O Sínodo da Amazônia
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Jorev Luterano - Novembro - 2010 2 Editorial O Sínodo da Amazônia N o dia de 23 julho de 2010, comemoramos 40 anos de presença luterana na Amazônia. Hoje, somos 8 mil pessoas batizadas em 88 Comunidades e 59 Pontos de Pregação espraiados em cinco Estados amazônicos. Analisando a nossa caminhada como Igreja, pelos olhos da missão, descobrimos que somos iguais à castanheira, a rainha da floresta, que merece este título, pois é filha legítima da Amazônia. Sempre retilínea, alteia a sua copa, qual vasta cabeleira solta, acima de todas as demais árvores, chegando facilmente aos 60 metros de altura por 4 metros de diâmetro. Então, lá no alto, a ramada cobre-se de botões que abrem as suas pétalas de um amarelo suave, atraindo as mamangavas para a polinização. Fecundada, começa a formação dos ouriços tendo o formato de uma bola de 22 cm de circunferência, cada qual contendo de 12 a 20 amêndoas. Os ouriços caem e são roídos pelas cutias, que, sempre muito gulosas, vão abrindo covas onde escondem as amêndoas. Contudo, nem sempre elas voltam e, esquecidas, as amêndoas germinam por toda a parte. Escolhemos a castanheira como símbolo do Sínodo daAmazônia por termos muito em comum. AAmazônia é o nosso chão, Igreja na A IECLB na Amazônia é a Igreja em busca da luz de Cristo em meio à ‘mata fechada de dificuldades’ mais esplendorosa, riquíssima e misteriosa floresta do planeta, Igreja semeada por migrantes em busca de comida, Igreja polinizada por irmãos e irmãs do Brasil e do mundo, Igreja em busca da luz de Cristo em meio à ´mata fechada de dificuldades´. Graças à mata fechada, ao sol o ano todo, à cutia esfomeada e às abelhas operárias, a castanheira é a rainha da floresta. Graças às dificuldades, à luz de Cristo, à necessidade dos Mauri Magedanz migrantes, ao empenho de dons e talentos de todas as pessoas que congregam nas Comunidades e ao apoio dos parceiros na missão de Deus no Norte, o Sínodo da Amazônia é a IECLB na Amazônia. Acompanhe alguns testemunhos do Sínodo da Amazônia (que polinizarão mais corações e mentes para a causa do Senhor Jesus Cristo na IECLB, na Amazônia e na terra) nesta edição do Jorev Luterano. Pastor Sinodal Atendimento ao leitor Quele Peixoto Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 [email protected] Este espaço é seu! A sua opinião é fundamental no nosso trabalho. Conhecer as suas preferências, ouvir as suas dicas de pauta, as suas sugestões para o jornal e os seus comentários sobre as nossas matérias é muito importante para que possamos sempre oferecer um Jorev melhor para você. Faça o seu Jorev Luterano. Escreva para nós e participe! Estamos esperando o seu contato! Gottes Garten Der deutsche Beitrag ist, wie immer, wieder mal sehr gut. Wir freuen uns immer, dass wenigstens eine deutsche Seite beibehalten wird. „Gottes Garten“ hat mir besonders gefallen, da es bei uns Menschen auch so geschieht – wer ist schöner? Wer hat mehr? Wer weiβ mehr? Wer macht alles besser? Der Vergleich mit den Blumen trifft genau zu. Alles Gute und freundliche Grüβe, Erica Frank Jardim de Deus Capa Castanheira (Castanha do Brasil / Castanha do Pará), rainha da floresta, filha legítima da Amazônia e, por isso, símbolo do Sínodo da Amazônia. Leia matéria espe- cial sobre a Floresta Amazônica na Editoria Unidade, páginas 8 e 9. Os artigos em Alemão estão, como sempre, muito bons. Ficamos alegres que, pelo menos, uma página seja dedicada a mensagens em Alemão. Gostei especialmente do ‘Jardim de Deus’ (Im Garten Gottes, de autoria do Teólogo Jaime Jung – Jorev nº732, de setembro/2010), pois o mesmo acontece com as pessoas: Quem é mais bonito? Quem tem mais? Quem sabe mais? Quem faz tudo melhor? A comparação com as flores expressa exatamente isto. Tudo de bom e saudações, Erica Frank Pastor Presidente P. Dr. Walter Altmann Secretário Geral P. Dr. Nestor Friedrich Jornalista Letícia Montanet Reg. Prof. 10925 Administrativo Quele Peixoto Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/4º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: [email protected] Proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo desta edição sem a prévia e formal autorização da Redação do Jorev Luterano. www.jorevluterano.com.br Assinatura anual - 11 edições - R$ 22,00 • Doc bancário • Cheque cruzado e nominal à IECLB - Jorev Luterano Enviar o cheque via carta registrada para o nosso endereço • Depósito Identificado em nome da IECLB - Jornal Evangélico Banco Bradesco - Ag. 0491-0 C/C 576.176-0 Banco do Brasil - Ag. 010-8 C/C 153.000-3 Banco Sicredi - Ag. 0116 C/C 8376-3 Escolha o banco da sua preferência e, após efetuar o depósito, envie o comprovante via fax. Solicite a sua assinatura via site Uma inusitada Pão e Comunhão Nos meses de agosto e setembro, a Paróquia Cristo Redentor de Joinville/SC trabalhou o tema Pão e Comunhão com o grupo Arte de Viver, composto por pessoas com deficiência mental. O grupo visitou uma padaria, conheceu os diferentes tipos de pães e fez um pão em conjunto, que foi amassado, assado e degustado durante o lanche. “A partir da explicação sobre a importância de cada ingrediente, comparamos o pão a uma Comunidade na qual todos os membros são necessários e contamos a história bíblica em que Jesus ceia com os seus discípulos. As Comunidades devem estar abertas e apoiar o trabalho voltado à pessoa com deficiência, pois todos são convidados a fazerem parte do corpo de Cristo”, relatou a Catequista Cristina Henrich. Reencontro de Casais Sob o tema Reavivando o Matrimônio, o Reencontro de Casais da Comunidade Martin Luther, em Marechal Cândido Rondon/PR, realizou, nos dias 28 e 29 de agosto, o I Seminário do Reencontro de Casais, que contou com a participação de 34 casais da Comunidade e demais Paróquias do núcleo Girassol. O objetivo é estimular uma vida conjugal forte, equilibrada e participativa. Assessoradas pelo casal Ivete e Flávio Müller, reencontristas da Comunidade Ijuí e Coordenadores do Reencontro de Casais do Sínodo Planalto Rio-grandense, as atividades envolveram celebração de abertura, dinâmica de integração, palestras, celebração de encerramento com Santa Ceia e almoço de confraternização. Culto JE – Vai e Vem Com a temática voltada à Campanha de Missão Vai e Vem da IECLB, a Juventude Evangélica de Amor Incondicional (Jedai) e a Juventude Evangélica de Santo Ângelo (Jesa), no dia 12 de setembro, domingo, celebraram culto no templo da Comunidade em Santo Ângelo/RS, Sínodo Noroeste Riograndense. O culto contou com a banda da Jedai e o louvor foi impulsionado pelas releituras das canções apresentadas. A interação com o público ficou por conta da dinâmica dos Vai e Vens, que possibilitou aos presentes compartilhar, simbolizando o tema da Campanha, enfatizando o seu conceito e a sua importância para a IECLB. A noite foi marcada por louvor, divertimento, alegria, entendimento e pelo convite: Jovem, participe dos grupos de Juventude da Comunidade! Encontro com Deus Como encontrar-se com Deus em meio à dependência química? Como está a nossa espiritualidade, um dos tripés (espiritual – físico - emocional psicológico) do nosso equilíbrio? Estas perguntas ajudaram o grupo de Agentes Transformadores Grupos de Sentimentos Egon Horstmann, do Serviço de Dependência Química, ligado ao Departamento de Diaconia da Comunidade de Joinville/SC, no retiro realizado, nos dias 11 e 12 de setembro, no Lar Vila Elza, em São Bento do Sul/SC, a refletir e a vivenciar a espiritualidade, pois encontrar-se com Deus é ação do Espírito Santo que move as nossas mudanças de atitude visando ao reequilíbrio pessoal e familiar. Jorev Luterano - Novembro - 2010 Curtas despedida Com se despedir? Esta pergunta esteve presente em Juruena/MT, no momento em que o Cat. Ms. Nilo Bidone Kolling anunciou a sua despedida. Foi então que os membros da Comunidade organizaram uma surpresa e o convidaram a celebrar as Bodas de Prata do casal Wally e Iláudio Schmidt. Durante a organização da festividade, dois casais pediram a Bênção Matrimonial: Andréia e Ruben Alírio Altmann e Maria Leomar Pinto Martins e P. Nicolau Nascimento de Paiva. O Centro Comunitário ficou pequeno para as falas dos convidados, do Obreiro, que rumou para Palmitos/ SC, ao encontro da sua família, e dos representantes de grupos e trabalhos. As mensagens mencionaram a grandeza de Deus, que, no Evangelho, quer que homens e mulheres sejam bons companheiros e companheiras, além de sinais agradáveis da sua presença na família e na sociedade. Estilos de Liderança e Oratória Reunidas em Seminário nos dias 14 a 16 de setembro, a Diretoria da Associação Nacional da OASE e as Diretorias das Associações Sinodais representadas pelos 18 Sínodos, foram acolhidas em Rodeio 12/SC, no Sínodo Vale do Itajaí, sob o tema Liderança - Estilos de Liderança e Oratória. 3 OFERTAS NACIONAIS 7 de novembro 24º Domingo após Pentecostes Bolsas de Incentivo para estudantes de Teologia Por meio de Jesus, a humanidade aprendeu que é possível estender as mãos e apoiar o outro. Nesse sentido, as Comunidades da IECLB apoiam estudantes sem condições de custear os estudos, mesmo recorrendo a financiamentos, por meio da Bolsa de Incentivo: trata-se da parcela dos créditos pagos pela Igreja com recursos que provêm de doações da Igreja da Alemanha, do orçamento central da IECLB e das duas ofertas anuais. 