Relatório nº 9 - 7 de Janeiro de 1851
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Relatório nº 9 - 7 de Janeiro de 1851
RELATORIO Do MINISTEIIO DOS NEGOCIOS ESTRINGEMOS APRESENTADO AS CORTES SESSAO OIWINNARIA DE 4854. LISBO.A. IMPRENSA NACIONAL. 1851. L1H i o XJ l n cli.ialidade do Ministro c Secretario d'Estado dos Negocios Estrangeiros, tenho a honra do vos aprosentar o Relatorio da Reparticao a meu cargo, relativo ao anno findo, e por elle conhecereis o clue na rnesma Reparticao occorreu. SECRETARIA D'ESTADO. No pessoal da Secretaria d'Estado houve as a!teracoes constantes da relac o nominal, quo acompauha o rospectivo Orcamento. Polo que respeita ::r sua organisaea`o devo dizer-vos quo para estar em harmonia corn a das Reparticoes da mesma natureza de outros Paizes, que nos podem servir de modelo, seria necessario, a fern do so conseguir o melhor desempenho do servico, reforrnar a Lei pela qual se rege o nosso Corpo.Diplomatico, do que fazern parte os Empregados na. dita Secretaria d'Estado, por isso que e deficiente em muitos pontos essenciaes. Confio quo cute assumpto inereca a attencao do Corpo Legislativo, clue por certo nao deixara do providericiar como .julgar mais conveniente. CORPO DIIPLOMATICO, No Corpo Diplomatieo houvc as altoracoes a quo deu logar a Carta de Lei de 1 2i do Junho ultimo, authorisando o Governo de Sua Magestade a elevar i cathegoria de segimda ordern a Legaca`o em S. Petersburgo. 'fendo o Ministro de Sua• Magestade em Roma sido tambem acreditado na mesma cathegoria junto do sua Magestade EI-Rei das Duas Sicilias, e de Sua Alteza Imperial e Real o Grao Duque de Toscana, pelas razes expendidas no meu precedente. Relatorio, pede a justica que tanto a verba relativa ao seu ordenado, corno as despezas do Legacao, seja augmentada. Submetto, pois, a vossa deliberacao a conveniente Proposta do Lei (sob n.° 1). Outro tanto me cumpre fazer (sob n.° 2) pelo que toca a Missao em Constantinopla, cujo chefe, so bem que no Oreamento figura como Consul Geral, foi comtudo acreditado como I ncarregado de Negocios de Sua Magestade pelo Ministro da illesnia Augusta Senhora, quo alli fora em missao extraordinaria, por isso quo o Governo Ottoinano so n^?o affasta do prineipio que adoptou, de no reconhecer auctoridade alguma Consular na Capital do Imperio senor clue seja 4 revestida igualmente de urn caracter diplomatico, ou dependente de uma Legacao corn a qual a Porta quer manter relacoes. Por motivos de economia suppriupiu o Governo Dinamarquez a sua Legacao permanente em Lisboa, acreditando junto do Governo de Sua Magestade A Rnrnnn o seu Ministro Residente em Madrid, pelo que devera tambern ser provisdriarnente supprirnida a Legacao permanente de Sua Magestade em Copenhague, ficando alli acreditado o Encarregado de Negocios nomeado para a Suecia Como este, porem, foi rnandado interinarnente tornar conta da Legacao em Madrid, entendeu o Governo de Sua liagestade nao dever mandar retirar, por em quanto, da One de Dinamarca o Encarregado de Negocios que alli se acha servindo ; cumprindo-me observar que corn quanto no Or4amento pars o anno economico do 1851 a 1852, apparecam ainda as duas Legacoes, na Suecia e Dinarnarca, separadaetente, fern por isso results prejuizo, mas antes sim economia para a Fazenda, visto quo ao Ministro Plenipotenciario na mesma Corte de Madrid senao tern abonado vencimento alguni desde Janeiro do anno proximo passado, pela folha do Corpo Diplomatico. CORPO CONSULAR. Continua a sentir-se a falta de urn Codigo, ou Regularnento, quo inarcando as attribuicoes dos Consules Geraes, Consules, e Vice-Consules, estabeleca ao mesmo tempo uma tabella uniforme dos emolurnentos quo taes E+npregados deverao perceber, a tim de se evitarem os embaracos que no exercicio das suas funce6es a cada passo se lhes offerecem, e beet assim as queixas de pessoas que se julgam lesadas na desigualdade corn que so cobram taes emolumentos. Em vista, portanto, do que acabo de expender, seja-me pernrittido repetir que muito seria para desejar quo a esclarecida Commissao, a cujo exame foi commettido o Projecto de um Codigo Consular, ha muito tempo apresentado nesta Camara polo Governo de Sua Magestade, houvesse do dar, quanto antes, o seu parecer; a tim de que da execucao do mencionado Codigo so consigam os resultados quo o servico publico tanto reclarna. Como medida geral entendeu o Governo de Sua Magestade dever supprimir a verba de 608000 reis annuaes para despezas -de Consulado, corn que fora contern= plado no Oreamento at o anno economico de 1848 a 1849 o Consul ern Barcelona. Havendo, porern, reconhecido quanto era justo restabelecer aquella verba, entendo lever apresentar-vos igualmente a respectiva Proposta (sob n." 3). ORcAMENTO. Polo Oreannento geral do Estado para o anno economico de 1 85 1 a 1852, quo já vos foi presente, tereis visto os encargos quo pesam sobre a Reparticao quo Sua !1lagestade Se Dignou Confiar-me; a cumpre-ine accrescentar que havendo-se reconhecido que nao era sufficiente a somma votada para as ajudas de custo, e servico dos correios no corrente anno economico, prevaleceu-se o Governo do Sua Mageslade da authorisacfio quo the foi concedida pelo 8.° do artigo 2.° da Carta de Lei de 23 de Juiho proximo passado, abrindo para este Ministerio, por Decreto de 28 de Outubro, um credito supplementar do reis 10:420$068 ; `e (10 use que se Iizer desta quantia sera dado conhecimento as Cortes em devido tempo. Por esta occasiao julgo dever ponderar que os ordenados diplomaticos tern sido to cerceados quo nao comportam reduccao algurna. A actual Administracao, ciosa da dignidade e independencia dos Agentes Diplomaticos Portuguezes, tem empregado, e nao cessara de empregar, todos os seus exforcos para evitar que taes Funecionarios passem pelos vexames a que necessariamente se veriam expostos, coin grande desdouro para o paiz que representam, se nao houvesse a desejada regularidade no pagamento de seus tenues vencimentos. PARTE POLITICA. O Governo de Sua Magestade nao tem afrouxado no empenho de procurar estreitar cada vez mais as suas relacoes poli.ticas coin as diversas Potencias. Dopois do encerramento das Cortes, houve comtudo urn incidente que deu logar ao Encarregado do Negocios dos Estados-Unidos da America pedir inesperadamente os seus passaportes, e a retirar-se desta Capital em Julho do anno proximo passado, por se haver o Governo do Sua Magestade negado, coin junto motivo, ao integral pagamento das diversas reclarnacoes contra elle apresentadas por parte do Governo Arnericano, e de que adiante tratarei. Tenho pordm a satisfacao de annunciar-vos que o passo dado por aquelle Dimatico nao teve as consequencias que tanto seriam para sentir; c que ao Ministro Residents de Sua Magestade nos Estados-Unidos, que tao repetidas provas tern dado do seu zelo pelo servico, acaba de ser expedida a authorisacao para concluir coin o Governo At►^ericano, sob as bases propostas polo de Sua Magestade, a necessaria ConvencAo para o ajuste final das supracitadas reclamaçoes. Por occasiao do regresso do Santo Padre A Capital dos Seus Estados, apressouse Sua Alagestade, como Filha Devota da Igreja, a mandar cumprimentar Sua Santidade polo Seu Ministro junto da Santa Se, attencao esta a que o Surnmo Pontifice so mostrou por extrerno penhorado. O Governo Britannico, tomando na devida consideracao o contheudo da Nota quo, em 29 do Novembro. de 1849, the fora dirigida, em Nome do Sua Magestadc polo Seu Niinistro em Londres, contra o attentado commettido em Macau, no dia S de Junho do dito anno, por ordem do Capitao Koppel, Commandante das Forcas Britannicas surtas naquelle porto, nao duvidou, eorno era do esperar da sua rectidao, mandar desapprovar a conducta do referido Commandante, a born assim proceder a exactas informacoes pelas respectivas Authoridades da Colonia Ingleza de Hong-Kong, de accurdo corn as de Macau, a fin do arbitrar uma indernnisacao rasoavel, tanto aos subditos do Sua Magestade quo foram feridos, como as infelizes familias daquclles cr.rja perda houve a deplorar por essa occasiao. Na data do 20 do Maio ultimo publicou o Governo da mesma Colonia de HongKong uma ordenacao tendente a regular a jurisdiccao dos Magistrados e Tribunaes de .lustica daquella Colonia, nos casos de crimes a olfensas cornmettidas por subditos britannicos fora della ; no preambulo da qual se allude 6 ordenacao do 1844, em cuja clausula final era Macau declarado territorio sujeito ao dominio do Imperador da China, para todos os effeitos no so daquella Lei, was de todas quantas depois delta so publicassem, sob a authoridade do Governo da dita Colonia, passadas cm Conselho Legislativo. Em consequencia do urna Representacao dirigida ao Governo de Sua Magestade pelas Authoridades do Macau sobre este assumpto, julgou, para prevenir contestacoes entre aquellas Authoridades e as de Hong-Kong, dever mandar dirigir a conveniente Nota ao Governo do Sua .Magestade Britannica, 6 qual respondendo, em 21 de Outubro ultimo,. Lord Palmerston, principal Secretario do Estado na Reparticiio dos b Negocios Estrangeiros, deu urns explicacao em harmonic corn a declaracao feita por Lord Aberdeen em 1845, do quo a dita Ordenacao do 1844 em nada offendia os direitos da Coroa de Sua Magestade sobre Macau, por isso que somente tinha em vista tornar extensiva ao Tribunal do Hong-Kong uma das attribuicoes dos Tribunaes Inglezes da mae Patria, os quaes, segundo a Legislacao Britannica, especialmente no Acto 9.° de Jorge IV, Cap. 31.° Sessao 7.', julgam os subditos britannicos por certos crimes quo hajam commettido em paizes estrangeiros, sew que todavia isso obste a quo respondam perante os Tribunaes desses paizes aonde hajam delinquido. Em Agosto de 1847 concedeu o Governo de Sua Magestade A RAINIm permissao, por espaco de tres annos, para quo os navios do guerra de Sua Magestade Britannica empregados no Cruzeiro da Costa d'Africa pudessern entrar nas bahias, portos, enseaclas, rios e outros logares dentro dos Dominios da Coroa de Portugal na Costa Oriental d'Africa, aorrde uao houvesse Authoridades portuguezas constituidas, Para obstarem ao illicito trafico da escravatura, quo por alli se pudesse, fazer. Expirado aquelle praso, pediu o Governo de Sua Magestade Britannica a renovaçao do accordo estipulado ; e querendo o Governo de Sua Magestade dar mais uma prova do vivo empenho quo tern de cumprir lielnuente tudo aquillo a que se obrigou pelo Tratado de 3 de Julho de 1842, entre Portugal e a Grarn-Bretanha, contribuindo por quantos rneios estivere ► n ao seu alcance para se conseguir o 6m que os dous Governos tanto ¶em em vista, concedeu a dita permissao por mais tres annos ; ficando, porem, entendido quo deverd cessar para todos os seus effeitos relativamente a qualquer das bahias, portos e mais logares de que acima se faz mencao, ou a todos elles, a medida que as Authoridades portuguezas alli se estabelecam. Tern mediado ultimamente uma activa correspondencia entre o Governo do Sua Magestade, c o de Sua Magestade Britannica aeerca da intolligencia do artigo 4." do Tratado de Cornmercio entre Portugal e a Gram-Bretanha de 3 do Julho de 1842, ou seja em relacao ao direito de 128000 rein em pipa, que neste Reino paga todo o vinho do Porto exportado para Inglaterra, a que o Governo Britannico pertende ser difl'erencial, ou seja con respeito 5s novas providencias adoptadas pelo Decreto de 29 de Maio proximo passado , providencias que sao arguidas de conter restriccies, e prohibiciio na exportacao para a Grarn-Bretanha de Berta qualidade de vinho, e involverem por isso uma viola sao do referido artigo 4.° Modificado este porem como se acha, pelos artigos 7.° e 15.° do mesmo Tratado, o primeiro reconhecendo o statu quo, polo facto do deixar a alteracao dos direitos da Pauta para uma Convencao especial, e o segundo declarando em vigor os Regulamentos especiaes do commercio dos vinhos do Porto, nao so os quo entao existiam, was quaesquer outros que o Governo de Sua Magestade de future viesse a promulgar para anirnar o mesmo comrnercio, lica visivelmente excluida a interpretacao que se pretende dar ao citado artigo 4• 0 ; nao podendo por consequencia ser taxado de djeyencial um imposto que 6 pago, na hypothese dada, per todos os exportadores, quaesquer que sejam as Nac6es a quo pertencam, inclusivarnente os preppies nacionacs. De mais, o mencionado Decreto de 29 de Maio a urn verdadeiro Regulamento promulgado cm virtude do artigo I. da Lei de 9 de Julho de 184.9, onde o Corpo Legislativo authorisou o Governo at regular a exportacao dos vinhos do Alto Douro de maneira quo os de 2.' qualidade nao prejudiquem o credito dos vinhos destinados aos mercados da Europa, e quo nao pode deixar do ser considerado na literal disposicao da segunda parte do artigo 1 b." do alludido Tratado, nas Pala eras Regulamentos cspeciacs quo estao agora em vir'or•, ou vierein Para futuro a. soy promulr; ados. Espera por tanto o Governo do Sua illagestade, que ens presenca dos solidos argumentoS quo sobre os pontos cm questao tern apresentado ao de Sua Magestade Britannica, de eta boa fe nao p6dc por urn instante duvidar, este so convenca de i que o espirito e a letra do Tratado de 3 de Julho de 1842 no favorecem de mlodo algum as suas reclamacoes a este respeito. Alem desta reclamacao, tem sido dirigidas contra o Governo de Sua Magestade varias outras relativas a subditos britannicos, algumas das quaes no tem sido admittidas, no porque o Governo de Sua Magestade no tenha toda a deferencia e considerac`ao pelo de Sua Magestade Britannica, mas porque, versando sobre assurnptos exclusivamente da competencia dos Tribunaes, no poderia, sem manifesta infraccao das Leis, proceder de encontro as suas disposicoes. ltevogacao do Acto do Congresso dos Estadon-Unidos de 11 do Ago%to do 1848. no parte relativa no nosso Estabelecimento do Macau. Pelo Acto de Congresso dos Estados-Unidos de 11 de Agosto de 1848, promulgado com o fim de se levarem a effeito certas estipulaçoes no Tratado entre os ditos Estados e a China, foram conferidos poderes judiciaes aos Agentes da mesma Republica naquelle Imperio para julgarem os cidada`os Americanos, e fazerern executar as senteneas que contra elles dessem, comprehendendo os que residissem em Macau. 0 Governo de Sua Magestade, pugnando, como the cucnpria, pelos dircitos da Coroa de Portugal sobre aquelle nosso Estabelecimento, ordenou ao Ministro Residente da Mesma Augusta Senhora em Washington, que houvesse de dirigir aquelle respeito a conveniente reclama^ao; e teve a satisfacao do ver revogado o mesmo Acto, na parse relativa a Macau, por outro datado de 20 de Setembro do anno passado. Contas coin Hespanha relativas as Diwisôes auxiltares. As contas relativas ao subsidio arbitrado as duas Divisoes auxiliares, portugueza e hespanhola, ainda no se poderarn liquidar, por dependerem do urn accordo entre os respectivos Governos sobre alguns pontos que a Commissao Mixta niio pode decidir ; sendo o principal o abono dos juros da Lei, a que o Governo de Sua Magestadc julga ter direito : por quanto havendo-se o Governo de Sua Magestade Catholics obrigado a satisfazer, em prasos convencionados, o subsidio a Divisao Auxiliar Portugueza, e no o tendo feito, resultou ver-se Portugal obrigado a contrahir emprestimos, com urn juro muito superior ao que pertende, a fim de occorrer i despeza extraordinaria occasionada pela expedicao a Hespanha da mencionada Divisao. Deniarcacuo do Solor e Tinior. Tendo o Governo de Sua Magestade ElRei dos Paizes-Baixos, por vezes, rnanifestado ao de Sua Magestade A RAINHA o desejo do ver demarcados e tixados os Iimites das duas Coroas no Archipolago de Solor e Timor, Houve a Mesma Augusta Senhora por bem Nomear, por Decreto de 28 de Outubro ultimo, o Conselheiro Jose Joaquirn Lopes de Lima, Vogal da Commissao Mixta que, para else 6m, devera reunir-se na Ilha de Timor, para onde ji partiu, authorisado a escolher outros dous Vogaes para constituirem a dita Commissao; devendo comtudo o resultado'dos seus trabalhos ser submettido a consideragao e definitiva resolucao dos respectivos Governos. teclamacnes dos Estado5-Unidox da America. 