plano estadual de prevenção e combate ao
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plano estadual de prevenção e combate ao
AR IN IM EL PR ÃO RS VE PLANO ESTADUAL DE PREVENÇÃO E COMBATE AO DESMATAMENTO NO AMAZONAS Outubro de 2008 1 Coordenação Geral Nádia Cristina d’ Ávila Ferreira Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Carlos Eduardo de Souza Braga Governador do Estado do Amazonas Omar Abdel Aziz Vice-Governador do Estado do Amazonas Nádia Cristina d’ Ávila Ferreira Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS Equipe Técnica Aldenira Rodrigues Queiroz Diretora Técnica - IPAAM Wanderleia H. Salgado do Nascimento Gerente de Fiscalização Ambiental - IPAAM Ruth Lilian Rodrigues da Silva Secretária Executiva de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS Jeú Linhares Gerente de Sensoriamento Remoto – IPAAM Adelia Didia Calôba Aguiar Secretária Executiva Adjunta de Gestão Ambiental José Luiz A. Nascimento Gerente de Geoprocessamento – IPAAM Adenilza Mesquita Vieira Secretária Executiva Adjunta de Florestas e Extrativismo Valdenor Pontes Cardoso Secretário Executivo Adjunto de Articulação Institucional Daniel Borges Nava Secretário Executivo de Geodiversidade e Recursos Hídricos Neliton Marques da Silva Presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas - IPAAM Elaboração do memorando Luís Henrique Piva Coordenador do Centro de Mudanças Climáticas - SDS Organização de Conteúdo Fernanda Pimentel de Assis Assessora - SDS Bonifácio Baniwa Presidente da Fundação Estadual de Política Indigenista do Amazonas - FEPI Raimundo Valdelino Cavalcante Presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável - ADS Supervisão Editorial Carlysson Bastos Senna Assessor de Comunicação - SDS Daniel Feder Presidente da Companhia de Gás do Amazonas - CIGÁS Fotografias Antonio Iacovazzo, , Pedro Rocha Moraes, Leonide Príncipe, Renata Camargo, Zig Koch (WWF), Acervo AGECOM, SDS, IPAAM, FEPI e do Programa de Desenvolvimento Sustentável de Gasoduto Coari-Manaus. 2 SDS Imagens de Satélite e Mapas: Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Laboratório de Geoprocessamento LABGEO/IPAAM. Av. Mário Ypiranga Monteiro, 3280, Parque 10 de Novembro Cep.: 69057- 002 - Manaus-Amazonas Fone: (92) 3642 - 4724 / 3236 - 0208 Fax: (92) 3642 - 8898 E-mail: [email protected] Website: www.sds.am.gov.br www.ipaam.am.gov.br Introdução 7 II. Política Estadual de Meio Ambiente 2.1. Histórico 2.2. Arcabouço Legal 2.3 Planejamento e Orçamento Ambiental 2.4 O Pólo Industrial de Manaus e a Conservação da Floresta no Amazonas 2.5 Instrumentos econômicos para a Política de Meio Ambiente 2.6 Geodiversidade – Sustentabilidade da Indústria Mineral e de Óleo e Gás 2.7 Plano Amazônia Sustentável 10 10 11 12 12 13 14 17 III. Dinâmica do Desmatamento no Estado do Amazonas 3.1 Características do Desmatamento recente no Estado do Amazonas 3.2 Distribuição Espacial do Desmatamento 18 18 20 IV. Estado da Arte da Atual Política de Conservação e Desenvolvimento do Estado do Amazonas 4.1.1. Áreas Protegidas e Uso Sustentável da Biodiversidade 4.1.1.1 Legislação para a Conservação da Natureza 4.1.1.2 Unidades de Conservação em Processo de Criação 4.1.1.3 Investimentos para Implementação de UCs no Amazonas 4.1.1.4 Proteção e Gestão da Biodiversidade 4.1.1.5 Pressões e Ameaças a fauna e flora 4.1.1.6 Pressões e Ameaças ao Bioma Amazônico 4.1.2 Ordenamento Territorial: Regularização Fundiária e Zoneamento-Econômico-Ecológico – ZEE 4.1.2.1 Regularização Fundiária no Amazonas 4.1.2.1.1.Ações de Regularização Fundiária 4.1.2.1.2 Projetos Especiais de Assentamento 4.1.2.1.3 Controle Social das Políticas Fundiária e de Reforma Agrária 4.1.2.2 O Zoneamento Econômico-Ecológico -ZEE do Estado do Amazonas como Instrumento de Ordenamento Territorial 4.1.3. Controle, Monitoramento e Fiscalização Ambiental 4.1.3.1 Cenário da Atividade Pesqueira no Estado do Amazonas 4.1.3.1.1 Áreas Prioritárias 4.1.3.1.2 Plano Operacional 4.1.3.2 Cenário da Atividade Mineral e Garimpeira 4.1.3.2.1 Áreas Prioritárias 4.1.3.2.2 Plano Operacional 4.1.3.3 Cenário das Unidades de Conservação 4.1.3.3.1 Áreas Prioritárias 4.1.3.3.2 Plano Operacional 4.1.4. Fomento as Atividades Produtivas Sustentáveis 23 23 25 27 27 29 29 31 33 33 34 36 36 37 39 41 41 41 42 42 42 43 43 43 44 V. Plano Estadual de Prevenção e Controle ao Combate do Desmatamento do Amazonas 5.1. Escopo do plano 5.1.1 Concepção Geral 5.2. Objetivo Geral 5.2.1. Objetivos Especifico 5.3. Estratégia de Implementação 5.4. Resultados Esperados/Atividades 5.5. Matriz Lógica 5.6. Cronograma de Atividades 46 46 46 46 46 46 47 49 54 3 MENSAGEM DO GOVERNADOR DO AMAZONAS Para a população amazonense, as florestas e os rios são tudo. Com esse sentimento, o Governo do Amazonas elaborou um plano estratégico estabelecendo diretrizes e estratégias baseado na inclusão social com respeito à diversidade cultural e o uso sustentável dos recursos naturais. Dessa forma, o equilíbrio ecológico desse enorme patrimônio brasileiro, vem sendo mantido e hoje se tornou uma referência aos demais estados amazônicos. Este “Plano Estadual de Combate ao Desmatamento”, retrata ações já em andamento e outras que urgem serem implementadas e fortalecidas. O Plano foi construído fixando metas, determinando ações, compondo articulação e integração com os órgãos de governo federal, estadual e municipal. O combate ao desmatamento não é resolvido apenas com controle e fiscalização, mais principalmente com o fomento de atividades produtivas sustentáveis. Ao implantar o Programa Zona Franca Verde, incentivamos a produção florestal, agropecuária e pesqueira de forma ecologicamente apropriada, socialmente justa e ecologicamente viável. Esse Programa tem alcançado resultados altamente positivos no ordenamento da pesca em rios e lagos, combatido a pesca predatória, incentivo ao manejo florestal, criando e implementando de Unidades de Conservação junto com a Lei de mudanças climáticas, elevando neste sentido, os indicadores sociais de educação, saúde, renda e cidadania do Amazonas. Está de parabéns a equipe talentosa do Sistema SDS, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que não tem medido esforços para cumprir sua missão, ouvindo o saber das populações tradicionais e dos indígenas no interior amazonense, onde o homem tem a consciência forte que a floresta vale mais em pé do que derrubada, e traduzindo esse saber na elaboração e implementação de políticas estaduais ambientais. Confio que esse Plano vai alcançar os objetivos pretendidos, pois a gestão ambiental mais fortalecida se refletirá no declínio das taxas de desmatamento no Estado do Amazonas. Eduardo Braga MENSAGEM DA SECRETÁRIA de estado DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO AMAZONAS O desmatamento no Estado do Amazonas é considerado relativamente pequeno e localizado, possui diferenciações em relação às demais regiões do Estado. Essas singularidades devem ser consideradas na formulação de políticas públicas direcionadas à prevenção e ao controle do desmatamento e à promoção do desenvolvimento sustentável. Devemos considerar a grande dimensão territorial, a elevada diversidade cultural, a megabiodiversidade, a elevada proporção do Estado na forma de áreas protegidas e a grande disponibilidade de recursos hídricos. Porém, temos grandes desafios para superar, como por exemplo, elevado custo de transporte rodoviário, extensa malha hidroviária, sistemas de geração de energia elétricos isolados de elevado custo e a baixa proporção da superfície do Estado regularizada em termos fundiários. Com esse cenário amazônico construímos o “Plano de Combate ao Desmatamento do Estado do Amazonas” – PCDAM. A elaboração deste Plano mobilizou todas as instituições que compõem o Sistema SDS - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e parceiros afins. O escopo do Plano incorporou os pontos fundamentais recomendados pelo Governo Federal que visam o fortalecimento da Política Ambiental dos Estados da Amazônia Legal, prevendo medidas efetivas para a redução dos índices de desmatamento, por meio dos seguintes ações estratégicas: a) Áreas Protegidas e uso Sustentável da Biodiversidade; b) Ordenamento Territorial, Regularização Fundiária e Zoneamento Ecológico e Econômico - ZEE; c) Controle, monitoramento e fiscalização ambiental ; d) Gestão de florestas públicas, manejo florestal e recuperação de áreas desmatadas; e, e) Fomento as atividades produtivas sustentáveis; A conclusão do Macrozoneamento do Estado facilitou a estruturação do Plano em que foram incorporadas bases de dados atualizadas, incluindo as contribuições das 12 consultas públicas realizadas em todo o estado. O presente Plano prioriza a região sul-sudeste do Estado do Amazonas, que hoje é o foco das ações emergenciais ligadas às questões de combate ao desmatamento e grilagem de terras nesta região. As ações propostas objetivam a melhoria da qualidade de vida das populações locais, a proteção ambiental, o ordenamento territorial e a promoção do desenvolvimento sustentável do Amazonas. Para assegurar a ampla participação da sociedade amazonense submeteremos o referido Plano a apreciação e avaliação pública durante 30 (trinta) dias, a contar a partir do dia 10 de novembro de 2008. Todas as contribuições serão bem vindas. Participe dessa luta! O Amazonas agradece. Nádia Cristina d’Ávila Ferreira 6 I. introdução O Governo do Estado do Amazonas tem como prioridade em seu plano estratégico a viabilização de um novo modelo de desenvolvimento para o Estado, baseado na inclusão social com respeito à diversidade cultural, na viabilização de atividades dinâmicas e competitivas e no uso sustentável dos recursos naturais, mantendo o equilíbrio ecológico desse enorme patrimônio brasileiro, tornando-se referência aos demais estados amazônicos. Detentor do maior patrimônio florestal conservado do país e formado por 62 municípios, distribuídos numa área de 1,5 milhões de Km2, o Amazonas possui cerca de 140 milhões de hectares de florestas nativas e 98% de sua cobertura florestal preservada. Ao implantar uma política pública, que desde 2003, alia com equilíbrio o binômio conservação ambiental e crescimento econômico, o Amazonas chegou ao status de Estado com os menores índices de desmatamento da Amazônia Brasileira e detentor do maior crescimento econômico do país. GRÁFICO PIB X DESMATAMENTO A definição da política de desenvolvimento sustentável do Amazonas tem sido pautada em um sistema de planejamento participativo que ampliou a interlocução entre indígenas, caboclos, ribeirinhos e tomadores de decisão, no que trata a complexa agenda ambiental do Estado. Vários programas estratégicos foram concebidos com o objetivo de dar concretude e dinamizar a política ambiental do Estado. Destaque para o Programa Zona Franca Verde (ZFV) implementado a partir de 2003 e redimensionado em 2007 com a sanção da “Lei de Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável”, que colocou o Amazonas na vanguarda da discussão sobre essa temática de interesse mundial. O Programa (ZFV) foi concebido com a missão de enfrentar os descaminhos sociais e ambientais que acompanham o Amazonas desde o pós-ciclo econômico da borracha no início do século passado, aliados aos desafios proporcionados pelas imensas distâncias, heterogeneidades, dificuldades logísticas e custos de transporte. O Programa tem como meta o incentivo à produção florestal, agropecuária sustentável e pesqueira de forma ecologicamente apropriada, socialmente justa e economicamente viável. A produção florestal manejada promove a revitalização e a modernização da extração, beneficiamento e industrialização da madeira e dos produtos florestais não madeireiros. A produção agropecuária sustentável busca o aumento da produtividade mediante a utilização inteligente de tecnologias adequadas e não prejudiciais ao ambiente. A produção pesqueira estimula a piscicultura e promove o ordenamento da pesca em rios e lagos, combatendo a pesca predatória e incentivando a industrialização do pescado. Outro programa fundamental é o Amazonas Sustentável, que inclui a formulação de políticas públicas que visem conciliar objetivos sociais, ambientais e econômicos, com metas e diretrizes de curto, médio e longo prazo para melhorar as condições socioambientais atuais. Figura 1 - Gráfico PIB X DESMATAMENTO No centro destes indicadores positivos e dos desafios constantes e urgentes de um Amazonas de muitas potencialidades, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS) é referência na formulação, implementação e gestão de políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável. A missão da SDS é garantir a proteção da natureza e o uso dos recursos naturais, com valorização sócio-etno-ambiental e econômica, visando o desenvolvimento sustentável do Amazonas. O sistema SDS – formado por quatro instituições vinculadas: Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM); Fundação Estadual dos Povos Indígenas (FEPI); Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) e a Companhia de Gás do Amazonas (CIGÁs) –, foi estruturado por meio da Lei 2.783 de 31 de janeiro de 2003, com definições de finalidades, competências e respectiva estrutura organizacional. Esse sistema busca a melhoria da qualidade de vida da população, a conservação da natureza, a promoção do desenvolvimento sustentável, e a atenuação dos efeitos das mudanças climáticas. 7 Neste sentido, a aprovação da Lei Estadual sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Lei Estadual 3.135 de 05 de junho de 2007), a implementação do Programa Bolsa Floresta, a criação da Fundação Amazonas Sustentável – FAS, da Unidade Gestora de Mudanças Climáticas e Unidades de Conservação – UGEMUC, do Grupo Estratégico de Combate aos Crimes Ambientais – GECAM e do Batalhão Ambiental, configuram o absoluto interesse do Governo do Amazonas em priorizar em sua agenda a política de mudanças climáticas e a proteção ambiental. O Amazonas encerrou o ano de 2007 com 34 Unidades de Conservação Estaduais implantadas, totalizando uma área de 16,5 milhões de hectares protegidos, que somados às terras indígenas e às Unidades de conservação federais totalizam cerca de 84,7 milhões de hectares. Destas, 26 são de Uso Sustentável que perfazem 13,4 milhões de hectares, e as outras 8 UCs são de Proteção Integral com 3,1 milhões de hectares, correspondendo a 10% do território do Estado. Categorias Área (ha) Em relação ao Estado (%) Unidade de Conservação Federal 22.291.182,66 14,13 Unidade de Conservação Estadual 16.489.111,86 10,45 Terras Indígenas 45.985.930 29,15 Total 84.766.224,52 53,72 Para implementar essas áreas, o Estado do Amazonas conta com o CEUC e programas como Programa de Áreas Protegidas da Amazônia – ARPA, Projeto Corredores Ecológicos, que identificam áreas de relevante interesse no que se refere à alta biodiversidade e/ou vulnerabilidade, apresentando proposições de usos adequados, bem como, apoio à criação e gestão de Unidades de Conservação. As boas experiências de parcerias com a sociedade civil organizada fazem parte da estratégia de implementação das Unidades de Conservação adotadas pelo Estado, principalmente, na elaboração dos Planos de Gestão e Manejo de recursos naturais de forma sustentável. A SDS, na sua operacionalização, considera ribeirinhos, indígenas, extrativistas e produtores rurais como os principais atores para decisões coerentes com o ideário da sustentabilidade, promovendo a interlocução da sociedade com o setor privado e acadêmico visando fomentar o debate e ações de desenvolvimento sustentável no Estado como um todo. Para colocar em prática as atividades referentes ao programa Amazonas Sustentável, a SDS reúne uma equipe capacitada que desenvolve atividades de Gestão de Recursos Ambientais, Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos e Minerais, Gestão Florestal e Extrativista e de Compensação Ambiental. As ações do Governo voltadas para a geração de renda, no âmbito do desenvolvimento sustentável, estão relacionadas às atividades de produção florestal madeireira e não-madeireira, ordenamento pesqueiro e mineração, além da criação de uma nova política de financiamentos e incentivos fiscais para o Amazonas, no setor florestal. Os resultados são alcançados com ações para o fortalecimento da assistência técnica e extensão florestal, organização e dinamização de cadeias produtivas florestais e extrativistas, além do fomento à produção decorrente do extrativismo. Porém, o estado vem sofrendo um processo de grandes devastações através de grilagem, ocupação ilegal de terras públicas queimadas e atividade de madeireiras clandestinas, avanço da fronteira agrícola e da pecuária, construções de estradas clandestinas, pesca ilegal e predatória, bem como, exploração mineral de forma desordenada e predatória. As Unidades de Conservação Estaduais e Terras Indígenas legalmente instituídas pelo Poder Público, que apresentam características naturais relevantes e objetivos específicos de conservação, também são alvos de ilícitos ambientais de todos os gêneros. Os dados detectados pelo Sistema DETER entre agosto a dezembro de 2007, e janeiro à agosto de 2008, somaram 353,75 km2 de áreas modificadas, totalizando 419 polígonos somente no Estado do Amazonas. Tal ocorrência gerou um alerta no monitoramento e fiscalização visto que os maiores incrementos nos polígonos de desmatamentos ocorreram nos meses de outubro/novembro/dezembro de 2007 e janeiro/fevereiro de 2008, situação atípica devido ao alto índice pluviométrico neste período. De acordo com os dados sobre queimadas disponibilizados pelo INPE, foram identificados 2.596 focos de calor no Estado do Amazonas no ano de 2006, 1.169 focos de calor no ano de 2007, e 665 focos de calor no ano de 2008, representando uma redução de 39,87% no referido período de 2007/2008. Conhecer a dinâmica do desmatamento no Amazonas é fundamental para identificação dos principais vetores de pressão, das áreas mais ameaçadas, como também de sua espacialização, no contexto das bacias hidrográficas e dos espaços geopolíticos dos municípios. Dessa forma, é possível identificar as regiões mais vulneráveis aos processos do desmatamento. Com base nessa análise identificam-se os municípios onde a conversão de cobertura florestal tem acontecido de maneira intensa e concentrada, permitindo uma clara visualização da distribuição espacial do desmatamento no Estado. Assim, é possível priorizar ações pontuais de controle do desmatamento e queimada, evitando a dispersão de recursos humanos e financeiros. Conforme dados do INPE (2007), os municípios localizados ao Sul e Nordeste do estado foram considerados os municípios campeões do desmatamento no Amazonas. 8 Perante esse imenso e complexo desafio, o Governo do Estado do Amazonas apresenta a versão preliminar do “Plano Estadual de Prevenção e Combate ao Desmatamento no Amazonas” para apreciação e análise do Ministério do Meio Ambiente com a finalidade de fortalecer e dinamizar a gestão ambiental e territorial do Estado do Amazonas com a proposição de articular as inúmeras iniciativas em curso do Sistema SDS, a partir de quatro diretrizes: 1. Dinamização da gestão ambiental; 2. Capacitação ambiental; 3. Sistema de informação; e 4. Arranjo institucional. O Amazonas, a partir das suas ações esteuturantes e fomentador do desenvolvimento sustentável, está na vanguarda do pensamento e da formulação de políticas públicas ambientais. Além disso, a compreensão das relações entre os ecossistemas amazônicos e o clima da Terra, as ações de mitigação às mudanças climáticas e a adaptação aos seus efeitos, a proteção dos recursos naturais e o estímulo à preservação da floresta em pé são os compromissos fundamentais do Estado do Amazonas com a sustentabilidade do planeta. A Política Ambiental do Estado tem adotado medidas e ações coordenadas que visam a expressiva redução dos índices de desmatamento, por meio dos seguintes instrumentos e ações estratégicas: I - Áreas protegidas e uso sustentável da biodiversidade II - Ordenamento territorial e Regularização Fundiária - Zoneamento Ecológico e Econômico - ZEE; III - Controle, monitoramento e fiscalização ambiental IV - Gestão de florestas públicas, manejo florestal e recuperação de áreas desmatadas V– Fomento as atividades produtivas sustentáveis; A articulação das ações estratégicas em sintonia com o Governo Federal, Estadual e Municipal, permitirá: - Reduzir o desmatamento ilegal e as emissões de CO2, associadas ao desmatamento e a queimada de vegetação nativa; - Gerar emprego e renda e fortalecer o processo de eqüidade social, associados à conservação de florestas e à melhor utilização de áreas já desmatadas; - Fortalecer o Sistema Estadual de Gestão Florestal, com governança e transparência, em consonância com as diretrizes do SISNAMA; - Ampliar a competitividade de produtos sustentáveis com ênfase na agricultura familiar e florestal, em mercados nacionais e internacionais; - Posicionar o Estado do Amazonas em novos mecanismos de cooperação internacional o âmbito das Convenções das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e Conservação da Biodiversidade (CDB), em articulação com a política do governo brasileiro no âmbito das referidas convenções; O Plano Estadual de Combate ao Desmatamento do Amazonas se insere plenamente nas diretrizes e prioridades do Plano Amazônia Sustentável – PAS, Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal (PPCDAM), do Pacto pela Valorização da Floresta, e pelo fim do desmatamento na Amazônia Brasileira (Pacto pelo Desmatamento Zero), como estratégia de desenvolvimento regional por meio do fortalecimento da gestão ambiental e da prevenção e combate ao desmatamento no Estado. 