- AESabesp
Transcrição
- AESabesp
Ano XII - Nº 41 - Abril / Maio / Junho de 2011 XXII Encontro Técnico AESabesp Fenasan 2011 Sob o tema “Saneamento ambiental – A qualidade de vida no Planeta”, este evento conta com 90 palestras técnicas e 12 mesas redondas e reúne as importantes empresas do setor. Excesso na macrometrópole pág. 10 A explosão demográfica, abastecimento de água, esgotamento sanitário e controle de enchentes são pontos nevrálgicos na mancha urbana que constitui a macrometropole de São Paulo. Plano Diretor da Secretaria pág. 12 Entrevista com o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Edson Giriboni, aborda o Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídricos da Macrometrópole Paulista. Confira também: A Nova Resolução Conama: o que mudou? Presidente do CREA SP fala sobre a atual importância da engenharia ■■ O superintendente do DAEE fala sobre o controle de enchentes na RMSP ■■ ■■ Linha Ligação Predial TIGRE A solução definitiva para evitar o desperdício de água. UMA – Unidade de Medição de Água TIGRE A maneira mais prática, segura e moderna de medir o fluxo de água. De acordo com m a norma no NTS 195 dda Sabesp. Tê de Serviço TIGRE Estanqueidade garantida e instalação simplificada. De acordo com a norma NBR 15803. QUEM USA TIGRE É AUTORIDADE NO ASSUNTO Quem usa Linha Ligação Predial TIGRE é autoridade no assunto. O Tê de Serviço é uma solução inteligente para derivar a linha de distribuição de água para o consumidor final, com garantia de estanqueidade, e a UMA (Unidade de Medição de Água) facilita o controle e a medição do fluxo de água entregue à unidade de habitação e evita vazamentos e desperdícios. São mais duas soluções inovadoras e de alta tecnologia da TIGRE para os seus projetos. Editorial Fenasan fortalece a nossa efetiva representatividade no setor Nesta XXII edição da Fenasan e Encontro Técnico AESabesp, que coincidem com as bodas de prata da nossa entidade, a nossa gestão tem o privilégio de vivenciar a consolidação da força que ela representa no segmento do saneamento ambiental. O aumento do número de trabalhos técnicos, a cada congresso que realizamos, nos obriga a adotarmos critérios cada vez mais restritivos, validando os bons trabalhos que representam a inovação tecnológica, a boa técnica, a qualidade e sustentabilidade social e ambiental. Neste ano de 2011, temos a grata satisfação de constatar que a Fenasan e o Encontro Técnico AESabesp estão consolidados na agenda nacional e internacional, como os eventos mais importantes no segmento do saneamento ambiental que adota como premissa a sustentabilidade. Tanto é verdade que neste ano, mesmo com a mudança para o Pavilhão Branco do Expo Center Norte, com espaço maior, tivemos a surpresa de verificar, antecipadamente, que esgotamos os espaços para os estandes ainda em fevereiro, a sete meses do evento. Os espaços esgotados antecipadamente nos permitem ousar na perspectiva de que devemos aumentar novamente o espaço para estandes na feira de 2012, haja vista que o número de empresas que deixaram de participar neste ano é significativo. Com certeza, o ápice desta gestão foi o reconhecimento da nossa condição de OSCIP no parecer jurídico da prefeitura do município de São Paulo, nos garantindo a isenção de tributação das atividades desenvolvidas na nossa Fenasan e Encontro Técnico. Daqui em diante, embasado neste parecer jurídico, a nossa AESabesp poderá transitar com mais segurança na busca de projetos e linhas de recursos destinados aos projetos socioambientais, à conscientização e educação ambiental, ao saneamento ambiental e à preservação do meio ambiente, contribuindo firmemente em prol da qualidade de vida do planeta. Este reconhecimento permitirá também, aos nossos investidores, o cumprimento do propósito de estar contribuindo com os projetos sócioambientais e a pre- abril / maio / junho | 2011 servação do meio ambiente, por meio dos seus produtos e serviços. A XXII Fenasan e Encontro Técnico, por todas essas razões, já garantem a seus investidores uma perspectiva de sucesso maior que a edição anterior, haja vista a superação de nossas melhores perspectivas de ocupação e interesse do setor. A iniciativa é ousada, entretanto o curso dos acontecimentos demonstra que estamos dando os passos certos, o que pode garantir aos nossos parceiros a melhor oportunidade de negócios no segmento do saneamento ambiental. Esta edição, que está sendo especialmente distribuída durante a Fenasan 2011, ainda traz mais dois temas muito pertinentes ao setor de saneamento ambiental: O saneamento na Macrometrópole - com especialistas discorrendo sobre o plano de recursos hídricos para a Macrometrópole paulista e importantes tópicos urbanos como drenagem e abastecimento; Nova Resolução Conama - com a abordagem desta nova Resolução, que dispõe sobre condições, parâmetros, padrões e diretrizes para gestão do lançamento de efluentes em corpos d’água receptores. A Revista Saneas registra o empenho desta gestão, que tem o privilégio de contar com seleto grupo de conselheiros totalmente comprometido com o sucesso da nossa entidade, que permite que trabalhemos com seriedade e segurança, avançando a cada passo de forma firme e consciente do que representamos na seara do saneamento básico e ambiental. Hiroshi Ietsugu Presidente da AESabesp Saneas 3 Índice Expediente Saneas é uma publicação técnica trimestral da Associação dos Engenheiros da Sabesp Diretoria Executiva: Presidente - Hiroshi Ietsugu Vice-Presidente - Walter Antonio Orsatti 1º Diretor Secretário - Nizar Qbar 2º Diretor Secretário - Choji Ohara 1º Diretor Financeiro - Yazid Naked 2º Diretor Financeiro - Nélson Luiz Stábile Diretoria Adjunta: Diretor Cultural - Olavo Alberto Prates Sachs Diretor de Esportes - Evandro Nunes de Oliveira Diretor de Marketing - Reynaldo Eduardo Young Ribeiro Diretor de Pólos - Helieder Rosa Zanelli Diretor de Projetos Socioambientais - Luis Eduardo Pires Regadas Diretor Técnico - Walter Antonio Orsatti Diretora Social - Viviana Marli Nogueira A. Borges (Em memória: Cecília Takahashi Votta) 05 XXII Encontro Técnico matéria tema AESabesp - Fenasan 2011 10 macrometrópole São Paulo: a primeira macrometrópole do hemisfério sul 12 ENTREVISTA Entrevista com o secretário Edson Giriboni 17 PONTO DE VISTA O controle de enchentes na Região Metropolitana de São Paulo 19 VISÃO DE MERCADO A importância da engenharia para o progresso do Brasil ARTIGOs TÉCNICOs 21 O abastecimento de água da Rmsp e o controle de perdas 23 Áreas de controle e recorrência de vazamentos nas redes de distribuição - o combate às perdas reais ESPECIAL 31 A nova resolução Conama 430/2011 32 A nova resolução Conama: avanço ou retrocesso para o desenvolvimento ambiental e urbano? SUSTENTABILIDADE 38 Projeto de neutralização de carbono AESabesp 38 O destaque da nossa carteira de projetos 40 AESabesp realizará curso de Perícia Ambiental 41 PONTO DE VISTA JURÍDICO A natureza jurídica de uma associação totalmente voltada à sociedade 43 prêmio aesabesp 2011 Novos conceitos para a premiação do Troféu AESabesp na Fenasan 2011 46 Acontece no setor 4 Saneas Conselho Deliberativo: Amauri Pollachi, Cid Barbosa Lima Junior, Choji Ohara, Eduardo Natel Patricio, Gert Wolgang Kaminski, Gilberto Alves Martins, Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Hiroshi Ietsugu, João Augusto Poeta, Marcos Clébio de Paula, Nélson Luiz Stábile, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo Eugênio de Carvalho Corrêa, Pérsio Faulim de Menezes, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Sonia Maria Nogueira e Silva, Viviana Marli Nogueira A. Borges, Walter Antonio Orsatti e Yazid Naked. Conselho Fiscal: Carlos Alberto de Carvalho, José Carlos Vilela e Ovanir Marchenta Filho Conselho Editorial: Luiz Henrique Peres (Coordenador), João Augusto Poeta, Luiz Eduardo Pires Regadas e Maria Aparecida dos Santos Fundo Editorial: Márcia de Araújo Barbosa Nunes (Coordenadora) Alex Orellana, Celso Roberto Alves da Silva, José Marcio Carioca, Luis Eduardo Pires Regadas, Paulo Rogério Guilhem, Robson Fontes da Costa. Coordenador do Site: Jônatas Isidoro da Silva Pólos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP Coordenador dos Pólos da RMSP - Robson Fontes da Costa Pólo AESabesp Costa Carvalho e Centro Maria Aparecida S. de Paula Santos Pólo AESabesp Leste - Nélson César Menetti Pólo AESabesp Norte - Sebastião Matos de Carvalho Pólo AESabesp Oeste - Francisco Marcelo Menezes Pólo AESabesp Ponte Pequena - João Augusto Poeta Pólo AESabesp Sul - Paulo Ivan M. Franceschi Pólos AESabesp Regionais Coordenador dos Pólos Regionais - José Galvão de F. R. e Carvalho Pólo AESabesp Botucatu - Rogélio Costa Chrispim Pólo AESabesp Caraguatatuba - Silvio Antunes Pólo AESabesp Franca - Antonio Carlos Gianotti Pólo AESabesp Lins - Marco Aurélio Saraiva Chakur Pólo AESabesp Presidente Prudente - Gilmar José Peixoto Pólo AESabesp Vale do Paraíba - Sérgio Domingos Ferreira Coordenação do XXII Encontro Técnico AESABESP e Fenasan 2011: Olavo Alberto Prates Sachs e Walter Antonio Orsatti Comissão Organizadora: Gilberto Alves Martins, Hiroshi Ietsugu, Luis Eduardo Pires Regadas, Maria Aparecida Silva de Paula Santos, Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Osvaldo Ioshio Niida, Regina Mei Silveira Onofre, Reynaldo E. Young Ribeiro, Tarciso Luis Nagatani e Walter Antonio Orsatti. Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp Jornalista Responsável: Maria Lúcia S. Andrade – MTb. 16081 PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Neopix Design [email protected] www.neopixdesign.com.br Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua Treze de Maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 [email protected] www.aesabesp.org.br abril / maio / junho | 2011 matéria tema XXII Encontro Técnico XXII Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente XXII Encontro Técnico AESabesp Fenasan 2011 O maior evento de saneamento ambiental na AL SAN AM EAM ENT N O BIE AQ VIDA UALIDA TAL NO DE D PLA E NET A abril / maio / junho | 2011 Saneas 5 matéria tema A AESabesp (Associação dos Engenheiros da Sabesp) realiza, nos dias 01, 02 e 03 de agosto, a sua 22ª edição da Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), com horário de visitação gratuita das 13 às 20 horas, e seu XXII Encontro Técnico, com horário de programação das 9 às 18 horas, no Expo Center Norte (Pavilhão Branco), em São Paulo – SP. Sob o tema “Saneamento ambiental – A qualidade de vida no Planeta”, o evento é considerado como o mais importante do setor na América Latina e conseguiu que a sua área de exposição fosse 100% otimizada, logo no início do ano. Para a Fenasan 2011, confirmaram suas participações 194 expositores / investidores, geralmente empresas fabricantes de equipamentos para o setor, criadoras de programas de desenvolvimento da área, prestadoras de serviços e de demais segmentos complementares à esfera do saneamento. Praticamente, as mais importantes empresas nacionais que atuam no setor de saneamento, além de representantes brasileiros de vários grupos internacionais, como Amanco, Amitech, ITT Water, Saint-Gobain, Tigre ADS, Valloy, entre outros, escolheram a Fenasan 2011, para divulgar a sua linha de produtos e serviços. Mas também é crescente o interesse de empresas sediadas fora do Brasil. Dentro desse perfil, destacamos as seguintes presenças 100% internacionais em 2011: Bänninger Kunststoff Produkte G.m.b.H. (Alemanha); Dogus Vana ve Dokum Ltd. Sti. - DVD Valves (Turquia); Mirab Co. (Irã); HCP Pump Manufacturer Co., Inc. (Taiwan); Politejo (Portugal) e Waterleau Group NV (Bélgica). Devido à grande procura de investidores (expositores) em 2010, houve um considerável aumento de espaço em 2011, com a migração do Pavilhão Amarelo para o Pavilhão Branco do Expo Center Norte. A área total da Feira de 8.828 foi para 13.272 m² e a área expositora de 3.471 m² para 5.687 m². E para atender o crescimento da demanda, a AESabesp, em 2012, fará o evento nos 17.042m² da extensão total do Pavilhão Branco, que já conta com grande parte dos espaços reservados para a próxima edição. Facilitação de transporte e consciência ambiental A entrada na Feira é gratuita e espera-se a circulação em torno de 12.000 visitantes. O perfil do público da Fenasan, de forma geral, é formado por executivos, técnicos, empresários, estudantes, gestores e pesquisadores, resultando numa das visitações mais qualificadas dentre as realizações do setor. Os congressistas e visitantes do evento poderão utilizar as Vans oferecidas pela AESabesp, que serão colocadas na Estação Tietê do Metrô, situada na Avenida Cruzeiro do Sul, 1800, no bairro de Vila Guilherme, como transporte gratuito de ida e volta ao Expo Center Norte. Esta ação faz parte de um projeto próprio e diferenciado de neutralização de carbono, com o objetivo de mobilizar os participantes na contribuição para a percepção, compreensão e participação efetiva na melhoria da qualidade de vida local em sintonia com as urgências globais. 6 Saneas As ações propostas no escopo deste Projeto são mais de conscientização do que de quantificação do consumo de carbono. Dentro desse contexto, também serão demonstrados os benefícios alcançados pelas práticas de utilizar materiais sustentáveis nas montagens de estandes, diminuir a distribuição de impressos, reduzir do uso de energia, consumir água com racionalidade, reciclar resíduos com destinação sustentável, estimular o não fornecimento de matérias descartáveis, como copo, talheres, pratos e demais recipientes. Durante o evento, essas práticas serão continuamente sugeridas e depois do evento será feito o cálculo comparativo de quanto se conseguiu lucrar ambientalmente, por meio desses incentivos. abril / maio / junho | 2011 matéria tema Temas e palestras O XXII Encontro Técnico AESabesp contará com 90 palestras técnicas e 12 mesas redondas, com abordagem para os seguintes temas: ■■ Produto químico: herói e vilão. ■■ Propriedade intelectual no setor de saneamento ambiental. ■■ Aplicação da legislação de proteção aos mananciais. ■■ A necessidade de ampliação de obras na macrometrópole de São Paulo. ■■ Uso racional da água – evolução e comprometimento dos municípios. ■■ A aplicação da Governança Colaborativa na solução de questões técnicas do setor de saneamento. ■■ A qualidade dos empreendimentos nas companhias de saneamento. ■■ Pesquisa e inovação tecnológica no setor de saneamento ambiental ■■ Mudanças climáticas e as interfaces com o saneamento. ■■ Plano municipal de saneamento – lei 11445. ■■ Saneamento e habitação – a necessária integração ■■ A tecnologia como ferramenta de gestão e ganhos de eficiência e produtividade no saneamento ambiental. A grade completa da programação do congresso pode ser vista no site www.fenasan.com.br palestras de encerramento serão destaques no encontro técnico Qualidade de vida: perspectiva de 2011 a 2050 Fernando Almeida No encerramento do 1º dia, 01 de agosto, às 17:30, haverá uma palestra especial com o engenheiro, comunicador, conferencista e estrategista Fernando Almeida, uma das maiores referências em sustentabilidade no país. Um banho de recursos para o bom profissional de saneamento Max Gehringer Já no encerramento do 2º dia, 02 de agosto, também às 17:30, haverá uma palestra especial com Max Gehringer , uma das personalidades mais conhecidas do País, principalmente por suas colunas em revistas, na rádio CBN e no programa Fantástico, da TV Globo. Entidades apoiadoras: ANA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS abril / maio / junho | 2011 Saneas 7 matéria tema Relação das empresas expositoras/investidoras: ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ 8 ABIMAQ Ass. Bras. Ind. Máquinas e Equipamentos ABS Inds. Bombas Centrífugas Acquaquímica Aerzen do Brasil AG Tech Sistemas Albrecht Equipamentos Industriais Allonda Comercial de Geossintéticos Ambientais Amanco Brasil Amitech Brazil Tubos Andritz Separation Indústria e Comércio de Equipamentos de Filtração Armco Staco Indústria Metalúrgica Asperbrás Nordeste Irrigação Ass. Paulista Emp. Consult. Servs. Saneamento e Meio Ambiente - APECS Atlas Copco Brasil AVK Válvulas do Brasil Azud Brasil B & F Dias Indústria e Comércio Bänninger Kunststoff Produkte BBL Engenharia Construção e Comércio Bentley Systems Incorporated Bermad Brasil Importação e Exportação Bombas Grundfos do Brasil Bombas Leão Borges & Katayama Consultoria e Representações Bugatti Brasil Válvulas C.R.I. Bombas Hidráulicas Caimex Comércio Exterior Cast Iron Comercial Centroprojekt do Brasil Chesco do Brasil Clean Environment Brasil Engenharia e Comércio Clorando Comércio de Válvulas para Saneamento CMR4 Engenharia e Comércio - Caetano Tubos Coester Automação Comercial Gonçalves Equipamentos de Medição Corr Plastik Industrial Danfoss do Brasil Ind. e Com. De Nora do Brasil Degrémont Tratamento de Águas Delbo Indústria e Comércio de Válvulas Digicrom Analítica - Digimed Digitrol Ind. Com . Dinatécnica Indústria e Comércio Dogus Vana ve Dokum - DVD Valves Dositec Bombas Equipamentos e Acessórios Saneas ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ Ebara Indústrias e Comércio Ecosan Equipamentos para Saneamento Edra Saneamento Básico Indústria e Comércio EEA Empresa de Engenharia Ambiental Eletrônica Santerno Indústria e Comércio Emec Brasil Sist. Tratamento de Água Emicol Eletro Eletrônica Enasa Engenharia Ind e Com de Materiais e Equip Saneamento e Meio Ambiente Enmac Engenharia de Materiais Compostos Enops Engenharia EnvironQuip Engenharia de Sistemas Ambientais Equipar Locações Ercon Engenharia ESA Eletrotécnica Santo Amaro Esco Bombas Etatron do Brasil Equipamentos para Tratamento de Água Famac Indústria de Máquinas Fast Indústria e Comércio FGS Brasil Indústria e Comércio Fibrav Fibra de Vidro de Lambari FKB Indústria de Equipamentos Fluid Feeder Indústria e Comércio FM Indústria e Comércio de Fibras de Vidro Franklin Electric Indústria de Motobombas Gaiatec Comércio e Serviço e Automação e Sistemas do Brasil GE Intelligent Platforms do Brasil GEA Sistemas de Resfriamento Georg Fischer Sistemas de Tubulações Glass Ind e Com de Bombas Centrífugas e Equip Gratt Indústria de Máquinas Guarujá Equipamentos para Saneamento H2O Ambiental Haarslev Industries HCP Pump Manufacturer Hexis Científica Hidro Ambiental Hidroductil Tubos e Conexões Hidrogeron do Brasil Hidrosul -Máquinas Hidráulicas Hidrosul Higra Industrial Huber do Brasil Huesker IFS - Latinifs Tecnologia da Informação Imap Indústria e Comércio abril / maio / junho | 2011 matéria tema ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ Imbil - Ind e Manut. de Bombas ITA Imperveg Comércio e Prestação de Serviços Indústria Paulista de Componentes Infrafort Tubos e Conexões de PVC Interativa Indústria, Comércio e Representações Invel Comércio Indústria e Participações Itech Importação, Exportação e Comércio de Componentes Eletrônicos ITT Brasil Equipamentos para Bombeamento e Tratamento de Água e Efluentes JCN Comércio e Representações Joplás Industrial Kaeser Compressores do Brasil Kanaflex Indústria de Plásticos Kemira Chemicals Brasil Kron Instrumentos Elétricos KSB Bombas Hidráulicas DBD Filtros e Serviços - Laffi Lufersa Indústria e Comércio de Bombas Submersas Maccaferri do Brasil Mann + Hummel Brasil Máquinas Agrícolas Jacto - Mizumo Marte Balanças e Aparelhos de Precisão MC Bauchemie McElroy Brasil Participações McFluid Equipamentos Industriais Miptech Automação Industrial Mirab Mission Rubber do Brasil N. Mello Com. Máq. Hidráulicas - Stanley Netzsch do Brasil Indústria e Comércio Niagara Comercial Nivetec Instrumentação e Controle Norbra Engineering Administração e Projetos Novus Produtos Eletrônicos Nunes Oliveira Máquinas e Ferramentas Omel Bombas e Compressores Orbinox Brasil Indústria e Comércio Petrofisa do Brasil Phoenix Contact Indústria e Comércio Pieralisi do Brasil Policontrol Instrumentos de Controle Ambiental Indústria e Comércio Politejo Poly Easy do Brasil Indústria e Comércio Porto Seguro Cortes e Furos Promar Tratamento Anticorrosivo Prominas Brasil Equipamentos abril / maio / junho | 2011 ■■ Restor Comércio e Manutenção de Equip. Eletromec. ■■ Robuschi do Brasil Comércio, Importação de Equipamentos Industriais ■■ Rothenberger do Brasil ■■ Sabesp ■■ Saint - Gobain Canalização ■■ Sampla do Brasil Ind. e Com.de Correias ■■ Sanear Engenharia e Construção ■■ Schneider Eletric do Brasil ■■ Semco Equipamentos Industriais ■■ Sidrasul Sistemas Hidráulicos ■■ Siemens ■■ Sigma Tratamento de Águas ■■ Sitron - Leveltron Equipamentos Industriais ■■ SMV Válvulas Industriais ■■ Sondeq Indústria de Sondas e Equipamentos ■■ Sparsol Indústria e Comércio de Equipamentos Industriais ■■ Stringal Equipamentos Industriais ■■ Tanks BR Importação e Representação Comercial ■■ Tecitec Indústria e Comércio de Equipamentos para Filtração e Tratamento de Efluentes ■■ Tigre Tubos e Conexões ■■ T.L. Wolff ■■ Toro Liners do Brasil ■■ Poly Spray ■■ Total Saneamento e Hidráulica Comercial ■■ Tree-Bio Soluções ■■ Unitubos Indústria e Comércio de Conexões ■■ Valloy Indústria e Comércio de Válvulas e Acessórios ■■ Vaz Bombas Dosadoras ■■ VCW Válvulas Indústria, Comércio e Representações ■■ VWS Brasil - Veolia Water ■■ Vetro Indústria Comércio Serviços ■■ VI Indústria e Comércio ■■ Viapol ■■ Vibropac Indústria e Comércio de Equipamentos ■■ Vogelsang Brasil ■■ Wam do Brasil Equipamentos Industriais ■■ Wasserlink Comercial ■■ Wastec Brasil Comércio de Produtos Químicos ■■ Waterleau Group ■■ Weatherford Indústria e Comércio ■■ Weir do Brasil ■■ Wustenjet Engenharia, Saneamento e Serviços ■■ Zell Ambiental ■■ Zurich Indústria e Comércio Saneas 9 macrometrópole São Paulo: a primeira macrometrópole do hemisfério sul A macrometrópole de São Paulo é a primeira do hemisfério sul. Este é o termo utilizado para definir a composição entre a Região Metropolitana de São Paulo e a Região Metropolitana de Campinas, com a unificação da malha urbana dessas duas cidades, em consequência de seu crescimento geográfico. Também designada como “metropole expandida” ou a grande “mancha urbana”, a expressão qualifica o crescimento urbano de uma grande área, com vários municípios. Além de São Paulo, os exemplos mais conhecidos mundialmente são Nova Iorque, Tóquio, Xangai e Cidade do México. As características da denominação “macrometrópole” foram concebidas no começo do século 20 pelo escocês Patrick Geddes para definir o conglomerado que cobria parte do noroeste dos Estados Unidos. Esses ajuntamentos tinham para Geddes, considerado o pai do planejamento urbano, um caráter tenebroso. No polêmico estudo Bos-Wash, referindo-se à conurbação entre Boston e Washington, ele afirmava que as metrópoles estavam fadadas à destruição, tornando-se “necrópoles”. Contudo o anunciado risco de morte deu vez a uma crescente migração para a formação de grandes centros urbanos. Beirando a casa dos trinta milhões de habitantes, a nossa macrometrópole contem quatro aeroportos (Congonhas, Cumbica, Viracopos e Jundiaí) e o complexo rodoviário mais movimentado do Estado, com as Rodovias Anhanguera e Bandeirantes. No entremeio fica o parque industrial mais rico do País, que responde por 65,3% do Produto Interno Bruto estadual ou 22,1% do nacional. Os 65 municípios localizados às margens das rodovias estão interligados. Sua extensão de 11.698 quilômetros quadrados equivale a 0,27% do território brasileiro, mas abriga mais gente do que países como Chile, Bélgica e Holanda. Calcula-se que em cada grupo de 100 brasileiros, 12 moram nessa mancha. A formação desta macrometrópole tem uma base histórica, mas a sua construção só foi possível graças a uma série de progressos da engenharia moderna. No início do século 20 surgiu a Companhia Paulista de Es- 10 Saneas Via Anhanguera com a rodovia Bandeirantes em Jundiaí tradas de Ferro, cujos trens foram responsáveis pelo escoamento do café produzido em isoladas fazendas do interior. Como em todo o Estado, a cultura cafeeira foi essencial para o desenvolvimento e urbanização. No fim da década de 1940, a Via Anhanguera, que ligava São Paulo a Jundiaí, ainda de terra (o asfaltamento só veio na década de 60), se firmava como importante corredor comercial. Na sequência, nos anos 70, muitas indústrias, inclusive multinacionais, decidiram abrir sedes e galpões ao longo dessa estrada, inclusive para fugir dos caros aluguéis e da alta tributação da Capital, mas também com vistas ao surgimento de um mercado em franca expansão: a rica região do oeste paulista. Esse processo criou mais empregos e aumentou o fluxo migratório de moradores da Capital para as cidades menores do interior, que começou a ganhar características mais urbanas, que se acentuaram com a conclusão da Rodovia dos Bandeirantes, em 1978, abril / maio / junho | 2011 macrometrópole O risco de escassez de água potável para atender à demanda da macrometrópole pode vir a ser um empecilho para o seu crescimento. que intensificou o fluxo do transporte de cargas e de pessoas, condizente com a nova dimensão econômica de São Paulo e Campinas. Contudo, a pujança da urbanização também acenou para migrantes e desempregados da capital. O resultado imediato foi a invasão de terrenos públicos, ao longo das rodovias de acesso, formando-se bairros com ruas em chão de terra, com total precariedade de serviços. Esse inchaço ainda é o ponto nevrálgico da infraestrutura da mancha urbana, considerando uma população que cresceu 180%, do fim dos anos 90 para a década de 2000. Tal explosão demográfica ganhou novas preocupações, como a distribuição de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e transporte público. Na projeção da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), empresa vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, daqui a alguns anos a macrometrópole deverá ser ainda maior com a conurbação de São Paulo e Campinas com a Baixada Santista, o Vale do Paraíba e a região Piracicaba-Limeira, abrangendo 102 municípios. oito sistemas produtores: o Cantareira, com cinco reservatórios que fornecem até 35 m³/s ou 46,8% da produção global; o Guarapiranga/Taquacetuba, com vazão de 13,8 m³/s ou o correspondente a 21,1% da oferta total; o Alto-Tietê, composto de cinco reservatórios, cuja produção, de 10,4 m³/s, equivale a 16% do abastecimento de água; o Rio Grande, situado num braço da represa Billings e responsável pelo suprimento da região do ABC, com 4,8 m³/s ou 7,3% do total; o Rio Claro, com vazão de 3.8 m³/s ou 5,8% da produção integral; o Alto e Baixo Cotia, localizado a oeste de São Paulo, que produz 1 m³/s (3%), e, por último, o ribeirão Estiva, com participação inferior a 0,1%. O programa de redução de perdas na distribuição da Região Metropolitana (veja nossos artigos técnicos) conseguiu diminuir a quantidade de água distribuída em 4,3 m³/s, volume suficiente para abastecer 2 milhões de pessoas por dia. Atualmente, estima-se que 25% da produção da Sabesp seja desperdiçada. A meta é limitar as perdas para 14% até 2019. O risco da escassez de água O risco de escassez de água potável para atender à demanda da macrometrópole pode vir a ser um empecilho para o seu crescimento, que conta com a capacidade de produção de 67 metros cúbicos de água por segundo. Porém, em uma projeção do crescimento da população da RMSP, contida em estudo desenvolvido pela Fundação Estadual de Análise de Dados (Seade), estima-se ser necessário um aumento de vazão anual de cerca de 500 l/s até 2025. Para tanto, serão necessários investimentos e obras. Algumas das mais importantes já estão em andamento, como a ampliação da Estação de Tratamento de Água de Taiaçupeba, na Bacia do Alto Tietê, que deve acrescentar 5 m³/s ao sistema, e os trabalhos de reversão no rio Juquiá, que permitirão o aporte de mais 4 m³/s de água no Sistema Produtor São Lourenço, ao sul da Grande São Paulo. O abastecimento feito pela Sabesp é gerado em abril / maio / junho | 2011 Fontes: Portais da Secretaria de Recursos Hídricos, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano,Wikipédia, Revista Água. Saneas 11 entrevista Entrevista com o secretário Edson Giriboni Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e deputado estadual. Engenheiro Civil, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, também é formado em Administração de Empresas, pela Associação de Ensino de Itapetininga, com Cursos de Especialização na Universidade de Campinas e Universidade Federal de Minas Gerais. Foi Superintendente Geral da Fepasa e vice-prefeito de Itapetininga, onde também ocupou a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, e posteriormente a Secretaria Municipal de Indústria e Desenvolvimento O que é a Macrometrópole? Essa macrometrópole compreende então cerca de 180 municípios e abrange uma área geográfica de mais de 50 mil km², cerca de 21% do Estado. Concentra 83% do PIB estadual (ou 28% do PIB nacional) e abriga uma população de mais ou menos 32 milhões de pessoas (75% da população do Estado, ou 16% da população brasileira) e um índice de urbanização de 97%. A delimitação dessa área teve como base as vinculações hídricas existentes, a situação de quantidade e qualidade das águas, as possibilidades de aproveitamento existentes no interior da macrometrópole e regiões vizinhas, a dinâmica de desenvolvimento macrorregional e as perspectivas. A região geográfica que chamamos de Macrometrópole Paulista ainda não tem uma definição legal e formalmente instituída, ao contrário de outros tipos de divisões do estado como as Regiões Administrativas ou UGRHI – Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Para fins do Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídricos da Macrometrópole Paulista, em elaboração pelo Governo do Estado, a macrometrópole foi considerada como sendo composta pelas regiões metropolitanas de São Paulo (RMSP), Campinas (RMC) e Baixada Santista (RMBS), mais as regiões limítrofes ou adjacentes, que sejam de interesse para o objetivo dos trabalhos. Estão incluídas nessa macrometrópole, total ou parcialmente, as principais UGRHIs como a do Alto Tietê; do Piracicaba, Capivari e Jundiaí; da Baixada Santista; do Sorocaba e Médio Tietê; do Paraíba do Sul e Ribeira do Iguape e Litoral Sul. Quais os principais problemas relacionados à macrometrópole? O aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos de interesse da Região Metropolitana de São Paulo é questão permanente na agenda governa- Território da Macrometrópole considerada pelo Plano Diretor de Aproveitamento dos Pardo Recursos Hídricos da Macrometrópole Paulista Tietê/Jacaré Araras MG MG Mogi-Guaçu RJ Res. Funil Res. Barra Bonita Limeira Res. Salto Grande Piracicaba Médio Paranapanema Mantiqueira Piracicaba/Capivari/Jundiaí RM Campinas Guaratingueta Botucatu Extrema (MG) Campinas Res. Jaguari RJ Taubaté Res. Jaguari Jundiaí São José dos Campos Paraíba do Sul Res. Atibainha Sorocaba e Médio Tietê Res. Juqueri Res. Jurumirim RM São Paulo Guarulhos Res. Santa Branca Sorocaba São Paulo Res. Paraibuna Res. Taiaçupeba Res. Biritiba Alto Tietê Alto Paranapanema Res. Itupararanga Res. Cachoeira do França Res. Jundiaí Res. Ponte Nova Litoral Norte Baixada Santista Res. Guarapiranga Res. Billings Santos RM Baixada Santista 055 SP d oel Man - Pe. ga óbre aN Ribeira de Iguape e Litoral Sul 0 PR 12 Saneas abril / maio / junho | 2011 20 40km N entrevista mental desde a segunda metade da década de 1960, quando foi proposto o Plano HIBRACE. Graças à orientação daquele plano foram planejadas e implantadas algumas das mais importantes obras hoje existentes, como as do Sistema Produtor do Alto Tietê (Barragens de Ponte Nova, Jundiaí, Taiaçupeba, Biritiba e Paraitinga) e do Sistema Cantareira (Barragens do Jaguari, Jacarei, Atibainha, Cachoeira e Paiva Castro). Até aquela época, o suprimento de água, da mesma forma que os outros investimentos em infraestrutura, exigia, além da decisão política, recursos financeiros e capacidade técnica de engenharia. Nos anos seguintes, com o aumento do crescimento desordenado e baixos investimentos em coleta e tratamento de esgotos, o aproveitamento de recursos hídricos da bacia do Alto Tietê tornou-se cada vez mais difícil. Os mananciais mais próximos aos centros de consumo foram chegando à exaustão. Isso somado às crescentes restrições ambientais, aos conflitos pelo uso da água e às diversificadas exigências legais e sociais impôs novos parâmetros para o planejamento e para a tomada de decisão e execução de investimentos em obras de saneamento e recursos hídricos. Então, no final dos anos 80, com a política estadual de recursos hídricos e do saneamento, começou a ser alterada a forma de atender o abastecimento público. Da atuação clássica centrada na gestão da oferta, ampliada por meio de obras estruturais sempre que a demanda expandisse, passou-se a considerar cada vez mais a gestão da demanda, com o emprego de medidas não estruturais para reduzir ou adiar as necessidades de expansão da oferta. Entretanto, mesmo com a prioridade que vem sendo dada à gestão da demanda, o crescimento da população – por exemplo, da RMSP – mostram que há necessidade de aporte de uma vazão média de cerca de 500 l/s, a cada ano. O último Plano Diretor de Abastecimento de Água da Região Metropolitana de São Paulo (PDAA), elaborado para o horizonte de 2025, estudou, para o atendimento das demandas dessa região, as possibilidades de aproveitamento de recursos hídricos na região compreendida pela bacia do Alto Tietê, bacia do rio Piracicaba, vertente marítima (região da Baixada Santista) e das bacias dos rios Paraíba do Sul, Ribeira de Iguape, Tietê-Sorocaba e Alto Paranapanema (Jurumirim). abril / maio / junho | 2011 A partir desses estudos, foram propostas, entre outras ações a ampliação do Sistema Produtor Alto Tietê – SPAT para 15 m³/s, obras futuras no braço do rio Pequeno(Billings) com ampliação do Sistema Produtor Rio Grande para 7 m³/s, implantação do novo Sistema Produtor São Lourenço (Alto Juquiá) e ampliação do SPAT de 15 para 20 m³/s com reversão dos rios Itapanhaú e Itatinga. Dessas propostas, só uma foi implantada, que é a ampliação do Sistema Produtor Alto Tietê – SPAT. Para a concretização dos demais aproveitamentos haverá dificuldades técnicas, custos elevados, conflitos potenciais com outros usos e restrições ambientais em razão da localização em espaços especialmente protegidos (região de mananciais e Serra do Mar). Então, o abastecimento da RMSP, de acordo com o proposto no PDAA, estaria condicionado a reversões de bacias vizinhas que abrangem uma macrorregião onde se situam as três Regiões Metropolitanas do Estado (São Paulo-RMSP, Campinas-RMC e Baixada Santista-RMBS). Além do peso das demandas futuras e conflitos envolvendo novos aproveitamentos para a RMSP, é preciso pensar no dinamismo econômico de toda região da Macrometrópole e nas dificuldades atuais para expansão industrial que depende de recursos hídricos, como ocorre na região das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e Sorocaba e Médio Tietê. Basta lembrar dos exemplos da REPLAN, que foi obrigada a estudar barragens de regularização para ampliar sua captação no rio Jaguari, em Paulínia, e a Toyota que não pode expandir sua fábrica em Indaiatuba. O intensivo uso da irrigação, em trechos das bacias PCJ e Sorocaba e Médio Tietê já é palco de conflitos de uso. Portanto, o plano vai priorizar novas fontes para o abastecimento público, mas também deve considerar fortemente a garantia de suprimento hídrico para atender ao desenvolvimento econômico. Dentre os conflitos de uso das águas desta macrorregião, mais significativos, destaca-se o caso do Sistema Cantareira, situado na bacia do rio Piracicaba e responsável quase pela metade do abastecimento da RMSP. Trata-se de um caso emblemático no que se refere a conflito pelo uso da água, mediante transposição das águas da bacia do Piracicaba para a bacia do Alto Tietê. As águas utilizadas no abastecimento público da RMSP retornam – parcialmente tratadas – para o rio Saneas 13 entrevista Tietê na direção de sua jusante e para a Baixada Santista através do Sistema Tietê-Billings-Usina Henry Borden, configurando um outro tipo de conflito envolvendo a qualidade das águas nas bacias do Alto Tietê, Piracicaba e Médio Tietê, o abastecimento público da Baixada Santista, o suprimento do pólo industrial de Cubatão e a geração hidrelétrica numa região já notoriamente conhecida pela escassez hídrica. Além disso, o futuro aproveitamento dos rios Itatinga e Itapanhaú, no abastecimento de São Paulo, precisa respeitar a geração de energia na usina da Companhia Docas do Estado de São Paulo - CODESP. Por isso tudo, é urgente definir novas formas de suprimento de água – inter-regionais, já que extrapolam a esfera de atuação de cada um dos municípios e da Sabesp – e ações de gerenciamento dos recursos hídricos para garantir o desenvolvimento regional e abastecimento público futuro. Quanto à qualidade das águas, deve ser destacado o impacto das descargas feitas no rio Tietê para o trecho do Médio Tietê, em função do nível ainda insuficiente do tratamento dos esgotos na bacia do Alto Tietê, bem como da poluição difusa. Embora muitas obras de afastamento e tratamento de esgotos já tenham sido construídas nas últimas duas décadas, com resultados positivos, a carga poluidora ainda é responsável por comprometer todo trecho médio do rio Tietê, com prejuízos à saúde pública, ao turismo e à pesca. O problema da escassez hídrica não é mais exclusivo da Região Metropolitana de São Paulo e precisa ser estudado em todo território da Macrometrópole Paulista. O Governo do Estado de São Paulo concluiu que em função dos diferentes usos e usuários da água e, em particular, da diversidade de operadores dos sistemas de saneamento e de inúmeros conflitos que envolvem os recursos hídricos, o problema requer uma ação de planejamento integrado, que deve ser conduzida diretamente pelo Governo do Estado, em sintonia com os instrumentos de planejamento das principais políticas públicas. O que está sendo feito ou planejado? A preocupação com essa macrorregião originou o decreto estadual número 52.748, de 2008, que instituiu um Grupo de Trabalho composto pelos Secretários de Estado titulares das pastas de Economia e Planejamen- 14 Saneas to, do Meio Ambiente, e de Saneamento e Energia, atual Saneamento e Recursos Hídricos. O propósito desse grupo é o de revisar e analisar os planos e estudos existentes, avaliar a situação atual e futura das disponibilidades e demandas dos múltiplos usos dos recursos hídricos e os possíveis conflitos, e propor alternativas para resolver e harmonizar interesses. Os resultados dos censos demográficos feitos pelo IBGE e as projeções populacionais nele baseadas revelaram que teremos, nos próximos 30 anos, um incremento populacional da ordem de 6 milhões de habitantes, basicamente em áreas urbanas. A população total da região da Macrometrópole Paulista, no ano 2035, chegará a cerca de 37 milhões de habitantes, sendo 36 milhões urbanos. População Total e Urbana da Macrometrópole População Total e Urbana da Macrometrópole, em milhões de hab. 37 34 34 33 36 36 31 30 2008 2018 Total 2025 2035 Urbana O impacto desse crescimento demográfico será sentido nos usos diversos da água, principalmente no abastecimento urbano, nas atividades industriais e na agricultura irrigada. Atualmente calculamos as demandas totais de água em cerca de 223 m3/s. Desse valor, quase 50% é destinado ao abastecimento urbano e 31% para fins industriais. Nos próximos 30 anos calcula-se que a região da macrometrópole vai demandar mais 60 m3/s de água, totalizando 283 m3/s, isso se a demanda evoluir de acordo com a tendência. Dos 60 m3/s, cerca de 25 m3/s de água serão para abastecimento público, quase que mais um Sistema Cantareira até o ano 2035. É importante lembrar que, na prática, o rio desco- abril / maio / junho | 2011 entrevista nhece esta separação dos usos “urbano”, “industrial” e “ de irrigação”. A figura abaixo mostra as tendências de crescimento das demandas de água nesta macrorregião. Evolução das Demandas e Cenários Demanda Total (Urb + Ind + Irrig) da Macrometrópole, m3/s 296 283 277 262 268 251 256 242 239 223 O uso da água é predominantemente urbano, como se pode verificar na figura abaixo, respondendo por cerca de 49% da demanda total, no cenário tendencial. As mudanças neste perfil de usos da água, até o ano 2035, serão pequenas. Ainda neste cenário, a irrigação crescerá de 20% em 2008 para 22% e o uso urbano passará de 49% para 47% da demanda total. Demandas de água do Território da Macrometrópole Paulista Evolução das demandas 300 250 200 62 57 54 = 60 m³/s 87 82 70 Urbana = 25 m³/s Industrial = 17 m³/s Irrigação = 18 m³/s 100 50 O que é de competência da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos? O Governo do Estado tomou para si, a responsabilidade de conduzir tecnicamente esses estudos, pois o tema extrapola a área de atuação de cada uma das Secretarias e das demais instituições envolvidas. Nosso papel, em conjunto com a coordenação geral da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional é o de coordenar tecnicamente os trabalhos, com apoio ainda de técnicos da Secretaria do Meio Ambiente, do DAEE e da Sabesp, promovendo as articulações com as demais instituições e instâncias de Governo. 44 79 150 mente promovendo o uso mais racional e o controle de perdas. Num cenário otimista de efetiva implantação dessas medidas esperamos que as demandas totais de água alcancem 251 m3/s – que ainda supera em quase 28 m3/s a demanda atual. Desse déficit de 28 m3/s, o uso urbano será de apenas 5 m3/s graças às hipóteses adotadas de implementação do plano de controle de perdas, o que revela a importância de disseminação da gestão da demanda. É urgente, portanto, a implementação de fortes medidas de gestão de demanda de água – mediante programas efetivos de controle de perdas, melhoramentos tecnológicos, substituição de equipamentos, uso racional da água, reúso de efluentes tratados, políticas tarifárias e incentivos fiscais – de forma a reduzir os novos aportes de água para a Macrometrópole. Há necessidade também de aperfeiçoar as ações em curso e propor novas “medidas não estruturais” tais como as que visam ao controle do uso do solo, o reflorestamento ciliar e a educação ambiental. 