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Manual Orientações Metodológicas para o Professor B iologia – E nsino M édio – C aderno 4 de Abordagem dos assuntos A apostila 4 aborda a parte final de Citologia e Histologia Animal. A Citologia é finalizada com o estudo do núcleo e da divisão celular, conteúdos fundamentais para o estudo de Genética, que se inicia logo após o término de Histologia, no caderno seguinte. Um conceito fundamental para que o aluno possa organizar adequadamente as informações estudadas é o de ciclo celular. É imperativo que o aluno tenha clara a alternância dos dois estados básicos de funcionamento das células em geral: interfase e divisão. Iniciamos, então, o estudo do núcleo interfásico, com atenção redobrada sobre a cromatina. O estudo dos cromossomos interfásicos que formam a cromatina relaciona a sua duplicação com a replicação semiconservativa das moléculas de DNA, já estudada anteriormente. Definições importantíssimas são abordadas para que os alunos possam entender a relação entre genes e cromossomos, por meio da noção de locus gênico e genes alelos, conceitos fundamentais para o futuro estudo de genética. Em seguida destacamos a alteração dos cromossomos (condensação), que acontece quando as células entram no período de divisão celular, e a consequente individualização e possibilidade de visualização dos mesmos. Isso posto, introduzimos a noção de cariótipo e ploidia. É muito importante que o aluno tenha claras as definições de cromátides irmãs bem como as de cromossomos homólogos, para que possam assimilar a diferença entre divisão equacional (se dá por meio da separação das irmãs) e reducional (com a separação dos cromossomos homólogos). Além disso, há textos relacionando os conceitos vistos com temas de Biotecnologia (genômica e proteômica), além de um pequeno texto relacionando as descobertas de Mendel com as posteriores descobertas sobre cromossomos. Depois disso, fazemos uma descrição mais pormenorizada da estrutura citológica dos cromossomos e abordamos a determinação cromossômica do sexo. Com isso, completam-se os conteúdos que darão ao aluno os conhecimentos fundamentais sobre a relação entre cariótipo e padrões hereditários. É fundamental que o aluno adquira a noção de que indivíduos de uma mesma espécie compartilham um conjunto comum de cromossomos, isto é, compartilham o mesmo cariótipo, mas que isso não impede uma diversificação intraespecífica fundamentada na noção de que cada gene pode apresentar uma quantidade de variações — os alelos — que produzem diferentes variedades de um mesmo caráter. Essa noção deve ser reforçada e complementada, pelo fato de que novos alelos de um certo gene podem surgir por mutações (aleatórias), aumentando a variabilidade genética da espécie. Aproveitamos para abordar novamente (esses conceitos já foram mencionados no estudo dos ácidos nucleicos) a teoria neodarwinista, acentuando que novos alelos produzem novos efeitos sobre os organismos que, por sua vez, serão submetidos à seleção natural. Entretanto, não é recomendável que aprofundemos o estudo sobre a evolução das espécies nesse momento, já que ele será realizado mais apropriadamente após o término da Genética. Não custa relembrar que a abordagem repetida de certos temas centrais em Biologia, como a Evolução das Espécies assim como aqueles relacionados a Tecnologias, é feita propositalmente para que os alunos possam conquistar um conhecimento progressivamente mais completo e abrangente desses temas, assim como estabelecer de forma organizada as várias conexões entre as diferentes partes das Ciências Biológicas. Com isso, nossos alunos poderão conquistar as competências e as habilidades relativas ao verdadeiro conhecimento sobre a vida em seus diversos atributos. Além disso, há também, um pequeno estudo de mutações cromossômicas, com o intuito de ilustrar a importância do cariótipo como padrão de construção genética das espécies; mostrando que alterações individuais do padrão cariotípico da espécie trazem consequências sobre as características somáticas. Assim, não há preocupação em descrever de maneira mais completa os diferentes