- Petrobras - Relacionamento com Investidor
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- Petrobras - Relacionamento com Investidor
Relatório Anual 2006 Relatório ANUAL 2006 | www.petrobras.com.br relatório Anual 2006 Renato Menezes Ferreira Técnico de manutenção do Cenpes, Centro de Pesquisas da Petrobras Visão de Futuro: Contribuir profissionalmente para o futuro da sociedade e das próximas gerações. “A Petrobras está comprometida com o desenvolvimento de tecnologias para expandir suas atividades e melhorar cada vez mais a qualidade de seus produtos.” Sumário 02 18 44 56 76 86 Perfil, Missão, Visão e Valores Atividades da Petrobras 04 Principais Indicadores 06 Mensagem do Presidente 10 Mercado de Petróleo 14 Estratégia Corporativa 16 02 Áreas de Atuação Exploração e Produção 20 Refino e Comercialização 26 Petroquímica 30 Transporte 34 Distribuição 38 Gás Natural 40 Energia 42 Expansão Internacional América do Sul 50 América do Norte 53 África 54 Ásia 55 Responsabilidade Social e Ambiental Índices de Sustentabilidade 58 Recursos Humanos 60 Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) Patrocínios 72 Ativos Intangíveis Capital de Domínio Tecnológico Capital Organizacional 80 Capital Humano 82 Capital de Relacionamento 83 Gestão Empresarial Desempenho Empresarial 88 Mercado de Capitais 91 Gestão de Riscos 96 Governança Corporativa 99 78 65 Perfil A Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto, que atua de forma integrada e especializada nos seguintes segmentos da indústria de óleo, gás e energia: exploração e produção; refino, comercialização, transporte e petroquímica; distribuição de derivados; gás natural e energia. Criada em 1953, é hoje a 14ª maior companhia de petróleo do mundo, segundo os critérios da publicação Petroleum Intelligence Weekly. Líder do setor petrolífero brasileiro, vem expandindo suas operações, para tornar-se uma Companhia integrada de energia com atuação internacional e líder na América Latina. Área industrial da Refinaria Duque de Caxias – RJ | relatório anual 2006 | petrobras Visão A Petrobras será uma empresa integrada de energia com forte presença internacional e líder na América Latina, atuando com foco na rentabilidade e na responsabilidade social e ambiental. Valores k Valorização dos principais públicos de interesse: acionistas, clientes, empregados, sociedade, governo, parceiros, fornecedores e comunidades em que a Companhia atua; k Espírito empreendedor e de superar desafios; k Foco na obtenção de resultados de excelência; k Espírito competitivo inovador, com foco na diferenciação em serviços e competência tecnológica; k Excelência e liderança em questões de saúde, segurança e preservação do meio ambiente; k Busca permanente da liderança empresarial. | missão | Visão Perfil Missão Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nas atividades da indústria de óleo, gás e energia, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos seus clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua. Atividades da Petrobras uma empresa integrada de energia | relatório anual 2006 | petrobras www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | Principais Indicadores Resumo operacional 2006 2005 2006 RESERVAS PROVADAS - Critério SPE (bilhões de barris de óleo equivalente) (1)(2) 14,9 15,0 Óleo e condensado 12,3 12,3 2,6 2,7 PRODUÇÃO MÉDIA DIÁRIA (mil barris de óleo equivalente) (1) 2.217 2.298 Óleo e LGN (mil barris por dia) 1.847 1.920 (bilhões de barris) Gás natural (bilhões de boe) Terra 396 367 1.451 1.552 370 378 Terra 213 206 Mar 157 172 POÇOS PRODUTORES (óleo e gás natural) – em 31 de dezembro (1) 12.557 12.895 Terra 11.860 12.170 697 725 Mar Gás natural (mil barris de óleo equivalente por dia) Mar SONDAS DE PERFURAÇÃO em 31 de dezembro 64 63 Terra 22 19 Mar PLATAFORMAS EM PRODUÇÃO em 31 de dezembro Fixas Flutuantes 42 44 97 103 73 76 24 27 DUTOS (km) em 31 de dezembro (1) 30.343 31.089 Óleo e derivados 12.857 12.913 Gás natural 17.486 18.176 FROTA DE NAVIOS em 31 de dezembro Quantidade – operação própria – operação de terceiros Tonelagem (milhões de toneladas de porte bruto – tpb) TERMINAIS Capacidade de armazenamento (milhões m3) (3 ) (1) Inclui informações do exterior, correspondentes às parcelas da Petrobras nas associações. (2) Reservas provadas medidas de acordo com o critério SPE (Society of Petroleum Engineers). (3) Inclui apenas os terminais da Transpetro. (4) Exclui queima, consumo próprio do E&P, liquefação e reinjeção. (5) Inclui apenas os ativos com participação igual ou superior a 50%. (6) Inclui apenas termelétricas a gás natural. | 51 75 104 8,2 11,1 66 66 10,4 10,4 em 31 de dezembro Quantidade 50 relatório anual 2006 | petrobras 2.298 mil boe de produção média diária 2005 2006 REFINARIAS em 31 de dezembro (1)(5) Quantidade 15 16 Capacidade nominal instalada (mil barris por dia ) 2.114 2.227 Carga fresca processada (mil barris por dia) 1.830 1.872 1.727 1.746 Brasil Exterior 103 126 1.839 1.892 352 370 94 118 Óleo 263 335 Derivados 260 246 1.644 1.697 Produção média diária de derivados (mil barris por dia) IMPORTAÇÃO (mil barris por dia) Óleo Derivados EXPORTAÇÃO (mil barris por dia) COMERCIALIZAÇÃO DE DERIVADOS (mil barris por dia) Brasil VENDAS INTERNACIONAIS (mil barris por dia) Óleo, gás e derivados 385 503 ORIGEM DO GÁS NATURAL (milhões de m3 por dia) (4 ) 45 46 Gás nacional 23 23 Gás boliviano 22 24 DESTINO DO GÁS NATURAL (milhões de m3 por dia) (4 ) 45 46 Distribuidoras 31 33 Termelétricas 7 6 Consumo Interno 7 7 ENERGIA (1 ) Número de usinas termelétricas (5)(6) 9 10 Capacidade instalada (MW) (5)(6) 3.203 4.126 Venda de energia (TWh) 16,64 17,57 Número de hidrelétricas Capacidade instalada (MW) (5) Linhas de transmissão (km) Distribuição de energia (TWh/ano) 2 2 285 285 15.414 15.414 13 13 3 3 FERTILIZANTES (1) Unidades de produção www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | Resumo financeiro 2006 Principais Indicadores Informações Financeiras Consolidadas (em R$ milhões) 2005 2006 % Receita operacional bruta 179.065 205.403 15 Receita operacional líquida 16 136.605 158.239 Lucro operacional 39.773 42.237 Resultado financeiro (2.843) (1.332) Lucro líquido 23.725 25.919 9 5,41 5,91 9 EBITDA 47.808 52.061 9 Dívida bruta 48.242 46.605 -3 Dívida líquida 24.825 18.776 -24 173.584 230.372 33 Margem bruta 44% 40% -4 pp Margem operacional 29% 27% -2pp Margem líquida 17% 16% -1 pp Lucro líquido por ação Valor de mercado 6 -53 Indicadores Econômico-Financeiros Petróleo Brent (US$/barril) 54,38 65,14 20 Dólar médio de venda 2,4350 2,1752 -11 Dólar final de venda 2,3407 2,1380 -9 2005 2006 % 22.927 29.769 30 Investimentos (em R$ milhões) Investimentos Diretos Exploração & Produção 13.934 15.314 10 Abastecimento 3.286 4.181 27 Gás & Energia 1.527 1.566 3 Internacional 3.153 7.161 127 Distribuição 495 642 30 Corporativo 532 905 70 2.385 3.507 47 311 409 32 87 1 -99 25.710 33.686 31 Sociedades de propósito específico Empreendimentos em negociação Projetos estruturados Total de investimentos CApital votante 2006 2,9% ações ordinárias CApital social 2006 8,2% 55,7% 4,4% União Federal 18,3% União Federal BNDESpar 32,3% ADR (Ações ON) 8,3% ADR (Ações (PN) ADR Nível 3 27,0% 2,5% FMP-FGTS Petrobras Estrangeiros (resolução nº2.689 CMN) Demais pessoas físicas e jurídicas 1,8% CApital não votante 2006 15,5% ações preferenciais FMP-FGTS Petrobras 15,4% 7,6 % 15,6% Valor de fechamento das ações (R$/ação)(2) 54,49 49,80 41,30 37,21 2005 BNDESpar | 26,62 24,28 2004 ADR Nível 3 e Regra 144-A 15,8% relatório anual 2006 | petrobras Estrangeiros (resolução nº2.689 CMN) Demais pessoas físicas e jurídicas 2006 36,6% 32,1% BNDESpar Estrangeiros (resolução nº2.689 CMN) Demais pessoas físicas e jurídicas 21,02 19,10 2003 2002 13,20 11,60 ON PN 2006 (mil boed) 378 2.298 1.920 2005 2002 359 2.020 2004 1.701 335 2.036 2003 275 1.810 1.535 Óleo 25.919 23.725 2005 1.661 2003 (R$ milhões)(1) 2006 370 2.217 1.847 2004 Lucro Líquido Consolidado 16.887 Principais Indicadores Produção de Óleo e Gás Natural 17.795 2002 8.098 Gás natural Lucro/Ação Reservas Provadas de Óleo e Gás Natural (critério spe - Bilhões de boe) 12,3 2,7 15,0 2005 12,3 2,6 14,9 12,1 2,8 14,9 2003 11,6 2002 5,41 2005 3,85 2004 4,06 2003 2002 2,9 14,5 2,3 12,1 9,9 5,91 2006 2006 2004 (R$/açãO) (1)(2) 1,86 Valor de Mercado x Valor Patrimonial (R$ Bilhões)(1) Óleo Gás natural 230 Valor de mercado Margem Bruta, Operacional e Líquida 112 40% 87 27% 2006 16% 29% 2002 2003 97 78 62 49 54 34 44% 2005 174 Valor patrimonial 2004 2005 2006 17% Índice de Endividamento (3) 41% 27% 2004 2006 15% 45% 2003 29% 36% 2002 20% 2003 2002 28% 23% 24% 2005 2004 19% 16% 17% 32% 18% 41% 16% 12% 54% Endividamento curto prazo/ endividamento total Margem bruta Margem operacional Margem líquida Endividamento líquido/ capitalização líquida (1) Os exercícios de 2004, 2005 e 2006 incluem as Sociedades de Propósito Específico, cujas atividades são controladas, direta ou indiretamente, pela Petrobras. (2) Para efeitos de comparabilidade, foi recalculado para os períodos anteriores, em função do desdobramento das ações aprovado por AGE em 22/07/2005. (3) Os exercícios de 2002 e 2003 incluem endividamento contraído pelas SPEs com as quais a Petrobras estruturou projetos de Project Finance e consórcios. Os exercícios de 2002 a 2006 incluem contratos de leasing. Todos os indicadores de acordo com o critério br gaap. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | José Sergio Gabrielli de Azevedo Presidente da Petrobras Visão de futuro: Em 2015, liderar o mercado de petróleo, gás natural, derivados e biocombustíveis na América Latina, com expansão seletiva da petroquímica e da energia renovável. 10 | relatório anual 2006 | petrobras “A Petrobras está no caminho certo para ser uma empresa integrada de energia de atuação internacional, sempre buscando crescer com rentabilidade e responsabilidade social e ambiental.” Mensagem do presidente O ano de 2006 foi de conquistas e novas perspectivas para a Petrobras. Além dos recordes alcançados – lucro de R$ 25,9 bilhões e investimentos de R$ 33,7 bilhões – e do aumento de 4% da produção total de petróleo e gás natural, a Companhia agora se prepara para um novo desafio, previsto no Plano de Negócios 2007-2011: manter o ritmo de crescimento acelerado. As metas são ambiciosas e levaram a Petrobras, pela primeira vez na sua história, a planejar uma produção de longo prazo: serão 4 milhões 556 mil barris por dia (bpd) de óleo e gás natural produzidos no Brasil e no exterior em 2015. Os investimentos previstos fazem jus à grandiosidade dos projetos: até 2011 serão aplicados US$ 87,1 bilhões. Em 2006, a produção doméstica cresceu 5%, como resultado do aumento da capacidade de produção em 340 mil barris por dia, com a entrada em operação das plataformas P-34, FPSO-Capixaba e P-50. O recorde de produção foi observado em outubro, quando a Companhia produziu 1,912 milhão de barris por dia. Para garantir as bases para o crescimento, para cada barril produzido no ano foi reposto 1,739 barril às reservas. Esse resultado foi ainda reforçado pelas 27 novas áreas que tiveram sua viabilidade comercial declarada com volumes estimados de óleo recuperável de 2,5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). Novas perspectivas exploratórias surgiram com a descoberta de óleo leve abaixo da camada de sal (“pré-sal”) na Bacia de Santos. *** Na esteira do bom desempenho do petróleo, o gás natural também registrou avanços. Além do aumento de 1,5% na produção nacional, a Petrobras divulgou seu Plano de Antecipação da Produção de Gás Natural (Plangás), que elevará a oferta de gás natural no Sudeste dos atuais 15,8 milhões para 40 www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 11 Mensagem do Presidente milhões de metros cúbicos por dia, até 2008. O Plano, que inclui também projetos de processamento e transporte de gás natural, visa aumentar a participação do gás nacional no atendimento à demanda doméstica. Segundo a estratégia de garantir segurança e flexibilidade no abastecimento do mercado brasileiro, a Petrobras aprovou sua entrada no mercado de gás natural liquefeito (GNL) como importadora e deu seguimento à expansão da malha de gasodutos. *** Outros marcos de 2006 foram o lançamento do Diesel Podium e o desenvolvimento do H-Bio – tecnologia pioneira da Petrobras que associa óleo vegetal às frações do petróleo para a produção de diesel. A Companhia ampliou também a oferta de diesel S500, com menor teor de enxofre, a oito regiões metropolitanas. Para melhorar a qualidade dos combustíveis, a Petrobras continuou aprimorando suas refinarias, com novas unidades de hidrotratamento e conversão, que reduzem o teor de enxofre dos derivados e otimizam o rendimento em diesel do petróleo brasileiro. Assim, a Companhia valoriza seu petróleo e atende às especificações ambientais mais rigorosas, ao mesmo tempo em que abre novos mercados de exportação. Alinhada a seu comprometimento socioambiental, a Petrobras fortaleceu seu programa de biodiesel, com o início da construção de três usinas, que vão produzir 171 milhões de litros anuais, atendendo a 20% da demanda do País em 2008. Além de gerar trabalho e renda na agricultura familiar, o produto vai contribuir para reduzir as importações de diesel e óleo leve. Apesar da volatilidade e dos altos preços do petróleo, os resultados foram suportados pelo crescimento da produção, sem repasse da instabilidade de preços ao mercado interno. O barril do Brent atingiu seu pico de US$ 78,63 em agosto, mas fechou 12 | relatório anual 2006 | petrobras As metas são ambiciosas e levaram a Petrobras, pela primeira vez na sua história, a planejar uma produção de longo prazo: serão 4 milhões 556 mil barris por dia (bpd) de óleo e gás natural produzidos no Brasil e no exterior em 2015. Os investimentos previstos fazem jus à grandiosidade dos projetos: até 2011 serão aplicados US$ 87,1 bilhões. o ano registrando 25% de queda, retornando ao patamar de US$ 60, o mesmo nível de preços de quando a Petrobras anunciou seu último reajuste da gasolina e do diesel, em setembro de 2005. *** Os excelentes resultados da Companhia no Brasil estão alinhados com sua atuação no mercado internacional. Além de fortalecer atividades nos países em que já atua, a Petrobras expandiu sua atuação em áreas-foco, como a África e o setor americano do Golfo do México. Além disso, ampliou sua atuação no refino internacional com 25,9 Mensagem do Prsidente Lucro recorde de Plantação de mamona no Morro do Chapéu, BA bilhões de reais em 2006 a compra de 50% da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e a prospecção de novas refinarias no exterior. O objetivo é agregar valor ao petróleo pesado produzido pela Companhia, oferecendo um mix de produtos mais valorizados no mercado e de melhor qualidade. A confiança dos investidores se refletiu na valorização de 34% das ações e na redução do custo de captação. Como resultado, o valor de mercado atingiu em dezembro, pela primeira vez, uma média mensal superior a US$ 100 bilhões e, em sua primeira emissão global após ter se tornado investment grade, captou ao seu menor custo histórico para um prazo de dez anos. Os bons resultados são frutos também do investimento da Petrobras em seus Recursos Humanos, considerados fundamentais para a implementação das estratégias traçadas. Ao longo de 2006, além dos maciços investimentos em treinamento e capacitação, foram contratados 8.539 novos funcionários para sustentar o crescimento da companhia. O acerto das medidas pode ser mensurado pelo aumento do índice de satisfação dos empregados, que passou de 66% para 68% no ano passado; e pela redução do número de acidentes, vazamentos e emissões poluentes, que culminou na melhoria dos indicadores de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde). Essas conquistas, por si só, já consagrariam os esforços dos empregados e a confiança de investidores e acionistas. Mas a Petrobras conquistou ainda outros importantes reconhecimentos à sua atuação: a entrada no Dow Jones Sustainability Index, no ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa) e a classificação de investment grade pela agência Standard & Poor’s. São conquistas que reforçam a confiança de que a Petrobras está no caminho certo para continuar crescendo com rentabilidade e responsabilidade social e ambiental. José Sergio Gabrielli de Azevedo Presidente da Petrobras www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 13 Mercado de petróleo O ano de 2006 foi marcado pela interrupção do ciclo de alta dos preços do petróleo iniciado em 2002. Embora o barril do Brent tenha chegado ao pico de US$ 78,63 em agosto, seu valor registrou queda de 25% no fechamento do ano. Na média, o patamar de preços ficou US$ 11 acima do registrado em 2005, com comportamento mais volátil do mercado. Como nos anos anteriores, 2006 registrou excesso de oferta de petróleo, acumulação de estoques e, mesmo assim, cotações elevadas. Apesar do arrefecimento do crescimento da demanda mundial, influenciado pelos preços elevados, o valor do barril continuou a incorporar um prêmio de risco em face de instabilidades geopolíticas, como a invasão do Líbano por Israel e a questão nuclear no Irã. A percepção de que as questões geopolíticas no Oriente Médio manteriam os preços altos levou a Opep a deixar PREÇO DO PETRÓLEO (US$/Barril- preços nominais) 07 de agosto 2006 US$ 78,63/barril Preço máximo do Brent 80,00 14 de julho 2006 US$ 77,03/barril Preço máximo do WTI 70,00 60,00 janeiro 2003 WTI US$ 31,85/ barril Brent US$ 30,77/ barril 50,00 janeiro 2001 WTI US$ 27,21/ barril Brent US$ 22,97/ barril 40,00 WTI Brent janeiro 2005 WTI US$ 42,12/ barril Brent US$ 40,36/ barril 30,00 janeiro 2004 WTI US$ 33,78/ barril Brent US$ 31,16/ barril 20,00 janeiro 2002 WTI US$ 21,01/ barril Brent US$ 20,40/ barril 10,00 14 | relatório anual 2006 | petrobras Dez 06 Jan 06 Jan 05 Jan 04 Jan 03 Jan 02 Jan 01 Jan 00 0,00 78,63 dólares foi o valor do barril do brent em agosto suas cotas inalteradas na maior parte do ano, favorecendo a formação dos estoques. A tendência de alta começou a ser revertida quando, passado o mês de agosto, não se concretizaram as expectativas de que a temporada de furacões no Atlântico repetiria o impacto devastador de 2005. Em meio a controvérsias sobre o peso da atividade especulativa na formação dos preços, a não-ocorrência de grandes furacões compeliu a Opep a anunciar cortes na produção pela primeira vez desde dezembro de 2004, a maior redução desde 2002. O primeiro anúncio foi em setembro; o segundo, em dezembro, efetivado em fevereiro de 2007. Outro fator a pressionar a baixa dos preços foi, no fim de 2006, a ocorrência de temperaturas amenas no inverno do Hemisfério Norte e a conseqüente redução do consumo de petró- leo. Isso fez com que o excesso físico de oferta fosse sentido de forma mais forte no mercado, podendo ser mais um sinal de que o ciclo de preços altos, observado nos últimos quatro anos, está chegando ao fim. Desde o pico registrado em agosto, a dinâmica de queda foi caracterizada pelo fenômeno que os analistas chamaram de “movimento de correção” – um balanceamento em direção a um novo equilíbrio entre oferta e demanda, com mudança no sentimento do mercado em relação à potencial escassez do petróleo em caso de interrupção do fornecimento. Mais uma vez, o movimento de baixa no valor do barril pôs em evidência o impacto de eventos de difícil previsibilidade sobre os preços – uma constante na história do mercado mundial do petróleo. + Navio-tanque Navion Stavangar, frota da Transpetro www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 15 Estratégia Corporativa A Petrobras mantém as metas agressivas de crescimento em seu investimentos previstos 2007-2011 Plano de Negócios 2007-2011. Pela primeira vez, divulgou estimativas de produção de petróleo e gás natural para 2015, relacionando os principais projetos que darão suporte ao crescimento pós-2011. O posicionamento estratégico da Companhia dá destaque à expansão do refino no Brasil, a fim de agregar valor à crescente produção de óleo no País – seja pelo aumento das vendas proporcionadas pelo crescimento do mercado brasileiro, seja pela ampliação das exportações de derivados. A Petrobras busca, assim, um equilíbrio de longo prazo entre o crescimento da produção e a capacidade de refino. No mercado de energias renováveis, o foco são os biocombustíveis, segundo a estratégia de liderar a produção de biodiesel no Brasil e expandir a comercialização de etanol. A produção nacional de petróleo e gás natural chegará, em 2011, a 2 milhões 925 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). Em paralelo a esse crescimento, as refinarias no País processarão 1 milhão 877 mil barris por dia (bpd) e o processamento diário de óleo brasileiro subirá para 1 milhão 710 mil bpd. Com esse desempenho, a Companhia aumentará dos atuais 80% para 91% a participação do óleo nacional na carga processada nas refinarias, consolidando a sustentabilidade da auto-suficiência. A venda do excedente, que em 2006 foi de 335 mil bpd, chegará a 584 mil bpd em 2011. Do total de investimentos previstos para 2007-2011 – US$ 87,1 bilhões, com média de US$ 17,4 bilhões por ano –, US$ 75 bilhões (86%) serão investidos no Brasil, com a criação de 838 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Os maiores investimentos serão em Exploração e Produção, Gás e Energia, e Abastecimento. Dos US$ 12,1 bilhões (14%) destinados ao exterior, 65% serão aplicados na América Latina, oeste da África e Golfo do México – regiões prioritárias para a expansão da Petrobras. No exterior, onde a Petrobras produziu 243 mil boed de óleo e gás natural em 2006, a produção subirá para 568 mil boed em (US$ bilhões) 16 | relatório anual 2006 | petrobras 14% Brasil 86% Exterior investimentos previstos 2007-2011 por áreas (US$ bilhões) área Exploração e Produção 40,7 Abastecimento 23,1 Gás e Energia 7,2 Internacional 12,1 Distribuição 2,2 Áreas Corporativas 1,8 Total 87,1 recursos: origem X aplicação (previsão 2007-2011 em us$ bilhões) 86,7 12,6 99,3 87,1 12,2 99,3 Geração própria Investimentos Recursos de terceiros Amortização de dívida 87,1 bilhões de dólares em investimentos entre 2007-2011 produção x refino 2011, quando a carga processada nas refinarias da Companhia (mil bpd) em outros países chegará a 499 mil bpd. O crescimento da produção de óleo e LGN e da carga processada de refino assegura o balanceamento dos segmentos de Exploração e Produção e Abastecimento da Companhia e abre opções de integração dessas atividades no Brasil e no exterior. Como parte da estratégia para consolidar-se como empresa integrada de energia com atuação internacional, a Petrobras conferiu maior visibilidade às metas na área de energias renováveis. Em 2011, deverá disponibilizar 855 mil m3/ano de biodiesel e exportar 3,5 milhões de m3 de etanol. No ano, a capacidade das termelétricas e da co-geração será de 4.554 MW. A Petrobras mantém a política de preços alinhada ao mercado internacional. A previsão de geração própria de caixa de US$ 86,7 bilhões entre 2007 e 2011 atenderá à quase totalidade dos investimentos. Estão previstas captações no mercado financeiro e amortizações de dívida em linha com a política de alongamento de prazos e redução da alavancagem financeira. O Retorno de Capital Empregado (Roce) médio está previsto em 16%. Conforme os compromissos de responsabilidade social e ambiental e domínio tecnológico, os investimentos em Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), tecnologia, telecomunicações e Tecnologia da Informação (TI) entre 2007 e 2011 somam US$ 6,2 bilhões. A Petrobras segue empenhada em estender às esferas social e ambiental a qualidade alcançada em seu desempenho empresarial, mantendo o compromisso com a transparência e a responsabilidade no relacionamento com os diversos públicos de interesse. Reconhecida internacionalmente pela excelência na produção de petróleo, gás natural e derivados, a Companhia trabalha para elevar ainda mais a sua performance e a sua projeção como empresa brasileira dedicada, no plano internacional, aos grandes desafios da produção de energia. + 3.554 3.201 projeção 2015 2.757 meta 2011 2.376 1.920 1.872 2006 Produção de óleo e LGN total Carga fresca processada total Crescimento da Produção (mil boed) 2007-2015 7,9% a.a. 2007-2011 8,7% a.a. 4.556 278 742 3.493 724 2.036 85 161 250 1.540 2.020 2.217 2.298 94 168 265 96 163 274 101 142 277 1.493 1.684 1.778 185 383 551 2.812 2.374 2003 2004 2005 2006 meta 2011 projeção 2015 Óleo + LGN Brasil Gás natural Brasil Óleo + LGN internacional Gás natural internacional www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 17 Francisco de Assis PEREira Motorista de veículos de carga, cliente Petrobras, no terminal de carregamento de Betim Visão de Futuro: Esperança de viver uma vida melhor é o que move a gente. 18 | relatório anual 2006 | petrobras “A preservação do meio ambiente é urgente e depende de todos nós, de cada um perceber o seu papel. A Petrobras está fazendo sua parte, mas, sozinha, ela não vai dar conta.” Áreas de Atuação 20 26 Petroquímica 30 Transporte 34 Distribuição 38 Gás Natural 40 Energia 42 Exploração e Produção Refino e Comercialização A intensificação da exploração e produção de petróleo levou a Petrobras a bater outros recordes em 2006. Impulsionada pela entrada em operação de novas plataformas — com destaque para a P-50 —, a produção manteve o ritmo de crescimento e chegou a quase 2 milhões de barris por dia. O gás natural também cresceu e deverá ter sua produção ampliada dos atuais 15,8 milhões para 40 milhões de metros cúbicos por dia, até 2008, segundo o estabelecido pelo Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás), que prevê o aumento da produção e oferta de gás natural na Região Sudeste. Dentro da estratégia de expandir de forma sustentada o consumo no País, a Petrobras também prepara sua entrada como importadora no mercado global de Gás Natural Liquefeito (GNL). As metas do Plano de Negócios 2007-2011, que pretende sustentar a auto-suficiência e manter o ritmo de crescimento acelerado, levam em conta a entrada em operação, nesse período, de 15 grandes projetos de produção de óleo e de dez projetos de gás natural. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 19 Áreas de Atuação Exploração e Produção Produção mantém ritmo de crescimento O aumento da produção nacional de petróleo em 2006 foi mais um passo na estratégia de crescimento da Petrobras. A Companhia produziu 1 milhão 778 mil barris por dia (bpd) de óleo, líquido de gás natural (LGN) e condensado no Brasil – um aumento de 5,6% em relação ao 1 milhão 684 mil bpd de 2005. Dos três grandes projetos que contribuíram para elevar a produção, dois estão na Bacia de Campos: a plataforma P-50, que opera desde 21 de abril, e o navio-plataforma FPSO P-34, desde 17 de dezembro. Na Bacia do Espírito Santo, o FPSO-Capixaba entrou em operação em 6 de maio. Com esses projetos, a capacidade de produção da Petrobras foi acrescida de 340 mil bpd. A P-50, no campo de Albacora Leste, tem capacidade de produção de 180 mil bpd; o FPSO-Capixaba, no de Golfinho, e a P-34, no campo de Jubarte, processam 100 mil bpd e 60 mil bpd, respectivamente. Apesar do aumento da produção em 2006, a média anual ficou 5,4% abaixo da meta estabelecida para o ano, de 1 milhão 880 mil bpd. A diferença foi causada por atrasos no início das operações da P-50 e da P-34. Recordes de produção sinalizaram que a Companhia está próxima da marca dos 2 milhões de barris por dia. Em 23 de outubro, a Companhia produziu 1 milhão 912 mil 733 bpd – 31 mil acima do recorde anterior, de 29 de maio. Além do desempenho da P-50 e das outras plataformas da Bacia de Campos, colaborou para os picos de produção o Programa de Revitalização de Campos com Alto Grau de Explotação (Recage), que minimiza o declínio das áreas maduras. A produção de gás natural (sem LGN) também cresceu em 2006, atingindo 44 milhões de m3/dia, com aumento de 1% em 20 | relatório anual 2006 | petrobras Plataforma P-50, um marco na conquista da auto-suficiência em petróleo, Bacia de Campos, RJ de bpd: pico da produção em outubro relação aos 43,5 milhões de m3/dia do ano anterior. O crescimento foi mantido graças à continuidade da expansão da oferta do gás nacional, segundo a estratégia corporativa de garantir, de forma confiável, o suprimento do produto ao mercado brasileiro. Na Bacia do Espírito Santo, um grande projeto de produção de gás entrou em operação em 22 de fevereiro: a plataforma de Peroá (cerca de 1 milhão de m3/dia). No Rio Grande do Norte, a UPGN III de Guamaré (1,5 milhão de m3/dia) deu início à produção, após fase de pré-operação iniciada em dezembro de 2005. produção de óleo e gás natural (mil boed)(1) projeção 2.812 2015 meta 2011 2.374 1.684 274 1.958 2005 2004 1.493 265 1.758 2003 1.540 250 1.790 2002 1.500 252 1.752 2000 551 2.925 1.778 277 2.055 2006 2001 724 3.536 1.336 232 1.568 1.270 221 1.491 Óleo, LGN e condensado Gás natural (1) Taxa média anual de crescimento do óleo: 6,76% Taxa média anual de crescimento do gás natural: 3,71% www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 21 | exploração e produção Áreas de Atuação 1,912 milhão Áreas de Atuação | exploração e produção A Petrobras declarou a viabilidade comercial de 27 descobertas à ANP, algumas classificadas como novos campos de petróleo e gás natural. As estimativas apontam para volumes recuperáveis de 2 bilhões e 440 milhões de boe: 53 milhões em terra e o restante em acumulações marítimas. Produção de Óleo, LGN e Condensado distribuição por profundidade d’água custo unitário de extração sem participação governamental (US$/barril) 5% 13% meta 2011 69% 13% 5,60 6,59 2006 Terra 0 - 300 300 - 1.500 >1.500 Produção total: 1.778 mil bpd 2002 distribuição por profundidade d’água 3% 38% Terra 0 - 300 300 - 1.500 >1.500 Produção total: 43.975 mil m3/dia O custo médio de extração sem participação governamental, em 2006, foi de US$ 6,59 por barril de óleo equivalente (boe) – um acréscimo de 15% sobre o valor apurado no ano anterior. Esse acréscimo é devido, principalmente, à valorização do real frente ao dólar americano em 11%; a reajustes nos contratos, em especial de son- 22 | relatório anual 2006 | petrobras 3,36 3,00 das, devido ao aquecimento do mercado de petróleo; ao aumento da força de trabalho, com o acréscimo do efetivo compatível com o crescimento previsto no Plano de Negócios; e à entrada em produção das plataformas P-50, FPSO-Capixaba e P-34. 39% 20% 4,28 2004 2003 Produção de gás natural 5,73 2005 O Desafio do Crescimento As metas do novo Plano de Negócios prevêem a entrada em operação, até 2011, de 15 grandes projetos de produção de óleo e de 10 projetos de gás natural. Para 2011, a produção média de petróleo e gás natural da Companhia no País está estimada em 2 milhões 925 mil boed. Em 2007, entrarão em operação, na Bacia de Campos, as plataformas FPSO-Cidade do Rio de Janeiro (100 mil bpd), no campo de Espadarte; P-52 e P-54 (180 mil bpd, cada), no campo de Roncador; SSP 300 (30 mil bpd), no campo de Piranema; e FPSO-Cidade de Vitória (100 mil bpd) no módulo 2 do campo de Golfinho. Para | exploração e produção aumentar a produção de gás natural, entra em operação em 2007, na Bahia, a plataforma de Manati (6 milhões de m3/dia). Mais duas plataformas para a Bacia de Campos estão em construção: P-51 e P-53 (180 mil bpd, cada), com início de operação previsto para 2008 e 2009, respectivamente, nos campos de Marlim Sul e Marlim Leste. Um FPSO será afretado, também em 2008, destinado à área de Jabuti, em Marlim Leste. Para 2009, está previsto o início da produção do projeto Parque das Conchas (100 mil bpd), operado pela Shell. Em 2010, deverá entrar em operação o campo de Frade (100 mil bpd), em associação com a Chevron, e em 2011, a P-57 (180 mil bpd), na fase 2 do campo de Jubarte, e a P-55 (180 mil bpd), no módulo III de Roncador. A exploração e a produção de gás natural também estão sendo intensificadas, no contexto do Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás), fundamental para garantir o suprimento de gás natural ao mercado das regiões Sul–Sudeste. Até o fim de 2008, no Sudeste, a oferta subirá dos atuais 15,8 milhões de m3/dia para 40 milhões de m3/dia. No Plangás estão previstos, na Bacia do Espírito Santo, a ampliação do projeto de Peroá para 9,4 milhões de m3/dia e o desenvolvimento dos campos de Canapu e Camarupim, além da ampliação para 20 milhões de m3/dia do Pólo de Processamento de Gás de Cacimbas. A primeira fase desta ampliação (5,4 mil de m3/dia) entrará em operação no início de 2007, com a Planta de Processamento de Gás de Peroá. Na Bacia de Campos, o Plangás prioriza a produção de gás não-associado a partir de diversos reservatórios próximos à infra-estrutura existente nos campos de Albacora, Roncador e Marlim Sul, além do desenvolvimento inicial de Jabuti. Na Bacia de Santos, a Plataforma de Merluza será ampliada para 2,5 milhões de m3/dia, com o aumento de produção de Merluza e o desenvolvimento inicial do campo de Lagosta. Para 2010, o Plangás prevê o aumento da oferta de gás para 55 milhões de m3/dia no Sudeste, com a entrada dos projetos de Mexilhão (2009) e Uruguá e Tambaú (2010), ambos na Bacia de Santos, além da entrada em operação do primeiro módulo da Planta de Processamento de Gás de Caraguatatuba, em 2009, e do segundo módulo em 2010. Descobertas em terra e mar A Petrobras declarou a viabilidade comercial de 27 descobertas à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2006. Dessas áreas – 18 no mar e 9 em terra –, algumas foram classificadas como novos campos de petróleo e gás natural e outras incorporadas a campos vizinhos. O destaque exploratório foi a descoberta de óleo leve e gás natural no bloco BM-S-11 da Bacia de Santos, em águas ultraprofundas. Nas novas áreas com comercialidade declarada, as estimativas apontam volumes de óleo recuperável que somam cerca de 2 bilhões 440 milhões de boe. A totalização, correspondente à participação da Petrobras, depende de avaliações mais aprofundadas. Do estimado, 2 bilhões 387 milhões de boe estão em acumulações marítimas e 53 milhões de boe, em terra. Das 27 áreas, 10 estão na Bacia de Campos; 4, na de Santos; 7, na do Espírito Santo; e 6, nas bacias do Norte e Nordeste. Na Bacia de Santos, três áreas operadas pela Petrobras foram declaradas comerciais e transformadas nos campos de óleo e gás natural de Tambuatá, Pirapitanga e Carapiá. Outra área foi anexada ao campo de Mexilhão. As estimativas de volumes somam 560 milhões de boe. A Companhia ainda detém, além das quatro áreas declaradas comerciais, 40% dos direitos sobre dois campos que também tiveram sua viabilidade comunicada à ANP. Além das declarações à ANP, a descoberta de petróleo leve e gás no bloco BM-S-11, em que a Petrobras tem participação de 65%, abre perspectivas promissoras tanto para as atividades na Bacia de Santos quanto para as operações em águas ultraprofunwww.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 23 Áreas de Atuação Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, em Linhares, ES | exploração e produção Áreas de Atuação Estação de tratamento e transferência de óleo da Fazenda Alegre, em Jaguaré, ES das em outras regiões. Para chegar ao óleo e ao gás, a Companhia perfurou uma camada de sal com mais de 2 mil metros de espessura abaixo de lâmina d’água de 2 mil metros. Na Bacia do Espírito Santo, quatro áreas no mar e três em terra operadas pela Petrobras tiveram a viabilidade comercial declarada. Na plataforma continental, onde as novas descobertas estão estimadas em 168 milhões de boe, foram definidos os campos de gás de Carapó e Camarupim e anexadas duas áreas de gás e óleo leve aos campos de Golfinho e Canapu. As declarações de áreas em terra resultaram em três novos campos – Saíra, Seriema e Tabuiaiá –, com volumes estimados em 7,4 milhões de boe, que vão contribuir para a manutenção dos níveis da produção terrestre. Na Bacia de Campos, as declarações de comercialidade abrangem dez áreas. Sete foram classificadas como novos campos: Maromba, Carataí, Carapicu, Catuá, Caxaréu, Mangangá e Pirambu. Uma área foi anexada ao campo de Baleia Azul e outras duas, aos campos de Viola e Marlim Leste. O volume estimado soma 1 bilhão 510 milhões de boe. Outra descoberta importante foi realizada em Roncador, em reservatórios abaixo da seção produtora. Cinco declarações de comercialidade foram feitas pela Petrobras para áreas em terra nas bacias costeiras do Nordeste. Três originaram campos: Tangará, no Recôncavo Baiano; Pintassilgo e Jaçanã, na Bacia Potiguar. As outras áreas foram anexadas aos campos de Baixa do Juazeiro e Canto do Amaro, também na Bacia Potiguar. Além das declarações, outras três áreas em terra foram descobertas na Bacia de Sergipe–Alagoas e duas no Recôncavo. Na Bacia do Solimões, foi declarada a comercialidade do campo de Araracanga – descoberta de gás natural realizada em 1997. No ano, foram perfurados e concluídos 331 poços para o desenvolvimento da produção – 283 em terra e 48 no mar. Para a exploração, 80 poços foram perfurados – 50 em terra e 30 no mar. O índice de sucesso exploratório foi de 48,7%, pois 39 dos 80 poços 24 | relatório anual 2006 | petrobras índice de sucesso exploratório 50% 55% 49% 39% 24% 20% 23% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 que chegaram ao objetivo geológico têm boas perspectivas de se tornarem descobridores ou produtores de óleo ou gás natural. Novas Concessões Na Oitava Rodada de Licitações da ANP, em novembro, a Petrobras deu seguimento à recomposição e ao alongamento do perfil de seu portfólio de áreas exploratórias. Das 22 áreas que disputou, adquiriu 21, que somam 7.841,21 quilômetros quadrados (km2). As novas concessões integradas ao portfólio exploratório – 13 na bacia terrestre de Tucano e 8 na Bacia de Santos – serão importantes para a Companhia atingir os níveis de produção de óleo e gás previstos no Plano de Negócios 2007-2011. Os bônus oferecidos na oitava rodada pela Petrobras e seus parceiros totalizaram R$ 276.924.361,00, ficando a parcela da Companhia em R$ 248.227.933,50. Dos 21 blocos adquiridos, a Petrobras tem direitos exclusivos em 7 e é operadora em 2, em parceria com outras empresas. Nos outros 12 blocos, a operação cabe a parceiros. As concessões marítimas adquiridas na Bacia de Santos são | exploração e produção 174% consideradas de elevado potencial e abrangem 5.553,03 km2. As concessões terrestres na Bacia do Tucano são áreas de nova fronteira, com potencial para descobertas de acumulações profundas de gás natural, e abrangem 2.288,15 km2. Essas concessões deverão ser agrupadas em blocos pela ANP na assinatura dos contratos. Com as aquisições e as devoluções feitas ao longo do ano, o portfólio de concessões exploratórias passou a contar com 144 blocos, que totalizam 149,2 mil km2. Somadas dez áreas de planos de avaliação de descobertas (3,6 mil km2) em operação, a área exploratória atual da Petrobras abrange 152,8 mil km2. Áreas de Atuação índice de reposição de reservas evolução das reservas provadas (critério spe - bilhões de boe) Produção em 2006: 0,71 bilhão de boe 0,24 0,98 13,23 2005 Reserva remanescente de 2005 Incorporação de novas descobertas Reservas provadas As reservas provadas de óleo, condensado e gás natural da Petrobras no País atingiram 13 bilhões 753 milhões de boe em 2006, pelo critério ANP/SPE – um aumento de 3,9% em relação ao ano anterior. O volume incorporado às reservas ao longo de 2006 foi de 1 bilhão 226 milhões de boe, contra uma produção acumulada de 705 milhões de boe. Essa incorporação resultou num Índice de Reposição de Reservas (IRR) de 174%. Isso significa que, para cada barril de óleo equivalente produzido no ano, foi acrescentado 1,74 barril às reservas. O indicador reserva/produção (R/P) foi de 19,5 anos. Dois fatores foram responsáveis pelo aumento das reservas provadas – um deles devido às apropriações de volumes descobertos em campos com declarações de comercialidade realizadas ao longo de 2006. Algumas dessas declarações foram feitas em áreas próximas a campos em fase de desenvolvimento e, portanto, incorporadas ao ring fence desses campos. O outro fator que contribuiu para a incorporação de reservas provadas foi o gerenciamento de reservatórios em campos já descobertos – em fase de desenvolvimento ou de produção. + 13,75 12,52 2006 Incorporação em campos existentes reservas provadas de óleo e gás natural (critério spe - bilhões de boe) 2,08 13,75 11,67 2006 1,87 13,23 11,36 2005 11,05 2004 10,60 2003 1,97 1,99 13,02 12,59 9,56 1,45 11,01 2002 2001 8,32 1,35 9,67 2000 8,29 1,36 9,65 Óleo, LGN e condensado Gás natural www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 25 Áreas de Atuação refino e comercialização Vendas aumentam no Brasil e exterior O recorde histórico de refino e o aumento de 3% na comercialização de produtos no mercado interno também pontuaram os resultados obtidos ao longo do ano. As 11 refinarias da Petrobras registraram aumento no processamento primário de óleo e na produção de derivados, em comparação a 2005. O bom desempenho da produção nacional de petróleo, a estrutura logística e a abertura de novos mercados permitiram à Companhia bater recordes também nas vendas externas, consolidando-se como a maior exportadora do País. Refino A Petrobras atingiu recordes históricos de refino e produção de derivados no Brasil. Nas 11 refinarias, foi processado (processamento primário) 1 milhão 746 mil bpd de óleo e produzido 1 milhão 764 mil bpd de derivados – um aumento de 1% e 2%, respectivamente, em relação ao ano anterior. A participação de 80% do óleo nacional na carga processada em 2006 reflete a confiabilidade operacional das unidades, que utilizaram, em média, 89% da capacidade de refino. A Companhia deu continuidade aos investimentos para adaptação das refinarias ao processamento do petróleo pesado produzido no País. Novas unidades de craqueamento catalítico e coqueamento retardado entraram em atividade na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap); e uma de coqueamento começará a operar na Refinaria Duque de Caxias (Reduc) em 2007. Com as custo unitário de refino mercado de derivados (US$/barril) (mil bpd) meta 2011 1.821 2,90 1.755 1.749 1.700 2,29 2006 2005 1,90 1.641 1.609 1.696 1.639 1.637 1.766 1.735 1.764 1.697 1.644 1.510 1,38 2004 2003 1,14 2002 26 relatório anual 2006 | 2003 2004 Demanda de derivados Produção de derivados 0,94 | 2002 Volume de vendas de derivados petrobras 2005 2006 de bpd de derivados unidades de coque, a Petrobras otimiza o rendimento em diesel do petróleo brasileiro. Como parte da estratégia de melhoria da qualidade dos combustíveis, a Companhia deu seguimento à implantação de unidades de hidrotratamento (HDTs) em nove refinarias. O tratamento com hidrogênio, que reduz o teor de enxofre dos derivados, atende às especificações ambientais mais rigorosas vigentes a partir de 2009. Ao mesmo tempo, abre novos mercados de exportação, como EUA e países da Europa. O lançamento do Diesel Podium e o desenvolvimento do H-Bio foram marcos de qualidade e proteção ambiental em 2006. Como a gasolina Podium, o novo diesel oferece melhor desempenho, menos desgaste do motor e menor teor de enxofre. O H-Bio, processo pioneiro da Petrobras, associa óleo vegetal às frações do petróleo para a fabricação de diesel. A Companhia também ampliou a oferta do diesel S500 a oito regiões metropolitanas – Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Vitória, Aracaju e Porto Alegre. O produto, lançado em 2005, tem teor de enxofre quatro vezes menor do que o diesel comum. Em linha com o crescimento da produção nacional de petróleo, a Petrobras tem em curso dois grandes projetos: a Refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, para 200 mil bpd, empreendimento de US$ 4,0 bilhões em estudo com a Petróleos de Venezuela (PDVSA); e a Refinaria Premium, em local a ser definido, para 500 mil bpd, que será a maior do País. Com entrada em operação prevista para 2011 e 2014, as novas refinarias vão fazer frente ao crescimento da demanda interna, reduzir a importação de diesel e assegurar a exportação de derivados, valorizando os excedentes de petróleo brasileiro. + Refinaria Isaac Sabbá (Reman), Manaus, AM www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 27 | refino e comercialização 1,697 milhão Áreas de Atuação no mercado brasileiro, vendas de Áreas de Atuação | refino e comercialização Unidade de remoção de enxofre da refinaria Getúlio Vargas (Repar), Araucária, PR Comercialização A Petrobras comercializou, em média, 1 milhão 697 mil bpd de derivados no mercado brasileiro – um aumento de 3% em relação a 2005. Os principais produtos em volume de vendas foram gasolina, nafta petroquímica, óleo combustível, diesel, gás liquefeito de petróleo e querosene de aviação. A gasolina registrou o maior crescimento de vendas, 7%. A principal causa foi a redução do percentual de álcool anidro misturado na gasolina vendida nos postos, que passou de 25% para 20% em março e subiu para 23% em novembro. Outro fator foi a expansão da frota de veículos que utilizam gasolina, incluindo os usuários de veículos flex fuel que optaram por utilizar este combustível. A inibir o consumo, atuaram o aumento de 5,1% no preço real ao consumidor e o uso crescente de GNV. Na comercialização de nafta petroquímica, a expansão foi de 5%. Diante do aumento da demanda das centrais petroquímicas, a Petrobras elevou a produção e substituiu parte das importações, garantindo a ampliação dos negócios. No segmento de óleos combustíveis, após alguns anos de retração, as vendas subiram 1%, beneficiadas pelo ganho de mercado em relação à concorrência e pelo atendimento de novos consumidores. Entre os setores que aqueceram a demanda, estão a indústria de transformação do Pará e as novas termelétricas do Amazonas. As vendas de diesel aumentaram 1%, ficando abaixo do crescimento do PIB. A principal causa do resultado foi o baixo desempenho do agronegócio, ainda sob o impacto da crise de 2005/2006 e da valorização do real frente a outras moedas. O GLP teve acréscimo de 1,5% na comercialização, respondendo ao crescimento demográfico e à melhoria do poder aquisitivo da população, decorrente do aumento do salário mínimo 28 | relatório anual 2006 | petrobras e da abrangência de mecanismos governamentais de garantia de renda. As vendas de querosene de aviação mantiveram-se estáveis em relação a 2005. O aumento da produção nacional de petróleo, a otimização exportação e importação de petróleo (mil BPD) 450 326 319 352 370 335 233 2002 233 2003 181 263 2004 2005 2006 Importação Exportação exportação e importação de derivados (mil Bpd) 228 216 206 260 118 109 105 2002 Importação Exportação 246 213 2003 94 2004 2005 2006 (volume) | refino e comercialização Exportação de derivados por produto (volume) 6% 17% 66% 12% 23% 17% 16% Querosene de aviação Gasolina Nafta Diesel 43% Óleo combustível e bunker Outros GLP Outros origem das importações de derivados destino das exportações de derivados (volume) (volume) 21% 22% Argentina Aruba 2% 3% 4% Bélgica Emirados Árabes 6% EUA 8% 22% 12% Índia 3% 4% 5% Antilhas Holandesas 11% 21% Argentina Bahamas Chipre Cingapura 7% 18% 8% Itália 11% Nigéria EUA 12% Nigéria Venezuela Uruguai Outros Outros origem das importações de petróleo destino das exportações de petróleo (volume) (volume) 6% 4% 4% 43% 10% 11% Angola Arábia Saudita Argélia Congo 22% Iraque 4% 4% 4% 11% Aruba 31% Bahamas Chile China Coréia do Sul 8% 10% 12% 16% EUA França Nigéria Portugal Outros Outros da estrutura logística e a abertura de novas oportunidades comerciais permitiram à Companhia bater recordes também nas vendas externas, consolidando-se como a maior exportadora do País. A exportação de petróleo atingiu o recorde de 484 mil bpd no mês de novembro, fechando o ano com média de 335 mil bpd, um acrés- cimo de 27% em relação ao ano anterior. Quanto aos derivados, houve redução de 5,4% em comparação a 2005, com exportação de 246 mil bpd. As importações foram de 370 mil bpd de óleo e 118 mil bpd de derivados. O superávit da balança comercial da Petrobras em 2006 foi de US$ 421 milhões. + www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 29 Áreas de Atuação importação de derivados por produto Áreas de Atuação petroquímica Produtos estratégicos para os negócios da Companhia Por diversificar o portfólio de produtos e agregar valor ao petróleo e ao gás natural, em sinergia com outras operações da Petrobras, a petroquímica tem importância estratégica para a Companhia. A atuação no setor, sob a responsabilidade da subsidiária Petrobras Química S.A. (Petroquisa), vem sendo expandida seletivamente, para a produção de insumos básicos e resinas termoplásticas, em associação com parceiros. A Petroquisa, que teve a totalidade de suas ações incorporada pela Petrobras em 2006, detém participação em todas as centrais petroquímicas do País, em indústrias de segunda geração e em outras, cujos produtos são estratégicos para a Petrobras, como o coque calcinado de petróleo e catalisador para craqueamento de petróleo. No ano, seu lucro líquido foi de R$ 133,5 milhões. O destaque entre as unidades a serem construídas é o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em parceria com o grupo Ultra e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os estudos técnico-econômicos para instalação do projeto, nos municípios de Itaboraí e São Gonçalo, foram concluídos em março, com investimento previsto de US$ 8,3 bilhões. O complexo vai processar até 150 mil bpd de petróleo pesado, para a produção de matérias-primas da petroquímica e derivados. Serão produzidas anualmente 1,3 milhão de toneladas de eteno, 880 mil toneladas de propeno, 600 mil toneladas de 30 | relatório anual 2006 | petrobras Pólo Petroquímico de Campos Elíseos, Duque de Caxias, RJ de reais de lucro líquido em 2006 benzeno e 700 mil toneladas de para-xileno e outros derivados de petróleo, principalmente coque. Além da unidade petroquímica básica (UPB), da central de utilidades e das unidades de segunda geração, o Comperj terá um centro de capacitação de empresas e trabalhadores e uma central de escoamento de produtos líquidos para terminais de carregamento na Baía de Guanabara. A entrada em operação está prevista para o início de 2012. As unidades de segunda geração utilizarão como matéria-prima os petroquímicos básicos produzidos na UPB e fabricarão por ano 880 mil toneladas de polietilenos, 850 mil toneladas de polipropileno, 500 mil toneladas de estireno, 600 mil toneladas de etilenoglicol e 600 mil toneladas de ácido tereftálico purificado (PTA). Outro importante empreendimento é a Petroquímica Paulínia S.A., associação entre a Petroquisa, com participação acionária de 40%, e a Braskem. A unidade industrial, no município de Paulínia (SP), vizinha à Refinaria de Paulínia (Replan), vai produzir 300 mil toneladas por ano de polipropileno, usando o propeno fornecido por aquela refinaria e pela Refinaria Henrique Lage (Revap). Com licença ambiental desde o fim de 2006, a instalação da planta de produção está em andamento. A unidade, orçada em US$ 328 milhões, deverá entrar em operação em 2008. A Petrobras deu continuidade à avaliação técnico-econômica e ambiental do complexo acrílico integrado de Minas Gerais — empreendimento de US$ 540 milhões para a produção de 160 mil toneladas anuais de ácido acrílico cru e alguns de seus derivados. O complexo, pioneiro na América Latina, tem início de operações previsto para 2011. A Petroquisa deu seguimento ao projeto de instalação de uma unidade de ácido tereftálico purificado (PTA) em Pernambuco, com a criação da Companhia Petroquímica de Pernambuco — PetroquímicaSuape. A unidade industrial, com investimento de US$ 514 milhões, terá capacidade produtiva de 640 mil toneladas www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 31 | petroquímica Áreas de Atuação 133,5 milhões | petroquímica Áreas de Atuação por ano, com início da operação previsto para 2009. A matériaprima será o para-xileno, inicialmente importado e futuramente fornecido pelo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Na cadeia produtiva que será criada pelas atividades da PetroquímicaSuape, parte do PTA será a matéria-prima da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), empresa constituída em 2006, com participação de 40% da Petroquisa, com vistas à instalação de uma planta industrial de fios de poliéster (POY). A unidade, orçada em US$ 273 milhões, produzirá 215 mil toneladas anuais do produto, com entrada em operação programada para 2009. + O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro é um dos mais importantes projetos da Petrobras na área petroquímica. Com investimentos de US$ 8,3 bilhões, o complexo produzirá matérias-primas da petroquímica e derivados a partir do petróleo pesado. Participações Societárias da PeTROquisa Capital Votante (%) 9,8 Capital Total (%) 8,3 Empresa Produto Braskem S.A. Petroquímicos básicos, intermediários e finais Copesul - Companhia Petroquímica do Sul Petroquímicos básicos 15,6 15,6 Petroquímica União S.A. Petroquímicos básicos 17,5 17,4 Riopol - Rio Polímeros S.A. Polietilenos, eteno e propeno 16,7 16,7 Metanor S.A. Metanol do Nordeste Metanol e derivados 49,5 34,3 Deten Química S.A. Linear alquilbenzeno e linear alquibenzeno sulfonado 28,6 27,7 Fábrica Carioca de Catalisadores S.A. Catalisadores 50,0 50,0 Petrocoque S.A. Indústria e Comércio Coque calcinado de petróleo 40,0 40,0 Petroquímica Triunfo S.A. Polietileno de baixa densidade, copolímero de eteno e acetato de vinila (EVA) 70,5 85,0 Petroquímica Paulínia S.A. Polipropileno 40,0 40,0 Companhia Petroquímica de Pernambuco Petroquímica Suape PTA - Ácido tereftálico purificado 50,0 50,0 Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco - Citepe POY - Filamentos de poliéster 40,0 40,0 Nitroclor Produtos Químicos Ltda. Em processo de encerramento das atividades 38,8 38,8 32 | relatório anual 2006 | petrobras Áreas de Atuação | petroquímica Produção de uréia na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), Laranjeiras, SE Investimentos nas plantas de fertilizantes expandem produção A Petrobras deu continuidade à modernização das plantas de produção de fertilizantes e ao desenvolvimento de novos projetos para aumentar a produção de nitrogenados, mantendo a estratégia de expandir a atuação no segmento. Em 2006, as vendas de amônia e uréia geraram receita bruta de US$ 350 milhões para a Companhia — um acréscimo de 6% em relação ao ano anterior. As fábricas de fertilizantes, situadas na Bahia e em Sergipe, receberam investimentos de R$ 92 milhões em projetos de melhoria da confiabilidade operacional, logística, qualidade de produtos e Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). Em Sergipe, a conclusão do novo armazém de uréia, com capacidade para 30 mil toneladas, dobrou a capacidade de armazenamento da unidade, dando maior flexibilidade às operações logísticas. As duas fábricas comercializaram 213 mil toneladas de amônia no mercado interno, no quinto ano consecutivo de crescimento das vendas. No segmento de uréia usada como fertilizante, a Petrobras manteve a liderança no mercado nacional, com vendas de 710 mil toneladas em 2006. Como resultado dos investimentos em confiabilidade, a fábrica da Bahia teve a maior produção dos últimos sete anos: 285 mil toneladas. A Companhia vai ativar na fábrica de Sergipe, em 2007, uma nova unidade de granulação de uréia, que produzirá 600 toneladas por dia. Com o objetivo de substituir importações de fertilizantes nitrogenados, a Petrobras deu andamento ao projeto conceitual de uma nova planta industrial — a UFN-3 —, que usará o gás natural como matéria-prima. O investimento estimado é de US$ 822 milhões, e a unidade deverá produzir 1 milhão de toneladas de uréia e 760 mil toneladas de amônia por ano, a partir de 2012. Outro projeto em estudo é o de uma planta industrial de ácido nítrico na fábrica da Bahia, para produção de 120 mil toneladas anuais, destinadas ao Pólo Petroquímico de Camaçari, com início previsto para 2009. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 33 Áreas de Atuação transporte Logística gera vantagens competitivas No transporte e armazenamento de petróleo, derivados, álcool e gás natural, a Petrobras atua por meio da subsidiária integral Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), que opera 53 navios, 44 terminais e 9.958 quilômetros de dutos. A empresa desempenha papel estratégico, pois dispõe de soluções integradas de logística e de flexibilidade operacional que proporcionam vantagens competitivas à Companhia. Frota de 46 petroleiros Maior armador da América do Sul, com 2,6 milhões de toneladas Terminal aquaviário de Ilha d’Água – Baía de Guanabara, RJ 34 | relatório anual 2006 | petrobras de porte bruto (tpb), a Transpetro possui frota de 46 petroleiros e afreta os demais de terceiros, a casco nu. Em 2006, nessa modalidade, foram contratados o Navion Stavanger (Suezmax) e mais duas embarcações, que serão recebidas em 2007. Uma unidade flutuante de transferência e estocagem (FSO) e um navio de apoio e manuseio de âncoras, do tipo AHTS, também fazem parte da frota. As atividades da Transpetro possuem elevada confiabilidade, unindo qualidade, preços competitivos e excelência em Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). As embarcações são inspecionadas periodicamente pelo Programa Navio 1000, que avalia a gestão, as condições operacionais e a segurança da frota, de acordo com normas internacionais. Como parte da estratégia de ampliar a prestação de serviços à Petrobras, em linha com o aumento da produção nacio- em operação nos terminais nal de petróleo, a Transpetro deu continuidade ao Programa de ção das existentes, a construção de 500 quilômetros de dutos e Modernização e Expansão da Frota em 2006. Na primeira fase, vencida a etapa de licitação, 26 navios estão encomendados a estaleiros com atividades no País. Na segunda fase do programa, serão construídos mais 16 petroleiros. Os primeiros 26 navios, em 5 lotes de licitações, somam investimento de US$ 2,5 bilhões. São 10 navios do tipo Suezmax; 5 Aframax; 4 Panamax; 4 de derivados e 3 gaseiros. Nas negociações com os estaleiros, a empresa conseguiu reduzir em 14% o valor inicial e obteve preço médio semelhante ao que teria pago no exterior. A construção no Brasil contribui para a retomada da indústria naval de grande porte, desenvolvendo um novo pólo de fornecedores para a Petrobras. a desativação de 110 quilômetros de faixas e de 280 quilômetros de dutos na Grande São Paulo. O terminal de Guararema será ampliado, e um novo será erguido em Mauá. Nas obras, serão abertos 28 mil postos de trabalho diretos e indiretos. A empresa finaliza estudos para a implantação do Corredor de Exportação de Etanol, que elevará o potencial de movimentação de álcool do atual 1,2 milhão de m3/ano para 4 milhões de m3/ano em 2010. Os três primeiros projetos – parte do plano de investimento de US$ 600 milhões em seis anos – vão ligar por dutos a Replan a Guararema e ao Triângulo Mineiro, passando por Ribeirão Preto, e estabelecer a integração com a Hidrovia Tietê–Paraná, ligando o Centro-Oeste a São Paulo. O Programa Transpetro Etanol vem despertando em outros países o interesse pela experiência brasileira com o transporte de álcool, abrindo oportunidades para o desenvolvimento de parcerias na América Latina, Estados Unidos, Europa, África e Ásia. Em 2006, mais de 80 mil m3 foram exportados para a Venezuela, em cumprimento a acordo bilateral. Outra iniciativa é o Programa de Tratamento de Água de Formação, que oferece resposta logística ao aumento da quantidade de água produzida pelos campos da Petrobras, em conseqüên cia do incremento da produção associado ao amadurecimento dos reservatórios e aos métodos de recuperação de petróleo. Na área de tancagem, a fim de eliminar gargalos logísticos, a Transpetro está elevando em 500 mil m3 a sua capacidade de armazenamento. + Terminais e oleodutos Como operadora da maioria dos oleodutos, terminais terrestres e aquaviários da Petrobras, a Transpetro movimentou 654 milhões de m3 de petróleo, derivados e álcool em 2006. Nos terminais aquaviários, a média mensal foi de 350 navios em operação. A rede operada pela Transpetro é composta por 7 mil quilômetros de oleodutos e polidutos. Os 44 terminais têm capacidade para armazenar 65 milhões de barris (10,3 milhões de m3). Para modernizar e ampliar a rede, ajustando-a às necessidades futuras da Petrobras e do País, a empresa está empreendendo várias iniciativas. Uma delas é o Plano Diretor de Dutos em São Paulo, que abrange 27 municípios e prevê novo desenho para a malha, afastando-a das regiões de alta densidade populacional, com aumento da segurança das operações. A nova infra-estrutura logística estará integrada à expansão da petroquímica, da geração termelétrica, da capacidade de refino e da oferta de gás natural. Com investimentos previstos em mais de R$ 2 bilhões, o plano inclui a implantação de novas faixas de dutos e a amplia- www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 35 | transporte Áreas de Atuação 350 navios Média mensal de | transporte Áreas de Atuação Gás Natural: mais gasodutos em 2007 No segmento de gás natural, a Transpetro movimentou a média diária de 34 milhões de m3 em 2006. Além de ampliar o sistema, com a incorporação de dois novos pontos de entrega e um novo gasoduto (Dow–Camaçari), a empresa transferiu a operação das malhas Espírito Santo e Bahia para o Centro Nacional de Controle Operacional (CNCO), que passou a controlar todos os gasodutos de forma remota. A empresa se prepara para incorporar ao sistema, em 2007, 1,8 mil quilômetros de gasodutos, em fase de construção. Mais 1,6 mil quilômetros, em projeto, deverão entrar em operação entre 2008 e 2011, quando a movimentação de gás natural da Transpetro chegará à marca dos 100 milhões de m3 por dia, incluído o gás natural liquefeito (GNL) importado. O Terminal de Cabiúnas (RJ), o maior pólo de processamento de gás natural do Brasil, também terá sua capacidade expandida em 2007, passando dos atuais 14,9 milhões de m3/dia para 17 milhões de m3. Dois novos projetos em andamento no pólo vão elevar a capacidade de processamento para 22,4 milhões de m3 diários. 36 | relatório anual 2006 | petrobras Terminal Almirante Maximiano Fonseca, Angra dos Reis, RJ A Petrobras no território nacional www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 37 Áreas de Atuação distribuição Maior rede de postos do País Posto Petrobras, Rio de Janeiro, RJ 38 | relatório anual 2006 | petrobras A Companhia atua na distribuição de combustíveis por meio da subsidiária Petrobras Distribuidora, líder de mercado, com a maior rede de postos de serviços do País. Dos 5.870 postos Petrobras localizados em todas as regiões do território brasileiro, 638 pertencem à empresa e 5.232 são de revendedores que operam com a marca Petrobras. A receita da Petrobras Distribuidora com produtos e serviços foi de R$ 47,1 bilhões em 2006 — um aumento de 8,0% em relação ao ano anterior —, decorrente da expansão das vendas, que bateram recorde histórico em outubro. A participação no mercado de distribuição alcançou 33,6% — ficando 0,2 pontos percentuais abaixo do registrado em 2005, devido à forte concorrência em 2006. No segundo semestre, a Petrobras Distribuidora conseguiu recuperar mercado e apresentou no mês de dezembro uma participação global de 34,9%. A Petrobras Distribuidora detém a liderança também na venda de gás natural veicular (GNV). Sua participação no mercado foi de 23,7% em 2006, com oferta do produto em 355 postos. No mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP), atuando por meio da Liquigás Distribuidora, a Petrobras tem participação de 21,7% — uma queda de 0,1% em relação a 2005. A ampliação da oferta do biodiesel foi um dos diferenciais da rede em 2006. Em linha com a estratégia de manter-se como bandeira preferida dos consumidores, agregando valor ao Sistema Petrobras, a distribuidora levou o produto a 3.740 postos em todo o País. Até junho de 2007, o biodiesel deverá ser oferecido em toda a rede. A chegada do biodiesel às bombas reforçou a associação da Petrobras Distribuidora a valores como inovação, qualidade e responsabilidade socioambiental. Em 2006, foram lançados também o Diesel Podium, com baixo teor de enxofre; a linha Evolua, de produtos para limpeza e conservação; e novos lubrificantes. A distribuidora investiu na ampliação e modernização dos postos, adequando-os aos requisitos de segurança e proteção do meio ambiente. Para aumentar a satisfação dos consumidores, a Petrobras Distribuidora expandiu projetos como o Cartão Petrobras, realizou promoções e qualificou frentistas, com o programa Capacidade Máxima. No relacionamento com revendedores e consumidores finais, a empresa promoveu visitas regulares de assessores comerciais e encontros periódicos para apresentação de estratégias e planos, além de manter em circulação o Jornal do Revendedor. No mercado de consumidores diretos, a participação global da Petrobras Distribuidora é de 45,5%, com destaque para a presença nos ramos de produtos de aviação (53,5%), de asfalto (29,4%) e de transporte rodoviário retalhista (40,4%). A empresa desenvolveu, em 2006, novos serviços para a fidelização de clientes do ramo de transportes. A Petrobras Distribuidora vem investindo, desde 2005, em adaptação das instalações da rede de distribuição – a maior do Brasil – para as operações com o biodiesel. As 56 bases e terminais estrategicamente localizados asseguram ampla capilaridade para a colocação dos produtos Petrobras. A rede também permite integrar soluções de transporte e estocagem com qualidade de serviços, proporcionando vantagens em relação à concorrência. + Rede de Postos Ativos Unidades Total 5.870 Urbanos 4.560 Rodoviários 1.282 Marítimos 28 Postos próprios 638 Postos de terceiros 5.232 Lojas de conveniência 740 Postos com GNV 355 mercado de distribuição de combustível 30% 20% 10% 0 Petrobras Ipiranga Distribuidora 2002 2005 2003 2006 Shell Esso Texaco Outras 2004 www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 39 | distribuição bilhões de dólares: receita da Petrobras Distribuidora com produtos e serviços Áreas de Atuação 47,1 Áreas de Atuação gás natural Alta do consumo reflete qualidade do produto O mercado de gás natural continuou em expansão, com a comercialização média de 38,7 milhões de m3/dia às distribuidoras em 2006 – 7% a mais que no ano anterior. O aumento do consumo é movido por fatores como a ampliação da infra-estrutura logística, a incorporação de novos consumidores de grande porte ao mercado e a forte expansão da frota a gás natural veicular (GNV). Esse aumento reflete o reconhecimento crescente das qualidades tecnológicas, operacionais, ambientais e econômicas do produto por parte dos consumidores. Para o atendimento da demanda, em reforço à produção nacional, a Petrobras importou, em média, 24,7 milhões de m3/dia do produto – um acréscimo de 9% sobre o volume de 2005. Seguindo sua estratégia de desenvolver e consolidar o mercado, a Petrobras deu partida no Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangás). A oferta de gás nacional no Sudeste será elevada em duas etapas – na primeira, até 2008, dos atuais 15,8 milhões de m3/dia para 40 milhões de m3/dia; na segunda, até 2010, o volume chegará a 55 milhões de m3/dia. Para garantir a expansão do consumo no País de forma sustentada, a Petrobras prepara-se para entrar como importadora no mercado global de gás natural liquefeito (GNL). A Companhia instalará dois terminais flutuantes de regaseificação, no Ceará e no Rio de Janeiro, com capacidade de 7 e 14 milhões de m3/dia, respectivamente. 40 | relatório anual 2006 | petrobras Ônibus movido a gás natural, São Caetano do Sul, SP de metros cúbicos por dia Transporte A implantação da Rede Básica de Transporte de Gás Natural (RBTGN) teve continuidade em 2006. A estruturação de um sistema flexível, seguro e competitivo de abastecimento – um conjunto de gasodutos interligados de Fortaleza a Porto Alegre e de São Paulo à Bolívia – está alinhada ao desenvolvimento da produção da Bacia de Campos e da exploração de blocos offshore da Companhia, criando condições para o escoamento imediato de novas descobertas. Um dos principais projetos em andamento para o estabelecimento da RBTGN é o Gasoduto de Interligação Nordeste Sudeste (Gasene) – formado pelos trechos Cabiúnas–Vitória (Gascav), Cacimbas–Vitória e Cacimbas–Catu (Gascac). Em 2006, a Petrobras fechou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) duas operações de financiamento, no total de R$ 1,36 bilhão, para a sociedade de propósito específico Transportadora Gasene S.A., responsável pelo projeto. O trecho em território capixaba (Cacimbas–Vitória), com 131 quilômetros, vai entrar em operação no início de 2007. No trecho que liga o Rio de Janeiro ao Espírito Santo (Cabiúnas–Vitória), as obras foram iniciadas em junho, com término previsto para outubro de 2007. O trecho Cacimbas–Catu, entre o Espírito Santo e a Bahia, está na fase de licitação e deve ser concluído no segundo semestre de 2009. Na Região Norte, a construção do Gasoduto Urucu–Manaus iniciada em junho, com 670 quilômetros, tem conclusão prevista para o primeiro trimestre de 2008. No Nordeste, entraram em operação os gasodutos Atalaia–Itaporanga, em Sergipe, e Dow–Aratu– Camaçari, na Bahia. Mais três – Carmópolis–Pilar, entre Sergipe e Alagoas, Itaporanga–Carmópolis (SE) e Catu–Itaporanga, ligando a Bahia a Sergipe – deverão iniciar as operações em 2008. + www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 41 | gás natural 38,7 milhões Áreas de Atuação comercialização média de Áreas de Atuação energia Geração térmica amplia integração A Petrobras ampliou a participação no segmento de termeletricidade, guiada pela estratégia de consolidar-se como empresa integrada de energia. A Companhia está presente em toda a cadeia produtiva da geração térmica, além de participar na comercialização. No leilão de energia nova realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em outubro, a Petrobras vendeu 205 MW disponibilizados por suas usinas. O resultado do leilão significou para a Companhia uma receita fixa de R$ 103 milhões/ano, pelo prazo de 15 anos, a partir de 2011. Em 2006, a Petrobras completou a aquisição das usinas merchant, com a compra da UTE Mário Lago (ex-Macaé Merchant). A incorporação, que se soma à compra da MPX Termoceará e da Eletrobolt, encerra controvérsias judiciais em torno dos contratos de consórcio firmados em 2001 e 2002. A Companhia era obrigada a fazer pagamentos contingenciais referentes a impostos, taxas, tarifas, custos de operação, manutenção e investimento nas situações em que as usinas não obtivessem receitas suficientes. As aquisições reduziram despesas e garantiram o recebimento integral das receitas da geração de energia, em consonância com as diretrizes da Petrobras para o setor elétrico. A Petrobras adquiriu também a UTE Bahia I (31 MW), termelétrica a óleo combustível, para servir como reserva de geração. Com o mesmo objetivo, firmou contrato de locação e prestação de serviço com a UEG Araucária (428 MW), que também permite uma alocação eficiente do gás natural, devido a seu ciclo combinado. 42 | relatório anual 2006 | petrobras Duas usinas termelétricas estão sendo construídas – Termoaçu (RN) e Cubatão (SP) –, com projetos de co-geração em sinergia com as atividades da Petrobras nessas regiões. Também estão em andamento os projetos de fechamento de ciclo e conversão de termelétricas a bicombustível (gás natural e diesel), para garantir maior eficiência e confiabilidade do suprimento de combustível para as usinas. + 855 milhões de litros por ano: meta de produção de biodiesel | energia Energias renováveis: em busca da liderança Conquistar a liderança na produção nacional de biodiesel e expandir os negócios com o etanol tornaram-se prioridade para a Petrobras. Em linha com essa estratégia, a Companhia desenvolveu várias ações na área de energias renováveis com vistas às metas arrojadas do Plano de Negócios 2007-2011 – período em que serão investidos US$ 700 milhões em fontes renováveis. A geração de eletricidade através de usinas eólicas e PCH (pequenas centrais hidrelétricas) complementa o posicionamento da Petrobras em energias renováveis. Pelas metas definidas em 2006, a Companhia chegará a 2011 com produção de 855 milhões de litros de biodiesel, exportação de 3,5 bilhões de litros de etanol e geração de 240 MW de energia elétrica por fonte renovável. Biodiesel. Para assumir a liderança nacional em biodiesel, fortalecendo-se como empresa integrada de energia, a Petrobras lançou-se à atividade de produção em 2006, dando início à construção de três usinas. As unidades, que somam investimentos de R$ 227 milhões, em Candeias (BA), Montes Claros (MG) e Quixadá (CE), terão capacidade para produzir cerca de 57 milhões de litros de biodiesel por ano e serão inauguradas até o fim de 2007. Os empreendimentos vão ao encontro do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. A partir de janeiro de 2008, será compulsória a adição do produto ao diesel de petróleo, na proporção de 2%. Para a aquisição de insumos – soja, algodão, mamona e dendê, além de gordura animal –, a Companhia firma parcerias com entidades de pequenos agricultores, valendo-se dos benefícios fiscais do Selo Combustível Social, concedido a indústrias de biodiesel que geram trabalho e renda na agricultura familiar. A meta da Petrobras é produzir 855 milhões de litros de biodiesel por ano até 2011. Para alcançar essa produção a Companhia analisa cerca de 15 outros projetos em várias regiões do País, em parceria com diferentes investidores, desde grandes grupos econômicos até cooperativas de trabalhadores rurais. O biodiesel diminui as emissões de gases de efeito estufa, enxofre e material particulado, melhorando o desempenho dos motores. Além das vantagens ambientais e sociais, em sintonia com o uso crescente de fontes sustentáveis de energia, o produto vai apressar o fim das importações de diesel. Etanol. Nos negócios com o etanol, a estratégia foi atuar na exportação visando à abertura de novos mercados e ao estabelecimento de relações de longo prazo com os clientes, em sinergia crescente com a área Internacional da Petrobras. Em 2006, o lucro com as vendas externas de etanol superou US$ 14 milhões. O volume comercializado, acima de 80 milhões de litros, consolidou o corredor logístico de exportação de etanol da região Centro-Sul pelo Terminal Marítimo da Ilha d’Água, via Refinaria de Paulínia. A preocupação com o desequilíbrio entre a oferta e a demanda crescente pelo produto no mercado, nos primeiros meses do ano, levou a Companhia, a partir de uma visão responsável e comprometida com o abastecimento nacional, a optar por exportar o etanol apenas no segundo semestre, após a estabilização do suprimento da demanda interna, o que fez com que o volume efetivamente exportado fosse inferior ao inicialmente previsto para o ano. Para estimular a consolidação do mercado internacional de etanol, a Petrobras ingressou na diretoria da recém-criada International Ethanol Trading Association (Ietha) e criou a joint-venture Brazil-Japan Ethanol (BJE), sediada em Tóquio, voltada ao desenvolvimento do mercado japonês do produto. A Companhia também firmou entendimentos com o Central Energy Fund (CEF), da África do Sul, e com a Mitsui, do Japão, para a exportação de etanol. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 43 Áreas de Atuação Agricultora em plantação de pinhão-manso do projeto Molhar a Terra – Ceará Mirim, RN Agustina Huljich Área de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde, Petroquímica Puerto General San Martin, Argentina Visão de futuro: Espero continuar aprendendo para aplicar cada vez mais meus conhecimentos como engenheira ambiental. 44 | relatório anual 2006 | petrobras “A Petrobras se preocupa bastante com saúde, com segurança e com o meio ambiente, orientando suas ações nesse sentido. É uma empresa que ajuda a melhorar a qualidade de vida tanto de seus funcionários quanto da população.” Expansão Internacional 50 53 África 54 Ásia 55 América do Sul América do Norte Presente em 19 países, a Petrobras se consolida como empresa integrada de energia com atuação internacional e liderança na América Latina. A Companhia participa de toda a cadeia de operações da indústria de petróleo, gás natural e energia elétrica no continente, ao mesmo tempo em que amplia a participação em empreendimentos na América do Norte, África e Ásia. Serão destinados para investimentos no exterior US$ 12,1 bilhões (14%) do total de recursos previstos no Plano de Negócios 2007-2011 — 65% deles na América Latina, oeste da África e Golfo do México, regiões prioritárias para a expansão da Petrobras. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 45 Expansão Internacional Novos negócios no mercado externo As atividades da Área de Negócio Internacional abrangem a exploração e produção de petróleo e gás em 16 países — Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador , Peru, Venezuel a , México, Estados Unidos, Angola, Guiné Equatorial, Moçambique, Nigéria, Tanzânia, Irã, Líbia e turquia. A Petrobras desenvolve ainda outras atividades do setor de energia, entre elas, refino e distribuiçÃo, alÉm de manter escritÓrios de representaçÃo em paÍses estratÉgicos. A estratégia traçada com vistas ao crescimento no exterior prevê o fortalecimento das atividades da Companhia nos países onde já atua, como a Argentina, e abre frentes de negócios em outros mercados, como o de refino nos Estados Unidos. Nas áreas de Exploração e Produção, as regiões prioritárias são o Golfo do México e a África, onde a Petrobras se prepara para produzir petróleo em águas profundas e ultraprofundas no Delta do Rio Níger, na Nigéria, e abre oportunidades em regiões de novas fronteiras exploratórias, como as águas ultraprofundas do litoral da Tanzânia. No refino internacional, a meta é expandir a atuação com investimentos de ampliação e conversão na refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e a prospecção de novas refinarias no exterior. O objetivo é agregar valor ao petróleo pesado produzido pela Companhia, oferecendo um mix de produtos mais valorizados no mercado e de melhor qualidade. Para isso, os investimentos serão concentrados na adoção de tecnologias para capacitar unidades de refino originalmente construídas para petróleo leve a processar cargas pesadas. 