revista aeroespacial
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REVISTA AEROESPACIAL Semestral | Abril 2014 UM AERO A TRABALHAR NA GOOGLE Sobrevoando o Passado Os primórdios da fotografia aérea N.º 6 Ficha Técnica Editorial Por Samuel Franco Título: Revista Aeroespacial Edição: 6 Periodicidade: Semestral Data Lançamento: 02 de Abril de 2014 Direcção Editorial: Samuel Franco Equipa de redação: Ana Macedo, Samuel Franco, Joaquim Marques, Tiago Lança e Pedro Albuquerque Edição gráfica: Samuel Franco Colaboraram nesta edição: Jorge Gomes, Rodolfo Dutra, Filipa Correia e João Paulo Silva. Propriedade: Secção Autónoma Aeronáutica Aplicada (S3A); Pavilhão da AEIST, Instituto Superior Técnico, Avenida Rovisco Pais 1049-001 Lisboa, Portugal, email: [email protected], site: http://s3a.ist.utl.pt Impressão: IST Taguspark Com o apoio: Mais um projeto lançado, mais um desafio superado. A 6ª edição da revista aeroespacial já está disponível para consulta quer em formato físico quer em formato digital. Nesta edição decidiu-se realizar uma revista mais “compacta” mas onde não faltassem a rubricas habituais. Neste sentido, o leitor poderá encontrar uma entrevista a um alumni MEAer, as rubricas sobre o passado e o desenvolvimento tecnológico no ramo aeroespacial, as curtas da atualidade, o rescaldo do evento que foi capa da nossa última edição bem como uma secção de lazer e desafios. O núcleo da revista optou por realizar uma edição mais compacta como forma de maximizar o número de revistas impressas para divulgação. A angariação de patrocinadores será assim o próximo foco de trabalho deste núcleo, onde esperamos conseguir um bom número de colaboradores para que este projeto ganhe ainda mais força e notoriedade. Tenho a certeza que este desafio não vai ser difícil para este grande grupo de pessoas de que me rodeio, pois têm sido eles que me têm acompanhado ao longo de já quatro edições da revista, e sem os quais este projeto não seria possível. O meu muito obrigado a cada um de vós, Ana Macedo, Joaquim Marques, Pedro Albuquerque, ao agora Erasmus Diogo Monteiro e ao mais recém-chegado Tiago Lança. E porque este projeto não é feito só de artigos mas também de testemunhos, obrigado a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a elevação da qualidade deste projeto. ÍNDICE MEAer e o IST 04 Air Cargo Challenge - Que balanço? 07 Curso de Introdução ao Aeromodelismo MEAer Extracurricular MEAer e Portugal 12 A febre das startups MEAer e o Mundo 14 Aerobuzz 16 Sobrevoando o Passado: Os primórdios da fotografia aérea 08 Flying Ideas - A tua competição está a chegar! MEAer na 1ª Pessoa 18 Matternet: Um novo paradgma de microtransporte 10 Longa viagem até à Google MEAer e Lazer 19 The Space Brothers e desafios 04 | MEAer e o IST Que balanço? Texto Pedro Albuquerque Fotos David Melo e Ana Macedo Introdução Foi a sexta edição da competição criada há já dez anos por colegas da Associação Portuguesa de Aeronáutica e Espaço, e a terceira internacional. A Universidade da Beira Interior foi a anfitriã por ter sido a vencedora da competição de 2011 que teve lugar em Estugarda, na Alemanha. Contudo, viu-se impossibilitada de o fazer na Covilhã onde a recente construção do Data Center da Portugal Telecom no local do aeródromo da cidade (local onde já tinha organizado com sucesso o ACC’09) levou ao fecho deste último, optou por dialogar com a Força Aérea Portuguesa para que esta permitisse a realização do evento no Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea, mais conhecido como Base Aérea da Ota, uns quarenta quilómetros a norte da capital. Foi ainda neste local onde ficaram alojadas todas as equipas estrangeiras e a equipa organizadora durante o evento (9-11/agosto). Vitória alemã Sem surpresa, os grandes vencedores vieram da Universidade de Estugarda, tal como havia ocorrido no ACC’09. Desempenho similar só a Universidade da Beira Interior (UBI), com vitórias no ACC’07 e ACC’11. A superioridade da equipa evidenciou-se em quase todos os aspetos da competição. Alguns dos membros faziam parte da equipa que venceu o ACC’09, tendo vários anos de experiência acumulada num clube de aeromodelismo denominado AkamodellStuttgart que trabalha em estreita colaboração com a Universidade local. Se o projeto da sua aeronave foi muito bom, a sua manufatura foi brilhante a todos os níveis, utilizando técnicas avançadas de construção em materiais compósitos que permitiram levantar uma carga útil superior a 12kg, algo incrível para uma aeronave com cerca de 4 metros de envergadura e a bateria e motores definidos nos regulamentos. China, Brasil e Egito Os grandes aliciantes desta edição era ver como se comportavam equipas de outros continentes (3 chinesas, 1 brasileira e 1 egípcia). A equipa da Universidade de Tsinghua, da República Popular da China, na sua segunda participação conseguiu o 2º lugar, depois de no ACC’11 de Estugarda, ter fechado o pódio. As restantes congéneres chinesas, ambas da Universidade de Beihang, ficaram em 3º e 5º lugar, o que ilustram bem o domínio chinês que a MEAer e o IST | 05 presente edição testemunhou.Contudo, é muito importante frisar que as equipas chinesas tiveram membros dedicados a tempo inteiro durante a maior parte dos respetivos projetos financiados por bolsas de estudo. Os brasileiros da Universidade de São Paulo – habituais vencedores do SAE Aerodesign (competição brasileira homóloga do ACC) conseguiram, na sua primeira participação no evento um honroso 7º lugar, mercê de um desempenho bastante acima da média. Finalmente, a equipa egípcia, com apenas 4 elementos