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GT- 5: Formação continuada de professores CURSO DOCÊNCIA NA ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL: DO APERFEIÇOAMENTO À PRÁTICA REFLEXIVA Carla de Britto Ribeiro Carvalho Paulo de Souza Carvalho Dayse Centurion da Silva RESUMO Este artigo é resultante da percepção de que diante das exigências da sociedade contemporânea, a formação continuada docente consiste em possibilidade de ressignificação da prática profissional. Apresenta como objetivo analisar como se deu o processo de formação continuada de professores participantes do Curso de Aperfeiçoamento Docência na Escola de Tempo Integral (DETI) em nível de aperfeiçoamento em conformidade com a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, realizado em Mato Grosso do Sul. Nesse sentido, considerando o chão da escola como lócus das políticas públicas educacionais, contextualiza a efetivação da educação integral em jornada ampliada em nível nacional e local propondo a análise da formação continuada docente. Por fim, compreendendo a formação docente como sendo uma das principais estratégias de qualificação do sistema educacional, reitera a relação estabelecida entre o processo de formação continuada e a prática reflexiva do professor. Palavras – Chave: Formação Continuada de Professores. Programa Mais Educação. Prática Reflexiva 1. INTRODUÇÃO A educação integral no Brasil teve como marco o ano de 1932, quando um grupo de intelectuais dentre eles Cecília Meirelles, Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando Azevedo, Roquete Pinto, descontentes com a política do governo de Getúlio Vargas, se reuniram e escreveram o Manifesto dos Pioneiros. O Manifesto veio a público dois anos após a revolução de 1930, período de reordenação política do Estado brasileiro. Tal documento foi publicado em diversos jornais da época e posteriormente tornou-se livro. As publicações foram impactantes, tendo em vista que havia tomado a educação como um dos temas mais cruciais dos problemas do país. Os trechos, abaixo, deixam claro que, além da formulação de uma política educacional, o Manifesto foi ao mesmo tempo uma denúncia da falta desta até então. Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe podem disputar a primazia nos planos de reconstrução nacional. (...), todos os nossos esforços, sem unidade de plano e sem espírito de continuidade, não lograram ainda criar um sistema de organização escolar, à altura das necessidades modernas e das necessidades do país. Tudo fragmentário e desarticulado. Onde se tem de procurar a causa principal desse estado antes de inorganização do que de desorganização do aparelho escolar, é na falta, em quase todos os planos e iniciativas, da determinação dos fins de educação (aspecto filosófico e social) e da aplicação (aspecto técnico) dos métodos científicos aos problemas de educação.... Assentado o princípio do direito biológico de cada indivíduo à sua educação integral, cabe evidentemente ao estado a organização dos meios de o tornar efetiva, por um plano geral de educação. (GHIRALDELLI, 2002). Com isso o Manifesto tornou-se um documento importante e um marco para a educação nacional, forçando a Constituição brasileira de 1934 a assegurar a criação de um ensino primário público, gratuito e obrigatório, assim como a construção de um Plano Nacional de Educação, a ser fixado pela União, e atribuiu ao Conselho Nacional de Educação a tarefa de elaborá-lo. O Manifesto defendia a ideia de uma escola única, onde todos os brasileiros, sem discriminação de classe, religião e gênero, tivessem igualdade de oportunidades, baseandose em uma educação comum. Vale ressaltar que o grupo que lançou o Manifesto era constituído por intelectuais, oriundos de classe social e econômica privilegiadas, mas que acreditavam que o acesso à educação seria a principal contribuição para o desenvolvimento social e econômico do país. O Manifesto de 1932 era constituído de importantes propostas, como a que se referia a mudanças nas práticas e saberes pedagógicos, tais como a valorização da experiência da criança e a defesa do ensino rural, como meio de fixar o homem no campo. Tecia críticas a reformas inconsistentes, fragmentadas e desarticuladas da educação. O Manifesto dos Pioneiros veio chamar a atenção para a necessidade de planejar a educação e organizá-la em todo o território. Embora, a partir do Manifesto, a escola estivesse acessível a todos, as conquistas não avançaram no campo da qualidade, dado que as famílias com menores rendas participavam de escolas públicas com qualidade inferior. Tal documento trazia em seu bojo a proposição de renovação educacional para o Brasil, ensejava a implementação de um Sistema Público de Ensino para o país. Sua