9 II. Política Estadual de Meio Ambiente 2.1.Histórico O debate sobre as questões ambientais no Estado do Amazonas data do início da década de 1980, pela Comissão de Desenvolvimento do Estado do Amazonas – CODEAMA, à época, autarquia vinculada a Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral – SEPLAN. Em agosto de 1982, com a edição da Lei 1.532, inicia-se a execução da Política Estadual de Meio Ambiente, que passou, em 1989, para a responsabilidade do Instituto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IMA. No ano de 1995, foi criado o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM, que assumiu a gestão ambiental do Estado, fortalecendo a gestão ambiental no Amazonas. Diante deste cenário, o Subprograma de Política de Recursos Naturais – SPRN, com o apoio da Cooperação Alemã (Banco de Desenvolvimento – KfW e Agência de Cooperação Técnica – GTZ) foi fundamental para estruturar nos Estados do Amazonas, Acre e Pará, a implementação da Gestão Ambiental Integrada. Esse trabalho ocorreu em conjunto com a Secretaria de Coordenação da Amazônia – SCA, do Ministério do Meio Ambiente – MMA, com os governos estaduais, com os órgãos municipais e com a sociedade civil. O Projeto de Gestão Ambiental Integrada do Amazonas – PGAI/ AM desenvolveu um conjunto de ações, que envolviam: (1) Ordenamento territorial voltado para o desenvolvimento sustentável; (2) Controle ambiental, incluindo: Licenciamento, fiscalização e monitoramento de atividades potencialmente impactantes; e (3) Gestão do conhecimento e descentralização da gestão ambiental da União para o Estado e deste para o Município, incluindo o fortalecimento institucional, a participação da sociedade civil no planejamento e na tomada de decisão, bem como o desenvolvimento de um sistema de informações ambientais. 10 Oficialmente, o PGAI/AM iniciou suas atividades em abril de 1997, coordenado até dezembro de 2002 pelo IPAAM. A partir de 2003, a coordenação do projeto foi assumida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS. O PGAI/AM foi um projeto importante ao apoiar a estruturação do IPAAM, órgão responsável pela fiscalização, licenciamento ambiental e monitoramento no Amazonas e, ainda, por implementar parte expressiva das políticas ambientais do Estado. O projeto fortaleceu ações de algumas Prefeituras Municipais e contribuiu de maneira estratégica para o Estado, no que diz respeito ao Zoneamento Ecológico-Econômico em várias áreas, além de um conjunto de ações que contribuíram para melhorar a qualidade da gestão ambiental do Estado. O PGAI/AM incentivou a criação e o fortalecimento de organismos de meio ambiente e conselhos municipais, por meio da estruturação, da qualificação de pessoal e da articulação de comissões locais. 2.2. Arcabouço Legal O Amazonas é um dos Estados do Norte do Brasil com sua cobertura florestal relativamente intacta, entretanto, as pressões sobre os recursos florestais, da fauna, pesqueiros e minerais vêm se acentuando a cada ano. Para inibir essas pressões e ordenar o uso sustentável desses recursos naturais, é exigido um permanente exercício de revisão e aperfeiçoamento da legislação ambiental. Entretanto, cabe ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, a responsabilidade pela execução da política estadual do meio ambiente no que concerne a fiscalização, controle e monitoramento. Compreende o controle ambiental dos empreendimentos bem como o licenciamento das atividades que utilizam os recursos naturais e são consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou degradadoras do meio ambiente. Os princípios que norteiam a agenda ambiental no Estado do Amazonas estão referenciados na Lei de Política Ambiental aprovada em 1982, portanto, um ano após a definição da política nacional de meio ambiente. O controle ambiental abrange o monitoramento, aqui entendido como um conjunto de procedimentos que visam ao acompanhamento sistemático dos indicadores da qualidade ambiental, medindo e quantificando estas variáveis e indicadores, a fim de comparar com as normas pré-estabelecidas e com as condições naturais, detectando as causas e os possíveis efeitos desses desvios. Do arcabouço legal de maior relevância para implementação dessa agenda ambiental no Estado do Amazonas, destacam-se: 1. Lei N°1.532/82 que disciplina a Política Estadual de Meio Ambiente; 2. Lei N°2416/96 que dispõe sobre a Concessão da Licença para Exploração e Beneficiamento de Produtos e Subprodutos Florestais; 3. Lei N°2.713/01 que dispõe sobre a Política de Proteção a Fauna Aquática e de Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura Sustentável; 4. Lei N°2.985/05 que institui o Conselho Estadual de Meio Ambiente - CEMAAM; 5. Lei N°3.135/07 que dispõe sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável; 6. Lei N°3.167/07 que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos; 7. Lei N°3.219/07 que dispõe sobre o Licenciamento Ambiental. Esse é o marco regulatório básico que, associados a outros diplomas legais (Decretos, Códigos, Súmulas, Resoluções, Instruções Normativas e Portarias) definidos no âmbito do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA constitui a base jurídica para dar suporte a operacionalização das ações de controle, fiscalização e monitoramento ambiental. Por sua vez, toda e qualquer atividade que envolva aproveitamento e utilização de recursos naturais, considerada impactantes, dependerá de prévio licenciamento ambiental, independente de outras licenças legalmente exigíveis. O processo de licenciamento ambiental abrange três fases: a licença prévia, a licença de instalação e a licença de operação, que dependendo das características da atividade modificadora do meio, e da abrangência dos impactos, poderá ser exigido Estudos Ambientais. A legislação estadual estabelece que a vigência da licença ambiental seja de dois anos, podendo ser periodicamente renovada para fins de manutenção das condições de funcionamento do empreendimento ou da atividade. A fiscalização ambiental é responsável pela identificação e averiguação das irregularidades ambientais e aplicação das penalidades estabelecidas pela legislação. Normalmente a detecção dessas irregularidades, dá-se através de denúncias provenientes da sociedade que desencadeia todo um sistema de comando e controle. Estas ações são apoiadas pelo Batalhão Ambiental, no âmbito da Polícia Militar Estadual e pelo Grupo Estratégico de Combate a Crimes Ambientais GECAM, recentemente criado no âmbito da estrutura organizacional do IPAAM. Quanto ao aspecto institucional o órgão coordenador e gestor da política estadual ambiental é a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS, que faz o grande esforço de articulação com as instituições, no âmbito federal, estadual e municipal, sobretudo aquelas comprometidas com a execução das ações nas áreas de: saúde, fundiária, comunicação, educação, agricultura, ciência e tecnologia. Numa outra escala estas interações ocorrem com setores da sociedade civil, e outras organizações, inclusive transnacionais, consideradas vitais para a consolidação dessa política. 11 2.3 Planejamento e Orçamento Ambiental O principal instrumento norteador da política ambiental do Governo de Estado é o Programa Zona Franca Verde, que busca internalizar a agenda ambiental em todos os empreendimentos e atividades, conciliando a proteção com o uso inteligente dos recursos naturais sob a égide do desenvolvimento sustentável. O Programa busca integrar ações de melhoria em saúde, educação e segurança alimentar, combinando com adoção de práticas de manejo dos recursos florestais, da fauna e pesqueiros, bem como de proteção ambiental. Soma-se a esse esforço a regularização fundiária, assistência técnica, crédito rural, tecnologias socialmente apropriadas, infra-estrutura de transporte, energia, comunicação e geração de conhecimento. Vale ressaltar que esse Programa foi objeto de análise ambiental e de sustentabilidade, sendo considerado pela Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL), vinculada a Organização das Nações Unidas, como uma experiência de gestão ambiental única no mundo. Como expressão máxima dessa macro diretriz formulou-se o Plano Plurianual 2008-2011 do Governo do Amazonas, que no escopo da política ambiental, contempla vários programas estratégicos de gestão ambiental no âmbito da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, destacando-se o Programa de Controle Ambiental e o Programa de Fortalecimento da Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável, o primeiro sob coordenação do IPAAM e o segundo sob coordenação da SDS. O primeiro tem por objetivo efetuar o controle ambiental das atividades potencialmente poluidoras/degradadoras do meio ambiente no Estado do Amazonas visando à utilização dos recursos naturais de forma sustentável. Enquanto o outro objetiva implementar o fortalecimento da gestão ambiental e a otimização das ações de controle ambiental Em sua estratégia de implementação essas ações serão executadas com a cooperação de parceiros institucionais visando o fortalecimento da gestão ambiental incluindo a capacitação e o controle da utilização dos recursos naturais de forma sustentável com ênfase na conservação dos recursos florestais. Esse Plano está subordinado a Lei de Diretrizes Orçamentárias do estado, que estabelece a repartição dos recursos orçamentários destinados às várias funções do Estado. Como referência histórica dos aportes financeiros destinados a gestão ambiental no Amazonas, constata-se uma expressiva evolução orçamentária, embora reduzido quando comparado a outras agendas como educação, segurança e saúde. Vale destacar, no entanto, que boa parte das ações de gestão ambiental no Amazonas é executada com apoio de recursos extra-orçamentários, revelando uma alta capacidade do quadro técnico vinculado as instituições na captação de recursos financeiros para viabilização dos programas e projetos de relevância ambiental. 12 2.4 O Pólo Industrial de Manaus e a Conservação da Floresta no Amazonas Criado no final da década de 1960 como parte de uma estratégia de ocupação regional, a Zona Franca de Manaus viabilizou a implantação do que é hoje o maior Pólo Industrial de produtos eletroeletrônicos, de informática e de duas rodas. Trata-se de uma área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no estado do Amazonas, um pólo industrial dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância que se encontram os centros consumidores de seus produtos. O processo de consolidação do Pólo Industrial passou por diferentes fases, tendo inicialmente o comércio, no qual a Suframa atuava, sobretudo, no controle das entradas e estocagem das mercadorias. Em seguida houve a fase da indústria de montagem, iniciando uma abertura de seu foco para toda a Amazônia Ocidental. Numa terceira fase, outras regiões passam a oferecer incentivos fiscais significativos. Desta forma, o modelo teve que se adaptar para poder disputar empreendimentos e passa a atuar com atrativos e promoção de investimentos. Em outra fase o modelo foi forçado a se adaptar às políticas nacionais de abertura econômica, incertezas cambiais e controle de gastos. Finalmente o modelo foi compelido a buscar inserção internacional e a possuir atrativo não apenas tributários, face às discussões sobre a sua prorrogação ou não, pelo Governo Federal. Assim, nesta nova necessidade de ajustes, passa a Suframa a remodelar-se para atuar como agência de desenvolvimento regional comprometida, ao mesmo tempo, tanto com o fortalecimento do Pólo Industrial de Manaus quanto com o fomento e a interiorização do desenvolvimento em toda a Amazônia Ocidental. Cada uma dessas fases proporcionou o amadurecimento e a consolidação do Pólo Industrial, gerando um efeito virtuoso sobre a floresta do estado do Amazonas. 2.5Instrumentos econômicos para a Política de Meio Ambiente Em 2008 uma equipe de pesquisadores de instituições como Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Universidade Federal do Pará, Washington and Lee University e Universidade Federal de Minas Gerais, realizou análises multivariadas para avaliar o impacto do PIM sobre a dinâmica do desmatamento no Amazonas. Na estratégia metodológica do estudo investigou os processos migratórios, no sentido interior-capital, assim como a adoção de várias técnicas de análises, uso de modelos econométricos e adoção de outros parâmetros, para testar a relevância do PIM em relação ao desmatamento. Como conclusão principal, comprovou-se que o Pólo Industrial de Manaus contribui com a atenuação do desmatamento no Amazonas, no “intervalo de 70% a 77% em relação ao que poderia” ocorrer na ausência desse Pólo. O estudo finaliza recomendando uma proposta de política de valorização mercadológica dos produtos oriundos do Pólo Industrial de Manaus, baseado em um sistema de certificação e gestão de selo sob a supervisão da SUFRAMA. De fato o Estado do Amazonas permanece como um dos mais preservados em termos de cobertura vegetal, apesar de conter um Pólo Industrial que em 2008 mobilizou recursos da ordem de US$ 34 bilhões gerando 105.000 empregos. O termo Amazônia é capaz de produzir diversos significados difusos, tais como a grandeza territorial de sua floresta tropical, o gigantismo de sua bacia fluvial, a diversidade de suas plantas e animais, a riqueza cultural dos povos indígenas, sua história de ocupação, os ciclos de desenvolvimento econômico a exemplo da borracha, e tantos outros significados que podem ser mobilizados como fonte de valor econômico para os seus habitantes. Entretanto, até hoje, muito pouco dessa riqueza simbólica e abstrata foi apropriada pelo mercado, mesmo reconhecendo a importância dos serviços ambientais que esse bioma fornece, gratuitamente, ao planeta como um todo. Desde então, considerando a realidade amazônica, um conceito vem se consolidando que é o da Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação - REDD. Esse conceito pode ser um instrumento poderoso para valorizar as florestas tropicais, por abranger políticas de combate ao desmatamento, reconhecimento de seus serviços ambientais, o direito dos povos das florestas e mecanismos de compensação financeira para quem preserva, ou seja, dar valor à mata em pé. O Programa Bolsa Floresta, que é um dos principais instrumentos econômicos da política de mudanças climáticas do Amazonas, adota esse modelo conceitual. Tem por objetivo valorizar e compensar as populações tradicionais pelo esforço despendido na conservação das florestas e dos recursos ambientais a elas associados. Independentemente de certos bens possuírem ou não alguma especificidade diferencial amazônica, é possível valorizá-lo pelo critério ecológico. Assim, móveis produzidos com madeiras amazônicas obtidas com rigorosos procedimentos de manejo florestal sustentável, devem ser certificados, como parte de uma política ampla de valorização dos produtos e serviços ambientais. O estado do Amazonas adota diferentes modalidades de instrumentos econômicos voltados para promoção de renda, emprego e melhoria da qualidade de vida das populações locais. Dentre esses instrumentos destaca-se a isenção de ICMS para os produtores rurais nas operações de consumo de energia, produtos nativos de origem vegetal e, para os pescadores na viabilização dos vários elos da cadeia produtiva do pescado. As propriedades inferiores a 100 hectares, bem como os imóveis rurais explorados por associações ou cooperativas também desfrutam de isenção do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Esta isenção poderá ser estendida caso um determinado proprietário resolva abrigar uma Reserva Particular de Proteção Nacional ou Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável. 13 2.6 Geodiversidade – Sustentabilidade da Indústria Mineral e de Óleo e Gás Outras formas de incentivos são os subsídios; considerados como instrumentos de fomento à produção assemelhando-se mais a um pagamento por serviços ambientais. Alguns produtos como a fibra de juta e malva, borracha, pirarucu, castanha e corretivos de solos são subvencionados pelo Estado. A partir do conceito da Agenda 21 Mineral, desenvolvido na Reunião de Johanesburg (Rio + 10), em setembro de 2002, a mineração, os minerais e os metais são considerados importantes para o desenvolvimento econômico e social de muitos países e essenciais para a vida moderna. Quando a grande maioria da população estruturar suas competências de modo a elevar seus padrões de vida com baixo impacto ambiental, a preocupação ecológica expressa em seus produtos e serviços certamente será valorizada nos mercados. Neste sentido, a Secretaria Executiva de Geodiversidade e Recursos Hídricos – SEGEORH/SDS, no desenvolvimento da Política Mineral do Estado do Amazonas, vem promovendo o uso sustentável dos recursos minerais e hídricos. Em suas ações de promoção da indústria extrativa mineral e de óleo e gás, destacam-se as oportunidades de investimento nos projetos para bauxita (alumínio), cassiterita (estanho), calcário, cerâmica vermelha e branca (caulim), ouro, silvinita (potássio) e óleo e gás. O grande desafio é buscar harmonizar e compatibilizar as políticas públicas, através dos mecanismos de gestão ambiental, de modo a não a penas atender as demandas sociais, mas, sobretudo, de reorientá-las no sentido de assegurar o verdadeiro desenvolvimento sustentável. Tabela 1: Recursos Minerais e de Óleo e Gás de Estado do Amazonas Bem Mineral Municípios Status Reservas Totais Cassiterita (Estanho) Presidente Figueiredo e Urucará Mina 486.073 t Criolita (Na e F) * Presidente Figueiredo e Urucará Mina 8.821.563 t Presidente Figueiredo e Urucará Mina 777.486 t São Gabriel da Cachoeira Jazida 81.431.237 t Presidente Figueiredo e Urucará Jazida 20.000.000 t Nhamundá Jazida 131.785.316 t Presidente Figueiredo e Urucará Mina 88.313 t Barcelos (Serra do Aracá) Jazida 330 t São Gabriel da Cachoeira (Alto rio Negro) Garimpo Não quantificada. Tório (Th) * Presidente Figueiredo e Urucará Mina 289.000 t Urânio (U) * Presidente Figueiredo e Urucará Mina 144.000 t Xenotima (Y)* Presidente Figueiredo e Urucará Mina 102.160 t Zircão (Zr) * Presidente Figueiredo e Urucará Mina 15.304.188 t Nióbio (Nb) Bauxita (Al) Tântalo (Ta) Columbita/tantalita (Nb/Ta) 14 A tabela a seguir informa as principais ocorrências/depósitos minerais, jazidas (quando existe uma avaliação econômica das reservas) e minas (quando as reservas estão sendo lavradas/ exploradas) localizadas no Estado do Amazonas. Bem Mineral Municípios Status Reservas Totais Urucará Mina 43.349.130 t Maués Jazida 175.667.000 t Nhamundá Jazida 218.628.388 t Apuí (Localidade de Terra Preta – rio Sucunduri) Depósito Não quantificada. Potássio (K) Nova Olinda do Norte e Itacoatiara Jazida 1.152.545.000 t Caulim Manaus e Rio Preto da Eva Jazida 3.406.501.971 t Iranduba e Mancapuru Mina 35.877.339 t Itacoatiara Mina 3.593.700 t Manaus Mina 3.546.766 t Maués (Garimpo do Abacaxis) Jazida 19,390717 t Humaitá e Manicoré (rio Madeira) Mina 2,85256 t Apuí e Manicoré (Garimpo do Gavião) Mina paralisada 3,075239 t Barcelos (Serra do Aracá) Garimpo paralisado Não quantificada. Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira (Serra da Neblina) Garimpo Não quantificada. São Gabriel da Cachoeira (Serra Tunuí/Caparro) Garimpo Não quantificada. Japurá (Cordilheira Traíras e rio Puruí) Garimpo paralisado Não quantificada. Novo Aripuanã e Apuí (rio Branco) Garimpo paralisado Não quantificada. Apuí (Vila do Sucunduri) Garimpo paralisado Não quantificada. Manaus e Rio Preto da Eva Jazida 80.000.000 m3 Urucará Mina 1.630.350 t Nhamundá Jazida 344.400 t Linhito (carvão) Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Jutaí e Japurá (Alto rio Solimões) Jazida 46.435.500.000 t Turfa Nova Olinda do Norte, Maués, Boa Vista do Ramos e Urucurituba (Médio rio Amazonas) Jazida 350.000 m3 Ferro Urucará Mina 65.720.318 t Topázio (gemas) Barcelos (Serra do Aracá) Jazida 21 t Monazita (terras raras) Barcelos (Serra do Aracá) Jazida 33 t Coari (Província de Urucu) Mina 21.262.000 m3 Carauari (Pólo Juruá) Jazida 1.105.000 m3 Silves (Área do rio Uatumã) Jazida 394.000 m3 Calcário Argila Ouro Areia Gipsita (gesso) Óleo e Condensado Gás Natural Coari Mina 62.886.500.000 m3 Carauari (Pólo Juruá) Jazida 22.164.200.000 m3 Silves (Área do rio Uatumã) Jazida 4.853.000.000 m3 Fonte: DNPN 15 O principal destaque do Pólo Mínero-Econômico do Amazonas é o Distrito Estanífero do Pitinga. Situado no flanco Norte do Estado, o Distrito Polímetálico do Pitinga (municípios de Presidente Figueiredo e Urucará) reúne importantes mineralizações de cassiterita (Sn), columbita-tantalita (Nb/Ta), zirconita (Zr), criolita (F), xenotímio (Y) e torita (Th), presentes nas rochas graníticas e aluviões. A mina é desenvolvida pela Mineração Taboca S.A. recentemente adquirida pelo Grupo MINSUR junto ao Grupo Paranapanema. Em funcionamento desde 1980, a Mina do Pitinga contribuiu para o País alçar a 1ª posição no ranking internacional de países produtores de estanho metálico, no triênio 1988-1990. Em 2007, o Estado do Amazonas respondeu por 65% da produção nacional de estanho, assegurando a auto-suficiência do mercado doméstico, para a fabricação de folhas-de-flandres e soldas. Com efeito, a Mina do Pitinga, além de gerar em torno de 1.500 empregos (diretos e terceirizados), tem assegurado, historicamente, as receitas demandadas pela sustentabilidade administrativa, econômica e financeira do Município de Presidente Figueiredo, que tem acesso a um valor médio aproximado de R$1.600.000,00/ano, referente ao repasse da Compensação Financeira sobre a Exploração Mineral - CFEM (royalties). Atualmente a Mina do Pitinga desenvolve o Projeto Rocha-Sã, voltado para áreas de rocha primária da Serra do Madeira. Projeta-se uma produção de 13.000 t/ano de estanho, além de 800 toneladas de concentrado de columbita-tantalita com teores de 35% de nióbio e de 3,5% de tântalo. O Estado do Amazonas destaca-se ainda pela possibilidade do desenvolvimento do pólo industrial de fertilizantes a partir das reservas de potássio (silvinita) existentes. O Brasil é altamente dependente desse bem mineral, cujas importações atingiram o valor de 2,5 bilhões de dólares em 2007, segundo dados do Sumário Mineral (DNPM, 2007). O uso dos fertilizantes pelo principal pólo brasileiro produtor de grãos (região Centro-Oeste) pode implicar no desenvolvimento tecnológico e incremento da produtividade, diminuindo a pressão sobre a floresta por novas áreas de produção agrícola. 