A Universidade em Revista A Universidade em Revista
Transcrição
A Universidade em Revista A Universidade em Revista
A Universidade em Revista Publicação Semestral da Universidade da Região de Joinville – Univille Edição V, Ano III – Janeiro de 2006 Páginas centrais Saúde Responsabilidade Social Cultura e Lazer Endometriose atinge 15% da população feminina em idade fértil Escolas reestruturam seu projeto político pedagógico e investem em uma educação mais inclusiva Homens ganham espaço na cozinha e mostram que são excelentes mestres-cucas Pág. 4 Pág. 10 Pág. 20 Foto: Silvio Simon Universidade investe em programas de bolsas e apoio financeiro possibilitando uma educação de nível superior à sociedade. Editorial Universidade para todos cenário histórico atual caracteriza-se como a era do conhecimento. A quantidade de informação produzida não encontra paralelo na história da humanidade; da mesma forma, o acesso a ela através da rede mundial de computadores. Se, por um lado, há informação disponível a qualquer pessoa, por outro, a sua transformação em conhecimento é uma competência humana que exige uma ação educativa própria, especialmente se desejarmos uma atitude ética, solidária e responsável para o exercício de uma cidadania plena, o que significa, também, direito ao trabalho. Todavia no sistema social em que vivemos, o direito ao trabalho e a uma remuneração digna ainda é um sonho para muitos brasileiros. A formação profissional parece ser uma das possibilidades de inserção no mercado de trabalho. Nesse sentido, o ensino de nível superior tem respondido, em parte, a essas expectativas tanto individuais como coletivas. O ensino público não consegue atender à demanda existente e o ensino privado não é uma alternativa viável para todas as pessoas. Assim, a resposta do sistema governamental federal, estadual e municipal, tem sido a disponibilização de verba para bolsas de estudo através de diferentes programas como FIES e artigo 170. A Univille, uma universidade comunitária de qualidade, comprometida com o desenvolvimento da região em que está inserida para uma melhoria na qualidade de vida de seus cidadãos, também está sensível a essa questão. A busca por verbas governamentais específicas para nossos acadêmicos e a criação de Programa como o de Apoio Financeiro ao Estudante – Proestudante e Prouni Próprio são algumas alternativas disponíveis para aqueles que almejam cursar uma graduação e não possuem recursos financeiros para tal, ou mesmo para quem, por alguma eventualidade, está com dificuldade para se manter na universidade. Sabemos que essas ações ainda não são suficientes para oferecer um ensino superior de qualidade acessível aos cidadãos de nossa região, portanto estaremos buscando novas formas de garantir a existência da universidade, pois é através dela que, além do ensino de graduação e de pós-graduação, a pesquisa e a extensão acontecem como respostas às demandas sociais regionais. Prof. Paulo Ivo Koehntopp Reitor da Univille Revista Universo Univille – A Universidade em Revista Publicação Semestral da Universidade da Região de Joinville – Univille – Edição V, Ano III – Janeiro de 2006 • Reitor: professor Paulo Ivo Koehntopp • Comitê de Marketing - Pró-Reitor de Administração: professor Martinho Exterkoetter • Vice-Reitor: professor Wilmar Anderle • Pró-Reitora de Ensino: professora Ilanil Coelho • Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: professora Sandra Aparecida Furlan • Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários: professora Therezinha Maria Novais de Oliveira • Diretora do Campus de São Bento do Sul: professora Giucélia Lourdes Spitzner • Diretora do Colégio da Univille: professora Marilene de Fátima Pereira Gerent • Assessor de Marketing e Relacionamento: Silvio Simon • Editora: Cíntia Fanezze Só (8905 - RS) • Reportagem: Ana Karina Siqueira Dias (1453 - SC) / Cíntia Fanezze Só (8905 - RS) / Silvio Simon (8818 - RS) / Sônia Regina de Oliveira Santos (CONRERP RS/SC 2306) • Revisão: Maria da Graça Albino de Oliveira • Projeto Gráfico: Juliana Floriano • Design Gráfico / Ilustrações: Inventiva • Colaboradores: Denise Taschek, Elcio Ribeiro, Karla Pfeiffer Moreira e Raphael Schmitz – Escritório de Design • Fotografias: Assessoria de Marketing e Assessoria de Eventos • Impressão: Gráfica Coan • Tiragem: 10 mil exemplares • Periodicidade: Semestral Universidade da Região de Joinville – Univille Campus Universitário, Caixa Postal 246 / Bairro Bom Retiro Cep 89223-251 Joinville - Santa Catarina Homepage - www.univille.br Entre em contato conosco A notícia é você e para você. A Assessoria de Marketing e Relacionamento da Univille está no Bloco B, sala 6. Estamos aguardando suas sugestões, críticas e elogios. Nosso telefones são (47) 3461-9022/3461-9053 e nossos e-mails [email protected], [email protected] Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 Nesta edição 06 Meio Ambiente Projeto desenvolvido por acadêmicos possibilita tratamento e reutilização de reagentes químicos 08 Brasil Univille firma parcerias com universidades do exterior, ampliando ações de ensino, pesquisa e extensão 12 Comportamento Educar os filhos, um ato de amor ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 18 Contraponto Plano Nacional de Educação sugere crianças mais cedo no ensino fundamental 23 Universidade Univille promove ações que despertam o espírito empreendedor dos acadêmicos Saúde Endometriose A doença que atinge aproximadamente 15% da população feminina ainda é uma desconhecida da sociedade Cíntia Fanezze Só la afeta uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva, causa fortes dores e pode levar a mulher até mesmo à infertilidade. Seus sintomas são diversos: cólicas constantes e com maior intensidade no período menstrual e geralmente progressiva, dor na relação sexual e desenvolvimento de doenças relacionadas ao trato urinário e intestinal. Além disso, a paciente pode apresentar outros sintomas, como dores lombares, cansaço, prisão de ventre, dor ao evacuar e sangramentos fora do período menstrual. Endometriose é o nome da doença que se constitui no fato de o endométrio estar localizado fora de seu lugar original, o útero. Endométrio é o tecido glandular que recobre a cavidade uterina. Nele é que se implanta o embrião durante a gravidez. Quando a gravidez não acontece, o endométrio descama, fazendo, então, com que a mulher fique menstruada. Quando a paciente apresenta a doença, o sangue não escoa como em uma menstruação normal, ou seja, ele se acumula em pequenos cistos que podem evoluir. A doença pode também atingir órgãos importantes como o intestino, a bexiga e o peritônio (membrana que reveste a parede abdominal). Apesar dos avanços da medicina e da eficácia em muitos dos tratamentos para o alívio dos sintomas, pouco ainda se sabe sobre as causas da endometriose. Para o médico e professor da Univille Murilo César Fronza, é importante o profissional descartar Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 outras doenças antes de diagnosticar endometriose. “No histórico clínico da paciente, exames físicos, ultrassonografia pélvica, ressonância magnética e, até mesmo vídeolaparoscopia são fundamentais para chegarmos a um diagnóstico preciso”, afirma. É importante lembrar que mulheres que apresentam cólicas todos os meses durante seu ciclo menstrual ou encontram dificuldades para engravidar, devem procurar o seu ginecologista, pois é ele o profissional que poderá avaliar cada caso, isso porque sintomas como esses também podem estar relacionados a outras doenças. Como tratar A medicina ainda não encontrou a cura definitiva para a doença, porém os sintomas podem ser controlados e diminuídos. Os especialistas buscam dar qualidade de vida às suas pacientes, como, por exemplo, aliviar ou reduzir a dor, limitar o progresso da doença, possibilitar que a mulher tenha uma vida reprodutiva normal. Há, também, várias alternativas de tratamento com analgésicos para a dor, a interrupção da menstruação com o uso de anticoncepcionais, a utilização de hormônios e até mesmo cirurgias. No tratamento cirúrgico, o médico poderá optar por dois tipos de intervenção: a laparoscopia, que consiste em um pequeno corte no abdômen da paciente, introduzindo uma cânula com uma microcâmera de vídeo na qual é possível visualizar João Chagas Sobral todo o aparelho reprodutor feminino e assim detectar a presença ou não da doença, bem como permite realizar biópsia, retirada e cauterizações do endometrioma (cisto cujo conteúdo é formado do sangue que não escoa da menstruação; sua aparência lembra chocolate derretido) e a laparotomia, que consiste na abertura do abdômen da paciente, como em uma cirurgia convencional. Endometriose X Infertilidade No Brasil, aproximadamente 20% dos casais em idade fértil não conseguem