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capaAnuario2005.qxd 4/1/2006 16:48 Page 1 capaAnuario2005.qxd 4/1/2006 16:49 Page 2 anuario 2005.qxd 4/1/2006 16:06 Page 1 anuario 2005.qxd S 4/1/2006 11:23 Page 2 U M 03 EDITORIAL 05 NOTICIÁRIO 09 10 MICROEMPRESA O que é micro e empresa de pequeno porte MPE? Legislação (CADE) e Concentração Imprensa Ações do Sindicato/Fecomércio Micro e pequeno empreendedor: o principal agente do desenvolvimento 11 14 17 25 27 28 30 34 36 40 42 REFORMA SINDICAL Um breve histórico da Reforma Sindical Evento: Uma alternativa à Reforma Sindical em 26 de abril de 2005 A Fecomércio e a Reforma Sindical A Fecomércio e a Reforma Sindical Sindicato - Breve relato Em defesa da Unicidade Sindical/Contribuição Sindical 53 54 59 61 BOVINOS Tecnologia, ração e confinamento A questão da aftosa Exportações mundiais de carnes caem 73 74 76 78 82 COURO Sapatos Couros Programa Brasileiro da Qualidade do Couro Gelatina: Brasil é o maior celeiro fornecedor de gelatina de pele bovina Á 100 102 103 105 107 111 112 114 117 118 122 126 129 130 133 135 136 137 140 142 143 144 147 149 149 151 R I O Aqüicultura: a revolução do peixe Ostras em Santa Catarina Novas Ameaças: peixes híbridos Carnes especiais Avestruz: Brasil já é quarto produtor mundial Maior empreendimento do avestruz em cheque Cordeiro: importação tem que dar conta do mercado Búfalos: sucesso da mussarela LEGISLAÇÃO Legislação Como se faz a homologação da rescisão do contrato de trabalho Jurisprudência IMPRENSA Curtas Lições Americanas para se vender mais carne bovina Banco Mundial doará US$ 500 milhões para plano contra gripe 6º Congresso Brasileiro das Raçãs Zebuínas Febre aftosa Sanidade x Mercado Como escolher o carvão Fogo no relógio Produção pecuária do Estado de São Paulo A contribuição social do idoso NECESSIDADE HUMANA DO ALIMENTO CÁRNEO Ácidos graxos essenciais (precursores) em carnes Mitos e Realidades da Importância da Carne Bovina Carne bovina e performance nos exercícios Importância da gordura para a qualidade da carne 83 84 88 AVES Aves: na liderança mundial H5N1 ameaça o ocidente 157 158 91 92 SUÍNOS Problema para os suínos: concentração de compradores 159 159 TECNOCARNE 2005 Espetinho Modelo 97 98 PEIXE Camarão de cativeiro: de longe o mais produtivo 167 ÍNDICE REMISSIVO anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:23 Page 3 SCVCF ANUÁRIO 2005 E D I TO R I A L Quem são os vilões da aftosa? questão atual sobre a volta da febre aftosa ao Brasil traz a necessidade, em primeiro lugar, do consumidor ser informado que, desde 1764, quando apareceu o primeiro foco da febre no País, até hoje, não há relato algum de que a doença seja transmitida ao ser humano. Portanto, o consumo da carne proveniente dos animais infectados por esse vírus seria seguro. Ainda assim, podemos tecer alguns comentários a respeito do contexto em que, mais uma vez, a aftosa volta a assolar o rebanho bovino e preocupar a cadeira produtiva bovina. Os preços da carne bovina, em época de entressafra, sempre sofrem aumentos. Entretanto, desta vez, não devem encontrar sustentação, devido aos embargos impostos pelos países importadores. A irrevogável lei de oferta e procura funcionará, novamente, a favor do consumidor, já que uma parcela significativa da carne bovina que seria exportada será colocada à venda no mercado interno, que absorve 80% da produção nacional. De acordo com a base de dados ProConsumo da Fecomércio, só a cidade de São Paulo, por exemplo, consome o equivalente a R$ 63,5 milhões do produto mensalmente, 32% do total consumido em todo o estado paulista. Mas podemos avançar em relação ao observado acima. Até alguns dias atrás, cantava-se em verso e prosa o êxito das exportações da carne bovina. Governo, pecuaristas e frigoríficos se colocavam como heróis desse sucesso. Agora, com o aparecimento dos focos da febre aftosa no Mato Grosso do Sul, os mesmos heróis furtam-se na responsabilidade, como se não fossem o reverso A EDITORIAL “Cantava-se em verso e prosa o êxito das exportações da carne bovina. Governo, pecuaristas e frigoríficos se colocavam como heróis desse sucesso. Agora, com o aparecimento dos focos da febre aftosa no Mato Grosso do Sul, os mesmos heróis furtam-se na responsabilidade”. 3 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:23 Page 4 SCVCF ANUÁRIO 2005 da mesma moeda. Esquecem-se do corte da ver- compromisso, basta considerarmos que 40% da ba que cria dificuldades à manutenção da sanida- carne disponível para o consumo no mercado de animal - de mais de 80% do previsto inicial- brasileiro é clandestina, o que significa falar em mente para 2005 - conforme relatório da Contro- abates de animais que não passam pelo controle ladoria Geral da União. A má gestão dos parcos sanitário e operações que não geram impostos. recursos voltados para esse objetivo também fez Nessas condições seria de perguntar-se: a com que a sua aplicação alcançasse, até agora, quantas doenças estão expostos os consumidores menos de 5% do total. brasileiros? Mais do que lamentar as exportações Uma parte do setor privado tem aberto as porteiras para o gado do Paraguai, por meio do contrabando, em conivência com alguns representantes da Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal e Vegetal (lagro), que fornece Guias de Trânsito Animal (GTAs) para pecuaristas e frigoríficos; isto é, documentos que falseiam a origem dos animais e atestam sua vacinação. O gado originário daquele país possui sanidade suspeita que deixamos de realizar, não seria também justo que nos preocupássemos com a saúde dos brasileiros? Os consumidores externos exigem garantia da carne comprada, que deve ser obrigatoriamente rastreada; ou seja, com origem determinada, controle e segurança. Enquanto isso, somos tratados como consumidores de “segunda”, sempre a reboque das exigências impostas pelo mas com preços 30% abaixo do nosso, o que aca- mercado externo. Então, que nos sirvam e faça- ba colocando em risco o rebanho brasileiro. mos as mesmas reivindicações. Ao aprofundarmos a análise, verificamos que Antes, há que se perguntar a quem interessa a cadeia pecuária se caracteriza hoje por uma es- impedir a obrigação da rastreabilidade do reba- trutura viciada e sistematizada, da qual a febre nho para o mercado interno? De uma coisa, te- aftosa apenas revela o descaso com que o gover- mos certeza: com a rastreabilidade, faltaria espa- no e significativa parcela do setor pecuário vem ço para a malandragem que avassala hoje parte tratando a saúde animal. Para evidenciar tal des- do setor e põe em risco a saúde pública. Manuel Henrique Farias Ramos Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo EDITORIAL 4 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:24 Page 5 Á I O N T C I RI O Airton Nogueira, presidente do Sincomércio de Mogi das Cruzes e Região, homenageia Manuel Henrique Farias Ramos no Dia do Comerciante 16 de julho de 2005. Motivo: o trabalho realizado na luta da Reforma Sindical e pela Microempresa Em Maceió, Estado de Alagoas, um flagrante do debate da Reforma Sindical, em 14 de abril deste ano Nada menos do que 14 Confederações de Trabalhadores e 8 Centrais Sindicais se reuniram na Fecomércio em 1º de agosto último no Conselho de Relações do Trabalho, para discutir a regulamentação do Artigo 8º da Constituição na luta da Reforma Sindical Acordo entre as partes na Convenção Coletiva assinada em dezembro de 2004, que valeu até agosto de 2005. Muita discussão com os sindicatos da Capital e Grande São Paulo, inclusive com a proposta de alteração da Data Base Um banco de fomento para as micro e pequenas empresas. Esta foi parte da pauta da reunião de 23 de junho no CRT da Fecomércio, com a presença do Deputado Vicente Candido, do PT anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:24 Page 6 NO T IC IÁ RI O Em Itu, cidade do interior do Estado de São Paulo, no dia 10 de junho, o lançamento do Senac foi prestigiado pelo prefeito da cidade, pelo presidente da Fecomércio, Abram Szajman, contando ainda com a presença do Ministro Aldo Rabelo, que assim se manisfestou: No encerramento do ano de 2004, Danilo dos Santos Miranda, diretor regional do SESC e Manuel Henrique Farias Ramos, conselheiro da entidade, confraternizam. Ambos, por formação, são cientistas sociais Em janeiro de 2005, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, Manuel Henrique Farias Ramos esteve presente ao Conselho do Comércio Varejista, realizado em Bertioga, cidade do Litoral do Estado de São Paulo. No evento foram discutidas propostas para o varejo, que enfrenta tantas dificuldades Os Sindicatos dos Comerciários de São Paulo, Osasco, Franco da Rocha, Guarulhos e Cotia entregam pauta de reivindicações para o período de setembro de 2005 a agosto de 2006 na Fecomércio. São 62 cláusulas em que constam a PLR, cesta-básica, auxílio-creche, convênio médico e odontológico, farmácia do trabalhador, etc anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:25 Page 7 NO T IC IÁ RI O “São Paulo Competitivo” Pacote de medidas para a micro e pequena empresa governador Geraldo Alckmin atendeu a reivindicação do nosso Sindicato, através do secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, João Carlos de Souza Meirelles. O presidente Manuel Henrique havia formulado o pedido ao secretário, que foi depois reiterado pelo presidente da Fecomércio, Abram Szajman e finalmente anunciado pelo governador Geraldo Alckmin. Algumas das medidas dependem de Projetos de Lei, outras de decretos. Veja algumas das medidas anunciadas. O Junta Comercial Governador Geraldo Alckmin Projeto de Lei • Investimento de R$ 10 milhões para informatizar a Jucesp de modo a proporcionar a esse órgão capacidade para abertura, alteração e encerramento de empresas, online, em poucos dias. Simples Paulista Projeto de Lei • Ampliação de isenção de ICMS no programa Simples Paulista. O limite do faturamento anual que dá direito ao benefício passa de R$ 150 mil para R$ 240 mil. • O total de empresas isentas passa de 507 mil para 581 mil (73,5 mil novas empresas). • Criação de uma nova faixa no Simples. Empresas que faturam de R$ 1,2 milhão a R$ 2,4 milhões passam a fazer parte do programa, com alíquota de 4,2% (contra a atual Com o Programa São Paulo Competitivo, o Governo do Estado baixa os impostos e torna a economia mais eficiente anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:25 Page 8 NO T IC IÁ RI O • Condições: Prazo de 24 meses Taxa de juros de 1,89% ao mês Valor mínimo de R$ 5 mil e máximo de R$ 30 mil Destaque Paulo Skaf, presidente da Fiesp; Alencar Burti, presidente das Associações Comerciais; Cláudio Vaz, presidente do Ciesp; Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo, Manuel Henrique Farias Ramos, vice-presidente da Federação do Comércio e Joseth Couri, do Simpi, no Palácio dos Bandeirantes alíquota de 18%). Três mil novas empresas entram no programa. Ao todo, 616,8 mil empresas passarão a fazer parte do Simples Paulista. • Permissão à indústria no Simples Paulista para venda a qualquer contribuinte do ICMS. Atualmente, só é permitida a venda para consumidor final ou contribuinte enquadrado no programa. • Para fins de enquadramento no Simples Paulista a receita relativa à exportação não será mais computada com a receita obtida com as vendas feitas no mercado interno. Micro e Pequenas Empresas • Abertura de linha de crédito de R$ 100 milhões, para apoio financeiro a microempresa e empresa de pequeno porte estabelecidas no Estado de São Paulo, mediante equalização da taxa de juros em financiamentos concedidos pelo Banco Nossa Caixa ou por instituições financeiras credenciadas. • Objetivo: expansão e modernização de micro e pequena empresa As micro e pequenas empresas alcançam hoje no Brasil o relevante número de 15 milhões de estabelecimentos, representando 99% dos negócios formais do País, empregam 60% dos trabalhadores com carteira assinada e contribuem com cerca de 20% do PIB. Em São Paulo No Estado tido como a “Locomotiva do País”, temos o seguinte quadro: para cada empresa formalizada, existem duas informais. São 1,3 milhão de micro e pequenas empresas, que geram 67% dos empregos, contra 2,6 milhões informais. Projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas As decisões tomadas pelo Governador Geraldo Alckmin a favor das micro e pequenas empresas, vem de encontro ao Projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, coordenado pelo SEBRAE e que conta com o apoio de várias entidades, inclusive do nosso Sindicato. Entre as vantagens que o Projeto traz destacam-se: A definição do conceito de micro e pequenas empresas, sendo considerada microempresa aquela com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 480 mil e as pequenas com faturamento igual ou inferior a R$ 3,6 milhões, valores atualizados anualmente. A reserva de cotas para participação em licitações. A desoneração trabalhista. Linhas especiais de créditos. Incentivo ao associativismo. Acesso facilitado à justiça. (OBS.: O projeto está sendo discutido no Congresso) anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:26 Page 9 MICRO EMPRESA A micro empresa e a empresa de pequeno porte são objetos de reflexão no texto de Manuel Henrique Farias Ramos, que procura identificar na luta pela sobrevivência dessas empresas, as soluções para evitar a concentração econômica anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:26 Page 10 SCVCF ANUÁRIO 2005 O que é micro e empresa de pequeno porte - MPE? ão há ainda um entendimento acabado do que é micro ou empresa de pequeno porte, quanto a sua conceituação. O SEBRAE tem uma definição, IBGE outra, BNDS também uma conceituação diferente; inclusive no âmbito internacional não há consenso, mas todos sabem do que se trata. O estado brasileiro optou pelo faturamento para melhor avaliar os impactos tributários com possíveis isenções tributárias concedidas as MPEs. Enquanto o SEBRAE e o IBGE visualizam mais a empregabilidade, classificando o porte das empresas pelo número de funcionários. Como os dois conceitos são importantes, dependendo do tema adotaremos um deles. N A evolução das micro e pequenas empresas O Brasil, desde a sua descoberta, tem uma parcela da economia voltada para o mercado internacional. Tal modelo provocou desde o início concentração de renda na mão de poucos, primeiro com as exportações, produto das grandes propriedades de monoculturas, depois com a industrialização. O comércio voltado para o mercado interno foi composto na sua maioria absoluta de micro e pequenas empresas, até os anos 70 do século XX. Na década de 60 o auto-serviço começou a apresentar algum sucesso, para expandir-se finalmente na década seguinte e nos anos 90 partir para as concentrações de poucas grandes redes varejistas, que a todo o tempo compram as pequenas que não resistem à concorrência predatória. Paralelo a esse processo concentrador as micro e pequenas empresas vem se mobilizando com al- MICRO EMPRESA gum resultado formal, mas sem sucesso prático. A preocupação com essa temática não deixa de ser reveladora, como na “III Conferência Nacional das Classes Produtoras, em março de 1972;” sobre “A Empresa e o Desenvolvimento Comercial Interno”: “A tarefa a ser cumprida pelas micro e pequenas empresas do comércio é assim, limitada pelas condições impostas pelo mercado, pois o setor sempre” (...), “está sujeito a uma série de condicionantes, que impõem a cada unidade características conducentes à realização de seus fins, como, por exemplo, sua dimensão, que não deve ser maior nem menor do que apropriada ao gênero de atividades a que se propôs”. Cabe destacar o papel destas empresas notado pelo documento: “E o fato da empresa apresentar menor capacidade não significa que opere no mercado de forma ineficiente, porque existe para cada função de comercialização uma amplitude de operações que exige máxima eficiência na condução do negócio”. Fonte: CNC Avanço na Legislação No início da década de 80 tivemos, com o Ministro Hélio Beltrão, um processo de desburocratização, que tinha como meta, também, viabilizar as micro e pequenas empresas. Este processo resultou, em 1984, no denominado Estatuto da Microempresa, consagrado pela Constituição Federal de 1988, no seu artigo nº 179, que reza o seguinte: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às 10 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:26 Page 11 SCVCF empresas de pequeno porte, assim definidas em Lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações ANUÁRIO 2005 administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de Lei”. Legislação (CADE) e Concentração A Década de 90 As concentrações das grandes redes varejistas levaram-nos a reagir, tanto no plano legislativo como em ações práticas. Em 28/3/1994 conseguimos com a Lei nº 8.864 o estabelecimento de normas para as MicroempresasME e Empresas de Pequeno Porte-EPP, quanto aos tratamentos diferenciados e simplificados, nos campos administrativo, fiscal, previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial. E, em 5/12/1996, com a Lei nº 9.317 que dispõe sobre o regime tributário das ME e EPP, obtivemos o SIMPLES - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Micro e Empresas de Pequeno Porte, que lhes proporcionou redução dos impostos. Preocupados com a concentração das grandes redes varejistas, nosso Sindicato se reuniu com o presidente do CADE - Conselho de Administração de Defesa Econômica, Gesner de Oliveira (em 1997). O CADE é o órgão governamental que julga os casos de concentração do mercado. Gesner de Oliveira informou-nos na ocasião que o CADE não podia agir preventivamente. O que nos deixou desarmados; pois, quando se caracteriza o monopólio todo o pequeno comércio à volta de uma grande rede varejista já morreu com a concorrência predatória. Em 2000, já como ex-presidente do CADE, então prof. da Fundação Getúlio Vargas, Gesner de Oliveira, alargou mais informações sobre o papel do CADE. MICRO EMPRESA Gesner de Oliveira, presidente do CADE A Lei que garante a atuação do CADE é de 1962, mas foi só a partir de 1994, depois de revisada, que acabou sendo difundida. A justificativa para sua popularização está nas profundas transformações ocorridas no País durante a última década. Há dez anos esse tipo de intervenção não existia. Até porque não havia necessidade. Hoje, com a globalização da economia, as fusões e aquisições de grandes empresas, assim como a entrada de multinacionais no País, foram facilitadas. Por outro lado, o governo sentiu a necessidade de proteger as empresas menores para que não acabassem expulsas do mercado e a defesa da concorrência tornou-se item obrigatório na agenda das economias em transição. O fenômeno é mundial, pois 83 países têm hoje leis antitruste, o dobro do número registrado nos anos 80. Fonte: Supervarejo, set. 2000 11 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:26 Page 12 SCVCF ANUÁRIO 2005 Concentração no sistema financeiro disparou desde 1994 primeiro semestre de 2004. A mineradora Vale do Rio Doce divulgou lucro de 5 bilhões de reais, aumento de 93%. Evolução da participação dos ativos dos maiores bancos do país no ativo total do mercado (em %) 60,2 52,1 51,7 52,5 53,7 54,7 53,8 45,2 1994 60,3 51,6 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Fonte: Veja de 17/08/05. Lucro do Bradesco ultrapassa o do Itaú 2,621 2002 2,475 109,7% 2003 foi o aumento do lúcro líquido do Bradesco no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2004 Fonte: Austin Assis e Economática 35,6% Nas mãos de poucos No Setor de Móveis e Eletrodomésticos: Bradesco foi o quanto cresceu o lúcro líquido do Itaú no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2004 Itaú • As 4 maiores redes detém a venda de 50% Fonte: Folha de 09/08/05 A concentração da receita nas mãos das quatro maiores redes do varejo de móveis e eletrodomésticos chegará a 50% do faturamento do setor este ano. Em 2004, Casas Bahia, Ponto Frio, Colombo e Magazine Luiza concentraram 47% da receita, que foi de aproximadamente de R$ 32 bilhões (dados da Gouvêa e Souza). A expansão física, com aquisição de lojas e abertura de novos estabelecimentos, explicam a tendência. A venda com crédito próprio é outro fator que dá forte vantagem às grandes redes. Recentemente foram fechadas parcerias com grandes bancos, entre eles Bradesco e Unibanco. “Lei não dá limite para concentração, diz CADE” Esta manchete datada de 8 de março de 2004, pela “Folha de S. Paulo”, mostra que os projetos de Lei andam engavetados no Congresso, daí a explicação do presidente do CADE, João Grandino Rodas: “A lei da concorrência brasileira não prevê limites para a concentração no país”... Enquanto isso, o capital internacional entra Fonte: DCI de 17/08/05. desbragadamente no mercado brasileiro acelerando a concentração e a morte das micro e pequenas empresas. Crise A análise feita pela “Folha” é preocupante; pois, informa que houve “um brutal aumento da Enquanto a crise se arrasta, bancos e empresas concentração nas mãos de poucas empresas que divulgam lucros recordes. Bradesco, Itaú e Uni- têm dominado quase todos os setores da economia banco, os três maiores bancos do País - lucraram brasileira nos últimos anos”. quase 6 bilhões de reais, ou 60% a mais do que no MICRO EMPRESA • Ver gráfico 12 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:27 Page 13 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:27 Page 14 SCVCF ANUÁRIO 2005 Imprensa Carrefour retoma a expansão dos supermercados Champion recuperação começou em fevereiro: 25 neste ano e Grupo francês poderá comprar redes menores ou inaugurar lojas Composição da rede Depois de perder o Sé para o Pão de Açúcar e de 22 no mesmo mês de 2003. Como estão divididas as lojas dos supermercados Champion atravessar 2002 sem nenhuma inauguração da sua São Paulo rede Champion de supermercados, o Carrefour Rio de Janeiro avisa: vai reiniciar a expansão da rede no próximo Minas Gerais ano. A informação é do diretor-presidente da empresa no Brasil, Frank Witek. A retomada do crescimento da rede ocorrerá 124 lojas da rede Champion, das quais 20 construí- 33 37 14 Espírito Santo 17 Distrito Federal 124 Total após o Carrefour ter concluído a padronização administrativa, de abastecimento e de logística das 23 Receita de janeiro a setembro: 575 milhões de euros (-23,1% em relação ao mesmo período de 2001) das e inauguradas em 2001. Este ano, todas as compras passaram a serem feitas em conjunto e al- Causas guns centros de distribuição locais foram desativados. Criada em 2000, a Champion é uma bandeira O aumento da concentração do mercado brasi- resultante da fusão de quatro pequenas redes de leiro tem ocorrido por meio de incorporações de- supermercados - Mineirão (MG), Roncetti (ES), correntes de falências, fusões, aquisições e até au- RDC (RJ) e Planaltão (DF) - e de algumas unidades mento de produtividade, segundo analistas. adquiridas das Lojas Americanas. Esse movimento, que reflete uma tendência Segundo informações da empresa, foram 58 fu- mundial, foi possibilitado principalmente pela sões e aquisições no primeiro trimestre deste ano abertura da economia brasileira. Isso permitiu a no Brasil, o mesmo resultado dos três primeiros entrada de empresas estrangeiras no País, assim meses de 2003. Apenas em março de 2004, no en- como melhorou o acesso das companhias brasilei- tanto, foram 27 transações, ante 14 em março do ras ao mercado de crédito internacional, possibili- ano passado. tando a realização de novos investimentos. A empresa de auditoria Price-waterhouse, que O Jornal “Folha de São Paulo” já havia cha- também divulgou pesquisa, aponta igualmente mado a atenção para a concentração no varejo crescimento em março: 31 transações no mês, al- (em 2/3/04) com a compra do Bompreço pelo ta de 29,1% em relação a 2003. Mas para a Price a Wal-Mart, como se observa no gráfico a seguir: MICRO EMPRESA 14 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:27 Page 15 SCVCF ANUÁRIO 2005 O negócio... O QUE VALOR A REDE BOMPREÇO A REDE WAL-MART(1) Aquisição do Bompreço pelo Wal-Mart US$ 300 milhões Base Lojas Funcionários Base Lojas Funcionários Nordeste 118 20 mil São Paulo 25 7.000 (1) Wal-Mart Supercenter, Sam´s Club e Wal-Mart Todo Dia ... e o ranking do setor POSIÇÃO EMPRESA LOJAS FATURAMENTO BRUTO, EM R$ BILHÕES (3) 1ª Grupo Pão de Açúcar 497 2ª Carrefour(4) 270 3ª Wal-Mart/Bompreço 143 4ª Sonae 5ª Sendas 6ª Cia. Zaffari 7ª (5) 12,8 10,1 5,1(6) 150 (4) 76 (4) 2,5 23 1,0 G. Barbosa (grupo Ahold)(4) 32 0,81 8ª Coop Cooperativa de Consumo(4) 20 0,75 9ª Irmãos Bretas(4) 36 0,66 10ª Angeloni 18 0,6 (4) Com o negócio, o Wal-Mart passa da sexta para a terceira posição no rangking brasileiro de supermercados 3,3 (2) Ranqueamento após a fusão entre Wal-Mart e Bompreço (3) Dados de 2003, bandeiras Pão de Açúcar, Extra, Eletro e CompreBem Barateiro (4) Dados de 2002 (5) Bandeiras BIG, Cândia, Mercadorama, Maxxi, dados de 2002 (6) Estimativa para 2003 Fontes: Abras (Associação Brasileira dos Supermercados), Wal-Mart, Bompreço, Pão de Açúcar, Supermercado Moderno, Sonae, Sendas O Wal-Mart comprou a rede brasileira de supermercados Bompreço, do grupo holandês Ahold, por cerca de US$ 300 milhões. Com a aquisição, o Wal-Mart passa a operar 143 unidades no país – 118 da nova cadeia. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Carlos de Oliveira, as cinco maiores redes do País agora concentram quase 40% das vendas dos supermercados em todo o território nacional. MICRO EMPRESA Faturamento da rede Wal-Mart é 1/3 do PIB brasileiro Com o slogan “Sempre os menores preços”, a americana Wal-Mart ocupa o posto de maior rede de varejo do mundo. O faturamento da gigante chegou a US$ 245 bilhões (R$ 709 bilhões) no ano fiscal de 2003, uma alta de mais de 10% sobre o ano anterior. A cifra é 1/3 do valor do PIB brasileiro - U$ 750 bilhões - em 2002. 15 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:27 Page 16 SCVCF A expansão da maior rede varejista do planeta é insaciável: Wal-Mart vai manter a expansão com 10 novas lojas em 2005 Apoiada nos bons resultados que vem obtendo no Brasil, a americana Wal-Mart mantém a disposição de crescimento em 2005. Ao todo serão dez novas lojas, entre hipermercados (Super-center), clube de compras (Sam’s Club) e lojas de vizinhança (Todo Dia). Já estão confirmadas duas unidades: ANUÁRIO 2005 o clube de compras de São José dos Campos (SP) e o hipermercados de Vitória (ES). A concentração no varejo é acompanhada da desnacionalização da última grande rede nacional, o “Pão de Açúcar” depois de incorporar a rede Sendas, no Rio de Janeiro, 6 lojas do “Bom Marche” e duas do Sendas, em março de 2004. Em maio de 2005 o grupo francês Casino vira majoritário do grupo “Pão de Açúcar”. Contudo o “Pão de Açúcar” amplia sua presença no interior paulista com mais sete lojas da rede “Coopercitrus”. Este crescimento é noticiado pelo Diário Oficial do Est. SP em 22/07/05: As cidades do interior do Estado são alvos das grandes redes de supermercados. O investimento desses conglomerados pelo interior é fruto do potencial do mercado, em razão do agronegócio. São consideradas o segundo mercado brasileiro e perdem apenas para a Grande São Paulo. (O Grupo Pão de Açúcar, que comprou a rede Coopercitrus, localizada na região noroeste de São Paulo, está reabrindo as unidades com a bandeira CompreBem, o que indica que apostará no preço baixo na luta com os supermercados locais). O Makro, que tem sete lojas no interior de São Paulo, prepara-se para abrir outras duas na região ainda este ano, informou Sérgio Giorgetti, presidente da companhia. O Wal-Mart tem quatro lojas fora da capital paulista: três hipermercados e Sam’s Club, este último inaugurado em São José dos Campos. Os hipermercados ficam em Bauru, Ribeirão Preto e São José dos Campos. O Carrefour tem 13 unidades espalhadas nessa região. A política de expansão do Makro, segundo Giorgetti, é desenvolvida a partir de pesquisas prévias. “Temos um índice das principais cidades brasileiras e aquelas pré-estudadas. Está tudo identificado, classificado e organizado. É uma questão de oportunidade”. O executivo diz que a companhia ergue uma nova loja em até 60 dias. MICRO EMPRESA 16 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:27 Page 17 SCVCF ANUÁRIO 2005 Ações do Sindicato/Fecomércio Em 1997, na Fecomércio, discutimos a questão tributária com a presença do jurista Ives Gandra Martins, do jornalista Heródoto Barbeiro, entre outros. Ocasião em que ficou demonstrado que as micro e pequenas empresas estavam à margem dos benefícios tributários previstos no art. 179 da CF. Em 1998, com a presença do Deputado Walter Feldman, propusemos como modelo de organização de microempresa a “Rede Açoucia”. Chamamos especialistas da área, fizemos vários eventos e muitos pequenos empresários do varejo de carnes para se organizarem associativamente. Ainda em 1998, num café da manhã com o então candidato Governador Mário Covas, reivindicamos a redução simplificada de impostos para as micro e empresas de pequeno porte. O que resultou no chamado “Simples Caipira” por Covas, com os benefícios já conhecidos. MICRO EMPRESA 17 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:27 Page 18 SCVCF ANUÁRIO 2005 A Fecomércio elaborou um projeto de lei, que entregamos ao Deputado Arnaldo Faria de Sá, para proteger a micro e pequena empresa da concorrência desleal provocada pelas grandes redes varejistas. O qual anda engavetado nas Comissões de Assembléia Legislativa. Ato da assinatura do contrato de financiamento para as MPEs, com a “Nossa Caixa”. Em 2001, reunimos federações patronais e centrais de trabalhadores propondo conjuntamente um projeto em favor das micro e pequenas empresas, o qual recebeu o apoio da Assembléia Legislativa de S. Paulo. Em 2002, quando candidato, e depois Governador Geraldo Alckmin recebeu nossas reivindicações, tanto para elevar o teto das isenções, como financiamento diferenciado para as MPEs. Com o vereador Vicente Cândido, depois deputado, participando da frente parlamentar; com o deputado Rodrigo Garcia e Abram Szajman, levamos uma pauta de reivindicações para as micro e pequenas empresas. Com o secretário de Estado da Secretaria de Ciência e Tecnologia João Carlos de Souza Meirelles, interlocutor constante das micro e pequenas empresas, estamos desenvolvendo projeto de formação de microempresários para que possam conhecer e dominar o seu ramo de comércio com formação técnica. Aguardem mais benefícios que estão sendo discutidos. MICRO EMPRESA 18 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:27 Page 19 SCVCF A concentração das redes varejistas não atinge apenas os pequenos negócios A agropecuária e a indústria também protestam, como veremos nas manifestações feitas pela imprensa: Concentração do varejo tende a ser mais forte na próxima década Se o varejo é visto pelos pecuaristas como um elo a impor regras para a cadeia produtiva, pode-se esperar muito mais para os próximos dez anos. Motivo: a concentração das vendas nas mãos das super-leagues, as mega-redes varejistas, que cada vez mais disseminam lojas e marcas próprias pelo mundo. A apresentação desses dados foi feita pelo diretor da McKinsey Consultoria, Fernando César Lunardini, no Congresso Internacional do Leite, realizado em Campo Grande (MS), no início de novembro. Lunardini citou que 60% de todo capital que o varejo mundial movimentou, de 1998 a 2003, veio das dez maiores empresas do mundo, lideradas pela Wal-Mart. No próximo decênio, o mesmo percentual será restrito às cinco maiores. Nesse cenário de concentração, há dificuldade na abertura de novas lojas, o consumo dos produtos básicos recua e há mudança no poder de compra dos consumidores. Fonte: DBO, dez. 2004 Prejuízo para o pequeno Relatório divulgado em Washington, pelo IFPRI (sigla em inglês para Instituto Internacional de Pesquisas de Políticas Alimentares), afirma que a atual concentração do setor de supermercados no Brasil prejudica os negócios de pequenos fornecedores de alimentos, principalmente de produtos agrícolas e carnes e aves no país. O documento defende a idéia de que os pequenos fabricantes estão em “desvantagem”, cita exemplos no Brasil e até dá o nome de redes que “exploram” os pequenos. MICRO EMPRESA ANUÁRIO 2005 Analistas do segmento e supermercados ouvidos criticaram o documento. Na última publicação da entidade, especializada em debates sobre nutrição, pobreza e segurança alimentar no mundo, o relatório sobre o Brasil é o grande destaque. Ele informa que os maiores supermercados na América Latina - e principalmente no País - cresceram em uma década o mesmo que o setor nos EUA levou cinco décadas. “No Brasil, por exemplo, os supermercados eram responsáveis por 30% das vendas de alimentos em 1990. Em 2000, a taxa chegou a 75%”, informa. Com poucos vendendo muito, os economistas da entidade - são cerca de 300 colaboradores no mundo - acreditam que há um desequilíbrio. Dizem que as lojas compram mercadorias de pequenos fornecedores e revendem para fora, ganhando com a exportação. E que os fabricantes precisam se adequar às normas dos contratos - que incluem um prazo de até 60 dias para o pagamento da compra da mercadoria ao fabricante. Fonte: Folha de S. Paulo (26 de março de 2004) Fiesp busca saídas para enfrentar concentração das redes de varejo Fortalecimento de clientes é um dos itens que mais preocupam a entidade hoje A concentração do varejo está causando muita preocupação à indústria. Tanta, que Horácio Lafer Piva, então presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), decidiu levar o assunto para dentro da entidade e discuti-lo oficialmente. Depois das indústrias chegarem a um consenso sobre o assunto, vão chamar os lojistas para tentar encontrar uma solução para o futuro do relacionamento das duas pontas empresariais no Brasil. (...) Outro assunto que está sendo trabalhado com muita cautela é a velocidade das aquisições e fusões no País. “Estamos vendendo patrimônio a preço de banana”, diz Piva. A desnacionalização da propriedade e do capital, que tomou conta do Brasil, já afeta toda a América Latina, argumenta. (...) 19 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:28 Page 20 SCVCF Os investimentos externos diretos estão sendo vistos com cuidado também, já que cresceram mais no ramo de serviços. (...) A cada US$ 10 bihões investidos no setor de serviços, haverá uma remessa de US$ 1 bilhão por ano. O que, argumentam os especialistas da Cepal, provocará pressões futuras sobre o balanço de pagamentos. (...) O poder imperial dos supermercados Nunca se viu nada igual na história recente da economia brasileira. De repente, como num passe de mágica, modificou-se radicalmente o perfil do comércio varejista representado pela cadeia de supermercados. (...) A oligopolização dos supermercados reduziu substancialmente o poder da negociação entre a indústria, o produtor e o varejo. Não está se dizendo nenhuma heresia: no período de julho/94 a dezembro/98, o Índice de Preços por Atacado (medido na porta do fabricante), calculado pela FGV, foi de 23,41%. No mesmo período, o índice de Preços ao Consumidor, também aferido pela FGV, foi de 70,23%. O que isto significa? Significa que os supermercados se tornaram o poder supremo da economia brasileira. Fazem e desfazem, impõem condições, eliminam os fornecedores que não se enquadram nas suas exigências. E estas são muitas e com variadas facetas: suprimento de graça na inauguração de lojas (enxoval), desconto fidelidade (rapel), aniversário, bonificação, aluguel de espaço nas .gôndolas, pagamento dos salários de promotores/repositores, fundo de publicidade, devolução de mercadorias, imposição de volumes mínimos, etc. A criatividade é assombrante. A cada dia surgem mais exigências e cobranças. (...) Fonte: Boletim do Sindicarne MICRO EMPRESA ANUÁRIO 2005 Acordo entre varejo e indústria vai de encarte promocional a espaço nas gôndolas Imposições unilaterais das lojas têm irritado os fabricantes. Essas divergências aparecem mais agora 1 - Toda vez que sai um encarte nos jornais com promoções, há acordo entre as partes para a campanha promocional. A indústria paga por parte do encarte. Pode dar uma bonificação, com descontos, na compra de novas mercadorias pelo varejo. Isso já desagrada os fabricantes. 2 - Para colocar mercadoria na gôndola, na altura dos olhos do consumidor, é preciso pagar por isso. Como o local é “privilegiado”, acabou virando “moeda de troca” nas negociações. 