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CONDUTAS em EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Autor: Baha M. Sibai, MD
Editor: Mickey Karram, MD
Baha M. Sibai
VIDEOATLAS
Discussões objetivas e protocolos que preparam e orientam
nas situações de emergência!
Este livro apresenta:
• Capítulos com muitas ilustrações para referência rápida discutem todos os
diagnósticos possíveis e as opções de manejo para as situações de emergência.
• Estudos de caso descrevem a história clínica relacionada a cada caso apresentado
nos vídeos.
VIDEOATLAS Condutas em Emergências Obstétricas é o recurso ideal para
aprimorar sua prática obstétrica!
Classificação de Arquivo Recomendada
Ginecologia e Obstetrícia
CONDUTAS em EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
• Vídeos e apresentações baseados em casos clínicos, narrados pelos autores,
demonstram o passo a passo de uma variedade de procedimentos, incluindo RCP
em gestantes, técnicas para cerclagem por via abdominal, histerectomia-cesárea
e manejo da hemorragia pós-parto.
VIDEOATLAS
Casos clínicos detalhados, ricamente ilustrados, e vídeos de procedimentos esclarecem
como tratar de modo efetivo as diversas emergências e complicações obstétricas.
CONDUTAS em
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Baha M. Sibai
Mickey Karram
editor
Emergências
www.elsevier.com.br/medicina
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INCLUI DVD EM INGLÊS
COM VÍDEOS DE CIRURGIAS
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Videoatlas - Condutas
em Emergências Obstétricas
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FEMALE PELVIC SURGERY VIDEO ATLAS SERIES
Editor da Série:
Mickey Karram, MD
Director of Urogynecology
The Christ Hospital
Clinical Professor of Obstetrics and Gynecology
University of Cincinnati
Cincinnati, Ohio
Outros livros da Série Female Pelvic Surgery Video Atlas
Basic, Advanced, and Robotic Laparoscopic Surgery
Tommaso Falcone & Jeffrey M. Goldberg
Hysterectomy for Benign Disease
Mark D. Walters & Matthew D. Barber
Pelvic Organ Prolapse
Mickey Karram & Christopher Maher
Posterior Pelvic Floor Abnormalities
Tracy L. Hull
Urinary Incontinence
Roger Dmochowski & Mickey Karram
Videoatlas Cirurgia Urológica para Ginecologista e Uroginecologista
John B. Gebhart
Vaginal Surgery for the Urologist
Victor Nitti
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Videoatlas - Condutas
em Emergências Obstétricas
Baha M. Sibai, MD
Professor
Department of Obstetrics and Gynecology
University of Cincinnati College of Medicine
Cincinnati, Ohio
Ilustrado por Joe Chovan, Milford, Ohio
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22/07/13 4:00 PM
2013 Elsevier Editora Ltda.
Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Saunders – um selo editorial Elsevier Inc.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou
transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação
ou quaisquer outros.
ISBN: 978-85-352-6925-3
ISBN (versão eletrônica): 978-85-352-6979-6
ISBN (plataformas digitais): 978-85-352-6924-6
Copyright © 2011 by Saunders, an imprint of Elsevier Inc.
This edition of Management of Acute Obstetric Emergencies by Baha M. Sibai is published by arrangement
with Elsevier Inc.
ISBN: 978-1-460-6270-7
Capa
Studio Creamcrackers
Editoração Eletrônica
Thomson Digital
Elsevier Editora Ltda.
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04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP
Serviço de Atendimento ao Cliente
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[email protected]
Consulte nosso catálogo completo, os últimos lançamentos e os serviços exclusivos no site www.elsevier.com.br
Nota
Como as novas pesquisas e a experiência ampliam o nosso conhecimento, pode haver necessidade de
alteração dos métodos de pesquisa, das práticas profissionais ou do tratamento médico. Tanto médicos
quanto pesquisadores devem sempre basear-se em sua própria experiência e conhecimento para avaliar
e empregar quaisquer informações, métodos, substâncias ou experimentos descritos neste texto. Ao
utilizar qualquer informação ou método, devem ser criteriosos com relação a sua própria segurança ou
a segurança de outras pessoas, incluindo aquelas sobre as quais tenham responsabilidade profissional.
Com relação a qualquer fármaco ou produto farmacêutico especificado, aconselha-se o leitor a cercar-se
da mais atual informação fornecida (i) a respeito dos procedimentos descritos, ou (ii) pelo fabricante
de cada produto a ser administrado, de modo a certificar-se sobre a dose recomendada ou a fórmula, o
método e a duração da administração, e as contraindicações. É responsabilidade do médico, com base
em sua experiência pessoal e no conhecimento de seus pacientes, determinar as posologias e o melhor
tratamento para cada paciente individualmente, e adotar todas as precauções de segurança apropriadas.