16 A silvinita foi encontrada pela PETROBRAS em depósitos profundos localizados nos municípios de Nova Olinda do Norte e Itacoatiara. Foram cubadas reservas totais da ordem de 1.002.300.000 t, que até o momento não foram aproveitadas. O depósito de Fazendinha, região do Médio Amazonas, Município de Nova Olinda do Norte, ocorre a profundidades de 980 a 1.140 metros, com uma espessura média de 2,7 metros, cujos teores de cloreto de potássio variam de 14,31 a 38,69%. As reservas medidas encontram-se em torno de 520 milhões de toneladas de minério, com teor de 28,8% de cloreto de potássio. As reservas de Arari, no Município de Itacoatiara, são na ordem de 659 milhões de toneladas, com teor de 17,7% de cloreto de potássio. A produção de óleo, gás e condensado no Estado do Amazonas, iniciada em julho de 1988, na Província de Urucu, vem proporcionando significativa economia de divisas ao país, atendendo a pelo menos 70% da demanda regional de petróleo e 100% da demanda regional de gás de cozinha. Estas reservas, a partir da consolidação do gasoduto Coari-Manaus em 2009, poderão ser utilizadas na geração de energia termoelétrica e/ou implantação de outros pólos industriais, tais como: gás químico, siderúrgico, cerâmico e GTL (transformação de gás em líquido), podendo constituir-se em matéria prima para a produção de diesel sintético, contribuindo para diminuir a importação desse combustível. O Governo do Estado trabalha na implantação em 2008 do Conselho Estadual de Geodiversidade como instância participativa dos diversos segmentos da sociedade na discussão da Política de Geodiversidade do Amazonas. 2.7 O Amazonas e o Plano Amazônia Sustentável O Plano Amazônia Sustentável – PAS compreende um conjunto de diretrizes estratégicas, que foram elaboradas com base em um diagnóstico sobre a Amazônia, e orienta para um novo modelo de desenvolvimento que agrega soluções econômicas ambientalmente sustentáveis. Em 08 de maio de 2008 os Estados da Amazônia assumiram um compromisso com o Governo Federal em desenvolver políticas de longo prazo para os desafios da Amazonia. O (PAS) é uma iniciativa do Governo Federal em parceria com os estados da região amazônica. Propõe estratégias e linhas de ação, aliando a busca do desenvolvimento econômico e social com o respeito ao meio ambiente. O Plano tem como objetivo implementar um novo modelo de desenvolvimento na Amazônia brasileira, pautado na valorização da potencialidade de seu enorme patrimônio natural e sócio-cultural. Suas estratégias estão voltadas para a geração de emprego e renda, a redução das desigualdades sociais, a viabilização das atividades econômicas dinâmicas e inovadoras, com inserção em mercados regionais, nacionais e internacionais, bem como para o uso sustentável dos recursos naturais com manutenção do equilíbrio ecológico. O PAS se organiza em torno de cinco grandes eixos temáticos: - produção sustentável com inovação e competitividade - gestão ambiental e ordenamento territorial - inclusão social e cidadania - infra-estrutura para o desenvolvimento - novo padrão de financiamento 17 III. Dinâmica do Desmatamento no Estado do Amazonas 3.1 Características do desmatamento recente no Estado do Amazonas O desmatamento no Estado do Amazonas é considerado relativamente pequeno (2%) e localizado. Possui diferenciações em relação às demais regiões do Estado, acentuado pela acessibilidade das estradas. Existe um grande acúmulo de análises científicas sobre os fatores determinantes e as conseqüências socioambientais e econômicas da expansão desordenada da fronteira agropecuária nessas áreas que nos permitem extrair lições dos sucessos e insucessos das políticas públicas. Os principais fatores condicionantes são: (i) pouca presença do poder público (com atribuição federal em grandes áreas); (ii) pequeno repasse de recursos federais para apoio às ações do Estado; e (iii) a existência residual de políticas antigas que estimularam e estimulam direta ou indiretamente o desmatamento (assentamentos mal concebidos, falta de regularização fundiária, escassez de crédito direcionado e assistência técnica incipiente, unidades de conservação pouco planejadas e mal implementadas, falta de controle e fiscalização ambiental permanente); e (iv) inexistência de novas políticas integradas voltadas para o desenvolvimento sustentável da região, incluindo ordenamento territorial. O processo de desmatamento no Estado apresenta singularidades que devem ser consideradas na formulação de políticas públicas direcionadas para a prevenção e o controle do desmatamento e a promoção do desenvolvimento sustentável. Essas singularidades incluem: (i) grande dimensão territorial (157,7 milhões de hectares); (ii) elevada diversidade cultural indígena (66 etnias), incluindo grupos não contatados (cerca de 20); (iii) grande riqueza de saber etnoecológico, com tecnologias socioambientais apropriadas ao desenvolvimento sustentável; (iv) megabiodiversidade; (v) baixo grau de empobrecimento biológico (2% de desmatamento - o mais baixo da região - e mais elevado no Sul do Estado; (vi) baixos índices de desenvolvimento humano (0,4 a 0,7); (vii) elevado custo de transporte rodoviário, (viii) extensa malha hidroviária; (ix) sistemas de geração de energia elétrica isolados e de elevado custo; (x) baixa proporção da superfície do Estado regularizada em termos fundiários; (xi) elevada proporção do Estado na forma de áreas protegidas ; e (xii) elevada disponibilidade de recursos hídricos (80% do Brasil e 2/3 do mundo). 18 Existem três grandes categorias do processo de expansão da fronteira agropecuária no Sul do Estado, área onde esta inserida a BR-319. Primeiro, na região de Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã, com grandes projetos de assentamentos do INCRA (Acari, Juma e Matupi), caracterizados por um processo de abandono da produção familiar, levando à pecuarização dos assentamentos. Segundo, nas regiões fronteiriças com Acre e Rondônia, nos municípios de Canutama, Lábrea e Boca do Acre, com processos migratórios oriundos dos estados vizinhos, ao longo das BR 364 e BR 317, com expansão da atividade de pecuária e extração predatória de madeira. Terceiro, as áreas de campos naturais nos municípios de Manicoré, Humaitá, Canutama e Lábrea, com a implantação de culturas intensivas de grãos, com alta tecnologia e investimentos empresariais. Sobre os desmatamentos e frentes de expansão na Rodovia BR319, vale ressaltar que as maiores frentes de desmatamentos no Estado do Amazonas ocorrem em toda a região Sul do Estado, numa área que envolve 13 municípios e cerca de 392.337 Km2 , cobrindo as áreas dos municípios do Estado que fazem fronteira com os estados do Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre.O desmatamento acumulado em toda esta Região, até o ano de 2004, é de 9.551 Km2, o que representa 2,4% da área total da Região Sul (SIPAM). Sem dúvida é um caso singular de desmatamento no Estado do Amazonas, onde os índices de desmatamento no restante do Estado são insignificantes. O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM, em face das fiscalizações efetuadas em 2007 e do monitoramento da ocorrência de focos de calor e desmatamento no Estado do Amazonas, através de aplicações de geotecnologias como o Sensoriamento Remoto e o geoprocessamento para analise das informações disponibilizadas pelo INPE (Sistemas PRODES, DETER e Focos de Calor), evidenciou que as rodovias estaduais e federais continuam sendo os grandes vetores de desmatamento. O cenário torna-se mais complexo devido a grande quantidade de ramais clandestinos na floresta (estradas endógenas), que partem das estradas oficializadas, principalmente a BR-364 que é limítrofe dos municípios do sul do Estado, ligando os Estados do Acre e Rondônia. A intensificação das atividades de agricultura, pecuária e as ocupações ilegais com a forte pressão dos grileiros no sul do Estado, tornaram-se fatores de fundamental importância para implementação do plano de combate ao aos crimes ambientais, com ênfase ao desmatamento. Os dados detectados pelo Sistema DETER entre agosto a dezembro de 2007 e janeiro à agosto de 2008 somaram 353,75 km2, totalizando 419 polígonos somente no Estado do Amazonas. Tal ocorrência gerou um alerta no monitoramento e fiscalização visto que os maiores incrementos nos polígonos de desmatamentos ocorreram nos meses de outubro/novembro/dezembro de 2007 e janeiro/fevereiro de 2008, situação atípica devido o alto índice pluviométrico neste período. O DETER é um levantamento rápido feito mensalmente pelo INPE, com dados de resolução espacial de 250m. Com este sistema é possível detectar apenas os desmatamentos cuja área seja maior que 25 ha. Este trabalho complementa o levantamento anual detalhado feito pelo sistema PRODES do INPE que usa imagens de satélites com resolução espacial entre 25 e 30m (Landsat e CBERS). Com o levantamento PRODES é possível identificar polígonos com área mínima de 6,25ha, ocorridos no período de agosto de um ano, a julho do ano seguinte. Os dados referentes ao ano de 2007 (agosto2006/julho 2007), são resultados da classificação de 11 imagens de satélite do sul do estado que estimam 582 km2 distribuídos em 1.342 polígonos somente no Estado do Amazonas, ver tabela 2. Análise dos dados PRODES referentes aos anos de 2000 a 2007: Tabela 2 Estados\Ano Nº de imagens/ano 161 191 207 211 211 213 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Acre 547 419 883 1.078 728 592 398 184 Amazonas 612 634 885 1.558 1.232 775 788 610 Amapá 7 0 25 46 33 30 39 Maranhão 1.065 958 1.014 993 755 922 651 613 Mato Grosso 6.369 7.703 7.892 10.405 11.814 7.145 4.333 2.678 Pará 6.671 5.237 7.324 6.996 8.521 5.731 5.505 5.425 Rondônia 2.465 2.673 3.099 3.597 3.858 3.244 2.049 1.611 Roraima 253 345 84 439 311 133 231 309 Tocantins 244 189 212 156 158 271 124 63 Amazônia Legal 18.226 18.165 21.394 25.247 27.423 18.846 14.109 11.532 Fonte: INPE/2008 Figura 2 – Análise de Dados DETER – anos 2006/2007/2008 Outra ferramenta norteadora deste plano são os dados de queimadas disponibilizados pelo INPE. Foram identificados 2.596 focos de calor no Estado do Amazonas no ano de 2006, 1.169 focos de calor no ano de 2007 e 665 focos de calor no ano de 2008 representando uma redução de 39,87% no mesmo período de 2007/2008. Os números de focos de calor referentes ao mês de agosto de 2007, foram obtidos utilizando os seguintes sensores: até o dia 09 de agosto foi utilizado sensor NOOA12 noite (total de 263 focos) e do dia 10 ao dia 31 o sensor NOOA15 noite (total de 461 focos). A partir do mês de agosto de 2007, os dados foram obtidos através do sensor NOOA15 noite. 19 3.2 Distribuição Espacial do Desmatamento Abaixo quadro contendo análise temporal dos últimos cinco anos de ocorrência de focos de calor no Estado do Amazonas, com respectivo gráfico de evolução/redução: Tabela 3 – Análise temporal dos últimos cinco anos de ocorrência de focos de calor no Estado do Amazonas meses 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 JAN 7 3 17 39 65 37 3 1 6 FEV 62 8 2 89 126 5 1 12 3 MAR 69 6 5 95 2 0 2 1 1 ABR 18 1 2 0 0 2 0 2 0 MAI 0 0 8 0 0 6 7 0 3 JUN 6 5 5 0 3 32 15 22 9 JUL 39 9 72 248 108 555 98 128 70 AGO 180 501 319 878 521 2.075 1.127 729 431 142 SET 189 166 764 166 668 1.861 1.205 211 OUT 145 332 476 335 187 314 127 54 NOV 0 0 0 0 0 13 4 7 DEZ 60 22 13 80 44 1 7 2 total 775 1.053 1.683 1.930 1.724 4.901 2.596 1.169 665 Fonte: www.obt.inpe.br/queimadas/ 2008. 20 Figura 3 – Gráfico de análise de focos de calor Conhecer a dinâmica do desmatamento no Amazonas é fundamental para identificação dos principais vetores de pressão, das áreas mais ameaçadas, como também de sua espacialização, no contexto das bacias hidrográficas e dos espaços geopolíticos dos municípios. Analisando o Estado do Amazonas é possível identificar as regiões mais quentes ou “hotspots” do desmatamento. Com base nesse mapa identificam-se os municípios onde a conversão de cobertura florestal acontece de maneira intensa e concentrada, permitindo uma clara visualização da distribuição espacial do desmatamento no Estado. Assim, é possível priorizar ações pontuais de controle do desmatamento e queimada, evitando a dispersão de recursos humanos e financeiros. Constata-se que as áreas mais críticas do desmatamento concentram-se, principalmente, ao longo das rodovias AM 237 (Novo Aripuanã – Apuí) BR 317 e BR-230, nos municípios do sul do Estado e do Baixo Amazonas, com destaque para Boca do Acre, Lábrea, Novo Aripuanã, Apuí, Itacoatiara e Parintins, onde a expansão da atividade pecuária e o estabelecimento de projetos de assentamento tem contribuído para a derrubada de florestas. Pelo quantitativo de focos de calor verificados ao longo de 2008, pôde-se observar ocorrência de pressão de desmatamento na área localizada no médio Amazonas e rio Madeira, com destaque para os municípios de Autazes, Careiro, Apuí e Novo Aripuanã, além do sul de Boca do Acre, Lábrea, Canutama, Humaitá e Manicoré onde grande parte dos desmatamentos foi destinada, também, à formação de pastagens. Fonte: PRODES/INPE 2007/2008 Figura 4 – Mapa do desmatamento PRODES/DETER – 2007/2008 Fonte: INPE, 2008 Figura 5 – Mapa do monitoramento de focos de calor no Amazonas 21 Deve-se salientar que a região localizada ao sul de Lábrea, Canutama e Manicoré representa uma fronteira de expansão agropecuária, e de intensa atividade florestal onde uma grande quantidade de madeira é escoada ilegalmente para outros estados da federação. Isto fez com que este município (Lábrea) fosse incluído na lista dos 36 maiores desmatadores da Amazônia. A existência de inúmeras estradas vicinais distribuídas ao longo dos municípios ao sul do estado, aliada a ausência do poder público, favorecem a grilagem de terras e as práticas de ilicitudes ambientais. Essas aberturas representam as novas frentes de expansão localizadas ao longo dessas estradas vicinais, gerando o padrão de desmatamento conhecido como “espinha de peixe”. Essas vicinais vêm sendo ampliadas anualmente devido à concentração fundiária que ocorrem ao longo de sua malha, resultante da venda das terras localizadas às suas margens pelos colonos, que acabam migrando para os lotes localizados no final das vicinais. Conforme dados do INPE (2007), Lábrea Boca do Acre, Itacoatiara, Apuí, Manicoré, Maués e Manaus foram considerados os municípios campeões do desmatamento no Amazonas. Estes foram responsáveis por 11.924 km2 de florestas tombadas nos últimos 3 anos. Tabela 4 – Ranking dos municípios com área desmatada Município Desmatamento (km2) Lábrea (3022.5) Boca do Acre (1862.5) Itacoatiara (1633.5) Apuí (1539.1) Manicoré (1399.0) Maués (1250.7) Manaus (1216.9) Fonte: INPE/2007 Considerando que a maioria dos pequenos agricultores desmatam, no máximo, 3 ha por ano, o foco do combate ao desmatamento deve se concentrar nos grandes desmatamentos, mantendo a estratégia de monitoramento ambiental para as demais categorias. 22 IV. ESTADO DA ARTE DA ATUAL política de conservação e desenvolvimento do estado do amazonas 4.1. Diretrizes Estratégicas 4.1.1. Áreas Protegidas e Uso Sustentável da Biodiversidade Áreas protegidas no Amazonas Uma das principais estratégias de conservação da biodiversidade no mundo é a criação de áreas protegidas. No Brasil, as áreas protegidas, chamadas de unidades de conservação, têm um longo histórico de criação. O Estado do Amazonas conta, descontada a sobreposição entre áreas, com 54% do seu território na forma de áreas protegidas, quando consideradas Unidades de Conservação Estaduais, Federais e Terras Indígenas, número que pode ser ainda maior quando consideradas as unidades de conservação municipais. Tabela 5 – Total de Áreas Protegidas criadas no Estado do Amazonas Área (ha) Em relação ao Estado (%) Unidade de Conservação Federal 22.291.182,66 14,13 Unidade de Conservação Estadual 16.489.111,86 10,45 Terras Indígenas 45.985.930,00 29,15 Total (UCF+UCE+TI) 84.766.224,52 53,72 Figura 6 – Panorama de Unidades de Conservação Estaduais, federais e Terras Indígenas no estado do Amazonas 23 Criado em 2003, o Programa de Criação e Implementação de Unidades de Conservação Estaduais tem por objetivo a realização de estudos e ações estratégicas que permitam a criação de novas Unidades de Conservação e a implementação daquelas já existentes. As duas principais linhas de ação do Programa são os diagnósticos sócio-ambientais e agro-extrativistas e a elaboração/revisão de seus Planos de Gestão, incluindo ações de planejamento, monitoramento e análise, num modelo de gestão adaptativa e participativa. Atualmente existem 34 unidades de conservação estaduais criadas além de outras propostas de criação. Em sua maioria, são unidades de Uso Sustentável (Tabela 6), demonstrando a preocupação do governo do Amazonas com a tríade conservação, melhoria da qualidade de vida e geração de renda como parte da estratégia de conservação. Ao final de 2003, o Governo do Amazonas já havia criado 4,4 milhões de hectares em UCs, o que representou um aumento de mais de 50% no total existente até então. Em 2005, o Programa foi ampliado e se transformou na Rede de Conservação do Amazonas, um conjunto de instituições e iniciativas que integradas nas ações da SDS reforçaram a política agressiva adotada pelo Governo do Amazonas nas questões que envolvem a conservação da biodiversidade. Área Absoluta (hectares) Em 2005, 12 UCs foram criadas, tendo como ênfase a categoria de Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e como região-foco o Sul do Estado do Amazonas. Nove dessas UC svieram a constituir o Mosaico do Apuí; um bloco contínuo formado por duas UCs de Proteção Integral (PI) e sete de Uso Sustentável (US). Totalizando cerca de 2,4 milhões de hectares em áreas legalmente protegidas, o Mosaico do Apuí constitui-se na última fronteira ao sul da Amazônia contra o avanço do arco do desmatamento e da grilagem de terras publicas. Entre os anos de 2006 e 2007 outras três novas UCs vieram consolidar esse modelo de desenvolvimento sustentável com base em processos produtivos e técnicas de manejo florestal e pesqueiro. Figura 7 - Incremento de Área de Unidades de Conservação Estaduais do Amazonas 24 Tabela 6 – Perfil geral das unidades de conservação estaduais do Amazonas Categoria Geral Área Relativa Total (mi ha) Média das UC ± DP 3.096.765 420.827 ± 605.983 18,8% 2,0% Uso Susten- 26 tável 13.392.346 519.260 ± 600.437 81,2% 8,4% 34 16.489.111 494.651 ± 594.661 - 10,4% Proteção Integral Total Número 8 SEUC Amazonas 4.1.1.1 Legislação para a Conservação da Natureza Considerado as estimativas do estudo já mencionado anteriormente de Soares Filho, 2007, para o ano de 2050, a efetiva implementação das UCs estaduais do Amazonas já criadas, garantiria, em um cenário de nenhum novo desmatamento dentro dessas unidades, um desmatamento evitado de 5.136.497 ha, ou seja, 10,15 % de toda a estimativa para o estado segundo o modelo em 2050. Com o novo desenho do Sistema Estadual de Unidades de Conservação, que expandiu e protegeu áreas de grande relevância para a conservação da biodiversidade e a manutenção de recursos naturais, surgiu à necessidade de uma melhor consolidação das bases legais e do conjunto de normas e procedimentos que definissem e amparassem as ações de implementação das UCs. Os consideráveis avanços práticos e nas estratégias de gestão das UCs precisavam ser de fato legitimados, de forma que essa evolução fosse não somente reconhecida, como também servisse de referência para o fortalecimento das políticas públicas de gestão ambiental do Estado do Amazonas. No dia 5 de junho de 2007, foi sancionada a lei estadual complementar 53 que formalmente instituiu o Sistema Estadual de Unidades de Conservação do Amazonas (SEUC). A partir de então, ficavam estabelecidos os critérios e normas para criação, implementação e gestão das UCs, além de classificadas as infrações e estabelecidas suas penalidades. Mais do que um atendimento às especificidades das questões amazônicas, a lei trouxe avanços significativos no que se refere aos temas ainda não tratados pelo Sistema Nacional (SNUC) de 2000, limitado inclusive pela própria natureza de sua abrangência nacional. Figura 8 – Modelo de desmatamento de Soares Filho 2007 O processo de elaboração da Lei do SEUC trouxe muitos avanços no que se refere aos temas que ainda não foram tratados pelo Sistema Nacional (SNUC). Estes avanços estão sendo fundamentais para consolidação e execução da atual política de conservação que vem sendo adotada pelo Governo do Estado do Amazonas, através da SDS. A Lei do SEUC conta com 85 artigos e tratou de definir temas inéditos como (i) Recurso ambiental, (ii) Produto ambiental, (iii) Pagamentos por serviços ambientais e (iv) Estoque de carbono. Categorias inéditas de unidades de conservação foram inseridas no contexto do Sistema Estadual, tais como as Unidades de Conservação Estrada Parque e o Rio Cênico. Foi redefinida a RPPN como categoria de proteção integral, e foi criada de forma inovadora, a categoria de uso sustentável Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável – RPDS, como nova categoria para áreas particulares. 25 A Lei estabelece um capítulo específico que trata da questão de fiscalização, infrações e penalidades, estabelecendo, inclusive os valores das multas e dando mais agilidade aos processos de aplicação e execução das mesmas. Inclui também um capítulo que trata do ordenamento fundiário das unidades de conservação, garantindo os contratos de concessão de direito real e atendendo as suas finalidades socioambientais. Até junho de 2008, 54% do território do Estado do Amazonas já está legalmente protegido, sendo 29% por Terras Indígenas, 11% por Unidades de Conservação Estaduais e 14% Federais. Atualmente, o SEUC totaliza 34 UCs, 26 de Uso Sustentável e oito de Proteção Integral, distribuídas em 16,5 milhões de hectares gerenciados pelo Centro Estadual de Unidades de Conservação do Amazonas (CEUC). A criação deste Centro ampliou a capilaridade do SEUC e expandiu o potencial de gerenciamento das UCs. Com sede em Manaus e reunindo aproximadamente 90 técnicos atuantes na criação, implementação e gestão das UCs (lotados na capital e no interior) o CEUC encontra-se diretamente ligado a SDS e faz parte da Unidade Gestora de Mudanças Climáticas e Unidades de Conservação (UGMUC). O CEUC encontra-se estruturado da seguinte forma: As coordenações técnicas desempenham suas atividades nas seguintes linhas: CPT: Incentivo e Fortalecimento de Organização Social, Conselho Gestor e Regularização Fundiária; CMGR: Manejo de Recursos Pesqueiros, Manejo de Fauna, Manejo Florestal e Agro-extrativismo; CIF: Administração e Gerenciamento dos Projetos MOORE, WWF e do Programa ARPA; CPMA: Pesquisas e Monitoramento Ambiental; CP: Fiscalização, Vigilância e Agentes Ambientais. 