INSPEÇÃO BASEADA EM RISCO APLICADA A
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INSPEÇÃO BASEADA EM RISCO APLICADA A
Transporte Marítimo e Engenharia Portuária Inspeção Baseada em Risco Aplicada a Casco de FPSO Márcio L. M. Souza – [email protected] Bruno Farias - [email protected] HISTÓRICO A partir do desenvolvimento do Campo de Marlim na Bacia de Campos na década de 90, houve um grande aumento na instalação de unidades flutuantes de produção pela PETROBRAS com forte prevalência de unidades do tipo FPSO. Devido às dificuldades de se adequar os programas de inspeção, típicos de navios petroleiros, às unidades do tipo FPSO, começaram a ocorrer grandes períodos de indisponibilidade de tanques de carga. Além disso, com a ampliação da frota, começou a se perceber uma dificuldade no cumprimento dos programas de inspeção de casco dos FPSO’s. HISTÓRICO Unidades Flutuantes de Produção Operadas pela Petrobras 14 12 10 8 SEMI FPSO 6 4 2 0 1990 1995 2000 2005 2010 INTRODUÇÃO A Inspeção Baseada em Risco, IBR, também conhecida como RBI do inglês "Risk Based Inspection" é a ferramenta para acompanhamento operacional sistêmico de instalações industriais com emprego de tecnologia em conjunto com a análise de risco e confiabilidade. Seu conceito é aplicável a diversos ramos da indústria. As empresas de petróleo iniciaram sua implementação pelas refinarias. O desenvolvimento para aplicação em casco de navio é recente e a PETROBRAS é uma das primeiras empresas a implementar a IBR para acompanhamento de casco de FPSO. OBJETIVOS 1 – Ganho em SMS através da identificação e focalização nos elementos críticos para garantia da segurança do casco; 2 – Racionalização dos métodos de inspeção e auxílio ao gerenciamento da manutenção e reparo estrutural do casco; 3 – Possibilidade de aumento da disponibilidade de tanques devido à otimização dos intervalos entre as aberturas. Níveis de IBR Nível 1 – estudo determinístico do ‘onde’ inspecionar: Mantém os intervalos da regra prescritiva (Ex. FPSO CAPIXABA da SBM e SS Thunder Horse da BP). A IBR nível 1 é a mais adequada para implementação em Unidade Semi-Submersíveis. Níveis de IBR Nível 2 – estudo determinístico do ‘quando’ e ‘onde’ inspecionar: Permite o ajuste dos intervalos prescritivos (Ex. PETROBRAS 35). Em desuso, visto consumir o mesmo recurso e apresentar resultados inferiores aos obtidos com o nível 3 Níveis de IBR Nível 3 – estudo probabilístico do ‘quando’ e ‘onde’ inspecionar: Novos intervalos são calculados de acordo com a realidade estrutural do casco (Ex. PETROBRAS 31, YOHO da EXXON-MOBIL, Bellanack da CONOCO-PHILLIPS, PETROBRAS 37 e PETROBRAS 32). A IBR nível 3 é a evolução da nível 2 e a mais adequada para implementação nos FPSO’s em condiçoes normais de operação. Níveis de IBR Nível 4 – estudo probabilístico com aplicação de Análise Dinâmica do Carregamento e Análise Espectral de Fadiga do ‘quando’ e ‘onde’ inspecionar: Voltado para extensão da vida útil da Unidade (Ex. ZAFIRO PRODUCER da EXXON-MOBIL). A IBR nível 4 é uma opção para o caso de necessidade de extensão da vida útil de uma Unidade sem retirada da locação. Níveis de IBR IBR Plano de Inspeção REGRAS nivel 1 nivel 2 Nivel 3 Nivel 4 Inspeção Convencional x Inspeção Baseada em Risco Inspeção Convencional: Segue os procedimentos indicados nas Regras; Inspeciona várias partes ou componentes, independente da probabilidade de haver falha ou da conseqüência que uma falha pode ocasionar. Inspeções em intervalos regulares - Anuais/ 5 anos Pode ocorrer casos de excesso de inspeção e casos de falta de inspeção. Resultado: – Alto custo de inspeção a longo termo – Inspeção algumas vezes sem foco definido. Inspeção Convencional x Inspeção Baseada em Risco Inspeção Baseada em Risco Melhora o plano de inspeção - é dada prioridade às partes que apresentam maior risco. – Maior enfoque nos componentes estruturais considerados de alto risco. – Menor enfoque nos componentes estruturais considerados de menor