intenção foi efetivar uma educação que proporcionasse à escola trabalhar um programa com as crianças, que incluísse “leitura, aritmética e escrita, ciências físicas e sociais, artes industriais, desenho, música, dança, educação física, saúde e alimento à criança, visto não ser possível educá-la no grau de desnutrição e abandono em que vivia” (TEIXEIRA, 1959, p. 78-84). Na primeira metade do século XX, correntes políticas discutiam a educação e naquele momento já se dava destaque à educação integral. Várias propostas foram elaboradas com princípios diferenciados, sendo que, para os religiosos e integralistas, a educação integral representava a defesa da espiritualidade, do nacionalismo e da disciplina; para os anarquistas e liberais, os princípios defendidos era a igualdade, autonomia e a liberdade. Com a incorporação de novos papéis, a escola passa a oferecer uma educação integral, contribuindo para que os estudantes tenham oportunidades de conviver com diferentes atores sociais, interagindo em diversos espaços socioeducativos da comunidade e da cidade, com vistas a exercitarem uma ação dialógica respeitosa, responsável, emancipadora, vislumbrando sua formação integral, favorecendo uma vivência e convivência significativa e comprometida com o bem comum. Veiga (2009) ressalta que, no contexto atual, a função da escola supera a função de ensinar, uma vez que: A concepção de escola é outra. É preciso refletir sobre a criação de espaços e tempos escolares para colocar à disposição de todos os alunos o acesso aos bens culturais e a ocupação educativa dos tempos livres: mais tempo de escola para os alunos que carecem de adequadas estruturas familiares e das relações de vizinhança. (VEIGA, 2009, p. 15). Servir-nos-á também como referencial para entendermos a escola e a Educação Integral, o pensamento de Gramsci (1995) que propõe a Escola Única: [...] escola única inicial de cultura geral, humanista, formativa, que equilibre equanimemente o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manualmente (tecnicamente, industrialmente) e o desenvolvimento das capacidades de trabalho intelectual. Deste tipo de escola única, através de repetidas experiências de orientação profissional, passar-se-à a uma das escolas especializadas ou ao trabalho produtivo. Deve-se levar em consideração a tendência em desenvolvimento, segundo a qual cada atividade prática tende a criar para si uma escola especializada própria, do mesmo modo como cada atividade intelectual tende a criar círculos próprios de cultura, que assumem a função de instituições pós-escolares especializadas em organizar as condições nas quais seja possível manter-se a par dos progressos que ocorrem no ramo científico próprio. (GRAMSCI, 1995, p. 118). Dessa forma, o trabalho com a perspectiva da educação integral deve considerar todas as dimensões humanas. Os campos da ética, estética e política são cenários e roteiros da aprendizagem – neles, todos os adultos e crianças são sujeitos dessa aprendizagem. Jaqueline Moll em Caminhos da Educação Integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços educativos, explicita que: [...] o sonho de uma escola de dia inteiro, de uma escola cujo projeto tenha a educação integral em seu horizonte, adiado pelo menos duas vezes, com Anísio Teixeira e depois com Darcy Ribeiro, é retomado no final da primeira década do século XXI, com todos os desafios de uma “megapopulação” na educação básica, em contextos sociais configurados por desigualdades, complexidades e diversidades (MOLL, 2012, p. 28). A concepção de Educação Integral, com a incorporação de novas funções por parte da escola e dos professores, implica em ir além da função de ensinar, uma vez que propicia a criação de espaços, tempos escolares e o acesso a bens culturais. Contudo, é preciso mencionar que tal concepção pode incorrer no esvaziamento da função principal da escola que é a apropriação do conhecimento científico, dos saberes historicamente acumulados pela humanidade. Se estes não forem sistematizados, estruturados e organizados pela escola, corre- se o risco dos conteúdos ficarem em segundo plano (SAVIANI, 2011). A oportunidade de educação integral, em tempo integral para estudantes da escola pública, que muitas vezes possuem somente o espaço escolar à disposição para o acesso aos bens culturais e a ocupação educativa dos tempos livres, propiciar mais tempo na escola, pode e deve fazer a diferença, mas como forma de equacionar as oportunidades que há muito os filhos da burguesia desfrutavam. 