26 Recentemente foram selecionados, capacitados e nomeados 20 chefes de Unidades de Conservação Estaduais. Estes profissionais vão gerenciar estes espaços junto à população residente e os diferentes atores envolvidos no processo de implementação de UCs, como por exemplo, ONG’s parceiras, instituições de ensino e pesquisa, lideranças e associações comunitárias e demais entidades da sociedade civil organizada. A maioria dos profissionais selecionados é proveniente das áreas de ciências sociais e ambientais. O Governo do Estado do Amazonas, por meio da SDS, pretende com essas contratações, fortalecer o órgão gestor das UCs criando os cargos de direção do centro e dos chefes da UCs. Perante as dimensões geográficas, baixa densidade demográfica, dificuldades logísticas e níveis de ameaça, em geral marcados pelo potencial de exploração dos seus recursos naturais, o Estado do Amazonas impõe grandes desafios a sua gestão territorial. Sua atual configuração como um grande mosaico formado por áreas legalmente protegidas e seus interstícios, traduz a necessidade de um gerenciamento sob uma ótica mais holística. Nela, os planejamentos institucionais e suas diferentes esferas de gestão devem estar integradas, considerando as potencialidades específicas de cada região, porém, reunindo forças e reduzindo custos, de forma a otimizar a busca de objetivos complementares e benefícios comuns. Perante as dimensões geográficas, baixa densidade demográfica, dificuldades logísticas e níveis de ameaça, em geral marcados pelo potencial de exploração dos seus recursos naturais, o Estado do Amazonas impõe grandes desafios a sua gestão territorial. Sua atual configuração como um grande mosaico formado por áreas legalmente protegidas e seus interstícios, traduz a necessidade de um gerenciamento sob uma ótica mais holística. Nela, os planejamentos institucionais e suas diferentes esferas de gestão devem estar integradas, considerando as potencialidades específicas de cada região, porém, reunindo forças e reduzindo custos, de forma a otimizar a busca de objetivos complementares e benefícios comuns. 4.1.1.2 Unidades de Conservação em Processo de Criação Entre 2007 e 2008 encontra-se tramitando no CEUC processo de criação de novas UCs Estadual, maioria localizada na área de influência da BR-319. Os processos foram finalizados com a realização das consultas públicas entre os municípios de Berurí, Canutama, Tapauá, Borba e Humaitá. A seguir é apresentada uma tabela resumo com as propostas de criação de novas UCs estaduais. Tabela 7 – Tabela com as propostas de criação de novas UCs estaduais Categoria de Manejo Parque Estadual Denominação Tabocais do Pauiní Área (ha) em estudo RDS Silves em estudo Mosaico Nhamundá (RDS) Paratucu 51.470 Mosaico Nhamundá (PE) Daguari 13.139 Mosaico Nhamundá (FE) Guajuma 14.519 Mosaico Nhamundá (FE) Serra do Espelho 20.874 Mosaico Nhamundá (PE) Daguari 35.903 Mosaico Nhamundá (APA) Guajuma 29.018 BR-319 (RDS) Igapó-Açú 394.623 BR-319 (RDS) Matupiri 179.083 BR-319 (Parque Estadual) Matupiri 509.592 BR-319 (Floresta Estadual) Beruri/Sumaúma 421.505 BR-319 (RDS) Canutama 203.018 BR-319 (Floresta Estadual) Tapauá 903.601 BR-319 (Floresta Estadual) Canutama 159.328 Total Fonte: CEUC 2.995.673 4.1.1.3 Investimentos para Implementação de UCs no Amazonas Para realizar as atividades de implementação das Unidades de Conservação, o Centro Estadual de Unidades de Conservação CEUC tem captado recursos de diversas fontes orçamentárias. O Programa Áreas Protegidas da Amazônia - ARPA financiado pelo Banco Mundial, KFW e WWF, apóia a SDS desde 2005 com um aporte anual de cinco milhões anuais para implementar nove Unidades de Conservação Estaduais: 2 de Proteção Integral e 7 de Uso Sustentável. O Projeto Corredores Ecológicos, inclui apoio financeiro tanto para as Unidades de Conservação quanto para as áreas de interstício, mas até agora esteve focado exclusivamente no Corredor Ecológico da Amazônia Central , uma área restrita do estado do Amazonas. Através do Apoio da Fundação Moore, o Estado do Amazonas recebe seu recurso mais significativo para a implementação das suas UCs. De 2005 para cá já foram investidos mais de 09 milhões de reais para a confecção dos Planos de Gestão, Conselhos Gestores, atividades de organização comunitária, geração de renda e implementação de um sistema de monitoramento e uso da biodiversidade para mais 12 unidades de conservação. A SDS conta também com recursos do WWF para a implementação do Mosaico do Apuí no sul do Estado. Para a implementação da infra-estrutura e logística das unidades de conservação estaduais, a SDS tem investido bastante nos últimos quatro anos na compra de equipamentos e construção de bases de apoio. Outra iniciativa adotada foi a instalação de escritórios regionais, muito deles, em parceria com as prefeituras municipais e outras instituições parceiras na gestão das unidades de conservação. Dentro das diretrizes que regem os planos de gestão das UCs estaduais do Amazonas, uma das principais estratégias adotadas para colocá-los em prática é o estabelecimento de seus programas de gestão. Trazendo um detalhamento dos meios para consolidação da UC, os Programas de Gestão e seus Subprogramas são agrupados de acordo com a sua finalidade, considerando as especificidades de cada UC e sua categoria de manejo, tendo cada um suas metas, meios de verificação e pré-requisitos particulares. Trabalhando em conjunto e promovendo ações sinérgicas entre estes projetos, está sendo possível construir uma rede de conservação forte e durável no estado do Amazonas. Das 34 Unidades de Conservação estaduais, atualmente 14 Planos de Gestão de UC`s estão sendo trabalhados. As etapas de elaboração variam entre Planos de Gestão já elaborados e outros ainda no início da fase de elaboração. A tabela abaixo demonstra o status atual da elaboração dos Planos de Gestão das UC`s estadual. 27 As boas experiências de parcerias com a sociedade civil organizada fazem parte da estratégia de implementação das unidades de conservação adotada pelo Estado, principalmente na elaboração dos planos de gestão e manejo de recursos naturais de forma sustentável. A meta do CEUC é dar mais celeridade na elaboração dos planos de gestão das UCs estaduais. Para tanto, será necessária a captação de mais recursos para a conclusão da elaboração dos planos até o final da atual gestão. O gráfico a seguir ilustra a meta a ser atingida até 2010. Tabela 8 – Situação atual da elaboração dos Planos de Gestão das UC`s estadual Unidades de Conservação Em Elaboração Elaborados Publicados Em Revisão RDS Piagaçu-Purus X RDS Cujubim X RDS Mamirauá X PE Rio Negro Setor N X PE Rio Negro Setor Sul X PE Sumaúma X RDS do Uatumã X Floresta Estadual de Maués X APA Caverna Maroaga X Mosaico do Apuï X RESEX do Gregório X RDS do Juma X Atualmente o CEUC trabalha na formação de catorze (14) Conselhos Gestores das Unidades de Conservação do Amazonas. A maior parte destes Conselhos Gestores se encontra na fase de formalização jurídica, preparando seus respectivos processos para a publicação da portaria que os institui. Tabela 9 - Conselhos Gestores das Unidades de Conservação do Amazonas Em Formação Formalização Jurídica Denominação Data de Criação Decreto Área (ha) I II APA Caverna do Maroaga 09/03/1990 12.836 374.700,00 APA da MD do Rio Negro-Setor Paduari/Solimões 02/04/1995 16.498 566.365,00 III APA da ME do Rio Negro - Setor Aturiá/Apuauzinho 02/04/1995 16.498 586.422,00 IV APA ME do Rio Negro-Setor Tarumã-Açu/Tarumã Mirim 02/04/1995 16.498 56.793,00 V APA Nhamundá 09/03/1990 12.836 195.900,00 VI FLOREST de Apuí 24/01/2005 24.812 185.946,16 Publicados X VII FLOREST de Manicoré 19/01/2005 24.806 83.381,03 VIII FLOREST de Maués 19/07/2003 20.540 438.440,32 IX FLOREST do Aripuanã 19/01/2005 24.807 336.040,06 X FLOREST do Rio Urubu 22/12/2003 23.993 27.342,00 XI FLOREST do Sucunduri 20/01/2005 24.808 492.905,27 XII PAREST da Serra do Araçá 09/03/1990 12.836 1.818.700,00 XIII PAREST do Guariba 19/01/2005 24.805 72.296,33 XIV PAREST do Rio Negro - Setor Norte 02/04/1995 16.497 146.028,00 XV PAREST do Rio Negro - Setor Sul 02/04/1995 16.497 157.807,00 XVI PAREST do Sucunduri 21/01/2005 24.810 808.312,18 XVII PAREST Nhamundá 06/07/1989 12.175 56.671,15 XVIII PAREST Sumaúma 05/07/2003 23.721 51,00 XIX RDS Amanã 04/08/1998 19.021 2.313.000,00 XX RDS Aripuanã 21/01/2005 24.811 224.290,81 XXI RDS Bararati 25/01/2005 24.813 113.606,43 XXII RDS Canumã 22/05/2005 25.026 22.354,86 XXIII RDS Cujubim 05/07/2003 23.724 2.450.381,56 XXIV RDS do Juma 03/07/2006 26.010 589.611,28 XXV RDS do Rio Amapá 01/06/2005 25.041 216.108,73 XXVI RDS Mamirauá 09/03/1990 12.836 1.124.000,00 RDS Uatumã X RDS Uacari X XXVII RDS Piagaçu – Purus 05/07/2003 23.723 809.268,02 RDS Rio Amapá X XXVIII RDS Rio Madeira 03/07/2006 26.009 283.117,00 X XXIX RDS Uacari 01/06/2005 25.039 632.949,02 XXX RDS Uatumã 25/06/2004 24.295 424.430,00 RDS Cujubim RDS Mamirauá X RESEX Catuá Ipixuna X RESEX Gregório X XXXI REBIO Morro dos Seis Lagos 09/03/1990 12.836 36.900,00 XXXII RESEX Catuá Ipixuna 05/07/2003 23.722 217.486,00 PE Rio Negro Setor N X XXXIII RESEX do Guariba 01/06/2005 25.040 150.465,32 PE Sumaúma X XXXIV RESEX do Rio Gregório 25/04/2007 26.586 477.042,30 Total Abril/2008 FLOE Maués 28 ID X RESEX Catuá Ipixuna RDS Piagaçu-Purus Tabela 10 - Composição do Sistema Estadual de Unidades de Conservação do Amazonas. X RDS Uacari Unidades de Conservação Figura 9 - Meta dos planos de gestão a ser atingida até 2010 X APA Caverna Maroaga X Mosaico do Apuí X RDS do Juma X Fonte: CEUC 16.489.111,83 4.1.1.4 Proteção e Gestão da Biodiversidade 4.1.1.5 Pressões e ameaças a fauna e flora Pesquisas recentes desenvolvidas no Estado do Amazonas identificaram altos níveis de endemismos para flora e fauna, incluindo mais de 13 espécies endêmicas de primatas, tais como, Saimiri Vanzolinii, Sauim-de-Coleira (Saguinus bicolor), Pithecia Albicans, Mico Saterei, e Mico Mauesi. As principais fontes de pressões sobre a biodiversidade no estado são a sobre-pesca de algumas espécies, caça, extração ilegal de recursos madeireiros e o avanço do desmatamento. As áreas protegidas no Estado do Amazonas também abrigam numerosas espécies de aves tais como: Galo-da-Serra (Rupicola rupicola), araras (Ara chloroptera e Ara macao), papagaios (Pionites melanocephala), beija-flores (e.g., Topaza pella) e grandes espécies de frugívoros de dossel (Haematoderus militaris, Perissocephalus tricolor e Procnias alba), algumas delas severamente ameaçadas pelo comércio ilegal de animais silvestres. Espécies ameaçadas e vulneráveis, tais como, a Ariranha (Pteronura brasiliensis), Priodontes maximus, Alouatta ululata, UacariBranco (Cacajao calvus) e o Boto-Vermelho (Inia geoffrensis) podem, atualmente ser encontradas em várias das Unidades de Conservação do Estado do Amazonas. Em função do seu tamanho e atual taxa de desmatamento, neste Estado atualmente estão tendo início fortes pressões capazes de comprometer a diversidade local. É também importante notar que a biodiversidade e os recursos naturais fornecem importantes serviços extremamente importantes em níveis locais e globais. Mais ainda assim, a uma preocupação crescente em se tratando dos possíveis cenários para a área. O crescimento populacional, como resultado da imigração proveniente de outros estados e o crescimento intrínseco, expansão de estradas, desenvolvimento da agricultura em larga escala, exploração ilegal de madeira e de minerais, além de mudanças climáticas globais associadas a um aumento na emissão de carbono, têm levado ao aumento da pressão antrópica sobre os recursos naturais, o que deve ser levado em consideração quando se trata do planejamento dos futuros cenários desejados para a conservação da biodiversidade local. O Estado do Amazonas representa a última grande oportunidade de conceber e implementar uma rede de conservação em grande escala na Amazônia Brasileira, e as atividades e produtos aqui apresentados representam um passo significativo na consolidação às políticas de conservação da biodiversidade no Estado e na Amazônia. O Estado do Amazonas é o maior produtor de pescado de água doce do Brasil, respondendo por uma produção estimada de aproximadamente 375.000 t/ano (CEPAL, 2007). Porém, a produtividade efetiva não é conhecida em sua totalidade, existindo apenas informações parciais sobre quantidades desembarcadas em alguns centros urbanos da região, e na maioria das vezes, sem continuidade ao longo do tempo. Algumas estimativas de potencial pesqueiro indicam que a produção dos recursos pesqueiros pode ser mais bem aproveitada, porém, apesar da grande riqueza de ictiofauna, o esforço da pesca é orientado para um número muito pequeno de espécies (CEPAL, 2007) potencialmente já exploradas, que devem ser tratadas com cuidado específico. A caça, historicamente, teve grande impacto na Amazônia internacional e certamente também no Brasil. Atualmente, com a brusca diminuição da caça de fantasia (caça por peles) e com a diminuição do número de pessoas dentro das florestas com a quebra da borracha, é possível que algumas espécies estejam em recuperação. Hoje, pouco se sabe das abundâncias originais das espécies utilizadas comercialmente, tanto de forma legal como ilegal. Os atuais níveis de caça comercial e de subsistência para o estado são conhecidos apenas pontualmente sendo por iniciativas de pesquisas isoladas e programas de monitoramento. Do ponto de vista de espécies ameaçadas, o Estado do Amazonas ainda não conta com sua própria lista de espécies. As listas nacionais e internacionais apresentam lacunas de conhecimento sobre o status de conservação de diversos grupos (tabelas 1, 2 e 3). A lista oficial de espécies ameaçadas do IBAMA/MMA traz, para o Amazonas, informação apenas sobre mamíferos, aves, Botânica e invertebrados terrestres, e totaliza apenas 29 espécies, ilustrando o cenário precário de conhecimento e sistematização de informações sobre a biodiversidade da região. Recentemente, dentro das iniciativas de reverter esse quadro, o Ministério do Meio Ambiente lançou a lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, que consta com um total de 472 espécies, sendo apenas oito com ocorrência discriminada para o Estado do Amazonas 29 Tabela 11 - Exemplares da fauna de mamíferos do Amazonas presentes na lista de espécies ameaçados do IBAMA. Espécie Família Nome Popular Categoria Speothos venaticus (Lund, 1842) Canidae Cachorro-vinagre Vulnerável Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) Felidae Gato-do-mato Vulnerável Leopardus wiedii (Schinz, 1821) Felidae Gato-maracajá Vulnerável Panthera onca (Linnaeus, 1758) Felidae Onça-pintada Vulnerável Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788) Mustelidae Ariranha Ateles belzebuth (E. Geoffroy, 1806) Atelidae Saguinus bicolor (Spix, 1823) Tabela 12 - Exemplares da flora amazonense presentes na lista de espécies ameaçados do IBAMA. Espécie Família Nome Popular Categoria Aniba roseodora Ducke Lauraceae Pau-de-rosa Em perigo Bertholletia excelsa HBK Lecythidaceae Castanheira Vulnerável Vulnerável Bowdickia nitida Spruce ex Benth Leguminosae Sucupira-da-mata Vulmerável Macaco-aranha Vulnerável Dicypellium caryophyllatum Nees Lauraceae Pau-cravo Vulnerável Callitrichidae Sauim de coleira Criticamente em perigo Balanophoraceae Sangue-de-dragão Vulnerável Saimiri vanzolinii (Ayres, 1985) Cebidae Macaco-de-cheiro Vulnerável Helosis cayannensis (Swartz) Sprengel var. cayennensis Cacajao calvus calvus (I. Geoffroy, 1847) Pitheciidae Uacari-branco Vulnerável Licania aracaensis Prance Chrysobalanaceae - Rara Cacajao calvus novaesi (Hershkovitz, 1987) Pitheciidae Uacari-de-Novaes Vulnerável Ocoteca cymbarum H.B.K Lauraceae Louro-de-inhamuhy Vulnerável Cacajao calvus rubicundus (I. Geoffroy & Deville, 1848) Pitheciidae Uacari-vermelho Vulnerável Pithecellobium recemosum Ducke Leguminosae Angelim-rajado Vulnerável Trichechus inunguis (Natterer, 1883) Trichechidae Peixe-boi-da-Amazônia Vulnerável Meliaceae Mogno Em perigo Priodontes maximus (Kerr, 1792) Dasypodidae Tatu-canastra Vulnerável Swietenia macrophylla King Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758) Myrmecophagidae Myristicaceae Ucuuba Vulnerável Tamanduá-bandeira Vulnerável Fonte: www.mma.gov.br/port/sbf/fauna/ufam.htm (data de aquisição, 20/10/2008). Além das 29 espécies ameaçadas apresentadas nas tabelas 11, 12 e 13, ainda existe uma espécie de invertebrado Stegodyphus Manaus (Erisidae, Araneae) na lista do MMA. Infelizmente o baixo número de espécies ameaçadas representa a falta de conhecimento sobre as espécies regionais e não um baixo risco de vulnerabilidades. Virola surinamensis Warb Tabela 13 - Exemplares da fauna de aves do Amazonas presentes na lista de espécies ameaçados do IBAMA. Espécie Família Nome Popular Categoria Thalasseus maximus (Boddaert, 1783) Laridae Trinta-réis-real Vulnerável Numenius borealis (Forster, 1772) Scolopacidae Maçarico-esquimó Extinta Oryzoborus maximiliani (Cabanis, 1851) Emberizidae Bicudo Criticamente em perigo Guaruba guarouba (Gmelin, 1788) Psittacidae Ararajuba Vulnerável Fonte: www.mma.gov.br/port/sbf/fauna/ufam.htm (data de aquisição, 20/10/2008). 30 4.1.1.6 Pressões e ameaças ao Bioma Amazônico A Floresta Amazônica ocupa a Região Norte do Brasil, abrangendo cerca de 47% do território nacional. É a maior formação florestal do planeta, condicionada pelo clima equatorial úmido. Segundo Fernandes (2006), esta possui uma grande variedade de fisionomias vegetais, desde as florestas densas até os campos. Florestas densas são representadas pelas florestas de terra firme, as florestas de várzea, periodicamente alagadas e as florestas de igapó permanentemente inundadas, ocorrendo por quase toda a Amazônia central. Os campos de Roraima ocorrem sobre solos pobres no extremo setentrional da bacia do Rio Branco. As campinaranas desenvolvem-se sobre solos arenosos, espalhando-se em manchas ao longo da bacia do Rio Negro. Ocorrem ainda áreas de Savanas isoladas do ecossistema do Cerrado do planalto central brasileiro (Figura 10) a) Terra Firme A mata de terra firme, fisionomicamente única em imagens espaciais, não é florística e estruturalmente homogênea. Padrões de distribuição geográfica, comuns a várias espécies, definem províncias fitogeográficas distintas. Assim existem grandes diferenças entre a composição florística da Amazônia oriental e ocidental e dentro de cada uma dessas áreas, entre o norte e o sul do divisor formado pelos rios Solimões-Amazonas. Algumas áreas, como a região de Manaus, apresentam grande número de espécies endêmicas (Ribeiro et al. 1999). Destaca-se como de importância o dossel florestal formado pelas árvores que alcançam, via de regra trinta a quarenta metros de altura com emergentes atingindo até sessenta metros (Fernandes, 2006). As florestas classificadas como densas recobrem a maior parte da região Amazônica e não há dominância de espécies (Rizzini, 1979). Dada a competição pela luz, as árvores se tornam relativamente finas de diâmetro e altas. Poucas espécies conseguem ultrapassar um metro e pouquíssimas chegam até 3,5m (Fernandes, 2006). Entre as principais espécies das florestas de terra firme podem ser citadas: Bertholletia excelsa, Cedrela odorata, Vouacapoua americana, Manilkara huberi, Cordia goeldiana, Euxylophora paraensis, Scleronema praecox, Castilla ulei, Coumarouma odorata, Dinizia excelsa e Swietenia macrophylla (Fernandes, 2006). Figura 10 - Mapa de Formações vegetacionais segundo a Base vetorial POESIA do CSR-IBAMA. b) Várzea Florestas de várzeas são formações características na Amazônia, localizadas em terrenos que são temporariamente inundados sofrendo a influência do nível dos rios, durante a época das chuvas. Essas inundações periódicas facilitam o transporte de sedimentos. Aqueles mais pesados acumulam-se junto às margens dos rios, em seus primeiros efeitos, elevam-se em forma de crista. Quando ficam ocupadas por matas recebem a denominação de restingas. Para além destas, formam-se os campos que podem permanecer alagados por alguns meses. As matas de várzeas freqüentemente são percorridas por pequenos rios e riachos que recebem a denominação de igarapés. 31 As matas de várzeas mostram-se exuberantes nos altos trechos do Rio Amazonas. No baixo Amazonas tornam-se típicas devido à sucessão de suas matas com os campos de várzea. Em geral apresentam três estratos: o superior com árvores de vinte a trinta metros de altura, raras emergentes de até quarenta metros; o estrato intermediário com representantes de cinco a dez metros e por último, o inferior rico em lianas e em subarbustos (Fernandes, 2006). Conquanto existam apreciáveis variações locais, as matas de várzea mostram uma forte unidade florística. São espécies freqüentes: Apuleia molaris, Triplaris surinamensis, Ceiba pentandra, Calycophyllum spruceanum, Bombax munguba, Virola surinamensis e Hevea brasiliensis (Fernandes, 2006). c) Igapó Floresta de Igapó são formações florestais que ficam em terrenos permanentemente inundados, com água parada ou quase parada com drenagem insuficiente. Estão representadas por matas perenifólias, latifoliadas, baixas e pobres floristicamente, cujas espécies foram selecionadas por suportar um solo alagado e mal arejado. A vegetação de igapó é muito especializada, se bem que mais pobre em espécies do que aquela das várzeas. Em algumas áreas, os Igapós apresentam alta relevância ecológica pelo seu endemismo (Fernandes, 2006). São espécies presentes: Caraipa grandiflora, Licania micro- phylla, Taralea oppositifolia, Montrichardia arborea, Bombax aquaticum e Pterocarpus amazonicus. Algumas matas dos iga- pós, com rios de águas pretas podem apenas ser temporariamente inundadas pelas cheias periódicas do Rio Negro, sendo sua vegetação bem particularizada com espécies: Campsiandra laurifólia, Calophyllum brasiliensis, Macrolobium acacifolium, M. multijugum (Fernandes, 2006). d) Campinas/Campinaranas Configuram-se como um tipo particular de mata baixa e mais aberta sobre um solo, quase que constituído unicamente de areia e recoberto por uma fina camada de humos preto e ácido. Descrito inicialmente por Spruce, 1908 apud Fernandes, 2006 apresenta formações vegetacionais arborescentes, sempre perenifólias, freqüentemente com plantas dotadas de folhas coriáceas e duras, com dossel pouco adensado, permitindo franca penetração de luz. O desenvolvimento de musgos, hepáticas e samambaias, muito mais intenso do que em qualquer outra parte da Hiléia é considerado como conseqüência de uma condição climática constantemente úmida (Spruce, 1908 apud Fernandes, 2006). Muitas árvores alcançam em média seis metros de altura, embora algumas possam atingir até dez metros. Por vezes surgem bem mais abertas, revestidas apenas por espécies arbustivas, que em geral não ultrapassam quatro metros. A flora das campinas é muito peculiar, apresentando-se muito rica em endemismos (Hubber 1909, Pires1973 e Rizzini, 1979). 