Relatório de Atividades e de Desenvolvimento
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Relatório de Atividades e de Desenvolvimento
RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 Nossa NATUREZA é cheia DE ENERGIA n esta edição de 2014 de nosso relatório de atividades e de desenvolvimento sustentável, mantivemos o essencial da estrutura da última edição. Esse princípio permitirá que o leitor avalie o caminho percorrido ano após ano, especialmente em matéria de desenvolvimento sustentável. Este ano adicionamos, outrossim, dois portfólios que ilustram, respectivamente, nossa implantação no Brasil e nos departamentos ultramarinos franceses. Para terminar, inserimos, no final do relatório, uma tabela com os principais indicadores relacionados com a responsabilidade social e ambiental (RSE) da Empresa por forma a fornecer uma visão sintética da evolução de nosso desempenho. O leitor desejoso de aprofundar sua compreensão sobre nosso posicionamento em matéria de responsabilidade social e ambiental poderá consultar nosso documento de referência disponível em nosso site na Internet, em www.albioma.com. Entretanto, é necessário especificar que, em virtude das disposições do Código Comercial francês, este documento abrange exclusivamente as empresas consolidadas do ponto de vista contábil, enquanto que os dados quantitativos aqui indicados abrangem todas as atividades do Grupo. FOTO DA PÁGINA DE ROSTO: estocagem de bagaço da Central Rio Pardo Termoelétrica, no Brasil, durante a safra canavieira. A caldeira da Rio Pardo Termoéletrica funciona o ano inteiro com o bagaço produzido pela usina de cana-de-açúcar adjacente. ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 1 2 O bagaço produzido pela usina de cana-de-açúcar é armazenado nas instalações da central termoelétrica para utilização no período de entressafra. A usina de cana-de-açúcar é continuamente abastecida por numerosos caminhões de cana-de-açúcar todos os dias da safra, que pode durar até 9 meses na região. ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 3 4 A partir da sala de controle, os funcionários da Rio Pardo Termoelétrica monitoram e gerenciam todos os parâmetros críticos da produção de energia elétrica e de vapor. A alimentadora da central de Albioma Caraïbes permite o abastecimento da caldeira com combustível pré-processado para atender a critérios específicos de combustão. ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 5 6 A primeira central fotovoltaica com armazenamento da Albioma foi instalada no telhado de um centro comercial em Saint-Pierre, na Ilha de Reunião. A esteira transportadora de bagaço faz a ligação entre a usina de cana-de-açúcar açúcar e a central de Albioma Le Moule. O bagaço transportado pode ser diretamente queimado na caldeira ou armazenado de forma temporária em um barracão dedicado. ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 7 8 Em 2014, a central de Albioma Le Gol produziu o equivalente ao consumo de energia elétrica de aproximadamente 300.000 residências. 0111 9 PORTFÓLIO 12 14 15 28 ALBIOMA MENSAGEM DO PRESIDENTE O GRUPO ALBIOMA FACTOS MARCANTES PRINCIPAIS INDICADORES UMA EMPRESA RESPONSÁVEL 30 32 36 39 43 50 A GOVERNANÇA AS ENERGIAS RENOVÁVEIS A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA O AMBIENTE A RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL PRINCIPAIS INDICADORES DA ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 16 ATIVIDADES 20 24 26 BIOMASSA TÉRMICA ENERGIA SOLAR BIOMETANIZAÇÃO UM AGENTE DA ECOLOGIA INDUSTRIAL O capital humano da Albioma é um dos pontos fortes do Grupo, que busca protegê-lo, desenvolvê-lo e enriquecê-lo, facilitando a diversidade e a integração ao mercado de trabalho. Em simbiose com os territórios nos quais está presente, a Albioma procura, no seu cerne, ser um agente da vida local. CONTRIBUIR PARA A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA ENERGIA SOLAR A Albioma tem como objetivo converter o modelo histórico de bagaço-carvão de suas centrais térmicas em um novo modelo de bagaço-outras fontes de biomassa. A fim de obter sucesso nessa conversão, o Grupo desenvolve novos canais de abastecimento de biomassa, considerando os riscos do conflito de uso Etanol Óleo combustível Bagaço Resíduos verdes Madeira Palha Carvão OTIMIZAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA REDUZIR OS IMPACTOS AMBIENTAIS TÉRMICA DE BASE TÉRMICA DE PONTA ATUAR COMO EMPRESA CIDADÃ AR Consciente das consequências de suas atividades no ar, na água e no solo, a Albioma tem compromisso com uma estratégia de redução de impactos ambientais.Fiel a seu modelo de economia circular, o Grupo se dedica a buscar todas as formas economicamente viáveis de produção de bioenergia de seus subprodutos. BIOMETANIZAÇÃO Usina de cana-deaçúcar Resíduos agroindustriais Resíduos agrícolas Resíduos de produção animal A Albioma atribui uma grande importância à melhoria do desempenho energético das centrais existentes, das novas centrais e dos processos que as vinculam às instalações de seus parceiros. Unidade de cogeração PRODUÇÃO Vapor Energia elétrica Vapor Energia elétrica Metano RESPONSABILIDADE SOCIAL SOLO RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL Parceria com a indústria sucroenergética e de produção animal ENRIQUECIMENTO agrícola e de materiais ÁGUA 11 e m 2015, a França acolhe a COP21, Conferência para o Clima, dando um novo ímpeto à luta contra o aquecimento do planeta. A Albioma tem o orgulho de contribuir para a luta contra a mudança climática, pelo fornecimento de uma energia elétrica renovável vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. Nós dispomos de uma experiência única, de mais de vinte anos, na produção de bioenergia a partir do bagaço da cana-de-açúcar, e desenvolvemos o uso de diferentes fontes de biomassa, sem conflito de uso. Assim, nossa nova central de Galion na Martinica será alimentada em 100% por biomassa. Ela garantirá 15% das necessidades de energia elétrica da ilha, e contribuirá, portanto, muito significativamente para a meta fixada pela lei francesa de transição energética, de alcançar 50% da energia renovável nos departamentos ultramarinos franceses até 2020. Nosso modelo econômico está baseado em unidades de produção de tamanho regional, que nos permitem explorar ao máximo os recursos endógenos dos territórios onde operamos, desenvolver parcerias justas com os agentes locais, e manter relacionamentos próximos com nossos consumidores de energia elétrica e de vapor. Esse posicionamento de agente regional, especializado em energias renováveis, trabalhando em parceria com a indústria sucroenergética e do etanol, traduziu-se, ainda neste ano, em excelentes resultados operacionais apresentados pelo Grupo. Nossa primeira aquisição no Brasil, em março de 2014, já contribuiu significativamente para esses resultados. Nosso compromisso a serviço da transição energética constitui um dos quatro pilares do exercício de nossa Responsabilidade Social, junto ALBIOMA JACQUES PÉTRY Presidente e Diretor-Geral com a máxima eficiência no uso dos recursos, de um comportamento exemplar com todos os nossos colaboradores, e de melhoria contínua de nosso desempenho ambiental. Para nós, é muito importante obter o máximo de eficiência energética da energia primária que consumimos. Nós já demonstramos isso no Brasil, onde a expertise de nossas equipes permitiu à Rio Pardo Termoelétrica em alguns meses um aumento de 30% na quantidade de energia elétrica exportada por tonelada de cana-de-açúcar. Nossa Responsabilidade Social tem seu foco, em primeiro lugar, na segurança de nossos funcionários e de nossos subcontratados. Não ficamos satisfeitos com a diminuição, constatada em 2014, de nosso desempenho em matéria de segurança. Nós lançamos, no verão de 2014, sob a autoridade do Comitê da Responsabilidade Social e Ambiental de nosso Conselho de Administração, um vasto programa de remobilização de nossas equipes para melhorar, de modo rápido e sustentável, nosso desempenho neste campo. Nossos esforços em matéria de proteção do meio ambiente ocorrem em todos os meios, água, ar e solo, incluindo uma melhor matriz de nossos impactos, uma comunicação transparente sobre esses impactos, e um programa importante de investimentos. O desenvolvimento de nossas atividades de biomassa térmica e energia solar fotovoltaica, e consolidação de nosso negócio de biometanização (que ainda é um setor emergente frágil na França) continuarão a orientar nosso crescimento em 2015. Nossa meta de longo prazo é ser reconhecida como um agente de primeira grandeza no campo da produção de energia limpa e eficiente. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 12 Prioridade para a biomassa 2014 2012-2015 1a CENTRAL 100 % A BAGAÇO NO BRASIL: RIO PARDO TERMOELETRICA 1a UNIDADE DE METANIZAÇÃO 2013 A Séchilienne-Sidec altera sua denominação paraAlbioma ALIENAÇÃO DA ATIVIDADE EÓLICA Entrada na energia eólica e energia solar 2011 2006 2004-2011 2005 2004 Início da cogeração a bagaço/carvão 2001 ALBIOMA CARAÏBES 1a INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA Air Liquide vende sua participação para a Financière Hélios 1a INSTALAÇÃO EÓLICA Fusão entre a Séchilienne e a Sidec 1990-2003 2000 1998 1995 1994 1992 Período do carvão 1982-1989 1982 TERRAGEN ALBIOMA LE MOULE ALBIOMA LE GOL A Séchilienne (Air Liquide) entra no capital social ALBIOMA BOIS-ROUGE Constituição da Sidec 13 ALBIOMA PRODUTORA INDEPENDENTE DE ENERGIA RENOVÁVEL DE BASE h GUADALUPE Le Moule GUIANA FRANCESA MARTINICA 2017: Galion 2, 1ª central a bagaço/biomassa á mais de 22 anos que a Albioma é uma parceira-chave da indústria sucroenergética nos departamentos ultramarinos franceses e na Ilha Maurício. O cerne da atividade de nosso Grupo reside na produção de bioenergia com alta eficiência energética a partir do bagaço (1). Em 2014, essa expertise inigualável, adquirida ao longo dos anos, nos permitiu exportar nosso modelo original com sucesso para o Brasil, líder mundial na produção de açúcar e de etanol a partir de cana-de-açúcar. Produtora de energia elétrica de base, disponível em todos os momentos, todos os dias do ano, a Albioma desenvolveu uma expertise reconhecida na combustão híbrida de diferentes tipos de biomassa e de carvão. FRANÇA METROPOLITANA EUROPA DO SUL ANTILHAS GUIANA FRANCESA BRASIL ALBIOMA OCEANO ÍNDICO MAYOTTE Bellevue ILHA DE REUNIÃO 1992: Bois-Rouge, 1ª central a bagaço/carvão Rio Pardo Aproveitando nossa presença em regiões muito ensolaradas, desenvolvemos e operamos um parque eficiente e rentável de centrais fotovoltaicas. Em 2014, colocamos em operação nossa primeira instalação fotovoltaica com armazenamento, demonstrando assim nossa capacidade de integrar essa nova tecnologia à nossa oferta histórica. Na continuação do desenvolvimento de novos meios de produção de energia renovável de base, nós nos tornamos agentes de metanização agrícola coletiva na França metropolitana com a aquisição da Methaneo em 2012. O domínio dessa atividade, que permite a produção de bioenergia a partir de subprodutos da agricultura e da agroindústria, constitui uma oportunidade para complementar FRANÇA METROPOLITANA 2013: primeiras unidades operacionais de metanização Marie-Galante Galion BRASIL 2014 : Rio Pardo, 1ª aquisição de uma central a bagaço existente, um projeto a cada 12 a 18 meses Biomassa Térmica 2016: Saint-Pierre, 1ª central de ponta a bioetanol Energia solar nossaoferta de parceira energética eficiente com o setor sucroenergético. Nosso modelo industrial e econômico demonstrou sua robustez desde o início dos anos 1990, e nós temos orgulho das relações de confiança que estabelecemos com nossos parceiros agroindustriais, com nossos clientes distribuidores de energia elétrica e com as comunidades locais. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 ILHA MAURÍCIO 2000 : 1º êxito na expansão internacional Savannah Saint-Aubin Bois-Rouge Le Gol Saint-Pierre Biometanização 1) O bagaço é o resíduo fibroso da cana-de-açúcar, após a extração do açúcar. 14 PRINCIPAIS INDICADORES DE 2014 364 MW em 2013 354Me A esteira de transporte de bagaço liga a usina de cana-de-açúcar à Central Rio Pardo Termoelétrica, adquirida pela Albioma em 2014. O ANO DE 2014 DA ALBIOMA EM UM RELANCE MARÇO Aquisição da Central Rio Pardo Termoelétrica (Brasil) JUNHO Refinanciamento da empresa-matriz Albioma DE FATURAMENTO CONSOLIDADO EM 2014 (excluindo o impacto dos preços das matérias-primas) 133,6 ME em 2013 129Me DE EBITDA CONSOLIDADO 42,6 M€ em 2013 38Me RESULTADO LÍQUIDO PARTE DO GRUPO AGOSTO Entrada em funcionamento da primeira central fotovoltaica com armazenamento do Grupo (Ilha de Reunião) 1,3 MT em 2013 DEZEMBRO Assinatura do contrato de Galion 2 (Martinica) JANEIRO DE 2015 Assinatura do contrato de turbina de combustão a bioetanol (Ilha de Reunião) 1,8 milhão de toneladas DE BAGAÇO PROCESSADO 15 639 MW em 2013 701MW DE POTÊNCIA INSTALADA 567 MW em 2013 627MW DE BIOMASSA TÉRMICA 3.432 GWH em 2013 3.529 GWH DE ENERGIA ELÉTRICA PRODUZIDA, REPRESENTANDO O EQUIVALENTE AO CONSUMO ELÉCTRICO DE 2,9 MILHÕES DE HABITANTES 70 MW em 2013 71MW DE ENERGIA SOLAR 2 MW em 2013 359 em 2013 413 COLABORADORES ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 3MW DE BIOMETANIZAÇÃO 16 ALBIOMA, UMA PRODUTORA INDEPENDENTE DE ENERGIA RENOVÁVEL 17 ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 18 TRÊS SEGMENTOS DE ATIVIDADE n A Biomassa Térmica, a Energia Solar e a Biometanização são as três atividades da Albioma. 1 A Albioma possui 50% de seu parque fotovoltaico com instalações no telhado, à semelhança dessa central fotovoltaica da ilha de Reunião. 2 O digestor de biogás da Tiper Méthanisation é o local da unidade onde o biogás é produzido. 3 A Albioma Bois-Rouge é a primeira central a bagaço / carbono construída e operada pelo Grupo. Ela está em operação desde 1992. nossa principal atividade de produção de energia, a Biomassa Térmica nos ancorou no mundo do açúcar, e nos permitiu desenvolver um know-how e expertise únicos, adquiridos nos departamentos ultramarinos franceses e hoje exportados com sucesso para o Brasil. A energia solar se desenvolveu graças a nossa presença histórica em regiões muito ensolaradas. Somos um player importante do setor fotovoltaico nos departamentos ultramarinos franceses, onde dispomos de um parque de qualidade e rentável. Por fim, a biometanização é a mais recente de nossas atividades de produção, baseada na França metropolitana. Ela permite a produção de bioenergia a partir de subprodutos da agricultura e da agroindústria, para produzir biogás que pode ser destinado diretamente às redes de transporte de gás, ou ser transformado em energia elétrica e em vapor. UMA FERRAMENTA INDUSTRIAL DE EXCELENTE DESEMPENHO Nós dominamos toda a cadeia de criação de valor, da concepção à fase operacional, passando pelo desenvolvimento, financiamento e construção. O Grupo constituiu, ao longo dos anos, um patrimônio robusto de centrais de tamanho médio, de 30 a 100 MW, de alto desempenho, capazes de garantir 24 horas por dia, e durante todo o ano, uma produção de energia elétrica de base, confiável e competitiva. Motor do dinamismo econômico local, a Albioma se apoia em equipes reativas, especialistas na produção bioenergética a partir dos subprodutos agrícolas e da gestão dos ambientes complexos próprios às ilhas. UM MODELO ECONÔMICO PERENE EM NOSSOS TERRITÓRIOS DE ORIGEM O desenvolvimento da Albioma se apoia sobre um modelo de valor agregado. No fornecimento, o abastecimento de biomassa é garantido por parcerias equilibradas com as usinas de cana-de-açúcar e com e os agricultores. Na comercialização, o fornecimento de energia elétrica à rede está garantido por contratos de longo prazo – 15 a 35 anos – essencialmente com a EDF, com base em um preço de venda indexado ao custo de compra dos combustíveis. A Albioma controla, assim, os riscos sobre os volumes de abastecimento, os preços de venda e as contrapartes. Com uma produção já vendida de 25 anos de energia elétrica, e um patrimônio que gera fluxos de caixas recorrentes, o Grupo apresenta uma solidez financeira que lhe permite financiar seu crescimento na França e sua expansão internacional. ADAPTANDO-SE A NOVOS AMBIENTES ECONÔMICOS No Brasil, a Albioma garantiu a venda de uma parte da produção da planta de cogeração Rio Pardo Termoelétrica por meio de de contratos de venda de energia elétrica a clientes industriais. O restante da produção é vendido no mercado de curto prazo da energia elétrica (mercado SPOT) que apresentou níveis de preços excepcionalmente altos em 2014. O Grupo tem por objetivo garantir a venda de 19 sua produção no Brasil por períodos cada vez mais longos, participando notadamente nas licitações nacionais anunciadas para os próximos anos. FORTES PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO O ano de 2014 foi excepcional em termos de assinaturas de novos contratos para a Albioma. Com a assinatura do contrato da Rio Pardo Termoelétrica no Brasil, o da central a bagaço/biomassa Galion 2 em Martinica, e o da turbina a combustão de bioetanol na Ilha de Reunião, a estratégia de desenvolvimento definida em 2012 mostra seus primeiros resultados. Em um contexto mundial onde o papel das energias fósseis está menos claro e cada vez mais discutível, estamos convencidos de que a utilização debiomassa sem conflito de uso desempenhará um papel de destaque na produção de energia elétrica de base, verde e competitiva. A Albioma avança com o desenvolvimento de meios de produção de energia renovável disponíveis 24 horas por dia durante o ano inteiro, com o desenvolvimento de um modelo de bagaço-biomassa para a biomassa térmica, a entrada em operação de centrais de energia solar com armazenamento, e o domínio dos processos industriais de metanização agrícola. A ALBIOMA PRODUZIU EM 2014: 51% DA ENERGIA ELÉTRICA CONSUMIDA NA ILHA DE REUNIÃO 42% DA ENERGIA ELÉTRICA CONSUMIDA NA ILHA MAURÍCIO 32% 1 DA ENERGIA ELÉTRICA CONSUMIDA EM GUADALUPE 2 3 ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 20 Marwane Bejgane, Diretor-Geral de Energia da Martinica ENTREVISTA Qual é sua visão em relação ao desenvolvimento da produção energética a partir de biomassa no Caribe? 1 CARVÃO/ GRANULADOS O desenvolvimento econômico e o crescimento demográfico do Caribe demandam cada vez mais as redes elétricas. Com a biomassa, podemos reduzir nossa dependência de combustíveis fósseis, criar valor agregado local, e desenvolver soluções logísticas regionais. As Antilhas são grandes produtoras de cana-de-açúcar e, desde sempre, o bagaço é utilizado como combustível para alimentar as caldeiras Nas regiões mais meridionais do Caribe, a exploração florestal produz grandes quantidades de resíduos de madeira que representam uma fonte importante de biomassa hoje não reaproveitada. Além dessa biomassa residual, a produção de biomassa dedicada à energia é muito mais rápida no Caribe do que em zonas temperadas, como demonstrado pelos testes atualmente realizados pela empresa Biomasse de Martinique. Quer se trate de um subproduto de exploração canavieira ou florestal, ou de uma cultura dedicada, a biomassa está disponível na Região do Caribe e Amazônia. O desafio é explorar essa biomassa, e ao mesmo tempo organizar sua produção e transporte entre os territórios produtores e os territórios consumidores, como o nosso, a Martinica. » BIOMASSA SECA Água 7 SUPERAQUECEDORES 6 r o Vap Fumaças 1 Vapor de alta pressão 4 GERADOR TURBINA 2 FORNALHA Água Coletor mecânico de poeira CALDEIRA Coletor eletrostático de poeira Chaminé 5 3 USINA DE CANA DE AÇÚCAR Grade Limpador de resíduos Vapor de baixa pressão Torre de resfriamento Condensados 2 21 BIOMASSA TÉRMICA O CERNE DA ATIVIDADE DO GRUPO O BAGAÇO, UM RECURSO ABUNDANTE NO MUNDO A cana-de-açúcar é uma das plantas mais cultivadas no mundo. Nos territórios ultramarinos franceses, ela representa o primeiro recurso agrícola. Em 2013, no Brasil, 9,6 milhões de hectares foram dedicados à plantação da cana-de-açúcar (com um aumento de mais de 3% na área destinada a ela em relação a 2010), representando uma área maior que Portugal. Atualmente, no mundo, estima-se que menos de 10% do bagaço proveniente da cana-de-açúcar seja reaproveitado para a produção de bioenergia - este recurso natural é um combustível limpo. Com preços de venda no mercado de açúcar especialmente baixos em 2014, é de grande relevância para as usinas de cana-de-açúcar utilizar o bagaço de maneira eficiente para a produção de energia, tanto para atender às necessidades de vapor e de energia elétrica para o processo produtivo, bem como para a comercialização de excedentes de energia elétrica à rede interligada. UMA PARCERIA ESTRATÉGICA COM USINAS DE CANA-DE-AÇÚCAR Confiantes em nossa experiência na produção de bioenergia a partir do bagaço, tornamo-nos parceiros-chave das usinas de cana-de açúcar. O fornecimento de bagaço às plantas de cogeração em troca do abastecimento de vapor e energia elétrica às usinas de cana-deaçúcar é um modelo perene que constitui um fator decisivo de competitividade para essas usinas. Da mesma forma, o desempenho energético de suas plantas permite à Albioma valorizar sua produção energética junto aos distribuidores de energia elétrica e ajudá-los a enfrentar a alta do consumo de energia. UM DOMÍNIO TECNOLÓGICO DA BICOMBUSTÃO Instaladas nas proximidades das usinas de canadeaçúcar, nossas plantas energéticas são projetadas para processar a totalidade do bagaço produzido. Com elas, o Grupo se impôs no domínio da tecnoloALBIOMA 3 AÇÚCAR 115 kg VAPOR 450 kg ENERGIA ELÉTRICA 30 kWh PRODUTORES SUCROENERGÉTICOS ALBIOMA ENERGIA ELÉTRICA CANA-DE-AÇÚCAR 1 tonelada 120 kWh BAGAÇO 300 kg gia da bicombustão para produzir energia elétrica e calor a partir do bagaço e do carvão. Durante a safra canavieira que dura cinco meses na França e chega a nove meses no Brasil dependendo da região, as plantas energéticas funcionam em cogeração, utilizando o bagaço como combustível principal. Durante a entressafra, elas funcionam em condensação, como centrais térmicas clássicas. A escolha do carvão como combustível complementar é justificada por sua disponibilidade no mercado a um preço atrativo, e sua facilidade de transporte para os territórios insulares. Sua utilização em combustão híbrida permite o fornecimento de uma energia competitiva durante o ano inteiro, sempre respeitando as normas europeias e francesas aplicáveis às emissões na atmosfera. A Albioma tem por ambição reduzir significativamente a utilização do carvão, e assim diminuir sua pegada de carbono em suas centrais térmicas existentes, produzindo bioenergia a partir de novos tipos de biomassa em complementação ao bagaço. Como nossas centrais já foram projetadas para funcionar a partir de combustíveis múltiplos, essa mudança de sua matriz energética poderá ser realizada com o auxílio de investimentos inferiores aos mobilizados por certos produtores de energia europeus para a conversão de suas centrais, que atualmente funcionam apenas com carvão, para biomassa. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 1 Barracão de bagaço da central Albioma Le Moule, em Guadalupe, durante a safra canavieira. 2 Funcionamento simplificado das centrais térmicas bicombustíveis da Albioma. 3 A partir de uma tonelada de cana-deaçúcar, a usina fornece 300 kg de bagaço para a Albioma que produz 120 kWh de energia elétrica para a rede interligada, bem como 450 kg de vapor para a refinaria de açúcar, suficiente para a produção de 115 kg de açúcar. 22 1 3 3 UMA NOVA TURBINA DE COMBUSTÃO A BIOETANOL Em janeiro de 2015 ocorreu a assinatura do contrato para a colocação em operação pela Albioma de uma turbina de combustão a bioetanol na Ilha de Reunião. Trata-se da primeira central desse tipo na França. Nossas equipes vão poder capitalizar a experiência adquirida com a turbina de combustão a óleo combustível de Galion (Martinica), em operação desde 2007, para fazer frente a esse novo desafio técnico. 2 23 A RIO PARDO TERMOELÉTRICA PRODUZIU 105 GWH DE ENERGIA ELÉTRICA PARA O SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL EM 2014. UM INÍCIO BEM-SUCEDIDO NO BRASIL No Brasil, a Albioma vem trazendo seu know-how e sua expertise no mundo sucroenergético, e ao mesmo tempo adaptando seu modelo ao contexto do país. Em março de 2014, a Albioma adquiriu a Rio Pardo Termoelétrica, uma unidade de cogeração situada no Estado de São Paulo. Esta unidade, que iniciou suas atividades em 2009 juntamente com a usina de cana-deaçúcar adjacente, possui equipamentos de alta performance e potência instalada de 60 MW, comparável a das outras centrais do Grupo. As equipes técnicas da Albioma colocaram sua expertise à disposição do desempenho dessa nova central para aumentar seu rendimento desde a primeira safra canavieira. Diversas operações foram realizadas para diminuir a umidade do bagaço na saída da usina, para otimizar um dos grupos turbogeradores, aumentar o rendimento da caldeira e permitir a produção de bioenergia a partir da palha de cana. Todas essas contribuições fizeram com que o desempenho inicial de 44 kWh de energia elétrica exportada para o Sistema Interligado Nacional por tonelada de cana passasse a 57 kWh por tonelada de cana ao final da safra. Em um contexto de tensão hídrica, em que a produção de hidroeletricidade é limitada, tais rendimentos elétricos constituem um complemento sustentável de eletricidade renovável ao Sistema Interligado Nacional do Brasil, que deve enfrentar uma demanda energética crescente da população e das industrias. Além dessas melhorias técnicas, a primeira safra canavieira sob a adminisALBIOMA tração da Albioma caminhou em boas condições, demonstrando uma efetiva parceria entre nossa equipe operacional e a usina de cana-de-açúcar. Em abril de 2015, a Albioma anunciou a assinatura da documentação definitiva para a aquisição de 65% das ações da Codora Energia, proprietária de uma unidade de cogeração a bagaço (48 MW) localizada no Estado de Goiás. As equipes de desenvolvimento hoje estão discutindo ativamente com vários outros produtores sucroenergéticos brasileiros buscando a aquisição de unidades existentes ou a construção de novas unidades de cogeração, confirmando o objetivo de realizar um novo projeto a cada 12 a 18 meses. A INOVAÇÃO NO CERNE DE NOSSO DESENVOLVIMENTO Em dezembro de 2014, a assinatura do contrato da central de Galion 2 na Martinica reafirmou o sucesso da concepção do novo modelo da central térmica da Albioma: o modelo bagaço-biomassa. Para Galion 2, nossas equipes técnicas projetaram uma operação com diferentes tipos de biomassa (biomassa local e biomassa importada) durante a entressafra. Esses novos combustíveis geram questões relacionadas ao controle do índice de umidade variável, movimentação, armazenamento e aos impactos nossas instalações de produção. A experiência adquirida na produção de bioenergia a partir do bagaço, bem como as diversas fases de testes em laboratório e em nossas centrais já existentes, permitirão fazer frente a esses novos desafios. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 1 Caminhão carregado de cana-de-açúcar, a caminho da usina de cana-de-açúcar associada à Rio Pardo Termoelétrica. 2 Os operadores da Rio Pardo Termoelétrica monitoram continuamente a instalação e organizam intervenções na central quando necessário. 24 ENERGIA SOLAR UMA OFERTA COMPLEMENTAR À ENERGIA VERDE O Grupo lançou-se, a partir de 2006, na produção de energia elétrica fotovoltaica, aproveitando as oportunidades que se apresentaram. 1 As baterias lítio-íon da central fotovoltaica com armazenamento fazem parte dos itens essenciais dessa central. 2 As operações de manutenção pelas equipes de energia Solar da Albioma permitem manter bons níveis de disponibilidade de nossas instalações. 3 A central fotovoltaica com armazenamento foi construída em um estabelecimento aberto ao público, durante o período de construção do centro comercial. As equipes tiveram, portanto, que contemporizar com as exigências de uma obra em que numerosas equipes trabalham ao mesmo tempo em um espaço reduzido. e m sinergia com nossa atividade de Biomassa Térmica, a construção de um parque fotovoltaico eficiente permite aumentar nossa contribuição à produção de energia elétrica renovável, como complemento da energia verde proveniente do bagaço. Com um portfólio de energia solar de 71 MW, a Albioma é um dos grandes agentes da produção de energia fotovoltaica na França. Nosso parque é composto de 50% de instalações no solo e de 50% de instalações em telhados. 80% dos parques fotovoltaicos do Grupo estão situados nos departamentos ultramarinos franceses, e se beneficiam de uma exposição ao sol em mais de 20% superior à média dos parques franceses. Nesses departamentos, a Albioma dispõe de contratos assegurados de longo prazo com a operadora de energia elétrica francesa, EDF. UM NOVO PROJETO INOVADOR: CENTRAL FOTOVOLTAICA COM ARMAZENAMENTO Em 2014, colocamos em operação nossa primeira instalação fotovoltaica com armazenamento, alinhada com nossa iniciativa de produção de energia elétrica disponível com a maior frequência possível. Essa central de 1 MW instalada no telhado de um centro comercial situado em Saint-Pierre (Ilha de Reunião) está equipada de baterias de lítio-íon que têm por finalidade eliminar as interrupções de produção durante o dia (passagens de nuvens, alteração das condições meteorológicas). A Albioma venceu uma licitação da Comissão de Regulação da Energia francesa (CRE) de outra central com armazenamento, desta vez em solo, com uma potência de 2 MW, que será construída na Guiana Francesa. 1 25 2 ENTREVISTA Karim Hallimo, Engenheiro de projeto A construção da central com armazenamento foi mais complexa que a das outras centrais, porque ela está implantada sobre o telhado de um estabelecimento que recebe público. Em termos operacionais, ela necessita de uma presença no local de no mínimo uma a duas horas por dia para analisar cada um dos dispositivos essenciais. Nós prestamos particular atenção ao interruptor da bateria, cuja indisponibilidade torna impossível o início da produção de energia elétrica, porque ele realiza a transferência de energia entre os painéis e a bateria, e depois entre a bateria e o conversor. Nós monitoramos também de perto o conversor, a unidade refrigeradora e, obviamente, as previsões meteorológicas que podem alterar significativamente o perfil de nossa produção de energia elétrica diária. O sucesso desse projeto está baseado no trabalho colaborativo realizado em conjunto com as equipes operacionais da Ilha de Reunião, cuja experiência e assiduidade no canteiro foram essenciais para o cumprimento dos prazos de colocação em operação e de início das atividades da instalação. » 3 ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 26 COLETAR OS RESÍDUOS AGRÍCOLAS 1 METANIZAR ESSES RESÍDUOS PARA PRODUZIR ENERGIA COGERADOR Biogaz Energia elétrica Produtos agrícolas CALOR UNIDADE DE METANIZAÇÃO Lamas e lodos do digestor Cereais Estrume Subproductos agricolas ESPARGIMENTO REGRESSO À TERRA A ALBIOMA POSSUI EM 2014 TRÊS CENTRAIS DE BIOMETANIZAÇÃO EM OPERAÇÃO 2 Mw TIPER 0,5 Mw CAP’TER 0,5 Mw SAIN’TER 2 27 BIOMETANIZAÇÃO AUMENTANDO NOSSA PARCERIA COM A INDÚSTRIA SUCROENERGÉTICA A metanização é um processo de produção de bioenergia a partir de resíduos orgânicos, em particular de origem agrícola, para a produção combinada, de biogás proveniente da decomposição biológica das matérias orgânicas em meio confinado sem oxigênio, por um lado, e de lamas e lodos de digestores, de outro, utilizáveis no estado bruto ou após processamento, como fertilizante. A metanização agrícola consiste em produzir bioenergia a partir de subprodutos provenientes da agricultura ou da agroindústria – estrumes, chorumes, sub produtos vegetais e resíduos das indústrias agroalimentares. Ela representa 52% das fontes de produção de biogás na Europa, e é o motor propulsor do crescimento do mercado de biogás na França. Depois de produzido, o biogás pode ser injetado diretamente na rede de transporte de gás, ou queimado em motores para produzir energia elétrica e aproveitar o calor produzido pelos motores. TRÊS UNIDADES PIONEIRAS EM OPERAÇÃO As três primeiras unidades de biometanização da Albioma, todas elas situadas na região oeste da França, estavam em operação em 2014: TIPER (2 MW), CAP’TER (0,5 MW) e SAIN’TER (0,5 MW). O aumento da potência dessas centrais, cuja tecnologia é nova não apenas para a Albioma mas também para ou-tros produtores franceses, foi mais demorado do que inicialmente previsto. Ao contrário do modelo alemão de metanização agrícola, as unidades francesas não podem recorrer de forma intensiva às culturas ALBIOMA energéticas (particularmente o milho). Esses abastecimentos consideráveis em cereais permitem que os digestores alemães obtenham rendimentos superiores, além de serem beneficiados por tarifas muito favoráveis. Atualmente as equipes da Methaneo trabalham para atingir um nível de domínio do processo de produção de biogás que permita uma otimização industrial completa. Durante essa fase de validação do modelo industrial da biometanização, o desenvolvimento de outras unidades de metanização agrícola coletiva foi temporariamente suspenso. NOVAS PARCERIAS COM OS PRODUTORES SUCROENERGÉTICOS A indústria sucroenergética produz resíduos líquidos além do bagaço: o melaço e a vinhaça. Esses subprodutos apresentam características que os tornam adequados para a metanização, a fim de maximizar a produção de energia a partir de substâncias que não são aproveitadas atualmente. Com a experiência da Methaneo, a Albioma adquire uma expertise que lhe permitirá enriquecer sua oferta de parceria de alta eficiência energética com o setor sucroenergético. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 1 A biometanização na Albioma baseia-se em um circuito de troca com os agricultores para produzir energia renovável que contribui para a transição energética dos territórios. 2 No interior da unidade TIPER, o biogás é aproveitado para produzir vapor que é fornecido, de um lado, a uma empresa agroindustrial e, de outro, transformado em energia elétrica. 28 ALBIOMA, UMA EMPRESA RESPONSÁVEL 29 ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 30 GOVERNANÇA A EFICIÊNCIA NO CENTRO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Uma governança corporativa efetiva é um dos principais eixos da responsabilidade social do Grupo. O Conselho de Administração e seus Comitês especializados têm funções fundamentais na estratégia de desenvolvimento sustentável. 34 REUNIÕES DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E DOS COMITÊS ESPECIALIZADOS EM 2014 (21 EM 2013), DAS QUAIS 10 REUNIÕES DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E 11 REUNIÕES DO COMITÊ DE COMPROMISSOS E DE ACOMPANHAMENTO DAS OPERAÇÕES O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: to das Operações, presidido por Michel Bleitrach, ga- COMPETÊNCIAS DE ALTO NÍVEL AO SERVIÇO rante o acompanhamento operacional das atividades DE TODAS AS PARTES INTERESSADAS do Grupo e prepara as decisões do Conselho de DA ALBIOMA Administração quando este é solicitado a autorizar O Conselho de Administração garante o controle investimentos estratégicos; e o acompanhamento permanente das atividades, • O Comitê de Auditoria, das Contas e dos Riscos, e determina, em estreita colaboração com a Diretoria presidido por Daniel Valot, prepara a revisão das de- Geral, as orientações estratégicas do Grupo. Sua monstrações financeiras, desempenha um papel composição é determinada não apenas pelas melho- preponderante para o monitoramento da eficiência res práticas do Código de Governança Corporativa do sistema de controle interno e de gestão de riscos de Companhias Listadas (Código AFEP/MEDEF), do Grupo; mas também pelo ambiente complexo das ativida- • O Comitê das Nomeações e Remunerações, presi- des do Grupo. É constituído por cinco Membros in- dido por Michèle Remillieux, prepara as deliberações dependentes, incluindo duas mulheres, junto com do Conselho de Administração relativas à remunera- três representantes da Apax Partners, principal acio- ção dos Diretores da Empresa, à composição nista da Albioma e, ainda, o Presidente e Diretor-Ge- do Conselho de Administração e à Governança Cor- ral da Albioma. porativa; O Regulamento Interno do Conselho de Administra- • O Comitê de Responsabilidade Social e Ambiental ção e o Código de Ética do Administrador definem da Empresa, presidido por Myriam Maestroni, de- regras éticas rigorosas, que devem ser observadas sempenha um papel essencial na condução da es- por cada Membro como consequência de sua no- tratégia de desenvolvimento sustentável do Grupo, meação. acompanhando a Diretoria Geral em seus trabalhos nas áreas sociais, ambientais, e quanto aos desafios ORIENTAÇÃO CONSTANTE DE QUATRO relacionados com a ética. COMITÊS ESPECIALIZADOS Para garantir o mais alto nível de independência de Os trabalhos do Conselho de Administração são pre- cada um desses Comitês, estes incluem dois Mem- parados por quatro Comitês especializados, com- bros independentes (um dos quais é Presidente do postos de seus Membros: Comitê) e um representante do principal acionista do • O Comitê de Compromissos e de Acompanhamen- Grupo. 31 O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EM 2014 Jacques Pétry, Edgard Misrahi, Presidente e Diretor-Geral • 61 anos de idade, ex-Presidente e Diretor-Geral da Suez Environment e ex-Presidente do Conselho de Supervisão da Idex • Ingressou na Albioma em 2011 Representante permanente da empresa Financière Hélios, exercendo as funções de Membro do Conselho de Administração, do Comitê de Compromissos e de Acompanhamento das Operações e do Comitê das Nomeações e Remunerações • 61 anos de idade, Presidente e Diretor-Geral da Apax Partners Midmarket • Ingressou na Albioma em 2010 Michel Bleitrach, Membro independente do Conselho de Administração, Vice-Presidente do Conselho de Administração, Presidente do Comitê de Compromissos e de Acompanhamento das Operações, membro do Comitê de Auditoria, das Contas e dos Riscos. • 69 anos de idade, ex-Presidente e Diretor-Geral da Keolis e ex-Presidente da empresa-matriz da Saur, Presidente do Conselho de Supervisão da Vincipark • Ingressou na Albioma em 2006 Jean-Carlos Angulo, Membro independente do Conselho de Administração, membro do Comitê de Compromissos e de Acompanhamento das Operações, membro do Comitê de Responsabilidade Social e Ambiental da Empresa • 66 anos de idade, Diretor-Geral Adjunto e Conselheiro do Presidente do grupo Lafarge, ex-Diretor-Geral da Lafarge para o Cone Sul da América Latina • Ingressou na Albioma em 2013 Patrick de Giovanni, Membro do Conselho de Administração, membro do Comitê de Auditoria, das Contas e dos Riscos, membro do Comitê da Responsabilidade Social e Ambiental da Empresa. • 70 anos de idade, Diretor Associado da Apax Partners • Ingressou na Albioma em 2005 56% DE MEMBROS INDEPENDENTES UMA TAXA MÉDIA DE PRESENÇA SUPERIOR A 90% Myriam Maestroni, Membro independente do Conselho de Administração, Presidente do Comitê de Responsabilidade Social e Ambiental • 54 anos de idade, Presidente e fundadora da empresa Economie d’Energie (filial da empresa SHV Energie), ex-Diretora Geral e Executiva das empresas Primagaz e SHV Gas • Ingressou na Albioma em 2011 MÉDIA DE IDADE: 65 anos Michèle Remillieux, Membro independente do Conselho de Administração, Presidente do Comitê das Nomeações e Remunerações • 69 anos de idade, ex-Diretora Geral Delegada do grupo Hay Group France • Ingressou na Albioma em 2013 Maurice Tchenio, Membro do Conselho de Administração • 72 anos de idade, Presidente e Diretor-Geral da empresa Apax Partners, bem como Presidente e Diretor-Geral da empresa Altamir Gérance (Sócio Administrador da Altamir) • Ingressou na Albioma em 2011 Daniel Valot, Membro independente do Conselho de Administração, Presidente do Comitê de Auditoria, das Contabilidade e dos Riscos e Membro do Comitê das Nomeações e Remunerações • 71 anos de idade, ex-Presidente e Diretor-Geral da empresa Technip, membro honorário da Cour de Comptes (tribunal de contas) • Ingressou na Albioma em 2013 AS EVOLUÇÕES EM 2015 Myriam Maestroni e Patrick de Giovanni não solicitaram a renovação de seus mandatos como Membros do Conselho de Administração, os quais se encerraram por ocasião da Assembleia-Geral de 28 de maio de 2015. O Conselho de Administração examinou a candidatura de dois novos Membros do Conselho de Administração, cuja nomeação foi submetida à aprovação dos acionistas: • Marie-Claire Daveu, 44 anos, Diretora de Desenvolvimento Sustentável e de Negócios Institucionais e Internacionais do grupo Kering substituirá a Myriam Maestroni na presidência do Comitê de Responsabilidade Social e Ambiental; • Franck Hagège, 41 anos, o Diretor Associado da empresa Apax Partners Midmarket assumirá a função de Patrick de Giovanni, e representará, ao lado de Edgard Misrahi e Maurice Tchenio, os principais acionistas do Grupo; ele participará do Comitê de Auditoria, das Contas e dos Riscos, e do Comitê de Responsabilidade Social e Ambiental da Empresa. ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 32 CICLO DE CARBONO O carbono se encontra em todos os lugares da Terra: nos oceanos, no solo, na biosfera e na atmosfera. A quantidade de CO2 contida na atmosfera estará em equilíbrio enquanto o fluxo de entrada de CO2 for de igual tamanho ao do fluxo de saída. O consumo de biomassa em nossas centrais libera CO2 para a atmosfera, o qual será capturado pelas plantas, garantindo seu desenvolvimento e mantendo o ciclo de carbono equilibrado. O bagaço utilizado pela Albioma é um resíduo da indústria sucroenergética que, na ausência de queima e produção energética, se decompõe-se naturalmente e produz CO2 e metano, sendo o potencial de aquecimento global deste último 25 vezes superior ao do CO2. Considerando que a energia produzida desta forma substitui a energia que teria sido produzida utilizando combustíveis fósseis importados, especialmente nos territórios franceses insulares, podemos constatar os benefícios imediatos em termos de emissão de CO2 e da luta contra a mudança climática. 1 Quando a biomassa é usada para a produção de bioenergia, a mesma libera CO2 o qual é reaproveitado pela planta para seu desenvolvimento. CO2 ENTREVISTA CO2 CH4 Quando a biomassa se degrada naturalmente, a degradação do CO2 e do CH4, representam uma contribuição ainda mais importante para o efeito de estufa. Lauriane Mietton Engenheira agrônoma – responsável pelos projetos de biomassa (Terragen, Ilha Maurício) Este ano realizamos testes em pequena escala tanto para a colheita da palha como para os testes de combustão da caldeira. 2 3 Inicialmente, estamos focados na colheita nas áreas mecanizadas pertencentes à usina de cana-de-açúcar Terra, associada à Terragen. Se o projeto de enriquecimento de palha funcionar adequadamente, então expandiremos a colheita para outras grandes plantações mecanizadas e, finalmente, poderemos verificar se o modelo poderá ser reproduzido em plantações menores, não mecanizadas. Em relação à caldeira, fizemos testes incorporando 10% de palha ao bagaço. Fazendo o monitoramento da combustão a partir da sala de controle, foi possível constatar que a palha se comportava da mesma forma que o bagaço. No entanto, devido a sua menor densidade, a palha apresenta restrições quanto aos sistemas de alimentação da caldeira, que foram concebidos para trabalhar com bagaço. Assim, devemos determinar a quantidade adequada de palha a ser incorporada ao bagaço para otimizar as restrições físicas das instalações. Quando todos os testes estiverem validados, especialmente os das operações de preparação dos fardos de palha antes da mistura com o bagaço, teremos um modelo a ser reproduzido nas demais centrais termelétricas. » 33 ENERGIAS RENOVÁVEIS CONTRIBUINDO PARA A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA Desde 2012, a Albioma tem implantado sua nova estratégia corporativa baseada no desenvolvimento de projetos de produção de bioenergia com alta eficiência energética a partir de diferentes fontes de biomassa, em complementação ao bagaço. E sta estratégia representa uma resposta tangível aos objetivos da lei francesa de transição energética, bem como àquela dos territórios franceses atendidos pelo Grupo. De fato, cada departamento ultramarino francês tem como objetivo incluir 50% de energias renováveis em sua matriz de geração de energia elétrica até 2020. A Albioma escolheu duas vias para contribuir para esta transição energética: revolucionar seu modelo de bagaço / carvão, e desenvolver novas centrais 100% renováveis Som. O modelo histórico, de bagaço / carvão, das centrais térmicas da Albioma é de natureza flexível, e permite a utilização de novos tipos de biomassa sem realizar alterações significativas em nossas instalações. Desde 2013, a central de Albioma Le Gol realiza testes de processamento de resíduos verdes coletados localmente e disponíveis durante o ano inteiro. Os resultados conclusivos destes testes representam uma oportunidade de substituir parte do carvão consumido pela central fora da época da safra canavieira. Fiel a sua posição de parceira-chave da indústria sucroenergética e do etanol, o Grupo testou, em 2014, na central da Terragen, o proALBIOMA 1 Ao dar prioridade à biomassa em suas centrais térmicas, a Albioma contribui positivamente para a regulação do ciclo de carbono na atmosfera. 