ficou em último lugar, entre as 21 equipas presentes na Ota. Com efeito, a crise social, política e económica que se vivia naquele país impediu que estes recebessem materiais essenciais para fazerem testes importantes e que tivessem grandes problemas logísticos, como a obtenção de vistos para se ausentarem do seu país. Desilusão portuguesa A participação portuguesa ficou muito abaixo das expetativas. Com efeito, as quatro equipas nacionais presentes ficaram entre o 17º e 20º lugar, muito longe da brilhante prestação no ACC’11 que a UBI venceu e em que o IST conseguiu, por intermédio da PASSAROLA Team, o 6º lugar, melhor resultado da S3A e do IST em edições internacionais da competição. Várias razões contribuíram para este desfecho. A não participação da Universidade da Beira Interior – instituição nacional com mais créditos na competição e a falta de experiência e fundamentos teóricos de Aeronáutica, justificam os resultados da Universidade de Aveiro (20º lugar), cujo protótipo não cumpria todos os requisitos regulamentares e do Instituto Politécnico de Leiria (17º lugar) que também não conseguiu fazer um voo com sucesso. Em antepenúltimo lugar ficou a equipa Hercules – única representante oficial da S3A e do IST. A falta de experiência da equipa ditou uma aeronave com significativas deficiências construtivas que levaram a muitos contratempos e acabaram por resultar no colapso de uma das vigas estruturais da asa no ensaio estrutural pré-voo o que impediu que a aeronave chegasse à pista. Note-se, contudo, que a aeronave já tinha voado antes da competição. É importante não desanimar e tirar proveito do muito empenho e esforço que a equipa dedicou ao projeto, 06 | MEAer e o IST e fazer com que os muitos ensinamentos que tiveram sejam úteis para futuras participações destes colegas – e/ou de novos alunos, apoiados pelos primeiros – no ACC’15. Em 18º lugar, ficou a equipa portuguesa cujos elementos tinham mais experiência em ACC, com quatro elementos a terem já duas participações anteriores (entre os ACC’07 e o ACC’11). A LUSITÂNIA Team quis aprender novos métodos de construção e optou pela utilização extensiva de estruturas em compósitos, e, muito embora o muito esforço e evolução verificada ao longo dos meses de preparação, as pequenas, mas graves inconformidades construtivas foram fatais – nas primeiras 3 rondas de voos, não obstante o protótipo ter completado voos completos várias vezes na fase de testes. No entanto, este foi o único protótipo nacional a completar um voo na Ota, que infelizmente foi invalidado por ter ocorrido na 4ª ronda (por não ter havido tempo para todas as equipas a fazerem) e também por, na aterragem, ter saltado uma roda, consequência de uma reparação feita na véspera depois de uma das quedas. A ser validado, a equipa teria ficado a meio da tabela classificativa. Outras notas Deve frisar-se que a competição decorreu num clima pacífico e de um assinalável espírito de colaboração entre as várias equipas, tendo sido possível decidir algumas questões dúbias do ponto de vista regulamentar em conferência de capitães de equipa ao mesmo tempo a que se assistiu a várias equipas a entreajudarem-se, fornecendo materiais para reparações ou aconselhamento técnico relevante. Note-se que os brasileiros elogiaram este espírito europeu, já que, segundo eles, no SAE Aerodesign não existe o mesmo clima e a competitividade é levada ao extremo. Uma última palavra para três equipas que estiveram nos lugares cimeiros. A equipa HUSZ Vulture, da Universidade de Zagreb, conseguiu um extraordinário 4º lugar, nomeadamente se tivermos em conta a sua primeira participação na competição. A melhor classificação polaca de sempre (6º lugar) – sucedendo à equipa PASSAROLA do IST e da S3A – foi obtida pela Universidade de Tecnologia Salesiana. A equipa PHOENIX, da Universidade Politécnica de Bucareste conseguiu o 8º lugar. Não sendo uma surpresa, já que as equipas romenas costumam fazer boas classificações, destaque-se a qualidade construtiva do maior protótipo em competição, com uma envergadura próxima dos 6 metros e uma construção em balsa, contraplacado, tubos de carbono e cobertura em papel termoretrátil com acabamentos muito bons. 07 | MEAer e o IST CIA Curso de Introdução ao Aeromodelismo Texto Filipa Correia Fotos Filipa Correia O Curso de Introdução ao Aeromodelismo, CIA para os mais chegados, é um projeto da S3A que tem como principal objetivo a introdução dos mais curiosos ao mundo do aeromodelismo. Neste sentido, são abordados vários tópicos, desde as raízes da física que permitem a um modelo voar e ser controlado, passando pelos materiais e técnicas de construção e chegando, por fim, à instalação da eletrónica necessária ao controlo do mesmo. No entanto, como toda a teoria tem de ter alguma prática associada, o final da edição terá de ter sempre o teste/voo dos modelos construídos, sempre feitos por pilotos RC já com alguma experiência (já que esta parte não é para qualquer um). Estando no início da VIII edição e realizando-se duas vezes por semestre, é um projeto já com relativo historial e “alguma” adesão, dado que as 20 vagas existentes têm sido praticamente sempre preenchidas. Na VII edição (ao longo do 1º semestre de 2013/14), tivemos 20 inscritos, 3 modelos construídos com compósitos feitos pelos alunos em laboratório e muita cola epoxy. No passado dia 20 de janeiro foram entregues os diplomas aos participantes e realizados os voos das respetivas aeronaves. Poderás acompanhar o voo destas aeronaves nos vídeos partilhados no facebook oficial da S3A: https://www.facebook.com/s3aist A VIII edição do CIA já está em curso, e a página oficial do curso pode ser visitada em: https:// www.facebook.com/events/535192069931730. Se ainda não tiveste oportunidade de participar no curso de introdução ao aeromodelismo, fica atento ao facebook da S3A porque no início de cada semestre temos um curso a iniciar. 