LUVAS NA MAÇONARIA
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LUVAS NA MAÇONARIA
LUVAS NA MAÇONARIA Caro e sempre lembrado Irmão EUCLIDES, foi com grande emoção que ao atender o grande invento do “cientista” Gran Bell, reconheci a voz do meu interlocutor que se encontrava do outro lado da linha, cuja entonação calma e bem modulada, só poderia ser emitida pelas cordas vocais do meu estimado Irmão EUCLIDES. Muito tempo já se passou e ainda não tive a oportunidade de dizer quanto o estimo, pelo grande maçom inspirador aos mais novos, pelo grande cabedal de conhecimentos e de interesse que você demonstra pela simbologia maçônica, como é a consulta que ora recebo e que passo a respondê-la: Vamos ao tema em comento: Primeiramente ouso afirmar que é um tema intrigante, pois que, há mais de quarenta e três anos tenho ouvido as mais disparatadas histórias contadas por irmãos de renomada cultura, envolvendo o uso da dita “luvas brancas” pelas cunhadas que em algumas situações conflitantes, foram salvas pelo simples complemento do vestuário, hoje já sem uso pelas senhoras, a não ser em ocasiões especiais, como na estação invernosa com o propósito de proteger as mãos contra o frio, quando será confeccionada em couro, ou outro material similar. Existem situações as quais nossas cunhadas poderão calçar suas luvas, confeccionadas em tecido; é em eventos sociais de gala, cujo comprimento aproximar-se-á até o cotovelo ou quando não, prolongar-se-á até o antebraço, complementando a exigência do traje “fino”. - Sem ter um ponto de partida, entendi que no campo religioso, poderia, talvez, encontrar nas “ Luzes do Volume da Verdadeira Sabedoria” o ponto de partida para iniciar a minha pesquisa. Essa firmação merece explicação: Por que procurar no “Livro da Lei” o uso de luvas brancas pelas esposas de maçons? - Encontramos no Evangelho de São João ao tratar da criação do mundo e do homem”, a seguinte exortação: “Adão, esta é a sua companheira”. “Eva, este é o seu companheiro”. - Crescei e multiplicai! - Dessa afirmação depreendemos ser o homem e a mulher, companheiros na jornada terrena e que ao se juntarem, formam a família, donde o fruto dessa união serão os filhos. 1º) - No processo de iniciação, é entregue ao candidato um questionário cujas respostas servirão para avaliar o conceito do profano sobre “os deveres dele para com a família”. 2º) - Mais além, ao prestar o seu juramento, promete conservar-se sempre cidadão honesto e digno, submisso às leis do País, amigo da sua família e maçom sincero, nunca atentando contra a honra de ninguém, especialmente contra a de seus irmãos e de “suas famílias”. HISTÓRICO – LUVAS - A mais antiga notícia que temos de luvas é aquela que nos dá o célebre grego Xenofonte quando fala dos costumes dos Persas. Diz que estes, durante o inverno além de cobrirem a cabeça e os pés, e de envolverem todo o corpo, defendiam as mãos com luvas. O que não nos diz é se estas luvas eram de pele ou de qualquer tecido. Também há notícias de que os Gregos, em certas festas, traziam luvas, adornadas de flores pintadas, importando tal costume certamente dos Persas. A luva parece ter sido desconhecida na antiguidade romana, e Viollet-Due entende que semelhante adorno deve considerar-se pelo que respeita à Europa, como uma importação bizantina. Alguns textos do século VII, como a Canção de Rolando documento Frances curiosíssimo, menciona as luvas entre as prendas próprias e características das pessoas de certa importância. Em escritos antigos encontramos citações sobre luvas, desde o século IX até o século XIII, não parece, todavia, que elas formassem parte do vestuário das pessoas de ambos os sexos. No fim do século XV estavam em moda as luvas de pele e seda, com bordados de ouro e de prata nas costas da mão. As chamadas luvas litúrgicas formavam parte dos ornamentos que recebiam os bispos no momento da sua consagração. O agraciado devia trazer sempre estas e ao mesmo tempo o báculo. USO DE LUVAS NA MAÇONARIA Na maçonaria usam-se luvas, e a sua cor pode variar conforme o rito, porém a de cor branca é a mais usada no simbolismo significando a pureza que o maçom deve conservar em todas as suas ações. Diante do acima exposto, devemos ainda nos reportar ao momento inesquecível de todo o perfeito maçom, que é sensação mágica indescritível sentida no momento da sua consumação ao deixar a sua condição de profano e transformar-se em homem maçom, ou seja, “iniciado”. É a sua consagração, ao receber o seu avental, emblema do trabalho e juntamente receber dois pares de luvas brancas, com a seguinte observação: “Obedecendo a uma antiga tradição, ofereço-vos