109 123 129 134 2018 2025 2035 0 2008 Urbana Industrial Irrigação Por outro lado, num cenário de crescimento socioeconômico decorrente do que podemos chamar de “megaprojetos”, essa demanda poderá chegar a 296 m3/s, mais de 73 m3/s em relação à situação atual. Para evitar esse cenário esperamos também uma ação efetiva na gestão da demanda de água, principal- abril / maio / junho | 2011 Qual é o impacto dos megaprojetos no planejamento da Macrometrópole? Podemos designar de “megaprojetos” as dezenas de empreendimentos, projetos e intenções de investimentos distribuídos principalmente na Baixada Santista e Litoral Norte de São Paulo. São empreendimentos previstos até aproximadamente o ano 2025 e que chegam ao montante de mais de R$ 200 bilhões e cerca de 200 mil empregos diretos. São projetos decorrentes das descobertas de petróleo nas camadas pré-sal ao longo da costa das regiões sudeste e sul. Os portos de Santos e de São Sebastião, que são as portas de entrada do Estado de São Paulo, também planejam suas expansões para atender à crescente Saneas 15 entrevista economia nacional e às decorrentes exportações, importações e atividades de cabotagem. São atividades com grande potencial transformador do Litoral Paulista, com efeitos multiplicadores de renda e emprego por toda a cadeia produtiva. Pode-se incluir também, nesses megaprojetos, o trem de alta velocidade ligando os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, e os investimentos necessários para eventos como a realização da Copa do Mundo e as Olimpíadas, estes últimos com reflexos mais generalizados pelo Brasil inteiro, mas que são de natureza pontual e transitória. Sem dúvida haverá reflexos no padrão de demandas de água, principalmente para o uso urbano e industrial, difíceis de serem calculados em face das incertezas envolvidas. No estudo da Macrometrópole, o cenário de crescimento econômico incorporou todas essas incertezas, e calculou esse reflexo em cerca de mais 4,7% de demanda de água, no ano 2035, ou 13 m3/s adicionais de água, para fins urbanos e industriais. A atividade de planejamento de recursos hídricos, na Macrometrópole, torna-se ainda mais importante diante dessas incertezas, pois, a sua atualização periódica é que possibilitará o ajuste dos rumos. O horizonte de planejamento da Macrometrópole é de aproximadamente 25 a 30 anos. Isso quer dizer que estamos com o “olhar” nessa macrorregião, no ano 2035, para programarmos a necessária infraestrutura de saneamento e recursos hídricos. Mas, o ideal é atualizar esse planejamento a cada cinco ou dez anos aproximadamente, visando eventuais correções necessárias. Em resumo, quais são as principais conclusões sobre a Macrometrópole? Já faz tempo que a Região Metropolitana de São Paulo vem reduzindo o seu ritmo de crescimento demográfico, mas, em termos absolutos, é sem dúvida área que concentra as grandes demandas de água para usos urbanos. No entanto, verificou-se que os principais eixos rodoviários para o interior do estado de São Paulo, como as rodovias Castelo Branco, Anhanguera, Bandeirantes, Dutra, D. Pedro I, e as rodovias transversais interligando os pólos como Campinas, Jundiaí, Sorocaba, Piracicaba, Limeira, Rio Claro, Itu, Mogi Guaçu, Jacareí e São José dos Campos, são as regiões que percentualmente cresceram muito e continuam crescendo. Se traduzirmos esse crescimento em demandas de água e se fizermos o cruzamento com as informações 16 Saneas sobre as disponibilidades hídricas destas regiões, podemos chegar a um mapa de zonas deficitárias em termos de água para o seu abastecimento – urbano, industrial e agrícola. Mananciais Inventariados Mananciais Inventariados Aquífero Guarani Res. Piraí Res. Duas Pontes Res. Jundiuvira Barra Bonita Res. Pedreira Alguns afluentes do Paraíba Res. Campo Limpo Jurumirim Jaguari / Atibainha Guararema / Biritiba Sorocaba-Sarapuí São Lourenço Itatinga Itapanhaú Alto Juquiá Braço do rio Pequeno (Billings) Cascata do Juquiá Baixo Juquiá (Isoterma) São Lourencinho / Mambu / Branco Capivari-Monos O estudo ainda não foi completamente concluído, mas estamos elencando as possibilidades físicas de múltiplas formas de alocação devida da água nas regiões deficitárias. Para a Macrometrópole, examinaram-se todos os aproveitamentos integrados dos recursos hídricos – já cogitados ou estudados –, como os dos rios Itatinga e Itapanhaú, na vertente marítima; a bacia do Alto Tietê e Litoral Sul; a represa de Jurumirim, no Alto Paranapanema; a bacia do rio Sorocaba; a bacia dos rios Juquiá e Ribeira do Iguape; a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí; a bacia do rio Paraíba do Sul; os recursos hídricos subterrâneos do aquífero Guarani; e o reservatório de Barra Bonita, no rio Tietê. Como se vê, a preocupação principal foi a de inventariar e esgotar todas as possibilidades físicas – no entorno e no interior da Macrometrópole. A partir de cada uma dessas possibilidades, vantagens e desvantagens, serão então comparadas para integrar um conjunto de propostas mais promissoras, que dependam de estudos mais detalhados e aprofundados. Como a região da Macrometrópole é extensa, e as zonas de deficiência hídrica são difusas, não será uma única proposta que atenderá as demandas totais de água dessa macrorregião. O estudo se encontra, atualmente, na fase de exame acurado de todas essas possibilidades “físicas” identificadas. abril / maio / junho | 2011 ponto de vista Superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo. Engenheiro Civil, pela PUC de Campinas e pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, autor de vários trabalhos técnicos publicados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). O controle de enchentes na Região Metropolitana de São Paulo Por Alceu Segamarchi Júnior A história da ocupação humana do território da Região Metropolitana de São Paulo se confunde com a ocupação das margens e várzeas dos seus rios. Desde os primeiros povoamentos indígenas, até as mais recentes expansões da sua mancha urbana, sempre tivemos os cursos d’água como linhas mestras desse processo. Ocorre que nem sempre essa ocupação respeitou os limites impostos pelos processos de cheias associados aos rios que compõem a Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, em particular dadas as especificidades hidrológicas e geográficas dessa bacia, promovendo a invasão de áreas de várzeas, naturalmente sujeitas a enchentes a cada estação chuvosa. abril / maio / junho | 2011 Por isso, nos dias de hoje, a análise e a busca de soluções de drenagem urbana são um desafio constante na gestão da Região Metropolitana de São Paulo, que apresenta um cenário marcado pela diversidade. Segundo dados do Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os 39 municípios da Grande São Paulo concentram cerca de 20 milhões de habitantes; uma contingente humano equivalente a cerca de 50% da população do Estado de São Paulo e 10% da brasileira. A distribuição, por sua vez, não é uniforme, apresentando enorme grau de diversidade ao longo de uma massa contínua de conurbação altamente impermeabilizada. Algumas Saneas 17 ponto de vista áreas apresentam densidades demográficas colocadas entre as maiores do mundo, tal como Diadema, com mais de 12 mil habitantes por km², ao mesmo tempo em que apresenta municípios com expressivas parcelas de seu território inscrita em áreas de proteção permanente e baixos índices de ocupação, como é o caso de Salesópolis. Esse quadro altamente diversificado impõe expressivas demandas ao Governo do Estado de São Paulo, em particular ao DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Entre elas, sobressai o controle de enchentes e cheias dos rios da Bacia do Alto Tietê. O DAEE, às vésperas de seu 60º aniversário, enfrenta diariamente essa e outras centenas de demandas, contando com total apoio da Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos. Entre seus projetos prioritários no enfrentamento das enchentes do Tietê está a busca da recuperação das áreas originalmente ocupadas pelas águas do rio a montante da barragem da Penha, dando origem ao maior parque linear do mundo: o Parque Várzeas do Tietê, com 75 quilômetros de extensão. O projeto, que será implantado em três etapas, possibilitará a recuperação e preservação de 107 quilômetros quadrados de várzeas ao longo de sete municípios: São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis. Apenas a primeira etapa, da Barragem da Penha à divisa de São Paulo com Itaquaquecetuba, representará um investimento de US$ 200 milhões, dos quais 115 milhões serão financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), amortizados ao longo de 20 anos, e o restante pelo Estado de São Paulo. Neste trecho, o projeto prevê a remoção de cerca de 7.200 famílias (aproximadamente 70% do total de remoções) que vivem em áreas de risco e sua realocação em áreas seguras, em unidades habitacionais dignas construídas pela CDHU, com toda a infraestrutura urbana. O projeto do parque, de autoria do arquiteto Ruy Othake, prevê ainda a construção de 33 centros de lazer, esportes e cultura, 7 pólos turísticos, uma via de trânsito local, unindo os vários núcleos, e ciclovia com 230 quilômetros de extensão circundando toda a área. Além disso, tem sido dada continuidade às ações previstas no Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê. Implementado em 1998, o programa é constantemente revisado e atualizado, e já possibilitou 18 Saneas a construção de 44 piscinões, viabilizando a contenção de mais de 8 bilhões de litros de água das chuvas, mitigando os efeitos da ocupação desordenada das várzeas dos rios que formam a bacia. Além disso, a obra de rebaixamento da calha do rio Tietê, que absorveu um investimento da ordem de 1,7 bilhão de reais, trouxe um aumento expressivo na capacidade de vazão do rio, que chegou a triplicar na altura da foz do rio Aricanduva. Isso tudo, no entanto, não é suficiente. O controle de enchentes na Região Metropolitana é um desafio de extrema complexidade, exigindo atenção permanente. Por isso, o DAEE mantém uma política de investimentos constantes, por exemplo, nas obras de desassoreamento da calha do Tietê, estando prevista a remoção, entre 2011 e 2012, de 2,7 milhões de m3 de sedimentos, a serem utilizados no processo de recuperação ambiental da Cava de Carapicuíba. Também está em curso a implantação do Piscinão Jaboticabal na região da chamada “Tríplice Fronteira”, entre os municípios de São Paulo, São Caetano e São Bernardo do Campo. Este reservatório permitirá a contenção até 900 mil m3 (equivalente a 360 piscinas olímpicas) de água das chuvas, em uma região historicamente associada à ocorrência de enchentes, beneficiando mais de 500 mil pessoas. Para concluir, é fundamental enfatizar a necessidade de envolvimento de todos os segmentos da sociedade e do Estado na tarefa do controle de enchentes na Região Metropolitana de São Paulo. As diversas esferas do setor público devem seguir o caminho das parcerias, no sentido mais republicano da palavra, partilhando responsabilidades e recursos, excluindo qualquer corte por conta de colorações partidárias, conforme abordagem determinada pelo Governo do Estado. Assim, é fundamental o empenho dos municípios na contenção de ocupações irregulares de áreas alagáveis, bem como na coleta e destinação de resíduos sólidos. Ao mesmo tempo, à população incumbe o dever de contribuir para a coleta desses resíduos adequando sua disposição aos horários determinados para a passagem das unidades coletoras, no caso do lixo doméstico, e contratando empresas regulares para coleta de entulho e materiais inservíveis. Somente assim poderemos projetar um futuro livre de enchentes na Região Metropolitana de São Paulo. abril / maio / junho | 2011 visão de mercado A importância da Engenharia para o Progresso do Brasil Engenheiro Civil, Presidente do CREA SP – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo, da FEBRAE – Federação Brasileira das Associações de Engenharia e do IPEAMA – Instituto Paulista de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos Maçons. Por José Tadeu da Silva No ano passado, em Cubatão-SP, Lula, então Presidente do Brasil, afirmou que: “A Engenharia é que dá a Cara do Progresso e do Desenvolvimento do Brasil”. Quando pensamos na Macrometrópole, e nas delicadas questões de saneamento, podemos aplicar a frase do nosso ex-Presidente. Pois que em tudo o que fazemos e planejamos, está implícita a participação do engenheiro, do profissional da área tecnológica. Claro que, ao olharmos o futuro, temos que visualizar a “cara” que o Brasil terá. Será que nossas escolas estão formando profissionais em quantidade e em qualidade suficiente para “dar conta” da demanda que temos pela frente? E os nossos profissionais? Será que eles estão conscientes da importância que têm no futuro e no progresso do país e estão se “reciclando, abril / maio / junho | 2011 se preparando” para os novos tempos, os novos desafios, as novas tecnologias? No mês de junho, realizamos em São Paulo, a Audiência Pública de acompanhamento das obras e ações para a Copa do Mundo FIFA 2014. Os projetos, o desenho da infraestrutura, os novos estádios, aeroportos, em tudo está presente a inovação, as tecnologias de ponta. E os profissionais brasileiros não tem contato com essas novas maneiras de se projetar e construir. No CREA SP, que eu tenho a honra de presidir, emitimos o acervo profissional. Uma espécie de curriculum dos trabalhos realizados pelos profissionais da área tecnológica. Para que um profissional possa participar, por exemplo, de uma concorrência pública, tem que apresentar seu acervo. Em muitos Saneas 19 visão de mercado casos, poderemos ter até uma situação de desigualdade. Quem tem acervo técnico para construir um trem bala? E para o Pré Sal? E para os novos estádios? A vida é como um carro. Temos que olhar sempre para a frente. Mas, vez em quando, damos uma espiadinha pelo retrovisor, para ver o que está lá atrás. Para que possamos evoluir, temos que ter uma história, um passado, um acervo. É isso que nos forma e nos credencia a superar as dificuldades e os obstáculos de se construir um novo tempo. O Brasil caminha a passos largos para ser, na próxima década, a quinta potência mundial. Isso nos enche de orgulho. Mas não podemos pensar o amanhã se o hoje está sendo construído sem a inovação tecnológica, sem a sustentabilidade ambiental e social. Os dados de que dispomos são preocupantes. No ano que vem, vamos precisar de 300 mil engenheiros mas as nossas escolas só conseguem formar metade dessa quantidade. Temos aí um grande déficit de profissionais. E se levarmos em conta a evasão? Dados da CNI revelam que, nos 1.374 cursos existentes no país, a evasão é de 80%. Isso quer dizer que, dos 150 mil alunos que ingressam no primeiro ano, somente 30 mil concluem os estudos. É preciso repensar todo o processo pois não basta acenar com promessas. Temos que motivar os alunos a prosseguirem no curso que escolheram. Alguns números que eu recebo, no meu gabinete, são até assustadores: só 1 em cada 4 engenheiros tem formação adequada. Isso quer dizer que o Brasil forma menos de 10 mil engenheiros com competência. A China forma 400 mil engenheiros por ano. A Índia forma 250 mil e a Coréia do Sul 80 mil. O Brasil está segurando a lanterninha formando 30 mil. O Sistema Confea/Crea registra em todo o Brasil um milhão e quatro mil profissionais. Praticamente a metade está aqui no Estado de São Paulo. Mas esse número ainda é pequeno. Ainda de acordo com os dados existentes, os cursos universitários em nosso estado formam anualmente apenas 12 mil profissionais. Se queremos pensar a Macrometrópole do futuro, temos que encontrar maneiras de estancar esse deficit de profissionais da área tecnológica. Como não se faz o progresso sem a engenharia - seremos forçados a importar profissionais. 20 Saneas O Brasil caminha a passos largos para ser, na próxima década, a quinta potência mundial. Isso nos enche de orgulho. Mas não podemos pensar o amanhã se o hoje está sendo construído sem a inovação tecnológica, sem a sustentabilidade ambiental e social. Uma luz no fim do túnel O cenário, entretanto, é otimista. Nem tudo está perdido. Há uma luz no fim do túnel. De acordo com o MEC, o número de alunos que ingressam nos cursos de engenharia aumentou 33% entre 2007 e 2009. Por isso, no dia 05 de julho, o MEC autorizou a criação de 2.700 novas vagas em cursos de graduações de universidades particulares, priorizando os cursos de engenharia civil. Os calouros descobriram que podem apostar nessa área para os próximos anos. Uma grande consultoria divulgou um estudo animador: Das dez carreiras que receberam os maiores aumentos de salário no último ano, sete são especialidades da engenharia. Isso quer dizer que a profissão está sendo valorizada. No CREA SP, o maior Conselho de Fiscalização da América Latina e provavelmente do mundo, criamos o Crea Jovem, formado por jovens profissionais e que desenvolve ações estratégicas, de abordagem motivadora com os alunos. Ao mesmo tempo, temos incentivado as entidades com as quais nos relacionamos, Associações que congregam os profissionais, a promoverem cursos de capacitação e de reciclagem para permitir também aos profissionais que estão fora do mercado possam retornar pois vamos precisar de todos. Afinal, “Ninguém é melhor do que todos nós juntos”. abril / maio / junho | 2011 artigo técnico O Abastecimento de água da RMSP e o Controle de Perdas Por Osvaldo Ioshio Niida Engenheiro Civil formado em 1980 pela Escola Politécnica - USP Cursos de Especialização: Administrativa, Gestão de Projetos, Manutenção Produtiva Total e Introdução à Economia na Fundação Getulio Vargas, Fundação Vanzolini, ABRAMAN (Associação Brasileira de Manutenção) e e FIA (Fundação Instituto de Administração) - USP (Universidade de São Paulo). MO - Trabalho no Controle e Eficiência Operacional do Abastecimento e Perdas. Coordenação de grupo de trabalho para ajustamento dos processos operacionais atendendo à ARSESP. Desenvolvimento do 1º contrato de resultados Controle de Perdas em Itapevi. MP – Planejamento da Operação e Apoio e na implantação do Programa Controle de Perdas. Definição do uso social - volumes usados em áreas precárias. Introdução de novas tecnologias no controle e gestão de perdas, incluindo VRP. MS – Gestão do abastecimento e do controle de perdas. Coordenação de obras do Programa Metropolitano de Água reduzindo a população sob rodízios de abastecimento (2 milhões de pessoas). MM – Controle da Manutenção. Diagnóstico da Manutenção RMSP apresentado no Congresso da ABRAMAN e no XXIII Convenção da UPADI - México A RMSP- Região Metropolitana de São Paulo compreende 39 municípios e uma população total que ultrapassa 20 milhões de habitantes, o que ilustra de forma cabal o crescimento acelerado e a concentração da população brasileira nas cidades, fato ocorrido nas cinco décadas do último século. Este crescimento populacional resultou para a RMSP não só a verticalização dos centros urbanos, mas também o “espalhamento” da ocupação urbana. A capacidade dos serviços públicos foi paulatina e seguidamente sendo superada pela demanda crescente e em regiões cada vez mais longe dos centros ou núcleos urbanos. Os serviços públicos foram, então segmentados e os mais dinâmicos foram transformados em empresas de economia mista. Ao final do período dos governos militares essa alternativa foi sendo enfraquecida pelo questionamento do papel do Estado na economia e substituída pelo setor privado, sendo as principais concessionárias privatizadas como as energéticas e telefonia, contudo o saneamento seguiu um caminho próprio ao manter a concepção empresa de economia mista. O saneamento básico teve um percalço de não ter um caráter nacional e talvez por isso perder interesse e evidência publica junto às forças políticas. Deve-se ressaltar que todos os assuntos relativos aos negócios públicos locais: drenagem urbana, resíduos sólidos etc, vêm sendo relegados também a um segundo plano. Resultando em degradação da imagem da atividade junto à opinião pública, gerando consequências inesperadas como o baixo interesse na carreira que se constata na insuficiente formação de engenheiros. abril / maio / junho | 2011 A facilidade e a relativa abundância de recursos financeiros provenientes do PLANASA já há muito estavam se esgotadas restando a utilização do resultado das tarifas a manutenção e outros serviços de custeio, incluindo mão de obra, além de arcar agora com os investimentos necessários para suprir o crescimento da RMSP. Os Serviços de Saneamento em diversos aspectos se apresentavam degradados e com baixíssima aprovação dos clientes, gerando desgaste e descontentamento dos profissionais. O circulo vicioso da incapacidade de resolução de problemas e acúmulo de pedidos de serviços e o sem número de reclamações de diversas espécies e a baixa capacidade de investimentos da empresa levavam a um quadro de colapso eminente. Como consequência ou causa os indicadores de perdas de água indicavam que as estas representavam quase a metade dos volumes produzidos, mas que poderiam ser maiores, fato explicado pelas faltas de água e intermitências que mascaravam o indicador. Essa situação atraiu o interesse de grandes corporações em busca de novos e promissores mercados, o que mobilizou o corpo técnico e entidades no sentido de aceitar o desafio e atuar na questão. Criando-se o Programa de Perdas tendo como responsáveis as Unidades de Negócio, sendo contratada consultoria que classificou as perdas como Físicas (vazamentos) e não-Físicas (sub medição etc.), a definição dos volumes totais produzidos: Macro medição e a Micro medição resultado das leituras dos hidrômetros. Sendo importante ressaltar o uso do banco de dados da comercial. Criando assim os primeiros controles e sistema singelo de controle de perdas - SIMM. Saneas 21 artigo técnico A decisão estratégica de atuar prioritariamente nas perdas físicas se mostrou acertada e correta por contar com sistemas e banco de dados, através do qual, foi possível definir indicadores e sistemáticas de controle e acompanhamento da recuperação obtida com a troca de medidores, surgiram sistemas específicos para controle de consumo e troca de hidrômetro possibilitando planejar as metas e recuperação no âmbito das perdas aparentes. As