programa - Companhia Nacional de Bailado
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programa - Companhia Nacional de Bailado
PRÓXIMOS ESPECTÁCULOS DIA MUNDIAL DA DANÇA 29 DE ABRIL UMA COISA EM FORMA DE ASSIM Estreia Absoluta Coreografia e Figurinos Clara Andermatt, Francisco Camacho, Benvindo Fonseca, ROMEU E JULIETA JOHN CRANKO Rui Lopes Graça, Rui Horta, Paulo Ribeiro, Olga Roriz, Madalena Victorino, Vasco Wellenkamp Música e Interpretação musical ao vivo Bernardo Sassetti (piano) Desenho de Luz Celestino Alves Assistente de Madalena Victorino para os Figurinos Ainhoa Vidal LISBOA, TEATRO CAMÕES ABRIL 2011 dias 28, 29 e 30 às 21h TARDE FAMÍLIA dia 30 às 16h MAIO 2011 dias 06 e 07 às 21h TARDE FAMÍLIA dia 08 às 16h ESCOLAS dia 05 de Maio às 15h LISBOA, 2011 TEATRO CAMÕES Março dias 17, 18, 19, 25 e 26 às 21h dias 20 e 27 às 16h (Tardes família) Abril dias 01 e 02 às 21h dia o3 às 16h (Tardes família) Escolas dias 24 e 31 Março às 15h CNB: 34 ANOS EM 14 ANDAMENTOS 2011 uma coisa em forma de assim é o nome, decalcado de um título de Alexandre O’Neill, do programa da CNB para o dia mundial da dança, que consiste numa inédita junção das linguagens de nove coreógrafos nacionais. Clara Andermatt, Francisco Camacho, Benvindo Fonseca, Rui Lopes Graça, Rui Horta, Paulo Ribeiro, Olga Roriz, Madalena Victorino e Vasco Wellenkamp desenham uma façanha conjunta, unificada pela composição musical e interpretação de Bernardo Sassetti e dançada pelo elenco da companhia. Logo depois, em Julho, e ao cabo de mais uma digressão nacional, os bailarinos assinalam o 34º aniversário da CNB, com uma performance colectiva, com músicos e videastas convidados, que ocorre no Teatro Camões e no seu espaço exterior, no Passeio do Neptuno e no Jardim da Água. Estes eventos estão entre os primeiros espectáculos programados por Luísa Taveira, que retoma o cargo de directora artística Texto Mónica Guerreiro da CNB em Outubro de 2010. 2010 « A Companhia absolutas, como Four Reasons, do coreógrafo romeno estreou em Julho de 2003 em Lisboa, passou por Coimbra, Edward Clug, Come Together, de Rui Horta, Requiem, de Rui Porto, Figueira da Foz, Évora e Faro e foi um embaixador Nacional de Lopes Graça e, de Wellenkamp, A chuva cai na poeira como privilegiado da cultura portuguesa no mundo, tendo sido no poema. Neste ano, a Fundação EDP renovou o estatuto representado, nos anos seguintes, nas digressões à Rússia, Bailado vale por de mecenas principal da CNB e de mecenas exclusivo da à Tailândia e ao Brasil. Tinham passado 18 anos desde As digressão nacional da CNB, relação estabelecida desde 1998. Troianas, a primeira e única criação de Olga Roriz para a muitas missas » Agustina Bessa-Luís CNB, a convite de Armando Jorge, quando as bailarinas 2007 O último ano de Mehmet Balkan à frente da companhia dançaram descalças pela primeira vez. da companhia, que abriu com a estreia “A coreógrafa que melhor conhece a companhia”, nas da sua versão de O Lago dos Cisnes, foi marcado pela palavras de Luísa Taveira, e que aqui remontou Os Sete reestruturação que voltaria a associar a CNB ao Teatro Silêncios de Salomé, em 2005, Treze Gestos de um Corpo, em Nacional de São Carlos, sob gestão do recém-criado 2007 e Isolda, em 2009, estará de regresso em 2011, com Alinhando com o movimento que, por todo o mundo, homenageou o centenário Opart, Organismo de Produção Artística, EPE. No ano uma nova encomenda, Noite de Ronda. dos Ballets Russes de Serguei Diaghilev, a CNB preparou um triple bill apresentado em que festeja o seu 30º aniversário, a CNB dançou peças memoráveis de Hans van Manen, Heinz Spoerli, Nacho (estreada em Paris em 1923), Fauno, uma revisitação de Vasco Wellemkamp da sua peça O Prelúdio Duato ou Jiří Kylián e percorreu o país com o Programa à Sesta de um Fauno (estreada pelo Ballet Gulbenkian em 1990 e refeita pela Companhia Portuguesa Primavera, que reuniu coreografias de Mauro Bigonzetti, Garcia segundo Petipa, Coralli e Perrot) assinalou as de Bailado Contemporâneo, em 2001, já com o título Fauno) e a estreia absoluta de A Sagração da Gagik Ismailian, Olga Roriz e William Forsythe (a sua peça- comemorações do 25º aniversário da CNB, sob direcção Primavera do catalão Cayetano Soto, concebida por encomenda para a CNB. É, assim, com um olhar tributo a Balanchine, The Vertiginous Thrill of Exactitude). artística de Mark Jonkers, cumprindo-se também outras no passado e outro no futuro que se celebra a história da dança e dos seus principais mentores: Enquanto isso, e como parte das comemorações, o Teatro acções, como a edição de uma monografia amplamente antes da versão de Soto, a CNB estreara a obra-prima modernista de Nijinski e Stravinski (segundo Camões acolhia o Tanztheater Wuppertal de Pina Bausch ilustrada, da autoria de Susana de Jesus Santos. Os a reconstituição de Millicent Hodson e Kenneth Archer) por ocasião de Lisboa 1994 Capital Europeia com Für die Kinder von gestern, heute und morgen. Ainda em bailarinos Isabel Fernandes, Guilherme Dias, Paola da Cultura e, dez anos antes, executara a sua primeira Sagração, na versão assinada pelo coreógrafo 2007, terminou a colaboração de Mark Deputter com o Cantalupo e Peter Lewton-Brain, “Giselles” e “Albrechts” Carlos Trincheiras. Teatro Camões, após duas temporadas como programador. marcantes da história deste bailado na CNB, evocam A convite da directora Ana Pereira Caldas, Deputter fizera no programa de sala a primeira produção de Giselle, em Vasco Wellemkamp acumula a direcção artística da CNB e a programação do conviver nomes da criação emergente, como Ana Mira ou 1970, pelo Grupo Gulbenkian de Bailado, cuja distribuição Teatro Camões a partir de 2008, recuperando obras de técnica contemporânea, Luís Guerra (programa Quatro Canções), com coreógrafos incluía Isabel Santa Rosa (Giselle), Armando Jorge formulando convites a jovens criadores e desafiando coreografias mais recuadas a uma nova consagrados como Alain Platel ou Vera Mantero, presentes (Albrecht), Ulrica Caldas (Myrtha) e Carlos Trincheiras remontagem. Com essa perspectiva, gizou, nos seus três anos como director, programas nos ciclos Como Tu e Eu, Let’s Dance ou Ciclo Meg Stuart. (Hilarião). No final deste ano, Mehmet Balkan assume 2009 assumidamente transversais, como Quatro Coreógrafos, no qual criações suas e de Olga Roriz (Isolda, de 1990) convivem com estreias (À Flor da Pele, de Rui Lopes Graça) e com peças internacionais (Strokes Through The Tail, da irlandesa Marguerite Donlon). A acção programática do director artístico continua a proporcionar à companhia o enriquecimento do seu reportório com estreias 04 / 05 2002 em Almada, Braga, Faro e Lisboa, composto pela coreografia original de As Bodas, de Nijinska Um programa constituído pela reposição do bailado Giselle ou Les Wilis (de Georges a direcção artística da companhia, que poucos meses 2003 Um dos maiores êxitos da CNB nesta depois finaliza a sua transferência para o Teatro Camões, década é de autoria nacional e de temática no Parque das Nações, passando a dispor de um espaço histórica. Pedro e Inês, coreografado por Olga Roriz, próprio em permanência. 