para carros

Transcrição

para carros
Shape
Revista do Grupo Sapa • N.º 1 de 2007
SAPASAPA
+ ALCOA
+ ALCOA
LEIA MAIS NO
SUPLEMENTO
OLHO
PARA CARROS
O DESIGNER SIMON LAMARRE
ACERCA DO TRABALHO COM
O VOLVO C30
OLE ENGER,
› CONHEÇA
NOVO DIRECTOR DO
GRUPO
PROFUNDAMENTE
› DURMA
NUMA CAMA DA HÄSTENS
PROFILES LANÇOU AO
› SAPA
MAR FERRYBOAT RÁPIDO
CONTEÚDO
Um futuro florescente
S
ou ceo e presidente do grupo Sapa desde
há seis meses, mas a minha experiência na
empresa é mais longa do que isso. Faço parte
da administração da Sapa desde 2001, e durante este
tempo aprendi muito sobre esta empresa extraordinária
e moderna, cheia de oportunidades.
A situação do mercado da Sapa é boa. Durante esta
primeira parte do ano, a procura continuou forte na maioria dos mercados europeus, enquanto que os mercados
de imobiliário e transporte continuaram fracos nos EUA.
Tanto a Building System como a Heat Transfer têm tido
um desenvolvimento de mercado positivo. Temos sido
beneficiados por uma economia em crescimento, e um
dos maiores desafios é agora tirar partido destas sinergias dentro do grupo, e continuar a melhorar os nossos
resultados durante os próximos anos.
A fusão do negócio de perfis de alumínio da Sapa e
Alcoa foi um trabalho importante durante este primeiro
período na Sapa. A nova empresa é apresentada num
suplemento especial desta edição da Shape, onde
poderá formar uma ideia clara sobre a nova Sapa, da
nossa futura posição no mercado e das soluções especializadas e individualizadas que vamos oferecer aos
clientes do mundo inteiro.
Gostaria de realçar alguns valores e directivas para
a nova Sapa. Eu acredito num modelo empresarial
descentralizado, onde a produção e os clientes poderão
ter uma cooperação próxima. É também importante trabalharmos de acordo com o nosso sistema operacional,
Génesis, como forma de construir uma cultura empresarial e criar uma base comum, permitindo-nos assim ter
uma visão global da empresa – desde a encomenda até
à entrega – como uma cadeia de eventos, onde poderemos criar mais-valias a todos os níveis, passando a ser
um parceiro ainda melhor para os nossos clientes.
A nova Sapa é líder mundial no sector de perfis de
alumínio. Com base na multiplicidade e forças comuns
da Sapa e da Alcoa podemos construir um futuro
novo e florescente.
10
“One-stop shop” na Polónia
Produtos completos, é o futuro da Sapa Aluminium em Trzcianka.
08
Automóveis mais leves e favoráveis
para o meio ambiente, dois desafios
para a indústria automóvel.
14
O desporto inspirou o designer
Simon Lamarre.
24
20
Ole Enger,
CEO e Director do Grupo
Nós moldamos o futuro
SHAPE • # 1 2007
FSW acelerou a produção de ferryboat
rápido no Hawai.
A Sapa é um grupo industrial internacional que
desenvolve, fabrica e comercializa perfis de alumínio
processados, componentes e sistemas à base de
perfis e aletas permutadoras de calor em alumínio.
A Sapa factura aproximadamente 2 biliões de Euros
e emprega cerca de 9.000 colaboradores na Europa,
EUA e China. Shape é a revista dos clientes do
Grupo Sapa, editada em catorze línguas, duas vezes
Travessa-guia engenhosa nos bastidores da Ópera de Estocolmo.
por ano. Shape também está disponível em
www.sapagroup.com
Directora editorial: Eva Ekselius
Redactora: Anna-Lena Ahlberg Jansen
Layout: Karin Löwencrantz
Repro: DONE
Produção: OTW Publishing
Tipografia: Davidsons Tryckeri, Växjö, Suécia
Ilustração da capa: Stefan Ideberg
Alteração de endereços: Os clientes informam os
seus contactos na Sapa, os empregados informam
os seus departamentos salariais e os demais dirigem-se ao departamento de informação:
tel. +46 (0) 8 459 59 00.
CURTAS & BOAS
Projectores que
aguentam o calor
A Arena Wembley em Londres e o superstar
Robbie Williams têm uma coisa em comum - usam
iluminação da empresa dinamarquesa Martin
Professional, líder do mercado em iluminação
digital.
Independentemente da dimensão da iluminação
ou da sua área de utilização, as lâmpadas dos
projectores geram muito calor e têm que ser refrigeradas – para tal utiliza-se perfis de arrefecimento
feitos em alumínio.
Se o projector vai ser utilizado no exterior, deve também ter uma superfície tratada para resistir à corrosão.
“O alumínio é um material fantástico para dispersão de calor. Neste campo, a Sapa poderá
contribuir com muita competência no que se refere
a integrar funções no perfil de arrefecimento de
alumínio”, afirma Hans Christensen, director de
compras da Martin Professional.
Até o momento, juntamente com a Sapa, a
empresa criou um perfil de arrefecimento para
dois modelos de projectores para iluminação na
construção civil, mas tanto a Sapa como a Martin
Professional gostariam que esta cooperação se
desenvolvesse ainda mais.
Novo segmento de
negócios para a Sapa
Heat Transfer
Ar condicionado para grandes superfícies comerciais e industriais é um novo segmento de negócios
para a Sapa Heat Transfer. O cliente é a empresa
dinamarquesa Alu Heat Exchanger.
A Sapa Heat Transfer trabalha principalmente
para a indústria automóvel. Com este novo contrato, abre-se também o mercado de instalações
estacionárias de refrigeração. O desenvolvimento
de produto foi feito em conjunto por três empresas
do grupo Sapa. Tubos e depósitos foram desenvolvidos pela Sapa Heat Transfer em Finspång
na Suécia e pela Sapa Heat Transfer Tube em
Remscheid na Alemanha, e a Sapa Technology contribuiu com a sua competência na área de técnicas
de refrigeração. Inicialmente, o fabrico será feito na
Europa e num futuro próximo também na China.
“Criar um bom ambiente confortável em edifícios coloca-nos perante novas exigências. Vemos
também a possibilidade de criar uma mais-valia
oferecendo mais componentes prontos a utilizar em
sistemas”, diz Kennet Persson, do desenvolvimento
de produtos da Sapa Heat Transfer em Finspång.
O cobre é o principal material utilizado em sistemas estacionários de ar condicionado há dezenas
de anos. Materiais com base em alumínio trazem
grandes reduções de custos ao
processo de fabrico. As
exigências de uma maior
eficiência de energia na
operação de sistemas
de ar condicionado
apontam para uma
alteração nas técnicas de fabrico.
Portas de correr
com um design novo
O grande interesse por decoração de interiores
aumentou também a procura por portas de correr com design.
Prisma é o nome de uma nova série de produtos da Elfa, em alumínio anodizado natural e
alumínio revestido com madeira laminada.
Os produtos estão disponíveis em lojas da
especialidade e são compostos por portas de
correr no chão com perfis laterais, assim como
calhas no chão e tecto também em alumínio. A
Sapa Profiler da Suécia participou do trabalho
de desenvolvimento e fornece os perfis com alta
qualidade de acabamentos.
“Os perfis desempenham um papel importante no design das novas portas de correr. O
alumínio confere ainda mais estabilidade e maior
possibilidade de criar designs novos do que o
aço ou a madeira”, afirma Marcus Grimerö, responsável pelas portas de correr na Elfa.
A gama de perfis da Prisma é composta por
alumínio escovado em prata, bronze, branco e
chili. Perfis revestidos com madeira laminada
estão disponíveis em vidoeiro ou carvalho. Para
esta série de portas de correr, há também belas
superfícies de madeira laminada em diversos
padrões, folha de alumínio e vidro espelhado ou
colorido.
As portas de correr da Elfa estão equipadas
com rodas inferiores com rolamentos que deslizam suave e silenciosamente.
“Todo o peso das portas de correr repousa
sobre as calhas do chão. Isso facilita aos nossos clientes a sua montagem em casa”, conclui
Marcus Grimerö.
# 1 2007 • SHAPE “
O mais
importante é poder
trabalhar num
ambiente onde
todos puxam para
o mesmo lado.
