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CADERNO DE CINEMA
CURADORIA DE ARTES VISUAIS
1
APRESENTAÇÃO
A curadoria de Artes Visuais do Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana 2010,
realizada pelo ComCine UFOP (Comitê de Cinema da Universidade Federal de Ouro
Preto), optou pela abrangência que as artes visuais podem proporcionar, tendo por
base o tema Mestre Athayde – Traços e Cores do Nosso Tempo. Dessa forma o
público encontrará uma variedade de opções de temas em oficinas, bem como em
mostras de filmes. Poderemos prestigiar nas oficinas o conhecimento amplo dos
processos de manipulação, montagem e adaptação das formas artísticas e teóricas
referente ao campo das artes visuais. No cinema, as mostras estarão voltadas para
momentos ímpares da sétima arte, sempre revogando o próprio papel da imagem
como objeto artístico. Nossa perspectiva estará voltada para as marcas deixadas,
referências, inspirações e experimentação que o cinema vivenciou da mesma
maneira como acontece com todas as manifestações artísticas.
AS MOSTRAS DE CINEMA DO FESTIVAL DE INVERNO DE OURO
PRETO E MARIANA 2010 TIVERAM O APOIO DE:
2
MOSTRAS DE FILMES
OLHARES CONTEMPORÂNEOS
Dias 10 e 11 / 17 e 18 (sábados e domingos),
17h, Cine Vila Rica (Ouro Preto).
Como pensar a difusão nos mais diversos contextos sociais daquilo que
conhecemos como Barroco? Ou ainda, como a pintura e a música são fruídas
atualmente? Na tentativa de buscar caminhos interpretativos à esses
questionamentos, apresentamos a mostra “Olhares contemporâneos”. São
documentários que, em linhas gerais, propõem interpretações plurais àquilo
que havia se petrificado em lugares comuns. Por fim, descobrimos que
nenhuma manifestação humana pode ser desassociada de sua subjetividade,
até nos atos cotidianos, como os operários ao sair da fábrica.
- Barroco
De Heinz Peter Schwerfel
(Barroco, Alemanha/Argentina, 2008, documentário, 95 minutos, cor)
O filme trata dos vestígios culturais de uma sobrevivência cotidiana
entre religião e modernidade, ruínas, prédios majestosos do governo
e cidades de barracos miseráveis. Seus temas são o abismo atual
entre a pobreza e o progresso, a selva e a cidade grande, bem como
o dilema histórico em torno da reconciliação entre a população
indígena, os conquistadores europeus e os escravos africanos através
da arte, arquitetura e música.
[10 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Koyaanisqatsi - Uma Vida Fora de Equilíbrio
De Godfrey Reggio
(Koyaanisqatsi - Life out of Balance, EUA, 1982, documentário, 87 minutos,
cor)
Koyaanisqatsi contrasta a tranqüila beleza da natureza com o frenesi
da sociedade urbana contemporânea. Reunindo imagens de tirar o
fôlego a uma premiada e eloqüente trilha sonora, é um trabalho
original e fascinante.
[11 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
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- A Nona
De Pierre-Henry Salfati
(Die Neunte, Alemanha, 2004, documentário, 80 minutos, cor)
Em 1824 a Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven estreou. Acolhida
com grande entusiasmo, desde então ela é considerada testamento
musical de Beethoven, que imortalizou a Ode à alegria de Schiller.
Pierre-Henri Salfati documenta em seu filme a origem e a recepção
da Nona Sinfonia. Em uma colagem de documentos históricos e
seqüências
cinematográficas
pesquisadas
pelo
mundo
todo
e
sonorizados com a música de Beethoven, ele segue as pegadas dessa
obra-prima através da história universal.
[17 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Operários ao sair da fábrica
De Harun Farocki
(Arbeiter verlassen die Fabrik, Alemanha, 1995, documentário, 36 minutos,
P&B/Cor)
Partindo de um dos primeiros filmes dos irmãos Lumière, Farocki faz
a montagem de cenas de 100 anos da história do cinema, que
incluem variações do motivo “Operários ao sair da fábrica”. Farocki
extrai das imagens reflexões sobre a iconografia e a economia da
sociedade de trabalho, mas também sobre o próprio cinema, que vai
buscar os espectadores ao portão da fábrica e os rapta para o espaço
privado.
