cliente - Fecomércio DF
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Ano XVII nº 180 – Março 2013 o grande cliente Empresas privadas fazem de tudo para fornecer ou prestar serviço para a administração pública. A relação é vantajosa, porém, desigual Entrevista // Pág. 8 marco antonio de Oliveira Comércio // Pág. 36 revista FECOMÉRCIO | março 2013 problemas com sites de compras coletivas 1 2 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 www.cartaobrb.com.br Central de Atendimento Cartão BRB Distrito Federal: 4003-4004 Outros Estados: 0800 880 4004 Deficiente auditivo/fala: 0800 880 6148 (a ligação deverá ser feita de um aparelho TDD) Telessaque Parcelado *Valor mínimo para a transação: R$ 200,00. Crédito tão fácil que você solicita de onde estiver. O jeito mais simples e confortável de se obter crédito é com o Telessaque Parcelado. Você pode solicitar o serviço sem sair de casa, do trabalho ou de onde estiver. Basta você ligar na Central de Atendimento Cartão BRB e o valor desejado será lançado em sua conta-corrente para saque*. Solicite o seu. revista FECOMÉRCIO | março 2013 3 sumário Posso ajudar? Fotos: Luana Lleras Como identificar o perfil de cada cliente e tornar a relação de compra mais agradável e eficaz 16 Na hora da escolha Marcas investem nos provadores. Mais de 60% dos clientes que entram lá compram 56 A vez das microfranquias Com até R$ 50 mil, é possível tornar-se empreendedor, como fizeram Fernanda Magalhães e Lisiane Bagatine 24 Cliente: O Estado Grande parte das empresas da capital federal sonha em fornecer ou prestar serviço para a administração pública. A relação é boa e vantajosa, mas também tem seus percalços 32 seções 8Entrevista 15 Direito no trabalho 19 Empresário do mês 23Vitrine 30Gastronomix 39 Caso de sucesso 44Gente 47Economia 48Sindicatos 55 Agenda fiscal 60 Pesquisa conjuntural 64Segredos do marketing digital 66Pesquisa relâmpago cartas Endereço SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília – 70306-911 (61) 3038.7500 – www.fecomerciodf.com.br – twitter.com/fecomerciodf Presidente Adelmir Araújo Santana Diretoria Miguel Setembrino Emery de Carvalho • Antonio Augusto Carvalho de Moraes • Clayton Faria Machado • Francisco Maia Farias • Antônio Tadeu Peron • Edy Elly Bender Kohnert Seidler • Fábio de Carvalho • Francisco das Chagas Almeida • José Aparecido da Costa Freire • José Carlos Ulhoa Fonseca • José Geraldo Dias Pimentel • Oscar Perné do Carmo • Cecin Sarkis Simão • Hamilton César Junqueira Guimarães • Miguel Soares Neto • Paolo Orlando Piacesi • Roger Benac • Joaquim Pereira dos Santos • Diocesmar Felipe de Farias • Glauco Oliveira Santana • Suely Santos Nakao Diretores Suplentes Aldo Ramalho Picanço • Alexandre Machado Costa • Álvaro Jose da Silveira • Ana Alice de Souza • Antonio Delgado Torres • Bartolomeu Gonçalves Martins • Carlos Hiran Bentes David • Clarice Valente Aragão • Edson de Castro • Elaine Furtado • Francisco Joaquim Loyola • Francisco Valdenir Machado Elias • Jó Rufino Alves • João Ricardo de Faria • José Fagundes Maia • Luiz Alberto Cruz de Moraes • Milton Carlos da Silva • Osório Adriano Neto • Paulo Targino Alves Filho • Sandoval Antonio de Miranda Conselho Fiscal Arnaldo Sóter Braga Cardoso • Arnaldo Rocha Mudim Junior • Raul Carlos da Cunha Neto • Maria Auxiliadora Montandon de Macedo • Henrique Pizzolante Cartaxo Conselho Consultivo Mitri Moufarrege • Antônio José Matias de Sousa • Laudenor de Souza Limeira • Luiz Carlos Garcia • José Djalma Silva Bandeira • Orlando Antônio Vicente Taurisano • Rogério Tokarski Diretor Regional do SESC José Roberto Sfair Macedo Diretor Regional do Senac Luiz Otávio da Justa Neves SUPERINTENDENTE DA FECOMércio João Feijão Contribua com sugestões, críticas e comentários sobre os assuntos que são abordados na publicação. Envie sua mensagem para Assessoria de Comunicação da Fecomércio-DF – SCS Quadra 6, Ed. Jessé Freire – 5º andar – Brasília – 70306-908 ou para o e-mail [email protected]. (61) 3038.7527 //Incentivo Gostei principalmente da matéria Falta capitação, sobra otimismo (edição 179), sobre jovens empreendedores. Isso dá motivação extra para alcançar nossos objetivos. Outra matéria que destaco é a Está tudo bem?, na mesma edição, que trata sobre como ter um bom diagnóstico da sua empresa. João Paulo Maciel da Silva Estudante de gestão de tecnologia da informação DIRETORA-EXECUTIVA DO INSTITUTO FECOMÉRCIO Elizabet Garcia Campos Sindicatos filiados Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras do DF (Sinccab) • Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações, dos Agentes Comerciais Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) • Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF (Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção do DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindloc) //Entrevista Gostei muito da entrevista com a especialista em franchising Patrícia Barreto Gavronski (edição nº 179). Sou proprietário de um salão de beleza e fiquei interessado em abrir franquias do meu negócio também. Rafael Augusto Moreira Cabeleireiro Sindicatos associados Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis) Coordenador de Comunicação do Sistema Fecomércio-DF Diego Recena Revista Fecomércio Coordenação Editorial - Editora Meiaum Editora-chefe - Anna Halley Editora-executiva - Paula Oliveira Editor Fecomércio - Diego Recena Editora Senac - Ana Paula Gontijo Editor Sesc - Marcus César Alencar Editora de fotografia - Luana Lleras Repórteres - Ana Carolina Freitas, Andrea Ventura, Fabíola Souza, Luciana Corrêa, Luciene Cruz, Lucyenne Landim, Mariana Fernandes, Sílvia Barros, Sílvia Melo e Talita Cavalcante Projeto gráfico e diagramação - Gustavo Pinto Capa - Gustavo Pinto Revisora - Anna Cristina Rodrigues Impressão - Ediouro Gráfica Tiragem - 60 mil exemplares 6 Contato comercial - Joaquim Barroncas (61) 3328.8046 – [email protected] revista FECOMÉRCIO | Março 2013 editorial Faremos a nossa parte D ar condições para a pop u l a ç ã o e m p re e n d e r é o melhor que os governos podem fazer para que o País consiga finalmente ter o tão esperado desenvolvimento econômico sustentável e o consequente equilíbrio social. As políticas assistencialistas funcionam, mas se forem pensadas como soluções imediatistas. O erro é contar com ajuda financeira governamental para sempre, sem contrapartida. Nesta edição, apresentamos uma matéria sobre o crescimento do mercado de microfranquias no Brasil. Com investimento de até R$ 50 mil, apoio de entidades como o Sebrae e interesse dos bancos em financiar esse tipo de investimento, está aí uma solução para o desemprego. A solução é tanto para quem se torna um empreendedor quanto para os funcionários que essas novas empresas demandarão. É bom para todos. E as próprias instituições financeiras já perceberam isso, como mostramos na reportagem a partir da página 22. Teremos um ano difícil pela frente. Mas nosso colunista de economia, Raul Velloso, prevê a continuação do crescimento do revista FECOMÉRCIO | março 2013 comércio varejista. Avistamos muitas oportunidades, e saberemos aproveitá-las, mas dependemos também da força da economia. O PIB esperado para este ano é de 3%, bem maior do que o de 2012. O otimismo, porém, vem da esperança de que os investimentos governamentais feitos no ano passado surtam efeito agora. A inflação deve permanecer acima da meta. O jeito é esperar para ver. Enquanto isso, vamos tocando os nossos negócios e pensando em como aprimorar sempre a nossa relação com os clientes, os fornecedores, os concorrentes e o Estado. A nossa relação com o Estado, como fornecedores de bens e prestadores de serviços, é tema da nossa reportagem de capa. Que empresário não quer um contrato com a administração pública? Além de serem duradouros, fortalecem o nosso portfólio. Essa relação, porém, apesar de bastante vantajosa, tem seus gargalos. Os atrasos constantes dos pagamentos são ruins para as empresas e para a própria administração pública, que acaba pagando mais para compensar o buraco orçamentário dos seus contratados. Paulo Negreiros Adelmir Santana Presidente do Sistema Fecomércio-DF • Federação • Instituto Fecomércio • Sesc • Senac 7 //entrevista Ensino técnico em alta //Por Talita Cavalcante Lançado pelo governo federal em outubro de 2011, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) inicia 2013 com propostas para se consolidar. Com a incorporação de novos parceiros, a finalidade é alcançar 2,3 milhões de pessoas e chegar a 2014 com a oferta de 8 milhões de vagas nas 27 unidades da Federação. De acordo com o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marco Antonio de Oliveira, em 2013, serão incorporadas as instituições privadas de ensino superior e as escolas técnicas privadas. Oliveira é cientista político e doutor em ciência econômica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 8 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 Fotos: Luana Lleras Marco Antonio de Oliveira Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação revista FECOMÉRCIO | março 2013 9 Qual sua avaliação do Pronatec, criado em 2011? O Pronatec é composto de seis iniciativas – expansão da rede federal, bolsa-formação, rede e-tec, Fies Técnico e Empresa, acordo de gratuidade do Sistema S e Programa Brasil Profissionalizado – e vem caminhando de maneira muito satisfatória. Ele ainda não se consolidou totalmente. Este ano é decisivo para o processo de implementação, visto que se incorporaram novos parceiros ao programa. Alcançamos em 2012 um total de 2,5 milhões de pessoas atendidas pelo Pronatec e temos como objetivo para este ano 2,3 milhões. Até o fim de 2014, seguramente, vamos cumprir a meta de ofertar 8 milhões de vagas em todo o País. O Pronatec opera atualmente nas 27 unidades da Federação. Qual o tamanho da rede de educação técnica hoje? A rede de educação técnica envolve o Sistema S. Inicialmente, participavam como parceiros ofertantes – ou seja, que oferecem as vagas, os cursos – o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). No segundo semestre de 2012, se incorporaram à rede o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat). Participam ainda como ofertantes os institutos federais de educação tecnológica, que são 38 em todo o País. Temos ainda as escolas técnicas de nível médio vinculadas às universidades federais – que somam 24 unidades – e, por fim, as redes estaduais de educação. Deveremos incorporar, em 2013, as instituições privadas e as escolas técnicas privadas que vão ofertar cursos na modalidade subsequente, destinada a egressos do ensino médio público, que poderão fazer um curso com carga horária mínima de 800 horas. Como o governo federal controla uma rede tão grande, articulada e distinta? Priorizamos redes com tradição: são consolidadas, com vasta experiência em educação profissional e com claro reconhecimento público. Elas estão estruturadas em rede. No que compete ao bolsa-formação – responsável pela oferta gratuita de cursos técnicos e de formação inicial e continuada –, toda a gestão é eletrônica, por meio do Sistec, que é o sistema que gere toda a informação a respeito dos cursos de educação profissional e tecnológica. Além disso, neste ano, vamos começar a fazer a avaliação de egressos, ou seja, acompanhar aqueles que já passaram pelos cursos de formação. A finalidade é analisar os resultados e identificar o que mudou para essa pessoa em termos de inserção no mercado de trabalho. Uma crítica ao Pronatec foi a inclusão do Sistema S na rede, por se considerar o controle da qualidade do ensino ineficaz. Qual a avaliação que o senhor faz da participação do Senac? Em relação aos cursos de curta duração, a experiência do Sistema S se sobressai. Umas das maiores críticas que há e da qual fugimos é sobre a oferta de “cursos de prateleira”. Com relação à atuação do Senac, ela avançou progressivamente ao longo de 2012. Dentro do Sistema S, atualmente, é o segundo maior ofertante de vagas. Foram 502 mil em 2012. Para 2013, a finalidade é chegar a 525 mil em todo o Brasil. O Senac, dentro do Sistema S, atualmente, é o segundo maior ofertante de vagas. Foram 502 mil vagas em 2012. 10 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 Existem parâmetros de qualidade a serem seguidos? A crítica de que não há controle sobre isso procede? Estamos em um momento de consolidação de instrumentos, que precisam ser aperfeiçoados com o tempo. Não procede essa crítica de que não há controle. Atualmente, temos critérios predefinidos para a oferta de cursos. Esses critérios constam no Guia Pronatec Cursos FIC, que são os cursos de formação inicial e continuada. Lá estão estabelecidos quais os cursos que podem ser ofertados, além da carga horária mínima, de 160 horas, e do perfil específico de cada curso. O MEC dispõe ainda da Diretoria de Integração de Redes, que tem a função de avaliar o andamento desses cursos. Em relação aos cursos técnicos, que têm carga mínima de 800 horas, temos o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Lá está todo o escopo do curso. Qual é a demanda do País por profissionais técnicos? Ela é maior do que pelos graduados? Fala-se muito dessa demanda, mas ninguém tem números exatos sobre isso. A Confederação Nacional da Indústria fala na necessidade, por exemplo, de 1,5 milhão de técnicos de nível médio até 2014. Mas esse é um número que precisa ser mais bem explorado. O que o MEC está fazendo para dimensionar melhor essa demanda é justamente o que chamei de Mapa da Educação Profissional no Brasil. Por que o ensino técnico passou a ganhar atenção especial do governo federal? Antes não havia essa necessidade? Há uma demanda reprimida muito grande nessa área. Em outros países, o ensino técnico de revista FECOMÉRCIO | março 2013 nível médio ocupa um lugar mais privilegiado do que ocupa até agora no Brasil. Em muitos países, atividades que aqui no Brasil são exercidas por profissionais de ensino superior ficam a cargo de técnicos de nível médio. Creio que há uma mudança de mentalidade hoje nas empresas brasileiras, que começam a reconhecer a importância do técnico de ensino médio. Há, no País, certa cultura bacharelesca, que valoriza o diploma universitário em detrimento desse conhecimento técnico mais especializado. Creio que há uma mudança de mentalidade hoje nas empresas brasileiras, que começam a reconhecer a importância do técnico de ensino médio. Os profissionais técnicos têm inserção mais facilitada no mercado de trabalho do que os acadêmicos? Sem dúvida. Atualmente, estamos com um mercado de trabalho aquecido, com uma economia quase que de pleno emprego, registrando a menor taxa de desemprego desde 1999. Isso facilita a inserção dos técnicos no mercado, independentemente dos graduados. O investimento do governo é em todas as frentes: na formação de técnicos de nível médio na área de construção civil, mas também na formação de engenheiros. Portanto, há mercado para ambos. Qual a importância de o Pronatec atender pessoas que cumprem pena de privação da liberdade? Como vai funcionar essa logística? Temos, atualmente, instituições que já prestam esse serviço. A mudança é que isso fará parte do Pronatec. Foi estabelecida uma meta de 90 mil vagas até 2014, sendo 35 mil em 2013. Basicamente, são cursos de formação inicial e continuada por causa da baixa escolaridade desse público. A prioridade será atender aqueles que estão no regime semiaberto ou em liberdade provisória. Eles vão frequentar turmas regulares. Isso será feito até como parte do processo de inclusão social. No caso dos que cumprem pena em regime fechado ou provisório, os cursos serão ofertados dentro do sistema prisional. O que o cidadão deve fazer para ter acesso aos cursos do Pronatec? Para ampliar o acesso, estamos lançando um cadastro on-line onde o interessado poderá fazer diretamente sua matrícula. Continua o trabalho que é feito por meio das instituições demandantes. E o cidadão vai poder ter acesso às vagas remanescentes dos cursos ofertados on-line pelo sistema. No nosso site http://pronatec.mec. gov.br/, ele fará uma pré-inscrição e terá acesso às vagas abertas na localidade dele. Além disso, poderá propor turmas de acordo com sua área de interesse. Essa foi a forma que adotamos para chegar diretamente ao usuário, ao cidadão. O objetivo é que esse canal de comunicação com o usuário seja o mais importante com o tempo. E temos ainda nossa central telefônica, o 0800.616161. 