4 SHAPE • # 1 2007
”
O seu primeiro emprego foi num ferro-velho, e ainda hoje
Ole Enger trabalha com metais - mas agora só alumínio.
Em Fevereiro foi nomeado CEO e Presidente do Grupo
Sapa.
Ole Enger é
Presidente do
Conselho de
Administração da
Sapa desde 2004,
tendo ocupado posições de liderança em
várias grandes empresas, entre outras a Norsk Hydro e Orkla. Na sua
vida profissional acumulou 15 anos de experiência
na empresa americana de alumínio Alcoa, cuja
actividade de perfis vai ser agora integrada com a
Sapa. A vasta experiência de Ole Enger foi a razão
principal da sua nomeação para CEO e Presidente
do Grupo Sapa em 15 de Fevereiro. Ele afirma que
de momento 80% do seu tempo é tomado pela
fusão.
“É uma tarefa enorme, implementar a fusão de
duas empresas tão grandes. Eu estou na posição
única de conhecer a Orkla, Alcoa e a Sapa muito
bem. Eu nunca teria aceite ser presidente do grupo
Sapa se não fosse estarmos perante uma joint venture”, diz ele.
Conheça
Ole Enger
numa quinta em Hokksund,
nos arredores de Oslo. Já antes do seu primeiro
emprego - um verão a trabalhar num ferro-velho
- ele começou a fazer os primeiros negócios.
“Eu tinha apenas dez anos quando comecei a
interessar-me por negócios. Como morava numa
quinta vendia de tudo, desde animais a morangos,
a árvores de Natal”.
Ole Enger afirma que foi por um acaso que
entrou no ramo do alumínio. Após ter trabalhado
como promotor na Norsk Hydro, transitou para a
Elkem no princípio dos anos 90.
“Foi completamente diferente. Nessa altura
quase que não sabia o que era alumínio. Desde
essa altura só trabalho com alumínio. Após a
Orkla ter adquirido a Sapa, concentrei-me apenas
no negócio dos perfis.”
Apesar de Ole Enger já conhecer bem o sector,
quer sempre aprender mais. Afirma que necessita
de saber mais sobre os processos técnicos do fabrico de alumínio.
OLE ENGER CRESCEU
“Eu não sou de ficar fechado num escritório
- todos os dias anseio por visitar as nossas unidades
fabris. Quero compreender o que se passa quando
ando pelas fábricas da Sapa, por isso vou aprender
o processo de extrusão. Tem que se saber o que
se está a passar para ser uma pessoa que motiva e
estimula. É também um requisito para uma boa
comunicação com os colaboradores da organização”, afirma.
“Trata-se também de respeitar todas as peças da
cadeia de produção. Todos são igualmente importantes. Antes de criar uma visão para a Sapa, tenho
que saber o que vamos fazer para ser líderes mundiais. Muitos criam visões que não se coadunam
com a realidade.”
Enger seja presidente do grupo há
pouco tempo, a direcção a seguir pela Sapa está já
bem delineada.
“A Sapa Profiler é actualmente líder mundial,
a Heat Transfer ocupa uma forte posição e a
Building System só precisa de crescer. O objectivo
é criar uma empresa com capacidade de concorrência em toda a cadeia de produção. Para ter
sucesso, estamos dependentes da implementação
do sistema operacional Genesis. Só assim seremos
os líderes nas três áreas de negócio.”
Como estará a Sapa daqui a cinco anos?
“A Sapa vai ser significativamente maior do que
é hoje. Vamos ter uma produtividade melhorada e
incrementar a aproximação ao cliente. Até as quotas de mercado e resultados terão aumentado, o
que será a base para um posicionamento no oriente. A posição da Building System e Heat Transfer
será melhorada. Se não tivermos atingido isto dentro de cinco anos é sinal que falhámos.”
Ole Enger diz que está extremamente motivado
no desenvolvimento da organização. Para ele é
importante que o modelo de organização descentralizado continue em vigor na Sapa - mesmo
depois da fusão com a Alcoa.
“Neste negócio tornámos claro desde o início
que iria ser uma organização descentralizada. O
modelo da Sapa implica que os colaboradores que
se encontram na cadeia de produção terão maior
influência do que em organizações tradicionais.
Este processo continuará até aos operadores.”
Quando o Ole Enger resume o que é importante para ele no trabalho, afirma que é o contacto
com as pessoas.
“O mais importante é trabalhar um ambiente
estimulante onde todos remam na mesma direcção. Eu gostaria de ter contacto com todas as pessoas da organização. É o que me faz feliz.”
T E XTO CA R L H J E LM
F OTO S U S A N N E K R O N H O LM
Resumo sobre Ole Enger
MESMO QUE OLE
Idade: 59 anos
Reside: Apartamento em Estocolmo.
Família: Esposa e três filhos adultos.
Último livro que leu: Leio tudo que seja
sobre história. “Faz falta saber mais sobre a
nossa história”.
Último filme que viu: Gosto mais de ir
ao teatro, ópera ou concertos do que ir ao
cinema.
O que gosta de ouvir: Música clássica, de
preferência em concerto.
Local favorito no mundo: China. “Os chineses são na generalidade abertos a novas
ideias e novos conhecimentos”.
Conduz: Volvo XC90
O que mais gosta de comer: Comida chinesa e japonesa.
O que não sabemos sobre Ole Enger:
“Na minha adolescência dei espectáculos como actor em casamentos e outros.
Representava o Peer Gynt de Ibsen”.
# 1 2007 • SHAPE 5
Sonhos de alumínio
O fabricante de colchões Hästens desenvolveu o seu modelo topo de gama
juntamente com a Sapa. Aço e madeira foram substituídos por perfis de alumínio.
“O alumínio é leve e oferece uma aparência elegante e de linhas
puras”, afirma Emma Sandsjö, directora de comunicação da Hästens.
A
empresa sueca Hästens, fabricante de
camas, foi fundada em 1852. Actualmente,
a empresa familiar, já na sua quinta geração,
continua a produzir camas. Em 1952, a Hästens
foi nomeada fornecedora da Corte Real– um status
que a empresa todavia mantém.
Em 2005, a empresa fabricante de camas decidiu desenvolver a Citation, o modelo topo de
gama de camas reguláveis. O alumínio foi o material de que a empresa mais gostou.
“Com este modelo, queríamos atingir um novo
nível. Queríamos atingir uma maior funcionalidade, uma estrutura inferior leve e um design bonito”, diz Emma Sandsjö.
O desenvolvimento de produtos na Hästens é
principalmente feito internamente
na empresa. Mas
como o alumínio era um material novo para a
empresa, a Sapa foi contactada em Agosto de 2005.
“A Sapa ajudou-nos com o desenvolvimento do
produto, e testámos várias soluções. Logo, encontrámos uma estrutura inferior que era adequada
para a Citation. A cooperação com o departamento de desenvolvimento de produtos da Sapa tem
sido muito boa. A combinação dos nossos conhecimentos deu resultados.”
O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO DA CITATION ficou pron-
to no final de 2005. Até agora, a Sapa já fabricou
perfis de alumínio para 1.800 camas. O fabrico
inclui extrusão, processamento e acabamentos.
Anteriormente, a estrutura inferior da Citation
era feita em aço e madeira. Segundo Emma
Sandsjö, a escolha de perfis de alumínio no design
implica várias vantagens.
“O aspecto do design é importante. O alumínio
é um material muito actual. É bonito e sóbrio,
proporcionando um look que os nossos clientes
apreciam. Além disso, o alumínio tornou as camas
mais leves e mais fáceis de utilizar”, afirma ela.
Uma outra vantagem é que a estrutura inferior é
composta por várias peças aparafusadas, em vez de
serem soldadas.
O modelo desenvolvido foi lançado na
Primavera de 2006 e a nova Citation foi muito
bem aceite pelos clientes da Hästens.
“A Citation é definitivamente uma cama
muito popular. Calculamos que as vendas
venham a aumentar significativamente em
2007”, diz Emma Sandsjö.
textO Carl Hjelm
6 SHAPE • # 1 2007
CURTAS & BOAS
Sistema de
transporte nos píncaros
A empresa holandesa Apollo fabrica sistemas de transporte verticais – um requisito para transportes internos
em fábricas, que vai desde saquetas de chá a pneus de
camião. Graças ao modelo Spiral Conveyor, os clientes
podem aproveitar espaços e melhorar o fluxo de transporte entre vários andares. O modelo foi ainda mais
aperfeiçoado e é agora fabricado em perfis de alumínio.
