Doenças infecto – contagiosas de camarões de cultivo - CRMV-SP

Transcrição

Doenças infecto – contagiosas de camarões de cultivo - CRMV-SP
UFRPE
Doenças infecto-contagiosas
de camarões de cultivo
EMIKO SHINOZAKI MENDES
Profa. Associada – DMV/UFRPE
Laboratório de Sanidade de Animais Aquáticos LASAq
ROTEIRO
UFRPE
Carcinicultura – crise
Histórico – sanitárias
Biosseguridade – medidas de exclusão
medidas preventivas
Principais doenças – vírus
bactérias
protozoários
fungos
Considerações finais
UFRPE
CARCINICULTURA
BRASILEIRA
1998 - 7.250 t/ano
marcada por uma fase de
crescimento expressivo
2003 - 90 mil t/ano
65% exportado
2005
queda na produção e a estagnação no crescimento indústria
redor de 65 mil - 5% exportado
2009
retomada
do ciclo
industrial
2010
80 mil t
quase integralmente mercado interno
Crise de 2005
Marcada por eventos econômicos e
por enfermidades
UFRPE
Modelo de produção cauteloso e
focado na diminuição dos riscos
Densidades mais baixas (10 a 30 camarões/m2)
Tamanhos que variam de 6 a 30 g (< tempo cultivo)
18 mil hectares de área alagada
Produtividade 3.250 t/ha/ano
Demanda continua crescente e em pouco tempo
deve superar toda a capacidade de produção
brasileira, considerando pesca e cultivo.
UFRPE
Então, o que é preciso fazer para aumentar a
produção na atual área alagada, sem se tornar
vulnerável às doenças e não cometer os erros
recentes?
Incremento de áreas alagadas
– possibilidade que esbarra nas dificuldades
encontradas para licenciar novas áreas junto
aos órgãos ambientais;
Liberação da importação
– trazer para o BR camarões cultivados em
outros países, se contrapõe aos princípios de
preservar a sanidade dos estoques presentes.
Entrada de agentes nos sistemas de cultivo
UFRPE
Manejo
 Alimentação eficiente,
 Manter os camarões num estado de pouco
ou nenhum estresse
 Possibilitar a previsibilidade dos resultados
UFRPE
PREVISIBILIDADE DE RESULTADOS
Oscilação da produção de
camarão por enfermidade
2004 a 2008 - IMNV
2009 a atual - MB
Produção estimada de camarão, por
Estado, antes e após a MB
UFRPE
Características
BA
SE
AL
PE
PB
RN
CE
PI
TOTAL
Área total
produção (ha)
2098
790
60
1413
745
7394
5803
471
18774
Área afetada
pela MB (ha)
512
0
0
1176
434
1895
0
0
4017
Produção est.
sem MB (t)
7000 2400 200 6000 3000
25000
35000 1400 80000
Produção est.
com MB (t)
6200 2400 200 4300 1500
20000
35000 1400 71000
± 80% da produção em área não afetada
Guerrelhas e Teixeira (2012)
Áreas afetadas – 20%
Produção – 12%
UFRPE
Baixaram densidades (4-5 cam/m2);
Ciclos rápidos, gramatura 7 g;
Poucas trocas de água;
Uso contínuo probióticos;
Algumas medidas de biosseguridade;
Diferentes
fontes
de
pós-larvas
(PL
descendentes
de
SPF/SPR; PL de reprodutores procedentes de fora das
fazendas; PL de reprodutores que crescem nas fazendas
com vírus; PL com base no resultado do vizinho)
BUSCAM-SE:
UFRPE
Medidas a curto prazo para conviver com o
vírus;
Consultorias de países com experiência em MB;
Produção de PL – náuplios de reprodutores
expostos ao vírus ou náuplios de reprodutores
com controle sanitário
nas fazendas.
que não são produzidos
PROBLEMA
UFRPE
A ocorrência de enfermidades ameaça a
viabilidade da atividade aquícola no
mundo.
 Dependência do meio natural
 organismos silvestres (larvas
reprodutores)
corpos de agua (estuários, baías,
represa)
ou
Fotos: Pereira, A.L.
