Edição nº 14 - Portal Concepcionista
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Edição nº 14 - Portal Concepcionista
14 Experiência Marcante Alunos do Recanto Betânia-SP visitam escola com alunos especiais 26 Ano VII - Nº 14 - Junho 2006 Seções EDITORIAL DESTAQUE Rumos da Educação Seminário realizado em Passos-MG discute os desafios da sala de aula Colégio Maria Imaculada de São Paulo celebra 70 anos de existência - PÁGINA 8 Uma escolha Divina HOMENAGEM Todos somos chamados a ser colaboradores na construção do Reino de Deus CF 2006 PASTORAL 42 ATIVIDADES ESPIRITUALIDADE Princípios Educativos Aconteceu na Espanha a II Assembléia Internacional de Religiosas e Leigos Concepcionistas VOCAÇÃO PELO MUNDO PEDAGOGIA AÇÃO COMUNITÁRIA CIDADANIA 38 A Campanha da Fraternidade de 2006 nos convida a refletir sobre a inclusão das pessoas com deficiência - PÁGINA 17 50 Nossa Língua A Língua Portuguesa e a sua individualidade PROJETOS 61 PSICOLOGIA Nossa Capa Eleições e Cidadania Orientações e critérios para a escolha dos canditados 73 Colégio Imaculada Conceição de Passos-MG mobiliza a cidade em ato pela Vida PÁGINA 66 Infância e Escola Qual é o momento certo para colocar o filho na escola? Expediente Fachada, Irmãs e Funcionários da Sede Provincial - SP Fale conosco INTEGRAÇÃO EM REVISTA é uma publicação das Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino Diretora Responsável: Ir. Wanilda Melo Barbara ([email protected]) Produção Gráfica: Edenilson S. Coelho ([email protected]) Impressão: Vox Editora - SP Tiragem desta Edição: 7500 exemplares (Distribuição gratuita e dirigida) Sua opinião é importante para nós! Envie seus comentários, críticas ou sugestões para: E-mail: [email protected] ou, se preferir via Correio: Rua Humberto I, nº 395 - Vila Mariana - Cep: 04018-031 - São Paulo - SP Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino www.concepcionistas.com.br EDITORIAL SEDE PROVINCIAL Rua Humberto I, Nº 395 - Vila Mariana Cep: 04018-031 – São Paulo – SP Tel. (11) 5539-2577 – Fax (11) 5549 5743 E-mail: [email protected] CRECHE LAR ESCOLA “CARMEN SALLÉS” Rua Conselheiro Rodrigues Alves, 419 Cep: 04014-011 - Vl. Mariana São Paulo - SP - Tel.: (11) 5083-0941 RECANTO BETÂNIA Rodovia José Simões Louro Jr. , 3284 Cep: 06900-000 - Embu Guaçu - SP Tel.: (011) 4661-1449 E-mail: [email protected] COLÉGIO MARIA IMACULADA Rua Francisco Gomes, 661 Cep:13730-320 - Mococa - SP Tel.: (19) 3656-0107 Site: www.cmimococa.com.br E-mail: [email protected] LAR MARIA IMACULADA Rua Prudente de Morais, Nº 533 Cep: 13730-400 – Mococa – SP Telefax: (19) 3656-0020 E-mail: [email protected] COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃO Rua Professor José Cândido, 238 - Centro Cep: 37750-000 - Machado - MG Tel.: ( 35) 3295 1168 E-mail: [email protected] COLÉGIO IMACULADA CONCEIÇÃO Rua Cristiano Stockler, Nº 271 Cep: 37900-150 – Passos - MG Tel.: (35) 3521-8777 – Fax: (35) 3521-6221 Site: www.cicpassos.com.br E-mail: [email protected] COLÉGIO REGINA PACIS Rua Daniel de Carvalho, 1424 Cep: 30430 - 050 - Belo Horizonte - MG Tel.: (31) 3337-5945 Site: www.rpacisbh.com.br E-mail: [email protected] CASA NOVICIADO Rua Herculano de Freitas, 1.566 - Barroca Cep: 30430-120 – Belo Horizonte - MG Tel.: (31) 3332-3933 e 3332-9741 E-mail: [email protected] CASA CARMEN SALLÉS Rua 11, N.º 105 Cep: 38230-000 – Fronteira - MG Tel. 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A bola, um objeto tão pequeno, prende nesses dias, a atenção de milhões de pessoas e embora seja um objeto externo a cada pessoa, vem carregado de significados. O que vem a ser isto? Se pararmos apenas numa análise racional do objeto: bola, vamos constatar que parece tudo uma tolice. Então, como é possível que tantas pessoas deixem seus afazeres, alterem seus programas e se coloquem diante da TV como se estivessem diante de um objeto sagrado? Como explicar que tantas pessoas gastem milhões de dinheiro para poderem ver de perto a bola rolando em algum gramado verde de um país, que nesse momento parece ser o único do mundo, pelo menos para aqueles grupos que estão envolvidos na competição? Realmente, numa consideração isolada, isso tudo parece sem sentido. Como explicar a convergência de todos em torno de uma única causa? Mas, na realidade constatamos que há algo mais forte que dá novo significado à bola. Percebemos que há várias questões, pessoas, sentimentos e realidades que se convergem. Diante desse fato, o que poderia se limitar a uma subjetividade, assume proporções gigantescas, mundiais, globais. Vários países e pessoas se unem diante de um evento que une os sentimentos, expectativas, sonhos de milhões de pessoas, ainda que poucos sejam os que possam usufruir dos benefícios dessa competição. Constatamos que entre os diferentes sentidos/sentimentos/ raciocínios, existem interconexões entre as distintas localidades, sendo que há algo que aglutina tudo em torno de uma única meta: vencer um campeonato, ser reconhecido como o melhor país do mundo, pelo menos no futebol, manifestar a alegria que envolve todo o povo diante dessa festa comum... Há sem dúvida um sentimento único em todos, é toda uma nação que está presente naquele objeto mágico e naquelas pessoas, convocadas para corresponder aos anseios, sonhos e desejos mais profundos de todos os demais compatriotas. Tudo isto é, sem dúvida, uma grande maravilha de aglutinação das pessoas em torno de um sonho comum. E como faz pensar a força magnética exercida pela bola que corre no gramado, impulsionada pela atenção, pela presença, pela habilidade, pela arte e pela astúcia dos profissionais da competição! Quem dera esse mesmo impulso, essa mesma paixão, pudesse envolver os povos das nações participantes na Copa, para a conquista de objetivos humanitários que visassem a obtenção de melhores condições de vida para os povos do Planeta! Creio que não necessitaríamos tamanho empenho para combater a fome, o analfabetismo, o desemprego, a violência, as guerras, o cuidado com a natureza, etc. A competição mundial de futebol, traz para todos nós uma grande lição: podemos nos unir, podemos integrar nossas energias em prol de outras causas também, sobretudo nesses momentos em que estamos nos aproximando das eleições no Brasil. O que dizer da escolha daqueles que deverão ser os representantes do povo na condução do governo do País? Que time vamos escolher? Seremos capazes de escolher pessoas que correspondam aos ideais, aos sonhos, aos anseios de nossa gente? Seremos capazes de escolher aqueles que alcançarão para nós a taça da vitória da superação da fome e da miséria, do analfabetismo, do desemprego, da superação das diferenças sociais, e da conquista de cuidados com a saúde de todos? Queira Deus que possamos aprender a lição que a FIFA nos dá e caminhemos em direção à grande conquista, do campeonato a ser vencido para o bem do povo brasileiro. IR. WANILDA MELO BARBARA ABRIGO JESUS, MARIA E JOSÉ Rua Prof. José Cândido, Nº 284 Cep: 37750-000 – Machado - MG Tel.: (35) 3295-1219 ? Vamos torcer pelo COLÉGIO MARIA IMACULADA Av. Bernardino De Campos , 79 Cep: 04004-050 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3283-2111 Site: www.colegiomariaimaculada.com.br E-mail: [email protected] DESTAQUE Desde 1912 no Brasil, as irmãs Concepcionistas Missionárias do Ensino escolheram o estado de São Paulo para abrigar a sede da Congregação no Brasil. É no bairro de Vila Mariana, zona Sul da cidade de São Paulo que está localizada a casa-mãe que acolhe as outras obras concepcionistas, sediando encontros e cursos e centralizando todas as suas atividades empresariais, sejam administrativas, financeiras, jurídicas, etc. Inspiradas no ideal de sua Fundadora, a Beata Carmen Sallés: “adiante, sempre adiante, Deus proverá”, em 1992 as irmãs Concepcionistas deram um passo fundamental para a melhoria e eficiência de sua atuação no Brasil. Sede Provincial Espaço de unidade, crescimento, encontro e projeção o O nome é Sede Provincial, mas na verdade do dia-a-dia, ela é Casa-Mãe da Província, tanto que sua missão é “acolher as Irmãs da Província” e, claro, de todas as Províncias e Delegações Concepcionistas que, porventura vierem ao Brasil. Casa Mãe da Província, a sede provincial representa, para a Congregação, o que a capital do Brasil representa para a Nação: ali é a “sede”, o lugar onde reside a Superiora Provincial e realizam-se as reuniões do Governo Provincial, o GP. Ali se tomam as decisões necessárias para o governo da Província em unidade com a Congregação. Por isso, a Sede se situa em um Centro maior, com mais facilidades de acesso, seja no plano religioso, cultural, e de comunicação. Como as paróquias dependem da Diocese, as Dioceses dependem da Sede Papal e uma não teria razão de ser sem as demais, assim é Sede Provincial. Ela é responsável por unir as Casas numa mesma linha congregacional, mantê-las informadas dos assuntos da Província, de toda a Congregação e, ao mesmo tempo, torná-las partícipes nos acontecimentos e decisões. CONTINUA INTEGRAÇÃO Junho 2006 5 DESTAQUE Situada desde 1983 na Rua Humberto I, Vila Mariana, a Sede Provincial acolhe com solicitude as Irmãs e os membros da grande família concepcionista, que a ela se dirigem para as reuniões. Atualmente, funciona na Sede Provincial a Equipe Econômica Provincial, a Equipe Administrativa, que, com seus funcionários, dão assistência técnica-administrativa aos Colégios e Casas da Província. Esta Organização resultou de um processo iniciado em 1992 com a assessoria de uma equipe externa de consultores, com a finalidade de avaliar a realidade educacional dos colégios inseridos no contexto nacional para adequá-los à inserção no mercado nas áreas: evangelização, pedagogia e administrativa. Criou-se então, em 1995, a Coordenação Provincial de Educação para: 6 Garantir a unidade da ação educativa nas diversas escolas da província; dar continuidade às inovações introduzidas nas áreas: Pedagógica, Evangelização e Administrativa. INTEGRAÇÃO Junho 2006 Em 1996 iniciou-se um plano de reestruturação com o objetivo de centralizar, na Sede da Província, as atividades administrativas até então exercidas por cada obra. Esta centralização foi motivada pelos seguintes aspectos: criar diretrizes e procedimentos idênticos para os colégios da província; garantir a transparência das atividades realizadas em cada colégio; atender, com maior eficácia, as exigências legais; oferecer às casas, orientações nos aspectos organizacionais, jurídicos, informática, etc. otimizar os custos; fortalecer a identidade evangelizadora, pedagógica e administrativa das diferentes unidades da Rede Concepcionista de Ensino. Em janeiro de 1997 determinou-se a ordem de centralização das atividades: Contabilidade, Financeiro, Departamento Pessoal, Informática, Patrimônio, Assessoria Jurídica, Investimentos e Compras, numa articulação conjunta com a Direção de Cada Unidade. Hoje todas as atividades previstas nos objetivos estão centralizadas na Sede Provincial, onde a equipe de profissionais interage com as casas tornando o trabalho cada vez mais eficaz. Na área de informática, foi possível o desenvolvimento de softwares sob medida para atender as necessidades e particularidades de cada colégio, seja na tesouraria, secretaria, biblioteca, almoxarifado e outros. Também neste setor vem sendo desenvolvido o projeto “Quanto mais, menor”, que visa desde a padronização de configuração de computadores até a unificação das compras de periféricos de informática entre os colégios. Na área de recursos humanos, além do processamento da folha de pagamento e apuração de impostos de todas as obras, e vem sendo desenvolvidos os planos de cargos e salário e o suporte junto aos órgãos governamentais como Receita Federal, Ministério do Trabalho e Previdência Social, garantindo a adequação às leis trabalhistas vigentes no país. No ano de 2004 foi criado o Setor de Comunicação, responsável pelo desenvolvimento da identidade institucional da província, criação e execução de projetos gráficos e foi implantado o projeto de gerenciamento do Portal de internet. Existem hoje serviços de terceiros para assessoria jurídica global e jurídica especializada para entidades filantrópicas, bem como assessoria contábil. Está presente a constante preocupação em manter a administração cada vez mais transparente com auditoria dos balanços por uma empresa de auditoria independente, de acordo com as normas na CVM. Muitas das atividades exercidas hoje, com certeza terão que ser diariamente aperfeiçoadas, corrigidas e adaptadas às exigências de crescimento do ser humano e à evolução tecnológica. Hoje, percebemos que a contratação da Equipe de Consultoria em 1992 e a implantação do plano de reestruturação organizacional foram decisões acertadas para que a Província pudesse enfrentar as diversas turbulências A centralização das atividades possibilitou, em grande parte, que os estabelecimentos de ensino da província pudessem se manter e até crescer nesta fase difícil pela qual passa o setor educacional no país. no setor de ensino público, privado, religioso e filantrópico no Brasil. Nos últimos anos, houve grande aperfeiçoamento na área de educa- ção, tornando cada vez mais difícil a existência de colégios que não se enquadrassem devidamente nas novas técnicas. A estas, aliam-se as dificuldades na área social que exigem dos colégios uma administração equilibrada. A centralização das atividades possibilitou, em grande parte, que os estabelecimentos de ensino da província pudessem se manter e até crescer nesta fase difícil pela qual passa o setor educacional no país. Isto nos faz prosseguir na certeza de que trabalhando juntos e somando forças, atenderemos mais e melhor aos objetivos da missão evangelizadora confiada às irmãs Concepcionistas, formando cidadãos conscientes e atuantes na sociedade e oferecendo ensino de qualidade. Enfim: a Sede Provincial, sob a proteção de Maria Imaculada, é e sempre será a Casa Mãe, em que a solidariedade, a hospitalidade, a disponibilidade e o serviço estão presentes construindo a unidade congregacional. Não importa a distância que separa uma casa das outras da Congregação, não importa o oceano que as divide, pois suas águas apenas simbolizam a unidade de toda a Congregação espalhada nos quatro Continentes em quatorze países e mantida unida pelas Sedes Provinciais e Delegações que convergem todas para a Sede Geral, a Casa Mãe da Congregação que fica na rua Princesa, em Madri-Espanha. INTEGRAÇÃO Junho 2006 7 HOMENAGEM Colégio Maria Imaculada de São Paulo - 70 anos Missa de Ação de Graças a As Festividades dos 70 anos do Colégio Maria Imaculada iniciaramse com Missa em Ação de Graças, contando com a participação de toda a Comunidade Educativa. No dia 07/ 04, com a presença dos alunos do CMI, no dia 08/04, com a dos pais, alunos e educadores. 8 INTEGRAÇÃO Junho 2006 O hino “Adelante, siempre adelante”, convidou-nos a, com ânimo e coragem, celebrar esse momento especial. A Palavra de Deus foi apresentada com emoção e graça. Alunos do Ensino Médio prepararam uma Expressão Corporal, finalizada com a montagem de uma estrela que simbolizava a força da Palavra que guia, ilumina e conduz todo o Povo de Deus. No ofertório, os alunos do Ensino Fundamental I partilharam seus dons, através das artes, da poesia e da música. O som harmonioso das flautas doces atraiu a entrada de símbolos que marcaram a vida de tantos alunos que passaram pelo CMI – SP nesses 70 anos de história. As orações da comunidade trouxeram representantes dos diversos segmentos da escola, oferecendo seus louvores e fazendo suas preces por mais longos anos de paz e unidade. Encerrando a celebração, os alunos do Ensino Fundamental II deram graças, através de um acróstico com o nome do Colégio ressaltando palavras, sentimentos e ações, que estão na base da educação e da evangelização Concepcionista. União, Coragem, Determinação, Amizade e Conhecimento foram alguns dos “tijolos” que construíram e sustentam o Colégio Maria Imaculada SP. Foi só o início de um ano especial, um ano de festa e de comemorações que marcam a superação das dificuldades e a dedicação de religiosas e leigos, adultos, jovens e crianças que seguindo o exemplo de Me. Carmen Sallés, constroem, diariamente, a vida do Colégio. Márcia Rêda Coordenadora de Pastoral - CMI-SP Os alunos da Educação Infantil fizeram a acolhida, rememorando a fundação da Congregação das Irmãs Concepcionistas Missionárias do Ensino, o caráter missionário da obra espalhada pelo mundo e o carisma Mariano que envolve a todos, desde os mais pequeninos até os jovens. INTEGRAÇÃO Junho 2006 9 HOMENAGEM Educadores, alunos, familiares, amigos do “Maria Imaculada” têm, agora, uma só vontade: aplaudir a todas as religiosas que por aqui passaram e que hoje o dirigem e o mantêm, com tanta competência e seriedade, desejando ao nosso colégio outros vitoriosos 70 anos. s Nobre Missão São 70 anos de uma trajetória plenamente vitoriosa, mas marcada, em diversos momentos, por dificuldades e problemas de toda a natureza. Temos, por isso, de reconhecer a sabedoria que inspirou a fundadora do Colégio Maria Imaculada, imbuída da nobre missão de criar uma instituição de ensino, que tivesse como escopo a formação integral de crianças e jovens. Os resultados estão espelhados na pujança da instituição, vigiada e amparada pela Mãe de Jesus, na preparação de milhares de alunos que, daqui, saem para a vida, levando os conhecimentos adquiridos no campo da ciência e da tecnologia, valorizados pelo tempero da fé cristã, que ilumina e salva. O “Maria Imaculada” não é só um colégio, mas também uma instituição enriquecida pela integração professoraluno-colégio-família. 