PDF - Associação Paulista da Abordagem Centrada na

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É bastante comum que se faça associação entre violência e comportamento
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dominante),
mas
também
configurações
com
mães
ou
pais
solteiros,
pais
homossexuais, agrupamentos diversos etc. – já não podemos reconhecer um modelo
sócio-familiar único (Lins & Bezerra de Menezes [coords.], 1995). Em alguns casos
agravados pela ausência de um modelo familiar estruturado, a freqüente debilidade, a
embriaguez e/ou a violência paternas são tão aversivas que o filho se recusa
veementemente a se identificar com qualquer manifestação de virilidade, investindo em
fazer desaparecer toda similaridade com a figura paterna e masculina. Para Corneau
(1993), tal confusão é favorecida devido à manutenção, diante da diversidade social, do
que denominou de paternagem inadequada: violência física ou simbólica regulares;
ausência prolongada; indução de culpa; falta de resposta às necessidades de afeto e de
dedicação; ameaças de abandono com objetivo de punição ou de disciplina;
“agarramento” ao filho para que ele cresça rápido demais para sua idade; e fazer do
filho o “bode expiatório” da patologia familiar. Ou seja, apesar da diversidade dos
modelos familiares e de paternagem, muitos homens ainda são construídos por meio de
uma educação que apenas privilegia a hierarquia,
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torna, então, um espaço de estranheza e de desconfiança, ao qual alguns homens
resistem ou mesmo recusam qualquer aproximação. A mulher se mantém, em muitos
casos, uma fonte de mistério, atraente sem dúvida, mas perigosa, pois pode contaminar
o macho inseguro de pôr em risco sua frágil masculinidade debilmente construída.
Diversos pensadores, entre eles Lévi-Strauss (1976; [org.], 1981), consideram o
patriarcado como um sistema universal de
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moralmente superiores aos valores masculinos, sistematicamente denegridos. A equação
macho = mal se impôs em toda parte. (...) A essa extrema vitalidade feminina, os homens,
contestados em sua virilidade, reagiram com a fuga, o desespero ou a impassibilidade silenciosa
(Badinter, 1993, p. 149).
Por vezes, “encurralados” por essas novas cobranças sociais, particularmente as
advindas das mulheres, e não podendo, não conseguindo ou não querendo atendê-las,
ou ainda criticados por persistirem em adotar posturas consideradas ultrapassadas,
pois pautadas no modelo patriarcal de virilidade
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Portanto, para Almeida 26 – que baseia sua análise nas concepções de Figueira (1980;
in: Almeida, Carneiro & Paula [orgs.], 1987; 1991)
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como se as mulheres fossem uma população que permite experimentar medidas que em seguida
serão aplicadas aos homens (p. 205).
De fato, com as transformações freqüentemente traumáticas da globalização mundial e
do império generalizado do neo-liberalismo, o emprego temporário, além do trabalho
informal, vem se constituindo como mais uma modalidade de exploração que o
capitalismo impõe à grande massa de trabalhadores. O espectro ou a realidade do
desemprego tem atingido indivíduos de ambos os gêneros, mas os homens, apesar da
importância do trabalho para a construção da condição e da subjetividade masculinas –
como já apontei anteriorment
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especialmente nas últimas décadas do século XX - apesar de não proporcionarem
ainda uma clareza do rumo que devem tomar - parec 0 j-indepvem tomar - 9tnarem
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relacional de intimidade, supostamente inexistente ou praticamente ausente se eu
utilizasse outros procedimentos de investigação. O que, à primeira vista, pode parecer
enviesar os depoimentos, talvez colocando s
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- os participantes da pesquisa devem ser cuidadosamente selecionados por serem
pessoas que tenham experienciado o fenômeno;
- a “colocação entre parênteses” das experiências pessoais pelo investigador pode ser
difícil;
- o investigador deve decidir como suas próprias experiências pessoais serão
introduzidas e expostas na pesquisa.
Giorgi (1980) assim descreve sua proposta fenomenológica de análise de dados:
primeiro, lê-se através do protocolo para captar o sentido das totalidades. O primeiro passo da
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Capítulo 2. Escutando Homens: Quem São Eles 43 ?
