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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – DCBIO Milena Ferreira Costa Inventário e análise temporal da ictiofauna ocorrente na Praia da Gameleira (Ilha de Itaparica), Vera Cruz (Bahia) Feira de Santana 2009 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – DCBIO Milena Ferreira Costa Inventário e análise temporal da ictiofauna ocorrente na Praia da Gameleira (Ilha de Itaparica), Vera Cruz (Bahia) Monografia apresentada à disciplina BIO 612 – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II, como parte dos requisitos necessários para a obtenção de seus créditos e, por conseguinte, do título de Bacharel em Ciências Biológicas. M. Sc. Paulo Roberto Duarte Lopes Orientador Feira de Santana 2009 Milena Ferreira Costa Inventário e análise temporal da ictiofauna ocorrente na Praia da Gameleira (Ilha de Itaparica), Vera Cruz (Bahia) Monografia apresentada à disciplina BIO 612 – TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II, como parte dos requisitos necessários para a obtenção de seus créditos e, por conseguinte, do título de Bacharel em Ciências Biológicas. BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Prof. Paulo Roberto Duarte Lopes – Orientador e Presidente da Banca __________________________________________________ Prof. Dr. George Olavo Mattos e Silva (UEFS) __________________________________________________ Prof. Dr. Paulo de Oliveira Mafalda Júnior (UFBA) 4 Ao mar, que tanto adoro e me tranqüiliza, tornando, indubitavelmente, a vida sempre mais bela. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido força e persistência, em um momento de desânimo, para prosseguir na realização deste trabalho; À Universidade Estadual de Feira de Santana, por ter disponibilizado o meio de transporte para as coletas e a estruturação laboratorial para que esse trabalho pudesse ser realizado; Ao Prof. Ms. Paulo Roberto Duarte Lopes, pela disponibilidade, paciência e imensa disposição nas coletas, e acima de tudo, por ter me orientado nesse trabalho monográfico; À Bióloga Jailza Tavares de Oliveira-Silva, por estar presente na maioria das idas a campo e me ajudar na mensuração dos fatores abióticos, além de ter contribuído bastante na organização dos dados, análise e interpretação dos resultados; À Murilo Miranda pelo seu incrível domínio em estatística e ecologia, tendo me ajudado bastante com os cálculos do referente trabalho; À Mahysa Ferreira Costa, por ter fotografado a área em estudos e ter me concedido as imagens; À Vinícius Borges Cerqueira, meu amor, pela grande prestatividade, imensa disposição na coleta do material e pela compreensão devido a minha ausência; À meus pais, Noibélia Maria Ferreira Costa e Antônio Valter de Queiroz Costa, pelos esforços realizados durante a maior parte de suas vidas para me proporcionar uma vida digna e uma formação acadêmica, meu muito obrigada; À meus colegas de curso por terem permanecido comigo durante toda essa jornada e pelos valiosos conselhos, particularmente Anderson Medina, Elkiaer Moraes e Felipe Camurugi; À minhas amigas Gabriela Carinhanha Silva e Thayana Monteiro pela amizade e por terem compreendido os momentos em que estive distante. RESUMO Os peixes englobam aproximadamente 27.977 espécies, das quais a grande maioria vive restrita em profundidades menores que 200 m, sendo as áreas estuarinas ambientes que oferecem abundância de alimento, proteção contra predadores, habitat propício para reprodução e desenvolvimento dos juvenis. Foram realizadas 05 coletas de campo mensais a Praia da Gameleira (Ilha de Itaparica) entre os meses de novembro de 2008 e abril de 2009, excetuandose o mês de janeiro de 2009, com o auxílio de rede de arrasto manual. A salinidade variou de 30,3 a 34,3 e a temperatura oscilou de 25 °C a 31,3° C. Foram coletados 373 indivíduos, distribuídos em 08 ordens, 21 famílias, 30 gêneros e 36 espécies. As famílias mais abundantes foram Engraulidae e Polynemidae, contendo as respectivas espécies Anchoa sp. e Polydactylus virginicus, sendo apenas esta última a que apresentou 80% de constância, prevalecendo as espécies acidentais. Palavras-chave: Ictiofauna; Praia da Gameleira; fatores ambientais; análise escológica. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 8 2 DESCRIÇÃO DA ÁREA EM ESTUDOS................................................................ 10 3 METODOLOGIA.................................................................................................... 