10 INTEGRAÇÃO Junho 2006 E é muito mais. Um centro de irradiação do amor, que recusa o egoísmo, da fé que nos torna próximos de Maria e de Deus, da solidariedade, que nos legitima como cristãos autênticos, que fazem da sua existência a prática do Evangelho. Está aí o segredo desse grande Colégio: a vivência da educação como um gesto permanente de aproximação de uns com os outros, em que o trabalho não é encarado como um fardo, mas como um compromisso prazeroso. É claro que esplêndida emoção, o incontido entusiasmo que a todos nos domina, não podem significar que a obra está acabada... O plano de Deus não é uma obra acabada, como um livro que se fecha após terminar sua leitura. É ininterrupto, é permanente, é infinito. Somos todos testemunhas da ampliação da instituição, que procura atender à demanda da comunidade, acrescendo o que precisa, numa ex- traordinária combinação do moderno com o tradicional. O “Maria Imaculada” tem características singulares. Ele não pode ser visto por dados estatísticos nem submetido a comparações. Suas preocupações metodológicas transcendem os padrões convencionais, ao centrar seus ensinamentos em valores, em princípios morais e éticos, posto que a carga acumulada de conhecimentos técnicos e científicos não assegure o florescimento da personalidade dignamente integrada no meio onde vive. É indispensável que a escola aponte para a estrada do bem, bloqueando, por antecipação, qualquer opção de perigoso desvio. A preleção e a oração se completam. O saber e a virtude só engrandecem. A fé é o ponto de partida para a vida com Deus. Deixo como mensagem para reflexão, uma advertência que Santa Teresa de Jesus fez às suas monjas: “A terra que não é lavrada se cobrirá de abrolhos e espinhos, ainda que seja fértil; assim também o entendimento da gente”. Cumpre-nos, nos 70 anos do Colégio Maria Imaculada, retemperados e retemperadas pelas lições vitoriosas já alcançadas, redobrar o esforço para aprimorar, cada vez mais, o magistério, em todas as suas feições, agregando, sempre mais, valores cristãos autênticos, sem os quais todo o conhecimento se desqualifica por lhe faltar um rumo e um sentido. Educadores, alunos, familiares, amigos do “Maria Imaculada” têm, agora, uma só vontade: aplaudir a todas as religiosas que por aqui passaram e que hoje o dirigem e o mantêm, com tanta competência e seriedade, desejando ao nosso colégio outros vitoriosos 70 anos. Que Deus abençoe a todos nós! Profº Antonio Fernandes Neto Pai da Profª Maria Amélia Cavalcanti Ferreira Fernandes e avô dos alunos Ana Clara, João Felipe e Antônio da 1ª Série do EM, 6ª Série do EF e do Jardim II na Educação Infantil CMI – SP INTEGRAÇÃO Junho 2006 11 HOMENAGEM Às Mães pelo seu dia Embalagem Os alunos prepararam também as embalagens para depositarem o presente. Montaram uma caixinha de cartolina e enfeitaram-na com adesivos, desenhos e frases alusivas ao dia das mães. No dia da festa, as mães, famílias, equipe educativa, alunos e demais convidados ficaram maravilhados e agradecidos com a homenagem e presentes. Laços de Família n No dia 13 de maio de 2006, às 9 horas, os alunos da Educação Infantil e de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental do CIC Machado, preparados pelos seus professores regentes e de Educação Física, ofereceram às mães, homenagens e presentes, pelo seu grande dia. A festa seguiu a programação abaixo: 12 Oração por intenção às mães e às famílias; Dança com as alunas da Academia: Dance CIC, do Colégio; Canto para a mamãe, com as crianças da Educação Infantil e de 1ª a 4ª séries; Gincana, entre as mães e alunos, da Educação Infantil e da 1ª à 4ª séries. Oferta de presentes. Os alunos fizeram sabonetes de glicerina para presentear às mães. Seu entusiasmo foi muito grande ao produzirem os presentes. Eles escolheram o corante, a essência (perfume) e a fôrma para o presente da mamãe. O material foi também preparado pelas crianças. INTEGRAÇÃO Junho 2006 Modo de Fazer: 1 2 3 4 5 6 · Picar a barra de glicerina em pedacinhos e colocar numa vasilha esmaltada; · levar ao fogo, colocando-a dentro de uma vasilha de água quente, em “banho Maria”. · Quando o produto já estiver derretido, colocar o perfume e o corante (anilina líquida); · Misturar os produtos, mexendoos com um bastão de vidro; · Escolher uma fôrma alusiva ao dia das mães, com formato de coração, flores, com frases: “parabéns mamãe”, “mamãe eu te amo” etc. ·Após 30 min, o sabonete deve ser retirado da fôrma e envolvido num plástico bem fino. Os alunos ficaram maravilhados com a sua “fabricação”, e ao verem a beleza dos sabonetes, de várias cores, formatos e perfumes. As Irmãs e Equipe Educativa perceberam, com grande alegria, que através das homenagens, os objetivos propostos foram atingidos: agradecer a Deus a presença maternal e amorosa da mãe na família; pedir a Deus pela unidade e paz nas famílias, instituição natural e querida por Deus; possibilitar e fortalecer os vínculos de família, os laços de fraternidade; oportunizar a vivência á h Cdas 17h o O Colégio Imaculada Conceição – Passos-MG, decidiu inovar na comemoração pelo Dia das Mães. O Colégio sempre preparou seus alunos para a comemoração do Dia das Mães, confeccionando cartazes, alegorias, e mensagens. Neste ano, criamos um diferencial, pois sabemos que o Dia das Mães não é apenas no 2º domingo de maio e sim todos os dias. Partindo deste pressuposto, foi escolhido um presente que fosse preparado pelos alunos, valorizando seus talentos e organizamos o Chá das 17h, que seria o momento da entrega do presente e uma forma de estreitar a relação mãe-filho-escola. Para a realização do chá, houve envolvimento dos alunos e professores. As salas foram decoradas com mensagens dedicadas às mamães e o Chá foi servido pelos próprios filhos. Tivemos um final de tarde muito gostoso e percebemos que as crianças ficaram muito mais motivadas e empolgadas, assim como as mamães que participaram plenamente do Chá das 17h. Veja o depoimento de algumas mamães: “Eu amei!“Desde que estou aqui, sempre gostei de todas as comemorações, mas esta eu achei mais aconchegante, foi bem descontraída.” – Adriana Garcia Pereira Guimarães (Mãe da Lavínia Pereira Fagundes) “Foi muito bom! Tive a oportunidade de conhecer outras mães e os alunos estavam muito empolgados” – Juliana Neves da Silveira Queiroz (Mãe do Lúcio Flávio Queiroz). “Meus filhos estudam no CIC desde o jardim. Todos os anos há uma comemoração pelo Dia das Mães e eu sempre participei: a comemoração deste ano foi a melhor, foi muito tocante e acolhedora pois aproximou as mães dos seus filhos no ambiente de trabalho do filho (que é a sala de aula). Esta inovação do Colégio foi ótima” – Adriana Polez Rocha (Mãe do aluno Pedro Polez Rocha) dos valores: a solidariedade, a gratidão, o respeito; integrar harmonicamente todos os setores que interagem na escola: direção, equipe educativa, alunos e famílias; despertar o amor e gratidão dos filhos para com os pais. Irmã Vanilda Rodrigues Pereira Coordenadora Pedagógica INTEGRAÇÃO Junho 2006 13 CF 2006 Experiência Marcante “Levanta-te, chega prá cá e vem para o meio! Levanta-te, une teu canto ao nosso cantar! Levanta-te, chega prá cá e vem para o meio! Levanta-te, vem companheiro a vida brindar!” (Trecho do Hino da CF-2006) u Um dos objetivos do nosso Projeto Educativo Concepcionista é oportunizar aos educandos a vivência dos valores éticos, cristãos, o respeito a outras culturas e a busca da FRATERNIDADE UNIVERSAL. Com o intuito de favorecer a vivência deste objetivo, a CF/ 2006 comoveu o coração dos alunos do Recanto Betânia. Perceberam que a deficiência se encontra em todas as raças, idades, nacionalidades, religião, gênero e classes sociais, e numa experiência concreta, viram que as deficiências são 14 INTEGRAÇÃO Junho 2006 diferenças entre os seres humanos. Diferenças, que na maioria das vezes, independem da vontade humana, mas estão nos Planos ocultos de Deus. Temos em nosso município uma Escola para pessoas diferentes e especiais, cuja clientela varia de 4 a 50 anos. Com base na diversidade existente na população escolar com essas características, a Escola busca dimensionar o sentido e o alcance dos conteúdos disciplinares adequando–os à ação educativa de forma peculiar a esses educandos. A escola foi criada em 2003, tem como objetivos específicos: o desenvolvimento global das potencialidades dos alunos com necessidades especiais; a preparação do portador de necessidades especiais para a vida escolar e social, através de uma participação ativa no mundo social, cultural, dos desportos, das artes e do trabalho; promover e garantir ao portador de necessidades especiais com atraso no desenvolvimento de aprendizagem, aquisição e manutenção das atividades da vida diária, voltados aos cuidados pessoais, entre outros. Dois momentos foram marcantes para os alunos do Recanto Betânia: o primeiro, no dia da abertura oficial do ano letivo, com a Missa a São José. Nesse dia, 15 alunos da Escola BeijaFlor estiveram presentes na celebração fazendo a procissão da entrada: “Levanta–te e vem para o meio”, ”, foi o hino que todos cantaram num misto de oração, emoção e surpresa ao perceberem pessoas diferentes e felizes.. A celebração terminou e todos queriam abraçá–los e continuar com eles. O segundo encontro foi em uma visita à Escola Beija–Flor, dos alunos que fazem parte dos grupos da Infância Missionária e dos que participam do grupo “IV PILARES” (oração, ação, reflexão e lazer). Foi uma tarde marcante na vida dos alunos dos dois grupos. Conheceram a Proposta Pedagógica de Escola, seus educadores, os espaços, as oficinas que são oferecidas aos alunos. Na formação social e pessoal os educadores trabalham com as imagens positivas dos alunos, ampliando sua autoconfiança; identificam suas limitações e possibilidades e agem de acordo com elas. Ajudam na identificação e no enfrentamento de situações de conflitos. Vivem e valorizam ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes relacionadas com a higiene, alimentação, confor- to, segurança, proteção do corpo, cuidados com aparência. Conduz os alunos a expressarem seus desejos, sentimentos, vontades e desagrados, agindo com progressiva autonomia. Ajuda–os a familiarizarem-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo aos poucos seus limites e as sensações que ele produz. Quanto carinho e dedicação dos educadores! A experiência foi marcante na vida dos alunos, sobretudo a dedicação dos educadores. Vejam o que eles disseram: “Levantamos, fomos para o meio!” Foi no brilhar de cada um daqueles olhares dos convidados ilustres para Missa de abertura do Ano Letivo de 2006 do Centro Educacional “Recanto Betânia,” que irmã Lúcia percebeu a necessidade de se inserir no meio da Comunidade Beija- Flor. “Quatro Pilares” e Infância Missionária, envolvendo alunos e ex– alunos, partimos para a visita à Escola Beija–Flor. Fomos recepcionados pelo Diretor Mário, acompanhado pela coordenadora pedagógica Estelmar e pelo fisioterapeuta da Instituição Luiz, que é deficiente visual e representou o nosso País nos jogos Paraolímpicos de Atenas. Esse fisioterapeuta, muito querido na Entidade, é conhecido como o que não vê, porém, é o que enxerga mais longe e percebe tudo que acontece na Escola. Fato que nos chamou muita atenção. Depois de conhecer as instalações e as pessoas que impulsionam e as que são impulsionadas pela obra, um sentimento se destacou entre nós. “Se essas pessoas não se sentem diferentes, porque diferenciá –las?”. Voltamos empenhados em ver nas pessoas deficientes, habilidades e competências fortalecidas pela vontade de serem cidadãos como os outros. (Nathália Meira , exaluna do Rec. Betânia e membro do grupo IV Pilares). Passar algumas horas com pessoas deficientes foi muito bom. Foi legal conhecer pessoas alegres, felizes e que fazem muitas coisas interessantes. Todos estavam empolgados com a nossa visita e, quando entramos nas salas, demonstraram grande contentamento. (Carlos Eduardo Antunes de Oliveira Filho – 8ª série.) Foi muito gratificante estar em contato com pessoas que têm necessidades especiais. Fez-me ver que são pessoas maravilhosas e nos servem de exemplo mostrando que suas deficiências não os impedem de serem felizes e realizarem seus sonhos. (Bianca Pedroso Pimentel, 8ª série e do Grupo IV Pilares.) Foi inesquecível, pois aprendi que apesar das dificuldades a serem superadas, as pessoas com necessidades especiais, da Escola Beija – Flor, encaram a vida não como uma desgraça e sim como uma vitória a cada dia. Essa perseverança é sustentada pela dedicação e carinho dos funcionários e familiares. Hoje posso dizer que vejo a vida com outros olhos e agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de conhecê–los. (Aluna Nicolle Silva Amorim – 8ª série). Foi muito bom, pois deixamos as diferenças de lado, por que às vezes nós somos os deficientes por rejeitar as pessoas especiais, os deficientes, quando podemos aprender muito com eles. A deficiência é só uma palavra para aquelas pessoas, pois enfrentam as barreiras do dia a dia e mostram para nós que eles são capazes de fazer o que muito de nós não fazemos. (Érika Lethicia Garcia – 7ª B e do Grupo IV Pilares) Ir. Vera Lucia Marini Diretora do Centro Educacional Recanto Betânia INTEGRAÇÃO Junho 2006 15 CF 2006 Com os olhos do coração A visão do afeto Na linguagem do afeto não há barreiras para quem deseja vencer e não é preciso enxergar para “ver” ver” as coisas belas do Aprendendo a ser solidários na mundo. Leitura em Braille, calculadora que “fala”, relógios, ratos, sapos, bruxas e muita magia... Estes foram ingredientes trazidos pela escritora mineira Elizete Lisboa, na terça-feira, 28 de março de 2006, aos alunos de Educação Infantil a 4ª série do Colégio Regina Pacis-BH. Em um ambiente mágico, a mais temida das vilãs das histórias infantis, a bruxa, trouxe consigo não só seus feitiços, mas também l grandes lições de vida. Nessa esfera de magia e encantamento, o temor deu lugar à admiração, pela autora e pela personagem – que apesar de feia 16 INTEGRAÇÃO Junho 2006 e velha, era extremamente simpática Na ocasião as crianças ouviram duas histórias de Elizete: “A bruxa mais velha do mundo” e “Que será que a bruxa está lavando”? – e conheceram um pouco do universo daqueles que possuem algum tipo de deficiência visual, incluindo um minicurso de alfabeto em Braille. Cega desde a infância, Elizete é prova viva de que se pode fazer a diferença, superando limites e permitindo que o coração fale mais alto. Trazendo a proposta de reflexão da CNBB, Campanha da Fraternidade 2006, que tem como lema “Levantate, vem para o meio”, para dentro do ambiente escolar, às crianças puderam, elas mesmas mergulharem no universo daqueles que superam e promovem pequenas, porém importantes transformações no mundo. Muito mais do que provocar a curiosidade e o compromisso com a causa das pessoas com deficiências, o evento deu voz e vez àqueles que, habitualmente e por vezes de maneira até preconceituosa, não são vistos, considerados ou valorizados em suas potencialidades. Elizete conseguiu, ser, ver, mas com profunda consciência, se fazer enxergar, ganhando visibilidade, o talento da escritora, da mulher-guerreira que enfrenta adversidades, rompe barreiras e alcança a todos pela poesia e pelo afeto, despertando quem se aproxima de sua obra - e de sua via – para o compromisso com o ser humano. As crianças aprenderam, acima de tudo, que a linguagem do afeto é bem mais clara, que não há barreiras para quem deseja vencer, que não é preciver” as coisas beso enxergar para “ver” las do mundo. Pensando nisso, ganha sentido especial, a frase do ilustre autor de “O Pequeno Príncipe”, “... Eis o meu segredo. É muito simples: se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos”. (Antoine de Sain-Exupéry) Escola Inclusiva “(...) convertei nosso coração para acolhermos a todos com amor fraterno, de maneira especial as pessoas com deficiência. Ajudai-nos a promover a autonomia e a plena realização desses nossos irmãos na família, na sociedade e na igreja” (da oração da CF-2006) Quando pensamos nos benefícios que a inclusão traz, a primeira idéia que nos surge é a de que as pessoas com deficiência terão mais chances de se desenvolver. O importante é fornecer meios para os estudantes fazerem parte do mundo. A Educação Especial tem como objetivo quebrar as barreiras que impedem o jovem de exercer a sua cidadania. O atendimento educacional especializado é apenas um complemento da escolarização, e não, substituto. O suporte familiar é de extrema importância para o desenvolvimento do jovem e para a melhoria da sua autoestima. Apesar de ter características peculiares, o jovem deficiente tem personalidade, carrega uma história e muitas experiências que o torna único. Incluir significa oferecer educação de qualidade para todos. Mas somente isto não basta. É preciso trabalhar diariamente com o respeito aos demais e a solidariedade ao próximo, e oferecer oportunidade para que o aluno portador de deficiência se integre ao ambiente e se destaque por suas qualidades pessoais. O tema da Campanha da Fraternidade deste ano, tem muito a nos ajudar na formação de cidadãos conscientes, com um olhar voltado para o próximo, um ser mais solidário e justo. Mª Rosângela C.V de Araújo Diretora Pedagógica do CMI - Brasília INTEGRAÇÃO Junho 2006 17 CF 2006 É normal ser diferente i 18 Iniciamos o ano de 2006, no Colégio Maria Imaculada-SP, unidos às solicitações da Igreja, explicitada pelo Tema da Campanha da Fraternidade 2006, promovida pela CNBB e pelo grito de milhares de deficientes que clamam por oportunidades e dignidade. Na semana pedagógica, envolvemos os professores com o tema, sen- Inclusão da pessoa sibilizando-os para a causa, com a presença da teóloga Maria Paula Rodrigues, autora do livro: “Deficiência: uma questão de política?”, livro que, durante o primeiro bimestre, foi trabalhado com os alunos de 8ª série do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio, nas disciplinas de Ensino Religioso, Português e Redação. Foi esse, também, um dos temas para reflexão, na 1ª Reunião Geral. Em todos os segmentos do Colégio, a questão da deficiência e, principalmente, a necessidade de quebrar preconceitos para que haja uma verdadeira inclusão, foram abordadas. Através de vídeos, filmes, visitas a entidades que trabalham com deficientes, elaboração de clips, acrósticos, sonetos, os alunos tiveram a oportunidade de se aproximarem de uma realidade tão próxima a eles, mas, muitas vezes, tratada com distanciamento e indiferença. Na Educação Infantil, através de livros paradidáticos, músicas e dinâ- micas de grupo, as crianças puderam perceber as diferenças pessoais existentes entre todos os seres humanos e o valor do respeito e da solidariedade, como base para a estruturação de qualquer grupo social. Refletiram, assim, sobre a idéia de que “é normal ser diferente”, tema escolhido para a Festa da Família deste ano. INTEGRAÇÃO Junho 2006 deficiente e quebra dos preconceitos foram temas abordados em diversas atividades do CMI-SP Em uma ensolarada manhã de sábado, as famílias vieram ao Colégio para vivenciarem de uma maneira lúdica e divertida, pequenas ações com as quais os deficientes se deparam cotidianamente. Pular pneus com os olhos vendados, colocar o “rabo no burrinho”, andar com as pernas amarradas, fazer cestas em jogo de basquete sen- tados e brincar de mímica foram algumas das atividades preparadas pela equipe de Educadoras do Infantil e incrementadas pela equipe do CEMI – Complexo Esportivo Maria Imaculada. Crianças e adultos ficaram motivados com as atividades. Tivemos, ainda, apresentações musicais das crianças e uma linda peça teatral, encenada pela Ciapicnic – “Panos e Lendas”, que retratou, de maneira magistral, o ciclo da vida, as lendas brasileiras e o Cancioneiro folclórico nacional. O tempo litúrgico da Quaresma chegou ao fim e com ele a Páscoa. A vida nova do Cristo ressuscitado nos alimenta no desejo e na inquietação de crianças e jovens deficientes ou não, que anseiam por um mundo mais justo e fraterno. Márcia Reda Orientadora Pedagógica – Educação Infantil - CMI/SP PASTORAL Cristo Ressuscitou! n Na preparação para a Páscoa, a Creche Madre Carmen Sallés e Obra Social Maria Imaculada, trabalharam com a conscientização do verdadeiro sentido, ou seja, o sentido religioso dos símbolos pascais. Cada turma ficou responsável por explorar um dos símbolos, ficando assim distribuídos: Maternal Maternal Jardim I Jardim II Turma A Turma B Turma C Turma D I– II – – – – – – – O Coelho O Ovo O Girassol O Peixe A Uva O Trigo A Vela O Cordeiro Todas as turmas fizeram apresentação de seu símbolo com muita alegria, entusiasmo e dedicação. Para essas apresentações foram utilizados vários recursos: encenação, dramatização, apresentação em mural montando quebra-cabeça, músicas e aula expositiva abordando o tema: como plantar um girassol. O trabalho desenvolvido, as atividades realizadas e as apresentações feitas, favoreceram nas crianças, a internalização do verdadeiro sentido da Páscoa, que é Vida Nova, Cristo Ressuscitado dentre os mortos para nos salvar. As crianças viveram esses momentos com muita intensidade e levaram para casa o trabalho realizado por elas, com mensagem de otimismo e de alegria cristã para todos os pais e familiares. Eliana Conceição Alves Monitora – Obra Social Maria Imaculada INTEGRAÇÃO Junho 2006 19 PASTORAL m É Pascoa! É Partilha! Mais uma vez, é Páscoa! É Jesus Cristo dentro de nós. Em nosso íntimo, renovam-se as virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade e a certeza de que em Cristo e com Cristo seremos sempre vencedores. Cristo vive e está no meio de nós, renovando-nos cotidianamente. Ele é o mais fiel dos companheiros e o mais precioso Amigo que nos transmite a verdadeira alegria que nada, nem ninguém pode nos tirar. A alegria é uma virtude que se expressa na face e na vida de todo aquele que caminha ao lado de Jesus Cristo. E assim, como os discípulos de Emaús, nós temos Cristo Ressuscitado ao nosso lado, bem junto a nós e Ele nos questiona sobre a razão de nossas dúvidas, incertezas e medos. Devemos então, aprender com Cléofas e seu companheiro a deixar que Jesus Cristo fortaleça a nossa fé, revele detalhadamente as Escrituras e parta o Pão conosco. Sim, é o Senhor Jesus que nos une e nos santifica. Ele aquece o nosso coração, fazendo-o transbordar de felicidade, dilatando-o ao compartilhar o verdadeiro Amor. Com esse espírito pascal realizamos um trabalho com as crianças da Creche Lar Escola Carmen Sallés-SP, juntamente com os pais, sobre a importância da partilha, mostrando o quanto contribui para a edificação de nossas vidas. Durante o período da Páscoa as crianças desenvolveram atividades atraentes e diferentes das do dia-a-dia; confeccionaram cartazes com os símbolos da páscoa, aprenderam várias músicas e tiveram momen- tos de oração e reflexão na capela das irmãs. Para vivenciar a partilha, as crianças trouxeram vários tipos de pães e fizemos um delicioso café da manhã. Foi um momento muito especial. Antes da partilha o maternal fez uma apresentação ressaltando a páscoa como Vida Nova. O jardim I dramatizou a ressurreição de Jesus e o jardim II encenou a partilha através da música “a Sementinha”. Neste clima de festa e de alegria as Irmãs, Glória e Celina, concluíram nossos momentos festivos deixando claro para nossas crianças o verdadeiro significado da Páscoa e da Partilha. Tivemos também a visita dos adolescentes missionários do CMI-SP que trouxeram ovos de páscoa e fantasiados de coelhinhos alegraram ainda mais as crianças. Foi