Atirando com o melhor Fuzil do Mundo HSG1
Transcrição
Atirando com o melhor Fuzil do Mundo HSG1
Atirando com o melhor fuzil sniper do mundo. Certa vez, atirando em latinhas com os meus sobrinhos, um deles me indagou qual seria o melhor fuzil “sniper” do mundo. De bate e pronto pensei no PSG1 da HK, mas essa foi uma questão que sempre me tirou o sono, já que fuzis de ferrolho sempre foram mais precisos que fuzis semi-automáticos, entretanto sempre tiveram o problema nefrálgico de necessitarem ser realimentados, o que faz com que o atirador perca segundos preciosos no caso de alvos múltiplos, para reenquadar a azimute e elevação. O divisor de águas da criação de fuzis semi-automáticos foi o atentado de Munich, onde o uso de fuzis aferrolhados acarretou na morte de 11 atletas da equipe de Israel. Com a experiência em ações contra o terrorismo percebemos que na maioria das vezes somente um sniper tem ângulo de tiro para eliminar alvos múltiplos, o que torna quase impossível o uso de um fuzil aferrolhado, já que a demora em fazer o segundo disparo pode acarretar na perda de vidas de inocentes. Em 1978 a HK lança no mercado uma variante do fuzil G3 denominado PSG1. Com a clara intenção de ser um dos primeiros fuzis sniper do mundo em ação semi-automática. O PSG1 já foi testado pela Magnum edição 29. Desta mesma variante do G3 surge um fuzil em Luxemburgo fabricado pela LUX DEF TEC, guardem este nome, com uma modesta produção de 1000 unidades/ mês. Localizada no meio do triângulo do aço onde é produzido o melhor aço do mundo, devido às propriedades do carvão existente naquele local, que permite um maior percentual calorífico. E aqui começa minha aventura. Troco e-mails com o CEO da LUX DEF TEC e agendo uma visita para atirar com o fuzil HSG1, e trazer para você leitor esta matéria. Chegando em Luxemburgo, no aeroporto, não acho a pessoa que me aguardaria como havia combinado, pego um táxi que não falava absolutamente nada em inglês, e depois do motorista me dizer que falava Alemão, Luxemburguês, Francês e Espanhol percebo que o mesmo fala português porque é da santa terrinha Portugal. Porém, ele me deixou no Hotel errado, já que o hotel tem 5 unidades com o mesmo nome só diferenciando o local. Finalmente recebi um telefonema do CEO da fábrica e peguei uma carona para o hotel certo e acertamos os detalhes para no dia seguinte testarmos o HSG1. Aproveitei para passear pela bela cidade de Luxemburgo. No dia seguinte vamos para a Alemanha de carro passando pela Bélgica. Sim, amigos, tive a oportunidade de andar em uma Auto Ban alemã onde não há limite de velocidade; nós rodamos a 160 Km e logo passava por nós um Mercedes a mais de 220 km por hora. Passamos pela bela cidade de KOL, fronteira alemã com a Bélgica, e em nenhum momento me foi pedido passaporte, apesar de ter cruzados 2 países em menos de 4 horas. Chegando na Alemanha fui recebido carinhosamente na maior distribuidora de armas daquele país, mas para não alongar em demasia esta matéria fiz uma outra reportagem na Magnum 111 sobre esta visita. Vamos ao que interessa. Chegando ao belíssimo clube de tiro localizado em próximo a Düsseldorf de nome SCHIEBSPORTCENTRUM, começamos o processo de ajuste das miras já que um dos três exemplares colocados à nossa disposição encontrava-se com a luneta separada do fuzil. Aproveitei para atirar com o HSG1 que estava sem luneta. Nada neste mundo é tão preciso. Mesmo para mim que andava enferrujado no tiro com fuzil, a mira aberta permitiu acertar logo de cara no centro do alvo, como nós costumamos dizer “na mosca” a 100 metros quando o aparelho de pontaria cobre gentilmente o centro do alvo. Montamos a luneta no segundo HSG1 de maneira bem despojada, já que não foi usado nenhum aparelho como torquímetro para medir a força de aperto dos parafusos do mont, muito menos um apontador laser muito usado para pré regular a azimute. Com munição comum (Detalhe munição padrão) marca PRVI PARTIZAN começamos nosso teste. Fiz 3 disparos para esquentar o cano, todos na mosca mas com espaçamento entre eles de 1 cm. O Daub mais acostumado com o fuzil segue com o teste. Logo de cara ele faz um agrupamento com intervalo de 8 milímetros entre um tiro e outro. Passamos agora ao terceiro exemplar de HSG1 que tinha como equipamento um supressor de ruído que reduzia o barulho, mas não impedia em nada que o som do disparo fosse ouvido claramente e identificado como um tiro de fuzil. Já que silenciar um tiro de 7,62 nato Thomas que nos acompanhava sai do stand e volta trazendo nada mais do que o Mítico fuzil HK PSG1 de propriedade do dono do Stand. Agora seria a oportunidade de ouro de poder comparar lado a lado o Fuzil HSG1 com o PSG1 uma oportunidade única na vida de qualquer atirador de armas longas. Caro leitor, meus olhos