DEBATE APÓS O FILME, com a presença de professores convidados.
[18 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
RETROSPECTIVA ALAIN RESNAIS
De 12 a 16 (segunda a sexta),
17h, Cine Vila Rica (Ouro Preto).
57 anos separam Cœurs (Medos Privados em Lugares Públicos) de Guernica.
57 anos de uma obra profundamente coerente e que, no entanto, não
deixou de experimentar, de abrir caminhos, de trazer, ao prazer do
espetáculo, uma reflexão sobre a memória, a história e sobre o próprio
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papel das imagens. Alain Resnais deixou marcas profundas no cinema
moderno pelo interesse que manifesta na história de seu tempo e pela
invenção de uma nova cinematografia, composta, particularmente, por
continuidades
dissimuladas
e
por
uma
ambiguidade
constatemente
preservada entre a realidade e a ficção. Diferentes cineastas, como Arnauld
Desplechin e Pascale Ferran, na França, ou Wong Kar Wai, na China,
testemunham hoje a influência que Resnais exerce, particularmente, no
modo de conduzir uma narrativa cinematográfica.
- Curtas de Resnais:
:: As estátuas também morrem
De Alain Resnais
(Les statues meurent aussi, França, 1953, documentário, 29 minutos,
P&B)
Um documentário sobre a arte negra torna-se um panfleto
anti-colonialista e anti-racista. Neste potente poema, ritmado
pelas formas das estátuas africanas e pelo texto de Chris
Marker, expõe-se a opressão e a destruição de uma arte e de
um povo por outro povo.
:: Noite e Neblina
De Alain Resnais
(Nuit et Brouillard, França, 1955, documentário, 32 minutos, P&B)
O filme tem como objetivo comemorar o segundo aniversário
da libertação dos campos de concentração. Mesclando imagens
coloridas dos campos abandonados e filmes de arquivos, Alain
Resnais nos dá, segundo François Truffaut, "uma lição de
história, inegavelmente cruel, mas merecida".
:: O Canto do Estireno
De Alain Resnais
(Le Chant du Styrène, França, 1958, documentário, 14 minutos, P&B)
Documentário sobre a fabricação da matéria plástica, no qual
a narração em versos alexandrinos de Raymond Queneau aliase à tela larga do cinemascope.
:: Toda a Memória do Mundo
De Alain Resnais
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(Toute la Mémoire du Monde, França, 1956, documentário, 22
minutos, P&B)
Nas entranhas da Biblioteca Nacional, quem sabe qual será,
amanhã, o testemunho mais confiável de nossa civilização? De
corredor em corredor, de livro em livro, desdobra-se o
labirinto.
[12 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Ano Passado em Marienbad
De Alain Resnais
(L'année dernière à Marienbad, França, 1961, Drama, 93 minutos, 35 mm,
P&B)
Num imenso e luxuoso palácio barroco, transformado em hotel (e em
labirinto espaço-temporal), entre corredores, salões decorados e
estátuas, um estranho tenta convencer uma mulher casada a fugir
consigo. Ele diz conhecê-la. Diz que foram amantes. Entretanto,
parece difícil fazê-la lembrar de que tiveram um caso (ou que não
tiveram) no ano passado, em Marienbad – ou seria Frederiksbad?
[13 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Hiroshima meu amor
De Alain Resnais
(Hiroshima mon amour, França, 1959, Drama, 90 minutos, 35 mm, P&B)
Participando de um filme sobre a paz, em Hiroshima, nos anos 50,
atriz francesa passa a noite com um arquiteto japonês. Tudo isso,
traz lembranças de sua juventude, na cidade de Nevers, durante a
Segunda Guerra Mundial. Período, no qual foi perseguida, quando se
apaixonou por um soldado alemão. Baseada nas crônicas de
Marguerite Duras, que também escreveu o roteiro e os diálogos. Foi
um dos filmes que mais influenciaram os jovens intelectuais,
engajados politicamente, nos anos 60.
