Diagnóstico
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INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA E PSICOFARMACOLOGIA Prof. MSc. Marco A. G. Del’ Aquilla Aspectos gerais Rápida transformação da psiquiatria nos últimos 30 anos: psicanálise psiquiatria biológica Surgimento de novas medicações e novos usos para as já existentes Desafio: integrar abordagens biológicas e psicoterápicas Duas abordagens equivocadas psicofarmacologia como essência da psiquiatria medicamentos simplesmente mascaram doenças, atuam de forma contrária à resolução de conflitos, interferem na terapia, ... Saúde mental x Saúde em geral O tratamento de diversas doenças clínicas têm incorporado abordagens psicosociais • hipertensão, artrite reumatóide, diabetes juvenil Psiquiatras que imaginam que a psicofarmacologia é o princípio e o fim de tudo • clínico que acredita que tratar hipertensão é prescrever diurético Psicanalistas não devem esperar a cura de sintomas vegetativos em pacientes deprimidos endógenos sem o uso de medicação adequada Conceitos básicos em farmacologia Farmacocinética o que o corpo faz com a droga • • • • absorção distribuição metabolização excreção Farmacodinâmica o que a droga faz com o corpo • mecanismos de receptor • curva dose-resposta • desenvovlimento de tolerância, fenômenos de abstinência Conceitos básicos em farmacologia Atividade Intrínsica Descreve a efetividade biológica do complexo drogareceptor, isto é, refere-se a habilidade da droga obter uma resposta celular mediante sua ligação com receptor celular. • Expressa como uma fração (1 – 0) • Quanto mais próximo de 1 maior a resposta (1 = resposta celular máxima; 0 = nenhuma resposta) Resposta celulares podem ser excitatórias ou inibitórias Dopamina – provoca resposta excitatória GABA – provoca resposta inibitória Conceitos básicos em farmacologia Agonistas Total: Drogas que apresentam atividade intrínseca igual a 1, ou seja, resposta celular máxima. – Apresentam grande afinidade por seus receptores. Conceitos básicos em farmacologia Antagonistas competitivos Apresentam atividade intrínseca = 0, porém com afinidade por receptores mais alta do que os agonistas. São conhecidos como bloqueadores. • Podem deslocar o agonista do seu receptor (> afinidade) • Provoca aumento concentração do agonista na biofase que pode deslocar o antagonista • Bloqueadores multipotentes atuam em mais de um sistema de receptores Conceitos básicos em farmacologia Dualistas Não são agonistas totais nem antagonistas competitivos • São consideradas agonistas parciais (antagonista – agonista) • Atividade intrínseca <1 e >0 • Dualista com atividade intrínseca < 0,5 e > 0 desempenhará, provavelmente, uma atividade agonista. • Caso já haja um agonista no sitio de ação, desempenhará uma atividade antagonista competitivo. Curvas dose-resposta Escolha da medicação Diagnóstico Identificação de sintomas alvo Dentre as drogas apropriadas para um dado diagnóstico história de resposta prévia no paciente história de resposta prévia em familiares perfil de efeitos colaterais experiência clínica Diagnóstico - histórico DSM (1952 - Associação Americana de Psiquiatria) – 106 categorias de Desordens Mentais. Tentativa de unificar estatísticas vindas de Hospitais Psiquiátricos no pós-guerra. DSM II (1968) – 182 Desordens Diagnóstico - histórico DSM III (1980) – Robert Spitzer - Amplia leque de diagnósticos psiquiátricos – incorpora conhecimento biológico e sociológico. Passa a servir como base para pesquisas científicas – apresenta 265 categorias diagnósticas. Cada um dos transtornos mentais é concebido como uma síndrome clinicamente significativa, comportamental ou psicológica DSM-III rapidamente se espalhou a nível internacional, sendo usado por muitos profissionais e tendo sido considerado uma revolução da psiquiatria Diagnóstico DSM III-R (1987) Spitzer - Categorias foram renomeadas, reorganizadas e significativamente mudadas do critério em que foram criadas inicialmente. 