2 A palha de cana-de-açúcar foi compactada em fardos para facilitar seu transporte para a central da Terragen. 3 Palha de cana-de-açúcar deixada nos campos nas proximidades da Central Termoelétrica de Rio Pardo. cessamento de parte da palha de cana-de-açúcar que tradicionalmente é deixada nos campos. Esta alternativa à utilização de carvão permitirá economizar aproximadamente 10.000 toneladas de carvão por ano, e diminuir a pegada de carbono de nossas atividades de geração de energia. As conclusões positivas da fase de testes industriais foram decisivas para a aprovação de um investimento que deverá estar em condições operacionais logo a partir da safra de cana-de-açúcar de 2015. Nossas equipes de Maurício também irão examinarão a possibilidade de disponibilizar este combustível nas outras centrais térmicas da ilha. Paralelamente aos esforços dedicados à substituição progressiva do carvão em nossas centrais térmicas já existentes, os novos contratos de venda de energia anunciados pela Albioma em 2014 contribuirão para aumentar a fração de energias renováveis em nossa produção de energia elétrica. As atividades e o desenvolvimento da Albioma contribuirão desta forma para o objetivo de limitação do aquecimento climático global defendido na COP21, organizada em Paris em 2015. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 41% DE ENERGIA RENOVÁVEL EM NOSSA PRODUÇÃO DE 2014 1,9M MILHÕES DE TONELADAS DE BIOMASSA PROCESSADA NO GRUPO EM 2014 AMBIÇÃO: 80% DE ENERGIA RENOVÁVEL NA PRODUÇÃO DA ALBIOMA ATÉ 2023 34 CULTURAS ENERGÉTICAS Céline Chartol Responsável pelos Estudos de Biomassa, Énergie de Martinique ENTREVISTA As culturas energéticas são plantas cultivadas com a finalidade de produzir energia, que poderão ser plantas com safra anual (do tipo do sorgo), plantas perenes (do tipo miscanto) ou para serem cortadas após curtos períodos de tempo (do tipo eucalipto). Qual é o valor agregado que pode ser desenvolvido pelas culturas energéticas dos agricultores da Martinica? As culturas energéticas podem fornecer soluções para determinadas dificuldades dos agricultores, sem causar abandono nem ameaçar as culturas alimentícias. O desafio consiste em integrar essas culturas aos sistemas de produção já existentes. A inserção de plantações com safra anual, como o sorgo, entre as culturas de banana ou de melão, resultará em receitas adicionais para os agricultores durante um período durante o qual o solo geralmente não é utilizado, diminuindo ao mesmo tempo os fenômenos de lixiviação e de agressão por determinadas pragas. Também é possível introduzir essas culturas em terrenos raramente ou nunca usados por sistemas agroflorestais sustentáveis. À produção animal ou culturas de cacau incentivadas pelo Parque Natural Regional da Martinica, poderá ser associado o plantio de árvores para fins energéticos. Os agricultores da Martinica sabem que o uso sistemático de soluções químicas representa uma solução apenas parcial, temporária e dispendiosa para seus problemas operacionais. Com nossas experiências realizadas in vivo, pretendemos demonstrar que as culturas energéticas podem ser uma solução de longo prazo. » Estas culturas podem ser implantadas em terras em pousio, em terrenos degradados ou poluídos, ou em coabitação com outras atividades agrícolas (em pastagens ou pomares). Isto permitirá atender a questões relacionadas ao desenvolvimento de energias renováveis locais, sem competir com as culturas alimentícias. EXPERIMENTAÇÃO DO SORGO No contexto do abastecimento em biomassa local da futura central a biomassa Galion 2, a Albioma e a SAEML(1) Énergie de Martinique (constituída em julho de 2013 por iniciativa da região da Martinica) lançaram um programa de estudos sobre o desenvolvimento de culturas energéticas na Martinica com o objetivo de caracterizar esses tipos de culturas nos planos agronômico (rendimentos), ambiental (impacto sobre os solos), econômico (custo de implantação e de colheita) e territorial (aceitabilidade e integração nos sistemas de cultura atuais). 1 PLANTIO preparação do solo, semeadura, fertilização COLHEITA roçado, secagem no terreno, amarração, armazenamento no perímetro do terreno Neste contexto, os testes em campos de cultura de sorgo – fibra estão em andamento com agricultores voluntários. Esta planta anual cresce em 3 – 4 meses, e pode ser plantada em terras aráveis deixadas em pousio entre dois ciclos de cultura de banana. (1) Empresa Anônima de Economia Mista Local. TRANSPORTE por caminhão, em fardos (plataformas) ou a granel (caminhões basculantes) MOVIMENTAÇÃO NA CENTRAL recepção, estocagem, trituração, alimentação da caldeira 2 35 DESAFIOS PROMOVENDO NOVAS INDÚSTRIAS DE BIOMASSA e m complemento ao bagaço produzido pelas usinas de cana-de-açúcar, a Albioma desenvolve novas fontes locais de abastecimento de combustível de biomassa, tais como a palha de cana-de-açúcar, a parte não enriquecida do bagaço das destilarias, as talhadias sob alto fuste, a fração não fermentável dos resíduos verdes ou as culturas energéticas sem conflitos de usos. A produção de bioenergia a partir dessa biomassa produzida localmente requer o desenvolvimento de novos canais que permitam a alimentação das instalações de produção de energia com um combustível que atenda a especificações técnicas determinadas. ALBIOMA Numerosas atividades devem ser assim criadas ou desenvolvidas para produzir e transportar esse combustível até as instalações de produção: plantação, colheita, triagem, secagem, moagem, estocagem, transporte. Esses novos canais apresentam numerosas oportunidades para os territórios envolvidos: criação de empregos, enriquecimento e produção de bioenergia a partir de biomassa hoje considerada como resíduos, receitas suplementares para os canais agrícolas e florestais, redução das importações de combustível fóssil e das emissões de CO2 associadas. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 1 A cadeia de valor dos canais de produção de biomassa local está dividida em quatro segmentos: a plantação, a colheita, o transporte e a manutenção na central. 2 Abastecimento de biomassa resultante de culturas energéticas. 36 ECOLOGIA INDUSTRIAL OTIMIZANDO A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Para a Albioma, a ecologia industrial ou a economia circular - termo cada vez mais comum na Europa - não é um simples modismo ou slogan para “comunicação verde”. 1 As quatro estratégias de ação da ecologia industrial ajudam a promover um modelo de produção sustentável. 2 Os primeiros trabalhos realizados pelas equipes da Albioma na Rio Pardo Termoelétrica consistiram em aumentar a eficiência energética da instalação. Assim, desde o primeiro ano de operação, a central produziu mais energia a partir de uma tonelada de bagaço. (1) Vers une écologie industrielle [para uma ecologia indústrial] – Editora Charles Léopold Mayer 2004. (2) O Brasil é o principal produtor mundial de açúcar de cana. n ossa atividade e nosso desenvolvimento se baseiam em uma visão decididamente centrada nas quatro estratégias de ação da ecologia industrial, formalizadas pelo professor Suren Erkman(1). Assim, não nos contentemos simplesmente em conduzir a maioria de nossas atividades térmicas em simbioses com parceiros locais (estratégia de relacionamentos), ou de desenvolver o uso de uma energia descarbonizada (estratégia de equilíbrio), mas consideramos também crucial o melhor uso de fontes de energia primária que nós utilizamos, bem como a redução das perdas dissipadoras (estratégias de intensificação e de estanquidade). Este objetivo de uso o mais eficiente possível de nossas energias primárias – tanto as renováveis, quanto as não renováveis – , envolve tanto nossas instalações existentes quanto nossas futuras unidades. O desempenho de nossas instalações existentes, fruto de uma longa experiência industrial, é refletido principalmente na quantidade de quilowatts- hora exportados para a rede interligada, por tonelada de cana-deaçúcar processada por nossas usinas parceiras. Essa capacidade de tirar o máximo proveito do poder calorífico do bagaço contribui significativamente para o interesse demonstrado pelas usinas de cana-de-açúcar no Brasil no modelo de negócios da Albioma no país(2). Assim, em poucos meses de operação da central de cogeração Rio Pardo pela Albioma , nossas equipes conseguiram melhorar em 30% a exportação de KWh por tonelada de cana. Os comitês de desempenho, iniciados em 2013, alcançaram sua velocidade de cruzeiro em 2014. Favorecendo notadamente a transferência de boas práticas entre as várias unidades, esses comitês permitem estruturar as pistas de progresso em torno de um ciclo de melhoria contínua. Essa busca permanente por melhoria do desempenho não se limita à nossa atividade térmica. Ela envolve também nossas unidades fotovoltaicas. Nós colocamos em operação, na Ilha de Reunião, em 2014, nossa primeira central fotovoltaica com armazenamento de energia, o que permite com- 37 ESQUEMA DA ECOLOGIA INDUSTRIAL 1 ENTREVISTA Estanquidade « Suren Erkman, Professor do Instituto para a Comunicação das Ciências e Tecnologias de Genebra Como a ecologia industrial se aplica aos territórios insulares? Fechar Intensificar As ilhas representam ótimos contextos para se pôr em prática a ecologia industrial. Numa ilha, não podemos blefar porque somos confrontados com limites físicos, em termos de recursos e de poluentes, ao mesmo tempo. São laboratórios do que está acontecendo em escala global. Por exemplo, a ilha Maurício, na qualidade de pequeno Estado insular, particularmente vulnerável à degradação ambiental e aos efeitos da alteração climática, concebeu o projeto Maurício, Ilha Sustentável, cujo objetivo é torná-la em um modelo de desenvolvimento sustentável. » « Como a Albioma pode avançar no campo da ecologia industrial? Equilibrar Complementar a cogeração do bagaço pelo desenvolvimento de unidades de metanização, permitindo produzir bioenergia a partir das vinhaças e dos melaços da