Muitos agentes podem se disseminar rapidamente
UFRPE
Água excelente meio transmisor;
Modificações no habitat natural de microrganismos;
Existem muitas portas de entrada de patógenos
Expansão, intensificação, diversificação de cultivos;
Introdução de espécies exóticas;
Comércio internacional de organismos aquáticos (vivos
e mortos) sem controle nem regulamentação adequada;
Aparição e dispersão de agentes mais rapidamente do
que os avanços da pesquisa;
Tecnologia para diagnóstico foi se implementando e
adequando as necessidades.
IMPACTO DAS ENFERMIDADES
UFRPE



Colapso da indústria de camarão em Taiwan em
1987 e China em 1992 (bilhões de dólares);
Em 2004 a 2008 (IMNV - NE) e em 2004
(WSSV – SC) redução drástica da produção de
camarão no Brasil;
Tendência de contínuas perdas em todo o mundo
por enfermidades.
O que está sendo feito?
UFRPE
Tratamentos comuns – antibióticos e quimioterapia.
Poucos tratamentos químicos permitidos
Impacto negativo para a inocuidade e o meio ambiente
Regulações sobre antibióticos e outros produtos
Patógenos que não se podem controlar por métodos
convencionais
Elaboração de regulamentos internacionais
Código de Saúde de Animais Aquáticos (OIE-1995)
Código de Conduta para a Pesca Responsável (1995)
Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (ICES)
Código de práticas sobre a introdução e transferência de
organismos marinhos (1994)
Acordo Sanitário e Fitossanitário
Programa da FAO sobre movimento responsável de organismos
aquáticos
E no Brasil?
UFRPE
Programa Nacional de Sanidade de
Animais Aquáticos
MAPA
Padronização de procedimentos sanitários para os
estabelecimentos de aquicultura, possibilitando a
certificação zoossanitária, garantindo à
aquicultura a conquista de melhores mercados
através do fornecimento de produtos
sanitariamente diferenciados.
UFRPE
SECRETARIA DA AQUICULTURA
E PESCA
SEAP
Sanidade de animais aquáticos
MINISTÉRIO DA PESCA E
AQUICULTURA
MPA
UFRPE
PREVENÇÃO
MEDIDAS DE BIOSEGURIDADE
Responsabilidade compartilhada
UFRPE
PRODUTORES
GOVERNO
PESQUISA
INDÚSTRIA
BOAS PRÁTICAS
UFRPE
Boas Práticas de Produção Aquícola
(BPPA)
Procedimentos rotineiros que tem como
objetivo alcançar uma aquicultura
sustentável, ou seja, uma aquicultura que
garanta um produto aceitável aos
consumidores em termos de
preço, qualidade, inocuidade e baixos custos
do meio ambiente.
BPPA
UFRPE
Cuidado com a saúde do humano
Inocuidade
Cuidado com o meio ambiente
Práticas amigáveis
Cuidado com a saúde dos animais
Biosseguridade
Cuidado
e
trabalhadores
bem-estar
dos
SUSTENTABILIDADE DA ATIVIDADE
Fonte: Pereira, A.L.
BIOSSEGURIDADE
UFRPE
“Conjunto de medidas que são tomadas para a
prevenção, controle e erradicação de enfermidades
infecciosas em organismos aquáticos”.
Dois grupos:
Medidas de exclusão, são aquelas dirigidas a
evitar a introdução de patógenos;
Medidas
preventivas,
enfocadas
em
proporcionar as condições adequadas de cultivo
que permitam que o organismo se desenvolva de
ótima forma
MEDIDAS DE EXCLUSÃO
Vias de ingresso de agentes biológicos
UFRPE
Afluentes: de viveiros contaminados,
do canal de abastecimento.
Pessoal (alimentos, pertences,
roupas, calçados )
Efluentes: de viveiros
contaminados, da indústria
camaroneira.
