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CAPITAL INTELECTUAL DO APOSENTADO O que é o capital intelectual? Ele é o conjunto consciente de todos os conhecimentos e vivências de um ser humano. Todos os conhecimentos adquiridos na aprendizagem formal ou informal desde que representados por um enfoque original e o uso desses conhecimentos, seu aperfeiçoamento, análise e crítica no cotidiano de atividades profissionais e particulares constituem o capital intelectual. O capital intelectual é único para cada indivíduo e, embora os conhecimentos possam ser partilhados com outrem, ele sempre pertencerá ao seu proprietário. Como qualquer capital, ele é fonte do fazer e do poder; ele pode ser usado pelo seu proprietário ou alugado colocando-o ao serviço de uma organização visando lucro ou prazer ou ambos. Mesmo os que alugam apenas as suas forças físicas levam junto seus conhecimentos e experiências que, certamente, qualificarão o desempenho. O capital intelectual é amoral no sentido de que serve ao seu proprietário tanto em causas humanitárias como no crime organizado. Ele é um bem que não exige consciência crítica para seu uso; ele se presta unicamente a servir quem o possui e no sentido que seu dono quiser. Um especialista em cofres tanto pode ser o especialista da manutenção como o arrombador. Política e economicamente o capital intelectual é classicamente liberal. Não há possibilidade de sujeitá-lo ao coletivo; mesmo que obrigado a se integrar numa comunidade, permanecerá heroicamente independente. Livre pensar é só pensar, como observou Millôr Fernandes e essa verdade tem derrubado regimes totalitários. A independência do capital intelectual prende-se à sua invisibilidade aparente; ele só se manifesta onde e quando seu legítimo proprietário ordenar. Embora os cursos de aprendizagem muitas vezes submetam os aprendizes a provas de conhecimento, as respostas, quando sabidas, só aparecerão pela vontade do examinado. Portanto o cérebro mais qualificado pode, por vontade de seu dono, apresentar-se como um insano, um ignorante ou um néscio. A capacidade de acumular capital intelectual depende de fatores genéticos, ambientais e circunstanciais. A genialidade é um fato de distribuição randômica que desconhece a condição de vida do premiado, entretanto a sua manifestação e desenvolvimento tem muito a ver com as condições do meio em que se encontra. Portanto cada ser humano tem capacidade de desenvolver seu capital intelectual, mas esse sempre será limitado ou expandido pelas circunstancias genéticas e ambientais. Embora possa ser considerado a alavanca poderosa que move o mundo dos homens, o capital intelectual é extremamente volátil. Bastam cinco a sete minutos de falta de oxigênio e ele pode desaparecer para sempre. Pode ocorrer na ponta de um laço ou junto de um paredão quando seu dono insistir em externar pensamentos contrários ao poder; mas pode também desaparecer naturalmente nos processos de apoptose celular ("morte celular programada" é um tipo de "autodestruição celular" que ocorre de forma ordenada e demanda energia para a sua execução) com o resto do corpo que o contêm. Ele não sobrevive ao seu dono, mas pode, sob condições patológicas desaparecer antes da morte deste. O capital intelectual também pode ser considerado a garantia da imortalidade. Sem discutir as formas de imortalidade ofertadas por religiões e seitas, o capital intelectual é a única fonte que pode, em maior ou menor grau, garantir a certeza dela. Se definirmos a imortalidade como presença entre os vivos após a morte, serão imortais os que serão lembrados e tanto mais imortais quanto mais lembrados. Nesse caso a morte é o esquecimento e quanto mais marcas o intelecto deixa e quanto mais essas marcas forem lembradas, a imortalidade pode se prolongar pela eternidade. A imortalidade pela ação do intelecto não é uma recompensa, mas uma consequência de seu uso. A maioria dos seres desaparece no esquecimento das gerações seguintes renascendo, cada vez menos, com a visualização de antigas fotos e documentos. Já cientistas, artistas e autoridades têm uma maior permanência pois que sua produção, por atingir a sociedade, tende nela permanecer até o esgotamento do interesse. Shakesperare, Gothe, Mozart, Madre Tereza de Calcutá, Hitler, Stalin, Genjis Khan e outros têm imortalidade permanente o que mostra que não existe nenhuma moralidade nessa imortalidade. O que vale é a ação deixada pelo capital intelectual para o bem ou para o mal se é que essa classificação existe. As Instituições de Ensino Superior têm, por definição a maior concentração de capital intelectual. Isso é esperado pela própria função de ensinar e pesquisar. O que muitas vezes passa despercebido é que esse espetacular capital não é tratado com a devida atenção, nem o encaminham para objetivos de maior rentabilidade. A vida de um professor de nível superior é um contínuo ensinar e pesquisar com a dupla finalidade de preparar novas gerações para o conhecimento e descobrir novas verdades. O fazer do professor é um contínuo aumentar do seu capital intelectual, ou deveria ser. As instituições apoiam e financiam o aperfeiçoamento dos conhecimentos aumentando o capital intelectual do professor e aumentando essa disponibilidade para a instituição. Não existem dados porque ainda não existem meios de aferir e quantificar esse capital, pois, como já foi dito, ele pertence unicamente ao seu dono e só com seu consentimento será exposto. O currículo de um professor é uma pálida tentativa de quantificação intelectual que se preocupa muito mais com o quantitativo que com o qualitativo. A individualidade do capital intelectual pode ser a origem do individualismo de seus detentores porque no fazer coletivo existe a contiguidade, mas não a continuidade entre a intelectualidade de seus componentes. É nesse ponto nevrálgico quando movimentos como a “luta sindical” ou o “movimento docente” não encontram massa crítica no conjunto considerado. Sem a compreensão profunda desse fato, claro que não único, mas bastante determinante, dificilmente vicejam os objetivos coletivos. Observa-se, com frequência, que quanto maior o capital intelectual mais difícil se torna a submissão ao coletivo que é essencial para a ação classista. O pertencimento e a existência do capital intelectual é continuo na vida humana e nada tem a ver com classificações administrativas. A aposentadoria, costumeiramente, acometer a pessoa na posse integral de seus conhecimentos e é uma mudança administrativa com repercussão muito profunda no viver e no fazer do indivíduo. Legalmente o Portal do Brasil em 30 de julho de 2014 define a aposentadoria dessa forma: “A aposentadoria é a ação de se afastar do trabalho após completar certo tempo de serviço (estipulado pela lei); ter atingido certa idade, ou por motivo de saúde, é posto em inatividade e passa a receber uma pensão. ” Em outro documento temos a seguinte conceituação: “Entendemos por aposentadoria o ato na qual uma pessoa deixa de trabalhar ativamente para passar a última etapa de sua vida de maneira descansada e livre. A aposentadoria é entendida hoje em dia como um direito de todo trabalhador, uma vez que implica a prevenção social de investir dinheiro para o futuro, ação em que o Estado é responsável. ” E, por último, a definição do dicionário resume a questão da aposentadoria de forma pragmática: “Estado de inatividade de funcionário público ou de empresa privada após certo tempo de serviço. ” Como depoimento posso dizer que no dia 17 de agosto de 1993, em plena terça feira, acordei às seis da manhã, como sempre, acendi a luz, sentei e... não tinha nenhuma obrigação para cumprir. Uma sensação de vazio e de impotência misturada com um pouco de angústia me fizeram apagar a luz e deitar novamente. Assim começou a minha aposentadoria. Todos os conceitos de aposentadoria apontam para a “inatividade” como se, a partir de um certo momento, o que era obrigatório, o trabalho, passasse a não existir mais. Objetivamente isso só é verdade em alguns casos de doenças graves porque, de resto, nenhuma portaria é capaz de interromper a atividade intelectual embora possa lhe dar um novo sentido. A atividade do aposentado como a própria aposentadoria são fatos extremamente intensos que devem e podem ser discutidos. O problema mais crucial da aposentadoria é a angustia de enfrentar uma nova situação diferente daquele habitual de tantos e tantos anos. Esse momento, para muitos traz a depressão e para outros a sensação de liberdade. Esse é um momento difícil que cada um terá que enfrentar sozinho, mas que poderia ser minorado com uma assistência do sindicato. Esse poderia ser o momento da “virada”. Qualquer que seja a atividade após aposentadoria, desde que não o sentimento de inutilidade, estará assentada sobre uma vasta experiência de vida, o capital intelectual. Embora se possa mudar radicalmente os interesses, o fato que permanece inalterado é a vivência. Mesmo que se enfrente um conhecimento inteiramente novo dois motores intelectuais agirão: o desafio de fazer e o saber enfrentar problemas. Muitos, por vontade ou necessidade, optam por servir a família, assumindo um papel auxiliar para ajudar filhos, netos sobrinhos e outros mais que a “rolança” da vida lhes pôs no caminho. O fenômeno “jaque” (já que... você não está fazendo nada) encaminha o aposentado para as filas dos bancos e repartições públicas, para a organização familiar como compras, transporte das crianças e outras tantas atividades que os da “ativa” não querem ou não podem realizar. Embora essa atividade dificilmente exija a manutenção de conhecimentos específicos traz a certeza de se sentir útil a si mesmo e à família. Mesmo nessas situações é a experiência de uma vida que se manifesta fortemente e, pouco a pouco acumula mais capital intelectual. Muitos aposentados premidos pela necessidade ou impulsionados pela capacidade ainda íntegra do fazer continuam seus trabalhos habituais engordando os proventos e acumulando mais capital intelectual. Se a idade limite ainda não foi alcançada há a possibilidade, nas universidades, de ocupar a própria vaga por concurso ou pleitear outra em outra instituição. Muitos, principalmente profissionais liberais, continuam nas atividades privadas o que faziam na academia, agora com mais tempo e dedicação. O trabalho voluntário no meio social tem sido o caminho de muitos aposentados. A necessidade de servir a coletividade leva muitos a procurar atividades em hospitais e outros serviços sociais, inclusive o sindicato, onde o trabalho voluntário torna-se relevante em função de pouco pessoal disponível. Esse tipo de trabalho pode produzir grande satisfação pessoal já que visualiza rapidamente o efeito desejado. Há notícias de aposentados trabalhando voluntariamente em “ongs”, em creches, principalmente de caráter confessional. Seria interessante estabelecer um grupo de “visitadores” para acompanhar e confortar colegas doentes ou com dificuldades de locomoção levando a eles um papo diferente e notícias. Entre nós desponta o exemplo maravilhoso de trabalho voluntário do Professor Hélio Furtado do Amaral que com a ajuda do professor Fernando Luiz Kratz tomaram a si a responsabilidade do acompanhamento dos inúmeros processos judiciais em que o sindicato ou professores reivindicam direitos. Esse trabalho já tem anos de execução com muitas conquistas e o professor Hélio pode ser encontrado, diariamente aqui no sindicato pronto para atender quem dele possa precisar usando sua poderosa memória e conhecimentos jurídicos. A militância político-partidária também pode ser um dos caminhos escolhidos. Pensando nas diversas possibilidades da aposentadoria, para alguns, pode até parecer que se trata de um renascimento para uma nova vida, desde que haja saúde para tudo isso. O aposentado, portanto, é um ator no palco da vida atuando no último ato. Dados de 2011 mostram que entre as pessoas com mais de 60 anos 26% completaram o segundo grau e que somente 12% têm diploma universitário. Esse fato remete à necessidade de pensar nas necessidades do aposentado que devem ser bastante diversificadas entre os níveis de instrução. Nossa proposta de focar o CAPITAL INTELECTUAL DO APOSENTADO entende que esse “capital” existe em qualquer nível de instrução, representado, principalmente, pela vivência e experiência de toda uma vida. Entretanto, e por ser mais próximo de nós, questionaremos mais esses 12% com instrução superior e, dentre eles, os docentes das IFES. A maioria de nós, professores universitários aposentados, somos detentores de conhecimentos acumulados, teóricos e práticos, em estado de atualização recente no momento da aposentadoria. Esses conhecimentos adquiridos em cursos de pós-graduação, congressos, encontros, corredores, bibliotecas e experiências pessoais, além de papos com nossos colegas, é um patrimônio público/privado pois, além dos nossos esforços pessoais foi financiado pela comunidade. Somos, portanto, fiéis depositários de bens intelectuais que usávamos para ensinar e pesquisar e que, por um ato legal, independentemente do seu valor intrínseco vai para o “ralo” como substância descartável e já inútil. É esse desperdício um fato aceitável ou será necessário discuti-lo melhor? Esse é um questionamento que se impõe num país onde faltam pessoas altamente capacitadas. Se a aposentadoria de um cortador de cana aos 65, 70 anos é perfeitamente justificável, pode se dizer o mesmo de um cientista em plena capacidade criativa nessa mesma idade? Os sindicatos de docentes recebem anualmente a relação de professores que se aposentam e o que fazer com eles, sócios destes sindicatos, tem se tornado uma questão de difícil resposta. A maioria das agremiações coloca-se numa atitude passiva diante dos aposentados: estará à disposição se por eles for procurado. Entretanto sabemos pela experiência que a maioria dos docentes nunca ou muito raramente procura o seu sindicato. Por que então o procuraria depois da aposentadoria? Essa questão abre caminho para tentar esclarecer o afastamento do docente do seu sindicato, um problema geral, embora o aspecto do individualismo já tenhamos mencionado. Focando especificamente os aposentados da nossa ADUFG, depois de muitas tentativas conseguiu fixar e tornar permanentes a atividade do Grupo Travessia e do Coral Vozes da ADUFG embora sem a exclusão dos professores da ativa. Vocês viram e participaram da V EXPOSIÇÃO DE ARTE E ARTESANATO DOS PROFESSORES APOSENTADOS DA UFG e no III SARAU DOS PROFESSORES APOSENTADOS DA UFG; atividades estas voltadas para congregar os aposentados. A assistência à saúde, em nosso sindicato, oferece a disponibilidade de atividades como: nutricionista, fisioterapeuta (pilates e RPG) e fonoaudiologia, onde o número de aposentados é significativo embora as atividades sejam voltadas para todos os sócios. Entretanto o número de aposentados envolvidos nessas atividades ainda é ínfimo em relação ao universo de 830 a ser alcançado. Ideias há, executá-las é que representa o grande desafio. Como interessar os aposentados para atividades coletivas ou individuais tem sido o questionamento de várias gestões do nosso sindicato. Sucesso mesmo só obtivemos com a participação na mostra de filmes onde o sindicato subsidia o ingresso. Todo esse questionamento fica ainda mais dramático quando se percebe a qualidade e quantidade das capacidades intelectuais que poderiam e deveriam ser utilizadas. A Universidade, até por seu nome, representa todas as áreas de conhecimento e cada qual, vindo da sua área poderia contribuir de duas formas: repassando seus conhecimentos a outros e mantendo, para si, os conhecimentos atualizados e livres da ação deletéria do tempo. Esse é o capital intelectual que se apresenta e que objetiva essa reunião. É importante entender que a aposentadoria representa a última fase de nossas vidas e que o seu curso (para não dizer decurso) deve ser trilhado com pompa e circunstância. Sermos úteis e tratados com dignidade devem ser objetivos a perseguir até o fim. Nosso contingente encaminha-se para a velhice com suas mazelas e dificuldades que só a propaganda enganos do marketing pode chamar de “melhor idade”, entretanto cabe a cada um de nós o caminhar no sentido da busca incessante da última verdade. O contingente de aposentados sempre se renova com a vinda de novos aposentados.... A formação dos grupos de discussão fora levantada muitas vezes. Teoricamente poder-se-ia listar assuntos e convidar professores para debate-los ou, pelo menos, conversar sobre eles. Cada um se inscrevendo no assunto preferido poder-se-iam reunir, num dado dia, e discutirem saúde, economia, esporte ou outros assuntos sob a coordenação de um deles e passar tardes trocando ideias ou debatendo pontos de vista (cafezinho e bolachinhas por conta do sindicato). Esse tipo de atividade e a existência de vários grupos poderia produzir um pensamento crítico e, em condições favoráveis até poderia nortear atitudes e fazeres do próprio sindicato. Grupos de discussão poderiam resultar em publicações numa continuação da academia. E seria possível uma retroalimentação dos projetos em curso na universidade. Reunir aposentados seria reunir lembranças, seria reunir a história institucional e pessoal dos fazeres de anos. Nosso país, que trata tão mal a própria história, poderia ter nesses grupos a revisão de anos de atividade de ensino, livre dos grilhões da obrigação e fazendo apenas pelo prazer. Os erros e acertos do passado à luz de uma realidade atual; a revisão político/administrativa de dezenas de anos e sob o ponto de vista crítico dos sujeitos e objetos dessas ações. Diferentemente dessa visão utilitarista já houve uma experiência, quando nossos recursos físicos eram bem menores, de marcar um dia da semana quando, quem quisesse, poderia vir ao sindicato para encontrar pessoas. A ideia básica fora criar condições para oportunizar contatos pessoais. Esses contatos, ao sabor da simpatia, do interesse e da identificação caminhariam para a formação de grupos que, como o grupo Travessia, estabeleceriam objetivos com estrutura organizacional próprias. Infelizmente, naquela época essa ideia não prosperou e marcou apenas a presença de poucos professores, ente eles eu. Há um campo imenso de conhecimentos que poderiam ser trocados ou repassados. Pequenos cursos sobre os mais diversos assuntos poderiam preencher o tempo disponível e ajudar na melhoria da qualidade de vida. Experiências nesse sentido já foram realizadas, sempre com um resultado bastante aquém do esperado. A ideia de um aposentado poder encontrar outro ou outros para um determinado fim, como sair para um barzinho, ir a um teatro ou cinema, bater papo ou mesmo planejar um fim de semana em Caldas Novas, seria, certamente, um esforço de reunir pessoas com possibilidade de desenvolver laços afetivos, culturais e sociais. Hoje, elementos novos da legislação podem alterar essa visão da aposentadoria; a perda no valor dos proventos diante da nova regulamentação e as incertezas de uma complementação via previdência privada poderá mudar, radicalmente, a situação atual e, provavelmente, muitos permanecerão em seus postos até o limite permitido e muitos mais seguirão trabalhando fora das IFES. Ainda assim esse contingente sempre representará um capital intelectual poderoso e amplo a ser pensado e estudado. Resumindo pode se dizer que existe um grande contingente de pessoas altamente capazes em suas áreas de conhecimento, portadores de uma vivência e experiências de muitos anos que, no seu conjunto representam um enorme capital intelectual que, se canalizado para atividades escolhidas, poderia ser de enorme utilidade para o sindicato, para a universidade, para a sociedade e, principalmente, para os detentores desse capital, os próprios aposentados. O desafio continua sendo o mesmo: como trazer o professor para o sindicato; como fazer o professor entender as vantagens e os interesses que representam um sindicato; como contornar a inibição natural da maioria de procurar um grupo e nesse grupo encontrar o apoio necessário para as lides vivenciais. Se o sindicato é a reunião de pessoas de mesmos fazeres profissionais, mas ideologicamente representando toda a gama de pensamentos que trespassam a sociedade, então o sindicato deveria ser o cadinho efervescente de todas as iniciativas de seus sócios. Se o sindicato se ocupar, objetivamente, dos problemas do trabalho dos sindicalizados e puder ensinar que ele, sindicato, pode ser um dos caminhos da solução; se os professores, pelo menos a maioria, puderem se identificar com o sindicato, então estará aberto o caminho do encontro e, quem sabe, teremos um novo sindicalismo. E se o professor fizer do seu sindicato um local de confiança, franqueza e compreensão, na hora da aposentadoria, se seu caminho for viver essa condição, trará todo seu capital intelectual para o benefício de todos. O número de “ses” do parágrafo anterior é de desanimar a maioria das diretorias, mas se essas palavras despertaram algum interesse e curiosidade, posso recomendar como passo inicial, conhecer melhor, seu perfil e seus objetivos para fazer um sindicato não como nós, os “engajados” pensamos, mas como o professor, objeto e sujeito do sindicato, o imagina ou deseja. Charles Dickens observou que “HÁ GRANDES HOMENS QUE FAZEM COM QUE TODOS SE SINTAM PEQUENOS. MAS O VERDADEIRO GRANDE HOMEM É AQUELE QUE FAZ COM QUE TODOS SE SINTAM GRANDES”. Um novo sindicalismo poderia dizer que “UM SINDICATO FORTE ACOLHE SEUS SÓCIOS, MAS UM SINDICATO VERDADEIRAMENTE FORTE FAZ SEUS SÓCIOS SE SENTIREM FORTES. ” Peter Fischer