principais ações no controle do processo comercial foram: ■■ Ação sobre o mercado fornecedor de medidores obtendo ganho tecnológico e na precisão e a redução significativa no preço; ■■ TACE que obteve ganhos expressivos no processo de leitura e apuração de consumo e entrega da conta no ato; ■■ SGH que recebeu o aporte dos diversos sistemas locais e é voltado à troca focada para o resultado dos hidrômetros. Perdas Reais Nas perdas Reais o aporte tecnológico da “Pitometer” – Empresa de origem americana que trouxe as primeiras inovações na instrumentação e sistemas de apoio á medição e equipamentos de pesquisa em vazamentos, já apresentava desgaste e uma certa obsolescência ao se avaliar a defasagem tecnológica entre o trabalho local e os principais pólos de desenvolvimento em controle de perdas a nível mundial. A vertente britânica apresentou-se como uma alternativa viável por ser bastante similar às condições da rede e em termos de custos. As condições mais degradadas da rede permitiram medidas mais ousadas em termos de redução e controle de pressão que foram citadas como método brasileiro. O prof. Allan Lambert em sua primeira estada no Brasil trouxe toda metodologia e sistemas de avaliação, diagnóstico e uma nova abordagem para conceituar as perdas: ■■ Indicadores percentuais não representam de forma precisa o controle e tem pouca sensibilidade no acompanhamento de ações; ■■ Indicadores volumétricos por ligação são mais condizentes à realidade da RMSP; ■■ Indicadores de infra-estrutura, pressão operacional e relacionamento com as condições locais de prover água; 22 Saneas ■■ Matriz Hídrica para acompanhamento e gestão do programa de perdas. ■■ O diagrama das Perdas Reais ou “Cruz de Lambert” referência e define em linhas gerais o trabalho de redução e controle de Perdas sendo o ponto de partida e a continuação cíclica do trabalho de revisão permanente das Perdas. No âmbito das Perdas Reais as contribuições mais significativas: ■■ Atualização tecnológica dos equipamentos acústicos de pesquisa de vazamentos; ■■ Certificação profissional de técnicos em pesquisa acústica; ■■ Agilidade e maior rapidez no conserto de vazamentos; ■■ Gestão de Pressões através de VRPs – Válvulas Redutoras de Pressão; ■■ Desenvolvimento de materiais peças e ferramentas. O advento do GIS abriu uma série de novas possibilidades de gestão e controle de perdas reais como o direcionamento da pesquisa em áreas onde os indicadores apresentam ganhos mais promissores. A abordagem de estudar-se as perdas por blocos chegou através do convênio com a “JICA – Japan International Cooperation Agency”, esta tem sido uma referência no aspecto da formação e capacitação da mão-de-obra, desenvolvimento do mercado de materiais e os aspectos de fomento e a formação da engenharia em abastecimento e controle de perdas. Essa cooperação é especialmente produtiva ao encontrar um desenvolvimento da organização onde o benchmark feito nas companhias japonesas encontra paralelo e aplicabilidade quase que imediata e os resultados se mostram consistentes e com permanência. O controle de perdas percorreu um longo caminho fazendo parte do processo de operação e manutenção e engenharia das empresas e serviços de Saneamento de forma permanente e definitiva, sendo parte fundamental para a preservação dos recursos naturais e o atendimento às demandas de abastecimento das cidades. abril / maio / junho | 2011 artigo técnico Áreas de controle e recorrência de vazamentos nas redes de distribuição O Combate as Perdas Reais Por Robson Fontes da Costa Engenheiro Civil pela UNICSUL/SP, Tecnólogo em Obras Hidráulicas pela FATEC/SP e Pós Graduado em Engenharia de Saneamento Básico pela FSP/USP e Engenharia de Projeto de Válvulas Industriais pela POLI/USP e Mestrando em Tecnologias Ambientais pela CEETEPS/SP. Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP: Unidade de Negócio Norte - Rua Conselheiro Saraiva, 519 – Bairro: Santana Cidade de São Paulo – CEP 02037-021 – SP. Tel.: +55 (011) 2971 4100, E-mail: [email protected] ou [email protected] RESUMO Nos Sistemas de Tratamento e Distribuição de Água, como em qualquer indústria de transformação, existem perdas em algumas fases do processo. Desde a captação até o consumidor final, existem vários tipos de perdas, geradas em sua maioria por manutenções, operações, aplicação de materiais e tecnologias inadequadas. Além de causarem problemas de abastecimento e prejudicarem a imagem das Companhias de Saneamento, as mesmas aumentam o consumo energético, através dos bombeamentos das redes de abastecimento. Além disso, as perdas estão vinculadas à eficiência operacional das mesmas, servindo de parâmetros para a busca de investimentos juntos as entidades financiadoras além de causar impactos ambientais. As perdas reais são constituídas pelos vazamentos que ocorrem nas redes de distribuição, além de extravasamento de reservatórios. Para um efetivo combate a essas perdas é necessária à subdivisão dos setores de abastecimento em sub-setores denominados área de controle. Além disso, é necessário o conhecimento das recorrências de vazamentos por setor ou área de controle, suas causas e medidas preventivas. Este trabalho apresenta os resultados da aplicação desta metodologia no setor de abastecimento Jaraguá e na área de VRP Pauva, na Região Metropolitana de São Paulo. A utilização da água para diversos fins relacionados às atividades humanas, tais como abastecimento, recreação, geração de energia elétrica, irrigação, navegação e diluição de esgotos, a transforma em um recurso que tem um valor econômico, e como tal exige abril / maio / junho | 2011 que o seu manejo seja o mais racional possível. Esta consideração torna-se mais contundente em regiões onde a disponibilidade de água não supera a demanda que dela se faz para o atendimento a todos aqueles possíveis usos. Ao dimensionarmos um sistema de abastecimento devemos levar em conta parâmetros estatísticos e medições para o desenvolvimento de um projeto que atenda a demanda atual e futura, como por exemplo: ■■ Crescimento populacional; ■■ Disponibilidade hídrica; ■■ Topografia; ■■ Índice de Perdas O índice de perdas é um valor adotado pelo projetista, variando em até 40% do volume disponibilizado, e que pode alterar significativamente os custos, as dimensões de reservatórios e redes primárias de distribuição. Em um sistema de abastecimento de água, a ocorrência de vazamentos nas tubulações representa uma das maiores fontes destas perdas. É senso comum associar os vazamentos nas tubulações à idéia de perda, desperdício, ineficiência e outros qualitativos que denotam má gestão do sistema. As consequências mais imediatas dos vazamentos são: ■■ Aumento dos custos de produção e operação, resultando em preços mais elevados da água tratada ao consumidor. ■■ Riscos maiores de contaminação da água distribuída quando houver despressurização da rede, pela possibilidade de acesso de agentes nocivos ao interior da tubulação. ■■ Danos ao patrimônio público ou privado, pela de- Saneas 23 artigo técnico gradação do sistema viário e comprometimento das edificações devido a infiltrações de água. As tubulações da rede de distribuição são enterradas e transportam água sob pressão até os pontos de consumo junto aos imóveis, onde ocorre a medição dos volumes através de hidrômetros. Os vazamentos geralmente afloram à superfície, sendo então facilmente identificados e posteriormente corrigidos. Entretanto, em muitos casos os vazamentos não atingem a superfície do terreno, permanecendo dias, meses ou anos escoando, totalizando volumes consideráveis de perdas de água. Ações como a detecção de vazamentos por método acústico, instalações de válvulas redutoras de pressão (VRP), setorização implicam diretamente na diminuição destes volumes e são técnicas já aplicadas nos sistemas de abastecimento. O grande desafio, portanto e a aplicação das mesmas otimizando as ações e potencializando os resultados. Para isso, uma efetiva gestão de detalhamento e conhecimento dos setores de abastecimento se faz necessário. Pulverizar ações por todo o setor não resultam em muitas vezes as metas desejadas, visto que em setores com mais de 60 km de rede a pesquisa de vazamento pode sofrer pela recorrência de vazamentos, ou seja, a taxa de surgimento de vazamentos serem maior que o número de vazamentos locados por ciclo de varredura. Além disso, setores muito grandes podem demorar meses para que os resultados destas ações possam surtir afeitos, como a diminuição da vazão diária ou mesmo da sua vazão mínima noturna. Para isso, as divisões dos setores em sub-setores ou áreas de controle, facilitam não somente o direcionamento das ações bem como o acompanhamento dos resultados. ÁREAS DE CONTROLE Podemos definir áreas de controle como porções de rede de abastecimento limitadas por válvulas de bloqueio determinadas, isolando seu funcionamento, tendo a sua alimentação principal por um ou mais linhas de abastecimento. Outra determinação para área de controle é a subdivisão do setor de abastecimento em menores áreas como exemplos plantas cadastrais ou quadrículas. Nestes casos o setor não é limitado por válvulas limítrofes, mas por parâmetros gráficos das redes assentadas. 24 Saneas Cada setor de abastecimento, portanto é definido pela área de abrangência de seus reservatórios divididos em uma setorização clássica em zonas altas ou baixas, feitas pela limitação das pressões estáticas máximas e mínimas. Em alguns casos se faz necessária à instalação de válvulas redutoras de pressão (VRP) para a diminuição destas pressões, ou mesmo bombas de recalque (booster) para aumento da pressão em áreas com topografias elevadas. Cada uma destas áreas, portanto podem ser definidas como áreas de controle, limitadas e com redes de alimentação bem definidas. O acompanhamento das variações das vazões, associadas a parâmetros como pressão ou quantidade de vazamentos por quilômetros (Vaz/km) visíveis e não visíveis às classificam para a determinação de onde iniciaremos as ações de combate as perdas reais. RECORRÊNCIAS DE VAZAMENTOS Outro parâmetro que deve ser determinado nas ações de combate a perdas através das pesquisas acústicas de vazamentos e a recorrência de vazamentos ou taxa natural de surgimento de vazamentos. Se nenhuma medida corretiva ou preventiva de combate aos vazamentos for tomada, há a tendência de um taxa natural de surgimento de vazamentos decorrentes de diversos fatores como a qualidade do material, variações de pressão, recalques de solo entre outras. A taxa natural de surgimento de vazamentos representa, então, um valor médio desse crescimento ao longo do tempo, variando em função das características próprias de cada trecho da rede como mencionado. Para tanto, um efetivo planejamento e dimensionamento do período de pesquisas deve ser desenvolvido através da determinação desta taxa. O não conhecimento deste crescimento pode gerar um controle passivo das redes de distribuição, na medida em que a cada manutenção realizada, decorre do surgimento de uma nova ocorrência. Desta, um controle ativo é aquele em que as pesquisas de vazamentos superem esta taxa de forma a praticarmos manutenções preventivas. A figura 01 representa esta situação: abril / maio / junho | 2011 artigo técnico MATERIAIS E MÉTODOS Após a divisão do setor verificou-se, através dos históricos de apontamentos de pesquisas anteriores a quantidade de vazamentos por quilômetro (vaz/km), por quadrícula, o que determinou a prioridade de geofonamento. O acompanhamento diário destes apontamentos facilitou não somente este direcionamento, bem como a confecção de mapas temáticos como os das pressões dinâmicas medidas durante a campanha de pesquisas. A figura 03 representa um destes mapas com o destaque para as quadriculas que apresentaram maior concentração de vazamentos não visíveis apontados e confirmados na execução. Para o acompanhamento e direcionamento das ações de pesquisa de vazamentos no setor de abastecimento Jaraguá, localizado no extremo norte da cidade de São Paulo, utilizamos os seguintes critérios: ■■ Divisão do setor de abastecimento por quadrícula; ■■ Acompanhamento das pesquisas por quadricula; ■■ Levantamento de dados de pressão e ocorrências por quadrícula; ■■ Elaboração de mapa de pressão; ■■ Levantamento histórico das pesquisas de vazamentos por método acústico de fevereiro/07 a fevereiro/08. Figura 03 – Mapa Temático de Vazamentos Não Visíveis Executados no Setor Jaraguá Figura 01 – Gráfico de Recorrências de Vazamentos QUADRÍCULAS Por se tratar de um grande setor de abastecimento com aproximadamente 455 km de rede e possuir apenas macromedição na entrada do seu reservatório, adotou-se para o acompanhamento de direcionamento das ações de pesquisa de vazamentos não visíveis à divisão do setor por quadrículas. Estas quadriculas, são a representação gráfica das redes fornecidas através do geo-referenciamento de suas redes de abastecimento fornecido pelo sistema SIGNOS da Sabesp, conforme a figura 02 abaixo. Porém, as análises destes mapas devem levar em conta o fato da quilometragem de rede de cada quadricula associada à densidade de ligações, ou seja, uma quadrícula com uma concentração de vazamentos muito elevada não significa que seja prioritária em comparação com outra de menor quilometragem, visto que a quantidade de vazamentos por quilometro desta segunda será maior que a da primeira. Com isso podemos então, associados a estas informações, classificar por Parretto, as quadriculas prioritárias. A figura 04 representa um destes gráficos, no qual podemos notar que, apesar de algumas quadrículas, possuírem uma maior quantidade de vazamentos, não foi classificado com maior relevância. Figura 02 – Quadricula de Manobra, Setor Jaraguá (Fonte: Sabesp – MNEP/2009) abril / maio / junho | 2011 Saneas 25 artigo técnico Pode-se perceber uma diminuição da quantidade de vazamentos apontados entre a primeira e a segunda varredura, mesmo tendo sendo pesquisado 9% a mais em extensão de rede. O gráfico da figura 05 demonstra estas diferenças. Figura 04 – Gráfico de Parretto por Quadrícula no Setor Jaraguá ESTUDO DE RECORRÊNCIAS DE VAZAMENTOS NO SETOR JARAGUA Figura 05 – Ciclos de Pesquisas no Setor Jaraguá Para a determinação do estudo de recorrências no setor, buscou-se o histórico de varredura realizado no período de fevereiro a abril de 2007, conforme a tabela 01. Para um efetivo acompanhamento das recorrências de vazamentos, ao final do segundo ciclo diminuímos o período de retorno realizando re-pesquisas nas áreas, com intervalos de apenas um mês entre as mesmas. Repetimos o processo em uma segunda re-pesquisa, direcionando para as áreas prioritárias. As tabelas 03 e 04 demonstram respectivamente os resultados apontados. Tabela 01 – Primeiro Ciclo de Pesquisa Período Km Ramal Ferrule Pesquisada Rede Total Fev/07 48,71 113 33 6 152 Mar/07 92,30 161 56 10 227 Abr/07 55,77 116 50 16 182 Total 196,78 390 139 32 561 Vaz/km 2,85 O segundo ciclo ocorreu cinco meses depois do primeiro ciclo e suas ações já foram direcionadas as quadriculas já classificadas anteriormente pelo gráfico de Parretto. A tabela 02 demonstra os resultados deste segundo ciclo de pesquisas. Km Ramal Ferrule Pesquisada Rede Total Out/07 84,95 55 69 - 124 Nov/07 89,90 93 63 7 163 Dez/07 40,57 20 13 - 33 Total 215,42 168 145 7 320 Vaz/km 1,5 26 Saneas Período Km Ramal Ferrule Pesquisada Rede Total Jan/08 118,80 87 92 5 184 Fev/08 143,40 106 53 8 167 Total 262,20 193 145 13 351 Vaz/km 1,4 Rede Total Tabela 04 – Segundo Ciclo de Re-Pesquisa Período Tabela 02 – Segundo Ciclo de Pesquisa Período Tabela 03 – Primeiro Ciclo de Re-Pesquisa Km Ramal Ferrule Pesquisada Fev/08 153,23 182 - 2 184 Total 153,23 182 - 2 184 Vaz/km 1,2 Dentre os vazamentos apontados na segunda varredura e na primeira re-varredura, observou-se que os apontamentos na segunda não eram coincidentes, ou seja, eram novas ocorrências em muitos dos casos nos abril / maio / junho | 2011 artigo técnico ramais vizinhos ao segundo ciclo de pesquisa. O mesmo fato ocorreu na segunda re-pesquisa. Foram verificados através de planilhas dos vazamentos apontados todos os casos coincidentes em torno de apenas 15% de todos os novos apontamentos. Isto significa que os 85% dos vazamentos apontados entre as pesquisas tratavam-se realmente de novas ocorrências. Apesar de termos re-pesquisado apenas 58,4% das redes no segundo ciclo de re-pesquisa, priorizamos as áreas com maior incidência de vazamentos. O gráfico da figura 06 representa estas pesquisas e demonstram a proporcionalidade entre a quantidade de quilometragem varrida e os vazamentos apontados que deferi em apenas 0,2 no indicador de vaz/km. Assim podemos demonstrar de forma gráfica a taxa de recorrência de vazamentos para o setor Jaraguá. Isto é possível se assumirmos que cada apontamento conhecido não tivesse sido executado e acumulado aos vazamentos locados do próximo mês. O gráfico da figura 08 representa a taxa de recorrência de vazamentos no setor Jaraguá nos diversos ciclos de pesquisa e re-pesquisa. Figura 08 – Gráfico de Recorrência de Vazamentos no Setor Jaraguá Figura 06 – Ciclo de Re-Pesquisas no Setor Jaraguá Podemos verificar que houve uma significativa diminuição do indicador de vaz/km no intervalo dos cincos meses entre o primeiro ciclo de pesquisa e o segundo, com uma diminuição de 1,34 vaz/km. Porém, ao diminuirmos ainda mais estes ciclos encontramos uma média neste indicador de 1,4 vaz/km, mesmo executando varreduras com intervalos de uma semana entre as quadriculas priorizadas. Este fato se deve, portanto ao que chamamos de taxa de recorrência de vazamentos, ou seja, e a taxa natural de surgimentos de novas ocorrências. O gráfico da figura 07 representa o indicador apontado nas diversas pesquisas realizadas. O gráfico abaixo representa a diminuição destas taxas, ao alinharmos seu coeficiente angular da reta para as mudanças de patamares, ou seja, demonstramos a diminuição da taxa de surgimento dos vazamentos. Figura 09 – Gráfico de Recorrência de Vazamentos no Setor Jaraguá ESTUDO DE RECORRÊNCIAS DE VAZAMENTOS NA VRP PAUVA Da mesma forma efetuou-se um estudo da recorrência em outra área de controle denominada VRP Pauva, com 25,80 km e 2246 ligações, conforme figura 10. Figura 07 – Vazamentos por quilometro entre os Ciclos de Pesquisas no Setor Jaraguá abril / maio / junho | 2011 Saneas 27 artigo técnico – VRP Pauva CONCLUSÕES Figura 10 – Área da VRP Pauva O objetivo era de acompanhar juntamente com as recorrências de vazamentos a diminuição dos volumes da vazão mínima noturna (Qmin), conforme apresentado na tabela 05 que representa a efetividade dos vazamentos locados, perfazendo um total recuperado de 68% apenas na vazão mínima noturna entre 02:00h e 04:00h. O gráfico da figura 11 abaixo representa de forma gráfica estas diminuições. Os espaços de pesquisa entre a primeira e a segunda varredura foi de 4 meses e a primeira re-varredura de 2 meses. Percebe-se que ao diminuirmos o espaçamento entre os ciclos de pesquisa temos um maior ganho de volume recuperado pela vazão mínima noturna. Figura 11 – Gráfico de Diminuição da Vazão Mínima Noturna Podemos então concluir que para um efetivo controle das perdas reais, devemos utilizar ferramentas para um melhor desempenho das atividades de pesquisa de vazamentos. Uma destas ferramentas é a subdivisão dos setores de abastecimento em áreas de controle, onde o acompanhamento dos resultados e das ações empregadas se dá de forma mais clara e rápida. O acompanhamento destas áreas pode nos direcionar para aquelas porções prioritárias que seriam diluídas nas campanhas globais de pesquisa. Além disso, a determinação da taxa de surgimento de vazamentos e de fundamental importância para os planejamentos e dimensionamentos dos períodos de pesquisa de cada setor. Cabe lembrar que as características como a topografia elevada, que pode causar áreas com altas pressões, e instalações de bombas de recalque (booster), associados à má qualidade dos materiais empregados nas ligações e a idade da rede potencializam seu surgimento em períodos cada vez menores, que, se não equacionados de maneira rápida, elevam significativamente os indicadores de perdas nos mesmo. No estudo de caso apresentado podemos considerar os seguintes aspectos: ■■ Taxa mínima de vazamentos por quilometro por re-pesquisa = 1,4 vaz/km ■■ Extensão do setor = 455 km ■■ Surgimento de vazamentos/mês = 1,4 x 455 = 637 vaz/km/mês ■■ Surgimento de vazamentos/ano = 637 x 12 = 7644 vaz/km/ano Tabela 05 – Diminuição da Vazão Mínima Noturna SegundaFeira TerçaFeira QuartaFeira QuintaFeira SextaFeira Sábado Domingo SegundaFeira Média 97,8 98,1 96,0 98,8 102,4 105,1 101,5 100,4 100,0 75,3 63,0 70,8 66,4 75,2 72,1 67,7 67,7 69,8 2º Varredura 97,9 95,1 95,5 91,3 98,1 98,1 98,4 97,5 96,5 50,3 41,5 46,0 52,8 50,3 50,1 52,5 51,2 49,3 3º Varredura 60,4 51,3 50,4 57,4 52,6 40,4 53,2 55,4 52,6 48,2 33,4 19,2 13,0 25,0 35,0 42,0 34,0 31,2 Período 1º Varredura 28 Saneas abril / maio / junho | 2011 artigo técnico Se considerarmos que cada vazamento visível foi em seu surgimento um vazamento não visível podemos então afirmar que a taxa de vaz/km não visíveis apontadas em uma campanha de detecção é a taxa natural de vazamentos do setor, desde que a diferença entre as pesquisa não apontem a diminuição do mesmo. Desta forma ainda podemos concluir que: ■■ Extensão de rede do setor: 455 km ■■ Extensão de rede pesquisada: 839 km ■■ Freqüência de pesquisa por ano = 455 / 839 = 0,542 Se multiplicarmos esta frequência de pesquisa, por ano, chegaremos a uma taxa média de surgimento de vazamentos. Se a capacidade de pesquisa for de duas campanhas no ano, então teremos o tempo médio para o conhecimento dos vazamentos no setor. ■■ 0,542 x 365 dias = 197 dias (aproximadamente, duas vezes por ano). ■■ 197 / 2 = 98 dias Assim o tempo de conhecimento de novos vazamentos será superior a três meses. Para aferição destes dados verificou-se a quantidade de vazamentos totais reparados no ano de 2007 no setor Jaraguá, que foi de 7505 ocorrências, validando o modelo proposto. A conclusão foi novamente aplicada a um menor setor (VRP Pauva) para aferição dos resultados. ■■ Taxa mínima de vazamentos por quilômetro por re-pesquisa = 0,297 vaz/km ■■ Extensão do setor = 25,8 km ■■ Surgimento de vazamentos/mês = 0,297 x 25,80 = 8 vaz/km/mês ■■ Surgimento de vazamentos/ano = 8 x 12 = 96 vaz/km/ano Para aferição destes dados verificou-se a quantidade de vazamentos totais reparados no período de um ano anterior que foi de 0,39 vaz/mês, próximo ao calculado. Portanto para que possamos efetuar um controle ativo de vazamentos, precisaríamos aumentar ainda mais o período de pesquisa entre os ciclos. Porém, devemos perceber que a não diminuição deste indicador poderá estar associada a outras ações como: ■■ Diminuição da pressão; ■■ Troca da infra-estrutura existente (troca de ramais); ■■ Agilidade nos reparos abril / maio / junho | 2011 Devemos verificar com a utilização do registro de falhas, ou visitas aos locais com maior recorrência de vazamentos, analisarmos as causas dos mesmos. Muitas novas ocorrências se dão pelo fato do aumento da pressão após o conserto da fuga. O gráfico da figura 12 representa o aumento desta pressão em uma das quadrículas priorizadas. Figura 12– Aumento da Pressão após Execução de Vazamentos Saneas 29 artigo técnico Além desta análise podemos ainda verificar e classificar as ruas com maior incidência de ocorrências conforme figura 13. Esta classificação é útil na escolha e verificação das ações corretivas aplicadas a cada sub-setor. somente a simples execução após a sua locação, mas sim em um amplo planejamento e pesquisa dos resultados apresentados. Somente desta forma, associando estas execuções à diminuição da pressão, analise de infra-estrutura com trocas de ramais e maior agilidade no reparo podemos evitar situações com a da foto 02 abaixo. Podemos ver claramente pelas diversas marcas de reparos anteriores que a real necessidade do local é a troca de suas ligações. Figura 13– Incidências por ruas pesquisadas Outro aspecto importante que influência a ocorrência do vazamento são as infra-estruturas existentes. O monitoramento e acompanhamento dos reparos são importantes ferramentas na tomada de decisão das ações corretivas necessárias. A foto 01 abaixo representa alguns dos problemas encontrados nos setores estudados. Foto 02 – Exemplo de Recorrência de Vazamentos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSAIOS NÃO-DESTRUTIVOS – ABENDE. Detecção de Vazamentos Não-Visíveis: Métodos Acústicos. Apostila de Treinamento para Profissionais níveis 1, 2 e 3 (CETRE), São Paulo,2001,2002. 