“Após uma boa cooperação de desenvolvimento com
a Sapa na Holanda, podemos agora fabricar o Spiral
Conveyor imediatamente após uma encomenda, reduzindo assim o tempo de produção em 25%. Além disso,
o ruído provocado pelo modelo diminuiu, dado ser agora
fabricado em alumínio”, conclui Arnold Duim da Apollo.
Barras para tendas
Tendas são sempre necessárias após catástrofes naturais e em operações militares, como a invasão do
Iraque. A J&S Franklin é o maior fornecedor de tendas para as forças armadas britânicas, e necessita por
isso de grandes quantidades de barras de armação para tendas. Apenas em 2005, a empresa adquiriu
barras de armação para tendas no valor de aproximadamente 17 milhões de coroas suecas.
“Obtivemos agora uma primeira encomenda experimental de 5.000 barras de armação para tendas,
com 181 cm de comprimento cada. Esperamos que dentro de um futuro próximo, possamos assinar um
contrato de cooperação de três anos”, diz John Ward da Sapa Profiles Limited na Inglaterra.
Alta tecnologia
em tudo
A Ldiamon, da Estónia, fabrica aparelhos para monitorização de diálise, tudo com a mais alta tecnologia.
Até um simples tubo do suporte em perfil de alumínio
está pensado ao mínimo detalhe. Com apenas quatro
centímetros de diâmetro, tem
que acomodar vários cabos
para o ecrã LCD do aparelho
e tubos de borracha para
diversos medicamentos.
Além disso, a altura do tubo
do suporte tem ser regulável.
“O mercado para este tipo
de aparelhos não é grande,
de modo que não vai gerar
grandes vendas. No entanto,
não deixa de ser um exemplo
interessante de como estes
aparelhos são avançados em
todos os aspectos”, afirma
Taavi Saksen, técnico de vendas da Sapa Profiilid em Tallin.
# 1 2007 • SHAPE 7
MEIO AMBIENTE
O alumínio poupa
energia facilmente
O alumínio consome muita energia quando produzido pela primeira
vez, mas é fácil de reciclar e económico.
Actualmente, por exemplo, 95% do alumínio existente num
automóvel é reciclado.
“Numa sociedade de “use e deite fora”, o alumínio é um material
bastante mau, mas perfeito numa sociedade consciente do meio
ambiente”, diz Johan Lindström, Director Executivo da organização
sectorial Aluminiumriket Sverige (Suécia, Reino do Alumínio).
T
odos os anos, são produzidos no mundo
cerca de 50 milhões de automóveis e, nos
últimos anos, o parque automóvel tornou-se cada vez mais pesado. É o resultado de
equipamentos como ar condicionado, airbags e
outros componentes de segurança, que actualmente fazem parte do equipamento standard
em muitos automóveis.
“Essas unidades pesam bastante. Além disso,
os chassis em geral foram reforçados para estar
conformes com as crescentes exigências do sector”, constata Johan Lindström.
No que diz respeito ao desenvolvimento
automotriz, o conforto e a segurança são
importantes forças impulsoras. Outro factor
importante é o meio ambiente. Há uma vontade política de diminuir a dependência do petróleo, e as exigências para diminuir as emanações
de dióxido de carbono aumentam na maioria
dos países. Naturalmente, isto vai influir no
desenho ulterior dos motores, mas há várias
maneiras de melhorar a economia de combustível do automóvel. Um automóvel pequeno e
leve consome menos combustível do que um
grande e pesado.
Um grande desafio para a indústria automóvel hoje em dia é diminuir o peso e ao mesmo
tempo aumentar a segurança e o conforto.
utilizar novos materiais leves. O
plástico, o alumínio e o magnésio são usados
cada vez mais em diferentes componentes para
diminuir o peso do automóvel e ao mesmo
tempo aumentar o seu rendimento.
A SOLUÇÃO É
8 SHAPE • # 1 2007
“Aqui existe ainda um grande potencial a
explorar. No que diz respeito à escolha de materiais, ainda há muita técnica nova a aprender e
muitas formas de pensar antiquadas. A escolha
feita pelo desenhador é uma escolha pessoal”,
diz Johan Lindström.
Mas ao longo dos anos, uma parte dos
componentes tradicionalmente em aço e ferro
forjado foram sendo substituídos por alumínio, como por exemplo, o bloco do motor e os
pára-choques, bem como o módulo atrás do
pára-choques que absorve a energia do impacto numa colisão. Muitos detalhes do interior
também são de alumínio, bem como as caleiras
que se costuma usar para fixar uma bagageira
no tejadilho.
“O que vem agora são detalhes da carroçaria e
chapa. Aí, há muitos que passam do aço ao alumínio. Algumas marcas já o tinham há bastante
tempo em algumas séries de fabrico especial, mas
agora começa a aparecer também em automóveis
standard”, afirma Johan Lindström.
Ele refere que o alumínio nos automóveis é um
fenómeno novo. Poucos sabem que a Land Rover
teve uma carroçaria de alumínio desde os anos 50.
Em tempos mais recentes, a Audi foi pioneira na
construção da estrutura do automóvel todo em
alumínio. O modelo a8 apareceu já em 1994 e foi
seguido em 1999 pelo a2, também construído praticamente em alumínio, tanto a carroçaría como as
estruturas de sustentação.
Um material que compete com o alumínio na
construção dos automóveis é o plástico armado
com fibras de carbono, o qual também possui
uma alta resistência em relação ao seu peso.
“O problema é que não é reciclável e não está
baseado numa fonte renovável. Isto pode ser
contrastado com a bauxite da qual o alumínio é
extraído − é praticamente inesgotável.”
partir da bauxite exige
contudo muita energia. A transformação do
óxido de alumínio em alumínio metálico através de electrólise consome muita electricidade.
Mas a maior parte do alumínio utilizado nos
automóveis é composto por material fundido e
PRODUZIR ALUMÍNIO a
reciclado, o chamado alumínio secundário.
“Tem a mesma alta qualidade que o alumínio
primário, o que é uma das grandes vantagens
do material. Pode ser reciclado vez após vez sem
perda de qualidade. Além disso, na reciclagem
o consumo de energia é muito baixo, apenas
5% da energia necessária para produzir alumínio primário”, acentua Johan Lindström.
O acesso à matéria-prima para reciclagem é
enorme. O peso total dos produtos de alumínio
existentes na nossa vida diária é de 460 milhões de
toneladas. A produção anual de alumínio é de 27
milhões de toneladas aproximadamente, e o uso
cresce constantemente, entre 5% e 10% por ano.
muitas possibilidades de
usar o alumínio no futuro como um modo de
fazer algo positivo para uma sociedade adaptada ao meio ambiente.
“Um bom começo seria aligeirar todos os
produtos. Vejamos, por exemplo, os frigoríficos. Substituir o aço pelo alumínio talvez não
tenha muita importância para a casa, mas para
JOHAN LINDSTRÖM VÊ
o transporte no mundo, antes do produto chegar ao consumidor final, tem um significado
fundamental para diminuir as emanações de
dióxido de carbono. Menos peso requer por sua
vez outros materiais. E isso tanto nos electrodomésticos e artigos electrónicos para o lar como
em outros bens de consumo.”
Também o sector da construção tem muito a
ganhar optando pelo alumínio como material
de preferência. Não se trata tanto de poupar
no peso, mas sim e especialmente de poupar
na manutenção, o que também é um factor
importante para o meio ambiente.
“O alumínio pode substituir o aço e a madeira em estruturas e fachadas, por exemplo para
evitar que tenham que ser repintadas. É bastante comum nos Estados Unidos, entre outros
países. Os arranha-céus e outras construções
grandes são frequentemente construídos em
vidro e alumínio. O alumínio pode estar sem
tratamento e manter-se centenas de anos. Nem
sequer é preciso lavá-lo”, diz Johan Lindström.
Como curiosidade histórica, ele menciona a
igreja de San Giacchino em Roma, do final do
século xix, cujo telhado foi construído em alumínio em vez de cobre, como símbolo de categoria.
O alumínio era muito caro nessa época.
“Ainda hoje, se mantém bem e não necessita de
qualquer reparação”, acrescenta Johan Lindström.
textO Susanna Lidström
ILUSTRAÇÃO helena lunding
# 1 2007 • SHAPE 9
Em Trzcianka são basicamente produzidos perfis,
mas no futuro serão fabricados cada vez mais componentes, com produtos cada vez mais sofisticados.
