QUALIDADE
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QUALIDADE
notícias Rua Piauí, 220, 5º andar – Santa Efigênia – BH/MG CEP: 30150-320 Ano XIX- nº 69 - Maio/Junho 2016 EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS Mudou-se Falecido Desconhecido Ausente Recusado Não procurado Endereço insuficiente Não existe n0 indicado EM / / QUALIDADE DO LEITE EM FOCO Instrução Normativa 62 foi prorrogada e produtores têm até junho de 2018 para se adequar Responsável Págs. 8 a 10 Entrevista Investir em comunicação é crucial para a competitividade de uma empresa págs. 6 e 7 Saúde com sabor Leite condensado é o favorito dos brasileiros págs. 14 e 15 EDITORIAL EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA João Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre Ltda Presidente Guilherme Olinto Abreu Lima Resende - Coaperiodoce Vice-presidente Paulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas Ltda Diretor Administrativo Guilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa Ltda Diretor Financeiro Alessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo Ltda Diretor Tecnológico DIRETORIA ADJUNTA Carlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro Ltda Carlos Eduardo Abu Kamel - Coop. dos Produtores Rurais de Itambacuri Ltda Carlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/A Carlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing Ltda Cícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez Ltda Emerson Faria do Amaral - Hebrom Produtos do Laticínios Ltda Estevão Andrade - Laticínios PJ Ltda Giovanni Diniz Teixeira - Itambé Alimentos S/A Gregor Lima Viana Rodrigues - Gregor L V Rodrigues - ME Guglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Humberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/A Ivan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio Ltda Jaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista Ltda João Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda Jorge Vinícius Nico - Coop. Agropecuária de Resplendor Ltda José Márcio Fernandes Silveira - F. Silveira Campos José Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares Ltda Juarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/A Léo Luiz Cerchi - Scalon & Cerchi Ltda Louise de Souza Fonseca - Laticínios Coalhadas Ltda Lucia Alvarenga Fagundes Couto - Laticínios Lulitati Ltda Marcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de Laticínios Ltda Marcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e Indústria Ltda Marcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirante Ltda Odorico Alexandre Barbosa - Usina de Laticínios Jussara S/A Ricardo Cotta Ferreira - Itambé Alimentos S/A Robson de Paula Valle - Laticínios Sabor da Serra Ltda Rodrigo de Oliveira Pires - BRF - Brasil Foods S/A Valéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda Vicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. Ltda Welson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri Ltda Wilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda CONSELHO FISCAL EFETIVO José Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/A Luiz Fernando Esteves Martins - Efetivo Barbosa & Marques S/A Roberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial Ltda CONSELHO FISCAL SUPLENTE Cloves Fernandes de Almeida Filho - ME - Laticínios Santa Cruz Elias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha Ltda Ramiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas Ltda DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOS Guilherme Olinto Abreu Lima Resende - Coaperiodoce João Lúcio Barreto Carneiro - Porto Alegre Indústria e Comércio Ltda DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG -SUPLENTES Guglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda Luiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/A PRODUÇÃO: REDE COMUNICAÇÃO DE RESULTADO Jornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP) Projeto Gráfico: Rede Comunicação de Resultado Edição: Jeane Mesquita e Licia Linhares Redação: Bárbara Fonseca, Camila Côrrea, Gabriela Maia, Pamella Berzoini, Ana Paula Araújo, e Roberto Ângelo Diagramação: Laura Fahel Foto de capa: Herberth Xavier Ana Paula Couto ANO XIX / Número 69 / Maio e Junho/2016 SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa Efigênia CEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421 www.silemg.com.br / [email protected] Tiragem: 3.500 exemplares UNIÃO É A ATITUDE DA VEZ Uma das razões de ser do Silemg é informar aos consumidores sobre a importância e os prazeres do consumo de leite e derivados. Por isso, sempre realizamos eventos que promovem ações de contato e diálogo com a sociedade. Entre eles está o Dia Mundial do Leite, comemorado em primeiro de junho. Neste ano, montamos uma Blitz do Leite na praça da Assembleia, em Belo Horizonte. Distribuímos materiais informativos sobre o setor leiteiro e a importância do consumo de lácteos e promovemos a degustação de alimentos como leite, iogurtes e queijos. Também distribuímos um kit com nossos produtos a autoridades e formadores de opinião. O saldo foi bastante positivo. Atingimos cerca de 1.500 pessoas que passaram pelo local. Gostaria de agradecer aos associados que foram nossos parceiros nessa ação. Juntos, ganhamos mais forças no estímulo ao consumo de lácteos e desmitificamos o conceito de que leite e derivados não fazem bem à saúde. Ações como essa, realizadas pelo Silemg, vêm inspirando outras entidades e empresas