0 Governo de Sua Magestade, tomanclo na mais seria consideracao o importante negocio das reclamacoes contra elle apresentadas por parte do Governo dos Estados Uc idos,. ernpregou todos os mcios ao seu alcance para demonstrar quanto algumas dellas cram infundadas. Vendo porem, corn grande sentimento, que o Gabinete Americano.transacto, sem se fazer cargo dos solidos argumentos produzidos pelo Governo Portuguez, insistia pelo integral pagamento de todas as ditas reclamacocs, julgou dever propor que estas fossem referidas a decisiao de uma terceira Potencia do mutua escolha, por isso que entendeu ser este o melhor rneio do decidir a questao de: uma maneira amigavel, e sern quebra da dignidade das duas Nacoes. A pritneira das rcclamacoes a que alludo, avaliada polo Governo dos EstadosUnidos em 131:600 patacas, d a que diz respeito ao Corsario Americano — General Arnnstrono — destruido na 11ha do Fayal , em 27 de Setembro de 1814, por ordem do Commodore Lloyd da Marinha Britannica, apezar de haver o respectivo Governador exgotado todos os meios de persuasao, unicos do que podia dispor, para evitar o con(licto n'um porto neutral. . Funda-se o Governo Arnericano, para exigir o pagamento da supracitada indemnisacao, sem admittir a impossibilidade em quo se achava o Gover nador clo Fayal do usar da forca contra a Esquadra Britannica, no principio de quo e do dever do neutral proteger sempre qualquer belligerante quo vein procurar asilo no seu territorio ou jurisdiccao, e quo deixando do o fazer, ou negando-lhe essa proteccao, e obrigado a indemnisar a parte belligerante contra a qual a aggressao houver sido commettida. A segunda, cuja indemnisac^+o foi.calculada cm 23:171 patacas e a do Capitao James Hall, da Calera Americana — Shepherd— pela apprehens5o do 10.089 patacas hespanholas, feita em Fevereiro de 1828, corn o fundamento do haverem sido clandestinamente conduzidas desta Capital para bordo da mesma Calera, e nao de Antuerpia, corno pertendia o referido Capitao. Sobre este caso instaurou-se o cornpetente processo na Relacao de Lisboa, seguindo todos os tramites legaes ; porern o Governo Americano, a quern se den conhecimento da Consulta que, sobre o mesmo assumpto fizera subir a presenca de Sua Magestade a Seccao Administrativa do Conselho de Estado, corroborando a sentenca (inal da mesma Relacao, negou=se a admittir as razoes contra esta reclamacao apresentadas. Insistiu pois polo pagamento da sobredita indemnisacao, allegando ter o mencionado Capitao obtido duas sentencas a seu favor, as quaes, so por prepotencia do Governo Usurpador, deixaram do ser cumpridas. A terceira reclamaciio, avaliada em 42:098 patacas, revere-se aos interessados na carga do azeite do balea do navio— Miles— arribado cm 1841 a Mocambique, e julgado incapaz do seguir viagem para Boston, seu destino. A pedido do respectivo Capitao, prestou-se o Governador daquella Provincia a fretar-lhe a barca do Estado— .Real Principe D. Pedro— para o transports da meneionada carga. Tendo a dita barca pordm arribado a Pernambuco, con) agoa aberta, tornou o Consul Portuguez conta do navio, e vendeu a carga para occorrer aos reparos do quo necessitava aquella embarcacao. Os principaes fundamentos apresentados polo Governo Americano para rcclamar a indemnisacao alludida, consistem : 1. 0 em se haver exigido ern Mocambique o direito do exportaca`o do azeite do navio Miles: 2.° em ter sido obrigado o referido Capitao a fretar aquella barca : 3• 0 haver esta sido considerada como navio mercante, a nao do Estado para o caso de avaria grossa ; c 4. 0 finalmente em so ter deixado ao desamparo em Pernambuco a tripulacao do Miles. Insistiu portanto 0 Governo Americano no pagamento integral da carga polo quo teria produzido nos Estados-Unidos, e juros correspondentes. Versa a quarta reclamacao, pela qual so exige a indemnisaciro de 8:9 11 patacas, sobre a escuna -- Colonel Blum -- naufragada em 1 84 8, quando, por ordem das Authoridadss da Ilha do Sal, era conduzida da bahia da Mordeira, onde havia fun- deado em contravençao das Leis Gscaes, para o porto de Santa Maria, unrco em que the era permittido entrar. Sustentou o Governo Americano esta reclamacao com o fundamento de que as Authoridades da dita Ilha se tinharn apoderado daquella escuna, quando em perigo pedia soccorro, e que esta no teria naufragado se as mesrnas Authoridades a nao houvessem obrigado a it fazer agoada ao porto de Santa Maria sob pena de mulcts de 5768000, e conliiado a sua conduccao ao Patrao-mor daquelle porto, pessoa que o Governo Americano julgou para isso incompetente. A quinta reclamacao, avaliada em 17:294 patacas, d a dos donos, tripularao e passageiros do brigue americano — Magoun — aprezado em Angoxe, em Novembro de 1847, aonde entrara ern contravencao do Decreto de 5 de Junho de 1844, para se empregar no tratco da escravatura e contrabando, e condemnado, por sentenca da Junta do Justica de Mocambique, pro(erida em 2 de Maio-de 1848. Insistiu o Governo Americano no pagamento desta reclamacao allegando: 1. 0 que a condemnacao daquelle navio nao a justificavel por isso que se achava tranquillamente surto no rio de Angoxe a espera de vento favoravel para seguir viagem ; rio entao debaixo do dominio de um regulo que se havia tornado independente de Portugal ; 2.° o mao tratamento dado a tripulacao e passageiros que foram mettidos na cadea de Mocambique, onde permaneceram onze mezes, e falleceram o Capitao e o respectivo Contra-Mestre ; 3.° que um dos passageiros detido na dita cadea, comprara a sua liberdade as Authoridades daquelle Provincia. Alem destas reclarnacoes foram apresentadas outras de menor importancia, no valor total de 253 patacas. Achando-se fundeadas no Tejo as fragatas americanas — lbiississipi e Inulependence — exigiu o Encarregado de Negocios dos Estados-Unidos a prompta a plena satisfacao de todas as mencionadas reclamacoes, prevenindo ao mesmo tempo o Governo de Sua Magestade de que, se undo o praso de vinte dias, nao fosse dada a satisfacao reclamada, pediria os seus passaportes. 0 Governo de Sua Magestade, ouvindo sobre este importante negocio o Conselho de Estado, que foi unanime em que se admittissem quatro das reclamacoes que the foram -presentes, com o urn de evitar as consequencias que de uma recusa poderiam resultar ao paiz, prestava-se já ao pagamento das ditas reclarnacues no valor de 91:727 patacas, com a units excepcao da que era relativa ao Corsario—General Armstrong — avaliada, como flea dito, em 131:600 patacas, e cuja decisao propunha de novo fosse referida a uma terceira Potencia, por involver urn principio de Direito Publico International. Entendendo pordtn o Agente Arnericano dever ainda recusar esta proposta, declarando nao puder acceitar outra que nao tivesse por objecto o integral pagamento das supracitadas reclamacoes, retirou-se effectivamente desta Corte. Tal era o estado deste negocio quando foi nomeada a actual Administrac:io dos Estados-Unidos, a qual, acceitando a proposta do Governo de Sua Magestade, brevemente vira a um accordo definitivo sobre o arbitro a cuja decisao devera ser submettida a questao do Corsario - General Armstrong. PARTE COMMERCIAL. Pela Lei de 25 de Junho de 1849, foi concedida ao Governo de Sua Magestade a faculdade de tratar como nacionaes, l)elo que respeita aos direitos de porto a de tonelagem, os"n;ivins darluellas nacZies, que concederem igual favor as embarcacoes port uguezas. 3 l0 An.irnado pois do desejo do quo os navios portuguezes quo navegam para Franca participassem das vantagens que a mesma Lei proporciona, rnandou fazer, para esse fin), as convenientes propostas ao Governo da Republica pelo I11inistro de Sua Magestade em Paris. Este porem, antes de encetar a desejada negociacao, julgou do seu dever informar quo o casco das embarcacoes francezas e isempto em Branca do direito do navegacao chamado de tonelagem, c por isso no concede aquelle Governo a equiparacao dos navios estrangeiros aos sous proprios, senao quando a reciprocidade importa uma igual isempcao para os navios francezes. Todas as vezes portanto que urn paiz estrangeiro no pode conceder essa isempcaao absoluta, em razao das suas proprias embarcacoes estarem sujeitas a um direito qualquer de tonelagem, corue acontece ern Portugal, gradua a Franca a reciprocidade polo quantum corn que ainda Gca onerado o navio francez. Nestas circumstancias, reservou-se o Governo do Sna A1agestade para, em occasiao opportuna, vir a um accordo sobre este assumpto. corn o Governo da Republica. LiWre iin wemmi ilko do Douro. Per Decretos do 14i do Agosto e 18 de Novembro do anno findo, Nouve Sua Alagostade por bean nomear os Commissarios quo, por parte do Portugal, devem comppor a Commissao Mixta encarregada do rover o Regulamento do 23 de Maio do 1840 para a livre navegaciio do Douro. A mesma Commissao, installada na Cidade do Porto, desde o dia 1 1 de Dezembro ultimo, concordou ern adiar as suas sessöes at quo sendo instruidos os respectivos Governos do resultado dos trabalhos ultinla(los at 6quella data, resolvessenm o quo julgassen) conVeniente. Imposto de 15 realer sobre pee fresco estrangeiro impoi•tatlo em liespannlm. Pela nova Paula das Alfandegas do Reino visinho, foi imposto o direito do 1 r^ realcs do vellon em cada quintal de peixe fresco estrangeiro, direito stimuramente prejudicial aos Pescadores do Algarve, por isso quo nao permitte efleituar as trarrsaccoes quo tinhatn logar entre os dour, povos, quarto a sardinha e alum, quo constituem uma das rnaiores fontes do riqueza daquella Provincia. Sollicito o Governo do Sua Magestade em prornover as vantagens do ulna classe tiro die , na de hroteccAo, espediu, em Novernbro ultimo, as convenicntoos ordens ao Encarregado de Negocios da Alesnia Augusta Serilrora na Corte de Madrid, afim de quo procurasse obter do Governo do Sua Magestado Catholica a redu.rccao do urn imposto quo tanto affecta no so os interesses dos subditos de Sua Magestade, alas at os dos proprios he.,panlioes quo so cmpregam naquelle ramp tie cotnmercio. Por era no te ► n Ihav ido o resultado quo tanto era para desejar ; inas o Governo do Sua Magestade no perdera do vista este iml.,ortante negocio. 'Irotado de csommereio coin at Sardenihs ► . 0 Govorno de Sua Magestade acaba do negociar uni Tratado coin a Sardenlha, Gxando as relacoes commerciaes entre os dons paizes sobre o pe de perfcita reciprocidade e do da Nacao mais favorecida, tanto polo quo respeita ,i navegae io, corno aos direitos sobre as rtiertadofias da 1>roduccao dos reshecticos paizes. Ha muito que esta negociacao so teria ultirnado, se o Governo Sardo no houvesse exigrdo certas concessoes que nao podiam ser adcoittidas polo do Sua Alagestade, mas do quo a final veio a desistir. 11 E portanto de esperar quo das disposicoes do mesrno Tratado, resultem mutual vantagens a ambas as Nacoes. Equiparneao da Bandelra Hollandeza to Nlacional. Constou ao Governo de Sua Magestade, pelo Ministro Residente dos Paizes-Baixos nesta Corte, que os ,navios portuguezes quo navegavam para aquelle Reino eram equiparados aos nacionaes quanto ao direito do porto e tonelagem, e prevalecendo-se da authorisacao que. the concede o artigo 2.° da supracitada Lei de 2.5 de Junho de 1849, expediu no mesmo anno as convenientes ordens para quo a Bandeira Neerlandeza fosse tratada, em relacao aos rnesmos direitos, Como a nacional nos portos de Portugal e Ilhas adjacentes, e em todos os das Provincias Ultramarinas, aonde o commercio d legalmente permittido a todos os estrangeiros. Como porem no tenha havido a reciprocidade reclamada pelo Governo portuguez Para a nossa Bandeira nas Colonias dos Paizes-Baixos, isto porque o respectivo Governo a tornava dependente de uma nova Legislacao commercial c maritima, que acaba do ser promulgada, entendeu o Governo de Sua Magestade, em presenca da dita Legisla eso, dever propor ao de Sua Magestade Neerlandeza um Tratado do Commercio e Navegacao, de cujas bases se esta occupando. Pautas Turcas, Corn inuita satisfacao vos annuncio que os exforcos que por occasiao da revisao das Pautas Turcas empregara o Consul Geral e Encarregado de Negocios do Sua Magestade ein Constantinopla, para conseguir uma rasoavel reduccao nos direitos de importacao dos productos de Portugal e de suas Provincias Ultramarinas, a muito especialmente a dos nossos vinhos, foram coroados de um feliz exito; nio podendo uma tal vantagem deixar de animar para o futuro o commercio directo deste principal producto do nosso solo, so, como a do esperar, a sua importacdo augmentar naquelle Imperio, aonde existem algnns milhares de consumidores daquellc genero. Em occasiao opportuna terao as ditas Pautas a conveniente publicidade no Diario do Governo, na parte que disser respeito a Portugal. ReclaniacoeS do Governo de Sua Magestade para ague nos Esl ados IJnidoa svefa %ubstituido o direito ad valorem que oft vinhos de Portugal alit pagaau por um direlto especitieo. 0 Governo de Sua Magestade, zelando, como the cum pro, os interesses do cornmercio, nao tern cessado.de.:.instar, mas sem feliz resultado, para que as nossos vinhos importados nos Estados Unidos paguern urn direito especifico, e nao advalorem, por isso que um :tal.direito nib o pode deixar do ser considerado differencial, contra o espirito e letra do Tratado de 26 d'Agosto do 1840; comtudo sobejos motivos tern para esperar que se nos faca a devida justica nas novas Pautas dos rrresmos Estados. Direitos ditrerenciaes no% no55o5 vinhos ir quo no Imperio do Brazil continue a pezar urn direito diflerencial sobre os nossos vinhos, aonde os da Madeira, assim de ernbarque como de superior qualidade, pagam 600 reis por Canada, os do Porto 260, os do Lisboa 240, ao passo que os da Figueira, da Catalunha c da Sicilia pagam 200 rdis. Uma tal desigualdade equivale a um direito prohibitivo quanto ao vinho da 12 Madeira, e involve uma proteccao inexplicavel aos vinhos do outros Paizes que, oil nao recebem, oil adrnittem corn mui pesados direitos, os generos do Brazil, quando Portugal e o major consumidor do todos as daquelle vasto Imperio. Confla portanto o Governo Portuguez que, tomando o de Sua Magestade o Imperador do Brazil na devida consideracao as suas justas e repetidas reclamaSocs sobre este to importante assumpto, haja de poc terrno a uma tal desigualdade, quo tanto affecta o commercio dos Bois paizes. Lstabelecianento de urn Consulado de Portugal em ri[anilla. Desejoso o Governo de Sua Magestade de ter urn Agente nas Filippinas, a fim do promover o cornmercio entre Portugal e aquelle Archipelago, propoz a Sua Magestade a RAINHA a nomeacao de urn Consul, cone residencia em Manilla; tendo esta escolha recaido em pessoa do reconhecida prohidade, e que reune todos os requisitos que se podem desejar. Circular ao nossou Consules a Aeon do connmercio a da nnwcraci ..o. Em 9 d'Abril proximo passado, foi expedida, pela Reparticrio a rneu cargo, uma Circular a todos os Consules Geraes, Consules, e a alguns Vice-Consules, exigindo delles inf'ormacoes sobre diversos pontos, cujo conhecimento do muita utilidade pode ser para o nosso commercio e navegacao. 0 resultado deste importante trahalho, que muita honra faz ao nosso Corpo Consular, coinecou a to publicidade no Diario do 25 de Noven ► bro ultimo; e rnui satisfactorio e para o Governo de Sua Magestade ver, pela Imprensa periodica, que tent sido em geral devidamente apreciado. Commisdsio do W ixeonde. de Santarem. No momenta cut que as Nacoes civilisadas procurarn transmittir a posteridade uma colleccao do publicacbes historical e docun ► entaes, na() podia a Nacdo Portugueza, que tanta celebridade adquiriu nos tempos reinotos pelas suas estupendas navegacoes, conquistas e gentilesas de valor, deixar do fazer um exforco para tamhem erigir urn padr^io a gloria nacional. Para esse firn, contiando o Governo de Sua Magestade no distincto merecimento do nosso eximio Litterato Visconde de Santarem, cujo name e ja tao conhecido na republica das letras, encarregou-o de compor a interessante Memoria sobre a priorirlade dos dlescobrinientos Portuguezes na Costa occidental rd'A/rica -o Quadro elementar dal relaco"es political e diplomaticas com as diuersas Potencias do Mundo, alern de outras publicacoes no menos importantes para a nossa Historia politica ; ernpresa esta colossal, e a que com incansavel zelo e tanto credito seu e honra da nossa Pai.ria se tern dedicado o mesmo Visconde. Polo ultimo c born claborado Relatorio que este nosso sabio compatriota me dirigiu, e que junto por copia, ficareis ao corrente do estado de seus valiosos trabalhos; e do Officio do Ministro de Sua Magestade ens Paris, datado de 11 de Dezembro findo, igualmente junto por copia, coni ► ecereis os servicos que nester ultimos annos o dito Visconde tern ao mesmo tempo prestado, para estendcr as relacoes litterarias de Portugal, e facilitar ao nosso Paiz o estudo da Historia e dasSciencias. Em vista, pois, da importancia da ardua tarefa comrnettida ao mencionado Visconde, e das attendiveis razes por elle expendidas, para que the seja elevada a seis contos de reis a subvencao do quatro contos que ora percebe, julgo clever apresentar-vos a convetriente Proposta de Lei sob n.° '1. 13 CONDUCTA DO GOVERNO DO BRASIL POR OCCASIAO DA EPIDEMIA DE QUE FORAM VICTIMAS MUITOS PORTUGUEZES. 