potencial regional de produção de biogás no paraná
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POTENCIAL REGIONAL DE PRODUÇÃO DE BIOGÁS NO PARANÁ Área Temática: 5 Agricultura e agronegócio paranaense Ronaldo Bulhões Professor e Pesquisador do Curso de Economia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Cascavel. Email: [email protected] Willian Mussolin Economista Diretor Financeiro da América Latina Indústria e Comércio de Vidros Ltda/Cascavel-PR Email: [email protected] RESUMO O presente trabalho teve como objetivo analisar a criação regional de suínos no estado do Paraná e estimar o potencial de produção de biogás utilizando dejetos dos suínos como matéria prima. A fonte de dados foi do IPARDES e a metodologia utilizada foi com base na estatística descritiva. Os resultados mostraram que a criação de suíno se encontra distribuída em todas as mesorregiões do Paraná, cujo volume potencial de geração de energia a partir do biogás oriundo de dejetos suínos é de 227.647.638 m³/ano no período compreendido entre 2000 e 2010. A mesorregião oeste se destaca com 75.240.602 m³/ano, o que representa 33,05% de todo potencial paranaense. Com o volume de biogás produzido no Paraná, se espera que investimentos em geração de energia a partir do biogás, por se tratar de uma forma de energia renovável e com melhoras nas condições ambientais, deve ser incentivando pelo governo para que os produtores pudessem buscar este tipo de solução, de forma a garantir um nível de desenvolvimento econômico, melhorando a renda e a qualidade de vida do produtor. Em trabalhos futuros sugere-se estimar o volume de energia que é possível geral com o volume de biogás estimado no presente trabalho. Palavra chave: Biogás, Mesorregião, Paraná. ABSTRACT This study aimed to analyze the regional pig breeding in the state of Paraná and estimate the potential production of biogas using swine manure as feedstock. The data source was the IPARDES and the methodology used was based on descriptive statistics. The results showed that the creation of pork is distributed in all mesoregions Paraná, whose potential volume of energy generation from biogas derived from pig manure is 227 647 638 m³ / year in the period between 2000 and 2010. West midland region stands out with 75,240,602 m³ / year, which represents 33.05% of all potential Paraná. With the volume of biogas produced in Paraná, is expected to investments in power generation from biogas, because it is a form of renewable energy and improvements in environmental conditions, should be encouraging the government to the producers could get this type of solution, to ensure a level of economic development, improving income and quality of life of the producer. In future work we suggest estimating the volume of energy that is generally possible with the estimated volume of biogas in the present work. Keyword: Biogas, Mesoregions, Paraná. 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento do ser humano aconteceu, entre outros, pela necessidade de sobrevivência nos momentos adversos do seu ciclo de vida. Neste processo de desenvolvimento, foi marcante e de extrema importância à descoberta da energia como fonte motriz e de geração de bens e serviços. À aproximadamente sete mil anos atrás, o homem primitivo possuía uma relação com a energia via tração animal. Com o passar dos anos conseguiu dominar o fogo. No início da Idade Moderna (1400 D.C.), o homem aproveitando-se das quedas d´água e dos ventos, desenvolveu novas técnicas para gerar energia e realizar suas tarefas. Neste período já era conhecida à energia de origem fóssil, o carvão mineral, utilizado em pequenas manufaturas e siderurgias. O petróleo, pouco conhecido, era utilizado como um bem substituto, em iluminação, quando o óleo de baleia ficava escasso (GOLDEMBERG & LUCON, 2007). Contudo, o marco inicial para suprir todas as demandas por produtos e serviços, foi a Revolução Industrial que teve seu apogeu no século XVIII. Segundo Landes (1988), com a descoberta de novas fontes energéticas, combinadas com as inovações em produtos e processos, criaram três pontos fundamentais para o sucesso da Revolução Industrial. O primeiro concentra-se na substituição de esforços e habilidades humanas por máquinas, que tem como características predominantes, serem rápidas, incansáveis, regulares no nível de produção e possuir uma precisão. O segundo foi a “substituição de fontes animadas por fontes inanimadas de força”, ou seja, a criação de máquinas que possuem a capacidade de converter o calor em trabalho. O terceiro foi a criação de tecnologias para utilizar novas e abundantes matérias-primas, nesse sentido, encontra-se a substituição de substâncias vegetais ou animais por insumos minerais e artificiais. Segundo Portal Brasileiro de