3 - Sempre quando uma nova loja é aberta, os primeiros produtos entregues à nova loja são de graça. É o chamado “enxoval”, que é doado para a rede. Em troca, o varejo pode dar descontos à indústria. Fonte; Folha 4/11/2002 Varejo concentrado afeta consumidor Se o consumidor foi beneficiado pela elevação da renda no Plano Real, ao mesmo tempo foi vítima da redução no número de redes de varejo no País. Isso ocorreu especialmente no setor de supermercados um fator negativo na hora em que deseja comparar produtos e preços. Nos anos FHC, um dos pontos desfavoráveis para o consumidor, na análise de especialistas em varejo ouvidos pela Folha, foi o aumento da concentração no comércio. Em 94, as cinco primeiras redes de supermercados da região metropolitana de São Paulo, por exemplo, representavam 25% das vendas do setor na região. Hoje, esse número beira os 47%, informa a Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). A concentração é resultado de um processo em que as redes mais poderosas acabam adquirindo as menores que, geralmente, não conseguem competir 20 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:59 Page 21 SCVCF no mercado. “Esse movimento reduz as opções dos clientes”, diz Fábio Pina, economista da Federação. A aquisição de redes menores pelas maiores ainda não chegou ao fim no Brasil, na análise de Pina. Na Europa, esse percentual chega a 70% em países como a Inglaterra. “Isso mostra que o Brasil tem mais caminho para percorrer, para concentrar.” Além de o setor de supermercados estar mais concentrado, tem também maior participação de capital estrangeiro. Em 94, as “20 maiores redes de supermercados do Brasil representavam 56% do faturamento total dos supermercados - desse percentual, as empresas com participação de capital de fora representavam 16%”. Em 2001, “as 20 maiores já dominavam 75% das vendas do setor e o capital estrangeiro avançou de 16% para 57%”, informa a consultoria Gouvêa de Souza & MD. “O aumento da concentração e da expansão do capital estrangeiro no setor de supermercados é conseqüência da estabilização da economia no início do Real e da inexistência de qualquer tipo de proteção para as pequenas e médias empresas”, ANUÁRIO 2005 afirma Marcos Gouvêa da Souza, sócio-diretor da Gouvêa de Souza & MD. A competição global do varejo, diz ele, “acabou deixando muitas empresas descapitalizadas no País, o que facilitou a entrada de competidores internacionais”. Folha 25/10/2002 Supermercados lideram ranking do Procon-SP sobre irregularidades A Fundação Procon-SP, órgão do governo de São Paulo, concluiu o balanço de fiscalizações realizadas no ano de 2003. Entre janeiro e dezembro daquele ano, o Procon-SP fiscalizou 1.826 estabelecimentos comerciais. Deste total, 1.128 foram autuados por apresentarem algum tipo de irregularidade, o que significa um índice de 62% de autuações. Em termos de irregularidades encontradas, a Fundação constatou 0,88 irregularidades por local visitado. anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:59 Page 22 SCVCF O ranking dos principais setores com irregularidades é feito em função do percentual de irregularidades contra o número de estabelecimentos visitados pelos fiscais do Procon-SP. Em primeiro lugar, proporcionalmente, ficaram os supermercados e hipermercados, com 93,61% de estabelecimentos autuados (dos 219 visitados, 205 apresentaram alguma irregularidade). Entre as irregularidades constatadas, a campeã continua sendo a falta ou inadequação de preços no ponto de venda, representando 35,31% do total de 1.617 constatações. Na segunda posição, a questão dos prazos de validade (vencidos ou sem a informação) somou 189 constatações ou 11,69% do total. Em terceiro lugar, com 178 irregularidades constatadas (11,01% do total), ficaram as práticas abusivas como, por exemplo, a não aceitação de cheques de contas recentes ou cobranças diferenciadas no cartão. “Esse balanço demonstra ao consumidor a importância da verificação dos preços e prazos de validade dos produtos, além da atenção especial às promoções e ofertas, que nem sempre são verdadeiras. As denúncias e o boicote são as maiores armas do consumidor”, diz Sérgio Giannella, diretor de fiscalização do Procon. (...) Gazeta Mercantil 4/3/04 Wal-Mart na Alemanha A poderosa rede americana Wal-Mart, juntamente com outras quatro grandes cadeias, está sendo investigada por supostas reduções ilegais de preços na Alemanha. A agência responsável pelo combate à formação de cartéis no país europeu está analisando as justificativas apresentadas pela Wal-Mart a sua interpelação judicial. Ainda temos saída? Expansão controlada Acordo entre Carrefour e prefeitura de Porto Alegre fixa regras para evitar forte concentração no varejo Uma negociação entre a prefeitura de Porto Alegre e a rede de supermercados Carrefour reabriu o MICRO EMPRESA ANUÁRIO 2005 debate sobre o estabelecimento de regras para conter, ou pelo menos compensar, o avanço indiscriminado das grandes corporações no ramo varejista. O Carrefour foi obrigado pelo poder público a cumprir regras econômicas e sociais que poderão virar parâmetro para o resto do País. O compromisso, prevê a construção de creche para 60 crianças, destinação de resíduos sólidos para projetos apoiados pela prefeitura, manutenção de uma gôndola exclusivamente para produtos gaúchos, priorização de empreendedores locais para ocupar as lojas anexas ao hipermercado e contribuição de R$ 480 mil para o Programa de Apoio à Economia Local. (...) Lei Argentina Na Argentina, uma empresa do setor não pode controlar mais do 25% do mercado. (...) Na Europa há Lei O acordo é novidade no Brasil, mas não na Europa. Na França, não podem ser instalados mais de dois estabelecimentos com 2.500 metros quadrados num raio de 18 quilômetros. “Alguns países estão restringindo a abertura de lojas a apenas oito domingos por ano e 72 horas por semana”, diz Helena Penna, analista do BBA Icatu. Aqui, o exemplo começa a fazer escola. Segundo o secretário Milton Pantaleão, que conduziu as negociações com a rede em Porto Alegre, já houve pedidos de informações de prefeituras de outros Estados. Fonte: Revista Época 11/10/99 Projeto de Lei no Brasil Muitas Leis e ações estão sendo desenvolvidas para disciplinar o abuso econômico das grandes redes varejistas. E, dar o tratamento previsto na Constituição Federal às Micro e Pequenas Empresas. Um desses projetos é a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, em andamento no Congresso Nacional. Veja na próxima página um resumo das principais alterações Propostas: 22 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:59 Page 23 SCVCF ANUÁRIO 2005 Alterações na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas Itens Como é hoje O que muda A Lei do Simples refere-se apenas aos tributos federais. Estados e municípios funcionam de forma diferenciada. Abrangerá as três esferas do poder público, com uniformização do sistema legal, facilitando o entendimento e cumprimento das obrigações. O conceito de MPE baseia-se em critérios heterogêneos e desatualizados. Os limites de Receita Bruta Anual são: - Microempresa: R$ 120.000,00 Empresa de Pequeno Porte: R$ 1,200.000.00. De acordo com o Estatuto da MPE: - Microempresa: RS 433.000,00 - Empresas de Pequeno Porte: R$ 2.133,000,00. Além disso, vários Estados e Municípios têm conceitos próprios. Será estabelecido um critério único de enquadramento, que será respeitado pela União, Estados e Municípios. Os limites de Receita Bruta Anual passam para R$ 480.000,00 para microempresas e R$ 3,6 milhões para empresas de pequeno porte. Cadastro Unificado Para abrir uma empresa, o empreendedor é obrigado a se inscrever, isoladamente, em mais de dez órgãos oficiais diferentes e apresentar mais de 90 documentos. Unificação dos cadastros baseada no CNPJ. Estados e municípios podem manter cadastros Independentes, com informações obtidas a partir do CNPJ, sem burocracia para o contribuinte. Micro e pequenas empresas sem movimento há mais de três anos poderão encerrar as atividades sem pagamento de taxas e multas. Também será permitida a suspensão temporária, sem o recolhimento de tributos ou obrigações. Simples Geral Só podem aderir ao Simples Federal as empresas com receita bruta anual de até R$ 1,2 milhão e estão fora as empresas prestadoras de serviço Poderão aderir ao Simples as empresas com receita bruta anual de até R$ 3,6 milhões inclusive os prestadores de serviços. As restrições serão mínimas. Estímulo ao Crescimento das MEs e EPPs O atual sistema inibe o crescimenio das MPEs, pois ao ultrapassar o limite de R$1,2 milhão são obrigadas a migrar sem escalas para o sistema do Lucro Presumido. Implantação de um sistema tributário progressivo e linear que acompanhe o crescimento gradual da empresa. Ao mudar de faixa, o diferencial somente incidirá sobre o valor da receita superior à faixa anterior. Pagamento de Tributos As empresas não optantes do Simples têm que calcular os valores de 10 tributos diferentes (pagos em dias diferentes) e informar dados em diversas declarações. O Simples Geral engloba contribuições, taxas e impostos federais (IRPJ, PIS, COFINS, IPI, CSL, INSS sobre folha de salários), estaduais (ICMS) e municipais (ISS), que serão recolhidos mensalmente a partir da mesma base de cálculo. Alíquotas A tributação é cumulativa. No Simples Federal não são incluídos o ICMS, ISS e as taxas. Os limites de enquadramento e os valores das faixas são menores. As alíquotas propostas na Lei Geral incorporam as melhores práticas do País, contribuindo para a redução na carga tributária e crescimento das MPEs. Cálculo do Imposto O cálculo de tributos está baseado na receita acumulada da empresa, mês a mês. até o final do anoHá 13 faixas, com 13 diferentes aliquotas. A base de cálculo será a receita bruta mensal. A empresa pagará, efetivamente, a aliquota correspondente à receita do mês. Desburocratização Para abrir uma empresa são necessários 152 dias e, no mínimo, R$ 2 mil. segundo dados do Banco Mundial. Unificação do registro empresarial, O CNPJ integrará todos os órgãos envolvidos no registro empresarial, diminuindo o prazo de realização da abertura ou encerramento da MPE. Exportações As empresas optantes pelo Simples são tributadas sobre a sua receita, inclusive aquela resultante das exportações. Não haverá mais incidência de impostos sobre as receitas de exportações realizadas por MPEs. Alcance da Lei Conceito de MPE -Micro e Pequena Empresa MICRO EMPRESA 23 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:59 Page 24 SCVCF ANUÁRIO 2005 Alterações na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas Itens Como é hoje O que muda Compras Governamentais As MPEs concorrem nas mesmas condições impostas às grandes empresas. Fixa o limite preferencial de R$ 50 mil para compras de MPEs, sempre que houver empresas desse porte em condições de fornecer a preços competitivos. Prevê, ainda, a simplificação na participação em licitações e o fornecimento parcial de grandes lotes. Desburocratização no Campo Trabalhista As MEs e EPPs são obrigadas a depositar os mesmos valores exigidos para as médias e grandes empresas e não têm assessoria ou estímulo no cumprimento dos programas de segurança e medicina do trabalho. Dispensa de obrigações como apresentação da Rais, afixação de quadro de horários, anotação de férias em livro especial etc.O salário maternidade de trabalhadoras da ME e EPP ficará a cargo do INSS.Redução do depósito recursal em ações trabalhistas em 75% para as MEs e 50% para as EPPs. Associativismo As MEs e EPPs consorciadas não têm estímulos fiscais, além de pagarem os tributos devidos em duplicidade. Criação do Consórcio Simples para MPEs, com isenção tributária nos negócios de compra e venda de bens e serviços, entre seus componentes. Estímulo ao Crédito e à Capitalização As SCM - Sociedades de Crédito ao Microempreendedor e as OSCIP - Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público pagam tributos em todas suas operações.As cooperativas de Crédito estão sujeitas ao recolhimento da CSLL, PIS e COFINS em condições normais. As operações de crédito das SCM e OSCIP com MPEs não sofrerão incidência de tributos. Além disso, serão criadas linhas de crédito específicas para o segmento e ampliação do sistema de garantias, com fundos de aval e garantias solidárias.As Cooperativas de Crédito, de cujos quadros de cooperados participem empreendedores de MPEs, bem como suas empresas, não estarão sujeitas à incidência da CSLL sobre o resultado apurado nas atividades econômicas As cooperativas poderão deduzir ou excluir da receita bruta valores referentes a despesas e perdas, para efeito da apuração da base de cálculo para o PIS e da COFINS. Estimulo à inovação Não há qualquer estímulo para acesso das MPEs a políticas de inovação tecnológica. 20% dos recursos de tecnologia de todos os órgãos e entidades serão destinados às MPEs. Acesso à Justiça Não existe nenhum instrumento que facilite o acesso das MPEs aos processos de conciliação prévia, mediação e arbitragem.É permitido o acesso das MEs aos Juizados Especiais. Faculta o uso dos Juizados Especiais Cíveis às MEs. Fomenta a utilização dos institutos de conciliação prévia, mediação e arbitragem para solução de conflitos das MEs e EPPs. Regras Civis e Empresariais Não há uma definição do empresário de ME e EPP no Novo Código Civil. O empresário (individual) responde com seus bens pessoais pelas dívidas. Os créditos das MEs e EPPs. em falência e recuperação judicial, não têm vantagem sobre os demais créditos, não obstante serem créditos de natureza alimentar como os créditos do trabalhador. Define quem é o empresário de ME e EPP no NCC.Cria a figura do empresário individual de responsabilidade limitada. Desobriga as MEs e EPPs da realização de reuniões, assembléias e da publicação de atos da empresa. As MEs e EPPs terão prioridade no recebimento dos seus créditos em falências e recuperações judiciais em relação aos outros credores. salvo os de natureza trabalhista e decorrentes de acidentes de trabalho. Parcelamento de Débitos Os optantes pelo Simples não podem parcelar seus débitos. As MPEs poderão refinanciar seus débitos tributários. Blindagem Não há qualquer obrigação de contemplação de tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para as MEs e EPPs em novas legislações. Todas as leis posteriores a Lei Geral deverão contemplar o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido para MPEs. MICRO EMPRESA 24 anuario 2005.qxd 4/1/2006 11:59 Page 25 SCVCF ANUÁRIO 2005 Micro e pequeno empreendedor: o principal agente do desenvolvimento economia brasileira nas últimas décadas sofreu profundas modificações em sua estrutura produtiva, reflexo de uma transição em escala global de uma sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento. Neste contexto, as áreas de comércio e serviços adquiriram um papel cada vez mais importante para o desenvolvimento do País, tendo o micro e pequeno empresário como ator principal. São mais de 2 milhões de micro e pequenos empreendimentos de comércio e serviços no Brasil (97% do total de empresas no setor), que empregam mais de 7 milhões de trabalhadores, 60% da força de trabalho nestas áreas de acordo com dados do IBGE. A receita bruta total destas empresas é superior a R$ 170 bilhões, superior a 10% do PIB brasileiro, participação esta que tem crescido constantemente em termos reais ao longo dos últimos anos. O micro e o pequeno empreendedor possuem características distintas das empresas de grande porte. Estudos apontam que suas duas principais necessidades são acesso a crédito e competência para planejamento e gestão adequadas. Com isso, as políticas públicas, as instituições financeiras e fundamentalmente as instituições educacionais deparam-se com a missão de dar condições para que o papel dos pequenos negócios alcance níveis cada vez maiores na economia. O principal desafio do pequeno empreendedor é dominar múltiplas competências. Em muitos casos, uma única pessoa é responsável pelas finanças, planejamento, compras, marketing e demais fatores-chave na gestão de uma empresa. A imensa maioria das escolas de negócio, entretanto, prepara o estudante para o dia-a-dia da grande empresa, dei- A MICRO EMPRESA xando de lado o fato de que no País a imensa maioria dos empregados está concentrada na micro e pequena empresa. É preciso, com urgência, inverter esta lógica, para que seja possível reduzir as ainda altas taxas de insucesso em empreendimentos de micro e pequeno porte no Brasil. Luiz Francisco de Assis Salgado Diretor Regional do Senac São Paulo O Senac São Paulo, ao longo dos seus 60 anos de história e parceria com o setor de comércio e serviços, se preocupa em desenvolver as competências necessárias para um empreendedor de sucesso, capacitando o micro e pequeno empresário e contribuindo para a construção de uma sociedade de oportunidades, onde cada indivíduo possa ser capaz de, a partir de sua ação empreendedora, colaborar com o desenvolvimento e a geração de emprego e renda no Estado de São Paulo e no País. 25 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:00 Page 26 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:00 Page 27 REFORMA SINDICAL A estrutura sindical esteve ameaçada com a proposta de Reforma Sindical do Governo. Neste Capítulo, você pode acompanhar a luta e os argumentos dos que se colocaram contra a modificação proposta. A liderança de Manuel Henrique Farias Ramos é notadamente sentida por todo o texto anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:00 Page 28 SCVCF ANUÁRIO 2005 Um breve histórico da Reforma Sindical início da discussão do que seria uma Reforma Sindical se deu nos Estados, conduzido pelas Delegacias Regionais do Trabalho - DRTs. O objetivo seria recolher dados para a referida Reforma, junto às entidades sindicais. O que resultou nos Fóruns Estaduais donde se tiraram as aprovações de consenso e as propostas não consensadas. No caso de São Paulo, houve uma proposta de consenso pelas Federações Patronais, em defesa da unicidade sindical e contribuições compulsórias. Os resultados colhidos nos fóruns estaduais foram completamente ignorados pelo Fórum Nacional do Trabalho. Cabe lembrar que nesta etapa os interlocutores do Fórum Nacional do Trabalho FNT eram as confederações e as centrais, que deveriam ter sustentado as propostas estaduais, o que como já dissemos, não o fizeram. Seguiram o Ministério do Trabalho e Emprego, representado no FNT pelo senhor Osvaldo Bargas, pessoa emergida da CUT, que tinha como representante o senhor Luiz Marinho, depois convertido em Ministro do Trabalho. É fácil entender que o Fórum pautaria pelo interesse da CUT e do Governo. Isto é, o sindicato só existe se reconhecido pelo MTE com as regras por ele determinadas. Resumo de algumas propostas do FNT, que resultaram no Projeto e demonstram o grau de intervencionismo do MTE: Como podemos observar o MTE tem poder de vida e morte sobre os sindicatos. Assim, o MTE fecha o ciclo, desde a coordenação do Fórum, na elaboração de normas e critérios, atribuindo-se o poder fiscalizatório e decisório dos atos sindicais, até a extinção do sindicato. Para contentar as centrais e as confederações, a cúpula do sistema sindical, e; conseguir consenso para proposta, o Governo acrescenta ao seu modelo autoritário, duas pérolas, como corolário abusivo: O Art. 4º: “...Cumpre ao Ministério do Trabalho e Emprego o reconhecimento de representatividade”. REFORMA SINDICAL Art. 8º: “A aquisição da personalidade sindical, que habilita ao exercício das atribuições e das prerrogativas sindicais, depende de prévio registro dos atos constitutivos da entidade e do reconhecimento de representatividade”. § 3º do Art. 8º: “A personalidade sindical será atribuída por ato do Ministério do Trabalho e Emprego...”. Ora, para o sindicato existir precisa de personalidade sindical e de representatividade; mas, estas só são reconhecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Se isto não é intervencionismo, o que é então? Art. 41: “O Ministério do Trabalho e Emprego cancelará a exclusividade de representação do sindicato se, no término do período de transição estabelecido nesta lei, não for comprovada a representatividade...”. 28 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:01 Page 29 SCVCF • Reserva de matéria, em bom entendimento, significa dizer que uma Convenção Coletiva elaborada entre as Centrais e as Confederações possui cláusulas intocáveis; ou seja, devem ser rigorosamente obedecidas pelos Sindicatos. • Sindicato de Representação Derivada: é um sindicato criado pelas entidades de grau superior (ex. centrais e confederações), o qual não precisa comprovar representatividade, nem coisa alguma. Mas servirá para concorrer com o sindicato que discordar da orientação das cúpulas. Em síntese, se a interferência nos sindicatos não for do Estado, poderá sê-lo da cúpula sindical. Conselho Nacional de Relações do Trabalho ANUÁRIO 2005 3) Composição da direção e suas finalidades; 4) Período dos mandatos dos membros da direção; 5) Penalidades e perda de mandato; 6) Requisição para votar e ser votado; 7) Conselho fiscal e prestação de contas; 8) Remuneração dos membros da direção; 9) Processo eleitoral; 10) Dissolução da entidade. Ora, o MTE controlando todas as ações do sindicato faria dele, nada mais do que um seu apêndice. Seria o controle do Estado sobre o sistema sindical mais impositivo e ditatorial, do que o modelo implantado por Getúlio Vargas em 1930, que passou pela ditadura militar, só resgatado com a Constituição de 1988. Seria um retrocesso ao fascismo. O instrumento para pôr em prática as propostas do Fórum seria um Conselho Triparte - Ministério do Trabalho, Confederações Patronais e Centrais dos Trabalhadores. Os representantes das entidades sindicais são indicados por estas para aprovação do MTE. Desta forma estaria constituido o Conselho Nacional de Relações do Trabalho. Mas, não é só a submissão dos representantes das entidades sindicais à aprovação do MTE. A forma como será gerido o CNRT, é que chama a atenção, como podemos ver neste dispositivo do projeto: “propor, para deliberação do Ministério do Trabalho e Emprego, as disposições estatutárias mínimas a serem observadas pelos sindicatos que postularem a exclusividade de representação”. E quais são essas disposições que devem ser submetidas ao MTE? 1) Direitos e deveres dos associados e dos membros da direção; 2) Estrutura organizatória e suas finalidades; REFORMA SINDICAL 29 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:01 Page 30 SCVCF ANUÁRIO 2005 Evento: Uma alternativa à Reforma Sindical em 26 de abril de 2005 Em 26/04/05, o Conselho de Relações do Trabalho, da Fecomércio/SP, apresentou uma proposta alternativa à Reforma Sindical, feita pelo Governo. Centenas de Sindicatos, Federações e Centrais apoiaram a Regulamentação do Art. 8º da Constituição Federal. Composição da mesa: Abram Szajman - Presidente - Fecomércio - Federação do Comércio do Estado de São Paulo Euclides Carli - Vice-Presidente - Fecomércio - Federação do Comércio do Estado de São Paulo Manuel Henrique Farias Ramos - Vice-Presidente - Fecomércio - Federação do Comércio do Estado de São Paulo Milton Monti - Deputado Federal - PL Paulo Fernandes Lucania - Presidente - FECESP Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo Antonio Neto - Presidente - CGTB - Central Geral dos Trabalhadores do Brasil Roberto Ferraiuolo - Assessor - FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Edson Ribeiro Pinto - Presidente - Federação Nacional dos Empregados Vendedores e Viajantes do Comércio Antonio Marangon - Presidente - SESCON/SP Sind. das Empresas de Serv. Contábeis, Assessoramento, Perícias, Infor. e Pesq. Esp. José Pastore - Assessor - Fecomércio - Federação do Comércio do Estado de São Paulo Amauri Mascaro Nascimento - Assessor - Fecomércio - Federação do Comércio do Estado de São Paulo REFORMA SINDICAL 30 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:01 Page 31 SCVCF O jurista, Amauri Mascaro, apontou as incoerências da PEC e do Projeto encaminhado pelo Fórum Nacional do Trabalho ANUÁRIO 2005 O prof. Jose Pastore, especialista na área sindical, narrou às distorções do Fórum Nacional do Trabalho REFORMA SINDICAL Deputado Milton Monti do PL, representou o então Presidente da Câmara, Dep. Severino Cavalcanti 31 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:01 Page 32 SCVCF Posição Conjunta das Entidades Sindicais Participantes do Evento “Uma Alternativa à Reforma Sindical”, promovido pela FECOMERCIO-SP em 26 de Abril de 2005 A FECOMERCIO (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) reuniu em sua sede, no último dia 26 de abril, entidades representativas de trabalhadores, empregadores, representantes de profissões regulamentadas e categorias profissionais diferenciadas, além de uma Central Sindical. O evento, intitulado “Uma Alternativa à Reforma Sindical”, teve como objetivo debater a Proposta de Emenda Constitucional n 369/05, que modifica o art. 8 e outros da Constituição Federal, bem como o Anteprojeto que a acompanha, e que trata da Reforma Sindical propriamente dita. Ao final dos debates foram definidos os seguintes pontos em comum entre todos os participantes: Não houve concenso a) Foi unânime, entre os presentes, não ter havido o propalado consenso durante as discussões do Fórum Nacional do Trabalho, diferentemente do que afirma o governo; b) Foram desconsideradas as propostas apresentadas nos Fóruns Estaduais e Municipais, resultando em conclusões que refletem a opinião das cúpulas, e não as reivindicações das bases; Contra a PEC a) Posicionamento contrário à Proposta de Emenda Constitucional nº 369/05, encaminhada ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo, por representar um retrocesso à organização e liberdade sindical; b) A proposta encaminhada pelo executivo não contempla nem empregados nem em- REFORMA SINDICAL ANUÁRIO 2005 pregadores, impondo um intervencionismo inaceitável no meio sindical; c) Anulação das conquistas de liberdade e autonomia sindicais obtidas na Constituição de 1988; Pela regulamentação do Artigo 8º Diante de tudo disso, as entidades presentes se manifestaram favoráveis a uma reforma sindical que atenda aos legítimos interesses das entidades envolvidas, e que contemple: • Liberdade e autonomia do poder público; • Critérios de aferição de representatividade; • Controle da arrecadação objetivando-se a moralização do sistema; • Manutenção da representação por categoria; Por todas essas razões, as entidades sindicais que participaram do evento optaram pela regulamentação do art. 8 da Constituição Federal, com a preservação dos seguintes princípios: • preservação da unicidade sindical; • liberdade sindical sem interferência estatal; • legalização das centrais sindicais • não aos sindicatos biônicos (representação derivada), onde as entidades de cúpula poderão agir à revelia das bases; • reconhecimento da representação sindical efetuada pelas próprias entidades envolvidas, num sistema de auto-gestão, sem interferência do Poder Público; • aprimoramento da representação das entidades sindicais, com a obrigatoriedade dessas prestarem um número mínimo de serviços à categoria; • penalização aos sindicatos não representativos; 32 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:01 Page 33 SCVCF ANUÁRIO 2005 • Extinção das contribuições sindical e assistencial, manutenção da contribuição confederativa e instituição da contribuição negocial. As entidades relacionadas em anexo são pela rejeição na íntegra da PEC n 369/05, encaminhada pelo atual governo bem como se manifestam contrárias ao anteprojeto que a acompanha. Veja a lista de entidades presentes no final deste Capítulo. Manifesto de apoio A Coordenadoria da Região Oeste, pelo seu presidente, representando os sindicatos de Adamantina, Andradina, Araçatuba, Assis, Birigui, Lins, Lucélia, Marilia, Osvaldo Cruz, Ourinhos, Palmital, Penápolis, Presidente Prudente e Tupã, vem através do presente manifestar seu total e irrestrito apoio ao companheiro Manuel Henrique Farias Ramos, parabenizando-o pelo seu trabalho e dedicação frente às discussões sobre a reforma sindical, face aos resultados obtidos com relação à tese defendida fervorosamente, da regulamentação do artigo 8 da Constituição federal. Araçatuba, 17 de junho de 2005. Gener Silva Presidente da Coordenadoria Oeste Prezado Abram, Em nome da diretoria do SINAPEL e em meu próprio, parabenizo-o pela iniciativa de liderar o movimento para rejeitar a Reforma Sindical proposta pelo governo, apresentando contraproposta. Conte com o apoio irrestrito da nossa categoria econômica. Atenciosamente, Vicente Amato. REFORMA SINDICAL 33 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:02 Page 34 SCVCF ANUÁRIO 2005 A Fecomércio e a Reforma Sindical Em 21/03/05, o Deputado Arnaldo Faria de Sá/PTB foi o primeiro político a ser convidado para discutir Reforma Sindical, no Conselho de Relações do Trabalho Em 02/05/05 o Deputado Marcelo Barbieri/PMDB, compareceu ao CRT/Fecomércio para debater a proposta alternativa - Regulamentação do Art. 8º CF. Na ocasião assumiu o compromisso de apresentar o nosso projeto na Comissão do Trabalho. O qual foi apresentado na Câmara dos Deputados em 19/05/05, sob o nº 5.275/2005 Em 04/04/05 dois Deputados participaram da discussão da Reforma Sindical, no Conselho de Relações do Trabalho: Dep. Lobbe Neto e Dep. Júlio Seneghini/PSDB Em 09/05/05 o Deputado Walter Barelli/PSDB que representa o partido nas questões sindicais, trouxe seu apoio à proposta alternativa do Conselho de Relações do Trabalho REFORMA SINDICAL 34 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:02 Page 35 SCVCF ANUÁRIO 2005 Em 23/05/05 o Conselho de Relações do Trabalho, recebe a visita do Deputado Michel Temer, presidente do PMDB, para discutir Reforma Sindical REFORMA SINDICAL 35 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:02 Page 36 SCVCF ANUÁRIO 2005 A Fecomércio e a Reforma Sindical Conselho de Relações do Trabalho além de cuidar das Convenções Coletivas, debruçouse com empenho na Reforma Sindical. Pois é o departamento da Fecomércio designado pela presidência, que possue exclusividade para essas funções. Composto pelas seguintes pessoas: O • Presidente: Manuel Henrique Farias Ramos • Conselheiros: Atílio Carlos Daneze Carlos Alberto D’Ambrósio Gener Silva George Assad Chahade José Maria de Faria Paulo Roberto Gulho Ruy Pedro de Moraes Nazarian • Apoio: José Antônio Scamparin Etapas das ações da Reforma Sindical do Conselho de Relações do Trabalho - CRT/Fecomércio 1) Fórum Estadual As subdelegacias do trabalho efetuaram reuniões com debates e a presença das entidades sindicais, objetivando colher dados para o fórum. Informados de que algumas subdelegacias não concediam a palavra à parte patronal, elaboramos um documento com nossas posições que era protocolado no local da reunião. REFORMA SINDICAL Por fim, discutimos com o delegado a DRT Delegacia Regional do Trabalho, na Fecomércio, as normas para a participação do Fórum Estadual. Após intensos debates as federações patronais produziram um documento de comum acordo, que foi entregue aos responsáveis pelo evento. 2) Comissão de Sistematização Seria lógico que os dados colhidos nos Fóruns Estaduais embasassem as decisões do Fórum Nacional do Trabalho, na Comissão de Sistematização. Mas, não foi o que aconteceu, foram absolutamente ignorados. Durante um ano e meio acompanhamos passo a passo os debates e as decisões tomadas no seio do FNT. O professor José Pastore, nosso representante, trazia-nos as posições tomadas no FNT, eram discutidas por nós e apresentávamos sugestões, que eram igualmente vencidas. Cada versão que recebíamos do FNT, do projeto de Reforma Sindical, com as novas alterações, só aumentavam nossa preocupação. Ficamos apreensivos com o posicionamento da Confederação Nacional do Comércio - CNC, nosso representante no FNT. A CNC argumentava que os resultados obtidos representavam o que era possível, inclusive proferindo uma tele-palestra, buscando convencer seus filiados. Para não conflitarmos com a CNC, convidamos o seu representante no FNT e o advogado daquela entidade especializado no tema em questão. De nossa parte colocamos como expositor de nossas teses o jurista, Dr. Amauri Mascaro Nascimento, que já nos assessorava e havia feito palestra para os sindicatos da Fecomércio. Embora o ilustre jurista tenha sido irrefutável pelos representantes da CNC, estes continuaram mantendo sua posição. Insistimos 36 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:02 Page 37 SCVCF com a apresentação do documento feito no Fórum Estadual das cinco Federações Patronais, que conflitava com as decisões tomadas no FNT, mas foi em vão. Nova oportunidade surgiu quando em novembro de 2004, por realização do SICOMÉRCIO, reiterando nossa posição, sugerindo uma alternativa à Reforma Sindical, propondo a regulamentação do Artigo 8º da Constituição Federal, que desde 1988 até então não havia sido regulamentada. Cabe esclarecer que a regulamentação do Art. 8º mantém o atual sistema sindical, permitindo seu aperfeiçoamento, quanto à representatividade, prestação de contas, serviços indispensáveis, como Convenção Coletiva, assistência jurídica e contábil, boletins informativos e outros. Mas, sobretudo a independência dos sindicatos em relação ao Estado, como consta do inciso I, Art. 8º da CF: “A Lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de um sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao poder público à interferência na organização sindical”. ANUÁRIO 2005 nossa proposta em discussão, como para estabelecer parcerias. 1º Evento Foi no “XVII Encontro Nacional dos SENALBAS”, em São Paulo (2004), tratava-se das categorias diferenciadas, contempladas pelo art. 511 da CLT, excluídas pelo projeto do FNT. Na ocasião tomamos conhecimento que o Deputado Sérgio Miranda apresentaria um projeto de Regulamentação do art. 8º da C.F.. Acrescentavam os presentes que estavam buscando apoio de deputados para subscreverem o projeto de Regulamentação; e, já contavam por volta de duas centenas de assinaturas. 2º Evento Fomos convidados para participar dos debates sobre a Reforma Sindical, pela FECESP - Federação Este inciso está em perfeita harmonia com o capítulo da Convenção 87, que trata da “Liberdade Sindical e a Proteção do Direito Sindical”, estabelecido em 1948 pela OIT - Organização Internacional do Trabalho: Artigo 3º: “1. As entidades sindicais terão o direito de elaborar seus estatutos e regimentos, eleger livremente seus representantes, organizar sua administração e atividades e formular seus programas de ação”. “2. As autoridades públicas abster-seão de qualquer intervenção que possa limitar esse direito ou cercear seu exercício legal”. A campanha Convencidos da tese da Regulamentação do art. 8º passamos a participar de eventos que tinham como tema a Reforma Sindical, tanto para colocar REFORMA SINDICAL 37 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:02 Page 38 SCVCF dos Empregados do Comércio, na Colônia de Férias na Praia Grande. Estaria presente o representante do MTE e coordenador do FNT, senhor Osvaldo Bargas. Era uma oportunidade para confrontar as duas propostas, a do Fórum e a nossa. A resposta foi evidente pelos aplausos de pé, dos 64 sindicatos de comerciários presentes. A regulamentação do art. 8º era também a proposta dos comerciários de São Paulo. 3º Evento A Delegacia Regional do Trabalho, promoveu um encontro que contava com a presença do senhor Osvaldo Bargas e o mentor intelectual do Projeto/FNT, Dr. Siqueira. Bargas alegou compromisso e retirou-se, enquanto Siqueira não conseguia convencer a platéia, nem responder satisfatoriamente as nossas interpelações e às do companheiro Neto, presidente da CGT do B. 4º Evento O Conselho de Relações do Trabalho da Fecomércio considerava oportuno abrir a discussão para mais entidades sindicais, Manuel Henrique Farias Ramos havia publicado um artigo no jornal “O Estado” com o título “De volta ao passado”, crítico e denunciante do intervencionismo do Estado no Sistema Sindical; o presidente da Fecomércio, Abram Szajman teve publicado na “Folha de S. Paulo” - “O artigo oitavo”, uma defesa contundente da Regulamentação de referido artigo. Era hora de ampliar as discussões, o que foi feito com o evento “Uma alternativa à Reforma Sindical”. Participaram Federações Patronais e de Empregados, Centrais, Sindicatos - em torno de 400 entidades que por unanimidade aprovaram a Regulamentação do art. 8º da CF. 5º Evento Os sindicatos dos lojistas reuniram-se no XXI Encontro Nacional do Comércio de Bens e Serviços, em Alagoas, com a colaboração da Federação REFORMA SINDICAL ANUÁRIO 2005 do Comércio local, convidando-nos para expor nossa tese, que também recebeu acolhida pela maioria absoluta dos participantes. 6º Evento De novo voltamos a Colônia de Férias da Fecesp perante sindicatos e centrais, desta vez para participar da abertura do evento, representando o presidente da Fecomércio, Abram Szajman - no discurso de abertura sustentamos a regulamentação do art. 8º, o que de novo foi aprovado pelos aplausos. 7º Evento Na Câmara dos Deputados, a Comissão do Trabalho, presidida pelo Deputado Henrique Alves/PMDB realizou Audiência Pública para discutir Reforma Sindical. Para a qual Manuel Henrique Farias Ramos teve a honra de ser convidado e compor a mesa. A proposta mereceu calorosos debates que resultaram na determinação do presidente da Comissão, ao relator que se coloca em pauta o Projeto de Regulamentação do art. 8º, da Fecomércio, apresentado pelo Deputado Marcelo Barbieri, nº 5.275/2005. 8º Evento Em Belo Horizonte, participamos como palestrante do IV Seminário Nacional em Defesa das Categorias Diferenciadas e da Unicidade Sindical. O evento contou também com a participação do Deputado Sérgio Miranda do PC do B, que já tinha apresentado o projeto de Lei nº 4.554/2004, que trata da Regulamentação do art. 8º da C.F.. O encontro foi profícuo; pois, possibilitou a comparação entre os dois projetos de Lei, embora de origens diferentes - patronal e empregados, tem o mesmo objetivo - Regulamentar o art. 8º da C.F.. Reiterou-se a recusa à Proposta de Emenda Constitucional - PEC nº 369/2005, com o seguinte argumento: se passar a PEC, o governo poderá fazer a Reforma Sindical por Medida Provisória. 38 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:03 Page 39 SCVCF ANUÁRIO 2005 9º Evento Em 27 de abril de 2005, na Confederação Nacional do Comércio - CNC, no Rio de Janeiro, voltouse a discutir a PEC 369/05 e Projeto de Lei da Reforma Sindical. O convidado principal foi o Secretário de Relações do Trabalho do TEM, Osvaldo Bargas, que buscou mais uma vez nos convencer, sem resultado. Questionado sobre a inconstitucionalidade da proposta da PEC, respondeu que o assunto seria avaliado por um representante da OIT. Resposta absolutamente incoerente, embora a liberdade sindical esteja ameaçada pela PEC, em conflito com a OIT, é a nós que cabe julgar o que é constitucional ou inconstitucional. 10º Evento Em 01 de agosto de 2005 reunem-se o CRTFecomércio e as Confederações e Centrais de Trabalhadores, para elaborarem uma proposta conjunta da Regulamentação do art. 8º da CF. Em síntese Não foi só uma seqüência de eventos que demonstraram a participação de Conselho de Relações de Trabalho da Fecomércio, na Reforma Sindical. Houve um trabalho interno bastante desenvolvido com os 147 sindicatos da entidade que contou com o empenho da assessoria e; principalmente, da liberdade concedida ao CRT pelo presidente Abram Szajman. Tanto em trabalho escrito e divulgado como em exposições em Plenária aos sindicatos filiados. Além dos artigos publicados tivemos debates na televisão, na rádio, como por exemplo na CBN, em que Manuel Henrique debateu com o Ministro de MTE, Ricardo Berzoini. Assim como visitas a outros sindicatos, a exemplo do 31/05/05 no Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista. REFORMA SINDICAL 39 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:03 Page 40 SCVCF ANUÁRIO 2005 Sindicato - Breve relato ão pretendemos aqui elaborar teoricamente o conceito de sindicato, pois este não é um exercício acadêmico. No entanto, para nossa orientação precisamos no mínimo dizer o que entendemos por sindicato. Segundo Segadas Vianna, etimologicamente a palavra sindicato vem do grego “syndikos” adotada para o latim como “syndicus”, designando a pessoa encarregada de representar os interesses de um grupo de indivíduos, ou seja, o procurador que representava seus interesses. Hoje, continuamos entendendo o sindicato como uma associação de pessoas para defesa e coordenação de seus interesses econômicos ou profissionais; inclusive de estudo, que exerçam a mesma atividade ou atividades afins, similares ou conexas. Esta é uma definição de caráter estatutário e de acordo com a CLT. Isto posto, parece-nos mais importante perceber o sentido histórico do sindicalismo, sua origem e as diferenças existentes entre sindicato patronal e profissional. Para os trabalhadores o sindicato origina-se com o salário, sou seja, com o fim do feudalismo, assumindo o seu modelo acabado com a Revolução Industrial, como esta se deu inicialmente na Inglaterra, foi aqui que as organizações sindicais surgiram em primeiro lugar - são as conhecidas trade unions, que tinham como objetivo melhorar as condições de trabalho. A busca de melhorar as condições contratuais de trabalho não se deu de maneira pacífica, foi objeto de lutas, inclusive do sindicato como órgão de representação (só em 1875 foram reconhecidos pelos Employer and Workmen Act.). Sem dúvida as ideologias adotadas pelos sindicatos dos trabalhadores foram o fator principal, pois em regra elas se opunham ao sistema econômico estabelecido; principalmente o sindicalismo do continente europeu. Uma vez que na Inglaterra a influência marxista foi N REFORMA SINDICAL menor e nos Estados Unidos o sindicato marcou-se pelo sindicalismo de negócios (business unionism), interessado em melhorar as condições de trabalho e o seu poder de barganha no mercado, distante do movimento da luta de classes. Assim criaram grandes centrais, de certa forma hegemônicas: a American Federation of Labor - AFL e a Congresss for Industrial Organization - CIO. As quais se fundiram em 1957. A força destas organizações sindicais tem como instrumental antecedente o denominado closed shop, ou seja, as empresas só poderiam contratar trabalhadores sindicalizados. No Brasil No século XIX o Brasil não tem ainda uma indústria desenvolvida, as relações entre capital e trabalho estão ainda contaminadas pelo regime escravocrata, contando ainda com um viés autoritário/paternalista. É fácil entender porque a Constituição de fevereiro de 1891 é vaga quanto ao associativismo, embora o art. 72, parágrafo 8º, permita o direito de associação e reunião. Exige uma regulamentação que aparece em 1893, permitindo a fundação de associações. É interessante observar que a legislação brasileira apressa-se em dar respostas às demandas sociais, buscando evitar ou diluir os conflitos de classes. Como podemos constatar, seguindo a documentação de Edgar Carone, “em 1904, a Corporação Operária Cristã de Pernambuco, com 6.000 assinaturas, pede ao Congresso uma lei sobre legislação profissional operária: o deputado Joaquim Inácio Tosta é quem apresenta o projeto”. Baseando-se no modelo pernambucano, de acordo com o qual a corporação é dirigida pelo patrão, Tosta quer que os sindicatos sirvam para a confraternização das duas classes: o decreto é referendado em janeiro de 1907, e fica instituído o sindicato profissional. 40 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:05 Page 41 SCVCF ANUÁRIO 2005 Na medida em que crescem as imigrações do continente europeu, que cresce uma indústria mesmo embrionária, aparecem às várias influências ideológicas, socialistas, marxistas e principalmente anarquistas. Nem o positivismo da 1ª República, com suas propostas sociais, dá mais conta da realidade socioeconômica das primeiras décadas do século XX. Em 1930 o Estado assume o controle do sistema sindical brasileiro; os sindicatos para terem existência legal, necessitam ser reconhecidos pelo Ministério do Trabalho. Somente com a Constituição Federal de 1988, os sindicatos conseguirão se libertar da tutela do Estado, como podemos constatar no seu art. 8º, inciso I: “a lei não poderá exigir autorização do Estado para fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;”. Sindicato Patronal Enquanto sindicato profissional tem origem no salário; o sindicato patronal origina-se na concorrência, compreendida desde as corporações de ofício da Idade Média. Documentos desta época, como os estatutos da corporação de curtidores de couro, datada de 1346, que regulamenta um modo de fraternidade entre seus membros no lugar de uma concorrência entre si. Para realizar qualquer negócio, era preciso ser membro da corporação artesanal. Além do mais, as corporações lutavam para manter o monopólio dos respectivos artesanatos, e não permitiam aos estrangeiros que se imiscuíssem em seu mercado. Mais tarde, na Alemanha, no início do século XX foi fundado sindicato de carvão em Rur, para organizar as vendas deste produto, evitando a concorrência das empresas entre si. Hoje, o sindicato patronal tem papel mais abrangente, cuidam de proporcionar consultoria jurídica, tributária e fiscal; tolher abusos do Estado. Atendem de maneira especial nas Convenções Coletivas. Contudo, uma nova função já está desenhada - a concorrência, não só externa, mas dentro da categoria - entre as micro e pequenas empresas e as grandes empresas, do mesmo ramo. REFORMA SINDICAL 41 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 42 SCVCF ANUÁRIO 2005 Em defesa da Unicidade Sindical/Contribuição Sindical rnaldo Sussekind, em prefácio a “Direito Coletivo do Trabalho” coloca como normas fundamentais que regem o sindicato brasileiro: A 1º) unicidade sindical, que impede o reconhecimento, na mesma base territorial, de mais de uma entidade para cada categoria; 2º) “a prerrogativa de o sindicato único representar os interesses gerais da correspondente categoria, em nome e benefício de todos os que a compõe, sejam ou não seus associados”; 3º) “contribuição sindical obrigatória, devida por todos integrantes do grupo representado, como contraprestação dessa representação legal”. Justifica: A necessidade de considerarmos o nosso desenvolvimento socioeconômico. A nossa história. E a necessária independência econômica do Sindicato, principalmente para cuidar das Convenções Coletivas. Unicidade Sindical Os juristas Orlando Gomes e Élson Gottschalk ressaltam que no regime pluralista, especialmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, onde o sistema é adotado, são os próprios sindicatos que têm apelado até para a violência com a finalidade de suprimir sindicatos rivais e impor, de fato, a unicidade sindical. Eduardo Saad, em CLT comentada, diz: “Com a vivência sindical de quatro décadas, continuamos cada vez mais favoráveis ao sistema REFORMA SINDICAL do sindicato único, e nesse sentido nos manifestamos longamente a outros livros”. Evaristo de Moraes Filho, em “O Problema do Sindicato Único no Brasil”, aborda o tema do ponto de vista sociológico, a necessidade da unidade do grupo, ao contrário do conflito (a relação dos membros deve compartilhar - ideais, emoções, interesses, desejos, idéias e hábitos). Onde se destaca a identidade por profissão e cita Pitirim Sarokin (russo secretário do Gov. Provisório russo - 1917 de Kerensky). Segadas Vianna, em “Direito Coletivo do Trabalho” reitera o seguinte: “Os interesses profissionais, na sua média geral, são semelhantes, os anseios dos profissionais visam a um mesmo objetivo, e a unidade do pensamento do grupo tem, consequentemente, de resultar a unidade de representação desse grupo, num sindicato”. Arnaldo Sussekind, em “Formas de Organização Sindical”, completa a exposição de Segadas Vianna: “Os indivíduos possuidores de um mesmo ‘status’ profissional constituem uma categoria, cuja unidade social deriva da solidariedade profissional e da comunidade de interesses que surge espontaneamente entre seus integrantes”. Na mesma linha de pensamento, o jurista francês, George Scelle, a firma: na representação dos interesses coletivos, o direito público consagra, logicamente, a unidade de interpretação. Cada um dos interesses da comuna, do departamento, da Nação, é confiado a uma administração única. Por esse motivo a pluralidade seria anarquia. “Não pode deixar de acontecer a mesma coisa com os interesses da profissão: - o sindicato para administrá-los deve monopolizá-los”. 