28 de novembro 1º Domingo de Advento Apoio às Comunidades necessitadas e novas - OGA Agora já são 101 anos que a Obra Gustavo Adolfo (OGA) presta ajuda às Comunidades da IECLB na construção do seu templo, centro comunitário ou casa pastoral. Muitas ainda continuam dependendo da nossa ajuda. Neste Domingo de Advento, quando começamos a preparar-nos para a festa natalina, nos enchemos de esperança para uma vida de paz e amor, que se mostra por meio dos nossos atos, como resposta à nossa fé. INDICADORES FINANCEIROS UPM Setembro/2010 2,6016 Índice Agosto/2010 0,17% Acumulado do ano 3,85% Sínodo da Amazônia Técnicas de atuação e as suas funções, além da importância de eliminar o medo no momento de falar em público também fizeram parte do Seminário. Os momentos de louvor, oração, integração e partilha expressaram, mais uma vez, Comunhão, Testemunho e Serviço. Em 2010, o Sínodo da Amazônia completou 40 anos de presença da Confissão Luterana na Amazônia. Da chegada da primeira família até os dias de hoje, muito mudou. A IECLB organizou-se em Sínodos, voltou-se para as regiões e Comunidades, descentralizando a sua força de estar a serviço de Deus. Então, criou-se uma estrutura dependendo da demanda de cada Sínodo. O Sínodo da Amazônia, exaurido na sua capacidade de atender às necessidades postas, iniciou a mudança e a ampliação da sua estrutura. Em 5 de maio foi colocado o primeiro tijolo da nova sede do Sínodo da Amazônia. Muitos tijolos foram somados ao primeiro para concluir um projeto sonhado há anos pelas Comunidades e Paróquias que formam o Sínodo. “A previsão para terminar a obra é de seis meses. Começamos e, para o término da missão, é momento de irmos além do sonho e estarmos juntos, com muitas mãos, nessa construção. Com coragem, ânimo e empenho, iremos alcançar o sonho da nova sede”, confia o P. Mauri Magedanz, Pastor Sinodal do Sínodo da Amazônia. Jorev Luterano - Novembro - 2010 4 Atualidade Abraço de graça P. DR. ONEIDE BOBSIN Pastor da IECLB e Reitor da Faculdades EST Velhinha de Taubaté e loucura da fé Há muitos anos, no período da democratização do Brasil, o Escritor Luis Fernando Veríssimo criou uma personagem muito ingênua que acreditava em quase tudo. A velhinha de Taubaté não desconfiava das maldades dos outros. Em uma viagem pelas Comunidades e Pontos de Pregação da IECLB no Vale do Paraíba, ao passarmos por Taubaté, o Pastor local falou a respeito de uma velhinha sulista que ali vive com a filha. Disse a Professora Roseli, esposa do Pastor, que não se sabe quem cuida de quem, pois a filha está doente. A velhinha de Taubaté não pode ser comparada à personagem do Escritor gaúcho. Pelo contrário, ela espera mensalmente a visita do Pastor no horário em que reafirmou o seu compromisso eclesial diante de lideranças de outra Igreja e se manteve firme, mesmo isolada com a filha, longe de uma comunidade de fé. A lição da velhinha de Taubaté e do Pastor, que se desloca por mais de meia hora para fazer uma visita, contradiz a igreja da prosperidade. Do ponto de vista empresarial, a atitude do Pastor é uma loucura, um gasto desnecessário. Certo dia, um Pastor contou que, ao se reencontrar com o Pastor que lhe despertou a vocação, ouviu dele uma história inquietante. O Pastor aposentado falava nos Confirmandos: a diferença entre os Confirmandos silenciosos, que tinham muita dificuldade no aprendizado da doutrina, e os outros, com tudo na ponta da língua. Entre os falantes, poucos se dedicaram à Comunidade na vida adulta. Dentre os silenciosos, porém, destacaram-se lideranças para a vida comunitária. A intenção do Pastor experiente era reforçar a ideia que a Igreja é um lugar para todos, também para aqueles que mais vivem a doutrina que a expressam. Hoje, as Igrejas que se abrem para as pessoas e as situações ‘loucas’ estão no caminho de Jesus. Foi isso que Paulo percebeu na Comunidade de Corinto, há quase dois mil anos Mas o que é loucura no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios..., a fim de que nenhuma criatura possa se vangloriar diante de Deus (1Cor. 1.26-31). Glória a Deus! Deus o escolheu para confundir os sábios Deus vindo ao nosso encontro para nos abraçar A os sábados, o movimento é grande no centro da cidade: muitas pessoas vão fazer compras, namorados vão passear, crianças correm de um lado para o outro e as ruas estão cheias. Para onde quer que se olhe, o que se vê é a multidão estressada e que não quer perder tempo. De repente, em meio a todo esse alvoroço, percebese um rapaz parado no meio da calçada segurando um cartaz de papelão, onde se lê Abraço grátis. ‘Isso só pode ser uma piada’, devem pensar alguns. A maioria das pessoas prefere desviar e sequer lê o que está escrito. Outras, até leem o cartaz, mas não se deixam abraçar. Para muitas, é impensável abraçar uma pessoa estranha. ‘Quem sabe, isso é perigoso?’ ou ‘Grátis? Ah, então não deve ser boa coisa... O que será que ele vai terminar pedindo em troca?’ O que o rapaz quer está claro: ele está ali oferecendo abraços de graça às outras pessoas no meio do calçadão lotado. Mesmo que isso pareça engraçado ou estranho, ações como essa podem ser vistas em muitas cidades do mundo, também pelo Brasil. É um ato voluntário, espontâneo e que tem como objetivo, simplesmente, espalhar um pouco de calor humano no dia a dia agitado das pessoas, já que elas parecem ter pouco tempo umas para as outras. Este jovem não obriga ninguém a abraçá-lo. Ele apenas está ali, olhando as pessoas que passam e sorrindo para elas. De vez em quando, alguém entende a sua intenção e, então, acontece um abraço, sem medo ou segundas intenções. “Muito obrigada, era exatamente disso que eu estava precisando”, diz-lhe uma senhora, que segue mais feliz o seu caminho. Quem sabe, também ela abraçará a sua vizinha ou os seus netos mais tarde? Um abraço espontâneo e cordial pode servir para muitas coisas: trazer alegria, transmitir proteção e consolo, tranquilizar, fortificar e oferecer segurança. Cientistas afirmam, inclusive, que o abraço fortalece o sistema imunológico. Como é bonito observar, em uma rodoviária, por exemplo, quando as pessoas caem nos braços umas das outras na hora da despedida ou do reencontro! A pessoa que é abraçada pode sentir: eu sou amada, eu sou aceita, eu sou protegida e não estou sozinha. Assim também Deus acolhe e abraça cada pessoa. O seu ‘abraço de graça’ é o ‘abraço da graça’. Por meio da vida e da obra de Jesus Cristo, do seu nascimento, da sua morte e ressurreição, Deus abraça o mundo concretamente. Ele nunca se cansa de vir ao nosso encontro, como exemplifica a história do filho perdido e seu pai amoroso (Lucas 15.20) Vinha ele ainda longe quando o pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. Cheio de alegria, o pai mandou preparar uma festa. Sim, Deus se alegra por poder nos abraçar. Ele nos mostra, sempre, que nos aceita e nos ama infinitamente, também em meio ao nosso corre-corre. Esse seu amor, essa sua graça não nos custam nada: nós podemos apenas aceitar e agradecer-lhe. Advento também é isso: Deus vindo ao nosso encontro para nos abraçar. Teólogo Jaime Jung, catarinense de Porto União, formado em Teologia e Letras, é doutorando na área de Teologia e Comunicação em Erlangen, na Alemanha, e colunista da página em Alemão (Editoria Deutsche Seite) no Jorev Luterano. Leia este texto em Alemão na página 14. Jorev Luterano - Novembro - 2010 Presidência 5 Somos uma Igreja centrada na confessionalidade luterana Igreja, sempre em reforma I niciamos o mês de novembro tendo ainda presente o Concílio da IECLB, realizado em Foz do Iguaçu/PR, e o Dia da Reforma, comemorado em 31 de outubro. Ambos se relacionam - e muito! O XXVII Concílio apontou para a importância de pensar - e edificar - uma Igreja que se entende sempre em reforma, como afirmou Lutero, buscando aprender e ensinar o que é próprio do Evangelho de Jesus Cristo, mas, ao mesmo tempo, empenhando-se em ouvir e entender as pessoas e as suas perguntas nos dias atuais – que são muitas! O Dia da Reforma, celebrado em 31 de outubro pelo povo luterano como o dia da afixação das 95 teses na cidade de Wittenberg, na Alemanha, recorda a questão da indulgência, que incendiou a Reforma de Martin Luther. Deus só outorga a justiça ao homem por causa do que aconteceu por e em Jesus Cristo. Essa frase, baseada na Carta aos Romanos 1.17, do manuscrito da sua preleção de 1515/16, reencontrado no começo do século passado, tornou-se a essência da Teologia do Reformador da Igreja Cristã.Aentão reinante corrupção eclesial, de um lado, e o desenvolvimento cultural, científico, político e comercial, de outro lado, garantiram a sua rápida expansão, fomentada pela estrutura social da Idade Média. Tal como hoje, o dinheiro transformou negociantes em ‘donos do poder’, como Raymundo Faoro, no Brasil, tão bem definiu em seu livro. A rigor, tanto o primeiro como o segundo motivo que marcaram o mês de outubro são verdades que, a partir da nossa boa tradição e irmanados na ecumene nacional e internacional, continuarão a mar- Comemoramos, no dia 31 de outubro, o Dia da