[14 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Meu tio da América
De Alain Resnais
(Mon oncle d'Amérique, França, 1980, Drama, 125 minutos, 35mm, cor)
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Henri Laborit é um notável professor e sociobiólogo que expõe sua
teoria do comportamento humano - a sobrevivência, a luta,
recompensas e castigos, a ansiedade - ao intervir na narrativa das
histórias de vida de três personagens. René é gerente de uma
empresa que passa por enxugamento de pessoal; Janine é uma atriz
que tem um amante, e cuja mulher está à beira da morte; Jean é um
escritor e político em ascensão que enfrenta as encruzilhadas vida.
[15 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Medos Privados em Lugares públicos
De Alain Resnais
(Coeurs, França, 2006, Drama, 120 minutos, 35mm cor)
O filme mostra vários solitários em uma Paris, sob um inverno, que
os separa fisicamente mas não em pensamentos. Todos revelarão
seus medos e frustrações de uma forma particular mas que pouco
diferenciam dos demais com quem ele se relacionam. Talvez essa
seja a principal arma para que eles se aproximem, desta vez,
fisicamente.
[16 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
TRAÇOS E CORES DE TODOS OS TEMPOS
De 19 a 22 (segunda a quinta),
17h, Cine Vila Rica (Ouro Preto).
Em consonância com o tema do festival de inverno deste ano, esta mostra
selecionou alguns filmes que ganharam grande destaque perante os críticos,
justamente por apresentarem uma fotografia excepcional. Neste sentido,
suas composições nos oferecem um diálogo próximo com as grandes escolas
da pintura ocidental, convidando-nos à pensar como o cinema mescla-se
com os demais meios de produção de arte.
- Passion
De Jean-Luc Godard
(Passion, França/ Suiça, 1982, 88 minutos, Drama, cor)
O Cineasta polonês Jerzy tenta fazer um filme baseado em alguns
quadros famosos. Enquanto filma, inicia uma relação amorosa com
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Isabelle que acaba de ser demitida da fábrica de Michel que mantém
outro relacionamento amoroso, com a dona do hotel onde a equipe
de filmagem está hospedada. Passion, não é um filme de história, é
um filme de sensações, de sentimentos, de imagens, de vibrações.
Godard conseguiu misturar casos de amor, a desigual relação patrãoempregado, o famoso sindicato polonês Solidariedade, a arte da
pintura de Delacroix e Rembrandt. E ainda o mundo cinematográfico,
a arte de filmar, de buscar a luz perfeita.
[19 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Barry Lyndon
De Stanley Kubrick
(Inglaterra, 1975, 183 minutos, Drama, cor).
Como pode um pobre irlandês se tornar parte da nobreza da
Inglaterra do século XVIII? Para Barry Lyndon a resposta é: de todas
as maneiras possíveis. Sua escalada para a riqueza e privilégios é o
foco desta suntuosa versão de Stanley Kubrick da obra de William
Makapeace Thackeray. Para essa arrebatadora obra, levemente
satírica e vencedora de 4 Oscar®, Kubrick buscou inspiração nos
pintores da época. Figurino e cenários foram produzidos levando-se
em conta sua época, bem como as pioneiras lentes que fotografam os
cenários internos, totalmente com a luz natural. E o resultado? Barry
Lyndon figura como uma produção pioneira que trouxe para o cinema
todo um período histórico em cores vivas como nenhum outro filme
jamais fez.
[20 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- A Arca Russa
De Alexander Sokurov
(Russky Kovcheg, Rússia, 2002, 97 minutos, Drama, cor).
Um museu como um ser vivo, uma entidade que respira e tem
personalidade própria. Sokúrov empresta alma ao colossal palacete
do Hermitage, em São Petersburgo, um dos maiores museus do
mundo. Arca Russa foi filmado em um único plano-seqüência, sem
cortes, que dura 97 minutos e atravessa 35 salas do museu,
transformando a tela de cinema em um quadro vivo por onde
desfilam personagens importantes da história da Rússia: Pedro, o
Grande;
Catarina,
a
Grande;
Catarina
II,
Nicolau
e
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Alexandra. Simbiose perfeita de cinema, história e artes plásticas,
Arca Russa é uma experiência visual única e inesquecível.
