Diabetes
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PUBLICAÇÃO BIMESTRAL | PREÇO UNITÁRIO 20 € ENDO Endocrinologia & Diabetes Obesidade MARÇO | ABRIL 2009 VOL. 3 | Nº 2 ENDO Endocrinologia & Diabetes Obesidade Vol. 3 | Nº 2 Março/Abril 2009 Índice Contents Editorial Perda de peso, rácios e calorias Weight loss, ratios and calories 47 Pedro Moreira Artigo Original/Original Article Dietas hipoglucídicas hiperproteicas na obesidade grave e suas comorbilidades. Estudo CERCO: Cetogénese e redução de comorbilidades na obesidade Hyperproteic low carb diets in severe obesity and its comorbilities. CERCO Study: ketogenesis and comorbility reduction in obesity 49 JL Themudo Barata, Cecília Vilaça, Rita Aleixo, Hugo Oliveira, Margarida Proença, Ana Monteiro, Conceição Faria Revisão Breve/Brief Review Definição de síndroma metabólico Definition of the metabolic syndrome 63 Ema Lacerda Nobre Obesidade visceral, patologias associadas e aumento do risco cardiovascular Visceral obesity, associated pathologies and increased cardiovascular risk 67 José Silva Nunes Alerta Clínico/Clinical Alert Falência hepática induzida pelo propiltiouracilo em crianças Hepatic failure induced by propylthiouracil in children 73 Alberto Galvão-Teles Actualização Clínica/Clinical Update Climatério e menopausa Climaterium and menopause 75 Manuel Neves-e-Castro Carta ao Editor/Letter to the Editor 92 Reuniões/Meetings 94 Instruções aos Autores 96 Lista de Abreviaturas 98 Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 41 ENDO Endocrinologia &Diabetes Obesidade Editor-Chefe A Galvão-Teles Lisboa Editores Associados Davide Carvalho Pedro Teixeira Porto Lisboa Conselho Editorial A Almeida Santos A M Pereira Coelho António Sérgio Carlos Calhaz Jorge Eduardo Barreiros Edward Limbert Estela Monteiro F Allen Gomes Fernando Baptista Flora Correia Francisco Carrilho Germano de Sousa H Bicha Castelo Isabel do Carmo J A Melo Gomes J Canas da Silva J Garcia e Costa J L Themudo Barata J M Pereira Miguel J P Lima Reis J Rocha Mendes Jaime Branco João Martin Martins Jorge Caldeira José Camolas José Luís Medina L Bettencourt Sardinha Luís Barreiros Luís Sobrinho Luís Távora Manuela Carvalheiro M M Almeida Ruas M Sobrinho Simões M Neves e Castro M Daniel Vaz Almeida Mário Mascarenhas Teresa Dias Zulmira Jorge Coimbra Lisboa Porto Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Coimbra Lisboa Porto Coimbra Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Covilhã Lisboa Porto Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Porto Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Coimbra Coimbra Porto Lisboa Porto Lisboa Lisboa Lisboa Revisão Sofia Nunes de Oliveira Lisboa Secretária Fátima Neves Lisboa 42 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Propriedade FGT - Fame, Glory and Trust, Lda. Endereço para o envio de manuscritos e correspondência A Galvão - Teles Rua Rodrigo da Fonseca, 151 - 1º Dto 1070 - 242 Lisboa [email protected] Empresa Editora Administração, Paginação e Publicidade Ad Médic, Lda. Calçada de Arroios, 16 C - Sala 3 1000-027 Lisboa T.: 21 842 97 10 F.: 21 842 97 19 e-mail: [email protected] www.admedic.pt Depósito Legal 53 453/92 ISSN 0872 - 0711 Tiragem 3.000 exemplares Assinaturas Portugal - €75 Instituições - €100 Europa - €100 Instituições - €120 Cópia única - €40 (estrangeiro - €65) Montagem e Impressão Selenova - Artes Gráficas, Lda. Estrada Nacional 116, Km 20/21 Casais da Serra, Milharado Endocrinologia, Diabetes & Obesidade é uma publicação Bimestral da FGT - Fame, Glory and Trust, Lda. Toda a correspondência relativa a assinaturas, números anteriores, pedidos de separatas e publicidade deve ser dirigida à Ad Médic. Os conteúdos expressos nos artigos são da responsabilidade dos autores. MERCK, s.a. - Rua Alfredo da Silva, 3 C • 1300-040 Lisboa • Telefone: 21 361 35 00 • Fax: 21 361 36 62 • C.R.C. Lx / Contribuinte nº 500 650 870 • Cap. Social: �8.649.530 O OBJECTIVO PRIMÁRIO É O CONTROLE GLICÉMICO Nos Doentes Diabéticos Não Controlados Comprimido mais avançado, controlo aumentado. Dupla acção rumo à eficácia. INFORMAÇÕES ESSENCIAIS COMPATIVEIS COM O RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO NOME DO MEDICAMENTO: GLUCOVANCE 500 mg/2,5 mg comprimidos revestidos por película COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Cada comprimido revestido por película contém 500 mg de cloridrato de metformina correspondentes a 390 mg de metformina base e 2,5 mg de glibenclamida. Excipientes: Contém lactose. Lista de excipientes: celulose microcristalina, croscarmelose sódica, povidona K30, estearato de magnésio, opadry OY-L-24808 (laranja) (lactose monohidratada, hipromelose, dióxido de titânio, macrogol, óxido amarelo de ferro (E 172), óxido vermelho de ferro (E 172), óxido negro de ferro (E 172). Indicações terapêuticas: Tratamento da diabetes tipo 2 nos adultos, como substituição de uma terapêutica anterior com metformina e glibenclamida em doentes cuja glicemia está estável e bem controlada. Posologia e modo de administração: Via oral: Para utilização exclusiva no adulto Geral:Como para todos os fármacos hipoglicemiantes, a dosagem deverá ser adaptada de acordo com a resposta metabólica individual (glicemia, HbA1c). Início do tratamento: O tratamento deve ser iniciado com a dosagem do medicamento em associação equivalente à dosagem individual anterior de metformina e glibenclamida; a dosagem pode ser gradualmente aumentada dependendo dos resultados dos parâmetros glicémicos. Titulação da dose: A dosagem deve ser ajustada em cada 2 ou mais semanas, com aumentos de 1 comprimido, dependendo dos resultados da glicemia. O aumento gradual da dose pode ajudar a tolerabilidade gastrointestinal e prevenir o aparecimento de hipoglicemia. Dose máxima diária recomendada: A dose máxima diária recomendada é de 6 comprimidos de Glucovance 500 mg/2,5 mg. Regime de dosagem: O regime de dosagem depende da posologia individual: • Uma vez por dia, de manhã ao pequeno almoço, para uma dosagem de 1 comprimido/dia, • Duas vezes por dia, de manhã e à noite, para uma dosagem de 2 ou 4 comprimidos/dia, • Três vezes por dia, de manhã, meio-dia e à noite, para uma dosagem de 3, 5 ou 6 comprimidos/dia. Os comprimidos devem ser tomados com as refeições. O regime de dosagem deve ser ajustado de acordo com os hábitos alimentares de cada doente. Porém, qualquer toma tem de ser seguida da ingestão de alimentos com um teor de hidratos de carbono adequado para prevenir o aparecimento de episódios de hipoglicemia. Associação a terapêutica com insulina: Não há dados clínicos disponíveis sobre o uso concomitante deste medicamento e a terapêutica com insulina. Idosos: A dose de Glucovance deverá ser ajustada de acordo com os parâmetros da função renal (início com 1 comprimido de Glucovance 500 mg/2,5 mg); é necessária, por isso, uma avaliação regular da função renal. Doentes pediátricos: Glucovance não é recomendado para utilização em crianças. Contra-indicações: Este medicamento nunca deverá ser utilizado no caso de: • Hipersensibilidade ao cloridrato de metformina, glibenclamida ou outra sulfonilureia(s) e sulfonamida(s) ou a qualquer dos excipientes; • Diabetes tipo 1 (Diabetes insulino-dependente), cetoacidose, pré-coma diabético; • Insuficiência ou disfunção renal (depuração da creatinina < 60 ml/min); • Situações agudas com possibilidades de alterar a função renal, tais como: desidratação, infecção grave, choque, administração intravascular de meios de contraste iodados; • Doença aguda ou crónica susceptível de provocar hipóxia tecidular, como: insuficiência cardíaca ou respiratória, enfarte de miocárdio recente, choque; • Insuficiência hepática, intoxicação alcoólica aguda, alcoolismo; • Porfiria; • Aleitamento; • Em associação com miconazol. Advertências e precauções especiais de utilização: Acidose láctica: A acidose láctica é uma complicação metabólica rara, mas grave (elevada mortalidade caso não se proceda a um tratamento imediato), que pode ocorrer devido à acumulação de metformina. Foram descritos casos de acidose láctica em doentes tratados com metformina, designadamente em doentes diabéticos com insuficiência renal significativa. A incidência de acidose láctica pode e deve ser reduzida, determinando-se igualmente outros factores de risco associados, tais como a diabetes mal controlada, cetose, jejum prolongado, consumo excessivo de álcool, insuficiência hepática e qualquer condição associada a hipóxia. Diagnóstico: O risco de acidose láctica deve ser considerado no caso de sinais inespecíficos tais como cãibras musculares com perturbações digestivas como dores abdominais e astenia grave. A acidose láctica é caracterizada por dispneia acidótica, dor abdominal e hipotermia, seguida de coma. Os resultados laboratoriais de diagnóstico são diminuição do pH sanguíneo, níveis de lactato no plasma acima de 5 mmol/l, um aumento do “gap” aniónico e da relação lactato/piruvato. Caso se suspeite de acidose metabólica, este medicamento deverá ser suspenso e o doente imediatamente hospitalizado. Hipoglicemia. Dado conter uma sulfonilureia, o Glucovance expõe o doente a um risco de aparecimento de episódios de hipoglicemia. Após o início do tratamento, uma titulação progressiva das doses pode prevenir o aparecimento da hipoglicemia. Este tratamento só deverá ser prescrito se o doente cumprir um horário regular das refeições (inclusivé o pequeno almoço). É importante que a ingestão de hidratos de carbono seja regular, já que o risco de hipoglicemia aumenta quando se verifica um atraso nas horas das refeições ou ingestão insuficiente ou desequilibrada de hidratos de carbono. A hipoglicemia é mais frequente no caso de dietas com restrição de calorias, após exercício físico intensivo ou prolongado, ingestão de álcool ou durante a administração de uma associação de agentes hipoglicemiantes. Diagnóstico: Os sintomas da hipoglicemia são: dor de cabeça, fome, náuseas, vómitos, cansaço extremo, perturbações do sono, inquietação, agressividade, falta de concentração e reacção, depressão, confusão, dificuldade de discurso, perturbações visuais, tremores, paralisia e parestesia, tonturas, delírios, convulsões, sonolência, perda de consciência, respiração superficial e bradicárdia. Devido à contra-regulação causada pela hipoglicemia podem ocorrer sudorese, medo, taquicárdia, hipertensão, palpitações, angina e arritmia. Estes últimos sintomas podem estar ausentes quando a hipoglicemia se desenvolve de forma lenta, em caso de neuropatia autonómica ou quando os doentes estão medicados com betabloqueantes, clonidina, reserpina, guanetidina ou outros simpaticomiméticos. Abordagem da hipoglicemia: Os sintomas moderados de hipoglicemia sem perda de consciência ou manifestações neurológicas devem ser corrigidos com a ingestão imediata de açúcar. Deve ser feito um ajuste da dose e/ou uma alteração do regime alimentar. As hipoglicemias graves com coma, convulsões ou outros sinais neurológicos são igualmente possíveis e constituem uma emergência médica que requer tratamento imediato com administração intravenosa de glicose, quando a causa é diagnosticada ou suspeita, antes da hospitalização do doente. A selecção cuidadosa de doentes e das doses bem como as instruções adequadas ao doente são importantes para reduzir o risco de episódios de hipoglicemia. Se o doente apresentar episódios repetidos de hipoglicemia, que sejam ou severos ou associados a desconhecimento da situação, devem ser consideradas outras opções de tratamento antidiabético, diferentes de Glucovance. Factores que favorecem a hipoglicemia: • Administração concomitante de álcool, especialmente quando ingerido em jejum; • recusa ou (principalmente em doentes idosos) incapacidade do doente cooperar; • má nutrição, refeições irregulares, omissão de refeições, jejum ou alterações da dieta; • equilíbrio inadequado entre o exercício físico e a ingestão de hidratos de carbono; • insuficiência renal; • insuficiência hepática grave; • sobredosagem com Glucovance; • certas perturbações endócrinas: insuficiência da tiróide, insuficiência da hipófise e das glândulas supra-renais; • administração concomitante de certos fármacos. Insuficiência renal e hepática: A farmacocinética e a farmacodinamia do Glucovance podem estar alteradas em doentes com insuficiência hepática ou insuficiência renal grave. Se se verificar uma situação de hipoglicemia nestes doentes, esta pode ser prolongada e deve ser iniciado um tratamento adequado. Informação para o doente: Os riscos de hipoglicemia, os seus sintomas e respectivo tratamento, tal como as condições que favorecem este risco de hipoglicemia, devem ser explicados ao doente e à família. Igualmente, deve ser considerado o risco de acidose láctica em caso de sintomas não específicos como caimbras musculares acompanhadas de alterações digestivas, dor abdominal e astenia grave, dispneia atribuída à acidose, hipotermia e coma. Em particular, o doente deverá ser informado da importância de cumprir uma dieta, de seguir um programa de exercício físico regular e de controlar regularmente a glicemia. Desequilíbrio da glicemia: Em caso de cirurgia ou qualquer outra causa de descompensação da diabetes, deve ser instaurada uma terapêutica temporária com insulina em substituição deste tratamento. Os sintomas da hiperglicemia são: aumento da frequência urinária, excesso de sede e pele seca. Função renal: Dado que a metformina é excretada pelo rim, recomenda-se que seja determinada a depuração da creatinina e/ou os níveis de creatinina sérica antes de se dar início ao tratamento, e, depois disso, proceder-se regularmente à sua determinação: • pelo menos anualmente, em doentes com função renal normal; • pelo menos duas a quatro vezes ao ano, em doentes com níveis de creatinina sérica no limite superior da normalidade e em doentes idosos. Uma diminuição da função renal nos idosos é frequente e assintomática. Dever-se-á ter especial cuidado em situações nas quais a função renal possa estar comprometida por exemplo, ao iniciar uma terapêutica anti-hipertensiva ou diurética e no início de uma terapêutica com um anti-inflamatório não esteróide (AINE). Administração de um meio de contraste iodado: A administração intravascular de meios de contraste iodados em exames radiológicos pode conduzir a insuficiência renal. Dependendo da função renal, o Glucovance terá que ser interrompido 48 horas antes ou na altura do exame, não podendo ser reiniciado senão 48 horas após a realização do mesmo e apenas quando a função renal tiver sido reavaliada e considerada normal. Utilização concomitante da glibenclamida com outros medicamentos: Não é recomendada a utilização concomitante da glibenclamida com álcool, fenilbutazona ou danazol. Cirurgia: Dado que o Glucovance contem cloridrato de metformina, deverá ser interrompido 48 horas antes de cirurgias electivas com anestesia geral, raquianestesia ou anestesia peridural e só pode ser reiniciado 48 horas após a intervenção ou regresso da alimentação oral e somente após a função renal tiver sido reavaliada e considerada normal. Outras precauções: Todos os doentes deverão prosseguir a sua dieta com uma distribuição regular de ingestão de hidratos de carbono ao longo do dia. Os doentes com excesso de peso deverão continuar a sua dieta com restrição calórica. Dever-se-á continuar a prática regular de exercício físico durante o tratamento com Glucovance. As análises laboratoriais habituais para controlo da diabetes (glicemia, HbA1c) deverão ser realizadas regularmente. Como este medicamento contém lactose, está contra-indicado em caso de galactosemia congénita, síndroma de mal absorção da glicose e galactose ou em caso de deficiência da lactase. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção: Associações contra-indicadas Relacionadas com glibenclamida Miconazole (via sistémica, gel bucal): Aumento do efeito hipoglicemiante com possível aparecimento de manifestações hipoglicémicas, ou mesmo coma. Associações não recomendadas Relacionadas com sulfonilureia(s) Álcool: Efeito antabuse (intolerância ao álcool), principalmente com a clorpropamida, glibenclamida, glipizida, tolbutamida. Aumento das reacções de hipoglicemia (inibição das reacções de compensação), que podem facilitar o aparecimento de um coma hipoglicémico. É de evitar o consumo de álcool e medicamentos contendo álcool. Fenilbutazona (via sistémica) Aumento do efeito hipoglicemiante da(s) sulfonilureia(s) (deslocamento da sulfonilureia(s) dos locais de ligação às proteínas e/ou diminuição da sua eliminação). Recomenda-se o uso de outro agente anti-inflamatório com menos interacções, ou então advertir o doente e aumentar a auto-monitorização; se necessário, a dose poderá ser ajustada durante o tratamento com o anti-inflamatório e após a sua retirada. Relacionadas com todos os agentes antidiabéticos Danazol Se a associação não puder ser evitada, advertir o doente para fazer uma auto-monitorização da glicemia. Se necessário ajustar a dose do tratamento antidiabético durante o tratamento com o danazol e após a sua retirada. Relacionadas com a metformina Álcool Aumento do risco de acidose láctica no caso de intoxicação alcoólica aguda, especialmente em situações de jejum ou mal nutrição e falência hepatocelular. É de evitar o consumo de álcool e de medicamentos contendo álcool. Associações que requerem precauções Relacionadas com todos os agentes antidiabéticos Clorpromazina: Em altas doses (100 mg por dia de clorpromazina), subida dos níveis da glicemia (redução da libertação de insulina). Precauções de utilização: advertir o doente e aumentar a auto-monitorização da glicemia. Se necessário ajustar a dosagem do tratamento antidiabético durante o tratamento com o neuroléptico e após a sua retirada. Corticosteróides (glucocorticóides) e tetracosactidos (via sistémica e local) Aumento dos níveis de glicemia, por vezes acompanhado de cetose (diminuição da tolerância aos hidratos de carbono com os corticosteróides). Precauções de utilização: advertir o doente e aumentar a auto-monitorização da glicemia. Se necessário ajustar a dosagem do antidiabético durante o tratamento com o corticosteróide e após a sua retirada. Agonistas ß2 Aumento dos níveis de glicemia devido aos agonistas ß2. Precauções de utilização: advertir o doente, aumentar a monitorização da glicemia e se necessário alterar o tratamento para insulina. Inibidores da enzina de conversão da angiotensina (p.exp. captopril, enalapril) Os inibidores da ECA podem provocar uma redução nos níveis de glicose no sangue. Se necessário, ajustar a dose de Glucovance durante o tratamento com os inibidores da ECA e após a sua interrupção. Relacionadas com a metformina Diuréticos Acidose láctica devida à metformina desencadeada por qualquer insuficiência renal funcional, relacionada com os diuréticos e mais particularmente com os diuréticos da ansa. Meios de contraste iodados A administração intravascular de meios de contraste iodados pode conduzir a insuficiência renal, resultando na acumulação de metformina e no risco de acidose láctica. Dependendo da função renal, o Glucovance tem que ser interrompido 48 horas antes do exame ou na altura do exame, não devendo ser reiniciada senão 48 horas após a realização do mesmo, e apenas quando a função renal tiver sido reavaliada e considerada normal. Relacionadas com a glibenclamida Betabloqueantes Todos os betabloqueantes mascaram alguns dos sintomas da hipoglicemia: palpitações e taquicárdia. A maioria dos betabloqueantes não selectivos aumenta a incidência e gravidade da hipoglicemia. Advertir o doente e aumentar a auto-monitorização da glicemia, principalmente no início do tratamento. Fluconazole Aumento do tempo de semi-vida da sulfonilureia com possível início de manifestações hipoglicémicas. Advertir o doente e aumentar a auto-monitorização da glicemia, e se necessário ajustar a dose do tratamento antidiabético durante o tratamento com fluconazole e após a sua interrupção. Bosentano Risco de diminuição dos efeitos hipoglicemiantes da glibenclamida devido ao bosentano reduzir a concentração plasmática da glibenclamida. Foi relatado um aumento da incidência de elevação das enzimas hepáticas em doentes a quem foi administrada glibenclamida concomitantemente com bosentano. Advertir o doente e aumentar a auto-monitorização da glicemia e das enzimas hepáticas e ajustar a dose do tratamento antidiabético se necessário. Outra interacção: associação a ser tomada em atenção: Relacionada com a glibenclamida Desmopressina: Redução da actividade antidiurética. Gravidez e aleitamento Gravidez Não há dados pré-clínicos e clínicos disponíveis sobre a utilização de Glucovance na gravidez. Riscos relacionados com a diabetes A diabetes (gestacional ou permanente) quando não controlada, aumenta a incidência de malformações congénitas e mortalidade perinatal. A diabetes deve ser controlada o mais rigorosamente possível durante o período de gravidez, por forma a reduzir o risco de malformações congénitas. Risco relacionado com a metformina Os estudos realizados em animais, não evidenciaram qualquer actividade teratogénica. Na ausência de efeitos teratogénicos em animais, não são de esperar malformações fetais em seres humanos, já que presentemente as substâncias que provocaram malformações no ser humano provaram ser teratogénicas em estudos animais devidamente conduzidos em duas espécies. Os estudos clínicos que envolveram algumas pequenas séries, não revelaram qualquer evidência de malformações do feto directamente relacionadas com a metformina. Risco relacionado com a glibenclamida Os estudos realizados em animais não evidenciaram qualquer actividade teratogénica. Na ausência de efeitos teratogénicos em animais não são de esperar malformações fetais em seres humanos, já que presentemente as substâncias que provocaram malformações no ser humano provaram ser teratogénicas em estudos animais devidamente conduzidos em duas espécies. Na prática clínica não há, até à data, dados clínicos relevantes em que possamos basear uma avaliação das potenciais malformações ou de fetotoxicidade devidas à glibenclamida quando administrada durante a gravidez. Abordagem O controlo glicémico adequado permite que a gravidez decorra normalmente neste grupo de doentes. Glucovance nunca deve ser usado para o tratamento da diabetes durante a gravidez. É imperativo que seja usada insulina para se atingir um controlo glicémico adequado. Recomenda-se que a doente seja transferida de uma terapêutica com antidiabéticos orais para a insulina logo que planeie ficar grávida ou engravide. Recomenda-se a monitorização da glicemia neonatal. Aleitamento A metformina é excretada no leite em ratas a amamentar. No ser humano, na ausência de dados relativos à passagem da metformina e da glibenclamida para o leite materno, este medicamento é contra indicado durante o aleitamento, tendo em vista o risco de hipoglicemia neonatal. Efeitos indesejáveis Os efeitos indesejáveis abaixo referidos podem ocorrer durante o tratamento com o Glucovance. As frequências são definidas como se segue: muito frequentes: > 1/10; frequentes: > 1/100, < 1/10; pouco frequentes: > 1/1.000, < 1/100; raros: > 1/10.000, < 1/1.000; muito raros: < 1/10.000, desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis ). Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência. Exames complementares de diagnóstico: Pouco frequentes: aumentos médios a moderados da ureia sérica e concentrações de creatinina. Muito raros: hiponatremia. Doenças do sangue e do sistema linfático: Estes efeitos são reversíveis após descontinuação do tratamento. Raros: leucopenia, trombocitopenia. Muito raros: agranulocitose, anemia hemolítica, aplasia da medula óssea e pancitopenia. Doenças do sistema nervoso: Frequentes: alterações de sabor. Afecções oculares: Podem ocorrer perturbações visuais transitórias no início do tratamento devido à diminuição dos níveis de glicemia. Doenças gastrointestinais: Muito frequentes: doenças gastrointestinais, tais como náuseas, vómitos, diarreias, dores abdominais e perda de apetite. Estes efeitos indesejáveis ocorrem mais frequentemente durante o início do tratamento e desaparecem espontaneamente na maioria dos casos. Para prevenir estes sintomas, recomenda-se que o Glucovance seja administrado em 2 ou 3 doses diárias. Um aumento gradual da dose pode, igualmente, melhorar a tolerabilidade gastrointestinal. Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos: Raros: reacções cutâneas tais como prurido, urticária, rash maculopapular. Muito raros: angeíte alérgica cutânea ou visceral, eritema multiforme, dermatite exfoliativa, fotossensibilização, urticária que evolui para choque. Pode ocorrer reactividade cruzada à (s) sulfonamida (s) e seus derivados. Doenças do metabolismo e da nutrição: Hipoglicemia. Pouco frequentes: crises de porfiría hepática e porfiría cutânea. Muito raros: Acidose láctica. Diminuição da absorção da vitamina B12, com diminuição dos níveis sanguíneos durante o uso a longo prazo da metformina. Recomenda-se que esta etiologia seja tomada em consideração se o doente apresentar anemia megaloblástica. Efeito tipo dissulfiram, com o consumo de álcool. Afecções hepatobiliares: Muito raros: anormalidades nos testes de função hepática ou hepatite, que requerem descontinuação do tratamento. Sobredosagem: A sobredosagem pode desencadear hipoglicemia devido à presença da sulfonilureia. Uma sobredosagem elevada ou a existência concomitante de factores de risco podem conduzir a acidose láctica devido à presença de metformina. A acidose láctica é uma emergência médica que deve ser tratada a nível hospitalar. O método mais eficaz para eliminar o lactato e a metformina é a hemodiálise. A depuração plasmática da glibenclamida pode estar prolongada em doentes com patologias hepáticas. Como a glibenclamida se liga extensivamente às proteínas não é eliminada através de diálise. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Merck s.a. Rua Alfredo da Silva 3 C 1300-040 Lisboa DATA DA REVISÃO DO TEXTO: Junho de 2008. Medicamento sujeito a receita médica. Escalão de comparticipação: A. Para mais informação deverá contactar o Titular de Autorização no Mercado. MERCK, s.a. Rua Alfredo da Silva, 3 C • 1300-040 Lisboa Telefone: 21 361 35 00 • Fax: 21 361 36 62 C.R.C. Lx / Contribuinte nº 500650870 Cap. Social: �8.649.530 46 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Editorial Perda de peso, rácios e calorias Weight loss, ratios and calories Pedro Moreira Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto N a regulação da ingestão alimentar e do peso corporal intervêm factores biológicos, comportamentais e ambientais, integrando vários níveis de influência, nomeadamente: o processo de ingestão e assimilação dos alimentos, o armazenamento e a utilização da energia; os mecanismos cerebrais envolvidos na regulação da ingestão; as dimensões qualitativas e quantitativas da ingestão; os estados subjectivos que podem ser mediadores no sistema, como os de ordem cognitiva; e o ambiente externo ao indivíduo (cultural e geofísico, por exemplo). Nesta galáxia de interrelações, os mecanismos homeostáticos e de hedonismo que regulam a ingestão alimentar, e a sua monitorização pelo sistema nervoso central, realiza-se através de processos extremamente complexos, e com elevado número de variáveis. Neste contexto, é difícil elucidar o papel independente da composição nutricional da alimentação e de cada um dos macronutrimentos, na modulação do peso corporal. Além disso, a investigação epidemiológica que procura esclarecer este tipo de associações pode enfrentar inúmeras dificuldades metodológicas, como ter que lidar com informação alimentar proveniente do relato dos próprios participantes sujeitando-se, assim, a vieses como o da subestimativa da ingestão (frequentemente, os obesos apresentam ingestão energética inferior à dos normoponderais). Entre as estratégias nutricionais mais utilizadas no tratamento da obesidade1, reconhece-se a restrição da ingestão energética, com baixo teor lipídico2, que se pode traduzir em percentagens aceitáveis de perda de peso e redução/prevenção das comorbilidades associadas à obesidade3,4. Contudo, numa revisão sistemática de estudos controlados randomizados, publicados entre Janeiro de 2000 e Março de 20075, sugere-se que um regime com teor “baixo em hidratos de carbono/alto em proteína” é mais efectivo, aos 6 e 12 meses, na redução do peso, do que um modelo alimentar de baixo teor lipídico/alto teor de hidratos de carbono. A redução drástica do teor de hidratos de carbono na alimentação e a consequente diminuição das reservas de glicogénio, favorecem a diurese e a perda de peso rápida, com produção de cetonas que, por sua vez, poderão contribuir para a diminuição da fome e adesão à dieta6. Na tentativa de esclarecer a questão da distribuição da energia pelos macronutrimentos, a análise dos trabalhos é dificultada pela heterogeneidade dos estudos, pelas definições do que são “altos” e “baixos” teores de cada macronutrimento, e mesmo a utilização de desenhos “controlados randomizados” em estudos de intervenção alimentar5. Reconhecese também que independentemente do regime alimentar poder apresentar baixos teores de lípidos ou de hidratos de carbono, as taxas de permanência e conclusão dos programas de tratamento, aos 12 meses, podem ser tipicamente baixas nos dois modelos nutricionais de intervenção7. Mais recentemente, Sacks et al.8 avaliaram os efeitos de uma intervenção nutricional num período de tempo mais longo (24 meses). Assim, num estudo controlado randomizado compararam os efeitos de dietas hipoenergéticas com diferentes valores de composição em macronutrimentos, no peso corporal. Os participantes receberam sessões de educação e foram submetidos a 4 dietas com teores de lípidos, proteínas e hidratos de carbono, respectivamente de: 20, 15, e 65%; 20, 25, e 55%; 40, 15, e 45%; e 40, 25, e 35% do total energético. Os autores verificaram que as dietas hipoenergéticas provocaram diminuições significativas do peso Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 47 Editorial corporal, independentemente dos macronutrimentos que privilegiavam8. Ou seja, mais importante do que os rácios foi o total de energia ingerida. Reconhecemos assim que as relações entre composição nutricional e regulação do peso corporal são complexas e confusas pela diversidade de opiniões, muitas vezes contraditórias, e que o que sabemos sobre mecanismos de fome e fisiologia do comportamento alimentar é ainda insuficiente, particularmente em indivíduos com perdas recentes de peso ou obesidade mórbida. A análise dos padrões de alimentação das populações e os dados de balanço energético, em futuros trabalhos de investigação, contribuirão para aumentar o esclarecimento sobre o contributo específico da restrição energética e dos diferentes rácios de macronutrimentos na regulação da ingestão e do peso corporal. Bibliografia 1. Position of the American Dietetic Association: Weight Management. J Am Diet Assoc. 2009;109:330-46. 2. Lichtenstein AH, Appel LJ, Brands M et al. Diet and Lifestyle Recommendations Revision 2006: A Scientific Statement From the American Heart Association Nutrition Committee. Circulation. 2006;114:8296. 3. The Look AHEAD Research Group. Reduction in Weight and Cardiovascular Disease Risk Factors in Individuals With Type 2 Diabetes: One-year results of the Look AHEAD trial. Diabetes Care. 2007;30:1374-83. 4. Lindstrom J, Ilanne-Parikka P, Peltonen M et al. Sustained reduction in the incidence of type 2 diabetes by lifestyle intervention: follow-up of the Finnish Diabetes Prevention Study. The Lancet. 2006;368:16739. 5. Hession M, Rolland C, Kulkarni U et al. Systematic review of randomized controlled trials of low-carbohydrate vs. low-fat/low-calorie diets in the management of obesity and its comorbidities. Obes Rev. 2009;10:36-50. 6. Johnstone AM, Horgan GW, Murison SD et al. Effects of a high-protein ketogenic diet on hunger, appetite, and weight loss in obese men feeding ad libitum. Am J Clin nutr. 2008;87:44-55. 7. Nordmann AJ, Nordmann A, Briel M et al. Effects of low-carbohydrate vs low-fat diets on weight loss and cardiovascular risk factors: A meta-analysis of randomized controlled trials. Arch Intern Med. 2006;166:285-93. 8. Sacks FM, Bray GA, Carey VJ et al. Comparison of Weight-Loss Diets with Different Compositions of Fat, Protein, and Carbohydrates. New Eng J Med. 2009;26:859-73. Correspondência Pedro Moreira e-mail: [email protected] 48 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Artigo Original Original Article Dietas hipoglucídicas hiperproteicas na obesidade grave e suas comorbilidades Estudo CERCO: Cetogénese e redução de comorbilidades na obesidade JL Themudo Barata,1 Cecília Vilaça,2 Rita Aleixo,2 Hugo Oliveira,2 Margarida Proença,3 Ana Monteiro,3 Conceição Faria4 1 Médico Director do Serviço de Nutrição e Actividade Física (SNAF) e da Consulta de Obesidade do Centro Hospitalar da Cova da Beira.. Professor da Faculdade de Medicina da UBI. 2Interna/o do Ano Comum de Medicina do Centro Hospitalar da Cova da Beira. 3 Nutricionista do Serviço de Nutrição e Actividade Física do Centro Hospitalar da Cova da Beira. 4Médica Directora do Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar da Cova da Beira Resumo As dietas hipoglucídicas (DHG) são uma alternativa a considerar no tratamento dos obesos resistentes às medidas convencionais e que necessitam de perdas ponderais significativas. Para evitar as dislipidémias e para minimizar a perda de massa muscular as DHG deverão ser também Hiperproteicas (HP) e não Hiperlipídicas (HL). Foram sujeitos a uma Dieta HipoGlucídica HiperProteica (DHGHP) 16 homens de 49,6±14,8 anos, dos quais sete eram hipertensos, cinco tinham Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) já fase de CPAP e um era diabético e, 16 mulheres de 47,7±11,3 anos, das quais sete eram hipertensas, uma tinha SAOS e duas eram diabéticas. Sete doentes abandonaram o estudo, uma por gravidez e seis por terem faltado a mais do máximo permitido de faltas (duas sessões ou avaliações). Nos homens os valores iniciais e finais foram respectivamente de: 108,9±16,7 vs 88,3±14,1 kg, IMC=38.8±4.3 vs 31,2±4,2 kg.m-2, cintura=122,1±10,1 vs 104,7±10,7 cm, massa gorda medida pelas equações de Tran & Weltman=36,6±1,8% vs 28,3±10,0% e por Bio-Impedância de 34,3±4,6%vs 19,2±7,7%. Nas mulheres foram, pela mesma ordem de 93,7±12,1 vs 71,2±22,7 kg, IMC=38,6 ±4,8 vs 29,1±9,1 kg.m-2, cintura=120,9±9,6 vs 104,5±9,3 cm e massa gorda pelos mesmos critérios de 50,4±4,9% vs 39,4±6,0% e 44,9±3,7% vs 36,2±4,6%. Todas estas diferenças foram estatisticamente significativas. No primeiro mês (Fase 1) os homens ingeriram uma média 800 a 1000 kcal e as mulheres de 600 a 800 kcal, constando de 70 a 100 gr/dia de proteínas, 30±5 gr de glúcidos, 20±5 gr de gordura, em refeições liofilizadas ou sólidas fornecidas graciosamente, com expressa renúncia a qualquer outro consumo. Em termos de percentagens de macronutrientes, estes valores corresponderam aproximadamente a 20% de glúcidos, 30% de gorduras e 50% de proteínas. Ingeriram à vontade hortícolas duma lista fornecida e foram suplementados com vitaminas, minerais e oligoelementos. Gradualmente, o regime foi-se tornando menos restritivo, com reintrodução de alimentação natural, de acordo com o seguinte esquema: - no segundo mês (Fase 2.a) a refeição artificial do almoço deu lugar a 150 a 200 gramas de peixe ou carnes magras e foi alargada a lista de legumes permitidos; - no terceiro mês (Fase 2.b) o mesmo aconteceu também com o jantar. No quarto mês foram introduzidos os glúcidos, num máximo de 50 gramas por dia, em duas das refeições. A partir do quarto mês começou a fase de manutenção, actualmente a decorrer ao longo de dois anos. Nesta fase foi proposto a cada participante um plano nutricionalmente mais “equilibrado”, caloricamente adaptado às suas necessidades energéticas, em função do peso obtido e dos níveis de actividade física média previstos. Este esquema alimentar e suas variantes caloricamente equivalentes foi sendo explicado ao longo de sessões semanais nos primeiros quatro meses. Houve melhoria clínica e estatisticamente significativa da pressão arterial, da SAOS, do perfil lipídico, da glicémia e da sensibilidade à insulina avaliada pelo HOMA e pela relação glucose/insulina. Os efeitos adversos foram cefaleias e astenia auto-limitados aos primeiros três dias, enfraquecimento ungueal e capi- lar e obstipação moderada, tendo havido dois casos de gota úrica. Houve uma ligeira diminuição do ferro e das proteínas plasmáticas. Não houve alterações renais, hepáticas ou outras laboratoriais. Em conclusão, esta DHGHP revelouse muito eficaz, segura e bem tolerada nesta população de obesos graves com comorbilidades importantes. Abstract When treating severe obese patients displaying resistance to conventional therapeutic schedules, Low Carb Diets must be considered. In order to minimize muscle mass loss, Low Carb Diets must also be hyperproteic but not hyperlipidic diets. 16 men (49,6±14,8) years and 16 women (47,7±11,3 years) have been subjected to a low carb and hyperproteic diet. Among the men there were 7 cases of Hypertension, 5 of Obstructive Sleep Apnoea needing CPAP and one diabetic. Seven women had Hypertension, 1 had Obstructive Sleep Apnoea needing CPAP and two were diabetics. During the study, 7 patients dropped out or have been excluded: one pregnancy and 6 because they missed two or more control sessions. In men, baseline and final values have been the following: Weight 108,9±16,7 vs 88,3±14,1 kg, BMI=38.8±4.3 vs 31,2±4,2 kg.m-2, Waist=122,1±10,1 vs 104,7±10,7 cm, fat mass by Tran & Weltman equations =36,6±1,8% vs 28,3±10,0% and by BioImpedance 34,3±4,6%vs 19,2±7,7%. In women weight has gone from 93,7±12,1 to 71,2±22,7 kg, BMI from 38,6 ±4,8 to 29,1±9,1 kg.m-2, waist from 120,9±9,6 to 104,5±9,3 cm and fat mass by the same criteria from 50,4±4,9% to 39,4±6,0% and 44,9±3,7% vs 36,2±4,6%. All these differences have been statistically significant. During the first month (Phase I) 800 to 1000 kcal have been given to men and 600 to 800 kcal to women, composed of 70 a 100 gr/day of protein, 30 ±5 gr carbs and 20±5 gr of fat, under the form of lyophilized meals. These amounts corresponded to 50%, 20% and 30% by the same order. They also could eat “ad libitum” vegetables included in a list and have received vitamin, mineral and oligoelement supplementation. They refused any other food or beverage intake. During the second month (Phase II.a) the artificial lunch has been substituted by 150 to 200 grams of fish or lean meat and more vegetables have been allowed. During the third month (Phase II.b) the same happened with dinner. During the forth month (Phase III) carbohydrates were reintroduced until 50 gr per day, divided in two meals. After the forth month the have resumed “normal” feeding”. This is the followup phase, now in course, with duration of two years. During this phase, each patient received a personalized exercise and nutritional plan. The rational of this food pattern has been the subject of weekly sessions during the first four months. During the first four months there were clinical and statistical significant improvements of: blood pressure, Sleep Apnoea Disorders, lipid profile, glycaemia and insulin sensitivity assessed by HOMA and by glucose/insulin ratio. Minor side effects have been noted during the first three days, specially headache and asthenia. Later side effects were two cases of nail weakness and minor hair loss and two cases of uric gout have also been diagnosed. A slight decrease of serum iron also appeared. There were no any renal or hepatic damage or laboratory alterations. Therefore, this study shows the efficacy, safety and good tolerance of this low carb hyperproteic diet, in this obese population with severe co morbidity. Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 49 Estudo CERCO Introdução e razão de ser O crescimento da prevalência da obesidade não encontra paralelo no número de alternativas terapêuticas eficazes e bem aceites. Na realidade, a terapêutica existente para esta epidemia global é escassa e pouco satisfatória. Os dois grandes factores patogénicos da obesidade e, portanto, das suas consequências directas, nomeadamente a diabetes tipo 2 e o aumento do risco cardiovascular, são o défice de actividade física e os erros alimentares. Sem esquecer a importância do défice de actividade física, eventualmente predominante na patogénese desta epidemia dos tempos modernos,1 este trabalho aborda alternativas de dietoterapia da obesidade. Os actuais paradigmas nutricionais, quer em prevenção primária,2 quer na alimentação dos desportistas, considerados exemplos de população saudável,3 quer na dietoterapia da obesidade e da sua comorbilidade metabólica,4 enfatisam regimes alimentares adequados em termos energéticos mas sempre hipolipídicos, ou quando muito normolipídicos, bem como, exceptuando o caso dos desportistas, regimes onde as proteínas não necessitam ultrapassar 1gr. kg-1.dia-1. Até há pouco tempo tem sido esta a norma considerada boa prática, no tocante à ingestão proteica. Todos estes regimes alimentares, considerados saudáveis, têm em comum serem maioritariamente constituídos por glúcidos Em resumo, as boas práticas apontam para regimes caloricamente adequados mas predominantemente glucídicos e onde as proteínas são limitadas. Não incluindo os temas ainda controversos dos índices e cargas glicémicas e das hipersensibilidades alimentares, no caso da obesidade o foco principal tem sido a ingestão de gordura, tema que está na base de conceitos fundamentais no tratamento da obesidade, como seja a questão da densidade energética.5 São conhecidos estudos e meta-análises que mostram que a redução da percentagem de gorduras no valor energético total (VET), mesmo mantendo uma ingestão calórica “ad libitum” só por si se associa a perdas de peso,6 embora exíguas, e cujo significado é inversamente proporcional à magnitude do excesso ponderal. Pessoalmente acreditamos nestes pressupostos e seguimo-los na nossa prática clínica como primeira opção na correcção alimentar na obesidade, mas cientes da grande variabilidade de resposta, mesmo assumindo uma adesão satisfatória ao regime. 50 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Contudo, apesar das preocupações crescentes com o teor energético e gordo dos alimentos, a epidemia citada não pára de aumentar.7 Em primeiro lugar porque a existência das citadas “preocupações” não implica a adopção dos comportamentos adequados. Em segundo lugar porque a adopção de boas práticas alimentares não exclui o papel determinante das consequências do défice de actividade física e da sua necessidade, sempre presente independentemente de quaisquer medidas de índole alimentar. Mas mesmo tendo em consideração estes pressupostos, e limitando a nossa atenção à componente alimentar, tem-se constatado que centrar apenas as nossas preocupações na redução da ingestão gorda não tem sido um caminho eficaz para a prevenção e tratamento da obesidade.7 Poderá ser uma questão de aderência ou de resposta. A Nutrigenética e a Nutrigenómica poderão vir a ter um papel decisivo na selecção de diversas aborgadens nutricionais para diferentes perfis de indivíduos, como sucede para a Farmacocinética e para a Farmacodinâmica da obesidade e de outras doenças, mas essas metodologias ainda estão distantes. Colocada assim a questão, e sem querer colocar em causa os paradigmas nutricionais actualmente prevalentes sobre as proporções relativas dos macronutrientes, será lícito oferecer outras abordagens nutricionais a indivíduos ou populações que não respondam satisfatoriamente às abordagens clássicas.8, 9 Há que dispor de novas alternativas, ainda que de segunda linha. É nesta perspectiva que poderão fazer sentido as dietas hipoglucídicas (DHG) no tratamento da obesidade. O tema é antigo, desde que Atkins criou a sua famosa dieta cetogénica há quase cinquenta anos, com os desequilíbrios e respectivos riscos reconhecidos e que a comunidade mais ortodoxa não se cansa de sublinhar. Só que modernamente o conceito tem sido revisitado, com novos dados e novos procedimentos que obrigam a comunidade científica ligada ao tratamento da obesidade a reflectir. Como em qualquer outro campo da Ciência, também quem se dedica à Nutrição e/ ou ao tratamento da obesidade o que deverá esperar é a demonstração da eficácia, efectividade e segurança ou não destas dietas antes de ter posições de aceitação ou condenação baseadas em preconceitos e não em dados experimentais. Será em função desses dados, desde que obtidos em estudos metodologicamente válidos e repetidos, que as Dietas Estudo CERCO HipoGlucídicas (DHG) deverão ser julgadas como tendo ou não direito a ter um lugar no arsenal terapêutico da obesidade, que voltamos a sublinhar que é escasso, e não apenas por desafiarem paradigmas estabelecidos. Paradigmas estes ainda não totalmente demonstrados à luz da Medicina baseada na evidência, a qual constitui a referência actual e universalmente aceite pela mesma comunidade científica mais “ortodoxa” Nos últimos anos vários estudos têm surgido revelando que as DHG têm importância no tratamento da obesidade por induzirem perdas rápidas e substanciais que no curto prazo são superiores às obtidas com regimes convencionais,10,11,12,13,1 pese embora não se revelem superiores a longo prazo.14 Mesmo não tendo superioridade a longo prazo, não deve ser por isso que não merecem ser consideradas no armamentário terapêutico, e por isso o actual “ambiente” científico começa a considerar as DHG como menos “hereges” desde que efectuadas com indicação e segurança.8,9 Esta significa evitar os seus principais riscos, que podem provir do grau maior ou menor em que estejam presentes outras variáveis nutricionais que se associam às DHG, designadamente: serem mais ou menos cetogénicas, serem ou não hiperlipídicas (HL) e poderem ser deficitárias ou não em micronutrientes essenciais. Assim, um princípio fundamental é que não se pode colocar em pé de igualdade todas as DHG. São conhecidos os efeitos da cetogénese intensa e da acidose que a acompanha, mas isso é controlável pelos valores da ingestão glucídica, o que está na base das diferentes definições existentes de DHG, precisamente dependendo do teor de glúcidos presentes.9 Os inconvenientes de serem hiperlipídicas pode ser atenuado de duas maneiras: - tendo atenção o tipo de lípidos que se consomem, primariamente em termos de saturação e secundariamente o tipo de ácidos gordos constituintes e seu comprimento;15,16 ou então aumentando significativamente a ingestão proteica, fazendo que as DHG sejam também hiperproteicas (HP) e não HL. Nasce assim o conceito de dieta hipoglucídica hiperproteica (DHGHP). Deste modo, o objectivo destas não é serem HP em si mas, por este modo, evitar que sejam HL. Por outro lado, acresce que há vantagens reconhecidas no aumento do aporte proteico nos regimes muito hipoenergéticos, a nível de eventual preservação parcial da massa muscular,17,18 que se observa sistematica- mente nos balanços energéticos muito negativos. Por fim, quanto aos riscos e carências, terão que ser prevenidos mediante suplementação adequada e impedindo o acesso a estes regimes de indivíduos que apresentem défices, ainda que sub-clínicos que possam vir a ser agravados com estas dietas. A avaliação médica ou nutricional prévia é naturalmente obrigatória. A popularidade e o mau uso das DHG adveio de proporcionarem perdas rápidas de peso e do efeito supressor do apetite verificado. Mas há de facto situações onde pode haver conveniência médica em perdas mais rápidas do que os tradicionalmente aceites dos 0,5 kg a 1 kg semanais, ou mais intensas do que as clássicas perdas de 5% a 10% do peso. Estas necessidades poderão ser ditadas por comorbilidades médicas presentes que exijam perdas significativas em prazos não muito dilatados, como pode suceder numa consulta hospitalar de obesidade em doentes com hipertensão arterial ou diabetes de muito difícil controlo apesar da multimedicação; - ou com situações reumatológicas incapacitantes que só permitam as tarefas da vida diária mas inviabilizem programas de exercício, mesmo que de marcha rápida se trate, que apenas será possível após a perda duma fracção substancial de peso; — ou ainda em certas Síndromes de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), por vezes sem solução operatória e onde o emagrecimento intenso pode fazer toda a diferença. Nestes contextos, grande parte da melhoria clínica da globalidade do doente passa por um emagrecimento significativo. E estes são quase sempre doentes que já tentaram múltiplos esquemas falhados de emagrecimento, e que, consequentemente, pelas conhecidas adaptações metabólicas que surgem, são indivíduos resistentes a quase todas as abordagens clássicas de emagrecimento. Para já não falar de, nestes grupos, serem frequentes contra-indicações clínicas ou impossibilidades aquisitivas de fármacos anti-obesidade. Mesmo para estes doentes, as DHG em geral e as DHGHP em particular não são a medida de primeira linha para o tratamento da obesidade e muito menos para a sua prevenção. Mas poderão ter um lugar a desempenhar, após falharem as medidas de primeira linha. À luz das razões expostas decidimos efectuar o presente estudo, em doentes reais, ou seja nos que surgem na nossa consulta hospitalar de obesidade, com todos os seus problemas e comorbilidades. Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 51 Estudo CERCO Quadro 1. Características da população estudada (n=32, 16 de cada sexo) Idade (anos) Altura (cm) Peso (kg) IMC (kg.m-2) Cintura (cm) % Massa Gorda por Antropom. % Massa Gorda por Impedância 16 HOMENS Média 49,6±14,8 167,1±7,2 108,9±16,7 38.8±4.3 122,1±10,1 36,6±1,8% 34,3±4,6% Limites 20 - 65 153,0-176,5 83,0-1323 31,2-46,0 104,5-135,2 34,1%-39,6% 25,0%-40,8% 16 MULHERES Média 47,7±11,3 156,6±5,5 93,7±12,1 38,6 ±4,8 120,9±9,6 50,4±4,9% 44,9±3,7% Limites 30 - 68 149,4-165,7 70,3 – 114,6 31,5 – 48,9 97,0-123,5 41,5%-60,9% 38,1%-51,1% Por isso o presente estudo foi denominado Estudo CERCO: CEtogénese e Redução de Comorbilidades na Obesidade. O objectivo do estudo foi avaliar a eficácia e segurança das DHGHP, ou seja, revisitar o conceito das velhas DHG cetogénicas, mas utilizá-las duma maneira transitória, muito controlada e apenas integradas num programa que proporcione ensino e motivação para a adopção de novos hábitos alimentares correctos para o resto da vida, após. Dentro deste posicionamento, foi nossa intenção perceber se há lugar para as DHGHP. População estudada O estudo foi submetido ao Concelho de Ética do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) e por ele aprovado. Foram incluídos aleatoriamente doentes obesos da consulta de obesidade do CHCB, ao longo do primeiro trimestre de 2008, até perfazer 30 doentes, tendo entrado posteriormente mais dois por premência clínica, tendo iniciado o estudo 16 de cada sexo. A todos os doentes foi dado à escolha se queriam entrar no estudo ou ser alvo duma abordagem convencional, tendo sido explicadas as diferenças. Àqueles que optaram por entrar no estudo foi explicado o funcionamento, duração e deveres dos participantes. As características antropométricas e de composição corporal estão indicadas no Quadro 1 e as comorbilidades presentes da obesidade no Quadro 2. Eram doentes com obesidades graves, com história de resistência ou falência a abordagens anteriores e com imperiosa necessidade de emagrecer, não só pela sua obesidade mas também pelas comorbilidades presentes. Para maior facilidade de manejo foram divididos em 2 coortes iguais. O IMC médio, nos homens e mulheres respectivamente era de 38,8 e 38,6 kg.m-2, com todos os casos oscilando entre obesidades de grau 1 e de grau 3, ou seja não havendo casos de pré-obesidade. Para além das comorbilidades listadas no Qua52 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Quadro 2. Comorbilidades presentes - HTA definida acima de 140/90 mmHg (segundo os critérios das Sociedades Europeias de Cardiologia e de Hipertensão 2003) Homens Mulheres HTA 7 7 SAOS 5 1 Diabetes 1 2 dro 2, havia queixas reumatismais relacionadas com os membros inferiores ou esqueleto axial em 12 das 16 mulheres, que em 6 casos dificultavam a adopção de hábitos de marcha. Um dos homens tinha tido anos antes uma crise de podagra. Foram excluídos do estudo todos os doentes medicados com insulina, sulfonilureias, hormonas tiroideias e com alterações clínicas ou laboratoriais compatíveis com insuficiência renal ou hepática, ainda que ligeiras. Os diuréticos foram retirados, as restantes medicações hipotensoras e os antidiabéticos orais foram ajustados tendo em atenção as modificações alimentares e os doentes foram semanalmente acompanhados. Depois de elucidados de eventuais dúvidas, todos assinaram a respectiva declaração de consentimento informado. Desenho do estudo, materiais e métodos O estudo CERCO é um estudo de 2 anos de duração, iniciado em Abril de 2008. Nos primeiros 4 meses os participantes frequentaram um programa hospitalar de emagrecimento intensivo. Os restantes meses são e serão de seguimento. Este artigo aborda apenas a primeira fase de 4 meses, que é a fase de perda ponderal na qual se administrou a DHGHP. Os 20 meses seguintes são designados de fase de manutenção, presentemente em curso, na qual os participantes deverão seguir um esquema alimentar já convencional, à luz do que aprenderam em sessões semanais dos primeiros quatro meses, como adiante se explica, num valor energético adequado Estudo CERCO Quadro 3. Avaliações efectuadas e sua periodicidade – As avaliações mensais foram apenas efectuadas no início (fase 0) e no fim das fases 1, 2 e 3. Antes do Início Estatura x Massa, antropometria (cintura, abdómen e anca) e Bio-impedância x TSH e cortisol urinário de 24 h x Glicémia, caliémia e cetonémia x Hemograma, siderémia, função renal e hepática, insulinémia, HbA1c, Perfil lipídico, uricémia, calcémia, magnesémia e fosfatémia e ionograma sérico x e prescrito a cada um, em função das necessidades energéticas determinadas pela estimação do metabolismo em repouso, peso perdido e níveis médios de actividade física previstos para cada um. Antes de decidida a inclusão, os participantes foram avaliados em termos clínicos, antropométricos e laboratoriais constantes do Quadro 3. Ao longo do estudo a antropometria, a bio-impedância, a glicemia, a cetonémia e a caliémia foram monitorizadas semanalmente por questões de segurança. Todos as outras determinações laboratoriais foram controladas mensalmente de acordo com o Quadro 3. Assim, para além das avaliações semanais, temos quatro momentos básicos de avaliação: antes do início, ao fim do 1º mês (fim da fase 1), do 3º mês (fim da fase 2) e do 4º mês (fim da fase 3). Ao longo do presente texto estes quatro momentos são designados de 0, 1, 2 e 3 respectivamente. A massa e a composição corporal por Bio-Impedância foram determinadas numa balança de Bio-Impedância multisegmentar Tanita BC-418, usando os procedimentos e equações de regressão do fabricante. O perímetro da cintura foi obtido de acordo com os procedimentos estandardizados,19 bem como os outros perímetros abdominais e da anca necessários à determinação da massa gorda por estes critérios antropométricos, através das equações de Tran & Weltman.20,21 A altura foi obtida numa régua Seca Modelo 250 com o indivíduo em posição antropométrica standard.19 Regime alimentar Durante os primeiros quatro meses do estudo, a que se refere o presente trabalho, os participantes comprometeram-se por escrito que não poderiam consumir nada mais do que os alimentos fornecidos pelo programa e os legumes constantes duma lista fornecida, e nada mais. Assim, ao longo destes quatro meses, os doentes recebiam semanalmente nos seus