tipos de mutação, tarefa a ser cumprida ao final dos assuntos a respeito de Genética. Em seguida, é abordado o estudo da divisão celular. É muito comum que os alunos descrevam os eventos da mitose e da meiose de maneira decorativa, isto é, eles tentam memorizar a sequência de fenômenos por meio das fases. Entretanto, nós, professores, podemos estimulá-los e dirigi-los para outra abordagem, mais dinâmica. Na mitose, por exemplo, o evento principal é a separação simétrica das cromátides irmãs que ocorre na anáfase. A maioria dos eventos anteriores consiste na preparação para que esse fenômeno central (separação das irmãs) possa acontecer com sucesso. Os eventos posteriores (telófase) finalizam a mitose com uma transição para um novo período de interfase. Uma sugestão é, primeiramente, descrever os eventos e sua sequência lógica e, depois, introduzir a divisão em fases. Assim, deve ficar claro para o aluno que decorar os eventos de cada fase é semelhante a tentar decorar fotografias de um gol em um jogo de futebol; isto é, quando vemos uma sequência de fotos sobre um evento, como o gol do time do coração, não queremos decorar como o autor do gol superou os zagueiros e chutou a bola para longe do alcance do goleiro, mas queremos entender como foi que o gol saiu, e, para isso, tentamos, através das fotos, imaginar o lance por inteiro para entender como ele aconteceu. Assim, a divisão celular pode ser demonstrada por meio de fases, para facilitar a sua compreensão, e não apenas para a simples memorização dos eventos, como se estes não tivessem uma sequência lógica. Dessa forma, estaremos possibilitando que o aluno conquiste um conhecimento verdadeiro sobre divisão celular. CPV manBiocad04 1 2 Manual de Orientações Metodológicas para o Professor Importante também destacar os fenômenos meióticos que aumentam a variabilidade gênica das espécies. A segregação independente dos cromossomos homólogos permite que os alunos entendam a segunda lei de Mendel e sua principal condição de validade — os genes se segregam independentemente de quando estão localizados em diferentes tipos de cromossomos. Já a permutação (cross over) recombina genes ligados (linkage) e é, portanto, pré-requisito fundamental para o estudo dos trabalhos de T.Morgan com ligação gênica. Sites O próximo assunto a ser discutido é a gametogênese humana. É importante destacar as diferenças entre gametas masculinos e femininos, para que as particularidades da espermatogênese e ovogênese sejam contextualizadas. Esse estudo demanda que o aluno memorize o nome dos diferentes estágios celulares como as gônias, citos primários e secundários etc. Cabe alertar para o fato de que os vestibulares, pelo menos até recentemente, valorizam o domínio desses nomes, mas é provável que essa tendência mude com as novas propostas de vestibulares, em que a memorização de nomes seja cada vez mais desvalorizada. www.gen.cam.ac.uk/Research/Glover/galleries/meiosis8.html O caderno chega ao seu final com a histologia animal. É um estudo descritivo em que aparece mais uma oportunidade de desenvolver a capacidade do aluno em observar detalhes. Nesse sentido, a exposição de fotografias e esquemas dos diferentes tipos de tecidos para que o aluno, após uma devida orientação geral, possa descrever as principais características distintivas de cada tipo, seria uma forma produtiva para a abordagem desse assunto. Podemos ainda aproveitar a oportunidade para chamar a atenção dos alunos sobre a utilidade dos desenhos feitos a partir das lâminas de microscopia. Muitas vezes os alunos nos questionam sobre a profusão de desenhos e esquemas que aparecem nos livros e apostilas. Com o estudo de histologia, podemos esclarecer que, muitas vezes, um desenho representativo de um tecido ou qualquer outra estrutura biológica, esclarece detalhes, acentuando contrastes e favorecendo a percepção de detalhes que nem sempre são tão evidentes na observação da estrutura em si. Sites com fotos e ilustrações são indicados no item sites. Bibliografia Atividades Extras As aulas de laboratório de citologia são especialmente úteis na observação dos cromossomos e estágios