estrutura padro abnt para - DIMAP - Departamento de Informática e
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estrutura padro abnt para - DIMAP - Departamento de Informática e
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTROS DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO ADRIANE TRAMONTIN GOVERNO ELETRÔNICO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO: UM CAMINHO PARA A INCLUSÃO DIGITAL Natal 2004 ADRIANE TRAMONTIN GOVERNO ELETRÔNICO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO: UM CAMINHO PARA A INCLUSÃO DIGITAL Dissertação de Mestrado apresentada no Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Administração na área de Gestão Publica. Orientador: Djalma Freire Borges, Dr. Natal 2004 ADRIANE TRAMONTIN GOVERNO ELETRÔNICO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO: UM CAMINHO PARA A INCLUSÃO DIGITAL Dissertação de Mestrado apresentada no Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Administração na área de Gestão Pública. Aprovado em 30 de Julho de 2004. Djalma Freire Borges, Dr. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Maria Arlete Duarte de Araújo, Dra. Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Maria Auxiliadora Diniz de Sá, Dra. Universidade Federal da Paraíba - UFPB Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA Divisão de Serviços Técnicos Tramontin, Adriane. Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão: um caminho para a inclusão digital / Adriane Tramontin. – Natal, 2004. 172 p. il. Orientador: Prof. Dr. Djalma Freire Borges Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Programa de PósGraduação em Administração. 1. Administração Pública - Tese. 2. Governo eletrônico – Tese. 3. Inclusão digital - Tese. 4. GESAC - Tese. I. Borges, Djalma Freire. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 35.081 (043.3) Ao meu anjo e os meus dois milagres. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus – Senhor Absoluto - por ter permitido chegar este dia. Aos meus pais e irmãos, Aristeu, Roseni, Regina, Luis e Sandra pelo afeto e incentivos constantes. Ao Prof. Djalma Freire Borges por ter me escolhido no processo seletivo do mestrado, colaboração, orientação e incentivo à pesquisa, como também pela confiança por ele depositada neste trabalho. Aos professores do PPGA. Em especial aos professores Manoel Veras e Maria Arlete pelos encorajamentos e desafios despertados durante esses dois últimos anos. Aos amigos e colegas que enfrentaram as mesmas angústias e vitórias em um curso de pósgraduação. Em especial: Josué, Luciano, Cristóvão, Sebastião, Henrique, Rubens, Virgínia e Xavier. Aos funcionários do PPGA que sempre se mostraram dispostos a ajudar. Aos companheiros de trabalho do INPE, por terem aprovado e suportado a minha participação neste programa de mestrado. Um especial agradecimento para: César, Goretti, Maria, Letice e Manoel Jozeane. Aos coordenadores locais do Programa GESAC, que sempre me receberam com boa vontade e disposição em ajudar. A todas as pessoas que acreditam que um sonho é sempre o começo da transformação. E por último agradecimento aos meus filhos, Luiza e Filipe, e esposo, Regivan. Obrigado por terem apoiado e suportado as ausências dos muitos momentos “roubados” da família e direcionados de forma meio egoísta para este projeto. “Construamos uma comunidade global na qual pessoas de países vizinhos se vejam não como inimigos em potencial, mas como parceiros em potencial; como membros de uma mesma família, na vasta e crescentemente conectada família humana". (Gore,1994). RESUMO _____________________________________________________________________ O trabalho tem o objetivo de analisar se o programa Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão – GESAC, instituído pelo Governo Federal brasileiro, contribuiu para a inclusão digital dos cidadãos do Rio Grande do Norte. O GESAC é uma iniciativa de universalização do acesso à Internet que pretende beneficiar principalmente as populações de baixa renda de todo o país. A investigação se caracteriza como um estudo exploratório, feito a partir de pesquisa de campo em treze locais onde o GESAC foi instalado no Rio Grande do Norte. Foi utilizado como instrumento de pesquisa um formulário, com questões abertas e fechadas, aplicado aos coordenadores dos pontos de presença nos quais são disponibilizados os serviços oferecidos pelo GESAC. Os dados resultantes foram objeto de analise descritiva e qualitativa. A interpretação dos dados levantados permitiu evidenciar que o GESAC tem trazido benefícios à comunidade através do acesso a rede digital. Como também, que os critérios e requisito estabelecidos pelo poder público para a instalação do GESAC não foram atendidos plenamente, a existência de poucos equipamentos, a falta de informações referente ao que o programa pode disponibilizar, e a limitada atuação do Ministério das Comunicações como responsável pelo programa. Por tudo isso, atendendo ao problema de pesquisa formulado, o estudo realizado possibilitou concluir que o programa GESAC, apresentou uma contribuição relevante para inclusão digital. Palavra chave: Governo eletrônico, inclusão digital, Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão – GESAC. ABSTRACT _____________________________________________________________________ This work verifies if the program “Electronic Government Service of Attendance to the Citizen – GESAC (In Portuguese)”, established by Brazilian Federal Government has contributed for digital inclusion of the citizens in the state of Rio Grande do Norte. The GESAC is an initiative of universalization of internet access and intends to give benefits mainly to the poor population of the country. The investigation is characterized by an exploratory research. It is based on a field exploration on thirteen GESAC’s installation in Rio Grande do Norte. The device of exploration was a set of open and closed questions applied to the coordinators of GESAC’s installations. The resulting datum was submitted to a descriptive and a qualitative analysis. Their interpretation revealed the evidence that GESAC has given some benefits to the community by the access to the digital web, but also that: the requirements established by government to the installation of GESAC were not fully satisfied, the existence of few equipments, the absence of information about the services provided by the program, and a negligent management of Communication Ministry which is responsible for GESAC. Therefore, according to the formulated research problem, the study allowed the conclusion that the program GESAC, although with many limitations, revealed an important contribution to the digital inclusion. Key words: Electronic Government, Digital Inclusion, Electronic Government Service of Attendance to the Citizen – GESAC (in Portuguese). LISTA DE ILUSTRAÇÕES _____________________________________________________________________ Quadro 01 – Total de Pontos de Presença do GESAC no Rio Grande do Norte. 21 Quadro 02 - Perspectivas do Governo Eletrônico. 36 Quadro 03 – Tríade do Governo Eletrônico. 37 Quadro 04 - Informatização das operações do Governo Federal. 45 Quadro 05 - Iniciativas do terceiro setor em programas de inclusão digital e cidadania. 63 Quadro 06 - Iniciativas do Governo Federal em programas de inclusão digital. 64 Quadro 07 – Mudanças do Programa GESAC. 69 Quadro 08 – Pontos instalados do GESAC no Rio Grande do Norte. 79 Quadros 09 – Locais selecionados para a pesquisa. 83 Quadros 10 - Locais visitados. 87 Quadro 11- Critérios estabelecidos pelo MC x Critérios atendidos pelas localidades 88 Quadro 12 – Quantidade de alunos 90 Quadro 13 - Requisitos estabelecidos pelo MC x Requisitos atendidos pelas localidades 95 Quadro 14 - Qualificação do coordenador quanto a utilizar as TICs 96 Quadro 15 - Requisitos dos serviços especificados pelo MC x serviços disponibilizados 97 pela GILAT Quadro 16 – Equipamentos usados pelas Unidades. 104 Figura 1 - Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Alegre – Monte Alegre. 149 Figura 2 - Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Alegre – Monte Alegre. 149 Figura 3 - Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Alegre – Monte Alegre. 150 Figura 4 - Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brejinho – Brejinho. 151 Figura 5 - Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brejinho – Brejinho. 151 Figura 6 - Escola Estadual Manoel Severiano 1º e 2º graus – Riachuelo. 152 Figura 7 - Escola Estadual Manoel Severiano 1º e 2º graus – Riachuelo. 152 Figura 8 - Escola Estadual Manoel Severiano 1º e 2º graus – Riachuelo. 153 Figura 9 - Escola Estadual Manoel Severiano 1º e 2º graus – Riachuelo. 153 Figura 10 - Escola Estadual Juarez Rabelo de 2º grau – Canguaretama. 154 Figura 11 - Escola Estadual Juarez Rabelo de 2º grau – Canguaretama. 155 Figura 12 - Escola Estadual Ubaldo B Melo Ensino de 1º e 2º graus – Ceara Mirim. 156 Figura 13 - Escola Estadual Ubaldo B Melo Ensino de 1º e 2º graus – Ceara Mirim. 156 Figura 14 - Escola Estadual Ubaldo B Melo Ensino de 1º e 2º graus – Ceara Mirim. 157 Figura 15- Escola Municipal Vicência Castelo – Tibau do Sul. 158 Figura 16- Escola Municipal Vicência Castelo – Tibau do Sul. 158 Figura 17- Escola Municipal Vicência Castelo – Tibau do Sul. 159 Figura 18 - Escola Estadual José Francisco Filho 1º e 2º graus – Poço Branco. 160 Figura 19 - Escola Estadual José Francisco Filho 1º e 2º graus – Poço Branco. 160 Figura 20 - Escola Estadual José Francisco Filho 1º e 2º graus – Poço Branco. 161 LISTA DE TABELAS ___________________________________________________________________________ Tabela 01: Locais instalados. 89 Tabela 02: Exigências para a escolha dos coordenadores. 93 Tabela 03: Grau de instruções do coordenador. 94 Tabela 04: Manutenção dos equipamentos. 98 Tabela 05: Estimativa mensal de usuários. 99 Tabela 06: Notas atribuídas ao GESAC pelos coordenadores. 100 Tabela 07: Usuários do GESAC. 103 Tabela 08: Restrições aos equipamentos e Internet. 104 Tabela 09: Horários disponíveis. 106 Tabela 10: Dias disponíveis. 106 Tabela 11: Serviços utilizados. 107 Tabela 12: Sites visitados 109 Tabela 13: Forma de utilização dos computadores e Internet pelos usuários 110 LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS ________________________________________________________________ ADSL –Assysmetric Digital Subscriber Line (Linha Assimétrica Digital de Assinantes). BNDES – Banco Mundial de Desenvolvimento Econômico e Social. CDI – Comitê para Democratização da Informática. FTP - File Transfer Protocolo (protocolo-padrão da Internet). GESAC – Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão. IDH - Índice de Desenvolvimento Humano. IDH-M - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. IP – Internet Protocol (protocolo que define o formato e a seqüência de troca de mensagens entre computadores). ITI - Instituto Nacional de Tecnologia da Informação. Kb – Kilobits. Kbps – Kilobits por segundo (medida da velocidade de transmissão num canal eletrônico). Linux – Sistema operacional distribuído gratuitamente e de código aberto que funciona em várias plataformas. MEC – Ministério da Educação MESA – Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar MD - Ministérios da Defesa. PEP - Ponto Eletrônico de Presença. PIB – Produto Interno Bruto. PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação. RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa. SLTI/MP - Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação. SUMÁRIO ________________________________________________________________ 1 INTRODUÇÃO 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO 24 2.1 Papel do Estado 24 2.1.1 Papel do Estado brasileiro 29 2.2 Governo Eletrônico 33 2.2.1 Conceitos de Governo Eletrônico 34 2.2.2 Fases no desenvolvimento do Governo Eletrônico 38 2.2.3 Relacionamentos do Governo Eletrônico 40 2.2.4 Governo Eletrônico Brasileiro 42 2.2.5 Governo Eletrônico com o foco na cidadania 48 2.3 Internet 51 2.4 Inclusão Digital 55 3 GOVERNO ELETRÔNICO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO–GESAC 67 4 METODOLOGIA DA PESQUISA 81 4.1 Tipo de Pesquisa 81 4.2 Universo da Pesquisa e Amostra 82 4.3 Técnicas para coleta de dados 83 4.4 Análise e Interpretação dos Dados 84 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 86 5.1 – Características dos locais beneficiadas pelo GESAC 86 5.2 – Funcionamento das unidades do GESAC instaladas no Rio Grande do Norte 101 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 114 REFERÊNCIAS 121 APÊNDICES 129 APÊNDICE A. Endereço dos locais de presença do GESAC no Rio Grande do Norte. 129 APENDICE B. Formulário aplicado aos coordenadores locais do GESAC no Rio Grande do Norte 139 APÊNDICE C. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Alegre – Monte Alegre. 149 APÊNDICE D. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brejinho – Brejinho. 151 APÊNDICE E. Escola Estadual Manoel Severiano 1º e 2º graus – Riachuelo. 152 APÊNDICE F. Escola Estadual Juarez Rabelo de 2º grau – Canguaretama. 154 APÊNDICE G. Escola Estadual Ubaldo B. Melo de 1º e 2º graus – Ceara Mirim. 156 APÊNDICE H. Escola Municipal Vicência Castelo – Tibau do Sul. 158 APÊNDICE I. Escola Estadual José Francisco Filho 1º e 2º graus – Poço Branco. 160 ANEXOS 162 ANEXO A. Relação dos pontos GESAC instalados no RN até março de 2004. 162 ANEXO B. Portaria Interministerial nº. 122. Ministério da Educação. 165 ANEXO C. Portaria Interministerial nº. 138. Ministério da Defesa. 168 ANEXO D. Portaria Interministerial nº. 330. Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar. 171 1 INTRODUÇÃO ___________________________________________________________________________ Na história da humanidade os avanços tecnológicos foram propiciadores das grandes transformações nos mais diversos campos da atividade humana: fundição do ferro, tear, energia hídrica, máquina a vapor, energia elétrica, telefone e outros. “Tecnologia é a sociedade, e a sociedade não pode ser entendida ou representada sem suas ferramentas tecnológicas.” (CASTELLS, 2002a, p. 43). As Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs começaram a fazer parte do cotidiano das empresas, Estado e cidadãos desde o século passado. Alguns autores falam até que se trata da terceira revolução, afinal elas afetaram de forma diferenciada as organizações de diversas naturezas (CASTOR; JOSÉ, 2001; CASTELLS, 2002a). O importante papel que essas novas tecnologias passaram a desempenhar na sociedade está relacionado a dois fatores: a popularização do ambiente virtual da Internet, restrita primeiramente ao meio acadêmico, e a criação de modelos de negócios para a Internet, que focavam as relações entre empresas e destas com seus consumidores. A nova sociedade, onde Castells (2002a) afirma ser a informação fundamental para a comunicação do conhecimento, tem sido denominada por muitos autores de Era, Economia ou Sociedade da Informação e do Conhecimento. Uma Sociedade da Informação para todas as pessoas supõe, em síntese, que sejam observados os princípios e as metas de inclusão e eqüidade social e econômica, de respeito às diferenças, de equilíbrio regional, de participação social e de democracia política (TAKAHASHI, 2000). A definição de Sociedade de Informações considerada neste trabalho foi estabelecida por Bell (1977 apud AKUTSO; PINHO, 2002, p.5): “a sociedade da informação é gerada pela convergência do computador 17 com as telecomunicações. Um sistema unificado de conhecimento possível pela combinação de satélites, televisão, telefones, cabos de fibra ótica e microcomputadores”. A sociedade da informação deve ser o resultado da colaboração entre três parceiros: setor privado, governo e sociedade civil (TAKAHASHI, 2000). O setor privado está voltado para o desenvolvimento de produtos de alta qualidade e serviços inovadores, como também dispõe de maior capacidade de investimentos financeiros e tecnológicos para tornar realidade a Sociedade da Informação. O governo tem o papel de assegurar o acesso universal às tecnologias de informação e comunicação e os seus benefícios aos indivíduos, não apenas dando suporte físico (computadores, salas), mas também estimulando e ensinando a utilização destas ferramentas. A sociedade civil como terceiro parceiro na sociedade da informação, deve atuar de maneira responsável e ética na utilização, acesso e disseminação das informações e serviços via rede eletrônica, como também deve monitorar e influenciar os poderes públicos e as organizações privadas para estarem voltados à inclusão social e à democracia. A sociedade da informação tem proporcionado o desenvolvimento dos negócios eletrônicos ou e-busines - atividades econômicas que utilizam as redes eletrônicas. Essa expressão engloba as diversas transações comerciais, administrativas e contábeis que envolvem governos, empresas e indivíduos que utilizam as Tecnologias de Informação e Comunicação. O setor privado ao aderir a essa categoria econômica recebe o nome de comércio eletrônico ou e-comerce (TAKAHASHI, 2000). Já os governos quando implantam programas voltados à sociedade da informação, têm sido chamados por diversos autores de governo eletrônico, governo digital, ou administração eletrônica. O Conselho do Pacífico para Políticas Internacionais (CPPI) é o resultado de um trabalho realizado por dirigentes e especialistas de diversas regiões do mundo – Estados Unidos, Brasil, Chile, Dinamarca, Egito, Índia, Israel, México, África do Sul, Tanzânia, 18 Tailândia e Emirados Árabes Unidos - com o objetivo de combinar lições de governo eletrônico já aprendidas no mundo em desenvolvimento e maximizar as chances de sucesso de projetos futuros. A conferência inicial deste grupo de trabalho ocorreu em 2001, na cidade de Redwood na Califórnia. Para esse grupo de trabalho o governo eletrônico significa mudar a maneira como o governo funciona, como ele lida com informação, como seus funcionários desempenham suas funções e interagem com o público para buscar a redução dos custos e a aproximação dos cidadãos e das empresas, e tornar seus serviços e informações melhores, mais eficientes e acessíveis para todos (CONSELHO DO PACÍFICO PARA POLÍTICAS INTERNACIONAIS, 2002). A interação do governo com os cidadãos para garantir e disponibilizar o acesso à informação e serviços, independentemente do perfil econômico e conhecimento tecnológico, é através do portal do governo eletrônico, das agências cidadão, dos call center, dos e-mails, do terminal cidadão e outros dispositivos. O governo eletrônico é muito mais que fornecer serviços ao cidadão: é um processo de transformação da administração pública com base nas novas tecnologias de informação e comunicação. Alguns países estão caminhando nesta nova direção através de desenvolver e implementar projetos voltados ao desenvolvimento da cidadania e da democracia. Cabendo destacar algumas dessas iniciativas. Os Estado Unidos da América lançou em 1994 o Programa Global Information Infrastructure – GII com o objetivo de consolidar a associação dos conceitos de infra-estrutura e informação aos conceitos de rede, mercado e globalização, e o desafio de que todos os governos devem se unir em um só esforço cooperativo (QUARTIERO; BIACHETTI, 2003). Na Europa, também neste período, foi apresentado o documento Europa e a Sociedade Global da Informação com o objetivo de formular o projeto para o desenvolvimento de uma infra-estrutura européia da informação, 19 com ênfase nas aplicações e conteúdos culturais. No Brasil, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi elaborado um documento denominado Livro Verde e lançado em 24 de outubro de 2000, com o objetivo de preparar uma proposta de ação do país para promover a cidadania e a democracia. O acesso à informação e conhecimento deve estar assegurado a todas as pessoas independente de sua origem social. Pressupõe-se então, que devam existir computadores e redes de Internet acessíveis em locais públicos, como escolas e bibliotecas de forma a evitar a exclusão daqueles que não dispõem de condições de acesso no lar ou local de trabalho. Há uma necessidade premente do poder público realizar um amplo programa de inclusão digital sob pena da Sociedade da Informação propiciar mais exclusão social. “A divulgação e o uso de novos conhecimentos e tecnologias podem favorecer o processo democrático, bem como possibilitar à sociedade [...] superação dos desníveis existentes” (SILVEIRA, H. 2001a, p.89). “Governo eletrônico, quando implementado de maneira correta, é um processo participativo” (CONSELHO DO PACÍFICO PARA POLÍTICAS INTERNACIONAIS, 2002, p. 2). Porém, para esse potencial ser efetivado, dependerá de decisões e desenhos de diversas políticas de médio e longo prazo delineadas agora e nos próximos anos. Atualmente no Brasil menos de 20 milhões de pessoas acessam a Internet e usam regularmente computadores em casa ou no trabalho (SANTOS, 2003). A Internet é hoje uma importante via de comunicação e de cidadania, e conhecer e fazer uso dessas tecnologias deve deixar de ser um privilégio de poucos para transformar-se em um extraordinário fator de promoção social, possibilitando, inclusive, a abertura de oportunidades de trabalho para milhões de pessoas (BRASIL, 2004a). Os governos federais, estaduais e municipais do Brasil “têm se envolvido progressivamente no fomento e no suporte a iniciativas de inclusão digital.” (CHAHIN et al., 2004, p. 270), entretanto sem a participação da sociedade, sem o apoio da sociedade civil, os 20 projetos de inclusão digital têm pouca chance de dar certo (SILVEIRA, 2003). Segundo Afonso (2004) não basta o acesso, é preciso formar as pessoas para dominarem esse poderoso instrumento de comunicação, troca de informações e aprendizado. Uma das iniciativas brasileiras de universalização do acesso à Internet foi a elaboração, desenvolvimento e implantação, em 2002, do GESAC - Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão, pelo Ministério das Comunicações. Esse programa buscou beneficiar principalmente as populações de baixa renda de todo o país. Em 2003, o programa com um investimento realizado de mais de R$ 20 milhões e com contratos em andamento, sofreu uma avaliação e mudanças, uma vez que foi verificou-se que o projeto estava mal orientado, e que com os mesmos recursos (financeiros e técnicos) seria possível conectar um número maior de pessoas, caso aproveitasse as instalações de escolas públicas e centros comunitários. O GESAC em 2004, após sofrer essa reorientação, passou a ser realidade em aproximadamente em 3.000 comunidades brasileiras. Nesses locais, além do acesso à Internet de banda larga, está disponível uma série de serviços importantes em um programa de inclusão digital: suporte técnico (0800, e-mail ou fórum); ambiente dimensionado para 700.000 contas de e-mails gratuitos para os usuários; área reservada para a comunidade produzir suas home-pages e outros. “Tudo para as comunidades distantes reduzirem distâncias, se comunicarem, produzirem e terem acesso a informações, educação, conhecimento, lazer, cultura e saúde, reduzindo a exclusão nos quatro cantos do Brasil.” (ALBUQUERQUE, 2004). No site do GESAC (www.idbrasil.gov.br) encontram-se relacionados os locais onde estão instalados os PEPs, com os endereços e o nome dos coordenadores em alguns casos. O coordenador é a pessoa responsável pela gerencia do programa nas unidades 21 instaladas. No Rio Grande do Norte, até o dia 30 de março do corrente ano, foram identificadas sessenta unidades implantadas, conforme o Quadro 01. Mês Setembro/2003 Outubro/2003 Outubro/2003 Novembro/03 Novembro/03 Dezembro/03 Dezembro/03 Janeiro/2004 Janeiro/2004 Fevereiro/2004 Fevereiro/2004 Fevereiro/2004 Março/2004 Responsável MEC MEC MD/EB MEC MD/EB MC MD/EB MEC MESA MEC MD/EB MESA MESA Total 02 30 04 02 01 01 01 04 06 03 01 02 03 TOTAL 60 Quadro 01 – Total de Pontos de Presença do GESAC no Rio Grande do Norte Fonte: BRASIL, 2004. A Fundação Getúlio Vargas em 2003 elaborou o Mapa da Exclusão Digital, Coordenado por Marcelo Côrtes Néri, para se ter um banco de dados e perspectivas do apartheid digital existente em todas as regiões brasileira. “O banco de dados dedica especial importância à disposição da intensidade da pobreza e da diversidade da riqueza do públicoalvo das políticas.” (NERI, 2004, p. 9). Este trabalho apresentou o nível de inclusão digital no Rio Grande do Norte muito baixo. Tal situação é facilmente percebida quando se considera que um estado com 166 municípios, 102 deles têm menos de 1% da sua população incluída digitalmente, 43 têm índice de 1%, e apenas 19 municípios apresentam índices de 2% a 5% de inclusão digital. Somente dois municípios - Natal e Parnamirin – apresentam um indicador melhor, com 13% das pessoas incluídas digitalmente (NERI, 2004). Como se vê uma situação bastante ruim diante do propósito de inclusão digital de todos os cidadãos brasileiros. 22 Segundo Afonso (2004) não basta o acesso, é preciso formar as pessoas para dominarem esse poderoso instrumento de comunicação, troca de informações e aprendizado. E acrescenta que é consenso em muitos paises que perder a corrida pelo acesso universal às novas TIC, em especial o acesso à rede Internet e a todos os seus serviços, significa também perder a corrida pelo desenvolvimento humano. Em face da constatação da importância da inclusão digital para as pessoas, independentemente do local onde residam e de seu nível de educação formal, percebe-se a necessidade da avaliação de programas governamentais que objetivam expressamente a inclusão digital dos cidadãos. Conforme o Conselho do Pacífico para Políticas Internacionais CPPI (2002, p. 26) para realmente se ter a conclusão dos benefícios de um dado programa é fundamental “pedir ao público feedback”. Assim, examinar se o GESAC tem de fato efetivado a inclusão digital da cidadania brasileira constitui um problema de pesquisa significativo e pertinente. Tal significação e pertinência persistem, mesmo quando, na impossibilidade de avaliar a ação do programa em todo o território nacional, avalia-se tal ação apenas em uma unidade da federação. Neste sentido, consolidou-se o propósito de avaliar a ação do GESAC no Rio Grande do Norte, a fim de evidenciar se realmente vem cumprindo satisfatoriamente, com eficácia no âmbito estadual,os objetivos para os quais foi instituído. Daí, para examinar semelhante questão, foi estabelecido o seguinte problema de pesquisa: Em que medida a implantação do GESAC “Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão” contribui para a inclusão digital dos cidadãos do Estado do Rio Grande do Norte na percepção dos coordenadores? Para dar solução ao problema de pesquisa exposto, foram elaboradas as seguintes questões de pesquisa: 01 – Qual a infra-estrutura do GESAC disponibilizada no Rio Grande do Norte? 23 02 – Como estão funcionado as unidades do GESAC instaladas no Rio Grande do Norte? 03 – Qual a percepção dos coordenadores do GESAC no Rio Grande do Norte quanto ao programa ter proporcionado à inclusão digital? Como também o seguinte objetivo geral: A análise da implantação do GESAC como um instrumento para viabilização da inclusão digital no Estado do Rio Grande do Norte. E, por conseguinte os objetivos específicos: 01 – Verificar qual a infra-estrutura do Programa GESAC disponibilizada no Rio Grande do Norte. 02 – Analisar como estão funcionado as unidades do GESAC instaladas no Rio Grande do Norte. 03 – Analisar a percepção dos Coordenadores Locais do GESAC no Rio Grande do Norte quanto ao programa ter proporcionado à inclusão digital. Este trabalho foi estruturado em seis capítulos. O primeiro, INTRODUÇÃO, aborda o contexto do estudo, apresenta o problema de pesquisa, objetivos e justificativas para o estudo desta natureza. O segundo capítulo refere-se ao referencial teórico, considerando o papel do Estado, o governo eletrônico, breve apresentação sobre a Internet e por fim, conceitos de inclusão digital. O terceiro capítulo descreve detalhadamente o programa Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão - GESAC, que é o objeto de estudo deste trabalho. O quarto capítulo aborda a metodologia do trabalho. Na quinta seção é apresentada a análise descritiva e qualitativa dos dados coletados, e finamente no sexto capítulo têm-se as considerações finais, relacionando o referencial teórico e a percepção do pesquisador. 