0 Governo de Sua Magestade, deplorando eni geral os estragos da febre amarella que invadiu o territorio brasileiro, e em particular a perda do tantos subditos portuguezes que foram victimas daquelle horrivel flagello, cumpre urn dever do gratidao para com o Governo de Sua Magestade o Imperador do Brasil, publicando que, durante aquella calamitosa epoca, foi sollicito cm ministrar indistinctamente, e com a maior generosidade, soccorros a todos aquelles que os necessitavam. As acertadas providencias, por essa occasiao tomadas pelo Ministro de Sua Magestade, e polo Consul Geral de Portugal no Rio de Janeiro sao por certo mui dignas de louver, a no menos a Sociedade de Benefieencia, estabelecida naquella' Cidade, pelos actos de philantropia por ells praticados, em beneucio dos portuguezes desvalidos. ADMINISTRAcAO GERAL DOS CORREIOS E POSTAS DO REINO. As innovacoes quo durante o anno proximo passado foram introduzidas na Administraclo Geral dos Correios e Postas do Reino, sao as que passo a ter a honra de levar ao vosso conhecimento. Logo no principio do referido anno restabeleceu-se a antiga pratica de serem as malas do Alemtejo, entre Aldea Gallega a Elvas, acompanhadas por, Correios Conductores. Amargas experiencias tinham vindo mostrar que a econornia, que se pertendera obter coin a supJ,ressao deste servico, era incompativel coin a regularidade, assim na pontualidade das horas da marcha, e no acerto da distribuicao destas em dilferentes pontos da estrada, corno na seguranea da correspondencia Emendou-se a marcha dos Correios do Traz-os-Montes, do inaneira que so abbreviou quatro dias a chegada das mallas de Braganca, c outras terras daquclla Provincia a Lisboa. Estabeleceu-se terceiro correio semanal para Torres Vedras, Lourinha, Atouguia, Peniche, e Obidos, que so tinhain doffs, e incorporaram-se todos os tres nas mallas geraes atd Alhandra, do sorte que se pode responder na volta do Correio; ficando por tanto supprimida a antiga e muito vagarosa carreira quo antecedentemente havia por Monchique. Coin a eooperacao da respectiva Junta do Districto, conseguiu-se estabelecer tres correios semanaes directos entre Leiria e Villa Nova d'Ourem; ligando-se por este modo a coinmunicacao da estrada do Leiria coin a do Thomar, donde ,j5 vinha^n tres correios a Villa Nova d'Ourem. Entre Thomar e Alvaiazere estabeleceuso tambem um terceiro correio semanal. Abbreviou-se quatro dias a morosa communicacao do correio quo havia entre Lisboa e Figueiro, e deu-se-lhe terceiro correio em logar dos dois que unicamente tinha. Em consequencia destas innovaCoes tambem se conseguiu quo no so as terras das duas estradas de Thomar a Leiria, mas tambem as do Santarem, Abrantes, e Castello Branco, e igualrnente as de Coimbra at ao Porto, so podessem communicar directarnente entre si, sem dependencia de Lisboa a Porto. Abriu-se communicacao directa entre Si aos correios de Setubal, Palmella e Moita, igualmente aos de Torres Vedras, Lourinhu e Peniche, aos de Obidos, Caldas, Leiria e Coimbra, e aos de Carinha, Valenta, MonCao, a diversas terras do 4 14 Alto 111inho. A mes ► na correspondencia directa se estabeleceu entre a Villa de Aldea Gallega, e as Provincias do Alemtejo, e Algarve, sem dependencia de Lisboa. A marcha do correio de Caminha abbreviou^se de modo que a correspondencia bode ser alai distribuida ao publico no mesma dia em que sahe de Vianna. Para Villa do Conde creou-se um terceiro correio sernanal. Por meio dos Barcos de Vapor (em cujos Directores tem a Sub-lnspeccao Geral dos Correios encontrado a mais benevola cooperacao) estabeleceu-se correio diario para Almada, Seixal, e berry assim para Alhandra, Villa Franca, Villa Nova da Rainha, e Azambuja: destes ultimos, por6m, no se pode tirar toda a possivel utilidade em quanto os trabalhos da sua expedicao e entrega nao poderem ser feitos por EErnpregados do Correio, em um Escriptorio proximo ao caes.dos mosmos Barcos. Todos estes melhoramentos, assim como quasi todos os outros que em todos os annos antecedentes constantemente se tens feito, se obtiveram sc ► n .o mais love augniento de despeza para o Cofre do Estado, exceptuando unicamente a terceira earreira entre Thomar e Alvaiazere, que trouxe urn insignificante accrescimo de. despeza ; mas uns e outros tem progressivarnente augmentado os trabalhos do expediente desta Administracao a tal ponto que a impossivel desempenha-los com perfeico, sem que a Reparticao se organise de um modo correspondente a estes novos encargos, a aos muitos quo ainda hao de resultar dos novos aperfeicoamentos de rnaior vulto que se rneditam. Para esse fim nomeou o Govern de Sua Magestade uma Commissao, quo zelosamente se den, desde logo, aos escudos necessarios Para o desernpenho dessa diflicil missao ; mas que no tardou em conhecer que the nao era possivel proseguir utilmente nos sous trabalhos, sem giie pudesse, de accordo com o Governo, para esse Jim legalmente authorisado, Bxar as bases, e a extensao das reformas que se deven, emprehender. Havendo pois submettido a vossa deliberacao a convenientc Proposta com o rneu precedente Relatorio, e no tendo esta sido discutida na Sessao passada, como tanto era para desejar ; permitti que cu agora chame a vossa particular attencao so- bre este urgente negoclo. A Convencao ultimamente concluida con) a Hespanha veiu definir e Gxar as relacoes postaes entre as duas Nacres; facultou ao Governo de Sua Magestade urns base vantajosa para poder negociar com os outros paizes•iguaes Convencoes que facilitenn, por meio da diminuicao dos portes, as nossas correspondencias; introduziu por um modico premio, a util pratica dos seguros de cartas entre Portugal e liespanha, e reduziu muito consideravelmente em ambos os paizes o premio das cartas, por isso que as cartas de Hespanha que, ate duas oitavas, pagavam em Portugal noventa refs, c no Reino visinho setenta e cinco rdis, passaram a pagar s6 o Porte de ;quarenta e cinco reis em ambos os paizes. Tern-se censurado o Governo de Sua Magestade por haver consentido que na dita Convencao se estabelecesse, para os periodicos da Europa alem dos Pyreneos, quiz dim mute prc(,o (dez reis per folha) que no pagavarn d'antes; mas esta innovac<to nao foi resultado da Convencao a que alludo, pois que independentemente delta já o Governo de Sua Magestade Catholica insistia para a .introduzir, attribuindo a pratica antecedente a um erro da Administraçao de Correios de Hespanha ; e allegando que nenhuma obrigacao tinha do .fazer gratuitamente atraves de todo o seu territorio o transporte dos jornaes estrangeiros ; tendo sido baldados todos os esforcos que por parte do Portugal se iizeram contra esta exigencia. Secretaria d'l+Stado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de I851. ,Conde do Toj(d. e1` •^ —A ;. SENHOH ES : 1 oR occasiuo dos aconteciwentos quo iinpellirain o Santo Padre a ausentar-se dos Seus Cstados, c a retirar-se para Gaeta, aonde por ordem do Sua lllagestade A RAINHA o acoml.yanhou o seu Ministro junto da Santa Sd, Julgou a Mesma Augusta Senhora, na Sua Alta Sabedoria, dever acreditar igualmente o dito son Ministro junto do Sua 1Iagestade EIRci das dugs Sicilias e de Sua Alteza Imperial e Real o Gam Duque de Toscana, para assim Lhes dar um publico testemunho do apreco em quo tinha a maneira distincta por que aquelle seu Representante havia sido aeolhido nas Cortes de Napoles e do F lorenc a. Corso pordm tanto o ordenado como a verbs pars despezas do Legacao, corn clue aquelle Funccionario vac contemplado no Orcamento para o anno economico de 1851 a 1852, so foram calculagos em relacao a Legacao em Roma, a sejam insufficientes para occorrer as despezas que, em razao dos seus novtos .cargos, a obrigado a [azer corn o expediente, portes do correio a viagens as rnencionadas Cortes, aonde necessariamente tern de permanecer algum tempo do anno, julgo do Coda a justica apresentar-vos a seguinte PROPOSTA DE LEI. ARTIGO j .° A coniecar do anno economico do 1851 a 1852, vencera o Eaviado Extra.o-dinario e Ministro Plenipotenciario de Sua DZagestade nas Cortes de Roma, Napoles e Florenca o ordenado annual do rdis 7:2008000 em logar do rdis 6:0008000 corn que ate ao presente tem sido contemplado; e hem assim. rdis 1:200$000 em logar de rdis 8008000 para occorrer as despezas das tres Legacoes a serx cargo. ARTIG0 2.' F'ica revogada toda a Iegislacao em contrario Secretaria de Estado dos Negocios Estrangeiros, ern 7 de Janeiro de 1851. Ckmde do TojU.(. \ o 9--110 SENHORES: E M 20 de Marco de 1843, celebrou-se urn Tratado de amisade, commercio e navegacao entre Portugal e a Turquia; Tratado que se tornava necessario na.o so em razao da situac:io politica daquelle Imperio, e da sua tendencia para as instituicoes e habitos curopeos, mas tambein para que pudesse ser reconllecido o Consul. Geral da Nacao Portugueza em Alexandria, cujos servicos so alli indispensaveis para a mais breve cornmunicacao com os Dominios de Portugal na Asia. No tendo tido efleito a Carta Patente de que is munido o nosso Consul Geral em Constantinopla, pelo motivo expendido no meu Relatorio, e vendo o Ministro de Sua Magestade, quo alli fora em 111issiio extraordinaria, que so corn um caracter diplornatico podia o mesmo Consul Geral ter relacoes ofIiciaes e directas corn o Governo Turco, entendeu lever acredita-lo, por meio do urna Nota dirigida ao respectivo Ministro dos Negocios Lstrangeiros, na qualidade de Encarregado de Negocios de Sua Magestade, aGrn de que o servico nio soiTresse, e Portugal pudesse gosar das vantagens do commercio e navegacao que o Governo de Sua Magestade teve em vista quando concluiu o Tratado a que alludo. Desde essa epoca no tern aquelle Etupregado aifrouxado no seu zelo polo servico, e ainda ha pouco dcu uma evidente prova de quanto tern a peito os interesses do comrnercio do sou paiz, conseguindo ulna reducrao de direitos nos nossos prop ductos importados na Turquia, quo nao deixara de animar a sua concorrencia no mercado, quo assiru the Gca aberto naquelle Imperio. Relacionado portanto, coumo se acha, com o Corpo Diploniatico, e obrigado a tratar-se com a decencia propria do caracter que alli representa, unpossivel e aquelle Funccionario faze-lo n'urn pain aonde so a renda da sua habitac^co 1lie absorve a terra parte do sou actual ordenado, e o Agente Diplomatico e obrigado a occorrer a despezas inevitaveis, reclamadas pelos usos e costumes daquelles povos. Tornando-se pois muito necessaria a conservacao do dito Enearregado de Negocios em Constantinopla, e exigindo o decoro da Nacao quo este nosso Agente Diplocnatico tenha urn vencimento correspondente a sua cathegoria, subrnetto 5 vossa deliberaçao a seguinte PROPOSTA DE LEI. A1Tnco 1." 0 Encarregado do Negocios de Sua Magestade em Constantinopla vencera, a comecar do anno economico do 1851 a 1352, coino todos os outros Empregados de igual cathegoria, o ordenado de refs 2:4008000, cm logar do refs 1:2008000 annuaes quo actualmente percebe. A1•r1oo 2." Fica revogada toda a Legislaca'o em contrario. Secretaria de Estado dos Negocios F,strangeiros, eau 7 de Janeiro de 1851. Conde do 7 oj(Ll. SENHORES: ^te o anno economico do 181.8 a 1849 foi contemplado no Urcamento do Nlnisterio a meu cargo o Consul do Portugal em Barcelona corn a verba do reis 60$000 annuacs, para despezas daquelle Consulado, a qual deixou do the ser abonada em virtude do inedidas geraes. Por occasiao porem dos ultimos acontecimentos de Italia, quo deram logar a uma activa correspondencia entre o Governo de Sua Magestade e aguelle Ernpregado, reconheceu-se que, pela situacio em quo se acha collocado, e reduzido ao seu simples ordenado, nao poderia, sem prejuizo dos sous interesses, continuar a ser privado da dita verba. 'I'enho pois a honra do offerecer a seguinte: PROPOSTA DE LEI. Aitrico 1.° A comecar do anno econornico do 1851 a 1852 sera novamente concedida ao Consul de Portugal ern Barcelona a quantia de rdis CO$000 annuaes, Para despezas do Consulado a seu cargo. ARTIGO o Fica revogada toda a Legislacao em contrario. Secretaria do Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 1851. Conde do Tojal. N ° 9-1). SEN FE()RES : 1-^ utilidade dos traballios conrulettidos pelo Governo do Sua 1iagestade ao nosso eximio Litterato Visconde do Santarem, tiio geralmente reconbecida quo julgaria abusar da vossa attencao, so acerescentasse. cousa alguina ao que sobre este assumpto expendi no Relatorio da Reparticao a meu cargo, e aos interessantes documentos de que entendi dever acompanba-lo. Persuadido pord,n como estou, do quo apezar do zelo do mesmo Visconc para levar a cabo, coin aquella brevidade que muito seria para desejar, urea empresa que tanto honra o nosso paiz, no e sufficiente a subvencao de quatro contos do r6is, quo actualmente the e concedida, e que, satisfeita corn o atraso a que a forrca das circumstancias tern levado os pagamentos, o colloca em difficuldades extremas; o por outro lado, certo de que vos nao negareis a ministrar-ll ► e os necessarios meios para a prompta conclusao do urn grandioso monumento a gloria nacional, subrnetto A vossa deliberaeao a seguinte PROPOSTA DE LEI. Asarco 1.° A cornecar do anno econotnico de 1851 a 1852 sera novamente elevada a reis G:,000$000 a subvenca.o concedida ao Visconde de Santarem para completer as importantes publicaco`es de quo foi encarregado polo Governo de Sua Alagestade. ARTrco ?." Fica revogada toda a legislacao em contrario. Secretaria de Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 18")l. Conde 10 ' o a1. 19 I LLUSTRIssimo e Excellentissimo Senhor. -- Apesar do escrupulo que tenho de tomar o tempo a V. Ex." com a leitura de um Longo officio, nifo posso nem devo por isso deixar de dar conta a V. Ex." do estado actual cloy trabalhos de que estou encarregado, bent eomo do que a este respeito tenho feito desde o men ultimo relatorio dirigido ao antecessor de V. Ex.'. Principiarei pelo Quadro Elementar dos nossas relacoes politicas e diplomnaticas corn as diversas L'oteneias, ou mais propriamente, 4rchivos Diplomaticos de Portugal, por ser esta obra a base de todas as outras. Ja se acham publicados desta obra 6:072 summarios de documentos diplomaticos, e os tomos dados a luz equivalem, em consequencia das notas e do numero de paginas, a 14 volumes de fdrma ordinaria, de 300 a 400 paginas. 0 volume que encerra as nossas relacoes com a Franca durante o celebre reinado do Senhor Rei D. Jose, esta quasi todo composto, e pela maior parte impresso. JA 3:800 folhas estio tiradas, e jai se teria ultimado se o cdrte da subvencAo me no tivesse impossibilitado de dar todo o impulso a esta puhlicacao. Apesar disto terei a honra de enviar eni breve a V. Ex.° o dito volume. Depois do meu ultimo relatorio tenho colligido mais 2:150 copias e summarios de docurnentos de maior importancia para a nossa historia diplomatica, politica e commercial, e para o mesmo Quadro .Elementar, cujos volumes serao simultaneamente publicados com os do Corpo Diplomatico, on dos Tratados. A seccao das nossas relacoes coin a Carte de Roma enriqueceu-se, durante o mesmo tempo, alem das 2:502 Bullas e Breves, e outras transaccoes de que ja se compunha, de mais de 1:000 outras noticias e (10cumentos relativos a 214 Nunciaturas e 123 Embaixadas e Misses Portuguezas mandadas i£ Curia de Roma. Na"o sto menos importantes as acquisicaes que tenho feito para a parte das nossas relacc es com outras Cartes de Italia, principalmente com a CBrtc de Sardenha, tondo Lido felizrente A minha disposiçao uma colleccilo original importaritissima das nossas relaco"es com a dita Carte durante os reinados dos Senhores Reis 1). Affonso vi, D. Pedro it, e D. Jose I. Quanto d. Inglaterra, cujas relaq(3es e historia deltas nos interessa em summo grao, tambem a seceio respective se enriqueceu de numerosos docunlentos admiravelmente copiados naquelle Reino, todos ineditos e desconliecidos. Estes documentos abrangem oN reinados d'Elftei D. Fernando, e dos Soberanos que the succederam ate ao Senhor Rei D. Sebastiao inclusive. A secca.o dhs nossas relacoes com a Hollanda, que foram em outro tempo mui importantes, augmentou-se igualmente de mais de 1:000 documentos e summaries. Polo que respeita ao Corpo Diplomatico, ou collect o dos Tratados, e outros actos publicos do nosso Direito Publico Conventional, cumpre-Ine dizer que puhliquei durante o mesmo periodo de tempo o tomo t.° da colleccao dos nossos Tratados com a Hespanha, encerrando 97 docurnentos integraes desde o reinado d'EJRei D. Affonso Henriques ate ao firn do reinado do Senhor Rei D. Fernando. 0 2.° volume, que comprehends as nossas transacecies politicas , e commerciaes e outras com a mesma Potencia, j{ está no prelo. Encerra este os actos diplomaticos desde o Senhor Rei D. Joito i ate ao fim do reinado do Senhor Rei D. Joao ir, em que se extinguiu a Dynas-tia d'Aviz. Os documentos do 3•0 volume, quo encerra as transacei es imporIII e D. Setantissimas dos reinados dos Senhores Reis D. Manoel, D. bastia.o, jd esUto promptos tambem para a imprensa, e os do 4.° volume, que encerra as transacciies desde o reinado do Senhor Rei D. Joio iv ate aos nossos rlias. " 6 `)0 Os materiaes para os volumes desta obra que encerram as nossas transaccoes com as outras Potencias, acharu-se ji iniinitos colliaidos e outros inclicados chronologica e systematicamente no rneu trabalho prelinminar, de forma que os desta ultima classe so resta copia-los, de maneira que em caso algum poder^£ parar um so instante a publicaciLo deste thesouro de docurnentos, uma vez que a antiga subvenc,"to we seja gaga regularmente. Pelo que respeita t£ historia' politica de Portugal, desde o principio da Monarquia, tenho continuado a trabalhar nesta redigindo-a corn o mesmo desvelo corn que tenho empregado perto de quarenta annos da minha vida na composirIo das outras, as quaes sacrifiquei grandes sommas do rneu proprio patrimonio e haver desde 1809 ate 1842 . Resta-me dar conta a V. Ex." igualmente do estado de outra obra e publicagao de que fui encarregado polo Governo cle Sua Magestade, e que no conceito geral dos sabios mais eminentes da Europa faz a major honra a Portugal de haver favorecido, elevando assim urn verdadeiro monumento A gloria nacional, e ao mesmo tempo I historia das sciencias. Por occasi^io de nos haver disputado este Governo o direito que temos aos territorios situados no Casamanza, fez-me o Governo de Sua Magestade a honra de me encarregar da publicacrto de uma obra em que os nossos direitos a posse dos mesmos territorios, fossem definitivamer to provados. Nas instr ucc6es confidenciaes que enta"o recebi, me ensinuou mui sabia e judiciosamente S. Ex.' o Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros que muito convinha, no so pela importancia da quest^io entiio pendente, was mesmo pelas utilidades que poderiarn resultar de futuro, que, alem do texto Portuguez, eu houvesse de publicar uina obra na lingua Franceza, por ser hoje universalmente sabida, a6m de por este modo fazermos couhecer a toda a Europa a nossa justica, e a gloria e direitos que resultavam a Portugal da prioridade e natureza dos seas descobrimentos. Pelo estudo que eu tinha feito destas materias, pareceu-me que a melhor maneira de demonstrar mathematicamente este assumpto, era a de produzir n10 so as provas documentaes tanto nacionaes como estrangeiras, mas principalmente as que resultavarn da publicacao das Cartas geographical e hydrographicas, anteriores e posteriores aos nossos descobrimentos. E corn etieito, tendo seguido este piano, conseguiu-se que nib o s6 todos os sabios e Jornaes dente mesrno paiz, e as Revistas scientificas da Europa, was ate muitos corpos scientificos, recouheeessern e proclamassem a nossa justicsa. Entretanto a Memnria Portuqueza, e bem assign as Recherches etc. que pt.ubliquei em 1842, e as C artas e Mappas clue acoinpanh aram esLa publica4a.o, ainda que levaram A evidencia os pontos que tratei de provar, no deixaram de ter em certo modo um caracter especial, por nto ter demonstrado em toda a generalidade pela rnesma serie de provas qual era o estado dos conhecimentos do Globo anteriormente as nossas descobertas, e de que natureza foram os incalculaveis serviços que em consequencia destas navega fides e descobertas os Portuguezes fizerarn a Europa e ao Mundo. Cumpria pois completar estas provas, e elevar assign urn monumento a gloria da Narao Portugueza, e ao mesmo tempo as sciencias, tanto mais que nern os nossos I_Iistoriadores, new os estranhos haviao ate agora tentado um ensaio mesmo de uma obra desta natureza, new suspeitado a existencia das importantes provas que Live a fortuna de descobrir. Para corroborar o que deixo dito poderia produzir grande cdpia de documentos, was para no cancar a benigna atteneao de V. Ex.' ajuntareii apenas a este officio sob n.