ECOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES: A CONSTRUÇÃO DO MODELO
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ECOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES: A CONSTRUÇÃO DO MODELO
RIT – Revista Inovação Tecnológica Volume 6, número 1 – 2016 ISSN: 2179-2895 Editor Científico: Alessandro Marco Rosini Avaliação: Melhores práticas editoriais da ANPAD ECOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES: A CONSTRUÇÃO DO MODELO ECOLÓGICO ORGANIZACIONAL Marco Antonio da Fonseca, [email protected] Mestrando em Administração – FMU Prof. Dr. Luiz Felipe Quel, [email protected] Programa de Mestrado Acadêmico em Administração – FMU RESUMO A ecologia organizacional ainda é um conceito inexplorado pelas organizações, o estudo está relacionado à comparação entre a organização e a natureza de seus ambientes. Este Artigo é sobre ecologia organizacional, uma abordagem de como o ambiente externo da organização gera competição na busca por sobrevivência. Este ambiente é constituído por elementos como (os agentes políticos, as leis governamentais, os fatores econômicos e sociais, seus recursos finitos e quantidade de concorrentes no mercado). Esta pesquisa volta-se a esta lacuna, ou seja, analisa a adequação das pesquisas e a construção de um modelo científico de análise ecológica organizacional para constatar se as empresas se adaptam ou influenciam o ambiente externo. Observou-se a carência de pesquisas científicas com analises da adaptação ou da influencia organizacional no ambiente externo de forma ampla, diversificada e integrada, segundo a demanda das organizações. Além de evidenciar essa lacuna/oportunidade para pesquisas científicas, apresentam-se uns quadros abrangentes e consolidados sobre a análise organizacional encontrado dispersa na literatura, classificados segundo cada uma das diversas etapas que compõem a adaptação e influencia da organização em seu ambiente. Palavras-chave: Ecologia Organizacional, Modelo Ecológico Organizacional, Análise Ecológica das Organizações, Organizações que se adaptam Organizações que influenciam, Ambientes Organizacionais. Data do recebimento do artigo: 30/03/2016 Data do aceite de publicação: 30/04/2016 Introdução Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel A ecologia organizacional é um tema discutido na academia e nas corporações por uma questão de sobrevivência. O surgimento do termo “Ecologia organizacional”, inicialmente conhecida como ecologia das populações organizacionais, deu seu início por meio de uma publicação, em 1977, em um artigo de Michael T. Hannan e John Freeman intitulado “The population ecology of organizations”. O instituto de pesquisa em ensino Fundação Getúlio Vargas no Brasil publicou em 2005 na língua portuguesa pela Revista de Administração de Empresas – RAE. Para Cunha (1999) “a ecologia organizacional é um dos domínios teóricos em evidência no atual panorama das ciências organizacionais”. Na Ecologia Organizacional, o ambiente externo permite uma atuação limitada dos gestores na busca por objetivos organizacionais, à tomada de decisão é realizada através da análise deste ambiente. Cunha (1999) confirma que: “[...] o papel do gestor é esvaziado da sua importância de uma forma talvez excessiva. Não sendo necessariamente “heróis”, os gestores não devem ser tratados como “anti-heróis”; eles são atores organizacionais constrangidos pelo contexto, mas não a ponto de sua ação ser determinada pelo ambiente externo. Em algum caso, eles conseguem mesmo (devido ou indevidamente) uma ampla latitude de decisão, chegando até mesmo a pôr em risco a própria organização.”. Segundo Hannan e Freeman, as mudanças organizacionais sofrem influencia dos agentes que estão do lado de fora, onde os responsáveis pelas estratégias analisam o ambiente externo para identificar oportunidades e potenciais ameaças, e assim formularem respostas e ajustam à estrutura organizacional de modo mais adequado. Apontam Donaldson (1995) apud Cunha (1999) que o gestor tem papel de coadjuvante na condução das organizações, os autores apontam críticas à abordagem ecológica, por considerá-la uma teoria antimanagement, em função das mudanças induzidas pelo ambiente externo. A teoria ecológica contrapõe-se a teoria contingencial pelo fato de duvidar da capacidade de flexibilidade das organizações no processo de adaptação ambiental, propondo a ideia de que o ambiente possui absoluta preponderância na seleção das mais aptas a sobreviver. Afirmam (MOTTA, 1981 apud CERETTA, 2013). Daft (2002, p. 13) que a organização deve encontrar e obter recursos, interpretar e agir nas mudanças do ambiente, dar destino aos produtos e controlar e coordenar as atividades internas em face das perturbações ambientais e incertezas. Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 71 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel Dentro desse contexto se define o problema e o objetivo da presente pesquisa. O problema caracteriza-se pela aparente pouca abrangência das pesquisas em ecologia organizacional e na investigação sobre a forma organizacional que permite a empresa adaptarse ou influenciar o ambiente externo. Suposição concebida pela observação da literatura sobre o tema, os quais fundamentaram o conceito de ecologia. Desta forma, tem-se como objetivo desta pesquisa: analisar as pesquisas científicas, publicadas em periódicos científicos, com foco em ecologia organizacional, verificando a diversidade, conceituação e integração de elementos associados às demandas do ambiente externo no contexto das organizações para criar um modelo de analise ecológica organizacional capaz de identificar atuação da empresa no ambiente. Para justificar a criação do modelo baseado no tema ecologia organizacional sugerem Hannan e Freeman (1977) que a análise dos efeitos do ambiente sobre a estrutura organizacional tem sido deslocada, recentemente, para uma posição central na teoria e pesquisas das organizações. Essa mudança traria possibilidades. Porém, até o momento, nenhuma promessa de mudança foi realizada. Acreditam que a falta de desenvolvimento se deve, em parte, ao fracasso de produzir modelos ecológicos relacionados à questão de caráter preeminentemente ecológico. Sobre esta abordagem, elencam uma questão central no seu artigo sobre ecologia populacional das organizações: Por que existem muitos tipos de organizações? Para evidenciar a relevância do tema essa pergunta foi respondida por Caldas e Cunha (2005) da seguinte forma: “devido à evolução organizacional ser um processo dinâmico, sujeito as constantes mudanças. Com o passar do tempo, novas organizações são criadas e outras são levadas à falência. Assim, em vez da adaptação, a mudança ocorre por ação de um mecanismo distinto. As organizações mais ajustadas sobrevivem, ao passo que as formas não ajustadas são eliminadas. Esse mecanismo de evolução por seleção cria uma enorme diversidade organizacional e ajuda a explicar a existência de diferentes configurações organizacionais em diferentes épocas”. Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 72 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel REFERENCIAL TEÓRICO O Ambiente Externo O ambiente externo é formado pelo ambiente geral e ambiente das tarefas. No ambiente geral os elementos influenciam qualquer organização, por exemplo: agentes tecnológicos, econômicos, políticos/legais, socioculturais, internacionais entre outros. Já no ambiente das tarefas os agentes estão mais próximos e presentes no dia-a-dia da organização, sendo eles: clientes, fornecedores, concorrentes, órgãos reguladores e parceiros estratégicos. Nestes ambientes tantos os agentes externos podem influenciar as organizações, como também as organizações podem influenciá-los. Na abordagem ecológica das organizações o ambiente externo é o que tem mais força selecionando organização de acordo com sua capacidade interna de mudança contínua. Quando grandes organizações predominam, pode ser útil ver isso como um caso especial de seleção, no qual o movimento da “forma menor” para a “forma maior” é teoricamente certo de “morte” das organizações pequenas e a sua substituição por “nascimento” de grandes organizações (HANNAN e FREEMAN, 1977, grifo nosso). Destacam-se em negrito, os agentes do ambiente externo para compor os subconjuntos ecológicos do modelo teórico deste artigo. Adaptação Organizacional ao Ambiente Externo Confirmam Hannan e Freeman (1977, grifo nosso) os administradores formulam estratégias e as organizações se adaptam às contingências do ambiente, mas nem sempre é fácil tal execução devido às restrições internas, como por exemplo: a transferência de recursos humanos e materiais a