1998 Entre os acontecimentos importantes produção foi Cinderella, de Michael Corder, em Março de para a afirmação internacional da CNB, 1997 e, em Agosto, estreava Cantoluso, da autoria de três Ao longo da sua história, a CNB tem e procurou incentivar a formação de agentes para a vingado o propósito de ser uma dança, no país, quer bailarinos quer coreógrafos. Em evidencia-se de imediato The Lisbon Piece. Trata-se, até à então bailarinos da companhia, revelados nos estúdios companhia de âmbito nacional, apesar de estar sedeada 1984 começava a dar frutos o Centro de Formação de data, da única coreografia que a flamenga Anne Teresa coreográficos: Armando Maciel, Rui Lopes Graça e David em Lisboa. Isso o atestam as quase 70 cidades e vilas onde bailarinos em idade escolar, iniciativa que Armando Jorge De Keersmaeker concebeu com uma companhia que Fielding (falecido em 2008). Cantoluso, sobre a musicalidade já actuou, uma empresa não isenta de dificuldades: antes fundara (funcionou entre 1981 e 1995) e onde estudaram não a sua, Rosas. Para a peça lisboeta foram escolhidos de expressão lusófona – o fado, a morna e o chorinho – de o país se encontrar apetrechado de equipamentos, muitos bailarinos de técnica clássica, como Ana Lacerda cinco bailarinos, David Fielding, Filipa de Castro, Filipe era coordenado por Nuno Carinhas e teve uma extensa que seriam construídos ou reabilitados mais tarde, (hoje primeira bailarina da CNB). No Natal desse ano, os Portugal, Isabel Galriça e Xavier Carmo, e as percussões digressão nacional. Rui Lopes Graça continua a coreografar a companhia actuava em palcos pré-fabricados, em alunos participaram num espectáculo pela primeira vez. de Thierry de Mey e Eric Sleichim. Esta obra, momento intensivamente para a CNB: Dançares (1999) ou Savalliana ginásios, pavilhões, até no Salão do Glória Futebol Clube Por seu lado, o lançamento dos estúdios coreográficos, raro no reportório da CNB, foi na estreia acompanhada (2000) são outras das suas peças mais bem sucedidas. em Vila Real S. António. Rui Vieira Nery considera que em 1985, permitiu olhar de forma consequente para a “mesmo os sectores de vanguarda da chamada nova criação emergente. Obras destacadas da história da CNB Na primeira metade dos anos 1990 dá-se dança portuguesa, que nesse período despontavam com foram encomendadas nesta altura, como As Troianas, uma fase de novas alterações no uma energia notável e que, muito compreensivelmente, de Olga Roriz (1985) ou Fado (A Severa), de Fernando de dois trabalhos, Artifact II e In The Middle Somewhat Elevated, de outro dos protagonistas da coreografia contemporânea mundial: o norte-americano William 1995 Forsythe. Em 1998, é publicado o livro de fotografias funcionamento institucional da CNB. Em 1992, a se não reviam na orientação estética da companhia, Lima (1987). A estabilização de propósitos e intervenção, de Inês Gonçalves Companhia Nacional de Bailado. Sob a companhia desvincula-se do Teatro Nacional de São Carlos, vieram a beneficiar do trabalho intenso de sensibilização mas com continuada carência de meios, reforçou a direcção de Jorge Salavisa, até 1999, e de Luísa Taveira, passando a funcionar como um organismo autónomo, para a dança que a CNB ia desenvolvendo à escala institucionalização da companhia, que foi em 1985 em 1999-2000, intensifica-se uma acção reformadora tutelado, entre 1994 e 1998, pelo Instituto Português nacional com um sucesso assinalável, em paralelo com a integrada no Teatro Nacional de São Carlos. da imagem institucional da companhia, com sucessivos do Bailado e da Dança. A lei orgânica que regula a sua acção igualmente decisiva do Ballet Gulbenkian”. O Lago dos convites a fotógrafos de renome: António Júlio Duarte, actividade seria publicada em 1996. Isabel Santa Rosa, Cisnes, D. Quixote, La Sylphide, O Quebra-Nozes, La Bayadère, Augusto Alves da Silva, Daniel Blaufuks, Inês Gonçalves, que sucedeu a Armando Jorge na direcção artística da Paquita, Petroushka, Pássaro de Fogo, foram algumas das Sara Anahory e Paulo Catrica. companhia, empreendeu entre 1994 e 1996 um sentido coreografias do reportório clássico estreadas pela companhia foi também inaugural na vida da CNB: pela primeira vez 1997 06 / 07 1989 1982 Serenade, a obra que Balanchine concebeu após a sua chegada aos EUA, em 1934, modernizador, produzindo As Bodas e A Sagração da ao longo da sua primeira década e meia. No Natal de bailarinos portugueses executavam uma coreografia O Teatro Luís de Camões é desenhado Primavera nas versões originais. Em 1995, novo marco, 1989, o público foi contemplado com a primeira produção deste inovador do ballet do século XX. Depois da estreia, pelo Gabinete Risco, sob direcção do direccionado para a técnica clássica: a estreia de La Fille integral de Coppélia. em 1982, muitas outras se seguiriam – Concerto Barocco arquitecto Manuel Salgado, e englobado no projecto Mal Gardeé, na versão coreográfica de Georges Garcia Expo’98, decorrendo a sua construção entre 1997 e 1998. (a partir de Mordkin e Nijinska), proporciona contacto Dirigida por Jorge Salavisa, a CNB atravessa nesta fase com esta obra referencial, por se tratar do mais antigo uma quase “segunda fundação”, nas palavras de Rui bailado (1789) ainda hoje remontado pelas companhias outros reportórios relevantes do século XX, como o centenário do nascimento do mestre, em 2004. Ainda Vieira Nery, à época o Secretário de Estado da Cultura de reportório. Ao longo desta década, a CNB continua a legado do expressionismo europeu. A Mesa Verde, icónico no ano de 1982, a companhia estabelece-se nas suas responsável pela sua nomeação. Um dos objectivos dançar em teatros cedidos. (1984), Apollo (1987), Tema e Variações (1988), Os Quatro 1984 A direcção de Armando Jorge, que se Temperamentos (1991), Agon (1999) e Who Cares? (2002) prolongou por 15 anos, não negligenciou – até à dedicação de um programa especial, Mr. B., no trabalho de Kurt Jooss, foi apresentado em 1984. Apesar novas instalações: o antigo Real Gymnásio Clube de programáticos de Salavisa foi introduzir um novo do ritmo da montagem de espectáculos, temporada Lisboa, o actual nº 20 da Rua Vítor Cordon. Nesta década, reportório, aliado a uma nova imagem, que remetia após temporada, o director entendeu que a companhia intensificam-se as digressões internacionais: a Macau e à para a revelação de novos valores. A sua primeira se ressentia da escassez de profissionais qualificados, China, em 1983, e ao Brasil, em 1985. 1979 Coreógrafo, bailarino (foi o primeiro a companhia, que nasceu oficialmente em Junho de 1977, “Albrecht” português), mestre de por despacho do Secretário de Estado da Cultura David bailado – e, sob o pseudónimo Da Silva Nunes, também Mourão Ferreira (a mesma deliberação extinguiu o Grupo cenógrafo e figurinista –, Armando Jorge estreou em de Bailados Verde Gaio). A companhia foi constituída 1979 a sua primeira coreografia ao serviço da CNB: através de audições em Portugal e em Londres, e contou Carmina Burana. Outras autorias marcantes se seguiriam inicialmente com uma maioria de bailarinos estrangeiros. (O Quebra-Nozes em 1984, O Lago dos Cisnes em 1986), Mas desde cedo se destacariam intérpretes nacionais de algumas das quais ainda hoje permanecem no reportório grande nível, como Miguel Lyzarro (falecido em 1996), da CNB. Nos primeiros anos de trabalho, a companhia Maria José Branco ou Cristina Maciel, que é hoje mestre de estava instalada no Teatro Nacional de São Carlos e os bailado coordenadora da CNB. seus elementos fundadores foram Luna Andermatt, Vera Varela Cid, Pedro Risques Pereira e Armando Jorge, que viria a assumir a direcção. Laszlo Tamasik foi o primeiro maître de ballet da companhia, que logo em 1978 dançou Les Sylphides de Michel Fokine. Trinta anos depois, em 2008, Armando Jorge foi condecorado pela Presidência da República com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada, pelo seu papel na construção e crescimento da CNB e da dança no nosso país. 1977 A Companhia Nacional de Bailado apresentou o seu primeiro espectáculo no Teatro Rivoli, no Porto, a 5 de Dezembro de 1977, tendo a estreia oficial ocorrido no dia 17 do mesmo mês no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa. O programa era constituído, entre outras peças, pelo segundo acto do Lago dos Cisnes de Petipa na versão de Brydon Page, com música de Tchaikovski e cenário de