muito legal! Educar também é partilha. É poder ver e transmitir a beleza das coisas que Deus criou seguindo os ensinamentos deixados por Carmem Sallés. Nilva Maria Torres de Souza Coordenadora Pedagógica da Creche Lar Escola Carmen Sallés - SP 20 INTEGRAÇÃO Junho 2006 A homenagem da Creche Madre Carmen Sallés e a Obra Social Maria Imaculada - Samambaia/DF, no aniversário de Madre Carmen Sallés, teve como embasamento o livro da Me. Assunción Valls “Carmen Sallés, mulher de ontem e de hoje”, traduzido por Me. Maria Pilar Vasconcellos. Jardim I - Primeira Eucaristia; Jardim II - Primeira intuição para a vida religiosa; Turma A - A Intuição de Madre Carmen Sallés para fundar a Congregação; Turma B - A confiança que Madre Carmen Sallés depositava na Divina Providência e em Maria Imaculada; Turma C - Vários locais da presença das concepcionistas hoje; Turma D – Os tempos atuais da Congregação das Concepcionistas Missionárias do Ensino, enfatizando quando se fundou os Colégios: Madre Carmen Sallés e CONTINUA Todas as educadoras contaram a história de Madre Carmen utilizando vários recursos, tais como: dramatizações, fantoches, e teatro de varas, e construindo maquetes, porém, cada turma enfatizou mais fortemente uma fase específica da vida dela: Maternal I - O nascimento de Madre Carmen é um presente de Deus; Maternal II - Maria Imaculada impulsiona a vida de Madre Carmen Sallés; INTEGRAÇÃO Junho 2006 21 PASTORAL PASTORAL Ao final do dia, todas as turmas realizaram festa com bolo, doces, pirulitos e balões para homenagear a aniversariante. O trabalho realizado, e os exemplos deixados por Madre Carmen Sallés, suscitaram entusiasmo nas crianças e educadores, levando-os a perceber que também são capazes de surpreender a humanidade dando respostas positivas ao mundo tão sedento de valores, bastando apenas seguir o mandamento do amor ensinado por Jesus: amar a Deus sobre todas as coisas e ao outro como a ti mesmo. Telma Lúcia Lopes Campolino Coordenadora de Pastoral da Creche Madre Carmen Sallés / Obra Social Maria Imaculada – Samambaia - DF Maria Imaculada em Brasília - Distrito Federal e especialmente a Creche Madre Carmen Sallés e Obra Social Maria Imaculada. Numa atividade interdisciplinar e para que a vida de Madre Carmen Sallés fosse bem explorada, as educadoras fizeram (juntamente com as crianças) pesquisas, utilizaram mapas, globo terrestre, e dicionários para explorar palavras desconhecidas por eles. Na seqüência das homenagens prestadas, foi realizada na capela, uma celebração em ação de graças pelo Dom da vida de Madre Carmen, pois celebrar o aniversário dela é motivo de júbilo para todos na terra e com certeza também lá no céu. Grupo Jovem Carmen Sallés O Colégio Imaculada Conceição de Machado/MG iniciou o primeiro Grupo Infanto-Juvenil Carmen Sallés, com os seguintes objetivos: 22 Aprofundar na Palavra de Deus; Viver a solidariedade, a ajuda mútua; Descobrir, desenvolver e partilhar seus dons; Aprofundar temas como amizade, preconceito, relacionamento, responsabilidade, a Palavra de Deus, família, respeito à vida, cidadania, saúde, limites, dentre outros; Viver os valores: solidariedade, amizade, partilha, fé, alegria, amor...; Viver o compromisso de cristão; Colaborar nas atividades extra-classes do CIC: encontros, gincanas, esportes ...; Colaborar com as pessoas carentes; Formar uma comunidade de vida, na alegria, na solidariedade e partilha; Contagiar os colegas e demais pessoas do Colégio com sua amizade e serviço. INTEGRAÇÃO Junho 2006 O grupo formado pelos alunos da 5ª e 6ª séries se reúne, às sextas-feiras, às 16 horas. O primeiro encontro foi no dia 24 de março de 2006, na Quadra Poliesportiva do Colégio, para o início de suas atividades. Padre Paulo, da Paróquia Sagrada Família, acolheu o grupo e abençoou a todos. Irmã Vanilda Rodrigues Pereira Coordenadora - CIC-Machado/MG Evangelização na Casa do Pequeno Cristo o Outro dia, escutei alguém dizer “Que eu veja em cada uma daquelas crianças um pequeno Cristo”. Essa fala, em sentido de prece, foi muito significativa para mim. A expressão me falou do sentido de ver Jesus nas pessoas, principalmente nos menos favorecidos, aqueles que são os prediletos de Deus Pai, e, de maneira especial, nas crianças do Pequeno Cristo. A casa do Pequeno Cristo é uma instituição que atende 80 crianças e adolescentes do Morro das Pedras, no bairro Nova Granada em Belo Horizonte. A situação das crianças é preocupante, devido a uma série de problemas como: violência, desemprego, drogas, pobreza etc. Nós, Irmãs, Noviças e Postulantes estamos presentes nessa realidade com o apoio à Casa e no trabalho de Evangelização. Durante a semana, todas as tardes a postulante Adriana Maia e a Noviça Elaine Maria colaboram, prestando serviço às crianças nas tarefas escolares, estudos e reforço. Nas manhãs de sábado, nós, as noviças, vamos à Casa do Pequeno Cristo para ajudar nas aulas de catequese, formação espiritual humana e cristã. Este é o segundo ano que a experiência vem dando certo, apesar das dificuldades e desafios. A alegria é enorme quando se percebe que algo em alguém ou na situação é transformado! No dia 20 de abril de 2006, foi comemorada a Páscoa dos alunos e educadores da Casa do Pequeno Cristo. Juntamente com essa festa, tivemos Batizados, 1ª Eucaristia e Crisma. Participaram das cerimônias: Jéssica, 04 anos (Batismo), Julimara e Luide, 12 anos (Batismo e 1ª Eucaristia) e Marcos, 9 anos (Batismo, 1ª Eucaristia e Crisma). A celebração foi emocionante, preparada pela Ir. Lourdes Marques e pelas noviças, Elaine, Maria José e Elisângela. Percebia-se o entusiasmo e a expectativa em todos os olhares presentes, principalmente das crianças, pais, padrinhos. Essas crianças, foram preparadas com muito carinho e amor, desde o ano passado para receber os sacramento. No coração delas foi plantada uma sementinha de amor que sabemos ser um bem para as famílias e crescimento do Reino de Deus. Em toda a pastoral desenvolvida na Casa do Pequeno Cristo está presente a espiritualidade Mariana, pois em Maria Imaculada temos o modelo de Mãe e de educadora. Com Ela realizamos nossa missão, procurando como nos ensina nossa fundadora Carmem Sallés, dar vida às suas palavras: “Encontrareis Cristo no coração das crianças”. O trabalho é imenso, os desafios são diversos, mas procuramos ver em cada criança e adolescente um Pequeno Cristo que está em nossas mãos. E sempre adiante, com os sorrisos das crianças e a alegria espontânea de cada um! Elisângela Marcela Beifuss Noviça Concepcionista do 1º ano – Belo Horizonte INTEGRAÇÃO Junho 2006 23 ATIVIDADES ATIVIDADES RECANTO BETÂNIA EMBU GUAÇU SP Momentos de Espiritualidade, Cultura e Lazer Domingo, dia 09/04/2006, dois grupos muito animados participaram de um roteiro que contemplou visitas a diversos pontos turísticos da cidade de São Paulo. O dia começou com a concentração e a acolhida no Recanto Betânia. O primeiro lugar a ser visitado foi o Mosteiro de São Bento, onde participaram da Procissão e Missa de Ramos, acompanhados por um belo canto gregoriano. Após a missa dirigiram–se para o passeio e almoço no Mercado Municipal, em que tiveram a oportunidade de experimentar diversas guloseimas. O ponto turístico seguinte foi o Parque da Luz, onde conheceram a gruta recém descoberta e tiveram a oportunidade de admirar uma paisagem pitoresca. A observação da arquitetura histórica da Estação da Luz não escapou aos olhos atentos dos visitantes. Para concluir o percurso turístico, os grupos visitaram as dependências do Colégio Maria Imaculada, no Bairro Paraíso e foram acolhidos como parte da família Concepcionista. Na capela imponente do Colégio houve um encontro com o Senhor. Um dos momentos mais marcantes do encontro foi a oração partilhada dos Salmos e as orações espontâneas, feitas não só pelos dois grupos visitantes, mas também pelas irmãs da comunidade. Após o encontro na capela foi servido um lanche preparado com muito carinho e dedicação pelas irmãs da comunidade. O auge do dia aconteceu na troca de experiência entre os grupos nos momentos do deslocamento de um ponto ao outro. Histórias, piadas, criatividade, partilha e companheirismo foram os principais elementos dessa experiência. Enfim, buscar algo melhor e dividir com os irmãos é o principal objetivo dos dois grupos que vivenciaram um dia especial. Angélica Secretária do MLC- Rec. Betânia 24 INTEGRAÇÃO Junho 2006 COLÉGIO MARIA IMACULADA SÃO PAULO SP Nano Aventura No dia 09/03/06, estivemos com os alunos das 8ª séries EF fazendo uma “Nano Aventura”. Ela é resultado de uma parceria entre o Instituto Sangari, Museu Exploratório de Ciências da Unicamp, Laboratório Nacional de Luz Sincroton e a Prefeitura de Campinas. Este projeto objetiva despertar a curiosidade para o mundo das ciências, especialmente da nanociência e a nanotecnologia. Os participantes simularam a visita a um laboratório científico, explorando a escala nanométrica e as possibilidades tecnológicas proporcionadas pela manipulação da matéria e da vida na escala dos átomos e moléculas. Tudo virtualmente, em 3D. Após essa vivência, os alunos fizeram um estudo interdisciplinar nas áreas de Química, Ciências e Matemática, aprofundando os conhecimentos do que puderam descobrir. Profª Celi, Profª Nancy e Profª Solange - CMI – São Paulo Premiação A aluna Renata Amaral 8ª série A do Colégio Maria Imaculada de São Paulo conquistou, brilhantemente, o 2º lugar, no Concurso Internacional de Redação de Cartas dos Correios/2006 (Fase Estadual). No dia 02/05, os representantes da instituição, vieram ao Colégio para a premiação: um microsystem para a aluna e outro para o CMISP.Parabéns Renata! Bienal do Livro Os alunos da 6ª série do EF ao 3º ano do EM do CMI-SP tiveram a oportunidade de visitar a Bienal do Livro/2006, no dia 15/03, das 14h30 às 19h30. Acompanhados de professores e uma religiosa da escola, eles puderam visitar estandes, manusear livros e mergulhar no fascinante mundo da leitura. Foi um programa especial e diferente da rotina das aulas; outra oportunidade de estimular e conscientizá-los sobre o prazer de ler. INTEGRAÇÃO Junho 2006 25 ATIVIDADES ATIVIDADES COLÉGIO MADRE CARMEN SALLÉS CIC PASSOS MG DF Aprendendo na Prática “Com esse projeto conseguimos aprofundar a matéria. Foi uma forma bem descontraída de testar o que vimos em sala”. (Amanda Salomão da 2ª série “A”) Seminário Educacional “Durante o Sarau, tivemos a oportunidade de fazer parte e de ver como funcionavam os saraus no Romantismo, tocando diversas músicas da época e declamando poesias. Aprendemos de forma muito agradável, com as apresentações e pesquisas fora da sala de aula”. (Ingrid Orlandi Meira da 2ª série “B”) No dia 03 de maio foi realizado no Colégio Madre Carmen Sallés o Primeiro Sarau, com o intuito de colocar em prática o conteúdo de Literatura estudado durante o bimestre: o Romantismo. Naquele período, as poesias e músicas eram apresentadas ao público em folhetins e saraus; este último era feito na casa de algum nobre ou burguês. Poucos podiam declamar poesia, pois a maioria da população não sabia ler. O evento era regado com boa música e comida. O Sarau aconteceu no Palácio Castro Alves (antiga lanchonete do colégio), o espaço foi ocupado com móveis antigos que o próprio colégio forneceu, além da decoração feita pelos alunos da 2ª série do Ensino Médio. Houve grande preocupação quanto aos convites, que foram personalizados e adornados com poesia da época. Cada aluno foi encarregado de levar um prato ou bebida para o café da manhã ocorrido durante o evento. A partir de pesquisas feitas pelos alunos, foram declamadas diversas poesias; algumas da época do Romantismo e outras dos dias atuais, mas que apresentavam características semelhantes às do período romântico. As músicas tocadas no evento foram 26 INTEGRAÇÃO Junho 2006 cuidadosamente escolhidas, houve apresentação de músicas românticas eruditas, como Beethoven e Chopin, e música contemporânea. Foram convidados para o evento, além dos alunos da 2ª série do Ensino Médio, a diretora do colégio, os coordenadores e os professores. Por trás de todo esse trabalho estava a comissão dos alunos da 2ª série do Ensino Médio, que organizou e tornou possível a concretização do Primeiro Sarau do Colégio Madre Carmen Sallés. Por Ingrid Orlandi Meira e Talita Ferreira - Alunas da 2ª série do Ensino Médio do colégio Madre Carmen Sallés Brasília Alguns depoimentos “O sarau foi muito construtivo para o aprendizado dos alunos da 2ª série do Ensino Médio e conhecimento do Romantismo estudado em sala”. (Felipe Guedes da 2ª série “B”) “Adorei ser uma das coordenadoras, apresentar e declamar no Sarau. Montando esse evento, a preocupação não foi só em decorar uma poesia para declamar, mas sim, pesquisar o estilo de música, decoração e os artistas daquela época. (Talita Ferreira da 2ª série “B”) O Sarau foi um evento de grande sucesso comemorado pela equipe organizadora, que espera que esse tenha sido apenas o primeiro de muitos momentos do tipo”. (Ivy Araújo da 2ª série “B”) “Foi com muita alegria que acolhi a idéia de realizarmos um sarau no Colégio Madre Carmen Sallés. Durante as aulas de literatura, nas quais abordávamos a poesia do século XIX, alguns alunos propuseram a atividade, que foi recebida pela turma com muito entusiasmo. Toda a preparação, que envolveu confecção de convites, decoração do ambiente e pesquisa de textos e músicas do período, ficou sob a responsabilidade dos alunos. O prazer com que desenvolveram o trabalho foi fruto da motivação e da dedicação do grupo. Com tudo isso, é possível afirmar que houve aprendizagem de fato”. (Professora Soraia Cristina Real Karia) Os desafios da sala de aula na sociedade do conhecimento e da informação Um evento marcante para a Província das Irmãs Concepcionistas do Ensino foi o que reuniu mais de 150 educadores de três escolas de diferentes cidades. Do quê estamos falando? Do Seminário Educacional, ministrado pelo professor Gustavo Martins*, em Passos - MG, para Professores, Coordenações e Direções dos Colégios Concepcionistas das cidades de Machado, Mococa e Passos, no dia 06 de maio. O tema do seminário foi: Os desafios da sala de aula na sociedade do conhecimento e da informação. Durante o evento, os educadores puderam refletir sobre os novos papéis, conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas para os professores na sociedade do conhecimento. Após uma manhã enriquecida pela exposição do Prof. Gustavo, em que foi enfatizada a importância de “ela- borar uma aula consistente, com conteúdos, e que consiga desenvolver competências nos alunos: conhecimento, habilidade, atitude; uma aula sintonizada com o novo perfil de alunos que temos: questionador, crítico, desafiador, que domina a tecnologia”, os professores foram divididos por áreas, e orientados a elaborar uma aula que motivasse o aluno a aprender, a desejar conhecer. Esse Seminário foi muito proveitoso. Através de partilhas e reflexões, todos puderam Prof. Gustavo d aprofundar mais sobre a impore Ávila Martins tância da missão educacional nos dias atuais. É preciso busGraduado em En car melhorar e inovar os progenharia Mecânica, Pós-Gra cessos de ensino – aprendizaduado em Recu rsos Humanos, A gem. Não podemos nos acodministração da Pr od ução e Engenhar modar no exercício de nossa ia da Qualidade, Mestre em missão. Aliás, isso já dizia MaAdministração – U FR G S, A pe rf dre Carmen: “Tudo que fizeei ço am en to em TQ M pela NKTS/Japã rem, façam bem feito.” o, Consultor de Empresas nas Esta foi, sem dúvida mais áreas de Implan tação de TQM, uma oportunidade de cresciPlanejamento Es tr at égico, Reestrutur mento profissional para todos ação Organizacional, Desdob os educadores participantes. ramento de Dire trizes, Gestão de Processos, consu lto r e assessor na Á Rita de Cássia Justo rea de GesProfessora de Ensino tão em Instituiçõe s de Ensino. Religioso- CMI-Mococa/SP INTEGRAÇÃO Junho 2006 27 ATIVIDADES CRECHE MADRE CARMEN SALLÉS E OBRA SOCIAL MARIA IMACULADA DF Dia do Índio Experiência que transforma No dia 19 de abril as crianças da Creche Madre Carmen Sallés tiveram a oportunidade de vivenciar momentos significativos da cultura indígena cantando, dançando e aprendendo sobre a realidade dos índios que vivem em tribos. Conheceram seus hábitos alimentares e experimentaram a tapioca após visitarem a exposição. As turmas da obra Social Maria Imaculada integraramse com os educandos da educação infantil de forma harmoniosa e contribuíram com eficácia para o bom êxito das comemorações. Cada turma ficou responsável por uma apresentação de forma interdisciplinar. O jardim II apre- Clemência Rodrigues da Silva Santos Coordenadora da Creche e Obra Social Maria Imaculada Samambaia DF INTEGRAÇÃO Junho 2006 A Creche Madre Carmen Sallés e Obra Social Maria Imaculada, realizam mensalmente reuniões formativas com os pais. No início do ano de 2006 foi-lhes apresentado “O projeto Educativo Concepcionista” e “Carmen Sallés e Sua Obra” em slides com explicações das educadoras. O objetivo das reuniões é fortalecer a união de todos no compromisso com a pedagogia de Madre Carmen Sallés e com a missão de evangelizar através da educação preventiva. É também um incentivo para a participação ativa dos pais na vida de seus filhos e para que cultivem valores para o bem, e assim, impeçam que o mal prevaleça. É grande a adesão e participação dos pais, que reconhecem a importância do trabalho realizado, além de serem agradecidos às Irmãs Concepcionistas por tudo que elas representam e fazem pela comunidade da Expansão da Samambaia Norte em Brasília – DF. Telma Lúcia Campolino Coordenadora de Pastoral da Creche Madre Carmen Sallés e Obra Social Maria Imaculada / Samambaia - DF Formação e Aprimoramento sentou uma dança indígena trabalhando o esquema corporal. Álbuns de desenhos feitos pelo jardim I, maternal I e II retrataram a cultura indígena. Os educandos da Jornada Ampliada fizeram maquetes e caracterizaram-se de índios. Numa celebração, apresentaram orações espontâneas pedindo respeito aos índios e pedindo por suas necessidades. Aprendendo dos índios o amor pela natureza, os alunos também se comprometeram ajudar a preservá-la começando pelos cuidados com o meio ambiente em suas casas e sala de aula. 28 Aliados na arte de educar O conhecimento crítico da realidade em que se desenvolvem as atividades cotidianas é fundamental a formação em valores dos funcionários inseridos no processo de formação dos educandos. Por isso, valorizando essas relações a Creche Madre Carmen e Obra Social Maria Imacu- lada oferecem semanalmente uma hora de estudo dos serventes, vigias e cozinheiras. Com o aprimoramento profissional, oferecemos condições melhores de aproveitamento do tempo e do material de trabalho, levando-os a atuarem de maneira ativa, integrada e consciente de seu papel no processo educativo. Para a formação religiosa foram realizados, no primeiro bimestre, estudo do livro “Carmen Sallés e Sua Obra” e no segundo bimestre deu-se início ao estudo do livro do Pe. Libânio “Como saborear a celebração Eucarística”. Nossa proposta visa à formação de um grupo coeso, espiritual e revigorado para agir diariamente com mais energia e sinergia, fazendo do trabalho momento de integração e de vida. Clemência Rodrigues Silva Santos Coordenadora da Creche e Obra Social Maria Imaculada – Samambaia DF INTEGRAÇÃO Junho 2006 29 ATIVIDADES ATIVIDADES CMI MOCOCA SP CIC MACHADO MG Celebrações de fé, alegria e amor Durante a Semana Santa, os alunos da Educação Infantil se prepararam para a Páscoa, orando, cantando e louvando a Jesus, sinal de luz e esperança de uma vida nova. Também comemorou-se a Campanha da Fraternidade/2006 e o nascimento de Madre Carmen Sallés, nossa fundadora e mestra. As datas foram comemoradas em apresentações dos alunos em 3 dias consecutivos: No dia 10/04 os alunos do 2º Período da Profª Luciana apresentaram: Nas pegadas de Jesus e Maria, queremos mostrar Madre Carmen Sallés, firme na fé e na oração. Semeou a semente de esperança para um mundo mais cristão. Cantando a música Aos olhos do Pai, os alunos do 3º Período, dividiu o palco com os alunos portadores de deficiência da Escola Estadual de Ensino Especial Hilda Nogueira da Gama que demonstram com expressão corporal que é normal ser diferente, que a convivência com os próprios limites fortalece a cada um de nós. A emoção tomou conta do espetáculo! Todos percebemos que as pessoas têm características próprias e devem saber usar essa diferença de forma positiva. Foi um verdadeiro aprendizado que ilustrou com chave de ouro o tema da Campanha da Fraternidade deste ano: “Levanta-te, vem para o meio!” Aos alunos