42 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 43 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 44 SCVCF Alerta Segadas Vianna: “esse monopólio nada tem com os regimes totalitários”, e retoma em apoio Evaristo de Morais Filho: - “achamos que constitui primarismo a argumentação aliar-se ao sindicato único ao fascismo. Aquele já existia na doutrina e nas lutas proletárias, muito antes da implantação do comunismo na Rússia e do fascismo na Itália”. ANUÁRIO 2005 Castorena aponta a pluralidade como uma luta fratricida entre sindicatos para aumentar seus quadros e poder com o conseqüente fracionamento. Segadas Vianna sustenta essa afirmação com “a experiência da pluralidade sindical em nosso País, com a lei de 1934”, esclarecendo que “foi dolorosa para o movimento sindical com a fragmentação e o enfraquecimento de um sindicalismo incipiente”. A lista das entidades presentes ao Ato Público: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica-ABINEE Associação dos Servidores de Botucatu - UNESP Câmara de Dirigentes Lojistas de Guarulhos Centro da Indústria do Estado de São Paulo Confederação Nacional dos Trabalhadores no Com. - CNTC Fecomércio-Goiás Fecomércio-RJ Federação da Agricultura do Estado de São Paulo Federação da Indústria do Estado de São Paulo Federação dos Empregados de Agentes Autônomos do Com. do Estado de São Paulo Federação dos Empregados em Postos de Combustíveis e Derivados de Petróleo Federação dos Empregados no Com. do Estado de São Paulo Federação dos Empregados no Com. Hoteleiro e Similares do Estado de São Paulo Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos no Estado de São Paulo Federação dos Taxistas Autônomos no Estado de São Paulo Federação dos Trabalhadores nas Empresas de Refeições Coletivas de São Paulo Federação dos Trabalhadores no Com. de Minérios e Derivados de Petróleo de São Paulo - FEPETROL - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho - FENATEST Frente Empresarial Pró-ltaquaquecetuba Sindicato da Indústria do Papel de São Paulo Sindicato da Indústria do Vidro de São Paulo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis, de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no ESP Sindicato das Empresas de Turismo no Estado do Paraná Sindicato das Empresas e Proprietários de Serviços de Reboque, Resgate, Guincho e Remoção de Veículos no Estado de São Paulo Sindicato das Indústrias Panificação e Confeitaria de Santo André Sindicato do Com. Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo - SINCOPETRO REFORMA SINDICAL 44 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 45 SCVCF ANUÁRIO 2005 A lista das entidades presentes ao Ato Público: Sindicato do Com. Varejista de Londrina - PR Sindicato do Com. Varejista de Três Lagoas - MS Sindicato dos Bancários de Piracicaba Sindicato dos Bibliotecários no ESP Sindicato dos Condomínios de Niterói e São Gonçalo Sindicato dos Contabilistas de São Paulo Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo - SCIESP Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de São Paulo - SINDASP Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Com. de Americana e Região Sindicato dos Empregados em Transportes de Passageiros Metropolitano - SINTRAM/Franca Sindicato dos Empregados em Transportes de Passageiros Metropolitano - SINTRAM/SP Sindicato dos Empregados no Com. de Americana Sindicato dos Empregados no Com. de Araraquara Sindicato dos Empregados no Com. de Avaré Sindicato dos Empregados no Com. de Bauru Sindicato dos Empregados no Com. de Bebedouro Sindicato dos Empregados no Com. de Botucatu Sindicato dos Empregados no Com. de Bragança Sindicato dos Empregados no Com. de Campinas Sindicato dos Empregados no Com. de Caraguatatuba Sindicato dos Empregados no Com. de Catanduva Sindicato dos Empregados no Com. de Cruzeiro Sindicato dos Empregados no Com. de Dracena Sindicato dos Empregados no Com. de Franca Sindicato dos Empregados no Com. de Garça/ SP Sindicato dos Empregados no Com. de Guaratinguetá Sindicato dos Empregados no Com. de Guarulhos Sindicato dos Empregados no Com. de Itapetininga, Tatuí e Região Sindicato dos Empregados no Com. de Itapira Sindicato dos Empregados no Com. de Itú Sindicato dos Empregados no Com. de Jacareí Sindicato dos Empregados no Com. de Jales Sindicato dos Empregados no Com. de Limeira REFORMA SINDICAL 45 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 46 SCVCF ANUÁRIO 2005 A lista das entidades presentes ao Ato Público: Sindicato dos Empregados no Com. de Lins Sindicato dos Empregados no Com. de Lorena Sindicato dos Empregados no Com. de Marília Sindicato dos Empregados no Com. de Matão Sindicato dos Empregados no Com. de Piracicaba Sindicato dos Empregados no Com. de Presidente Venceslau Sindicato dos Empregados no Com. de Registro Sindicato dos Empregados no Com. de Ribeirão Preto Sindicato dos Empregados no Com. de Rio Claro Sindicato dos Empregados no Com. de Santo André Sindicato dos Empregados no Com. de Santos Sindicato dos Empregados no Com. de São Carlos e Região Sindicato dos Empregados no Com. de São João da Boa Vista Sindicato dos Empregados no Com. de São José do Rio Preto Sindicato dos Empregados no Com. de São José dos Campos Sindicato dos Empregados no Com. de São Paulo Sindicato dos Empregados no Com. de Sorocaba Sindicato dos Empregados no Com. de Taubaté Sindicato dos Empregados no Com. de Tupã Sindicato dos Frentistas de São Paulo Sindicato dos Minérios de Campinas Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Ramo de Transportes de Empresas de Cargas Secas e Molhadas de Osasco e Região Sindicato dos Motoristas Urbanos de São Paulo Sindicato dos Nutricionistas do Estado de São Paulo - SINESP Sindicato dos Práticos em Farmácia - SINPRAFARMA Sindicato dos Práticos em Farmácia de Presidente Prudente Sindicato dos Salões Cabeleireiros Instituto de Beleza e Similares do Estado do Paraná Sindicato dos Servidores Municipais de Araçatuba - SISEMA Sindicato dos Taxistas Autônomos de Itapeva Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Empregados de Empresas de Processamento de Dados no Estado de São Paulo REFORMA SINDICAL 46 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 47 SCVCF ANUÁRIO 2005 A lista das entidades presentes ao Ato Público: Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Jundiaí Sindicato dos Trabalhadores Gráficos Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Guarulhos Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Marília Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Araçatuba Sindicato dos Vendedores e Viajantes no Com. do Estado de São Paulo Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários-SIMEFRE Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores - SINDIPEÇAS Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos Sindicatos dos Empregados de Clubes Esportivos e em Federações, Confederações e Academias Esportivas no Estado de São Paulo Sindicatos dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Estado de São Paulo - Sintec/SP SINDILOJAS - Sindicato do Com. Varejista no Estado de Goiás União Intersindical Empresarial - UNISEMPRE Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Bijuterias do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Couros e Peles de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Frutas do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Louças, Tintas e Ferragens de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Madeiras do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Maquinismos em Geral, Equipamentos e Componentes para Informática da Grande São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Materiais de Construção no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Produtos Químicos e Petroquímicos no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Sacaria em Geral do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e não Ferrosa do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuários e Armarinhos do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Atacadista de Vidro Plano, Cristais e Espelhos no Estado de São Paulo Sindicato do Com. Atac., Importador, Exportador e Distribuidor de Peças, Acessórios e Componentes PI Veículos em Geral Sindicato Nacional do Comércio Atacadista de Papel e Papelão Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo REFORMA SINDICAL 47 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 48 SCVCF ANUÁRIO 2005 A lista das entidades presentes ao Ato Público: Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Calçados de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Carvão Vegetal e Lenha no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Livros de São Paulo Sindicato do Com. Varejista de Mat. de Constr., Maquinismos, Ferragens, Tintas, Louças e Vidros da Grande SP Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo e Região Sindicato do Comércio Varejista de Material Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Material Médico, Hospitalar e Científico do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Pneumáticos de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Veículos Automotores Usados no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista nos Mercados de São Paulo Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo Sindicato dos Leiloeiros no Estado de São Paulo Sindicato das Agências de Correio Franqueadas do Estado de São Paulo Sindicato das Auto Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores no Estado de São Paulo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Adm. de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo Sindicato das Empresas de Refeição-Convênio do Estado de São Paulo Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo Sindicato das Empresas Distribuidoras de Jornais e Revistas no Estado de São Paulo Sindicato das Empresas e Proprietários de Serv. de Reboque, Resgate, Guincho e Remoção de Veículos do Esp Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos e Máquinas de Terraplenagem do Estado de São Paulo Sindicato das Empresas Locadoras de Filmes em Vídeo Cassete do Estado de São Paulo Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo REFORMA SINDICAL 48 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 49 SCVCF ANUÁRIO 2005 A lista das entidades presentes ao Ato Público: Sindicato de Lavanderias e Similares do Município de São Paulo e Região Sindicato dos Agentes da Propriedade Industrial do Estado de São Paulo Sindicato dos Cemitérios Particulares do Brasil Sindicato dos Classificadores de Produtos de Origem Vegetal, Animal e Mineral do Estado de São Paulo Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Carga e Logística do Estado de São Paulo Sindicato dos Comissários e Consignatários do Estado de São Paulo Sindicato dos Corretores de Café de São Paulo Sindicato dos Corretores de Mercadorias de São Paulo Sindicato dos Despachantes no Estado de São Paulo Sindicato dos Exportadores e Importadores de Grãos e Oleaginosas do Estado de São Paulo Sindicato dos Institutos de Beleza e Cabeleireiros de Senhoras do Estado de São Paulo Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo Sindicato dos Permissionários em Pontos Fixos nas Vias e Logradouros Públicos do Município de São Paulo Sindicato dos Representantes Comerciais e das Empresas de Representação Comercial do Estado de São Paulo Sindicato dos Salões de Barbeiros e Cabeleireiros para Homens de São Paulo Sindicato dos Salões de Bilhares de São Paulo Sindicato Nacional dos Administradores de Consórcio Sindicato do Comércio Atacadista de Café no Estado de São Paulo Sindicato do Comércio Varejista de Adamantina Sindicato do Comércio Varejista de Americana e Região Sindicato do Comércio Varejista de Andradina Sindicato do Comércio Varejista de Araçatuba Sindicato do Comércio Varejista de Araraquara Sindicato do Comércio Varejista do Município de Assis Sindicato do Comércio Varejista de Atibaia Sindicato do Comércio Varejista de Barretes Sindicato do Comércio Varejista de Bauru Sindicato do Comércio Varejista de Bebedouro Sindicato do Comércio Varejista de Birigui Sindicato do Comércio Varejista de Botucatu Sindicato do Comércio Varejista de Bragança Paulista Sindicato do Comércio Varejista de Campinas REFORMA SINDICAL 49 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 50 SCVCF ANUÁRIO 2005 A lista das entidades presentes ao Ato Público: Sindicato do Comércio Varejista de Feirantes e Vendedores Ambulantes de Campinas Sindicato dos Lojistas do Comércio de Campinas e Região Sindicato do Comércio Varejista de Catanduva Sindicato do Comércio Varejista de Cruzeiro Sindicato do Comércio Varejista de Fernandópolis Sindicato do Comércio Varejista de Franca Sindicato do Comércio Varejista de Guaratinguetá Sindicato do Comércio Varejista de Guarulhos Sindicato do Comércio Varejista de Itapetininga Sindicato do Comércio Varejista de Itapeva Sindicato do Comércio Varejista de Itapira Sindicato Patronal do Comércio Varejista do Município de Itararé Sindicato do Comércio Varejista de Itu Sindicato do Comércio Varejista de Jaboticabal Sindicato do Comércio Varejista do Município de Jacareí Sindicato do Comércio Varejista de Jales Sindicato do Comércio Varejista de Jaú Sindicato do Comércio Varejista de Feirantes e Vendedores Ambulantes de Jundiaí Sindicato do Comércio Varejista de Jundiaí e Região Sindicato do Comércio Varejista de Limeira Sindicato do Comércio Varejista de Lins Sindicato do Comércio Varejista de Lorena Sindicato do Comércio Varejista de Lucélia Sindicato do Comércio Varejista de Marília Sindicato do Comércio Varejista de Matão Sindicato do Comércio Varejista de Mirassol Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes Sindicato do Comércio Varejista do Município de Mogi-Guaçu Sindicato do Comércio Varejista de Mogi-Mirim Sindicato do Comércio Varejista do Município de Novo Horizonte Sindicato do Comércio Varejista de Osvaldo Cruz Sindicato do Comércio Varejista de Ourinhos Sindicato do Comércio Varejista de Palmital REFORMA SINDICAL 50 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:06 Page 51 SCVCF ANUÁRIO 2005 A lista das entidades presentes ao Ato Público: Sindicato do Comércio Varejista de Penápolis Sindicato do Comércio Varejista de Pindamonhangaba Sindicato do Comércio Varejista de Piracicaba Sindicato do Comércio Varejista de Pirassununga Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente Sindicato do Comércio Varejista de Feirantes e Vendedores Ambulantes de Ribeirão Preto Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Ribeirão Preto Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto Sindicato do Comércio Varejista de Rio Claro Sindicato do Comércio Varejista de Santa Fé do Sul Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Santo André e Região Sindicato do Comércio Varejista do ABC Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes de Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, Mauá, e Ribeirão Pires Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas de Santos Sindicato do Comércio Varejista de Feirantes e Vendedores Ambulantes de São Caetano do Sul Sindicato do Comércio Varejista de São Carlos Sindicato do Comércio Varejista da Região de São João da Boa Vista Sindicato do Comércio Varejista do Município de São José do Rio Pardo Sindicato do Comércio Varejista de São José do Rio Preto Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes e Vendedores Ambulantes de São José do Rio Preto Sindicato do Comércio Varejista de São José dos Campos Sindicato do Comércio Varejista de São Roque e Região Sindicato do Comércio Varejista de Sertãozinho Sindicato do Comércio Varejista de Sorocaba Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté Sindicato do Comércio Varejista de Tupã Sindicato do Comércio Varejista de Votuporanga Sindicato das Agências de Viagens e Representações Turísticas de Ribeirão Preto e Região Sindicato de Turismo e Hospitalidade de Ribeirão Preto Sindicato dos Salões de Barbeiros de Santo André Sindicato dos Armazéns Gerais e das Empresas de Movimentação de Mercadorias no Estado de São Paulo REFORMA SINDICAL 51 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:07 Page 52 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:08 Page 53 B O V I N O S O rebanho brasileiro bateu o recorde da população humana. Hoje, existe no Brasil mais gado que gente. Em final de 2003, dados do IBGE apontavam para a existência de 195 milhões de cabeças, enquanto que a população humana batia nos 179 milhões. Ao lado disto, a área dedicada às pastagens diminui, com avanço na qualidade da produção. Mesmo perdendo 7,5 milhões de hectares de pastagens, de 2001 a 2004 o Brasil incorporou mais 14,81 milhões de cabeças, ou todo o rebanho do Uruguai. anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:08 Page 54 SCVCF ANUÁRIO 2005 Tecnologia, ração e confinamento A tecnologia para produzir o boi foi fundamental para o ganho dos números do rebanho brasileiro. Enquanto a pecuária perde área no Sul, Sudeste e até no Centro Oeste, com ganhos de produtividade, o avanço para as regiões de fronteira fazem do Pará, Acre, Mato Grosso e Rondônia os estados onde mais cresceram cabeças de gado agricultura é atividade mais rentável que a pecuária extensiva. Esta realidade tem feito com que exista uma transformação na geografia do boi no mapa do Brasil. Enquanto as lavouras, principalmente de soja e algodão vão tomando os espaços antes dedicados à pecuária, o boi avança em estados do Norte do País. Pondera-se, na Revista da Fundação Getúlio Vargas, que muitas cabeças de gado tenham aparecido através do avanço da vacinação contra a aftosa. Já estavam lá, sem serem contabilizadas. No entanto, os aumentos mais significativos do rebanho nacional, contábeis ou não, se deram entre 1996 e 2002 com 113% no Acre, 104,2% em Rondônia, 80,6% no Pará, 42,4% em Mato Grosso e 33,1% no Tocantins (dados da Scot Consultoria). Texto Assessoria A Brasil: as cinco maiores variações estaduais de rebanho bovino Localidade 1996 1 – Acre 2002 *Variação 853.264 1.817.467 113,0% 2 – Rondônia 3.937.291 8.039.890 104,2% 3 – Pará 6.751.480 12.190.597 80,6% 15.573.094 22.183.695 42,4% 5.242.655 6.979.102 33,1% 4 – Mato Grosso 5 – Tocantins Fonte: Scot Consultoria - Variação (%) 2002 em relação a 1996 BOVINOS 54 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:08 Page 55 SCVCF Os avanços da tecnologia não podem ser deixados de lado. Foram eles que permitiram à pecuária continuar crescendo mesmo com áreas menores. Na área da nutrição, o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal estima que entre 2001 e 2003, o aumento das vendas de rações balanceadas, sem inclusão do sal mineral e do sal mineral protéico, foi de 31,7%; frise-se, em apenas três anos. A indústria de suplementos minerais seguiu pelo mesmo caminho, com aumento de 10% nas vendas de 2002 para 2003, esperando novo aumento de 12% em 2004. ANUÁRIO 2005 A forma de produzir o gado também está sendo revolucionada. O semiconfinamento atingiu 2,8 milhões de cabeças, com um crescimento de 10% entre 2002 e 2003. Para o confinamento, o mesmo período alcançou 7% de crescimento, com 1,6 milhões de cabeças. As perspectivas para 2004 indicavam para os dois uma soma de mais de 5 milhões de cabeças de gado. As vendas de sêmen bovino, que em 1983 negociavam 1,17 milhões de doses bateram os 7,473 milhões em 2003, com crescimento de 536% (dados da Asbia Associação Brasileira de Inseminação Artificial). Seqüência comum do processo de intensificação Etapas Cria Recria / engorda Ciclo completo 1 - Mineralização do rebanho x x x 2 - Sal com uréia na seca x x x 4 - Programas sanitários de acordo com recomendação x x x 5 - Genética e cruzamentos x x x 6 - Melhoria das estruturas de pastos e corredores x x x 7 - Rotação de pastagens sem planejamento x x x 8 - Estação de monta x x 9 - Creep-feeding x x 10 - Inseminação artificial x x 11 - Semiconfinamento x x 12 - Rotação de pastagens com planejamento x x x 13 - Suplementação com volumosos na seca x x x x x 14 - Confinamento 15 - Adubações corretivas e de reposição em pastagens x x x 16 - Controle químico de invasoras x x x 17 - Adubações intensivas em áreas de pastagens x x 18 - Suplementação concentrada a pasto no verão x x 19 - Crescimento da área intensificada e de confinamento x x 20 - Maior exploração do potencial das forragens x x Fonte: Scot Consultoria BOVINOS 55 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:08 Page 56 SCVCF ANUÁRIO 2005 A disputa com a agricultura Entre 200l e 2003, a agricultura da soja, do algodão, do trigo, arroz e cana-de-açúcar fizeram encolher as áreas de pastagens em 4,9 milhões de hectares A rentabilidade chega a ser cinco vezes maior que a da pecuária e o aumento do custo da terra é decisivo na transição para a lavoura. As previsões apontam para que nos próximos anos mais de 10 milhões de hectares cedam espaço para a agricul- tura. Apenas em 2004, o recuo estimado era de 2,5 milhões de hectares, totalizando 171,10 milhões. A transição vem sendo estudada pelos institutos de pesquisa agrícolas, como a Embrapa, com a perspectiva de permitir até mesmo a preservação da floresta amazônica, sem a ocupação desordenada, com o surgimento de 20 milhões de hectares de terras integradas em 10 anos, relata Cesário Ramalho da Silva, da Sociedade Rural Brasileira, em reunião do CNPC, Conselho Nacional da Pecuária de Corte. Brasil: variação das áreas de pastagem Localidade Área de pastagem 2001 (milhões de ha) Área de pastagem 2003 (milhões de ha) 179,201 174,293 -2,74% Rondônia 4,423 4,478 1,24% Pará 7,455 7,519 0,86% Tocantins 11,078 11,025 -0,48% Bahia 14,489 14,513 0,17% Minas Gerais 25,348 25,013 -1,32% São Paulo 10,109 9,877 -2,29% 6,677 5,540 -17,03% Rio Grande do Sul 11,680 11,013 -5,71% Mato Grosso do Sul 21,810 21,271 -2,47% Mato Grosso 21,452 19,945 -7,02% Goiás 19,404 18,833 -2,94% Brasil Paraná *Diferença (%) Fonte: Scot Consultoria diferença (%) 2003 em relação a 2001 Brasil: variação do rebanho bovino e da área de pastagem Referência 2001 2002 2003* 2004** Área de pastagem (milhões de hectares) 179,20 176,75 174,29 171,70 Rebanho (milhões de cabeças) 176,39 185,35 188,27 191,20 Fonte: IBGE / MAPA / Scot Consultora - *estimativa; **previsão BOVINOS 56 anuario 2005.qxd SCVCF 4/1/2006 12:08 Page 57 ANUÁRIO 2005 Cadeia Produtiva exporta U$ 5,575 bilhões em 2004 Texto Assessoria O couro foi responsável por U$ 1,4 bilhão, os calçados por U$ 1,8 bilhão, e a carne bovina por U$ 2,457 bilhões Em 2004 o Brasil consolidou sua posição de liderança no mercado mundial de carne bovina. Foram embarcadas 1.939 toneladas, sendo 1.359 toneladas “in natura” e 579 mil toneladas em carne industrializada. Em valores, no entanto, a Austrália lidera o ranking (somente a exportação de carne industrializada australiana somou U$ 3,58 bilhões, beneficiada por mercados que valorizam o produto, como Japão e Coréia do Sul). Nós estamos fora desses mercados asiáticos por questões sanitárias, como também fora dos mercados dos EUA, Canadá e México para a carne “in natura”. A questão sanitária é a aftosa. Mas em 2004, os mercados consumidores mundiais pagaram mais pela carne brasileira. O aumento na carne “in natura” foi de 13,98%, e na carne industrializada de 8,32%. A lata perdeu mercado invertendo a situação desde 1998, de 30 para 70%, para 70 “in natura” e 30% a carne industrializada, em volume. Em 2004, o Brasil, que era o país que mais ganhava espaço no mercado mundial, ganhou 36 novos mercados, elevando o número de destinos da carne nacional para 143 países. Este era o quadro até o aparecimento da febre aftosa no final de 2005, quando as perspectivas se inverteram para o nosso País. Sem dúvida, es- BOVINOS 57 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:08 Page 58 ANUÁRIO 2005 Texto Assessoria SCVCF te fato desastroso para a economia nacional vai causar muitos danos que ainda estão por vir. O governo deixou de investir, a fronteira seca permite que venham e vão do Paraguai muitas cabeças de gado atrás de preços e novos mercados. Antes, a perspectiva era totalmente favorável, pois argumentava o Anuário da DBO, uma experiência estava sendo realizada pelos novos mercados com o Brasil. Novos países consumidores costumam comprar pouco, para no ano seguinte fazerem importações maiores. A revista cita o exemplo da Argélia, que comprou 8,5 mil toneladas em 2003 e quintuplicou suas importações no ano seguinte, chegando a 38,6 mil toneladas. Para a Ve- nezuela, a mesma experiência foi feita com 300 toneladas e 10,7 mil toneladas. Com certeza, a conclusão que se tira é de que a expansão de 36 novos mercados em 2004 deveria gerar volumes maiores de venda em 2005. Os maiores importadores, com compras acima de U$ 100 milhões também estavam expandindo, passando de um total de três para sete países: Rússia, Holanda e Chile, que já faziam parte da lista, somados a Egito, Itália, Reino Unido e Irã, que agora integravam a lista. Para a carne industrializada também evoluíram as compras do Reino Unido, que passaram dos U$ 100 milhões, somando-se aos EUA. Exportação de carne bovina in natura e industrializada Ano Volume (mil toneladas) carne in natura Volume total (mil toneladas) Receita total (mil dólares) carne industrial 2004 1.359 579 1.939 2.457 2003 811 451 1.362 1.509 2002 632 401 1.033 1.086 2001 541 336 878 1.013 2000 277 336 613 792 1999 220 352 572 761 1998 118 270 388 590 Fontes: Abiec/Secex/SPC-Mapa BOVINOS 58 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:08 Page 59 SCVCF ANUÁRIO 2005 A questão da aftosa mprego e renda são dois objetivos a serem perseguidos principalmente para os paises em desenvolvimento diante da economia globalizada. No centro do mundo, estadistas fazem cálculos de quanto devem cobrar de impostos de importação em seus países por perderem a capacidade de produzir e competir com determinadas mercadorias. Esses impostos servirão para cobrir, em parte, a queda no emprego e na renda que os produtos ali produzidos geravam. A primeira medida tomada por frigoríficos já era sentida em final de outubro de 2005: concessão de férias coletivas. Centrais sindicais e patrões já iniciavam negociações que poderiam gerar a liberação de créditos tributários de PIS, Cofins e ICMS para evitar demissões. O quadro do emprego em frigoríficos nas regiões atingidas, segundo a Folha de São Paulo, era o seguinte: só no Estado de São Paulo trabalham 70 mil pessoas no setor de carne e derivados. No Paraná, são mais 30 mil trabalhadores, enquanto o Brasil inteiro emprega 250 mil pessoas nesse setor. Ao lado desses trabalhadores, há de somar-se o pessoal que trabalha com o transporte de gado, um dos elos da Cadeia Produtiva Bovina que mais emprega mão-de-obra. Do lado da renda, autoridades do governo na área agrícola estimavam perdas da ordem de R$ 500 milhões a R$ l bilhão, enquanto o trabalho de consultorias dava cenário mais otimista, com uma perda da ordem de R$ 200 milhões, mas apenas para encerrar o ano de 2005. A questão central naquele momento era a liberação, por parte da União Européia, das importações com origem no Estado de São Paulo. O estudo da MB Associados fazia previsões de que caso persistisse o embargo, seria E BOVINOS difícil abastecer o mercado internacional com importações de outros países, como Argentina e Austrália, pois estes já se encontravam no limite de sua produção. Outros Estados brasileiros também não teriam capacidade industrial de processar tamanha quantidade de carnes. A expectativa era a liberação da carne desossada, que não traz o risco de contaminação. A suspensão ou restrição das importações atingiu um pico de 35 países nos primeiros momentos. Mas os males que revela vão adiante. Alguns comentam que a carne brasileira estava prestes a desembarcar nos Estados Unidos e no Japão, mercados que poderiam pagar mais pela carne fresca, já que os EUA são firmes importadores de carne industrializada. Quanto às responsabilidades, o jogo de empurra-empurra começou cedo. O governo, que deixou de aplicar recursos na sanidade dos rebanhos, na figura do próprio presidente da República, culpou os produtores. A primeira fazenda infectada fica a 30 km do Paraguai. Por essa fronteira, segundo reportagem da Revista Veja, passam armas, drogas e também gado irregular, já que o preço dos animais no Brasil é 30% superior. Uma fronteira seca, sem fiscalização, falta de verbas e pessoas gananciosas. Esse é o quadro da volta dos casos de aftosa no Estado do Mato Grosso do Sul, onde estão perto de 20 milhões de cabeças de gado. Vão ter que ficar lá, por um bom tempo. Na matéria da Veja, o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Mato Grosso do Sul, Roberto Rachid Bacha, declara que a compra de Guias de Trânsito Animal GTAs, é uma prática muito comum na região. Essas guias comprovam que o gado veio de outro destino, como tam- 59 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:09 Page 60 SCVCF ANUÁRIO 2005 O sacrifício dos animais contaminados Abate de bovinos no foco de aftosa no Pará, em junho de 2004 bém atestam que foi vacinado. Segundo a Veja, a Polícia Federal mantém pelo menos dez inquéritos em andamento sobre o assunto. Uma das investigações, que indica a falsificação de 475 guias, só não avança porque o Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal do MS) não fornece as informações para a polícia. Luiz Vezozzo, um dos proprietários da fazenda onde surgiu o foco de aftosa, ainda segundo a Veja, se diz surpreendido porque vacinou o seu rebanho. Quer ser indenizado. Além de 142 animais doentes, perdeu 584 cabeças de gado e oito porcos, para que o risco de propagação da aftosa fosse contido. Lançaram-se dúvidas sobre a vacina, mas o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal, Emílio Salani, garante que “não me recordo de nenhum caso de apareci- BOVINOS mento da doença depois da utilização correta desse tipo de vacina”. Agora, o governo acena com verbas, acena com programas de rastreabilidade bovina. A primeira tentativa foi a de fechar o cerco sobre a região atingida, eliminando o problema para o resto do País. Quando às suspeitas de novos focos, elas atingiram regiões de vários Estados da Federação. Todo o dia a imprensa trazia uma nova nota sobre um rebanho suspeito aqui e ali. A aftosa parece ensinar a todos que é necessário uma rede de técnicos capazes por todo o Brasil, juntamente com estruturas eficientes e que possam agir com precisão, não só para a aftosa, mas para outros problemas de saúde animal que venham a atingir rebanhos. Esse é o principal ganho que a luta contra esta enfermidade trará ao nosso País. 60 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:10 Page 61 SCVCF ANUÁRIO 2005 Exportações mundiais de carnes caem Aos maiores exportadores mundiais de proteína animal interessa de perto as importações mundiais no mercado internacional o mundo, a produção de carnes aumenta enquanto as trocas, importações e exportações diminuem. A causa são problemas sanitários como a Vaca Louca e a Influenza Aviária. Ao contrário da diminuição das exportações da carne bovina (aumento da produção em 1,3% e queda do comércio mundial em 6,6%, com elevação do preço médio em 12%) e da carne de aves (aumento de preços de 24%, produção maior em 1,5% e queda nas exportações de 2,4%) a carne suína consolidou ainda mais sua posição no mercado mundial. Veja os resultados: • aumento de produção de 2,3% • aumento das exportações de 4,7% • aumento na participação total mundial para 39% • (Bovinos ficaram com 24% e Aves 30%) • Para o consumo mundial: Aves: estáveis Bovinos: estáveis Suínos: aumento de 1,2% Caprinos e Ovinos: aumento de 5,2% (nota: caprinos e ovinos representam 4,7% do mercado) N O consumo mundial de carne bovina foi de 22,5 quilos per capita no mundo desenvolvido • e de 6,5 quilos no mundo em desenvolvimento • média mundial de 9,8 quilos Conclusão: por aqui se tem uma idéia de que o mercado tende a aumentar com o aumento da renda em países em desenvolvimento. • O Brasil produz 12% do total de carnes do mundo, abaixo apenas dos EUA, que ficam com 17% (2004) • No volume do comércio mundial o Brasil fica com 22,8% Produção e consumo mundial de carnes1 Produção2 Suína Avícola Bovina Ovina e caprina Total mundial 3 Consumo per capita2 2005 2004 2003 2005 2004 2003 103,6 100,9 98,6 16,3 15,9 15,7 79,9 77,2 76 12,6 12,1 12,1 63 62,2 61,4 9,9 9,8 9,8 12,9 12,6 12,3 2,0 2,0 1,9 264,3 257,9 253,1 41,6 40,6 40,3 Produção em milhões de toneladas equivalente-carcaça e consumo em kg hab./ano equivalenle-carcaça. Os dados de 2004 são estimados e os de 2005 preliminares. 3Inclui estas e outras carnes. Fonte: FAO, dez, 2004 1 2 BOVINOS 61 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:10 Page 62 SCVCF ANUÁRIO 2005 Principais produtores mundiais de carne bovina1 Consumo2 Produção 2005 2004 2003 2005 2004 11,1 11,1 11,9 43,1 43,2 Brasil 8,0 7,7 7,2 37,3 35,8 União Européia 7,3 7,3 7,5 19,9 20,0 China 7,1 6,7 6,3 5,5 5,1 Índia 3,3 3,2 3,0 2,7 2,6 Argentina 2,7 2,9 2,8 58 63,6 Austrália 2,0 2,1 1,9 43,2 42,9 Federação Russa 1,5 1,9 2,0 17,3 17,4 México 1,6 1,7 1,5 17,8 18,4 Canadá 1,6 1,4 1,2 35,8 33,4 63,0 62,2 61,4 9,9 9,8 264,3 257,9 253,1 41,6 40,6 Estados Unidos Total mundial Total mundial de carnes*** Os números referentes a 2005 são preliminares e os de 2004 estimados. Os dados de produção estão em milhões 2 Consumo per capita em kg hab./aw equivalente-carcaça: 3lnclui as carnes de toneladas equivalenle-carcaça. bovina, avícola, suma, ovina e outras. Fonte: FAO, dez/2004. 1 Brasil – Paraguai 2004 2003 Carne in natura* US$ 1.000 Toneladas Imp. 34.639 31.336 Exp. 0 0 Imp. 28.550 40.850 Exp. 0 0 Carne industrializada* US$ 1.000 Toneladas 135 250 639 1.555 0 0 397 1.132 Total US$ 1.000 Toneladas 34.774 31.586 639 1.555 28.550 40.850 397 1.132 * Dados em equivalente-carcaça. Valores em US$ 1.000 FOB. A comercialização se completa com USS 237.000 exportados de animais vivos em 2004 e mais US$ 170.000 em 2003. Fonte: Secretaria de Produção e Comercialização, Mapa. Brasil – Uruguai 2004 Exp. 1.066 682 2003 Imp. 14.070 9.031 Exp. 22 33,6 Carne in natura* US$ 1.000 Toneladas Imp. 14.271 7.131 Carne industrializada* US$ 1.000 Toneladas 8 10,4 89 158 1,4 2,5 46,4 85 Total US$1.000 Toneladas 14.279 7.141,4 1.155 840 14.071,4 9.033,5 68,4 118,6 * Dados em equivalente-carcaça. Valores em US$ 1.000 FOB. A comercialização se completa com USS 237.000 exportados de animais vivos em 2004 e mais US$ 170.000 em 2003. Fonte: Secretaria de Produção e Comercialização, Mapa. BOVINOS 62 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:11 Page 63 SCVCF ANUÁRIO 2005 Brasil – Argentina 2004 2003 Carne in natura* US$1.000 Toneladas Imp. 23.013 9.112 Exp. 0 0 Imp. 17.321 7.964 Exp. 0 0 Carne industrializada* US$ 1.000 Toneladas 7 5,8 0 0 22 2,5 25,6 32,5 Total US$1.000 Toneladas 23.020 9.117,8 0 0 17.343 7.966,5 25,6 32,5 * Dados em equivalenle-carcaça. Valores em USS 1.000 FOB. Fonte: Secretaria de Produção e Comerdalização, Mapa. No mercado interno, o consumidor poderá ser beneficiado pela crise gerada pela aftosa. Os preços devem cair. anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:11 Page 64 SCVCF ANUÁRIO 2005 Principais exportadores mundiais de carne bovina1 2005 2004 2003 Brasil 1.400 1.300 1.023 Austrália 1.180 1.225 1.143 Nova Zelândia 450 530 506 Argentina 480 430 328 Canadá 460 420 355 Índia 400 375 346 Uruguai 325 310 256 União Européia2 300 310 379,5 Estados Unidos 350 196 1.105 90 100 165 5.950,6 5.685 6.069,5 13.756,8 13.396,2 13.406,2 Ucrânia Total mundial Total mundial outras carnes3 1 Em mil toneladas equivalenle-carcaça. Os dados referentes ao ano de 2005 são preliminares e os de 2004 estimados. 2 Exclui o comércio intra-regional. 31nclui as carnes avícolas, suína, mina e outras. Fonte: FAO dez/2004 Principais importadores mundiais de carne bovina1 2005 2004 2003 1.560 1.530 1.281 Federação Russa 690 630 630 Japão 650 550 770 União Européia2 520 500 476,5 México 300 250 349 Rep. da Coréia 300 230 380 Chile 170 170 160 Egito 145 140 123 Canadá 80 85 273 Taiwan 85 77 92 5.967 5.616,3 5.943,6 13.793,9 13.459,2 13.511,6 Estados Unidos Total mundial Total mundial outras carnes3 Em mil toneladas equivalente-carcaça. Os dados referentes ao ano de 2005 são preliminares e os de 2004 estimados. 2 Exclui o comércio intra-regional. 31nclui a avícola, suína, ovina e outras carnes. Fonte: FAO dez/2004 1 BOVINOS 64 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:11 Page 65 SCVCF ANUÁRIO 2005 Para onde vendem os principais concorrentes do Brasil (*) Exportador Comprador Austrália Estados Unidos Japão Coréia do Sul China Taiwan Canadá Nova Zelândia Mil toneladas Exportador Comprador 489,7 375,3 82,5 45,9 41,0 38,8 Índia Malásia Filipinas Jordânia Angola Geórgia Estados Unidos Canadá Coréia do Sul China Taiwan 288,9 54,2 34,0 30,1 28,6 União Européia Rússia Angola Leste Europeu lugoslávia Argentina Alemanha Rússia Argélia Estados Unidos Chile 36,5 31,0 29,6 27,0 26,3 Canadá Estados Unidos México Japão 323,2 30,7 7,9 Uruguai Estados Unidos Canadá Israel Argélia Estados Unidos Japão México Coréia do Sul Canadá Taiwan Mil toneladas 80,4 49,5 36,8 30,5 21,7 260,4 18,7 11,3 9,2 77,8 50,3 25,8 20,6 382,6 262,9 253,5 106,0 20,2 Fonte; FAO (*) dados de 2003, mas pela ordem de importância de 2004. EMBALAGENS PLÁSTICAS Sacolas plásticas lisas e impressas, sacos plásticos, bobinas picotadas e açougue, bandejas isopor, filme pvc esticável. FABRICAÇÃO PRÓPRIA. Av. Serafim Gonçalves Pereira, 30 - Pq. Novo Mundo - São Paulo - SP Cep 02179-000 - Tel: 6955-1444 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:11 Page 66 SCVCF ANUÁRIO 2005 Veja o comportamento dos preços no atacado e varejo de 2002 ao 1º semestre de 2005 da carne bovina: Pesquisa: Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo Tabela do ano de 2002 Mês Traseiro Dianteiro C/Filet Acém @ Janeiro 3,47 2,23 8,50 4,20 47,00 Fevereiro 3,53 2,12 8,70 4,15 46,00 Março 3,47 2,17 8,60 4,35 45,00 Abril 3,40 2,10 8,50 4,20 43.00 Maio 3,27 2,05 8,40 4,20 43,00 Junho 3,18 1,95 8,40 4,30 44,00 Julho 3,20 2,15 8.50 4,50 45,00 Agosto 3,55 2,55 8,60 4,70 51,00 Setembro 3,68 2,43 8,70 4,70 51,00 Outubro 3,95 2,57 8,80 5,00 57,00 Novembro 4,40 2,80 9,20 5,65 60,00 Dezembro 4,45 2,85 9,50 5,40 61,00 Traseiro Dianteiro C/Filet Acém @ Janeiro 4,20 2,70 9,90 5,50 58,00 Fevereiro 4,10 2,70 9,80 5,50 58.00 Março 4,00 2,60 9,75 5,60 57,00 Abril 4,00 2,60 9,78 5,60 57,00 Maio 3,70 2,40 9,45 5,35 54,00 Junho 3,70 2,40 9,47 5,40 55,00 Julho 3,90 2,60 9,80 5,80 56,00 Agosto 4,10 3,00 9,90 5,90 58,00 Setembro 4,30 3,00 10,10 5,90 60,00 Outubro 4,50 3,00 10,80 6,00 60,00 Novembro 4,50 2,90 10,85 6,00 60,00 Dezembro 4,60 3,10 10,90 6,10 61,00 Tabela do ano de 2003 Mês BOVINOS 66 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:11 Page 67 SCVCF ANUÁRIO 2005 Veja o comportamento dos preços no atacado e varejo de 2002 ao 1º semestre de 2005 da carne bovina: Pesquisa: Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo Tabela do ano de 2004 Mês Traseiro Dianteiro C/Filet Acém @ Janeiro 4,50 2,60 11,50 6,10 60,00 Fevereiro 4,50 2,70 11,30 6,00 59,50 Março 4,40 2,60 10,80 5,90 59,00 Abril 4,00 2,60 10,20 5,70 60,00 Maio 4,10 2,40 10,30 5,60 61,00 Junho 4,10 2,80 10,35 5,65 62,00 Julho 4,20 2,90 10,45 5,50 62,00 Agosto 4,40 2,90 10,90 5,70 63,00 Setembro 4,50 2,90 11,00 5,75 62,00 Outubro 4,60 2,90 11,50 5,80 62,00 Novembro 4,70 2,90 11,90 6,00 62,00 Dezembro 4,80 3,10 12,20 6,50 63,50 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:11 Page 68 SCVCF ANUÁRIO 2005 Veja o comportamento dos preços no atacado e varejo de 2002 ao 1º semestre de 2005 da carne bovina: Pesquisa: Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo Tabela do ano de 2005 Mês Traseiro Dianteiro C/Filet Acém @ Janeiro 4,60 2,70 11,45 5,60 60,50 Fevereiro 4,70 2,90 11,75 5,95 59,00 Março 4,30 3,00 10,40 6,05 58,00 Abril 4,10 2,90 10,00 6,00 57,00 Maio 4,00 2,90 10,30 6,05 56,50 Junho 3,90 3,00 10,10 6,20 55,50 Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro BOVINOS 68 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:11 Page 69 SCVCF ANUÁRIO 2005 Estatística da Produção Animal, Número de Bovinos Enviados ao Abate e de Bubalinos, por Região Administrativa (RA), Estado de São Paulo, 2004 RA Bovinos enviados ao abate durante o ano Quantidade Peso total2 Peso total2 (cabeça) (arroba) (t) Araçatuba 728.461 10.926.919 163.904 470 7.043 106 98.290 1.474.355 22.115 Bauru 444.372 6.665.575 99.984 Campinas 333.554 5.003.307 75.050 Central 111.670 1.675.046 25.126 Franca 121.281 1.819.213 27.288 Marília 518.855 7.782.820 116.742 Presidente Prudente 965.753 14.486.301 217.295 Registro 36.563 548.443 8.227 Ribeirão Preto 71.893 1.078.398 16.176 São José do Rio Preto 768.194 11.522.907 172.844 São José dos Campos 112.110 1.681.648 25.225 8.065 120.981 1.815 620.502 9.307.529 139.613 4.940.032 74.100.485 1.111.507 Baixada Santista Barretos São Paulo Sorocaba Estado Não foram usados os dados fornecidos pela CATI. Calculada multiplicando a soma do número de bovinos para corte e misto por 0,40 (uma aproximação da taxa de abate). 