ao redor do Brasil. No Dia Mundial do Leite de 2016, ocorreram eventos de celebração em Salvador, Goiânia, Maceió, Campo Grande e Brasília. A próxima inciativa do nosso sindicato será em outubro, no Dia Mundial de Combate à Osteoporose. Contamos, mais uma vez, com a participação de todos. Além do Dia Mundial do Leite, esta edição do Silemg Notícias também aborda a prorrogação da Instrução Normativa 62, atrelada à melhoria da qualidade do leite. A grande dificuldade que ainda encontramos para avançar mais nessa luta está na educação dos produtores rurais e, também, do comportamento do setor industrial. Quando há queda de produção, a necessidade de captação fala mais alto que o apelo à qualidade. A competição pela compra da matéria-prima acaba gerando o efeito colateral de atrasar, e muito, os programas que visam trazer benefícios aos nossos produtos, colocando o setor em uma posição de morosidade. Nesse cenário, devemos nos agarrar à força da união. Precisamos nos fortalecer mutuamente, exigir uma matéria-prima de qualidade, auxiliar os produtores nesse desafio e cobrar das autoridades as medidas cabíveis. É dessa forma que alavancaremos o crescimento da cadeia leiteira em Minas Gerais. Queremos ser referência e nos destacar, e sabemos de toda a capacidade do nosso estado para isso. Atuando juntos, só temos a ganhar. Boa leitura! João Lúcio Barreto Carneiro Presidente do Silemg 3 GIRO NOS ASSOCIADOS Há 23 anos, os irmãos Romero e Heliton aproveitaram a produção leiteira da propriedade rural da família, localizada em Lima Duarte, para fundar a empresa de laticínios Sabor da Serra. Nessa época, com o trabalho de quatro funcionários, 700 litros de leite eram utilizados diariamente na produção dos queijos prato, minas padrão, parmesão e muçarela, comercializados em Juiz de Fora. Em 1997, Robson Paula Valle, filho de Romero, começou a trabalhar na empresa. Oito anos depois, tornou-se um dos sócios e passou a integrar a diretoria, posição que ocupa até hoje. “Nossa empresa cresceu muito. A linha de produção ganhou maquinários modernos, e nossa gama de produtos aumentou significativamente. Mas ainda preservamos parte do processo de produção artesanal, que é considerado um diferencial de mercado. Hoje, produzimos vários tipos de queijo, leite, manteiga, creme de leite, ricota, além dos requeijões, que representam 40% do nosso faturamento”, conta. O mercado da Sabor da Serra também foi ampliado. Hoje, os produtos são comercializados nas regiões mineiras Campo das Vertentes, Zona da Mata e Sul, e também no estado do Rio de Janeiro, no Sul e na região Serrana. “No ano de 2004, demos o maior salto. Deixamos de ser uma marca regional para conquistar novos mercados. Aumentamos a nossa produção, investimos na empresa e adquirimos novos veículos. No início, tínhamos uma caminhonete para coletar o leite e uma Kombi para fazer a entrega. Agora, contamos com 60 funcionários e com 14 caminhões, que cumprem toda a logística.” Dos 35 mil litros de leite usados diariamente na produção, cerca de 90% são comprados diretamente de pequenos produtores rurais da região. “Cada profissional fornece cerca de 115 litros por dia. Esse leite, por não vir de gado de alta produção, tem teores mais altos de proteína e gordura, o que é uma carac- Arquivo Sabor da Serra CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL Robson Valle seguiu os passos do pai e, hoje, é um dos diretores do Sabor da Serra terística positiva. Consideramos os produtores rurais nosso maior patrimônio e trabalhamos com muita união, sempre apoiando o trabalho deles e buscando alternativas para melhorar a propriedade e a produtividade de cada um”, diz. A expectativa para este ano é aumentar o faturamento em 10%. “Revitalizamos nossa logomarca, deixando-a mais simples, sem retirar o conceito original. Até meados de 2017, nossos produtos estarão em Belo Horizonte, na capital fluminense e na região dos Lagos. Tudo está bem-planejado para que o crescimento seja sustentável .” Arquivo Laticínios Jussara 4 GIRO NOS ASSOCIADOS Laticínios Jussara conta com unidades fabris em Patrocínio Paulista (SP) e Araxá (MG) PIONEIRISMO QUE SE DESTACA Em 1954, entrava para o mercado a Laticínios Jussara, fundada pelo médico Amélio Rosa Barbosa, na cidade de Franca, em São Paulo. A ideia do negócio surgiu depois que o empreendedor conheceu o leite pasteurizado no Rio de Janeiro, enquanto estudava na cidade. A veia empreendedora do profissional logo relacionou a novidade ao mercado da sua cidade de origem, e foi assim que iniciou a fabricação do produto e também de manteiga e uma linha de queijos, com o trabalho de 20 empregados. Após 62 anos e algumas transformações, o laticínio continua sendo administrado pela família Barbosa. “Hoje, temos duas unidades fabris, uma em Patrocínio Paulista, em São Paulo, e outra em Araxá, em Minas Gerais. Nossa história é marcada por momentos importantes, por exemplo: quando fomos um dos pioneiros na comercialização do leite pasteurizado em saquinho, em 1970, e depois do leite longa vida em caixinha, na década de 1990. Em 2014, lançamos o longa vida em garrafas plásticas”, conta o diretor-superintendente, Odorico Alexandre Barbosa. Com todo esse tempo de história, a gama de produtos Jussara cresceu. “Produzimos leites, queijos, cremes de leite, leites condensados, bebidas de soja e achocolatados, além da recémlançada linha Jump, composta por produtos lácteos voltados para o estilo de vida saudável, e que inclui também opções sem