Para todos os efeitos legais, nem a Editora, nem autores, nem editores, nem tradutores, nem revisores
ou colaboradores, assumem qualquer responsabilidade por qualquer efeito danoso e/ou malefício a pessoas ou propriedades envolvendo responsabilidade, negligência etc. de produtos, ou advindos de qualquer
uso ou emprego de quaisquer métodos, produtos, instruções ou ideias contidos no material aqui publicado.
O Editor
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S566v
Sibai, Baha M.
Videoatlas: condutas em emergências obstétricas/Baha M. Sibai; tradução
Douglas Arthur Omena Futuro... [et al.]. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
208 p.: il.; 27 cm.
Tradução de: Management of acute obstetiric emergencies
Acompanhado de DVD
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-352-6925-3
1. Gravidez - Complicações e sequelas. 2. Emergências obstétricas. I. Título.
13-02893
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CDD: 618.3
CDU: 618.3
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Revisão científica e tradução
Re
visão Científica
Todos os revisores contribuíram igualmente na revisão dos capítulos.
Antônio Braga
Pós-Doutor pela Universidade de Harvard – Brigham and Women's Hospital
(Boston, USA) e pelo Imperial College School of Medicine – Charing Cross
Hospital (London, UK)
Mestre, Doutor e Pós-Doutor em Obstetrícia pela Universidade Estadual Paulista
Professor Adjunto de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal Fluminense
Diretor do Centro de Doenças Trofoblásticas da 33ª Enfermaria (Maternidade)
da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro
Gláucio Moraes de Paula
Mestre em Saúde da Criança e da Mulher – Instituto Fernandes Figueira / FIOCRUZ
Especialista em Docência do Ensino Superior – Universidade Estácio de Sá
Coordenador do Programa de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia
do Hospital Federal de Bonsucesso
Preceptor da Residência Médica em Obstetrícia na Maternidade Escola/UFRJ
Professor Adjunto do Centro Universitário Serra dos Órgãos – RJ
Marcos Nakamura Pereira
Mestre em Saúde da Criança e da Mulher pelo Instituto Fernandes Figueira (IFF/
FIOCRUZ).
Professor de Obstetrícia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Coordenador do Serviço de Obstetrícia do Hospital Maternidade Maria Amélia
Buarque de Hollanda
Karen Soto Perez Panisset
Mestre em Pesquisa Clínica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Professora da Pós-Graduação Lato sensu em Videoendoscopia Ginecológica da
Unifeso (Centro Universitário Serra dos Órgãos)
Médica Responsável pelo Setor de Ginecologia e Cirurgia Minimamente Invasiva
do Grupo Perinatal Barra
Marcelo Burlá
Presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro
Mestrando em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
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vi Revisão científica e tradução
Tradução
Alcir Costa Fernandes Filho (15-17)
Formado em Engenharia Eletrônica pela UFRJ
Graduado pelo Instituto Brasil-Estados Unidos (curso de inglês regular
completo)
Detentor do Certificate of Proficiency in English - University of Michigan
Tradutor Inglês/Português pela Universidade Estácio de Sá
Ana Julia Perrotti-Garcia (1)
Cirurgiã-dentista formada pela Faculdade de Odontologia da Universidade de
São Paulo
Tradutora Intérprete graduada pelo UniFMU, SP
Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Metodista (Rudge
Ramos, SP)
Especialista em Tradução pela FFLCH, USP
Cristiana Caldas Osorio (6-7)
Especialista em Pediatria (SBP)
Residência Médica em Pediatria e Nefrologia Pediátrica
Mestrado em Saúde da Criança (IFF/Fiocruz)
Eneida Ritsuko Ono Kageyama (2)
Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP
Irma Fioravanti (5; 12)
Pediatra pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Doutora em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Clínica Geral em Hospitais Estaduais e Federais
Doenças Infectocontagiosas no Hospital Estadual São Sebastião
Leda Shizuka Yogi (18)
Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP
Luiz Claudio de Queiroz Faria (3; 4)
Tradutor Técnico Inglês/Português - Espanhol/Português
Maura Fioravanti Paixão (10-11; 13)
Formação em Inglês - Pitman Examination Institute of England
English Language for Overseas Candidates/The Assumption School
Tradutora - Área Biomédica, Autoajuda, Psicologia, Filosofia, Antropologia,
Jornalismo, Documentários, Prosa e Ficção
Sergio Jesus-Garcia (14)
Médico pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
(FCMSCSP)
Especialista em Otorrinolaringologia pela FCMSCSP
Tradutor
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Revisão científica e tradução
vii
Soraya Imon de Oliveira (8-9)
Biomédica pela Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Especialista em Imunopatologia e Sorodiagnóstico pela Faculdade de Medicina
da Unesp
Doutora em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade
de São Paulo (ICB-USP)
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Colaboradores
Baha
M. Sibai ,MD
Professor
Department of Obstetrics and Gynecology
University of Cincinnati College of Medicine