46 | relatório anual 2006 | petrobras Fábrica de Fertilizantes em Campana, Província de Buenos Aires, Argentina de boe de reservas provadas internacionais em 2006 Reservas provadas internacionais de óleo, lgn, condensado e gás natural evolução das Reservas provadas (critério SPE – milhões de boe) (critério SPE – Milhões de boe) 1.240 2006 1.270 30 613 1.270 657 2006 89 955 2005 726 1.681 352 2004 1.007 865 1.872 2003 1.013 891 1.904 1.681 2005 320 2002 Reservas remanescentes de 2005 Apropriações 803 1.123 Produção em 2006 Óleo, LGN e condensado Produção internacional de óleo, lgn, condensado e gás natural (Mil boe) meta 2011 383 142 2006 163 96 259 2004 169 94 263 2003 161 2002 35 185 568 101 243 2005 custos internacionais (us$/barril) meta 2011 1,80 2006 2,60 1,09 2003 2,46 1,17 2002 Gás natural 2,90 1,30 2004 58 23 3,36 1,73 2005 85 246 Óleo, LGN e condensado Revisões contratuais, etc. Gás natural 0,94 Extração 2,08 Refino www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 47 Expansão Internacional 1,27 bilhão A Petrobras no mundo inglaterra EUA líbia méxico venezuela nigéria colômbia guiné equatorial equador peru angola Exploração e produção Refino bolívia chile paraguai argentina Gás Petroquímica uruguai Energia elétrica Distribuição Escritório de representação 48 | relatório anual 2006 | petrobras Expansão Internacional turquia irã japão china cingapura tanzânia moçambique reservas provadas internacionais de óleo e condensado por país (Critério spe) 10% 1,1% Angola Argentina 12% 22% 7,4% 6,4% 25,6% 3,8% 11,7% reservas provadas internacionais de gás natural por país (critério spe) 1,5% 2,1% 5,2% 27,1% Bolívia Colômbia Argentina Equador Bolívia EUA Nigéria Peru Venezuela 64,1% EUA Peru Venezuela www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 49 492 Expansão Internacional postos com a bandeira Petrobras na Argentina América do sul eletricidade do país. A Companhia detém 34% do capital da Cia. Argentina Com atuação de empresa integrada de energia, a Mega, que opera com derivados e serviços de logística. Em 2006, a empresa comercializou 1 milhão 433 mil toneladas de etano, propano, butano e gasolina natural. Petrobras está presente em toda a cadeia de valor do petróleo e do gás natural e na geração de eletricidade. Sua produção em 2006 — a maior da Companhia no exterior — atingiu a média de 62,1 mil bpd de óleo e LGN e de 45,8 mil boed de gás natural, totalizando 107,9 mil boed. A Companhia operou e participou em 17 blocos em produção e em 10 na fase exploratória, e marcou sua entrada na exploração de águas profundas no mar da Argentina. O custo de extração foi de US$ 4,4 por boe. Na petroquímica e fertilizantes, a Petrobras possui as unidades de Puerto General San Martin, Zarate e Campana, detendo também participação de 40% na Petroquímica Cuyo. As operações na Argentina se ramificam até o estado brasileiro do Rio Grande do Sul, onde a Companhia controla a Innova, fabricante de produtos como estireno, poliestireno e UAN. A Petrobras atua na distribuição de derivados com 719 estações de serviço. A rede, que comercializou 48 mil bpd de combustíveis e lubrificantes em 2006, detém participação de 13,8% no mercado de gasolinas e diesel, e 11,1% no mercado de lubrificantes. O número de estações da rede com a bandeira Petrobras foi ampliado de 457 para 492 no ano. Com o aumento da presença da marca, as vendas cresceram, em média, 2,7%. A Companhia mantém a participação de 50% da holding controladora da Transportadora de Gás Del Sur (TGS), que possui a maior rede de gasodutos do país. Na geração de energia elétrica, a Petrobras exerce o controle integral da Termelétrica Genelba, que utiliza gás natural, e da Hidrelétrica de Pichi Picún Leufú. A Companhia participa, também, da Edesur (27,3%), distribuidora na região central de Buenos Aires. A Petrobras está negociando a venda da participação acionária na Transener, a principal empresa de transmissão de 50 | relatório anual 2006 | petrobras Bolívia A produção boliviana de gás natural para exportação é fundamental para sustentar o crescimento do consumo no Brasil, que em 2006 importou 24,7 milhões de m3/dia. Do total exportado pelo país, a Petrobras comercializou 7,27 milhões de m3/dia — 23,4%. Em 2006, como resultado da Lei dos Hidrocarbonetos, instituída no ano anterior, a nacionalização de ativos impôs mudanças significativas no setor, com impactos tributários, operacionais e financeiros. Mesmo após a regulamentação dos novos marcos legais, criados pelo decreto de nacionalização, assinado em maio de 2006, a Petrobras continua sendo a maior empresa de petróleo e gás natural da Bolívia, tendo contribuído, no ano, com 22% da receita tributária nacional. O decreto condicionou a permanência das empresas no país à assinatura de novos contratos. Nas negociações com o governo sobre a atividade de Exploração e Produção, a Petrobras alcançou os seguintes entendimentos: assinatura de contratos de produção compartilhada e não de prestação de serviço; execução de todas as operações petroleiras por sua conta e risco; pagamento dos royalties e outras participações governamentais, a ser feita pela YPFB como agregadora da produção, somando cerca de 80% da receita; e recebimento de uma retribuição da YPFB, definida em função de recuperação de custos, preços, volumes e investimentos, após o pagamento dos impostos devidos. Além disso, a Petrobras mantém a responsabilidade pelas operações dos blocos San Alberto, Rio Hondo, Ingre e Irenda, a propriedade de seus ativos e o direito às reservas a serem contabilizadas pela Companhia. Os contratos, ainda sujeitos à aprovação Expansão Internacional Planta de gás natural em San Alberto, Bolívia do Congresso Nacional, terão validade de 30 anos. As novas regras reduziram a 49,9% a participação da Petrobras nas refinarias Gualberto Villaroel, em Cochabamba, e Guillermo Elder Bell, em Santa Cruz de La Sierra, que processam 39,9 mil bpd. As atividades de refino passaram a ser feitas como prestação de serviço. Ainda está em negociação com o governo boliviano o valor da indenização a ser paga à Petrobras. Na comercialização de derivados, a YPFB tornou-se o único distribuidor atacadista, tendo a Petrobras retirado totalmente a imagem EBR (Empresa Boliviana de Refinación) e mantendo atualmente apenas 26 postos de serviço com imagem Petrobras. Em relação ao gás natural, foi decidido, em fevereiro de 2007, que não haverá alteração de volumes ou na fórmula do preço de compra do gás natural da Bolívia prevista no atual contrato de compra e venda entre YPFB e Petrobras (GSA). A Companhia aceitou pagar à YPFB, a preços vigentes no mercado internacional, pelas frações de hidrocarbonetos líquidos (etano, butano, propano e gasolina natural) presentes no gás natural efetivamente entregue que elevam seu poder calorífico para valores acima de 8.900 quilocalorias (kcal) por m3, equivalentes a 1.000 BTU por pé cúbico. A YPFB assegurará a manutenção do poder calorífico mínimo de 9.200 kcal/m3, e a Petrobras estudará a melhor forma de aproveitar no futuro estes componentes mais nobres do gás. No transporte, além de participar da GTB, operadora do trecho boliviano do Gasoduto Bolívia–Brasil, a Petrobras mantém a participação no gasoduto Yacuiba–Rio Grande (Transierra), como operadora, e no gasoduto San Marcos. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 51 Expansão Internacional Colômbia Na área de Exploração e Produção, a Petrobras tem participação em 16 contratos — 7 de produção e 9 de exploração —, sendo operadora em 10. Em 2006, a produção média de óleo e LGN foi de 16.843 bpd, e a de gás natural, 6,25 mil m3/dia, totalizando 16.880 boed. Destaca-se a presença da Companhia como operadora do bloco Tayrona, único offshore do país, em associação com a Exxon e a estatal Ecopetrol. Após devolução contratual de 50%, o bloco ainda conta com uma área superior a 22 mil km2. Deverá ser perfurado o primeiro poço pioneiro em 2007. A Petrobras consorciou-se, ainda, à Ecopetrol, para a revitalização do campo de Tibu. O investimento, que elevará a produção de 2 mil bpd para 15 mil bpd, é estimado em US$ 500 milhões nos próximos seis anos, sendo que os associados têm a opção de sair do contrato ao final de um e dois anos, com um investimento, respectivamente, de US$ 20 milhões e US$ 40 milhões. Chile A Petrobras prossegue na prospecção de oportunidades de negócios no país, por meio do escritório de representação aberto em Santiago em 2005. A Companhia comercializa no país o lubrificante Lubrax, com vendas de 848 m3 em 2006. Equador A Petrobras, que opera em dois blocos, produziu 11,9 mil boed de petróleo e LGN no país. No início de 2007, a Companhia recebeu aprovação do governo para a venda de 40% da participação no bloco 18, em produção, e no bloco 31, em fase exploratória, à empresa Teikoku, do Japão. A Petrobras também negocia com o governo a aprovação do EIA para desenvolvimento do bloco 31. Paraguai Em 2006, a Petrobras entrou no segmento de distri- buição de derivados. Atualmente, possui 131 estações de serviço e 45 lojas de conveniência. A rede tem vendas anuais de 317 mil m3 52 | relatório anual 2006 | petrobras Planta de gás em Campo Guando, Colômbia Expansão Internacional No Texas, a Companhia detém 50% do controle acionário da Refinaria de Pasadena e mantém estudos para a duplicação da capacidade de processamento, de 100 mil bpd e a instalação de unidades para o processamento de petróleos pesados. O investimento está estimado em US$ 2 bilhões. de produtos. Entre os ativos adquiridos, estão instalações para a venda de GLP e comercialização de produtos para aviação. produção de petróleo em cinco campos maduros, em terra, nas bacias de Oriente e Maracaibo. Peru A Companhia tem participação em seis blocos — um em américa do norte produção (Lote X), e os demais, em fase exploratória. Em 2006, a produção média de petróleo foi de 12,7 mil bpd e a de gás, 1,8 mil boed, totalizando 14,6 mil boed. Estados Unidos A Companhia detém participações em 302 Uruguai A Petrobras ingressou na distribuição de derivados, assumindo o controle de 89 estações de serviços, com vendas anuais de 330 mil m3 de derivados, comercialização de produtos marítimos, asfalto e produtos de aviação. A Companhia atua também na distribuição de gás natural na Província de Montevidéu e no interior do país, com a comercialização total de 120 mil m3/dia de gás. Venezuela O novo marco legal da indústria de petróleo no país instituiu um novo modelo contratual para as atividades das empresas que operavam campos maduros na modalidade de contratos de serviços. Assim, a partir de abril de 2006, os campos operados por empresas privadas, nacionais e internacionais, naquele país, nesta modalidade de contratos, passaram a ser operados por empresas mistas controladas pela Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), com 60% de participação. A Petrobras, que operava os campos de Oritupano–Leona, Acema, Mata e La Concepción, passou a integrar as correspondentes empresas mistas, com participações entre 22% e 36%. A Companhia ainda opera o bloco Moruy II, de exploração de gás natural, no Golfo da Venezuela. Além disso, estuda a associação à PDVSA para a produção de petróleo extrapesado em Carabobo I, na Faixa do Orinoco; e produção de gás natural em Mariscal Sucre, no Caribe venezuelano. Os acordos incluem, também, estudos para a criação de uma empresa mista para a blocos no setor americano do Golfo do México, sendo a operadora em 149 deles. No leilão de blocos promovido em setembro, foi a que arrematou o maior número de blocos — 34 –, com pagamento de bônus de US$ 45 milhões. A Petrobras iniciou, no extremo oeste do Golfo do México, o trabalho exploratório para teste de novos conceitos geológicos. O primeiro poço perfurado indicou a presença de gás natural, mas a pequena espessura do reservatório não foi suficiente para viabilizar a comercialidade. O resultado demonstrou, porém, a potencialidade da área, onde será perfurado pelo menos um poço em 2007. A produção média da Petrobras no golfo foi de 4,0 mil boed, abaixo da previsão para o ano basicamente devido aos efeitos da temporada de furacões no final de 2005, com a produção retornando ao nível normal apenas em agosto de 2006. No segmento de águas ultraprofundas, a Companhia obteve participação adicional nas descobertas de Cascade e Chinook, passando a ser a operadora dos dois projetos. A produção, com início previsto para 2009, vai utilizar um navio-plataforma Floating Production, Storage and Offloading (FPSO). A aplicação de um projeto deste tipo, que abrange novas tecnologias, é um marco na indústria do petróleo americana. Em águas profundas, no Quadrante Garden Banks, a Petrobras prosseguiu no desenvolvimento do campo de Cottonwood, no qual assumiu o controle total, com a compra dos 20% de participação da associada. A produção foi iniciada em fevereiro de 2007. Na Refinaria de Pasadena, no Texas, em que a Companhia detém 50% do controle acionário, seguem os estudos para a dupliwww.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 53 Expansão Internacional cação da capacidade de processamento, de 100 mil bpd, e a instalação de unidades para o processamento de petróleos pesados. O investimento está estimado em US$ 2 bilhões. México A Petrobras participa, em associação com a empresa japonesa Teikoku e a mexicana Diasvaz, de dois contratos de serviços múltiplos junto à Pemex, nos blocos Cuervito e Fronterizo. Os serviços prestados incluem as atividades de exploração, desenvolvimento da produção e produção. A participação da Companhia em cada um desses contratos é de 45%. Em 2006, foram perfurados 12 poços e foi obtida a certificação do processo “desenvolvimento, infra-estrutura e manutenção nas operações de campos de produção de gás não-associado” segundo as normas ISO 14001 e OHSAS 18001. áfrica Nigéria Os projetos de Agbami e Akpo — campos gigantes no Delta do Níger — seguem em implantação, com início de atividades previsto para 2008. Em Agbami, a produção deverá atingir 250 mil bpd, cabendo 37 mil bpd à Companhia. Akpo produzirá 185 mil bpd, sendo a parcela da Petrobras de 36 mil bpd. A Companhia já investiu nos projetos US$ 930 milhões do total de US$ 1,9 bilhão previsto. No bloco OML 130, em que detém participação de 16%, a Petrobras foi ressarcida em US$ 354 milhões pela nigeriana South Atlantic Petroleum (Sapetro), que vendeu sua parte (45%) à China National Offshore Oil Company (CNOOC). O ressarcimento, previsto em contrato, corresponde a 50% dos investimentos feitos pela Companhia, que passou a ser responsável por 20% dos investimentos futuros. A existência de acumulações significativas de petróleo no bloco foi comprovada após a perfuração de quatro poços no pólo de Egina. Os testes de viabilidade comercial do 54 | relatório anual 2006 | petrobras campo serão feitos em 2007. Operadora do bloco OPL 324, no Golfo da Guiné, a Petrobras perfurou um poço de 6.091 metros em profundidade de água de 2.670 metros — novo recorde no Golfo da Guiné — , sem, entretanto, descoberta de hidrocarbonetos. A Companhia ampliou a atuação no Golfo da Guiné, fortalecendo a presença em águas profundas do oeste africano. Tendo como sócios a norueguesa Statoil e a nigeriana Ask Petroleum, a Petrobras é operadora do bloco OPL 315, com 45% de participação. Estão em andamento os estudos para situar o bloco no contexto geológico regional, com vistas às primeiras perfurações exploratórias. Em apoio à utilização do álcool combustível (etanol) no país, a Companhia deu continuidade às negociações com a Nigerian National Petroleum Corporation (NNPC) para o fornecimento do produto. Os entendimentos incluem a prestação de assistência técnica para a adição do produto à gasolina. Angola Com a participação em mais quatro contratos, a Petrobras passou a deter seis ativos no país em 2006 — entre eles, o bloco 2 da Bacia do Baixo Congo, em que a Companhia produziu 5,4 mil bpd. No bloco 34, apesar da ausência de petróleo em dois poços perfurados, análises técnicas concluíram que há boas perspectivas para horizontes geológicos mais profundos, o que resultou na prorrogação do prazo exploratório e no planejamento da perfuração de mais um poço em 2007. A Petrobras é operadora nos novos blocos exploratórios 6, 18/06 e 26, assumindo essa condição pela primeira vez em Angola, e é associada no bloco 15/06. Guiné Equatorial A Petrobras estendeu por mais dois anos, em negociação com o governo, o contrato de exploração no bloco L, sem obrigação de perfuração de poço exploratório. Líbia A Companhia prosseguiu nas atividades de exploração na Turquia A Petrobras está associada à estatal turca TPAO para a Área 18 do setor líbio no Mar Mediterrâneo. Associada à Oil Search Limited, de Papua Nova Guiné, a Petrobras é operadora, com participação de 70% e possui contrato de partilha de produção com a estatal National Oil Company (NOC). Em caso de sucesso exploratório, a NOC assumirá 51% dos investimentos. exploração e produção em dois blocos com potencial de grandes reservas no Mar Negro — o bloco Kirklarelli, na parte oeste do setor turco do Mar Negro, em lâmina d’água de 1.200 metros; e o Sinop, a leste, a 2.200 metros de profundidade. + Tanzânia A Petrobras concluiu o processamento sísmico dos blocos 5 e 6 em águas ultraprofundas da Bacia de Máfia, após ter assinado, em dezembro, o contrato do bloco 6. A Companhia detém direitos integrais sobre os blocos e, dependendo da interpretação sísmica e da avaliação técnico-econômica, poderá associar-se a parceiros, atuando como operadora. A presença da Companhia na Tanzânia reforça seu posicionamento na fronteira exploratória da costa leste da África. A Petrobras tem 20,2 mil km 2 em águas ultraprofundas sob concessão e operação integral no país. Moçambique A Petrobras adquiriu 17% da participação no bloco Zambezi Delta, na área offshore de Moçambique, na primeira oportunidade de investimento naquele país africano. Os compromissos assumidos prevêem aquisição sísmica 2D e perfuração de um poço em 2007. A efetiva entrada da Companhia no consórcio ainda aguarda autorização do governo local, que deverá ser concedida em 2007. ásia Irã A Petrobras iniciou, em novembro, a perfuração do primeiro de dois poços exploratórios no bloco Tusan, em águas rasas do sul do Golfo Pérsico. A Companhia é operadora com 100% de participação, de acordo com contrato firmado em 2004 com a iraniana National Iranian Oil Company (Nioc). 17% de participação adquiridos pela Petrobras no bloco Zambezi Delta, em Moçambique, no primeiro investimento naquele país africano. 6.091 metros de extensão tem o poço perfurado pela Petrobras no Golfo da Guiné a 2.670 metros de profundidade de água. um recorde local www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 55 Expansão Internacional Escritório da Petrobras na Nigéria Fábio Lugato de Souza Operador de equipamentos do centro de defesa ambiental da Baía de Guanabara Visão de futuro: Meu futuro já está traçado: vou dar uma vida melhor à minha filha de 10 anos. 56 | relatório anual 2006 | petrobras “Toda pessoa deveria ter informação sobre a preservação do meio ambiente desde pequena, na escola. Hoje, esse é o maior problema ambiental. A Petrobras investe pesado em tecnologia e na proteção do meio ambiente.” Responsabilidade Social e Ambiental 58 60 Segurança, Meio Ambiente e Saúde 65 Patrocínios 72 Índices de sustentabilidade Recursos Humanos A Petrobras manteve e ampliou seu compromisso com a redução das desigualdades sociais, a preservação do meio ambiente e a ecoeficiência. Pioneira na adesão voluntária ao acordo global na América Latina, em 2003, a Companhia avançou no alinhamento aos dez princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006 — que tratam de temas como direitos humanos, condições de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção — ao ingressar no Conselho do Pacto e assumir a vice-presidência da iniciativa no Brasil. No final do ano, outras conquistas marcaram a área de Responsabilidade Social e Ambiental: a entrada no Dow Jones Sustainability Index (DJSI) e no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa (ISE). Com o Dow Jones, a Petrobras passa a ser reconhecida como uma das 13 companhias mundiais de petróleo e gás e uma das seis empresas brasileiras mais sustentáveis. O ISE, além de reforçar o comprometimento da Companhia com a sustentabilidade, ampliou a participação da sua base de investidores para incluir os que valorizam também critérios de responsabilidade social e ambiental em suas aplicações. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 57 Responsabilidade Social e Ambiental Índices de sustentabilidade Pacto Global, Dow Jones (NY) e ISE (Bovespa) Pelo desempenho sócio e ambientalmente responsável, a Petrobras compõe desde setembro o Índice Dow Jones de Sustentabilidade — parâmetro da bolsa de valores de Nova York para investidores que valorizam a responsabilidade social e ambiental. No Brasil, desde dezembro, as ações da Companhia fazem parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo (ISE). A inclusão nestes índices é resultado do comprometimento com valores como equilíbrio ambiental, justiça social, eficiência econômica e governança corporativa. A Petrobras avançou no alinhamento aos dez princípios do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), que envolvem temas como direitos humanos, condições de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Em 2006, ingressou no Conselho do Pacto e assumiu a vice-presidência da iniciativa no Brasil. Essas participações são conseqüência do pioneirismo da Companhia na adesão voluntária ao acordo global na América Latina, em 2003, movida pelos compromissos com a redução das desigualdades sociais, a preservação do meio ambiente e a ecoeficiência. A Diretoria Executiva aprovou, em dezembro, o apoio à Extractive Industry Transparency Initiative (Eiti), sendo que a Petrobras participa desde 2005 do Eiti International Advisory Group. Em janeiro de 2007, a Companhia passou a fazer parte do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), 58 | relatório anual 2006 | petrobras companhias mundiais de petróleo e gás mais sustentáveis coligação de 180 empresas internacionais que têm compromisso O robô ambiental híbrido Chico Mendes, desenvolvido pelo Laboratório de Robótica do Cenpes, faz o monitoramento ambiental da faixa amazônica onde será instalado o Gasoduto Coari-Manaus com o desenvolvimento sustentável. A atuação internacional foi ampliada também em outros fóruns. A Petrobras entrou no comitê da ISO 26000 como representante do Brasil, que lidera, com a Suécia, a elaboração da norma internacional de responsabilidade social, a ser lançada em 2008. Na Associação Regional de Empresas de Petróleo e Gás Natural na América Latina e Caribe (Arpel), em que já presidia o Comitê de Responsabilidade Social Corporativa, a Companhia passou a integrar o grupo de trabalho de Relações com Povos Indígenas. Outra conquista da Petrobras foi o recebimento de três dos cinco prêmios da International Pipeline Conference & Exhibition (IPCE), um dos eventos mundiais mais importantes sobre transporte dutoviário, realizado no Canadá. Ganhador da premiação principal, o projeto Agricultura Familiar em Faixa de Dutos tornouse referência mundial no relacionamento com comunidades. A Companhia também conquistou o Selo Pró-Eqüidade de Gênero 2007 da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), do Governo Federal, por promover a igualdade entre os sexos. A Comissão de Gênero da Petrobras teve a ação ampliada e foi transformada em Comissão de Diversidade. Na atuação internacional, a Companhia determinou como foco de atuação social a questão dos Direitos da Criança e do Adolescente. Além dessa linha de patrocínio, as Unidades de Negócio no exterior também determinam outras prioridades, atendendo de forma regionalizada as demandas locais. + www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 59 | índices de sustentabilidade 13 Social e Ambiental Com o Índice Dow Jones a Petrobras é uma das Responsabilidade Social e Ambiental recursos humanos Efetivo maior para sustentar expansão O Plano Estratégico 2015, em sua última revisão, aponta os recursos humanos como um dos fatores-chave para a implementação das estratégias da Companhia. em 2006 foi consolidado o Projeto Estratégico de RH, que vai contribuir para o alcance das metas corporativas estabelecidas para 2011. Seu Desafio é “ser referência internacional, no segmento de energia, em gestão de pessoas, tendo seus empregados como seu maior valor”. Código de Ética Por meio de um processo transparente e participativo, que envolveu clientes, fornecedores, diretoria, conselho de administração e a força de trabalho das diversas unidades organizacionais da Companhia, o Código de Ética do Sistema Petrobras foi revisto com o objetivo de torná-lo alinhado aos valores explicitados no Plano Estratégico e adequado ao contexto empresarial e às exigências da Lei SarbanesOxley. Os temas adotados foram os Indicadores de Responsabilidade Social Empresarial, formulados pelo Instituto Ethos. Admissões A fim de acompanhar e suportar a crescente expansão das atividades e áreas de atuação da Companhia, têm sido realizados, sistematicamente, processos seletivos públicos, visando adequar o efetivo às necessidades do Plano Estratégico. Em 2006, foram admitidos 8.539 empregados. Como resultado, o efetivo da Companhia tem aumentado gradativamente, saltando de 46.723 em 2002 para 62.266 no final de 2006. 60 | relatório anual 2006 | petrobras Unidade de Negócios da Industrialização do Xisto, em São Mateus do Sul, PR recursos humanos 8.539 Social e Ambiental | novas admissões em processos seletivos públicos efetivo da petrobras por área admissões em 2006 Abastecimento 8.006 Petrobras Controladora 451 44 Transpetro 31 Petrobras Distribuidora Refap S.A. 7 Petroquisa Área Internacional Exterior 12.999 20.585 Área Internacional Brasil Subsidiárias 6.857 Suporte à Direção Superior 515 7.454 1.312 1.814 363 10.367 Assistência Corporativa e Apoio Pesquisa Gás e Energia Exploração e Produção efetivo da petrobras 47.955 6.857 7.454 2006 efetivo das subsidiárias 40.541 6.166 7.197 2005 39.091 2004 5.939 7.007 742 2.910 36.363 2003 5.810 6.625 34.520 2002 6.328 5.875 111 Transpetro Petroquisa Petrobras Distribuidora Petrobras Controladora Petrobras no exterior 3.691 Subsidiárias Refap S.A. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 61 | recursos humanos Social e Ambiental efetivo no exterior O total de empregados da Petrobras, que inclui as subsidiárias no Brasil e empresas no exterior, cresceu 15% em 2006. Nas empresas no exterior, o crescimento foi de 11%. 