ter filhos da forma natural. Isso ocorre por problemas que podem estar relacionados tanto ao homem quanto à mulher. A endometriose, com certeza, pode ser uma das causas dessa infertilidade, porém nem todas as pacientes que apresentam a doença não poderão ter filhos. As mulheres com a doença em estágio avançado podem apresentar obstrução nos ovários, o que impede que o óvulo se encontre com o espermatozóide para que haja a fecundação. Porém, é importante lembrar que a presença de endometriose nem sempre impede que haja a gravidez. Para aquelas que conseguem engravidar é muito positivo, pois durante os noves meses de gestação, sintomas como cólicas ficam suspensos. A endometriose não é uma doença maligna, mas não deve ser menosprezada, pois afeta diretamente a vida das mulheres. A pouca informação sobre a doença, a presença de dor e a incerteza de poder ter filhos é o que mais aflige as pacientes. Os médicos alertam que é possível conviver com a doença e controlar seus sintomas, desde que a paciente busque tratamento adequado a seu caso. É importante ressaltar que a automedicação e o desgaste emocional podem fazer evoluir ainda mais a doença. No Brasil, o Sistema Único de Saúde já está realizando tratamentos gratuitamente, pergunte ao seu médico. Sintomas Cólicas constantes ou muito severas durante o período menstrual, que tem pouco alívio com uso de medicamento Dores constantes na região pélvica (baixo ventre) Sangramento fora do período menstrual Dor no ato sexual Dor para a realização de exames ginecológicos, atividades físicas Dor ao urinar ou presença de sangue na urina Dor ao defecar e constante prisão de ventre Fadiga inexplicável Menstruação irregular Infertilidade Meio Ambiente Resíduos dos laboratórios são reaproveitados A Univille, preocupada com o meio ambiente, implanta projeto de iniciação científica de acadêmicos e professores possibilitando o gerenciamento de resíduos nos laboratórios da Universidade Ana Karina Siqueira Dias crescente produção de resíduos vindos de laboratórios de instituições de ensino e pesquisa é um problema que vem se agravando a cada ano. Em função do aumento de aulas experimentais dos diversos cursos da Universidade da Região de Joinville - Univille que necessitam utilizar os laboratórios, o problema também ocorre em nossa Universidade. A partir dessa constatação, no ano de 2002, o grupo de pesquisa RESLAB, sob responsabilidade da professora Dra. Nilza M. Marcheze, iniciou, por meio do Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica - PIBIC, a análise situacional dos resíduos gerados nos laboratórios da área de Química da Univille, por meio da quantificação e classificação dos resíduos em classes como: ácidos-bases, metaispesados, orgânicos e organo-clorados. Em 2003, na segunda etapa do projeto, definiu-se um procedimento de tratamento e destinação final dos resíduos, baseado em uma rotina que compreende a caracterização, a segregação, o tratamento e o descarte. A caracterização dos produtos formados nas aulas experimentais Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 demonstrou a possibilidade de sua reutilização, após um tratamento simples de recuperação, em substituição a reagentes virgens em determinados procedimentos analíticos previamente definidos. Na terceira etapa do projeto, durante o ano de 2004, foi implementado um trabalho de educação ambiental para os usuários dos laboratórios, que são os acadêmicos que participam de aulas práticas, com o objetivo de conscientizar para a coresponsabilidade pelo resíduo produzido e assim poder auxiliar o grupo para minimizar a geração, aprimorar a recuperação e o reaproveitamento, bem como efetuar o descarte mais adequado para cada caso. Segundo o acadêmico de Química Industrial Fabrício Borges, a Univille, como uma Universidade pautada pelo respeito ao meio ambiente, se mostra responsável por uma educação ambiental mais eficiente e eficaz, pois está formando profissionais que atuarão num mercado que necessita de profissionais com conhecimento técnico e ético, até mesmo porque a indústria busca qualidade em função das exigências das normas ambientais cada vez mais rigorosas. No ano de 2004, dos resíduos gerados na Univille, 43% foram recuperados como insumos sólidos e 13% como insumos líquidos. Uma parcela dos resíduos gerados é constituída de sais inorgânicos, cujo procedimento de recuperação está sendo avaliado para posterior implantação. Um dos resultados obtidos na pesquisa realizada pelo acadêmico foi a reutilização de solventes orgânicos, que podem causar mais poluição. Os insumos obtidos como clorofórmio, n-hexano e dicloro metano, entre outros, são recuperados através de procedimentos simples de laboratório e de baixo custo, resultando, assim, na proteção do ambiente e diminuição dos gastos de materiais poluidores necessários em análises de pesquisas e aulas práticas pela Universidade. Um ponto importante, em fase de discussão e análise, é a otimização das quantidades de reagentes utilizados nos experimentos, assim como a substituição por reagentes de menor impacto ambiental, quando possível. A adoção dessas premissas contribuirá significativamente para a redução da geração de rejeitos de laboratório, facilitando o tratamento e a recuperação. De acordo com a professora Nilza M. Marcheze, a Univille, como instituição de ensino e pesquisa voltada para a educação ambiental, tem obrigação ética de destinar corretamente os resíduos químicos gerados nas atividades desses laboratórios. “No ano passado, conseguimos montar uma teia de informações com relação à programação de experimentos realizados nas aulas práticas. Há um cruzamento de informação, porque o aluno sabe o que cada professor produz em suas aulas, podendo, assim, encaminhar o material para reutilização em outra aula prática do mesmo professor ou de outros e até mesmo em outros laboratórios da Universidade”, afirma a professora. Devido a esses estudos, em 2005 está sendo estudada a possibilidade de implantação dos resultados do projeto na disciplina de Química Geral e Inorgânica do curso de Química Industrial, que possibilitará desenvolver uma sensibilização ambiental, através de palestras e aulas, objetivando uma conscientização sobre o uso racional e a substituição de reagentes, e, quando possível, diminuição no consumo de água e energia, minimizando, assim, a geração de resíduos químicos. Brasil Ano Novo, você está otimista? Conversamos com a comunidade acadêmica para saber a opinião dela sobre sentimento de brasilidade Silvio Simon ara a professora Miriam Morales, mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, e que atua nos cursos de Administração, Pedagogia e Geografia, esse sentimento de brasilidade está comprometido. “As discussões nas CPIs trouxeram à tona a estrutura viciada da política brasileira”, observa. Segundo Miriam, nas classes sociais mais baixas, a luta pela sobrevivência é muito maior que o sentido de amor à Pátria. “Com relação à crise, sempre tenho uma visão otimista, pois vejo que elas trazem saídas para uma situação melhor. Mas não podemos nos esquecer de melhorar a educação e a qualificação das pessoas”, destaca a professora. Para o advogado Ingo Rusch Alandt, mestre em Relações Econômicas e Sociais Internacionais, que leciona nos cursos de Direito, Administração e Gestão da Comunicação e Eventos, esses altos e baixos pelos quais passam o país são conseqüência, não das instituições, mas das pessoas que as dirigem, as administram, as fazem estar presentes na vida nacional. “Penso que a maturidade do povo brasileiro fará as mudanças necessárias ao seu jeito. Uns trabalhando favoravelmente ao progresso econômico brasileiro, outros para a restauração da instituição política, outros ainda demonstrando a importância de ser brasileiro”, observa Alandt. Já o professor Ademir Luiz Clemente, mestre em Engenharia de Produção, que dá aulas nos cursos de Administração e Ciências Econômicas, acredita que os sólidos fundamentos da economia brasileira não serão afetados pelo cenário Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 político atual. “A sustentação do governo está na economia, que ainda parece ser mais forte que a crise política”, afirma Clemente. Ele argumenta, ainda, que, que por outro lado, a não apuração correta dos fatos ocorridos pode abalar a credibilidade do país, fazendo com que a crise chegue até a economia. Daniel Westrupp, colaborador da Universidade desde 2001, nesse ano se formou em Ciência Política, e acabou de ingressar no mestrado de Gestão em Políticas Públicas, sustenta que a crise política brasileira pode afetar a população de duas maneiras: uma pelo lado positivo, de que o povo vai exigir maior qualidade nas próximas eleições, e outra negativa, que resulta na falta de credibilidade da classe política, principalmente