Cincinnati, Ohio
Epidemiologia das emergências obstétricas agudas; Alterações agudas no traçado da
frequência cardíaca fetal: Quando se torna uma emergência; Avaliação e manejo
da hemorragia pré-parto e intraparto; Avaliação e manejo da hemorragia pós-parto;
Embolia por líquido amniótico; Manejo da sepse grave e do choque séptico; Manejo
da crise hipertensiva, incluindo acidente vascular cerebral; Manejo da eclâmpsia;
Hematoma subcapsular hepático; Cetoacidose diabética; Tempestade tireoidiana
na gravidez; Parada cardiopulmonar e reanimação cardiopulmonar na gravidez;
Técnicas e complicações da cesareana eletiva e de emergência
C.David Adair , MD
Professor
Division of Maternal-Fetal Medicine
Department of Obstetrics and Gynecology
University of Tennessee College of Medicine
Chattanooga, Tennessee
Indicações e técnicas de cerclagem transcervical e por via abdominal
JohnR. Barton , MD
Perinatal Diagnostic Center
Central Baptist Hospital
Lexington, Kentucky
Alterações agudas no traçado da frequência cardíaca fetal: Quando se torna uma
emergência; Manejo da sepse grave e do choque séptico; Manejo da crise hipertensiva, incluindo acidente vascular cerebral; Hematoma subcapsular hepático
Annette Bombrys , DO
Perinatal Associates of Southwest Ohio
Kettering Medical Center
Kettering, Ohio
Tempestade tireoidiana na gravidez
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x
Colaboradores
StephenDePasquale , MD
Associate Professor
Division of Gynecologic Oncollogy
Department of Obstetrics and Gynecology
University of Tennessee College of Medicine
Chattanooga, Tennessee
Indicações e técnicas de cerclagem transcervical e por via abdominal
Robert Egerman , MD
Associate Professor
Division of Maternal-Fetal Medicine
University of Tennessee College of Medicine
Memphis, Tennessee
Embolia pulmonar na gravidez
Michael Karram , MD
Gynecology and Urogynecology
Seven Hills Women's Health Centers
The Christ Hospital
Volunteer Associate Professor of Obstetrics and Gynecology
University of Cincinnati
Cincinnati, OH
Técnicas e complicações da cesariana eletiva e de emergência
Mickey Karram , MD
Director of Urogynecology
The Christ Hospital
Cincinnati, Ohio
Prevenção e manejo de lesões do sistema urinário inferior durante partos
vaginais e abdominais
Ryan Loftin , MD
Maternal-Fetal Medicine Fellow
Department of Obstetrics and Gynecology
University of Cincinnati College of Medicine
Cincinnati, Ohio
Cardiomiopatia periparto e edema pulmonar
JohnO’Brien , MD
Perinatal Diagnostic
Central Baptist Hospital
Lexington, Kentucky
Indicações e técnicas de cerclagem transcervical e por via abdominal
Candice Snyder , MD
Department of Obstetrics and Gynecology
University of Cincinnati College of Medicine
Cincinnati, Ohio
Parada cardiopulmonar e reanimação cardiopulmonar na gravidez
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Colaboradores
xi
JamesVan Hook , MD
Professor and Director
Maternal-Fetal Medicine Division
Department of Obstetrics and Gynecology
University of Cincinnati College of Medicine
Cincinnati, Ohio
Cardiomiopatia periparto e edema pulmonar
Katherine Wolfe , DO
Maternal-Fetal Medicine Fellow
Department of Obstetrics and Gynecology
University of Cincinnati College of Medicine
Cincinnati, Ohio
Parada cardiopulmonar e reanimação cardiopulmonar na gravidez
Lynlee Wolfe , MD
Medical Fellow
Maternal-Fetal Medicine
Department of Reproductive Medicine
UCSD Medical Center
San Diego, California
Indicações e técnicas de cerclagem transcervical e por via abdominal
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Prefácio à Edição Brasileira
O parto está para as mulheres como a guerra para os homens.
Napoleão Bonaparte
De gravidez não se deve morrer.
Ernesto Pestalozza
Morte materna é uma hecatombe social, por desagregar o núcleo familiar – célula
mater da sociedade. A despeito dos avanços consignados no Brasil nas últimas
décadas, ainda temos taxas de morte materna vergonhosas, incompatíveis com
o desenvolvimento de nosso país.
O tema mereceu da Organização Mundial da Saúde atenção especial por ocasião da elaboração das Metas do Milênio no ano de 2000, que em seu 5° objetivo
versava pela redução em 75% das mortes maternas. O Brasil foi signatário dessas
Metas. De 1990 a 2010, o número de mortes maternas em nosso país caiu de 120
para 56 a cada 100 mil nascimentos — queda de 51%, fortemente positiva, mas
insuficiente ante a meta desejada.
Do que morrem as mulheres grávidas brasileiras? Morrem de emergências
obstétricas não diagnosticadas precocemente ou inadequadamente conduzidas,
notadamente quando subjaz a hipertensão, a hemorragia e a infecção. Nesse
mister, é mais que oportuno o lançamento da obra que vai à lume, capitaneada
pelo professor Baha M. Sibai, nosso conhecido pelos estudos sobre toxemia
gravídica. É obra atualizada com o melhor da evidência científica, primando por
protocolos pormenorizados. Chama atenção a qualidade das figuras que adornam
os capítulos, assim como o DVD com demonstrações de procedimentos cirúrgicos
e simulações de casos obstétricos graves, permeados por experiências clínicas
de valor insubstituível.