08 | MEAer Extracurricular Flying Ideas A tua competição está a chegar! A Revista Aeroespacial decide desta vez investigar o andamento dos trabalhos da organização da FlyingIdeas II, projeto organizado pela S3A que consiste numa competição de aeromodelismo e que decorrerá a 17 de maio. Para isso a revista abordou o coordenador desta edição, João Paulo Silva, aluno do 3º ano de MEAer e atual Vice-Presidente da S3A. Texto João Paulo Silva e Ana Macedo Fotos João Paulo Silva Revista Aeroespacial: Como surgiu este projeto, inicialmente destinado aos colaboradores da S3A? João Paulo Silva: Este projeto é fruto do seguimento do que vinha a ser feito no ano passado, e apresenta agora uma segunda e renovada edição. No ano passado surgiu a ideia, junto da anterior direção da S3A, de iniciar uma competição interna para que os colaboradores da S3A ganhassem uma maior experiência no mundo do aeromodelismo. O nome retratava a competição e o objetivo principal, criar e inovar “algo” que voasse, afinal trata-se de uma competição aeronáutica. Era também objetivo que os colaboradores mais inexperientes se juntassem em equipas com os mais experientes e houvesse uma passagem de conhecimento. Nestes termos foi levada a cabo a 1ª edição no mês de maio do ano passado, e foi uma excelente iniciativa. Juntaram-se alunos, colaboradores, professores e pilotos para um dia de festa de gente que gosta da modalidade. Revista Aeroespacial: Sentiste que houve de fato aprendizagem ao longo da competição? João Paulo Silva: Penso que sim, aliás tenho a certeza pois no ano passado participei e aprendi. O David Melo (organizador da 1ª edição) juntou-nos por equipas e colocou membros experientes com inexperientes. Houve de facto essa passagem de conhecimentos. Há sempre alguns grupos que não funcionam, mas na maioria penso que funcionou. E mesmo fora das equipas houve troca de conhecimentos, a competição era amigável e promovia isso mesmo, o objetivo era aprender e não ganhar. Revista Aeroespacial: Qual o objectivo da Flying Ideas este ano? João Paulo Silva: Este ano a competição está diferente. No fim da competição anterior o Professor Fernando Lau e o Professor Filipe Cunha, júris nessa edição, sugeriram expandirmos a competição, passar de interna para externa, pelo que decidimos avançar com essa proposta e neste momento qualquer aluno da ULisboa se pode inscrever. Sendo assim a competição, apesar de amigável, como sempre promove um pouco mais a competitividade e a vontade de ganhar. Sendo que a ajuda e a passagem de conhecimentos pode sempre estar envolvida, como gostava que acontecesse. Mudaram também algumas características mas isso está tudo explicado no regulamento no website oficial da competição, flyingideas.ist.utl.pt, que sugiro que consultem. Revista Aeroespacial: Quando são as provas e em que consistem? João Paulo Silva: A competição consiste numa parte teórica, numa apresentação e numa parte prática. A parte teórica é feita anteriormente ao dia da competição e consiste num breve relatório sobre o trabalho da equipa, as ideias que tiveram e a descrição da sua aeronave (não se assustem, não é uma cadeira complicada nem vão receber créditos por ela…). É apenas algo para nós conseguirmos avaliar o empenho ao longo do seu projeto. A apresentação vai ser feita no dia da prova (17 de maio de 2014, no IST) e é uma apresentação dirigida ao júri mas em que todos os elementos que participam na prova podem ver. Terá tempo contado e poderão levar uma apresentação em “power point” embora não seja necessário, sejam criativos. A parte prática consiste no voo da aeronave. Vai MEAer Extracurricular | 09 haver uma parte “indoor” e outra “outdoor” e a equipa pode escolher entre uma e outra, ou ambas. Vamos fornecer o piloto e também o comando, não se preocupem com isso. Ah e não se esqueçam… há sempre prémios! Revista Aeroespacial: Quem está envolvido na organização do evento? João Paulo Silva: A S3A está envolvida desde sempre como entidade organizadora. O coordenador do projeto sou eu e tenho tido desde sempre o apoio da direção da S3A, seja do presidente Ricardo Silva ou da tesoureira Ana Macedo. Tenho tido também o apoio do Samuel Franco e do Luís Parada para a construção da imagem. E sei que posso também contar com outros membros colaboradores da S3A para novas ideias e opiniões, converso muitas vezes com a Filipa Correia e sei que se conversar com a restante secção os membros estão lá para ajudar. Revista Aeroespacial: Até quando e como se podem inscrever as equipas? O que precisam de fazer a seguir? João Paulo Silva: Supostamente até dia 17 de fevereiro, mas não se preocupem por ter passado a data. O prazo foi alargado até finais de março para que toda a gente que quisesse se inscrevesse. A inscrição é paga, depois ser-vos-á fornecido um kit de material básico para poderem começar a construir a vossa “ideia”. Será dado acesso ao laboratório por algumas horas a combinar com as equipas, bem como alguma ajuda por parte dos colaboradores da S3A. Revista Aeroespacial: Em poucas palavras, como descreves a experiência de organizar um evento deste tipo? João Paulo Silva: A minha experiência a organizar um evento deste tipo é bastante positiva. É o meu primeiro evento e já aprendi muito com