em nível parlamentar. “A questão política, da necessidade de uma reforma, que deve levar a um comportamento político diferente, não afeta a questão de as pessoas gostarem de viver aqui. Toda vez que abordamos alguma questão sobre o Brasil, a tendência é a comparação com outros países de aspectos negativos como os nossos, com positivos do outro lado”, afirma Westrupp. O ponto de vista do universitário Maikon Jean Duarte, do 3° ano do curso de História, é de que a relação da crise, na democracia representativa, não reflete a busca por um futuro melhor, mas deveria ser encarada como um incentivo para a participação de todos. “O que mais importa é o fato de buscarmos um processo de transformação social com uma base clara, para construirmos um Brasil e um mundo melhor”, finaliza o universitário. Portas abertas para o mundo Quando uma universidade, uma empresa ou um país estabelece parcerias internacionais, as possibilidades de intercâmbios e negócios se multiplicam Silvio Simon m dezembro de 2005, a Universidade da Região de Joinville – Univille, pôde comprovar, na prática, a eficiência dos relacionamentos firmados com o exterior. “Presenciamos a realização da primeira defesa de doutorado de uma Universidade italiana fora da comunidade européia”, relata o professor Paulo Ivo Koehntopp, reitor dessa Instituição. O reitor se refere à defesa da tese de doutorado da professora Virginia Grace Barros, um estudo e monitoramento de processos biogeoquímicos do complexo hidrológico da Baía da Babitonga, usando a abordagem química e isotópica. O doutorado da professora Virginia aconteceu por meio da parceria entre a Universidade da Região de Joinville e a Universidade Ca’Foscari, de Veneza, Itália. “Aprendemos outras técnicas, descobrimos novos pontos de vista e ampliamos as parcerias existentes”, comenta a professora. Inserir-se em projetos internacionais representa para uma instituição, seja ela pública ou privada, ligada à educação ou aos negócios, a abertura de portas para o mundo. A professora Cristala Buschle, assessora de Relações Nacionais e Internacionais da Univille, considera que intercâmbios com outras culturas e experiências geram um forte enriquecimento pessoal e profissional. “A instituição está inserida em um mundo cada vez mais globalizado, que exige dos seus interlocutores uma visão de mundo que faça frente ao mercado de trabalho, que é bastante competitivo”, observa. Hoje, a Universidade possui convênios com 17 instituições, espalhadas por países como, por exemplo, Alemanha, Argentina, Chile, Espanha, França, Itália e Portugal. Cristala comenta que, a partir dos convênios e das parcerias, a Universidade passa a ser reconhecida e é chamada para participar de pesquisas, muitas delas realizadas em rede. Esse também é o pensamento da professora doutora Denise Abati Kasper Silva, chefe da área de pesquisa. “O programa institucional Babitonga, que iniciou em 2000, é um bom exemplo dos resultados de uma atividade conjunta desenvolvida com uma visão de longo prazo”, explica a pesquisadora, que também destaca aspectos ligados à transferência de tecnologia, reposicionamento do modo de estudar e a aprendizagem de outra língua como resultados das parcerias internacionais. Na opinião do professor André Luiz Dias Giraldi, chefe do departamento do curso de Comércio Exterior, esse é o tipo de acordo que abre um leque de oportunidades na própria entidade e no seu campo de atuação. Recentemente, o professor defendeu a sua dissertação de mestrado na Universidade do Minho, em Portugal. “Os intercâmbios acadêmicos e comerciais valorizam carreiras e produtos, além de abrir muitas portas”, conclui. O doutorado da professora Virginia Grace Barros é resultado da parceria da Univille com a Universidade Ca’Foscari, de Veneza, Itália. A cooperação se deu no âmbito acadêmico e científico. O orientador da professora Virginia foi o professor doutor Giovanni Maria Zuppi. Também participaram da banca professores da Univille e das Universidades de Oxford, de Barcelona e da USP. Responsabilidade Social Escolas acolhem portadores de necessidades especiais e provam que a convivência com a diversidade é uma verdadeira lição de vida Sem preconceito Denise Taschek odo cidadão tem direito à escolarização básica. E esse direito independe de ele ter necessidades diferenciadas da maioria das pessoas, seja por possuir altas habilidades, precocidade, superdotação, condutas típicas de síndromes ou quadros psicológicos, psiquiátricos ou neurológicos ou ser portador de deficiências físicas, sensoriais ou intelectuais. Incorporar a diversidade e valorizar a peculiaridade de cada indivíduo é um tema que vem se destacando recentemente, e indica uma transformação também no sistema educacional. O conceito de educação inclusiva objetiva a construção de escolas abertas a todos, com uma pedagogia heterogênea, a busca da integração e da adaptação de pessoas com necessidades especiais e a participação da comunidade. Implica quebrar paradigmas existentes, repensar o modelo de escola atual e delinear novos caminhos. A proposta, que avança para superar o preconceito e a segregação, é um desafio dos governos e da Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 sociedade. No Brasil, o Conselho Nacional de Educação instituiu, em setembro de 2001, a resolução CNE/CEB nº 2, que estabelece as diretrizes nacionais para a educação de pessoas que apresentem necessidades educacionais especiais. A resolução assegura que todos os alunos devem ser matriculados, cabendo às escolas organizaremse para atendê-los, oferecendo condições adequadas para um ensino de qualidade. Mudar não é simples, mas compensa A inclusão é um processo cheio de imprevistos, sem fórmulas prontas e que exige aperfeiçoamento constante. Na opinião da professora da Univille, Sônia Serpa, que atua também na Secretaria de Educação Especial, uma escola somente poderá ser inclusiva quando estiver organizada para proporcionar, a cada educando, independentemente de etnia, sexo, idade e deficiência, um ensino significativo, e saiba reconhecer as suas potencialidades. Os obstáculos no processo de inclusão escolar são inúmeros. É preciso rever conceitos, romper barreiras, reestruturar a escola e adaptar currículos. Além disso, há falta de formação para professores e demais profissionais da área, e de recursos e materiais adaptados. “O maior desafio está centrado na dificuldade de aceitação e valorização das diferenças, da não compreensão de que inclusão é um direito básico de todo cidadão, portanto, não é algo a ser conquistado”, enfatiza a professora Sônia. O processo de inclusão nas escolas de ensino regular está acontecendo gradativamente. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), existem no mundo 500 milhões de pessoas deficientes, das quais 80% vivem em países em desenvolvimento. Dados do Censo 2000 do IBGE revelam que, aproximadamente, 14,5% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. As adaptações não são estanques e pré-definidas, elas vão acontecendo de acordo com as necessidades de cada educando. No Colégio da Univille, há alguns casos de inclusão escolar. Um exemplo é Maria Ângela do Rosário, de apenas 5 anos, com síndrome de down. Ela sente-se muito à vontade com a turminha de educação infantil onde estuda. Para sua mãe, Abigail do Rosário, estudar junto com crianças ditas “normais” está sendo uma experiência única e surpreendente. “Ela desenvolveu-se muito intelectualmente, inclusive sobressaindo-se às demais crianças. Melhorou muito seu relacionamento familiar e afetivo”. Mãe Abigail ressalta que as crianças da turma de Ângela a aceitaram bem e sem diferenciações de tratamento, o que a fez familiarizar-se com o local de estudo com bastante facilidade. Mais do que criar condições para os deficientes, a inclusão é um desafio que implica mudar a escola como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante dos alunos, na filosofia. Crianças sem preconceitos tendem a crescer mais flexíveis e cooperativas e aprendem que conviver com a diversidade pode ser uma experiência enriquecedora. Algumas dicas para lidar com portadores dos principais tipos de necessidades especiais Deficiência auditiva Sempre fale de frente. Se souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Caso não esteja entendendo a fala de uma pessoa surda, não se acanhe em pedir para que ela repita o que disse. Outra maneira é usar bilhetes, pois o que vale é a comunicação, não importa o método. Deficiência visual Além dos materiais específicos usados para a escrita em Braille (regletes e soroban), a infra-estrutura também deve ser adaptada. É importante colocar cercados no chão, abaixo dos extintores de incêndio e instalar corrimão nas escadas. Para guiar um portador de deficiência visual, deixe que ele segure seu