11 irpj A vez do leão! //Por Paula Oliveira Período para declarar o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica termina em 30 de abril. Parece longe, mas logo vence C omeça o ano e, com ele, as obrigações tributárias para todos os brasileiros. O período de declaração do imposto de renda é visto como um problema e com angústia porque significa entrar em contato com mais burocracia, com contas e, claro, com pagamentos. Mas especialistas garantem que, ao manter a documentação organizada ao longo do ano, a prestação de contas com o leão não será tão complicada no que diz respeito ao processo. O prazo para declarar o imposto de 2013 se iniciou em 1º de março e se encerra impreterivelmente em 30 de abril (terça-feira). “Todo o processo deve ser feito por meio de formulários eletrônicos, disponíveis no site da Receita Federal. É preciso baixar o programa do IR 2013 no computador. A nova versão está com cara nova e tem uma área para rendimentos tributáveis específicos de pessoa jurídica”, informa a assessoria da Receita Federal. Para fazer a declaração de imposto de renda 2013 e baixar o programa, acesse o site oficial do órgão. Para a Receita Federal, no que diz respeito ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), são contribuintes as pessoas jurídicas e as físicas, quando equiparadas a uma empresa. A apuração é sempre com base no lucro (real, presumido ou arbitrado) e a alíquota é de 15%. Adicionados a esse valor, estão os 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$ 20 mil por mês. //Desempenho Em 2012, houve um declínio na arrecadação do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A notícia não é boa. Apesar de significar que o empresariado pagou menos imposto, esse dado reflete a desaceleração do crescimento econômico nacional. Menos imposto corresponde a lucro menor. Segundo informações da própria Receita Federal, em outubro de 2012, a arrecadação desses dois tributos estava em R$ 5 bilhões abaixo da registrada no mesmo período de 2011. A queda foi de 4,46%. Na análise do órgão arrecadador, o resultado negativo se deu pela “redução na lucratividade das empresas no ano de 2012 em relação ao ano de 2011. Esse fato fica evidenciado 12 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 quando comparada a arrecadação de abril a dezembro de 2012. A arrecadação desses dois tributos, referente a esse grupo de contribuintes, apresentou uma redução real (atualização pelo IPCA) de R$ 5,6 bilhões, ou seja, - 8,28%, em relação a igual período de 2011”. //IRPJ 2013 O fato é que quem faz a declaração das empresas é o contador contratado por cada uma. No entanto, estar informado sobre alguns conceitos e regras como as alíquotas a serem pagas, os adicionais impostos em cada caso, as datas e as formas de pagamentos, além das classificações do lucro é essencial para o empresário. Destacamos aqui alguns temas. Fonte: Receita Federal. //Alíquotas 15% sobre o lucro real, presumido ou arbitrado apurado pelas pessoas jurídicas em geral, seja comercial ou civil o seu objeto. //Data e forma de pagamento //Declaração anual simplificada De acordo com a legislação, o pagamento unificado de impostos e contribuições, devidos pela microempresa e pela empresa de pequeno porte, inscritas no Simples, será feito de forma centralizada, até o décimo dia do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta. Para isso, a Receita Federal deve fornecer documento de arrecadação único, o DARF-Simples. O mesmo artigo esclarece que “os impostos e contribuições devidos pelas pessoas jurídicas inscritas no Simples não poderão ser objeto de parcelamento”. As micro e pequenas empresas inscritas no Simples apresentarão, anualmente, declaração simplificada que será entregue até o último dia útil de maio do ano-calendário seguinte ao que impostos e contribuições passam a ser devidos. As micro e pequenas empresas estão dispensadas de escrituração comercial desde que se mantenham em ordem e enquanto não vence o prazo decadencial e não são prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes: Livro Caixa, Livro de Registro de Inventário e todos os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração. //Adicional A parcela do lucro real que exceder o resultado da multiplicação de R$ 20 mil pelo número dos meses do respectivo período de apuração sujeita-se à incidência do adicional, à alíquota de 10%. Também se encontra sujeita ao adicional a parcela da base de cálculo estimada mensal, no caso das pessoas jurídicas que optaram pela apuração do imposto de renda sobre o lucro real anual, presumido ou arbitrado, que ultrapassar R$ 20 mil. Em relação às pessoas jurídicas que optarem pela apuração do lucro presumido ou arbitrado, o adicional incide sobre a parcela mais alta que o valor resultante da multiplicação de R$ 20 mil pelo número de meses do respectivo período de apuração. A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições financeiras, sociedades seguradoras e assemelhadas. revista FECOMÉRCIO | março 2013 13 //Lucro real //Lucro presumido //Lucro arbitrado A expressão lucro real significa o próprio lucro tributável, para fins da legislação do imposto de renda, distinto do lucro líquido apurado contabilmente. De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das leis comerciais. Ele será determinado a partir do lucro líquido do período de apuração obtido na escrituração comercial (antes da provisão para o imposto de renda). O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. Normalmente, a opção é manifestada com o pagamento da primeira cota ou cota única do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário. As pessoas jurídicas que tenham iniciado suas atividades ou que resultarem de incorporação, fusão ou cisão, ocorrida a partir do segundo trimestre do ano-calendário, poderão manifestar a sua opção por meio do pagamento da primeira ou única quota relativa ao trimestre de apuração correspondente ao início de atividade. O arbitramento de lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido. Quando conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado. //IRPJ x IRPF O fato de ser sócio ou empresário individual não obriga a pessoa física a declarar o imposto de renda. É preciso analisar se o contribuinte se enquadra nas situações de obrigatoriedade previstas para as pessoas físicas. A opção entre deduções legais ou o desconto simplificado é feita na própria declaração. A declaração de imposto de renda de pessoa física ou jurídica 2013 deve ser feita na mesma época. Mas, para não ficar no sufoco, dá para planejar com antecedência. É preciso, antes de tudo, ser organizado e seguir as orientações do contador. Guardar todos os comprovantes em ordem, separados por categoria, facilita bastante e diminui o tempo que se perde quando chega a tão temida hora de prestar contas com o leão. 14 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 //direito no trabalho O uso de redes sociais e correio eletrônico no trabalho O uso de redes sociais e correio eletrônico no trabalho já provoca grande demanda na Justiça Trabalhista. A discussão, com frequência, se refere à configuração ou não de justa causa e dano moral. É certo que as leis trabalhistas não proíbem a fixação de normas de conduta pela empresa, podendo até ser elaborado manual orientando os trabalhadores. Tais regras podem também estar previstas em convenção coletiva de trabalho. Caso não haja proibição ou regras, e o uso das redes sociais seja liberado pelo empregador, deve prevalecer o bom senso do empregado. A ministra Delaíde Miranda, em recente entrevista à TV TST, destacou que “a liberação total interfere no foco do trabalho e na produtividade”, bem como que “o trabalhador deve se atentar que, mesmo se liberado o uso de redes sociais no ambiente de trabalho, devem ser observada a ética, a disciplina e a seriedade”. Publicações ofensivas ao empregador ou colegas podem configurar justa causa para demissão do trabalhador, dependendo da gravidade, bem como direito do ofendido à indenização por dano moral. Como exemplo, pode ser citado o julgamento pelo TST do RR625.74.2011.5.09.0001, em que uma ex-empregada de um pet shop foi condenada a pagar indenização por danos morais por fazer comentários ofensivos aos proprietários da loja em uma rede social e ter confessado que maltratava os animais. Outro julgamento a ser citado é o do AIRRrevista FECOMÉRCIO | março 2013 5078-36.2010.5.06.0000, em que foi mantido o entendimento do TRT da 6ª Região de que o empregador agiu corretamente ao demitir uma enfermeira que publicou no Orkut fotos dela com o restante da equipe uniformizada na UTI do hospital em um “ambiente de brincadeiras nitidamente inadequadas”. É de se destacar, ainda, que, quanto ao correio eletrônico, a jurisprudência do TST vem se posicionando no sentido de que não há ilicitude por parte da empresa que acessa caixa de correio eletrônico corporativo do empregado. Como se trata de tecnologia fornecida pela empresa, seu acesso não representa violação de correspondência pessoal. A má utilização da ferramenta pelo empregado pode até levar à justa causa, dependendo da gravidade do conteúdo. No julgamento do AIRR-1542/2005-055-02-40.4 o TST manteve o entendimento do TRT 2ª Região de que o empregador não violou a privacidade ou agiu de forma arbitrária ao vistoriar o e-mail do empregado e demiti-lo por justa causa porque encontrou mensagens pessoais de conteúdo inadequado. Diante do exposto, há que se concluir que, certamente, a previsão contratual permitindo ou não o uso de redes sociais, bem como orientando sobre o uso de correio eletrônico corporativo, garante uma maior segurança tanto para a empresa quanto para o empregado. No entanto, caso não haja tal norma, o que deve prevalecer é razoabilidade, ética e disciplina de ambas as partes. Joel Rodrigues Raquel Corazza Consultora empresarial da Fecomércio-DF 15 atendimento Foto: Luana Lleras Por perto, Roberta Lopes reconhece que ser insistente e muito presente não é uma boa estratégia de venda. mas nem tanto //Por Luciene Cruz Conseguir vender qualquer coisa para qualquer pessoa não é mais sinônimo de bom vendedor. Hoje, os clientes querem suporte. Sem grude, por favor E xistem várias maneiras de tornar um comprador fiel. Uma delas é garantir que o relacionamento cliente/vendedor seja o mais agradável e produtivo possível para os dois lados. Essa estratégia é barata e eficaz e deve ser focada na mudança de comportamento da equipe. A princípio, a tarefa parece ser um pouco difícil, mas identificar o perfil do cliente no momento da abordagem pode ser o que vai fazê-lo voltar à loja em outra oportunidade ou nunca mais aparecer por lá. E, pior, convencer conhecidos de que o atendimento de sua equipe é inconveniente. Se, por um lado, uma parte da clientela prefere apenas o cumprimento cordial e o distanciamento do vendedor para continuar suas compras, por 16 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 outro, há quem deseje uma assessoria constante do atendente para se sentir seguro e concretizar a compra. O sucesso é garantido quando o vendedor consegue determinar o perfil do cliente logo no primeiro contato. Há alguns anos, os empresários mudaram o foco na abordagem ao cliente e adotaram uma postura “menos agressiva”, em que se leva em consideração a satisfação do cliente em busca da fidelidade, ao invés de “empurrar” a mercadoria de uma forma mais imediatista. “Antigamente, os vendedores se vangloriavam por vender algo de que o cliente não precisava, ao ficar na cola da pessoa”, diz João Carlos da Lapa, diretor comercial da Prátika Consultoria de Varejo. Hoje a política do comércio é o oposto, avalia. “O ideal é deixar o cliente à vontade, mas com auxílio, porque as pessoas querem privacidade para comprar, e o mercado já percebeu isso”, completa. Achar que vale tudo pela venda é pensamento imediatista e pouco eficaz para ganhar o freguês. A postura e a reação do vendedor, aliadas ao ambiente da loja, influenciam diretamente a decisão do cliente. Marcos Garrido, consultor de vendas do Grupo Friedman, classifica os clientes em dois grupos: os decididos e os indecisos. No primeiro caso, ele sabe o que quer, procura o vendedor e vai direto ao ponto. No segundo, mesmo o consumidor tendo alguma ideia do que comprar, toma a decisão na loja. Nos dois casos, o comportamento do atendente é fundamental para o sucesso da venda. E Garrido alerta: o bom e velho “Posso ajudar?” é uma maneira equivocada de começar o re- lacionamento de venda. “Vendedores profissionais percebem na chegada uma oportunidade de iniciar uma conversa e estabelecer relacionamento pessoal com o cliente.” Para a gerente da Triton, Roberta Lopes, de 25 anos, apesar de cada vendedor ter uma característica própria de venda, é preciso bom senso no momento de abordar o cliente. “Logo no primeiro contato, o cliente demonstra se é mais retraído ou mais expansivo. Nem todo mundo quer a nossa presença o tempo todo. Às vezes precisamos dar espaço”, reconhece. “E é essa percepção sutil que resulta em uma boa venda”, conclui. Na contramão do que dizem especialistas, ainda hoje existe a chamada abordagem agressiva, que costuma ser iniciada quando os possíveis consumidores estão apenas Qual é a abordagem que você gosta de receber quando chega a uma loja? “Prefiro que me deixe mais à vontade para escolher e decidir. Gosto de vendedores sinceros que não tentam empurrar a venda a qualquer custo só para ganhar comissão.” “Quero ter o direito de escolher. Nem sempre vamos comprar. Às vezes, só queremos comparar preços. O vendedor precisa saber respeitar esse espaço e não ficar insistindo.” “Às vezes, me sinto coagida, prefiro chamá-los quando quero tirar alguma dúvida. O que mais me irrita é quando o vendedor diz que algo está em promoção sem eu ter perguntado.” Aline Leal 26 anos, servidora pública Amarildo Varela 50 anos, metalúrgico Juliana Alves 18 anos, designer revista FECOMÉRCIO | março 2013 17 analisando as vitrines. O vendedor de uma loja de moda para jovens Emerson Lopes, de 17 anos, trabalha na base do convencimento. Seu objetivo é levar a pessoa a comprar e, para isso, faz questão de convidar o seu alvo a entrar e conhecer os outros produtos. “A gente tenta interagir com o cliente desde o primeiro momento”, justifica. Mesmo com a abordagem mais incisiva, Lopes garante que preza um relacionamento mais duradouro. “Prefiro criar um vínculo com o cliente para que ele volte à loja pelo bom atendimento”, assegura. Garrido destaca que o vendedor precisa estar atento ao que o cliente diz, para que, de acordo com as suas respostas, possa dar suporte. São pequenas atitudes que ajudam a estabelecer a confiança entre as duas partes. “Mostrar que está realmente interessado no que o cliente fala e oferecer o que há de mais adequado em produtos e serviços disponíveis na loja, de acordo com as necessidades da pessoa”, aconselha Garrido. Entender do que vende também é uma estratégia eficaz. Quem dá a dica é Elisângela Miguel, de 28 anos. Com oito anos de experiência em vendas, a gerente da Damyller aprendeu que ter conhecimento dos produtos é fundamental para uma boa venda. “O que garante uma venda bem-sucedida é boa educação e conhecimento das peças quando pedem nossa opinião”, ensina. Além disso, dar liberdade de escolha ao cliente é uma maneira de conquistar a sua confiança. Em busca do sucesso nas vendas, é importante que os empresários mudem o pensamento e valorizem o consumidor. “As empresas estão redirecionando os treinamentos”, comenta João Carlos da Lapa. “É preciso saber fazer as perguntas de sondagem e dar suporte às reações de cada”, completa Marcos Garrido. Clientes preferem frequentar estabelecimentos em que se sentem à vontade, e a empresa deve prezar o bom atendimento, e não somente oferecer brindes e promoções. //Natal - O presente é seu O trabalho do vendedor é tão vital para os negócios que manter os funcionários motivados e bem informados quando o assunto é conquistar um cliente pode ser o que define ou não o sucesso de um negócio. Ao reconhecer essa importância, o Instituto Fecomércio promoveu, em novembro, a palestra Show de Natal – O presente é seu, ministrada pelo consultor de vendas Marcos Garrido. Na ocasião, cerca de 250 pessoas assistiram aos ensinamentos do profissional que expôs conceitos de treinamento de vendas e atendimento no varejo e viram o passo a passo do processo de venda. Qual é a abordagem que você gosta de receber quando chega a uma loja? “O vendedor deve me deixar escolher. Quando fica em cima, é muito irritante e acaba por espantar o cliente da loja. A melhor maneira de abordar é não insistir.” “É bom o vendedor abordar de uma maneira que demonstre interesse para você não ficar procurando à toa na loja, mas, se o cliente pede espaço, tem que saber respeitar.” “Prefiro que me deixe livre o suficiente para escolher alguma peça, mas não abandonado, como se o vendedor não se importasse com a minha presença. É preciso haver um equilíbrio.” Rafael Rodrigues 22 anos, atendente de telemarketing Rayane Sousa 21 anos, auxiliar administrativo Lido do Nascimento 46 anos, servidor público 18 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 //empresário do mês Felicidade, sim //Por Andrea Ventura Janete Vaz aprendeu na prática que pessoas satisfeitas produzem mais e agora inspira outros empreendedores A história de Janete Vaz poderia ser como muitas outras que envolvem um misto de sorte, dedicação e trabalho. Mas esses elementos a levaram a estar à frente de uma das empresas mais sólidas do DF. Ela e sua sócia, Sandra Soares Costa, fundaram há 28 anos o Sabin, considerado hoje o maior laboratório de análises clínicas do Centro-Oeste. As dificuldades comuns a quem abre um negócio foram superadas com muita garra e um ingrediente importante: “Colocamos emoção em tudo o que fazemos, motivando as pessoas e usando ferramentas de comunicação”, revela Janete. O grande desafio quando começou foi o fato de ser mulher, conta. “Estávamos na época do regime militar, abrindo um negócio em uma cidade política e estabelecendo um trabalho humanizado. As pessoas achavam que um homem tinha que ser dono do negócio, e não uma mulher, havia preconceito”, conta. Natural de Anápolis, Goiás, Janete morou em uma fazenda até os 10 anos. Com o pai, aprendeu a negociar. Com a mãe, a cuidar das pessoas – característica hoje tão forte no Sabin. “A empresa que construímos é muito voltada para aquilo que aprendemos, eu e minha sócia, no sentido de entender quem somos e de respeitar nossos valores”, afirma Janete. Não à toa, o laboratório já recebeu diversos prêmios e entrou na lista das melhores empresas para trabalhar do guia Você S/A Exame. “A empresa tem que entender que pessoas felizes produzem mais e geram mais resultados.” Por isso, o Sabin investe em políticas voltadas para o desenvolvimento de quem trabalha na empresa. “Grande parte dos colaboradores que têm especialização o fez por meio do Sabin”, conta. A empresa começou com apenas três funcionários e hoje conta com mais de 1,6 mil. //Expansão A empresa faz mesmo