[21 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Van Gogh
De Maurice Pialat
(Van Gogh, França, 1991, 152 minutos, Drama, cor).
Pialat se concentra nos últimos 67 dias de vida de Van Gogh, Jaques
Dutronc em atuação memorável, no final da primavera de 1890,
quando ele se muda para Auvers-sur-Oise, onde se hospeda sob os
cuidados do Dr. Gachet. Acompanhamos seu envolvimento amoroso
com a filha do Dr. Gachet e seu relacionamento conturbado com o
irmão Theo. Com uma linda fotografia que remete às obras de Renoir
e Manet, Pialat realiza um fascinante retrato da vida íntima e do
cotidiano desse genial artista.
[22 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
RETROSPECTIVA DO CINEMA DA DISNEY
Dias 10 e 11 / 17 e 18 / 25 e 25 (sábados e domingos),
10h30, Cine Vila Rica (Ouro Preto).
Os estúdios de animação Disney souberam lidar com as dificuldades
históricas de praticamente um século de história, com estilo e elegância
reconhecidos mundialmente. Desde o primeiro longa de animação em 1937
até a contemporaneidade os filmes lançados com selo Disney tornam-se
referência para este gênero cinematográfico. Para o Festival de Inverno
deste ano, cujo o tema propõe também a discussão sobre o uso e
manipulação das cores,
foram selecionados quatro longas bastante
paradigmáticos dentro da cinematografia Diney: Cinderela, Alice no País das
Maravilhas, A Pequena Sereia e Aladdin. Estes filmes, além de serem de
excepcional beleza, trazem em seu bojo inovações no modo de se fruir os
contos-de-fada
através
das
inovações
tecnológicas
que
repercutiram
também no modo de se fazer animações.
- Alice no País das Maravilhas
De Clyde Geronimi
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(Alice in Wonderland, EUA, 1951, 75 minutos, animação, cor).
Adaptar uma história non-sense para o cinema não deve ter sido um
desafio fácil, contudo Disney soube tratar com maestria os contos de
Lewis Carrol para esta adaptação cinematográfica. Talvez Alice seja
uma das histórias mais recontadas e readaptadas para os mais
diversos meios de arte, contudo a animação Disney ganha destaque
especial por ser talvez a adaptação do conto mais conhecida até hoje.
[10 de julho de 2010, 10h30min, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Cinderela
De Clyde Geronimi
(Cinderella, EUA, 1950, 74 minutos, animação, cor).
Este filme marca o retorno dos estúdios Disney na produção de
longas animados. Depois de um período de guerras, onde crises
financeiras tinham repercutido até na maneira de se produzir
animações, Disney aposta na história da gata borralheira para seu
retorno aos longas. Uma assertiva muito feliz, pois além do filme ter
sido um sucesso de bilheteria em seu lançamento, Cinderela é uma
das princesas mais adoradas de todo tempo.
[11 de julho de 2010, 10h30min, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- 101 Dálmatas
De Clyde Geronimi
(101 Dalmatians, EUA, 1961, 76 minutos, animação, cor).
Talvez o maior desafio deste filme foi colocar as pintas em todos os
101 dálmatas do filme, em um tempo onde as animações eram feitas
todas manualmente. Ao multiplicarmos este tanto de cachorros pelo
número de 24 quadros por segundo, que formaram o filme tivemos
uma montante de manchas imenso. Mas, vale lembrar que o filme
usou da tecnologia que sugira na mesma época: a maquina
copiadora! 101 Dálmatas conta ainda com talvez a mais cruel das
antagonistas: Cruela Devil e trata das relações familiares e de
companheirismo.
[17 de julho de 2010, 10h30min, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- A Pequena Sereia
De Ron Clements
(The Little Mermaid, EUA, 1989, 83 minutos, animação, cor).