2. O Programa Mais Educação como Estratégia de Educação Integral A bandeira da Educação Integral vem ganhando força desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). Cabe dizer que o direito do indivíduo à Educação Integral e de tempo integral decorre para o Estado, que o reconhece e o proclama, o dever de considerar a educação, na variedade de suas etapas e modalidades, como uma função social, eminentemente pública, que ele é chamado a realizar com a cooperação de todas as instituições sociais. Importa destacar que o novo Plano Nacional de Educação (Lei nº 13.005/2014) estabelece que, até o ano 2023, metade das escolas públicas brasileiras garanta o ensino em tempo integral. O Plano, em sua meta VI, assinala para o oferecimento da educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica (BRASIL, 2014). Entretanto, ressaltamos que esta meta, assim como as demais, deve convergir para o desenvolvimento das potencialidades do estudante, e para tanto, inseridas no currículo das Escolas de Tempo Integral. O Programa Mais Educação, com início no ano 2008, é a mais recente proposta do Governo Federal, cuja finalidade é melhorar a qualidade do ensino fundamental, propondo a ampliação da jornada escolar e objetivando a promoção da Educação Integral nas escolas públicas municipais e estaduais do país. O programa prevê um modelo de gestão centrado na intersetorialidade e visa articular as diversas políticas setoriais, na tentativa de minimizar os problemas educacionais. Esse Programa é destinado às escolas públicas do Ensino Fundamental, inspirado no Texto Desencadeador do Debate Nacional sobre a Política Curricular da Educação Básica (2012), onde se sugere que as ações do Programa Mais Educação – Educação Integral sejam trabalhadas na perspectiva da formação integral dos sujeitos. Para tanto, as unidades escolares participantes precisam dar acesso ao conhecimento humano historicamente acumulado; conhecimento que permita o entendimento das leis que regem a sociedade capitalista, isto é, um conhecimento que oportunize ao estudante a noção de sua posição social. As escolas devem colaborar com o processo de transformação da sociedade presente, e não com a manutenção do status quo. Desde o ano 2008, o Ministério da Educação disponibiliza, a cada ano, o Manual de Orientação que contempla a Organização do Trabalho Didático do Programa Mais Educação, apresentado em macrocampos. A distribuição das atividades nos macrocampos se interliga com as quatro áreas do conhecimento constantes do currículo da base nacional comum – Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Na ampliação do tempo escolar, sob a perspectiva da Educação Integral, busca-se expandir o horizonte formativo do estudante e estimular, além do desenvolvimento cognitivo, também o desenvolvimento estético, ético e histórico. 3. A Formação Continuada de Professores A formação continuada dos professores da educação básica encontra-se entre as prioridades do Ministério da Educação explicitadas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), para garantir educação de qualidade, centrada no aprendizado do educando. A criação da Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica é uma das respostas a esse compromisso. Dentre os princípios da política nacional está a formação docente construída em bases científicas e técnicas sólidas, como compromisso público de Estado. Pretende o Ministério aumentar o número de professores formados por instituições públicas de educação superior e garantir um referencial de qualidade para os cursos de formação inicial e continuada, sintonizando-os às necessidades formativas da educação básica e aos problemas da sala de aula. No estado de Mato Grosso do Sul no ano de 2013, professores e demais educadores tiveram a oportunidade de participar de um aperfeiçoamento por meio do curso Docência na Escola de Tempo Integral (DETI), na modalidade semipresencial, ministrado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Este curso de Aperfeiçoamento Docência na Escola de Tempo Integral integra a Lista de Ofertas e Demandas do Catálogo de Cursos de Formação Continuada no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul e têm por objetivos, a reflexão, implementação e o desenvolvimento das políticas públicas de Educação Integral no Estado. Segundo o Mapeamento das experiências de jornada escolar ampliada no Brasil (MEC, 2010), o estado ainda apresenta um baixo percentual de municípios com jornada escolar ampliada. Para o ano de 2014, foram ofertadas 200 (duzentas) vagas para o referido curso, distribuídas nos municípios de Aquidauana, Bela Vista, Brasilândia, Corumbá, Campo Grande e Nova Andradina, como forma de atendimento à demanda social do Estado de Mato Grosso do Sul. Neste sentido, a visão explicitada por André (2010) é a seguinte, [...] a formação docente tem que ser pensada como um aprendizado profissional ao longo da vida, o que implica envolvimento dos professores em processos intencionais e planejados, que possibilitem mudanças em direção a uma prática efetiva em sala de aula. (ANDRÉ, 2010, p. 176). 