parte da vida dos colaboradores. Há um programa para que os funcionários aprendam a utilizar melhor o salário, com o curso de planejamento familiar da Bovespa. A oportunidade de se aprofundar no tema é estendida a parentes dos colaboradores. Aliás, o bem-estar familiar é prioridade. Outro benefício é o Eu Cuido dos Meus Pais. Há diversos incentivos, como equipe de corridas, ajuda em financiamentos e premiação por tempo de casa. Com essas ações, de 2005 a 2011, a Luana Lleras fuga de profissionais caiu de 28% para 6% ao ano. “Queremos continuar nosso plano de expansão e estar em novas praças,” adianta Janete. A rede Sabin conta com 66 unidades no Distrito Federal, 9 em Goiás, 12 na Bahia, 6 em Minas Gerais, 3 no Tocantins, 1 no Amazonas e 10 no Pará. A média de exames entregues por mês é de 1,5 milhão. O sucesso do empreendimento já virou exemplo. Janete faz palestras para outros empresários em todo o Brasil. Ela tem três filhos. “Eles estão envolvidos e já se preparam para a sucessão familiar, mas ainda quero trabalhar por muitos anos”, avisa, sorrindo. A empresária esta à frente de uma das empresas mais sólidas do DF. revista FECOMÉRCIO | março 2013 19 20 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 revista FECOMÉRCIO | março 2013 21 saúde Aula de vivência //Por Andrea Ventura Projeto do Sesc dará mais uma opção de lazer para quem já passou dos 60 anos O Sesc, em parceria com a Secretaria de Saúde do DF, lança em março a Escola de Avós. Voltado para pessoas a partir de 60 anos, o projeto visa beneficiar essa faixa etária por meio de ações que integrem o idoso na sociedade. A instituição já oferece o projeto Grupo dos Mais Vividos. Há mais de 36 anos, os idosos usufruem de intensas atividades que incluem esportes, música, teatro e dança. No caso da Escola de Avós, será um dia inteiro com diversas ações. “Desejamos com esse projeto valorizar cada vez mais o idoso, mostrando seus direitos, deveres e seu papel, que é tão importante na sociedade”, revela a diretora de Divisão de Orientação Social do Sesc-DF, Lúcia Percy. O Sesc vai oferecer, além do espaço físico para as atividades, um kit lanche, orientações em saúde bucal, oficinas (como a que ensina a confeccionar produtos com material reciclável), apresentações culturais, com teatro e coral. Já a Secretaria de Saúde do DF passa a oferecer assessoria jurídica, curso de automassagem, teste de glicemia, aferição de pressão e confecção de cartão do idoso. Os encontros ocorrerão em um sábado por mês, das 8h às 12h. Todas as atividades são gratuitas e voltadas para toda a comunidade. //Grupo dos Mais Vividos O Grupo dos Mais Vividos atende cerca de 2 mil idosos do Distrito Federal. As atividades ocorrem nas Joel Rodrigues Cerca de 2 mil idosos frequentam, semanalmente, as instalações do Sesc-DF. 22 unidades do Sesc, semanalmente, em dias programados. Cada atividade desenvolvida com os idosos é realizada em espaços específicos, sempre com o acompanhamento de profissionais. O Sesc coloca à disposição do grupo teatros, piscinas, academias e salas de aulas para que os idosos possam fazer hidroginástica recreativa, ioga, atividades artesanais, além de aulas de música, com o coral. //Escola de Avós Calendário 16 de março: Sesc Taguatinga Sul 20 de abril: Sesc Ler Samambaia 15 de junho: Centro de Atividades Sesc Ceilândia 14 de setembro: Sesc Presidente Dutra (Setor Comercial Sul) 5 de outubro: Centro de Atividades Sesc Gama 5 de outubro: Sesc Taguatinga Norte @sescdf /sescdistritofederal revista FECOMÉRCIO | Março 2013 //vitrine Para todo mundo Com nova gestão desde janeiro, a Enquanto o Sono não Vem está de cara nova. Os produtos fofos, os organizadores, os pijamas-fantasia infantis e os porta-tudo continuam lá, mas a comunicação interna e as ferramentas de divulgação mudaram. Cada vez mais presente nas redes sociais, a marca conquistou, em menos de três meses, mais clientes e mais fornecedores exclusivos. A loja reúne artigos para presentear qualquer tipo de público: organizadores de viagem, porta-retratos temáticos, acessórios femininos, utilitários domésticos e todo tipo de nécessaire. O site está sendo reformulado para que os produtos passem a ser vendidos pela internet. Mas vale a pena visitar a loja que fica na Avenida Araucárias, 1.325, Águas Claras. Telefone: (61) 3567.4498. geek Luana Lleras revista FECOMÉRCIO | março 2013 Sabe aquele pessoal que adora revistas em quadrinhos, jogos de RPG, bonecos de super -heróis e vilões para coleção? Então, agora eles têm uma loja todinha abastecida dos produtos chamados nerds, a Naboo Espaço Geek, inaugurada no fim de 2012. O forte lá são as canecas decoradas, as camisetas e os brinquedos para colecionadores. O público é bastante específico. Os lançamentos são valorizados, mas o maior desafio para a marca é encontrar produtos de edições esgotadas ou os mais antigos. Isso é o que move esse tipo de mercado. O espaço geek fica na via L2, altura da 406/407 Norte. Telefone: (61) 3253.9688. Chique e retrô Quem entra na loja já se sente em outra década. Na entrada, um móvel amarelo chama a atenção dos clientes. Dentro, uma vitrola, um rádio dos anos 70 e um tocador de DVD. O móvel é um dos diversos itens à venda no brechó Empório K, que abriu sua segunda loja em dezembro de 2012. A primeira loja existe há oito anos, no Lago Sul. As roupas têm que ser de marca e estar em um bom estado de conservação. As peças são vendidas em consignação. A loja fica no Deck Norte Shopping, Lago Norte. Telefone: (61) 3366.5039. Luana Lleras Público Luana Lleras 23 negócios Luana Lleras Pouco dinheiro, Fernanda Magalhães e Lisiane Bagatine viram o sonho de ter o próprio negócio se concretizar. muita P vontade //Por Fabíola Souza Com até R$ 50 mil é possível tornar-se empresário. Microfranquias estão cada vez mais destacadas no mercado e já movimentam 4% do faturamento do setor 24 ara quem tem como objetivo de vida empreender, mas o capital para investir é curto, o sonho pode se tornar real com o crescimento das microfranquias, franquias com investimento inicial de no máximo R$ 50 mil. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o número de microfranquias saltou de 213 para 336 nos últimos dois anos. Elas já representam 17% do total de marcas e 4% do faturamento do setor, um valor estimado em R$ 3,7 bilhões. O advogado Luiz Felizardo Barroso é presidente do Conselho Fiscal e membro fundador da Associação Brasileira de Franchising do Rio de Janeiro (ABF-Rio). Ele também tem revista FECOMÉRCIO | Março 2013 R$ 3,7 milhões foi o faturamento alcançado pelas 336 microfranquias em apenas dois anos. revista FECOMÉRCIO | março 2013 uma experiência de mais de 20 anos de atuação na área franquia empresarial e afirma que as microfranquias se tornaram um investimento que capta a cada ano mais interessados no negócio. Para ele, as microfranquias auxiliam na inclusão social, pois o baixo investimento permite a entrada de mais brasileiros no ramo. “A pacificação nos morros cariocas, por exemplo, ajudou os moradores da comunidade a terem seus próprios negócios por meio das microfranquias. As grandes redes estão investindo nesse segmento também”, aponta Barroso. O advogado afirma que o modelo de franquia já está no mercado há mais de 30 anos, enquanto que as microfranquias estão tendo mais visibilidade desde 2010. “Outro fator que está contribuindo para o crescimento desse setor é o interesse dos bancos nesse tipo de financiamento de crédito, pois em vez de eles emprestarem R$ 5 milhões para uma empresa, eles podem emprestar o mesmo valor para dez empresas”, comenta. Na opinião de Barroso, ter um negócio franqueado é mais fácil para o empresário, principalmente para os de primeira viagem, pois, segundo ele, a franquia é a certeza de que o empreendimento dará certo. “Diz que miséria não se divide, né?”, brinca o advogado. Ainda de acordo com o especialista, o segmento de franquias no Brasil cresce de 10% a 15% por ano, independentemente de outros fatores, como a variação do Produto Interno Bruto (PIB). As jovens empresárias Fernanda Magalhães, de 28 anos, e Lisiane Bagatine, de 29, acreditaram no sonho de terem o próprio negócio e encontraram na microfraquia uma oportunidade de concretizá-lo. A loja é do setor de serviços e se chama Spa das Sobrancelhas, no Gama. Lisiane explica que antes de serem empreendedoras, elas trabalhavam em um banco particular, onde se conheceram e se tornaram amigas. Ambas têm o exemplo do em- preendedorismo em casa, pois seus pais são empresários. “Eles foram os maiores incentivadores e apoiadores nessa nossa escolha de montar algo próprio”, afirma Lisiane. Segundo ela, sempre existiu uma vontade de montar um negócio com a Fernanda, porém, não havia capital suficiente. Por isso, as duas amigas decidiram conhecer o mundo franchising e foram a uma feira da Associação Brasileira de Franchising, em São Paulo, onde conheceram o Spa das Sobrancelhas. Depois de conhecer as outras microfranquias, as sócias foram pesquisar o mercado de sobrancelhas em Brasília. Aproveitaram também para fazer cursos com o objetivo de aprender mais sobre gestão de negócios. “Optamos por esse tipo de investimento por causa do baixo custo e do espaço, que nesse caso não precisa ser grande. Hoje ocupamos uma área de 32 metros quadrados. Além disso, outra vantagem é que podemos contar com o apoio da franqueadora e o negócio também é de fácil gestão”, aponta a empresária. Antes de abrir o negócio, as duas foram a Goiânia conhecer outra loja da microfranquia para saber mais sobre o empreendimento. Depois de verem de perto como funcionam a gestão e o atendimento, as jovens decidiram abrir a loja. A escolha pelo Gama foi resultado da pesquisa de mercado que elas fizeram. Segundo o levantamento, nesse local havia maior chance de crescimento. A inauguração do primeiro empreendimento ocorreu em novembro de 2012. “Ainda não temos a noção real do retorno porque dezembro foi um mês muito bom, por causa das festas, mas janeiro já foi mais fraco por causa das férias”, diz Lisiane. Hoje, o Spa das Sobrancelhas tem duas funcionárias, e as sócias revezam a permanência no local: cada dia uma fica na loja. “Em três meses de funcionamento, já temos 558 clientes cadastradas no nosso sistema. E só trabalhamos com sobrancelhas e cílios”, comemora a jovem empreendedora. 25 O superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no DF (Sebrae-DF), Antônio Valdir Oliveira Filho, diz que a microfranquia é o melhor investimento para pequenos prestadores de serviços. “Essa tendência ainda é nova no DF, por isso não temos em números quantas existem aqui”, comenta. Entretanto, o superintendente afirma que as franquias/microfranquias no DF crescem mais a cada ano. De acordo com ele, em 2011, existiam 536 franqueados. Já em 2012, esse número pulou para 1.648 franquias. Para Oliveira, a propagação desse tipo de negócio deve-se muito ao crescimento da classe C no País. A melhor distribuição de renda ajuda no alto ritmo de consumo. O número de brasileiros que ascenderam socialmente no Brasil chegou a 40,3 milhões em sete anos, segundo o estudo O Observador Brasil 2012. Ainda de acordo com o levantamento, a classe C passou de 34% para 54% da população e se tornou a maior classe econômica do País. Para o superintendente do Sebrae-DF, o empresário de microfranquia precisa ter perfil de gestor e estar sempre presente. “Ele precisa estar no dia a dia da empresa, fechando o caixa, administrando os negócios, conhecendo a nova clientela”, aponta. Oliveira também ressalta a importância de o empreendedor se aperfeiçoar sobre o mundo dos negócios por meio de cursos. “Todos aqueles que quiserem montar um negócio – franqueado ou não – procurem o Sebrae antes de abrir a empresa, pois no auge da crise é mais difícil contornar a situação”, esclarece o superintendente. Para mais informações: 0800 570 0800. Cansado da área de informática, Marcos Gontijo, de 38 anos, proprietário da empresa Dr. Faz Tudo de Águas Claras, resolveu procurar outras oportunidades. Para isso, em 2010, visitou algumas feiras da ABF no Rio de Janeiro. Lá encontrou muitas opções em microfranquias. Entretanto, todas 26 que despertaram seu interesse já existiam em Brasília. Mas mesmo assim, Gontijo deixou registrado nos encontros o intuito de adquirir uma empresa. “A minha esposa é arquiteta, então a ideia de ter um empreendimento de manutenção rápida de imóveis também despertou o interesse dela”, afirma. Essa vontade só se concretizou em julho de 2011, quando recebeu uma ligação do franqueador dizendo que o proprietário do Dr. Faz Tudo de Águas Claras estava passando o ponto. Essa foi a oportunidade esperada para assumir o negócio. Hoje ele fica na parte administrativa da empresa e conta com seis funcionários fixos e alguns contratados freelance para ajudá-lo no serviço. Gontijo diz que a franquia é um bom negócio, pois o público já conhece o serviço e tem a vantagem da propaganda nacional gratuita. Entretanto, também existem algumas desvantagens. “O único porém são as taxas dos royalties. No meu caso, o pagamento é mensal” diz o empresário. Mas ele não desanima e afirma que assim que puder pretende montar outra empresa. //Inserção no mercado Já no caso do recém-formado em educação física Rafael Borges, de 25 anos, a microfranquia serviu como uma maneira de se inserir mais rápido no mercado de trabalho. “As pessoas sempre me disseram que personal trainer ganhava mais do que professor de academia e foi por essa questão que escolhi abrir uma empresa”, diz. Borges tem uma microfranquia da Test Trainer, empresa especializada no serviço de treinamentos físicos profissionais. Nesse modelo, o franqueado segue uma metodologia de trabalho, treinamento intensivo em vendas, capacitações técnicas contínuas, campanha de marketing, softwares e equipamentos de avaliação física, além de visibilidade nos principais veículos de comunicação, sistema de cobrança e suporte. “Eu não tenho uma empresa fixa e trabalho sozinho por enquanto. No futuro, pretendo expandir o negócio, pois o retorno está sendo muito bom”, comenta o empresário. Em média, a previsão de retorno do investimento é de seis a 18 meses. O jovem diz que não saiu de Brasília para abrir o empreendimento. Foi pela internet que ele achou a Test Trainer. Depois disso, procurou saber de outros franqueados como era a experiência deles com a empresa e optou, em maio de 2012, por ser um empreendedor. “Não tenho lugar fixo porque trabalho em várias academias, dependo da localidade do meu aluno e não ele da minha”, aponta. Mas, segundo ele, isso não atrapalha a captação de clientes, pois ele utiliza a internet e panfletos como forma de divulgação do trabalho. As microfranquias representam 17% das marcas franqueadas no Brasil. revista FECOMÉRCIO | Março 2013 revista FECOMÉRCIO | março 2013 27 cultura Fotos: Hugo Rocha O Julgamento do Macaco. O Julgamento do Macaco. O Silêncio. O Silêncio. Festa do teatro brasiliense //Por Mariana Fernandes Grupo de Pesquisa Cênica do Sesc-DF completa cinco anos e prepara apresentações gratuitas e turnê pelo País A Infidelidade ao Alcance de Todos. 28 E m comemoração aos cinco anos de criação do Grupo de Pesquisa Cênica, o Sesc-DF prepara para abril uma temporada de apresentações das peças O Julgamento do Macaco e O Silêncio . “Escolhemos reapresentar esses dois grandes sucessos porque foram nossos maiores destaques nesses anos de trabalho. Além disso, essas peças foram idealizadas pelo nosso diretor José Roberto Sfair Macedo”, conta Rogero Torquato, assistente de Coordenação de Ação Cultural do Sesc-DF e diretor do grupo. As apresentações ocorrerão no Teatro Sesc Garagem, de 4 a 13 de abril, sempre às 20h30, de quinta revista FECOMÉRCIO | Março 2013 O Rei da Vela. a sábado. A entrada será gratuita, e os ingressos deverão ser retirados na bilheteria do teatro uma hora antes de cada espetáculo. O grupo surgiu em 2008 e é composto por nomes bem conhecidos no teatro, como Humberto Pedrancini, Hugo Rodas e Samuel Araújo. Em 2009, foi apresentado o primeiro espetáculo, O Rei da Vela, de Oswald de Andrade. Desde então, os dez integrantes do grupo de pesquisa estudaram textos e montaram espetáculos. Em 2010, montaram O Julgamento do Macaco, uma adaptação do filme The Monkey Trial, dirigido por Stanley Kramer, em 1960. Em 2011, apresentaram a comédia A Infidelidade ao Alcance de Todos, do roteirista Lauro César Muniz. No ano passado, o grupo lançou seu mais recente trabalho: a peça O Silêncio, vista por 6 mil pessoas em uma temporada que durou três meses. Durante esses cinco anos, o Grupo de Pesquisa Cênica do Sesc-DF levou seus espetáculos às regiões administrativas do DF e também para outras unidades da Federação, como Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Sul e Goiás. “Nosso objetivo é atingir o maior número de espectadores possível para democratizar o acesso ao teatro, além de fomentar a pesquisa cênica e a criação”, explica Torquato. Neste ano, haverá uma turnê, e os atores se apresentarão em Campo Grande, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. revista FECOMÉRCIO | março 2013 //O grupo Formado por profissionais que se destacaram nos Prêmios Sesc de Teatro Candango, o Grupo de Pesquisa Cênica do Sesc-DF tem em sua formação atores, diretores e técnicos. No grupo, existe grande rotatividade, uma vez que geralmente se forma pelo elenco dos espetáculos em pauta. Nos últimos dois anos, os mesmos nomes aparecem: Humberto Pedrancini, Samuel Araújo, Tatiana Bittar, Alaor Rosa, Reinaldo Vieira, Kamala Remers, Roustang Carrilho, Léo Paiva, Tomás Seferin, Georgia Rafaela, Guto Viscardia e Rogero Torquato. No período de montagem, todos se reúnem três vezes por semana, no Teatro Sesc Garagem, durante quatro horas. //Teatro Sesc Garagem 713/913 Sul (61) 