6 novas categorias foram apagadas enquanto outras foram adicionadas. Diagnósticos controversos tais como disforia prémenstrual e Personalidade Masoquista foram consideradas e descaradas. O DSM-III-R continha 292 diagnósticos. Diagnóstico - histórico DSM-III (1980) • rigor ao diagnóstico e classificação • critérios diagnósticos detalhados • diagnósticos descritivos Versões posteriores refinaram esses critérios diagnósticos e fizeram alterações com base em novos dados empíricos e pesquisas de campo DSM-III-R (1987) – 292 categorias DSM-IV (1994) – 297 transtornos DSM-IV-TR (2000) – informações extras em cada diagnóstico. DSM-V (2013/2014) – Poucas alterações (algumas classificações) Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorder (Assoc. Americana de Psiquiatria) Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais Diagnóstico Sistema O Multi-axial DSM-V organiza cada diagnóstico psiquiátrico em cinco níveis (eixos) relacionando diferentes aspectos das desordens ou desabilidades: Diagnóstico Eixo I: transtornos clínicos, incluindo principalmente transtornos mentais, bem como problemas do desenvolvimento e aprendizado; Eixo II: transtornos de personalidade ou invasivos (com retardo), bem como retardo mental; Eixo III: condições médicas agudas ou desordens físicas; Diagnóstico Eixo IV: fatores ambientais ou psicossociais contribuindo para desordens; Eixo V: Avaliação Global das Funções (Global Assessment of Functioning) ou Escala de Avaliação Global para Crianças (Children’s Global Assessment Scale) para jovens abaixo de 18 anos (numa escala de 0 a 100). Diagnóstico É comum o Eixo I incluir transtornos como: depressão, ansiedade, distúrbio bipolar, TDAH e Esquizofrenia. É comum o Eixo II incluir transtornos como: transtornos de personalidade borderline, transtorno de personalidade esquizóide, transtorno de personalidade anti-social, transtorno de personalidade narcisista e leve retardo mental. Diagnóstico É comum o Eixo III incluir transtornos como: Demência Vascular, Demência Devido à Doença do HIV, Demência Devido a Traumatismo Craniano, Demência Devido à Doença de Parkinson, Demência Devido à Doença de Huntington, TID (se associado com algum grau de Retardo Mental, que, se presente, deve ser codificado no Eixo II). É comum o Eixo IV incluir transtornos como: Transtorno de Ajustamento. Desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais significativos em esposta a um ou mais estressores psicossociais identificáveis; desenvolvendo-se dentro de um período de 3 meses após o início do estressor). Diagnóstico Classificação Antiga (DSM - IV) • Autismo (clássico) • Asperger, • Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificação. Classificação Atual ( DSM - V) • • • • Transtorno do espectro autista (TEA) Autismo Grave Autismo Moderado Autismo Leve Diagnóstico Abordagem tradicional = parear um determinado tratamento a um diagnóstico específico Muitos pacientes com transtorno não classificado numa síndrome específica facilmente Alguns pacientes com um transtrono aparentemente clássico podem não responder a uma droga convencional Várias drogas demonstram ter ações mais amplas que o sugerido pelo nome de sua classe Tratamento de transtornos específicos X redução de sintomas FDA Aprovação de medicamentos específicos para determinados transtornos • velafaxina para depressão maior • fluoxetina para TOC Recentemente, início de aprovação de uso de medicamentos para a redução de sintomas de múltiplos transtornos • olanzapina IM para tratamento agudo de agitação • antipsicóticos atípicos para psicoses/desinibição comportamental na doença de Alzheimer Ansiolíticos Drogas ansiolíticas Benzodiazepínicos Barbitúricos Buspirona β-bloqueadores Drogas ansiolíticas Drogas psicotrópicas mais comumente usadas A maioria esmagadora das prescrição não é feita por psiquiatras (< 20%) Grande variedade de pacientes que não apresentam um transtorno primário de ansiedade Barbitúricos primeiro grupo ansiolítico importante introduzidos no início do sec XX sedativos, hipnóticos, anticonvulsivantes menos seguros que os benzodiazepínicos superdosagem fenobarbital - único no