braço. Ao sair de um ambiente, avise o deficiente visual. Deficiência física Deve haver adaptação do espaço físico, como rampas de acesso, instalação de barras de apoio, alargamento de portas, além de levar em consideração características peculiares na modelagem do mobiliário. Aqueles que andam em cadeira de rodas precisam mudar de posição constantemente para evitar cansaço e desconforto. Deficiência mental É necessário um acompanhamento individual e contínuo. Os conteúdos curriculares devem ser elaborados por uma equipe de apoio multiprofissional. Cada criança deve ser avaliada com base em suas habilidades naturais, sem compará-la com a turma. Fonte: site Escola On-line Comportamento Pais e filhos: seres de relação Sabe-se que educar os filhos é uma tarefa árdua, que envolve dedicação, tempo, amor, paciência e abdicação Cíntia Fanezze Só uando perguntamos aos pais o que eles mais desejam aos seus filhos, a resposta é unânime: felicidade. No entanto, essa felicidade depende, quase que exclusivamente, de como é conduzida a sua vida, desde o seu nascimento até a fase adulta. Os pais devem ficar atentos às suas atitudes – que envolvem responsabilidade, respeito, liberdade, paciência, bom humor, carinho e amor. Os adultos são modelos de comportamento para as crianças; é por meio das suas atitudes e da forma como agem diante de situações, sejam situações prazerosas ou dificuldades encontradas no dia-a-dia, que seus filhos saberão encarar a vida. Ter consciência de que cada criança é um ser individual, com sonhos e desejos próprios e que as pessoas que fazem parte do seu contexto são fundamentais para a formação de sua personalidade, é fator contribuinte para que esse pequeno sujeito se torne um adulto realizado e feliz. Os filhos incorporam e repetem ações e vontades dos seus pais, porém chegará o momento em que o desejo de fazer suas próprias escolhas irá despertar. Caberá a eles decidir qual será o melhor parceiro ou parceira, qual a profissão que deverá seguir, que rumo tomar em sua vida. Para a psicóloga e professora da Univille Maryahn Koehler Silva, os pais devem ter consciência que são eles os responsáveis em dar uma direção às crianças. “Tentar interferir, fazer com que seus sonhos Rosário Cubero e Maria Carmen Moreno, autoras respeitadas na área da Psicologia, classificam os pais em três categorias. Conheça as características de cada categoria e veja se você se identifica com alguma: Pais autoritários – Caracterizam-se por apresentar altos níveis de controle Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 sejam esquecidos pode trazer frustrações, principalmente, quando esses indivíduos chegarem à fase adulta”, enfatiza. A funcionária da Univille Maria das Dores França, 46 anos, com dois filhos, Carlos Alberto França Júnior e Sheron Isabel França, de 23 e 19 anos, respectivamente, diz sempre ter vivido para eles. “Quando meus filhos entraram na fase adulta, foi muito difícil para mim, pois acreditava que não estavam preparados para encarar as armadilhas da vida”. Para ela, seu zelo excessivo fez com que os dois jovens ficassem inseguros em algumas das suas escolhas, tanto na vida pessoal como na profissional. A psicóloga Maryahn afirma que essa insegurança dos pais é natural, porém eles devem ter consciência de que os filhos vão tornar-se adultos, e, para tanto, vão em busca de novos vôos. É inerente ao ser humano envolverse com outras pessoas, buscar sua independência, tomar decisões próprias. É preciso acreditar que os filhos são capazes. “Apoiar, orientar, dar um caminho aos filhos mostra maturidade e fortalece o relacionamento entre ambos, finaliza”. Vale salientar que não existem fórmulas prontas sobre como criar um filho. O que uma família considera imprescindível para a formação de um indivíduo, pode não ser para outra. O importante é que os pais reflitam sobre valores e conceitos e tenham bom senso para educar seus filhos. e de exigências, demonstrando pouca comunicação e afeto. São pais que valorizam o controle e a avaliação das atitudes dos filhos seguindo rígidos padrões já preestabelecidos no grupo. A obediência, a autoridade, o uso do castigo fazem parte da sua conduta. Filhos de pais autoritários manifestam pouca expressão de afeto nas interações com as crianças da mesma faixa etária, não tomam iniciativa e são pouco espontâneos, podendo ter dificuldades no estabelecimento dessas relações. São crianças pouco alegres, mais coléricas, apreensivas, infelizes, facilmente irritáveis e vulneráveis às tensões. Pais Permissivos – O que caracteriza esses pais é o pouco controle e exigência de amadurecimento, favorecendo, por Eduque seu filho com amor Aqui vão algumas dicas que os pais devem aplicar desde a infância e usar como regra para toda a vida. • Valorize o seu filho. Elogie, ensine, mostre, surpreenda, converse com ele olhando em seus olhos, respeite-o como pessoa; • Compreenda seu filho acima de tudo, porém saiba reconhecer os seus acertos e as suas vitórias. Lembre-se, ele também pode cometer erros; • Use sempre a verdade: seja sincero, ninguém gosta de ser iludido; • Compreenda seu filho. Tenha tempo para ouvi-lo, não saia julgando suas atitudes; • Seja participativo e não autoritário. Saiba do que ele gosta, quem são seus amigos, lugares que freqüenta, porém respeite seu espaço, não seja invasivo; • Seja coerente, dê explicações. Não saia exigindo o que você nunca fez, pois, com certeza, os pais são os maiores exemplos para os filhos. Não diga apenas não, oriente-o sobre as negativas e mostre soluções; • Imponha respeito, mas seja sempre amigo. Respeitar para ser respeitado é a melhor receita para a cumplicidade; • Saiba que essa pessoa a quem você deu a vida o ama mais do que qualquer outra, mas o amor é como uma planta, precisa ser cultivado. Tenha ternura no seu coração, não aja com raiva, não seja explosivo, pense, oriente, eduque-o, abrace-o, dê carinho; • Ame seu filho acima de tudo. sua vez, a comunicação e o afeto. As condutas, os desejos e os impulsos são mais facilmente aceitos. Conversam com os filhos sobre as decisões familiares, mas não lhe exigem responsabilidade ou ordem. Essas crianças geralmente têm problemas para controlar os impulsos, dificuldades no momento de assumir responsabilidades, são imaturas e com baixos níveis de auto-estima. Pais Democráticos – Esses pais apresentam altos níveis de comunicação e afeto, controle e exigências de amadurecimento. Caracterizamse também por explicar aos filhos o porquê de certas medidas de disciplina, impõem exigências de amadurecimento e de independência. Os filhos tendem a ter níveis mais elevados de autocontrole e de auto-estima, enfrentam situações novas com maior confiança, são mais persistentes naquilo que começam a realizar. A relação com crianças da mesma faixa etária é muito boa, os valores morais são incorporados, tendo, portanto, comportamentos que favorecem aquilo que é necessário e adequado à sociedade da qual fazem parte. Capa Um Universo repleto Cíntia Fanezze Só ida de estudante é, realmente, uma maratona. Estudar, definir qual profissão seguir, escolher onde cursar, prestar vestibular... E as dificuldades não param por aí. Ingressar em uma instituição de ensino superior, um universo completamente novo, no qual as responsabilidades são muitas, exige muito dos jovens. Para aqueles que não entram nas instituições públicas, o desafio de se manter em outras instituições, às vezes, pode ser motivo de preocupação. Atentas à inadimplência e à evasão desses jovens que não conseguem concluir sua graduação, as instituições vêm tentando oferecer apoio financeiro aos acadêmicos, principalmente os de baixa renda. Conforme o reitor da Univille, professor Paulo Ivo Koehntopp, no Brasil, apenas 9% da população em idade de cursar uma Universidade estão nas salas de aula, seja em Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 instituições de ensino superior públicas ou privadas, número muito pequeno, se nos compararmos aos países da Europa, onde os jovens cursando ensino superior chegam a 60%, aproximadamente. Além disso, nem todos os que conseguem ingressar conseguem finalizar. No censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –IBGE, em 2000, no Brasil, apenas 3,43% da população tem sua graduação concluída. E as pesquisas mostram que a evasão nas Universidades se dá, principalmente, pela falta de recursos para manter os estudos. Esses gastos estão diretamente ligados à compra de material escolar como livros, apostilas, cadernos, além de transporte, alimentação, moradia e mensalidades. A acadêmica Carla Colombeli Ceni, 23 anos, natural da Cidade de Pato Branco, no Paraná, é formanda do curso de Engenharia de de Oportunidades Produção Mecânica na Univille. Em 2002, resolveu vir para Joinville exclusivamente para estudar. Na bagagem, trouxe