do Maternal e 1º Período coube a apresentação sobre a Páscoa. Com o auxílio das professoras do Maternal e 1º Período: Simone, Talita e Kassiana, os alunos se caracterizaram de coelhinhos e dramatizaram a música Coelhinho Brincalhão e cantaram A Páscoa Chegou Alegre, come- No dia 11/04 foi a vez dos alunos do 3º Período da Profª Adriana: Assim pensou a fundadora Madre Carmen Sallés: “O verdadeiro amor a Deus nos levará a amar os irmãos e nos unirá a Ele”. morando com alegria a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, encerrando-se as festividades que antecedem à Páscoa. Com o auxílio das professoras do Maternal e 1º Período: Simone, Talita e Kassiana, os alunos se caracterizaram de coelhinhos e dramatizaram a música Coelhinho Brincalhão e cantaram A Páscoa Chegou Alegre, comemorando com alegria a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Marly Botazini Rodrigues Profª Ms. Em Educação 30 INTEGRAÇÃO Junho 2006 Noite LíteroMusica O lançamento do livro Ad-Versos da Professora e Mestra em Literatura, Olga dos Santos Caixeta Vilela, na noite do dia 08 de março de 2006, registrou um dos acontecimentos culturais e literários mais significativos para o CIC e Câmpus Universitário do Centro Superior de Ensino e Pesquisa da Fundação Educacional de Machado, onde também leciona. A escolha da data coincidiu com o dia de homenagear a Mulher de todos os dias: O Dia Internacional da Mulher. Organizado e realizado pela Academia Machadense de Letras Plínio Motta, à qual pertence a agora escritora Olga Caixeta, o lançamento culminou com noite de autógrafos, que reuniu além de familiares e parentes mais próximos, colegas acadêmicos, professores, estudantes, diretores de escolas e muitos amigos. A sessão solene, aberta pelo Presidente da AML, Comendador Abel Faleiro, seguiu-se com a apresentação do livro pela Profª Mestra Selma Botazini Pereira e uma série de homenagens à escritora, desde declamações de seus poemas, números musicais, entrega de cartão de prata e flores. A homenagem mais significativa ficou por conta da família, representada pelo esposo e filhos, o que muito emocionou a escritora. Ao final da solenidade, quando a autora do livro AdVersos falou de sua obra e agradeceu as homenagens, passou, então, a autografar o livro para o público que lotou o Salão Nobre do Câmpus Universitário. CMI-Mococa homenageia as mães “Quando nasce uma criança, nasce uma Mãe!” Para homenagear a “Mulher-Mãe”, o CMI de Mococa organizou uma criativa programação. Na quinta-feira (11/5), às 19h30 aconteceu, no Auditório Madre Carmen Sallés, a Celebração Eucarística com as mães, alunos e familiares: momento de gratidão a Deus pelo dom de gerar vidas. Cônego João Antonio Darci, com sua sabedoria, soube transmitir uma mensagem de fé e otimismo sobre a realidade da mulher hoje. Alunos de 1ª a 4ª entregaram às mães os presentes que foram preparados por eles. Alunos e professores da Educação Infantil (Maternal, Níveis 1, 2 e 3), no dia 12/5 às 10h45 e às 16h15 apresentaram uma movimentada e colorida homenagem com danças e músicas, também no Auditório: alegria e reconhecimento à Mamãe, presença forte em suas vidas. Os pequeninos do Maternal tiveram uma atividade diferente em sala de aula, no dia 12/5, às 10h15 e às 15h45: um pouquinho da manhã e da tarde com a Mamãe na escola: pintaram, brincaram com massa de modelagem, cantaram e dançaram com a Mamãe. O objetivo a ser alcançado com essas atividades é cultivar no coração da criança e do adolescente, a gratidão. Rosária do Carmo Lopes Lorenti Soares. Coordenadora do Segmento 1.- Colégio Maria Imaculada de Mococa/SP. Marly Botazini Rodrigues Profª Ms. Em Educação INTEGRAÇÃO Junho 2006 31 ESPIRITUALIDADE Encontrar é fazer Congresso Eucarístico Nacional “Ele está no meio de nós” Na Eucaristia, nos associamos à Como imagem maravilhosa desta vitalidade eucarística, encontramos no evangelho a parábola da Videira, aplicada à Igreja. O tronco inabalável e de onde nos vem a seiva da Graça é Cristo, e nós somos os ramos. Nele, no Cristo, somos inseridos para produzir muitos frutos: “aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto”. Assim, não podemos nos distanciar da Eucaristia, alimento salutar da Mesa da Palavra e da Partilha. Sem esta participação, nunca saberemos qual é o sabor da Vida de Amor que Deus nos quer dar.. Não podemos viver sem Cristo, pois, como Ele mesmo diz, “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Por isso, neste banquete de Amor, experimentemos a ternura da solidariedade vivida entre nós. Celebremos a Eucaristia, experiência de vida para todos, e vida plena, abundante. Mesmo para quem já não vislumbra mais a esperança! oferta que ele vos faz, ó Pai, pela vida do mundo. Com ele, vos oferecemos as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias das mulheres e dos homens de hoje. a (da Oração do Congresso) Aconteceu entre os dias 18 a 21 de maio o 15° Congresso Eucarístico Nacional, na cidade de Florianópolis – SC, que foi transformada num grande altar do Brasil. O tema – “Ele está no meio de nós! Vinde e vede!” – expressa a certeza do Mistério Pascal de Cristo que dá vitalidade à nossa caminhada de fé. Tal viço e pujança a Igreja colhe na Vigília Pascal, mãe de todas as nossas celebrações litúrgicas. Assim, ressuscitada de suas mortes e curada em suas feridas pela Misericórdia e Amor de Deus, a comunidade cristã testemunha com fé, ousadia e, acima de tudo, com alegria, seu ser eucarístico. De fato, nascemos da Eucaristia, pois ela é quem edifica a obra do Senhor, a Igreja, compreendida como o Corpo de Cristo Ressuscitado, estendido na história. A sua tarefa e milagre nunca muda: alimentar e purificar o coração dos homens. O Pão Vivo, descido do céu e perpetuado pela efusão do Espírito Santo, perpassa a comunidade, nutre e fortalece a intimidade com Deus, e dispõe cada um de nós a realizar o mandamento de Jesus, o Amor, através da delicadeza do gesto de “lavar uns os pés dos ou- 32 INTEGRAÇÃO Junho 2006 tros” (cf. Jo 13,5). Como afirma um santo padre da Igreja, participando do sacrifício de Cristo, não só o recebemos, mas também Ele recebe cada um de nós. “O que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se transformam aqueles que o recebem? No corpo de Cristo” (Cf. S. João Crisóstomo, 407). Eis porque se faz necessário um Congresso Eucarístico. Sua finalidade é captar no presente vivo da história o valor da eucaristia para salvação do homem. É sua missão retomar aquela mesma consciência do centurião romano, que exclamou: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo” (Mt 8,8). Pe. Nivaldo dos Santos Ferreira Pároco da Paróquia Santíssima Trindade – Belo Horizonte; Assessor espiritual do Colégio Regina Pacis – Belo Horizonte e re Viver Encontrar é ir ao encontro do outro, é um gesto de disponibilidade, de crescimento, um ato de coragem. O encontro é uma oportunidade de se deixar encantar e encantar. A oração é um encontro de encantamento entre Deus e sua criação, entre nós e Deus, entre nós e o outro, entre nós e o Universo com Deus. As crianças têm muito a nos ensinar sobre isso: capacidade de encantar e de se encantar. Refletir sobre nossa maneira de ver o mundo e tudo que está presente nele é também um ato de encontro. O maior gesto de encontro que a religião cristã nos propõe é o de Deus com o Universo, obra de suas mãos (Sl 19,1). Enviar seu filho Jesus Cristo ao encontro da humanidade perdida em seu caminho, constitui o maior gesto que pode existir: Deus que se faz homem para habitar entre nós. O Universo não pode ser mais o mesmo depois da vida de Jesus entre nós. Isso é comunicação de amor sem igual. Hoje, como nunca, os meios de comunicação, cada vez mais avançados, proporcionam o encontro entre as pessoas. Esse é o Admirável mundo novo, como tão bem descreveu no seu romance homônimo, o escritor inglês Aldous Huxley. Entretanto, temse que cuidar para que não haja iso- lamento: desconectar do mundo real para se conectar ao mundo abstrato um encontro que pode se transformar em desencontro. Cada vez mais, o ato de estar na presença do outro, participando com ele da realidade nossa e dos demais, faz-se distante. São as contradições do mundo dito “pósmoderno”. No entanto, não há de se chorar as desgraças de nossos dias. Isso não é o mais saudável. Primeiro, faz-se necessário se encantar com a alegria das crianças e dos jovens. E agradável foi ver as turmas do ensino fundamental (5ª a 8ª), do Colégio Regina Pacis de Belo Horizonte, nos Encontros de Convivência realizados em Santa Luzia/MG. As duas ocasiões (08/ 03 – 5ª e 6ª, e 27/04 – 7ª e 8ª) foram dias de re-encontros, brincadeiras e descontração. Encontrar-se com o outro é desfrutar da presença de Deus. Essa é também uma forma de oração: perceber o outro como um lugar onde habita Deus. Valorizar sua presença em nossa vida é abrir espaço para que Deus também se aproxime de nós: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. (Mt 18,20) Encontros de Convivência são oportunidades preciosas para que haja integração entre as turmas, tempo apropriado para criar e estreitar laços. Como nos diz a Raposa no diálogo com o Pequeno Príncipe: “Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos”. Fiquemos, pois, com o exemplo das crianças, para quem a vida é um eterno encontro: sempre descobrem algo bonito e prazeroso. Finalizando, deixemos o Pequeno Príncipe nos falar: “Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim... e não encontram o que procuram... E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d’água...” Aldo Júnior, profº Ensino Religioso Colégio Regina Pacis - BH INTEGRAÇÃO Junho 2006 33 ESPIRITUALIDADE Em Jesus Ressuscitado entendemos que a última palavra de Deus não é a morte, mas a vida e uma vida plena. a A palavra Páscoa advém do grego e do hebraico, significa passagem. Para o povo judaico, ela recorda a saída do Egito, onde o povo esteve escravo por séculos, para a liberdade. O povo que andava pelo deserto custava a crer no Amor que a tudo perdoa. Páscoa, Festa da Vida! Para nós cristãos, a Páscoa é a passagem da morte de Cristo para a vida, sendo, portanto, a maior festa cristã. Ela é preparada com o tempo litúrgico da Quaresma, quarenta dias, que tem seu início na Quarta Feira de Cinzas. A Páscoa é o ponto culminante da Semana Santa, quando revivemos a prisão, paixão, morte e ressurreição de Jesus. A Semana Santa se inicia com a entrada de Jesus em Jerusalém. É o Domingo de Ramos, no qual, o povo que vai ao seu encontro, O saúda cantando e acenando com ramos de oliveira. A multidão o acolhe com “hosanas”, aclamando o filho de Maria e de José, Rei de Israel. Durante a semana santa, milhares de fiéis, por todo o mundo, saem para refazer o caminho do Senhor até o Calvário, como fizeram Maria e os Apóstolos até o lugar de seu sepultamento. Em Jesus, tudo faz parte de um único mistério, o MISTÉRIO DA REDENÇÃO, o mistério de um Deus que vem caminhar pelos caminhos da humanidade, experimentar a dor, o sofrimento e a morte. Um mistério que ultrapassa a morte com a plenitude da Vida com a Ressurreição. Em Jesus Ressuscitado entendemos que a última palavra de Deus não é a morte, mas a vida e uma vida plena. É por isso que a Páscoa é a maior Fes- ta Cristã e como dizia São Paulo: Se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé. É também por isso que a celebração da Páscoa é marcada por diversos símbolos, que assinalam a passagem do mundo das trevas (a morte) para o mundo da luz (a vida). O GIRASSOL, Flor que se distingue das demais por girar a procura do sol. Mesmo que ele esteja escondido. Simbolicamente, como o girassol se volta sempre para o sol, nós devemos estar voltados para o sol, Jesus, recebendo Dele sua força e calor. O SINO, anuncia o Aleluia para a Igreja. Canta as alegrias da Ressurreição. Diz a história que na antiguidade, por ocasião do período de Páscoa, os povos pagãos reverenciavam Ostera, deusa da Primavera, representada por Perséfone na mitologia grega e, Ceres na mitologia romana. Ela aparece segurando um ovo na mão e observando um COELHO, símbolo da fertilidade, o OVO simboliza o nascimento, o surgimento da vida. E para nós, Cristãos, na Páscoa, Jesus Cristo se tornou fonte inesgotável de “Vida Nova: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21, 5) f O CÍRIO, a grande vela, significa a luz de Cristo, vem gravada as letras gregas: Alfa e Omega, primeira e última do alfabeto, significando que Cristo é o princípio e o fim de todas as coisas. O PEIXE, os Cristãos que eram perseguidos por sua fé, se reconheciam pelo símbolo do peixe, que escrito em grego, tem as letras do título de Jesus Cristo, “Mestre”. A CRUZ, traduz o sofrimento e o renascimento de Cristo. 34 INTEGRAÇÃO Junho 2006 O CORDEIRO, sacrificado pelos judeus, que o comiam na Páscoa, rememorando a libertação da escravidão egípcia. Para o cristianismo, Jesus é o Cordeiro de Deus, sacrificado para a salvação da humanidade. Sheyla Cotilha Coordenadora do Setor Pastoral do CMI - RJ INTEGRAÇÃO Junho 2006 35 ESPIRITUALIDADE Mês de Maio Mês de Maria Mês das Mães Será que o mês de maio foi escolhido por acaso para representar o mês das mães? Este é o mês consagrado a Maria, “Mãe do Salvador”. Portanto, mês consagrado à maternidade. Quem ama festeja! Quem ama conhece! Quem ama louva! “Uma entre todas foste a escolhida: foste tu Maria, serva preferida, Mãe do meu Senhor, Mãe do meu Salvador. Maria cheia de graça e consolo. Venha caminhar com teu povo. Nossa Mãe sempre serás.” Falar de Maria é despertar o amor filial: que requer proximidade, afeto, compreensão, sensibilidade, conhecimento... É levar o filho a conhecer a sabedoria, a humildade, a coragem, a determinação, a força, a pureza, a simplicidade, a confiança... e outros valores incontáveis e de suma importância. É promover o bem de forma antecipada, para que o mal não encontre espaço para se instalar. Ela, Maria, serve de referencial a homens e mulheres, que se achegam independente de idade, raça ou credo, que conseguem romper barreiras diante dos obstáculos que a vida impõe. Difundir o Carisma Concepcionista e a devoção Mariana em nossos colégios é uma das Missões fundamentais do Setor Pastoral, dos educadores e de toda a equipe. Contamos com a colaboração das mães, que vem se mostrando inquietas e se preocupam com a realidade atual da sociedade, que dá maior ênfase aos valores mercadológicos deixando para segundo plano os valores espirituais e a percepção do ser humano na sua busca incessante pelo transcendente. Mesmo que por alguns períodos de sua vida, não se dê conta disso. Vamos festejar!!!! Com flores a Maria, Mãe de Deus. Com o terço a Maria, Mãe da Igreja. Com o véu a Maria, Mãe da Humanidade. Com a coroa, símbolo da realeza, confirmamos o seu título de Rainha e Nossa Senhora, Mãe do Nosso Senhor. 36 INTEGRAÇÃO Junho 2006 “Maria, queremos te conhecer melhor e ofertar-te o nosso amor. Queremos pedir-te para manter sempre puro o nosso coração, para que possamos dizer sem complexos ou vergonha: -Mãe, eu te amo!” Quem ama canta! O mês de maio é muito importante para a Igreja e em especial para nós Concepcionistas. Concepcionista é uma palavra derivada de concepción, palavra espanhola que quer dizer: concepção, que significa gerar (no útero). Esta palavra deu origem ao nome Conceição, que está diretamente ligado a VIRGEM IMACULADA: Maria.. Ela não se esquece de nós, e junto de Deus ela tudo pode em nosso favor. Em louvor a Imaculada Conceição, e relembrando o que disse o Anjo Gabriel ao saudar a “Mãe Maria” e, aproveitando este mês todos somos convocados a fazer nossas súplicas e agradecimentos por tudo o que Deus nos concede, através do pedido de Maria. Isso é o que invocamos quando rezamos... Maria, aquela que foi concebida sem pecado, é consolo e alegria para nós. A “Mãe do Filho de Deus”, “Mãe do próprio Deus encarnado”, glorificada como Rainha de todos os eleitos, “Mãe da Igreja” e nossa. Nosso louvor à “Mãe da Humanidade”. Sheya Cotilha CMI-RJ / Coord. Pastoral “Ave Maria” INTEGRAÇÃO Junho 2006 37 Vocação VOCAÇÃO “Antes mesmo de te modelar no ventre materno eu te conheci; antes que saísses do ventre materno eu te consagrei” (Jeremias 1,5). 38 INTEGRAÇÃO Junho 2006 e Estas palavras de Jeremias marcam o início da história de cada pessoa, é uma história que tem sua origem no próprio Deus Criador. É o olhar de Deus que conhece sua obra nos seus mínimos detalhes. Podemos afirmar que toda pessoa é chamada e amada por Deus, desde toda a eternidade e, Dele, recebe luz e força. Na história das vocações o critério decisivo é a escolha divina: “Eu vos escolhi” (Jo 15,16). O Pai escolhe pessoalmente e quer que nos relacionemos com Ele como filhos, por meio de seu Filho Jesus, guiados pelo Espírito Santo. A vocação tem sua origem no coração da Trindade e seu destino é o coração da humanidade e, portanto, toda vocação comporta a dimensão do serviço à comunidade. Ninguém é auto- suficiente, nem existe para si mesmo, para realização dos próprios gostos. É impossível seguir a Cristo sem ser atraído pelo Pai. Não é suficiente o chamado de Deus. A concretização de uma vocação só se dá quando a pessoa responde, de modo livre e espontâneo, movida unicamente pelo amor. A vida de cada ser humano está em função dos outros de tal forma que, toda pessoa pode repetir com Jesus: “vim para servir, sou um simples operário da vinha do Senhor e posso contar com a sua graça”. A consciência da dimensão trinitária da vocação desperta para a necessidade de uma espiritualidade de comunhão com o Pai, de busca de Sua vontade: “eis que venho ó Deus para fazer a tua vontade” (Heb 10,9). Se é o Pai que nos chama, é o Filho que nos envia e o Espírito que nos unge com sua força e amplia as fronteiras da missão para que a mensagem seja levada até os confins da terra. Jesus, em sua oração sacerdotal, chama a atenção para a unidade. Mesmo havendo diversidade de dons, Ele insiste: “Que todos sejam um como eu sou um com o Pai”. Ao sermos chamados passamos a fazer parte do mesmo corpo no qual, os dons recebidos, são para a utilidade de todos (cf I Cor 12,7). Os dois mil anos que nos separam da mensagem proclamada e ensinada por Jesus, podem dificultar para nós a descoberta da novidade de suas palavras. Mas se considerarmos que, ao longo deste tempo, são inúmeros os testemunhos de pessoas que viveram o encantamento pelo amor da Trindade, pessoas humildes, que fizeram a fascinante experiência de amar e de serem amados, poderemos, nós também, experimentar a comunhão trinitária no serviço aos irmãos. Como colocar a vida a serviço da vida? As vocações específicas Jesus, em diversas circunstâncias e utilizando os meios mais variados chama pessoalmente a muitos para se tornarem “operários em sua vinha”. Esse chamado atravessa a história e se estende a todos os povos. Em diferentes épocas da vida, todos são convocados a se tornarem seus discípulos porque a ninguém é permitido permanecer na ociosidade. Ao chamado à vida, só se pode responder com vida. Pelo batismo todos os cristãos leigos são chamados a uma vida santa, são chamados a ser “fermento na massa”, que dizer, a viverem como filhos de Deus no meio do mundo, em suas atividades profissionais, na família, na Igreja. Nesses ambientes é que vão proclamar sua fé em Jesus e testemunhar os valores do Reino. À Vida Consagrada cabe, especificamente, contemplar as coisas divinas e viver em conformidade com Cristo para se dedicar ao serviço da humanidade, particularmente dos mais pobres e excluídos. O ministério ordenado, a vocação sacerdotal também se insere no quadro do chamado universal; sua missão é servir o povo, sendo sinal de Deus, que é Pai e Mãe de todos; é buscar a unidade, fortalecer a comunhão eclesial, cuidar do rebanho, manifestando-lhe a compaixão do Pai; procurar a ovelha perdida, curar a doente. Em nosso mundo que se apresenta tão auto-suficiente, descrente, materialista, Cristo continua chamando pessoas para manifestar seu amor e sua ternura. Sua ordem é: Ide pelo mundo... Como o Pai me enviou, eu também vos envio. Para responder ao chamado de Jesus é necessário um coração generoso, pronto e audaz, porque o campo evangelizador é imenso. VOCÊ SE DISPÕE? QUER SER UM SEGUIDOR DE JESUS? COMO? Oração pelas Vocações Paulo VI Senhor, pelo Batismo, vós nos chamastes à santidade e à cooperação generosa na salvação do mundo. Na messe que é tão grande auxiliai-nos a corresponder à nossa missão de membros do Povo de Deus. Qualquer que seja o chamado, que cada um de nós seja verdadeiramente outro Cristo no meio dos homens. Ó Senhor, por intercessão de Maria, Mãe da Igreja, concedei-nos o dom misericordioso de muitas e