Cruzeiro Seixas e Canto de Amor e Morte de Patrick Hurde, com música de Fernando Lopes Graça e cenários e figurinos de Júlio Resende. Dançaram o papel de Odette, em dias alternados, Raya Lee e Luísa Taveira. Ao longo das décadas, muitos artistas plásticos, cenógrafos e compositores portugueses colaboraram com 08 / 09 Natural do Porto, começou a estudar dança aos nove anos, com o professor Pirmin Treku. Em Entre 1996 e 2000, a convite de Jorge Salavisa, assume as No âmbito da programação do Centro Cultural de Belém, 1974, juntamente com alguns dos seus colegas, funda o Grupo Experimental de Bailado do Porto, funções de Directora Artística Adjunta e, posteriormente, funda em 2010, a Companhia Maior, um projecto de com o qual desenvolve uma intensa actividade artística, realizando espectáculos no norte do país. de Directora Artística da Companhia Nacional de Bailado. intérpretes com mais de 60 anos, provenientes de todas as Um ano depois, entra na Upper School do Royal Ballet, em Londres, na qualidade de bolseira da áreas artísticas. Fundação Calouste Gulbenkian, e aí finaliza os seus estudos com Maryon Lane, Pamela May, Piers Em 2001, é convidada para assessora da área da dança da Beaumont, Leonid Massine e Ninette de Valois, entre outros. administração da Fundação Centro Cultural de Belém. É mestre pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Mais tarde, passa a adjunta para a programação com Universidade Nova de Lisboa. De regresso a Portugal, ingressa na Companhia Nacional de Bailado – da qual é membro fundador responsabilidades nas áreas da dança, do teatro e da – sendo escolhida, logo na temporada inaugural da companhia, para o papel de Odete, do Lago ópera, exercendo também as funções de coordenação da Desde Outubro de 2010, é Directora Artística da dos Cisnes. Aqui, tem a oportunidade de dançar os papéis principais do repertório clássico e neo- programação das orquestras e formações músicais em Companhia Nacional de Bailado e do Teatro Camões. -clássico e também de interpretar um sem número de criações coreográficas, muitas das quais residência, dos ciclos temáticos e de alguns dos festivais. especialmente concebidas para si. Assume, entre 2003 e 2007, as funções de professora Entre 1985 e 1988, é artista convidada de várias companhias europeias com as quais dança em coordenadora do ramo de espectáculo da Escola Superior Inglaterra, Bélgica, França, Alemanha, Suíça, Itália e Áustria, destacando-se a sua participação no de Dança, do Instituto Politécnico de Lisboa. London City Ballet. Durante a temporada de 1986, junta-se, como bailarina principal, ao elenco da LUÍSA TAVEIRA DIRECÇÃO ARTÍSTICA NAPAC Dance Company, a primeira companhia de dança multirracial da África do Sul, sediada na Foi por diversas vezes chamada a fazer parte dos júris de Playhouse de Durban, e com a qual percorre, em digressão, todo o país. apoio à dança e projectos transdisciplinares do Ministério da Cultura, bem como para júri dos prémios Almada e Dos seus “partners” destaca Guilherme Dias (CNB), Michael Corder (Royal Ballet), Anatoli Grigoriev Ribeiro da Fonte. Em 2005, faz também parte do júri (Kirov Ballet) e Phillip Betley (London Festival Ballet). internacional de dança, no âmbito das comemorações do 4º centenário da publicação de D. Quixote, a convite do Em 1982, recebe o prémio de imprensa para a melhor bailarina. Instituto Cervantes, em Madrid. Com um forte desejo de alargar a sua experiência de intérprete a outras facetas da dança para Em 2005, integra a equipa de programação de Faro Capital além da clássica, ingressa no Ballet Gulbenkian em 1988, interrompendo no entanto a sua estadia da Cultura, como responsável artística para as áreas da um ano depois, para ser mãe. Por esta altura, começa a ensinar no Conservatório Nacional, onde dança e do novo-circo. permanece durante 13 anos. Aqui fez também parte da direcção da escola e ajuda a elaborar o curriculum de ensino integrado da escola, numa experiência inédita do ensino artístico em Portugal. Foi também, durante a sua estadia no Conservatório Nacional, responsável pela realização dos espectáculos anuais dos alunos. 10 / 11 ROMEU E JULIETA Coreografia John Cranko Música Serguei Prokofiev A VARANDA DE JULIETA Uma vez, entrei em verona para não entrar em veneza. Entre o vê de verona e o vê de veneza optei por ver verona. Gostei da Argumento John Cranko coincidência das consoantes na janela segundo William Shakespeare de julieta; e sei que em veneza não ouviria Cenografia João Mendes Ribeiro Figurinos, Adereços, Decoração de Carros, Panejamento e Quarto de Julieta António Lagarto o vento da vingança, nem provaria o veneno de uma volúpia que só em verona se Imagens Daniel Blaufuks desvanece com a vida. Não há canais em Desenho de Luz Cristina Piedade verona, como em veneza; nem há janelas Ensaios Especiais Ivan Cavallari em veneza, como em verona; mas julieta Ensaiadores Cristina Maciel, Rui Alexandre, Isabel Fernandes, Adeline Charpentier Estreia Absoluta (versão John Cranko) Itália, Veneza, espreita a rua, da janela que é sua, e se ninguém diz a senha que só ela sabe, agita o lenço molhado pelas lágrimas que as Ballet do Teatro alla Scala, 25 de Julho 1958 nuvens bebem, levando-as de verona até Estreia CNB Lisboa,Centro Cultural de Belém, veneza, onde a chuva as deita nos canais. 21 de Dezembro 2001 Nuno Júdice, Pedro, lembrando Inês, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2001. 12 / 13 Barbora Hruskova, Carlos Pinillos Ensaio de Estúdio Artistas CNB As Bodas Cena 1 – Mercado I ACTO É madrugada em Verona. Romeu (filho de Lord Montéquio) declara o seu amor a Rosalinda. Com o nascer do dia, a praça do mercado enche-se de gente e inicia-se uma rixa entre membros das famílias rivais, Capuletos e Montéquios. Entra o Duque de Verona e adverte-os para o facto de que, se o conflito continuar, ele deverá puni-los, em último caso mesmo com a morte. Romeu e os seus amigos Benvólio e Mercúcio, relutantes, fazem as pazes com Tibaldo (da família dos Capuletos). Cena 2 – Jardim de Julieta Julieta recebe de sua mãe o primeiro vestido de baile. Irá conhecer o Duque Páris, de quem ficará noiva no dia seguinte. Terminará assim a sua infância. Cena 3 – Entrada da casa dos Capuletos Os Capuletos organizam um grande baile. Chegam os convidados, entre os quais Rosalinda. Romeu, Benvólio e Mercúcio, mascarados, seguem-na. Cena 4 – Baile Julieta dança com Páris mas assim que o seu olhar encontra o de Romeu, o amor nasce à primeira vista. Tibaldo, suspeitando da verdadeira identidade de Romeu tenta separá-los, mas o pai de Julieta impede-o, obedecendo às leis da hospitalidade. Cena 5 – Varanda do Quarto de Julieta Na varanda do seu quarto Julieta sonha com Romeu. Ele aparece no jardim, encoberto pela noite, e juntos declaram amor eterno. 