Reforma. Foi neste dia, em 1517, que Martinho Lutero afixou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses, com as quais desencadeou o movimento da reforma da Igreja. Este ato de Lutero trouxe uma nova perspectiva para a fé cristã, pois colocou o Evangelho de Jesus Cristo novamente no centro da vida da Igreja. Tendo como base o texto de Romanos 1.17 O justo viverá por fé, Lutero compreendeu que Cristo morreu na cruz para perdoar os nossos pecados e isto só pode ser compreendido e conseguido por meio da fé. A justificação pela fé tornou-se o fundamento da Igreja luterana. Com ela, compreendemos que a nossa salvação se dá unicamente por graça e fé e não depende de obras ou méritos nossos, mas do amor de Deus por nós, um amor que foi às últimas consequências ao entregar Jesus à morte na cruz para nos salvar. A justificação pela fé não nos isenta, no entanto, de amar ao nosso próximo. Muito pelo contrário, nos compromete ainda mais. O amor ao próximo é fortalecido no amor de Deus por nós. P. Carlos Möller Pastor Vice-Presidente da IECLB Análise sobre Missão e Desenvolvimento Reforma luterana car a vida e a missão da nossa IECLB. Somos, e continuaremos sendo, uma Igreja centrada na confessionalidade luterana, uma Igreja missionária com uma visão holística, isto é, abrangente, crescendo na fé com gratidão e compromisso, presente no cenário nacional, inspirada pelo Espírito Santo para uma Educação Cristã Contínua - marco do Sacerdócio Geral de todos os crentes e, primordialmente, pregando e vivendo: o justo viverá por fé. Esse porto seguro nos consola, fortalece e auxilia a entender os fatos e os tempos da nossa vida, por exemplo, nesse mês, quando, pessoalmente, lembramos dos nossos falecidos e, em Comunidade, proclamamos a vitória de Cristo sobre o poder da morte no Domingo da Eternidade. Em tudo, experimentamos: a fé é uma graça. Caminhemos, pois, em direção à fé. Novembro 31/10-3/11 - GT CMI-CLAI Quito/Equador P. Walter Altmann 4-6/11 - Exame Pró Ministério São Leopoldo/RS P. Walter Altmann 6/11 - Investidura Pastor Sinodal Sínodo Planalto Rio-grandense Cruz Alta/RS P. Sinodal Ervin Barg P. Sinodal Renato Küntzer 8-9/11 - Colóquio de Ordenandos e Ordenandas com a Presidência Porto Alegre/RS P. Walter Altmann P. Carlos Möller 13/11 - Investidura Pastor Sinodal Sínodo Rio Paraná Mercedes/PR P. Walter Altmann 14/11 - Investidura Pastor Sinodal Sínodo Brasil Central Brasília/DF P. Walter Altmann 16/11 - Conselho Curador Conic Brasília/DF P. Walter Altmann É fundamental entender missão não como a nossa missão ou mesmo a missão da Igreja, mas lembrar que deve ser compreendida como o trabalho de Deus, que mandou o seu Filho, que veio para proclamar o amor incondicional de Deus e prestar solidariedade a todos os seres humanos, especialmente aos mais desfavorecidos, com o objetivo de resgatá-los da escravidão. Por tudo isso, Jesus foi condenado à morte e crucificado. O trecho acima faz parte da palestra proferida pelo Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Walter Altmann, por ocasião do encontro do Comitê Executivo do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), realizado em setembro, na Universidade de Edimburgo, na Escócia. O texto traz uma profunda e rica análise do significado de um e de outro à luz do Evangelho. “Quando chegamos ao termo desenvolvimento, o que se pode dizer? O seu significado parece ter algo mágico. Não importa quantas injustiças sociais possa causar, quanta destruição ambiental possa produzir, parece nos prometer uma vida completa. É preciso lembrar que, na luz de uma fundamentação bíblica e teológica, temos que manter os seres humanos no centro de todo o desenvolvimento, no contexto da criação como um todo, na sua dignidade como seres criados à semelhança de Deus”, afirmou o P. Altmann. Acesse o texto na íntegra (em Inglês) no Portal Luteranos. 20-24/11 - Concílio ELKB Neu Ulm/Alemanha P. Walter Altmann Eclesiologia ecumênica 26-27/11 - Diretoria do CI São Leopoldo/RS P. Walter Altmann Nosso empenho pela unidade através do diálogo ecumênico é essencial para as nossas Igrejas, sinal de graça e responsabilidade que o próprio Cristo nos confia. Em um mundo marcado por divisões e sectarismos, queremos ser instrumentos de reconciliação para os homens e as mulheres de nosso tempo, a começar entre nós mesmos, católicos e luteranos. A afirmação faz parte da ‘Carta às Comunidades’, elaborada durante o Seminário Católico-Luterano sobre Eclesiologia Ecumênica, realizado em São Leopoldo/RS, de 21 a 23 de setembro. A carta é assinada pelos Coordenadores da Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterano, o Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense da IECLB, P. Manfredo Siegle, e o Bispo Auxiliar de Porto Alegre/RS, Dom Remídio José Bohn. 28/11 - Instalação OGA São Leopoldo/RS P. Walter Altmann 29/11 - Reunião da Comissão de Designação e Envio Porto Alegre/RS P. Walter Altmann P. Carlos Möller Jorev Luterano - Novembro - 2010 6 Ministério Missão é espalhar o Evangelho da Boa Nova da Salvação Como lidar com as grandes dificuldades da missão de Deus no Sínodo da Amazônia? Só temos duas estações por aqui: chuva e seca. Os desafios e as dificuldades são enormes, como pontes caídas, atoleiros ou então 20 centímetros de pó, nuvem de poeira e fumaça, mas Deus tem nos cuidado e procuramos cuidarnos mutuamente. Chegar ao local da celebração e encontrar o povo faminto e sedento pela Palavra de Deus e a comunhão é muito animador. No geral, a participação do povo é acima de 80% dos batizados, pois os pomeranos oriundos do Espírito Santo são igrejeiros e a Igreja ainda é o local de encontro, de se ver e conversar. Em que momento descobriu a sua vocação para o Pastorado? Na época do Ensino Confirmatório, pois foi um tempo de perguntas existenciais que careciam respostas mais profundas. Cursei o 2º grau na Escola Evangélica Ivoti/RS e, em 1985, ingressei na FacTeol (hoje, Faculdades EST). Fiz estágio na Comunidade Floresta Imperial, em Novo Hamburgo/RS e, em 1989, fui enviado para atuar na Paróquia em Padilha, em Taquara/RS, onde fiquei até junho de 1995. Atuamos como casal de Obreiros durante 13 anos e meio na Paróquia Barranco, em São Lourenço do Sul/RS, e, desafiados pela missão, estamos na Paróquia em Espigão do Oeste/RO desde 2009. Quais são as suas atividades na Paróquia em Espigão do Oeste? Na Paróquia, atuamos em equipe: Diáconisa Lovani Lilge, Pa. Vera Prediger e eu (Coordenador Ministerial). A nossa Paróquia representa 40% do Sínodo da Amazônia. De leste a oeste, são 200 quilômetros. De norte a sul, são 115 quilômetros. Temos 19 Comunidades e 8 Pontos de Pregação. Para 2010, estão previstos 497 cultos. Além disso, acompanhamos duas turmas de Ensino Confirmatório, um Grupo de Idosos, um Grupo de Casais, cinco Grupos de JE, dois Grupos de Mulheres, um Grupo de Metais, quatro Grupos de Estudos Bíblicos, visitas semanais no hospital, celebrações de aniversários e pedidos de Santa Ceia nas casas (em Português, Pomerano e Alemão), dois programas de rádio semanais e blog, criado para registrar a história e cativar, essencialmente, as crianças, os adolescentes e os jovens, que acessam, interagem e propagam. Luterprev Responde ajudando a planejar o seu futuro Tenho um plano de previdência privada para a minha aposentadoria, mas gostaria de deixar a minha esposa amparada no caso de eu vir a faltar, com uma pensão complementar à previdência social. É possível? Além de possível, é muito recomendável que, além do plano de aposentadoria, se tome uma precaução além, pensando na esposa (ou no marido), em caso de morte. A Luterprev tem planos de pecúlio nos quais determinada quantia é legada ao cônjuge e paga de uma só vez quando da morte do associado (o que é muito importante para fazer frente às despesas imediatas) e de pensão. Nesses planos, são pagas quantias mensais de forma vitalícia para o cônjuge beneficiado. Um bom planejamento, realizado com o auxílio dos Técnicos da Luterprev, pode garantir essa tripla proteção, deixando-o muito mais seguro em relação tanto ao seu futuro quanto ao da sua esposa. Nos planos de pensão, como é feita a atualização dos valores? Não há risco de desvalorização, como se ouve falar em tantos casos? O valor das mensalidades sempre vai depender da renda de pensão prevista no seu plano e das idades de quem contrata e do beneficiário, a esposa ou o marido. Com esses dados é feito um cálculo atuarial, que é determinado pelo órgão regulador De que forma se dá o seu trabalho voltado para a missão? A missão precisa ser a essência da Igreja. É o jeito de ser, fazer e viver que expressa quem estamos seguindo e servindo. Missão é testemunho em palavras e atos do que se é por graça de Deus. Missão é espalhar o Evangelho da Boa Nova da Salvação. Missão precisa ser a essência da Igreja: testemunho em palavras e atos do que se é por graça de Deus O que lhe dá mais satisfação no Pastorado? Poder dar boas notícias, esperanças e animar mais pessoas a se somar a uma causa pela qual vale a pena viver. Por aqui, sinto que vamos melhorar a vida comunitária quanto mais for vivida a Teologia por graça e fé, quando experimentarmos mais a Igreja do cuidado, que inclui e cura a ferida. Além