- Essa entrevista, pra mim, ela é marcante, não é,
que eu pude me lembrar de coisas que eu não
lembrava mais e eu pude elaborar conceito de
alguma coisa que eu imaginava que fosse “fechado”
pra mim. Você “mexeu” comigo também: eu saí
“mexido” no sentido de que determinadas
intervenções são difeBDC2r2s, são caras, não são
completamente elaboradas; de tentar formular mais
respostas; de perguntas mais difeBDC2r2s de fazer; e
comentar pra me deixar falando do jeito que
aconteceu comigo em relação a você. É no sentido
de não “fechar” em torno das questões que você me
perguntou, percebe? E muita coisa foi de impulso e
do momento, que eu achava que era: quando eu
falei do meu pai; quando eu namorava “legal”; as
questões, também, de mulher, de homem, nesse
sentido. É somente isso. Isso “mexe” comigo.
Mário
Julguei importante expor aqui breves informações acerca de meus informantes
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por problemas técnicos, a primeira não foi gravada. Apesar de tal fato ter tornado a
segunda entrevista repetitiva e cansativa – como ele mesmo destacou - mostrou-se
disposto e falante em seus depoimentos.
Luís foi meu terceiro e último entrevistado da fase de pré-teste da pesquisa.
Tinha 28 anos no momento da entrevista e era funcionário de uma instituição privada,
além de trabalhar como técnico autônomo em contabilidade. Tem 2º grau completo e
recebia cerca de 5 salários mínimos por mês. É separado da mulher e tem uma filha
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(19,04% de meus informantes); 2/3 ou 14 deles foram meus clientes de psicoterapia
individual, enquanto 9,52% (2) foram clientes de psicoterapia de grupo e apenas 4,76%
(1) deles submeteram-se a psicodiagnóstico. Esta diversidade, mesmo que restrita,
aponta para vários vínculos e canais de informação sobre a condição e a subjetividade
masculinas na contemporaneidade;
- realizei minhas entrevistas de pesquisa nos primeiros mese
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Capítulo 1 - Quando Homens Falam de Si Mesmos e do que É Ser Homem
Fortaleza: Uma Subjetividade em Constante (Re)Construção
Guerreiros são pessoas
Tão Balefes, t343o Bar3431gei
em
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eu fui pra um motel com um namoradinho, eu me senti completamente inadequado: queria voltar,
não queria entrar, o porteiro, tava com medo, uma série de coisas.
Gilson custou a entender que ser homem implica em certas cobranças e exigências
sócio-culturais: “é a tal da cobrança e
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em um encontro que eu fiz, há pouco tempo, de “rapel” - que é uma técnica de você descer de
corda - então, eu, na questão de não ter força, eu me senti inferiorizado pelas brincadeiras dos
outros “caras” e tudo. Eu me senti inferiorizado. Quer dizer: não sei se cabe, mas eu me senti
inadequado. Tanto é que eu parei e comecei a fazer musculação, que é pra quando eu tiver com
força, aí eu volto. Eu me senti inadequado. Tecnicamente, na minha profissão, às vezes, eu me
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Lucas atribui as mudanças do homem contemporâneo às próprias transformações da
sociedade. Embora perceba diferenças culturais entre os homens, acredita que exista
uma condição de gênero comum, apesar de se considerar diferenciado devido à sua
homossexualidade:
eu acho que o homem tá mudando, sim, até no que a sociedade também como um todo está
mudando e ele faz parte do processo de mudança da sociedade. Hoje, ele está vendo a mulher
como uma concore /ado deo de 2343osso de mudanpnj0 Twociedcapcesdeeo de 234r concorndo n
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Embora suas opiniões variem quanto à importância, à significação e à intensidade
dessas mudanças sócio-culturais e alguns estejam mesmo insatisfeitos com elas considerando negativos os efeitos dos recentes rumos da construção da condição e da
subjetividade masculinas - creio poder considerar tais transformações um verdadeiro
fenômeno sócio-cultural. Entretanto, não posso deixar de fazer algumas observações.
Muitos de meus entrevistados destacam a suavização ou a flexibilização da rigidez do
poder viril patriarcal, conservador e autoritário, mas, muitas vezes, confundem tal
abrandamento com uma feminilização dos homens, uma perda de espaço sócio-cultural
para as mulheres – neste caso, percebidas como suas adversárias - uma efeminação
dos machos ou até mesmo a ocorrência de uma proliferação gay - fenômenos que são
freqüentemente considerados por muitas mulheres insatisfeitas com a confusão
masculina – o que apenas tem reforçado a costumeira homofobia em nossa cultura.