santas vocações sacerdotais, religiosas, missionárias e leigas de que a Igreja necessita. Amém Ir. Vera Costa Milani RCM INTEGRAÇÃO Junho 2006 39 40 INTEGRAÇÃO Junho 2006 INTEGRAÇÃO Junho 2006 41 PELO MUNDO II Assembléia Internacional de Religiosas e Leigos Concepcionistas Elaboração dos princípios educativos, motivadores da missão educativa- evangelizadora concepcionista que darão luz, impulso, unidade e coerência nas diversas formas de realizar o serviço educativo. Explicitação das prioridades de in- tervenção nos diferentes grupos: comunidade religiosa, professorado, família, alunos, agentes de pastoral, pessoal auxiliar, voluntários, igreja local, sociedade. Proposta de estratégias de atua- ção a nível pessoal, familiar, social, eclesiástico, que possam desenvolver-se nos planejamentos educativos de cada lugar concreto. Os princípios Educativos Concepcionistas Fortalecer um ambiente educativo onde se vivam os valores evangélicos que identificam a escola Concepcionista é um dos desafios apontados pela II Assembléia Internacional de Religiosas e Leigos 42 INTEGRAÇÃO Junho 2005 n Nos dias 23 a 28 de fevereiro de 2006 realizou-se na cidade de Madrid Espanha, a II Assembléia Internacional Concepcionista de Religiosas e Leigos. A assembléia teve como tema: Os princípios Educativos Concepcionistas. Contou com a participação de educadores procedentes da Espanha, Brasil, Coréia do Sul, Estados Unidos, Guiné Equatorial, Japão, México, República Democrática do Congo, República Dominicana e Venezuela. O Brasil foi representado por Ir. Wanilda Melo Bárbara, Coordenadora Provincial de Educação e membro da Equipe Internacional de Educação e pela educadora Jussara Papado Cavedal, coordenadora pedagógica do Colégio M. Carmen, de Brasília. O trabalho foi coordenado por M. Pilar Gonzalez Cordero, responsável pela missão educativa da Congregação das Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino e coordenadora da Equipe Internacional de Educação. Contou com a assessoria do Pe. Angel Miranda, Salesiano. A Assembléia teve como objetivo, melhorar a qualidade da ação educativa concepcionista. Para atingir esse objetivo a proposta de trabalho consistiu na: O trabalho teve início com uma análise das escolas nas diferentes realidades da Congregação. Essa análise propiciou um conhecimento que apontou para o que é cada escola nos diversos países, para a realidade de nossos jovens e crianças, das equipes educativas, das famílias e os desafios encontrados em relação a cada um dos grupos mencionados. Diante da realidade apresentada os participantes da Assembléia se questionaram: Como esse contexto interpela a identidade de nossas escolas? Vários questionamentos dos educadores presentes fizeram parte da reflexão como: Quem? O quê? Onde? Quando? Por que e para quê as pessoas APRENDEM? E AINDA: Quem? O quê? Onde? Quando? Por que as pessoas ensinam? Esses e outros questionamentos foram favorecendo a explicitação das EXPECTATIVAS, INQUIETAÇÕES, HORIZONTES e ATITUDES dos educadores concepcionistas, tais como: Responder às necessidades da sociedade, da igreja, dos jovens; sentimento de Otimismo: podemos construir a partir de nossa própria realidade, a partir do que temos; maior convencimento de que a missão educativa concepcionista faz parte do Plano de Deus; sentimento de esperança e de fé no que está em nossas mãos; necessidade de fortalecer a cons- ciência de Pertença, de identidade própria; adaptação crítica às mudanças, a partir da própria vocação; assumir tarefa de promotores de mudança, não só de sujeitos passivos ou acompanhantes da mudança. CONTINUA INTEGRAÇÃO Junho 2006 43 PELO MUNDO Decorrente dessa realidade foi elaborado o documento que define as linhas gerais de atuação pastoral das escolas concepcionistas, abordando os seguintes aspectos: Nossos objetivos educativo-pasto- rais Nosso estilo educativo Políticas e linhas de ação Missão, visão e valores Propostas e atividades As raízes da missão concepcionis- ta Um projeto de pessoa, de Igreja, de Sociedade e de escola O documento e as propostas elaboradas foram enviados as escolas da congregação para serem estudados, internalizados e para que possam ser considerados e assumidos no dia a dia da missão educativa concepcionista. Os momentos vividos na Assembléia contribuíram para que a escola concepcionista redescubra seu ardor missionário diante das necessidades mais urgentes de nosso mundo e envolva, cada vez mais, religiosas e leigos na missão de crer e de criar uma escola que evangeliza, uma escola em pastoral, uma escola – novo areópago – que anuncia Jesus Cristo como a Boa Notícia que o mundo precisa ouvir, conhecer, acolher, testemunhar e anunciar. Quando se compartilha uma coisa … se divide Quando se compartilha um conhecimento … multiplica-se Quando se compartilha a vida … se semeia Ir. Wanilda Melo Bárbara, RCM 44 INTEGRAÇÃO Junho 2006 PEDAGOGIA n Isabel não tem mão, tem cabelos encaracolados e é negra. No decorrer dos dias penso: Qual a melhor forma de ensinar ludicamente? Como fazer para diminuir a violência que está tão presente em nosso mundo? Essas questões me fizeram retornar ao tempo em que eu era ainda uma criança, numa infância difícil, mas com lembranças muito boas, como por exemplo, o respeito pela professora, o carinho com os colegas e tudo isso sem nenhuma discriminação. Essas recordações despertaram em mim um desejo: o de manter essa inocência nos corações de cada criança do maternal I, minimizando a discriminação e diminuindo a rebeldia. Para isso criamos uma boneca, a Isabel. Ela não tem mão, tem cabelos encaracolados e é negra. Com isso quis trabalhar o tema da Campanha da Fraternidade e a discriminação racial. A boneca foi um recurso utilizado em vários momentos em sala de aula, para contar histórias, desenvolver o gosto pela leitura, mostrar que somos capazes de promover a paz, de sermos solidários, de partilhar, e de tratar as pessoas com igualdade. A construção da boneca Isabel foi feita em parceria com as crianças, provocando na turma momentos de muita interação e alegria. Eles tiveram a oportunidade de sugerir vários nomes, até que dentre tantos escolheram o nome Isabel. Consegui com esse trabalho resgatar a auto-estima e criar laços afetivos entre as crianças. Como resultado do trabalho percebo que as crianças passaram a conviver em harmonia, sem preconceitos de raça e de cor, demonstrando que todos somos iguais perante Deus e perante os homens, e o que precisamos é deixar que o amor prevaleça entre nós. Gláucia Pereira de Sousa Professora do Maternal da Creche Madre Carmen Sallés - Samambaia - DF INTEGRAÇÃO Junho 2006 45 PEDAGOGIA É preciso critérios, valores e, mais ainda, estabelecer relações e hierarquias entre esses valores, para nortear as ações em sociedade. 46 INTEGRAÇÃO Junho 2006 a A função da educação é preparar indivíduos com habilidades e competências para atuarem no meio em que estarão inseridos, além de provocarem melhorias para si próprios e para os outros. Assim, que relação há entre educação, empreendedorismo e ética? O Empreendedorismo trata das questões relativas a alguém capaz de fazer algo por esforço próprio, promover mudanças, investir em melhorias pessoais e coletivas. A ética é um convite à profunda reflexão crítica de toda atividade humana, pautada nos princípios do respeito mútuo, solidariedade e diálogo. Nunca o Empreendedorismo precisou tanto da educação; nunca a educação precisou tanto do Empreendedorismo e nunca, ambos, precisaram tanto da Ética. O conteúdo do tema Empreendedorismo e Ética, não é novo. É novo ter um documento inserido no Projeto Pedagógico, que possibilite a discussão desse assunto no conteúdo escolar. Um dos objetivos deste componente curricular é propor atividades que ajudem o aluno a pensar sobre sua conduta e a dos outros, a partir de princípios, e não de receitas prontas. Parte-se do pressuposto de que é preciso critérios, valores e, mais ainda, estabelecer relações e hierarquias entre esses valores, para nortear as ações em sociedade. Inserir o Empreendedorismo na Escola significa estar preparado para lidar com esse perfil e abraçar a desafiante tarefa de transformar, em realidade, o ideal apresentado na lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), e nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). Significa colocar em prática as diretrizes e os pilares da educação nacional, nesse cenário de contradições em que estamos inseridos. O ambiente familiar representa um espaço privado, que não forma para o espaço público (a sociedade como um todo, com suas exigências de cidadania). A escola, complemento da família, representa a transição do espaço privado para o público. Há coisas, como o respeito ao coletivo em detrimento do individual, que não se aprendem apenas na família, mas na escola, onde se inicia o viver no espaço público. A escola tem também compromisso com a formação da cidadania, que pressupõe a dimensão ética e implica que também deva ser ética. A grande lição, a melhor aula de Ética, está na experiência do convívio social. A postura do professor e da escola deve ser a encarnação dos valores pregados. Algumas questões éticas devem ser colocadas, explicadas e não discutidas; outras devem ser discutidas. Se tudo for discutido, o aluno não vivencia a heteronomia e a ética parece ser relativa, mera questão de opinião. Na educação ética, não se deve usar a imposição, mas a inspiração e a cooperação, para que o aluno aprenda, não apenas racionalmente, Algumas questões éticas devem ser colocadas, explicadas e não discutidas; outras devem ser discutidas. Se tudo for discutido, o aluno não vivencia a heteronomia e a ética parece ser relativa, mera questão de opinião. mas envolvendo os sentimentos e toda sua personalidade. É preciso distinguir o sentir do agir (conduta). A ética normaliza as ações, mas não os sentimentos. Para vencer o preconceito, não adianta normalizar o pensamento; é importante dar informações, historiar, trabalhar com o raciocínio, a lógica. Segundo Bernardo Toro, é preciso formar alunos com consciência democrática e internacional, sendo esta a única maneira de garantir a construção de um mundo de justiça e paz. Há coisas como o respeito ao coletivo em detrimento do individual, que não se aprendem apenas na família, mas na escola, onde se inicia o viver no espaço público. Acreditamos, que a cultura do empreendedorismo e ética: prepara os alunos para responderem a mudanças, aceitá-las e liderá-las; promove a criatividade e a inovação; conduz a novas aventuras empreendedoras, novos trabalhos e oportunidades de empregos; prepara os alunos para as futuras responsabilidades que deverão assumir, gerenciando a própria vida e tentando manter e melhorar a qualidade de vida de todos os cidadãos. Ao propormos este estudo, pretendemos estabelecer uma cultura que incentive os alunos a serem inovadores, criativos, responsáveis e autoconfiantes e, conseqüêntemente, a melhorarem a qualidade de vida. Educar para criar auto-imagem positiva, exige ver o aluno em sua dimensão ética, não humilhá-lo, nem “mimá-lo”; usar sempre o elogio sincero, não “seduzir”, mas conduzir. Vera Lúcia Werneck Cardoso Orientadora Educacional do CMI Brasília INTEGRAÇÃO Junho 2006 47 PEDAGOGIA Partilhando Experiências Para Margareth Gregório, cabe ao professor ajudar, orientar, desafiar e oferecer vários recursos para o desenvolvimento dos alunos como leitores e escritores. q Quando se fala em produção de texto, logo vem a idéia de uma escrita correta e ordenada, sem erros gramaticais e uma estrutura impecável. Mas como conseguir chegar a essa superfície com dinamismo e competência? Essa foi mais uma oportunidade que o Colégio Regina Pacis ofereceu às professoras do Ensino Fundamental I. Uma oficina de produção de texto, dirigida por Margareth Gregório Prado, professora a mais de 20 anos, com uma vasta experiência em metodologia de português e que também trabalha no Colégio Regina Pacis com a 4ª série do Ensino Fundamental. “Tão importante quanto o conteúdo, são os educadores”, essa foi uma das falas da professora referindo-se ao A profissão de processo de letramento dos alunos, que têm uma visão de mundo. O problema é conseguir passá-la para o papel e classificar suas idéias. Produzir um texto é muito mais que escrever várias linhas, demarcar os erros encontrados pelo professor e apontar onde ocorreu a falha. É importante passar o encanto da escrita para os alunos, ter paixão e propiciar recursos que permitam que eles viagem através do uso da língua, construindo e reconstruindo a linguagem. Para isto, cabe ao professor ajudar, orientar, desafiar, oferecer meios e recursos para o desenvolvimen- to dos alunos como leitores e como escritores. “O estímulo e a intervenção do professor é essencial para que o aluno ganhe autonomia como leitor”, diz Margareth ao apresentar as propostas de diferentes maneiras de produzir textos: o que escrever, para quem escrever, porque escrever e como escrever. Outra proposta feita pela professora foi o de revisão textual, pois ela é fundamental nessa ação. Um texto deve ser relido e reescrito quantas vezes forem necessárias para tornálo dinâmico. Assim, o aluno perceberá que é um usuário da língua escrita, porque a cada instante estará refazendo a sua produção, apresentando novas versões, observando com propriedade os detalhes do que escreveu. A produção é o espaço para o exercício da originalidade, da criatividade e da criticidade. Ângela Visconte Professora da 2ª Série do EF do colégio Regina Pacis – Belo Horizonte 48 INTEGRAÇÃO Junho 2006 Professor(a) Somos mais que uma figura que fica à frente de um quadro negro, ou em uma sala de aula transmitindo n conhecimentos. Nestes últimos cinco anos, venho me questionando sobre uma escolha profissional, a profissão de professor, pois não é fácil ser professor. Durante séculos exigiu-se que o docente fosse modelo de virtudes, e mais recentemente, que desempenhe funções distintas, capaz de mudar o comportamento e atitudes de diferentes esteriótipos de alunos. Será uma profissão impossível, como afirmava Freud? Não vou discorrer o conceito de profissão numa perspectiva sociológica, mas relatar, sem pretensões, as estratégias, angústias, preocupações e, principalmente, as atribuições de um professor. Sabemos que o mundo caminha a uma velocidade assustadora. Estamos na era da informação. O conhecimento torna-se o maior patrimônio do homem. Aprendemos todos os dias, buscamos informações em jornais, revistas, internet, livros, mas será que toda essa informação é absorvida? Estamos nos tornando autodidatas e esquecendo da figura tão importante que é o professor? Nós assumimos, cada vez mais, responsabilidades perante os alunos, porque deixamos de ser apenas meros transmissores de conhecimentos, para nos tornar orientadores, ou seja, deixamos de ser exemplo, para ser referência. Somos mais que uma figura que fica à frente de um quadro negro, ou em uma sala de aula transmitindo conhecimentos. Devemos observar cada aluno como um ser único, pois temos responsabilidade com o futuro. Devemos direcionar nosso olhar para o ser, e não para o todo. Precisamos personalizar a informação para que cada aluno adquira somente o que lhe é útil no dia-a-dia, pois cada educando tem um caminho, uma história de vida e uma vivência diferente. Nós, professores, não podemos ser meros educadores. Cotidianamente, assumimos facetas de pai, mãe, amigo, confidente, e, acima de tudo, um incentivador, uma referência. E é por estas e outras que escolhi a profissão de professor. A partir dessas considerações, penso que a construção de uma identidade ou profissão é uma questão de aprendizagem. Precisamos sempre nos perguntar: Quem queremos ser? O que queremos fazer? Essas perguntas nos afligem, porque o amanhã é incerto. Entretanto, como profissionais, não podemos esquecer que temos um papel importantíssimo a desempenhar: conduzir a formação de alunos. Tarefa árdua que desencadeia conflitos existenciais. Profª Taciana Rossana CMI - DF INTEGRAÇÃO Junho 2006 49 PEDAGOGIA Corpo e Movimento A Educação Física ao alcance de todos A Educação Física é a área do conhecimento que introduz e integra os alunos na cultura corporal do movimento, com finalidade A assessora de Carmen Silva, autora do livro de Português Descobrindo a Escrita, esteve presente no dia 10/04/2006, no Colégio Regina Pacis para falar sobre a metodologia usada para um português sem traumas e decorebas. c Como sabemos, o português é uma língua complexa e cheia de regras. Quando as conhecemos, fica mais fácil escrever, porém decorá-las para colocá-las em prática é algo chato. Assim Eliete, assessora de Carmen Silva, autora do livro de Português Descobrindo a Escrita, demonstrou aos educadores do Regina Pacis no último dia 10 de abril de 2006. Para ela a criança tem muito que aprender com os erros, mas os professores tendem a corrigir somente 50 INTEGRAÇÃO Junho 2006 O Português e sua individualidade esses erros, e descartar o “resto”. E que valor tem o que a criança escreve? Que sentido se dá ao enfatizar o erro sem evidenciar os acertos? Pois foi deste modo que ela começou a explanar a metodologia do livro de Carmem Silva, Descobrindo a Escrita. O livro oferece ao professor a oportunidade para que vivencie com seus alunos esse confronto, fazendo uma conexão entre interpretação de texto, ortografia e gramática. Destacar as idéias principais fazendo análise e inferência é uma das formas que o professor pode trabalhar com seus alunos. “Não adianta destacar os erros na produção de texto, pois estes podem aparecer mais de uma vez ao longo de suas escritas. O mais plausível é fazer com que os alunos enxerguem o que falta em seu texto em relação ao conteúdo, e realizar paralelamente um trabalho sobre o erro ortográfico”, diz Eliete. Uma outra orientação da assessora foi a de trabalhar um tipo de legenda de erros. Assim, se no meio do texto um aluno vê um triângulo, ele saberá que ali faltou um parágrafo ou um tipo de pontuação, por exemplo. Esse avanço na escrita se dá de forma gradativa. Avançar na interpretação faz com que os alunos reflitam sobre a linguagem utilizada no texto e a forma como ele foi organizado. Olhando as particularidades do texto a partir de hipóteses encontradas, a reflexão fica mais fácil e só assim a conceituação acontece. O português tem que ser encanto, descoberta, prazer para ser aprofundado e envolver os alunos na sistematização de conceitos que possam ser colocados em prática. de lazer, de expressão de sentimentos, de afetos e emoções, de manutenção e melhoria da saúde. Partindo dessa afirmativa, a Educação Física rompe com o tratamento tradicional dos conteúdos que favorecem os alunos com aptidões claras. Adota o eixo estrutural de ação pedagógica inclusiva, apontando para uma aprendizagem que busca o desenvolvimento da autonomia, da aceitação do outro, das limitações, da cooperação, da participação social e da afirmação de valores e princípios democráticos. Portanto, procura garantir a todos a possibilidade de usufruir de jogos, esportes, danças, lutas, ginásticas e competições. Na aula de Educação Física, como prática pedagógica inclusiva podemos citar os principais objetivos como: Favorecer a adaptação de vínculo entre o ambiente escolar e o professor; propor atividades que favoreçam a vivência, a experimentação, o controle e o deslocamento do corpo; desenvolver o gosto e o prazer pelas atividades motoras; estimular a criatividade e a expressão corporal; oferecer ambiente e recreações de diferente ordem corporal; Criar um ambiente de igualdade e competitividade sadia; favorecer a integração social. Mélchior Campos Dullius Prof. de Educação Física do CIC – Machado/MG Elizângela Sales Barbosa da Silva Professora da 3ª série do EF do Colégio Regina Pacis – Belo Horizonte INTEGRAÇÃO Junho 2006 51 PEDAGOGIA Volta às aulas! ! m o b e Qu Que bom poder voltar e continuar a nos preparar para a vida numa escola que nos estimula a crer, alimentando nossa fé. 52 INTEGRAÇÃO Junho 2006 v Voltar verbo transitivo que significa retornar, regressar, recomeçar, reiniciar... Que bom poder voltar! Que bom poder retornar à escola, rever os amigos, os professores e toda a comunidade educativa concepcionista! Que bom poder regressar, estudar, adquirir novos conhecimentos e enfrentar desafios, quando tantos não conseguem! Que bom perceber que a vida é um eterno recomeçar! Que bom poder acordar, respirar profundamente, observar o nascer do dia, o ressurgir do sol e encarar a vida de frente, afrontar o dia-a-dia com seus sucessos e insucessos, suas alegrias e tristezas e com seus encantos e desencantos! Que bom poder