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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AS ACTIVIDADES DE POPULAÇÃO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA 2007-2010 AVALIAÇÃO FINAL Maputo, Dezembro de 2010 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AS ACTIVIDADES DE POPULAÇÃO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA 2007-2010 AVALIAÇÃO FINAL Equipe da Avaliação: Adriano Biza Alda Saúte Saíde Aniceto dos Muchangos Maputo, Dezembro de 2010 ii ÍNDICE ACRÓNIMOS .................................................................................................................. v PREFÁCIO .................................................................................................................... viii AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... x SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................... xi CAPÍTULO I .................................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 1.1. Antecedentes.......................................................................................................... 1 1.2 Objectivos da Avaliação ......................................................................................... 2 1.3. Metodologia ........................................................................................................... 3 1.4. O Contexto............................................................................................................. 5 1.5. Gestão, Monitoria e Avaliação .............................................................................. 7 CAPÍTULO II ................................................................................................................... 9 OBJECTIVOS, INTEREVENÇÕES E RESULTADOS ................................................. 9 2.1. População e Desenvolvimento............................................................................... 9 2.1.1.Resultados.......................................................................................................... 10 2.2. Saúde Sexual e Reprodutiva ................................................................................ 11 2.2.1.Resultados.......................................................................................................... 11 2.2.2.Análise dos resultados da área da área de SSR ................................................. 31 2.2.2.1.Saúde da Mulher, Neonatal e Infantil ......................................................... 31 2.2.2.2.Saúde Sexual e Reprodutiva de Jovens e Adolescentes ............................. 37 2.3. Género ................................................................................................................. 49 2.3.1.Resultados.......................................................................................................... 49 CAPÍTULO III ............................................................................................................... 59 PROGRESSOS ............................................................................................................... 59 3.1. Análise Global ..................................................................................................... 59 3.2. População e Desenvolvimento............................................................................. 61 3.3. Progressos na área de SSR .................................................................................. 63 3.4. Progressos na Área do Gênero ............................................................................ 64 Relevância .............................................................................................................. 64 Cobertura ................................................................................................................ 65 Eficácia ................................................................................................................... 65 Eficiência ................................................................................................................ 68 iii Impacto ................................................................................................................... 69 Sustentabilidade ...................................................................................................... 71 CAPÍTULO IV ............................................................................................................... 72 LIÇÕES APRENDIDAS E BOAS PRÁTICAS ............................................................ 72 4.1. Na área de População e Desenvolvimento .......................................................... 72 4.2. Na área da Saúde Sexual e reprodutiva ............................................................... 73 4.3. Na Área do Gênero .............................................................................................. 75 CAPÍTULO V ................................................................................................................ 78 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 78 CAPÍTULO VI ............................................................................................................... 81 RECOMENDAÇÕES..................................................................................................... 81 6.1. Em Relação à “População e Desenvolvimento” .................................................. 81 6.2. Em relação à Saúde Sexual e Reprodutiva .......................................................... 83 6.2.1.Em relação à Saúde da Mulher, Neonatal e Infantil ...................................... 83 6.2.2. Em relação à Saúde Sexual e Reprodutiva de Jovens e Adolescentes ......... 84 6.4. Em Relação a Assuntos de Gênero ...................................................................... 86 ANEXO 1 ....................................................................................................................... 88 TERMS OF REFERENCE ............................................................................................. 88 ANEXO 2 ....................................................................................................................... 92 PRINCIPAIS DOCUMENTOS CONSULTADOS ....................................................... 92 ANEXO 3 ....................................................................................................................... 94 LISTA DE PESSOAS CONTACTADAS...................................................................... 94 iv ACRÓNIMOS ACA Avaliação Conjunta Anual AMADO Associação Moçambicana de Mulheres Domésticas AMORA Organização/associação Moçambicana para a Promoção da Rapariga AMUDEIA Associação de Mulheres Desfavorecidas e Despedidas de Xinavane APROGE Sistema de Aperfeiçoamento do Processo de Gestão AVIMAS Associação das Viúvas de Moçambique CAP Centro de Análise de Políticas CDC Centros de Controlo e Prevenção de Doenças CEDAW Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres CEP Centro de Estudos de População CIPD Conferência Internacional sobre Pop. e Desenvolvimento CNCS Conselho Nacional de Combate ao HIV e SIDA COEmB Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos COEmC Cuidados Obstétricos de Emergência Completos CPAP: Programa Nacional CPN Consulta Pré-Natal DEP Departamento de Estudos Populacionais DNAP Direcção Nacional de Análise de Políticas DPEC Direcção Provincial de Educação e Cultura DPJD Direcção Provincial de Juventude e Desportos DPMASZ Direcção Provincial da Mulher e Acção Social da Zambézia DPPF Direcção Provincial do Plano e Finanças FAIJ Fundo de Apoio a Iniciativas Juvenis FESBI Avaliação Formativa de Intervenções de Base Escolar FLCS Faculdade de Letras e Ciências Sociais FOCAD Fórum das Organizações de Cabo Delgado GOIM Grupo Operativo Inter Ministerial GOM Governo de Moçambique GTP Grupo de Trabalho sobre População HIV Vírus de Imunodeficiência Humana IAF Inquérito aos Agregados Familiares v IDS Inquérito Demográfico de Saúde IEC Informação Educação e Comunicação IHP Parceira Internacional de Saúde INCAM Inquérito Nacional de Causas de Mortes Maternas INE Instituto Nacional de Estatística IOV Indicadores Objectivamente Verificáveis ITS Infecções de Transmissão Sexual LOLE Lei dos Órgãos Locais do Estado M&A Monitoria e Avaliação MEC Ministério da Educação e Cultura MICS Inquérito de Indicadores Múltiplos de Grupos MINED Ministério de Educação MISAU Ministério da Saúde MJD Ministério da Juventude e Desportos MMAS Ministério da Mulher e Acção Social MPD Ministério da Planificação e Desenvolvimento MQL Metodologia do Quadro Lógico NAFET Núcleo das Associações Femininas de Tete NAFEZA Núcleo das Associações Femininas da Zambézia NPCS Núcleo Provincial de Combate ao HIV e SIDA NU Nações Unidas OCBs Organizações Baseadas na Comunidade ODM Objectivos do Milénio OE Orçamento do Estado OIL Orçamento de Investimento Local ONG Organização Não-Governamental ONUSIDA Programa das NU para o SIDA OSC Organizações da Sociedade Civil PANP Plano de Acção da Politica Nacional de População PANPB Plano de Acção Nacional Pos-Beijing PDS Estratégias de População e Desenvolvimento PES Plano Económico e Social PESOD Plano Económico Social e Orçamento Distrital PF Planeamento Familiar vi PGB Programa Geração Biz PNP Política Nacional de População PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento POSIDA Plano Estratégico de HIV e SIDA do MJD PPZ Programa de População da Zambézia PRM Polícia da República de Moçambique PTV Prevenção da Transmissão Vertical QAD Quadro de Avaliação de Desempenho QUIBB Questionário de Indicadores Básicos de Bem-Estar RGPH Recenseamento Geral da População e Habitação SAAJ Serviços Amigos do Adolescente e Jovem SI Saúde Infantil SIDA Síndroma de Imunodeficiência Adquirida SIS Sistema de Informação de Saúde SMI Saúde Materno Infantil SNN Saúde Neonatal SNS Sistema Nacional de Saúde SSR Saúde Sexual Reprodutiva SSRAJ Saúde Sexual e Reprodutiva para Adolescentes e Jovens SWAP Abordagem Sectorial Ampla TARV Tratamento Antiretroviral TS Trabalhadores de Sexo UEM Universidade Eduardo Mondlane UNCT: Equipa Nacional das NU UNDAF Quadro das NU de Ajuda ao Desenvolvimento UNPFA Fundo das NU para as Actividades de População UPP Unidade de População e Planificação US Unidade Sanitária USAID Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional Nota: A presente lista de acrónimos foi elaborada na base dos termos vulgarmente utilizados pelos técnicos, onde se notam algumas discrepâncias entre as siglas convencionadas e a ordem alfabética em português. vii PREFÁCIO O objecto da avaliação é a análise de como as diferentes componentes do Programa de Assistência a Moçambique do UNFPA na sua globalidade contribuem para a realização de cada um dos resultados das Estratégias de População e Desenvolvimento acordados. O apoio do UNFPA a Moçambique é canalizado através de três áreas programáticas: População e Desenvolvimento, Gênero, e Saúde Sexual e Reprodutiva, incluindo a prevenção do HIV e SIDA. O 7º Programa de Assistência a Moçambique cobrindo o período 2007 - 2009 estava orçado em 21 milhões de dólares americanos tendo como meta o fortalecimento e a capacitação institucional em apoio à integração dos factores populacionais nas políticas e Programas de desenvolvimento em Moçambique. O Programa estava articulado com o Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA II) e com o Quadro das NU para o Desenvolvimento - UNDAF - ambos compreendendo o período de 2007 - 2009. A partir da análise documental e entrevistas com os oficiais do UNFPA e os parceiros de implementação a equipe técnica encarregue pela elaboração do presente relatório confirma que os objectivos e os resultados definidos no 7o CPAP, 2007-2009/10 foram alcançados quase na sua totalidade em conformidade com os objectivos do PARPAII. A análise das actividades realizadas durante a vigência deste Programa demonstra que estas permitiram o fortalecimento da capacidade institucional dos parceiros envolvidos, em particular do MPD, MISAU, MMAS, DPPF, DPMAS, do Fórum Mulher, NAFEZA e de várias instituições da sociedade civil incluindo as que tratam dos problemas da SSR, HIV E SIDA e Gênero. Evidências desta cooperação são a realização do III Recenseamento Geral da População e Habitação, a institucionalização do Departamento de Estudos Populacionais, a aprovação da Lei Contra a Violência Doméstica; da Política e Estratégia do Gênero; do Plano Nacional de Avanço da Mulher e do Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica; a integração do Gênero nos processos de planificação e orçamentação nos Programas e planos económicos e sociais, a elaboração do documento da Parceria Nacional para a Promoção da Saúde Materna, Neonatal e Infantil, da Política Nacional de Saúde Reprodutiva; a revisão/elaboração de protocolos clínicos, normas, padrões e procedimentos para a SSR, o apoio à viii Iniciativa Presidencial e Parceria Nacional para a Promoção da Saúde da Mulher, Mãe e Criança, e Redução da Mortalidade Materna, Neonatal e Infantil, entre outros. ix AGRADECIMENTOS A equipe técnica envolvida na presente avaliação expressa o seu profundo agradecimento aos responsáveis pelas componentes, pela sua valiosa colaboração. Aos responsáveis das instituições e pontos focais a nível das instituições do Governo, dos parceiros das ONGs que contribuíram para a realização e o enriquecimento desta avaliação, vai o nosso profundo apreço. A sua gratidão também vai ao UNPFA que financiou esta avaliação ao qual endereçamos o nosso sincero reconhecimento, em particular a todos os oficiais que se dignaram a proporcionar valiosas informações para a compreensão dos conteúdos do Programa e dos Relatórios fornecidos pelos parceiros e pela sua própria avaliação do Programa. x SUMÁRIO EXECUTIVO A Avaliação Final do Programa de Assistência (2007-2009) entre o Governo de Moçambique e o Fundo das NU para as Actividades da População (UNPFA) realizou-se no período compreendido entre 15 de Novembro e 20 de Dezembro e refere-se à fase final do ciclo do “Programa de Assistência 2007-2009 “, cobrindo as realizações a nível central MPD, MMAS, MISAU e nas províncias abrangidas pelo Programa. O apoio do UNPFA é canalizado através de três áreas programáticas, nomeadamente População e Desenvolvimento, Gênero, e SSR, incluindo a prevenção do HIV e SIDA. A presente avaliação analisa os resultados alcançados pelo Programa e procura identificar as lições apreendidas na implementação do Programa e analisa também, como as diferentes componentes do projecto na sua globalidade, contribuem para a realização de cada um dos resultados. Finalmente a avaliação faz recomendações sobre as melhores abordagens a serem observadas no 8º CPAP xi CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1.1. Antecedentes O UNPFA é uma agência internacional de desenvolvimento que promove o direito de cada mulher, homem e criança a gozar uma vida de saúde e de oportunidade igual. Desde a sua implantação em Moçambique, em 1976, o UNPFA assiste na formulação de políticas e estratégias para reduzir a pobreza e apoia o desenvolvimento sustentável, através da recolha e análise de dados da população que auxiliem na compreensão das tendências da população e na utilização dos mesmos para a elaboração de políticas específicas nos domínios da População e Desenvolvimento. A partir do primeiro Programa abrangendo o período entre 1979 e 1985, quando o país se preparava para realizar o primeiro RGP, o UNPFA tem vindo a apoiar o GOM em várias actividades no domínio da população. A cooperação entre o GOM e o UNPFA, que inicialmente se fazia através de Programas concebidos na sede da Organização em Nova Iorque, a partir de 1980, o UNPFA passou a implementar directamente os Programas acordados, agora com o envolvimento de ONGs. Foi neste contexto que se realizou o 1º Censo de População pós- Independência e a adopção do Programa de Planeamento Familiar e Saúde Materno Infantil. Desde então, o UNPFA vem apoiando Programas voltados ao cumprimento do seu mandato, nomeadamente em áreas relacionadas com Programas de População e Desenvolvimento, Saúde Reprodutiva, incluindo a prevenção de HIV/ SIDA entre adolescentes e jovens, e com o Gênero. A Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo em 1994 catalisou a missão do UNFPA, permitindo a implantação em 1995 de um programa-piloto na Zambézia e também o início do envolvimento de ONGs internacionais e nacionais na execução e implementação de Programas populacionais. De acordo com a restruturação do papel das agências do sistema da NU, actualmente, o UNFPA em Moçambique é a agência administrativa e executora do Programa Conjunto das agências da UN sobre a Feminização do HIV e SIDA; lidera o Grupo de 1 Coordenação de Gênero nas NU; coordena o Programa conjunto a UN para a Igualdade de Gênero e Empoderamento da Mulher. Deste modo, as componentes do CPAP desenvolveram-se acompanhadas por actividades integradas visando a consolidação política e apoio aos Programas de saúde sexual e reprodutiva e Gênero nos governos provinciais seleccionados. Igualmente o CPAP visa mobilizar apoio ao nível comunitário para serviços de saúde reprodutiva. A fim de elevar a consciencialização sobre questões de população, dedicando uma atenção particular ao apoio à formação e capacitação das instituições e dos actores nas diversas componentes, incluindo ONG e as comunidades, na organização e fortalecimento de redes nacionais, provinciais e locais para a realização de advocacia dirigidas a questões populacionais, incluindo a saúde reprodutiva a certos grupos de influência como parlamentares e organizações de mulheres. Como signatário da CIPD Moçambique reconhece a estreita relação entre o desenvolvimento sustentável e a igualdade de Gênero e saúde reprodutiva e com a assistência do UNPFA, tem vindo a desenvolver esforços no sentido de implementar o Programa de Acção que preconiza a realização dos seguintes objectivos: • Acesso Universal aos serviços de saúde reprodutiva até 2015; • Educação primária Universal e redução de diferenças de Gênero na educação até 2015; • Reduzir a mortalidade materna em 75 % até 2015; • Reduzir a mortalidade infantil; • Aumentar a expectativa de vida; • Reduzir as taxas de infecção do HIV. Os objectivos do CPAP estão devidamente articulados com os ODM, declarados em 2000 pela Assembleia Geral das UN e assumidos pelo país, em que o objectivo central é a redução pela metade da pobreza absoluta até 2015. 1.2 Objectivos da Avaliação O objectivo geral da avaliação é analisar o desempenho das componentes do Programa apoiadas pelo UNFPA em Moçambique no intervalo da implementação do 7º CPAP (2007-2009). Para isso a avaliação propõe-se apresentar os principais resultados alcançados, procurando destacar em particular as lições aprendidas, e identificar as áreas-chave 2 prioritárias para a implementação do 8º Programa de cooperação entre o GOM e o UNPFA. A avaliação procura identificar as fraquezas e os pontos fortes na implementação do Programa a nível Central e provincial. Os aspectos identificados constituíram a base para as propostas de melhorias na implementação do projecto a serem introduzidas no 8º PN. Como objectivos específicos, a avaliação concentra-se nos seguintes aspectos: • Identificação dos resultados alcançados e as razões do sucesso ou insucesso, em especial os constrangimentos e factores adversos. • Com base nas constatações da avaliação, apresentar as lições aprendidas, positivas e negativas, que possam ser aproveitadas e aplicadas em situações futuras; • Apresentação de sugestões sobre areas de intervenção consideradas prioritárias para o 8º Programa; • Identificação dos resultados alcançados que possam ser destacados e documentados como as melhores práticas; • Apresentação clara dos resultados com base nas evidências da informação recolhida durante a avaliação. 1.3. Metodologia A avaliação do Programa foi levada a cabo de acordo com os critérios definidos nos Termos de Referência (Anexo 1) preparados pelo UNPFA e executada por uma equipe de consultores coordenada por Aniceto dos Muchangos, envolvendo os seguintes especialistas: • Prof. Doutor Aniceto dos Muchangos – Doutorado em Geografia, (Questões de População e Desenvolvimento); • Prof. Doutora Alda Saúte Saide – Doutorada em História, (Questões de Gênero); • Dr. Adriano Biza – Antropólogo (Questões de Saúde Sexual Reprodutiva. Após uma reunião prévia em que se elaborou a proposta de cronograma em função das tarefas contidas nos termos de referência, a equipe de consultores analisou o contexto em que se realizava a Avaliação e foram estabelecidos os diversos passos a serem seguidos e os mecanismos de articulação com o UNPFA, bem como os procedimentos 3 com os parceiros do Programa, incluindo as visitas previstas nos termos de referência, a nível das províncias abrangidas no Programa. O cronograma adoptado foi o seguinte: Datas 15 a 20 /1 1 22 a 26 /1 1 29/11-03 /12 06/12 -11/12 17/12 20/12 Tar ef as Leitura d a docu men tação Entr ev is tas e m Map uto Visita à Za mb ézia Entr ev is tas e Red acção d o relatório Apresentação d o Esboço Relatório Entr eg a d o Relatór io Fin al Com base nos documentos e informações disponibilizados pelo UNPFA e pelas diversas componentes, os membros da equipa de consultores procederam à leitura dos mesmos, na globalidade priorizando os assuntos da sua especialidade. Como os documentos foram elaborados de forma padronizada, tal permitiu aferir o enquadramento das actividades no Programa e a sua relevância para cumprimento dos objectivos e resultados esperados, bem como identificar as causas do sucesso ou fracasso. A avaliação envolveu a análise de documentos dos projectos, relatórios trimestrais e anuais, relatórios de formação, actas de reuniões, discussões em pequenos grupos e entrevistas com os assessores técnicos, coordenadores das várias componentes e outras partes interessadas, tendo em vista obter uma melhor compreensão da génese, do ponto de situação e os constrangimentos registados no processo de trabalho. Dada a necessidade de apresentação do presente relatório nos prazos previstos e porque se dispunha de informação suficiente acordou-se pela dispensa das visitas às novas áreas de expansão do Programa, nomeadamente, Niassa, Nampula e Tete. Zambézia foi assim, a única província em que os consultores tiveram acesso e onde foi possível fazer uma avaliação do desenvolvimento das actividades, contactando os principais actores através de entrevistas e recolha de dados adicionais ao nível provincial. Para a realização de entrevistas, a recolha de informação foi feita junto dos parceiros do Programa responsáveis pelas componentes que dada a forma como elaboraram regularmente os relatórios trimestrais e anuais do projecto enviados à representação do UNPFA, a compreensão dos processos foi facilitada ao longo da presente avaliação. 4 A visita a DPPFZ em Quelimane foi importante, dada a natureza das suas funções e atribuições de coordenação e acompanhamento de todos os projectos financiados pelo UNFPA na província da Zambézia e pelo facto de esta província ter sido considerada pioneira no processo de descentralização da gestão dos projectos apoiados pelo UNPFA. Neste processo foram feitas entrevistas ao director do projecto e aos membros da equipa do projecto local, bem como foram recolhidos depoimentos dos públicoalvos·abrangidos pelas acções de formação, identificando os resultados e o impacto das metas do projecto. O processo de avaliação abordou os principais resultados, constrangimentos e o futuro imediato do 7º CPAP após a sua conclusão. Para complementar as informações contidas nos diversos relatórios e outras fornecidas pelos parceiros foram entrevistados alguns funcionários da representação do UNPFA em Maputo, julgados importantes para a avaliação. O Anexo 3 contém a lista das pessoas e instituições contactadas durante a realização da avaliação, quer a nível central em Maputo, assim como na Zambézia. Finalmente, para assegurar a coordenação e a incorporação apropriada no documento de subsídios de acordo com os termos de referência, os resultados, conclusões e sugestões foram discutidos perante representantes do UNPFA e dos coordenadores das diferentes componentes. As recomendações resultantes da contribuição dos participantes ao seminário final foram incorporadas no presente Relatório. 1.4. O Contexto O 7º CPAP decorreu num período em que o Mundo conheceu crises sucessivas, tais como a alta de preços dos alimentos, a subida de preços dos combustíveis e a crise económica e financeira global. Em decorrência destas crises, Moçambique enfrentou problemas sérios para o desenvolvimento dos Programas consagrados nos seus planos e Programas de desenvolvimento. Assim, o CPAP conheceu inevitavelmente restrições ao nível operacional, sobretudo para a realização de actividades no terreno dependentes dos orçamentos locais, o que se reflecte nos resultados observados na presente avaliação. 5 Apesar dos constrangimentos, Moçambique tem vindo a registar progressos significativos na abordagem das questões de População e Desenvolvimento, nomeadamente no combate à pobreza absoluta, população e Gênero, saúde reprodutiva, participação da mulher e educação, bem como na abordagem do HIV e SIDA. A presente avaliação tem lugar num contexto de resultados significativos da actuação do UNFPA em Moçambique, destacando-se a realização do III RGPH, que teve lugar em de Agosto de 2007 que contou com o apoio do UNFPA, quer no processo de planificação como também na avaliação dos resultados alcançados, na perspectiva do PARPAII O Programa, lançado logo após a vigência do Segundo Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta no país (PARPA II) para o período 2006-2009, coincidiu com a preparação da implementação do 3º CCA/UNDAF (2007-2009) em que o UNCT decidiu pela articulação do UNDAF com o PARPA, quer em termos de conteúdo e ciclo quer na utilização dos relatórios do PARPA e dos ODM como base para o desenvolvimento do UNDAF. O documento do GOM surgido das várias contribuições enfatiza o foco na redução da pobreza, direitos humanos, HIV e SIDA, Género e nos demais assuntos claramente expostos visando o cumprimento dos ODM. Para além do sistema das NU, a elaboração do PARPA II beneficiou de importantes contributos da Sociedade Civil e dos diversos parceiros internacionais, representando o documento, um compromisso colectivo em torno do cumprimento dos seus objectivos. Na altura da aprovação da PNP em 1999, quase que em simultâneo com o PARPA I e, aquando da aprovação deste, registavam-se ainda consideráveis insuficiências de dados, parcialmente colmatados ao longo da implementação do 6º CPAP. Com apoio do UNPFA, no 7º CPAP o INE prosseguiu com a elaboração de dados relacionados com a saúde reprodutiva e realizou o III RGPH, cujos dados foram apresentados em 2009. O Programa está alinhado com o PARPA II - Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta - e com o Quadro das NU para o Desenvolvimento - UNDAF - ambos compreendendo o período de 2007 - 2009. Dado o seu caracter transversal e multidimensional o PARPA II proporciona uma visão ampla e individualizada do papel de cada um dos sectores na promoção do desenvolvimento económico e social e na redução da pobreza no país. 6 A avaliação do PARPA II realizada em 2009 mostrou que em algumas áreas como o HIV e SIDA e Gênero, os progressos foram moderados ao durante a vigência do Programa (GoM/UNFPA 2007-2009). O relatório da avaliação observa a necessidade de intensificação do Programa de combate ao HIV e SIDA, até se garantir uma tendência decrescente nos níveis de prevalência, no médio e longo prazo e a continuidade dos esforços de consolidação do SNS para maior cobertura e cuidado da mulher e da população, priorizando o preenchimento das lacunas estatísticas existentes em relação à desagregação dos dados por sexo. De modo a fornecer instrumento de trabalho e subsídios ao UNFPA e aos parceiros interessados e de modo a facilitar a sua compreensão, o documento estrutura-se da seguinte forma: para além da introdução que faz o enquadramento geral da avaliação, apresentam-se no Capítulo II a caracterização do Programa, os antecedentes, os seus objectivos e o enquadramento institucional. No capítulo III são anotados os progressos alcançados pelo Programa e no IV Capítulo resumem-se, por componente, algumas lições aprendidas e as ilações passíveis de aproveitamento para o 8º“Country Programme” já aprovado CONTIDOS NO Capítulo V O relatório contém ainda listas de documentos consultados e de entidades entrevistadas, para além de alguma informação operacional considerada importante. 