32 São comuns as espécies: Aldina discolor, Lissocarpa benthamii, Caraipa coutinhoi, Hevea rigidifolia, Froesia crassifólia, entre muitas (Fernandes, 2006). e) Campinaranas Uma transição entre a fitofisionomia das campinas e formações florestais, segundo Pires (1973) representa uma fase definitiva de evolução das campinas. Ocorrem normalmente em paleo- praias, entre áreas de baixio e vertentes, sobre solos de areia branca (quartzosas) com grande acúmulo de serrapilheira (Ribeiro et al. 1999). Apresentam um dossel entre quinze e vinte metros e poucas árvores de grande porte. Comparadas as formações florestais apresentam menor biomassa e menor biodiversidade. Apresentam alta densidade de epífitas, provavelmente devido à alta penetração de luz. Seu sub-bosque apresenta densa concentração de arvoretas e arbustos, muitas vezes apresentando bromélias terrestres (Ribeiro et al. 1999). São espécies típicas: Macrolobium unijugum, Irianthera obovata, Hevea guinensis, Peltogyne catingae, Eperua purpúrea, Micrandra crassipes, Elizabetha princeps e E. mycrophilla (Fernandes, 2006). f) Savanas A fitofisionomia campestre é representada por uma vegetação herbácea natural da Amazônia. Baseado na composição e na origem, esta vegetação pode ser enquadrada em dois tipos gerais: Campos de terra firme e Campos de várzea. g) Campos de Terra Firme Também conhecidos como campos cobertos, interrompendo a continuidade das florestas altas, fisionômica e florísticamente muito se assemelham aos Campos Cerrados do Brasil Central, sendo contudo, mais abertos e mais pobres taxonomicamente. De modo geral, estes campos situam-se em regiões de rochas areníticas de baixa fertilidade (Fernandes, 2006). A origem de tais campos parece estar relacionada com as alterações climáticas passadas, quando as condições permitiram o avanço do cerrado, durante o período Terciário ou Quaternário. Os verdadeiros campos naturais são formações herbáceas com espécies estranhas à Hiléia, largamente distribuídas e pertencentes à flora do Cerrado. Sendo anteriores às florestas, tais campos atualmente estão sendo aos poucos conquistados por elas, como uma conseqüência natural decorrente da condição climática a eles adversa (Fernandes, 2006). São floristicamente muito variados, algumas vezes pobres de espécies comuns como: Curatella americana, Qualea parviflora, Salvertia convallariadora, Hancornia speciosa, Byrsonima verbascifolia, palicourea rigida, Luehea paniculata, Bowdichia virgilioides, roupala montana, Vitex flavens, Lafoensia densiflora, Anacardium microcarpum, Tabebuia caraiba, (Fernandes, 2006) entre várias outras. h) Campos de várzea Estão localizados sobre sedimentos, que só existem nas áreas onde se observa a influência de alagações procedentes de rios de águas barrentas. Estão sempre associados com as matas de várzea, principalmente no Baixo Amazonas, que se distribuem em pestanas, ladeando os cursos d’agua e se relacionam com as lagoas que ocupam partes mais internas e se conservam ligadas ao rio principal, o que permite aumentar sua área na época de cheias, quando o capinzal ocupa as terras cedidas pelas lagoas (Fernandes, 2006). As savanas amazônicas é a formação mais atingida pelo desmatamento segundo PRODES de 2007 (Tabela 14). Este fato se deve pela facilidade de preparação da área tanto para pecuária quanto para a agricultura, visto a baixa densidade de vegetação arbórea. Em seguido, a formação de Terra Firme, de longe a formação predominante na paisagem amazônica, e logo abaixo, encontram-se as Florestas alagáveis, locais preferidos pelas populações tradicionais para a instalação de suas moradias e atividades de subsistência. Tabela 14 - Proporções de Formações Vegetacionais de acordo com a base vetorial do POESIA/CSR-IBAMA. Formações Vegetacionais Área (ha) Proporção em relação à área do Estado (%) Área desmatada por Formação, Fonte: PRODES, 2007 (ha) Proporção desmatada por Formação Vegetacional (%) 1.Floresta de Terra Firme 110.253.487 70,71 2.544.160 2,31 2.Campina ou Campinarana 13.510.488 8,67 43.350 0,32 3.Savanas 1.977.204 1,27 63.076 3,19 4.Florestas Alagáveis 30.178.231 19,36 568.239 1,88 Fonte: CEUC 4.1.2 Ordenamento Territorial: Regularização Fundiária e Zoneamento Econômico-Ecológico – ZEE 4.1.2.1Regularização Fundiária no Amazonas No Amazonas, como nas demais unidades da Federação, o ordenamento territorial vincula-se a necessidade de regularização fundiária, cujo processo, por sua vez, está diretamente relacionado ao conjunto de fatores econômico, político e sócioambiental que estruturam a organização do espaço territorial e sua ocupação, a destinação e controle das terras públicas. No Amazonas, o ordenamento fundiário se constitui como um dos principais desafios postos à regularização. Pois, torna-se fator preponderante a partir da reconstituição das bases cartográficas, a definição dos domínios das áreas, como por exemplo, particular, municipal, estadual e da União, e ainda o levantamento ocupacional das terras sob domínio do Estado. Situando historicamente a política fundiária no Amazonas em âmbito do Poder Público Estadual, a ação de regularização dos imóveis urbanos e rurais, e de reforma agrária estiveram na competência do Departamento de Terras da Secretaria de Agricultura do Estado até o final dos anos 70. Notadamente, alcançou destaque na década de 80, com a criação do Instituto de Terras e Colonização do Estado do Amazonas - ITERAM, que desempenhou o papel de relevância na execução da política fundiária e de colonização, realizando um trabalho cuja base encontrava-se imbuída de três pressupostos fundamentais: a memória fundiária da organização, as atividades de apoio técnico, e a elaboração do primeiro Atlas dos Municípios do Estado do Amazonas. Em dez anos de existência, o ITERAM, expediu aproximadamente, 16.235 documentos de regularização, arrecadando grandes áreas devolutas incorporando-as, efetivamente, ao patrimônio fundiário do Estado. Após a extinção do ITERAM, no período compreendido entre 1988 a 2002, a política fundiária sofreu uma descontinuidade passando a ser administrada por sucessivos órgãos: Instituto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IMA/A; Sub-Secretaria de Assuntos Fundiários; Instituto Fundiário do Amazonas – IFAM; Superintendência de Habitação Urbanização e Assuntos Fundiários – SUHAB, resultando no déficit fundiário de 100 mil imóveis a serem regularizados pelo Estado do Amazonas Em 2003, a necessidade de um reordenamento da questão fundiária, por parte do poder público exigiu seu fortalecimento por meio de inúmeros interesses em todas as esferas da sociedade. Cria-se então o Instituto Terras do Amazonas - ITEAM, com objetivo de coordenar e controlar a execução das políticas fundiária e de reforma agrária a fim de constituir um alicerce básico ao processo para o desenvolvimento rural do Estado do Amazonas. O Instituto de Terras do Amazonas – ITEAM é uma Autarquia vinculada a Secretaria de Estado de Política Fundiária - SPF, com sede em Manaus, cujo objetivo é de executar as políticas fundiárias e de reforma agrária no Estado do Amazonas. 33 4.1.2.1.1 Ações de Regularização Fundiária no Amazonas Durante cinco anos, o ITEAM tem experimentado diferentes enfoques e práticas gerenciais, frutos de mudanças conjunturais internas e externas da Instituição. Esse ambiente dinâmico, que se reflete diretamente no modo de pensar e planejar resulta em uma necessidade constante de melhoria e inovação da estrutura organizacional existente. Realidades distintas, com preocupações e perspectivas diferenciadas, exigem que o ITEAM tenha capacidade de adaptar-se e de responder às contingências geradas no âmbito da gestão pública. A urgência de respostas imediatas às demandas sociais referentes à questão fundiária e agrária no interior do Estado do Amazonas, cobra mais agilidade do ITEAM e impõe a crescente melhoria na qualidade dos serviços prestados ao público beneficiário. Destaca-se, entre elas, a destinação de terras públicas de domínio do Estado, a legalização da ocupação de posse das famílias rurais em áreas de manejo florestal, em unidades de conservação, em áreas de várzea, na região metropolitana de Manaus e na sede dos municípios, bem como a implantação de projetos de reforma agrária, adequados à realidade amazônica. No contexto das políticas públicas presentes no programa de Governo do Estado do Amazonas, compete ao ITEAM o cumprimento de uma das estratégias fundamentais, conforme previsto no Plano Plurianual 2008-2011, onde os desafios e diretrizes que norteiam a programação das ações a serem desenvolvidas e a avaliação da sua execução voltada para o desenvolvimento econômico, sustentável, humano e democrático da região amazônica mostra claramente a regularização fundiária como a base fundamental da cadeia produtiva, garantindo assim, o cumprimento da função social da terra ao público beneficiário e favorecendo-lhe o acesso às outras políticas. A proposta do Plano Plurianual-PPA 2008-2011 foi elaborada considerando as demandas da sociedade e as especificidades da região amazônica, buscando, sobretudo do ponto de vista da justiça social, a inclusão das classes menos favorecidas ao acesso e direito de uso da terra. Os valores orçados para o ano de 2009, prevêem a importância de R$3.400.000,00 para manutenção da Unidade de pagamento de pessoal e execução das atividades finalísticas. Entretanto, há necessidade de se elevar recursos que garantam as ações de competência desta organização institucional. Para 2009, considerando a meta prevista no Plano Plurianual 2008-2011, estima-se aproximadamente o aporte de R$ 40.000.000,00. O ITEAM vem firmando convênios com as esferas: federal e estadual, visando dar subsídios aos investimentos relativos à regularização fundiária na zona rural, de forma que possa obter como produto a emissão de títulos de domínio de área, a unificação de informações georreferenciadas e sistematizadas e o monitoramento e controle do patrimônio público fundiário. Tabela 15 – Convênios firmados ORIGEM METAS VIGÊNCIA ITEAM/MDA nº 188/2006 1.200 imóveis rurais 2006-2008 ITEAM/SEBRAE 034/2005 68 imóveis rurais 2005-2008 ITEAM/INCA 8000/2007 3000 imóveis rurais 2007-2010 ITEAM/SDS 7 Diagnósticos Fundiário 2008-2010 META TOTAL 4.268 imóveis rurais - O ITEAM firmou acordo de cooperação técnica e cientifica com a SDS/CEUC, visando promover a regularização da situação fundiária em 14 Unidades de Conservação Estaduais: RDS do Uatumã, RDS do Amapá, RDS do Cujubim, RDS de Mamirauá, RDS Piagaçu-Purus, RDS do Juma, RDS do Uacari, RDS do Rio Madeira, RDS do Amanã, RESEX do Catuá-Ipixuna, RESEX do Rio Gregório, Floresta Estadual de Maués, Parque Estadual do Rio Negro e Mosaico do Apuí considerando a real e atual condição de ocupação em glebas do Estado do Amazonas. Os resultados alcançados demonstram que no período de 2007 a 2008, foram expedidos 4.216 documentos entre Título de Domínio (Definitivo), Título Provisório e Concessão de Direito Real de Uso – CDRU, tornando possível o acesso à posse regular a ocupantes de terras públicas na zona rural do Estado do Amazonas (Figura 11 e Tabelas 16,17 e 18). 34 Figura 11 - Gráfico demonstrativo dos resultados alcançados. Fonte: ITEAM, outubro de 2008. Tabela 16 - Demonstrativo de Títulos Definitivos Expedidos pelo ITEAM Tabela 17 – Demonstrativo de Títulos Provisórios Expedidos pelo ITEAM REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NA ZONA RURAL DOCUMENTOS EXPEDIDOS Título Definitivo REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NA ZONA RURAL ANO MUNICÍPIOS 2007 2008 TOTAL DOCUMENTOS EXPEDIDOS 2007 2008 TOTAL Autazes 7 - 7 Amaturá - 40 40 Iranduba 1 - 1 Autazes - 3 3 Careiro da Várzea 150 - 150 Boa Vista do Ramos 126 351 477 Manaus-Rural 1 - 1 Boca do Acre - 69 69 Maués - 72 72 Barreirinha 12 131 143 Rio Preto da Eva 24 - 24 Carauari - 6 6 Presidente Figueiredo 2 - 2 Careiro da Várzea - 4 4 185 72 257 Iranduba 85 17 102 Itacoatiara 231 299 530 Itamarati 10 - 10 Itapiranga 27 157 184 Manicoré 71 25 96 Maués 50 217 267 Manacapuru - 78 78 Manaus rural - 1 1 Novo Aripuanã 69 3 72 Nhamundá - 175 175 Total Tabela 18 - Demonstrativo de CDRU Expedidas pelo ITEAM. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA NA ZONA RURAL DOCUMENTOS EXPEDIDOS Concessão de Direito Real de Uso - CDRU ANO MUNICÍPIOS Título Provisório ANO MUNICÍPIOS 2007 2008 TOTAL Novo Airão - 363 363 Itamarati 20 - 20 Parintins 176 6 182 Maués 224 125 349 Pauini - 57 57 Juruá 16 - 16 Rio Preto da Eva 10 29 39 Barcelos - - 50 São Sebastião do Uatumã 92 - 92 Boa Vista do Ramos - 15 15 Santo Antonio do Içá - 69 69 Anamã - 50 50 Silves 22 122 144 Anori 50 - 50 Tapauá - 1 1 Carauari - 37 37 Tonantins - 61 61 310 227 537 Tefé 10 - 10 Urucará 29 - 29 Uarini - 49 49 Eirunepé - 68 68 Presidente Figueiredo - 1 1 1.020 2.402 3.422 Total Total 35 4.1.2.1.3 Controle Social das Políticas Fundiária e de Reforma Agrária 4.1.2.1.2 Projetos Especiais de Assentamento O ITEAM elaborou uma proposta que está em fase de execução por Pesquisadores da FAPEAM, para realizar um estudo a partir de levantamento e sistematização de dados socioeconômicos, político e culturais necessários à implantação de uma política Estadual de Reforma Agrária voltada para agricultores familiares dos Municípios a seguir: Tabela 19 - Demonstrativo dos municípios em estudo para Implantação de Modelo Assentamento MUNICÍPIO DEMANDA ATIVIDADE STATUS Uarini 200 famílias Pesquisa socioeconômica Realizada Anori 258 famílias Pesquisa socioeconômica Realizada Silves/Itacoatiara 300 famílias Pesquisa socioeconômica Realizada Maués 300 famílias Pesquisa socioeconômica Em fase de execução Manicoré 250 famílias Pesquisa socioeconômica Em fase de programação O ITEAM, visando promover um espaço democrático de participação e controle social para a construção, execução e avaliação das políticas estaduais relativas às questões fundiárias e de reforma agrária nas áreas de maior conflito pela posse de terra, ocupação irregular, grilagem e danos ao meio ambiente criou o Fórum da Terra, através do DOE Portaria 104-2007-GPITEAM. Atualmente, o Fórum está implantado nos seguintes municípios: Anori, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Boca do Acre, Itacoatiara, Itapiranga, Lábrea, Manicoré, Maués, Novo Aripuanã, Parintins, Presidente Figueiredo, São Sebastião do Uatumã, Silves, Tefé e Urucará. O trabalho integrado entre os atores sociais, poder público estadual, municipal e sociedade no âmbito da regularização fundiária tem motivado os pequenos grupos que habitam a região amazônica ao processo participativo, principalmente na elaboração de propostas e acompanhamento do desdobramento das atividades com vistas ao desenvolvimento das comunidades rurais. A crescente demanda referente ao passivo fundiário no Estado do Amazonas emerge a necessidade de se implantar uma Política Fundiária e Agrária efetiva e permanente que integre os entes federativos (União, Estado e Município) para o alcance da destinação de terras públicas em consonância com a aplicação de estratégias de inclusão social dos pequenos grupos de posseiros tradicionais na perspectiva de desenvolvimento sustentável, adequado as peculiaridades da região amazônica. É compromisso do Governo do Estado por intermédio do ITEAM, buscar alternativas aos posseiros de terras estaduais, o acesso às políticas públicas a serem inseridas na cadeia produtiva, inibindo a ocupação ilegal, conflitos pela posse da terra, combater o desmatamento e a exploração predatória considerada como óbices ao desenvolvimento sustentável do Estado do Amazonas. Desta forma, o ordenamento fundiário resultará, não somente no controle do patrimônio fundiário estadual, mas também no gerenciamento de ações eficazes beneficiando as famílias rurais e demais grupos que almejam o reconhecimento de seus direitos quanto à legitimidade da ocupação de suas posses e sua inclusão social nas políticas públicas garantindo-lhes a cidadania plena. 36 4.1.2.2 O ZEE DO ESTADO DO AMAZONAS COMO INSTRUMENTO DE ORDENAMENTO TERRITORIAL No início da década de 80, sob coordenação geral do Centro de Desenvolvimento, Pesquisa, Ciência e Tecnologia do Amazonas – CODEAMA, conseguiu-se elaborar, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural Integrado – PDRI, o primeiro zoneamento econômico-ecológico do Estado, limitado à região do Médio Amazonas, com foco para o ordenamento das atividades produtivas na localidade, que se destacava à época como promissora no setor primário. Não obstante a elevada organização do setor cartográfico existente no então ITERAM, inexistia a sensibilidade técnica em vincular o ordenamento do setor produtivo à regularização fundiária e os dados levantados para ilustrar a situação são sub utilizados. Em 1.989, com a promulgação da Constituição do Estado do Amazonas, o Poder Executivo ficou obrigado a promover o desenvolvimento urbano-regional, pautado no zoneamento socioeconômico - ecológico do território estadual, que passa a se constituir documento balizador do uso e ocupação do solo e da utilização racional dos recursos naturais (Capítulo X - Seção I - Art. 131), devendo também dar destinação adequada ao uso das terras devolutas, desocupadas ou sub utilizadas, cabendo ao Estado e aos Municípios promover o levantamento, ação discriminatória e registro de terras devolutas através de órgãos competentes, devendo os seus resultados serem amplamente divulgados. Fica legalmente estabelecida, a partir de então, a estreita correlação entre o ordenamento territorial e a regularização fundiária no Estado. Neste mesmo período a organização administrativa do Governo do Estado passa por reformulação e o ITERAM é extinto, constituindo um Departamento integrante do recém criado Instituto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais e Meio Ambiente do Estado do Amazonas – IMA, onde teve início a Secretaria de estruturação do atual Sistema Estadual de Unidades de Conservação - SNUC, que até o presente enfrenta problemas quanto à regularidade fundiária de seus territórios. Na década seguinte, o Zoneamento Ecológico – Econômico passa a ser considerado no âmbito federal, como o mais importante instrumento para a gestão territorial (Política Nacional Integrada para a Amazônia Legal – PNIAL) e o Governo Federal firma parceria com o Governo Alemão para execução do Programa Piloto para Conservação das Florestas Tropicais Brasileiras - PPG7, sob coordenação geral da Secretaria de Coordenação da Amazônia (SCA/MMA) para execução, dentre outras iniciativas, do Projeto de Gestão Ambiental Integrada – PGAI, por meio do qual a região sudeste do Amazonas teve seu ZEE elaborado, com foco direcionado ao ordenamento das atividades produtivas nos municípios de Novo Aripuanã, Humaitá, Lábrea, Apuí e Manicoré, escolhidos em decorrência da forte pressão de ocupação que sofriam à época, polarizada pela expansão da fronteira agrícola naquela região. Entretanto, durante o período de tempo decorrido da assinatura do Convênio entre os Governos Federal, Estadual e a Cooperação Alemã (GTZ e KfW) até a finalização dos ZEEs Estaduais, a dinâmica de ocupação na Amazônia Brasileira se intensificou e nem sempre de maneira ambientalmente adequada, vez que não obedeceu, em grande parte dos casos, aos princípios de ordenamento que seriam estabelecidos a partir do produto final dos ZEEs. Como medida preventiva à instalação de novos impactos ambientais e de contenção daqueles já instalados, o atual Governo Federal adotou postura mais restritiva com relação à liberação de créditos para determinadas atividades econômicas e ao incentivo de investimentos com potencial de impacto ambiental, como está ocorrendo no Amazonas em relação às rodovias BR 319 e BR 317. Se por um lado estas medidas freiam o crescimento econômico financeiro nos estados, por outro obrigam os Governos a rever seus posicionamentos frente à realização de investimentos sem a observância das potencialidades/ demandas por infra-estrutura que cada segmento sócio-econômico-ambiental apresenta. Sensível à necessidade do ordenamento territorial como ponto de partida para a eficiência das Políticas Públicas setoriais e consciente da importância do ZEE como potente instrumento de planejamento, a Presidência da República flexibilizou as normas estabelecidas para execução do ZEE em todo o território nacional, passando a permitir sua execução em escalas variadas e em porções do território definidas como prioritárias (12/2007), desde que referendados pelas Comissões Estaduais de ZEE e aprovados nas Assembléias Legislativas. Não obstante a obrigatoriedade constitucional, a existência da Comissão Estadual de Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico (CEZEE – Decreto N. de 1996) e os esforços empreendidos desde a .execução do PDRI, o Amazonas não avançou satisfatoriamente no ordenamento do uso e ocupação do solo e da utilização racional de seus recursos naturais. Entretanto, a atual gestão de Governo, ao priorizar o desenvolvimento sustentável como marca de qualidade de seu Plano de Gestão e conseqüentes Programas e Políticas Públicas, determinou à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável – SDS, a retomada de ações para levar à conclusão o ZEE do Estado em escala compatível à demonstração da forma como suas regiões vinham sendo utilizadas e do cenário geral de suas múltiplas potencialidades. Ao retomar seus trabalhos, em março de 2.007, seguindo orientação do MMA, a CEZEE iniciou atividades destinadas a elaboração do ZEE/AM em escala de macro-detalhamento (1:1.000.000), definida como a mais adequada por razões dentre as quais ser esta a escala de trabalho em que é possível compatibilizar o maior número de informações sobre o Estado. 