Esta edição brasileira, todavia, só foi possível mercê da sensibilidade editorial
da Elsevier. Essa editora, de todos conhecida pela publicação das mais importantes revistas tocoginecológicas, atua há mais de 35 anos no mercado editorial
brasileiro, fortalecendo, de modo inequívoco, seu segmento na área de saúde e
educação médica continuada.
Cabe-me, por fim, salientar que esta obra é fundamental a todo obstetra brasileiro, jovem ou mais experiente, que deseja atualizar-se nas condutas diante de
emergências obstétricas. A qualificação profissional, pari passu com a melhora
nos Serviços Obstétricos, sintetiza a estratégia vitoriosa sobre a morte materna.
Somente assim poderemos remover essa mácula da sociedade brasileira, tratando
com seriedade esse singular momento na vida de nossas mulheres: a maternidade.
Cerro-me com Jeffcoate: “A mais extraordinária viagem empreendida pelo
Homem, a mais pontilhada de riscos e surpresas, é aquela que o feto desenvolve,
do claustro materno, rumo ao desfiladeiro pelvino.”
Professor Antônio Braga
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Apresentação
Emergências clínicas e cirúrgicas agudas na gravidez e no pós-parto são a principal
causa de mortalidade e morbidade materna em todo o mundo. Durante a última
década, houve um aumento substancial na incidência dessas emergências. Secundariamente à mudança na demografia das mulheres, no que tange à gravidez, bem
como uma mudança na prática obstétrica, essas situações de emergência deverão
continuar a aumentar. Especificamente, muitas mulheres estão postergando
a gravidez até que tenham em torno de 40 anos de idade. Junta-se a isso uma
epidemia de obesidade, bem como o aumento de taxas de partos cesáreos (com
um grande aumento na repetição de cesarianas) e podemos facilmente entender
por que essas emergências continuarão a ocorrer comumente. Também devido
a uma melhora nos cuidados clínicos e cirúrgicos e aos avanços na tecnologia
médica, muitas mulheres com graves distúrbios clínicos e cirúrgicos preexistentes
agora estão sobrevivendo à idade reprodutiva e são capazes de engravidar.
As emergências específicas que resultaram dessas mudanças na demografia
materna e na prática obstétrica incluem um aumento da taxa de hemorragia potencialmente fatal (tanto antes quanto após o parto), complicações cardiovasculares
(embolia pulmonar, edema, miocardiopatia, embolia por líquido amniótico e parada
cardiopulmonar), emergências hipertensivas graves potencialmente fatais (eclâmpsia, acidente vascular cerebral, hemorragia hepática), sepse e choque séptico.
Devido a um aumento da probabilidade dessas emergências obstétricas potencialmente fatais, é importante que tanto os obstetras quanto os prestadores de cuidados
de saúde em geral estejam preparados para lidar com essas situações de emergência.
Existem vários livros sobre as complicações médicas durante a gravidez e
os cuidados intensivos em Obstetrícia. No entanto, este livro é o único que se
concentra em emergências maternas agudas no trabalho de parto e durante o
parto, pós-parto, nas áreas de pronto-socorro e de cuidados intensivos.
Os objetivos são fornecer uma abordagem passo a passo para o diagnóstico
e o tratamento dessas emergências, com ênfase na prevenção e preparação na
forma de orientação e desenvolvimento de protocolos. Ele também enfatiza a
necessidade de uma abordagem em equipe multidisciplinar, para lidar com essas
situações de emergência. O formato do livro usa a apresentação de casos, com
discussões de especialistas, usando fotografias, ilustrações e algoritmos para
salientar o manejo adequado das várias situações de emergência apresentadas.
Para a maioria dos temas abordados, videoclipes estão disponíveis no DVD
que acompanha o livro, buscando expandir o texto. O DVD contém numerosas
apresentações em PowerPoint, procedimentos cirúrgicos e vídeos instrucionais
sobre uma variedade de tópicos. Está incluído um vídeo de demonstração único
que ensina como tratar adequadamente a parada cardíaca materna em gestantes,
incluindo técnicas de reanimação cardiopulmonar.
Espero que as informações contidas neste livro produzam a melhora da evolução da gravidez para todas as mulheres em todo o mundo.
Baha M. Sibai, MD
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Sumário
1 Epidemiologia das Emergências Obstétricas Agudas
1
Baha M. Sibai M.D.
Vídeo em DVD
1-1 PowerPoint: Discussão da epidemiologia das emergências
obstétricas agudas
2 Alterações Agudas no Traçado da Frequência Cardíaca Fetal:
Quando se Torna uma Emergência
7
Baha M. Sibai M.D. e John R. Bar ton M.D.