domicílios, por Semanal Mensal x x x x x entrega postal sem quaisquer custos, saquetas de refeições sólidas liofilizadas, com sabores diferentes mas composição nutricional semelhante, escolhidas por eles em função dum menu fornecido. Todos os participantes aprenderam a reconstituir, preparar e guardar estas refeições, quer em sessões de grupo semanais de hora e meia no serviço, quer mediante um número de telefone que foi disponibilizado, onde diariamente uma nutricionista esclarecia as dúvidas levantadas. Nestes quatro meses houve sessões semanais em que se procedia ao ensino e motivação, quer para outros aspectos logísticos do programa, quer sobretudo para princípios de actividade física e alimentação saudável e adequada para seguirem quando concluíssem esta fase de 4 meses, ou seja quando retomassem a alimentação convencional. Foram fornecidos esquemas de marcha. Nas últimas consultas cada paciente recebeu um plano alimentar personalizado, obedecendo aos princípios aprendidos, em função do peso residual, necessidades energéticas preditas, padrão de actividade física previsto e comorbilidades presentes. Antes do início de cada sessão, os participantes eram submetidos às pesagens e avaliação da composição corporal. Estes quatro meses foram divididos em quatro fases: Fase 1 – No primeiro mês cada homem e mulher ingeriu respectivamente 5 a 6 e 6 a 7 carteiras por dia de refeições hiperproteicas e hipocalóricas, consoante o seu apetite e peso, (apenas uma se limitou a 5 carteiras), divididas em pequeno almoço, meio da manhã, almoço, meio da tarde, jantar e ceia. A sétima carteira, nos casos que a tomaram, correspondeu a um snack extra. Esta ingestão correspondeu aproximadamente a 70 a 100 gr de proteínas, 30 ± 5 gr de glúcidos, 20 ± 5 gr de gordura, respectivamente cerca de 20% do valor energético total (VET) sob forma de glúcidos, 30% de gorduras e 50% de proteínas. Nesta fase podiam e deviam ainda ingerir horVol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 53 Estudo CERCO Fase 3 – No quarto mês foram intro- Quadro 4. Hortícolas permitidos nas 3 fases do estudo Em qualquer fase “ad libitum” Em qualquer fase < 200 g por dia A partir da fase 2 A partir da fase 3 Agrião Espargos Cogumelos Couves vermelhas Aipo Cebola Couves verdes Alface Feijão verde Couve flor Alho Tomate Nabo Alho Francês Beringela Brócolos Chicória Courgettes Escarola Espinafre Grelos Nabiças Pepino Pimento verde Pimento vermelho Rabanete Rúcula Salsa Soja duzidos glúcidos de baixo índice glicémico, mediante uma lista fornecida, ao pequeno almoço, almoço ou jantar, sem ultrapassar os 50 gramas diários. Nos snacks intermédios da manhã e da tarde as carteiras deram lugar a barras, bolachas ou wafers hiperproteicas, num total de 2 por dia. Almoço e jantar mantiveram as mesmas características. Dos 32 pacientes que começaram o estudo, apenas 25 o terminaram. Dos sete que saíram, uma foi por ter engravidado e seis por terem faltado a pelo menos dois momentos de avaliações e/ou sessões. Nos casos em que um paciente faltou a um momento de avaliação utilizouse o sistema LOCF (Last Observation Carried Forward). Resultados obtidos A nível antropométrico, o Quadro 5 e as Figuras 1 e tícolas ad libitum duma lista fornecida, indicada no Quadro 4, com expressa renúncia de qualquer ou- 2 mostram os resultados obtidos no peso e compotro consumo. Foram também motivados para fazer sição corporal. As perdas obtidas, nos homens (20,6 marcha rápida de 30 a 45 minutos diários, depois kg) e mulheres (22,5 kg), foram respectivamente de dos primeiros três dias da nova alimentação. Ingeri- 29,0% e de 24,0% para o peso e de 14,3% e 13,6% ram em média 1,5 a 2 litros de água por dia e fizeram para o perímetro da cintura. suplementação polivitamínica e mineral incluindo A pressão arterial (PA) diminuiu nos valores indicaoligoelementos. dos na Figura 3. Do início para o fim do estudo a Fase 2-A – No segundo mês diminuíram uma carteira descida da sistólica (PAS) de 149,8 ± 22,9 mmHg por dia, pois passaram a almoçar 150-200 gr. de car- para 131,2 ± 16,4 mmHg foi estatisticamente signine magra ou peixe, em função do apetite, confeccio- ficativa (p<0,001). A descida da diastólica (PAD) nadas sem gordura, com os hortícolas permitidos, de 92,3 ± 12,6 mmHg para 85,0 ± 9,7 mmHg foi, cuja lista foi aumentada (Quadro 4) deixando assim em termos estatísticos, apenas tendencialmente sigde ingerir ao almoço as refeições hiperproteicas. As nificativa (p=0,67). No final apenas 3 homens e 3 restantes refeições mantiveram-se iguais, bem como mulheres ainda apresentavam HTA, ou seja valores o esquema de suplementação. Estas refeições conti- acima de 140 de PAS ou de 90 de PAD, mas com nuaram a ser no domicílio. 2-B – No terceiro mês o jantar Quadro 5. Evolução do peso e da composição corporal HOMENS MULHERES passou a ser semelhante ao alp p Fim Fim Início Início moço, deixando também de <0,001 <0,01 88,3±14,1 71,2±22,7 Peso (kg) 108,9±16,7 93,7±12,1 fazer esta carteira hiperpro-2 <0,001 <0,01 31,2±4,2 29,1±9,1 38.8±4.3 38,6 ±4,8 teica. Nesta altura a marcha IMC (kg.m ) recomendada já era de 45 a 60 Cintura (cm) 122,1±10,1 104,7±10,7 <0,001 120,9±9,6 104,5±9,3 <0,001 <0,05 <0,001 39,4±6,0% MG-Ant % 36,6±1,8% 28,3±10,0% 50,4±4,9% min/dia. As mulheres manti<0,001 <0,001 19,2±7,7% 36,2±4,6% MG-BI % 34,3±4,6% 44,9±3,7% nham nesta fase 2 a 3 carteiras IMC=Índice de Massa Corporal. MG-Ant %=Percentagem de Massa Gorda avaliada por Antropometria. MG-BI % = Percentagem de Massa Gorda avaliada por Bio-Impedância por dia e os homens 3 a 4. 54 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Estudo CERCO Evolução Antropométrica dos Homens Evolução Antropométrica das Mulheres 125,0 120,0 115,0 110,0 105,0 100,0 95,0 90,0 85,0 80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 20,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Peso kgCint cm 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Peso kgCint cm %MG BI Figura 1. Evolução do peso e do perímetro da cintura nos Homens – peso em kg ou cintura em cm no eixo vertical e semanas do estudo na horizontal. controle mais bem conseguido e menor necessidade de fármacos. A frequência cardíaca, medida no momento das avaliações da pressão arterial, também diminuiu de modo significativo: no início era de 83,6 ± 11,1 passando no final para 76,8 ± 12,5 batimentos por minuto (p<0,05). Em relação aos três doentes diabéticos, todos passaram a ter glicemias entre os 100 e os 125 a partir da primeira semana com passagem das suas HbA1c de 7,1, 5,8 e 5,3% para 5,0, 5,4 e 5,0% respectivamente. Todos os casos de SAOS melhoraram consideravelmente, dois deles deixando de necessitar de CPAP e nos outros procedeu-se a uma significativa diminuição dos parâmetros ventilatórios. A nível laboratorial, o Quadro 6 mostra a evolução dos parâmetros ligados ao metabolismo da glucose e insulina e o Quadro 7 mostra a evolução do perfil lipídico. Os valores da significância estatística apresentados apenas se referem à diferença entre o início do estudo (fase 0) e o final dos 4 meses (fase 3). A análise de variância e respectiva análise à posteriori das diferenças entre os resultados no início e no final de cada fase proporciona significâncias diferentes para os vários momentos, conforme as variáveis em causa, motivo porque se optou em apenas comparar %MG BI Figura 2. Evolução do peso e do perímetro da cintura nas Mulheres – peso em kg ou cintura em cm no eixo vertical e semanas do estudo na horizontal. Evolução da Pressão arterial (mmHg) 190,0 170,0 150,0 130,0 110,0 90,0 70,0 50,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 PAS 149,8 145,1 142,8 135,5 138,5 136,2 129,2 138,8 124,2 129,3 131,2 PAD 92,3 89,4 88,5 86,2 91,4 85,9 85,8 91,3 80,6 84,7 85,0 Semanas Figura 3. Evolução da pressão arterial – Em ordenadas os valores em mmHg e em abcissas os momentos de medição e respectivos valores médios. as diferenças da fase 0 para o fim da fase 3. Clinicamente não houve efeitos adversos importantes. Quanto a efeitos adversos consideráveis major, apenas a registar o aparecimento de crise de gota úrica, no segundo mês, em dois doentes que iniciaram o estudo com uricémias borderline, entre os 7 e os 8 mg/ dL em ambos os casos. Um deles tinha antecedentes de podagra anos antes mas não voltara a ter queixas. Em ambos foi efectuada a terapêutica anti-inflamatória convencional com bons resultados, sem necessidade de abandonar o estudo, mas apenas interrupção do programa de marcha de 2 a 4 semanas. Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 55 Estudo CERCO Quadro 6. Evolução da glicemia, insulinémia e HbA1c (Hemoglobina Glicosilada) Início Fase 1 Fase 2 Fase 3 p (fase 0 vs 3) 105,9 ± 17,5 92,6 ± 14,4 92,5 ± 10,5 94,1 ± 10,3 p <0,001 Insulinémia (µU.mL-1) 15,7 ± 4,1 8,5 ± 3,7 7,1 ± 4,4 8,5 ± 2,7 p <0,001 HOMA 4,10 ± 1,18 1,72 ± 0,83 1,62 ± 1,05 1,96 ± 0,62 p <0,001 Relação G/I 7,16 ± 2,10 13,88 ± 9,66 17,66 ±13,69 12,21 ± 4,29 p <0,01 HbA1c (%) 4,8 ± 0,7% 4,5 ± 0,6% 4,4 ± 0,4% 4,5 ± 0,4% p <0,05 Glicemia (mg.dL-1) De resto, a maioria dos efeitos adversos foram minor - sensação de fome e fraqueza e, menos vezes, halitose e cefaleias — que surgiram sobretudo nos três primeiros dias, sendo auto-limitados desaparecendo de seguida espontaneamente, sem necessitar de terapêutica específica nem motivando saída do estudo. Metade dos doentes referiu obstipação (ou seu agravamento), geralmente a partir da primeira ou segunda semana, embora cinco doentes tenham referido melhoria da evacuação. Cerca de metade dos casos de obstipação cedeu às medidas instituídas de aumento da ingestão líquida e de hortícolas, e, em alguns casos, de medicação com laxantes de acção osmótica. A outra metade de pacientes, apesar destas medidas, manteve dejecções significativamente menos abundantes durante todo o tempo de estudo, em relação aos seus hábitos anteriores, mas sem que isso viesse a causar distúrbios ou outras queixas, nomeadamente abdominais, digestivas ou relacionadas com a evacuação. Apenas esta passou a ser menos frequente e menos abundante. Metade das mulheres também referiu queixas de enfraquecimento capilar ou ungueal, surgidas geralmente a partir do final do primeiro ou segundo mês. De salientar que não houve nenhum caso de quadros compatíveis com síndroma de hipoglicemia ou hipotensão, mesmo nos doentes medicados com antidiabéticos orais ou com hipotensores, dado que estas medicações foram ajustadas à entrada do estudo e, quando necessário, no seu decurso, como anteriormente referido. Também não houve efeitos adversos a nível laboratorial (Quadros 8, 9 e 10). O Quadro 8 refere-se ao eritrograma e ao ferro, mostrando uma diminuição estatisticamente significativa de alguns parâmetros. Tal como nas tabelas 6 e 7, também na tabela 8 os valores de “p” referidos são apenas entre o início e o final da fase 3. Não houve modificações significativas do leucograma ou da VS (15,1 ± 6,2 para 16,4 ±,9 mm), pelo que esses valores não são apresentados. Em relação à cetonémia ela era de 0,02 ± 0,0 mMol-L -1 antes do estudo, atingindo o seu máximo de 0,39 ± 0,21 mMol-L -1, ao fim da primeira semana para depois baixar gradualmente para valores quase iguais aos iniciais: 0,07± 0,07 no fim da fase 2 e 0,03 ± 0,02 mMol-L -1 no final. O Quadro 9 mostra que em relação aos enzimas relacionados com a função hepática não se notou qualquer agravamento desta e, pelo contrário, assistiu-se a uma descida significativa da GGT. O Quadro 10 refere-se às diferenças no início e fim do estudo entre alguns iões e fracções do proteinograma. Houve uma ligeira mas estatisticamente significativa diminuição da natrémia, não tendo havido mais modificações electrolíticas com significado a nível da caliémia, clorémia, fosfatémia, calcémia e magnesiémia. Interessantemente registaram– se pequenas diminuições significativas de todas as fracções do proteinograma, com excepção da fracção alfa 1, como se observa no Quadro 10. Discussão Em relação à amostra seleccionada – A inclusão de doentes com as comorbilidades referidas, embora originada de modo aleatório, correspondeu a uma intenção dos investigadores, não só por serem doentes representativos duma consulta hospitalar de Quadro 7. Evolução do perfil lipídico Colesterol total (mg.100ml-1) Início Fase 1 Fase 2 Fase 3 p (fase 0 vs 3) 189,6 ± 35,5 142,3 ± 26,0 149, ± 30,3 169,3 ± 30,1 p <0,01 C-HDL (mg.100ml ) 45,1 ± 9,1 40,2 ± 10,2 42,1 ± 10,1 45,8 ± 10,7 ns Razão Total / HDL 4,36 ± 1,09 3,76 ± 1,10 3,71 ± 1,06 3,86 ± 1,00 p <0,001 C-LDL (mg.100ml-1) 115,4 ± 36,2 87,0 ± 23,1 90,3 ± 27,8 105,6 ± 28,2 ns Triglicéridos (mg.100ml-1) 138,4 ± 73,0 94,8 ± 34,8 80,7 ± 42,2 85,7 ± 43,1 p <0,001 -1 56 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Estudo CERCO Quadro 8. Evolução do eritrograma, siderémia e ferritina Início Fase 1 Fase 2 Fase 3 p (fase 0 vs 3) 4.710 ± 370 4.630 ± 040 4.580 ± 034 4.470 ± 035 p < 0,001 14,8 ± 1,0 14,5 ± 1,0 14,3 ± 0,9 14,0 ± 1,0 p < 0,001 41,8 ± 2,9% 41,0 ± 3,1% 40,8 ± 2,5% 40,0 ± 2,8% p < 0,001 VGM (fL) 88,8 ± 3,0 88,6 ± 2,8 89,2 ± 3,1 89,4 ± 2,6 ns HGM (pg) 31,4 ± 1,2 31,4 ± 1,2 31,4 ± 1,1 31,3 ± 1,1 ns 35,1 ± 0,5 p < 0,05 GVs (Nº x 1012.L-1) Hemoglobina (g.dL-1) Hematócrito (%) CHGM (g.dL ) 35,4 ± 0,6 35,4 ± 0,6 35,2 ± 0,5 Siderémia(mg.dL-1) 99,2 ± 31,0 88,± 20,2 93,0 ± 22,0 95,0 ± 23,0 ns 169,1 ± 122,5 164,3 ± 127,6 151,1 ± 106,0 146,4 ± 95,0 p < 0,01 -1 Ferritina (µg-L-1) GVs=Glóbulos Vermelhos, VGM=Volume Globular Médio, HGM=Hemoglobina Globular Média e CHGM=Concentração da Hemoglobina Globular Média obesidade, como por serem os que mais necessitam de perdas ponderais por motivos médicos, como ainda para testar a segurança desta intervenção em doentes reais, e não nos casos puros que por vezes se escolhem para ensaios clínicos. O objectivo não foi, nem podia ser, emagrecer estes doentes em quatro meses, mas sim foi diverso: a) por um lado proporcionar-lhes uma perda ponderal relativamente rápida e intensa, benéfica em termos clínicos e motivacionais, dado que a maioria tinha múltiplas tentativas de emagrecimento falhadas, e inclusive muitos deles eram doentes seguidos na nossa consulta com abordagens convencionais. b) por outro proporcionar-lhes ensino e motivação para a adopção de comportamentos alimentares e de actividade física depois de concluída a fase de perda rápida. Em relação ao nome do estudo – Apesar do significado da sigla CERCO, escolhida para o estudo, a nossa intervenção não foi baseada na indução de cetogénese significativa, como os resultados mostram, o que se pode ter ficado a dever à não excessiva e demasiado prolongada restrição de HCs ou à progressiva capacidade de metabolizar os corpos cetónicos que está demonstrada após algumas semanas de instituição deste tipo de dietas.22,23 Em relação à evolução ponderal e da composição corporal – Na linha de outros autores, podemos considerar notável a eficácia deste programa em termos de peso10 11, 12, 13, 14 e de composição corporal, particularmente a nível da gordura abdominal,11,13,22 traduzida pelo perímetro da cintura. O facto do serviço não dispor de nenhum método de referência de avaliação da composição corporal Quadro 9. Evolução dos parâmetros de função hepática e renal não permite quantificar estas perdas e catabolismo proteico de gordura total e abdominal. Teria p (fase 0 vs 3) Fase 3 Início sido interessante acompanhar por ns 20,8 ± ,3 22,2- ± 7,6 GOT ou AST (UI.L-1) densitometria radiológica a evolu-1 ns 25,6 ± 18,6 30,0 ± 18,3 GPT ou ALT (UI.L ) ção da massa gorda e da massa óssea. -1 p <0,001 18,9 ± 11,9 31,0 ± 19,8 GGT (UI.L ) No entanto, com base no paralelisns 39,8 ± 9,8 38,1 ± 10,3 Ureia (mg.dL-1) mo entre perda ponderal e redução ns 0,77 ± 0,13 0,80 ±0,15 Creatinina (mg.dL-1) ns 5,0 ± 1,2 5,43 ± 1,11 Ácido Úrico (mg.dL-1) da cintura em ambos os sexos, e com GOT=Transaminase Glutâmico-Oxalacética, o mesmo que AST=Aspartato-Amino-Transferase. a massa gorda nos homens, bem GPT=Transaminase Glutâmico-Pirúvica, o mesmo que ALT=Alanina-Amino-Transferase. GGT=Gama-Glutamil-Transpeptidase. patente nas figuras 1 e 2, podemos inferir (especular?) que a perda de Quadro 10. Evolução de alguns minerais e fracções do proteinograma peso terá sido predominantemente à p (fase 0 vs 3) Fase 3 Início custa de gordura e, particularmente p <0,001 141,4 ± 1,6 143,7 ± 2,9 Sódio (mEq.L-1) abdominal. É de referir que a nossa ns 4,56 ± 0,36 4,58 ± 0,26 Potássio (mEq.L-1) amostra tinha obesidade com mar-1 ns 9,52 ± 0,40 9,44 ± 0,34 Cálcio (mg.100ml ) cado componente abdominal, como ns 2,20 ± 0,15 2,12 ± 0,18 Magnésio (mEq.L-1) se depreende do quadro 1. Por isso ns 4,42 ± 0,33 4,40 ± 0,32 Albumina (g.100ml-1) utilizámos dois critérios indirectos p <0,05 7,09 ± 0,45 7,30 ± 0,33 Proteínas totais (g.100ml-1) -1 p <0,01 0,75 ± 0,09 0,81 ± 0,09 Alfa 2 globulinas (g.100ml ) de avaliação da composição corpop <0,05 0,81 ± 0,11 0,87 ± 0,08 Beta globulinas (g.100ml-1) ral, a bio-impedância segmentar e as p <0,05 0,93 ± 0,22 1,02 ± 0,28 Gama globulinas (g.100ml-1) equações de Tran & Weltman, que se Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 57 Estudo CERCO adaptam bem à totalidade das mulheres e a homens, desde que estes sejam obesos.20,21 Sabe-se de longa data que sobretudo nas perdas ponderais obtidas com balanços energéticos muito negativos, as perdas iniciais são maioritariamente de água, reflectida pela bio-impedância. No entanto, quer esta, quer a antropometria, revelam descidas significativas da massa gorda, o que nos permite, com as devidas reservas, aceitar que, realmente, terá havido significativa perda de gordura. É habitual criticar a bio-impedância porque nas suas equações de regressão, não reveladas pelo fabricante, a massa corporal entrar com um coeficiente importante, desvalorizando as modificações da composição corporal em detrimento da variação ponderal, no que concerne à estimação da massa gorda. Mas isto já não acontece no modelo antropométrico de Tran & Weltman que depende sobretudo da modificação de perímetros abdominais e da anca e os resultados de modificação da composição corporal são semelhantes. O registo das calciúrias, hidroxiprolinúrias e outros marcadores de hipercatabolismo ósseo poderia ter sido uma maneira indirecta de estimar a eventual perda de massa óssea,24 mas aspectos logísticos relacionados com a dificuldade dos doentes em colherem várias vezes no estudo urina de 24 horas inviabilizaram este procedimento. Em relação aos programas alimentares, eles foram fornecidos gratuitamente a todos os doentes pela empresa produtora destas refeições (LEVLaboratório FranceDiet). Os doentes adaptaramse bem ao modo de preparar e de levar as refeições para casa e para os seus locais de trabalho, não referindo perda de tempo excessiva nem dificuldade com estes aspectos. A maior dificuldade terá sido alguma monotonia de sabores referida por alguns participantes, apesar de terem sido disponibilizados cerca de 70 sabores diferentes. Em termos cardiovasculares, a redução da pressão arterial foi importante e poderá ter a ver não só com a redução de peso, como com a redução do teor de sal obtida com a nova alimentação, se valorizarmos a diminuição estatisticamente significativa da natrémia observada. Esta redução deu-se apesar da eliminação das terapêuticas diuréticas devido à diurese que se esperava com o início da dieta e para diminuir o risco de hipocaliémia. A diminuição que se observou da frequência cardíaca média, de 83,6 58 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade ± 11,1 para 76,8 ± 12,5 foi um dado inesperado, cuja interpretação é difícil: tanto pode ter a ver com a perda ponderal, como poderá traduzir um efeito de treino dos programas de marcha implementados, como poderá ser desprovida de significado e apenas traduzir o maior stress no momento da primeira medição da TA do que no fim do programa, tipo efeito de “bata branca”, dada a concomitância da medição da frequência cardíaca e da TA. A grande melhoria da sensibilidade à insulina e da glicémia (Quadro 6) é dos aspectos mais relevan- tes, apesar de apenas terem sido utilizados índices indirectos, e que era esperado à luz da literatura, recentemente revista na nossa universidade (25). É interessante notar que a maior descida deu-se logo no início da intervenção, decorrente da supressão do principal estímulo da insulinosecreção, que, como se sabe, são os HCs. Pela mesma razão, a glicémia, a insulinémia e os respectivos índices de insulinoresistência voltaram a subir, ainda que ligeiramente da fase 2 para a fase 3, com a reintrodução dos HCs na alimentação. A melhoria do perfil lipídico merece ser destacada (Quadro 7) e está conforme à literatura sobre este tópico26 recentemente revista na nossa universidade27 que aponta descidas sobretudo nos triglicéridos e secundariamente no colesterol. O objectivo destas dietas não é serem hipolipemiantes, mas estes resultados são muito importantes, dado que uma das maiores críticas que se faz às DHG é o agravamento do perfil lipídico, o que não acontece se não forem hiperlipídicas, e particularmente com os ácidos gordos mais provocadores de dislipidémia. Quanto aos efeitos secundários clínicos, apesar de minor, implicam vigilância e procedimento apropriados. Para combater a halitose, é importante não permitir o uso de pastilhas que possam conter açúcar, contra-indicado ao longo de todo o programa, sendo preferível, se necessário, usar um spray adequado. A obstipação deve ser combatida com as medidas habituais, mas sem perder de vista que é de esperar menor volume fecal, proporcional à diminuição do conteúdo intestinal. O risco de gota úrica, com crises verificadas em dois doentes com uricémia no limite superior do normal, um dos quais com antecedentes gotosos, poderá levar a estabelecer como contra-indicação níveis de ácido úrico moderadamente elevados, ou antecedentes de gota, independentemente da uricémia. É no- Estudo CERCO tável, e já se conhecia da literatura a ausência de fome a partir do terceiro dia, em média, quando se instala a cetose inicial. Contudo, não deverá ser apenas a cetose a estar na base da não sensação de fome, dado que a cetose diminui ao longo do estudo e a fome só surge com a reintrodução dos HCs na fase 3. Será a partir desta fase que vão ser necessárias as estratégias aprendidas no programa de fraccionamento alimentar, escolhas alimentares acertadas, etc. Em termos de alterações laboratoriais, foram apenas sub-clínicas mas merecem alguma reflexão. Merece destaque a ligeira descida da contagem de eritrocitos com tendência para uma ligeira hipocromia, acompanhada duma descida da ferritina (quadro 8). Isto permite concluir que poderá ser vantajosa a suplementação marcial durante estas dietas e acompanhamento com hemogramas periódicos. É de destacar numa dieta HP a descida, ainda que ligeira, detectada na maioria das fracções do proteinograma (Quadro 10). Este dado poderá não traduzir mais que hemodiluição, a qual poderia estar também na génese das alterações do eritrograma. De qualquer forma deverá ser avaliado por estudos ulteriores. É de frisar a não alteração dos indicadores da função hepática e renal, como já referido por outros autores (26, 28) , dado que as “sobrecargas” renal e hepática têm sido consideradas os dois principais riscos potenciais das dietas hiperproteicas. O que é fundamental, e foi um dos cuidados deste estudo, é não incluir nestes regimes nenhum doente com qualquer tipo de alteração a um destes níveis, ainda que ligeira. Quanto ao risco de hipocaliémia, um dos nossos receios, ela nunca se detectou, provavelmente em virtude da suplementação instituída. Do mesmo modo não houve outras alterações nos minerais estudados. As principais limitações do presente estudo, referi das ao longo do texto, e que justificam a sua replicação com maiores recursos metodológicos, são: - o facto de não dispormos de nenhum método de densitometria radiológica, o que permitiria quantificar com mais exactidão as perdas de gordura total e a sua quantificação regional, bem como o impacto deste programa sobre a massa óssea, o que seria relevante; - o registo das calciúrias, hidroxiprolinúrias e outros marcadores de hipercatabolismo ósseo poderia ter sido uma maneira de obviar a este óbice, mas não foi logisticamente possível a sua utilização; - a inexistência de laboratório de calorimetria indirecta, com medição dos consumos de oxigénio e produção de dióxido de carbono, teria sido importante para estimar a redução de metabolismo em repouso causada por este tipo de intervenções e auxiliar as prescrições energéticas subsequentes. Em termos metodológicos, a maior limitação deste estudo é a inexistência de grupo controlo, com ingestão energética semelhante, o que não permite comparar a eficácia desta intervenção com a duma abordagem convencional. Por isso centrámos a nossa análise nos parâmetros de segurança e de eficácia absoluta e não comparada. Ficará sempre por demonstrar até que ponto os resultados obtidos são divergentes dum regime equivalente em termos energéticos mas com proporções “convencionais” de macronutrientes. Pensamos que tal comparação não seria possível, pois que só com regimes indutores de anorexia, neste caso através de cetogénese controlada, se consegue adesão a regimes energeticamente tão pobres. Em conclusão Esta DHGHP de (muito) baixo valor calórico revelou-se de uma grande eficácia no curto prazo e foi genericamente segura numa população de obesos com co-morbilidades significativas. Embora só tenham sido utilizados métodos indirectos de avaliação da composição corporal, as grandes perdas ponderais obtidas correlacionam-se bem com as perdas de massa gorda e não se confirmaram os receios, comunmente atribuídos às dietas hipoglucídicas, de efeitos adversos renais ou hepáticos, nem de alterações nocivas do perfil lipídico, sendo de salientar uma melhoria a este nível bem como nos indicadores de sensibilidade à insulina. A intenção deste trabalho não é propor a adopção de DHGHP como medida de primeira linha no tratamento e muito menos na prevenção, quer da obesidade quer da Síndrome Metabólica. Enquadrando este estudo nas normas globais que regem o tratamento da obesidade, aceitamos que esta opção não seja a mais “natural” numa perspectiva teleológica da nutrição. O mesmo se aplica à generalidade das intervenções farmacológicas ou cirúrgicas, que de “natural” nada têm. Só que, para situações patológicas e não naturais, podem ser necessárias transitoriamente medidas igualmente não “naturais”, para depois se voltar aos comportamentos “naturais” e, Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 59 Estudo CERCO neste caso, sempre sob vigilância dum médico ou nutricionista com experiência e habilitado para o efeito. r Referências Bibliográficas 1. Prentice AM, Jebb SA - Obesity in Britain: gluttony or sloth? British Medical J 1995; 311: 437-439. 2. Krauss RM, Eckel RH, Howard B et al. – AHA Dietary Guidelines: revision 2000: A statement for healthcare professionals from the Nutrition Committee of the American Heart Association. Circulation 2000; 102: 2284-2299. 3. Horta L. Nutrição para o atleta jovem e adulto in Nutrição Exercício e Saúde-Cap 6, Editado por Teixeira P, Sardinha LB e Barata JT, Lidel 2008. 4. Franz MJ, Bantle JP, Beebe CA et al. American Diabetes Association. 