brilhavam. Peguei a mesma munição que estava atirando com HSG1, coloquei no PSG1, o alvo a 100 metros, e fogo. Logo percebi que ao tocar o gatilho os retículos se iluminavam no PSG1, o que gostei muito. Mas não vejo como uma vantagem já que lunetas modernas dispõem desse recurso também ao puxar para fora o aparelho de regulagem do retículo (caso da luneta Nightforce 12-42 x 56 NXS). Feitos os disparos trago o alvo para comparar com o outro e noto que meus tiros estavam a pelo menos 6 cm um do outro. Comparado a 1 centímetro do outro fuzil, achei muito. Peço ao Thomas uma caixa de munição Lapua “Special purposes FMJBT 12,0 g / 185 gr de alta performance” e por incrível que pareça, não consegui melhorar meu agrupamento. Trocamos o atirador. Thomas e Daub não conseguiram melhores resultados. Mas como pode, dois fuzis com sistemas de disparos semelhantes Blowback atrasando terem tamanha diferença. Afinal estava atirando com o mito PSG1 da marca HK. Mexemos na regulagem da luneta, e nada. Percebemos claramente que aquela era a precisão máxima alcançada pelo PSG1. Volto então ao HSG1, agora com munição Lapua. Leitor, os tiros foram perfeitos, com um agrupamento de 6 milímetros de distância entre um tiro e outro; ou seja, a diferença de precisão de um HSG1 para um PSG1 é de 6 centímetros, o que nos faz concluir que o HSG1 é 10 vezes mais preciso do que o PSG1. Enquanto o enquadramento de um fica em média em uma área de 6 centímetros um tiro do outro; o outro fica 6 milímetros. O que em uma situação hipotética com reféns pode significar na vida ou morte do refém. Daub consegue o improvável. Três tiros, um em cima do outro, onde ficava patente a superioridade do fuzil HSG1 em relação ao HK PSG1. Desde meus primeiros tiros de fuzil na adolescência sempre achei que o PSG1 era o melhor fuzil do mundo. Agora era a vez de Thomas, que também demonstrou ser um exímio atirador. Ao lado, na outra baia, se encontrava um senhor atirando com um Blaser R93 que ficava com cara de bobo quando nossos alvos eram puxados para perto de nós, já que o mesmo usava um fuzil ferrolhado com munição lapua e seus resultados se aproximavam mais da HK do que do Fuzil da LUX DEF TEC. Partimos para mais um teste velocidade x precisão. Quantos disparos conseguiríamos fazer em 10 segundos, simulando o uso do fuzil em uma ação real com alvos múltiplos? Minha melhor marca foram 6 tiros no alvo em 10 segundos com uma distância de 1,6 centímetros de raio. Agrupamento de cerca de 3,2 centímetros. Logo a frente vem Thomas com também 6 tiros, mas com um agrupamento melhor, aproximadamente 1,4, centímetros. Agora para desmoralizar qualquer sniper do mundo, vem o Daub com 10 tiros em 10 segundos, com um agrupamento de nada mais, nada menos de 6 milímetros de raio, 1,2 (um centímetro e dois milímetros), só para ilustrar, imagine que uma moeda de 1 centavo de real tem 2 centímetros de comprimento, é como se todos os tiros tivessem acertado a mesma moeda. Com um gatilho de movimento preciso ao final do curso com o peso de 1,600kg o primeiro disparo e 1 kg para o segundo disparo, o HSG1 demonstrou ser uma arma bastante segura evitando disparos acidentais. Suas regulagens de coronha e a possibilidade de regulagem da distância da luneta, faz com que o fuzil adapte-se como uma luva para qualquer atirador dos mais variados tamanhos. Fizemos outros testes como o de atirar duas vezes em cada alvo, no total de 4 alvos já que o stand só possuía 4 baias de 100 metros cada. O Stand era hermeticamente fechado o que colaborava para a precisão. Tiros com alvos em diferentes distâncias, rápidos, sempre demonstraram que o fuzil era para lá de preciso. Mesmo quando descarreguei os 20 tiros do fuzil, com o fuzil em meu ombro, com a mesma velocidade da minha pistola de IPSC não houve falha, e todos os tiros foram no alvo. Com seus 5,7 kg não aconselho ninguém a usar a arma sem estar apoiada já que seu peso acaba comprometendo a precisão. Continuamos nosso teste até acabar as 40 caixas de munição. Em dados momentos o cano do fuzil chegava a ficar bem quente impossibilitando o toque. Finalizado o nosso teste fomos ao bar do stand onde apreciei uma boa cerveja alemã, enquanto nossos amigos que estavam dirigindo ficaram com água na boca. Lá quem é pego dirigindo sobre o efeito de álcool vai para a cadeia e paga pesada multa. Amigos leitores, já tive oportunidade de atirar com muitos fuzis de diferentes países e de diferentes marcas e calibres, mas nada, nada do que tive em minhas mãos e disparei chega perto deste pra lá de especial fuzil HSG1, fabricado pela Lux Def Tec - Luxemborg Defence Technogy. Acredito que mesmo a distância considerada por muitos impraticáveis para o calibre 308 Win como tiros a 1000 metros, com este fuzil seja possível acertar e acertar na mosca.