2 Não foram usados os dados fornecidos pela CATI. Calculado multiplicando a quantidade de bovinos enviados ao abate pelo peso médio de abate (15 arrobas). 1 Vaca louca Brasil: rebaixamento na classificação de risco A União Européia (UE) e a Organização Internacional de Epizootias (OIE) rebaixaram a classificação do Brasil quanto ao risco da encefalopatia espongiforme bovina (EEB), doença conhecida como mal da Vaca Louca. Na classificação da UE, o País passou do status GBR1 (possibilidade altamente improvável de ter casos clínicos da doença) para o GBR 2 (possibilidade improvável, mas não excluída de desenvolver a enfermidade). Na OIE, passou de risco 1 para risco 2. BOVINOS 69 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:11 Page 70 SCVCF ANUÁRIO 2005 Estatísticas da Produção Animal, Número Atual de Bovinos por Categoria, por Região Administrativa (RA), Estado de São Paulo, 2004 (em cabeça) RA Para corte Para leite Misto Total Araçatuba 1.094.713 44.219 694.239 1.833.171 178 290 975 1.443 Barretos 109.798 43.896 131.583 285.277 Bauru 895.013 105.503 196.273 1.196.789 Campinas 401.146 163.989 417.994 983.129 Central 168.072 52.037 106.166 326.275 Franca 158.190 47.520 139.651 345.361 Marília 928.354 88.626 345.847 1.362.827 1.589.589 207.020 782.104 2.578.713 Registro 57.213 16.690 32.578 106.481 Ribeirão Preto 92.981 49.065 83.574 225.620 São José do Rio Preto 867.425 304.956 1.019.102 2.191.483 São José dos Campos 160.176 240.815 115.143 516.134 São Paulo 15.368 17.103 4.439 36.910 Sorocaba 869.148 260.474 654.678 1.784.300 7.407.364 1.642.203 4.724.346 13.773.913 Baixada Santista Presidente Prudente Estado Fonte: Instituto de Economia Agrícola e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral BOVINOS 70 BOVINOS 26,00 Abate (milhões) 71 573,40 230,50 Exportação (US$ milhões) Importação (US$ milhões) 311,50 490,20 261,50 285,10 237,1 440,0 195,7 278,4 5.962,3 272,8 436,0 176,6 286,7 5.709,9 35,8 5.820,0 29,1 18,64% 156,1 159,5 220,0 588,5 135,1 377,6 5.797,4 35,8 6.040,0 30,2 19,14% 157,8 161,9 1998 98,9 784,7 83,2 559,9 5.793,3 35,3 6.270,0 31,3 19,69% 159,2 164,3 1999 128,3 786,3 99,9 591,9 6.158,0 36,3 6.650,0 32,5 19,80% 164,3 169,8 2000 64,9 1.022,5 49,3 858,3 6.091,0 35,3 6.900,0 33,8 19,83% 170,6 172,3 2001 84,0 1.107,3 100,7 1.006,0 6.394,7 36,6 7.300,0 35,5 19,82% 179,2 174,9 2002 60,2 1.509,7 63,7 1.300,8 6.462,9 36,4 7.700,0 37,6 19,91% 189,1 177,4 2003 72,2 2.457,3 53,3 1.854,4 6.548,9 36,4 8.350,0 41,4 21,51% 192,5 180,0 67,7 2.782,7 50,0 2.100,0 6.700,0 36,7 8.750,0 43,1 22,03% 195,5 182,6 2004* 2005** Fonte dos dados básicos: SRF/MF, SECEX/MDIC, MAPA, EMBRAPA, IBGE, CNPC, Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, Sec. Estaduais de Agricultura. Obs.: '*Preliminar; **Estimativa; 1 Em mil toneladas em equivalente carcaça Rebanho: 1994 - PPM/IBGE; 1996 - Censo Agropecuário/IBGE; 1995 e 1997 a 2005 - Estimativas. Dados exportação: perspectiva anterior à aftosa. 195,90 Importação (mil ton. equiv. carcaça) 378,40 5.376,40 Consumo interno (mil ton. eq. carc.) 5.017,50 38,0 6.045,0 31,0 20,25% 153,1 157,1 1997 SCVCF Exportação (mil ton. equiv. carcaça) 34,50 5.400,00 27,00 17,32% 155,90 155,80 32,60 Consumo per capita (kg eq. carc.) 5.200,00 16,43% Taxa de Abate Produção/Carne (mil ton. eq. carc.)1 158,20 153,70 1996 12:11 Rebanho Bovino (milhões) População (milhões de habitantes) 1995 4/1/2006 1994 Balanço da Pecuária Bovídea de Corte (1994 a 2005) CONSELHO NACIONAL DA PECUÁRIA DE CORTE anuario 2005.qxd Page 71 ANUÁRIO 2005 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:12 Page 72 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:12 Page 73 C O U R O As exportações de couro somaram U$ 1,8 bilhão em 2004, mas este ano a indústria reclama da queda do dólar e conseqüentemente dos ganhos com a venda de calçados ao exterior. A taxação sobre as exportações de couros de menor valor agregado continua por mais tempo anuario 2005.qxd 4/1/2006 16:07 Page 74 SCVCF ANUÁRIO 2005 Sapatos O setor calçadista representa grande fonte de divisas para o País. Mas guarde as proporções, pois enquanto os chineses produzem mais de 7 bilhões de pares de sapatos por ano, o Brasil fica com apenas 10% disto (produção total) ong Kong e China são dois destinos de um único país que produz hoje a grande fatia do mercado internacional de calçados. E, na soma, representa o maior destino do couro não acabado, tipo wet blue, embarcado do Brasil para o mundo: 42,65% da quantidade e apenas 32,88% do valor (de jan. a set. de 2004, fonte Courobusiness). Outro comprador preferencial de couros não acabados é a Itália, que segundo as mesmas fontes fica com 33,24% da quantidade exportada e 27,6% do valor. O sapato mundial tem na China 55% de toda sua produção e a indústria européia vem sofrendo reveses por parte dos chineses. Não é fácil competir com a China: eles têm um preço cerca de 40% inferior ao praticado pelo Brasil. O custo da mãode-obra influi, e muito. E influi também o custo do dinheiro chinês. O sapato está para o boi, dentro da cadeia produtiva, como um dos itens mais importantes para a manutenção do emprego e da renda dentro de nossas fronteiras. Talvez por isso, a decisão do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo em manter as taxas sobre as exportações de couro. O sapateado dos calçadistas Os fabricantes de calçados querem que o governo restrinja a exportação de couro. Alegam que a indústria perde competitividade no exterior porque a matéria-prima é exportada a baixo preço. O quadro mostra outra realidade: as exportações de sapatos cresceram mais do que as de matéria-prima. Osiris C. R. Rodrigues H Junto com o couro não acabado exportado se vai uma boa parte da possibilidade de empregar a mãode-obra brasileira. Veja o gráfico publicado na Revista Veja sobre as perspectivas de exportação de sapatos e couros em 2004: 425 Couro Sapatos e outros produtos 398 395 303 362 469 468* 390 214 147 1999 139 2000 2001 Fonte: Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil - *Previsão COURO 600* Exportação (em milhões de dólares) 74 2002 2003 2004 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:13 Page 75 SCVCF ANUÁRIO 2005 Veja agora o quadro Multiplicando Empregos, que demonstra a importância da indústria de transformação do couro: O produto acabado emprega 125 vezes mais mão-de-obra do que o couro wet blue Produto Empregos diretos 1 milhão de couros wet blue 300 1 milhão de couros acabados 1.000 1 milhão de couros transformados em calçados e estofados Os gaúchos estão se aperfeiçoando nas exportações, detendo cerca de 70% da quantidade exportada. São Paulo vem em segundo lugar, com destaque para a quantidade de 24 milhões de pares, que geraram U$ 221 milhões, enquanto que o Ceará exporta calçados de menor valor: 40 milhões de pares que geraram U$ 186 milhões. Outros importantes estados produtores são: Bahia, Paraíba, Minas Gerais e Santa Catarina, com valores bem menores (Veja Quadro): Exportações Brasileiras de Calçados, Por Estado Jan a Dez/2004 (milhões) 25.000 Fonte: Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) Estado US$ Pares 1.272 120 São Paulo 221 24 Ceará 186 40 Bahia 51 8 Paraíba 38 11 Exportações Brasileiras de Calçados, por destino Minas Gerais 17 3 País Santa Catarina 10 2 Paraná 6 1 Pernambuco 4 3 g Rio Grande do Sul O setor calçadista comemorou em 2004 a venda de U$ 1,8 bilhão para o mercado mundial, distribuído entre 129 países. Mas, repare que a metade desses calçados vai para os EUA: US$ Pares 1.024.795.342 97.625.384 Reino Unido 136.066.186 9.532.475 Argentina 104.647.495 15.364.606 Espírito Santo 2 - México 68.669.746 13.645.825 Sergipe 2 - Canadá 50.315.090 5.188.288 Goiás 1 - Espanha 37.747.169 5.375.315 Rio de Janeiro 1 - Chile 34.398.105 4.228.903 Outros 1 - Alemanha 21.342.376 2.304.714 Total 1.809 212 Países Baixos 20.155.281 1.543.395 Porto Rico 17.598.252 2.067.256 Paraguai 16.710.615 9.011.142 Bolívia 16.096.895 3.039.800 Portugal 15.394.039 2.269.181 Venezuela 13.964.313 3.525.539 Itália 13.873,460 2.322.150 217.628.671 34.954.115 1.809.403.035 212.000.088 Estados Unidos Outros (114 Países) Total Fonte: MICT/SECEX Fonte: MICT/SECEX COURO 75 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:13 Page 76 SCVCF ANUÁRIO 2005 Couros As exportações de couros estão colocadas em cerca de 71 países, segundo a Revista Courobusiness, mas 95% dos valores estão em 26 países s destinos do couro brasileiro estão marcados por 15 mercados que representam 87% de todo o couro exportado. Esses países importam cada um valores maiores que U$ 10 milhões/ano. São eles: Itália, Portugal, Holanda, Espanha, Alemanha, Hong Kong, China, Taiwan, Cingapura, Japão, Malásia, Estados Unidos, Canadá, México e África do Sul. Dentro desses mercados se deve procurar a expansão das vendas de produtos com maior valor agregado, em especial de couro acabado. A exportação, que em 2003 pela primeira vez ultrapassou a barreira de 1 bilhão de dólares, poderia ser dobrada em poucos anos. O O Brasil exporta: • 50% do couro em wet blue; • 5% na forma de semi-acabado; • 15% na forma de couro acabado; • 15% em forma de calçados. COURO Maior valor agregado Comparação das cotações do produto semi-acabado e acabado Produto Valor de exportação Wet blue US$ 30 Couro acabado US$ 90 Couro Transformado (em sapatos) US$ 350 Fonte: Centro das Indústrias de curtumes do Brasil (CICB) Veja os quadros de Exportação por Destino e por Tipos de Couros e da Exportação Brasileira nos períodos de 1989 e 2003: 76 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:13 Page 77 SCVCF ANUÁRIO 2005 Partipação % da exportação de Wet Blue, Crust e Acabado Com base no valor exportado por região, em 1996 e 2003 Regiões/Regions Wet Blue Crust Acabado Finished Europa 1996 69 13 18 Europa 2003 58 10 32 Ásia 1996 38 21 41 Ásia 2003 30 20 50 América 1996 33 52 15 América 2003 9 23 68 Oceania 1996 20 6 74 Oceania 2003 34 1 65 Middie East/África (Oriente Médio e África) 1996 52 8 40 Middie East/África (Oriente Médio e África) 2003 29 4 67 Fonte básica: Projeto ALICE - SECEX - MDIC/ Organização: CARN Ltda Destino da exportação brasileira % por região (base no valor exportado) Períodos considerados: 1989 e 2003 Regions 1989 2003 Europa 63.0 42.2 Ásia 12.0 39.2 América 21.1 16.0 Oceania 3.1 0.6 0 2.0 241.5 1,029 Africa and Middle East (*) Total in value (**) (*) Países da África e do Oriente Médio (**) Valor em milhões de dólares (total de WB, Crust e Acabado) Fonte básica: Projeto ALICE - SECEX - MDIC/ Organização: CARN Ltda COURO 77 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:13 Page 78 SCVCF ANUÁRIO 2005 Programa Brasileiro da Qualidade do Couro Convênio Sebrae/ CICB Brasil perde um bilhão de dólares anualmente, por uma série de agressões que atingem um produto nobre, duradouro, cobiçado e que somente o Brasil tem o mérito de ser o maior produtor mundial: o couro. Essa matéria-prima poderá trazer milhões de dólares para o Brasil com ações mais agressivas como as que estão registradas neste novo projeto que envolve CICB e SEBRAE, firmado e iniciado no final do ano passado. Entre os objetivos específicos dessa parceria pela Melhoria da Qualidade do Couro estão: O • Melhorar a mão-de-obra atuante dentro dos frigoríficos e no transporte de gado para o abate; • Substituir as facas desgastadas dentro dos frigoríficos; • Levantar todos os pontos de estrangulamento dentro das salas de abate; • Detectar os inconvenientes no pátio e buscar soluções; • Atuar junto aos sindicatos rurais e a núcleos de novilho precoce para sensibilização de pecuaristas; • Envolver estudantes dos cursos de veterinária, zootecnia e cursos agrotécnicos para maior difusão do Programa de Melhoria da Qualidade do Couro; • Divulgar os cuidados com caprinos e ovinos junto aos micro, pequenos, médios e grandes criadores de caprinos e ovinos; COURO • Treinar motoristas de caminhões boiadeiros para o transporte de gado vivo com segurança; • Divulgar o Programa de Manejo e Combate a Ectoparasitos junto a pecuaristas; • Treinar o pessoal de frigoríficos para os cuidados necessários para a conservação da pele após o abate; • Treinar o pequeno criador para os cuidados necessários com a esfola dos caprinos e ovinos e salga da pele; • Treinar criadores de avestruzes e emas para fazerem uma esfola correta sem furos e raias, e • Viabilizar em pequenos curtumes o curtimento de peles de peixe e rã que atualmente são jogadas na própria natureza, aumentando a poluição. A grande extensão do território brasileiro acaba contribuindo para dificultar a conscientização do pecuarista ou do frigorífico. Junto a isso está a desconexão dentro da própria cadeia produtiva, e os problemas detectados em cada fase acabam multiplicando prejuízos. O pecuarista deixa de receber pelo couro, o curtidor deixa de ganhar devido aos defeitos do produto, e o frigorífico perde no aproveitamento do animal quando a esfola não é feita com os devidos cuidados. As ações necessárias para corrigir os vícios vão desde o treinamento para melhorar a qualidade da esfola, como a correia marcação a fogo do rebanho brasileiro ainda no pasto. 78 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:13 Page 79 SCVCF Baseada nos números que pretende alcançar, a missão é grandiosa. A parceria persegue as seguintes metas finais: • Treinar 352 frigoríficos e matadouros; • Atender, por meio dos cursos, 14.080 magarefes; • Realizar 255 eventos em exposições agropecuárias e leilões; • Treinar 58.650 pecuaristas; • Firmar 20 convênios com universidades e escolas técnicas; • Transformar 740 universitários em multiplicadores, e • Alcançar 14.800 trabalhadores rurais por meio dos universitários. Uma das importantes ferramentas para realizar a proeza de modificar hábitos culturais será a participação de universitários e alunos técnicos, que ajudarão na tarefa de atuar junto às bases, difundindo práticas corretas para a obtenção de um couro com boa qualidade. Módulos ANUÁRIO 2005 MÓDULO II - Pecuarista • Reduzir a marcação a fogo em local incorreto; • Conscientizar os pecuaristas quanto aos cuidados no manejo do gado (descorna e castração); • Reduzir a incidência de ectoparasitas no couro bovino; • Conscientizar quanto ao transporte correto do animal, para evitar estragos no couro e na carne; • Informar sobre suplementação mineral, e • Orientar para cuidados com o pasto, retirando galhos, pontas de paus, deixando as árvores com sombras. MÓDULO III Projeto Universidades (Multiplicadores) Convênio entre CICB/SEBRAE e Universidades, para que os alunos dos cursos de Veterinária, Zootecnia e Cursos Técnicos Federais possam multiplicar o Programa Brasileiro da Qualidade do Couro através dos seguintes módulos: • Manejo do animal na propriedade; Para tornar o programa exeqüível, os Módulos já conhecidos em projetos anteriores devem continuar, com a seguinte divisão e objetivos: MÓDULO l - Esfola • Combate aos ectoparasitas; • Cuidados no transporte do animal, e • Marcação a fogo no local correto. MÓDULO IV - Caprinos e Ovinos • Diminuir para 10% os furos e raias dentro de frigoríficos e matadouros; • Chegar a menos de 20% os cortes e rasgos durante o transporte do gado; • Reduzir a até 10% o problema com veiamento do couro; • Aumentar os cuidados com o couro após a esfola, e • Maior profissionalização do magarefe. COURO • Divulgar para todos os criadores do Nordeste os 10 mandamentos para uma pele bovina de boa qualidade; • Reduzir para menos de 30% os problemas com a salga do couro; • Conscientizar o pequeno criador sobre cuidados necessários após a esfola, e • Reduzir o mal do caroço e outros problemas que afetam os caprinos e ovinos. 79 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:14 Page 80 SCVCF MÓDULO V - Peles exóticas • Melhorar em 100% a qualidade da esfola do avestruz, e outros animais exóticos; • Ampliar a base de produtores de peles de rã e peixe no processo de colagem para obtenção de mantas de 1m X 0,60m, e • Transferir know how do processo da pele colada para criadores e demais curtidores de peles exóticas. Os dez mandamentos da qualidade 01 - Vermifugue, vacine e limpe as instalações periodicamente. Com mais saúde seu animal tem mais valor. 02 - Armazene água e alimento para todo o seu rebanho. Lembre-se do período seco. Faça uso de cisternas, silagem, plante palma, feno e etc. 03 - Evite usar cercas de arame farpado. Além de ser a forma mais cara, agride a pele dos animais. 04 - Reduza a idade de abate dos animais. (Peso vivo em torno de 25 kg). 05 - Procure um local adequado para abater o animal. Um local limpo e que tenha fonte de água é indispensável. 06 - Realize a esfola das peles com as mãos. Evite o uso da faca. 07 - Durante a esfola cuide para não sujar a pele de sangue. 08 - Apare e salgue as peles imediatamente. Sempre use sal limpo e fino. 09 - Proteja as peles do vento, do sol e da chuva. Evite o uso de sacola plástica no transporte e armazenamento. A pele precisa respirar! 10 - Faça pilhas com menos de 50 cm e reduza o tempo de armazenamento. COURO ANUÁRIO 2005 Relatório de atividades O Programa Brasileiro da Qualidade do Couro iniciou-se oficialmente em 04 de outubro de 2004, na cidade de Natal (RN), durante a realização da Festa do Boi. Nos dias que sucederam o evento, foram realizadas diversas palestras com o tema Caprinos e Ovinos, e também cuidados no manejo, voltado para pecuaristas. As diversas caravanas de todo o Rio Grande do Norte passaram pelos treinamentos, com grande aproveitamento. Foram utilizados recursos audiovisuais e material impresso, além de um show room com peles. Durante os dois primeiros meses de atividades do Programa Brasileiro da Qualidade do Couro foram realizadas palestras e treinamentos nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do país, sendo divididas por Módulos e realizadas da seguinte forma: MÓDULO l - ESFOLA Uma equipe comandada pela Coordenadora Creusa Batista, e os consultores Valmir Carlos, Alessandra, Aluno Silva e Jorge Nunes Hernandez realizaram cerca de 58 eventos, em 56 frigoríficos e matadouros, abrangendo 38 cidades da região Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, treinando e capacitando 1.262 magarefes, visando uma esfola correta do bovino e bubalino e, conseqüentemente, melhorando a qualidade do couro brasileiro, com redução drástica, em furos e raias. As cidades visitadas foram: Em Goiás: Senador Canedo, Goiânia, Hidrolândia, Goianira, São Luiz dos Montes Belos, Itauçu, Mozarlândia, Goiás Velho, Luziânia, Santa Fé de Goiás, Mineiro, Rio Verde, Jataí, Cachoeira Alta, Goianésia, Alexânia, Campo Limpo, Buriti Alegre, Inhumas e Catalão. No Rio Grande do Sul: Turuçu, Capão do Leão, Santa Maria do Nerval, Pelotas, Triunfo, São Lourenço, São Leopoldo, Campo Bom, 80 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:16 Page 81 SCVCF Canguçu, Santa Clara, Rio Pardo, São Gabriel e Morro Reuter. Em Minas Gerais: Araguari, Patrocínio, Uberlândia e Uberaba. MÓDULO II - PECUARISTA O consultor Godofredo Nadier realizou, nos meses de outubro e novembro, 19 palestras para Pecuaristas, em Feiras e exposições, atingindo um total de 503 pecuaristas em 8 cidades das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do país: Parnamirim (RN), Vitória de Santo Antão (PE), Recife (PE) Itabuna (BA), Araguatins (TO), Cuiabá (MT), Uberlândia (MG) e Bauru (SP). O treinamento dado ao pecuarista visa conscientização para os cuidados com o rebanho, combate ostensivo contra os ectoparasi- ANUÁRIO 2005 tos (berne, sarna, mosca do chifre, bicheira, carrapato, dermatites) e a eliminação das cercas de arame farpado, abolição dos ferrões pontiagudos, limpeza dos pastos. A escolha correta de veículo para transporte do gado da fazenda até o frigorífico, para que o gado chegue com o couro sem rasgos. O cuidado com o couro possibilita um ganho adicional ao peso do animal, devido aos cuidados adotados, funções estas preconizadas e recomendadas durante a palestra. Todo o cuidado que o pecuarista toma com o manejo do gado é revertido em arroba, pois couro e carne estão interligados. Um couro de boa qualidade, transformado em calçados, produzirá 35 pares de sapatos, e após exportado a US$ 14,00 cada, produzirá um resultado que pagará o boi inteiro; logo a carne é lucro puro, só o couro paga tudo. Portanto cuidar do gado é melhorar a balança comercial do Brasil. anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:17 Page 82 SCVCF ANUÁRIO 2005 Gelatina: Brasil é o maior celeiro fornecedor de gelatina de pele bovina A cadeia produtiva bovina é constituída de inúmeras indústrias que processam produtos que têm como matéria-prima o boi, do qual só não se aproveita o berro. A indústria de gelatinas é parte integrante desta cadeia produtiva exportação de gelatina pelo Brasil é da ordem de 24 mil toneladas/ano. Este volume gera cerca de U$ 100 milhões em divisas para o País. Apenas uma empresa, a Gelita South América, exporta 17 milhões desse total, com pretensão de expandir suas vendas para 23 mil toneladas em 2007. No entanto, dentro do processo estão frigoríficos e curtumes que precisam estar sob especificações sanitárias para a manutenção de um processo de certificação dos produtos, exigidos pelo mercado mundial. Um dos problemas citados por Paulo Reimann, presidente da Gelita, é que cerca de 50% dos frigoríficos no Brasil não atendem as exigências sanitárias. “Os mercados consumidores de- A COURO mandam um modelo de rastreabilidade para as matérias-primas, que é aprovado e certificado pelo Serviço de Inspeção Federal - SIF, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”. Nos curtumes são geradas as raspas e aparas que se constituem na matéria-prima para a fabricação de gelatina. Estes curtumes, também devem ser fiscalizados pelo SIF. Os materiais que servirão para a indústria da gelatina não podem ter contato com o cromo dentro dos curtumes. Também não devem apresentar excesso de água e odor desagradável. Hoje, cerca de 10 a 12% do couro verde ‘in natura’ é destinado ao mercado de gelatinas. 82 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:17 Page 83 A V E S O Brasil avança para se tornar o maior produtor de frangos do mundo e ultrapassar os EUA. Em 2004, a liderança dos Estados Unidos esteve ameaçada pela pujança das exportações brasileiras: quase um terço da produção vai para o mercado externo. No mercado interno, o avanço foi de 2,51%, com um consumo per capita de 33,88 kg/ano anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:17 Page 84 SCVCF ANUÁRIO 2005 Aves: na liderança mundial O Brasil ameaça a liderança norte-americana em volume, mas já ultrapassou os EUA em receitas há tempo, por causa da maior quantidade comercializada em cortes. Agora, o caminho pode ser a China que tem em Hong Kong o maior comprador mundial de carne de frango m 2004 foram embarcadas 2,424 milhões de toneladas de carne de frango, o que representa 26,14% a mais do que no ano anterior. Em receitas, as exportações de frango bateram em U$ 2,595 bilhões, uma expansão nada mais nada menos do que 44,32%. As razões para isto estão no fato de que os volumes aumentaram, mas também o preço da carne de frango esteve melhor, com um reajuste médio de 15,63%. O valor da tonelada passou de U$ 889 em 2003, para U$ 1.028 em 2004. E posição de um sistema de cotas. Entre outros principais importadores está Hong Kong, o maior destino mundial de carne de frango e os Emirados Árabes Unidos. São mercados importantes; apesar de Holanda e Alemanha fazerem coro com o Japão como destinos que pagam melhor pela carne de frango. A preferência do mercado chinês, em franca expansão, se dá por cortes de menor valor como pés e partes da asa dos frangos. Mas, por aí pode crescer firmemente a exportação brasileira, já que a China, apenas ela, incorporou 250 milhões de habitantes em pouco tempo da zona rural para as cidades. Analisando mercados Entre os maiores compradores da carne de frango brasileira estão Arábia Saudita, que está no primeiro lugar em volumes; e o Japão, o primeiro em receitas. A cesta de consumo difere para os dois, com o Japão incorporando nas suas importações cortes nobres. Além de aumentar o consumo da carne brasileira de frango em 75,54%, o aumento das receitas para o mercado japonês alcançou 115,67%. Mas o mercado japonês foi aumentado pela saída de playres com problemas sanitários na Ásia, por causa da Gripe do Frango. As importações da Arábia Saudita aumentaram em 15,2% em volume e 29,79% em receitas. A vantagem dos sauditas é que eles compram todos os anos um volume expressivo. A Rússia caiu para o terceiro lugar, depois da liderança em 2002 e vice-liderança em 2003 pela im- AVES Destaque para o peru: em 2004, vendas de U$ 212 milhões com volume exportado de 134 mil toneladas Outros números • 17,9 milhões de toneladas foi a produção do líder mundial EUA • 1,3 milhão de toneladas foi quanto os países da ex-URSS importaram • 820 mil toneladas colocaram Hong Kong como o maior comprador mundial 84 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:17 Page 85 SCVCF ANUÁRIO 2005 Produção e exportação brasileira de carne de frango 2004 2003 2002 2001 2000 Produção/1.000 t 8.494 7.842 7.516 6.739 5.976 Consumo interno/1.000 t 6.069 5.883 5.891 5.451 5.060 Exportação/1.000 t 2.424 1.959 1.625 1.265 916 Receita exp. /US$ 1.000 2.595 1.798 1.392 1.333 828 Fontes: Associação Bras. de Exportadores de Carne de Frango/Secretaria da Produção e Comercialização/Mapa/Secex. Maiores importadores de carne de frango do Brasil 2004 2003 Países US$/milhões 1.000 t US$/milhões 1.000 t Japão 509,38 323,08 236,9 184,95 Ar. Saudita 318,57 332,61 245,4 288,13 Holanda 168,02 95,93 155,49 94,99 Rússia 159,66 191,53 126,24 201,55 Hong Kong 131,73 178,68 115,37 199,33 Alemanha 126,03 67,7 151,16 98,21 Em. Ar. Un. 110,25 120,52 82,52 89,92 Fonte: Secretaria da Produção e Comercialização/Mapa/Secex. Conquistando mercados Agressividade comercial, qualidade e sanidade são os três fatores fundamentais para o sucesso das exportações brasileiras de carnes, e de carne de frangos mais especificamente. O Brasil apresenta os menores custos de produção para carne de frango do mundo e é o mais eficiente produtor mundial. Por isso mesmo, o setor de exportação de frangos alcançou o segundo lugar no ranking de exportações do País. Para o sucesso alcançado em 2004, contribuiu o fato de que a Inflenza Aviária atingiu países da Ásia como Tailândia, Vietnã e China, em 2003 e Canadá e EUA, em 2004. No mercado mundial as movimentações em termos de carne de frango foram da ordem de 55,2 milhões de toneladas, com aumento de 1,8%. A produção brasileira alcançou 8,1 milhões de tone- AVES ladas, com um incremento da ordem de 6%. Apenas na China, a produção foi 2% menor. O resultado brasileiro parece ser mais significativo se levarmos em conta que o volume de compras no comércio internacional caiu 8,95% em 2004. Um dos principais motivos: a queda nas compras da Rússia, da ordem de 2,9%, o maior importador mundial. Também caíram as compras totais por parte de Japão e China, que junto com União Européia, Rússia, Arábia Saudita e México respondem por grande parte das compras no mercado mundial. Veja na próxima página o quadro Exportações Brasileiras de Carnes em 2004. 85 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:17 Page 86 SCVCF ANUÁRIO 2005 Exportações brasileiras de carnes em 2004 Frango Bovina Suína Perú Outras Carnes Receita US$ mil 2.594.883 2.457.268 774.050 216.574 134.979 Participação % 42,9 39,8 12,5 3,5 2,2 Frango Bovina Suína Peru Outras Carnes Volume ton. 2.469.696 1.156.770 507.703 136.470 121.613 Participação % 56,2 26,3 11,6 3,1 2,8 Crescem as vendas, com maior valor agregado As vendas de frango inteiro corresponderam em 2004 a 41,5% do volume exportado, somando 974,5 milhão de toneladas; incremento de 22% sobre 2003. Em divisas, a receita cresceu 30%, com um aporte de capital da ordem de U$ 801,8 milhões. Os embarques de cortes de frango, por sua vez, aumentaram 29% sobre 2003, com receita de U$ 1,7 bilhão, 55% superior ao ano anterior. O aumento do preço médio foi de 20,7% e o segmento cortes representou 58,7% do total das exportações de carne de frango. Estados produtores e exportadores em 2004 Estados Cabeças abatias com SIF Partic. % Exportação (ton). Partic. % Paraná 918.483.512 22,72 681.597 27,60 Santa Catarina 712.581.904 17,63 718.218 29,08 Rio Grande do Sul 607.278.961 15,02 621.215 25,15 São Paulo 539.134.523 13,34 187.004 7,57 Minas Gerais 256.503.939 6,35 77.792 3,15 Goiás 157.740.669 3,83 62.063 3,32 Mato Grosso do Sul 116.875.377 2,89 39.514 1,60 Mato Grosso 69.049.273 1,71 47.826 1,94 Bahia 42.857.510 1,06 Pernambuco 40.568.863 1,00 Distrito Federal 34.677.153 0,86 14.272 0,58 3.492.752.002 86,41 2.469.521 99,99 32.972.377 0,81 175 0,01 3.525.724.379 87.22 516.632.399 12.78 4.042.356.778 100,00 2.469.698 100,00 Subtotal Outros c/ SIF Total c/ SIF Sem SIF Total Geral AVES 86 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:17 Page 87 SCVCF Empresas devem medir água no frango De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) divulgou nota técnica sobre a absorção de água em carcaças de aves. No texto, o diretor do Dipoa, Nelmon Oliveira da Costa, informa que o órgão determinou que as empresas do setor comprem equipamentos que permitam a realização de análises de Driping Test (teste para medir o índice de água absorvida durante o processo de resfriamento de carcaça de frango no momento do abate). Isso, segundo ele, ajudará no monitoramento do processo pela empresa e permitirá ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) certificar que o produto está em conformidade com a legislação antes de sua comercialização. Confira nota oficial: “A partir de 2004 o DIPOA revisou a estratégia do Programa de Combate a Fraude por excesso de AVES ANUÁRIO 2005 absorção de água no processo de resfriamento de carcaças de aves durante as fases do abate. A ênfase passou a ser a de tomar mais efetivo os controles sobre o processo de pré-resfriamento, no âmbito dos frigoríficos e não apenas no sentido de analisar o produto final no mercado. Para isso, o DIPOA emitiu o Ofício Circular nº 09 de 16/06/2004, que foi recentemente revisado e reformulado através do Ofício Circular nº 10 de 03/05/2005, que estabelece controles mais rígidos na etapa de pré-resfriamento, principalmente sobre aqueles parâmetros técnicos que interferem na absorção, definindo a responsabilidade da empresa quanto à qualidade do produto colocado no mercado. (...) O DIPOA determinou ainda que as empresas adquiram equipamentos que permitam a realização de análises de Driping Test no estabelecimento de abate, o que auxiliará no monitoramento do processo pela própria empresa e propiciará ao SIF certificar-se de que o produto está em conformidade com a legislação, antes de permitir sua comercialização. OBS.: Dripping Test Nuna tradução livre, significa gotejamento. 87 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:17 Page 88 SCVCF ANUÁRIO 2005 Estatísticas da Produção Animal, Número de Aves para Corte e Enviadas para o Abate e Produção de Carne de Aves, por Região Administrativa (RA), Estado de São Paulo, 2004 RA Número de cabeças Araçatuba Enviadas ao abate Cabeça Peso vivo (kg) 441.600 2.084.400 4.469,600 2.265 4.800 8.900 688.000 2.856.000 7.082.800 Bauru 13.033.300 28.646.300 60.172.200 Campinas 72.561.521 233.058.830 492.931.099 Central 15.834.000 79.855.500 184.213.000 Franca 2.289.500 10.791.000 23.700.600 Manila 1.450.000 6.508.000 12.918.350 206.200 543.680 1.077.660 7.500 20.500 42.575 3.278.500 12.269.000 24.894.750 São José do Rio Preto 11.863.000 39.763.020 86.350.259 São José dos Campos 18.000 91.000 182.500 São Paulo 81.715 429.536 871.292 32.336.994 112.322.110 225.602.720 154.092.095 529.243.676 1.124.518.305 Baixada Santista Barretos Presidente Prudente Registro Ribeirão Preto Sorocaba Estado Fonte: Instituto de Economia Agrícola e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. H5N1 ameaça o ocidente O vírus da Influenza Aviária na sua forma mais perigosa chegou aos países ocidentais no final de 2005. Na Europa, foram detectados vírus da Gripe do Frango em países como a Rússia, Turquia, Romênia e Grécia Caminhando pelo Ocidente, a Gripe Aviária já atingiu os Estados Unidos em 2004, chegou aos criatórios de avestruzes da África do Sul em 2005 e agora ataca o continente europeu. Na China, seu reduto original, reapareceu matando 2600 pássaros ao norte do país. AVES Fala-se muito na possibilidade de uma Pandemia, uma epidemia de escala mundial, com a possibilidade de morte prevista por especialistas para 7 a 150 milhões de pessoas. Enquanto isso, no entanto, morre a 13º vítima do H5N1 desde o seu surgimento, em 2003; um fazendeiro de 48 anos na Tailândia. 88 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:17 Page 89 SCVCF Aves em criatório brasileiro Ainda hoje, o vírus é letal massivamente apenas para as aves, que são destruídas em massa quando ele é disseminado. Mas formas mutantes podem atingir no futuro populações humanas. O medo é que o vírus evolua atingindo em massa outras espécies de animais e o homem. A transmissão de homem para homem ainda não foi comprovada, mas cepas do vírus da Gripe do Frango já foram encontradas em porcos no oriente, o que aumenta em muito o risco de mutação. No entanto, segundo o médico norte americano Marc Siegel, professor da Universidade de Nova York, em matéria publicada na Revista Veja, não existe nenhuma evidência de que o vírus H5N1 esteja prestes a sofrer esse tipo de transformação. O reflexo do medo gerado pela possibilidade de uma Pandemia faz triplicarem, no mercado ilegal, os preços do único antiviral capaz de conter o vírus, denominado oseltamivir, nome comercial Tamiflu. Até o governo brasileiro já encomendou 9 milhões de kits do medicamento, enquanto as farmácias brasileiras já quintuplicaram a venda do Tamiflu, desde que a AVES ANUÁRIO 2005 anunciada pandemia ganhou manchetes de jornais. Assusta e muito, a capacidade mortal da Inflenza Aviária quando atinge humanos. Até hoje, foram infectadas 138 pessoas em países da Ásia, com 68 óbitos. Em apenas dois desses casos se suspeita da transmissão entre seres humanos. O primeiro caso é de uma menina que contraiu o vírus e o teria passado para sua mãe, que cuidou dela durante toda a sua agonia, na Tailândia. Outro caso, a transmissão entre dois irmãos vietnamitas. O primeiro teria adquirido o vírus comendo um prato típico: pudim com sangue de pato cru. O segundo passou duas semanas cuidando do primeiro, quando então se sugere teria adquirido a doença. Nos dois casos existe o contato com a secreção por vários dias. O perigo, além da saúde humana, está para as exportações de carne de frango. Barreiras são impostas aos países onde se encontram rebanhos infectados, causando grande preocupação aos produtores. Até agora, o Brasil foi beneficiado pela proibição de exportações, ora do sudoeste asiático, ora de norte americanos. Alguns especialistas são enfáticos ao afirmar que o vírus vai chegar. Não há determinação de data, mas que o risco é grande, não há dúvida. Para a alimentação humana, o risco atual é consumir carnes de animais infectados sem o devido preparo. A ação do calor do cozimento, do braseiro e aquecimento do alimento parece ser a maior barreira à disseminação da doença para quem consome carne de aves. 89 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:18 Page 90 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:19 Page 91 S U Í N O S As exportações de suínos ultrapassaram a barreira de U$ 1 bilhão em um ano pela primeira vez na metade de 2005. Apesar de grande parte do mercado internacional estar fechada para o Brasil por problemas sanitários anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:19 Page 92 SCVCF ANUÁRIO 2005 Problema para os suínos: concentração de compradores Os cinco maiores importadores de carne suína representam 82,5% de toda a carne brasileira comprada pelo mercado internacional. Apenas a Rússia responde por 61,1% das exportações brasileiras no primeiro semestre deste ano, com um total de 65% do faturamento boa notícia fica para a recuperação dos preços. Em receita cambial, houve aumento de 79,95%, enquanto que os volumes aumentaram 28,94%. O total das exportações no primeiro semestre foi de U$ 553,01 milhões, com 291.862 toneladas embarcadas. Por isso mesmo, a perspectiva era ultrapassar U$ 1 bilhão em receitas cambiais também no ano, já que o segundo semestre é mais aquecido que o primeiro. Nota na imprensa dá conta de que, apesar das barreiras sanitárias de muitos mercados em relação ao Brasil, doenças e crises como a Vaca Louca e a Influenza Aviária chamaram a atenção dos importadores para a carne brasileira, também a suína. Desastres sanitários envolveram de frente outros fornecedores mundiais. O acumulado de junho de 2004 a junho de 2005 somava 1,02 U$ bilhão, com embarques de 575 mil toneladas. • Veja os gráficos na outra página. A SUÍNOS 92 anuario 2005.qxd 4/1/2006 16:07 Page 93 SCVCF ANUÁRIO 2005 Vendas brasileiras de carne suínas no primeiro semestre de cada ano Volume (em milhares de toneladas) Valor (em milhões de dólares) 65 120 60 55 100 50 90 45 80 40 108,9 110 57,4 70 43,0 35 68,1 60 30 50 2004 25 40 2005 20 JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. 20 JAN. FEV. MAR. ABR. MAI. JUN. Fonte: ABIPECS Hong Kong e China: novos destinos? Abastecer uma população rural de 250 milhões de chineses, que viviam no campo e agora estão povoando as cidades daquele país é um desafio para as exportações brasileiras. As exportações para Hong Kong representaram 12% dos embarques de carne suína em 2004, abaixo, no entanto, das exportações de 2003: 57.876 toneladas, contra 60.655. Em 2005, apenas no primeiro semestre, as exportações para este destino aumentaram em 17% em volume. Faturamento de U$ 36,3 milhões, com incremento de 45,6%. O presidente da Associação Paulista de Suínos, Valdomiro Ferreira, afirma que uma das metas para 2006 é iniciar as exportações do Estado de São Paulo para a China: “precisamos agregar novos mercados, para evitar a dependência da Rússia”. Entre as dificuldades que se encontrarão no mercado chinês, desponta a falta de capacidade de armazenagem: “faltam unidades frigoríficas na China”, segundo Luciano Roppa, diretor-presidente da Nutron Alimentos. SUÍNOS Outra barreira, é cultural: os chineses comem carne suína de animais abatidos no mesmo dia. Apesar da grande quantidade de consumo de proteína animal à base de carne suína (67% do consumo de carnes, na China é de carne suína), esse consumo está em queda. Espera-se que o frango ocupe o espaço deixado pelo porco. As dificuldades não param por aí: o custo de produção de carne suína na China é muito baixo, com os animais sendo produzidos em unidades familiares. É preciso separar Hong Kong do resto da China, quando se trata de exportações de carne, principalmente. O que vale para um, nem sempre vale para outro. Os costumes, em Hong Kong são mais próximos dos costumes ocidentais e as resistências, mais fáceis de superar do que no imenso território chinês. Os mercados fechados para o Brasil Os quadros mostram os principais importadores de carne suína pela ordem e alerta para o fato de que, quando juntas, as restrições impostas pela Peste Suína Clássica, pelo Mal de Aujeszky e até 93 anuario 2005.qxd 4/1/2006 16:31 Page 94 SCVCF ANUÁRIO 2005 Febre suína clássica: países que notificaram medidas Argentina África do Sul Suíça Eslováquia Romênia Finlândia Rússia Coréia do Norte mercados abertos Canadá Estados Unidos Guatemala Venezuela CE China Japão Taiwan mercados fechados Em relação à Febre Suína Clássica, os países que notificaram as medidas são: Canadá, EUA, Guatemala, Venezuela, UE, China, Japão, Taiwan, Austrália. Esses são mercados fechados paro o Brasil. Também temos alguns mercados que, apesar de abertos, impõem algumas restrições relacionadas à Febre Suína Clássica, como é o caso Argentina, África do Sul, Suíça, Eslováquia, Romênia, Finlândia, Rússia e Coréia do Norte. Embora abertos podem se fechar também porque já têm notificação na OMC em relação a essa doença. Mal de Aujeszky: países que notificaram medidas Rússia mercado aberto Para o Mal de Aujeszky, os países que notificaram são: Austrália, EUA, UE, China, Japão, Taiwan e Venezuela. A Rússia, que é um mercado aberto, tem algumas regras próprias em relação a essa doença. Recentemente tivemos problemas em Santa Catarina para o exportação da carne suína para a Rússia, exatamente, pela ocorrência de alguns focos dessa doença. Austrália Estados Unidos CE China Japão Taiwan Venezuela mercados fechados Fonte: 3º Congresso Brasileiro de Agribussiness pela Aftosa, impedem o Brasil de participar de mais da metade do mercado mundial de carne suína, com um total de 3,2 milhões de toneladas previstas para 2005. Apesar disso, o Brasil já é o quarto exportador mundial. Isto demonstra o tamanho da oportunidade perdida por não superarmos as barreiras sanitárias. SUÍNOS Ucrânia: mercado em expansão Os embarques de carne suína para a Ucrânia atingiram 30,8 mil toneladas em 2004, diante de apenas 96 toneladas em 2003. Outra ampliação nas exportações foi realizada para a África do Sul, com incremento de 71%, e um total de 11,4 mil toneladas. 