isso. É preciso fazer contactos e relações, é preciso fazer pressão e ceder, é preciso profissionalismo. Nem sempre as coisas são fáceis, já houve problemas e sei que vão haver mais até ao fim mas estamos cá para os resolver, e resolvendo é que as coisas andam para a frente. Gostando do que se faz é claramente enriquecedor. Espero, juntamente com o resto da organização, que depois as pessoas disfrutem do trabalho que está a ser feito. Revista Aeroespacial: Qual será o futuro da competição? João Paulo Silva: Para já o futuro é dia 17 de maio, dia da 2ª edição, e depois logo se vê. Estamos a apostar em algo novo, não existe para todo o Técnico uma competição aeronáutica nem desta nem de nenhuma dimensão. Portanto vai ser um pouco surpresa. Esperamos que tenha envolvência de todos os alunos, e se tiver uma 3ª edição estará sempre no horizonte. Sempre com o intuito de melhorar e dar a conhecer aos alunos do Técnico um pouco mais do trabalho e do que as Secções Autónomas e outros Núcleos do IST podem fazer por eles. Revista Aeroespacial: Por último, consideras que iniciativas deste tipo são importantes para o percurso académico? João Paulo Silva: Sem dúvida. Aprende-se e pratica-se muito. Claro que as aulas são importantes, afinal é para isso que vimos para a faculdade, e a nota de curso também, é um número que pode distinguir pessoas. Mas há outras coisas… E participar numa competição, deste e doutro tipo qualquer é sempre importante. Estimula a aprendizagem, a prática e acima de tudo trabalho de grupo. Estimula a amizade e competitividade. As atividades extracurriculares existem, felizmente, esta é uma delas e estamos aqui para vos receber, sejam Bem Vindos à Flying Ideas II ! 10 | MEAer na 1ª Pessoa Longa viagem até à Nesta edição da revista fomos entrevistar o alumni Jorge Gomes, aluno do segundo ano do curso de engenharia aeroespacial no IST. Ele conta-nos como foi conciliar dois cursos em simultâneo, quais os primeiros passos pós universidade e o que faz actualmente enquanto engenheiro. Fica a conhecer este exemplo de trabalho e humildade. Texto Joaquim Marques e Jorge Gomes Fotos http://fotos.sapo.pt/lusa/ Revista Aeroespacial: Sabemos que entraste em 1993, sendo no 2º ano do curso: o que destacas agora - 20 anos depois - dos teus tempos de estudante de Aeroespacial no IST? Jorge Gomes: Um dos momentos mais vivos na minha memória foi o trabalho realizado no projecto “Arte Artificial Através de Algoritmos Genéticos”, com Paulo Tabuada e Pedro Alves que nos levou a vencer o Prémio Francisco de Holanda e que teve o Alto Patrocínio do Presidente da República Jorge Sampaio. Lembro-me ainda do difícil que era absorver a matéria dada e tirar boa nota nas cadeiras do Professor Doutor Braga Campos. E a Termodinâmica, ai! Lembro-me muito das amizades nascidas naqueles tempos, das (poucas) noitadas de borga, e das (muitas) noitadas de estudo e trabalho em projetos. Lembro-me dos arraiais, do imenso trabalho na comissão de finalistas e do orgulho de nos atrever e querer fazer tanto com uma turma tão pequena. Revista Aeroespacial: Sabemos também que tiraste uma licença de piloto - fala-nos um pouco da tua experiência e da tua visão da necessidade de tantos Aeros tirarem uma licença de voo durante/depois do curso. Jorge Gomes: Pois, não fiquei por meias medidas, e investi em tirar a licença de Piloto Comercial de Aeronaves (PCA) na Escola de Aviação Aerocondor - Sonhava vir a ser piloto de linha aérea. Foi duro, pois, na altura, o curso de PCA só funcionava em regime diurno - tinha de correr entre Lisboa e Tires e equilibrar bem quais aulas a que eu ia faltar dum lado e doutro, e como recuperar a matéria perdida. Mas simultaneamente, o que eu aprendia de conhecimentos práticos de aviação, eu aplicava à teoria do curso universitário e vice-versa. Um bom exemplo foi a cadeira de Desempenho, onde para mim aqueles cálculos e exercícios não eram mera teorização do comportamento de aeronaves, mas traduziam-se numa realidade aeronáutica com impacto de “vida ou morte”. Por outro lado, em virtude da formação académica proporcionada pela Licenciatura (de 5 anos), a Escola de Aviação convidou-me a ser instrutor de terra em part-time. De 1998 a 2001, dei aulas de Instrumentos de Voo, Sistemas de Controlo de Voo e Instrumentos de Monitorização de Motor, o que deu um tremendo gozo e orgulho em poder ensinar a futuros pilotos de linha aérea, os conhecimentos necessários para poderem viajar pelo ar em segurança e em completo controlo da suas aeronaves. Revista Aeroespacial: Como resumes a tua primeira experiência profissional logo após teres terminado o curso? Jorge Gomes: Em três palavras “Confusa e desviada”: Candidatei-me a concurso de piloto de linha aérea, a concurso de controlador aéreo e também a várias consultoras, mas as ofertas não apareceram. Com o aliciante de levar a empresa ao mercado internacional, empreguei-me na firma Aeroávia, que era do meu tio, a qual fazia comércio de aeronaves e peças, e operava aeronaves utilizadas no combate aos incêndios. O meu sonho era tomar conta da frota. Ser engenheiro aeronáutico e piloto ao mesmo tempo! Era uma espécie de sonho de jet-set. Infelizmente, a empresa soçobrou às dificuldades financeiras e acabei por transitar, dentro do mesmo grupo empresarial, para a área de apoio tecnológico e informático na Eurobis, uma empresa quase exclusivamente de atividade imobiliária. Estranha ironia que, para MEAer na 1ª Pessoa | 11 quem teve sonhos de voar pelo ar, fiquei “preso a terra”. Revista Aeroespacial: E desde então, como resumes a tua vida profissional? Jorge