continuar a busca de uma educação concepcionista que visa o crescimento do bem em detrimento do mal! Uma educação que chega ao coração e que transforma o indivíduo, lenta e gradualmente, em um ser capaz de anunciar e testemunhar não só os valores humanos como os cristãos, seguindo os ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, calcados em Maria Imaculada como fonte inspiradora! Que bom seguir uma Educação Personalizada e Comunitária que visa desenvolver o educando não só como indivíduo crítico, consciente e responsável pelo seu crescimento pessoal, como também pela sua integração e capacidade de influenciar na constru- ção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária! Que bom acreditar em uma educação que proporciona a socialização, a autonomia, a liberdade e a criatividade dos seus alunos e que tem como objetivo o desenvolvimento da personalidade do indivíduo, sustentada no amor, no compromisso social e na solidariedade para com o próximo! Que bom estudar e trabalhar numa escola que proporciona a todos a oportunidade de, ao iniciar os trabalhos de cada dia, abrir o coração a Deus e, junto com Maria Imaculada, pedir a condução nos caminhos da vida, com uma oração que nos oferece a possibilidade de comunicação com Ele, num diálogo simples, como se fala com um grande amigo! Que bom, ao final do dia, ter aprendido com Madre Carmen Sallés que “O dia terá sido digno se ao finalizar, antes de dormir, o coroamos com um Salve à Rainha Mãe de Misericórdia”! Que bom poder voltar e continuar a nos preparar para a vida numa escola que nos estimula a crer, alimentando nossa fé, como nos ensina a fundadora quando diz que “Nossas limitações são muitas mas, podemos utilizá-las como ponto de apoio para colocar nossa confiança em Deus” e que “Nossa confiança na misericórdia de Deus deve ser ilimitada! Ele nos dará o que necessitamos”. Na firme convicção no AMOR de nosso Deus, poderemos levar em frente tudo o que entendemos ser de sua vontade. Enfim, que bom poder iniciar o ano letivo de 2006 com entusiasmo, disposição, coragem e perseverança para conquistar nossos sonhos, sem esquecer de auxiliar o próximo, para ele também conquistar os seus, lembrando, ainda, de agradecer a Deus por acreditarmos no seu Amor infinito e misericordioso por todos nós! Viajando na leitura a “A literatura de um povo, diz Gonçalves de Magalhães, é o desenvolvimento do que ele tem de mais sublime nas idéias, de mais filosófico no pensamento, de mais heróico na moral e de mais belo na natureza.” Fala-se muito em formar leitores. Mas o que é exatamente um leitor? É possível dizer que são pessoas que sabem usufruir dos mais diferentes tipos de livros, das mais diferentes literaturas. A literatura tem como objetivo melhorar a compreensão dos seres humanos e do mundo em que está inserido visando mais ao desenvolvimento de atitudes do que de aquisição de conhecimentos e habilidades. A literatura infantil contribui para o crescimento emocional, cognitivo e para identificação pessoal da criança, propiciando-lhe a resolução de diferentes problemas, despertando sua criatividade, sua autonomia e sua criticidade, que são elementos necessários na formação da criança de nossa sociedade. A imaginação da criança pode ser comparada à de um artista. Ela tem o poder de transformar um pequeno círculo colorido em diferentes formas criando objetos multicores que flutuam no mundo do faz de conta. A oportunidade de pegar um livro cheio de aventuras e viajar com os personagens pelo mundo encantado jamais será destruída com o passar do tempo. O trabalho com leitura, seja em classe, seja extraclasse, deve ser uma prática constante. Assim, as 1as séries estão desenvolvendo o Projeto “Viajando na Leitura” a fim de despertar nos alunos o interesse por esse mundo mágico e encantador. “O livro é aquele brinquedo que por incrível que pareça, entre um mistério e um segredo, põe idéias na cabeça” (Maria Dinorah) Professoras Dalva e Maria Vanilda 1as séries A e B do Colégio Madre Carmen Sallés - Brasília Professora Viviane Peter da Silva Pedagoga, com Especialização em Orientação Educacional, e Pós-graduada em Docência Universitária.- Professora da 4ª série do EF do Colégio M. Carmen Sallés INTEGRAÇÃO Junho 2006 53 PEDAGOGIA Então, Vamos brincar? “ O Lúdico é eminentemente educativo no sentido em que constitui a força impulsora de nossa curiosidade a respeito do mundo e da vida, o princípio de toda descoberta e toda criação. “ (Santo Agostinho) É através do brincar que a criança se encontra com o mundo de corpo e alma. Também é através do brincar que a criança vê e constrói o mundo, expressa aquilo que tem dificuldade de colocar em palavras. Sua escolha é motivada por processos e desejos íntimos, pelos seus problemas e ansiedades. É brincando que a criança aprende que, quando se perde no jogo, o mundo não acaba. “O jogo e a brincadeira permitem ao educando criar, imaginar, fazer de conta, funcionam como laboratório de aprendizagem, permitem ao educando experimentar, medir, utilizar, equivocar-se e funda- é mentalmente aprender”. (Pedagogia lúdica – Jogos e Brincadeiras de A a Z- p. 07) Podemos considerar que, desde os primeiros anos da infância, encontram-se processos criativos que se refletem, sobretudo nos jogos. É através deles que as crianças reelaboram, criativamente, combinando fatos entre si e construindo novas realidades de acordo com seus gestos e necessidades. Também nesses jogos aparecem toda a experiência acumulada da criança. Neles as lideranças são desenvolvidas, e aí ela aprende a obedecer e respeitar regras e normas. “A maneira de brincar e jogar sofre uma profunda modificação no que diz respeito à questão da sociabilidade”. (PCN volume 07 - p. 60) Segundo Vygotsky do ponto de desenvolvimento da criança, a brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas. Ainda, segundo esse autor, a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz-deconta, como ainda nas que exigem regras. Podemos observar que brincar não significa simplesmente recrear-se, isto porque é a forma mais completa que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo. Nesse brincar está a verbalização, o pensamento, o movimento, gerando canais de comunicação. A linguagem cultural própria da criança é o lúdico. A criança comunicase através dele e por meio dele irá ser agente transformador, sendo o brincar um aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral. “ ... Os jogos e brincadeiras constituem-se admiráveis instituições sociais” (Piaget), por meio deles as crianças exercitam a criatividade, a liberdade com responsabilidade, a autonomia e a cidadania, pois aprendem a argumentar, a raciocinar e a respeitar regras . Não devemos esquecer que brincar é altamente importante na vida da criança, primeiro por ser uma atividade na qual ela já se interessa naturalmente e, segundo, porque desenvolve suas percepções, sua inteligência, suas tendências à experimentação, seus instintos sociais. Portanto, a brincadeira e as situações de jogos são fundamentais para uma vida saudável. E você? Já pensou em um jogo que possa interessar a toda família e em seus benefícios? Aproveite os momentos que você tem com seu filho para brincar. Então, vamos brincar? Hugo Baldan Júnior, professor de Geografia do CIC Machado, desenvolveu com os alunos da 5ª série uma atividade nas qual aplicou os princípios da EPC. O trabalho teve como objetivo, abordar o conteúdo sobre o Sistema Solar de uma maneira a proporcionar aos alunos, um melhor entendimento sobre o assunto, proporcionar a integração entre a turma, através de troca de idéias e experiências. Com o roteiro nas mãos, três etapas deviam ser seguidas: 1ª etapa: Trabalho Independente/Pessoal Princípio da EPC: Atividade, Autonomia e Liberdade Leitura e estudo do material apresentado na apostila. Síntese e anotações. Discussão, relatos de conhecimentos prévios, troca de informações e dúvidas posteriores. 2ª etapa: Trabalho Coletivo Princípio da EPC: Sociabilidade e Comunicação Pesquisa extra-classe de interesse dos alunos, de um subtema a respeito do assunto, como por exemplo: asteróides, cometas, planetas e outros. 3ª etapa: Partilha Princípio da EPC: Criatividade Os trabalhos atenderam o critério criatividade, com apresentação no power-point, programa “Vídeo-Game” com perguntas e respostas e montagem de uma sala de aula com professor e aluno ensinando/ aprendendo sobre o Sistema Solar. Também construíram maquetes e planetários para as suas apresentações. As atividades desenvolveram-se ao longo de 7 aulas, sendo 3 para montagem, discussão e organização das apresentações; 3 aulas para as apresentações e 1 aula para auto-avaliação com a partilha dos grupos sobre os pontos positivos e negativos dos trabalhos. Marly Botazini Rodrigues Profª Ms. Em Educação- CIC Machado/MG BIBLIOGRAFIA: Pedagogia lúdica – jogos de Brincadeiras de A a Z. – Tânia Dias Queiroz e João Luiz Martins. Editora Rideeel. Parâmetros Curriculares Nacionais Volume 7 – Educação Física. Maria Anisail Alves Coordenadora Pedagógica – 1ª Fase do Ensino Fundamental Colégio Madre Carmen Sallés – DF 54 INTEGRAÇÃO Junho 2006 INTEGRAÇÃO Junho 2006 55 PEDAGOGIA Pensamento Uma forma de organizar o A importância da “A magia do mundo infantil, a transparência da criança, sua inocência, espírito de curiosidade, precisam e devem ser estimulados e preservados, enquanto dura esta fase tão especial que é a infância, para que quando adulta, tenha sua sensibilidade revitalizada com gratificantes lembranças de sonhos infantis”. É nesse contexto que a Educação Musical entra como um importante mediador no desenvolvimento de habilidades físicas, mentais, verbais, sociais e emocionais, tendo como característica própria a liberdade de criar e adaptar. É um trabalho de desenvolvimento global que possibilita a criança usar toda sua capacidade para uma aprendizagem de acordo com seu ritmo, tendo como ponto de partida, seu próprio corpo. A Educação Infantil é a porta de entrada para a linguagem musical, que é trabalhada no sentido de contribuir para que o processo de crescimento e conhecimento do mundo aconteça de um modo sensível e harmônico. O contato da criança com a música deve ser bem organizado, de modo a possibilitar aquisição de capacidades possíveis e necessárias ao seu desenvolvimento pleno. É por intermédio da música que se desenvolve na criança a sensibilida- 56 INTEGRAÇÃO Junho 2006 Música na Educação Infantil de, a percepção, a observação, a atenção, a autoconfiança, o raciocínio, a criatividade, a auto-estima, a linguagem, a socialização, a expressão corporal e verbal, é esse conjunto de habilidades que fica na criança e a capacita a desempenhar qualquer função em sua vida, pois por meio de cantigas e de ações existentes nas músicas, ela aprende que alegrias e tristezas, conquistas e perdas, coragem e medo podem ocorrer, mas também podem ser resolvidos. Brincando com a Música Os conteúdos musicais dentro da Educação Infantil são desenvolvidos em forma de brincadeiras, jogos e dramatizações. É comum ainda, utilizar músicas ligadas a temas de interesse. Brincadeiras de roda são as mais trabalhadas, pois são atividades recreativas que envolvem o corpo, o som, o ritmo e o movimento, levando a criança a uma identificação sociocultural, conscientizando-as e conduzindo-as à aceitação natural de si mesma e com relação aos colegas, formando a noção de “nós”. Essas atividades dão oportunidade à criança de manifestar suas alegrias, suas virtudes, seus medos e frustrações, seus desejos e suas angústias, de forma permissível socialmente, dando asas à sua imaginação, dividindo suas fantasias com o outro. A música na escola permite o fortalecimento das relações humanas como a amizade, companheirismo, troca de carinho e afeto, sentimentos e valores que acompanham uma pessoa em toda sua vida. É um trabalho lúdico onde a fantasia se faz presente, entrando em contato com várias sensações, facilitando o alcance de objetivos com resultados altamente compensadores! Elaine Caproni da Silva Profª de Educação Musical CIC Machado/MG Eliete Prado é professora do Ensino Fundamental I no Colégio Santo Agostinho, e é nome de referência quando o assunto é matemática, matéria na qual se especializou. Com essa visão cotidiana de um contexto matemático, traz para a concepção pedagógica uma prática teoria que se dá muito mais do que meras continhas n No dia 28 de março deste ano, as professoras da Educação Infantil, CA e Ensino Fundamental I foram convidadas a participar de uma Oficina de Matemática, promovida pelo Colégio Regina Pacis. A oficina foi conduzida pela professora Eliete Prado, formada em matemática, tendo como objetivo demonstrar a organização do pensamento e a reflexão sobre a metodologia que norteia a prática pedagógica. “Na matemática temos que ter atitudes matemáticas”, disse Eliete, que com vários exemplos do cotidiano, demonstrou a importância de desenvolver bons hábitos de comunicação, sistematização e argumentação, dando ênfase às estratégias utilizadas, e demonstrou também, assim como a matemática está presente em todas as situações de nossa vida. A matemática é corriqueira, mas a percepção quanto a esta afirmativa deve ser feita de forma natural e organizada. Se uma situação é colocada para o aluno, “solta”, sem fundamentação teórica e prática, esse aluno está sujeito a fazer aquelas famosas continhas sem saber para que servem. Um exemplo do cotidiano que Eliete evidenciou foi o tempo de um semáforo. Para que um acione e o outro se apague, tem que haver uma situação matemática, para que tudo corra bem, como se fosse o famoso MMC(MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM), ou seja, com a classificação de números múltiplos é possível determinar um intervalo de tempo. Outro exemplo: “um cano em nossa casa furou, não temos ninguém por perto e nem somos exímios bombeiros hidráulicos, o que faríamos nessa hora”? Esse tipo de situação-problema faz com que os alunos pensem um melhor jeito de sanar a dificuldade. Isto faz com que eles ordenem o seu pensamento. Eliete usou teorias Piagetianas para transpor suas afirmativas, “pensar é uma característica do sujeito, por isso, o registro tem que ser feito desde cedo. Colocar no papel o raciocínio da criança faz com que ela concretize suas idéias. Com isso, o educador revê o erro como catalisador no processo de aprendizagem, favorecendo a apropriação de um significado para as expressões matemáticas.” Para encerrar Eliete levou várias sugestões de jogos matemáticos, de fácil construção, com palitos de picolés, emborrachados, etc. As professoras tiveram um contato com os jogos, divertiram-se e perceberam como tornar a matéria, considerada um “bicho de sete cabeças”, em brincadeira de criança. Elizângela Sales Barbosa da Silva Professora da 3ª série do EF do Colégio Regina Pacis – Belo Horizonte INTEGRAÇÃO Junho 2006 57 PEDAGOGIA Laboratório: Espaço de experimentação e comprovação Situações do dia-a-dia são oportunidades para desenvolver habilidades o de raciocínio e motivar o aprendizado. O Colégio Imaculada Conceição de Passos acredita que acabou o tempo em que fazer experiência era sinônimo de plantar feijão em algodão mo- lhado. Por isso, priorizou a experimentação nas aulas ministradas nos laboratórios. O ensino de Ciências, Biologia e Química deve ajudar o aluno a compreender o mundo em que ele vive. Para isso, é necessário combinar leituras, observações, experimentos e registros para coletar, organizar e discutir informações. Através de experimentações, os alunos podem testar explicações sobre determinados fenômenos, confrontando-as com as evi- dências empíricas fornecidas pelo experimento e a partir delas, formular novas explicações. Ao aplicar os conteúdos em situações do dia-a-dia, oferecemos aos alunos, oportunidades de vivenciar as experiências, que são importantes para desenvolver habilidades de raciocínio e motivá-los ao aprendizado. Os alunos ganham muito com a vivência da educação personalizada dentro dos laboratórios. Eles aprendem a se comportar, a conhecer e manusear as vidrarias de maneira correta e também têm a oportunidade de conhecer as propriedades de algumas plantas e observar as reações químicas das soluções e reagentes, como fazer misturas e seus processos de fracionamento entre sólidos, fracionamento de misturas homogêneas: a destilação, destilação fracionada, fusão fracionada. Isso dá ao aluno a clareza do desconhecido, da imaginação e agrega valores ao seu dia-a-dia. Temos o objetivo de formar estudiosos e pesquisadores e, por que não, grandes cientistas? Laura Borges Silva Bióloga e Técnica dos laboratórios 58 INTEGRAÇÃO Junho 2006 AÇÃO COMUNITÁRIA Tracoma Prevenção é a solução Alunos do Centro Educacional “Recanto Betânia”, participaram do Programa gratuito da Secretaria de Saúde de Embu Guaçu. n Na 1ª etapa do Programa, o Dr. Paulo Canineo (oftalmologista), fez uma palestra para os educadores sobre a doença- TRACOMA- que atinge muitas crianças de algumas regiões do Brasil. Na Região de Embu Guaçu, o índice não é muito elevado, mas chega a prejudicar um bom grupo de crianças. Na 2ª etapa do Programa consistiu na vinda do Dr. Paulo, para examinar os alunos do Pré à 4ª Série sendo que, em três dias todos foram examinados. O Programa constatou, durante a visita, tracoma em alguns alunos, que após uma consulta médica, terão acompanhamento no tratamento. Dos 322 alunos do Recanto Betânia examinados, Dr. Paulo Canineo detectou que 20% apresentaram os sintomas. Familiares e educadores fica- ram animados, pois vários problemas visuais apresentados pelos alunos e que interferiam diretamente na aprendizagem, estão sendo tratados. Atenção! Saiba alguns sintomas da doença: TRACOMA é uma doença dos olhos causada pela bactéria “Clamídea Tracomatis” que ocorre principalmente nas crianças. O tratamento é fácil, mas se não realizado, com passar do tempo, prejudica a visão do portador da doença. Os sintomas são: olhos vermelhos e irritados, lacrimejantes de areia nos olhos e intolerância à luz. A transmissão ocorre por meio da secreção dos olhos de pessoas já contaminadas ou de objetos contaminados, vale ressaltar ainda que a transmissão é mais freqüente em ambientes coletivos como escolas e creches. INTEGRAÇÃO Junho 2006 59 CIDADANIA Eleições: Liderança e Compromisso: Critérios para escolha dos candidatos Uma aliança nas Relações Humanas 60 INTEGRAÇÃO Junho 2006 n Não há dúvidas quanto à importância do bom relacionamento para o bom êxito dos trabalhos realizados na Escola. É com esse espírito que se elegeu um grupo de alunos para exercer as funções de líder e vice-líder de turma entre os alunos de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental, em conjunto com a Equipe Diretiva. De início, o Professor José Maria Henrique Andrade ministrou palestras sobre Liderança, passando pelas turmas, acompanhado da orientadora Andréa Guimarães Pessoa, que na oportunidade conscientizou os alunos das características fundamentais que um líder deve inspirar, como: respeito, confiança, compromisso, motivação, firmeza, amizade, cooperação, dentre outros. Partindo daí, cada turma escolheu 3 (três) candidatos que possuíam tais características, sendo somente 2 (dois) a ocupar os cargos. E no dia 06 de abril de 2006, deu-se eleição para a escolha de líderes. No dia 19/04/2006, os representantes de turma reuniram-se com a Equipe Diretiva para receberem os cumprimentos, motivação e orientações sobre suas funções. Notou-se que eles sentiram-se felizes e agradecidos pela escolha; e puderam expressar isso, também, publicamente, na manhã do dia seguinte para os demais colegas de 5ª a 8ª séries, mostrando seu compromisso, dinamismo e vontade em abraçar a causa. Para encerrar esse momento, Irmã Caridade, assim se expressou: “Eles foram escolhidos por vocês para realizar e colaborar junto conosco em nossas tarefas e atividades, que serão muitas. Porém, para que o trabalho frutifique e seja bom, é preciso que todos vocês colaborem. A escola não é representada somente por líderes, mas por você, você, cada um de vocês. E sei que posso contar com vocês”! Marly Botazini Rodrigues Profª Ms. Em Educação – CIC Machado/MG Aproxima-se o momento das eleições, evento decisivo que marcará siginificamente os rumos do nosso país para os próximos quatro anos. Cada pessoa tem, sem dúvida, uma contribuição a dar para a melhoria do mundo e esta contribuição passa pela escolha responsável daqueles que terão a responsabilidade de liderar o processo de administração e aplicação dos bens públicos para atender as necessidades de todos. Está em nossas mãos ajudar a construção de um país renovado, justo