4. Refletindo sobre os Conteúdos Propostos O Curso Docência na Escola de tempo Integral (DETI) teve sua estrutura organizada a partir da percepção da grande necessidade que os professores tem em estudar a temática da educação integral, visto que em sua formação inicial o tema não ter sido tratado e, agora, urge a relevância do estudo tendo em vista que as redes de ensino estão implantando escolas integrais e em tempo integral. O curso oferecido teve como ponto forte o conteúdo programático, que foram ricos, com temas bem escolhidos, assim como os textos e vídeo aulas. Foram trabalhados temas da mais alta prioridade para o desenvolvimento da prática de educação integral, sobretudo em virtude da articulação entre cada módulo. A metodologia e avaliação adotadas foram suficientes e atenderam as necessidades dos alunos, mediante o propósito do curso. Por tratar-se de curso modular, esses foram articulados e integrados entre si além de práticos-reflexivos, destacando a análise das situações didáticas das escolas de tempo integral visando a aprendizagem efetiva dos professores participantes e o desenvolvimento de novas práticas pedagógicas. As temáticas desenvolvidas constituíram-se em: Conceitos de Educação Integral, Desenvolvimento da Educação Integral no Brasil, Educação Integral e Integrada: Reflexões e Apontamentos, A Escola e a Cidade: Políticas Públicas e Pedagógicas, Educação Integral como Arranjo Educativo: a formação de redes sociais em função dos processos educativos. Como atividade conclusiva, ou seja, projeto de pesquisa e avaliação os professores participantes elaboraram uma sequência didática a ser desenvolvida nas unidades de ensino das quase fazem parte, de modo a articular os conceitos apreendidos sobre educação integral com sua pratica profissional cotidiana. 5. Considerações Finais Educar não se limita a repassar informação ou mostrar apenas um caminho, isto é, aquele caminho que o professor considera o mais correto. Na verdade, educar significa ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher, entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Enfim, educar é preparar para a vida. Muitos docentes reconhecem que as aulas deveriam ser mais dinâmicas, envolvendo os alunos numa aprendizagem mais significativa e não ficando apenas nas aulas expositivas. A utilização de aulas meramente expositivas reduz os papéis de professor e de aluno, respectivamente, a simples transmissores e receptores de conteúdos. Espera-se que a proposição de cursos de formação continuada docente possam provocar a disseminação de concepções e práticas que pensem a inovação e o caminho do fazer rompendo e superando os modelos estereotipados e funcionalistas do ato pedagógico no cotidiano escolar, buscando garantir uma visão de totalidade e de interação entre teoria e prática ao trabalhar os conhecimentos disciplinares de cada área de forma integrada e articulada, apoiados na metodologia da problematização e outros procedimentos similares. Desta forma será possível a articulação da extensão e da pesquisa em um modelo de pesquisa intervenção apoiada nos fundamentos teórico-metodológicos da educação integral, intersetorialidade, arranjos educativos locais e educação cidadã. Assim, quando se defende a ideia do professor como profissional reflexivo, não se está revelando nenhum conteúdo para a reflexão ou propondo qual deve ser o campo de reflexão, tampouco situando seus limites. Pressupõe-se que o potencial da reflexão é algo inerente a cada um de nós. Não há modelo a ser seguido. Cada um possui um método, uma prática para realizar seu registro. Além disso, torna-se necessário pensar na didática para além de uma simples renovação nas formas de ensinar e aprender. Esta, por sua vez, deve ter como compromisso buscar práticas pedagógicas que possibilitem um ensino eficaz, dando significados e sentidos para os educandos, contribuindo, portanto, para a transformação social. Enfim, a formação do educador pressupõe uma inter-relação entre teoria e prática, na qual, a teoria vincula-se aos problemas reais que emergem da prática e a prática orienta-se pela teoria. 6. REFERÊNCIAS ANDRÉ, Marli. A pesquisa sobre formação de professores: contribuições à delimitação do campo. In: DALBEN, Ângela I.L.F. et al. Didática: convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 273-283. BRASIL. Constitição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. _______. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm> Acesso em: 16 agos. 2015. _______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 dezembro de 1996. ________. 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