2. COSTA, R. F. Gestão de Controle de Perdas e a Busca da Eficiência Operacional. Revista Hydro. , São Paulo, 2008. Estas análises reforçam a necessidade de associarmos as campanhas de pesquisa de vazamentos, não 30 Saneas abril / maio / junho | 2011 Especial A nova Resolução Conama 430/2011 Em 16 de maio, foi publicada no Diário Oficial da União a Resolução Conama 430/2011, a qual dispõe sobre condições, parâmetros, padrões e diretrizes para gestão do lançamento de efluentes em corpos de água receptores. Na verdade, a nova Resolução complementa e altera parcialmente a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água, as diretrizes ambientais para o seu enquadramento e as condições e padrões de lançamento de efluentes, acrescentando e revogando alguns de seus dispositivos. De conformidade com o conteúdo da publicação, o lançamento indireto de efluentes no corpo receptor deverá observar o disposto nesta Resolução quando verificada a inexistência de legislação ou normas específicas, disposições do órgão ambiental competente, bem como diretrizes da operadora dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto sanitário. Dentre as novas considerações da Resolução atual, destacam-se a alteração do conceito de zona de mistura e a adoção de novas condições e padrões de lançamento de efluentes. Foram introduzidas, ainda, novas condições para o lançamento de efluentes efetuado por meio de emissários submarinos e para os efluentes oriundos de serviços de saúde, os quais também estão sujeitos a novas diretrizes . Ressalvando que o órgão ambiental competente poderá, a qualquer momento, mediante fundamentação técnica acrescentar outras condições e padrões para o lançamento de efluentes, ou torná-los mais restritivos, tendo em vista as condições do corpo receptor, vale registrar que a Resolução n° 430 prevê a possibilidade de concessão de prazo de até três anos, contados a partir da data de sua publicação, para que empreendimentos e atividades poluidoras que já possuem licença ambiental possam se adequar aos novos padrões da norma. abril / maio / junho | 2011 Saneas 31 artigo técnico Engenheiro Civil pela UNESP de Bauru/ SP, Engenheiro Sanitarista, Mestre e Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo - USP, Livre-Docente em Saneamento Básico e Ambiental pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Superintendente de Gestão Ambiental da Sabesp e Professor Doutor do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP. Engenheira Civil pela Faculdade de Engenharia São Paulo, Mestre e Doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo - USP. Coordenadora de Comunicação Ambiental da Superintendência de Gestão Ambiental da Sabesp. 32 A nova Resolução Conama: avanço ou retrocesso para o desenvolvimento ambiental e urbano? Por Wanderley da Silva Paganini e Miriam Moreira Bocchiglieri Um novo cenário para o saneamento A Resolução Conama nº 430/2011, publicada em maio deste ano, estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes nos corpos de água, complementando e alterando a Resolução nº 357 de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama. A nova Resolução traz uma abordagem específica para o setor de saneamento, diferenciada dos demais setores, estabelecendo padrões para as instalações que tratam esgotos sanitários, definidos como os “esgotos predominantemente residenciais, que podem conter parcela de efluentes industriais e de não domésticos”. Esta abordagem foi objeto de inúmeros debates durante o período em que foram discutidas as premissas a serem adotadas para a composição do novo texto legal, e após a sua publicação, surgiram manifestações questionando a estruturação proposta, mediante embasamento equivocado em relação ao estabelecimento de condições e padrões específicos para o saneamento, considerando tratar-se de uma “licença para poluir” expedida para o setor. Tais manifestações foram pautadas, por exemplo, no seguinte argumento: o nitrogênio que vem da indústria polui mais do que aquele que vem do setor de saneamento? É evidente que não, e sob esse aspecto cabe resgatar os fundamentos que nortearam a abordagem dada pelo Conama ao saneamento, lembrando que o assunto vem sendo exaustivamente debatido há vários anos, valendo destacar a Resolução nº 397/2008, na qual foi estabelecido que o parâmetro nitrogênio amoniacal total não seria aplicável em sistemas de tratamento de esgotos sanitários, determinando também a criação de um grupo de trabalho para apresentar propostas complementares sobre condições e padrões de Saneas lançamento de efluentes para o setor de saneamento, trabalho este que culminou com a publicação da Resolução Conama nº 430/2011. O equilíbrio: padrões de lançamento de efluentes X padrões de qualidade dos corpos hídricos A partir da observação das bases que fundamentaram esses documentos legais anteriormente mencionados, é possível compreender de que maneira eles afetam o desenvolvimento das cidades e das macrometrópoles, lembrando que as Resoluções Conama têm abrangência nacional e devem obrigatoriamente ser atendidas por todos, de maneira igualitária, independente do porte, geografia, diversidades e condições específicas de cada região do país, inclusive em relação aos recursos naturais, técnicos, financeiros, culturais... Deste modo, um primeiro aspecto a ser lembrado, diz respeito à “linha de corte” definida pelo Conama, pelo estabelecimento de padrões de base, menos restritivos, com a possibilidade da adoção de padrões mais restritivos pelos Estados e Municípios, na esfera de suas competências, conforme prevê a legislação vigente no país. Também é importante lembrar que a Resolução Conama nº 430/2011 parte do pressuposto que os padrões de qualidade da água deverão ser atendidos, respeitando as bases estabelecidas pela Resolução Conama nº 357/2005, que continua vigente no que se refere à classificação dos corpos de água e às diretrizes ambientais para o seu enquadramento. Assim sendo, pode-se entender que o lançamento de efluentes nos corpos d’água está condicionado ao atendimento de duas restrições legais, ou seja, os efluentes devem ter características compatíveis com as condições de lançamento e, abril / maio / junho | 2011 artigo técnico após a zona de mistura, o padrão da classe do corpo receptor deve ser atendido, ou seja, não é permitido que um lançamento de efluente venha a “desenquadrar” o corpo receptor, garantindo desta forma a manutenção da qualidade da água e seus usos. Na prática, isso quer dizer que não basta que uma estação de tratamento produza um efluente em conformidade com as condições de lançamento. Após a emissão do efluente no corpo receptor, a qualidade das águas deverá ser mantida, de tal forma que se houver comprometimento aos padrões da classe, esse sistema de tratamento deverá ser aprimorado, seja por melhorias operacionais que poderão elevar sua eficiência, seja pela ampliação do sistema existente, ou pela adoção de processos mais sofisticados de tratamento. Sob esse aspecto, cabe observar que a classificação dos corpos d’água segundo seus usos preponderantes e o estabelecimento de padrões de qualidade por meio da definição de limites individuais para substâncias específicas em cada classe, possibilitam assegurar a qualidade dos corpos d’água para os usos a que se destinam. Deste modo, parece evidente que a fixação de padrões de lançamento de efluentes não seria então necessária. Entretanto, esses limites de lançamento têm sua importância do ponto de vista operacional, especialmente para fins de monitoramento dos sistemas e fiscalização, uma vez que eles se configuram como uma essencial ferramenta de controle da poluição. Condições e padrões de lançamento de efluentes e suas implicações A Resolução Conama nº 430/2011 traz uma abordagem realista do cenário do saneamento no país, onde apenas 28,5% dos municípios realizam o tratamento dos esgotos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE (2008). Sua concepção teve como base a Resolução Conama nº 357/2005, que considera a “necessidade de se criar instrumentos para avaliar a evolução da qualidade das águas, em relação às classes estabelecidas no enquadramento, de forma a facilitar a fixação e controle de metas visando atingir gradativamente os objetivos propostos”. Deste modo, os padrões e condições de lançamento foram pautados no estabelecimento de níveis mínimos de eficiência que pudessem assegurar a qualidade da águas, respeitando os padrões de classe. Considerou- abril / maio / junho | 2011 -se que a adoção de limites muito restritivos poderia demandar elevada somatória de recursos para o atendimento aos padrões fixados e, dependendo das condições locais, esses investimentos são desnecessários, por exemplo, em corpos d’água onde as condições de diluição são favoráveis. Ainda assim, os limites propostos demandam a realização de tratamento biológico para o seu atendimento, o que não era condição anterior, onde os padrões poderiam ser facilmente atendidos mediante processos físicos, usualmente adotados nos sistemas de tratamento em nível primário. A concepção da nova Resolução deveria apresentar uma abordagem inovadora, considerando a capacidade de suporte dos corpos hídricos, a proposição de novos parâmetros para substâncias inorgânicas e orgânicas não contempladas anteriormente, e também, o aprimoramento dos mecanismos de gestão de efluentes. Em relação ao saneamento, avanços para o setor eram almejados nesse processo. Com essa perspectiva, estruturou-se uma teia de idéias e visões diferenciadas sobre o assunto, porém, o saneamento apresenta uma condição muito singular, conforme estabelece o texto constitucional brasileiro, delegando à União a competência para “instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos”. A Constituição garante o direito à saúde e menciona a participação desse setor, por meio do Sistema Único de Saúde – SUS, na formulação da política e execução das ações de saneamento básico, fortalecendo a importância das ações de saneamento para a promoção da saúde pública. Com a promulgação da Lei 11.445/2007 a universalização do acesso aos serviços públicos de saneamento básico passou a integrar os princípios fundamentais do saneamento, considerando também os métodos, técnicas e processos necessários para o atendimento das peculiaridades locais quanto à prestação desses serviços. A Lei 11.445/2007 também estabelece que “o licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos sanitários e de efluentes gerados nos processos de tratamento de água considerará etapas de eficiência, a fim de alcançar progressivamente os padrões estabelecidos pela legislação ambiental, em função da capacidade de pagamento dos usuários”. Numa outra frente, a Fundação Nacional de Saúde – Funasa – tem dentre seus objetivos estratégicos para Saneas 33 artigo técnico 34 o período 2007-2015 o desenvolvimento de modelos de gestão em saneamento voltados para municípios de pequeno e médio porte e a ampliação da oferta dos serviços de saneamento ambiental nos municípios de pequeno e médio porte, de modo a alcançar as metas do milênio em saneamento. Todo esse aparato legal traz como pano de fundo a oferta dos serviços de saneamento para a população, e acabou permeando a elaboração da Resolução Conama nº 430/2011, fornecendo a base que possibilitou consolidar o entendimento de que a evolução desejada para o setor de saneamento, no momento atual, é a conquista da universalização. Com base nessa premissa, buscou-se o estabelecimento de padrões de lançamento diferenciados para o saneamento, que representassem melhoria e proteção ambiental, porém, passíveis de atendimento por todo país, considerando, na medida do possível, a diversidade experimentada pelos estados brasileiros. Esta distinção dada ao saneamento tem sido alvo de críticas, pois é observada de maneira deslocada do restante da Resolução, que considera, conforme mencionado, que os padrões de classe deverão ser atendidos, estabelecendo também, que os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos corpos receptores após o devido tratamento. Ressalta-se que os padrões estabelecidos buscam viabilizar a universalização do tratamento de esgotos, assim como a melhoria progressiva da qualidade ambiental, a exemplo do que foi realizado pelos países desenvolvidos, que buscaram a universalização em nível primário, seguida pelo secundário e assim sucessivamente, sem deixar de observar casos particulares, onde a antecipação dessas etapas era por vezes necessária, em função das características locais. - Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO5,20 A Resolução Conama nº 430/2011 - Estudos Ambientais A Resolução Conama nº 430/2011 é inovadora na abordagem de lançamento de esgotos por emissários submarinos, trazendo também indicações específicas para os sistemas de disposição final de resíduos sólidos e para efluentes oriundos de serviços de saúde. Apresenta, ainda, critérios para a realização de ensaios ecotoxicológicos e diretrizes para a gestão de efluentes. Dentre os aspectos mais significativos para o setor de saneamento, destacam-se alguns tópicos descritos a seguir. A Resolução Conama 357/2005 facultava ao órgão ambiental competente autorizar, excepcionalmente, o lançamento de efluentes em desacordo com as condições e padrões estabelecidos, por um período de tempo pré-determinado, mediante o atendimento a requisitos específicos, dentre eles, a “realização de Estudo de Impacto Ambiental - EIA”. A Resolução nº430/2011 substitui a exigência do EIA pela “realização de estudo ambiental” por entender que esses estudos não devem ser fechados em um formato pré-estabelecido, sendo Saneas Foram incluídos limites de lançamento para DBO, tomando-se como base a eficiência atingida pelos reatores anaeróbios de fluxo ascendente - RAFAs. Esses limites são pouco restritivos, mas ensejam tratamento secundário, o que não era anteriormente exigido. A legislação ambiental paulista já estabelece limites para a DBO desde o ano de 1976, inclusive mais restritivos do que os propostos na nova resolução. A Resolução Conama exige efluente com concentração máxima de DBO5,20 de 120 mg/L, sendo que este limite somente poderá ser ultrapassado no caso de efluente de sistema de tratamento com eficiência de remoção de 60% de DBO. Para a determinação da eficiência de remoção de carga poluidora em termos de DBO5,20 para sistemas de tratamento com lagoas de estabilização, a amostra do efluente deverá ser filtrada (a parcela filtrada é mais representativa em lagoas). - Melhor tecnologia A nova Resolução substitui a prerrogativa dada às agências ambientais de poder “exigir a melhor tecnologia disponível para o tratamento dos efluentes”, por “exigir tecnologia ambientalmente adequada e economicamente viável para o tratamento dos efluentes”, ou seja, aquela que produza resultados compatíveis com as condições do corpo receptor. Deve-se considerar que para a melhor tecnologia disponível, não há limite, pois sempre existe a possibilidade de se avançar mais em termos tecnológicos. A expressão “tecnologia ambientalmente adequada e economicamente viável” leva em consideração as características locais, cabendo ao órgão ambiental avaliar se a proposição apresentada pelo empreendedor atende às exigências ambientais locais. abril / maio / junho | 2011 artigo técnico específicos para cada caso, submetidos à apreciação do órgão ambiental competente para avaliar a sua pertinência e adequação a situação que demandou a excepcionalidade. Acrescenta, ainda, a necessidade de estabelecimento de medidas que visem neutralizar os eventuais efeitos do lançamento excepcional. - Nitrogênio Amoniacal O limite de 20 mg/L para nitrogênio amoniacal não será exigido para os sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Essa exigência poderia acarretar na necessidade generalizada de implantação de tratamento terciário. O limite, entretanto, permanece para as indústrias e demais setores que lançam efluentes nos corpos hídricos, ressaltando-se, mais uma vez, que essa diferenciação para o setor de saneamento foi estabelecida visando conquistar a universalização do tratamento de esgotos. Trata-se, portanto, de uma situação circunstancial, que deverá ser reavaliada no futuro, quando a universalização for uma realidade. - Novos parâmetros para lançamento Os parâmetros listados na Tabela I poderão ser aplicáveis aos sistemas de tratamento de esgotos sanitários, a critério do órgão ambiental competente, em função das características locais, não sendo exigível o padrão de Nitrogênio Amoniacal. O Boro não é aplicável para lançamento em águas salinas e os parâmetros em destaque, foram incluídos na nova Resolução. - Lixiviados de aterros sanitários Os efluentes oriundos de sistemas de disposição final Tabela I - Padrões de lançamento de efluentes: abril / maio / junho | 2011 Saneas 35 artigo técnico de resíduos sólidos de qualquer origem devem atender integralmente às condições e padrões definidos para o lançamento de efluentes. No caso de sistemas de tratamento de esgotos sanitários que recebam lixiviados de aterros sanitários, o órgão ambiental competente deverá indicar quais os parâmetros da Tabela I deverão ser atendidos e monitorados, não sendo exigível o padrão de Nitrogênio Amoniacal. - Ensaios de ecotoxicidade Para os sistemas de tratamento de esgotos sanitários, os testes de ecotoxicidade somente serão realizados no caso de interferência de efluentes com características potencialmente tóxicas ao corpo receptor, a critério do órgão ambiental. Seu objetivo é subsidiar ações de gestão da bacia, indicando a necessidade de controle nas fontes geradoras de efluentes com características potencialmente tóxicas ao corpo receptor. As ações de gestão serão compartilhadas entre empresas de saneamento, fontes geradoras e órgão ambiental, a partir da avaliação criteriosa dos resultados obtidos no monitoramento. - Lançamento por emissários submarinos Para o lançamento de esgotos sanitários por emissários submarinos, ficou estabelecido que devem ser atendidos os padrões da classe do corpo receptor, após o limite da zona de mistura e o padrão de balneabilidade, de acordo com as normas vigentes. Este lançamento deverá ser precedido de tratamento que garanta, dentre outros, a remoção de areia, a condição de “virtualmente ausentes” para os sólidos grosseiros e materiais flutuantes, e a remoção de 20% dos sólidos em suspensão totais. - Limites para lançamento de fósforo O órgão ambiental competente poderá estabelecer limites para o lançamento de fósforo em corpos d’água receptores com registro de floração de cianobactérias em trechos onde ocorra captação de água para abastecimento público - Análises laboratoriais Os ensaios laboratoriais deverão ser realizados por laboratórios acreditados pelo INMETRO ou por outro organismo signatário do mesmo acordo de cooperação mútua do qual o INMETRO faça parte ou em laboratórios aceitos pelo órgão ambiental competente. 