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Ariel, a jovem sereia que tem um fascínio imenso pelo mundo fora do
mar, devolveu aos estúdios Disney a áurea dos contos-de-fada que,
até então pareciam terem se perdido depois de A Bela Adormecida,
de 1959. A Pequena Sereia trouxe para um filme de princesa boa
dose de aventura entre os navios e histórias de pescadores, o que fez
desta animação um sucesso de público tanto entre as meninas
quanto entre os meninos. O filme adapta um dos mais melancólicos
contos de Anderson em uma história de final feliz bem ao gosto da
tradição Disney.
[18 de julho de 2010, 10h30min, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- Aladdin
De Ron Clements
(Aladdin, EUA, 1992, 90 minutos, animação, cor).
Um jovem ladrão, cuja moral é sempre ajudar os necessitados, tem a
sorte de deparar o gênio da lâmpada e ter seus desejos realizados.
Aladdin marca a história das animações Disney ao inserir em seu
universo o mundo oriental. Este conto, inova também ao inserir a
tecnologia
CG
na
animação,
dando
maior
movimento
e
tridimensionalidade aos quadros. Este filme, contudo, não se resume
ao protagonista, pelo contrário, a gama de personagens que
compõem a trama, entre eles a sensual princesa Jasmine e o
enigmático Jafar, fazem deste filme um deleite de cores e ritmos
bastante inspirador.
[24 de julho de 2010, 10h30min, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
- A Princesa e o Sapo
De Ron Clements
(Princess and the Frog, EUA, 2009, 98 minutos, animação, cor).
O campo das animações de cinema do início do século XXI foi
marcado
pela
inserção
das
tecnologias
computadorizadas
que
trataram a imagem em 3D, o que acarretou, paulatinamente, a
descontinuidade das animações tradicionais. Porém, a Princesa e o
Sapo retoma não só a animação 2D mas também os contos de fada
tradicinais, inserindo ao mundo Disney sua primeira princesa negra.
Esta história nos convida a refletir sobre amizade e força de vontade,
através das suas divertidas músicas e imagens belíssimas.
[25 de julho de 2010, 10h30min, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
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RETROSPECTIVA AGNES VARDA
Dias 20 e 21 (terça e quarta),
17h, Teatro SESI (Mariana).
Agnès Varda tem sido uma autêntica ensaísta de cinema, talvez até a mais
determinada e tenaz das últimas décadas. Seus filmes curtos nunca foram
"curta-metragens" no sentido convencional do termo, mas sim, autênticos
ensaios de cinema, protótipos em que são inventados, ao mesmo tempo, a
forma única e o assunto que esta forma vai agarrar nas suas redes, como
um peixe vivo. Em linhas gerais, estes ensaios são auto-retratos indiretos,
cartografia de sua vida e seus gostos e esboço de uma filosofia pessoal.
- Curtas Turísticos:
:: Oh, Estações! Oh, Castelos!
De Agnès Varda
(Ô saisons Ô chateaux!, França, 1957, documentário, 22 minutos,
P&B)
Passeio pelos castelos do vale do Loire, apresentados em
ordem cronológica (de construção), com comentários incluindo
poemas do século XVI e reflexões de seus jardineiros.
:: Prazer Amoroso no Irã
De Agnès Varda
(Plaisir D'Amour en Iran, França, 1976, documentário, 6 minutos,
cor)
Como falar de amor levando o olhar em direção às mesquitas,
ou falar de arquitetura no buraco do travesseiro? Este curtametragem é uma variação sobre as reviravoltas amorosas de
Pomme e Ali Darius. Mas pode ser também o delírio de
qualquer casal apaixonado, em lugares tão perfeitos quanto a
Mesquita do Rei, em Ispahan, ponto de convergência entre
arte sacra e arte profana.
:: Do Lado da Riviera
De Agnès Varda
(Du Côté de la Côte, França, 1958, documentário, 24 minutos, cor)
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Visita turística e documentária ao longo da Riviera Francesa,
enfatizando o exotismo, as cores do turismo, do carnaval e do
paraíso: com uma ilha e guarda-sóis que se fecham no final,
ao som de uma bela canção de Delerue.