Embora a diferença entre homens e mulheres seja fundamental, ela é mínima, pois não
fixa necessariamente o gênero à sexualidade: “feminilidade(s) e masculinidade(s),
vamos encontrá-los distribuídos entre homens e mulheres em combinação tão variados,
que no limite poderíamos pensar numa sexualidade para cada indivíduo” (Kehl, 1996, p.
13). Neste sentido, como bem
afirma a psicanalista, para os homens, toda
feminilização é percebida como uma perda ou como o cumprimento final de uma antiga
ameaça. Seria por isso, então, que ao homem interessaria manter a mulher à distância,
buscando garantir que sua superioridade corporal
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agressões dos outros, né? Às vezes, um lhe “corta”: aí, você fica “injuriado”, quer “cortar”
também. (...) Você, no volante, quer se sentir superior aos outros ou, assim, parecer mais macho,
vamos dizer assim. Você não aceita desaforo no trânsito, né? E eu, nesse dia que a “Kombi”
passou, eu notei que o outro carro, ele ia também atravessar a preferencial, que era minha, né?
Mas eu - é claro que isso, talvez inconscientemente, muito rapidamente, o inconsciente: “(...) ah,
aqui num vou deixar, não! A responsabilidade é dele; né minha”. Aí, o “cara” - “pá”! - bateu, né, e
eu, receando, levantei, saí do carro e comecei a xingar o “cara”, né? Quase batia nele, mas não
cheguei a tanto, né, num-sei-que. Depois me acalmei. Aí, eu fiquei, talvez depois de algum
tempo, pensando que realmente ali era a primeira vez que eu colhia, assim, uma coisa que eu
num ficava bobo. Entre aspas, eu ficava valente, né, de partir às vias, de brigar. Eu não vou
negar: eu me senti bem, na hora. (...) Você se sente, assim, ou talvez seja sempre - vamos dizer
assim - também mais homem, num sei, né, um senso de poder na gente, talvez ainda algum
resquício, né, de que a gente tem ainda uma parte instintiva, uma parte animal, num-sei-que da
gente, né? E quando vem aquilo, você se sente mais forte, né, num sei, mais poderoso, né?
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quando nós encontramos pela primeira vez, minha mãe tentou me abraçar - e ela era bem
baixinha e eu bem alto - e ela me abraçou assim na cintura e ficou com a cabeça aqui em meu
peito, mas eu retribuí de uma forma muito fria. E a minha mulher, na época, percebeu e disse:
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construção da disponibilidade ou da resistência masculina a assumir tais tarefas
domésticas, além da aprendizagem da futura função paterna dos homens. Portanto,
esta questão constituiu minha 6ª tipologia nativa, desenvolvida a partir das seguintes
perguntas a meus entrevistados: se a mãe cobrava ou solicitava que realizassem
atividades domésticas (pergunta 27); como re ue0.0dama mais tobravçs u solicitav347æ5s
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Preto filho da puta! Não quero preto aqui em casa!” (...) Se tinha alguém precisando fazer um
curso de como ser preconceituoso, faça um curso lá com A., que ele era ótimo nisso (risos)
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desculpo”. Guilherme se exige muito que consiga manifestar mais livre e
espontaneamente sua virilidade:
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plano de idade, na idade do colegial e um gasto absurdo: é um gasto absurdo o sujeito manter,
dar educação, dar um padrão de vida, numa época dessa. Então, aí, se eu já tô aí, eu tenho é
que assumir que eu, de livre e espontânea vontade, num quero, não. (...) A minha relação é muito
melhor do que a que ele tinha comigo porque eu sinto prazer em andar com eles. Eu, tendo
oportunidade, eu gosto de passear com eles: o papai num fazia isso tranqüilo, né? Só me lembro
de uma vez que o pai saiu comigo: uma vez, saí lá do centro até a outra ponta, ali, perto do
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mesmo investem na integração entre os gêneros, bem como no desenvolvimento de
com seus congêneres.
. O homem que não confia em outro homem
Apesar de alguns homens ainda preferirem ou se limitarem a desenvolver
amentos masculinos. É neste sentido
a defensividade distanciada entre
as amizades entre homens são como terra de ninguém. Fomos socializados para calar o
sofrimento, o prazer ou a fantasia para outro homem, sob o preço de perder sua “amizade”.
envolvimento
comsão,
o trabalho,
as guerras
e o comércio
(p.e13).