1.5. Gestão, Monitoria e Avaliação O CPAP do UNPFA 2007-2009 está integrado no PDS concebido no âmbito do Programa de cooperação com o GOM e envolve vária instituições do Governo (MISAU, MMAS, INE e CAP). O MPD é a agência governamental a quem cabe a responsabilidade pela coordenação e monitoria de todos os Programas no domínio da população e neste contexto, articula-se com as várias instituições nacionais, incluindo as ONGs. A nível do MPD o Programa é executado pelo Departamento de Estudos de População, sob a égide da Direcção Nacional de Análise de Política. A nível das províncias abrangidas o Programa é da responsabilidade dos respectivos directores provinciais da área do Plano e Orçamento, com o apoio directo de técnicos departamentais a nível central. 7 Para além destes órgãos do GOM, os principais parceiros de implementação são subdivididos em dois grupos, sendo uns de carácter permanente e outros conforme as exigências pontuais do trabalho. Assim, dos parceiros permanentes destaca-se o CAP (UEM) e o INE. O CAP na UEM, é uma agência de implementação subcontratada, que fornece subsídios técnicos a todas as componentes, sobretudo no que se refere a actividades de formação e pesquisa. Na sua actual estrutura como centro virtual o CAP possuiu um Director e não dispõe de quadro de pessoal académico próprio, contando com a participação de investigadores provenientes de outras instituições da UEM, sobretudo da FLCS. O GTP é um Fórum multi-sectorial e interdisciplinar constituído por representantes, a nível de Directores e Chefes de Departamento de instituições que trabalham na área da população e Desenvolvimento. As actividades do CPAP foram executadas nacionalmente, sob a coordenação do DEP, do MPD, como ponto focal oficial para cooperação entre o UNPFA e o GOM e envolvendo outras instituições do Governo (MISAU, MMAS e INE). A implementação foi repartida entre diversos actores do governo central e provincial que foram selecionados com base nas suas necessidades e relativas à cooperação prestada, redes de ONGs e a UEM (CAP). A Comissão de População, constituída por representantes do governo, de ONGs, e do UNPFA, é responsável pela aprovação, implementação e monitoramento dos projectos do UNPFA e faz a supervisão das actividades do Programa, sendo a representação do UNPFA responsável pela administração geral do Programa. Como método de trabalho o UNPFA manteve contactos frequentes com os representantes das organizações executoras para fortalecer a coordenação interinstitucional e intersectorial e recebeu relatórios trimestrais sobre o progresso das actividades. 8 CAPÍTULO II OBJECTIVOS, INTEREVENÇÕES E RESULTADOS O 7º CPAP, orçado em vinte e um milhões de dólares americanos ($US 21 000 000) decorreu no período 2007- 2009 articulado com o PARPA II e com o UNDAF - ambos compreendendo o período de 2007 – 2009 e articulou-se a nível global com os ODM proclamados no ano 2 000 pela UN. 2.1. População e Desenvolvimento Para 2007-2009, o propósito da componente População e Desenvolvimento era dar continuidade ao desenvolvimento de sistemas e fortalecimento da capacidade institucional, do MPD do CAP, e do INE, bem como as DPPF de Nampula, Zambézia, Tete, Niassa e Gaza, para a integração das questões populacionais (Gênero, HIV e SIDA e SSR) nos planos de desenvolvimento. A estratégia incluía o apoio ao estabelecimento de uma base de conhecimentos sobre questões emergentes sobre a população e a sua integração nas políticas, planos nacionais, e currículos de formação. Uma outra intervenção considerada estratégica foi a avaliação e actualização da PNP; o apoio na análise multidimensional dos dados sobre a população; a publicação e disseminação de estudos, sobre População e Desenvolvimento baseado nos dados do Censo e outros inquéritos realizados. O reforço da capacidade institucional do CAP para consolidação do Curso de Pósgraduação e Mestrado em População e Desenvolvimento incluindo a revisão curricular foi considerado importante no decorrer do 7º CPAP. Das actividades Programadas para o período em análise destacavam-se especificamente: (i) Realização do III Censo populacional 2007; (ii) Análise e disseminação dos dados definitivos do Censo 2007; (iii) Desenvolvimento e uso de sistemas que facilitem a disponibilidade de dados sócio demográficos actualizados e desagregados para uma efectiva planificação, monitorização e avaliação dos planos e Programas de desenvolvimento, através da adopção e promoção do IMIS (gestão integrada de 9 informação estatística); (iv) Apoio na análise multidimensional, publicação e disseminação de estudos sobre População e Desenvolvimento baseado nos dados do Censo e outros inquéritos já realizados (situação da mulher e rapariga, mortalidade materna entre outros temas); (v) Realizar o mapeamento da pobreza no país com base nos dados do Censo e do Inquérito de Orçamento familiar (IOF 2009/10); 2.1.1.Resultados Resultado 1: Fortalecida a capacidade nacional para a integração de Gênero e HIV e SIDA nos planos de desenvolvimento. A componente População e Desenvolvimento apoiou, em articulação com os objectivos do PARPA II a promover o compromisso do GOM em relação aos assuntos de população. O UNFPA auxiliou o MPD a implementar as acções contidas no CPAP, através da capacitação dos quadros em matérias de advocacia e integração de assuntos de população no processo de desenvolvimento. Durante o período abrangido pelo PN, o UNFPA prestou apoio técnico ao INE e ao CAP, da FLCS na melhoria da capacidade de recolha, análise e pesquisa de dados. Apoio adicional foi proporcionado ao INE para planificar e conceber projecções populacionais e para organizar cursos de formação em projecções. O UNFPA apoiou o CAP na realização do Programa de Pós-graduação e Mestrado em População e Desenvolvimento na UEM. Resultado 2: Realização do Recenseamento Geral da População e Habitação de 2007 e disponibilidade, em todas as províncias e distritos, de dados sócio demográficos desagregados e actualizados para o desenvolvimento. O RGPH constituiu no período em análise o resultado mais significativo do 7º CPAP. Para o efeito, o UNFPA alocou 1.7 milhões de meticais (66.2 mil dólares) e participou activamente na sua preparação e realização. Os dados do recenseamento divulgados pelo INE indicam que a população moçambicana é constituída por 20.226.296 pessoas, números que revelam um crescimento em 4.947.962 pessoas (32,4 %) em relação a 1997, ano do anterior 10 recenseamento. A esperança de vida passou de 42,3 anos para 49,4 anos, enquanto a taxa de mortalidade infantil baixou dos anteriores 145,7 para 118,3 em cada 1000 nados vivos. Na altura da divulgação dos dados foi destacada publicamente a importância do recenseamento e o papel das informações como importante instrumento de trabalho que permite aferir, com maior fidelidade, os efeitos da acção governativa e assegurar que se obtenham resultados com maior impacto. Os dados apurados revelam que a taxa de analfabetismo baixou dos anteriores 60,5 % em 1997 para 50,4 % em 2007; 92,2 % da população vive em casa própria, contra os anteriores 91,1% no mesmo período; 10 % dos agregados familiares possuem energia eléctrica; 54 % usa petróleo; outros 30,3% usam lenha como fonte de iluminação. A população urbana de Moçambique está estimada em 30%, e, de 1,3 milhões de habitantes de Maputo, 53% são considerados pobres. A grande maioria vive em zonas de assentamento semi-formais e informais congestionadas (bairros). No que respeita ao saneamento, 54 % das casas não possui qualquer tipo de saneamento básico. Embora as estruturas e responsabilidades formais dos vários níveis administrativos estejam claramente definidos, os centros urbanos padecem de insuficientes recursos humanos e financeiros e, consequentemente, não estão devidamente providos de serviços como água, electricidade, saneamento e garantia de propriedade da terra. De acordo com os dados, se em 1997 apenas 5% das pessoas beneficiavam de energia eléctrica, e 8,5% eram abrangidos por sistemas centrais abastecimento de água; 46,9% tinha acesso a poços em bomba manual, em 2007 a percentagem de população beneficiando de água canalizada subiu para 10,1%. 2.2. Saúde Sexual e Reprodutiva 2.2.1.Resultados Resultado 1: Política nacional de saúde reprodutiva e política nacional de saúde da criança aprovadas e implementadas (incluindo Resultado 2: políticas e protocolos relacionados com o PTV formuladas e regularmente revistos pelo MISAU) De acordo com o CPAP as estratégias a implementar para o alcance deste resultado incluíam a criação e fortalecimento de parcerias para o diálogo, advocacia e construção de consenso para a aprovação, disseminação, promoção e implementação da Política 11 Nacional de Saúde Reprodutiva; a revisão/elaboração de protocolos clínicos, normas, padrões e procedimentos para a SSR, incluindo a prevenção da transmissão Mãe – filho (PTV); 2) apoio à Iniciativa Presidencial e Parceria Nacional para a Promoção da Saúde da Mulher, Mãe e Criança, e Redução da Mortalidade Materna, Neonatal e Infantil.1 Desde o início da implementação deste programa foram envidados esforços para colocar a saúde sexual e reprodutiva no topo das prioridades governamentais. Foi iniciada em 2008 e finalizada em 2009 a revisão, actualização e elaboração de importantes documentos orientadores chave que guiam a implementação de todas as intervenções na área da SSR/SN/SI e Nutrição, nomeadamente, a Estratégia de Casas de Espera para as Mulheres Grávidas; a Estratégia de Parteiras Tradicionais; a Estratégia de Planeamento Familiar; os Termos de Referência do Comité de Estudo de Mortes Maternas e Neonatais; o Plano de Despiste e Tratamento do Cancro do Colo do Útero (incorporado ao Plano de Doenças não Transmissíveis), incluindo materiais para a formação, normas técnicas e protocolos clínicos; o Plano para a expansão do progresso da Melhora da Qualidade dos Serviços de SMI, incluindo materiais para formação e autoavaliação dos serviços; o Guião para a Certificação das Unidades Sanitárias (US) em Atenção Integrada para as Doenças da Infância (AIDI), Cuidados Essenciais do Recém-Nascido, Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos (COEmB) e Cuidados Obstétricos de Emergência Completos (COEmC). 2 No que concerne a formulação e revisão de normas protocolos clínicos relativos as diferentes componentes da saúde sexual reprodutiva incluindo, o programa apoiou desde o último trimestre de 2008 os trabalhos para a revisão e actualização de normas e protocolos relativos a Atenção Pré-Natal, Atenção ao Pós-Parto e Pós-Natal, Assistência ao Parto e Cuidados Obstétricos de Emergência (COEm), ao Planeamento Familiar (PF), ao Despiste e Tratamento de Infecções de Transmissão Sexual (ITS) e Despiste e Tratamento de Cancro do Colo Uterino e da Mama). Esta actividade ficou finalizada em 2009.3 Com vista a criar um ambiente favorável a promoção da saúde reprodutiva e direitos reprodutivos foram realizadas actividades de advocacia técnica e política. A nível mais elevado da liderança política, no início do ano 2008 foi lançada a Iniciativa Presidencial 1 UNFPA (2007) Plano de Acção do Programa Nacional (CPAP). Período 2007-2009 entre o Governo de Moçambique e o Fundo das NU para a População (UNFPA), pp7/9 2 MISAU (2009) Relatório de Progresso Anual (SPR). Saúde Sexual e Reprodutiva. Janeiro a Dezembro de 2008.Maputo: Direcção Nacional de Saúde Pública, p.5 3 MISAU (2009) Relatório de Progresso Anual (SPR). Saúde Sexual e Reprodutiva. Janeiro a Dezembro de 2008.Maputo: Direcção Nacional de Saúde Pública, p.6 12 para a Redução da Mortalidade Materna, Neonatal e Infantil pelo Sr. Presidente da República. A iniciativa envolveu activamente os líderes religiosos, líderes comunitários, órgãos de comunicação, Agências e Parceiros de Cooperação, Organizações da Sociedade Civil de todas as províncias. No âmbito da mesma, foi elaborado o documento da Parceria Nacional para a Promoção da Saúde Materna, Neonatal e Infantil.4 A Parceria está actualmente a apoiar 12 distritos de 6 províncias do país na implementação de intervenções com o objectivo de reduzir a mortalidade materna, neonatal e infantil devido a principais causas de morbi-mortalidade com base nos cuidados contínuos a todos os níveis do sistema (desde a família até o nível de referência) e a todos os níveis de recursos humanos (desde a mãe/família, os Agentes Comunitários de Saúde/Parteiras Tradicionais, até prestadores de serviços de Saúde Materno e Infantil a nível das Unidades Sanitárias). A nível técnico foi realizada a Reunião Nacional de SSR e operacionalizado um Grupo Técnico de Saúde Sexual Reprodutiva, Saúde Neonatal e Infantil e Nutrição no contexto da implementação da Abordagem Sectorial Ampla (SWAp) no sector da saúde. O evento que contou com a participação de todas as províncias e membros dos Hospitais Centrais do País serviu para a discussão e consenso sobre assuntos estratégicos, técnicos e de gestão do Programa Nacional de SSR e dele saíram orientações técnicas relativas a normas e protocolos de acesso a contraceptivos, assim como para a melhoria da análise, construção e notificação de indicadores de SSR. Através do grupo técnico de SSR/SNNI/Nutrição foi assegurado a SSR no topo da agenda do Ministério da Saúde e dos seus Parceiros para o Desenvolvimento, foram revistas e elaboradas a maioria das Estratégias e Planos relacionados com o Programa de SSR, com destaque para o Plano Nacional Integrado para o Alcance dos Objectivos de Desenvolvimento de Milénio (ODM) 4&5; 5 bem como foi elaborado e assinado em Setembro de 2008 o Compromisso de Intenções da Parceria Internacional em Saúde (IHP) que situou novamente os ODMs no topo da agenda política do MISAU e dos seus Parceiros de Cooperação. 6 4 Idem, p.6 Ibidem 6 MISAU (2009) Relatório de Progresso Anual (SPR). Saúde Sexual e Reprodutiva. Janeiro a Dezembro de 2008.Maputo: Direcção Nacional de Saúde Pública, p.7 5 13 Resultado 3: Elevado acesso aos serviços de Saúde sexual e reprodutiva de maior qualidade, incluindo cuidados obstétricos de emergência, para 50% das mulheres e 10% de homens em idade reprodutiva em todas as províncias. Para o alcance deste resultado o CPAP focalizou-se no desenvolvimento de sistemas e fortalecimento de instituições para serviços melhorados de saúde reprodutiva e subsequente redução da mortalidade materna, apoiando a sensibilização e envolvimento comunitário através da promoção da criação dos Comités de Cogestão Saúde/Comunidade, como forma de minimizar os factores relacionados com o 1º atraso; assim como o apoio ao MISAU no estabelecimento de Sistemas cruciais de apoio à implementação da Politica Nacional de SSR. As principais actividades incluíam a: (a) Elaboração e orçamentação de um Plano para a Saúde Materna e Neonatal como parte de uma estratégia regional para melhorar a saúde reprodutiva e reduzir mortalidade materna e neo-natal; (b) integração de elementos chave da Iniciativa da Saúde Materna Africana do UNFPA na estratégia e plano nacional da redução da Mortalidade Materna (c) Provisão de Cuidados Obstétricos de Emergência (EmOC) e formação em Fistula para provedores de serviços de saúde; (c) revisão e redefinição da equipa e pacote mínimo dos serviços de saúde reprodutiva para cada nível de provisão de serviços e (d) fortalecimento da segurança de artigos da saúde reprodutiva através do reforço do actual sistema e mecanismos de segurança de artigos do MISAU, apoiando a formulação da Estratégia para a Segurança de Bens, Produtos e Consumíveis para a SSR e o estabelecimento de um comité coordenador.7 Com o apoio do UNFPA através do CPAP, o Ministério da Saúde priorizou em 2008 e 2009 e duas importantes actividades chave para a melhoria do acesso à prestação de Cuidados Obstétricos de Emergência em todas as províncias: por um lado, a expansão dos Cuidados Obstétricos de Emergência incluindo Cuidados Essenciais ao Recémnascido; e por outro, a reintrodução da Estratégia de supervisão dos “Padrinhos” para tornar possível a operacionalização das supervisões formativas desde o nível central ao provincial. Com o CPAP 2007/2009 foi possível a expansão dos Cuidados Obstétricos de Emergência que desde 2001 constitui uma das intervenções principais da Estratégia e Plano Nacional para a Redução da Mortalidade Materna e Neonatal. A Avaliação de 7 UNFPA (2007) Plano de Acção do Programa Nacional (CPAP). Período 2007-2009 entre o Governo de Moçambique e o Fundo das NU para a População (UNFPA), p10 14 Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique, realizada em 2007 tornou evidente que a ausência de profissionais críticos como médicos com habilidades cirúrgicas, técnicos de cirurgia, anestesistas, instrumentistas foi muito determinante na ocorrência de mortes maternas. Em 2008 foram realizados 21 cursos em todas as províncias para expandir os Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos (COEmB) até um total de 60 US8 e em 2009 foram realizados 45 cursos em pacote integrado de atenção aos cuidados de saúde da mulher e criança onde foram formados 675 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiras de saúde materno infantil, em COEmB e CERN e acreditadas mais US para oferecerem estes serviços pela disponibilização do respectivo equipamento, material e medicamentos. Esta actividade em 2009 contou com a participação de médicos especialistas GinecoObstetras e Pediatras “Padrinhos” que, para além das formações realizaram 54 visitas de supervisão e de apoio técnico na melhoria da qualidade assistencial para a mulher e a criança em todas as províncias. Como consequência, o rácio de unidades sanitárias com pessoal treinado em COEmB por 500.000 habitantes aumentou e atingiu uma média nacional de 5.9/500.000 habitantes superando a meta prevista de 2.7/500.000 habitantes para 2009 devido a um grande aumento de profissionais treinados ao longo de 2009. Contudo, embora tenha havido grandes esforços realizados via investimentos feitos, a cobertura ainda é baixa e o próprio indicador merece muita monitoria devido aos critérios definidos para considerar uma US oferecendo serviços de COEm e os desafios da manutenção da mesma nesta condição. Entre outros factores menciona-se: a falta de bens e produtos como material médicocirúrgico e medicamentos essenciais para a atenção obstétrica e neonatal; a transferência constante de ESMI treinadas e técnicos de cirurgia para outras US ou para outros sectores como Banco de Socorros e outras Enfermarias, sendo as 1ªas substituídas em algumas US por enfermeiros do sexo masculino ou por pessoal não capacitado para o efeito. Dados de rotina mostram uma evolução positiva da Taxa de Mortalidade Materna Intrahospitalar no período em avaliação. Houve redução da taxa de 196/100.000 NV a 149/100/000 NV de 2008 a 20099 não tendo sido atingidas tanto a meta prevista pelo programa de reduzir em 75% (de 180/100.000 NV em 2005 a 50/100.000 NV em 2009) 8 MISAU (2009) Desempenho do Sector da Saúde. Oitava Avaliação Conjunta Anual (ACA VIII). Maputo: MISAU, Fevereiro e Março de 2009 9 MISAU (2010) Nona Avaliação Conjunta Anual do Desempenho do Sector da Saúde (ACA IX). Relatório Final. Maputo: MISAU, Abril de 2010 15 como a meta do sector da saúde de acordo com o Plano Quinquenal do Governo (PQG) de ter uma mortalidade materna institucional abaixo dos 100/100.000NV. No entanto, os dados da Avaliação das Necessidades em Saúde Materna e Neonatal em Moçambique mostram um rácio de 473/100.000NV. A diferença entre estes dois dados reflecte a sub-notificação dos casos de mortes maternas no SIS que é na ordem de 40.3%. A taxa de mortalidade materna interinstitucional mantém-se elevada devido ao grande aumento no acesso aos serviços de saúde (expansão dos COEmB e COEmC e melhoria de meios de comunicação e referência), o facto de que muitas mulheres com complicações obstétricas que morriam na comunidade, apesar de tardiamente, começam já ser enviadas para as US, e finalmente, devido a melhoria substancial no diagnóstico, registo e notificação das complicações obstétricas e mortes maternas institucionais.10 Os detalhes sobre a redução da mortalidade materna intra-hospitalar estão representados no gráfico seguinte. Rácio de Mortalidade Materna Intra-hospitalar no Período 2007 a 2009 400 300 200 100 0 NIASSA CABO DELGADO NAMPULA ZAMBEZIA TETE 2007 MANICA 2008 SOFALA INHAMBANE GAZA MAPUTO PROVINCIA MAPUTO CIDADE Pais 2009 Fonte: BdPES, 2010, Março 2010 A Cobertura de Partos Institucionais teve um crescimento acentuado de 41 em 2003 para 47.7% em 2005, 48.3% em 2006, 53.6% em 2007. Entre 2008 e 2009 esta cobertura estabilizou-se em 55% não tendo atingido as expectativas do sector da saúde e 10 MISAU (2009) Relatório de Progresso Anual (SPR). Saúde Sexual e Reprodutiva. Janeiro a Dezembro de 2008.Maputo: Direcção Nacional de Saúde Pública, pp.15/17 16 a meta prevista pelo programa de 60% para 2009. A cobertura de partos institucionais continua preocupante pelo facto de estar estacionária nos últimos anos comprometendo o potencial alcance das metas do milénio.11 Durante o período em avaliação, persistiu o desafio de superar as discrepâncias entre as coberturas das Consultas Pré-natais (117% em 2007 e 110 em 2009), a cobertura dos Partos Institucionais (54% em 2007 e 55% em 2009) e das consultas pós parto (71% em 2007 e 67%), que revelam as dificuldades que as mulheres encontram para voltar à US para o parto e, as que vêm ao parto tem dificuldades de retornarem aos cuidados pôs parto, essenciais para a reduzir a mortalidade materna no geral. Para reverter o cenário com apoio do CPAP foi realizada a revisão e elaboração de documentos orientadores chave para o sector e foi elaborado o Plano Nacional Integrado para o Alcance dos ODM 4&5; foram re-funcionalizadas as casas de espera para mulher grávida (melhoria das condições de alojamento, com a colocação de camas, redes mosquiteiras e fornecimento de refeições), acompanhado com a melhoria do envolvimento comunitário particularmente das parteiras tradicionais; a Iniciativa Presidencial e a Reunião Nacional que influenciaram positivamente às províncias no sentido de dar mais atenção à saúde da mãe e da criança; foi definida a Iniciativa “Maternidades Modelo” que consiste na, Humanização dos Serviços de Saúde da Mulher e da Criança com vista a melhorar a qualidade de atenção durante a consulta pré-natal e Parto; e foram também apresentadas as primeiras versões das normas para a área de Saúde Materna (Consulta Pré-Natal, Assistência ao Parto, Consulta Pós-Parto, Cuidados Pós-Aborto e Cancro do Colo do útero).12 Contudo, o impacto destas medidas só poderá ser medido na avaliação da Extensão do Plano de Acção do Programa Nacional em implementação até 2011. Em relação ao Planeamento Familiar (PF), dados de rotina do MISAU mostram um crescimento deste Programa. No período de implementação do 7º Plano de Acção do Programa Nacional em avaliação reverteu-se gradualmente uma tendência de baixa cobertura anticoncepcional em métodos modernos que se verificava até 2007 (≤ 11%) de Planeamento Familiar. O indicador usado, a percentagem de novas utentes em métodos modernos – usado a partir de 2008 após revisão para melhor dar a ideia de alcance de grupo alvo – evoluiu de 13% em 2008 para 14% em 2009 e neste ultimo ano 11 MISAU (2010) Nona Avaliação Conjunta Anual do Desempenho do Sector da Saúde (ACA IX). Relatório Final. Maputo: MISAU, Abril de 2010 12 MISAU (2010) Balanço Anual. Plano Económico e Social 2009. Versão para o Conselho Coordenador de Saúde. Maputo: Direcção de Planificação e Cooperação, Março de 2010, pp21/23 17 ultrapassou a meta prevista pelo sector (13.5%) e não se situando longe da meta de atingir 15% de utentes em 2010 indicada no Plano Nacional Integrado para o Alcance dos ODM 4&5.13 Outros dados indicam que 95,7% das 1.191 US do país ofereceram pelo menos 3 métodos modernos de contracepção em 2008 comparado com 94,83% fornecidos em 2007. Concorreram para este sucesso estratégias plasmadas pelo CPAP 2007/2009 referentes ao reforço do sistema logístico de segurança de bens e produtos para saúde reprodutiva e o próprio melhoramento na gestão do programa de Planeamento Familiar. Estes dados mostram um maior acesso a uma das intervenções de reconhecido impacto na redução de mortes maternas associadas a abortos inseguros e gravidezes de alto risco. As gravidezes pouco espaçadas (intervalo menor que 2 anos) têm mais probabilidade de resultar em bebés com baixo peso à nascença e interferem com a amamentação, a qual tem um papel vital na nutrição das crianças e no desenvolvimento de defesas contra doenças infecciosas. Tanto a mulher com o bebé beneficia deste espaçamento, já que se a mulher não engravidar de imediato, ela terá tempo para cuidar do seu filho e de o amamentar durante o tempo que for necessário. Geralmente as mulheres quando engravidam fazem imediatamente o desmame, colocando em risco o estado nutricional da criança já nascida. Neste sentido, é essencial garantir a prestação de Serviços de PF de qualidade de modo a assegurar o direito dos indivíduos, dos casais e das famílias em planear o número e o intervalo dos filhos que desejam ter, a prevenirem gravidezes indesejadas, gravidezes de alto risco obstétrico e a aumentar o intervalo entre os nascimentos dos seus filhos, reduzindo assim o risco de morbilidade e mortalidade associado às complicações da gravidez, parto e puerpério, tanto para a mulher como para o recém-nascido. Em relação aos progressos relativos a disponibilidade de recursos financeiros via fundos comuns e OGE alocados para contraceptivos, medicamentos essenciais (BOEC/COEC), equipamento médico e sistema de comunicação (rádios e ambulâncias), cuja meta do CPAP é de pelo menos 30%; não existe informação sobre este resultado pelo facto de estar-se em desenvolvimento as Contas Nacionais de Saúde que fornecerão a informação relativa a este indicador. Até finais de 2008 sabia-se que cerca de 70% das necessidades em Bens e Produtos para a SR, com excepção dos contraceptivos, são procurados, comprados e distribuídos 13 MISAU (2009) Desempenho do Sector da Saúde. Oitava Avaliação Conjunta Anual (ACA VIII). Maputo: MISAU, Fevereiro e Março de 2009, p.14 18 dentro do “pacote” de bens e produtos para o Sector, não existindo uma alínea orçamental específica para estes. Adicionalmente, indicava-se que provavelmente a meta de 30% muito provavelmente não foi atingida. 14 Neste sentido, persistem ainda enormes desafios em relação a garantia e alocação de recursos financeiros via OGE e fundos comuns para a área de planeamento familiar como era expectativa do CPAP 2007/9. Dados disponíveis revelam que desde o início da implementação do Programa de Planeamento Familiar em 1978, os contraceptivos são na sua totalidade fornecidos por doadores como o UNFPA e a USAID. Em 2006, 2007 e 2008 aproximadamente US$11.500.000 foram gastos para a compra de contraceptivos. Em 2007, o Governo assumiu o compromisso de alocar um montante de US$500.000 para a compra de contraceptivos com recursos do Orçamento de Estado/Fundo Comum, e um aumento anual de 2%, o que representaria entre 7% a 10% do orçamento total para a compra de contraceptivos e representaria $ 510.000 em 2008. No entanto, não foi ainda possível para o Governo implementar esta decisão devido à falta de financiamento para a compra de medicamentos e suprimentos médicos, reflectindo uma vez mais as dificuldades do sector para garantir com fundos do OGE um financiamento sustentável a médio e longo prazo e a sua grande dependência dos Parceiros de Cooperação para assegurar a compra de bens e produtos. 