94 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:19 Page 95 SCVCF ANUÁRIO 2005 Estatísticas da Produção Animal, Rebanho Suíno, Suínos enviados para Abate e Produção de Carne Suína, por Região Administrativa (RA), Estado de São Paulo, 2004 RA Número (cabeças) Produção de carne Rebanho atual Para abate Arroba Tonelada 57.350 41.400 243.420 3651 2.830 2.820 16.910 254 Barretos 25.300 24.395 146.400 2196 Bauru 66.391 49.482 284.880 4273 429.785 442.841 2.673.267 40.099 Central 66.167 60.450 361.900 5.429 Franca 68.350 65.090 374.520 5.618 Marllia 91.315 82.095 505.820 7587 Presidente Prudente 50.115 38.157 243.314 3.650 9.200 3.648 25.288 379 34.628 26.905 180.240 2.704 São José do Rio Preto 129.567 94.780 559.855 8.398 São José dos Campos 31.422 22.323 139.615 2094 São Paulo 52.632 48.425 290.510 4.358 Sorocaba 339.017 534.975 3.202.645 48.040 1.454.069 1.537.786 9.248.584 138.729 Araçatuba Baixada Santista Campinas Registro Ribeirão Preto Estado Fonte: Instituto de Economia Agrícola e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral SUÍNOS 95 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:20 Page 96 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:20 Page 97 P E I X E Estamos mudando o nome do nosso capítulo nesta edição do Anuário, de Pescado para Peixe. E isto tem um motivo: cada vez mais a pesca está sendo substituída pela criação. A aqüicultura tem muito a oferecer aos povos de todo o mundo, entre eles, aos brasileiros anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:20 Page 98 SCVCF ANUÁRIO 2005 Camarão de cativeiro: de longe o mais produtivo A carcinicultura brasileira não é a maior do mundo em quantidade, mas é a melhor em produtividade, e de longe. Enquanto a China produz 370 mil toneladas, com uma produtividade de 1.440 kg/ha/ano, o Brasil produz 90 mil toneladas, com uma produtividade de 6.084 kg/ha/ano sto significa dizer que a China precisa de uma área mais de quatro vezes maior para produzir a mesma quantidade de camarões que o Brasil. O segundo colocado, a Tailândia, tem uma produtividade também excelente: 4.375 kg/ha/ano. Fora isso, numa lista de dez maiores produtores, não há ninguém com melhor produtividade que a China, e portanto, bem abaixo da nossa. O total da produção mundial é de 1,63 bilhão de toneladas e a grande concentração na produção nacional, embora ainda pequena, está nas fazendas do Nordeste brasileiro. É uma nova riqueza abrindo perspectivas econômico-sociais na região. Segundo a Revista da FGV, “a produção não depende de chuvas em nenhuma fase do ciclo reprodutivo, utiliza áreas improdutivas, absorve mão-de-obra sem qualificação profissional e conta com ampla demanda mundial” - em edições passadas do Anuário, tivemos a oportunidade de divulgar que o camarão foi a espécie que mais cresceu na demanda mundial. Os criadores de camarão estão difundindo tecnologia para a produção, de forma que o sistema de alimentação pelo uso de bandejas fixas, para con- I PEIXES servação da qualidade da água e do solo do cultivo tenham sucesso. Fazem o tratamento do fundo dos viveiros para correção do solo e eliminação de metabólitos, para a degradação da matéria orgânica. Segundo a Revista FGV, “esta é uma prática indicadora de equilíbrio entre produção biológica e preservação ambiental”. Ainda contribui para a produtividade “o empenho dos técnicos e empresários, com relação ao domínio e eficiência das técnicas de maturação, reprodução e lavicultura. Há uma garantia da entrega de pós-larvas às fazendas de engorda e o sistema de laboratório tem capacidade para atender à crescente demanda”. Importante para o sucesso da indústria exportadora foi a instalação de frigoríficos e unidades de beneficiamento, para a preparação final do produto, a partir de 1998. Antes disso, por 20 anos a produção era basicamente para o mercado interno que conservava o camarão fresco, no gelo e em pequenas quantidades. Veja na página seguinte os quadros da produção mundial e nacional. 98 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:21 Page 99 SCVCF ANUÁRIO 2005 Produção mundial de camarão cultivado Países 2002 2003 Produção (toneladas) Área (hectare) Produtividade (kg/ha/ano) Produção (tonelada) Área (hectare) Produtividade (kg/ha/ano) China Tailândia Vietnã Indonésia Índia Brasil Equador Bangladesh México Malásia Outros 337.000 250.000 195.000 164.000 145.000 60.128 64.875 63.164 28.250 20.000 127.829 243.600 64.000 480.000 200.000 186.000 11.016 125.000 144.202 26.000 20.500 141.782 1.383 3.906 406 820 780 5.458 519 438 1.087 976 902 370.000 280.000 220.000 168.000 160.000 90.190 81.000 60.000 38.000 21.000 141.810 257.000 64.000 500.000 200.000 195.000 14.824 130.900 145.000 27.500 20.900 146.466 1.440 4.375 440 840 821 6.084 619 414 1.382 1.005 968 Total 1.455.246 1.642.100 886 1.630.000 1.701.590 958 Fonte: GMIShrimp Outlook 2003 Brasil: carcinocultura marinha em 2003 Região Fazenda Número % Área hectare % Produção tonelada % Produtividade Kg/ha/ano Norte 6 0,6 159 1,1 324 0,4 2.038 Nordeste 826 91,2 13.644 92,0 85.852 95,2 6.292 Sudeste 10 1,1 103 0,7 370 0,4 3.592 Sul 64 7,1 918 6,2 3.644 4,0 3.969 Total 905 100,00 14.824 100,0 90.190 100,0 6.084 Fonte: Censo ABCC, 2003 PEIXES 99 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:21 Page 100 SCVCF ANUÁRIO 2005 Aqüicultura: a revolução do peixe Os progressos da aqüicultura dão conta de uma produção 10% maior a cada ano que passa, desde 1990. Em 2000, foram produzidos 36 milhões de peixes, crustáceos e mariscos. Hoje, nos EUA, cerca da metade dos frutos do mar frescos ou congelados consumidos é cultivada Barcos de pesca: com a expansão da aqüicultura, essa cena torna-se cada vez menos frequente udo indica que em 2030, a maior parte de todos os peixes consumidos nos EUA sejam provenientes da aqüicultura. A revolução em processo no mundo dá conta de índices de produtividade maiores. Para cada tonelada de salmão norueguês, T PEIXES de 1972 aos dias de hoje, o carregamento de nitrogênio na água passou de 180kg para 30 kg, a queda de ração foi de 66% e o uso de antibióticos caiu nada menos que 95%. Mas, é de novo a China que aparece nas estatísticas como maior produtor 100 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:23 Page 101 SCVCF mundial, com 70% do peixe cultivado do mundo, responsável pelo crescimento de 5% ao ano da produção mundial. As vendas de salmão crescem 12% ao ano e ocupam o terceiro posto de consumo na América do Norte. No Reino Unido, o preço do salmão cultivado caiu de L 11 para L 3. O salmão de baixo custo, produzido pelo Chile, está fazendo frente até mesmo à indústria do bacalhau. Postas de salmão Num mercado mundial de U$ 55 bilhões, o Brasil em 2003 contribuiu com U$ 450 milhões em exportações da pesca como um todo, ou menos de 1%, mas tem potencial para chegar aos U$ 11 bilhões. As vantagens comparativas do País são imensas, com abundância de grãos, terra, água e a existência de clima favorável o ano todo para a aqüicultura. Entre os avanços da aqüicultura no mundo, o desenvolvimento de uma espécie de tilápias mais robusta e com crescimento 60% mais rápido que a linhagem selvagem. Levam-se anos para desenvolver uma nova espécie, como já foi realizado com o salmão, o linguado, o linguado gigante, o badejo, o hadoque e o pargo. Mas as indústrias estão melhorando seus índices de conversão de ração em carne, de resistência às doenças, fertilidade e tolerância à água fria e deficiente. Cerca de 80% dos peixes produzidos pela aqüicultura são herbívoros ou onívoros, desenvolvidos para sistemas de consumo local. A aqüicultura envolve condições técnicas especializadas e o conhecimento dos hábitos e ciclos de vida de cada espécie cultivada. Com o aumento da renda, o consu- PEIXES ANUÁRIO 2005 mo de peixes duplicou em um século. Ao contrário da queda de preços em relação à carne bovina, suína e de frango, o preço aumentou nas últimas décadas, na mesma medida da procura, com oferta não suficiente. Hoje, o salmão não-cultivado e o atum de barbatana azul viraram artigos de luxo. Meio Ambiente Há críticos da aqüicultura que dizem que para cada quilo de peixe cultivado carnívoro, como o salmão e o bacalhau, são necessários diversos quilos de peixes capturados no ambiente natural como alimento. Assim, a pressão sobre os animais marinhos estaria aumentando. Problema maior: não existe aumento de oferta nas capturas de peixes para alimentar os carnívoros cultivados. Sardinhas, anchovas e savelhas, usados para fazer farinha de peixe, permaneceram com oferta estável em 30 milhões de toneladas por várias décadas. Do suprimento mundial, os criadores de peixe utilizam 40% do óleo de peixe e 31% da farinha de peixe produzida mundialmente. Para os próximos 10 anos, está projetada uma escassez dos produtos. A saída pode estar na pesquisa tecnológica. Alimentos substitutos, como a soja, o óleo de semente de colza e o glúten de milho podem ajudar no desenvolvimento de novas rações. Outra alternativa, seria o suplemento de proteínas à base de levedura, como substituto da farinha de peixe. O esgotamento da oferta de óleo e farinha depende da China, maior produtor mundial de peixe cultivado. Perspectivas para o Brasil O Brasil pode aumentar suas exportações de peixe em até 20% do mercado mundial com um aumento de oferta de peixes cultivados. A vantagem da aqüicultura sobre a pesca em mar aberto está no controle da produção. Diante da pressão ambiental, a indústria é forçada a buscar modelos não predatórios. Hoje, os países destinam subsídios governamentais para o setor da pesca, que poderiam ser reduzidos com o aumento da produção cultivada. 101 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:23 Page 102 Ostras em Santa Catarina erca de 95% de toda a produção nacional de ostras é proveniente do Estado de Santa Catarina. Cultivadas por ostreicultores, em 2003 geraram uma renda de R$ 6 milhões para o vilarejo de Santo Antonio de Lisboa, ao Norte de Florianópolis. Mais: de acordo com dados oficiais, existem disponíveis para a concessão voltada à criação de ostras 41 mil hectares de lâmina d’água nas baias Sul e Norte da ilha, com apenas 0,23% ocupados. É desses 0,23% que saem 70% de toda a produção nacional. Uma pequena usina de beneficiamento seleciona e embala as ostras em caixas térmicas, de onde vão diretamente ao aeroporto Hercílio Luz para serem enviadas aos restaurantes do Nordeste, São Paulo e, principalmente, Rio de Janeiro. Elas chegam ao destino, vivas e em perfeito estado. Para a exportação, é preciso garantir graus de pureza exigidos no mercado mundial. Existem três classificações: na primeira, a ostra não precisa de depuração, porque é produzida em área livre de pa- C PEIXES tologias e em água limpa; na segunda, depois de uma quarentena em água limpa, atinge o grau ideal de pureza; e, na terceira, em que mesmo com a quarentena, o produto é reprovado. Em Florianópolis, as ostras se encaixam no primeiro caso, comprovado pela monitoria constante das águas. Mesmo assim, o mercado da Comunidade Européia insiste na depuração. Problema: se as ostras catarinenses forem colocadas em quarentena, pela elevada temperatura de nossas águas, elas entrarão em processo de reprodução, o que provocaria uma mortandade de verão. A solução tem de vir de órgãos oficiais, que atestariam a qualidade, mas a legislação nacional ainda não está adequada à atividade. Os números disponíveis da ostreicultura dão conta de que existem: 160 produtores cadastrados, 650 empregos diretos e 2,6 mil indiretos. Perto de 142 toneladas foram produzidas em 1999 e 2 mil toneladas na última safra. 102 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:24 Page 103 SCVCF ANUÁRIO 2005 Novas Ameaças: peixes híbridos O controle para a produção de peixes em cativeiro tem que estar atento aos novos desafios S egundo os pesquisadores, os peixes híbridos, espécies criadas artificialmente e encontradas em larga escala principalmente nos pesque-pague podem se tornar ameaças sérias às espécies nativas de rios e lagos brasileiros. Quando ocorrem transbordamentos, os pesquepagues podem estar colocando esses peixes em contato com a fauna nativa. Segundo o pesquisador da Unesp de Bauru, Fábio Porto-Foreste, esta introdução imprevista é comum nos Estados de São Paulo (principalmente nos rios Tietê e Paranapanema), Paraná e Mato Grosso do Sul. Existem raros estudos sobre os peixes híbridos, por isso não se sabe se essas espécies são férteis ou não. No caso de serem férteis, eles podem se reproduzir, tornando-se predadores ou disputando espaços com espécies nativas. É possível ainda a reprodução com risco de criarmos uma população inteiramente híbrida. Se esses peixes não forem férteis, o maior problema é a perda de material biológico, pois quando o macho híbrido faz a corte para uma fêmea natural esta libera óvulos que não serão fecundados, o que pode levar a um decréscimo na população de peixes. PEIXES 103 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:24 Page 104 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:25 Page 105 CARNES ESPECIAIS A carne de avestruz vem sendo colocada no mercado das grandes capitais brasileiras em restaurantes sofisticados e gôndolas de supermercados e empórios finos. Enquanto isso, os cordeiros triplicam sua produção no Centro Oeste e povoam as churrascarias do Estado de São Paulo; paletas, pernis e carrés de sabor acentuado fazem a satisfação dos consumidores. Na espera, o búfalo continua sendo comercializado como corte de bovino, mas sua carne já tem certificado de “carne light” conferido no Pará anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:26 Page 106 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:26 Page 107 Avestruz: Brasil já é quarto produtor mundial Os estrutiocultures brasileiros estão comemorando os dez anos da introdução do avestruz no País donos de um rebanho que ultrapassa 250 mil aves, fazendo do Brasil o quarto produtor mundial CARNES ESPECIAIS 107 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:27 Page 108 SCVCF oa parte dos restaurantes sofisticados do eixo São Paulo-Rio já possuem a carne de avestruz em seus cardápios. Embora ainda pequena, a indústria especializada na carne de avestruz ganha a cada dia novas empresas fornecedoras. Os abates têm novos espaços e o principal fornecedor de carne, a Avestro contabiliza centenas de pontos de venda, inclusive redes de supermercados como o Pão de Açúcar. A empresa inicia, em parceria com a Klein Karoo, da África do Sul, a primeira exportação da carne brasileira de avestruzes, com frigorífico especializado localizado em Araçatuba, interior do estado de São Paulo. Os preços ainda são proibitivos para um consumo maior. A carne está sendo comercializada por cerca de R$ 50,00 a R$ 60,00, para o quilo dos cortes mais nobres (preço para o intermediário). Fato a aplaudir na estrutioculura é que seus pares estão se organizando para a colocação da carne, assumindo para si mesmos a tarefa de criar grifes de carne e atrair os consumidores, fechando a cadeia produtiva. Falando em matéria de marketing e organização, o avestruz está de parabéns em quase todos os sentidos: as grandes empresas possuem assessorias próprias, capazes de gerar notícias necessárias a criar opinião para o consumidor sobre a excelente qualidade da carne, com baixo teor de colesterol, baixa quantidade de gorduras saturadas, presença de ômega 3, 6 e 9, alta presença de carnitina e ferro. Formam a estrutura de associações ligadas ao avestruz mais de vinte entidades em todo o País. Alie-se a isto o fato do avestruz estar inserido no Plano Nacional de Sanidade Avícola, através da UBA - União Brasileira da Avicultura. B Prato com a carne de avestruz CARNES ESPECIAIS ANUÁRIO 2005 Com um rebanho pequeno se comparado aos rebanhos de muitas raças bovinas, de cordeiros e cabritos, ou ainda se comparado a outros animais, a estrutiocultura possui três revistas especializadas, uma em São Paulo, outra no Centro Oeste e mais uma no Nordeste. O ganho de escala para baixar os preços da carne virá com o tempo, mas um desafio se coloca diante do produtor: produzir animais em quantidade e qualidade e com menores custos; meta necessária para agilizar toda a colocação de produtos no mercado, com menos ênfase à venda de reprodutores. Mercado para as plumas Espanadores: uma possível utilização para as plumas O maior mercado para as plumas de avestruz está aqui mesmo no Brasil, com a realização dos carnavais e festas populares. O País é o maior importador de plumas do planeta e o faz da África do Sul. Mas a organização para o aproveitamento das plumas de avestruz só pode se dar com eficiência em grandes quantidades. Segundo Gilberto Mendes, da Duster Espanadores, empresa no ramo de material de limpeza há mais de 50 anos, “na África do Sul, a produção de fazendas para plumas de avestruz mostra que é necessária uma grande quantidade de animais para torná-la comercialmente válida. Lá, existem fazendas lado a lado que somadas unem cerca de 15 mil animais, com produção para plumas”. Ele mesmo um grande criador de avestruzes no Brasil, 108 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:27 Page 109 SCVCF com fazenda no interior do estado de São Paulo (Universo do Avestruz), utiliza plumas de avestruzes importadas e nacionais para a fabricação de seus espanadores. Cascas de ovos são objetos de arte e artesanato Ovos em exposição em São Paulo Artesãos de diversas regiões do Brasil estão utilizando as cascas de ovos de avestruz para transformálas em objetos de arte. No estado de São Paulo, na região de Campinas, foi realizado um curso para pintura em ovos de avestruz por iniciativa da AEPE, Associação dos Empreendedores Paulistas da Estrutiocultura, durante a realização do II Workshop Paulista da Estrutiocultura em junho deste ano. A Pé Forte, que se constitui na maior produtora brasileira de avestruzes com animais próprios, realiza anualmente um concurso de arte em cascas de ovos de avestruz. A exposição foi intensamente mostrada pela mídia paulista e nacional em sua última edição, no final de 2004, com direito a uma mostra de centena de trabalhos com ovos pintados, esculpidos ou transformados em objetos de decoração. Mirza Carla Legnaro e sua irmã, Valéria se especializaram na confecção de objetos de artesanato com pedaços de cascas de ovos, construindo murais, tampos de mesas, tabuleiros de jogos e outras peças. No Ceará, a Família Góes constrói objetos esculpindo os ovos de avestruz, transformados por vezes em abajures, outras vezes em peças de decoração. Isto com apoio do governo daquele estado e da associação regional voltada ao artesanato. CARNES ESPECIAIS ANUÁRIO 2005 Couro: sofisticação e preço alto O couro do avestruz tem seu preço mundial colocado como o segundo couro mais valorizado, atrás do couro de jacaré. Grifes de moda no Brasil já estão utilizando o couro para criar modelos. Com sede em Alphaville/SP, a Struzzo é a maior especialista na produção de couro de avestruz do Brasil, produzindo couro de qualidade para confecção de produtos como sapatos femininos e masculinos, acessórios em geral, artigos para casa e escritório, entre outros produtos. Os últimos três anos de evolução da empresa a aproximam cada vez mais da perfeição das tecnologias italianas e sul-africanas, consideradas referências mundiais nesse mercado. Os resultados dessa qualidade e aperfeiçoamento constante refletem-se nos novos contratos que a empresa fechou neste primeiro trimestre de 2005, com importantes grifes do cenário nacional e internacional da moda. Um deles é com Ocimar Versolato, que lançou neste inverno sapatos e bolsas em canela de avestruz. Versolato é o único brasileiro que figura entre os 24 estilistas do mundo com permissão para usar a etiqueta “alta-costura” na França. Também de canela de avestruz serão fabricados os sapatos da coleção da grife Pollignanno Almare. Além destes, a empresa Maison Saad, que fabrica sapatos femininos e acessórios de alto luxo, confeccionará suas bolsas com peles de avestruz. Todo esse material foi fornecido para a coleção inverno 2005. Sapatos com o nobre couro do avestruz Outros clientes de peso compõem a carteira da Struzzo, entre eles Daslu, Jácomo, Show Horse, 109 anuario 2005.qxd 4/1/2006 16:08 Page 110 SCVCF Ponte de Mezo, Iódice e M Officer. A empresa é a maior especialista no Brasil em produção de couro de avestruz, sendo responsável pelo comércio e suporte técnico para melhor aproveitamento do couro, investindo sempre em pesquisa para desenvolver o tingimento, tratamento e corte para diversas utilidades. Normatização do mercado de aves A Comissão de Valores Mobiliários - CVM, proibiu a venda de avestruzes no Brasil como investimento. Segundo o organismo, quem quiser vender avestruzes como investimento deve se filiar a CVM, ganhar estrutura de empresa aberta e estar sob sua fiscalização. Esta ação marcou o mercado de avestruzes no primeiro semestre de 2005, fazendo com que empresas que atuavam fortemente na venda de pintos com hospedagem mudassem de estratégia. Ninguém mais pode anunciar avestruzes e resgatá-los com promessa de recompra em determinado período. Isto faz com que o mercado resgate com mais intensidade a colocação dos produtos, pois o rebanho está alcançando números que implicam fortemente no fechamento da cadeia produtiva. O mercado tem que se consolidar nos próximos anos, para que o avestruz se torne um agronegócio viável, com ampliação do mercado interno para carne e couro, ao lado de exportações que coloquem os produtos no mercado internacional com os ajustes de preços necessários. Organização e metas Um importante passo na organização da estrutiocultura foi dado com a realização de um evento para a organização nacional do avestruz em cooperativas. Grande parte da produção de aves está hoje na mão de pequenos produtores, ainda desorganizados verticalmente. Por isso mesmo, o avestruz tem muito a ganhar com a estruturação do cooperativismo. CARNES ESPECIAIS ANUÁRIO 2005 É na colocação dos produtos e na organização da produção para esse desafio que o cooperativismo pode ajudar muito, criando estruturas para escoamento das aves com rendimento e viabilizando a pequena produção. O Brasil é um País com cerca de 180 milhões de habitantes, grandes espaços urbanos com renda da população muito significativa. Se no alto da pirâmide social estão os 1% mais ricos, estes representam um mercado de 1,8 milhão de consumidores. O desafio que se faz presente são as grandes distâncias marcadas pelo território nacional que podem dificultar a expansão de mercados em todas as regiões, com prejuízo para o ganho de escala, principalmente no que tange às exportações. Hábito de consumo Carne processada de avestruz O brasileiro precisa ganhar o hábito de consumir a carne e o couro de avestruz. Até o momento, as empresas líderes na colocação desses produtos têm atuado com muita eficiência para desenvolver mercados. É o caso da Avestro, na carne. Esta empresa desenvolveu conteúdo culinário em forma de uma publicação, reunindo as primeiras experiências de chefes de cozinha de São Paulo e Rio de Janeiro para o desenvolvimento de receitas de carne de avestruz. Sem dúvida, a iniciativa marca ainda mais o profissionalismo do avestruz enquanto agronegócio. 110 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:27 Page 111 SCVCF ANUÁRIO 2005 Maior empreendimento do avestruz em cheque A empresa Avestruz Master, do estado de Goiás, fecha as portas e causa alvoroço no mercado Elisabete Maciel, filha de Jerson Maciel (pai), proprietário da Avestruz Master m novembro de 2005, a Avestruz Master cerrou as portas ao atendimento público, prometendo reabrir depois de uma semana. Esta empresa se trata do maior empreendimento do agronegócio do avestruz no Brasil. Aguardava-se, para o dia 19 de novembro a inauguração de um frigorífico da empresa, na cidade de Bela Vista de Goiás, nas proximidades da capital de Goiânia. Segundo a presidente da ACRIAGO, Associação dos Criadores de Avestruz do de Goiás, Stela Bandeira, “80% do rebanho do estado pertence a investidores da Master”. A empresa foi responsável pela venda a milhares de investidores de aves criadas no regime de hospedagem em diversas fazendas distribuídas pelo território nacional, com maior concentração em Goiás. E CARNES ESPECIAIS Na reabertura, a condição da empresa provocou a intervenção da Polícia Federal e dos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon regional. Um dos sócios, Jerson Filho foi preso enquanto bens eram apreendidos para o pagamento das dívidas, entre eles, um helicóptero e quase uma dezena de carros com valores de R$ 120 mil, além de dinheiro em espécie e armas. As últimas notícias causavam preocupação a muitos estrutiocultores em todo o País, pois davam conta de que as aves não tinham reserva de alimentos para muito tempo, o que poderia agravar a situação. A Acab, Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil divulgou nota à imprensa, procurando acalmar o mercado da ave. No comunicado, a entidade esclarece que a situação do mercado do avestruz permanece inalterada, considerando que a diversidade e pluralidade desse mercado são suficientes para manter os negócios, apesar da situação dessa empresa específica. O número estimado de criadores é superior aos 2,5 mil em todo o Brasil, empresas estão com frigoríficos prontos para a exportação e atendimento ao mercado interno de produtos do avestruz. A Acab também considera que a Avestruz Master trabalhava com investidores em busca de alta rentabilidade que não podem ser igualados aos criadores de avestruzes. Fato é que os negócios com o avestruz vão ser atingidos de alguma maneira, já que a Master era forte compradora de aves no Brasil inteiro. Em Goiás, a situação é preocupante, pois eram esperados nesta temperada de postura 40 mil filhotes de avestruzes dentro das fazendas da Master, que possui incubatório para 10 mil ovos por ciclo. 111 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:27 Page 112 SCVCF ANUÁRIO 2005 Cordeiro: importação tem que dar conta do mercado Para suprir o hábito de comer cordeiros, já intensamente adquirido pelos consumidores brasileiros e paulistas, o Brasil foi obrigado a importar 774 mil cordeiros com peso vivo de 30 quilos, no ano de 2000 produção de pequenos animais, como cordeiros e cabritos para corte, carece de organização e de uma política correta para o seu desenvolvimento. As iniciativas pontuais acontecem, mas parece que estamos empatados há muito tempo diante do mesmo quadro. A exceção parece vir do Centro Oeste, onde a produção está crescendo. As razões para isso, no que tange aos preços e possibilidades da criação, parecem não existir, pelo menos no caso da ovinocultura. Segundo a Revista Produtor Rural, o cordeiro é um animal de ciclo curto de reprodução. Isto sig- A nifica que entre a gestação e uma nova concepção, tem-se um período de 8 meses. Em dois anos, três ciclos reprodutivos. O abate se dá com 34 quilos e aos 120 dias. Some-se a isto o fato de que existe uma possibilidade, que pode chegar aos 40%, de partos duplos, dependendo da raça e da alimentação. Os índices dos bovinos indicam que em 100 vacas podem ser obtidos 80 bezerros. Com os mesmos 80% de gestação, os ovinos são capazes de criar 120 produtos e, com a possibilidade de partos duplos, podemos atingir 168 cordeiros. Índice de mortalidade: 5%. Total: 151 cordeiros no ano. Texto Assessoria Lote de Doadoras Write Dorper da VPJ pecuária genética Sul-Africana, Importada da Austrália CARNES ESPECIAIS 112 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:28 Page 113 SCVCF ANUÁRIO 2005 Cordeiros criados juntos a avestruzes “Numa área onde se coloca uma unidade animal de bovinos de 450 quilos pode-se colocar 10 matrizes ovinas”. Com 10 matrizes de ovinos, vamos ter 16 cordeiros, com a arroba do ovino valendo o dobro do boi. Isto reflete na seguinte produtividade: Vencedores do concurso da VPJ • nos bovinos, R$ 280,00 por ha/ano • nos ovinos, R$ 1600,00 por ha/ano A necessidade de mão-de-obra é maior para a ovinocultura do que para o boi, mas a importação de cordeiros até da Nova Zelândia, país que fica a 14 mil quilômetros do Brasil, mostra que o mercado da carne de cordeiro internamente é forte. As principais importações, é verdade, ocorrem da Argentina e Uruguai. Quanto aos saborosos cabritos, estes estão concentrados na sua produção quase que exclusivamente no Nordeste brasileiro. Ainda é forte a produção familiar, em pequenas unidades e sua carne ganhou novos fornecedores nos últimos tempos, mas não desponta com grande consumo no estado de São Paulo. Isto, apesar da carne de cabrito ser uma carne sem altas taxas de gorduras, diferente CARNES ESPECIAIS do cordeiro e que pode tirar proveito de sua condição de carne saudável em mercados ávidos por produtos lights. A dificuldade para a existência de uma política para quebrar o ciclo da produção familiar desses animais no Nordeste brasileiro pode estar numa ponderação: será que o nordestino está apto a criar o cabrito em larga escala, quebrando uma cultura familiar centenária? 113 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:28 Page 114 SCVCF ANUÁRIO 2005 Búfalos: sucesso da mussarela Ao lado do sucesso na colocação de derivados como a mussarela de búfala, a carne deste animal rústico e forte ainda está sendo vendida como carne de boi, e na maioria das vezes com frigoríficos pagando preços menores do que o boi conquista de mercado da mussarela de búfala é impressionante. Bares e restaurantes da cidade de São Paulo e do interior adotaram o derivado em seus cardápios, com grande ênfase para as pizzarias. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos - ABCB, em editorial do Boletim do Búfalo de 2004, “mais de uma centena de estabeleci- A mentos processadores de leite foram identificados no País”. A ABCB criou um selo de pureza para os derivados do leite, medida necessária para garantir a qualidade do produto evitando a mistura excessiva ao leite de vaca. No ano passado, a adesão ao programa de qualidade recém-criado já ultrapassava os 10%. Entre os participantes, o volume de lei- Qualidade no búfalo: rusticidade CARNES ESPECIAIS 114 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:28 Page 115 SCVCF ANUÁRIO 2005 te de búfala processado teve um crescimento de 62% entre 2001 e 2002, e de 6% entre 2002 e 2003; em 2004, o primeiro quadrimestre apontou para um crescimento de 20%. Além da mussarela, o provolone, a ricota e o queijo frescal também exibem o selo de pureza. A carne, ao contrário, não encontra no mercado um consumidor capaz de identificá-la como um produto de qualidade superior à carne bovina. Os diferenciais entre as duas fontes de proteína não foram traçados para a população aqui no Estado de São Paulo. Falta informação, divulgação e organização da cadeia produtiva do búfalo para a conquista desse mercado. Aqui, ao contrário do gosto pela mussarela, o consumidor precisa ser informado que a carne de bubalinos é uma carne de boa qualidade, com menor quantidade de gorduras saturadas e baixo índice de colesterol. No Pará, terra onde a produção de búfalos se dá de maneira positiva, com grandes rebanhos espalhados pelo estado e concentração na Ilha de Marajó, a Secretaria de Agricultura do estado conferiu qualidade de carne light ao produto, ainda em 1999. É de estranhar que nenhuma análise tenha sido publicada no Centro Sul do País nesse sentido. No Anuário de 2004, informações de que dispúnhamos da comercialização na Região Norte, dava notícia de que a carne de búfalo estava sendo reconhecida como carne de qualidade, principalmente nos supermercados localizados na cidade de Belém. Trata-se de um reconhecimento importante, próximo a uma região produtora capaz de prover mercados com boas quantidades. Notas dão conta de que a rede de supermercados Suprimais, em Santa Catarina, comercializava carne de búfalos com regularidade em suas gôndolas. Há iniciativas pontuais como esta no Rio Grande do Sul e em outros estados. Quanto às estatísticas, elas são escassas. Temse em conta que, além do Pará, há grandes concentrações de búfalos no Maranhão. O rebanho de 3 milhões de cabeças está espalhado por diversas regiões, inclusive o Estado de São Paulo, principalmente no Vale do Ribeira. CARNES ESPECIAIS 115 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:29 Page 116 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:29 Page 117 L E G I S LAÇÃO Agora, você encontra aqui no Anuário do SCVCFESP um pouco da legislação de interesse para a nossa categoria, principalmente voltada à relação patrão e empregado anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:29 Page 118 SCVCF ANUÁRIO 2005 Legislação Fiscal tem que se identificar antes de atuar na empresa A Portaria nº 110, de 16/12/04, da Secretária de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego instituiu um novo modelo da carteira de identidade fiscal, para uso exclusivo de auditor-fiscal do Trabalho quando no exercício de suas atribuições. A Portaria nº 111, de 16/12/04, estabeleceu ainda o novo modelo de credencial para uso do agente de Higiene e Segurança do Trabalho. O prazo de validade tanto da carteira como da credencial vai de 1 de janeiro/05 a 31 de dezembro/09. Em caso de fiscalização, o fiscal ou agente deve apresentar, obrigatoriamente, a identidade ou a credencial, sem o que não poderá solicitar esclarecimentos ou ter acesso à documentação da empresa. Desconto da contribuição previdenciária para quem tem mais de um emprego O empregado que trabalha para mais de uma empresa deve recolher a contribuição proporcional ao salário recebido em cada empresa, observando sempre o teto máximo do salário-de-contribuição, atualmente de R$ 2.508,72. Se na soma dos salários o valor for inferior ao teto da previdência, aplica-se em cada remuneração a alíquota correspondente ao valor total recebido em todas as empresas, conforme o seguinte exemplo: • Empresa A: R$ 650,00 • Empresa B: R$ 760,00 • Empresa C: R$ 900,00 LEGISLAÇÃO Pelo valor pago ao empregado em cada empresa, as alíquotas isoladas seriam de 7,65%, 8,65% e 9%, respectivamente. Mas ocorre que a soma dos três salários é de R$ 2.310,00, caso em que a alíquota passa a ser de 11%. Em conseqüência, todas as empresas devem aplicar sobre os salários a alíquota de 11%. Para que isso ocorra, o empregado deve informar às empresas o salário que recebe em cada uma delas. Numa segunda simulação pode ocorrer o seguinte: • Empresa A: R$ 2.000,00 • Empresa B: R$ 1.500,00 • Empresa C: R$1.000,00 A soma dos salários é de R$ 4.500,00. Como o teto da previdência é de R$ 2.508,72, deve ser feito o desconto de 11% sobre o total do salário recebido na empresa “A”. A empresa “B” deve aplicar a alíquota de 11% sobre o valor de R$ 508,72, respeitando-se o limite máximo de contribuição. Com relação à empresa “C” não deve ser feito nenhum desconto, uma vez que o teto da previdência foi aplicado nas empresas “A” e “B”. É importante que essas informações sejam fornecidas ao empregador pelo empregado, porque somente este tem conhecimento de todas as suas relações de emprego. Horas extras O horário normal de trabalho pode ser acrescido de duas horas suplementares, mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou em razão de acordo coletivo de trabalho. Pela Constituição Federal, as horas extraordinárias devem ser remuneradas com no mínimo 50% do valor da hora normal. No comércio, por força das convenções cole- 118 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:29 Page 119 SCVCF tivas de trabalho, esses percentuais são respectivamente de 50% na capital e 60% no interior. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações horárias no registro de ponto que não excederem a cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. O tempo gasto pelo empregado para chegar ao local de trabalho e de retorno a residência, por qualquer meio de transporte, não será computado como hora de trabalho. Caso o local seja de difícil acesso ou não servido por transporte coletivo, se o empregador fornecer o transporte esse tempo será computado no horário de trabalho ou deverá ser remunerado como hora extra. Se a empresa conceder intervalos não previstos em lei, estes devem ser computados na jornada de trabalho ou pagos como horas extras. Quando não for concedido intervalo para alimentação, esse período deverá ser remunerado como hora extra. No caso dos comissionistas, as convenções coletivas dos comerciários do interior e da capital estipulam critérios diferentes para apuração das horas extras. No interior apura-se o valor da hora média auferida nos seis meses antecedentes ao pagamento. Na capital apura-se o valor da hora média dos três meses que antecedem o pagamento. As horas extras habituais integram o salário para todos os efeitos, devendo ser computadas no cálculo das férias, salário, aviso prévio e repouso semanal remunerado. As horas extras habituais podem ser suprimidas desde sejam indenizadas. Para tanto se leva em consideração a quantidade de anos ou fração superior a seis meses de serviço trabalhado em regime de horas extras. O cálculo observa média das horas suplementares efetivamente trabalhadas nos últimos doze meses. Multiplica-se a média encontrada pelo valor da hora extra do dia da supressão. O valor encontrado multiplica-se pelo número de anos trabalhados, como seguinte exemplo: Pela média dos últimos doze meses, o empregado fez horas extras. Multiplica-se as vinte horas pelo valor da hora extra do dia da supressão. O valor obtido multiplica-se pelo número de anos ou fração superior a seis meses trabalhados regime de horas extraordinárias. Com o pagamento da indenização as horas extras não integram mais o salário. LEGISLAÇÃO ANUÁRIO 2005 As horas suplementares poderão ser compensadas sem seja necessário o seu pagamento. O excesso de horas poderá ser compensado em outro dia, de maneira que não exceda, período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho. Isso significa dizer que as horas suplementares, não poderão ser superiores a duas diárias, podem ser compensadas, por meio de acordo escrito firmado pelo período de um ano. As convenções coletivas de trabalho dos comerciários da capital e do interior prevêem as referidas compensações. Mesmo assim, é importante que o empregador faça acordo individual com os empregados. Procedimento para regularizar débitos do FGTS A Caixa Econômica Federal, através da Circular nº 349, de 15/03/05, disciplina condições para parcelamento de débito de contribuições devidas ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que são as seguintes: • Os empregadores em débito com as contribuições ao FGTS de seus empregados, mesmo quando inscritos na dívida ativa, poderão regularizar sua situação parcelando o pagamento; • Serão até 72 parcelas mensais para os débitos inscritos na dívida ativa e ainda não ajuizados; • Em até 60 parcelas mensais para os débitos inscritos em dívida ativa já ajuizados; • O valor mínimo de cada parcela não poderá ser inferior a R$ 200,00; • A parcela mensal será determinada pela divisão do montante do valor da dívida, atualizada, até a data do acordo; • As agências da Caixa Econômica prestarão aos interessados as informações referentes às condições e procedimentos de habilitação ao parcelamento de que trata a circular. 