Lixo: restos de
animais,
embalagens
Equipamentos e
máquinas
Dutos: tubulação
Qualidade náuplios,
pós-larvas e adultos
(certificados)
Espécies selvagens
infectadas
Veículos motorizados e
Animais: insetos, aves,
não motorizados
cachorro, cavalo, etc
MEDIDAS DE PREVENÇÃO
Apoio sistema
imunológico
UFRPE
Requerimentos ótimos de
qualidade de agua
Avaliação da
qualidade das larvas
EVITAR
ESTRESSE
Manejo adequado
Manipulação genética
Requerimentos ótimos
de alimento e alimentação
MEDIDAS DE EXCLUSÃO
UFRPE
Uso de métodos amigáveis com o meio
Redes, filtros, malhas
Produtos químicos – uso responsável
É IMPORTANTE A
APLICAÇÃO
DE PROTOCOLOS
MEDIDAS DE EXCLUSÃO
UFRPE
Foto: Pereira, A.L
MEDIDAS DE EXCLUSÃO
UFRPE
Alimento de qualidade e
livre de patógenos
Introdução de patógenos
Maturação
Cultivo larvário
Aclimatação (Artemia)
Foto: Pereira, A.L
MEDIDAS DE EXCLUSÃO
Higiene e desinfecção de viveiros
UFRPE
Foto: Pereira, A.L
MEDIDAS DE EXCLUSÃO
UFRPE
Higiene e desinfecção de
material e equipamento
Para cada unidade
Higiene pessoal
Foto: Pereira, A.L
MEDIDAS DE EXCLUSÃO
Controle de pragas e vetores
UFRPE
Controle da fauna silvestre e domestica
Controle de organismos mortos
MEDIDAS DE EXCLUSÃO
UFRPE
Controle de efluentes
Contaminados
Saída melhor do que entrada
Foto: Pereira, A.L
MEDIDAS DE EXCLUSÃO
UFRPE
Programas de vigilância e monitoramento
Foto: Pereira, A.L
DOENÇA
UFRPE
Camarão
Manejo
Cultivo intensivo
Thrusfield (2004)
Patógeno
Ambiente
MÉTODOS DE CONTROLE
UFRPE
Conforto aos animais
DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL
Causas naturais
Manejo inadequado
FATORES DE RISCO AO APARECIMENTO
DE DOENÇAS
UFRPE
Origem biológica
Vírus, bactérias, fungos, protozoários
Relacionadas ao estresse (gatilho)
Alterações bruscas de temperatura,
aumento
de matéria orgânica em suspensão,
pH,
alcalinidade, acidez;
FATORES DE RISCO AO APARECIMENTO
DE DOENÇAS
UFRPE
Relacionadas ao estresse (gatilho)
 Conteúdo de gases dissolvidos,
conteúdo
de
gases
nitrogenadas, toxinas (algas,
aflatoxinas);
Contaminantes
(cloro,
sulfato,
mercúrio,
ácidos, pesticidas, clorofenóis, detergentes);
Manuseio indevido e grosseiro dos animais;
Altas densidades.
FATORES DE RISCO AO APARECIMENTO
DE DOENÇAS
UFRPE
 Erros da proposição do Projeto de cultivo;
 Alimentação (composição da ração) inadequada;
 Importação
sanitário;
de
novos
animais
sem
controle
 Consangüinidade;
 Inadequação do ambiente para o cultivo
(características do solo, água, fauna, flora);
 Ausência
(deficiências)
de
biosseguridade nas fazendas.
medidas
de
DOENÇAS DE PREOCUPAÇÃO NO BRASIL
UFRPE
VIRAL
Notificação
obrigatória
 Síndrome de Taura (TSV),
 Síndrome das Manchas Brancas (WSSV),
 Necrose Infecciosa Hipodermal e Hematopoiética
(IHHNV),
 Mionecrose infecciosa (IMNV)
DOENÇAS DE PREOCUPAÇÃO NO BRASIL
UFRPE
Notificação
obrigatória
BACTERIANAS
 Hepatopancreatite necrosante bacteriana (NHPB),
 Vibriose
PARASITÁRIAS
 Gregarinas
 (microsporidiose)
VÍRUS DA SÍNDROME DE TAURA
(TSV)
UFRPE
Distribuição geográfica
Américas, Taiwan, Leste e Sudoeste da Ásia
Características
RNA vírus
Grupo dos picornavirus
Dicistroviridae - gênero Cripavirus
Transmissão horizontal e vertical.