e solidário. Para nos ajudar nessa escolha, a CNBB preparou um documento de orientações aos eleitores. Dastacamos aqui parte desse documento, que poderá nos auxiliar para a eleição de pessoas comprometidas com o bem de todos. é É fundamental discernir o perfil ético e as verdadeiras motivações dos que se apresentam como candidatos. O primeiro critério para votar em um candidato é sua posição em relação à defesa da dignidade da pessoa humana e da vida, em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte. Há várias outras questões. Por que os candidatos aspiram ao poder? Por que querem se manter no poder? Qual a prática do poder como serviço ao bem comum? O povo mobilizado necessita de informações suficientes para um bom discernimento. Será que os eleitores se lembram do nome do candidato em quem votaram na eleição anterior? Esta dificuldade se acentua nas eleições para as casas legislativas, quando o imenso número de candidatos dificulta um discernimento mais consistente por parte dos eleitores. A corrupção eleitoral ainda é um problema enraizado na mentalidade do nosso povo. Muitos acham natural a troca do voto por algum favor do candidato. É preciso instalar uma nova consciência política iluminada pelo lema inicial dessa mobilização: “voto não tem preço, tem conseqüências”. Nesse sentido, eleitores e elegíveis, todos temos que mudar. O exercício da cidadania comporta o controle social sobre o bem comum. Sem esta atitude por parte dos cidadãos, muitos políticos sentem-se confortavelmente instalados em seus interesses particulares. Muitos continuarão o expediente escuso da compra e venda de votos, apesar dos dispositivos da Lei n° 9.840' , de 1999, que altera o Código Eleitoral, contra a corrupção eleitoral. CONTINUA INTEGRAÇÃO Junho 2006 61 CIDADANIA O compromisso com a constante superação da fraude eleitoral, começando com as nossas práticas políticas, é um bom critério para eleger candidatos que ocuparão cargos públicos. Os critérios da escolha devem levar em consideração tanto a honestidade pessoal, quanto a sua trajetória, voltada aos interesses da coletividade. Os bons parlamentares e gestores públicos primam pelos compromissos honrados, sempre em estreita ligação com as necessidades reais da população. A transparência na gestão nunca lhes permite o expediente promíscuo na gestão do bem público, como se fosse um bem particular. É preciso prestar muita atenção nos candidatos despreparados, cujas plataformas camuflam interesses particulares. Isso acontece quando improvisam políticas de compensação. São incapazes de apresentar metas claras de governo, políticas consistentes, planejadas e definidas por etapas e orçamentos. São candidatos oportunistas, sem compromissos com partidos ou que utilizam as suas siglas para ganhar eleições. Têm como prática a compra de votos, sem escrúpulos, reproduzindo o esquema da corrupção eleitoral. Prometem favores. Por isso se transformam em líderes políticos hábeis, com longa experiência na arte de enganar os eleitores. Acostumam mal o povo, fazendo dele refém, dependente de esmolas e promessas de benefícios imediatos. É bom desconfiar de candidatos sustentados por campanhas financeiras vultosas que facilitam a compra de votos, pois eles podem tentar recuperar, de alguma forma, o investimento realizado, utilizando-se dos privilégios adquiridos no exercício da função pública. É importante conhecer e divulgar informações a respeito de candidatos: Quem são eles, sua origem política, o que já realizaram em prol da população, qual é a sua história, quais são suas propostas, se estão vinculadas ao programa de um partido ou se estão atreladas apenas a grupos de interesses financeiros. Igualmente importante é encontrar canais de participação, viabilizando o 62 INTEGRAÇÃO Junho 2006 controle social entre os eleitores e os candidatos a serem escolhidos e eleitos, assegurando aos eleitores o controle social sobre os projetos de governo, além dos apresentados por candidatos. Sinais indicadores de verdadeiras motivações dos candidatos: a honestidade e a competência demonstradas pelos serviços prestados com transparência administrativa e financeira. Tudo isso deve ser continuamente avaliado e reconhecido pela população. As propostas de políticas públicas devem defender e promover a dignidade da vida e do convívio humano, salvaguardando sempre o bem comum em nível nacional e estadual. A inclusão social é o grande desafio para o Brasil, a ser conquistado com a participação de todos os cidadãos. Orientações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - 2006 Oração do Cristão na Política Deus da vida e Senhor da história, Pai de todos nós, em vosso Filho Jesus Cristo, pela força do Espírito Santo, já vencestes o pecado, a escravidão e a morte. Queremos fazer da Política, direito e dever da cidadania, um serviço à vida e à libertação integral de todos. Concedei-nos construir um Brasil novo,na convivência fraterna, no respeito às diferenças, sem exclusão e sem privilégios, onde se abracem a justiça e a paz. Que os valores do vosso Reino orientem sempre mais as decisões e a ação política em nosso País! Ajude-nos a intercessão de Maria, nossa Mãe Aparecida, das santas e santos companheiros da caminhada. Vosso Filho Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, nos ilumine na construção de uma nova sociedade justa e solidária. Amém. Indignação muda. O povo está a par dos acontecimentos e desse mar de putridão que assola nossa política. Porém, apresenta-se omisso, sem voz perante a massa. Há, também, o povo ignaro, que não sabe o que se passa ao redor, não interessado nesse assunto por ser demasiadamente “complicado”. Mesmo com a intensa divulgação da mídia em relação a todas as facetas da política, muitas pessoas tampam os ouvidos, fecham os olhos, não se interessam por praticamente nada relacionado ao governo de sua própria nação, pelo simples fato do assunto não “interferir” em sua medíocre vida. Contanto que continue ganhando seu dinheiro e alimentando sua família, exclui-se na torre de marfim da ignorância. Para que não haja total perda de esperança, há uma pequena parcela da população com o mínimo de intelecto, capaz de discernir o céu do inferno. Porém, falta-lhes algo: coragem de tomar uma atitude que desencadeie uma mudança radical nos padrões políticos de nosso país; essa parcela, porém, não é suficiente para nos fazer rever nossos conceitos, porque, como diz Eduardo Alves da Costa em seu poema, No caminho de Maiakówski “arrancam-nos a voz da garganta”. E... a nada forte jangada da política brasileira leva-nos através da tormenta e nós, povo ocioso, sem remos, ficamos a ver navios. André Carletti Aluno do 3º ano A – Ensino Médio do CMI SP PROJETOS A descoberta do laboratório p Para tornar os projetos mais significativos e possibilitar às crianças o estabelecimento de múltiplas relações, foi proposto o uso do laboratório de ciências como um recurso didático que possibilita a ampliação do conhecimento sobre as questões levantadas (hipóteses). A prática do uso do laboratório se iniciou com o levantamento do material a ser utilizado. Nesse momento foi imprescindível o apoio da Professora Patrícia, responsável pelo laboratório. O uso do laboratório tornou alguns projetos muito mais interessantes, como foi o caso do projeto Abelhas. Através do microscópio os alunos identificaram as partes de uma flor, o néctar e as partes da abelha. Houve exploração do favo, da colméia e, por fim, a degustação do mel puro. Outro assunto abordado foi a importância da higiene e as conseqüências da falta da mesma. A sujeira que não pode ser vista a olho nu, aquela que se encontra debaixo das unhas, a diferença entre a água tratada e a da torneira, as frutas e verduras que não foram lavadas, tornaram-se motivos de investigações e de comprovações de hipóteses levantadas pelos alunos e pela professora. No momento, a turma está investigando sobre os cuidados com as plan- tas, a função de cada uma das partes que as compõem, e o que acontece se estas tiverem suas folhas ou raízes arrancadas. Esta se tornou necessária no dia em que um aluno questionou sobre o que poderia acontecer com uma determinada planta que um de seus colegas arrancou no parquinho. A partir dos questionamentos que surgem entre as próprias crianças se inicia a reflexão sobre acontecimentos da vida diária e sobre aspectos que muitas vezes são desconsiderados por parecerem óbvios demais. Um olhar mais atento sobre o cotidiano permite que as crianças se aproximem de conteúdos conceituais e procedimentos das ciências e favorece o desenvolvimento de atitudes como: a curiosidade, a dúvida diante do evidente, a capacidade de formular questões e o respeito ao meio ambiente, evidenciando que aprender é construir significados e atribuir sentidos. Jane Barbosa Chaves Pôssas Prof.ª CA - Colégio Regina Pacis – Belo Horizonte INTEGRAÇÃO Junho 2006 63 PROJETOS JogoaPictórico brincadeira na a A turma do 2° período do Colégio Regina Pacis em Belo Horizonte, transformou sua sala de aula em um museu de artes, com exposições de obras famosas de Monet e também das obras, ainda pouco conhecidas, mas de igual importância, dos artistas do 2° período. O projeto iniciou-se a partir de uma conversa na roda em sala de aula, com a idéia de se conhecer mais sobre as plantas: “De que vivem as plantas?”, “O que elas comem?”, “De onde vêm as sementes?”, “Tem semente pra tudo?”, “Todas as plantas dão flores?”, “Por que algumas flores têm perfumes e outras não?”. Essas questões levantadas pelas crianças possibilitaram inúmeras formas de aprendizagem e de ampliação de conhecimento sobre o mundo social e natural. Trabalhar este tema com as crianças não significou somente conhecer a importância e características das plantas, e sim construir atitudes de respeito e preservação à vida e ao meio ambiente, uma vez que o futuro do nosso planeta depende desta consciência ecológica formada desde pequenos. Todo o conteúdo explorado no projeto foi relacionado com Arte, disciplina essencial na Educação Infantil, desenvolvendo habilidades críticas e reflexivas nas crianças. Entende-se como arte, a capacidade de expressão por traço, desenho ou pintura, utilizado como um instrumento de aprendizagem que desperta nas crianças a sensibilidade e habilidade da observação, valorização e criatividade. Conhecemos e apreciamos algumas pinturas famosas de Monet, que, assim 64 INTEGRAÇÃO Junho 2006 arte como os alunos do 2° período, demonstrava seu gosto pelas flores e plantas, retratando-as em suas telas. Conhecer Monet foi também conhecer a arte Impressionista, o estilo e a interpretação das obras em uma determinada época da história da arte. Desta forma, o Projeto abrangeu vários conteúdos tornando-se interdisciplinar, envolvendo Ciências, Artes e também a literatura, através do livro “Linéia no jardim de Monet”, escrito por Christina Bjork e Lena Anderson, traduzido por Ana Maria Machado, que se configurou em eixo norteador. Este livro conta a história de uma criança que também gosta de plantas e teve a oportunidade de conhecer o jardim de Monet e suas obras, relatando, no livro, com grande entusiasmo, sua experiência, despertando nos nossos pequenos leitores o desejo de seguir os seus passos. Várias atividades, pesquisas e estudos foram feitos no decorrer do projeto, e para finalizar, a sala de aula se transformou em um museu, com bilheteria, exposições dos quadros de Monet com explicações, obras de releitura e construções pessoais do impressionismo representadas pelos alunos, lanchonete e lista de visitantes. Antes da abertura do museu aos visitantes: colegas das demais classes, professores, coordenadoras, diretora e pais, desenvolvemos um Jogo Pictórico que consistiu em uma brincadeira de “faz de conta”. Enquanto as crianças brincavam de museu, aprimoravam suas habilidades de apreciação, reflexão e crítica frente às obras expostas. Para iniciar o jogo, os alunos receberam símbolos que representavam seus sentimentos e críticas frente aos quadros. Eram no total cinco símbolos que representavam: Símbolos e Significados atividade, valorizando o que cada criança pensa e observa nas telas, destacando sua opinião pessoal e individualidade. Após o Jogo Pictórico, o museu foi aberto para visitação com direito a entrega de bolo aos visitantes. Durante a exposição, as crianças explicavam aos visitantes as obras e vida de Monet. Uma legenda explicando o Jogo Pictórico também foi exposta para interpretação dos visitantes. Obra que mais gostou Obra que não gostou Obra que não entendeu Obra que levaria para casa Obra que acha ser a mais valiosa Os alunos coloriram os símbolos e escreveram o seu nome para identificação dos visitantes. A cada momento que entravam no museu, observavam as telas expostas, comentavam suas opiniões com os colegas e atribuíam os símbolos nas obras que escolhiam. Uma aluna mencionou que a tela que ela mais gostou foi também a que ela não entendeu, mostrando como o trabalho de apreciação e interpretação pessoal das obras é intenso para as crianças. Os resultados foram os seguintes: Ao terminar a visitação, a atividade foi registrada através de um desenho livre e foi oportunizada uma conversa sobre essa prazerosa brincadeira de faz de conta, que é na verdade uma rica experiência de apreciação, sensibilidade e reconstrução, formando crianças capazes de mudar com criatividade a realidade que vivemos. Resultados do Jogo Pictórico (em geral) Obra que mais gostou Ponte japonesa (1899). Monet todos os dias estudava a ponte que ficava em seu jardim para pintá-la. Obra que não gostou Ponte Japonesa (1923). Quando mal conseguia enxergar. Monet teve catarata nos olhos e quase todos os quadros que pintava nesta época eram vermelhos. Obra que não entendeu Ninféias (1910). Pintura do lago que ficava em seu jardim rodeado de ninféias coloridas. O impressionismo neste quadro é quase abstrato. Obra que Nascer do Sol (1874). Pintura do nascer do sol no Rio Sena. Monet pinlevaria para casa tou vários quadros do sol nascente e tentava passar nas telas sua impressão da luz do sol na água. Obra que acha ser a mais valiosa Ponte japonesa (1899). Monet descobriu que a ponte de seu jardim tinha um aspecto diferente a cada época do ano, por isso a pintava várias vezes. Vale ressaltar o papel do professor como mediador da BIBLIOGRAFIA VYGOTSKY, lev.S. Psicologia da Arte. Trad. Paulo Bezerra. SP: Martins Fontes, 1999. SPODEK, Bernard e outro. Ensinando crianças de três a oito anos. Porto Alegre, Ed. Artmed, 1989. BJÕRK, Christina; ANDERSON, Lena. Linéia no Jardim de Monet. Trad. Ana Maria Machado. São Paulo: Moderna, 1992. Título original: Linnea i malarens tradgard. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / Ministério da educação e do desporto, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.:il. Carolina Dominici Professora da Educação Infantil / 2° período - Pedagoga, pós graduanda em Alfabetização e Educação Infantil INTEGRAÇÃO Junho 2006 65 PROJETOS Em defesa da Colégio Imaculada Conceição de Passos promove uma grande mobilização na cidade contra o Projeto de Lei que libera a prática do aborto no Brasil 66 INTEGRAÇÃO Junho 2006 t Trabalhar projetos na escola torna o processo educacional mais dinâmico, vivo e autêntico, portanto muito mais interessante e mais próximo dos valores que, a toda hora, devem ser vivenciados na sala de aula, visando à formação integral da pessoa no exercício da sua cidadania. O CIC Passos, como uma instituição religiosa e educacional atenta ao seu papel de agente transformador, não só aceita o desafio de formar o indivíduo, mas também abraça projetos que possam colaborar para a assimilação de valores sustentáveis que trazem mais luz à educação. Há anos que os temas solidariedade, justiça, amizade, respeito e confiança vêm desencadeando debates e reflexões dentro e fora da sala de aula. Em fevereiro deste ano, numa iniciativa da equipe de Pastoral, o Proje- to de Lei 1.135/91, que libera completamente o aborto no Brasil, por qualquer motivo, desde a concepção até o nascimento durante todos os nove meses da gravidez, foi tema da reunião promovida pela Pastoral com os educadores. Procurando assegurar a todo cidadão o acesso à informação para a sua formação crítica, montou-se, a partir daí, o Projeto: CIC – Em Defesa da Vida. Mais do que informar, alertar e prevenir a população passense sobre o estarrecedor Projeto de Lei que tramita na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, em Brasília, o trabalho tinha como objetivo maior promover o envolvimento efetivo da comunidade através de ações que deveriam ser desencadeadas em favor da vida – o mais fundamental de todos os direitos humanos – e contra a descriminalização do aborto no Brasil. Definidas e planejadas as atividades que seriam desenvolvidas durante o mês de março, o Projeto VIDA invadiu as salas de aula, extrapolou as fronteiras do CIC, adentrou igrejas, visitou escolas e lojas, caminhou por bairros, ruas e praças. Ainda divulgando o hediondo Projeto de Lei 1.135/91, o CIC foi responsável, no dia 16/03, por dois grandes momentos que aqui devem ser registrados: neceram na Praça de 8h às 20h e conseguiram 2.300 adesões. Vale também lembrar o trabalho incansável do pessoal envolvido, a disponibilidade e paciência utilizadas para explicar a todos que por lá passavam o objetivo do Manifesto. Foram proveitosas as horas de contato direto e de coleta de assinaturas. Viam-se a perplexidade e a indignação da maioria dos passenses ao saber o teor do Projeto de Lei. Montagem de uma tenda/stand, na Praça Geraldo Silva Maia, denunciando o problema à população e convocando o cidadão passense a aderir ao movimento, assinando o Manifesto que seguiria para Brasília a fim de pressionar as autoridades governamentais. Para execução dessa atividade, professores, funcionários e alunos perma- Carreata em defesa da vida e contra a legalização do aborto. Para sua realização, foram providenciados cartazes, faixas, carro de som, carro temático, bandeiras e divulgação através das imprensas escrita, falada e televisiva. Dela participaram direção, alunos, pais e simpatizantes que saíram às ruas reivindicando medidas viáveis fundamentadas principalmente no DIREITO À VIDA. Nas suas andanças, o CIC – Em Defesa da Vida mobilizou a população, dividiu opiniões, multiplicou esperanças, colheu frutos, ganhou significativas adesões e conseguiu, através de e-mails, telegramas e telefonemas enviados a deputados empenhados em impedir a legalização do aborto, chegar à Capital Federal. Coube ao CIC neutralizar o (anti) Projeto 1.135/91, usando a força de seu trabalho e da sua crença. Fica em todos a certeza de que a pedagogia de projetos, centrada nos valores humanos, é árvore que dará bons frutos, pois foi plantada em terreno fértil, adubada com o entusiasmo daqueles que acreditam que não há maior espetáculo que o “espetáculo da vida”. CIC Passos / MG INTEGRAÇÃO Junho 2006 67 PROJETOS Projeto BH JK de “Um povo que não conhece a sua história está limitado ao presente da atual geração; esse povo não compreende nem sua geração; esse povo não compreende nem sua própria natureza e existência, na impossibilidade em que se acha de relacioná-las com o passado que as explica; muito menos pode antecipar coisa alguma sobre o futuro. c Somente a história pode dar a um povo a consciência de si mesmo”. Com a finalidade de preservar a memória de Minas, através da importância de JK para o cenário belorizontino, mineiro e brasileiro, os professores da área de Humanas – Línguas, Literatura Brasileira e Filosofia – sob a coordenação da Profª Anelise Swerts de Oliveira Lima, elaboraram o Projeto BH de JK. O projeto destaca Juscelino Kubistchek, como o estadista do século, por seus feitos e obras em Minas Gerais, ao exercer o cargo de prefeito de Belo Horizonte e o de Governador do Estado. Juscelino foi extraordinariamente capaz de planejar, executar e conseguir fazer o país crescer 50 anos em cinco. Portanto, é preciso valorizar a história, a arte, a literatura e a arquitetura belorizontina, enfatizando a colaboração significativa do governo JK para o progresso da capital mineira. Esse projeto interdisciplinar foi desenvolvido com os alunos de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental e de 1ª a 3ª séries do Ensino Médio, com as seguintes atividades: 1. Estudo e pesquisa sobre a vida de JK; 2. Ascensão política de JK, em nível municipal, estadual e federal; 3. Correntes políticas do período JK; 4. Escritores e poetas de BH; 5. Pesquisa arquitetônica; 6. Quadro natural de BH (relevo, clima, vegetação, população, economia); 7. Gripe Espanhola, doença que atacou Minas Gerais por volta de 1918, época em que JK definiu seu futuro profissional como médico; 8. Fórum de debates sobre a vida de JK, com palestras; 9. Excursão a Belo Horizonte, seguindo um roteiro de viagem como Avenida Amazonas, Colégio Regina Pacis, Museu Abílio Barreto, Palácio da Liberdade, Palácio das Artes, Parque das Mangabeiras, Pampulha, dentre outros; 10.Feira da Mineiridade – Exposição e apresentação de trabalhos das disciplinas envolvidas. O projeto BH de JK culminou com a Feira da Mineiridade, no dia 25/04/ 2006, e contou com apresentações de cunho artístico e cultural, como danças, músicas, teatro, jornal falado, maquetes, vídeo com “Retrospectiva da Era JK”, confecção de cartazes, mapas, álbum, mural e varal de poesias e histórias em quadrinhos. A seguir, podemos constatar o aprendizado das atividades do projeto, na poesia JK JK, autoria dos alunos da 8ª série, Gustavo Mendes Blanco e Marina Xavier Mendes Marly Botazini Rodrigues Profª Ms. Em Educação CIC Machado/MG Nasceu em Diamantina, Batalhou como estudante, Entrou para a Medicina Um jovem de futuro brilhante! Líder nato em sua região Preocupava-se com os mais pobres. Trabalhava para a população, Embuído de sentimentos nobres. De Diamantina a Belo Horizonte, Passando por grande dificuldade, Da Medicina fez sua fonte Formando-se na Universidade. Um dia descobriu a Política, A qual abraçou com ferrenho ardor. Ganhou sua primeira eleição Para o cargo de Vereador. A vereança foi só o começo De uma carreira de louvor, Sendo mais uma vez eleito Agora para Governador. Em Minas construiu a Pampulha, Com a marca da competência E assim nasceu a fagulha, Que o levou à Presidência. Exercendo o cargo mais alto, Vislumbrou aquela maravilha. Escolheu o centro do Planalto, Para a construção de Brasília. Grande líder empreendedor, Um político desenvolvimentista, Um homem trabalhador, Com uma visão progressista. 