Gomes: Trabalhei na Eurobis durante quase 9 anos, durante os quais fui analista financeiro, diretor tecnológico, gerente duma vinicultora (!), vogal do Conselho de Administração; ainda tirei outra licenciatura (Direito na Universidade Católica Portuguesa) e vários cursos de pós-graduação na área financeira e imobiliária. Em setembro 2007, decidi deixar Portugal para trás e partir para uma nova aventura: emigrar com a minha esposa e filha para a Califórnia. Pouco depois de chegar cá, consegui emprego numa empresa chamada SlashSupport, uma empresa de outsourcing de apoio informático. O primeiro projeto onde me colocaram foi a helpdesk interna da Google, com a qual eu estava já em processo de seleção. Só que o processo de entrevistas da Google demorou e a crise de 2008 levou a Google a congelar novas contratações. Porém, na SlashSupport, fui alocado permanentemente ao projeto “Google” e, entretanto, já tinha sido promovido a Tech Lead. Em retrospetiva, foi um dos anos mais interessantes da minha vida, pois comecei a conhecer a Google “por dentro apesar de estar por fora” e esta primeira experiência profissional nos EUA ajudoume a crescer imenso como pessoa - aprendi muito lidando com os clientes, com os colegas e com os supervisores. Finalmente, em 2009, após renovado processo de entrevistas, recebi uma oferta de emprego: realizei o meu sonho de trabalhar para a Google. Entrei na carreira de Corporate Operations Engineer onde, durante dois anos, desempenhei o papel de IT Field Tech, dando apoio informático na Google. Em 2011, transferi para Live Video Streaming Engineer, onde passei a executar o streaming ao vivo dos eventos da Google, o mais famoso sendo o Google I/O (já três anos seguidos). Revista Aeroespacial: Fala-nos um pouco do trabalho que desenvolves actualmente. Jorge Gomes: As minhas ferramentas de trabalhos do dia a dia são os meus portáteis (uso um MacBook Pro e um Chromebook, conforme preciso) e o meu telemóvel (Nexus 4). Através destas, acedo à galáxia de recursos da Google: desde as minhas simples workstations (uma debaixo da minha mesa, outra virtual algures no mundo), aos vastíssimos e variados sistemas e aplicações que a Google tem espalhados pelo mundo. Passo um monte de tempo a redigir e-mails, especificações, desenhos, guias, etc. Também escrevo software, desde scripts pequenos, a módulos e aplicações para gerir toda a infraestrutura global que o meu serviço providencia. Tenho que saber e escrever em Bash, HTML, CSS, JavaScript, Python, Java, C++ e outras linguagens, para navegar os módulos existentes e para criar novos. Na parte de hardware, passo algum tempo no meu laboratório onde tenho um mini estúdio de produção para criar conteúdos para testar a frota de equipamentos utilizados no live streaming. E, se for necessário, pego na caixa de ferramentas para ver o que se passa no interior de algum equipamento ou para investigar alguma avaria técnica por perto. Outra parte, também deliciosa, é o trabalho em projetos secretos. Só que desses não posso falar. Revista Aeroespacial: Agora, já no mercado de trabalho e olhando para o teu percurso académico, quão importante foram os ensinamentos que adquiriste enquanto estudante de Aeroespacial no IST? Jorge Gomes: O curso de Aero preparou-me para ter a melhor postura diante de problemas técnicos. Há uma expressão que usamos aqui nos EUA: “data-driven” tomar decisões com base em dados - e esta qualidade germinou e floresceu no meu curso de Engª Aeroespacial. Mas também há outra expressão “resourceful”, e também esta qualidade foi cultivada em Aero. Dou também muita importância à natureza multi-disciplinar – não só em termos de área de ciência, mas em termos de natureza prática vs. teórica – do curso, que para mim foi fundamental, para me preparar e posicionar no cargo que tenho hoje. Julgo que não teria a necessária tenacidade e confiança em mim próprio, sem ter sido estudante no IST, e em especial, sem ter sido um Aero. Revista Aeroespacial: Que atividades extracurriculares destacas dos teus tempos de estudante? Jorge Gomes: Lembro-me do espírito de equipa e da solidariedade e respeito colegial criado por fazer parte da equipa de futebol da turma. A gente jogava muito mal, e levámos algumas belas goleadas - mas foi uma experiência imbatível em termos de ganhar maturidade pessoal e preparar-nos para um mundo cruel que, mais cedo ou mais tarde, vai-nos dar a sua goleada. É bom aprender a perder. Revista Aeroespacial: Que conselhos darias aos atuais estudantes de engenharia Aeroespacial para se prepararem para o mercado de trabalho e terem uma carreira de sucesso? Jorge Gomes: Esta é difícil, mas vou tentar. Como indivíduos: Continuem a estudar, a aprender. A verdadeira mestria pode advir de longas horas de experiência e prática, mas há um genuíno prazer em aprender coisas novas e em aprofundar conhecimentos. Como pessoas, colegas, e engenheiros: Não tenham medo de falhar! Só não falha quem não arrisca fazer algo difícil. Mas, atenção, este risco tem de ser só vosso! Como profissionais de aviação:Acautelem as vidas que confiam na qualidade do vosso trabalho no que toca a segurança. Como cidadãos: Sejam engenheiros, não políticos - há muitas maneiras de subir na vida, mas procurem ser autênticos engenheiros: construam um mundo melhor! Por fim: Acima de tudo, nunca percam fé em vós próprios - o mundo nem sempre está preparado para nos dar o que queremos quando a queremos, mas nunca desistam de sonhar. 