37 O objetivo maior estabelecido para o Macro-zoneamento Ecológico-Econômico do Amazonas foi o de possibilitar seu uso por diversos segmentos de governo, orientando na condução de seus planejamentos estratégicos, territoriais e de gestão de ecossistemas. Tendo o ZEE como resultado um conjunto de produtos cartográficos que permitem conhecer claramente a forma como o espaço amazônico vem sendo utilizado, e se esta forma está em acordo com as potencialidades naturais de determinada localidade, os organismos de planejamento e fomento às atividades produtivas, podem direcionar suas políticas públicas e internas para que estas ocorram em locais onde a vocação natural seja compatível, evitando assim, a necessidade de suprimentos, facilitando a execução e fiscalização adequadas de Planos de Controle Ambiental e/ou de Recuperação de Áreas Degradadas e minimizando portanto o risco de uso não sustentável. Para compor o ZEE/AM, foram construídos 19 (dezenove) produtos cartográficos, sendo 01 (um) Mapa Síntese e 18 (dezoito) Mapas Temáticos forma de apresentação destes produtos cartográficos (Mapa – Síntese em papel sulfite opaco e Mapas Temáticos em papel vegetal transparente) permite a superposição de um ou mais mapas temáticos ao mapa – síntese, permitindo incontáveis combinações de temas e cruzamento de dados substanciais para a tomada de decisão quanto ao uso e ocupação do solo amazonense. Em data recente, 04 de novembro de 2.008, o Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado do Amazonas – CEMA/AM aprovou a Recomendação para que o processo tenha continuidade, no âmbito da Assembléia Legislativa do Amazonas – ALE e do Conselho Nacional de Meio Ambiente – Conama, com posterior transformação em lei pelo Estado do Amazonas. O processo finaliza com a homologação pela Presidência da República. 38 4.1.3. Controle, Monitoramento e Fiscalização Ambiental Simplificando a utilização do MZEE/AM no combate ao desmatamento, a leitura da carta temática da cobertura vegetal, associada a outra(s), como às cartas temáticas: de incidência de produtos extrativistas, de infra-estrutura básica e de apoio, de rodovias estaduais, permitirá obter 3 dados substanciais para definir prováveis zonas de pressão para desmatamento: • localização exata (georreferenciada) em que se encontram espécies potencialmente madeireiras, portanto de interesse econômico à exploração; • disponibilidade de acessos, seja rodoviário ou fluvial; • localização das áreas de expansão agrícola, que subentendem, na Amazônia, desmatamentos e queimadas em grande e rápida escala. Neste caso, a carta temática sobre focos de calor, elaborada pelo SIPAM para o PRODES também auxilia a compreensão do comportamento geral do desmatamento no Estado. A partir da construção de uma carta-resultado, que contém somente os atributos de interesse ao trabalho de controle ambiental, o(s) organismo(s) de controle ambiental traça(m) seu(s) plano(s) de ataque e intensifica(m) a fiscalização, que é a forma mais efetiva de combate ao desmatamento ilegal. Para este tipo de ação, as informações do ZEE atuam como suporte fundamental ao seu planejamento. No que se refere à regularização fundiária, no Mapa Síntese estão representadas as áreas ocupadas por sedes municipais, áreas de expansão rural, projetos de assentamentos, territórios indígenas, áreas decretadas como de Conservação Ambiental, áreas de domínio militar, dentre outros usos específicos, que condicionam suas dominialidades/ propriedades. A superposição do mapa temático da situação fundiária ao mapa síntese, já permite esclarecer possíveis conflitos e ou ocupações indevidas que estejam ocorrendo no território amazonense. Ao visualizar no jogo de mapas a situação, o Governo por meio de seus organismos competentes, tem a possibilidade de unir esforços para solucionar a questão de modo mais ágil e eficaz, já que todos os envolvidos disporão de informações de mesmo grau e estarão falando a mesma linguagem, o que facilita também a atualização periódica dos dados iniciais. As ações de controle ambiental devem está focadas na relação existente entre as taxas de desmatamento e a efetiva fiscalização e monitoramento das áreas prioritárias do sul do Estado e áreas consideradas críticas em determinadas épocas do ano, como defeso, piracema, estação da seca e os diversos ilícitos nas Unidades de Conservação Estadual de Uso Integral e Sustentável, cujas demandas, surgem através do Centro Estadual das Unidades de Conservação - CEUC. A motivação deve-se aos alertas do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real - DETER, monitoramento da floresta amazônica por satélite - Projeto PRODES, dados de queimadas – focos de calor, denúncias, ações judiciais e ausência de legalidade (Licenciamento Ambiental). Combater a pesca predatória no estado, no período crítico do defeso e na piracema, bem como nas secas sazonais; Combater a exploração ilegal de produtos minerais, e a desmobilização e/ou regularização de atividades garimpeiras clandestinas e desordenadas. Intensificar o combate e a redução do desmatamento e queimadas na região sul do Estado, por meio de um conjunto de ações integradas de monitoramento e controle, envolvendo parcerias entre órgãos federais, governos estaduais, prefeituras e entidades da sociedade civil organizada. Para isso deverão ser criadas parcerias interinstitucional de prevenção, combate e controle de ilícitos ambientais, principalmente no âmbito do desmatamento ilegal e queimadas, compostas pelas seguintes Instituições: IPAAM/ Grupo Estratégico de Combate a Crimes Ambientais - GECAM, SDS/CEUC, IBAMA, DNPM, PREFEITURAS, ITEAM, INCRA, POLÍCIA MILITAR (através do Batalhão Ambiental) POLÍCIA FEDERAL, Polícia Rodoviária Federal, Delegacia Especializadas em Meio Ambiente - DEMA, DNPM, SIPAM e INPE, IDAM. Deste modo as responsabilidades das instituições são apresentadas a seguir: A partir de 2.009, o Governo do Estado está buscando sua estruturação para executar o ZEE em escala de detalhamento necessária e suficiente a gestão ambiental e/ou ordenamento das múltiplas atividades de produção e de controle ambiental. 39 Tabela 20 - Distribuição de responsabilidade das instituições parceiras Instituição Responsabilidades Coordenar e administrar a implementação do Plano; Identificar as áreas sob forte ação e/ou pressão antrópica no Estado do Amazonas; Capacitar pessoal para atuar como agentes multiplicadores nos municípios alvos, através de palestras e cursos; Ao IPAAM Fiscalizar os ilícitos ambientais de diversas magnitudes, bem como especial atenção aos desmatamentos e queimadas; Monitorar os focos de queimadas e disseminar essas informações; Desenvolver ações de Educação Ambiental; Gerar mapa-imagem de identificação dos polígonos das áreas críticas detectadas a partir dos dados do Projeto PRDES, Sistema DETER e Focos de Calor, em formatos A4, para direcionamento das atividades em campo; Identificar e mapear os dos ilícitos ambientais; Levantar as estradas endógenas; operação suspeitas de pré- desmatamento; comércio de mortossera; serraria portátil, etc; Levantar os polígonos de desmatamento; Levantar o montante de recursos financeiros aportados pelos bancos oficiais para atividades agropecuárias no amazonas nos últimos três anos; IPAAM/GECAM Identificar os grandes compradores de madeira (local. nacional e internacional) Levantar a situação fundiária; Mapear as rotas de transporte de madeira em tora e serrada e mapeamento das serrarias e movelarias associadas Levantar os PMFS licenciados e respectivos responsáveis técnicos por município; Levantar informações sobre associações e ongs atuantes nas áreas críticas. Estabelecer políticas e programas de gestão das Unidades de Conservação do Estado do Amazonas; Ao Centro Estadual das Unidades de Conservação –CEUC Identificar ilícitos ambientais de diversas magnitudes e áreas críticas de desmatamento nas Unidades de Conservação do Estado do Amazonas; Implementar programas de proteção adicionais com participação de agentes ambientais voluntários, sem poder de polícia, para realizar a vigilância e monitoramento ambiental das Unidades de Conservação; Implementar programas de monitoramento ambiental, com participação de monitores da diversidade biológica, visando o controle do uso dos recursos naturais na Unidade de Conservação. Fornecer logística nos municípios em que possua escritório; Ao IBAMA Efetiva participação com analistas ambientais e fiscais do órgão nas operações; Fornecer ao IPAAM informações sobre as autorizações expedidas de desmate/queimada antes do repasse das atribuições ao IPAAM; Ao DNPM Autuações das atividades de exploração mineral irregular, inclusive garimpeira; Fornecer ao IPAAM, banco de dados das atividades devidamente regularizadas Realizar convênio com o IPAAM para cadastrar desmatamentos e queimadas no município; As Prefeituras Dispor de pessoal treinado para cadastrar atividades potencialmente poluidoras/degradadoras, bem como desmatamentos e queimadas no município; Fornecer logística para treinamento de prevenção, controle e fiscalização de ilícitos ambientais no município; Indicar os projetos de Assentamento Rural existentes nas Regiões Sul do Estado do Amazonas; Ao INCRA Participar do esforço de conscientização ambiental empreendido por este plano junto aos Assentamentos Rurais; Regularização Ambiental de todos os Assentamentos. A Policia Federal, Policia Militar do Estado do Amazonas (Batalhão Ambiental), DEMA, Polícia Rodoviária Federal Apoiar as operações de forma a oferecer segurança aos técnicos ambientais envolvidos; Disponibilizar informações referentes aos serviços de inteligência no combate aos crimes ambientais; Disponibilizar dados referente a estudos sobre a dinâmica de desmatamento no sul do Estado do Amazonas; Ao SIPAM Disponibilizar de equipamentos de comunicação (VSAT); Capacitar técnicos do IPAAM para Utilização das VSAT`s; Disponibilizar imagens de radar atualizadas de Sobrevôos já realizados nas áreas objeto da fiscalização; Disponibilizar os dados referentes ao DETER, em tempo real (mínimo 15 dias); Ao INPE Disponibilizar imagens de satélite multiespectrais atualizadas; Disponibilizar dados de desmatamento (Projeto PRODES digital) logo após análises do INPE; O Plano Estadual de Combate ao Desmatamento no Estado do Amazonas atuará nas seguintes atividades: pesqueira, mineral e garimpeira, unidades de conservação e desmatamento. 40 4.1.3.1 Cenário da Atividade Pesqueira no Estado do Amazonas Os conflitos de pesca começam pela apropriação e usos diferenciados dos territórios aquáticos os quais colocam em choque, de uma forma geral, o uso para obtenção da subsistência e o uso comercial (FURTADO, 2004, pp. 58). A intensificação da pesca e o conseqüente aumento da pressão sobre os recursos, são notórios nas últimas décadas. Isso se deve, principalmente, pelas mudanças ocorridas nas tecnologias dos aparelhos utilizados na pesca (malhadeiras, gelo, motores). Conflitos entre pescadores artesanais e comerciais já vêm de longa data na Amazônia. Para solucionar esse problema, algumas comunidades já desenvolvem experiências de manejo por conta própria, daí a necessidade de celebração de Acordos de Pesca que se define como um “conjunto de medidas específicas decorrentes de tratados consensuais entre os diversos usuários e o órgão gestor dos recursos pesqueiros em uma determinada área, definidos geograficamente” (Instrução Normativa 29/03 IBAMA), para controlar a atividade nos rios, lagos e igarapés para que não falte esse recurso natural na região. 4.1.3.1.1 Áreas Prioritárias As ações emergenciais de fiscalização contidas neste Plano de Ação serão aplicadas nos municípios: Careiro, Castanho, Autazes, Manaquiri, Barcelos e Rio Uatumã. 4.1.3.1.2 Plano Operacional A operação consiste em realização de fiscalização para combater a pesca irregular e predatória, bem como sensibilização ambiental da população local. A estratégia será iniciada a partir dos municípios já definidos como áreas prioritárias para implementação das ações, que deverão ocorrer em três fases. Tabela 21 – Fases de Fiscalização Fases Atividades 1ª Será realizado levantamento de projetos de piscicultura devidamente licenciados no IPAAM, de atividades irregulares com vistas à regularização ambiental, bem como oficinas de sensibilização e orientação aos piscicultores com apoio dos municípios envolvidos. 2ª Deverá ser elaborados mapas georreferenciados dos projetos de pisciculturas identificados durante o levantamento, que servirá como material de apoio aos fiscais envolvidos na missão; 3ª Deverá contemplar operações de campo com duração mínima de: 90 (noventa) dias, no período da Piracema, entre os meses de Março a Junho, onde ocorre maior incidência de pesca irregular e descontrolada da Matrinxã e do Jaraqui, no Rio Uatumã, nos município de Itapiranga e São Sebastião do Uatumã, com período máximo de 15 (quinze) dias de operação por equipe, com intervalos de 30 (trinta) dias entre as missões; 60 (sessenta) dias, na estação da seca, entre os meses de Agosto a Novembro, onde ocorre maior incidência de pesca predatória nos municípios de Careiro, Castanho Autazes, Manaquirí, Itacoatiara, Fonte Boa e Adjacências, com período máximo de 15 (quinze) dias de operação por equipe, com intervalos de 30(trinta) dias entre as missões; 120 (cento e vinte) dias, no período do defeso, que ocorre entre os meses de Novembro a Março, nos Municípios de Barcelos (Baixo Rio Negro), com período máximo de 15 (quinze) dias de operação por equipe, com intervalos de 30(trinta) dias entre as missões. 41 4.1.3.2 Cenário da Atividade Mineral e Garimpeira A importância dos bens minerais se verifica pela sua presença em praticamente todas as etapas do cotidiano, utilizados em grande parte na indústria, como na fabricação de máquinas, veículos, instrumentos de trabalho, na construção civil, na indústria química e outros. Do ponto de vista econômico e político, a extração mineral é importante sob vários aspectos, atuando como base de sustentação para a maioria dos segmentos industriais; gera empregos e impostos, além de representar fator determinante para o desenvolvimento de um grande número de cidades e regiões. No entanto, há uma preocupação muito grande da sociedade, relativa a questão ambiental, tendo em vista a característica predatória dessa atividade econômica, pois os minerais são recursos não-renováveis, ou seja, “minério não dá duas safras”. Não são todas as empresas que conseguem compatibilizar a atividade de mineração com o controle ambiental. A realidade mostra que a grande maioria das indústrias mineradoras não está regularizada junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM e aos órgãos de proteção ambiental, atuando na clandestinidade. O dano ambiental caracteriza-se por prejuízos diretos e indiretos que provêm de agressões ao meio ambiente, provocando alterações no habitat natural dos seres vivos, necessitando de reparação efetiva e urgente, às vezes, nem sempre possível. Os danos ambientais mais comuns causados pela mineração são: poluição das águas superficiais, com a emissão de mercúrio no caso do garimpo pela mineração de ouro, o desmatamento com a e destruição de florestas e leitos de rio. No Estado do Amazonas, há uma grande demanda de atividades de exploração mineral de areia, seixo e brita, principalmente em leitos de rios e igarapés. O surgimento de garimpos também é uma preocupação no Estado, por operarem de forma irregular, em condições subhumanas e locais endêmicos, causando impactos de grande magnitude. Os municípios, depósitos de Minerais no Estado do Amazonas são: Tabela 22 – Municípios que apresentam depósitos de minerais. Município Minerais Presidente Figueiredo Estanho (cassiterita), Nióbio, Tântalo, Flúor, Zircônio, Ítrio e Tório (Mina do Pitinga) e explotação de Granito no Forma de Brita. Barcelos Granito na Forma de Brita, Seixos. São Gabriel da Cachoeira e Santa Izabel do Rio Negro Seixos e Areia em Leito de Rio, também existe o Nióbio de Seis Lagos em São Gabriel da Cachoeira. Coari: Petróleo e Gás. Carauari: Gás do Juruá Nova Olinda do Norte: Potássio (Silvinita) Urucará: Gipsita, Ferro e Calcário Nhamundá: Bauxita. Manaus/BR174 e AM-010: Caulim (BR-174); Arenito (Brita), Areia, Minerais utilizados na Construção civil. Os minerais concentrados ao longo das calhas dos principais rios da região do Estado do Amazonas são: • Depósitos minerais de seixos, areia e argila extraídos dos Rios Japurá (hoje maior produtor), Uatumâ, Aripuanã (2º maior produtor), Araçá e Solimões. • Exploração de argila para cerâmica vermelha ocorrem em grande escala no municípios de Iranduba, Manacapuru e Itacoatiara e Novo Airão. • Depósitos de Ouro: Rio Madeira - Municípios de Humaitá, Apuí, Novo Aripuanã (existência de garimpo) e Manicoré; Rios Parauari e Amanã (Município de Maués - indícios de garimpo), Rio Japurá (Município de Japurá); Exploração ilegal de ouro e tantalita nos Rios Içana, Tiquié e Uaupés (Município de São Gabriel da Cachoeira). 4.1.3.2.1 Áreas Prioritárias As ações emergenciais de fiscalização contidas neste Plano serão aplicadas nas áreas que ocorrem maior ação antrópica, denúncias com maior freqüência e com indícios de existência de garimpos: AM 010 até Itacoatiara, BR 174 até Presidente Figueiredo, Iranduba, Manacapuru e Novo Airão, São Gabriel da Cachoeira, Santa Izabel do Rio Negro e nas calhas dos principais rios da região do Estado do Amazonas: Rio Japurá, Rios Uatumâ e Aripuanã, Maués, Parintins, Humaitá, Apuí e Novo Aripuanã 4.1.3.2.2 Plano Operacional A operação consiste em combater a clandestinidade de garimpos, bem como inibir a prática de exploração irregular de minerais. A estratégia será iniciada a partir dos municípios já definidos como áreas prioritárias para implementação das ações, que deverão ocorrer em três fases. 42 Tabela 23 - Fases de Fiscalização Fases Atividades 1ª Levantamento de todos os empreendimentos de exploração mineral devidamente licenciado no IPAAM, bem como os que estão em fase de regularização; 2ª Georreferenciamento dos projetos identificados durante o levantamento, com elaboração de Mapas, que servirá como material de apoio aos fiscais envolvidos na missão, bem como caracterizando a feição mineral do Estado do Amazonas, com o apoio de SIPAM; 3ª Deverá contemplar operações de campo com duração mínima de 10 dias aos municípios com acesso terrestre e 15 dias, os que necessitam de deslocamento aéreo e que dependerão de logística fluvial para chegar ao local. 4.1.3.3 Cenário das Unidades de Conservação As Unidades de Conservação são espaços territoriais, legalmente instituídos pelo Poder Público, que apresentam característicos naturais relevantes e objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Atualmente o Estado do Amazonas possui 34 Unidades de Conservação, dentre várias categorias, que merecem atenção especial por se tratar de Áreas de relevante interesse ecológico. As atividades de proteção e fiscalização das Unidades de Conservação têm como objetivos específicos prevenir, coibir e impedir, atos que tenham como conseqüência a coleta ou destruição de espécimes da flora e fauna, alteração dos ecossistemas, acesso aos recursos genéticos, sem a devida autorização. 4.1.3.3.1 Áreas Prioritárias As ações de fiscalização serão realizadas conforme Planejamento do CEUC, devidamente acordado com a Gerência de Fiscalização do IPAAM, nas Unidades: - Mosaico de Apuí , Piagaçu-Purus, Juma-Madeira-Rio Amapá e Maués, Catuá-Cujubim, Anamã-Mamirauá-Uacari, Rio Negro, Maroaga-Urubuí, Rio Gregório, Seis Lagos Araçá, NhamundáUatumã. 43 4.1.3.3.2 Plano Operacional A estratégia será iniciada a partir das Unidades já definidas pelo CEUC que deverá ocorrer já na fase Operacional e deverá contemplar operações de campo com duração de 7 a 30 dias. 4.1.4 Fomento às Atividades Produtivas Sustentáveis O Programa Zona Franca Verde iniciado em 2003 estabeleceu políticas, visando a promoção e a implementação de ações de assistência técnica, capacitação, beneficiamento, crédito e comercialização, visando o fortalecimento das cadeias produtivas do extrativismo florestal madeireiro e não madeireiro. O nosso desafio é tornar as cadeias produtivas florestais mais atrativas do ponto de vista de investimentos e fazer com que a floresta tenha mais valor em pé, do que derrubada, ou seja, o uso sustentável da floresta deve ser mais rentável do que outras formas de uso dos solos. As cadeias de produtos florestais apoiadas pelo governo são: castanha, óleos vegetais, borracha, açaí, fibras vegetais, mel de melíponas e madeira. O Estado vem adotando estratégias que visam o fortalecimento de uma ou mais destas cadeias. Neste sentido, destacamos: 1.Incentivo à produção de borracha em seringais nativos pagando a subvenção no valor de R$0,70 (setenta centavos) por quilo de borracha produzida (Decreto no. 23.636/2003); Resultados: • 11 municípios beneficiados; • 48 associações cadastradas na Agencia de Desenvolvimento Sustentável; mais de 4.213 famílias beneficiadas com renda bruta familiar de R$ 927,31 (novecentos e vinte e sete reais e trinta e um centavos) durante o período da safra (junho a dezembro). 2.Preservação das espécies produtoras de óleos com a proibição do corte de espécies oleaginosas, andiroba e copaíba (Decreto no. 25.044/2005); Resultados: • 27 municípios trabalhando diretamente com a colheita de sementes; • 2.297 famílias beneficiadas diretamente; • 140.050 toneladas produzidas. 