disso, desde 2005 vem sendo cogitado o quarto campo de trabalho, o que é muito importante, pois só vamos melhorar o cuidado com mais cuidadores. de seguros no Brasil, a Superintendência de Seguros Privados (Susep). No plano da Luterprev, tanto os valores de cobertura quanto os valores da mensalidade são atualizados anualmente pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), o que garante o poder de compra da pensão. Com a mudança de idade do associado e do cônjuge, são feitas novas avaliações, mas a atualização é sempre justa, levando em consideração as idades de ambos. Os planos de pensão podem ser feitos a partir dos 18 anos até os 70 anos de idade, desde que a pessoa esteja em boas condições de saúde. Notícia Luterprev: solidez e segurança A Luterprev comemora os seus excelentes resultados no primeiro semestre deste ano. Em comparação ao mesmo período de 2009, a organização cresceu 18,37%, reduziu as suas despesas administrativas em 13% e obteve superávit de R$ 664.942,63. Entre resgates de planos de aposentadoria e benefícios de renda e de pecúlio por morte, a entidade pagou R$ 1.104.121,14 e concedeu 70 benefícios vitalícios. Visite o site da Luterprev (www.luterprev.com.br) e faça uma simulação para a sua aposentadoria complementar. No site, você também encontra um link para encaminhar a sua pergunta à coluna. Se preferir, envie-a diretamente para [email protected], com o assunto Jorev Luterano. Jorev Luterano - Novembro - 2010 Presbitério 7 Todos somos chamados a proclamar o Evangelho de Cristo Ser Presbítero é dedicar o seu dom, uma parcela do seu tempo e exercer também o sacerdócio geral de todos os crentes No seu dia a dia, como a fé se processa? Não tenho uma espiritualidade à vista, ou seja, com muita oração e intenso estudo da Palavra. Vejo a fé como uma vivência diária de testemunho do Evangelho, pautada na justiça, no desejo ao próximo exatamente daquilo que desejamos para nós mesmos. A nossa fé deve ser expressada não somente em clamor pelas imensas graças alcançadas, mas, e principalmente, no testemunho efetivo e diário do verdadeiro Evangelho, seja aplicando-o nas transações comerciais do cotidiano, sem causar dano ao próximo, ou apoiando um candidato a cargo político porque acreditamos em seu potencial de administração em prol da coletividade e não por interesse em algum emprego. De que forma a sua profissão auxilia nas atividades da Igreja? Sou formado em Direito pela Universidade Federal de Rondônia, com especialização em Direito Processual Penal pela Universidade Gama Filho. Desde 2000, sou Servidor Público do Tribunal de Justiça de Rondônia, exercendo atualmente a função de Assessor de Juiz. A minha profissão ajuda nas atividades da Igreja, porque tenho os finais de semana livres para me dedicar à Igreja. A minha formação, por sua vez, é um instrumento de auxílio para a resolução de demandas administrativas do cotidiano e ajuda a entender melhor a burocracia que envolve a estrutura de qualquer pessoa jurídica, como a Paróquia e o Sínodo, por exemplo. Além disso, a oportunidade de ter estudado possibilita compreender melhor a administração da Igreja como um todo. Quais são as dificuldades no Presbitério do Sínodo da Amazônia? As grandes distâncias. Por exemplo, resido a 60 quilômetros da sede da Paróquia, o que dificulta a participação nas atividades da Diretoria do Conselho Paroquial. Entre vários casos, um é o do atual Presidente do Conselho Sinodal, que reside em Porto Velho, capital do Estado, distante mais de 400 quilômetros da sede sinodal, em Ji-Paraná/RO. Outra questão é o pequeno número de membros espalhados nessa grande área geográfica, um obstáculo para a vivência comunitária mais efetiva e afetiva. Por fim, a luta pela sobrevivência e manutenção das Comunidades, Paróquias e do próprio Sínodo é muito relevante, pois as grandes distâncias aliadas ao pequeno número de membros tornam a autossustentabilidade um sonho distante. Como é ser uma liderança na Igreja? Fui batizado, confirmado e casei na IECLB. Iniciei como Orientador de Ensino Confirmatório e também fui Vice-Secretário, Secretário, Tesoureiro e Presidente do Conselho Paroquial. Como IECLB, professamos o sacerdócio geral de todos os crentes (1Pedro 2.9), ou seja, todos somos chamados a proclamar o Evangelho de Jesus Cristo. A forma dessa proclamação pode adotar várias feições além da sua vivência diária, como a pregação, o aconselhamento, o ensino etc. Ser uma liderança na função Presbítero é dedicar o seu dom, uma parcela do seu tempo e exercer também o sacerdócio geral por meio dessa atividade. A minha motivação vem da fé e de ver que ainda é possível a existência de uma Igreja séria, que prega a fé, mas sem o fanatismo e a intolerância crescentes na atualidade. Jorev Luterano - Novembro - 2010 10 Mulheres Alegria e celebração, mas também de mútua consolação Quais são as suas responsabilidades como Obreira Orientadora? A orientação teológica guia todos os demais trabalhos. As mulheres superam grandes distâncias para poderem participar dos encontros, que são liderados pelas próprias mulheres, momentos para conversar de mulher para mulher. Nesse sentido, o nosso papel é auxiliar a Coordenação em tudo o que envolve a realização dos encontros, desde reuniões de preparação, temáticas a serem trabalhadas, incentivar as mulheres a participar, apoiar, animar e convidar palestrantes. Qual é a sua caminhada na IECLB? Estudei Teologia na Facteol no período 1986-1991, fui enviada ao primeiro campo de trabalho e iniciei em 1992 na Paróquia de Padilha, em Taquara/RS, juntamente com o meu esposo, o P. Reneu Prediger. A minha ordenação ao Ministério Pastoral aconteceu em 1994, na Comunidade de Padilha. Em 1995, nos transferimos para a Paróquia de Barranco, em São Lourenço do Sul/RS. Em 2009, como casal, aceitamos o desafio de trabalhar na Paróquia em Espigão do Oeste/RO. Como é o trabalho com mulheres no Sínodo da Amazônia? Não temos uma associação registrada e com estatutos, como a OASE. Aqui, os grupos fazem estudos bíblicos, cantos e orações, na maioria das vezes sem a presença de Obreiros. Estes grupos são convidados a participar dos encontros em nível sinodal. A cada dois anos acontece o Encontro Sinodal de Mulheres, sempre no ano em que não temos o Acampamento Sinodal da Família. No ano em que temos o Acampamento, realizamos o Encontro somente com as lideranças dos grupos. O Departamento de Mulheres, que tem a Diaconisa Lovani Lilge e eu como Obreiras Orientadoras, é composto por Coordenadora e Vice, Tesoureira e Vice, Secretária e Vice, além de representante no Conselho Sinodal e suplente. A participação das mulheres no Sínodo da Amazônia é ativa? Os grandes encontros são alegres, motivadores para a vivência da fé, desafiadores e celebrativos. Os grupos e as Paróquias se organizam e vêm em caravanas. Muitas mulheres trazem junto as suas crianças, por isso sempre temos pessoas do Culto Infantil auxiliando. Os grupos são formados por mulheres persistentes e batalhadoras, que trabalham na roça, na agricultura familiar. Nas Comunidades urbanas, participam Professoras, Enfermeiras, Comerciárias, profissionais liberais, etc. É interessante e um bonito testemunho de fé cristã observar as jovens mães, a sogra e a bisavó vindo participar juntas nos encontros, um espaço de alegria e celebração, mas também de mútua consolação, em momentos de sofrimento e perdas. 1) Pa. Vera no encontro de mulheres 2) Casal de Obreiros em visitação 3) Pa. Vera em culto celebrativo Presença das mulheres no CI No dia 7 de julho, ao ser empossado o novo Conselho da Igreja (CI), em São Leopoldo/RS, um aspecto ressaltou aos olhos de todos: não somos mais representados apenas por homens. Seis mulheres assumem uma tarefa na maior instância decisória da IECLB. A presença das mulheres no CI resgata a autoestima de milhares de mulheres da IECLB espalhadas do Norte ao Sul do país e traz outras perspectivas, pois as mulheres têm modos diferentes de realizar as tarefas. Temos certeza que o espaço das mulheres nas instâncias decisórias, bem como o seu empenho nas Comunidades, trazem contribuições riquíssimas à reflexão teológica e à busca por mudanças significativas para políticas de gênero no âmbito eclesiástico e na sociedade. Eis o nosso maior desafio: quebrar preconceitos que ainda não foram superados, como, por exemplo, que decisões importantes para a vida da Igreja necessitam ser tomadas por homens e que determinados papeis foram ´consolidados’ como tarefas femininas. Para nós mulheres, mães, Pastoras, Professoras, nem sempre é fácil se colocar à disposição de cargos representativos, pois há implicações práticas na vida da família e do trabalho diário. No entanto, o esforço faz parte do chamado, do ser vocacionada para uma tarefa especial. Tenho três filhos pequenos e é penoso deixá-los, mas sei que o meu esforço pode contribuir para que eles cresçam e vejam que na nossa Igreja homens e mulheres trabalham e tomam decisões em conjunto para relações mais justas e igualitárias. Pa. Sandra Helena Fanzlau Paroquia de Cachoeira Guarapuava/PR Sínodo Paranapanema Jorev Luterano - Novembro - 2010 Fé Luterana 11 A tolerância... com a religiosidade Pastora Fernanda Pagung Reinke, formada em