saudades da família, mas ganhou amigos, experiência e a oportunidade de estagiar na própria Universidade. “Após um ano de curso, resolvi correr atrás dos meus objetivos, queria também poder ajudar os meus pais, já que para me manter na cidade havia uma série de custos”. Carla, durante dois anos, realizou estágio remunerado, primeiro no Diretório Central dos Estudantes- DCE e, em seguida, no Setor de Processos Seletivos. Ela afirma que, durante o período em que esteve estagiando, muitas coisas positivas aconteceram. “Passei da fase de jovem insatisfeita para alguém que conhece a realidade da Universidade. Além disso, as funções que desenvolvi me proporcionaram experiência administrativa e desinibição para lidar com o público, importantes ferramentas para um engenheiro de produção”. Assim como Carla, os personagens dessa história são muitos. Só na Univille, de cada quatro estudantes, um tem bolsa de estudo, totalizando mais de 2.300 acadêmicos que são beneficiados com os recursos oriundos de diversas fontes. Na Univille, os recursos provêm dos governos federal, estadual e, municipal e da própria instituição, a qual oferece bolsas de estágio, de pesquisa e extensão e, o mais novo programa, o Proestudante. Além disso, a Univille criou o Prouni Próprio que consiste de bolsas de estudo resultantes das mensalidades quitadas dos estudantes das vagas adicionais de cada curso. A Univille há tempos vem buscando formas de ajudar financeiramente seus estudantes. “Queremos mudar a realidade da nossa cidade e região, para tanto, buscamos meios para que cada vez mais os jovens tenham a oportunidade de um futuro melhor”, afirma o professor Paulo Ivo. Com esse objetivo, a Universidade criou, no segundo semestre de 2005, o Programa de Apoio Financeiro ao Estudante – Proestudante, com recursos oriundos da própria Univille. O programa custeia até 50% das mensalidades; os outros 50% são de responsabilidade do aluno. A devolução do apoio financeiro acontece depois de o beneficiado estar formado, de acordo com o valor da mensalidade vigente no momento do pagamento”. “Passei da fase de jovem insatisfeita para alguém que conhece a realidade da Universidade. Além disso, as funções que desenvolvi me proporcionaram experiência administrativa e desinibição para lidar com o público, importantes ferramentas para um engenheiro de produção” Carla Colombeli Ceni, formanda do curso de Engenharia de Produção Mecânica na Univille que durante dois anos realizou estágio na própria universidade Expansão do Ensino Superior Privado Conforme dados do Ministério da Educação, a década de 90 foi muito importante para as instituições privadas de ensino superior. Esse processo de crescimento aconteceu devido a dois importantes acontecimentos. Primeiramente, o fato de as Universidades públicas sofrerem sucessivos cortes orçamentários. Conforme a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes, no período de 1995 a 2001, muitas instituições de ensino superior públicas perderam seus recursos para custeio com despesas de pessoal, água, luz telefone e materiais diversos e também recursos para investimento em salas de aulas, laboratórios, computadores e acervo bibliográfico. Por outro lado, as instituições privadas aproveitaram o momento favorável, já que as públicas não conseguem atender à demanda, investindo em ampliação física, tecnológica e na capacitação docente, atraindo, assim, muitos jovens. O censo realizado sobre ensino superior pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira –Inep, no ano de 2003, mostra que, no Brasil, havia 1.859 instituições de ensino superior, sendo que 88,9% eram privadas. Com a crescente oferta de vagas nas instituições pagas e devido à moderna infra-estrutura, os jovens sentem-se atraídos por essas instituições, porém esbarram nas dificuldades financeiras para a sua permanência. “Há muitos jovens com potencial e competência para se tornarem excelentes profissionais, mas, em virtude das dificuldades, acabam desistindo dos seus sonhos e objetivos”, ressalta o professor Paulo Ivo. O professor afirma, ainda, que o papel das Universidades é primar por uma sociedade mais justa, o que implica na redução das desigualdades sociais, e isso está diretamente ligado ao acesso à educação em todos os níveis. “Buscamos preparar nossos acadêmicos para o mercado de trabalho e, principalmente, torná-los conscientes dos problemas sociais do nosso país”, finaliza o professor Paulo Ivo Koehntopp. Área de Apoio ao Estudante A Univille disponibiliza um setor específico para apoiar os estudantes durante sua permanência na Universidade. Na Área de Apoio ao Estudante, o acadêmico poderá preencher uma ficha cadastral para concorrer às diversas vagas de estágios, tanto internos quanto externos. Atualmente, 245 pessoas estão estagiando nos laboratórios, biblioteca e áreas administrativas da Universidade. Além disso, o setor de Apoio ao Estudante buscar fechar parcerias para os estágios externos. Para se ter uma idéia, em Joinville, a Univille tem parcerias firmadas com 1.533 empresas e, no município de São Bento do Sul, são 158 convênios. Mais informações pelo fone 34619043 ou pelo e-mail: [email protected]. Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 Confira abaixo os programas oferecidos aos acadêmicos da Univille: Verba Artigo 170 e Verba Municipal – As bolsas oferecidas pelo Artigo 170 provêm de recursos do Governo do Estado. As inscrições são efetuadas on-line, no site da instituição, após a publicação de edital. Os estudantes são beneficiados de acordo com os repasses de verba e com seu índice de carência. Para as verbas advindas da prefeitura municipal de Joinville, os critérios de seleção dos candidatos a bolsa de estudo são os mesmos das verbas vindas do Estado. Além disso, para o Campus de São Bento do Sul, a Prefeitura também repassa recursos. Financiamento Estudantil – FIES - realizado em parceria com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Educação. O FIES financia até 50% do valor da mensalidade. Os outros 50% são pagos pelo aluno diretamente à Instituição de Ensino. A taxa de juros é de 9% ao ano, fixa. Após a formatura, o financiamento começa a ser amortizado. Se aprovado, o estudante pode utilizar o financiamento até o final da sua graduação. Bolsa Pesquisa - Seu objetivo é viabilizar a participação de estudantes de graduação em projetos de pesquisa institucionais, bem como possibilitar ao aluno o desenvolvimento de projetos individuais de iniciação científica. Para tanto, a Universidade disponibiliza bolsas a esses estudantes. Bolsa Extensão - Seu objetivo é viabilizar a participação de estudantes de graduação em programas, projetos e atividades culturais como o teatro e o coral. Nas atividades os acadêmicos desenvolvem ações atuando junto à comunidade. Prouni Próprio - são recursos vindos das vagas adicionais de cada curso de graduação. Do valor revertido em bolsas, 50% são para o próprio curso que originou os recursos e, os outros 50%, para outros cursos de graduação os quais não receberam nenhum tipo de benefício. Programa de Apoio Financeiro ao Estudante – Proestudante – recursos da própria Universidade. Os critérios analisados são renda familiar, número de pessoas na família e valor do curso superior. Para renovação, é analisado o desempenho escolar. Se aprovado, o acadêmico pode utilizar o financiamento até o final da graduação, de acordo com as regras estabelecidas. O maior percentual de desconto é de 50% do valor da mensalidade. Fontes: www.mec.gov.br www.inep.gov.br www.ibge.gov.br Contraponto Crianças mais cedo na Escola Implantação de mais um ano da Ensino Fundamental está prevista no Plano Nacional da Educação de 2001 e tem sido motivo de muitos debates entre profissionais da área Silvio Simon atual configuração da educação infantil e do ensino fundamental irá sofrer alterações nos próximos anos. Uma mudança que vai envolver as crianças com seis anos de idade. Segundo a chefe do departamento do curso de Pedagogia da Univille, professora Jaidete Farias Klug, é necessário avaliar questões relacionadas ao processo de escolarização das crianças de 0 a 6 anos, bem como respeitar o ritmo diferenciado de cada criança. “É preciso estimular e preparar cada aluno conforme as suas individualidades, sem, é claro, roubar uma parte da infância”. Para a diretora do Colégio da Univille, professora Marilene de Fátima Pereira Gerent, há muito o que se refletir sobre a lei que acrescenta mais um ano ao Ensino Fundamental. “Primeiro, porque é preciso clarear a concepção de infância Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 contida na idéia de incluir crianças de seis anos numa série de alfabetização; segundo, o que a escola considera alfabetização”, observa a professora. Ela completa dizendo que é prioridade, antes de aplicar a lei, envolver toda a comunidade escolar em uma discussão sobre o que é ser criança e o que é ser aluno. Para enriquecer o debate sobre o tema, a Revista Universo Univille traz entrevistas com dois renomados profissionais da educação. O professor Sylvio Sniecikovski é secretário Municipal de Educação de Joinville há nove anos, tendo atuado também como secretário Estadual da mesma pasta. Walter Omar Kohan é doutor em Filosofia, professor na área de Educação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ e coordenador do grupo de pesquisa sobre as relações entre infância, filosofia e educação da UERJ. 2. E quanto à qualificação dos professores? WOK - A área da educação infantil, em princípio, é a que recebe os profissionais menos capacitados. Na escala da educação, as pessoas que têm melhor formação trabalham no ensino superior. As pessoas que deveriam estar mais bem preparadas, que deveriam ser o foco de maior cuidado, de maior profissionalização da educação deveriam ser as que lidam com as crianças. 