2 REFERENCIAL TEÓRICO ________________________________________________________________ 2.1 Papel do Estado Ao longo dos últimos anos as tecnologias de ponta associadas às modernas técnicas de administração trouxeram mudanças aceleradas ao cenário mundial, provocando profundas transformações nas empresas e no governo. Dentre essas transformações, tem-se a crescente utilização da Internet pelo Estado para criar e proporcionar novos serviços, com melhores qualidades, menores custos e maior agilidade. A palavra Estado foi usada de forma científica pela primeira vez por Maquiavel (1992, p.5) quando escreveu em sua obra O Príncipe: “Todos os Estados, todos os domínios que têm tido ou têm império sobre os homens são Estados, e são repúblicas ou principados.” Entretanto, a noção de nascimento do Estado vem antes deste autor “Ele aparece onde e quando surge a divisão da sociedade em classes, quando aparecem exploradores e explorados" (CROSSMAN, 1980, p. 178). O Estado sofreu constantes processos evolutivos desde a família até a condição de estado-nação (CROSSMAN, 1980), onde a sua organização política tem a função de prover a prestação de serviços públicos e o monopólio legítimo da força (BOBBIO, 1992). A modernização gradativa foi influenciada pelas situações ideológicas, religiosas, sociais, econômicas, políticas e tecnológicas sofridas pela sua sociedade (CARDENAS; VELANDIA, 2003). Segundo Bresser-Pereira (2004) o Estado é o ente investido do poder que assegura condições mínimas para que a sociedade atinja seus diversos objetivos. A sua formação é constituída pelas instituições públicas ou sistema jurídico e encabeçado por um governo. Costa Bandeira (1995 apud BITTENCOURT FILHO, 2003) apresenta o governo como 25 instrumento formal do Estado, e formado por uma pequena fração da sociedade responsável pela execução das ações pertinentes ao Estado. Ainda segundo Bresser-Pereira (2004), o Estado e a Administração Pública são conceitos que estão ligados e são sucessivamente recorrentes. Assim, não se pode falar de administração pública sem uma compreensão de Estado da qual se origina, nem falar de Estado sem a compreensão da administração pública. A administração pública é o instrumento do Estado para realização dos seus serviços, e tem a tarefa da execução das suas políticas públicas - direção, planejamento, organização e controle (HEADY, 1970). A evolução da administração pública passa por três estados: patrimonialista, burocrático e gerencial (BRASIL, 2002). Essas três formas se sucedem no tempo, sem que qualquer uma delas seja inteiramente abandonada. Na administração pública patrimonialista, o Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e tem a corrupção e o nepotismo como duas de suas características. A administração pública burocrática surgiu para combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista, como também para afirmar o poder do Estado em oposição aos poderes feudais. Este modelo tem como características básicas à concentração nos processos legalmente definidos (sem considerar a ineficiência envolvida), a expansão efetiva do Estado e a construção de instituições fortes para maximização das respostas dos desafios sociais (MARTINS, 1997). Os defeitos desse modelo são: a ineficiência, a auto-referência, a incapacidade de voltar os serviços aos cidadãos (vistos como clientes). O Estado na administração pública burocrática limitasse “a manter a ordem e administrar a justiça, a garantir os contratos e a propriedade” (Brasil, 2002, p.1). A Administração Pública Gerencial (new public management), emerge na segunda metade do século XX, tem a ênfase nos resultados e destaque na eficiência dos processos, na redução dos custos e na qualidade dos serviços. Entretanto, continuam conservandos alguns 26 princípios do modelo anterior, como à admissão segundo rígido critério de méritos e a avaliação de desempenho. Na administração pública gerencial a estratégia volta-se: (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade; (2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados; e (3) para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados. [...] A administração pública gerencial inspira-se na administração de empresas, mas não pode ser confundida com esta última. (BRASIL, 2002, p.2) Segundo Bresser-Pereira (2004, p.4) as mudanças sofridas pelo estado-nação, neste período, surgiram tanto de dentro quanto de fora: “de dentro, na medida em que as democracias progridem e que os cidadãos, na sociedade civil, se tornam mais ativos e exigentes; e de fora, com pressões externas, como a globalização”. Especificamente, a globalização, processo iniciado no início do século XXI, fez com que os Estados sofressem um novo direcionamento (BRESSER PEREIRA, 2004). A intensificação do fluxo da informação e do conhecimento, através do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), assumiu grande importância nos fatores de produção, pois acrescentou valor aos produtos no processo de produção, fornecimento, atendimento e serviços ao cidadão. Este período é caracterizado por mudanças radicais e muito rápidas. As grandes descobertas que exigiam séculos de amadurecimento passaram a amadurecer e envelhecer em dias. Essas transformações tecnológicas são um dos quatro fatores sócio-econômicos que contribuíram para a grande crise do Estado contemporâneo no final da década dos anos 70. Os outros três: são as duas crises do petróleo, em 1973 e 1979, que ocasionaram uma recessão na economia mundial; a crise fiscal dos Estados em financiar seus déficits; e a crise de governança dos Estados contemporâneos (ABRÚCIO, 1988). Esta crise proporcionou ao Estado uma redefinição do seu papel, visto ter deixado de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social do país, para fortalecer- 27 se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento (BRASIL, 2002). Como também possibilitou diversas reformas na administração pública de alguns países. Ribeiro (2002, p. 12) apresenta que a reforma do Estado envolve um conjunto de mudanças estruturais, que podem ser percebidas em três níveis: (1) no que se refere à delimitação da área de atuação e das funções do Estado; (2) dimensão relativa à sua capacidade técnica, financeira e operacional de gestão (Governança); e (3) no que tange à capacidade política para governar e empreender as reformas decorrentes da necessidade de ajuste estrutural (governabilidade democrática). Esses pontos também são colocados por Bresser Pereira (1997), quando apresenta a reforma do Estado como um tema amplo, que envolve aspectos políticos (os que se relacionam à promoção da governabilidade), econômicos e administrativos (aqueles que visam aumentar a governança). Segundo Coelho (2001), o processo de reforma e modernização da gestão pública pode fazer com que o Estado consiga se modernizar, através das inovações tecnológicas e da expansão do paradigma produtivo. As ferramentas tecnológicas, chamadas de Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, começaram a ser desenvolvidas em sua maioria no século XX, como a máquina de calcular, as planilhas eletrônicas, a máquina de escrever, os processadores de texto, o telefone, o rádio, a televisão, o computador e o correio eletrônico (LOPES, et al., 2003). Entretanto, foi apenas na década de noventa, com o advento da Internet, que elas começaram a ser utilizadas para transformar a administração pública (BITTENCOURT FILHO, 2003). O termo Tecnologia da Informação e Comunicação designa, atualmente, um conjunto de recursos tecnológicos usados para produzir e disseminar informações: equipamentos (hardware), aplicativos (software) e recursos de telecomunicações. As TICs entraram na agenda política de vários países e em um amplo arco das funções 28 governamentais, como fatores determinantes das mudanças institucionais advindas com a nova economia global (CASTOR; JOSÉ, 2001; RUEDIGER, 2002b; AKUTSO; PINHO, 2002). Quando os governos utilizam essas ferramentas tecnológicas para se comunicar com a sociedade civil, com as empresas e dentro de suas instituições são chamados de governo eletrônico, governos digitais, ou administração eletrônica. O governo eletrônico tem sido um dos principais aliados nos trabalhos de acelerar, desburocratizar e transparecer os serviços prestados pelos governos nas três esferas (municipal, estadual e federal), trazendo como principais resultados: redução de custos, transparência, simplificação dos processos, eliminação de filas e de deslocamento físico do cidadão, e universalização do acesso. Os exemplos de ações do governo que entre outros têm agradado aos usuários tecnológicos são: a declaração de impostos e pagamento de contas via Internet, o voto eletrônico, o orçamento participativo, a solicitação informatizada de documentos, de auxílio-moradia, de seguro desemprego, Segundo o Conselho do Pacífico para Políticas Internacionais (CPPI) o governo eletrônico deve ser usado como ferramenta para um maior crescimento econômico e para repensar o papel do governo: Tratar o governo eletrônico como um processo de reforma, e não meramente a informatização das operações governamentais, irá contribuir para a construção da "sociedade da informação”, onde as vidas dos cidadãos são enriquecidas e reforçadas pelo acesso a toda informação e oportunidades sociais, econômicas e políticas que ele oferece. (CONSELHO DO PACÍFICO PARA POLÍTICAS INTERNACIONAIS, 2002, p. 7) O governo eletrônico pode ser utilizado como uma ferramenta para uma reforma profunda do estado, e principalmente, de uma gestão pública dentro do quadro democrático (RUEDIGER, 2002a), facilitando e ampliando o acesso aos serviços e bases de dados governamentais. Como também, pode ser o potencializador de boas práticas de governança e catalisador de mudanças profundas nas estruturas do governo, promovendo mais eficiência e transparência nas suas próprias ações (RUEDIGER, 2002b; LEHFELD, 2002). 29 É inegável que a força com que as ferramentas da tecnologia da informação estão “agarradas” a sociedade e tem influenciado todas as instituições sejam públicas ou privadas. No Estado, quanto governo, as mudanças estão sendo realizadas de forma gradativas, muitas vezes até de forma não regular. Osborne e Gaebler (1994) apresentam que somente uma reinvenção total dos governos os fará atingir o nível de satisfação desejado pelas sociedades nesta nova era de desenvolvimento. Nesse momento de transformações o Estado mantem o seu papel fundamental como agente estratégico, voltado ao atendimento de uma maior demanda direta dos cidadãos e, ao mesmo tempo, na tomada de decisões centrais estratégicas. Entretanto, para conservar sua gestão pública eficiente, precisa ter integração entre a orientação política, a organização das estruturas governamentais e a tecnologia da informação (CASTELLS, 2002b). O Estado nesse novo período deve atuar como promotor do desenvolvimento tecnológico, e da ampliação das possibilidades de acesso dos cidadãos às novas tecnologias que aproximam o Estado ao cidadão (SANTOS, 2004). O papel do Estado deve ser o de promover e administrar uma sociedade, onde as pessoas sejam vistas com iguais direitos e oportunidade, tendo garantido o direito e o acesso às informações básicas que lhes garantam a cidadania plena. 2.1.1 Papel do Estado brasileiro O Estado brasileiro caracteriza-se como Estado democrático, onde as funções, a forma, as leis, a estrutura e o funcionamento são desempenhados de acordo com as normas estabelecidas na Constituição Federal. Ao analisar a evolução histórica da administração pública brasileira verifica-se que o Brasil surgiu patrimonialista, evoluiu gradativamente para o modelo burocrático e através da 30 Reforma Administrativa do Aparelho do Estado de 1995 passou a caminhar em direção do modelo gerencial (ABRÚCIO, 1988). Embora ainda acontecerem fatos que indicam que o Brasil ainda não apresenta condições para tanto. Como por exemplo, a permanência do favoritismo político na ocupação de cargos públicos, a grande autonomia das empresas públicas favorecendo interesses privados e tentativas de reformas mal sucedidas. Essas reformas da administração pública brasileira têm ocorrido gradativamente com as mudanças de governo. Algumas delas com certa relevância para a modernização outras nem tanto, cabendo destacar algumas associadas aos objetivos da pesquisa desenvolvida. Em 1938 foi criado o Departamento de Administração e Serviço Público pelo Estado Novo – DASP, com o objetivo de criar uma elite burocrática, desvinculada de políticas partidárias. Naquele momento acreditava-se que o Estado era a única força capaz de levar à frente um amplo programa de modernização social, política e econômica do país (CASTOR; JOSÉ, 2001). Apesar de algumas conquistas o DASP manteve os antigos patrimonialismo e clientelismo, e como resultado de suas ações provocou um divorcio entre a administração e o quadro social e econômico (MARTINS, 1997). Na década de 60, com o regime militar, houve um movimento visando realizar uma reestruturação radical na administração pública federal, baseada em princípios como planejamento, organicidade, descentralização decisória e normativa por intermédio da administração indireta que tem mais flexibilidade nas funções típicas de Estado (MARTINS, 1997). Essa reforma foi operada pelo decreto-lei nº. 200. Nesse período surgiram os serviços de informática e telecomunicações, sob a forma de centros de processamento de dados CPD’s, como o SERPRO no âmbito federal, e a Companhia de Processamento de Dados do Paraná – CELEPAR (EISENBERG, 2004). O Estado naquele momento sofreu notadamente um processo de modernização, graças à ruptura entre política e administração, atributo do modelo decisório tecnocrático (BRASIL, 2002a). 31 O ministro Extraordinário da Desburocratização Hélio Beltrão entre os anos de 1979 a 1984, procurou descomplicar a vida dos cidadãos e das empresas, mediante a supressão de centenas de exigências documentais exageradas, em atos mais simples, que envolviam a administração pública, tais como as licitações, os financiamentos de aquisição de casa própria, o licenciamento anual veículos, e outros. Entretanto, com o passar do tempo, suas mudanças foram anuladas pela resistência de burocratas que haviam tido seu poder diminuído. Cerca de 10 anos depois, em 1995, uma nova reforma foi proposta pelo Governo de Fernando Henrique Cardoso, com a criação do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado – MARE, com o – também - objetivo da reforma do aparelho do Estado Brasileiro. Na nova proposta de reforma destacava-se a necessidade de aumentar a governança do Estado, como também visava o provimento de: Uma moderna rede de comunicação de dados interligando de forma segura e ágil a administração pública, permitindo, assim, um compartilhamento adequado das informações contidas em bancos de dados dos diversos organismos do aparelho do Estado, bem como um serviço de comunicação (baseado em correios, formulários, agenda e "listas de discussão", todos eletrônicos) de forma a poder repassar à sociedade em geral e aos próprios órgãos do governo, a maior quantidade possível de informação, contribuindo para melhor transparência e maior eficiência na condução dos negócios do Estado. (SANTOS, 2004, p.12). Em um relativo pequeno espaço de tempo, o governo eletrônico brasileiro, através da Internet, adequou significativas mudanças na forma como os órgãos públicos disseminavam informações e serviços, como a utilização de sites na Web e endereço eletrônico que permitem um contato direto com o cidadão. A ênfase dada à utilização da Internet e de web sites governamentais é para a melhoria da qualidade da prestação de serviços e caminhos para o aperfeiçoamento do processo democrático (RIBEIRO, 2001). 32 O governo eletrônico tem atingido o setor público em todo o mundo, principalmente devido à utilização da Internet. No capítulo seguinte será tratado deste advento das Tecnologias da Informação e Comunicação utilizadas pelo governo. 33 2.2 Governo Eletrônico Nesse capítulo será tratado da utilização das ferramentas de tecnologias da informação pelos governos, ou seja, conceitos do governo eletrônico, experiências, vantagens, desvantagens, fases e os novos relacionamentos criados entre o Estado e a sociedade civil. O governo eletrônico nasce sob a chancela da multidisciplinaridade entre duas grandes áreas: a Social Aplicada - Direito, Administração e Economia - e a Tecnológica Engenharia e Informática (HOESCHL, 2004). Governos do mundo inteiro têm se empenhado em implementar o governo eletrônico na melhoria da sua própria gestão interna, na integração com parceiros e fornecedores, e relacionamento com o cidadão. O governo eletrônico para ser implementado como catalisador de boas práticas e para garantir uma governança mais ampla leva em conta cinco pontos fundamentais (RUBINOHALLMAN, 2002; SANTOS; CARDOSO, 2004): a) eficiência – o setor público pode realizar a missão de disponibilizar informações e serviços em um tempo justo e com um conjunto limitado de recursos; b) eficácia – os serviços disponibilizados devem efetivamente satisfazer a demanda, para isso, o novo Estado precisa reformular a sua relação com os cidadãos; c) transparência – é a disponibilidade de informações relacionadas às ações do Estado em todos os setores. As novas tecnologias tornam-se uma ferramenta de estratégia que possibilita a disseminação de informações em tempo real para todas as cidades; d) Accountability – refere-se às responsabilidades das instituições do estado, das suas ações e de suas responsabilidades para com os cidadãos, pressupõe a existência de mecanismos de avaliação e de informação de resultados; 34 e) Participação do cidadão – trata da democracia onde os cidadãos participam das decisões e ações do Estado em tempo real. Santos e Cardoso (2004) acrescentam a estes pilares mais quatro fundamentos: f) Legitimidade - está relacionada ao sentido de autoridade; g) Respeito ao Estado de Direito - em que leis transparentes, bem como regulamentações e códigos sejam aplicados a todos os membros da sociedade de forma justa; h) Coerência – auxilia na garantia que as políticas implementadas pelas instituições governamentais atendam aos mesmos objetivos; i) Adaptabilidade - é preciso que os governos respondam aos novos riscos que surgem constantemente nas sociedades, para que continuem a refletir os valores sobre os quais se legitimam. As diversas informações e serviços prestados on-line por todas as diferentes entidades governamentais dependem diretamente das decisões individuais das prefeituras, câmaras de conselho e assembléias legislativas de cada país. 2.2.1 Conceitos de Governo Eletrônico O conceito de Governo Eletrônico é um conceito emergente e extremamente abrangente. Usando o conceito do Gartner Group (apud SANTOS, 2004, p.6) o governo eletrônico “é a contínua otimização de oferta de serviço, participação do eleitorado e governança mediante transformação de relacionamentos internos e externos com uso das tecnologias, da internet e da nova mídia.” Ribeiro (2002, p.66) conceitua o governo eletrônico como a “forma de utilizar as TICs, integradas em rede, a fim de prover serviços e informações para toda a sociedade, a 35 qualquer hora e em qualquer lugar, fortalecendo a democracia.” As idéias de que os “avanços na tecnologia do computador e telecomunicações” podem trazer “democracia direta apropriada para as comunidades muito populosas” foram vislumbradas por Macpherson desde 1978 (1978, p. 99). Jóia apresenta alguns conceitos de governo eletrônico como o definido por Zweers & Planqué (apud JOIA, 2002, p. 4): é um conceito emergente que objetiva fornecer ou tornar disponível informações, serviços ou produtos, através de meio eletrônico, a partir ou através de órgãos públicos, a qualquer momento, local e cidadão, de modo a agregar valor a todos os stakeholders 1 envolvidos com a esfera pública. Lenk e Traunmüller (apud JOIA, 2002, p.4) apresentam quatro perspectivas acerca de Governo Eletrônico, conforme apresentado abaixo e Quadro 02: 1. Perspectiva do Cidadão, com a visão de oferecer serviços e informações de utilidade pública ao cidadão, de forma ágil e eficiente; 2. Perspectiva de Processos, numa visão de repensar o modus-operandi dos processos produtivos ora existentes no Governo, em suas várias esferas (e-procurement); 3. Perspectiva da Cooperação, na integração dos vários órgãos governamentais com outras organizações privadas e não-governamentais, tendo o objetivo de agilizar com qualidade os processos que envolvem esses vários atores; 4. Perspectiva da Gestão do Conhecimento, com o objetivo de permitir ao Governo, em suas várias esferas, criar, gerenciar e disponibilizar o conhecimento tanto gerado quanto acumulado por seus vários órgãos. 1 Stakeholders são as pessoas e/ou as organizações que têm interesse em determinado assunto (CHAHIN, 2004) 36 Quadro 02 - Perspectivas do Governo Eletrônico Fonte: Jóia, 2002 Perri (apud Jóia, 2002, p.5) associa o Governo Eletrônico a três viesses de ação (Quadro 03): 1. Fornecimento de Serviços Eletrônicos - essa área envolve o fornecimento de serviços de utilidade pública para o cidadão, assim como o relacionamento governo-empresa, usando principalmente a Internet como propiciadora para tal. 2. Democracia Eletrônica (e-democracy) – envolve a utilização das TICs para aumentar a participação do cidadão nas questões do governo, como os sistemas de votação eletrônica e ouvidorias; e 3. E-governança (E-governanc) – é a aplicação de meios eletrônicos na integração entre governo e governo, e entre o governo e seus processos. Como exemplo de atividades se tem o suporte digital para elaboração de políticas públicas; tomada de decisões; public choices e workgroup entre os vários gestores públicos de diferentes escalões, intranet, e outros. 37 Quadro 03 – Tríade do Governo Eletrônico Fonte: Jóia, 2002 Para Tapscott (1997) o governo eletrônico é um governo interligado em rede. O governo quando está conectado em rede pode superar barreiras de tempo e distância, utilizando sistemas eletrônicos para oferecer produtos de melhores qualidades, eficazes em tempo e custos e com maior rapidez ao público. Ao se analisar esses conceitos percebesse que o Governo Eletrônico está voltado para três pontos principais: a eficiência interna em todos os seus processos, a prestação de serviços com qualidade, principalmente através da Internet e o apoio ao desenvolvimento da cidadania através de uma maior participação das pessoas. O governo norte-americano apresentou em fevereiro de 2002 o trabalho EGovernment Strategy (FORMAN, 2003) relatando as dificuldades do Governo Eletrônico. O primeiro problema, “Program Performance Value”, está relacionado à utilização dos recursos de TICs para o atendimento das necessidades dos próprios órgãos governamentais e não as necessidades dos cidadãos; ele ocorre quando não há agregação de valor para as pessoas que utilizam os serviços. O segundo problema, “Technology Leverage”, está associado a pratica de automação dos processos existentes e não na criação de novos processos nos órgãos governamentais, o que impossibilita ou retarda novos processos mais eficientes e eficazes comuns nas práticas de E-business. O terceiro problema, “Islans of Automation”, refere-se à 38 falta de integração de soluções e processos, pois cada órgão compra ou faz seus próprios sistemas, que normalmente não se inter-relacionam, criando ilhas tecnológicas nos diversos órgãos de uma mesma esfera governamental ou em esferas diferentes. O último problema relatado, “Revistance to Change”, está relacionado aos aspectos culturais de resistências às mudanças existentes nos órgãos públicos; muitas vezes os processos e serviços perpetuam os procedimentos burocráticos estabelecidos, sem as novas mudanças orientadas. Castor e José (2001) fazem referência que o governo eletrônico poderá proporcionar três grandes problemas caso não sejam implementados políticas voltadas ao uso das TICs, a saber: 1 - A exclusão – o poder público é o responsável para a inclusão de segmentos excluídos na sociedade globalizada, possibilitando ao maior número de cidadãos possíveis os benefícios do acesso fácil, rápido e confortável das TICs; 2 – Democracia - uma das promessas mais promissoras da utilização da TI na área pública vem da possibilidade do uso da Internet no processo político-eleitoral, entretanto existe a possibilidade da fraude das consultas populares, através da manipulação das visitas aos sites eletrônicos por pessoas com mais recursos; 3 - Garantia legal das transações - outra complexidade a ser vencida é a garantia legal das transações efetuadas à distância e anonimamente e da integridade institucional do sistema. 2.2.2 Fases no desenvolvimento do Governo Eletrônico O Governo Eletrônico passa por quatro estágios para o desenvolvimento completo (BACKUS, 2004; AKUTSU; PINHO, 2001; CHAHIN, 2004): a fase da informação, da interação, da transação e da transformação. 39 A primeira fase, no inicio dos anos 90, caracteriza-se pela presença de sites do governo com a difusão de informações e publicações básicas na Internet sobre os mais diversos órgãos e departamentos dos diversos níveis do governo federal. No segundo momento, meados da década de 90, os sites passam a receber informações ou dados por parte dos cidadãos, empresas ou outros órgãos, apesar de alguns serviços não estarem disponíveis 24 horas por dia. Os cidadãos podem pesquisar informações, efetuar cálculos e utilizar banco de dados. Neste momento também surge a Intranet. O terceiro estágio possibilita a troca de valores, que podem ser quantificáveis, como informações e serviços. As denúncias e reclamações já são aceitas neste momento, como também a disponibilização dos serviços e informações vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana, normalmente via Internet, a partir de qualquer lugar do mundo. Neste momento, os processos internos dos órgãos governamentais têm sido redesenhados para prover melhores serviços e novos relacionamentos com o cidadão e as empresas. Na quarta fase, a transformação, os sistemas de informações serão totalmente integrados nas três esferas do governo, e o público poderá ter acesso através de um portal todas as informações e serviços disponibilizados pelo Estado. Há países que já estão no quarto estágio, como o governo federal dos Estados Unidos, com o FirstGov.gov que é um portal de entrada para uma grande variedade de serviços, programas e agências do governo acessados de forma fácil, e contando com uma excelente avaliação dos especialistas em tecnologia da informação (PORTER, 2004). Esse portal do governo pretende intensificar o contato entre ‘cidadão’, ‘empresas’ e entre as diferentes esferas do poder público. O governo canadense colocou a Internet como ponto chave na sua reestruturação, tanto para a universalização do acesso, como a disponibilização de serviços e informações governamentais de forma integrada em inglês e francês, e divididos em áreas temáticas - cultura, justiça, tributos e outros - e grupos de interesse - criança, negros, 40 deficientes e outros. O Reino Unido divulga o portal com mais de 900 websites governamentais para a obtenção de informações e serviços públicos, no auxílio aos cidadãos desde a infância até a aposentadoria (HOESCHL, 2003). Akutsu e Pinho (2002) apresentam o quinto estágio do governo eletrônico, no qual os cidadãos votam e emitem opiniões que serão efetivamente consideradas pelo Estado para formulação de políticas públicas. 2.2.3 Relacionamentos do Governo Eletrônico O Governo Eletrônico para conseguir atingir os seus objetivos interage com grupos diferentes e por isso precisa estabelecer relacionamentos diferentes (FERNANDES, 2003; JOIA, 2002; BRASIL, 2003) como os que seguem: G2G (Government-to-government) - Governo para Governo – são as iniciativas que visam a qualidade da integração entre os serviços governamentais, envolvendo ações de reestruturação e modernização de processos e rotinas. Nesta relação tanto o agente que disponibiliza o serviço ou produto como o que o adquire são entes governamentais. Exemplos: SICAF, SIORG, SIAPE. G2C (Government-to-cosumer) - Governo para Cidadão – são as informações e serviços dirigidos aos cidadãos. Interação direta entre o usuário e o governo e inclusão digital, considerando tanto meios virtuais como físicos. Exemplos: matricula escolar no ensino básico, declaração eletrônica do Imposto de Renda para pessoa física, Delegacia Virtual de São Paulo. G2B (Government-to-business) – Governo para Negócios – são as informações e serviços disponibilizados pelo governo para as empresas, bem como de apoio à atratividade e desenvolvimento de negócios em uma região específica. As aplicações nessa área incluem 41 tecnologias de compras eletrônicas. Exemplos: emissão de certidões negativas via Internet, declaração eletrônica do Imposto de Renda para pessoa física, pregão eletrônico 2 . Entretanto no trabalho de Jóia (2002) são considerados outros relacionamentos envolvendo a prestação de informações e serviços pelo Governo: B2G (Business-to-government) - Negócios para Governo – “neste tipo de modalidade de relação eletrônica, o agente que oferece o serviço ou produto é uma empresa, enquanto que o agente que o está adquirindo é um ente governamental.” Exemplos: oferta de serviços e produtos ao Governo através do Comprasnet (JOIA, 2002). C2G (Consumer-to-government) – Cidadão para o Governo – Neste tipo de modalidade de relação eletrônica, o agente que propõe o serviço ou produto é o cidadão e o agente que aceita ou adquire é um ente governamental. Exemplos: audiências públicas eletrônicas, onde o cidadão propõe ao governo alguma instrução normativa sobre determinado assunto e baseado nessa proposta o governo decreta uma instrução normativa. G2E – Governo para Servidor Público – está relacionado a Intranet governamental. O seu uso possibilitou a diminuição do volume de papel, a comunicação e a agilidade dos processos. Estas transações ocorrem através da Internet, telefonia móvel, televisão digital, call centers e outros tipos de aplicações ligadas aos computadores, entretanto, a Internet é aquela que se destaca como o maior instrumento de interação entre os vários setores da sociedade, e ainda, como principal responsável pelo desenvolvimento de uma infra-estrutura governamental. Os governos para disponibilizarem as informações e serviços para a sociedade através da Internet podem utilizar dois mecanismos. O primeiro é através de um portal de uma instituição pública, onde o cidadão ao buscar acesso a esse website deve estar apto a usar essa 2 Pregão eletrônico é uma modalidade de licitação. É semelhante ao leilão reverso. 42 tecnologia, como também saber o que e como procurar o que deseja. O segundo mecanismo é a disseminação seletiva, onde as informações são pré-formadas em unidades estanques e transmitidas via Internet para o cidadão, por quiosques eletrônicos, centro de acesso comunitário à Internet e outros, entretanto esta alternativa está limitada a problemas de infraestrutura de rede (cobertura de todas as localidades do país), segurança e privacidade das informações (LEHFELD, 2002). Esse segundo modo ainda não se tem conhecimento de que está sendo utilizado por algum governo. 