das divisões celulares. O treinamento para o uso de microscópios é importante para que os alunos tenham um mínimo de vivência nas práticas de preparação de amostras (mesmo que se utilize lâminas compradas, já preparadas), e algum conhecimento das técnicas básicas de observação de amostras microscópicas. Lâminas de histologia animal também podem ser usadas com o mesmo fim. Se não houver disponibilidade de microscópios, material extraído da internet pode ser usado para substituir a vivência de laboratório. CPV manBIOcad04 kvhs.nbed.nb.ca/gallant/biology/mitosis_phases.html www.sciencecentric.com/news/article.php?q=07091003 a c a d e m ic.b r o ok ly n .c u ny.e d u / biolog y/ bio 4f v/ p a ge / molecular%20biology/mitosis.html faculty.clintoncc.suny.edu/faculty/michael.gregory/files/ Bio%20101/Bio%20101%20Laboratory/Mitosis/mitosis.htm homepage1.nifty.com/scilla/sonota/ityou/meiosis.jpg biology.unm.edu/ccouncil/Biology_124/Summaries/Sex.html ghr.nlm.nih.gov/handbook/illustrations/chromosomestructure www.accessexcellence.org/RC/VL/GG/sex_chromosomes.php http://micro.magnet.fsu.edu/cells/nucleus/chromatin.html www.faculty.biol.ttu.edu/carr/Default.asp www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio.php Histologia Básica. 11a ed. Luiz Carlos Uchoa Junqueira. Editora Guanabara (2008). Histologia. 1a ed. Alvin G. Telser. Editora Elsevier (2008). Citologia, Histologia e Anatomia Microscópica. Wolfgang Khunel. Editora Artmed (2005). Manual de Orientações Metodológicas GABARITO Citologia – BUIGUI0210 01.B 02.E 03.C 04.D 05.B 06.D 07.B 08.B 09.C 10.A 11. C 12.B 13.D 14.C 15.04 + 08 + 16 = 28 16.A 17.B 18.D 19.E 20.B 21.E 22.C 23.E 24.Os termos cromossomo e cromatina referem-se ao material genético, ou seja, aos filamentos formados por DNA e proteínas que ocorrem no núcleo. Cromossomo é o filamento duplicado e condensado que pode ser observado durante o processo de divisão celular. Cromatina é o conjunto de filamentos descondensados no núcleo da célula que não está se dividindo, em intérfase. 25.C 26.B 27.D 28.D 29.A 30.B 31.C 32.E 33.A 34.a) A transcrição ocorre no núcleo, ao nível dos cromossomos. A tradução ocorre no citoplasma, ao nível dos ribossomos. b) Sem a região organizadora do nucléolo não haverá RNA ribossômico, matéria prima para a produção destes organoides e, consequentemente, cessará a síntese de proteínas na célula. 35.B 36.Uma das células será montada utilizando-se o núcleo com nucléolo bem desenvolvido e o citoplasma com grande quantidade de organelas. Esta célula tem uma intensa atividade metabólica, com elevada síntese de proteínas, uma vez que o nucléolo desenvolve-se quando sintetiza grande quantidade de ribossomos. A outra célula será montada utilizando-se o núcleo com muita heterocromatina e o citoplasma com poucas organelas. Neste caso, a célula tem baixa atividade metabólica devido ao fato de a heterocromatina ser inativa no que diz respeito à expressão gênica. 37.a) Cariotipagem consiste na análise numérica e estrutural dos cromossomos. É realizada pelo estudo dos cromossomos de células presentes no líquido amniótico, a partir do 16a semana de gestação. b) O exame em questão pode diagnosticar com segurança várias anomalias, tais como as síndromes de Down, Turner, Klinefelter, Edwards, Patau etc., além de malformações congênitas, como micro e macrocefalia e também anencefalia. 38.C 39.D 40.A 41.a) As células que estão na interfase são a 4 e a 5. Características da interfase: – duplicação do DNA; – intenso trabalho celular, com grande síntese proteica; – grande consumo de energia na forma de ATP; – duplicação dos componentes celulares; – consequente aumento do volume celular. b) Na figura 7, a célula está na fase em que os cromossomos estão no meio da célula, formando a placa equatorial. c) A citocinese ocorre na célula da figura 9. Características: a citocinese, ou divisão citoplasmática, nas células vegetais, devido à presença da parede celular, é feita pela lamela média, que se forma do centro para a periferia. Por esse motivo, a citocinese vegetal é denominada centrífuga. 