TSV
UFRPE
Por volta de 1994 – 95: alcançou
maior
parte
das
regiões
nas
Américas;
1995: Hasson et al. NE/BR
2002: Diagnóstico CE
TSV
UFRPE
Pinheiro et al. (2004)
Status epidemiológico
TAURA e IMNV em PE
11 fazendas – 505 indivíduos
9 fazendas positivo IMNV
Nenhum Taura
Leandro Angelo
Pereira (2004)
Cultivo do camarão
branco do
pacífico, Litopenaeu
s vannamei
(Boone, 1931), em
tanques-rede no
litoral
paranaense:estudo
de caso.
TSV negativo
Robert Lenoch - 2004
Avaliação do risco epidemiológico da carcinicultura
catarinense usando como modelo a síndrome de taura
e a doença da mancha branca
Não foi detectada reação positiva em nenhuma das
amostras analisadas.
TSV
UFRPE
Espécies sensíveis
Penaeus stylirostris, L. vannamei, P. chinensis,
P. setiferus, P. monodon, P. aztecus, P. japonicus
Espécies resistentes
Formas juvenis de P. stylirostris, P. aztecus
e P. duorarum
Estágios afetados
Todos os estágios são susceptíveis
TSV
FORMAS CLÍNICAS
UFRPE
Aguda
Envolve as PL, com expansão dos cromatófaros,
manchas avermelhadas nos pleópodos e urópodos,
necrose focal na cutícula e elevada mortalidade
de camarões em muda.
Crônica
Podem não ser vistas lesões macroscópicas, alguns
podem apresentar áreas de melanização da
carapaça.
TSV
UFRPE
CURSO AGUDO E CRÔNICO
L. vannamei,
L. vannamei,
Juvenil, pontos vermelhos
sobre a cutícula caudal.
Juvenil, forma clínica
crônica, áreas de
melanização.
Foto: Lightner.
UFRPE
TSV
Foto: Lightner.
TSV
UFRPE
Foto:Lightner.
L. vannamei, forma juvenil, áreas de
melanização sobre a cutícula.
TSV
UFRPE
Foto: Lightner.
L. vannamei, forma juvenil, pontos vermelhos (expansão
dos cromatófaros sobre a cutícula caudal).
TSV
UFRPE
ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS
 Epitélio cuticular: necrose multifocal
 Cutículas, brânquias, apêndices, intestino:
inclusões
 Sinal patognomônico: corpúsculo de inclusão
citoplasmático (varia de tamanho).
UFRPE
VÍRUS DA MANCHA BRANCA
(WSSV)
Vírus DNA,
Baciliforme,
Nimaviridae - gênero Whispovirus
WSSV
UFRPE
OCORRÊNCIA
Ásia (1992 a 1993)
Regiões produtoras de camarão da China,
Tailândia, Indonésia, Malásia, Bangladesh,
Japão.
América do Norte (1995)
México; EUA (Texas e Carolina do Sul povoadas
com Penaeus setiferos).
América Central (1999)
Nicarágua, Guatemala, Honduras e Panamá.
América do Sul
Equador, Brasil.
WSSV
UFRPE
Transmissão
Horizontal e vertical
Hospedeiros
Peneídeos e Macrobrachium
Caranguejos e siris - vários gêneros
Lagostas espinhosas
Gêneros vulneráveis do lagostim de água doce:
América do Norte, europeu e australiano
WSSV
UFRPE
Espécies sensíveis naturalmente
L.
vannamei,
P.
merguiensis,
californiensis, P. monodon, P. chinensis,
japonicus,
P. setiferus
Espécies sensíveis experimentalmente
Penaeus stylirostris, P. aztecus, P. duorarum
P.
P.
WSSV
UFRPE
Estágios afetados
Todos os estágios são susceptíveis
Fatores de risco
 Camarão congelado;
 Importação
de
animais
vivos, náuplios, reprodutores,PL;
 Alimento vivo e fresco para reprodutores;
 Diversidade de hospedeiros intermediários
(caranguejo:portador assintomático).
