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FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO NA DI MARZARI PANETTERIA Jonathan Saidelles Corrêa Lidiane Marafiga Vieira Simone Kossmans Cavalheiro Luiz Carlos Pistoia de Oliveira 1 2 2 2 RESUMO A qualidade de vida no trabalho (QVT), no âmbito da gestão de pessoas, tornou-se uma importante abordagem na esfera organizacional, principalmente para os gestores motivarem seus colaboradores na busca dos objetivos tanto da instituição quanto pessoais. Assim, a relevância do estudo está relacionada ao fato de os colaboradores serem diretamente responsáveis pela elaboração dos produtos. Logo, o bom ambiente organizacional tende a aumentar o comprometimento do público interno com a qualidade, que acaba sendo percebida pelo público externo. A união desses aspectos contribui para a constituição de uma sólida imagem frente aos clientes. Desse modo, este estudo buscou analisar os fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho na percepção dos colaboradores da Di Marzari Panetteria, segundo o modelo de Walton. Para tanto, fez-se uso da pesquisa bibliográfica e descritiva, de natureza qualitativa, utilizando como estratégia o estudo de caso. Já os participantes da pesquisa foram escolhidos de maneira aleatória e probabilística, tendo em vista que não ocorreu julgamento prévio do autor na escolha dos indivíduos. Para a coleta de dados, foram realizadas vinte entrevistas semiestruturadas direcionadas para dois setores da empresa: o de produção e o de atendimento. Por fim, foi possível evidenciar fatores que influenciam a qualidade de vida no trabalho tanto de forma positiva, como também de maneira negativa no contexto em que a pesquisa foi desenvolvida. Palavras-Chave: Gestão de pessoas. Qualidade de vida no trabalho. Modelos de QVT. 1 Faculdade Metodista de Santa Maria (e-mail para contato: [email protected]) 2 Faculdade Metodista de Santo Maria Recebido em 04/04/2015. Revisado em 04/11/2015. Aceito em 12/12/2015. Publicado em 07/01/2016. RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 222 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira ABSTRACT The quality of working life (QWL) in the context of people management has become an important approach in the organizational sphere, especially for managers motivate their employees in the pursuit of both the institution and personal goals. Thus, the relevance of the study is related to the fact that employees are directly responsible for the preparation of the products. So the good organizational environment tends to increase the commitment of the workforce to quality, which ends up being perceived by the general public. The union of these aspects contributes to the formation of a solid image across to customers. Thus, this study investigates the factors that influence the quality of working life in the perception of employees Di Marzari Panetteria, according to the Walton model. To this end, there was use of bibliographic and descriptive research of qualitative nature, using as a strategy the case study. Since the participants were chosen at random and probabilistic way, given that there was no previous judgment of the author in the choice of individuals. To collect data, there were twenty semi-structured interviews directed to two sectors of business: the production and service. Finally, it was possible to highlight factors that influence the quality of working life both positively as well as negatively in the context in which the research was conducted. Keywords: People Management. Quality of work life. QWL models. 1 INTRODUÇÃO Devido ao dinamismo do atual mercado, a área de gestão de pessoas vem sofrendo alterações no âmbito das organizações. Nesse contexto, destaca-se principalmente a mudança de percepção sobre o papel dos indivíduos no ambiente laboral. Vasconcelos et al. (2012) afirma que a conjuntura mercadológica exigiu uma nova abordagem à figura do colaborador, que deixou de ser visto como um simples recurso e se converteu em um parceiro de sua organização. Entre as abordagens que influenciam diretamente as pessoas inseridas em empresas, figura a qualidade de vida no trabalho, que tem o intuito de elevar o nível bem-estar dos indivíduos. Walton (1973) defende que a qualidade de vida no trabalho busca recuperar valores humanos sociais esquecidos em virtude da revolução industrial, que inseriu o lucro como objetivo maior das organizações. A partir dessa definição, empresas passaram a valorizar e despender maior atenção ao público interno, que é responsável pela inovação, criação de produtos, assim como pela execução dos serviços. RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 223 Fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso na Di Marzari Panetteria Essa nova tese, tornou-se – na esfera organizacional – uma ferramenta de iminente relevância, devido à preocupação dos gestores em melhor satisfazer as necessidades dos colaboradores, objetivando proporcionar um agradável ambiente de trabalho, em que a segurança, condições de trabalho, possibilidade de desenvolver relações sociais e crescimento profissional são, entre outros, fatores importantes que o influenciam. (AMORIM, 2010). Timossi (2009) destaca que essa abordagem vem se destacando como um diferencial competitivo. Por meio dela, é viável motivar o colaborador na busca de objetivos, tanto pessoais quanto da instituição. Desse modo, este estudo buscou responder ao seguinte problema de pesquisa: quais são os fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho na Di Marzari Panetteria? Por sua vez, esse problema de pesquisa conduziu ao objetivo geral de analisar a QVT na percepção de seus colaboradores. Já este conduziu aos objetivos específicos de realizar uma breve revisão literária dos principais modelos de QVT desenvolvidos por pesquisadores do tema, identificar os fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho na organização segundo o modelo de Walton, bem como sugerir – caso necessário – propostas que venham a contribuir com a melhoria do ambiente da organização. Ao propor uma pesquisa que evoca o tema em questão, convém salientar as vantagens advindas da existência da qualidade de vida no trabalho nos mais variados cenários, pois o agradável ambiente organizacional tende a elevar a satisfação do grupo de trabalho e a aumentar sua produtividade. (PINTO et al., 2011). No setor de panificadoras, essa lógica não é diferente, já que as consequências da QVT podem ser tanto o aprimoramento da qualidade dos produtos quanto o atendimento direto ao cliente. Por outro lado, por se tratar de um assunto que vem sendo reconhecido como importante no âmbito das organizações (CIMETI et. al., 2003), este estudo apresenta relevante contribuição para o meio científico, pois poderá vir a colaborar com o preenchimento de possíveis lacunas que porventura ainda existam sobre o tema, em particular, no setor em que foi desenvolvido. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para embasar a referida pesquisa, foi realizada uma revisão de literatura acerca dos seguintes temas: Desenvolvimento do conceito de Gestão de Pessoas; Evolução do conceito de Qualidade de Vida no Trabalho; Modelos de qualidade de vida no trabalho. RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 224 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira 2.1 Desenvolvimento do conceito de Gestão de Pessoas Em virtude das atividades mecânicas executadas nos primórdios das organizações, os indivíduos eram considerados como simples mão de obra. Entretanto, com a evolução da sociedade, essa percepção sofreu mudanças significativas, de modo que o conceito de recursos humanos se tornou insuficiente para abordar os assuntos relacionados às pessoas no ambiente de trabalho. Surge, então, o conceito de gestão de pessoas. De acordo com Fleury (2004), a partir da década de 1930 começaram a ser desenvolvidos, nas empresas, programas mais estruturados de treinamento, visando a melhorar o clima no ambiente de trabalho. Atualmente, a gestão de pessoas é utilizada nas organizações como aliada na elevação do desempenho dos colaboradores, por meio de melhores condições de trabalho. Nesse contexto, Gil (2008, p. 17) afirma que gestão de pessoas “é a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais”. Logo, é preciso buscar um equilíbrio, sendo que os empregadores permitam que seus colaboradores alcancem suas metas sem que isso interfira de forma negativa no transcorrer de suas atividades profissionais. Em consonância, Knapik (2006, p. 14) defende que: as organizações são criadas pelos homens e perpetuam-se por meio deles, são compostas de pessoas que, assim como as empresas, têm objetivos geralmente delineados e específicos. Empresa e homem precisam estar em harmonia e de comum acordo, para que esse casamento renda frutos e crescimento tanto para a empresa, aumentando seus lucros e oportunidades de negócio, quanto para o homem, trazendo satisfação de necessidades, como desenvolvimento profissional, aumentando poder aquisitivo, oportunidades de enfrentar desafios e de obter desenvolvimento profissional. Assumindo que os indivíduos passam grande parte de suas vidas no ambiente de trabalho, a gestão de pessoas surgiu com a finalidade de conciliar essas duas variáveis: pessoa e organização. Nessa ótica, as condições encontradas no local de trabalho e a cultura organizacional não só ajudam a estreitar o relacionamento entre essas variáveis como a aumentar a motivação dos colaboradores. Chiavenato (2004, p. 9) defende que “a gestão de pessoas é a função na organização que está relacionada com a provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos empregados”. Estratégias voltadas à elevação da satisfação no ambiente de trabalho figuram como um diferencial, pois, na medida em que o colaborador percebe uma melhoria na sua qualidade de vida, o seu comprometimento com os objetivos da instituição tende a aumentar. Dessa forma, segundo Silva e Ferreira (2013, p. 331): RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 225 Fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso na Di Marzari Panetteria as organizações vêm investindo cada vez mais na melhoria das condições de trabalho e da qualidade de vida e bem-estar de seus membros, de modo a minimizar os efeitos deletérios que o contexto organizacional e do trabalho podem provocar nesses indivíduos. Por sua vez, Schermerhorn et al. (1999, p. 34) comentam que “o termo qualidade de vida no trabalho é notável no comportamento organizacional, como indicador da qualidade geral da experiência humana no local de trabalho”. Portanto, por intermédio da preocupação com fatores decorrentes da qualidade de vida no trabalho, o gestor além de permitir uma maior fidelização do seu quadro de pessoal, contribui para a diminuição dos custos através da constituição de uma equipe experiente. 2.2 Evolução do conceito de Qualidade de Vida no Trabalho Em virtude dessa mudança de paradigma sobre a importância dos indivíduos nas instituições, a qualidade de vida no trabalho se tornou uma ferramenta fundamental para que estas pudessem atender às necessidades de seus colaboradores. Nesse sentido, segundo Massolla e Calderari (2011), inúmeros autores apontam que o movimento de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) começou em 1950, época que também surgiu a abordagem sociotécnica. Em contraponto, Pacheco (2014, p. 746) defende que: a complexidade do mundo do trabalho, com suas constantes e aceleradas mudanças, faz com que estudos e investigações na temática Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) venham crescendo significativamente nos últimos anos, especialmente a partir de meados da década de 1970, com o advento da chamada reestruturação produtiva. Conforme Rodrigues (2009), a busca pela qualidade de vida no trabalho tem sido constante na vida dos homens, sempre com o intuito de facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador. Contudo, essa abordagem foi realmente impulsionada pelas iniciativas de cientistas, líderes sindicais e empresários na busca de melhores formas de realizar o trabalho, utilizando como base as questões relativas à saúde, à segurança e à satisfação dos trabalhadores. Nesse contexto histórico, Massolla e Calderari (2011, p. 1) afirmam que: somente na década de 60, tomaram impulsos, iniciativas de cientistas sociais, líderes sindicais, empresários e governantes, na busca de melhores formas de organizar o trabalho a fim de minimizar só efeitos negativos do emprego na saúde e bem estar geral dos trabalhadores. RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 226 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira Conforme os autores, esse contexto permaneceu até o final do ano de 1970, quando a instabilidade propiciada pela alta inflação fez com que as preocupações sobre o bem-estar do funcionário sofressem uma