lactose e glúten.” Para dar conta de toda a produção, é processado por dia cerca de 1 milhão de litros de leite, que vêm dos 25 postos de captação administrados pela empresa nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás. “Nosso leite vem de quatro mil produtores rurais. Para o trabalho administrativo e produtivo, temos uma equipe direta de mais de mil empregados”, contabiliza. Com todo esse investimento, hoje o laticínio ocupa um lugar de destaque no mercado. “A Jussara é líder de vendas em leite longa vida no estado de São Paulo há quatro anos. Esse mesmo leite e também o nosso creme de leite e leite condensado nos colocam entre as cinco empresas com melhores resultados em venda desses produtos no país”, destaca Odorico. Para continuar crescendo, ele aposta na nova linha Jump e na manutenção da qualidade dos produtos. “Acreditamos que o alto rigor de qualidade e o bom relacionamento com os supermercadistas fortalecem nossa marca e geram uma relação de confiança com o consumidor.” notícias BOMBAS ∙ VÁLVULAS ∙ TROCADORES DE CALOR ∙ HOMOGENEIZADORES SISTEMAS DE EVAPORAÇÃO E SECAGEM ∙ EQUIPAMENTOS DE PROCESSO Rua João Daprat, 231 – São Bernardo do Campo, SP Tel.: (11) 2127-8278, E-mail: [email protected] Não procurado 30150-320 – BH/MG CEP: Ausente Desconhecido Recusado Endereço insuficiente Não existe n0 indicado Responsável / Rua Piauí, 220, / Santa Efigênia Falecido Mudou-se EM UM NOVO notícias Ano XIX - nº 67 - Janeiro/Fe Págs. 8 a 11 EMPRESA Mudou-se Desconhecido como o princip redes sociais Laticínios usam icação com o consumidor canal de comun págs. 12 e 13 al EM / / E TELÉGRAF OS Falecido Ausente Recusado Endereço insufi Não existe Inovação Entrevista professora da Fundação Dom el, Marta Piment a importância da marca Cabral, fala sobre págs. 6 e 7 vereiro 2016 BRASILEIRA DE CORREIOS Não procurado ciente n 0 indicado Responsável VENDAS ONLINE Entrevista Valter Galan, da Milk Point, fala sobre o cenário leiteiro e as previsões para 2016 págs. 6 e 7 E-commerce ganha cria oportunidad força no país e e para a indúst de laticínios ria Págs. 8 a 11 De olho Investir em nicho vantagem compet de mercado garante itiva págs. 12 e 13 CEP: 30150-320 inovam para setor lácteo informado, Empresas do vel público mais atender um preza por uma vida saudá exigente e que Efigênia – BH/MG MERCADO 5º andar – Santa A missão da SPX FLOW é oferecer soluções inovadoras para ajudar o mundo a atender à crescente demanda por alimentos de maior qualidade sem perder o sabor. Com foco na inovação e no desenvolvimento, trabalhamos com componentes de alta qualidade e sistemas de engenharia personalizados a fim de oferecer soluções completas para todo e qualquer processo. Escolha uma companhia líder de mercado com marcas que você conhece e confia. A história da sua empresa e cooperativa pode aparecer em nossa revista. Os interessados em participar podem enviar e-mail para [email protected], que a nossa equipe entrará em contato. DE CORREIO Rua Piauí, 220, MAIS OPÇÕES. MAIS SOLUÇÕES. VOCÊ NO SILEMG NOTÍCIAS! 2015 /Dezembro 66 - Novembro BRASILEIRA EMPRESAS E TELÉGRAFOS 5º andar – Ano XVIII - nº PONTO DE VISTA 5 No universo das operações de compra e venda de empresas, comumente conhecidas por fusões e aquisições ou M&A (mergers and acquisitions), existe uma importante etapa do procedimento denominada Legal Due Diligence ou simplesmente Due Diligence. Trazendo para a língua portuguesa, a auditoria legal significa a verificação de uma série de documentos e informações que, sob o enfoque jurídico, permitem a um potencial comprador conhecer mais detalhadamente a empresa-alvo, identificando situações que possam influenciar no negócio. Quase sempre a Legal Due Diligence é conduzida por consultores jurídicos, especializados nos mais diversos ramos do Direito, os quais solicitam e analisam informações e documentos de natureza tributária, trabalhista, societária, contratual, regulatória, ambiental, concorrencial e contenciosa (processos judiciais, administrativos e arbitrais). A partir dessas análises, é gerado um relatório apontando situações que, sob a ótica treinada dos consultores, merecem ser conhecidas pelo potencial comprador, de modo que ele saiba com a maior exatidão possível o que pretende comprar. Diante das informações contidas no relatório, o interessado poderá eventualmente identificar, por exemplo, motivações que justifiquem a redução do preço de aquisição, o aumento de garantias ou mesmo a desistência da operação. Não raramente, a empresa-alvo de possível investimento apresenta-se, em um primeiro momento, com o que tem de melhor e mais atrativo, deixando de revelar informações que, se conhecidas pelo potencial investidor, poderiam impactar o preço ou afastá-lo imediatamente do deal. Daí a importância da due diligence, que deve Arquivo pessoal A LEGAL DUE DILIGENCE NAS FUSÕES E AQUISIÇÕES: PROCEDIMENTO DO COMPRADOR OU DO VENDEDOR? * revelar ao interessado todas as informações necessárias para conquistar o que almeja. Não há dúvida de que a legal due diligence é extremamente recomendável em qualquer operação de M&A, independentemente do seu porte. Mesmo sendo um procedimento, muitas vezes, contratado pelo potencial comprador, o inverso também acontece com frequência, ou seja, a contratação da auditoria legal pela empresa que está buscando o investidor ou que poderá ser abordada por algum a qualquer momento. É o que chamamos de legal due diligence do vendedor. A due diligence, em si mesma, permite que