Teologia pela EST, em São Leopoldo/RS, é Coordenadora do Culto Infantil na União Paroquial Guandu/ES. Atua na Paróquia em Crisciúma/ES Jesus não quis diversas igrejas (Jo 17.20s), mas existem muitas, com identidades próprias. A igreja é formação humana. É uma realidade pós-pascal. Ela se apresenta multifacetada no mundo no qual vivemos. Essa diversidade, em si, não causa mal algum, uma vez que as pessoas que vivem sob a graça e a misericórdia do seu Senhor são diferentes. A diversidade se torna prejudicial quando ela fraciona e desrespeita, quando há colisão e intolerância em relação à fé confessada, à forma de culto ao sagrado, quando fere a dignidade humana, causando sofrimento e morte. Daí vem a necessidade da humanidade de se esforçar para ser mais tolerante, pois todas as pessoas aspiram as mesmas coisas: uma vida digna, um mundo em que os filhos e as filhas possam viver livres, felizes e testemunhando a sua fé sem medo. Tolerância religiosa não é uma atitude de passividade, mas de compromisso ativo perante o Evangelho. A tolerância religiosa acontece onde há um esforço de se conhecer melhor, de compreender as diferenças, de descobrir o que une, de entender que podemos amar o que somos sem odiar, perseguir e aniquilar o que não somos. Tolerância religiosa é refletida no diálogo com diferentes confissões, culturas, doutrinas, na promoção do bem, visando a um convívio fraterno, respeitoso, sob o alicerce do amor e da paz. Oxalá que o Espírito Santo sopre sobre as pessoas, guiando-as à tolerância e à paz entre as religiões. Para refletir, leia Romanos 12.10-18 na Comunidade Pastora Adriane Lorenz Cassen, graduada pela EST, em São Leopoldo/RS. Atua na Paróquia Linha Três Oeste, em Ijuí/RS Nos dias de hoje, talvez seja mais fácil falar em intolerância. A gente sabe o que não tolera, suporta ou aceita. Diante da família, da sociedade e inclusive da Comunidade, há coisas que a gente não tolera. Porém, somos convidados a olhar para o exemplo de Cristo e refletir sobre o que estamos dispostos a tolerar. Melhor ainda, deveríamos nos perguntar se a tarefa das pessoas cristãs não é justamente o olhar para tudo (pessoas e mundo) - com amor! Em 1Coríntios, lemos que, quem ama tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. Isso não quer dizer que não devemos discordar ou simplesmente ‘fechar o olho’ para tudo o que acontece. No entanto, é necessário perceber que, mesmo sendo pessoas diferentes, somos chamados a buscar os nossos objetivos comuns. Como cristãos, somos convidados a olhar para as pessoas com um olhar amoroso. Se assim o fizermos, perceberemos a necessidade de entender, relevar e também auxiliar. Isto não significa permitir que cada pessoa faça de acordo com a sua vontade. Para construir a fé cristã em Comunidade, é necessário diálogo franco, à luz da Palavra de Deus, para assim definir os rumos da vivência que teremos. Em muitos momentos, é necessário perguntar se a maioria das nossas divergências e discussões está baseada na fé cristã ou em defesas dos nossos interesses. Ser Comunidade é partilha e vivência, apesar das nossas diferenças, mas com o propósito de experimentar, viver e testemunhar o amor e a graça de Deus. Para refletir, leia Romanos 2.1-4 no ambiente profissional O seu chefe não larga do seu pé? Atue com tolerância. Alguns dos seus colegas não sabem trabalhar em equipe? Delibere com tolerância. O seu trabalho dos sonhos virou um pesadelo? Tolere, pois a tolerância é uma virtude cristã. Lidar com os obstáculos é o processo que nos leva à superação e à transformação dos mesmos. No entanto, tolerância não significa um estado permanente, um ideal a seguir, mas um momento provisório, uma pausa, um diálogo que busca novos horizontes. Tolerância também tem os seus limites e implica em ação para não cair na passividade, na indiferença ou simplesmente na piedade frente ao absurdo. Enquanto os novos ares não chegam, toleremos com humor, porque, como dizia William Shakespeare, é melhor rir que chorar. O humor cura e desarma o ódio. A alegria faz bem à saúde; estar sempre triste é morrer aos poucos (Pv 17.22). Toleremos com humildade, que reconhece as nossas fraquezas e os nossos erros, forças e acertos. Sejam sempre humildes, bem educados e pacientes, ‘tolerando’ uns aos outros com amor (Ef 4.2). Toleremos com respeito, atitude que não peca quando em excesso. Toleremos como Cristo, pois o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a fidelidade e o domínio próprio (Gl 5.22). Sobretudo, independentemente da profissão, não nos cansemos de fazer o bem. Pois, se não desanimarmos, chegará o tempo certo em que faremos a colheita (Gl 6.9). Para refletir, leia Gálatas 6.1-9 Pastor Edélcio Tetzner, representante da juventude no núcleo Rio de Janeiro/RJ, membro da Comissão Jurídico-Doutrinária do Sínodo Sudeste, Secretário do Conselho de Pastores de Resende/RJ e Vice-Diretor da ONG Evoluir. Atua na Comunidade em Resende consigo mesmo Todos nós temos os nossos limites e as nossas potencialidades, os nossos defeitos e as nossas qualidades, alguns herdados e outros tantos construídos com a participação da nossa família, dos nossos amigos, da escola, da Igreja e da sociedade. Conhecer essas nossas características já é uma grande coisa e saber que algumas delas podem ser mudadas também ajuda. Afinal, Mudam-se os tempos [...] Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades, já dizia Luís de Camões. Sempre almejamos mudar aquilo que não toleramos em nós mesmos e sempre há tempo para mudança. Um bom caminho para mudar ou tolerar os nossos defeitos é nos relacionarmos com o outro, seja ele individual ou culturalmente diferente de nós mesmos. Perceber que existem pessoas e grupos que concebem a si próprios e o mundo de forma diferente nos leva a refletir sobre nós mesmos. Esse diálogo com o outro vai permitir que façamos uma reflexão a respeito de nós mesmos como pessoas e como membros de uma sociedade. Tolerar e aceitar a si mesmo nos leva a tolerar e a aceitar o outro. Só o intolerante é prepotente. Somos diferentes, pensamos diferente, mas somos todos humanos. Esse olhar para a diversidade de grupos e de povos nos ajuda a construir uma sociedade na qual o individuo é respeitado, com as suas qualidades e os seus defeitos, e onde a diferença e a diversidade são acolhidas como riqueza. Para refletir, leia Provérbios 16.24 Pastora Jandira Keppi, Obreira do Comin, com atuação junto aos povos indígenas de Rondônia. Atua como Vice-Pastora Sinodal do Sínodo da Amazônia Jorev Luterano - Novembro - 2010 12 Geral Educação cristã vivendo, aprendendo e ensinando Lutero traduziu a Bíblia e escreveu catecismos exatamente com o propósito de educar o povo cristão e conduzi-lo à maioridade na fé (cf 1Co 3.1s). [...] Pessoa cristã deve saber por que crê e o quê. Em razão disto, formação teológica não é privilégio de uma classe especial, e, sim, causa popular (Brakemeier, G.). A citação acima é a epígrafe do Plano de Educação Cristã Contínua (PECC). Nela encontramos a expressão educar o povo cristão, o que nos remete à Educação Cristã, mas nela aparece também a expressão formação teológica, que, segundo Brakemeier, não é privilégio de uma classe especial, e, sim, causa popular. Esses dois aspectos do texto remetem à pergunta: qual é a relação entre a Educação Cristã e a formação teológica dos membros? O texto base do PAMI lembra que quem foi despertado para a fé deve receber instrução confiável e prática acerca de como viver a fé no dia a dia. Tratase do ensino das formas elementares da espiritualidade cristã, especialmente da prática da oração e da leitura e a meditação da Bíblia (p. 38). Um pouco adiante, lemos que o culto e os demais encontros comunitários devem despertar o interesse por aprofundamento na fé... (p. 39). Ainda conforme o PAMI, Preparar os membros para ‘dar razão de sua esperança’ significa provê-los com os elementos fundamentais da fé e da doutrina, visando a que os articulem de forma missionária no cotidiano de suas vidas (p. 40). As citações do PAMI dão indícios de que a Educação Cristã que acontece nos grupos comunitários e no culto pode ser aprofundada ao oferecermos uma formação teológica para os membros, na qual os elementos fundamentais da fé e da doutrina são abordados de forma sistemática e organizados em um currículo. Tanto no estudo bíblico como na prédica, acontece a Educação Cristã. No entanto, a intencionalidade desses dois espaços de vivência da fé é mais celebrativa. Na formação teológica dos membros, a intencionalidade é o estudo aprofundado dos diferentes conteúdos da fé e da doutrina. Tomemos como exemplo os paramentos litúrgicos. No culto, Catequista Edson Ponick, Doutorando em Teologia na área de Educação e Religião, na Faculdades EST, em São Leopoldo/RS, é Coordenador do Departamento de Educação Cristã (DEC) na Secretaria Geral da IECLB Presente Daniele Peter - Canguçu/RS Estagiária na FLM em 2010 Raquel Kleber - Sapiranga/RS Sibeli Diefenthaeler - Porto Alegre/RS Stewards na Assembleia da FLM em 2010 os paramentos auxiliam na celebração e na rememoração do ato salvífico de Deus em nosso favor. Na formação teológica, o ano litúrgico é estudado como conteúdo - origens, significados e simbologia. Após