2.2.4 Governo Eletrônico Brasileiro A maior parte da bibliografia mundial sobre governo eletrônico concentra-se em análises sobre os países desenvolvidos, entretanto países como Brasil, México e Índia apesar de países em desenvolvimento, apresentam uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação (RUEDIGER, 2002b). No Brasil desde 1970, o setor público vem utilizando a tecnologia da informação para auxiliar na gestão de seus processos, entretanto é a partir de 1995 que as novas tecnologias de informação e de comunicação figuravam como instrumento de modernização da gestão da reforma do Estado. Nesse momento foi previsto “a construção da Rede Governo e o aperfeiçoamento e desenvolvimentos de sistema de gestão pública, com vistas ao gerenciamento e controle de informações”. (RIBEIRO, 2003, p.5). O Brasil tem três grandes conjuntos de iniciativas que definem as linhas mestras da implantação do e-governo no país: o conjunto de medidas conhecido como Brasil Transparente, o projeto Rede Governo [email protected] e o Programa Sociedade da Informação. Os três programas compartilham alguns alvos comuns e são complementares entre si. O objetivo principal é permitir que qualquer cidadão brasileiro tenha acesso às tecnologias da 43 informação, e estejam preparados para participar das dimensões da vida democrática proporcionada por essas tecnologias. O programa Brasil Transparente, disponível no site www.brasiltransparente.gov.br, reúne medidas voltadas para o aumento da eficiência da gestão dos recursos públicos, no combate à corrupção e ao desperdício, com ênfase na prestação de contas eletrônica e no controle social direto. O projeto Rede Governo é o portal de entrada para todas as páginas do governo federal na Internet, surgiu em 1995, e o seu acesso é pelo endereço eletrônico: www.redegoverno.gov.br. O portal oferece conexões diretas com 641 páginas de serviços e 3.683 sites de informações, distribuídos em 31 grandes grupos temáticos. Dispõe ainda de ferramentas de pesquisa em assuntos variados da administração pública. O Programa Sociedade da Informação foi lançado em 1999 pela Presidência da República, com o objetivo de integrar, coordenar e fomentar ações para a utilização de tecnologias de informação e comunicação. A proposta detalhada do programa está relatada no Livro Verde e na Proposta de Política de Governo Eletrônico para o Poder Público Federal. Estes documentos, como também os históricos do Comitê Executivo do Governo Eletrônico, a legislação, os documentos, as notícias e os eventos relacionados ao assunto estão disponíveis no website do Governo Federal: http://www.socinfo.org.br. O programa Sociedade da Informação está estruturado em sete grandes linhas de ação: (a) mercado, trabalho e oportunidades; (b) universalização dos serviços e formação para a cidadania; (c) educação na sociedade da informação; (d) conteúdos e identidade cultural; (e) governo ao alcance de todos; (f) P&D, tecnologias-chave e aplicações; e 44 (g) infra-estrutura avançada e novos serviços. Essas linhas de ações direcionaram o governo eletrônico brasileiro a criação de portais na Internet que funcionam como balcões virtuais de informações e de atendimentos para a prestação de serviços, e a promoção da integração entre os sistemas em rede interna, a intranet (PINTO, 2002). A Internet é pública e prove acesso às informações e serviços fornecendo inúmeras ferramentas como listas, fóruns, discussões, chats e pesquisas. Atualmente, há um bom nível de websites governamentais oferecendo serviços e informações on-line no Brasil, entretanto as experiências no âmbito federal, estadual e municipal não têm padronização, apresentam diferentes iniciativas e desenvolvimento, apesar das definições e diretrizes estarem disponíveis. As justificativas são a autonomia e a descentralização dos estados e municípios, dadas pelo Governo Federal financeira, política e administrativa para a implementação do governo eletrônico. Ribeiro (2001) traça um cenário, apresentado no Quadro 04, do processo de informatização das ações do governo federal, desde a década de 70 até o desenvolvimento da Internet. Segundo o autor as inovações eram inicialmente fragmentadas e em forma de projetos de informática, após 2001 com o avento do governo eletrônico, as novas tecnologias passaram a ser entendidas como ferramenta para a modernização, eficiência, democracia, transparência, educação e inclusão digital. O cidadão, o servidor e o empresário brasileiro podem contar com serviços e informações em mais de 3.500 sites governamentais, que os possibilitam a não entrar em fila, economizar tempo e dinheiro para resolver problemas que antes do Governo Eletrônico seriam impossíveis. 45 Período Base Tecnológica Década Computadores 70 grande porte Problemática de Automatizar rotinas para processar o volume de dados (Modernização / Informática) 1987 / Microcomputadores Maior 1994 complexidade no tratamento das informações Alternativa Organizacional/Gestão Foco Criação Empresa Operacional Estatais (centrali- financeiros) zação) SERPRO, PRODESP, RODERJ. Etc Informatização dos sistemas estruturadores: SIAPE/ SIPEC, SIORG, etc; gestão centralizada por função, não padronização. Tendência à gestão “centralizada” e à padronização: SIPE, COMPROT. (Modernização / Informática) 1995 / Redes de Comunicações 2000 transmissão e de entre sistemas comunicação e redes proprietárias; Criação de diferentes sistemas com aplicações específicas (finalísticos): ex. CNS/Saúde. 2001 / Comunicação Governo Ação Coordenada 2005 virtual/Redes Eletrônico em nível abertas (Gestão estratégico Interativa) (agentes Funções administrativas (meio): orçamento / planejamento, pessoal, serviços gerais, etc. Inovação tecnológica dos Sistemas Estruturadores; Disponibilidade serviços em Comprasnet. de rede: Informatização de serviços em geral/acesso virtual Provimento da Rede Governo, Universalização do acesso a serviços e transparência das informações gerenciais do Governo. (Desburocratização) Quadro 04 - Informatização das operações do Governo Federal Fonte: RIBEIRO, 2001. Um exemplo é o site da Receita Federa que tem transformado a relação cidadãogoverno, via rede. A Secretaria da Receita Federal (SRF), vinculada ao Ministério da Fazenda, é a entidade responsável pela administração dos tributos internos e aduaneiros no Brasil e exerce as atividades de arrecadação, fiscalização, tributação e de apoio tecnológico. Desde 1995, vem adotando ações de modernização e na melhoria da qualidade do atendimento 46 ao contribuinte, tendo como pressupostos básicos o estabelecimento de formas de atendimento integradas, eficientes e conclusivas, organizadas em função das características das atividades, e com funcionamento em locais adequados e de fácil acesso. A Microsoft em 1999 selecionou o site como um dos principais serviços mundiais oferecidos pela internet por facilitar a vida do usuário, trazendo informações e serviços, como a declaração do Imposto de Renda e o pagamento de impostos. O governo federal para dar transparência as suas ações tem desenvolvido vários sistemas de informações tais como: SIAFI: sistema de registro dos gastos efetuados pelo Tesouro Nacional; SIAPE: folha de pagamento e os dados cadastrais dos servidores civis federais; SIDOR: orçamento de investimentos; SISPLAN: planejamento de ações do governo; SIASG: movimentação do cadastro de fornecedores, de preços e do catálogo de materiais e serviços; e SIORG: fornecimento de informações sobre a organização governamental e suas macros atribuições (SANTOS; CARDOSO, 2004). Ainda no sentido da transparência, desenvolveu o portal de compras do governo federal, o Comprasnet (www.comprasnet.gov.br). Ele foi lançado em 1997, para publicar eletronicamente os avisos e editais de licitação de todas as modalidades e os resumos dos contratos assinados pela Administração Pública Federal. Hoje, o portal funciona de forma interativa entre o governo e fornecedores. A Previdência Social também vem promovendo inovações no atendimento aos contribuintes e beneficiários, na prestação de serviços e informações. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é um órgão vinculado ao Ministério da Previdência e da Assistência Social. A sua finalidade é promover a arrecadação, a fiscalização e a cobrança das contribuições sociais, gerir os recursos do Fundo de Previdência e Assistência Social e conceder e manter os benefícios previdenciários no Brasil. O site do INSS (www.inss.gov.br) apresenta os serviços direcionados a três grupos distintos: trabalhador sem previdência, 47 trabalhador com previdência e empregador. Para o primeiro grupo, disponibiliza a inscrição no INSS de forma on-line. Para o trabalhador com previdência facilita a solicitação dos benefícios de salário-maternidade, pensão por morte, auxílio-doença, entre outros; marcar consulta com o medico para perícia e verificar quando os benefícios são concedidos, e muitos outros serviços e informações. Para o último grupo, solicitação de certidões; guias de pagamento dos benefícios, consulta da regularidade da empresa, entre outros. A completa informatização das eleições brasileiras pelo Tribunal Superior Eleitoral também é outro exemplo de êxito na implantação de práticas eletrônicas de governo. No ano 2000, o Brasil elegeu 5.559 prefeitos e mais de 60 mil vereadores, tendo sido apurados mais de 92 milhões de votos num universo eleitoral de quase 110 milhões de votantes, nas diversas regiões do país. Foram utilizadas mais de 310 mil urnas eletrônicas, desenvolvidas com tecnologia nacional, e apenas 229 apresentaram algum tipo de defeito, sendo que somente 95 foram substituídas pelas urnas convencionais. Em menos de 24 horas, 90 % dos resultados já estavam centralizados no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, sendo imediatamente divulgados pela Internet. A implantação do voto informatizado no Brasil eliminou a possibilidade de fraude na votação e na totalização dos votos. Rigorosos procedimentos de auditoria atestaram a segurança do sistema concebido e implementado. Outra área governamental desenvolvida no mundo virtual é a informação sobre legislação e prestação jurisdicional no país (LEHFELD, 2002), através de vários sites disponibilizados pela Internet para acompanhar o andamento processual nas Justiças comum e especializada (Militar, Eleitoral e Trabalhista). O Estado de São Paulo desponta com a utilização de redes de telecomunicações que aproximam a comunidade ao Estado. A cidade de São Caetano do Sul oferece o serviço 199 interligado a uma rede de comunicação. Os chamados são encaminhados aos órgãos responsáveis que podem ser a Policia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Guarda Municipal, a 48 emergências do Sistema de Saúde e a Defesa Civil. Outra cidade paulista, Manágua, a Prefeitura facilitou o pagamento do Imposto Predial e Territorial das casas de praia, através da utilização de um website na internet específico para essa finalidade (LEHFELD, 2002). Outros distintos entes públicos também têm disponibilizado serviços e informações relacionados a diversas áreas e abrangências: a) Emissão de certidões de pagamento de impostos; b) Matricula escolar no ensino básico; c) Acesso a indicadores econômicos e sociais e dados dos censos; d) Programas de ensino a distância; e) Envio de mensagem eletrônica por meio de quiosques públicos; f) Informações sobre programas do Governo Federal; g) Ouvidoria; h) Obtenção de editais de compras governamentais; e muitos outros. 2.2.5 Governo Eletrônico com o foco na cidadania Cidadania não é uma definição estanque, mas um conceito histórico, o que significa que seu sentido varia no tempo e no espaço. Ou seja, ser cidadão na Alemanha, nos EUA e no Brasil é bem diferente, pois em cada país direitos e deveres são distintos. Entretanto, é consenso que para ser cidadão é necessário se ter direitos civis - vida, propriedade, igualdade perante as leis e outros; políticos – votar e ser votado; e sociais educação, salário justo, saúde entre outros (PINSKY, 2003). No sentido moderno a cidadania é um conceito vindo da Revolução Francesa (1789) para designar o conjunto de direitos que os membros da sociedade têm para decidir o destino do Estado. Essa cidadania moderna liga-se de múltiplas maneiras aos antigos 49 romanos. Roma caracterizava-se pela diversidade de povos e costumes, com uma separação clara das classes. A classe inferior (plebeus) conseguiu conquistar através de lutas alguns direitos civis como a transformação do plebiscito em lei e certa relevância social para as mulheres, e o direito político do voto para pobres e libertos - o voto secreto e escrito foi introduzido ao final da república romana (FUNARI, 2003). Como não se pode falar em cidadania sem democracia, o conceito de democracia teve como berço a Grécia, onde o poder era exercido diretamente pelos cidadãos que se reuniam em praça pública para decidir os mais importantes assuntos do Estado. A democracia é um sistema político que se baseia no livre exercício da cidadania (HOESCHL, 2004). Bobbio caracteriza o conceito mínimo de democracia “por um conjunto de regras (primárias ou fundamentais) que estabelecem quem está autorizado a tomar as decisões coletivas e com quais procedimentos” (BOBBIO, 2000, p. 30). Para que uma decisão seja considerada coletiva é necessário que os indivíduos autorizados a tomar as decisões sigam as regras estabelecidas. A democracia pode ser direta ou indireta, a primeira é aquela onde o povo exerce diretamente o poder através de assembléias públicas sem intermediação de prepostos onde se elaboram as leis, aplica-se a justiça, praticam-se os atos administrativos, decide-se até pela paz ou pela guerra. Já a segunda, a indireta ou representativa, surgiu em face da impossibilidade de se ter a presença de todos os indivíduos na elaboração e execução das leis necessárias ao bom andamento do Estado. Nela o poder é exercido através de representantes do povo. No mundo em que se vive hoje, com grande concentração de pessoas em cidades, a democracia direta, onde todos os indivíduos seriam chamados pelos governantes a tomar decisões e promulgar leis, seria na prática inviável. A não ser, como afirma o próprio Bobbio (2000, p. 66) “de que cada cidadão possa transmitir seu voto a um cérebro eletrônico sem sair 50 de casa e apenas apertando um botão”. Apesar do autor se referir a este fato como ficção científica hoje já é possível acontecer na realidade. As modernas tecnologias da informação podem ampliar a possibilidade de transparência nos atos dos governantes, permitindo o exercício da participação de todos. Conceitua-se democracia eletrônica como realidade político-social que está surgindo em decorrência da implementação do governo eletrônico no mundo. O princípio basilar da democracia eletrônica está na possibilidade de ampliar, significativamente, a participação popular efetiva nas decisões governamentais, afinal o cidadão poderia, por meio de voto eletrônico, representar a si mesmo nas decisões através da Internet (POMAR, et al., 2004). A cidadania na era da informação impõe o direito de se comunicar, de armazenar e processar informações velozmente, independentemente da condição social, capacidade física, visual ou auditiva, gênero, idade, raça, ideologia e religião. (SILVEIRA, 2003b). Nesse sentido, o governo eletrônico possibilita um novo relacionamento – muito mais interativo – entre cidadão e Estado, no qual o cidadão tem a chance de adquirir um status diferenciado dentro da organização social: o status de cidadão. O Governo Eletrônico através da rede Internet pode proporcionar ao indivíduo, que mora tanto em um município no interior da selva amazônica ou no centro de São Paulo, fazer seu Imposto de Renda, pagar seus impostos, obter auxílio desemprego, acompanhar processos judiciais e outras tantas informações e serviços para fortalecer a sua cidadania (POMAR, et al., 2003). 51 2.3 Internet As Tecnologias da Informação e Comunicação passaram a desempenhar um papel importante na sociedade devido a dois fatores: a popularização do ambiente virtual da Internet, restrita inicialmente ao meio acadêmico, e a criação de modelos de negócios para a Internet que focavam as relações entre empresas e destas com seus consumidores. A Internet é hoje uma das principais via de comunicação mundial (BRASIL, 2004a). Os primeiros computadores surgiram na década dos 40. Eram usados para fazer cálculos repetitivos e complexos, utilizados no apoio das atividades militares da Segunda Guerra Mundial. Os usuários iniciais dos computadores concentravam-se nos ambientes militares e acadêmicos (LOPES, et al., 2003). Desta forma a Internet também foi criada em ambiente militar, em 1969 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América (Advanced Research Projects Agency), com o nome de Arpanet, visando inicialmente integrar as comunicações militares mesmo na possibilidade do caos em caso de uma guerra nuclear. Na década de 80 essa rede experimental foi dividida em outras duas: a MILNET para fins militares especificamente, e a Arpanet para pesquisa civil. A interligação dessas duas redes foi chamada de Defense Advanced Research Projects Agency Internetwork, abreviada para Internet (BITTENCOURT FILHO, 2003). A internet é a união de milhares de redes de computadores interconectadas. Esse conjunto recebe o nome de rede, cujos elementos são chamados nós. Castell (2002a, p. 498) conceitua rede como “uma rede é um conjunto de nós interconectados, ou ainda, redes são estruturas abertas capazes de se expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consiga comunicar-se dentro da rede.” 52 Segundo Laudon e Laudon (2001, p. 206) a Internet é possivelmente a maior e mais conhecida rede de redes, conectando centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. Apesar de ter sido apenas disponibilizada para fins comerciais em 1987 e tendo sua “explosão” ocorrida a partir de 1991, com o surgimento da World Wide Web, ou WWW ou Web. A Web nasceu em 1990, com a criação da linguagem HTML (hipertexto markup languagen), com a finalidade de interligar os computadores em um laboratório de física (SILVEIRA, H., 2001). Em 1999 a revista Diga lá (apud SILVEIRA, H., 2001) apresentou os dados demonstrando que com o desenvolvimento da Web “a Internet alcançou, em um período de cinco anos, a marca de 50 milhões de usuários em todo o mundo, marca atingida pelo rádio em 38 anos e pela televisão em 16 anos”. A World Wide Web é apenas um dos numerosos serviços oferecidos na Internet, ela permite que as pessoas acessem os serviços web por toda a Internet, mesmo que tenham pouco conhecimento de computação, pois oferece uma interface de fácil utilização. Alguns dos recursos mais importantes e conhecidos da Internet, além de sua grande rapidez, são correio eletrônico (troca de documentos digitais via Internet), Newsgroups (fóruns), Chat (comunicação em tempo real e direta na Internet com múltiplas pessoas), Telnet (Programa para executar um login remoto para outro computador) entre outros. A Intranet foi uma evolução natural deste processo, é uma rede privada baseada na mesma tecnologia presente na Internet, “ela usa a infra-estrutura de rede existente em toda empresa, juntamente com os padrões de conectividade da Internet e software desenvolvido para a WWW” (LAUDON, K.; LAUDON, J. 2001, p. 211). O uso comercial da intranet reduziu os custos de telefone em 95%, os de fax em 35% e das transações bancárias em 50% (SIVEIRA, H., 2001). 53 A internet chegou ao Brasil no final da década de 80, através de um trabalho realizado em parceria entre o Laboratório Nacional de Computação Científica/UFRJ (LNCC/UFRJ) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. A Rede Nacional de Pesquisas – RNP foi desenvolvida em 1992 para conectar as universidades e centros de pesquisas no país. E a partir deste período a Internet passou a ser aplicada a um amplo arco das funções do governo brasileiro para proporcionar mais eficiência, transparência e desenvolvimento, além do provimento democrático de informações e serviços. A internet traz novos conceitos de organização, apresentação e entrega de informações governamentais para uso público. Atualmente a RNP tem investido em uma infra-estrutura acadêmica de alta velocidade chamada de RNP2. Essa rede interliga várias redes com alcance nacional. Essa infra-estrutura, que possibilita conexão digital de longa distancia com qualidade de serviços e alta velocidade, tem grande importância devido o impacto que essas novas tecnologias de informação têm chegado à sociedade. A Internet tem conquistado a cada dia um número maior de usuários, espalhados por todo o mundo, intercambiando culturas, formando comunidades com novas atitudes políticas, facilitando a comunicação e prestações de serviços nas mais diversas áreas da organização sócio-econômica global. Rogério da Costa (2003), pesquisador da PUC e coordenador do Laboratório de Inteligência Coletiva da PUC/USP coloca que a Internet está criando a cultura digital. Os relacionamentos virtuais proporcionados pela Internet - publicação de textos, indicação de links, produção de questões respondidas por não se sabe quem - estão criando aos poucos um mundo próprio de significação, povoado por novas idéias, conceitos e sentidos. 54 Pierre Lévy (1999), filósofo francês mais conhecido por seus livros sobre a cibercultura, criou a expressão inteligência coletiva, que significa a capacidade de trocar idéias, compartilhar informações e interesses comuns, criando comunidades e estimulando conexões. Apresenta que o desenvolvimento das comunidades virtuais apenas foi possível devido à Internet, como também estimula uma nova maneira de fazer sociedade. Nesse ambiente virtual das redes de computadores interligadas, as pessoas agrupam-se baseadas em afinidades e não por imposição geográfica. Organizam-se em comunidades que interagem no território virtual de modo ágil e isento dos obstáculos impostos pela geografia no mundo físico, para a discussão ou conhecimento de um determinado tema para, como numa comunidade, auxiliarem-se mutuamente na tarefa de produzir informações. Cabe ao Governo não fazer com que a falta de acesso às tecnologias de informação e comunicação alije o cidadão pobre não apenas dos circuitos econômicos dominantes, como também desse relacionamento virtual-real. Deve possibilitar que esses grupos de pessoas excluídas tenham acesso à rede e ao padrão cultural da sua realidade local. Portanto, incluir digitalmente é facilitar o acesso dos excluídos ao novo modo de produção e estilo de desenvolvimento social e cultural (SANTOS, 2003). 55 2.4 Inclusão Digital Esse capítulo trata de um dos maiores desafios políticos da atualidade a ser enfrentado pelos Estados: a inclusão digital, ou seja, a universalização dos benefícios do governo eletrônico através da utilização das ferramentas da tecnologia da informação para proporcionar ao maior número de cidadãos os benefícios do acesso fácil, rápido e confortável ao mundo digital. Mas para falar de inclusão digital, primeiramente, é importante fazer referência à inclusão social das pessoas menos favorecidas de condições dignas de sobrevivência e cidadania. Segundo Phipps (2003) a exclusão social ocorre devido o mau funcionamento de quatro sistemas e fatores de inclusão social, que são: a integração cívica (poder para o cidadão em um sistema democrático), a integração econômica (ter um emprego e uma função econômica valorizada), a integração social (acesso ao apoio do estado), e a integração interpessoal (ter família, amigos, vizinhos e redes sociais). Os termos inclusão/exclusão social surgiram na década de 60, mas foram massificados apenas recentemente através de discursos e de políticas governamentais. Ainda citando Phipps (2003), existem diferenças entre os conceitos de pobreza e exclusão social, o primeiro se refere aos baixos rendimentos e necessidades materiais, já o segundo está relacionado aos meios pelos quais as pessoas são deixadas de fora das principais correntes políticas, econômicas e sociais. Os conceitos de pobreza estão relacionados à distribuição (a falta de recursos à disposição de um indivíduo ou família), e a noção de exclusão social se concentra em problemas relacionais (participação social inadequada). O sociólogo e presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, Sérgio Amadeu da Silveira (2003) propõe pensar inclusão social a partir da inclusão digital, por se tratar este de uma questão estratégica, ou seja, a revolução tecnológica reserva à 56 informação papel estratégico na reorganização social. Segundo o autor, os países que não souberem manipular, reunir, desagregar, processar e analisar informações ficarão distantes da produção do conhecimento, estagnados ou vendo se agravar sua condição de miséria. O acesso à rede é apenas um pequeno passo, embora vital, que precisa ser dado. O acesso aos meios de comunicação e informação pode ser uma arma no combate à exclusão social, visto poder proporcionar de forma característica a integração cívica, a econômica, a social e a interpessoal. A evolução tecnológica tem assumido no mundo, em particular no Brasil, um papel estratégico no desenvolvimento econômico, social e cultural (SILVINO; ABRAHÃO, 2004). Há um consenso que aqueles que têm acesso e o domínio da informação, são os que tem poder, seja o econômico, o político ou o social. A inclusão digital como instrumento de inclusão social tem sido debatida em congressos e estudiosos. O seu conceito engloba informatização, educação e ações que possibilitem a construção de uma cidadania criativa e empreendedora (SILVEIRA, S., 2003). Segundo Silveira (S., 2003) a pobreza não será reduzida com cestas básicas, mas com a construção de coletivos sociais inteligentes, capazes de qualificar as pessoas para a nova economia e para as novas formas de sociabilidade, permitindo que utilizem as TICs para exigir direitos, alargar a cidadania e melhorar as condições de vida. Sampaio classifica a inclusão digital de duas formas, a primeira forma é a restrita, que ensina ao cidadão a utilizar os computadores, seus aplicativos de uso comum (editores de texto, planilhas), o acesso via internet aos serviços governamentais, e a navegação na rede na qualidade de leitor ou consumidor dessas informações. A segunda é a inclusão digital ampliada, que é capaz de instrumentalizar a cidadania para a participação como interlocutora e não só receptora na construção de políticas públicas (SAMPAIO, 2001 apud MACADAR; REINHARD, 2002). 57 Pretto e Bonilla (2001 apud MACADAR; REINHARD, 2002) apresentam um conceito semelhante de inclusão digital, onde os indivíduos têm capacidade não só de usar e manejar o novo meio, mas, também, podem prover através da rede serviços, informações e conhecimentos, conviver e estabelecer relações que promovam a inserção das múltiplas culturas nas redes. O que também é acordado por Santos (2003), pois considera que os cidadãos além de terem acesso às informações essenciais e às modernas ferramentas da comunicação, possam usá-las a fim de obter maior participação na sociedade. “A Inclusão Digital (ID) representa um canal privilegiado para equalização de oportunidades da nossa desigual sociedade em plena era do conhecimento.” (NERI, 2004, p. 6). Uma das dimensões da inclusão digital pode ser apreciada pela disponibilização do acesso às informações e serviços prestados, via Internet à maioria de uma população (SILVINO; ABRAHÃO, 2004). É importante esclarecer que não há uma relação direta entre a exclusão social e a exclusão digital, pois nem todos os excluídos digitalmente estão excluídos economicamente; entretanto, pode-se afirmar que quem é excluído economicamente, provavelmente também é excluído digitalmente. A exclusão digital está bem mais além do fator “poder aquisitivo”, pois existem outras formas de exclusão que não serão abordadas neste trabalho, porém que merecem ser citadas: pessoas com resistência ao uso das tecnologias de informação e comunicação, independente da classe social e econômica; apresentação das tecnologias direcionadas mais ao público jovem, deixando muitas vezes de lado o grupo das pessoas na terceira idade; o idioma 1 , onde cerca de metade das páginas disponíveis na web estão em inglês, 6% em espanhol, e 3% em português. A exclusão digital também é chamada de apartheid digital, digital gap, digital divide, brecha digital. Essa realidade ocorre quando um grupo de pessoas e empresas não têm 1 Observatório da Políticas Públicas de Infoinclusão. Fonte: http://www.infoinclusão.org.br. Acessado em: 01/04/2004. 58 acesso à Internet, pois ficam à margem das informações e dos avanços alcançados pelas tecnologias de informação e comunicação e usufruídos pela sociedade, e cabe ao Estado o papel para mudar essa realidade através de investimentos em programas para o desenvolvimento e conhecimento das tecnologias de informação e comunicação. Segundo Santos (2004) a exclusão digital pode ser compreendida a partir de três perspectivas básicas: 1 - Falta de conexões físicas; 2 - Falta de computadores, acesso e treinamento; 3 - A exclusão digital é um reflexo do analfabetismo, da pobreza e de outros assuntos de cunho social. Os computadores são instrumentos úteis, mas de nada servirão para ajudar a sociedade a superar o gap tecnológico até que os assuntos de caráter mais básico sejam resolvidos, como o acesso a redes e a capacitação da população. Segundo o Mapa da Exclusão Digital 97,14% dos incluídos digitais são encontrados em áreas urbanizadas (NERI, 2004). O trabalho destaca que os cinco estados mais incluídos são: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná, e os menos incluídos são: Maranhão, Piauí, Tocantins, Acre e Alagoas. E este resultado está diretamente relacionado ao grau de escolaridade dos moradores, como sua renda e a jornada de trabalho. Atualmente menos de 20 milhões de brasileiros acessam a Internet e somente 25 milhões usam regularmente computadores em casa ou no trabalho (SANTOS, 2003). A Internet é uma importante via de comunicação e de cidadania, e conhecer e fazer uso dessas tecnologias deve deixar de ser um privilégio de poucos para transformar-se em um extraordinário fator de promoção social, possibilitando, inclusive, a abertura de oportunidades de trabalho para milhões de pessoas (BRASIL, 2004a). Os impactos da utilização das TICs são causados por quatro fatores de mudanças: 59 • Fatores de demanda incluem acesso às TIC, habilidades de usuários, e a presença regional dos “setores ricos de informação. • Fatores culturais incluem uso público das TIC, e redes comunitárias e sociais. • Fatores de oferta incluem provedores e fornecedores. • O papel do governo e das agências públicas inclui regulam, estação, facilitação e estímulo. Esses fatores de mudança são relevantes tanto socialmente como para a competição econômica e resultados comerciais. (CoMPRIS apud PHIPPS, 2003, p. 13) Os Governos em geral quando oferecem serviços pela Internet encontram como desafios: (a) favorecer o acesso do cidadão ao mundo virtual, (b) reduzir o analfabetismo digital e (c) melhorar a qualidade da interface gráfica disponibilizada, adaptando-se ao seu público alvo (SILVINO; ABRAHÃO, 2004). A parcela excluída da sociedade brasileira para conseguir obter o acesso à informação e comunicação depende de implantação de políticas públicas consistentes e continuadas direcionadas a esse fim. Caso contrário, a distância social entre aqueles que têm o acesso e aqueles que não os têm, tornando os índices de exclusão ainda maior (ALBUQUERQUE, 2004). “O índice de exclusão digital tende a revelar a dimensão da desigualdade e o grau de exclusão socioeconômica de uma sociedade” (CHAHIN et al., 2004, p. 255). O problema da exclusão digital no Brasil é grave em virtude também de só existir um monopólio regional de telefonia fixa (o serviço ADSL), isto quer dizer que apenas uma empresa dissemina a banda larga no Brasil, o que na prática significa oferta desse serviço apenas nas maiores cidades a preços elevados. Hoje o custo mensal do serviço ADSL no Brasil é em média o dobro do preço da França, se for comparado os serviços de mesma velocidade, além de que a França poder contar com seis provedores de banda larga (PORTER, 2004). 