- Curtas Contestatórios:
:: Tio Yanco
De Agnès Varda
(Oncle Yanco, França, 1967, documentário, 22 minutos, cor)
“É um retrato-reportagem do pintor Jean Varda, meu tio. Na
periferia aquática de São Francisco, centro intelectual e
coração da boêmia, ele navega com velas latinas e pinta
cidades celestes e bizantinas, pois é grego. No entanto, ele é
muito ligado ao movimento jovem americano, e recebe hippies
na sua casa-barco. Sobre como eu descobri o ‘meu tio da
América’ e o quão maravilhoso ele é, é o que mostra este
curta-metragem em cores.” (Agnès Varda)
:: Os Panteras Negras
De Agnès Varda
(Black Panters, França, 1968, documentário, 28 minutos, P&B)
No verão de 68, os Panteras Negras, de Oakland (Califórnia),
organizaram vários debates de conscientização em torno do
processo de um de seus líderes, Huey Newton. Eles queriam –
e conseguiram – chamar a atenção dos americanos e mobilizar
as consciências negras, durante esse processo político. Neste
sentido, deve-se realmente datar este documento: 1968.
:: Resposta de Mulheres
De Agnès Varda
(Réponse de Femmes, França, 1975, documentário, 8 minutos, cor)
“A pergunta ‘O que é ser uma mulher?’ foi proposta pelo
segundo
canal
de
televisão
francês
a
várias
mulheres
cineastas. Este cine-panfleto é uma das respostas possíveis,
no que diz respeito ao corpo das mulheres – nosso corpo –, do
qual se fala tão pouco quando se fala da condição feminina.
Nosso corpo-objeto, nosso corpo-tabu, nosso corpo com ou
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sem seus filhos, nosso sexo, etc. Como viver nosso corpo?
Nosso sexo, como vivê-lo?” (Agnès Varda).
[20 de julho de 2010, 17h, Teatro SESI Mariana]
- Curtas Parisiensienses:
:: As tais cariátides
De Agnès Varda
(Les dites cariatides, França, 1984, documentário, 13 minutos, cor)
De frente para o mar, uma cabra, uma criança e um homem.
Trata-se de uma fotografia feita por Agnès Varda, em 1954: a
cabra estava morta, a criança se chamava Ulisses e o homem
estava nu. A partir desta imagem fixa, o filme explora o que
poderia existir entre o imaginário e o real. Flertando com a
memória, pode-se deparar com ossos.
:: A ópera-Mouffe
De Agnès Varda
(L’Opera-Mouffe, França, 1958, documentário, 17 minutos, P&B)
A Ópera-Mouffe é o bloco de notas de uma mulher grávida, no
contexto
de
Mouffetard,
um
em
documentário
Paris,
sobre
apelidada
“la
o
bairro
da
rua
Mouffe”.
É
um
documentario subjetivo, com fotografia de Sacha Vierny e
música de Georges Delerue.
:: Elsa, a rosa
De Agnès Varda
(Elsa la Rose, França, 1965, documentário, 20 minutos, P&B)
Imagens e poemas em torno de um célebre casal: Louis
Aragon e Elsa Triolet. A juventude de Elsa é contada por
Aragon e comentada por Elsa.
:: O Leão Volátil
De Agnès Varda
(Le Lion Volatil, França, 2003, ficção, 12 minutos, cor)
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Curta aventura em torno de uma estátua de leão entre
Clarisse, aprendiz de vidente, e Lazare, funcionário das
Catacumbas de Paris.
:: Você tem belas escadarias, sabia?
De Agnès Varda
(T'as de Beaux Escaliers Tu Sais, França, 1986, documentário, 3
minutos, cor)
Como, em 150 segundos, prestar homenagem à Cinemateca
Francesa, na ocasião de seu cinqüentenário, de outra forma
que não seja filmando os quase 50 degraus que, subindo,
levam ao Museu do Cinema e, descendo, à sala escura onde
são projetadas obras-primas com célebres escadarias?
:: Os amantes da ponte Mac Donald
De Agnès Varda
(Les Fiancés du Pont Mac Donald, França, 1961, ficção, 5 minutos,
P&B)
Um jovem vê tudo negro quando põe os óculos escuros. Basta
o arrancar para que as coisas se ajeitem...