10 SHAPE • # 1 2007
EM FOCO: POLÓNIA
Forte crescimento
na Polónia
apa polaca ocupa uma posição
forte no seu mercado doméstico,
sendo dominante em muitos
sectores, dos quais a indústria de
construção é o maior. Mas a concorrência aumentou. Todos querem a sua quota no actual surto
de construção na Polónia e nos
novos investimentos na infra-estrutura, em aceleração permanente desde a entrada do país na ue.
“Estamos em fase de alta conjuntura, o que
significa que se constrói muito na Polónia. Estão
surgindo novos aeroportos, centros de escritórios e hotéis. E nós estamos presentes – temos os
conhecimentos e os recursos, e temos reputação
de sermos bons parceiros, dignos de confiança”,
afirma o Director Executivo Peter Arendt.
Há cinco anos, ele previu que a empresa
deveria duplicar em cinco anos e o facto é que
ele atingiu esse objectivo. O volume de transacções aumentou de 325 milhões de coroas suecas
em 2002 para mais de 750 milhões em 2006.
No entender de Peter Arendt, metade da produção na Polónia deveria ser exportada.
“Ainda não chegamos bem a esse volume,
mas já exportamos perto de 25%, calculados em
volume. O aumento de perfis maquinados, com
maior valor acrescentado, faz com que a per-
centagem em valor
seja um pouco mais
elevada.”
Na Alemanha, o
maior mercado de
exportação, a procura por componentes
prontos aumentou
fortemente nos
últimos anos. As
exportações para a
República Checa
e para a Eslovénia
também cresceram, e
estamos também em
fase de crescimento
mais a leste.
“Estabelecemos
novos contactos
A maioria das ferramentas especiais de prensagem são de fabrico local.
na Ucrânia e na
Bielorússia, países
em que antevemos um desenvolvimento positide 700 funcionários, transformou-se no maior
vo, embora a médio prazo”, continua.
provedor de empregos de Trzcianka. O director
de vendas da empresa, Marzena Wiśniewska, é
TUDO COMEÇOU EM Trzcianka, uma cidade do
um dos fundadores.
nordeste na Polónia com 20.000 habitantes.
“Quando a Sapa começou na Polónia, há
Aí, a Sapa da Polónia instalou a sua primeira
14 anos, não havia aqui nada. Nem sequer
prensa em 1993. Desde então a Sapa, com cerca tínhamos prensas quando os meus vendedores ›
# 1 2007 • SHAPE 11
fotografia: piotr Malecki/Spectrum Pictures.
O Director Executivo da Sapa Aluminium na Polónia cumpre
o que prometeu. A actividade duplicou em cinco anos. Com novos
investimentos em soluções individualizadas, Peter Arendt
prevê uma evolução semelhante nos próximos cinco anos.
Peter Arendt
“
O nosso objectivo é fornecer
produtos o mais completos possível
começaram a sondar os clientes. Tivemos que
começar por explicar o que são e para que servem os perfis de alumínio. Hoje em dia é bem
diferente. Os clientes sabem bem o que querem
e o que devem exigir, o mercado desenvolveuse – tal como nós mesmos”, comenta Marzena
Wiśniewska.
A prensa instalada em 1993 continua em
serviço, mas os investimentos têm sido constantes desde essa época. Desde que no ano passado investimos numa terceira prensa que nos
permite fabricar perfis mais largos e em ligas
mais duras, a nossa capacidade em Trzcianka
duplicou.
“Quase 90% do que produzimos é feito por
medida ou segundo especificações do próprio
cliente. Muitas das 6.500 ferramentas especialmente confeccionadas também foram feitas
em Trzcianka”, afirma o Director fabril Piotr
Wieliński, que nos guia na visita à fábrica.
da produção são anodizados. Em
Trzcianka, já temos duas instalações de anodização, uma mais moderna instalada em 2006
e outra mais velha, de 1994. Neste Outono,
vamos substituir a instalação mais velha por
uma nova, maior e com mais rendimento, que
ficará no prolongamento da instalação de tratamento de resíduos recentemente inaugurada.
Damos a maior atenção aos cuidados com o
meio ambiente e a nova instalação vai cumprir
com os mais severos requisitos ambientais.
Os trabalhos complementares, como maquinagem, soldadura e montagem são efectuados
em locais junto das prensas e, parcialmente,
num edifício no lado oposto de Trzcianka.
“Componentes para cadeiras de rodas da
empresa alemã Etac”, informa Piotr Wieliński
e aponta para quadros de alumínio acabados de
soldar.
Um pouco mais longe, estantes de tecto para
a empresa sueca Thule, painéis de chuveiro
para a empresa espanhola Rocca, e peças para
painéis solares, um mercado emergente e promissor. Mas o mais interessante, segundo Piotr
Wieliński, é um lote de caixas com mercadoria
CERCA DE 40%
Piotr Wieliński
10 SHAPE • # 1 2007
”
embalada. O conteúdo são kits completos de
montagem para produtos da empresa de telecomunicações Ericsson.
“Este é o futuro. O nosso objectivo é fornecer
produtos o mais completos possível, e cada vez
mais registamos encomendas deste tipo.”
Piotr Wieliński chama-lhe o conceito “onestop shop” (uma só loja para tudo). A Sapa
produz componentes de alumínio e completa
com peças adquiridas, adaptadas às necessidades
da produção do cliente. Em alguns casos, fornecemos mesmo produtos completos, embalados
e prontos conforme especificação.
de perfis e a anodização
sejam a base da produção, os componentes são
o maior factor de crescimento, confirma Peter
Arendt.
A fase seguinte consiste em implantar o
fabrico de componentes em Łódź, onde a Sapa
possui uma instalação de pintura por pulverização. Uma nova empresa, Sapa Komponenty,
vai dedicar-se principalmente à produção
de componentes para a indústria do sector
automóvel. A localização em Łódź, e não em
Trzcianka, deve-se ao facto de essa cidade estar
bem no centro da Polónia, ter uma universidade
e escolas superiores próprias e assim simplificar
o recrutamento de pessoal.
“Já somos os maiores fabricantes de componentes da Polónia. Agora queremos fornecer mercadoria com o maior valor acrescentado possível,
embalada e pronta, para oferecer aos clientes
soluções industriais e configurações próprias
para a montagem final e para a distribuição.
Na Polónia, estamos no início e temos muito
caminho pela frente, mas para nós isso é um
desafio”, diz Peter Arendt.
MESMO QUE O FABRICO
T E XTO : S u sa n n a Li n d g r e n
F OTO G R A F I A : Ja n B ry kc z y n s k
›
EM FOCO: POLÓNIA
A Sapa cria
formas italianas
Quando a empresa eslovena Gorenje decidiu passar da prancheta à
produção da sua nova gama de cozinhas Pininfarina, muitos fabricantes
não estavam à altura do desafio. As primeiras tentativas foram feitas com
compatriotas do designer Paolo Pininfarina, mas a primeira a conseguir foi
a Sapa, da Suécia.
“Nenhum dos fabricantes com quem estivemos em contacto antes
pôde satisfazer as nossas exigências de qualidade e resistência. Trata-se
de um desenho muito especial, em que o painel da porta e o puxador são
uma só peça”, informa Irena Pečnik, assistente do director de compras e
logística da Gorenje, de Velenje, Eslovénia.
A colaboração com a Sapa começou no escritório e continuou na fábri-
ca. Os representantes da Gorenje, entre eles Irena Pečnik, assistiram às
primeiras prensagens em Finspång, na Suécia.
“O painel tem uma forma muito fora do comum. O maior desafio foi o
puxador em forma de C”, afirma Irena Pečnik.
A Sapa também propôs algumas modificações, que tornaram o painel mais fino e leve, diminuindo o esforço nas dobradiças das tampas
e portas.
“Algumas partes ainda são produzidas na Suécia mas, em breve, com
a entrada em serviço da nova prensa de Trzcianka, podemos transferir a
produção para lá”, opina Franc Abram, Director de exportação da Sapa
polaca, que foi também o iniciador da colaboração com a Gorenje.