° 1 o' juizo que acaba de fazer urn dos Jornaes scientificos especiaes destas sciencias, e de que silo Redactores, Arago, Dupperey, da Academia das Sciencias c10 Instituto cle Franca, Dureau. de la IVIalle, da 21 Academia das Inscripccies, Humboldt, e Barao Walckeuaer, Secretario perpetuo desta ul.tima Academia, um dos primeiros geographos cla Europa. No s6 pela convicgao em que estava, como toda a Europa da importan= cia desta publicacao, mas tambem para dar pleno cumprimento £ letra e espirito das instrucçoes e patrioticas vistas do Governo de Sua Magestade, tenho sem o menor descanco continuado esta grande publicacAo, que faz parte e complemento da primeira publicada em 1842. Para que V. Ex.° possa ter uma idea do estado actual, do numero e natureza dos monumentos geographccos preciosissimos que tenho feito gravar e publicar desde o anno de 1847 ate agora, tenho a honra de ajuntar a este Officio sob n.° 2 uma Lista, por ordern de seculos, das Cartas publicadas, cujo numero sdbe a 90. Foram todas copiadas dos manuscriptos preciosos e unicos de dezeseis Bibliothecas da Europa; a saber: da de Paris, de Gand, da Haya e Bruxellas, da Cottoniana, do .Museu Britannico, da dos antigos Duques de Borgonha, da Real de Stuttgard, da d'Alby, da Suecia, da dos Medicis de Florenca, da de Dijon, fia de St.rasburgo, de Saint-Omer, da d'Arras, da tie Leipsig e de Leyde. No escapar por certo a sagacidade de V. Ex.` o improbo trabalho que taes acquisicoes me tern dado, alem da constante e dispendiosa correspondencia corn urn grande nrsnero de sabios e de artistas residentes naquelles paizes. Em consequencia pois destas acquisiccies successivas, tenho conseguido publicar ate agora 153 monumentos geographicos, que formam actualmente o grande Atlas, Reservo para 'outro Officio o dirigir a V. Ex.' o relatorio dos trabalhos que se estao fazendo neste momento sobre este objecto,'afim de pc r o mais depressa que for possivel o remate a esta grande publicaca"o. Posto que a publicacao so do Atlas fosse, na opinilto dos sabios de maior authoridade, um verdadeiro monumento scientifico, cumpria comtudo acomparrha-lo de um texto explicativo, que encerrasse a parte historica e analytica, e que tornasse, nas conclusoes, incontestaveis os servicos feitos pela Naco Portugueza as Sciencias e ao Cornmercio do antigo mundo, abrindo o caminho das maiores regioes do globo ate entgo inteirarnente desconhecidas, e d'outras mal exploradas. Era o clito texto alem disso indispensavel para a intelligencia dos systemas representados vas diflerentes Cartas, e para o conhecimento da verdadeira historia dos descobrimentos e do Progresso das Sciencias geographicas e hydrographicas. ['ara tornar mais evidente esta demonstracito, clasaifiquei os monumentos da geographia publicados no Atlas, em epocas historicas, que formam quatro grandes periodos, e compuz o texto explicativo em volumes correspondentes a cada uma das divises ou periodos historicos. Consegui publicar no principio deste anno o I.° volume desta obra, de que enviei exemplares ao Sr. Ministro dos Negocios Estrangeiros, antecessor de V. Ex.', e tenho continuado, a' forca de improbo trabalho, do adiantar do tai modo a impressfto do segundo, que espero podert ver a luz pt blica em Fevereiro ou Marco do anno proximo. Este segundo volume, alem da historia geographica, analytica e chronologica das representacoes do globo anteriores aos nossos descobriwentos, que tinham estado ineditas ate agora, encerra o rnesmo volume perto de 2:000 commentarios historicos de geographia comparada, sciencia sobre a qual no tinhamos ate agora nern uma so obra. Em outro officio terei a honra de mostrar, quo esta obra serve tambem a dar maior realce, a legalisar, explicar e illustrar muitas transaccaes diplomaticas, que formam parte da colleccaio dos nossos Tratados corn as Potencias estrangeiras. 22 Direi, entretatito, que a maneira por que foi acolhido o 1. 0 volume desta obra pelos orgaos da opiniao scientifica, justifica tambem a importancia e necessidade desta publica4ao. 0 artigo publicado no Moniteur Universel, o da Revue Britannique, da Literary Gazette de 21 d'Abril ultimo, que ajunto a este officio sob n." 3, 0 discurso do Presidente da Royal Geographical Society, os artigos publicados em Allemanha, e a larga analyse inserts no Jornal scientifico, intitulado= Annales des Voyages=do mez de Julho e Agosto passado, todos estes documentos bastariam pars justificar a dita publicacao, ainda mesmo quando as ordens e vistas do'Governo de Sua Magestade a nao tivessem sabia e patrioticamente authorisado. Deus Guarde aV. Ex.amuitos annos.—Paris, 3o de Novembro de 1849. e Ex.`"" Sr. Conde do Tojal.= Visconde de Santarem. Este, conforme. — Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 1851. = Emilio Achilles Monteverde. N° I. Eactsacto de urn artigo dos ANN^LLES DES 'i'OVA ES do% meezes de dulho e Aaoyto de 1519. Analyses critiques des i^uvrayes recens. Essai sur l'histoire de la Cosrlwoyraphie et de in Cartographie pendant le moyen-dye et sur les proigre's de In Georlraphie apris les grandes decouvertcs du xv.° siecle, pour server d'introduction et d'explication l'dllas compose de 3 appem.ondes rt de Portulans et d'autres monumens yeogruphiques dcpuis le vi.e siecle de notre ere jusrlu'au xv11., par le Vicomte de Santarem. A PR^S avoir longtems servi ie Portugal clans de hautes fortctions, sir. le Vicomte le Santarem est venu demander a la France une retraite studieuse, qu'il a consacree toute entiere a de grands travaux historiques et a d'importantes etudes sur I'histuire des decouvertes geographigties du moyenAge. Ces travaux, d'ailleurs, Ctaient encore un moyen de servir Ia gloire de sa patrie. Le premier ouvrage important qu'ait public Mr. de Santarem dans le cercle des etudes geographiques avail pour objet de demontrer la priorite' des dCcouvertes portugaises au long de la Cote occidentale de I'Afrique sur celles des autres nations navigatrices de ]'Europe. (*) On ne peut contester (a l'auteur de la these) d'avoir approfondi des questions nombreuses que le sujet souleve beaucoup plus qu'on ne I'avait fait avant lui, c'est aussi d'@tre entrd dans une voie nouvelle d'investigations, la seule qui puisse conduire A des rCsultats certains, en s'appuyant non plus seulement sur les livres des historiens, mais aussi sur la sCrie chronologique des plus anciennes cartes qui aient etC dressCes soit A. 1'Cpoque meme, soit dans des temps peu CloignCs des grandes ddcouvertes. L'emploi de ces documents n'exige ni un esprit moins judicieux ni une critique moms severe que l'emploi des textes; mais it n'est pas douteux que les consequences gti'ort en peut tirer sont plus sfires, plus dtendues et surtout plus frappantes, quo cellos qui .dans des discussions analogues avaient etC seulement fournies par ]a lecture des auteurs. Les Recherches de Mr. de Santarem avaient etC acompagnCes d'une suite nombreuse de Cartes anciennes reproduites en fac simile sur les originaux memes, snit intCggralement, soit par fragmens en ce qui se rapportait a I'Afrique. Cette suite curieuse de monumens cartographiques du xiv,° du xv.° et du xvr.° siecles, quoique composee daps un but special et consdquerument limite', e'tait dr ja extrCmement remarquable et surpassait de beaucoup tout ce qu'on avail auparavant public de monumens de cette nature. On put juger alors, mieux qu'on ne l'avait jamais fait, combien ces monumens, ainst rdunis et completes, seraient utiles a l'histoire de la geographic dans toute Ia periode du moyen-Age, non seulement pour approfondir les questions speciales de decouvertes et de nomenclature, mais aussi pour suivre de siècle en siècle le progr6s memo des ide'es gdnCrales sur ]'ensemble du globe terrestre. C'eltait une voie toute nouvelle ouverte d la science, et dent l'immense (•) 0 auctor deste arligo esqueceu-se que annoy antes cu havia publicado as Recherches glographiques at hislor:ques cur Vespuce at see voyages, obra que foe traduzida eat In,lez nos Estados Unidos d'America. Niio foram puis Hs hecherc/e,s cur la prior/t,% des deco,,rertes por/aga:ses a primeira obre importanle de geographia scieutificn. 7 )A. port6e avait ete pressentie a peine par les Sprenger, les Groherg et les Maltebrun, c'est -a -dire par les hommes memes qui depuis un demi-siècle se sont plus specialement occupes de l'histoire de la geografhie au moyen -age envisagde dans son ensemble. Ce long oubli Bans lequel etait reste'e une branche si importante de la science s'explique aisernent par la diffrculte de consulter les Cartes que noun a laissdes le moyen-Age, et par le nombre restreint de ces curieux monumens dont 1'existence mdme etait connue. Dessemines pour la plupart et perdus en quelque sorte clans les grands depots scientifiques de l'Europe, l'acces en dtait a peu pros impossible aux horn rues spe'ciaux qui auraient pu surtout les examiner aver fruit. La lisle est longue cependant des savants qui depuis deux cents ans se sont occup ss occasionnellement des Cartes du moyenAge. (*) La masse d'ecrits, notices, recherches. et dissertations sorties de Ia plume savante de tant d'hommes eminens, renferme sans doute un grand nombre de faits curieux et de notions instructives ; plusieurs rneme y out joint des copies reduites ou des extraits figures des Cartes qui faisaient l'objet de leurs recherches, et ces copies pouvaien_t déjà donner one idCe de la nature des monumens originaux : eh ! bien, malgre tant de travaux meritoires, la science n'en avail retire an total que tre's-peu de fruit;—si pen de fruit que les auteurs qui depuis la fin du Bernier siècle ont dent l'histoire de Ia geographic, tout en empruntant aux dissertations speciales relatives ft cet objet ('indication ou la rectification de quelques faits particuliers, n'ont pas (lit uu mot de cette classe de monumens dans sa gfindralite, comme source d'rnformations sun l'ensemble des connaissances et des doctrines gCographiques an moyen-fge. C'est qu'en effet cet importance capitale n'est pas clans on monument isole', rnais dans un grand ensemble de monumens; c'est que des publications partielles et tronquCes n'en pouvaient Bonner qu'une We fort imparfaite; c'est entin que pour apprecier a toute leur valeur scientifique ces documens des Ages intermddiaires, it fallait pouvoir en dtudier et en comparer toute la suite classCe a la fois par Cpoques et par nations, ou comme disent les peintres, par ecoles. Telle est la haute utilitd de ces collections ge'nCrales de documens, quo daps toutes les branches des etudes historiques elles ont cld constamment prCceder les grands travaux d'ensemble. Apres les Chroniqueurs, les Collecteurs; apres les Collecteurs, les Historiens. Or, les Cartographes du moyenage sont a la science geographique cc que les Chroniqueurs soot a l'histoire. Tel document qui n'a, isole, qu'une valeur inapparente ou une signification obscure, prend tout-ft-coup une signification et une valeur toutes nouvelles des qu'on le rapproche ties documens contemporains. Ce qui est incontestable des documens dents n'est pas moins vrai des documens cartographiques; cc fait soupconnd a peine ii y a 20 ans, est aujourd'hui frappant, grdce aux rnagnifiques publications de Mr. de Santarem. .L'histoire de la geographie au moyen-tge Ctait encore a faire; maintenant on petit 1'dcrire. Lors meme que Mr. de Santarem se serail home a rCunir et a publier in extenso, en les classant dans leur ordre chronologique, les Cartes deja signaIdes ou decrites avant lui. it aurait rendua la science on service signalC; mais it a fait beaucoup plus. Non seulement ces monumens dons ]'existence dtait connue, mais on tr" , .grand nombre d'autres absolurnent ignores jusqu'ici et que de vastes moyens d'tnvestigation organisCs dans I'Europe entiCre ont mis déjà ou mettent chaque jour a sa disposition, sont entre's dans sa colle•ction on y trouveront place successivement. Le .nombre des planches dont :r.) Yejs. e.a.insnha Introdue5 -w.stn Tom I. ,, par. xxelX. 2 `^5 elle se curnpose est aujourd'hni de 63 et contiennent 135 monuments du vi.° siècle au xvrc.`. Tous ces monumens sont reproduits en jac simile et 1'exeeution en est magnifique. C'est a Ia fois un tresor de science et d'art. Avonsnous besoin d'ajouter que la pensc a qui a preside A une publication pareille n'a pu etre une pensee de speculation? De tels ouvrages ne sont possibles que gene'reusement soutenus par tin gouvernement liberal, et non-obstant l'appui que le Gouvernement Portugais prete a celui-ci, on ne saurait avoir une gratitude trop profonde pour le savant qui consacre la vie tout'entie're, A une oeuvre ou le sentiment d'une grande utilite scientifique le pent seul soutenir dans les fatigues d'un immense labeur. Mr. de Santarem n'a pas craint de l'augmenter encore, en entreprenant pour !'elucidation de son Atlas un texte dont it publie maintenant le premier volume. Cc volume, comme t.ous les travaux de l'auteur, est une oeuvre de zele et de conscience, ajoutons aussi, une oeuvre de savoir et de talent. La quantite' de faits et de materiaux que nous y trouvons de'pouilles et sommairement analyses, est immense; nous, que les grands travaux n'efrayent gue're, nous restons etonnes devant 1'etendue de recherches .et de lectures, que celui-ci a dil exiger. Par sa ,nature meme et par l'immense quantite d'objets qu'il renferme, ce volume, que' nous avons sous les yeux, n'est guere susceptible d'analyse; nous devons nous borner a faire connaitre la disposition generale, et a en indiquer le contenu. Une introduction de 87 pages ouvre le volume. Cette introduction est destinee a exposer le plan general de l'ouvrage et a traiter quelques ones des considerations d'ensernble qui s'y rattachent. Mr. de Santarem passe d'abord en revue les principaux ecrivains qui depuis un siècle et plus ont fait de la geographie ou de son histoire !'objet special de leurs travaux, pour rappeller qu'aucun d'eux n'a accordd une attention tart soit peu serieuse a la cartographie du •moyen-Age, non plus qu'aux doctrines, ou plut6t aux idees ge'nerales qui eurent cours dans cette longue periode, et dont les mappemondes encore existantes des plus anciens cosmographes, a partir du vt ° siècle, nous oWrent !'expression figuree. Le fait que 1'auteur veut e'tablir ici est notoire, et les preuves qu'il en donne surabondantes. Mais le passage suivant touche a une question d'un interet beaucoup plus Cleve. Quelques auteurs modernes, dit Mr. de Santarem, qui ont maintenant sous les yeux les relations des voyages en Orient de Marco Polo ........... (N. B. Aqui transcreve o auctor do artigo todas as passagens da tninha introduccao do tomo 1. 0 pag. xxx, e conclue:) Nous avons cite tout entier ce long passage, parce qu'il exprime une distinction tre's-vraie. Mr. de Santarem a clone raison d'ajouter: —II est permis aujourd'hui.... etc. (N. B. Aqui Lranscre.ve o que cligo a pag xxxr, e (lepois accrescenta:) Cette vue cm u sujet est, nous le repetons, parfaitement juste Prendre les voyages particuliers faits a une époque donnCe, aux xrr° et xrrt° sie'cles par exemple, dans des eontre'es alors ignorees de !'Europe, et presenter l'analyse de ces voyages mCme en evoquant pour leur elucidation toutes les ressources de la critique et de !'erudition, c'est faire, comme le (lit fort bien Mr. de Santarem, I'histoire des decouvertes, non cello de la science. C'est done Iii l'incontestable, !'immense utilize de la serie nombreuse de monumens cartographiques que publie Mr. de Santarem, de Bonner d'epoque en epoque 1'etat vrai de la science geographique, c'est-ft-dire la somme des notions positives alors entrees dans Ia circulation scientifiques, et, en promettant de comparer ces documens figures avec les voyages ou les explorations maritimes du meme temps dont nous avons les relations, de montrer combien de temps s'e'coulait avant que les faits nouveaux acquis par les voyageurs vinsent s'ajouter aux notions anterieures des cosmographes U Mr. de Santarem partage son ouvrage en cinq grandes divisions. Voici 1'indication que lui meme en donne. (N. B. Aqui transcreve o auctor do artigo as divisoes que indico a pag ix da introducc^i.o do dito 1. 