12 3.1 AMOSTRAGEM....................................................................................................12 3.2 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................12 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................... 14 5 CONCLUSÃO........................................................................................................ 29 REFERÊNCIAS..........................................................................................................30 8 1 INTRODUÇÃO Os peixes representam um pouco mais da metade dos vertebrados, englobando aproximadamente 27.977 espécies, a maioria das quais vive em águas tropicais e ocupam os mais diversificados ambientes aquáticos (NELSON, 2006; LOWE-MCCONNELL, 1999). Surpreendentemente, apenas 58% das modernas espécies de peixes são marinhas, enquanto 41% são habitantes de água doce e 1% se desloca entre os 2 ambientes (MOYLE E CECH, 1996 apud COHEN, 1970). A maioria (78%) das espécies de peixes marinhos, que representam 44% da totalidade da fauna íctica, vive restrita em profundidades menores que 200 m, sendo a maioria encontrada em ambientes quentes devido ao regime anual de temperatura, que apresenta mínima flutuação (MOYLE E CECH, 1996). As águas neríticas são bem iluminadas, porém turbulentas, sujeitas a maiores movimentações (ação das ondas, marés e correntes), e com maior variação na salinidade e temperatura do que em águas mais profundas, além de incluírem muitos tipos de hábitat (LOWE-MCCONNEL, 1999). A fauna de peixes estuarinos é consequentemente a mistura de espécies tolerantes aos ambientes de água doce e marinha, espécies migrando de um ambiente ao outro e de um pequeno número de espécies residentes. Os estuários são foco de áreas urbanas, sendo altamente perturbados e poluídos (MOYLE E CECH, 1996). Todos os estuários possuem duas características em comum: a aspereza dos meios físicos e químicos e a alta concentração de nutrientes (MOYLE E CECH, 1996). Os ambientes costeiros, como baías, estuários, lagunas costeiras e praias, têm uma importância significativa no ecossistema marinho. Estas áreas oferecem a todos os organismos que aí se instalam abundância de alimento, proteção contra predadores, habitat propício para reprodução e desenvolvimento dos juvenis (MORAES, 2003). Este fato tem sido amplamente documentado na literatura através da descrição da composição e estrutura, bem como dos padrões de variações espaciais e temporais, dos grupos mais abundantes (ARAÚJO et al., 1998). Segundo OLIVEIRA-SILVA (2008), fauna e flora associadas aos ecossistemas marinhos constituem significativa fonte de alimentos para as 9 populações humanas, onde os peixes desempenham um dos papéis mais significativos no balanço energético desses ecossistemas. O estado da Bahia apresenta a maior extensão litorânea do Brasil com 1188 km, correspondendo a 13,2% do total (BAHIA PESCA, 1994), porém o conhecimento sobre sua ictiofauna ainda é insuficiente, inclusive no que se refere a sua composição específica. As informações sobre a ictiofauna da Baía de Todos os Santos ainda são muito poucas, sendo que a maioria dos estudos se refere à taxonomia, alguns à ampliação da ocorrência de espécies e outros possuem abordagens sobre a cadeia trófica. Podemos citar os trabalhos de LOPES et al. 1998; LOPES et al. 1999; LOPES et al. (2000); OLIVEIRA-SILVA et al. 2002; OLIVEIRA-SILVA & LOPES 2002a; OLIVEIRA-SILVA & LOPES 2002b. Além disso, o conhecimento disponível geralmente é de âmbito regional, estando a maioria contida em documentos de divulgação restrita, como teses, dissertações, resumos e relatórios (BARBALHO, 2007). Com relação a área de estudo propriamente dita (Praia da Gameleira), até o presente, não se tem conhecimento de algum estudo de tal natureza. Os estudos que mais se aproximam são os referentes à Ilha de Itaparica, podendo ser citados os de OLIVEIRA, 2002; MORAES, 2003; BARBALHO, 2004, BARRETO, 2004 e BARBALHO, 2007. O objetivo deste trabalho é o de caracterizar a fauna de peixes presente na Praia da Gameleira em termos de abundância, composição e diversidade de espécies, correlacionando com alguns fatores abióticos, que são a temperatura e a salinidade. 