mercado brasileiro, anticonvulsivante em Benzodiazepínicos Desenvolvidos originalmente como relaxantes musculares Introduzidos nos anos 1960 Propriedades ansiolítico-hipnóticas, maior segurança em superdosagem, potencial para dependência Indicações ansiedade tensão muscular insônia estado de mal epiléptico epilepsia anestesia pré-operatória abstinência do álcool Benzodiazepínicos Eficácia: Efeitos colaterais sedação, fadiga, dependência / abstinência Segurança em intoxicação transtorno de ansiedade generalizada (FDA) transtorno do pânico (FDA) seguros em intoxicações até 30x a dose diária normal sedação, sonolência, ataxia, fala pastosa depressão respiratória em combinação com outros depressores do SNC Suspensão maximo de 25% da dose total por semana abstinência inclui: insônia, agitação, ansiedade, convulsões (mais raras) Benzodiazepínicos Duração do tratamento ansiedade mais aguda, estresse específico • 1 - 2 semanas quadros ansiosos mais crônicos (6 meses) • 4 - 6 semanas, redução gradual TAG • tratamentos mais prolongados, vale a pena tentar antidepressivo Idealmente, tratamento com duração limitada Mecanismo de ação • facilitam a transmissão GABA (neurotransmissor inibitório) Benzodiazepínicos Drogas de meia-vida curta e início de ação rápido hipnóticos • ex. Midazolam (dormonid, zolidam), Zolpidem (stilnox) Drogas de meia-vida mais longa, início de ação mais lento ansiolíticos • ex. Diazepam (valium) Drogas de metabolização menos complexa (utilidade em doença hepática, idosos) • ex. Lorazepam (ansilor, lorenin, lorax) Hipnóticos Insônia é um problema comum mais freqüentemente secundário a outra condição • ex. insônia terminal da depressão apnéia do sono, narcolepsia e síndrome de pernas inquietas Recomendação para não se utilizar hipnóticos regularmente BZDs de ação rápida maior potencial para dependência Zolpidem não barbitúrico quase que totalmente excretado antes da manhã seguite Buspirona Ansiolítico não BZD, não sedativo Percepção de que seja mais fraca e de início mais lento que os BZds não procede buspirona e BZDs podem levar de 2 - 4 sem Bem tolerada em pacientes idosos e com doenças clínicas Efeitos colaterias cefaléia, náuseas, tonturas e tensão não deprime função respiratória não altera coordenação motora β-bloqueadores Uso não aprovado pelo FDA para ansiedade Úteis no controle de somáticas de ansiedade hipertensão, profilaxia de angina, arritmias, cefaléias enxaquecosas e estenose hipertrófica subaórtica manifestações palpitações, tremores Doses mais baixas que as necessárias para controle de hipertensão Antidepressivos Depressão Por quase 2.500 anos, descrições de um dos problemas de saúde mais freqüentes da humanidade OMS - 4o problema de saúde mundial US Agency for Health Care Policy and Research: • dor, HAS, diabetes, doença coronariana, depressão • incapacidade provocada por depressão: = ou > Afeta cerca de 20% das mulheres e 12% dos homens em algum momento da vida Risco de suicídio: cerca de 15% dos deprimidos 4 das 10 drogas mais vendidas nos EUA são antidepressivos Histórico Antidepressivos clássicos foram descobertos por acaso Antidepressivos tricíclicos - ATC (1958) início da década de 1950: iproniazida - droga usada no tratamento da tuberculose, IMAO MAO - degrada noradrenalina e serotonina imipramina: em investigação para tratamento da esquizofrenia - elevação do humor sem aliviar psicose Pesquisa da indústria farmacêutica por drogas com a eficácia dos ATC, sem muitos efeitos adversos (cardiotoxicidade) droga protótipo - 1972 fluoxetina - 1988 (EUA) - primeiro inibidor seletivo da recaptura de serotonina (ISRS) Histórico Pesquisa por drogas mais seletivas originou a descoberta de novas classes de antidepressivos venlafaxina = inibidor seletivo de recaptura de serotonina e noradrenalina mirtazapina reboxetina = inibidor seletivo de recaptura de noradrenalina Novas drogas segurança e tolerabilidade ainda com latência de resposta (3 semanas ou mais) Critérios diagnósticos para episódio depressivo maior - DSM IV Ao menos 5 dos seguintes por 2 semanas (itens 1 ou 2 obrigatórios) • 1*. Humor deprimido • 2*. Diminuição acentuada do interesse ou do prazer • 3. Perda de peso significativa (5% em 1 mês) sem dieta ou ganho de peso; diminuição ou aumento do apetite • 4. Insônia ou hipersônia • 5. Agitação ou retardo psicomotor • 6. Fadiga ou perda de energia • 7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva / inapropriada • 8. Diminuição da capacidade de pensar ou se concentrar • 9. Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida, tentativa de suicídio Tipos de depressão Melancólico • depressão mais severa (anedonia), sintomas vegetativos proeminentes, flutuação circadiana dos sintomas • melhor resposta à medicação Atípico • humor reativo, sintomas vegetativos invertidos (ganho de peso, hipersônia) • melhor resposta a alguns medicamentos Sazonal • períodos do ano com menor incidência de luz (hemisfério norte) • fototerapia Psicótico • alucinações, delírios • tratamento combinado antidepressivos + antipsicóticos • ECT ISRS Fluoxetina, paroxetina, citalopram (escitalopram), sertralina Efeitos colaterais • • • • gastro-intestinais: náusea, diarréia, azia disfunção sexual: libido, orgasmo retardado cefaléia insônia/sonolência Segurança • geralmente seguros em doses excessivas (convulsões raras) Indicações • depressão, transtornos de ansiedade, bulimia, transtorno disfórico pré-menstrual ISRS Dose e administração dose inicial já é ou está próxima da dose eficaz avaliar resposta inicial em 3- 4 sem aumentos de dose a cada 2 sem até dose max Benefícios totais em 4-8 semanas Suspensão abrupta parestesias, náuseas, cefaléia, sintomas gripais (1 a 7 dias) - menos prováveis com fluoxetina níveis séricos de diversos medicamentos • Paroxetina > Fluoxetina > Sertralina > Citalopram ISRS – Nome comercial ANTIDEPRESSIVOS ISRS Nome Químico Nome Comercial Fluoxetina Prozac, Daforim, Deprax, Fluxene, Nortec, Verotina Nefazodona Serzone Paroxetina Aropax, Cebrilim, Pondera, Benepax Sertralina Zoloft, Tolrest, Novativ, Assert Citalopram Cipramil, Procimax, Cittá Venlafaxina Inibidor seletivo da recaptura de serotonina e noradrenalina Efeitos colaterais • ~ ISRS (mais insônia, náusea) • hipertensão: 5% com doses até 200mg/d • menor inibição de enzimas microssomais (menos interferência com outros medicamentos) Dose a administração • • • • formulação XR permite dose única iniciar com dose baixa requer ajustes de dose (3/3 dias, semanalmente) meia-vida curta, suspensão deve ser feita gradualmente Venlafaxina Indicações depressão transtorno de ansiedade generalizada condições dolorosas crônicas outras condições: • TDAH • fobia social • transtorno de estresse pós traumático Bupropiona (bup) Mecanismo de ação não é claro, parece envolver DA e NA (antidepressivo “ativador”) Preparação de liberação lenta ainda requer doses divididas acima de um certo patamar - manhã / tarde Efeitos colaterais: • insônia, boca seca, tremor • convulsões: <1% em doses <400mg/d (SR); uso de álcool, cocaína, estimulantes; bulimia/anorexia; antecedentes de convulsões, TCE • não interfere com apetite, não induz disfunção sexual Tratamento do tabagismo Nomes comerciais: ziban, zetron,wellbutrin Mirtazapina Ação NA/5HT Efeito anti-histamínico sedação, apetite peso em 20% dos casos predomina em doses baixas contrabalançado em doses mais altas por efeito noradrenérgico (ativador) Baixo risco de interação medicamentosa Poucos efeitos sexuais Dosagem e administração • dose única à noite • doses mais baixas: insônia importante, idosos Tricíclicos Imipramina, clomipramina, amitriptilina, nortritpilina, (maprotilina) Efeitos colaterais: • Anticolinérgicos: boca seca, obstipação, retenção urinária, visão turva • Ganho de peso, sedação • Disfunção sexual • Hipotensão ortostática, taquicardia, alterações de condução cardíaca • Risco de crises convulsivas • Sudorese Segurança • letais em doses excessivas (arritimias cardíacas) • atualmente, 2a ou 3a linha Tricíclicos Dose a administração • iniciar com doses baixas • múltiplos ajustes antes de se chegar à dose eficaz (mais 2 semanas para