0 volume.) Sur les cinq parties entre lesquelles l'ouvrage est partagee, deux sont contenues dans le premier volume. L'auteur passe se'parement en revue, dans chacune de ces parties, d'abord les cosmographes, ou les texte ecrits, puis les cartographes ou les textes figure's, qui appartiennent a chaque siècle dans tout 1'etendue de ce qu'on pout. rrornmer Ie moyen-a.ge, depuis le v.° ou merne depuis le rii." siècle de notre ere jijsqu'a la fin du xv.° Puis sous le titre d'Additions et Notes, vient un appendice tres-t^tendu, qui comprend au nombre de 58, une serie d'Excursus su.r un grand nombre de points particuliers de gdographie, de biographie et d'histoire litteraire. Le tout est termine par une table analytique tres-ample des matieres et des noms contenus Bans. le volume, secours toujours si utile pour faciliter et abreger les recherches. Nous ne pouvons, nous I'avons deja dit, entrer dans l'examen detailld de ce grand tableau d'ensemble, image ". double face de Ia science geographique au moyen-age dont plusieurs parties doivent être reprises en detail dans les volumes suivants. Bien que ce volume ainsi limits, ne puisse avoir la haute importance ge'ographique que pre'sentera ndcctssairement l'analyse des grands monumens cartographiques de ceux-la surtout dent les nonibreuses ldgendes renferment tant de faits curieux et de donndes prdcieuses, on n'y trouve pas moins repandus a profusion tine immense quantite d'indications et de textes qui eclairent frequemment d'un jour tout nouveau l'histoire des doctrines et des connaissances geographiques depuis la decadence de la science greco-romaine jusqu'a la renaissance de la science moderne. Este. conforme. — Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 1851. = Emilio Achilles Mvntever de. 27 N.° 2. Lisle des monumens g6ograpbiques puhlids par le Vicomte de Santarem depuis 1'unn ze 1$4. 1. MAPPEMONDE 17III. au 1X.' siècle. renferme'e Bans un manuscrit de la Bibliothdque d'Albi. IX. siècle. 2.1 Mappemonde de Cosmas Indicopleustds du vr.° siècle, qui se trouve dans un manuscrit du ix.°. 3. 4. Mappemonde renfermde dans un manuscrit de Ia Bibliothdgne de Strasbourg. 5. Mappemonde tiree d'un manuscrit de la Bibliothdque de Saint Omer. 6. Planisphere du ix.° siècle ou du commencement du x.°, trouvice par Mr. Miller dans un manuscrit de Madrid, qui a appartenu a la BibliothCque de la Roda en Aragon. X° siècle. 7. Mappemonde tirde d'un manuscrit de Macrobe du x. ° siècle. B. Planisphe're tire du mAme manuscrit. 9. Mappemonde du x. ° siècle, tirde d'un manuscrit d'Isidore de Seville. !o. Mappemonde du x.° siècle, ou I'on retnarque la terre figure par trois triangles, d'apres le systtme d'Orose, et renfermde dans un carre' d'après les theories des Peres de J'Eglise. 11. .Mappemonde tirde d'un manuscrit latin. 12. Autre Mappemonde tirde du memo manuscrit. 13. Mappemonde tirde d'un manuscrit du x.° siècle, reprdsentant Ia terre partagee entre les Ills de Nod. 14. Mappemonde reprCsentant le systLme des Zones habitables. 5. Mappemonde du x. ° siècle, reprdsentant le systeme des Zones d'une manie're diflerente des prdcCdentes. 16. Mappemonde du x. ° siècle, representant le systeme des Zones d'une maniere diff' rente des prdcddentes. 17. Planisphere du x. ° siècle, qui se trouve dans Ia Bibliotheque de Florence. 18. Mappemonde renferme'e dans un manuscrit de Priscien conserve au Musee Britannique. XI. e siècle. 19. Mappemonde tirde d'un manuscrit astronomique, conserve a Ia Bibliotheque de Dijon. 20. Mappemonde tirde d'un Manuscrit conserve a la Bibliothdque Nationale de Paris. XII.e siècle. 21. Mappemonde du xrr.° siècle renfermde clans un manuscriptum Guidonis de Ia Bibliothdque Royale de Bruxelles. Mappemonde du xrr.° siècle qui se trouve dans le mCme manuscrit. 22. Mappemonde du xrr.° siècle renfermde Bans le Manuscrit Latin n.° a7 de 23. Ia Bibliothe'que cle Paris. 24. Une autre Mappemonde de la me'me dpoque, tiree du rn6me manuscrit. 25. Mappemonde du xrt. ° siècle qui se trouve Bans un manuscrit de Saluste de la Bibliothdque Laurentienne a Florence. 26. Mappernonde renfermee Bans tin manuscrit du MusCe Britannique qui contierrt ur, Comrnentaire de I'Apocalypse, compose par tin auteur 8 28 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. anonyme, probablement natif d'Espagne, redigc vers l'an 78 (viii." siècle) et declie' a Eutherus Eveque d'Osma. Ce manuscrit a &é complete vers l'annee 1109, clans le monastere de Lilos du Diocese de Burgos Bans la vieille Castille. Ce monument est non seulement tres-curieux rnais aussi richernent enlumine' Mappemonde renfermee clans tin manuscrit de Lambertus, intitulG Floriclus, conserve a, la Bibliothe'que cle 1'Universitd de Gand en .Belgique. Une autre figure reprdsentant Cdsar tenant tin globe a la main repr6sentant les trois parties du monde alors connues. Ce monument se trouve renfermd Bans un manuscrit de Lambertus de la Bibliothe'que Nationale de Paris. Grande Mappemonde ren#ermee dans un autre manuscrit de Lambertus conserve a la BibliothCque Royale cle la Haye. Representation cosmologique renfermCe clans In manuscrit de Lambertus de la BibliothCque de Gand. Mappemonde renferme'e clans le manuserit de Lccmberius de la BibliothCque de Garid, oir on remarque tine grande et curieuse lCgende stir I'hemisphere info rieur. Une autre Mappemonde difTerente renfermCe Bans le manuscrit de Lambertus de la Bibliothe'que Nationale de Paris. Une autre Mappemonde tres-curieuse renfermee Bans in manuscrit de Lambertus de la BibliothCque de Gand. Une autre Mappemonde renfermee Bans le mAme manuscrit, qui porte in titre: Sphera Triplicata Gentium mundi. On y remarque la liste des peuples qui habitent chaque continent. XIIl..° siecle. 35. Mappemonde renfermCe Bans tin manuscrit de ]a Bibliotheque de Leipsig. 36. Figure reprCsentant le monde de ]a forme d'une pomme, tiree cla manuscrit cle ]'Image du Monde, attribue a Maitre Gossain et conservee ft ]a Bibliothe'que Royale de Bruxelles. 37. Une autre figure du rne^me genre, tirCe du meme manuscrit. 38. Une autre representation tirCe du meme manuscrit. 39. Figure reprdsentant le systeme des ten-es opposCes, tiree du me-me manuscrit. 40. Figure representant les difi'erentes parties de ]a terre se'parCe par des mers, tirCe du mCme manuscrit. 41. Syste me cosmographique renferm C clans tin manuscrit du xrv.° siecle copie d'un plus ancien de l'Imago Mundi d'Honore d'Antim, conserve: a la BibliothCque Royale de Stuttgard. 42. Mappemonde renfermCe dans in meme inanuscrit de la BibliothCque Royale de Stuttgard. 43. Planisphere qui se trouve dans tin manuserit du xtii.° siècle A, la BibliothCque des Me'dicis a Florence. 44. Mappemonde Islandaise du xriI. ° siècle tirCe cl'une Saga. 45. Mappemonde du memo siècle qui se trouve clans un beau manuscrit d'Isidore de Seville. 46. Mappemonde du m@rne siècle qui se trouve dans la BibliothCque de Paris (Ms. latin fond de Navarre n.° 6.) 47. Mappemonde du meme siècle. La terre s'y trouve figure par trois triangles d'apre's le systeme d'Orose, et renfermCe Bans an carrel d'apres les theories cosmograph.iques des Peres de 1' Eglise. 48, Petite mappernonde du memo siècle tirCe d'un manuscrit d'Isidore de Scsville. 29 XIy° siecle. 49. Mappemoncle et representation cosmographique tires d'un manuscrit du xiv.° siecle, pour servir de demonstration aux theories de certains cosrnographes du rnoyen-age. 50. Une autre du memo manuscrit et de la merne date. 51. Mappemonde du xrv.° siecle qui se trouve clans un manuscrit de la Bibliothe'que do Paris. 52. Monument cosmographique repre'sentant le systeme de 1'Univers, tire d'un manuscrit du xiv." siècle. 53. Mappemonde du xiv.° siecle oh l'on remarque la Terre Anticthono on l'alter nrbis de Mela et des geographes du moyen-âge. 54. Mappemonde du rnerne siècle tiree d'un manuscrit du Poeme d' Ermengaud de Be'siers, representant le monde de forme carree. 55. Mappemonde du xiv.° siecle oil l'on remarque la terre divisee seulement en deux parties. 56. Mappemonde de la fin du xiv. e siecle qui se trouve an revers d'une inedailie. 57. Mappemonde de Marino Sanuto de 1321. 58. Mappemonde de forme carree renfermee dans une collection de cartes et de portulans conserves dans Ia Bibliotheque Medicea. Ce monument grave d'apres une copie que Mr. le Vicomte da Carreira a obtenu pour noes a Florence est un des ornemens de noire Atlas. 59. Grande Mappemonde de l'ancien Musee du Cardinal Borgia. 60. Globe terrestre qui se trouve t. la fin d'un manuscrit de Marco Polo de la Bibliothe'que de Stockolm, vol. in fol, sur vein, portant la signature de P. Potavius, et qu'on croit ecrit vers 1'annee 1350. 61. Mappemonde tre's-ancienne tire'e d'un manuscrit de la Bibliothbque d'Arras 62. Representation des zones habitees et inhabitees, tiree d'un manuscrit du xiv. ° siècle, renfermant le poeme geographique de Goro Dati. 63. Une autre representation de ce systeme tiree du meme manuscrit. 64. Fac-simile de Ia Mappemonde renfermee dans le manuscrit de Marino Sanuto, de la Bibliotheque Royale de Bruxelles, admirablement illumine'e, portant le n. ° 9404. Ce monument diflere de celui que Bongar a public d'apres le manuscrit de la Vaticane. 65 Une autre Mappemonde de Marino Sanuto tire'e d'un autre manuscrit du meme auteur, conserve a la Bibliothe'que Royale de Bruxelles sous le n.° 9,347-48. 66. 117. Grande Mappemonde renfermee clans le Rudimentorum novitiorum. Magnifique representation cosmologique tiree en fac-simile du manuscrit francais de la Bibliothe'que Nationale de Paris, intitule' -- Archiloge So- phi ix. 68. Une representation cosmographique tiree du m@me manuscrit et admirablement enluminee. X V ` siecle. 69. Mappemonde tiree clu Poeme geographique de Dati de 1422. 70. Une autre Mappemonde qui se trouve Bans Ie meme ouvrage. 71. Mappemonde renfermee Bans 1'edition princeps d'Isidore de Seville, de 1493, moiiunm.ent tire des manuscrits anciens. 72. Carte renfermant le littoral de la Mer Noire et les regions Caspiennes avec ses villes representees, tiree en fac-simile du manuscrit geographique do Leonardo Dati de Florence. 73. Carte repre'sentant les cotes de 1'Asie mineure et plusieurs lies de l'Archipel (merne manuscrit). 30 74. Carte reprdsentant le tours du TanaIs (le Don) la ville de Tana, I'Hellespont et une partie du littoral de la Grece Orientate et des cotes de l'Asie mineure (memo manuscrit). 75. Carte repre'sentant les cotes de la Syrie et file do Chypre (mCme manuscrit). 76. Carte reprCsentant ]a ville Sainte de Jerusalem, la Gallilke, le Liban et le Jourdain (mCme manuscrit). Carte reprCsentant la ville d'Alexandrie et une partie tin littoral de l'Afrique Septentrionale (mCme manuscrit). 77. Carte reprCsentant le littoral de Ia cote Septentrionale de l'Afrique (meme manuscrit). 78. Carte representant la continuation du littoral de la partie Septentrionale de cc continent (mCme manuscrit). 79. Carte renfermant la continuation de la Cote Septentrionale de l'Afrique depuis Tunis jusqu'au 136troit de Gibraltar. Bo. Carte renfermant la Cdte Occidentale de l'Afrique jusqu'au parallele des Canaries, limites oh s'arretaient les connaissances du Cartographe. A cette se'rie de monumens appartiennent aussi les Cartes suivantes du xir. ° siècle. 81. Carte tres-curieuse de l'Asie et de I'Europe tirde en fac-simile d'un manuscrit des oeuvres de S. Jerome, conservCe au Muse'e Britannique. 82. Carte de I'Europe et de son littoral tire'e du Manuscrit de Lambertus tie la Bibliotheque de Gand. 83. Carte de ('Empire d'Occident renfermCe clans le manuscrit de Guidonis, conserv6 dans la Bibliotheque Royale do Bruxelles. 84. Rose des vents du inoyen-age. 85. Rose des vents tirde d'un manuscrit du x.° siècle. 86. Une autre Rose en douze divisions de l'horison tiree du meme manuscrit. 87. Rose des vents en douze divisions tirde du manuscrit d'Asaph, auteur du xr.° sickle 88. Rose des vents tirde d'un manuscrit de Vitruve du xi.° siècle. 89. Rose des vents en seize divisions de l'horizon tire'e d'un manuscrit du xiv.° siècle, renferrnant le poe'me d'Ermengaud de Be'ziers. 90. Rose des vents en douze divisions, d'apre's Ie systeme des Grecs d'Alexandrie avec les noms correspondans en usage au moyen-^1ge. Esta conforme.—Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 1851. = Emilio Achilles Monteverde. Ni 1'4." ,3. Essai sur l'histoire de la cosmographie et de la cartographie pendant le moyendqe, e sur les progre's de la yeoyraphie apres les grandes de'couvertes du XIS. siècle, pour servir d'introduction et d'explication d I'atlas compose de mappernondes et. de portulans, et d'cutres monunaens ge"ographiques, depuis le VI.° siècle de notre care jusqu'ou XVIL`, par Ie Vicomte de Santarem, tome 1. ,, --Paris, Maulde et Renou, 1849, in 8. ° . L lu milieu des embarras et des inquietudes d'une societe' qui s'essaye a marcher dans Ia nouvelle voie ou elle vient d'entrer, it reste bien peu de place pour les speculations de Ia science, et certains travaux de l'esprit humain ne peuvent manquer d'etre considerds comme des objets de luxe, et indignes, par consequent, d'occuper notre attention Si l'on considere seulement cette litte'rature de mauvais gout qui se fabrique au jour le jour, et qui vient chaque matin apporter par distraction aux esprits inoccupes ou fatigues par les rdalite's de la politique, une pareille indifference n'est que trop justifiee ; mais elle est bier regrettable lorsqu'il s'agit d'une ceuvre de longue haleine et qui est destinee a faire époque daps la science. De ce genre est I'ouvrage qu'un savant portugais, Mr. le Vicomte de Santarem, ddja connu de nos lecteurs (*), vient de publier, sous le titre modeste d'Essai, bien qu'iI puisse titre considerC comme un resume complet de I'histoire de la geographie pendant le moyen- age. On ne saurait trop admirer la methode ingenieuse au moyen de laquelle it est parvenu a debrouiller un pareil chaos, et l'on peat dire qu'il s'est acquittC avec honneur d'une t ache ingrate et penible que plusieurs savants nlodernes avaient vainement entreprise. Les difficultes de ce travail, consistaient non-seulement dans la barbarie, dans l'obscurite' et dans l'incohdrence des textes et des monumens; it s'agissait aussi de rechercher ce qu'ont dit, ce qu'ont voulu dire les chroniqueurs et les Icgendaires qui, le plus souvent, ne le savaient pas eux-memes; de saisir, au milieu de tant de fictions, des faits positifs et constants; de retrouver enfin les hypotheses geographiques a)ors accrddite'es, et le syste'me que presentaient les points du globe connus on nommes en ce temps-IA. Ajoutez a cola 1'embarras provenant de ]a synonymie des noms tantCt latins, tant6t vulgaires, la plupart de'figures, et vous aurez A peine une idge des difficultes sans nornbre que comportaient de semblables recherches. Cet ouvrage, prece'de' d'une introduction, n'ayant pas moms de 87 pages, est divisC en cinq parties. La premiCre traite de l'Ctat des connaissances des cosmographes et des geographes de I'Europe au moyen-age, de leurs systemes relativement a ]a forme de la terre, des divisions de sa surface et principalement de la forme de 1'Afrique, Celle qu'on l'irnaginait avant les decouvertes des Portugais et des Espagnols. La deuxie'me partie est consacrCe aux cartographes du moyen-age, et a 1'expose' de leurs systemes, des sources oli ils ont puisC pour la construction de leurs mappemondes, et de leur ignorance relativement a l'existence des pays decouverts au xv.° siècle, La troisiCCme partie doit constater 1'etat des connaissances hydrographiques avant. les grandes decouvertes, d'apres les portulans et les cartes marines du moyen-Age. Dans la quatriCme partie )'auteur signalera les progres des connaissances cosmographiques et geographiques des aux decouvertes des Portugais et des Espagnols. La cinquieme partie, enfin, sera consacree aux progres de l'hy() Voyez le 4fonilev). do QO Jit lle1 1845. 2 drogral ► hie, qui out ete la consequence cle ces decouvertes. Le premier volume, que nous avons sous les yeux, ne comprend encore que l'introduction et les deux premieres parties, dont nous croyons devoir donner ici une analyse un peu ddtaillee. La connaissance du globe que nous habitons est restee a, peu pros la nnc?me chez Ies Europe'ens pendant l'espace de dix sie'cles, c'est -a' -dire depuis I;a chute de ]'empire romatn 3usqu'a 1'epoque des grandes de'couvertes. A partir de cette e'poque jusqu'â la rnoitie du xvrr.