Vídeo em DVD
2.1 PowerPoint: Discussão de uma variedade de traçados da frequência
cardíaca fetal
3 Avaliação e Manejo da Hemorr agia Anteparto e Intraparto
15
Baha M. Sibai M.D.
Vídeo em DVD
3.1 PowerPoint: Discussão sobre como avaliar e manejar hemorragia
anteparto e intraparto
4 Avaliação e Manejo da Hemorr agia Pós-parto
41
Baha M. Sibai M.D.
Vídeos em DVD
4-1 PowerPoint: Discussão de protocolos e revisão do manejo da
hemorragia pós-parto
4-2 Técnicas e equipamentos necessários para o manejo da inversão
uterina
4-3 Técnica de tamponamento com balão para a hemorragia pós-parto
4-4 Técnica sobre a melhor forma de realizar uma
histerectomia-cesárea
5 Embolia por Líquido Amniótico
71
Baha M. Sibai M.D
Vídeo em DVD
5-1 PowerPoint: Discussão sobre embolia por líquido amniótico
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xviii
Sumário
6 Embolia Pulmonar na Gravidez
77
Robert Egerman M.D.
7 Cardiomiopatia Periparto e Edema Pulmonar
85
Ryan Loftin M.D. e James Van Hook M.D.
Vídeo em DVD
7-1 PowerPoint: Discussão sobre o diagnóstico e a conduta no edema
pulmonar e na cardiomiopatia periparto
8 Manejo da Sepse Grave e do Choque S éptico
93
John R. Barton M.D. e Baha M. Sibai M.D .
9 Manejo da Crise Hiper tensiva, Incluindo Acidente
Vascular Cerebral
101
John R. Barton M.D. e Baha M. Sibai M.D .
10 Manejo da Eclâmpsia
115
Baha M. Sibai M.D.
Vídeos em DVD
10-1 PowerPoint: Discussão da avaliação e manejo de uma paciente
com eclâmpsia
10-2 Discussão com Dr. Sibai sobre o manejo de emergência de uma
mulher com convulsão eclâmptica
11 Hematoma Subcapsular Hepático
125
John R. Barton M.D. e Baha M. Sibai M.D .
Vídeo em DVD
11-1 PowerPoint: Discussão dos diagnósticos e do manejo do hematoma
subcapsular hepático
12 Cetoacidose Diabética
137
Baha M. Sibai M.D.
Vídeos em DVD
12-1 PowerPoint: Discussão do manejo adequado da cetoacidose
diabética
12-2 Discussão com Dr. Sibai sobre o manejo agudo de uma paciente
com cetoacidose diabética
13 Tempestade Tireoidiana na Gravidez
143
Baha M. Sibai M.D. e Annette Bombrys D.O.
Vídeos em DVD
13-1 PowerPoint: Discussão sobre o manejo da tempestade tireoidiana
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Sumário
xix
13-2 Discussão com Dr. Sibai sobre o manejo agudo de uma paciente
com tempestade tireoidiana
14 Parada Cardiopulmonar e Reanimação Cardiopulmonar
na Gravidez
149
Candice Snyder M.D., Katherine Wolfe D.O., Ryan Loftin M.D. e Baha M. Sibai M.D .
Vídeos em DVD
14-1 PowerPoint: Discussão sobre parada cardiopulmonar e reanimação
cardiopulmonar na gravidez
14-2 Demonstração passo a passo em vídeo sobre como tratar uma
paciente grávida que desenvolva parada cardiopulmonar
15 Indicações e Técnicas para Cerclagem
Transcervical e Abdominal
157
John O’Brien M.D., Lynlee Wolfe M.D., C. David Adair M.D. e Stephen DePasquale M.D.
Vídeos em DVD
15-1 Técnicas para Execução da Cerclagem Cervical de McDonald
15-2 Realização de Cerclagem Abdominal por Robótica
16 Técnicas e Complicações da Cesariana
Eletiva e de Emergência
171
Michael Karram M .D. e Baha M. Sibai M .D .
Vídeo em DVD
16-1 Técnicas para execução da cesariana com discussão do manejo
de potenciais complicações
17 Prevenção e Manejo de Lesões do Sistema Urinário Inferior
Durante Partos Vaginais e Abdominais
179
Mickey Karram M.D.
Vídeos em DVD
17.1 Dissecção cadavérica demonstrando a anatomia da bexiga
e da porção inferior do ureter
17.2 Como realizar uma cistotomia intencional com visualização
e inspeção do interior da bexiga, passagem de stents ureterais
e fechamento de cistotomia em camada dupla
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Prevenção e Manejo
de Lesões do Sistema Urinário
Inferior durante Partos
Vaginais e Abdominais
17
Mickey Karram M.D.