14 / 15 Solange Melo, Maxim Clefos Ensaio de Palco II ACTO Cena 1 – Mercado Cena 1 – Quarto de Julieta Na praça do mercado assiste-se a uma grande festa de No quarto de Julieta, os amantes acordam com o nascer Carnaval. Romeu mostra pouca vontade de se juntar aos do sol. Romeu deixa Julieta e abandona Verona sob festejos. A ama de Julieta encontra-o e dá-lhe uma carta, sentença de exílio. Lord e Lady Capuleto entram com onde Julieta lhe pede que vá ao seu encontro no jardim de Páris, mas Julieta rejeita-o. Frei Lourenço. Cena 2 – Jardim de Frei Lourenço Cena 2 – Jardim de Frei Lourenço No seu desespero Julieta procura Frei Lourenço e este Em segredo, Frei Lourenço casa Romeu e Julieta. dá-lhe uma poção que a deixará num estado de morte aparente. Frei Lourenço diz-lhe que Romeu irá ao seu Cena 3 – Mercado encontro no túmulo de família e então poderão fugir No auge dos festejos Romeu regressa à praça do juntos. mercado. Tibaldo desafia-o mas Romeu recusa-se a lutar. Mercúcio, irado, inicia um duelo com Tibaldo mas ferido Cena 3 – Quarto de Julieta por este, morre. Em desespero, Romeu vinga a morte do Julieta aceita casar com Páris. Assim que se encontra seu amigo matando Tibaldo. de novo a sós, toma a poção e é mais tarde encontrada, supostamente morta, pela sua família e amigos. III ACTO Cena 4 – Jazigo da família Capuleto Romeu, que nunca chegou a receber a mensagem de Frei Lourenço a explicar o plano, acredita que Julieta está morta. Dirige-se ao jazigo dos Capuletos, encontra Páris amargurado, e mata-o. Após um último abraço à sua amada, Romeu crava o seu punhal no seu próprio coração. Julieta acorda e vê o seu amado morto. Incapaz de suportar a vida sem ele, suicida-se. Ana Lacerda Ensaio de Estúdio 16 / 17 A Antiguidade Clássica, e Itália em especial, foi pródiga em incontáveis narrativas – reais ou ROMEU E JULIETA imaginárias – que relatavam discórdias entre facções rivais ou entre famílias ilustres; a causa de todas as dissidências assentava, invariavelmente, na luta pelo poder ou pelo amor, arrastando consigo ódios políticos, pactos sangrentos ou paixões impossíveis. Comum ao desfecho brutal de todas estas disputas seria a resolução inevitavelmente dramática a que os intervenientes principais estariam destinados: ao exílio, ao veneno, ao claustro ou ao punhal. teatro de ópera lhe dedicasse, pelo menos, quatro óperas realiza Shakespeare in Love (1998) que se torna num curioso e dignas de menção: Giulietta e Romeo (Vaccai, 1825), I Capuleti brilhante exercício de cinema (7 Óscares) enquanto nos vai delights have ed i Montecchi (Bellini, 1830), Roméo et Juliette (Gounod, 1867) contando quão apaixonado estava o próprio dramaturgo e Romeo und Julia (Sutermeister, 1940). Nenhuma destas durante a escrita do seu “Romeu e Julieta”. violent deaths » obras – apenas o último acto da ópera de Vaccai conheceu nos seus dias alguma notoriedade graças à cantora Maria Recuando, propositadamente, uns anos, impõe-se recordar Malibran – parece ter assegurado uma presença mais ou a noite de 26 de Setembro de 1957, no Winter Garden menos regular nos palcos de ópera. Ainda no século XIX, Theatre de Nova Iorque, quando, em plena Broadway, se Berlioz e Tchaikovski, dois compositores entre tantíssimos, estreia o músical West Side Story. Seguindo de muito perto o massacres entre as facções políticas dos Gibelinos e dos Guelfi; todavia seria mais a norte, em inspirados pela história, compuseram uma sinfonia modelo de Romeu e Julieta, o poema de Stephen Sondheim, Verona, que as rivalidades entre as casas rivais dos Capuletos e dos Montéquios (“Two households, dramatique e uma fantasia, respectivamente. a coreografia de Jerome Robbins e a música de Leonard As ruas da Roma pré-imperial conheceram os tumultos entre os Horácios e os Curiácios, e as Texto Rui Esteves « These violent da Florença medieval as escaramuças nocturnas entre os Monaldis e os Filippeschi ou ainda os Shakespeare, “Romeu e Julieta” Frei Lourenço, Acto II, Cena VI both alike in dignity” – como as descreveria mais tarde Shakespeare) protagonizariam o epítome Bernstein popularizaram para sempre a história trágica da rivalidade entre bandos e as consequências trágicas de um amor juvenil entre Romeu, um No século XX, o tema inspirou dois nomes maiores do jazz: Montéquio, e Julieta, uma adolescente da casa dos Capuletos. Duke Ellinton (The star-crossed lovers) e Peggy Lee (sublime em Shakespeare transita então das ruelas e praças de Verona Fever) e ainda autores populares tais como The Supremes, – onde se ajustam contas entre grupos inimigos – para Bruce Springsteen, Tom Waits, Dire Straits e Lou Reed! o quarteirão degradado do Upper West Side, em Nova O jovem William Shakespeare – então nos alvores da sua carreira literária – decerto não adivinhou quando, algures entre 1591 e 1596, ao escrever a última frase da sua tragédia Romeu e Julieta, ela viria a 18 / 19 dos dois jovens apaixonados de Verona. O drama de Iorque. Capuletos e Montéquios são agora os gangues ser, a par de Hamlet e de Rei Lear, a sua obra mais popular. Porém, antes dele já Ovídio (Metamorfoses) Com o advento do cinema no início do século XX, Méliès, rivais dos Jets e dos Sharks, e Romeu e Julieta chamam- narrara os desamores de Tisbe e Píramo, em 1476 Salernitano dava-nos conta do infortúnio o “alquimista da luz”, realizou para os estúdios Edison/ se simplesmente Tony e Maria. West Side Story, para além entre Gianozza e Mariotto e Dante mencionara, na Divina Comédia a rivalidade entre Capuletos e Vitagraph o primeiro “Romeu” do celulóide, registo de ter constituído um ponto de viragem na história do Montéquios. Assim sendo, Shakespeare não foi original ao contar-nos a paixão desafortunada dos infelizmente desaparecido. Em 1936, Cukor realiza para músical norte-americano, sequencia toda uma narrativa dois jovens enamorados veroneses; afinal não fez mais do que dramatizar a tradução de Arthur a MGM um hollywoodesco “Romeu” (a preto e branco, músico-teatral com o pulsar inovador de uma linguagem Brooke da novela de Matteo Bandello (1554) intitulada Giulietta e Romeo, acrescentando, porém, claro), com dois protagonistas cuja idade totalizava os 75 universal, agora acrescida de ingredientes que apelam pormenores muito relevantes a personagens e em particular à Ama e a Mercúcio. E, ao completar anos, donde pouco credíveis nos ímpetos e fulgores juvenis e se enquadram na perfeição nos problemas de uma a sua obra, o mais ilustre dramaturgo da era isabelina fixou para a posteridade uma obra que viria a exigidos para os respectivos papéis. Renato Castellani, nova geração: emigração, racismo, disputa do território tornar-se sinónimo do amor impossível, da redenção pela morte voluntária e violenta, em suma, um em 1954, assina outra versão para o cinema (Grand Prix de urbano. O amor que Tony/Romeu sente por Maria/ verdadeiro maná de inspiração para a literatura vindoura. Por cá, apenas Camilo rondou de muito Veneza), na qual brilha essencialmente o Frei Lourenço de Julieta fá-los desafiar as suas respectivas famílias, os seus perto o drama de Shakespeare; Amor de Perdição narra o ódio visceral entre Botelhos e Albuquerques, John Gielgud. Franco Zeffirelli, em 1968, retoma o tema da amigos e o seu mundo social. Em 1961 a peça é fielmente de onde emerge, pungente e trágico, o amor de Simão e Teresa. peça de Shakespeare e filma um “Romeu e Julieta” vibrante, transportada para o ecrã, e será o próprio Jerome Robbins colorido, sexuado e juvenil. A “Julieta” de Olivia Hussey a supervisionar, ao lado de Robert Wise – o realizador –, Até aos nossos dias, o filão dramático da peça de Shakespeare parece não querer esgotar-se; a sua ainda hoje comove. Em 1996, Luhmann actualiza o tema todas as filmagens dos números músicais. Mera curiosidade: complexa trama alia o erro humano à mais desmesurada luta entre o amor e a impossibilidade e decide rodar um filme insípido com Di Caprio apenas todos os exteriores que envolviam cenas com coreografia que conduz a uma inevitável fatalidade. Ingredientes ideais e mais que suficientes para que o como chamariz de bilheteira; por fim, Martin Madden de Robbins tiveram de ser filmados em tempo recorde; o quarteirão do West Side tinha de ser demolido para ali se de comover-se com toda a gestualidade de Ulanova (o seu construir o Lincoln Center que iria albergar, entre outras modo de correr pelo palco lembra “uma corça acossada”, instituições, a Metropolitan Opera e o New York City Ballet. como definiu Rosenthal) ou com a sensualidade latente de Fonteyn na sublime “cena do balcão”? Como ficarmos A música de Bernstein e a coreografia de Robbins foram indiferentes à sinceridade e à devoção com que ambas dois dos mais importantes e indesmentíveis