WSSV
UFRPE
FORMAS CLÍNICAS E CONSIDERAÇÕES
EPIDEMIOLÓGICAS
 Observa-se redução do consumo de ração, letargia,
podem ser observadas manchas esbranquiçadas sobre
a carapaça, que representam áreas de mineralização;
 Alguns podem apresentar alternativamente, pontos
vermelhos
a
vermelho-amarronzados,
como
consequência da expansão dos cromatóforos;
 A mortalidade pode alcançar 100%, em três a 10
dias após a observações dos primeiros sintomas.
WSSV
Sudha et al. (1997); Gesteira (2006)
UFRPE
Manifestação da doença
1.
Aguda ou subaguda - Camarões com manchas
brancas na cutícula e significante mortalidade em
sete a dez dias
2.
Indivíduos
afetados
apresentam
coloração
avermelhada,
tecidos
altamente
infectados
e
mortalidade em massa em dois a três dias
3. Crônica - Com dano tecidual baixo, ausência de
manchas, morte após 15 a 28 dias após o
aparecimento dos sintomas.
WSSV
UFRPE
2004 – SC elevada mortalidade – tipo II
2005 – Registro no CE - animais assintomáticos
Canavieiras – BA
Notificação OIE em agosto de 2009
2011 – Testes positivos nos animais da PB e PE
Conflito:
MPA
Adagro
WSSV
UFRPE
Penaeus monodon,
mineralização da carapaça.
Foto: Lightner
P. monodom, áreas de mineralização
e pigmentação da carapaça.
WSSV
UFRPE
P. monodon (India 1994)
L. vannamei (Equador 1999)
Foto: Lightner
UFRPE
WSSV
Fegan et al. (1999)
Lightner (1997)
Fegan et al. (1999)
UFRPE
UFRPE
VÍRUS DA NECROSE INFECCIOSA
HIPODERMAL E HEMATOPOIÉTICA
(IHHNV)
SÍNDROME DA DEFORMIDADE E DO
NANISMO (RDS)
CAUSADA PELO IHHNV
Características
DNA vírus; 22 nm de diâmetro
Família Parvoviridae
Gênero Brevidensovirus
IHHNV - RDS
UFRPE
Ocorrência:
Leste
e
sudoeste
da
Ásia,
Indopacifico,
Oriente
Médio, Leste da África e Américas
Transmissão: horizontal e vertical
(Os sobreviventes de um episódio carreiam o
vírus e o transmite por toda a vida)
IHHNV - RDS
UFRPE
HOSPEDEIROS
Peneídeos - espécies sensíveis naturalmente
Penaeus stylirostris, L. vannamei,
P. occidentalis, P. californiensis,
P. monodon, P. semisulcatus, P. japonicus
Espécies refratárias
P. indicus, P. merguiensis
IHHNV - RDS
UFRPE
1991 – PRIMEIRO REGISTRO NO BRASIL
Bueno et al.
P. monodon e L. vannamei
Canavieiras - BA
Notificação na OIE em 26.08.2009 (infecção
sub-clínica)
IHHNV - RDS
UFRPE
Estágios afetados
PL 35 até sub-adultos - mortalidades – aguda
(severa) até sub-agudas (80-90%)
Adultos crônicos
Sintomas
Fase
aguda
pigmentação
azul, letárgico, aparência manchada
e anoréxico
Fase crônica - RDS e crescimento diferenciado
IHHNV - RDS
UFRPE
Sintomas
Deformidades cuticulares
Rostrum torto
Antenas enrugadas e frágeis
“Cabeça com bolhas”
Deformidade do sexto segmento abdominal
Crescimento variado, alta proporção de
nanicos, > 30%
IHHNV - RDS
UFRPE
Foto: Lightner
IHHNV - RDS
UFRPE
Foto: Dan Fegan
IHHNV - RDS
UFRPE
P. stylirostris, com lesão cuticular, manchas
esbranquiçadas nas junções da carapaça.
Foto: Lightner
IHHNV - RDS
UFRPE
L. vannamei, deformidade do sexto segmento
abdominal, como conseqüência de alterações
cuticulares.
Foto: Lightner
IHHNV - RDS
UFRPE
Primeiro relato sobre a infecção natural
Macrobrachium rosenbergii
Julho de 2004 e Janeiro de 2005
alta mortalidade (até 80-100%)
sul de Taiwan.