a empresa tome conhecimento de problemas que poderão ser imediatamente enfrentados, tornando-a mais atraente e segura para uma eventual operação de M&A. Mesmo que tal operação não ocorra, ainda assim a auditoria terá valido a pena, por proporcionar a identificação e neutralização (ou, ao menos, a minimização) de focos de futuros dissabores. *André Papini Sócio da Papini Lacerda Advogados 6 Daniel Magalhães ENTREVISTA DIÁLOGO PARA ENFRENTAR A CRISE Para Maria Flávia Bastos, investir na comunicação pode ajudar a empresa a se manter competitiva diante da retração da economia A turbulência econômica, como a vivida no país nos últimos tempos, costuma fazer sempre as mesmas vítimas. Primeiro, some o ímpeto do cliente de consumir. Em seguida, desaparece a vontade do empresário de investir. Nesse contexto em que a instabilidade impera, os setores de comunicação de empresas de diferentes portes costumam sofrer cortes, muitas vezes, brutais. Contudo, especialistas alertam que essa atitude é um erro que, ao invés de aliviar o aperto financeiro, pode prolongar as dificuldades do negócio. Para entender o problema e descobrir o caminho para o melhor uso da comunicação em tempos de crise, o Silemg Notícias conversou com a professora de educação empreendedora e autora do livro “Educação e Empreendedorismo Social: Um encontro que (trans)forma cidadãos”, Maria Flávia Bastos. Para ela, a comunicação deve ser preservada e entendida como uma estratégia para dar novo respiro aos negócios. 7 Diante de um cenário econômico incerto, é compreensível que os empresários decidam realizar cortes de gastos. Contudo, as primeiras “vítimas” dessas medidas costumam ser os setores de comunicação. Em um momento de retração do mercado, não seria natural que as empresas reforçassem suas ações de divulgação de serviços e/ou produtos? Infelizmente, a comunicação ainda não é vista como estratégica, mas como supérflua para algumas organizações. E, neste momento em que o medo e a insegurança ganham força – às vezes, muito mais do que deveriam –, a comunicação deveria ser entendida como uma ferramenta estratégica e fundamental para contornar essa situação. Uma empresa com a imagem fortalecida, colaboradores engajados e confiança no amanhã poderá se sair melhor da crise que outra organização que deixar a situação abalar suas forças. Na sua avaliação, qual a importância da comunicação dentro da estratégia de atuação de uma empresa? A comunicação como estratégia é baseada no relacionamento, na criação e na manutenção de diálogo entre a empresa e seus diversos públicos. Mas, para que isso aconteça de maneira eficaz, é preciso conhecer a fundo seus stakeholders, compreender sua linguagem, desejos e necessidades para, de fato, dialogar de maneira plena e efetiva. Por muito tempo, classificamos nossos públicos de maneira demográfica. Hoje, precisamos entender a lógica dos públicos a partir de seus valores e experiências. São esses valores que nos aproximarão ou que nos farão parceiros e cúmplices de uma mesma jornada. Durante a crise, qual o papel que a comunicação deve desempenhar? Estamos vivendo um período de retração, de medo e, aí, o consumidor já não se sente tão seguro para gastar, os colaboradores têm receio de viver o desemprego e, com isso, criamos uma aura de desesperança que, naturalmente, desenvolverá um círculo vicioso de pânico e paralisia. Dessa forma, a comunicação deve ser utilizada no fortalecimento das mensagens positivas – e, acredite, elas existem e continuarão a existir. É preciso colocar em destaque as boas notícias tanto no processo de relacionamento com clientes, acionistas e fornecedores quanto na comunicação interna. Quais são os erros recorrentes cometidos pelos empresários durante o enfrentamento de períodos de turbulência econômica? O primeiro é esse não reconhecimento dos próprios valores – Quem sou eu? Que valores me regem? Que impactos gero na sociedade? – ou dos valores importantes para seus públicos. O outro – muitas vezes, decorrente desse desconhecimento – é o desequilíbrio na definição de estratégias, ou seja, a opção errada na hora de decidir sobre os melhores investimentos ou cortes na área de comunicação. Se há uma crise econômica, naturalmente não se pode gastar como antes, mas cortar ou fazer algo que não valha tanto porque custará menos pode ser, na verdade, um grande erro. No atual contexto, como os setores de comunicação devem trabalhar para provar a sua importância? É como falei anteriormente: investir em relacionamento baseado em valor e em geração de impacto é um diferencial das organizações nesses tempos turbulentos. Então, brincando com a palavra CRISE, arranque fora a letra S e, pronto: CRIE! Aposte em ações de comunicação de baixo custo. Quem sabe, também, é a hora de pôr em prática um projeto de inovação aberta, que aproxime seus clientes de você. Estratégias de comunicação mais agressivas também podem render bons frutos? Ou, no momento, deve prevalecer a regra do “menos é mais”? Essa é uma resposta difícil de ser dada, pois há casos e casos. Há empresas que, nessa crise, conseguiram crescer, outras têm mantido seu lucro e lugar no mercado, e outras, infelizmente, têm tido prejuízos. Em se tratando de comunicação, não há regras. Por isso, a importância de ter um profissional na sua empresa que entenda e lhe aponte os caminhos de uma comunicação eficaz. E, se sua empresa é pequena e não tem como ter um profissional, procurar ajuda de consultores ou de instituições, como o Sebrae