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Ann Intern Med 2004; 140:769 –77 . Correspondência J L Themudo Barata e-mail: [email protected] Anexo - Legenda de siglas encontradas no texto As siglas não encontradas no texto e que apenas se encontram nos quadros estão explicadas nas respectivas legendas. CERCO CEtogénese e Redução de Comorbilidades na Obesidade CHCB Centro Hospitalar da Cova da Beira cm Centímetros CPAP Continuous Positive Airway Pressure DHG Dietas HipoGlucídicas DHGHP Dietas HipoGlucídicas HiperProteicas DHL Dietas HiperLipídicas g Grama GGT Gama Glutamil Transpeptidase HCs Hidratos de Carbono HOMA HOmesostasis Model Assessment HTA Hipertensão Arterial IMC Índice de Massa Corporal PAD Pressão Arterial Diastólica PAS Pressão Arterial Sistólica SAOS Síndroma de Apneia Obstrutiva do Sono SNAF Serviço de Nutrição e Actividade Física UBI Universidade da Beira Interior VET Valor Energético Total VS Velocidade de Sedimentação 62 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Revisão Breve Brief Review Definição de síndroma metabólico Definition of the metabolic syndrome Ema Lacerda Nobre Serviço de Endocrinologia. Hospital de Santa Maria. Lisboa. O síndroma metabólico foi reconhecido há mais de 80 anos na literatura médica e tem recebido várias denominações através do tempo. As primeiras descrições da associação existente entre diversos factores de risco cardiovasculares como a diabetes mellitus, a hipertensão arterial e a dislipidémia, datam dos anos 20 do século passado. Foi, no entanto Reaven quem iniciou a “era moderna” do síndroma metabólico, ao descrever em 1988, na conferência de Banting, o Síndrome X, reconhecendo que estes factores de risco cardiovasculares tendem a ocorrer num mesmo indivíduo sob a forma de um síndroma. Para Reaven a resistência à insulina constituia o mecanismo fisiopatológico básico, sendo as suas componentes consequência da insulinoresistência sendo, todas elas, factores de risco cardiovascular1. O Síndroma X proposto por Reaven1 incluía as seguintes componentes: • Resistência à captação da glucose mediada pela insulina. • Intolerância à glucose; • Hiperinsulinismo; • Aumento dos triglicéridos das VLDL; • Diminuição do colesterol das HDL; • Hipertensão arterial. A descrição inicial de Reaven não incluía a obesidade, posteriormente referida com base na evidência de que a acumulação de tecido adiposo intraabdominal é fundamental para o aparecimento das alterações metabólicas descritas2. Ao longo dos anos várias têm sido as denominações dadas à agregação dos vários factores de risco cardiovascular, sendo a de Síndroma Metabólico a mais aceite. Considera-se que o síndroma metabólico constitui uma constelação de factores de risco de origem metabólica que ocorrem no mesmo indivíduo e que se acompanham de um aumento do risco de doença cardiovascular e de diabetes mellitus tipo 2. Uma vez que a doença cardiovascular continua a ser a principal causa de morte, e que esta é condicionada pelos múltiplos factores de risco que integram o síndroma metabólico, o interesse que este suscita mantém-se actual, o que se reflecte no aparecimento de vários critérios diagnósticos para este síndroma. Os mais aceites são os definidos pela Organização Mundial de Saúde (WHO), pelo National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP ATP III) e mais recentemente pela International Diabetes Association (IDF). Em 1999 a World Health Association propôs como critério de síndroma metabólico a presença de insulinoresistência (definida como captação da glicose < ao quartil mais baixo para a população estudada em clamp euglicémico) associada a 2 ou mais dos seguintes factores de risco3: • Hipertensão arterial ≥140/90 mmHg; • Hipertrigliceridémia (≥ 150 mg/dl) e/ou ↓ C – HDL ( < 35 mg/dl H e <39 mg/dl M); • Obesidade central (cintura/anca > 0,9 H e > 0,85 M) e/ou IMC >30 kg/m2); • Microalbuminúria ≥ 20µg/24 horas/albumina/ creatinina ≥30 mg/g. Esta definição revelou-se complexa e difícil de implementar na prática clínica uma vez que impõe a realização de clamp euglicémico hiperinsulinémico, técnica elaborada para avaliar a insulinoresistência, remetendo a sua utilidade apenas para trabalhos de investigação. Em 2001 um grupo de peritos constituíram o NCEP ATP III, tendo definido novos critérios para o diagnóstico de síndroma metabólico 4. De acordo com o NCEP ATP III, o síndroma metabólico é Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 63 Síndroma metabólico Quadro 1. IDF- Critérios de definição de Síndroma Metabólico Obesidade Central – de acordo com o perímetro abdominal específico por etnias (Quadro 2) Mais 2 dos seguintes: • Triglicéridos elevados >150 mg/dl (ou tratamento específico para esta alteração lipídica) • HDL-col baixo < 40 mg/dl nos homens ; < 50 mg/dl nas mulheres (ou tratamento específico para esta alteração lipídica) • Pressão Arterial elevada: sistólica ≥ 130 mmHg e diastólica ≥ 85 mmHg (ou tratamento ou diagnóstico prévio de hipertensão) • Glicemia de jejum elevada: glicemia ≥ 100 mg/dl ou diabetes mellitus tipo2 previamente diagnosticada* *Acima de 100 mg/dl recomenda-se a realização de PTGO, mas não é necessária para a definição do Síndroma. definido pela presença de 3 ou mais dos seguintes factores de risco: • Circunferência da cintura >102 Homem; >88 Mulher; • Triglicéridos ≥ 150 mg/dl; • Diminuição do colesterol das HDL (<40 mg/dl Homem e <50 mg/dl Mulher); • Hipertensão arterial ≥130 / ≥ 85 mmHg; • Glicémia de jejum ≥110 mg/dl. A definição de síndroma metabólico do NCEP ATP III inclui variáveis facilmente objectiváveis na prática clínica, o que permite uma aplicação mais abrangente da mesma. No entanto não obriga à existência de obesidade abdominal como parte integrante do síndroma, reconhecido factor de risco independente cardiovascular. A existência de múltiplas definições de S. Metabólico dificulta a comparação dos vários trabalhos realizados sobre esta matéria. No sentido de uniformizar a definição de síndroma metabólico e de estabelecer uma definição que permitisse identificar indivíduos com risco cardiovascular e de diabetes acrescido, a IDF reuniu um grupo de especialistas de todo o mundo, que editaram a nova definição de síndroma metabólico5. Os novos critérios da IDF requerem a presença de um perímetro abdominal aumentado em simultâneo com 2 outros factores de risco cardiovasculares. (Quadro 1) Em relação à definição de síndroma metabólico do NCEP ATP III, a IDF propõe valores mais baixos de glicemia de jejum, e obriga à presença de obesi64 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Quadro 2. Valores específicos do Perímetro Abdominal para as diferentes etnias Grupo étnico Perímetro abdominal europídeos Homem Mulher ≥ 94 cm ≥ 80 cm Sul Asiáticos Homem Mulher ≥ 90 cm ≥ 80 cm Chineses Homem Mulher ≥ 90 cm ≥ 80 cm Japoneses Homem Mulher ≥ 85 cm ≥ 90 cm Etnias da América Central e do Sul Utilizar recomendações de Sul Asiáticos até existirem dados mais específicos Etnias da África Sub-Sahariana Utilizar recomendações dos Europeus até existirem dados mais específicos Populações Árabes do Oriente Mediterrânico e Médio Oriente Utilizar recomendações dos Europeus até existirem dados mais específicos dade abdominal. É sabido que existem diferenças étnicas em relação às variáveis antropométricas, nomeadamente em relação aos valores de circunferência da cintura que definem obesidade abdominal e que se associam a um risco aumentado de desenvolver diabetes mellitus. Nos asiáticos, por exemplo, esse risco é maior para valores de perímetro abdominal mais baixos, comparando com os indivíduos europídeos6. A nova definição do síndroma metabólico da IDF contempla estas diferenças raciais, definindo valores de circunferência da cintura específicos, para os vários grupos étnicos. (Quadro 2) A definição de Síndroma Metabólico da IDF, integra critérios facilmente mensuráveis, o que permite uma larga aplicação na clínica. Considera critério obrigatório para a definição de Síndroma Metabólico a presença de obesidade abdominal, reconhecido factor de risco cardiovascular independente. Define valores específicos de perímetro abdominal para os vários grupos étnicos, que definem obesidade abdominal, o que irá permitir a comparação de resultados entre trabalhos realizados em vários países e vários continentes. r Bibliografia 1.Reaven G. Role of insulin resistance in human disease. Diabetes. 1988;37:1595-607 2.Eckel RH, Grundy SM, Zimmet PZ. The metabolic syndrome. Lancet Síndroma metabólico 2005; 365: 1415-28 3.World Health Organization. Definition, diagnosis and classification of diabetes mellitus and its complications. Report of a WHO consultation 1999 4.Executive summary of the Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on detection, evaluation and treatment of high blood cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel III). JAMA 2001; 285:2486-97 5.International Diabetes Federation. The IDF consensus worldwide definition of the metabolic syndrome. 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A obesidade, per se ou secundariamente à insulinoresistência que lhe está associada, constitui um indiscutível factor independente de risco cardiovascular. As evidências dos últimos anos revelaram o extremo dinamismo funcional do adipócito (sobretudo se de localização intra-abdominal), obrigando a encarar o tecido adiposo como um verdadeiro órgão endócrino responsável pela integração de sinais endócrinos, metabólicos e inflamatórios para a homeostase de vários sistemas orgânicos. O adipócito é responsável pela síntese de um variado conjunto de substâncias (adipocinas) com acções que passam pelo controlo central do apetite, até à interferência na regulação dos níveis de pressão arterial, na hemostase, na inflamação subclínica, nos metabolismos glucídico e lipídico, entre outros. A gordura visceral, além de ser um tecido metabólico extremamente activo, é um órgão endócrino altamente dinâmico. O adipócito produz e secreta várias adipocinas interferindo, directa ou indirectamente, nos diversos passos da aterogénese. O tecido adiposo visceral parece produzir várias dessas adipocinas de forma mais activa do que o tecido adiposo subcutâneo. Tanto a insulino-resistência como a aterosclerose estão associadas a uma maior actividade inflamatória subclínica. Esta poderá ser encarada como a ponte de ligação entre a obesidade, a síndrome metabólica e o aumento do risco cardiovascular. Palavras-chave: Obesidade visceral, insulino-resistência, adipocinas, risco cardiovascular, aterogénese. A obesidade é, actualmente, considerada um importante problema de saúde pública em virtude do seu carácter epidémico. Além da influência do estilo de vida errático sobre o aumento de peso, sem dúvida que a influência genética tem o seu papel. A deposição de massa gorda, sobretudo a nível visceral, está associada a aumento da resistência à acção da insulina, constituindo um factor de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e pato- Abstract Obesity is a chronic disease characterized by an accumulation of excessive fat mass. In particular when fat depots are intra-abdominally located, they give rise to an increase in insulin resistance as well as an increase risk for the development of several pathologies. Obesity, per se or secondary to the associated insulin resistance, is unquestionably an independent cardiovascular risk factor. Evidences from the last years period have revealed the extreme dynamism of the adipocyte (principally if within abdomen). Adipose tissue is a true endocrine organ responsible for the assimilation of endocrine, metabolic and inflammatory signals for homeostasis of several organic systems. Adipocytes are in charge of the synthesis of a wide quantity of products (adipokines) with several actions, namely central appetite control, blood pressure regulation, and haemostatic control. They are also able to get in the way of glucose and lipid metabolism and to increase low grade inflammation. Visceral fat is an extremely active metabolic tissue and a highly dynamic endocrine organ. The adipocyte synthesizes and secretes quite a lot of adipokines that will interfere in atherogenesis, either in a direct or indirect way. Adipocytes from the visceral adipose tissue seem to produce those adipokines in a more vigorous form than adipocytes from subcutaneous location. Insulin resistance and atherosclerosis are both associated with a low grade inflammation. This inflammatory process could be seen as a link between obesity, the other components of the metabolic syndrome and the increase in cardiovascular risk. Key words: Visceral obesity, insulin resistance, adipokines, cardiovascular risk, atherogenesis. logia cardiovascular. A obesidade, per se ou secundariamente à insulino-resistência que lhe está associada, constitui um factor independente de risco cardiovascular. A obesidade constitui, igualmente, factor de risco para várias outras patologias. Além das alterações condicionadas pelo efeito mecânico (cuja patologia melhor exemplificativa é a disfunção articular), a obesidade conduz a várias alterações a nível dos metabolismos glucídico e lipídico, dos mecanismos de controlo da pressão arterial, da hemosVol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 67 Obesidade visceral tase, da função gonadal, etc. A estratificação da obesidade tem a ver com o risco que está associado a cada grau. Por exemplo, a obesidade grau I está associada a um risco 2,8 vezes maior de desenvolvimento de hipertensão arterial, mas se for grau II ou III, o risco já será 3,8 vezes maior. A obesidade grau I associa-se a um aumento de risco de 59% para doença isquémica cerebral enquanto a obesidade grau II ou III já se encontra associada a um aumento de risco de 75%. Contudo, a estratificação tem maior expressão em relação ao risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2: um risco 3,4 vezes maior, no caso da obesidade grau I, e um risco 6,2 vezes maior, no caso da obesidade grau II. Igualmente, em relação às complicações mecânicas decorrentes da obesidade também se faz sentir a diferença; a obesidade grau I associase a um aumento de risco de 87% para doença articular degenerativa enquanto a obesidade grau II ou III já se encontra associada a um aumento de risco de 139%. O tecido adiposo foi encarado, até um passado não muito distante, unicamente como uma almofada corporal e um dos principais depósitos energéticos do organismo. Contudo, as evidências dos últimos anos revelaram o extremo dinamismo funcional do adipócito, obrigando a encarar o tecido adiposo como um verdadeiro órgão endócrino responsável pela integração de sinais endócrinos, metabólicos e inflamatórios para o controlo da homeostase energética. O adipócito é responsável pela síntese de um conjunto variado de substâncias com acções que passam pelo controlo central do apetite, até à interferência na regulação dos níveis de pressão arterial, na hemostase, ou na inflamação subclínica. Contudo, as características do adipócito diferem consoante se trate de células adiposas com localização visceral ou de adipócitos subcutâneos. Os primeiros apresentam maiores dimensões e, por conseguinte, maior capacidade de libertar ácidos gordos livres para a circulação. São, também, menos sensíveis à acção da insulina e apresentam maior densidade de receptores adrenérgicos; assim, são muito mais susceptíveis de sofrer lipólise do que os adipócitos com localização no tecido celular subcutâneo. Por outro lado, como célula endócrina, o adipócito visceral tem uma maior capacidade secretora de hormonas e outros factores pró-inflamatórios e 68 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade pró-aterogénicos. Das várias substâncias secretadas pelo adipócito (adipocinas), a adiponectina é aquela com características mais benéficas, tendo uma acção insulinosensibilizadora e anti-aterogénica. Tal é conseguido através da sua acção a nível do músculo e fígado, contrariando os fenómenos que conduzem à insulino-resistência, e pela inibição de vários dos passos da aterogénese (diminuição dos níveis de moléculas de adesão, inibição da transformação dos macrófagos em células espumosas, inibição da migração e proliferação das células musculares lisas, ...). A quase totalidade das restantes adipocinas apresenta propriedades nefastas. A leptina pode induzir aumento da pressão arterial e aceleração da aterogénese pois tem uma acção simpático-mimética e conduz a aumento do stresse oxidativo e à migração/proliferação das células musculares lisas, entre outras acções. O angiotensinogénio, além de ser o “substracto” para o eixo renina-agiotensina-aldosterona, inibe a síntese de óxido nítrico e aumenta o factor de transcrição NF-kB (que é o responsável pela resposta celular a várias agressões) bem como os níveis das moléculas de adesão; tal resulta em aumento da pressão arterial e aceleração da aterogénese. A interleucina-6 acelera o processo aterogénico, aumentando os níveis das moléculas de adesão e a migração/proliferação das células musculares lisas, reduz a sensibilidade à insulina e aumenta (a nível hepático) a síntese de produtos de fase aguda, como a proteína C reactiva. O factor de necrose tumoral alfa (TNF-α) induz uma redução da sensibilidade à insulina, um aumento da pressão arterial e uma aceleração da aterogénese. O TNF-α aumenta a actividade do eixo renina-agiotensina-aldosterona, os níveis das moléculas de adesão e a expressão do factor NF-kB; igualmente, tem a capacidade de reduzir a bio-disponibilidade do óxido nítrico e acelerar a apoptose das células endoteliais. A resistina, além de induzir um aumento da insulino-resistência a nível muscular e hepático, também aumenta a concentração das moléculas de adesão. O adipócito também secreta factores pró-trombóticos, como o inibidor-1 do activador do plasminogénio (PAI-1). Como descrito acima, várias das adipocinas conduzem, directa ou indirectamente, a uma aceleração do processo aterogénico. As adipocinas podem interferir na disfunção endotelial e nos primeiros passos Obesidade visceral da iniciação da placa de aterosclerose, bem como na progressão da mesma; podem, igualmente, interferir no processo de desestabilização e posterior ruptura da placa. O conceito de obesidade, sobretudo visceral, como equivalente de condição pró-inflamatória deve-se à síntese de citocinas pró-inflamatórias pelo adipócito mas, também, à sua síntese nos macrófagos infiltrados entre os adipócitos. À medida que o indivíduo vai aumentado a sua massa adiposa, ocorre uma hipertrofia adipocitária e consequente tentativa de aumento do suporte vascular. O próprio adipócito secreta algumas substâncias que induzem aumento da angiogénese mas, também, produtos que “chamam” células monocíticas para o seu interstício. O suporte vascular acaba por ser insuficiente, verificando-se a morte de uma quantidade cada vez maior de adipócitos e um maior aporte de células monocíticas. Tal acaba por resultar num círculo vicioso, cursando com uma situação de inflamação crónica. Segundo a hipótese do solo comum, considerase que a inflamação subclínica seria o ponto de partida comum à etiopatogenia da insulino-resistência, por um lado, e ao desenrolar dos vários passos da aterogénese, por outro. Tal explicaria o risco cardiovascular aumentado presente nas situações que cursam com insulino-resistência, como a obesidade visceral; segundo aquela hipótese não seria a insulino-resistência per se o factor de risco cardiovascular, mas ambas as condições (insulino-resistência e doença cardiovascular) seriam as faces visíveis de um mesmo processo – a inflamação subclínica. Desde os trabalhos originais de Paul Ridker, a proteína C reactiva de alto peso molecular (hs-CRP) tem sido encarada como um bom marcador de risco cardiovascular. O poder de predição da hs-CRP, face a um evento cardiovascular, é ainda maior do que um dos principais marcadores clássicos de risco cardiovascular - a concentração de LDL-colesterol. Contudo, a conjugação do doseamento dos dois factores (hs-CRP e LDL-colesterol) num indivíduo acresce, exponencialmente, a informação sobre o risco cardiovascular que lhe está associado. Um aumento marcado no número de adipócitos viscerais (obesidade visceral ou central) conduz a um estado de menor sensibilidade às acções da insulina, a nível dos vários órgãos-alvo. O conjunto de patologias, cujo factor etiopatogénico comum se crê ser a insulino-resistência, constitui a síndrome metabólica. Segundo a definição mais recente (da Federação Internacional de Diabetes, em 2005), para que um indivíduo seja considerado como tendo síndrome metabólica é condição sine qua non que ele apresente obesidade de tipo central. Esta define-se, na população europeia caucasiana, como a presença de um perímetro da cintura superior a partir de 94 centímetros no homem e de 80 na mulher. Para as restantes raças são definidos outros limiares de perímetro na cintura; por exemplo, esse limiar é maior na população americana e menor na asiática. Para o diagóstico de síndrome metabólica, para além da presença de obesidade central, é necessário a presença de mais dois entre os quatro parâmetros seguintes: • Glicemia em jejum acima de 100 mg/dl; • Trigliceridemia acima de 150 mg/dl; • Concentração de partículas de colesterol HDL acima de 40 mg/dl no sexo feminino e de 50 mg/ dl no feminino; • Níveis de pressão arterial acima dos 130/85 mmHg. A obesidade é considerada como um factor independente de risco cardiovascular. A obesidade também se encontra associada a várias patologias que constituem, por sua vez, outros factores de risco cardiovascular, tais como a hipertensão arterial, a diabetes mellitus tipo 2, a dislipidemia, o estado pró-coagulante, etc. Vários estudos têm demonstrado que a população obesa apresenta uma maior prevalência de doença coronária isquémica e insuficiência cardíaca congestiva. De igual forma, apresentam maior incidência de eventos agudos coronários e cérebro-vasculares e, globalmente, uma maior taxa de mortalidade atribuível à doença cardiovascular. Apesar de, indiscutivelmente, a obesidade (traduzida pelo valor do índice de massa corporal IMC) constituir um factor de risco cardiovascular, para cada valor de IMC existem diferenças consoante o padrão de distribuição da gordura corporal. Conforme descrito acima, existem importantes diferenças anatomo-fisiológicas entre o adipócito subcutâneo e aquele com localização intra-abdominal. Tal traduz-se em acção diferencial sobre o metabolismo glucídico e lipídico e na sua diferente Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 69 Obesidade visceral capacidade de interferir sobre diversos outros sistemas homeostáticos. Assim, além de se verificar um aumento da doença cardiovascular com o IMC, dentro de cada grau de obesidade, verifica-se uma proporcionalidade entre o perímetro da cintura e o risco cardiovascular. r Bibliografia 1. Grundy SM. Metabolic syndrome: a multiplex cardiovascular risk factor. J Clin Endocrinol Metab 2007; 92:399-404 2. Lakka TA, Lakka HM, Salonen R et al “Abdominal obesity is associated with accelerated progression of carotid atherosclerosis in men” Atherosclerosis 2001;154: 497-504 3. Ronti, T; Lupattelli, G; Mannarino, E. The endocrine function of adipose tissue: an update. Clinical Endocrinology. 2006; 64:355-65 4. Matsuzawa, Y. Therapy Insight: adipocytokines in metabolic syndrome and related cardiovascular disease. 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Baseia-se esta observação em relatórios da Food and Drug Administration (FDA) e dos dados apresentados no simpósio realizado em 28 Outubro de 2008 no National Institute of Child Health and Human Development, sob o tema Hepatic Toxicity Following Treatment for Pediatric Graves Disease: estes autores sugerem que o PTU não deve ser um fármaco de primeira linha no tratamento da doença de Graves. Numa mensagem, de 14 de Abril de 2009, aos membros, a Endocrine Society² apoia a posição defendida por Rivkees e Mattison, considerando que o MTI deve ser o fármaco a utilizar no tratamento da doença de Graves. Os dados utilizados tanto por Rivkees e Mattison, como pela Endocrine Society, são poderosos. Nos EUA são tratados anualmente, com fármacos antitiroideus, 4.000 doentes em idade pediátrica com doença de Graves, 40% com PTU.³ O PTU induz falência hepática em 1 de 2.000 ou 4.000 crianças tratadas, mas o número de casos em que o PTU induz lesão hepática reversível pode ser 10 vezes maior.³ É realçado, contudo, que o verdadeiro número de casos com doença hepática induzida pelo PTU é desconhecido.³ Pelo contrário, não estão descritos casos de morte ou falência hepática com o metimazole.3,4 Embora o número de crianças com doença de Graves seja muito menor que o número de adultos com esta doença, dos 42 casos de falência hepá- tica grave pelo PTU descritos, até hoje, na literatura, 13 foram em crianças e dos 13 que necessitaram de transplante hepático 4 foram realizados na idade pediátrica (entre 1990 e 2002).2 A avaliação periódica da função hepatocelular não parece ser efectiva no manejo do risco de falência hepática.³ Em Portugal, não foi até hoje realizado qualquer transplante por falência hepática fulminante induzida por PTU, quer na idade adulta quer pediátrica (de acordo com os hepatologistas responsáveis pelos 3 centros de transplantação do país, centros de transplantação do Curry Cabral de Lisboa, dos HUC de Coimbra e do Hospital de Santo António do Porto). Pode concluir-se, deste modo, que não sendo possível avaliar no laboratório a função hepática, de maneira a evitar o risco de falência hepática, o único processo de se evitar qualquer caso fatal ou a necessidade de recorrer ao transplante hepático, só é possível não utilizando o PTU no tratamento destes doentes. Bibliografia 1. Rivkees SA, Mattison DR. Ending propylthiouracil-induced liver failure in children. N Engl J Med 2009; 360: 1574-5 2. Endocrine Society. Alert: Endocrine statement ou PTU use in children. Mensagem enviada aos membros. [email protected] 3. Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development. Hepatic toxicity following treatment for pediatric Graves Disease Meeting: October 28, 2008. Conference Proceeding. htpp://bpca.nichd.nid.gov/outreach/index.cfm 4. Russo MW, Galanko JA, Shrestha R et al. Liver transplantation for acute liver from drug induced liver injury in the United States. Liver Transpl 2004; 10: 1018-23 Correspondência Alberto Galvão-Teles e-mail: [email protected]; [email protected] Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 73 74 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Actualização Clínica Clinical update Climatério e menopausa * Climaterium and menopause Manuel Neves-e-Castro Clínica de Feminologia Holistica, Av. Antº. Augº. Aguiar 24 Lisboa 1050-016, Portugal 1. Introdução A menopausa, etimológica e clinicamente, é apenas a data da última menstruação espontânea, após uma ausência de um ano. Por uso impróprio desta palavra, menopausa é usada para se referir o climatério, que deriva do grego (klimakter) escada. É uma escada descendente da função dos ovários que marca a transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva da vida da mulher. É o invés do que se passa na puberdade, que é também uma escada, mas ascendente, e que marca a transição para a fase reprodutiva da vida da mulher. Por isso, de agora em diante, se referirá o climatério e não a menopausa. Este é um tema de grande importância clínica e epidemiológica que tem sido amplamente discutido, principalmente nos meios de comunicação social, com grande destaque para os possíveis perigos dos tratamentos hormonais que são geralmente preciosos para o alívio dos sintomas e para a melhoria da qualidade de vida. Tudo teve início em 2002 * Na Bibliografia (fim do capítulo) são mencionadas as fontes de informação recomendadas para melhor compreensão deste problema e a forma de as pesquisar. Optou-se por não se indicar uma referência bibliográfica a cada facto descrito para não interferir com a melhor leitura de um texto didáctico, como é este, especialmente destinado aos clínicos. Inseriram-se quadros e tabelas para leitura e fixação mais fácil de factos importantes e assim se evitarem os sublinhados no texto. quando na imprensa se fez eco dos primeiros resultados do estudo Women’s Health Initiative (WHI) realizado pelos National Institutes of Health (NIH) nos EUA. Anunciou-se um aumento de riscos (carcinoma da mama) da ordem dos 23% o que induziu muitos a interpretarem que 23% das mulheres tratadas iriam ter um cancro da mama… Foi um erro de interpretação trágico porque os relatores do WHI (intencionalmente !?...) omitiram que se tratava de um aumento de 23% no risco relativo, o que na realidade significava apenas um acréscimo de 0,8 mulheres por cada 1.000 durante 1 ano, submetidas a uma terapêutica estroprogestativa contínua, por via oral, em mulheres com uma média etária de 63 anos e (assintomáticas !!!), portanto sem qualquer relação com os grupos etários mais jovens que incluem as mulheres que têm sintomas (afrontamentos, suores nocturnos, etc). Os problemas relacionados com o climatério exigem actualmente do ginecologista uma sólida formação em medicina interna e muito bons conhecimentos de psicologia. O ginecologista que trata esssas mulheres tem que ser “gente” para criar empatia, ser “médico” para conhecer e estudar todos os problemas de que a mulher pode sofrer e, finalmente, ser “especialista” para usar os seus conhecimentos e técnicas específicas da especialidade. Não se podem conceber clínicos, nesta área, que sejam só bons especialistas, médicos razoáveis e sem tempo para serem “gente”. Será feita, neste capítulo, uma revisão da: • Fisiologia do climatério; • Sintomas e sinais frequentes; • História clínica; • Exame objectivo; • Exames complementares; • Identificação de factores de risco; • Cardiovasculares; • Oncológicos; • Ósseos; Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 75 Climatério e menopausa • Resumo de identificação de problemas; • Aconselhamento terapêutico; • Os agentes terapêuticos hormonais; • As vias e esquemas de administração. 