queda. Muito embora, esse interesse pela qualidade de vida no trabalho volte à pauta na década de 1980, devido à alta competição internacional, obrigando as organizações a repensarem suas condutas e a buscarem soluções participativas. Atualmente, a QVT está sendo desenvolvida em inúmeros países, visando atender as necessidades psicológicas dos trabalhadores, de forma a aumentar sua motivação e sua própria eficiência nas tarefas diárias na organização. Conforme ilustrado no Quadro 1, de 1959 até 1982, a qualidade de vida no trabalho esteve inserida em seis percepções diferentes com distintos conceitos. Quadro 1: Evolução do conceito de QVT Concepções evolutivas da QVT 1. QVT como uma variável (1959-1972) 2. QVT como uma abordagem (1969-1974) 3. QVT como um método (1972-1975) 4. QVT como um movimento (1975-1980) 5. QVT como tudo (1979-1982) 6. QVT como nada (futuro) Características ou visão Reação do indivíduo ao trabalho. Era investigado um meio para melhorar a qualidade de vida do mesmo em suas tarefas. O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; mas, ao mesmo tempo tendia a trazer melhorias tanto ao empregado como à direção. Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar o ambiente de trabalho, tornar o trabalho mais produtivo e mais satisfatório. QVT era vista como sinônimo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas com integração social e técnica. Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização. Os termos “administração participativa” e “democracia industrial” eram frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT. Como panacéia contra a competição estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e outros problemas organizacionais. No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, não passará apenas de um “modismo” passageiro. Fonte: elaborado com base em Rodrigues (2009) Esse tema, como anteriormente citado, vem recebendo inúmeras definições, porém todas nitidamente relacionadas com a preocupação dos gestores em aumentar a satisfação dos colaboradores com as organizações, na tentativa de maximizar a mobilização de pessoal em proveito dos objetivos desta. Isso tende a propiciar a construção de um valioso diferencial RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 227 Fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso na Di Marzari Panetteria competitivo em um cenário expressivamente incerto e mutável. “A qualidade de vida no trabalho é um conjunto de ações que visam implantar melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho”. (FRANÇA, 2002, p. 406). Ratificando esse assunto, Lanctôt et al. (2012) comentam que a função social das empresas está relacionada ao fornecimento de um ambiente de trabalho adaptado às necessidades pessoais de seus colaboradores. Logo, por meio de um agradável ambiente, é possível minimizar os problemas organizacionais e aumentar a motivação do colaborador. Em conformidade, Schmidt e Dantas (2012) afirmam que conceito de QVT está relacionado com componentes de satisfação no trabalho, tais como renda, autonomia, status profissional e maior participação do trabalhador dentro da organização. Por conseguinte, pode-se dizer que a qualidade de vida no trabalho é uma via de mão dupla, na qual o colaborador recebe da organização condizentes condições de trabalho e, em contrapartida, compromete-se em manter ou aumentar seu desempenho profissional. Ainda nessa linha de pensamento, Fernandes (1996, p. 43) afirma que a meta da QVT “volta-se para a conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao passo que melhora a satisfação do trabalhador, maximiza a produtividade da empresa”. Logo, existem critérios que influenciam no desempenho de um colaborador em suas tarefas. Conforme França (2002), os referidos elementos são, entre outros, a oportunidade de crescimento e segurança no emprego, de desenvolver relações sociais, o cumprimento das leis e a não interferência do trabalho na vida privada. Portanto, para a implementação de um projeto de qualidade de vida, precisa-se considerar o máximo de fatores que interferem negativa e positivamente no ambiente de trabalho, de modo a melhor identificar os pontos que necessitam maior atenção. Entretanto, Dahl et al. (2009) salientam que mensurar a qualidade no trabalho não é uma tarefa simples de ser realizada, tendo em vista os inúmeros elementos influenciadores que cada local de trabalho possui. Para facilitar a coleta de dados, pesquisadores desenvolveram modelos que auxiliam na avaliação do grau de QVT nas instituições, sendo que esse índice é determinado a partir dos elementos que influenciam na rotina de trabalho. 2.3 Modelos de qualidade de vida no trabalho Por meio do desempenho do colaborador nas tarefas e do clima organizacional, é possível determinar os fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho e, através de modelos, aferir o índice de QVT das organizações. Nesse sentido, Chiavenato (2004, p. 449) atesta que “se a qualidade do trabalho for pobre, conduzirá à alienação do empregado, à insatisfação, à má vontade, ao declínio da produtividade e a RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 228 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira comportamentos contraproducentes”. Dessa forma, serão apresentados alguns modelos de relevância desenvolvidos por autores reconhecidos na literatura. 2.3.1 Modelo de QVT de Nadler e Lawler A qualidade de vida no trabalho foi, nas décadas de 1960 e 1970, objeto de estudo de diversas pesquisas e, aos poucos, foi se tornando um assunto de interesse dos gestores. Nesse sentido, Chiavenato (2004) explica que para Nadler e Lawler ela está fundamentada em fatores como a participação dos funcionários nas decisões. Nessa mesma ótica, Vieira (1996) destaca algumas atividades essenciais para o desenvolvimento da qualidade de vida no trabalho, que são: a) Participação dos funcionários/empregados nas decisões; b) Reestruturação do trabalho através do enriquecimento das tarefas e autonomia dos grupos de trabalho; c) Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima organizacional d) Melhorias no ambiente de trabalho referentes às condições físicas e psicológicas, horário de trabalho, entre outros. Ao analisar as atividades elencadas, percebe-se que já na década de 1960 existia a percepção de que os colaboradores deveriam integrar a implementação da QVT, sentindo-se responsáveis pelos resultados da organização. De acordo com