Minas, pode ser um diferencial nesse momento. Dentre as ações de comunicação de baixo custo, podemos incluir as que envolvem as redes sociais? Elas são eficientes nesse período? Quem não aparece, definitivamente não é lembrado, e as redes sociais nos lembram disso o tempo todo. Então, invista em ações criativas nas mídias sociais, não se esqueça: seus colaboradores, clientes, acionistas, comunidade e fornecedores são a força de sua empresa. Relacione-se constantemente. Quais outras dicas a senhora pode dar para um empreendedor (iniciante ou não) que está preocupado com o cenário atual? Não tenha medo! Ainda que você seja uma pessoa muito nova, vai saber que tanto o Brasil quanto o mundo já vivenciaram outras crises. Há países que hoje são exemplo de economia e desenvolvimento e que, durante e após períodos de guerra, demoraram muito tempo para se reerguerem. Por isso, pense que estamos atravessando um mau tempo, mas que isso passa. O que fica, além das experiências, são a força da sua marca e a garra e o desejo de fazer acontecer, de querer mudar, de acreditar naquilo que faz, como possibilidade de uma nova realidade que, tenho certeza, virá. 8 CAPA PRÓXIMOS PASSOS Instrução Normativa 62, que regulamenta a qualidade do leite cru, tem prazo prorrogado 9 Produtores de leite do Brasil terão até julho de 2018 para se adequarem aos padrões de qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio da Instrução Normativa 62/2011. A nova data foi instituída por meio da publicação, no dia 3 de maio, da IN 07/2016. Além da alteração do prazo para adequação dos produtores, o novo dispositivo cria a Comissão Técnica Consultiva para o Monitoramento da Qualidade do Leite (CTC/Leite), grupo formado por representantes do governo, indústria, produtores e instituições de pesquisa cuja atribuição será elaborar, em até 24 meses, uma proposta para institucionalizar o Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite. A modificação do prazo e a criação da CTC são as únicas mudanças trazidas pela IN 07/2016 com relação à IN 62, uma vez que foi mantido o texto com os requisitos exigidos pela norma aos produtores de leite. Entre eles estão os novos padrões de Contagem Bacteriana Total (CBT) – que passa de 300 mil UFC/ml para 100 mil UFC/ml - e de Contagem de Células Somáticas (CCS) – de 500 mil céls/ml para 400 mil céls/ml. Outros pontos aos quais os produtores terão que se adequar se referem aos parâmetros para a condição sanitária do úbere das vacas, monitoramento da incidência de mastite no rebanho, condições de transporte e resfriamento, dentre outros. Esta não é a primeira vez que a IN é prorrogada (leia mais na pág. 10). Para especialistas do setor, trata-se de um cenário desmotivador para aqueles produtores que estão comprometidos em melhorar a qualidade de seu produto. “Diante de um novo adiamento, fica a sensação de falta de credibilidade, principalmente, entre quem está investindo para atender aos novos padrões”, avalia a professora da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mônica Pinho Cerqueira. Para ela, ainda não existe, no setor, a conscientização acerca da importância da qualidade do leite. “Não é só uma questão de atender à legislação, mas sim de ter um melhor retorno da produção, uma vez que mais qualidade significa menos perda e maior garantia.” A especialista acrescenta, ainda, que, para atender às normas de qualidade, como aos números de CBT e CCS, não são necessários grandes investimentos financeiros. “Trata-se, sobretudo, de uma revisão de processos e mudança de cultura.” Opinião similar tem o CEO da Qconz América Latina (Quality Consultants of New Zealand), Bernard Woodcock. Para ele, ao comparar o setor no Brasil com a Nova Zelândia, onde se produz leite de grande qualidade, produtores e indústria devem assumir suas responsabilidades para alavancar a qualidade do produto e, assim, torná-lo mais competitivo. “Nos anos de 1980, não tínhamos um leite de qualidade na Nova Zelândia e nos vimos em uma situação em que a única opção era investir no setor. Os empresários se reuniram e houve uma aproximação com os produtores. Hoje, o governo é responsável apenas pela fiscalização, enquanto à indústria, cabe a capacitação e a assistência técnica aos produtores, que, por sua vez, se interessam em melhorar, pois sabem que vão ter retorno.” Investimento que gera resultado O laticínio Verde Campo é um exemplo de como a indústria pode atuar para contribuir com a melhoria da qualidade do leite no país e, como consequência, aumentar a rentabilidade do negócio. A empresa tem uma equipe responsável por prestar assistência técnica ao campo, fazer a análise de contagem individual de vacas e exame de cultura dos rebanhos e orientar o manejo correto de ordenha. Por meio dessas iniciativas, a empresa alcançou uma matéria-prima cujos padrões de qualidade estão acima do que é exigido pela IN 62. “Hoje temos média ponderada de CBT no leite em torno de 30 mil UFC/ml.. Mais de 95% do leite recebido está abaixo de 100 mil UFC/ml. A redução da CCS é um grande desafio para todo o setor e, com nosso trabalho, já evoluímos 18% neste ano em melhoria geral nos índices”, avalia o gerente de Captação de Campo da Verde Campo, Sávio Santiago. Diante dos desafios enfrentados pelo setor, ele aposta na união da indústria e dos produtores para que o Brasil tenha condições de disputar um lugar no mercado externo. “Não podemos continuar na posição de importadores, mas sim, de fornecedores de leite para