GAM_028_Cancro de Pele
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217 249 006 Serviço de Dermatologia Pavilhão Central - 1º piso Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. Rua Professor Lima Basto, 1099-023 Lisboa Tel. Geral: 217 229 800 Website: www.ipolisboa.min-saude.pt GAM_028 | Gabinete de Audiovisuais e Multimédia - IPOLFG | Imagens: www.gettyimages.com Estaremos ao seu dispor para qualquer esclarecimento, através do telefone: | Edição: Janeiro 2012 Esclareça as suas dúvidas connosco. CANCRO DE PELE Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E. Prevenção Em caso de dúvida, é sempre melhor recorrer à consulta de Dermatologia. O tratamento atempado das lesões précancerosas e dos tumores malignos da pele é bem sucedido na maioria dos casos. O cancro de pele é a neoplasia maligna mais frequente na raça branca em todo o mundo. RELAXE Nevo melanocítico normal "Sinal" que aparece nas primeiras décadas de vida, pequeno, redondo, liso ou elevado, cor castanha uniforme, contornos regulares, pode ou não ter pêlo. Queratose actínica Lesão pré-maligna mais frequente: placa acastanhada, rosada ou da cor da pele normal, em área exposta ao sol, rugosa, mal delimitada. Pode ter dor ou hemorragia e pode evoluir para carcinoma espino-celular. A incidência do cancro da pele em Portugal tem vindo a aumentar desde a década de 60, de forma idêntica à verificada nos países de população branca. Este aumento deve-se sobretudo à maior exposição solar da população. O tumor menos frequente mas mais letal. Manifesta-se como mancha, placa ou nódulo Assimetrico, de Bordos irregulares, de Cor heterogénea, de Dimensões superiores a 5 mm e de Evolução constante. Pode manifesta-se como “sinal” diferente dos outros do território anatómico envolvente – “sinal do patinho feio” – ou ser amelanótico, ou seja, sem pigmento. PREOCUPE-SE Basalioma Tumor maligno mais frequente da pele. Manifestase como placa ou nódulo rosado, por vezes ulcerado, ocasionalmente pigmentado, outras vezes como placa semelhante a cicatriz ou como “ferida” que não cicatriza. Melanoma Os três tipos mais frequentes de neoplasia mais frequentes de neoplasia maligna da pele são: ! Carcinoma basocelular ! Carcinoma espinocelular ! Melanoma O carcinoma basocelular ou basalioma é o tumor maligno mais frequente. O melanoma é o tumor cutâneo mais temido, porque embora curável, se detectado precocemente, é responsável pela elevada mortalidade em estadios mais avançados. Nevo melanocítico atípico "Sinal" que se assemelha ao melanoma, por ser assimétrico, de bordos irregulares, cor heterogénea e dimensões superiores a 5 mm. Pode ser precursor de melanoma ou marcador de predisposição para melanoma. Carcinoma espino-celular Manifesta-se como ulceração de rápida evolução, tumor vegetante e friável, ou placa espessa e áspera. A evolução é geralmente rápida e pode ocasionalmente metastizar. Factores de Risco-Intervenção e Prevenção em Dermatologia O aumento mais preocupante verifica-se em relação ao melanoma, cuja incidência quadriplicou nos últimos 30 anos, sobretudo nos adultos jovens. O aumento da incidência do melanoma parece estar relacionado com a exposição solar intensa e intermitente, por curtos períodos, sobretudo quando associada a queimaduras solares (escaldões) sofridas na infância e adolescência. Outras formas de cancro de pele, como o carcinoma espinocelular, são devidas, habitualmente, à exposição crónica ao sol mantida ao longo dos anos, como sucede nas profissões exercidas ao ar livre (como o caso dos trabalhadores agrícolas ou marítimos). A exposição aos raios ultravioleta obtidos através de fontes artificiais de radiação, como as lâmpadas de bronzeamento ou os solários, é igualmente capaz de induzir a formação destes tumores. Embora qualquer pessoa possa sofrer de cancro de pele, há indivíduos com risco acrescido. Os factores de risco são os seguintes: ! Pele clara, com pouca tendência para bronzear, que facilmente fica vermelha com o sol; cabelos claros e olhos claros; presença de sardas. ! História familiar de cancro de pele. ! História pessoal de cancro de pele. ! Exposição crónica à radiação solar ou a outra fonte de luz ultravioleta. ! História de queimaduras solares na infância ou adolescência. ! Números elevado de nevos melanocíticos ou "sinais" na pele. ! Presença de nevos melanocíticos atípicos. Solários e lâmpadas de bronzeamento São fontes artificiais de exposição aos raios ultavioletas. Em Portugal há legislação que regulamenta quem pode frequentar o solário (interdito aos menores de 18 anos, grávidas e pessoas de pele clara ou com tumores malignos de pele). Na maioria dos casos, não se conhece qual a dose de radiação administrada durante as sessões de bronzeamento. Prática regular do auto-exame O auto-exame de pele pode detectar o aparecimento de novas lesões cutâneas ou a modificação das características das préexistentes. A detecção precoce dos tumores malignos da pele reduz a morbilidade e mortalidade. O conhecimento dos sinais de alarme do cancro de pele pode alertar o doente para procurar o médico, para um tratamento atempado. DETECÇÃO PRECOCE DO MELANOMA - REGRA DO ABCDE Os sinais de alarme do cancro cutâneo são os seguintes: ! A Assimetria B C Bordo irregular Cor heterogénea Nódulo ou placa de cir rosada de crescimento progressivo; "verruga" de crescimento rápido que sangra facilmente; ferida que surge espontaneamente e não cicatriza com os tratamentos habituais. ! D