Energias Renováveis (2013), as fontes de energia não renováveis são: petróleo e derivados, gás natural, carvão mineral e urânio; já as fontes renováveis são: biocombustível, biodiesel, etanol e hidrogênio, biogás, biomassa, energia eólica, energia geotérmica, energia hidrelétrica, energia do mar e energia solar. As discussões sobre o custo-benefício dessas fontes de energia, tanto do ponto de vista de sua produção quanto de sua utilização, estão relacionadas, direta ou indiretamente, com o meio ambiente. Por exemplo, dentre as fontes de energia não renováveis, o carvão mineral e o petróleo são considerados os mais poluentes. O petróleo é considerado o maior poluidor do ar, devido à emissão de gás carbônico (CO2), a qual causa o “efeito estufa”. Já o gás natural e a energia nuclear possuem como desafio superar o alto custo para sua produção. A energia nuclear possui ainda o problema dos resíduos que são lixos radioativos. No caso das fontes renováveis, os biocombustíveis possuem como características baixa emissão de resíduos e poluição atmosférica. No caso do etanol sua maior contribuição é a quantidade de água presente na sua composição (0,7 a 7%). As fontes de energia de hidrelétricas, eólica e solar são consideradas fontes de energia limpas. Por outro lado, as hidrelétricas e eólicas, embora em queda possuem alto custo de implantação. A biomassa, oriunda de matéria orgânica (dejetos animais, resíduos vegetais, lixo industrial ou residencial) gera o biogás. Atualmente a produção de energia elétrica a partir da biomassa, é defendida como uma alternativa importante para países que se encontram em situações de desenvolvimento, e até mesmo para países que necessitam ampliar a matriz energética, e consolidar uma fonte renovável de energia. Ainda o biogás minimiza impactos dos dejetos da criação de animais que é considerado um dos principais problemas ambientais do agronegócio. Estes dejetos são utilizados como insumos para a produção de gás combustível e fertilizante (COLDEBELLA et al, 2008). O biogás é composto por uma mistura de gases em um processo de digestão via biodigestores. Tais biodigestores podem ser instalados em pequenas propriedades criatória de aves, suínos e bovinos, assim como, em depósito de lixo municipal e resíduos industriais, sendo considerada solução de baixo custo. No caso das pequenas propriedades criatórias de aves, suínos e bovinos, tem-se como resultado, a carga orgânica dos resíduos animais que cria um quadro crítico de saneamento ambiental, com riscos à saúde pública e à qualidade de vida tanto na área urbana como na área rural. Essa situação é realidade em todo o Brasil, sendo que no Paraná não é diferente, o qual segundo o IPARDES (2013) em 2010 possuía 4.6 milhões de suínos confinados com elevada produção de dejetos. Neste caso, o aproveitamento dos resíduos animais para geração de biogás surge como uma solução ao problema existente. As atuais ações de tratamento das dejeções e resíduos orgânicos resultantes da atividade pecuária se mostram insatisfatórias – de tal forma que estas atividades representam risco acentuado de poluição ambiental, tanto do solo e da água, devido à contaminação por cargas orgânicas, como também da atmosfera, devida a emissão de gases do efeito estufa e de maus odores (CAVALCANTE et al, 2010). Nesse sentido, a produção de energia via biogás se tornou uma aposta em pesquisa e desenvolvimento exercida pelo Departamento de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, sobretudo na região oeste do Paraná. A Itaipu Binacional implantou na região oeste do Paraná o Centro de Estudos do Biogás, que conta com laboratórios de biogás para geração distribuída de energia elétrica, estes laboratórios são em céu aberto, em pequenas propriedades rurais e em cooperativas onde se possui uma grande quantidade de insumos para a produção de biogás (PTI, 2013). A partir das discussões propostas pelo Departamento de Energias Renováveis da ITAIPU, causaram curiosidades sobre a geração de biogás, uma vez que a solução proposta elimina diversos problemas ambientais do Paraná. A proposta busca estabelecer condições para viabilizar o saneamento no Paraná, a partir da região oeste, uma vez os municípios, normalmente, não possuem saneamento, busca-se também mudar as ações de tratamento das dejeções e resíduos orgânicos oriundos da atividade pecuária, levando a um ponto que a atividade pecuária saia de um ponto de risco acentuado a poluição ambiental de solo e de água, devido à contaminação por cargas orgânicas, e também da atmosfera pela emissão de gases do “efeito estufa” e maus odores, para um ponto sem riscos elevados ao meio ambiente (CAVALCANTE et al, 2010). Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a criação regional de suínos no estado do Paraná e estimar o potencial de produção de biogás utilizando dejetos dos suínos como matéria prima. Para tanto, o estudo foi organizado, além desta introdução, com mais três seções, sendo elas: (2) Revisão de Literatura onde serão apresentado o panorama da matriz energética mundial, brasileira e paranaense. (3) Procedimentos Metodológicos onde será abordado sobre a forma como este trabalho foi realizo. (4) Resultados e Discussões onde serão apresentados e analisados os dados referentes a esta pesquisa. Por último, serão apresentadas as Considerações Finais. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Panorama da Matriz Energética Mundial A partir do constante crescimento econômico, também cresceu o consumo de energia nas suas diversas formas. Conforme pode ser observado na Figura 1 e 2, a oferta mundial de energia apresentou um crescimento de 6.107 Mtep (milhões de toneladas de equivalência de petróleo) para 12.717 Mtep, ou seja, uma variação percentual positiva de 108,24%, entre os anos de 1973 a 2010. Figura 1 - Oferta mundial de energia por fonte em 1973 Fonte: IEA (2013). De acordo com a Figura 1, em 1973 em termos percentuais, a maior oferta de energia mundial por fonte foi de origem fóssil, sendo liderada pelo petróleo com 46,10%, seguido logo pelo carvão com 24,60%, o gás natural apresentou-se com 16,00%, em quarto lugar, com 10,50%, ficou os biocombustíveis e resíduos. Nota-se ainda que a oferta mundial de energia neste ano era de 6.107 milhões de toneladas de equivalência de petróleo. Por seu turno, em 2010 a matriz energética mundial esteve distribuída em 32,40% petróleo; 27,30% de carvão; 21,40% de gás natural; 10,00% de bicombustíveis e resíduos; 5,70% de energia nuclear; 2,30% de hidro e 0,90% outras fontes1 de energia (Figura 2). Figura 2 - Oferta mundial de energia por fonte em 2010 Fonte: IEA (2013). Assim, a oferta mundial de energia por fontes, se comportou de forma crescente para algumas fontes de energia e decrescentes para outras. Logo, pode ser observado que do ano de 1973 a 2010 ocorreu uma redução percentual na quantidade ofertada de petróleo, a variação percentual foi de menos 19,20% ou seja, de 46,10% para 32,40% do total ofertado. Isso não significa que ocorreu uma redução na oferta de energia, mas informa um aumento de outras fontes de energia na matriz energética, como a energia nuclear e hidráulica. Outras fontes de energia ainda apresentam um aumento não tão significativo na matriz energética como energia hidroelétrica, geotérmica, solar, eólica e biomassa por exemplo. Contudo, possuem uma grande importância para o meio ambiente, por estarem em um conjunto de fontes de energia renováveis, as quais, entre outros, são menos agressiva ao meio ambiente. A oferta mundial de energia está dividida, segundo o IEA (2013) em oito regiões distintas, elas podem ser observadas na Figura 3 para o ano de 1973 e na Figura 4 para o ano de 2010. Nestas Figuras observa-se um aumento na oferta mundial de energia em economias que possuíram crescimento econômico ao longo do tempo. A China, por exemplo, em 1973 ofertava apenas 7,00%, em 2010 ofertou 19,10% de energia. A Ásia apresentou um aumento significativo ao longo do tempo, pois em 1973 estava com 5,50% da oferta mundial de energia, já em 2010 alcançou 12,00%. 1 Inclui energia geotérmica, solar, eólica, biomassa, etc. Figura 3 - Oferta mundial de energia por região em 1973 Fonte: IEA (2013). Figura 4 - Oferta mundial de energia por região em 2010 Fonte: IEA (2013). O Oriente Médio apresentou um significativo aumento ao longo do tempo, em 1973 o mesmo apresentou apenas 0,80% já no ano de 2010 apresentou 4,80% de energia ofertada na matriz energética mundial. Os países membros da OCDE2 tiveram uma redução na oferta de energia de 61,40% em 1973 para 42,40% em 2010. Um dos fatores responsáveis para a explicação da abundante oferta de energia nos anos de 1973 foi o aquecimento econômico. Isso aconteceu porque ocorreu um estágio de “pleno emprego” no final da década de 1960 com uma taxa natural de desemprego de 1,5% nos países europeus. O crescimento econômico 2 A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é composta por 34 países, foi fundada em 14 de dezembro de 1961. A OCDE é um órgão internacional e intergovernamental que une os países mais industrializados e também alguns países como o México, Chile e Turquia. A OCDE possui como objetivo reunir os representantes das nações que a compõe para discutir e alinhar as políticas com o proposto objetivo de maximizar o crescimento econômico e colaborar com desenvolvimento dos países membros (BRASIL, 2013b). se manteve na década de 1970. O crescimento econômico neste período se deu pelo aumento na demanda por produtos de diversos setores da economia utilizados para a reconstrução da Europa pós-guerra (HOBSBAWM, 1995). 2.2 Panorama da Matriz Energética Brasileira e Paranaense O Brasil possui uma fonte diversificada para a produção de energia, sendo essas renováveis ou tradicionais. No ano de 2011 a matriz energética brasileira estava concentrada em 55,90% em fontes não renováveis como o petróleo e derivados que concentra 38,60%; o gás natural que produz 10,10%; o carvão mineral que representa 5,60% e o urânio que soma 1,50% na matriz energética. As fontes renováveis somam 44,10% sendo distribuídas com 15,70% de biomassa de cana; 14,70% de hidráulica e eletricidade; 9,70% de lenha e carvão vegetal e 4,10% de lixívia e outras renováveis (BRASIL, 2013a). Mesmo possuindo 44,10% de energia renovável, existe ainda dependência muito grande de fontes não renováveis para manter o padrão de consumo. Em 2011 o consumo de energia das indústrias foi de 35,90%; o setor de transporte consumiu 30,10%; as residências consumiram 9,50%; o próprio setor energético foi responsável por 8,90%; a agropecuária consumiu 4,00%; por fim o setor de serviços demandou 4,40% de energia do total consumido em 2011. Estes agentes somaram 92,80% do consumo interno de energia, os outros 7,20% foram estocado (BRASIL, 2013a). Em comparação com o mundo, o Brasil possui, em termos percentuais, uma grande vantagem na produção de energia renovável. Isso se torna em um ponto positivo, pois o país tem uma tendência menor a sofrer com variações nos preços de energias fósseis como o caso do petróleo. A comparação sobre a energia renovável entre Brasil e mundo pode ser visualizada na Figura 5. Figura 5 - Participação de fontes renováveis e não renováveis de energia entre Brasil, países da OECD e Mundo (2009 e 2011) Fonte: BRASIL (2013b). Pode se observar, na Figura 5, e que o Brasil no ano de 2011 ofertou 44,10% de energia renovável e 55,90% de energia não renovável. O montante de energia renovável ainda não é o esperado, pelo fato do país possuir um grande potencial de produção de energia renovável, porém em comparação com o mundo e os países da OCDE, o Brasil em termos percentuais é o que mais produz energias renováveis. A oferta de energia renovável no mundo em 2009 ficou em apenas 13,30%, já sua oferta de energia não renovável foi de 86,70%. Assim a oferta de energia renovável dos países membros da OCDE em 2009 foi de apenas 8,00%, sendo que os outros 92,00% de oferta de energia foi oriunda de fontes não renováveis (BRASIL, 2013b). Conforme a Figura 6 a matriz energética brasileira em 2011 ofertou em termos percentuais a seguinte estrutura: petróleo e derivados 38,60%; biomassa da cana 15,70%; hidráulica e eletricidade 14,70%; gás natural 10,10%; lenha e carvão vegetal 9,70%; carvão mineral 5,60%; lixivia e outras renováveis 4,10% e urânio 1,50% (BRASIL, 2013b). Figura 6 - Oferta interna de energia por fonte em 2011 Fonte: BRASIL (2013a). Conforme Figura 6, é possível visualizar que a maior fatia de oferta de energia na economia brasileira é de combustíveis fósseis, porém as renováveis estão aparecendo como uma solução para a manutenção do meio ambiente como uma solução sustentável. A segunda maior fonte ofertada na economia brasileira é a de biomassa da cana, com 15,70%. Outra fonte de energia com grande concentração é a energia hidráulica que gera 14,70% da oferta interna de energia. Toda energia ofertada na Figura 6, pode ser observado seu consumo per capita, na Figura 7 é possível visualizar o aumento da demanda de energia per capita da população brasileira. De 1992 a 2009 a população brasileira aumentou sua demanda per capita por energia tendo uma variação percentual positiva de 67,88%. Esse aumento de demanda por energia ocorreu em um período onde a economia brasileira deixou de ser uma economia fechada e se torna aberta ao comércio exterior. Assim o fluxo de investimentos e aumento da renda da população foi maior que nos períodos anteriores quando a economia era fechada ao comércio exterior. Figura 7 - Consumo de energia Brasileira per capita de 1992 a 2009 Fonte: IBGE (2013). O estado do Paraná produziu, em 2009, o equivalente a 16.793 toneladas de petróleo. Em termos percentuais de demanda por fonte de energia, o petróleo apresentou 43,00%; a biomassa florestal foi de 21,00%; a de cana de açúcar foi de 20,00%; a de eletricidade chegou a 13,00% e as outras fontes somaram 3,00% (Figura 8). A demanda de energia de 2008 para 2009 sofreu uma variação percentual positiva de 1,89% de um ano para outro, indicando que a cada período aumenta-se a necessidade por energia no estado (COPEL, 2013). Figura 8 - Demanda de energia no Paraná em 2009 Fonte: COPEL (2013). No Brasil de 2012 para 2014, foram descobertas 50 novas fontes de petróleo, sendo que 15 destas descobertas foram no pré-sal (NOGUEIRA & POLITO, 2013). Apesar da descoberta de novos pontos para a exploração de energias tradicionais e aumento da demanda interna de petróleo é necessário acreditar que as novas fontes renováveis sejam capazes de competir na produção de energia elétrica, ou que, um veículo elétrico seja competitivo com um a gasolina, em termos de autonomia e preço, serão desafios para as próximas décadas (COPEL, 2013). Ao longo do tempo o mundo procura, sem cessar, por fontes de energia renováveis para alcançar um desenvolvimento sustentável, as quais, em um futuro não muito distante, deverão ser à base do novo modelo energético. Para tanto o maior desafio é ampliar as fontes renováveis na matriz energética e chegar a um ponto de autossuficiência para substituir em grande escala os combustíveis de origem fósseis, nos mesmos patamares e com baixas emissões de gases. Para tanto, o processo que a energia renovável deve enfrentar para competir com as tecnologias das fontes de energias tradicionais, é a base de investimentos que são necessários para o desenvolvimento de novas tecnologias. Como tais investimentos são elevados, o Estado deve ter um papel importante via incentivos e subsídios (COPEL, 2013). 3 METODOLOGIA O presente estudo foi separado em duas partes. Primeiramente apresentou-se a revisão de literatura com um panorama sobre a matriz energética mundial e no Brasil. A segunda parte foi caracterizando o potencial regional de criação suína no estado do Paraná em especial a mesorregião Oeste paranaense. Para análise da divisão regional utilizou-se as mesorregiões conforme IBGE. No Paraná existem 10 mesorregiões conforme pode-se visualizar na Figura 9. Figura 9 - Divisão político-administrativa e mesorregiões - 2002 Fonte: IPARDES (2013). Os objetivos propostos serão realizados conforme apresentado a seguir: a) Caracterizar o potencial regional de criação suína no estado do Paraná Pesquisa junto ao banco de dados do IPARDES sobre a criação suína nas mesorregiões do estado do Paraná. b) Analisar a produção de biogás regional no estado do Paraná Primeiro foi levantado junto ao Departamento de Energias Renováveis da Itaipu sobre o método de cálculo de dejetos e biogás, conforme demonstrado a seguir (CAVALCANTE et al, 2010): i) Cálculo do volume potencial de dejetos suíno. O cálculo dos dejetos será elaborado da seguinte forma: a média do efetivo do rebanho de suínos entre 2000 a 2010, multiplicado pelo coeficiente 0,0005, este resultado apresenta a produção de dejetos m³/hora, multiplicando pelo tempo de confinamento que é igual a 24 horas se terá a quantidade de dejetos m³/dia. ii) Cálculo do volume de biogás a partir do dejetos suínos, conforme demonstrado na Equação 1. Qbiogás = [{(PM médio do suíno / IPCC) x SV padrão} x Qsuínos] * [(FCM x Bo x UFB) / CH4 no biogás). (1). Onde: Qbiogás = quantidade de biogás produzido no dia (m3/dia); PM médio = Peso médio dos suínos em terminação, matriz, creche, maternidade, reprodutor; IPCC = Peso padrão Europeu (Western Europe), os suínos criados nas propriedades são de raças de origem européia (Large White, Landrace e cruzamentos industriais entre as raças); SV = Sólidos voláteis de acordo com o Padrão IPCC (Dados europeus (Western Europe), em função da origem das raças dos animais criados nas propriedades); Qsuínos = Quantidade de suínos; FCM = Fator de Conversão anual de CH4 para o biodigestor (FCM); UFB = Fator de correção para ter em conta as incertezas do modelo (Ufb); e, CH4 no biogás = percentual de biogás no modelo. A fonte de dados sobre criação de suínos no Paraná por mesorregião foi do IPARDES. O período compreendido entre 2000 e 2010 foi escolhido de acordo com a disponibilidade de dados. A análise dos dados foi através da estatística descritiva. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Caracterização do potencial regional de criação suína no estado do Paraná A Figura 10 apresenta a evolução do efetivo do rebanho de suínos no estado do Paraná entre os anos de 2000 a 2010, a qual passou de 4.224.838 cabeças em 2000 para 5.096.224 cabeças em 2010, ou seja, um aumento na criação de aproximadamente 871.386 cabeças em 10 anos. Esta elevação na produção pode ter ocorrido por diversos motivos, dentre os mais importantes destacam-se o aumento na renda das famílias que provocou aumento na demanda por carne suína e o aumento nas exportações para fora do estado e para o resto do mundo. Figura 10 - Evolução do efetivo do rebanho de suínos paranaense entre 2000 a 2010 Fonte: IPARDES (2013). Embora crescente, o efetivo do rebanho de suínos não possuiu sempre taxas de crescimento positivas conforme pode-se observar na Figura 11. Através da Figura 11, verifica-se que apesar de se ter variações negativas nos anos de 2002, 2006 e 2008, as variações percentuais positivas são sempre maiores, chegando a 2010 com 10,22%, tal fato faz com que a criação seja crescente. Figura 11 - Variação percentual no efetivo do rebanho de suínos entre 2000 a 2010 Fonte: IPARDES (2013). É importante observar que apesar de não se manter um crescimento sempre em taxas positivas, nenhum ano posterior ao ano de 2000 se obteve uma produção igual ou inferior a 4.224.838 cabeças de suínos, ou seja, todos os anos após 2000 o efetivo do rebanho de suínos foi maior que esse montante (Tabela 1). De acordo com a Tabela 1, verifica-se que dentre as mesorregiões do Paraná, a mesorregião oeste possuía a maior quantidade de cabeças (1.939.155) representando 38,05% do rebanho estadual em 2010. A região oeste produziu em média entre 2000 e 2010 1.515.073 cabeças de suínos por ano, possuindo uma variação percentual positiva de 65,40% entre 2000 e 2010. Localidade 2000 2002 2004 2006 1.262.939 1.405.120 1.465.704 2008 2010 Oeste 1.172.386 Sudoeste 747.007 690.988 745.250 711.612 720.688 910.930 Centro-Oriental 538.752 491.680 562.689 569.126 543.479 585.825 Norte Central 395.678 375.310 389.733 401.979 358.723 362.876 Centro-Sul 361.103 370.656 391.310 355.755 366.260 345.932 Sudeste 355.323 395.868 397.263 340.594 329.665 323.342 Metropolitana de Curitiba 232.109 237.956 242.516 215.195 200.888 208.709 Norte Pioneiro 157.622 171.613 179.192 177.811 153.373 178.137 Centro-Ocidental 140.648 137.487 147.789 126.652 90.146 127.084 Noroeste 124.210 123.578 127.191 121.607 113.833 114.234 Paraná 4.224.838 4.258.075 4.588.053 4.486.035 1.754.545 4.631.600 1.939.155 5.096.224 Tabela 1 - Efetivo do rebanho de suínos por mesorregião no Paraná (unidades) Fonte: IPARDES (2013). A mesorregião sudoeste possuiu o segundo maior efetivo de rebanho suínos do estado, com uma produção de 910.930 cabeças em 2010, representando 17,87% da produção estadual neste mesmo ano. Em média a região sudoeste produziu entre 2000 e 2010 758.336 cabeças de suínos por ano, possuindo uma variação percentual positiva de 21,94% entre 2000 e 2010. Em terceiro lugar encontra-se a mesorregião centro-oriental, a qual possuiu um efetivo de rebanho de suínos em 2010 de 585.825 cabeças de suínos, este montante representou 11,50% da produção paranaense neste mesmo ano. Em média a região centrooriental produziu entre 2000 e 2010 549.921 cabeças de suínos por ano, apresentando uma variação percentual positiva de 8,74% entre 2000 e 2010. A mesorregião norte central possuiu o quarto maior efetivo de rebanho de suínos no estado com uma produção de 362.876 cabeças em 2010, representando 7,12% da produção estadual neste mesmo ano. Em média a região norte central produziu entre 2000 e 2010 384.861 cabeças de suínos por ano, porém apresentando uma variação percentual negativa de 8,29% entre 2000 e 2010. A Figura 12 apresenta as quatro maiores mesorregiões do Paraná, onde que se pode observar em forma de gráfico como que a região oeste se destaca na produção em comparação com as outras três maiores produtoras de suínos. Figura 12 – Evolução do rebanho de suínos nas quatro mesorregiões maiores produtoras do Paraná entre 2000 a 2010 (unidades) Fonte: IPARDES (2013). É possível observar que a mesorregião oeste sempre obteve um efetivo do rebanho de suínos acima de um milhão. A produção média entre 2000 a 2010 da mesorregião oeste foi de 3,94 vezes maior que a região norte central, 2,76 vezes maior que a região centrooriental e o dobro que a produção do sudoeste. As mesorregiões norte pioneiro, centro-ocidental e noroeste, ocupam as últimas colocações em termos regionais de produção de suíno no estado do Paraná. As Mesorregiões centro-ocidental e noroeste apresentaram uma variação percentual negativa de 9,64% e 8,03%, respectivamente, entre 2000 e 2010. 4.2 Caracterização do potencial regional da produção de dejetos suínos e biogás no estado do Paraná A Tabela 3 apresenta a quantidade de dejetos produzida em média entre os anos de 2000 a 2010 para o estado do Paraná dividido em mesorregiões. O cálculo dos dejetos foi elaborado conforme item b da metodologia onde se obteve o volume de dejetos m³/dia como a Tabela apresenta. A Tabela 3 se apresenta em ordem decrescente, ou seja, da mesorregião que mais produz dejetos de suínos, até a menor produtora. Nota-se que o estado do Paraná produz 2.292 m³/hora de dejetos suínos, 55.008 m³/dia e, por ano, em média é produzido 20.077,920 m³ de dejetos. Como é possível observar, a mesorregião oeste é a que mais produz dejetos de suínos, por possuir a maior média na produção do efetivo do rebanho no período analisado. A Tabela 4 apresenta a quantidade de dejetos produzida em média entre os anos de 2000 a 2010 para a mesorregião oeste, porém dividida em microrregiões (Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo). Mesoregião Oeste Sudoeste Centro-Oriental Norte Central Centro-Sul Sudeste Metropolitana de Curitiba Norte Pioneiro Centro-Ocidental Noroeste Paraná Efetivo do Rebanho de Suínos média entre 2000 a 2010 1.515.073 758.336 549.921 384.861 374.581 357.740 Produção dejetos m³ Hora Produção dejetos m³ dia 758 379 275 192 187 179 18.181 9.100 6.599 4.618 4.495 4.293 111 84 66 61 2.292 2.666 2.004 1.595 1.456 55.008 222.169 167.040 132.934 121.343 4.583.997 Tabela 3 - Produção de dejetos suínos por mesorregião Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados do IPARDES (2013). Conforme a Tabela 4 é possível observar que a mesorregião oeste produz 18.181 m³/dia de dejetos e por ano este montante chega em média a 6.636,065 m³ de dejetos no período analisado. Microrregião Toledo Cascavel Foz do Iguaçu Oeste Efetivo do Rebanho de Suínos média entre 2000 a 2010 977.395 316.171 221.506 1.515.073 Produção dejetos m³ Hora Produção dejetos m³ dia 489 158 111 758 11.729 3.794 2.658 18.181 Tabela 4 - Produção de dejetos suínos por microrregião Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados do IPARDES (2013). Pode-se observar na Tabela 4 que a microrregião de Toledo é a que mais produz dejetos de suínos. Este resultado era de se esperar, pois é a região que mais produz o efetivo do rebanho de suínos em média no período analisado, a qual é responsável pela produção de 65,00% de toda produção de dejetos da mesorregião oeste. Os dejetos suínos jogados na natureza são poluentes, pelo fato de com a chuva acabarem indo para rios e mananciais, causando assim uma externalidade negativa para a manutenção do meio ambiente. A transformação dos dejetos suínos em biogás, além de ser uma fonte alternativa de energia renovável, se apresenta como uma solução em favor da redução da poluição. Para o levantamento do potencial de biogás foi utilizada a Equação (1) apresentada no item b da metodologia. Os parâmetros para o cálculo podem ser observados na Tabela 5. Parâmetros da Fórmula PM médio entre os tipos de suínos IPCC SV Padrão FCM B0 UFB CH4 no biogás 106,50 198,00 0,46 0,78 0,45 0,94 0,60 Tabela 5 - Parâmetros utilizados para cálculo da produção média de biogás Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados do IPARDES (2013). Para completar a Equação (1) é necessária à quantidade de suínos, para chegar neste valor, foi feito uma média entre 2000 a 2010 do efetivo do rebanho de suínos. A Tabela 6 é apresenta o volume de biogás produzido no estado paranaense por mesorregião. Efetivo do Rebanho do Suínos média entre 2000 a 2010 anos Produção de Biogás média m³/dia Produção de Biogás média m³/ano 1.515.073 206.139 75.240.602 Sudoeste 758.336 103.178 37.660.012 Centro-Oriental Norte Central Centro-Sul Sudeste Metropolitana de Curitiba Norte Pioneiro Centro-Ocidental Noroeste 549.921 384.861 374.581 357.740 222.169 167.040 132.934 121.343 74.821 52.364 50.965 48.674 30.228 22.727 18.087 16.510 27.309.821 19.112.717 18.602.189 17.765.873 11.033.234 8.295.424 6.601.682 6.026.084 4.583.997 623.692 227.647.638 Mesorregião Oeste Paraná Tabela 6 - Produção de biogás no Paraná por mesorregião Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados do IPARDES (2013). O Paraná possui um potencial médio de biogás de 227.647,638 m³/ano somente com a suinocultura. As mesorregiões estão em ordem decrescente na média do efetivo de rebanho entre 2000 e 2010, portanto a produção média de biogás também será em ordem decrescente. É possível observar que a mesorregião oeste é a que tem um maior potencial de produção médio de biogás ano com 75.240,602 m³/ano, este montante representa 33,05% de todo potencial paranaense. A mesorregião sudoeste, centro-oriental e mesorregião norte central, possuem um potencial médio de produção de biogás ano de 37.660,012, 27, 309,821 e 19.112,717 m³/ano, respectivamente, estes montantes representam 16,54%, 12% e 8,40% de todo potencial paranaense. Já a mesorregião centro-sul, sudeste e metropolitana de Curitiba, possuem um potencial médio de produção de biogás ano de 18.602,189, 17.765,873 e 11.033,234 m³/ano, respectivamente, estes montantes representam 8,17%, 7,80% e 4,85% de todo potencial paranaense. As mesorregiões norte pioneiro, centro-ocidental e noroeste, possuem um potencial médio de produção de biogás ano de 8.295.424, 6.601,682, 6.026,084 m³/ano, respectivamente, estes montantes representam 3,64%, 2,9% e 2,65% de todo potencial paranaense. A Tabela 7 apresenta as microrregiões de Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo em ordem decrescente na média do efetivo de rebanho de suínos entre 2000 e 2010. Observase que a microrregião de Toledo é a que possui um maior potencial na produção de biogás, seguido pela microrregião de Cascavel e Toledo. Efetivo do Rebanho de Suínos média em 10 anos Produção de Biogás m³/dia Produção de Biogás média m³/ano Toledo 977.395 132.983 48.538.808 Cascavel 316.171 43.018 15.701.508 221.506 30.138 11.000.286 1.515.073 206.139 75.240.602 Microrregião Foz do Iguaçu Mesorregião Oeste Tabela 7 – Potencial de produção de biogás na mesorregião oeste Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados do IPARDES (2013) . A microrregião de Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu, possuem um potencial médio de produção médio de biogás ano de 48.538,808, 15.701,508, 11.000,286 m³/ano, respectivamente, estes montantes representam 100% da produção da mesorregião oeste, porém a microrregião de Toledo tem uma participação de 64,51% da produção média da mesorregião. A microrregião de Toledo possui 21 municípios, porém os quatro primeiros somam 65,22% da produção média do efetivo do rebanho de suínos entre 2000 e 2010, assim a Tabela 8 apresenta os quatro maiores municípios com maior potencial médio de produção de biogás. Efetivo do Rebanho de Suínos média em 10 anos Produção de Biogás m³/dia Produção de Biogás média m³/ano Toledo Marechal C. Rondon Nova Santa Rosa Entre Rios do Oeste 377.979 145.959 70.893 42.623 51.427 19.859 9.646 5.799 18.770.947 7.248.549 3.520.658 2.116.713 Total 637.454 86.731 31.656.867 Municípios Tabela 8 - Potencial de produção de biogás dos quatro maiores municípios produtores de suínos da microrregião de Toledo Fonte: elaborado pelos autores a partir de dados do IPARDES (2013) . Diante do apresentado, foi possível verificar o potencial de geração de biogás em todas as mesorregiões paranaense, a qual pode ser transformada em energia elétrica, térmica ainda gera um montante de biofertilizantes que pode ser utilizado como adubo na agricultura e pastagens. Por outro lado, a utilização dos dejetos na geração de biogás alivia o meio ambiente, além de gerar renda ao agricultor. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo analisar a criação regional de suínos no estado do Paraná com a finalidade de estimar o potencial da produção biogás utilizando dejetos dos suínos como matéria prima. Foi possível observar que o Paraná possuiu um rebanho de aproximadamente 5.096.224 cabeças de suínos em 2010, onde a mesorregião oeste ocupa, com um rebanho de 1.939.155 cabeças, a primeira colocação no estado, sendo mais que o dobro da mesorregião sudoeste (910.930 cabeças) a segunda maior produtora no mesmo ano. Verificou-se que o Paraná possui um potencial de geração de energia a partir do biogás oriundo de dejetos suínos no volume de 227.647.638 m³/ano no período compreendido entre 2000 e 2010 espacialmente distribuído. Sendo que a mesorregião oeste se destaca com 75.240.602 m³/ano, o que representa 33,05% de todo potencial paranaense. As mesorregiões sudoeste, centro-oriental e norte central, possuem um potencial médio de produção de biogás ano de 37.660,012, 27, 309,821 e 19.112,717 m³/ano, respectivamente. Dentro da mesorregião oeste, a microrregião de Toledo com um potencial médio de produção de biogás de 48.538,808 m³/ano (64,51% da produção média da mesorregião) ocupa a primeira colocação. A produção de energia através do biogás, utilizando resíduos sólidos como matéria prima, é essencial para a redução e conservação das bacias hidrográficas. A partir da solução apresenta pela Itaipu todo o resíduo sólido, até então depositado a céu aberto, deverá ser utilizado para gerar energia, somando assim a matriz energética estadual e brasileira. Finalmente, espera-se que investimentos em geração de energia a partir do biogás, por se tratar de uma forma de energia renovável e com melhoras nas condições ambientais, deva ser incentivando pelo governo para que os produtores pudessem buscar este tipo de solução, de forma a garantir um nível de desenvolvimento econômico, melhorando a renda e a qualidade de vida do produtor. Em trabalhos futuros sugere-se estimar o volume de energia que é possível geral com o volume de biogás estimado no presente trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério de Minas e Energias. Balanço Energético Nacional 2012. Disponível em: <https://ben.epe.gov.br/downloads/Resultados_Pre_BEN_2012.pdf>. Acesso em 12 de abril de 2013a. BRASIL. Ponto de Ponto De Contato Nacional Para As Diretrizes Da Ocde. OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/sain/pcn/PCN/ocde.asp>. Acesso em 31 de maio de 2013b. CAVALCANTE, Elsídio. E. EDWIGES, Thiago. PALMA, Rodrigo. Projeto Básido de Aproveitamento Energético da Biomassa Residual Animal. Foz do Iguaçu: 2010. (Documento Interno). COLDEBELLA, Anderson. SOUZA, Samuel N. M. FERRI, Pricila. KOLLING, Evandro M. Viabilidade da geração de energia elétrica através de um motor gerador utilizando biogás da suinocultura. Projeto Saber, Cascavel, n. 2. Vol. 12. 2008. 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