outras atividades feitas por meio de investimentos passados; restrições às informações de modo completo sobre as atividades dentro da organização e sobre as contingências ambientais que as áreas enfrentam; quando as organizações modificam suas estruturas, alteram o equilíbrio político, que sempre envolve redistribuição de recursos (humanos e materiais) por meio de outras áreas desorganizando o sistema predominante. Por fim as organizações enfrentam restrições geradas por sua própria história, por conta dos custos relativos às mudanças nos padrões de execução de atividades. Comentam Dimaggio e Powel (1983) as regras já estabelecidas pela organização desde sua fundação bem como o processo mimético, à aceitação de saberes já conhecido como resposta em situações de Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 73 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel dúvida; o processo normativo, os processos isomórficos: processo coercitivo, referentes às influencias da formalidade e informalidade apresentada por outras organizações. Descreve Wood JR (1999, grifo nosso) A Teoria do Isomorfismo Institucional como um processo que leva as organizações em determinado setor a assemelhar-se com outras e compartilhar no ambiente as mesmas condições. O princípio do isomorfismo deve ser suplementado por um critério de seleção e uma teoria de competição, podendo ocorrer porque as formas nãoótimas não são selecionadas em uma comunidade de organizações ou porque aqueles que tomam decisões organizacionais aprendem respostas ótimas e ajustam o comportamento organizacional de consequência. (HANNAN e FREEMAN, 1977). As perspectivas ecológicas dão enfoque ao aspecto de seleção, que procura explicar as mudanças organizacionais a partir dos padrões na natureza e da distribuição dos recursos no ambiente. Pressões do ambiente tornam a competição por recursos a força central nas atividades organizacionais para sua sobrevivência (ANDRADE E AMBONI, 2011, p. 210, grifo nosso). A seleção do ambiente permite que as organizações sobrevivam por conta da sua natureza e as exigências do ambiente externo, as organizações devem se preocupar com as mudanças a fim de se adaptar e continuar com o mesmo posicionamento mercadológico. Variações macro-ambientais interferem nos costumes da sociedade, ou seja, afetando seus clientes internos e externos. Para Silva (2002, grifo nosso) se torna clara a necessidade de interação com o ambiente externo para sua sobrevivência, porque todos os recursos têm como origem nele, conforme a população organizacional aumenta os recursos se tornam cada vez mais escassos. É preciso que as empresas determinem uma tomada de decisão baseada na análise deste ambiente, que influenciará diretamente a sua estratégia. Mesmo que o poder do gestor seja reduzido em certas condições, a teoria da ecologia organizacional faz um enfoque no modo de como às organizações surgem e morrem; os modelos evolutivos das organizações; as dificuldades dos gestores em fazer com que sejam adaptadas; e a inércia estrutural. Assim, as empresas podem ser observadas junto ao conjunto de elementos que permitem analisar as influencias do ambiente externo, sua complexidade e como essas sobrevivem. Destacam-se em negrito, os seis elementos de adaptação para compor os subconjuntos ecológicos do modelo teórico deste artigo. Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 74 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel A Organização influenciando no ambiente Externo O ambiente interno tem como atores os proprietários, administradores, empregados e o próprio ambiente físico. Este ambiente é um agente principal de mudanças capaz de influenciar o ambiente externo. Faz com que a empresa tenha uma visão baseada em recursos e competências. Para Prahalad e Hamel (1994, grifo nosso) uma empresa deve ser vista como um portfólio de competências sendo que as suas competências essenciais advêm do aprendizado coletivo e da integração de múltiplas tecnologias. Argumentam Fleury e Oliveira (2001, grifo nosso) que as competências essenciais podem ser advindas da excelência em qualquer área da organização. É relevante a empresa que consegue gerenciar de forma eficaz tudo aquilo que a firma possa fazer melhor do que os seus concorrentes. A empresa deve focar na visão baseada em recursos distintivos e