Dimensões superiores a 5mm E Evolução rápida das características morfológicas Carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular: Melanoma: "Sinal" de cor negra que aparece em pele aparentemente sã, com tendência para crescer gradualmente ou para s a n g ra r e s p o n t a n e a m e n t e o u c o m p e q u e n o s traumatismos; modificação de sinal pré-existente, com aumento do diâmetro e da espessura, alteração da cor, da forma ou dos contornos, sensação de ardor e prurido, ou sangramento fácil. ! ! A exposição solar deve ser gradual, para a pele se adaptar à radiação. Evitar a exposição solar nas horas com maior intensidade da radiação UV, ou seja, entre as 12h e as 17h. Proteger a pele, lábios e olhos: A protecção de pele deve ser feita # procurando as áreas de sombra e/ou utilizando vestuário: usar chapéus de aba larga que # protejam a face, orelhas e nuca; t-shirts largas e opacas; # calças. # Não deve esquecer os óculos de sol. # ! Utilizar um protector solar, que é um complemento indispensável, sobretudo para as zonas mais descobertas e sensíveis (face, área do decote, ombros). O índice de protecção solar (IPS) deve ser igual ou superior a 30, sobretudo nos primeiros dias de exposição. ! O protector solar não deve ser pretexto para permanecer mais tempo ao sol e o seu uso não deve limitar-se à praia, piscina e montanha. Deve ser usado diariamente, como qualquer creme hidratante, nas áreas mais expostas, nomeadamente na face e dorso das mãos. ! Antes da exposição solar deve evitar aplicar perfumes, ingerir refeições pesadas, tabaco ou bebidas alcoólicas. A prevenção do cancro cutâneo visa diminuir a sua incidência (prevenção primária) ou detectar precocemente lesões precursoras ou o tumor numa fase inicial, curável (prevenção secundária). As estratégias de prevenção utilizam a divulgação junto da população de cuidados básicos, como a redução da exposição solar, a evicção de solários e lâmpadas de bronzeamento e a prática regular da observação da pele. REDUÇÃO DA EXPOSIÇÃO SOLAR Além da luz visível, a luz do sol é composta por raios com diversos comprimentos de onda e energia. Uma parte importante da radiação solar, a radiação ultravioleta C é filtrada pela camada de ozono e não atinge a superfície terrestre. Esta é a radiação mais agressiva, que provocaria danos letais em pessoas, animais e plantas. SOL Ultravioletas Luz visível TERRA os elh Do espectro da radiação solar fazem ainda parte os raios ultravioletas A e B e são eles que actuam na pele. São responsáveis pelo tom bronzeado da pele, mas também pelo envelhecimento prematuro e pelas alterações celulares que poderão conduzir ao cancro de pele. erm ! Evitar adormecer ao sol. Prevenção do Cancro de Pele rav (ricos em antioxidantes, que auxiliam a reparação celular aos danos causados pela radiação) são completamente importantes na exposição solar. "sinal" do patinho feio Inf ! Beber água (evita a desidratação) e comer frutas e legumes APARECIMENTO DE LESÃO PIGMENTADA DE COR NEGRA OU ROSADA, diferente das restantes, num dado território anatómico. U UV UV-B V-C -A Como conciliar então os efeitos deletérios da radiação e o prazer que a exposição solar nos traz? Camada Ozono A quantidade de radiação UV presente nos raios solares varia com a hora do dia, com a latitude, altitude, estação do ano e com a poluição existente na atmosfera. A radiação é mais intensa próximo do Equador e nas regiões polares (onde a camada de ozono é menos), na montanha, no Verão e entre as 12h e as 16h. A neve, a areia clara e a água reflectem os raios UV, o que aumenta os seus efeitos biológicos. Os efeitos mais precoces de uma exposição intensa ao sol são a queimadura solar e a insolação, particularmente graves nas crianças. A exposição solar pode agravar doenças prévias como o lúpus erimatoso e a rosácea. É desaconselhada nas grávidas devido ao risco de manchas na face (cloasma). A exposição solar moderada gera conforto e sensação de bem-estar. No passado, era também elemento precioso para o correcto desenvolvimento das crianças, uma vez que é necessária para a síntese de vitamina D, uma vitamina que controla o crescimento ósseo. Além da acção anti-raquítica e preventiva da osteoporose, pode igualmente ter um papel na prevenção de outras doenças, nomeadamente algumas doenças neurogenerativas. A exposição solar moderada pode ter um efeito terapêutico em várias doenças de pele, como a acne, psoríase, dermite seborreica, eczema atópico, etc. Contudo, o abuso da exposição solar é nocivo e lesa a pele por vários mecanismos. Os efeitos a longo prazo são o envelhecimento prematuro da pele e o risco de aparecimento de lesões pré-cancerosas (queratoses actínicas) e dos vários tipos de cancro de pele, dado que a pele tem memória e guarda no seu código genético as lesões provocadas pela radiação. Os doentes submetidos a tratamentos de radioterapia são aconselhados a evitar a exposição solar nas áreas irradiadas, dado potenciar o dano celular na pele. Os doentes em regime de quimioterapia também devem evitar o sol, porque alguns citostáticos são fotossensibilizantes/fototóxicos e, como diminuem, em geral, a capacidade imunológica do doente, podem igualmente atenuar a imunovigilância das lesões pré-cancerosas/ cancerosas na pele. Acresce-se que, em algumas neoplasias ou síndromes hereditários com agregação familiar há igualmente risco aumentado de cancro de pele.
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