36 Saneas - Gestão de efluentes As fontes potencial ou efetivamente poluidoras dos recursos hídricos deverão buscar práticas de gestão de efluentes, com vistas ao uso eficiente da água, à aplicação de técnicas para a redução da geração e melhoria da qualidade de efluentes gerados e, sempre que possível e adequado, proceder reutilização. A Resolução Conama nº 430/2011 e sua influência no cenário das macrometrópoles A Resolução em pauta, sob nosso ponto de vista configura-se numa importante ferramenta de desenvolvimento urbano e ambiental, pois possibilita o planejamento das ações a partir das condições e padrões propostos, que buscam viabilizar soluções para o saneamento nas mais diversas condições. A contextualização de cada fonte de poluição na região a ser implantada, considerando-se as condições de diluição e de enquadramento dos corpos d’água é fundamental e transcende as questões ambientais, uma vez que envolve interesses diversos dos usuários da bacia. Se levadas em consideração essas variáveis, aumentam as possibilidades de planejamento e otimização da aplicação dos recursos, seja para o atendimento aos padrões ambientais, seja para a universalização dos serviços de saneamento, o que representa um diferencial enorme para a saúde das cidades e de suas populações. A Resolução Conama nº 430/2011 abre uma série de possibilidades em relação ao tratamento de esgotos e a gestão de efluentes, podendo contribuir para o desenvolvimento ambiental das cidades, na medida em que possibilita o desenvolvimento de uma série de iniciativas voltadas para: ■■ a melhoria gradativa dos sistemas de tratamento empregados pelo sistema público de esgotos; ■■ o tratamento dos efluentes gerados pelos serviços de saúde; ■■ o lançamento de efluentes por emissários submarinos, sob condições específicas, o que pode promover inúmeros ganhos, pois em função das características locais, apenas o tratamento prévio mediante remoção de 20% de sólidos, após a desarenação, pode ser suficiente para o atender aos padrões requeridos, evitando-se a geração de lodos e sua necessária disposição final; abril / maio / junho | 2011 artigo técnico ■■ o tratamento de lixiviados de aterros sanitários em conjunto com os esgotos sanitários, o que pode representar inúmeros ganhos ambientais; ■■ os testes de ecotoxicidade em efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitários, que poderão subsidiar ações de gestão da bacia, o controle nas fontes geradoras de efluentes, considerando-se que as ações de gestão serão compartilhadas entre as empresas de saneamento, as fontes geradoras e o órgão ambiental competente, empenhando um novo ritmo no processo de recebimento de efluentes industriais pelo sistema público de esgotos; ■■ a inserção da qualidade laboratorial, em relação aos monitoramentos e laudos produzidos; ■■ buscar práticas de gestão de efluentes, considerando o uso racional da água, a qualidade de efluentes gerados e o seu reúso, temas que não podem ser negligenciados na gestão das cidades e em especial das macrometrópoles, onde a escassez de água geralmente é um dos desafios a serem enfrentados. Considerações finais Não é pelo emprego de tecnologias altamente avançadas e pontuais que serão conquistados os benefícios ambientais. As questões ambientais dizem respeito ao todo, e esses benefícios só serão efetivos mediante a ação conjunta dos setores, a partir da visão sistêmica e integrada das variáveis envolvidas, buscando a melhoria progressiva das condições ambientais. Nos grandes centros, a compatibilização das questões de desenvolvimento urbano com a preservação do meio ambiente compõe uma complexa equação ambiental, especialmente em relação à oferta dos serviços de saneamento, que é diretamente afetada pela disponibilidade de recursos hídricos ou por questões voltadas para o uso e ocupação do solo. É preciso uma visão abrangente dos mecanismos de gestão urbana, buscando o pleno desenvolvimento das funções de uma cidade, garantindo o bem-estar de seus habitantes. Sustentabilidade Projeto de Neutralização de Carbono AESABESP Ações do projeto de Neutralização de Carbono AESABESP Vem aí mais uma edição do Encontro Técnico e Fenasan – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente- e o projeto de neutralização está se estruturando com aprimoramento nos formulários e forma de abordagem do público do evento com pesquisas que são utilizadas no cálculo de emissão de GEEs – Gases de Efeito Estufa. Além disso, apresentaremos a evolução do crescimento das 153 mudas, plantadas em fevereiro de 2011, para compensar a emissão de GEEs que não foram possíveis ser reduzidas, por meio das ações propostas no projeto, durante a Fenasan 2010. Há novidades no Prêmio AESabesp, uma ação integrada do projeto de Neutralização com a Fenasan, que teve início em 2010 e que neste ano estará avaliando não só as ações e estandes durante os três dias do evento, mas também as ações socioambientais desenvolvidas pelos expositores durante os últimos doze meses em suas instalações, relações com a comunidade local, ou outras ações socioambientais patrocinadas ou apoiadas pela empresa. Esta avaliação permitirá divulgar aos participantes do evento a mudança de hábitos organizacionais e aderência destas empresas as questões socioambientais. No dia 02 de agosto, durante a Fenasan 2011, no estande da AESabesp, também serão divulgados o nome oficial Projeto e sua logomarca. Acima, início do Plantio em fevereiro de 2011 Ao lado, o crescimento das mudas em junho de 2011 O destaque da nossa Carteira de Projetos A cada edição da Saneas, a Diretoria de Projetos Socioambientais destacará um projeto em evidência de sua Carteira. E para iniciar esta iniciativa, o escolhido foi o projeto “Juventude na Liderança”, que consiste em um curso de liderança e educação em valores para adolescentes, de autoria do nosso associado Elio Souza da Silva. A proposta do curso está alinhada às soluções apontadas no relatório global “Situação Mundial da Infância 2011 38 Saneas – Adolescência: Uma fase de oportunidades”, lançado pela UNICEF em fevereiro de 2011. O relatório aborda a adolescência como um período de oportunidades, pois este é o grupo etário mais vulnerável em determinados riscos, o que demonstra o alinhamento deste projeto com as urgências globais. abril / maio / junho | 2011 Sustentabilidade Ressaltando a importância da responsabilidade social da AESabesp, a Comissão Organizadora do XXII Encontro Técnico – Fenasan 2011 resolveu apoiar e viabilizar a sustentabilidade deste projeto, que beneficiará 200 alunos distribuídos em 10 escolas da Rede Estadual de Ensino, a partir de articulação junto à Diretoria de Ensino Região Sul 3. Maiores detalhes sobre o projeto poderão ser obtidos pelo e-mail projetossocioambientais@aesabesp. org.br. Projeto “Juventude na Liderança” cutem os fundamentos sobre os quais a vida é construída (conteúdos filosóficos) e incentiva a resolução de situações-problema para criar uma experiência de aprendizagem estimulante e realmente significativa. Desenvolver e defender uma idéia que o aluno considere relevante é a atividade proposta para a conclusão deste curso. Desta maneira o aluno apresenta e se posiciona diante de alguma questão, aplica e demonstra os conceitos e princípios aprendidos no curso. “Juventude na Liderança” foi apresentado à Secretaria Estadual da Educação e à Diretoria de Ensino Região Sul 3 e obteve parecer favorável ao oferecimento deste curso no âmbito do programa Escola da Família, o maior programa educacional da UNESCO no mundo. Dez escolas, localizadas no extremo sul da cidade de São Paulo, desta diretoria demonstraram interesse em oferecer este curso aos adolescentes que frequentam a escola no final de semana. O relatório da UNICEF alerta que se as necessidades específicas da adolescência não forem atendidas corre-se o risco de que um grupo tão significativo e estratégico para o desenvolvimento do País fique invisível em meio às políticas públicas que focam prioritariamente na primeira fase da infância e na fase seguinte da juventude. O projeto, portanto, é uma excelente oportunidade de investimento social em escolas e adolescentes da comunidade. Trata-se de um curso de liderança e educação em valores que visa contribuir para o desenvolvimento de habilidades, competências, atitudes e valores de adolescentes, possibilitando a realização de um projeto de vida significativo. O suporte teórico, vivências e práticas propostos neste curso tem a finalidade de levar os alunos adolescentes a: ■ Conhecer a si mesmo; ■ Ampliar a visão de mundo; ■ Conscientização sobre potencial de liderança; ■ Incorporar valores; ■ Preparar-se para tomadas de decisão; ■ Compreender e lidar com regras; ■ Construir o seu projeto de vida; ■ Fazer diferença no seu mundo. A estratégia de ensino para alcançar esta finalidade é levar o jovem a olhar para si mesmo e para as situações que o cerca a partir da perspectiva de líder e estimulá-lo a agir como tal. Os temas abordados dis- “projeto que visa contribuir para o desenvolvimento de habilidades, competências, atitudes e valores de adolescentes, possibilitando a realização de um projeto de vida significativo” abril / maio / junho | 2011 Saneas 39 Sustentabilidade AESabesp realizará Curso de Perícia Ambiental Destinado a 30 vagas, a AESabesp realizará na sua própria sede, na Rua 13 de Maio, 1642, casa 1 – Bela Vista - São Paulo, um Curso de Perícia Ambiental nas seguintes datas: 30/09/2011, 01/10/2011, 07/10/2011 e 08/10/2011, sendo que nas sextas-feiras, as aulas serão no horário das 17h00 às 23h00 e nos sábados das 8h00 às 18h00. Portanto, o curso terá carga horária de 30 horas e será coordenado pelo engenheiro consultor Constante Bombonatto, que desde 1980 atua como Perito Judicial e Assistente Técnico em ações judiciais de diversas Varas da Capital e Comarcas do Estado de São Paulo nas áreas de Engenharia Industrial e Engenharia Ambiental. Ele é Engenheiro Sanitarista pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – USP (1988), Pós-graduado em Saneamento Ambiental pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1991) e doutor em Engenharia- titulado pela Buxton University, London - UK - Área de aplicação: Engenharia de Recursos Hídricos (2002). Objetivo: O curso é destinado a profissionais graduados em curso superior e que atuem ou pretendam atuar como perito judicial ou assistente técnico na área de meio ambiente, proporcionando aos participantes o conhecimento teórico e noções práticas e burocráticas para a realização de uma perícia judicial ambiental e de como se tem acesso a esta atividade. Público Alvo: O curso é voltado a profissionais com curso superior das mais diversas áreas relacionadas ao meio ambiente, interessados em ser perito ou assistente técnico, tais como engenheiros, químicos; biólogos; bioquímicos; geólogos; agrônomos; arquitetos; médicos veterinários; administradores, economistas e advogados. Conteúdo Programático: Princípios do Direito Ambiental; Responsabilidade Civil; O Dano Ambiental; Classificação do Dano Ambiental; Reparação e Indenização; Legislação Ambiental Básica; Processo Judicial; Código de Processo Civil; Jurisdição, Propositura de Ação e o Processo Judicial; Atos Processuais Praticados pelos Juízes, Advogados e Serventuários e Auxiliares da Justiça; Etapas de um Processo Judicial antecedente 40 Saneas e posteriormente à Perícia; Perícia; Perícias Judiciais e Extrajudiciais; Perícia no Processo Judicial; Perícia como Prova; Tipos de Perícias; Aspectos particulares da Perícia Ambiental; Profissionais Técnicos responsáveis pela Peça Pericial; Peças Periciais; Anexos das Peças Periciais; Trabalhos Periciais; Consultorias aos profissionais técnicos responsáveis pela perícia; Aspectos Multidisciplinares da Perícia Ambiental; Meandros da Prática da Perícia Judicial; Elaboração de quesitos; Respostas à quesitos; o Perito e os Assistentes Técnicos nas vistorias e nas conferências; Críticas ao Laudo Pericial por parte dos Assistentes Técnicos; Introdução à Economia Ambiental; Valoração do Dano Ambiental; Metodologias consagradas Material do curso: ■■ Apostila com conteúdo do curso ■■ CD-rom com conteúdo do curso e legislação Certificado de participação: Será fornecido um Certificado de Aproveitamento e Participação, credenciando os participantes ao exercício da atividade de perícia ambiental e ao ingresso no Grupo de Peritos AESabesp, formado por associados habilitados a prestar esse tipo de serviços a terceiros. Investimento: O curso não tem fins lucrativos e, portanto, seu valor é bastante diferenciado do mercado: ■■ Associados - R$ 600,00 ■■ Não Associados – R$ 1.300,00 ■■ Entidades Parceiras – R$ 1.040,00 (20% de desconto) O valor pode ser pago em até 2 (duas) parcelas, devendo serem quitadas até o dia do início do curso. Inclui material didático e coffee break. Informações: [email protected] ou Fone (11) 3263.0484 com Alessandra Buke abril / maio / junho | 2011 Ponto de vista jurídico A natureza jurídica de uma associação totalmente voltada à sociedade Colaboração de Vanessa Hasson Dra. Vanessa Hasson é advogada e consultora jurídica da AESabesp As associações civis sem fins lucrativos, comumente, mas impropriamente, chamadas de ONGs, são bastante incompreendidas em relação à natureza jurídica que direciona sua regulação. Em parte por que são criações relativamente novas, contribuindo com a profusão de normas que pretendem a regulamentação, que muitas vezes colidem entre si. Um Estatuto para o Terceiro Setor, aquele setor onde se inserem, dentre outras, as associações civis sem fins lucrativos tais como a AESabesp – Associação dos Engenheiros da Sabesp, tem sido defendido pelos especialistas da área, como forma de pôr fim às divergências e possibilitar uma atuação mais tranquila das entidades, que muitas das vezes deixam de contribuir com a sociedade por temor à uma suposta ilegalidade. Até que isso ocorra, resta às associações se certificarem de que estão bem respaldadas com assessoria jurídica e contábil especializada, que, por sua vez, devem encaminhar a entidade em respeito às suas finalidades estatutárias para uma condução dentro dos parâmetros legais e que viabilize suas estratégias de gestão. Para tanto, as consultas aos diversos órgãos de regulação, fiscalização e controle, demonstram-se numa forma eficaz de preencher as lacunas existentes com a ausência de legislação sistematizada. Essa foi a providência adotada pela Associação dos Engenheiros da Sabesp – AESabesp, que partindo dos anseios de seu núcleo de profissionais da engenharia do saneamento, altamente capacitados, iniciaram as atividades da entidade há 25 anos e desde então promoveram, gestão após gestão, uma estrutura invejável, que contribui de maneira eficiente com a melhoria da qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente. Esse reconhecimento se deu em 2008 com a obtenção da qualificação de Organização da abril / maio / junho | 2011 Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP. Em 2010, a AESabesp concluiu a estruturação de sua Carteira de Projetos Socioambientais, definindo e registrando a concepção e método de seus projetos mais importantes como é o caso da Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente – Fenasan e Encontro Técnico, assim como das publicações Revista Saneas e Jornal AESabesp, que têm como objetivo a divulgação de tecnologias inovadoras em prol da melhoria da qualidade do saneamento ambiental, do meio ambiente e, assim, da vida das pessoas. Com mais essa importante etapa cumprida a Associação encaminhou uma consulta formal à Prefeitura de São Paulo, através do Departamento de Tributação e Julgamento (processo nº2010-0.327.969-0), numa demonstração de elevação do valor à transparência e legitimidade de suas atividades, visando estabelecer a obrigatoriedade do recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS ou ISSQN e da emissão de nota fiscal. O embasamento da consulta foi concentrado no fato de que todos os projetos da AESabesp são projetos socioambientais, de interesse público, voltados à consecução de seus objetivos estatutários de preservação do meio ambiente e de cooperação para o desenvolvimento científico e tecnológico nacional, dentre outros. A Diretoria do DILEG – Departamento de Tributação e Julgamento, emitiu parecer fundamentado – Solução de Consulta SF/DEJUG nº 13 de 02 de maio de 2011, publicado em 26 de maio de 2011, reconhecendo formalmente a natureza das atividades da AESabesp, todas elas concentradas ao alcance de seus objetivos estatutários, que foi concebido a partir de extensa discussão travada por um grupo de trabalho extraído de seu Conselho Deliberativo, Saneas 41 Ponto de vista jurídico com a participação de seu Presidente e respaldado integralmente por uma assessoria jurídica. Através daquela manifestação, a Prefeitura do Município de São Paulo ratificou toda a estratégia de atuação da AESabesp no atendimento aos interesses da população e de seus associados, estratégia essa que visa oferecer a oportunidade de capacitação e aprimoramento profissional, através de seus cursos e Encontros Técnicos; o aproveitamento da excelência do conhecimento e experiência de seus associados no desenvolvimento e execução de projetos socioambientais; a divulgação de equipamentos e tecnologias inovadoras; enfim, a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população. Com a manifestação da administração pública, a natureza jurídica dos projetos socioambientais ficou bem definida em sua função essencial de servir ao interesse público, afastando definitivamente o entendimento de que tais atividades importariam em prestação de serviços, decorrendo questões tributárias, contratuais e mesmo outras de ordem política, face a existência de empresas, cujos serviços ocasionalmente acabam por se confundir com os objetivos alcançados através da execução de projetos socioambientais. Isso não significa que não seja admitido a uma associação civil sem fins lucrativos prestar serviços, caso em que as respectivas atividades sofrerão a incidência do ISS. O entendimento pacífico do órgão de tributação deixa claro que as atividades fim das associações, aquelas relativas ao alcance das finalidades estabelecidas em seus atos constitutivos, constituem-se na regra de atuação, todas as demais importam em meios transversais que eventualmente complementam a estratégia da entidade e desta forma, devem ser tributadas. Um aspecto a ser destacado nesse processo de legitimação é o desenvolvimento do Planejamento Estratégico da AESabesp, que, assim como seu estatuto social, foi debatido exaustivamente entre os líderes da Associação e contou com o acompanhamento de uma consultoria especializada, resultando no estabelecimento de metas e dos meios para atingi-las, de maneira bastante estruturada, fazendo parte dessa estruturação a descrição das 42 Saneas metodologias e a elaboração dos instrumentos legais, tais como um Regimento Interno e os diversos tipos de contratos necessários à viabilização de cada uma das atividades inseridas em cada projeto. A manifestação da Prefeitura, inclusive, ressalta que a formatação utilizada pela AESabesp na contratação dos patrocínios necessários à realização de seus projetos socioambientais, com destaque à Fenasan, ao Encontro Técnico e às publicações Revista Saneas e Jornal AESabesp, é determinante ao entendimento publicado através daquela “Solução de Consulta”. Significa dizer, que os instrumentos contratuais utilizados pela AESabesp são absolutamente adequados e retratam de forma juridicamente perfeita a execução de suas atividades. No que se refere à obrigatoriedade de emissão de nota fiscal a questão se prende ao fato de tratar-se de prestação de serviços à associado ou a não associado, devendo ser emitida a respectiva nota e recolhidos os impostos incidentes, no primeiro caso e podendo ser emitida a competente nota de serviços não tributados, no segundo. Com a divulgação desse entendimento, a AESabesp acredita que além de incrementar o relacionamento com seus diversos colaboradores e patrocinadores, na medida em que torna ainda mais transparente cada um dos passos de sua gestão, contribui para a multiplicação das atividades socioambientais, de interesse público, trazendo um pouco mais de luz aos parceiros do terceiro setor, para que todos juntos, possamos alcançar um modo de vida mais digno para o Planeta e para tudo e todos que dele são interdependentes. abril / maio / junho | 2011 prêmio aesabesp 2011 Novos conceitos para a premiação do Troféu AESabesp na Fenasan 2011 Colaboração da coordenadora do Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro e da Diretoria de Projetos Socioambientais, Maria Aparecida de Paula Santos. O Encontro Técnico da AESabesp, juntamente com a FENASAN (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), realizará a entrega do Troféu AESabesp aos expositores que alcançarem grandes destaques nos três dias do evento. Há 22 anos o Prêmio AESabesp é entregue nas categorias, Melhor Estande, Inovação