3445.4415 @sescdf /sescdistritofederal 29 GASTRONOMIX Por Rodrigo Caetano Felicidade máxima Da Espanha para a Itália. O antigo bar de tapas Barcelona deu lugar à cantina Sanfelice, com 90 lugares. É É literalmente uma cantina, com com toalhas quadriculadas vermelhas, fitas penduradas no teto, balcão com frios e, é claro, um rol extenso de massas e molhos servidos em porções individuais e família (que servem de dois a três adultos). No balcão do térreo, um bufê de antepastos a R$ 79 o quilo. A cantina oferece ainda entradas como o cappelletti in brodo, R$ 12 (individual) ou R$ 33 (família), e a polenta frita, R$ 15 (família). De prato principal, as massas: espaguete, fettuccine ou tagliatelle R$ 15 (individual) ou R$ 25 (família) e o nhoque a R$ 21 (individual) ou R$ 36 (família). De sobremesa, o tradicional clássico tiramisù (R$ 12), a panna cotta com calda de frutas vermelhas (R$ 10) e os cannoli com nutella, ricota com damasco e doce de leite (R$ 10). // Cantina Sanfelice CLS 206, bloco A, loja 06 (61) 3297.3232 www.sanfelicemassas.com.br Rodrigo Caetano Viagens gastronômicas Quatro endereços imperdíveis de Nova York na atualidade. Quem der um pulinho por lá não pode perder de jeito nenhum: The NoMad thenomadhotel.com 1170, Broadway & 28th Street 212.796.1500 Gramercy Tavern gramercytavern.com 42, East, 20th Street 212.477.0777 Buvette ilovebuvette.com 42, Grove Street 212.255.3590 Il Buco Alimentari & Vineria ilbucovineria.com 53, Great Jones Street 212.837.2622 Ares femininos O restaurante Ares do Brasil criou o projeto Noite VSA – Você e suas Amigas e oferece a combinação perfeita: espumante e petiscos para compartilhar toda terça. Assim, das 19h às 21h, espumante brut, rosé e 30 moscatel da vinícola Santa Augusta são oferecidos gratuitamente. Foram criados também nove petiscos, duas saladas e dois pratos (de R$ 8 a R$ 24), mix de folhas regadas com vinagrete de melaço, tomate cereja, cubos de coalho e tangerina (R$ 18) e arroz cremoso de carne seca e abóbora (R$ 31). // Ares do Brasil SHIS QI 17, Fashion Park, Lago Sul (61) 3248.4614 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 http://bloggastronomix.blogspot.com – [email protected] – www.facebook.com/rodrigo.caetano.1840 Rodrigo Caetano Nova creperia no Sudoeste O Sudoeste carece de bons lugares para comer. E, quando aparece algo novo, todos ficam curiosos. Uma obra – em quase três lojas – movimentou janeiro e fevereiro na quadra 302. É a creperia Camon, que vai ganhando forma, com cara de bistrô. O Gastronomix visitou o local e conversou com o dono do novo estabelecimento, Marcos Birbeire. Com inspiração norte-america, a decoração conta com estofados de couro, cadeiras de madeira e espelho nas paredes. Quem comandará a cozinha é a chef autodidata Ana Beatriz. Serão servidos crepes tradicionais, e com recheios mais elaborados, como o com curry de camarão. Além disso, o Camon apostará nos waffles com maple syrup importado e chocolate belga com especiarias. A maioria das cervejas será importada. Três lugares para um dia saudável PÓS-ALMOÇO ALMOÇO 1 A Tribo Com um ambiente agradável e rústico, A Tribo é um restaurante natural por quilo com fartas opções de legumes, verduras e folhas. Além disso, é possível comer salmão, frango orgânico, peixe e as deliciosas tortas, como a de shitake. Fique de olho nos cartazes. Vira e mexe a dona resolve fazer um jantar indiano. //105 Norte, bloco B, lojas 52 a 59 (61) 3039.6430 2 Bhumi Os pratos são muito saboroso e feitos com produtos orgânicos, livres de pesticidas, herbicidas, compostos químicos, hormônios e antibióticos. Uma sugestão: peça o espaguete feito de abobrinha com molho de tomate e, de sobremesa, o bolo de cenoura com azeite de morando e sorbet de mamão. Muito refrescante! //113 Sul, bloco C, loja 33 (61) 3345.0046 3 Sorbê Pioneira nos sabores do Cerrado, como araticum, pequi e mangaba, a Sorbê produz sorvetes artesanais sem gordura hidrogenada – dando uma leveza ao produto. Além de opções diferentes, há ainda sabores tradicionais ou mais conhecidos, como tapioca, chocolate e flocos. //405 Norte, bloco C, loja 41 (61) 3447.4158 Em pílulas... Ciao – A mega rede de produtos gourmet Eataly desembarca no Brasil, em 2013. Com 15 lojas, entre Itália, Japão e Estados Unidos (Nova York), o Eataly deve abrir sua primeira loja em Roma, em abril. Depois, será São Paulo. Mercado – Em 17 de março, no Modelódromo do Ibirapuera (SP), ocorre a Feira Gastronômica das Estações. O evento vai reunir, pelo menos, 30 cozinheiros e mais 30 produtores, entre hortifrúti orgânicos, queijos do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, embutidos do interior de São Paulo, cachaças e cervejas artesanais. revista FECOMÉRCIO | março 2013 31 capa Sua excelência, o cliente //Por Talita Cavalcante Ele é grande, poderoso e estável. Quem não quer um cliente assim? Os empresários fazem de tudo para conquistá-lo, e o Estado retribui com a durabilidade dos contratos. Mas, como em qualquer relação, nem tudo é só maravilha Qualquer relação comercial é regida por contratos e regras. Ao negociar com a administração pública, porém, empresários precisam seguir as exigências previstas na Lei de Licitações, a 8.666/93. Tomando por base o preceito da supremacia do interesse público, a norma dita os passos dos processos comerciais com o Estado. Todos querem. Para conseguir esse cliente, é preciso passar por uma concorrência grande, cumprir todas as exigências legais e ainda garantir a qualidade do produto ou do serviço. Mas será que existe equilíbrio nessa relação? A Agenda Organização e Promoção de Eventos presta serviço há 14 anos ao Estado. A proprietária, Maria Auxiliadora Montandon, o considera um dos melhores clientes. O fato de o governo federal trabalhar com um calendário de eventos anuais previamente fechado facilita o planejamento das empresas. “Se a gente ganha um pregão como esse, teremos evento o ano inteiro. São contratos de milhões”, diz. É ótimo, mas o processo de contratação é penoso. Para ela, o modo menor preço, no entanto, compromete a qualidade do trabalho. O Ministério do Planejamento justifica, porém, que o menor preço não é uma regra e que são considerados valores de mercado nas licitações. Ela considera a administração federal uma boa pagadora, mas faz uma ressalva: já teve problemas para receber por um serviço prestado ao governo local há cerca de cinco anos. “Esperei, uma vez, quatro meses para receber.” 32 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 Fotos: Luana Lleras Irenaldo Pereira Lima, vice-presidente do Grupo Soberana, diz que servir ao Estado é como ter uma carta de fiança no mercado. //Eficiência traz eficiência A RCAM Tecnologia presta serviço há 20 anos à administração pública. É responsável pelo serviço de manutenção em tecnologia da informação em cinco órgãos federais e dois locais. “Mantemos poucos contratos com a iniciativa privada. Pelo próprio perfil de Brasília, marcado pelo funcionalismo público, quem mais contrata conosco é mesmo o governo”, explica o presidente da RCAM, Charles Dickens. “Focamos nossa forma de funcionamento de acordo com as suas necessidades”, destaca. Segundo ele, a administração pública tem primado cada vez mais pela eficiência, o que tem exigido mais excelência do serviço prestado pelas terceirizadas. “E isso é muito positivo”, resume. Mesmo a inadimplência não sendo um problema, a RCAM se mantém alerta. “Trabalhamos com fluxo de caixa para eventuais atrasos que ocorrem devido ao tamanho da máquina pública. Mas não chega a ser um problema”, conta. Segundo ele, há dez anos os atrasos eram uma situação frequente até mesmo na administração direta. “Mesmo o empresário sendo um pouco refém da administração, acho que essa relação está certa”, diz. “Mas, se o pagamento dos meus contratos atrasarem 90 dias, não consigo manter a empresa. Não há caixa para isso”, pondera Dickens. No ramo de vigilância e segurança há 18 anos, o Grupo Soberana presta serviço a quatro instituições públicas – uma do governo do DF e três da administração indireta. O vice-presidente da Soberana, Irenaldo Pereira Lima, cita os atrasos revista FECOMÉRCIO | março 2013 nos pagamentos como os maiores problemas e diz que a relação é extremamente desigual. “Temos 32 filiadas. Na virada de 2012 para 2013, todas essas empresas estavam com problema de inadimplência.” Segundo ele, que já precisou recorrer à Justiça para receber pagamento, o planejamento de gestão feito pelas empresas fica comprometido. “Fazemos todas as previsões anualmente para não recorrer aos bancos em busca de capital de giro e para não prejudicar os funcionários, mas a administração não cumpre o acordado e sempre atrasa o pagamento”. Isso causa um efeito dominó, diz. Para manter o Estado como cliente, o empresário deve providen- ciar uma série de documentos que comprovem a idoneidade do estabelecimento. Em relação ao governo federal, por exemplo, ele precisa atestar a saúde financeira e a situação legal da empresa perante a Receita Federal, o Instituto Nacional do Seguro Social e o Tribunal Superior do Trabalho. Para contratar com o governo do DF, ele deve apresentar ainda certidões negativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço dos funcionários e de tributos estaduais, além de mais alguns documentos. “Cada documento desse tem um prazo de validade. Se a administração atrasa, vence tudo. Aí tenho que começar do zero”, explica Lima. Ele conta que, por isso, prefere negociar com clientes privados. “Todo dia 1º 33 A demora na votacão do orçamento da União pode afetar as terceirizadas, alerta Antônio Rabello, presidente do Grupo Ágil Serviços Especiais. do mês é sagrado. O pagamento sempre está no banco. Com a administração, a gente tem muito mais obrigações do que direitos. O empresário critica também o modo de contratação de serviços de segurança e vigilância por meio de pregão eletrônico. “A administração contrata mais pelo menor preço. Como gasto R$ 2,6 mil por um vigilante e cobro R$ 2 mil do poder público? Isso é inexequível. Quem contrata mal acaba pagando duas vezes, porque essa empresa não vai dar conta de prestar o serviço. No modelo de pregão presencial, podemos tirar dúvidas e questionar casos como esse na hora.” A Secretaria de Planejamento do Distrito Federal disse que passará a usar com mais frequência o pregão presencial para aquisição de serviços. A intenção, segundo o secretário de Estado de Planejamento e Orçamento do Distrito Federal, Luiz Paulo Barreto, é a de promover esses pregões com transmissão ao vivo pela internet. Isso já deve ser inaugurado em licitações próximas como vigilância e limpeza. “A transparência deve sempre ser incentivada nas licitações. Isso será feito”, garante, sem precisar a data de implementação do programa. O Ministério do Planejamento, 34 por meio da assessoria de comunicação, informou que, no caso das empresas fornecedoras de serviços de limpeza, o pregão eletrônico tem se mostrado uma ferramenta útil e eficiente de contratação. O lado bom de atuar como terceirizada, segundo o vice-presidente da Soberana, é que, ao comprovar a capacidade técnica perante a administração, isso conta positivamente para o currículo da empresa. “Quando vou negociar com outro órgão ou alguma empresa privada e mostro que já prestei tantos anos de serviço para a administração, isso facilita a negociação. É como se fosse uma espécie de carta de fiança para conseguir outro serviço.” //Problemas de orçamento Na área de serviços gerais e de vigilância há 18 anos, o Grupo Ágil Serviços Especiais mantém contrato com 50 órgãos federais, principalmente de limpeza e conservação. O presidente da empresa, Antônio Rabello, conta que geralmente questões orçamentárias passam certa insegurança ao empresariado. “Ficamos inseguros em relação a uma eventual inadimplência [da administração]. Veja aí o Orçamento da União que fechou 2012 sem ser votado.” Mesmo considerando a administração pública um excelente cliente, ele diz que o empresário fica fragilizado na relação. “Órgãos que dependem de repasses da União, que não têm orçamento próprio, são mais suscetíveis a atraso nos pagamentos. A inadimplência é recorrente no caso de alguns clientes”, explica. Há casos em que Rabello prefere nem competir porque a instituição não é boa pagadora. “Temos de 5% a 8% do faturamento das empresas sendo comprometidos de alguma forma pela inadimplência.” Ele pondera que, mesmo havendo inadimplência, a situação tem melhorado e diz que o problema é localizado na administração indireta, justamente pela dependência orçamentária da União. Ele destaca os altos valores dos contratos como pontos positivos em atuar como terceirizada. “Como em Brasília quase não temos indústria, temos que nos adequar às regras da administração e os valores contratados são maiores do que os negociados na iniciativa privada.” //Alternativa para evitar atrasos Em trâmite na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei (PL) 4.302/2012 pode modificar a relação das empresas revista FECOMÉRCIO | Março 2013 terceirizadas com o Poder Público. Pelo texto, que altera o artigo 78 da Lei 8.666/93, diante de qualquer atraso, elas poderão suspender o contrato e os serviços prestados à administração. Atualmente, isso só pode ocorrer depois de 90 dias. O autor do projeto, deputado federal Laércio Oliveira (PR-SE), explica que a proposta tem duas finalidades: suspender o contrato, qualquer que seja o atraso, e mostrar o correto entendimento da lei, para que o serviço seja executado de acordo com preços de mercado. “As empresas já embutem, no valor cobrado, uma correção, prevendo o atraso. O governo acaba pagando mais caro.” Para ele, a proposta pretende combater esses atrasos constantes. “O gestor já carrega consigo a ideia do atraso em 90 dias no pagamento pelo serviço prestado. Isso virou um vício”, destaca. Segundo ele, o descumprimento dos limites orçamentários é um dos principais motivos que levam à demora na quitação dos serviços prestados. O projeto pode ajudar ainda a resolver eventuais atrasos no pagamento de funcionários de empresas terceirizadas, de acordo com o autor da matéria. “A empresa, muitas vezes, deixa de pagar seus funcio- nários, porque a administração não repassou o pagamento do serviço prestado. A cada dez casos desse tipo, nove são causados porque quem contratou não honrou o que foi assinado.” O coordenador de Direito Comercial nos Programas de Mestrado e Doutorado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), professor Fábio Ulhoa Coelho, considera prejudicial o Inciso XV do artigo 78 da Lei de Licitações que prevê a suspensão do serviço apenas depois de 90 dias de atraso. “O PL 4.302 vai impedir que o poder público possa atrasar o pagamento de valores devidos às empresas, sem que elas possam se defender. É uma lei para resolver uma questão bastante pontual e específica, melhorando a relação contratual entre empresas e poder público”, explica. A medida, segundo ele, é favorável a todos os lados envolvidos na negociação. “Hoje, como os empresários sabem que a lei autoriza o atraso nos pagamentos, por até três meses, eles já embutem nos valores apresentados na licitação um sobrepreço, exatamente para cobrir o custo financeiro decorrente desse atraso. Assim, uma regra que aparentemente visava proteger os interesses públicos, na verdade, acaba prejudicando-os.” A ideia, de acordo com Fábio Ulhoa, é também tentar equilibrar a relação. “A empresa passará a ter, perante o poder público, o mesmo direito que hoje tem perante os particulares privados. Se um lado não cumpre o contrato, o outro não está obrigado a cumprir também.” Uma das principais finalidades do projeto de lei, porém, é também impedir casos de corrupção. “Como a lei hoje autoriza o poder público a atrasar os pagamentos por até 90 dias, isso permite que alguns funcionários menos escrupulosos possam ‘vender a facilidade’ de providenciar o pagamento no vencimento da dívida. É uma brecha na lei de hoje que pode ser facilmente fechada”, explica o professor. O professor destaca que a mudança pretendida com o PL 4.302 não desrespeita o princípio da supremacia do interesse público, que deve ser destacado na Lei 8.666/93. “Isso porque a mudança não autoriza a empresa a rescindir o contrato em razão de atrasos do poder público. Mesmo nesses casos, a empresa contratante só poderá suspender o cumprimento de suas obrigações, mas continuará vinculada ao contrato, porque ele não será rescindido.” Vencer um pregão significa trabalho garantido por um ano inteiro para a empresária Maria Auxiliadora Montandon, dona da Agenda Organização e Promocão de Eventos. revista FECOMÉRCIO | março 2013 35 internet Conforto perigoso // Por Ana Carolina Freitas Empresários são prejudicados pelos atrasos de pagamentos de promoções hospedadas em sites de compras coletivas 36 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 O boom do mercado de compras coletivas encheu os olhos dos comerciantes, que viram nessa modalidade de vendas uma estratégia de divulgação de produtos e de comercialização em grande escala. O consumidor respondeu às expectativas dos anunciantes e a cada dia cresce o número de adeptos aos cupons de desconto. Em 2010, o mercado de compras coletivas estava engatinhando no Brasil – o primeiro site do gênero foi criado no País em março daquele ano – e o faturamento anual ficou em R$ 240 milhões, segundo projeções do Info SaveMe. Em 2011, o setor registrou crescimento de 644% e faturou R$ 1,5 bilhão, segundo dados do instituto – uma diferença de mais de R$ 1,3 bilhão. Já em 2012, apenas no primeiro semestre o lucro do setor foi de R$ 750 milhões, com mais de R$ 19 milhões de cupons vendidos em todo o País. Todavia, o que aparentemente serviria como uma importante ferramenta de desenvolvimento