observar resposta) • monitorar ECG • nível sérico - nortriptilina Indicações • • • • • • depressão transtorno do pânico TOC síndromes dolorosas profilaxia da enxaqueca enurese Interação com diversos medicamentos Tricíclicos – Nome comercial Amitriptilina - Tryptano, Amytril Maprotilina - Ludiomil Nortriptilina - Pamelor IMAOs IMAOs de primeira geração (tranilcipromina) poucos efeitos sobre recaptação ou bloqueio de receptores inibem a MAO em vários órgãos • MAO-A - NA, 5-HT • MAO-B - outras monoaminas (DA) MAO-A também é encontrada na mucosa do trato gastro-intestinal Inibidores seletivos e reversíveis da MAO • MAO-B: selegilina (l-deprenil) • MAO-A: moclobemida (IMAR) IMAOs Indicações depressão (que não respondeu a outros medicamentos) ansiedade social transtorno do pânico doença de Parkinson Interações medicamentosas opióides: crise hipertensiva (contra-indicado) bupropiona: crise hipertensiva, convulsões ATC: associação possível, mas complicada ISRS: síndrome serotoninérgica carbamazepina: crise hipertensiva simpatomiméticos: crise hipertensiva tiramina = diversos alimentos IMAOs X alimentos Evitar completamente • • • • • Evitar grandes quantidades • • • • cerveja, vinho tinto (chianti) queijos curados (cottage / requeijão permitidos) salsicha seca peixe defumado fígado álcool abacate maduro, banana madura iogurte molho de soja Antes considerados problemáticos • chocolate, figo, amaciente de carne, bebidas com cafeína, passas Novos Antidepressivos Duloxetina (Cymbalta, Velija) • Antidepressivo inibidor de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN) com mecanismo de ação semelhante à Venlafaxina. • Nenhuma afinidade por receptores histaminérgicos, colinérgicos e adrenégicos. dopaminérgicos, Novos Antidepressivos Cloridrato antidepressivo de que Trazodona apresente certa (Donalen): semelhança com novo os benzodiazepínicos, fenotiazidas e antidepressivos tricíclicos. • Mecanismo da ação antidepressiva ainda não está completamente elucidado. • Em modelos animais demonstram inibição seletiva da recaptura da serotonina no cérebro e outras ações farmacológicas em receptores adrenérgicos. Escolhendo a medicação Levar em conta efeitos colaterais (desejáveis e indesejáveis) • Considerar uso de outros medicamentos, condição de saúde Eficácia antidepressiva comparável (50-70%) • Critério remissão (ao invés de “melhora”) - drogas de ação mais complexa > ISRS • Depressão melancólica - medicação essencial • Depressão atípica - ISRS, bupropiona; IMAOs • Pacientes geriátricos: citalopram, sertralina, venlafaxina e mirtazapina; se tricíclico, nortriptilina • Homens - drogas mais NA • Mulheres - drogas mais 5HT ? Dose / Duração do tratamento Dose ideal = menor dose eficaz • menos efeitos colaterais Sem melhora após 4 semanas • pequena probabilidade de reposta Resposta parcial em 4 semanas • prediz resposta mais completa em 8 semanas, mesmo sem aumento de dose • aumentos graduais (2 sem) Tratamento de um episódio • duração de 6-12 meses após a remissão Episódiso recorrentes • considerar manutenção (dose mais baixa?) Antipsicóticos Histórico Primeiro antipsicótico: clorpromazina (1950) pesquisa de medicação pré-anestésica indiferença em relação ao ambiente, tranqüilidade 1952: efetividade para tratar mania e esquizofrenia inaugurada a era da psicofarmacologia moderna incontáveis estudos confirmando achados originais Inicialmente chamados de “tranqüilizantes maiores” Drogas mais potentes são menos sedativas ex. haloperidol efeitos colaterais na motricidade (extrapiramidais) “neurolépticos” Histórico Termo “antipsicótico” descreve melhor o efeito Não são exclusivos para o tratamento de psicoses: também são úteis no tratamento da mania, agitação psicomotora e alterações comportamentais na demência. Antipsicóticos atípicos (década de 1990) clozapina (década de 1970) risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona e aripiprazol praticamente tomaram o lugar das drogas “típicas” menor risco de efeitos extrapiramidais possibilidade de atuação em sintomas negativos Mecanismo de ação