60 Em um modelo de desenvolvimento marcado pelas desigualdades, que no caso brasileiro é grande, fica claro que a revolução tecnológica poderá agravar ainda mais a exclusão social se não for adequadamente conduzida. Enviar computadores para as populações marginalizadas, sem uma proposta adequada de mediação da informação, com certeza não contribuíra efetivamente para a inclusão de cidadãos na sociedade da informação (ALBUQUERQUE, 2004). O compartilhamento desses meios de forma comunitária pode ser uma das soluções para possibilitar o acesso dos digitalmente excluídos em um curto espaço de tempo. A montagem de pontos de acesso público à Internet tem sido viabilizada pelos Telecentros Comunitários, o qual consiste num local onde estão disponíveis as TICs para pessoas que têm pouca ou nenhuma oportunidade de usar ou aprender a usar estas tecnologias (MACADAR; REINHARD, 2002). O Livro Verde (TAKAHASHI, 2000, p.34) define o telecentro como local onde existem “instalações que prestam serviços de comunicações eletrônicas para camadas menos favorecidas, especialmente nas periferias dos grandes centros urbanos o mesmo em áreas mais distantes”. Toledo (2004, p. 270) apresenta três modalidades de fomento governamental à telecentros. O primeiro modelo é denominado de modelo filantrópico. Este telecentro normalmente é criado por iniciativas de organizações não-governamentais (ONGs), “que atraem doações de empresas e pessoas mais abastadas.” Existem diversos modelos de sucesso de implantação do modelo filantrópico de telecentro, como o CDI - que será melhor tratado posteriormente. “O segundo modelo é caracterizado por iniciativas governamentais de implantação direta” (ou subcontratada) e custeio da operação de pontos de acesso à Internet. “Talvez a iniciativa de maior envergadura concebida no país nesse modelo tenha sido o GESAC”, objeto de estudo deste trabalho. E o último modelo apresentado, são os “telecentros comerciais”, com unidades instaladas em algumas capitais brasileiras. Esse telecentro é típico 61 da atividade privada, pois possui imensa variedade de modelos, desde um luxuoso escritório fora da empresa, até as improvisadas instalações em comunidades. Segundo o Mapa da Exclusão Digital da FGV a melhor forma de combater a exclusão digital em longo prazo é investir diretamente nas escolas, de modo que os alunos possam ter acesso desde cedo às novas tecnologias. “O combate à exclusão digital pode provocar melhoras substanciais do desempenho escolar e da inserção trabalhista futura dos estudantes de hoje.” (NERI, 2004, p. 22). Nesse trabalho da FGV também foi criado o Relógio da Inclusão Digital, que marca permanentemente os números da inclusão digital de acordo com os dados fornecidos. O objetivo do relógio é motivar os atores sociais envolvidos em ações em prol da inclusão digital: em 03/01/2003 haviam 25.887.232 pessoas incluídas e 149.867.889 de brasileiros excluídos; já em 17/03/03 haviam 26.703.248 brasileiros incluídos, ou seja, 816.016 pessoas deixaram o grupo da digital divide em três meses. Somente através de políticas públicas de universalização do acesso e da apropriação do cidadão mais pobre da Internet, articuladas com estratégias de promoção do desenvolvimento local, que a inclusão digital poderá ser abrangente e reverter as desigualdades sociais e territoriais (SANTOS, 2003). Silveira (2003b) apresenta quatro princípios que devem ser absorvidos para que a inclusão digital se torne real e destaque nas políticas públicas. Primeiro, o reconhecimento de que a exclusão digital amplia a miséria e dificulta o desenvolvimento humano, local e nacional. Segundo, aceitar que o mercado não dá oportunidades para a inclusão de pessoas pobres e desprovidas de dinheiro e conhecimento. Terceiro, devido à velocidade da inclusão, a capacidade de qualificar e gerar inovações deve ser também bastante rápida ou se ficará à margem do desenvolvimento no contexto da globalização. E quarto, que todas as pessoas têm o direito da liberdade de expressão e de se comunicarem. 62 Ainda segundo esse autor, deve-se elevar a questão da inclusão digital e da alfabetização tecnológica à condição de política pública. Não podemos nos iludir e separa propostas necessárias de informatização do Estado das políticas de ampliação da cidadania por meio eletrônico. Existem dois grandes desafios a serem enfrentados: a herança do analfabetismo funcional junto com o combate ao apartheid tecnológico, e a formação da opinião pública com o objetivo de disseminar uma nova cultura, um ideal de modernidade, tendo o computador e toda a tecnologia como símbolos dessa nova era. O Brasil conta com algumas iniciativas do terceiro setor com programas de inclusão digital e cidadania (BRASIL, 2004a), no Quadro 04 estão relacionadas algumas dessas iniciativas. Outra iniciativa é o Projeto SAMPA.org da cidade de São Paulo, que busca articular esforço para que as comunidades beneficiadas pelo projeto possam obter o conhecimento necessário para utilizar os recursos de TIC existentes, não apenas para ter acesso às informações e serviços, como também produzir informações serviços e conhecimento. O projeto não foi desenvolvido para a criação de telecentros, mas a implantação destes com a parceria de associações e movimentos que já apresentavam um alto grau de inserção política e social em suas comunidades. Como resultado, “os telecentros foram abraçados pela comunidade, os locais de instalação são seguros e considerados espaços da comunidade local” (CHAHIN et al., 2004, p. 259), o que dificilmente aconteceria se fosse uma iniciativa do Estado. O projeto está confirmado como uma política pública municipal que obteve seus objetivos alcançados, dando o direito para todas as pessoas da comunidade à informação e ao acesso as TIC, combatendo a exclusão digital. O Comitê para Democratização da Inclusão Digital - CDI, também é uma outra iniciativa de organização não-governamental e sem fins lucrativos, estabelecida para dar às crianças e aos adolescentes de baixa renda a oportunidade para participar no mundo digital. 63 Iniciou no Rio de Janeiro em 1993, como um projeto do professor e empresário Rodrigo Baggio, e conta com o apoio do Japão. Esta iniciativa já criou 37 escolas de tecnologia da informação e de direitos civis no Brasil, inclusive no Rio Grande do Norte, e 10 escolas no exterior (CHAHIN et al., 2004). Para conhecer melhor esse projeto basta visitar a sua página: www.cdi.org.br. Programa do Projeto Amigos da Escola que tem como tema Oportunidades Voluntárias. Amigos da Escola Viva Rio Uma organização não - governamental, sem fins lucrativos e partidária que incentiva indivíduos, associações e empresas a construir uma sociedade mais justa e democrática - Rio de Janeiro. Programa que mostra projetos das favelas, incentivando a população carente do Rio de Janeiro. Viva Favela ONG Rede Gemas da Terra - Integra as comunidades rurais brasileiras ao espaço cibernético através de telecentros comunitários com conexão internet. Apoia e integra o movimento de Software Livre. Gemas da Terra O projeto Mocambos, desenvolvido na Casa de Cultura Tainã, promove acesso à internet e utilização de microcomputadores visando à Projeto Mocambos inclusão digital. A Cidade do Conhecimento é um programa do Instituto de Estudos Avançados da USP que promove a criação, a incubação e o Cidade do Conhecimento desenvolvimento de projetos por meio de redes digitais colaborativas. Quadro 05 - Iniciativas do terceiro setor com programas de inclusão digital e cidadania. Fonte: BRASIL, 2004 Os governos federais, estaduais e municipais do Brasil “têm se envolvido progressivamente no fomento e no suporte a iniciativas de inclusão digital.” (CHAHIN et al., 64 2004, p. 270), entretanto sem a participação da sociedade, sem o apoio da sociedade civil, os projetos de inclusão digital têm pouca chance de dar certo (SILVEIRA, 2003). Segundo Afonso (2004) não basta o acesso, é preciso formar as pessoas para dominarem esse poderoso instrumento de comunicação, troca de informações e aprendizado. Para o Governo Federal, o combate à exclusão digital só será possível em caráter de política pública, e neste sentido tem desenvolvido programas conforme citado pela revista TEMA, e apresentado no Quadro 06: Nome PREVFácil Telecentro Proinfo Correios Net GESAC Comunidade Brasil Objetivos Redução de Geração de Melhorar Acesso à Redução da Alfabetização custos renda o ensino Internet exclusão digital digital Telecentros Telecent Telecentros Auto Tipo Auto Auto atendimento atendimento ros/ atendimento escolas Pontos 700 até 02 4.639 120 ** 02 pontos instalados dez/2003 Adesão de Nº previsto 2.900 pontos 110 pontos Todas as 5.500 pontos 3.500 pontos Municípios escolas Beneficiado/ Acima de De 301 a Acima Acima de Acima de 1.500 De 101 a 300 mês por ponto 1.500 600 de 1.500 2.400 Regiões Sudeste/ Sul Nordeste Sudeste / Nacional Nacional Centro-Oeste atendidas Nordeste Recursos BID Parcerias / Orçamen Próprios – Orçamento da Orçamento da SEBRAE to da 46% União União União Valor Total Acima de R$ 206 R$ 6 milhões R$ 77 milhões ** 2.400.001 milhões e 1997 a 2002 Correios Ministério da Comunidade Líder MPS MDIC Ministéri Comunicação Ativa o da Educaçã o Parceiros BID SEBRAE Estados Unisys GILAT Municípios e Municípi os Quadro 06 - Iniciativas do Governo Federal com programas de inclusão digital.(Fonte: TEMA, 2004) 65 Este trabalho se concentrará no GESAC - Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão, pois este programa apresenta claramente a meta de disponibilizar acesso à Internet e mais um conjunto de outros serviços de inclusão digital para as comunidades excluídas do acesso e dos serviços vinculados à rede mundial de computadores. Conforme o Assessor do Programa GESAC “É possível o governo executar um amplo programa de inclusão digital. As dificuldades não são pequenas, mas quando se tem vontade política e se tem o conhecimento os resultados podem sair do papel” (PASTORE, 2003). Assim sendo, seria bom que projetos como esse fossem levados não somente a sério, mas também avaliados e mantidos, afinal, erradicar a pobreza, a marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais, constituem um dos quatros objetivos fundamentais da Constituição da República Federativa do Brasil (Art. 3º, inciso III). Em face da constatação da importância da inclusão digital para as pessoas, independente do local onde residam e de seu nível de educação formal, percebe-se a necessidade da avaliação de programas governamentais que objetivam expressamente a inclusão digital dos cidadãos. Como política pública, o GESAC, precisa ser avaliado para que se tenha uma real perspectiva do alcance dos seus objetivos. A avaliação sistemática, contínua e eficaz dos programas sociais, é importante para se alcançar melhores resultados e ter controle dos recursos aplicados, como também para fornecer informações para os gestores dos programas e auxiliar o processo decisório (MONTEIRO, 2002). A avaliação tem vários conceitos, mas um conceito geralmente aceito é o colocado por Cohen e Franco (1993), onde ela é basicamente um instrumento para maximizar a eficácia (em termos de fins alcançados) e a eficiência (do ponto de vista da economicidade dos meios) dos programas governamentais, numa conjuntura de recursos cada vez mais escassos. Arretche (2001) acrescenta a esse grupo a avaliação de 66 efetividade, entendida como o exame da relação entre a implementação de um determinado programa e seus impactos e/ou resultados. Para efeito desse trabalho, o GESAC foi avaliado quanto à sua eficácia, buscandose avaliar o grau em que foram alcançados os objetivos do projeto (SEGONE, 2004; ARRETCHE, 2001). 67 3 GOVERNO ELETRÔNICO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO GESAC O programa GESAC – Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão do Governo Federal brasileiro tem como meta disponibilizar acesso à Internet, e mais um conjunto de outros serviços de inclusão digital à comunidades excluídas do acesso e dos serviços vinculados à rede mundial de computadores, para que essas comunidades explorem ao máximo os recursos da informação. O objetivo é incluir o cidadão das faixas sociais C, D e E no mundo digital, fornecendo uma série de serviços vinculados às tecnologias de informação que de outra forma seriam inacessíveis a essas classes (BRASIL, 2004a). O GEASC foi instituído pelo Ministério das Comunicações através da Portaria nº. 256, de 13 de março de 2002 (BRASIL, 2004b), com o objetivo de disseminar meios que permitam a universalização do acesso às informações e serviços do governo, por meio eletrônico, no território nacional a todos os cidadãos brasileiros (MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES, 2002). Em setembro de 2002 o Ministério das Comunicações realizou a licitação para a contratação das empresas responsável pela implantação do programa, que segundo os termos contratuais previa a instalação inicial de 3.500 terminais de computadores com acesso à rede mundial em 2.700 municípios brasileiros. A empresa vencedora foi a Gilat do Brasil, subsidiária da israelense Gilat Satellite Networks, com a proposta de conexão via satélite para todas essas localidades no valor de 77 milhões de reais. A empresa apresentou menor preço pelo serviço que o consórcio Inclusão Digital formado pela Telefônica, Brasil Telecom, Telemar e CTBC, e as empresas Procomp, Vant e Telespazio Brasil. A Gilat está no Brasil há mais de dez anos e atua em diversos países da América Latina, como Peru e Chile. 68 A solução de conexão por satélite, proposta pela GILAT, é formada por três itens: a estrutura local, o satélite e o Centro de Gerência. A estrutura local conta com uma VSAT (estação terrena, identificada pelas antenas parabólicas muito parecidas com as usadas em recepção de TV por assinatura) e um modem satélite (equipamento que faz a interface para a conexão com o equipamento do usuário, recepção e transmissão de dados). O satélite (repetidor de radiofreqüência que opera na órbita da terra) de origem israelense é o receptor e transmissor de ondas de rádio, ele capta o sinal vindo do VSAT e rebate para o Centro de Gerência e vice-versa. O Centro de Gerência do GESAC é chamado de teleporto e localizado em Belo Horizonte, possibilita a saída da navegação dos usuários para a internet, como também uma série de serviços disponibilizados aos cidadãos (BRASIL, 2004a). Atualmente o responsável pelo GESAC é o Assessor Especial do Ministério das Comunicações Antônio Albuquerque, que apresenta duas diferenças entre uma conexão internet por satélite e uma conexão por linha telefônica. A primeira diferença se refere à qualidade da comunicação por satélite, que é muito superior, pois garante que cada ponto chegue a 256 kbps. Um outro fator diferencial do satélite em relação ao acesso discado é que este último só existe numa minoria de (grandes) cidades brasileiras. Existem 5.800 municípios no Brasil, nos quais apenas cerca de 1.100 municípios têm acesso local à Internet. Os outros municípios têm que fazer interurbano para ter acesso a este serviço (ALBUQUERQUE, 2004). O acesso discado, ou ADSL, é a modalidade em que o usuário utiliza a linha telefônica para poder se conectar à Internet com velocidades de até 56 kbps e requer um modem e uma conexão dial-up 2 configurada no computador. O GESAC foi concebido no governo de Fernando Henrique Cardoso, porém no inicio do governo de Lula sofreu transformações e adaptações às diretrizes do novo governo. 2 O Acesso à Rede Dial-Up é um componente do Windows que permite ao usuário conectar-se à Internet utilizando recursos do sistema operacional Windows e um modem instalado no computador. 69 O programa foi encontrado em inicio de operação, com o teleporto já instalado e com um investimento já realizado de mais de R$ 20 milhões. O contrato GESAC reformulado deve continuar até o início de 2005, com o objetivo de construir estradas digitais no espaço que conectam a população de regiões remotas do Brasil com o governo, com a economia do conhecimento, e com o mundo globalizado (ALBUQUERQUE, 2004). O programa em 2004 iniciou ações voltadas à articulação e formação de uma rede de conhecimento solidária. Nesse sentido, foram lançados Projetos Comunitários como, por exemplo, o incentivo à produção de sítios das comunidades beneficiadas. “O eixo principal dessas ações contempla a utilização das TICs para geração de emprego e renda e difusão da cultura local.” (BRASIL, 2004). Conforme Quadro 07 destacam-se as principais mudanças nos dois momentos do Programa: Versão 2002 Contrato com duração de 16 meses Acesso gratuito restrito a sítios: gov, edu, mil, org. Serviço prestado através VSAT de Banda Limitada (33kbps) Segmento espacial previsto de 6 Mhz Terminais sem: unidades de disquete, acesso a HD, softwares aplicativos (processador de texto, planilha, etc.) Pontos de acesso de usuários: dimensionado para 3.500 Sem previsão de projeto de inclusão digital Versão maio de 2003 Contrato ampliado para 22 meses Acesso ilimitado a qualquer sitio da WEB Ampliação da banda dos VSAT para 256 kbps – banda larga Segmento espacial ampliado para 50 Mhz Servidores com unidades de disco, acesso a HD e softwares aplicativos. Acesso ampliado para 30.000 pontos Recursos para inclusão digital: organização de Telecentros comunitários com emprego de software livre, em parceria com programas de outros ministérios, principalmente da área social. Quadro 07 – Mudanças do Programa GESAC FONTE: SANTOS, 2003 O primeiro local de instalação do GESAC foi o Colégio Estadual Belmiro Soares, na cidade de Paraguaia/GO, no dia 16 de junho de 2003. Até março de 2004 foram contempladas 2.970 comunidades com o serviço GESAC, permitindo que cerca de vinte e oito 70 mil computadores estejam em rede e conectados à Internet, com perspectiva de atender a um número superior de 6,4 milhões de pessoas. Segundo o Assessor do Programa, os resultados do GESAC ainda não formam quantificados, porém já se tem dado qualitativo com depoimentos dos usuários, “As pessoas até choram ao telefone quando mantemos o dialogo sobre o programa disponibilizado no local. As pessoas ficam admiradas de como o governo lembrou de colocar recursos e serviços de tão alta tecnologia naquela localidade.” (PASTORE, 2003, p. 6). Os atores principais envolvidos no GESAC são quatro: (1) Ministério das Comunicações: - Órgão público responsável pela viabilização do Programa. Entre as diversas obrigações deve definir diretrizes do uso do serviço de atendimento ao usuário e de inibição de acesso, disponibilizar conteúdos voltados às unidades, avaliar os indicadores de desempenho, satisfação, uso, navegação e falhas do serviço de atendimento ao usuário, como também cabe a auditoria do desempenho das redes que dão suporte ao Programa GESAC; - provedor de conteúdo dos serviços. (2) Usuário: - Qualquer pessoa interessada em utilizar os serviços oferecidos pelo GESAC. (3) Empresa Gilat do Brasil, que responde pelas seguintes funções: - Integrador de redes e serviços – responsável pela implantação, administração e operação do sistema e dos serviços do GESAC, tem as funções de gerência do funcionamento das unidades nucleares e isoladas, de controle de acesso dos pontos eletrônicos de presença aos serviços agregados ao sistema e de operação e manutenção da unidade de apoio operacional; - Provedor de Rede – responsável pelos recursos de rede para interligação das unidades nucleares e isoladas; 71 - Provedor de Serviços – entidade que provê o acesso à Internet e outros serviços. - Provedor de Ponto Eletrônico de Presença – é a entidade que opera e mantém as unidades. Responsável também pela manutenção das condições adequadas de utilização das unidades nucleares e isoladas. (4) Unidade que recebe os serviços do GESAC, que podem ser: - unidades nucleares – conjunto de terminais de acesso de baixo custo próximos à sociedade, com o propósito de orientar o usuário no acesso à Internet, a serviços e informações de governo e a outras aplicações e conteúdos específicos de seu interesse. Essas unidades contarão com o suporte presencial de multiplicadores/monitores com o propósito de orientar o usuário no acesso à Internet, a serviços e informações de governo e a outras aplicações e conteúdos específicos de seu interesse. - unidades isoladas - conjunto de terminais de auto-atendimento de baixo custo, com o propósito de orientar de forma remoto, através de recurso de voz o usuário no acesso à Internet, a serviços e informações de governo e a outras aplicações e conteúdos específicos de seu interesse. As unidades que abrigaram os pontos eletrônicos de presença (PEP) do GESAC terão um coordenador local responsável pelas atividades desenvolvidas. Esses PEP podem ser prefeituras, rodoviárias, hospitais, escolas, sindicatos entre outros. O Ministério das Comunicações estabeleceu critérios e requisitos para serem atendidos pelos Ministérios co-responsáveis, pelas localidades beneficiadas e pela empresa prestadora de serviços, a GILAT do Brasil. Nessa seção serão apresentados primeiramente os critérios os quais os ministérios co-responsáveis deveriam ter observado para a escolha dos locais a serem beneficiados pelo programa, logo depois serão analisados os requisitos mínimos que as unidades beneficiadas 72 deveriam proporcionar para que os serviços fossem disponibilizados, e por fim serão mostrados os resultados dos requisitos para os serviços disponibilizados pela GILAT. O Ministério das Comunicações estabeleceu três critérios iniciais para a escolha das cidades a serem contempladas com o GESAC: (1) Comunidades que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); (2) Localidades onde as redes de telecomunicações tradicionais (telefonia fixa e TV a cabo) não oferecem acesso à internet em banda larga; (3) Comunidades que já tinham alguma organização no desenvolvimento de atividades comunitárias culturais apoiadas (ou que poderiam vir a ser apoiadas) pelas tecnologias de informação e comunicações. O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, é uma das formas de medir o desenvolvimento social dos países considerada mais equilibrada. Utiliza critérios econômicos, como PIB, rendimento per capita; critérios de caráter social, como as taxas de mortalidade e natalidade, a longevidade, a taxa de analfabetismo; e também critérios ligados às liberdades cívicas, como por exemplo o grau de liberdade de imprensa que existe em cada estado. O site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, disponível em http://www.pnud.org.br/atlas/tabelas/index.php, tem disponibilizado os índices de IDH de cada pais, como também de cada município (IDH-M). O PNUD é uma instituição multilateral e uma rede global presente hoje em 166 países, e tem como objetivo central o combate à pobreza, adotando uma estratégia integrada, sempre respeitando as especificidades de cada país, para a promoção da governabilidade democrática, o apoio à implantação de políticas públicas e ao desenvolvimento local integrado. O PNUD estabeleceu três principais categorias: - Baixo Desenvolvimento Humano: 0 < IDH < 0,5; 73 - Médio Desenvolvimento Humano: 0,5 < IDH < 0,8; - Alto Desenvolvimento Humano: 0,8 < IDH < 1. O IDH do Brasil é 0,777, ocupando a 65º posição no ranking dos paises estudados, e incluído como país de médio desenvolvimento humano, junto com a Bulgária (57º), o Peru (82º), e a China (104º). A Noruega ocupa o primeiro lugar com o IDH de 0,944, seguida da Islândia e Suécia, os paises com os menores índices estão localizados no continente africano como Nigel (IDH de 0,292), e Serra Leoa (175º posição e IDH de 0,275). O Ministério das Comunicações com o objetivo de transformá-lo em um grande programa de inclusão social e de luta contras grandes desigualdades sociais, buscou integração com os Ministérios da Defesa (MD), da Educação (MEC), e Extraordinário da Segurança Alimentar (MESA). A pareceria com o MEC foi estabelecida através da Portaria Interministerial Nº. 122, publicada no Diário Oficial da União no dia 19 de maio de 2003, onde o GESAC é o responsável em viabilizar o programa Internet Escolar, através do acesso à Internet em alta velocidade por meio de links de satélite a 1.800 escolas atendidas pelo Programa Nacional de Informática na Educação - PROINFO. Essas escolas precisariam ter laboratório de informática com pelo menos cinco computadores em rede local, mas sem acesso à Internet para serem qualificadas a receber o programa de inclusão digital do Ministério das Comunicações. O PROINFO é um programa educacional que visa à introdução das novas tecnologias de informação e comunicação na escola pública, como ferramenta de apoio ao processo ensino-aprendizagem. O programa, criado em 1997, é uma iniciativa do Ministério da Educação por meio da Secretaria de Educação a Distância. O PROINFO estabeleceu parcerias com os governos estaduais e municipais para beneficiar 4.629 escolas públicas, e capacitar 137,9 mil professores. O programa também colocou 53,9 mil computadores nas 74 escolas públicas. As informações sobre o PROINFO estão disponíveis no site http://www.proinfo.gov.br. O Ministério da Defesa foi o segundo parceiro integrado ao programa GESAC, através da Portaria Interministerial Nº. 138, de 3/06/03. Esta parceria visa dotar 400 unidades militares de infra-estrutura de acesso à Internet, onde cabe ao MD instalar os equipamentos de informática, e promover o desenvolvimento e o aperfeiçoamento contínuos do emprego das telecomunicações e da informática com vistas ao atendimento dos pressupostos de qualidade, eficiência e inclusão digital e social da comunidade. E em seguida, através da Portaria Interministerial Nº. 330 de 01/07/03, como coparticipante da execução do Programa GESAC vem o Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome, com a co-responsabilidade em 1.000 localidades. Os Municípios escolhidos para serem beneficiadas com o GESAC, são prioritariamente os atendidos pelo Programa Nacional de Acesso à Alimentação - “Cartão Alimentação“, e os locais instalados devem ter computadores funcionando em rede local, e que não disponham de conexão à internet em banda larga. O Cartão Alimentação é um desdobramento do Programa Fome Zero, tinha como objetivos fornecer crédito de até cinqüenta reais à famílias em situação de insegurança alimentar para aquisição exclusiva de alimentos. As famílias consideradas em condições de insegurança alimentar, são as que não têm acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente. A seleção destas pessoas é feita pelo Comitê Gestor Municipal, e os benefícios serão pagos pelo Ministério da Saúde através da CAIXA, que é o agente pagador do Programa. Essas informações estão disponíveis, respectivamente, nos sites da Caixa Econômica Federal, e do Fome Zero em:http://www1.caixa.gov.br/cidade/asp/personaliza/iPaginaRedesenho.asp?pagina=4550000 321 e http://www.fomezero.gov.br/. 75 Outros órgãos do Governo Federal têm tido uma participação no sucesso do programa GESAC, como a SLTI/MP e o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI. O ITI foi criado para cuidar especificamente da certidão digital oficial do Brasil, sua estrutura voltada a garantir, através de criptosistemas a segurança das transações eletrônicas e a privacidade do cidadão. A certificação digital é importante quando se precisa ter confiabilidade em usar um ambiente de incerteza como o ambiente da Internet. O GESAC tem procurado atender ao máximo as diretivas e recomendações gerais para a inclusão digital estabelecidos pela Câmara Técnica de Inclusão Digital do Governo Eletrônico, bem como as recomendações do Software Livre do Governo Federal (BRASIL, 2004). O software livre são sistemas aplicativos para criar e editar textos, planilhas, acessar e-mail, hospedar e criar páginas, entre outros, com a característica principal o fato dos usuários possuírem a liberdade de alterar o código-fonte dos programas, para melhor adequálos as necessidades pessoais e comerciais do usuário. A utilização do Software livre nos computadores conectados a Rede GESAC encaixa-se nos objetivos de inclusão digital por várias razões: - estimular naturalmente a difusão do conhecimento, permitindo que mais pessoas tenham acesso às oportunidades abertas pelas novas tecnologias; - favorecer o desenvolvimento da tecnologia nacional porque, através do Software Livre, os desenvolvedores brasileiros, a partir dos programas desenvolvidos pela comunidade mundial de programadores, podem criar soluções inteiramente adaptadas à realidade nacional; - criação de uma rede de compartilhamento de usuários do software livre; e a - possibilidade de ajudar a estabilizar a economia, pois não é mais necessário o envio de dinheiro ao exterior a título de compra e serviços de software proprietário. 