do negócio, para alguns resultou em transtornos e perda de dinheiro. Com a difusão das promoções, aumentou também a incidência de quebras contratuais, o que tem resultado em prejuízo para alguns empresários do Distrito Federal. O que ocorre em alguns casos é que, enquanto o site vende a promoção, o empresário não recebe o valor acordado e ainda fica com a obrigação de atender aos clientes que já revista FECOMÉRCIO | março 2013 adquiriram o produto. O resultado para alguns chega a milhares de reais em prejuízo e até a falência, em casos extremos. Uma empresária do ramo de estética, que preferiu não se identificar, há seis meses fechou uma parceria com o site de compras coletivas do Rio de Janeiro. Apesar de já ter firmado contrato com outras empresas do ramo, desta vez a comerciante não foi cautelosa e estabeleceu apenas um contrato verbal e as negociações foram feitas todas por e-mail. Até agora, o site não repassou nenhum valor à clínica e, segundo a proprietária, cerca de 300 cupons já foram vendidos. “O consumidor exige ser atendido, pois investiu na promoção e quer receber o serviço. Eu prefiro ser ética e trato todos os meus clientes de forma igual, mas tive um prejuízo grande”, conta. O site deve para a empresária cerca de R$ 10 mil e o montante gasto para atender a clientela oriunda da promoção já ultrapassou R$ 20 mil. Segundo ela, por várias vezes tentou junto ao site o cancelamento da promoção e a retirada do anúncio do ar, mas sem sucesso. Ela tinha duas lojas, mas foi obrigada a fechar uma delas em fevereiro por não ter mais condições de arcar com os os dois estabelecimentos. Nunca mais faço negócio com nenhum site deste tipo, prefiro repassar diretamente aos clientes minhas próprias promoções, divulgando-as com panfletagem”, //Decisão judicial Em 14 de fevereiro, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que três sites de compras coletivas retirassem de suas páginas todas as cláusulas contratuais que os isentavam de responsabilidade em caso de prejuízo ao cliente. A juíza da 3ª Vara Empresarial do TJRJ, Joana Cortes, estipulou um prazo de dez dias para os sites se adequarem, sob pena de multa de R$ 50 mil. 37 afirma. A empresária disse ainda que desde fevereiro não recebe nenhum retorno da direção do site e que já está descrente quanto a uma possível negociação. “O caminho será acionar a justiça para reaver meu dinheiro”, desabafa. Duas irmãs, sócias de uma clínica no Sudoeste, afirmam também terem sido lesadas pelo mesmo site carioca. Em mais de nove meses de promoção, só receberam até agora metade do valor acordado e contam que tentam diariamente um contato com o site, mas sempre são ignoradas. “Fui atrás de todos os empresários de Brasília que firmaram parceria com eles e descobri que muitos não receberam nada. Agora, estamos tentando alertar outros comerciantes a não fecharem nenhuma promoção com eles”, afirma. O prejuízo para as empresárias soma mais de R$ 15 mil e mesmo após o fim da promoção ainda há pessoas sendo atendidas com os cupons. “É o nome da minha empresa que está em jogo. Não posso simplesmente ignorar os clientes e não atendê-los por negligência do site. Não tenho saída e o melhor a fazer é encarar a realidade e aprender com a experiência. Compras coletivas nunca mais”, disse. //Proteja-se Especialistas afirmam que, para evitar situações desgastantes, o empresário deve estar amparado por uma relação estabelecida por um contrato, para assegurá-los em caso de quebra de cláusulas, já que a lei que rege o negócio é o limite do que foi acordado e assinado. O presidente da Comissão de 38 Assuntos Tributários da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do DF, Jacques Veloso, aconselha os comerciantes a investigarem com quem o negócio está sendo estabelecido antes de firmar qualquer parceria, o que evitará muitos transtornos. “O histórico da empresa é o que definirá se vale a pena ou não se unir a ela”. Veloso acrescenta que a segurança do negócio está no contrato assinado pelas duas partes, o que servirá também como prova judicial. Outra dica do advogado é que se estabeleça o período de validade da promoção e do uso do cupom, o que evita que o prejuízo seja perpetuado por um longo tempo. “É muito importante ter tudo isso por escrito para evitar desgastes e se proteger. O meu conselho é que o comerciante fuja da informalidade da negociação, em que as regras são estabelecidas apenas oralmente”, explica. Veloso alerta ainda para a importância de se ter clareza em relação ao site contratado e saber qual a sede da empresa e os responsáveis pela página na internet. “Muitos negócios virtuais são camuflados e fica difícil depois localizar os responsáveis. Por isso, o crescimento de casos de estelionato na web. É preciso muita cautela”, alerta. Em casos de negligência por parte do site, Veloso afirma que a saída é sempre buscar a justiça para a reparação dos danos. “Para as empresas de pequeno porte, o ideal é procurar o Juizado Especial, que é muito menos burocrático e mais célere. Ser instruído por um bom advogado também é essencial para saber quais são os reais direitos que estão em questão”, aconselha. //Sem resposta A reportagem da Revista Fecomércio tentou contato com o site Clicaê para que pudesse dar sua versão com relação aos problemas enfrentados pelas instituições no que diz respeito a manter em dia o pagamento. Até o fechamento desta edição, porém, o Clicaê não havia se manifestado sobre as denúncias. revista FECOMÉRCIO | Março 2013 //caso de sucesso Rumo à Alemanha //Por Sílvia Melo Depois de conquistar medalha de ouro na Olimpíada do Conhecimento, aluna do Senac participará de competição mundial A os 21 anos, a estudante Jéssyca dos Santos Cardoso Pacheco tem uma grande responsabilidade: representar o Brasil na ocupação técnico em enfermagem, durante o WorldSkills Competition. O torneio mundial será em julho, na cidade de Leipzig, Alemanha. Estima-se que 1 mil competidores, de 60 países, serão avaliados em 44 ocupações dos setores do comércio e da indústria durante quatro dias de provas. Para conquistar uma vaga nessa disputada competição internacional, Jéssyca Cardoso ganhou medalha de ouro na Olimpíada do Conhecimento, uma competição bienal de educação profissional, organizada pelo Senai, em que estudantes de cursos técnicos e de aprendizagem profissional do Senai e do Senac de todo o País mostram as habilidades pessoais e os conhecimentos técnicos exigidos para o desempenho de atividades na indústria e nos setores de comércio e de serviços. A competição foi realizada em novembro de 2012, em São Paulo, e contou com a participação de 640 competidores que disputaram entre 54 ocupações profissionais. Em janeiro de 2013, ela participou da seletiva final, quando competiu com os alunos classificados em segundo lugar, na ocupação de técnico em enfermagem da Olimpíada do Conhecimento. As provas ocorreram nos dias 15 e 16 de janeiro, na Bahia, nas unidades do Senac Aquibadã e Casa do Comércio. Mais uma vez Jéssyca ficou em primeiro lugar. A estudante nasceu no Rio de Janeiro e mudou-se para Brasília ainda criança. Reconhecida pela desenvoltura na fala, empenho técnico e zelo com os pacientes, ela afirma que a vitória foi construída com muito esforço. “Desgastes físico e emocional fizeram parte.” Quando decidiu fazer o curso técnico em enfermagem, era uma área totalmente desconhecida. “Na verdade, eu escolhi esse curso um pouco sem saber do que se tratava e depois de cursá-lo descobri um novo mundo que me encantou”, afirma. Depois de se formar, ela pretende colocar em prática o que aprendeu nas aulas, levando aos pacientes uma assistência humanizada. “Levar conforto e segurança revista FECOMÉRCIO | março 2013 Luana Lleras Jéssyca Pacheco se destacou entre 640 competidores. para cada paciente é o nosso lema e eu vou adotar isso no hospital”, afirma. Mãe de uma menina de dois anos, ela diz que o maior sacrifício que fez para competir foi deixar a filha por algumas horas do dia para se dedicar aos estudos. “Minha única preocupação foi o cuidado com a minha filha, pois na época ela estava com nove meses e ficava comigo em casa o dia todo, já que eu estudava à noite”, relembra. Para a competição na Alemanha, Jéssyca espera um resultado tão bom ou melhor que o já conquistado na Olimpíada, quando participou em dupla com uma das colegas de curso. “Creio que surpreendemos muita gente, pois foi a primeira vez que o DF participou, a primeira vez do técnico em enfermagem também, e a meta era ganhar muita experiência e obter um bom resultado na prova”, conta. Entretanto, ganharam o primeiro lugar, um troféu de melhor dupla técnicas em enfermagem do Brasil e um troféu de melhor dupla de competidoras do Distrito Federal. @senacdf /senacdistritofederal 39 educação Mais investimento Auxílio para famílias de baixa renda, o Cartão Material Escolar será distribuído para 130 mil alunos de escolas públicas do Distrito Federal. Papelarias comemoram A lunos de baixa renda do ensino fundamental e médio de escolas públicas do Distrito Federal terão uma ajuda para adquirir o material escolar em papelarias da cidade. A partir deste ano, os beneficiários do auxílio Bolsa Família terão direito ao Cartão Material Escolar (CME), programa inédito de iniciativa do governo do Distrito Federal, realizado por meio das secretarias de Educação e da Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária. O investimento da Secretaria de Educação foi de R$ 36 milhões, e a previsão é beneficiar 130 mil alunos. O CME promoverá a cidadania e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas locais, já que o material deverá ser comprado em papelarias previamente cadastradas. Esse programa do governo do DF é piloto em todo o Brasil e será uma oportunidade de as famílias escolherem o material dos filhos direto nas papelarias credenciadas. “Além disso, a iniciativa vai fomentar a atividade comercial das micro e pequenas empresas, trazendo benefícios como a arrecadação fiscal e a criação de emprego”, afirma Denilson Bento da Costa, secretário de Educação do DF. 40 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 O valor a ser creditado no cartão de cada beneficiado varia de acordo com a quantidade de filhos matriculados e com a modalidade de ensino. Cada aluno matriculado no ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, terá direito a crédito de R$ 323, e os matriculados do 6º ao 9º ano terão crédito de R$ 228. Para os alunos do ensino médio, o valor será de R$ 202. O Banco Regional de Brasília é a instituição responsável pela distribuição dos cartões às famílias. Vale lembrar que o cartão tem duração de 90 dias a partir do recebimento nas agências bancárias. Caso o crédito não seja utilizado totalmente nesse período, o cartão será bloqueado e o valor disponível voltará para a Secretaria de Educação. Para receber o cartão, as famílias não precisarão preencher nenhum tipo de formulário. Elas serão selecionadas automaticamente de acordo com o cadastro do Programa Bolsa Família. Segundo a Secretaria de Educação, é possível saber quem são os beneficiados do programa que têm filhos em escolas públicas do Distrito Federal. Essas famílias receberão um comunicado, informando sobre o benefício e em qual agência do BRB poderão buscar o cartão. Ana Paula Maria da Silva, de 31 anos, mãe de duas crianças, de 3 e 12 anos, apoia a iniciativa, pois recebe R$ 32 de auxílio Bolsa Família por cada filho. A casa é sustentada com os bicos que o marido faz de pedreiro. Moradora do Condomínio Pôr do Sol, em Ceilândia, ela revista FECOMÉRCIO | março 2013 conta que, para comprar o material do filho mais velho, tem que reduzir os gastos e sempre divide o valor, pois não consegue pagar à vista. No próximo ano, o mais novo entrará para a escola e a despesa com certeza aumentará. “Fico feliz com essa iniciativa porque vai ajudar bastante quem não tem de onde tirar dinheiro para comprar cadernos, lápis, mochila, entre outros itens”, afirma. Beneficiária do Bolsa Família e mãe de quatro filhos com idades que variam entre 4 e 16 anos, Maria das Dores Alves de Souza não sabia que teria direito ao cartão e afirma que já comprou o material escolar dos três filhos. Para Tatiany Alves de Lima, 16 anos, filha mais velha de Maria das Dores, mesmo a mãe tendo comprado o material escolar, o cartão será bem-vindo. Cursando o 2º ano do Ensino Médio, ela sabe da dificuldade da mãe para comprar tudo para os três filhos e ainda ter que satisfazer a todos. “O cartão vai servir para comprar um fichário que eu queria e minha mãe não comprou. Também penso em adquirir outras coisas, como uma mochila ou uma bolsa bem fashion que vi em uma loja. Só não sei se encontrarei o mesmo modelo em uma papelaria”, destaca. R$ 36 milhões foi o investimento que a Secretaria de Educação do DF precisou fazer para viabilizar o programa. //Papelarias O Cartão Material Escolar só poderá ser utilizado em papelarias credenciadas. No fim de janeiro, foi aberto o processo seletivo de papelarias e afins, sediadas no 41 Distrito Federal, para formar uma rede, visando ao fornecimento de material escolar por meio do cartão. Até 7 de fevereiro, 240 papelarias haviam se cadastrado no site da Secretaria de Educação. Desse total, 116 já estavam selecionadas, pois não apresentaram nenhuma pendência documental. O resultado final, com a divulgação dos nomes de todas as papelarias credenciadas, foi publicado no site da Secretaria em 18 de fevereiro. “Esperamos um aumento significativo nas vendas de material escolar, com faturamento em torno de 34 milhões, caso os titulares dos cartões utilizem todo o crédito recebimento”, afirma José Aparecido da Costa Freire, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria (Sindipel-DF). Uma das credenciadas para participar foi a papelaria Suellen, que está em Planaltina há 21 anos. De acordo com a gerente do empreendimento, Suellen Albuquerque da Ponte, existe uma expec42 tativa muito grande no aumento das vendas depois que o cartão for liberado para os pais ou responsáveis pelos alunos. “Como as aulas iniciaram em 14 de fevereiro e o cartão estava previsto para ser entregue no dia 25, os pais beneficiados estão comprando o material escolar e deixando um cheque como garantia. Quando receberem o cartão, poderão trocar o cheque pelo valor do cartão”, explica. Ela destaca que alguns preferem comprar só depois de receber o cartão. “De qualquer forma, estamos facilitando o pagamento para que todos tenham o material quando as aulas iniciarem”, afirma. //Fundamentação legal As normas para a utilização do Cartão Material Escolar foram instituídas pela Portaria Conjunta n° 1, de 25 de janeiro de 2013, da Secretaria de Estado de Educação e Secretaria de Estado da Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária do Distrito Federal, baseadas nas atribuições conferidas a essas secretarias por meio do item III do parágrafo único do artigo 105 da Lei Orgânica do Distrito Federal, e em atendimento ao disposto no artigo 208, inciso VII da Constituição Federal, que preceitua como forma de efetivação do dever do Estado com a educação, a garantia de atendimento ao educando por meio dos programas suplementares de material didático-escolar, reafirmado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – Lei nº 9.394/1996, em seu artigo 4º inciso VIII, e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – Lei nº 8.069/1990, artigo 54, inciso VII. A Lei 4.611/2011, posteriormente alterada pela Lei nº 4.692/2011, regulamentou, no âmbito do Distrito Federal, o tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para microempresas, empresas de pequeno porte e empreendedores individuais no que se refere às compras governamentais do Distrito Federal, assim como trata a Lei Complementar Federal nº 123/06, Lei Complementar nº 127/2007 e Lei Complementar nº 128/08. Por esse motivo, as empresas credenciadas para o recebimento do Cartão Material Escolar participaram da Chamada Pública Conjunta Nº 01/2013 – SE-DF E SEMPES-DF. Foram credenciadas as empresas do ramo de papelaria e afins, sediadas e registradas no Cadastro Fiscal do Distrito Federal (CF-DF), com mais de um ano de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), tendo reconhecida capacidade operacional e apresentado todos os documentos exigidos. Essa ação teve por objetivo atingir e agir de forma segmentada, prestigiando e fomentando empresas instaladas em todas as Regiões Administrativas do Distrito Federal. revista FECOMÉRCIO | Março 2013 revista FECOMÉRCIO | março 2013 43 //gente Fotos: Luana Lleras Um apaixonado por carros //Por Luciana Corrêa Roberto Nasser Curador do extinto Museu do Automóvel de Brasília Há 40 anos, o advogado carioca Roberto Nasser se apaixonou por carros antigos. “Acabei me envolvendo, me tornei membro de clubes e fui cofundador do Clube de Carros Antigos. Descobri que é mais que um artefato mecânico, é história e cultura de um país”, explica. Sua dedicação o fez criar e ser presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos. Nasser começou a pensar no projeto de um museu com a história automobilística do Brasil. Em 1997, conseguiu um prédio para começar o Museu do Automóvel de Brasília e somente em 2004 abriu as portas para visitação. Agora Nasser precisa encontrar outro lugar para expor os veículos. O prédio foi doado ao Ministério dos Transportes e ele precisa ser desocupado. “Meu coração fica pequeno com essa situação”, lamenta. No entanto, reconhece que o mais correto seria fechar as portas e reabrir o museu em outro endereço. “Mas me dei um prazo para essa luta, vou batalhar pelo espaço até dia 9 de julho, data do meu aniversário. Depois disso, fecharei as portas”, lamenta. Além dos carros, o museu abriga uma biblioteca com 8 mil livros e 10 