15 A falta dessa garantia de fundos por parte do OGE e fundo comum fez com que a componente de procura de Bens e Produtos para a SR constituísse uma actividade importante que consumiu importantes recursos do UNFPA. No Plano Anual de 2008 foram alocados $550,000 de fundos do Programa Global do UNFPA para o reforço da procura e compra de contraceptivos. Contudo foram gastos USD$ 2,054,472.62 para a compra de contraceptivos, preservativos, testes rápidos de Sífilis e Equipamento para o Despiste e Tratamento do Cancro do Colo Uterino, com recursos do Fundo Global do UNFPA e Recursos Regulares do Tecto Orçamental do Escritório, acrescentando USD$1.500.000 da Fundação Bill & Melinda Gates para a compra de ambulâncias, rádios de comunicação e KITS de Material e Equipamento para as Consultas de SMI, Maternidades, Pediatrias e Salas de Operações. 14 MISAU (2009) Relatório de Progresso Anual (SPR). Saúde Sexual e Reprodutiva. Janeiro a Dezembro de 2008.Maputo: Direcção Nacional de Saúde Pública, p.4 15 Idem, p4 19 Resultado 4: Um sistema de informação que providencia dados desagregados de maior qualidade sobre os indicadores chave de saúde desenhado e implementado nacionalmente As actividades para o alcance deste resultado visavam principalmente construir e gerir uma base de conhecimento confiável para uma efectiva planificação, monitorização e avaliação através do apoio à revisão e operacionalização do actual SIS incluindo indicadores da saúde reprodutiva, através da elaboração e revisão de instrumentos de colecta e análise de dados; disseminação e uso dos resultados da avaliação das necessidades nacionais de saúde materna para garantir programação efectiva; criação e funcionamento de um banco de dados em cada província que inclua dados estatísticos de rotina, dados de supervisão, dados sobre formação em serviço e outros dados essenciais para a Gestão do Programa de SSR, e a formação em serviço de profissionais de saúde a nível central, provincial e distrital sobre o SIS particularmente para o SSR. 16 Para a prossecução deste objectivo, através do apoio do 7º CPAP do UNFPA foram revistos, os indicadores para a SSR e as fichas de recolha de dados e livros de registo para a recolha de informação sobre SR, SNN e SI incluindo os instrumentos de recolha de dados sobre actividades realizadas nos Serviços Amigos dos Adolescentes e Jovens. Houve igualmente apoio elaboração do Quadro de Avaliação de Desempenho do Sector Saúde (QAD) no contexto novo Memorando de Entendimento PROSAUDE II com 42% dos indicadores relativos à SSR, SNI e Saúde dos Adolescentes; na elaboração de Relatórios de Progresso do PES; na análise do Inquérito Nacional de Causas de Mortes Maternas (INCAM) e na realização da Avaliação Nacional de Necessidades em Saúde Materna e Neonatal, esta ultimo que no CPAP e no Plano Anual de Trabalho representa uma actividade que contribui para os Produto 1 e 4 e cujos resultados serão a chave para uma programação efectiva do Programa de SSR. Ainda no concernente ao reforço do sistema de monitoria e avaliação, o sector da saúde, com apoio do CPAP iniciou em 2008 o processo de reorganização do Sistema de Informação em Saúde (SIS). O processo tem atingido progressos assinaláveis sobretudo no aperfeiçoamento do Módulo Básico, início da informatização dos hospitais, revisão de fichas e impressos com destaque para a revisão do certificado de óbito e a 16 UNFPA (2007) Plano de Acção do Programa Nacional (CPAP). Período 2007-2009 entre o Governo de Moçambique e o Fundo das NU para a População (UNFPA), pp.9/10 20 capacitação do pessoal.17 Também em 2009, foi institucionalizada a Repartição de Monitoria e Avaliação ao nível central e provincial e formados 87 formadores do curso integrado em Sistemas de Informação, Planificação e Monitoria e Avaliação. O sector iniciou o processo de elaboração de um Guião de Supervisão Integrada para as áreas de Sistemas de Informação, Planificação e Monitoria e Avaliação que já foi testado durante as visitas realizadas as províncias. Foi igualmente iniciada a retroinformação, um processo que consiste em conferir os dados enviados pelas províncias com vista a assegurar maior fiabilidade dos mesmos. No quadro da Monitoria e Avaliação da qualidade da atenção prestada nas Instituições de Saúde, o sector da saúde aprovou no âmbito do CPAP o documento orientador para re-institucionalização e funcionalização do Comité de Auditoria de Mortes Maternas e Neonatais que através dos Comités Provinciais, Distritais e Corpos Clínicos das US estuda as mortes maternas e neonatais com o objectivo de monitorar os níveis da Mortalidade Materna Intra-Hospitalar, da Taxa de Nati-mortalidade Intra-Hospitalar e da Proporção de Nados Mortos com Foco Positivo à entrada na Maternidade, assim como também determinar em cada caso, os factores causais, concorrentes e determinantes. Resultado 5: Uma estrutura da política nacional, estratégia e mecanismos de coordenação para a prevenção do HIV entre os adolescentes e jovens formulada e aprovada até finais de 2007. A contribuição do UNFPA na subcomponente de SSR relativa a jovens e adolescentes é feita pelo apoio financeiro, técnico e programático ao Programa Inter-multissectorial de SSR/HIV/SIDA Geração BIZ. Com vista a definir, implementar e expandir um pacote compreensivo de SSR e HIV que responda à vulnerabilidade de adolescentes e jovens de 10-24 anos, foi elaborado e implementado em parceria com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) desde 2006 o protocolo e algoritmo para uma ampla introdução de testagem anti-HIV nos Serviços Amigos de Adolescentes e Jovens instalados no país até 2007. Através de uma consultoria especializada contratada foram formados formadores e provedores, durante o ano de 2007, e apoiou-se a sua 17 MISAU (2010) Nona Avaliação Conjunta Anual do Desempenho do Sector da Saúde (ACA IX). Relatório Final. Maputo: MISAU, Abril de 2010, p26 21 implementação por via de investimentos na aquisição de equipamentos e insumos básicos iniciais. Na formulação e aprovação de políticas estratégias para a prevenção do HIV entre os adolescentes e jovens, durante o período em avaliação foi em 2007 finalizado o Plano Estratégico do Ministério da Juventude e Desportos para o HIV e SIDA (POSIDA). O POSIDA foi divulgado e discutido na reunião VII planificação na Beira (2009), pelos chefes de departamento e foi adoptado como documento orientador para planificação do plano quinquenal. Adicionalmente, o programa apoiou o desenho, discussão e finalização da Estratégia de Álcool e Outras Drogas do MINED com componentes direccionadas ao adolescente e jovens incorporadas. A estratégia foi aprovada em conselho consultivo do sector e está em implementação nas 11 províncias do país através das unidades e Gabinete de Álcool e Outras Drogas. Com apoio do MJD, foram realizadas 10 acções de formação e capacitação de 312 activistas em matéria de prevenção e combate à droga e produzido material de formação e informação sobre a temática de álcool e outras drogas para o PGB. A inclusão do tema nas formações ocorreu durante o ano de 2009 conforme já havia sido recomendado desde 2008.18 Na componente de (re) formulação de normas e definição de documentos orientadores, no âmbito do MJD foram desenhados e implementados em todas as formações realizadas pela Direcção Nacional do Desporto, os novos currículos de formação com uma abordagem de SSRAJ. Trata-se de um modelo curricular tem por objectivo uma harmonização das informações que estão a ser repassadas aos participantes dos cursos de formação ministrados pelo MJD, especialmente na área do Desporto e deverá servir como modelo orientador dos processos de formação. Foi igualmente reformulado, elaborado, reproduzido e disponibilizado o Manual de Formação dos Formadores dos Activistas do PGB que inclui novos temas e abordagens. No âmbito do MISAU e, com vista a aumentar a oferta e acesso dos serviços das US aos jovens, foi elaborada, analisada e aprovada pelos Directores Nacionais/Provinciais a proposta de atenção para a saúde do adolescente. 18 UNFPA (2010) Relatório de Progresso Anual do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva/ITS/HIV/SIDA dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2009. Maputo: UNFPA/MJD/MISAU/MEC, 2010, p7 22 O desenho dos pacotes dos serviços a serem oferecidos ao adolescente segundo o nível de atenção, em cada uma das unidades e sua aprovação ficaram definidos para o primeiro semestre com implementação até o final de 2010.19 Entre 2007 e 2008 foram desenvolvidos pacotes de incentivos aos activistas das componentes dentro e fora da escola. Os pacotes desenvolvidos visavam atender a algumas características específicas para garantir sua sustentabilidade e institucionalidade, que fossem económica e operacionalmente viáveis; que fossem potencialmente adequados ao contexto do sector de educação e do sector da juventude e nas políticas vigentes. Para os activistas de base escolar o Ministério de Educação e Cultura (MEC) garante vaga no ensino secundário e isenção de propinas a todos os activistas do PGB. Quanto ao programa de base comunitária, a política de incentivos é baseada no acesso aos cursos técnicos ofertados pelo próprio Ministério da Juventude e Desportos, bem como no acesso garantido a 30% dos recursos do Fundo de Apoio as Iniciativas Juvenis exclusivamente aos grupos juvenis ligados ao PGB. 20 O material de informação e disseminação do pacote de incentivos aprovados pelo Ministro da Educação e Cultura foi disponibilizado para as províncias está em implementação em 8 das 11 províncias do país. Para o sector da Juventude e Desportos devido a alterações de quadro não foi assinada a política, mas a mesma foi aprovada em conselho técnico e consultivo e 50% das vagas em cursos promovidos pelo MJD são disponibilizadas a activistas de base comunitária. Saúdes encontram-se ainda em processo de elaboração e aprovação da respectiva política, existe já uma proposta desenvolvida pelo grupo técnico. Como forma de fortalecer os mecanismos de coordenação nacional para a prevenção do HIV entre adolescentes e jovens o programa apoiou o Conselho Nacional de Combate ao SIDA na componente juventude através da contratação e apoio de um Oficial da Juventude ao nível desta instituição. Tal procedimento permitiu ao CNCS participar nas reuniões Multissetoriais do Programa Geração BIZ a partir do segundo semestre de 2007 e a realização no mesmo ano do Encontro Nacional da Juventude sobre o HIV, no qual delegações de todas as províncias se reuniram e desenvolveram uma plataforma de actuação, alimentando o 19 Idem, p9 GoM (2008) Programa Geração BIZ. Relatório Anual de 2007. Relatório Técnico de Implementação do Programa no ano de 2007 e Principais Linhas de Desenvolvimento para o ano de 2008. Maputo: Ministério da Educação e Cultura, Ministério da Juventude e Desportos, Ministério da Saúde e Organizações da Sociedade Civil, Fevereiro de 2008, p7 20 23 próprio plano estratégico do sector da juventude na resposta a esta epidemia. Ainda nesta componente foram estabelecidos os Comités de Coordenação Multissectorial em todas as províncias e realizados vários encontros de coordenação. 21 Resultado 6: Capacidade institucional e técnica do Governo, parceiros da sociedade civil incluindo uniões comerciais e empregadores na expansão de uma sustentável, coordenada, evidencia-informada resposta a prevenção do HIV entre os adolescentes, jovens e trabalhadores fortalecida [Combinado com o resultado 8] Para alcançar este resultado, ao longo dos 3 anos o UNFPA programou apoiar a formação de pessoal técnico dos parceiros implementadores do programa em SSR/HIV/SIDA; apoiar a criação, legalização e desenvolvimento de associações juvenis para fortalecer o protagonismo da juventude; e garantir assistência regular e contínua a sociedade, associações juvenis, redes de associações juvenis, agencias das NU e outros parceiros chave. No âmbito do reforço de capacidade técnica e institucional dos parceiros do governo, o programa capacitou Gestores de nível central e provincial dos 3 ministérios em gestão de programas de SSR e mecanismos de coordenação e disponibilizou material e equipamento. No que se refere aos técnicos, em 2008 foram atribuídas aproximadamente 60 bolsas de estudo a técnicos dos 3 sectores que implementam o programa, quer ao nível provincial como também ao nível central e em 2009 houve concessão de bolsas de estudo para 105 beneficiários, sendo 26 activistas e os restantes técnicos das direcções (25 nas DPECs, 40 nas DPJDs e 14 no MISAU). Em relação a capacitação de gestores do Programa ao nível dos sectores diversos, entre 2008/9 foram capacitados na área de Educação um total de 351 gestores dentre Directores Provinciais, Directores Distritais, Coordenadores do PGB, Pontos Focais do HIV e SIDA quer provinciais como distritais e ainda Directores das Escolas em questões de SSR. O MJD apoiou na capacitação de 83 chefes e técnico de departamento no VIII Conselho Coordenador; apoiou a realização da VII reunião de planificação em Beira, com participação efectiva de 7 técnicos do nível central e orientou capacitações em planificação, monitoria e avaliação para 60 facilitadores. Na Saúde houve 21 GoM (2008) Programa Geração BIZ. Relatório Anual de 2007. Relatório Técnico de Implementação do Programa no ano de 2007 e Principais Linhas de Desenvolvimento para o ano de 2008. Maputo: Ministério da Educação e Cultura, Ministério da Juventude e Desportos, Ministério da Saúde e Organizações da Sociedade Civil, Fevereiro de 2008, p8 24 capacitação de gestores em 5 províncias: 34 em Cabo Delgado, 9 em Manica, Zambézia, 12 em Maputo Província e 23 em Maputo Cidade, totalizando 123 gestores. Foi igualmente possível realizar troca de experiências e rever a estratégia para aumentar acesso dos jovens aos serviços de saúde, tendo sido recomendado que estes encontros pudessem ser mais regulares e que se realizasse um balanço anual sobre estas reuniões. Foram capacitados e acompanhados 33 gestores directos do Programa em temas de SSRAJ a nível das Direcções, com apoio das assistências técnicas. No que diz respeito a bens, o programa apoiou a disponibilização de equipamento variado para o fortalecimento institucional e implementação do programa com destaque para viaturas (10), Computadores e impressoras (20), projectores (12), fotocopiadores (5) e vídeos para projecção de filmes temáticos (180); insumos de aconselhamento e testagem para os SAAJs (2000 testes de Determine e 400 da Unigold para as 11 províncias) e material para o registo de dados das actividades realizadas nos SAAJs (dentre os quais 50.000 fichas individuais, 3.000 livros de registo e 50.000 cartões).22 O programa iniciou em algumas províncias o processo de descentralização de pelo menos 40% dos recursos disponíveis nas Direcções Provinciais de Saúde e Educação e 30% no âmbito das DPJD para o nível distrital de execução. Esta actividade foi realizada no contexto das Direcções Provinciais da Educação e Juventude. A actividade registou atrasos na transferência de fundos às províncias devido aos subagreements com o governo terem sido alterados prejudicou em muito esta actividade. No entanto o processo implementação mostrou que mecanismos mais claros e padronizados seriam necessários para que esta medida se consolide e se expanda, bem como uma clara política de descentralização por parte das agências governamentais. Desde 2007 foram estabelecidas equipas mínimas provinciais para actuar nas questões do HIV e SIDA. Esta actividade não foi realizada nas Direcções Provinciais de Saúde, onde ainda existia apenas 1 técnico dedicado ao programa e não em tempo inteiro. Neste âmbito foi aplicado o Sistema de Aperfeiçoamento de Processos de Gestão (APROGE) cujos indicadores permitem uma análise do processo da expansão do PGB. De acordo com resultados, as principais melhorias foram sentidas nos aspectos relativos a conhecimentos e aplicação dos objectivos do PGB, papéis e responsabilidades dos intervenientes, processo de tomada de decisões, planificação e garantia de qualidade. 22 UNFPA (2010) Relatório de Progresso Anual do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva/ITS/HIV/SIDA dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2009. Maputo: UNFPA/MJD/MISAU/MEC, 2010, p14 25 Ainda neste sector foram formados em 2009 entre novos e reciclados 253 provedores em SSRAJ incluindo Aconselhamento e Testagem nas províncias de Manica (70 provedores formados e 25 reciclados), Nampula (48 formados), cidade de Maputo (45 formados), Tete (40 provedores), Cabo Delgado (25 provedores formados). Ficou estabelecido a articulação de inclusão dos conteúdos de SSRAJ nos currículos de formação através dos Institutos de Formação em Saúde no ano de 2010.23 O programa apoiou o fortalecimento de capacidades de associações juvenis em cada uma das províncias. Até ao final de 2007 foram fortalecidas 345 Associações Juvenis ligadas ao PGB. Foram legalizadas mais de 100 associações com processos concluídos e publicados em Boletim da República e através do Fundo de Apoio às iniciativas juvenis (FAIJ) apoiados mais de 107 projectos de jovens e usando o desporto como ferramenta de prevenção, através do investimento no FUT21, atingidos mais de 19.000 jovens em actividades frequentes. Paralelamente ocorreu a formação baseada em módulos e fortalecimento da Rede de Activistas, em temáticas de advocacia e tecnologia de comunicação e informação), para além de um processo de apoio e supervisão por parte dos assessores técnicos. Em 2008 foi elaborado um programa/documento estratégico de apoio directo a sociedade civil em particular as associações de jovens. Como resultado, em 2009 foram realizadas formações de formadores em pequenos negócios que alcançaram 28 líderes juvenis em Inhambane e 58 e Cabo Delgado; reciclados 70 formadores em gestão associativa, liderança, empreendedorismo, planificação e SSR, em Gaza e Niassa; realizada uma formação em avicultura para 50 membros de associações juvenis em Manica; apoiada a legalização de 142 Associações Juvenis, dentre as quais 58 desportivas e formados 120 agentes desportivos no novo currículo integrando a componente de SSR. Ao longo do período de implementação do 7º programa foi desenvolvido e implementado em parceria com MISAU, Pathfinder e Banco Mundial, um projetopiloto de introdução do TARV nos SAAJs do país. O projeto-piloto foi implementado em 2 locais, nomeadamente SAAJs de Xai-Xai e Hospital Central de Maputo tendo alcançado mais de 2,000 jovens em tratamento, e realizado mais de 6,000 testes HIV, cerca de 2.000 visitas domiciliárias ocorridas e quase 500 jovens gestantes em 23 UNFPA (2010) Relatório de Progresso Anual do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva/ITS/HIV/SIDA dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2009. Maputo: UNFPA/MJD/MISAU/MEC, 2010, p10 26 Prevenção de Tratamento Vertical. Os locais em questão atenderam aproximadamente 10% dos jovens em TARV em todo o país o que demonstrou ampliação do acesso da população jovem a serviços específicos e integrados na rede de saúde. 24 No âmbito da produção de divulgação do material institucional do PGB em 2008 foi elaborada 1 publicação que retrata a experiência do PGB ao longo dos seus quase 10 de implementação em português e inglês bem como foi lançada a webpage do PGB, foram concebidos 11 artigos que foram aprovados e apresentados na Conferência mundial sobre HIV e SIDA realizada no México. Para assegurar a disponibilidade de material de comunicação do programa ajustado e baseado na realidade, em 2009 foi realizado um Concurso Boas Praticas em que participaram todas as províncias a excepção de Sofala, Manica e Nampula, por não implementarem o PGB em 2007/2008. Numa primeira fase foram seleccionados 26 trabalhos, dos quais 23 foram premiados e serão objecto de publicação. Do concurso pode-se identificar as boas práticas que são adoptadas pelos diferentes intervenientes do PGB (gestores, provedores, professores e activistas) que participaram em grupo e individualmente. Resultado 7 Normas socioculturais e crenças na comunidade abordadas para melhorar a efectividade de actividades de prevenção, combate a violência sexual e domestica e redução do estigma e descriminação, através de iniciativas de comunicação de qualidade. Para informar o programa, em 2009 foi realizada uma pesquisa sobre género no âmbito do MINED, intitulada “Respondendo ao Assédio e Abuso Sexual Nas Escolas”. A referida pesquisa em forma de revisão de literatura teve como foco principal o assédio e abuso sexual no meio escolar e mesma teve como objectivo essencial informar o Programa sobre a situação do abuso e assédio sexual no contexto escolar, especialmente sobre as causas, mecanismos institucionais de prevenção e encaminhamento, resposta ao nível da família e da comunidade, bem como documentou experiências implementadas pelas organizações intervenientes nessa área. Optou-se pelo meio escolar primeiro, pelo facto do assédio sexual estar mais documentado ao nível das intervenções que ocorrem 24 GoM (2008) Programa Geração BIZ. Relatório Anual de 2007. Relatório Técnico de Implementação do Programa no ano de 2007 e Principais Linhas de Desenvolvimento para o ano de 2008. Maputo: Ministério da Educação e Cultura, Ministério da Juventude e Desportos, Ministério da Saúde e Organizações da Sociedade Civil, Fevereiro de 2008, p11 27 na comunidade comparativamente ao meio escolar; e segundo, porque as organizações que intervêm nesta área não têm feito uma documentação sistemática das suas experiências. No entanto, como previamente planeado não existe informação sobre o grau de incorporação das boas práticas, lições aprendidas e recomendações feitas pelo estudo no PGB.25 No âmbito da implementação do programa Conjunto do Sistema das NU, o UNFPA juntamente com a UNESCO no âmbito da promoção do reconhecimento sociocultural de práticas, normas e crenças em programas de saúde contrataram serviços de consultoria para a realização de uma pesquisa intitulada “Pesquisa Etnográfica Sobre Praticas Culturais e Comunitárias de Promoção de Saúde Sexual e Reprodutiva: Para uma Integração das Estratégias Culturalmente Relevantes nos Sistemas de Educação e de Saúde”. A pesquisa realizada em Nampula, Zambézia e Inhambane em 2009 tinha como objectivo geral proceder a identificação, descrição e análise das crenças e tabus, atitudes e práticas em relação a SSR e a identificação dos principais intervenientes na provisão de educação a nível da comunidade, escola e unidades sanitárias. Com os resultados da pesquisa esperava-se que sirvam de base para: a) o trabalho de advocacia; b) o desenho de ferramentas para a integração de aspectos culturais nas intervenções de saúde preventiva e curativa e c) o desenho de programas de saúde sexual e reprodutiva nas escolas tendo em conta a identidade cultural dos estudantes e professores. Resultado 8: O programa nacional de prevenção de HIV E SIDA, que é baseado em direitos e promove igualdade de género dimensionado para alcançar pelo menos 60 por cento da população alvo de adolescentes e jovens até final do ano 2009. Até finais de 2009 o Programa Geração Biz estava a ser implementado em todas as 11 províncias. Nas três componentes (saúde, educação e juventude) o programa alcançou um total de 3,183.906 adolescentes e jovens, representando aproximadamente 44.52% da população total do país dentro destes grupos populacionais. 25 UNFPA (2010) Relatório de Progresso Anual do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva/ITS/HIV/SIDA dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2009. Maputo: UNFPA/MJD/MISAU/MEC, 2010, p17 28 De forma global o programa superou em cerca de 4,5% a meta de cobertura de população (40% até ao final de 2009) de adolescentes e jovens alcançados pelo programa até ao final de 2009, na faixa etária dos 10-24 anos. 26 Em termos de contribuição das componentes pode-se observar que 45.40% foi da base escolar, 42.83% da base comunitária e 11.76% da saúde. O sector da educação, em 2009, possuía um total de 5,925 educadores de pares com um alcance de 1,445.774 jovens, um esforço para além do estimado para o alcance de activistas. O alcance estimado da população seria de 1,876.973 inferindo que um activista de base escolar possa ter em média 30 acessos por mês durante 10 meses. A base comunitária em 2009 possuía uma rede de 3,961 activistas que alcançaram 1,363.675 jovens, contra um número previsto de 4,979.109. Na componente clínica, o atendimento dos adolescentes e jovens em aconselhamento e testagem em HIV E SIDA representou 13.33% da população geral, sendo que foram aconselhados 374,457 adolescentes e jovens de um total de 2,809.449 pessoas nas Unidades Sanitárias do País. 27 Para aumentar o acesso dos jovens e adolescentes o MINED iniciou em 2009 a implementação do Programa ao nível do curso nocturno em diferentes escolas nomeadamente: i) escolas Joaquim Chissano, Xai-Xai e Mapai na província de Gaza com a utilização dos educadores de pares dos centros internatos, reforçados pelos da base comunitária que são também estudantes no curso nocturno; ii) Escola Secundaria 25 de Setembro de Homoíne na província de Inhambane, usando-se educadores de pares do curso diurno para realizar as actividades no curso nocturno; iii) Escola Secundaria de Machanga, na província de Gaza, onde os activistas do curso diurno realizam actividades no curso nocturno; e iv) Escolas Secundárias Eduardo Mondlane e a da Polana na cidade de Maputo em que ambas as escolas usam activistas dos cursos diurno e nocturno para garantir o funcionamento do canto de aconselhamento. No que diz respeito a expansão para o ensino técnico, a percentagem de escolas com o programa em implementação passou para os 100% no ano de 2009. 