contributos dançam? para o sucesso desta revisitação “popular” do drama de Shakespeare. Contudo, outras músicas e sobretudo outros Aos dois coreógrafos já mencionados, juntam-se, entre coreógrafos vieram trazer a Romeu e Julieta leituras de muitos, John Cranko e Maurice Béjart. Cranko estreia a grande elegância e lirismo no domínio do bailado clássico. sua versão do Romeu e Julieta com o Alla Scala Ballet, em Teríamos de esperar pelo século XX – e sobretudo por Veneza (1958), remonta-a mais tarde para o Stuttgart Serguei Prokofiev – para podermos ouvir a mais genial e Ballet, em 1962, e a ZDF capta-a exemplarmente em vídeo bela partitura para bailado clássico alguma vez composta com Márcia Haydée. Maurice Béjart cria a sua versão – a da Sagração da Primavera é toda uma outra história. para os Ballet du XXème Siècle, com música de Berlioz, Terminada a obra em Setembro de 1935, o Bolchoi rejeita-a e que Lisboa viu no Coliseu na famosa noite de 6 de por considerá-la impossível de ser dançada. Em 1940, Junho de 1968. Em 1981 a CNB dança a versão de George o Kirov, bem mais avant garde decide estrear o bailado Skibine que a RTP regista em vídeo com Maria José não obstante as discussões entre o compositor e Leonid Branco e Miguel Lyzarro, juvenis e vibrantes. Porém, são Lavroski, o coreógrafo. Galina Ulanova foi a primeira Julieta; as coreografias de MacMillan e Cranko que, por méritos em 1956, a produção é filmada e percorre o mundo dando distintos, permanecem no reportório regular das grande a conhecer não só a arte de Ulanova e de Iuri Zhandiv companhias de dança. MacMillan pela sua visão negra (Romeo) como a partitura de Prokofiev. Em 1966, também e marginal do drama, pela plasticidade nos pas-de-deux para o cinema e dirigida por Paul Czinner, é imortalizada e nas cenas de conjunto, por uma sensualidade sempre a coreografia de Kenneth MacMillan com o par de eleição presente; Cranko - que revisita Shakespeare em 1969 para do momento: Margot Fonteyn e Rudolf Nureiev. Dois coreografar A Fera Amansada - sobretudo pelo lirismo registos há muito disponíveis em DVD e que merecem uma gestual que dispensa qualquer tipo de pantomima, brevíssima reflexão: para os espectadores de dança de hoje, assim como por um entendimento perfeito da partitura a arte de Ulanova e Fonteyn provoca alguma incredulidade em função do desenvolvimento do drama. Ana Lacerda dada uma aparente precariedade técnica de ambas. Melhor e Fernando Duarte repetem os papéis titulares na explicando, para as exigências técnicas actuais que produção estreada em 2001 e, por todas estas as razões, atingiram, dir-se-ia, padrões quase olímpicos, torna-se Romeu e Julieta de John Cranko é um feliz regresso à incómodo aceitar hesitações, imprecisões e arabesques Companhia Nacional de Bailado. E a todos nós. que não excedam os noventa graus. Mas quem não deixará 20 / 21 Ana Lacerda, Fernando Duarte Ensaio de Estúdio John Cranko nasceu em Rustenburg, África do Sul, no dia 15 de Agosto de 1927. Descendendo de uma Cranko teve também o cuidado de dar uma importância Contrariamente a muitos outros coreógrafos, John Cranko família com passado teatral, iniciou a sua formação em dança na Universidade da Cidade do Cabo especial ao método de ensino utilizado na companhia não achava essencial que um bailarino tivesse “um corpo e foi aí que apresentou o seu primeiro trabalho, The Soldier’s Tale, uma coreografia a partir de uma e para isso convidou Anne Wooliams, uma professora ideal” ou uma técnica brilhante pois para ele era mais suite de Stravinski. Apesar de ter nascido na África do Sul, a carreira de Cranko conheceu os seus britânica com quem viria a fundar a Cranko Ballet School, importante a personalidade e singularidade de cada um, melhores anos na Europa, especialmente no Reino Unido e na Alemanha, onde os seus talentos em 1964, ainda hoje em actividade. facto que alimentaria a sua imaginação e criatividade coreográficos foram merecidamente elogiados e reconhecidos. enquanto coreografava. John Cranko faleceu no auge do John Cranko criou uma série de obras para o Ballet de seu poder criativo, aos 45 anos, vitima de ataque cardíaco, Cranko chegou a Londres ainda adolescente e continuou os seus estudos na escola do Sadler’s Wells Estugarda ao longo dos 12 anos da sua direcção artística: durante um voo de regresso de uma digressão aos Estados Theatre Ballet. Fez também parte do elenco desta companhia, mas a partir de 1949 decidiu dedicar-se Daphnis et Chlóe (1962, Maurice Ravel), Romeu e Julieta (1962, Unidos da América. exclusivamente à coreografia. Para o Sadler’s Wells Theatre Ballet e para o Royal Ballet, companhia Serguei Prokofiev), Jeu de Cartes (1965, Igor Stravinski), residente em Covent Garden, John Cranko criou vários bailados, nomeadamente um pas-de-deux Opus 1 (1965, Anton Webern), Mozart Concerto (1966), The de A Bela e o Monstro (1949), com música de Maurice Ravel, Harlequin in April (1951), com música de Interrogation (1967, B.A. Zimmermann), Brouillards (1970, Richard Arnell, Bonne Bouche (1953) uma comédia para a qual utilizou música de Arthur Oldham Claude Debussy). e ainda Pineaple Poll (1951), utilizando música de várias óperas de Arthur Sullivan, seleccionadas JOHN CRANKO COREOGRAFIA e arranjadas por Charles Mackerras e The Lady and the Fool (1954), sendo a música também um Durante a sua permanência em Londres, Cranko arranjo de Mackerras mas desta vez a partir de Verdi. Estes dois últimos bailados sobreviveram envolveu-se também na remontagem de bailados para e continuaram no repertório da companhia. Em 1957, coreografou a sua primeira grande produção, companhias estrangeiras, dirigiu a primeira produção o bailado The Prince of Pagodas, para o qual Benjamin Britten escreveu a partitura. da ópera de Benjamin Britten, Sonho de uma Noite de Verão, em Aldeburgh (1960) e coreografou e dirigiu duas Cranko aceitou também encomendas de outras companhias, criando duas obras para o Ballet revistas londrinas, Cranks (1955) e New Cranks (1960). Rambert (agora denominado Rambert Dance Company), La Belle Hélène para a Opera de Paris e Foi no entanto com os bailados de enredo, de carácter Romeu e Julieta de Prokofiev para o Ballet do Teatro alla Scala, de Milão. Nesta produção Cranko narrativo e dramático que John Cranko se consagrou como escolheu para Julieta a bailarina Carla Fracci, então com 21 anos. Em 1961, John Cranko aceitou a coreógrafo memorável. Ele possuía a invulgar capacidade oferta para o cargo de director do Ballet de Estugarda sucedendo-se a Nicolas Beriozoff, pai de de conseguir lidar com várias formas fossem elas tragédia, Svetlana Beriosova, (para quem ele tinha criado The Prince of Pagodas) e conseguiu transformar comédia, drama ou romance. Obras como Onegin, The aquela companhia alemã numa das mais prestigiadas mundialmente, prestigio esse que permanece. Taming of the Shrew, Romeu e Julieta, Carmen, Poème de l’Extase No início deste processo Cranko decidiu convidar alguns solistas de reconhecido talento como e Traces tornaram-se verdadeiros símbolos do bailado, a nível Richard Cragun, Birgit Keil, Egson Madsen e Marcia Haydee (que viria a ser a sua musa de internacional. inspiração) para dançarem na sua companhia. Foi para estes mesmos bailarinos que Cranko criou um bailado, Initials RBME, utilizando o Concerto nº 2 para Piano, de Brahms, como tributo pelo seu excelente trabalho na companhia. Grande parte do sucesso das remodelações feitas por Cranko após a sua chegada ao Ballet de Estugarda deveu-se à prioridade e importância que ele deu à formação de equipas eficientes, a quem distribuiu responsabilidades. 