usina de cana-de-açúcar enquadra-se na ecologia industrial. A Albioma poderá ir ainda mais longe, recuperando o CO2 que habitualmente é liberado no ar na saída dos metanizadores. Não devemos esquecer que o CO2 tem valor e pode ser utilizado, seja em um processo, seja como agente físico. Uma das constantes da ecologia industrial consiste em sempre imaginar soluções para valorizar as coisas que à primeira vista parecem sem valor. » pensar as baixas de carga ligadas às variações do nível de raios solares, e garantir assim a regularidade da energia distribuída na rede. Como havíamos informado em nosso relatório anterior, lançamos a concepção de duas novas centrais na Martinica e em Marie-Galante. Nosso objetivo era reduzir em 10% o consumo de energia primária das novas centrais em relação à energia de nossa mais recente unidade (Albioma Caraïbes, colocada em funcionamento em 2011). Era um objetivo ambicioso, mas os trabalhos que empreendemos em 2014 relativos à concepção das caldeiras nos confortam na expectativa dos 10% de melhoria do desempenho. Também iremos construir uma central de ponta na Ilha de Reunião, baseada em uma turbina de combustão alimentada com etanol. Infelizmente, o ambiente insular e as exigências de sua rede em termos de frequência e de rapidez de partida, não permitem instalar um ciclo combinado com a recuperação do calor perdido. Entretanto, nós selecionamos a turbina de combustão disponível no mercado que apresenta o melhor rendimento nesta faixa de potência. ALBIOMA RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 2 38 1 ENTREVISTA Daniel Audoubert, Diretor de Projetos e Novas Obras- Albioma Antes de tratar os efluentes líquidos, como poderemos reduzir primeiro seu volume ao máximo? « « A configuração técnica das nossas unidades não permite alcançar uma situação de zero resíduos. Apesar disso, existe um objetivo real das unidades de economizar água, particularmente através dos projetos de reciclagem de água industrial, tratada ou não. As águas de chuvas passam a ser recicladas, mediante condições determinadas e após o tratamento. » Em que consistem os tratamentos dos efluentes líquidos implantados em 2014? Como não podemos eliminar os resíduos líquidos, devemos tratá-los. Para atender a todos os valores-limite de emissão aplicáveis, implantamos a separação e tratamento de efluentes líquidos industriais, águas pluviais e lamas extraídas dele. Todos os dias, nós inspecionamos especialmente o pH, a concentração média, bem como o fluxo diário dos sólidos em suspensão que caracterizam os poluentes (ou resíduos) líquidos. Com os novos métodos de tratamento, os sólidos em suspensão decantam rapidamente após a floculação e, se necessário, o pH será ajustado antes da sua descarga no ambiente natural Tivemos algumas surpresas no primeiro mês de funcionamento das instalações, incluindo na central de Albioma Bois-Rouge, onde percebemos que os efluentes são carregados com “areia” (cinza / escória). Nós vamos adicionar alguns desaneradores no início do processo para evitar o entupimento e danos nos circuitos de tratamento. Este dispositivo deverá provavelmente ser estendido a todos os circuitos de tratamento. » 2 39 AMBIENTE AÇÃO POSITIVA NOS IMPACTOS AMBIENTAIS Nossas atividades são conduzidas em ecossistemas que são específicos a cada uma de nossas instalações. Nossa forte presença nas ilhas nos torna particularmente ligados ao bom funcionamento e ao bom equilíbrio de nossas interdependências com os outros elementos que constituem esses ecossistemas. e m matéria de meio ambiente, nossas ações estão baseadas na compreensão e na análise de nossos impactos, na conformidade às regulamentações, e em um processo de melhoria contínua em matéria de redução de nossas emissões e de gestão de recursos. Em 2014, concentramos nossos esforços nas principais centrais térmicas, implantando um pesado programa de investimentos destinado a melhorar a qualidade de nossos resíduos líquidos e gasosos. A ÁGUA A maioria de nosso consumo de água provém de nossa atividade térmica. A água é principalmente utilizada em torres de resfriamento, destinadas à eliminação do calor residual, após a condensação do vapor necessário para a produção de energia elétrica. Estas ocupam, de longe, o primeiro lugar do consumo de água nas centrais térmicas. A fim de diminuir este consumo, nós equipamos nossas novas centrais com ALBIOMA aerocondensadores. Assim, a central da Albioma Caraïbes consumiu, em 2014, apenas 0,72 litro/kWh de água industrial, ante 2,84 da sua vizinha Albioma Le Moule. Os outros pontos de consumo dizem respeito à água destinada ao circuito de vapor, a extração de escórias, a umidificação das cinzas, lavagens diversas e, marginalmente, às águas para efluentes e fins sanitários. Nós fixamos como primeiro objetivo a ser atingido em nossas centrais térmicas um consumo máximo de 3 litros/kWh. Esse objetivo foi alcançado em 2014, com um consumo médio de nossas centrais de 2,07 litros/kWh. Paralelamente às ações que visam reduzir nosso consumo de água, que devem ainda continuar, implantamos na Ilha de Reunião, no fim do ano de 2014, novos equipamentos de separação de redes e de tratamento dos efluentes industriais e das águas pluviais poluídas. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 1 As torres de resfriamento da Albioma Le Moule representam o principal polo de consumo de água da central. 2 Todas as chaminés das centrais da Albioma são equipadas com tratamento de fumaças que permitem respeitar os limites regulamentares de emissões. 40 1 A fornalha da Albioma Caraïbes, que alcança temperaturas da ordem de 1000°C, é o local onde o carvão é consumido para produzir calor. 2 Depois de ter sido consumido na fornalha da caldeira, o carvão é transformado em subprodutos de combustão (cinzas e escórias), pobres em carbono. 3 As temperaturas registradas na fornalha, bem como a radiação devida à combustão, necessitam do uso de equipamentos de proteção individual, adaptados para os operadores que trabalham na caldeira. O AR A combustão de carvão e de biomassa gera uma poluição gasosa sob a forma de dióxido de enxofre (SO2), de óxidos de nitrogênio (NOx), de partículas finas, resíduos de não-queimados e de metais pesados. A emissão destes poluentes está limitada por nossas licenças de operação. Em cada uma de nossas centrais, os três principais parâmetros são seguidos por uma medição contínua, cuja análise de conformidade é transmitida mensalmente às autoridades. O nível de emissão dos elementos menores é medido periodicamente por um órgão independente credenciado. Enfim, nossas atividades térmicas não são fonte de emissões de dioxinas e de furanos, mas são, apesar disso, objeto de uma medição de controle todos os anos. O monitoramento da operação adequada de nossas operações é complementado pela medição contínua dos parâmetros de combustão, incluindo principalmente o óxido de carbono e oxigênio. Além desses controles de emissão, nós realizamos medições de deposições atmosféricas que, se não dizem respeito apenas aos poluentes emitidos por nossas instalações, permitem verificar a ausência de impacto significativo em nosso ambiente próximo. Em 2014, nós complementamos essa atividade de compreensão e de análise de nossos impactos com a realização de estudos de avaliação de riscos sanitários sobre as populações vizinhas de nossas instalações. As partículas emitidas pela combustão são objeto de três etapas de captação, sendo a última por separação eletrostática. Nossos eletrofiltros permitem alcançar valores de emissão muito baixos. Infelizmente fomos afetados, em 2014, por uma avaria em um desses eletrofiltros em nossa central de Bois Rouge na Ilha de Reunião, que acarretou em uma emissão anormal visível de partículas na chaminé. Nossas equipes foram, obviamente, mobilizadas para corrigir essa avaria passageira. Estão em curso modificações no circuito de fumaças a fim de melhorar também o controle de nossas emissões de partículas. O importante programa de investimentos, cujo estudo foi feito durante todo o ano de 2014, é principalmente destinado a reduzir nossas emissões de dióxido de enxofre e de óxidos de azoto. Ele permite em especial nos antecipar na regularização conforme os novos valores limites de emissão fixados pela recente diretriz europeia sobre as emissões industriais. A última etapa, que envolve os tratamentos posteriores de fumaças, que serão instalados, consiste em filtros de sacos que protegerão no futuro as centrais de todas as novas avarias eventuais de um eletrofiltro. OS RESÍDUOS Os subprodutos de combustão de carvão e de biomassa, sob a forma de cinzas e de escórias, representam os principais resíduos sólidos de nossas atividades. Por esta razão, elas foram objeto, desde o início de 2013, de uma atenção reforçada que visa, por um lado, eliminar seu impacto ambiental, e, por outro, desenvolver soluções para sua reciclagem. Seu uso no futuro, como matérias primas para determinadas atividades, em especial na construção, permitirá uma diminuição de recursos importados ou extraídos localmente, de particular interesse no contexto insular de nossas principais instalações. Nós finalizamos durante o primeiro semestre nossos trabalhos de caracterização das diferentes qualidades de cinzas e de escórias produzidas por nossas centrais. Esses trabalhos visavam melhorar o conhecimento de nossos subprodutos e analisar seu comportamento em relação às diferentes referências normativas e regulamentares. A lista dos parâmetros estudados foi muito grande, cobrindo notadamente testes de lixiviação (extração com água), a ausência de impacto no subsolo e de impacto hidrogeológico em condições de armazenamento, a estabilidade biológica ou a ausência de impacto radiológico nos termos da regulamentação sobre a radioatividade natural tecnologicamente reforçada. Os resultados positivos de todos esses estudos permitiram hierarquizar os setores, em especial em termos de prazos de implantação. Na expectativa da concretização de novos canais de enriquecimento, nós decidimos privilegiar o armazenamento nas instalações dedicadas aos materiais inertes, apresentando a vantagem de ser regularmente controlados. 