° siècle, on a garde le plus profond silence sur les connaissances cosmographique's et sur la cartographie du moyen-age ; quelques ouvrages, publics pendant cette neriode de temps, mentionnent, it est vrait, les principales decouvertes maritimes, mais ils n'en laissent pas rnoins subsister uric lacune tre's-importante. Quant aux ouvrages contemporains, tels que ceux de Marco Polo et autres, ils ne doivent pas titre consideres cornme le produit isole de. leur connaissances individuelles, mais bihn'comme pre'sentant 1'etat de la science leur epoque. D'ailleurs les recits des voyageurs etaient regarde's comme des romans fabuleux et n'exercaient aucune influence directe sur les principes de la geographic, dont 1'etat no. neut :dare biers constatd que par unexainen approfondi des ouvrages des cosmographes et des historiens, et des cartes dressees. pendant le moyen-Age. Cette mdthode, la seule bonne et la seule rationnelle, a etc suivie par Mr. le Vicomte d© Santarem., qui, a l'appui.de ses assertions, a soin do placer sous les youx du leteur des extraits et mCme des textes entiers des auteurs, en consacrant .i chacun d'eux un article a part. Sans vouloir entrer dans une analyso-, deg detail que ne comportait point Jo plan de son ouvrage, it s'est contentC de -mettre en relief les vues generales et les syste'mes particuliers. Il restilte' cle cet expose que, pendant tout le moyen-age, les cosmographes re'stercrnt Bans la plus grande ignorance relativement A la forme et a la grandeur de la terre eta' l'etendue de I'Afrique. En_ examinant leurs theories sur les zones babit.ables et inhabita.bles, et leurs opinions syst6ruatiques sur le cours du Nil, on reconnait qu'ils n'ont fait quo copier les ancients geographes, en ddnaturant ee qu'ils no cornprenaient pas. C'est d'apres ces Clements inexacts et ineomplets quo les cartographes de la meme époque ont trace leurs mappemondes et lours ,representations cosmographiques. Mr. de Santarem commence par 1'analyse des textes de Macrobe et d'Orose, tous deux du v. ° siècle, parcei que les premiers ils ont exercC une grande influence sur la geographie du .moyen-age. Dans les- trois siCcles suivants, qui ont cependant produit des ecrivains celebres tels que Jornandes, Lactance, Grdgoire de Tours, Isidore de Seville et Bede, la science est restee stationnaire. Memo ignorance au tx. e siocle, oh nous rencontrons le geographe de Ravenne, Dicuil,-Raban .Maur, Alfred le Grand, qui tous n'avaient, sur les Iles situces pros de la cote occidentale de I'Afrique et sur l'oce'an Atlantique; d'autres notions .que les fables des Grecs. Les x.' et xi. 3 siecles no nous fournissent -quun petit nombre d'auteurs qui ont traite de la geographie. Bien qu'on s'appliqui t..alors aux sciences rnathematiques, et qu'un savant lornbard et meme traduit , deT-1'arabe les oeuvres d'Euclide, la science n'a pas fait le moindre . progre's. I1 en est de memo du xir..e siècle, qui, par ]a serie d'hommes distinguds qu'il a produits, forme cependant une •nouvelle division dan l'histoire du ", moyen-age, et qui fut Ie commencement d'une periode interessante oh les:progres de I'esprit so produisirent et se developpe'rent avec une remarquable activite. Au siècle suivant, nous avons a signaler }'institution des universites,l'etude des langues. modernes, .la reproduction des: livres, les travaux sur le droit romain, et" les :grands voyages :en Asie. Nous trouvons les noms cele'bres de Sacro Bosco, Vincent de Beauvais, Albert le Grand, Pierre d'Abano, Cecco d'Ascoli, Brunetto Latini, Alain de Lille, et surt.out cool de Bacon et du 33 Dante. Malgre tant d'eldments do progrts, les idCes generales sur la cosmographie et sur les regions qu'on consiclerait comnie inhabite'es no si.ubirent aucune modification, et l'art de construire des cartes du globe est restd aussi dans le memo etat. II faut reconnaitre cependant que, si Bacon n'a rien ajoutd aux connaissances des astronomes de son siècle, it les possedait toutes; aussi ses apereus sur 1'intdrieur de l'Asie, depuis la mer Noire jusq'a l'ocean septentrional, no sont pas sans importance. Quant au Dante, it mon,tre dans la partie cosmographique do son poeme qu'il a pulse ses renseignements aux sources communes, c'est-f.-dire dans les gdographes et les pones de I'antiquitC, clans les peres de l'Eglise et dans les dents des Arabes. D'aprc s son systeme, la terre habitee re.mplissait .•l peine un hdmisphere, la mer occupait l'autre. II pensait aussi qu'il existait nn continent separe du monde connu, et qu'au de.la, des colonnes d'Hercule it y avait des regions lointaines prote'gdes contre 1'audace des navigateurs, et c'est lA qu'il fixait, comme tous les cosmographes du moyen-Age, la position inaccessible du Paradis terrestre sur un cane dlevd. Quoique dans ce siècle, ajoute Mr. de Santarem, la geographic n'ait pas fait un seul pas relativement A la connaissance d'une grande partie de notre globe, ndanmoins it ne faut pas se dissimuler que, grfce ft la lecture des livres des gdographes et des savants arabes et orientaux, les hommes les plus dminents de l'Europe, epris de plus en plus des traditions scientifiques de 1'antiquitd, on les rapprochant des ecrits des Orientaux, se livraient a des discussions tres-curieuses sur plusieurs questions de la physique du globe, et sur Celle de savoir si la zone torride dtait ou non habite'e et inhabitable; mail, tout en discutant ces points, us no produisaient que des arguments of des theories, montrant ainsi qu'ils n'avaient pas les moyens Cie decider ces questions d'apre's lea tcmoignages ni d'apres les observations faites par des voyageurs europdens qui eussent franchi;. ]a limite ou s'arretaient tous les marins du moyenage. Les voyages en Tartarie, etlectue's pendant. cette periode, ont contribud sans cloute A rectifier et z1 etendre les notions geographiques cle quelques pays de l'Asie, mais ils n'ont rien appris relativement f, une grande partie de l'Asie orientale et meridionale. Ceux qui alors entreprenai.ent ces longs pelerinages parcouraient penibleinent et perilleusement de vastes deserts sans villes et sans habitations. Pleins de zele, mais ignorants et crddules, ]a plupart se mettaient . en route sans avoir recnneilli les reinarques de leurs prdddcesseurs ; no prenant point .de notes sur les lieux, ce n'dtait qu'd leur retour qu'ils dcrivaient leurs rdcits de mdmoire. C'est ainsi que nous avons plusieurs des relations qui out die re'digdes par quelques voyageurs celebres de cette 6.poque, tels que Marco Polo, Jourdain de Se'verac, Rubruck, etc. C'est ainsi que Emon, abbe do Werurn, au pays de Groningue, a redigd une chronique qui, sous 1'annde 1217, et 1'occasion d'une croisade en Palestine, contient les details .du voyage entier, la description de touter les contrdes traversees par les croisds depuis les Pays-Bas jusqu'i. la Terre Sainte. De pareils details se reucontrent dans la deuxieme partie des ,lnnales de Roger de Hoveden. On cite aussi des mdmoires particuliers sur quelques contrdes de ]'Orient par un nomme' Marc, dont parle Jean d'Ipres. Quant an voyage d'Andre Lucimel, qui en 1215 alla prCcher le christianisme chez les Mogols, is no nous est pas parvenu. Pendant le xtv. ° siècle, la route de l'Asie continua ft @tre frdquentee, .. mais ces voyages n'exercOrent aucune influence sur la cosmographie ni sur la geographic systdmatique des savants de ('Europe, parmi lesquels on pent citer ]Marino Sanuto, Nicolas d'Oresme, Boccace et Petrarque. C'est au point que ce dernier, qui s'est beaucoup occupC de geographie, considerait encore l'archipel canarien comme un des points les plus eloignes du globe. Du reste, tout le mouvement scientifique qui so fait remarquer alors temoigne déjà do A 34 l'approche d'une ere nouvelle, du grand siècle des ddcouvertes, a la premiere moitie duquel appartiennent Pierre d'Ailly, Guillaume Fillastre et Leonard. Dati. Apres avoir reproduit et analyse la geographic syste'matique des cosmographes du mo y en-fig, Mr. le Vicomte de Santarem s'occupe de la cartographic; ce qui fait l'objet de la seconde partie. I1 nous montre, par l'analyse des representations graphiques qui nous restent de cette epoque, en les rapprochant des textes, que les cartographes n'ont fait pendant cette longue pe'riode quo reproduire les syste'mes des geographes de I'antiquite depuis Homere et Hecatee jusqu'a Ethicus, en rnelant les theories des anciens avec les systCmes cosmographiques des pores de l'Eglise, les traditions mythologiques des Grecs et les legendes du moyen-Age. Sans pretendre faire l'histoire entiere de la cartographie, it se borne a dire qua les systCmes de la geographic ancienne ont eta formules an moyen de cartes dresse'es dans les temps modernes et d'apres des principes scientilques; que par consequent elles no peuvent Bonner une idee exacte des representations graphiques des anciens, Landis quo les cartes du moven-age, au contraire, nous font connaitre t.res exactement 1'e'tat de la science 'A cette epoque. Les quarante-sept mappemondes reproduites clans l'atlas de Mr. de Santarem, et qui sont anterieures aux grandes decouvertes, ne sont, dans leurs elements principaux, qu'une continuation informe et souvent barbare de celles des anciens. Le nombre des cartes qui appartiennent aux premiers siCcles du moyen<1ge est extr@mement restreint: la mappemonde de Cosmas au vi. ' , et une autre du ix. ° . Le x ° est deja plus riche en monumens de ce genre; Mr. de Santarem en a decouvert onze qui sent aussi donnes clans son Atlas. En considerant les travaux mathematiques de quelques savants, et 1'attention quo les annalistes donnaient aux phenomenes celestes, on a lieu de s'etonner quo la cartographie, jusqu'a cette epoque, n'eut point fait le moindre progrCs. Le siècle suivant fournit a peine cinq monumens. Dans le xri.', les etudes se multiplient; les moines empruntent les livres de geographic aux monasteres, et on en tire de nombreuses copies; d'un autre cite, les connaissances geographiques s'etendent, grace aux croisades qui formaient des relations avec l'Orient. C'est a cela qu'on doit un nombre plus considerable des representations graphiques dressees dans ce siècle, bien que fart n'ait fait un seul pas en ce qui concerne le trace des mappemondes. Le xiii. ° siècle, qui vii 1'astronomie tornber dans ]a plus grande decadence, a produit treize mappemondes. Le xrv. ° est plus riche, et le nombre des monumens connus s'ele've a vingtcinq. Quant au xv.°, it en fournit deja trente. A partir des decouvertes des Portugais et des Espagnols, les mappemondes, et surtout les cartes marines et les portulans, se multiplierent ?I un tel point quo le nombre connu jusqu' I' epoque d'Ortelius exce'de de plus du double celui des monuments connus depuis le v. ° siècle jusqu'au xv. ° inclusivement. C'est 1'e'poque des hydrographes. Les cartes du moyen-Age sont disseminees partout, dans les rnanuscrits et dans les ouvrages les plus disparates; elles sont de toute dimension, depuis la grandeur d'une petite piece de monnaie jusqu'a un pan de muraille. Tons les systemes des cosmographes de 1'antiquite et des Peres de I'Eglise s'y trouvent reproduits. Les traditions mythologiques accompagnent les legendes du moyen-Age; on y voit representes tons les rnonstres fabuleux inventes par la teratologi.e, tels quo les pygmees, les ace'phales, les cynocephales, les hermaphrodites, les cyclopes, les griffons, etc. Quant au trace des mappemondes, it est entiLrement arbitraire et sans aucun rapport ne'cessaire avec la figure recue de la terre, on avec les cercles de latitude. Tantct le rnonde est divise en deux parties, l'Afrique et l'Europe n'en formant qu'une seine; tantfit it est partage entre les trots fill de Noe, avec 35 . designation des pays echus en partage a chacun d'eux, et quelquefois avec des le'gendes historiques. Iei la division en cinq zones habitahles et inhabitables; la une simple mention des peuples Gog et Magog; ailleurs le fameux rempart de cc nom peint et figure d'apres l'Apocalypse et Ezechiel. Vers la fin du moyen -age on suivait encore le systeme de I'Almageste de Ptoleme'e, et la cosmologie de Platon et des Peres de l'Eglise, c'est-A-dire la terre au centre de l'univers, la_region de l'air autour du globe terrestre, ensuite, et toujours autour de la terre, comme centre, les cercles des monumens des planetes avec l'indication de la periode de leurs revolutions Au-dessus des planetes, la sphere des etoiles fixes que l'on nomme firmament ou huitilme sphere, puffs deux autres au-dessus servant d'enveloppe generate. Mr de Santarem signale ensuite les progres que l'on remarque déjà dans la mappemonde de Guillaume Fillastre, en 1417, et parle de la mauvaise orientation de l'Inde avant les grandes decouvertes. II termine cette seconde partie par quelques details sur les difl'erentes roses des vents qui se rencontrent dans les cartes dpi moyenAge et sur la boussole anterieurement au xv. ° siècle. Sons le titre de notes et additions it a place It la suite une se'rie de discussions et de notices etendues qui sont de la plus haute importance. Le volume est complete par une table analytique des matie'res faite avec le plus grand soin et qui facilite singulierement les recherches. L'atlas qui accompagne le livre de Mr. de Santarem a ate execute par MM. Boufi'ard, Schwartle et Feuquieres, 1' un de nos plus habiles graveurs geographes. II contient déjà 127 monumens reproduits en facsimile avec la plus grande exactitude, et classes methodiquement suivant les divisions indiquees dans l'ouvrage. Il est impossible de se faire une idee du luxe et de la magnificence de cette publication sans 1'avoir examinee en detail. C'est la certainement un des plus grands services qui aient dtd rendus aux sciences geographiques, et on ne saurait Bonner trop d'eloges an savant illustre qui en a concu le plan et an gouvernement qui en a fait genereusement les frais. E. MILLER, de la bibliothe'que nationale. Este. conforme. Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 1851. = Emilio Achilles Monteverde. to 36 N.° 4 . Ti utuccaio tie um artiigo do LITTERARY GAZETTE tie Londres. tie 21 de Abril tie 18411. S E compararmos os progressos que tern feito em nossos Bias a geographia con) as que havia ji feito a historia, acharemos que a primeira está lunge de ter chegado ao grao de perfeic' o e de esplenclor a que a segunda se havia elevado. Verdade d que novas materiaes, um tnethodo de critica mais severo ho sido introduzidos nos dominios da historia, pelo mesmo tear que nos nas demais sciencias; o que no obstante, quer-nos parecer que os historiadores est^.o algum tanto em decadencia , por isso que, limitando-nos unicamente A Inglaterra, que no seculo antecedente chegou ao auge de esplendor, j t no temos nem Gibbons, nem Robertsons para despertar em nds o desejo da perfeicao, predicado principal das obras daquelles immortaes historiadores. Todavia, para sermos justos, ni o devemos attribuir essa decadencia d falta de lalento da parte de nossos historiadores contemporaneos, antes a devemos Iancar a conta meramente de se haver exgotado o simples estucto das generalidades em todos as ranvos das sciencias, e do methodo que em consequencia disto tiveram de seguir necessariarnento, methodo que faz que o escriptor se veja necessitado a applicar-se i investiga4 o sobremaneira exacta e minuciosa dos factos originaes, a ponto de ]he fallecer o tempo que ]he era mister para se consagrar a exposiçao brilhante delles. Comtudo se investigac,5es nimiamente especiaes e de obrigactio, em razAo do numero das publicacr c es recentes, e do modo mais liberal adoptado pelog difl'erentes Governos na communicacao dos documentos de seus respectivos archivos, tolhem ao escriptor, attenta a grande copia delles, de dar a sews escriptos aquella forma classica na qual consisto todo o encanto da Historia, a riqueza destas mesmas fontes deve de exercer uma .influencia em sentido inverso sobre uma sciencia, Como a geographia, na qual a authenticacao dos factor no 6 urn prelitninar indispensavel para assentar opinicies individuaes, antes pelo contrario 6 especialmente encaminhada a estabelecer a prova successiva das opinioes individuaes nos differentes seculos a idades. Dissemos era nossa opiniao que a geographia ntto havia acompanhado a historia no proseguimento e demanda da perfeico a que a ultima chegou, pordm bern alheio está de nosso pensamento o intentar detrahir a meuor potco da gloria e merecimento de homens da estofa dos Rennels, Mannerts, d'Anvilles, e de mais alguns, que foram as fundadores da geographia comparada. Pordm no obstante seus immortaes escriptos, nos resultados que nelles se acham depositados encontraw se erros, que se no podein attribuir a falta de zelo da p<rte delles, e que silo a consequencia necessaria da raridade dos materiaes, e corn especialidade da falta de meios que padeciam, nas cpocas em que escreviam, para comparar as nocôes geographicas dos authores da antiguidade corn o estado da geographia entre os rnodernos, seguindo os vestigios assignalados pelas sobre ditas noc6es em todo o decurso da idade media ;asstm que no attribuiwos aos numerosos descobrimentos que se ho feito em nossos dias nos dominios da geographia, was situ ao desvelo quo se tern posto em descobrir fontes ji novas, jd postas ha muito em esquecrmento, o alto grao de esplendor a que chegou em nossos Bias esta sciencia. Ao celebre Ritter cabe a gloria de haver sido o primeiro que cornpilou cow o major desvelo os materiaes sobremaneira numerosos de todas as idades cla geographia. Todavia sendo as suas obras ate aqui limitadas i Asia e A Africa, a novidade e profusao de documentos nellas encerrados, por isso que no esclarecem nenhuma or- eJ I dern systenlatica, vein a empecer .i utilisagao irnrnediata dos vast:os desenvolvimentos scientificos que nellas se contem. A necessidade de pbr em toda a sua luz, por meio d'uma obra mais comprehensivel. qual fosse o estado da geographia ryas differentes idades, se tornava ainda mais evidente aos eruditos, para os quaes o circulo d'estudos, no concernente t£ geographia comparada, era per extremo limitado, per isso que s6 tinharn sua:.disposicao urn material em parte extranho a suas proprias invest.igacues, e o auxilio insufficiente de algu ► nas publicacoes graphicas raras, espargidas e derramadas por toda a parte, publrcac es alials quasi sepultada5 originalmente em manuscriptos e desenhos que se nio podiam encontrar, senao nas principaes bibliothecas das capitaes dos Estados de primeira ordem. Esta lacuna, segundo o nosso entender, foi bern concebida e novissirnamente supprida cle todo en) todo pela importante obra que temos diante dos olhos, ti qual a Gazetta litteraria sempre parcial e inclinada i.s sciencias geographical se ve necessitada a prestar uma attençao particular. lVtovido o Visconde de Santarem da convicca.o que ha rnuit.o tinha da suinina utilidade que seria para a historia •da geographia, a colleccao de cartas antigas a cujo descobrirnento elle se tinha consagrado por espaco de vinte annos, e incitado por cima disto pelo vehernente desejo de levar d, maior evidencia possivel a prioridade de seas conterraneos sobre urn grande niimero de pontos dos descobrimentos geographicos, foi aos poucos ordenandom a collecr;io inagnifica que dou i£ estampa em 1842 com o titulo de Atlas conaposto de Mappamundi, Portulanos e outros monumentos geegraphicos desde o seculo VI.