3. Existe um reconhecimento quanto à importância da educação infantil? WOK - Há todo um discurso de que as crianças são importantes, mas existe um descuido, uma desconsideração com a educação das crianças. Essa legislação, que prevê a implantação dos nove anos, é um retrocesso. Ela retira um ano da educação infantil, antecipa a educação fundamental e, conseqüentemente, desvaloriza a primeira etapa da vida. 4. As diferenças serão muitas? WOK - A princípio deve ser somente de classificação. Nas primeiras séries do ensino fundamental, não existe uma diversidade de disciplinas. O problema é que a motivação parece ser estritamente econômica, em função de questões orçamentárias para atingir um maior número de crianças. É preciso investir mais na educação infantil, na formação dos professores, melhorando suas condições salariais e a infraestrutura da educação infantil. 5. Como podemos avaliar a educação infantil e o período inicial do ensino fundamental? WOK - A educação infantil no Brasil é algo que está crescendo. Existe ainda uma luta dos trabalhadores para incluí-la dentro dos fundos federais para a educação básica. O ensino fundamental é um nível de ensino mais consolidado, porém há uma ruptura muito grande. Temos um exemplo de uma criança que foi forçada a antecipar a sua introdução no ensino fundamental, de sete para seis, e teve que repetir agora a primeira série, ou seja, ela está refazendo aquilo que fez antecipadamente. Fotos: Divulgação 1. Qual o seu posicionamento em relação aos nove anos para o Ensino Fundamental? Sylvio Sniecikovski – A princípio somos favoráveis. Nem todas as crianças têm a oportunidade da socialização através da educação infantil. A vantagem desse processo é que a alfabetização, não de forma precoce, mas com orientação, brincadeiras e os primeiros passos envolvendo a leitura favorecem a base que dará seqüência à escolarização da criança. 2. Como o professor vê as conseqüências dessa implantação? SS – Depende sobretudo da proposta pedagógica. O brincar tem de estar presente. Não é fazer as crianças se alfabetizarem na “marra”, pois quando ela se tornar um adulto, faltaria a época da brincadeira. O Plano Nacional da Educação, de 2001, estimula o ensino fundamental de 9 anos. No município de Joinville, essa prática ocorre desde 2003, através da inclusão de crianças com 6 anos em salas onde existam vagas, e de uma linguagem próxima à escola, utilizada no jardim. 3. As diferenças entre educação infantil e a primeira série proposta no plano nacional da educação são muitas? SS – Não tem diferença. No jardim, talvez a criança brincasse mais. Porém, um alerta deve ser feito nessa direção. Não podemos suprimir o brincar. A criança deve relacionar a brincadeira com a leitura e assim começar o processo de conhecer as letras e se alfabetizar. Defendemos a progressividade. A obrigatoriedade vai causar dificuldades de dependência física, de professores e de merenda em muitos municípios. 4. Quantos alunos o município de Joinville possui atualmente no ensino fundamental? SS – Dos 60 mil estudantes matriculados na rede municipal, 47 mil freqüentam o ensino fundamental. Através do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental - Fundef, e do Salário Educação, recebemos R$ 1 mil, ao ano, para cada estudante. O município é responsável pela educação infantil e pelo ensino fundamental. 5. O que não pode ser feito no processo de implantação? SS – Não devemos forçar as crianças a aprender a ler e escrever. A arte de ler e de contar histórias deve ser utilizada para que a criança se contextualize com o mundo da alfabetização. Serão dois anos se trabalhando com leitura, entendimento e escrita, facilitando a seqüência da aprendizagem. Se a alfabetização é correta, a criança será favorecida na escolarização. Sylvio Sniecikovski Walter Omar Kohan 1. O que envolve a ampliação do ensino fundamental? Qual a valorização dos profissionais da educação infantil? Walter Omar Kohan O que posso dizer é que envolve questões de ordem educacional e pedagógica, mas também de ordem política. A educação infantil, tradicionalmente, não apenas no Brasil, é vista como a irmã menorzinha. Isso tem mudado nos últimos anos, a partir da mobilização das pessoas que trabalham na área e que têm conseguido reconhecimento. Cultura e Lazer Um hobby de dar água na boca Reuniões gastronômicas são uma divertida opção para quem quer fugir da rotina, reunir-se com os amigos e comer bem Sônia Regina de Oliveira Santos ssa história de dizer que os homens não sabem cozinhar é coisa do passado. Hoje em dia, eles cozinham e muito bem, obrigado! Muitos se aventuram na gastronomia por hobby e acabam desempenhando o papel de mestre cuca melhor do que muitas mulheres, fazendo belos e deliciosos pratos. Os homens têm vencido o preconceito e se entusiasmado cada vez mais por essa arte, que exige disposição e criatividade para fazer boas misturas, selecionar ingredientes, combinar temperos e satisfazer do mais simples ao mais requintado paladar. Prova disso é o número de chefs, que cresceu consideravelmente, no Brasil e no exterior. Os confrades de Joinville Eles têm de 25 a 53 anos. Com profissões totalmente diferentes, engenheiro civil, publicitário, empresário, advogado, comerciante, engenheiro mecânico, dentista e consultor de manufatura - o que eles têm em comum é o Club do Gourmet, uma confraria de degustação onde mulher não entra, exceto a repórter e a editora desta edição. O grupo, que iniciou há 3 anos e meio, com a participação de 6 homens, hoje é composto por 10, que se reúnem quinzenalmente, às quartas-feiras, sempre na casa de um deles. Os pratos são feitos durante o encontro por uma dupla de cozinheiros que decide o cardápio do dia, geralmente servindo-o Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 à francesa, com toda sofisticação e requinte. As palavras de ordem são a confraternização e o prazer de saborear um belo e bem preparado menu. Eles inventam e reinventam as receitas. São saladas, risotos, massas, peixes, carnes, aves e comidas exóticas, que compõem o cardápio desses apaixonados pela gastronomia. Além da comida, a bebida também é um ponto forte. Um bom vinho está sempre presente, formando uma combinação perfeita. Enquanto os cozinheiros de plantão se empenham em elaborar atraentes pratos, os outros aguardam, dando início a uma extrovertida conversa. “Mesmo nos lugares bem espaçosos, acabamos quase sempre permanecendo a maior parte do tempo na cozinha, apreciando a preparação”, conta um dos chefs da noite, Mário Sérgio Kunmlhn. No Club, não há regras muito rígidas, desde que seus freqüentadores sejam assíduos e se disponham a receber os amigos. Os jantares, planejados com antecedência, têm os custos divididos entre eles. Para um novo integrante fazer parte da equipe, é preciso que um deles venha a sair, pois o grupo não considera apropriado cozinhar para muitas pessoas, mas isso parece ser bem pouco provável. “Participar do Club Gourmet cultiva a amizade e a descontração. É um hobby levado a sério, para fugir do stress do diaa-dia”, conta Mauro Rodrigo Cardoso, formado em Administração pela Univille, que afirma ter aprendido o ofício com a mãe. Deixar toda a comida do encontro cair, quebrar a cadeira e desabar no chão são apenas algumas das cenas engraçadas que já aconteceram ao longo da trajetória do grupo. Mas, brincadeiras à parte, o Club do Gourmet é levado com muita seriedade, a comida é uma delícia e o pessoal é animado. Entre os projetos futuros estão o lançamento de um livro de receitas, um site e a confecção de uniforme para dar personalidade ao Club, com direito a logotipo e tudo. Confira as indicações dos chefs do Club Gourmet Entrada: Salada de Pepino com camarão Curiosidade: urmand e As palavras go gourmet