22 / 23 SERGUEI PROKOFIEV JOÃO MENDES RIBEIRO MÚSICA CENOGRAFIA Serguei Sergueievich Prokofiev nasceu em Sontsovka, uma segunda encomenda foi feita e o resultado foi o Henri Matisse, tendo este último chegado mesmo a que “os vivos conseguem dançar, os mortos não...” de Tolstoi, o bailado Cinderela, 2 marchas militares e Arquitecto pela Faculdade de Arquitectura da na Ucrânia, no dia 23 de Abril de 1891, e desde muito bailado Chout (também conhecido como The Tale of desenhar um retrato do compositor. Alternativamente, Prokofiev recorreu ao Ballet a Sinfonia nº5, que lhe valeu o 2º Premio Estaline. Universidade do Porto (1986), onde leccionou entre cedo revelou-se como um menino prodígio na the Buffoon), que estreou em Paris em 1921. Chout foi Prokofiev não regressou à Rússia durante vários Bolshoi que, no entanto, também considerou a Morreu com 61 anos a 5 de Março de 1953, perto da 1989 e 1991. Doutorado em Arquitectura, especialidade execução e composição músicais. A sua mãe, uma sujeito a inúmeras criticas, nem sempre favoráveis, anos. Em 1922-23 dedicou-se a sua ópera The Fiery partitura “indansável”... Só em Dezembro de 1938 a Praça Vermelha em Moscovo. Teoria e História, pela Universidade de Coimbra, 2009. pianista de talento, foi a sua primeira tutora e aos mas na realidade foi o marco do inicio da maturidade Angel que só foi encenada após a sua morte, e a sua obra foi estreada na Ópera de Brno, em Praga, Professor Auxiliar no Departamento de Arquitectura 11 anos de idade, Prokofiev tinha já composto 2 musical de Prokofiev. Sinfonia nº3. Já em 1924 e após a morte da sua mãe e o com coreografia de Ivo Vana Psota, cujo sucesso fez da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade óperas, 1 sinfonia de 4 movimentos e 70 pequenas O ano de 1917 revelou-se muito produtivo para nascimento do seu primeiro filho, acontecimentos o Ballet Kirov mudar de ideias e pedir a Prokofiev para de Coimbra, na cadeira de Projecto. Reconhecido peças para piano. Entrou para o Conservatório de Prokofiev. Devido à guerra e todas as suas conse- obviamente marcantes na vida do compositor, apresentar este bailado. A estreia em Leninegrado com diversas distinções e prémios: Prémio Architécti, São Petersburgo com 13 anos, sendo o aluno mais quências, o compositor passou 9 meses no Cáucaso, Prokofiev escreveu a Sinfonia nº2, por encomenda de deu-se em 1940 com coreografia de Levrovski. Os anos Lisboa, 1997 e 2000; Highly Commended, AR awards novo de sempre, e teve como professores os mestres onde compôs as Sonatas nº3 e nº4 para Piano, Koussevitski. Foi após a estreia desta sinfonia, em que se seguiram não foram um mar de felicidade for emerging architecture, Londres, 2000; Prémio Glazunov, Rimski-Korsakov e Liadov, com quem completou o seu Concerto nº1 para Violino e a Sinfonia 1925, que Diaghilev sugeriu a Prokofiev a criação de nem para a carreira nem para a vida privada de Diogo de Castilho, Coimbra, 2003 e 2007; Premis se divertia desafiando-os com as suas irreverentes Clássica (nº1), e iniciou o trabalho coral Seven, They um bailado a partir de um tema soviético. Nasceu Serguei Prokofiev. As consequências da guerra FAD d’Arquitectura i Interiorisme, Barcelona, 2004; composições, uma das razões pelas quais foi Are Seven e o Concerto nº3 para Piano. Em 1918, ano assim Le Pas d’Acier, coreografado por Leonide não trouxeram estímulos positivos para a cultura Gold Medal for Best Stage Design, 11th International apelidado de enfant terrible, título que ele próprio do inicio das suas longas viagens e já nos Estados Massine. Em 1929, Prokofiev compôs O Filho e os artistas sentiam-se “mutilados” com as novas Exhibition of Scenography and Theatre Architecture cultivava. Ainda durante os anos de conservatório Unidos da América, Prokofiev debateu-se com um Pródigo, a sua ultima obra para Les Ballets Russes, exigências feitas pelas autoridades soviéticas. – Prague Quadrennial 2007, Praga, 2007; Prémio (1904-1914), Serguei Prokofiev desenvolveu os problema: os seus trabalhos eram muitas vezes tendo sido coreografada por George Balanchine. Qualquer compositor que ultrapassasse os limites AICA 2007, Associação Internacional de Críticos de seus talentos como pianista. Ao terminar o considerados irreverentes e ele próprio foi chamado Prokofiev ansiava por voltar a pátria e fê-lo assim que da doutrina do Realismo Soviético era criticado e Arte/Ministério da Cultura, 2008; IV Prémio Enor, Conservatório os seus interesses voltaram-se para de “pianista bolchevista”. Alguns sucessos foram no obteve consentimento das autoridades soviéticas. muitas vezes ridicularizado publicamente. Quanto na categoria Portugal, Vigo, 2009. Nomeado para o a Europa Ocidental para onde viajou em 1914. Aqui entanto alcançados: a Ópera de Chicago ofereceu-lhe Já no seu país as encomendas de obras aconteciam a sua vida familiar, as ligações com estrangeiros não European Union Prize for Contemporary Architecture encontrou os seus conterrâneos Igor Stravinski, que um contrato pela sua ópera Love for Three Oranges. cada vez com mais frequência e foi neste período eram bem aceites pelo regime (Lina era de origem – Mies Van Der Rohe Award, Barcelona, 2001, 2005 acabava de estrear O Pássaro de Fogo e Petrouchka, No plano pessoal, conheceu nessa altura Lina (1935) que Prokofiev escreveu Romeu e Julieta, o espanhola), e o seu casamento chegou mesmo a e 2011; finalista da II e IV Bienal Iberoamericana de e o empresário Serguei Diaghilev com a sua recém Lubera, uma soprano espanhola que viria a ser sua Concerto nº2 para Violino e a música para o filme ser anulado, alguns anos mais tarde. Mesmo assim, Arquitectura e Engenharia Civil, Cidade do México formada companhia Les Ballets Russes. Diaghilev mulher e mãe dos seus dois filhos. O seu trabalho Lieutenant Kijé que ele mais tarde alteraria para a Prokofiev não deixou de compor. Em 1939 trabalhou e Lima, 2000 e 2004; finalista dos Premis FAD fez a sua primeira encomenda a Prokofiev, o bailado prosseguiu na Europa com a reestruturação do hoje conhecida Suite Sinfónica (opus 60). O bailado simultaneamente nas Sonatas nº6, nº7 e nº8 para d’Arquitectura i Interiorisme, Barcelona, 1999, 2001, Ala e Lolli, mas viria a rejeitá-lo pois encontrou-lhe bailado The Buffoon (Chout, na sua origem), para Les Romeu e Julieta, foi originalmente encomendado Piano e em 1940 iniciou a sua ultima ópera O Noivado 2002, 2004 e 2006. Em 2006 foi distinguido pela muitas parecenças com A Sagração da Primavera de Ballets Russes, que apesar de não ter sido o maior pelo Ballet Kirov, em 1934. Prokofiev sugeriu utilizar no Mosteiro, que só foi cantada após a sua morte. Presidência da República com a Comenda da Ordem Stravinski, obra que tinha causado forte polémica na sucesso da sua carreira conquistou novos públicos como tema, a história de William Shakespeare, mas Ainda durante os anos da guerra Prokofiev escreveu do Infante D. Henrique. noite da estreia. Pouco tempo depois, no entanto, e fãs, entre os quais Pablo Picasso, Maurice Ravel e o Kirov rejeitou imediatamente a ideia, alegando a sua famosa ópera Guerra e Paz, baseada na novela 24 / 25 ANTÓNIO LAGARTO DANIEL BLAUFUKS CRISTINA PIEDADE FIGURINOS IMAGENS DESENHO DE LUZ Figurinista, cenógrafo e artista plástico. Formou-se de António Ferreira, encenação de Ricardo Pais, ExperimentaDesign 2005 e 1999, no PoNTI 99, no Daniel Blaufuks tem trabalhado na relação entre Nasceu em Lisboa, em 1967. Estudou iluminação em em Londres no Royal College of Art e na St. Martin’s no T.N.S.João (2003), o arquitecto Alexandre Alves CCB, na Galeria Luís Serpa (Lisboa), na Alternativa Zero fotografia e literatura, através de obras como Portugal, Espanha e Estados Unidos. Leccionou em School of Art, após ter frequentado a Faculdade de Costa afirmou: “...paisagens que já são a tragédia (1977) e galerias em Londres, Nova Iorque, Florença. My Tangier com o escritor Paul Bowles. Mais Portugal, Estados Unidos, Inglaterra e Finlândia. Arquitectura de Lisboa . em si...”