10 2 DESCRIÇÃO DA ÁREA EM ESTUDOS Segundo FÁLCON (1997), a Baía de Todos os Santos (BTS) apresenta aproximadamente 1100 Km2 de superfície e 200 Km de perímetro bastante recortado, sendo a maior baía navegável do litoral brasileiro, com cerca de 35 ilhas e ilhotas. As terras que circundam a Baía possuem um relevo pouco significativo e, em conjunto com o seu corpo hídrico, formam um ambiente estuarino-lagunar bastante úmido. Trata-se de uma baía fortemente influenciada pelas massas oceânicas, com salinidade variando entre 28 e 36. (QUEIROZ, 2005 apud ORGE, et al. 2000). Apresenta uma profundidade média de 6,9 m e profundidade máxima de 102 m, próximo à Ponta do Padrão (Farol da Barra), além de correntes com velocidade média de 41,0 cm/s-1 (1.476 m/h-1 = 0,8 nós) (OLIVEIRA-SILVA, 2004 apud ORGE et al., 2000). Conforme ANDRADE-TURBINO (2008) apud TEIXEIRA & FALCÃO (1992), a região Nordeste do Brasil se caracteriza pela dominância de condições semi-áridas no seu território, vinculadas à irregularidade de distribuição das chuvas que ocorrem sempre no primeiro semestre do ano, com valores máximos das precipitações nos meses de março e abril. Dessa forma, existem duas estações nitidamente distintas: a das chuvas, no primeiro semestre e a da seca, no segundo semestre. A BTS apresenta uma fauna tipicamente tropical (ALMEIDA, 2002) e suas características são claramente marinhas, pois o volume de água doce oriunda dos diversos cursos fluviais que nela deságuam é 2 ordens de grandeza inferior ao aporte de água salgada que entra pela abertura da baía (QUEIROZ, 2005 apud LEÃO & DOMINGUEZ, 2000). O aporte de água doce provem dos Rios Paraguaçu, Subaé e Jaguaripe, sendo o seu substrato constituído por fundos lamosos, arenolodosos, arenosos, além de apresentar formações rochosas e recifais (ALMEIDA in FÁLCON, 1997). A Ilha de Itaparica está situada a 14 km de Salvador e é a maior das 56 ilhas da Baía de Todos os Santos, tendo 246 km 2, divididos em 2 municípios: Itaparica (35 km2), cuja sede também possui o nome de Itaparica, onde se localiza a única estância hidromineral à beira-mar, e Vera Cruz (211 km2), cuja sede municipal é Mar Grande. A Ilha detém mais de 40 km de praias, com farta vegetação tropical, onde predominam exuberantes coqueirais e inúmeros vilarejos de pescadores, com uma 11 temperatura média anual de 25ºC (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPARICA, 2009). A praia da Gameleira é a mais próxima do terminal de Bom Despacho, em Vera Cruz, distando cerca de 1 km. A praia tem uma forma de concha, é de mar calmo, o substrato constituinte é areno-cascalhoso e dispõe de um pier de atracação (SECRETARIA DA CULTURA E TURISMO, 2000). O local de coleta se encontra delimitado por rochas, possuindo as coordenadas geográficas de, aproximadamente, 12°56’S – 38°36,5’W, definido através da carta náutica da Baía de Todos os Santos da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). O substrato é arenoso, com granulometria de baixa a areia fina, possuindo cascalhos no sedimento de fundo. A praia apresenta um baixo grau de exposição às ondas, fator esse que influencia na composição e abundância da comunidade de peixes. (VASCONCELOS et al. 2007) Gameleira Fig. 01: Mapa indicando o local de coleta. 12 3 METODOLOGIA 3.1 AMOSTRAGEM: Foram realizadas coletas de campo mensais na área de estudo entre novembro de 2008 e abril de 2009, totalizando 5 coletas, pois o mês de janeiro de 2009 não pôde ser incluido na análise dos dados devido aos peixes terem sido identificados, em sua maioria, apenas a nível de família. As coletas ocorreram durante o período de baixa-mar (conforme definido pelo site da DHN: www.dhn.mar.mil.br), com duração aproximada de 2 horas de arrastos, em um trecho da Praia da Gameleira com extensão aproximada de 800 m, com o auxílio de rede de arrasto manual medindo 7,02 m de comprimento, 10,31 m de abertura, 1,78 m de altura e malha de 2,0 cm entre nós, no período matutino. Foram mensurados aleatoriamente, em 4 pontos do trecho da praia onde foram realizadas as coletas, a temperatura, com auxílio de um termômetro de mercúrio com precisão de 0,5 °C e a salinidade, por refratômetro óptico com precisão de 1,0 unidade. Os exemplares coletados foram conservados em gelo e transportados à laboratório, onde foram mantidos em freezer, sendo posteriormente descongelados, identificados à nível de ordem, família, gênero e espécie, medidos para determinação do comprimento total (CT) individual (expresso em milímetros, conforme por definido FIGUEIREDO & MENEZES (1978), com auxilio de ictiômetro e régua com precisão de 1,0 mm, e do peso (expresso em gramas) por táxon, através de balança digital com precisão de 0,01 g. A seguir, seguindo os procedimentos propostos por MALABARBA & REIS (1987), os espécimes foram fixados em formol 10%, sendo posteriormente transferidos para o conservante definitivo (álcool 70%) e depositados na coleção do Laboratório de Ictiologia (Departamento de Ciências Biológicas) da Universidade Estadual de Feira de Santana (Bahia). A identificação à nível de gênero e espécie foi realizada utilizando-se principalmente FIGUEIREDO & MENEZES (1978, 1980, 2000) e MENEZES & FIGUEIREDO (1980, 1985); para Atherinopsidae, baseou-se em CHERNOFF (1986). 