PL infectados - Inclusão intranucleares eosinofílicos apenas
nas células epiteliais dos túbulos do hepatopâncreas
Sub-adultos na fazenda - atrofia nos músculos abdominais a
partir
do
quarto
ao
sexto
segmento
e
cauda
ventilador, associado com uma coloração avermelhada.
PCR - 389 bp
Hibridização in situ – reação positiva
Confirmação do IHHNV como agente causal
VÍRUS DA MIONECROSE INFECCIOSA
(IMNV)
UFRPE
Vírus esférico
40 nm de diâmetro
RNA – Família Totiviridae
Myonecvirus (novo gênero proposto)
IMNV
UFRPE
OCORRÊNCIA
Necrose espontânea muscular
Penaeus aztecuz em 1970 (E.U.A) e 1978 (México)
Farfantepenaeus subtilis na década de 80 na zona
costeira PI
M. rosenbergii em 1982 na Tailândia
Lagostas em 1998 na Austrália
Camarão do Ártico (Pandalus borealis) em 1998
Lagostins em 2000 na Escócia
Piauí (2002)
Ceará e Rio Grande do Norte (2003)
Paraíba e Pernambuco (2004)
IMNV
UFRPE
ÁSIA (Indonésia)
UFRPE
IMNV
INDONÉSIA – setembro/2006
Indonésia tinha 99,6% da seqüência de ácido
nucléico do IMNV brasileiro registrado no GenBank.
BELIZE?
IMNV
Lightner et al. (2006)
UFRPE
lesões macro e microscópicas semelhantes a
IMNV, além de elevada mortalidade
Histopatologia
RT-PCR
Hibridização in situ
Negativos para a IMNV
SUPOSIÇÃO
infecção poderia estar relacionada com o Nodavirus que
acomete o Macrobrachium rosenbergii,
Vírus de 30nm de diâmetro, semelhante ao que é responsável
pela doença da cauda branca (white tail disease).
IMNV
UFRPE
FORMAS CLÍNICAS E CONSIDERAÇÕES
EPIDEMIOLÓGICAS
É uma doença de baixa mortalidade e
elevada morbidade (LIGHTNER, 2000)
dependência inversa dos fatores estressantes
De modo geral, observa-se:
letargia, morbidade e mortalidade
opacidade de musculatura
variável
Casos avançados: aspecto de camarão cozido
e
IMNV
UFRPE
Hospedeiros
Litopenaeus vannamei e outros
Estágios afetados
Todos os estágios são susceptíveis
TRANSMISSÃO
Vertical e horizontal
Os sobreviventes de
um episódio carreiam o
vírus e o transmite por
toda a vida
IMNV
UFRPE
SINTOMAS
Necrose na musculatura do abdômen
e cefalotórax
Opacidade muscular (5º e 6º segmentos)
Anorexia
“Grampam“ facilmente
Natação errática
IMNV
UFRPE
Fase aguda: mionecrose coagulativa com edema entre
as fibra musculares
Fase crônica: liquefação da musculatura, aspecto
de camarão “cozido”
Notificação na OIE - 1º semestre/2008
Rio Grande do Norte
Produção de larvas
DOENÇAS BACTERIANAS
UFRPE
Fouling – epibiontes
(organismos associados à parte externa)
Doença da carapaça
Micobactérias
Micoplasma
Rickettsia
Víbrios
EPIBIONTES
UFRPE
Bactérias filamentosas que colonizam superfície
corporal – brânquias
hipóxia
Leucotrix mucor
Thiothrix spp.
Flavobacterium spp.
Flexibacter spp.
Cytophaga spp.
Bons indicadores da
qualidade de água
DOENÇA BACTERIANA DA CARAPAÇA
UFRPE
Colonização microbiana da superfície da carapaça
do camarão
Wet mount
Leucothrix mucor
H&E
Thiothrix spp.
DOENÇA DA BACTÉRIA QUITINOLÍTICA
UFRPE
Sinonímia
Doença da bactéria quitinolítica;
Doença de concha;
Doença de mancha marro;
Doença de mancha preta;
Agente etiológico
Vibrio spp.