Nossas
relações
na maioria
das vezes,
superficiais
distantes, justificando nosso fervoroso
integrar intimamente com seus congêneres.
mulheres e freqüentemente também vacilam ou oscilam entre o desejo e o temor de se
solitário quanto às suas relações sociais de gênero, pois nem sempre confiam nas
Assim, muitos homens ainda hoje vivenciam uma espécie de sofrimento calado e
utenhoalgsmi,cbrpã”(J); meusntrviadoblçõqàzch:“,
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O
324
sociedades. Portanto, a fragilidade e a instabilidade da subjetividade e da condição
masculinas podem explicar, pelo menos em parte, porque muitos homens ainda
precisam demonstrar freqüentemente - para si mesmos e para os outros - que são
adultos independentes, homens másculos e ativos e machos heterossexuais à toda
prova. Assim, podemos compreender que ser homem é - antes de tudo e
diferentemente da condição feminina - uma construção secundária, reativa e negativa,
que (re)afirma sistematicamente: “não sou um bebê dependente; não sou uma mulher
passiva; não sou um homossexual efeminado”, como bem apontou Badinter (1993).
Expus como historicamente as diversas sociedades desenvolveram rituais de
iniciação, de passagem ou ritos de instituições (Bourdieu, 1982/1990) que visavam a
instalar e a garantir a virilidade de seus cidadãos homens. Tais rituais podem ser
encontrados nas sociedades arcaicas, passando pela pedagogia homoerótica da Grécia
antiga e pela formação dos cavaleiros da Idade Média, chegando até aos tempos atuais
- embora de forma bastante atenuada e sutil - mas sempre presentes no imaginário
masculino e na vida concreta dos meninos e dos adolescentes que buscam conquistar
seu estatuto sócio-cultural de “homens de verdade” (Castoriadis, 1995). Estes ritos
institucionais de virilização costumam impor um limite crítico a ser superado, ou seja,
exigem que o garoto abandone sua infância indiferenciada para tornar-se um homem
adulto e másculo, revelando os impasses da construção sócio-cultural do gênero
masculino,
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natural, o rapaz precisa passar por um processo educativo substitutivo os csa passag7[081.725 Td
336
- clima de trabalho profissional freqüentemente desqualificador da expressão da
individualidade, da singularidade e da subjetividade dos homens, como bem o descreve
Gilson, que se sentiu cobrado a ser mais agressivo pelo chefe no trabalho:
eu tive uma pessoa comigo que me cobrou e que nós não tivemos um desfecho feliz: (...) Eu só
não me aposentei amigo dele porque ele era uma pessoa que me cobrava uma atitude mais
agressiva e tal, e que, na hora, eu fiquei meio sem ação, mas que, depois, eu achei que ele podia
querer, mas não podia exigir porque eu era uma outra pessoa. Aí, eu saí: saí como inimigo.
- angustiante ausência paterna em seu cotidiano familiar, como apontou Pedro: “ah,
meu pai é uma pessoa distante! Meu pai não tinha tempo pra mim e a minha mãe
sempre tinha tempo, sempre me dava atenção. Mas, na realidade, a coisa não é tão
simples assim porque, na realidade, era meu pai quem tinha que lutar, trabalhar”.
Podemos perceber, então, que a ausência paterna - comum na experiência de muitos
filhos - costuma provocar a busca de explicações, de justificativas e de racionalizações
(geralmente tardias) que têm seu principal fundamento freqüentemente nas pressões
sócio-culturais que prioritariamente incidem sobre os homens no que se refere ao
trabalho, como acrescenta o mesmo Pedro:
eu não sei se essa é uma coisa que eu sinto relativamente há pouco tempo pelo fato de que,
anteriormente, durante uma boa parte da minha vida, eu vivi na casa de meus pais e, hoje, eu
entendo, por exemplo, muitas coisas em relação a meu pai. (...) Pra o homem, é colocado mais
isso, essa pressão de que ele tem que “cavar” a luta do dia-a-dia, e, pra mulher, (...) nem tanto.
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afirmativa – otimista, sem dúvida, mas fundamentada em observações que discuti ao
longo desta tese - se baseia nas transformações sócio-culturais ocorridas nas relações
sociais de gênero ao longo da história da humanidade e especialmente no século XX,
permitindo-me concluir que o patriarcado já não detém o mesmo hegemônico poder de
dominação viril no mundo contemporâneo que outrora costumava impor a homens e
mulheres, e que, se ainda mantém seus insidiosos tentáculos ativos em muitos
contextos da vida humana, deve progressiva