caros de serem copiados (Barney 2007, grifo nosso). Considera Javidan (1998 Apud Pacheco et. al. 2009, grifo nosso) A análise detalhada dos recursos, capacidades e competências da organização é relevante para gerar novos mercados ou produtos. Destacam-se em negrito, os seis elementos de influencia ao ambiente externo para compor os subconjuntos ecológicos do modelo teórico deste artigo. MÉTODO DA PESQUISA Para identificação de pesquisas científicas associadas ao tema ecologia organizacional, descritas na forma de artigos e publicadas nas revistas científicas, explorou-se os repositórios de textos científicos disponíveis na literatura. As atividades de busca e seleção de artigos e livros ocorreram durante os meses setembro 2015 e abril de 2016. As pesquisas iniciais (scanning) concentraram-se no termo “organizational ecology e ecologies of organizations” presente no título do artigo. A leitura skimming desses artigos demonstrou a existência de três grandes grupos de artigos que, acrescidos ao termo inicial, constituíram três grupos centrais de palavras-chave a serem utilizadas como critério de pesquisa para montar o modelo teórico aqui proposto “organization's external environment” “adaptive organization”, “influences organizational”. Os Quadros 1 e 2 foram extraídos do referencial teórico, as palavras-chave foram utilizadas como critério na criação do modelo Ecológico Organizacional proposto neste artigo. Estas palavras-chave foram associadas às citações em negrito dos autores sobre o tema ecologia nas organizações e, por conseguinte, confrontadas com a quantidade de artigos no repositório EBSCO e ordenadas de acordo com a interpretação dos pesquisadores deste artigo. Este procedimento resultou na identificação dos a) agentes do ambiente externo e b) em 12 elementos relevantes da pesquisa: sendo b1): seis elementos destinados à adaptação da organização e b2) seis elementos capazes de fazer com que a organização influencie o Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 75 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel ambiente externo. ((Desta forma as unidades de registro resultantes e empregadas para demonstrar a relevância do conteúdo extraído do texto foi c) verificar a quantidade de artigos científicos publicados no repositório EBSCO com as temáticas a), b1), b2) “organization's external environment” “adaptive organization”, “influences organizational” que resultou 33, 13, 190 artigos. Na seção seguinte, estes elementos são definidos, exemplificados e discutidos, a partir de textos extraídos dos artigos da amostra para a construção do modelo teórico. QUADRO 1 – Ambiente externo Grupo de Elementos Ordem Sequencial Subconjuntos ecológicos Geral Recursos, tecnologia, econômico, políticos/legais socioculturais e internacionais Tarefas Clientes, fornecedores, concorrentes, órgãos reguladores e parceiros estratégicos. Agentes do ambiente externo Retorno da Pesquisa no EBSCO Com o título “organization's external environment”. 33 artigos Fonte: Elaboração dos autores QUADRO 2 – Grupo de elementos organizacionais. Grupode Elementos Adaptação ao Ambiente Externo Influencia ao Ambiente Externo Ordem Sequencial Subconjuntos ecológicos 01 Dependência dos agentes externos 02 Disputa pelos os mesmos recursos 03 Tomada de decisões com base na concorrência Com o título “adaptive organization”. 04 Faz lembrar a concorrência 13 artigos 05 Política e cultura rígida 06 Se ajusta ao ambiente externo 07 Cultura Organizacional como ferramenta estratégica 08 Processo de aprendizAdo continuo 09 Visão baseada em recursos 10 Focar nos pontos fortes Retorno da Pesquisa no EBSCO Retorno da Pesquisa no EBSCO Com o título“influences organizational ”. 