° de nossa era ate'o XVI .°: agora a ester monumentos ajurrta urn texto explicativo. E o prirneiro volume desta parte essencial daquella magnifica obra que temos A vista: as passagens que offerecemos aos leitores serao a rt elhor dernonstrarao da importancia e utilidade dos volumes subsequentes. Tern o texto per objecto especial, ministrar os meios necessarios a quem quizer adquirir sem grande trabalho urn couhecimento profundo de geographia cootparada, escopo especial da publicacio do Atlas. Divide-se a obra em cinco partes: A 1.° trata do estado de conhecinlentos que tinham adquirido os cosmographos e geographos durante a idade media. A 2." d uma revista de todos os cartographos da dita idade media ate os descobrimentos dos Porluguezes pelo decurso do seculo xv.° A 3.a expoem qual fosse o estado dos conhecirnentos hydrographicos anteriormente aos grandes descobrimentos. A 4.° o progresso dos conhecimentos cosmographicos e geographicos effectuado em razaa,o dos descobrimentos dos Portuguezes e Hespanhoes. A 5." finalhnente expoem a marcha e processo da hydrographia em virtude dos descobrimentos das mencionadas naco"es Todo aquelle que tens alguma nocao dos estudos geographicos convencer-se-ha immediatarnente das utilidades que de um tai piano devem redundar. Passaremos agora a dar uma idea, por meio de alguns extractos, do modo come o nobre Visconde o poz em execug5o. Tratando dos cosmographos da idade media, e de seus systemas mostra em poucas palavras a ignorancia em que estavam em respeito a f6rma e tamanho da terra, c esta ignorancia serve-lhe de fundamento para provar que Canto sobre esta materia, como sobre o prolongamento e extens;io d'Africa, e sobre a theoria das zonas habitaveis e inhabitaveis, nada mais fizeram per espaco de 10 seculos que repetir o que haviam achado escripto nas obras dos antigos geographos. Passa depois em resenha, e em ordem chronologica todos os cosmographos conhecidos desde o v.° ate ao xv.° seculo, comegand.o por Macrobio e per Orosio; e a analyse que faz dos textos prova a these que elle havia proposto, a saber, que pelo decurso de quasi i 0 seculos ticaram estanques os conhecimuentos no que diz res- e3 8 peito a geographia, ao passo que, gracas ao methodo idoptado pelo Auct.or, e a uma classificaç o clara, veem-se i prrrneira vista e collocadas em toda a luz as particularidades essenciaes por que urn cosmographo se differencea dos outros. (Segue-se a traduce to literal de varias passagens da obra analysada, no cabo das quaes prosegue o Auctor do artigo nesta substancia.) A segunda parte do volume relativa aos cartographos da idade media faz conhecer os systemas delles, e as fontes a que ho recorrido para a arrumagao de seus mappamundis, e finalmente a ignorancia em que estavam a respeito da existencia dos paizes que foram descobertos no seculo xv.° Esta segunda parte 6 a mais importante e essencial do volume, e muito nos peza que sendo obrigados neste artigo a encerrar-nos em certos limites, no nos seja licito entre os thesouros de saber que nelle so encerram, escolher os mais preciosos. Assim que temos de nos ver na necessidade de enviar o leitor a' propria obra, contentando-nos com dar-lhe ainda mais uma longa passagem della, por isso que nella se encontra uma particularidade de grandissimo interesse. (E depois de transcrever a passagem continua dizendo:) Em eonclusa.o fazemos observar que o que da uma importancia particular ao trabalho do Visconde de Santarem 6 o motivo que ao principio expozemos, o desvelo que poz na escolha e analyse das fontes, a classificac'io lucida e systernatica, e a liberalidade corn que n'um sera numero de notas sobre rnaneira exactas communica aos sabios o resultado de suas investigaccies, e os faz participantes de todas ellas. 0 que, sobretudo, realra o livro de que tratamos d um indice amplo e copioso, feito com o major cuidado, e tal que 6 maravilha encontrar -se em nossos dial muitos que se the possam comparar. Esta conforme. Secretaria d'Estado dos Negocios .Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 1851. = Emilio Achilles Monteverde. 29 N.t' 5. Article pu1NiC thins 1a Revue scicW1i(cInc intitul6e flIIII.1OTIfC(IUF DE 14 ECO3.0 dew CQ:1RTES (tom. V. 1Hni et Juju ISIS ping. 336). Essai sur l'histoire de la Cnsmographie et de la Cartograplhie, etc. L A g€Sographie clu moyen-âge suit de loin ie mouvement et les pro;res de l'histoire de Ia meme epoque. 11 n'y a pas long-temps encore, tout, a peupres, etait a explorer dans Ia ge'ographie de cette longue periode qui, de la chute de I'Empire Romain, arrive a Ia renaissance. I1 y avast dans Ia chaine de Ia tradition les anneaux de dix sie'cles brises compllternent, et, si I'on peut s'exprimer de la sorte, dix generations perdues dans Ia genealogie topogra p hique. Aussi les savants des derniers temps, qui ont dote l'erudition de si beaux travaux sur la geographie comparee des pays les plus cele'bres de l'antiquite, passaient-ils brusquement de Strabon et Ptolemee a Pocock, a Tournefort on a M. de Choiseul. La lacune tend aujourd'hui a se combler. Le temps n'est pas eloigne oi' 1'on pourra apprecier les secours immenses quo fournira l'e'tude de Ia geographic du moyen-age pour eclairer et rattacher ensemble 1'antiquite aux temps modernes........ Mr. le Vicomte de Santarem aura rendu a. la nouvelle science le service le plus eminent par la grande publication qu'il a entreprise. Nous reviendrons plus tard sur l'ensemble de l'ouvrage, quand it sera plus avanee, noes devons le signaler des maintenant aux lecteurs de la Biblaotheque a propos dui. vol. de texte recemment pare. Mr. le Vicomte de Santarem vient de publier un recueil de monumens figures de Ia geographic du Moven-age, Planispheres, Cartes gene'rales et portulans particuliers. Possesseur d'une collection dt ja considerable de Cartes originates, Mr. de Santarem n'a reculi (levant aucune difficult( pour se procurer des dessins fideles des Cartes existant dans les principales bibliotheques de ]'Europe. Ces monumens rigoureusement reproduits dans leur traits graphiques et leurs legendes forment un magnifique Atlas. L'Essai stir l'histoire (le la Cosmographie et de la Cartographie, servira d'introduction et de commentaire. Rien do semblable n'avait etc entrepris encore en aucun pays. Ortelius, Gronovius, d'Anville, Mannert Gosselin et la plupârt des Geographes les plus connus, $'occupant exclusivement de la geographie antique on de la geographie moderne, ont completement delaisse le moyen-âge. Ce qui a lieu do surprendre davant,age, c'est ]'absence Presque total de notions sur Ia geographic de cette epoque chez les auteurs qui s'etaient donne le devoir de les connaitre ou de les rechercher par Ia nature tie leurs ouvrages. Ainsi, La Martinie're et ]'abbe de Gourne, auteurs d'Essais sur I'histoire de Ia geographie passent sous silence Ia plup^lrt des travaux et des ecrits du Moyen-age. C'est a peine s'ils nomment Eusthate, Edrisi et quelques geographes des derniers temps, en arrivant au v." siècle its abandonnent l'histoire de Ia geographic pour Ia reprendre au xv." siècle. Apres ces travaux, si estirnables qu'ils soient, l'histoire de Ia geographic du nioyen•Age n'etait pas meme esquisse, et restait completement i. faire. C'est cc qul a entrepris Mr. de Santarem, et I'on ne saurait accorder trop cl'eloges a I'e'tendue des recherches, a ]a science, a Ia resolution qu'il a fallu pour commencer une eeuvre aussi considerable dont it y avail pour Ia premiCro fois a reunir les veritables Clemens. (1V. B. Passa o auctor do artigo a indicar as materias tratadas no tomo I.° (testa okra, a (onc1iie (Ia maneira seguinte :) tt 40 Bien que cett.e partie dii travail de Mr. de Santarem soit consacree seulement -aux questions generales de son ouvrage, et que la description des Cartes particulieres soit reserve'e pour un autre volume, beaucoup de monumens sont deja decrits dins ce volume, et le nombre s'en eleve a, pres de cent. On jugera par cette seule comparaison de la richesse de 1'ouvrage infiniment superieur a tout ce qui avait ete reuni et ecrit jusqu'a, ce jour sur la matie're. 11 est peu de sources ou n'ait pdnetre I'ardente recherche de Mr. do Santarem. Est t conforme. Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 1851. ==Emilio 4chilles Alonteverde. 41 N.0 G. Stato della Geografia a teinpi nostri presentnta al 1.° Cougresso +ieg]i scienziati Italiani in Napoli nel 1S-15,e riproilotto con nnolte ngxinnzioni nel IS,:io. L, elemento piu importante e diro quasi it fondamento della geografia historica sarrebe un lavoro assai dificile, quo annodasse la geografia ant.ica alla moderna per mezzo delta geografia (lei medio evo coperta de un denso. velo, e sera certamente una gloria it solevare questo veto che cuopre un periodo de 10 secoli, dal quinto at decimoquinto dell'era Cristiana. E'en fatti dopo Tolomeo Ia cui cosmografia ridonda di arbitri, e di errori, non abbiamo avuto que qual the dotto del v.° Secolo a anche di posteri que hanno ripetuti gli stessi errori cosmografici. Or bisognerebbe seguire passo a passe la serie delle produzioni geografiche di ogni maniera do Sistemi cosmografici de mappamondi, portolani e di altre carte publicate periodicamente e ordinamente secondo l'ordine (lei tempi que in questo modo solamente si puts seguire la Storia do luoghi e osservarne to vicissitudini, it cominciamento, it Progresso, it regresso, l'accrescimento straordinario de Berta Citt'i, di alcuni luoghi, opera colossale the noi crediamo superiore alle forzee'di un uomo solo: o perti the dovrebbe esser uno degli objetti piu iinportante delle societal geografiche. Noi scrivevamo queste cose verso it 1845, a credevamo, como erediamo, esser opera estremamente diflicile e superiore alle forze di un uomo solo quella di creare una geografia storica. Nell'analisi delle opere geografiche pubblicate sino aquell'epoca noi non ne trovevamo una soli che potesse meritare it nome di geografia, confusa colla storia e colla storia geografica. E peril scrivevamo che la geografia storica doveva ancora crearsi, the era un nuovo campo aperto alle speculazioni di dotti. Posteriormente venne a nostra notizia che uno di ply celebri geografi viventi, ei Visconte de Santarem dava opera a far ricerca di mappamondi, carte, portulani, & del medio evo per conguingere 1a geogra-. fia moderna coll'antica, colmando it voto di dieci secoli. Noi abbiamo fra to mani alcune memorie del Visconte de Santarem ricevute da lui direttamente, si come pure it primo volume del. suo saggio sulla storia della cosmoyrc fa e delta cartoyrafia durante it media evo, &c. , che egli non ha guars, e invio in graclozo Bono da Parigi, e reliviamo da questa opera grave quante fatiche, e quanta pazienza ha egli durato per compiere cio che mancava alla scienzia, e cid che noi dicevamo superiore alle forze di' un uomo solo. certamente, ^i meno do un sacrifizio di tutto se stesso, que scienza, £ meno di certe desposizioni particolari e de una pacienza inistemabile, per involgere delle carte e dei docamenti di dieci secoli, e per isvolgere tutt.e le piu famose bibliotheche di Europa, a meno de motto rnezzi per entrare in questo dispendiolo e dif icile arinno, it lavoro in payola 6 superiore di molto alle forze di un uorno solo. Sea dunque lode at chiarissimo Visconte do Santarem per no essersi scoraggiato innanzi alle difl'icolt dell suo lavoro, e per averlo seguito con una ostinazione digne de ogni elogio, senza la quale no si puo sperare di compiere Ii grande cose. Ma no sappiamo far meglio che reprodurse le sue stesse parole. ,, Les cartes de treize siecles, que noun clonnons dans notre Atlas, rappro«chcs des ouvrages des cosrnographes et des historiens des dif3erens Ages «et des divers peuples, noes presentent 1'histoire la plus positive et la plus cc curieuse de la science geographique. C'est par cette publication settlement qu' 'eon pourra parvenu' d connaitre logiquenient 1'histoire entire de toutes les transformations geordraphiques que les noins Iles di ffe'rents lieux terrestres ant rubies 4 depuis les temps anciens jusqu'a' nos jours, lors qu'on .etudiera les noins "dans les cartes du moyen-age en les rapprochant des noms indiques dans les «Itindraires d'Antonius, etc etc, et en comparant les themes noms avec ,, ceux que noun ont transmis Strabon ., Pline, Alela, et Ptolem^e., alors on « pourra reconnaitre jusqu'a quelle époque les dift. rentes villes et localises «se sont maintenues A une place erronte dans les cartes, et. A queUe époque old'apres les voyages, ou les observations astronomiques ils ont rte' determines 4, et places exactement dans :les cartes mod ernes. Alors seulement ou pourra signaler avec certitude, snit l'existence .de villes qui ont disparu de nos cartes modernes, soil l'indication des cites c" nouvelles fonde'es pendant le moyen-age, et demontrer, en rneme temps, les "vicissitudes dprouvees dans le tours des si6e:les par bien d'autres •qui, rnentionndes jadis sur les cartes comane des villes de preinier ordre, ont tout a' fait ,, disparu dans nos temps modernes, ou ne sent plus ,que de simples villages "sans aucune importance. «Alors seulement on pourra fixer aussi l'histoire des vicissitudes de «•plusieurs villes maritimes jadis tre's tiorissantes par le commerce, et que de ,. causes morales et physiques ont aneantiesavec le t.e.mps, on d'autresqu1, n'tstant «.que des ports de mer insignifiants clans le moyen-age, se sont progressivecnent 4, agrandies ou point de prendre le premier rang parrni les plus coanmeraantes ou les plus nrosperes. ,, « E the altro a la geografia storica si non to tto questo. » - - Est a conforme. Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em 4 de Janeiro de 1851. =Emilio Achilles Monteverde. 43 N.° 7. Lega4ao de Sua Magestade Fidelissima ern Franca. I llustrissinio o Excellentissimo Senhor. —Considerando que um dos principaes deveres dos Agentes Diplomaticos nas Cc rtes estrangeiras d informar o seu Governo dos servicos que os seus compatriotas, residindo no ►nesmo Paiz em que elles se acham, tem a ventura de poder prestar a Patria ; tenho a honra de submetter K alta considerac o do Governo de Sua Magestade uma succinta exposicao do muito que o nosso erudito compatriots o Visconde de Santarem tem feito nestes ultimos annos para estender as relaccies litterarias de Portugal, e facilitar no nosso Paiz o estudo da Historia e das Sciencias. Alem da publicacao das suas grandes obras, que constituem um verdadeiro padreio de gloria nacional, tern elle adquirido para a Bibliotheca da Academia Real das Sciencias de Lisboa mais de 220 volumes de obras preciosas ern todos os ramos scientificos, e 340 Cartas geographicas e hydrographicas, tendo sido estas ultimas alcancadas pela maior parte dos Depositos dos Ministerios da Guerra e da Marinha de Franca. Estas acquisigoes importantes litterariamente fallando, tambem o sao pelo seu valor pecuniario, como 6 por exemplo a sumptuosa Obra que Bonaparte fez publicar depois da expedic.to do Egypto, e que nao p6de encontrar-se K venda por menos de 6 a 8 mil froncos. Para dar a Vossa Excellencia uma conta exacta destas remessas obtive do Visconde de Santarem os documentos seguintes, que tenho a honra de juntar a este officio. Sob N.° i terA o Governo de Sua Magestade conhecimento de que jct em 15 de Maio de 1841 a Academia Real das Sciencias de Lisboa tinha feito lavrar Assento especial pars reconhecer os servicos que o nosso distincto compatriota havia prestado 1s sciencias, K Patria, e ao esplendor da Academia, alcancando, diz o referido Assento, obras de summo valor publicadas pelo Ministerio Francez. Pelo documento N.° 2, datado do 10 do Marco de 1844, e relacio annexa, consta a importante acquisica"o que fizera a Academia, por diligencia do mesmo Visconde, das preciosas obras e Cartas publicadas pelo Ministerio da Marinha de Franca. O Documento N. ° 3, datado de 22 de Outubro de 1846, attests a acquisicuo feita pelo dito Visconde de, um grande nt'imero de outras Obras e Cartas publicadas pelo Ministerio da Guerra deste Paiz; e bem assirn o apreco que a Academia fez de do importante remessa. O Documento N. 0 4, encerra uma relacito dos Livros alcancados nas diversas Reparticcies de Franca, e de varios sabios estrangeiros ; e mandados pelo Visconde para a Academia Real das Sciencias, desde 1840 ate ao comeco de 1842. O Documento N ° 5, comprehends os extractos de varias Cartas em que o Secretario perpetuo da Academia Real das Sciencias testemunha ao nobre Visconde a consideracao e apreco que se dao aos seus servicos. E tambem por via delle, que as obras da nossa Academia tem sido espalhadas pelas Bibliothecas deste paiz, concorrendo por esta f6rma a fazer conhecer no estrangeiro os trabalhos scientificos e litterarios de Portugal. Tern al6m disso o nobre Visconde sido o zeloso intermediario da troca das Obras publicadas pela Academia por outras que se achavam A venda em Paris, como aconteceu, por exemplo, ern 1842. em que remetteu para Lisboa 91 volumes de diversas Obras relativas d Historia, litteratura, a sciencias dos Arabes, dos Turcos, dos 12 44 I,ndios, dos Persas, e dos Chins; alcancando do prori•ietario da livraria orien• tal uma diminuiC to de Preto, de to por cento.