2. Fisiologia do climatério O ovário é um orgão misto: é uma glândula de secreção interna (esteróides sexuais) e de secreção externa (óvulos). À nascença o ovário está dotado de uma enorme população de ovocitos que se vai reduzindo progressivamente até à menarca e, ainda muito mais, daí até à menopausa. A secreção de estrogéneos, pelos folículos, aumenta muito a partir da puberdade e reduz-se progressivamente após a menopausa. O funcionamento endócrino e exócrino dos folículos é estimulado por duas hormonas do lobo anterior da hipófise: as hormonas foliculoestimulante (FSH) e luteinizante (LH) ambas também estimuladas por uma hormona libertadora de gonadotrofinas (GnRH) produzida no hipotálamo; esta, por sua vez, depende, entre outras, da acção reguladora do cortex cerebral. À medida que se aproxima o climatério há um aumento progressivo da FSH que pode ser devido à menor secreção de inibina e de estradiol pelos folículos (ambos com um efeito de retroacção negativa sobre a unidade hipotálamo- hipofisária). O excessso de produção de FSH e LH poderia resultar numa maior secreção de estradiol pelos folículos, mas o que se verifica é o contrário. Isto porque, ou os folículos (teca interna e granulosa) estão deficientes em receptores para FSH e LH ou porque os níveis elevados de FSH e LH (que se doseiam por métodos imunológicos) representam isoformas de FSH com muita imunoactividade e fraco efeito biológico. Por vezes um excesso de LH pode luteinizar o estroma ovárico, podendo segregar mais testosterona e causar nessas mulheres um certo grau de hirsutismo (mais frequente na face). Recorde-se que, na via da biossíntese dos esteróides sexuais, o colesterol transforma-se em progesterona e esta, através da síntese de androgénios, em estrogéneos. É por um novo efeito enzimático (aromatase) que os androgéneos irão dar origem aos estrogéneos. 76 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Enquanto que nos folículos o capital enzimático está completo, no estroma não há aromatase e por isso, se acumulam androgéneos que não se transformarão em estrogéneos. Já o corpo amarelo é tambem deficiente em aromatase e em desmolase (que cinde a cadeia lateral da progesterona; por isso se acumula progesterona que é segregada). Estas interacções do Sistema Nervoso Central →Hipotálamo→Lobo Anterior da Hipófise→Ovários permitem também compreender um pouco a fisiologia da menopausa precoce: ou a FSH é produzida com pouca bioactividade e muita imunoactividade (FSH elevada) ou os folículos tornam-se refractários a um estímulo normal por não conterem receptores para FSH (e daí níveis baixos de estradiol com muito fraco efeito de retroacção negativa sobre a hipófise, o que justifica os níveis elevados de FSH). De qualquer forma a sintomatologia e a terapêutica quer da menopausa natural como da precoce são equivalentes, o mesmo se passando também com a menopausa cirúrgica (ovariectomia bilateral em mulheres jovens), e até nas agenésias gonadais. 3. Sintomas e sinais mais frequentes VASOMOTORES UROGENITAIS [__] Afrontamentos [__] Dispareunia [__] Suores nocturnos [__] Secura vaginal [__] Insónias [__] Polaquiúria [__] Cefaleias [__] Incontinência [__] Palpitações [__] Diminuição da líbido [__] Depressão [__] Síndrome uretral [__] Irritabilidade [__] Fadiga Índice de Kupperman (1) Sintomas Intensidade (0 a 3) Coeficiente Pontuação Afrontamentos (x) 4 Parestesia (x) 2 Insónia (x) 2 Nervosismo (x) 2 Depressão (x) 1 Vertigens (x) 1 Fadiga (x) 1 Artralgia/Mialgia (x) 1 Cefaleias (x) 1 Palpitações (x) 1 Zumbidos (x) 1 Total Sintomas: Leves – até 19; Moderados – 20 a 35; Intensos – mais de 35. Climatério e menopausa Os sintomas mais incomodativos e frequentes são os chamados afrontamentos e rubores súbitos (flushes e flashes), que são sensações, de ocorrência súbita, de calor principalmente na cabeça. Podem acompanhar-se de suores nocturnos exagerados, que contribuem também para as insónias de que se queixam muitas mulheres. Isto deve-se a uma disfunção do centro termoregulador do hipotálamo que está sob o controlo dos estrogénios circulantes. É curioso notar que, por exemplo nas disgenésias gonadais não tratadas, não há referência a afrontamentos. No entanto, se se fizer uma terapêutica estrogénica e depois fôr suspensa, então essa mulher já tem afrontamentos. Por isso, se admite que o centro termoregulador só dá origem a afrontamentos se tiver estado previamente exposto ao efeito de estrogénios. O sistema nervoso central é não só um alvo para os esteróides sexuais, como também um órgão em que os mesmos são sintetizados. As actividades neuronais e as conexões sinápticas são reguladas pelas hormonas sexuais. Por isso, na sua carência, surgem sintomas de ordem psíquica (tais como irritabilidade, humor depressivo, choro fácil, diminuição da líbido, falta de memória e de concentração). Estas perturbações, com redução da auto-estima, podem causar crises de ansiedade que a mulher compensa através dos prazeres gustativos (polifagia, consumo de doces) e menos exercício, que vão contribuir para o excesso de peso e até para a obesidade. A falta de estrogénios causa também um certo grau de insulinorresistência que é um dos componentes da síndrome metabólica. Quando há insulinorresistência é necessário que o pâncreas segregue mais insulina para que nas células, menos permeáveis, entre a quantidade de insulina necessária à homeostase. Há, portanto, em circulação mais insulina do que é normal. Daí resulta um aumento da lipogénese (obesidade) e de triglicéridos (o principal factor de risco cardiovascular nas mulheres). Outros componentes da sindrome metabólica são a hipertensão arterial e a baixa do colesterolHDL (factor de protecção cardiovascular), porque os estrogénios em baixa concentração não conseguem estimular a síntese hepática da apolipoproteina-A1. Os sinais mais visiveis na pós-menopausa são a atrofia da mucosa vaginal (secura que causa dis- pareunia) e da pele, com tendência para a queda de cabelo. As mamas tornam-se mais flácidas. Os ossos tornam-se menos densos por falta de sintese do colagéneo ósseo, menor formação óssea e maior reabsorção, o que é visivel por densitometria óssea e pela radiografia da coluna (vértebras em cunha, por fracturas de afundamento) e do colo do fémur, com desaparecimento das linhas de Singh, o que contribui para a osteopénia, osteoporose e fractura. Assim a típica mulher pós-menopáusica, descompensada, tem uma grande diminuição da sua qualidade de vida, com reflexos a nível social e profissional. 4. História clínica Nunca é demais acentuar que o primeiro contacto do médico com a mulher é fundamental para que se estabeleça uma boa relação de confiança, sem a qual muitos tratamentos falham. O médico deve levantar-se para a receber, deve tratá-la pelo seu primeiro nome e iniciar a conversa com perguntas não médicas, como saber o local da residência, profissão, família, etc. Só depois dará início à história clinica, que nunca deve começar por fazer uma série de perguntas. É preferivel inquiri-la simplesmente “o que é que a traz por cá, D. Fulana?”, “Em que posso ajudá-la?”, etc. A partir daí o médico experiente conduzirá um interrogatório sem deixar de lhe dizer que a menopausa não é uma doença e que muitas mulheres têm os mesmos sintomas, todos eles elimináveis. Depois de se conhecerem todos os dados é indispensável uma história sexual; pode obter-se simplesmente com uma pergunta “Sente prazer nas suas relações sexuais?” A sua resposta é um ponto de partida para se obterem mais informações. Nos antecedentes pessoais é indispensável saber a data da menarca, tipo de ciclos menstruais, número de gravidezes, data da 1ª gravidez, amamentação, peso dos filhos (estes dados podem alertar para insulinorresistência e definem também a protecção contra o cancro da mama), problemas ginecológicos e tratamentos efectuados, os medicamentos que está a tomar e porquê, cirurgias anteriores, exames clinicos e complementares anteriores, etc. Nunca esquecer de perguntar se há alergias medicamentosas e outras. Se se cansa facilmente? Má tolerância Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 77 Climatério e menopausa ao frio? Dores précordiais? Na história familiar é obrigatório saber se há casos de cancro da mama ou do cólon, diabetes (tipo 1 ou 2) e outras doenças de predominância familiar. O exame objectivo Medição da altura, perímetro abdominal e da anca. Peso e bioempedância para determinação da percentagem de gordura. (A medição do perímetro da cintura correlaciona-se significativamente com a obesidade vísceral, com a insolinorresistência e com a síndrome metabólica). Medição da pressão arterial e frequência cardíaca. O exame tem que ser completo! Começar pela cabeça com a observação do cabelo, pele da face (acne?, seca?, hirsustismo?), olhos e pupilas (exoftalmo?). Segue-se o pescoço com a palpação das cadeias ganglionares, das carótidas, da tiroideia. As mamas devem ser cuidadosamente observadas em várias posições antes de se proceder à palpação e compressão dos mamilos, para ver se há secreção hemática ou láctea. Palpação das axilas. A auscultação cardíaca também faz parte do exame (Sopros? Arritmias?). Palpação abdominal (fígado e baço). O estudo dos membros inferiores é importante (edemas?, varizes?). Só depois destes exames é que se fará o exame ginecológico (Vulva? Vagina lisa? Friável? Cistocelo? Rectocelo? Prolapso? Colo do utero? Colposcopia?) Estudar a fresco a citologia da parede vaginal (atrofia?). E antes do exame bimanual (será feita colheita cervicovaginal para teste de Papanicolaou a que pode seguir-se teste de lugol). 5. Exames complementares • Citologia cv (Papanicolaou); • Densitometria óssea DEXA (coluna lombar e colo do fémur); 6. Informação sobre os factores de risco CANCRO DA MAMA [__] Antecedentes familiares directos [__] Menarca precoce [__] Irregularidades menstruais [__] 1ª gravidez ≥ 35 anos [__] Nuliparidade [__] Não aleitamento DOENÇAS CARDIOVASCULARES [__] Doença isquémica arterial [__] Peso [__] Tensão arterial [__] Colesterol [__] Triglicéridos [__] HDL [__] Cigarros / dia CANCRO ENDOMÉTRIO [__] Obesidade [__] Diabetes [__] Hipertensão não controlada OSTEOPOROSE [__] Raça [__] Sedentarismo [__] Massa óssea reduzida [__] Ingestão insuficiente de lacticínios [__] Tabagismo [__] Antecedentes familiares osteoporose [__] Magreza [__] Nuliparidade Explicar os riscos • É mais fácil apresentar os riscos absolutos do que os riscos relativos. • Um risco é raro quando ocorre em menos de 10 de cada 10.000 mulheres por ano; é muito raro se ocorrer em menos de 1 por cada 10.000 mulheres por ano. NAMS position statement. Menopause 2008. • Hemograma, V.S., PCR, fibrinogénio, transaminases, fosfatase alcalina, glicémia e insulina em jejum, colesterol total, HDL, LDL, triglicéridos, creatinina, ácido úrico, Ionograma, FSH, PRL, estradiol, TSH, f T4, urina tipo 2 e asséptica, pesquisa de sangue oculto nas fezes; • Mamografia, ecografia mamária; • Ecografia ginecológica (c/sonda vaginal); • Ecografia abdominal; 78 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Exemplos de risco absoluto, risco relativo, risco atribuível • Se comprar um número da lotaria, terá 1 oportunidade em um milhão de ganhar (risco absoluto). • Se comprar cinco números da lotaria, a oportunidade será cinco vezes maior, ou simplesmente 5 em um milhão. •As oportunidades de ganhar aumentam 5 vezes, (risco relativo). • A diferença entre os dois riscos é de 4 em um milhão (risco atribuível). Climatério e menopausa MULHER Risco atribuível, ou de excesso (que é o mais importante para a clínica) Risco de doença coronária1* Não fumador risco atribuível, ou de excesso. mg/dl 150 200 250 300 mmol/l 4 5 6 7 8 180 7. Resumo de identificação de problemas 120 180 160 Pressão Sistólica (mmHg) 140 a) Riscos cardiovasculares: • Para aterosclerose; • Para AVC; • Para doença coronária. 120 180 160 140 120 180 160 140 CHD Risk Over 10 Years (Framingham CHD Risk Score) Assess CHD risk and years since last menstrual period Years Since Last Menstrual Period <5 6 to 10 Very low (<5%) HT OK HT OK Low (5% to <9%) HT OK Moderate (10% to 20%) HT OK HT OK (Choose transdermal) (Choose transdermal) High (more than 20%) 120 180 160 120 mg/dl 70 160 Anos 180 140 120 60 160 Anos 180 140 120 50 160 Anos 180 140 120 40 160 Anos 180 140 120 160 30 140 mmol/l 180 Anos 160 140 • Risco cardiovascular? • Risco mamário? • Risco p/osteoporose? • Riscos metabólicos? Fumador mg/dl 150 200 250 300 mmol/l 4 5 6 7 8 4 5 6 7 8 150 200 250 300 Colesterol mmol/l mg/dl Pressão Sistólica (mmHg) A diferença entre o risco de base, subjacente, e o risco após receber TH é denominada 140 120 4 5 6 7 8 150 200 250 300 Colesterol Prevention of coronary heart disease in clinical practice. Atherosclerosis 1998;140:190-208. DECISION ABOUT DURATION OF USE: continued moderate-to-severe symptoms; patient preference; weigh baseline risks of breast cancer vs osteoporosis. Manson JE e Martin KA. J Clin Endocrinol Metab 2008;93:4567-75 http://www.nhlbi.nih.gov/guidelines/cholesterol/index.htm Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 79 Climatério e menopausa TH e tromboembolismo venoso (TEV) • O TH oral aumenta o risco de TEV nas mulheres pós menopausa • O risco de TEV com TEP ou TE é menor em mulheres com menos de 60 anos. O TH não reduz a mortalidade total nas mulheres com mais de 60 anos. • O risco de TEV com TE é menor pela via transdérmica. • Estes riscos são classificados como raros. NAMS position statement. Menopause 2008. b) Riscos Mamários: atenção à história familiar! Atenção à densidade mamária elevada que pode ocultar uma neoplasia, nas mamografias. Biópsia por punção? TH e risco de CA mama • O aumento de risco absoluto com TEP no WHI é raro (4 a 6 casos adicionais por 10.000 mulheres tratadas durante mais de 5 anos). • O TE no WHI não mostrou aumento de risco após 7 anos. NAMS position statement. Menopause 2008. (Click a question number for a brief explanation, or read all explanations.) 1. Does the woman have a medical history of any breast cancer or of ductal carcinoma in situ (DCIS) or lobular carcinoma in situ (LCIS)? 2. What is the woman's age? This tool only calculates risk for women 35 years of age or older. 3. What was the woman's age at the time of her first menstrual period? 4. What was the woman's age at the time of her first live birth of a child? 5. How many of the woman's first-degree relatives - mother, sisters, daughters have had breast cancer? 6. Has the woman ever had a breast biopsy? 6a. How many breast biopsies (positive or negative) has the woman had? 6b. Has the woman had at least one breast biopsy with atypical hyperplasia? 7. What is the woman's race/ethnicity? 80 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Climatério e menopausa As Hormonas causam o Cancro? O Cancro da Mama O Risco Relativo aumentado de Cancro da Mama com os estrogénios mais progestagénios durante 5, 6 anos é comparável ao aumento de risco de Cancro da Mama para uma mulher que consome uma bebida alcoólica por dia ou que tem um Índice de Massa Corporal de 24, em comparação com 22. Risco acumulado de cancro da mama por 1000 mulheres Os raríssimos cancros que possam eventualmente surgir durante os tratamentos hormonais eram muito provavelmente cancros pré-existentes e silenciosos cujo crescimento foi estimulado pelas hormonas. 70 Sem terapêutica hormonal (TH) 60 Álc oo l Riscos de Cancro da Mama de acordo com diferentes factores Nada está provado nesse sentido ! 50 e ad sid e Ob TH 5 anos 40 ca ti êu ap ter al Semrmon ho Desporto 30 20 10 0 45 50 60 65 70 75 Idade (anos) c) Riscos Ósseos O Cancro da Mama O risco de cancro da mama com os E+P combinados contínuos é mínimo. Factos sobre a Osteoporose (National Osteoporosis Foundation: www.nof.org) É necessário tratar 1250 mulheres (NNH) durante 1 ano até que se diagnostique 1 cancro da mama (o que é equivalente ao risco relativo de 23%!) • 80% das pessoas osteoporóticas são mulheres. • As mulheres perdem até 20% da sua massa óssea nos 5 a 7 anos após a menopausa. • Cerca de uma em cada duas mulheres com mais de 50 anos irá ter uma fractura osteoporótica nos anos seguintes. • Cerca de 24% das pessoas com fracturas osteoporóticas, e com mais de 50 anos de idade, morrem no ano seguinte à fractura. • Se bem que não haja cura para a osteoporose pode no entanto ser tratada para evitar a sua progressão, com os seguintes medicamentos: alendronato, Ibandronato, residronato, ácido zoledrónico, ranelato de estrôncio, estrogénios, SERM’s, hormona paratiroideia. Factos sobre a Osteoporose (National Osteoporosis Foundation:www.nof.org) • A Osteoporose é uma doença caracterizada por massa óssea baixa e deteriorização estrutural do tecido ósseo, causando fragilidade óssea e um aumento de susceptibilidade para fracturas, especialmente do colo do fémur, coluna e punho, se bem que possa ser afectado qualquer osso. • Cerca de 85-90% da massa óssea do adulto é adquirida aos 18 anos nas raparigas. Criar ossos fortes durante a infância e adolescência pode evitar a osteoporose mais tarde. • Em conjunto as seguintes medidas podem melhorar a saúde óssea e evitar a osteoporose: a)Ingerir as quantidades recomendadas de Cálcio e vitamina D. b)Exercícios físicos em carga e exercícios de reforço muscular c) Abstenção de tabaco e de excessos de álcool d)Falar com o médico sobre o estado ósseo f )Fazer uma densitometria óssea e tomar a medicação apropriada. Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 81 Climatério e menopausa Factores de risco clínico: chave para fractura Risco de Fracturas Score T do colo do fémur mais: • A densidade mineral óssea (DMO) é apenas um dos factores de risco para fracturas; há um grande espectro de riscos para fracturas num grande conjunto de indivíduos com osteopénia. • Idade • Fractura prévia com pequeno traumatismo • Tabaco • Artrite Reumatóide • Excesso de ingestão de álcool (>2 unidades/dia) • História de fractura da anca nos pais • Uso prévio ou actual de corticosteróides Adaptado de Kanis et al. Osteoporos Int 2005 Densitometria Óssea • O melhor sistema é a absorciometria de Raios X de dupla energia (DEXA). • Considera-se normal um score T maior que -1, osteopénia entre -1 e -2.5 e osteoporose com score T abaixo de -2.5. • O score T representa o desvio padrão em relação a um adulto jovem normal. Há um outro score Z que mede o desvio padrão em relação a um adulto normal com mesma idade • A OMS desenvolveu um alogaritmo para a revisão de fracturas que calcula a probabilidade de nos 10 anos seguintes se vir a ter uma fractura do colo do fémur, vertebral, antebraço ou húmero, entrando em linha de conta com a DMO e outros factores de risco, que no alogaritmo FRAX são a idade, sexo, história de uma fractura osteoporótica, uso prolongado de corticoesteróides, artrite reumatóide, outras osteoporoses secundárias, uma história de fractura do colo do fémur nos pais, índice de massa corporal baixo, tabagismo e consumo exagerado de álcool. (www.nof.orgfrax_patch.htm) Classificação de diagnóstico da osteoporose de acordo com a Organização Mundial de Saúde Classificação Score-T Normal ≥ -1,0 Osteopenia (massa óssea baixa) ≤ -1,0 e ≥ -2,5 Osteoporose < - 2,5 Osteoporose grave < -2,5 e história pessoal de fractura patológica Adaptado da Organização Mundial de Saúde 1994 82 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Climatério e menopausa Doses mínimas que protegem o osso Estradiol oral 0,25 a 1 mg Estradiol (adesivo) 12,5 a 50 µg Estradiol (gel) 1a5g Tibolona 1.25 mg 8. Eliminação dos riscos e sintomas: a) Exercício físico diário (60 minutos de marcha, ginástica de manutenção) b) Alimentação adequada e fraccionada; c) Sintomas: se não houver contraindicação; • na pós menopausa recente: estrogénios (se for histerectomizada) ou estrogénios + progestagénios; de início é preferível o esquema sequencial. Se triglicéridos aumentados ou hipertensão arterial, ou glaucoma, usar a via transdérmica. Se colesterol HDL baixo (preferir via oral). • na pós menopausa tardia: E (na histerectomizada) ou E+P (baixa dosagem); estrogénios via vaginal (se atrofia) ou tibolona. d) Se houver riscos cardiovasculares usar: • Estatinas; • Diuréticos; • Hipotensores. e) Se houver risco mamário usar: • Tibolona; • Raloxifeno. f) Se houver risco ósseo: • Exercício e alimentação; • Bisfosfonatos; • Ranelato de estrôncio; • Estrogénios; • Tibolona; • Raloxifeno; • Cálcio; • Vitamina D. Alimentos ricos em cálcio2 Alimento Valor (em mg) Queijo Flamengo (30% gordura) 850 Queijo da Serra Curado 815 Sardinha conserva em azeite 445 Pó achocolatado (elevado teor gordura) 422 Queijo Camembert (Nacional) 300 Amêndoa (miolo) 266 Couve Galega (cozida) 264 Figos secos 235 Iogurte, Magro, Açucarado (aromatizado) 152 Leite , gordo 120 Leite, magro 120 Alimentos ricos em vitamina D1,2 Alimento Unidades Internacionais % DDR Óleo de Fígado de Bacalhau, 1 colher de sopa 924 231 Salmão cozinhado, 100 gr 284 71 Cavala cozinhada, 100 gr 352 88 Atum, conserva em óleo, 90 gr 144 36 Sardinhas, conserva em óleo, drenada, 100 gr 184 46 Leite magro, baixas calorias, fortificado com vitamina D, 1 copo 98 25 Margarina, fortificada, 1 colher de sopa 62 16 Cereais prontos a comer, fortificados com 10% de DDR de vitamina D, 1 taça* 52 13 Ovo, inteiro** 36 9 Medicação aprovada pela FDA para a osteoporose Osteoporose pós-menopáusica Medicação Nome genérico Preparado Intervalo entre doses Prevenção Tratamento Estrogénios Vários Vários √ Alendronato Comprimido Diário, semanal √ Risedronato Comprimido Diário, √ semanal mensal Ibandronato Comprimido Ibandronato Injectável (IV) 3/mês Mensal Zoledronato Injectável (IV) Anual Raloxifeno Comprimido Diário Calcitonima Spray nasal Diário Teriparatida Auto-injecção Diário (SC) (até 2 anos) √ √ √ √ √ √ √ √ Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 83 Climatério e menopausa g) se houver riscos metabólicos: • Se insulino resistência: metformina; • Estatinas; • Alimentação; • Exercício. 9. Contraindicações para TH: Contraindicações absolutas para se iniciar um TH • Gravidez Os referidos tratamentos hormonais quando não haja contraindicação, têm como único objectivo a eliminação dos sintomas (afrontamentos, suores, irritabilidade, disfunções sexuais) e assim contribuir para a melhoria da qualidade de vida. Quando iniciar TH O início logo após a menopausa tem grandes benefícios para a saúde e pode reduzir a mortalidade total e os riscos cardiovasculares (cont’d) NAMS position statement. Menopause 2008. • Tromboembolismo venoso • Embolia pulmonar Duração do TH (cont’d) • Carcinoma do endométrio, recorrente É aceitável: • Carcinoma da mama, recorrente • Nas mulheres conscientes dos benefícios/riscos • AVC • Com as doses eficazes indicadas para a prevenção de fracturas osteoporóticas e perda de massa óssea quando outras terapêuticas não sejam apropriadas. • Enfarte do miocárdio • Neoplasias estrogénio dependentes • Sob supervisão médica. NAMS position statement. Menopause 2008. Contraindicações relativas para se iniciar um TH • Sangramento vaginal, sem diagnóstico • Nódulo mamário, não investigado Durante os tratamentos, e também quem não faça, devem fazer-se mamografias, análises de colesterol, medição da pressão arterial e da densidade óssea para assim se evitarem cancros da mama, aterosclerose e fracturas ósseas. • História de carcinoma do endométrio • História de carcinoma da mama • História familiar pesada de CA da mama • História de tromboembolismo venoso • História familiar de tromboembolismo • História de embolia pulmonar 10. Possíveis efeitos secundários dos TH • Sangramentos uterinos • Corrimentos vaginais • Mastalgia • Náuseas • Os tratamentos não devem ser iniciados depois dos 60 anos. • De acordo com todos os consensos das Sociedades Científicas Internacionais não há qualquer limite de tempo para duração desses tratamentos desde que se obtenham os benefícios e não haja efeitos secundários. Indicação dos tratamentos com progestagénios • Só recomendável para mulheres com útero intacto que fazem TE. • Podem estar indicados em associações com TE vaginais, se houver efeitos sistémicos. • Distensão abdominal NAMS position statement. Menopause 2008. • Retenção de líquidos nas extremidades Terminologia sobre vários tipos de tratamentos estroprogestativos • Cefaleias (enxaqueca) • Estonteamento Tratamento Estrogénio Progestagénio • Irritação da pele (pelos adesivos) Cíclico Dias 1-25 Últimos 10-14 dias do ciclo 11. Agentes terapêuticos disponíveis, doses e esquemas A escolha de qualquer tratamento baseia-se sempre numa análise dos benefícios em relação aos seus riscos possíveis. 84 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Cíclico-combinado Dias 1-25 Dias 1-25 Contínuo-cíclico (também chamado contínuo-sequencial) Diariamente 10-14 dias por mês Contínuo-cíclico (também chamado contínuo-sequencial; ciclo longo Diariamente 14 dias todos 2-6 meses Contínuo-combinado Diariamente Diariamente Climatério e menopausa Doses diárias aceitáveis de progestagénios para a protecção do endométrio Benefícios e Riscos dos Serm´s Regime sequencial 1. não estimulam o endométrio Noretisterona (Ac) 10 mg nos últimos 10-14 dias de um ciclo de 28 dias 2. não aumentam a densidade mamária Medroxiprogesterona (Ac) 10 mg nos últimos 14 dias de um ciclo de 28 dias Riscos Didrogesterona 10 a 20 mg nos últimos 14 dias de um ciclo de 28 dias Benefícios 3. tem efeito benéfico ao nível ósseo 1. induzem sintomas vasomotores 2. induzem riscos vasculares Regime contínuo Noretisterona (Ac) 1 mg Medroxiprogesterona (Ac) 2.5 a 5 mg Benefícios e Riscos da Tibolona Drospirenona 2 mg a)A tibolona deve ser usada com cuidado em mulheres idosas em que a relação potencial benefício/risco possa ser menor do que nas mulheres com menos de 70 anos de idade. Doses iniciais de TH b)Nas mulheres mais idosas a vantagem da tibolona em relação à THS e raloxifeno é não induzir um risco protrombótico. Didrogesterona 5-10 mg Doses diárias mais baixas usadas com TE sistémico: • 0.5 mg oral micronizado 17ß-estradiol • 0.01-0.025 mg transdérmico 17ß-estradiol (adesivo, gel) Doses baixas de progestagéneo: • 1.5 mg MPA medroxiprogesterona oral • 0.1 mg ac. Noretisterona oral • 0.5 mg drospirenona oral • 50-100 mg progesterona micronizada oral c)Em comparação com o raloxifeno a tibolona reduziu o risco de fracturas não vertebrais (RR 0.26). d)Em comparação com a THS a tibolona diminui em mulheres sem história de cancro da mama o risco de cancro da mama (RR 0.68) e do cancro do cólon (RR 0.69). e)A tibolona deve ser evitada em mulheres muito idosas e osteoporóticas, com risco de AVC e nas que têm cancro da mama ou que têm um risco aumentado Doses baixas de tibolona • 1.25mg / dia NAMS position statement. Menopause 2008. Benefícios e Riscos dos Estrogénios isolados Benefícios 1. alívio dos sintomas vasomotores 2. melhoria dos sintomas psíquicos 3. manutenção da massa óssea 4. podem reduzir problemas urogenitais 5. reduzem a incidência de cancro do cólon Riscos 1. cancro da mama? Benefícios e Riscos da Tibolona Deve usar-se: • na prémenopausa recente nas mulheres de tipo asténico, com humor depressivo, diminuição da líbido e osteopénia. • quando a THS induz mastodínia ou aumento da densidade mamográfica. • a dose inicialmente prescrita é de 2,5 mg/dia, que posteriormente se reduz para 1,25mg (eficaz para o osso mas menos eficaz para a sintomatologia vasomotora). • não utilizar a tibolona para tratamento dos sintomas vasomotores em mulheres que tiveram cancro da mama. 2. cancro do endométrio 3. tromboembolismo venoso 4. Acidente Vascular Cerebral Benefícios e Riscos dos Progestagénios HT e Mortalidade Total • O TH pode reduzir a mortalidade total quando iniciada logo após a menopausa Benefícios • Tanto TE como TEP podem reduzir a mortalidade total quando iniciados em mulheres com menos de 60 anos 1. protegem o endométrio da acção dos estrogénios, evitando hiperplasia • O TH não reduz a mortalidade total nas mulheres com mais de 60 anos. 2. reduzem o risco de cancro do endométrio NAMS position statement. Menopause 2008. 