Pedroso e Pilatti (2009, p. 202): Nadler e Lawler (1983) partem do preceito de que a variável QVT deveria ser claramente definida em um conceito que expresse o seu real significado e que por sua vez deve abarcar o que é a QVT, quais resultados esta pode proporcionar, quais os benefícios e quais as condições para que esta produza os resultados desejados. Como pode ser visto no Quadro 1, esses autores desenvolveram um modelo no qual inseriram o conceito de QVT em diferentes contextos históricos, em que afirmavam o fracasso desses programas no futuro. Segundo Rodrigues (2009), os pesquisadores afirmam ainda que as organizações têm dado crescente atenção às ações de qualidade de gerenciamento e ao impacto que estes fatores têm sobre as pessoas. Assim, tais aspectos contribuem para o colaborador se sentir parte do plano futuro da instituição e motivado na busca dos objetivos da mesma. RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 229 Fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso na Di Marzari Panetteria 2.3.2 Modelo de QVT de Hackman e Oldham Nesse modelo, os autores se baseiam em fatores psicológicos que expressam a satisfação do colaborador e que contribuem para uma maior motivação e qualidade no desempenho de suas tarefas. Segundo Chiavenato (2004, p. 450), no referido modelo “as dimensões do cargo produzem estados psicológicos críticos que conduzem a resultados pessoais e de trabalho que afetam a QVT”, conforme apresentado no Quadro 2. Quadro 2: Indicadores de QVT segundo o modelo de Hackman e Oldham Dimensões Identidade da tarefa Significado da tarefa Autonomia Retroação do próprio trabalho Retroação extrínseca Inter-relacionamento Significado O trabalho deve ser executado do começo até o final, para que a pessoa possa perceber que produz um resultado visível e palpável. O colaborador deve ter uma clara visão de como o seu trabalho produz consequências e impactos sobre os cargos dos outros. Deve haver responsabilidade pessoal para planejar e realizar as tarefas, autonomia e liberdade para desempenhá-las. A função deve ocasionar à pessoa um retorno de informação, para que a mesma possa avaliar seu próprio trabalho. Os superiores hierárquicos devem proporcionar um retorno ao colaborador sobre seu desempenho nas tarefas. A tarefa deve proporcionar contato do colaborador com outras pessoas e com clientes internos ou externos. Fonte: elaborado com base em Chiavenato (2004, p. 450) Essas dimensões são pontos fortes da QVT, pois oferecem recompensas que produzirão satisfação no cargo e trarão bons resultados no trabalho propriamente dito (VASCONCELOS et al., 2012). Contudo, de acordo com Silva et al. (2010), esse modelo é frágil em virtude de analisar apenas aspectos comportamentais do trabalho, sem levar em consideração o estudo do ambiente laboral em si. Dessa forma, o modelo sugere sucintamente que o colaborador necessita perceber a importância de seu trabalho para a produção do resultado final. Para isso, é necessário que o produto seja visível, caso contrário o mesmo perderia seu comprometimento em realizar suas tarefas. 2.3.3 Modelo de QVT de Westley O modelo de Westley defendia a gestão das pessoas no ambiente de trabalho, como propulsor do desempenho e clima organizacional. (AMORIM, RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 230 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira 2010). Nesse modelo, o autor a associou a QVT a quatro problemas originados da sociedade industrial e analisa como os mesmos interferem na qualidade de vida dos colaboradores (VASCONCELOS, et al., 2012). Ele cita ainda quatro elementos que se tornam obstáculo à qualidade de vida no trabalho, que são as dimensões econômica, política, psicológica e sociológica (SILVA, 2010). Ou seja, a existência da qualidade de vida no trabalho está relacionada à ausência dessas dimensões elencadas pelo autor. Na percepção de Souza et al. (2014, p. 76) A QVT poderia então ser melhorada a partir da detecção e solução de problemas no ambiente de trabalho, tornando a equipe mais conhecedora e participativa nos processos de decisão da empresa. Para Westley, inúmeras atividades de trabalho oriundas da revolução industrial apresentam imperfeições no que se refere a aspectos de segurança e equidade entre os colaboradores. (SILVA JUNIOR, et al., 2011). A partir desse contexto, Fernandes (1996) adaptou uma matriz elaborada por Ruschel (1993), na qual apontou os fatores ligados a cada perspectiva levantada pelo modelo de Westley, conforme apresentado no Quadro 3. Quadro 3: Indicadores de QVT conforme o modelo de Westley Econômico - Equidade Salarial - Remuneração adequada - Benefícios - Local de trabalho - Carga horária - Ambiente externo Político - Segurança no emprego - Atuação sindical - Retroinformação - Liberdade de expressão - Valorização do cargo - Relacionamento com a chefia Psicológico - Realização potencial - Nível de desafio - Desenvolvimento pessoal - Desenvolvimento profissional - Criatividade - Autoavaliação -Variedade de tarefa - Identidade com a tarefa Sociológico - Participação nas decisões - Autonomia - Relacionamento interpessoal - Grau de responsabilidade - Valor pessoal Fonte: Ruschel adaptado por Fernandes (1996) O autor explica que, na referida teoria, os problemas políticos causariam insegurança, os econômicos trariam a injustiça, os psicológicos ocasionariam a alienação e os sociológicos a anomia. Desse modo, a concentração de poder seria a maior responsável pela insegurança, enquanto a exploração dos trabalhadores e o acúmulo dos lucros seriam a causa da injustiça. Da mesma forma, a mecanização e a automação fazem com que as normas de trabalho mudem, propiciando uma crescente anomia, enquanto a alienação ocasionaria um sentimento de que o trabalho é pessoalmente prejudicial. RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 231 Fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso na Di Marzari Panetteria 2.3.4 Modelo de QVT de Walton Na perspectiva de Walton (1973), a qualidade de vida no trabalho tinha o intuito de averiguar os fatores ligados à satisfação e ao bem-estar dos indivíduos em relação ao trabalho. O modelo elaborado por esse autor contém em sua estrutura tópicos que permitem avaliar nível de QVT de uma organização, considerando tanto os fatores internos como também os externos à mesma, como aspectos higiênicos, condições físicas e outras variáveis fora do ambiente de trabalho. Segundo Silva et al. (2010, p. 