Tecnológica, Atendimento Técnico, Destaque AESabesp Fenasan e Destaque AESabesp Encontro Técnico, sendo um dos momentos mais esperados do evento. Neste último ano, foram incrementadas algumas inovações no quesito Melhor Estande, integrando no Prêmio ações do Projeto Neutralização de Carbono AESabesp. Tivemos adesão de mais de 80% dos expositores, onde foram priorizadas uma ou mais ações propostas. A seleção de Melhor Estande foi bastante difícil, pois, a cada ano os expositores inovam, quer em tecnologia dos materiais empregados e sua destinação final, quer no design de seus estandes. abril / maio / junho | 2011 Em 2011 estamos propondo mais desafios inovadores no quesito de sustentabilidade. Como sustentabilidade é mudança de postura e de hábitos, serão consideradas as ações sustentáveis desenvolvidas neste último ano nas empresas além da confecção e montagem dos estandes. Portanto, serão enviados questionários com perguntas simples e serão avaliados os resultados através de gráficos e fotos que serão disponibilizados no site da Fenasan. Portanto, para a XXII edição do Prêmio AESabesp teremos: ■■ Melhor Estande (contemplará 3 empresas que adotarem o maior número de ações sustentáveis durante a realização da FENASAN). ■■ Inovação Tecnológica (contemplará 3 empresas). ■■ Atendimento Técnico (contemplará 3 empresas). ■■ Destaque AESabesp - FENASAN (contemplará a empresa que apresentar o maior número de ações sustentáveis de agosto/10 a julho/11). Saneas 43 prêmio aesabesp 2011 ■■ Destaque AESabesp - Encontro Técnico (contemplará à Unidade de Negócios da Sabesp que apresentar o maior número de trabalhos técnicos). Nesta edição da FENASAN, a Comissão de Avaliação do Prêmio utilizará critérios voltados às práticas de Sustentabilidade na seleção das empresas expositoras com relação ao quesito Melhor Estande. Esta inovação atende à postura socioambiental da AESabesp, voltada a uma maior sensibilização, conscientização, percepção, compreensão e mudança na cultura na preservação do meio ambiente, por meio de ações locais, em sintonia com as urgências globais. que proporcionará apresentar fotos das ações sustentáveis de eventos anteriores no encerramento do evento. Considerações para a escolha do Melhor Estande Atendimento aos visitantes, por meio de apresentação de equipamentos, produtos ou serviços, esclarecimento de dúvidas e fornecimento de material informativo e técnico. Arquitetura promocional, design e comunicação visual que proporcionem conforto e comodidade adequados aos expositores e visitantes. No critério de Sustentabilidade, serão levadas em conta as seguintes práticas: 1. Utilização de materiais sustentáveis na montagem de seus estandes; 2. Minimização da distribuição de materiais impressos das empresas investidoras neste ano, qual a demanda em média por evento e quanto está planejado para reduzir no evento da FENASAN; 3. Resíduos gerados nos estandes, em espaços destinados à reciclagem; 4. Estímulo ao não fornecimento de matérias descartáveis, como copo, talheres, pratos e demais recipientes; 5. Emprego dessas ações dentro da plataforma do “Programa 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) da Sabesp”, voltado à responsabilidade que todos devem ter com a questão do destino responsável do lixo; 6. Destinação do material utilizado na construção do estande de forma sustentável. Neste item, serão consideradas as ações promovidas de forma sustentável: destino do material residual da montagem lixo reciclável (segregação do resíduo), entidade responsável para destinação do estande, reaproveitamento em outros eventos. No caso de mudas, plantas, flores (serão replantadas na empresa, doadas para alguma comunidade, ou destinadas a aterros). Este último item será o que mais pontuará, evidenciando a maturidade da empresa nas questões sociais, o 44 Saneas Considerações para a escolha da Inovação Tecnológica Emprego de tecnologia na apresentação de equipamentos, produtos ou serviços que mais contribuem para o desenvolvimento do setor de saneamento. Serão avaliadas também nas mudanças de tecnologias as preocupações com o meio ambiente. Considerações para a escolha do Melhor Atendimento Técnico Considerações para a escolha do Destaque AESabesp Diferencial na sua apresentação e demonstração de excelência em todos os itens anteriores. Importante: Sugerimos que as empresas informem sobre os lançamentos de produtos ou serviços, bem como os seus diferenciais voltados às ações de sustentabilidade, conforme mencionado no item Destaque AESabesp – FENASAN, para que a Comissão tenha uma idéia prévia do que será apresentado. Essas informações ainda serão postadas no site da FENASAN - www.fenasan.com. br, que dará grande visibilidade aos investidores (expositores). O prazo para o envio dos materiais ao nosso gerente de marketing, Paulo Oliveira, pelo e-mail: [email protected], foi até 18 de julho. A avaliação dos trabalhos apresentados ficará a cargo de uma Comissão Avaliadora, que fará a classificação considerando os critérios acima definidos, e que será composta por profissionais com experiência nos assuntos envolvidos nas temáticas. O Prêmio As empresas vencedoras serão premiadas no dia 03 de agosto, na cerimônia de encerramento do evento. Além do certificado e do TROFÉU AESABESP, haverá ampla divulgação das empresas escolhidas nos veículos de comunicação da AESabesp (Revista Saneas, Jornal AESabesp e no site oficial do evento), com a publicação de suas fotos no Jornal AESabesp, edição de maio/junho de 2011. abril / maio / junho | 2011 prêmio aesabesp 2011 Histórico do Prêmio AESabesp (3 últimas edições) Edição 2010 ■■ Melhor estande: Amanco Brasil, Amitech Brasil e ITT Water; ■■ Inovação Tecnológica: Higra Industrial, Saint-Gobain Canalização e Valloy Válvulas e Acessórios; ■■ Atendimento Técnico: Guarujá Equipamentos para Saneamento, Grundfos do Brasil e Tree-Bio Soluções; ■■ Destaque AESabesp Fenasan: Ilha Sindesan; ■■ Destaque AESabesp Sustentabilidade: B&F Dias Indústria e Comércio; ■■ Destaque AESabesp Encontro Técnico: Unidade de Negócio da Regional Metropolitana Norte, da Sabesp, pelo maior número de trabalhos técnicos enviados: 11 no total. Edição 2009 ■■ Inovação Tecnológica: Amanco Brasil, Centroprojekt do Brasil e Digimed. ■■ Atendimento Técnico: Edra Saneamento Básico Ind. e Com., Emec Brasil Sist. Tratamento de Água e Hidrosul - Máquinas Hidráulicas Hidrosul. ■■ Destaques AESabesp: Higra Industrial, ITT Brasil e Saint-Gobain Canalização. ■■ Destaque voltado ao tema “Sustentabilidade”: Imperveg Poliuretano Vegetal. ■■ Unidade de Negócio Sabesp: MA Edição 2008 ■■ Melhor estande: ABS, Tigre e Valloy. ■■ Melhor atendimento técnico: Saint Gobain, Digitrol e Tupy. ■■ Inovação Tecnológica: Bugatti, FGS e Danfoss. ■■ Destaque AESabesp: Sabesp (Cia Estadual de Saneamento Básico). ■■ Unidade de Negócio Sabesp: MA e MN ■■ Melhor Estande: Bugatti Brasil Válvulas, Glass Ind. Com. Bombas Centrífugas e Equipamentos e Valloy Indústria e Comércio de Válvulas e Assessórios. abril / maio / junho | 2011 Saneas 45 Acontece no setor Com a palavra os expositores da Fenasan 2011 Nesta edição, que antecede o maior evento técnico-mercadológico da América Latina, a equipe da Revista Saneas perguntou aos expositores/investidores sobre o que eles apresentariam na Fenasan 2011 e qual era a importância de estar presente nesta Feira. A maioria foi de uma receptividade imediata em contribuir com o nosso levantamento, nos enviando suas importantes contribuições, as quais agradecemos e registramos. Sistema de secagem sustentável da Albrecht A linha Acquapol da Acquaquímica “A Acquaquímica apresentará, na Fenasan 2011, a sua linha Acquapol, que atende as necessidades do tratamento de água (ETA) e efluentes (ETE). São produtos biodegradáveis e naturais completamente seguros sob o ponto de vista ecológico. Os coagulantes desta linha não alteram o pH do sistema, pois não consomem a alcalinidade do meio, sendo efetivos na faixa de pH de 4,5 a 9,0. São obtidos somente de árvores reflorestadas, portanto são produtos ecologicamente corretos. Diversos segmentos no Brasil e no exterior, estão se beneficiando do uso destes coagulantes/floculantes orgânicos: Estações de tratamento de água, Estações de tratamento de esgotos, Laticínios, Frigoríficos.” 46 Saneas “A Albrecht mostrará na Fenasan um Sistema Sustentável de Secagem de Lodo de Estação de Tratamento de Esgoto com Aproveitamento do Biogás como fonte de energia térmica. Este sistema está instalado na cidade de Montes Claros/MG. O projeto é referência nacional por ser a primeira planta de tratamento de esgoto a utilizar o próprio biogás gerado na estação como combustível para fazer a secagem e higienização do lodo. No Brasil, embora haja grande quantidade de sistemas anaeróbios que produzem o biogás, o aproveitamento deste raramente é adotado. Além de incentivar a racionalização do uso dos recursos naturais, minimizando o consumo de matéria-prima e desenvolvendo mecanismos de redução da geração de resíduos, o aproveitamento do biogás visa otimizar a matriz energética, utilizando um combustível renovável e abundante, além de evitar a emissão destes gases para a atmosfera, contribuindo desta forma com o efeito estufa, possibilitando, inclusive, a obtenção de créditos de carbono por meio deste projeto. Com a secagem térmica garante-se a redução do peso e do volume do lodo, facilitando o manuseio, o transporte e a disposição, bem como a higienização do lodo (eliminação dos patógenos).” Testemunhal da empresa: “É de vital importância estar presente na Fenasan 2011, que enxergamos como a maior feira de saneamento da América Latina. A troca de experiência e informações com o pessoal técnico e engenheiros das empresas de saneamento e escritórios de engenharia, neste evento, nos proporciona, além da oportunidade de divulgarmos nossos produtos, avaliarmos as necessidades deste público de forma a desenvolvermos novas tecnologias”. abril / maio / junho | 2011 acontece no setor vencionais tipo “Lóbulo”. Os novos sopradores da Atlas Copco estão disponíveis no Brasil, para instalações de tratamento de água e também de tratamento de efluentes industriais, de diversos portes e tipos.” “A Atlas Copco mostrará, na Fenasan 2011, a sua linha de sopradores com tecnologia de parafuso, que pode ser utilizada para tratamento em estações de água, proporcionando uma redução de custo de energia elétrica cerca de 30% inferior ao de sopradores con- Testemunhal da empresa: “A nova tecnologia de sopradores de parafuso é uma novidade de alto impacto e uma revolução tecnológica para quem trabalha com tratamento de efluentes. Desde o século 19 não havia nenhum avanço na mecânica de funcionamento dos sopradores. Como o consumo de energia deles representa 70% do custo de uma estação, qualquer economia é muito significativa. 30% de economia, então, é verdadeiramente algo bombástico para o setor. E a Fenasan, por motivos óbvios, é um dos melhores fóruns para se divulgar uma novidade de tanta importância”. AVK com destaque em comportas e vávulas Azud divulgará sua linha de filtros Os novos sopradores da Atlas Copco “A AVK estará focada nos produtos em que a demanda hoje se apresenta muito alta, como é o caso das comportas em aço inox, fabricadas com uma tecnologia de ponta na Europa, praticamente 100% estanque e também as válvulas de gaveta com cunha emborrachada para água e esgoto. Um dos nossos destaques será a válvula para solda diretamente nos tubos em PEAD, cada vez mais utilizados. “A Azud divulgará sua linha de filtros manuais e automáticos e também os seus novos equipamentos AZUD WATERTECH destinados ao tratamento de água, esgoto e reuso da água”. Testemunhal da empresa: “Participar da Fenasan 2011 é a melhor oportunidade de apresentar ao mercado os nossos produtos e lançamentos para o segmento de saneamento ambiental”. Testemunhal da empresa: “A visibilidade de ser um fornecedor reconhecido e qualificado pela Sabesp abre muitas outras portas em um mercado cada vez mais qualitativo. Então, nada melhor do que a gestão do evento pela associação que a representa, para estabelecer um link entre companhias”. abril / maio / junho | 2011 Saneas 47 acontece no setor Softwares de modelagem da Bentley “A Bentley apresentará seu novo software de modelagem e análise hidráulica, o WaterGEMS. Este produto, além de permitir a realização de análises da rede de distribuição de água pelas áreas de engenharia e planejamento, permite ainda indicar o ponto provável de vazamento na rede, possibilitando a localização mais rápida de eventuais rupturas, agilizando seu processo de reparação. Outra funcionalidade que será apresentada na feira é o recurso de otimização do acionamento das bombas com módulo Darwin Scheduler, que faz parte da solução WaterGEMS. Este módulo permite que a partir de dados operacionais como curvas de bombas e demandas o sistema sugira o modo de operação ótimo sob o ponto de vista da economia de energia utilizada no bombeamento. Por fim, a Bentley apresentará em seu stand a nova versão do SewerCAD, software voltado para a modelagem e análise de redes de esgotos, permitindo o planejamento e avaliação das redes existentes no atendimento a novas demandas de coleta de esgotos. O sistema atende plenamente às normas brasileiras, incluindo a verificação do critério da tensão trativa”. Testemunhal da empresa: “Hoje a Sabesp é um dos maiores usuários do mundo de nossa tecnologia de modelagem e análise. Várias unidades de negócios são usuárias de nossos produtos. Como a Fenasan é a feira mais importante do setor, ela é um excelente ponto de encontro para mantermos contato com nossos usuários e apresentarmos a eles a nossa tecnologia mais recente”. 48 Saneas B&F Dias mostrará toda linha e fará lançamento “A B&F Dias mostrará toda sua linha de sistemas e equipamentos para tratamento de efluentes: sistemas de aeração por ar difuso tipo fixo ou removível - com difusores circulares ou tubulares (membrana, aço inoxidável, cerâmico) - sistemas de geração de ar com sopradores de ar, comportas em aço inoxidável, anel de enchimento B&F OxRing e Decanters para remoção de clarificado em processos de SBR (Sequential Batch Reactor – Reatores por Batelada) B&F DC. Porém, o grande lançamento é a linha de Decanters B&F DC para remoção de clarificado em processos de SBR (Sequential Batch Reactor – Reatores por Batelada), um projeto exclusivo da empresa. Os Decanters são indicados para processos de SBR (batelada) e suas vantagens são inúmeras: por serem fabricados em aço inoxidável são totalmente resistentes a corrosão e ataques químicos e UV, possuem grande resistência estrutural aos esforços mecânicos, baixo custo de operação, são de fácil instalação, operação vertical com curso controlado, entre outras.” Testemunhal da empresa (detentora do Prêmio AESabesp Sustentatibilidade, em 2010): “A Fenasan é reconhecida hoje como uma das mais importantes feiras do setor de saneamento do país e do exterior, e possui um público único e muito qualificado, onde encontramos ótimas oportunidades para demostrar nossos produtos, conhecer novas tecnologias e sentir as necessidades do mercado, ou seja, é de extrema importância para a empresa participar deste evento para ficar por dentro do que está acontecendo no setor”. abril / maio / junho | 2011 acontece no setor Centroprojekt inova em soluções para saneamento ambiental “A Centroprojekt do Brasil mostrará na Fenasan 2011 soluções para tratamento de água, efluentes industriais, sistemas públicos de saneamento e controle da poluição atmosférica. Atuando em todo o Brasil e na América do Sul, a empresa desenvolve projetos e sistemas para empresas de variados segmentos da economia. Em destaque na feira, será exibido o sistema hiperbólico de mistura e aeração da Invent, que une a função de misturador e aerador em um único equipamento, constituído por um hiperbólico imerso no efluente, acionado por um motorredutor posicionado acima do nível líquido. Ele pode ser utilizado apenas como misturador ou como misturador e aerador. Uma das vantagens do sistema é ter um baixo consumo de energia. Testemunhal da empresa: “A Fenasan é considerada um evento estratégico para geração de negócios nesse mercado cada vez mais promissor. Tendo como pano de fundo a crise ambiental e as normas relacionadas ao meio ambiente, entre elas a recente Lei de Resíduos Sólidos, a feira é uma importante ferramenta para as empresas expandirem sua participação no mercado de saneamento ambiental, além de uma grande vitrine na área tecnológica ambiental e, portanto, atrai negócios lucrativos para seus participantes”. Continuum Chemical apresentará a linha de sprays “A Continuum Chemical apresentará,na Fenasan 2011,a sua linha de produtos NONOX que tem como proposta a eliminação de odores desagradáveis através de um processo de encapsulamento molecular. E a partir desta linha NONOX foi desenvolvido o Spray Eliminador de Odores – Linha Casa – Banheiro, o único que elimina completamente o mau odor sem deixar vestígios no ambiente de aplicação.” Testemunhal da empresa: “A Fenasan é a maior feira de saneamento ambiental do País e América Latina e, por isso, abre grandes oportunidades de novos mercados”. que atende aplicações de uso comum principalmente de Bombeamento e Ar condicionado - e o VLT® FC 51 Micro Drive - drive para aplicações gerais que pode controlar motores AC de até 22kW -, além de Filtros de Harmônicas Ativos e Passivos, feitos para minimizar e se precaver de possíveis “ruídos” harmônicos causados por cargas não-lineares na rede elétrica.” Danfoss apresentará produtos a linha VLT® AQUA “A Danfoss tem como principais produtos a linha VLT® AQUA, que é dedicada à aplicações de bombeamento nas plantas de saneamento, e soft starters nos modelos MCD500, MCD200 e MCD100, que possuem funções de controle de partida e parada para bombas. Nesta Fenasan, ainda serão apresentados produtos como os Conversores de Frequência VLT® FC 101 Basic Drive - abril / maio / junho | 2011 Testemunhal da empresa: “A Feira é estratégica para atendimento de clientes e também para captar contatos de novos compradores. Ela está em acordo com a política de atendimento exclusivo e focado no mercado de saneamento. Apostamos muito neste mercado pois, além de simplesmente fazer negócios, proporcionamos uma qualidade nas soluções de acionamento e automação, principalmente de melhoria de processo e economia de energia. Este é o quarto ano que vamos participar desta feira e estamos muito satisfeitos com os resultados anteriores”. Saneas 49 acontece no setor EEA levará uma ETE compacta para demonstração A EEA - Empresa de Engenharia Ambiental levará, à Fenasan 2011, uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) compacta, na qual serão demonstradas as misturas dos processos físicos, químicos e biológico - aeróbio e aneróbio. Digitrol apresenta os Medidores Eletromagnéticos da Siemens “A Digitrol apresentará, na Fenasan 2011, vários modelos do Medidor Eletromagnético à Bateria SITRANS da série MAG8000 de sua parceira Siemens, para água tratada e alimentado por bateria que oferece flexibilidade para instalação de um medidor confiável virtualmente em qualquer lugar sem sacrifício da precisão ou do desempenho, em atendimento aos padrões internacionais OIML R49 e CEN EM 14154, sendo especialmente indicado para otimização de suprimento de água em aplicações tais como captação de água tratada, redes de distribuição, relatórios de contagem de irrigação, controle de perdas etc. Fácil de instalar, ele apresenta eficiência na gestão de energia avançada e pode manter-se em funcionamento por até 6 anos em uma aplicação típica para a detecção de vazão e para a medição fiscal detalhada. Não possui partes móveis, sendo, portanto praticamente livre de manutenção.” Testemunhal da empresa: “A Digitrol representa e é gestora da carteira de Saneamento da empresa Siemens no Brasil).A participação na Fenasan é a oportunidade perfeita para exposição de produtos, fomento de negócios e o estreitamento das relações comerciais com empresas e profissionais do setor”. 