119 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:29 Page 120 SCVCF ANUÁRIO 2005 Conectividade social A nova Lei das falências A Portaria nº 227, de 25/02/05, estabelece que a informação dos dados cadastrais de todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e de outras informações de interesse da Previdência Social a que a empresa é obrigada, e aqueles de interesse do Ministério do Trabalho e Emprego, relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e de seu agente operador, Caixa Econômica Federal, passa a ser feita, desde 1 de março/05, pelo sistema eletrônico. A partir de março/05 a transmissão dos arquivos gerados no SEFIP, Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, criado pela Caixa para permitir a geração e entrega de informações relativas às contribuições previdenciárias e ao FGTS em meio eletrônico, deverá ser feita exclusivamente pelo uso do site “conectividade social”. Trata-se de um Portal Eletrônico de Relacionamento desenvolvido em plataforma WEB, e tem como objetivo dotar o empregador, as Entidades Sindicais e as Delegacias Regionais do Trabalho de ferramentas que permitam uma maior interatividade com a CEF, no tocante aos assuntos pertinentes ao FGTS, simplificando o trabalho administrativo e reduzindo custos operacionais para a CEF e para as empresas. O portal eletrônico busca, ainda, disponibilizar serviços on-line para os empregadores, inclusive aqueles que visam revestir de maior segurança o processo de acompanhamento e liberação do saldo da conta vinculada do FGTS, no que tange à temporalidade da informação dos dados de movimentação do trabalhador, pelo empregador, bem como permitir, com maior celeridade, a manutenção e qualificação do cadastro de contas vinculadas por parte do empregador. O descumprimento das obrigações acarretará penalidades para as empresas, previstas na legislação do INSS e do FGTS. Acaba a concordata, entra a recuperação ANTES Empresas pediam concordata e recebiam prazo de dois anos para pagar dívidas com fornecedores e prestadores de serviço. Os maiores credores, como bancos, não eram afetados pela concordata, o que tomava o processo ineficaz. AGORA A nova lei dá ênfase à recuperação das empresas, que poderão negociar extrajudicialmente a forma e os prazos de pagamento com os credores, inclusive os bancos. A regra vale para empresas em dia com os trabalhadores e o Fisco. Se houver acordo, a negociação será homologada pela Justiça. Empresas com maiores dificuldades poderão negociar a recuperação diretamente na Justiça com todos os credores. Se não houver acordo em 180 dias, a falência da empresa pode ser decretada. Na falência, bancos passam na frente do Fisco ANTES Qualquer credor podia pedir a falência da empresa. Uma vez decretada, a prioridade no recebimento dos créditos era dos trabalhadores, seguidor do Fisco e dos credores com garantia real como os bancos. AGORA A falência de grandes empresas poderá ser pedida por credores com quarenta salários mínimos a receber. O valor cai pela metade em caso de pequenas empresas. A prioridade no recebimento continua sendo dos trabalhadores, mas haverá um limite de pagamento de 150 salários mínimos. Em segundo lugar, virão os credores com garantia real e, depois, o Fisco. Dispensa antes da data-base gera indenização Em conformidade com as Leis ns 6.708/79 e 7.238/84, o empregado dispensado 30 dias antes da data-base de sua categoria terá direito a um salário adicional de indenização. LEGISLAÇÃO 120 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:31 Page 121 SCVCF Para evitar incorrer na obrigação do pagamento dessa indenização, a empresa deve abster-se de realizar dispensas nesse período. A data-base dos comerciários é 1º de outubro, para o interior, e 1º de dezembro, na capital. De acordo com o Enunciado 182 do TST o pagamento do aviso prévio não dispensa o pagamento da multa. Diz o Enunciado: “O tempo do aviso, conta-se para efeito da indenização adicional prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de 30/10/79”. A Lei do Primeiro Emprego O programa de estímulo ao primeiro emprego foi criado pela Lei n 10.748/03, com o objetivo de atender jovens entre 16 e 24 anos de idade. Essa lei estabelece que 70% dos empregos deverão ser preenchidos por jovens que ainda não tenham concluído o ensino fundamental ou médio, não tenham vínculo empregatício anterior e sejam membros de famílias com renda per capita de até meio salário mínimo. O jovem deverá estar matriculado e freqüentando regularmente estabelecimento de ensino fundamental ou médio. Para participar do programa o empregador e o empregado deverão estar cadastrados no Sine, ou em órgãos e entidades conveniadas. Mediante termo de adesão, poderá inscrever-se no programa como empregador qualquer pessoa jurídica ou física a ela equiparada que firme compromisso de gerar novos empregos. O empregador deverá comprovar a regularidade do recolhimento de tributos e contribuições devidas ao FGTS, ao INSS, à Secretaria da Receita Federal e à Dívida Ativa da União. Os empregadores inscritos no programa terão direito à subvenção econômica no valor de seis parcelas bimestrais de R$ 250,00 por emprego gerado. No caso da contratação de empregado sob o regime de tempo parcial, o valor das parcelas será proporcional à respectiva jornada. As parcelas serão repassadas bimestralmente aos empregadores, a partir do segundo mês subseqüente ao da contratação. Quando da contratação dos jovens pela empresa, o Ministério do Trabalho e Emprego monitora- LEGISLAÇÃO ANUÁRIO 2005 rá a admissão e dispensa dos empregados por meio do Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, levando em consideração a taxa de rotatividade do setor, na respectiva região. Será cancelada a adesão ao programa de empresa que apresentar taxa de rotatividade em seu quadro de pessoal superior à taxa de rotatividade do setor. A quantidade de empregados que poderão ser contratados em conformidade com o programa é a seguinte: um jovem para empresa com até quatro empregados; dois para empresas que tenham de cinco a dez empregados e até 20% do respectivo quadro de pessoal, nos demais casos. O empregador que descumprir as disposições da lei ficará impedido de participar do programa pelo prazo de 24 meses, a partir da constatação da irregularidade. Deverá, ainda, restituir à União os valores recebidos, corrigidos pela taxa Selic. Documentos necessários à contratação do empregado • Carteira de Trabalho e Previdência Social • Exame médico admissional • Foto 3X4 (quantidade de acordo com a necessidade da empresa) • Certidão de casamento • Título de eleitor • Carteira de identidade (RG) • Certidão de nascimento dos filhos • Carteira de vacinação dos filhos menores de 6 anos • Comprovante de freqüência à escola dos filhos maiores de 7 anos de idade (para obtenção do salário-família) • Cartão da Pessoa Física - CPF • Certificado de reservista ou alistamento militar • Cartão de inscrição no PIS/PASEP • Comprovante de contribuições aos sindicatos • Identidade de habilitação profissional (quando a função exigir) • Carta de referência (se a empresa considerar necessário) 121 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:31 Page 122 SCVCF ANUÁRIO 2005 • Comprovante de escolaridade retida pela empresa e são necessários no processo de • Comprovante residencial (para efeito do recebimento do vale-transporte) admissão do empregado. A Carteira de Trabalho e A maioria dos documentos, com exceção da Carteira de Trabalho e Previdência Social, não pode ser o prazo máximo de 48 horas, contra recibo, para ano- Previdência Social pode ser retida pela empresa até tação dos dados do contrato de trabalho. Como se faz a homologação da rescisão do contrato de trabalho assistência ao empregado na rescisão do contrato de trabalho, também conhecida como homologação, está prevista no art. 477 da CLT e na Instrução Normativa SRT/MTE nº 03, de 21/06/2002. A Todo empregado com mais de um ano de contrato de trabalho deve fazer a rescisão contratual no órgão competente, preferencialmente no Sindicato dos Empregados da categoria. • A Delegada ou Subdelegada Regional do Trabalho e Emprego poderá prestar essa assistência nos seguintes casos: • Se a categoria não tiver representação sindical na localidade; • Se houver recusa do sindicato na prestação da assistência; • Se houver cobrança do sindicato pela prestação da assistência. • Na falta do Sindicato ou da DRT, também são competentes para a homologação o representante do Ministério Público, o Defensor Público e o Juiz de Paz. • A assistência é devida, também, nos casos de aposentadoria por tempo de serviço ou morte do empregado, sendo neste último caso, por intermédio de seus beneficiários, habilitados perante o órgão da previdência social ou reconhecidos judicialmente. LEGISLAÇÃO Observação: É vedada a homologação de rescisão contratual que vise, tão somente, ao saque do FGTS e a habilitação ao Seguro Desemprego. Das partes A homologação será praticada na presença do empregado e do empregador. O empregador poderá ser representado por um preposto, credenciado por meio de carta de preposição. Excepcionalmente, o empregado poderá ser representado por procurador, com poderes expressos para receber e dar quitação. O empregado, quando menor, deverá ser acompanhado pelo seu representante legal. Dos prazos A homologação deve ser feita até o 1º dia útil imediato ao término do contrato, isto é, no dia subseqüente ao término do aviso prévio trabalhado. No caso de ausência de aviso prévio, indenização deste ou dispensa de seu cumprimento, a homologação deverá ser feita até o 10º dia subseqüente ao término do contrato de trabalho. Se o 10º dia recair num sábado, domingo ou feriado, a homologação deverá ser antecipada para o dia útil imediatamente anterior. 122 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:31 Page 123 SCVCF Havendo cumprimento parcial do aviso prévio, o prazo para pagamento das verbas rescisórias ao empregado será de até 10 dias, contados a partir da dispensa do seu cumprimento, desde que não ocorra primeiro o termo final do aviso prévio. Da multa A inobservância de cumprimento dos prazos mencionados, salvo quando, comprovadamente, a responsabilidade for do trabalhador, acarretará ao empregador o pagamento equivalente a um salário ao empregado, corrigido monetariamente, além do pagamento de multa administrativa, no valor de 160 UFIR. Observação: O pagamento complementar de valores decorrentes de reajuste da categoria não pagos na homologação, desde que o empregador não tenha dado causa, poderá ser efetivado posteriormente, sem qualquer acréscimo. Documentos necessários • Termo de rescisão do contrato de trabalho (quatro vias) • Carteira de Trabalho e Previdência Social (atualizada) • Comprovante do aviso prévio ou do pedido de demissão • Cópia da convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa • Extrato analítico atualizado do FGTS e as guias de recolhimento que não constem do extrato • Guia de recolhimento rescisório do FGTS • Comunicação de Dispensa (CD) e requerimento do Seguro-Desemprego • Atestado de Saúde Ocupacional Demissional • Ato constitutivo do empregador acompanhado das alterações quando houver • Demonstrativo de parcelas variáveis para o cálculo dos valores devidos na rescisão contratual Observações: 1 - No demonstrativo da média de horas extras habituais, será computado o Repouso Semanal Remunerado. 2 - Após a preparação da documentação para homologação, contatar o sindicato profis- LEGISLAÇÃO ANUÁRIO 2005 sional da categoria para verificar se há necessidade da juntada de mais algum documento. Apresentada toda a documentação, o assistente não poderá deixar de homologar a rescisão quando o empregado com ela concordar. No caso de erro no cálculo ou da falta de pagamento de qualquer verba poderá ser feita, desde que haja concordância do empregado, ressalva no verso do termo de rescisão. Nesse caso o pagamento pode ser efetuado posteriormente pela empresa, para evitar-se o agendamento de outro dia para a homologação. Impedimentos para a homologação • Gravidez da empregada, desde sua confirmação até 5 meses após o parto; • Candidatura do empregado para cargo na Cipa, desde o registro da candidatura e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato; • Candidatura do empregado sindicalizado a cargo de direção ou representação sindical, desde o registro da candidatura e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato; • Titulares e suplentes na Comissão de Conciliação Prévia, até um ano após o final do mandato; • Outras estabilidades provisórias estabelecidas em convenção ou acordo coletivo de trabalho, sentença normativa ou legislação. Cumprimento do aviso prévio O não cumprimento do aviso prévio pelo empregado poderá ser descontado das suas verbas rescisórias. Qualquer compensação na rescisão contratual não poderá exceder o equivalente a um mês da remuneração do empregado. O aviso prévio, mesmo indenizado, integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais. Neste caso, se no cômputo do aviso prévio, mesmo indenizado, resultar em mais de um ano de serviço, é devida a assistência na rescisão do contrato de trabalho. O denominado “aviso prévio cumprido em casa” não é reconhecido pelo Judiciário, equiparando-se ao indenizado. 123 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:31 Page 124 SCVCF Não se pode conceder aviso prévio na vigência de qualquer estabilidade ou quando o empregado estiver no gozo de férias. Horário de trabalho durante o aviso prévio O horário normal de trabalho do empregado durante o prazo do aviso prévio será reduzido em duas horas diárias. Caso opte por trabalhar o período normal, o empregado terá o direito de faltar ao serviço por sete dias corridos, no início ou ao final do cumprimento do aviso prévio. O Judiciário entende que é ilegal substituir as horas reduzidas da jornada de trabalho do aviso prévio pelo pagamento das horas correspondentes como extraordinárias. Ao término do contrato de trabalho e desde que cumprida integralmente a carga horária semanal, é devido o repouso semanal remunerado nos seguintes casos: Observações: (Relativas à tabela ao lado) Culpa recíproca: De acordo com o Enunciado nº 14 do TST, o empregado tem direito a 50% do valor do aviso prévio, 13º salário e férias proporcionais. Férias proporcionais: De acordo com o Enunciado nº 261 do TST, o empregado que se demite antes de completar 12 meses de serviço tem direito a férias proporcionais. Contrato por prazo determinado: No caso de rescisão antecipada sem justa causa do contrato de trabalho pelo empregador, este deverá pagar ao empregado uma indenizaçao de 50% do valor a que teria direito até o término do contrato (art. 479 da CLT). Além da indenização, o empregado terá direito ao pagamento do 13º salário e férias, que serão computadas até a data da rescisão e não do término do contrato. Justa causa: Se a empresa pagou a 1ª parcela do 13º salário e a 2ª não for suficiente para cobrir a antecipação feita, o valor restante poderá ser compensado por outra verba rescisória. Morte do empregado: O saldo da conta do FGTS do trabalhador que vier a falecer será pago a seu de- LEGISLAÇÃO ANUÁRIO 2005 a) se o descanso for aos domingos e o prazo do aviso prévio, quando trabalhado, terminar no sábado ou na sexta feira, caso o sábado tenha sido compensado; b) existir escala de revezamento e o prazo do aviso prévio se encerrar no dia anterior ao descanso previsto. Do pagamento das verbas rescisórias O pagamento das verbas rescisórias será feito em moeda corrente ou cheque visado, depósito bancário em conta corrente do empregado e por ordem bancária de pagamento ou de crédito. Para facilitar a aplicação dos cálculos, elaboramos uma tabela para a visualização de quais são as verbas devidas ao trabalhador na rescisão do contrato de trabalho. pendente habilitado pela Previdência Social, independente de autorização judicial. Havendo mais de um dependente habilitado, o pagamento será feito de acordo com os critérios adotados pela Previdência Social para concessão da pensão por morte. As quotas atribuídas a menores ficarão depositadas em caderneta de poupança e, salvo autorização judicial, só serão disponíveis após o menor completar 18 anos. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os sucessores do trabalhador, na forma prevista no Código Civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do interessado, independentemente de inventário ou arrolamento, (art. 20 da Lei nº 8.036 de 11 de maio de 1990). Quanto às verbas salariais, aplica-se o critério de habilitação perante a previdência social ou reconhecimento judicial, (art. 4º da I.N. nº 3 da Secretaria de Relações do Trabalho, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego). Aviso prévio: O aviso prévio indenizado é computado no tempo de serviço e dessa forma as verbas salariais são acrescidas de mais um mês (férias e 13º salário). 124 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:31 Page 125 SCVCF ANUÁRIO 2005 Contrato por prazo indeterminado Aviso Prévio 13º Salário Antes de um ano de serviço X X Após um ano de serviço X X Antes de um ano de serviço X X Após um ano de serviço X X Férias Vencidas X X Férias Proporcionais 1/3 Férias Saldo de salário Art. 9º 8% do FGTS s/ rescisão Art. 9º 8% FGTS mês anterior FGTS 40% X X X X X X 01 X X X X X X 01 X X X X X S/C X X X X X S/C X X X S/C X X X X S/C X X X X X X 02 X X X X X X 02 X X X X X X 03 X X X X X X 03 X X X X X 23 X X X X X 23 X X X X X S/C X X X X X S/C X X X X X X 01 X X X X X X 01 X X X X X S/C X X X X X S/C X X X X X 04 X X X X X 04 Antes de um ano de serviço Após um ano de serviço X X X Após um ano de serviço X X Antes de um ano de serviço X X Após um ano de serviço X X Morte do empregado Antes de um ano de serviço Antes de um ano de serviço X Após um ano de serviço X Aposentadoria Extinção da empresa Culpa recíproca Dispensa com Justa Causa Pedido de demissão Dispensa sem Justa Causa Tabela de rescisão do contrato de trabalho Antes de um ano de serviço X Após um ano de serviço X X X X X FGTS 20% Código para saque Término do contrato Pedido de demissão Dispensa sem Justa Causa Contrato por prazo determinado Contrato até um ano de serviço X Contrato por mais de um ano de serviço X Contrato até um ano de serviço X X Contrato por mais de um ano de serviço X X Contrato até um ano de serviço X Contrato por mais de um ano de serviço X LEGISLAÇÃO X X X 125 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:31 Page 126 SCVCF ANUÁRIO 2005 Jurisprudência Enunciados do TST 338. Jornada. Registro. Ônus da prova - Nova redação - É ônus do empregador que conta com mais de dez empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. 339. CIPA. Suplente. Garantia de emprego. CF/ 1988 - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, “a”, do ADCT da CF/1988. 340. Comissionista. Horas extras - Nova redação O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas. 341. Honorários do assistente técnico - A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia. 342. Descontos salariais. Art. 462 da CLT - Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativoassociativa de seus trabalhadores, em seu be- LEGISLAÇÃO nefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. 346. Digitador. Intervalos intra-jornada. Aplicação analógica do art. 72 da CLT - Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CUT, equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de trabalho consecutivo. 347. Horas extras habituais. Apuração. Média física - O cálculo do valor das horas extras habituais, para efeito de reflexos em verbas trabalhistas, observará o número de horas efetivamente prestadas e a ele aplica-se o valor do salário-hora da época do pagamento daquelas verbas. 348. Aviso prévio. Concessão na fluência da garantia de emprego. Invalidado - É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos. 349. Acordo de compensação de horário em atividade insalubre, celebrada por acordo coletivo. Validade - A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de jornada de trabalho em atividade insalubre prescinde da inspeção prévia da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (art. 7º, XIII, da CF/1988; art. 60 da CLT). 350. Prescrição. Termo inicial. Ação de cumprimento. Sentença normativa - O prazo de 126 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:31 Page 127 SCVCF prescrição com relação à ação de cumprimento de decisão normativa flui apenas da data de seu trânsito em julgado. 357. Testemunha. Ação contra a mesma reclamada. Suspeição - Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. ANUÁRIO 2005 rante pelo menos um ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de um mês das horas suprimidas, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares efetivamente trabalhadas nos últimos 12 meses, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. 360. Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intra-jomada e semanal - A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com jornada de seis horas previsto no art. 7, XIV, da CF/1988. 230. Aviso Prévio. Substituição pelo pagamento das horas reduzidas da jornada de trabalho É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes. 362. FGTS. Prescrição - Nova redação - É trintenário a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento da contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos após o término do contrato de trabalho. 241. Salário-utilidade. Alimentação - O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. 276. Aviso prévio. Renúncia pelo empregador - O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego. 291. Horas extras. Revisão do Enunciado nº 76 A supressão, pelo empregador, do serviço suplementar prestado com habitualidade, du- LEGISLAÇÃO 244. Gestante. Garantia de emprego - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. 261. Férias proporcionais. Pedido de demissão. Contrato vigente há menos de um ano - O empregado que se demite antes de completar 12 meses de serviço tem direito a férias proporcionais. 127 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:31 Page 128 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 129 IMPRENSA As notícias da produção, da saúde e a importância da carne na alimentação humana você lê aqui, agora anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 130 SCVCF ANUÁRIO 2005 Curtas Para 2006... A Europa vai banir alimentos produzidos com a presença de antibióticos como promotores de crescimento a partir do ano que vem. Ao que tudo indica, o consumidor europeu, desconfiado da agropecuária que gera a Vaca Louca, a Influenza Aviária e a Febre Aftosa, está tentando se proteger e pressionou para que esta imposição fosse aceita em toda a Comunidade Européia. A parir de 1º de janeiro, não mais se aceitará importações para a Europa de produtos de origem animal que tenham recebido antibióticos em sua dieta alimentar. Enquanto isso... O brasileiro continua exposto a todos os abusos e irresponsabilidades do Governo, dos produtores e dos órgãos de defesa do consumidor. É o mercado externo que toma a dianteira, exigindo mudanças nas más práticas de produção. Agora, as empresas tomarão medidas para se adaptarem às exigências de fora. O brasileiro tem que assumir sozinho a tarefa de lutar contra a falta de segurança alimentar. Por aqui... As notícias dão conta de que metade das empresas hoje existentes e que atuam nesse mercado estariam mal preparadas para atender essas exigências. O desafio da alimentação humana dá conta de que... A população de 6 bilhões de pessoas precisa de fazendas que criam atualmente nada menos do IMPRENSA que 22 bilhões de espécies de bois, vacas, porcos, galinhas e perus. É a linha de montagem no universo agropecuário, a partir do início do século XX, abrindo a possibilidade de criar grande número de animais em pequenos espaços. Agressão... Pequenos espaços e muitos animais revertem em maior pressão sobre os meios naturais. O Protocolo de Kioto, abandonado pelo presidente Bush ainda em sua primeira gestão, previa o reconhecimento mundial à produção que preservasse áreas em compensação ao ataque nervoso dos países centrais à natureza. Ficou no papel. Sanidade Animal... Já que não dá para controlar os espaços, tem que ser controlada a produção, para que se preserve a saúde dos consumidores. Por isso, sorologias, redes de atendimento veterinário, programas de regionalização, compartimentalização, vacinação, organizações mundiais como a OIE, Organização Internacional de Epizootias, lastreada pela OMC, Organização Geral do Comércio. Quem garante sanidade tem os melhores espaços no mercado mundial. Humanidade e criação de animais... A diferença que representa para grandes parcelas da humanidade um reforço alimentar de um leite de cabra ou o capital ambulante representado pela propriedade de um porco ainda hoje podem fazer a diferença entre a vida e a morte. 130 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 131 SCVCF Eu nasci, há 10 mil anos atrás... Nesse tempo, a humanidade começou a controlar os espaços para a lavoura e o domínio da criação de animais. Esta é a base de uma evolução que vai aos dias de hoje com a conquista do espaço e o controle remoto da televisão. Antes de dar os passos atuais que permitem o controle e a organização da informação, foi necessário dominar a seleção artificial e a reprodução de plantas e animais. A filha do clone... A vaca Vitória da Embrapa, primeiro clone bovino da América Latina, deu cria ao seu primeiro filhote. Batizada: Glória da Embrapa. Com 38,2 kg. Ganho de peso diário: 1 kg por dia, afirmam os cientistas da unidade Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa. Investimento... Em 2004, o educador João Carlos Di Gênio, dono do complexo educacional Objetivo, comprou em consórcio com os irmãos Pedro e Alexandre Grendene, a vaca mais cara do mundo. Exatos R$ 2,24 milhões, pela sua metade. Nome do animal: Recordação FIV, da Fazenda Mata Velha, uma nelore com 31 meses de idade, em Uberaba (MG). Revolução... Bem antes disso, quando o governador Tasso Jereissat estava no seu primeiro governo no Estado do Ceará, teve premiado pelo UNICEF, órgão das Nações Unidas que cuida da infância, um programa familiar de criação de cabras no sertão nordestino. ANUÁRIO 2005 de clientes. O sócio brasileiro chama-se BGK e conta com nove investidores. As lanchonetes que se cuidem. E a dieta também. Dá-lhe hambúrguer com batatas fritas. Custo de produção... Em 2004, o custo de produção da carne vermelha era de 3 dólares na Irlanda, 1,90 dólares nos Estados Unidos, 1,80 dólares na Austrália, 1,30 dólares na Argentina, 1,23 dólares na Nova Zelândia e 95 centavos de dólar no Brasil. Para o frango, a produção brasileira tem o preço mais competitivo do mercado mundial. Sem subsídio. Um bovino para cada brasileiro e cinco galinhas... No Brasil, estamos em minoria. A maioria está para bois, galinhas e porcos. Só as poedeiras e os frangos de corte somam 921 milhões. Para 174 milhões de pessoas em 2004, havia 1,1 boi. São 193 milhões de bois. No MS e MT está um quarto de todos os bois brasileiros. Em Corumbá (MS), há 19 bois para cada habitante. A andança da produção... O Estado de São Paulo já foi o maior produtor de café do País. Hoje, dos 20 maiores municípios produtores, todos estão em Minas e no Espírito Santo. O guaraná, típico da floresta amazônica, hoje tem como maior produtor o Estado da Bahia. No troca-troca, o Pará virou o maior produtor do azeite de dendê, que é típico da culinária baiana. Aqui em São Paulo... No Sul Maravilha... A Burger King chegou a São Paulo, com a abertura prevista de 50 lojas até 2009. São 11 mil nos Estados Unidos e mais 61 países, com 7,9 milhões IMPRENSA O valor da produção agropecuária no Estado de São Paulo em 2004 atingiu R$ 27,1 bilhões. Descontada a inflação, o aumento sobre o ano anterior foi de 2,9%. Segundo os pesquisadores do IEA, Instituto de Economia Agrícola, o desempenho foi re- 131 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 132 SCVCF sultado de uma alta de 4,05% nos preços dos produtos, somados a uma ampliação de 5,42% na produção. A cana-de-açúcar teve uma participação de R$ 7,7 bilhões, com um aumento de 28,58% em 2004. A carne bovina representa 15,92% do total, mantendo-se em segundo lugar com uma participação de R$ 4,3 bilhões. Alteração expressiva foi notada no café beneficiado, que subiu da 13º para a 9º posição, com 763,4 milhões, um acréscimo de nada menos do que 73,24%. A revolução da produção... O maior exportador de frangos do Planeta Terra consumia perto de 2 kg por habitante, anuais, em uma produção pequena nos anos da década de 70. A carne bovina fez sua revolução nos últimos 25 anos, saimos de importador, para maior exportador mundial. O leite também: hoje o Brasil, que chegou a ser importador por várias décadas do século passado, com uma produtividade muito baixa, aumentou sua produtividade e está exportando o produto. Influenza Aviária... Não há de fato provas de que o vírus da Influenza Aviária, Gripe do Frango, Gripe Aviária esteja se modificando para tornar-se transmissível de seres humanos para seres humanos. No entanto, o que assusta, é o quanto essa mutação seria fatal. Cientistas da OMS, Organização Mundial da Saúde dão conta de que cerca de 30% da população mundial poderia ser atingida, com a morte de dezenas de milhões de pessoas. Para comparar com outra epidemia... Enquanto a SARS, epidemia que matou 800 pessoas na Ásia, tem um efeito de matar 15% dos infectados, a Influenza Aviária poderia matar um terço de todos os infectados. A evolução, segundo os cientistas, dá conta de que a Gripe Aviária já atingiu, além dos pássaros, também gatos, porcos e tigres. IMPRENSA ANUÁRIO 2005 De fora para dentro, cuidando da saúde... Um novo método criado no campus de uma universidade de Botucatu pode verificar com precisão inédita se a carne de aves contém vestígios de proteína animal. De novo, as demandas são da União Européia, onde a exigência é que as aves sejam alimentadas apenas com alimentos de origem vegetal. Para chegar ao resultado, o novo método utiliza a técnica de isótopos estáveis, que analisa a presença de carbono e hidrogênio em produtos cárneos. E o supermercado? Quais são as novidades? No mundo, os supermercados estão investindo US$ 4,5 bilhões em modernizações. Veja algumas delas: • Um microchip no lugar do código de barras, para aumentar o controle dos estoques e fazer com que o atendimento nos caixas seja mais rápido; • As prateleiras vão ganhar sensores inteligentes que sinalizam a hora de reposição dos produtos; • Em algumas lojas, os próprios clientes vão registrar os itens e acertar o total no caixa, o que deve ter um grande impacto na mão-deobra empregada; • Televisores de plasma estão veiculando anúncios na hora da compra com os produtos colocados logo abaixo; • Um aparelho que lê as digitais, instalado para que os clientes cadastrem seus dados bancários, com a autorização de débito pela máquina. Não é tudo pra já. Comparações Na pecuária norte-americana o confinamento é a base do sistema de produção, enquanto que, no Brasil, o boi é criado basicamente a pasto. Os Estados 132 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 133 SCVCF Unidos contam com um rebanho da ordem de 95 milhões de cabeças, mas produzem 11,5 milhões de toneladas. O rebanho brasileiro é de 193 milhões de cabeças, mas a produção gira em torno de 8 milhões de toneladas. O confinamento, no Brasil, em 2004, foi de cerca de 2 milhões de cabeças, menos de 10% dos 23 milhões de cabeças dos EUA. ANUÁRIO 2005 EUA, o chamado Corn Belt, o Cinturão do Milho. Este sistema já tem 40 ou 50 anos. Existem programas de desestímulo à produção do milho em áreas de criação de gado, para que o fornecimento fique na mão dos produtores tradicionais. Os ganhos de rendimento norte-americanos Amarillo Num raio de 250 km da cidade de Amarillo, no Texas, são terminados em confinamento 7,2 milhões de cabeças de gado, um terço de todo o rebanho abatido nos EUA. No país todo, são 40 mil confinamentos, mas as pequenas plantas, de até mil cabeças, produzem apenas 3 milhões de bois abatidos. Apenas 200 plantas são responsáveis por 60% da produção de carne daquele país. E o que este gado come? A base da alimentação do rebanho norte-americano é o milho produzido na região central dos Em 1985, para um animal render 220 kg de carne nos EUA eram precisos 7 unidades de comida para cada kg ganho em confinamento. Hoje, esta relação está em 5,9 unidades para cada kg. Ou seja, o gado passou a comer menos e engordar mais. Entre as tecnologias aplicadas para o ganho de peso estão os promotores de crescimento. O primeiro impacto foi sentido na década de 70 com hormônios e anabolizantes, que lá estão dentro da lei. O segundo impacto aconteceu na década de 80, quando chegaram os ionóforos, substâncias antibióticas que provocam mudanças na fermentação, metabolismo, velocidade de passagem da comida e população bacteriana. Lições Americanas para se vender mais carne bovina * Leandro Bovo as vésperas do natal de 2003, o papai Noel trouxe um presente inesperado para os americanos: a confirmação do primeiro caso de Vaca Llouca nos EUA. Sem sombra de dúvidas, o dano potencial de um caso de Vaca Louca é muito maior para a indústria da carne bovina de um país do que a Febre Aftosa, porém o produtor americano não sentiu muito os estragos causados pela doença. Isso se deu em grande parte devido a atuação da entidade responsável pelo marketing da carne bovina americana, que realizou um trabalho extraordinário conseguindo man- N IMPRENSA ter o consumo americano semelhante ao da era pré Vaca-Louca. A atuação dessa entidade pode servir de modelo para o Brasil, principalmente agora, quando nossa carne está sendo rejeitada por diversos mercados devido à Febre Aftosa. A promoção da carne bovina nos EUA fica a cargo do Cattlemens Beef Promotion and Research Board, algo como Conselho de Promoção e Pesquisa da Carne Bovina, entidade criada em 1985. Ela é custeada pela cobrança do chamado checkoff, que é uma taxa de US$ 1 de cada animal comercializado. 133 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 134 SCVCF A Beef Board, como é conhecida, existiu em caráter experimental por um período de 22 meses, após o qual foi realizado um plebiscito com os produtores para decidir sobre a continuidade ou não da cobrança do checkoff. O resultado foi que 79,91% dos 256.505 votos foram favoráveis à manutenção da cobrança. Atualmente, o orçamento anual da Beef Board é de aproximadamente US$ 80 milhões/ano. Para se ter idéia do impacto deste tipo de trabalho na pecuária dos EUA, é interessante observar os resultados do trabalho Beef Demand and its Response to the Beef Checkoff do Professor Ronald W. Ward da universidade da Flórida, que teve como finalidade analisar o consumo americano de carne bovina, e o impacto dos programas de promoção. No período de 1987 até o primeiro trimestre de 2000, a contribuição dos produtores para o programa totalizou US$ 968 milhões, dos quais foram gastos aproximadamente US$ 337 milhões em promoção direta da carne bovina e US$ 100 milhões em informação ao consumidor e à indústria. Metade do dinheiro gasto com promoção foi para campanhas televisivas e o dinheiro destinado à informação foi usado na impressão e distribuição de uma grande variedade de material impresso. Os modelos estatísticos usados mostraram que a promoção da carne teve um impacto positivo e estatisticamente significante na quantidade de carne comprada pelas famílias americanas. Como exemplo, pode ser citado o aumento do consumo a seguir: para um preço médio de US$ 2,49 por libra e promoções da ordem de US$ 3 milhões por trimestre, o consumo médio foi de 2,38 libras/pessoa/quinzena. Aumentando-se os gastos com promoção para US$ 13 milhões, a quantidade de carne comprada aumentou para 2,93 libras/pessoa/quinzena. Tomando como preço base o mesmos US$ 2,49/libra, o número de vezes que a carne foi servida no período de 2 semanas passou de 3,84 para 4,03 vezes, diante do aumento de promoção de US$ 3 milhões para US$ 13 milhões. Novamente, a magnitude desse aumento é proporcional ao montante investido em promoção e informação. Usando esses dados de aumento do consumo de carne, pôde-se determinar o aumento da demanda de animais vivos. Assim, usando-se conversões aceitas pela indústria frigorífica, a carne vendida pode ser transformada em peso de animais vivos IMPRENSA ANUÁRIO 2005 determinando-se assim o aumento da demanda. De 1987 até o primeiro trimestre de 2000, a renda dos produtores foi de US$ 321,18 bilhões, descontando-se desse valor o aumento de consumo proporcionado pela promoção, essa renda cairia para US$ 314,72 bilhões, dessa forma pode-se afirmar que o ganho dos produtores com a promoção de seu produto foi de US$ 6,46 bilhões no período. Dividindo-se esse ganho atribuído à promoção pelo total pago pelos produtores, foi obtido uma taxa de retorno de 5,67, ou seja, na média, cada dólar pago pelos produtores, investido em promoção, pesquisa e informação proporcionou um retorno de US$ 5,67 para o próprio produtor. Colocando-se esses ganhos em perspectiva, pode-se notar que esses US$ 6,46 bilhões acrescentados na renda dos produtores representa 2% dos US$ 314 bilhões que eles faturariam sem os investimentos em promoção. Concluindo, o estudo mostra que em todos os modelos abordados, o checkoff se mostrou válido e trouxe resultados positivos para toda a cadeia da carne bovina. E mesmo que a demanda por carne bovina mude constantemente, o checkoff funciona como uma ótima ferramenta de marketing para a cadeia produtiva se adequar às mudanças de demanda por parte do consumidor. Esses dados levam em consideração apenas o mercado interno americano, não considerando o impacto da promoção da carne americana em mercados externos, que também é custeada pelo dinheiro vindo da taxa sobre comercialização de animais. Por meio desses exemplos, podemos ter idéia de como uma campanha de informação e promoção bem conduzida pode ter impacto muito significante nos negócios de todas as pessoas envolvidas na cadeia produtiva da carne bovina. É claro que as realidades sócio-econômicas de Brasil e EUA são muito diferentes, porém diante da possibilidade do mercado interno brasileiro ter que absorver a carne que deixou de ser exportada devido ao foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, é necessário que comecemos a fomentar o consumo de carne bovina mais agressivamente e em matéria de agressividade nos negócios, acredito que o melhor modelo no mundo seja realmente os EUA. *Leandro Bovo, Gerente Administrativo do SIC (Serviço de Informação da Carne) 134 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 135 SCVCF ANUÁRIO 2005 Banco Mundial doará US$ 500 milhões para plano contra gripe O Banco Mundial anunciou um plano para entregar um máximo de US$ 500 milhões a países em desenvolvimento para ajudá-los a combater a gripe aviária sses países poderão usar esses fundos para complementar os recursos de seus Governos, fortalecer os sistemas veterinários e aplicar programas de vacinação e sacrifício de animais, disse Jim Adams, vice-presidente do organismo para política de operações e serviços. O plano, cuja elaboração ainda não foi completada, foi anunciado nas vésperas de uma conferência internacional que será realizada em Genebra (Suíça) para estudar formas de enfrentar uma possível pandemia da gripe. A variante H5N1 da gripe causou a morte de mais de 60 pessoas, a maioria delas em grande contato com os animais. Os especialistas temem que essa variante possa sofrer uma mutação que permitiria que se E IMPRENSA transmitisse entre as pessoas e dá origem a uma epidemia mundial que teria conseqüências catastróficas. O Banco Mundial apontou que países como o Vietnã, Romênia e Indonésia poderiam receber os fundos desse plano uma vez que sua disponibilidade for autorizada. “Temos os recursos para avançar rapidamente”, disse Adams em uma declaração. O funcionário afirmou que o plano seria similar aos programas do Banco Mundial para a luta contra a aids que permitem aos países mais pobres receber créditos e doações da Associação para o Desenvolvimento Internacional, um organismo da instituição. 135 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 136 SCVCF ANUÁRIO 2005 6º Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas Brasil terá de aumentar investimentos em qualidade para reconquistar mercado redução da oferta de animais para abate no mercado interno, em decorrência dos focos de febre aftosa, vai refletir no preço da carne a um prazo de pelo menos dois anos. A previsão foi feita em 09/11 pelo consultor da FNP Consultoria Victor Nehmi durante o 6º Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas, que aconteceu em Uberaba (MG). De acordo com o especialista, haverá ainda elevação dos custos de produção. Em 2004 e 2005, os gastos cresceram 25% enquanto o preço do boi caiu 20%. As tendências futuras do mercado serão: a procura por vacas maiores, intensificação de pastagens adubadas e confinamento com 100% de concentrados, migração da pecuária para as regiões Norte e Nordeste, destacou Nehmi. Ele abriu o painel Mercado com a palestra Situação atual e perspectivas do mercado de gado de corte. Já no caso do mercado de lácteos existe uma série de fatores que podem alavancar o crescimento do segmento. Dos seis países que mais produzem leite, somente o Brasil e a Índia mantiveram crescimento de produção na última década. A produção brasileira foi de 7,2 bilhões de litros de leite em 1972. Em 2005, deverá estar próximo de 25 bilhões de litros. Temos custo de produção competitivo, em torno de 10 a 25 centavos de dólar. Já nos Estados Unidos e na Holanda, o litro custa de 26 a 35 centavos de dólar. A possibilidade de aumentar o consumo per capita brasileiro também pode ajudar, explicou o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins. Segundo ele, 10% A IMPRENSA dos gastos do brasileiro com alimento referem-se a compra de leite e derivados. Durante a palestra Cenários econômicos e perspectivas para o mercado de leite, Martins afirmou que os principais desafios são: suprir a carência de mão-de-obra especializada tanto em fazendas quanto em laticínios; assistência técnica; mais recursos para pesquisa. O painel Mercado foi encerrado com a palestra Oportunidades internacionais para a carne bovina, ministrada pela especialista Márcia Dutra de Barcellos, que esteve os últimos sete meses na Holanda finalizando parte dos seus estudos de doutorado. Segundo ela, as notícias que circulam nos veículos de comunicação da Europa trazem informações negativas e inverídicas sobre a carne brasileira. Em um dos casos, é dado como certos focos de aftosa no Paraná, São Paulo, apesar dos órgãos de Defesa Sanitária do Brasil terem descartado a existência de focos nesses estados. Para que possa haver a reversão da imagem Brasil=carne bovina barata e de baixa qualidade será preciso uma mobilização nacional. Identificar as diferenças entre os mercados consumidores, conseguindo atender suas demandas, garante maiores resultados. Saber, por exemplo, que apesar de ambos serem europeus, consumidores de carne bovina holandeses são bastante diferentes dos consumidores escoceses, pode trazer vantagens significativas para fornecedores internacionais. Peculiaridades regionais e nacionais fazem com que franceses e espanhóis valorizem produtos que possuem Denominação de Origem Controlada, explicou a palestrante. 136 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 137 SCVCF ANUÁRIO 2005 Febre aftosa febre aftosa está ou esteve presente em grande parte dos países pecuários do mundo - exceto nas Américas do Norte e Central, Austrália, Nova Zelândia, Japão e Irlanda. Estima-se que a primeira aferição da doença tenha sido feita em 1514, por Hieronymus Fracastorius, na Itália. Mas foi somente a partir do final do século 19 que essa enfermidade foi considerada de importância. No Brasil, as primeiras observações ocorreram em 1871. Desde então, as discussões em torno do assunto não pararam, preocupando empresários e governo, principalmente em relação às fronteiras. A Histórico 1870 - O vírus da aftosa entra na América do Sul com a importação de bovinos da Europa, onde a doença era conhecida desde 1546. 1919 - Começa no Brasil o combate à doença de forma organizada. 1951 - É instituído um programa nacional de combate à doença, sem resultados satisfatórios por carência de recursos financeiros e humanos e de uma vacina eficiente. 1963 - O governo brasileiro oficializa a campanha contra a febre aftosa. 1965 - É implantado o Programa de Combate à Febre Aftosa. 1993 - O último foco de aftosa é registrado no Rio Grande do Sul. 1995 - É criado o Comitê Nacional de Saúde Animal. 1997 - A Organização Internacional de Epizootias (OIE) recebe relatório sobre a sanidade dos rebanhos gaúcho e catarinense. 