outros locais do mundo. Hoje, contudo, não temos um produto apto a brigar por novos mercados externos.” Em sua opinião, entre as atribuições das empresas de laticínios neste cenário está a de ser um elo entre as novas tecnologias e o produtor. “É muito importante adotar políticas de pagamento por qualidade e criar condições de dar assistência técnica para incentivar melhorias contínuas. Quando se tem menos contaminação em um rebanho, temos menos mastite, mais produção por vaca, menos gastos com medicamentos, e a indústria ganha uma matéria-prima que oferece mais rendimento industrial e menos problemas com defeitos e devoluções”, analisa. Ciente das vantagens de se investir na qualidade do produto, o produtor e presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais de Itambacuri (Copril), Carlos Eduardo Abu Kamel, 10 CAPA é taxativo quanto aos requisitos para se manter no mercado: seriedade e conhecimento. “De leite ruim não sai produto bom, isso é fato”, atesta. Segundo ele, há alguns anos, os produtores não tinham a consciência da importância da padronização do leite para a produção de laticínios, que é um dos negócios da cooperativa. Após uma série de mudanças nos processos, ficou comprovado que investir em melhorias gera benefícios diretos. “Fizemos um comparativo entre o antes e o depois e percebemos um aumento de 10% na rentabilidade do leite”, conta. Hoje, os 400 cooperados, responsáveis pela produção de 60 mil litros de leite ao dia, são obrigados a fazer o controle mensal da qualidade do leite. A iniciativa cumpre um dos requisitos da IN 62, que, por meio da criação da Rede Brasileira da Qualidade do Leite (RBQL), em 2002, possibilita o monitoramento do produto e, consequentemente, orienta a tomada de decisões dos produtores em caso de resultados não satisfatórios. Em breve, uma nova ferramenta digital, desenvolvida pelo Mapa em parceria com a Embrapa, permitirá o acesso dos produtores e demais interessados da cadeia produtiva do leite às informações coletadas pelos laboratórios da RBQL ao longo dos anos (leia na página 12). Breve histórico As primeiras articulações para regulamentar a qualidade do leite no Brasil tiveram início em 1998, com a criação de um grupo de trabalho responsável por elaborar uma proposta de Programa de Melhoria da Qualidade do Leite. No ano seguinte, foi publicada a Portaria 56, que descrevia os pilares da iniciativa. A partir daí, foram definidos os critérios de produção, qualidade e transporte do leite, estabelecidos na IN-51, publicada em 2002. Pela norma, os produtores teriam até 2005 para se adequarem a itens como taxas de CCS e CBT. As análises do leite deveriam ser realizadas em laboratórios credenciados pela CGAL/MAPA e, para isso, foi criada, também em 2002, a Rede Brasileira de Controle de Qualidade do Leite, a RBQL. Ao longo dos anos, os limites máximos de CCS e CBT passaram a ser questionados. Em 2011, um novo parâmetro foi estabelecido, passando de 1 milhão para 400 mil céls/ml e de 1 milhão para 300 mil UFC/ml, respectivamente. Às vésperas de a norma entrar em vigor, contudo, o Mapa, mais uma vez, prorrogou o prazo de adequação para seis meses, nomeando um grupo para criar uma nova proposta. Em dezembro surgiu, então, a IN-62, que trouxe novos limites de CCS e CBT. Alguns meses depois, uma nova mudança. Os limites passavam de 300 mil para 100 mil UFC/ ml para CBT e de 500 mil para 400 mil céls/ml para CCS. Agora, dois meses antes do prazo entrar em vigor, a IN-62 é prorrogada novamente, sendo que os produtores têm até julho de 2018 para cumprir os requisitos. DE OLHO 1111 No Brasil, apenas 16% dos trabalhadores têm ensino superior completo. O índice, levantado pela Pesquisa Nacional de Domicílios (Pnad) de 2014, reflete a necessidade de se investir em uma formação sólida, que contribua para o desenvolvimento dos mais diversos setores. Para os profissionais da indústria de laticínios, o bacharel em Ciência e Tecnologia de Laticínios da Universidade Federal de Viçosa (UFV) é uma das possibilidades de graduação. Vinculada ao Departamento de Tecnologia de Alimentos (DTA), a graduação conta com mais de 50 profissionais, entre professores e técnicos administrativos. A coordenadora do curso, Laura Fernandes Correia, é egressa da universidade e destaca, dentre os diferenciais da formação, as oportunidades de atuação. “Nossos alunos são preparados para atuar em toda a cadeia do leite, desde a preparação dos insumos para a produção até a entrega dos produtos ao mercado. Isso é possível, pois nossa grade curricular envolve as mais diversas disciplinas, da zootecnia aos estudos de economia”, revela. A formação tem duração prevista de quatro anos e meio, sendo o último período do curso dedicado ao estágio obrigatório. Essa atividade é uma importante estratégia para que o futuro profissional conheça, na prática, a rotina de uma área da cadeia produtiva do leite. As aulas tradicionais acontecem no campus de Viçosa. Por se tratar de uma universidade pública, o curso é gratuito. Para ingressar na universidade, é preciso participar do processo seletivo por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Bons frutos Em 2007, Felipe Dutra assistiu à primeira aula na graduação de Ciência e Tecnologia de Laticínios na UFV. Ex-aluno de uma escola técnica no Espírito Santo, chegou a Minas Ge- Daniel Sotto Maior (CCS/UFV) CONHECIMENTO PARA O NEGÓCIO Universidade Federal de Viçosa oferece graduação em Ciência e Tecnologia de Laticínios rais em busca de