# 1 2007 • SHAPE 11
O PERFIL
SIMON LAMARRE
Ele descreve-se a si mesmo como uma mistura de
artista e engenheiro. E gosta de desempenhar ambos
esses papéis. O canadiano Simon Lamarre foi o
principal designer do novo Volvo C30. O modelo vai
ser muito popular entre os jovens executivos solteiros
e casais com intensa actividade de tempos livres.
S
imon Lamarre, designer chefe
do estúdio da Volvo Cars em
Gotemburgo, afirma logo à
entrada para evitar mal-entendidos: desenhar e desenvolver um
modelo novo de automóvel não
é trabalho para uma só pessoa.
“Sem dúvida, trata-se de um
trabalho de equipa. Quem afirma o contrário,
está simplesmente a mentir.”
Durante os vários anos que durou o processo
de desenvolvimento do c30, chegaram a trabalhar 40 pessoas na configuração do carro. Sem
contar com os que se ocuparam da produção,
da comercialização, etc.
Mas, é claro que algumas pessoas chave tiveram papel de mais relevo.
“Como designer, é claro que tenho de assumir uma certa liderança e tratar de realizar as
ideias. Trata-se de um trabalho muito criativo
principalmente na fase inicial, mas também até o modelo ser escolhido
e o tema estar desenvolvido. Segue-se então uma
fase de trabalho muito
intenso, em que o
designer e os engenheiros
decidem sobre as soluções
de princípio e as põem em
prática”, conta Simon Lamarre.
14 SHAPE • # 1 2007
O caminho até um carro pronto passa por
muitas fases em que se analisa com muito cuidado o funcionamento tanto do desenho como
das soluções técnicas. À medida que o processo
progride, a criatividade e a liberdade artística
vão diminuindo. Começa-se com o desenho
preliminar, com grandes liberdades; depois,
passa-se de uma fase em que os componentes e
pormenores ainda podem ser modificados ou
deslocados cinco milímetros à fase seguinte, em
que só podem ser deslocados meio milímetro.
No fim, todas as peças estão definidas e, na gíria
automobilística, o produto é “congelado”.
“Todos os desvios são objecto de discussão e de
troca entre o designer e os projectistas. E as coisas
nunca se passam da mesma maneira de uns modelos para outros. Trata-se de um processo orgânico.”
projecto, o trabalho de Simon
Lamarre passa progressivamente do artesanal/artístico puro para uma
abordagem cada vez mais
de engenheiro, para
resolver problemas.
Mas sempre com
um bom desenho
em mente.
“Como piada,
costumo dizer que o meu
trabalho é 10% a desenhar e 90% a insistir. O
NO DECORRER DO
›
Simon Lamarre em resumo
Idade: 38.
Formação: Design de produtos na UQAM.
Universidade de Québec em Montreal.
Currículo: Mudou-se para a Suécia em 1990 e
trabalhou na Saab como modelador de barro em
1992. Três anos mais tarde, mudou para a Volvo
e organizou a passagem da modelação em barro
para a modelação informatizada. Trabalhou no
desenho dos interiores do Volvo XC90. Trabalha
desde 2002 no desenho exterior do C30.
Conduz um: Volvo V70 (tem três filhos), mas
pensa comprar um C30.
Carros predilectos: Austin Healey e Volvo C30.
“Como piada, costumo dizer que o meu
trabalho é 10% a desenhar e 90% a insistir”,
afirma o designer chefe Simon Lamarre.
O PERFIL
›
1
meu trabalho consiste, em princípio, em vender
as minhas ideias aos demais.”
O prémio deste esgotante trabalho é quando
o modelo fica completo e pronto. Então a equipa ganha energia e coragem para começar com
o projecto seguinte.
“Ver um produto novo funcionar pela primeira vez é uma vivência inesquecível … quase
irreal”, afirma Simon Lamarre com uma franca
risada.
Mas, voltemos por uns momentos à prancheta e ao computador. De onde vem a inspiração
e as ideias, quando estamos sentados e temos de
ser criativos?
“Muitos já me perguntaram isso mesmo, e eu
ainda não sei o que responder. Trata-se de criar
um sentimento, que pode vir de qualquer parte.
Pode ser um objecto numa loja. Ou deixar o
dia-a-dia e fazer alguma coisa diferente. Ou
visitar exposições e feiras.”
No projecto do c30, fomos buscar muitas
ideias ao mundo do desporto e da moda. O que
fazem as pessoas do grupo-alvo nos tempos livres?
Como se vestem? O que esperam do seu automó-
vel? Estas foram as três questões sobre as quais o
grupo de trabalho se debruçou. Verificámos que
muito se tratava de pranchas e desportos de prancha. Muitos praticam skateboard, snowboard e
wakeboard, e vestem-se pela moda e pelo estilo
de vida próprios destes desportos.
O resultado foi um carro desportivo e, em
termos de Volvo, pequeno. Feito em princípio
para um ou dois ocupantes, com a respectiva
bagagem e equipamento de tempos livres.
tecnologia e do desenho aplicámos soluções novas e velhas. Para contentar
o novo grupo-alvo, o carro tinha que ter um
aspecto atrevido e fresco, mas com certos pormenores que mostrassem de forma insofismável
que se tratava de um Volvo. Um exemplo de
visual atrevido e desportivo é a consola central
de alumínio escovado. A sua superfície pode ter
diversos aspectos, entre outros o padrão “surf ”,
que sugere que foi envolvida por uma onda.
“Alumínio é um material que permite alta
criatividade podendo ser escovado, gravado,
pintado ou impresso”, diz Simon Lamarre,
NOS CAMPOS DA
Um pequeno mas importante pormenor:
A Sapa fabrica um apoio do pilar B (o pilar atrás
da porta) do Volvo C30. O perfil de alumínio é uma
peça relacionada com a segurança e, em caso de
colisão lateral, faz com que o pilar B se deforme
da maneira prevista pelos projectistas.
A capacidade do perfil foi tornada ainda mais
útil agregando uma função à secção transversal,
um gancho em que descansam parcialmente os
bancos. Esta função seria impossível de realizar
se a peça fosse feita num material diferente.
16 SHAPE • # 1 2007
2
6
e acrescenta que o alumínio poderá vir a ser
muito mais utilizado que actualmente.
Como designer, ele gostaria de usar alumínio onde fosse mais bonito, mas reconhece
que também tem que levar em conta o meio
ambiente. No c30, o material é usado, entre
outros, nas jantes e no capot para reduzir o peso
e assim diminuir o consumo de combustível.
“As exigências ambientais põem os produtores de automóveis perante pressupostos totalmente novos e o alumínio satisfaz muitos desses
critérios. Mas os projectistas podem ter mais
influência que nós quando, por exemplo, escolhem o material para a estrutura de um banco.”
Uma outra característica do alumínio, favorável para o meio ambiente, é a sua capacidade
de ser reciclado. Obviamente, a maior desvantagem é o preço.
“Há quem faça automóveis completamente
de alumínio, mas saem muito caros. Temos
sempre de saber quanto o cliente está preparado para pagar. É sempre um compromisso.”
Quando Lamarre pensa nos aspecto dos carros
do futuro trata-se sempre de, tal como no c30,
coordenar velho e novo.
3
4
5
›
7
8
“Em determinados aspectos, não vai
ser muito diferente do que é hoje em dia.
Continuaremos a usar funções básicas, como
quatro rodas e um volante, mas vamos aplicar
tecnologias e materiais novos, que vão afectar a
performance e a carga sobre o meio ambiente.”
Além disso, os carros do futuro vão ser mais
adaptáveis às necessidades dos seus proprietários, as quais podem mudar ao longo da vida
útil do veículo. Os clientes também vão ter cada
vez mais possibilidades de exprimir a sua personalidade e o seu visual por meio de equipamento extra e acessórios.
Mas para a Volvo Cars ainda anda tudo em
volta do c30. O objectivo é vender 65.000 unidades anuais. O modelo já foi lançado em toda
a Europa. E agora chegou a vez do Japão e dos
eua. Simon Lamarre conta-nos que no trabalho
com o modelo aprendeu muito sobre marketing
e vendas – tanto no plano interno como no
externo. E ele está muito optimista.
“Sinto-me capaz de vender um c30 praticamente a cada habitante deste planeta.”
1, 2 Com alumínio na consola central, pode criar-se uma superfície variável e personalizada,
por exemplo escovando, pintando ou gravando o material.