3.2 ANÁLISE DOS DADOS: As informações coletadas foram organizadas em planilha do EXCEL for Windows para serem calculados os índices de diversidade de Shanon-Wiener (H’), 13 pelo log na base normal (e); a Riqueza de Margaleff (RE) e a equitabilidade (J’) pelo programa PRIMER versão 5.0. Este mesmo programa foi utilizado para determinar a similaridade, utilizando Sørensen, entre as amostras (meses de coleta) e entre as espécies, bem como também a curva de acumulação de espécies e a comparação com outros estimadores de riqueza (ACE, Chao 1, Jackknife 1 e Bootstrap). Além disso, usando a correlação de Spearman através do programa PAST, buscou-se determinar a relação entre os dados abióticos com o número de indivíduos e a riqueza de espécies. A abundância absoluta das espécies foi obtida através da razão entre o número de indivíduos de cada espécie coletada pelo total de indivíduos coletados durante todo o período em estudos. As espécies constantes, acessórias e acidentais foram definidas segundo DAJOZ (1973), através da razão entre o número de vezes que cada espécie ocorreu pelo total de coletas realizadas. A sequência e a grafia dos nomes das ordens, famílias, gêneros e espécies, com seus respectivos autores, foram baseadas em NELSON (2006). Os nomes das espécies se encontram organizados em suas respectivas famílias por ordem alfabética. 14 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram coletados um total de 373 indivíduos, distribuídos em 08 ordens, 21 famílias, 30 gêneros e 36 espécies, com o predomínio de formas juvenis ou de pequeno porte, em sua maioria com menos de 100 mm de comprimento total (CT), o que pode ter sido ocasionado pelo apetrecho de pesca utilizado nas coletas, pois, de acordo com ALMEIDA (2002), ele é extremamente seletivo, já que sua aplicação só é possível em trechos rasos (menor ou igual a 1,5m) com fundo de areia ou lama, o que limita bastante o esforço amostral. O peso total dos indivíduos capturados atingiu 1627,21 g. Durante as coletas, foi observada fauna acompanhante constituída de siris, camarões, lesmas-do-mar, ouriços- do-mar, esponjas, lulas, ctenóforos e caravelas. Conforme os inventários faunísticos presentes em outros trabalhos relativos à Baía de Todos os Santos – ALMEIDA (2002), OLIVEIRA (2002), MORAES (2003), BARBALHO (2004) e BARBALHO (2007), este trabalho apresenta um gênero e uma espécie que ainda não haviam sido coletados na região: Epinephelus guaza e Gobiesox sp. Tabela 01: Ordens, famílias, gêneros e espécies de peixes, com seus respectivos autores, encontrados na Praia da Gameleira entre novembro/08 e abril/09, em ordem sistemática de acordo com NELSON (2006). Ordens Albuliformes Clupeiformes Família Albulidae Engraulidae Clupeidae Atheriniformes Beloniformes Scorpaeniformes Perciformes Atherinopsidae Hemiramphidae Triglidae Serranidae Carangidae Espécies (incluindo o nome do autor) Albula vulpes (Linnaeus, 1758) Anchoa Lyolepis (Evermann & Marsh, 1900) Anchoa sp. Harengula jaguana (Poey, 1865) Opisthonema oglinum (Lesueur, 1818) Atherinella brasiliensis(Quoy & Gaimard, 1825) Hyporhamphus sp. Prionotus punctatus (Bolch, 1793) Epinephelus guaza (Linnaeus, 1758) Rypticus randalli (Courtenay, 1967) Caranx latus (Agassiz, 1831) Selene vomer (Linnaeus, 1758) Trachinotus carolinus (Linnaeus, 1766) Trachinotus falcatus (Linnaeus, 1758) 15 Continuação Tabela 01 Lutjanidae Gerreidae Haemulidae Polynemidae Sciaenidae Scaridae Gobiesocidae Ephippidae Acanthuridae Scombridae Pleuronectiformes Paralichthyidae Tetraodontiformes Tetraodontidae Diodontidae Lutjanus synagris (Linnaeus, 1758) Ocyurus chrysurus (Bloch, 1791) Eucinostomus argenteus (Baird & Girard, 1855) Eucinostomus gula (Quoy & Gaimard, 1824) Eucinostomus melanopterus (Bleeker,1863) Conodon nobilis (Linnaeus, 1758) Haemulon sp. Pomadasys corvinaeformis (Steindachner, 1868) Polydactylus virginicus (Linnaeus, 1758) Menticirrhus sp. Menticirrhus americanus(Linnaeus, 1758) Menticirrhus