. É professor, na Escola Superior de Teatro e Cinema, recentemente, Collected Short Stories apresentou Trabalhou em inúmeros espectáculos e festivais, Foi director do Teatro Nacional D. Maria II (2004 e Para a Ópera de Paris (Palais Garnier e Bastille), da Licenciatura e do Mestrado em Design de Cena. vários dípticos fotográficos numa espécie de desde o teatro à dança, passando pela música, os 2005) e subdirector (1989-1993). Foi director do Festival criou, os cenários de A Viúva Alegre, de Franz Léhar, Para a CNB criou, a convite de Jorge Salavisa, os "prosa de instantâneos", um discurso baseado quais foram apresentados em toda a Europa, Brasil, Internacional de Teatro – FIT (Lisboa) (1990-1995). encenação de Jorge Lavelli e transmitida pelo canal cenários e figurinos de A Bela Adormecida (1998) e a em fragmentos visuais, que insinuam histórias Estados Unidos, África e Austrália. Os seus trabalhos têm abrangido as áreas de Arte. convite de Ana Pereira Caldas os figurinos de Romeu privadas a caminho de se tornarem públicas. Desde 1988, que colaborou com os mais diversos instalação, fotografia, filme, design, ilustração e Criou ainda para encenações de Alain Ollivier, Nuno e Julieta (2001) e os cenários e figurinos de Giselle A relação entre o público e o privado tem sido, coreógrafos e encenadores, entre os quais se desta arquitectura de interior. Colaborou com o arquitecto Carinhas, Cornélia Géiser, João Grosso, Carlos (2002) e O Lago dos Cisnes (2006). aliás, uma das constantes interrogações no seu cam, Clara Andermatt, Vera Mantero, António inglês Nigel Coates, entre 1975 e 1981. Pimenta, Fernando Gomes e Cândida Vieira e para trabalho. Utiliza principalmente a fotografia e o Feio, José Laginha, João Fiadeiro, Sílvia Real, Sofia O seu trabalho de cenografia e figurinos, para coreografias de Robert Cohan, Vasco Wellenkamp, video, apresentando o resultado através de livros, Neuphard, Rui Nunes, Madalena Victorino, Fiona espectáculos de teatro, dança, ballet e ópera, Olga Roriz, Paulo Ribeiro, Ted Brandson, John instalações e filmes. O seu documentário Sob Céus Wright, Howard Sonenklar, Jessica Levy, Joana realizados em Portugal e no estrangeiro, ao longo Cranko, Georges Garcia e Mehmet Balkan. Estranhos foi recentemente apresentado no Lincoln Providência, João Fiadeiro, Margarida Bettencourt, de uma carreira de 33 anos, tem sido apresentado Recebeu, de entre outros, os Prémios Se7e de Ouro Center em Nova Iorque. Algumas das suas últimas Nigel Chernock, Miguel Pereira, Filipa Francisco, nos Teatros Nacionais portugueses (São Carlos, 1989, Garrett 1989 e 1987 e da Associação Portuguesa exposições foram no Centro de Arte Moderna, Paula Castro, Carlota Lagido, Teresa Prima, João D.Maria II, S. João e Companhia Nacional de Bailado), de Críticos de Teatro 1987. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Palazzo Galante, Paulo Henrique, Lúcia Sigalho, Rui Lopes no Ballet Gulbenkian, no CCB, no Sadler’s Wells Da sua programação 2005, no T.N.D.Maria II, foram delle Papesse, Siena, LisboaPhoto, Centro Cultural Graça, Paulo Ribeiro, Aldara Bizarro, Francisco Theatre, no Traverse Theatre (Edimburgo), no distinguidos com Globos de Ouro, para Teatro: de Belém, Lisboa, Elga Wimmer Gallery, New York, Camacho, Olga Roriz. Théâtre National de la Colline (Paris), na Ópera de Melhor Espectáculo - A Mais Velha Profissão, de Paula Photoespaña, Madrid. Das criações de luz para dança e teatro destacam- Turim, no Teatro Maria Guerrero (Madrid) e no SESC Vogel (encenação de Fernanda Lapa); Melhor Actriz - se: O Cansaço dos Santos de Clara Andermatt, – Vila Mariana (São Paulo), entre outros. Luísa Cruz e Melhor Actor - João Grosso. A Associação O Sorriso da Gioconda, Leonardo, Puro Sangue/Mulheres Destacam-se dos seus últimos trabalhos Don Portuguesa de Críticos de Teatro atribuiu Menção e Realidade Real de Lúcia Sigalho, Encaramelado de Giovanni, de Mozart, encenação de Maria Emília Especial a Serviço d’ Amores, a partir de textos de Gil Aldara Bizarro, Um golpe de sorte numa mera crise Correia (Teatro Nacional de São Carlos) e Máquina Vicente (encenação de Maria Emília Correia). não é suficiente, Babilónia de Teresa Prima/João de Somar, de Joshua Schmidt e Jason Loewith, Expôs no Museu de Serralves, no Festival de Galante, Espiões Agentes Duplos e outros carácteres encenação de Fernanda Lapa (Teatro Trindade). Almada (2006), na galeria da Triennale (Milão) suspeitos de João Galante, Carlota Lagido e Filipa A propósito do espaço cénico criado para Castro, – Portugal 1990/2004, Arquitectura e Design –, nas Francisco, Ever Wanting de Paula Castro, Terra Plana 26 / 27 e Minimally Invasive de Paulo Henrique, Primeiro nome, Le (baseado no desenho original de Miran Sustersic), D.São Sebastião, Gust, More, e À Força de Francisco Camacho, e em co-criação, Apetite, Pop Corn de António Feio, Conversas da treta de António Feio e José Pedro Gomes, Ao Vivo e Comédia Off de Paulo Ribeiro, Jump-up-and-Kissme, Confidencial, O Amor ao canto do bar vestido de negro, Pedro e Inês e Nortada de Olga Roriz. Para a CNB fez o desenho de luz para Giselle, Requiem, Romeu e Julieta, 7 Silêncios de Salomé, Lento para Quarteto de Cordas, O Quebra-Nozes. É desde 2004 Directora Técnica da Companhia Nacional de Bailado IVAN CAVALLARI A destacada carreira de Ivan Cavallari abarca quase 30 Noruega, Ballet Nacional da China, Ballet Universal da melhorando o seu perfil no panorama local, nacional anos, abrangendo funções como bailarino, professor, Coreia e West Australian Ballet. Colaborou também na e internacional. Este facto resultou num aumento coreógrafo e director artístico. remontagem de muitas das criações de Uwe Scholz. de apoio tanto do governo como do sector privado, e Natural de Bolzano, Itália, Cavallari iniciou os seus Para além da dança e da remontagem coreográfica, possibilitou a expansão do seu elenco, de apenas 20 estudos de dança na Escola de Bailado do Teatro alla Cavallari é um reconhecido professor, habitualmente bailarinos em 2008 para 32 em 2010. Scala, em Milão. Em 1981 foi premiado com uma bolsa convidado pela Stephan Thoss Company, Ballet Através da sua vasta experiência no reportório clássico, de estudo para frequentar a Escola do Ballet de Bolshoi Nacional Checo, Ballet de Estugarda, Liaoning Ballet, e neoclássico e moderno, do seu abrangente conhecimento em Moscovo, onde terminou os seus estudos dois Ballet Nacional da Finlândia, entre outras companhias. da dança internacional, da sua actividade como professor, anos mais tarde. Cavallari é também um reconhecido coreógrafo, tendo colaborador e líder, Cavallari conquistou um lugar de De 1984 a 1985 dançou no Ballet do Teatro alla Scala. No criado para o Ballet de Estugarda, Ballet da Ópera destaque no mundo da dança. ano seguinte integrou o Ballet de Estugarda, onde foi Estatal de Hanover, Ballet da Ópera Estatal de Lodz, promovido a solista em 1991 e a bailarino principal em Mannheim Ballet, Ballet da Ópera Estatal de Viena, 1994, sob a direcção artística de Marcia Haydée e Reid The State Galery de Estugarda, que lhe encomendou Anderson. um trabalho para inauguração de uma exposição de Cavallari inclui no seu reportório os principais papéis de pintura de Franz Marc. Em 2002 criou o bailado The criações de Balanchine, Ashton, Fokine, Béjart, Tetley, Last Emperor and I para o Liaoning Ballet na China, No âmbito duma estreita colaboração entre as Kylián, Forsythe, van Manen, Scholtz, MacMilan, que para além de diversos prémios, foi recentemente duas instituições, a Companhia Nacional de Bailado Thoss, Spuck, Lee e Neumeier. Dançou com bailarinos declarado pelo governo chinês como um agente