190 artigos 11 Integração de múltiplas tecnologias 12 Portfolio de competencies [1]. Selecionaram-se, também, as opções “somente artigos científicos” e “com texto completo disponível”. [2]. Consideraram-se o total de 236 artigos que retornaram da pesquisa no repositório EBSCO Fonte: Elaboração dos autores Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 76 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel ANÁLISE E DISCURSÕES As primeiras subseções desse capítulo descrevem a conceituação e a diversidade dos grupos de elementos identificados nos artigos da amostra da pesquisa. Há uma subseção para cada um dos três elementos organizacionais de registro empregados para análise de conteúdo: “Os agentes do ambiente externo”, “adaptação ao ambiente externo”, “influencia no ambiente externo”, para cada elemento, registraram-se os subconjuntos ecológicos organizacionais descritos nas pesquisas da amostra, descritos nas subseções as seguir e resumidos no Quadro 2. Os subconjuntos ecológicos de adaptação e de influencia organizacional no ambiente são indicados como ferramentas nos processos das organizações e também foram registrados e discriminados no modelo teórico criado no Quadro 3. A última subseção deste capítulo analisa o nível de integração dos elementos organizacionais abordados nas pesquisas descritas nos artigos da amostra. SOBRE OS AGENTES DO AMBIENTE EXTERNO GERAL E DE TAREFAS. A organização está inserida no contexto do ambiente externo, disputando os seus recursos finitos. O foco central passa a ser a obtenção e a racionalização de recursos deste ambiente a fim de evitar desperdícios, pois são escassos e disputados por outras organizações concorrente direto (empresas concorrentes do mesmo seguimento) ou indireto (empresa de outros seguimentos que necessitam do mesmo recurso, seja para produzir produtos/serviços). Utilizam do mesmo recurso para operacionalizar as suas atividades organizacionais. As atividades contemplam diversas tecnologias empregadas na obtenção de melhoria nos bens e serviços destinados à sociedade. A sociedade é constituída por pessoas com necessidades diversificadas ao longo do tempo, mas que são regradas perante a economia praticada no ambiente. A economia está relacionada à interação entre os compradores e os vendedores sob as leis que estabelecem esta relação. As leis são estabelecidas pelos os governos que por sua vez regulamentam as atividades econômicas da sociedade para evitar a escassez de recursos do ambiente. Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 77 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel SOBRE OS ELEMENTOS DE ADAPTAÇÃO Para que a organização possa sobreviver neste ambiente competitivo, deve racionalizar as áreas da organização que mais sofrem com a dependência dos agentes externos. Esses agentes são capazes de influenciar diretamente na forma de como a empresa realiza as suas tarefas organizacionais, como na produção, comercialização e distribuição dos seus bens e serviços. As tarefas organizacionais muitas vezes fazem com que a cultura e a política organizacional sejam rígidas na compreensão dos ajustes organizacionais aos recursos ambientais, que passam a ser controlados e optimizados para gerar competividade. Quanto maior for o número de concorrentes organizacionais, mais semelhantes serão as suas formas organizacionais para continuar operando neste ambiente. Isto dificulta ainda mais a criação de novas formas de operacionalizar as tarefas. As organizações passam a negociar com os mesmos fornecedores, oferecendo os preços iguais disputando os mesmos clientes que ganham força para escolher qual vendedor oferece as melhores condições de venda dos produtos ou serviços. Inicia-se a competição cada vez maior de recursos no ambiente, a um preço que demonstra a inexistência do lucro organizacional necessário para que as empresas possam se desenvolver ao longo do tempo. Quando a organização decide ocupar mais espaço no mercado passam a incorporar outros concorrentes que possuam carteira de clientes rentáveis. Nesta competição vence a organização que melhor se ajusta ao ambiente. SOBRE OS ELEMENTOS DE INFLUENCIA O ambiente interno da organização é rico em seus recursos humanos e tecnológicos. As pessoas são dotadas de conhecimentos gerais que são associados ao dia a dia das pessoas que estudam nas universidades. Essas pessoas enfrentam as pressões da diminuição de oportunidade de trabalho gerado no ambiente, faz com que elas se adaptem a realidade da organização. Ao longo do tempo passam a adquirir conhecimentos específicos se tornando especialistas em algumas áreas, aprendem a lidar com as diversidades de demandas da organização. Sendo assim as organizações necessitam de tecnologias para melhorar as suas tarefas organizacionais. Embora as mesmas tecnologias sejam utilizadas pelos concorrentes, se forem integradas com o foco nos pontos fortes da organização constitui um portfólio de competências capaz de criar novos produtos e serviços. A organização que tem a visão baseada em recursos se preocupa no que tem de melhor para oferecer a sociedade. Demonstra a cultura organizacional como uma ferramenta estratégica para descobrir novos mercados e novos meios de atuações neste ambiente. Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 78 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel QUADRO 3 – Modelo de Analise Ecológica Organizacional Fonte: Elaboração dos autores CONSIDERAÇÕES As organizações estão sujeitas ao ambiente externo, devem se adaptar as exigências deste para continuar operando. Se adaptar as condições do ambiente torna-se relevante para sobreviverem ao longo do tempo. As organizações também são capazes de influenciá-lo, isto foi evidenciado pela quantidade de artigos sobre a temática estudada, sendo 33 artigos sobre “organization's external environment”. 13 artigos sobre; “adaptive organization” e 190 artigos sobre “influences organizational ” Quanto à diversidade de subconjuntos ecológicos, observa-se um forte predomínio de pesquisas que discutem a influencia da organização no ambiente externo. Utilizando melhor os seus recursos (humanos e tecnológicos), e as suas competências essenciais para criar novos produtos/serviços com o foco em novos mercados. Como limitação do estudo neste artigo e para futuras pesquisas destacamos aqui a relevância de se utilizar do modelo para comparar duas organizações do mesmo seguimento. O intuito é verificar qual delas esta mais influenciando o ambiente externo, já que são concorrentes e disputam os mesmos recursos e a realidade deste ambiente. Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 79 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, R. O. B., AMBONI, N. Teoria Geral da Administração. 2. ed.. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. CALDAS, M. P., CUNHA, M. P. Ecologistas e Economistas Organizacionais: o paradigma funcionalista em expansão no final do século XX. RAE-Classicos - Revista de Administração de Empresas • Jul./Set. 2005. CERETTA, G. F. Ecologia Organizacional: uma teoria em busca de entendimento. Artigo publicado no II Congresso Nacional de Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas – II CONAPE em Outubro de 2013. CUNHA, M. P. Ecologia Organizacional: implicações para a gestão e algumas pistas para a superação de seu caráter anti-management. 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Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 81 Marco Antonio Fonseca, Luiz Felipe Quel ECOLOGY OF ORGANIZATIONS: THE CONSTRUCTION OF ORGANIZATIONAL ECOLOGICAL MODEL Marco Antonio da Fonseca, [email protected] Mestrando em Administração – FMU Prof. Dr. Luiz Felipe Quel, [email protected] Programa de Mestrado Acadêmico em Administração – FMU ABSTRACT The organizational ecology is still an unexplored concept by organizations, the study is related to the comparison between the organization and the nature. This article is about organizational ecology, an approach of how the organization's external environment generates competition in the search for survival. This environment consists of elements such as (political actors, government regulations, economic and social factors, its finite resources and number of competitors in the market). This research back to this gap, I review the adequacy of the research and the construction of a scientific model of organizational ecological analysis to see if companies adapt or influence the external environment. There was a lack of scientific research with analysis of adaptation or organizational influence in the external environment of large, diversified and integrated manner, according to the demand of organizations. In addition to highlighting this gap / opportunity for scientific research, presents a comprehensive framework and consolidator on organizational analysis found scattered in the literature, classified according to each of the different stages that make up the adaptation and influence of the organization in its environment. Keywords: Organizational Ecology, Ecological Analysis of Organizations, Organizational Ecology Model Organization's external environment, adaptive organization, influences organizational. Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v. 6, n. 1, p.70-82, jan./jun. 2016 - ISSN 2179-2895 82