Vídeos em DVD
17–1 Dissecção Cadavérica
Demonstrando a Anatomia da
Bexiga e da Porção Inferior do Ureter
17–2 Como Realizar uma Cistotomia
Intencional com Visualização e
Inspeção do Interior da Bexiga,
Passagem de Stents Ureterais
e Fechamento de Cistotomia
em Camada Dupla
Podem ocorrer lesões iatrogênicas do sistema urinário durante qualquer cirurgia
vaginal ou abdominal. A incidência relatada de lesão da bexiga durante a cesariana varia de 0,14% a 0,94%. A maior série de 23 lesões da bexiga relatada por
Eisenkop et al. em 1982 demonstrou uma incidência global de 0,31%, com
0,19% ocorrendo em cesáreas primárias e 0,6% ocorrendo em cesáreas de
repetição.
Nielsen e Hokegard avaliaram as todas as complicações cirúrgicas em mais
de 1.300 cesarianas. Eles constataram que a maioria das complicações ocorreu
durante cesarianas de emergência e que seis fatores estavam associados ao
aumento das complicações. Esses fatores incluíam a altura da apresentação, trabalho de parto antes da cirurgia, idade gestacional abaixo de 32 semanas, ruptura
de membranas antes da cirurgia, cesariana prévia e a habilidade do cirurgião.
Embora lesões ureterais e da bexiga durante o parto vaginal sejam muito
raras, elas podem ocorrer secundárias a grandes lacerações ou a rupturas de um
divertículo ureteral. A cesariana, que abrange cerca de 25% dos partos nos Estados
Unidos, tem sido associada a lesões da bexiga e do ureter. Lesões ureterais podem
ser secundárias à angulação decorrente de suturas inadequadamente feitas ou a
danos ureterais diretos, como compressão ou secção parcial ou completa. Como
em qualquer complicação cirúrgica, o reconhecimento precoce da lesão e o reparo
durante a cirurgia primária quase sempre ocasionam menor morbidade para a
paciente, com melhor resultado devido à maior facilidade de reparo do tecido
envolvido. Quando houver suspeita ou evidência de lesão da bexiga ou do ureter
durante a cesárea, o cirurgião principal ou o assistente poderão se deparar com
diversas dificuldades, peculiares à cesariana. Tais dificuldades englobam o fato de
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Videoatlas - Condutas em Emergências Obstétricas
que as instalações obstétricas designadas para partos abdominais são inadequadamente equipadas com materiais urológicos, como citoscópios e mesas compatíveis
com equipamentos com arco em C, necessários para avaliações endoscópicas e
radiográficas do sistema urinário. Além disso, o útero aumentado e também o
sangramento de vasos pélvicos aumentados pode dificultar a dissecção cirúrgica
da bexiga e da porção distal do ureter. Finalmente, a incisão de Pfannenstiel,
geralmente feita pelo obstetra, pode ser inadequada para a dissecção e exposição
adequadas dos ureteres. Contudo, é imperativo que a conduta apropriada seja
o imediato reconhecimento da lesão, pois caso ela não seja reconhecida nem
reparada, poderá acarretar consequências tardias significativas, incluindo danos
renais e fístulas no sistema geniturinário. Se o obstetra não estiver confortável ao
abordar a lesão do sistema urinário inferior, deverá ser obtido aconselhamento
urológico ou uroginecológico adequado. (Assista no DVD a demonstração em
vídeo da anatomia da porção inferior do ureter e da bexiga. )
As etapas importantes que devem ser seguidas para a realização de uma
cesariana foram analisadas no Cap. 16. Estas incluem a mobilização adequada
da bexiga para fora do segmento uterino inferior, principalmente em pacientes
previamente submetidas a cesarianas, além de evitar-se a a sutura cega da vasculatura uterina quando ocorrerem extensões laterais (Fig. 17-1).
Lesões na bexiga ocorridas durante a cesariana geralmente são identificadas
e reparadas. Se a lesão consistir em uma abertura extraperitoneal alta, como
uma cistotomia involuntária ocorrida durante a entrada para o peritônio, ela
deverá ser tratada com o fechamento em camadas da cistotomia. Por ser uma
cistotomia alta em uma porção não dependente da bexiga, ela necessitará de
drenagem pós-operatória mínima, ao contrário de uma cistotomia na base da
bexiga ocorrida, por exemplo, durante a dissecção da bexiga descolando-a do
segmento uterino inferior ou durante uma cesariana de emergência, quando a
bexiga for inadvertidamente seccionada no momento do parto (Fig. 17-2). Estas
cistotomias são intraperitoneais em uma porção dependente da bexiga, exigindo
drenagem por 10 a 14 dias e que, provavelmente, necessitarão de uma cistografia
antes da remoção do cateter para garantir que não há extravasamento de urina.
Os conceitos gerais de reparo da bexiga são os mesmos que os conceitos para
reparos de fístulas vesicovaginais. Deverá haver a liberação adequada da bexiga
de qualquer estrutura aderente para possibilitar um fechamento da lesão livre de
tensões. Deverão ser usadas suturas finas de absorção lenta para fechamento da
bexiga em duas camadas (Fig. 17-2C). O fechamento pode ser feito de forma interrompida ou contínua, com a primeira camada aproximando-se da mucosa e a
segunda imbricando na musculatura. (Ver no DVD a demonstração em vídeo do
fechamento da cistotomia em duas camadas. ) Como mencionado, a duração
da drenagem pós-operatória depende do local e da extensão da lesão.