risco. Prioriza o que, onde e quando inspecionar. Resultado: – Custo menor de inspeção a longo prazo. – Uso mais eficiente dos recursos de inspeção. – Inspeção mais direcionada. Estrutura da Inspeção Baseada em Risco Metodologia do IBR O que inspecionar: – Identificar os detalhes construtivos críticos Onde inspecionar: – Identificar as áreas de alto risco – Análise qualitativa através de grupos de trabalho Quando inspecionar: – Mecanismos de degradação – Avarias dependentes do tempo Estrutura da Inspeção Baseada em Risco O que Inspecionar Estrutura da Inspeção Baseada em Risco Onde Inspecionar Probabilidade - possibilidade de que uma falha ocorra Ex.: trinca na antepara transversal de um tanque de carga Conseqüência - resultado se a falha realmente ocorrer Ex.: vazamento de óleo para um tanque de lastro - possível explosão Probabilidade Probabilidade Alta Média Pequena Remota M L L L Pequena H M L L Significante H H M L Crítica Conseqüência H H H M Catastrófica Risco: H=Alto M=Médio L=Baixo Estrutura da Inspeção Baseada em Risco Quando inspecionar Dados históricos – Vida Fadiga Pregressa – Histórico de Taxas de Corrosão Modelos de degradação Experiência e julgamento de especialistas Atualizado durante a vida útil da estrutura Definição do Risco Aspectos analisados no IBR da PETROBRAS 35 Impactos a Segurança da Tripulação Impactos ao Meio Ambiente Impactos Financeiros Definição do Risco Risk Ranking - Hull - Safety 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Definição do Risco Rsk Ranking - Hull - Environment 250 200 150 100 50 0 Definição do Risco Risk Ranking - Hull - Financial Losses 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Definição do Risco Risk Ranking - Hull 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Safety Environment Economic Series4 Compartment SLOP-S SLOP-P CT-9-S CT-4-P CT-3-P CT-8-S CT-7-S CT-2-S CT-3-S CT-4-S CT-5-S CT-6-S CT-2-P CT-7-P CT-5-P CT-6-P CT-1-P CT-8-P CT-9-P CT-1-S CT-1-C CT-5-C CT-2-C CT-4-C BT-11-S BT-11-P PROOM BT-3-C BH-69-C BH-96-C DB-2 BT-10 DB-3 DB-4 DB-1 FWD EROOM AFT Safety 125 90 91 81 81 66 72 72 72 72 72 72 63 66 63 63 62 57 60 62 134 128 104 104 0 0 133 0 81 78 63 0 60 60 57 26 0 0 Risk Ranking Results Economic Environment 428 229 336 172 329 173 302 157 295 148 290 152 272 130 273 127 271 127 269 127 269 127 269 127 267 124 263 125 263 124 258 121 249 125 257 122 255 117 243 125 160 24 172 14 164 16 164 16 278 0 256 0 97 0 186 0 65 0 64 0 64 0 126 0 62 0 62 0 60 0 75 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Total 782 598 593 540 524 508 474 472 470 468 468 468 454 454 450 442 436 436 432 430 318 314 284 284 278 256 230 186 146 142 127 126 122 122 117 101 0 0 Definição do Risco Despesas ($) Perdas ($) Medidas de Controle de Risco Definição do Risco Despesas ($) Perdas ($) Aplicação Balanceada de Controles de Risco Definição do Risco Despesas ($) Perdas ($) Redução de Risco Resultados da Implementação do IBR (PETROBRAS 35) Compartimento Intervalo Compartimento Intervalo Compartimento Intervalo SLOP-P 5,0 FWD 15,0 SLOP-S 5,0 CT-1-P 5,9 CT1-C 9,5 CT1-S 5,6 CT2-P 6,6 CT2-C 8,4 CT2-S 6,5 CT3-P 7,0 BT3-C 8,0 CT3-S 6,3 CT4-P 7,0 CT4-C 7,6 CT4-S 8,3 CT5-P 8,7 CT5-C 8,5 CT5-S 8,3 CT6-P 8,2 DB-1 9,3 CT6-S 8,1 CT7-P 8,4 DB-2 8,6 CT7-S 8,6 CT8-P 6,9 DB-3 9,4 CT8-S 8,3 CT9-P 5,0 DB-4 9,4 CT9-S 5,1 BT11-P 7,8 BT10-C 7,6 BT11-S 7,7 Conclusão A proposta da IBR traz uma nova tecnologia para garantia da Integridade Estrutural das Unidades que proporciona ganho de SMS em relação à inspeção prescritiva através do melhor conhecimento estrutural do casco da Unidade sob ponto de vista da engenharia. Com o inevitável envelhecimento da frota, além da vida pregressa à conversão, das particularidades de cada unidade, do somatório de informações cada dia maior, a IBR se apresenta como uma ferramenta necessária para balizamento racional da experiência e do conhecimento dos profissionais envolvidos com critérios para considerar estas condições.