76 Após a escolha dos pontos eletrônicos de presença (PEP), deveriam ser observados os requisitos mínimos a serem disponibilizados ou providenciados nesses locais selecionados. Esses pré-requisitos deverão ser disponibilizados pela GILAT na fase de implantação das unidades, e quando os mesmos não existirem ou não se encontrarem em condições adequadas de utilização deverá providenciar a satisfação dos pré-requisitos: (1) Pré-requisitos técnicos - existência de central telefônica ou estágio de linha remoto em operação na localidade; (2) Pré-requisitos prediais - energia elétrica para suportar cargas adicionais, estimadas em 500 W por terminal; área física ampla para uso do terminal e circulação de pessoas; (3) Pré-requisitos de segurança - Proteção contra o acesso não autorizado e depredação, roubo e, violação. A empresa GILAT após a implantação dos PEPs deverá estar dando suportes técnicos voltados à disponibilização da rede e dos serviços e disponibilizar informações para facilitar e orientar os coordenadores locais, a seguir são apresentados esses requisitos funcionais mínimos e obrigatórios: (1) Permitir o acesso a informações e serviços de governo, através da Internet, de forma gratuita; (2) Deve permitir o acesso a provedores de conteúdo; (3) A interface de usuário deve seu amigável e auto-explicativa; (4) O usuário não deve ter dificuldade de utilização/navegação, e a interface deve estimular o uso e a exploração do serviço; (5) Disponibilizar equipamentos de comunicação que permitem o acesso internet com banda larga, e uma placa de rede adicional para cada Unidade instalada; 77 (6) Formalizar e disponibilizar um Manual de instruções dos procedimentos necessários à instalação e configuração de softwares utilizados para realizar a interconexão lógica dos terminais. As comunidades onde estão instalados os Pontos de Presença do GESAC podem encontrar e exigir usar a internet gratuitamente, tendo acesso livre aos sítios da rede internet durante 24 horas e sete dias por semana, ter e-mail e home-page; velocidade de conexão de 256Kb; e serviços de software. O terminal deverá ser utilizado confortavelmente por um brasileiro de estatura média e acessível para portadores de deficiência locomotora. Os indicadores do GESAC para verificar a eficácia do seu desempenho nos PEP também foram estabelecidos pelo Ministério das Comunicações, a saber: • a existência de um cadastro dos usuários para verificara taxa de uso de cada terminal, • um relatório para verificar a freqüência de cada usuário, • o registro de quais serviços são utilizados e o questionário para verificação do grau de satisfação do usuário dos serviços. Estes dados serão levantados através de sistema técnico eletrônico desenvolvido para essas funções. Outros indicadores poderão ser acrescidos aos levantamentos periódicos de dados, de maneira a permitir melhor compreensão do uso e dos benefícios proporcionados pelo Programa. A pesquisa de satisfação do usuário deverá ser feita após a instalação e inicio das atividades nas unidades. Os coordenadores deveram aplicar uma pesquisa para verifica a satisfação do usuário. Essa pesquisa de satisfação deverá conter uma questão para avaliação geral do atendimento, onde o usuário dará notas de 1 a 5 ao GESAC. O programa será considerado satisfatório quando apresentarem nos primeiros 12 (doze) meses de prestação do Serviço de Atendimento ao Usuário, as seguintes notas médias por universo pesquisado: no 78 mínimo 10% de notas 5; no mínimo 75% de notas 4 ou 5; no máximo 5% de notas 1; no máximo 10% de notas 1 ou 2. O GESAC criou uma série de serviços importantes em um programa de inclusão digital que estão disponibilizados no endereço eletrônico do programa (www.idbrasil.gov.br): Correio eletrônico - disponibilizado pelo administrador do ponto de presença; Ágora - lista de discussão; Laboratório - suporte a projetos comunitários; RAU-TAU - estabelecimento de comunidades virtuais e processos de democratização e compartilhamento de conhecimentos; TEIA - espaço da Comunidade GESAC para divulgação de notícias, idéias e projetos desenvolvidos pelas pessoas que utilizam o programa GESAC; Escritório - utilizado para guardar compromissos e endereços de correio eletrônico; E-duca - educação a distância, este serviço ainda não está disponível; Fichário - gerenciador de documentos e programas disponibilizados de forma individual; Pousada - hospedagem de página; e 79 Fale conosco com suporte técnico - 0800, e-mail ou Fórum. Esses serviços e acesso não são cobrados dos usuários pois os recursos para a implantação do programa procedem do Governo Federal e o acesso à informação deve ser um direito dos cidadãos brasileiro. “Tudo para as comunidades distantes reduzirem distâncias, se comunicarem, produzirem e terem acesso a informações, educação, conhecimento, lazer, cultura e saúde, reduzindo a exclusão nos quatro cantos do Brasil.” (ALBUQUERQUE, 2004). No projeto antigo do GESAC o uso dos serviços oferecidos pelo programa apenas seria gratuito para o acesso das informações e serviços de governo, e o acesso a outros conteúdos seria cobrado. O número de Unidades Nucleares implantadas no Brasil, conforme o endereço eletrônico do Ministério das Comunicações até março de 2004, estava próximo das 3.200 unidades previstas. No estado do Grande do Norte, nesse período, já eram 60 pontos de presença (os endereços e respectivos responsáveis dos pontos instalados estão relacionados no Apêndice A). Estes pontos têm ministérios responsáveis diferentes, conforme quadro 08: Responsável Total de pontos instalados e certificados MEC 41 MD/EB 07 MC 01 MESA 11 Total Geral 60 Quadro 08 – Pontos instalados do GESAC no RN Fonte: BRASIL, 2004 As primeiras Unidades Nucleares foram instaladas no Estado do Rio Grande do Norte em setembro de 2003, totalizando até o momento nove meses que algumas unidades já constam de acesso aos equipamentos de informática como também as informações e serviços via rede digital. 80 Segundo informações do Ministério das Comunicações (SOUZA, 2004), há três momentos seqüenciais para que os pontos de presença do GESAC sejam considerados prontos para uso. Primeiro os Ministérios responsáveis informam a GILAT quais os locais que deverão receber o ponto eletrônico de presença. No segundo momento a empresa prepara e instala a antena do local escolhido. Esse local onde a antena deve ser instalada deve apresentar certos requisitos técnicos, como não poder apresentar obstáculos numa faixa de 200m à poente; o suporte da antena não poder oscilar, e o comprimento do cabo não poder passar de 100m da antena até a conexão com o computador. Quando a empresa terminar as instalações em cada unidade é realizado um testes de aceitação visando verificar o seu enquadramento aos requisitos estabelecidos pelo Ministério das Comunicações (relacionados no trabalho). O ponto somente será dado como instalado quando ocorrer esses testes, quando finalmente será certificado e autorizado o seu pagamento. Os serviços do GESAC estão disponíveis no portal de Inclusão Digital do Governo Federal, www.idbrasil.gov.br. Esse portal proporciona total transparência ao programa, disponibilizando informações e outros documentos necessários às comunidades beneficiadas, bem como à sociedade em geral. 81 4 METODOLOGIA ___________________________________________________________________________ 4.1 Tipo de Pesquisa Neste capítulo será apresentada a metodologia utilizada para alcançar o objetivo deste trabalho. Essa pesquisa se caracteriza como um estudo exploratório, feito a partir da pesquisa de campo em treze locais onde o GESAC foi instalado no Rio Grande do Norte, visando verificar o programa como um veículo para a inclusão digital. Desta forma, buscou-se no período de 01 a 18 de julho de 2004, conhecer as condições em que o GESAC foi instalado e está operando para identificar como está sendo viabilizado o acesso de informações e serviços aos cidadãos através da Internet. Considera-se que a pesquisa de campo mostra-se a mais adequada devido à necessidade da visita aos locais onde os fenômenos foram identificados (VERGARA, 1998), como também segue o que foi colocado por Fachin (2003, p.134), que a pesquisa de campo é “empregada em investigações que procura avaliar a eficácia de um conjunto de processos para auxiliar a sociedade”. Os procedimentos metodológicos estabelecidos para o desenvolvimento da pesquisa, foram divididos quanto aos fins: descritiva e exploratória; e quanto aos meios: pesquisa de campo, documental e bibliográfica. Será descritiva, pois está de acordo ao que é colocado por Trivinos (1987, p. 110) que apresenta que este tipo de pesquisa busca “descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade”, como também por ser um estudo que diz respeito “a procura dos efeitos de um programa” (TRIPODI; FELLIN; MEYER, 1981, p. 56). E exploratória por se tratar de uma pesquisa “realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado” (VERGARA, 1998, p.45). 82 A pesquisa documental foi utilizada para o conhecimento dos dados referentes ao início do projeto, objetivos, metas, datas de implementação do programa, e outros pontos correlacionados. A pesquisa bibliográfica foi utilizada para o desenvolvimento do referencial teórico (VERGARA, 1998, p.46). 4.2 Universo e Amostra da Pesquisa O universo dessa pesquisa são os 60 pontos eletrônicos de presença instalados no Rio Grande do Norte. O levantamento de dados em todas essas localidades teve que ser limitado a uma amostra devido os custos de viagens (hospedagem, passagem, alimentação), como também o tempo reduzido para a execução de todo o levantamento, tabulação e finalização deste trabalho. As técnicas que foram estabelecidas para a seleção da amostra são as seguintes: (a) Amostragem não-probabilistica intencional será utilizada como primeiro critério, para seleção dos municípios do Rio Grande do Norte que tiveram suas unidades nucleares instaladas e certificadas até o dia 31/01/2004. Esse período de atividades do programa foi considerado suficiente para estabelecer mudanças e melhorias no cotidiano das pessoas que dele se utilizam, como também analisar se o GESAC conseguiu oferecer uma contribuição para diminuir a exclusão digital da localidade. (b) O segundo critério utiliza a Amostra por Acessibilidade que “seleciona elementos pela facilidade de acesso a eles” (VERGARA, 1998, p. 49). Foram selecionados para o estudo os centros digitais instalados até a distância de oitenta quilômetros da capital. Utilizando tais critérios, foi construído o quadro 09, que indica as localidades que foram visitadas. 83 Nº Município Data do Quilômetros em relação a certificado Responsável Capital 01 Canguaretama set./03 MEC 80 02 Riachuelo out./03 MEC 78 03 Pureza out./03 MD/EB 64 04 Poço Branco out./03 MEC 60 05 Ceará Mirim out./03 MEC 33 06 Parnamirin out./03 MEC 25 07 Natal nov./03 MD/EB 0 08 Tibaú do Sul dez./03 MC 79 09 Natal – Sede dez./03 MD/EB 0 10 Lagoa Salgada jan./04 MESA 74 11 Brejinho jan./04 MESA 57 12 Monte Alegre jan./04 MESA 43 13 Natal jan./04 MD/EB 0 Quadro 09 – Locais selecionados para a pesquisa Fonte: BRASIL, 2004 e Rio Grande do Norte 1 A definição destes critérios levou em conta dois pontos importantes para a análise, o primeiro que a amostra envolveu os quatro Ministérios engajados no Programa GESAC: MC (01), MEC (05), MD (04) e o MESA (03). O outro ponto foi que os locais visitados abrangem cidades com uma grande população e desenvolvimento como Natal (Capital) e Parnamirim, e outros municípios de pequeno porte como Lagoa Salgada e Riachuelo. 4.3 Técnicas para Coleta de Dados O presente estudo utilizou como fontes primárias ou diretas a aplicação de formulários, abrangendo perguntas fechadas e abertas aos coordenadores locais do GESAC para explorar e compreender as percepções e comportamentos do segmento estudado, e também a observação direta da estrutura física e das instalações dos equipamentos disponibilizados, tendo o próprio pesquisador como entrevistador e observador. 1 www.rn.gov.br/principal/cidades.asp?descrição 84 A pesquisa foi realizada pelo próprio pesquisador em horários e dias marcados com os coordenadores, ou de forma aleatória quando não havia disponibilidade de comunicação prévia. Os coordenadores foram entrevistados por exercerem função de lideres da localidade implantada. O tempo médio na coleta de dados foi de aproximadamente 90 minutos, com exceção da pesquisa realizada em Tibau do Sul que durou cerca de 4 horas. Não foi elaborado um formulário para os usuários devido se acreditar que os coordenadores locais estivessem realizando a pesquisa de verificação da satisfação do usuário. Os usuários deveriam avaliar os serviços do GESAC através de um questionário com notas de 0 a 5 ao uso dos serviços disponibilizados pelo GESAC (vide requisitos exigidos para os pontos de presença na seção 3), entretanto esta realidade não foi encontrada nos locais visitados. E como fontes secundárias, o suporte bibliográfico compreendeu livros, artigos em jornais, revistas, arquivos públicos (documentos oficiais como leis, decretos, outros), como também a Internet. 4.4 Análise e interpretação dos dados Segundo Ferrari (1982, p. 239) duas das finalidades da análise é aumentar o conhecimento sobre o passado e o presente, como também estabelecer uma relação entre o passado, presente e futuro. Considerando as definições desse autor, os dados obtidos na pesquisas de campo foram apresentados em tabelas e analisados de forma qualitativa e descritiva. A análise qualitativa do fenômeno, problema ou assunto é feita a partir da decomposição do fenômeno nas suas partes essenciais, com o objetivo de estabelecer as relações entre elas. A análise descritiva tem a finalidade de enumerar ou descrever as 85 características dos fenômenos, no caso deste trabalho um evento, “com base em dados que podem assumir a forma verbal, ou estatística, ou ambas.” (FERRARI, 1982, p. 241). A análise dos dados da pesquisa e campo derivados da aplicação do formulário procurou responder adequadamente às questões inerentes ao problema da pesquisa e conseqüentemente alcançar os objetivos gerais e específicos propostos nesse trabalho. Utilizando os dados obtidos através dos formulários aplicados, a análise desenvolveu-se em duas fases. Na primeira, foram tratados os dados relacionados à infraestrutura física dos locais visitados, como às condições físicas, os equipamentos disponibilizados e os serviços oferecidos. No segundo momento buscou-se identificar o relacionamento dos usuários com os serviços disponibilizados pelo GESAC, como quais serviços e informações foram mais procurados, dificuldades existentes e benefícios percebidos pelos coordenadores. Na primeira fase, após a construção das tabelas, foi realizada a analise através da media aritmética simples, procurando relacionar os dados obtidos com os critérios e requisitos estabelecidos pelo Ministério das Comunicações, conforme capítulo quatro deste trabalho. O objetivo foi identificar se as metas estabelecidas pelo Ministério das Comunicações foram atendidas com a qualidade desejada para as comunidades. No segundo momento, também são apresentadas algumas tabelas analisadas através da media aritmética simples. Entretanto a analise principal foi à descrição do uso dos computadores e Internet pela comunidade, projetos desenvolvidos, como as evidências do acesso às TICs pelos usuários. Buscou-se nesse momento identificar se o programa causou algum impacto do cotidiano dos usuários. A tabulação de dados foi executada pelo próprio pesquisador, o que possibilitou um julgamento adequado a cada resposta dada. 86 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ________________________________________________________________________ Neste capítulo são apresentados os dados obtidos através dos formulários aplicados aos coordenadores dos locais visitados no Rio Grande do Norte. A apresentação e discussão dos dados foram disponibilizadas em duas seções. A primeira analisa as características dos locais beneficiados com o programa, e a segunda o funcionamento do programa nestes locais para se ter uma real compreensão do GESAC como instrumento de inclusão digital. O Rio Grande do Norte recebeu, até março de 2004, 60 (sessenta) pontos eletrônicos de presença do GESAC em 54 (cinqüenta e quatro) municípios. Destes foram visitados 13 (treze) unidades em 10 (dez) municípios que estão relacionadas no Quadro 10 abaixo. As visitas foram feitas entre os dias 01 e 18 de junho de 2004, em horários e dias marcados com os coordenadores, ou de forma aleatória quando não havia disponibilidade de comunicação. O tempo médio na coleta de dados foi aproximadamente 90 (noventa) minutos, com exceção da pesquisa realizada em Tibau do Sul que durou cerca de 4 (quatro) horas. 5.1 – Características dos locais beneficiadas pelo GESAC O Ministério das Comunicações estabeleceu critérios e requisitos para serem atendidos pelos Ministérios co-responsáveis, na escolha das localidades a serem beneficiadas pelo GESAC e pela empresa prestadora de serviços, a GILAT do Brasil, na prestação dos serviços. Nessa seção estão analisados primeiramente os critérios que os ministérios coresponsáveis deveriam ter observado para a escolha dos locais a serem beneficiados pelo programa. Em seguida será analisada a infra-estrutura mínima que as unidades beneficiadas 87 deveriam proporcionar para que os serviços fossem disponibilizados, logo depois serão mostrados os resultados dos requisitos para os serviços disponibilizados pela GILAT. E por fim os indicadores do GESAC para verificar a eficácia do desenvolvimento do ponto eletrônico de presença e a satisfação dos usuários. Município Natal Local de Instalação Responsável Mês de Instalação Seção do Serviço Militar MD Jan/04 Regional - SRD/3ºDN (Hospital da Marinha) Natal Hospital de Guarnição de MD Nov/03 Natal Natal Hospital Naval de Natal MD Dez/03 Parnamirim Escola Estadual Roberto MEC Out/03 Rodrigues Krause 1º e 2º graus Riachuelo Escola Estadual Manoel MEC Out/03 Severiano 1º e 2º graus Tibau do Sul Escola Municipal Vicência MC Dez/03 Castelo Ceará Mirim Escola Estadual Ubaldo B MEC Out/03 Melo Ensino de 1º e 2º graus Monte Alegre Sindicato dos MESA Jan/04 Trabalhadores Rurais de Monte Alegre Brejinho Sindicato dos MESA Jan/04 Trabalhadores Rurais de Brejinho Poço Branco Escola Estadual José MEC Out/03 Francisco Filho 1º e 2º graus Canguaretama Escola Estadual Juarez MEC Set/03 Rabelo de 2º grau Lagoa Sindicato dos MESA Jan/04 Salgada Trabalhadores Rurais de Lagoa Salgada Pureza Estande de Tiro de MD Out/03 Maxaranguape Quadro 10 – Locais visitados. 1 IDHM1 Ranking do IDH-M no RN 0,787 1º 0,787 1º 0,787 0,760 1º 2º 0,656 40º 0,655 44º 0,646 52º 0,645 55º 0,625 97º 0,606 125º 0,600 133º 0,598 136º 0,577 160º Informações a partir do site www.pnud.org.br, referentes ao ano de 2001 Acessado em 30/05/04. 88 Os três Ministérios co-responsáveis - MEC, MD e MESA - deveriam observar os cinco critérios iniciais e dois critérios específicos aos Ministérios da Educação e Extraordinário de Segurança Alimentar, definidos pelo Ministério das Comunicações. Estes critérios são seis, a saber: (1) cidades que apresentam baixo IDH; (2) cidades sem acesso à Internet em banda larga; (3) comunidades com alguma organização comunitária cultural apoiada (ou que poderiam vir a ser apoiadas) pelas TIC; (4) comunidades que já possuíam alguma infra-estrutura de informática, mas sem acesso à Internet. O requisito específico do MEC; (5) escolas estarem participando do PROINFO. Esse é um requisito específico do MEC; e Nº 1 2 3 4 5 6 Critérios Cidades que apresentam baixo IDH Cidades sem acesso à Internet em banda larga Comunidades com alguma organização comunitária cultural apoiada (ou que poderiam vir a ser apoiadas) pelas TIC. Comunidades com infra-estrutura de informática, mas sem acesso à Internet. Escolas participando do PROINFO. MEC MESA MD TOTAL Atendeu ao Atendeu ao Atendeu Atendeu critério critério ao critério ao critério Sim % Sim % Sim % Sim % 0 5 0 100 0 3 0 100 0 1 0 25 0 9 0 75 0 0 0 0 0 0 0 0 4 80 3 100 3 75 10 83 2 40 _ _ _ _ 2 17 Cidades atendidas pelo Cartão _ _ 1 34 _ _ 1 Alimentação. Quadro 11: Critérios estabelecidos pelo MC x Critérios atendidos pelas localidades 8 89 (6) é das cidades estarem sendo beneficiadas com o Cartão-Alimentação. O requisito específico do MESA. A análise dos locais visitados quanto ao atendimento dos critérios, apresentou que a seleção das localidades não atendeu ao conjunto dos critérios estabelecidos, ou melhor, as localidades atenderam a parte dos critérios, conforme verificado no Quadro 11 acima. Como se pôde verificar na Tabela 01, dos treze locais visitados que receberam as antenas do GESAC 46% são escolas que foram escolhidas pelos Ministérios da Educação e Comunicações; 23% são sindicatos que foram escolhidos pelo MESA, e 23% são hospitais militares escolhidos pelo Ministério da Defesa. Nº Tabela 01: Locais instalados Local Número % 1 Escola 06 46 2 Sindicato 03 23 3 Instituição militar - Outra 01 8 4 Hospital Militar 03 23 TOTAL 13 100 O Ministério da Educação, até março de 2004, selecionou 41 (quarenta e uma) escolas no Rio Grande do Norte para serem beneficiadas com o programa. Destas, cinco foram visitadas. As escolas visitadas não apresentaram uma organização comunitária cultural apoiada pelas TICs, mas destaca-se que nas escolas de Parnamirim e Ceará-Mirim há iniciativas culturais voltadas ao uso de computadores, como por exemplo, em eventos especiais (Natal, Carnaval e Dia das Mães) há concursos para desenhos feitos utilizando o computador, onde o premio é a divulgação do trabalho por toda a escola. Essas duas escolas também são as únicas que estão recebendo apoio do PROINFO. As diretoras dessas duas escolas acreditam que apesar das localidades não atenderem aos critérios estabelecidos, a 90 seleção foi devido à relevância das escolas na comunidade e ao grande número de alunos que podem ser atingidos pelo GESAC, conforme pode ser observado no Quadro 12 abaixo. Quanto à relação entre o GESAC e o PROINFO, das 50 escolas do Rio Grande do Norte que estão sendo beneficiadas pelo PROINFO (a relação das escolas beneficiadas está disponível no site do www.proinfo.gov.br), apenas sete receberam as antenas do GESAC, ou seja, apenas 14% das escolas que receberam as unidades do GESAC contam com a ajuda do PROINFO. Município Quantidade de alunos Ceará Mirim 1.939 Poço Branco 2.000 Riachuelo 2.000 Parnamirim 2.050 Canguaretama 1.850 Quadro 12 – Quantidade de alunos das escolas selecionadas pelo MEC Os diretores das escolas de Canguaretama e Poço Branco supõem que suas unidades foram beneficiadas com o GESAC por serem as únicas escolas estaduais de 1º e 2º do município. A escola de Riachuelo é a única unidade de responsabilidade do MEC que não está funcionando, pois apesar de ter recebido a unidade de comunicação com o satélite, não tem computador. O Ministério da Defesa selecionou 07 (sete) unidades militares no Rio Grande do Norte para serem beneficiadas com o GESAC, e para efeito desta pesquisa quatro locais foram selecionados para serem visitados. As quatro unidades visitadas do Ministério da Defesa foram selecionadas sem atender a todo grupo dos critérios estabelecidos. Os coordenadores dos Hospitais da Marinha e do Exército justificaram a seleção devido ao 91 grande número de militares e civis que servem as Forças Armadas pertencer às faixas sociais C e D. No Município de Pureza a antena foi instalada no Estande de Tiro de Maxaranguape, a visita a este local não foi autorizada enquanto o GESAC não estiver funcionando. O formulário foi preenchido através do telefone com o Coronel Eustáquio, que justificou à falta de equipamento devido o mesmo ter quebrado após um mês de uso: “O computador e o no-break eram tão velhos que não agüentaram muito tempo”. Esse município é o que mais se aproxima a atender ao critério de cidades com baixo IDH-M, pois seu índice é igual a 0,577, e portanto bastante próximo de ser classificado como de Baixo Desenvolvimento Humano (0,0 < IDH <0,5). O Quadro 10 descreve o IDH-M das unidades selecionadas pelos ministérios. O Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar até março de 2004 tinha selecionado 11 (onze) Sindicatos ou Associações de Trabalhadores para receberem o GESAC no Rio Grande do Norte. Os municípios escolhidos seriam prioritariamente os atendidos pelo Programa Nacional de Acesso à Alimentação - “Cartão Alimentação”. O site do governo do Rio Grande do Norte apresenta a lista dos municípios que estão sendo atendidos pelo FomeZero (www.rn.gov.br/principal/noticias.asp?idnoticia=1272). O Cartão-Alimentação acabou absorvido pelo Bolsa-Família, a exemplo de outros três programas: o Bolsa-Escola, o BolsaAlimentação e o Auxílio-Gás. Dos três locais visitados sobre a responsabilidade do MESA apenas Lagoa Salgada foi beneficiado pela Bolsa-Família. Nesses locais foram visitados três sindicatos. Os sindicatos atenderam em 100% ao critério (4) (Quadro 11), os seja, cada um deles recebeu a doação de um computador dos presidentes locais do Partido dos Trabalhadores (PT). Essa doação, entretanto, tem trazido certo temor aos coordenadores do GESAC, no que se refere a quando o “Lula não for mais presidente, tudo isso de bom, vai se acabar” (Comentário do Coordenador de Monte Alegre). 92 A grande maioria dos locais visitados (41%) atendeu ao critério (2), não dispondo dos serviços de Internet em banda larga. Os três ministérios deveriam também disponibilizar estruturas de suporte, técnicos e pedagógicos, para atendimento das necessidades de implementação do GESAC em cada localidade, o que também não tem ocorrido. O único Ponto de Presença sob a responsabilidade do Ministério das Comunicações no Rio Grande do Norte, instalado em dezembro de 2003, foi uma solicitação do Instituto de Estudos Avançados da USP que coordena o Projeto Pipa Sabe. Este local não precisou estar adequado aos critérios estabelecidos. A Rede Pipa Sabe é um projeto da USP com o objetivo de estimular o turismo e a educação na Praia da Pipa, no município de Tibau do Sul. A idéia é utilizar a cultura local como ferramenta para promover um desenvolvimento adequado para a região, hoje vítima do aumento desordenado do turismo predatório. Essa dinâmica inclui a criação e utilização de uma nova moeda, o garatuí. Esta moeda teve paridade com o real e foi utilizada nas Oficinas oferecidas nos meses de novembro e dezembro de 2003 para comprar conhecimento, educação e cultura. A distribuição dessa moeda complementar buscou preparar a comunidade para receber, de forma inovadora, o fluxo de turistas da temporada 2003-2004 e foi feita mediante cadastro dos interessados. Os estabelecimentos comerciais que participaram da construção da Rede Pipa Sabe puderam oferecer descontos sob a forma de venda de produtos e serviços nessa moeda cultural. Esse projeto conta com a parceria da Caixa Econômica Federal, dos governos estadual e municipal e da UFRN, e colaboração da Imprensa Oficial de São Paulo e dos Ministérios da Educação, Comunicações, Relações Exteriores e Previdência Social. Este último, por intermédio da Dataprev, foi quem disponibilizou os seis computadores utilizados no ponto de presença. Outras informações referentes a esse projeto da USP estão disponíveis no site da Cidade do Conhecimento: http://www.cidade.usp.br/pipa/moeda.htm. 93 A infra-estrutura dos locais selecionados também deveria estar de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ministério das Comunicações. Entende-se por infra-estrutura a coordenação, a estrutura de comunicação e energia, a área física, a segurança, o treinamento e a qualidade dos serviços. As unidades que foram beneficiadas pelo programa possuem um coordenador local que é o responsável pela execução das atividades do programa na unidade. A pesquisa revelou, conforme apresentado na Tabela 02, que 54% dos responsáveis locais do GESAC são os próprios diretores das escolas, presidentes dos sindicatos e oficiais responsáveis pelo Órgão Militar. Nº Tabela 02: Exigências para a escolha dos coordenadores Exigências para a escolha dos coordenadores Número % 1 Autoridade responsável pelo local 07 54 3 Saber usar o computador e a Internet 05 38 4 Outras 01 8 T O T A L 13 100 A escolha dos coordenadores em 38% dos locais está relacionada às habilidades em usar o computador e a Internet, inclusive nos hospitais os coordenadores são os responsáveis pelo setor de informática ou telemática. As escolas de Ceará-Mirim e Parnamirim, além deste critério, acrescentaram que os coordenadores também deveriam estar envolvidos no projeto PROINFO. A escolha do coordenador com exigências “outras” corresponde a 8% e representada pelo coordenador da escola de Tibau do Sul, selecionado por ser participante do Projeto Pipa Sabe da USP, o seu contrato foi estabelecido através de bolsa de pesquisa. Desses coordenadores, 53% têm graduação completa; 31% têm ensino médio completo; 8% têm Pós-Graduação (em Educação - Canguaretama) e 8% graduação 94 incompleta (Curso de Comunicação da UFRN - Parnamirim), conforme dados da Tabela 03. O trabalho destas pessoas tem sido voluntário, pois não estão recebendo gratificações do programa para desempenharem a função. Nº Tabela 03: Grau de instruções do coordenador Grau de instrução Número % 1 Pós-Graduação completa 01 8 2 Graduação completa 07 53 3 Graduação incompleta 01 8 4 Ensino médio completo 04 31 T O T A L 13 100 No que se refere à infra-estrutura, os ministérios co-responsáveis deveriam verificar se as localidades escolhidas apresentavam certos requisitos mínimos já descritos no capítulo 3, para que os serviços fossem disponibilizados com qualidade e eficiência. Caso essas exigências mínimas não fossem atendidas, deveria ser providenciada a sua disponibilização. O atendimento desses requisitos por parte das 13 localidades visitadas consta do Quadro 13 a seguir. O pré-requisito técnico da existência de central telefônica ou estágio de linha remoto em operação foi satisfeito em 85% dos locais visitados, a exceção ficou por conta das escolas localizadas em Poço Branco e Tibau do Sul, onde a linha telefônica utilizada é de um telefone público que fica na rua defronte das mesmas. A energia elétrica para suportar carga adicional dos equipamentos foi verificada em 85% das localidades. Em Tibau do Sul, até junho/04, a energia elétrica é recebida de forma “emprestada”, concedida pelo proprietário de uma pousada vizinha à escola, porém o 95 coordenador já recebeu a promessa da Prefeitura local da ligação da rede elétrica em um período próximo. MEC Nº Infra-estrutura MESA MD MC TOTAL Atendeu ao Atendeu ao Atendeu ao Atendeu ao estabelecida requisito requisito requisito requisito Atendeu ao requisito Sim % Sim % Sim % Sim % Sim % 1 Central telefônica 4 80 3 100 4 100 0 0 11 85 2 Energia elétrica para 5 100 3 100 4 100 1 0 13 100 carga de 500W por terminal 3 Área física adequada 4 80 2 67 4 100 1 100 11 85 4 Proteção contra 5 100 3 100 4 100 1 100 13 100 contra 5 100 3 100 4 100 1 100 13 100 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 80 2 67 4 100 1 100 11 85 incêndio 5 Proteção roubo e depredação 6 Rampa de acesso para deficientes 7 Ventilação e iluminação adequadas Quadro 13: Requisitos estabelecidos pelo MC x Requisitos atendidos pelas localidades Os pré-requisitos relacionados à área física, ventilação e iluminação adequada, foram atendidos em 85% das localidades. As exceções ficaram por conta da escola de Canguaretama e do Sindicato Rural de Lagoa Salgada. Na escola os equipamentos foram instalados no depósito de materiais de consumo, que também serve de escritório para o Diretor. A justificativa é que a escola tem pouco espaço disponível. E no sindicato em Lagoa Salgada, pois a sala onde está disponibilizado o computador comporta no máximo duas pessoas, além de ser úmida. A escola localizada em Riachuelo embora não ter computadores, 96 tem preparada uma sala completa (inclusive com ares-condicionados) para montar o laboratório de informática, “para quando chegarem os computadores”, segundo justificativa da esperançosa diretora da escola. Os coordenadores do GESAC não receberam treinamento e nem informações de como operar os equipamentos de comunicação e de informática. Em Canguaretama a equipe que instalou a unidade de comunicação - conjunto de equipamentos de comunicação - apenas explicou como acessar a Internet utilizando o Linux. A capacitação do uso das TICs não está sendo proporcionada aos coordenadores e comunidade pelos ministérios responsáveis, e parece ser um fator bastante importante, visto que apenas 77% dos coordenadores sabem utilizar editor de textos, planilhas, banco de dados e Internet, conforme Quadro 14 abaixo. Nº 1 Qualificação do TOTAL coordenador Sim % Sabe utilizar os aplicativos como editor de 10 77 textos, planilhas e banco de dados 2 Sabe utilizar a Internet 10 77 3 Sabe criar home-page 6 46 4 Sabe fazer a manutenção nos computadores 3 23 Quadro 14: Qualificação dos coordenadores quanto a utilizar as TICs Quanto ao atendimento dos requisitos funcionais mínimos e obrigatórios estabelecidos pelo Ministério das Comunicações, os serviços disponibilizados pela Empresa GILAT, nos locais visitados, não atenderam a três critérios, a saber: acesso a provedores de conteúdo, disponibilizar placa de rede adicional e o manual de instruções, conforme Quadro 15 abaixo. Apenas o critério de disponibilizar equipamentos de comunicação que realiza a conexão do computador com o satélite foi atendido em 100% das localidades. 