—Fez copiar para a mesina Academia uma Chronicamanuscripta, em portuguez, do xiv.° seculo, que so acha na Bibliotheca Nacional de Paris. 0 zelo do mesmo Visconde o tern levado a communicar a Academia de Lisboa, em uma longa e nao interrompida correspondencia, o movimento litterario e scientifico deste paiz. Nas diversas sociedades scientificas (le que 6 membro tern elle lirlo e feito publicar um grande numero do dissertacues sobre factos historicos do nosso paiz, que erarn desconhecidos,,ou se achavarn deturpados por escriptores prevenidos, ou mal informados. E Belle a biographia do Senhor Rei D. Joao 6.", que so acha no torno 78 da Birxgraprhia Universal. Similhante publicaç'io ern que transluz a meditada prudencia do author teve por tim principal irnpedir que sahisse n£ Iuz uma outra biographia, .i redigida, na qua! a Augusta Casa de Braganca nao era devidamente acatada. Apezar destes servicos e de outros ainda mais consideraveis, quaes sao as grandes Obras de que Portugal 'e a Europa scientifica the silo devedores, foi-lhe diminuida por occasifto da Revoluy-to do Minho, em 1846, uma grande parte da verba applieacla para as suas irnportantissimas publieaccies; quo hoje apparecem morosamente em r.azio da escacez Cie meios do author, rl quern muitas vezes tenho ouvido exprimir o receio de quo na sua avancada idade a morte the venha cortar o fib do seu traballro ! Jrt em 1849 o Governo de S. Magestade reconheceu quanto convinha providenciar sobre a materia, como se ve do Parecer ministerial relativo is disciplinas mandadas ensinar na G. ° Cadeira clo 3.° anno da Faculdade de Uireito, na eonformidade do artigo 78 do Decreto de 5 de Dezembro de 1836, indicando ao Corpo Legislativo que similhante ensino no poderia ter o seu perfeito cornplemento em quanto se nuo concluisse a importantissima Obra do Quadro Elementar das relaçoes politicas e .Dipplomaticas de Portugal cony as diversas Potencias do mundo; e do Codigo Diplomatieo Portuguez; hem coo^zo da Ilistoria politica do nosso flaiz; empresa colossal a que o nobre Visconde tern consagrado todas as suas vigilias. Soria muito necessario, diz o referido Documento, que para levar ao fim tilo valiosa empresa se tornasse a restabelecer, e se pagasse pontual« monte, a antiga prestaca.o c1e seis contos de refs, que - the fora consignada ate ao anno economico de 1846-1847, e reduzida de entao para cá a quatro contos, aproveitando-se assim o vasto saber e patriotismo der mesmo Visconde, e ate' a feliz circumstancia da sua existencia corn cuja perda jazera talvez «para sempre derrubado este nova padrao de gloria que elle tanto se tern eryn,, penhado ern erquer a Nacao Portuqueza. ,, Termino aqui este relatorio deixando d alta e esclarecida appreciaç io do Governo de Sua Magestade a conveniencia de proper as CCrtes na proxima Legislature o restabelecimento de uma verba, cuja patriotica applicac5o nin:guem contestari . Deos Guarde a V. Ex.'— Paris, it de Dezembro de 1 15o. =T11.' e Ex.""' Sr. Conde clo Tojal = Francisco Jose de Paiva Pereira. Est,. conforme. Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, ern 7 tie Janeiro de 185 t : . =Enziho .Achilles 1Vlonteverde. 15 N. S. I llustrissimo e Exce]Ientissimo Senhor. —Tive a honra de apresentar (t Academia Real das Sciencias de Lisboa a Collecçao de Comptes rerndus Iaebdntadaires des seances de l'.Acadernie des Sciences de Paris, que V. Ex.' teve a hondade de oflerecer-the, e encarrega-me a Academia de agradecer a V. .Ex.' este testervunho da consideravzro e aflecto que V. Ex. ° the consagra. E sendo constavte a Academia as diligencias com que V. Ex. $ se tern empenhado em alcancar para a sua Bibliotheca obras de summo valor publicadas pelo Ministerio Francez; querendo dar a V. Ex." uma prova do apreco quo faz dos relevantes servicos que V. Ex. the tern prestado, e continua a prostar em objecto to conducente ao adiantarnento das sciencias na nossa Patria, e ao explendor da Academia, mandou lavrar nas suas actas um assento em quc so reconhecem estes servicos, e se exprime a.V. Ex: a gratida"o da Academia, que muito confia na elficacia de V. Ex. °' em proseguir com o mesmo afinco n'um preposito to louvavel e proveitoso. Tenho o major prazer em ser o orgao dos sentimentos da Academia, que so tambem os meus, e corn tanto mail rasa,o quanto ninguem melhor do que eu conhece a importancia dos esforcos de V. Ex.' Deos Guarde a V. Ex.'— Lisboa, 15 de Maio de 1841. = I11.m° e Ex."" Sr: Visconde de Santarem.= Toaquim Jose da Costa de Macedo.--=Secretario perpetuo da Academia Real das Sciencias de Lisboa. = Está conforme. Miquel Martins Dan tas. = Esti conforme. Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em i de Janeiro de 1851. = Emilio Achilles Montevcrde. 4.6 !N.° 2. I a Ex.° Sr. A Academia Real das Sciencias cle Lisboa, reeonhecida aos continuos servicos que V. Ex.° the presta na acquisic to de muitas, LL."° e mui preciosas obras corn que se tern enriquecido a nossa Livraria, incumbeme de agradecer a V. Ex." as diligencias que fez Para se conseguir a troca das publicar6es da Academia pelts do Ministerio da Marinha de Franca, em que V. Ex.' the deu mais um testemunho da afleiçao que the consagra, e do amor que professa is Letras. t uni dos mais gratos encargos do meu emprego ser o orgao por onde a Academia fax justica ao merecimento, ate por que me facilita os meios de multiplicar as rninhas relacues cow as pessoas corn quem, como corn V. Ex. °, C sempre interessante cultival-as. Deos Guarde a V. Ex..-Lisboa, 1 o de Marco de 18 ,14. =Ill.'"" e Sr. Visconde de Santarem. =Joaquin Jose' da Costa de Macedo, Secretario perpetuo da Academia. = Este, conforme. - Miquel Martins Dantas. = Ministere de la Marine et des Colonies. - DepBt des Cartes et Plans. Ouvroges destines d l'Academie Royale des Sciences de Lisbonne. 1. 2. 3. 4. 5. s. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 0 Voyage de Dentrecasteaux -- 2 vol. in 4. et 1 atlas in fol. Voyage de la Thetis et de l'Espe'rance - 2 vol. in 4.' et 1 atlas in fol. Pilote francais, les 5 premieres parties-in fol. Pilote de ]'Isle de Corse-in fol. Pilote du BrCsil (texte et cartes)-in fol. Me'moire sur la navigation aux cotes occidentales d'Afrique, depuis le Cap Bojador jusqu'au mont Souros-in 8.° Description nautique des cotes de la Martinique - in 8.° Expose des travaux relatifs a la reconnaissance des cotes occidentales de France - in 4.° Mdthode de calcule pour obtenir la marche des chronomAtres - in 8." Nouvelle mCthode pour calculer ]a marche des chronomAtres- in 8.° Mdmoire sur les atterages des Cates Occidentales de France-in 4.° NV moire sur les courants de la Manche-in 8. 0 Description nautique des Cates de l'Algerie--in 8.° Instructions nautiques stir les mers de l'Inde- 5 vol. in 8. 0 Instructions pour naviguer sur la Cote Orientale de Terre-neuve - in 8.' Expose des operations geodCsiques relatives aux travaux hydrographiques, executes sur les Cotes Septentrionales de France - in 4. ° TraitC de geodesie a ('usage des marins - in 8.° Memoire sur 1'emploi des chronomAtres a ]a mer - in 8." Routier des Iles Antilles-2 vol. in 8. 0 Pilote francais - instructions nautiques - partie des Cotes Septentrionales, comprise entre ]a Pointe de Barfleur et Dunquerque -- in 4: Collection de 104 Cartes et Plans de diverses parties. Está conforme. Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 1 85 1. _= .Emilio 4chilles lilonteverde. 47 N." 3. I e Excellentissimo Senhor.—A Academia Real das Sciencias de Lisboa encarrega-me d'agradecer a V. Ex.° a diligencia que V. Ex. ° fez LLUSTRissimo Para negociar coin o Deposito da Guerra de Paris a troca das suas publicacoes pelas da Academia, e cujo resultado foi a remessa das cartas e obras constantes da relacao incluza por copia. A Academia ve nesta diligencia mais tuna prova do constante empenho coin que V. Ex." procura enriqueeer a nossa Bibliotheca, estender as nossas relac es, e augmentar os meios de adiantar as sciencias no nosso paiz, o que the dá novos titulos ao reconhecimento publico. Deos Guarde a V. Ex. — Lisboa, 22 d'Outubro de 846. = Ill.m° e Sr. Visconde de Santarem. = Joaquim Jose da Costa de Macedo. = Secretario perpetuo da Academia. - = Este, conforme. = Miguel Martins Dantas. Releve des trois rouleaux et du paquet envoye's a l'. 4eademie Royale des Sciences de Lisbonne, le 16 4vril 1846. N.` I N.° 2 IN. 3 Nouvelle Carte de France .................... Carte de France, par Capitaine ........... 24 d'Espagne.......id .. .. ......... 13 du De'partement de la Seine ........ 10 » du Centre de 1'Europe ... ......... 8 du Bassin de la Mediterranee ....... 3 dela Corse ... ................... 6 1 de l'Archipe! Toscan.............. de la Moree ........................ 8 Cartes de I'Algerie .. ... ............. 10 Atlas do 8.° vol. d u Memorial ................. I.10 83 id. 17 id. 210 N. 4 Memorial du Depot de Ia Guerre. 8 feuilles feuilles volumes. Esti conforme = Joaquim Joseda Costa de Macedo. Est d conforme. Secretaria de Estado dos Negocios .Estrangeiros, eln de Janeiro de 1851. =. Emilio dclailles Monteverde. . 13 N 3 . } Liylu dos Livros a aicttucados de diversas itepartictes de Franca. e de varios sahio%. pelo Visconade' tie Santarem. e nor elle inaanti ados pa.ria a Li'raria. da, Academia Real tlOs Scienacias tie Lisboa, destle 1510 alo 1S19. t. ARcHm:or.notE:nava1e par Mr. Jal, historiographe de la marine. --- 2 vol. Histoire naturelle des Iles Canaries par MM. Webb et Bertholet, publide par ordre de M. Guizot, ministre de l'Instruction Publique. - 2 vol. et Atlas. :. Diverses brochures tie Mr. Jomard, membre de l'Institut. 4. Archives des Voyages publics par Mr. Ternaux. ' 5. Geographie du célèbre Gdograhhe Arabe Edrisi, traduite de 1'Arabe par Mr. Joubert. - 2 vol. in 4." avec cartes. r,. Meamoire sur des Bas-reliefs mythriaques trouves en Transilvanie par Mr. Lajard, membre de l'Institut. - 1 vol. 7. Continuacao das meniorias das diversas classes do Instituto de Franca, que faltavao na Livraria da Academia, e que so no tinho podido alcancar. - 9 vol. 8. Varias obras do celebre Orientalista Barao de Slane. 9. Histoire des Rois du Kackmis, traduite du sanscrit par Mr. Troyer et publide aux frais de 1a Societe Asiatique. -- 2 vol. 10. Comptes rendus de l'Academie des Sciences de Paris.- 10 vol. 11. Explication de la Danse des Morts, par Jubinal. - I vol. soie et de ]a culture du murier par 12. TraitC sur l'Cducation des vers Bonafous de l'Institut de France. -1 vol. 13. Description de la cote d'Afrique depuis le cap Non jusqu'au cap Roxo par to Predour, accompagnC d'une carte (Paris 1828). - I vol. 14. Essai stir les armes Espagnoles du Muscle de Madrid par Jubinal. - I vol. 15. Cartes hydrographiques de la Cate occidentale d'Afrique par Roussin. 16. Description de I'Egypte, ou recueil des observations et des recherches qui ont dtC faites en Egypte pendant l'expCdition do l'armde Francaise. (Paris Imprim. Imp. 1809.-23 vol. in fol. magn. et grand Atlas. 17. Mdmoires de la Societe des Antiquaires de France. - I vol. 18. L'ouvrage de Mr. Desvergers Orientaliste sur I'histoire des Aglabytes d'Afrique. 1 vol. 19. Um volume publicado pela Sociedade Ingleza Para a civilizacao d'Africa. 2. a - I vol. 20. Notice historique sur la vie Cl les ouvrages de Mr. Daunon par Mr. i folheto. Walckenaer. 21. Bibliothdque Asiatique par Mr. Ternaux. I vol. 22. Ibn Khallikano Biographical Dictionary translated from de Arabic (I)iccionario dos homens illustres do Islamismo, traduzido do Arabe) pelo Barao de Slane. 2 vol. in 4°. 23. Texto Arabe da Geographia d'Aboulfeda, publicado pela Sociedade Asiatica de Paris. 24. Memoires de la SociCtd Ethnologique de Paris. 2 vol. 25. Recherches Statistiques sur I'Esclavage Colonial par Moreau do Jonnes. 26. Folheto do mesmo. 27. Note de Mr. Loiseleur de Long-champs sur le bled. 28. Obras de Mr. Boucher de Perthes, Meinbro correspondente do Instituto. -- -3 vol. 29 Me'moire stir is Chronologie et 1'hist.oire des Javanais par Mr Walcknaer de I'Inst.iint. - I vol. 49 .30. Rapport du te' sernestre des travaux cle 1'Acadmie des Inscriptions et Belles Lettres. — I vol. 31. Chartes inedites de la Bibliotheque Royale, en dialecte Catalan ou en Arabe, contenant desTraitds de Paix et de Commerce conelus dans les annees.1270, 1278 et 1339 entre les Chretiens de Majorque, Seigneurs de Montpellier, e les Rois Maures de Tunis et de Maroc par MM. Champollion et Reinaud. — 1 vol. 32. Mdmoire du Sinologue Caillery. — i vol. 33. Voyage dans le Soudan par Ibo-Batuta, tratluit du Manuscr:t Arabe de la Bibliothe'que du Roy par le Baron de Slane. -- i vol. 34. The Dabistan or School of Manners translated from the original Persian with notes and illustrations, par Mr. Troyer da Sociedade Asiatica. — 3 vol. 35. Histoire Naturelle du Ma'is par Mr. Bonafous. --- ! vol. in fol. rnagn. :}Dual Brochuras de Mr. Biot. — 2 br. 38. Catalogue des come'tes observes en Chine depths 1'an 1230 jusqu'a l'an 1640 de notre Ere par Mr Biot. — 1 vol. 39. Opuscule de Pierrequin de Jembloux. — 1 vol. 40. Obra de Mr. le Docteur Wappaiis. -- I vol. 41. Memoire sur les premiers dtablissements des Imprimeries dans les difterentes villes du Moncle par Mr. Ternaux. — I vol. 42. Recherches sur les mceurs des Chinois d'aprjs le Chi-King par Mr. Biot. — 1 vol. 43. Catalogue des Cartes d•h ]a grande collection du Gdographe Barbier du Bocage — 1 vol. .44. Recherches sur 1'emplacement de Car thagepar Mr. Falbe, avec I Atlas. 1 vol. 25. Lettres de Fresnel sur I'Histoire des Arabes avant l'Islamisme. 46. Autobiographic d'Ibn Khaldoun, par le Baron de Slane. #7 Nldmoires sur la description hydrographique de Nossi-Be et sur l'Ile 48 Nlayote — acompanhadas d'uma carta hydrographica por Mr. de Ishenne, da Marinha de Franca-2 in. 49. Memoire du Docteur Sichel. 50 Essai du dechifrement de 1'ecriture Assyrienne par Mr. de I_.owenstiern — I vol. 51. Observations sur l'origine, et la signification du symbole appeld la Croix Ansee par Mr. Lajard, Membre de l'Institut— i vol. 52. Analyse du RamayAna par Mr. Troyer— t vol. 53. Memoire sur les ouvrages de Mendonza et Navarrete par Mr. de Maufras. 54. Colleccoes publicadas pelo Ministerio da Guerra de Franca — 8 vol. e 2 to cartas. 55. Grande carta das Possessc es Francezas na Algeria, levantada por MM. Carette et Warnier, Membros da Commiss^io Scientitica da. Algeria. 56. Tom. xi. Premiere partie des Mc moires de la Societd de Physique et d'I-Jistoire Naturelle de Geneve— 1 vol. 57. Essai sur l'histoire de l'Instruction Publique en Chine, et de la Corporation des Lettres, par Mr. Biot — I vol. in 8. sa. Catalogue gdneral des dtoiles filantes, et des autres rneteores observes en Chine pendant 24 sie'cles, dresse d'apres les documens chinois— 1 vol. 59. Note supplementaire au catalogue des dtoiles filantes par le memo. i;o. Expos6 e1Cmentaire du syst6me cue la troisie'me ecriture sunCiferme de Persepolis, par Mr. do Liwenstiern. I. Brochure du Docteur Sichel. s2. Note sur le veritable auteur do Dabistan, par Mr. Troyer. 13* 50 5:: Notice stir deux manuscrits de l'h y mne as Parvati, intitule Amama Sahari. que se trouvent A Ia ,Bibliothque Royale de Paris, par le m rne. — I fol. 64. GCographie ancienne des Gaules par Mr. Walckenaer, membre de l'Institut. — 3 vol. 65. Voyages, relations et memoires originaux pour servir a 1'histoire de ]a decouverte de l'Amerique, publics pour la premiere fois en Francais par Henri Jernaux Compans. — 22 vol. >. Collection historique publide par le Ministc?re de l'Instruetion Publique. —28 vol. in 4. ° 67. Annales du Musee. 68. Um volume magnifico da Collecao dos Auctores orientaes Bagarata Purana. 69. Quinze ans de Voyages "autour du Monde par Gabriel Lorfrind. — 2 vol. 70. Collection des Tables de Position des dillerents points du Globe par Mr. Daussy, du Bureau des Longitudes de Paris. Est A conforme. Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de 1851. —.Emilio Achilles Monteverde, N. `I 5. Extracto dare Carta% do 5ecretario Perpetao Ala Academia Real dap 1Sciencias^. 1.' (Carta de 4 de Outubro de 1840.) GRACAs a Deos, que devemos a V. Ex. a continuacao das obras do Instituto, para alcancar as quaes trabalho ha 4 annos.» 2." (Carta de 22 de Novenzbro de 1840.) Agradego infinicamente a V. Ex.' as diligencias, e felizes resultados que dellas tern conseguido para enriquecer a Bibliotheca da nossa Academia. » 3.° (Carta de 26 de Dezembro de 1840.) «V. Ex.' merece lima estatua se conseguir tudo o que pertende para a «nossa Academia.', 4.' (Carta de 8 de Maio de 1842.) «O Socio da Academia que esta em Paris faz mais do que deve, por que o seu servico he voluntario e gracioso. 5. 0 (Carta de 4 de Dezen:bro de 1842.) ,, V. .Ex.a he incansavel em procurar, e feliz em achar. Ainda ben) para «a sciencia e para a gloria da nossa Patria, por ser urn Portuguez o primeiro que publicou uma colleccao de cartas antigas. A prioridade de tudo perten« ce a nossa Nacao, e a Carto g raphia da Idade Media he nossa., Estd conforme. = Miguel Martins Dantas. Esta conforme. Secretaria d'Estado dos Negocios Estrangeiros, em 7 de Janeiro de I851. =Em lio 4chilles .LWonteverde.