:: O Ensaio
De Agnès Varda
(7 P., Cuis., S. De B., ... À Saisir, França, 1984, ficção, 27 minutos,
cor)
A visita de um corretor de imóveis a um antigo hospício, agora
uma
casa
fragmentadas
abandonada,
e
ao
remete
imaginário
a
surreal
várias
narrativas
de seus
antigos
ocupantes. Residências, casas vazias ou cheias, o tempo passa
e deixa traços bizarros.
[21 de julho de 2010, 17h, Teatro SESI Mariana]
LINGUAGENS DO NOSSO TEMPO
Dias 15 e 21 (quinta e quarta),
17h e 19h, Teatro SESI (Mariana);
15
Dias 23 e 24 (sexta e sábado),
17h, Cine Vila Rica (Ouro Preto).
A historiografia da arte no Brasil dedicou grande parte de seu ensejo para
compreender a produção artística realizada nestas terras. Este esforço
trouxe à luz mestres das artes até então pouco conhecidos, como o caso de
Mestre Athayde. Contudo, há ainda muito o que se conhecer dos nossos
artistas tanto do passado quanto os do presente. Neste sentido, abrimos a
mostra “Linguagens do nosso tempo” com o intuito de reunir vídeos
brasileiros, selecionados a partir do edital para seleção de obras audiovisuais
(lançado pela curadoria de Artes Visuais do Festival de Inverno 2010) para
então oferecer ao público um meio de conhecer o que tem sido feito no
campo cinematográfico contemporâneo.
- A Barca Arcaica:
:: Déjà Vécu
De Ronaldo Campbell
(Ouro Preto (MG), 2009, 05’ 17”, ficção)
Como e quando uma ilusão pode afetar o pacato e rotineiro
cotidiano de uma pessoa? Mas, o que é ilusão e o que é
realidade no mundo em que vivemos? Perceber as diferenças
nessa tênue linha é uma missão que exercitamos no dia a dia.
Déjà Vécu, um filme real ou imaginário.
:: Três Palavras
De Gabriela Leite
(Salvador (BA), 2010, 17’00’’, ficção)
Marcio está a dias deprimido dentro de casa, ressentido pelo
poder que três palavras de um bilhete causou em sua alma,
quando seu amigo aparece para tirá-lo da fossa. Os dois têm a
madrugada como companheira e muitos motivos para sair
daquele lugar.
:: Visões do Cotidiano
De Raphael Freire
(Belém (PA), 2010, 09’45’’, ficção)
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Este filme busca, ora de maneira metafórica ora de maneira
realista, projetar o rotineiro, levantar questões e reflexões
sobre o que acontece no cotidiano, no dia-a-dia, o não inédito
da notícia ou do espetáculo. Apoiado no conceito de cotidiano
usado por Michael de Certeau, a produção foi produzida dentro
das reflexões "o que nos oprime"; "o que nos conforta" e "o
que nós não vemos" e exploram temas como solidão, rotina,
não-lugar, pichação, proteção, entre outros.
:: Medo da Janela
De Bráulio Felisberto e Natália Gonçalves
(Mariana (MG), 2009, 19’00’’, documentário)
Multiplos cenários, múltiplas fontes, múltiplas temporalidades,
múltiplas vozes. Eis o substrato do vídeo educativo Medo da
janela que narra o conto de Maricota de Todos os Santos e a
Procissão das Almas da cidade de Mariana.
:: O Horto Botânico de Ouro Preto: História, Ciência e
Experiência no Tempo
De Tauãna Cordeiro
(Ouro Preto (MG), 2009, 12’00’’ documentário)
Alunos da Escola Estadual Desembargador Horácio Andrade
pesquisam a história do Jardim Botânico – atual parque Horto
dos Contos – e se deparam com a influência da ciência do
século XIX meio às fontes históricas.
[15 de julho de 2010, 17h, Teatro SESI Mariana]
- O Cotidiano Reinventado:
:: O Cara Passa
De Maria Clara Teixeira e Necésio Pereira
(Ouro Preto (MG), 2010, 20’00’’, ficção)
Uma narrativa contada através de câmeras de segurança
flagra um cara que passa, uma enfermeira que dança, cenas
do cotidiano. Flagrante e ficção se confundem.