1998 - Representantes de 151 países na OIE concedem o título de zona livre de aftosa com vacinação ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 1999 - O Centro-Oeste brasileiro começa a luta para também ganhar o reconhecimento. Rio Grande do Sul inicia o trabalho para conseguir o título como zona livre de aftosa sem vacinação. 2000 5 de abril - Selado acordo permitindo a suspensão da vacinação do rebanho contra a aftosa. É encaminhamento pedido de reconhecimento do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina como zona livre da doença sem a imunização ao Ministério da Agricultura. Criado o Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fesa) 1968 - O Banco Interamericano de Desenvolvimento financia o Projeto Nacional de Combate à Febre Aftosa. 15 de abril - O secretário Hoffmann entrega ao Ministério da Agricultura ofício comunicando que suspenderá a vacinação em maio no Rio Grande do Sul 1987 - É instalado o Projeto de Controle das Doenças dos Animais e criado o Convênio de Cooperação Técnica Internacional entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. 28 de abril - O Ministério da Agricultura declara o Rio Grande do Sul e Santa Catarina zonas livre de febre aftosa sem vacinação IMPRENSA 137 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 138 SCVCF 9 de agosto - Brasil barra a entrada de carne paraguaia - carne com osso de bovinos, ovinos e caprinos - com suspeita de febre aftosa Agosto - Quatro focos de aftosa são detectados no município de Jóia, no Estado do Rio Grande do Sul (os gaúchos ainda registrariam outro caso de aftosa no ano seguinte) 2003 Junho - doença reaparece no Brasil com um caso registrado em Monte Alegre (PA). Entenda a febre aftosa O que é ANUÁRIO 2005 Tratamento Não há remédio para a doença. As feridas devem ser limpas e desinfetadas. Animais com boa resistência podem se recuperar. Prevenção A principal é a vacinação de rebanhos. Outra medida é vetar o transporte de animais de regiões com focos da doença para as áreas livres. A OIE (Organização Internacional de Epizootias) é quem faz a classificação do status da região. Classificação preliminar da situação de erradicação da febre aftosa - 2004 A doença é causada por um vírus, o aflovírus. Ataca bovinos, suínos e caprinos, entre outros animais. Sintomas O primeiro sintoma é a febre. Podem surgir aftas na boca, gengiva e língua, bem como feridas no casco e nos úberes (mamas). As lesões impossibilitam o animal de pastar, causando perda de peso, o que pode levar à morte. Transmissão O vírus é altamente contagioso e é transmitido pelo leite, carne e saliva do animal doente. Um animal pode se contaminar com vírus trazidos pela água e pelo vento ou presentes em objetos e lugares sujos. No homem A febre aftosa raramente atinge o homem, que tem defesas contra o vírus. Em caso de contágio, podem aparecer bolhas de pus, mas não há registro de morte por ingestão de carne contaminada com o vírus da febre aftosa. Comer carne de animais infectados não transmite o vírus ao ser humano. IMPRENSA Livre Livre com vacinação Nível 1 Nível 2 Nível 3 138 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:32 Page 139 SCVCF ANUÁRIO 2005 Regionalização da Febre Aftosa na América do Sul, segundo OIE, julho 2004 Livre com vacinação Livre sem vacinação Não livre Serotipos: • A (varios) • B (um) • C (último caso em 1995) Focos de Febre Aftosa 2001, 2002, 2003 e 2004* Venezuela: 30 - 9 - 63 - 18 Guiana: 0 - 0 - 0 - 0 Colômbia: 6 - 8 - 0 - 0 Brasil: 37 - 0 - 0 - 1 Equador: 23 - 108 - 22 - 26 Perú: 0 - 0 - 0 - 12 Bolívia: 88 - 9 - 38 - 0 Paraguai: 0-1-1-0 Uruguai: 2057 - 0 - 0 - 0 Chile: 0 - 0 - 0 - 0 Argentina: 2126 - 1 - 1 - 0 * até julho 03 IMPRENSA 139 anuario 2005.qxd 4/1/2006 16:36 Page 140 SCVCF ANUÁRIO 2005 Sanidade x Mercado André Pessôa Diretor da Agroconsult alaremos das principais barreiras aos produtos e seus impactos nos oportunidades e perdas de mercado. Depois, sobre os desafios pela frente e uma ousadia no final de tentar partir para uma ação efetiva. As barreiras sanitárias e fitossanitárias envolvem alguns tipos de medidas com exemplos conhecidos. No caso de suínos, em que a Febre Aftosa e a Peste Suína são barreiras impostas, por exemplo, ao Brasil, por países como EUA, UE, Japão, China, Coréia. Na carne bovina, a Febre Aftosa nos impede de participar de mercados como os EUA, Canadá, Japão, Coréia. Na carne de frango, há limitações em relação aos EUA. Agora o caso dos fungicidas na soja, com a China e ainda as medidas fitossanitárias, como das mangas em relação ao Japão. F Febre Aftosa: países que notificaram medidas Argentina Austrália Canadá CE Chile China Colômbia Estados Unidos Indonéisa Japão Romênia Rússia Taiwan Suiça Países que notificaram medidas relativas a febre aftosa A falta de acordo sanitário dificulta o exportação de carne de frango e bovina para os EUA. Mes- IMPRENSA mo quando esses acordos são concluídos, há morosidade na aplicação. O mamão papaia brasileiro para acessar o mercado americano, teve acordo firmado em 1993, mas a sua implementação só foi finalizada em 1998. Temos barreiras técnicas, como o caso da dioxina na polpa cítrica e o nitrofurano no frango. As barreiras não ficam só no campo técnico e sanitário. A cada momento surgem barreiras novas, como as ambientais. Tivemos a questão de soja produzida na Amazônia e a exportação de madeira sem certificação. E as barreiras sociais aparecem em função do trabalho “escravo”, infantil e informal. Um destaque para ações positivas, como a louvável iniciativa da FUNDECITROS junto com a Fundação ABRINQ e das usinas de cana de açúcar, para erradicar completamente a presença de crianças nas atividades de trabalho. Outro tipo de barreira decorre da questão do bioterrorismo internacional. Os Estados Unidos, em 12 de dezembro de 2003, aprovou uma legislação que estabelece uma série de rigorosas regras para a comercialização e importação de alimentos destinados ao consumo interno, tais como a necessidade de registro junto ao FDA, nomeação de agente norte-americano para empresas estrangeiras, exigência de manutenção de arquivos, necessidade de aviso prévio para cada carga e detenção administrativa nos alimentos importados em discordância com a legislação. Todos os países com alguma intenção de aplicar uma barreira comercial precisam primeiro notificar o acordo SPS - Medidas Sanitárias e Fitossanitárias na OMC. Nas exportações brasileiras de carnes tivemos acordo de medidas sanitárias na OMC, em relação 140 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 141 SCVCF ANUÁRIO 2005 à Febre Aftosa, Febre Suína Clássica, Mal de Aujeszky e a doença de Newcastle e a Vaca Louca. Os principais países com notificações junto a OMC, em relação às exportações brasileiras são: UE, Canadá, EUA, Austrália, Japão, China e a Rússia. O que significa isso em termos de mercado? Veja tabela abaixo. O tamanho do mercado mundial de carne bovina, segundo o USDA, para 2004, é de 5.2 milhões de toneladas. Para o Brasil, representam 58% do total do mercado mundial de carne bovina, em função da restrição imposta pelo problema do Febre Aftosa. Alguns países, como a UE, apesar de aceitarem a carne brasileira, ainda impõem uma série de restrições, também relacionadas com a Febre Aftosa. Quando surgiu o problema da Vaca Louca nos EUA, muita gente no Brasil comemorou a oportunidade de uma grande expansão das exportações de carne bovina, ocupando espaço dos exportadores americanos. Isso não aconteceu exatamente pelo fato dos americanos venderem sua carne para mercados fechados onde não atendemos pela restrição imposta relativa à Febre Aftosa. O efeito para os nossas exportações é indireto, na medida em que os outros concorrentes passam a atender os mercados abandonados forçosamente pelos americanos e abrem seus mercados para nossos produtos. Se somos competentes para chegarmos à liderança mundial na exportação de carne bovina, qual será, então, a participação quando superados os problemas sanitários? Mercados potenciais - carne bovina Principais países importadores de carne bovina em mil t (carcaça) Países 2002 2003 2004 2005 EUA 1.460 1.293 1.556 1.588 — Japão 707 825 885 893 — Rússia 638 700 705 725 — União Européia 518 520 530 530 — México 489 500 510 538 Coréia do Sul Canadá — Egito 162 100 100 93 Filipinas 126 120 125 142 Taiwan 89 93 97 98 — Europa Oriental 61 52 65 71 4.987 4.913 5.258 5.358 Total (11 maiores) Fonte: USDA (USDA Agricultural Baseline Projection Tables February, 2004) — Países que notificaram medidas relativas a febre aftosa — Mercados fechados para o Brasil (58% do total mundial) — Mercado que aceita o conceito de ‘regionalização’ Fonte: 3º Congresso Brasileiro de Agribusiness IMPRENSA 141 anuario 2005.qxd 4/1/2006 16:08 Page 142 SCVCF ANUÁRIO 2005 Como escolher o carvão arece bobagem, mas não é, o carvão pode fazer uma grande diferença. Por todo o País existem diversas marcas feitas e acondicionadas das mais variadas formas. O importante é saber diferenciar o que é bom e o que é ruim. Em entrevista com uma marca conceituada, de nome Mono-carvoeiro, que homenageia uma espécie de macaco brasileiro justamente pela preocupação com a ecologia, obtivemos algumas informações no mínimo interessantes. O melhor carvão que existe é o produzido por madeira de eucalipto, pela sua homogeneidade, textura e rendimento. Carvões produzidos por outras espécies de árvores criam muito pó, ficam quebradiços e disformes. São poucas as marcas que levam esse tipo de conceito a sério, portanto, a partir de agora, verifique no pacote se existe alguma referência sobre o tipo de madeira utilizada na produção. P A diferença entre os carvões é grosseiramente visível, o bom com torrões mais rígidos, uniformes e sem pó ou pedaços esfarelados O carvão de eucalipto não causa cheiro e nem fumaça, nada que altere o sabor da carne. Não produz muito pó, por ter uma consistência mais rígida. Possui uma granulação equilibrada e homogênea, rendendo mais do que os demais tipos, sendo portanto mais econômico. Fonte: Manual do Churrasco Ano I nº 1 Cresce produção de leite no Brasil Em milhões de litros Maior população animal no país é de aves para cortes Número de cabeças, em milhões 21,6 22,3 19,8 16,5 14,5 1990 1995 2000 IMPRENSA 2003 Produto Valor de exportação Galos, frangas, frangos e pintos Bovinos Galinhas Suíno Ovino Caprino Codornas Eqüino 142 737,5 195,6 183,8 32,3 14,6 9,6 6,0 5,8 anuario 2005.qxd 4/1/2006 16:09 Page 143 SCVCF ANUÁRIO 2005 Fogo no relógio Contrafilé Baby Bife Filé Mignon (ao ponto) (ao ponto) (ao ponto) 0 0 0 45 15 45 15 45 15 30 30 30 minutos minutos minutos Fraldinha Maminha Picanha (mal passada) (mal passada) (mal passada) 0 0 0 45 15 45 15 45 15 30 30 30 minutos minutos minutos Ponta de Agulha I Cupim 0 0 45 15 45 15 30 30 minutos minutos A exceção da ponta de agulha e cupim, os tempos são para grelha Fonte: Manual do Churrasco Ano I nº 1 IMPRENSA 143 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 144 SCVCF ANUÁRIO 2005 Produção pecuária do Estado de São Paulo Acompanhe a seguir os números do Estado de S.P. TABELA 1 - Área de Pastagem, Estado de São Paulo, 2000 a 2004 (em ha) Ano Pasto natural ∆% Área Pasto cultivado ∆% Área Capim para semente ∆% Área Total Área ∆% 2000 1.706.641 — 8.515.086 — 100.302 — 10.322.029 — 2001 1.588.717 - 6,91 8.706.730 2,25 52.905 - 47,25 10.348.352 0,26 2002 1.581.873 - 0,43 8.527.596 - 2,06 42.988 - 18,74 10.152.457 -1,89 2003 1.582.037 0,01 8.525.503 - 0,02 52.345 21,77 10.159.885 0,07 2004 1.576.509 - 0,35 8.541.634 0,19 62.269 18,96 10.180.411 0,20 Fonte: Anuário de Informações Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/03. São Paulo: IEA, 2001/04. (Sér. inf. estat. agric.) e Levantamento IEA/CATI de nov. 2004. TABELA 2 - Número de Bovinos por Categoria, Estado de São Paulo, 2000 a 2004 (em cabeça) Ano Corte N. de animais ∆% Leite N. de animais ∆% Misto N. de animais ∆% Total N. de animais ∆% 2000 6.749.023 — 1.708.155 — 4.431.219 — 12.888.397 — 2001 6.923.837 2,59 1.705.832 -0,14 4.524.980 2,12 13.154.649 2,07 2002 7.287.819 5,26 1.687.384 -1,08 4.678.407 3,39 13.653.610 3,79 2003 7.327.507 0,54 1.664.235 -1,36 4.773.030 2,02 13.764.772 0,81 2004 7.407.364 1,09 1.642.203 -1,32 4.724.346 -1,02 13.773.913 0,07 Fonte: Anuário de Informações Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/03. São Paulo: IEA, 2001/04. (Sér. inf. estat. agric.) e Levantamento IEA/CATI de nov. 2004. IMPRENSA 144 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 145 SCVCF ANUÁRIO 2005 TABELA 3 - Número de Bovinos Enviado ao Abate, Estado de São Paulo, 2000 a 2004 ∆% Ano Quantidade1 Peso total2 (arroba) Peso total (t) 2000 4.472.097 67.081.452 1.006.222 2001 4.586.361 68.795.442 1.031.932 2,56 2002 4.786.490 71.797.356 1.079.603 4,62 2003 4.927.339 73.910.080 1.108.651 2,69 2004 4.940.032 74.100.485 1.111.507 0,26 Calculada multiplicando a soma do número de bovinos para corte e misto por 0,4072 (uma aproximação da taxa de abate). 2 Calculado multiplicando a quantidade de bovinos enviados ao abate pelo peso médio de abate (15 arrobas). Fonte: Anuário de Informações Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/03. São Paulo: IEA, 2001/04. (Sér. inf. estat agric.) e Levantamento IEA/CATI de nov. 2004. 1 TABELA 4 - Produção de Leite por Tipo, Estado de São Paulo, 2000 a 2004 Ano Tipo A 1.000 litros ∆% Tipo B 1.000 litros ∆% Tipo C 1.000 litros ∆% Total 1.000 litros 2000 49.124 — 345.403 — 1.545.698 — 1.940.225 — 2001 34.343 -30,09 353.644 2,39 1.588.439 2,77 1.976.426 1,87 2002 39.063 13,74 344.971 -2,45 1.619.950 1,98 2.003.984 1,39 2003 66.252 69,60 364.221 5,58 1.529.9801 -5,55 1.960.453 -2,08 2004 92.141 39,08 393.756 8,11 1.568.054 2.053.951 4,77 2,49 ∆% Dado retificado. Fonte: Anuário de Informações Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/03. São Paulo: IEA, 2001/04. (Sér. inf. estat. agric.) e Levantamento IEA/CATI de nov. 2004. 1 TABELA 5 - Produção de Aves para Postura, Estado de São Paulo, 2000 a 2004 Ano Plantel Produção de ovos (1.000 dúzias/ano) ∆% da produção 2000 33.656.206 724.416 — 2001 34.685.243 758.039 4,64 2002 36.661.035 765.235 0,95 2003 37.008.889 779.806 1,90 2004 38.927.270 824.653 5,75 Fonte: Anuário de Informações Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/03. São Paulo: IEA, 2001/04. (Sér. inf. estat. agric.) e Levantamento IEA/CATI de nov. 2004. IMPRENSA 145 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 146 SCVCF ANUÁRIO 2005 TABELA 6 - Produção de Aves para Corte, Estado de São Paulo, 2000 a 2004 ∆% Ano Rebanho (cabeça) Enviadas ao abate (cabeça) Produção de carne (t) 2000 135.838.316 483.873.393 1.024.170 — 2001 152.015.552 617.308.322 1.243.836 21,45 2002 148.991.286 504.288.751 1.029.458 -17,24 2003 152.077.698 496.969.314 1.052.958 2,28 2004 154.092.095 529.243.676 1.124.518 6,80 Fonte: Anuário de Informações Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/03. São Pauto: IEA, 2001/04. (Sér. inf. estat. agric.) e Levantamento IEA/CATI de nov. 2004. TABELA 7 - Número de Suínos, Estado de São Paulo, 2000 a 2004 Ano Rebanho atual ∆% Cabeças Enviado ao abate Produção de carne ∆% Tonelada Taxa de abate % 2000 1.529.695 — 1.481.767 133.360 — 96,87 2001 1.684.335 10,11 1.670.258 149.122 11,82 99,16 2002 1.378.263 -18,17 1.485.624 137.104 -8,06 107,79 2003 1.353.992 -1,76 1.499.802 133.675 -2,50 110,77 2004 1.454.069 7,39 1.537.786 138.729 3,78 105,76 Fonte: Anuário de Informações Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/03. São Paulo: IEA, 2001/04. (Sér. inf. estai agric.) e Levantamento IEA/CATI de nov. 2004. Disque-boi Vendas na pista do leilão O número de leilões de gado e cavalos explodiu no ano passado. Hoje, são realizados quatro leilões por dia no país. Boa parte deles é televisionada e os compradores dão lances por telefone, uma modalidade de venda que quase dobrou de tamanho. Fonte: DBO Rural e Programa Leilões IMPRENSA 2003 470 milhões de reais 2004 680 milhões de reais + 45% Vendas por telefone 2003 65 milhões de reais 2004 120 milhões de reais 146 + 87% anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 147 SCVCF ANUÁRIO 2005 A contribuição social do idoso as últimas décadas, o número de velhos na população mundial tem crescido consideravelmente, em decorrência dos novos recursos da medicina. A fonte da juventude é uma utopia, mas a possibilidade de melhoria da qualidade é algo cada vez mais presente no dia a dia da Terceira Idade. A sociedade brasileira, durante muitos anos, se descuidou desse grupo etário, pois todas as disposições na área social estiveram sempre mais voltadas ao atendimento prioritário da infância e da adolescência. Entretanto, o aumento considerável do número de velhos em nossa população, as constantes reivindicações da sociedade civil e dos próprios idosos, agora mais organizados, têm despertado os órgãos governamentais para a necessidade de políticas que encaminhem soluções às questões sociais dos velhos, a maioria das quais são direitos elementares de qualquer cidadão. É inequívoca a contribuição do SESC SP em todo esse processo. Ao longo destes últimos 42 anos criou programas para a Terceira Idade, mobilizou as comunidades, capacitou profissionais, colaborou com instituições privadas e órgãos governamentais, sempre no intuito de que a questão social dos velhos fosse definitivamente configurada entre as áreas prioritárias de intervenção em nossa sociedade. O Trabalho Social com Idosos desenvolvido pelo SESC é nacionalmente reconhecido hoje como referência em ações que dizem respeito à questão do envelhecimento em nosso País. Sua proposta é fundamentalmente de caráter educativo e, por utilizar técnicas pedagógicas bem definidas, tem contribuído para mudar a imagem do idoso e diminuir os preconceitos contra os velhos. N IMPRENSA Danilo dos Santos Miranda é diretor do Sesc SP Um dos resultados mais importantes deste trabalho, ao longo desses quarenta e dois anos, tem sido a repercussão desta iniciativa junto a alguns setores da sociedade, que começaram a desenvolver projetos semelhantes. Pela participação em movimentos sindicais, em associações de aposentados etc, os grupos de idosos em geral e os do SESC em particular, têm alcançado expressivas vitórias, convertendo suas reivindicações em conquistas de grande impacto, tais como: • O Passe Livre do Idoso em veículos de transporte coletivo; • A fundação de Conselhos Estaduais e Municipais do Idoso, espalhados por todo o país; • A Política Nacional do Idoso - Lei 8.842/94. • A criação do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso - de 13/5/2002 • O Estatuto do Idoso - Lei 10.741 de 01/10/03 147 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 148 SCVCF ANUÁRIO 2005 Inegavelmente, de todas essas vitórias obtidas pelos idosos, a criação da chamada Lei 10.741 Estatuto do Idoso, pode ser considerada como a mais importante. Os direitos consignados aos idosos em áreas fundamentais como educação, saúde, previdência, habitação, transporte, cultura e lazer, entre outras, representam um expressivo avanço. Resta apenas, e não é pouco, que essa lei seja cumprida. Infelizmente, constatamos que, no Brasil, mais difícil do que a criação de leis é o rigoroso cumprimento das mesmas, fato que se configura como um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento social. Inúmeros idosos frequentadores das programações do SESC, tornaram-se importantes lideranças nos movimentos de Terceira Idade. Várias delas ocuparam cargos eletivos em organismos de defesa dos direitos do idoso, como o Conselho Municipal e o Conselho Estadual do Idoso de São Paulo, entre outros. Significativa tem sido a abertura dos idosos para a comunidade, concretizada pela sua participação voluntária em campanhas de saúde, campanhas educativas, ajuda em asilos, solidariedade nas calamidades públicas etc, levando o SESC a fomentar programas de Voluntariado para a Terceira Idade. Destacamos o desenvolvimento cultural alcançado pelos idosos, levando-os não somente a consumir bens culturais, mas sobretudo a produzir cultura, especialmente no campo do teatro, da música e da dança. Assessorados por profissionais, escrevem peças e roteiros, organizam, interpretam e executam espetáculos de bom nível, que têm merecido crítica favorável por parte da mídia especializada. Por sua experiência de vida têm desempenhado papel importante na preservação da memória. Participam em movimentos culturais e ecológicos, resgatando fatos históricos e transmitindo-os a outras gerações. Através de uma interpretação crítica do passado, tornam-se um instrumento de diálogo com as gerações mais jovens. IMPRENSA 148 N anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 149 Necessidade humana do alimento cárneo Ácidos graxos essenciais (precursores) em carnes Marcos Roberto RUIZ1, Makoto MATSUSHITA*, Nilson Evelázio SOUZA1 e Jesuí Vergíllio VISENTAINER1 em Revista Nacional da Carne Introdução A carne é considerada um alimento nobre para o homem pela qualidade das proteínas, e principalmente pela presença de ácidos graxos essenciais. A essencialidade de certos ácidos graxos foi descrita pela primeira vez por Burr (1929) e inequivocamente reafirmada por inúmeros trabalhos de pesquisa, e é determinada pela impossibilidade que os animais possuem, diferente dos vegetais, em sintetizar estes ácidos graxos a partir de precursores estruturalmente mais simples. A carência de ácidos graxos essenciais na alimentação dos mamíferos (especialmente no homem) conduz a transtornos de crescimento, mudanças na pele, alterações imunológicas, neurológicas e sérios transtornos comportamentais (Innis, 1991). A questão da essencialidade dos ácidos graxos nos animais pode gerar alguns desvios nas interpretações dessa atividade biológica. A relação entre a necessidade de ingestão de lipídios com várias doenças geradas pelas síndromes de deficiência na ingestão de lipídios têm sido descritas a mais de 70 anos. Nos últimos 40 anos, através de pesquisas foi possível desvendar a verdadeira função fisiológica e patológica dos lipídios e conseqüentemente dos ácidos graxos (Thain, 1985). A composição de ácidos graxos essenciais (AGE) difere muito entre organismos terrestres e aquáticos. Todavia nos tecidos de animais terrestres prevalecem os ácidos graxos pertencentes à família n-6 principalmente do ácido linoléico (18:2n-6) e araquidônico (20:4n-6) e nos organismos aquáticos, ocorre a predominância dos ácidos graxos da família n-3, tanto para espécies marinhas como de água doce (Tarley, 2004). IMPRENSA Pesquisas revelam a necessidade de AGPI n-3, especialmente o ácido DHA (Docosahexaenóico, 22:6n-3), para as membranas biológicas, retina, córtex cerebral, tecidos nervosos, testículos e plaquetas sangüíneas (Schmidt, 2000) e a importância de EPA (Eicosapentaenóico, 22:5n-3), pelos seus efeitos a nível vascular (ações antitrombótica e antiinflamatória), exercidos através do metabolismo dos eicosanóides (moléculas biológicas que agem como sinalizadores e mensageiros). Os ácidos graxos linoléico e alfa-linolênico são considerados essenciais para os mamíferos, pois são precursores necessários para a síntese de outros ácidos, eles precisam ser obtidos através da dieta. Uma vez ingeridos, eles podem ser convertidos em outros ácidos poliinsaturados como o EPA, DHA e Araquidônico (20:4n-6) (Nelson & Cox, 2002). Em nutrição humana é utilizado o conceito que “somos o que comemos”, isto é, nosso organismo, em sua estrutura e em seu funcionamento, reflete em sua composição o que constitui nossa dieta. O mesmo ocorre com a nutrição animal, se um animal é alimentado com uma determinada dieta, seus tecidos irão refletir a composição desta dieta ou a transformação metabólica que ocorre aos componentes da dieta. Tem-se estabelecido que a incorporação de farinha e óleo de pescado em certas etapas da alimentação dos suínos, aves e peixes, permitem enriquecer a gordura de suas carnes com AGPI ômega-3 (Irie & Sakamoto, 1992; Visentainer et al.,2003b). A tabela 1 mostra a composição relativa de ácidos graxos essenciais (linoléico e linolênico) em carnes de diferentes animais. 149 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 150 Necessidade humana do alimento cárneo N Tabela 1: Percentagem relativa de ácidos graxos essenciais (precursores) presentes em diferentes tipos de carnes AGE Bovina1 Camarão2 Caprino3 Cordeiro4 Frango5 Sardinha6 Suíno7 Tilápia8 Linoléico (18:2n-6) 1,50 7,0 4,88 2,63 25,85 16,3 10,80 8,80 Linolênico (18:3n-3) 0,60 6,9 2,58 1,14 1,80 2,10 0,70 0,50 1 Coxão mole (Martin et al, 2004). 2Músculo (Visentainer et al, 2003 a). 3Contrafilé (Tarley et al, 2003). 4Contrafilé. (Rowe et al, 1999). 5Peito de frango. (Torquato et al, 2004). 6Filé.(Tarley et al, 2004). 7 Pernil (Vianna et al, 2004). 8 Filé (Visentainer et al, 2003 b). AGE: Ácidos graxos essenciais Considerações finais TAHIN, Q. S. Importância fisiológica e patológica dos ácidos graxos. Arq. Biol. Tecnol., v. 28, p. 335-61, 1985. Pesquisadores de todo o mundo tem realizados trabalhos experimentais modificando rações com inclusão destes ácidos na alimentação de animais como bovinos, peixes, aves, caprinos, entre outros com o objetivo de detectar acréscimos em suas percentagens. Uma vez ocorrida a transferência destes ácidos da dieta para a carne dos animais os mesmos serão transferidos para o homem, proporcionando efeitos benéficos para a saúde. TARLEY, C.R.T; MATSUSHITA, M.; MOREIRA, B.A; DAMASCENO, J.C; VISENTAINER, V.J; SOUZA, N.E. Longissimus dorsi composition and fatty acid profile of Young goat slaughetered at diferents ages. Anais Assoc. Bras. Química v.52(1) P.42-45, 2003. Referências BURR, G.O.; & BURR, M.M. (1929) A new deficiency disease produced by rigid exclusion of fat from the diet. J. Biol. Chem. 82, 345-367. INNIS, S. M. Essential fatty acids in growth and development (1991). Prog. Lipid Res. 30, 39-103. IRIE, M.; & SAKAMOTO, M. (1992). Fat characteristics of pigs fed fish oil containing eicosapentaenoic and docosahexaenoic acids. J. Anim. Sci. 70, 470-477. MARTIN, A.C.; CARAPELLI, R.; MATSUSHITA, M.; SOUZA, N.E.; PRADO, N.I; VISENTAINER, V.J. Carne bovina: Escolhendo o melhor bife. Revista Nacional da carne. n.390.P38-40, 2004. TARLEY, C.R.T; VISENTAINER, V.J; MATSUSHITA, M.; SOUZA, N.E.Proximate composition, cholesterol and fatty acids profiles of canned sardines (Sardinella brasiliensis) in soybean oil and tomato sauce. Food Chemistry. v.88. P.1-6, 2004. TORQUATO, A. S; MATSUSHITA, M ; SOUZA, N.E.; MURAKAMI, A. E.; FRANCO, M. I.; GALI, J. R.; VISENTAINER, J. V. Fatty acid profile and proximate composition of broiler chickens feeding diets enriched with different oils. Food Chemistry. Inglaterra:, n.Submetido, 2004 VIANNA FILHO, E.A.; SOUZA, N.E.; ZARA, R.F.; SILVA, W.; SILVA, C.A.; VISENTAINER, J.V.; MATSUSHITA, M. Effect of sunflower seed on fatty acid profiles in pork ham. Animal Feed Science and Technology. Canadá: , n.submetido, 2004 VISENTAINER, J.V; SILVA, A.B.M; SANTOS, O.O.J; HAYASHI, C.; SOUZA, N.E.; MATSUSHITA, M. Camarão canela sua composição centesimal e lipídica. Revista Nacional da Carne. n. 313 P.109-112, 2003 a. NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger Princípios de Bioquímica. 3. ed., São Paulo: Sarvier, 2002. 975p. VISENTAINER, J.V; SOUZA, N.E.; MATSUSHITA, M; RAMOS, R.C.; FRANCO, M.R.B. Composição química e de ácidos graxos em tilápias (Oreochromis nilolicus) submetidas a dieta prolongada. Revista Nacional da Carne. n.319 P.152-154, 2003 b. ROWE, A.; MACEDO, F.A.F; VISENTAINER, J.V.; SOUZA, N.E.; MATSUSHITA, M. Muscle composition and fatty acid profile in lambs fattened in drylot or pasture. Meat Science v.51 P.283-288, 1999. Departamento de Química, Universidade Estadual de Maringá. Avenida Colombo, 5790. Maringá, Paraná, Brasil. CEP: 87020-900.* Correspondência para: E-mail: [email protected]. IMPRENSA 1 150 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 151 Necessidade humana do alimento cárneo Mitos e Realidades da Importância da Carne Bovina Eric Franchi Leonardo1, Rodrigo de Almeida2, Rafael Ferreira Soria3 e Eduardo Francisquine Delgado4 em Revista Nacional da Carne Introdução Geralmente as pessoas que consomem carne não param para pensar se ela realmente é um alimento nutritivo e quais os nutrientes este alimento fornece ao organismo. A carne é um alimento que causa controvérsia, já que poderia estar relacionada a diversas doenças, como obesidade, problemas cardíacos, colesterol alto e até certos tipos de tumores malignos. Apesar de ser um prato comum em cardápios do mundo todo, pouca gente tem real conhecimento sobre o valor nutritivo, vantagens e desvantagens da carne. De acordo com pesquisas científicas, a carne em geral (de boi, peixe, aves) contém de 10 a 18% de proteínas e 3 a 40% de seu conteúdo são gorduras. Quanto ao conteúdo em minerais e vitaminas, a carne apesar de ser pobre em cálcio, é muito rica em ferro, zinco, fósforo e vitaminas do complexo B. A carne vermelha, que tem alto valor nutricional devido ao adequado aporte de proteínas de alto valor biológico, pode também ser prejudicial à saúde quando associada a muita gordura. Assim sendo, o risco não é comer carne vermelha, mas sim comê-la em excesso. De acordo com números oficiais, a primeira causa de mortes no mundo está relacionada às doenças cardiovasculares, das quais os problemas de coração são os mais comuns. Estes males estão ligados ao alto nível de colesterol, que por sua vez está relacionado ao conteúdo de gordura na dieta, especialmente saturada e moninsaturada, que compõem uma porção relevante de alguns cortes de carne vermelha. IMPRENSA Daí o maior risco de contrair doenças caso ocorra ingestão exagerada deste alimento. Porém o que está certo? O que está errado? Será que a carne bovina pode ser tão maléfica a saúde a ponto de ser retirada do cardápio? Será que podemos abrir mão da carne vermelha e buscar seus nutrientes essenciais em outros alimentos ou mesmo em complexos mineral-vitamínicos? Neste artigo nós tentaremos responder essas perguntas além de fornecer dados que comprovem que a carne bovina não é um mal, e que pelo contrário, faz muito bem a saúde sendo fundamental na alimentação do ser humano, particularmente para crianças, adolescentes, idosos e gestantes. A carne juntamente com leite e ovos são as principais fontes de proteína em nossa dieta, principalmente a primeira, pois a sua composição é muito parecida com a proteína corporal dos humanos. O alimento carne que nós consumimos é formado através da maturação do tecido muscular do animal (Koohmaraie, 1992) sendo um alimento rico em proteínas. Além de outros nutrientes como as gorduras, vitaminas, macro e micro elementos minerais e água. Proteínas As proteínas são essenciais para a formação de músculos, enzimas (e.g. digestivas e mobilizadoras de gordura das células, etc.), anticorpos e células como os leucócitos, vários hormônios, estando envolvidas com todo o funcionamento do organismo. Estão presentes em todas as células e são compostas de aminoácidos. Mais de 30 aminoácidos já 151 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 152 Necessidade humana do alimento cárneo N foram identificados na natureza. Os que não podem ser sintetizados pelo ser humano são chamados de aminoácidos essenciais. Dos 20 aminoácidos encontrados nas proteínas, nove são considerados essenciais para adultos e crianças, pois não podem ser sintetizados pelos mesmos, por isso devem ser fornecidos pelos alimentos. As proteínas que contêm todos os aminoácidos essenciais em quantidade e proporções adequadas são consideradas de alto valor biológico, características das proteínas de origem animal, como da carne bovina. Gorduras Figura 2. Triglicerídio apresentando as ligações duplas entre os carbonos (seta vermelha). As gorduras são fontes concentradas de energia. Seus principais constituintes são os triglicerídeos, que contém grande variedade de ácidos graxos saturados, monoinsaturados e polinsaturados (Figura 1). Figura 1. Ácidos graxos presentes na carne bovina. A insaturação é dada pelo número de duplas ligações entre os átomos de carbono que formam a cadeia do ácido graxo, como mostra a Figura 2. A gordura animal é uma fonte importante de ácidos graxos essenciais. Os ácidos graxos essenciais são aqueles que não são produzidos pelo organismo e entre eles poderíamos citar o ácido linoléico (18:2) e o ácido linolênico (18:3). As gorduras apresentam outras funções: transportadora de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), fonte de energia, desenvolvimento do sabor e do aroma da carne, entre outras funções. IMPRENSA Outro fator importante aliado à gordura, são os ácidos graxos da família ômega-3, (dupla ligação no terceiro carbono da terminação metil (CH3)) como o ácido α-linolênico, e da família ômega-6, como o ácido β-linolênico. Existe atualmente um particular interesse sobre os potenciais benefícios do ácido linoléico conjugado (CLA) (Figura 3). Os CLAs são isômeros de posição e geométricos do ácido linoléico (18:2) com duplas ligações conjugadas (duplas ligações, com ligações simples intercaladas). Trata-se de um ácido graxo encontrado principalmente em alimentos obtidos de ruminantes, sendo que a carne bovina representa a segunda melhor fonte natural. O CLA exibe um poderoso efeito anticarcinogênico, em níveis relativamente baixos na dieta. Além disso, é antiaterosclerose, antitrombótico, hipocolesterolêmico, previne os diabetes e apresenta efeito imunoestimulatório (McGuire et al. 1997). Figura 3. Ácido linoléico conjugado. 152 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 153 Necessidade humana do alimento cárneo As maiores críticas que a carne bovina sofre estão associadas com a quantidade de gordura, principalmente em relação aos ácidos graxos saturados, estes os maiores responsáveis pela obstrução dos vasos sangüíneos, e o colesterol. A carne bovina possui uma quantidade elevada de ácidos graxos saturados (46%), porém 15% são formados pelo ácido esteárico (Figura 4). Apesar de ser um ácido graxo saturado, o ácido esteárico não se comporta como os demais ácidos graxos saturados presentes na dieta. O ácido esteárico não tem nenhum efeito sobre os níveis do colesterol. Portanto, somente um terço dos ácidos graxos da carne bovina de fato elevam o colesterol. com uma menor síntese, e a produção de colesterol endógena é a maior contribuinte para os níveis séricos de colesterol. Colesterol alto não dá sintomas a não ser quando o estrago já está feito, o que torna seu controle uma medida indispensável para evitar riscos, uma vez que há relação entre colesterol elevado e acidentes cardiovasculares, no Brasil, é a principal causa de morte em homens e mulheres. Na carne bovina os níveis de colesterol são iguais aos níveis encontrados em carnes de outras espécies como mostra a Figura 5. Figura 5. Colesterol (mg/100g) na carne bovina e em outras proteínas de origem animal Figura 4. Ácidos graxos na carne bovina mais o ácido esteárico Nem todos sabem que o colesterol é uma substância necessária para o organismo. Sem ele, as células não formam a membrana que as envolve. Além disto, o colesterol é precursor de alguns hormônios essenciais ao funcionamento do organismo e especialmente no processo reprodutivo como estrogênios e progestogênios (mulheres), e androgênios como a testosterona (homens). No entanto, o desequilíbrio na produção desse tipo de gordura pode ter sérias implicações no organismo. Existem dois tipos de colesterol: o HDL, conhecido como bom colesterol, que protege contra ataques cardíacos e o LDL, ou mau colesterol, que facilita a formação de placas de ateroma nas veias e artérias e favorece o aparecimento de doenças cardiovasculares. Nem sempre os níveis de colesterol são determinados pela dieta e estilo de vida, 80 % da população compensa a ingestão de colesterol IMPRENSA Outro grande problema relacionado à gordura e saúde são os ácidos graxos trans que, apesar de insaturados, aumentam as concentrações do colesterol indesejável LDL e diminuem as concentrações do colesterol desejável HDL. A principal fonte de ácidos graxos trans na dieta são gorduras vegetais hidrogenadas e em particular a margarina. Por outro lado, o conteúdo de ácidos graxos trans na carne bovina é pequeno (Figura 6). Figura 6. Conteúdo de ácidos graxos trans em alguns alimentos 153 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 154 Necessidade humana do alimento cárneo Minerais A carne bovina é fonte rica de ferro, zinco, selênio e fósforo. O ferro é importante na formação da hemoglobina e mioglobina, ambas as proteínas solúveis predominantes nas células dos músculos. A primeira é a molécula primordial no transporte de oxigênio para as células de todos os tecidos, e a segunda estoca oxigênio no músculo. O ferro participa ainda como constituinte de enzimas associadas aos sistemas oxidativos no interior do tecido muscular. Consumos inadequados de ferro podem levar a anemia e a dificuldades na aprendizagem. Meninas adolescentes e mulheres têm maiores necessidades de ferro devido à menstruação. Existem dados mostrando que 25% das crianças abaixo de 5 anos (ambos os sexos), 60% das adolescentes e mais de 80% das mulheres entre 20-49 anos consomem menos ferro do que deveriam (American Council on Science and Health, 2003). Muitos produtos a base de grãos, como pães, bolachas e cereais, estão sendo fortificados com ferro, todavia existe uma eficiência diferenciada na absorção deste mineral. Aproximadamente metade do ferro encontrado na carne bovina está na forma heme, a qual é prontamente absorvida pelo organismo. As carnes bovina e ovina, comparadas com a carne de outros animais, contêm as maiores quantidades de ferro, como mostra a Figura 7. N O zinco é um mineral muito importante na síntese de DNA, age como cofator em vários processos metabólicos e tem grande importância na digestão das proteínas no sistema digestório. A carne bovina contém altas concentrações de zinco (Figura 8) prontamente disponível ao organismo. Alimentos de origem vegetal tais como grãos de cereais, legumes, vegetais e frutas contêm menores concentrações de zinco. Além disso, componentes como o fitato podem reduzir a biodisponibilidade do zinco. Figura 8. Alimentos fontes de Zinco. Mesmo nos EUA, 40% das adolescentes e mulheres e 60% dos homens com mais de 70 anos não consomem as quantidades recomendadas de zinco. A carne bovina é a principal fonte de zinco nas dietas de crianças e adultos norte-americanos, atendendo 22% e 26% do consumo total, respectivamente. O fósforo tem um papel no metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras, sendo a carne uma excelente fonte para esse mineral. A carne bovina também é muito importante para suplementar o aumento da exigência de nutrientes como ferro, zinco e proteína decorrentes da atividade física. A deficiência destes nutrientes pode comprometer o desempenho esportivo, tanto de indivíduos fisicamente ativos, como de atletas de alto desempenho. Vitaminas Figura 7. Concentração de ferro (mg/100g) na carne bovina e em outras proteínas de origem animal IMPRENSA A carne é uma excelente fonte de vitaminas do complexo B, sendo elas: tiamina, riboflavina, nia- 154 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 155 Necessidade humana do alimento cárneo cina, piridoxina, colina, ácido fólico, a B12 ou fator anti anemia perniciosa, ácido pantotênico e biotina. Entre elas destacamos a vitamina B12 que só é encontrada em alimentos de origem animal. A carne bovina também contém altas quantidades das vitaminas A (fator anti-xeroftalmia), D (colecalciferol), E (fator anti-encefalomalácia) e K (fator anti-hemorrágico). Carne bovina natural e orgânica Embora os produtores de carne bovina natural e orgânica usem diferentes métodos de produção, estes tipos de carne não diferem da carne bovina convencional em termos nutricionais ou de segurança alimentar. O sistema de produção de carne orgânica somente se viabiliza com consumidores dispostos a pagar 20% a mais por esta carne. O perfil de ácidos graxos da carne de bovinos terminados em pastagens é ligeiramente mais desejável que o de bovinos terminados em confinamento, com alta proporção de grãos. Entretanto, o impacto desta pequena diferença na dieta completa de seres humanos é incerto e, provavelmente, de pouca importância. das de lares onde a carne bovina era consumida. O ponto principal de qualquer dieta saudável é consumir uma boa variedade de alimentos com moderação e consistente com as exigências nutricionais (Waylett et al., 1999 in: Beef Facts, 2000). Carne bovina e incidência de câncer (American Council on Science and Health, 2003). As relações entre o consumo de carne bovina e a incidência de câncer são fracas e inconsistentes. Os resultados de alguns estudos científicos têm relacionado grandes consumos de carne vermelha com maiores riscos de câncer de cólon e de próstata. Outros estudos, entretanto, têm apresentado resultados conflitantes. Qualquer efeito real da carne vermelha na incidência de câncer deve ser pequeno, ou artefato de um menor consumo de frutas, vegetais e cereais por consumidores de grande quantidade de carne vermelha. No caso da carne vermelha, deve-se enfatizar aos consumidores a importância de adequados métodos de preparo e cozimento, principalmente em evitar a formação das aminas heterocíclicas. Dietas com carne bovina vs. dietas vegetarianas Carne bovina e anabolizantes (American Council on Science and Health, 2003). (American Council on Science and Health, 2003). Da mesma forma que dietas contendo carne bovina, dietas vegetarianas bem planejadas podem atender as exigências para os nutrientes essenciais. Entretanto, para certos grupos populacionais, como crianças, adolescentes, mulheres em gestação e em aleitamento e idosos, é muito difícil atender as exigências nutricionais seguindo dietas estritamente vegetarianas. A remoção da carne bovina da dieta aumenta os riscos de aparecerem deficiências de vitamina B12, ferro e zinco. Crianças oriundas de lares vegetarianos apresentaram menor QI do que crianças oriun- O uso de hormônios para promover o crescimento de bovinos em crescimento ajudaria a manter o custo da carne bovina em patamares mais baixos e com menor impacto ambiental pela exploração de menor número de animais e de extensão de terra agricultável. Estes hormônios, quando usados corretamente, não impõem riscos à saúde dos consumidores, além de serem uma excelente ferramenta na produção de carne magra. Ressaltase que seu uso é proibido no Brasil desde 1986 e, portanto seu uso deve ser condenado, mesmo não havendo respaldo técnico para esta proibição. IMPRENSA 155 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 156 Necessidade humana do alimento cárneo Carne bovina e antibióticos (American Council on Science and Health, 2003). O uso de antibióticos na produção de bovinos de corte contribui para o desenvolvimento da resistência bacteriana a estes antibióticos. Seu uso em baixas dosagens para aprimorar o crescimento e a eficiência alimentar dos animais (ionóforos) está sendo duramente criticado. Europa e outros países importadores tendem a não aceitar seu uso na produção animal. N • A carne bovina brasileira tem teores de gordura muito abaixo dos americanos. • O teor de gordura é manipulável e, cada vez mais, sua composição em ácidos graxos também. Recomendações para inclusão da carne bovina em uma dieta saudável (American Council on Science and Health, 2003). Preparo da carne bovina (American Council on Science and Health, 2003). Alimentos de origem animal, incluindo carne bovina e outras carnes, precisam ser manipulados com cuidado e cozinhados adequadamente. Embora pedaços intactos de carne bovina (filés e assados) possam ser servidos mal passados (cozinhados a 62C), a carne moída sempre deve ser cozinhada por completo até, no mínimo, 71C. • Limitar a quantidades moderadas o consumo de carne vermelha, frango ou peixe (170 a 255 g/dia). • Cozinhar sem adicionar gordura. • Remover a gordura facilmente separável. • Preferir cortes magros de carne vermelha. Eng. Agrônomo, doutorando em ciência animal e pastagens ESALQ/USP ([email protected]) 2 Méd. Veterinário e M.Sc., doutorando em ciência animal e pastagens ESALQ/USP 3 Méd. Veterinário, mestrando em ciência animal e pastagens ESALQ/USP 4 Professor Doutor - ESALQ/USP, coordenador do grupo de anatomia e miofisiologia animal (GAMA) 1 Marketing da carne bovina • O vermelho da carne (Ferro) é saúde. • A carne bovina tem menos colesterol que a carne de frango. IMPRENSA 156 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:35 Page 157 Necessidade humana do alimento cárneo Carne bovina e performance nos exercícios omo a carne bovina é uma excelente fonte de ferro, zinco e proteína de qualidade prontamente biodisponíveis, nutrientes importantes na fisiologia do exercício, o consumo de uma dieta contendo carne bovina pode ajudar a otimizar a performance de atletas. Dietas com carnes versus dietas vegetarianas e performance. Teoricamente, uma dieta vegetariana contendo altos níveis de fibras (por exemplo, fitato) pode reduzir a biodisponibilidade de ferro, zinco e outros elementos traços. Entretanto, não há evidências conclusivas de que o status nutricional de vegetarianos é comprometido devido à sua atividade física ou à suas dietas vegetais. Também não há evidências conclusivas se a dieta vegetariana por si só é benéfica ou prejudicial à atividade física. Efeitos da Ingestão de carnes e do treinamento no status de ferro, aptidão física e massa muscular - A ingestão de carnes foi mais efetiva do que os suplementos de ferro na proteção do status deste elemento (hemoglobina e ferritina) em mulheres sedentárias que participaram de um programa de 12 semanas de exercícios aeróbicos moderados. Descobertas preliminares de estudos mais recentes revelaram que a adição de 2 a 3 onças (56,7 a 85 gramas) de carne bovina magra por dia durante três meses aumentou a ingestão de ferro e zinco entre adolescentes do sexo feminino corredoras. Além disso, tanto o treinamento como a aumentada ingestão de carne bovina estavam ligados a melhores níveis de aptidão física. As adolescentes corredoras que consumiram carne bovina tiveram menores tempos médios na competição e correram mais milhas por semana do que os corredores que não consumiram a mesma quantidade diária de carne bovina. C IMPRENSA O consumo de uma dieta contendo carnes contribuiu para maiores ganhos na massa magra e na massa de músculos esqueléticos em homens mais velhos de idade entre 51 e 69 anos que participaram de um programa de 12 semanas de treino de resistência do que naqueles que consumiram a dieta lacto-ovo-vegetariana. Os pesquisadores concluíram que a ingestão de porções recomendadas de carne por dia na dieta contribui com ganhos nos treinos de resistência na massa magra e na massa muscular em homens mais velhos. Ainda são necessárias pesquisas adicionais para determinar se uma fonte específica de carne, como a carne bovina, afeta positivamente a composição corpórea de adultos jovens participantes de treinos de resistência. Conclusões A prática regular de exercícios físicos pode aumentar a necessidade de nutrientes como ferro, zinco e proteínas. Além disso, a deficiência destes nutrientes pode comprometer a performance de atletas. Desta forma, é importante que indivíduos fisicamente ativos e atletas tenham pelo menos a ingestão diária recomendada destes nutrientes. A Pirâmide Alimentar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) recomenda que todas as pessoas saudáveis de dois anos de idade ou mais consumam duas porções de 2 a 3 onças de carne magra por dia para um total de 5 a 6 onças (141,75 a 170,02 gramas). Carne vermelha magra, como a bovina, é uma excelente fonte de ferro, zinco e proteína de alta qualidade prontamente biodisponíveis. 