28 Como contribuição para a componente foi realizada uma pesquisa etnográfica em conjunto com UNESCO) que resultou na actualização dos dados de cobertura do Programa Geração Biz 26 UNFPA (2010) Relatório de Progresso Anual do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva/ITS/HIV/SIDA dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2009. Maputo: UNFPA/MJD/MISAU/MEC, 2010, p18 e p20 27 Idem 28 Idem, p18 29 Resultado 9: Informação chave sobre prevenção é regularmente coleccionada, analisada e usada para determinar a combinação adequada de medidas de prevenção de HIV, bem como lacunas e barreiras na política e implementação do Programa. Para alcançar este resultado, o 7º Programa Nacional do UNPFA previu construir e gerir uma base de dados sobre prevenção de HIV como forma de fortificar a base de conhecimentos dos parceiros de implementação em matérias de planificação efectiva do Programa e criar um único sistema nacional de monitorização e avaliação. Com apoio do UNPFA, foi implantado até finais de 2008 um sistema de monitoria e avaliação em todas as províncias do Programa Geração Biz. A Base de Dados do PGB, foi redesenhada e adoptada no último trimestre de 2009, tendo sido já realizadas as formações para Maputo Cidade e Província de Maputo. Ainda no contexto da monitoria do Programa e visando a recolha de informação sobre barreiras e lacunas na implementação do mesmo foram realizadas em foram realizados em média 2 a 3 encontros multissectoriais em todas as províncias e 4 encontros a nível central foram realizados; em 2009 realizados 7 supervisões sectoriais na área da educação, sendo que 2 foram complemento a capacitação dos gestores. As supervisões integradas, incluindo diferentes sectores não aconteceram e não há informação disponível sobre o progresso da mesma actividade nos sectores da juventude e desportos e da saúde.29 O Programa, em 2009, através de técnicos Direcção de Estudos e Projectos, da Direcção Nacional dos Assuntos da Juventude e das DPs da Juventude e Desportos foi realizado um estudo que envolveu 3 associações juvenis em cada província. O estudo realizado visava auxiliar o processo de avaliação, gestão da capacidade organizacional das Associações Juvenis, fornecendo elementos importantes para a sua estruturação, fortalecimento e desenvolvimento das suas actividades para as associações participantes do estudo com a elaboração de relatório por menorizado nas necessidades apresentadas; validar instrumento de diagnóstico para determinar o estágio de maturidade organizacional; obter uma visão rápida (retrato) da ONG; servir de base para melhorar o desenho de sistemas e processos de intervenção das Associações Juvenil. Paralelamente, o MJD através do estudo, pretendia ao nível institucional estabelecer estratégias que possam promover o desenvolvimento das Associações Juvenis de modo estruturado 29 UNPFA (2010) Relatório de Progresso Anual do Programa de SSR/ITS/HIV/SIDA dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2009. Maputo: UNPFA/MJD/MISAU/MEC, 2010,p20 30 baseado numa análise em profundidade sobre o ponto de situação de cada uma delas, e, intervir qualitativamente para promoção do movimento associativo juvenil.30 A nível do sector da educação foi realizada em duas fases, uma avaliação formativa da intervenção de base escolar (FESBI), com o objectivo de analisar as actuais estratégias, nomeadamente, eventos escolares, aconselhamento de pares, cantos de jovens e disponibilidade de preservativos para determinar as que precisam ser melhoradas de forma atingirem os resultados pretendidos. A Fase 1 deste processo decorreu em 9 das 11 províncias, alcançando 20 escolas; e a Fase 2 foi aplicada a 3 províncias em 6 escolas. Ambas as fases da avaliação identificaram lições aprendidas e forneceram recomendações relevantes para influenciar positivamente o desenvolvimento e implementação do Programa nas áreas de criação de condições para estabelecimento de cantos de aconselhamento em todas as escolas; na disponibilização e acessibilidade dos preservativos; no apoio técnico aos activistas para salvaguardar da qualidade do seu trabalho; no desenvolvimento de materiais e seu fornecimento às escolas; no aprimoramento dos conhecimentos dos activistas; e na advocacia do PGB como Programa do Governo para melhorar a sua integração, intervenção e gestão institucional. 31 2.2.2.Análise dos resultados da área da área de SSR 2.2.2.1.Saúde da Mulher, Neonatal e Infantil Criação de um ambiente favorável a promoção da saúde e direitos reprodutivos Um dos objectivos do 7º Programa Nacional do UNFPA foi o de promover o estabelecimento de um ambiente político e programático a favor da saúde reprodutiva e direitos reprodutivos da mulher. O desempenho do programa nesta componente foi misto. As actividades que contribuíram positivamente com resultados para o alcance deste objectivo referem-se à componente de formulação de Planos, Protocolos e Estratégias e colocação dos aspectos da saúde sexual e reprodutiva no topo das prioridades nacionais em geral e do sector da saúde em particular. A promoção e fortalecimento de parcerias para o diálogo, advocacia e construção de consenso para a aprovação, disseminação e implementação da Política Nacional de Saúde Sexual e Reprodutiva registaram poucos progressos. 30 31 Idem, p21 UNPFA (2010), op, cit, p22 31 Com efeito, o 7º Programa contribuiu significativamente de ponto de vista da assistência técnica e a nível de advocacia para o desenvolvimento, adopção e implementação de um conjunto e mecanismos técnicos e políticos com vista a redução da mortalidade materna, infantil e neonatal. Para além de constituir documentos orientadores chaves em termos de normas técnicas e protocolos clínicos, os mesmos são de importância fundamental para o redimensionamento estratégico das acções e fortalecimento do compromisso com vista ao alcance dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio. O apoio a Iniciativa Presidencial para a Redução da Mortalidade Materna, Neonatal e Infantil e o desenvolvimento da Parceria Nacional para a Promoção da Saúde Materna, Neonatal e Infantil, favoreceram um cometimento político a nível mais alto da liderança em relação aos aspectos da SSR, como também permitiram apoio a mobilização de recursos e parcerias necessárias para a promoção da saúde e direitos reprodutivos de mulheres, homens, adolescentes e crianças em Moçambique. A aprovação, disseminação e implementação da Política Nacional de Saúde Sexual e Reprodutiva constituiu o aspecto crítico para o alcance total deste objectivo. Quando o 7º CPAP iniciou a implementação das suas actividades já existia um esboço da política, mas ao longo dos três anos foi várias vezes discutida, corrigida e submetida a liderança do ministério da saúde para sua aprovação, situação que não ocorreu embora finalizada. A aprovação e implementação de uma Política Nacional de SSR são cruciais porque ela é que define o âmbito, os princípios, estratégias de realização, condições necessárias e o compromisso do país para garantia da realização e implementação dos Direitos Reprodutivos e da Saúde Reprodutiva da População. Elevado acesso a serviços de SSR de maior qualidade incluindo cuidados obstétricos de emergência Um dos principais objectivos do 7º CPAP foi o de incrementar o acesso de mulheres (para 50%) e de homens (para 10%) a serviços de SSR de qualidade. Embora, o impacto desta actividade seja visualizada na mudança de comportamento de indicadores e médio e longo prazo, existe o reconhecimento de que o programa atingiu o objectivo na componente de fortalecimento de capacidades institucionais e programáticas para prestação de serviços melhorados de saúde reprodutiva com vista a reduzir a mortalidade materna; persistindo desafios em relação ao desenvolvimento e 32 fortalecimento de sistemas logísticos, em particular de medicamentos e procurement de contraceptivos. As componentes de maior destaque no desempenho relacionam-se com o apoio prestado pelo UNFPA na elaboração e orçamentação de um Plano para a saúde materna e neonatal; no desenvolvimento e implementação da Parceria Nacional para a Promoção da Saúde Materna, Neonatal e Infantil e; na expansão acelerada dos cuidados obstétricos de emergência. O Plano definiu intervenções que visam reduzir e/ou eliminar as barreiras no acesso e aumentar a qualidade dos serviços que são prestados às Mulheres e Crianças e, representa um compromisso forte para alocar os recursos necessários com vista a acelerar os progressos já alcançados na redução da mortalidade materna, neonatal, infantil e infanto-juvenil ainda elevada no país. A Parceria para a Saúde da Mãe e da Criança constituiu um importante instrumento de advocacia, que mobilizou recursos e estabeleceu alianças visando a promoção da saúde das mulheres e crianças em Moçambique. Foi através desta parceria que UNFPA mobilizou cerca de 7.5 milhões de dólares que estão sendo canalizados de forma directa para as províncias que acolhem a iniciativa. O financiamento as formações contínuas sobre cuidados obstétricos e o apoio técnico prestado é das realizações de maior realce pois permitiram a expansão por mais unidades sanitárias da capacidade de provisão destes serviços. A existência de profissionais habilitados para o atendimento ao parto, diagnóstico precoce, manejo e tratamento atempado das complicações obstétricas tem potencialidades de fazer diferença positiva em termos de impacto pois é globalmente reconhecido como um dos factores cruciais para a prevenção e redução da mortalidade materna. No entanto, as intervenções relativas a Fistula vaginal, ao fortalecimento da segurança de artigos da saúde reprodutiva através do reforço do actual sistema e mecanismos de segurança de artigos do MISAU, ao planeamento familiar e sua componente logística, a facilitação do acesso de homens aos serviços de SSR incluindo a gradual substituição da contribuição do UNFPA por fundos provenientes de outras fontes como o OGE foram as componentes que menos progressos tiveram no objectivo de aumentar o acesso. Os resultados disponíveis nada revelam sobre o grau de implementação de intervenções relativas a fístula vaginal, nomeadamente formação de provedores e criação de centros regionais de tratamento. Dados sobre progressos atingidos até finais de 2009 não ilustraram resultados de realce no apoio ao fortalecimento do sistema logístico, constituindo uma das fragilidades do programa. Houve disponibilidade de equipamento 33 ao Centro de Abastecimento mas não se consolidaram os apoios ao fortalecimento de sistemas de gestão incluindo a finalização do desenvolvimento da Estratégia do Sector Farmacêutico (existe um esboço). Aspectos logísticos ligados a compra e distribuição de contraceptivos, constituíram outra deficiência. A substituição gradual da contribuição do UNFPA via alocação de fundos do Orçamento do Estado para esta actividade como se previa não aconteceu. Contribuiu para a falta de progressos nesta actividade a falta de normas e documentos orientadores que indicassem o grau de comprometimento do governo moçambicano em relação a proporção do volume de recursos a alocar para a satisfação das necessidades em matéria de anticonceptivos. Fortalecimento da abordagem sectorial ampla (SWAP) O programa do UNFPA contribui de forma relevante no fortalecimento da abordagem multisectorial ampla, processo SWAP. O funcionamento da abordagem SWAP é baseado em grupos técnicos de trabalho técnicos que funcionam também como mecanismos de coordenação da assistência exterior ao sector e não só. Como membro do Grupo Técnico de Saúde Sexual Reprodutiva, Saúde Neonatal e Infantil e Nutrição e sobretudo como parceiro de contacto o UNFPA contribuiu na coordenação e na realização de numerosos encontros técnicos onde se construiu o consenso sobre assuntos estratégicos, técnicos e de gestão do Programa Nacional de SSR. Os encontros facilitaram o desenvolvimento de uma visão comum entre o sector da saúde e seus parceiros chave em relação a políticas e estratégias no contexto da SSR e, sobretudo na definição de prioridades. Este Grupo tem constituído um fórum activo de discussões técnicas, análise e desenvolvimento de documentos chave como politicas, estratégias, planos, programas, normas e outros assuntos técnicos, rentabilizando e criando sinergias entre a capacidade técnica existente a nível do MISAU e Parceiros. Para além do grupo técnico maior do SWAP, o UNFPA participou em outros subgrupos, de Monitoria e Avaliação, de Medicamentos, de bens e produtos de SSR e de preservativos. Qualquer actividade que foi apoiada pelo UNFPA era sempre em coordenação com estes subgrupos dos quais participam outras agências das NU e ONGs internacionais. A participação nos subgrupos não somente conferiu melhorias em aspectos específicos como o processo de planificação necessidades em termos de preservativos e anticonceptivos; mas também facilitou harmonização de apoios e consolidação de parcerias. Um dos exemplos de sucesso foi o processo de elaboração 34 pelo MISAU do Plano Nacional Integrado para o Alcance dos ODMs 4 e 5 em 2008 no qual participaram muitos parceiros e os grupos técnicos serviram de plataforma para discussão e obtenção de consenso. Participação e apoio técnico aos processos planificação e a revisão conjunta Ao longo dos três anos de vigência do 7º programa, o UNFPA participou e apoiou de ponto de vista técnico a elaboração dos PES, Planos Operacionais do sector da saúde, consolidação dos balanços dos PES, na realização das ACAs do sector da saúde e no relatório de progresso dos objectivos de desenvolvimento do milénio. O processo de avaliação conjunta anual é uma actividade parte da operacionalização da abordagem SWAP que iniciou em 2002, em que o sector da saúde empreende uma avaliação do seu desempenho em conjunto com os seus parceiros. O processo é baseado na análise dos indicadores do Quadro de Avaliação do Desempenho do sector de saúde operacionalizado no contexto da implementação do novo memorando de entendimento assinado em 2008. Estes indicadores complementaram os da Lista Nacional de Monitorização (LNM) baseados no Plano Estratégico do Sector da Saúde (PESS). Com a aprovação do QAD Saúde o desempenho do sector da saúde passou a ser avaliado na base de metas, deu-se um passo com vista a melhorar a qualidade do próprio processo de avaliação de desempenho, conferiu-se pujança ao processo de M&A. Mobilização de recursos para a área de SSR e redução da mortalidade materna, neonatal e infantil Ao longo dos três anos de implementação do 7º Programa, o UNFPA destacou-se na mobilização para o país de recursos para o sector da saúde área de saúde materna e infantil tanto através de fundos próprios como de outras fontes como foi o caso da Parceria via Fundação Bill e Melinda Gates. Esta parceria aumentou a capacidade técnica do sector, financiou cursos de formação inicial de enfermeiras de Saúde Materna e Infantil com vista a aumentar a capacidade técnica do sector. Com a assinatura em 2008 do Memorando de Entendimento PROSAUDE, o UNFPA incrementou seu financiamento ao sector contribuindo com cerca de 80% do envelope total de recursos 35 do sector alocados para 2009 e comprometeu-se a aumentar em 900% (de $50.000 a $500.000) a sua contribuição para o Fundo Comum PROSAUDE a partir de 2009. Esta mobilização de fundos pelo UNFPA permitiu colmatar parcialmente o défice de falta de garantia de alocação de fundos via Orçamento do Estado para a componente de procura de Bens e Produtos para a SSR. A flexibilidade dos mecanismos de desembolso de fundos ao sector é reconhecida por este como sendo uma das melhores práticas durante o período em avaliação. Embora tenha sido mobilizados recursos significativos para o sector, esta actividade poderia ter tido mais impacto se os mesmos tivessem sido canalizados do nível central ao nível provincial do sector em tempo útil que constava nos planos. Esta foi uma das grandes fraquezas devido sobretudo a falta de recursos humanos em quantidade e qualidade para responder à maior demanda de actividades. Reforço do sistema de informação de saúde e monitoria da qualidade de cuidados A construção de uma base de conhecimento fiável para uma efectiva planificação, monitorização e avaliação através do apoio à revisão e operacionalização do actual SIS incluindo indicadores da saúde reprodutiva, através da elaboração e revisão de instrumentos de colecta e análise de dados é reconhecido como um dos objectivos cujos avanços foram evidentes. O Sistema de Informação para a Saúde constitui a plataforma para a planificação, monitoria e avaliação do Programa de SSR e a actividade de sua reorganização é vital para a melhoria do processo de tomada de decisão baseada em evidência, destacando como grandes áreas de atenção a desagregação dos dados por sexo e a modernização e simplificação do sistema. A revisão de mecanismos de colecta de dados e a formação do pessoal técnico para o uso dessas ferramentas constitui um dos resultados de realce do programa. Um dos aspectos fortes do mecanismo de M&A é existência de indicadores. Estes constituem a base de qualquer sistema de M&A e através deles que o sector mede o progresso das actividades e avalia se as metas foram alcançadas. O UNFPA contribuiu na definição, revisão, inclusão e operacionalização dentro do SIS e QAD de indicadores de SSR. A existência destes indicadores conferiu força ao mecanismo de monitoria e de avaliação do desempenho. Com apoio dado na re-institucionalização do Comité de Auditoria de Mortes Maternas e Neonatais UNFPA contribuiu no reforço do sistema de M&A da qualidade de serviços. Com este comité ficou lançada a base de análise a partir da qual se podem fornecer 36 evidências para a definição de estratégias e intervenções que melhorem a qualidade de cuidados intra-hospitalares e consequentemente a diminuição do número de mortes evitáveis nas mulheres que chegam até às instituições de Saúde. Todavia, embora bem definida nos documentos estratégicos, esta intervenção necessita de um apoio mais sistemático e efectivo do nível central e provincial para a sua efectiva implementação. Embora reforçado o SIS o sector confronta-se com constrangimentos. Um deles foi a dificuldade de realizar a componente de supervisão relevante para o processo de monitoria e avaliação. Há problemas de gestão de recursos humanos internamente no sector de saúde que não permitiram que quando necessários os técnicos das áreas abrangidas pelo programa estivessem disponíveis para a supervisão; e sem a supervisão que é elemento chave no acompanhamento dos progressos que são atingidos com a implementação de actividades, a questão da qualidade dos serviços pode ter sido afectada. Outro constrangimento é que o SIS enfrenta o desafio de providenciar atempadamente dados com qualidade e de garantir que o nível onde são registados e recolhidos (US, distritos) possua a capacidade e a autoridade para tomar decisões com base nesses dados. Embora o SIS tenha constituído uma preocupação permanente do sector e dos parceiros nos últimos anos, existem ainda fragilidades no sistema de informação que limitam a fiabilidade e o volume de dados recolhidos, processados e disseminados pelo SIS. 2.2.2.2.Saúde Sexual e Reprodutiva de Jovens e Adolescentes Desenvolvimento da capacidade institucional e técnica dos parceiros O programa investiu significativamente no desenvolvimento da capacidade institucional dos ministérios parceiros e associações juvenis na implementação e expansão um pacote compreensivo de SSR e HIV que responda à vulnerabilidade de adolescentes e jovens de 10-24 anos. Ao nível dos parceiros ministeriais o investimento feito ocorreu não somente em formações mas também na criação de mecanismos institucionais de coordenação e na criação de equipas mínimas institucionalizadas de implementação do programa. A nível das organizações da sociedade civil, sobretudo associações de jovens da cidade de Maputo o programa investiu no fortalecimento das suas capacidades programáticas, sobretudo na autonomia de gestão, implementação e monitoria das suas 37 actividades; domínios em que estas estavam anteriormente dependentes das organizações não-governamentais internacionais doadoras. Os resultados atingidos pelo programa evidenciam que os objectivos do mesmo no que concerne a esta componente estão sendo atingidos. As actividades de capacitação institucional e técnica implementadas até finais de 2009, vão de encontro às reais e efectivas necessidades dos beneficiários, principalmente na participação de gestores de nível central e provincial em cursos de treinamento e capacitação técnica nas áreas de SSR para jovens e mecanismos de coordenação e com apoio da assistência técnica. Estes apoios do programa constituem indicadores assinaláveis de que o UNFPA potenciou os parceiros governamentais com recursos materiais, recursos humanos, habilidades técnicas em matéria de SSR de jovens e adolescentes, monitoria e mecanismos de implementação do programa a nível das províncias. O funcionamento das equipes de trabalho demonstra que as equipes mínimas presentes nas direcções provinciais e nos Ministérios tem melhor conhecimento do seu papel, tem maior condição de decidir e planificar e, assim, garantir qualidade.Com o apoio do programa as associações de jovens dispõem de base institucional e técnica necessária para um bom desempenho e uma aperfeiçoada execução técnica das suas actividades: estas são mais proactivas, submetem seus planos de trabalho, recebem fundos directamente e são responsáveis pela implementação das actividades e o respectivo reporte, situação que não ocorria anteriormente. Embora tenham sido atingidos os objectivos em relação a esta componente, permanecem desafios que precisam ser considerados para não anular os ganhos obtidos. A nível dos parceiros governamentais a capacidade técnica ainda é incipiente a nível central contrariamente a nível provincial. Não somente o nível central possui técnicos mais capacitados, mas dispõe igualmente e em termos comparativos de mais oportunidades e responsabilidades, tornando o nível de cometimento e aceitabilidades das formações diferenciado com o nível provincial. A nível central muitas responsabilidades dos técnicos diluem os papéis e estes tem alocado menos tempo para as actividades do Programa. Paralelamente impõe-se o desafio da retenção do pessoal formado nos parceiros pois a dinâmica do mercado profissional, tem imposto que técnicos formados respondam demandas de profissionais nas ONGs; mesmo quando permanecem no governo, pela sua mobilidade profissional e progresso na carreira assumem postos hierárquicos que não são compatíveis com a sua permanência e contribuição activa no programa. 38 O programa via acções de formação fortaleceu a capacidade de associações de jovens mas os desafios actuais são: replicar o sucesso de Maputo as outras províncias; tornar estas organizações juvenis sustentáveis na sua base social, bem como com capacidade ampliada de aceder a fundos adicionais àqueles disponíveis pelo PGB e garantir a participação de representantes jovens nas instâncias de decisão do PGB. No entanto, constitui lição aprendida que o fortalecimento da sociedade civil é de crucial importância porque pode ser um caminho relevante para a sustentabilidade social do Programa. Por outro lado foi coleccionada e utilizada regulamente informação relevante para determinar a combinação adequada de medidas de prevenção de HIV, bem como lacunas e barreiras na política e implementação do programa. Para alcançar este resultado, o 7º programa Nacional do UNFPA previu construir e gerir uma base de dados sobre prevenção de HIV como forma de fortificar a base de conhecimentos dos parceiros de implementação em matérias de planificação efectiva do programa e criar um único sistema nacional de monitorização e avaliação. Com apoio do UNFPA, foi implantado até finais de 2008 um sistema de monitoria e avaliação em todas as províncias do PGB. A base de dados do PGB, foi redesenhada e adoptada no último trimestre de 2009, tendo sido já realizadas as formações para Maputo Cidade e Província de Maputo. Ainda no contexto da monitoria do programa e visando a recolha de informação sobre barreiras e lacunas na implementação do mesmo foram realizadas em média 2 a 3 encontros multissectoriais em todas as províncias e 4 encontros a nível central foram realizados; em 2009 realizados 7 supervisões sectoriais na área da educação, sendo que 2 foram complemento a capacitação dos gestores. As supervisões integradas, incluindo diferentes sectores não aconteceram e não há informação disponível sobre o progresso da mesma actividade nos sectores da juventude e desportos e da saúde.32 O programa, em 2009, através de técnica Direcção de Estudos e Projectos, da Direcção Nacional dos Assuntos da Juventude e das DPJD foi realizado um estudo que envolveu 3 associações juvenis em cada província. 32 UNFPA (2010) Relatório de Progresso Anual do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva/ITS/HIV/SIDA dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2009. Maputo: UNFPA/MJD/MISAU/MEC, 2010,p20 39 O estudo realizado visava auxiliar o processo de avaliação, gestão da capacidade organizacional das Associações Juvenis, fornecendo elementos importantes para a sua estruturação, fortalecimento e desenvolvimento das suas actividades para as associações participantes do estudo com a elaboração de relatório por menorizado nas necessidades apresentadas; validar instrumento de diagnóstico para determinar o estágio de maturidade organizacional; obter uma visão rápida (retrato) da ONG; servir de base para melhorar o desenho de sistemas e processos de intervenção das Associações Juvenil. Paralelamente, o MJD através do estudo pretendia ao nível institucional estabelecer estratégias que possam promover o desenvolvimento das Associações Juvenis de modo estruturado baseado numa análise em profundidade sobre o ponto de situação de cada uma delas, e, intervir qualitativamente para promoção do movimento associativo juvenil.33 A nível do sector da educação foi realizada em duas fases, uma avaliação formativa da intervenção de base escolar (FESBI), com o objectivo de analisar as actuais estratégias, nomeadamente, eventos escolares, aconselhamento de pares, cantos de jovens e disponibilidade de preservativos para determinar as que precisam ser melhoradas de forma atingirem os resultados pretendidos. A Fase 1 deste processo decorreu em 9 das 11 províncias, alcançando 20 escolas; e a Fase 2 foi aplicada a 3 províncias em 6 escolas. Ambas as fases da avaliação identificaram lições aprendidas e forneceram recomendações relevantes para influenciar positivamente o desenvolvimento e implementação do programa nas áreas de criação de condições para estabelecimento de cantos de aconselhamento em todas as escolas; na disponibilização e acessibilidade dos preservativos; no apoio técnico aos activistas para salvaguardar da qualidade do seu trabalho; no desenvolvimento de materiais e seu fornecimento às escolas; no aprimoramento dos conhecimentos dos activistas; e na advocacia do PGB como Programa do Governo para melhorar a sua integração, intervenção e gestão institucional. 