68 INTEGRAÇÃO Junho 2006 INTEGRAÇÃO Junho 2006 69 PROJETOS Uma ponte entre a Alunos das 5ªs séries do Colégio Imaculada Conceição, motivados pela professora de História, não mediram esforços para conhecer um pouco do passado da nossa história, através da Arqueologia e Paleontologia. Conhecer o passado permite à humanidade compreender melhor o presente e o futuro. Aprenderam que a arte surgiu no final do período Paleolítico. E que por causa do frio as pessoas passavam muito tempo dentro das cavernas, motivo que as levou a começar a desenhar, pintar, registrando os seus desejos e necessidades em cavernas, grutas e mesmo em lajes de pedra e ao ar livre. Nesses locais encontramse muitas pinturas em várias cores, como: o vermelho, amarelo, branco, preto e outras. Ao conjunto dessas fi- & passado pres ente guras dá-se o nome de arte rupestre. A maioria das figuras nas cavernas retrata seres humanos, animais caçados e objetos, além de simples traços. Desenhavam usando pedaços de carvão, pedra, tinta extraída das plantas. As pinturas rupestres comprovam que os primeiros grupos humanos que ocupavam o território brasileiro eram caçadores. Através dos estudos da história, os alunos tiveram a idéia aproximada da importância das pinturas de milhões de anos. A partir dessas descobertas muniram-se de tintas, extratos de plantas, carvão e pedras e, no laboratório, retrataram, transformaram tudo o que aprenderam em verdadeiras obras de arte. Na Paleontologia estudaram não só sobre os fósseis, que são restos ou vestígios de animais e vegetais que viveram em tempos passados e ficaram preservados nas rochas, mas também que esses trazem muitas informações de como eram a vida e o planeta centenas de milhares de anos atrás. Para compreender melhor a importância dos fósseis, os alunos encontraram um modo criativo de comprovar a Ciência. Fabricaram os seus próprios fósseis, com folhas de árvores e argila. Os fósseis criados pelos alunos não enganariam um paleontólogo, mas os educandos tiveram uma excelente idéia de como funciona o processo de fossilização. Para dar continuidade aos estudos sobre os fósseis, o Colégio Imaculada Conceição (Passos), planejou uma excursão com os alunos ao Museu dos Dinossauros em Peirópolis, município de Uberaba (MG). Lá conheceram cenários paleoambientais, fósseis, reconstituições dos animais e vegetais que habitavam aquela região. A aprendizagem se faz com a pesquisa e ludicidade e a missão do educador e da escola é saber mostrar ao aluno a beleza, o poder das idéias e o aprender a fazer. Veja a seguir a opinião de alguns alunos sobre a excursão ao Museu dos Dinossauros: “É muito bom ver que o Brasil, além de suas riquezas culturais, naturais tem uma enorme diversidade de fósseis nos museus. Depois de milênios de anos, podemos ver essas riquezas, porque alguns brasileiros preservaram os fósseis”. (Danylo Rodrigues Santos Alves da Costa - 5ª série – Alfa) balhando. Saber que o filhote de tiranossauro nasceu bem pequeno e que pesava apenas 600 gramas. E também aprender que a era dos dinossauros acabou provavelmente pela queda de um meteoro gigante. Adorei ver a réplica do dinossauro no jardim do museu”. (Patrícia Junqueira Maia Soares – 5ª série- Beta) “Eu aprendi muitas coisas: - que existiram dinossauros mais ferozes que o dinossauro Rex; que dinossauros enormes nasciam com 600 gramas; que existia dinossauros do meu tamanho. Aprendi e me diverti muito. Foi uma excursão interessante e legal. Nunca vou esquecer!” (Alexandra Costa Farjalla – 5ª série Beta) “Gostei do grande dinossauro da entrada, das réplicas e inclusive da quantidade e do tamanho dos dentes. Aprendi que não foram encontrados todos os ossos, porque alguns dinossauros viviam à beira dos rios.Conheci as fezes fossilizadas (coprólitos). Nas paredes do museu há desenhos do tempo geológico e de árvores araucárias, que estão em extinção. •Aprendi muito sobre o passado. Levarei minha família a Peirópolis para ensinar-lhes o que aprendi”. (Andressa Alvarenga Ribeiro – 5ª série - Beta) CONTINUA “Foi legal ver o paleontólogo tra- 70 INTEGRAÇÃO Junho 2006 INTEGRAÇÃO Junho 2006 71 PROJETOS “Gostei muito de ter visto um fóssil do dente do dinossauro. Foi interessante ver o Paleontólogo trabalhar separando um fóssil de uma pedra. Achei a excursão legal, quero voltar a Peirópolis”. (Lorena Júlia Siqueira Borges - 5ª série - Alfa “Como os Paleontólogos, com apenas ossos, podem reconstituir a fisionomia do animal? É muito interessante! É fantástico!” (Betina Rabello - 5ª série - Alfa) “ Achei interessante uma espécie de dinossauro parecido com um crocodilo. Gostei porque era um fóssil verdadeiro (real). E também adorei saber como se estuda sobre um fóssil” (Anna Clara Mattar Silveira - 5ª série – Beta) “Eu achei a excursão muito interessante, porque estudamos divertindo”. (Stefhanie Zorzin Borges – 5ª série - Alfa) “Foi muito legal. Fomos ao museu conhecer réplicas e reconstituições de várias espécies de dinossauros que existiram. Conheci um paleontólogo que com um pincel estava descobrindo mais fósseis”.(Bruna Maia Bueno Oliveira – 5ª série - Alfa) “Gostei do dinossauro bebê, é muito interessante um dinossauro que nasce menor que a gente, cresce mais de 3 metros. E também é importante, interessante conhecer coisas novas e aprender mais um pouco sobre a Préhistória”. (Bruna de Oliveira Vilela - 5ª série - Alfa Alimentação que vem das plantas As educadoras do Abrigo Jesus Maria José desenvolveram com as crianças o Projeto: “Alimentação que vem das plantas”, enfatizando a importância da alimentação para a saúde. As crianças puderam ver de perto e participar do plantio da horta com a ajuda do agrônomo Anderson, que lhes ensinou sobre a preparação da terra e os cuidados para se ter verduras e legumes de boa qualidade. As professoras não esqueceram de mostrar às crianças os cuidados com a higiene que se deve ter ao preparar uma boa salada. Todo tempo de duração do projeto foi de grande aprendizagem para as crianças, pois todas foram participativas e curiosas. O projeto não só favoreceu o enriquecimento cultural das crianças como ajudou também na mudança de atitude, pois desde o desenvolvimento do mesmo as crianças passaram a se interessar por alimentos que antes INTEGRAÇÃO não comiam. Junho 2006 72 “Adorei ver os ovos dos dinossauros. Não imaginava que um ovo de dinossauro pudesse ser tão grande! Também foi uma emoção quando vi, em frente ao museu, um dinossauro enorme de pedra. Parecia um sonho!” Lívia Maria Silveira 5ª série - Alfa “A sensação de descobrir o que aconteceu no planeta, na época dos dinossauros, é muito emocionante”. Caio Carvalho Amparado - Alfa Laura Borges Silva Bióloga – Técnica do Laboratório CIC Passos/MG PSICOLOGIA o O sonho de qualquer mãe é ter o filho embaixo de suas “asas” o maior tempo possível, bem protegido de tudo e de todos, mas chega o dia em que a criança se liberta e corre para o outro colo, o do professor. Atualmente, esse dia está chegando cada vez mais cedo. Por conta do trabalho e das novas obrigações, as mães têm antecipado a ida das crianças para a escola. E levar a criança para a escola é muito melhor do que deixá-la com a babá. A escola é um ambiente de vivência muito rico, independente da idade da criança. Decidir o momento certo para colocar o filho na escola, nem sempre é uma escolha dos pais. Frequentemente isso ocorre por uma necessidade. “Para que o processo de adaptação aconteça de forma satisfatória, os pais precisam estar seguros de sua decisão sobre a primeira escola”. É importante ter certeza de que é o momento certo para colocar a criança na escola e evitar desistências no meio do caminho. Decisão tomada, local escolhido, começa-se o momento de viver o processo de adaptação, tão importante para pais e filhos, que vão ficar separados durante o período escolar. Durante o processo de adaptação a criança vai estabelecer os primeiros vínculos de confiança e de segurança na escola. Cada idade da criança demanda preocupações diferentes para os pais. Para que se possa compreender de forma mais ampla o tema da afetividade na educação infantil, faz-se necessário tratar rapidamente da psicologia do desenvolvimento infantil. A infância é uma etapa biologicamente útil, que se caracteriza como sendo o período de adaptação progressiva ao meio físico e social. Adaptação é “equilíbrio”, cuja conquista dura toda infância e adolescência e define a estruturação própria desses períodos existenciais. Em cada estágio há um estilo característico, através do qual a criança constrói seu conhecimento. Estágio pré-operacional – 2 a 6 anos – desenvolvimento da capacidade simbólica (símbolos mentais: imagens e palavras que representam objetos ausentes); explosão lingüística, característica do pensamento (egocentrismo, intuição, variância), pensamento dependendo das ações externas, as crianças pensam como se estivessem assistindo a um filme com uma série de quadros estáticos. Elas concentram-se em estados sucessivos e não reconhecem a transformação de um estado para o outro. No experimento com conservação, elas focalizam na água como ela está em cada um dos copos em vez de na água que é derramada de um copo para outro e, assim não percebem que a quantidade de água é a mesma. A criança extrai suas vivências principalmente do contato com outras pessoas, adultos ou crianças. Se os que a rodeiam a tratam com carinho, reconhecem seus direitos e se mostram atenciosas, a criança experimenta um bem estar emocional, um sentimento de segurança, de proteção. O bem-estar emocional ajuda o desenvolvimento normal da personalidade da criança e a formação de qualidades que a tornam positiva, fazendo-a mostrar-se benevolente com outras pessoas. Encorajar a criança a descobrir e inventar, sem ensinar ou dar conceitos prontos: a resposta pronta só é dada quando a pergunta da criança focaliza um ato social arbitrário (funções do objeto cotidiano); manter-se atento à série de descobertas que as crianças vão fazendo, dando-lhes o máximo de possibilidade para isso. Dar atenção, encorajando-as a construir e a se conhecer. Dar maior incentivo à pergunta que à resposta. É muito importante cuidar do aspecto afetivo no processo ensino-aprendizagem, levando-se em conta que a criança é diferente, cognitiva e afetivamente em cada fase do seu desenvolvimento. Andréa Guimarães Pessoa Orientadora Pedagógica do CIC Machado INTEGRAÇÃO Junho 2006 73 PSICOLOGIA Jogos de competição auxiliam na formação da personalidade Nesse ritmo acelerado de vida, a competição domina tudo; desde o lugar na condução até a vaga para um filho na “O jogo é uma atividade particularmente poderosa para estimular a vida social e a faculdade. atividade construtiva da criança.” (Jean Piaget) o Os jogos são recursos que devem ser utilizados na escola para ajudar o aluno em sua formação. O ato de jogar estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança, proporcionando a aprendizagem, o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração da atenção. As atividades com jogos podem trazer às crianças enormes benefícios, como: alegria, formas sadias e socialmente aceitas de explorar as próprias possibilidades e de descobrir o mundo ao seu redor, oportunidade de conhecer a si mesmo e aos outros, aprender a se subordinar às regras, liberdade de expressão, aprender a perder, entre outros. Também é preciso ensinar às crianças que as pessoas são boas em algumas coisas, mas não em tudo. 74 INTEGRAÇÃO Junho 2006 A história nos mostra que, atendidas as exigências da sobrevivência, o homem sempre buscou formas variadas de auto-expressão. Desde a antigüidade, o lúdico tem sido uma constante na vida humana, porém variando a atitude com que o homem o vem percebendo. Tal modificação na sua maneira de pensar é explicada pelo reconhecimento das contribuições que a atividade recreativa pode trazer à personalidade do indivíduo e à sociedade. Através de jogos de competição, o ser humano é capaz de amadurecer e passa a ter mais segurança nos seus atos. Sabe o que quer e até onde pode chegar. Distingue entre o bem e o mal e tem um relativo domínio sobre suas emoções. A alegria e o alívio de tensões que acompanham o prazer de competir, CONTINUA revelam-se como fatores de equilíbrio emocional. Nada é mais importante do que esse equilíbrio numa época como a nossa, em que a saúde mental vive ameaçada pela presteza em que a vida se transforma. Não só vivemos em mudança, como tão rápida ela é, que o que ontem era sonho ou projeto, hoje é algo corriqueiro. Nesse ritmo acelerado de vida, a competição domina tudo; desde o lugar na condução até a vaga para um filho na faculdade. O progresso tecnológico, com suas constantes modificações vem somarse a tudo isto, para abalar ainda mais as raízes do homem. O mais importante a compreender em relação à prática de atividades competitivas, é que ela não constitui somente um lazer, mas também uma necessidade. Não é simplesmente uma coisa de que a criança gosta, mas algo de que precisa para crescer. É mais do que parte essencial da sua educação: é parte essencial do processo através do qual ela avança para a idade adulta. Mais do que isso, ajuda a crescer de maneira saudável, tornando-se um adulto mais firme nas suas decisões. Atividades lúdicas com jogos favorecem o desenvolvimento das habilidades de: Fortalecimento das capacidades físicas Desenvolvimento dos sentidos motores e rítmicos Desenvolvimento das habilidades de manipular os objetos Desenvolvimento da consciência do corpo e espaço “As situações-problema contidas na manipulação de certos materiais, se estiverem adequadas às necessidades do desenvolvimento da criança, fazemna crescer através da procura de soluções e de alternativas.” (Cunha) Por: Sheila Faccin Coordenadora Pedagógica – Educação Infantil – CMCS/ DF) INTEGRAÇÃO Junho 2006 75 PSICOLOGIA ficando como ela quer, o que nem sempre é o ideal para aquele momento ou situação. Hoje não se questiona o alto nível de informação que uma criança da classe média tem. Ela discute assunto que os adultos assustam. “Mas fulano tão pequeno entende alguma coisa sobre isto?” As crianças lidam com computador com facilidade, entendem brinquedos eletrônicos como se fosse a coisa mais simples do mundo. A correria do dia a dia, o rápido desenvolvimento tecnológico e o tempo restrito da convivência familiar, quando não são bem administrados, acabam causando uma confusão na mente da criança, Criança precisa de que fica sem parâmetros. Autoridade e Liderança “Amor construtivo é aquele que dá suporte, dá apoio e coloca limites” Luckesi 76 INTEGRAÇÃO Junho 2006 q Quando os adultos de hoje param para pensar no tempo em que eram crianças, acabam lembrando da rigidez que havia na educação. Quem se atrevia a responder aos pais, professores ou qualquer pessoa que fosse mais velha? A maioria, por mais perdida que fosse, abaixava a cabeça e escutava com respeito os “puxões de orelha”. Hoje é comum vermos crianças enfrentando seus pais, com tapas e gritos, exigindo isto e aquilo e, na maioria das vezes, o pai não consegue controlar tanta rebeldia. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. O equilíbrio está sempre a meio termo. Havia uma vantagem antigamente. As crianças eram bem educadas, tinham mais respeito umas com as outras, porém não tinham voz, eram submissas. Há uma vantagem na audácia das crianças de hoje. Elas conseguem expor suas idéias, porém muitas são mal educadas. Será possí- vel conseguir tratar a criança de forma que ela seja educada e, ao mesmo tempo, faça valer a sua voz, com respeito acima de tudo? É o ideal e, segundo os psicólogos e educadores, perfeitamente possível. A correria do dia a dia, o rápido desenvolvimento tecnológico e o tempo restrito da convivência familiar, quando não são bem administrados, acabam causando uma confusão na mente da criança, que fica sem parâmetros. O que pode e o que não pode? Maria passa o período da manhã na escola, almoça com a mãe, a avó a leva ao balé, mas é a empregada que ajuda a fazer o “para casa”. A professora deixa andar descalço. A mãe acha um absurdo porque vai sujar o pé demais, já avó diz que vai entrar bicho no pé. Pela empregada tanto faz. “Meu Deus como tem que ser mesmo?”, pergunta Maria, que acaba brigando com todo mundo e Mas e os valores humanos, o valor à vida, o amor, o respeito? “Neste ponto as crianças andam confusas, porque seus pais estão confusos”. As coisas hoje chegam às mãos das pessoas prontas, devido ao avanço tecnológico. Muitos pais dão um computador para seu (sua) filho(a), sem antes questionar o porquê. Será que é para que ele possa passar o tempo e não exigir a presença dos pais, será que é para que possa brincar ou desenvolver sua capacidade intelectual ou,ainda, será porque é bom que ele saiba trabalhar com informática para mais tarde ganhar dinheiro? Qual destes pontos vou incentivar no meu (minha) filho (a)?, questiona a psicóloga Virgínia de Macedo Torres. A criança precisa ter a noção real das coisas, do que pode e não pode. O “não” tem que fazer parte do vocabulário utilizado pelos pais. É essencial que haja na vida da criança, uma voz forte, com autoridade. A criança precisa ser controlada, ter limites. Fonte: Jornal Estado de Minas INTEGRAÇÃO Junho 2006 77 PSICOLOGIA De nada adiantaria fugirmos do Não adianta passado, pois ele está vivo dentro de nós e um dia aparecerá de uma forma ou de outra. fugir fugir 78 INTEGRAÇÃO Junho 2006 A maior dificuldade do ser humano é olhar para dentro de si mesmo. Queremos ser sempre o centro das atenções, sem que isso nos leve a falar de nós, tornando cada vez mais obscuro o tesouro que há dentro de nós. Há uma imensa superioridade dentro de nós. Na verdade queremos que o mundo gire ao nosso redor. Nosso egocentrismo é tão grande, que não nos permitimos ser felizes e não queremos que os outros o sejam. Dentro de cada ser humano há um precioso tesouro, que precisa ser descoberto e lapidado. Esse tesouro é o nosso passado, o qual deixou marcas profundas em nós. De nada adiantaria fugirmos dele, pois ele está vivo dentro de nós e um dia aparecerá de uma forma ou de outra. Devemos permitir-nos descobrir quem somos para alcançarmos a tão sonhada felicidade, pois ela está dentro de cada ser humano. É urgentíssimo termos um encontro conosco mesmos, pois, a partir do momento em que passamos a nos confrontar, passamos a nos conhecer, e crescemos como pessoas. Só assim passaremos a sentir as emoções que deixamos de experimentar por medo de encará-las. Se atingirmos o auto conhecimento, encontraremos o tesouro que existe dentro de nós, conseguiremos nos realizar, seremos felizes e poderemos fazer felizes os que estão ao nosso lado. Adriana Fátima Gomes Aspirante Concepcionista do Centro Vocacional – Mococa SP