116 284 15 841 Argentina 274 164 14 21 5.128 Política salarial O custo de pessoal na Petrobras (controladora) foi de R$ 7.337 milhões e considerou a remuneração fixa, que é composta por gastos com salários, adicionais, gratificações e respectivos encargos sociais. A remuneração variável considera a participação nos lucros e resultados (PLR) e está atrelada ao alcance de resultados empresariais, de forma a assegurar o comprometimento dos empregados com as metas do Plano Estratégico. Como nos anos anteriores, foi distribuída aos empregados uma participação nos lucros e resultados relativa a 2005, dividida em duas parcelas, pagas nos meses de janeiro e julho. Angola Bolívia Colômbia EUA Líbia Nigéria Paraguai Uruguai benefícios educacionais (R$ milhões) 2006 54,5 54,0 59,2 2005 2004 25,2 24,0 29,7 20,0 19,5 16,8 1,0 Ensino fundamental 62 | relatório anual 2006 | Ensino médio petrobras Pré-escolar 0,4 0,6 Auxílio acompanhante 1,0 0,4 Auxílio creche 0,7 de reais foram investidos em treinamento em 2006 Benefícios educacionais Os benefícios educacionais têm caráter supletivo e complementam a participação do beneficiário no custeio dos serviços, englobando o auxílio-creche ou acompanhante, pré-escolar, ensino fundamental e ensino médio. Os custos correspondentes atingiram o montante de R$ 107 milhões, incluindo os encargos. Assistência À Saúde A Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS) atendeu 112 mil pessoas entre empregados, aposentados, pensionistas e dependentes, mediante a utilização de uma rede de 21 mil credenciados em todo o território nacional, incluindo hospitais, laboratórios, consultórios, clínicas médicas e odontológicas e outras especialidades de saúde, como psicologia e fonoaudiologia. O custo líquido da Companhia com consultas, exames e internações foi de R$ 510 milhões. No Acordo Coletivo de Trabalho, a Petrobras assumiu o compromisso de implantar o Benefício Farmácia, que passará a fazer parte do expressivo conjunto de benefícios oferecidos pela Companhia. previdência complementar Em 2006, a Petrobras apresentou a proposta para o seu novo Modelo de Previdência Complementar, resultado do esforço conjunto da Companhia, da Petros e de representantes dos empregados. A proposta tem como objetivos propiciar situação de equilíbrio financeiro ao atual Plano Petros, resolvendo problemas estruturais e deixando-o sustentável para o futuro, além de ofertar um novo plano de previdência complementar aos empregados que não o possuam. O novo plano de previdência complementar, em fase final de aprovação pelas instâncias oficiais, é do tipo contribuição variável ou misto, com caráter estritamente previdenciário. Possui bene- Centro de Promoção de Saúde, na sede da Petrobras, Rio de Janeiro, RJ www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 63 | recursos humanos Social e Ambiental 302 milhões | recursos humanos Social e Ambiental fícios de risco definidos, garantia de benefício mínimo, opção por renda vitalícia e nível de contribuição escolhido anualmente pelo participante. Acordo coletivo O processo de negociação permanente com as entidades sindicais tem como objetivo alinhar as expectativas dos empregados às da Companhia, facilitando, desta forma, um Acordo Coletivo de Trabalho que satisfaça as partes. Em 2006, esse processo teve como referência o Acordo Coletivo firmado em 2005, com vigência de dois anos, exceto para as cláusulas econômicas. Esse foi o foco das negociações entre a Petrobras e as representações dos empregados, que resultou em um reajuste de 2,80% para repor as perdas da inflação medida pelo ICV-Dieese, mais avanço de um nível e concessão de abono no valor de 80% da remuneração a todos os empregados. Plano de Cargos Com o objetivo de adequar seu plano de cargos aos desafios do Plano Estratégico 2015, a Companhia aprovou a nova estrutura do plano de nível médio. Prosseguem os estudos técnicos para o plano de nível superior, bem como para estabelecer os descritivos e valoração dos cargos, além das regras de progressão nas carreiras. Capacitação profissional A Universidade Petrobras, dedicada à educação e qualificação do corpo técnico e gerencial da Companhia, teve em 2006 a participação de 2.469 novos empregados nos cursos de formação. Pelos resultados alcançados, o Programa de Formação Petrobras foi um dos cinco finalistas do Petroleum Economist Awards 2006, na categoria Melhor Programa Educacional para Jovens da Indústria de Energia. 64 | relatório anual 2006 | petrobras No ano, a Universidade Petrobras teve 2.275 participantes nos cursos de aperfeiçoamento e especialização em gerenciamento de projetos, que, somados aos demais cursos oferecidos, totalizaram mais de 50 mil participações. A Petrobras investiu, em 2006, R$ 302 milhões em desenvolvimento de recursos humanos, e o total de homens-horas treinados (HHT) foi de 5,7 milhões. Cultura organizacional O alinhamento entre os valores empresariais definidos no Plano Estratégico e aqueles sedimentados na cultura da organização é de grande relevância para o alcance dos objetivos empresariais. Neste sentido, foram iniciadas as discussões para disseminação e aprofundamento do sociodiagnóstico de cultura realizado no período 2004/2005. Por meio dessa pesquisa foram levantados os traços característicos da cultura organizacional da Petrobras, seus valores fundantes — o “modo de ser” do petroleiro –, além de terem sido mapeados os valores emergentes no ambiente da Companhia. + Responsabilidade Social e Ambiental segurança, meio ambiente e saúde Agenda prevê excelência até 2015 A gestão de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) na Petrobras tem o objetivo de consolidar os aspectos de SMS como valores intrínsecos aos processos de planejamento e gerenciamento da Companhia. Explicitada no Plano Estratégico 2015, a política de SMS possui 15 diretrizes corporativas, aprovadas pela Diretoria Executiva e desdobradas em padrões de diversos níveis, reunidos em um manual de gestão. As diretrizes orientam o desenvolvimento e a execução de planos de ação corporativos e de planos específicos para as Unidades de Negócio e Serviço, a fim de que os objetivos de Segurança, Meio Ambiente e Saúde sejam alcançados em todos os níveis. O comprometimento visível da liderança e a qualificação estão entre as questões abordadas pelas diretrizes corporativas. Em 2006, 1.143 auditorias comportamentais contaram com a participação da Alta Administração, gerentes executivos ou gerentes gerais da Companhia. Este processo constitui-se de visitas a campo para observação e correção de desvios nas frentes operacionais. O presidente ou os diretores participaram de 28 delas. A agenda estratégica da Petrobras inclui o Projeto Estratégico Excelência em SMS, que pretende assegurar que a Companhia atinja em 2015 níveis de desempenho equivalentes aos das melhores empresas internacionais do setor petróleo e gás, por meio de ações corporativas distribuídas em seis iniciativas: Gestão Integrada de SMS; Ecoeficiência de Operações e Produtos; Prevenção de Acidentes, Incidentes e Desvios; Saúde dos Trabalhadores; Prontidão para Situações de Emergência; e Minimização de Riscos e Passivos Ainda Existentes. Horta comunitária sobre faixa de terra que cobre os dutos, em Nova Iguaçu, RJ www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 65 | SMS Social e Ambiental Treinamento com equipamentos de contenção e recolhimento de óleo na Bacia de Campos, RJ A Petrobras aplicou R$ 3,21 bilhões em SMS em 2006. Do total, R$ 1,77 bilhão se destinou a programas, projetos e ações de segurança; R$ 1,20 bilhão ao meio ambiente, e R$ 238 milhões à saúde. Esses valores não incluem dispêndios com a Assistência Multidisciplinar de Saúde nem com o patrocínio de programas e projetos ambientais desenvolvidos por organizações da sociedade. Parte desses gastos — R$ 850 milhões — foi feita por meio do Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança Operacional (Pegaso), que tem a finalidade de eliminar riscos e passivos nas instalações e atividades da Companhia. A iniciativa — uma das maiores do gênero na indústria petrolífera mundial — demandou investimentos e despesas operacionais de R$ 10,49 bilhões desde 2000. O Pegaso incluiu em 2006 dispêndios de R$ 373 milhões efetuados pela Transpetro, dos quais R$ 90 milhões foram alocados ao Programa de Integridade de Dutos e aplicados em projetos de inspeção, teste, avaliação, reparo e reabilitação de oleodutos e gasodutos. A execução da política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde na Petrobras é aferida pelo Programa de Avaliação da Gestão de SMS. Em 2006, foram avaliadas 27 unidades operacionais no Brasil, Argentina, Bolívia, Venezuela e Colômbia, totalizando 96% das avaliações previstas para o período. As avaliações têm como base as diretrizes corporativas e as normas ISO 14001 e OHSAS 18001, que certificam os sistemas de gestão ambiental e de saúde e segurança de 160 instalações no Brasil e de 20 no exterior, o que representa aproximadamente 85% das instalações certificáveis no País e 91% das localizadas no exterior. Segurança operacional A Petrobras continua obtendo reduções nas taxas de Freqüência de Acidentados com Afastamento (TFCA) e de Acidentados Fatais (TAF), atingindo nível de desempenho comparável aos referen- 66 | relatório anual 2006 | petrobras taxa de freqüência de acidentados com afastamento (tfca composto) 2011 0,5 Limite máximo admissível 2006 2005 2004 0,77 0,97 1,04 2003 1,23 2002 média 2005 OGP média 2005 API média 2005 ARPEL 1,53 0,97 1,20 2,40 Número de acidentados com afastamento do trabalho por milhão de homenshoras de exposição ao risco, abrangendo empregados próprios e de empresas contratadas. OGP — Oil and Gas Producers — Safety performance indicators — 2005 data. API — American Petroleum Institute — 2005 Survey on petroleum industry occupational injuries, illnesses, and fatalities summary report Arpel — Associação das Empresas de Petróleo e Gás da América Latina e Caribe — Estadísticas de incidentes en la industria petrolera y del gás para América Latina e Caribe 2005. de reais aplicados em SMS taxa de acidentados fatais (taf) 2006 1,60 2005 2,81 2004 3,30 2003 4,57 2002 6,29 média 2005 OGP média 2005 ARPEL ciais internacionais de excelência na indústria do petróleo e gás. A TFCA de 0,77, registrada em 2006, é inferior ao limite máximo admissível de 0,81 estabelecido para o ano. O número de acidentados fatais foi reduzido em relação a 2005. A Companhia dedica atenção especial a esse aspecto, pois a meta corporativa para este tipo de incidente é zero. A diminuição do número de acidentados e de fatalidades ocorreu ao mesmo tempo em que cresceram as atividades da Petrobras — o total de homens-horas expostos ao risco aumentou de 533 milhões para 564 milhões. Meio ambiente 3,50 4,50 Número de fatalidades por 100 milhões de homens-horas de exposição ao risco, abrangendo empregados próprios e de empresas contratadas. As ações de responsabilidade ambiental em 2006 estiveram associadas principalmente à gestão de emissões atmosféricas, recursos hídricos, efluentes líquidos e resíduos; à avaliação e ao monitoramento de ecossistemas; à remediação de áreas impactadas e à garantia da conformidade das instalações e operações às exigências legais. número de fatalidades 21 19 18 16 15 16 15 15 8 3 3 Empregados 1 2002 9 2003 1 0 2004 2005 Contratados 2006 Total www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 67 | SMS Social e Ambiental 3,21 bilhões | SMS Social e Ambiental 0,77 TFCA comparável aos referenciais internacionais de excelência. Emissões A Petrobras monitora, por meio do Sistema de Gestão de Emissões Atmosféricas (Sigea), os principais gases de efeito estufa — GEE (dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) — que emite em suas atividades. O monitoramento se estende ao monóxido de carbono, óxidos de enxofre e nitrogênio, compostos orgânicos voláteis e material particulado. A Petrobras estabeleceu em 2006 o indicador Emissões Evitadas de Gases de Efeito Estufa (EEGEE), a fim de monitorar o resultado de seus esforços para reduzir a intensidade de emissão daqueles gases em suas operações. O compromisso da empresa para 2011 é evitar a emissão de 3,93 milhões de toneladas de GEE (em termos de CO2 equivalente). De 2006 a 2011, deverá ser evitada a emissão de um total de 18,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente. emissão de gases de efeito estufa (milhões de toneladas de co2 equivalente) 2006 50,43 2005 51,56 2004 44,41 2003 2002 39,09 30,43 Emissões totais (diretas + indiretas) associadas às operações da Petrobras no Brasil e no exterior. consumo de energia elétrica e da queima de combustíveis fósseis. Eficiência energética O Programa Interno de Conservação de Energia desenvolve, coordena e implementa as atividades relacionadas à eficiência energética, promovendo a redução relativa da queima de combustíveis fósseis e, conseqüentemente, das emissões de CO2, um dos principais gases de efeito estufa. Com o intuito de atingir as metas de redução de consumo de energia e de emissões estabelecidas, além dos projetos citados, vem se buscando atuar nas Unidades da Petrobras por intermédio da realização de diagnósticos energéticos em unidades industriais. Está prevista, ainda, a atuação nas Unidades de Negócio que operarão futuras plataformas de produção, para que as bases de projeto sejam desenvolvidas com foco também na eficiência energética. As ações do programa proporcionaram a economia de aproximadamente 2.500 barris de óleo equivalente por dia em 2005. O ganho não é apenas econômico, mas também ambiental, já que a Companhia reduziu suas emissões de CO2, com a queda relativa do 68 | relatório anual 2006 | petrobras Recursos hídricos e efluentes A Petrobras aprovou em 2006 o seu padrão corporativo de gestão de recursos hídricos e efluentes, que abrange a reutilização e a otimização do uso da água em suas operações e a proteção de corpos hídricos em suas áreas de influência. A elaboração de balanços hídricos detalhados para as refinarias e fábricas de fertilizantes é uma das ações alinhadas aos requisitos do padrão. Tais estudos, que incluem a avaliação da capacidade de suporte dos corpos hídricos que recebem efluentes dessas Unidades, deverão ser concluídos em 2007. Na área de Exploração e Produção, um projeto visa à autosuficiência em água doce das plataformas da Bacia de Campos, o que reduzirá em 1,1 mil m3/dia a captação no Rio Macaé. Outra iniciativa, concluída em 2006, promove a reinjeção de água na produção de petróleo no campo de Fazenda Belém, com redução de 2 mil m3/dia na captação de água do aqüífero Açu, principal | SMS Social e Ambiental Projeto de reflorestamento “As águas vão rolar”, Pontal do Paranapanema, SP. emissões de óxido de enxofre - Sox Companhia, visando à proteção, mitigação de impactos à biodiversidade e recuperação desses locais. Com esse objetivo está sendo realizada, desde março de 2005, com investimento estimado em R$ 9 milhões, uma pesquisa de avaliação dos diversos ecossistemas da Baía de Guanabara. Cerca de 75% dos trabalhos de caracterização da fauna do fundo da Baía, incluídos na pesquisa, já foram realizados. Na Amazônia, estudos com universidades e institutos de pesquisa avaliam os impactos potenciais das operações da Petrobras nos ecossistemas do entorno. (mil toneladas) 137,2 2011 Limite máximo admissível (não inclui navios afretados) 131,0 21,0 2006 135,7 2005 2004 15,9 140,1 2003 13,6 148,5 2002 12,3 156,7 N.D. Navios afretados reserva hídrica do semi-árido brasileiro. Resíduos sólidos A Companhia gerou 315 mil toneladas de resíduos sólidos perigosos, no Brasil e no exterior, em 2006. No período, 268 mil toneladas de resíduos perigosos foram tratadas ou dispostas de forma ambientalmente adequada. Biodiversidade A Petrobras aprovou em 2006 o seu padrão corporativo de gestão de impactos potenciais à biodiversidade, tendo por base o compromisso estratégico de aplicação dos princípios de responsabilidade ambiental em todas as etapas de seus empreendimentos, incluindo planejamento, implantação, operação e desmobilização. O padrão contempla a caracterização de áreas protegidas ou ambientalmente sensíveis influenciadas pelas operações da Prontidão para atuação em emergências A estratégia da Petrobras para situações de emergência integra os recursos de contingência de suas Unidades de Negócio a embarcações dedicadas em operação na costa brasileira e aos Centros de Defesa Ambiental (CDAs). Os CDAs operam 24 horas por dia, com profissionais capacitados e equipamentos para ações ágeis e eficazes — entre eles, embarcações, recolhedores de óleo e barreiras de contenção e absorção. São nove CDAs no País, com seis bases avançadas na Região Norte, uma em Natal, uma na base Naval de Mocanguê, no Rio de Janeiro, e uma em Uberaba. Essa rede de proteção contra os efeitos de acidentes, que pode contar com recursos dos órgãos públicos e das comunidades, dispõe de planos de emergência, que cobrem todas as regiões brasileiras, e é avaliada periodicamente com exercícios simulados. Em 2006, foram sete simulados regionais, com participação da Marinha do Brasil, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, órgãos ambientais, prefeituras e comunidade local. Foram realizados ainda dois simulados em Unidades localizadas na Argentina. A Companhia mantém em operação permanente três embarcações dedicadas ao combate a emergências, na Baía de Guanabara, no litoral de São Paulo e na costa de Sergipe e Alagoas. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 69 | SMS Social e Ambiental vazamentos de petróleo (m3) 2011 601 Volume máximo admissível 2006 293 2005 269 2004 530 2003 276 2002 197 Computados os vazamentos acima de 1 barril (0,159 m 3) que tenham atingido o meio ambiente externamente à instalação. Vazamentos O volume de vazamentos em 2006 manteve-se no patamar de 2005, situando-se em nível de excelência no contexto da indústria mundial de petróleo e gás. O volume de petróleo e derivados vazado foi inferior ao limite máximo admissível de 475 m3 estabelecido para o ano. O limite de vazamentos para 2011 foi definido em 601 m3, levando em conta o aumento de produção e a incorporação ao indicador de novas fontes potenciais de vazamentos, como os caminhões-tanque a serviço da Petrobras Distribuidora. Saúde A promoção da saúde e a prevenção das doenças entre os trabalhadores são praticadas pela Petrobras com base na concepção de saúde integral — dentro e fora do trabalho. Os programas e intervenções na área são orientados pela análise epidemiológica de informações como mortalidade, morbidade e prevalência de fatores de risco. 70 | relatório anual 2006 | petrobras Simulado na Repar: mobilização da comunidade vizinha à refinaria Social e Ambiental | SMS A Petrobras capacitou, no Centro de Estudo de Aptidão Física de São Caetano do Sul, 500 profissionais de saúde para atuarem na promoção de atividades físicas, segundo as orientações do Ministério da Saúde. Esse procedimento sistemático tem produzido resultados positivos. O indicador Percentual de Tempo Perdido (PTP), que contabiliza os afastamentos do trabalho por doenças ou acidentes dos empregados, seguiu em 2006 a tendência de queda registrada nos últimos anos. O percentual registrado para o PTP foi inferior ao limite máximo admissível de 2,34 estabelecido para o ano. O limite para 2011 foi fixado em 2,18. As doenças não-ocupacionais, sem vínculos com atividades profissionais, predominaram entre as causas de afastamento de empregados próprios em 2006, a exemplo dos anos anteriores. Isso justifica a ênfase dada pela Companhia ao Programa de Promoção de Saúde, que estimula a adoção de estilos de vida saudáveis. A Petrobras também incentiva e monitora a participação de todos os empregados nos exames anuais de saúde e estimula o cumprimento das recomendações médicas. afastamento de empregados Com o Programa de Higiene Ocupacional e Ergonomia, a Companhia identifica, controla e elimina riscos ocupacionais em todas as suas Unidades. Os procedimentos para garantia da saúde dos empregados nos casos de viagens, que incluem exames prévios e acompanhamento médico após o regresso, também estão sendo padronizados. Para proporcionar melhores níveis de saúde aos trabalhadores e suas famílias, a Petrobras capacitou, no Centro de Estudo de Aptidão Física de São Caetano do Sul, 500 profissionais de saúde para atuarem na promoção de atividades físicas, segundo as orientações do Ministério da Saúde. A Companhia dispõe também de política corporativa para HIV/aids. Na promoção do bem-estar de todos os seus trabalhadores, sem distinção de origem, raça, gênero, credo ou opção sexual, a Petrobras coopera de forma afirmativa para o enfoque percentual de tempo perdido (ptp) 2,18 2011 Limite máximo admissível 2,06 2006 2,48 2005 2,57 2004 2,88 2003 3,01 2002 Percentual do total de horas de trabalho perdido por afastamento médico, causado por doenças ocupacionais ou não e por acidentes de trabalho; calculado apenas para os empregados próprios. Afastamentos 3.59% 4.41% 0.06% 0.04% Doença não ocupacional Doença do trabalho (ocupacional) Acidente do trabalho Acidente fora do trabalho 91.89% Acidente de trajeto adequado da doença. E, no Brasil e no exterior, relaciona-se com organizações governamentais e não-governamentais dedicadas ao monitoramento, assistência e pesquisa sobre HIV/aids. + www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 71 Responsabilidade Social e Ambiental Patrocínios Selecionados 76 projetos para patrocínio Projetos sociais O Programa Petrobras Fome Zero completou três anos totalizando investimentos de R$ 366 milhões ao longo desse período em projetos de geração de trabalho e renda, educação e qualificação profissional, e garantia dos direitos da criança e do adolescente. Na seleção pública de 2006, foram escolhidos 76 projetos para patrocínio entre os 4.517 inscritos. As iniciativas, sintonizadas com as políticas públicas de erradicação da miséria e da fome, contemplam também a promoção da igualdade racial e de gênero, e a atenção a pessoas com deficiência. No ano, foram investidos R$ 175,8 milhões no programa. Um dos projetos é o Molhar a Terra, que aproveita poços de petróleo inativos para o fornecimento de água potável a comunidades do Semi-Árido. Outra ação é o Mova Brasil, que já alfabetizou 46 mil adultos e jovens, em parceria com o Instituto Paulo Freire, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Governo Federal, articulando educação e trabalho. No estímulo ao cooperativismo, além do projeto Agricultura Familiar em Faixa de Dutos, a Companhia estimula a organização de 10 mil catadores de materiais recicláveis no País, em iniciativa que combina inclusão social e proteção do meio ambiente. Com o Programa Petrobras Fome Zero, que reúne desde 2003 os esforços corporativos contra a fome e a miséria, a Petrobras acumulou um patrimônio de relacionamento institucional formado por mais de 15 mil parcerias governamentais e não-governamentais. Mais de 10 milhões de pessoas foram atendidas pelos 72 | relatório anual 2006 | petrobras Vila Olímpica do Projeto Mangueira Social, patrocinado pela Petrobras, Rio de Janeiro, RJ milhões de pessoas atendidas pelos projetos sociais projetos patrocinados, que vêm contribuindo para a estruturação da justiça social no Brasil. Outra ação no campo social é o repasse de recursos ao Fundo para a Infância e a Adolescência (FIA). Em 2006, foram destinados R$ 48,6 milhões a projetos em mais de 200 municípios de quase todos os estados. Essas ações, em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), combatem o abuso sexual infanto-juvenil e o trabalho infantil e irregular de adolescentes. Os patrocínios incluem também iniciativas de redução da evasão escolar e inclusão de pessoas com necessidades especiais. Projetos ambientais Em 2006 a Petrobras investiu R$ 44,6 milhões em projetos ambientais. Na segunda seleção pública, o Programa Petrobras Ambiental recebeu 856 inscrições e incorporou a seus patrocínios 36 novos projetos, que receberão investimentos de R$ 48 milhões nos próximos dois anos. O programa manteve o tema “Água: corpos d’água doce e mar, incluindo a sua biodiversidade”, em continuidade ao foco estabelecido na primeira seleção, em 2004, quando foram aplicados R$ 40 milhões. O tema foi escolhido porque o Brasil, responsável por 12% da vazão dos rios do planeta, concentra parcela considerável da água doce disponível no mundo. Por valorizar o compartilhamento das responsabilidades na proteção dos recursos hídricos, a Companhia também apóia iniciativas de promoção e conscientização do uso racional da água, preservação e recuperação das paisagens ribeirinhas e defesa de ambientes marinhos. Os projetos, que contemplam vários ecossistemas, bacias hidrográficas e paisagens, são desenvolvidos em todos os biomas, com destaque para Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 73 | patrocínios Social e Ambiental 10 | patrocínios Social e Ambiental As ações do Petrobras Ambiental, lançado em 2003, abrangem mais de 5 mil espécies da fauna e da flora brasileiras. Os patrocínios resultaram na estruturação de 15 bancos de dados, 12 Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e 70 publicações especializadas, com 220 mil exemplares distribuídos. As iniciativas se estendem a 250 municípios, com área de influência superior a 900 mil hectares, e beneficiam 20 milhões de brasileiros — 3 milhões de forma direta. O trabalho nos projetos gera renda para mais de 5 mil pessoas. Outros programas são desenvolvidos pela Petrobras, que investe há décadas em meio ambiente e soma investimentos de R$ 103 milhões em patrocínio ambiental desde 2004. Em favor da biodiversidade marinha, a Companhia patrocina projetos e estudos comportamentais e de defesa de espécies ameaçadas, como o peixe-boi marinho, as baleias jubarte e franca, o golfinho-rotador e a tartaruga marinha (Projeto Tamar, com mais de 20 anos de atuação na costa brasileira). No programa De Olho no Ambiente, 335 comunidades vizinhas de unidades operacionais são incentivadas a planejar o desenvolvimento sustentável, traduzindo em dimensão local os compromissos globais da Agenda 21, da ONU. Projetos culturais A Petrobras mantém a posição de maior patrocinadora cultural do País, com investimento anual de R$ 288 milhões e mais de mil projetos em andamento. As políticas e diretrizes na área valorizam a cultura nacional e a ampliação das oportunidades de criação, circulação e fruição, assim como a permanente construção da memória brasileira. Os patrocínios estão estruturados no programa Petrobras Cultural, que destina 75% dos recursos a projetos aprovados em seleção pública e 25% àqueles contemplados por escolha direta. Em 2006, de 4.700 inscritos na seleção pública, 230 projetos receberam R$ 46 milhões, nas modalidades cinema, artes cênicas e 74 | relatório anual 2006 | petrobras Programa Petrobras Cultural: apoio à Escola Nacional de Circo Social e Ambiental | patrocínios O Petrobras Cultural lançou uma linha de patrocínio voltada à educação para as artes. Os projetos de escolha direta incluem cinema, artes cênicas, artes visuais, música e manutenção de parques arqueológicos, como os de Xingó e da Serra da Capivara. visuais, patrimônio, memória das artes e música. O apoio a outros cem projetos, de escolha direta, totalizou R$ 15 milhões. A quarta edição do Petrobras Cultural (2006-2007), lançada em dezembro, soma recursos de R$ 80 milhões. Tendo como inovação a abertura de linha de patrocínio voltada à educação para as artes, a seleção pública abrange ações de preservação cultural, produção e difusão do cinema, manutenção de grupos de teatro e dança, gravação e circulação de música popular e erudita. Os projetos de escolha direta incluem cinema, artes cênicas, artes visuais, música e manutenção de parques arqueológicos, como os de Xingó (SE) e da Serra da Capivara (PI). 