mil revistas e documentos nacionais e internacionais. Para ajudar na garantia de um espaço, no site (www.museudoautomovel.org.br) está aberta uma petição pública, com cerca de 8 mil assinaturas. Contra o sistema, em favor das mulheres “As pessoas não querem esmola; querem respeito, cidadania e trabalho.” É com base nesse ideal que a economista e mestre em administração Gilda Cabral luta para mudar o mundo. Ativista política que atuou nos movimentos estudantis, Gilda conta que, na época da regime militar, queria trabalhar no serviço público por acreditar que estar dentro do sistema seria mais fácil realizar mudanças em favor das mulheres. “Quis lutar pelo meu ideal e combater a ditadura dentro do próprio Estado”, conta. Sua luta feminista só estava começando. Em 1985, Gilda trabalhava no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e atuava pela modificação 44 da Constituição Brasileira a favor da mulher. Na época, com mais cinco colegas de trabalho, criou o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea). “É uma ONG e a nossa atuação é no monitoramento do legislativo, do uso do orçamento federal no plano nacional de políticas para mulheres.” Gilda analisa que o Brasil teve o maior avanço legal do mundo, mas que ainda há atrasos. “A proibição do aborto é um deles”. Gilda nasceu em Fortaleza (CE) e veio para Brasília em 1973. Aqui formou sua família: tem quatro filhos e três netos. “Eu sou mãezona, sempre que posso, estou com eles”. Gilda Cabral Fundadora do Cfemea revista FECOMÉRCIO | Março 2013 Linguagem universal Dolores Tomé Apesar de ter nascido em Minas Gerais, Dolores Tomé diz que é brasiliense. Veio para a capital em janeiro de 1960, é viúva, mãe de duas mulheres e sua vida é dedicada à música e às pessoas com deficiência visual. Dolores é flautista licenciada em Educação Musical pela UnB, mestre em Musicografia Braille pela Universidade Internacional de Lisboa, em Portugal, e foi coordenadora de Musicografia Braille da Escola de Música de Brasília. A paixão pela arte e pela linguagem em braille vem de sua criação. Filha do conhecido músico cego João Tomé, um dos criadores do Clube do Choro de Brasília, Dolores aprendeu as primeiras lições ainda pequena. Em 1984, descobriu sua vocação para ensinar. Dolores criou o sistema musibraille para cegos e sua dedicação à carreira a fez conhecida em todo o País. Hoje, busca apoio para montar um curso de música a distância para as pessoas com deficiência visual. “Música é universal, o que muda é a linguagem que é passada. A comunicação é igual. Muitos professores de música, na hora de ensinar a teoria e fazer exercícios, esbarram no desconhecido, e o curso os ajudaria nesse processo”, explica. Flautista e professora de música //Sua excelência, o gerente O carioca Hélio Ribeiro Conceição Filho está na cidade há 12 anos e, em 2001, assumiu a superintendência do primeiro shopping de Brasília, o Conjunto Nacional. Casado e pai de três filhos, é formado em engenharia elétrica e pósgraduado em administração e marketing. Como foi assumir a superintendência de um shopping? Estou há 23 anos no varejo e assumir este cargo foi um enorme desafio, não tanto pelo varejo ou negócio, mas principalmente por liderar diretamente 300 colaboradores, que precisam estar informa- revista FECOMÉRCIO | março 2013 dos, comunicados e alinhados. Como chegar à superintendência? Qual sua dica? Primeiro, realmente gostar do dinamismo e da objetividade do varejo, estar antenado com as rápidas mudanças que acontecem em todos os cenários e ser estratégico, porém realizando, fazendo acontecer. Quais as dificuldades que se encontram no mercado varejista? Eu diria que não são somente do mercado varejista, mas as dificuldades são muitas e é preciso estar sempre em busca de aprimorar o atendimento ao seu cliente, seja ele qual for, interno ou externo. Hélio Ribeiro Conceição Filho Superintendente do Conjunto Nacional 45 Com estes produtos, você e sua empresa ficam protegidos na web. CPF Digital a partir de R$ 110 - Assinatura Digital - Acesso a Receita Federal - Conectividade Social para FGTSs em até 46 3x sem juros CNPJ Digital a partir de R$ 165 - Realiza transações bancárias eletrônicas - Assina documentos digitais com validade jurídica - Acessa o Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte Nota Fiscal Eletrônica a partir de R$ 250 - Reduz custos Emite notas fiscais eletrônicas com validade jurídica - Evita multas por descumprimento de obrigações fiscais e acessórias (61) 3038 7507 - 3038 7524 [email protected] WWW.FECOMERCIODF.COM.BR revista FECOMÉRCIO | Março 2013 //economia Dúvidas sobre o ano que se inicia C om o fechamento de várias séries de dados relevantes da conjuntura econômica brasileira para o ano passado, em que se destaca a continuação do forte crescimento do comércio varejista, cabe destacar, em contraste, a queda tanto do investimento como um todo quanto da produção industrial em particular. As autoridades da área esperavam uma reação mais favorável da economia, uma vez reduzida de forma inédita a taxa Selic; depreciada de forma expressiva a taxa de câmbio, hoje ao redor de R$ 2; e uma vez aplicado o forte impulso fiscal que vigorou em 2012. Segundo o IBGE, o volume do comércio varejista fechou o ano crescendo 8%, valor muito próximo da média anual observada em 2003-2012. Mas o investimento agregado pode ter caído ao redor de 1% no último trimestre de 2012, configurando-se a sexta queda trimestral consecutiva. Em consequência, o investimento total teria diminuído de 4% a 5% em 2012, e a taxa de investimento agregada caído algo próximo a um ponto de percentagem do PIB. Em adição, a indústria mostrou fraco desempenho – retração de 2,7% em 2012 –, e o PIB deve ter fechado o ano crescendo algo abaixo de 1%, um resultado difícil de imaginar no início de 2012. A inflação também decepcionou, já que, em que pese a desaceleração do crescimento do PIB, sua taxa ficou sistematicamente acima da meta. revista FECOMÉRCIO | março 2013 Para 2013, boa parte dos analistas espera, hoje, um crescimento do PIB ao redor de 3%, com base em alguma recuperação da indústria, especialmente pelo esgotamento de estoques, e talvez na esperança de que tenha já ocorrido tempo suficiente para os maiores estímulos de 2012 mostrarem seus efeitos. Só que ainda é cedo para se ter uma ideia mais precisa nessa área. Cabe indagar se o PIB crescerá algo na vizinhança da mesma taxa do ano passado, ou se seu crescimento ficará mais próximo dos 3,5% tidos como a marca sustentável no momento atual da economia brasileira. Ainda que o salário mínimo – cujo reajuste ficou abaixo do relativo ao ano precedente – não pressione igualmente a inflação dos serviços neste ano, a perspectiva de reaquecimento da economia poderá implicar pressões adicionais sobre o mercado de trabalho. Só que isso implicará, ao mesmo tempo, melhores condições para enfrentar o maior comprometimento das rendas do trabalho com o serviço das dívidas contraídas mais recentemente. O fato é que há certo pessimismo nas previsões, já que várias tarefas que o governo poderia pôr em prática para imprimir maior dinamismo da economia, como as concessões, ainda não decolaram. Joel Rodrigues Raul Velloso Doutor em Economia pela Universidade de Yale (EE.UU). Atualmente, é consultor econômico em Brasília. 47 //sindicatos Fotos: Luana Lleras Renovação próxima Felipe de Faria, presidente do Sincofarma. //Por Mariana Fernandes Sincofarma existe há mais de quatro décadas, já foi presidida por seis empresários e se prepara para mudar o comando em 2014 O Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma) hoje tem aproximadamente 1,2 mil associados. Fundado em 23 de agosto de 1970, o Sincofarma é responsável por assessorar drogarias e farmácias do DF, além de prestar assistência na parte jurídica e contábil e nas dificuldades encontradas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. “Nosso sindicato é pioneiro, foi um dos sindicatos que ajudaram a fundar a Fecomércio”, relembra Felipe de Faria, presidente do Sincofarma. Para que as demandas sejam cumpridas, o sindicato conta com o apoio também de três vice-presidentes, 14 diretores, um 48 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 advogado e três funcionários. Esses 42 anos de trajetória fez do Sincofarma um segmento heterogêneo, com boas conquistas e vitórias em muitas de suas lutas. Foram seis presidentes, entre eles o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana. Uma das grandes conquistas que valem ser lembradas e ressaltadas é a Lei da Conveniência. Essa lei estabelece que drogarias e farmácias podem vender produtos correlatos, como leite, farináceos, produtos para atletas, pilha, light e diet, produtos energéticos, refrigerantes. A Lei 5.991, que rege o funcionamento das farmácias, passou então a ter um parágrafo que determina que os produtos correlatos serão normatizados pelas unidades da Federação. “Conseguimos também algum tempo depois mais um complemento para essa lei, que autoriza a venda de revistas medicinais, CDs, revistas esportivas e as voltadas para a saúde”, explica Felipe de Faria. É necessário entender que o segmento de drogarias e farmácias é todo normatizado por uma lei específica, a 5.991, criada em 1973. Desde 1984 existia nesta lei um artigo que estabelecia que 30% do número de drogarias existentes no Distrito Federal eram obrigados a permanecer de plantão por 24 horas a cada 15 dias. “Nessa época, tínhamos cerca de 350 farmácias no DF”, conta Faria. Até o fim de 2012, essa regra prevaleceu. O Sincofarma vinha pleiteando junto ao governo que esse parágrafo fosse revisto e foi então alterado: agora 10% de far- mácias e drogarias devem cumprir esse plantão. “Batalhamos por isso, pois, além da insegurança existente por conta de assaltos, não havia necessidade de tal porcentagem permanecer de plantão, afinal o número de farmácias aumentou e 10% atendem bem a população diurna e noturna”, avalia o presidente. Nos últimos 25 anos, o número de farmácias cresceu cerca de 200%. Ainda existem muitos projetos de lei na Câmara dos Deputados e no Senado Federal que, segundo o sindicato, penalizam muito o segmento. O objetivo é atuar para moderar tais projetos e apoiar ao mesmo tempo os proprietários de farmácia e os farmacêuticos. “Nossa função é buscar o melhor entendimento, ouvir, discutir e achar a melhor saída para ambas as partes. O sindicato é um negociador”, garante. Presidente há oito anos do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal, Felipe de Faria encerra seu mandato em 2014. A sucessão está sendo preparada para que o segmento continue evoluindo e alcançando novas lutas. “Nos preocupamos muito com o futuro do sindicato, pois queremos que o nosso trabalho tenha continuidade. É preciso que se tenha uma conscientização da renovação do sindicato que será feita na eleição, para que se formem boas chapas. Só assim o Sincofarma continuará no mesmo nível que se encontra hoje, por isso essa é minha grande preocupação”, diz. A partir deste ano apenas 10% das drogarias são obrigadas a funcionar 24 horas. Uma consquista da categoria. revista FECOMÉRCIO | março 2013 49 instituto fecomércio Força jovem //Por Lucyenne Landim O IF Estágio ajuda estudantes a entrar no mercado de trabalho O mercado de estágios está se tornando cada vez mais importante no Brasil. O Instituto Fecomércio Estágio atua justamente no intermédio entre o estudante e a empresa, com um programa voltado para inserção de estudantes no mercado de trabalho. Assim, se possibilita que sejam colocadas em prática as teorias aprendidas em sala de aula. O Instituto Fecomércio administra todas as fases do processo de estágio, desde a inscrição do estudante, a convocação, o encaminhamento e a contratação até o acompanhamento do desenvolvimento do estudante durante o trabalho. Assim, se consagrou uma das cinco maiores agências do Distrito Federal. A última pesquisa sobre o setor foi realizada pelo Instituto Nacional de Es- tudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2011. Ela mostra que o Brasil tem mais de 75 milhões de estudantes nos níveis médio, superior e também alunos de pós-graduação. Do total, um milhão são estagiários, sendo que 74% de nível superior. Por ano, passam pelo IF cerca de 4 mil estudantes em busca de uma oportunidade. Destes, 80% conseguem ingressar em uma das 500 empresas parceiras do IF. A maioria dos estudantes é de cursos superiores e a demanda é maior para os de administração, recursos humanos, pedagogia, educação física e informática, respectivamente. “Em relação às empresas, as que mais oferecem vagas são academias de ginástica, empresas de tecnologia, clínicas e hospitais, empresas da área contábil e instituições de ensino”, Joel Rodrigues Por ano, passam pelo IF cerca de 4 mil estudantes em busca de oportunidades. 50 diz Regina Malheiros, coordenadora de integração empresa-escola do IF. Segundo Regina, atualmente, as empresas não veem o estagiário apenas como mão de obra barata. Elas investem o máximo no estudante que pode até, no futuro, fazer parte do efetivo da empresa. Assim também acontece com o próprio estagiário, que se empenha cada vez mais para mostrar potencial. A coordenadora explica que essa questão se intensificou com a Lei n° 11.788, mais conhecida como Lei do Estágio, instaurada em 2008, que levou empresas e estudantes a olharem o estágio como algo positivo e a terem uma visão social da importância da experiência para o aluno, fator que pode ser decisivo para a escolha de uma profissão. “A atividade dá muito orgulho para os profissionais do IF, que investem para promover a capacitação dos jovens da melhor maneira possível. Em 2012, o IF teve um salto quantitativo e qualitativo na inserção dos estudantes no mercado de trabalho. Isso nos traz muita satisfação, pois sabemos que estamos atingindo nossa missão”, afirma a diretora-executiva do Instituto Fecomércio, Elizabet Campos, que ressalta a missão do Instituto em contribuir, por meio do fortalecimento dos setores de comércio e serviços, para o desenvolvimento econômico, social e político do DF. @if_df revista FECOMÉRCIO | Março 2013 reconhecimento Capacitação móvel // Por Fabíola Souza e Sílvia Melo Senac entrega mais de 900 certificados em Brazlândia A s carretas do Senac Ação Móvel estão em Brazlândia desde o início do ano passado para capacitar a comunidade. Em 7 de fevereiro, 92 certificados de conclusão dos cursos de merendeira, cabeleireiro e operador de microcomputador foram entregues em uma cerimônia realizada no auditório da Administração Regional. “O Senac sempre estará a favor da população. E, quando o poder público quiser trabalhar em parceria com a gente, o Senac estará pronto para ajudar”, afirma o diretor regional da instituição, Luiz Otávio da Justa Neves. Em um ano, as carretas já formaram 900 alunos da cidade. Além do diretor do Senac-DF, o evento de entrega de certificados para os estudantes teve a participação do administrador regional de Brazlândia, Bolívar Rocha; da diretora social do órgão, Selma Maria da Silva; e da gerente da Ação Móvel do Senac-DF, Maria Lucila Lins Lago. //Cursos O Senac Ação Móvel oferece também os cursos recepcionista em meios de hospedagem, libras, cuidador de idoso e organizador de eventos. Essas ações são possíveis graças a uma parceria entre o Senac-DF, o governo do DF e a Administração Regional de Brazlândia. As carretas ficarão na cidade até o fim do ano. De acordo com Lucila Lins, de janeiro a março deste ano, a instituição registrou a matrícula de 400 alunos. revista FECOMÉRCIO | março 2013 Joel Rodrigues Luana Lima recebeu o certificado de conclusão de cruso do administrador de Brazlândia, Bolívar Rocha, e do diretor do Senac-DF, Luiz Otávio da Justa Neves. “Todas as turmas que abrimos rapidamente são esgotadas. O índice de empregabilidade é muito grande”, afirma Lucila. Ela destaca que muitos alunos do curso agente de alimentação escolar participaram de um concurso público da prefeitura de Águas Lindas (GO) e foram todos aprovados. “Já tem muita gente que foi chamada e está trabalhando. Para nós é muito gratificante, pois mostra não só a qualidade dos cursos que oferecemos, mas principalmente que nossos alunos estão preparados para o mercado de trabalho”, destaca a gerente do Senac Ação Móvel. As turmas ofertadas em Brazlândia fazem parte da programação trimestral de cursos do Senac-DF. As próximas estão previstas para a programação de julho, agosto e setembro. As aulas são realizadas nas carretas de Saúde, Turismo e Hospitalidade, Informática e Imagem Pessoal e também em três salas de aulas cedidas pelo Parque de Serviços. Os cursos de meios de hospedagem e camareira são ministrados no hotel Chácara de Santa Maria. Todos os cursos oferecidos para a comunidade de Brazlândia são gratuitos e realizados por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Para se inscrever, basta procurar a Gerência Social na Administração Regional. //Informações (61) 3313.8877 @senacdf /senacdistritofederal 51 legislação Para acompanhar //Por Paula Oliveira Assessoria Legislativa da Fecomércio elege três assuntos importantes para que o setor produtivo preste mais atenção, em 2012. Entidade divulga boletim mensal sobre as tramitações nas Casas federal e local Q uase todos os projetos de lei que circulam na Câmara Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal afetam de alguma maneira o setor produtivo do País. Este segmento é sensível a tudo e a todos. Se há uma proposição que resulte na melhoria da qualidade de vida ao oferecer lazer para a população mais desassistida, por exemplo, isso se reflete na produtividade dos trabalhadores. Se houver um projeto que dê benefícios para quem fizer coleta seletiva de lixo, é bom para o comércio também. Menos