um estudo sobre os paramentos, os mesmos terão um sentido mais profundo para quem os estudou. A formação teológica dos membros faz parte da Educação Cristã e a primeira está contida na segunda. Cabe-nos avaliar o quanto de formação teológica está presente nas ações de Educação Cristã que cada Comunidade oferece. O PECC é o instrumento para nos auxiliar na tarefa de avaliar e planejar ações de Educação Cristã que visem intencionalmente à formação teológica. Um testemunho de fé e esperança A Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Rurópolis/PA está localizada ao longo da Transamazônica, dentro do âmbito rural e urbano. Na região, há dois climas: o verão, que é o período mais seco, e o inverno, o período das chuvas e enchentes, momento em que, na grande maioria das vezes, as estradas se tornam intransitáveis. A maior parte dos membros vive na Transamazônica desde a década de 70 e são conhecidos como os pioneiros da região, pessoas que para lá foram cheias de sonhos e esperança de conseguir o seu pedaço de terra e poder dar uma vida digna para as suas famílias. Uma característica muito forte das pessoas que moram nesta região tituída por 337 membros batizados e é a luta e a coragem, pois, mes- 87 famílias, é organizada em quatro Comunidades e oito mo diante Pontos de Pregação. de tantas diPara atender toda a ficuldades, Paróquia, é necessário não perdem percorrer uma média a alegria, a fé de 450 quilômetros. e a esperanA Paróquia de ça em dias Rurópolis recebe apoio melhores. da Vai e Vem e está luNo início tando para alcançar a da história Ordenação e instalação do sua autonomia finanda Paróquia, P. Cláudio Rieper (2009) ceira para que o Evanos cultos aconteciam uma vez por ano, conduzi- gelho de Jesus Cristo ultrapasse os dos pelo Pastor Arteno Spellmeier. muros da própria Igreja e se consoliO encontro do Pastor com os de no testemunho comunitário, mas membros durava uma semana na também individual dos cristãos luteComunidade do km 300 e os mem- ranos da região. bros vinham de diferentes lugares Gisele Mello para participar. Ainda hoje, estes Coordenação da Campanha Vai e Vem encontros são lembrados com caSecretaria da Ação Comunitária rinho por todos. Secretaria Geral da IECLB Atualmente, a Paróquia, cons- No início de julho, 120 jovens estiveram reunidos em Dresden, naAlemanha, para a Pré-Assembleia da Juventude da Federação Luterana Mundial (FLM). Eram jovens de seis continentes, entre Stewards e Delegados, representando a juventude das Igrejas-membro da FLM. Durante as atividades de interação multicultural e reflexão sobre a identidade luterana, fomos desafiados a pensar sobre as questões que consideramos relevantes para a Igreja global. Foram escolhidos os seguintes temas: sustentabilidade, justiça de gênero e visibilidade da FLM e o papel da juventude. Estes temas serviram como base para redigir a Mensagem final da Pré-Assembleia da Juventude (http://ieclbnomundo.wordpress.com/), que, mais tarde, foi apresentada a 11ª Assembleia da FLM. Após uma semana em Dresden, a juventude luterana seguiu para Stuttgart, também naAlemanha. Como Stewards, fomos responsáveis pela distribuição dos documentos, contagem de votos e organização dos participantes na plenária. Além da experiência de comunicar-se somente em Inglês em um evento internacional, tivemos a possibilidade de participar como ouvintes na plenária e entender mais sobre a organização da comunhão luterana. A experiência mostrou que o jovem tem voz e pode contribuir com as instâncias de tomada de decisão da Igreja, por isso motivamos todos e todas jovens a participar de intercâmbios. Desafiamos cada jovem a fazer a diferença não apenas no futuro, mas, hoje, no presente. Mostre os seus dons, participe do Presbitério, do Conselho Paroquial, da Juventude Sinodal. Destacamos a seguir um trecho da Mensagem da Pré-Assembleia de Jovens da FLM O jovem representa o maior potencial para mudança na sociedade. Jovens têm as habilidades de comunicação e networking para mudança que pode faltar em muitas Igrejas. Deixe-nos assumir a liderança de que somos capazes de assumir, não somente no futuro, mas também hoje e agora. Deixe-nos ser as dádivas que sabemos que podemos ser para esta comunhão. Jorev Luterano - Novembro - 2010 Comportamento 13 A imprensa no perfil da IECLB Dando sequência à série de matérias especiais em comemoração aos 60 anos da IECLB, nesta edição o Pastor em. Johannes Friedrich Hasenack, que exerceu o Ministério pastoral em Porto dos Gaúchos/MT e EsperançaMontenegro/RS, além de ter atuado na Editora Sinodal (1960-1991 como Diretor do Centro de Impressos e Redator da Folha Dominical até a fusão com o Jorev, entre outras atividades) e como Assistente na Presidência da IECLB (até 2007), vai apresentar os órgãos de comunicação da Igreja como instrumentos de evangelização e missão munidades evangélicas e o A palavra escrita prolonga, almanaque Kalender für die aprofunda e ajuda a memorizar o Deutschen in Brasilien (1881), testemunho verbal. Cristo, Palaque, em 1922, passou a ser vra viva, comissionou seguidores Kalender für die deutschen para testemunhar por sua maneira evangelischen Gemeinden, com de crer e viver, por suas palavras e prontuário de Comunidades e seus atos e também por suas palaPastores. Usando as ferramenvras escritas, em cada novo contextas da imprensa, Rotermund to. Paulo foi um grande mestre no participou decisivamente na uso da palavra verbal e escrita. Asconstrução do perfil confessiosim o foram muitos outros seguinal das Comunidades e na criadores de Cristo, como os Reformação do Sínodo Riograndense dores. Em especial, Lutero deixou (1886). Deixando de ser supleuma herança de 127 volumes, mas mento, o semanário Sonntagso que desencadeou a Reforma foi um blatt (Folha Dominical) se tornou modesto papel com as 95 teses de Com o Jorev, a IECLB deu um mergulho na realidade brasileira. órgão do Sínodo (1887). No ano Lutero (1517). Divulgadas em forNa foto, Agricultores em Pavãozinho/ES da fusão com o Jornal Evangélico ma de folhetos pela Alemanha, elas caíram em solo fértil vindo ao encontro de an- Unido (Selu), que adotou como órgão de (1971), a Folha Dominical era publicada seios por uma reforma ‘na cabeça e nos membros’. comunicação o Mensageiro do Evangelho, com tiragem de 10 mil exemplares. A Cruz no Sul: São Paulo - Em 1912, Os Pastores que vieram atender os depois Voz do Evangelho. A edição mensal imigrantes evangélicos dispersos no bilíngue teve tiragem de 8.500 exempla- após uma fase de várias Conferências Brasil levavam livros, folhetos e perió- res, em 1971, quando se fundiu com o Pastorais, se formou o Sínodo Evangélico do Brasil Central, abrangendo Comudicos nas mochilas. Por meio dos bole- Jornal Evangélico. Folha Dominical: Rio Grande do Sul - nidades em São Paulo, Minas Gerais, Rio tins e jornais que surgiram, as Comunidades inicialmente isoladas passaram a Cabe grande mérito ao P. Dr. Wilhelm de Janeiro e Espírito Santo. O periódico Rotermund (1843-1925), no âmbito das Kreuz im Süden (A Cruz no Sul) surgiu em caminhar juntas em várias regiões. Voz do Evangelho: resultado de conver- publicações no Estado. Tendo assumido 1936 como boletim informativo da Cogências - Em Santa Catarina, os primeiros a Paróquia de São Leopoldo/RS, em 1875, munidade Evangélica de São Paulo e jornais foram Die Koloniezeitung (Join- criou uma livraria evangélica, tipografia Vila Mariana e passou a ser o principal ville/1862) e Blumenauer Zeitung (1881- e casa editora (1877), passando a publicar periódico eclesiástico no Sínodo. Na 1939), jornais seculares lidos amplamente o jornal Deutsche Post (Correio Alemão, época da fusão com o Jorev, A Cruz no Sul também nas Comunidades. No âmbito e- até 1928), com um suplemento Sonn- circulava com tiragem de 2 mil exemplaclesiástico, o P. Faulhaber lançou o jornal tagsblatt (Folha Dominical) para as Co- res. O seu Redator, Asclepíades Pommê, participou intensivamente dos diálogos Der Urwaldsbote (Mensageiro da Selva sobre os rumos da imprensa na IECLB. Blumenau/1893). Em Brusque/1895, o P. Heimatbote: Espírito Santo - As ComuLange iniciou a publicação de um Sonnnidades evangélico-luteranas no Espírito tagsblatt (Folha Dominical), incorporanSanto também tiveram um periódico pado o Mensageiro de Blumenau. Quando, ra fortalecer a coesão naquele Estado: em Joinville (1905), foi fundado o Sínodo Heimatbote (Mensageiro da Pátria). Surgiu Evangélico-Luterano de Santa Catarina, em 1935 por iniciativa do P. Hermann Paraná e outros Estados (Espírito Santo), Roelke, mas só durou até 1938, devido às ele passou a publicar o Evangelischdificuldades no período da nacionalizaLutherisches Gemeindeblatt. Em 1908, em ção. Depois da II Guerra, em 1951, coube Blumenau, surgia o Christenbote, que, em ao P. Siegmund Wanke reativar a publi1911, se tornaria órgão de comunicação cação. O jornal era publicado com tiragem do Sínodo Evangélico de Santa Catarina Com a sua experiência publicitária, em torno de 2 mil exemplares, até pouco e Paraná. Em 1962, os dois Sínodos se funAsclepíades Pommê ajudou a pautar antes da fusão dos periódicos no Jorev. diram no Sínodo Evangélico Luterano os rumos da imprensa na IECLB A fusão dos jornais: unidade na