12 | MEAer e Portugal A febre das s p tu r a t S Que é uma febre saudável. Há uns dois anos para cá a quantidade de aplicações para dispositivos móveis tem vindo a aumentar a um ritmo forte, só quem estiver pelo país das maravilhas feito Alice é que não reparou nisso. E tem sido por toda a parte, o que se percebe. As Companhias Start-up estão em todo o lado, desde as artes às ciências (mas não é que se possam separar totalmente estas duas). Começaram por ser mais-valias para o dia-a-dia desta geração tecnológica para passarem a constituir necessidades. Senão, vejamos: como vivemos no século XXI e não nos anteriores, e sabendo nós que as coisas estão em constante mudança, o ser humano precisa sempre de mais, mesmo que os céticos de agora digam que é impossível, como o fez quem afirmou que os foguetões eram impossíveis e que logo Goddard seria louco. De fato, estes serviços são feitos de forma a poderem ser utilizados por toda a gente e não apenas por quem entende do assunto. São ideias, como houve muitas no tempo, mas só agora se começou a dar valor a algo chamado empreendedorismo. O conceito de Startup não é novo. Surgiu com a Bolha da Internet, uma época em que apareceram milhares de empresas “ponto com”, e que se deu em finais do séc. XX. A subida das ações destas novas empresas fez com que fosse registado um grande crescimento da Internet comercial. Porém muitas delas se fundiram ou simplesmente faliram. Nos dias de hoje, dá-se tanta importância ao conceito de inovação e criatividade que se vai ao ponto fulcral para a criação das startups, havendo cada vez mais incubadoras e outras iniciativas para acelerar o processo. O meio universitário é um bom cenário, embora algumas vezes os incentivos não sejam suficientes, pelo menos em Portugal, seja pela falta de apoios ou por pouca interação entre pessoas de diferentes áreas, e pelo pouco conhecimento do que o público-alvo realmente precisa ou tem desejo. Segundo um estudo feito pela Harvard Business School, aproximadamente 75% das startups acaba. Por isso esta febre talvez não seja saudável para Texto Ana Macedo quem as crie - imagino que deve dar uma dor de cabeça daquelas -, já que após a implementação do protótipo no mercado vem o feedback dos consumidores, e aí é que se vê o sucesso ou não-sucesso da empresa. Procura-se acima de tudo um modelo de negócio inovador e trabalha-se em conceitos de marketing melhorados. Existem algumas comunidades, uma das quais a bem conhecida Silicon Valley, e mais algumas, Silicon Wadi, Bentley Technology Park, etc., que constituem verdadeiros pólos tecnológicos e onde estão sedeadas estas empresas. O caso das aplicações móveis - para tablet, iphone, telemóveis - ou para o PC gera um mercado do tamanho do mundo. Que o diga Mark Zuckerberg (o empreendedor-mor) que comprou recentemente a WhatsApp, já anteriormente tendo feito o mesmo com o Instagram, provavelmente pondo em prática conselhos do The Lean Start-up, de Eric Ries, que é um revolucionário conjunto de metodologias que ajudam a desenvolver uma startup. Os implementadores das Apps são ou as próprias empresas (que podem ou não ser Startups, algumas das quais criadas apenas para este fim) que contratam recém-formados com conhecimentos de programação, ou então jovens empreendedores, sejam eles completos nerds ou não, que têm “A Ideia”. Para empresas como a TAP, EDP, MEO, etc., ou para eventos como o Open da Austrália ou o Paris Airshow, as aplicações móveis são de fato um óptimo meio de marketing e de prestação de Serviços. No caso do IST muitas são as aplicações que começam a aparecer agora, possivelmente ao fim de um ou mais anos a construir a ideia. Deixo aqui uma lista de Aplicações/Redes Sociais/Startups bem conhecidas. Muito se pode dizer acerca deste tema; daí existirem tantas incubadoras e eventos que explicam melhor o que é isto das Startups. Também se diz por aí que 2014 é o ano das oportunidades, por isso agora é o tempo de avançar. MEAer e Portugal | 13 Geral Instagram A Fotografia não passa de moda, e nada melhor do que dar um outro ar às fotos, aplicando um filtro e partilhando nas redes sociais. Whatsapp Plataforma de comunicação móvel com um custo simbólico para novos utilizadores, que permite enviar mensagens para qualquer rede através da internet.. RunKeeper Exemplo de uma aplicação móvel que monitoriza e ajuda a controlar a atividade física realizada. Wix Permite criar sites de forma gratuita em HTML5 ou Flash não sendo preciso saber programar ou perceber de design. Foodzai A 1ª startup portuguesa a competir na LeWeb, uma conferência europeia de tecnologia; é uma rede social/market place, em que os amantes da cozinha e home chefs podem partilhar as suas especialidades e encomendar pratos. Vertty Um projeto em que a ideia é criar produtos com um design diferente, mais concretamente, com ângulos diferentes. Herbpack Vasos para plantas aromáticas e não só, feitos de tecidos permeáveis, geotêxtis, resistentes ao apodrecimento e aos raios UV; podem ser pendurados em varandas, janelas, paredes, etc. Wishareit Não sabes o que oferecer a alguém? Aqui podes saber as opiniões dos teus amigos e encontrar o presente ideal para essa pessoa. Portugal Unbabel Plataforma que oferece serviços de tradução em tempo real, com a ajuda de editores online; aplicação disponível em Android, e em iOS está para breve. Agroop Plataforma desenvolvida por 3 empreendedores licenciados em design gráfico, que ajuda o agricultor a gerir facilmente os recursos e processos agrícolas. Weather IST Previsão meteorológica; disponibiliza informação sobre o estado do tempo separando as mais importantes métricas com base na tua escolha. Disponível para as plataformas iOS. Ephemera Aplicação móvel que permite enviar mensagens anónimas a todos em redor, estando a versão experimental a ser testada dentro do campus Alameda do IST. Pocket Fenix Aplicação móvel criada por dois alunos do IST, que permite aceder facilmente a recursos do sistema académico FenixEdu no telemóvel; apenas disponível para Android. TáLivre Aplicação que permite ver para que salas do IST-Alameda se pode ir estudar num dia em que dá a pica; desenvolvida pela Junitec; outra, mas para o Taguspark, é a Study@Tagus IST FénixMobile Aplicação semelhante ao Pocket Fenix, mas de outro programador, e que tal como a outra App permite aceder a vários conteúdos do FenixEdu. 