3. O farolim traseiro é, na opinião de Simon Lamarre, a peça mais nobre do C30. Todas as formas
expressivas encontram-se nas largas ombreiras, típicas dum Volvo moderno. O que parece ser cromado no interior dos farolins traseiros é, na realidade, uma superfície de plástico aluminizada.
4. Em volta da alavanca das velocidades e do travão de mão, há peças de alumínio que dão um acabamento desportivo ao carro.
5. Mesmo os puxadores internos das portas são de alumínio escovado, para aumentar o aspecto
desportivo.
6. No volante, o alumínio foi usado principalmente para reduzir o peso.
7. A Volvo e outros fabricantes de automóveis usam desde há muito tempo jantes de alumínio para
diminuir o peso total do automóvel.
8. O deflector spoiler do C30 é uma peça muito funcional, que melhora as características aerodinâmicas
e aumenta a estabilidade a altas velocidades.
T E XTO T H O M AS Ö ST B E R G
F OTO G R A F I A ST E FA N I D E B E R G
# 1 2007 • SHAPE 17
A CAMINHO
Vem um carro
carregado
Por mais de três anos trocaram-se ideias entre a Volvo Cars e a Sapa.
O resultado foi uma calha para o compartimento de carga em
alumínio com funções únicas.
O
s trabalhos de desenvolvimento estão em
curso desde Janeiro de 2004. A nova calha
do compartimento de carga, ou “carril”,
como é chamado pelo pessoal especializado, é um
dos trabalhos da Volvo para tornar os veículos mais
seguros. E é também uma consequência das novas
exigências segundo as normas din, Deutsches
Institut für Normung, estipulando que todos os
fabricantes de automóveis têm que equipar os seus
veículos com pontos de fixação que possam assegurar uma certa quantidade de carga.
A solução elaborada pela Volvo, tendo a Sapa
como parceiro activo no desenvolvimento, substitui os olhais de aço existentes nos modelos anteriores das séries v70 e xc70. O que caracteriza a solução como única é, em parte, os quatro ganchos nas
calhas do piso, que podem ser movidos e utilizados
sem escalonamento ao longo de toda a calha. Além
disso, é possível dobrá-los para baixo, no nível do
chão, quando não são utilizados, para não danificar
a carga que é deslizada ao longo do chão.
“Foi um trabalho avançado, obter uma construção em que os ganchos estivessem suficientemente
18 SHAPE • # 1 2007
soltos para serem deslocados e simultaneamente
não se moverem por si sós ao mínimo movimento.
E ainda por cima têm que estar bloqueados na
posição voltada para cima”, esclarece Håkan Muhr,
gestor financeiro da Sapa Automotive.
A calha de alumínio substitui também consolas,
devido ao chão inteiro no compartimento traseiro
estar apoiado sobre um rebordo que se sobressai
da calha. Além disso, os painéis laterais encaixam
para baixo num outro rebordo da calha do compartimento de carga. Deste modo, aproveitam-se
as possibilidades do perfil de alumínio para integrar
diferentes funções no corte transverso do perfil.
NO SISTEMA TAMBÉM estão incluídos ganchos de
fixação nos painéis sob as janelas laterais.
“Isso possibilita imobilizar a carga tridimensionalmente e nenhum outro fabricante pode
oferecer igual”, diz Carin Stenmark, responsável
pela tarefa junto à Volvo Cars.
Os novos modelos das séries v70 e xc70
começam a ser vendidos no Outono e a Sapa
fornecerá anualmente mais de 200.000 calhas
para compartimento de carga, constituídas em
perfis extrudidos e acessórios respectivos.
“A Volvo classificou o sistema de segurança da carga como um argumento de vendas
exclusivo. Isso significa que o sistema é um dos
aspectos que poderão dar valor acrescentado ao
cliente e, com isso, ajudar também a vender o
veículo”, diz Carin Stenmark.
ELA ACHA QUE a cooperação entre as empresas tem
funcionado bem e que durante os trabalhos
foram encontrados modos de trabalhar mais
rápidos e eficientes.
“A Volvo é responsável pela construção, mas
nós solucionámos juntos tanto questões grandes como pequenas. A Sapa forneceu um bom
apoio com sua competência e conhecimentos”,
diz Carin Stenmark.
Para o novo sistema de imobilização da carga,
a Volvo também oferecerá acessórios como
redes separadoras e piso de carga corrediço.
TEXTO THOMAS ÖSTBERG
CURTAS & BOAS
Escola de perfis
Lars-Göran Borg, Sapa Profiler, dá
dicas sobre medidas e tolerâncias
para um design mais estético.
Quando os perfis se encontram em ângulo recto
uns com os outros ou quando se vai instalar uma
tampa removível, é necessário pensar na configuração, de modo que as transferências intramodais tenham uma boa apresentação.
Um caso simples é quando dois tubos rectangulares se encontram em ângulo recto. Já que
os perfis sempre têm um raio angular, forma-se
um canal e eventuais diferenças de nível serão
nitidamente visíveis.
A solução é fazer uma diferença de nível
consideravelmente grande (veja fig.1). Um
Fig.1
Banco de jardim
poético premiado
Em Outubro de 2006, foi decidido pelo quarto ano
o concurso de ideias AluminiumDesign, promovido
pelas organizações de classe Svenskt Aluminium e
Aluminiumriket. Entre as 52 contribuições encontrava-se uma que despertou excepcionalmente o interesse do júri – o banco de jardim Bladvila. O banco
foi desenhado pela desenhadora industrial Joanna
Eriksson num único bloco de alumínio. O primeiro
protótipo está a ser elaborado neste momento,
o que também fazia parte do primeiro prémio do
concurso. Normalmente, Joanna Eriksson trabalha
como desenhadora industrial autónoma e desenha
móveis para ambientes públicos e também objectos de vidro.
“Estava em busca de um banco de jardim de
Suportes leves
para écrans leves
Os écrans planos estão a conquistar os lares. A
Sapa Profiler da Suécia criou um braço regulável
em alumínio anodizado para montar televisores e
écrans de computador planos em paredes, mesas
ou tectos. O produto faz parte do conceito Linjé
que é vendido pela Götessons. Linjé encontra-se
em inúmeras possibilidades de combinação, tanto
para o escritório como para ambientes residenciais.
O mercado da Götessons encontra-se nos países
nórdicos e em algumas partes da Europa.
natureza escultural que funcionasse como decoração em ambientes públicos. Fazendo o banco de
jardim em alumínio, o peso diminuiu significativamente. Mas igualmente importante foi o facto de o
alumínio anodizado não oxidar”, diz ela.
Motivação do júri:
“Poesia em alumínio – realmente, com tal lirismo
se pode descrever o banco de jardim Bladvila quando este projecta a sua sombra de folhagem. Aqui,
quem necessita de descanso também pode deixar
os pensamentos viajarem uns instantes. Bladvila é
um banco tradicional em nova versão que, de um
modo formoso, se harmoniza com a natureza. A
linguagem da forma é ousada e não convencional
mas, assim mesmo, amável e convidativa.”
percurso recto mais curto entre o ângulo e
o perfil em conexão absorve as tolerâncias.
Frequentemente, não são necessárias tolerâncias especiais, o que é economicamente
vantajoso.
Devido às tolerâncias da tampa removível
e principalmente do perfil, é raro os contornos
externos coincidirem exactamente. O problema
também é solucionado aqui, fazendo-se uma
tampa removível um pouco maior (veja fig. 2).
Fig.2
É difícil colocar uma lateral em grandes perfis
em forma de U, visto que a tolerância da medida
de abertura é relativamente grande. A solução
pode ser dividir o perfil em U em vários menores
e com articulações incorporadas para deixar que
os furos da peça lateral comandem e bloqueiem
os perfis na medida exacta (veja fig. 3).
Fig.3
# 1 2007 • SHAPE 19
VINJETT
PROFILEN
JARDIM
A CAMINHO DO CÉU
A Wibes fabrica escadas há mais de 75 anos e é
hoje em dia um dos principais produtores europeus
– 2.000 toneladas de escadas de alumínio saem
todos os anos da fábrica de Nässjö na Suécia.
Todas as escadas passam por rigorosos testes,
para garantir a conformidade com os requisitos da
norma europeia EN 131, e da norma sueca SS
2091, ainda mais exigente. Todas as escadas
da Wibes são marcadas com uma etiqueta
que indica, entre outros, a carga admissível, o comprimento e o peso da unidade.