Bloqueadores razoavelmente potentes dos receptores dopaminérgicos tipo D2 exceto a clozapina (mais efeitos D1) AP atípicos também bloqueiam receptores para serotonina 5-HT2 Vias dopaminérgicas Bloqueio nigroestriatal: efeito AP e sintomas extrapiramidais. Bloqueio tuberoinfundibular: aumento de prolactina Bloqueio mesolímbico e mesocortical: efeito AP AP – Anti-psicótico Antipsicóticos atípicos Benefícios integrais 4 semanas a 6 meses Suspensão sintomas físicos desagradávies recidiva rápida reduzir tão gradualmente quanto ocorreu o aumento Antipsicóticos atípicos clozapina aripiprazol Eficácia esquizofrenia (todos aprovados pelo FDA) esquizofrenia resistente ao tratamento (clozapina) mania (olanzapina aprovada pelo FDA) depressão, ansiedade, agitação risperidona AP atípicos ziprasidona olanzapina quetiapina Efeitos colaterais devido ao bloqueio D2 Efeitos colaterais histaminérgicos Efeitos colaterais anticolinérgicos Critérios diagnósticos para esquizofrenia - DSM IV Ao menos 2 dos seguintes por pelo menos 1 mês: • • • • • delírios alucinações discurso desorganizado comportamento amplamente desorganizado ou catatônico sintomas negativos: embotamento afetivo, alogia, abulia Disfunção social/ocupacional Duração: 6 meses • pelo menos 1 mês de fase ativa + pródromo/residual Exclusão de transtorno afetivo Exclusão de substância / condição médica geral Apenas 1 sintoma de fase aguda se delírios bizarros, alucinações com vozes que comentam comportamento/pensamento, duas ou mais vozes conversando entre si Outras psciopatologias tratadas com AP Transtorno Bipolar: Além de lítio e valproato, diversos pacientes requerem antipsicóticos para se manterem estáveis Depressão psicótica: antidepressivo associados a antipsicótico. ECT é uma opção Ansiedade: TAG (doses baixas 2 a 3x/dia) e TOC (combinação com antidepressivos) Delirium e Quadros de agitação (associados a retardo mental e demências) Antipsicóticos atípicos Principais Antipsicóticos Atípicos Nome Quimico Nome Comercial AMISULPRIDA Socian CLOZAPINA Leponex OLANZAPINA Zyprexa QUETIAPINA Seroquel RISPERIDONA Risperidal, Risperdol ZIPRAZIDONA Geodon ARIPIPRAZOL Abylife Estabilizadores do Humor Estabilizadores do humor Termo aplicado inicialmente aos sais de lítio (Carbolitium) tratamento de mania aguda profilaxia de episódios maníacos e depressivos (TAB) Alguns anticonvulsivantes • • • • • • Valproato (Depakene, Depakote) Carbamazepina (Tegretol) Oxcarbazepina (Trileptal) Gabapentina (Neurontin) Lamotrigina (Lamictal, Lamitor) Topiramato (Topamax) Olanzapina (antipsicótico atípico) - Zyprexa Transtorno afetivo bipolar Em 90% dos casos os episódios tendem a se repetir ao longo da vida Mania/hipomania eutimia depressão Estado Misto Sintomas depressivos e maníacos acentuados ocorrendo simultaneamente Agitação, aceleração e insônia e ao mesmo tempo angústia, desesperança e idéia de suicídio Deprimido de manhã e com o passar do dia eufórico ou vice-versa. Deve durar no mínimo 1 semana. Critérios diagnósticos para episódio maníaco DSM IV 3 (ou +) dos seguintes sintomas * por uma semana ou mais ** auto-estima inflada ou grandiosidade redução da necessidade de sono mais falante que o habitual ou pressão para falar fuga de idéias ou experiência subjetiva de aceleração do pensamento distratibilidade ( atenção p/ estímulos irrelevantes) aumento da atividade, agitação psicomotora envolvimento excessivo em atividades prazerosas com alto potencial para conseqüências dolorosas * 4+ se humor apenas irritável ** qualquer duração se hospitalização necessária Lítio (Carbolitium) Ainda amplamente utilizado Uso na psiquiatria moderna iniciado em 1949 Aumento em todo o mundo apenas durante a década de 1970 • publicação original local • casos de intoxicação • desenvolvimento de metodologia de pesquisa Mecanismo de ação complexo • envolve metabolismo intracelular Lítio - indicações Mania aguda Transtornos do espectro da esquizofrenia • Transtorno esquizoafetivo • Esquizofrenia Transtornos depressivos Raiva e irritabilidade • crianças que apresentam explosões agressivas