20 | MEAer e o Mundo Z Z U B O AER de a d i l a u t a a d s a t Cur ranco F Texto Samuel crescente a r e z a f , a satis distância o a d g o n m lo e De curta aiores gens de a das m ia m v u e ( d s a e iões procur rn Airlin adquirir 70 av e te s a E a i s erca d a chine s da China) va cio de c serão ó g ia e h n n a p m com , nu iões 320NEO Estes av Airbus A ões de euros. ilh 0. 4.625 m ntre 2018 e 202 e s entregue Eastern Airlines CP VS Ryanair Logo após a Ryanair ter anunci ado o início das rotas entre Lisboa e Por to, a CP lançou uma campanha publicitária em claro desafio à companhia irlandesa: “Qualida de business, preços Ryanair”. Esta camapanha refere uma campanha que a CP está a levar a cabo para um número limitado de lugares, ond e oferece 40% de desconto no bilhete da viagem . A CP enfatiza nesta altura “o serviço wi-fi, serviço de restauração e muito espaço para estender as pernas. Sem per der tempo em “check-in”, controlos de segurança ou recolhas de bagagem”. No final deste anú ncio lê-se a direta provocação: “O Alfa Pendul ar dá as boasvindas à Ryanair”. MEAer e o Mundo | 21 A DECO realizou um estudo a 153 aeroportos mundiais, convidados a avaliar as condiç onde cerca de 10 mil passag eiros foram ões destes aeroportos. O aeropo rto Francisco Sá Carneiro no melhor aeroporto europeu, alc Po rto ançando a 4ª posição a nível foi eleito o mundial. Na primeira posiçã Singapura, seguindo-se o aer o ficou o aeroporto de oporto de Tóquio e Dubai res petivamente. Lisboa ficou-se Este estudo também avaliou pela 24ª posição. a satisfação com as transport adoras aéreas. Neste campo, 32ª posição ao passo que a SA a TAP surge na TA na 44ª, num universo de 76 companhias aéreas. No top as companhias asiáticas. A Sin o des te campo estão gapure Airlines, a Emirates e a Cathay Pacific ocupam os trê respectivamente. s primeiros lugares, A título de curiosidade, no que toca à portuguesa TAP, os inq valorizam o pessoal de bordo, uiridos criticam o custo dos os horários dos voos e o confor bilhetes e to. (Este inquérito da DECO ser á publicado em abril na revista Proteste). Aeroporto Sá Carneiro de ivisões d s a d gigante a fusão ltado d ctor militar, a u s e r 800 Em o se rimir 5 a p m u o s c i o a ç v e espa 2016 n EADS e a i d e p l defesa a o r n tica eu ho até ao fi Espanha. aeronáu e al upo, de trab , Reino Unido do gr ão a postos ç o n v i a t r u raç ha, F exec eestrutu çar r Aleman sidentee a r t p s u e O refor justifico a empresa “ , s r e d d n ciais e Tom E a necessidade tividades espa o nos a m créscim orar e como u itividade das d o elh et onta a comp . Tendo em c is, temos de m entes a a li n s c de defe rcados tradicio acesso aos nto. e m rescime r osso c n nossos m o e limina rcados mente urgente nais e aos me ir os custos, e criar s, io uz internac é preciso red s e de recurso osso , o t o s u o n Para is de prod erações e n forços s e õ ç a ic op r os es as dupl nas nossas r melho a c o s f a i e sinerg rodutos o”. lio de p ó f e lviment t r o o v p n e s e uisa e d de pesq Fusão na EADS 16 | MEAer e o Mundo Sobrevoando o Passado: Os primórdios da fotografia aérea Texto Tiago Lança Fotos http://www.slate.com/blogs/behold/2012/10/29/julius_neubronner Com a introdução dos smartphones e a revolução que lhe esteve associada sem que muita gente tenha percebido, nomeadamente com a liberalização do acesso global ao mercado dos componentes eletrónicos, tem-se assistido nos últimos 5 anos a uma verdadeira explosão no que toca aos amantes da fotografia aérea. Área que antigamente se destinava a alguns pilotos com tempo livre ou um qualquer trabalho específico, hoje em dia, um pouco por todo o mundo, começamos a ver aparecerem quadcopters e hexacopters equipados com câmaras de grande qualidade (GoPro ou DSLRs) a tirarem fotografias que para um avião ou um helicóptero seriam impossíveis. No entanto, apesar da aparente modernidade deste conceito, como a História muitas vezes gosta de provar, ironicamente os verdadeiros pioneiros apareceram há cerca de um século. O Homem desde que se conhece sempre sonhou voar. E até isso ser possível utilizou os mais diversos artifícios para conseguir ter uma sensação do que seria cruzar os ares. No início do seculo XX, um farmacêutico alemão pelo nome de Julius Neubronner, ávido columbófilo, utilizava os seus pombos correio para fazerem entregas de receitas urgentes para hospitais nas imediações de Kronberg. MEAer e o Mundo | 17 Neubronner também partilhava um enorme fascínio, desde criança, pela fotografia (tecnologia que então estava nos seus primeiros desenvolvimentos). Em 1907, lembrou-se de desenvolver um mecanismo composto por uma câmara bastante leve, com um temporizador, e uma armação de alumínio que ficaria fixa num pombo-correio. As primeiras fotografias mostravam a inovação do conceito. Após tentar patentear o sistema, e esta primeira tentativa ter sido recusada, Neubronner aprofundou o conceito e entregou o planos melhorados dos seus mecanismos e, acima de tudo, fotografias que comprovavam o conceito. O sistema acabou por ser patenteado. O sistema foi apresentado ao público em 1909 na exposição internacional de aviação em Frankfurt e desde aquela altura teve enorme aceitação. Especialmente porque havia a perspetiva da sua utilização para fins bélicos (o que se veio a confirmar mais tarde). Neubronner soube explorar essa possibilidade e desenvolveu pombais móveis preparados para os campos de batalha. Ainda devido aos prematuros avanços da tecnologia aeroespacial, a guerra de atrição de 1914-1918 trouxe um renascimento na utilização dos pombos-correio e os conceitos de Neubronner vieram a ser utilizados em batalhas conhecidas, nomeadamente nos campos de Verdun e do Somme. 