uma oportunidade profissional na indústria de laticínios. “Quando fiz o curso técnico de agroindústria, passei três semanas em uma pequena empresa que produzia queijos e bebida láctea. Ali, descobri minha vocação para a área”, explica. Nesses quase dez anos, Felipe concluiu a graduação e, hoje, está na equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Tirolez. Alocado na cidade de Monte Aprazível, em São Paulo, o analista relembra de que forma a graduação colaborou para a conquista profissional. “A universidade foi a principal ponte entre as minhas trajetórias acadêmica e profissional. A teoria da sala de aula, somada às experiências práticas em laboratório, me prepararam para o estágio obrigatório. Foi justamente após seis meses de incursão na empresa que surgiu a oportunidade de contratação. Me sinto preparado para os muitos desafios que a indústria de laticínios possui”, encerra. 12 DE OLHO INFORMAÇÃO NA PONTA DOS DEDOS Novo sistema desenvolvido pelo Mapa e pela Embrapa vai unificar informações técnicas sobre a qualidade do leite em todo o país Uma ferramenta online, acessível por tablet, computador ou celular, que vai reunir mais de 50 milhões de dados técnicos referentes a amostras de leite de todas as partes do país. Essa é a proposta do Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite Brasileiro (SIMQL), desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em conjunto com a Embrapa. Lançado oficialmente no dia 3 de maio, o novo sistema, que faz parte das diretrizes do programa Leite Saudável, atende a uma demanda antiga do setor e vai contribuir com a melhoria da competitividade do mercado de laticínios no Brasil. A grande inovação do SIMQL é unificar, em uma plataforma, as análises geradas por dez laboratórios que fazem parte da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite, criada com a implantação da Instrução Normativa 62 (leia mais na página 8). Antes da nova ferramenta ser desenvolvida, os dados gerados por esses laboratórios não estavam integrados, o que dificultava, por exemplo, a realização de análises a partir do cruzamento de informações. Com o SIMQL, pela tela do dispositivo eletrônico, profissionais da cadeia produtiva do leite poderão saber como está a qualidade do leite em todo Brasil pelas variáveis CBT (Contagem Bacteriana Total), CCS (Contagem de Células Somáticas), teor de gordura, teor de proteína, lactose, extrato seco e extrato seco desengordurado. Será possível realizar uma análise a partir do comportamento dessas variáveis ao longo de um determinado período, sendo um mês ou um ano específico. A operação poderá processar dados da data em curso, excluindo apenas informações geradas na última semana em relação à data de realização da consulta. Para o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, o SIMQL representa um passo importante para o fortalecimento do setor. “Temos um divisor de águas na formulação de políticas públicas. Saímos da era do achismo e colocamos o leite na sociedade do conhecimento.” Definir os diferentes níveis de permissões para acesso aos dados é a próxima etapa do processo de desenvolvimento da ferramenta. Linha completa de aditivos e ingredientes para laticínios. Consulte-nos, teremos imenso prazer em atendê-lo! 11 2633 3000 www.daxia.com.br DE OLHO 13 ESTÍMULO AO CONSUMO DE LÁCTEOS Em evento especial, Silemg orienta população sobre a importância do leite para a saúde do consumo de lácteos. Toda manhã, eu tomo leite e outros produtos derivados dele. O meu preferido é o iogurte.” Segundo o diretor do Silemg, Celso Moreira, há dez anos os brasileiros ingeriam cerca de 130 litros de leite por ano, “Hoje, essa marca saltou para 175 litros no mesmo período. Foi um avanço muito representativo, e falta pouco para chegarmos ao indicador ideal da Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 180 litros. A cada ano, pesquisas na área reforçam os benefícios do leite para a saúde e, com a devida instrução, desmitificamos algumas questões recorrentes quando falamos do consumo deste alimento”, afirmou. Para a realização do evento, o Silemg contou com o apoio dos associados. “A pró-atividade de todos contribuiu para o sucesso da Blitz do Leite e mostrou que, juntos, podemos, cada vez mais, estimular o consumo de lácteo entre as pessoas”, enfatiza o presidente do Sindicato, João Lúcio Barreto Carneiro. Além do evento, o Silemg presenteou 250 autoridades e formadores de opinião com uma deliciosa cesta com produtos lácteos. Fotos: Ana Paula Couto No Dia Mundial do Leite, comemorado em 1º de junho, o Sindicato das Indústrias de Laticínios de Minas Gerais (Silemg) foi às ruas da capital mineira para promover uma ação especial: a Blitz do Leite. Com a participação de mais de 1.500 pessoas, a iniciativa, que ocorreu na Praça da Assembleia, contou com a degustação de leites, queijos, iogurtes e bebidas lácteas das marcas associadas, além da distribuição de uma cartilha informativa, mostrando os benefícios do leite e derivados e sua importância para a economia brasileira. O evento, com duração de cinco horas, chamou a atenção de quem passava pelo local, atraindo moradores, estudantes e funcionários de empresas da região, como foi o caso da decoradora Sylene Souza Lima que, diariamente, faz caminhada pela praça. “O leite faz parte da minha vida. Consumo o alimento todo dia e me preocupo muito com a prevenção da osteoporose, por exemplo. Ações como esta são muito importantes para a nossa saúde”, disse. O estudante