O diagnóstico da lesão ureteral no momento da cesariana pode ser desafiador.
Se houver suspeita de lesão ureteral, o obstetra deverá a todo custo assegurar a
patência ureteral ou, peremptoriamente, diagnosticar a lesão no momento da
cesariana. O local mais comum para ocorrência de lesão ureteral durante a cesariana está situado ao nível dos vasos uterinos, ao passo que o local mais comum
de lesão durante histerectomia é a porção inferior do ureter, próximo ao ligamento
uterossacro. O mecanismo mais confiável para assegurar a patência ureteral é a
passagem de um cateter ureteral através do orifício do ureter, indo até acima do
ponto em questão. Como normalmente cateteres ureterais não estão disponíveis
na sala de cirurgia, o uso de uma sonda nasogástrica 5 ou 6 French pode realizar a
mesma função. Após a realização de uma cistotomia intencional extraperitoneal
alta (Fig. 17-3), os orifícios ureterais podem ser visualizados (Fig. 17-4). O cateter
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Feto no útero gravídico
Bexiga firmemente
aderida ao segmento
uterino inferior
Bexiga alta
Nível preferencial para
incisão no segmento
uterino inferior
A
Dissecção apropriada
Cistotomia involuntária
Acesso
ao útero
B
C
Acesso à bexiga
Figura 17-1 Útero gravídico a termo com a bexiga ocupando por inteiro o segmento uterino inferior. A, Linha pontilhada delineando o nível de incisão no
segmento uterino inferior. B, Dissecção cortante deve ser utilizada para descolar a bexiga do segmento uterino inferior. C, Caso a bexiga não seja descolada, é
mais provável que ocorra a cistotomia involuntária quando realizada uma incisão do segmento uterino inferior.
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Dissecção cortante para
descolar a bexiga
lesionada do útero
Incisão através da
bexiga e do segmento
uterino inferior
A
Imbricação da
musculatura da bexiga
Fechamento do útero
e aproximação da
mucosa vesical
B
Descolamento completo
da bexiga lesionada,
com fechamento da parede posterior
C
Figura 17-2 Secção transversal da bexiga durante extração do feto através de incisão segmentar uterina inferior. A, A dissecção cortante é utilizada para
descolar a bexiga lesionada do segmento uterino inferior. B, Observe que a bexiga foi completamente descolada do segmento uterino inferior e a parede
posterior da bexiga foi reparada. C, Incisão uterina fechada e cistotomia vesical fechada em duas camadas.
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17
Figura 17-3 Técnica para
realização de uma cistotomia
extraperitoneal alta. Observe
a sonda de Foley mobilizada
na parte extraperitoneal da
abóbada da bexiga e o cautério
monopolar utilizado para cortar
a parede da bexiga.
Cistotomia
extraperitoneal
alta
Útero gravídico
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Figura 17-4 Trígono da bexiga
observado a partir de uma
cistotomia alta intencional.
Útero gravídico
Aberturas
ureterais
Trígono
Abertura uretral
de Foley é puxado para cima através da cistotomia e, com o uso de uma pinça
longa, a sonda nasogástrica pediátrica é passada em sentido contrário no interior
do ureter. (Assista no DVD as demonstrações em vídeo da cistotomia intencional
com passagem da sonda nasogástrica pediátrica para o interior do ureter, além
) Se a sonda passar
de como realizar o fechamento adequado da cistotomia.
pelo ponto de interesse com facilidade, está assegurada a patência do ureter.
Em caso de obstrução, torção ou dano completo no ureter (Fig. 17-5), deve-se
realizar uma consulta urológica. Com base no tipo de lesão, a resolução pode ser
tão simples quanto a liberação do ureter de uma sutura obstrutiva e a passagem
de um stent duplo J, ou tão complicada quanto uma reanastomose ureteral ou a
reimplantação do ureter na bexiga (Fig. 17-5). É extremamente importante ressaltar que, quando essas lesões são identificadas e tratadas na ocasião da cesárea,
o potencial de morbidade em longo prazo é reduzido.
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Passagem do
stent bloqueada
A
Liberação da
sutura permitindo a
passagem do stent
Stent ureteral em
duplo J no local
B
C
Figura 17-5 A, Passagem de stent ureteral através da cistotomia alta. Observe a obstrução completa do ureter direito secundária à sutura utilizada para a
ligadura da artéria uterina. B, A liberação da sutura permite a passagem do stent para além da área de lesão. C, Stent ureteral em duplo J deixado no local para
permitir ao ureter a cicatrização apropriada.