littoralis (Holbrook, 1847) Ophioscion punctatissimus (Meek & Hildebrand, 1925) Scarus sp. Gobiesox sp. Chaetodipterus faber (Broussonet, 1782) Acanthurus bahianus (Castelnau, 1855) Scomberomorus brasiliensis (Collette, Russo & Zavala-camin, 1978) Citharichthys arenaceus (Evermann & Marsh, 1900) Etropus crossotus (Jordan & Gilbert, 1882) Sphoeroides greeleyi (Gilbert, 1900) Cyclichthys spinosus (Linnaeus, 1758) Consideramos que a maioria dos indivíduos presentes nesse estudo (331) eram juvenis porque atingiram menos de 100 mm de CT, o equivalente a 89% dos indivíduos considerados. As espécies que chegaram a alcançar 100 mm de CT, ou mais, foram: Acanthurus bahianus, Albula vulpes, Atherinella brasiliensis, Caranx latus, Citharichthys arenaceus, Conodon nobilis, Etropus crossotus, Eucinostomus gula, Haemulon sp., Harengula jaguana, Lutjanus synagris, Menticirrhus littoralis, Opisthonema oglinum, Polydactylus virginicus, Pomadasys corvinaeformis e Scomberomorus brasiliensis, o que representa 44% do total de espécies coletadas. Esse fato só vem a confirmar que os estuários são verdadeiros berçários da vida marinha e que as espécies os utilizam, ao menos em uma parte do seu ciclo de vida, para reprodução e alimentação (MOYLE E CECH, 1996; MORAES, 2003). 16 Tabela 02: Média do comprimento, amplitude (valores mínimos e máximos) e o número de indivíduos por espécie coletada na Praia da Gameleira, no período de novembro/08 a abril/09. Amplitude do comprimento total (mm) Espécies X Min – Max Acanthurus bahianus Albula vulpes Anchoa Lyolepis Anchoa SP Atherinella brasiliensis Caranx latus Chaetodipterus faber Citharichthys arenaceus Conodon nobilis Cyclichthys spinosus Epinephelus guaza Etropus crossotus Eucinostomus argenteus Eucinostomus gula Eucinostomus melanopterus Gobiesox sp. Haemulonsp. Harengula jaguana Hyporhamphus sp. Lutjanus synagris Menticirrhus americanus Menticirrhus littoralis Menticirrhussp Ocyurus chrysurus Ophioscion punctatissimus Opisthonema oglinum Polydactylus virginicus 90,8 93,3 62 61,8 73 95,3 35 135 65,8 37,5 86 82,8 76,5 85,3 58,4 40 101 100 84 104 72 103,9 75 92 75 86,8 58,3 Pomadasys corvinaeformis Prionotus punctatus Rypticus randalli Scarus sp. Scomberomorus brasiliensis Selene vomer Sphoeroides greeleyi Trachinotus carolinus Trachinotus falcatus 99,5 24 96 85 97,3 56 85 64,5 43,6 79 – 106 37 - 132 62 31 - 77 43 - 112 84 - 104 33 - 38 135 43 - 106 25 - 57 86 60 - 129 76 - 77 55 - 101 44 - 94 27 – 54 84 - 118 99 - 101 84 104 72 39 - 179 75 92 59 - 85 46 - 106 42 (caudal partida) - 130 50 – 140 24 96 85 80 – 126 24 - 79 76 - 94 41 - 75 26 - 61 Nº de indivíduos 4 6 1 97 3 4 3 1 13 4 1 5 2 19 17 30 2 2 1 1 1 15 1 1 3 11 80 15 1 1 1 4 3 2 13 5 17 Total 373 O mês de dezembro foi o que representou o maior peso dos indivíduos dentre todo o período amostrado (499,26 g), sendo igualmente o período com maior número de indivíduos (163) e riqueza de espécies (19). Em contrapartida, o mês de fevereiro foi o que representou a menor pesagem (200,76 g), com a menor contribuição no número de indivíduos do período de amostragem (20), sendo que, juntamente com o mês de novembro, representou o mês com a menor riqueza em espécies (8). No trabalho realizado por SOUZA (2007), dezembro foi o mês que apresentou o maior número de indivíduos, o que foi igualmente encontrado no presente estudo, embora tenha apresentado o menor número de espécies, sendo o contrário do observado na Praia da Gameleira. Gráfico 01: Peso total mensal das espécies coletadas na Praia da Gameleira de novembro/08 a abril/09. 18 Gráfico 02: Total de indivíduos coletados mensalmente de novembro/08 a abril/09, na Praia da Gameleira Gráfico 03: Relação entre o número de indivíduos e a riqueza em espécies por mês de coleta, de novembro/08 a abril/09. As espécies que tiveram maior contribuição no peso foram Pomadasys corvinaeformis, que contribuiu com 16% através de 15 indivíduos coletados, seguida por Menticirrhus littoralis com 12% e igual quantidade de indivíduos e Anchoa sp., 19 com 10%, referente a grande quantidade de indivíduos coletados (97). Tanto M. littoralis quanto P.corvinaeformis apresentaram também grande participação no comprimento total (igual ou superior a 100 mm). Polydactylus virginicus contribuiu no número de indivíduos (80) embora tivesse apresentado pouca participação no peso (8%). Em oposição, Eucinostomus gula, com poucos individuos coletados (19), apresentou maior participação no peso (9%) que aquela espécie. Tabela 