Guilherme Santana também aprovou a Blitz do Leite. “Esta é uma forma de nos conscientizar sobre a importância O Silemg agradece aos associados que participaram das ações do Dia Mundial do Leite: 14 SAÚDE COM SABOR O QUERIDINHO DOS BRASILEIROS Na linha de produção de quase todos os laticínios, leite condensado apresenta grande potencial de mercado Coringa na produção das mais diversas e deliciosas, receitas de doce, o leite condensado é uma paixão nacional. Quem nunca se deleitou bebendo o produto direto da latinha ou atacando a mesa de brigadeiros em festas infantis, que atire a primeira pedra. Apesar de popular entre os amantes de guloseimas, são poucos os que sabem a origem e a importância histórica e econômica deste ingrediente. Assim como o queijo, o requeijão e a manteiga, o leite condensado é um derivado do leite e faz parte da linha de produtos da indústria de laticínios. Para produzi-lo, o leite de alta qualidade passa pelo processo de pasteurização para que seja eliminada qualquer contaminação potencial. Após adicionar o açúcar, ele segue para um evaporador selado em um sistema de tubos fechados e submetido a uma pressão baixa para redução de seu ponto de fervura. Em seguida, é aquecido para a remo- ção de até 60% do teor de água, para então ser homogeneizado, estabilizado e, finalmente, enlatado em recipientes esterilizados. É na fase de retirada da água do leite e da adição de açúcar que o produto ganha a consistência e a aparência que chegam até o consumidor. Apesar de toda a tecnologia empregada atualmente, regras sanitárias e melhorias desenvolvidas pela indústria para garantir cada vez mais qualidade ao produto são as duas etapas que acompanham a produção desde a origem. Em meados do século XIX, o fazendeiro norte-americano Gail Borden Jr. buscava alternativas para prolongar a vida útil do leite de forma que ele pudesse ser transportado para áreas remotas e sem acesso ao produto. Até então, ele era muito perecível, e muitas vezes, não resistia sequer à viagem entre a zona rural e as cidades. Para con- 15 tornar esse problema, Gail teve a ideia de retirar a água do leite e adicionar um elemento estabilizador antes de conservar o produto em lata. Foi escolhido, então, o açúcar, que contribui no combate às bactérias, tornando o leite condensado perfeitamente armazenável. A ideia foi patenteada em 1856, mas, somente com o início da Guerra Civil Americana, em 1861, a invenção de Gail começou a ser valorizada. Isso porque o produto se mostrou a alternativa perfeita para alimentar os soldados enviados para a frente de batalha. Além de fáceis de transportar e armazenar, as latinhas de 395 gramas possuíam a quantidade adequada de calorias, proteínas, gorduras e carboidratos, sendo ótimas fontes de energia. Para todas as receitas A Eagle Brand Consolidated Milk foi a primeira indústria voltada para a produção em larga escala do leite condensado, em 1864. A bebida era popular principalmente entre as pessoas que viviam em regiões sem acesso ao leite fresco e que o substituíam pelo leite condensado consumido puro ou diluído. Com o desenvolvimento dos processos de pasteurização e dos sistemas de refrigeração, conservar o leite por períodos mais longos não era mais um problema, e a função para a qual o leite condensado foi criado perdeu, pouco a pouco, a importância. Nem por isso, o ingrediente caiu no esquecimento. Com consistência e sabor adequados para produção de doces, tornou-se vedete na confeitaria. Para atender às exigências dos consumidores, foi sendo aperfeiçoado ao longo do tempo. No Laticínio Piracanjuba, os clientes têm opção com zero lactose, além da versão tradicional em diversos tamanhos. “O leite condensado é, hoje, uma linha de alto volume e está entre os carros-chefes da empresa, com presença em todo o mercado nacional”, afirma a gerente de Marketing, Lisiane Guimarães. Ela acrescenta “que a demanda é constante ao longo do ano, com picos em datas especiais, principalmente no Natal e Dia das Mães”. O significativo volume de produção do leite condensado no Laticínios Flórida também reforça a alta demanda do mercado. “Em nenhum lugar do mundo consome-se tanto leite condensado como no Brasil. São 200 mil toneladas por ano. Na Flórida, focamos o fornecimento do leite condensado tradicional. A demanda é também alta e temos grande saída”, conclui Valéria Dias, diretora da empresa. PASSO A PASSO DA PRODUÇÃO LEITE EVAPORADO X LEITE CONDENSADO Tanto o leite condensado quanto o leite evaporado possuem a mesma definição, que é a evaporação de 60% da água e a transformação em um líquido viscoso. A diferença está na adição de açúcar, que acontece no leite condensado e não acontece no evaporado. Apesar de não passar pela condensação, o produto recebe esse nome justamente para diferenciá-lo do evaporado. Leite em pó 96,5% - 97% de sólidos láticos Sacarose (adicionada diretamente ou em solução) Leite fluido 12% – 13,5% de sólidos láticos Leite concentrado 40% - 50% de sólidos láticos Padronização do teor de sólidos láticos, do teor da sacarose e da relação % de gordura pela % de sólidos não gordurosos (RF) Homogeneização (empregada quando se trabalha com leite em pó na formulação) Dissolução da sacarose no leite Tratamento térmico ou pré-aquecimento Evaporação a vácuo Núcleo de cristalização (lactose) Resfriamento Nucleação secundária ou microcristalização. nos tanques de cristalização. Envases em latas ou embalagens cartonadas
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