97 Nº Requisitos dos serviços TOTAL Sim % 1 Acesso a informações e serviços de governo, através da Internet, de forma 10 77 gratuita 2 Acesso a provedores de conteúdo 0 0 3 Interface de usuário amigável 7 54 4 Interface de usuário auto-explicativa. 2 15 5 Facilidade do usuário na utilização e navegação 7 54 6 A interface estimula o uso e a exploração do serviço. 9 70 7 Disponibilizar equipamentos de comunicação 13 100 8 Disponibilizar placa de rede adicional 0 0 9 Disponibilizar um manual de instruções 0 0 Quadro 15: Requisitos dos serviços especificados pelo MC x serviços disponibilizados pela GILAT Ainda no Quadro 15, os coordenadores indicaram em 54% que a interface do usuário é amigável e em 15% que a interface é auto-explicativa. Isso vem do fato dos softwares utilizados para disponibilizar a Internet serem do Linux (software livre), que é uma plataforma pouco conhecida pelas comunidades visitadas. Segundo o Coordenador de Tibau do Sul, os usuários que aprenderam a utilizar a Internet e os aplicativos computacionais através do Windows tendem a ter mais dificuldade em entender e utilizar a interface do Linux. Isso na verdade é uma barreira cultural que geralmente existe entre usuários que estão acostumados com plataformas distintas do Linux. A recíproca também é verdadeira, geralmente os usuários do sistema operacional Linux não estão acostumados com o Windows. Embora somente 54% das comunidades visitadas considerarem fácil a navegação, o programa foi avaliado como agente estimulador do uso e a exploração dos serviços, por aproximadamente 70% dos coordenadores. O ponto instalado no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brejinho não está funcionando devido o sistema operacional estar configurado na língua inglesa. E em Lagoa Salgado a disponibilização dos serviços do GESAC está prejudicada devido o computador estar configurado em Linux, e o leitor de disquete e a impressora não estarem configurados para essa plataforma. Os coordenadores não sabem como resolver esse problema. 98 O requisito de acesso a provedores de conteúdo não foi satisfeito devido os coordenadores desconhecerem o endereço eletrônico do GESAC; o que deveria ser informado pelo Ministério das Comunicações. Segundo funcionária do Ministério das Comunicações em Brasília, responsável pelo GESAC, contatada por correio eletrônico, as localidades desconhecem o endereço eletrônico pelo fato de que quando ele foi criado, essas unidades já tinham sido instaladas e ainda não ter sido possível informá-las do endereço eletrônico. A GILAT não disponibilizou ainda para as unidades visitadas o manual de instruções necessário à instalação e configuração dos “softwares” utilizados para realizar a interconexão lógica dos terminais. O não atendimento deste requisito tem causado grandes problemas, pois os coordenadores são sabem como realizar a manutenção e utilizar de forma correta os equipamentos de comunicação e a antena. A manutenção dos equipamentos é realizada conforme mostrado na Tabela 04. Nº Tabela 04: Manutenção dos equipamentos Manutenção no hardware e software Número 1 Contrato terceirizado 3 23,07 2 Realizado pelo coordenador 1 7,70 3 PROINFO 2 15,39 4 Contratará técnico quando precisar 3 23,07 5 Não precisou de manutenção, e não sabe o que 1 7,70 Locais que não estão funcionando 3 23,07 T O T A L 13 100 % irá fazer caso ocorra. 6 Os indicadores do GESAC para verificar a eficácia do seu desempenho nos ponto eletrônico de presença foram estabelecidos pelo Ministério das Comunicações, a saber: o taxa de uso de cada terminal, o relatório para verificar a freqüência de cada usuário, 99 o registro de quais serviços são utilizados, e o verificação do grau de satisfação do usuário dos serviços. Estes dados são levantados através de sistema técnico eletrônico específico para a função. A pesquisa de campo revelou que os locais visitados não estão fazendo esse levantamento devido não terem recebido tal sistema, o que impossibilitou identificar: número dos usuários, freqüência de cada um e sites visitados. Na realidade os coordenadores não sabiam que estes dados deveriam ser coletando e ao tomarem conhecimento desta exigência, manifestaram a pesquisadora o receio de que o Ministério das Comunicações pudesse retirar dos locais as antenas do GESAC. Embora estes indicativos não estivessem sendo levantados, os coordenadores em função de estarem sempre em contato com os usuários, estimam o seguinte quantitativo mensal de usuários, mostrado na Tabela 05. Responsável MEC Tabela 05: Estimativa mensal de usuários Município Estimativa mensal de usuários Riachuelo Não está funcionando MESA Lagoa Salgada Não está funcionando MESA Monte Alegre Não sabe Pureza Não sabe MD MESA Brejinho 3 ME Natal - Hospital do Exército 50 MD Natal – Hospital Naval 100 MEC Canguaretama 150 MC Tibau do Sul 215 MEC Poço Branco 300 MD Natal – Hospital da Marinha 500 MEC Parnamirim 540 MEC Ceará Mirim 600 T O T A L 2.458 100 A satisfação dos usuários também deveria estar sendo verificada, através da solicitação de avaliação dos serviços pelos usuários, que deveriam atribuir notas variando de 0 a 5. O programa será considerado satisfatório quando apresentar, nos primeiros 12 (doze) meses de prestação do Serviço de Atendimento ao Usuário, as seguintes notas médias por universo pesquisado: o no mínimo 10% de notas 5; o no mínimo 75% de notas 4 ou 5; o no máximo 5% de notas 1; o no máximo 10% de notas 1 ou 2. Todavia este questionário não está sendo aplicado, impossibilitando a verificação adequada da satisfação dos usuários em utilizar o GESAC. No entanto, achou-se interessante conhecer a posição deles com relação aos serviços disponibilizados pelo GESAC, pedindolhes que atribuísse as mesmas notas ao programa, o qual obteve o resultado apresentado na Tabela 06: Tabela 06: Notas atribuídas ao GESAC pelos coordenadores Nota Número % Um 1 7,70 Dois 1 7,70 Quatro 2 15,38 Cinco 6 46,15 Sem opinião 3 23,07 T O T A L 13 100 101 A nota um foi atribuída ao programa porque a empresa GILAT “Jogou a máquina ai, sem ninguém saber fazer nada, e ainda está em outra língua” (Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brejinho). A justificativa da nota quatro foi a falta de treinamento para utilizar os recursos do programa, e o acesso lento a Internet. As notas cinco atribuídas pelos coordenadores de Canguaretama e Monte Alegre, na realidade foi nota 1.000, pois a Internet possibilitou a essas localidades interagir de forma rápida com outras pessoas e Governo. Embora os resultados apresentados não tenham qualquer relação com a satisfação dos usuários, são, todavia significativos do grau de satisfação dos coordenadores, que sendo todos voluntários, sem remuneração alguma, dão um testemunho de forma válida do desenvolvimento do programa. As unidades deveriam ter sido informadas da instalação do GESAC antes da chegada dos equipamentos, o que só aconteceu com a escola de Riachuelo que é única escola que não está funcionando. Convém ressaltar que nas instalações físicas dos locais visitados não foi encontrado o acesso adequado para deficientes físicos, visto que os locais não têm rampas de acesso, mesas especiais e outros instrumentos apropriados a essa parcela da população. Como também softwares compatíveis a pessoas com deficiência visual e pessoas analfabetas. 5.2 – Funcionamento das unidades do GESAC instaladas no Rio Grande do Norte Nesta parte da apresentação e discussão dos resultados serão colocados pontos como dias e horários, serviços e ajuda disponibilizada pelo GESAC nas localidades visitadas, como também as percepções dos coordenadores quanto ao programa ter proporcionado a inclusão digital. 102 Os usuários contam apenas com o coordenador para interagir, pedir informações e aprender o que desconhecem a não ser pelo Sindicato de Monte Alegre onde dois funcionários que sabem utilizar o computador e a Internet foram escolhidos para dar o suporte necessário. Convém ressaltar que, quando os coordenadores das escolas e sindicatos não estão presentes no local, o acesso aos serviços do GESAC não é permitido. Os usuários do GESAC inicialmente seriam todas as pessoas da comunidade, independente de sua situação econômica, idade ou vínculo com a unidade onde o GESAC foi instalado. Entretanto está realidade apenas foi encontrada nas escolas de Tibau do Sul e Poço Branco. O Coordenador de Parnamirim justifica que devido o número dos usuários da escola ser grande, seriam necessários investimentos em segurança e contratação de pessoas para atender a comunidade de fora da escola e não se tem recursos financeiros. As unidades do Ministério da Defesa responderam que a dificuldade para disponibilizar os serviços a toda a comunidade é da própria natureza do órgão que deve ter segurança. Inclusive não foi autorizado tirar fotos dos locais instalados. Dos usuários do GESAC nas escolas os professores, funcionários e alunos representam 80% dos usuários. Nos sindicatos 67% dos usuários são funcionários e nos hospitais 75% dos usuários são os funcionários, médicos e pacientes, conforme observado na Tabela 07. No Hospital da Marinha os usuários mais constantes são os soldados, cabos e seus familiares. Essas pessoas em sua grande maioria não têm recursos para adquirir computadores e acesso à Internet paga. No Hospital Naval e do Exército os funcionários civis e militares, como também os doentes e familiares são os maiores usuários. Apenas foram encontradas três unidades pontos eletrônicos de presença (12%) que disponibilizam os serviços do GESAC para a comunidade externa à unidade. 103 O tempo disponibilizado para cada usuário não é limitado, como também não é necessário marcar horário para utilizar os equipamentos e a Internet. Os usuários chegam e usam até que terminem a sua pesquisa ou trabalho, enquanto isso os outro esperam. Nº Usuários Tabela 07: Usuários do GESAC MEC MESA MD Nº % 4 80 Nº % 1 Alunos e professores 2 Sindicalizados 3 Médicos e pacientes 4 Funcionários 4 80 2 66,66 5 Comunidade 1 20 1 33,33 6 Não há usuários 1 20 1 33,33 1 Nº % MC TOTAL Nº % Nº % 1 100 5 20 1 4 3 12 33,33 3 75 3 75 1 1 100 10 40 1 100 3 12 3 12 25 100 25 TOTAL As escolas escolhidas pelo MEC são as localidades que mais restringem o acesso dos usuários. Elas colocaram cinco restrições voltadas principalmente aos alunos, conforme Tabela 08 a baixo. Destas restrições quatro são observadas por 80% das escolas, a saber: acesso aos sites pornográficos, sites de pate-papo, acesso dos alunos permitidos ao laboratório de informática apenas acompanhados de professores e fora do horário de aula. A restrição ao acesso a Internet e aos equipamentos também não é autorizado para o uso das pessoas que não sabem usar o computador, devido ao medo dos computadores serem danificados. A escola de Tibau do Sul apresenta como única restrição ao usuário-aluno de não estar perdendo aula. A maior liberdade nessa escola ao acesso se deve dificuldade em controlar o acesso de cada pessoa, visto que não se tem dispositivos eletrônicos para controle, nem pessoas suficientes para fiscalizar. 104 Tabela 08: Restrições aos equipamentos e Internet Restrição MEC MESA MD M Nº Nº. % Nº 1 Pessoas que não sabem usar os % Nº % Nº C TOTAL % Nº % - - 4 13,80 2 40 2 66,66 - 4 80 - - - - - - 4 13,80 equipamentos 2 Alunos sem acompanhamento pedagógico 3 Alunos em horário de aula 4 80 - - - - 1 100 5 17,20 4 Sites pornográficos 4 80 1 66,66 3 75 - - 8 27,60 5 Sites de pate-papo 4 80 1 66,66 3 75 8 27,60 29 100 TOTAL Os computadores utilizados pelas comunidades são mostrados no Quadro 16. Localidades/Ministério Computadores e No-break responsável aplicativos Parnamirim / MEC 16 computadores 16 doados Scanner Impressora Mobílias (mesas e cadeiras) no-break 1 pelo doados PROINFO scanner 2 pelo doado PROINFO Disponibilizadas pelo impressoras PROINFO doadas pela Escola pelo PROINFO Ceará Mirim / MEC 14 computadores 14 doados no-break 1 pelo doados PROINFO scanner 2 pelo doado PROINFO Disponibilizadas pelo impressoras PROINFO doadas pela Escola pelo PROINFO Hospital do Exército / 5 computadores 5 MD cedidos Exercito, no-break Não tem pelo cedidos pelo e Exercito, outros 4 doados outros por Oficiais doados 5 Disponibilizadas impressoras pelo Ministério da e cedidas pelo Defesa 4 Exercito por Oficiais Tibau do Sul / MEC 6 computadores Não tem 1 doados por pela Dataprev cedido voluntário 1 cedido por Algumas voluntário mesas foram cedidas pela escola, entretanto a maiorias das máquinas ficam em cima de mesas improvisadas. Poço Branco / MEC 3 computadores 3 no-break Não tem 1 impressora Disponibilizadas 105 doados por doados Hospital Naval / MD por pela Escola Programas Programas Estaduais Estaduais Estaduais no-break Não tem cedidos pela cedidos pela Marinha Marinha 1 computador 1 cedido Marinha Brejinho / MESA doada Programas Hospital da Marinha / 2 computadores 2 MD por 1 pela pelo Ministério da Marinha Defesa Não tem Disponibilizadas pela pelo Ministério da Marinha computador 1 doado cedida no-break Não tem pela cedido 1 impressora Disponibilizadas Defesa No-break Não tem pelo computador presidente do PT doado 1 impressora Disponibilizadas doada pelo pelo pelo Sindicato presidente do presidente do PT PT Canguaretama / MEC 1 computador 1 doado Prefeitura Lagoa Salgada / MESA 1 pela doado pela pela pela Escola Prefeitura No-break Não tem pelo computador presidente do PT doado 1 impressora Disponibilizadas doada Prefeitura computador 1 doado no-break Não tem 1 impressora Disponibilizadas doada pelo pelo pelo Sindicato presidente do presidente do PT PT Monte Alegre / MESA 1 computador 1 doado No-break Não tem pelo computador presidente do PT doado 1 impressora Disponibilizadas doada pelo pelo pelo Sindicato presidente do presidente do PT PT Pureza / MD Não tem Não tem Não tem Não tem Disponibilizadas pelo Ministério da Defesa Riachuelo / MEC Não tem Não tem Não tem Não tem Tem disponível Quadro 16 – Equipamentos usados pelas unidades As Tabelas 09 e 10 apresentam, respectivamente, os horários e dias que o GESAC está disponível aos usuários. 106 Tabela 09: Horários disponíveis MEC MESA MD MC Horários disponíveis ao acesso ao GESAC Nº % Nº % 08:00 – 12:00 3 60 2 66,66 14:00 – 18:00 3 60 2 66,66 18:00 – 22:00 2 40 Nº % 22:00 – 03:00 24 horas por dia 3 Nº TOTAL % Nº % 5 27,77 1 100 6 33,33 1 100 3 16,66 1 100 1 5,55 3 16,69 18 100 75 TOTAL Os serviços são disponibilizados nas unidades do Ministério da Defesa vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana. O ponto de presença em Tibau do Sul começa a permitir o acesso a partir das 14:00 horas e funciona até ás 03:00 do dia seguinte ou “enquanto tiver gente” segundo o coordenador local. Os horários e dias disponibilizados pelas unidades do MEC são os mesmos de funcionamento das escolas. Nº Dias disponíveis ao acesso ao GESAC Tabela 10: Dias disponíveis MEC MESA MD Nº % Nº % MC TOTAL Nº % Nº % Nº % 3 75 1 100 4 40 1 Sete dias da semana 2 De segunda a sexta 3 60 1 33,33 4 40 3 De segunda a sábado 1 20 1 33,33 2 20 10 100 TOTAL O programa não está sendo divulgado formalmente interna e externamente para a comunidade nas unidades visitadas. Apenas no Hospital Naval foi encontrado uma Comunicação Interna – CI informando dos serviços disponibilizados pelo GESAC. A divulgação também não existe por parte do Ministério das Comunicações, visto que nem os coordenadores das escolas e sindicatos sabem que o acesso à Internet esta sendo disponibilizado pelo Governo Federal com o objetivo da inclusão digital. É preciso ressaltar 107 que as escolas - com exceção de Tibau do Sul - e sindicatos visitados nunca tinham ouvido falar no GESAC. Como também não é comum encontrar notícias nas principais mídias rádio, televisão, jornal e internet - falando do programa. O Ministério das Comunicações criou serviços considerados importantes em um programa de inclusão digital e os têm disponibilizado através da home-page do GESAC. Os serviços são: Correio Eletrônico, Agora, Laboratório, RAU-TAU, TEIA, Escritório, E-duca, Fichário, Pousada e Fale Conosco. Todavia estes serviços não são conhecidos pelos coordenadores. Os coordenadores não sabem relacionar os serviços e os sites que são acessados pelos usuários, pois não receberam os equipamentos eletrônicos para realizar tal serviço ou uma pessoa para controlar os acessos. Todavia como muitos usuários solicitam ajuda para acessar os sites ou comentam sobre os serviços e informações recebidas, os responsáveis perceberam alguns serviços e sites mais usuais, conforme Tabelas 11 e 12 respectivamente. Tabela 11: Serviços utilizados Número Nº Serviços utilizados 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Capacitar pessoas para novos empregos Melhorar as condições do emprego atual Auxiliar as pesquisas escolares Correio eletrônico Navegar na Internet Entretenimento, artísticos Notícias Orientação pedagógica Serviços relacionados na área da previdência Serviços relacionados na área da saúde Serviços relacionados na área da justiça Utilização do software de edição de textos, planilhas e banco de dados T O T A L % 5 5 7 10 10 3 4 3 3 4 1 10 8 8 11 15 15 5 6 5 5 6 1 15 65 100 108 Face ao exposto na Tabela 11, os usuários têm utilizado a Internet principalmente para se comunicar com outras pessoas (15%) e navegar na Internet (15%), seguidos pelas pesquisas escolares (11%). A maioria dos alunos tem buscado o GESAC para navegar, pesquisar assuntos escolares, enviar e receber e-mail, e visitar sites de entretenimento, artísticos e de curiosidade. Já os professores procuram os sites para correio eletrônico, pesquisas acadêmicas e notícias relacionadas à educação, à orientação pedagógica, e ao enriquecimento de assuntos acadêmicos, como o endereço eletrônico do MEC e UFRN. No sindicato de Monte Alegre o site do INSS é um dos mais buscados, pois fornece informações e serviços que facilitam a vida dos trabalhadores rurais. Com o GESAC, benefícios como aposentadoria e salário maternidade tornaram-se mais fáceis de serem conseguidos. Antes o advogado do sindicato montava o processo de cada trabalhador e levava para o INSS na capital, e depois de algum tempo voltava para verificar a resposta. Entretanto, devido os custos, a freqüência dessas viagens era muito pequena e assim muitos trabalhadores perdiam seus direitos por não terem o tempo legal para anexar algum documento ou informação que estavam faltando para a análise do processo. Com a Internet, os processos são analisados de forma mais rápida, e a resposta também, desta forma quando alguma informação ou documento são deixados de fora do processo, os solicitantes conseguem em tempo hábil, juntá-los e conseguir o benefício. Com isso, o coordenador, apesar de não possuir dados estatísticos, percebeu um significante aumento nos benefícios conseguidos após a implantação do GESAC. As três unidades do Ministério da Defesa que estão funcionando foram instaladas em hospitais, desta forma os sites relacionados à saúde são muito buscados pelos médicos e pacientes. Isso se dá devido à rápida produção de conhecimentos na área médica, como novos diagnósticos e tratamentos, e ao alto custo dos livros atualizados de medicina. Alguns 109 pacientes estão tendo suas doenças diagnosticadas através das pesquisas que seus os médicos estão fazendo na rede ou pela interação, via internet, com outros profissionais da categoria. Outro uso constante da Internet nessas unidades, é a atualização dos militares - cabos e soldados - através de cursos on-line disponibilizados pela Marinha para poderem subir de patente e salários. Tabela 12: Sites mais visitados Nº Sites mais visitados Número % 1 INSS 3 8 2 DETRAN 1 3 3 Ministério da Saúde 2 6 4 Ministério da Defesa 2 6 5 Receita Federal 6 17 6 Ministério da Justiça 1 3 7 Ministério da Educação 4 11 8 UFRN 2 6 9 Fome-Zero 2 6 10 Sites de concursos públicos 9 26 11 Não sabe 3 8 T O T A L 35 100 Os coordenadores responderam o formulário indicando como os usuários utilizam os computadores e a Internet enumerando as opções conforme as ocorrências mais usuais. Como resposta, conforme Tabela 13 abaixo, foi identificado que em 60% dos locais onde o GESAC foi visitado, os usuários sabem utilizar as ferramentas de TICs. No Sindicato Rural de Monte Alegre há usuários analfabetos que quando querem alguma informação ou serviços disponibilizados na Internet, solicitam ao coordenador manusear e ler o que lhes interessa. 110 Foi perguntado ao coordenador de cada ponto eletrônico de presença o que está faltando para que todas as pessoas da localidade possam ser incluídas digitalmente através do acesso às informações e serviços do GESAC. As respostas foram unânimes: falta de equipamentos, pessoas qualificadas para ajudar a comunidade a utilizar os equipamentos e a Internet, treinamento dos coordenadores e informações a respeito do que se pode ou não fazer através do GESAC. O coordenador de Ceará Mirim apresentou uma resposta diferente. Afirmou que está faltando vontade e integração dos professores e direção da escola para realizar um programa que realmente consiga incluir todos os alunos e comunidade. Tabela 13: Forma de utilização dos computadores e Internet pelos usuários Nº Uso dos computadores e Internet pelos usuários 1 Pedem ajuda para acessar e utilizar os Primeira % Segunda % Terceira % Opção Opção 3 30 7 1 10 Sabem utilizar 6 60 3 T O T A L 10 100 10 Opção 80 equipamentos 2 Pedem para o coordenador fazer o 9 90 30 1 10 100 10 100 acesso 3 Alguns coordenadores embora tenham recursos e informações limitadas por parte da coordenação do Projeto GESAC - Ministério das Comunicações - já vêm suscitando alguns projetos diferenciados nos locais beneficiados. Como em Canguaretama, que o coordenador, aos domingos pela manhã, ensina os alunos da escola a usar os equipamentos de informática e a Internet. Em Tibau do Sul o programa tem funcionando de forma mais estruturada. Segundo informações do coordenador, um aluno, da própria escola ou não, a cada dois dias chega ao laboratório de informática para aprender a montar computadores. Uma turma de seis meninas adolescentes criou um grupo de 111 poesia e usam o espaço nos finais de semana como ponto de encontro para trocar e conhecer novos poemas pela Internet. É o próprio coordenador quem está ensinando as pessoas que queiram aprender a fazer manutenção de computadores e usar a Internet ou algum aplicativo. A pergunta final aos coordenadores foi se eles estão considerando o GESAC como um instrumento de inclusão digital. A resposta afirmativa foi apontada por 11 dos entrevistados, ficando de fora os Municípios de Pureza e Brejinho. O coordenador da escola de Riachuelo, mesmo o local não estar em funcionamento, disse que o programa pode incluir as pessoas, pois a Internet “abre os olhos, acende a luz”, sem ela “sempre estamos atrasados, até os livros que usamos não são os melhores, pois não podemos ter mais informações sobre eles através da pagina do MEC”. Segundo o coordenador de Parnamirim, o programa deu a possibilidade dos alunos das escolas públicas serem iguais aos alunos das escolas particulares. As respectivas respostas dos coordenadores de Ceará Mirim e Canguaretama igualmente merecem destaque: “Devido à biblioteca da escola ser muito pobre, a Internet abriu o mundo para os professores e alunos”, “o programa integrou os alunos ao mundo, à universidade, ele transformou a escola”. No sentido de apresentar que realmente tem ocorrido a inclusão digital nos locais visitados, foram apresentados alguns projetos que já estão funcionando e outros que estão sendo desenvolvidos. Em Canguaretama, apesar de poucas pessoas utilizarem o computador e Internet toda a escola é beneficiada, pois as informações obtidas através da Internet são disponibilizadas aos alunos da escola. Por exemplo, logo serão realizados simulados para os alunos que irão prestar vestibular com base nas provas disponíveis no site da UFRN, e para outro grupo de alunos, com as provas do ENEM. A expectativa é que o índice dos alunos aprovados na universidade seja maior. 112 Em Tibau do Sul, os professores começaram um trabalho pedagógico para ensinar assuntos como tabagismo, AIDs, droga e violência. Os alunos fazem pesquisas na Internet e montam murais e cartazes que são espalhados pela escola. Os alunos da escola, segundo o coordenador, sentiram falta de uma biblioteca, isso os motivou a fazer um mutirão para conseguir livros doados, mesmo usados, e montar a biblioteca. Cabe frisar, que até o momento da pesquisa de campo, os alunos já tinham conseguido alguns poucos livros, mas apresentavam o orgulho de já terem montado a sua própria biblioteca. “A Internet realmente trouxe novos horizontes para a comunidade” , disse o coordenador da escola. Nas unidades escolhidas pelo Ministério da Defesa, as pessoas estão contanto com o acesso para se desenvolverem profissionalmente. O Ministério da Marinha tem disponíveis cursos on-line para que os oficiais possam fazê-los, independentes do local em que estejam fisicamente. A realização desses cursos permite que o salário e a patente sejam aumentados. O coordenador do Hospital Naval coloca que para a comunidade do local “o GESAC é ouro”, e para alguns doentes “é um milagre”. No Hospital da Marinha, o GESAC motivou os soldados e cabos a fazerem os cursos on-line e em escolas particulares para melhorar suas condições de vida. Esses usuários mostram-se motivados com o que conseguem descobrir na rede para utilizarem em suas próprias vidas, segundo o coordenador. O relato dos responsáveis pelo GESAC no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Alegre demonstra que o analfabetismo não é limite para o acesso às informações e serviços disponibilizados na Internet, visto que algumas pessoas mesmo não sabendo ler e escrever conseguem obter, através do coordenador, que manuseia o computador e lê, informações e serviços relacionados aos seus interesses. Os sindicatos rurais têm relevante importância para as comunidades rurais, pois serve de posto de saúde, entrega gratuita de medicamentos, solicitação e entrega de documentos como carteira de identidade e de trabalho, ajuda jurídica através de um advogado, entre outros. Segundo os responsáveis, houve um 113 aumento significativo no número de benefícios do INSS solicitados e recebidos. “As pessoas ficam felizes até quando a resposta é negativa, pois é tão rápido que conseguem resolver seu problema”, expôs o coordenador local. Em Poço Branco está sendo formulado um projeto para disponibilizar a Internet para todas as escolas da cidade, pois “nem a Prefeitura da cidade tem Internet”, segundo comentário feito, com o maior orgulho, da Diretora da Escola. Entretanto este projeto está limitado ao número reduzido de equipamentos. Na escola de Ceará Mirim está sendo criado um projeto para disponibilizar o acesso à comunidade aos sábados e domingos pelo coordenador e alunos interessados. O Hospital Naval está visualizando a reforma de uma sala que fica na entrada do hospital para que seja disponibilizado o acesso gratuito à Internet para todas as pessoas da vizinhança. Apesar dos critérios apresentados e analisados na primeira seção não terem sido satisfeitos completamente, as informações obtidas dos coordenadores indicam que o GESAC proporcionou certo grau de inclusão digital, e que o aumento deste grau está diretamente relacionado com o suporte e a fiscalização do governo nos seus vários níveis. “É muito bom ver pessoas que nem sabiam que existia computador. Agora estão desenhando, pegando informações na Internet, interagindo com o mundo” (Coordenador de Tibau do Sul). 