18 | MEAer e o Mundo Matternet: Um novo paradigma de microtransporte Texto Tiago Lança Fotos http://blog.ted.com/ Desde 2011 que uma empresa nascida em Palo Alto, Califórnia, pela mão do empreendedor Andreas Raptopoulos, tenta mudar o paradigma do transporte. A Matternet quer fazer pelos átomos o que a internet fez pelos bits. De uma forma abreviada, Raptopoulos quer utilizar drones, multi-rotores completamente autónomos para serem parte de um sistema global, em network, composto por estações em terra espaçadas equidistantemente (de acordo com as autonomias dos sistemas que fazem o transporte). Este sistema, depois de implementado serviria duas realidades: primeiro, tornar-se-ia um canal paralelo às atuais cadeias de distribuição logística nas mega-cidades tipicamente sobre-lotadas com engarrafamentos e, segundo, talvez mais importante, seria o principal canal de acesso aos países do terceiro mundo, como é o caso da maior parte dos países sub-saarianos em que 85% das estradas ficam completamente intransitáveis durante a época das chuvas. De início, com payloads pequenos, esta forma de “micro-transporte” visa revolucionar a forma como transportamos a matéria de um sítio para outro. Nas palavras de Raptopoulos: “O nosso objetivo principal é tornar possível o transporte em lugares que não são facilmente acessíveis. Achamos que estamos na iminência do próximo paradigma para micro-transporte.” Tudo começou com a pergunta: ”Como poderemos servir os lugares que não são servidos por estradas, por exemplo muitos países africanos sub-saarianos, muitos países da América do Sul, onde é necessário entregar medicamentos, vacinas, etc. e onde simplesmente não existem estradas que permitam que isso seja feito de uma forma fiável?”. A Matternet é um conceito ainda em fase de desenvolvimento e, sobretudo de procura de investidores, que é composta por 3 componentes principais: os aparelhos em si, as estações em terra completamente autónomas, responsáveis pelas trocas de bateria/recarregamentos, bem como postos de carga/descarga de material (tornando-se assim pontos geradores de economia ao longo de toda a network), e, finalmente, a gestão neuronal de toda a network. MEAer e Lazer | 19 Por Rodolfo Dutra U chuu Kyoudai ou Space Brothers é um manga/anime que estão em atividade desde 2008 e 2012 respetivamente, tendo já ganho prémios de melhor manga (categoria geral) em 2011. A série conta a história de dois irmãos que prometem se tornar ambos astronautas, após terem avistado, em crianças, o que pensam ser um UFO. Apesar da promessa, Mutta, o irmão mais velho e personagem principal da história segue carreira como eng.mecânico numa companhia automobilista, companhia da qual é despedido no início da história. Na busca de novo emprego, é revelado que o seu irmão, Hibito, havia ingressado para a NASA e estava inserido num programa de exploração lunar. No desamparo Mutta decide lutar pelo seu sonho e candidata-se à JAXA (Agencia de Exploração Espacial Japonesa). A partir daí é-nos revelado o mundo de provas físicas e psicológicas exigidos pela agência e mais tarde as peripécias de Hibito na lua entre outras sagas… O drama deste anime é enchido de comédia e frases marcantes que não só nos enchem de carinho pelas personagens que vão surgindo, mas também nos inspiram a seguir os nosso sonhos, principalmente de infância. Estas características desbotam o fato da progressão da história ser lenta, de uma forma as vezes frustrante. A música no anime tem um ar característico e épico, o que eleva ainda mais o ambiente da série. Aconselha-se uma olhadela por parte dos interessados em exploração espacial bem como manga/anime no geral. Para os interessados em assistir o anime aconselho, por exemplo: http://www.animeplus.tv/uchuu-kyoudai-anime Para os amantes de manga: http://www.mangareader.net/uchuu-kyoudai Desafios Por Joaquim Marques (Solução em https://www.facebook.com/s3aist) Desafio 1 A figura seguinte é composta por 12 fósforos: Modifique a posição de 3 desses fósforos de forma a obter uma figura com apenas 3 quadrados. (Solução em https://www.facebook.com/s3aist) Desafio 2 Dois alunos de Aeroespacial estão a jogar bilhar. Aero 1 dá uma tacada numa bola com velocidade de v1=60km/h, com um ângulo de 30º (ver figura) com uma das tabelas. Aero 2 deve acertar a bola de Aero 1 com outra bola. As duas bolas partem da tabela da mesa simultaneamente, e estão a uma distância de 50 cm. Aero 2 pode escolher qualquer ângulo para dar a sua tacada. Qual é a velocidade mínima v2 com que o Aero 2 pode dar a sua tacada? a) 15km/h b) 30km/h c) 30x(2)^(1/2)km/h d) 30x(3)^(1/2)km/h e) 60km/h Flying Ideas A tua competição está a chegar! 17 Maio Sabe mais em: flyingideas.ist.utl.pt
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