157 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:36 Page 158 Necessidade humana do alimento cárneo T Importância da gordura para a qualidade da carne Osiris C. R. Rodrigues José Ricardo Gonçalves A gordura também pode ser importante para a saúde os últimos anos, criou-se uma falsa idéia de que o consumo de produtos de origem animal, principalmente da carne bovina, estaria associado à incidência de doenças cardiovasculares. Entretanto, a maioria das informações veiculadas tem sido apresentada de forma exagerada e sensacionalista, possivelmente por falta de conhecimento. São ressaltados apenas os aspectos negati- N IMPRENSA vos, ignorando-se a importância da carne bovina como um dos principais componentes de uma dieta saudável (VALLE, 2000). Considera-se que a carne é um alimento protéico. Do conteúdo total de nitrogênio do músculo, aproximadamente 95% está relacionado a proteínas e 5% a pequenos peptídeos, aminoácidos e outros compostos (VARNAM; SUTHERLAND, 1998). Por sua vez, os lipídeos desempenham um relevante papel na alimentação, graças ao seu valor energético (8,5 cal/g), aos ácidos graxos essenciais, às vitaminas lipossolúveis e aos fosfolipídeos. Ademais, apresentam características organoléticas especiais reveladas pela sua textura e sabor (PARDI et al., 2001). O valor calórico dos lipídeos da carne procede dos ácidos graxos, dos triglicerídeos e fosfolipídeos. Os lipídeos constituem o componente mais variável da carne, oscilando sua proporção conforme a espécie, raça, sexo, manejo, alimentação, região anatômica, idade do animal e até mesmo o clima (PARDI et al., 2001). Recentemente, a combinação entre as diversas práticas de manejo e a utilização do melhoramento genético, para atender a necessidade premente de alimentos, tem-se produzido carcaças com excesso de gordura de cobertura, tanto em bovinos, como em suínos e ovinos. Observou-se, também, que os altos teores de gordura nas carcaças dos animais produzidos nos sistemas mais intensivos continham alta proporção de gordura saturada e, quanto maior era a quantidade desta, menor era a proporção de ácidos graxos polinsaturados, que são reconhecidamente benéficos à saúde humana (VALLE, 2000). 158 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:36 Page 159 TecnoCarne 2005 Espetinho Modelo O estande do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo mais uma vez se fez presente na TecnoCarne, entre os dias 23 e 25 de agosto, aqui na cidade de São Paulo entro da mesma perspectiva de edições anteriores com a Casa de Carnes do Século XXI (1999), com o Açougue Modelo (2001) e o Açougue Conceito (2003), onde a agregação de valores ficava por conta dos temperados e da venda de produtos prontos e pré-preparados, o Espetinho Modelo alerta para a lógica de que o consumidor não prepara os espetinhos em casa; os quer prontos, para comprar, colocar na churrasqueira e degustá-los. O espetinho é, por excelência, a maneira mais fácil de fazer churrasco. Por isso, o açougue deve passar a produzi-los na variedade e gosto de seus consumidores. O espetinho passou a ser, dentro das cidades do Estado de São Paulo, uma alternativa importante para o consumo de carnes. Podem ser preparados com carne do vazio do boi, ou podem ser incrementados com as partes da alcatra, olho ou miolo, de coração de frango, coxas desossadas de aves, lingüiças apimentadas ou não, lombo suíno e outras partes do porco, além da kafta, muito apreciada. Há de se fazer pesquisas com seus consumidores e verificar o que mais agrada em cada área da cidade. Daí, surpreender o consumidor com espetinhos de pão de alho, beringelas com queijo, espetinhos de queijo coalho ou de mussarela, de codorninhas, asas de frango temperadas, espetinhos de cebola e de legumes para acompanhamento, enfim, entre o que a imaginação consegue armar e o que a realidade pode permitir. D Luminoso criado pela Milênio Fachadas Antonella Bassani, da Eurfrigor, Manuel Henrique Farias Ramos, presidente do SCVCFESP e a Chef Internacional Bia Farias IMPRENSA 159 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:36 Page 160 TecnoCarne 2005 T LEGENDA 1. Máquina de gelo 2. Porta de borracha vai e vem 3. Sala de desossa e fracionamento 4. Câmara de produtos resfriados 5. Câmara de produtos congelados 6. Cozinha para preparo de produtos quentes 7. Varejo 8. Balcão frio para frios e verduras 9. Balcão de varejo de carne / corte 10. Balcão de produtos quentes 11. Balcão de apoio 12. Balcão de apoio para fracinamento de frios 13. Cortina de ar 14. Freezer / refrigeradores 15. Lavatório / esterelizador de facas Momento de grande visitação Os produtores de balcão se encontram na feira: Pedro Cavalcante, da Barcelos; Danilo Malta, da Reiforma; e Antônio Mascareñhas, da Real. Todos sentados à mesa IMPRENSA 16. Balança 17. Máquina a vácuo 18. Bancada de fracionamento 19. Bancada de desossa 20. Carrinhos para transporte de carnes 21. Seladora Smart Sealer 22. Esteira / etiquetadora 23. Serra de fita 24. Bancada com cuba 25. Forno combinado 26. Check-out 27. Óculo 28. Visor para sala de dessossa 29. Portas das câmaras frias 30. Acesso para produtos e funcionários 31. Acesso para loja 34. Sistema modular para produtos secos 36. Cortina plástica 37. Máquina de frio 38. Selador e datador Uma máquina manual de fazer espetinhos chamou a atenção dos visitantes do estande. Fabricada pela Jamar, indústria de equipamentos do interior do Estado de São Paulo, aumenta muito a produtividade da fabricação de espetinhos para as carnes que exigem cortes (veja foto ao lado). A planta idealizada pelo arquiteto do estande Espetinho Modelo, Alexandre Bessa permite através de uma entrada lateral que os produtos ali fabricados possam ser colocados em outros estabelecimentos para a venda. Por isso, a carne estabelece um caminho sem cruzamentos durante toda a produção, para evitar contaminações e garantir a qualidade do produto final. Acompanhe a seta vermelha na planta idealizada e confira como deve ser construído um ambiente de trabalho com possibilidades de obter aprovação por um serviço de inspeção, SISP ou SIF. 160 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:40 Page 161 TecnoCarne 2005 Concorrência Açougue, espetinhos e mercado Sindicato se preocupa com propostas capazes de gerar valor para que o açougue possa buscar o cliente que quer qualidade e comodidade Atender vários tipos de consumidores em uma só loja significa aumentar a eficiência de sua casa de carnes. Para o segundo tipo de consumidor e para quem quer comprar a facilidade do espetinho, a possibilidade de agregar valores desponta como ação primordial. O forno, vantagens e desvantagens Com a utilização dos temperos da Damm Produtos Alimentícios, a proposta foi a de agregar valor aos produtos cárneos Trabalhar com temperados, carnes prontas, produtos pré-preparados e espetinhos com a qualidade que o mercado desses produtos exige é uma solução para quem pensa na sobrevivência do açougue diante do grande varejo. Existem hoje no mercado dois tipos de consumidores muito claramente definidos. O primeiro é o consumidor que quer produtos para preparar em sua casa e que costuma freqüentar o açougue no período da manhã com mais assiduidade. O segundo tipo de consumidor é aquele que vem do trabalho, no final da tarde e quer produtos prontos para consumir. Fora esses dois tipos, também existem outros como os fazedores de churrascos, para os quais é primordial ter no estabelecimento todos os produtos necessários para a atividade, como carvão de boa qualidade, acendedores, sal grosso e temperos para churrasco, carnes temperadas para churrasco como partes do frango e do porco e os espetinhos, forma mais rápida e fácil de assar a carne na churrasqueira. IMPRENSA Há na cidade um sem número de casas que trabalham com grill. A legislação que aprova sua utilização pelo comerciante é da prefeitura de cada cidade, não exigindo, portanto, plantas especiais com serviços de inspeção. Mas, é bom lembrar que para realizar o trabalho de assar as carnes é preciso dispor de local apropriado, separado do trabalho de corte, por exemplo. A solução mais adotada é a solução da churrasqueira, que permite o chamamento do cliente através do odor que a carne na brasa do carvão exala. Neste ponto, a churrasqueira é imbatível. Embora assar carnes num forno combinado não deixe de exalar odores agradáveis. Vamos analisar as soluções como a de fornos combinados como o forno utilizado na TecnoCarne dentro do Espetinho Modelo. A grande vantagem deste tipo de equipamento é que ele permite assar ou cozinhar vários alimentos ao mesmo tempo, de forma rápida e eficiente. A sua eficiência está também ligada ao ganho de peso nos alimentos. Equipamento utilizado na feira, produzido pela Prática Fornos 161 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:40 Page 162 TecnoCarne 2005 T Um alimento cárneo assado num forno combinado perde menos peso que o alimento assado na churrasqueira, conservando mais água, o que reverte numa conservação de peso na mercadoria. O ganho para a conservação de nutrientes também é maior para o forno. Na formulação de preços entram ainda os gastos com energia elétrica versus gastos com carvão, mão de obra especializada e custos de manutenção de um e de outro método. A fórmula final só a experiência pode medir. Saiba como foi montado o estande Para a realização do evento Espetinho Modelo, estiveram presentes indústrias de equipamentos, embalagens, insumos e alimentos O balcão frigorífico exposto na TecnoCarne veio da Refrigeração Barcelos, empresa fabricante de balcões sob medida com sede em Guarulhos, Grande São Paulo. O Modelo Bragança foi um lançamento realizado na feira, consta de vitrines alta e baixa e vidros curvos de grande extensão, possibilitando uma visualização excelente da mercadoria exposta. Com 5 m de comprimento e 2,3 m de altura para a vitrine alta, foi equipado com painel de fotos pela própria Barcelos numa altura final de 2,8 m. A maior câmara frigorífica da TecnoCarne foi montada no Espetinho Modelo pela Refrigeração Marechal. Área total de 42 m3 e capacidade de estocagem de 20 mil kg. Com antecâmara de resfriamento e câmara de congelamento, divididas por uma porta de correr (vão de 1,8 por 0,8 m com resistência para evitar bloqueamento), montada em Parte da área do varejo no estande Espetinho Modelo IMPRENSA 162 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:40 Page 163 TecnoCarne 2005 painéis térmicos Isoporte e unidades de frio da Danfoss do Brasil. Alimentada com gás ecológico, foi equipada com painéis eletrônicos que permitem a visualização da temperatura interna e acompanhamento de todo o processo. As máquinas de embalagem a vácuo foram da Tec Maq, nos modelos 450, 350 e 250. A primeira, um equipamento sem a necessidade de câmara para vácuo, apresentando-se como solução econômica e eficaz no cotidiano da casa de carnes. O modelo 250 é uma máquina de bancada, com câmara para vácuo com as dimensões de largura 420 mm, comprimento de 410 mm e altura de 140 mm. A 350 equipou a Sala de Preparação, por sua capacidade de produção (trata-se de uma máquina maior), câmara de largura 600 mm por 600 mm de comprimento e 180mm de altura, perfeita para fábricas de processamento de carnes. Todas as máquinas produzem com solda dupla e as máquinas com câmara são fabricadas com bomba Bush. As embalagens para vácuo foram fornecidas pela Intervac, em várias dimensões e com impressão no processo de flexografia, as etiquetas térmicas pela Lavore e as sacolinhas plásticas e material descartável, como bobinas plásticas picotadas, toucas, máscaras, luvas e botas, pela Magia Embalagens, que também forneceu bobinas de pvc e bandejas de poliestireno. O carvão oferecido pela Carvoaria Piqueri foi um destaque do espaço pela apresentação em embalagens plásticas, evitando a poluição do ambiente interno da casa de carnes. A Piqueri, que está estabelecida na cidade de São Paulo desde 1940, oferece a possibilidade de fabricação da embalagem com o nome e o logotipo de cada estabelecimento. Uma máquina de fazer gelo foi apresentada no estande pela empresa Eurfrigor, com uma proposta capaz de revolucionar o processo de comercialização de gelo em estabelecimentos comerciais. Em vez do conhecido saquinho de gelo colocado no freezer, a máquina possibilita a produção de gelo no local de venda, com baixo consumo de energia. O custo final, segundo o fabricante, é totalmente atraente. E, independente dos custos de produção, a qualidade do gelo oferecido ao consumidor é superior. O fornecimento das mesas em inox, com cuba ou gaveteiros, com placas de polietileno e do balcão de quentes foi realizado pela empresa Etera, tradicional IMPRENSA Frente da Câmara Frigorífica da Refrigeração Marechal Carvão embalado em sacos plásticos, foi mais uma novidade da feira 163 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:41 Page 164 TecnoCarne 2005 T Geral do Espetinho Modelo Caminhão da Ford com implento frigorífico Balcão de quentes da Etera com acabamento em pedra IMPRENSA fornecedor do setor de cozinhas industriais, com 50 anos de tradição. Todos os equipamentos foram fabricados em aço inox 304, não magnético e próprio para indústria de alimentos. A Arete, empresa do setor comercial da Etera, ficou responsável pela exposição dos equipamentos na TecnoCarne. A fachada dessa loja que a todos encantou na feira realizada no Centro de Exposições Imigrantes foi idealizada pela Milênio Comunicação Visual, líder na comercialização de fachadas para açougues no Estado de São Paulo. Desta vez, uma solução simples, leve e bem acabada tornou o ambiente chamativo para quem passava pelas passarelas da TecnoCarne. Com extrema simplicidade, luminoso e estrutura compuseram um arco marcante e visualmente limpo, com a presença de detalhes para destacar os patrocinadores do Espetinho Modelo, quais sejam: Magia Embalagens, Tec Maq, Intervac, Refrigeração Marechal / Danfoss e a própria Milênio. A Ford Caminhões forneceu ao estande um caminhão com implemento frigorífico; próprio para o transporte de carne e perecíveis. A exposição foi marcada por uma dobradinha entre a montadora e a concessionária Souza Ramos Caminhões, aqui do Parque Novo Mundo, na cidade de São Paulo. Veículo habilitado por seu equipamento à distribuição de carnes. O Espetinho Modelo, como não poderia deixar de ser, é uma casa automatizada com controle de vendas realizado através de software próprio da Datamaxi, empresa de automação comercial sediada em São Bernardo do Campo. Integrado às balanças fornecidas pela Toledo do Brasil, entre elas o lançamento Prix 5, fornece informações essenciais ao controle do estabelecimento. A Rebal, loja especializada em equipamentos comerciais, situada em São Caetano do Sul, esteve presente mais uma vez a uma edição dos estandes do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, fornecendo: balcão expositor, máquinas de assar frangos, churrasqueiras e toda uma gama de produtos como facas, luva de aço, arruelas e discos para picadores. A CAF esteve presente mais uma vez, nesta oportunidade incluindo um chek out para o espaço da loja, além de um homogenizador de carnes (para a Sala de Preparação), um picador de balcão e sua serra de fitas. 164 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:41 Page 165 TecnoCarne 2005 Sala de preparação de alimentos Balanças com etiquetadores térmicos A Poaflex colocou as portas flexíveis e cortinas que dividiram os ambientes para preservação da higiene e sanidade da casa de carnes. De material atóxico e resistente, tanto as portas vai-e-vem quanto as cortinas preservaram a estrutura da planta idealizada. A Euroserv forneceu o seu lavatório em aço inox jateado, com acionamento por pedais e que garante a higiene dos trabalhadores da fábrica de espetinhos. Os tampos das mesas em polietileno foram gentilmente cedidos pela Nylacast, que mais uma vez assim participou conosco da feira. Curso de Manipulação Higiênico-Sanitária de Carnes Frescas e Temperadas Atração muito particular para os açougueiros, o Curso oferecido em parceria pelo Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo e pelo Senac foi realizado nos três dias da TecnoCarne Professora Sandra Gangnuss Carmona do Senac, durante a realização do curso IMPRENSA 165 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:41 Page 166 TecnoCarne 2005 Produtos alimentícios de primeira qualidade É sempre bom lembrar que o açougue deve procurar trabalhar com um número maior de itens, oferecendo qualidade e introduzindo maior giro de mercadorias, além da carne Quem degustou as massas da Miramare; conchiliones, inhoque, canelones, rondeles, pode provar uma das melhores massas hoje no mercado, feitas por quem sempre trabalhou no setor alimentício produzindo macarrões de todo o tipo; massa seca, fresca e produtos prontos. Uma experiência de mais de meio século de dedicação, inovando, buscando qualidade e preço para atender ao mercado. Carne de avestruz. Para encerrar as possibilidades trabalhadas dentro da casa, a oferta da saudável carne de avestruz foi realizada pela CCAESP, uma cooperativa de produtores de avestruz que está colocando produtos no mercado com preços menos salgados. A carne foi degustada e aprovada pelos freqüentadores do estande, com a presença de Marco Antonio Perucci Ortega, presidente da Cooperativa. Fonte: Revista do Talho, edição de setembro de 2005 Entreposto Daniela Cortes de avestruz embalados à vácuo da CCAESP Por isso mesmo, não poderiam faltar ao Espetinho Modelo os temperos da Damm Produtos Alimentícios, numa opção grande de itens que vão desde a salsa desidratada até a páprica picante, passando por temperos menos conhecidos, mas atraentes e sugestivos para a escolha do consumidor. Entre os produtos de destaque da Damm, estavam também seus patês em vários sabores, todos eles deliciosos como queijo com azeitonas pretas, sardela, salmão (este possui um tempero com picles de dar água na boca), Kani Kama e outros, numa infinidade de itens. Os frios finos não podiam faltar. Desta vez foram os frios do Frigorífico Pirineus, de inspiração em frios espanhóis que estiveram presentes à loja. Chouriços, Salames de vários tipos, copas e lingüiças curadas foram degustados pelos presentes. Numa casa de espetinhos não poderiam faltar os espetinhos de mussarela da Yema. Com grande penetração no mercado, esse produto enriquece a linha da fábrica e tem se traduzido numa boa opção de venda para os açougues que desejam trabalhar com produtos diferenciados. IMPRENSA Parceiro firme no fornecimento de carne e de deliciosas lingüiças às feiras em que o nosso Sindicato participa, o Entreposto Daniela esteve presente a mais uma TecnoCarne. A empresa fornece cortes de qualidade para restaurantes, escolas de culinária e hotéis, entre outros, e dedica parte do seu trabalho ao aprimoramento dos produtos cárneos. São cortes de suínos como pernis, picanha suína, lombo, carrés, costelinha. São carnes distribuídas de outros fornecedores, como patos e marrecos vindos de Santa Catarina, são cortes especialíssimos de picanha, baby beef, maminha, coxões e tudo o que se possa imaginar de um fornecedor de qualidade. Entre as lingüiças degustadas na TecnoCarne estão a tipo aperitivo (fina, pequenina e apimentada), a de ervas finas (temperada com grande realce de sabor), a calabreza apimentada (de sabor forte e tipo robusto), a de tomate seco (sem palavras), entre outras. Quem pode provar, conferiu. 166 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 167 ÍNDICE REMISSIVO Novos conhecimentos a cada ano anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 168 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 169 SCVCF 1997 Condições mínimas para os estabelecimentos que comercializam produtos de origem animal para consumo humano ANUÁRIO 2005 realizadas nas lojas do Shopping do Churrasco, Casa de Carnes Guimarães, Fricarnes, Special Cuts; todas localizadas na Grande São Paulo. 1998 Plantas Entreposto de Carnes Embalagem Plantas Espetinho e Fábrica de Conservas Industrialização Receitas para Fabricação de Salsichas, Mortadela e Linguiça Minimercado Plantas Entreposto de Carnes Padronização de Cortes de Carne Bovina Lucros Dados Estatísticos Padronização de Cortes de Carnes de Aves Planta Micro Abatedouro de Aves Padronização de Cortes de Carne Suína O Ritual do Churrasco Legislação Modelo de Quadros para Afixação Obrigações do comércio para 1997 Como Navegar na internet? Vinho: Veja como combiná-lo com alimentos Capa: As fotos da capa do Anuário 1997, foram ÍNDICE REMISSIVO BOVINOS Perspectiva para a Carne Bovina no Mercado Globalizado / Tendência do Consumo / O Boi em Pedaços / Fluxograma de Abate e Processamento de Bovinos, Estado de São Paulo / Produção de Carne Bovina no Estado de São Paulo / Estimativas da Distribuição do Rebanho Bovino e da Produção por Divisão Regional Agrícola, Estado de São Paulo, 1994 / Estrutura de Abate no Estado de São Paulo / Insensibilização no Abate de Bovinos / A Carne desossada e a Portaria Nº 304 / Cadeia Produtiva de Carne Bovina / Ambiente Institucional / Conselho Nacional de Pecuária de Corte CNPC SUÍNOS Suinocultura no Brasil / Cadeia Produtiva da Carne Suína no Estado de São Paulo / Fluxograma da Cadeia Produtiva de Carne Suína no Estado de São Paulo / Rebanho Suíno Paulista / Composição Racial do Rebanho / Estimativas da Distribuição do Rebanho Suinícola e da Produção por Divisão Regional Agrícola, Estado de São Paulo, 1994 / Estrutura de Abate e Processamento / Distribuição dos Matadouros-Frigoríficos sob Inspeção Federal por Divisão Regional Agrícola, Estado de São Paulo, 1994 / Fluxograma de Abate e Processamento de Suínos, no Estado de São Paulo / Distribuição e Consumo AVES Frango de Corte / Participação por Estados na Produção de Frangos / Associação Paulista de Avicultura - Brasil 1996: Participação no Alojamento de Pintos de Corte / Associação Paulista de Avicultura Brasil Consumo de Carnes / Fluxograma da Produção de Frango de Corte / Abate de Frangos em São Paulo / Distribuição Regional e Capacidade dos Frigoríficos Paulistas sob Inspeção 169 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 170 SCVCF Federal / Abatedouros Paulistas sob Inspeção Estadual / Varejo / Participação dos Tipos de Varejo nas Vendas de Alimentos (3) e nas Vendas Totais do Varejo (4), Brasil / Participação Percentual dos Equipamentos Varejistas na Venda de Frango / Ovos / Participação Percentual dos Equipamentos Varejistas na Venda de Ovos / Fluxograma da Cadeia Produtiva do Ovo no Estado de São Paulo ENTREVISTAS Pequena Empresa e Sistema Tributário / Atuação do Ministério Público Sobre Produtos de Origem Animal DEBATES Tecnologia para a Produção do Superprecoce / Produção e Mercado de Carnes / Participação do Brasil na Produção e Exportação / Desempenho das Carnes Durante os últimos 10 anos / Carnes com menos colesterol / Piemontes CONSUMIDOR - Distúrbios de Alimentação / O Transporte de Carnes Frigorificadas / FIPE Revela Novos Hábitos Alimentares / Embalagem / Automação Comercial DICAS Como amaciar e amolecer carnes / O perigo dos raios / Fuga de Energia Elétrica / Coleta Seletiva / Geladeira / Conservação do Banheiro VÁRIAS Pecuária / Selo vai certificar qualidades de açougues / Porto diz que o Público não aceita os anabolizantes / Exportação / Missão Japonesa vem investigar Microempresas RECEITAS Fígado à Mexicana / Língua com Purê de Batatas OBRIGAÇÕES Departamento Jurídico AÇOUCIA Você quer sair da Crise? / Investir na Qualidade para Vencer Desafios / Padronização e AçouCia OPINIÃO Como se Fabrica um Clandestino / Mercado e Repressão / Questão Socioeconomica ÍNDICE REMISSIVO ANUÁRIO 2005 1999 ANÁLISE DE MERCADO Brasil em Relação ao Mundo / Localização e Concorrência / Perfil do Consumidor de Carnes / Tendência do Consumo / Fipe Revela Novos Hábitos Alimentares / O Perfil Atual do Comércio Varejista / Cadeia Produtiva Bovina / Pesquisa ABERTURA DO NEGÓCIO PASSO A PASSO Procedimento Padrão / Do Simples ao Estadual / Simples Federal para o Comércio / Registro no SISP / Condições Técnicas SISP / Breve Histórico do SISP PERSPECTIVAS DE LUCROS Orçamento de Equipamentos e Acessórios / Simulações de Lucro / Como Calcular o Preço de Venda da Carne Bovina / Rendimento Médio dos Diversos Tipos de Carne Bovina / Cãlculo do Preço da Carne Suína no Varejo / Suinocultura no Brasil / Cadeia Produtiva da Carne Suína no Estado de São Paulo / Cortes de Frango / Frango de Corte / Participação por Estados na Produção de Frangos NOVA CASA DE CARNES E A REDE AÇOUCIA A Nova Casa de Carnes / Algumas Sugestões para Montar Uma Casa de Carnes / Equipamentos / Condições Gerais para Ser Bem Sucedido / Atendimento / Mudou o Perfil do Cliente / Comunicação / Da Razão à Emoção / Higiene / Apresentação / Conservação e Refrigeração de Carnes e Embalagens / Embalagens / s Cortes da Carne Bovina / Conceituações Gerais / Quarto Dianteiro / Quarto Traseiro / Desossa do Quarto Dianteiro Bovino / Desossa do Quarto Traseiro Bovino / Como Cortar a Carne na Preparação / A Picanha LEGISLAÇÃO Código Sanitário do Estado / Lei Estadual nº 8.208 de 30 de Dezembro de 1992 / Código Sanitário Municipal de Alimentos / Quadro de Avisos / A Legislação Trabalhista / Código de Defesa do Consumidor / Segurança e Saúde Ocupacional / Algumas das Normas Regulamentado- 170 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 171 SCVCF ANUÁRIO 2005 ras / Conceitos / Acidentes / Procedimentos Legais / Medidas ou Equipamentos de Proteção Coletiva / Equipamentos de Proteção Individual / Obrigações dos Empregados / Atividades e operações Insalubres / Programa de Controle Médico / Cartilha sobre a Portaria nº 304 / Portaria nº 304, de 22/04/96 / Portaria nº 89, de 15/07/96 / Portaria nº 90, de 15/07/96 / Portaria nº 145, de 01/09/98 SUÍNOS Suinocultura no Brasil DICAS ENDEREÇOS IMPORTANTES FORNECEDORES Fornecedores de Equipamentos / Informações Gerais: Feiras, Eventos e Serviços / Telefones e Códigos Especiais de Serviço NOTÍCIAS Reforma Tributária / Eleições na FCESP / Eleições no Sindicato / Fundação da Rede Açoucia / Registros / Modernização da Cadeia Produtiva Ovina / Rede Açoucia Escolhe seu Primeiro Fornecedor / O Abuso dos Grandes Supermercados / Seminário: Portaria Ministerial nº 145 / Erradicar a Aftosa 2000 AVES Avicultura / A Favor dos Ovos - Colesterol LEGISLAÇÃO A Responsabilidade dos Bancos na Abertura de Contas Correntes / Conciliação Prévia NOTICIÁRIO 2001 VAREJO - Varejo, o tempero e a embalagem / Opinião / Consumidor MERCADO E ORGANIZAÇÃO - II Encontro dos Produtores de Novilho Precoce / CNC - MPEs Quem são? CORTES Embalados / Carnes de Aves / Carnes Suínos e Outras Carnes / Carnes de Peixes / Espetinhos / Temperado BOVINOS - Pecuária de Corte / Nelore VAREJO - Varejo de carnes avançado / Entrevista com Dr. Júlio César Augusto Pompei / Comercialização de carnes na Holanda / Entrevista com Daniel Wouters / A rede Keurlager de açougues holandeses / A formação de açogueiros na Holanda / Normalização e Conscientização / Novos conceitos / Problemas das Micros e pequenas empresas / Pesquisa / O açougueiro pensou e o Supermercadista fez.... / Decreto nº 45.248 CORTES Brasileiros / Holandeses / Argentinos / Chilenos / Uruguaios AVES - Mercado Brasileiro de Frango / ano 2000 / Recomendações para quem Compra e Quem Vende / Alerta ao Consumidor SUINOS - Rebanho Brasileiro PEIXES - História e Produção / Alguns Cortes de Pescado do Sea House / Avaliação da pesca Extrativa CARNES ESPECIAIS - Consumo de Cordeiro / Caprinocultura / Avestruz VÁRIAS Churrasco / Informática / Internet / Vitelo / Portaria nº 304 e 145 / Carne Bovina: sua importância na alimentação SAÚDE - O Infarto Segundo as Regiões / Febre Aftosa / Saúde em Risco BOVINOS - O poder do agronegócio / O Brasil vencendo a febre aftosa JURÍDICO - Legislação / Tabelionatos, suas atribuições legais e funções ÍNDICE REMISSIVO 171 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 172 SCVCF CNPC Avaliação / Embrapa ANUÁRIO 2005 PESCADO - Peixe é caro / Balança do pescado já é favorável ao Brasil/ Pesca no mundo/ NOTICIÁRIO 2002 VAREJO - Arte do Tempero/ Renovar e Administrar/ Pechinchas Lucrativas/ De volta à mercearia e ao açougue/ Etqueta no Varejo/ Embalegem/ Alimentos orgânicos crescem no mercado/ Como se tornar um produtor orgânico certificado? / Como melhorar o atendimento do Sindicato junto a sua categoria?/ CONSUMO - Churrasco com reconhecimento mundial / Sindicato Pesquisa Tendência do Mercado de Carnes / BOVINOS - Mercado/ Mega Projeto da Embrapa estuda viabilidade do boi construído / Abate e Tecnologia / Rastreabilidade/ A importância da carne na alimentação/ Transporte/ Composição do Preço da arroba do boi/ Vacina contra aftosa não deixará marcas no gado/ Carne clandestina pode matar/CNPC PECUÁRIA 2001/ Recordes Mundiais/ Comportamento da Pecuária Bovina no Brasil/ Exportações/ Sugestões e Observações/ Abate Kosher - Judaico/ Qual o potencial da China? / Qual o consumo de carne em São Paulo?/Produção Paulista de Bovinos (2001) / A vaca mais cara do mundo/ Acougueiros profissão hereditária/ Prioridade à saúde do nossos rebanhos/ COURO - História do Couro/ Potencial/ Tributação / Polêmica/ Calçados X estofamentos/ SUINO - Brasil das suinoculturas/ Unidade Móvel / Qualidade da carne suína/ AVES - Produção de carne de frango bate recordes / Entrevista / Ovo é saudável / Matrizes de Corte/ Frango: o menor custo de produção do mundo/ Mercado Interno ÍNDICE REMISSIVO CARNES ESPECIAIS - Cordeiro / Vitelo/ Produção do vitelo de carne branca e carne rosa/ Javali: escala para produção em cativeiro de carne de caça/ História e Consumo/ Avestruz/ Congresso Mundial e Brasileiro de Estrutiocultura/ Abate de Avestruzes JURÍDICO - Flexibilização / Horas extras/ Banco de horas/ Descanso semanal/ Renovação do contrato de locação/ Alckmin reduz ICMS para espetinhos de carne/ Avestruz sob responsabilidade do Mapa/ Uma história de sucessos / Veja como ficou e como ter acesso ao financiamento: OPINIÃO: Pecuária, uma demonstração de competência/ Atualização sobre os níveis de colesterol, gordura e calorias da carne suína/ O Comércio na década de 90 / Antibióticos podem gerar nova barreira não - tarifária/ O mito da carne de frango/ Mini Enciclopédia. 2003 NOTICIÁRIO VAREJO - Supermercado Bonzinho / As Marcas da Carne / Novan Lei permite o Comércio de Carnes Temperadas / Grandes Redes passam a disputar espaços com financeiras / Pequeno varejo cria um novo modelo de crescimento Combate à Inadimplência / Para ser um Grande Vendedor / Prezado Companheiro / Senac São Pauto cumpre sua missão CORTES - Cortes Bovinos / Sindicato realiza cursos Gastronomia 2003 CNPC - Grandes Exportadores de Proteína / Vencendo a Barreira da Aftosa / História da Campanha Nacional de Combate à Febre Aftosa / Diagnóstico das Exportações para o Setor de Carnes / Japão: O Grande Destino da Carne Norte- 172 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 173 SCVCF Americana / Exportações Brasileiras em 2002: Recorde Absoluto / Rastreabilidade Obrigatória para Exportação / Mercado Mundial: Previsões de Queda na Produção / Mercado Interno e Produção / Pecuária Bovina: 20 anos de evolução / Na Outra Ponta da Cadeia / Genoma vai melhorar o gado Nelore / Informações Úteis: Atenção Pecuaristas / Agronegócio COURO - Desenvolvimento da Indústria do Couro / Cadeia Produtiva do Couro / A boa notícia / O couro e o agronegócio / Peles de animais / Cuidados que se deve tomar para garantir uma vida longa à roupa de couro / As valiosas peles de avestruz e ema SUÍNOS - 2002: um grande ano para as exportações de suínos / Mercado Interno ANUÁRIO 2005 lança carne moída Certified / BeefAngus / Bioterrorismo pode afetar exportações / Cuidado com a Alça / Fugir do trivial, a receita para os açougues / Pecurista do Paraguai investe no Brasil / Americanos buscam terra para comprar no Brasil / Programa educacional da ABAG LEGISLAÇÃO - Novo Código Civil e as empresas / Convenção Coletiva de Trabalho / Banco de Horas / Código de Defesa do Consumidor / Código Sanitário do Estado / Portaria nº 304, de 22 de Abril de 1996 / Você sabe o que é Conciliação Prévia? / Decreto nº 45.248, de 28 de setembro de 2000, 17/07/2003 Diário Oficial do Estado de SP do dia 29 de setembro de 2000 / Diário Oficial do Estado de SP - Volume 111 - Número 243 São Paulo, quinta-feira, 27 de dezembro de 2001 FISCALIZAÇÃO AVES - 31% do Comércio Mundial / Rastreabilidade para as Aves / Indústria e Meio Ambiente / Mundo / Perspectivas para a Avicultura Brasileira CARNES ESPECIAIS - Ovino-caprinocultura / O Ovo do Avetruz / Cortes PEIXES - O Peixe na Era do Consumidor SAÚDE - Saúde e Alimentação / A Brucelose / Vilão dentro de casa / Dicas para uma alimentação balanceada em sódio e sal MOSAICO IMPRENSA - Produtores rurais vão ter renda mínima / Agrishow prioriza pequeno produtor / Orgânicos / Exportação é tema da feira de gado zebu / UE proíbe entrada de viajantes com derivados de carne / Boi Gordo / Brasil faz primeira venda de carne bovina à China / Crescem exportações de suínos nos Estados Unidos / Pesquisa demonstra preferência dos consumidores / Desossa de carne bovina a quente permite rápida separação de cortes nobres / Entidades analisam riscos à segurança nos EUA / Fazenda Maverick Ranch ÍNDICE REMISSIVO 2004 VAREJO - Conhecimento, qualidade, capacitação, cooperação /A fachada da loja / Decifra-me ou esqueça / Quais as cores que devemos utilizar na fachada e na loja? / O cheiro de carne / Em busca da qualidade / Informática: uma ferramenta fabulosa / Lojas de vizinhança e marca própria / Mão-de-obra: fundamental para o sucesso do pequeno comércio / Veja a força do Estado de São Paulo / O pequeno comércio requer uma relação com o cliente / Mesa São Paulo tem agora caráter nacional CNPC - O maior rebanho comercial do planeta e o maior exportador / País exporta genética bovina / A fronteira avança para o Pará / Palavra de Ministro / Pecuária Bovina: uma revolução de apenas 20 anos / negativo fica por conta da renda do pecuarista / Pecuaristas Questionam Lucro / Soja / Pecuária / Ações contra aftosa devem ser reforçadas no Norte e Nordeste COURO - Couro e Mercado Externo / Brasil perde US$ 1 Bi / Ano por defeitos no couro 173 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 174 SCVCF IMPRENSA ANUÁRIO 2005 de Avestruz começa ocupar seu lugar no mercado / Búfalo: comendo como se fosse boi SUÍNOS - Recuperação de preços ajuda mercado de suínos / Exportações / Matérias, publicadas em 2003 AVES - Frango tem queda no consumo / Exportações / Frango deve tomar o lugar do boi no mercado / Peru / Em 2004, criadores reduzem o abate/Aumento da renda e de consumo / Cruzamentos com o galo índio de briga e galinhas caipiras CARNES ESPECIAIS - Carneiro / Consumo e Abate / Obstáculos para a Ovinocultura / Padronização de um sistema de cortes da carcaça ovina / A Carne ÍNDICE REMISSIVO PESCADO - Aquacultura: potencial começa a se revelar / Brasil é acusado de dumping / Espécies nativas / Tilápia: espécie gerou US$50 milhões em 2002 SAÚDE - Riscos e Barreiras / Foco de aftosa no Pará / Influenza Aviária: o risco são as aves migratórias / Lara quer identificar vírus / Encontros da ABCZ defendem qualidade da carne bovina LEGISLAÇÃO - Portaria 2.535/03-SMS.G / Carta de Bertioga / A Instrução Normativa nº 9 trata da Classificação de Carcaças 174 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 175 anuario 2005.qxd 4/1/2006 12:42 Page 176 SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CARNES FRESCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO Praça da República, 180, 6º andar – São Paulo – SP – Tel.: [11] 3231-3113 RPM Editora Av. Senador Roberto Simonsen, 709 – São Caetano do Sul – SP – Tel.: [11] 4221-4840 Conselho Editorial: Manuel Henrique Farias Ramos, Rubens Belloto Portella e Vandoraida Alice Dias [secretaria] Projeto Gráfico: Eron Silva / Editoração: Mônica Campello Rangel Rodrigues Ilustrações: Fernando Roberto Dias da Costa – Tel.: [11] 6203-7685 Foto capa: Grupo Keystone Departamento Jurídico: Dra. Fabiana Lima Farias Ramos Consultor Contábil: Pedro Fernandes da Costa Filho Dezembro/2005 capaAnuario2005.qxd 4/1/2006 16:48 Page 1 capaAnuario2005.qxd 4/1/2006 16:49 Page 2