lixo, menos desperdício, menos dinheiro jogado fora. Tudo é importante, mas os comerciantes precisam mesmo ficar de olho naqueles que afetam prin- 52 cipalmente a arrecadação de impostos, a organização territorial e a burocracia para empreender. Em 2012, o assunto mais importante que circulava pelos corredores do Congresso Nacional tratava da reorganização da distribuição do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). A luta era pela eliminação do teto de 20% do recurso para os segmentos de comércio de bens, de serviços e turismo. Era injusta a porcentagem no DF por se tratar de uma unidade da Federação com a economia baseada no setor de serviços. Faltava dinheiro para os comerciantes e sobrava para os industriais e agricultores. Ainda é preciso regulamentar o novo teto, mas houve avanço grande no ano passado. Essa era uma revista FECOMÉRCIO | Março 2013 luta antiga da Fecomércio-DF e não afetará os outros segmentos, visto que a demanda pelo financiamento é menor. Para este ano, o assessor legislativo da Fecomércio-DF, Athayde Passos da Hora, elege três assuntos locais que devem ter a atenção do setor. O primeiro deles refere-se aos projetos de lei que versam sobre o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). “Existem várias matérias que tratam de questões tributárias e precisamos ver o que realmente será benéfico para sustentar o desenvolvimento econômico do DF”, diz. Outro assunto importante e que merece atenção são as parcerias público-privadas, tema da reportagem de capa desta edição. Tramita na esfera local projeto de lei que visa regulamentar esse tipo de relação. A Lei Complementar de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal (Luos) também será objeto de discussões no parlamento distrital. Ela definirá as regras de uso do solo e as atividades econômicas nas unidades imobiliárias no território do DF. Ter áreas definidas para comércio, para lazer, para moradia e para a indústria é essencial para o bom funcionamento da cidade. autoriza a criação de um fundo garantidor de parcerias públicoprivadas no DF. De acordo com o artigo 1º, podem participar como cotistas do fundo o governo do DF, as autarquias locais, as fundações públicas e as empresas estatais dependentes. A finalidade é prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos. A administração dos recursos, prevista no projeto de lei, ficará a cargo do Banco Regional de Brasília. De acordo com o documento, a garantia se dará das seguintes formas: fiança, penhor de bens móveis, hipoteca de bens imóveis do governo do DF, alienação fiduciária. O projeto foi autorizado pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, em novembro de 2012, e aguarda votação em plenário. Segundo a Secretaria de Estado de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano do DF, a partir da vigência da lei, situações já consolidadas nas regiões administrativas serão regularizadas, como o Polo de Modas do Guará II. Inicialmente previsto para comércio, o seu uso, bem como gabarito — altura máxima permitida —, foi alterado e hoje já abriga prédios de apartamentos. Para o secretário de Habitação do DF, Geraldo Magela, a Luos é mais específica do que o Pdot e vai tratar do problema de organização territorial de maneira mais focada. “Ela olha as cidades em suas especificidades. O Pdot tem visão mais macro”, diferencia. Um dos grandes benefícios que a aprovação da Luos trará para o //Luos A Luos, LC 803/2009, está prevista na Lei Orgânica do DF, que versa sobre o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF (Pdot). A Luos estipulará as regras de uso e atividades econômicas nas unidades imobiliárias da área urbana do Distrito Federal e delimitará a área e altura máxima que uma edificação poderá ter. //PPPs O Projeto de Lei 1.209, de 2012, revista FECOMÉRCIO | março 2013 53 setor produtivo será a descentralização do desenvolvimento econômico. Assim, de maneira mais organizada, cada cidade poderá se tornar autossuficiente. A aprovação e a concretização das regras, que não serão de uma hora para a outra, se refletirão na sociedade como um todo. //Imposto No fim no ano passado, o governo do Distrito Federal lançou o programa “ICMS em Dia”, que concede desconto de até 99% no valor dos juros e multas das dívidas. Segundo dados da Secretaria de Fazenda, o DF tem quase R$ 7 bilhões do imposto não pagos. As dívidas podiam ser parceladas para quem se inscreveu até novembro. Esse programa foi objeto de projeto de lei votado no ano passado pela Câmara Legislativa. No entanto, outros projetos que tratam do mesmo assunto ainda correm na Casa. Um deles, o N° 4.982, propõe modificar a Lei 1.254, que regulamenta o imposto. //Por dentro do Sistema Mensalmente, a Assessoria Legislativa da Fecomércio-DF edita o boletim Sinopse dos Poderes com o detalhamento das matérias mais interessantes para o setor que tramitam no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. O boletim traz informações importantes que podem mudar a dinâmica das empresas e notícias como a de que, a partir de março, o governo do DF terá uma nova política de incentivo à regularização de bares e estabelecimentos comerciais. A medida, segundo informações da assessoria, tem como objetivo conscientizar sobre a importância da licença de funcionamento, bem como oferecer opções de lazer e cultura e reforçar a segurança para reduzir a violência nesses locais. Outro destaque é a notícia de que o BRB passa a credenciar, em parceria com uma administradora de cartões de crédito, estabelecimentos comerciais para ampliar a sua atuação no mercado de meios de pagamento. O boletim está disponível no portal www.sistemafecomercio.com.br 54 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 //agenda fiscal Normas contábeis para microempresas e empresas de pequeno porte D esde janeiro de 2010, a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 1000 está em vigor. Com ela, o Conselho Federal de Contabilidade aprovou a Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, incluídas nesse contexto as microempresas e as empresas de pequeno porte. Mas nos deparamos com diversas dificuldades junto aos empresários. Assim, o CFC voltou a discutir o assunto e aprovou, em dezembro de 2012, a Interpretação Técnica ITG 1000, denominada Modelo Contábil Simplificado para micro e pequenas empresas. Isso trouxe tratamento diferenciado, ao simplificar a escrituração e a geração das demonstrações contábeis, mas, em nenhuma hipótese, tratando da dis- pensa da escrituração contábil. Apesar de aprovado em dezembro passado, a vigência da ITG 1000 retroage a janeiro de 2012, desobrigando a observância integral da NBC TG 1000 para essas empresas. Com a iniciativa, o CFC criou um momento mais favorável à relação empresário e profissional contábil. Este deverá observar os limites definidos pela LC nº 123/2006. Uma novidade é a assinatura da Carta de Responsabilidade da Administração, que todos os profissionais contábeis devem colher junto aos empresários. Outra é a manutenção das notas explicativas, que contribuem para a transparência dos dados contábeis, e a obrigatoriedade da demonstração do resultado e do balanço patrimonial. Joel Rodrigues Adriano Marrocos Contador da Fecomércio e do IFPD e presidente do CRC/DF Calendário – de 14 a 29/3/2013 O QUE e QUANDO pagar? 20/3 • Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 2/2013. • Contribuição Previdenciária (Simples e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas) referente a 2/2013. • Simples Nacional referente a 2/2013. • ISS e ICMS referente a 2/2013 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações). 25/3 • PIS e Cofins referente a 2/2013. 29/3 • Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 2/2013. • 3ª quota do IRPJ e da CSLL referente ao 4º trimestre/2012 pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado. • Recolhimento do Carnê Leão referente a 2/2013. • IRPJ e CSLL referente a 2/2013, por estimativa. • Cofins/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1º a 15/3/2013. • Recolhimento da parcela do Refis, do Paes, do Paex, do Parcelamento do Simples Nacional e do Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado). O QUE e QUANDO entregar? 14/3 25/3 28/3 Várias • Escrituração Digital do PIS/Pasep, da Cofins e da Contribuição Previdenciária (EFD Contribuições) a SRF/MF referente a 1/2013. • Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação e Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins (DCIDE – Combustíveis) a SRF/MF referente a 2/2013. • Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente a 2/2013. • Livro Fiscal Eletrônico a SEF/DF referente a 2/2013: observar Portaria/SEFP nº 398 (9/10/2 009). Nota1: O Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON Mensal) referente a 1/2013 deverá ser enviado a SRF/MF até o 5º dia útil do mês de maio/2013 (IN SRF/MF nº 1.331, 01/02/2013). revista FECOMÉRCIO | março 2013 55 comércio Espelho, espelho meu //Por Sílvia Barros Não adianta ter roupas bonitas, vendedores competentes, vitrines bem montadas se não houver espaço para os clientes provarem as roupas. Estudo mostra que 67% das pessoas que entram no provador compram alguma peça F oi-se o tempo em que os provadores de lojas eram um mero espaço para experimentar roupas, sapatos e acessórios. Esses ambientes ganharam tamanhos e formatos especiais e passaram a fazer parte do cartão de visita da loja. É nesses espaços que a maioria das vendas é concretizada. Alguns provadores, como o da Miss Fancy,chegam a medir o equivalente a dois quartos grandes de casal.A loja no Lago Sul é especializada em trajes de festa. “Nosso toque especial fica por conta dos provadores. Nosso objetivo foi criar um ambiente diferente do que é comum”, destaca uma das sócias, Karinne Pantazis. Na Miss Fancy, o ambiente versátil mais parece uma sala de estar de luxo. Lá, o processo de escolha da roupa pode ser feito com tranquilidade, com as clientes sendo servidas de champanhe, salgadinhos e docinhos frescos, feitos especialmente para a marca. Para entreter os acompanhantes, as sócias Karinne e Kátia Pantazis pensaram em todos os detalhes. Além das guloseimas e dos mimos, é possível passar o tempo assistindo televisão por assinatura ou curtindo um som. De tão aconchegante e glamourosa a loja ganhou fama, não sendo raro encontrar amigas e famílias inteiras dispostas a passarem horas reunidas entre conversinhas, provas e cafezinhos.“Sentíamos muita falta de um espaço assim na cidade. Existem lojas belíssimas, mas com provadores apertados e pouco iluminados. Esse, com certeza, é um de nossos diferenciais”, ressalta Karinne. revista FECOMÉRCIO | março 2013 Acessibilidade em estilo clássico A empresária Maria Virgínia investiu, há pouco mais de um ano, em um provador exclusivo para pessoas com necessidades especiais. Além da decoração clássica, ela apostou na climatização e em acessórios que proporcionam bem-estar às consumidoras. “Temos um provador específico para noivas que fica em local separado, temos outros dois ambientes para clientes que querem provar vestidos de festa e um último exclusivo para pessoas com alguma dificuldade de locomoção”, descreve a empresária. Além de muito espaçoso, o ambiente está equipado de espelhos e tapetes grandes e ar condicionado. //Charme A grife Maria Filó causa verdadeiro frisson entre o público mais jovem. E não é só por causa das belas coleções. Os provadores chamam a atenção e são alvos constantes de comentários positivos nas redes sociais. Apaixonada pela decoração da loja e pelos provadores, a estudante Juliana Santana passa horas experimentando roupas. “Os provadores são charmosos, elegantes e acolhedores. Venho, pelo menos, quatro vezes por ano e sempre posto fotos das roupas e dos provadores no meu Facebook”, conta a consumidora fiel da marca.“Isso acaba sendo uma publicidade gratuita e muito positiva para eles, mas eles merecem, já que se preocupam como o nosso bem-estar”, avalia. Na Maria Filó do Park Shopping, as paredes dos provadores são pintadas em tons de rosa e revestidas com uma renda fina branca e delicada. Os tapetes marrons cobrem todo o espaço, o que não permite que as clientes pisem o chão. De tão fofo e macio, o 57 Luana Lleras tecido ainda serve como uma espécie de massageador para os pés. O ambiente também conta com apoiadores de bolsas, roupas e acessórios. As cadeiras e os pufes utilizados na decoração são as minúcias que mais encantam a advogada Cristina Silva. “Eles são clássicos e ao mesmo tempo modernos. São um verdadeiro luxo”, elogia. A consultora de moda Rosanna Tarsitano acredita que o provador de roupas pode ser um grande aliado na hora de conquistar um cliente habitual.“As pessoas querem exclusividade e não gostam de ficar expostas. É nesses espaços, em frente ao espelho, que o cliente faz as suas escolhas de acordo com o seu gosto e a projeção de sua imagem”, explica.O ideal, segundo ela, é proporcionar uma experiência ao cliente entre os seus desejos e as projeções de estilo e de beleza. De acordo com Rosanna, as cores, os estilos e os detalhes utilizados nesses ambientes devem estar de acordo com a imagem da loja. “O mais importante é trazer uma atmosfera convidativa, com um espaço amplo, espelhos que não distorçam 58 a imagem, iluminação adequada, cadeira para o acompanhante sentar ou apoio, além de ganchos para pendurar bolsa e roupas”, ensina. A consultora de moda vai além e cita alguns dados apurados pela consultoria britânica EnvisionRetail. Segundo o estudo, os consumidores que experimentam roupas em provadores têm uma “taxa de conversão”, ou seja, acabam comprando algo, de 67%. Já os clientes que não usam esses espaços têm uma taxa de apenas 10%. Os clientes que usam provadores costumam passar nesse espaço um terço do tempo de sua visita à loja. “Assim, o lojista tem um terço do tempo do seu público para oferecer um ambiente convidativo, bem iluminado e exclusivo, o que pode representar o fechamento da compra”, completa Rosanna. Não adianta projetar um provador dos sonhos se ele não for funcional. No dia a dia, a maioria das pessoas já enfrenta filas, e o número de provadores precisa contemplar o fluxo diário de O provador de roupas da Miss Fancy mais parece uma sala de estar de luxo. O ambiente foi preparado para receber grupos de amigas. Tecnologia Provadores ousados, modernos, versáteis e glamourosos são comuns em outros países. A novidade da vez fica por conta dos espelhos e vitrines eletrônicos que sobrepõem produtos (como roupas, acessórios e maquiagem) ao corpo dos consumidores.A interatividade começa a fazer parte da dinâmica entre lojista e clientes e já pode ser encontrada em algumas lojas das grandes metrópoles brasileiras. A tecnologia é uma grande ferramenta, ampliando o horizonte de outros segmentos como o restaurante Inamo St. James, em Londres, que tem cardápio interativo projetado na mesa para os clientes. revista FECOMÉRCIO | Março 2013 clientes para que ele não precise ficar esperando.O lojista precisa estar atento: o cliente é a grande estrela. Sendo assim, deve-se evitar o excesso de elementos de decoração dentro do provedor para que a pessoa não perca o foco. //Conforto e funcionalidade Para o produtor de moda Marcus Barozzi, é possível criar um provador diferente e funcional sem gastar muito. “A base de um bom provador é o conforto e o espaço. É fundamental que ele proporcione ao cliente uma iluminação adequada, já que a luz pode destruir ou realçar uma roupa”, destaca.Outros detalhes, segundo Barozzi, também devem ser levados em consideração, como a climatização do ambiente e a limpeza de cortinas, do chão, dos espelhos e das paredes. A jornalista Aline Sanromã é uma apaixonada por moda e por novas tendências. Para ela, um provador charmoso e bem cuidado não só ajuda a prolongar a estada na loja como influencia consideravelmente nas compras. “Essa deveria ser uma das preocupações dos lojistas: atrair o cliente não só pelo produto, mas pelo ambiente. É no provador que você checa se aquela roupa que tanto te atraiu ficará bem no seu corpo. Por isso precisa ser um ambiente interessante também”, avalia. A jornalista, que tem especialização em moda, evita comprar em feiras justamente pela falta de espaços adequados para experimentar. Provar de qualquer jeito, segundo ela, não é produtivo. “Faz você levar uma roupa que acha que ficou boa e quando chega em casa vê que não é nada daquilo”, diz. Diversão para a garotada Provar roupas se transforma numa verdadeira diversão na Tyrol do Iguatemi Shopping. Com criatividade e sem gastar muito, a loja bolou uma cabana feita em tecido listrado que mexe com o imaginário dos pequenos. Dentro da barraca, que tem altura suficiente para acolher os pais, a meninada experimenta várias peças sem reclamar. “Criança geralmente não gosta muito de provar roupa, mas, quando vê a barraca, se anima na mesma hora.Isso acaba sendo bom para os pais, que não precisam mais convencer os filhos da importância de provar as peças”, conta a supervisora da loja Ana Paula Cunha. Luana Lleras Uma ideia simples e barata na Tyrol. A cabana de tecido ajuda a fazer as crianças aceitarem melhor a troca de roupas. revista FECOMÉRCIO | março 2013 59 //pesquisa conjuntural Notícia boa Comércio brasiliense fecha 2012 com alta de 9,30% nas vendas Comércio Serviços Desempenho de vendas Setor Segmento Ago12 x Set12 x Out12 x Nov12 x Dez12 x Jan13 x Jul12 Ago12 Set12 Out12 Nov12 Dez12 Autopeças e Acessórios 1,85% -2,14% 0,40% 3,81% -0,68% -1,10% Bares, Restaurantes e Lanchonetes 2,25% 2,00% -0,02% 9,17% 1,22% -1,96% Calçados -4,37% 4,32% -9,69% 9,06% 26,13% -19,21% Farmácia e Perfumaria 5,45% 3,27% -1,82% -3,51% 5,70% -9,23% Floricultura -10,80% -2,85% 14,93% -13,75% 33,30% -18,39% Informática -0,16% 1,09% 1,77% 0,38% 13,70% -1,87% Livraria e Papelaria 0,02% -0,95% 1,50% 0,86% 3,11% 33,45% Lojas de utilidades domésticas -0,95% 3,29% 9,89% 2,85% 17,26% -19,79% Material de construção -2,32% -6,72% -0,14% -0,03% 1,73% -9,25% Mercado e Mercearia 1,40% 3,20% -1,82% 2,49% 2,66% -8,56% Móveis e Decoração 2,31% -6,15% 20,57% 16,21% -13,77% 0,39% Óticas -0,26% -3,97% 16,04% 4,28% -4,05% 12,33% Tecidos 2,20% -2,84% 1,05% 10,45% -0,57% -13,55% Vestuário 1,52% 0,07% 0,02% 0,24% 29,34% -13,42% Total 1,39% 0,81% 0,30% 3,73% 6,39% -6,68% Agências de viagem -10,67% 12,22% 1,38% 13,19% 8,83% -5,93% Autoescola -5,59% 4,74% 19,11% -9,01% 1,59% 27,21% Pet shop 5,84% 0,10% 0,26% -0,10% 1,31% -17,36% Salão de beleza 5,13% -6,56% -7,39% 13,08% 11,27% -20,51% -3,12% 3,23% 0,14% 9,61% 8,34% -8,50% 0,95% 1,05% 0,28% 4,35% 6,61% -6,88% Total Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. 