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Caso 1: Ruptura de Divertículo Uretral
Paciente de 31 anos, II G I P, tratada e acompanhada durante sua
gestação de uma massa relativamente grande e assintomática
na parede vaginal anterior. O obstetra sentiu que a massa era
consistente com uma cistocele e, por ser assintomática, não foi
necessária avaliação ou tratamento. Ela entrou em trabalho de
parto ativo e deu à luz espontaneamente um concepto pesando
4.200 kg com uma episiotomia mediana. Com a passagem da
cabeça, ocorreu uma evidente ruptura da massa da parede
vaginal anterior, com a liberação de quantidade significativa
de material purulento. Durante a tentativa da colocação de
uma sonda de Foley, tornou-se aparente que a parede vaginal
anterior estava se comunicando diretamente com a uretra.
Com alguma dificuldade, a sonda foi colocada na bexiga com
sucesso.
Discussão
Esta é uma rara situação em que um divertículo uretral
foi erroneamente diagnosticado como uma cistocele e,
infelizmente, durante o parto, o mesmo rompeu-se. A conduta
imediata deveria ser, se estivesse disponível, a imediata
consulta com um urologista ou uroginecologista. Caso não seja
possível, o cateter deverá ser mantido no local. A maior parte
das situações como essa não deveria ser abordada até que os
efeitos da gestação diminuíssem, para permitir o fechamento
apropriado da abertura uretral e a excisão do saco diverticular.
Caso 2: Cistotomia Involuntária com Lesão Ureteral
A paciente é uma mulher de 35 anos, III G II P, que entrou
em trabalho de parto na 38a semana, com ruptura de
membranas e sofrimento fetal. Ela já foi submetida a
duas cesarianas. Devido à bradicardia fetal prolongada,
realizou-se uma cesariana de emergência por meio de uma
incisão cutânea transversal. A falha em descolar a bexiga,
que estava firmemente aderida ao útero, acarretou sua
secção transversal completa durante a passagem da cabeça.
Também houve uma extensão lateral da incisão uterina, que
provocou sangramento excessivo dos vasos do útero do lado
direito. Foi necessária a realização de numerosas suturas
nessa região para controlar o sangramento. Suspeitou-se de
comprometimento do ureter direito.
Discussão
Em tal situação, a bexiga necessita ser adequadamente
dissecada e liberada de todas as estruturas aderentes, mais
notadamente do segmento uterino inferior (17-2), para permitir
um fechamento livre de tensões; 5 mg de índigo carmim IV
foram aplicados pelo anestesista. Ambos os orifícios ureterais
são visualizados durante a cistotomia. Se não for notado
derramamento em um ou em ambos os ureteres, é passado um
stent ureteral ou uma sonda nasogástrica pediátrica em sentido
contrário para determinar o local e a extensão da lesão. No caso
apresentado, mais provavelmente a simples remoção da sutura
e a passagem de um stent em duplo J pode ser suficiente para
corrigir o comprometimento ureteral (Figs. 17-3 a 17-5). Se o
ureter tiver sido completamente seccionado, será necessária
uma reanastomose terminoterminal ou o reimplante do
ureter. A cistotomia da bexiga deverá ser fechada em camada
dupla com uma sutura 3-0 poliglicólica com absorção tardia
(preferimos categute cromado) (Fig. 17-2). A bexiga deve ser
drenada com uma sonda de Foley por 10 a 14 dias. Às vezes, se
a urina tiver muito sangue, um cateter suprapúbico também é
colocado para assegurar a ocorrência de drenagem contínua,
caso a sonda de Foley fique bloqueada por um coágulo. Uma
consulta urológica determinará por quanto tempo o cateter
ureteral será deixado no lugar.
Conclusão
Embora lesões à bexiga e/ou ao ureter durante a cesariana sejam relativamente
raras, elas continuam a ocorrer regularmente. Se não forem reconhecidas e
reparadas durante a cirurgia inicial, essas lesões podem acarretar a formação
de fístulas e até mesmo comprometer o rim, levando a uma nefrectomia. O indicador de prognóstico mais importante da morbidade em pacientes decorrente
de lesões no sistema urinário é o tempo do reconhecimento. Caso necessário,
deve-se obter aconselhamento urológico ou uroginecológico adequado.
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Leituras Sugeridas
Buchholz NP, Daly-Grandeau E, Huber-Buchholz MM: Urological complications associated with cesarean
section. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 1994;56:161-163.
Eisenkop SM, Richman R, Platt ID, Paul RH: Urinary tract injury during cesarean section. Obstet Gynecol
1982;60:591-596.
Faricy PO, Augspurger RR, Kaufman JM: Bladder injuries associated with cesarean section. J Urol
1978;120:762-763.
Nielsen TF, Hokegard KH: Postoperative cesarean section morbidity: a prospective study. Am J Obstet
Gynecol 1983;146(8):911-915.
Phipps MG, Watabe B, Clemons JL, et al: Risk factors for bladder injury during cesarean delivery. Obstet
Gynecol 2005;105:156-160.
Rajasckar D , Hall M : Urinary tract injuries during obstetric intervention . Br J Obstet Gynaecol
1997;104:731-734.
Yossepowitch O, Baniel J, Pinhas ML: Urologic injuries during cesarean section; intraoperative diagnosis
and management. J Urol 2004;172:196-199.
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