foram sinônimas até consideradas III. Hoje são XV lo cu sé o erenciadas, dif te en m clara d o que adora an m ur go sendo o met o que ur go o e , comida apreciá-la. e -la sabe escolhê , Brayner, chef Fonte: Cristina famosa escola formada pela u. Le Cordon Ble Ingredientes: -1,2 kg de camarão médio limpo e com a cauda -5 tomates cortados em fatias finas -3 pepinos grandes, sem casca Molho -1 xícara de cebola roxa picada -1 xícara de água -1/2 xícara de suco de limão -1/2 xícara de molho de soja (shoyu) -1/2 colher (sopa) de coentro picado -4 pimentas-dedo-de-moça sem sementes cortadas em rodelas -Sal a gosto. Para decorar, folhas de coentro Modo de preparo: Cozinhe os camarões em água fervente por 4 minutos ou até ficarem rosados. Escorra e reserve. Corte o pepino em quatro, no sentido do comprimento, e depois em pedaços finos. Numa saladeira, misture os camarões, o pepino e o tomate. Reserve. Molho: misture todos os ingredientes. Coloque sobre a salada e misture delicadamente. Deixe na geladeira até a hora de servir. Decore com as folhas de coentro. e depois coloque no forno para aquecer. Na montagem do prato, distribua o salmão e o risoto e cubra com o molho especial, formado pelo champanhe e o molho branco. Prato principal: Salmão ao molho de champanhe e ervas finas Sobremesa: Mousse de chocolate e menta Ingredientes: Ingredientes: -300g de salmão -50ml de champanhe -100ml de molho branco -90g de arroz arbóreo -1/2 copo de vinho branco -1 colher (sopa) de manteiga -1 fatia de queijo parmesão -alho-poró, sal, pimenta-do-reino -1 xícara de chocolate meio amargo em pedaços -2/3 xícara de açúcar mascavo -1/3 xícara de licor de menta -1/4 xícara de água -1 colher (sopa) de gelatina em pó incolor e sem sabor -4 ovos -1 lata de creme de leite sem o soro Modo de preparo: Modo de preparo: Comece pelo risoto, refogando o arroz na panela, com manteiga. Em fogo baixo, adicione meio copo de vinho branco e mexa o arroz constantemente, colocando mais vinho, sempre que necessário. O tempo total de preparo do risoto é de aproximadamente 20 minutos, mas na metade do procedimento deve ser adicionado alho-poró. Finalize misturando uma colher de manteiga e uma fatia de queijo parmesão. Tempere o salmão com sal e pimenta-doreino. Grelhe o peixe numa panela pré-aquecida, para dourar, Misture a água e o licor numa panela pequena. Polvilhe a gelatina, junte metade do açúcar e leve ao fogo, mexendo até que se dissolvam. Junte o chocolate. Mexa até que derreta. Retire do fogo. Separe as claras das gemas. Acrescente uma gema de cada vez ao creme de chocolate, mexendo bem. Deixe esfriar. Bata as claras em neve. Aos poucos, junte o açúcar restante, batendo até obter o ponto de suspiro. Acrescente à musse, misturando delicadamente. Bata o creme de leite até engrossar. Acrescente-o ao chocolate, despeje na fôrma e deixe na geladeira de um dia para o outro. Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 Universidade Seja um Empreendedor você também Ana Karina Siqueira Dias educação tem evoluído muito nas últimas décadas. Esta nova visão do ensino superior vem ao encontro da necessidade do mercado de trabalho em ter profissionais que atuem com criatividade e estejam sempre buscando superar novos desafios, apre sentando resultados positivos. Isto pode ser visto nas instituições de ensino superior em que se busca trabalhar as diversas áreas do saber, o empreendedorismo que existe dentro de cada universitário. O jovem de hoje encontra à sua frente poucas ofertas de emprego. A alta especialização exigida, a apresentação de resultados, a necessidade de ter experiência na área acabam fechando as portas. Para que isso não a c o n t e ç a , a Un i v e r s i d a d e t r a b a l h a na s disciplinas e cursos o lado empreendedor de seus acadêmicos. Exemplo disso foi que, incentivando a produção empreendedora dos acadêmicos da Un i v i l l e , t r a b a l h a n d o e s s e n c i a l m e n t e a criatividade, o curso de Administração realizou os jogos de empresas, nos quais os universitários tiveram que montar empresas e vivenciar o dia-a-dia e a prática da administração. De acordo com o professor do curso de Administração, Edson Torrens, essa atividade desenvolveu nos acadêmicos uma visão sistêmica e estimulou o lado empreendedor de cada um. Durante o evento, os acadêmicos tiveram a oportunidade de trocar experiências nas inúmeras áreas do conhecimento e aplicar teorias aprendidas em sala de aula. Ao todo, participaram 24 equipes e 120 acadêmicos. Para o universitário do 3º ano A, matutino, do curso de Administração de Empresas, Vinicius de Brito Fernandes, que tirou primeiro lugar no torneio, o jogo foi uma simulação prática muito bem organizada e atualizada em que teve a oportunidade de aplicar as técnicas e teorias da administração moderna. “Foi emocionante, pois nossa estratégia foi crescer pouco, porém em um ritmo constante, e o primeiro lugar veio exatamente na última tomada de decisão. Teve gostinho de virada”, ressaltou Vinicius. Sua equipe era composta pelos acadêmicos André L. Steuernagel, Camila de Souza, Elvânia de Oliveira e Gerson Luis dos Santos. Ainda buscando aprender novas formas de educar e se adequar a essa nova realidade do mercado, a Universidade busca diariamente qualificar a sua educação. Para i s s o , em 2005, a l g u n s p r o f e s s o r e s d a Un i v i l l e p a r t i c i p a r a m d a o f i c i n a d o Empreendedor com o guru no assunto, professor Fernando Dolabela. Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 Nova forma de educar “O espírito empreendedor nasce no momento em que o indivíduo parte em busca do seu sonho”. Com esta fala, o professor da Fundação Dom Bosco, Fernando Dolabela, ensina que o empreendedorismo não é uma fórmula e afirma que todos nós nascemos empreendedores e deixamos de desenvolver essa capacidade. “O empreendedorismo é muito mais uma forma de ser do que de fazer”, ressalta. Buscando trabalhar essa capacidade inerente a cada ser humano, pró-reitores e professores da Univille participaram do Seminário “Oficina do Empreendedor”, c o m o p r o f e s s o r Fe r n a n d o D o l a b e l a . O evento foi realizado na Softville, com o intuito de disseminar a cultura empreendedora a partir das universidades e propiciar a capacitação dos professores. Segundo Dolabela, a metodologia Oficina do Empreendedor já foi implementada em mais de 400 instituições de ensino superior, atingindo cerca de 3.500 professores e 160.000 alunos por ano. Mas, mesmo assim, afirma que existem alguns mitos em torno deste assunto. Antigamente, muitas pessoas entravam numa universidade só para, quando se formar, conseguir um bom emprego. Hoje, essa mentalidade não existe mais. As pessoas buscam a realização profissional e assim nasce o empreendedorismo. Ser empreendedor não quer dizer que é ser uma pessoa diferente, especial ou mais inteligente. Todos nós nascemos empreendedores, mas deixamos de desenvolver esta capacidade, porque não é estimulada desde a educação básica. O correto hoje seria despertar as pessoas desde cedo para serem empreendedoras e não para fazerem empreendedorismo. Para trabalharmos através do empreendedorismo, devemos mudar cultural-mente o cidadão e criar nos empresários e na população em “O espírito geral a cultura de empreendedor e m p re e n d e r, d e nasce no momento em buscar soluções que o indivíduo parte em próprias e adotar busca do seu sonho”. a postura do Fernando Dolabela, “fazer acontecer”. professor da Fundação Dom Bosco “Não devemos formar profissionais que acreditem que só podem crescer na vida sendo empregados. Ele tem que acreditar que ser empreendedor pode fazer dele uma pessoa de sucesso”, ressalta Fernando. Durante sua oficina, Dolabela diz ainda que, para introduzir essa cultura no ensino superior, as universidades devem dar uma atenção especial às pequenas empresas, que buscam a sua ascensão no mercado com a colaboração dos profissionais recém-formados. Conheça mais sobre Princípios Desenvolvendo esta metodologia, o professor poderá criar um ambiente propício ao auto-aprendizado, pois ninguém ensina ninguém a ser empreendedor. O empreendedor é fruto da cultura e dos valores da sociedade em que vive. Segundo Dolabela, ser ou não ser empreendedor é uma questão de atitude. O professor é apenas um colaborador nesse processo, em que ele dá subsídios para as respostas e não a entrega resolvida, pois o aluno empreendedor é aquele que busca a sua própria resposta. Ele só precisa de uma direção. Fernando Dolabela Consultor e professor da Fundação Dom Cabral, exprofessor da UFMG, consultor da CNI-IEL Nacional, do CNPq, e da Agência de Educação para o Desenvolvimento - AED, participa com publicações nos maiores congressos nacionais e internacionais, e é autor de nove livros: “O segredo de Luísa”, 