41 3 1 2 ENTREVISTA 46% DE SUBPRODUTOS DA COMBUSTÃO DE CARVÃO PROCESSADOS EM 2014 4,3M€ INVESTIDOS NA PREVENÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS EM 2014 570 gCO /kWh PRODUZIDOS EM 2014 ALBIOMA 2 « Pierre Szymanski Engenheiro de processos Os últimos Estudos de Riscos Sanitários (ERS) em nossas instalações datam dos anos 2010, ou seja, alguns anos depois de nossas terceiras unidades entraram em operação. Esses estudos de riscos permitem completar os processos de pedido de autorização para a operação de uma instalação classificada para a proteção do meio ambiente (DAE ICPE) que inclui estudos sobre o ambiente e a saúde. De fato, os primeiros anos de funcionamento das instalações permitem garantir que as modelizações realizadas no processo de licenciamento sejam realmente coerentes com as emissões reais ou, pelo menos, que os impactos tenham sido corretamente apreendidos. A metodologia dos estudos de riscos evoluiu consideravelmente a partir de 2013 sob a influência dos institutos sanitários (InVS ou INERIS). Os numerosos trabalhos científicos relativos aos aspectos sanitários permitem cobrir um maior número de espécies poluentes e detectar sintomas até então não detectáveis, constituindo uma garantia de proteção do meio ambiente e, também, das populações que residem nas áreas de deposições dos poluentes. Além disso, em consequência dos investimentos realizados no âmbito da adequação à diretriz europeia IED (Industrials Emissions Directive), a diminuição de nossas emissões nos conduziu à atualização de nossos estudos de riscos sanitários (ERS). Hoje, as ferramentas e os dados disponíveis permitem uma precisão cada vez maior, mas, entretanto, o objetivo dos ERS é cobrir de forma abrangente todos os riscos possíveis. Por exemplo, fatores de incerteza são utilizados para garantir que todas as pessoas, mesmo as mais sensíveis, sejam realmente levadas em conta nos estudos de riscos sanitários. Assim, a nova metodologia dos ERS insiste no maior limite das hipóteses e dos cálculos de riscos para determinar as áreas mais expostas, e definir então o monitoramento adequado para ter a certeza de controlar os riscos da melhor maneira possívels. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 » 42 1 Ingrid Bourane Responsável pela QualidadeSegurança-Ambiente da Albioma Bois-Rouge ENTRE1 VISTA A Albioma Bois-Rouge é uma unidade com certificação ISO 14001, ISO 9001 e ILO OSH 2001 desde dezembro de 2012. O processo de certificação levou à alteração de uma grande quantidade de itens bastante relevantes nesta unidade. Foram realizadas marcações no solo, instalados sinais de tráfego e de circulação, demos maior destaque para as áreas de risco e, paralelamente, foram realizados investimentos significativos. Atualmente, quando alguém entra nas instalações, não terá nenhuma dúvida sobre seu caráter industrial, sendo advertido sobre os riscos aos quais estará exposto. 2 A percepção do risco mudou graças à implantação de treinamento, procedimentos e comunicações internas, bem como através de planos de prevenção mais abrangentes realizados com cada um de nossos subcontratados. No entanto, após dois anos de certificação, estabeleceu-se uma certa rotina, o que nos dá a impressão de que as questões da segurança foram resolvidas de uma vez por todas. A experiência nos mostra que, no que se refere à segurança, nunca é possível descansar em função dos resultados alcançados. A segurança deve passar a ser nossa segunda natureza, e deve fazer parte de nossas vidas diárias, para que a consciência do risco seja onipresente. Esta é a única forma de reduzir os acidentes em nossas unidades. » 24 h DE TREINAMENTO POR FUNCIONÁRIO EM 2014, DAS QUAIS 3 11 h DEDICADAS À SEGURANÇA 43 RESPONSABILIDADE SOCIAL SER UMA EMPRESA CIDADÃ Nosso crescimento apenas poderá atingir todo o seu potencial se nós também dedicarmos atenção contínua às nossas equipes e assumirmos nossa responsabilidade social de maneira plena. A característica altamente técnica e industrial da Albioma exige um alto grau de especialização e constante mobilização de nossos colaboradores. e sse compromisso dos funcionários tem como contrapartida o do Grupo, que investe em segurança e treinamento. Presentes em territórios em que o desemprego dos jovens constitui uma séria preocupação, nós nos propomos a atingir objetivos ambiciosos de contribuição ao aprendizado, oferecendo-lhes uma primeira experiência de qualidade em um setor de futuro, o das energias renováveis. Adicionamente, nosso modelo está profundamente ancorado em uma abordagem territorial e local, tanto em relação ao setor agroindustrial quanto pelo fornecimento de energia elétrica. Nossas instalações despertam o interesse de nossas partes interessadas, e nos empenhamos em lhes abrir esse mundo industrial e técnico, tanto quanto nossa atividade e o tamanho de nossas equipes o permitirem. A SEGURANÇA A segurança é um de nossos valores fundamentais. Nossos colaboradores e fornecedores externos operam em um setor de alta tecnologia em que o risco industrial é uma realidade. A Albioma coloca assim no mais alto nível de suas prioridades a segurança de todos esses funcionários, independentemente dos cargos que ocupam, das funções que desempenham e dos locais em que exercem suas atividades. Esse ALBIOMA compromisso se traduz por um profundo envolvimento do Comitê de Responsabilidade Social e Ambiental da Empresa. Em 2014, apesar de uma intensa dinamização dos Comitês de Segurança trimestrais, que se estendem agora à totalidade de nossas atividades, nossos resultados em matéria de segurança não foram suficientemente satisfatórios. De fato, eles se degradaram, com taxa de frequência de 32,1 e taxa de gravidade de 0,61. A quantidade de acidentes de trabalho com interrupção superior a 24 horas aumentou nitidamente para atingir um total de 33 no Grupo. Para compreender melhor os motivos dessa piora do desempenho, e identificar as mudanças que devem ser efetuadas para aproximar-se da meta “acidente zero”, iniciamos em dezembro de 2014 uma auditoria dos procedimentos de segurança do Grupo, realizada por uma empresa especializada. Os resultados dessa auditoria serão divulgados ao Comitê de Responsabilidade Social e Ambiental, e fornecerão elementos para orientar os procedimentos de segurança em 2015. Estamos convencidos de que a implantação de ações destinadas a aumentar o nível de consciência do risco de cada um de nossos colaboradores permitirá reduzir a quantidade de acidentes dentro do Grupo. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 1 O uso de equipamentos de proteção individual é obrigatório no interior de todas as centrais da Albioma. 2 Os subcontratados que atuam em nossas centrais estão sujeitos às mesmas exigências de segurança que os colaboradores da Albioma. 3 O capacete, os protetores auriculares e os óculos fazem parte da indumentária básica para penetrar nas centrais, bem como os calçados de segurança. Algumas zonas de riscos, identificadas por meio de painéis, exigem o uso de equipamentos específicos. Esses equipamentos são regularmente testados e verificados. 44 GRAÇAS AO TREINAMENTO SOBRE BASES DA INSTRUMENTAÇÃO (COM FOCO NA TECNOLOGIA DE SENSORES) EU SEI QUE DADOS AS CENTRAIS PODEM TRANSMITIR, E POSSO ASSIM FAZER AS PERGUNTAS CERTAS QUANDO RECEBO RESULTADOS POUCO USUAIS. Laure Porret Engenheiro Júnior Desempenhos AS AULAS DE PORTUGUÊS ERAM ENTREVISTA Freddy Joewarame Aprendiz de engenheiro, engenharia energética e climática Sempre estive interessado nas energias renováveis e, por isso, após a conclusão do ensino médio, realizei minha formatura no Instituto Universitário Técnico (IUT) de Kourou, o que permitiu orientar-me para a engenharia elétrica, e estudar para obter uma graduação em Produção e Gestão Sustentável de energia elétrica. Para continuar meus estudos, tive que sair de minha região e ir para Paris, onde me preparo para obter um diploma de engenheiro especializado em Engenharia Climática e Desenvolvimento Sustentável. Meu programa de estágio na Albioma me permite colocar em prática imediatamente as noções de termodinâmica que aprendi em curso de mestrado. Nas usinas termelétricas posso ver a aplicação direta destes conceitos, e as explicações de meus colegas enriquecem minha experiência de aprendizado. Quando volto para o curso, tenho perguntas mais específicas para fazer aos professores, o que me permite conhecer profundamente todos esses fenômenos. Quando receber meu diploma, gostaria de adquirir experiência profissional para me tornar especialista nesta atividade e, mais tarde, voltar a morar na Guiana. » INDISPENSÁVEIS PARA TRABALHAR NO BRASIL. QUANDO APRENDEMOS UM IDIOMA SOZINHOS, DESANIMAMOS RAPIDAMENTE. COM A AJUDA DE 1 UM PROFESSOR, TEMOS MELHOR DESEMPENHO E ENTENDIMENTO DA CULTURA BRASILEIRA. Louis Decrop Diretor-Geral Adjunto O PROGRAMA ACCESS SERÁ UTILIZADO NO FUTURO PARA O ACOMPANHAMENTO JURÍDICO DAS EMPRESAS DO GRUPO. AGORA QUE O CONHEÇO MELHOR, QUASE QUE PREFIRO NO LUGAR DO EXCEL. Marielle Thébault Secretária Jurídica de Albioma Na primeira edição do concurso Troféus de Treinamento na Ilha de Reunião, organizados por MEDEF Réunion e pela Opcalia Réunion, a Albioma recebeu o prêmio “Política de qualidade formalizada” na categoria programas de estágio. 45 2 A INTEGRAÇÃO A partir de 2013, a Albioma determinou como objetivo receber uma quantidade de aprendizes e de estagiários de, no mínimo, igual a 5% do total de seu quadro de pessoal. Em 2014, ultrapassamos esse objetivo com uma proporção de aprendizes e de estagiários correspondendo a 7,5% de nosso quadro de pessoal. Contribuir para a formação dos aprendizes e dos estagiários faz parte de nossos valores e de nosso modo de trabalhar, quaisquer que sejam nossas atividades. Tendo em vista que a dificuldade de acesso dos mais jovens ao mercado de trabalho é uma séria preocupação para nossas economias, consideramos ser nosso dever oferecer-lhes a oportunidade de adquirir uma experiência profissional de qualidade em um setor essencial ao mundo de amanhã, ou seja, o das energias renováveis. A partir de maio de 2014, recebemos 16 jovens ultramarinos no âmbito do projeto de treinamento ALMAR, fruto de uma parceria com a Associação para o treinamento profissional, a Agência ultramarina francesa para a mobilidade, a Agefos PME (organização credenciada para recolher contribuições patronais) e de nossas quatro centrais térmicas de base. Esses aprendizes, que preparam o diploma de Técnico de manutenção de equipamentos térmicos, passam uma parte de seus 14 meses de treinamento em nossas sedes de produção, e outra parte em formação teórica no campus de formação da Associação para treinamento profissional em Lardy (Essonne). Esta primeira turma deveria ser diplomada em julho de 2015. O TREINAMENTO Investir no treinamento profissional de nossos colaboradores, ao longo de sua carreira, é um desafio de primeira ordem para o Grupo. Nós nos comprometemos, por intermédio do Código de Treinamento, a oferecer programas completos de treinamento, a fim de permitir que todos ALBIOMA 24h DE TREINAMENTO POR FUNCIONÁRIO EM 2014 12% DE MULHERES EM 2014 19h DE TREINAMENTO EM SEGURANÇA se adaptem, se aperfeiçoem e progridam. Um objetivo ambicioso de 35 horas de treinamento, por ano e por funcionário foi fixado e atingido em 2013. Infelizmente, os resultados de 2014 estiveram aquém de tal objetivo, com um total de 24 horas de formação por funcionário. Se os incidentes técnicos ocorridos durante o ano podem, em parte, explicar esse resultado, não podem, de modo algum, constituir uma resposta satisfatória. Em 2015, serão empreendidos esforços adicionais para recuperar o nível de formação de 2013 e, particularmente, para dar um novo alento ao treinamento não regulamentar. Os resultados do treinamento em segurança também estão aquém dos resultados de 2013, com 11 horas de formação em segurança por funcionário, contra 20 em 2013. Uma ênfase particular continuará a ser dada ao treinamento em segurança, pois estimamos tratar-se de uma alavanca eficiente de melhoria do nosso desempenho em segurança. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 5,6% DE FUNCIONÁRIOS EM CONTRATO DE APRENDIZADO OU EM ESTÁGIO EM 2014 1 O treinamento profissional abrange todos os colaboradores da Albioma. Os treinamentos em segurança fazem parte dos planos de formação das unidades. 2 Os aprendizes do programa de treinamento ALMAR passaram vários meses no campus de Lardy (Essonne) antes de integrarem as unidades térmicas para a parte prática do programa. 46 1 NOSSOS COLABORADORES SE MOBILIZAM E NÓS OS ACOMPANHAMOS – A TRAIL DE BOURBON. ENTREVISTA Christian Blanchard Diretor do Desenvolvimento do Caribe e da Methaneo Todos os anos é organizado, na Ilha de Reunião, um evento esportivo exigente, respeitoso com o meio ambiente e espetacular: o Grand Raid. Três corridas ocorrem em paralelo no centro desta ilha montanhosa, entre as quais a do Trail de Bourbon (93 km, 5.655 metros de subida) da qual seis de nossos colaboradores, estabelecidos em Guadalupe, na França Metropolitana e na Ilha de Reunião participaram em 2014. “Agora que estamos de volta à nossa ilha, com os olhos repletos de imagens do hemisfério sul e as pernas cheias de dores musculares geradas na subida de Kervegen, fazemos questão de agradecer à equipe da central de Albioma Bois-Rouge, bem como à diretoria da Albioma que nos permitiu viver a Trail de Bourbon em excelentes condições.” Frédéric Wasier e Patrick Cléro (Albioma Caraïbes) Apoiamos a prática de esportes da natureza, nos quais a superação física rima com espírito de equipe e com a preservação do meio ambiente. O relacionamento com os stakeholders é um elemento recente de minha atividade. Quando eu me dedicava aos projetos, nos anos 80-90, os desenvolvedores se preocupavam principalmente com as exigências regulamentares, os aspectos técnicos e os assuntos financeiros. Naquela época, não prestávamos muita atenção aos stakeholders. Hoje, uma dimensão suplementar surgiu em nossa atividade. Devemos ver além dos nossos interlocutores tradicionais e fazer mais esforços para explicar nossa atividade industrial. Conversando com os políticos locais e as associações, aprendemos a nos tornar conhecidos e nos integramos melhor na paisagem local. Tal evolução parece-me positiva, pois nossa atividade, consolidadora da indústria canavieira e produtora de energia renovável é bem vista localmente. » 2 O QUE É UM STAKEHOLDER? Um stakeholder é uma pessoa ou entidade suscetível de impactar ou de ser afetada pelas atividades da empresa, ou que considera ter um papel na atividade da empresa e no serviço esperado (definição adaptada do Guia do diálogo com os stakeholders, editado pelo Ministério da Ecologia, do Desenvolvimento Sustentável e da Energia francês). As autarquias locais, os clientes, os fornecedores, as ONGs, as empresas parceiras, os vizinhos, etc. são exemplos de stakeholders. 47 RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL UM PARCEIRO PARA A COMUNIDADE LOCAL A Albioma exerce sua função de produtora de energia nos departamentos ultramarinos franceses há mais de 20 anos. 3 S empre mantivemos relações cordiais com nossos stakeholders, sem fazer disso um item especial de nossa comunicação com o exterior do Grupo. Atualmente, sentimos necessidade de estruturar essas relações e garantir que as boas práticas existentes em certas sedes de produção possam ser compartilhadas e estendidas a todas as unidades. ESTABELECER O DIÁLOGO COM OS STAKEHOLDERS Para tanto, iniciamos, em 2014, um trabalho de reflexão sobre as possíveis interações com nosALBIOMA sos stakeholders. Tal iniciativa permitiu-nos melhor compreender as problemáticas relacionadas a esse tipo de diálogo e identificar pistas de ação. Em 2015, iremos dar continuidade a essa iniciativa, realizando mapeamentosde nossos stakeholders e promovendo maneiras mais construtivas de interagir com eles. Para o Grupo, outra maneira de se integrar à vida local consiste em apoiar ações empreendidas por nossos colaboradores nos territórios que nós servimos RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 1 Equipe dos atletas do grupo Albioma que participou da edição 2014 do Trail de Bourbon. 2 A instauração de um diálogo com nossos stakeholders induz uma relação de confiança, com toda transparência. 3 As centrais térmicas da Albioma funcionam dia e noite para responder às necessidades de energia elétrica dos territórios que servimos. 48 1 ENTREVISTA « 2 Pierre Bascoul Diretor de Compras e de Manutenção No contexto da construção da central termelétrica de Galion 2, decidimos trabalhar com novos fornecedores indianos e chineses para a caldeira. Como não eram nossos conhecidos, efetuamos uma visita às suas instalações, junto com o gerente do projeto Galion 2, para conhecer suas instalações de produção. Pudemos controlar a qualidade dos equipamentos produzidos, que parecem atender às nossas necessidades. Em contrapartida, para os subcontratados de segunda classe, foi possível observar que, nas oficinas e em determinadas fábricas dos mesmos, as condições de trabalho estavam muito longe de nossos padrões Assim, estabelecemos nossos padrões com o construtor principal e eliminamos os subcontratados de segunda classe que não atendiam os mesmos. A equipe de Compras faz tudo para colocar em prática, o mais rápido possível, um trabalho de conscientização dos empreiteiros e subcontratados. Qualquer intervenção externa é sujeita a um plano de prevenção, e uma visita preliminar às instalações realizada junto com os operadores de campo. Estamos muito atentos a que a intervenção se passe nas melhores condições, e que a segurança seja crescente entre aqueles que trabalham com nossa empresa. » 49 3 ESTAR À ESCUTA DE NOSSOS CLIENTES E PARCEIROS Geralmente temos um único cliente direto nos territórios nos quais atuamos: a operadora de energia elétrica francesa EDF nos departamentos ultramarinos franceses e seu equivalente, o Country Electricity Board, na Ilha Maurício. Com cada um deles, mantemos um relacionamento de confiança de longo prazo, fundamentado no compromisso de transparência. Em nossas usinas termelétricas certificadas nos departamentos ultramarinos franceses, realizamos uma pesquisa anual de satisfação junto à EDF e a nossos parceiros sucroenergéticos, para obter seus comentários relacionados com o ano transcorrido, bem como quanto às ações que ALBIOMA poderemos implantar para melhorar as áreas que requerem melhoras. SERMOS UM COMPRADOR ATENTO A Albioma desempenha um papel importante no tecido econômico dos territórios nos quais opera o Grupo. Da atividade portuária ao transporte terrestre, passando pelas terceirizações locais, nosso impacto econômico excede o simples contexto do fornecimento de energia. Permanecemos vigilantes em recorrer prioritariamente a fornecedores locais (em 2014, 43% de nossas compras foram realizadas localmente, com exceção dos combustíveis), e em implantar uma política de compras sustentáveis. RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 1 A manutenção das terras nas quais estão instaladas as centrais fotovoltaicas no solo é, sempre que as condições do terreno o permitem, efetuada por criadores de gado. Na Ilha de Reunião, são usados ovinos na central de Bethléem. 2 Em todas as nossas instalações certificadas em Qualidade, Segurança e Ambiente (QSA), realizamos anualmente uma pesquisa de satisfação de nosso cliente (EDF) e de nossos parceiros sucroenergéticos. 3 Operar uma central em colaboração com produtores sucroenergéticos exige boas interações entre as equipes da central térmica e as equipes das usinas de cana-de-açúcar. 50 CONTRIBUIÇÃO PARA A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA Energia renovável Percentual de produção de energia de origem renovável Quantidade de biomassa enriquecida UTILIZAÇÃO EFICIENTE DOS RECURSOS Eficiência Exportação de kWh por tonelada de cana-de-açúcar Disponibilidade Utilização de água da energia produzida CONTROLE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS Produção de Bioenergia e Ambiente Taxa de retorno aos campos Enriquecimento agrícola (fertilizantes evitados) Percentual de carvão SPC processado Intensidade de CO2 da energia produzida Quantidade de SPC em armazenamento final SOCIAL E AMBIENTAL Segurança Acidentes de trabalho Taxa de frequência de acidentes de trabalho Taxa de gravidade de acidentes de trabalho Social Tempo médio de treinamento Percentual dos funcionários em treinamento/estágio Percentual de mulheres no quadro de pessoal da empresa Taxa de beneficiários de obrigações trabalhistas Ambiental Percentual de compras locais (excluindo combustíveis) Número de residências com energia elétrica 51 PRINCIPAIS INDICADORES DA ALBIOMA Unidade 2013 2014 % 37,3 41 Grupo milhão de toneladas 1,3 1,9 Grupo 2013 2014 Unidade kWh/tonelada de cana-de-açúcar Perímetro Comentários Perímetro Comentários 114,02 89,5 Biomassa térmica A aquisição da Central de Rio Pardo, cujos desempenhos são historicamente fracos, tem um impacto sobre este indicador. % 92,3 91,1 Biomassa térmica, excluindo o Brasil Os incidentes técnicos ocorridos em 2014 em duas centrais induziram a baixa da capacidade geral. litro/kWh 2,3 2,07 Biomassa térmica Unidade 2013 2014 Perímetro % NA 91 Biometanização toneladas NA 757 Biometanização % 40 46 Biomassa térmica gCO2/kWh 680 570 Grupo milhares de toneladas 180 163 Biomassa térmica 2013 2014 Unidade Comentários Perímetro Comentários # 15 33 Grupo O aumento da quantidade de acidentes levou a Albioma a implantar um plano prioritário de ações, com enfoque na segurança # 17,3 32,1 Grupo O aumento da taxa de frequência levou a Albioma a implantar um plano prioritário de ações, com enfoque na segurança # 0,45 0,61 Grupo O aumento da taxa de gravidade levou a Albioma a implantar um plano prioritário de ações, com enfoque na segurança Unidade 2013 2014 Perímetro Comentários h/ano/funcionário 30 24 Grupo % 6 5,6 Grupo % 13 12 Grupo % 1,1 1,3 Grupo, excluindo Ilha Maurício e Brasil 2013 2014 % 68 milhões de residências 1,9 Unidade ALBIOMA Perímetro Comentários 43 Grupo, excluindo Ilha Maurício e Brasil A parte importante reservada a investimentos estratégicos de nossas compras em 2014 não permitiu o mesmo nível de solicitação das empresas locais, tanto quanto em 2013. 2,9 Grupo RELATÓRIO DE ATIVIDADES E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 2014 Direção da Responsabilidade Social e Ambiental da Empresa Djothi Ficot, Diretor de Responsabilidade Social e Ambiental da Empresa E-mail: [email protected] Telefone: +33 (0)1 47 76 66 24 Para mais informações, consulte as publicações da Albioma na Internet, em www.albioma.com e, especialmente, o documento de referência de 2014. Registration DOCUMENT Annual Financial Report ALBIOMA - Registration document 2014 2014 Criação e realização: CRÉDITO DA FOTO: ©Albioma, todos os direitos reservados. Tour Opus 12 – La Défense 9 77, esplanade du Général de Gaulle 92914 La Défense Cedex T. : +33 (0)1 47 76 67 00 F. : +33 (0)1 47 76 67 05 [email protected]
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