Pseudomonas spp.
Doença de mancha queimada;
Aeromonas spp.
Doença ferruginosa.
Spirillum spp.
Flavobacterium spp.
Erosão cuticular, ulceração, vesículas e pústulas;
Necrose dos apêndices;
Brânquias escurecidas.
UFRPE
Foto: Lightner
UFRPE
P. stylirostris juvenil com doença bacteriana da
carapaça. Cutícula com ulcerações sépticas.
Foto: Lightner
Mycobacterium marinum
UFRPE
Hospedeiros: todos os peneídeos
Estágio afetados: adultos
Transmissão: horizontal
Pode ser zoonose
Animais afetados são rejeitados
devido a melanização
Hepatopancreatite necrosante bacteriana
(NHPB)
UFRPE
Classificação científica
Reino: Bacteria
Phylum: Proteobacteria
Classe: Alfa Proteobacteria
Morfologia: Pleomórfico, Gram negativo
Estritamente intracelular
Não formam esporos
Replicação: Citoplasma
Tecido alvo: Hepatopâncreas
NHPB
UFRPE
Familia (proposta): Tornadae
Espécie: Hepatobacterium penaei
Notificação
obrigatória a
partir de maio
de 2010 NHP
Preferência por temperaturas elevadas (> 29oC)
Elevadas salinidades (20 a 38%o)
CONTROLE
INTRACELULAR
Não cultivavel
Vírus -bactérias
Maioria sensível oxitetraciclina
NHPB
UFRPE
Primeira vez – Texas (1985)
Elevada mortalidade
SINONÍMIAS
Hepatopancreatite granulomatoso,
Hepatopancreatite necrosante de Texas (TNHP),
Síndrome da mortalidade da lagoa de Texas
(TPMS), Hepatopancreatite necrosante de Peru
(PNHP)
EPIZOOTIOLOGIA
UFRPE
NHPB
Hospedeiros relatados
P. vannamei, P. stylirostris, P. setiferus, P. aztecus.
Infecções laboratoriais indicam que o P. monodon
pode ser susceptível.
Estágios afetados
Juvenis e sub-adultos
Mortalidade pode variar de 50 - 99%
Bacteriologia
Geralmente demonstra vibriose.
NHPB
UFRPE
Anorexia,
Intestino vazio,
Letargia.
Carapaça mole
Musculatura flácida
Enegrecimento das brânquias
Pleópodos e urópodos com bordas
escurecidas
Atrofia do hepatopâncreas (cinza a
laranja), com raios pretos
NHPB
UFRPE
Lightner (1997)
NHPB
UFRPE
Lightner (1997)
L. vannamei juvenil com NHPB. Hepatopâncreas
exposto, apresentando-se atrofiado, com redução ~50% de
seu volume normal. Cutícula macia que proporciona camarão
um corpo flácido é também uma característica comum em
camarão com NHPB.
NHPB
UFRPE
Técnica de Wet-mount do HP de um camarão com poucas
gotas de lipídio. A presença de túbulos melanizados e gotas
de lipídios reduzidas ou ausentes podem ser sugestivos de
NHPB em fazendas ou regiões com história da doença.
Lightner (1997)
NHPB
Atrofia dos túbulos do hepatopâncreas
UFRPE
Lightner (1997)
NHPB
UFRPE
Litopenaeus vannamei juvenil com NHPB. Pleópodos
com cromotóforos enegrecidos.
NHPB
UFRPE
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
 Sinais clínicos,
 Observação do hepatopâncreas (características
de melanização nos túbulos) através de lâminas
a fresco,
 Coloração Giemsa – observação de bactérias
nas células infectadas,
 Histologia,
 PCR (especificamente análise em situ)
Não cultivável – estritamente intracelular
Vibrio spp.
UFRPE
VIBRIOSE
Família Vibrionaceae
Gênero Vibrio – 70 espécies
Espécies frequentemente isoladas de camarões doentes
V. harveyi (ocasionalmente + V. splendidus)
V. alginolyticus
V. pahaemolyticus*
V. vulnificus*
* zoonose
** mais novas
V. carchariae**
V. campbelli**
Fi-sh Farma (2004)
VIBRIOSE
UFRPE
OUTRAS ESPÉCIES
ENVOLVIDAS
Pseudomonas spp.,
Aeromonas spp.