34 Expansão da cobertura e do acesso de jovens e adolescentes a serviços de SSR O UNFPA previu juntamente com outros parceiros de desenvolvimento alargar o apoio ao Programa Geração Biz como forma de cobrir todas as províncias do país até ao final 33 34 Idem, p21 UNFPA (2010), op, cit, p22 40 do 7º ciclo do programa nacional em 2009 ora em avaliação. Este objectivo foi globalmente alcançado. Este programa é implementado a nível nacional em todas 11 províncias do país e em todos os níveis Central, Provincial e Distrital. Neste momento o PGB cobre cerca de 123 dos 148 distritos do país, o que corresponde a uma taxa de cobertura de 87.7% da meta regional definida de 100%. Embora este constituía uma das áreas de melhor desempenho do programa, este resultado atingido é por outro lado um desafio a nível de elevação e manutenção da qualidade de serviços e na capacidade do programa em atingir os pontos mais recônditos do país, pois, na maior parte dos distritos o programa é implementado a nível das sedes distritais, sobretudo nas províncias onde a extensão é recente, havendo necessidade de passar das sedes distritais para os postos administrativos. Ainda no que concerne a cobertura distrital são ainda preocupantes os baixos índices de cobertura de província de Niassa, onde 8 dos 16 distritos são cobertos (50%), e principalmente Nampula, a província mais populosa do país onde apenas 6 dos 21 distritos (28.6%) implementam o programa. Ao longo do período de implementação do 7º programa do UNFPA, o Programa Geração Biz expandiu-se e facilitou o alcance de pelo menos 44.5% da população alvo de adolescentes e jovens até ao final de 2009, superando a meta prevista. Contribuiu para este desempenho a capacitação técnica de execução do programa das contrapartes governamental e sociedade civil; a integração de SSR/HIV/SIDA nos currículos escolares a diferentes níveis; a expansão da implementação do programa para escolas técnicas e de curso nocturno; a formação de educadores de pares e professores (em algumas províncias como a Zambézia metade dos activistas de base escolar são professores); o alargamento do grupo alvo do programa para incluir outras categorias de jovens com necessidades específicas; e a contínua formação de activistas. A extensão do programa para outros grupos juvenis foi um dos grandes resultados em termos de expansão de programa. O PGB foi concebido e era implementado para jovens considerados “normais” tanto a nível escolar como comunitário. A partir de 2008 o programa redimensionou seus grupos de beneficiários tornando-se mais inclusivo para jovens prisioneiros, jovens portadores de deficiência, trabalhadoras de sexo e homossexuais. Esta abertura teve boa receptividade a nível do governo, integrando mais sectores parceiros como o Ministério da Justiça, o Ministério da Mulher. A inclusão de outras categorias de jovens não somente significou aumento de coberta mas sobretudo a facilitação do acesso a serviços de SSR/HIV/SIDA a grupos que sofrem estigma e descriminação como também a adaptação do mesmo às necessidades específicas de 41 determinados grupos de jovens: aos deficientes visuais foi desenvolvido material de informação e comunicação em Braille; aos portadores de deficiência auditiva foi usada a linguagem especial como forma de passar a mensagem e era uma forma de responder. Muitos destes temas foram integrados nos materiais de formação de educadores de pares e activistas para que estes estejam a altura de responder a essas necessidades específicas. Em termos do desempenho sectorial, há uma contribuição diferenciada das componentes para o alcance das metas de cobertura do programa desfavorável para a componente clínica. A base escolar do programa teve um desempenho acima das metas estabelecidas e conseguiu suportar o alcance global das metas. A base comunitária do programa teve grandes metas, na concepção da abordagem do programa imaginando que os activistas teriam mais tempo para sensibilizar, mas estes alcançam muito poucos resultados em comparação com a base escolar. Todavia, trata-se de uma componente que tem ainda potencialidades para apresentar resultados positivos sem que isso implique investimentos em processos de formação de novos activistas. Tem contribuído para o fraco desempenho comparativo da base clínica, a própria estrutura de funcionamento dos serviços de saúde que tem variados e grandes programas a implementar, e como consequência o PGB é visto como mais um programa entre outros e não encarado como aquele em que o sector tem também obrigação de prestar contas. Paralelamente, há um limitado acompanhamento do programa por parte do sector de saúde a nível provincial que resulta em parte pelo facto de este incluir pessoal técnico que nem sempre estão disponíveis para participar nas equipas técnicas intersectoriais estabelecidas. Apesar da significativa contribuição do sector escolar, poderia se avançar muito no alcance dos resultados na base escolar se o PGB pudesse aumentar a cobertura e sobretudo o funcionamento dos cantos de aconselhamento para todas as escolas. Por exemplo, actualmente o PGB na Zambézia cobre 162 escolas e apenas 13 possuem cantos de aconselhamento (cobertura de 8%) o que é muito pouco para a idade e experiencia de implementação do programa nesta província. Além da limitada cobertura, o próprio funcionamento dos cantos de aconselhamento não é o apropriado. Há referência de escolas em que os directores das mesmas, necessitando de espaço para outras finalidades pedagógicas e administrativas têm retirado os activistas, se apoderado dos cantos, situação que limita uma melhor e eficaz resposta as necessidades dos adolescentes em termos de aconselhamento e disponibilidade de informação. 42 Gestão e Coordenação Multissectorial A abordagem multissectorial subjacente a implementação do programa de prevenção ao HIV e SSR para jovens e adolescentes é reconhecido por todos intervenientes como um dos maiores e fortes factores de sucessos bem como uma das suas melhores práticas e experiencias de destaque na sua implementação. Ao longo dos últimos três anos esta abordagem continuou a ser reforçada e continuou contribuindo para aumentar comunicação, interacção entre os sectores governamentais. A abordagem facilitou sinergia entre as instituições governamentais e por consequência a satisfação das diferentes necessidades dos jovens. Em relação as sinergias, os três sectores planificam conjuntamente, implementam conjuntamente e avaliam conjuntamente o que resulta num único plano, único reporte e em práticas e mecanismos conjuntos de coordenação; uma prática igualmente reconhecida como merecedora de réplica em outras iniciativas sectoriais afins. Embora declarado como sendo uma das melhores práticas, a comunicação e a interacção nem sempre existem entre os diferentes sectores e a todos os níveis. Os parceiros governamentais reconhecem que a nível central e dentro de cada um dos sectores, há problemas de disponibilidade de técnicos para as actividades do PGB nas áreas de educação e saúde, diferentemente do que se passa na juventude e desportos. Esta situação está relacionada com o processo de gestão de actividades e de pessoal em cada um dos sectores e isso resulta no facto de muitos técnicos ficarem sobrecarregados pelo seu envolvimento em outras actividades e não encontram espaço para priorizar e realizar as actividades do programa. Decorrente desta situação a coordenação intersectorial tem sido afectada de igual modo, havendo dificuldades de disponibilidade de técnicos de diferentes sectores envolvidos no PGB para a realização de actividades conjuntas. O exemplo crítico é o das supervisões integradas que deveriam ser realizadas em conjunto mas que não ocorrem e isso acaba por tornar-se num hiato que reduz e enfraquece as potencialidades da abordagem multissectorial pelo facto de que cada sector estar num ritmo diferenciado dos outros. A nível provincial, embora o grau de articulação intersectorial varie com o estágio de desenvolvimento do programa, reconhece-se mais interligação entre os sectores da educação e juventude e desportos e pouca interacção com o sector de saúde. A falta de técnicos com responsabilidades de fazer acompanhamento pleno do programa tal como 43 ocorre nos outros sectores e a existência de uma estrutura sólida com sistemas próprios de monitoria e avaliação do lado da saúde pode estar a contribuir para esta situação. No entanto, esta falta de interacção funcional pode ter influenciado alguns resultados do programa componente clínica do mesmo, cujo desempenho global é critico, e mais particularmente nas províncias de Niassa (cobertura de 15%), Manica (9%), Sofala (8%), Inhambane e Maputo província (7%) e, Maputo cidade (4%). Este é um dos desafios do programa pois o sector da saúde é muito importante na implementação do PGB, providencia serviços de SAAJs, forma provedores, recebe parte substancial de recursos para anticonceptivos; e se não participa nas equipas e fóruns multissectoriais estabelecidos não há como o PGB satisfazer todas necessidades de jovens, gerar um impacto global e sobretudo atingir os resultados previstos. Produção e disponibilização de equipamento e material de IEC e bens e produtos de SSR A disponibilização de equipamento e material de informação, educação e comunicação em tempo útil e quantidades suficientes continua sendo considerado um aspecto crítico do programa que abrange todos os sectores. A disponibilidade de materiais de informação, educação e comunicação em tempo útil faz muita diferença positiva para o alcance dos objectivos do programa. Trata-se de material impresso como cartazes e folhetos, CDs, material audiovisual e em línguas locais e para grupos específicos de jovens como não escolarizados, jovens em alta mobilidade, vendedores informais entre outros. Por outro lado, reconhece-se que o programa esteve no auge precisamente quando este dispunha de material de informação e educação em tempo útil. Porém, a falta destes materiais na actualidade desmotiva os activistas e educadores que vem nesse défice de material como sinal de seu fracasso. O programa fez esforços para incluir tópicos adicionais nos materiais de IEC tais como álcool, droga e violência baseada em género como factores de vulnerabilidade de jovens, bem como incluir necessidades de audiências especializadas como jovens deficientes visuais mas o esforço é ainda circunscrito em termos de cobertura e facilitação de acesso dos materiais para produzir impacto global desejado. Na actualidade admite-se que no que se refere a produção e distribuição atempada dos materiais de comunicação do Programa, mesmo com os esforços empenhados na manutenção frequente de stocks de material para atender as demandas das províncias, a 44 produção não tem se mostrado suficiente para garantir a cobertura da população alcançada, não se tendo atingido no final de 2009 da meta estabelecida de ao menos 1 material por jovem acesso ao ano. Mesmo a nível de disponibilização de bens e produtos de SSR tal como os preservativos há desafios. Reconhece-se que em todas as províncias persiste a necessidade de um trabalho contínuo no que concerne a estratégia de disponibilização de preservativo mas focada para o alcance da meta que é a de atingir 48 preservativos por jovem sexualmente activo/alcançado ao ano. As médias de disponibilização, apresentadas até finais de 2009, indicam que não está sendo efectiva a cobertura das necessidades dos jovens em termos de adopção de práticas sexuais seguras. 35 Consideração de aspectos socioculturais O PGB é implementado a nível nacional em contextos culturalmente diversificados e com suas especificidades sobretudo em questões de SSR. Ao longo dos últimos 3 anos houve esforço de inclusão destes aspectos nos manuais e protocolos do programa. Os aspectos socioculturais são tomados em conta na formação dos activistas. Antes e durante a formação os pais são abordados para melhor compreensão do contexto cultural em que o programa está a ser implementado. As normas socioculturais tais como a questão do estigma, da violência baseada em género são tratadas como conteúdo do programa a nível dos materiais de formação de activistas. No entanto, uma abordagem socioculturalmente adaptada aos contextos de implementação do programa com o rigor necessário e baseado em evidências empíricas para além dos manuais e ferramentas continua ser um desafio para conferir maior impacto as intervenções do programa. A nível dos interlocutores provinciais há um reconhecimento de que os aspectos culturais interferem no desempenho do próprio programa podendo limitar a sua capacidade de atingir os resultados. Primeiro há uma dificuldade de integrar e fazer participar os líderes no programa e estes são os influentes e que modelam comportamentos nas comunidades; segundo, estão a ser usados abordagens de comunicação idênticas e não rigorosas e contextualmente adaptados quando os valores UNFPA (2010) Relatório de Progresso Anual do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva/ITS/HIV/SIDA dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2009. Maputo: UNFPA/MJD/MISAU/MEC, 2010, p15 35 45 relativos a sexualidade são diferentes de província a província e mesmo dentro de cada província e distrito. Como consequência, em alguns contextos, as mensagens difundidas e a informação disponibilizada antagoniza com os conhecimentos localmente disponibilizados por outras instâncias de educação não formal (ex. ritos) acabando tendo efeito perverso de aumentar a vulnerabilidade dos jovens e adolescentes no lugar de reduzi-la. Mobilização de recursos, estabelecimento de parcerias e ligação a iniciativas afins Esta foi a componente de menor expressão ao longo da implementação do 7º Programa Nacional do UNFPA. Continua sendo um enorme desafio a mobilização de recursos técnicos, materiais e financeiros para além dos recursos próprios do UNFPA. Do ponto de vista técnico, onde está sendo implementado o PGB (sobretudo a nível de escolas e comunidades) há necessidade de agentes (activistas, professores, pais e encarregados de educação) com conhecimentos e capacidades de uso de técnicas e ferramentas de implementação do programa. Há também dificuldades de a nível local estabelecerem-se parcerias locais que mobilizem recursos e/ou facilitem sinergias com potencialidades de imprimir uma dinâmica de implementação do programa favorável ao alcance dos objectivos preconizados. Esta situação resulta da fraca articulação a este nível com outros actores em especial ONGs/OCBs que abordam aspectos e temáticas sobre SSR/HIV/SIDA que possam facilitar a implementação de actividades do programa e mesmo para coordenação de actividades bem como a troca de experiencias e boas práticas. O estabelecimento de parcerias e a ligação com outras iniciativas representaria uma mais-valia que facilitaria o programa ir ao encontro dos objectivos propostos, porque a expansão e implantação do mesmo ocorre onde já existem algumas iniciativas e actividades desenvolvidas por outros actores e seria oportuno aproveitar as bases institucionais, estruturas montadas e recursos técnicos como os jovens activistas com sólida experiência em actividades de SSR e conhecimentos na promoção de actividades de prevenção do HIV e SIDA. Agindo dessa forma, isto é, considerando as actividades já realizadas pelas outras contrapartes; se criariam potencialidades para aproveitar a capacidade institucional e humana já instalada; se reforçariam actividades em andamento nos projectos e programas implementados; evitar-se-ia a duplicação de actividades, o dispêndio de recursos e esforços; e sobretudo; facilitaria o acesso a outras 46 fontes de recursos e a apropriação de componentes do programa por actores da sociedade civil. Monitoria, avaliação e uso de evidências O sistema de monitoria e avaliação é constituído por uma base de dados, com indicadores básicos e instrumentos de recolha de dados sobre as actividades realizadas de acordo com o plano estabelecido em cada nível de intervenção Um dos aspectos positivos do mecanismo de M&A é existência de indicadores que através deles se mede o progresso das actividades e se avalia se as metas foram alcançadas e se permite obter uma visão mais clara do alcance dos resultados do programa. A monitoria da implementação no terreno faz-se através da supervisão dos parceiros ou visitas de campo integradas e a informação é partilhado com os NPCS e o CNCS. Existem igualmente grupos técnicos de apoio, no qual o UNFPA faz parte (ex. grupos técnicos de HIV e SIDA das NU) e participa em diversos fóruns onde disponibiliza informação sobre o progresso da resposta do HIV e SIDA no país e documentação de evidencias Até meados de 2009 existia um sistema de M&A funcional que consistia numa base de dados redesenhada e usada a nível provincial para incluir informação via registos e instrumentos criados de recolha de dados estabelecidos. No entanto, constatados problemas relativos ao preenchimento inadequado dos mesmos e ao reporte tardio da informação para o nível central e, com vista ao aperfeiçoamento do sistema, o grupo de coordenação decidiu pelo uso de um sistema de M&A na base da webpage, instalado por um consultor contratado mas que na actualidade tem pouca efectividade. Há problemas ainda a nível dos parceiros em decidir qual dos mecanismos usar e também no uso da informação para nos processos de tomadas de decisão e planificação. Sustentabilidade e apropriação do programa pelo parceiro governamental A sustentabilidade das iniciativas de promoção de SSR para jovens e adolescentes persiste como o maior desafio porque oferece possibilidades para uma futura apropriação da iniciativa pelos parceiros. No entanto, o 7º Programa Nacional do UNFPA envidou esforços para atingir este objectivo, mas o potencial de apropriação e sustentabilidade do PGB pelos parceiros não está ainda assegurada por diferentes motivos: 47 Liderança da gestão do programa ainda na assistência técnica: em 2009 houve necessidade de realizar a passagem de um programa cuja liderança estava nos doadores para uma liderança do governo limitando o papel da assistência técnica. Igualmente foi definido 2010/11 como fase de transição para o governo ter a capacidade necessária de assumir e gerir o programa, o que passaria por não se ter assessores técnicos. O pressuposto é relevante, o desenho é eficaz mas em termos práticos não está acontecendo como desejado. O UNFPA transferiu a liderança aos parceiros governamentais mas efectivamente a sua implementação e gestão técnica ainda está sob gestão dos assessores técnicos. O período definido revela-se limitado para o grande desafio existente de transmissão de capacidades técnicas. Limitada descentralização de actividades ao nível local: a apropriação passa pela descentralização e o programa ainda tem problemas a nível provincial, há desníveis em cada província em termos de desempenho desta componente. Até 2012 a capacidade necessária para a apropriação seria ainda incipiente, ela vai existir mas não na sua efectividade porque não depende do UNFPA. As ferramentas, conhecimentos e abordagens necessárias precisam de transmissão e acompanhamento em mais tempo. A este nível é preciso garantir que por exemplo os recursos actualmente alocados aos sectores a nível da província e que são geridos numa base centralizada cheguem aos distritos, sobretudo em tempo útil e quando necessários para poderem ter potencial de gerar transformações com vista aos resultados desejados. Limitada institucionalização e integração nos planos sectoriais: para uma melhor apropriação do programa, o governo deveria ter as actividades do PGB orçamentadas nos planos e orçamentos dos respectivos sectores que implementam, ou seja, nos Planos Económicos e Sociais (PES). Essa integração é importante pois fará com que as actividades do PGB sejam consideradas tanto na implementação como na prestação de contas ao mesmo nível que outras actividades sectoriais nos fóruns respectivos (conselhos consultivos e coordenadores entre outros). Na actualidade, essa integração continua um desafio e o programa é ainda visto por alguns intervenientes (ex. técnicos sectoriais) numa “abordagem de projecto”, como algo a margem das actividades vocacionais dos sectores. No início da sua implementação o projecto criou facilidades em termos de benefícios que eram necessários para criar um 48 ambiente favorável à sua execução e persistem nos técnicos intervenientes essas expectativas de benefícios. Recentemente o processo e integração iniciou-se com o reconhecimento da necessidade de harmonização e alinhamento dos calendários de planificação do governo e do programa que não coincidiam, situação que limitava o processo de integração. 2.3. Género O Programa de Gênero tinha como objectivo, responder às prioridades nacionais, na promoção e protecção dos direitos da mulher, equidade e igualdade de Gênero. Ele foi implementado em quatro províncias nomeadamente Maputo- Cidade, MaputoProvíncia, Tete, Zambézia e Niassa. A implementação do Programa da componente Gênero foi realizada, por um lado, pelo Governo representado pelo Ministério da Mulher e Acção Social (Direcção Nacional da Mulher e Departamento da Mulher nas DPs da Mulher abrangidas por este Programa) e, por outro, pelas Organizações da Sociedade Civil representadas pelo Fórum Mulher e a NAFEZA. A advocacia, lobbies, parceria e diálogo político para a promoção dos direitos da mulher, foram as principais estratégias usadas na implementação do Programa. Durante o período 2007-2009/10 foram desenvolvidas várias actividades destacando-se a disseminação de legislação e políticas sensíveis ao Gênero; acções de empoderamento económico das associações de mulheres; elaboração, aprovação e implementação da Política Nacional para o Avanço da Mulher, da Política e Estratégia do Gênero, da Lei Contra a Violência Doméstica baseada no Gênero; capacitação institucional dos parceiros de implementação (MMAS, Fórum Mulher e NAFEZA), das associações de mulheres, das instituições e organizações que trabalham em assuntos relacionados com o Gênero e comunidade no geral. 2.3.1.Resultados Resultado1: Governação democrática e reformas legislativas que melhoram a abordagem baseada em direitos humanos a todos níveis Com vista a contribuir para o fortalecimento da capacidade nacional para a formulação, advocacia e implementação de legislação, políticas e estratégias sensíveis ao Gênero, o 49 MMAS, DPMAS, o Fórum Mulher e a NAFEZA – parceiros de implementação do CPAP desenvolveram as seguintes actividades: • Aprovação da Política de Gênero e a Estratégia de Implementação –PGEI.Após a aprovação da Política de Gênero e a Estratégia de Implementação pelo Conselho de Ministros em 2007, seguiu-se a fase de implementação caracterizada essencialmente por sessões de divulgação e capacitação abrangendo o Executivo, Judicial, Legislativo e algumas organizações sociais desde o nível central até ao local. • Elaboração, aprovação e implementação do Plano Nacional para o Avanço da Mulher (2007) – PNAM, 2007-2009. Para sua operacionalização foram realizados vários seminários com o Conselho Técnico do Conselho Nacional para o Avanço da Mulher – CTCNAM e a criação da Unidades de Gênero nas instituições públicas. No âmbito da implementação foi feita a divulgação do Plano, a capacitação do conselho técnico do CNAM em planificação com integração do Gênero no Plano Económico e Social – PES, discussão da estratégia para o cumprimento das recomendações do relatório do CEDAW. • Criação da Rede de Mulheres Ministras e Parlamentares (2007). A formação desta rede foi precedida de capacitação dos membros em matéria de Gênero (legislação nacional, regional e internacional) com vista a assegurar a integração do Gênero na concepção e implementação de legislação e políticas. • Elaboração e defesa do Relatório CEDAW em Nova York (2007) de forma participativa (parceiros de cooperação e organizações da sociedade civil); o relatório foi apreciado e aprovado pelo Conselho de Ministros e posteriormente defendido em Nova York. • Formulação e implementação do Plano Nacional de Prevenção e Combate a Violência Doméstica Contra a Mulher (2007-2009). Para permitir uma participação activa na elaboração do plano foram realizados encontros com representantes da sociedade civil, organizações que trabalham nas áreas de promoção de direitos humanos da mulher e governo dos níveis central e provincial bem como a visita ao Brasil. Aprovado o Plano em 2008 seguiu-se a implementação que consistiu em realização de sessões de divulgação do Plano pelos diferentes intervenientes (Executivo, Judicial, Legislativo, sociedade civil) nos níveis central, provincial e distrital fazendo recurso a rádio, televisão, imprensa escrita, palestras e encontros de trabalho; elaboração do Plano de Atendimento Integrado às vítimas da violência envolvendo os sectores e 50 organizações que oferecem assistência e desenvolvem acções neste âmbito; atendimento às vítimas de violência doméstica através da assistência jurídica, aconselhamento e apoio curativo. • Elaboração, aprovação e implementação da Lei Contra Violência Doméstica Praticada contra a Mulher (2006/7-2010). Esta acção foi uma das mais importantes e complexas deste Programa. O processo de elaboração do Anteprojeto da Lei foi um processo inclusivo caracterizado, por um lado, pela consulta e debate das várias etapas do documento pelas organizações da sociedade civil que trabalham em assuntos de Gênero e direitos humanos, Executivo, Legislativo e Judicial e, por outro, por campanhas de sensibilização e advocacia sobre Gênero, direitos da mulher e violência baseada no Gênero dirigidas a sociedade em geral. Concluído o Anteprojeto de Lei seguiu-se a aprovação, processo longo e complexo (documento submetido em Dezembro de 2006 e aprovado em Setembro de 2009) onde se destacam os lobbies feitos junto do Gabinete da Mulher Parlamentar, Comissão para os Assuntos Sociais e Ambientais e a Comissão dos Assuntos Jurídicos e Direitos Humanos e Legalidade da Assembleia da República, Unidade Técnica para a Reforma Legal – UTREL e algumas individualidades influentes. Também ao nível de todo o país foram organizadas marchas, comícios e debates nos diferentes órgãos de informação sobre o Anteprojeto de Lei bem como a participação em massa de mulheres nas sessões de debate sobre o Anteprojeto na Assembleia da República. Aprovada a Lei em Setembro de 2009, iniciaram acções de capacitação e divulgação da Lei Contra Violência Doméstica contra a Mulher dirigidas para o sector judicial que tem a função de velar e fazer cumprir a Lei, ao Executivo – Ministério do Interior (Gabinetes de Atendimento) e Ministério da Saúde (hospitais e centros de saúde) primeiras instâncias que atendem as vítimas de violência, as associações prestam assistência às vítimas, associações que trabalham sobre Gênero, direitos da mulher e violência doméstica bem como a disseminação da Lei nas comunidades através de palestras, Programas radiofónicos e televisivos e sessões de teatro. Também está em curso o lobby para a criação de condições de atendimento integrado da vítima que inclui entre as várias acções o estabelecimento de casas de acolhimento das vítimas. • Realização de actividades de advocacia e sensibilização às comunidades sobre Gênero e direitos da mulher (2007-2009/10) onde são apresentadas e debatidas a Lei da Família, Lei Contra a Violência Doméstica, a Política e Estratégia do Gênero, educação sexual e reprodutiva, HIV e SIDA e outros instrumentos sensíveis ao Gênero. Para 51 permitir abrangência e apropriação destes conhecimentos foram usadas estratégias tais como tradução em 3 línguas nacionais da Lei da Família e Plano Nacional de Prevenção e Combate a Violência (primeira fase); elaboração e distribuição de brochuras panfletos e cartazes com conteúdos da Lei da Família, a Lei Contra Violência, Plano Nacional de Prevenção e Combate a Violência e a Política e Estratégia do Gênero; elaboração de spots publicitários sobre violência; palestras; debates e Programas informativos na rádio e televisão com especial enfoque das rádios comunitárias e marchas. • Promoção de actividades de advocacia e lobbies em datas festivas com significado para mulher (2007-2009/10). Dependendo do significado da data em comemoração (8 de Março, 7 de Abril, 31 de Julho, 15 de Outubro, etc.) os parceiros de implementação tem organizado palestras, debates radiofónicos ou televisivos, marchas e convívios junto das associações/organizações femininas e público em geral. Geralmente são temas de reflexão a Lei da Família, a Lei Contra a Violência Doméstica, a Política e Estratégia do Gênero, HIV e SIDA e Educação sexual e reprodutiva. • Capacitação institucional dos (i) parceiros de implementação e das (ii) associações/organizações das mulheres e sociedade civil (2007-2009/10). (i) A capacitação institucional dos parceiros de implementação foi caracterizada, por um lado, pela aquisição de equipamentos de trabalho (ex: computadores, impressoras, câmara fotográfica, fax, veículo) e assessoria técnica através de colocação de assessores no MMAS e DPPF e intervenção/apoio específico dos assessores dos escritórios do UNFPA (ex: procedimentos administrativos e financeiros, planificação das actividades) e, por outro, a formação e capacitação dos técnicos e/ou oficiais de Programas do MMAS, DPMAS, Fórum Mulher e NAFEZA em assuntos sobre Gênero e desenvolvimento, direitos humanos das mulheres com base no CEDAW, violência doméstica, planificação e monitoria observando o Gênero, integração de factores transversais como Gênero e HIV para a redução da feminização do HIV e SIDA, inglês e tecnologias de informação. Referir que a capacitação também incluiu o reforço em recursos humanos e visitas e participação em seminários/conferências nacionais, regionais e internacionais de partilha de experiência. Por exemplo, os técnicos da DPMAS-Niassa efectuaram uma visita de trabalho à DPMAS-Zambézia e NAFEZA (2008). A NAFEZA deslocou-se ao Niassa para dar formação, partilhar a sua experiência e participar na Assembleia Geral do fórum A NAFEZA e o Fórum Mulher também partilharam a experiência de Moçambique sobre o associativismo feminino em 52 várias