3. reduzem os sintomas vasomotores Riscos 1. aumentam a densidade mamária 2. aumentam o risco para o cancro da mama 3. induzem riscos cardiovasculares 4. podem aumentar a pressão arterial 5. podem ter efeitos androgénicos • A Sociedade Internacional de Menopausa mantem a sua recomendação de que os tratamentos hormonais devem ser prescritos sempre que indicados • O uso de hormonas após a menopausa e até aos 60 anos de idade tem um risco mínimo mas tem benefícios substanciais. Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 85 Climatério e menopausa 12. O que toda a mulher deve seguir: 1. Inicie uma dieta mediterrânica, comendo: a) Preferir pão integral e cereais b) Preferir vegetais (tubérculos) vegetais verdes e legumes (feijão, ervilha, cenoura, bróculos, tomate, etc.) c) Preferir peixe (salmão, atum, etc.) d) Preferir fruta fresca (maçãs, citrinos, etc.) e) Eliminar a manteiga f ) Bastante azeite 14. Os Mitos… e as Realidades... Os Mitos… 1 • Uma mulher “menopáusica” não precisa de tratamentos especiais. • Os tratamentos hormonais são muito perigosos (Cancro da Mama, Doenças Cardiovasculares, AVC) • Se se decidir prescrevê-los é preferir optar por hormonas naturais • Os fitoestrogénios são uma opção igualmente eficaz e sem riscos g) Um pouco de vinho tinto h) Bastante chá (verde ou preto) i) Nozes 2. Iniciar um programa de ginástica de manutenção e fazer exercício, o mais possível: andar muito a pé. 3. Manter-se mentalmente activa; 4. Reformular o estilo de vida; 5. Tomar os seguintes nutrientes essênciais: As últimas notícias … 2 • Com a diminuição dos tratamentos hormonais (TH) assistiu-se a uma redução do número de cancros da mama (CaM). • Os TH têm riscos se prolongados por mais de 5 anos. • O risco de CaM desaparece logo que se suspendem os TH. a) Vitamina A 4.000 UI/dia, b) Vitamina B6 5-10mg/dia, c) Vitamina C 500-1.000 mg/dia, d) Vitamina D 800-1.200 UI/dia, e) Vitamina E 200-400 UI/dia, As Realidades… f ) Ácido fólico 0.5-1.0 mg/dia, g) Cálcio 100 mg/dia, • Os resultados do estudo WHI não se podem aplicar à práctica clínica e têm erros graves que se demonstraram. h) Magnésio 250-400 mg/dia, i) b-caroteno 5.000 UI/dia, 6. Para a prevenção de aterosclerose (aconselhável) a) Lovastatina ou simvastatina (para a prevenção primária e secundária, respectivamente) b) Aspirina (50-100 mg/dia) c) Inibidores do enzima conversor de angiotensina (IECA) 13. Conclusão O que foi exposto, se para muitos é informação necessária e suficiente, para outros não responde cabalmente aos mitos que circulam. As convicções são inimigos mais perigosos da verdade do que as mentiras Friedrich Wilhelm Nietzsche Por isso, apresentam-se seguidamente esses mitos com o contraposto das verdadeiras realidades. 86 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade • Os 3 primeiros anos de um TH aumentam o risco de CaM, que diminui daí em diante. 3 • A população estudada tinha 63 anos de média etária, era assintomática, e foi submetida a um tratamento com um único medicamento e sempre com a mesma dose, tanto para as mais novas como para as mais idosas. As Realidades… 4 Os CaM que se diagnosticarem até pelo menos aos 10 anos de TH correctos já estavam presentes e adormecidos na mama. Não foram causados pelos TH. Foram apenas estimulados no seu desenvolvimento, o que permitiu um diagnóstico mais precoce e um melhor prognóstico. Mitos… 5 Breast cancer after use of estrogen plus progestin in postmenopausal women. Chlebowski RT, Kuller LH, Prentice RL, Stefanick ML, Manson JE, Gass M, Aragaki AK, Ockene JK, Lane DS, Sarto GE, Rajkovic A, Schenken R, Hendrix SL, Ravdin PM, Rohan TE, Yasmeen S, Anderson G; WHI Investigators CONCLUSIONS: The increased risk of breast cancer associated with the use of estrogen plus progestin declined markedly soon after discontinuation of combined hormone therapy and was unrelated to changes in frequency of mammography. 2009 Massachusetts Medical Society N Engl J Med 2009 Feb 5 ;360(6):573-87 Climatério e menopausa 6 As Realidades… 7 A suspensão de um TH não pode eliminar o risco para CaM. A multiplicação das células neoplásicas é autónoma. A eliminação do estímulo dos TH pode apenas reduzir a velocidade das mitoses e retardar o diagnóstico do tumor. 13 50 40 Absolute Risk Mitos… The mechanism of this rapid decline could be related to direct hormonal effects on the growth of occult breast cancers. If so, a reasonable question is whether the decline in breast cancer incidence after the highly publicized publication of the initial WHI results will be durable or whether breast cancer incidence will rise again after HT use stabilizes among U.S. women (JW Oncol Hematol May 14 2007). 30 50–59 60–69 70–79 20 10 0 -10 -20 -30 Coronary Heart Disease Stroke Venous Breast Total Global Thrombo- Cancer mortality index embolism As Realidades… As Realidades… 8 No grupo com placebo ( WHI ) também houve redução dos diagnósticos de CaM ! Noutros Países (Europa) a diminuição do uso de TH não se acompanhou da redução de diagnósticos de CaM ! As Realidades… • Não foram submetidos a estudos toxicológicos, estão contraindicados no CaM, e podem ter efeitos hepatotóxicos. 9 Se bem os TH correctamente prescritos em mulheres com menos de 60 anos, diminuam o risco cardiovascular e ósseo (osteoporose) não devem ser receitados ab initio apenas para a prevenção primária destas patologias. Menor mortalidade global 14 • Os fitoestrogénios disponíveis no mercado não têm efeitos metabólicos positivos (lípidos, osso) e a sua eficácia sobre os sintomas vasomotores ultrapassa apenas em 10% o efeito de um placebo (30%). 10 Por cada 10.000 mulheres com idade entre 50-60 anos que foram tratadas com hormonas houve menos 10 mortes do que nas que não as usaram 11 Se forem instituidos antes dos 60 anos têm beneficios adicionais em relação à: As Realidades… 15 Os TH só devem ser prescritos para a eliminação dos sintomas (afrontamentos, suores nocturnos, disfunções sexuais) que interferem negativamente com a qualidade de vida. 16 NAMS position statement on estrogen and progestagen use in peri-and postmenopausal women Place no limit on ET/EPT treatment duration, provided it is consistent with treatment goals; if monitored regularly, no stipulation is made regarding when to reduce or stop therapy. 1. prevenção das doenças cardiovasculares As Realidades… 2. da osteoporose e Não há limites sobre a duração de um TH desde que não haja efeitos secundários ou contraindicações intervenientes e que se verifique que a sua suspensão faz reaparecer os sintomas que justificaram a sua prescrição. 3. da doença de Alzheimer 12 The Beneficial Effect of Hormone Therapy on Mortality and Coronary Heart Disease in Younger versus Older Postmenopausal Women Howard N. Hodis, MD; Wendy J. Mack, PhD Medscape Ob/Gyn & Women’s Health Posted 02/29/2008 17 À luz da evidência actual, 18 deve dar-se aos médicos e às mulheres a garantia de que os TH’s para o alívio dos sintomas da menopausa são seguros e muito eficazes. Qualidade de Vida 19 É sempre possível melhorá-la: dando mais anos à Vida e mais Vida aos anos vindouros ! Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 87 Climatério e menopausa 15. Quais são as melhores recomendações do médico à mulher climatérica ? 1. Explicar o que se está passando no seu corpo durante o climatério e pós menopausa 2. Ocupação mental 3. Exercício físico 4. Alimentação adequada (consumo moderado de vinho tinto e abundante de: peixe, vegetais, frutos, soja, leite, alho, chocolate, etc) 5. Manter o índice de massa corporal dentro dos limites normais 6. Manter um perímetro normal da cintura 7. Abstenção do tabaco 8. Manter uma pressão arterial normal 9. Manter os lípidos sanguíneos nos valores normais (estatinas) 10. Exame mamário (palpação, inspecção mamografia) 16. Mensagens Finais 1. Prescrevam-se tratamentos hormonais na pós menopausa quando clinicamente indicados, se não houver contraindicações! 2. A prescrição de tratamentos hormonais de longa duração depende sempre de uma análise benefício/risco em comparação com medicações não hormonais e estratégias não medicamentosas. 3. Não são indispensáveis quaisquer respostas dos ensaios clínicos em curso para que se possa hoje praticar uma boa Medicina! Tão importante como conhecer a doença que uma mulher tem é conhecer a mulher que tem a doença William Osler Evitar que uma mulher beneficie de Qual é o melhor tratamento ? um bom tratamento hormonal pós menopáusico • Em termos gerais é o que estiver sensatamente indicado, se não contraindicado, após uma análise de benefícios e riscos, de todas as estratégias e intervenções, hormonais ou não hormonais só pelo receio de efeitos secundários raros • Deve estar dirigido a objectivos e alvos específicos que serão avaliados regularmente de modo a determinar a sua eficácia e a verificar a eventual ocorrência de quaisquer efeitos secundários, uma condição que determinará a sua duração MNC Qual é o melhor tratamento ? • As necessidades e preferências da mulher são decisivas baseadas no conselho do médico • Não deve esquecer-se que apesar de haver muitos tratamentos disponíveis não são no entanto indispensáveis • Os médicos têm o dever de dar a sua melhor informação independente às suas doentes de modo a que elas possam fazer as escolhas acertadas e assim aderir aos tratamentos • A mulher é quem toma a decisão se o médico não vir contraindicações • Portanto o melhor tratamento é aquele que a mulher escolher 88 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade MNC não me parece ser uma Medicina satisfatória … Manuel Neves-e-Castro 17. Síntese 1. Os tratamentos hormonais (TH) para o climatério devem ser principalmente indicados para a terapêutica sintomática e só em casos especiais para a prevenção primária de doenças. 2. Quando iniciados antes dos 60 anos de idade os seus benefícios ultrapassam largamente os muito raros efeitos secundários. 3. A duração dos TH depende dos objectivos alcançados e não está limitada a um período de 5 anos. 4. Durante os TH deve fazer-se uma revisão anual e, eventualmente, fazer uma interrupção para verificar a necessidade da sua continuação. 5. As informações difundidas sobre os resultados dos estudos WHI e HERS referem-se apenas a um grupo de mulheres com uma idade média de 63 anos submetidas a um único tratamento com uma dose única fixada. Por esse motivo não se aplicam às mulheres pós-menopáusicas com menos de 60 anos de idade. Climatério e menopausa 6. As posições assumidas pela International Menopause Society, European Menopause and Andropause Society e Sociedade Portuguesa de Menopausa definem o estado da arte e, por esse motivo, devem ser seguidas. 7. “Primum non noncere”, nem por defeito nem por excesso! “Estamos afogados em informação mas famintos de sabedoria” John Naisbilt “Each time we learn something new, the astonishment comes from the recognition that we were wrong before. In truth, whenever we discover a new fact, it involves the elimination of old ones. WE ARE ALWAYS, as it turns out, fundamentally IN ERROR.” Lewis Thomas English Biologist (1913-1993) Sociedade Portuguesa de Menopausa (www.spmenopausa.pt) European Menopause and Andropause Society (http://emas.obgyn.net/) International Menopause Society (http://www.imsociety.org/) 18. Bibliografia 1. FARMACOLOGIA Ansbacher R. The pharmacokinetics and efficacy of different estrogens are not equivalent. Am J Obstet Gynecol 2001;184:255-63. 2. ESTUDOS CLÍNICOS British Medical Journal. Clinical Evidence. BMJ Publishing Group, 2004. www.nelh.nhs./ukclinicalevidence. Grodstein F, Clarkson TB, Manson JE. Understanding the divergent data on postmenopausal hormone therapy. N Engl J Med 2003;348:645-50. Grodstein F, Stampfer MJ, Colditz GA, et al. Postmenopausal hormone therapy and mortality. N Engl J Med. 1997 Jun 19;336:1769-75. Guide to Biostatistics at http://www.medpagetoday.com/ Martin K and Manson J. Approach to the Patient with Menopausal Symptoms. J Clin Endocrinol Metab 2008;93:4567-75. Neves-e-Castro M et al.Results from WHI and HERS II-implications for women and the prescriber of HRT. Maturitas 2002;42:255-8. Neves-e-Castro M. Menopause in crisis post- Women’s Health Initiative? A view based on personal clinical experience. Human Reproduction 2003;18:2512-8. Neves-e-Castro M. Quando é que um artigo será correctamente interpretado? www.spmenopausa.pt. Neves-e-Castro M. Some comments on the Million Women Study. 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No site da Sociedade Portuguesa de Menopausa (www.spmenopausa.pt) estão disponíveis informações importantes em “ligações” Aí podem encontrar-se em: a)Menopausa e a Internet VI os contactos para todas as sociedades internacionais de menopausa b)Menopausa e a Internet V - Menopausa e a Internet - links para publicações c)Menopausa e a Internet III - Links para centros especializados d)Menopausa e a Internet II e I – portais sobre saúde e)Médicos – informações gerais sobre medicina f)Médicos – “osteoporose” g)Médicos – “cardiologia” h)Médicos – “menopausa” i)Mulheres – “informações gerais sobre medicina” j)Mulheres – “osteoporose” k)Mulheres – “menopausa” Para se obterem os resumos dos artigos mencionados na Bibliografia recorra-se ao site da Biblioteca Nacional de Medicina (EUA) (U.S. National Library of Medicine) em www.pubmed.gov. Correspondência Manuel Neves-e-Castro [email protected] Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 91 Carta ao Editor Letter to the Editor Ao Editor – Chefe Tive o grato prazer de ler a ENDO. Encontrei-a com excelentes qualidades gráficas e artigos interessantes. Como “velho” internista e endocrinologista não pude contudo anotar a minha discordância com o Editorial¹ de M. Neves-e-Castro que, aliás, muito prezo pessoalmente. “Endocrinologia — um erro de nomenclatura” é um tema que é utilizado para sugerir alterações na designação de actividades médicas já tradicionais. ιατρόѕ em grego é adaptado em português para “iatra”. λόγοѕ é adaptado para “logo”. O significado destes termos é já sobejamente conhecido. Quem trata um ou mais doentes numa área médica é de facto “iatra”. Mas quem se dedica não só a tratar como também a conhecer os fundamentos e o progresso é um “logo”. Em outras línguas europeias o nosso “ginecologista” é conhecido por “ginecólogo”. O sufixo “ista” dá, em meu entender, uma forma linguística mais dinâmica e não só dedicada aos doentes. A quem me vem consertar os problemas caseiros de electricidade chamarei electrólogo, electrologista ou electricista? Dest’ arte vou continuar a designar por cardiologista, nefrologista, endocrinologista, etc., os que se dedicam ao conhecimento e terapêutica da Medicina. Só para terminar: porque se designa psicólogo e não psicologista? Bernardino Pinho Endocrinologista e Medicina Interna 1. Neves-e-Castro. Endocrinologia – um erro de nomenclatura? Endocrinol Diab Obes 2008; 2; 67. 92 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Carta ao Editor Resposta à carta do Dr. Bernardino Pinho Ao Editor, Agradeço reconhecido os comentários do Dr. Bernardino Pinho ao meu editorial. Consegui o que desejava: fazer com que outros colegas pensassem no assunto. O tal electricista do Dr. Bernardino, é um electricista porque é conhecedor da electricidade, mas quando lhe presta um serviço deverá designar-se por electriatra! Não espero que se alterem as palavras que estão enraizadas, apesar de nem sempre serem apropriadas. Recomendo a leitura do meu Editorial “Gynecological Endocrinology: a reflexion on its etymology” publicado em Gynecological Endocrinology Março 2009;25(3):139 Manuel Neves-e-Castro Ginecologista e Ginequiatra Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 93 Reuniões Meetings VII Curso Pós-Graduado NEDO Endocrinologia Clínica A Endocrinologia em Casos Clínicos 6 e 7 de Junho de 2009 Hotel Vila Galé AMPALIUS - Vilamoura Contactos: nedo.saude@gmail. Site: www. nedo.pt ENDO 2009 10 a 13 Junho de 2009 Washington DC, USA www.endo-society.org/meetings/ International Society for Behavioral Nutrition and Physical Activity 2009 Meeting 17 a 20 Junho de 2009 Lisboa, Portugal XI Congresso Anual APNEP 2009 18 a 19 de Junho de 2009 Escola Superior e Tecnologia de Saúde de Lisboa www.apnep.pt/ 2nd European Congress on the Aging Male 3-4 Setembro 2009 Budapeste www.kenes.com/aging 34th Annual Meeting ETA 5 a 9 Setembro de 2009 Lisboa, Portugal [email protected] 19th European Childhood Obesity Group (ECOG) 17 a 19 Setembro Dublin, Alemanha www.ecog-obesity.eu/ 80th Annual Meeting of the American Thyroid Association 24 a 27 Setembro de 2009 Palm Beach, Florida, EUA www.thyroid.org/ 94 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Environmental Factors and Nosology of the Endocrine System 2 – 4 Outubro 2009 Hotel St. John, Mykonos, Grécia Secretariado: Fax: (+30) 2107787566 Email: [email protected] www.firstevents.gr IDF 2009 20th World Diabetes Congress 18 – 22 Outubro 2009 Montreal, Canada Secretariado: www.worlddiabetescongress.org ESSM 2009 2nd Announcement 12th Congress of the European Society for Sexual Medicine 15 – 18 Novembro 2009 Lyon Convention Centre, França Secretariado: Email: www.essm.org ENEA Napoli European Neuroendocrine Association (ENEA) – Workshop: Management of the Cushing’s Syndrome 4 – 6 Dezembro 2009 Nápoles, Itália Secretariado: +39 081 7611085 Fax: +39 081 664372 [email protected] Email: [email protected] Parathyroids 2010 From pathophysiology to the clinical use of PTH 11 – 13 Fevereiro 2010 Pisa, Itália Secretariado: +39 050 598808/541402 Fax: +39 050 598688 Email: [email protected] Reuniões Firenze 2010 14th World Congress of Gynecological Endocrinology 4 – 7 Março 2010 Firenze, Itália Secretariado: www.gynecologicalendocrinology.org 1st Latin America Symposium on Controversies to Consensus in Diabetes, Obesity and Hypertension (CODHY) 11 – 14 Março 2010 Buenos Aires, Argentina Secretariado: Email: [email protected] 12 European Congress of Endocrinology th 2nd Pan-Mediterranean Congress of Endocrinology & Metabolism European Society, for Paediatric Endocrinology 20 – 22 Maio 2010 Atenas, Grécia Secretariado: [email protected] www.endo.gr 49th annual meeting ESPE 22 – 25 Setembro 2010 Praga, Republica Checa Secretariado: www.espe2010.org IDOF 2010 1st International Diabetes and Obesity Forum 24 – 28 Abril 2010 Praga, Republica Checa Secretariado: +44 (0) 1454 642240 Fax: +44 (0) 1454 642222 Email: [email protected] www.ece2010.com 21 – 23 Outubro 2010 Hilton, Atenas, Grécia Secretariado: Email: [email protected] + 30 210 68 89 130 Fax: +30 210 68 44 777 www.idof2010.com CODHy The 3rd World Congress on Controversies to Consensus in Diabetes, Obesity and Hypertension (CODHy) ECE 2011 13 – 16 Maio 2010 Praga, Republica Checa Secretariado: c [email protected] www.codhy.com 30 Abril – 4 Maio 2011 Roterdão, The Netherlands Secretariado: +44 (0) 1454 642240 Fax: +44 (0) 1454 642222 Email: [email protected] www.euro-endo.org Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 95 Instruções aos Autores Condições de Publicação A Endocrinologia, Diabetes & Obesidade publica artigos originais sobre temas relacionados com o sistema endócrino, o metabolismo e a nutrição. São também publicados artigos de revisão e de actualização, casos clínicos ou outros (incluindo cartas aos editores) que se integrem na estrutura editorial da revista. Os artigos podem ser redigidos em português, castelhano, italiano, francês ou inglês. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos autores. Os artigos publicados ficarão propriedade da revista não podendo ser reproduzidos, no todo ou em parte, sem autorização dos editores. A aceitação dos originais enviados para publicação é sempre condicionada a avaliação pelos consultores editoriais. Nesta avaliação os artigos poderão ser: a) aceites sem alterações; b) aceites após modificações propostas pelos consultores; c) recusados. Em todos os casos os pareceres dos consultores serão integralmente comunicados aos autores. A Endocrinologia, Diabetes & Obesidade subscreve os Requisitos para Apresentação de manuscritos a Revistas Biomédicas elaborados pela Comissão Internacional de Editores de Revistas Médicas (N Engl J Med. 1991;324:424-8), estas normas serão publicadas no primeiro número de cada ano e sempre que oportuno. ENVIO DOS TRABALHOS (NORMAS GERAIS) Os trabalhos devem ser enviados para: Editor da Endocrinologia, Diabetes & Obesidade – A Galvão Teles. Rua Rodrigo da Fonseca 151 1º Dto 1070-242 Lisboa, ou por e-mail para: [email protected] O trabalho deve ser apresentado pela seguinte ordem: Título e Autores - Resumos e palavras-chave - Texto – Agradecimentos - Bibliografia - Legendas - Figuras - Quadros. Deve ser acompanhado de declaração de originalidade e de cedência de direitos de propriedade do artigo, assinado por todos os autores (minuta publicada no primeiro número de cada ano e sempre que oportuno). TÍTULO E AUTORES O título escrito na primeira página deve ser conciso e explícito. A indicação dos autores deve ser feita pelo nome clínico ou com inicial(ais) do(s) primeiro(s) 96 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade nome(s) seguido(s) do apelido. Devem ser indicados os organismos, centros, serviços hospitalares e outros onde os autores exercem a sua actividade e endereço e e-mail do autor responsável pela correspondência. RESUMO E PALAVRAS-CHAVE O resumo é redigido na língua original e em inglês. Não deve exceder 250 palavras para os trabalhos originais e 150 para os casos clínicos. Os resumos devem ser redigidos de acordo com a proposta da Ad hoc working group for critical appraisal of the medical literature (Ann Int Med 1987;106:598-604). São seguidos das palavras-chave (3 a 10). TEXTO O texto deve ser escrito em programa Word, letra Arial, tamanho 12. Deve ser subdividido em: Introdução; Material e Métodos; Resultados; Discussão e Conclusões. A numeração de figuras ou quadros faz-se em números árabes. Os agradecimentos devem ser colocados no fim do texto. BIBLIOGRAFIA Dactilografado em condições iguais às do texto. As referências devem ser classificadas e numeradas por ordem de entrada no texto. O número de ordem deve constar do texto. Na elaboração das referências deve constar: a) Revistas: relação de todos os autores se não ultrapassar 6 ou os primeiros 3 seguidos de et al., título do artigo, nome da revista (utilizar as abreviaturas do Index Medicus), ano, volume e páginas, ex: Masher WD, Pratt WF. Fecundity and infertility in the United States: incidence and trends. Fertil Steril 1991;56:192-3. As abreviaturas utilizadas para designar as Revistas mais frequentemente citadas encontram-se listadas em adenda. São omitidas nessas citações os artigos definidos e indefinidos e ainda as conjunções. b) Capítulos em livros: Nome(s) e iniciais do(s) autor(es) do capítulo ou da contribuição; nome e iniciais dos editores médicos, título do livro, cidade e nome da casa editora, ano de publicação, primeira e última páginas do capítulo, ex: Friesen HG, Cowden EA. Lactation and galactorrhea. Cap 124 In: DeGroot IJ (eds). Endocrinology. Philadelphia: WB Saunders Instruções para os autores 1989:2074-86. c) Livros: Nome(s) e iniciais do(s) autor(es); título do livro; cidade e nome da casa editora, ano de publicação, página. Ex: Garrow JS. Obesity and related diseases. Edinburg, London and New York: Churchill Livingstone 1988:145. LEGENDAS As legendas das figuras devem vir à parte numeradas em sequência, depois da bibliografia. Devem, ser concisas. As abreviaturas utilizadas nas figuras são explicitadas seguindo a ordem alfabética. As figuras são numeradas em algarismos árabes pela ordem em que aparecem no texto. FIGURAS As figuras devem vir devidamente identificadas de preferência em disquete ou CD-ROM. As letras ou símbolos das figuras não podem ser manuscritos. Os esquemas, curvas, gráficos, etc... devem ser executados em powerpoint. QUADROS Devem assinalar-se no texto os números dos quadros a inserir. Terão um título informativo na parte superior e serão numerados com algarismos árabes pela ordem de aparecimento no texto. Na parte inferior colocar-se-á a explicação das abreviaturas utilizadas. Devem evitar-se as linhas de separação verticais e limitar a utilização dos horizontais aos títulos e subtí- tulos. MODIFICAÇÕES E REVISÕES No caso de a aceitação do artigo ser condicionada a modificações, estas devem ser realizadas pelos autores no prazo de um mês. As provas tipográficas serão enviadas aos autores contendo a indicação do prazo de revisão em função das necessidades editoriais da Revista. O não respeito do prazo desobriga a aceitação da revisão dos autores, sendo a mesma efectuada pelos serviços da Revista. CARTAS AO EDITOR Devem constituir um comentário crítico a um artigo da revista ou uma pequena nota sobre um tema clínico. Não pode exceder as 300 palavras, nem conter mais de um quadro ou figura e um máximo de 6 referências bibliográficas. As respostas dos autores devem obedecer às mesmas características. SEPARATAS Podem ser fornecidas separatas a expensas dos autores, quando requisitadas antes da impressão. Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 97 Lista de Abreviaturas Lista de abreviaturas de revistas médicas A Acta Auxológica Acta Diabetol Lat Acta Endocrinol-Cophe Acta Gastro-Ent Belg Acta Med Port Acta Obster Gyn Scan Actualités Pharmacol Adv Hum Genet Adv Imunol Adv Intern Med Aids Am Ass Publ Health Bull Am Heart J Am J Cardiol Am J Clin Nutr Am J Dis Child Am J Epidemiol Am J Gastroenterol Am J Hum Genet Am J Med Am J Med Sci Am J Nephrol Am J Neuroradiol Am J Obstet Gynecol Am J Occup Ther Am J Path Am J Pharmacy Am J Phys Med Am J Physiol Am J Public Health Am J Surg Am J Surg Pathol Andrologia Ann Anat Path Ann Endocrinol-Paris Ann Gastroent Hepato Ann Intern Med Ann NY Acad Sci Ann Nutr Metab Ann Surg Annu Rev Imunol Annu Rev Neurosci Annu Rev Nutr Appetite Ar J Chron Dis Arch Andrology Arq Hepato Gastr Port Arteriosclerosis Bone Miner Br Heart J Br J Child Dis Br J Prev Soc Med Br Med Bull Br Med J Br Med Educ Brain Brit J Nutr Brit J Obste Gynaec Brit J Surg Brit J Urol Bull NY Acad Med Bull NY Med Coll Bull Org Mond Santeé Bull Soc Méd Hôp Paris B B World Health Organ Balliere Clin Endocrinol Balliere Clin Gastr Balliere Clin Ob Gy Biochem Action Horm Biol Reprod Biometrics Biometrika E Endocr Res Endocr Rev Endocrinol Metab Clin N Am Endocrinol Exp Endocrinol Japan Endocrinol Metab Nutr Endocrinology Endoscopy C Calcified Tissue Int Cancer Cancer Immunol Immun Cancer Surv Circulation Clin Endocrinol Clin Endocrinol Biochem Action Horm Clin Endocrinol Metab Clin Gastroenterol Clin Nefrol Clin Nutr Clin Obstet Gynecol Clin Res Contraception Curr Contents Curr Opin Gastroent D Diab Nutr Metab Diabetes Diabets Care Diabets Metab Diabets Res Clin Ex Diabetic Med Diabetologia Digestion Digest Dis Sci Dis Colon Rectum 98 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Epidemio Rev Eur Heart J Eur J Clin Invest Eur J Obstet Gyn R B Eur Surg Res Exp Clin Endocrinol Exp Pathol F Fertil Steril Front Horm Res G Gastroent Clin Biol Gastroenterol Annu Rev Genet Gastroenterol Clin NA Gastroenterology Gastrointest Endosc Gastrointest Radiol Gaz Hôp Paris Gaz Med France Gaz Med Ital Gen Comp Endocr Geriatrics Gut H Head Neck-Surg Hepato-Gastroenterol Hepatology Horm Behav Horm Metab Res Horm Res Hum Reprod Hypertension I Immunol Immunol Today Immunol Rev Index Med Infusionstherapie Int J Androl Int J Cancer Int J Colorectal Dis Int J Eating Dis Int J Fertil Int J Gyn Obstet Int J Gynecol Pathol Int J Pancreatol Int J Gastroenterol J JAMA J Am Coll Cardiol J Am Coll Nutr J Am Diet Assoc J Am Geratr Soc J Am Stat Assoc Lista de abreviaturas J Androl J Appl Physiol J Atheroscler Res J Bone Miner Res J Cardiovasc Pharmacol J Clin Endocrinol Metab J Clin Gastroenterol J Clin Invest J Clin Oncol J Clin Path J Endocrinol J Endocrinol Invest J Exp Med J Gerantol J Hepatol J Immunol J In Vitro Fertil Em J Inherit Metab Dis J Lab Clin Med J Mt Sinai Hosp J Neurosci J New Drugs J Nucl Med J Nutr J Occup Med J Pediatr J Pediatr Gastr Nutr J Pineal Res J R Coll Physicians-Lond J Reprod Med Clin Obstet Gynaecol J Steroid Biochem J Urology Johns Hopk Hosp Bull Jpn J Med Sci Biol K Kidney Int L Lab Invest Lancet Leber Magen Darm Liver Lond Clin Med J M Magnet Reson Med Med Abstr Med Clin N Am Metab Brain Dis Metabolism Miner Electrol Metab Mol Cell Endocrinol Mol Endocrinol N N Engl J Med Nature Neuroendocrinol Left Neuroendocrinology Neuropeptides Neuropharmacology Neuroscience Nutrition O Obstet Gyn Clin N Am Obstet Gynecol Oncogene P Pediatr Res Pediatrics Presse Med Proc Roy Soc Med Prog Cardiovasc Dis Prostaglandins Prostate Psychoneuroendocrino R Recent Prog Horm Res Reprod Nutr Dev Research Rev Athéroscler Rev Esp Enferm Apar Dig Rev Port Cardiol Rev Port Pediat S Scand J Gastroenterol Science Semin Liver Dis Surgery T Thromb Haemostosis Trends Genet Trends Neursci Trends Endocrinol U Urology V Vitam Horm W World Med J World J Surg Z Z Gastroenterol Vol. 3 | Nº 2 | MAR/ABR 2009 99 ENDO Endocrinologia & Diabetes Obesidade CERTIFICADO DE ORIGINALIDADE Enviar este documento com o manuscrito para: A Galvão-Teles Endocrinologia, Diabetes & Obesidade Rua Rodrigo da Fonseca 151 1ºdto 1070-242 Lisboa Portugal O(s) autor(es) certificam que o manuscrito intitulado: __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ é original, que todas as afirmações apresentadas como factos são baseadas na investigação do autor(es), que o manuscrito, quer em parte quer no todo, não infringe nenhum copyright ou não viola nenhum direito da privacidade, que não foi publicado em parte ou no todo e que não foi submetido para publicação, no todo ou em parte, noutra revista, e que os autores têm o poder e direito ao copyright. Todos os autores declaram que participaram no trabalho e se responsabilizam por ele. Os autores ao submeterem o trabalho para publicação transferem para a Endocrinologia, Diabetes & Obesidade, todos os direitos e interesses do copyright do artigo. Todos os autores devem assinar Data_________________ Nome (maiúsculas)______________ ________Assinatura______________________ Data_________________ Nome (maiúsculas)______________________ Assinatura______________________ Data_________________ Nome (maiúsculas)______________________ Assinatura______________________ Data_________________ Nome (maiúsculas)______________________ Assinatura______________________ Data_________________ Nome (maiúsculas)______________________ Assinatura______________________ Data_________________ Nome (maiúsculas)______________________ Assinatura______________________ Data_________________ Nome (maiúsculas)______________________ Assinatura______________________ Data_________________ Nome (maiúsculas)______________________ Assinatura______________________ Data_________________Nome (maiúsculas)______________________ Assinatura_______________________ 100 Endocrinologia, Diabetes & Obesidade DO MEDICAMENTO Eutirox5025microgramas µg, Eutiroxcomprimidos, 50 µg, Eutirox 75 µg, Eutirox 100comprimidos, µg, Eutirox 125 µg,88 Eutirox 150 µg, Eutirox 175Eutirox µg, Eutirox 200 µg comprimidos. NOME DODENOMINAÇÃO MEDICAMENTO Eutirox 25 microgramas, Eutirox Eutirox 75 microgramas Eutirox microgramas comprimidos, 100 microgramas comprimidos, Eutirox 112 COMPOSIÇÃO QUALITATIVA EDO QUANTITATIVA 1µg, comprimido de Eutirox 25 µg 25 microgramas deµg, levotiroxina sódica. 1µg, comprimido de contém 50 microgramas comprimidos,DENOMINAÇÃO Eutirox microgramas comprimidos, 13725 microgramas comprimidos, Eutirox 150 microgramas Eutirox 175µg, microgramas comprimidos, Eutirox 200µg microgramas comprimidos. DENOMINAÇÃO DO 125 MEDICAMENTO Eutirox 25Eutirox Eutirox 50 Eutirox µg, Eutirox 75Eutirox µg,contém Eutirox 100 µg, Eutirox 125 Eutirox 150 Eutirox 175 µg, 200 50 µg comprimidos. MEDICAMENTO Eutirox µg, 50 µg, 75 µg, Eutirox 100 µg,comprimidos, Eutirox 125 µg, Eutirox 150 Eutirox 175Eutirox µg,Eutirox Eutirox 200 µg comprimidos. microgramas de levotiroxina sódica.1 comprimido de Eutirox 75 µg contém 75 microgramas de levotiroxina sódica.1 comprimido de Eutirox 100 µg contém 100 microgramas COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA 1 comprimido de Eutirox 25 microgramas contém 25 microgramas de levotiroxina sódica. 1 comprimido de Eutirox 50 microgramas contém 50 microgramas de levotiroxina COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA 1 comprimido de Eutirox 25 µg contém 25 microgramas de levotiroxina sódica. 1 comprimido de Eutirox 50 µg 50 50 sódiCOMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA 1 comprimido de Eutirox 25 µg contém 25 microgramas de levotiroxina sódica. 1 comprimido de Eutirox 50 contém µg contém de levotiroxina sódica. 1 comprimido de Eutirox comprimido 125 µg contém 125 de levotiroxina sódica. 1 comprimido de de Eutirox 150Eutirox µg contém 150100 microgramas demicrogramas ca. 1 comprimido de Eutirox 75 microgramas contém 75comprimido microgramas de levotiroxina 1microgramas comprimido de75 Eutirox 88 contém 88sódica.1 microgramas levotiroxina sódica. 1contém comprimido de Eutirox 100 microgramas de levotiroxina de Eutirox 75 µg contém microgramas demicrogramas levotiroxina sódica.1 comprimido de Eutirox 100 µg microgramas microgramas desódica.1 levotiroxina sódica.1 de sódica. Eutirox 75 µg75contém microgramas de levotiroxina comprimido de 100 µg contém 100 microgramas levotiroxina sódica.1 comprimido 175 µg125 contém 175 de microgramas levotiroxina sódica.1 comprimido de 200 µg 200 microgramas de levotiroxina contém 100 de levotiroxina sódica. 1de comprimido de Eutirox 112 contém microgramas contém 112 de levotiroxina sódica. 1 comprimido de Eutirox 125 microgramas contém microgramas de levotiroxina demicrogramas levotiroxina 1 comprimido de Eutirox µg microgramas de levotiroxina sódica. 1 comprimido de Eutirox 150 µg 150125 microgramas de desódica. levotiroxina sódica. 1Eutirox comprimido de Eutirox 125microgramas µg125 contém 125 microgramas de levotiroxina sódica. 1 Eutirox comprimido decontém Eutirox 150contém µg contém 150 microgramas de sódica. Excipientes: amido de milho, croscarmelose sódica, gelatina, lactose monohidrato, de magnésio. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido. levotiroxina sódica.1 comprimido de Eutirox 175 contém 175 microgramas de levotiroxina sódica.1 comprimido de150 Eutirox µg contém 200 microgramas de levotiroxina sódica. 1 comprimido desódica.1 Eutirox 137 microgramas contém 137 microgramas deµg levotiroxina sódica. 1 comprimido deestearato Eutirox 150 microgramas contém microgramas de 200 levotiroxina sódica. Esbranquiçado, 1decomprimido de Eutirox 175 levotiroxina comprimido de Eutirox 175 µg contém 175 microgramas de levotiroxina sódica.1 comprimido de Eutirox 200 µg200 contém microgramas levotiroxina redondo, plano em ambas as faces, ranhurado em cruz, com um bordo facetado e uma inscrição noestearato topo: Eutirox 25 µg - FORMA EM 25. Eutirox 50 µg - EMComprimido. 50.completa Eutirox 75excipientes: µg - EM Amido de sódica. Excipientes: amido de milho, croscarmelose sódica, gelatina, lactose monohidrato, de magnésio. FARMACÊUTICA Esbranquiçado, microgramas contém 175 microgramas dede levotiroxina sódica. 1 comprimido de Eutirox 200lactose microgramas contém 200 microgramas levotiroxina sódica. Excipientes: contém lactose. Lista de sódica. Excipientes: amido milho, croscarmelose sódica, gelatina, monohidrato, estearato dedemagnésio. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido. Esbranquiçado, ambas asµg faces, ranhurado em um cruz, com bordo facetado e uma topo: redondo, Eutirox µg25. -em EM 25. Eutirox µg -50. EM Eutirox 50. Eutirox 75 µg - EMfacetado 75. Eutiroxplano 100redondo, µg EMplano 100. Eutirox 125 -estearato EM 125. Eutirox 150bordo µg -um EM 150. Eutirox µg -inscrição EM 175.no Eutirox 200 µg-25 -plano EM 200. INFORMAÇÕES CLÍNICAS Indicações milho, croscarmelose sódica, gelatina, lactose mono-hidratada, de magnésio. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido. ambas as50 faces, em cruz, com um bordo redondo, em-ambas asem faces, ranhurado em cruz, com facetado e uma 175 inscrição noEsbranquiçado, topo: Eutirox 25 µg EM Eutirox µg50-ranhurado EM 75 µg - EM 75. 100 - EM Eutirox 125 µgEutirox - EM 125. 150150. µgmicrogramas -Eutirox EM Eutirox µg EM 175. 200 µg - EM 100 200.microgramas INFORMAÇÕES Indicações terapêuticas Eutirox 25 –100. 200µg µg:Tratamento bócio eutiroideu, principalmente em150. adultos quando o -iodo não Eutirox está Profilaxia da recaída -após aCLÍNICAS cirurgia ao bócio e uma inscrição no topo: Eutirox microgramas - EM100. 25. Eutirox 50 microgramas - 150 EMEutirox 50. 75 - EM 75.-175 Eutirox 88 microgramas -µg EM Eutirox EM 100. Eutirox 112 microgramas - EM 75. Eutirox 100 µgEutirox -25EM Eutirox 125 µg - do EM 125. µgEutirox - EM 175 µg EM 175. Eutirox 200 indicado. - 88. EM 200. INFORMAÇÕES CLÍNICAS Indicações terapêuticas Eutirox – 200 µg:Tratamento do bócio adultos quando o iodo não está indicado. Profilaxia da da recaída apode cirurgia bócioem partes eutiroideu, dependendo status hormonal pós-operatório. Terapêutica de principalmente substituição noem hipotiroidismo. Terapêutica de200 supressão no -da cancro tiróide. Eutirox 25 dividido –ao100 terapêuticas Eutirox 25 –do 200 µg:Tratamento do bócio principalmente emEutirox adultos quando o iodo não está indicado. Profilaxia apósapós a cirurgia ao bócio 112. Eutirox 125 microgramas - EM 125. Eutirox 13725 microgramas - EM 137. eutiroideu, Eutirox 150 eutiroideu, microgramas - EM 150. 175 microgramas - EM 175. Eutirox microgramas EMrecaída 200. O comprimido ser eutiroideu, dependendo do status hormonal pós-operatório. Terapêutica de substituição no hipotiroidismo. Terapêutica de supressão no cancro da tiróide. Eutirox –de100hormonal µg: Suplementação concomitante durante oEutirox tratamento do hipertiroidismo medicação Eutirox 100/150/200 µg: - Como auxiliar de tiróide. diagnóstico no25 teste eutiroideu, dependendo do status hormonal pós-operatório. Terapêutica decom substituição no antitiroideia. hipotiroidismo. Terapêutica de após supressão no cancro da Eutirox –25100 status iguais. INFORMAÇÕES CLÍNICAS Indicações terapêuticas 25 – 200 microgramas: Tratamento do bócio eutiroideu benigno. Profilaxia da recaída a cirurgia ao bócio eutiroideu, dependendo do µg: Suplementação durante ode tratamento do hipertiroidismo com antitiroideia. Eutirox 100/150/200 µg: - Como auxiliar de do diagnóstico no teste supressão da tiróide. Posologia econcomitante modo deoadministração Com o objectivo detiroide. tratar cadamedicação um dos doentes de acordo com as suas individuais, os comprimidos µg: Suplementação concomitante durante do hipertiroidismo com medicação Eutirox 100/150/200 µg:as-necessidades Como auxiliar de diagnóstico teste de de pós-operatório. Terapêutica de substituição no hipotiroidismo. Terapêutica supressão no cancro da Eutirox 25antitiroideia. –cada 100 microgramas: Suplemento concomitante durante o tratamento hipertiroidismo com medicação supressão da tiróide. Posologia etratamento modo deentre administração Com olevotiroxina objectivo desódica. tratar um dos doentes de acordo com suas necessidades individuais, osno comprimidos apresentam-se numa gama de dosagens que variam 25 e 200 µg de Por isso, os doentes necessitam geralmente de tomar um único comprimido supressão da tiróide. Posologia eComo modo de administração ode objectivo de tratar cada um dos doentes de acordo comCom as suas necessidades osúnico comprimidos antitiroideia. Eutirox 100/150/200 microgramas: auxiliar de diagnóstico noCom testeentre supressão daµg tiroide. Posologia e modo deisso, administração o objectivo de tratar individuais, cada um dos doentes de acordo com as suas apresentam-se numa gama de dosagens que variam 25 e 200 de levotiroxina sódica. Por os doentes necessitam geralmente de tomar um comprimido diário. As recomendações de dosagem apresentadas são somente orientativas. A dose diária individual deverá ser determinada com base em testes laboratoriais e exames necessitam geralmente de tomar um único comprimido apresentam-se numaAsgama de dosagens que variam entre 25 e 200 µg de levotiroxina sódica. Por isso, os doentes necessidades individuais, osdiário. comprimidos apresentam-se numa gama de dosagens que variam entre 25 e 200 microgramas de levotiroxina sódica. Por isso, os doentes necessitam geralmente de tomar um único comprimido de dosagem apresentadas são somente orientativas. A dose diária individual deverá ser determinada com base em testes laboratoriais e exames clínicos. medida queÀrecomendações os doentes valores de T4 e T4f, concentração séricacom basal debasal estimulante da tiróide proporciona uma base mais diário. AsÀrecomendações de dosagem apresentadas sãoelevados somente orientativas. A individual deverá serdedeterminada base emtiróide testes laboratoriais e exames diário. As recomendações de dosagem apresentadas sãodoentes somente apresentam orientativas. Avalores dose diária individual deverá determinada base emhormona testes laboratoriais ecom exames clínicos. À medida que os doentes apresentam clínicos. medida queapresentam os elevados de aT4 edose T4f,seradiária concentração sérica hormona estimulante da proporciona uma base mais valores credível para acredível manutenção do tratamento. Exceptuando-se osproporciona recém-nascidos, em que aem substituição rápida é importante, o tratamento hormonas tiroideias deve clínicos. quepara os doentes valoresdaExceptuando-se elevados de T4 os e T4f, concentração sérica basal de hormona tiróide proporciona uma base mais elevados de T4 e T4f,À amedida concentração sérica deapresentam hormona tiroide umaabase mais credível paraaasubstituição manutenção do tratamento. Exceptuando-se oscom recém-nascidos, em que a substituição a basal manutenção do estimulante tratamento. recém-nascidos, que rápida éestimulante importante, odatratamento com hormonas tiroideias deve rápida é iniciar-se comacom uma dose baixa aumento gradual 2 a 4baixa semanas se atingir dose total de substituição. Em doentes em doentes comem doença coronária e coronária credível para manutenção doedose tratamento. os recém-nascidos, em substituição rápida é importante, oidosos, tratamento com hormonas tiroideias deve importante, o tratamento hormonas tiroideias deve iniciar-se comcada uma dose e2 aumento gradual cada 2atingir a 4asemanas atétotal se atingir a dose total de Em doentes idosos, doentes com doença e iniciar-se com uma baixa e Exceptuando-se aumento gradual cada a 4até semanas até seaque a dose de substituição. Emsubstituição. doentes idosos, em doentes com doença coronária e em doentes com hipotiroidismo ou de longa duração, deverá serdeverá prestada atenção particular quando se inicia oinicia tratamento comdeve hormonas dacom tiróide, querquer dizer, deve iniciar-se com uma doseou baixa e grave aumento gradual cada 2 a atenção 4 duração, semanas até se atingir a dose totalparticular de substituição. Em doentes idosos, em doença coronária e(por exemplo em doentes com hipotiroidismo grave ou de longa ser prestada atenção quando se o tratamento comdoentes hormonas dauma tiróide, dizer, deve em doentes com hipotiroidismo grave de longa duração, deverá ser prestada particular quando se inicia o tratamento com hormonas da tiroide, quer dizer, administrar-se dose inicial baixa administrar-se uma dose inicial baixa (por exemplo 12,5 µgedeverá /dia), qual poderá então ser aumentada dedeuma forma lenta/dia elenta progressiva (porcom exemplo com um aumento em doentes hipotiroidismo grave ou de longa duração, prestada atenção particular quando se inicia o tratamento com hormonas da tiróide, quer dizer, deve administrar-se uma dose inicial baixa (por exemplo 12,5aser µg /dia), a qual poderá então sergradual aumentada de uma forma e progressiva (por exemplo com um aumento 12,5 microgramas /dia), acom qual poderá então ser aumentada de uma forma lenta progressiva (por exemplo com um aumento 12,5 microgramas quinzenalmente) monitorizações frequentes das hormonas de 12,5 µg /dia quinzenalmente) com monitorizações frequentes das tiroideias. Umapoderá dosagem, inferior à dose da terapia de substituição, que não gradual 12,5 µg /dia quinzenalmente) com monitorizações das hormonas tiroideias. inferior àóptima dose óptima daexemplo terapia de substituição, que não administrar-se uma dose inicial baixa (por exemplo 12,5que µgnão /dia), a qualfrequentes poderá então ser aumentada deUma uma forma lenta eAprogressiva (por um tiroideias. gradual Uma dosagem, inferior à de dose óptima da terapia de substituição, proporciona umahormonas completa correcção da TSH, terdosagem, que ser revista. experiência demonstrou que ascom doses maisaumento baixas são suficientes proporciona uma completa correcção dacorrecção TSH, poderá teraumentado. que frequentes serter revista. A experiência demonstrou quedosagem, as doses mais são suficientes tantotanto em doentes com baixo proporciona uma completa da TSH, poderá que ser revista. A experiência demonstrou que asinferior dosesbaixas mais baixas são suficientes em doentes com baixo gradualcom de baixo 12,5 µg /dia quinzenalmente) com monitorizações das hormonas tiroideias. Uma à dose óptima da terapia de substituição, que não tanto em doentes peso como em doentes com um bócio nodular peso comocom em correcção doentes com um bócio nodular aumentado. peso como em doentes um bócio nodular aumentado. proporciona uma completa da TSH, poderá ter que ser revista. A experiência demonstrou que as doses mais baixas são suficientes tanto em doentes com baixo peso como em doentes com um bócio nodular aumentado. Dose recomendada Indicação Indicação Dose recomendada (µg de levotiroxina sódica/dia) Indicação recomendada (µg deDose levotiroxina sódica/dia) (µg de levotiroxina75sódica/dia) do bócio eutiroideu benigno Tratamento doTratamento bócio eutiroideu 75 - 200 - 200 Tratamento doProfi bócio 75 - 20075 - 200 laxiaeutiroideu da recaída após a cirurgia do bócio eutiroideu Profilaxia da recaída após a cirurgia do bócio eutiroideu 75 - 200 Profilaxia da recaída apósde a cirurgia do bócio eutiroideu em adultos: 75 - 200 Terapêutica substituição no hipotiroidismo Terapêutica de substituição no hipotiroidismo em adultos: - dose inicial 25 - 50 Terapêutica substituição no hipotiroidismo em adultos: - dose inicialde- dose 25 - 50100 - 200 de manutenção - dose inicial 25 - 50 de manutenção 100 200 Terapêutica de substituição no hipotiroidismo em crianças - dose de manutenção 100 - 200 Terapêutica de- dose substituição inicial no hipotiroidismo em crianças 12,5 - 50 Terapêutica substituição no hipotiroidismo em crianças 2 - dose inicialde- dose 12,5 - 50 de superfície corporal de manutenção 100–150 µg/m 2 - dose inicial - 50 de superfície corporal de manutenção 100–150 µg/m12,5 Suplementação concomitante durante o tratamento do 2 - dose de manutenção 100–150 µg/m de superfície 50 –100corporal hipertiroidismo com medicação antitiroideia Suplementação concomitante durante o tratamento do 50 –100 Suplementação com concomitante durante o tratamento do hipertiroidismo medicação antitiroideia Terapêutica de supressão no cancro da tiróide 150 – 300 50 –100 hipertiroidismo com medicação antitiroideia Terapêutica deComo supressão da tiróide auxiliarno decancro diagnóstico no teste da supressão da tiróide Semana 4150 – 300 Semana 3 Semana 2 Semana 1 Terapêutica de supressão no cancro da tiróide 150 – 300 após após2 o teste Semana após 1o teste Como auxiliar de diagnóstico no teste da supressão da tiróide Semanaapós 4 o teste Semana 3 o testeSemana Como auxiliar de diagnóstico no teste da supressão da tiróide Semana 4 ---- após Semana 3 ---- após Semana 2 Semana 1 após o teste o1teste após teste Eutirox 200 µg o teste comp./dia 1ocomp./dia após o teste após o teste após o teste após o teste Eutirox 2 comp./dia1 comp./dia 2 comp./dia Eutirox 200 µg 100 µg------1 comp./dia Eutirox 200 µg ------1 comp./dia 1 comp./dia Eutirox 1 comp./dia2 comp./dia 1 comp./dia Eutirox 100 µg 150 µg 1/2 comp./dia 1/2 comp./dia 2 comp./dia Eutirox 100 µg 2 comp./dia 2 comp./dia As doses diárias podem ser dadas em administração única.Eutirox Modo de os comprimidos devem ser tomados numa dose única diária, de manhã, com o estômago 150administração: µg 1/2 comp./dia 1/2 comp./dia 1 comp./dia 1 comp./dia meia hora antesúnica. do pequeno-almoço, de preferência com um pouco de líquido, ex. única meiodiária, copo de demanhã, água). com No caso dos lactentes, a totalidade da pequeno-almoço, dose deverá serde prefeAs doses diárias podem ser vazio, dadas em administração Modo de administração: os comprimidos devem ser tomados numa(p.dose o estômago vazio, meia hora antes do Eutirox 150 µg 1/2 comp./dia 1/2 comp./dia 1 comp./dia 1 comp./dia administrada pelo menos 30 minutos antes da primeira refeição do dia. Osos comprimidos devem ser dissolvidos água e a suspensão resultante, a qualcom deve ser preparada rência comAs umdoses poucodiárias de líquido, (p.ex. ser meio copo de No caso dos lactentes, a totalidade da dose deverá sercomprimidos administrada pelo menos 30tomados minutosem antes da primeira refeição do dia. Os comprimidos ser dissolvidos em podem dadas emágua). administração única. Modo de administração: devem ser numa dose única diária, de manhã, odevem estômago na altura, deve ser administrada com mais algum líquido. Duração do tratamento: é usualmente durante toda a vida no caso de terapêutica de substituição no água e a suspensão resultante, a qual deve ser preparada na altura, ser administrada com mais algum líquido. Duração do tratamento: é água). usualmente durante toda aúnica vida no de de substituição no hipotiroidisvazio, meia hora antes do de deve preferência com de um pouco de líquido, (p. ex. meio copo de NoUma caso dos lactentes, acaso totalidade dacom dose deverá ser As doses diárias podem serpequeno-almoço, dadas em administração única. Modo administração: os comprimidos devem ser tomados numa dose diária, deterapêutica manhã, ohipotiroidismo estômago e após tiroidectomia ou estrumectomia e para prevenção das recaídas após a remoção do bócio eutiroideu. terapêutica concomitante do hipertiroidismo após ter mo e apósadministrada tiroidectomia ou estrumectomia e para prevenção das recaídas após a remoção do bócio eutiroideu. Uma terapêutica concomitante do hipertiroidismo após ter sido avaliado o estado eutiroideu está indicada pelo menos minutos antes da primeira refeição dia. Os comprimidos devem ser dissolvidos em água e a suspensão a qual da deve ser deverá preparada vazio, meia hora do 30 pequeno-almoço, deestá preferência comdo um de (p. copo de oágua). Noantitiroideu. caso dos lactentes, a totalidade dose ser durante o sidoantes avaliado o estado eutiroideu indicada durante o pouco período emlíquido, que está aex. sermeio administrado fármaco Pararesultante, o bócio eutiroideu benigno éao necessário período em está adeve ser administrado o fármaco antitiroideu. Para o bócio eutiroideu benigno é necessário um tratamento de 6 meses a 2 anos de duração. Se o tratamento médico não foi suficiente até momento, naque altura, ser administrada com mais algum líquido. Duração do tratamento: é usualmente durante toda a vida no caso de terapêutica de substituição no hipotiroidismo administrada pelo menos 30 minutos antes da primeira refeição do dia. Os comprimidos devem ser dissolvidos em água e a suspensão resultante, a qual deve ser preparada um tratamento de 6 meses a 2 anos de duração. Para evitar a recidiva de bócio, é recomendada uma dose profiláctica baixa com iodo (100-200 µg /dia) após a redução deve-se considerare o tratamento cirúrgico ou com iodo radioactivo. Contra-indicações Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes. Insuficiência adreno-cortical não tratada, insuficiência hipofisária não eutiroideu. Uma concomitante do hipertiroidismo após ter tratada e tiroidectomia ou do estrumectomia ealgum para prevenção dasfoirecaídas após dodeve-se bócio naapós altura, devede servolume administrada com líquido. do tratamento: émomento, usualmente durante toda a ovida noterapêutica caso de terapêutica deiodo substituição noContra-indicações hipotiroidismo bócio. Se mais o tratamento médicoDuração não suficiente até aaoremoção considerar tratamento cirúrgico ou com radioactivo. tirotoxicose não tratada. Oo tratamento com Eutirox não deve ser iniciado caso de enfarte agudo doestá miocárdio, aguda pancardite aguda. Durante ahipofisária gravidez, está para o hipertiroidismo avaliado estadooueutiroideu está indicada durante o das período em que a ser miocardite administrado ooufármaco antitiroideu. Para o bócionão eutiroideu benigno é necessário eutiroideu. Uma terapêutica concomitante doindicado hipertiroidismo apóstratada. ter o tratamenesido após tiroidectomia estrumectomia e para prevenção recaídas após aInsuficiência remoção do bócio Hipersensibilidade à substância activa ou anoqualquer dos excipientes. adreno-cortical não tratada, insuficiência não tratada e tirotoxicose não to de levotiroxina em associação com fármacos (ver secção 4.6).evitar Advertências e enfarte precauções especiais de utilização se antitiroideu. iniciar o tratamento com hormonas da tiróide ou antes de realizar o teste um tratamento de 6 meses a 2antitiroideus. anos de duração. Para acaso recidiva de recomendada uma dosede profiláctica baixa com iodo (100-200 µg /dia) após aespeciais redução sido avaliado o eutiroideu está indicada durante o no período em quebócio, está aé ser administrado oAntes fármaco Para o bócio eutiroideu é necessário O estado tratamento com Eutirox não deve ser iniciado de agudo do miocárdio, miocardite aguda ou pancardite aguda. Advertências e benigno precauções dede supresão da tiroide, deve ser do excluída serem tratadas asnão seguintes patologias ou estados clínicos: coronária, peito, tratadas arteriosclerose, hipertensão, insuficiência da hipófise, adrenal. O de volume bócio. Se Antes o tratamento médico foi com suficiente até ao momento, deve-se considerar odose tratamento cirúrgico com iodo radioactivo. Contra-indicações utilização de se iniciar o tratamento hormonas da de tiróide, deve ser excluída a existência oude serem asou seguintes patologias: insuficiência cardíaca, angina um tratamento de a6 existência meses aou 2 anos de duração. Para evitar a recidiva bócio, éinsuficiência recomendada umaangina