minha mãe, que apesar de não ter tido a mesma sorte que a
minha personagem, me ensina até hoje melhor do que muitos educadores. Antes
do prêmio, nunca tinha pensado em ser escritora. Hoje, mudei de ideia”, afirma a
jovem.
Espaço multicultural
Primeira biblioteca pública municipal do Brasil, a Joaquim Manuel de Macedo
completa 142 anos em dezembro. O lugar há não é apenas um lugar de leitura e
pesquisa tradicional, onde, normalmente, serenidade e silêncio seriam palavras
de ordem durante todo o tempo. O espaço também abriga eventos diversos, como
contação de histórias, enquetes teatrais, exposição de quadros, teatro de
fantoches, exibição de filmes e documentários, oficinas, bate-papo literário e
shows, entre outras atrações.
“A nossa biblioteca se tornou um parque literário com uma programação para
atrair o público que não tem o hábito da leitura. Nosso objetivo é mudar a velha
visão, de que biblioteca é apenas um lugar fechado e cheio de regras. Nosso
maior público são os estudantes, mas queremos atrair gente de todas as idades.
Quando Joaquim Manuel de Macedo inaugurou este espaço, ele tinha a intenção
de criar uma biblioteca popular”, revela Wanderson Silvas, diretor da biblioteca.
Presidente da Fundação Cultural de Itaboraí (FCI), Cláudio Rogério Dutra diz que
a biblioteca do município se tornou um espaço vivo, lúdico.
“Promovemos saraus, teatro de fantoches, exibição de filmes e documentários,
bate-papo literário.Temos uma sala exclusiva para contação de histórias.
Inclusive, nossos contadores também vão às escolas realizar este trabalho”,
informa Cláudio Rogério.
Programação de férias
A Biblioteca Municipal Joaquim Manuel de Macedo preparou uma programação
especial durante o período das férias escolares. Em homenagem ao Dia do
Escritor, na próxima segunda-feira, dia 27, às 18h, além de Sérgio Santal, outros
autores locais participarão do bate-papo literário, entre eles, Isvani Carneiro, que
escreveu o livro Poemas do Entardecer.
Nos dias 28, 29 e 31, das 14 às 16 h, as contadoras de história Bianca Barboza,
Susana Braga e Graciane Mançur recebem as crianças e seus responsáveis para
realizar atividades lúdicas diferenciadas, como contação de histórias,
brincadeiras, teatro de fantoches e oficinas. A sala infantojuvenil da Biblioteca
Municipal possui aproximadamente 5 mil títulos e uma gibiteca.
“A programação foi pensada principalmente para os estudantes, que durante esse
período das férias escolares, poderão realizar atividades educativas de forma
divertida. A biblioteca estará aberta também para leitura, pesquisas e utilização
do Telecentro Comunitário, que oferece internet gratuita. Temos ainda a
exposição de Obras Raras de Joaquim Manuel de Macedo”, observa Wanderson
Silvas.
O escritor e ilustrador Juareis da Costa Mendes, de 80 anos, autor de nove livros
didáticos infantis, expõe suas obras na Biblioteca Municipal Joaquim Manuel de
Macedo. Também animador cultural, ele está participa da contação de histórias
jundo com três colegas.
“Escrevo livros com a intenção de fazer a criança pensar, refletir. É preciso
envolver os leitores na história. Como dizia Benjamim Franklin: ‘Diga-me e eu
esqueço, ensina-me e eu lembro, envolva-me e eu aprendo’, ressalta Mendes,
lembrando que o cartunista Ziraldo participou de dois de seus livros. “Nos livros,
‘Existo, logo rabisco’ e ‘Um estranho safári’, esse último fazendo o texto de
apresentação”, acrescenta o escritor.
A escritora Araci Barreto, de 73 anos, é fundadora do Clube da Poesia de Itaboraí,
criado há 26 anos, e hoje com mais de 200 associados. Poetisa, ela escreve e edita
uma antologia de membros do clube que está em sua 16ª edição.
“Estou editando a 17ª edição, que ficará pronta em dezembro. Em média, o livro
reúne de 90 a 100 poesias dos associados e algumas minhas. Foi a forma que
encontrei de fomentar o exercício da escrita e da poesia em Itaboraí”, conta Araci.