50 Saneas Testemunhal da empresa: “A importância de estar na Fenasan é a oportunidade de poder mostrar a qualidade dos nossos produtos aos nossos futuros clientes”. Enasa levará uma unidade piloto de ETE “A Enasa Engenharia estará neste ano participando da Fenasan, expondo uma unidade piloto de tratamento de esgotos, na modalidade MBR (Membrane bio reactor) e um skid/protótipo de um sistema MBBR (Moving bed biofilm reactor).” Testemunhal da empresa: “A Fenasan é considerada como uma das melhores oportunidades para apresentação e exposição de serviços e equipamentos relacionados a àrea de meio ambiente, direcionado ao tratamento de água, esgotos e efluentes industriais. No setor de saneamento, atende o público focado em desenvolvimento e novas tecnologias, o quem vem ao encontro direto aos nossos interesses”. abril / maio / junho | 2011 acontece no setor Ercon mostrará dispositivo para detecção de vazamento “A Ercon Engenharia mostrará o dispositivo SmartBall®, projetado especificamente para detecção de vazamentos em adutoras e sub-adutoras”. Testemunhal da empresa: “A feira da AESabesp tem quantidade de estandes e frequência maiores do que os demais eventos do setor, mostrando um grande potencial para efetivação de negócios. Enquanto as demais feiras são apêndices dos congressos das entidades que as realizam, a da AESabesp é prioritária, sendo as sessões técnicas de mesma ou menor importância, mesmo considerando a qualidade dos trabalhos que são nela apresentados”. Comercial Gonçalves apresentará localizadores e sondas “A Comercial Gonçalves irá expor duas de suas principais linhas de fornecimento com potencial aplicação nas concessionárias de saneamento, junto aos departamentos de manutenção: Localizador de massa metálica e Localizador cabos e dutos enterrados. Também estaremos apresentando para o mercado de saneamento, a sonda de inspeção visual para locais inacessíveis, produto já aprovado em outros segmentos produtivos, com transferência de vídeos e fotos para um computador.” Testemunhal da empresa: “O setor de infra-estrutura sempre foi um dos principais mercados e na nossa visão, o setor de saneamento , em particular, será um dos mais promissores. Dessa forma, participar de um evento como Fenasan faz parte do nosso processo de crescimento e associação de nossa imagem a este mercado. abril / maio / junho | 2011 GEA mostrará produtos de integração para ETAs e ETEs “A GEA Sistemas de Resfriamento. sediada em Indaiatuba-SP, estará presente na Fenasan 2011 com produtos de integração para tratamento de águas e de efluentes. A empresa fabrica e comercializa vários produtos, como enchimentos estruturados, módulos lamelares e mídia randômica, em diferentes materiais em função da aplicação, além de ser um reconhecido fabricante nacional de torres de resfriamento de água. Os produtos têm uma excelente relação custo/ benefício, devido não só às constantes melhorias na produção, como à obtenção de elevadas eficiências, consequência da geometria específica dos mesmos.. Fornecidos em módulos prontos para instalar ou em peças soltas para posterior montagem, são facilmente integrados em novas ETEs e ETAs ou em sistemas de tratamento existentes, substituindo outros materiais.” Testemunhal da empresa: “A nossa presença na Fenasan 2011 é uma oportunidade para divulgar as características e diferenciais dos nossos produtos, assim como de novas sinergias e negócios com empresas e profissionais dos setores”. Saneas 51 acontece no setor Hexis destaca o lançamento do Espectrofotômetro DR3900 “Dentre as novidades que a Hexis levará à Fenasan 2011, destacamos toda linha Hach, principalmente o lançamento do Espectrofotômetro DR3900, a linha de eletroquímica e o novo controlador de processo SC200 para estações de tratamento de água. Os consumíveis da marca Agilent/Varian também terão destaque em nosso stand.” Testemunhal da empresa: “A Fenasan sempre foi importante, pois a Sabesp é referência no mercado nacional para controle analítico em análise de água e efluentes; estar em contato com a Sabesp e com outros clientes interessados em qualidade é sempre muito importante para a Hexis”. Huber trará tecnologias desenvolvidas na Alemanha “A Huber do Brasil tem a intenção de levar à Fenasan novas tecnologias desenvolvidas em sua matriz, na Alemanha, voltadas ao setor de ‘Green Building’ como, por exemplo, sistemas de aproveitamento de energia térmica proveniente de esgotos. Além disto, temos o objetivo de firmar nossa posição como grande fornecedor de equipamentos para pré-tratamento e de membranas para processos MBR. Modelos compactos de equipamentos para tratamento de lodo e membranas serão expostos no estande da Huber do Brasil.” Testemunhal da empresa: “É imprescindível nossa participação na Fenasan, para, tanto contribuir para a divulgação de tecnologias de última geração empregadas no setor de saneamento ambiental, como também colaborar para a difusão de conhecimento e de informações. Entendemos que esta feira é uma grande oportunidade para firmarmos a marca HUBER no mercado brasileiro e sul-americano, e firmar parcerias para produzir grandes resultados na área de saneamento ambiental”. 52 Saneas Os geradores de cloro da Hidrogeron “A Hidrogeron mostrará, na Fenasan 2011, um sistema que gera o cloro no próprio local de utilização, através da água, sal e energia elétrica. É uma tecnologia limpa e inovadora que proporciona resultados incomparáveis em relação aos sistemas convencionais. Os Geradores de Cloro da Hidrogeron foram desenvolvidos para atender a qualquer vazão de tratamento e a redução nos custos operacionais podem chegar em até 80%, além de garantir a segurança civil e ambiental. Testemunhal da empresa: “A Fenasan oferece o que há de melhor em tecnologias para tratamento de Água e Efluente; cria novas parcerias; cria uma política de relacionamento com seu público de interesse e é fundamental para a divulgação e fixação da marca”. abril / maio / junho | 2011 acontece no setor Equipamentos hidráulicos multifuncionais da IMAP “A IMAP levará à Fenasan equipamentos hidráulicos de multifunções para o setor de saneamento básico e destino final de resíduos sólidos, atendendo as carências deste segmento e contribuindo com o meio ambiente em sintonia com a redução de custos operacionais e sustentabilidade econômica resultante do investimento ocorrido, ampliando a satisfação dos usuários, aumentando assim a capacidade produtiva das equipes de trabalho, bem como elevando significativamente a credibilidade administrativa da empresa, seja esta pública ou privada”. Testemunhal da empresa: “A importância de estar nessa Feira é para divulgar nossos produtos aos participantes deste evento, uma vez que estes são técnicos qualificados e líderes operacionais, responsáveis pela redução dos custos básicos e dinamização da logística de trabalho da manutenção corretiva e preventiva, que são fundamentais ao resultado de ampliação da receita financeira”. Invel mostrará Uniões de tubos MaxiVIC GT “Disponível nos diâmetros de 25 a 400 mm, a linha de uniões de tubos MaxiVIC GT - Grande Tolerância, permite uma variação de até 50 mm entre os diâmetros dos tubos da instalação. As uniões não requerem preparo prévio dos tubos, oferecendo plena estan- abril / maio / junho | 2011 Imperveg apresentará impermeabilizante à base óleo de mamona “A Imperveg apresentará e divulgará, na Fenasan 2011, seu impermeabilizante à base de poliuretano vegetal, sendo este um material originado de óleo de mamona, ecologicamente correto. Devido as suas propriedades atóxicas pode ser utilizado em reservatório de água para consumo humano, sem restrições, atendendo a Portaria MS 518.” Testemunhal da empresa (detentora do Premio Destaque Especial AESabesp, em 2009): “É um orgulho estar expondo na Fenasan que é direcionada ás áreas de saneamento e meio ambiente e seus público visitante, formados em sua grande maioria por profissionais altamente qualificados, busca novas tendências de materiais não agressivos ao ser humano e ao meio ambiente”. queidade na união de tubos de aço, ferro fundido, polietileno, PVC, fibrocimento e cerâmica. Utilizadas em tubulações de água, esgoto, gás natural, ar comprimido e produtos químicos, suportam pressões de trabalho de 16 bar, temperaturas de -20ºC a 90ºC, absorvem desalinhamentos angulares de até 6º e permitem movimentação axial dos tubos, dispensando juntas de dilatação.Homologadas pela SABESP, são fabricadas em ferro fundido nodular ASTM A-536 e disponíveis nas formas construtivas standard, redução, tampão, flangeadas e roscadas.” Saneas 53 acontece no setor Laffi mostrará suas duas linhas de filtros “A Laffi Filtration opera suas atividades em projetos, desenvolvimento e fornecimento de sistemas de alta qualidade para filtragem industrial, fabricação, comercialização, importação e exportação de filtros. Destacaremos na Fenasan, nossas duas linhas de produtos: Laffi Filtration e Laffi Water. A Linha Laffi Filtration possui equipamentos como Filtros tipo Bolsa, Cartucho, Cesto, Elementos Filtrantes e Filtro Separador Centrífugo, já a linha Laffi Water, possui, Filtros tipo Leito “areia e carvão”, Abrandadores, Desmineralizadores, Osmose Reversa, Membranas, Sistemas UF e ETA/ETE. Testemunhal da empresa: “É importante estar presente num dos maiores eventos do país direcionado para o setor de saneamento e meio ambiente, onde podemos mostrar todo nosso profissionalismo, a qualidade dos nossos produtos adquirida nestes 22 anos de existência e a de trocar informações com profissionais, clientes, fornecedores, que certamente agregarão valores aos nossos negócios e contribuirão para um desenvolvimento sustentável”. Rothenberger estará com ferramentas e máquinas para tubos plásticos A Rothenberger do Brasil levará, para a Fenasan 2011, toda a sua linha de ferramentas e máquinas para tubos de plásticos, que abrange desde: Cortadores, Maçaricos de Ar quente e Máquinas de Solda por Eletrofusão e Termofusão. Os principais destaques serão: ROWEL P315 W (Máquina de soldar topo a topo para trabalhos avulsos e de produção em oficinas, indicada para tubos de conexões de PE, PP e PVDF; Máquina de Solda por Termofusão com Controle CNC - processo de soldagem por termofusão para tubos de PE, PP e PVDF, controlado por comando CNC (DATALINE), que registra e determina todos os parâmetros de soldagem de acordo com 54 Saneas O tratamento Anticorrosivo da Promar “A tecnologia especializada na proteção anticorrosivo será o foco da Promar na Fenasan 2011.Os processos corrosivos estão presentes em todos os locais e a todo instante da nossa vida diária. Assim a deterioação de estruturas metálicas, equipamentos e instalações industriais são problemas que o ser humano se depara a todo instante. O nosso objetivo é demonstrar a importância da pintura industrial em aspectos técnicos e econômicos, para os mais diversos segmentos industriais, incluindo os setores de saneamento e meio ambiente.” Testemunhal da empresa: “Muito nos orgulha poder contribuir para o desenvolvimento técnico e econômico do nosso País. O dispêndio brasileiro no setor anticorrosivo ainda apresenta carência, quando relacionado a países norte-americanos e europeus. por esta razão é que consideramos fundamental a nossa participação, objetivando o desenvolvimento e a qualidade de vida no Brasil”. a norma DVS Alemã e outras diretivas de aplicações Internacionais, sem interferência do operador no processo de soldagem. Testemunhal da empresa: “Atualmente a Fenasan é uma das melhores feiras voltadas para a área de saneamento; por isso a importância de expor a linha de equipamentos e ferramentas para instalação de tubos de plástico”. abril / maio / junho | 2011 acontece no setor Testemunhal da empresa: “A Fenasan é de extrema importância por que as empresas de saneamento são os nossos principais clientes”. NMello Stanley mostrará ferramentas hidráulicas. “A NMello Stanley levará para a Fenasan 2011 toda a sua linha de ferramentas hidráulicas Stanley”. Schneider mostrará seu desempenho na tecnologia de automação A Schneider Electric levará à Fenasan 2011, o seu Conceito EcoStruxure ,além dos Controladores programáveis Modicon e Atos; Inversores de frequência Altivar; Sistema de Telemetria (rádios, remotas), Unidade de controle de poços Acquaview (controle via GSM); Sistema de vídeo- segurança Pelco , Interfaces Homem-Máquina Magelis; Software SCADA Vijeo Citect ; Software MES Ampla e Software Web Energy. Testemunhal da empresa: “A Schneider Electric considera o saneamento como um de seus mercados verticais e por isto desenvolve uma ampla linha de produtos e soluções específicos para o setor. Entendemos que a Fenasan é a melhor oportunidade para mostrar nossas novidades para um público bastante qualificado”. Novos tubos de PFFV da Vetro “A Vetro estará expondo amostras de tubos de PRFV com liner termofixo (liner de poliéster) e termoplástico (liner de PVC) fabricados conforme a Norma NBR 15536. Nosso produto apresenta alguns diferenciais comparados a produtos similares, eles são resistentes à corrosão, à abrasão, suportam altas temperaturas, apresentam baixo custo de instalação, operação e manutenção, é um material muito leve, apresenta ótima abril / maio / junho | 2011 Armazenamento de líquidos com a Thanks Br “A Thanks Br objetiva mostrar ao mercado de saneamento brasileiro uma idéia inovadora e muito interessante em armazenamento de líquidos para água e esgoto. A nossa linha de reservatórios parafusados e com revestimento especial (epóxi Trico Bond EP e Vitrificado), além de nossos domos geodésicos autoportantes de alumínio, são o que há de mais moderno em termos de armazenamento no mundo inteiro. São rápidos para montar; podem ser expandidos e relocados, minimizam em muito a manutenção e tem o melhor custo benefício”. Testemunhal da empresa: “Participar da Fenasan é sempre um motivo de orgulho, responsabilidade e comprometimento com o mercado de saneamento nacional. E também significa um potencial veículo de divulgação de nossos produtos e tecnologia. A Tanks BR sente-se gratificada de estar nesta importante feira brasileira”. resistência ao tempo e com vida útil estimada de 50 anos. Estas características proporcionam a otimização do investimento e evitam a renovação prematura da infraestrutura, sem contar com cuidados com meio ambiente. Outro ponto positivo é a intercambialidade com outros materiais.” Testemunhal da empresa: “A Fenasan proporciona uma ótima oportunidade de divulgar a marca Vetro, apresentar nossos produtos e serviços, receber nossos clientes, realizar novos contatos e fechar negócios”. Saneas 55 acontece no setor Viapol destaca seus produtos e soluções em impermeabilização “O principal destaque da Viapol na Fenasan 2011 será o VitPOLI ECO, um revestimento impermeabilizante que traz grande apelo ecológico e eficiência na aplicação, sendo recomendado para a proteção e acabamento impermeável de estruturas metálicas e de concreto; proteção das estruturas de tanques e reservatórios de efluentes industriais e esgoto; e impermeabilização de reservatórios de água potável. É produzido à base de poliuretano vegetal; isento de solventes; possui baixo teor de VOC (Compostos Orgânicos Voláteis); apresenta grande aderência em diversos substratos, dispensando o uso da camada de imprimação (primer); e conta com elevada resistência química, à corrosão e às altas temperaturas (até 90°C). A empresa ainda apresentará sua linha completa de produtos e soluções em impermeabilização, proteção e recuperação de estruturas de concreto para aplicações em saneamento.” Testemunhal da empresa: “Reconhecida como uma das mais importantes feiras deste setor em toda a América Latina, o evento será uma oportunidade para estreitar o relacionamento com o público especializado na área de saneamento, trocar informações sobre este mercado, apresentar os produtos destinados à impermeabilização, proteção e recuperação de estruturas de concreto, como Estação Elevatória de Esgoto (EEE); Estação de Tratamento de Efluentes e Esgoto (ETE), Estação de Tratamento de Água (ETA), reservatórios e tanques, entre outros”. 56 Saneas Vogelsang apresenta nova tecnologia para bombeamento de lodo. A Vogelsang, multinacional alemã líder na fabricação de bombas de lóbulos e trituradores para lodo, apresenta na Fenasan sua linha de bombas de lóbulos para lodo. São bombas compactas, ocupando metade do espaço de uma bomba usual, que podem operar em vazio sem danificar as partes emborrachadas. Além disto, permitem a manutenção na linha sem desmontagem da tubulação garantindo o rápido retorno à operação. Podem operar nos 02 sentidos, sendo extensamente utilizadas nas plantas com MBR. A linha de bombas da Vogelsang pode atender vazões de até 800 m³/h. Testemunhal da empresa: “A Vogelsang está iniciando suas operações no Brasil. A Fenasan é sem dúvida um dos melhores canais para introduzirmos nossos produtos, não apenas para a Sabesp, mas também para todo o mercado de Saneamento”. abril / maio / junho | 2011 acontece no setor A WasserLink oferece soluções para o tratamento de águas e efluentes “A Wam do Brasil, filial do Grupo Italiano WAMGROUP, que atua no setor de tratamento efluentes no Brasil há vários anos e já partecipou de várias edições da Fenasan, quer continuar mostrando a própria linha de equipamentos voltados ao saneamento municipal e industrial, com ênfase especial no sistema compacto de Pre-tratamento da linha TSF que traz vários benefícios econômicos e técnicos em comparação com os sistemas tradicionais.” “Para o tratamento de água, a WasserLink disponibiliza o seu removedor de lodo WasserTrack, indicado para obter remoção de lodo decantado mais denso e maiores carreiras de filtração. O WasserTrack compõe o rol de soluções para ampliar a capacidade de tratamento das ETAs com extração automática e contínua de lodo mais denso para as etapas de desaguamento. Também serão divulgados, na Fenasan, outros produtos em suas áreas de aplicação: misturador estático em linha, peneiramento mecanizado, componentes em fiberglass, removedores mecanizados de lodo para decantadores e adensadores, agitadores e floculadores mecânicos.” Testemunhal da empresa: “A Fenasan é um palco que a cada ano vai aumentar a própria importância não só como feira da Associação dos Engenheiros da Sabesp, mas como o evento de referência para o setor do saneamento público no Brasil, por isso a importância de estarmos presentes”. Testemunhal da empresa:” A Fenasan, sendo uma das mais importantes feiras da área ambiental no Brasil, é o espaço adequado para informar sobre as tecnologias mais recentes desenvolvidas pela WasserLink, além de permitir a troca de experiência entre os inúmeros usuários satisfeitos e os novos clientes”. Wam do Brasil enfatiza seu sistema compacto de pré tratamento A belga Waterleau mostrará tecnologia desenvolvida para ETEs “Operando em sua sede próxima a Bruxelas, a Waterleau é um dos poucos competidores globais com um portifólio completo de tratamento de ar, água e resí- 58 Saneas duos e aplicações de recuperação de energia. Na Fenasan, mostraremos nossa tecnologia para ETE, à base de lodos ativados, até MBR, com tratamento de lodos (secagem) até reaproveitamento de energia (incineração e biodigestão tanto eólica como solar). O seu processo patenteado é o LUCAS®, que significa Leuven University Cyclic Activated Sludge e, como o próprio nome sugere, consiste em um sistema de operação cíclico de lodos ativados, compacto e modular. LUCAS® significa também Low-cost Unobtrusive Compact Advanced Sustainable (Baixo custo, Discreto, Compacto, Avançado e Sustentável), resumindo as vantagens desta tecnologia.” abril / maio / junho | 2011 Um sistema inovador de coleta de esgoto que protege o ambiente com menor custo. O sistema de coleta de esgoto a vácuo propicia uma economia de até 40% se comparado com os outros sistemas e fornece ainda vantagens adicionais: ■ Mínimos rompimentos na superfície ■ Instalado numa profundidade rasa ■ Impede a ocorrência de fugas e infiltrações ■ Requer menores diâmetros de tubulação ■ Ecologicamente seguro ■ Facilidade de manutenção ■ Atende à Norma da ABNT NBR-15710 ■ Baixo custo de operação e manutenção ■ A válvula de interface opera sem o uso de energia elétrica ■ Não há exposição do operador ao esgoto Como o sistema opera: Uma tubulação convencional por gravidade transporta o esgoto sanitário doméstico da economia doméstica até uma caixa de válvula. 1 Quando o volume especificado do poço de coleta de esgoto sanitário doméstico é coletado, a válvula abre e a diferença de pressão impulsiona o conteúdo do poço até a linha principal de vácuo. 2 O esgoto sanitário doméstico atinge uma velocidade entre 4 e 6 metros por segundo na linha principal de vácuo. Esta é construída em forma de dente de serra para garantir niveis de vácuo adequados no final de cada segmento de linha. 3 A seguir, o esgoto sanitário doméstico entra no tanque coletor. Quando o volume em seu interior atingir um nível preestabelecido, as bombas de recalque transferem o conteúdo até a estação de tratamento, através de uma tubulação de recalque. As bombas de vácuo ligam e desligam conforme necessário, a fim de manter um nível constante de vácuo em todo o sistema de coleta de esgotos sanitários domésticos. 4 Tanque Coletor Entrada de Ar Estação de Vácuo Tampa da Caixa de Válvula Caixa de Válvula Conexão de Serviço Rede de Coleta a Vácuo Válvula de Interface Ligação por Gravidade Proveniente da Economia Doméstica. Tubo de Sucção Sensor de Nível Bombas de Vácuo Poço de Coleta Linha de Recalque Perfil Tipo Dente de Serra Para receber uma resposta rápida, solicite mais informações pelo e-mail: [email protected] Solicite gratuitamente um estudo preliminar e o custo estimado do projeto à: NORBRA ENGINEERING LTDA. End. Rua Del. Leopoldo Belczak 309 Bairro Capão da Imbuia 82800-220 Curitiba - Paraná – Brasil Telefone: 41- 3266-5882 Telefax: 41- 3266-5638 www.norbra.com.br Bombas de Recalque www.airvac.com DM9 É DDB Linha infraestrutura Amanco. Uma linha completa de produtos ideais para qualquer projeto. Inclusive, o seu. Amanco Kit Cavalete Ligação Predial Amanco Ramalfort Ligação Predial Amanco PBAFort Distribuição de água Amanco Ductilfort Adução e distribuição de água Amanco Biax Adução e distribuição de água Amanco Novafort, Colefort e Celfort Coletores de esgoto e águas pluviais Amanco, a marca que deu escolha para os brasileiros, desenvolveu uma linha completa para infraestrutura, feita sob medida para o seu projeto. Tudo com a qualidade, tecnologia e inovação que você já conhece. Na hora de tirar o seu projeto do papel, conte com a Amanco. Amanco. Mais que um sucesso, um prodígio. Acesse nosso site e conheça estas e outras inovações: www.amanco.com.br Inovação em tubos e conexões.
Documentos relacionados
- AESabesp
Conselho Deliberativo: Amauri Pollachi, Cid Barbosa Lima Junior, Choji Ohara, Eduardo Natel Patricio, Gert Wolgang Kaminski, Gilberto Alves Martins, Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zane...
Leia mais