diversidade A história e os elos comuns existentes fizeram com que, em 1946, os quatro Sínodos iniciassem diálogos com vistas a uma maior aproximação. Em consequência disso, em 1950, foi criada a Federação Sinodal, a qual, em 1962, adotou Concílio Extraordinário da IECLB (1968) o nome de Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Enquanto isso, os Sínodos continuaram como entidades autônomas até 1968, quando se integraram na estrutura da IECLB, de âmbito nacional. Parecia ser um passo lógico empenhar-se no sentido de uma fusão das publicações dos Sínodos extintos. Assim, concluiu-se por encerrar os quatro principais periódicos regionais e somar as suas tiragens em um jornal forte: o Jornal Evangélico, quinzenal, com nova linha editorial e Redação Central junto à Editora Sinodal. A sua primeira edição saiu em 15 de novembro Enquanto reconhecermos Cristo agindo no meio de nós, poderemos ter unidade na diversidade de 1971, contando inicialmente com mais de 23 mil assinaturas. Não demorou para que a centralização, com Redação no Morro do Espelho, em São Leopoldo, se revelasse problemática. De repente, o Jorev já não tinha aquela proximidade com fatos e pessoas, pois não podia trazer as notícias locais com detalhamento, apesar dos grandes esforços empregados no sentido de atender os diversos públicos. Foi um erro estratégico sacrificar os jornais regionais, mas foi acertada a iniciativa de criar um jornal para a ‘nova’ IECLB. Ele causou impacto e ajudou a abrir a visão para os âmbitos nacional, ecumênico e social. A criação do Jorev, jornal assumido como o porta-voz desta Igreja desde julho de 1992, aconteceu em um pico de centralização de forças (na Igreja e no País). Depois desta experiência no campo da imprensa, a própria IECLB caminhou para uma grande descentralização ao voltar para uma estrutura sinodal, em 1998. Enquanto reconhecermos Cristo agindo no meio de nós (Mt 28.20), poderemos ter unidade na diversidade. Jorev Luterano - Novembro - 2010 14 Deutsche Seite Beglückende Entdeckung Es war einmal eine kleine Sonnenblume, die mitten in einem Garten stand. Die kleine Sonnenblume meinte, dass sie es sei, die die Sonne täglich über die Himmelskuppel wandern liess. Nannte man sie nicht “girasol”, die “Sonnenwenderin”? Ja, sie war es, die die Sonne über den Himmel lenkte, jeden Tag aufs neue! Welch eine Verantwortung hatte sie zu tragen! Sie raffte alle Kräfte zusammen, um ihr schweres Werk zu vollbringen, ständig die Richtung anzugeben, der die Sonne zu folgen hatte. Wenn wieder ein Tag zu Ende war, sagte die Sonnenblume zu sich selbst: Ich habe es wieder einmal geschafft. Ich weiss, ohne mich geht es nicht. Aber es ist Schwerarbeit. Man müsste so gross sein wie ein Wagenrad, um der Aufgabe ganz gewachsen zu sein. So weiss ich nicht, wie lange ich das noch durchhalte. Die Anstrengung macht mich einfach fertig. Eines Tages ging einer vorüber, der blieb bei der kleinen Sonnenblume stehen und sagte ihr, dass nicht sie es sei, die die Sonne bewegte, sondern dass es umgekehrt war: Die Sonne bewegte durch ihre Strahlen das kleine Blumengesicht. Da wurde die kleine Sonnenblume traurig. Sie war wie am Boden zerstört, liess das Köpfchen hängen und wollte am liebsten sterben. Doch am nächsten Morgen, als die Sonne aufging, machte sie eine beglückende Entdeckung: Müde und traurig wie sie war, ohne Kraft, ihr Köpfchen zu heben, spürte sie wie die Strahlen der Sonne sie durhdrangen und erwärmten. Ohne dass sie etwas dazu getan hätte, merkte sie, dass ihr Gesicht auf einmal der Sonne zugewandt war. Überrascht und erfreut gab sie sich ganz dem Licht und der Wärme hin, die sie durch- Oft fühlen wir uns wie ein Rädchen in einem grossen Räderwerk strömten. Und es geschah, dass die kleine Sonnenblume von einem Glücksgefühl erfüllt wurde, wie sie es bisher nicht gekannt hatte.(WWW lindolfow.com) Ein Mensch ist keine Sonnenblume. Und er ist keine Lilie auf dem Felde. Und doch können wir neunmalklugen Menschen von den Blumen lernen, wie Jesus (Matthäus 6.28-29) sagt. Der Liederdichter Gerhard Teersteegen sagt es in dem Lied “Gott ist gegenwärtig” auf seine Weise: “Wie die zarten Blumen willig sich entfalten und der Sonne stillehalten, lass mich so, still und froh, deine Strahlen fassen und dich wirken lassen!” Wir Menschen haben uns durch unsere raffinierte Technik eine eigene, unruhige Welt geschaffen. Oft fühlen wir uns wie ein Rädchen in einem grossen, mechanischen Räderwerk. Schliesslich setzt sich in unseren Köpfen das Gefühl fest, dass wir es sind, die das Räderwerk in Bewegung halten müssen, dass ohne uns gar nichts mehr läuft. Wir werden dann leicht zu Sklaven anderer Menschen – oder zu Sklaven unserer selbst. Ehrgeiz und Habgier sind dann oft die härtesten Sklaventreiber. Da wird es gut sein, wenn wir Gott um ein solches “Sonnenblumenerlebnis” bitten. Dass wir merken, dass von Gott die Kraftströme ausgehen, die Himmel und Erde in Bewegung halten. Und das könnte gerade für einen umgetriebenen und überlasteten Menschen unserer Zeit zu einem unsagbaren Glückserlebnis führen. Theologe Jaime Jung Gratis Umarmung Samstags ist in der Innenstadt viel los: Menschen kaufen ein, Pärchen gehen spazieren, Kinder rennen hin und her, die Straßen sind voll. Die Menschenmenge ist überall, sie hat Stress und keiner will Zeit verlieren. Dazwischen sieht man aber einen jungen Mann, der mitten in der Fußgängerzone steht und ein Schild in die Luft hält. Es ist ein großes Stück Pappe, auf dem geschrieben steht: „Gratis Umarmung“. „Soll es ein Witz sein?“, denken wohl viele Fußgänger. Die meisten machen einen großen Bogen um ihn, lesen nicht einmal, was auf seinem Schild steht. Andere lesen es zwar, aber umarmen lassen sie sich nicht. Für viele ist es unvorstellbar, einen Fremden zu umarmen: „Vielleicht ist es gefährlich?“ oder „Gratis? Das kann nicht gut sein… was will er wohl dafür haben?“ Aber was der junge Mann will, ist klar: Er steht einfach da und bietet kostenlose Umarmungen für seine Mitmenschen an, mitten in der vollen Fußgängerzone. Auch wenn es komisch oder fremd zu sein scheint, so eine Aktion sieht man in vielen Städten weltweit – auch in Brasilien – wo Menschen einfach Umarmungen anbieten. Das ist eine freiwillige Sache, spontan und unverbindlich. Darum geht es bei den Gratis-Umarmungen: um ein bisschen mehr Wärme und Menschlichkeit im Alltag, wo man zu wenig Zeit für einander hat. Der junge Mann zwingt keinen, ihn zu umarmen, sondern schaut einfach die Menschen an und lächelt freundlich. Immer wieder versteht jemand was er will und dann umarmen sie sich, ohne Angst und ohne Hintergedanken. „Danke, genau das habe ich jetzt gebraucht“, sagt ihm eine ältere Dame. Und sie geht Pfarrer Lindolfo Weingärtner Gott kommt uns entgegen. Er will uns umarmen und für uns da sein glücklich ihren Weg weiter. Vielleicht wird auch sie später ihre Nachbarin oder ihre Enkelkinder in den Arm nehmen? Eine spontane, herzliche Umarmung kann für vieles gut sein. Sie bringt Freude, Geborgenheit, Trost, löst Spannungen, gibt Kraft und Vertrauen. Die Wissenschaftler sagen sogar, dass eine Umarmung das Immunsystem stärkt. Wie schön ist es zum Beispiel, wenn sich am Bahnhof die Menschen beim Wiedersehen oder zum Abschied fest umarmen! Jeder, der umarmt wird, kann spüren: Ich werde geliebt, ich werde akzeptiert, ich werde beschützt und stehe nicht allein da. So wird auch jeder Mensch von Gott angenommen und umarmt. Seine „Gratis Umarmung“ heißt Gnade und sie wird durch das Leben, den Tod und die Auferstehung Jesu Christi deutlich. Gott wird niemals müde, zu uns zu kommen. So steht es in der biblischen Erzählung vom verlorenen Sohn (Lukas 15,20): „Der Vater sah ihn schon von weitem kommen, und er hatte Mitleid mit ihm. Er lief dem Sohn entgegen, fiel ihm um den Hals und küsste ihn und voller Freude ließ der Vater ein Fest vorbereiten.“ Ja, Gott freut sich, wenn er uns umarmen darf. Er zeigt uns immer wieder, mitten in unserem Alltag, dass er uns annimmt und unendlich liebt. Und das kostet uns nichts – wir können es ruhig annehmen und dafür danken. Das ist auch Advent: Gott, der uns entgegen kommt, um uns zu umarmen. Jorev Luterano - Novembro - 2010 Compartilhar 15 Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento, Batismo, Confirmação, Bênção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento. Entre em contato conosco! Encontro de família 2º Encontro da Família Laux Após o primeiro Encontro da Família Laux, no qual exatas 500 pessoas se fizeram presentes, as pesquisas não cessaram e novos e importantes dados sobre a história da família, que surgiu em torno do ano de 1520, foram compilados e incorporados aos dados já existentes. Portanto, os descendentes de Johann Adam Laux e Maria Catharina Schneider Laux, chegados em Porto Alegre/RS em 15 de novembro de 1846 e estabelecidos em Picada Café/ RS, e dos seus filhos, Adam, Friedrich, Peter, Georg Peter, Phillip Peter, Jacob, Maria Margaretha e Maria Margarida, realizarão o 2º Encontro da Família Laux no dia 14 de novembro de 2010, nas dependências da Sociedade Cultural e Esportiva Alegria, da localidade de Arroio Bonito, município de São José do Hortêncio/RS. A Equipe Organizadora solicita que os integrantes da Família Laux tragam fotos, cartas e documentos antigos, que serão copiados e devolvidos. Contatos (à noite) Elton Valdir Laux: 51 3635.1338 - [email protected] João Luis Laux: 54 3285.1077 - [email protected] Luiz Carlos Laux: 51 9618.6321 - [email protected] Lembrança de Falecimento Com saudades, lembramos um ano de falecimento de IVONETE T. MÜLLER Nascida em 22 de junho de 1944, em Bom Retiro do Sul/RS, filha de Olicio e Maria da Glória Ferreira (in memoriam), Ivonete faleceu em 4 de novembro de 2009, no Hospital em Estrela/RS, na idade de 65 anos, 4 meses e 12 dias, e foi sepultada no dia 5 de novembro no Cemitério Evangélico de Bom Retiro do Sul/ RS. Ivonete deixou enlutados o esposo, Nestor Verner Müller, os três filhos, André Dagoberto Müller, Marcelo Emílio Müller e Maria da Glória Corbelini, o genro, duas noras, um irmão, três cunhados, quatro cunhadas, nove netos e demais familiares e amigos. Sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco. Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. 2 Coríntios 4.14 e 16 Falecimento Participamos a todos os parentes e amigos o falecimento do esposo, pai, sogro, avô e irmão ATILLO DICK Nascido na Linha Welp, em Teutônia/RS, em 19 de fevereiro de 1936, e falecido em 22 de junho de 2010, em sua residência, na mesma cidade, na idade de 74 anos, 4 meses e 3 dias, Atillo, filho de Olga von Borowsky e Felipe Alberto Dick, era casado com Vera Stapenhorst, com quem teve duas filhas, Agnes (casada com Roberto Finkenwerder) e Adriana (casada com Bruno Carlos Wagner). Atillo Dick deixou enlutados duas filhas, dois genros, um irmão, três cunhados, três cunhadas e três netos, Felipe, Eduardo e Nicolas. A família enlutada agradece aos parentes, amigos, vizinhos, Corais Misto Lira e OASE, Regentes, aos que trouxeram flores e coroas, ao P. Wili Becker pelas palavras de conforto e a todos que estiveram ao seu lado nos momentos de dor e despedida. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará. Salmo 37.5 Falecimento Participamos a todos os parentes e amigos o falecimento de HEDY HOFSTÄTTER ocorrido no dia 13 de julho de 2010, às 15h30, no Hospital Municipal de Victor Graeff/ RS, alcançando a idade de 89 anos, 11 meses e 19 dias. Hedy, filha de Albimo Luiz Cristiano Neuls e Elizabeta Neuls (ambos in memoriam), casouse, em 19 de setembro de 1942, em Vila Coxinho, atual cidade de Victor Graeff/RS, sendo a união abençoada com cinco filhas (uma delas in memoriam) e quatro filhos. Hedy Hofstätter deixa enlutados quatro filhas, quatro filhos, três genros, quatro noras, quatro irmãs, cinco cunhados, três cunhadas, quinze netos e oito bisnetos. Como família enlutada, agradecemos ao P. Valdemar Lückemeyer pelas palavras de fé, esperança e conforto, ao Coral Lira Sempre Viva de Polígono do Erval e a todos os parentes e amigos que, de alguma forma, nos apoiaram neste momento de dor. Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra,viverá. João 11.25 Cartas - Sugestões de pauta - Artigos - Anúncios Rua Senhor dos Passos, 202/4º - 90.020-180 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3284.5400 - Fax: (51) 3284.5419 E-mail: [email protected] Site: www.jorevluterano.com.br O Sínodo da Amazônia, formado por 8 Paróquias, 3 Comunidades com funções paroquiais, 85 Comunidades, 59 Pontos de Pregação, 2 áreas missionárias e mais de 8 mil pessoas batizadas, cuja ênfase missionária está na manutenção dos campos de atividades ministeriais existentes e na ampliação da presença missionária da Igreja nas escolas e áreas longínquas, está representado nesta Editoria por nossa gente luterana Ademar Eggert e Adelina Jacob Igrejas cheias Precisamos cuidar da natureza, pois um mundo mais agradável e bonito é possível Agricultor, Ademar Eggert, tem se dedicado à agricultura alternativa, ou seja, sem agrotóxicos, além de estar trabalhando também com piscicultura e conservação de nascentes “Tento mostrar para os meus filhos e as pessoas que trabalham ao meu redor que precisamos cuidar da natureza e que um mundo mais agradável e bonito é possível”. Ademar conta que tem orgulho de ser Agricultor “Todas as pessoas precisam comer. A comida sai das nossas mãos. Nós semeamos a semente! Tudo vem do milagre da natureza que nós ajudamos a cuidar, que nós tanto lutamos para não poluir” e avalia que o trabalho na agricultura tem sido útil na sua atividade na Igreja, porque educa, dignifica e conscientiza outras pessoas que é possível viver e produzir alimentos mais saudáveis e sem agrotóxicos. Luterano de berço, Ademar começou a trabalhar na Comunidade como Orientador de Culto Infantil, aos 18 anos. Três anos depois, já era Vice-Presidente de Comunidade. Em 1990, a família mudou-se para Rondônia e constatou que a região precisava de lideranças. Desde então, o Presbítero não parou mais e já foi Orientador de Culto Infantil, Professor de Ensino Confirmatório, Presidente de Comunidade, Presidente de Paróquia e mem- Forte e Adelina Jacob, 53 anos, natural de Itarana/ES, Formada em Letras e Pós–Graduada em Literatura Brasileira e Lingüística, é membro na Comunidade Porto Velho/RO, onde reside desde 1996, no Sínodo da Amazônia “A fé é infundida em nós pela Palavra e pelos Sacramentos. Isso faz com que ela seja vivida no dia a dia e traduzida em ações com vistas a uma sociedade mais igualitária”. bro do Conselho Fiscal de Sínodo. Atualmente, Ademar é membro do Conselho Fiscal da Comunidade, Secretário da Paróquia, Delegado da Paróquia junto ao Sínodo da Amazônia, Segundo Vice-Presidente do Sínodo e faz parte do Conselho de Missão do Sínodo. Quanto aos grandes temas do Sínodo da Amazônia, Ademar é direto: a missão de Deus neste chão, que é tão distante. Outra temática tem sido a sustentabilidade, diretamente ligada aos desafios de ser IECLB na região “Sustentabilidade, motivação e crescimento são desafios agravados pelas grandes distâncias, que tornam o trabalho difícil, afinal o nosso Sínodo abrange 33% do território nacional, gerando altas despesas e muito desgaste físico”, argumenta Ademar. O que poderia melhorar na nossa Igreja? “Igualdade, com os Sínodos se ajudando mais. Enquanto um sofre tanto para se sustentar, outros passam com folga. Isso poderia ser diferente. Não esqueço, de jeito nenhum, as parcerias muito bonitas que já temos, mas poderia melhorar. Tudo seria mais fácil!”, pensa Ademar Eggert cujo sonho para a IECLB é que a Palavra de Deus toque as pessoas de tal maneira que elas encham as Igrejas. solidária Formada em Letras e Pós–Graduada em Literatura Brasileira e Linguística, atualmenteAdelina está aposentada do Magistério, mas atua como Artista Plástica “A experiência adquirida no trabalho escolar, no Sindicato, na Comunidade eclesiástica e nos meus estudos contribui no meu anseio de ser mais solidária e justa com as pessoas para que tenham uma vida mais digna”. A caminhada de Adelina na IECLB iniciou na Juventude Evangélica, contribuindo sempre nas atividades da Igreja, como Culto Infantil, Ensino Confirmatório e, depois, assumindo cargos no Presbitério. No momento, Adelina é Vice-Presidente da Diretoria do Conselho Sinodal do Sínodo da Amazônia, Delegada do Concílio da IECLB e Tesoureira da Escola de Educação Infantil Oficina Criativa. “Como Tesoureira do Instituto Beneficente Oficina Criativa, que proporciona, por exemplo, ensino gratuito a todos os educandos e oferece diversas atividades voltadas às questões sociais da Comunidade, procuro desenvolver as minhas tarefas conforme o Estatuto e as Leis em vigência, bem como prestar contas das verbas públicas do Fundeb, uma vez que temos convênio com a Prefeitura de Por- Ademar Eggert, 49 anos, nascido em São Gabriel da Palha/ES, Agricultor, casado com Celma Eggert e pai de Márcio e Michel, é membro na Comunidade Espírito Santo, pertencente à Paróquia de Alta Floresta do Oeste/RO, no Sínodo da Amazônia “A minha fé se processa em presenciar a dádiva de cada novo dia, ver o sol nascer, estar nesta nova manhã com a família, conversar e ler os devocionais da nossa Igreja. Isso é maravilhoso”. A fé deve ser traduzida em ações com vistas a uma sociedade mais igualitária to Velho”, explica Adelina. Como os grandes temas do Sínodo da Amazônia, Adelina elege apenas um e aponta o caminho: a melhoria no atendimento nos campos de trabalho situados nas regiões mais distantes dos grandes centros, uma vez que há Comunidades muito afastadas umas das outras. Para tal, segundo a Presbítera, é preciso investir na formação de lideranças, em várias áreas, para atender questões emergenciais que não possam esperar a chegada do Ministro. Já os desafios de ser IECLB na região são: manter as Comunidades atuantes, firmar parcerias para colaborar com recursos financeiros e, por fim, mas não menos importante, que todos os luteranos e as luteranas tenham um espaço comunitário no qual, em comunhão, possam ouvir a Palavra e receber os sacramentos. O que poderia melhorar na nossa Igreja? “As Comunidades já estabilizadas serem mais solidárias com aquelas que estão passando por dificuldades. Nesse sentido, o meu sonho é ver uma Igreja Evangélica de Confissão Luterana forte e mais solidária em todas as regiões do País”, revela Adelina Jacob.
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