5 mil espécies de fauna e flora abrangidas pelas ações do Programa Petrobras Ambiental, lançado em 2003 58,19 milhões de reais destinados ao apoio de atividades esportivas ao longo do ano passado Para estimular a apresentação de projetos em todo o País, a Companhia promove a Caravana Petrobras Cultural, que visita capitais de setembro a janeiro. Desde 2005, uma oficina de projetos foi agregada à caravana, para auxiliar produtores culturais na elaboração de suas propostas. Com isso, a Petrobras vem expandindo o alcance dos patrocínios a todas as regiões do País. Patrocínio esportivo Uma das maiores parceiras do esporte brasileiro e patrocinadora dos XV Jogos Pan-Americanos Rio 2007, a Petrobras destinou R$ 58,197 milhões ao apoio de atividades esportivas em 2006. Intensificando a parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a Companhia fortaleceu a associação da marca ao movimento olímpico e à promoção do esporte como formador da juventude. O Pan, disputado por atletas de 42 países, é o maior evento esportivo das Américas. No esporte motor, a Petrobras manteve o apoio à Equipe Williams de Fórmula 1, à Equipe Petrobras Lubrax na categoria rally, à equipe Action Power na Stock Car, à Team Scud Petrobras no motociclismo, à Seletiva de Kart Petrobras, à Fórmula Truck e às competições Baja e Fórmula da SAE. O desenvolvimento de produtos para o esporte motor integra a estratégia de utilizar as pistas de automobilismo como laboratórios. Com o patrocínio à 3ª Edição da Copa Petrobras de Tênis, disputada no Brasil, Argentina, Colômbia, Uruguai e Chile, a Petrobras reforçou a difusão da marca na América Latina. Manteve, também, o incentivo à Confederação Brasileira de Handebol (CBH) e à seleção brasileira do esporte — o mais praticado nas escolas públicas do País. O apoio ao surfe, associado aos atributos de juventude e energia, também teve continuidade. No futebol, o patrocínio ao Flamengo seguiu garantindo ampla visibilidade à Companhia. + www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 75 Álvaro Henrique Arouca de Castro Geofísico, gerente de tecnologia geológica Visão de Futuro: Continuar o trabalho na Companhia, contribuindo para construir um mundo com melhores condições de vida. 76 | relatório anual 2006 | petrobras “A Petrobras é um agente fundamental no processo de desenvolvimento do Brasil, por tudo que representa. Zelar pela Petrobras é zelar pelo sonho de um país melhor.” Ativos Intangíveis 78 80 Capital Humano 82 Capital de Relacionamento 83 Capital de Domínio Tecnológico Capital Organizacional A gestão dos ativos intangíveis é fundamental para a criação de valor e diferencial competitivo nas empresas e para a conquista de resultados sustentáveis. Na Petrobras, esses ativos são classificados em quatro tipos de capital: humano, organizacional, de relacionamento e de domínio tecnológico. A Petrobras foi pioneira no gerenciamento do capital de domínio tecnológico, ao criar, em 1963, o Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). A gestão desse ativo é a base da sua reconhecida excelência em tecnologia, que se reflete no seu valor de mercado e faz da Companhia uma parceria requisitada pelas maiores empresas de petróleo do mundo. A sustentabilidade da excelência tecnológica apóia-se nos investimentos na capacitação dos empregados, com gestão estruturada do desenvolvimento de suas competências técnicas e gerenciais. Esse processo permanente de atualização, assim como a aceleração da curva de aprendizagem dos novos trabalhadores, é feito na Universidade Petrobras. A gestão dos capitais organizacional e de relacionamento ganhou ênfase nos últimos anos. Ao mesmo tempo em que avança no controle dos sistemas e processos-chave, a Companhia aperfeiçoa o gerenciamento das relações com clientes, fornecedores, parceiros, acionistas e sociedade. No conjunto, a percepção externa do esforço de gestão dos ativos intangíveis viabiliza parcerias, influencia a tomada de decisão dos investidores e potencializa os resultados da Petrobras. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 77 Ativos Intangíveis Capital de domínio tecnológico Cenpes: a busca de novas tecnologias O domínio da tecnologia é desafio permanente para a Petrobras, que vem ampliando as instalações do Cenpes, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão. Com mais de 1.800 empregados, 30 unidades-piloto e 137 laboratórios, em 122 mil m2, o Centro antecipa e supre as necessidades tecnológicas da Companhia desde 1963. Seu papel é decisivo na estratégia corporativa de crescimento com responsabilidade socioambiental. As pesquisas com biocombustíveis foram destaque em 2006. Processando a mistura de óleos vegetais e diesel mineral, a tecnologia H-Bio foi testada em escala-piloto nas refinarias Gabriel Passos (Regap), Alberto Pasqualini (Refap) e Presidente Getúlio Vargas (Repar), com vistas ao início da produção comercial em 2007. Já o biodiesel, feito com óleos vegetais ou sementes de oleaginosas, começou a ser produzido em duas unidades experimentais no Rio Grande do Norte, com tecnologias inéditas. Outra inovação foi a produção, em laboratório, de álcool combustível (etanol) de bagaço de cana, que permitirá o aumento da produção de álcool sem incremento da área plantada (lignocelulose). As tecnologias desenvolvidas pelo Cenpes também levaram à melhoria da qualidade dos combustíveis. No fim do ano, a Petrobras lançou o Diesel Podium, com 200 partes por milhão (ppm) de enxofre, dando seqüência às inovações em relação a este produto iniciadas em 2005, com a comercialização do diesel com 500 ppm. Em outra linha de atuação no refino, o Centro desenvolveu tecnologias para otimizar o aproveitamento do petróleo 78 | relatório anual 2006 | petrobras Planta-piloto de H-Bio no Cenpes, Rio de Janeiro, RJ solicitações de patentes na história da companhia (a milésima foi a produção de etanol com rejeitos vegetais) pesado da Bacia de Campos. Uma delas, que aumenta a produ- teve participação ativa, também, em seminário internacional ção de eteno e propeno, vai ser usada no Complexo Industrial Petroquímico do Rio de Janeiro; outra tecnologia, já testada em escala industrial, será utilizada na Refinaria do Nordeste, elevando em 30% a produção de diesel a partir de petróleo pesado. Tanto o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro quanto a Refinaria do Nordeste tiveram seus projetos conceituais concluídos pelo Cenpes. Importantes avanços tecnológicos contribuíram para o aumento das reservas provadas de óleo e gás. No campo de Marlim, na Bacia de Campos, o uso de traçadores químicos na caracterização das reservas – inédito em águas profundas – incorporou 500 milhões de barris de óleo às reservas do campo. O Cenpes desenvolveu, em conjunto com fornecedores, novos equipamentos e novas tecnologias de separação de óleo, gás e água nas unidades marítimas. Três projetos básicos de plataformas foram concluídos pelo Cenpes em 2006: Mexilhão 1 (PMXL1), a ser instalada na Bacia de Santos; e, para a Bacia de Campos, P-55 (campo de Roncador) e P-57 (campo de Jubarte). Outro desafio superado no ano diz respeito à tecnologia para a perfuração, na Bacia de Santos, de poços abaixo de espessas camadas de sal e situados sob lâmina d’água de cerca de 2 mil metros. Graças à técnica, foram identificadas acumulações de óleo leve a mais de 6.400 metros de profundidade. Na proteção ao meio ambiente, o Cenpes concluiu o protótipo de um robô híbrido, denominado Chico Mendes, destinado ao monitoramento ambiental na região amazônica. Participante do esforço para a preservação da maior floresta tropical do mundo, a Petrobras, em articulação com outras instituições científico-tecnológicas, propôs a criação do Centro de Excelência Ambiental da Petrobras na Amazônia. O Cenpes sobre seqüestro de carbono e mudanças climáticas que reuniu especialistas de 17 países no Rio de Janeiro. Avanços significativos no desenvolvimento de novas tecnologias para a reutilização de efluentes e a minimização do consumo de água permitiram atingir os requisitos ambientais necessários para os novos empreendimentos de refino, com economia equivalente à captação de água e lançamento de efluentes de uma cidade de 300 mil habitantes. Visando maior aproximação entre o Cenpes e as unidades operacionais da Petrobras, foi inaugurado, no Rio Grande do Norte, o Núcleo Experimental de Energias Renováveis. Mais dois núcleos devem iniciar suas atividades em 2007, no Ceará e em Minas Gerais. Como parte da estratégia de relacionamento com a comunidade científica nacional, o Cenpes, em 2006, lançou um novo conceito de parceria. O novo modelo contempla a participação de 76 instituições de 18 unidades da federação em 38 redes temáticas e 7 núcleos regionais. Até 2008, a Petrobras deverá investir cerca de R$ 1 bilhão neste novo modelo. Patentes A Petrobras é a companhia que mais deposita patentes no País e a empresa brasileira com mais patentes depositadas nos Estados Unidos. Em 2006, foram concedidas 14 patentes no Brasil. Setenta e sete novas solicitações de patentes foram depositadas no ano – entre elas, a milésima na história da Companhia, a de processo de produção de etanol com rejeitos vegetais, desenvolvido no Cenpes. Fora do País, foram depositados 81 pedidos de patentes e obtidas 69 patentes, em 2006. Com as inovações tecnológicas, a Petrobras aprimora continuamente seus processos de forma a garantir atendimento sustentável às demandas da sociedade. + www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 79 | Capital de domínio tecnológico Ativos Intangíveis 1.000 Ativos Intangíveis Capital Organizacional Marca Petrobras, um ativo estratégico Pela importância e pelo potencial para valorizar produtos e serviços, a marca Petrobras é gerida como um ativo estratégico. Ao Comitê de Marketing e Marcas, vinculado ao Comitê de Negócios, compete formular um modelo de gerenciamento com diretrizes para a utilização da marca em todo o Sistema Petrobras. A criação das normas, aliada à defesa legal desse ativo nos diversos mercados, protege ainda mais a marca Petrobras. A gestão global desse patrimônio responde à estratégia de ampliar a visibilidade da Companhia e fortalecer a identidade de seus produtos e serviços. Esse gerenciamento está alinhado, no âmbito corporativo, à uniformização visual de instalações e à padronização das ações de comunicação. Pesquisa da consultoria internacional Interbrand demonstra o êxito da Companhia na gestão da marca, que é associada à liderança em tecnologia e qualidade e à responsabilidade social e ambiental. Em 2003, o valor da marca Petrobras foi mensurado em US$ 286 milhões pela consultoria, passando a US$ 485 milhões no ano seguinte e atingindo US$ 554 milhões em 2005, um aumento de 94% em dois anos. A marca Petrobras foi a que mais cresceu em valor no Brasil entre 2003 e 2005. Práticas de gestão O Programa de Avaliação e Melhoria da Qualidade da Gestão, no ciclo realizado em 2006, manteve o estímulo à adoção de programas de melhorias nas unidades operacionais. As avaliações são orientadas pelo Guia Petrobras de Gestão para Excelência, 80 | relatório anual 2006 | petrobras Patrocínio técnico: os carros da equipe AT&T Williams de F1 utilizam combustível de alta tecnologia desenvolvido pela Petrobras que reúne os critérios do Prêmio Nacional da Qualidade e os requisitos específicos da Companhia, derivados das políticas do Plano Estratégico. A Petrobras firmou convênio com a Fundação Nacional da Qualidade para a disseminação do modelo corporativo de excelência em gestão. Entre os recursos desenvolvidos pela parceria estão cadernos de excelência e programa que simplifica a autoavaliação das Unidades, permitindo mais rapidez nas melhorias. No País e no exterior, a Petrobras participa de vários movimentos e organismos dedicados à qualidade de gestão, à produtividade e à competitividade. + 286 milhões 554 milhões de dólares: valor da marca em 2003 de dólares: valor da marca em 2005 A marca Petrobras foi a que mais cresceu em valor no Brasil no período www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 81 | Capital organizacional aumento do valor da marca Petrobras entre 2003 e 2005 Ativos Intangíveis 94% Ativos Intangíveis Capital Humano Gestão do conhecimento A Petrobras consolidou, em 2006, a metodologia de elaboração de programas de gestão do conhecimento para as Unidades de Negócio no País, com base no Programa de Integração do Conhecimento da Área Internacional. O programa fortalece as competências operacionais, gerenciais e tecnológicas, difundindo o conhecimento e acelerando a formação dos novos empregados. Na área de Exploração e Produção, o Programa de Comu nidades de Prática passou a disseminar conhecimentos e melhores práticas em mais quatro campos de atividades. Os profissionais estão compartilhando experiências nas comunidades de caracterização de reservatórios, engenharia de poço, engenharia naval, elevação e escoamento, gerenciamento de água e práticas operacionais. Rompendo fronteiras organizacionais, o programa integra 2,5 mil empregados de Unidades no Brasil e no exterior. A participação dos empregados na transmissão de conhecimento técnicos, culturais e empresariais é valorizada no projeto Histórias Petrobras, que reúne narrativas e estudos de caso. Esta iniciativa sistematiza informações associadas a marcos históricos, difundindo conhecimentos estratégicos em apoio à compreensão da trajetória da Companhia. Os primeiros temas abordados são a história da Província Petrolífera de Urucu, no Amazonas, e a do campo de Guando, na Colômbia. Na melhoria contínua do relacionamento com a sociedade, a Companhia implantou a Rede de Colaboração da função Comunicação (ReCol). A iniciativa valoriza boas práticas desenvolvidas nas Unidades, reforçando o entendimento e o desdobra- 82 | relatório anual 2006 | petrobras Construção de módulo da plataforma P-52 mento das diretrizes corporativas de comunicação. A Petrobras participa de dois grupos de Gestão do Conhecimento coordenados pelo American Productivity & Quality Center (APQC), visando ao aperfeiçoamento das práticas internas a partir de exemplos de empresas de Classe Mundial. Em 2006, no Most Admired Knowledge Enterprise (Make), prêmio da instituição inglesa Know Network aos destaques em conhecimento empresarial, a Companhia foi a quarta colocada entre as 18 maiores do setor mundial de petróleo, na condição de única empresa da América Latina entre as 55 finalistas. + Ativos Intangíveis Capital de Relacionamento Pesquisas avaliam percepção externa A Petrobras desenvolve amplas pesquisas de opinião para aferir como suas práticas e projetos são vistos e avaliados pelas partes interessadas. Estas sondagens, que têm dotado a Companhia de conhecimentos sobre o ambiente socioeconômico em que atua, baseiam-se em 18 indicadores, que permitem avaliar as percepções a respeito de gestão, competitividade, crescimento, atuação no exterior, visão de futuro, apoio social, ética, e responsabilidade social e ambiental. A média ponderada das pontuações dos indicadores no segmento opinião pública dá origem a um indicador geral. As informações resultantes das pesquisas são consolidadas no Sistema de Monitoramento da Imagem Corporativa (Sísmico). Por meio dessa ferramenta de gestão da reputação da Companhia, a administração pode acompanhar a evolução da imagem da Petrobras e ajustar as políticas e ações de comunicação e as práticas de gestão em diversas áreas. Relacionamento com investidores No encerramento de 2006, a Companhia contava com mais de 350 mil acionistas e cotistas de fundos dedicados às ações da Petrobras. Para aprimorar o relacionamento com este público, a Companhia mantém um programa constante de relacionamento com seus * * Sistema de Monitoramento da Imagem Corporativa www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 83 | capital de relacionamento Ativos Intangíveis Pesquisa de Percepção com Acionistas (Pontuação de 0 a 100) Atuação no exterior 95 Visão de futuro 93 Lucratividade 92 Tecnologia 90 Sentimentos 89 Competitividade 88 Condições de trabalho 84 Gestão 81 Ética 80 Energias alternativas 79 Responsabilidade ambiental 79 Comunicação com acionistas 78 Transparência 78 Apoio social 77 Governança corporativa 76 Indicador geral 84 | relatório anual 2006 | 85 petrobras investidores, por meio de roadshows, reuniões abertas, conference calls, chats, jornal do acionista, atendimento telefônico e por e-mail, eventos especializados, website, e outros meios de comunicação. Além disso, realiza pesquisa anual na qual avalia a qualidade do atendimento e a percepção a respeito da Companhia em aspectos como lucratividade, competitividade, gestão, visão de futuro, governança corporativa, ética, tecnologia, transparência e responsabilidade social e ambiental. Relacionamento com fornecedores Manteve-se em 2006 a integração das empresas de materiais e serviços num só cadastro de fornecedores, alinhado às diretrizes corporativas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) e Responsabilidade Social. Uniformizando metodologias e racionalizando esforços, a Petrobras aperfeiçoou os critérios técnicos, jurídico-fiscais e econômico-financeiros para o cadastramento, além de adotar novos processos – centralizados e regionais – de avaliação e qualificação. O novo cadastro inclui, também, um questionário sobre ações de responsabilidade social. Com questões elaboradas pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, a sondagem tem por objetivos a formação de um retrato das práticas desenvolvidas na área pelos fornecedores, assim como o estímulo de melhorias e a valorização de boas iniciativas. Uma das ferramentas utilizadas para estreitar as relações com os fornecedores é a internet, por meio do Portal do Cadastro. Para a aquisição de bens e serviços destinados às necessidades operacionais e aos novos empreendimentos, a Petrobras tem cerca de 5 mil empresas inscritas. Em todo o País, cerca de 40 mil firmas fornecem bens e serviços de menor porte às unidades operacionais. As novas Condições de Fornecimento de Materiais (CFM) Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa 40 mil firmas no país fornecem bens e serviços de menor porte às unidades operacionais vigoram, na aquisição de bens, para os contratos firmados desde 1º de novembro de 2005. As CFM, resultantes da interação entre a Petrobras e as associações de classe dos fornecedores, adaptaram as cláusulas à legislação e às práticas do mercado. A Companhia adotou, também, novas condições de pagamento para bens com longo tempo de fabricação fornecidos por empresas brasileiras. A Petrobras manteve a parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para incentivar a inserção competitiva de empresas de pequeno porte na cadeia produtiva do petróleo, gás natural e energia elétrica. O convênio abrange 12 estados com Unidades de Negócio da Companhia e totaliza aporte de R$ 12 milhões em três anos – R$ 6 milhões, aplicados pelo Sebrae. Devido à grande adesão à iniciativa, os investimentos das empresas participantes, inicialmente de R$ 3 milhões, subiram para R$ 16,7 milhões. Contratação de bens e serviços A Petrobras efetuou contratações diretas de bens e serviços no valor de US$ 20,8 bilhões em 2006, sendo US$ 4 bilhões em aquisições de materiais e US$ 16,8 bilhões em contratação de serviços. Deste total, 88% dos materiais e 70% dos serviços foram adquiridos de fornecedores instalados no País, resultando na participação destes em 73% das contratações efetuadas em 2006. Parte das aquisições foi efetuada pelo portal de negociações eletrônicas Petronect, que registrou, no ano, 22.719 fornecedores no Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Peru, Cingapura e Venezuela. Desde outubro de 2003, as empresas do Sistema Petrobras realizaram pelo Portal Petronect 216 mil compras, 125 leilões diretos e 274 leilões reversos. + 16937 www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 85 Miguel Ângelo Estephanio Engenheiro de terminais e dutos, consultor de Gestão de Riscos Visão de Futuro: O exemplo da Companhia deve sempre inspirar a busca do progresso e melhoria constante. 86 | relatório anual 2006 | petrobras “A Petrobras tem condições de desenvolver projetos em várias áreas de energia, gerando riqueza, emprego e melhorando as condições de vida das pessoas.” Gestão Empresarial 88 Mercado de Capitais 91 Gestão de Riscos 96 Governança Corporativa 99 Desempenho Empresarial O preço do petróleo atingiu níveis elevados no mercado internacional em 2006, mas a Petrobras manteve a política adotada no ano anterior para evitar o repasse ao consumidor das oscilações dos preços internacionais. Porém, o aumento dos preços da gasolina e do diesel, em setembro de 2005, e o reajuste dos demais derivados resultaram em um valor médio de comercialização dos derivados no mercado interno 8% superior ao de 2005. Os bons resultados da Companhia ao longo do ano foram reconhecidos pelo mercado e contribuíram para a valorização nominal de seus papéis nas bolsas. As ações registraram alta de 31,94% (ordinárias) e 33,83% (preferenciais, as de maior liquidez). A gestão dos riscos, que leva em conta a natureza de suas atividades, é feita de forma integrada, buscando equilíbrio entre os objetivos de crescimento e retorno e o nível de exposição. E na área de governança corporativa, a Companhia adota procedimentos compatíveis com as normas dos mercados em que atua, monitorando continuamente a implementação e a aplicação das práticas estabelecidas. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 87 Gestão Empresarial Desempenho Empresarial Recordes em lucro e investimentos O preço do petróleo atingiu níveis extrema mente elevados no mercado internacional em 2006. A média do Brent (US$ 65,14/barril) foi 19,8% superior à do ano anterior, apresentando pico médio mensal de US$ 73,66/barril em julho. A alta teve impacto direto sobre os custos de extração do petróleo nacional e de aquisição do óleo importado, que representaram, em média, 20,5% da carga fresca processada. A política de preços adotada em 2005 foi mantida, como forma de evitar o repasse imediato ao consumidor da volatilidade dos preços internacionais. O preço médio de realização dos derivados no mercado interno foi de R$ 154,45/barril — 8% superior ao do ano anterior. As principais causas desse resultado foram o aumento dos preços da gasolina e do diesel, em setembro de 2005; a comercialização do Diesel S500 — de melhor qualidade — no começo de 2005; e o reajuste dos demais derivados, com destaque para a nafta, o óleo combustível e o querosene de aviação, que tiveram preços ajustados às flutuações internacionais. A comercialização total da Petrobras — incluídos gás natural, álcoois, nitrogenados, exportações e vendas internacionais — atingiu 3 milhões 048 mil boe, superando em 9% os 2 milhões 808 mil boe de 2005. O volume de vendas da Companhia no mercado interno registrou taxa de crescimento de 3%. As vendas de gás natural cresceram 7%, impulsionadas pela expansão do mercado Sul-Sudeste, enquanto as de derivados subiram 3%. A comercialização de energia elétrica 88 | relatório anual 2006 | petrobras 19% crescimento no volume de vendas no mercado internacional cresceu 8,7%, com a entrada em vigor de contratos fechados em anos Sede da Petrobras com iluminação especial em comemoração à conquista da auto-suficiência, Rio de Janeiro, RJ anteriores e o aumento dos volumes em contratos vigentes. Aumento da receita A receita operacional bruta consolidada alcançou R$ 205,4 bilhões, enquanto a receita operacional líquida atingiu R$ 158,2 bilhões – valores que superam os de 2005 em 15% e 16%, respectivamente. Para o resultado, contribuíram o aumento dos preços nos mercados interno e externo, e o crescimento de 3% no volume de vendas no mercado nacional e de 19% no internacional. No mercado interno, a receita líquida subiu R$ 10,9 bilhões (12,3%), devido principalmente à elevação da receita de diesel (11,6%), gasolina (18,8%) e nafta (12,2%). O volume de vendas de gasolina cresceu 7,3% (21 mil barris/dia) – sobretudo devido à redução do teor de álcool anidro, em março –, superando o aumento da comercialização de diesel, de 1,1% (7 mil barris/dia), e nafta, de 5,1% (8 mil barris/dia). O efeito da elevação de preços foi mais forte, porém, sobre o diesel, atingindo 11% (R$ 0,11/ litro), enquanto a gasolina e a nafta tiveram, respectivamente, aumentos de 9,1% (R$ 0,08/litro) e 6,5% (R$ 0,08/litro). A receita líquida no mercado externo aumentou R$ 3 bilhões, com destaque para a de exportação de petróleo, que cresceu 29% em relação a 2005, enquanto a receita de derivados diminuiu 2,3%. Resultado econômico-financeiro O lucro operacional atingiu R$ 42,2 bilhões – 6% acima do obtido no ano anterior – em função do aumento da receita operacional líquida, da produção e do processamento do petróleo nacional, que fez crescer 23% o custo dos produtos e serviços vendidos, enquanto o aumento do preço de referência Brent foi de 19,8%. O lucro líquido atingiu R$ 25,9 bilhões, superando em 9% o alcançado em 2005. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 89 | Desempenho empresarial reais foi o preço médio do barril de derivados no mercado interno Gestão Empresarial 154,45 | desempenho empresarial Gestão Empresarial 23% Índice de retorno do capital empregado O EBITDA (lucros antes da cobertura de juros, impostos, amortizações e depreciações) foi, em conseqüência, de R$ 50,9 bilhões – 9% maior que o apurado em 2005. O retorno sobre o capital empregado (Roce) atingiu 23% – uma redução de um ponto percentual. O resultado financeiro alcançou R$ 1,3 bilhão negativo, comparado ao obtido em 2005 (R$ 2,8 bilhões negativos), influenciado pela valorização do real frente às principais moedas utilizadas pela Petrobras, bem maior que a registrada em 2005. O ativo total da Companhia atingiu R$ 210,5 bilhões – um crescimento de 15%, decorrente do aumento de 14,4% do ativo imobilizado, 11,6% do circulante e 16% do realizável a longo prazo. Somente o caixa e as aplicações financeiras representaram 63% da variação do ativo circulante. A contrapartida no passivo ocorreu principalmente no patrimônio líquido, com crescimento de 23,8%, com destaque para a variação de 45% no capital realizado. No endividamento, a alavancagem (endividamento líquido sobre capitalização líquida) foi reduzida de 24%, em 2005, para 16%. Investimentos A Petrobras realizou investimentos de R$ 33,7 bilhões – 31% superiores aos efetuados em 2005 –, em linha com o Plano Estratégico 2015. Na área de Exploração e Produção, foram aplicados R$ 15,3 bilhões, com prioridade para o aumento da produção e das reservas. No Abastecimento, os recursos investidos somaram R$ 4,2 bilhões, voltados à agregação de valor ao petróleo e ao gás natural. Na atividade Internacional, os investimentos foram de R$ 7,2 bilhões, segundo a estratégia da Companhia de liderar, como empresa integrada, o mercado de energia na América Latina. Do total, R$ 3,5 bilhões foram aplicados por meio de sociedades de propósito específico (SPEs), com crescimento de 47% em relação aos recursos investidos dessa forma no ano anterior. + 90 | relatório anual 2006 | petrobras 33,7 bilhões 15,3 bilhões 7,2 bilhões de reais em investimentos feitos pela Companhia no ano, valor 31% superior ao de 2005 de reais aplicados na área de Exploração e Produção, com prioridade para o aumento da produção e das reservas de reais foram destinados à atividade Internacional, com vistas a tornar a Companhia líder do mercado de energia na América Latina Gestão Empresarial Mercado de capitais Ações: valorização de 40% no exterior O ano foi positivo para a Petrobras nas bolsas. A valorização nominal dos papéis da Companhia – de 31,94% para as ações ordinárias (PETR3) e de 33,83% para as preferenciais (PETR4) – ficou em linha com o desempenho do Ibovespa, que se valorizou 33% em 2006. Entretanto, considerando-se os dividendos pagos ao longo do ano (referentes ao exercício de 2005), a valorização das ações da Petrobras foi de 38% (ordinárias) e de 41% (preferenciais). As ações preferenciais foram as de maior liquidez quanto ao volume financeiro e número de negócios, com média, respectivamente, de R$ 282 milhões e de 4.414 negócios por dia. Este desempenho garantiu à Petrobras o primeiro lugar como empresa de maior peso na carteira teórica do Ibovespa – 13,80% para o período janeiro-abril de 2007. Somando-se os números dos papéis ON e PN, a Companhia girou cerca de R$ 336 milhões diários – mais de 16% do volume financeiro médio da Bovespa em 2006. Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), em função da valorização do real frente ao dólar, o retorno aos detentores de títulos da Petrobras (ADRs) foi ainda maior: os recibos representativos das ações ON (PBR) tiveram valorização nominal de 45%, e os das PN (PBRA), de 44%. Os papéis da Petrobras superaram importantes índices, como o Dow Jones (+ 16%), a maior referência da bolsa americana; o Amex Oil Index (20%), composto por grandes empresas do setor de óleo e gás; e o Nyse’s International 100 (21%), que reúne os cem ADRs mais líquidos. A Petrobras foi a empresa não-americana mais negociada na Bolsa de Valores de Nova York, considerando-se a soma do Seminário de melhores práticas de divulgação de informações www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 91 | mercado de capitais Gestão Empresarial Mesa de operações comerciais no escritório da Petrobras em Londres volume financeiro médio diário das duas classes de recibos da Companhia. No total, os recibos ordinários movimentaram na Nyse US$ 227 milhões por dia em média, e os preferenciais, US$ 99 milhões. Em 2006, pela primeira vez, o valor de mercado da Petrobras ultrapassou US$ 100 bilhões na média mensal (dezembro), fechando o ano em US$ 108 bilhões. É a maior cifra dentre todas as empresas de capital aberto da América Latina e representa um aumento de 45% em relação a 2005 (US$ 74 bilhões) e de 155% na comparação com 2004 (US$ 42 bilhões). Em reais, o valor de mercado atingiu US$ 230 bilhões ao final de 2006, contra R$ 174 bilhões em 2005 e R$ 112 bilhões em 2004. Ao longo do ano, a Companhia aumentou em 20% sua base de acionistas na Bovespa, fechando 2006 com 168 mil acionistas. Esta conquista reflete não só o desdobramento de ações realizado em 2005, que tornou as ações mais acessíveis a pequenos investidores, como também a crescente confiança dos investidores no modelo de administração da Petrobras. Em abril, a Companhia listou suas ações ordinárias e preferenciais na Bolsa de Comércio de Buenos Aires. Esta listagem abre a possibilidade aos investidores argentinos de investir diretamente nas ações da Petrobras, e permite à Companhia ampliar sua base acionária e fortalecer sua marca junto à sociedade daquele país. A governança corporativa da Petrobras, comprometida com princípios éticos, de transparência e de responsabilidade socioambiental, garantiu a listagem das ações da Companhia no seleto Índice Mundial de Sustentabilidade da Dow Jones. Tratase do mais importante índice de sustentabilidade no mundo, que serve como parâmetro para análise dos investidores social e ambientalmente responsáveis. Em novembro, foi anunciada a entrada das ações da Petrobras no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa. 92 | relatório anual 2006 | petrobras volume financeiro negociado na nyse (Média diária em 2006 - US$ milhões) 326 Petrobras* 242 BP 232 CVRD* Petrobras (ordinárias) 227 212 Nokia 172 CVRD (ordinárias) America Movil* 154 America Movil (series L) 153 BHP Billiton Cemex 114 105 Total 100 Petrobras (preferenciais) 99 Taiwan Semiconductor 93 RD Shell 90 Elan 87 *Soma de todos os programas de ADR da Companhia Fonte: Bloomberg Gestão Empresarial | mercado de capitais Pela primeira vez, o valor de mercado da Petrobras ultrapassou US$ 100 bilhões na média mensal (dezembro), fechando o ano em US$ 108 bilhões. É a maior cifra dentre todas as empresas de capital aberto da América Latina. número de acionistas na bovespa 167.580 31/12/06 160.395 31/06/06 31/12/05 31/06/05 140.060 128.962 Recompra de ações Foi anunciado, em dezembro, um programa de recompra de ações, que autoriza a Companhia recomprar até 91,5 milhões de ações preferenciais – 4,9% do total de ações PN em circulação – até dezembro de 2007. A decisão de recompra reflete o entendimento da administração de que há uma defasagem do preço da ação à luz das perspectivas de crescimento e rentabilidade da Petrobras e objetiva reduzir o custo financeiro da Companhia no curto prazo. Dividendos No decorrer do ano, os acionistas da Petrobras receberam dividendos relativos a 2005 que totalizaram R$ 1,6562 por ação ON ou PN. Isso representa um aumento de 39% em relação aos dividendos distribuídos no ano anterior, em linha com o aumento de 40% no lucro líquido da Companhia. Para o exercício de 2006, o Conselho de Administração propôs a distribuição de R$ 7,897 bilhões em dividendos, equivalentes a R$ 1,80 por ação, um aumento de 8,7%, em linha com a evolução do lucro. Financiamentos corporativos Em 2006, a Petrobras apresentou manutenção do quadro de elevado grau de liquidez e melhora em seu custo de captação, associada ao grau de investimento atribuído pela agência de rating Moody´s Investor Services em outubro de 2005 e pela agência Standard and Poor’s em janeiro de 2007. Com base neste cenário, a Companhia desenvolveu estratégias de gerenciamento de passivos que incluíram o pré-pagamento de dívidas, renegociação das condições contratadas e novas captações estratégicas. Em relação aos pagamentos antecipados, a Petrobras realizou, em março, o pré-pagamento de duas séries do Programa de Securitização de Bunker e Óleo Combustível, reduzindo o volume principal remanescente para US$ 577,6 milhões, além de obter o consentimento dos investidores das séries restantes para: retirada do bunker do programa; redução do custo de seguro; e redução do limite mínimo de média diária de exportação. Outros contratos financeiros também tiveram suas condições revisadas, o que resultou em reduções de taxas de juros e exclusão de mecanismos de seguro (seguros de risco político e cartas de crédito). No mercado internacional de capitais, a Companhia, por meio de sua subsidiária PIFCo, realizou em julho uma operação de recompra de US$ 888 milhões de títulos. Levando-se em conta o montante já recomprado no passado pela Petrobras, essa operação resultou no cancelamento de US$ 1,215 milhão da dívida existente no mercado de capitais. Em fevereiro de 2007, foi concluída a operação de troca de cinco séries de títulos antigos da PIFCo por novos títulos com vencimento em 2016, no valor total de US$ 399.053.000 (valor de face). Em setembro, a PIFCo realizou uma emissão privada de bonds no Japão, em ienes, no montante equivalente a US$ 300 milhões, com prazo de dez anos, cupom de 2,15% a.a. e garantia www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 93 | mercado de capitais Gestão Empresarial 888 milhões de dólares: valor da recompra de títulos feita em junho no mercado internacional parcial do JBIC, com o objetivo de reabrir o mercado japonês e diversificar a base de investidores da Companhia. Em outubro de 2006, a PIFCo realizou a primeira emissão de Global Notes após a obtenção de grau de investimento, com o objetivo de introduzir um novo referencial de custo de captação para o Grupo. A emissão representou o menor custo histórico para a PIFCo para o prazo de dez anos (cupom de 6,125% a.a., retorno ao investidor de 6,185% a.a.) e teve a maior parte da demanda originada do mercado de high grade. Adicionalmente, a Companhia introduziu melhorias em suas obrigações contratuais (covenants). Nas operações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Petrobras sacou US$ 314 milhões, por intermédio da subsidiária PNBV, para a construção das plataformas P-51 e P-52. Nas linhas de crédito no mercado bancário internacional, foram captados US$ 2,112 bilhões, montante 20% superior ao de 2005, sendo 97% para dar suporte às operações de subsidiárias, e o restante relacionado às atividades de comercialização de petróleo e derivados. Com o objetivo de proporcionar um “colchão” de liquidez à Companhia, a PIFCo contratou, desde 2004, US$ 675 milhões em standby facilities, que permitem saques de qualquer valor, no prazo de dois anos, limitados ao volume total contratado, com prazo para pagamento do principal em um ano. Em relação às garantias bancárias, o volume contratado pela Petrobras e subsidiárias alcançou US$ 4,126 bilhões – 107,86% superior ao de 2005. Projetos estruturados A Companhia captou recursos no mercado financeiro do País e do exterior por meio de operações estruturadas na modalidade project finance, para financiar empreendimentos nas áreas de 94 | relatório anual 2006 | petrobras Abastecimento, Exploração e Produção, e Gás e Energia. As captações foram realizadas por Sociedades de Propósito Específico (SPEs) criadas para cada projeto. Na área de Abastecimento, a Petrobras firmou, em maio, os contratos de estruturação financeira do Projeto de Modernização da Refinaria Henrique Lage (Revap) no valor de US$ 900 milhões. O projeto de construção da plataforma P-53, destinada à produção no campo de Marlim Leste, na Bacia de Campos, teve seu empréstimo-ponte, contratado com o ABN AMRO, renovado em agosto e seu empréstimo sindicalizado refinanciado em setembro. O valor total destas operações atingiu US$ 1,1 bilhão, dos quais US$ 350 milhões correspondem ao empréstimo-ponte e US$ 750 milhões ao empréstimo sindicalizado. Ainda na área de Exploração e Produção, foi concluído, em setembro, o refinanciamento do empréstimo sindicalizado junto aos bancos comerciais para o Plano Diretor de Escoamento e Tratamento de Óleo da Bacia de Campos (PDET). A melhoria das condições de crédito em relação àquelas vigentes quando da estruturação financeira, em março de 2005, permitiu a redução do spread e o cancelamento dos seguros de risco político e comercial dessa captação. Na área de Gás e Energia, dois empréstimos-ponte adicionais para o Gasoduto de Interligação Sudeste–Nordeste (Gasene) foram fechados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em dezembro. Um dos empréstimos, no valor de R$ 1,05 bilhão, será aplicado na compra de tubos do trecho entre Cacimbas (ES) e Catu (BA); o outro, de R$ 312 milhões, será destinado ao trecho entre Cabiúnas (RJ) e Vitória (ES). Em novembro, a Petrobras Netherlands BV (PNBV) assinou um contrato de financiamento (Co-Financing Term Loan Facility Agreement) com o The Export-Import Bank of Korea – K-Exim (entidade oficial de crédito da Coréia do Sul) e o BNPParibas. O contrato, no valor de US$ 360 milhões e com prazo de oito anos, destina-se a | mercado de capitais Gestão Empresarial Operação de deck-mating da plataforma P-52, Angra dos Reis, RJ financiar o investimento da Petrobras em duas plataformas de produção de petróleo que serão construídas nos estaleiros Hyundai Heavy Industries e Daewoo Shipyard & Marine Engineering, ambos na Coréia do Sul. As plataformas serão utilizadas em campos de petróleo no exterior nos quais a Petrobras tem participação. + PROJETOS ESTRUTURADOS Ano de estruturação Valor US$ milhões Marlim 1998 1.500 Albacora 2000 410 Barracuda / Caratinga 2000 3100 Cabiúnas 2000 850 Espadarte, Voador e Marimbá (EVM) 2000 1076 NovaMarlim 2001 834 Pargo, Congo, Garoupa, Cherne e Carapeba (PDCG) 2001 85,5 Malhas 2003 1.000 Companhia Locadora de Equipamentos Petrolíferos (Clep) 2004 1.250 Plano Diretor de Escoamento e Tratamento de Óleo da Bacia de Campos (PDET) 2005 1.270 1 Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI Macaé 2005 200 2 Modernização da Refinaria Revap 2006 900 Notas:1. Devido ao aumento dos custos, o valor do projeto passou de US$ 910 milhões para US$ 1,27 bilhão 2. Valor em reais PROJETOS EM ESTRUTURAÇÃO Valor US$ milhões Gasoduto Urucu-Coari-Manaus e Termelétrica de Manaus (Amazônia) 1.300 Construção da Plataforma P-53 (Marlim Leste) 1.180 Gasene 2.000 Mexilhão 595 www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 95 Gestão Empresarial Gestão de riscos Gerenciamento alinhado às metas corporativas A Petrobras gerencia os riscos de forma integrada, beneficiando-se de possíveis proteções naturais. A Companhia busca o equilíbrio adequado entre os objetivos de crescimento e retorno e o nível de exposição a riscos inerentes às operações ou relacionados ao contexto em que atua. Pela natureza de suas atividades, a Petrobras está sujeita a uma série de riscos de mercado, como as variações dos preços de petróleo e derivados, taxas cambiais e juros. Com o gerenciamento dos riscos alinhado aos objetivos e metas corporativas, a Companhia objetiva a segurança das operações e a execução de seu plano de investimentos, a fim de manter a rentabilidade e crescer de forma sustentável. As proposições de gestão de riscos são discutidas pelo Comitê de Gestão de Riscos, integrado por executivos das áreas de negócio e corporativas. Isto proporciona uma visão integrada das questões e facilita, para a Diretoria Executiva e o Conselho de Administração, a compreensão das exposições a riscos e eventual tomada de decisão. No gerenciamento de riscos de mercado de petróleo e derivados, seguindo a premissa de avaliação periódica e sistemática da exposição líquida consolidada do risco de preço, as operações com derivativos têm, como conseqüência, se limitado a transações específicas de curto prazo (até seis meses), protegendo o resultado de operações físicas, fazendo uso de contratos futuros, swaps e opções, e utilizando métricas de controle segundo diretriz específica de gestão de riscos. 96 | relatório anual 2006 | petrobras Unidade de processamento de gás natural do Pólo industrial de Urucu, AM de dólares foi o valor dos ativos segurados Crédito Em consonância com as alterações recentes no ambiente regulatório do País, a Petrobras adequou sua política de crédito à nova realidade do mercado. A postura tem assegurado a atratividade das vendas a prazo, sem elevação desnecessária do nível de exposição ao risco de crédito. Para a análise dessas operações, a Companhia criou, em 2006, a Comissão de Crédito de Petroquímica. Seu funcionamento segue o modelo das comissões das áreas de Abastecimento, e Gás e Energia, criadas em 2004, quando também foi instituído um sistema de análise de crédito (credit flow). No mercado externo, em 2006, em sintonia com o aumento das vendas da Petrobras, a análise e a concessão de crédito aos clientes (exportação e abastecimento de navios) foram padronizadas e centralizadas. Seguros Em 2006, a Companhia teve aumento no prêmio final de suas principais apólices – incêndio vultoso/riscos operacionais e riscos de petróleo. De US$ 29,4 milhões, em 2005, o prêmio passou para US$ 34,5 milhões, com elevação de 17%. O valor dos ativos segurados cresceu 32%, subindo de US$ 32,7 bilhões para US$ 43,2 bilhões. A maior parte do risco da Petrobras está ressegurada no mercado internacional. No País e no exterior, a Companhia mantém uma política permanente de divulgação de suas práticas de gestão de risco, comunicando com rapidez e transparência ao mercado segurador as informações relevantes sobre sinistros e melhorias introduzidas. A exemplo de outras grandes empresas de petróleo, a Petrobras assume parcela expressiva de seu risco, contratando franquias que podem atingir US$ 40 milhões. A Companhia não www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 97 | gestão de riscos Gestão Empresarial 43,2 bilhões | gestão de riscos Gestão Empresarial A maior parte do risco da Petrobras está ressegurada no mercado Internacional e a Companhia mantém uma política permanente de divulgação de suas práticas de gestão de risco. faz seguros de lucros cessantes e controle de poço no Brasil nem da malha de dutos. Plataformas, refinarias e outras instalações são cobertas por apólices de incêndio vultoso/riscos operacionais e riscos de petróleo. A movimentação de cargas tem a proteção de apólices de transporte; e as embarcações, apólice de casco e máquinas. A responsabilidade civil e os riscos ambientais têm cobertura de uma ou mais apólices. Os projetos e instalações em construção, cujo dano máximo provável excede US$ 40 milhões, estão protegidos contra riscos de engenharia mediante apólice contratada pela Petrobras ou pelas empreiteiras. Os ativos da Companhia são avaliados, para efeito de seguro, tendo em vista o custo de reposição. Considerando-se o dano máximo provável em cada instalação, o limite máximo de indenização da apólice de incêndio vultoso/riscos operacionais é de US$ 600 milhões. A maioria das atividades no exterior é segurada ou ressegurada pela Bear Insurance Co. Ltd., com sede em Bermuda. Seguradora cativa, a Bear não retém risco, repassando-o integralmente ao mercado. + Seguros 50 0,30% 0,25% 40 0,20% 30 0,15% 20 0,10% 10 0 0,05% 1999 2000 Valores segurados (US$ bilhões) 98 | relatório anual 2006 | 2001 Prêmio (US$ milhões) petrobras 2002 Taxa % 2003 2004 2005 2006 0 Gestão Empresarial Governança Corporativa Práticas são revistas de forma permamente As práticas de governança corporativa são apri moradas de forma permanente, assim como o rela cionamento com acionistas, clientes, fornecedo res, empregados e demais públicos de interesse. A Companhia adota procedimentos de gestão com patíveis com as normas dos mercados em que atua, monitorando continuamente a implementação e a aplicação das práticas estabelecidas. No Brasil, a Petrobras está sujeita às regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). No exterior, cumpre as normas da Securities and Exchange Commission (SEC) e da New York Stock Exchange (Nyse), nos Estados Unidos, e do Latibex da Bolsa de Madri, na Espanha. A partir de 2006, com a listagem de suas ações na Argentina, passou a estar sujeita também às normas da Comisión Nacional de Valores (CNV) e da Bolsa de Comércio de Buenos Aires. A Companhia mantém em análise o processo de adesão formal aos níveis diferenciados de governança corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo e, desde as reformas estatutárias de 2002, está alinhada às práticas e aos regulamentos estabelecidos. Foi dado prosseguimento ao programa de treinamento em governança para executivos e empregados cuja atuação envolva diretamente o relacionamento com empresas do Sistema Petrobras, promovendo a conscientização sobre a importância do tema e difundindo as melhores práticas adotadas no Brasil e no exterior. Em 2006, com a participação dos empregados, foi concluído o processo de revisão do Código de Ética do Sistema Petrobras, que teve por objetivos promover a atualização do instrumento e adequá-lo às exigências da Lei Sarbanes-Oxley (SOX) quanto à abordagem de itens específicos aos Códigos de Ética das empresas com ações na Bolsa de Valores de Nova York. Em atendimento à SOX, a Petrobras divulga no Form 20-F (Annual Report, exigido pela SEC) que um dos nove membros do Conselho de Administração, eleitos na Assembléia Geral Ordinária de 3 de abril de 2006, é especialista financeiro. + k No Relatório Anual de 2006, arquivado na SEC, a Petrobras certifica a efetividade de seus controles internos em atendimento à seção 404 da SOX. k Com a participação dos empregados, foi concluída a revisão do Código de Ética da Petrobras, que foi atualizado e adequado às exigências legais. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 99 | governança corporativa Gestão Empresarial Controles internos O Programa Integrado de Sistemas e Métodos de Controles Internos (Prisma), incluído na agenda estratégica da Petrobras e atualmente incorporado à Gerência Geral de Controles Internos da Companhia, concluiu os trabalhos para atendimento aos requisitos da Seção 404 da Lei Sarbanes-Oxley. As atividades desenvolvidas em 2006, sob orientação do Comitê de Gestão de Controles Internos da Companhia e monitoramento do Comitê de Auditoria, consistiram na conclusão do mapeamento, documentação e manutenção da estrutura de controles internos para mitigação dos riscos associados aos relatórios financeiros consolidados do Sistema Petrobras. A Gerência Geral de Controles Internos da Petrobras, fundamentada principalmente nas orientações do Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), do Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (Coso) e do Control Objectives for Information and Related Technology (Cobit), deu continuidade à implementação das melhores práticas de governança corporativa e de controle sobre processos de negócios, serviços, financeiros e de tecnologia da informação. A Petrobras validou, junto aos auditores independentes, o desenho dos processos e controles de impacto relevante nos Relatórios Financeiros Consolidados. Foram remediadas todas as deficiências que pudessem representar risco significativo ou material à certificação de controles internos. As Auditorias Internas do Sistema, vinculadas aos Conselhos de Administração, aplicaram novos testes de efetividade de controles, e não foram constatados quaisquer desvios que comprometessem o julgamento da adequação da estrutura de controles da Companhia, tanto em nível de entidade, como sobre processos e tecnologia da informação. A documentação do desenho dos processos, dos controles e dos testes de efetividade vem sendo armazenada regularmente 100 | relatório anual 2006 | petrobras Estrutura de governança corporativa Na estrutura de governança corporativa da Petrobras estão o Conselho de Administração e seus comitês, a Diretoria Executiva, o Conselho Fiscal, a Auditoria Interna, a Ouvidoria Geral, o Comitê de Negócios e os Comitês de Gestão. Conselho de Administração Órgão de natureza colegiada e com autonomia dentro de suas prerrogativas e responsabilidades, estabelecidas por lei e pelo Estatuto Social, tem como principais atribuições fixar as diretrizes estratégicas da Companhia e supervisionar os atos de gestão da Diretoria Executiva. Eleitos em Assembléia Geral Ordinária para mandatos de um ano, permitida a reeleição, são nove os integrantes do Conselho – sete representam o acionista controlador; um, os acionistas minoritários titulares de ações ordinárias; e um representa os acionistas titulares de ações preferenciais. Diretoria Executiva Exerce a gestão dos negócios, em sintonia com a missão, os objetivos, as estratégias e as diretrizes fixadas pelo Conselho de Administração. É composta pelo presidente e seis diretores eleitos pelo Conselho para mandatos de três anos, permitida a reeleição, podendo ser destituídos a qualquer tempo. Somente o presidente é membro do Conselho de Administração, sem, no entanto, presidir o órgão. | governança corporativa Conselho Fiscal Permanente e independente da administração, como prevê a Lei das Sociedades Anônimas, é composto por cinco membros, com mandatos de um ano, permitida a reeleição. Um deles representa os acionistas minoritários; outro, os acionistas titulares de ações preferenciais; e três atuam em nome da União – um deles indicado pelo ministro da Fazenda, como representante do Tesouro Nacional. Cabe ao Conselho Fiscal representar os acionistas em sua função fiscalizadora, acompanhando os atos dos administradores e verificando o cumprimento de seus deveres legais e estatutários, bem como defender os interesses da Companhia e dos acionistas. Auditoria A Auditoria Interna planeja, executa e avalia as atividades de auditoria interna e atende às solicitações da Alta Administração e de órgãos externos de controle. A Companhia se vale também de auditoria externa, escolhida pelo Conselho de Administração, com restrição de prestação de serviços de consultoria. É obrigatório, a cada cinco anos, o rodízio entre empresas de auditoria. Ouvidoria Geral A Ouvidoria Geral, vinculada ao Conselho de Administração, planeja, orienta, coordena e avalia atividades que visem acolher opiniões, sugestões, críticas, reclamações e denúncias dos públicos de relacionamento da Companhia, promovendo as apurações decorrentes e as providências a adotar. Cabe a essa unidade atuar como canal para recebimento e processamento de denúncias a respeito de questões contábeis, controles internos e auditoria, incluindo a submissão confidencial e anônima por empregados, de modo a atender às exigências da Lei Sarbanes-Oxley. Comitês do Conselho de Administração São três: Auditoria; Meio Ambiente; e Remuneração e Sucessão. Seus integrantes pertencem ao Conselho e o assessoram no cumprimento das responsabilidades de orientação e direção superior da Companhia. Comitê de Auditoria Atendendo totalmente às exigências da Lei Sarbanes-Oxley, é composto por três membros independentes do Conselho de Administração, sendo seu presidente um especialista financeiro – de acordo com as definições da SEC. Tem como função analisar questões relacionadas à integridade dos relatórios financeiros em US GAAP e à eficácia dos controles internos, assim como supervisionar os auditores externos e internos da Petrobras. Comitê de Negócios Fórum de integração, atua na promoção do alinhamento entre o desenvolvimento dos negócios, a gestão da Companhia e as diretrizes do Plano Estratégico, dando suporte ao processo decisório da Alta Administração. Comitês de Gestão Fóruns para amadurecimento e aprofundamento de temas a serem apresentados ao Comitê de Negócios, com o qual trabalham de forma articulada. Esta integração também existe entre os Comitês de Gestão e no seu relacionamento com os Comitês do Conselho de Administração. A Companhia conta atualmente com os seguintes Comitês de Gestão: Exploração e Produção; Abastecimento; Gás e Energia; Recursos Humanos; Segurança, Meio Ambiente e Saúde; Análise de Organização e Gestão; Tecnologia da Informação; Controles Internos; Riscos; Tecnologia Petrobras; Responsabilidade Social e Ambiental; e Marketing e Marcas. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 101 Gestão Empresarial Fábrica de emulsões asfálticas, em São José dos Campos, SP | governança corporativa Gestão Empresarial em sistema integrado de gerenciamento de controles internos, que monitora automaticamente o fluxo de papéis e responsabilidades, viabilizando a assinatura sobre a estrutura de controles internos, desde os níveis das gerências responsáveis diretamente pelos controles até os níveis superiores, chegando até o diretor Financeiro e o presidente da Petrobras. Desta forma, os gestores, a Gerência Geral de Controles Internos, as Auditorias Internas, a Alta Administração e o Comitê de Auditoria podem visualizar, a qualquer tempo, o diagnóstico atualizado da situação dos controles internos do Sistema Petrobras. Divulgação de informações Como parte de sua política de transparência no relacionamento com o mercado de capitais, a Companhia realiza reuniões abertas trimestrais para tornar públicos seus resultados e divulga seus balanços trimestrais em BR GAAP e US GAAP. Em virtude da listagem de suas ações na Argentina, a partir do fechamento de 2006, divulgará também seu balanço anual em US GAAP reconciliado ao padrão argentino. A Petrobras possui um documento interno que formaliza os controles e procedimentos de divulgação de informações a serem seguidos por todos os profissionais da Companhia, garantindo que as informações divulgadas ao mercado sejam registradas, processadas, elaboradas e disponibilizadas de acordo com as normas e prazos legais. + Trabalhador da Refinaria Duque de Caxias, RJ 102 | relatório anual 2006 | petrobras da Bacia de Santos. Além disso, foram realizadas reavaliações do modelo de organização e gestão da Área de Negócio Internacional e em algumas estruturas de Unidades de Negócio no exterior, assim como a implementação da nova estrutura organizacional da área Financeira. + Gestão Empresarial O modelo de organização da Petrobras, aprovado pelo Conselho de Administração em outubro de 2000, vem sendo aprimorado constantemente para se ajustar ao Plano Estratégico. Mudanças promovidas na estrutura da Companhia em 2006 resultaram, entre outras, na reorganização da área de Negócio de Gás e Energia e na criação da Unidade de Negócio de Exploração e Produção | governança corporativa Organização Geral da Petrobras www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 103 Gestão Empresarial Diretoria Executiva José Sergio Gabrielli de Azevedo Presidente Área Corporativa Ouvidoria Geral Maria Augusta Carneiro Ribeiro Auditoria Interna Gerson Luiz Gonçalves Secretaria-Geral da Petrobras Hélio Shiguenobu Fujikawa Gabinete do Presidente Armando Ramos Tripodi Estratégia e Desempenho Empresarial Celso Fernando Lucchesi Desenvolvimento de Sistemas de Gestão Antonio Sergio Oliveira Santana Novos Negócios Rogerio Goncalves Mattos Comunicação Institucional Wilson Santarosa Jurídico Nilton Antonio de Almeida Maia Recursos Humanos Diego Hernandes Área Financeira Almir Guilherme Barbassa Diretor Finanças Pedro Augusto Bonésio Planejamento Financeiro e Gestão de Riscos Jorge José Nahas Neto Corporativo Daniel Lima de Oliveira Contabilidade Marcos Antonio Silva Menezes Tributário Maria Alice Ferreira Deschamps Cavalcanti Relacionamento com Investidores Raul Adalberto de Campos Área de Negócio de Gás e Energia Ildo Luís Sauer Diretor Gás e Energia Corporativo ANTONIO EDUARDO MONTEIRO DE CASTRO Gás e Energia Desenvolvimento Energético MOZART SCHMITT DE QUEIROZ Gás e Energia Marketing e Comercialização LUIZ ANTONIO COSTA PEREIRA Gás e Energia Operações e Participações em Energia FERNANDO JOSÉ CUNHA Gás e Energia Logística e Participações em Gás Natural SYDNEY GRANJA AFFONSO 104 | relatório anual 2006 | petrobras | diretoria executiva Área de Negócio de Exploração e Produção Guilherme de Oliveira Estrella Diretor Gestão Empresarial E&P Corporativo Francisco Nepomuceno Filho E&P Norte-Nordeste Solange da Silva Guedes E&P Sul-Sudeste José Antonio de Figueiredo E&P Engenharia de Produção José Miranda Formigli Filho E&P Exploração Paulo Manuel Mendes de Mendonça E&P Serviços Erardo Gomes Barbosa Filho Área de Negócio de Abastecimento Paulo Roberto Costa Diretor Abastecimento Corporativo Venina Velosa da Fonseca Abastecimento Logística Paulo Maurício Cavalcanti Gonçalves Abastecimento Refino Alan Kardec Pinto Abastecimento Marketing e Comercialização Nilo Carvalho Vieira Filho Abastecimento Petroquímica e Fertilizantes JOSé LIMA DE ANDRADE NETO Área de Negócio Internacional Nestor Cuñat Cerveró Diretor Internacional Corporativo Cláudio Castejon Internacional Cone Sul Décio Fabrício Oddone da Costa Internacional Desenvolvimento de Negócios Luís Carlos Moreira da Silva Internacional Suporte Técnico aos Negócios Abílio Paulo Pinheiro Ramos Internacional Américas, África e Eurásia SAMIR PASSOS AWAD Área de Serviços Renato de Souza Duque Diretor Segurança, Meio Ambiente e Saúde RICARDO SANTOS AZEVEDO Materiais MARCO AURELIO DA ROSA RAMOS Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello Carlos Tadeu da Costa Fraga Engenharia Pedro José Barusco Filho Tecnologia da Informação Washington Luiz Faria Salles Serviços Compartilhados Ricardo Antonio Abreu Ianda Conselho de Administração Conselho Fiscal Presidente Titulares Dilma Vana Rousseff Conselheiros Silas Rondeau Cavalcanti Silva Guido Mantega José Sergio Gabrielli de Azevedo Gleuber Vieira* Arthur Antonio Sendas Roger Agnelli Fábio Colletti Barbosa Jorge Gerdau Johannpeter * a partir de 02/04/2007 foi substituído por Francisco Roberto de Albuquerque Maria Lúcia de Oliveira Falcón Nelson Rocha Augusto Túlio Luiz Zamin Erenice Alves Guerra Marcus Pereira Aucélio Suplentes Celso Barreto Neto Maria Auxiliadora Alves da Silva Marcelo Cruz Edison Freitas de Oliveira Eduardo Coutinho Guerra www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 105 Glossário ADR – AMERICAN DEPOSITARY RECEIPTS | Certificados negociáveis um reservatório contínuo ou de mais de um reservatório, a pro- nos Estados Unidos e que representam uma ou mais ações de uma companhia estrangeira. Um banco depositário norte-americano emite os ADRs contra o depósito das ações subjacentes, mantidas por um custodiante no país de origem das ações. No caso das ações da Petrobras, em 2006 cada ADR representava 4 ações subjacentes. fundidades variáveis, abrangendo instalações e equipamentos destinados à produção. AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUS Carga fresca processada | TÍVEIS (ANP) | Órgão regulador do setor de petróleo e gás natural Capacidade instalada | Capacidade de processamento da uni- dade, autorizada pela ANP. Total de petróleo cru processado nas plantas de destilação. no Brasil Total de petróleo cru, somado às correntes de reprocessamento e derivados intermediários, processado nas plantas de destilação. Carga (total) processada | Combustível alternativo ao diesel, renovável e biodegradável, obtido a partir da reação química de óleos, de origem animal ou vegetal com álcool, na presença de um catalisador (reação conhecida como transesterificação). Pode ser obtido também pelos processos de craqueamento e esterificação. Biodiesel | BLOCO | Pequena parte de uma bacia sedimentar onde são desen- volvidas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. Cesta de referência da Opep | Saharan Blend (Argélia), Minas (Indonésia), Bonny Light (Nigéria), Arab Light (Arábia Saudita), Dukhan (Catar), BCF-17(Venezuela), Iranian heavy, Kuwait Crude, Es Sider (Líbia), Murban (Emirados Árabes Unidos) e Basrah (Iraque). Co-geração | Geração BRENT | Mistura de petróleos produzidos no Mar do Norte, oriun- dos dos sistemas petrolíferos Brent e Ninian, com grau API de 39,4º e teor de enxofre de 0,34%. simultânea de eletricidade e energia térmica (calor/vapor de processo), por meio do uso seqüencial e eficiente de quantidades de energia de uma mesma fonte. Aumenta a eficiência térmica do sistema termodinâmico como um todo. BR GAAP | Sigla que em inglês significa Generally Accepted Accounting Principles in Brazil, representa os princípios contábeis geralmente aceitos no Brasil. Condensado | Bunker | Combustível para abastecer navios. Conference call | Conferência telefônica com analistas, inves- Campo | 106 Área produtora de petróleo ou gás natural a partir de | relatório anual 2006 | petrobras Líquido do gás natural, obtido no processo de separação normal de campo, que é mantido na fase líquida nas condições normais de pressão e temperatura. tidores institucionais e investidores individuais no período em que a Companhia reporta seus resultados financeiros do trimestre mais recente. A conferência deve incluir também informações relacionadas à visão de futuro da Empresa. Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) | Mistura de hidrocarbonetos Coqueamento retardado | Forma mais severa de craqueamento com alta pressão de vapor, obtida do gás natural em unidades de processo especiais, que é mantida na fase líquida em condições especiais de armazenamento na superfície. térmico, transforma resíduo de vácuo em produtos mais leves, produzindo, adicionalmente, coque Gás natural | Todo hidrocarboneto ou mistura de hidrocarbonetos raqueamento catalítico | Processo de refino que converte óleos destilados pesados em frações leves de maior valor comercial, tais como gasolinas, gás liquefeito de petróleo (GLP) e naftas. que permaneça em estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gaseíferos, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros. Gás natural liquefeito (GNL) | Gás Contrato ou título cujo valor está relacionado aos movimentos de preço de um título, instrumento ou índice subjacente. Pode ser utilizado como instrumento de hedge. Derivativo | natural resfriado a temperaturas inferiores a -160ºC para transferência e estocagem como líquido. Gasolina natural | Líquido do gás natural, cuja pressão de vapor é Doença do trabalho | Doença adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e que com ele se relaciona diretamente. um meio-termo entre a do condensado e a do gás liquefeito de petróleo, obtido por um processo de compressão, destilação e absorção. Governança corporativa | Relação entre agentes econômicos Reflete o retorno de uma carteira teórica composta pelas ações de empresas listadas na Bolsa de Valores de Nova York com os melhores desempenhos em todas as dimensões que medem sustentabilidade empresarial. Considerado o mais importante índice de sustentabilidade no mundo, serve como parâmetro para análise dos investidores sócio e ambientalmente responsáveis. Dow Jones Sustainability Index (DJSI) | Ebitda (Earnings before interest, taxes, depreciation & amortization expenses) | Resultado antes de juros, impostos, depreciação e despesas de amortização. E&P | Exploração e produção de petróleo e gás natural. (acionistas, executivos, conselheiros) com capacidade de influenciar/determinar a direção e o desempenho das corporações. A boa governança corporativa garante, aos sócios, eqüidade, transparência e responsabilidade pelos resultados. Grau API do American Petroleum Institute (ºAPI) | Forma de expressar a densidade relativa de um óleo ou derivado. A escala API, medida em graus, varia inversamente à densidade relativa, isto é, quanto maior a densidade relativa, menor o grau API. O grau API é maior quando o petróleo é mais leve. Petróleos com grau API maior que 30 são considerados leves; entre 22 e 30 graus API, são médios; abaixo de 22 graus API, são pesados; com grau API igual ou inferior a 10, são petróleos extrapesados. Quanto maior o grau API, maior o valor do petróleo no mercado. Eteno ou etileno | Produto petroquímico básico da família das olefinas leves (C2H4) produzido a partir da nafta ou etano. FPSO | Floating, Production, Storage & Offloading | Unidade flu- tuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo construída a partir de um navio. Nível de classificação de risco a partir do qual a empresa é considerada de baixo risco e, portanto, seus valores mobiliários podem ser adquiridos por investidores mais conservadores. Também se utiliza o termo Investment Grade. Grau de Investimento | Hedge | Posição ou combinação de posições financeiras que con- Gás natural produzido juntamente com o óleo. As jazidas de petróleo, geralmente são compostas de três fases: óleo, gás e água. No caso em questão, o gás é obtido após processo de separação física da fração líquida do petróleo. Há também o gás não associado, produzido a partir de jazidas puramente de gás. Nesse caso, não há necessidade de separação física durante sua produção. Em ambos os casos, porém, depois de produzido e/ou separado, o gás é processado antes de ser colocado à venda, de modo a atingir os padrões de qualidade exigidos. Gás Natural associado | tribuem para reduzir algum tipo de risco. Indicador de variação de preços de uma carteira teórica de ações definida periodicamente pela Bolsa de Valores de São Paulo. Ibovespa - Índice Bovespa | Relação entre o volume de reservas incorporadas no ano e o volume total produzido no mesmo ano. Índice de Reposição de Reserva (IRR) | www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 107 Número de poços exploratórios com presença de óleo e/ou gás comerciais em relação ao número total de poços exploratórios perfurados e avaliados, no ano em curso. Índice de sucesso exploratório | Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa (ISE) | O ISE reflete o retorno de uma carteira teórica composta por ações de empresas com os melhores desempenhos em todas as dimensões que medem sustentabilidade empresarial. As 34 empresas, cujas 43 ações (inclui ordinárias e preferenciais) compõem o índice, foram selecionadas por suas políticas, práticas de gestão, desempenho e cumprimento legal de obrigações no que diz respeito a eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social, natureza do produto e governança corporativa. O ISE é uma iniciativa pioneira na América Latina que busca criar um ambiente de investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade ética das corporações. Offshore | Localizado ou operado no mar. Norma, elaborada e gerenciada pela BSI Management Systems, que especifica os requisitos de sistemas de gestão da saúde e segurança ocupacionais, visando, inclusive, à certificação desses sistemas. OHSAS 18001 | Óleo | Porção do petróleo existente na fase líquida nas condições originais do reservatório e que permanece líquida nas condições de pressão e temperatura de superfície. Óleo combustível | Frações mais pesadas da destilação atmosfé- rica do petróleo. Largamente utilizado como combustível industrial em caldeiras, fornos, etc. Onshore | Localizado ou operado em terra. Opep | Organização dos Países Exportadores de Petróleo | Argélia, Nível de classificação de risco a partir do qual a empresa é considerada de baixo risco, e portanto seus valores mobiliários podem ser adquiridos por investidores mais conservadores. Em português utiliza-se o termo Grau de Investimento. Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Venezuela. Norma internacional, elaborada e gerenciada pela International Organization for Standardization, que especifica os requisitos de sistemas de gestão ambiental, visando, inclusive, à certificação desses sistemas. Petróleo cru (ou óleo cru) | Investment Grade | ISO 14001 | Parte do gás natural que se encontra na fase líquida em determinada condição de pressão e temperatura na superfície obtida nos processos de separação de campo, em unidades de processamento de gás natural ou em operações de transferência em gasodutos. Líquido de Gás Natural (LGN) | Todo e qualquer hidrocarboneto líquido em seu estado natural, a exemplo do óleo cru e condensado. Petróleo | Aquele que entra pela primeira vez numa planta de processo. Produto petroquímico utilizado na produção de tonéis, vasos, embalagens para filmes, plásticos para embrulhar roupas e materiais de pequeno peso. Polietileno | Produto petroquímico com aplicações semelhantes às do polietileno de alta densidade: filmes, caixas para bebidas, embalagens, etc. Polipropileno | Margem Bruta | Lucro Bruto ÷ Receita Líquida Propeno ou propileno | Petroquímico básico produzido a partir Margem Operacional | Lucro Operacional ÷ Receita Líquida da nafta ou propano que serve de matéria-prima para a produção de polipropileno. Margem Líquida | Lucro Líquido ÷ Receita Líquida Market share | Fatia ou participação no mercado. Rating | Classificação ou avaliação de risco. Recursos descobertos de petróleo e/ou gás natural comercialmente recuperáveis a partir de determinada data. Reserva | Nafta | Derivado de petróleo utilizado principalmente como maté- ria-prima da indústria petroquímica na produção de eteno e propeno, além de outras frações líquidas, como benzeno, tolueno e xilenos. Novas fronteiras | Áreas de bacias ou bacias ainda pouco exploradas. 108 | relatório anual 2006 | petrobras Reservas de petróleo e/ou gás natural que, com base na análise de dados geológicos e de engenharia, se estima recuperar comercialmente de reservatórios descobertos e avaliados, com elevado grau de certeza e cuja estimativa considere as condições econômicas vigentes, os métodos operacionais Reserva provada | usualmente viáveis e os regulamentos instituídos pelas legislações petrolífera e tributária brasileiras. WTI | West Texas Intermediate WTI | Petróleo com grau API entre Roce (Retorno sobre o capital empregado) | Obtém-se com 38 e 40 e aproximadamente 0,3% de enxofre, cuja cotação diária no mercado spot reflete o preço dos barris entregues em Cushing, Oklahoma, nos Estados Unidos. a fórmula: lucro líquido – resultado financeiro (líquido de IR e CSSL) / empréstimos e financiamentos médios + patrimônio líquido médio – aplicações financeiras. TABELA DE CONVERSÃO A) Metros cúbicos (m3) em barris (b): Securities and Exchange Commission | Órgão regulador e fiscalizador do mercado de capitais norte-americano, equivalente, no Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). SEC | b= m3 0,158984 B) Barris (b) em metros cúbicos (m3): m3 = b x 0,158984 SPE | Society of Petroleum Engineers. Swap | Contrato de troca de fluxos de pagamentos entre duas par- C) Metros cúbicos (m3) em toneladas (t): tes. Um tipo tradicional de swap de petróleo consiste em contrato no qual uma parte compra por determinado preço fixo e vende pela cotação futura flutuante. t = m3 x D D) Toneladas (t) em metros cúbicos (m 3): Usinas tipo merchant | Os contratos com as três usinas terme- létricas tipo “Merchant” foram celebrados diante da crise energética que resultou em racionamento de energia em 2001/2002. Esses contratos previam o pagamento de “contribuições de contingência”, caso as receitas com a venda de energia não fossem suficientes para cobrir os custos das usinas. Sigla que em inglês significa Generally Accepted Accounting Principles in the United States, representa os princípios contábeis geralmente aceitos nos Estados Unidos. US GAAP | Valor de Mercado | É o valor da companhia medido pelo preço das suas ações no mercado, segundo a fórmula: (Preço da ação x número de ações). Valor Patrimonial | É o valor do patrimônio líquido da companhia. t m3 = D E) Barris (b) em toneladas (t): t = b x 0,158984 x D F) Toneladas (t) em barris (b): b= t D x 0,158984 G) 1 m3 = 1.000 litros = 6,28994113 b H) 1 b = 158,984 litros = 0,158984 m3 I) 1.000 m3 gás natural = 1 m3 óleo (aproximadamente) J) D = M , onde V D = Densidade; M = Massa e V = Volume Medida estatística da tendência de variação de um preço ou taxa no tempo. Normalmente medida por meio da variância ou do desvio padrão, quanto maior a volatilidade da cotação, maior sua variação em torno de um valor médio. Volatilidade | Volume recuperável | Volume de petróleo, expresso nas condi- ções básicas, que poderá ser obtido como resultado da produção de um reservatório, desde as condições iniciais até o seu abandono, por meio da melhor alternativa apontada pelos estudos técnico-econômicos realizados até a época da avaliação. Fórmula: volume recuperável = volume original x fator de recuperação. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 109 endereços REPRESENTAÇÕES NO EXTERIOR Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras Nova york Av. República do Chile, 65 – Centro 20031-912 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 3224-4477 570, Lexington Avenue 43rd Floor 10022-6837 New York, NY, USA Tel.: (1) 212 829-1517 Fax: (1) 212 832-5300 REPRESENTAÇÕES NO BRASIL Tóquio Brasília Setor de Autarquias Norte - SAN Quadra 1, bloco D, Edifício PETROBRAS - 2º andar 70040-901 – Brasília – DF Tel.: (61) 3429-7131 Fax: (61) 3226-6341 São Paulo Avenida Paulista, nº 901 – 11º andar - Cerqueira César 01311-100 São Paulo, SP Tel.: (11) 3523-6501 Fax: (11) 3523-6488 Salvador Avenida Antônio Carlos Magalhães, nº 1113 - sala 112 - Pituba 41825-903 – Salvador – BA Tel.: (71) 3350-3700 Fax: (71) 3350-3080 110 | relatório anual 2006 | petrobras Togin Building 5th Floor, Room 508 4-2 Marunouchi 1- Chome Chiyoda-Ku Tokyo 100-0005 Japan Tel.: (81) 3 5208-5285 Fax: (81) 3 5208-5288 China Petrobras Beijing Representative Office China World Trade Center Tower 1, Units 1221-1225 Nº 1, Jian Guo Men Wai Avenue, Chao Yang District, Beijing 100004, P.R.China. Tel.: (86-10) 6505-9838 Fax: (86-10) 6505-9850 Cingapura 435 Orchard Road #19-05/06 - Wisma Atra Singapore 238877 Tel.: (65) 6550-5080 Fax: (65) 6734-9081 ATENDIMENTO AOS ACIONISTAS Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras Departamento de Relacionamento para a América Latina Suporte ao Acionista Tel.:(21) 3224-1524 ou 3224-1550 0800-2821540 Fax: (21) 2262-3678 Av. República do Chile, 65 – sala 2202-B 20031-912 Centro, Rio de Janeiro, RJ e-mail: [email protected] Tel.:(11) 3048-3507 Av. Brigadeiro Faria Lima, 3729 – 14º andar 04538 – São Paulo, SP Bancos depositários Banco do Brasil S.A. Atendimento ao Acionista Tel.: 4004-0001 – Regiões Metropolitanas e Capitais 0800 72 99 001 Demais Localidades Diretoria de Mercado de Capitais e Investimentos Núcleo de Escrituração de Ativos Rua Lélio Gama, 105 – 26º andar 20031-201 Centro, Rio de Janeiro, RJ e-mail: [email protected] Obs.: O atendimento aos acionistas é realizado por toda a rede de agências do banco. ADR JP Morgan Chase Bank Tel.:(001) 201 680-6630 Fax: (001) 212 623-0079 PO BOX 3408 South Hackensack, NJ 07606-3408 e-mail: [email protected] site: www.adr.com ATENDIMENTO AOS INVESTIDORES Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras Gerência de Relacionamento com Investidores Tel.: (21) 3224-1510 ou 3224-9947 Fax: (21) 3224-6055 Av. República do Chile, 65 – sala 2202-B 20031-912 Centro, Rio de Janeiro, RJ e-mail: [email protected] SITE NA INTERNET www.petrobras.com.br é a página da Petrobras na internet. Nesta página, estão disponíveis informações gerais sobre a Companhia, incluindo uma sala específica de relações com investidores, com notas sobre os resultados, demonstrativos contábeis (padrão brasileiro e norte-americano), relatórios anuais, áudio e transcrição de apresentações a investidores, estatuto social, cotações das ações, informações aos acionistas, etc. ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA As Assembléias Gerais Ordinárias (AGO) são realizadas nos quatro primeiros meses seguintes ao término do exercício social, conforme artigo 39 do Estatuto, na sede da Empresa, localizada à Avenida República do Chile, 65, Centro, Rio de Janeiro. www.petrobras.com.br | relatório anual 2006 | 111 Coordenação Geral, Produção e Edição Relacionamento com Investidores e Comunicação Institucional Projeto Gráfico e Diagramação Tabaruba Design Produção Editorial Flavia Cavalcanti Edição de texto Vania Mezzonato Texto Francisco Noel revisão Fani Knoploch Impressão RR Donnelley Moore Fotografia Banco de Imagens Petrobras, Bruno Veiga, Estefano Lessa, Felipe Goifman, Geraldo Falcão, J. Valpereiro, José Caldas, Juarez Cavalcanti, Roberto Rosa, Rogério Reis, Segundo Luchia Puig, Thelma Vidales Capa: Plataforma P-52, em fase de montagem no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, tem capacidade para produzir 180 mil bpd e vai operar no campo de Roncador, na Bacia de Campos, em águas de 1800 metros de profundidade, a partir do segundo semestre de 2007 (Felipe Goifman) Sumário: Laboratório de Ensaios Veiculares do Cenpes – Rio de Janeiro, RJ (Bruno Veiga) Página 10: José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras - Sede da empresa, Rio de Janeiro, RJ (Rogério Reis) Página 18: Terminal de abastecimento de Betim, MG (Bruno Veiga) Página 44: Planta Puerto General San Martín – Provincia de Santa Fé, Argentina (Segundo Luchia Puig) Página 56: Centro de Defesa Ambiental (CDA) da Reduc – Rio de Janeiro, RJ (Rogério Reis) Página 76: Centro de Realidade Virtual da Área de Exploração e Produção – Rio de Janeiro, RJ (Geraldo Falcão) Página 86: Sala de trading da Área de Abastecimento – Rio de Janeiro, RJ (Geraldo Falcão) papel O Relatório de Atividades Petrobras 2006 foi impresso em papel Reciclato, da Suzano. 112 | relatório anual 2006 | petrobras Relatório Anual 2006 Relatório ANUAL 2006 | www.petrobras.com.br relatório Anual 2006
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