3.Isenção do ICMS para os produtos florestais não-madeireiros, que dispensa o pagamento do ICMS dos Produtos. Desta forma, incentiva a produção sustentável contribuindo com a redução do desmatamento e melhorando a sua qualidade de vida. 44 Produtos isentos: • Óleos vegetais: andiroba, copaíba, castanha, murumuru, babaçu, urucuri, buriti, bacaba e patauá. • Látex e resinas: Cernambi Virgem Prensado (CVP), folha semi-artefato (FSA) Folha de Defumação Liquida. (FDL), couro vegetal e breu • Frutas e sementes: castanha do Brasil; • Fibras, Jutas, Malva, cipó-titica, cipó-ambé, piaçava, arumã e tucum; • Cascas, folhas e raízes para o uso medicinal e cosmético: unha de gato, carapanaúba e ipê roxo. Resultados Alcançados 2003 2004 Produção total (t) 538 6.770 Valor total da produção (R$) 33.600,00 Número de famílias beneficiadas Número de municípios atendidos 2005 2006 2007 6.263 6.609 6.500 6.729.500,00 14.266.900,00 8.229.741 8.400.000 25 945 5.169 5.415 5.500 01 07 09 11 15 4. Difusão das boas práticas de coleta de cipós. Tendo em vista a importância da preservação das espécies florestais, o Governo publica a Instrução Normativa do Cipó (IN SDS 001/08) que contribuirá para a divulgação de boas práticas de manejo. Espécies contempladas: • cipó-titica, • timbó-açu ou titição e • cipó-ambé. 5.Inserção socioambiental dos pequenos extratores de madeira elaborando planos de manejo florestal sustentável de pequena escala (IN SDS 002/08) possibilitando a construção de uma cadeia de madeira-móveis com produtos originários de florestas manejadas. Resultados: • 780 Planos de Manejo Florestal de Pequena Escala protocolados no IPAAM; • Mais de 2.800 famílias envolvidas diretamente nas atividades; • Até 2007, 29 municípios forneceram carteiras escolares com madeira manejada; • 3239 produtores beneficiados com o Programa de Regionalização de Móveis Escolares (2005 – 2007); • 115.000 carteiras escolares produzidas com madeira manejada (2005 – 2007); • Mais de R$ 6.000.000 de recurso adquirido através da comercialização das carteiras escolares (2005 – 2007); • Mais de R$ 1.800 de renda bruta familiar com a comercialização das carteiras escolares. Tabela: Resultados alcançados com a implementação do Programa de regionalização de móveis escolares Resultados alcançados 2005 2006 2007 Municípios Fornecedores (Nº.) 04 12 13 1.800 Produtores (Nº.) 239 1.200 Carteiras Adquiridas (Nº.) 15.000 40.000 Preço unitário (R$) 52 55 Recursos aplicados (R$) 780.000 2.200.000 60.000 58 3.480.000 MUNICÍPIOS FORNECEDORES DE MÓVEIS ESCOLARES Fonte: ADS/07 Conclusão: Os resultados supracitados demonstram que todas as ações implementadas pelo Governo do Estado, são direcionadas aos produtores, que utilizam os recursos naturais de maneira sustentável. 45 V. PLANO ESTADUAL DE PREVENÇÃO E COMBATE DO DESMATAMENTO NO AMAZONAS 5.1. Escopo do Plano 5.2 Objetivo Geral A concepção geral, tem como base a análise dos principais problemas e as potencialidades acima descritas. O enfoque contempla áreas interdependentes e complementares: ações estruturadoras na gestão ambiental do Estado por um lado, o apoio ao ordenamento territorial e à regularização fundiária em áreas prioritárias, e apoio a implementação da política estadual de valorização dos recursos naturais e serviços ambientais e de desenvolvimento rural sustentável, por outro lado. Contribuir para o fortalecimento da gestão ambiental do Amazonas, visando a redução das taxas de desmatamento conservação e o uso sustentável dos recursos naturais no amazonas, através do combate ao desmatamento. A partir do contexto acima exposto, cabe à gestão ambiental o papel de um elemento fundamental para a conservação da floresta no Estado do Amazonas. Uma gestão ambiental eficaz e eficiente torna-se essencial, tanto para ações de fiscalização e controle, como também para as de licenciamento ambiental. Assim, os serviços e investimentos previstos no Projeto terão a dupla função de apoiar ações que inibem o uso indiscriminado e predatório dos recursos naturais na área de abrangência, como também contribuir para a legalização de atividades econômicas, passo importante para usuários dispostos a manter-se em conformidade com o marco legal ambiental anteriormente estabelecido. Uma abordagem efetiva dos problemas, mas também das potencialidades existentes no Estado até aqui analisados, não pode ignorar questões de ordenamento territorial e regularização fundiária, que freqüentemente figuram como pré-condicionantes legais para o licenciamento ambiental e a legalização de produtos florestais e agropecuários. Uma abordagem completa dos problemas fundiários na extensa área de abrangência do Projeto não é, porém, possível em um projeto de natureza limitada em relação ao tempo e recursos humanos e financeiros disponíveis. Por isso, o enfoque do Plano neste tema transversal concentrar-se-á em investimentos estratégicos para estruturar e descentralizar o órgão estadual de controle, fiscalização e monitoramento ambiental e criar as condições físicas, humanas e gerenciais necessárias para o seu bom desempenho. Espera-se obter, assim, consideráveis efeitos de sinergia, considerando-se aqui principalmente os resultados já alcançados na área do ordenamento territorial local nos últimos anos pelo SPRN no âmbito da cooperação internacional no PPG7, como também os novos convênios estabelecidos entre os órgãos competentes das esferas estadual (ITEAM) e federal (INCRA) para a regularização fundiária de terras e recuperação ambiental em municípios no Sul e Sudeste do Amazonas. 46 5.2.1. Objetivos Especificos · Implementar ações integradas visando a efetividade da gestão ambiental e territorial em áreas sob intensa pressão pelo uso dos recursos naturais, possibilitando maior eficácia na sua conservação. · Garantir a proteção dos recursos naturais, evitando praticas predatórias e orientar as estratégias de ordenamento e de fomento ao uso; · Implementar a conservação e o uso sustentável da biodiversidade, direcionado ao proveito do desenvolvimento regional; · Promover o zoneamento Ecológico e Econômico, o Ordenamento Territorial, e a regularização Fundiária, buscando reverter as formas indevidas de ocupação da terra e a exploração dos recursos naturais · Apoiar a implementação da política estadual de valorização dos recursos naturais e serviços ambientais, e de desenvolvimento rural sustentável no Estado, fomentando as atividades 5.3 Estratégia de Implementação Serão adotadas as seguintes estratégias para implementação do Plano Estadual de Prevenção e Combate do Desmatamento no Amazonas:s 1.Planejamento integrado das instituições envolvidas; 2.Processo gradual, em etapas, a partir de critérios definidos por prioridades; 3.Eleger regiões pólos para atuação por regiões; 4.Estabilidade das equipes de trabalho nos escritórios dos pólos regionais através de instrumentos legais específicos como portarias, dentro de plano de cargos e salários das instituições, por concursos públicos ou excepcionalmente por cargos comissionados nomeação voltados para cargos criados para os pólos. 5.Priorizar municípios pólos situados nas regiões prioritárias de programas e projetos específicos que contemplem apoio para essas iniciativas (BIRD, KFW, BNDES, GTZ, etc.); 6.Compartilhar espaços únicos das instituições, inclusive para o município, a fim de possibilitar a integração da atuação em conjunto nos escritórios multifuncionais dos pólos; 7.Priorizar os municípios com sistemas municipais de meio ambiente para descentralizar atividades de competência estadual que possibilitem a disponibilidade de mais pessoal para as atividades nos municípios do interior; 8.Envolvimento da sociedade organizada e dos poderes constituídos no processo de comprometimento e nas decisões das ações e atividades de gestão. 5.4 Objetivos Específicos 5.3.1 Aumentar a efetividade da gestão ambiental e territorial em áreas sob intensa pressão pelo uso dos recursos naturais, possibilitando maior eficácia na sua conservação, objetivando: 5.3.2 Apoiar a implementação da política estadual de valorização dos recursos naturais e serviços ambientais, e de desenvolvimento rural sustentável no Estado, fomentando as atividades : a) A melhoria da Gestão de florestas públicas e das áreas protegidas; b) Melhorar o controle, monitoramento e fiscalização ambiental; c) Aumentar a conservação e o uso sustentável da biodiversidade; e) Promover o zoneamento Ecológico e Econômico, o Ordenamento Territorial, e a regularização Fundiária; a) De manejo florestal sustentável; b) De recuperação de áreas desmatadas; c) Produtivas sustentáveis. RESULTADOS/ATIVIDADES Dinamização da Gestão Ambiental 1 Sistema Estadual de Meio Ambiente reestruturado e fortalecido no âmbito estadual, com a desconcentração do IPAAM com suas ações ampliadas nos municípios estratégicos do Estado 1.1. Criar 4 Centros Multifuncionais Estratégicos nos Municípios de Tabatinga, Parintins, Lábrea e Humaitá 1.2. Implantar as estruturas físicas com equipamentos e sistema de comunicação via satélite nos 4 Centros Multifuncionais definidos. 1.3. Elaborar o plano estratégico para a implementação dos Centros Multifuncionais . 2 Sistemas Municipais de Meio Ambiente criados e/ou fortalecidos, de modo compartilhado com as instâncias federais e estadual (pacto federativo) e entidades da sociedade civil organizada, propiciando a implantação e a implementação dos seus elementos constitutivos 2.1. Elaborar e implementar o plano estratégico de combate ao desmatamento junto com os municípios foco da proposta. 2.2. Criar e fortalecer os Órgãos Municipais de Meio Ambiente em seus aspectos administrativos, técnicos, físicos e de equipamentos, dotando-os de infraestrutura para a execução de suas atribuições legais. 3 Instrumentos de gestão ambiental desenvolvidos, fortalecidos e implementados de forma pactuada, integrada e compartilhada entre as esferas estadual e local 3.1. Apoiar a criação de unidades de conservação municipais. 3.2. Apoiar a elaboração e execução de um programa municipal de educação ambiental. 3.3. Implementar o processo de descentralização da fiscalização e licenciamento ambiental para os municípios de modo compartilhado com as esferas estadual e federal. 4 Gestores municipais, membros dos conselhos de meio ambiente, representantes de entidades civis e corpo técnico municipal e estadual envolvidos no processo de desconcentração e descentralização capacitados para o desempenho das funções inerentes à gestão ambiental local 4.1. Promover capacitação em legislação ambiental federal e estadual com ênfase nas competências dos municípios quanto à gestão ambiental e territorial. 4.2. Promover capacitação na elaboração participativa de diagnósticos municipais socioambientais e na formulação de programas municipais de gestão ambiental e territorial. 4.3. Promover capacitação na elaboração participativa dos instrumentos legais, operacionais e administrativos dos órgãos, conselhos e fundos municipais de meio ambiente. 4.4. Promover capacitação para a interpretação e implementação dos instrumentos de gestão ambiental. 4.5. Promover capacitação para a gestão de recursos florestais e pesqueiros. 5 Sistema Estadual de Informações Ambientais e Territoriais Implementado 5.1. Estruturar e implementar base física para banco de dados ambientais com aquisição e instalação de equipamentos e softwares adequados. 5.2. Fortalecer equipe técnica especializada/treinada na implementação de banco de dados. 5.3. Formatar e estruturar banco de dados ambientais com definição de temas, variáveis e indicadores. 5.4. Instalar banco de dados em sistema operacional adequado, com formatos de entrada de dados, processamento, emissão de relatórios e exibição em página da internet. 47 48 5.5. Constituir terminais de alimentação e acesso ao banco de dados ambientais nos Centros Multifuncionais e nos municípios com sistemas de meio ambiente implantados nos municípios. 5.6. Disponibilizar banco de dados em página de acesso público. 6 Administração e Execução do Plano 6.1. Pactuar matriz lógica do programa e implementar modelo operacional, incluindo mecanismos de controle e supervisão do conjunto dos resultados e atividades do Plano. 6.2. Implementar modelo de gestão compartilhada, incluindo processos de programação, reprogramação, acompanhamento e avaliação do conjunto de resultados e atividades do Plano. 7 Controle, Fiscalização e Monitoramento Ambiental 7.1 Ações de controle ambiental implantadas nos municípios. 7.2 Ações do Grupo Estratégico de Combate a Crimes Ambientais - GECAM 7.3. Apoio a ações estratégicas e operações do Batalhão Ambiental do Estado do AM 8 Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade (em U’Cs dentro da área foco do plano) 8.1 Plano de Gestão 8.2 Conselho Gestor 8.3 Infraestrutura/Custos Operacionais 8.4 Monitoramento Ambiental 8.5 Regularização Fundiária em UC 9 Ordenamento Territorial - Zoneamento-Econômico-Ecológico – ZEE 9.1 Capacitação dos técnicos do Sistema SDS para execução dos ZEEs 9.2 Infra-Estruturação para os trabalhos de campo 9.3 Levantamento de dados preliminares. 9.4 Elaboração de mapas – base. 9.5 Execução de trabalhos de campo (incluindo Consultas Públicas) 9.6 Elaboração de Relatórios Temáticos. 9.7 Elaboração de Mapas – Síntese e Temáticos. 9.8 Produção de Atlas de ZEE impresso. 9.9 Produção de Atlas de ZEE em mídia eletrônica. 10 Ordenamento Territorial – Regularização Fundiária - ITEAM 10.1. Condução de processos de Regularização Fundiária nos municípios propostos 10.2 Criação dos Fóruns da Terra (Controle Social das Políticas Fundiárias e de Reforma Agrária) 10.3. Revitalização do Acervo Fundiário 10.4. Fortalecimento Institucional 11 Fomento a Atividades Produtivas 11.1. Cadeia da borracha reestruturada 11.2 Cadeia das espécies oleaginosas fortalecida 11.3 Cadeia da castanha-do-brasil fortalecida 11.4 Cadeia produtiva das fibras e artesanatos 11.5 Cadeia produtiva da madeira oriunda de planos de manejo sustentáveis sistematizada e monitorada 11.6 Cadeia dos animais silvestres estruturada 11.7 Manejo sustentável de pastagens implementado 11.8 Florestas públicas manejadas 5.5. Matriz Lógica A matriz lógica deverá ser consolidada e pactuada em uma oficina de planejamento participativo (prevista na atividade 7.1.), ocasião na qual será definido o cronograma de físico-financeiro, que deverá considerar o período de agosto de 2008 a dezembro de 2014, para execução do Programa. Indicadores RESULTADOS/ATIVIDADES Fontes de Verificação 1. Sistema Estadual de Meio Ambiente reestruturado e fortalecido no âmbito estadual, com a desconcentração do IPAAM com suas ações ampliadas nos municípios estratégicos do Estado 1.1. Criar 4 Centros Multifuncionais Estratégicos nos Municípios de Tabatinga, Parintins, Lábrea e Humaitá Pólos definidos Pólos implantados 1.2. Implantar as estruturas físicas com equipamentos e sistema de comunicação via satélite nos 4 Centros Multifuncionais definidos 1 centro implantado até o final do primeiro ano 2 centros implantados até o final do segundo ano . 3 centros implantados até o final do terceiro ano. 4 centros implantados até o final do quarto ano. Relatórios Fotos dos Centros Multifuncionais 1.3. Elaborar o plano estratégico para a implementação dos Centros Multifuncionais . 1 Plano elaborado até o final do primeiro ano. 2 Planos elaborado até o final do segundo ano. 3 Plano elaborado até o final do terceiro ano. 4 Plano elaborado até o final do quarto ano. Cópia dos planos de trabalho. 2. Sistemas Municipais de Meio Ambiente criados e/ou fortalecidos, de modo compartilhado com as instâncias federais e estadual (pacto federativo) e entidades da sociedade civil organizada, propiciando a implantação e a implementação dos seus elementos constitutivos 2.1. Elaborar e implementar o plano estratégico de combate ao desmatamento junto com os municípios foco da proposta. 1 Plano de Trabalho elaborado até o final do primeiro ano. 2 Plano de Trabalho elaborado até o final do segundo ano. 3 Plano de Trabalho elaborado até o final do terceiro ano. 4 Plano de Trabalho elaborado até o final do quarto ano. Cópia dos planos de trabalho. 2.2. Criar e fortalecer os Órgãos Municipais de Meio Ambiente em seus aspectos administrativos, técnicos, físicos e de equipamentos, dotando-os de infra-estrutura para a execução de suas atribuições legais. 1 órgão ambiental estruturado até o final do primeiro ano . 2 órgãos ambientais estruturados até o final do segundo ano. 3 órgãos ambientais estruturados até o final do terceiro ano. 4 órgãos ambientais estruturados até o final do quarto ano. Relatórios e fotos dos OMMA. 3. Instrumentos de gestão ambiental desenvolvidos, fortalecidos e implementados de forma pactuada, integrada e compartilhada entre as esferas estadual e local. 3.1. Apoiar a criação de unidades de conservação municipais. 4 unidades de conservação municipais criadas até o final do quarto ano . Cópia dos decretos de criação. 3.2. Apoiar a elaboração e execução de um programa municipal de educação ambiental. 1 programa municipal de educação ambiental elaborado por ano. Cópia dos programas municipais. 3.3. Implementar o processo 1 município executando o licenciamento a cada ano do Plano. de descentralização da fiscalização e licenciamento ambiental para os municípios de modo compartilhado com as esferas estadual e federal. Cópia das licenças emitidas pelos OMMA. Relatórios das ações de fiscalização. 49 4. Gestores municipais, membros dos conselhos de meio ambiente, representantes de entidades civis e corpo técnico municipal e estadual envolvidos no processo de desconcentração e descentralização capacitados para o desempenho das funções inerentes à gestão ambiental local 4.1. Promover capacitação em legislação ambiental federal e estadual com ênfase nas competências dos municípios quanto à gestão ambiental e territorial. 2 cursos de capacitação em legislação ambiental realizados a cada ano. Cópia dos relatórios dos cursos contendo conteúdo programático, lista de freqüência e fotos. 4.2. Promover capacitação na elaboração participativa de diagnósticos municipais socioambientais e na formulação de programas municipais de gestão ambiental e territorial. 2 cursos de capacitação em metodologias participativas realizados a cada ano. Cópia dos relatórios dos cursos contendo conteúdo programático, lista de freqüência e fotos. 4.3. Promover capacitação na elaboração participativa dos instrumentos legais, operacionais e administrativos dos órgãos, conselhos e fundos municipais de meio ambiente. 2 cursos de capacitação em metodologias participati- Cópia dos relatórios dos cursos contendo conteúdo vas realizados a cada ano. programático, lista de freqüência e fotos. 4.4. Promover capacitação para a interpretação e implementação dos instrumentos de gestão ambiental. 2 cursos de capacitação em política e instrumentos de gestão ambiental realizados a cada ano. Cópia dos relatórios dos cursos contendo conteúdo programático, lista de freqüência e fotos. 4.5. Promover capacitação para a gestão de recursos florestais e pesqueiros. 2 cursos de capacitação em gestão de recursos florestais e pesqueiros realizados a cada ano. Cópia dos relatórios dos cursos contendo conteúdo programático, lista de freqüência e fotos. 5. Sistema Estadual de Informações Ambientais e Territoriais Implementado 50 5.1. Estruturar e implementar base física para banco de dados ambientais com aquisição e instalação de equipamentos e softwares adequados. 1 Kits de equipamentos adquiridos até o primeiro ano 2 Kits de equipamentos adquiridos até o segundo ano. 3 Kits de equipamentos adquiridos até o terceiro ano. 4 Kits de equipamentos adquiridos até o quarto ano. Cópia das notas fiscais. 5.2. Fortalecer equipe técnica especializada / treinada na implementação de banco de dados. 2 cursos de capacitação nos softwares apropriados realizados até o primeiro ano. 4 cursos de capacitação nos softwares apropriados realizados até o segundo ano. 6 cursos de capacitação nos softwares apropriados realizados até o terceiro ano. 8 cursos de capacitação nos softwares apropriados realizados até o quarto ano. Cópia dos relatórios dos cursos contendo conteúdo programático, lista de freqüência e fotos. 5.3. Formatar e estruturar banco de dados ambientais com definição de temas, variáveis e indicadores. 2 cursos de capacitação nos softwares apropriados realizados até o primeiro ano. 4 cursos de capacitação nos softwares apropriados realizados até o segundo ano. 6 cursos de capacitação nos softwares apropriados realizados até o terceiro ano. 8 cursos de capacitação nos softwares apropriados realizados até o quarto ano. Cópia dos relatórios da consultoria contendo a estrutura do banco de dados. 5.4. Instalar banco de dados em sistema operacional adequado, com formatos de entrada de dados, processamento, emissão de relatórios e exibição em página da internet. 1 bancos de dados em funcionamento e com emissão Cópia dos relatórios ou informações emitidas pelo de informações/relatórios até o primeiro ano. sistema. 2 bancos de dados em funcionamento e com emissão de informações/relatórios até o segundo ano. 3 bancos de dados em funcionamento e com emissão de informações/relatórios até o terceiro ano. 4 bancos de dados em funcionamento e com emissão de informações/relatórios até o quarto ano. 1 terminais implantados até o primeiro ano. Relatórios e fotos dos terminais. 5.5. Constituir terminais de alimentação e acesso ao 2 terminais implantados até o segundo ano. banco de dados ambientais 3 terminais implantados até o terceiro ano. nos escritórios regionais 4 terminais implantados até o quarto ano. implantados do IPAAM e nos municípios com sistemas de meio ambiente implantados. 5.6. Disponibilizar banco de dados em página de acesso público. Página de acesso público disponibilizada até o segundo ano. Consultas ao site. 6. Administração e Execução do Plano 6.1. Pactuar matriz lógica Modelo administrativo-financeiro definido nos primeiros seis do programa e implementar meses do Plano. modelo administrativofinanceiro, incluindo mecanismos de controle e supervisão do conjunto dos resultados e atividades do programa. Cópia do relatório da Oficina. Cópia dos relatórios físico-financeiros. 6.2. Implementar modelo de gestão compartilhada, incluindo processos de programação, reprogramação, acompanhamento e avaliação do conjunto de resultados e atividades do programa. Cópia dos relatórios das RAPP. 7. Controle, Fiscalização e Monitoramento Ambiental 7.1. Ações de controle ambiental implantadas nos municípios. 