03: Média do peso, porcentagem e número de indivíduos das espécies encontradas na Praia da gameleira, de novembro/08 a abril/09. Peso Espécies X % Peso Albula vulpes Anchoa lyolepis Anchoa sp. Harengula jaguana Opisthonema oglinum Atherinella brasiliensis Hyporhamphus sp. Prionotus punctatus Epinephelus guaza 9,33 2,43 1,76 9,18 4,23 4,25 1,99 0,23 10,65 3% 0% 10% 1% 3% 1% 0% 0% 1% Nº de indivíduos 6 1 97 2 11 3 1 1 1 Caranx latus Selene vomer Trachinotus falcatus Trachinotus carolinus Rypticus randalli Ocyurus chrysurus Lutjanus synagris Eucinostomus gula Eucinostomus argenteus Eucinostomus melanopterus Conodon nobilis Haemulon sp. Pomadasys corvinaeformis Polydactylus virginicus Menticirrhus sp Menticirrhus littoralis Menticirrhus americanus Ophioscion punctatissimus 10,85 4,21 1,30 3,99 12,90 8,96 17,60 7,75 3,92 2,56 5,26 13,20 17,01 1,69 3,06 13,13 2,25 5,29 3% 1% 0% 3% 1% 1% 1% 9% 0% 3% 4% 2% 16% 8% 0% 12% 0% 1% 4 3 5 13 1 1 1 19 2 17 13 2 15 80 1 15 1 3 20 Continuação tabela 03: Scarus sp. Gobiesox sp. Chaetodipterus faber Acanthurus bahianus Scomberomorus brasiliensis Citharichthys arenaceus Etropus crossotus Sphoeroides greeleyi Cyclichthys spinosus Total 11,49 1,10 1,17 16,41 5,44 29,60 8,62 12,23 4,91 1% 2% 0% 4% 1% 2% 3% 2% 1% 100% 1 30 3 4 4 1 5 2 4 373 Gráfico 04: Variação de temperatura e salinidade durante o período de amostragem, tendo esse sido de novembro/08 a abril/09. A salinidade variou de 30,3 em dezembro a 34,3 em novembro, enquanto que a temperatura variou 25 °C em novembro a 31,3 °C em fevereiro. Na coleta do mês de dezembro/08 foi observado o menor número de banhistas, juntamente com os meses de março/09 e abril/09. Nos meses de novembro/08 e fevereiro/09 foram constatados o maior número de banhistas. A transparência da água foi alta nos meses fevereiro/09, março/09 e abril/09, sendo que, neste último mês, o mar se encontrava agitado, com o sedimento bastante revolvido na beira da praia, o que contribuiu para que fosse a coleta em que mais foram observados lixo, vegetação e seixos. Mesmo não tendo sido medida, consideramos a transparência da água visualizada como um fator que poderia 21 influenciar na abundância das espécies, pois, de acordo com MORAES (2003), a transparência da água é inversamente proporcional à concentração de nutrientes. A baixa abundância de peixes pode estar relacionada à alta transparência da água, provocada pela diminuição das atividades das ondas. A baixa visibilidade também dificulta a ação de predadores e a turbidez seria responsável por aumentar a oferta de alimentos, o que ocorre principalmente nas estações chuvosas (MORAES, 2003). Além disso, o fato de a praia ser frequentada por banhistas, principalmente nos meses mais quentes do ano, pode influenciar na abundância e frequência dos peixes coletados, afugentando os animais (OLIVEIRA-SILVA, 2004). Desse modo, o fator que pode ter contribuído para o mês de dezembro/08 ter apresentado a maior quantidade de indivíduos coletados, além da pequena transparência da água em relação aos meses citados nos quais esta foi melhor visualizada, deve ter sido o reduzido número de banhistas. Os meses de março/09 e abril/09, juntamente com o mês de fevereiro/09, embora tenham tido a maior transparência da água visualizada, apresentaram uma quantidade relativamente grande indivíduos coletados. Logo, o fator que pode ter influenciado mais neste caso deve ter sido o menor número de banhistas. Por conseguinte, o mês de abril/09, que apresentou a segunda maior contribuição no peso das coletas (349,8 g) devido ao mar revolto, deve ter contribuído mais significativamente também pela presença de maior quantidade de nutrientes na água, embora não estejamos descartando que existem inúmeras variáveis bióticas e abióticas que influenciam tanto na distribuição quanto na abundância das espécies. Segundo MOYLE & CECH (1996), os fatores físicos são as principais razões da maioria dos peixes estuarinos permanecerem apenas parte do tempo residindo nesse ambiente. As espécies presentes nessas regiões estão em constante mudança em resposta a distúrbios severos, particularmente aqueles que resultam de atividades humanas, o que faz a população íctica mudar dramaticamente e permanentemente. Esse fato foi inclusive constatado por OLIVEIRA-SILVA (2008), ao estudar a ictiofauna das praias de Cabuçu e Berlinque, onde é discutido que o grande percentual de espécies acidentais e acessórias bem como de marinhos dependentes e visitantes, tanto em Cabuçu como em Berlinque, evidencia que as populações estão em constante renovação ao longo do ano e que poucas estão adaptadas a viver nestes ambientes, o que também foi constatado no presente trabalho, no qual a maioria das espécies foi acidental (44%), 31% foram de espécies 22 acessórias e apenas 25% foram constantes sendo que apenas Polydactylus virginicus obteve 80% de constância. Segundo MOYLE & CECH (1996), a temperatura é provavelmente o fator singular mais importante que afeta a distribuição dentro de estuários sazonalmente apesar de os efeitos dela serem limitadamente vinculados com os efeitos de outras variáveis. LOWE-MCCONNEL (1999) concorda com estes autores, inferindo que a temperatura do mar é o principal fator na divisão da fauna marinha. De acordo com ANDRADE-TURBINO (2008) apud NORDLIE (2003) e BLABER (2000), os principais fatores abióticos estruturadores destas comunidades ícticas são a temperatura da água e a salinidade. O número de espécies presentes nos estuários temperados e subtropicais apresenta picos na primavera e verão, de acordo com os padrões anuais de temperatura, enquanto os ciclos sazonais de abundância nos sistemas estuarinos tropicais estão relacionados com variações da salinidade. A salinidade limita a presença de espécies que podem ocupar os estuários e a temperatura da água limita a abundância individual dessas espécies. MOYLE & CECH (1996) concordam com este autor inferindo que a salinidade exerce uma forte influência na distribuição dos peixes dentro dos estuários, e além disso, estabelecem outros fatores que afetam essa distribuição, como a predação e a competição. Embora sejam importantes, esses fatores detêm menor influência na população de peixes do que as flutuações físicas e químicas. GIANNINI & PAIVA-FILHO (1995), no entanto, inferem que os altos valores da salinidade e sua pequena variação são característicos na zona de arrebentação e, em virtude disso, tal parâmetro não é considerado um fator importante na organização da estrutura comunitária nesse tipo de ambiente. ARAUJO et al. (1997) comentam sobre a importância da sazonalidade como um aspecto característico ao comportamento dos grupos da ictiofauna na utilização dos ambientes embora nos trópicos e subtrópicos a sazonalidade seja pouco definida. No entanto, pelo pouco período de amostragem realizado e pelas coletas abrangerem coincidentemente em sua maioria os meses com baixa pluviosidade, optou-se pela não utilização desse fator na análise dos resultados. LOWE-MCCONELL (1999) cita que, em estudos sobre as relações tróficas em ambientes estuarinos definidamente sazonais, o número de espécies tipicamente de água doce aumenta nas estações chuvosas e formas tipicamente marinhas aumentam em número nas estações secas. 23 Gráfico 05: Porcentagem de constância das espécies, como definido por DAJOZ (1973). Espécies acidentais Acanthurus bahianus Anchoa sp. Caranx latus Chaetodipterus faber Citharichthys arenaceus Epinephelus guaza Harengula jaguana Hyporhamphus sp. Lutjanus synagris Menticirrhus sp. Menticirrhus americanus Menticirrhus littoralis Ocyurus chrysurus Opisthonema oglinum Prionotus punctatus Rypticus randalli Scarus sp. Espécies acessórias Anchoa lyolepis Cyclichthys spinosus Eucinostomus argenteus Eucinostomus gula Eucinostomus melanopterus Gobiesox sp. Haemulon sp. Ophioscion punctatissimus Scomberomorus brasiliensis Sphoeroides greeleyi Trachinotus carolinus Espécies constantes Albula vulpes Atherinella brasiliensis Conodon nobilis Etropus crossotus Polydactylus virginicus Pomadasys corvinaeformis Selene vomer Trachinotus falcatus As famílias mais abundantes no presente estudo foram Engraulidae e Polynemidae, contendo as espécies Anchoa sp. e Polydactylus virginicus como as de maior abundância. 24 Segundo Araújo et al. (1998), a dificuldade em comparar a riqueza de espécies da ictiofauna é devida à heterogeneidade de hábitats, diferenças físicoquímicas no ambiente, bem como diferenças no esforço de pesca. MORAES (2003), no seu estudo sobre a composição e variação sazonal da ictiofauna do infralitoral da Praia de Berlinque, encontrou 23 famílias, 31 gêneros e 31 espécies. Dentre as famílias mais abundantes, tembém encontrou Engraulidae e Polynemidae. BARBALHO (2007) encontrou 37 espécies em Ponta da Ilha e Conodon nobilis e Polydactylus virginicus obtiveram 100% de ocorrência. Esse mesmo autor encontrou C.nobilis, P. virginicus, Menticirrhus americanus e Ophioscion punctatissimus como