E os testes são bem necessários
– numa acção da inspecção de trabalho, foram controlados cerca de 2.000
postos de trabalho, e uma escada em
cada quatro apresentava falhas tão graves que implicaram a sua substituição.
Fel
bild
Segurança no Verão
Chuvoso e frio – infelizmente, assim é geralmente
o Verão típico dos países nórdicos. Por isso,
espaços exteriores cobertos como as varandas
envidraçadas fabricadas pela Novoroom, anexas às
vivendas, são cada vez mais populares. Para resistir
aos esforços resultantes das condições climáticas
e da utilização, toda a estrutura do espaço exterior
coberto é de perfis de alumínio anodizado.
UTENSÍLIOS
DE ALUMÍNIO
PARA O VERÃO
Sombra
acolhedora
Com marquises na casa, pode você mesmo
decidir quando é que o sol deve ser atenuado.
Com vendas em mais de 100 países, a Turnils
é o maior fabricante de componentes para protecções contra o sol. Para resistirem ao vento
e aos elementos, onde quer que seja no globo
terrestre, as peças como braços dobráveis,
painéis de tecto e guias são feitas de alumínio.
NOVIDADES PARA PISCINAS
Cada vez mais proprietários reconhecem as vantagens de uma cobertura para a sua piscina; não
entra tanta sujidade, os custos de aquecimento são
mais baixos e a água não precisa de tantos produtos químicos.
Mas a maior vantagem é a segurança, uma vez
que, em muitos países, medidas de segurança são
legalmente exigidas aos proprietários de piscinas.
Uma solução possível é instalar uma cerca mas a
empresa sueca Pool-Guard desenvolveu uma protecção mais simples e mais segura para as crianças – um toldo de enrolar com armação em perfis
de alumínio.
Os perfis anodizados usados pela Pool-Guard
têm uma duração mínima de 20 anos. Assim,
podem dar-se muitos e bons mergulhos!
20 SHAPE ••## 11 2007
2007
O Hawaii Superferry, fabricado pela Austal, é um catamarã de 107 metros de comprimento que transporta
cerca de 860 passageiros e 280 automóveis. O ferryboat rápido navega pelas ilhas do Havaí.
SuperFerry, questão
problemática para o
construtor naval
Quando a empresa australiana Austal inaugurou um novo estaleiro de construção naval na cidade americana de Mobile, Alabama,
já tinha uma longa experiência no fabrico de navios mercantes e
de guerra em alumínio. O grande desafio era conseguir encontrar
perfis de alumínio à altura das expectativas.
A
Austal foi fundada na Austrália em 1988,
com a visão de construir navios mercantes
de alta qualidade para o mercado global.
Cinco anos depois, a empresa era líder no fabrico
de catamarãs de 40 metros para o transporte de
passageiros. Hoje, a Austal é o maior fabricante
mundial de ferryboats rápidos e ampliou a sua
base de produtos, inclusivamente dando um passo
para dentro do mercado de embarcações militares.
No ano 2000, a Austal abriu um novo estaleiro
naval na cidade americana de Mobile, Alabama,
e ganhou uma encomenda para produzir o maior
ferryboat rápido em alumínio jamais construído
nos Estados Unidos – o Hawaii Superferry. Além
disso, a empresa, em cooperação com a General
Dynamics, recebeu um contrato para construir os
navios de guerra da marinha americana, Littoral
Combat Ship (lcs). O peso tem um significado
muito grande na construção de navios velozes. Por
essa razão, é muito natural que sejam fabricados
em alumínio. Mas, conseguir o tipo certo de alumínio para navios, nas dimensões pretendidas, nos
Estados Unidos, revelou-se ser um desafio de maiores proporções do que a Austal pudesse imaginar.
O chefe da divisão de arquitectura, Frank Ryan,
esclarece:
“Nenhuma outra empresa nos eua tinha construído este tipo de embarcação anteriormente e
nenhuma outra empresa tinha utilizado alumínio
extrudido nessa extensão. O único fornecedor
que se apresentou para nos ajudar, fracassou.
Recebemos alumínio deformado e totalmente inaceitável, o que nos causou grandes problemas.”
Foi nessa ocasião que o chefe de vendas, Tolga
Egrilmezer, da Sapa Mass Transportation da
Inglaterra, entrou em contacto com a Austal.
›
# 1 2007 • SHAPE 21
”
Podemos obter
soluções adaptadas
às nossas necessidades específicas
”
Chris Moyle, chefe de componentes de
alumínio da Austal, esclarece:
“A Sapa tinha ouvido que fabricávamos grandes
navios de alumínio nos Estados Unidos e prontificou-se a fornecer-nos perfis de alumínio extrudido.
Anteriormente, tínhamo-nos concentrado no
material em bruto propriamente dito, que era tão
difícil de obter nos eua, mas demos uma oportunidade à Sapa e eles cumpriram o prometido.”
A PRIMEIRA ENTREGA de perfis de alumínio da Sapa
foi para o ferryboat rápido Hawaii Superferry. O
projecto seguinte – produção do primeiro navio
lcs – tinha prazos de entrega mais longos, o que
permitiu que a Austal examinasse a gama de produtos da Sapa mais detalhadamente. Optou-se pela
introdução da técnica de Soldadura por Fricção
Linear (Friction Stir Welding – fsw), uma solução
que deu à Austal muitas vantagens.
“Quando se trabalha com perfis de alumínio
soldados pelo processo mig (soldadura por arco
com gás de protecção e eléctrodo fusível) é requerido um grau de competência altíssimo. Em 2004,
tínhamos 120 empregados na fábrica de Mobile e
reinava uma grande falta de mão-de-obra competente. Vimos uma grande possibilidade de poupar
na força de trabalho utilizando fsw”, diz Chris
Moyle.
“Graças ao facto da Sapa fornecer painéis fsw
com 2,2 metros de largura, pudemos reduzir consideravelmente os recursos no processo de fabrico.
E, como construtores navais, medimos a nossa
eficácia através do total de horas trabalhadas por
tonelada, necessários para construir um navio”,
acrescenta.
22 SHAPE • # 1 2007
O navio de guerra Littoral Combat Ship é construído como um trimarã para poder suportar duras condições
de tempo.
Além da grande poupança em horas de trabalho,
a Austal poupou também em materiais de consumo como gás e fio de soldadura. Utilizando fsw,
conseguiu-se também encontrar uma solução para
a falta de mão-de-obra competente. Actualmente,
a Austal está a fabricar o segundo exemplar do
Hawaii Superferry e o trabalho com o outro navio
lcs está com início previsto para meados de 2007.
Isto significa que a poupança de mão-de-obra será
ainda mais importante para a empresa continuar a
ter êxito.
Apesar do fsw ter resultado em soluções práticas para os problemas da Austal na produção de
navios, a Sapa Mass Transportation desempenhou
um papel igualmente importante nos trabalhos.
Tolga Egrilmezer esclarece:
“A nossa filosofia é desenvolver um tipo de cooperação com o cliente por meio de compreensão
das suas necessidades e encontrar soluções que
proporcionem valor acrescentado. O objectivo é
funcionarmos como um portal de compras para os
recursos globais do Grupo Sapa.”
A OFERTA À AUSTAL consistiu em fornecer perfis de alu-
mínio e painéis fsw da Europa e perfis de alumínio
da Sapa Profiles Inc. de Portland, eua.
Hoje, a Sapa também coloca à disposição
liderança de projectos, recursos em Pesquisa &
Desenvolvimento e logística. Segundo Tolga
Egrilmezer, a cooperação ganhou realmente
velocidade quando um grupo da Austal dos eua
e da Austrália visitou a Suécia para ver mais de
perto o que a Sapa tinha para oferecer. Sobre
isto, tanto Frank Ryan como Chris Moyle estão
de acordo e chamam a cooperação de “muito
mais do que um simples acordo comercial”.
“Sempre recebemos uma resposta imediata dos
colaboradores da Sapa. Graças à sua perícia técnica,
podemos obter soluções adaptadas às nossas necessidades específicas. Eles não apenas nos ajudaram
a poupar força de trabalho, mas também a poupar
tempo e dinheiro no que diz respeito a desenvolvimento”, diz Chris Moyle.