conferências internacionais e regionais (exemplo: na República Popular de Angola e na República Unida da Tanzania).. Para uma actuação concertada de todos os intervenientes/actores da promoção da igualdade de Gênero, em 2008 foi criado o Grupo de Coordenação do Gênero que integra os parceiros de cooperação (agências das NU e cooperação bilateral) que trabalham nesta área e o Governo. Dentre as várias acções realizadas por este Grupo destaque para os trabalhos da Revisão Conjunta (avaliação da implementação do PARPA II, Gênero) e participação na elaboração de Programas garantindo deste modo a integração do Gênero. Porque a formulação e a implementação de políticas, estratégias e legislação sensível é um processo que envolve vários actores do Executivo, do Legislativo e do Judicial, também foram realizadas acções de capacitação institucional caracterizada por formação na legislação nacional, regional e internacional sobre o Gênero e violência baseada no Gênero, lei da família, Política e estratégia do Gênero, Plano Nacional para o Avanço da Mulher e Plano Nacional de Prevenção e Combate a Violência Doméstica Contra a Mulher, planificação e orçamentação na óptica do Gênero dentre outros. (ii) Capacitação institucional das associações/organizações de mulheres que consistiu na realização de acções de formação em assuntos de liderança, associativismo (constituição, estrutura, legalização e funcionamento), legislação sobre Gênero e violência baseada no Gênero, lei da família, HIV e SIDA, Educação sexual e reprodutiva, Política e Estratégia do Gênero, elaboração e gestão de projectos de geração de rendimentos. Com vista a abranger um maior número de membros das associações e a sociedade em geral foram formados activistas cuja função foi de através de palestras e/ou formações de curta duração, de acordo com o grupo alvo transmitir os conhecimentos sobre Gênero, direitos humanos e violência baseada no Gênero, etc. De capital importância foram as capacitações dirigidas aos líderes comunitários, líderes religiosos, conselhos consultivos e as organizações de base (organizações das mulheres e jovens) das aldeias e bairros. • Integração do Gênero nos Programas do Governo (2007-2009/10). Para a concretização desta actividade o MMAS (e DPMAS), Fórum Mulher e NAFEZA em colaboração com o MPD (DPPF) realizaram, por um lado, o desenho de instrumentos de orientação (Guião de Integração de assuntos de Gênero nos Planos Distritais [2007] e Matriz de planificação com a integração do Gênero [2010]), encontros de trabalho de planificação do PES e, por outro, a capacitação dos técnicos de planificação sectoriais 53 desde os níveis central, provincial e distrital em planificação e orçamentação na óptica do Gênero. • Criação/expansão de fóruns provinciais das associações de mulheres (2007- 2010) – plataformas importantes para advocacia e lobby para a defesa dos direitos das mulheres e de mobilização de recursos e diálogo político. Num trabalho concertado entre o UNFPA, MMAS, FM e NAFEZA foram estabelecidos com sucesso os fóruns provinciais das associações de mulheres/femininas em Niassa, Cabo Delgado e Tete, estando um ambiente favorável e animador para a criação destes fóruns nas restantes províncias (de referir que a NAFEZA já foi contactada pelas associações de Inhambane e Nampula e Sofala num futuro breve vai criar o seu fórum). • Criação de associações/organizações de homens/sexo masculino para a promoção da igualdade de Gênero – “Homens como Parceiros” [Gênero, violência doméstica, HIV e SIDA e direitos humanos] (2008/9). Esta acção é produto de reflexões e avaliações feitas sobre os resultados do trabalho realizado em prol da defesa dos direitos da mulher, equidade de Gênero e empoderamento da mulher. Estas indicaram que sem o envolvimento/integração do sexo masculino nos Programas, dificilmente seriam alcançados os objectivos almejados. Assim, expirando-se da experiência brasileira, foram constituídas associações masculinas piloto (Maputo, Inhambane, Sofala, Manica e Zambézia) que beneficiaram de formação sobre a Legislação nacional, regional e internacional sobre Gênero, direitos humanos e violência baseada no Gênero bem como HIV e SIDA. Após a formação, os membros das associações iniciaram com sessões de advocacia e sensibilização aos seus colegas e comunidade, mas com enfoque para o sexo masculino. As experiências de trabalho destas associações foram partilhadas em seminário realizado em Dezembro 2010, em Maputo. • Elaboração, aprovação e disseminação da Estratégia do Gênero no sector da Saúde (2009). Também foram realizadas actividades de sensibilização e advocacia com vista a elaboração da Estratégia do Gênero no Ministério de Trabalho bem como actividades do Gênero no sistema de educação em Maputo, Nampula e Sofala. • Elaboração do Plano Acção Nacional e Estratégia de Comunicação para a Prevenção da Violência e Abusos contra a Criança (2009). Este processo foi precedido pela criação de um grupo de trabalho técnico multi-sectorial que desempenhou um papel importante na condução da elaboração do plano de acção e estratégia de comunicação. 54 Para o Resultado1 foram alcançados os seguintes produtos: 9 Política e Estratégia do Género aprovada, 9 Lei Contra a Violência Doméstica contra Mulher aprovada, 9 Plano Nacional para o Avanço da Mulher (2007-2009), 9 Plano Nacional de Prevenção e Combate a Violência Doméstica contra a Mulher (2007-2008), 9 Estratégia de Género do Sector da Saúde elaborada, 9 Plano de Acção Nacional e Estratégia de Comunicação para a Prevenção e Abusos contra a Criança elaborada. 9 Programas e planos do Governo (Plano Quinquenal, PES e PESOD) com a integração de Género, 9 Fortalecimento institucional dos parceiros de implementação e das associações/organizações das mulheres/femininas, 9 Relatório do CEDAW defendido com sucesso, 9 Rede de Mulheres Ministras e Parlamentares, 9 Fortalecimento dos Fóruns provinciais das associações de mulheres, 9 Integração de homens [Homens como Parceiros] nas acções de combate à violência, HIV e SIDA e defesa da igualdade e equidade de Género. Resultado 2: Desenvolvimento económico local sustentável, pró-pobre e sensível ao Gênero alcançado É um facto real que as raparigas e mulheres enquadram-se nas categorias sociais e económicas mais baixas, nos mais baixos níveis de educação, com elevadas taxas de analfabetismo (68% contra 37%), e estado de saúde e nutricional mais pobre relativamente aos homens. Somente uma minoria das mulheres tem acesso ao emprego formal. Também não é menos verdade que o sucesso do empoderamento da mulher passa necessariamente pela resolução dos problemas anteriormente descritos. É neste contexto, que se definiu para o presente Programa o resultado 2: Desenvolvimento económico local sustentável, pró-pobre e sensível ao Gênero. As estratégias que foram usadas para alcançar este objectivo incluíram advocacia, lobbies, diálogo político, capacitação institucional, coordenação multi-sectorial e parcerias. No âmbito do resultado 2 foram realizadas as seguintes actividades: 55 • Realização de várias sessões de reflexão sobre a estratégia e metodologia a adoptar entre o UNFPA e os parceiros de implementação, reconhecendo as suas fraquezas nesta área. Destas sessões optou-se por acções mistas piloto tais como: advocacia e sensibilização, capacitação, financiamento de projectos e parcerias. • Capacitação institucional dos (i) parceiros de implementação e (ii) associações de mulheres/femininas (2007-2009/10). Para o sucesso deste resultado era fundamental a capacitação dos parceiros de implementação em conhecimentos sobre associativismo (especialmente para o MMAS e DPMAS), liderança, desenho e gestão de pequenos negócios e auto-emprego. Privilegiando o nível local, posteriormente, os parceiros de implementação promoveram acções de formação com os técnicos dos serviços distritais e líderes dos distritos. Ainda na capacitação institucional, para os parceiros de implementação (MMAS) estão em curso acções de criação de uma base de dados sobre a mulher onde foram definidos os conteúdos, elaborados os formulários e capacitados os técnicos do sector da mulher desde o nível central ao nível distrital. No Fórum Mulher e NAFEZA decorrem os trabalhos de sistematização de documentação, registo e catalogação permitindo deste modo a preservação, acesso fácil e partilha de informação. A capacitação das associações (ii) de mulheres (incluindo os líderes comunitários e activistas locais) através de seminários ou palestras-debate tratando matérias sobre associativismo (constituição, estrutura, legalização e funcionamento), liderança, desenho e gestão de pequenos negócios e auto-emprego, comercialização, bem como sobre legislação sensível ao Gênero. Preterindo a teoria, a formação foi muitas vezes caracterizada por apresentação de histórias de vida de mulheres e associações de sucesso na área de auto-emprego e actividades de geração de rendimento. Paralelamente a estas formações também estão em curso actividades de alfabetização (apoio em material didático e subsídios dos alfabetizadores) dirigidas aos membros das associações e comunidade em geral feitas em parceria com o MINED. • Em parceria com a UNESCO e UNIDO foi realizado um diagnóstico/avaliação (2009) sobre as necessidades e oportunidades económicas para as actividades de geração de rendimentos e micro indústrias/empresas. • Realização de actividades de advocacia e sensibilização (2007-2009/10) sobre Gênero e desenvolvimento. Utilizando o teatro, palestras, debates radiofónicos ou televisivos foram tratadas matérias tais como: promoção da educação da rapariga, 56 casamentos prematuros, HIV e SIDA, violência doméstica baseada no Gênero, mulher no emprego formal ou informal, mulher como dirigente/líder, direitos da mulher e humanos, associativismo. • Criação/desenvolvimento de projectos para a melhoria da situação económica das mulheres (2007-2008) através de levantamento de necessidades e estudo de viabilidade, aquisição de equipamento (moageiras, alfaias agrícolas), insumos agrícolas (sementes e fertilizantes), kits para as mulheres vítimas de cheias na Zambézia, estabelecimento de um Centro de Demonstração de agroprocessamento no Chókwè e apoio providenciado ao Instituto Agrário de Ribaué em colaboração com o Instituto de Promoção de Pequenas e Médias Empresas no estabelecimento do Centro de demonstração do processamento de mandioca bem como visitas de acompanhamento e apoio técnico. Também está em expansão a iniciativa de crédito denominado “Crédito Rotativo” - base de empréstimo para projectos de geração de rendimento, das associações de mulheres de Nampula para as da Zambézia. Com vista ao incremento desta acção e o UNFPA reconhecendo as suas limitações nesta actividade, foi estabelecido em 2009, um Programa Conjunto com outras organizações das NU especialistas na matéria tais como UNDP, UNFPA, UNICEF, UNIDO, UNESCO, FAO, UNIFEM, OIT and WHO. No âmbito do projecto “machamba do camponês” em Sofala, foi desenvolvido um Programa de intervenção integrada, tomando em consideração as vantagens comparativas da UNESCO, da OIT e do UNFPA. A contribuição do UNFPA através de um dos seus parceiros de implementação foi a integração do Gênero nos Programas dirigidos aos camponeses (manual de Gênero). Também neste Programa foram formados formadores, organizados 120 grupos do projecto machamba do camponês e 20 destes receberam Fundos. Realização de duas Conferências Nacionais sobre Mulher e Gênero (2008 e 2009) que foram antecedidas por conferências distritais e provinciais. Nos diferentes níveis foi analisada a implementação dos vários Programas referentes a igualdade de Gênero, direitos da mulher e empoderamento económico da mulher. Na conferência nacional foram apresentados depoimentos de mulheres de sucesso no âmbito do empoderamento económico. Deste modo, para o resultado 2 destacam-se os seguintes produtos: 9 Projectos de geração de rendimentos estabelecidos e em consolidação, 57 9 Comunidades com acesso aos serviços financeiros e negócios de rendimento e auto-emprego, 9 Associações de mulheres/femininas organizadas, estruturadas e legalizadas, 9 Programas Conjunto para as actividades de empoderamento económico da mulher e desenvolvimento local. 58 CAPÍTULO III PROGRESSOS 3.1. Análise Global Moçambique é um país jovem com uma população estimada em mais de 22 milhões de pessoas, cuja maioria é do sexo feminino. Contudo, no geral, as raparigas e mulheres enquadram-se nas categorias sociais e económicas mais baixas, nos níveis de educação mais baixos, com elevadas taxas de analfabetismo (68% contra 37% para os homens), estado de saúde e nutricional mais pobres relativamente aos homens e ainda bastante atrasadas em relação aos homens em termos de conhecimentos práticos e participação na força de trabalho não agrícola. Na área do ensino primário, a taxa líquida da escolarização de 99% em 2009, superou a meta de 93%. No período de 2005 à 2009, foram alcançados progressos significativos na redução das desigualdades de Gênero. Isto é resultado do aumento dos ingressos na 1a classe de crianças com idade certa, isto é, ingressos aos 6 anos de idade. Estes ingressos subiram de 56% em 2005 para 75,5% em 2009. O quase alcance da meta de conclusão no ensino primário [EP2] por raparigas – 42,9% em 2008 (meta: 44%) contra 27% em 2005 – mostra que o sector teve progressos significativos, por um lado, em relação ao Gênero e por outro resultou em cada ano mais crianças que concluem o ensino primário. Também foram registados progressos positivos na redução de analfabetismo de 53,6% em 2002/3 para 48,1% em 2008, embora a taxa média de analfabetismo feminino evidencia disparidades geográficas e rurais – urbanas.36 Em termos de participação de mulheres e homens no processo de tomada de decisão a vários níveis, a maior parte dos cargos de liderança e de postos de trabalho são ocupados por homens e a mulher encontra-se em situação de desvantagem, com ênfase ao nível local. Durante os anos de implementação do PARPA II (2006-2009), através de acções estratégicas da área da mulher e da acção social, foi possível verificar o melhoramento do atendimento aos grupos alvo e o aumento gradual dos beneficiários dos Programas 36 MPD. Relatório de Avaliação de Impacto do PARPA II (Maputo, 2009):38-39. 59 de protecção social básica37, passando de 100.153 em 2005 para 181.304 em 2008, correspondendo a evolução de 81.03%. De referir, que as metas dos beneficiários previamente estabelecidas no PARPA II foram sucessivamente reduzidas em função dos limites orçamentais fixados ao longo dos anos para o sector da Mulher e acção social. 38 As áreas de melhor desempenho foram: a aprovação da Política e Estratégia de Gênero e a Estratégia de implementação, integração do género nas políticas, programas e projectos de desenvolvimento nacional de alguns sectores, aprovação da lei contra a Violência Doméstica baseada no Gênero, taxa líquida de escolarização aos 6 anos na 1ªa classe – raparigas (meta 2009: 80% e atingida meta do QAD para 2008: 73%) e a promoção do equilíbrio do género nos cargos de chefia.39 Apesar das evidentes melhorias registadas, ainda há muito a ser feito no que concerne a necessidade de se desenvolverem estratégias e Programas com vista a promover os direitos da mulher, equidade e igualdade de Gênero e empoderamento económico da mulher. No que diz respeito à saúde reprodutiva, registou-se o aumento da consciência da sua importância e das intervenções, pelas ligações intrínsecas com a pobreza. A maior atenção foi dedicada ao provimento de serviços básicos no domínio da saúde reprodutiva, assistência pré e pós-natal a programas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV e SIDA. Os programas orientados para a juventude no âmbito da Geração Biz foram reformulados, tendo em vista uma maior abrangência e eficácia. O comprometimento do Governo foi claro, através do envolvimento da liderança do país exemplificado pela Iniciativa Presidencial lançada em 2008 para a Redução da Mortalidade Materna, Neonatal e Infantil, que envolveu activamente os líderes religiosos, líderes comunitários, órgãos de comunicação, Agências e Parceiros de Cooperação, Organizações da Sociedade Civil de todas as províncias ou ainda pela participação a nível ministerial nas comemorações anuais do dia Mundial da População. 37 Subsídios de Alimentos, Apoio Social Directo, Programa pelo Trabalho, Programa de Geração de Rendimento e Assistência Institucional. 38 MPD. Relatório de Avaliação: 43. 39 MPD. Relatório de Avaliação do Impacto do PARPA II, 2006‐9 revisto (Maputo, 2009): 65. 60 3.2. População e Desenvolvimento A componente de População e Desenvolvimento registou progressos significativos na realização dos principais resultados do UNDAF. Um dos grandes progressos alcançados pela componente foi a expansão territorial das actividades, que antes se confinavam à Zambézia, para as províncias Niassa, Nampula e Tete. A avaliação dos resultados alcançados pela componente revelam que houve um reforço assinalável na capacidade institucional de planificação ao nível do DEP em estudos e análise de assuntos populacionais, Gênero e de HIV e SIDA e sua integração no processo de planificação. A evidência deste reforço manifestou-se através da melhoria na capacidade de recolha e análise de dados populacionais desagregados e sensíveis ao Gênero. A componente contribuiu para o fortalecimento da planificação do Governo ao permitir uma maior integração das variáveis populacionais nos principais instrumentos de planificação utilizados pelo Governo com destaque para o PARPA II e dos PES a vários níveis e durante a vigência do CPAP (2007-2009) Ao longo do período em referência, o UNPFA providenciou apoio técnico e financeiro ao Instituto Nacional de Estatística (INE) e ao CAP para melhorar a sua capacidade de recolha de dados, analise e investigação, sendo de destacar o apoio adicional para a realização do III Recenseamento Geral da População e Habitação em 2007 juntamente com outros parceiros nomeadamente a DFID, Ajuda Irlandesa, SIDA e USAID. O apoio concedido ao INE não só se circunscreveu à planificação e execução do recenseamento, mas também se orientou para permitir a análise dos dados, a nível distrital, dos armazenados centralmente, através da sua desagregação, tendo como suporte uma descentralização da capacidade local de elaborar projecções. Durante o 7º CPAP, UNPFA assistiu o CAP no desenvolvimento do Programa de pósgraduação e Mestrado em assuntos da população na UEM e atribuiu bolsas de estudo a estudantes com teses de mestrado focalizadas em questões do ICPAPD PoA. Para além da assistência ao Mestrado, o UNPFA apoiou as actividades de divulgação promovidas pelo CAP que incluíram publicações das teses melhor valorizadas dos estudantes e de dois doutorados em assuntos de População. As pesquisas realizadas pelo CAP com a participação do MPD nas províncias de Gaza e Sofala sobre população e concentração de infraestruturas sociais básicas e a mulher no 61 sector informal e vulnerabilidade ao HIV e SIDA constituíram uma contribuição importante para o aumento da consciência sobre os problemas populacionais. Através de cursos de curta duração realizados na República da África do Sul e na República Federativa do Brasil, o DEP do MPD aumentou a sua capacidade técnica na abordagem das questões populacionais e sobre a importância da sua integração nos principais instrumentos de planificação do Governo. Os cursos e seminários promovidos no âmbito da componente ao nível das províncias fortaleceu a capacidade dos técnicos de planificação das DPPF na abordagem das questões populacionais nos planos e Programas de desenvolvimento com conteúdos sobre HIV e SIDA, Gênero e Ambiente. As celebrações do Dia Mundial da População (11 de Julho), cujas cerimónias centrais decorrem anualmente em diferentes províncias têm vindo a conhecer uma maior adesão e reconhecimento, a vários níveis e aproveitadas como ocasião de reflexão e partilha sobre os principais problemas populacionais do país. Relativamente aos esforços visando a ampliação da disponibilização de dados sócio demográficos, a componente apoiou o processo de Crítica e Codificação Manual dos dados do Censo; o processamento de dados e missões técnicas de curta duração para análise de dados. Igualmente foi dada a continuidade da actualização da cartografia em zonas que foram afectadas pelas cheias nas províncias de Tete e Sofala bem como a limpeza da Base de dados de GIS de modo a ser utilizada para a apresentação de dados definitivos do Censo e monografias territoriais. A componente do INE reforçou o DEP do MPD na integração de assuntos populacionais, Gênero e HIV e SIDA no processo de planificação e aumento da disponibilização de dados sócio-demográficos desagregados Para a materialização do plano de actividades da componente foram envolvidos vários parceiros tanto do Governo, privados, ONGs e o Sistema da UN em Moçambique. A componente apoiou o processo de recenseamento, processamento e análise de dados do Censo 2007, as DPs de Plano e Finanças das províncias da Zambézia, Nampula, Niassa e Tete e em colaboração com o CAP da UEM a realizar estudos e análises específicos, com vista à ampliação da fonte de dados sócio-demográficos de nível provincial e distrital. A expansão da componente pelas províncias de Niassa, Nampula e Tete, teve em conta os resultados alcançados com a experiência piloto de assistência do UNFPA na província da Zambézia no apoio e implementação de Programas de integração de 62 factores populacionais nos planos e Programas de desenvolvimento, saúde reprodutiva, informação, educação e comunicação e Gênero. O seu carácter multidisciplinar e temático exigia, à partida, a criação de condições para a sua implantação e a importante tarefa de coordenação das actividades, papel assumido pela própria DNAP que afectou para cada província um Chefe de Departamento Central para apoiar directamente as acções relativas ao Programa. Partia-se do princípio da prevalência do baixo nível de consciência, a todos os níveis e em todos os sectores da Província, sobre a necessidade de planificação integrada em população e desenvolvimento, a falta de pessoal qualificado, tanto na DPs como nos distritos, assim como em todos os sectores relevantes da vida económica e social das províncias abrangidas. Por outro lado, prevalece a dificuldade de coordenação com as províncias dada a fraca capacidade de coordenação de actividades relevantes executadas pelos vários sectores que tem e produzem impacto no nível de vida da população. A advocacia e educação, informação e comunicação é uma componente transversal, relacionando-se com todas as componentes, envolvendo nomeadamente a elaboração de materiais apropriados e utilizando os meios disponíveis para a disseminação de mensagens da PP, o papel do Gênero na planificação para o desenvolvimento e a sensibilização para os perigos do HIV e SIDA. Todas os componentes participam na sensibilização de personalidades públicas, dos líderes comunitários e das ONGs, bem como do público em geral sobre a relevância das questões populacionais para o desenvolvimento do país, das comunidades e das suas famílias. 3.3. Progressos na área de SSR Na área da SSR os progressos mais importantes registaram-se na elaboração e disponibilização de elaborados instrumentos normativos e legislativos, destacando-se o desenvolvimento e implementação da Parceria Nacional para a Promoção da Saúde Materna, Neonatal e Infantil, O Programa Geração Biz expandiu-se e abrangeu cerca de 44.5% da população alvo de adolescentes e jovens, superando a meta prevista. Através do Programa aumentou a capacidade de mobilização para o país de recursos para o sector da saúde área de saúde materna e infantil tanto através de fundos próprios como de outras fontes que contribuíram para a capacitação técnica financiando cursos de formação. 