periódicas • comportamento autodestrutivo em transtorno de personalidade borderline • populações carcerárias Lítio - efeitos colaterais SNC / Gastricos / Metabólicos e endócrinos • tremor • parkinsonismo • efeitos cognitivos: lentificação, memória • sonolência e fadiga • na intoxicação: confusão mental (delirium), ataxia, disartria, tremores grosseiros; raramente, convulsões • náusea, diarréia (não só na intoxicação) • ganho de peso • da função tireóidea (transitória ou não) • pode requerer reposição de hormônios tireoidianos Lítio - efeitos colaterais Renais / Cardiovasculares / Dermatológicos • poliúria, sede • nefrite intersticial (potencialmente grave, mas rara) • monitorar função renal • efeitos benignos sobre o ECG • alguns casos de síndrome do “nódulo sinoatrial doente” • monitorar em pacientes idosos ou com freqüência • acne • agravamento de psoríase Obrigatório monitorar nível sanguíneo – Risco de intoxicação Anticonvulsivantes Anticonvulsivantes Nas útlimas décadas, vêm ganhando atenção crescente como estabilizadores do humor Observações de conseqüências psiquiátricas de epilepsia de lobo temporal: alucinações, explosões de raiva, … Drogas Valproato Carbamazepina Novos anticonvulsivantes • • • • Lamotrigina Gabapentina Oxcarbazepina Topiramato Valproato (Depakene) Indicações • mania aguda (aprovada pelo FDA) • profilaxia bipolar (pode ser efetiva) • Poucos estudos para depressão • bipolar misto, ciclos rápidos • transtornos convulsivos (aprovada pelo FDA) Valproato Efeitos Colaterais • ganho de peso • sedação • desconforto gastro-intestinal Valproato Segurança em intoxicação • efeitos mais graves notados com níveis séricos 20x maior que o normal • náuseas, vômitos, depressão do SNC, convulsões Idealmente, monitorar níveis séricos Suspensão • suspensão rápida aumenta o risco de recidiva do TAB • sintomas de desconforto são incomuns Nos EUA, droga mais utilizada para tratamento do TAB atualmente Carbamazepina (Tegretol) Indicações mania aguda (não aprovada pelo FDA) bipolar misto, cliclos rápidos (não aprovada pelo FDA) Efeito antidepressivo discreto transtornos convulsivos (aprovada pelo FDA) monitorar níveis séricos Novos anticonvulsivantes Lamotrigina (Lamictal) • estabilizador do humor com efeito potencialmente maior sobre depressão que outros estabilizadores • risco de reaqções cutâneas (até 10%) • síndrome Stevens-Johnson • 1/1.000 adultos; 1/100 crianças Oxcarbazepina (Trileptal) • semelhante à carbamazepina • melhor tolerada: não induz próprio metabolismo, menos interaçõea medicamentosas • menor risco de alterações hematológicas • em uso na Europa desde ‘80; EUA desde o ano 2000 Novos anticonvulsivantes Gabapentina (Neurontin) • • • • propriedades ansiolíticas efeitos estabilizadores de humor modestos perfil de efeitos colaterais benignos poucas interções medicamentosas Topiramato (Topamax) • alguns relatos preliminares de efeitos estabilizadores do humor em transtorno bipolar, ciclotimia e transtorno esquizoafetivo • 20 - 50%: perda de peso • efeitos cognitivos: memória, lentidão de pensamento (geralmente com doses acima de 100mg) Referências Sadock BJ, Sadock VA. Kaplan & Sadock’s Comprehensive Textbook of Psychiatry, VII ed. [on CD-ROM]. Baltimore MD, Lippincott Williams & Wilkins Publishers, 2000. Org. Eduardo P de Sena et al. Irismar: Psicofarmacologia Clínica. 3ª Ed. Brasil, R.J. Editora MedBook, 2011. Schatzberg AF, Cole JO, DeBattista C. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 4a ed. Tradução de Fernando Diniz Mundim, revisão técnica de Marco Antonio Alves Brasil. Rio de Janeiro RJ, Editora Guanabara Koogan, 2004. Referências Schellack, Gustav Farmacologia: Uma abordagem didática. São Paulo. Ed. Fundamento, 2006. Schatzberg AF, Cole JO, DeBattista C. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 4a ed. Tradução de Fernando Diniz Mundim, revisão técnica de Marco Antonio Alves Brasil. Rio de Janeiro RJ, Editora Guanabara Koogan, 2004. Stefan M, Travis M, Murray RM. An Atlas of Schizophrenia. London, The Parthenon Publishing Group, 2002.