60 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 Região Comércio Serviços Desempenho de vendas Setor Ago12 Set12 Out12 Nov12 Dez12 Jan13 x x x x x x Jul12 Ago12 Set12 Out12 Nov12 Dez12 Plano Piloto -1,05% 0,88% 3,74% 4,19% 1,03% -2,37% Ceilândia/Taguatinga -0,15% 0,43% -1,84% 2,76% 8,06% -0,56% Cruzeiro/Sudoeste/SIA/Candangolândia/Guará I e II/Núcleo Bandeirante -0,28% 1,90% -2,43% -5,18% 7,98% -6,79% Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II 9,43% 1,35% -2,11% 4,78% 14,92% -13,39% Gama/Recanto das Emas/Samambaia 4,86% -0,46% -0,14% 12,77% 9,08% -18,98% Total 1,39% 0,81% 0,30% 3,73% 6,39% -6,68% Plano Piloto -4,70% 6,42% 1,85% 12,31% 5,37% -16,22% Ceilândia/Taguatinga 3,65% -8,66% -6,90% 10,94% 8,89% 6,54% Cruzeiro/Sudoeste/Sia/Candangolândia/Guará I e II/Núcleo Bandeirante -2,74% 1,01% -2,16% 1,37% 11,39% 28,01% Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II 3,86% 1,89% 3,14% -8,55% 62,38% -50,56% Gama/Recanto das Emas/Samambaia -5,36% 2,85% -5,34% 12,20% 10,92% -37,17% Total -3,12% 3,23% 0,14% 9,61% 8,34% -8,50% 0,95% 1,05% 0,28% 4,35% 6,61% -6,88% Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. O Icomércio do Distrito Federal teve desempenho positivo em 2012. O setor registrou alta de 9,30% nas vendas no acumulado do ano (jan13Xjan12), enquanto serviços contabilizou uma queda de 2,91%. Novamente Brasília se apresenta como um importante mercado, com consumidores de alto poder aquisitivo e estabilidade no emprego. É o que mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do DF, realizada pelo Instituto Fecomércio. Na avaliação dos especialistas, a desoneração fiscal de produtos e a redução da taxa básica de juros foram medidas que contribuíram para o bom desempenho do comér- revista FECOMÉRCIO | março 2013 cio no ano passado, além das peculiaridades econômicas observadas na capital federal. “Os incentivos fiscais fornecidos pelo governo em 2012, como a redução do IPI para a linha branca, e a renda elevada da população brasiliense ajudaram a fortalecer a atividade comercial em 2012”, analisa o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana. No desempenho mensal, na comparação com dezembro, as vendas do comércio registraram queda de 6,88% no DF em janeiro de 2013 e as vendas do setor de serviços tiveram queda de 8,50%. A redução em serviços foi puxada, principalmente, pelo segmento de Salão de beleza, que teve uma queda de 20,51% nas vendas. No comércio, a queda foi puxada pelo desempenho das Lojas de utilidades domésticas, com redução de 19,79%. “Essas quedas decorrem principalmente do pico de vendas do Natal e são comuns nessa época. O fato de a maioria dos brasilienses sair de férias em janeiro também contribui para o resultado fraco”, aponta Adelmir Santana. Em janeiro de 2013, na comparação com dezembro, registraram ampliação nas vendas os seguintes segmentos do comércio: Livraria e Papelaria (33,45%); Óticas (12,33%) e Móveis e Decoração (0,39%). As principais quedas foram nos segmentos: Lojas de utilidades domésticas (-19,79%), Calçados (-19,21%), Floricultura (-18,39%), Tecidos 61 Comércio Nível de emprego Setor Segmento Jan13 x Dez12 Autopeças e Acessórios -0,75% 2,26% 4,41% -4,93% 3,70% -1,34% Bares, Restaurantes e Lanchonetes -2,28% 0,24% 1,32% -3,89% -0,12% 0,70% Calçados -1,96% 9,57% 7,77% 6,31% -2,54% -6,19% Farmácia e Perfumaria -3,14% 5,00% -0,88% -0,88% 0,89% -1,30% Floricultura 0,00% 0,00% 6,67% 6,25% 0,00% 17,65% Informática 6,56% 3,08% -4,48% -1,56% 1,59% -8,82% Livraria e Papelaria -3,03% 4,62% -1,47% -9,09% 8,62% 1,59% Lojas de utilidades domésticas 11,11% 15,00% -8,16% 0,00% 4,44% -4,26% Material de construção -1,48% 0,80% -7,94% 1,72% 1,69% 3,76% Mercado e Mercearia -3,21% 1,79% 0,00% -0,29% -1,47% 0,00% Móveis e Decoração -3,39% 1,79% -3,03% 4,69% -1,49% -7,58% Óticas -8,33% 9,09% -8,33% 4,55% -8,70% 14,29% Tecidos 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% Vestuário 2,55% -2,10% -0,44% 4,87% -1,27% -2,61% -1,49% 1,81% 0,04% -1,08% 0,09% -0,54% Agências de viagem -3,95% 5,56% -2,63% 0,00% 0,00% 6,67% Autoescola -6,67% -10,71% 8,00% -3,70% 1,92% 11,32% Pet shop 5,13% -2,44% 4,76% 0,00% -4,55% -7,50% Salão de beleza 0,93% 2,91% 0,00% -2,83% 0,00% 6,19% -1,41% 0,00% 1,46% -1,80% -0,37% 5,28% -1,48% 1,62% 0,19% -1,16% 0,04% 0,04% Total Serviços Ago12 Set12 x Out12 x Nov12 x Dez12 x x Jul12 Ago12 Set12 Out12 Nov12 Total Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. (-13,55%) e Vestuário (-13,42%). No setor de serviços, na comparação mensal, teve crescimento nas vendas apenas o segmento de Autoescola (27,21%). Apresentaram queda os segmentos de Salão de beleza (-20,51%), Pet shop (-17,36%) e Agência de viagem (-5,93%). É necessário ressaltar, contudo, que o Instituto Fecomércio pesquisa apenas esses quatro seg- 62 mentos nessa categoria. Quanto à geração de emprego, o número de pessoas empregadas no comércio teve leve queda de 0,54% em janeiro ante o mês de dezembro. Entretanto, o setor de serviços apresentou aumento e registrou alta de 5,28% nas contratações. Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito se destacou em ambos os setores. No comércio, a modalidade respondeu por 41,49% das vendas. No setor de serviços, o cartão de crédito financiou 48,54% das transações. A Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do DF é realizada mensalmente pelo Instituto Fecomércio, com o apoio do Sebrae. Foram consultadas 629 empresas, sendo 541 do comércio e 88 de serviços. A coleta de dados foi realizada entre 6 e 10 de fevereiro. revista FECOMÉRCIO | Março 2013 Comércio Ago12 Set12 Out12 Nov12 Dez12 Jan13 x x x x x x Jul12 Ago12 Set12 Out12 Nov12 Dez12 Região Plano Piloto 2,00% -0,22% 0,65% -2,17% -0,78% 0,21% Ceilândia/Taguatinga -3,32% 8,33% -2,95% 1,42% -1,80% 6,64% Cruzeiro/Sudoeste/SIA/Candangolândia/Guará I e II/Núcleo Bandeirante -5,93% -0,82% 3,01% -3,71% -0,28% -1,59% Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II -1,30% 0,00% -1,32% 6,17% 5,39% -12,64% Gama/Recanto das Emas/Samambaia -3,52% 2,51% 0,70% -4,12% 2,17% -2,51% Total Serviços Nível de emprego por região Setor -1,49% 1,81% 0,04% -1,08% 0,09% -0,54% Plano Piloto -4,27% -1,28% 2,56% -3,13% 0,00% 3,25% Ceilândia/Taguatinga 0,00% 0,00% 2,33% 0,00% -2,27% 23,81% Cruzeiro/Sudoeste/SIA/Candangolândia/Guará I e II/Núcleo Bandeirante 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,17% Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II 8,33% 15,38% -6,67% 0,00% 0,00% -13,33% Gama/Recanto das Emas/Samambaia 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% Total Total -1,41% 0,00% 1,46% -1,80% -0,37% 5,28% -1,48% 1,62% 0,19% -1,16% 0,04% 0,04% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Setor À vista Cheque Cartão de Crédito Débito A prazo Boleto Formas de pagamento Comércio ago/12 28,82% 3,01% 41,54% 19,20% 5,26% 2,17% set/12 30,02% 3,02% 42,08% 18,71% 4,03% 2,15% out/12 29,63% 2,75% 42,98% 18,04% 4,34% 2,26% nov/12 29,75% 2,94% 42,09% 18,14% 4,91% 2,17% dez/12 30,23% 2,89% 41,60% 17,90% 5,38% 2,01% jan/13 29,94% 3,19% 41,49% 18,24% 5,28% 1,86% ago/12 22,84% 3,51% 52,64% 13,56% 6,36% 1,09% Serviços set/12 21,90% 3,55% 55,81% 12,65% 5,47% 0,63% out/12 25,94% 7,13% 50,41% 11,54% 4,31% 0,67% nov/12 23,41% 6,72% 51,57% 13,69% 4,00% 0,61% dez/12 27,92% 2,60% 47,76% 17,07% 4,17% 0,49% jan/13 20,64% 5,47% 48,54% 15,33% 9,32% 0,70% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. revista FECOMÉRCIO | março 2013 63 //segredos do marketing digital Imagine que você precise realizar uma pequena reforma em sua casa. Você se encontra com o prestador de serviço e, a princípio, tudo parece correr bem. Contudo, conforme a conversa avança, você descobre que esse fornecedor não quer passar um preço fechado para a reforma, não sabe dizer quanto tempo levará para terminar a obra e acha que só conseguirá dar início aos trabalhos no mês que vem. Pior de tudo, você não tem qualquer referência sobre a qualidade desse profissional. Nesse caso, você fecharia negócio? Acredite ou não, muitas empresas têm sites que seguem o mesmo padrão e causam a mesma insegurança descrita acima. Por esse motivo, gostaríamos de falar com vocês sobre credibilidade on-line. Garantir a credibilidade do seu site exige esforço, ainda mais se sua empresa não tem uma marca já reconhecida. Deixamos aqui quatro dicas que vão ajudá-lo nessa empreitada: O primeiro ponto é o design do seu site. Você deixaria qualquer pessoa decorar sua loja física? Então não deixe que qualquer pessoa monte seu website! Um design bem feito, com textos e imagens bem produzidas, demonstra profissionalismo e seriedade. O segundo ponto é a informação. Como o visitante saberá que o seu site representa uma empresa de verdade e não uma “aventura de fundo de quintal”? Mostre a eles! Divulgue seu endereço comercial, seu telefone, até seu CNPJ, por que não? Ter uma empresa legalmente aberta implica uma série de obrigações e deveres. Os clientes ficarão mais tranquilos em saber que estão negociando com alguém formalmente estabelecido, com quem podem entrar em contato por telefone, por e-mail ou, eventualmente, até visitar seu espaço físico. O terceiro ponto é a referência. Com certeza você já atendeu pessoas que ficaram extremamente satisfeitas com seu serviço. Por que não divulgar a experiência delas em seu site? Peça testemunhos aos seus clientes, divulgue as logomarcas das empresas parceiras, de associações das quais você faz parte. Enfim, mostre que já existem pessoas que negociaram com sua empresa e que confiam nela. O quarto e último ponto é a transparência. Mostre claramente qual o preço de seus produtos, qual o prazo de entrega, como é calculado o frete, quais as políticas e as formas para troca de produtos, em que situações a empresa não efetua essa troca. Procure deixar tudo o mais claro possível. Giovanna Leal Um pouco de credibilidade Jens Schriver Sócio da ClickLab Maximo Migliari Sócio da ClickLab //Envie perguntas para [email protected] ou facebook.com/agencia.clicklab 56% consumidores brasileiros que seguem recomendações de compras de desconhecidos na internet. 69% dos brasileiros que ainda não compram na internet não o fazem por não considerar a operação segura. Fonte: http://tobeguarany.com/internet_no_brasil.php Esses pontos não são os únicos, mas todos eles vão auxiliar sua empresa a construir a tão desejada imagem de credibilidade. Lembre-se de que esse é um processo contínuo de melhoria que exige manutenção constante. Quando acessar seu site, sempre se pergunte: “Se eu não conhecesse essa empresa, fecharia negócio com ela?”. 64 revista FECOMÉRCIO | Março 2013 capacitação Aulas de empreendedorismo //Por Sílvia Melo A primeira etapa da parceria com o Sebrae está concluída. Cursos estão previstos para se iniciarem em março Joel Rodrigues A lunos do Senac-DF passaram a receber orientações do Sebrae-DF para abrirem seu próprio negócio. As duas instituições firmaram um termo de cooperação técnica para viabilizar ações de capacitação voltadas ao empreendedorismo que beneficiarão 1,5 mil alunos dos cursos técnicos e de formação inicial e continuada em fase de conclusão. O Sebrae oferecerá palestras de sensibilização sobre empreendedorismo e negócio, oficinas e cursos. Para o presidente do Conselho Regional do Senac-DF, Adelmir Santana, a iniciativa vem para fortalecer o elo entre as instituições e beneficiar os alunos que queiram abrir seu próprio negócio. “Alguns estudantes que terminam os cursos no Senac-DF têm vontade de abrir um negócio e não sabem como fazer. Ninguém melhor que o Sebrae-DF para mostrar o caminho certo para esses futuros empreendedores”, afirma. Kátia Christina Soares de Morais Corrêa, gerente do Núcleo de Educação Profissional Técnica de Nível Médio do Senac-DF, explica que a parceria se dará por meio de palestras de sensibilização. “A intenção do Senac-DF é proporcionar condições adequadas para inserção e permanência no mercado de trabalho, de maneira formalizada”, explica. De acordo com Cláudia Trindade, analista do Sebrae no DF, as turmas serão exclusivas para os alunos do Senac e o programa dos cursos será o mesmo para todos, independenrevista FECOMÉRCIO | março 2013 A iniciativa, segundo o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, tem como principal objetivo beneficiar os alunos que desejam empreender. temente da área de conclusão do curso do aluno. “O objetivo é que o aluno saia preparado para abrir ou melhorar a gestão do seu negócio e a sua consolidação”, destaca. A primeira fase do projeto iniciou em 19 de fevereiro, com a palestra de sensibilização Empreendedorismo e Negócios, no Senac 903 Sul. Nos dias 25 e 26 ocorreram as oficinas Gestão e Empreendedorismo de Negócios para o Empreendedor Individual, nas unidades do Senac em Ceilândia e na 903 Sul. //Sobre os cursos O curso Como Gerenciar seu Negócio, com carga horária de 23h, está previsto para ser realizado de 18 a 23 de março. O objetivo é desenvolver no empresário e no gerente uma visão global dos aspectos relevantes de cada um dos processos de gestão, visando à geração de resultados. Constam como conteúdo programático comportamento e atitudes empreendedoras; a microempresa e seus processos; gestão de recursos humanos; gestão de marketing e vendas; gestão de compras; gestão de estoques; e gestão financeira. No plano de negócio e mercado estão a abertura de crédito; o plano operacional e estratégico; o plano mercadológico; o plano financeiro; a análise de viabilidade e os indicadores; orientações e ajustes sobre a planilha de viabilidade. //Informações (61) 3313.8877 @senacdf /senacdistritofederal 65 pesquisa relâmpago Fotos: Luana Lleras Alexandre Cherman Médico Marcelo Melo Empresário Bernadete Franco Dona de casa Redução das contas de luz Violência no comércio Erros médicos RUIM A polícia não é onipresente e o cidadão de bem precisa ter o direito de portar uma arma para se defender. Sou contra o desarmamento. RUIM Não acredito que o governo promova um benefício como esse sem segundas intenções. Tirou da luz e colocou na gasolina. RUIM Os bandidos são presos pela polícia e soltos pela Justiça porque não temos presídios suficientes para abrigá-los. RUIM Em todas as profissões existem profissionais que erram, e a medicina não é exceção. A carga horária excessiva e os baixos salários contribuem para isso. BOM Não é com violência que vamos diminuir a violência. A solução é melhorar as condições sociais das pessoas e não armá-las. BOM Qualquer diminuição de custo é boa para o empresário. Outra taxa que poderia ser revista é a de água. Assim, conseguiríamos produzir mais. RUIM Vemos muitos usuários de drogas espalhados por aí. Minha loja já foi assaltada à mão armada e não temos o que fazer. Trabalhamos com insegurança. RUIM Tem que ter punição severa, mas o médico, por ser humano, pode errar. As condições de trabalho impostas a eles podem ser um agravante. BOM Na hora do nervoso, atira mesmo. Por isso é preciso ter muita consciência e regras claras para as armas não chegarem a quem não sabe usar. RUIM É uma tapeação do governo. Ao mesmo tempo em que baixou a luz, aumentou o combustível. RUIM O governo tem essa política assistencialista que não dá certo. A desocupação traz a violência. Sou a favor da vara de pescar. RUIM A gente fica com medo, mas temos que confiar. Se eu procuro um médico, um hospital, é porque estou precisando muito. Não tem outro jeito. BOM Sou a favor porque as pessoas não estão aptas a usar armas de fogo. BOM Criou-se muita polêmica em cima disso, mas o fato que é essa redução é positiva para muita gente, principalmente para as famílias de baixa renda. RUIM É preciso haver parceria entre empresários e polícias. Não adianta deixar um policial 24 horas por dia em frente às lojas. Essa deve ser uma ação conjunta. RUIM Preocupante. Deveria haver mais fiscalização por parte das autoridades. Os casos devem ser apurados e os culpados, condenados com rigor. BOM Sou a favor. Por impulso, sempre queremos reagir e, se tivermos uma arma na mão, pode acontecer uma tragédia. BOM Notícia maravilhosa! Os empresários precisam pagar tanta coisa que reduzir um pouquinho em uma delas já ajuda. RUIM Me sinto segura em minha loja, mas sei que a violência está chegando cada vez mais perto da gente. RUIM Todo mundo erra, mas, por ser médico, tem que ter mais atenção. Se acontece alguma coisa com um filho meu, acho que enlouqueço. Desarmamento Marcelo Ramos Jornalista Leila Márcia Dutra Empresária 66Untitled-4 1 11:29 revista FECOMÉRCIO |18/11/10 Março 2013 Extra! Extra! Agora, você encontra a Revista Fecomércio de graça no seu iPad. O Jornaleiro é um aplicativo para iPad que funciona como uma banca de revistas. E agora, nele, você pode acessar a sua Revista Fecomércio com praticidade, onde quiser e sem nenhum custo. Mais uma ótima maneira de encontrar a informação de que você precisa. 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