114 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________________________________________________________ O conhecimento dos pontos de presença do GESAC no Estado do Rio Grande do Norte permitiu verificar a sua infra-estrutura e funcionamento, como também possibilitou a sua apreensão como um veículo de inclusão digital. Uma das dimensões da inclusão digital colocada por Silvino e Abrahão (2003), pode ser apreciada pela disponibilização do acesso às informações e serviços via Internet à maioria de uma população. O Ministério das Comunicações entende que para proporcionar esse acesso de forma adequada e com qualidade aos cidadãos é necessário que seja atendido um conjunto de critérios e requisitos de infra-estrutura e serviços. Nesse sentido, foi verificado nos locais visitados que a disponibilização ao acesso e informações estão sendo proporcionados sem o atendimento de todos os critérios e requisitos. Faz-se necessário ressaltar que alguns desses critérios e requisitos não atendidos têm prejudicado o atendimento adequado dos serviços do GESAC. Um desses critérios não atendidos foi à escolha dos locais beneficiados sem a verificação da existência da infra-estrutura de informática. Essas unidades beneficiadas permanecem sem equipamentos ou com apenas um computador para disponibilizar os serviços à comunidade. Caberia aos ministérios co-responsáveis providenciar tais equipamentos. Os requisitos funcionais obrigatórios aos serviços disponibilizados pela GILAT, empresa contratada para instalar as antenas e disponibilizar os serviços, também não foram atendidos. Dos requisitos não atendidos, ressalta-se a não disponibilização do manual de instruções e a falta de apoio técnico. Estes dois suportes poderiam ter resolvido problemas em lugares que não estão funcionando ou estão funcionando precariamente, como a configuração do sistema operacional para o português e a instalação correta da impressora. 115 A plataforma Linux, utilizada para disponibilizar a Internet, e os equipamentos de informática têm evidenciado a necessidade do treinamento dos coordenadores e da comunidade. Essa plataforma impede que a configuração do sistema seja feita por coordenadores sem treinamento, mesmo que já possuam um conhecimento prévio do Windows. O problema continuaria igualmente ocorrendo se o sistema operacional utilizado fosse o Windows, e a comunidade tivesse o conhecimento do Linux, ou seja, está faltando treinamento. A verificação da eficácia do desempenho do GESAC e a satisfação dos usuários nos pontos eletrônicos de presença estão sendo negligenciadas pelo Ministério das Comunicações, visto não terem sido disponibilizados os dispositivos eletrônicos e as informações necessárias para o levantamento dos dados. A avaliação do GESAC não deve deixar de ser feita, pois somente com uma resposta real - do número de usuários, freqüência e satisfação do usuário – é que se terá visão clara de quanto se está reduzindo a exclusão digital. Colocação inclusive feita pelo CPPI (2002, p. 2) o “processo do governo eletrônico precisa ser avaliado continuamente pelos seus ‘clientes’ – o público, empresa e funcionários de governo que utilizam serviços do governo eletrônico”, para realmente se ter a conclusão que seus benefícios superam os problemas levantados. Diante do exposto, percebe-se que está faltando maior participação ou interação do Ministério das Comunicações no processo de instalação e funcionamento do GESAC, através de intervenções como poder público, e aplicando as penalidades devidas aos responsáveis que não atenderam adequadamente às suas solicitações. No entanto, se verificou também que apesar da infra-estrutura e serviços não estarem de acordo com as especificações, algumas unidades estão funcionando e disponibilizando os serviços e informações via rede digital. 116 Os dados revelam que a inclusão digital não é um mero provimento da infraestrutura de acesso, mas todo um trabalho de orientação que apenas começa quando as máquinas passam a estar disponíveis. A análise do funcionamento do programa nos locais visitados evidenciou que a falta de recursos financeiros não tem permitido investimentos na capacitação dos coordenadores e da comunidade, na compra de equipamentos e dispositivos de informática e na contratação de pessoas para o atendimento ao público. Essas limitações são identificadas na medida em que os usuários contam apenas com o coordenador para interagir e tirar dúvidas sobre o funcionamento da Internet e do computador. Por outro lado a quantidade limitada de equipamentos na maioria dos locais visitados foi um dos motivos apresentados para que o acesso ao GESAC não fosse disponibilizado à comunidade do município. O GESAC deveria funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, o que não tem ocorrido nas escolas e sindicatos visitados. Os usuários somente têm permissão ao acesso dos computadores e Internet no horário de expediente normal de cada local. É preciso acentuar, entretanto, que é fundamental a existência do GESAC em escolas, pois essa é a melhor forma de combater a exclusão digital em longo prazo. “O combate à exclusão digital pode provocar melhoras substanciais do desempenho escolar e da inserção trabalhista futura dos estudantes de hoje.” (NERI, 2003, p. 22). Como também foi fundamental a instalação nos sindicatos, visto que as pessoas pertencentes a essas entidades não dispõem de recursos para conhecer e usar o computador e a Internet. A falta de comunicação entre o Ministério das Comunicações e os locais que receberam o GESAC tem causado alguns danos ao processo de inclusão digital, visto que os coordenadores desconhecem o endereço eletrônico do site provedor de conteúdo do GESAC, desenvolvido para o melhor e maior uso das ferramentas tecnológicas. Esse problema é de tal ordem que a maioria dos coordenadores não tinha conhecimento que a disponibilização da 117 Internet via satélite é de um programa chamado GESAC, existente em nível nacional e iniciado no governo de FHC. O site do GESAC, desconhecido pelos coordenadores, possibilita que os usuários formem uma comunidade para trocar informações e interagir, com o objetivo de desenvolver projetos de inclusão digital e social a um maior numero de pessoas. Ao visitar esse endereço eletrônico foi possível observar que esse canal é uma oportunidade real para que cada município possa divulgar sua cultura, dificuldades e satisfações com o Estado. Na realidade, ele pode ser utilizado pelo governo federal, estadual e municipal para conhecer as necessidades reais de cada comunidade, propiciando uma maior interação com a população, e por fim criar políticas específicas para cada localidade. Fica demonstrado, através dos dados levantados, que os usuários não usam a Internet para verificar contas públicas e nem fazer reclamações aos governos através de ouvidorias, questões fundamentais no processo democrático. Esses dados confirmam que a mera disponibilização de informações por parte do governo é de pouca valia se a sociedade não estiver preparada para exercer o controle social. É necessário uma mudança educacional, política e cultura dos cidadãos, grupos sociais e instituições, muito maior que apenas colocar equipamentos e o acesso à Internet. Parece claro afirmar que o programa está contando com a boa vontade dos coordenadores para atender os usuários e desenvolver projetos voltados a incluir digitalmente a comunidade. Apesar dos problemas constatados os coordenadores dos locais visitados foram unânimes em avaliar o programa como um caminho válido de inclusão digital. Esse diagnóstico foi feito em função do programa estar permitido aos usuários, de baixa condição financeira e/ou moradores distantes da capital, o acesso às informações e serviços disponibilizados pela Internet. 118 Os dados revelaram que os analfabetos funcionais têm tido acesso as informações e serviços disponibilizados na Internet de forma limitada, ou seja, uma inclusão digital parcial, pois sempre precisam de uma segunda pessoa para ter o acesso à Internet. Entretanto, é evidente que se deve caminhar para a inclusão digital total, preparando o cidadão a usar sozinho - o equipamento para se informar sobre matéria que interessa a sua vida, como também para interagir com o Estado. Todavia, mesmo que parcial o programa tem proporcionado oportunidade a esse grupo para obter informações e serviços de alta importância para suas vidas, nesse sentido mesmo sendo uma inclusão parcial, o programa tem atingido seu objetivo de incluir pessoas da classe social C, D e E. Fica demonstrado desta forma que os programas de inclusão digital devem cumprir a tarefa de combater o duplo analfabetismo: o funcional e o digital. É preciso que o poder público, por meio de prefeituras, governos estadual e federal, crie alternativas que possibilitem a inserção de segmentos excluídos da sociedade, possibilitando o aprendizado no uso de ferramentas computacionais, além do acesso à infra-estrutura de computadores e de interconexão. Assim, considerando o problema de pesquisa foi possível constatar que a implantação do GESAC no Rio Grande do Norte proporcionou certo grau de inclusão digital. O aumento deste grau está diretamente relacionado com o suporte e a fiscalização do governo nos seus vários níveis em desenvolver políticas de formação da opinião pública, com o objetivo de permitir que utilizem as TICs para exigir direitos, alargar a cidadania e melhorar as suas condições de vida. É importante destacar que GESAC iniciou no mês de abril de 2004 o treinamento de multiplicadores, que receberam informações sobre os serviços disponibilizados pelo programa e como fomentar as redes de conhecimento, com base na interatividade entre os participantes 119 do projeto. Os multiplicadores irão trabalhar junto às comunidades que foram beneficiadas pelo Programa GESAC promovendo maior inclusão digital. É preciso acentuar que embora a pesquisa ter apontado para uma inclusão limitada, o funcionamento do GESAC tem proporcionado mudanças práticas na vida dos usuários e seus familiares. Não se pode negar que o programa mostrou para as crianças de Tibau do Sul a importância de uma biblioteca a ponto de motivá-las a criação de uma. Como também, proporcionou os médicos diagnosticarem doenças não conhecidas através de buscas na rede digital. E sindicalistas idosos conquistar a sua esperada aposentadoria. Realmente, a inclusão digital não é apenas o acesso, mas a formação das pessoas para dominarem esse poderoso instrumento de comunicação, troca de informação e aprendizado, como também serem capazes de prover conhecimento e serviços. Mas isso é um processo gradativo, onde as pessoas dia-a-dia vão percebendo o quão é importante estar presente no mundo virtual. Cabe ao poder público o papel de agir de forma coerente como o promotor do desenvolvimento tecnológico e da ampliação das possibilidades de acesso dos cidadãos às novas tecnologias. Convêm destacar que uma das limitações desse trabalho, foi a aplicação dos questionários apenas aos coordenadores dos locais visitados, colocando-se desta forma a importância de se aplicar instrumento de pesquisas diretamente aos usuários, na tentativa de obter deles uma avaliação de como o GESAC tem exercido influencia em suas vidas. Um outro obstáculo enfrentado foi a falta de apoio financeiro para a realização da pesquisa, o que limitou o número de municípios visitados. Na verdade seria desejável que a pesquisa tivesse sido realizada em mais lugares. Dessa maneira, recomenda-se que novas pesquisas sejam realizadas sem as limitações citadas. Dada a importância de se avaliar o impacto de programas sociais, além dos indicadores de satisfação do usuário já estabelecidos, o Ministério das Comunicações deve desenvolver 120 indicadores para avaliar o impacto do GESAC nas comunidades, visto se ter indícios da possibilidade medir esse impacto através de exemplos como: o numero de alunos que passarão no vestibular após a implementação do trabalho feito em determinada escola, o número de benefícios atendidos nos sindicatos, número de doentes diagnosticados via consulta Internet, número de militares com nível social mais alto devido os cursos on-line. Face o exposto, ficou evidente a importância do Ministério das Comunicações em realizar avaliações nos pontos de presença do GESAC, para poder mensurar quais requisitos e critérios obedecidos, como também os que deixaram de ser cumpridos prejudicando o desenvolvimento completo dos serviços. Em ultima analise, cabe colocar a importância de realizar estudos nas localidades onde o GESAC foi implantado para verificar, além dos indicadores já mencionados, os motivos que a comunidade (alunos, professores, militares, sindicalistas) não utiliza os serviços do GESAC. 121 REFERÊNCIAS ___________________________________________________________________________ ABRUCIO. Fernando Luiz. “Os avanços e os dilemas do modelo pós-burocrático: a reforma da administração pública à luz da experiência internacional recente”. In: BRESSER, Luiz C., SPINK, Peter. Reforma do Estado e Administração Pública Gerencial. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1988. AFONSO, Carlos. Brasil GESAC, SCD, FUST, XPTO... e a inclusão digital? Madri: Jornal Eletrônico La Insígnia, 2004. Disponível em: <http://lainsignia.org/2004/febrero/cyt_004.htm>. Acesso em: 03 mar. 2004. ALBUQUERQUE. Antonio. Para entender o Programa GESAC. Brasília: Ministério das Comunicações. 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I - Dados do Órgão Conveniado: RAZÃO SOCIAL: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE Logradouro: BR101 Km 0, 0 Nº.: Complemento: SET/Codin/Centro Administrativo Bairro: Centro Município: Natal - Cep: 59064-901 UF.: RN Telefone: (84) 232-1301 / 232-1363– Fax: 232-1415 José Guimarães Moreira Junior Gerencia de Processamento de Dados 01 - Município: Canguaretama Estabelecimento: EE Juarez Rabelo Logradouro: Marechal Deodoro - Nº.: Bairro: Centro - Cep.: 59190000 - UF: RN Telefones: 84 – 2412606 02 - Município: Parnamirim Estabelecimento: EE Roberto Rodrigues Krause Logradouro: Capitão Martinho Machado - Nº.: Bairro: Santos Reis - Cep.: 59150000 - UF: RN Telefones: 84 - 2724326 03 - Município: Montanhas Estabelecimento: Esc Est Profa Ocila Bezerril Fund E Med Logradouro: São José - Nº.: Bairro: Centro - Cep.: 59198000 - UF: RN Telefones: 84 – 2402366 04 - Município: Nova Cruz Estabelecimento: Escola Estadual Rosa Pignataro Ensino Médio Logradouro: Prof. Reginaldo De Oliveira - Nº.: 250 Bairro: São Sebastião Cep.: 59215000 - UF: RN Telefones: 84 - 2812135 05 - Município: Serra de São Bento Estabelecimento: EE Prof. Joaquin Torres Logradouro: Fausto Mariano Das Neves CEP: 59214000 – RN Telefones: 130 06 - Município: Passa e Fica Estabelecimento: Escola Municipal Governador Mário Covas Logradouro: Rua Gabriel Soares De Oliveira Nº.: S/Nº UF: RN Bairro: São Pedro Cep.: 59218000 Telefones: 07 - Município: Riachuelo Estabelecimento: EE Manoel Severino Logradouro: Presidente Getulio Vargas Bairro: – Cep: 59470000 – UF: RN 08 - Município: São Tomé Estabelecimento: EE Amaro Cavalcante Ens Fundamental E Médio Logradouro: Rainel Pereira, nº. 40 CEP: 59400000 – RN Telefones: - 2582202 09 - Município: Ceará-Mirim Estabelecimento: EE Interv Ubaldo B Melo Ens 1 E 2 Graus Logradouro: Enéas Cavalcanti - Nº.: Bairro: Centro - Cep.: 59570000 - UF: RN Telefones: 84 - 2742259 10 - Município: Pendências Estabelecimento: EE Monsenhor Honorio Logradouro: Idalise Gonzaga Montenegro - Nº.: Bairro: Centro Cep.: 59504000 - UF: RN Telefones: 84 - 5222230 11 - Município: Campo Redondo Estabelecimento: EE Prof. Arione De Souza Logradouro: Pedro Candido Sobrinho - Nº.: Bairro: Centro - Cep.: 59230000 - UF: RN Telefones: 84 - 4320332 / 12 - Município: Pedro Avelino Estabelecimento: EE Prof. Josefa Sampaio Marinho Ensino Fund E Médio Logradouro: Pedro Frutuoso Bezerra - Nº.: Bairro: Centro - Cep.: 59530000 - UF: RN Telefones: 84 – 5342361 13 - Município: Santana do Matos Estabelecimento: EE Aristofanes Fernandes Logradouro: Padre João Teotônio Bairro: – Cep: 59520000 – UF: RN Telefones: 84 - 4342520 / - 131 14 - Município: Lajes Estabelecimento: EM Dr. Eloi De Souza Ensino Fundamental Logradouro: Avenida Alzira Soriano Nº.: UF: RN Bairro: Cep.: 59535000 Telefones: (84)5322212 15 - Município: Cerro Corá Estabelecimento: Esc Est Querubina Silveira Ens 1 Grau Logradouro: São João - Nº.: Bairro: - Cep.: 59395000 UF: RN 16 - Município: Cruzeta Estabelecimento: Esc Est Joaquim J De Medeiros 1 2 Graus Logradouro: Cicero Simão Bezerra - Nº.: Bairro: Cep.: 59375000 - UF: RN Telefones: 84 - 473 2576 17 - Município: Parelhas Estabelecimento: Esc Est Mons. Amâncio Ramalho Logradouro: Manoel Virgilio - Nº.: 611 Bairro: Maria Terceira - Cep.: 59360000 - UF: RN Telefones: 84 - 4712540 18 - Município: Jardim do Seridó Estabelecimento: Centro Educ. Felinto Elisio Logradouro: Otavio Lamartine - Nº.: Bairro: Centro Cep.: 59343000 - UF: RN Telefones: 84 – 4722217 19 - Município: Jucurutu Estabelecimento: Esc Est Newman Quiroz 1 E 2 Graus Logradouro: Major Lula - Nº.: 212 Bairro: Centro - Cep.: 59330000 - UF: RN Telefones: 84 - 4292397 20 - Município: São José do Seridó Estabelecimento: Escola Mun. De 1 E2 Grau Raul De M Dantas Logradouro: Rua Manoel Sabino Nº.: 189 Bairro: Cep.: 59378000 Telefones: (84)4782364 21 - Município: Açu Estabelecimento: EE Juscelino Kubitschec Ens Fund E Médio Logradouro: Rua Cel. Francisco Martins Nº.: 80 Bairro: D Elizeu - Cep.: 59650000 UF: RN Telefones: (84)3312018 132 22 - Município: Paraú Estabelecimento: EM De 1 Grau Pe Amaro Logradouro: Rua Alferes Tonho Nº.: 448 UF: RN Bairro: Centro Cep.: 59660000 Telefones: (84)3311970 23 - Município: Itajá Estabelecimento: EM Libania Lopes Pessoa Ens 1 Grau Logradouro: Manoel Argemiro Lopes Nº.: S/N Bairro: Iguaraçu Cep.: 59513000 Telefones: (84)3311140 24 - Município: Itajá Estabelecimento: EM Joaquim Feliciano Da Rocha Logradouro: Sitio Acaua Nº.: Bairro: Cep.: 59513000 Telefones: (84)3311140 25 - Município: Areia Branca Estabelecimento: EE Cônego Ismar F Queiroz 1 E 2 Grau Logradouro: Br 110 - Nº.: Bairro: Bairro Da Ilha Cep.: 59655000 - UF: RN Telefones: - / 26 - Município: Governador Dix-Sept Rosado Estabelecimento: EE Manoel Joaquin Logradouro: Severino Ramos - Nº.: Bairro: Santa Catarina - Cep.: 59790000 - UF: RN Telefones: 84 – 3282342 27 - Município: Grossos Estabelecimento: EE Cel. Solon Logradouro: Manoel Firmino - Nº.: Bairro: Centro - Cep.: 59675000 - UF: RN Telefones: 84 - 3272337 28 - Município: Mossoró Estabelecimento: Tiro de Guerra de Mossoró Logradouro: José Otávio - Nº.: s/nº Bairro: Centro - Cep.: 59603010 - UF: RN Telefones: 84 - 316-2044 28 - Município: Upanema Estabelecimento: EE Jose Calazans Freire Logradouro: Antonio Viturino Bairro: Centro – Cep: 59670000 – UF: RN Telefones: 84 – 3250291 133 30 - Município: Baraúna Estabelecimento: EM De 1 Grau Manoel De Barros Logradouro: Rua Do Horto Florestal Nº.: 155 Bairro: Centro Cep.: 59695000 31 - Município: Apodi Estabelecimento: EE Profa Maria Zenilda Gama Torres Logradouro: Eugenia Ferreira Nº.: Complemento: Conj.Nova Apodi Bairro: Ipe Cep.: 59700000 32 - Município: Caraúbas Estabelecimento: EE Sebastião Gurgel Logradouro: São Sebastião - Nº.: Bairro: Centro - Cep.: 59780000 - UF: RN Telefones: (84)3372630 33 - Município: Carnaubais Estabelecimento: EE Profa Adalgisa Emidia Da Costa Logradouro: Central - Nº.: Bairro: Cep.: 59665000 - UF: RN Telefones: 84 - 338-2270 34 - Município: Almino Afonso Estabelecimento: EE Estudante Ronald Neo Junior Logradouro: Maria Ione Carlos Nº.: - Bairro: Centro Cep.: 59760000 - UF: RN Telefones: 84 - 3950041 35 - Município: Martins Estabelecimento: Esc Est Dr. Joaquim Inacio Logradouro: Projetada Nº.: Bairro: Jocelyn Vilar - Cep.: 59800000 - UF: RN Telefones: 84 - 3912338 36 - Município: Riacho da Cruz Estabelecimento: EE João Soares Da Silva Logradouro: São Pedro Bairro: Centro – Cep: 59820000 – UF: RN 37 - Município: Umarizal Estabelecimento: Esc Est Zenon De Souza Ens De 1 Grau Logradouro: 27 de Novembro Bairro: – Cep: 9865000 – UF: RN Telefones: 134 38 - Município: Pau dos Ferros Estabelecimento: Esc Est Doutor Jose Fernandes De Melo Logradouro: Joaquim Torquato - Nº.: Bairro: Paraíso Cep.: 59900000 - UF: RN Telefones: 84 - 3512021 / 39 - Município: São Miguel Estabelecimento: Esc Est Gilney De Souza Ens Fund E Médio Logradouro: Projetada, nº. S/N Bairro: Centro – Cep: 59920000 – UF: RN Telefones: 84 - 3532003 40 - Município: Tenente Ananias Estabelecimento: EE Democrito De Souza Logradouro: Projetada Bairro: Olintos – Cep: 59955000 – UF: RN Telefones: 41 - Município: Poço Branco Estabelecimento: EE Estudante Jose Francisco Filho 1 E 2 Graus Logradouro: João Ferreira Da Cruz - Nº.: 729 Bairro: Centro - Cep.: 59560000 - UF: RN II - Dados do Órgão Conveniado: RAZÃO SOCIAL: MINISTÉRIO DA DEFESA / EB Logradouro: Outro Esplanada dos Ministérios bloco Q - Nº.: 3 andar Complemento: Sala 322 - Município: Brasília Cep: 70049900 - UF.: DF DIRED 1 01 - Município: Natal Estabelecimento: Hospital de Guarnição de Natal Logradouro: Avenida Hermes da Fonseca - Nº.: 1385 Bairro: Tirol - Cep.: 59015001 - UF: RN Telefones: (84) 221-2541 / (84) 211-5000 02 - Município: Natal Estabelecimento: Hospital Naval de Natal Logradouro: Rua Silvio Pelico - Nº.: s/nº Bairro: Alecrim - Cep.: 59040-150 - UF: RN Telefones: (84)216-3429 / (84)216-5340 Contato I Nome Completo: CMG (MD) Juarez Alvaro Nahas Cuneo Tipo de Contato: Função: Militar Telefones: (84)216-3429 (84)201-5340 135 03 - Município: Natal Estabelecimento: Seção do Serviço Militar Regional - SRD/3ºDN Logradouro: Avenida Hermes da Fonseca Nº.: 780 Bairro: Tirol Cep.: 59020-000 Telefones: (84)221-1942 Contato - Nome Completo: COM3ºDN Função: Militar Telefones: (84)221-1942 04 - Município: Pureza Estabelecimento: Estande de Tiro de Maxaranguape Logradouro: Estande de aviação Brig. do Ar Roberto Hipólito da Costa, nº. Bairro: – Cep: 00000000 – UF: RN Telefones: 84 - 215-7130 / 84 - 215-7132 05 - Município: Touros Estabelecimento: Radio Farol Calcanhar Logradouro: LAT 05° 09´6 S - LONG 035° 29´,2 W Bairro: – Cep: 00000000 – UF: RN Telefones: 84 - 201-0477 06 - Município: Caicó Estabelecimento: 1º Batalhão de Engenharia de Construção Logradouro: Tonheca Dantas - Nº.: s/n Bairro: Penedo - Cep.: 59300000 - UF: RN Telefones: 84 - 4211803 / 84 - 4211747 e-mail: [email protected] 07 - Município: Caicó Estabelecimento: 6ª Delegacia do Serviço militar da 24ª CSm Logradouro: Seridó - Nº.: s/n Bairro: Centro - Cep.: 59300000 - UF: RN Telefones: III - Dados do Órgão Conveniado: RAZÃO SOCIAL: MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES. Logradouro: Outro Esplanada dos Ministérios - Bloco R Município: Brasília – CEP: 70044-900 – UF: DF 01 - Município: Tibau do Sul Estabelecimento: Instituto de Estudos Avançados da USP Logradouro: Bahia dos Golfinhos, nº. 436 Bairro: Praia de Pipa – CEP 00000-000 – UF: RN Telefones: (84)246-2070 / (11)3091-4441 e-mail: [email protected] 136 Contato em Detalhe Nome Completo: Gilson Schwartz Função: Diretor Acadêmico - P.C.C. Telefones: (84)246-2070 (11)3091-4441 e-mail: [email protected] IV - Dados do Órgão Conveniado: RAZÃO SOCIAL: MESA - MINISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR (FASE 2) Logradouro: Outro Esplanada dos Ministérios Complemento: Bloco A Município: Brasília - Cep: 70049-900 UF.: DF 01 - Município: Monte Alegre Estabelecimento: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Alegre Logradouro: Rua Prefeito Joaquim Ubarana Nº.: 43 Bairro: Centro Cep.: 59182-000 Telefones: (84)276-2338 Contato - Nome Completo: Antonio Ananias Filho Função: Coordenador Telefones: (84)276-2338 02 - Município: Várzea Estabelecimento: Centro Social S. Pedro Logradouro: Rua D. Joaquim Almeida Nº.: 87 Bairro: Cep.: 59185-000 Telefones: (84)285-2283 Contato - Nome Completo: Maria das Neves de Carvalho Função: Coordenadora Telefones: (84)285-2283 03 - Município: Santo Antônio Estabelecimento: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Antônio Logradouro: Rua Presidente Castelo Branco Nº.: 44 Bairro: Centro Cep.: 59135000 Telefones: (84)2822354 Contato I - Nome Completo: José Dário Fortunato da Silva Telefones: (84)2822354 04 - Município: Passagem Estabelecimento: Clube das Mães Nossa Senhora de Sant'Ana Logradouro: Rua Senador Dinarte Mariz Nº.: 142 Bairro: Centro Cep.: 59259-000 Telefones: (84)212-2844 Contato - Nome Completo: Zeneide Chagas do Sacramento Função: Coordenador Telefones: (84)212-2844 137 05 - Município: Passa e Fica Estabelecimento: Sindicato dos Trabalhadores Rurais Passa e Fica Logradouro: Rua Nestor Marinho Nº.: 18 Bairro: Centro Cep.: 59218000 Telefones: (84)288-2105 Contato - Nome Completo: Rosangela Fernandes da Silva Função: Coordenador Telefones: (84)288-2105 06 - Município: Brejinho Estabelecimento: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brejinho Logradouro: Rua Antonio Alves Pessoa Nº.: 987 Bairro: Centro Cep.: 59215-000 Telefones: (84)283-2209 Contato - Nome Completo: Almir Alves dos Santos Função: Coordenador Telefones: (84)283-2209 07 - Município: Lagoa d'Anta Estabelecimento: Associação Geovana Targino Logradouro: Rua Vereador Severino Guedes de Moura Nº.: s/nº Bairro: Cep.: 59227000 Telefones: (84)287-0123 / (84)287-0018 Contato - Nome Completo: Maria Salésia da Silva Oliveira Função: Coordenador Telefones: (84)287-0018 (84)287-0123 08 - Município: Lagoa Salgada Estabelecimento: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Salgada Logradouro: Rua Genésio Tomaz Nº.: s/nº Bairro: Centro Cep.: 59247000 Telefones: (84)257-0108 Contato - Nome Completo: José Luiz da Silva Função: Coordenadora Telefones: (84)257-0108 09 - Município: Nova Cruz Estabelecimento: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Nova Cruz Logradouro: Rua Felipe Camarão Nº.: 150 Bairro: Salgado Cep.: 59215-000 Contato - Nome Completo: Joaquim Celular: (84)94158466 10 - Município: Bom Jesus Estabelecimento: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bom Jesus Logradouro: Rua Telma Azevedo de Oliveira Nº.: s/nº Bairro: Centro Cep.: 59270-000 Telefones: (84)253-2245 Contato - Nome Completo: Kleber Tipo de Contato: Representante Legal Telefones: (84)2532245 138 11 - Município: Serrinha Estabelecimento: EM João Paulo I - (Biblioteca M. Manoel Joaquim de Souza) Logradouro: Rua José Correia de Andrade Nº.: s/nº Bairro: Centro Cep.: 59130-000 Contato - Nome Completo: Lucia Margarete Celular: (84)99829421 139 Apêndice B. Formulário aplicado aos coordenadores locais do GESAC no Rio Grande do Norte. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADS PROGRMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO FORMULÁRIO REALIZADO COM O COORDENADOR 1 Unidade Nuclear: Local: __________________________________________________________________ Endereço: _______________________________________________________________ Município: ______________________________________________________________ Telefone: _______________________________________________________________ Contato: _______________________________________________________________ 1.1 Qual Ministério responsável? ( ) Educação; ( ) Defesa; ( ) MESA; ( ) MC. 1.2 Em que mês iniciou? ( ) setembro/03; ( ) outubro/03; ( ) dezembro/03; ( ) janeiro/04. ( ) novembro/03; 1.3 Em que local foi instalado? ( ) Escola; ( ) Rodoviária; ( ) Prefeitura; ( ) Agência bancária; ( ) Quartel; ( ) Casa; ( ) Sindicato ( ) Hospital ( ) Outro. Qual? ______________________________________________ 1.4 Quais requisitos foram atendidos antes da implantação do GESAC de: Discrininação Central telefônica ou estágio de linha remoto; Energia elétrica para suportar carga estimada em 500w por terminal; Áreas físicas ampla, confortáveis e adequadas à instalação dos Sim Não Não sabe 140 equipamentos; Proteção contra o acesso não autorizado; Proteção contra roubo, depredação; Ter rampa de acesso para portadores de deficiência física; Ter ventilação e iluminação adequada. Não ter internet através de telefone 1.5 Critérios para a escolha dos locais: Critérios Sim Não Existe acesso à internet em banda larga na cidade? Existe acesso à Internet em outro local da cidade? Existe alguma organização comunitária cultural apoiada pelas TICs? A escola /unidade militar / sindicato já possuía alguma infra-estrutura de informática? A escola está participando do Programa PROINFO? A unidade recebe o Cartão-Alimentação? 