profiláctica baixa com iodo (100-200 µg /dia) após ainsuficiência redução funcionamento autónomo da tiroideia também deve serhipertensão, excluido ou tratado antes deda se até iniciar a momento, terapêutica com hormonas da tiroide. hipertiroidismo induzido fármacos, mesmoeque ligeiro, deverá ser sempre evitado em Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes. Insuficiência adreno-cortical não tratada, insuficiência não tratada tirotoxicose não tratada. peito, insuficiência hipófise, insuficiência adrenal, funcionamento autónomo dahipofisária tiroideia. Um hipertiroidismo induzido por fármacos, de volume dode bócio. Searteriosclerose, o tratamento médico não foi suficiente ao deve-se considerar oUm tratamento cirúrgico oupor com iodo radioactivo. Contra-indicações com insuficiência cardíaca, coronária ou taquiarritmias. Por isso, nestes casos, devem sertratada. avaliados mesmo que ligeiro, deverá ser doentes O tratamento com Eutirox não deve serou iniciado noevitado caso deem enfarte agudo do miocárdio, miocardite pancardite aguda. Advertências ecaso precauções especiais de deve ser doentes com insuficiência cardíaca, insuficiência coronária ou taquiarritmias. isso, nestes casos, devem ser avaliados cominsuficiência frequência osou parâmetros das hormonas da tiroideia. No de hipotiroidismo secundário, Hipersensibilidade à substância activa a sempre qualquer dos Por excipientes. Insuficiência adreno-cortical nãoaguda tratada, insuficiência hipofisária não tratada e tirotoxicose não com parâmetros das hormonas dada tiroideia. No caso hipotiroidismo secundário, ser determinada sua causa antes sesuspeita instituir afuncionamento terapêutica utilização defrequência seinstituir iniciar oterapêutica tratamento com hormonas deve serde excluída a existência ou serem as seguintes patologias: insuficiência cardíaca, angina determinada a sua causaAntes antes de se aos substituição, devendo setiróide, necessário, iniciar-se tratamento de substituição paradeve uma insuficiência adrenalacompensada. Quando se deespeciais autónomo O tratamento com Eutirox não deve ser de iniciado no caso de enfarte agudo do miocárdio, miocardite aguda outratadas pancardite aguda. Advertências ede precauções de de substituição, devendo se necessário, iniciar-se tratamento substituição para insuficiência adrenal compensada. Quando se risco suspeita deinduzido funcionamento autónomo de peito, hipertensão, insuficiência da hipófise, insuficiência adrenal, funcionamento autónomo da tiroideia. Um patologias: hipertiroidismo por fármacos, da tiroideia deverá serarteriosclerose, efectuado da TRH ou uma cintigrafia de supressão antes de sede iniciar o tratamento. Em mulheres na com e um aumentado de osteoporose, devem ser evitados utilização Antes deoseteste iniciar o tratamento com hormonas da tiróide, deve ser excluída a uma existência oupós-menopausa, serem tratadas ashipotiroidismo seguintes insuficiência cardíaca, angina da de tiroideia deverá serconseguinte, efectuado teste da TRHcom ou uma cintigrafia detiroideia. supressão antes de coronária se iniciar oou tratamento. Em pós-menopausa, com hipotiroidismo mesmo ligeiro, deverá seresempre evitadoodeve em doentes insuficiência cardíaca, insuficiência taquiarritmias. Porhipertiroidismo isso, nestes casos, devem ser avaliados níveis séricos suprafisiológicos levotiroxina, por ser estreitamente avaliada a função A levotiroxina não deve ser administrada nosmulheres estados dena hipertiroidismo, com excepção da suplementação dude peito,que arteriosclerose, hipertensão, insuficiência da hipófise, insuficiência adrenal, funcionamento autónomo da tiroideia. Um induzido por fármacos, e um risco aumentado de evitado osteoporose, devem da ser evitados níveis séricos suprafisiológicos de levotiroxina, e por anão conseguinte, deve ser estreitamente avaliada a função com frequência os parâmetros das hormonas da No caso de são hipotiroidismo secundário, deve ser determinada sua causa antes depeso se instituir a terapêutica rante o tratamento com antitiroideus no hipertiroidismo. As tiroideia. hormonas tiroide não apropriadas para o emagrecimento. As doses provocam perda de em doentes eutiroideus. Asde doses suprafimesmo quefármacos ligeiro, deverá ser sempre em doentes com insuficiência cardíaca, insuficiência coronária oufisiológicas taquiarritmias. Por oisso, nestes casos, devem ser avaliados tiroideia. A não deve ser nos estados depara excepção da suplementação durante tratamento com fármacos antitiroideus substituição, devendo selevotiroxina necessário, iniciar-se tratamento substituição uma insuficiência adrenal compensada. Quando se dese funcionamento autónomo siológicas podem causar efeitos graves ouhormonas porem mesmo em perigo de aNo vida. Uma vezhipotiroidismo que ohipertiroidismo, tratamento com com levotiroxina tenha sido estabelecido, no caso desuspeita alteração de marca, recomenda-se o ajuste de da no dose após a com frequência ossecundários parâmetros dasvez daadministrada tiroideia. caso de secundário, deve ser determinada arecomenda-se sua causa antes de instituir a terapêutica hipertiroidismo. Uma que o tratamento com levotiroxina tenha sido estabelecido, no caso de alteração de marca, o ajuste da dose após a avaliação clínica da tiroideia deverá serse efectuado o teste da TRH ou uma cintigrafia depelo supressão antes decom se problemas iniciar o mulheres pós-menopausa, com hipotiroidismo avaliação clínica e laboratorial do doente. Este medicamento contém lactose, pelo que os doentes com problemas hereditários graves detratamento. intolerância à Em galactose, deficiência da lactose Lapp deficiência ou mal-absorção de glucose-galactosubstituição, devendo necessário, iniciar-se tratamento de substituição para uma insuficiência adrenal compensada. Quando senasuspeita dede funcionamento autónomo e laboratorial do doente. Este medicamento contém lactose, que os doentes hereditários graves de intolerância à galactose, da lactose de e um risco aumentado de osteoporose, devem ser evitados níveis séricos suprafisiológicos de levotiroxina, e por conseguinte, deve ser estreitamente avaliada a função se, não devem tomar este medicamento. Para doentes diabéticos e doentes a fazer tratamento de anticoagulação, ver a secção 4.5. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Antidiabéticos: A levotiroxina da tiroideia deverá ser efectuado o teste da TRH ou uma cintigrafia de supressão antes de se iniciar o tratamento. Em mulheres na pós-menopausa, com hipotiroidismo Lapp ou mal-absorção de glucose-galactose, não devem tomar este medicamento. Para doentes diabéticos e doentes a fazer tratamento de anticoagulação. Interacções A dos levotiroxina não deve serPoradministrada nos estados de sanguínea hipertiroidismo, com excepção da os suplementação durante o reduzem tratamento com fármacos antitiroideus no osdeverá ser etiroideia. um risco aumentado de osteoporose, devem ser evitados níveis séricos Asuprafisiológicos levotiroxina, porfármacos conseguinte, deve sero estreitamente a motivo, função pode reduzir os efeitos fármacos antidiabéticos. este motivo, os níveis de glucose devem ser avaliados frequentemente noeinício do tratamento com hormonas da tiroide, e aavaliada dose antidiabético medicamentosas e outras formas de interacção Antidiabéticos: levotiroxina podede reduzir efeitos dos que açúcar no sangue. Pordeeste hipertiroidismo. Uma que osanguínea tratamento com levotiroxina tenha sidopode estabelecido, no caso de marca, recomenda-se o ajuste da dose após a avaliação clínica A levotiroxina não deve ser O administrada nos estados de hipertiroidismo, com suplementação duranteedeoa deslocar tratamento com fármacos antitiroideus no Derivados cumarínicos: efeito da terapêutica anticoagulante serno intensificado dadode quealteração ada levotiroxina tem ada capacidade fármacos anticoagulantes proteínas plasmáticas. adaptada,tiroideia. caso seja necessário. níveis devez glucose devem ser avaliados frequentemente início do excepção tratamento com hormonas tiróide, dose deosantidiabético deverá ser das adaptada, caso e laboratorial do doente. Este contém lactose, pelo que osestabelecido, doentes hereditários graves dea anticoagulante intolerância àdeverá galactose, deficiência da lactose de A ingestão hipertiroidismo. Uma vez queDerivados omedicamento tratamento com sido noproblemas caso alteração de marca, recomenda-se o ajuste da após adeslocar avaliação clínica Colestiramina, Por este motivo, é necessário avaliar regularmente os parâmetros de levotiroxina coagulação no início do tratamento comcom hormonas dade tiroide. Se necessário, a dose serdose ajustada. seja necessário. cumarínicos: O efeito datenha terapêutica anticoagulante pode ser intensifi cado dado que levotiroxina tem a capacidade de osColestipol: fármacos ou tais mal-absorção deEste glucose-galactose, não devem tomar este Para doentes sódica diabéticos e administrada doentes fazer tratamento de anticoagulação. Interacções etroca-iões laboratorial do doente. medicamento lactose, pelo que osPor doentes com problemas hereditários graves dea intolerância à da galactose, deficiência da lactose de contendo Fármacos de resinas Lapp como colestiramina edas colestipol inibeplasmáticas. a contém absorção da levotiroxina sódica. este motivo a regularmente levotiroxina deve ser 4-5 horas de tais produtos. anticoagulantes proteínas Por este motivo, émedicamento. necessário avaliar os parâmetros de coagulação noantes início doadministração tratamento com hormonas da tiróide. medicamentosas e outras interacção Antidiabéticos: A levotiroxina pode reduzir os efeitos dos fármacos que reduzem o açúcar sangue. Por este motivo, os ada levotiSe ferro, necessário, aformas dose dede anticoagulante deverátomar ser ajustada. Colestiramina, Colestipol: A ingestão de colestiramina acomo absorção da levotiroxina sódica. este motivo Lapp oucontendo mal-absorção de glucose-galactose, nãocontendo devem este medicamento. Para doentes diabéticos e doentes ainibe fazer tratamento denoanticoagulação. Interacções Os fármacos alumínio (antiácidos, sucralfato) têm sido referidos na literatura da especialidade tendo a capacidade potencial dePor diminuir o efeito alumínio, fármacos carbonato de cálcio: de glucose sanguínea devem ser avaliados frequentemente início do tratamento com hormonas da tiróide, e a reduzem dose de antidiabético deverá ser adaptada, caso sódica devede serdevem administrada 4-5 horas antes da dereduzir colestiramina. O mesmo procedimento éOválido para o colestipol. Fármacos contendo alumínio, levotiroxina medicamentosas econtendo outras formas interacção Antidiabéticos: Ano levotiroxina pode os dos efeitos doscontendo fármacos que oprocedimento açúcar no sangue. Por este motivo, os roxina. Porníveis conseguinte, fármacos levotiroxina ser administrados pelo menos 2administração horas antes da administração fármacos alumínio. mesmo se deve aplicar aos fármacos contendo ferro fármacos contendo ferro,carbonato deda cálcio: Os fármacos contendo alumínio (antiácidos, sucralfato) têm sido na literatura como tendo afármacos capacidade seja Derivados cumarínicos: efeito terapêutica anticoagulante ser intensifi cado dado que areferidos levotiroxina a da capacidade de deslocar os níveis de glucose sanguínea devem serOclofibrato, avaliados frequentemente noo início dopode tratamento com hormonas da tiróide, e a dose de antidiabético deverá ser adaptada, caso Salicilatos, dicumarol, furosemida, fenitoina: Os salicilatos, dicumarol, a furosemida em doses elevadas (250 mg), o clofibrato, atem fenitoina eespecialidade outras substâncias podem deslocar a levotiroxina sóou carbonato denecessário. cálcio. potencial de diminuir o efeito da levotiroxina. Por conseguinte, fármacos contendo levotiroxina devem ser administrados pelo menos 2 horas antes da administração anticoagulantes das proteínas plasmáticas. Por este motivo, é necessário avaliar regularmente os parâmetros de coagulação no início do tratamento com hormonas da tiróide. seja necessário. anticoagulante ser intensificado dado que a levotiroxina tem a capacidade de deslocar osa fármacos Propiltiouracilo, glucocorticoidespode beta simpaticolíticos, amiodarona e meios de contraste contendo iodo: Estas substâncias inibem conversãodos periférica de dica das proteínas plasmáticas,Derivados resultandocumarínicos: numa elevaçãoO daefeito fracçãoda T4f.terapêutica fármacos contendo alumínio. O mesmo procedimento se deve aplicar aos Afármacos ferro carbonato cálcio. dicumarol, furosemida, clofibrato, Se necessário, a dose deem anticoagulante deverá ser motivo, ajustada. Colestiramina, Colestipol: ingestão dehipotiroidismo. colestiramina inibe a absorção da levotiroxina sódica. Por estenodular motivo a um possível anticoagulantes dasteor proteínas Por este é necessário avaliar regularmente os contendo parâmetros de ou coagulação node início doSalicilatos, tratamento com hormonas da tiróide. T4 em T3. Devido ao seu elevado iodo,plasmáticas. a amiodarona pode desencadear uma situação tanto de hipertiroidismo como de É recomendada uma precaução particular no caso de bócio com fenitoína: salicilatos, o cloroquina/proguanil: dicumarol, a furosemida em dosesdiminuem elevadas (250 Amg), o Oclofibrato, a fenitoína ede outras substâncias podem deslocar adelevotiroxina sódicaFármacos levotiroxina sódica deve administrada 4-5 horas antesEstas da administração de colestiramina. mesmo procedimento éTSH válido para oda colestipol. Fármacos contendo alumínio, Se necessário, a dose deOsser anticoagulante deverá ser ajustada. Colestiramina, Colestipol: ingestão de colestiramina a sérica. absorção levotiroxina sódica. Por este motivo adas Sertralina, substâncias a eficácia daglucocorticóides levotiroxina e elevam osimpaticolíticos, nívelinibe Fármacos com propriedades indução enzimática: com funcionamento autónomo não reconhecido. proteínas plasmáticas, resultando numa elevação da fracção T4f. Propiltiouracilo, beta amiodarona e meios decomo contraste contendo iodo: Estas fármacos contendo ferro,carbonato de cálcio: Os fármacos contendo alumínio (antiácidos, sucralfato) têm sido referidos na literatura da especialidade tendo aoucapacidade levotiroxina sódica deve ser administrada 4-5 horas antes da administração de colestiramina. O mesmo procedimento é válido para o colestipol. Fármacos contendo alumínio, Estrogénios: Mulheres que tomem contraceptivos com estrogénio na sua composição mulheres pós-menopáupropriedades de indução enzimática, tais como os barbitúricos, podem elevar a depuração hepática da levotiroxina. substâncias inibem a conversão periférica de T4 em T3. Devido ao seu elevado teor em iodo, a amiodarona pode desencadear uma situação tanto de hipertiroidismo como potencial de diminuir odeefeito da levotiroxina. Pornecessidade conseguinte, fármacos contendo levotiroxina devem ser administrados pelocom menos 2 sua horas antes da administração dos intestinal fármacos contendo ferro,carbonato depodem cálcio:ter Osuma fármacos contendo alumínio (antiácidos, sucralfato) têm sido referidos naprodutos literatura dasoja especialidade como tendo a capacidade Produtos com com soja na sua composição: Os na composição podem diminuir a absorção sicas a fazerem terapêutica hormonal substituição, aumentada de levotiroxina. de hipotiroidismo. É recomendada uma precaução particular no caso de bócio nodular um possível funcionamento autónomo não reconhecido. Sertralina, cloroquina/ fármacos alumínio. O mesmo procedimento se deve aplicar fármacos contendo ferro ou carbonato de cálcio. dicumarol, furosemida, clofibrato, potencial de diminuir o Estas efeito da levotiroxina. Por conseguinte, fármacos contendo ser administrados peloe Salicilatos, menos 2 horas antescontendo da administração dos ser de levotiroxina. Assim,contendo pode ser necessário um ajuste de dose de Eutirox, especialmente no inícioaos ou terminar a toma dosdevem suplementos com soja.Os Gravidez aleitamento O tratamento com levotiroxina deve proguanil: substâncias diminuem aem eficácia daelevadas levotiroxina eapós elevam olevotiroxina nível de TSH sérica. Barbitúricos: barbitúricos e outros fármacos propriedades de mantido fenitoína: Os salicilatos, o dicumarol, a furosemida doses (250 mg), clofibrato, a fenitoína e outras substâncias podem deslocar a levotiroxina sódica dasfetotoxicidacontendo alumínio. O mesmo se deve aplicar aos fármacos contendo ferro ou carbonato de cálcio. Salicilatos, dicumarol, furosemida, clofibrato, durante a fármacos gravidez e em particular durante o aleitamento. Aprocedimento dose necessária inclusivamente ter da que seroaumentada durante a gravidez. A experiência demonstrou não haver evidência de teratogenicidade e/ou indução enzimática hepática podem elevar àpode depuração hepática levotiroxina. Estrogénios: Mulheres que tomem contraceptivos com estrogénio na sua composição ou proteínas plasmáticas, resultando numa elevação da fracção T4f. Propiltiouracilo, glucocorticóides beta simpaticolíticos, amiodarona e meios de contraste contendo iodo: Estas fenitoína: Os salicilatos, o dicumarol, a furosemida em doses elevadas (250 mg), o clofibrato, a fenitoína e outras substâncias podem deslocar a levotiroxina sódica das Durante de em humanos, induzidas mulheres pelo medicamento, na dose terapêutica recomendada. excessivamente elevadaspodem de levotiroxina a gravidez podem terde umlevotiroxina. efeito negativo no desenvolvimento fetal e pós-natal. pós-menopáusicas a fazerem terapêuticaDoses hormonal de substituição, ter umadurante necessidade aumentada Produtos com soja na sua composição: a amiodarona pode desencadear uma tanto de substâncias inibem a oconversão periférica de T4 de em T3. Devido seuaelevado teor emantitiroideus. iodo, plasmáticas, resultando numa elevação da fracção T4f. Propiltiouracilo, glucocorticóides beta simpaticolíticos, amiodarona esituação meios de contraste contendo Estas Os para produtos com soja nao sua composição podem diminuir absorção intestinal de levotiroxina. Assim, pode ser necessário um ajuste de dose dehipertiroidismo Eutirox, especialmente noa barreira a gravidez,proteínas não está indicado hipertiroidismo tratamento levotiroxina emao associação com fármacos Tal associação requer doses mais elevadas de fármacos antitiroideus, que seiodo: sabecomo passam de hipotiroidismo. precaução particular no caso de bócio nodular com possível funcionamento não reconhecido. Sertralina, cloroquina/ inibem arecomendada conversão periférica de T4suplementos emde T3. Devido seuEfeitos elevado teor em iodo, asão amiodarona pode uma tanto delevotiroxina hipertiroidismo como inícioÉou após terminar a toma dos com soja. indesejáveis Nãoum deaesperar efeitos indesejáveis comde asituação terapêutica com sódica quando placentáriasubstâncias e induzem hipotiroidismo na criança. Os uma testes diagnóstico supressão daao tiróide não devem ser efectuados durante gravidez, umadesencadear vez que aautónomo aplicação substâncias radioactivas em mulheres grávidas está contraproguanil: Estas substâncias diminuem aprecaução eficácia daparticular levotiroxina e elevam o nível deterapêutica TSH sérica. Barbitúricos: e causar outros de hipotiroidismo. recomendada uma no os caso de bócio nodular um possível funcionamento autónomo não reconhecido. Sertralina, esta éÉ utilizada dedurante acordo com o prescrito e as quando parâmetros ecom laboratoriais são adequadamente monitorizados. Quando é contendo excedido opropriedades limitecloroquina/ de tolerância indicada. Ade levotiroxina é excretada pelo leite a amamentação, mas concentrações obtidas naclínicos dose recomendada nãoOs sãobarbitúricos suficientes para o fármacos desenvolvimento de hipertiroidismo ou supressão da seindução enzimática hepática podem elevar à depuração hepática levotiroxina. Estrogénios: Mulheres queostomem contraceptivos com na sua composição ou situação de sobredosagem éTSH possível que ocorram seguintes sintomas típicos de estrogénio hipertiroidismo, especialmente quando individual para levotiroxina ouda após uma proguanil: Estas substâncias diminuem a sódica eficácia levotiroxina e da elevam o nível de sérica. Barbitúricos: Os barbitúricos e outros fármacos contendo propriedades deé idêntica às creção de TSH no lactente. Efeitos sobre aa capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. Contudo, uma vez que a levotiroxina mulheres pós-menopáusicas apodem fazerem terapêutica hormonal substituição, podem ter necessidade aumentada de levotiroxina. Produtos com soja na sua composição: a dose aumentada muito rapidamente no início dode tratamento: taquicárdia, palpitação, arritmiasque cardíacas, sintomatologia anginosa, cefalalgia, fraqueza muscular e cãibras, elevar à depuração hepática levotiroxina. Estrogénios: Mulheres tomem contraceptivos estrogénio na sua composição ou com levotihormonasindução naturais daenzimática tiróide, não hepática éé de esperar que o Eutirox tenha qualquer influência nada capacidade de conduzir euma utilizar máquinas. Efeitos indesejáveis Não são decom esperar efeitos indesejáveis com a terapêutica ,de febre, alterações dadiminuir menstruação, cerebri, tremor, insónia, hiperhidrose, de peso, diarreia. Nestes a dose deve sódica Os produtos soja na sua composição podem a absorção intestinal de levotiroxina. Assim, pode ser necessário um ajuste dose Eutirox, especialmente no mulheres pós-menopáusicas avómitos, fazerem terapêutica hormonal depseudotumor substituição, podem ter adequadamente umaagitação, necessidade aumentada de perda levotiroxina. Produtos com sojacasos na sua composição: roxina sódica quando estacom é“flushing” utilizada acordo com o prescrito e quando os parâmetros clínicos e laboratoriais são monitorizados. Quando é excedido ode limite de de tolerância individual paradiária a levotiroxina ser reduzida, ou acomposição medicação retirada durante alguns dias. A intestinal terapêutica deve serde cuidadosamente retomada, logocom que as reacções tenham desaparecido. Emno caso início ou após terminar dosque suplementos com soja. Efeitos indesejáveis Não são esperar efeitos indesejáveis a terapêutica com levotiroxina sódicataquicárdia, quando Os produtos soja naa toma sua podem diminuir a absorção de levotiroxina. Assim, pode ser énecessário um ajuste deadversas dose Eutirox, especialmente ou após uma situação de com sobredosagem é possível ocorram os seguintes sintomas típicos de hipertiroidismo, especialmente quando a dose aumentada muito rapidamente node início doda tratamento: palpitação, de hipersensibilidade, podem ocorrer reacções alérgicas. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Merck S.A. Rua Alfredo Silva n.º 3 C 1300-040 esta é utilizada de acordo com o prescrito e quando os parâmetros clínicos e laboratoriais são adequadamente monitorizados. Quando é excedido o limite de tolerância início ousintomatologia após terminar a toma dos suplementos com soja. Efeitos indesejáveis Não são de esperar efeitos indesejáveis com a terapêutica cominsónia, levotiroxina sódicaperda quando arritmias cardíacas, anginosa, cefalalgia, fraqueza muscular e caimbras, “flushing”, febre, vómitos, alterações menstruação, pseudotumor tremor, agitação, hiperhidrose, de peso, diarreia. – aLISBOA DATA DA REVISÃO DO TEXTO Dezembro de 2005 Medicamento sujeito a da receita médica. Escalão decerebri, comparticipação: B. Para especialmente mais informações deverá individual para levotiroxina sódica ou após uma situação de sobredosagem é possível que ocorram os seguintes sintomas típicos de hipertiroidismo, quando esta é utilizada de acordo com o prescrito e quando os parâmetros clínicos e laboratoriais são adequadamente monitorizados. Quando é excedido o limite de tolerância Nestes casos a dose diária deve ser reduzida, ou ade medicação retirada durante alguns no dias. A terapêutica deve ser cuidadosamente retomada, logo que as reacções adversas tenham desaparecido. Em caso de hipersensibilidade a contactar o Titular Autorização de Introdução Mercado a dose é aumentada muito rapidamente no início do tratamento: taquicárdia, palpitação, arritmias cardíacas, sintomatologia anginosa, cefalalgia, fraqueza muscular e cãibras, para a levotiroxina sódicareacções ou após uma situação de sobredosagem é possível que ocorram os seguintes sintomas típicos de hipertiroidismo, especialmente algum dosindividual componentes de Eutirox, podem ocorrer alérgicas especialmente da pele e do tracto respiratório. Sobredosagem Um nível elevado de T3 é um indicador fiável de sobredosagem, mais doquando que a elevação de T4 , febre, vómitos, da menstruação, pseudotumor cerebri, tremor, agitação, insónia, hiperhidrose, perda de peso, diarreia. Nestes casos muscular a dose diária deve é recomena“flushing” dose é aumentada muitoalterações rapidamente no início os dosintomas tratamento: taquicárdia, arritmias cardíacas, sintomatologia anginosa, cefalalgia, e cãibras, ou T4f. Após uma situação de sobredosagem, ocorrem normalmente de umpalpitação, aumento rápido do processo metabólico (ver secção 4.8). Dependendo do graufraqueza e da extensão da sobredosagem, ser reduzida, ou a medicação retirada alguns dias.osAcaracterísticos terapêutica deve ser cuidadosamente retomada, logo que as reacções adversas tenham desaparecido. Em deve caso podem ser “flushing” , febre, vómitos, alterações dadurante menstruação, pseudotumor cerebri, tremor, agitação, insónia, hiperhidrose, perda de peso, diarreia. Nestes casos aagitação dose diária MERCK s.a. dado que se interrompa o tratamento com os comprimidos e sejam efectuados testes adequados. Sintomas característicos de efeitos beta-simpaticomiméticos tais como taquicárdia, ansiedade, e hipercinésia de hipersensibilidade, podem ocorrer reacções alérgicas. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Merck S.A. Rua Alfredo da Silva n.º 3 C 1300-040 Rua Alfredo da Silva, 3 C dias. • 1300-040 Lisboa ser reduzida, ou a medicação retirada durante alguns A terapêutica deve ser cuidadosamente retomada, logo que as reacções adversas tenham desaparecido. Em caso atenuados–pelos beta-bloqueantes. Após dosesDO bastante elevadas, a plasmaferese poderá de grandesujeito utilidade. caso de envenenamento (tentativa de suicídio) em humanos, toleradas, sem quaisquer complicações, Telefone: 21Dezembro 361 35 00 • Fax: 21 361 36 62ser LISBOA DATA DA REVISÃO TEXTO de 2005 Medicamento a Em receita médica. Escalão de comparticipação: B.Alfredo Paraforam mais informações deverá de hipersensibilidade, podem ocorrer reacções alérgicas. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Merck S.A. Rua da Silva n.º 3 C 1300-040 doses de 10 mg de levotiroxina. Foram referidos em doentes, com históriano de Mercado abuso da levotiroxina durante alguns anos, casos de morte súbita cardíaca. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Merck s.a. Matriculada na C.R.C.L. sob o2005 nº 50302 contactar o Titular de Autorização de Introdução – LISBOA DATA DA REVISÃO DO TEXTO Dezembro de Medicamento sujeito a receita médica. Escalão de comparticipação: B. Para mais informações deverá Rua Alfredo da Silva n.º3 C 1300-040 – LISBOA DATA REVISÃO DO TEXTO Maio de 2008 Medicamento sujeito a receita médica. Escalão de comparticipação: B. Para mais informações deverá contactar o Titular Cap.DA Social: Ð8.649.530 • Contribuinte nº 500650870 contactar o Titularno deMercado Autorização de Introdução no Mercado de Autorização de Introdução Untitled-1 Untitled-1 2 Untitled-1 2 MERCK s.a. Rua Alfredo MERCK MERCK s.a. da Silva, 3 C • 1300-040 Lisboa Telefone: 21 da 361 35 00 Fax: 21 361 36 62 Rua da Silva, Silva, 1300-040 Lisboa Rua Alfredo 33•CC • •1300-040 Lisboa 2Matriculada na C.R.C.L. sob o nº 50302 Telefone: Fax:21 21361 36136 3662 62 Telefone: 21 361 35 00 ••Fax: Cap. Social: Ð8.649.530 • Contribuinte C.R.C.Lx/Contribuinte 500 650 870 nº 500650870 Matriculada na C.R.C.L.n.º sob o nº 50302 Cap. Social: Ð8.649.530 Cap. € 8.649.530 • Contribuinte nº 500650870 08/01/21 15:37:34 08/01/21 15:37:34 08/01/21 15:37:34