espécies caracerísticas da praia arenosa (Ponta da Ilha), no entanto Eucinostomus argenteus, Sphoeroides greeleyi, Lutjanus synagris, Albula vulpes e Eucinostomus melanopterus foram encontrads como espécies características da praia lamosa (São Tomé de Paripe). No estudo de BARRETO (2004), foram registradas 31 famílias, 50 gêneros e 62 espécies e no estudo de Barbalho (2004), foram coletados 770 indivíduos, pertencendo a 33 famílias e 66 espécies. Carangidae e Sciaenidae foram as famílias com maior representatividade em número de espécies. L. synagris e Sphoeroides greeleyi obtiveram 100% de ocorrência e L. synagris, E.argenteus, C. nobilis, Larimus breviceps e S. greeleyi representaram 52,33% do total de indivíduos capturados. 25 Gráfico 06: Abundância absoluta das espécies na Praia da Gameleira, de nov/08 a abr/09 Observamos que algumas espécies obtiveram 100% de similaridade, como Trachinotus falcatus e Selene vomer. Isso pode representar que essas espécies preferiram as mesmas amplitudes de temperatura e salinidade, além de outras variáveis abióticas ou até bióticas, para que elas estivessem presentes nos mesmos meses de coleta. . Cladograma 01: Similaridade entre as espécies coletadas Como podemos observar no seguinte cladograma, abril e dezembro foram os meses que apresentaram maior similaridade, em questão do peso, numero de indivíduos e riqueza de espécies coletadas. 26 Cladograma 02: Similaridade entre os meses de coleta Como encontrado nos estudos de Oliveira-Silva (2008), foram obtidos baixos valores de correlação no que se refere à influência individual ou conjunta dos parâmetros abióticos sobre a estruturação do padrão biológico. Além disso, os dados obtidos foram pontuais e não foram consideradas as variações ambientais ao longo do dia e, portanto, os parâmetros ambientais utilizados neste estudo não são considerados bons descritores das comunidades estudadas. Mês de coleta N° de N° de Riqueza Diversidade Equitabilidade espécies indivíduos de de Shanon- (J') (S) (N) Margaleff Wiener (H') Novembro/08 8 29 2,079 1,784 0,858 Dezembro/08 19 163 3,534 2,001 0,6796 Fevereiro/09 8 20 2,337 1,76 0,8465 Março/09 12 29 3,267 1,957 0,7874 Abril/09 18 131 3,487 1,4 0,4844 De acordo com o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, os dados não são normais, possivelmente devido ao pequeno número de amostras (5), e por isso, foi aplicado o teste não-paramétrico de Sperman, no qual, já que houve correlação negativa, indica uma relação inversamente proporcional entre o número de espécies 27 e indivíduos e os fatores abióticos, ou seja, à medida que a temperatura e a salinidade aumentam, o número de espécies e indivíduos diminui, e vice-versa. Correlação de Sperman N° de N° de espécies indivíduos (S) (N) Temperatura 0 -0,29 Salinidade -0,462 -0,2 Tendo em vista a curva de acúmulo de espécies por mês de coleta e considerando que esta não atingiu uma assíntota, podemos concluir que as espécies presentes na área não foram totalmente coletadas, necessitando de maiores estudos e períodos de amostragem, inclusive a utilização de outros apetrechos de pesca, para que o trecho seja melhor conhecido. Gráfico 07: Curva de acúmulo de espécies por mês de coleta. 28 Em comparação com outros estimadores de riqueza, ainda poderiam ser coletadas uma maior quantidade de espécies por mês e, o nosso estudo não cobriu todo o trecho de coleta, possivelmente devido ao esforço amostral reduzido. Gráfico 08: Valores estimados de riqueza por mês de coleta na Praia da Gameleira (ACE, Chao 1, Jackknife 1 e Bootstrap), com relação ao número de espécies observadas (Coleta). 29 5 CONCLUSÃO Apesar do pequeno período amostrado, pode-se inferir que a ictiofauna presente na Praia da Gameleira, com relação às variações temporais, coincide com o que é encontrado em outros trabalhos relativos ao tema, já que, devido a zona ser tropical e com estações anuais pouco definidas, há baixa correlação entre os fatores ambientais e a distribuição da fauna. A praia apresenta a mesma composição íctica presente na Baía de Todos os Santos, com excessão da espécie Epinephelus guaza e Gobiesox sp, e confirma ser uma região estuarina relativamente importante para os juvenis, apresentando poucas espécies constantes e abundantes. 30 REFERÊNCIAS ALMEIDA, V. G. 1997. Capítulo 5 – Aspectos da fauna. In: FALCÓN, G. (ed.). Baía de Todos os Santos: diagnóstico sócio ambiental e subsídios para a gestão. 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