1999; “A Oficina do Empreendedor”, 1999; “A vez do sonho”, 2000; “Empreendedorismo, Ciência, Técnica e Arte”, 2000; “Boa Idéia! E agora? Plano de Negócios, o caminho mais seguro para criar e gerenciar sua empresa”, 2000; “Empreendedorismo, uma forma de ser”, 2002; “A Viagem do Empreendedor”, 2002. “Pedagogia Empreendedora”, 2003, “A Ponte Mágica”, 2004. Também é autor do software de Plano de Negócios “MakeMoney”. Fonte: http://www.dolabela.com.br/ As pessoas devem oferecer algo que agregue valor para a sociedade e não devem encarar apenas como forma de enriquecimento pessoal. “O estudante deve ser direcionado para o desenvolvimento social que dê resultado para as empresas. Hoje, cada vez mais, as empresas querem empregados que apresentem resultados positivos e, sendo um bom gerenciador de idéias, você acaba sendo valorizado e bem remunerado”, conclui Fernando. Fazendo Acontecer Pioneiros no design estratégico E Revista Universo Univille - Janeiro de 2006 da qualidade catarinense na prestação de serviços de design, pois disputamos com escritórios reconhecidos nacional e internacionalmente”, ressalta o empreendedor. Também nesse ano, a empresa venceu o concurso mundial de embalagens da World Packaging Organization (WPO), o WorldStar 2005, e recebeu o prêmio Design Catarina, durante o Simpósio Internacional Empresa & Mercado e Design, realizado em Florianópolis. Como sugestão aos empreendedores, Sebben diz que é fundamental conhecer muito bem sua área de atuação, ter sólidas noções sobre administração e planejamento estratégico e, “acima de tudo, conseguir estruturar e manter um time coeso, motivado e extremamente competente”, sustenta. Fotos: Divulgação mpreender e valorizar o design como diferencial estratégico das corporações são características que acompanham o empresário Marcos Sebben, fundador e diretor da Design Inverso. Formado pela Univille em Design com habilitação em Programação Visual e cursando MBA em Gestão Empresarial, o empreendedor, reunindo uma equipe multidisciplinar com vasta experiência, tornou o escritório referência em design estratégico no Estado. Em pouco tempo, o trabalho da Design Inverso ganhou espaço entre as empresas de Joinville e, fazendo como ato contínuo a prospecção de novos mercados, a empresa conquistou clientes em outras cidades e fora de Santa Catarina. “Isto mostra que temos condições técnicas de competir com qualquer escritório do País”, salienta Sebben. Em sua área de atuação, a Design Inverso é o case de maior sucesso entre as empresas nascidas nos bancos das universidades catarinenses. Fundada em 2000, ainda quando Sebben era acadêmico da Universidade, a Design Inverso respeitou todas as etapas de planejamento, desenvolvimento e estruturação de uma empresa. “Tivemos apoio de alguns professores e elaboramos um plano focado em design de negócios. Batalhamos muito para nos consolidarmos no mercado e unimos um time de profissionais qualificados, um dos grandes diferenciais de nossa empresa”, comenta. A trajetória empreendedora de Sebben abriu caminhos para o design em toda a região de Joinville. “Nossa maior competência foi potencializar a construção e o posicionamento de negócios rentáveis e inovadores através do design. Conseguimos mostrar aos empresários que isto é plenamente possível e viável”, detalha. Recentemente a Design Inverso foi a pioneira do Estado e do Sul do País a receber o prêmio Abre de Design & Embalagem 2005, considerado o Oscar da indústria do design de embalagens, com dois trabalhos escolhidos. “Foi o reconhecimento Conheça a Design Inverso: www.designinverso.com.br a ci Es l n e s O futuro da humanidade. Augusto Cury, Editora Sextante, 249 págs. O primeiro romance do autor traz a trajetória de Marco Polo, um jovem estudante de medicina de espírito livre e aventureiro que ao entrar na faculdade cheio de sonhos e expectativas, se vê diante de uma realidade dura e fria: a falta de respeito e sensibilidade dos professores em relação aos pacientes com transtornos psíquicos, que são marginalizados e tratados como se não tivessem identidade. Indignado, o jovem desafia profissionais de renome internacional para provar que os pacientes com problemas psiquiátricos merecem mais atenção, respeito e dedicação – e menos remédios. Acreditando na força do diálogo e da psicologia, ele acaba causando uma verdadeira revolução nas mentes e nos corações das pessoas com quem convive. Processos curriculares em arte – da universidade ao ensino básico. Silvia Sell Duarte Pillotto (organizadora), Editora Univille, 112 págs. Este livro resultou da ampla discussão de questões relacionadas à Arte e à Arte na educação, visando a crescente inserção e participação do arte-educador nas políticas públicas educacionais, em fórum organizado pelo Nupae na Universidade, em fevereiro de 2004, o qual visava fomentar a cultura do trabalho compartilhado e o compromisso com a construção de conhecimento em arte na educação. Registra reflexões sobre o currículo e as possibilidades de ações integradas entre as universidades e os espaços formais e não-formais onde se promove a educação no que concerne à arte, à cultura e ao conhecimento sensível. Trata-se de uma coletânea de artigos que abordam essas questões nos mais diversos contextos, sejam os da educação básica ou os da universidade. Há ainda relatos de experiências e pesquisas que trazem contribuições fundamentais para a revisão e o enriquecimento da prática pedagógica nessa área do conhecimento. Fortaleza digital. Dan Brown, Editora Sextante, 336 págs. Responsável por monitorar as comunicações de todo o planeta e proteger informações do governo dos Estados Unidos, a ultra-secreta NSA, Agência de Segurança Nacional Americana, investiu às escondidas numa arma revolucionária para combater a ação de grupos terroristas na era da informática. Seu trunfo é o supercomputador TRANSLTR, capaz de decifrar qualquer mensagem encriptada enviada pela Internet. Quando o infalível TRANSLTR é paralisado por um misterioso código, a agência convoca a chefe do Departamento de Criptografia, a matemática Su- O monge e o executivo – uma história sobre a essência da liderança. James C. Hunter, Editora Sextante, 144 págs. John Daily, um homem de negócios bemsucedido percebe, de repente, que está fracassado como chefe, marido e pai. Numa tentativa desesperada de retomar o controle da situação, decide participar de um retiro sobre liderança num mosteiro beneditino, comandado pelo frade Leonard Hoffman, um influente empresário americano que abandonou tudo em busca de um novo sentido para a sua vida. A princípio, Daily reage com um certo ceticismo aos conceitos apresentados, mas acaba se rendendo à sua experiência. Afinal ele ganhou fama no mundo dos negócios por sua capacidade de recuperar empresas em crise, transformando-as em exemplos de sucesso. O autor apresenta conceitos fundamentais para melhorar a capacidade de liderança e o convívio com os outros, ajudando assim a nos tornarmos pessoas melhores e abrindo caminho para o sucesso duradouro. Assassinatos na Academia Brasileira de Letras. Jô Soares, Editora Companhia das Letras, 253 págs. Durante seu discurso de posse, o senador Belizário Bezerra, o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras, caiu fulminado no salão do Petit Trianon. A morte de outro confrade, em circunstâncias semelhantes – súbita, sem sangue e sem violência aparente – trouxe uma tensão inusitada para a casa de Machado de Assis. Um serial killer literário aparece solto na pacata Rio de Janeiro de 1924. Os “Crimes do Penacho”, como a imprensa marrom apelidou a série de assassinatos, despertaram a curiosidade do comissário Machado Machado. Os suspeitos estão em toda parte: políticos, jornalistas, religiosos, nobres falidos, embaixadores, crupiês, poetas maiores e menores, homens de letras, magnatas da imprensa. A obra combina a prosa do autor, que mistura erudição, humor, texto, imagens, suspense e comédia, a uma pesquisa histórica que reconstitui nos mais ricos detalhes o Rio de Janeiro da época. san Fletcher, para investigar o que está acontecendo. Ela descobre que a NSA se tornou refém do gênio da computação, Ensei Tankado. Demitido da agência por discordar da sua política de desrespeito aos direitos civis, o programador exige que a NSA revele a existência do TRANSLTR à população. Caso contrário, ele divulgará na Internet a fórmula de seu código inquebrável, o Fortaleza Digital, mas morre misteriosamente antes de cumprir sua ameaça. Enquanto Susan tenta desvendar o enigma do Fortaleza Digital, seu namorado, o especialista em idiomas David Becker, sai em busca de um anel deixado por Tankado que pode conter a chave do código. Eles tentam evitar uma tragédia para a segurança nacional americana e impedir que o equilíbrio de forças no mundo mude para sempre.