62 municípios com as atividades clandestinas e desordenadas controladas; - ações de monitoramento e controle integradas com todos os órgãos do SISNAMA; - 62 municípios com as áreas com potencial de risco conhecidas e devidamente monitoradas;; - 50% dos municípios com diminuição nas práticas de grilagem de terras públicas em áreas críticas, associadas ao desmatamento ilegal; - 100% de redução nos índices de exploração madeireira ilegal, nas áreas de manejo florestal para produtos madeireiros e nãomadeireiros; 7.2. Ações do Grupo Estratégico de Combate a Crimes Ambientais - GECAM Estratégia confidencial 7.3. Apoio a ações estratégicas e operações do Batalhão Ambiental do Estado do AM Estratégia confidencial Relatórios técnicos de fiscalização Relatório estatísticos das atividades. 51 8. Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade (em Ucs dentro da área foco do plano) 8.1. Plano de Gestão Numero de planos redigidos apresentando seus programas e sub-programas de gestão Portarias publicadas pela SDS Atas das reuniões 1 = licenças ambientais e autorizações expedidas: 100% das licenças estão de acordo com as diretrizes do PG 8.4. Monitoramento Programa de monitoramento sendo replicado 2 = número de missões de fiscalização realizadas nas Ambiental UCs 8.5. Regularização Fundiária Aumento do número de artigos da Lei do SEUC sendo 3 = número de UCs com infraestrutura instalada em Uc regulamentados (bases, voadeiras e outros equipamentos, rádio, etc.) 8.2. Conselho Gestor Realização das reuniões ordinárias 8.3. Infraestrutura/Custos Operacionais Implementação de infraestrutura física, programa de fiscalização e zoneamento definidos 9. Ordenamento Territorial - Zoneamento-Econômico-Ecológico – ZEE 9.1. Capacitação dos técnicos do Sistema SDS para execução dos ZEEs Capacitar os técnicos do Sistema SDS (SDS/IPAAM/ IDAM/ADS/FEPI) Adquirir veículos tipo pick-up cabina dupla para trabalhos de campo; Adquirir veículos tipo motocicleta, para trabalhos de campo; Adquirir reboques duas rodas, para transporte de canoas, equipamentos, etc; Adquirir botes de alumínio de 8m com motor de 40 Hp, para trabalhos de campo; Adquirir equipamentos e materiais permanentes de registro/projeção de áudio-visual (máq. Fotográficas/ filmadoras/data-show/ equipamento de som/ telas para projeção); Adquirir GPS; Adquirir workstations e outros equipamentos (plotter) necessários à estruturação de unidade de geoprocessamento específica para o ZEE; Adquirir softwares adequados (SGIs). 9.3. Levantamento de dados Levantar dados sócios –econômicos - ambientais de preliminares. 25 municípios do Estado do Amazonas. 9.4. Elaboração de mapas Construir 25 mapas-base para o ZEE/AM. 9.2. Infra-Estruturação para os trabalhos de campo – base. 52 9.5. Execução de trabalhos de campo (incluindo Consultas Públicas) Executar levantamentos de campo em 04 regiões do Estado do Amazonas integrantes do projeto. 9.6. Elaboração de Relatórios Temáticos. Tabular, sistematizar e descrever aspectos relacionados a sócia-economia, características ambientais, infra-estrutura básica e de apoio existente, situação fundiária, de conservação ambiental e outros aspectos necessários ao atendimento das demandas de ordenamento territorial/ produtivo de 04 regiões do Estado integrantes do projeto. 1 = taxa de desmatamento 2 = num. de UCs com programa de monitoramento de biodiversidade números. de portarias publicadas Bases cartográficas georreferenciadas oficiais (IBGE; CCSIVAM; DSG) Não se aplica. 9.8. Produção de Atlas de ZEE impresso. Produzir em média 18 produtos cartográficos temáticos por município integrante das 4 regiões do projeto; Produzir um Mapa – Síntese para cada região do Estado integrante do projeto. Produção de 04 Atlas de ZEE (01 para cada região do Estado integrante do Projeto). 9.9. Produção de Atlas de ZEE em mídia eletrônica. Produção de 04 Atlas de ZEE (01 para cada região do Estado integrante do Projeto). 9.7. Elaboração de Mapas – Síntese e Temáticos. Resultados dos levantamentos preliminares e de campo. Mapas – base; relatórios técnicos, científicos, diagnósticos, produtos cartográficos, informes oficiais de prefeituras municipais. Resultados dos levantamentos preliminares e de campo. Não se aplica. 10. Ordenamento Territorial – Regularização Fundiária - ITEAM 10. 1 Condução de processos de Regularização Fundiária nos municípios propostos 10.2. Criação dos Fóruns da Terra (Controle Social das Políticas Fundiárias e de Reforma Agrária) 10.3. Revitalização do Acervo Fundiário 10.4. Fortalecimento Institucional 11. Fomento a Atividades Produtivas Cadeia da borracha reestruturada número de seringueiros em atividade na cadeia Cadeia das espécies oleaginosas fortalecida número de associações na cadeia Cadeia da castanha-dobrasil fortalecida incremento da comercialização da castanha cadastro dos seringueiros nas associações; relatórios; fotos cadastro de coletores nas associações; relatórios; fotos IBGE; CONAB Cadeia produtiva das fibras e artesanatos número de produtores cadastrados IPAAM; Prefeituras Cadeia produtiva da madeira oriunda de planos de manejo sustentáveis sistematizada e monitorada fonte informações precisas sobre a cadeia númereo de ações monitoradas Cadeia dos animais silvestres estruturada regulamentação da atividade Normas específicas Manejo sustentável de pastagens implementado número de produtores capacitados e pastagens manejadas área de florestas sob manejo IDAM, IPAAM, área sob manejo Florestas públicas manejadas SEAFE 53 54 ATIVIDADES – Implantar as estruturas físicas com – Elaborar o plano estratégico implementação dos Centros Multifuncionais . 1.3 nos 4 Centros Multifuncionais definidos. para a equipamentos e sistema de comunicação via satélite 1.2 Municípios de Tabatinga, Parintins, Lábrea e Humaitá 1.1 – Criar 4 Centros Multifuncionais Estratégicos nos Meta 1 1 1 2009 1 1 1 2010 1 1 1 2011 1 1 1 2012 implementação elaborados e em Aripuanã Planos de Trabalho 1 em Novo 1 em Parintins e; 1 em Humaitá, 1 em Tabatinga, 1 em Lábrea 4 Centros: 1 em Parintins e; 1 em Humaitá, 1 em Tabatinga, 4 Centros: OBSERVAÇÕES Resultado 1 - Sistema Estadual de Meio Ambiente reestruturado e fortalecido no âmbito estadual, com a desconcentração do IPAAM com suas ações ampliadas nos municípios estratégicos do Estado 5.6. Cronograma de Atividades 55 2.2 – Criar e fortalecer os Órgãos Municipais de Meio Ambiente em seus aspectos técnicos, físicos e de equipamentos, dotando-os de infraestrutura para a execução de suas atribuições legais. 2.1 – Elaborar e implementar o plano estratégico de combate ao desmatamento junto com os municípios foco da proposta. ATIVIDADES 1 2009 1 2010 1 2011 Meta de 04 Municípios com Gestão Ambiental Fortalecidos, de forma compartilhada 1 2012 Estrutura e equipamentos definidos nas Oficinas de Planejamento OBSERVAÇÕES Resultado 2 - Sistemas Municipais de Meio Ambiente criados e/ou fortalecidos, de modo compartilhado com as instâncias federais e estadual (pacto federativo) e entidades da sociedade civil organizada, propiciando a implantação e a implementação dos seus elementos constitutivos 56 2009 1 1 1 ATIVIDADES 3.1 – Apoiar a criação de Unidades de Conservação Municipais. 3.2 – Apoiar a elaboração e execução de um programa municipal de educação ambiental. 3.3 – Implementar o processo de descentralização da fiscalização e licenciamento ambiental para os municípios de modo compartilhado com as esferas estadual e federal. 1 1 2010 1 1 2011 Meta: Estabelecer 4 (quatro) Termos de Cooperação assinados entre o IPAAM e Prefeituras. 1 1 2012 Oficina Participativa p/ elaboração do Plano de educação ambiental em cada município. 5 Unidades Criadas até o final do programa Indicações por ocasião das Oficinas. OBSERVAÇÕES Resultado 3 - Instrumentos de gestão ambiental desenvolvidos, fortalecidos e implementados de forma pactuada, integrada e compartilhada entre as esferas estadual e local 57 2009 2 2 2 2 2 ATIVIDADES 4.1 – Promover capacitação em legislação ambiental federal e estadual, com ênfase nas competências dos municípios quanto à gestão ambiental e territorial 4.2 – Promover capacitação na elaboração participativa de diagnósticos municipais socioambientais e na formulação de programas municipais de gestão ambiental e territorial 4.3 – Promover capacitação na elaboração participativa dos instrumentos legais, operacionais e administrativos dos órgãos, conselhos e fundos municipais de meio ambiente. 4.4 – Promover capacitação para a interpretação e implementação dos instrumentos de gestão ambiental. 4.5 – Promover capacitação para a gestão de recursos florestais e, pesqueiros. Metas: Pelo menos 300 pessoas capacitadas até o final do quarto ano 2 2 2 2 2 2010 2 2 2 2 2 2011 2 2 2 2 2 2012 Cursos realizados por Consultorias Especializadas OBSERVAÇÕES Resultado 4 - Gestores municipais, membros dos conselhos de meio ambiente, representantes de entidades civis e corpo técnico municipal e estadual envolvidos no processo de desconcentração e descentralização capacitados para o desempenho das funções inerentes à gestão ambiental local 58 2 5.2 – Fortalecer equipe técnica implementação de banco de dados. 1 1 5.4 – Instalar banco de dados em sistema operacional adequado, com formatos de entrada de dados, processamento, emissão de relatórios e exibição em página de internet. 5.5 – Constituir terminais de alimentação e acesso ao banco de dados ambientais nos centros multifuncionais implantados nos municípios . 5.6 – Disponibilizar banco de dados em página de acesso ao público. 1 5.3 – Formatar e estruturar banco de dados ambientais com definição de temas, variáveis e indicadores. na 1 5.1 – Estruturar e implementar base física para banco de dados ambientais com aquisição e instalação de equipamentos e softwares adequados. especializada/treinada 2009 ATIVIDADES 1 1 1 2 1 2010 1 1 1 2 1 2011 1 1 1 2 1 2012 Meta: Aumento do número de consultas e de fornecimento dos dados/informações do Sistema Estadual Resultado 5 - Sistema Estadual de Informações Ambientais e Territoriais Implementado Página de acesso público disponibilizada Terminais implantados Banco de dados em funcionamento e com emissão de informações/relatórios Banco de Dados estruturados Cursos para constituição de equipes aptas a implementar banco de dados Kits (equipamentos e softwares) adquiridos e instalados OBSERVAÇÕES 59 2012 OBSERVAÇÕES Rodadas de Avaliação e Planejamento Participativos Realizadas 2011 6.2 – Implementar modelo de gestão compartilhada, incluindo processos de programação, reprogramação, acompanhamento e avaliação do conjunto de resultados e atividades do programa. 2010 Modelo AdministrativoFinanceiro definido 2009 6.1 – Pactuar matriz lógica do programa e implementar modelo administrativo – financeiro, incluindo mecanismos e controle e supervisão do conjunto de resultados e atividades do programa. ATIVIDADES Meta: Modelo de gestão compartilhada em 4 municípios até o final do quarto ano Resultado 6 - Administração e Execução do Plano 60 62 25 7.3. Apoio a ações estratégicas e operações do Batalhão Ambiental do Estado do AM 62 7.1. Ações de controle ambiental implantadas nos municípios 7.2. Aplicação de geotecnologias no monitoramento da cobertura florestal 2009 ATIVIDADES 25 62 62 2010 2011 25 62 62 Meta: 62 municípios com as ações de controle, fiscalização e monitoramento efetivadas. Resultado 7 - Controle, Fiscalização e Monitoramento Ambiental 25 62 62 2012 OBSERVAÇÕES 61 10 8.2. Conselho Gestor 2 2 8.4. Monitoramento Ambiental 8.5. Regularização Fundiária em UC 8.3. Infraestrutura/Custos Operacionais 7 2009 8.1. Plano de Gestão ATIVIDADES Meta: 34 planos de gestão elaborados e 34 Conselhos Gestores instituídos 4 2 12 13 2010 4 2 12 14 2011 4 2 2012 Resultado 8 - Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade (em UC’s dentro da área foco do plano) OBSERVAÇÕES 62 ATIVIDADES 04 9.9. Produção de Atlas de ZEE em mídia eletrônica 95 5 2012 04 190 10 5 2011 9.8. Produção de Atlas de ZEE impresso 190 10 12 12 9.7. Elaboração de Mapas – Síntese e Temáticos 2 2010 10 10 13 13 2009 9.6. Elaboração de Relatórios Temáticos 9.5. Execução de trabalhos de campo (incluindo Consultas Públicas) 9.4. Elaboração de mapas – base 9.3. Levantamento de dados preliminares. 9.2. Infra-Estruturação para os trabalhos de campo 9.1. Capacitação dos técnicos do Sistema SDS para 3 execução dos ZEEs Meta: Resultado 9 - Ordenamento Territorial - Zoneamento-Econômico-Ecológico – ZEE 04 Atlas de ZEE em mídia eletrônica 04 Atlas de ZEE impressos 475 Mapas – Síntese e Temáticos Elaborados 25 Relatórios Temáticos Elaborados 25 trabalhos de campo executados 25 mapas – base elaborados 25 Levantamento de dados preliminares em campo 5 treinamentos em SIG OBSERVAÇÕES 63 25 10.2. Criação dos Fóruns da Terra (Controle Social das Políticas Fundiárias e de Reforma Agrária) 10.4. Fortalecimento Institucional 10.3. Revitalização do Acervo Fundiário 25 de 2009 Regularização ATIVIDADES 10.1. Condução de processos Fundiária nos municípios propostos Meta: 25 25 2010 Resultado 10 - Ordenamento Territorial – Regularização Fundiária - ITEAM 25 25 2011 25 25 2012 OBSERVAÇÕES 64 11.8. Florestas públicas manejadas 11.7. Manejo sustentável de pastagens implementado 11.6. Cadeia dos animais silvestres estruturada 11.5. Cadeia produtiva da madeira oriunda de planos de manejo sustentáveis sistematizada e monitorada 11.4. Cadeia produtiva das fibras e artesanatos 11.3. Cadeia da castanha-do-Brasil fortalecida 11.2. Cadeia das espécies oleaginosas fortalecida 11.1. Cadeia da borracha reestruturada ATIVIDADES Meta: Viabilizar as cadeias produtivas sustentáveis. 2009 Resultado 11 - Fomento as Atividades Produtivas Sustentáveis 2010 2011 2012 OBSERVAÇÕES 65 2009 2010 2011 2012 Total 2009 Programas / Ano 2010 752.000 902.000 150.000 2011 752.000 902.000 150.000 2012 752.000 902.000 150.000 Total 3.008.000 3.608.000 600.000 3.1. Apoiar a criação de unidades de conservação municipais. 3.2. Apoiar a elaboração e execução de um programa municipal de educação ambiental. 3.3. Implementar o processo de descentralização da fiscalização e licenciamento ambiental para os municípios de modo compartilhado com as esferas estadual e federal. Sub-Total /ação 90.000 75.000 180.000 345.000 90.000 75.000 180.000 345.000 180.000 345.000 75.000 90.000 180.000 345.000 75.000 90.000 720.000 1.380.000 300.000 360.000 3. Instrumentos de gestão ambiental desenvolvidos, fortalecidos e implementados de forma pactuada, integrada e compar@lhada entre as esferas estadual e local. 752.000 902.000 150.000 2.2. Criar e fortalecer os Órgãos Municipais de Meio Ambiente em seus aspectos administrativos, técnicos, físicos e de equipamentos, dotando-os de infra-estrutura para a execução de suas atribuições legais. Sub-Total /ação 2.1. Elaborar e implementar o Plano Estratégico de Combate ao Desmatamento junto com os municípios foco da proposta 2. Sistemas Municipais de Meio Ambiente criados e/ou fortalecidos, de modo compar@lhado Bpacto federa@voD e en@dades da sociedade civil organizada. Programas / Ano 1.380.000 Subtotal 3.608.000 Subtotal Programas / Ano 2009 2010 2011 2012 Total Subtotal 1. Sistema Estadual de Meio Ambiente reestruturado e fortalecido no âmbito estadual, com a desconcentração do IPAAM com suas ações ampliadas nos municípios estratégicos do Estado 1.1. Criar 4 Centros Multifuncionais Estratégicos nos 450.000 450.000 450.000 450.000 1.800.000 Municípios de Tabatinga, Parintins, Lábrea e Humaitá 1.2. Implantar as estruturas físicas com equipamentos e 2.980.000 sistema de comunicação via satélite 04 Centros 250.000 250.000 250.000 250.000 1.000.000 Multifuncionais definidos. 1.3. Elaborar o Plano Estratégico para a implementação dos 45.000 45.000 45.000 45.000 180.000 centros multifuncionais. 745.000 745.000 745.000 745.000 2.980.000 Sub-Total /ação 66 2009 2010 2011 2012 Total Subtotal 90.000 120.000 180.000 150.000 120.000 660.000 90.000 120.000 180.000 150.000 120.000 660.000 120.000 660.000 150.000 180.000 120.000 90.000 Programas / Ano 2009 2010 2011 5. Sistema Estadual de Informações Ambientais e Territoriais Implementado no órgão ambiental estadual (IPAAM) 5.1. Estruturar e implementar base física para banco de dados ambientais com aquisição e instalação de 650.000 650.000 650.000 equipamentos e softwares adequados. 5.2. Fortalecer equipe técnica especializada / treinada na 90.000 90.000 90.000 implementação de banco de dados. 5.3. Formatar e estruturar banco de dados ambientais com 60.000 60.000 60.000 definição de temas, variáveis e indicadores. 5.4. Instalar banco de dados em sistema operacional adequado, com formatos de entrada de dados, processamento, emissão de relatórios e exibição em página 70.000 70.000 70.000 da internet. 5.5. Constituir terminais de alimentação e acesso ao banco de dados ambientais nos escritórios regionais implantados do IPAAM e nos municípios com sistemas de meio ambiente 150.000 150.000 150.000 implantados. 5.6. Disponibilizar banco de dados em página de acesso 40.000 40.000 40.000 público. 1.060.000 1.060.000 1.060.000 4.1. Promover capacitação em legislação ambiental federal e estadual com ênfase nas competências dos municípios quanto à gestão ambiental e territorial. 4.2. Promover capacitação na elaboração participativa de diagnósticos municipais socioambientais e na formulação de programas municipais de gestão ambiental e territorial. 4.3. Promover capacitação na elaboração participativa dos instrumentos legais, operacionais e administrativos dos órgãos, conselhos e fundos municipais de meio ambiente. 4.4. Promover capacitação para a interpretação e implementação dos instrumentos de gestão ambiental. 4.5. Promover capacitação para a gestão de recursos florestais e pesqueiros. Sub-Total /ação Total 2.600.000 360.000 240.000 280.000 600.000 160.000 4.240.000 650.000 90.000 60.000 70.000 150.000 40.000 1.060.000 480.000 2.370.000 600.000 720.000 480.000 90.000 2012 120.000 660.000 150.000 180.000 120.000 90.000 4.240.000 Subtotal 2.370.000 4. Testores municipais? membros dos conselAos de meio ambiente? representantes de en@dades civis e corpo técnico municipal e estadual envolvidos no processo de desconcentração e descentralização capacitados. Programas / Ano 67 2010 989.594 11.655.667 989.594 13.127.890 2009 1.214.870 1.576.093 2010 2009 9.451.203 90.000 210.000 90.000 210.000 10.562.203 120.000 2010 120.000 2009 8.1. Plano de Gestão 8.2. Conselho Gestor 8.3. Infraestrutura/Custos Operacionais 8.4. Monitoramento Ambiental 8.5. Regularização Fundiária em Ucs Sub-Total /ação 1.412.833 430.000 9.326.667 1.000.000 2.000.000 14.169.500 1.412.833 430.000 9.326.667 1.000.000 2.000.000 14.169.500 8. Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade (em Ucs dentro da área foco do plano) Programas / Ano 7.1 Ações de controle ambiental (Fiscalização e Monitoramento) - IPAAM 7.2. Ações do Grupo Estratégico de Combate a Crimes Ambientais - GECAM 7.3 Apoio a ações estratégicas e operações do Batalhão Ambiental do Estado do AM Sub-Total /ação 7. Controle, Monitoramento e Fiscalização Ambiental Programas / Ano 6.1. Pactuar matriz lógica do programa e implementar modelo administrativo-financeiro, incluindo mecanismos de controle e supervisão do conjunto dos resultados e atividades do programa. 6.2. Implementar modelo de gestão compartilhada, incluindo processos de programação, reprogramação, acompanhamento e avaliação do conjunto de resultados e atividades do programa. Sub-Total /ação Programas / Ano 6. Administração e Execução do Plano 1.412.833 430.000 9.326.667 1.000.000 2.000.000 14.169.500 2011 659.594 10.991.890 1.441.093 8.891.203 2011 90.000 210.000 120.000 2011 2012 659.594 11.011.890 1.561.093 8.791.203 2012 90.000 210.000 120.000 2012 4.238.499 1.290.000 27.980.001 3.000.000 6.000.000 42.508.500 Total 3.298.376 46.787.337 5.793.149 37.695.812 Total 360.000 840.000 480.000 Total 42.508.500 Subtotal 46.787.337 Subtotal 840.000 Subtotal 68 2009 Programas / Ano 11. Fomento a Atividades Produtivas 11.1. Borracha 11.2. Espécies oleaginosas florestais 11.3. Castanha-do-brasil 11.4 Fibras e artesanatos 11.5. Madeira oriunda de planos de manejo sustentáveis 11.6. Animais silvestres 11.7. Manejo sustentável de pastagens 11.8. Concessão de florestas públicas estaduais Sub-Total /ação Total/ano 10.1. Condução de processos de Regularização Fundiária nos municípios propostos 10.2. Criação dos Fóruns da Terra (Controle Social das Políticas Fundiárias e de Reforma Agrária) 10.3. Revitalização do Acervo Fundiário 10.4. Fortalecimento Institucional Sub-Total /ação 10. Ordenamento Territorial - Regularização Fundiária - ITEAM Programas / Ano 9.1. Capacitação dos técnicos do Sistema SDS para execução dos ZEEs 9.2. Infra-estrutura para os trabalhos de campo 9.3. Levantamento de dados preliminares. 9.4. Elaboração de mapas – base. 9.5. Execução de trabalhos de campo (incluindo Consultas Públicas) 9.6. Elaboração de Relatórios Temáticos. 9.7. Elaboração de Mapas – Síntese e Temáticos. 9.8. Produção de Atlas de ZEE impresso. 9.9. Produção de Atlas de ZEE em mídia eletrônica. Sub-Total /ação 2.495.500 2.383.000 2010 2.000.800 225.680 3.800.480 190.850 2.900.208 175.000 850.050 3.350.420 13.493.488 58.711.155 2.156.020 230.800 7.350.420 180.900 3.580.800 155.000 780.750 4.150.600 18.585.290 70.562.680 150.000 3.500.000 1.650.000 12.975.000 200.000 5.500.000 1.750.000 18.375.000 2009 7.675.000 10.925.000 2010 1.848.000 37.500 75.000 1.848.000 2009 90.000 350.000 60.000 35.000 2010 90.000 350.000 60.000 35.000 9. Ordenamento Territorial - Zoneamento-Econômico-Ecológico – ZEE Programas / Ano 1.520.800 179.800 2.122.000 150.220 2.490.600 186.700 438.650 2.122.000 9.210.770 54.439.660 2011 150.000 2.500.000 2.150.000 13.650.000 8.850.000 2011 2.495.500 1.848.000 37.500 75.000 90.000 350.000 60.000 35.000 2011 1.280.000 129.290 2.000.200 140.600 2.110.000 192.380 334.550 1.342.000 7.529.020 24.666.910 2012 0 2012 924.000 15.000 30.000 300.000 400.000 2.204.000 90.000 350.000 60.000 35.000 2012 6.957.620 765.570 15.273.100 662.570 11.081.608 709.080 2.404.000 10.965.020 48.818.568 208.110.405 Total 500.000 11.500.000 5.550.000 45.000.000 27.450.000 Total 6.468.000 90.000 180.000 300.000 400.000 9.578.000 360.000 1.400.000 240.000 140.000 Total 208.110.405 48.818.568 Subtotal 45.000.000 Subtotal 9.578.000 Subtotal 69 70