13), Walton defendia que: a insatisfação com o trabalho é um problema que afeta a maioria dos colaboradores, independentes de sua ocupação, o que acaba sendo prejudicial tanto para ele, quanto para a organização. Visto isso os gestores procuram por maneiras que possam reduzir essa insatisfação em todos os níveis da organização (SILVA, et al., 2010, p. 13). Nesse sentido, Pedroso e Pilatti (2009) afirmam que a qualidade de vida no trabalho é presente a partir do momento em que o colaborador atinge as suas metas, necessidades, aspirações e o senso de responsabilidade social. O diagnóstico do nível de QVT depende da compreensão das necessidades e aspirações do indivíduo (ABREU e MORAES, 2012). Analisando essa afirmação, pode-se inferir que a análise da QVT para Walton se tratava da avaliação de elementos que poderiam causar insatisfação nos indivíduos no ambiente de trabalho. Conforme exposto no Quadro 4 (próxima página), Chiavenato (2004) menciona que o referido modelo apresenta oito fatores que afetam a qualidade de vida no trabalho. Percebe-se, então, que esse modelo procura abranger de forma complexa todos os fatores que podem influenciar o colaborador na organização, seja em fatores diretamente ligados ao trabalho ou oriundos de sua coordenação. Nesse sentido, Fernandes (1996, p. 52) menciona que “quando tais aspectos não são bem gerenciados, os níveis de satisfação experimentados pelos trabalhadores em geral deixam a desejar, repercutindo nos níveis de desempenho”. Logo, o colaborador motivado geralmente apresenta comprometimento na realização de suas tarefas e maior capacidade de aprimorar seus conhecimentos, buscando um desenvolvimento saudável dentro da empresa. Esse modelo foi escolhido para fornecer o embasamento teórico para a coleta e análise dos resultados desta pesquisa. Isso em razão de ser considerado, por inúmeros autores, um dos métodos que contém o maior número de dimensões para avaliação da qualidade de vida no trabalho, possibilitando assim sua utilização em inúmeros setores do mercado. Em consonância com isso, Mônaco e Guimarães (2000) afirmam que o modelo de Walton é considerado um dos mais abrangentes, levando em consideração os fatores intra e extra empresa. RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 232 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira Quadro 4: Indicadores de QVT segundo o modelo de Walton 1. Compensação justa e adequada 1. Renda (salário) adequada ao trabalho 2. Equidade interna (compatibilidade interna) 3. Equidade externa (compatibilidade externa) 2. Condições de segurança e saúde no trabalho 4. Jornada de trabalho 5. Ambiente físico (seguro e saudável) 3. Utilização e desenvolvimento de capacidades 6. Autonomia 7. Significado da tarefa 8. Identidade da tarefa 9. Variedade de habilidades 10. Retroação e retroinformação 4. Oportunidades de crescimento e segurança 11. Possibilidade de carreira 12. Crescimento profissional 13. Segurança no emprego 5. Integração social na organização 14. Igualdade de oportunidades 15. Relacionamentos interpessoais e grupais 16. Senso comunitário 6. Garantias constitucionais 17. Respeito às leis e direitos trabalhistas 18. Privacidade pessoal 19. Liberdade de expressão 20 Normas e rotinas claras da organização 7. Trabalho e espaço total de vida 21. Papel balanceado do trabalho na vida pessoal 22. Imagem da empresa 23. Responsabilidade social pelos produtos e 8. Relevância social da vida no trabalho serviços 24. Responsabilidade social pelos empregados Fonte: Walton adaptado por Chiavenato (2004) No mesmo sentido, Miranda (2013), Timossi et al. (2009), Silva et al. (2010) e Oliveira et al. (2013) relatam que o modelo de Walton, mesmo após tantas décadas de sua concepção, permanece como um dos modelos mais utilizados em estudos da área da qualidade de vida no trabalho. Assim, percebe-se que esse modelo pode ser aplicado em diferentes cenários organizacionais. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esta pesquisa se caracteriza como bibliográfica e descritiva. É bibliográfica em virtude de terem sido consultados livros, artigos científicos e teses já publicadas anteriormente, para formar o embasamento teórico que serviu de alicerce para a análise de dados realizada. Para Gil (1991, p. 48), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Pode-se, também, caracterizá-la como descritiva, pois foi realizado um estudo no qual os dados foram coletados, registrados e analisados de forma a identificar os fatores que interferem na qualidade de vida no trabalho na organização. Segundo Barros e Lehfeld (2000, p. 70) RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 233 Fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso na Di Marzari Panetteria nesse tipo de pesquisa, não há a interferência do pesquisador, isto é, ele descreve o objeto de pesquisa. Procura descobrir a frequência com que um fenômeno ocorre, sua natureza, característica, causas, relações e conexões com outros fenômenos. Quanto à abordagem, a pesquisa é de natureza qualitativa, utilizando como estratégia o estudo de caso. É qualitativa, pois foram analisadas respostas das entrevistas semiestruturadas realizadas com os colaboradores da organização, buscando compreender os significados e interpretações de suas respostas sobre o fenômeno sem pressuposições a priori do pesquisado. Isso está de acordo com Minayo (2007), quando argumenta que a pesquisa qualitativa trata de questões particulares e busca verificar uma relação dinâmica entre a realidade e o sujeito. Ou seja, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. Por outro lado, a estratégia do estudo de caso é adequada a essa pesquisa, pois a mesma buscou responder questões relativas a um fenômeno contemporâneo dentro da realidade pesquisada. De acordo com Yin (2001), o estudo de caso é a estratégia preferida quando se busca responder a questões do tipo “Quais”, “Como” e “Por quê” relativos a fenômenos inseridos dentro de seu contexto real. No que se refere à coleta de dados, esta foi obtida a partir das entrevistas semiestruturadas realizadas com dez colaboradores do setor de atendimento e dez o setor de produção da organização, atingindo uma amostra de 50% por cento da população estudada, que totalizava 20 colaboradores em cada setor. Essa amostra foi obtida de forma probabilística, pois os nomes dos colaboradores foram enumerados e sorteados, não havendo julgamento prévio do pesquisador. De acordo com Freitas