congratula-se com a possibilidade de proporcionar, de renome mundial, como Massimiliano Guerra, catalizador fundamental de união cultural entre a arte uma vez mais, a alunos da Escola de Dança do Alessandra Ferri, Alina Cojocaru, Tamara Rojo, Johan Oriental e Ocidental. Conservatório Nacional, a possibilidade de actuação Kobborg e Adam Cooper, entre muitos outros. O Quebra-Nozes de Cavallari para o West Australian nos espectáculos de Romeu e Julieta. Esta será a Cavallari é um intérprete por excelência do reportório Ballet, criado em colaboração com o famoso cenógrafo oportunidade de contracenarem com um elenco de John Cranko, cujos papéis principais interpretou Edoardo Sanchi, do alla Scala, foi aclamado pela crítica profissional e vivenciarem uma experiência inolvidável na totalidade, tendo remontado inúmeros trabalhos como uma brilhante e inovadora versão deste clássico. no seu percurso de formação. deste coreógrafo para companhias como o Royal Desde 2008 Cavallari ocupa o cargo de Director A CNB agradece todas as diligências da Direcção Ballet de Londres, Teatro alla Scala de Milão, Ballet Artístico do West Australian Ballet. A sua visão da Escola, Professores, Alunos e Encarregados de Nacional Checo, Ballet Nacional da Hungria, Ópera criativa e determinação conduziram a companhia a Educação na coordenação do trabalho escolar com o de Roma, Real Ballet da Suécia, Ballet da Ópera da um nível superior, expandindo do seu repertório e a dos ensaios e espectáculos da Companhia. 28 / 29 ESCOLA DE DANÇA DO CONSERVATÓRIO NACIONAL ELENCO ARTÍSTICO ENSAIOS ESPECIAIS 24 34 35 36 17 25 26 27 37 38 39 18 19 28 29 30 40 41 42 20 21 31 32 33 43 44 45 45 Iva Vitic 23 44 Isabel Frederico 22 43 Henriette Ventura 42 Helena Marques 41 Florencia Siciliano 40 Filipa Pinhão 39 Elsa Madeira 38 Charmaine Du Mont 37 Catarina Grilo 36 Carla Pereira 35 Anabel Segura 34 África Sobrino CORPO DE BAILE 33 Xavier Carmo 32 Tom Colin 31 Pedro Mascarenhas 30 Freek Damen 29 Armando Maciel 28 Marta Sobreira 27 Maria João Pinto 26 Leonor Távora 25 Irina de Oliveira 24 Catarina Lourenço 23 Annabel Barnes 22 Andreia Pinho CORIFEUS 21 Rui Lopes Graça 12 20 Luis d'Albergaria 16 19 Brent Williamson 11 15 18 Solange Melo 10 14 17 Paulina Santos 09 13 16 Mariana Paz 08 15 Isabel Galriça 07 14 Fátima Brito 06 13 Alba Tapia 05 SOLISTAS 04 12 Tomislav Petranovic 03 11 Mário Franco ** 02 10 Fernando Duarte 09 Carlos Pinillos 08 Alexandre Fernandes 07 Peggy Konik 06 Inês Amaral 05 Filomena Pinto 04 Filipa de Castro 03 Barbora Hruskova 02 Ana Lacerda 01 Adeline Charpentier PRINCIPAIS 01 69 G H * Prestação de Serviços ** Interina 68 Jan Linkens* Arkady Nikolaev* Sandor Nemethy* Vladimir Petrunin* Pascale Mosselmans* Gagik Ismailian* 65 PROFESSORES CONVIDADOS 64 João Paulo Soares * Jorge Silva* Sérgio Cruz* Viviena Tupikova* 63 F PIANISTAS CONVIDADOS 62 E I Didier Chazeu 67 INSTRUTOR DE DANÇA NA PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DE LESÕES 66 H Filipa Rola 61 COORDENADORA ARTÍSTICA EXECUTIVA 60 G João Costa 59 D ADJUNTO DA DIRECÇÃO ARTÍSTICA 58 C F Junko Hikasa 57 ASSISTENTE DO DIRECTOR ARTÍSTICO 56 E Ana Paula Ferreira 55 COORDENADORA MUSICAL 54 A C Isabel Fernandes D Rui Alexandre 53 52 ENSAIADORES 50 A Cristina Maciel (coordenadora) B Maria Palmeirim 49 MESTRES DE BAILADO 48 * Licença sem vencimento ** Bailarino cedido temporariamente ao Teatro Nacional de São João 69 Yuhi Yonekura 47 51 68 Shang-Jen Yuan 67 Sun Gongwei 66 Inês Moura ESTAGIÁRIOS 65 Samuel Retortillo 64 Ricardo Limão 63 Nuno Fernandes 62 Miguel Ramalho 61 Maxim Clefos 60 José Carlos Oliveira 59 João Carlos Petrucci 58 Frederico Gameiro 57 Filipe Macedo 56 Christian Schwarm 55 Can Arslan * 54 Yurina Miura 53 Victoria Monge 52 Vera Alves 51 Susana Matos 50 Sílvia Santos 49 Mónica Garcia 48 Marina Figueiredo 47 Maria Santos 46 Margarida Pimenta 46 52 B I FICHA TÉCNICA CNB OPART E.P.E. – CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO CONSERVAÇÃO DO GUARDA-ROUPA DIRECÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PRESIDENTE Jorge Salavisa Carla Cruz (coordenadora) DIRECTORA Sofia Dias VOGAL César Viana VOGAL Rui Catarino Manuel Alves, Sofia Teopisto, Vânia Guerreiro, DIRECÇÃO DE MARKETING Zulmira Mendes DIRECTOR Mário Gaspar DIRECÇÃO DE ESPECTÁCULOS Cristina de Jesus (coordenadora) GABINETE DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO DIRECTORA Margarida Mendes Laura Pinto (assistente) Nuno Cassiano (coordenador) Carla Almeida (coordenadora) António Silva, Daniel Lima, João Alegria, Bruno Silva (digressão e eventos) CANAIS INTERNET João Mendonça, José Luis Costa Natacha Fernandes (assistente) VÍDEO E ARQUIVO DIGITAL Marco Arantes Lurdes Almeida (assistente administrativa) DESIGN João Campos* GABINETE DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PATROCÍNIOS/MARKETING DIRECTO Pedro Penedo (coordenador) Venâncio Gomes João Filipe Reis, Luis Miguel Costa BILHETEIRA GABINETE JURIDICO Luísa Lourenço, Rita Martins, Susana Clímaco, Fernanda Rodrigues (coordenadora) Mário Oliveira Juliana Mimoso*, Sandra Correia DIRECÇÃO FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA SECRETÁRIAS DO CONSELHO DE ATELIER DE COSTURA Adelaide Marinho (mestra) Manuel Carvalho Adelaide Pedro Paulo, Antónia Costa, Conceição Miranda, Glória Bento, Paula Marinho DIRECÇÃO TÉCNICA DIRECTORA Cristina Piedade João Carlos Andrade (coordenador técnico) DIRECTORA Sónia Teixeira ADMINISTRAÇÃO SECTOR DE MAQUINARIA Albano Pais (tesoureiro), Ana Maria Peixeiro, Regina Sutre, Gabriela Metello Alves Forte (chefe de sector) António Pinheiro, Edna Narciso, Fátima Ramos, Miguel Osório, Carlos Reis João Pereira, Marco Prezado (técnico oficial de ASSESSOR DO CONSELHO DE SECTOR DE SOM E AUDIOVISUAIS contas), Rui Amado ADMINISTRAÇÃO Egídio Heitor* Bruno Gonçalves (chefe de sector), Paulo Fernandes MOTORISTA Artur Raposo SECTOR DE LUZ Vítor José (chefe de sector) EXPEDIENTE E ARQUIVO Susana Santos Pedro Mendes Carlos Pires, Miguel Vilhena SECTOR DE PALCO Ricardo Alegria CONSULTORES EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA Ricardo Telles de Freitas, LIMPEZA E ECONOMATO Lurdes Mesquita Nuno Jorge da Silva Moura DIRECÇÃO DE CENA Maria Conceição Pereira, Maria de Lurdes Branco, OSTEOPATA Vasco Lopes da Silva* DIRECTOR Henrique Andrade Maria de Lurdes Moura, Maria do Céu Cardoso, SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA Vanda França (assistente / contra regra) Maria Isabel Sousa, Maria Teresa Gonçalves Helena Carvalho* / Fisiogaspar * Prestação de Serviços 30 / 31 Artistas CNB Ensaio de Estúdio CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO EDITORIAL INFORMAÇÕES AO PÚBLICO Direcção de Marketing Não é permitida a entrada na plateia enquanto o espectáculo de bailado está a decorrer (dec. lei nº315/95 de 28 de DESIGN João Campos / xiiistudios.com Novembro); É expressamente proibido filmar, fotografar ou gravar CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS durante os espectáculos; ENSAIOS Ricardo Brito É proibido fumar e comer/beber dentro da sala ELENCO ARTÍSTICO André Brito de espectáculos; DIRECTORA ARTÍSTICA Rodrigo de Souza Não se esqueça de, antes de entrar no auditório, desligar o seu telemóvel; CONTACTOS Os menores de 6 anos não poderão assistir ao espectáculo Teatro Camões, Passeio do Neptuno, nos termos do dec. lei nº116/83 de 24 de Fevereiro; Parque das Nações, 1990 - 185 Lisboa O programa pode ser alterado por motivos imprevistos. Tel.: 21 892 34 70 TIRAGEM 900 Ex. BILHETEIRAS/RESERVAS PREÇO DE VENDA AO PÚBLICO 5€ TEATRO CAMÕES 21 892 34 77 M/6 TEATRO NACIONAL DE SÃO CARLOS 213 253 045/6 // [email protected] Apoios à divulgação: www.cnb.pt www.youtube.com/cnbportugal twitter.com/cnbportugal www.facebook.com/cnbportugal Agradecimentos: Patrocínio: