O Sínodo da Amazônia

Transcrição

O Sínodo da Amazônia
Jorev Luterano - Novembro - 2010
2
Editorial
O Sínodo da Amazônia
N
o dia de 23 julho de 2010, comemoramos 40 anos de presença luterana na Amazônia.
Hoje, somos 8 mil pessoas
batizadas em 88 Comunidades e 59 Pontos de Pregação espraiados em
cinco Estados amazônicos. Analisando a
nossa caminhada como Igreja, pelos olhos da
missão, descobrimos que somos iguais à
castanheira, a rainha da floresta, que merece este título, pois é filha legítima da Amazônia. Sempre retilínea, alteia a sua copa,
qual vasta cabeleira solta, acima de todas as
demais árvores, chegando facilmente aos 60
metros de altura por 4 metros de diâmetro.
Então, lá no alto, a ramada cobre-se de botões que abrem as suas pétalas de um amarelo suave, atraindo as mamangavas para a polinização. Fecundada, começa a formação dos
ouriços tendo o formato de uma bola de 22 cm
de circunferência, cada qual contendo de 12 a
20 amêndoas. Os ouriços caem e são roídos pelas cutias, que, sempre muito gulosas, vão abrindo covas onde escondem as amêndoas.
Contudo, nem sempre elas voltam e, esquecidas, as amêndoas germinam por toda a parte.
Escolhemos a castanheira como símbolo
do Sínodo daAmazônia por termos muito em
comum. AAmazônia é o nosso chão, Igreja na
A IECLB
na Amazônia
é a Igreja
em busca da
luz de Cristo
em meio à
‘mata fechada
de dificuldades’
mais esplendorosa, riquíssima e misteriosa
floresta do planeta, Igreja semeada por migrantes em busca de comida, Igreja polinizada por irmãos e irmãs do Brasil e do mundo, Igreja em busca da luz de Cristo em
meio à ´mata fechada de dificuldades´.
Graças à mata fechada, ao sol o ano todo, à
cutia esfomeada e às abelhas operárias, a castanheira é a rainha da floresta. Graças às dificuldades, à luz de Cristo, à necessidade dos
Mauri Magedanz
migrantes, ao empenho de dons e talentos de
todas as pessoas que congregam nas Comunidades e ao apoio dos parceiros na
missão de Deus no Norte, o Sínodo da
Amazônia é a IECLB na Amazônia.
Acompanhe alguns testemunhos do
Sínodo da Amazônia (que polinizarão mais
corações e mentes para a causa do Senhor Jesus
Cristo na IECLB, na Amazônia e na terra) nesta edição do Jorev Luterano.
Pastor Sinodal
Atendimento ao leitor
Quele Peixoto
Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419
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Gottes Garten
Der deutsche Beitrag ist, wie immer,
wieder mal sehr gut.
Wir freuen uns immer, dass wenigstens
eine deutsche Seite beibehalten wird.
„Gottes Garten“ hat mir besonders gefallen, da es bei uns Menschen auch so geschieht – wer ist schöner? Wer hat mehr? Wer
weiβ mehr? Wer macht alles besser? Der Vergleich mit den Blumen trifft genau zu.
Alles Gute und freundliche Grüβe,
Erica Frank
Jardim de Deus
Capa
Castanheira (Castanha do
Brasil / Castanha do Pará),
rainha da floresta, filha legítima da Amazônia e, por
isso, símbolo do Sínodo da
Amazônia. Leia matéria espe-
cial sobre a Floresta Amazônica
na Editoria Unidade, páginas 8 e 9.
Os artigos em Alemão estão, como sempre, muito bons.
Ficamos alegres que, pelo menos, uma
página seja dedicada a mensagens em Alemão.
Gostei especialmente do ‘Jardim de
Deus’ (Im Garten Gottes, de autoria do
Teólogo Jaime Jung – Jorev nº732, de
setembro/2010), pois o mesmo acontece
com as pessoas: Quem é mais bonito? Quem
tem mais? Quem sabe mais? Quem faz tudo
melhor? A comparação com as flores expressa exatamente isto.
Tudo de bom e saudações,
Erica Frank
Pastor Presidente
P. Dr. Walter Altmann
Secretário Geral
P. Dr. Nestor Friedrich
Jornalista
Letícia Montanet
Reg. Prof. 10925
Administrativo
Quele Peixoto
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Uma inusitada
Pão e Comunhão
Nos meses de agosto e
setembro, a Paróquia Cristo
Redentor de Joinville/SC trabalhou o tema Pão e Comunhão com o grupo Arte de
Viver, composto por pessoas com deficiência mental.
O grupo visitou uma padaria, conheceu os diferentes
tipos de pães e fez um pão em
conjunto, que foi amassado, assado e degustado durante o lanche.
“A partir da explicação sobre a importância de cada ingrediente,
comparamos o pão a uma Comunidade na qual todos os membros
são necessários e contamos a história bíblica em que Jesus ceia
com os seus discípulos. As Comunidades devem estar abertas e
apoiar o trabalho voltado à pessoa com deficiência, pois
todos são convidados a fazerem parte do corpo de Cristo”,
relatou a Catequista Cristina Henrich.
Reencontro de Casais
Sob o tema Reavivando o Matrimônio, o Reencontro de Casais da
Comunidade Martin Luther, em Marechal Cândido Rondon/PR,
realizou, nos dias 28 e 29 de agosto, o I Seminário do Reencontro de
Casais, que contou com a participação de 34 casais da Comunidade
e demais Paróquias do núcleo Girassol. O objetivo é estimular uma
vida conjugal forte,
equilibrada e participativa.
Assessoradas pelo
casal Ivete e Flávio
Müller, reencontristas
da Comunidade Ijuí
e Coordenadores do
Reencontro de Casais
do Sínodo Planalto
Rio-grandense, as atividades envolveram
celebração de abertura, dinâmica de integração, palestras, celebração de encerramento
com Santa Ceia e almoço de confraternização.
Culto JE – Vai e Vem
Com a temática voltada à Campanha de Missão Vai e Vem da
IECLB, a Juventude Evangélica de Amor Incondicional (Jedai) e
a Juventude Evangélica de Santo Ângelo (Jesa), no dia 12 de setembro, domingo, celebraram culto no templo da Comunidade em
Santo Ângelo/RS, Sínodo Noroeste Riograndense.
O culto contou com a banda da Jedai e o louvor foi impulsionado pelas releituras das canções
apresentadas. A interação com o
público ficou por conta da dinâmica dos Vai e Vens, que possibilitou
aos presentes compartilhar, simbolizando o tema da Campanha,
enfatizando o seu conceito e a sua
importância para a IECLB.
A noite foi marcada por louvor,
divertimento, alegria, entendimento e pelo convite: Jovem, participe
dos grupos de Juventude da Comunidade!
Encontro com Deus
Como encontrar-se com Deus em meio à dependência química? Como está a nossa espiritualidade, um dos tripés (espiritual
– físico - emocional psicológico) do nosso equilíbrio? Estas perguntas ajudaram o grupo de Agentes Transformadores Grupos de Sentimentos Egon Horstmann, do Serviço de Dependência Química, ligado ao Departamento de Diaconia da
Comunidade de Joinville/SC, no retiro realizado, nos dias 11
e 12 de setembro, no Lar Vila Elza, em São Bento do Sul/SC,
a refletir e a vivenciar a espiritualidade, pois encontrar-se
com Deus é ação do Espírito Santo que move as nossas mudanças de atitude visando ao reequilíbrio pessoal e familiar.
Jorev Luterano - Novembro - 2010
Curtas
despedida
Com se despedir? Esta pergunta esteve presente em Juruena/MT, no
momento em que o Cat. Ms. Nilo
Bidone Kolling anunciou a sua despedida. Foi então que os membros da
Comunidade organizaram uma surpresa e o convidaram a celebrar as
Bodas de
Prata do
casal Wally
e Iláudio
Schmidt.
Durante a organização da festividade, dois
casais pediram a Bênção Matrimonial:
Andréia e Ruben Alírio Altmann
e Maria Leomar Pinto Martins e
P. Nicolau Nascimento de Paiva.
O Centro Comunitário ficou pequeno para as falas dos convidados,
do Obreiro, que rumou para Palmitos/
SC, ao encontro da sua família, e dos
representantes de grupos e trabalhos.
As mensagens mencionaram a grandeza de Deus, que, no Evangelho,
quer que homens e mulheres sejam
bons companheiros e companheiras,
além de sinais agradáveis da sua
presença na família e na sociedade.
Estilos de
Liderança e
Oratória
Reunidas em Seminário nos dias
14 a 16 de setembro, a Diretoria da
Associação Nacional da OASE e as
Diretorias das Associações Sinodais
representadas pelos 18 Sínodos, foram acolhidas em Rodeio 12/SC, no
Sínodo Vale do Itajaí, sob o tema Liderança - Estilos de Liderança e Oratória.
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OFERTAS
NACIONAIS
7 de novembro
24º Domingo após Pentecostes
Bolsas de Incentivo para estudantes de Teologia
Por meio de Jesus, a humanidade aprendeu
que é possível estender as mãos e apoiar o outro.
Nesse sentido, as Comunidades da IECLB apoiam estudantes sem condições de custear os estudos, mesmo recorrendo a financiamentos, por
meio da Bolsa de Incentivo: trata-se da parcela dos
créditos pagos pela Igreja com recursos que provêm de doações da Igreja da Alemanha, do orçamento central da IECLB e das duas ofertas anuais.
28 de novembro
1º Domingo de Advento
Apoio às Comunidades necessitadas e novas - OGA
Agora já são 101 anos que a Obra Gustavo
Adolfo (OGA) presta ajuda às Comunidades da
IECLB na construção do seu templo, centro comunitário ou casa pastoral. Muitas ainda continuam
dependendo da nossa ajuda. Neste Domingo de
Advento, quando começamos a preparar-nos para a festa natalina, nos enchemos de esperança
para uma vida de paz e amor, que se mostra por
meio dos nossos atos, como resposta à nossa fé.
INDICADORES FINANCEIROS
UPM Setembro/2010 2,6016
Índice Agosto/2010
0,17%
Acumulado do ano
3,85%
Sínodo da Amazônia
Técnicas de atuação e as suas
funções, além da importância de eliminar o medo no momento de falar
em público também fizeram parte
do Seminário.
Os momentos de louvor, oração,
integração e partilha expressaram,
mais uma vez, Comunhão, Testemunho e Serviço.
Em 2010, o Sínodo da Amazônia completou
40 anos de presença da Confissão Luterana na
Amazônia. Da chegada da primeira família até
os dias de hoje, muito mudou. A IECLB organizou-se em Sínodos, voltou-se para as regiões e
Comunidades, descentralizando a sua força de
estar a serviço de Deus.
Então, criou-se
uma estrutura dependendo da demanda de cada Sínodo. O Sínodo da
Amazônia, exaurido na sua capacidade de atender
às necessidades postas, iniciou a mudança e
a ampliação da sua estrutura.
Em 5 de maio foi colocado o primeiro tijolo
da nova sede do Sínodo da Amazônia. Muitos
tijolos foram somados ao primeiro para concluir um projeto sonhado há anos pelas Comunidades e Paróquias que formam o Sínodo.
“A previsão para terminar a obra é de seis
meses. Começamos e, para o término da missão,
é momento de irmos além do sonho e estarmos
juntos, com muitas mãos, nessa construção. Com
coragem, ânimo e empenho, iremos alcançar o
sonho da nova sede”, confia o P. Mauri Magedanz, Pastor Sinodal do Sínodo da Amazônia.
Jorev Luterano - Novembro - 2010
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Atualidade
Abraço de graça
P. DR. ONEIDE BOBSIN
Pastor da IECLB
e Reitor da Faculdades EST
Velhinha de Taubaté
e loucura da fé
Há muitos anos, no período da democratização
do Brasil, o Escritor Luis Fernando Veríssimo criou
uma personagem muito ingênua que acreditava em
quase tudo. A velhinha de Taubaté não desconfiava
das maldades dos outros.
Em uma viagem pelas Comunidades e Pontos de
Pregação da IECLB no Vale do Paraíba, ao passarmos por Taubaté, o Pastor local falou a respeito de
uma velhinha sulista que ali vive com a filha. Disse a
Professora Roseli, esposa do Pastor, que não se sabe
quem cuida de quem, pois a filha está doente.
A velhinha de Taubaté não pode ser comparada
à personagem do Escritor gaúcho. Pelo contrário, ela
espera mensalmente a visita do Pastor no horário em
que reafirmou o seu compromisso eclesial diante de
lideranças de outra Igreja e
se manteve firme, mesmo
isolada com a filha, longe
de uma comunidade de fé.
A lição da velhinha de
Taubaté e do Pastor, que se
desloca por mais de meia
hora para fazer uma visita,
contradiz a igreja da prosperidade. Do ponto de vista empresarial, a atitude
do Pastor é uma loucura,
um gasto desnecessário.
Certo dia, um Pastor contou que, ao se reencontrar
com o Pastor que lhe despertou a vocação, ouviu dele
uma história inquietante. O
Pastor aposentado falava nos Confirmandos: a diferença entre os Confirmandos silenciosos, que tinham muita
dificuldade no aprendizado da doutrina, e os outros, com
tudo na ponta da língua. Entre os falantes, poucos se dedicaram à Comunidade na vida adulta. Dentre os silenciosos,
porém, destacaram-se lideranças para a vida comunitária.
A intenção do Pastor experiente era reforçar a
ideia que a Igreja é um lugar para todos, também
para aqueles que mais vivem a doutrina que a expressam. Hoje, as Igrejas que se abrem para as pessoas e as situações ‘loucas’ estão no caminho de Jesus. Foi isso que Paulo percebeu na Comunidade de
Corinto, há quase dois mil anos Mas o que é loucura
no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios..., a
fim de que nenhuma criatura possa se vangloriar diante de
Deus (1Cor. 1.26-31). Glória a Deus!
Deus o
escolheu
para
confundir
os sábios
Deus vindo ao nosso encontro para nos abraçar
A
os sábados, o movimento é grande
no centro da cidade: muitas pessoas vão fazer compras, namorados vão passear, crianças
correm de um lado para o
outro e as ruas estão cheias.
Para onde quer que se olhe,
o que se vê é a multidão estressada e que não quer perder tempo.
De repente, em meio a
todo esse alvoroço, percebese um rapaz parado no meio
da calçada segurando um
cartaz de papelão, onde se lê
Abraço grátis.
‘Isso só pode ser uma piada’, devem pensar
alguns. A maioria das pessoas prefere desviar e
sequer lê o que está escrito. Outras, até leem o
cartaz, mas não se deixam abraçar. Para muitas,
é impensável abraçar uma pessoa estranha.
‘Quem sabe, isso é perigoso?’ ou ‘Grátis? Ah, então não deve ser boa coisa... O que será que ele vai terminar pedindo em troca?’
O que o rapaz quer está
claro: ele está ali oferecendo
abraços de graça às outras
pessoas no meio do calçadão lotado. Mesmo que
isso pareça engraçado ou
estranho, ações como essa
podem ser vistas em muitas
cidades do mundo, também
pelo Brasil. É um ato voluntário, espontâneo e que tem como
objetivo, simplesmente, espalhar um
pouco de calor humano no dia a dia agitado das pessoas, já que elas parecem ter pouco
tempo umas para as outras.
Este jovem não obriga ninguém a abraçá-lo.
Ele apenas está ali, olhando as pessoas que passam e sorrindo para elas. De vez em quando, alguém entende a sua intenção e, então, acontece
um abraço, sem medo ou segundas intenções.
“Muito obrigada, era exatamente disso que eu estava precisando”, diz-lhe uma senhora, que segue
mais feliz o seu caminho. Quem sabe, também ela
abraçará a sua vizinha ou os seus netos mais tarde?
Um abraço espontâneo e cordial pode servir
para muitas coisas: trazer alegria, transmitir proteção e consolo, tranquilizar, fortificar e oferecer
segurança. Cientistas afirmam, inclusive, que o
abraço fortalece o sistema imunológico. Como é
bonito observar, em uma rodoviária, por exemplo, quando as pessoas caem nos braços umas das
outras na hora da despedida ou do reencontro!
A pessoa que é abraçada pode sentir: eu sou
amada, eu sou aceita, eu sou protegida e não estou sozinha. Assim também Deus acolhe e abraça cada
pessoa. O seu ‘abraço de graça’ é o ‘abraço da
graça’. Por meio da vida e da obra de Jesus
Cristo, do seu nascimento, da sua morte
e ressurreição, Deus abraça o mundo concretamente. Ele nunca se
cansa de vir ao nosso encontro,
como exemplifica a história
do filho perdido e seu pai
amoroso (Lucas 15.20) Vinha
ele ainda longe quando o pai o
avistou, e, compadecido dele,
correndo, o abraçou, e beijou.
Cheio de alegria, o pai mandou preparar uma festa.
Sim, Deus se alegra por poder nos abraçar. Ele nos mostra,
sempre, que nos aceita e nos ama
infinitamente, também em meio ao
nosso corre-corre. Esse seu amor, essa sua
graça não nos custam nada: nós podemos apenas
aceitar e agradecer-lhe. Advento também é isso:
Deus vindo ao nosso encontro para nos abraçar.
Teólogo Jaime Jung,
catarinense de Porto
União, formado em
Teologia e Letras,
é doutorando na
área de Teologia
e Comunicação
em Erlangen, na
Alemanha, e colunista
da página em Alemão
(Editoria Deutsche Seite) no Jorev Luterano.
Leia este texto em Alemão na página 14.
Jorev Luterano - Novembro - 2010
Presidência
5
Somos uma Igreja centrada na confessionalidade luterana
Igreja, sempre em reforma
I
niciamos o mês de novembro tendo
ainda presente o Concílio da IECLB,
realizado em Foz do Iguaçu/PR, e o
Dia da Reforma, comemorado em
31 de outubro. Ambos se relacionam - e
muito!
O XXVII Concílio apontou para a importância de pensar - e edificar - uma Igreja que
se entende sempre em reforma, como afirmou
Lutero, buscando aprender e ensinar o
que é próprio do Evangelho de Jesus Cristo,
mas, ao mesmo tempo, empenhando-se
em ouvir e entender as pessoas e as suas perguntas nos dias atuais – que são muitas!
O Dia da Reforma, celebrado em 31 de
outubro pelo povo luterano como o dia
da afixação das 95 teses na cidade de
Wittenberg, na Alemanha, recorda a
questão da indulgência, que incendiou a
Reforma de Martin Luther.
Deus só outorga a justiça ao homem por
causa do que aconteceu por e em Jesus Cristo.
Essa frase, baseada na Carta aos Romanos
1.17, do manuscrito da sua preleção de
1515/16, reencontrado no começo do século
passado, tornou-se a essência da Teologia
do Reformador da Igreja Cristã.Aentão reinante corrupção eclesial, de um lado, e o desenvolvimento cultural, científico, político
e comercial, de outro lado, garantiram a sua
rápida expansão, fomentada pela estrutura
social da Idade Média. Tal como hoje, o dinheiro transformou negociantes em ‘donos
do poder’, como Raymundo Faoro, no
Brasil, tão bem definiu em seu livro.
A rigor, tanto o primeiro como o segundo motivo que marcaram o mês de outubro são verdades que, a partir da nossa
boa tradição e irmanados na ecumene nacional e internacional, continuarão a mar-
Comemoramos, no dia 31 de outubro,
o Dia da Reforma. Foi neste dia, em 1517,
que Martinho Lutero afixou na porta
da Igreja do Castelo de Wittenberg, na
Alemanha, as 95 teses, com as quais desencadeou o movimento da reforma da
Igreja. Este ato de Lutero trouxe uma
nova perspectiva para a fé cristã, pois colocou o Evangelho de Jesus Cristo novamente no centro da vida da Igreja.
Tendo como base o texto de Romanos
1.17 O justo viverá por fé, Lutero compreendeu que Cristo morreu na cruz para
perdoar os nossos pecados e isto só pode
ser compreendido e conseguido por
meio da fé.
A justificação pela fé
tornou-se o
fundamento
da Igreja luterana. Com
ela, compreendemos que
a nossa salvação se dá
unicamente
por graça e fé
e não depende de obras
ou méritos
nossos, mas do amor de Deus por nós,
um amor que foi às últimas consequências ao entregar Jesus à morte na cruz
para nos salvar.
A justificação pela fé não nos isenta,
no entanto, de amar ao nosso próximo.
Muito pelo contrário, nos compromete
ainda mais. O amor ao próximo é fortalecido no amor de Deus por nós.
P. Carlos Möller
Pastor
Vice-Presidente da IECLB
Análise sobre Missão
e Desenvolvimento
Reforma
luterana
car a vida e a missão da nossa IECLB. Somos, e continuaremos sendo, uma Igreja
centrada na confessionalidade luterana,
uma Igreja missionária com uma visão
holística, isto é, abrangente, crescendo
na fé com gratidão e compromisso, presente no cenário nacional, inspirada pelo
Espírito Santo para uma Educação Cristã
Contínua - marco do Sacerdócio Geral de
todos os crentes e, primordialmente, pregando e vivendo: o justo viverá por fé.
Esse porto seguro nos consola, fortalece e auxilia a entender os fatos e os tempos
da nossa vida, por exemplo, nesse mês,
quando, pessoalmente, lembramos dos
nossos falecidos e, em Comunidade, proclamamos a vitória de Cristo sobre o poder da morte no Domingo da Eternidade.
Em tudo, experimentamos: a fé é uma graça.
Caminhemos, pois, em direção à fé.
Novembro
31/10-3/11 - GT CMI-CLAI
Quito/Equador
P. Walter Altmann
4-6/11 - Exame Pró Ministério
São Leopoldo/RS
P. Walter Altmann
6/11 - Investidura Pastor Sinodal
Sínodo Planalto Rio-grandense
Cruz Alta/RS
P. Sinodal Ervin Barg
P. Sinodal Renato Küntzer
8-9/11 - Colóquio de Ordenandos
e Ordenandas com a Presidência
Porto Alegre/RS
P. Walter Altmann
P. Carlos Möller
13/11 - Investidura Pastor Sinodal
Sínodo Rio Paraná
Mercedes/PR
P. Walter Altmann
14/11 - Investidura Pastor Sinodal
Sínodo Brasil Central
Brasília/DF
P. Walter Altmann
16/11 - Conselho Curador Conic
Brasília/DF
P. Walter Altmann
É fundamental entender
missão não como a nossa missão
ou mesmo a missão da Igreja,
mas lembrar que deve ser compreendida como o trabalho de
Deus, que mandou o seu Filho,
que veio para proclamar o amor
incondicional de Deus e prestar
solidariedade a todos os seres humanos, especialmente aos mais
desfavorecidos, com o objetivo de resgatá-los da escravidão. Por tudo isso, Jesus foi
condenado à morte e crucificado.
O trecho acima faz parte da palestra proferida pelo Pastor Presidente da
IECLB, P. Dr. Walter Altmann, por ocasião do encontro do Comitê Executivo
do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), realizado em setembro, na Universidade de Edimburgo, na Escócia. O texto traz uma profunda e rica análise
do significado de um e de outro à luz do Evangelho.
“Quando chegamos ao termo desenvolvimento, o que se pode dizer? O
seu significado parece ter algo mágico. Não importa quantas injustiças sociais possa causar, quanta destruição ambiental possa produzir, parece nos
prometer uma vida completa. É preciso lembrar que, na luz de uma fundamentação bíblica e teológica, temos que manter os seres humanos no centro de
todo o desenvolvimento, no contexto da criação como um todo, na sua dignidade como seres criados à semelhança de Deus”, afirmou o P. Altmann.
Acesse o texto na íntegra (em Inglês) no Portal Luteranos.
20-24/11 - Concílio ELKB
Neu Ulm/Alemanha
P. Walter Altmann
Eclesiologia ecumênica
26-27/11 - Diretoria do CI
São Leopoldo/RS
P. Walter Altmann
Nosso empenho pela unidade através do diálogo
ecumênico é essencial para as nossas Igrejas, sinal
de graça e responsabilidade que o próprio Cristo nos
confia. Em um mundo marcado por divisões e sectarismos, queremos ser instrumentos de reconciliação
para os homens e as mulheres de nosso tempo, a começar entre nós mesmos, católicos e luteranos.
A afirmação faz parte da ‘Carta às Comunidades’, elaborada durante
o Seminário Católico-Luterano sobre Eclesiologia Ecumênica, realizado em
São Leopoldo/RS, de 21 a 23 de setembro. A carta é assinada pelos Coordenadores da Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterano, o Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense da IECLB, P. Manfredo Siegle, e o Bispo
Auxiliar de Porto Alegre/RS, Dom Remídio José Bohn.
28/11 - Instalação OGA
São Leopoldo/RS
P. Walter Altmann
29/11 - Reunião da Comissão
de Designação e Envio
Porto Alegre/RS
P. Walter Altmann
P. Carlos Möller
Jorev Luterano - Novembro - 2010
6
Ministério
Missão é espalhar o Evangelho
da Boa Nova da Salvação
Como lidar com as grandes dificuldades da missão de Deus no Sínodo da
Amazônia?
Só temos duas estações por aqui:
chuva e seca. Os desafios e as dificuldades são enormes, como pontes caídas,
atoleiros ou então 20 centímetros de pó,
nuvem de poeira e fumaça, mas Deus
tem nos cuidado e procuramos cuidarnos mutuamente. Chegar ao local da
celebração e encontrar o povo faminto e
sedento pela Palavra de Deus e a comunhão é muito animador. No geral, a participação do povo é acima de 80% dos
batizados, pois os pomeranos oriundos
do Espírito Santo são igrejeiros e a Igreja
ainda é o local de encontro, de se ver e
conversar.
Em que momento descobriu a sua
vocação para o Pastorado?
Na época do Ensino Confirmatório,
pois foi um tempo de perguntas existenciais que careciam respostas mais profundas. Cursei o 2º grau na Escola Evangélica
Ivoti/RS e, em 1985, ingressei na FacTeol
(hoje, Faculdades EST). Fiz estágio na Comunidade Floresta Imperial, em Novo
Hamburgo/RS e, em 1989, fui enviado
para atuar na Paróquia em Padilha, em Taquara/RS, onde fiquei até junho de 1995.
Atuamos como casal de Obreiros durante
13 anos e meio na Paróquia Barranco, em
São Lourenço do Sul/RS, e, desafiados
pela missão, estamos na Paróquia em
Espigão do Oeste/RO desde 2009.
Quais são as suas atividades na Paróquia em Espigão do Oeste?
Na Paróquia, atuamos em equipe:
Diáconisa Lovani Lilge, Pa. Vera Prediger e eu (Coordenador Ministerial).
A nossa Paróquia representa 40% do
Sínodo da Amazônia. De leste a oeste,
são 200 quilômetros. De norte a sul, são
115 quilômetros. Temos 19 Comunidades e 8 Pontos de Pregação. Para 2010,
estão previstos 497 cultos. Além disso,
acompanhamos duas turmas de Ensino Confirmatório, um Grupo de Idosos,
um Grupo de Casais, cinco Grupos de
JE, dois Grupos de Mulheres, um Grupo
de Metais, quatro Grupos de Estudos Bíblicos, visitas semanais no hospital, celebrações de aniversários e pedidos de
Santa Ceia nas casas (em Português, Pomerano e Alemão), dois programas de
rádio semanais e blog, criado para registrar a história e cativar, essencialmente,
as crianças, os adolescentes e os jovens,
que acessam, interagem e propagam.
Luterprev Responde
ajudando a planejar o seu futuro
Tenho um plano de previdência privada para a minha aposentadoria, mas
gostaria de deixar a minha esposa
amparada no caso de eu vir a faltar,
com uma pensão complementar
à previdência social. É possível?
Além de possível, é muito recomendável que, além do plano de
aposentadoria, se tome uma precaução além, pensando na esposa
(ou no marido), em caso de morte.
A Luterprev tem planos de pecúlio
nos quais determinada quantia é legada ao cônjuge e paga de uma só
vez quando da morte do associado
(o que é muito importante para fazer frente às despesas imediatas) e
de pensão. Nesses planos, são pagas
quantias mensais de forma vitalícia
para o cônjuge beneficiado. Um bom
planejamento, realizado com o auxílio dos Técnicos da Luterprev, pode
garantir essa tripla proteção, deixando-o muito mais seguro em relação
tanto ao seu futuro quanto ao da sua
esposa.
Nos planos de pensão, como é feita a atualização dos valores? Não
há risco de desvalorização, como se
ouve falar em tantos casos?
O valor das mensalidades sempre
vai depender da renda de pensão
prevista no seu plano e das idades
de quem contrata e do beneficiário,
a esposa ou o marido. Com esses dados é feito um cálculo atuarial, que
é determinado pelo órgão regulador
De que forma se dá o seu trabalho voltado
para a missão?
A missão precisa ser a essência da
Igreja. É o jeito de ser, fazer e viver que
expressa quem estamos seguindo e
servindo. Missão é testemunho em palavras e atos do que se é por graça de
Deus. Missão é espalhar o Evangelho da
Boa Nova da Salvação.
Missão
precisa ser
a essência
da Igreja:
testemunho
em palavras
e atos do
que se é
por graça
de Deus
O que lhe dá mais satisfação no Pastorado?
Poder dar boas notícias, esperanças
e animar mais pessoas a se somar a uma
causa pela qual vale a pena viver. Por
aqui, sinto que vamos melhorar a vida
comunitária quanto mais for vivida a
Teologia por graça e fé, quando experimentarmos mais a Igreja do cuidado,
que inclui e cura a ferida. Além disso,
desde 2005 vem sendo cogitado o quarto campo de trabalho, o que é muito
importante, pois só vamos melhorar o
cuidado com mais cuidadores.
de seguros no Brasil, a Superintendência de Seguros Privados (Susep).
No plano da Luterprev, tanto os valores de cobertura quanto os valores
da mensalidade são atualizados anualmente pelo Índice Geral de Preços
de Mercado (IGP-M), o que garante o
poder de compra da pensão. Com a
mudança de idade do associado e do
cônjuge, são feitas novas avaliações,
mas a atualização é sempre justa, levando em consideração as idades de
ambos. Os planos de pensão podem
ser feitos a partir dos 18 anos até os
70 anos de idade, desde que a pessoa
esteja em boas condições de saúde.
Notícia
Luterprev: solidez e segurança
A Luterprev comemora os seus
excelentes resultados no primeiro semestre deste ano.
Em comparação ao mesmo período
de 2009, a organização cresceu 18,37%,
reduziu as suas despesas administrativas em 13% e obteve superávit de R$
664.942,63.
Entre resgates de planos de aposentadoria e benefícios de renda e de
pecúlio por morte, a entidade pagou
R$ 1.104.121,14 e concedeu 70 benefícios vitalícios.
Visite o site da Luterprev (www.luterprev.com.br) e faça uma simulação para
a sua aposentadoria complementar. No site, você também encontra um link
para encaminhar a sua pergunta à coluna. Se preferir, envie-a diretamente para
[email protected], com o assunto Jorev Luterano.
Jorev Luterano - Novembro - 2010
Presbitério
7
Todos somos chamados a
proclamar o Evangelho de Cristo
Ser Presbítero
é dedicar
o seu dom,
uma parcela
do seu tempo
e exercer
também o
sacerdócio
geral de todos
os crentes
No seu dia a dia, como a fé se processa?
Não tenho uma espiritualidade à
vista, ou seja, com muita oração e intenso estudo da Palavra. Vejo a fé como
uma vivência diária de testemunho do
Evangelho, pautada na justiça, no desejo ao próximo exatamente daquilo que
desejamos para nós mesmos. A nossa
fé deve ser expressada não somente
em clamor pelas imensas graças alcançadas, mas, e principalmente, no testemunho efetivo e diário do verdadeiro
Evangelho, seja aplicando-o nas transações comerciais do cotidiano, sem
causar dano ao próximo, ou apoiando
um candidato a cargo político porque
acreditamos em seu potencial de administração em prol da coletividade e não
por interesse em algum emprego.
De que forma a sua profissão auxilia
nas atividades da Igreja?
Sou formado em Direito pela Universidade Federal de Rondônia, com
especialização em Direito Processual
Penal pela Universidade Gama Filho.
Desde 2000, sou Servidor Público do
Tribunal de Justiça de Rondônia, exercendo atualmente a função de Assessor
de Juiz. A minha profissão ajuda nas
atividades da Igreja, porque tenho os
finais de semana livres para me dedicar à Igreja. A minha formação, por sua
vez, é um instrumento de auxílio para a
resolução de demandas administrativas
do cotidiano e ajuda a entender melhor
a burocracia que envolve a estrutura de
qualquer pessoa jurídica, como a Paróquia e o Sínodo, por exemplo. Além
disso, a oportunidade de ter estudado
possibilita compreender melhor a administração da Igreja como um todo.
Quais são as dificuldades no Presbitério
do Sínodo da Amazônia?
As grandes distâncias. Por exemplo,
resido a 60 quilômetros da sede da Paróquia, o que dificulta a participação nas atividades da Diretoria do Conselho Paroquial. Entre vários casos, um é o do atual
Presidente do Conselho Sinodal, que reside em Porto Velho, capital do Estado,
distante mais de 400 quilômetros da sede
sinodal, em Ji-Paraná/RO. Outra questão
é o pequeno número de membros espalhados nessa grande área geográfica,
um obstáculo para a vivência comunitária mais efetiva e afetiva. Por fim, a
luta pela sobrevivência e manutenção
das Comunidades, Paróquias e do próprio Sínodo é muito relevante, pois as
grandes distâncias aliadas ao pequeno
número de membros tornam a autossustentabilidade um sonho distante.
Como é ser uma liderança na Igreja?
Fui batizado, confirmado e casei na
IECLB. Iniciei como Orientador de Ensino
Confirmatório e também fui Vice-Secretário, Secretário, Tesoureiro e Presidente do
Conselho Paroquial. Como IECLB, professamos o sacerdócio geral de todos os
crentes (1Pedro 2.9), ou seja, todos somos
chamados a proclamar o Evangelho de
Jesus Cristo. A forma dessa proclamação
pode adotar várias feições além da sua
vivência diária, como a pregação, o
aconselhamento, o ensino etc. Ser uma
liderança na função Presbítero é dedicar
o seu dom, uma parcela do seu tempo e
exercer também o sacerdócio geral por
meio dessa atividade. A minha motivação vem da fé e de ver que ainda é
possível a existência de uma Igreja séria,
que prega a fé, mas sem o fanatismo e a
intolerância crescentes na atualidade.
Jorev Luterano - Novembro - 2010
10 Mulheres
Alegria e celebração, mas
também de mútua consolação
Quais são as suas responsabilidades
como Obreira Orientadora?
A orientação teológica guia todos
os demais trabalhos. As mulheres superam grandes distâncias para poderem participar dos encontros, que são
liderados pelas próprias mulheres, momentos para conversar de mulher para
mulher. Nesse sentido, o nosso papel é
auxiliar a Coordenação em tudo o que
envolve a realização dos encontros,
desde reuniões de preparação, temáticas a serem trabalhadas, incentivar as
mulheres a participar, apoiar, animar e
convidar palestrantes.
Qual é a sua caminhada na IECLB?
Estudei Teologia na Facteol no período 1986-1991, fui enviada ao primeiro
campo de trabalho e iniciei em 1992 na
Paróquia de Padilha, em Taquara/RS,
juntamente com o meu esposo, o P. Reneu
Prediger. A minha ordenação ao Ministério Pastoral aconteceu em 1994, na Comunidade de Padilha. Em 1995, nos transferimos para a Paróquia de Barranco, em
São Lourenço do Sul/RS. Em 2009, como
casal, aceitamos o desafio de trabalhar
na Paróquia em Espigão do Oeste/RO.
Como é o trabalho com mulheres no
Sínodo da Amazônia?
Não temos uma associação registrada
e com estatutos, como a OASE. Aqui, os
grupos fazem estudos bíblicos, cantos e
orações, na maioria das vezes sem a presença de Obreiros. Estes grupos são convidados a participar dos encontros em
nível sinodal. A cada dois anos acontece o Encontro Sinodal de Mulheres,
sempre no ano em que não temos o Acampamento Sinodal da Família. No ano
em que temos o Acampamento, realizamos o Encontro somente com as lideranças dos grupos. O Departamento de Mulheres, que tem a Diaconisa Lovani Lilge
e eu como Obreiras Orientadoras, é composto por Coordenadora e Vice, Tesoureira e Vice, Secretária e Vice, além de representante no Conselho Sinodal e suplente.
A participação das mulheres no Sínodo
da Amazônia é ativa?
Os grandes encontros são alegres,
motivadores para a vivência da fé, desafiadores e celebrativos. Os grupos e
as Paróquias se organizam e vêm em
caravanas. Muitas mulheres trazem
junto as suas crianças, por isso sempre
temos pessoas do Culto Infantil auxiliando. Os grupos são formados por
mulheres persistentes e batalhadoras,
que trabalham na roça, na agricultura
familiar. Nas Comunidades urbanas,
participam Professoras, Enfermeiras,
Comerciárias, profissionais liberais, etc.
É interessante e um bonito testemunho
de fé cristã observar as jovens mães, a
sogra e a bisavó vindo participar juntas
nos encontros, um espaço de alegria e
celebração, mas também de mútua consolação, em momentos de sofrimento e
perdas.
1) Pa. Vera no encontro de mulheres
2) Casal de Obreiros em visitação
3) Pa. Vera em culto celebrativo
Presença das mulheres no CI
No dia 7 de julho, ao ser empossado o novo Conselho da Igreja (CI), em
São Leopoldo/RS, um aspecto ressaltou
aos olhos de todos: não somos mais representados apenas por homens. Seis mulheres
assumem uma tarefa na maior instância decisória da IECLB.
A presença das mulheres no CI resgata a autoestima de milhares de mulheres da IECLB espalhadas do Norte
ao Sul do país e traz outras perspectivas, pois as mulheres têm modos diferentes de realizar as tarefas.
Temos certeza que o espaço das mulheres nas instâncias decisórias, bem
como o seu empenho nas Comunidades, trazem contribuições riquíssimas
à reflexão teológica e à busca por mudanças significativas para políticas de
gênero no âmbito eclesiástico e na sociedade.
Eis o nosso maior desafio: quebrar
preconceitos que ainda não foram superados, como, por exemplo, que decisões importantes para a vida da Igreja
necessitam ser tomadas por homens e
que determinados papeis foram ´consolidados’ como tarefas femininas.
Para nós mulheres, mães, Pastoras,
Professoras, nem sempre é fácil se colocar à disposição de cargos representativos, pois há implicações práticas na
vida da família e do trabalho diário. No
entanto, o esforço faz parte do chamado, do ser vocacionada para uma tarefa
especial. Tenho três filhos pequenos e
é penoso deixá-los, mas sei que o meu
esforço pode contribuir para que eles
cresçam e vejam que na nossa Igreja
homens e mulheres trabalham e tomam
decisões em conjunto para relações
mais justas e igualitárias.
Pa. Sandra Helena Fanzlau
Paroquia de Cachoeira
Guarapuava/PR
Sínodo Paranapanema
Jorev Luterano - Novembro - 2010
Fé Luterana 11
A tolerância...
com a religiosidade
Pastora Fernanda
Pagung Reinke,
formada em
Teologia pela EST,
em São Leopoldo/RS,
é Coordenadora do
Culto Infantil na
União Paroquial
Guandu/ES.
Atua na Paróquia em
Crisciúma/ES
Jesus não quis diversas igrejas (Jo 17.20s), mas existem muitas, com identidades próprias. A igreja é formação humana. É uma realidade pós-pascal. Ela se apresenta multifacetada no mundo no qual vivemos.
Essa diversidade, em si, não causa mal algum,
uma vez que as pessoas que vivem sob a graça e a misericórdia do seu Senhor são diferentes. A diversidade se
torna prejudicial quando ela fraciona e desrespeita,
quando há colisão e intolerância em relação à fé confessada, à forma de culto ao sagrado, quando fere a
dignidade humana, causando sofrimento e morte.
Daí vem a necessidade da humanidade de se esforçar para ser mais tolerante, pois todas as pessoas aspiram as mesmas coisas: uma vida digna, um
mundo em que os filhos e as filhas possam viver
livres, felizes e testemunhando a sua fé sem medo.
Tolerância religiosa não é uma atitude de passividade, mas de compromisso ativo perante o Evangelho. A tolerância religiosa acontece onde há um
esforço de se conhecer melhor, de compreender as
diferenças, de descobrir o que une, de entender que
podemos amar o que somos sem odiar, perseguir e
aniquilar o que não somos.
Tolerância religiosa é refletida no diálogo com
diferentes confissões, culturas, doutrinas, na promoção do bem, visando a um convívio fraterno,
respeitoso, sob o alicerce do amor e da paz. Oxalá que o Espírito Santo sopre sobre as pessoas,
guiando-as à tolerância e à paz entre as religiões.
Para refletir, leia Romanos 12.10-18
na Comunidade
Pastora Adriane
Lorenz Cassen,
graduada pela EST,
em São Leopoldo/RS.
Atua na Paróquia
Linha Três Oeste, em
Ijuí/RS
Nos dias de hoje, talvez seja mais fácil falar em intolerância. A gente sabe o que não tolera, suporta ou
aceita. Diante da família, da sociedade e inclusive
da Comunidade, há coisas que a gente não tolera.
Porém, somos convidados a olhar para o exemplo de Cristo e refletir sobre o que estamos dispostos a tolerar. Melhor ainda, deveríamos nos perguntar se a tarefa das pessoas cristãs não é justamente o
olhar para tudo (pessoas e mundo) - com amor!
Em 1Coríntios, lemos que, quem ama tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Isso não quer dizer
que não devemos discordar ou simplesmente ‘fechar
o olho’ para tudo o que acontece. No entanto, é necessário perceber que, mesmo sendo pessoas diferentes, somos chamados a buscar os nossos objetivos comuns.
Como cristãos, somos convidados a olhar para
as pessoas com um olhar amoroso. Se assim o fizermos, perceberemos a necessidade de entender, relevar e também auxiliar. Isto não significa permitir
que cada pessoa faça de acordo com a sua vontade.
Para construir a fé cristã em Comunidade, é necessário diálogo franco, à luz da Palavra de Deus, para
assim definir os rumos da vivência que teremos. Em
muitos momentos, é necessário perguntar se a maioria das nossas divergências e discussões está baseada
na fé cristã ou em defesas dos nossos interesses. Ser
Comunidade é partilha e vivência, apesar das nossas
diferenças, mas com o propósito de experimentar,
viver e testemunhar o amor e a graça de Deus.
Para refletir, leia Romanos 2.1-4
no ambiente profissional
O seu chefe não larga do seu pé? Atue com tolerância. Alguns dos seus colegas não sabem trabalhar
em equipe? Delibere com tolerância. O seu trabalho
dos sonhos virou um pesadelo? Tolere, pois a tolerância
é uma virtude cristã.
Lidar com os obstáculos é o processo que nos leva
à superação e à transformação dos mesmos. No entanto, tolerância não significa um estado permanente, um ideal a seguir, mas um momento provisório,
uma pausa, um diálogo que busca novos horizontes.
Tolerância também tem os seus limites e implica em
ação para não cair na passividade, na indiferença ou
simplesmente na piedade frente ao absurdo.
Enquanto os novos ares não chegam, toleremos
com humor, porque, como dizia William Shakespeare,
é melhor rir que chorar. O humor cura e desarma
o ódio. A alegria faz bem à saúde; estar sempre triste é
morrer aos poucos (Pv 17.22). Toleremos com humildade, que reconhece as nossas fraquezas e os nossos
erros, forças e acertos. Sejam sempre humildes, bem
educados e pacientes, ‘tolerando’ uns aos outros com
amor (Ef 4.2).
Toleremos com respeito, atitude que não peca quando em excesso. Toleremos como Cristo, pois o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência,
a bondade, a fidelidade e o domínio próprio (Gl 5.22). Sobretudo, independentemente da profissão, não nos
cansemos de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, chegará o tempo certo em que faremos a colheita (Gl 6.9).
Para refletir, leia Gálatas 6.1-9
Pastor Edélcio
Tetzner,
representante da
juventude no núcleo
Rio de Janeiro/RJ,
membro da Comissão
Jurídico-Doutrinária
do Sínodo Sudeste,
Secretário do Conselho
de Pastores de
Resende/RJ e
Vice-Diretor da
ONG Evoluir.
Atua na Comunidade
em Resende
consigo mesmo
Todos nós temos os nossos limites e as nossas
potencialidades, os nossos defeitos e as nossas qualidades, alguns herdados e outros tantos construídos com a participação da nossa família, dos nossos
amigos, da escola, da Igreja e da sociedade. Conhecer essas nossas características já é uma grande coisa e saber que algumas delas podem ser mudadas
também ajuda. Afinal, Mudam-se os tempos [...] Todo
o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas
qualidades, já dizia Luís de Camões. Sempre almejamos mudar aquilo que não toleramos em nós mesmos e sempre há tempo para mudança.
Um bom caminho para mudar ou tolerar os nossos defeitos é nos relacionarmos com o outro, seja
ele individual ou culturalmente diferente de nós
mesmos. Perceber que existem pessoas e grupos
que concebem a si próprios e o mundo de forma diferente nos leva a refletir sobre nós mesmos. Esse
diálogo com o outro vai permitir que façamos uma
reflexão a respeito de nós mesmos como pessoas e
como membros de uma sociedade.
Tolerar e aceitar a si mesmo nos leva a tolerar e a
aceitar o outro. Só o intolerante é prepotente. Somos
diferentes, pensamos diferente, mas somos todos
humanos. Esse olhar para a diversidade de grupos
e de povos nos ajuda a construir uma sociedade na qual o individuo é respeitado, com as
suas qualidades e os seus defeitos, e onde
a diferença e a diversidade são acolhidas
como riqueza.
Para refletir, leia Provérbios 16.24
Pastora Jandira
Keppi,
Obreira do Comin,
com atuação junto aos
povos indígenas
de Rondônia.
Atua como
Vice-Pastora Sinodal
do Sínodo da
Amazônia
Jorev Luterano - Novembro - 2010
12 Geral
Educação cristã
vivendo, aprendendo
e ensinando
Lutero traduziu a Bíblia e escreveu
catecismos exatamente com o propósito
de educar o povo cristão e conduzi-lo à
maioridade na fé (cf 1Co 3.1s). [...] Pessoa cristã deve saber por que crê e o quê.
Em razão disto, formação teológica não é
privilégio de uma classe especial, e, sim,
causa popular (Brakemeier, G.).
A citação acima é a epígrafe do
Plano de Educação Cristã Contínua
(PECC). Nela encontramos a expressão educar o povo cristão, o que nos
remete à Educação Cristã, mas nela
aparece também a expressão formação teológica,
que, segundo Brakemeier, não
é privilégio
de uma classe especial,
e, sim, causa popular.
Esses dois
aspectos do
texto remetem à pergunta: qual é a relação entre
a Educação Cristã e a formação teológica
dos membros?
O texto base do PAMI lembra que
quem foi despertado para a fé deve receber instrução confiável e prática acerca
de como viver a fé no dia a dia. Tratase do ensino das formas elementares da
espiritualidade cristã, especialmente da
prática da oração e da leitura e a meditação da Bíblia (p. 38). Um pouco
adiante, lemos que o culto e os demais
encontros comunitários devem despertar o interesse por aprofundamento na
fé... (p. 39). Ainda conforme o PAMI,
Preparar os membros para ‘dar razão de
sua esperança’ significa provê-los com
os elementos fundamentais da fé e da
doutrina, visando a que os articulem de
forma missionária no cotidiano de suas
vidas (p. 40).
As citações do PAMI dão indícios de que a Educação Cristã que
acontece nos grupos comunitários
e no culto pode ser aprofundada ao
oferecermos
uma formação teológica para os
membros, na
qual os elementos fundamentais da fé
e da doutrina
são abordados de forma
sistemática e
organizados em um currículo.
Tanto no estudo bíblico como na
prédica, acontece a Educação Cristã. No entanto, a intencionalidade
desses dois espaços de vivência da
fé é mais celebrativa. Na formação
teológica dos membros, a intencionalidade é o estudo aprofundado
dos diferentes conteúdos da fé e da
doutrina. Tomemos como exemplo
os paramentos litúrgicos. No culto,
Catequista Edson Ponick,
Doutorando em Teologia
na área de Educação e
Religião, na
Faculdades EST, em
São Leopoldo/RS, é
Coordenador do
Departamento de
Educação Cristã
(DEC) na Secretaria
Geral da IECLB
Presente
Daniele Peter - Canguçu/RS
Estagiária na FLM em 2010
Raquel Kleber - Sapiranga/RS
Sibeli Diefenthaeler - Porto Alegre/RS
Stewards na Assembleia da FLM em 2010
os paramentos auxiliam na celebração e na rememoração do ato
salvífico de Deus em nosso favor.
Na formação teológica, o ano litúrgico é estudado como conteúdo - origens, significados e simbologia. Após um estudo sobre
os paramentos, os mesmos terão
um sentido mais profundo para
quem os estudou.
A formação teológica dos
membros faz parte da Educação
Cristã e a primeira está contida
na segunda. Cabe-nos avaliar o
quanto de formação teológica
está presente nas ações de Educação Cristã que cada Comunidade
oferece. O PECC é o instrumento para nos auxiliar na tarefa de
avaliar e planejar ações de Educação Cristã que visem intencionalmente à formação teológica.
Um testemunho de fé e esperança
A Paróquia
Evangélica de
Confissão Luterana em Rurópolis/PA está
localizada ao
longo da Transamazônica,
dentro do âmbito rural e urbano. Na região, há dois
climas: o verão, que é o período mais
seco, e o inverno, o período das chuvas e enchentes, momento em que, na
grande maioria das vezes, as estradas
se tornam intransitáveis.
A maior parte dos membros vive
na Transamazônica desde a década
de 70 e são conhecidos como os pioneiros da região, pessoas que para lá
foram cheias de sonhos e esperança
de conseguir o seu pedaço de terra
e poder dar uma vida digna para as
suas famílias.
Uma característica muito forte das
pessoas que moram nesta região tituída por 337 membros batizados e
é a luta e a coragem, pois, mes- 87 famílias, é organizada em quatro
Comunidades e oito
mo diante
Pontos de Pregação.
de tantas diPara atender toda a
ficuldades,
Paróquia, é necessário
não perdem
percorrer uma média
a alegria, a fé
de 450 quilômetros.
e a esperanA Paróquia de
ça em dias
Rurópolis recebe apoio
melhores.
da Vai e Vem e está luNo início
tando para alcançar a
da história
Ordenação e instalação do
sua autonomia finanda Paróquia,
P. Cláudio Rieper (2009)
ceira para que o Evanos cultos aconteciam uma vez por ano, conduzi- gelho de Jesus Cristo ultrapasse os
dos pelo Pastor Arteno Spellmeier. muros da própria Igreja e se consoliO encontro do Pastor com os de no testemunho comunitário, mas
membros durava uma semana na também individual dos cristãos luteComunidade do km 300 e os mem- ranos da região.
bros vinham de diferentes lugares
Gisele Mello
para participar. Ainda hoje, estes
Coordenação da Campanha Vai e Vem
encontros são lembrados com caSecretaria da Ação Comunitária
rinho por todos.
Secretaria Geral da IECLB
Atualmente, a Paróquia, cons-
No início de julho, 120 jovens estiveram reunidos em Dresden, naAlemanha,
para a Pré-Assembleia da Juventude
da Federação Luterana Mundial (FLM).
Eram jovens de seis continentes, entre
Stewards e Delegados, representando
a juventude das Igrejas-membro da
FLM. Durante as atividades de interação multicultural e reflexão sobre a identidade luterana, fomos desafiados a
pensar sobre as questões que consideramos relevantes para a Igreja global.
Foram escolhidos os seguintes temas:
sustentabilidade, justiça de gênero e visibilidade da FLM e o papel da juventude.
Estes temas serviram como base para redigir a Mensagem final da Pré-Assembleia da Juventude (http://ieclbnomundo.wordpress.com/), que, mais tarde, foi
apresentada a 11ª Assembleia da FLM.
Após uma semana em Dresden, a juventude luterana seguiu para Stuttgart,
também naAlemanha. Como Stewards,
fomos responsáveis pela distribuição
dos documentos, contagem de votos
e organização dos participantes na
plenária. Além da experiência de comunicar-se somente em Inglês em um
evento internacional, tivemos a possibilidade de participar como ouvintes
na plenária e entender mais sobre a
organização da comunhão luterana.
A experiência mostrou que o jovem tem voz e pode contribuir com
as instâncias de tomada de decisão
da Igreja, por isso motivamos todos e
todas jovens a participar de intercâmbios. Desafiamos cada jovem a fazer a
diferença não apenas no futuro, mas,
hoje, no presente. Mostre os seus dons,
participe do Presbitério, do Conselho
Paroquial, da Juventude Sinodal.
Destacamos a seguir um trecho
da Mensagem da Pré-Assembleia de
Jovens da FLM O jovem representa o
maior potencial para mudança na sociedade. Jovens têm as habilidades de comunicação e networking para mudança que
pode faltar em muitas Igrejas. Deixe-nos
assumir a liderança de que somos capazes
de assumir, não somente no futuro, mas
também hoje e agora. Deixe-nos ser as
dádivas que sabemos que podemos ser
para esta comunhão.
Jorev Luterano - Novembro - 2010
Comportamento 13
A imprensa no perfil da IECLB
Dando sequência à série
de matérias especiais em
comemoração aos 60 anos
da IECLB, nesta edição
o Pastor em. Johannes
Friedrich Hasenack,
que exerceu o Ministério
pastoral em Porto dos
Gaúchos/MT e EsperançaMontenegro/RS, além de
ter atuado na Editora
Sinodal (1960-1991
como Diretor do Centro
de Impressos e Redator
da Folha Dominical até a
fusão com o Jorev, entre
outras atividades) e como
Assistente na Presidência
da IECLB (até 2007), vai
apresentar os órgãos de
comunicação da Igreja
como instrumentos de
evangelização e missão
munidades evangélicas e o
A palavra escrita prolonga,
almanaque Kalender für die
aprofunda e ajuda a memorizar o
Deutschen in Brasilien (1881),
testemunho verbal. Cristo, Palaque, em 1922, passou a ser
vra viva, comissionou seguidores
Kalender für die deutschen
para testemunhar por sua maneira
evangelischen Gemeinden, com
de crer e viver, por suas palavras e
prontuário de Comunidades e
seus atos e também por suas palaPastores. Usando as ferramenvras escritas, em cada novo contextas da imprensa, Rotermund
to. Paulo foi um grande mestre no
participou decisivamente na
uso da palavra verbal e escrita. Asconstrução do perfil confessiosim o foram muitos outros seguinal das Comunidades e na criadores de Cristo, como os Reformação do Sínodo Riograndense
dores. Em especial, Lutero deixou
(1886). Deixando de ser supleuma herança de 127 volumes, mas
mento, o semanário Sonntagso que desencadeou a Reforma foi um
blatt (Folha Dominical) se tornou
modesto papel com as 95 teses de
Com o Jorev, a IECLB deu um mergulho na realidade brasileira.
órgão
do Sínodo (1887). No ano
Lutero (1517). Divulgadas em forNa foto, Agricultores em Pavãozinho/ES
da fusão com o Jornal Evangélico
ma de folhetos pela Alemanha, elas
caíram em solo fértil vindo ao encontro de an- Unido (Selu), que adotou como órgão de (1971), a Folha Dominical era publicada
seios por uma reforma ‘na cabeça e nos membros’. comunicação o Mensageiro do Evangelho, com tiragem de 10 mil exemplares.
A Cruz no Sul: São Paulo - Em 1912,
Os Pastores que vieram atender os depois Voz do Evangelho. A edição mensal
imigrantes evangélicos dispersos no bilíngue teve tiragem de 8.500 exempla- após uma fase de várias Conferências
Brasil levavam livros, folhetos e perió- res, em 1971, quando se fundiu com o Pastorais, se formou o Sínodo Evangélico do Brasil Central, abrangendo Comudicos nas mochilas. Por meio dos bole- Jornal Evangélico.
Folha Dominical: Rio Grande do Sul - nidades em São Paulo, Minas Gerais, Rio
tins e jornais que surgiram, as Comunidades inicialmente isoladas passaram a Cabe grande mérito ao P. Dr. Wilhelm de Janeiro e Espírito Santo. O periódico
Rotermund (1843-1925), no âmbito das Kreuz im Süden (A Cruz no Sul) surgiu em
caminhar juntas em várias regiões.
Voz do Evangelho: resultado de conver- publicações no Estado. Tendo assumido 1936 como boletim informativo da Cogências - Em Santa Catarina, os primeiros a Paróquia de São Leopoldo/RS, em 1875, munidade Evangélica de São Paulo e
jornais foram Die Koloniezeitung (Join- criou uma livraria evangélica, tipografia Vila Mariana e passou a ser o principal
ville/1862) e Blumenauer Zeitung (1881- e casa editora (1877), passando a publicar periódico eclesiástico no Sínodo. Na
1939), jornais seculares lidos amplamente o jornal Deutsche Post (Correio Alemão, época da fusão com o Jorev, A Cruz no Sul
também nas Comunidades. No âmbito e- até 1928), com um suplemento Sonn- circulava com tiragem de 2 mil exemplaclesiástico, o P. Faulhaber lançou o jornal tagsblatt (Folha Dominical) para as Co- res. O seu Redator, Asclepíades Pommê,
participou intensivamente dos diálogos
Der Urwaldsbote (Mensageiro da Selva sobre os rumos da imprensa na IECLB.
Blumenau/1893). Em Brusque/1895, o P.
Heimatbote: Espírito Santo - As ComuLange iniciou a publicação de um Sonnnidades evangélico-luteranas no Espírito
tagsblatt (Folha Dominical), incorporanSanto também tiveram um periódico pado o Mensageiro de Blumenau. Quando,
ra fortalecer a coesão naquele Estado:
em Joinville (1905), foi fundado o Sínodo
Heimatbote (Mensageiro da Pátria). Surgiu
Evangélico-Luterano de Santa Catarina,
em 1935 por iniciativa do P. Hermann
Paraná e outros Estados (Espírito Santo),
Roelke, mas só durou até 1938, devido às
ele passou a publicar o Evangelischdificuldades no período da nacionalizaLutherisches Gemeindeblatt. Em 1908, em
ção. Depois da II Guerra, em 1951, coube
Blumenau, surgia o Christenbote, que, em
ao P. Siegmund Wanke reativar a publi1911, se tornaria órgão de comunicação
cação. O jornal era publicado com tiragem
do Sínodo Evangélico de Santa Catarina
Com a sua experiência publicitária,
em torno de 2 mil exemplares, até pouco
e Paraná. Em 1962, os dois Sínodos se funAsclepíades Pommê ajudou a pautar
antes da fusão dos periódicos no Jorev.
diram no Sínodo Evangélico Luterano
os rumos da imprensa na IECLB
A fusão dos jornais: unidade na diversidade
A história e os elos comuns
existentes fizeram com que,
em 1946, os quatro Sínodos
iniciassem diálogos com vistas a uma maior aproximação.
Em consequência disso, em
1950, foi criada a Federação Sinodal, a qual, em 1962, adotou
Concílio Extraordinário da IECLB (1968)
o nome de Igreja Evangélica
de Confissão Luterana no Brasil. Enquanto isso, os Sínodos continuaram como entidades autônomas até 1968, quando se integraram na estrutura da IECLB, de âmbito nacional.
Parecia ser um passo lógico empenhar-se no sentido de uma
fusão das publicações dos Sínodos extintos. Assim, concluiu-se
por encerrar os quatro principais periódicos regionais e somar
as suas tiragens em um jornal forte: o Jornal Evangélico, quinzenal, com nova linha editorial e Redação Central junto à Editora Sinodal. A sua primeira edição saiu em 15 de novembro
Enquanto
reconhecermos
Cristo agindo
no meio
de nós,
poderemos ter
unidade na
diversidade
de 1971, contando inicialmente com mais de 23 mil assinaturas.
Não demorou para que a centralização, com Redação no
Morro do Espelho, em São Leopoldo, se revelasse problemática.
De repente, o Jorev já não tinha aquela proximidade com fatos
e pessoas, pois não podia trazer as notícias locais com detalhamento, apesar dos grandes esforços empregados no sentido de
atender os diversos públicos.
Foi um erro estratégico sacrificar os jornais regionais, mas
foi acertada a iniciativa de criar um jornal para a ‘nova’ IECLB.
Ele causou impacto e ajudou a abrir a visão para os âmbitos
nacional, ecumênico e social.
A criação do Jorev, jornal assumido como o porta-voz desta
Igreja desde julho de 1992, aconteceu em um pico de centralização de forças (na Igreja e no País). Depois desta experiência
no campo da imprensa, a própria IECLB caminhou para uma
grande descentralização ao voltar para uma estrutura sinodal,
em 1998. Enquanto reconhecermos Cristo agindo no meio de
nós (Mt 28.20), poderemos ter unidade na diversidade.
Jorev Luterano - Novembro - 2010
14 Deutsche Seite
Beglückende Entdeckung
Es war einmal eine kleine Sonnenblume,
die mitten in einem Garten stand. Die kleine
Sonnenblume meinte, dass sie es sei, die
die Sonne täglich über die Himmelskuppel
wandern liess. Nannte man sie nicht “girasol”, die “Sonnenwenderin”?
Ja, sie war es, die die Sonne über den
Himmel lenkte, jeden Tag aufs neue! Welch
eine Verantwortung hatte sie zu tragen! Sie
raffte alle Kräfte zusammen, um ihr schweres
Werk zu vollbringen, ständig die Richtung
anzugeben, der die Sonne zu folgen hatte.
Wenn wieder ein Tag zu Ende war, sagte die Sonnenblume zu sich selbst: Ich habe
es wieder einmal geschafft. Ich weiss, ohne
mich geht es nicht. Aber es ist Schwerarbeit.
Man müsste so gross sein wie ein Wagenrad, um der Aufgabe ganz gewachsen zu sein. So weiss ich
nicht, wie lange ich das noch durchhalte. Die Anstrengung
macht mich einfach fertig.
Eines Tages ging einer vorüber, der blieb bei der kleinen
Sonnenblume stehen und sagte ihr, dass nicht sie es sei, die die
Sonne bewegte, sondern dass es umgekehrt war: Die Sonne
bewegte durch ihre Strahlen das kleine Blumengesicht. Da
wurde die kleine Sonnenblume traurig. Sie war wie am Boden
zerstört, liess das Köpfchen hängen und wollte am liebsten
sterben.
Doch am nächsten Morgen, als die Sonne aufging, machte
sie eine beglückende Entdeckung: Müde und traurig wie sie
war, ohne Kraft, ihr Köpfchen zu heben, spürte sie wie die
Strahlen der Sonne sie durhdrangen und erwärmten. Ohne
dass sie etwas dazu getan hätte, merkte sie, dass ihr Gesicht
auf einmal der Sonne zugewandt war. Überrascht und erfreut
gab sie sich ganz dem Licht und der Wärme hin, die sie durch-
Oft fühlen
wir uns
wie ein
Rädchen
in einem
grossen
Räderwerk
strömten.
Und es geschah, dass die
kleine Sonnenblume
von einem Glücksgefühl
erfüllt wurde, wie sie es bisher nicht gekannt
hatte.(WWW lindolfow.com)
Ein Mensch ist keine Sonnenblume. Und
er ist keine Lilie auf dem Felde. Und doch können wir neunmalklugen Menschen von den
Blumen lernen, wie Jesus (Matthäus 6.28-29)
sagt. Der Liederdichter Gerhard Teersteegen
sagt es in dem Lied “Gott ist gegenwärtig”
auf seine Weise: “Wie die zarten Blumen
willig sich entfalten und der Sonne stillehalten, lass mich so, still und froh, deine
Strahlen fassen und dich wirken lassen!”
Wir Menschen haben uns durch unsere raffinierte Technik
eine eigene, unruhige Welt geschaffen. Oft fühlen wir uns
wie ein Rädchen in einem grossen, mechanischen Räderwerk.
Schliesslich setzt sich in unseren Köpfen das Gefühl fest, dass
wir es sind, die das Räderwerk in Bewegung halten müssen,
dass ohne uns gar nichts mehr läuft. Wir werden dann leicht zu
Sklaven anderer Menschen – oder zu Sklaven unserer selbst.
Ehrgeiz und Habgier sind dann oft die härtesten Sklaventreiber.
Da wird es gut sein, wenn wir Gott um ein solches “Sonnenblumenerlebnis” bitten. Dass wir merken, dass von Gott
die Kraftströme ausgehen, die Himmel und Erde in Bewegung halten. Und das könnte gerade für einen umgetriebenen
und überlasteten Menschen unserer Zeit zu einem unsagbaren Glückserlebnis führen.
Theologe Jaime Jung
Gratis Umarmung
Samstags ist in der Innenstadt viel los:
Menschen kaufen ein, Pärchen gehen spazieren,
Kinder rennen hin und her, die Straßen sind
voll. Die Menschenmenge ist überall, sie hat
Stress und keiner will Zeit verlieren.
Dazwischen sieht man aber einen jungen
Mann, der mitten in der Fußgängerzone
steht und ein Schild in die Luft hält. Es ist
ein großes Stück Pappe, auf dem geschrieben
steht: „Gratis Umarmung“.
„Soll es ein Witz sein?“, denken wohl
viele Fußgänger. Die meisten machen einen
großen Bogen um ihn, lesen nicht einmal,
was auf seinem Schild steht. Andere lesen es
zwar, aber umarmen lassen sie sich nicht. Für
viele ist es unvorstellbar, einen Fremden zu
umarmen: „Vielleicht ist es gefährlich?“ oder
„Gratis? Das kann nicht gut sein… was will er
wohl dafür haben?“
Aber was der junge Mann will, ist klar: Er steht einfach da
und bietet kostenlose Umarmungen für seine Mitmenschen an,
mitten in der vollen Fußgängerzone. Auch wenn es komisch
oder fremd zu sein scheint, so eine Aktion sieht man in vielen
Städten weltweit – auch in Brasilien – wo Menschen einfach
Umarmungen anbieten. Das ist eine freiwillige Sache, spontan
und unverbindlich. Darum geht es bei den Gratis-Umarmungen:
um ein bisschen mehr Wärme und Menschlichkeit im Alltag, wo
man zu wenig Zeit für einander hat.
Der junge Mann zwingt keinen, ihn zu umarmen, sondern
schaut einfach die Menschen an und lächelt freundlich. Immer
wieder versteht jemand was er will und dann umarmen sie sich,
ohne Angst und ohne Hintergedanken. „Danke, genau das habe
ich jetzt gebraucht“, sagt ihm eine ältere Dame. Und sie geht
Pfarrer Lindolfo Weingärtner
Gott
kommt uns
entgegen.
Er will uns
umarmen
und für uns
da sein
glücklich
ihren
Weg
weiter.
Vielleicht
wird
auch sie später ihre
Nachbarin
oder
ihre
Enkelkinder in den Arm nehmen?
Eine spontane, herzliche Umarmung
kann für vieles gut sein. Sie bringt Freude,
Geborgenheit, Trost, löst Spannungen, gibt
Kraft und Vertrauen. Die Wissenschaftler
sagen sogar, dass eine Umarmung das
Immunsystem stärkt. Wie schön ist es zum
Beispiel, wenn sich am Bahnhof die Menschen
beim Wiedersehen oder zum Abschied fest
umarmen!
Jeder, der umarmt wird, kann spüren: Ich
werde geliebt, ich werde akzeptiert, ich werde
beschützt und stehe nicht allein da. So wird auch jeder Mensch
von Gott angenommen und umarmt. Seine „Gratis Umarmung“
heißt Gnade und sie wird durch das Leben, den Tod und die
Auferstehung Jesu Christi deutlich.
Gott wird niemals müde, zu uns zu kommen. So steht es in
der biblischen Erzählung vom verlorenen Sohn (Lukas 15,20):
„Der Vater sah ihn schon von weitem kommen, und er hatte Mitleid
mit ihm. Er lief dem Sohn entgegen, fiel ihm um den Hals und küsste
ihn und voller Freude ließ der Vater ein Fest vorbereiten.“
Ja, Gott freut sich, wenn er uns umarmen darf. Er zeigt uns
immer wieder, mitten in unserem Alltag, dass er uns annimmt
und unendlich liebt. Und das kostet uns nichts – wir können es
ruhig annehmen und dafür danken. Das ist auch Advent: Gott,
der uns entgegen kommt, um uns zu umarmen.
Jorev Luterano - Novembro - 2010
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Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos
significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo,
Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares,
Bodas e Sepultamento.
Entre em contato conosco!
Encontro de família
2º Encontro da Família Laux
Após o primeiro Encontro da
Família Laux, no qual exatas 500 pessoas se fizeram presentes, as pesquisas não cessaram e novos e importantes dados sobre a história da família,
que surgiu em torno do ano de 1520,
foram compilados e incorporados
aos dados já existentes.
Portanto, os descendentes de
Johann Adam Laux e Maria Catharina
Schneider Laux, chegados em Porto
Alegre/RS em 15 de novembro de
1846 e estabelecidos em Picada Café/
RS, e dos seus filhos, Adam, Friedrich,
Peter, Georg Peter, Phillip Peter,
Jacob, Maria Margaretha e Maria
Margarida, realizarão o 2º Encontro
da Família Laux no dia 14 de novembro de 2010, nas dependências
da Sociedade Cultural e Esportiva Alegria, da localidade de Arroio
Bonito, município de São José do Hortêncio/RS.
A Equipe Organizadora solicita que os integrantes da Família
Laux tragam fotos, cartas e documentos antigos, que serão copiados e devolvidos.
Contatos (à noite)
Elton Valdir Laux: 51 3635.1338 - [email protected]
João Luis Laux: 54 3285.1077 - [email protected]
Luiz Carlos Laux: 51 9618.6321 - [email protected]
Lembrança de Falecimento
Com saudades, lembramos um ano de falecimento de
IVONETE T. MÜLLER
Nascida em 22 de junho de 1944, em Bom
Retiro do Sul/RS, filha de Olicio e Maria da
Glória Ferreira (in memoriam), Ivonete faleceu
em 4 de novembro de 2009, no Hospital em
Estrela/RS, na idade de 65 anos, 4 meses e 12
dias, e foi sepultada no dia 5 de novembro no
Cemitério Evangélico de Bom Retiro do Sul/
RS.
Ivonete deixou enlutados o esposo, Nestor
Verner Müller, os três filhos, André Dagoberto
Müller, Marcelo Emílio Müller e Maria da
Glória Corbelini, o genro, duas noras, um irmão, três cunhados,
quatro cunhadas, nove netos e demais familiares e amigos.
Sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus
também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco.
Por isso, não desanimamos;
pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa,
contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia.
2 Coríntios 4.14 e 16
Falecimento
Participamos a todos os parentes e amigos o
falecimento do esposo, pai, sogro, avô e irmão
ATILLO DICK
Nascido na Linha Welp, em Teutônia/RS,
em 19 de fevereiro de 1936, e falecido em 22 de
junho de 2010, em sua residência, na mesma
cidade, na idade de 74 anos, 4 meses e 3 dias,
Atillo, filho de Olga von Borowsky e Felipe Alberto Dick, era casado com Vera Stapenhorst,
com quem teve duas filhas, Agnes (casada com Roberto Finkenwerder) e Adriana (casada com Bruno Carlos Wagner).
Atillo Dick deixou enlutados duas filhas, dois genros, um irmão,
três cunhados, três cunhadas e três netos, Felipe, Eduardo e Nicolas.
A família enlutada agradece aos parentes, amigos, vizinhos, Corais Misto Lira e OASE, Regentes, aos que trouxeram flores e coroas,
ao P. Wili Becker pelas palavras de conforto e a todos que estiveram
ao seu lado nos momentos de dor e despedida.
Entrega o teu caminho ao Senhor,
confia nele, e o mais ele fará.
Salmo 37.5
Falecimento
Participamos a todos os parentes e amigos
o falecimento de
HEDY HOFSTÄTTER
ocorrido no dia 13 de julho de 2010, às
15h30, no Hospital Municipal de Victor Graeff/
RS, alcançando a idade de 89 anos, 11 meses e
19 dias.
Hedy, filha de Albimo Luiz Cristiano Neuls
e Elizabeta Neuls (ambos in memoriam), casouse, em 19 de setembro de 1942, em Vila Coxinho, atual cidade de
Victor Graeff/RS, sendo a união abençoada com cinco filhas (uma
delas in memoriam) e quatro filhos.
Hedy Hofstätter deixa enlutados quatro filhas, quatro filhos, três
genros, quatro noras, quatro irmãs, cinco cunhados, três cunhadas,
quinze netos e oito bisnetos.
Como família enlutada, agradecemos ao P. Valdemar Lückemeyer
pelas palavras de fé, esperança e conforto, ao Coral Lira Sempre Viva
de Polígono do Erval e a todos os parentes e amigos que, de alguma
forma, nos apoiaram neste momento de dor.
Eu sou a ressurreição e a vida.
Quem crê em mim, ainda que morra,viverá.
João 11.25
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E-mail: [email protected]
Site: www.jorevluterano.com.br
O Sínodo da Amazônia, formado por 8 Paróquias, 3 Comunidades com funções paroquiais, 85 Comunidades,
59 Pontos de Pregação, 2 áreas missionárias e mais de 8 mil pessoas batizadas, cuja ênfase missionária está na
manutenção dos campos de atividades ministeriais existentes e na ampliação da presença missionária da Igreja
nas escolas e áreas longínquas, está representado nesta Editoria por nossa gente luterana Ademar Eggert e
Adelina Jacob
Igrejas
cheias
Precisamos cuidar da natureza,
pois um mundo mais
agradável e bonito é possível
Agricultor, Ademar Eggert, tem se dedicado à agricultura alternativa, ou seja, sem agrotóxicos, além de estar
trabalhando também com piscicultura e conservação de
nascentes “Tento mostrar para os meus filhos e as pessoas
que trabalham ao meu redor que precisamos cuidar da natureza e que um mundo mais agradável e bonito é possível”.
Ademar conta que tem orgulho de ser Agricultor “Todas as pessoas precisam comer. A comida sai das nossas
mãos. Nós semeamos a semente! Tudo vem do milagre da
natureza que nós ajudamos a cuidar, que nós tanto lutamos para não poluir” e avalia que o trabalho na agricultura tem sido útil na sua atividade na Igreja, porque educa,
dignifica e conscientiza outras pessoas que é possível viver
e produzir alimentos mais saudáveis e sem agrotóxicos.
Luterano de berço, Ademar começou a trabalhar na
Comunidade como Orientador de Culto Infantil, aos 18
anos. Três anos depois, já era Vice-Presidente de Comunidade. Em 1990, a família mudou-se para Rondônia e
constatou que a região precisava de lideranças. Desde
então, o Presbítero não parou mais e já foi Orientador de
Culto Infantil, Professor de Ensino Confirmatório, Presidente de Comunidade, Presidente de Paróquia e mem-
Forte e
Adelina Jacob, 53 anos,
natural de Itarana/ES, Formada
em Letras e Pós–Graduada em
Literatura Brasileira e Lingüística,
é membro na Comunidade
Porto Velho/RO, onde reside
desde 1996, no Sínodo da
Amazônia
“A fé é infundida em nós pela
Palavra e pelos Sacramentos.
Isso faz com que ela seja vivida
no dia a dia e traduzida em
ações com vistas a uma
sociedade mais igualitária”.
bro do Conselho Fiscal de Sínodo. Atualmente, Ademar
é membro do Conselho Fiscal da Comunidade, Secretário da Paróquia, Delegado da Paróquia junto ao Sínodo
da Amazônia, Segundo Vice-Presidente do Sínodo e faz
parte do Conselho de Missão do Sínodo.
Quanto aos grandes temas do Sínodo da Amazônia,
Ademar é direto: a missão de Deus neste chão, que é
tão distante. Outra temática tem sido a sustentabilidade,
diretamente ligada aos desafios de ser IECLB na região
“Sustentabilidade, motivação e crescimento são desafios
agravados pelas grandes distâncias, que tornam o trabalho difícil, afinal o nosso Sínodo abrange 33% do território nacional, gerando altas despesas e muito desgaste
físico”, argumenta Ademar.
O que poderia melhorar na nossa Igreja? “Igualdade,
com os Sínodos se ajudando mais. Enquanto um sofre
tanto para se sustentar, outros passam com folga. Isso
poderia ser diferente. Não esqueço, de jeito nenhum,
as parcerias muito bonitas que já temos, mas poderia
melhorar. Tudo seria mais fácil!”, pensa Ademar Eggert
cujo sonho para a IECLB é que a Palavra de Deus toque
as pessoas de tal maneira que elas encham as Igrejas.
solidária
Formada em Letras e Pós–Graduada em Literatura
Brasileira e Linguística, atualmenteAdelina está aposentada do Magistério, mas atua como Artista Plástica “A
experiência adquirida no trabalho escolar, no Sindicato,
na Comunidade eclesiástica e nos meus estudos contribui no meu anseio de ser mais solidária e justa com
as pessoas para que tenham uma vida mais digna”.
A caminhada de Adelina na IECLB iniciou na Juventude Evangélica, contribuindo sempre nas atividades da Igreja, como Culto Infantil, Ensino Confirmatório e, depois, assumindo cargos no Presbitério. No
momento, Adelina é Vice-Presidente da Diretoria do
Conselho Sinodal do Sínodo da Amazônia, Delegada
do Concílio da IECLB e Tesoureira da Escola de Educação Infantil Oficina Criativa. “Como Tesoureira do
Instituto Beneficente Oficina Criativa, que proporciona, por exemplo, ensino gratuito a todos os educandos
e oferece diversas atividades voltadas às questões sociais da Comunidade, procuro desenvolver as minhas
tarefas conforme o Estatuto e as Leis em vigência, bem
como prestar contas das verbas públicas do Fundeb,
uma vez que temos convênio com a Prefeitura de Por-
Ademar Eggert, 49 anos,
nascido em São Gabriel da
Palha/ES, Agricultor,
casado com Celma Eggert
e pai de Márcio e Michel,
é membro na Comunidade
Espírito Santo, pertencente à
Paróquia de Alta Floresta
do Oeste/RO,
no Sínodo da Amazônia
“A minha fé se processa em
presenciar a dádiva de cada
novo dia, ver o sol nascer,
estar nesta nova manhã
com a família, conversar e ler
os devocionais da nossa Igreja.
Isso é maravilhoso”.
A fé deve ser traduzida
em ações com vistas a
uma sociedade mais igualitária
to Velho”, explica Adelina.
Como os grandes temas do Sínodo da Amazônia,
Adelina elege apenas um e aponta o caminho: a melhoria no atendimento nos campos de trabalho situados nas regiões mais distantes dos grandes centros,
uma vez que há Comunidades muito afastadas umas
das outras. Para tal, segundo a Presbítera, é preciso
investir na formação de lideranças, em várias áreas,
para atender questões emergenciais que não possam
esperar a chegada do Ministro. Já os desafios de ser
IECLB na região são: manter as Comunidades atuantes, firmar parcerias para colaborar com recursos financeiros e, por fim, mas não menos importante, que
todos os luteranos e as luteranas tenham um espaço
comunitário no qual, em comunhão, possam ouvir a
Palavra e receber os sacramentos.
O que poderia melhorar na nossa Igreja? “As Comunidades já estabilizadas serem mais solidárias com
aquelas que estão passando por dificuldades. Nesse
sentido, o meu sonho é ver uma Igreja Evangélica de
Confissão Luterana forte e mais solidária em todas as
regiões do País”, revela Adelina Jacob.

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