et al. (2000), “a principal característica da amostra probabilística é o fato de todos os elementos da população terem a mesma chance de ser escolhidos”. A construção do instrumento de pesquisa foi embasada nos elementos indicados por Walton para cada fator influenciador de QVT, conforme pode ser visualizado no Quadro 4. As perguntas foram elaboradas de maneira a proporcionar um diálogo entre o entrevistador e os entrevistados, visando a maximizar a obtenção de informações. Após elaborada a entrevista, foi aplicada com os colaboradores nas dependências da organização, em sala reservada, sendo gravado o áudio da conversação. Posteriormente, efetuouse uma análise de conteúdo dos dados transcritos, que, segundo Caregnato e Mutti (2006), “espera compreender o pensamento do sujeito através do conteúdo expresso no texto, numa concepção transparente de linguagem”. Por sua vez, a análise dos dados foi realizada primeiramente pela compilação e organização dos mesmos a partir das entrevistas realizadas. Posteriormente, tendo como alicerce o embasamento teórico, foram procedidas análises e interpretações para que fosse possível identificar os agentes influenciadores na qualidade de vida no trabalho da organização e, RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 234 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira com isso, responder ao problema de pesquisa proposto. 4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Previamente, será realizado um breve histórico sobre a organização em estudo, de modo que, em seguida, serão apresentados os dados tabulados, para que seja possível visualizar quais são os fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho dos colaboradores no referido ambiente estudado. A Di Marzari Panetteria é uma pequena empresa fundada em 05 de setembro de 1988 e está localizada na Rua Pinheiro Machado, em Santa Maria - RS. Atua nos ramos de panificadora, lancheria, restaurante e conveniência. No momento da coleta de dados, a empresa contava com 51 colaboradores em seu quadro de pessoal, sendo 20 no setor de produção, 20 no setor de atendimento e 11 no setor de estoque. Neste estudo, assumiu-se que os setores de atendimento e de produção são os que influenciam mais diretamente na visão dos clientes sobre a qualidade, tanto dos produtos como dos serviços prestados pela organização. Em decorrência disso, a amostra de pesquisa foi composta por 50% dos colaboradores de cada um destes setores. Nesse contexto, as interpretações do instrumento de pesquisa foram realizadas de maneira a possibilitar um resultado fidedigno do cenário da instituição. Para atingir o objetivo de realizar uma breve revisão de literatura sobre os principais modelos de qualidade de vida no trabalho desenvolvidos por pesquisadores, foram incluídos na fundamentação teórica os modelos de Nadler e Lawler; Hackman e Oldham; Westley; e Walton. Após análise das características de cada um destes modelos, optou-se pela escolha do modelo de Walton para balizar esta pesquisa. Ao proceder às entrevistas, os indivíduos foram indagados sobre os oito critérios influenciadores na QVT segundo o modelo de Walton. Dessa maneira, a compilação das respostas das entrevistas relativas ao primeiro critério do modelo mencionado se encontra no Quadro 5, representando os setores de produção e de atendimento. Quadro 5: Compensação justa e adequada na percepção dos colaboradores Compensação justa e adequada Existe satisfação dos indivíduos com suas remunerações; Há semelhanças salariais com outras organizações do mesmo setor; Internamente não se encontram variações em funções idênticas, salvo em circunstâncias onde os colaboradores incorrem em horas extras. Da mesma forma, o setor de atendimento também atesta satisfação em relação à renda e semelhanças salariais. Setor de Produção Setor de Atendimento Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2014) RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 235 Fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso na Di Marzari Panetteria Quanto à percepção dos colaboradores do setor de produção e de atendimento sobre a compensação justa e adequada, pode-se depreender que, de modo geral, os indivíduos não retratam reclamações sobre suas remunerações. Isso pode decorrer da semelhança salarial com outras organizações do mesmo setor e de não ocorrerem variações remuneratórias internamente, salvo em circunstâncias nas quais os colaboradores incorrem em horas extras. Presume-se, então, que o primeiro critério do modelo de Walton se encontra presente em ambos os setores. Isso está de acordo com Chiavenato (2004, p. 450), quando afirma que “a justiça distributiva de compensação depende da adequação da remuneração ao trabalho que a pessoa realiza, [...] da equidade interna [...] e da equidade externa”. Por sua vez, o segundo critério do modelo de Walton visa a analisar as condições encontradas no ambiente físico da instituição. No Quadro 6, estão dispostos os pontos principais dos relatos referentes às percepções dos indivíduos dos dois setores da instituição. Quadro 6: Condições de segurança e saúde no trabalho na percepção dos colaboradores Condições de segurança e saúde no trabalho Setor de Produção Setor de Atendimento A jornada de trabalho é adequada e parece não causar prejuízos à saúde dos colaboradores; Existem equipamentos de segurança, uma Brigada de Incêndio e uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, porém, alguns afirmam desconhecê-las e relatam que não há treinamento que demonstre para todos os colaboradores como utilizar esses equipamentos ou como agir em situações adversas. Da mesma forma, o setor de atendimento também atesta satisfação em relação às condições de segurança e saúde no trabalho. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2014) Assim, constata-se que as questões referentes às condições de segurança e saúde aparentam estarem presentes no ambiente organizacional, contudo, na visão de uma minoria, isso ainda não está completamente lapidado. Fernandes (1996) sintetiza que o número de horas trabalhadas, as condições de bem-estar do local de trabalho e de segurança, são, entre outros, fatores que influenciam a QVT em relação às condições existentes no ambiente. No Quadro 7, estão evidenciados os tópicos relevantes oriundos das indagações sobre a utilização e desenvolvimento de capacidades. RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 236 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira Quadro 7: Utilização e desenvolvimento de capacidades na percepção dos colaboradores Utilização e desenvolvimento de capacidades Setor de Produção Setor de Atendimento Existe autonomia no desempenho das tarefas; Há identificação dos indivíduos com suas funções; Os indivíduos acreditam fazer parte do resultado entregue aos clientes. Esse setor afirma não dispor de autonomia no exercício de suas funções, dado o predomínio de tarefas supervisionadas de maneira contínua e preestabelecida diariamente; Não existe preocupação da organização em desenvolver nossas habilidades ou capacidades. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2014) Perante as informações de ambos os setores, observa-se que o critério referente à utilização e desenvolvimento de capacidades está incorporado na visão dos colaboradores do setor de produção, sendo que o mesmo não ocorre no outro grupo, que alega não dispor de autonomia no desempenhar de suas funções. Consequentemente, o terceiro critério do modelo demonstra estar parcialmente presente na organização. Essa afirmação está embasada em Chiavenato (2004, p. 451), o qual explica que para Walton é preciso, no âmbito de cada organização, “proporcionar oportunidades de satisfazer as necessidades de utilização de habilidades e conhecimentos do trabalhador, desenvolver sua autonomia, autocontrole e de obter informações sobre o processo total do trabalho”. As questões mais recorrentes sobre a percepção dos indivíduos dos dois setores sobre o quarto critério do modelo de Walton se encontram no Quadro 8. Quadro 8: Oportunidades de crescimento e segurança no trabalho na percepção dos colaboradores Oportunidades de crescimento e segurança Setor de Produção Setor de Atendimento Nota-se que a instituição não contempla em sua estrutura, um plano de carreira pré-estabelecido. Existe a possibilidade de ascensão somente em promoções isoladas, que aparentemente ocorrem por afinidade e merecimento; Entretanto, há segurança no emprego devido ao fato da organização valorizar os colaboradores e não realizar demissões frequentes. Nesse mesmo contexto, o setor de atendimento detém de visão condizente com o setor de produção. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2014) Os dois setores não estão em conformidade com o quarto critério do modelo, posto que neles parece não haver possibilidade de crescimento profissional preestabelecida. Em compensação, desfrutam de certa segurança RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 237 Fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso na Di Marzari Panetteria no emprego em razão de não acontecerem dispensas frequentes de pessoal. Todavia, somente isso não satisfaz o referido critério. Isso está condizente com Fernandes (1996), que elenca a viabilidade de oportunizar avanços na carreira e o grau de segurança dos empregados quanto à manutenção de seus empregos como importantes agentes influenciadores no ambiente organizacional. Na sequência, no Quadro 9, estão agrupados os dados obtidos das entrevistas com os participantes de acordo com o quinto critério do modelo de Walton, que se relaciona à integração social na organização. Quadro 9: Integração social na organização na percepção dos colaboradores Integração social na organização Setor de Produção Setor de Atendimento A organização parece manter um relacionamento estreito com seu quadro de pessoal, principalmente em razão da acessível comunicação entre colaboradores e superiores; Verifica-se a existência de eventos internos de interação social; Constata-se que os indivíduos não sentem completa igualdade de oportunidade, principalmente no que se refere às promoções. Do mesmo modo, o setor de atendimento reforça os itens citados pelos indivíduos do setor de produção. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2014) Portanto, o quinto critério se manifesta de maneira presente na percepção da grande maioria dos colaboradores da organização. Porém, em ambos os setores o item referente à equidade nas oportunidades apresenta algumas contestações. Isso está em conformidade com Sant’anna (2011), que cita a ausência de diferenças hierárquicas, a ausência de preconceitos, a igualdade de oportunidades e o bom relacionamento interpessoal como aspectos que constituem pontos básicos para que se obtenham níveis satisfatórios de QVT. Por sua vez, o Quadro 10 se refere às respostas mais frequentes dos indivíduos quando indagados sobre como a organização dispõe as garantias constitucionais. Quadro 10: Garantias constitucionais na percepção dos colaboradores Setor de Produção Setor de Atendimento Garantias constitucionais Os colaboradores afirmam que são cumpridos os direitos trabalhistas na instituição; Depreende-se que a organização respeita a liberdade de expressão dos indivíduos; Não foi relatado qualquer desrespeito ao direito de privacidade pessoal. Com percepções semelhantes, o setor de atendimento também atesta que todas as questões legais são cumpridas. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2014) RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 238 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira Diante deste contexto, compreende-se que o sexto critério do referido modelo está contemplado no ambiente de trabalho da instituição. Rodrigues (2009) afirma que para Walton, a atuação da instituição frente às leis é um dos fatores que influenciam diretamente no nível de qualidade de vida no trabalho dos indivíduos. Por sua vez, o sétimo critério do modelo está relacionado ao balanceamento do espaço de vida com o trabalho, cujas respostas de maior relevância se situam no Quadro 11. Quadro 11: Trabalho e espaço total de vida na percepção dos colaboradores Trabalho e espaço total de vida Setor de Produção Setor de Atendimento Os relatos, de modo geral, mencionam que o trabalho não influencia a vida privada e que dispõem de tempo para lazer e vida familiar; Há determinada insatisfação com o fato da jornada de trabalho incluir seis dias semanais, o que na percepção dos participantes, limita a vida pessoal. Por sua vez, as respostas dos indivíduos do setor de atendimento estão consonantes com as do setor de produção. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2014) É possível inferir que o sétimo critério está contemplado no contexto organizacional. Entretanto, pequena parte do quadro de pessoal se encontra descontente com a atual jornada de trabalho. Isso está de acordo com Sant’anna (2011, p. 14), no instante em que explana que “para Walton o trabalho não deve absorver todo o espaço da vida do trabalhador, [...] o autor destaca a importância de se buscar um ponto de equilíbrio entre as demandas do trabalho e a vida privada do trabalhador”. Por fim, o último critério utilizado pelo autor para avaliar a qualidade de vida no trabalho diz respeito à relevância social da vida no trabalho. No Quadro 12, estão evidenciados os principais pontos assinalados pelos colaboradores do setor de produção e de atendimento. Quadro 12: Relevância social da vida no trabalho na percepção dos colaboradores Relevância social da vida no trabalho Setor de Produção Setor de Atendimento A imagem da organização advém principalmente da qualidade de seus produtos ou serviços; Percebe-se que a organização parece não efetuar atividades que demonstre sua responsabilidade social com seus colaboradores, produtos e com a sociedade. Do mesmo modo, os indivíduos do setor de atendimento dispõem de percepções semelhantes. Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2014) RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 239 Fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso na Di Marzari Panetteria Por meio da análise dos dados, concluiu-se que o último critério do modelo de Walton não está presente no ambiente de trabalho, tendo em vista que a imagem conceituada da organização é decorrente da qualidade de seus produtos e do atendimento ao público, não estando relacionada à preocupação com a responsabilidade social. Isso está de acordo com LimongiFrança (2002), a qual discorre que a atuação social da organização tem significado importante para os colaboradores tanto na sua concepção sobre a instituição como também na sua própria autoestima. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A importância da qualidade de vida no trabalho está relacionada principalmente à influência que ela exerce sobre os indivíduos responsáveis diretamente pela produtividade nas instituições. Assim, o tema é importante para aqueles que buscam a excelência gerencial, por meio da troca de valores entre as variáveis organizações e pessoas, de maneira que a primeira necessita propiciar um ambiente agradável para que a segunda possa corresponder com resultados eficientes. Dessa forma, esse estudo objetivou analisar a percepção dos indivíduos da Di Marzari Panetteria sobre os fatores que influenciam a QVT, por meio de vinte entrevistas semiestruturadas. Nesse sentido, os fatores observados como positivos na organização foram os relativos a: compensação justa e adequada; condições de segurança e trabalho; integração social na organização; trabalho e espaço total de vida; e garantias constitucionais. Dentre esses citados, destacam-se o primeiro e o último, pois não obtiveram contestações. Todavia, foram encontrados também fatores que se apresentaram como negativos, ou parcialmente contemplados como tal, estes foram os pertinentes a: utilização e desenvolvimento de capacidades; oportunidades de crescimento e segurança; e relevância social da vida no trabalho. Por sua vez, nesse rol exposto, o último é o que mais carece de atenção dos gestores, haja vista ser o que apresentou resultados menos satisfatórios. Diante dos resultados obtidos, sugere-se que, para maximizar a satisfação dos indivíduos quanto à utilização e desenvolvimento de capacidades, poderiam ser realizados treinamentos que possibilitassem o crescimento profissional dos indivíduos. Já quanto à oportunidade de crescimento e segurança, aconselha-se que poderia ser reestruturada a política salarial da instituição, com o intuito de elaborar um plano de carreira baseado em tempo de serviço e/ou por merecimento. Por sua vez, para satisfazer o critério pertinente à relevância social da vida no trabalho, entende-se que a instituição poderia adotar práticas de separação de resíduos, incentivar a educação básica de seus colaboradores, assim como poderia realizar ações sociais, como doações para projetos comunitários. Isso RASM, Alvorada, ano 5, n.2, p.221-243, jul. /dez. 2015. 240 Jonathan Saidelles Corrêa, Lidiane Marafiga Vieira, Simone Kossmans Cavalheiro & Luiz Carlos Pistoia de Oliveira contribuiria para demonstrar sua preocupação social respectivamente com seu produto, quadro de pessoal e com a sociedade. É relevante salientar que os resultados apresentam determinadas limitações no que se refere à abrangência de entrevistados, posto que a pesquisa não contemplou a totalidade de indivíduos da organização. Novas pesquisas com o contexto absoluto de indivíduos do ambiente em estudo poderão corrigir possíveis lacunas que possam vir a existir nessa pesquisa. Por fim, sugere-se para estudos futuros que o trabalho seja replicado em outras empresas de mesma natureza, para que se possam estabelecer parâmetros de comparação entre a percepção dos indivíduos frente aos fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho e, por consequência, na percepção dos clientes sobre a qualidade dos produtos e serviços das organizações do ramo. No que tange às contribuições desta pesquisa, podemos ressaltar tanto aspectos acadêmicos como gerenciais. O primeiro está diretamente relacionado à compilação realizada de quatro modelos teóricos de QVT reconhecidos pela literatura, o que permitirá que pesquisadores os utilizem na construção de novos projetos. Da mesma forma, a pesquisa é relevante para o meio acadêmico em virtude de analisar a QVT em um ambiente até então pouco estudado. No que se refere aos aspectos gerenciais, a principal contribuição foi o feedback à gestão da empresa sobre o panorama da instituição frente aos fatores que influenciam na qualidade de vida no trabalho. Portanto, com isso, atingiram-se os objetivos propostos e se conseguiu responder ao problema de pesquisa. REFERÊNCIAS ABREU, M. V. MORAES, L. F. R. A qualidade de vida no trabalho de pessoas com deficiência: um estudo de caso em uma grande empresa do setor Metalúrgico. Revista Gestão.Org, vol. 10, n. 1, p. 84 -104, jan./ abr., 2012. AMORIM, T. G. F. N. Qualidade de vida no trabalho: preocupação também para Servidores públicos?. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, v. 9, n. 1, p. 35-48, 2010. BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Pearson, 2000. CAREGNATO, R. C. A.; MUTTI, R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 15. 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