:: Crescimento das Árvores
De Laura Teixeira de Oliveira
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(Ouro Preto (MG), 2010, 0’50’’, ficção)
Uma forma poética de falar sobre como as árvores nascem e
crescem.
:: Porres de Cabeça
De Laura Teixeira de Oliveira
(Ouro Preto (MG), 2010, 0’30’’, ficção)
Um trocadilho com dores de cabeça.
:: Ditadura da Beleza
De Laura Teixeira de Oliveira
(Ouro Preto (MG), 2010, 0’21’’, ficção)
Uma mulher se acha gorda ao olhar no espelho e assim tenta
todos os tratamentos estéticos para chegar à beleza ideal.
:: Libertas
De Jackson Farias Teixeira
(Belo Horizonte (MG), 2009, 9’40’’ ficção)
Um pardal, em um de seus vôos libertos, encontra um
periquito num local que nunca vira antes, com presença de
grades. Será que a vida ali é realmente o que ele queria ou
vale a pena uma tentativa de fuga dos grilhões?
:: Variante
De Pietro Picolomini e Ester Fér
(São Paulo (SP), 2010, 30’00’’, documentário)
4h00, segunda-feira, estação de trem Estudantes, Mogi das
Cruzes, São Paulo. Começa mais uma jornada na vida de
quase meio milhão de pessoas, que dependem do trem para
se deslocarem diariamente de suas casas, nas cidades
periféricas da zona leste da Grande São Paulo, à capital
paulista.O filme Variante traça um olhar polifônico sobre essa
viagem; arte, religião e trabalho são alguns dos aspectos
retratados entre as múltiplas realidade deste local.
[21 de julho de 2010, 19h, Teatro SESI Mariana]
[23 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
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- Minhas Casas
:: Você está em Ouro Preto
De Thamara de Oliveira Rodrigues
(Ouro Preto (MG), 2009, 14'00’’, documentário)
Alunos, professores e funcionários da Escola Estadual de Ouro
Preto contam a sua história e discutem o papel da educação
pública.
:: Sineiros
De Thales Vilela Lelo
(Mariana (MG), 2009, 15’00’’, documentário)
Sineiros
busca
apreender
o
cotidiano
de
uma
prática
tradicional e de imensurável valor histórico na cidade de
Mariana, se debruçando na força da palavra falada por pessoas
envolvidas na temática e que tiveram nesta arte um grande
pilar
na
constituição
documentário
verbalizadas
se
por
de
norteia
estes
sua
em
identidade
trazer
sujeitos
em
pessoal.
O
experiências
considerando-as
como
ingredientes do caldeirão cultural cristalizado nas reflexões e
recordações dos mesmos, sem deixar de levar em conta a
câmera como um espaço privilegiado para suscitar questões a
partir de uma interação ativa que prima por respeitar os
momentos de fala dos atores sociais em sua integridade e
contexto.
:: Susana João dos Prazeres - Nananã
De Janete Jobim
(Ouro Preto (MG), 2009, 30’00’’, documentário)
Trajetória
de
Suzana
João,
que
após
decidir
mudar
completamente a sua vida descobre Lavras Novas, na década
de 80. Lá vive até hoje, entrosada totalmente na vida do
lugar, onde a população é toda negra e possui costumes
peculiares. Enfrenta conflitos com a chegada do turismo,
porém tem uma surpresa que modifica totalmente a sua
relação com o pequeno povoado. Através da música e
irreverente ironia o coral Nananã, criado por ela, busca
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resgatar a cultura do lugar perdidos após a chegada do
turismo.
[24 de julho de 2010, 17h, Cine Vila Rica, Ouro Preto]
Curadoria de Artes Visuais:
ComCine UFOP
Comitê de Cinema da
Universidade Federal de Ouro Preto
Carla Albano Piovezan
Juam Carlos Thimóteo
Romero Fidelis Maciel
Colaboração:
Alessandro Bizzula Ricardo
Guilherme Elias Veisac
Cláudio Donato Gomes
Luis Carlos Donato Gomes
Cine Vila Rica
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