1.6 Público alvo: ( ) alunos ( ) professores ( ) comunidade ( ) sindicalizados ( ) Outros. Qual? ___________________________________________________________ 1.7 Como as pessoas utilizam o computador e a Internet? (Enumerar de 1 a 3) ( ) pedem ajuda para acessar e utilizar os equipamentos; ( ) não sabem, e pedem para o responsável fazer o acesso; ( ) sabem usar; 2 Perfil do entrevistado: 2.1 Qual a função exercida pelo coordenador no local? ___________________________________________________________________ 2.3 Qual a exigência para a contratação para a função de coordenador? ( ) não houve exigência; 141 ( ) ser funcionário/servidor do local de instalação da Unidade; ( ) saber utilizar o computador e aplicativos; ( ) saber utilizar a Internet; ( ) Outra. Qual? ___________________________________________________ 2.4 Qual seu grau de instrução? ( ) Não estudou ou estudou apenas um ano; ( ) Fundamental incompleto; ( ) Fundamental completo; ( ) Médio incompleto; ( ) Médio completo; ( ) Superior incompleto; ( ) Superior completo; ( ) Pós-graduação. 2.5 - Caso seja funcionário/servidor do local recebeu alguma gratificação pelo serviço GESAC? ( ) Sim; ( ) Não. 3 Estrutura da Unidade: 3.1 Quantas pessoas estão trabalhando no Projeto GESAC além do coordenador? ____________________________________________________________________ 3.2 Esta(s) pessoa(s) recebe(m) alguma gratificação para essa função? ( ) Sim ( ) Não 3.3 Qual o critério para a escolha desta(s) pessoa(s)? ( ) não houve exigência; ( ) ser funcionário/servidor do local de instalação da Unidade; ( ) saber utilizar o computador e aplicativos; ( ) saber utilizar a Internet; ( ) Outra. Qual? ___________________________________________________ 142 3.4 Quantos equipamentos e dispositivos estão disponibilizados ao Programa? Equipamentos e dispositivos Já era do GESAC Outro Qual? local Computadores, monitor, teclado e mouse; Acionador de disquetes; Scanner; Editor de texto, Planilha eletrônica; Impressora; Ar-condicionado ou ventilador; Mesa e cadeira para cada computador; No-break: 3.5 Como é realizada a manutenção dos softwares e hardwares? ( ) realizado contrato com técnico/empresa pra quando houver necessidade; ( ) foi contratado um técnico permanente para realizar este serviço; ( ) a manutenção é feita pelo coordenador/funcionário, que teve treinamento; ( ) a manutenção é feita pelo coordenador/funcionario, que não teve treinamento; ( ) Outro. Qual? __________________________________________________________ 3.6 Quais os dias que o programa está aberto para a população? ( ) Sete dias da semana; ( ) De segunda a sexta; ( ) De segunda a sexta, exceto feriados; ( ) De segunda a sábado; ( ) De segunda a sábado, exceto feriado; ( ) De 3 a 4 dias úteis; ( ) De 1 a dois dias úteis por semana; ( ) Outro. Qual? __________________________________________________________ 3.7 Qual o horário aberto ao público? ( ) 24 horas ( ) 08:00 às 12:00 ( ) 14:00 às 18:00 ( ) 18:00 às 22:00 ( ) 12:00 às 14:00 3.8 É necessário marcar horário com antecedência para utilizar o GESAC? ( ) Sim. ( ) Não 143 3.9 É cobrado algum valor dos usuários? ( ) Sim, para imprimir documentos; ( ) Sim, para o acesso a Internet; ( ) Sim, para a utilização de algum aplicativo; ( ) Sim, para a utilizar correio eletrônico; ( ) Sim. Outro. Qual? ( ) Não. 3.10 Qual o valor cobrado dos usuários? (__________) Imprimir documentos (valor folha); (__________) Acesso a Internet (valor minutos); (__________) Apicativo (valor minutos); (__________) Correio eletrônico (valor minutos); (__________) Outro. 3.11 Qual treinamento recebeu quanto aos serviços do GESAC: (Múltipla escolha) ( ) Utilização do software de edição de textos e planilhas, banco de dados; ( ) Utilização do correio eletrônico, lista de discução, e Pousada******; ( ) Rau-Tau *, Laboratório** e TEIA *** ( ) Fichário**** e Escritório***** ( ) E-duca; ( ) Navegação pela internet; ( ) Outro. Qual? __________________________________________________________ ( ) Não recebeu. * estabelecimento de comunidades virtuais e processos de democratização e compartilhamento de conhecimentos; ** suporte a projetos comunitários; *** espaço da comunidade para divulgação de notícias, idéias e projetos desenvolvidos pelos usuários do GESAC; **** gerenciador de documentos e programas disponibilizados de forma individual; ***** utilizado para guardar compromissos e endereços de correio eletrônico; ****** criação e hospedagem de página; 144 3.12 Os cursos são disponibilizados de forma gratuita para a comunidade? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não é disponibilizado 3.13 Com que freqüência são disponibilizados os cursos para a comunidade? ( ) semanal; ( ) mensal; ( ) apenas quando foi instalado o programa; ( ) quando solicitado pela comunidade; 3.14 Há alguma restrição de acesso ao usuário? ( ) Não; ( ) Sim, o usuário não pode navegar em sites relacionados a: ________________________ ( ) Sim, outros. ______________________________________________________________ 3.15 Como é divulgado o GESAC a população local? (Múltipla escolha) ( ) Televisão ( ) não há divulgação formal ( ) Estação de Rádio ( ) Escola ( ) Trabalho ( ) Jornal ( ) Outro. Qual?____________________________________________________________ 3.16 Há aplicativos e equipamentos adequados para a utilização de deficientes visuais? ( ) Sim, e o coordenador dá o suporte necessário; ( ) Sim, através de aplicativos de auto interação; ( ) Sim, entretanto o coordenador não dá o suporte necessário; ( ) Sim, mas não houve usuários deficientes visuais; ( ) Não. 3.19 Há instalação física adequada a deficientes físicos? (Múltipla escolha) ( ) Sim, e o coordenador/funcionário dá o suporte necessário; ( ) Sim, através de aplicativos de auto interação; ( ) Sim, entretanto o coordenador/funcionário não dá o suporte necessário; ( ) Sim, mas não houve usuários analfabetos; ( ) Sim (rampa, cadeiras e mesas especiais); ( ) Sim, mas não houve usuários deficientes físicos; ( ) Não. 145 3.20 O que foi disponibilizado pela empresa GILAT? (estabelecido pelo MC) (a) Unidade de Comunicação (conj. de equipamentos de comunicação): ( ) Sim ( ) Não (b) Placa de rede adicional para cada Unidade Nuclear Comunitária ( ) Sim ( ) Não (c) Manual de instruções dos procedimentos necessários à instalação e configuração de “softwares” utilizados para realizar a interconexão lógica dos terminais ( ) Sim ( ) Não 3.21 – Desempenho dos Ministérios quanto a implantação de GESAC: (a) O Ministério informou que o GESAC seria instalado no local? ( ) Sim ( ) Não Para os locais de responsabilidade do MEC (b) Foi disponibilizada estrutura de suporte técnica e pedagógica, para atendimento das necessidades de implementação do GESAC? ( ) Sim ( ) Não Para os locais de responsabilidade do MD e MESA (c) Foi disponibilizada estrutura de suporte técnico, para atendimento das necessidades de implementação do Programa GESAC? ( ) Sim ( ) Não 3.21 Os serviços disponibilizados apresentam as características abaixo? (Estabelecido pelo MC) Serviços Acesso gratuito à Internet Acesso a provedores de conteúdo Interface de usuário amigável Sim Não 146 Interface auto-explicativa Facilidade de utilização/navegação Estimular o uso e a exploração do serviço 4 Indicadores do Programa: 4.1 Há cadastro dos usuários para verificar a taxa de uso de cada terminal? ( ) Sim ( ) Não 4.2 Quantos usuários utilizam o GESAC mensalmente? ________________________________________________________ 4.3 Qual o tempo disponibilizado a cada usuário? ( ) até 30 minutos ( ) de 31 minutos a uma hora; ( ) uma horas ( ) Não há limite. ( ) Outro. Qual? ____________________________________ 4.4 Há relatório para verificar o grau de satisfação do usuário dos serviços do GESAC? ( ) Sim ( ) Não 4.5 Como é medido o grau de satisfação do usuário? ___________________________________________________________________________ 4.6 Há relatório para verificar a freqüência de cada usuário? ( ) Sim ( ) Não 4.7 Há dados de registro de quais serviços são utilizados? ( ) Sim ( ) Não 4.8 Quais os serviços disponibilizados pelo GESAC são utilizados pela comunidade? (Múltipla escolha) ( ) Utilização do software de edição de textos, planilhas e banco de dados ( ) Utilização do correio eletrônico, ( ) Navegação pela internet; 147 ( ) Rau-Tau *, Laboratório** e TEIA *** ( ) Fichário**** e Escritório***** ( ) E-duca; ( ) Lista de discução, e Pousada******; 4.9 Quais os serviços e informações do Governo que são mais buscados? (Múltipla escolha) ( ) Aposentadoria e benefícios – INSS; ( ) Matrícula escolar; ( ) Acompanhamento de processo judicial; ( ) DETRAN; ( ) Saúde ( ) Receita Federal; ( ) Ensino à distancia; ( ) Ouvidorias; ( ) Gastos dos governo; ( ) Prefeitura; ( ) Consultar ou solicitar certidões estaduais, federais, municipais; ( ) Outro(s). Qual(is)? _______________________________________________________ ( ) Não sabe 4.10 Quais os serviços e informações disponibilizados pela Internet são usados pelos usuários? (Múltipla escolha) ( ) capacitar pessoas para novos empregos; ( ) melhorar as condições do emprego; ( ) agilizar o atendimento e serviços na área de saúde; ( ) auxiliar em pesquisas escolares; ( ) agilizar o atendimento e serviços na área de educação; ( ) agilizar o atendimento e serviços na área de segurança; ( ) agilizar o atendimento e serviços na área de justiça; ( ) agilizar o atendimento e serviços na área de previdência; ( ) agilizar o atendimento e serviços na área de combate a fome; ( ) diminuir a corrupção através do melhor controle interno; ( ) comunicar com os amigos; ( ) comunicar com o governo; ( ) Outros. Qual (is)? _______________________________________________________ 148 4.11 Qual a nota dada ao GESAC em relação a satisfação da utilização dos serviços? ()0 ()1 ()2 ()3 ()4 ()5 Justificativa (opcional): ______________________________________________________ 4.12 Qual a importância do Programa GESAC para a comunidade? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 4.13 O que falta para que todas as pessoas da localidade utilizem o GESAC? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 4.14 O GESAC tem sido um instrumento de inclusão digital para a comunidade? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 4.15 Outros comentários do programa (entrevistador) _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 162 ANEXOS ___________________________________________________________________________ ANEXO A. Relação dos pontos GESAC instalados no RN até março de 2004 UF RN Cidade Açu Nome do Estabelecimento data de data de certificação instalação EE Juscelino Kubitschec Ens Fund E Medio 20/11/03 20/09/03 RN Almino Afonso EE Estudante Ronald Neo Junior 20/10/03 30/09/03 RN Apodi EE Profa Maria Zenilda Gama Torres 28/10/03 20/09/03 RN Areia Branca EE Conego Ismar F Queiroz 1 E 2 Grau 28/10/03 24/09/03 RN Baraúna EM De 1 Grau Manoel De Barros 29/01/04 13/01/04 RN Bom Jesus 13/02/04 15/01/04 RN Brejinho 29/01/04 22/12/03 RN Caicó 15/10/03 13/10/03 RN Caicó 15/10/03 14/10/03 28/10/03 18/09/03 24/09/03 15/09/03 20/11/03 20/09/03 28/10/03 29/09/03 28/10/03 13/09/03 28/10/03 19/09/03 28/10/03 21/09/03 28/10/03 30/09/03 28/10/03 22/09/03 RN RN RN RN RN RN RN RN RN Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bom Jesus Sindicato dosTrabalhadores Rurais de Brejinho 1º Batalhão de Engenharia de Construção 6ª Delegacia do Serviço Militar da 24ª CSm Campo EE Prof. Arione De Souza Redondo Canguare EE Juarez Rabelo tama Caraúbas EE Sebastião Gurgel Carnauba EE Profa Adalgisa Emidia Da Costa is CearáEE Interv Ubaldo B Melo Ens 1 E 2 Mirim Graus Cerro Esc Est Querubina Silveira Ens 1 Grau Corá Esc Est Joaquim J De Medeiros 1 2 Cruzeta Graus Governad or DixEE Manoel Joaquin Sept Rosado Grossos EE Cel Solon 163 RN Itajá EM Joaquim Feliciano Da Rocha 29/01/04 10/01/04 RN Itajá EM Libania Lopes Pessoa Ens 1 Grau 29/01/04 10/01/04 RN Jardim do Centro Educ Felinto Elisio Seridó 24/10/03 22/09/03 RN Jucurutu Esc Est Newman Quiroz 1 E 2 Graus 28/10/03 23/09/03 01/03/04 19/02/04 29/01/04 19/12/03 29/01/04 09/01/04 21/10/03 01/10/03 28/10/03 25/09/03 29/01/04 20/12/03 RN RN Lagoa d'Anta Lagoa Salgada Associação Geovana Targino Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagoa Salgada EM Dr Eloi De Souza Enisno Fundamental RN Lajes RN Martins Esc Est Dr Joaquim Inacio Montanh as Monte Alegre Esc Est Profa Ocila Bezerril Fund E Med Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Monte Alegre RN RN RN Mossoró Tiro de Guerra de Mossoró 28/10/03 15/10/03 RN Natal Hospital de Guarnição de Natal 20/11/03 23/10/03 RN Natal Hospital Naval de Natal 08/12/03 25/10/03 RN Natal 12/02/04 08/01/04 01/03/04 09/01/04 28/10/03 16/09/03 06/02/04 16/01/04 28/10/03 21/09/03 28/10/03 08/10/03 16/02/04 24/12/03 29/01/04 24/12/03 27/01/04 22/12/03 21/10/03 25/09/03 24/09/03 16/09/03 28/10/03 22/09/03 Nova Cruz Nova Cruz Seção do Serviço Militar Regional SRD/3ºDN Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Nova Cruz Escola Estadual Rosa Pignataro Ensino Médio RN Paraú EM De 1 Grau Pe Amaro RN Parelhas Esc Est Mons Amancio Ramalho RN RN RN RN RN RN RN RN RN Parnamiri m Passa e Fica Passa e Fica Passage m Pau dos Ferros Pedro Avelino EE Roberto Rodrigues Krause Escola Municipal Governador Mário Covas Sindicato dos Trabalhadores Rurais Passa e Fica Clube das Mães Nossa Senhora de Sant'Ana Esc Est Doutor Jose Fernandes De Melo EE Prof Josefa Sampaio Marinho Ensino Fund E Medio Pendênci EE Monsenhor Honorio 164 as RN Poço Branco EE Estudante Jose Francisco Filho 1 E 2 Graus 28/10/03 26/09/03 RN Pureza Estande de Tiro de Maxaranguape 28/10/03 17/10/03 EE João Soares Da Silva 28/10/03 17/09/03 EE Manoel Severino 28/10/03 26/09/03 EE Aristofanes Fernandes 28/10/03 23/09/03 16/02/04 26/12/03 16/02/04 14/01/04 28/10/03 22/09/03 28/10/03 29/09/03 EE Prof. Joaquin Torres 28/10/03 18/09/03 EM João Paulo I - (Biblioteca M. Manoel Joaquim de Souza) 16/01/04 30/12/03 28/10/03 23/09/03 08/12/03 02/12/03 RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN RN Riacho da Cruz Riachuel o Santana do Matos Santo Antônio São José do Seridó São Miguel São Tomé Serra de São Bento Serrinha Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Antônio Escola Mul De 1 E2 Grau Raul De M Dantas Esc Est Gilney De Souza Ens Fund E Medio EE Amaro Cavalcante Ens Fundamental E Medio Tenente EE Democrito De Souza Ananias Tibau do Instituto de Estudos Avançados da Sul USP RN Touros Radio Farol Calcanhar 28/10/03 20/10/03 RN Umarizal Esc Est Zenon De Souza Ens De 1 Grau 28/10/03 26/09/03 RN Upanema EE Jose Calazans Freire 28/10/03 27/09/03 RN Várzea 01/03/04 27/12/03 Centro Social S. Pedro FONTE: SOUZA, 2004 165 ANEXO B. Portaria Interministerial nº 122, Ministério da Educação ___________________________________________________________________________ PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 122, DE 15 MAIO DE 2003. OS MINISTROS DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES E DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, considerando o Contrato Administrativo de prestação de serviços nº 29/2002-MC e seu Primeiro Termo Aditivo de 15 de maio de 2003, decorrentes da Concorrência Pública nº 01/2002-MC, celebrados entre a União, por intermédio do Ministério das Comunicações e a GILAT DO BRASIL LTDA., para execução do Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão – GESAC, resolvem: Art. 1º Incluir, nos termos e condições constantes do Anexo a esta Portaria o Ministério da Educação como co-participante da execução do Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão – GESAC. Art. 2º Constituir Comissão Interministerial, com representantes dos Ministérios da Educação, para coordenar e acompanhar a execução do Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão – GESAC junto às unidades escolares que aderirem ao referido Programa. Art. 3º Designar os seguintes membros para comporem a Comissão Interministerial – do Ministério das Comunicações: Antônio Bezerra de Albuquerque Neto, que a presidirá e Hugo César Almeida; do Ministério da Educação: Américo Tristão Bernardes, Alberto Castilho Siqueira e Jean Marc Georges Mutzig. Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. MIRO TEIXEIRA Ministro de Estado das Comunicações CRISTOVAM BUARQUE Ministro de Estado da Educação 166 Anexo à Portaria Interministerial Nº 122, DE 15 MAIO DE 2003. 1.Como co-participante da execução do Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão – GESAC, compete ao Ministério da Educação: 1.1 Quanto aos aspectos de estruturação do funcionamento do Programa: 1.1.1 mobilizar e coordenar as ações necessárias para o atendimento das unidades escolares, junto às esferas estadual e municipal, obedecidas as especificidades do Programa GESAC; 1.1.2 disponibilizar informações de todas as unidades escolares, compreendendo, na primeira fase da execução dos serviços objeto do Contrato Administrativo nº 29/2003-MC, 1800 escolas, que deverão ser contempladas com o acessos à internet pelo Programa GESAC, com todos os dados necessários às ações de implementação por parte do Ministério das Comunicações; 1.1.3 cuidar para que as unidades escolares onde serão instalados os acessos à internet tenham laboratório de informática funcionando em rede local e que não disponham de conexão à internet em banda larga; 1.1.4 disponibilizar estruturas de suporte técnicos e pedagógicos junto às unidades escolares, para atendimento das necessidades de implementação do Programa GESAC; 1.1.5 coordenar a mobilização de recursos humanos para apoio ao Programa, tais como: diretores, professores, técnicos e demais envolvidos no suporte educacional, de forma a capacitá-los para a melhor utilização dos serviços e facilidades disponíveis; 1.1.6 coordenar, junto às Secretarias de Educação dos Estados e Municípios, ações voltadas para o esclarecimento das unidades escolares beneficiadas pelo Programa quanto aos direitos e deveres, em especial no tocante à correta utilização dos equipamentos e serviços e bem assim garantir à cooperação dos responsáveis por essas unidades para a instalação das unidades de comunicação, e para o desenvolvimento das atividades de acompanhamento, controle e fiscalização; 1.1.7 zelar pela preservação e utilização racional dos equipamentos terminais, redes e dispositivos colocados à sua disposição; e 1.1.8 -promover o desenvolvimento e o aperfeiçoamento contínuos do emprego das telecomunicações e da informática, como fator de enriquecimento pedagógico e atingimento dos pressupostos de qualidade, eficiência e eqüidade no ensino, bem como de inclusão digital e social da comunidade. 1.2 Quanto aos aspectos de logística e de equipamentos: 1.2.1 ajustar com cada unidade escolar a garantia de disponibilidade de uma das máquinas de cada laboratório a ser utilizada como servidora do sistema de acesso à internet e de outros serviços de suporte à rede; 1.2.2 assegurar a disponibilidade, nas unidades escolares, do material de consumo necessário à utilização dos acessos e equipamentos terminais; 167 1.2.3 garantir a manutenção e funcionamento dos softwares (sistemas operacionais, aplicativos, browsers etc) e dos equipamentos de informática, que estarão conectados à internet, através das unidades de comunicação; e 1.2.4 obter, junto aos Poderes Públicos Estaduais e Municipais, a garantia de disponibilidade, nas unidades escolares a serem atendidas, de infra-estrutura predial necessária à implantação dos acessos, dos equipamentos terminais, dos equipamentos relativos à unidade de comunicação e respectiva antena. 2.Compete ao Ministério das Comunicações, como contratante dos serviços do Programa GESAC: 2.1 fornecer especificações detalhadas dos serviços oferecidos, principalmente no que tange ao sistema de gerenciamento, visando a disseminação das facilidades disponíveis a serem utilizadas pelos gestores públicos envolvidos; 2.2 coordenar as ações de definição do cronograma de instalação de equipamentos nas unidades escolares; e 2.3 fornecer programa de capacitação às equipes de suporte das Secretarias de Educação dos Estados e Municípios, tanto nas unidades escolares, como nos Núcleos de Tecnologia Educacional. 168 ANEXO C. Portaria Interministerial nº 138, Ministério da Defesa ___________________________________________________________________________ PORTARIA INTERMINISTERIAL No 138, DE 3 DE JUNHO DE 2003. OS MINISTROS DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES e DA DEFESA, no uso de suas atribuições, considerando a existência do Contrato Administrativo de prestação de serviços no 29/2002- MC e seu Primeiro Termo Aditivo de 15 de maio de 2003, decorrentes da Concorrência Pública no 01/2002-MC, celebrados entre a União, por intermédio do Ministério das Comunicações, e a GILAT DO BRASIL LTDA., para execução do Programa GESAC - Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão, resolvem: Art. 1o Incluir, nos termos e condições constantes do Anexo a esta Portaria e em face da existência do Contrato Administrativo no 29/2002-MC e seu Primeiro Termo Aditivo de 15 de maio de 2003, o Ministério da Defesa como co-participante da execução do Programa GESAC – Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão. Art. 2o Constituir Comissão Interministerial, com representantes dos Ministérios das Comunicações e da Defesa, para, no contexto das condições previstas no Anexo a esta Portaria, coordenar e acompanhar a execução do Programa GESAC - Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão. Art. 3o Designar os seguintes membros, para compor a Comissão Interministerial: - Do Ministério das Comunicações: ANTÔNIO BEZERRA DE ALBUQUERQUE NETO, que o presidirá; e HUGO CESAR ALMEIDA. - Do Ministério da Defesa: EDWIN PINHEIRO DA COSTA – Cel/R1; e BRÁULIO DE PAULA MACHADO – Tem Cel QEM. Art. 4o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. MIRO TEIXEIRA JOSÉ VIEGAS FILHO 169 Anexo à Portaria Interministerial no 138, de 3 de junho de 2003. 1. Como co-participante da execução do Programa GESAC - Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão, compete ao Ministério da Defesa: 1.1 Quanto aos aspectos de estruturação do funcionamento do Programa: 1.1.1 mobilizar e coordenar as ações necessárias para o atendimento das unidades indicadas pelo Ministério da Defesa, daqui por diante designadas, simplesmente UNIDADES, obedecidas as especificidades do Programa GESAC; 1.1.2 disponibilizar informações de todas as UNIDADES que deverão ser contempladas com o acesso à internet pelo Programa GESAC, com todos os dados necessários às ações de implementação por parte do Ministério das Comunicações; 1.1.3 cuidar para que as UNIDADES onde serão instalados os acessos à internet tenham equipamentos de informática e que não disponham de conexão à internet em banda larga; 1.1.4 disponibilizar estruturas de suporte técnico junto às UNIDADES, para atendimento das necessidades de implementação do Programa GESAC; 1.1.5 coordenar a mobilização de recursos humanos para apoio ao Programa, de forma a capacitálos para a melhor utilização dos serviços e facilidades disponíveis; 1.1.6 coordenar, junto às UNIDADES, as ações voltadas para o esclarecimento dos beneficiados pelo Programa quanto aos direitos e deveres, em especial no tocante à correta utilização dos equipamentos e serviços e bem assim garantir a cooperação dos responsáveis por essas UNIDADES para instalação das unidades de comunicação e para o desenvolvimento das atividades de acompanhamento, controle e fiscalização; 1.1.7 zelar pela preservação e utilização racional dos equipamentos terminais, redes e dispositivos colocados à disposição das UNIDADES; e 1.1.8 promover o desenvolvimento e o aperfeiçoamento contínuos do emprego das telecomunicações e da informática com vistas ao atingimento dos pressupostos de qualidade, eficiência e inclusão digital e social da comunidade. 1.2 Quanto aos aspectos de logística e de equipamentos: 1.2.1 ajustar com cada UNIDADE a garantia de disponibilidade de uma das máquinas a ser utilizada como servidora do sistema de acesso à internet e de outros serviços de suporte à rede; 1.2.2 assegurar a disponibilidade, nas UNIDADES, do material de consumo necessário à utilização dos acessos e equipamentos terminais; 1.2.3 garantir a manutenção e o funcionamento dos softwares (sistemas operacionais, aplicativos, browsers etc.) e dos equipamentos de informática, que estarão conectados à internet, através das unidades de comunicação; e 170 1.2.4 obter, junto aos Poderes Públicos Estaduais e Municipais, a garantia de disponibilidade, nas UNIDADES, de infra-estrutura predial necessária à implantação dos acessos, dos equipamentos terminais, dos equipamentos relativos à unidade de comunicação e respectiva antena. 2. Compete ao Ministério das Comunicações, como contratante dos serviços do Programa GESAC: 2.1 fornecer especificações detalhadas dos serviços oferecidos, principalmente no que tange ao sistema de gerenciamento, visando a disseminação das facilidades disponíveis a serem utilizadas pelos gestores públicos envolvidos; 2.2. coordenar as ações de definição do cronograma de instalação de equipamentos nas UNIDADES; e 2.3 fornecer programa de capacitação às equipes de suporte das UNIDADES. 171 ANEXO D. Portaria Interministerial nº 330, Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar ___________________________________________________________________________ PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 330, DE 1º JULHO DE 2003. OS MINISTROS DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES E DE SEGURANÇA ALIMENTAR E COMBATE À FOME, no uso de suas atribuições, considerando o Contrato Administrativo de prestação de serviços nº 29/2002-MC e seu Primeiro Termo Aditivo de 15 de maio de 2003, decorrentes da Concorrência Pública nº 01/2002-MC, celebrados entre a União, por intermédio do Ministério dasComunicações e a GILAT do BRASIL LTDA., para execução do Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão – GESAC, resolvem: Art. 1º. Incluir, nos termos e condições constantes do Anexo a esta Portaria o Gabinete do Ministro de Estado Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome como co-participante da execução do Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão - GESAC. § 1º. As ações referentes à execução do Programa, para efeito desta Portaria, serão pertinentes a disponibilização de infra-estrutura de telecomunicações em municípios atendidos pelo Programa Fome Zero. § 2º. O Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome definirá, obedecidas às especificidades do Programa GESAC, os municípios nos quais as ações devam ser desenvolvidas, dando prioridade àquelas atendidas pelo Programa Nacional de Acesso à Alimentação - “Cartão Alimentação“. Art. 2º. Constituir Comissão Interministerial, com representantes dos ministérios citados para coordenar e acompanhar a execução do Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão - GESAC junto aos Comitês Gestores Locais dos municípios que aderirem ao referido Programa. Art. 3º. Designar os seguintes membros para comporem a Comissão Interministerial – do Ministério das Comunicações: Antônio Bezerra de Albuquerque Neto, que presidirá e Hugo César Almeida; do Gabinete do Ministro de Estado Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome: Adroaldo Quintela Santos e Silmara de Souza Ramos. Art. 4º. Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação. MIRO TEIXEIRA Ministro de Estado das Comunicações JOSÉ GRAZIANO DA SILVA Ministro de Estado Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome 172 Anexo à Portaria Interministerial no 330, de 1º JULHO DE 2003. 1. Como co-participante da execução do Programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão – GESAC, compete ao Gabinete do Ministro de Estado Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome: 2. Mobilizar e coordenar as ações necessárias para o atendimento dos municípios integrantes do Programa Fome Zero, junto às esferas estadual e municipal, obedecidas às especificidades do Programa GESAC; 3. Disponibilizar informações de todos os Comitês Gestores Locais, compreendendo, na primeira fase de execução dos serviços objeto de Contrato Administrativo, que deverão ser contemplados com o acesso à internet pelo Programa GESAC, com todos os dados necessários às ações de implementação por parte do Ministério das Comunicações; 4. Coordenar a mobilização de recursos humanos para apoio ao programa, de forma a capacitálos para a melhor utilização dos serviços e facilidades disponíveis; 5. Articular junto às Prefeituras Municipais e Comitês Gestores Locais a disponibilização de espaços públicos, de fácil acesso, para operação de uso coletivo das unidades do GESAC, que serão coordenadas pelos Comitês Gestores Locais; 6. Selecionar os locais onde serão instalados os acessos à internet, preferencialmente que tenham computadores funcionando em rede local, e que não disponham de conexão à internet em banda larga; 7. coordenar, junto às esferas beneficiadas pelo programa GESAC, as ações voltadas para o esclarecimento dos beneficiados pelo Programa quanto aos direitos e deveres, em especial no tocante à correta utilização dos equipamentos e serviços e bem assim garantir a cooperação dos responsáveis por essas unidades para instalação das unidades de comunicação e para o desenvolvimento das atividades de acompanhamento, controle e fiscalização; 8. Procurar zelar pela preservação e utilização racional dos equipamentos terminais, redes e dispositivos colocados à disposição; e 9. Promover o desenvolvimento e o aperfeiçoamento contínuos do emprego das telecomunicações e da informática, como fator de enriquecimento pedagógico e atingimento dos pressupostos de qualidade, eficiência e eqüidade no ensino, bem como de inclusão digital e social da comunidade. Compete ao Ministério das Comunicações, como contratante dos serviços do Programa GESAC: 1. Fornecer especificações detalhadas dos serviços oferecidos, principalmente no que tange ao sistema de gerenciamento, visando à disseminação das facilidades disponíveis a serem utilizadas pelos gestores públicos envolvidos; 2. Coordenar as ações de definição do cronograma de instalação de equipamentos nas unidades locais; 3. Fornecer programa de capacitação às equipes de suporte às Coordenações Estaduais e aos Comitês Gestores Locais.
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