TEXTO LINDA TROTMAN
FOTOGRAFIA AUSTAL USA
Um pouco sobre a
Mass Transportation
•A Mass Transportation é a porta de entrada
dos recursos globais do Grupo Sapa para
clientes no âmbito das indústrias ferroviárias e de construção naval. A Sapa Mass
Transportation trabalha em conformidade
com o conceito “one-stop shop”, em que uma
equipa especializada se encarrega de todo o
processo – da construção até à produção de
perfis de alumínio extrudidos e painéis FSW.
•Oferece entregas de perfis a partir das instalações de prensagem que sejam mais vantajosas para o cliente. Para a Austal dos EUA, era
uma questão de perfis de alumínio da Sapa
Profiles Inc. em Portland, EUA, painéis FSW
da Suécia e grandes perfis de alumínio da
Sapa RC Profiles da Bélgica.
W SKRÓCIE
Nowe wkręty o łbie gniazdkowym
Do łączenia profili aluminiowych najczęściej stosuje
się wkręty o łbie gniazdkowym. Ich nowy szablon
pozwala obecnie klientom Sapa samodzielnie
dobrać metodę łączenia i rodzaj wkrętu, który
najlepiej pasuje do ich produktu.
– Szablon daje możliwość wybrania wkrętu na etapie tworzenia produktu. Korzystanie
z niego nie ma nic wspólnego z analizowaniem
rysunków i sprawdzaniem danych w tabelach
– mówi Anders Helander z działu obsługi technicznej w firmie Sapa ze Szwecji.
Nowy szablon pozwala na wzdłużne i poprzeczne
testowanie wkrętów. Jego szerokie zastosowanie
obejmuje łączenie zaślepek na prostokątnych profilach aż po przykręcanie lekkich urządzeń.
Wspieranie energii słonecznej
Energia słoneczna jest zarówno odnawialna, jak również przyjazna
dla środowiska. Dlatego też w opinii wielu eksportów stanowi energię
przyszłości.
Sęk leży w tym, że wytworzenie użytecznej ilości energii wymaga
olbrzymich paneli słonecznych. Firma Conergy, niemiecki producent
paneli słonecznych, zadbała również o to!
Po przygotowaniu projektu nowej struktury nośnej dla swoich
paneli słonecznych niemiecka firma skontaktowała się z firmą Sapa.
Zgodnie z nowym rozwiązaniem podpory paneli słonecznych obracają
się na dwóch osiach, dzięki czemu przez cały dzień mogą wędrować
za zmieniającym położenie słońcem. Nowe rozwiązanie zapewnia produkcję energii o 35 % większą niż nieruchome panele słoneczne.
– Nasza współpraca rozpoczęła się w lipcu. Myślę, że na początku miałem błędnie wyobrażenie o wielkości tych paneli słonecznych
– okazało się, że mają one 16
metrów długości i 6 metrów
szerokości – wspomina João
Proszę sobie wyobrazić kwadrat o wymiarach
Almeida, Dyrektor ds. sprze500 x 500 km, pokryty panelami słonecznymi
daży w Sapa w Portugalii.
i zlokalizowany na Saharze, największej pustyni
Firma Sapa była gotowa
świata. Panele słoneczne o powierzchni
rozpocząć
dostawę gotowych
250 000km2 (mniej niż 3 % obszaru Sahary)
byłyby w stanie wytworzyć energię
podpór dla Conergy już miesiąc
odpowiadającą całkowitemu globalnemu
po rozpoczęciu współpracy.
zużyciu energii pochodzącej z ropy naftowej,
– Mamy nadzieję, że
energii elektrycznej i atomowej. Jest to zawrotna
współpraca z wiodącą firmą,
ilość. Elektrownia słoneczna o tej wielkości
prawdopodobnie nigdy nie postanie, ale
jaką jest Conergy, jeszcze barprzytoczony przykład wiele mówi o mocy
dziej podniesie nasz status na
energii słonecznej.
rynku – mówi João Almeida.
Potężna moc słońca
Obróbka powierzchni
– jak to się robi?
O cechach profili aluminiowych w dużej
mierze decyduje ich powierzchnia. Typ
pokrycia profilu oraz jego struktura
i połysk pozwalają na wiele różnych
efektów. Szeroka gama dostępnych
metod obróbki powierzchniowej daje
nam mnóstwo możliwości.
Struktura powierzchni przedmiotu
w dużym stopniu determinuje jego wygląd.
Stwierdzenie to dotyczy również aluminium.
Mechaniczna obróbka powierzchni, czyli szlifowanie, szczotkowanie lub polerowanie, tworzy
strukturę, która zapewnia jej bardziej interesujący
wygląd. Dostępne dziś metody obróbki powierzchniowej stanowią dla projektantów źródło wielu
możliwości, nie wpływając na fizyczne właściwości materiału.
Transparentna powierzchnia aluminium
oznacza, że anodyzację można łączyć z różnymi
rodzajami.
• Szlifowanie taśmowe tworzy delikatne linie
przebiegające w kierunku szlifowania. Ich
ostrość zależy od ziarna materiału ściernego.
Szlifowanie szczotkowe zapewnia jedwabistą i
matową powierzchnię.
• Polerowanie tworzy gładką i lśniącą powierzchnię. Polerowanie wysokopołyskowe nadaje
wyjątkowo wysoki blask.
• Obróbkę bębnową stosuje się w przypadku
małych przedmiotów. Wysokopołyskowa
obróbka bębnowa tworzy gładką i lśniącą
powierzchnię, a gratowanie usuwa zadziory i
wygładza ostre rogi.
Obróbkę mechaniczną przeprowadza się
przed anodyzacją, która może być kolorowa lub
bezkolorowa. Paleta kolorów jest bardzo szeroka.
Głębia i połysk dodają powierzchni profili atrakcyjności oraz podkreślają ich strukturę i kształt.
Anodowana warstwa jest również wyjątkowo
odporna. Anodyzację stosuje się głównie dla
tych i produktów, w których powierzchnia odgrywa ważną rolę, na przykład w przypadku mebli.
Obudowy głośników.
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1 2007 • SHAPE 23
A ÓPERA REAL
PARA CONCLUIR...
O tecto alto da Ópera
Ouro, veludo vermelho-sangue
e lustres de cristal. É o que o
visitante vê ao entrar na Ópera
Real de Estocolmo. Atrás da
cena, o aspecto é outro – e 25
metros acima estão suspensas as barras de carga
em alumínio que se encarregam de fazer com que os
espectáculos funcionem.
linguagem interna da ópera, travessa refere-se às
barras de carga nas quais são fixados os cenários,
reflectores e material semelhante.
“O teatro da Ópera contém muito mais
alta tecnologia do que se possa imaginar. Aqui
existem as mais avançadas técnicas de cena e
assim tem sido desde que a arte da ópera foi
desenvolvida”, diz Jan Holmgren, maquinista
da Ópera. Antes, era necessário suspender uma
armação de guias em madeira e metal sob as travessas tubulares de aço para pendurar elementos
de decoração, mas isso tomava tempo e reduzia
consideravelmente a capacidade de carga.
D
junto com um colega, uma combinação de travessa
e guias – uma travessa-guia configurada em perfil
de alumínio. Eles encontraram falhas de funcionamento nos modelos que os teatros de ópera de
todos os países nórdicos tinham escolhido e decidiram criar uma travessa-guia própria. A oficina
ispositivos de elevação movidos por máquinas e tecnologia informatizada dominam
por trás, abaixo e acima da cena da Ópera.
Mais acima, sob o tecto, estão suspensos mais de
setenta travessas que são elevadas e baixadas. Na
24 SHAPE • Nr 2 2006
POR ESSA RAZÃO, Jan Holmgren começou a estudar,
de carpintaria da casa elaborou um
primeiro modelo em madeira
e a Sapa foi contactada para os
trabalhos de desenvolvimento.
Hoje, estão em uso cerca de vinte
travessas-guias de alumínio com
 metros de comprimento cada
uma. O objectivo é que  das
Travessa-guia
 travessas sejam de alumínio
em corte
dentro dos próximos anos. As
transversal.
travessas-guias da Ópera, de
desenvolvimento próprio, despertaram o interesse
no sector e futuramente poderão vir a ser instaladas
em outras casas de ópera.
“A maior vantagem das nossas travessas-guias é o
facto de diversas funções estarem integradas no perfil, o que era impossível com uma travessa tubular
de aço. Além disso, o peso é menor, o que permite
à travessa-guia suportar uma carga significativamente maior”, diz Jan Holmgren.
TEXT DAG ENANDER