dois pares de luvas. Um é para vós; pela sua alvura, vos recordará o candor que deve reinar no coração do maçom e, ao mesmo tempo, vos advertirá de que nunca devereis manchar vossas mãos nas impurezas do vicio e do crime. O outro será para oferecerdes àquela que mais estimardes e que mais direito tiver ao vosso respeito, a fim de que recorde, constantemente, os deveres que acabais de contrair para com a Maçonaria. “Este oferecimento tem por fim, também, prestar homenagem à virtude da mulher, que, mãe, esposa, irmã ou filha é que vos traz consolação, conforto e alento nas amarguras, nas atribulações e nos desfalecimentos de nossa vida.” Vamos nos reportar ao início da nossa pesquisa quando fomos caminhar pelas páginas o „Livro da Lei‟, para encontrarmos um ponto de partida para responder sobre o uso de luvas na maçonaria, quando ali, surgiu uma pequena luz, bruxuleante, mas com o condão de iluminar o nosso caminho – A FAMÍLIA. Parti celeremente pelo caminho, e encontrei a citação de como ela foi formada e porque e para que. A família e a consumação da vida gerado na alma e no coração do homem e da mulher, que se unem num laço sagrado de amor e desse conúbio plantam a semente da vida perpetuando a espécie humana, cumprindo assim a determinação do crescei e multiplicai, como expresso na determinação Divina. Juntando o conceito religioso com o preceito maçônico dado a conhecer ao iniciando, e por ele respondido e registrado no questionário, peça importante no processo de iniciação, o respeito que o maçom deve dedicar as família não só a sua, mas também, a de seus irmãos; ao receber juntamente com o seu avental maior insígnia do maçom, dois pares de luvas, com a recomendação de conservar um para si e o outro oferecer àquela criatura meiga e doce que está sempre ao seu lado, dando-lhe força e coragem para suportar os embates da vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS (A SEREM DITAS AS NOSSAS CUNHADAS) Minhas diletas cunhadas, coube-me a subida honra de dirigir-lhes a palavras, incumbência que me fora atribuída pelos meus Irmãos de Loja, para em verdade prestar justa homenagem as nossas cunhadas e tentar aclarar os tão propalados segredos da maçonaria, os quais tem despertado a curiosidade de todos aqueles que vêem na Maçonaria uma entidade, cujas portas cerradas, guardam os mais importantes mistérios os quais não podem ser desvendados. Felizmente, neste recinto e no momento, temos a prendada assistência de familiares de maçons, conhecedores dos laços fortes que nos ligam como uma só família, como se fora consangüínea, ou seja, como maçons somos todos irmãos e nossas esposas, nossas cunhadas, e nossos filhos, sobrinhos e sobrinhas. Todavia, cumpre-me destacar a figura maiúscula da mulher em especial a mulher e esposa de maçom, que para nós encarna a figura do anjo protetor do nosso lar, deusa do nosso ideal a nos impulsionar, nos momentos em que estamos quase desfalecendo e enfraquecidos pelo desanimo, pensamos em deixar para outra oportunidade a nossa ida à Loja, sob a desculpa de cansaço e preferirmos permanecer ociosos, frente a uma tela de televisão, Ela amiga e esposa e com a feminilidade peculiar da esposa delicada mais enérgica, desperta a nossa consciência para o dever que assumimos com a maçonaria e ficaremos em débito com nossos irmãos, lembra-nos do compromisso sagrado assumido com a ordem. Tendo por escopo, demonstrar o respeito que a maçonaria e os maçons devem prestar a excelsa figura da mulher, como companheira de todas as horas, incentivadora dos nossos ideais, baluarte diária do nosso viver, responsável pelo nosso êxito, é que todo o maçom, numa demonstração de carinho e reconhecimento entrega a essa companheira de todas as horas esse par de luvas cuja cor lirial simboliza e alvura dessa alma bondosa meiga e consoladora, anjo de bondade, mas que se transforma numa guerreira espartana, corajosa e destemida como uma leoa, caso algum mal ronde seus filhos. Ela é por vezes deixará de suprir suas necessidades, para atender a sua prole mesmo com prejuízo da sua saúde. Ao entregarmos um par de luvas, de cor branca, significa para o maçom uma demonstração de respeito e honradez, a castidade e a pureza qualidades que ornam o coração de todas as nossas esposas, cunhadas, sobrinhas e sobrinhos, pois formamos um só família. Obs.: Caro Euclides. O que acima foi escrito, acredito que servirá de subsídio para a sua palestra sobre “AS LUVAS MAÇONARIA” Com um forte abraço, sempre me colocando ao dispor Irmão e amigo, desejolhe um forte e abraço, desejando-lhe sucesso na sua palestra. Curitiba, 21 de outubro de 2011 Ney