63 O UNFPA contribuiu na definição, revisão, inclusão e operacionalização dentro do SIS e QAD de indicadores de SSR e no reforço do sistema de M&A da qualidade de serviços. Progressos significativos registaram-se também no desenvolvimento da capacidade institucional e técnica dos parceiros, compreendendo os ministérios parceiros e associações juvenis na implementação e expansão um pacote compreensivo de SSR e HIV Em relação aos jovens foi redesenhada e adoptada no último trimestre de 2009 um sistema de monitoria e avaliação em todas as províncias uma base de dados do PGB e iniciadas algumas acções de formação e de pesquisa envolvendo associações juvenis. A nível do sector da educação foi implementada a avaliação formativa da intervenção de base escolar (FESBI), em 9 das 11 províncias. Alargou-se igualmente a expansão da cobertura e do acesso de jovens e adolescentes a serviços de SSR 3.4. Progressos na Área do Gênero A avaliação sobre o progresso alcançado pelo CPAP na componente de Gênero procurou destacar as questões de relevância, de cobertura, de eficácia e eficiência das intervenções, seu impacto e a sua sustentabilidade. Relevância Observando os objectivos do PARPA II (2007-2009) e os objectivos e resultados do UNDAF (2007-2009) e do 7º CPAP (2007-2009) no que diz respeito à integração do Gênero nos processos de desenvolvimento para melhorar o estatuto da mulher e à promoção de legislação e políticas sobre o Gênero, saúde sexual e reprodutiva do adolescente, e HIV e SIDA – é, de facto, inquestionável a contribuição do Programa. A componente do Programa de Gênero foi importante para a aprovação, e disseminação de legislação-chave e planos sobre assuntos de Gênero, cuja implementação através de lobby e advocacia tem vindo a facilitar o progresso das políticas relacionadas com o Gênero. O Programa desempenhou um papel importante no desenvolvimento das capacidades institucionais dos parceiros de implementação (MMAS, DPMAS, FM e NAFEZA); das associações de mulheres e Homens como Parceiros; das instituições e organizações que 64 prestam serviços às vítimas de violência doméstica e/ou lidam com assuntos de Gênero, líderes comunitários e organizações de base. Como resultado desta actividade, os aspectos de Gênero, violência doméstica, direitos humanos já fazem parte das agendas das instituições públicas, líderes comunitários, associações de mulheres e organizações de base. No espírito da Declaração Paris, através deste Programa foi criado e está em funcionamento o Grupo de Coordenação de Gênero que integra o governo, NGOs e os parceiros multi e bilaterais. Esta acção contribuiu para a consolidação do relacionamento entre Governo e sociedade civil no esforço conjunto de promoção da igualdade e equidade de Gênero e criação de capacidade de liderança e visibilidade do MMAS como garante das acções de Gênero. Cobertura No que se refere à cobertura, o Programa foi implementado em 4 províncias nomeadamente Maputo cidade e província, Tete, Zambézia e Niassa. De acordo com os objectivos do Programa foram realizadas várias actividades destacando-se: a advocacia e disseminação da legislação, política e estratégias sensíveis ao Gênero, elaboração e lobby para a aprovação da Lei Contra a Violência Doméstica baseada no Gênero e consequente implementação; elaboração, aprovação e implementação da Política e Estratégia do Gênero, Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica, Plano Nacional para o Avanço da Mulher e da CEDAW; capacitação institucional das agências de implementação, instituições do executivo, legislativo e judicial, os mídia, as associações de mulheres, organizações de base/sociedade civil e líderes comunitários sobre igualdade de Gênero, direitos humano, lei da família, violência baseada no Gênero, feminização da pobreza e HIV/IDA, Lei Contra a Violência Doméstica, etc.; formação em liderança, associativismo, desenho e gestão de projectos de geração de rendimentos e auto-emprego e desenvolvimento/estabelecimento de projectos e rendimento com vista ao empoderamento económico das associações de mulheres e no geral para o combate a pobreza que afecta maioritariamente as mulheres. Eficácia 65 Ao analisar até que ponto as intervenções realizadas conseguiram atingir os objectivos estabelecidos no Programa da componente e, em particular, os objectivos estabelecidos nos planos anuais e no 7º CPAP, 2007 – 2009/10, foram destacados os seguintes aspectos: capacitação institucional dos parceiros de implementação, capacitação das associações de mulheres (incluindo os líderes comunitários, organizações de base e comunidade no geral); advocacia, sensibilização e lobby; empoderamento económico da mulher. No que diz respeito à capacitação institucional foram observadas as recomendações feitas pelos parceiros na avaliação do 6º CPAP. Assim, a capacitação institucional consistiu na alocação de assessores no MMAS – DNM e DPPF, na integração de técnicos nacionais recém-recrutados (pagamento de salários) no MMAS e DPMAS da Zambézia, na resposta imediata a qualquer preocupação dos parceiros (ex: elaboração dos planos de actividades, procedimentos financeiros), na assessoria do UNFPA ao Fórum Mulher na capacitação institucional da MULEIDE, APARMO, WLSA e Homens como Parceiros e, na coordenação pelo UNFPA do Grupo de Coordenação do Gênero. Este processo foi de extrema importância para os parceiros de implementação, em especial para o MMAS, DPMAS e DPPFs pois aumentou as capacidades técnicas destes em planificação, coordenação, gestão, prestação de contas e implementação dos Programas. Por exemplo, a direcção do MMAS – DNM afirmou que foi e é com apoio técnico do FNUAP que ganharam as habilidades para liderar desde 2010, o Grupo de Coordenação do Gênero e articular-se com outras instituições públicas, privadas e organizações da sociedade civil no âmbito da realização das acções do Gênero. Foi também unânime por parte dos parceiros de implementação que a assessoria técnica para os procedimentos administrativos e financeiros (HACT) foi importante pois permitiu que estes pudessem fazer a prestação de contas sem erros, contribuindo desta forma para a eficácia no cumprimento do Programa de actividades. Outra forma de capacitação institucional dos parceiros foi a disponibilização de recursos financeiros para pagamento de algumas despesas de funcionamento (ex: salários, compra de equipamento, consumíveis e despesas de manutenção). A direcção da DNM explicou que devido a exiguidade dos Fundos do orçamento do Estado, de facto a DNM e os departamentos da Mulher nas DPMAS comparativamente as restantes direcções e departamentos estavam bem apetrechadas e com recursos para realizarem as suas actividades graças ao apoio financeiro do FNUAP, cuja importância foi reconhecida 66 também pelos restantes parceiros pela sua contribuição para a criação de condições de trabalho e de desempenho das suas próprias actividades. A realização de formações em associativismo e desenho e gestão de negócios e autoemprego dirigido às associações permitiu, por um lado, a capacitação institucional destas em termos de estrutura, órgãos e funcionamento das associações e, por outro, a aprendizagem sobre as técnicas para transformar uma iniciativa em projecto de rendimento e como fazer a gestão deste. A partir destes ensinamentos as associações já realizam as suas assembleias gerais, escolhem de forma ordeira os seus membros bem como propõem projectos com o mínimo de requisitos. As capacitações em lei da família, Lei Contra a Violência, Política e Estratégia do Gênero dirigidas as associações e outros grupos e líderes da comunidade contribuiu para o conhecimento e tomada de consciência sobre alguns males que afectam as comunidades e que precisam de combater. Os formandos têm realizado acções de advocacia e sensibilização junto às comunidades versando estes assuntos. Adicionalmente, funcionam como agentes de transformação das mentes nas suas comunidades. A promoção de aulas de alfabetização representa um marco importante (bench mark) para as mulheres pois aumentou o seu conhecimento, visão e habilidades para a gestão de projectos tendo um impacto positivo para os agregados familiares. A realização permanente de actividades de advocacia, sensibilização e lobby pelos parceiros de implementação usando marchas, palestras, debates, negociação política, teatro/drama, panfletos, cartazes, etc., contribuiu para a consciencialização das diferentes classes e extractos sociais sobre o Gênero, para a chamada de atenção sobre alguns males que afectam à sociedade e aderência destes na luta pelos direitos da mulher e empoderamento económico. É neste contexto, que é possível a realização de marchas de âmbito nacional para celebrar datas importantes sobre Gênero ou para lobbies sobre os seus direitos. Embora o UNFPA e os parceiros de implementação não tenham o know-how suficiente para esta área, mas compreendendo que o combate à violência doméstica, feminização do HIV e SIDA e outros males que afectam a mulher passam por uma autonomia económica, foram realizadas acções de capacitação em desenho e gestão de negócios (nas 4 províncias), experimentadas iniciativas de microcrédito e desenvolvimento de projectos de rendimento em algumas províncias (Niassa e Sofala). Contudo, ainda é cedo para avaliar a eficácia desta actividade. 67 Eficiência No que se refere à eficiência, esta foi analisada de uma forma geral pois a avaliação não integrava a análise financeira para poder determinar os custos das actividades. Analisando a implementação das actividades dos planos anuais, pode-se inferir que a implementação teve algumas limitações em termos de eficiência. Isto está relacionado com os problemas de atrasos nos desembolsos dos recursos financeiros, início tardio do Programa e dificuldades de transporte na deslocação para os distritos. A capacitação institucional dos parceiros de implementação em matérias de Gênero, violência e desenvolvimento, aumentou a capacidade de análise de políticas, de planificação (em especial na óptica de Gênero), de coordenação e de trabalho multisectorial permitindo a realização das tarefas com eficiência e a aproximação cada vez maior do executivo com a sociedade civil e os parceiros de cooperação. O apoio em recursos financeiros para pagamento de algumas despesas foi eficiente, na medida em que os parceiros de implementação puderam fazer a manutenção e compra dos equipamentos e pagamento de salários, o que permitiu um funcionamento em pleno destas organizações. Em suma, a capacitação institucional melhorou a eficiência e qualidade do trabalho dos funcionários e dos sectores devido a mais formação técnica e científica e melhores condições de trabalho. Ao nível das associações de mulheres, a capacitação em associativismo, Gênero, violência permitiu a sua consolidação e abordagem compreensiva das suas intervenções bem como da capacidade de acção em bloco nas acções de advocacia e lobby pelos direitos da mulher. A formação não foi eficiente (nem eficaz) quando se treinaram associações de mulheres em desenho e gestão de projectos de rendimento sem condições criadas para estes iniciarem o negócio. O apoio material e financeiro a projectos de associações para o empoderamento económico ainda, está no seu começo, de tal modo que, ainda é cedo para se fazer uma apreciação em termos de eficiência. O desenvolvimento de um cronograma conjunto de actividades entre o MMAS-DNM e o Fórum Mulher, isto é, coordenação interinstitucional, contribuiu para a 68 implementação eficiente das actividades Programadas evitando repetição/sobreposição e desperdício de tempo. O Programa de advocacia e lobby em direitos humanos da mulher, do Gênero, da violência doméstica e HIV e SIDA foi uma das oportunidades ímpares de capacitação das instituições públicas, dos parlamentares, magistrados, líderes comunitários e organizações de base e consequente consciencialização das diferentes classes e extractos sociais naquelas matérias. Foi com o lobby que os parceiros de implementação conseguiram influenciar o Grupo Parlamentar, as Comissões dos assuntos sociais e meio ambiente e legalidade a engajarse activamente na aprovação da Lei Contra a Violência Doméstica baseada no Gênero pelo Parlamento. Impacto O Programa do Gênero da UNFPA implementado pelo MMAS, FM e NAFEZA contribuiu grandemente para que por um lado, o assunto empoderamento da mulher fosse agenda das NU e, por outro, para que os assuntos do Gênero fossem agenda prioritária do Governo de Moçambique. É neste contexto que as NU desenvolveram acções piloto nesta área e o UNFPA recrutou para o seu Programa um oficial de Programa efectivo para o Gênero. Por sua vez, o Governo de Moçambique para além da ratificação de convenções internacionais e regionais sobre temáticas referentes ao Gênero e a aprovação da Lei Contra a Violência baseada no Gênero, Política e Estratégia do Gênero, Plano Nacional de Avanço da Mulher e Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência doméstica, nos seus Programas, estratégias, planos económicos e sociais estão contidos os assuntos de Gênero bem como a implementação de Programas de Subsídio de Alimentos e fornecimento de equipamentos e insumos agrícolas para as associações de camponeses, especialmente de mulheres. Actualmente, os informes do Presidente e Procurador-Geral da República ao Parlamento já integram um capítulo sobre assuntos sensíveis ao Gênero. Como corolário deste cometimento do Governo, o Presidente da República e sua esposa receberam condecorações e prémios (2008-2009) de reconhecimento de Moçambique na luta pela igualdade e equidade de Gênero e empoderamento económico da mulher. 69 A expansão rápida de associações de mulheres (exemplo: AMADO - Associação Moçambicana de Mulheres Domésticas, AVIMAS – Associação das Viúvas de Moçambique, AMUDEIA – Mulheres Desfavorecidas e Despedidas de Xinavane, AMORA – Organização/associação Moçambicana para a Promoção da Rapariga, PROMUZ – Organização da Promoção da Mulher e Rapariga) e consequente criação de redes/Fóruns provinciais (ex: NAFET, Niassa, FOCAD); os progressos registados na educação com a participação significativa de raparigas e mulheres nos diferentes níveis de ensino, em especial o primário e alfabetização; o número significativo de casos de violência doméstica reportados nos Gabinetes de Atendimento das esquadras da PRM, instituições de justiça, hospitais e organizações de aconselhamento são evidências concretas do trabalho de advocacia, sensibilização e lobby junto das comunidades realizado no âmbito deste Programa. Cada vez mais as mulheres têm conhecimento sobre os seus direitos e consciência de que desigualdade de Gênero e a violência doméstica, são problemas que afectam o bem-estar social e desenvolvimento económico. A capacitação institucional dos parceiros de implementação foi de extrema importância pois muniu o pessoal destas instituições com habilidades técnicas e maturidade de negociação política que resultou na elaboração e aprovação de instrumentos fundamentais na luta pela igualdade e equidade de Gênero e empoderamento económico – Política e Estratégia do Gênero e Lei Contra a Violência baseada no Gênero. A capacitação sobre violência doméstica, atendimento psicossocial e aconselhamento jurídico dirigido aos agentes da PRM levou, por um lado, ao melhoramento no atendimento a vítima de violência e, por outro, a aproximação do serviço à vítima através da expansão dos Gabinetes de Atendimento da Mulher e Criança desde o nível central até ao nível distrital. Por conseguinte, a província da Zambézia possui Gabinetes de Atendimento em todos os distritos e 4 Gabinetes de Atendimento na cidade de Quelimane. No concernente ao empoderamento económico da mulher, é ainda cedo fazer a avaliação do impacto dos projectos de geração de rendimento para a autonomia económica, mas é verdade que projectos como o projecto da Moageira de Messumba – Lago Niassa, contribuiu para a redução do volume de trabalho de muitas mulheres camponesas porque já não precisam de caminhar longas distâncias para moer o seus cereais e o projecto de hortícolas de Nipepe aumentou a produtividade de hortícolas permitindo a sua venda no mercado e melhoria da dieta das suas famílias. Também, o 70 facto de os comités de gestão serem compostos maioritariamente por mulheres, é um bom sinal do seu sentimento de propriedade dos projectos bem como de participação nos órgãos de tomada de decisão e consequentemente de empoderamento. Sustentabilidade A capacitação institucional dos parceiros de implementação em equipamentos, assistência técnica formação em matérias de Gênero, violência, associativismo e desenvolvimento contribuiu para a criação da capacidade técnica da instituição e para a promoção da igualdade de Gênero e empoderamento económico da mulher em Moçambique. Por conseguinte, os parceiros de implementação, por um lado, produziram manuais de formação em assuntos de Gênero destinadas às associações e sociedade civil, manuais e guião para a planificação e orçamentação com integração do Gênero; brochuras, panfletos e cartazes sobre Gênero, violência doméstica e lei da família e, por outro, realizaram treinos/capacitações para associações de mulheres, líderes comunitários, instituições públicas, organizações de base e activistas. Algumas formações realizadas em benefício dos técnicos criaram novas capacidades e fortaleceram outras que podem continuar a ser usadas e desenvolvidas, com liderança e vontade de implementação e sem ser necessário um acréscimo grande de recursos financeiros. Aqui se refere particularmente as capacidades adquiridas na planificação de intervenções em matérias de Gênero, violência, HIV e SIDA e associativismo. A capacitação das associações de mulheres em associativismo fortificou e muniu estas com as ferramentas necessárias para a sobrevivência e defesa dos seus interesses. A capacitação em técnicas para o desenvolvimento de projectos de rendimento e autoemprego é uma premissa para a autonomia económica da mulher e consequente empoderamento económico desta. A expansão de redes ou fóruns provinciais é uma estratégia importante pois estes são plataformas locais e importantes que permitem o desenvolvimento de acções conjuntas e concertadas para a negociação política e lobby para defesa dos direitos da mulher e mobilização de recursos. 71 CAPÍTULO IV LIÇÕES APRENDIDAS E BOAS PRÁTICAS 4.1. Na área de População e Desenvolvimento Lições aprendidas Como para todas as restantes componentes, continuam a identificar-se como constrangimentos a carência de Fundos e de pessoal. Os Fundos regulares alocados pelo UNPFA mostraram-se insuficientes para atender a todas necessidades das actividades em curso em todo o Programa. Para a realização do RGPH o UNPFA disponibilizou Fundos adicionais aos Programados para a concretização do próprio Censo e para a análise dos resultados. Durante a vigência do 7º CPAP registou-se a transformação do anterior Centro de Estudos de População (CEP) para a actual CAP contendo na sua estrutura um Departamento de Estudos de População afectou o desempenho da componente na sua capacidade de atender às solicitações dos principais parceiros, nomeadamente o MPD e o INE. No período em análise o CAP foi dirigido por 3 directores, antes da nomeação da actual directora, o que revela bem uma certa instabilidade institucional. Como consequência, resultaram problemas no desembolso de Fundos nos moldes dos procedimentos acordados entre o GoM e o UNPFA. Boas Práticas Um aspecto positivo registado neste período foi a criação, no então criado MPD, da DNAP e do DEP com assento nas reuniões, com orçamento; substituindo o UPP. Embora as consequências não estejam ainda avaliadas é um sinal positivo, mostra compromisso político ao mais alto nível, reflectindo-se positivamente na monitoria, controle e avaliação das actividades. Nas datas comemorativas do 11 de Julho regista-se a participação e um maior interesse na advocacia sobre as questões de população por parte das autoridades máximas do MPD. Esta circunstância e atitude disseminam-se pelas províncias o que torna favorável o cumprimento dos compromissos expressos do GoM sobre a matéria. 72 As pesquisas do CAP orientadas para objectivos específicos mostram-se bastante úteis não só para os investigadores mas também para as instituições que necessitam de dados tais como o INE, o MPD e outras a nível central e local. O efeito multiplicador proporcionado pelos seminários e outras acções de formação são evidentes e deveriam ser encorajadas. Para os programas de desenvolvimento não existe substituto para a formação e capacitação dos intervenientes. 4.2. Na área da Saúde Sexual e reprodutiva Lições aprendidas A componente de formulação de Planos, Protocolos e Estratégias contribuiu para a colocação dos aspectos da saúde sexual e reprodutiva no topo das prioridades nacionais em geral. No entanto, a aprovação e implementação de uma Política Nacional de SSR são cruciais porque ela é que define o âmbito, os princípios, estratégias de realização, condições necessárias e o compromisso do país para garantia da realização e implementação dos Direitos Reprodutivos e da Saúde Reprodutiva da População. Embora tenha havido um maior esforço na expansão de forma acelerada da cobertura do país com Unidades Sanitárias dotadas de capacidade para oferecer COEmBs, alguns técnicos de saúde treinados e, aparentemente, com meios para tal, mais especificamente as ESMI não executam algumas intervenções no contexto dos COEmBs. O facto torna pertinente avaliar a qualidade da formação formal e a formação em serviço e desse modo identificar em que medida estes conferem conhecimentos, habilidades e confiança suficientes às ESMI para executarem as intervenções dos COEmBs, assim como avaliar como é feito o seguimento destas depois da sua formação. Apoiou-se a reorganização o SIS do sector este confronta-se ainda com constrangimentos. Um deles foi a dificuldade de realizar a componente de supervisão relevante para o processo de monitoria e avaliação de qualidade de cuidados de saúde materna e infantil. Problemas de gestão de recursos humanos internamente no sector de saúde não permitiram que quando necessários os técnicos das áreas abrangidas pelo programa estivessem disponíveis para a supervisão. Há um limitado acompanhamento do PGB por parte do sector de saúde a nível provincial que resulta em parte pelo facto deste incluir pessoal técnico que nem sempre está disponível para participar nas equipas técnicas intersectoriais estabelecidas. 73 A política de incentivos definida tanto para os activistas de base escolar como comunitária garante sustentabilidade técnica, política e económica ao Programa Geração Biz nas duas componentes, sem custos ao governo e doadores. Embora se tenham iniciado a implementação de medidas inseridas no pacote persiste a dificuldade no acompanhamento da disponibilização dos incentivos, em termos de se poder identificar quantitativamente o número de activistas beneficiados e sua contribuição positiva para o programa. Embora a gestão intersectorial seja declarada como sendo uma das melhores práticas, a comunicação e a interacção nem sempre existem entre os diferentes sectores e a todos os níveis. Se ao nível central realizaram-se mais encontros do que o inicialmente planificado, a nível provincial nem todas as províncias conseguiram realizar os encontros multissectoriais planeados devido à disponibilidade dos Directores Provinciais, que têm sido frequentemente solicitados pelos Governos Provinciais a desempenharem funções político-partidárias. O Programa previu o desenvolvimento de uma planificação conjunta de médio prazo entre os 3 sectores ao nível dos Planos Económicos e Sociais. Os planos sectoriais relacionados ao PGB estão sendo incorporados nos PES tanto no nível provincial quanto central mas continua ainda um desafio a possível dedicação de parte do orçamento geral do estado no suporte a algumas actividades do PGB. Na actualidade há discrepâncias nos três sectores entre políticas na alocação de recursos e acções, fundamento essencial para a passagem completa do PGB aos intervenientes locais; é ainda desafio a necessidade de equipas multissectoriais para realizar tarefas como monitoria, supervisão e etc. Boas práticas O fortalecimento das organizações da sociedade civil nas suas capacidades programáticas, sobretudo na autonomia de gestão, implementação e monitoria das suas actividades; constituiu um factor importante para a realização dos objectivos do Programa. A extensão e redimensionamento do PGB de modo a envolver mais beneficiários tornando-se mais inclusivo para jovens prisioneiros, jovens portadores de deficiência, trabalhadoras de sexo e homossexuais foi um dos grandes resultados em termos de expansão de programa. 74 Esta expansão que teve boa receptividade a nível do GoM permitiu uma maior adesão de outras instituições governamentais e significou um aumento da cobertura e acesso aos serviços de SSR/HIV/SIDA. 4.3. Na Área do Gênero Lições aprendidas No decorrer da implementação do Programa foram aprendidas várias lições sobre o que o correu bem e o que correu mal. As lições aprendidas sobre o que correu bem incluem: • O ambiente político favorável (cometimento do Governo e dos parceiros doadores nas questões de Gênero) facilitou a realização das actividades Programadas, • A adopção de um Programa de abordagem abrangente e multi-sectorial contrariamente a abordagem de um projecto, • A capacitação institucional dos parceiros de implementação e associações de mulheres foi uma actividade de extrema importância pois muniu as instituições com meios de trabalho e conhecimentos técnicos que permitiram bom desempenho, visibilidade e autoafirmação destas nos processos de governação e consequentemente a sustentabilidade no cumprimento das suas missões, • O trabalho em rede (Fóruns) fortalece as actividades associativas e torna a sociedade civil mais interactiva e dinâmica para realizar actividades de advocacia, sensibilização e lobbies pelos Direitos Humanos das mulheres a nível de políticas, Programas e de comportamentos individuais bem como para mobilização de recursos, • As reflexões sobre o trabalho de advocacia, sensibilização e lobby sobre o Gênero, violência doméstica baseada no Gênero, empoderamento económico e direitos humanos revelam que é necessário o envolvimento de homens/sexo masculino, • Porque as rádios comunitárias são o meio de comunicação acessível e escutado nas zonas rurais (utilização das línguas locais e Programas interactivos com as comunidades e com muitas temáticas locais), há necessidade de capitalização no uso deste meio para advocacia e sensibilização sobre os assunto de Gênero, 75 • O empoderamento económico das mulheres passa pela compreensão de conjuntura cultural e relações sociais existentes dentro de uma dada comunidade. As lições aprendidas do que não correu bem são as seguintes: • Embora o assunto Gênero seja agenda prioritária do governo, nas instituições públicas as unidades de Gênero ainda têm um funcionamento aquém do desejado. Do trabalho feito até agora, os resultados indicam para a necessidade de revisão do arranjo institucional desta unidade, isto é, a integração da unidade do Gênero nas direcções, departamentos e/ou repartições de planificação e lideradas por uma pessoa dinâmica, pró-activa e com acesso aos centros de decisão. • A existência de Focal Points estáveis e cometidos nas instituições e, ou organizações conduz a uma melhor comunicação e planificação estratégica, • O atendimento às vítimas de violência doméstica ainda não é satisfatório exigindo por parte dos intervenientes (instituições do executivo e judicial bem como organizações da sociedade civil que prestam assistências a estas) uma coordenação multi-sectorial de modo a evitar gasto de tempo e exposição da vítima, tramitação rápida do processo contribuindo desta maneira para resolução do problema, • O empoderamento económico das mulheres não deve ser somente um processo exógeno mas endógeno onde se valorizam as alternativas e soluções encontradas pelas mulheres para solucionar os seus problemas (women’s agency), • Reconhecendo as distâncias e o estado precário das vias de acesso e comunicação bem como da capacidade técnica local é importante que o focus das iniciativas seja numa área restrita no começo para uso efectivo de recursos e maximização do impacto, • As capacitações das associações de mulheres em desenho e gestão de negócios e auto-emprego devem ser acompanhadas de Kits e, ou capital/dinheiro para o início do projecto, • Actividades de geração de rendimentos exigem/precisam de acompanhamento/monitoria regular por forma a aumentar a capacidade de gestão, transparência e resolução de conflitos entre os associados. 76 Boas Práticas Qualquer trabalho desenvolvido por seres humanos produz experiências positivas que podem ser replicadas em outros meios. É neste contexto, que no 7º CPAP destacam-se as seguintes boas práticas: ¾ O estabelecimento e funcionamento do Grupo de Coordenação do Gênero ao nível central é uma experiência valiosa a ser aplicada ao nível provincial, ¾ A integração dos assuntos de Gênero em todos os processos de planificação é já uma prática nas actividades do Governo, ¾ A NAFEZA e o Fórum Mulher como exemplos de plataformas de associações de mulheres para lobby, advocacia, sensibilização e negociação política sobre questões de Gênero bem como para mobilização de recursos. É neste âmbito, que foram criados os Fóruns de Tete, Cabo Delgado e Niassa e estão em curso os processos de constituição dos Fóruns de Inhambane e Nampula, ¾ O uso das línguas locais e das rádios comunitárias para a disseminação dos assuntos sensíveis ao Gênero nas comunidades rurais, ¾ O trabalho da NAFEZA nos centros de acomodação das populações vítimas das cheias demonstrou como é que os assuntos de Gênero, violência doméstica e HIV e SIDA são tão importantes naquele meio, mas que até 2007 eram ignorados. A partir deste trabalho, o INGC - Zambézia tem desenvolvido esforços no sentido de integração destes aspectos nos seus planos de contingência, manuais e acções de trabalho. É um exemplo a expandir para outras zonas do país susceptíveis a calamidades naturais, ¾ O Programa de População da Zambézia – PPZ como exemplo a seguir nas outras províncias pois na sua actuação integra População – Gênero - Educação Sexual e Reprodutiva de forma transversal e coordenada. 