42.C 43.B 44.A 45.C para o Professor 3 46.V – V – F – V – V 47.D 48.B 49.E 50.C 51.A 52.a) Ao final da 1a, 2a e 3a divisões mitóticas sofridas pela célula somática, a quantidade de DNA nuclear em cada célula filha é igual a X. b) A quantidade de DNA nuclear observada no início da mitose de todas as células é igual a 2X. 53.a) A duplicação do DNA ocorre na interfase, representada pela fase A. b) Em A, B, C e D, cada célula contém duas cópias do gene H. Na fase E, cada célula contém uma cópia do gene H. 54.a) Está ocorrendo meiose. A figura 1 mostra o esquema de uma anáfase reducional típica, com separação de cromossomos homólogos. A figura 3 mostra uma prófase reducional, com sinapse. A figura 4 mostra uma metáfase reducional, com os cromossomos pareados e posicionados no equador celular. b) A sequência de números que indica a ordem em que acontecem as etapas sucessivas do processo de divisão é 3; 4; 1; 2 e 5. c) Ocorrem eventos que promovem variabilidade genética nas seguintes fases: prófase I (desenho 3), em que pode ocorrer o crossing-over; anáfase I (desenho 1), em que ocorre a segregação independente de cromossomos. 55.B 56.a) Figura A – corresponde à metáfase da mitose, porque os quatro cromossomos constituídos por duas cromátides cada, não pareados, ocupam o equador do fuso mitótico. Figura B – corresponde à metáfase II da meiose, porque os cromossomos, em número de dois, estão duplicados e dispostos na região equatorial do fuso. Figura C – corresponde à metáfase I da meiose, porque os cromossomos, em número de quatro, estão duplicados, pareados e dispostos na placa equatorial. b) A seta indica a região do centrômero, estrutura responsável pela fixação do cromossomo nas fibras do fuso acromático e também pelo deslocamento dos cromossomos-filhos para os polos opostos da célula. 57.A 58.F – F – V – F – V 59.C 60.E 61.D 62.B 63.E 64.B 65.A 66.C 67.D 68.E 69.B 70.D 71.D 72.02 + 04 + 16 + 64 = 86 73.C 74.B 75.a) Os animais têm 2n = 63 cromossomos, porque são resultantes da união de espermatozoide (com n = 31 cromossomos) e óvulo (com n = 32 cromossomos). b) Os cromossomos do burro e da mula são de duas espécies diferentes e, portanto, não ocorre pareamento dos chamados cromossomos homólogos, impossibilitando a meiose e a gametogênese. 76.D 77.C 78.A 79.D 80.E 81.D 82.C 83.C 84.B 85.a) I: Prófase I II: Metáfase I III: Anáfase I IV: Prófase II V: Metáfase II VI: Telófase II manBIOcad04 CPV 4 Manual de Orientações Metodológicas b) No final da divisão meiótica, as porcentagens dos genótipos são: AB (25%); Ab (25%); aB (25%); ab (25%). c) Considere dois dos seguintes eventos: — Crossing over (ou permuta): ruptura (ou quebra) casual entre cromátides e consequente troca do material gênico entre as cromátides homólogas; ocorre na prófase I. — Mutação somática: erro durante a duplicação do DNA, que modifica a sequência de nucleotídeos, seja por adição, seja por substituição, seja por supressão de bases. Como ocorre em células germinativas, são passadas para os descendentes, portanto são mutações somáticas. — Separação aleatória de cromossomos homólogos na meiose I: os cromossomos não seguem um padrão de separação. 86.a) Durante a ovulogênese, 1 ovócito primário origina 1 óvulo e 3 corpúsculos polares. b) O espermatócito primário é uma célula diploide (2n = 20), que dá origem aos espermatozoides através da meiose. Os espermatozoides resultantes de uma divisão reducional terão 10 cromossomos (células haploides). c) O espermatozoide é reduzido e possui o flagelo, utilizado para sua movimentação até chegar ao óvulo. O gameta feminino é imóvel e possui grande quantidade de substâncias de reserva (vitelo) em seu citoplasma. 87.C 88.C 89.C 90.B Histologia Animal – BIOGUI0310 01.A 02.B 03.A 04.08 + 16 = 24 05.E 06.D 07.D 08.B 09.C 10.B 11.E 12.C 13.A 14.B 15.A 16.a) As células desse tecido denominam-se adipócitos, que armazenam os lipídios. b) O tecido adiposo garante a homeotermia e a reserva energética. 17.a) O macrófago pertence ao tecido conjuntivo e sua principal função é a fagocitose (defesa). b) O osteoclasto pertence ao tecido ósseo e sua principal função é a reabsorção (ou remodelação) óssea. CPV manBIOcad04 Anotações: para o Professor