Flavobacterium spp.
Síndrome das gaivotas
VIBRIOSE
UFRPE
TCBS – Ágar tiossulfato citrato bile sacarose
Sacarose - fonte de carbono
Azul de bromotimol
viragem para amarelo por formação de ácido
Utilizam sacarose com produção de ácido
amarela
Patogenicidade
fatores de virulência
UFRPE
AMARELA
anguillarum
fluvialis
cholerae
alginolyticus
cincinnatiensis
furnissii
metchnikovii
UFRPE
VERDE
parahaemolyticus
mimicus
fischeri
vulnificus
damsela
hollisae
UFRPE
VERDE/AMARELA
harveyi
splendidus
pelagius
Produtores de luminescência
UFRPE
Vibrio harveyi
V. splendidus
V. fischeri
V. orientalis
Luminescência positiva em
Vibrio harveyi.
Fonte: Aquatic Enterprise (2004).
UFRPE
DOENÇAS OCASIONADAS POR
PARASITAS
PROTOZOÁRIOS
FOULING
METAZOÁRIOS
Nematóides
Cestóides
Trematóides
INVASIVOS
Microsporidium
Haplosporidians
Gregarinas
Raro por não ser hospedeiro final o
camarão cultivado
FOULING
UFRPE
Epistylis
Zoothamnium
Vorticella
Anophris
Acineta spp.
Ephelota spp.
Bodo-like
Acineta spp. em zoea
Zoothamnium
Aderido ao
tecido
branquial
DOENÇAS OCASIONADAS POR
PROTOZOÁRIOS INVASIVOS
UFRPE
MICROSPORIDIOSE
O cotton shrimp ou milk shrimp ou white back shrimp
Peixes carnívoros estão envolvidos no ciclo
Microsporidium
Ameson
Agmasoma
Pleistophora
TRANSMISSÃO
horizontal
UFRPE
MICROSPORIDIOSE
Estágios afetados
Juvenil e adulto
Sintomas/lesões
Musculatura opaca-leitosa;
Gônadas grandes e irregulares;
Cutícula com coloração azul escura ou preta.
UFRPE
UFRPE
Lightner (1997)
UFRPE
Foto: Fegan et al.
GREGARINA
UFRPE
Grupo predominante de parasitas intestinais de
invertebrados
(Nematopsis sp., Cephalolobus sp., Paraphiodina sp.)
Hospedeiro final – camarão
Hospedeiros intermediários
- caracóis, moluscos ou poliquetas.
GREGARINA
UFRPE
Sintomas/lesões
Enfermidade aparentemente sem sinais clínicos
- Pequenos danos
Infestação maciça
- Podem apresentar o intestino médio amarelado
- Redução do crescimento
Estágios afetados
Todas as fases do desenvolvimento são suscetíveis
Adultos e jovens – intestino
Gametócitos – ceco posterior
Transmissão oral (ind. ou fezes)
Diagnóstico
Detecção dos
parasitas
RESUMO
UFRPE
A doença é um processo multifatorial envolvendo
patógenos e outros fatores que influenciam no
curso da infecção;
Existem diversas ferramentas disponíveis para a
diagnóstico,
as
quais
diferem
em
sensibilidade, especificidade e adequabilidade em
diferentes situações;
 É possível manejar as principais doenças de
camarões, desde que haja informações disponíveis
sobre a patologia, transmissão e microrganismos;
RESUMO
UFRPE
O manejo inadequado durante a comercialização
de camarões vivos tem resultado na disseminação
de doenças e aumento dos riscos de mutação
genética;
Pesquisas – enfermidades e avaliação de
estratégias de manejo permitirão a redução do
impacto de doenças na produção de camarões
cultivados.
UFRPE
Fonte: Ostrensky Neto
OBRIGADA!
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DEPARTAMENTO DE MEDICINA
VETERINÁRIA
LABORATÓRIO DE SANIDADE DE
ANIMAIS AQUÁTICOS (LASAq)
(81) 33206419
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