77 CAPÍTULO V CONCLUSÃO Apesar do contexto adverso caracterizado por crises globais e internas, em termos de cumprimento do 7º Programa, pode dizer-se que de um modo geral as actividades planificadas foram realizadas com eficácia. A redução da taxa de pobreza de 69,4 % em 1997 para 54,1% em 2003 mostra bem o esforço e o compromisso que têm sido desenvolvidos para alcançar os ODM. O objectivo da expansão das actividades para outras províncias, para além da Zambézia mostrou-se apropriado para atender aos assuntos de População e Desenvolvimento, Saúde Sexual e Reprodutiva, de Gênero e assuntos relacionados com a pandemia do HIV e SIDA.. A partir da análise documental e entrevistas com os oficiais do UNFPA e os parceiros de implementação pode-se afirmar que os objectivos e os resultados definidos no 7o CPAP, 2007-2009/10 foram alcançados quase na sua totalidade e consequentemente contribuíram para o alcance dos resultados preconizados no PARPA II. A análise das actividades realizadas durante a vigência deste programa demonstra que estas permitiram o fortalecimento da capacidade institucional do MMAS, do Fórum Mulher, NAFEZA e das associações de mulheres com vista a formulação, advocacia, lobby e implementação da legislação sensível ao género. Evidências deste trabalho de sucesso são a elaboração, aprovação e implementação da Lei Contra a Violência Doméstica baseada no Género, Política e Estratégia do Género, o Plano Nacional de Avanço da Mulher e o Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica; a integração do género nos processos de planificação e orçamentação nos programas e planos económicos e sociais, etc. Por outro lado, estas actividades contribuíram para o fortalecimento das associações de mulheres e empoderamento económico da mulher. É importante referir que as intervenções feitas em prol do empoderamento económico das comunidades ainda não alcançaram os objectivos pretendidos. Em Moçambique, em particular no Programa do UNFPA, continua a ser um desafio o desenvolvimento de abordagem correcta para o empoderamento económico da mulher. Utilizando a advocacia, sensibilização e lobby, os parceiros de implementação contribuíram para a consciencialização das diferentes classes e extractos sociais sobre 78 matérias referentes ao género. Hoje assiste-se com naturalidade a raparigas e mulheres participando activamente em eventos sobre violência, HIV/SIDA, género; a mulheres vítimas de violência reportando actos de violência nas instituições de justica, Gabinetes de Atendimento e organizações afins; a homens sensibilizados e comprometidos com a causa das mulheres; e a líderes comunitários, líderes religiosos e das organizações de base mobilizando as comunidades sobre assuntos refrentes ao género. Em suma, a implementação do programa contribuiu para o fortalecimento da governação democrática e ao alcance de um crescimento e desenvolvimento razoável, de modo a reduzir as disparidades que prevalecem no país. Contudo, o grau de cumprimento dos objectivos é variável conforme as diferentes componentes do programa. Reconhece-se que a implementação deste ciclo do Programa representou mais um esforço significativo dos doadores na concretização da estratégia nacional delineada pelo governo e seus parceiros para garantir o exercício de saúde e direitos sexuais de homens e mulheres; reduzir a mortalidade materna, neonatal e infantil, fornecer pacote de serviços compreensivos de SSR e prevenção ao HIV e SIDA para jovens e adolescentes em Moçambique. O programa contribuiu na execução do PARPA II; do Plano Estratégico Nacional de Combate ao HIV e SIDA (PEN II) e do PESS (2007/12) e dos planos estratégicos sectoriais executados pelos MINED e MJD. Na área de SSR o 7º CPAP revelou indicações de que os progressos e resultados alcançados vão de encontro aos objectivos predefinidos. Na subcomponente da saúde da mulher e criança o 7º CPAP facilitou o estabelecimento de um ambiente programático favorável a promoção da saúde reprodutiva e direitos reprodutivos da mulher; fortaleceu capacidades institucionais para a prestação de serviços melhorados de saúde reprodutiva com vista a reduzir a mortalidade materna; contribuiu na consolidação do processo SWAP; apoiou o reforço do sistema de M&A da qualidade de serviços; mobilizou recursos para a área de saúde materna e infantil; apoiou a reorganização do Sistema de Informação de Saúde. Persistiram desafios em relação ao desenvolvimento e fortalecimento de sistemas logísticos, em particular de medicamentos e procurement de contraceptivos; nas intervenções relativas a Fistula obstétrica, na facilitação do acesso de homens aos serviços de SSR. Na subcomponente da saúde sexual reprodutiva de adolescentes e jovens o FNUAP e seus parceiros expandiram progressivamente as suas actividades do Programa Geração 79 Biz passando a cobrir todas as províncias do país; investiu no desenvolvimento da capacidade institucional dos ministérios parceiros e associações juvenis na implementação e expansão um pacote compreensivo de SSR e HIV que responda à vulnerabilidade de adolescentes e jovens de 10-24 anos; continuou reforçando a abordagem multissectorial que aumentou a comunicação, interacção e sinergia entre os sectores governamentais. Continuaram como aspectos críticos, o aumento da qualidade de serviços e o acesso sobretudo na componente clínica; a disponibilização de equipamento e material de informação, educação e comunicação em tempo útil e quantidades suficientes; a implementação de abordagem sociocultural mente adaptada aos contextos de implementação do programa; o estabelecimento de parcerias e ligação a iniciativas afins e sustentabilidade e apropriação do programa pelo parceiro governamental. Os sucessos alcançados no presente Programa contribuíram significativamente para o cumprimento dos ODM 1, 2, 3, 5 e 6. As pessoas contactadas ao longo da avaliação mostraram-se satisfeitas com o apoio do UNPFA, manifestando o papel importante desta Agência no alcance dos objectivos do Programa e na sua implementação. O apoio do UNPFA foi crucial na realização das actividades programadas, através do seu apoio financeiro e na assistência técnica que permitiu um cada vez maior envolvimento dos Ministérios e das DPs na planificação e nas tomadas de decisões e implementação das políticas sobre assuntos de População. A opção pela formação fortaleceu ainda a capacidade de associações da sociedade civil incluindo parlamentares, associações de mulheres e jovens Em todas as componentes abrangidas pelo Programa registaram-se progressos, embora diferenciados quer pelo nível de desempenho dos recursos humanos na gestão e coordenação, quer pela disponibilidade financeira. O apoio directo a sociedade civil, sobretudo às associações da sociedade civil, como principais inovações da Programa foi destacado como prioridade para as futuras actividades do CPAP. 80 CAPÍTULO VI RECOMENDAÇÕES 6.1. Em Relação à “População e Desenvolvimento” As acções no domínio da população desenvolvimento devem ser prosseguidas no sentido de aumentar cada vez mais a capacidade institucional em termos de recursos humanos, materiais e financeiros. Dado que uma grande dos parceiros e beneficiários carecem de conhecimentos das relações entre a População e Desenvolvimento, as acções de formação e capacitação deverão ser intensificadas para o bom desempenho do Programa. Estas acções incluem a disseminação pelas províncias e distritos abrangidos das políticas e estratégias definidas, em particular, a PNP O melhoramento da articulação entre os parceiros, incluindo os doadores na planificação e implementação de projectos de População e Desenvolvimento é um imperativo para o sucesso das actividades do Programa. Haverá que intensificar a procura de alternativas para o financiamento de actividades importantes de âmbito nacional como por exemplo a elaboração de censos, evitando situações de intervenções de emergência com recurso a fundos adicionais, tal como sucedeu no último RGPH. Para isso requer-se uma maior acuidade não processo de planificação conjunta com todos os parceiros envolvidos e interessados em dados. Embora fora da vocação do UNPFA o próximo programa poderia dedicar-se à análise da percepção da pobreza urbana, que afecta tanto as mulheres, homens e jovens, sobretudo no que respeita ao emprego e ao rendimento num contexto urbano pobre e com limitadas alternativas para fazer face ao desenvolvimento individual. Naturalmente que esta perspectiva exigiria uma maior e melhor articulação entre as várias agências das NU e dos parceiros nacionais, agora também numa perspectiva ecológica do desenvolvimento humano. Neste contexto recomenda-se também que a mobilidade dos quadros formados no âmbito das acções de capacitação dirigidas seja apenas efetivada por imperativos justificados. O investimento que se faz num sector deve produzir os efeitos esperados. Para isso, recomenda-se que na formação de recursos humanos para os assuntos de 81 população, seja feita uma programação perspectiva, com a anuência dos próprios quadros, sobre o seu papel e responsabilidades futuras. Afigura-se importante assegurar que o trabalho do INE para a disponibilização de dados desagregados a nível distrital prossiga, pelo seu valor como instrumento de gestão. Tal como para todas as restantes componentes,: sugere-se o reforço em capacidades financeiras, materiais e humanas de modo a conferir a relevância da sua transversalidade em termos de apoio às restantes instituições que lidam com assuntos de População e Desenvolvimento. Perante as crises globais que se manifestam em Moçambique pelo agravamento das condições ambientais, de vida e de trabalho, sobretudo nos grandes aglomerados populacionais é de fundamental importância dedicar alguma atenção aos esforços orientados para a produção de informação baseada em pesquisa. Se as acções de formação a nível de Mestrado devem prosseguir há toda a necessidade de reformular o currículo de modo a inserir-se nas novas realidades O CAP, para além da necessidade da sua estabilização e reorganização, em termos dos recursos humanos, materiais e financeiros, com o apoio do INE, poderia propor propostas de projectos de pesquisa que abordem questões como, oportunidades de emprego na economia informal, a mobilidade social, propriedade da terra, acesso a habitação, dos serviços públicos e dos transportes e acima de tudo a abordagem frontal dos problemas ambientais urbanos. Uma outra sugestão que se coloca é uma maior articulação entre os pesquisadores e consumidores de dados, em particular na calendarização dos processos. Não se pode admitir que em plena elaboração de dados de censo populacional entidades sugiram a realização de censos sobre a criança, cuidados maternais, pecuária, etc., dificultando a capacidade do INE, em termos recursos humanos. Ainda relativamente ao CAP, recomenda-se a adopção de estratégias para o envolvimento de mais investigadores, incluindo técnicos da UP com alguma experiência na elaboração de manuais dedicados à população executados por ONGs na elaboração de materiais acessíveis à comunidade, como seja a FDC, ADPP. 82 6.2. Em relação à Saúde Sexual e Reprodutiva 6.2.1.Em relação à Saúde da Mulher, Neonatal e Infantil Apoiar a área de Planeamento Familiar sobretudo o processo de implementação da Estratégia Nacional de Planeamento familiar a nível de provisão de serviços, mobilização social e na componente de consumíveis, bem s e produtos; Apoiar o estabelecimento de um Programa de Despiste e Tratamento de Fístulas Obstétricas tanto a nível de elaboração, revisão e actualização de normas e tratamento como na implementação de formações; Investir em acções tendentes a garantia da disponibilidade de recursos humanos qualificados em todos níveis de prestação de cuidados, capacitando-os e reciclandoos em serviço bem como apoiar esforços de sua retenção; Fortalecer o apoio técnico e financeiro para o funcionamento dos Comités de Estudo das Mortes Maternas, Neonatais e Infantis em todos níveis; Continuar apoiando a expansão de cuidados obstétricos de emergência como área importante e de impacto na redução da mortalidade materna para a redução da mortalidade materna; Reforçar o Sistema de Segurança de Bens & Produtos para o Sector Saúde, áreas de aquisição de bens e produtos e apoio na área de gestão, capacidade técnica de recursos humanos, ferramentas de gestão bens, componente de distribuição, gestão de armazéns; Priorizar o fortalecimento d sistema de referência, transporte e comunicação sobretudo a nível comunitário e apoiar esforços de expansão e/ou reabilitação da rede sanitária; Definir e apoiar a implementação de pacotes de intervenção de SSR visando o envolvimento dos homens, não somente na promoção, participação e apoio a decisões de saúde sexual e reprodutiva como também respondendo as suas necessidades específicas. Promover a criação de um ambiente de diálogo e articulação entre os Serviços de Saúde da Mulher e da Criança, líderes comunitários e outros prestadores de cuidados de saúde a nível da comunidade Apoiar o desenvolvimento de iniciativas de comunicação para que facilitem o acesso a informação relevante a mudança de comportamento e com enfoque em práticas preventivas a mortalidade materna; 83 Reforçar a capacidade institucional para a implementação de um sistema de supervisão formativa, monitoria e avaliação do Programa de SSR. 6.2.2. Em relação à Saúde Sexual e Reprodutiva de Jovens e Adolescentes Continuar o apoio na potenciação técnica e institucional dos parceiros governamentais com recursos materiais, recursos humanos, habilidades técnicas em matéria de SSR de jovens e adolescentes, monitoria e mecanismos de implementação do programa a nível das províncias; Advogar para uma rápida inclusão das actividades do PGB e sua rotina de implementação nos fundos comuns e uma alocação de fundos via mecanismos de desembolso do orçamento do estado; Continuar a apoiar iniciativa de alargar o programa a outras categorias e estratos de jovens com perfil sociológico e profissional que demanda pacote de intervenções que respondam as suas necessidades específicas destes (os jovens pescadores, jovens agricultores e vendedores no comércio informal, jovens não escolarizados e de alta mobilidade, etc.); Focalizar apoio a programas de Planeamento familiar para a rapariga, sobretudo nos esforços tendentes a um maior acesso aos métodos modernos de anticoncepção; Apoiar a definição e implementação de pacotes compreensivos de serviços de SSR para rapazes, focalizados para o seu envolvimento como protagonistas e actores chave da transformação social e sobretudo das normas socioculturais que toleram e/ou favorecem desigualdades e estereótipos de género; Promover a complementaridade num único quadro institucional entre o PGB e outros programas relativos a promoção se serviços de SSR, habilidades para a vida e prevenção do HIV e SIDA tais como Pacote Básico de Habilidades para a Vida, Mundo sem Segredos, Clube dos Bradas. Todos os programas deverão estar interligados, harmonizando procedimentos, partilhando informação e criando sinergias que evitem dulcificação de esforços e aumentar a capacidade de alcance do grupo alvo; Reforçar sistema de M&A de modo a torná-lo eficiente no reporte e fluxo de informação e sobretudo capacitar os técnicos na analise e uso de dados gerados pelo programa para a tomada de decisões, planificação e implementação das actividades; 84 Apoiar a realização de formações de novos activistas para o sector escolar, pois os que neste momento se encontram tem apresentado um esforço de alcance acima do estabelecido; Fortificar a abordagem de educação de pares expondo-lhes a iniciativas contínuas de formação e sobretudo definir e implementar nas províncias críticas (ex. Zambézia) uma estratégia de reposição de educadores de pares adultos ou fora da faixa etária dos beneficiários Explorar possibilidades e estabelecer parceria activas e funcionais com ONGs/OCBs e outras entidades que implementam iniciativas de SSR/HIV/SIDA para jovens e adolescentes a nível provincial, distrital e local para fortificar a sociedade civil local e assegurar a apropriação do programa; Promover a participação proactiva dos pais, encarregados de educação, líderes religiosos, comunitários e notáveis locais responsáveis e com influência sobre jovens e adolescentes com vista a garantia de uma ambiente comunitário favorável a implementação do programa e que compreendam que o programa é deles e tem importância a desempenhar e ser-lhes dada importância para desempenhar esse papel de facto Advogar para uma consciencialização e importância da coordenação, colaboração e complementaridade entre parceiros sectoriais com vista a produzir resultados colectivos consistentes • Fortificar a parceria com os mass media no sentido de divulgar mais as actividades do PGB e encontrar alternativas para a implementação dos programas audiovisuais que tem muita audiência e com muitas potencialidades de gerar mudanças de comportamento considerando as especificidades linguísticas para maior alcance dos beneficiários. Investir na produção de materiais de IEC e na disponibilização de equipamento e bens se serviços de persiste a necessidade de um trabalho contínuo no que concerne a estratégia de disponibilização de preservativo Realizar uma análise das evidências de impacto do PGB no conhecimento, atitudes e práticas dos beneficiários após o final do programa de extensão 2010/11 85 6.4. Em Relação a Assuntos de Gênero Apesar dos avanços alcançados no cumprimento do Programa traçado para a componente Gênero, importa deixar algumas recomendações para a melhoria do processo de implementação no próximo Programa. Assim, sugere-se: A melhoria dos mecanismos de coordenação e fluxo de informação entre as agências das UN e os parceiros nacionais, A melhoria dos sistemas de monitoria e avaliação, incluindo visitas regulares conjuntas, O fortalecimento da liderança e pertença pelos parceiros, especialmente o MMAS e as DPMAS como coordenadores do Gênero no Programa do governo, A melhoria da integração e alinhamento das actividades dos níveis central e provincial bem como do Programa do UNFPA com o do Governo (MMAS), A realização de capacitações e partilha de informação de forma permanente entre as agências e os parceiros envolvidos no Programa com vista ao fortalecimento de compreensão e percepção comuns sobre os conceitos de igualdade de Gênero, A melhoria do processo de desembolso de recursos financeiros com a modalidade de desembolsos semestrais; A continuação da capacitação institucional e advocacia sobre assuntos de Gênero aos membros do Governo e decisores do sector público ao nível provincial e distrital; A institucionalização das Unidades de Gênero nas instituições públicas bem como a melhoria do funcionamento do CNAM ao nível provincial; A melhoria da coordenação e complementaridade nos projectos de empoderamento económico e a garantia de que estes são dirigidas e beneficiam as mulheres; A realização de estudos sobre as dinâmicas locais das mulheres para obtenção da autonomia económica A aquisição de viaturas para a cobertura do trabalho nos distritos e, A consolidação e expansão das associações Homens como Parceiros. O resultado da análise documental e das entrevistas com os parceiros de implementação e com os oficiais do UNFPA indica como áreas importantes, embora não novas, as seguintes: 86 9 No âmbito da implementação da Lei Contra a Violência Doméstica baseada no Gênero é necessário: (i) intensificar a disseminação da Lei nos distritos com a tradução da lei nas línguas locais, produção e distribuição de cartazes e panfletos e Programas nas rádios comunitárias; (ii) fortalecimento da coordenação multisectorial no atendimento das vítimas de violência doméstica; (iii) fortalecimento da área de combate contra a feminização do HIV e SIDA; (iv) regulamentação sobre o abandono da família e o trabalho a favor da comunidade, aspectos omissos na presente lei. 9 No contexto do empoderamento económico da mulher urge: (i) coordenação dos actores do Programa Conjunto sobre o empoderamento económico para possibilitar a sincronização das actividades de capacitação com as de investimento; (ii) melhoria e ou adaptação dos conteúdos de capacitação em desenho e gestão de negócios com a realidade local. 9 No que diz respeito as mudanças climáticas e aos desastres naturais torna-se necessária uma definição das melhores estratégias para a integração dos assuntos de Gênero nos Programas de emergência. 9 No concernente a elaboração de relatórios de progresso e de balanço é importante: o fortalecimento da análise situacional com base em dados desagregados por sexo. 87 ANEXO 1 TERMS OF REFERENCE End of Programme Cycle Evaluation Introduction / Background The goal of the Country Programme of Assistance for the period 2007-2009 is to contribute to improved quality of life by: (a) Making high-quality sexual and reproductive health services available to women, men, adolescents and youth; (b) Preventing HIV/AIDS, especially among young people and sex workers; (c) Improving data collection for planning, monitoring and evaluation; (d) Integrating gender into development processes to improve the status of women; (e) Accelerating the dissemination and enforcement of laws and policies on gender, adolescent sexual and reproductive health, and HIV/AIDS; (f) Supporting youth-friendly service delivery; and (g) Documenting and disseminating lessons learned and best practices. The programme supports also evidence-based advocacy to influence policy dialogue and strengthen partnerships to leverage resources and scale up interventions. The Country Programme of Assistance for the period 2007-2009 amounts to 21.35 million (10.35 of regular resources and 11 million of multi-bilateral). Areas of focus for this CPAP are based on the PARPA II (2007-2009) and on the outcomes and outputs of the UNDAF (2007-2009). General Objective: The primary purpose of the evaluation is to assess the performance of the programmes supported by UNFPA Mozambique during its 7th country programme. The evaluation will present the main programme results; the lessons learned during the 7th country programme and will also identify key priority areas for intervention in the 8th country programme. 88 Specific Objective: • Identify Results achieved and the reasons for successes and failures, especially the constraining and enabling factors • Based on the evaluation findings, provide lessons learned that may be applicable in other situations as well. Include both positive and negative lessons. • Suggest priority areas for intervention in the 8th country programme • Identify any outstanding achievements that are worth documenting as best practices • State findings clearly based on the evidence derived from the information collected. Consultant Tasks: Specifically the consultant will be focus on: • Desk review of all Programme Components. • The review of existent information/quarterly and annual reports/ /Standard Progress Reports/documents to identify the good and/best practices and further document the process and/or results; • Interviews of and meetings with project staff, Country Office staff and where possible, direct beneficiaries. • Field visits to selected project sites for direct observation and also to obtain feedback from field staff and the intended direct beneficiaries, particularly for projects that have not yet had any independent evaluation. • Organize workshop to present finding under the Draft Report and get inputs for improvement Deliverables: • Draft report • Debriefing • Final report, synthesizing best practices identified and strategic lessons learned. • Presentation of final report 89 • Report written in Portuguese Working methods • Reading of Programme related documents • Interviews with Government counterparts at different levels; • Interviews with technical advisers and UNFPA staff; • Interviews with donors ; Timing and Duration: From July to August 2010 * The final compiled report should have to be delivered within 45 days Timing Week 1 Week 2 Week 3 Week 4 Persons responsible (includes the evaluation manager, stakeholders, national counterpart and evaluator(s) as relevant.) Desk review and Astrid, Baisamo Juaia, UNFPA interviews of Country staff and Implementing Partners Office staff. Field visits, Northern Implementing Partners provinces Field visits, Central Implementing Partners provinces Field visits, Southern Implementing Partners provinces Tasks Drafting debriefing report and Implementing Partners Week 5 & 6 Qualification of the consultants: • Master´s degree in communication, social sciences or related subject • Extensive experience in Programme Evaluation • Demonstrated excellence in writing in Portuguese • Familiarity with Mozambican context and UNFPA CP 90 • Experience and skills of working with people from diverse culture and backgrounds Consultant team 3 National consultants will be selected by the Centre for Policy Analysis (CAP) at Eduardo Mondlane University. 91 ANEXO 2 PRINCIPAIS DOCUMENTOS CONSULTADOS DPMAS da Zambézia. Relatórios de Progresso Anual (2007-2009). ____Planos de Acção Anual (Maputo, 2007-2010). DPPF da Zambézia. Relatórios de Progresso Trimestral. ____Planos de Acção Anual (Quelimane, 2007-2009). FÓRUM MULHER. Plano Estratégico 200-2013 (Maputo, 2008). ____Lei da família em Banda Desenhada (Maputo, s/d). ____Planos de Acção Anual (Maputo, 2007-2010). MMAS. ____Relatórios de Progresso Anual (Maputo, 2007-2009). ____Guião de integração de Assuntos de Género nos Planos Distritais (Maputo, 2007). ____Planos de Acção Anual (Maputo, 2007-2010). MINED Programa Geração BIZ. Relatório Anual de 2007. Relatório Técnico de Implementação do Programa no ano de 2007 e Principais Linhas de Desenvolvimento para o ano de 2008. MISAU(a) (2010) Balanço Anual. Plano Económico e Social 2009. Versão para o Conselho Coordenador de Saúde. Maputo: Direcção de Planificação e Cooperação, Março de 2010 ____ (2010) Nona Avaliação Conjunta Anual do Desempenho do Sector da Saúde (ACA IX). Relatório Final. Maputo: MISAU, Abril de 2010 ____ (2008) Desempenho do Sector da Saúde. Sétima Avaliação Conjunta Anual (ACA VII), Maputo, Março de 2008 ____ (2008) Plano Integrado para o Alcance dos Objectivos 4 e 5 do Desenvolvimento 2009-2012 (2015). Maputo: Direcção Nacional de Saúde Publica, Dezembro de 2008 MISAU (2009) Relatório de Progresso Anual (SPR). SSR. Janeiro a Dezembro de 2008.Maputo: Direcção Nacional de Saúde Pública ____(2009) Relatório de Progresso Anual (SPR). SSR. Janeiro a Dezembro de 2008.Maputo: Direcção Nacional de Saúde Pública. MPD. Relatório de Avaliação de Impacto do PARPA II (Maputo, 2009). ____ Planos de Acção Anual (Maputo, 2007-2009). ____ Relatórios de Progresso Anual (Maputo, 2007-2009). NAFEZA. Relatórios de Progresso Anual (Quelimane, 2007-2009). 92 ____ Relatórios de Progresso Trimestral (2010). ____ Planos de Acção Anual (Maputo, 2007-2010). UNPFA (2007) Plano de Acção do Programa Nacional (CPAP). Período 2007-2009 entre o Governo de Moçambique e o Fundo das NU para a População (UNPFA), (2007). ____Relatórios Programáticos Anual (Maputo, 2007-2009). ____Quadro de Resultados e Recursos (Maputo, s/d). ____UNFPA CPAP M&E Plan 2007-9 (Maputo, 2007). ____Template for Quarterly Country Programme Report Progress (Maputo) ____Plano de Acção: Programa Nacional – CPAP, 2007-2009. ____Extensão do Plano de Acção do País – CPAP, 2010-2011. ____Relatórios de Progresso Anual do Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva/ITS/HIV/SIDA dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2009. ____Relatório de Progresso Anual. Programa de Saúde Sexual e Reprodutiva e Prevenção do HIV dos Adolescentes e Jovens. Janeiro a Dezembro de 2008. ____Plano de Acção do Programa Nacional (CPAP). Período 2007-2009 entre o Governo de Moçambique e o Fundo das NU para a População. 93 ANEXO 3 LISTA DE PESSOAS CONTACTADAS Nº Nome Função Instituição 1 Baisamo Jualia Assistente – Residente UNPFA 2 Águeda Nhantumbo Oficial do Programa de Género “ 3 Pilar de la Corte Molina Oficial de Monitoria e Avaliação “ 4 Amir Modan Responsável de Programas de SSR “ 5 Débora Nandja Oficial de Programa “ 6 Emídio Sebastião Oficial de Programa “ 7 Fernanda Maússe Oficial de Programa “ 8 Virgulino Nhate - Chefe de Dtº de Estudos e Análises 9 Elísio Nhantumbo Técnico “ 10 Inês Raimundo Directora CAP 11 Ramos Muanamoha Director do Curso de Mestrado 12 Manuel Gaspar Vice-diretor 13 Josefa Langa Directora Nacional da Mulher 14 Ana Loforte Assessora para os Assuntos de Género 15 Juliana E. Zilhão Directora Provincial 16 Elizabeth J. Lundo Chefe de Departamento da Mulher 17 Graça Samo Directora 18 Nzira de Deus Oficial do Programa “ 19 Júlia Fumo Oficial do Programa “ 20 Maira Mário Oficial do Programa “ 21 Graça Júlio Oficial do Programa “ 22 Manuela Mondlane Oficial do Programa “ 23 Leonilde Lumbela Oficial de Administração e Finanças “ 24 Suzete Marques Gestora de Comunicação “ 25 Maria Isabel Ligonha Presidente 26 Cândida Quintão Coordenadora “ 27 Artur João Shoe Oficial de Programação “ 28 Leonardo Chavana Director Nacional MPD “ INE MMAS “ DPMASZ DPMAS Fórum Mulher NAFEZA 94 MISAU 29 Lídia Chongo Directora Nacional Adjunta 30 Arlindo Folige Coordenador do Programa Geração Biz MINED 31 Joaquina Daniel Gumeta Directora Provincial DPPFZ 32 Ernesto Luís Assessor Técnico -Geração Biz DPJDZ 95 “